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Relatório Filme Escritores da Liberdade
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HORÁCIO HENRIQUE CAMPELO
LEANDRO DO CARMO
LEANDRO DA SILVA
ESCRITORES DA LIBERDADE: GANGUES, PRECONCEITO
E CUMPLICIDADE
TRÊS LAGOAS
2014
HORÁCIO HENRIQUE CAMPELO
LEANDRO DO CARMO
LEANDRO DA SILVA
ESCRITORES DA LIBERDADE: GANGUES, PRECONCEITO
E CUMPLICIDADE
Trabalho apresentado à disciplina de Comunicação Oral e
Escrita, ministrada pela professora Ana Luzia, no curso
Técnico de Celulose e Papel na FATEC SENAI de Três
Lagoas para obtenção parcial de notas no ano letivo de
2014
TRÊS LAGOAS
2014
SINOPSE DO FILME “ESCRITORES DA LIBERDADE, 2007”
No filme, a professora Erin Gruwell assume uma turma de alunos
problemáticos de uma escola que não está nem um pouco disposta a investir ou
mesmo acreditar naqueles garotos. No começo a relação da professora com os
alunos não é muito boa. A professora é vista como representante do domínio dos
brancos nos Estados Unidos. Suas iniciativas para conseguir quebrar as barreiras
encontradas na sala de aula vão aos poucos resultando em frustações.
Apesar de muitas vezes apresentar desânimos nas chances de um resultado
positivo no trabalho com aquele grupo, Erin não desiste, levanta a cabeça e segue
em frente.
Mesmo não contando com o apoio da direção da escola e das demais
professoras, ela acredita que há possibilidades de superar as mazelas sociais e
étnicas ali existentes. Para isso cria um projeto de leitura e escrita, iniciada com o
livro " O diário de Anne Frank" em que os alunos poderão registrar em cadernos
personalizados o que quiserem sobre suas vidas.
Ao criar um elo com o mundo Erin fornece aos alunos um elemento real de
comunicação que permite ao mesmox se libertarem de seus medos, anseios,
aflições e inseguranças.
Erin consegue mostrar aos alunos que os impedimentos e situações de
exclusão e preconceito podem afetar a todos independente da cor, da pele, da
origem étnica, da religião etc.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5
1.1 Objetivo .............................................................................................................. 6
2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................ 7
2.1 Gangues ............................................................................................................ 7
2.1.1 Os CRIPS .................................................................................................... 8
2.1.2 Os BLOODS ................................................................................................ 8
2.1.3 Rivalidade Entre os CRIPS e BLOODS ....................................................... 9
2.1.4 As gangues no filme .................................................................................... 9
2.3 Preconceito ...................................................................................................... 12
2.3.1 Definição de Preconceito ........................................................................... 12
2.3.2 Preconceito no Filme ................................................................................. 12
2.4 Cumplicidade ................................................................................................... 13
2.4.1 Definições de Cumplicidade ...................................................................... 13
2.4.2 Cumplicidade em “Escritores da Liberdade” .............................................. 14
3. Conclusão ............................................................................................................. 15
Referência Bibliográfica ............................................................................................ 16
1. INTRODUÇÃO
A desigualdade social é uma marca de uma sociedade em que o ganhar o
máximo de dinheiro possível para aquisição de bens ocupa o centro da vida das
pessoas. A sociedade se torna um grande ringue, em que nos deparamos com
adversários à todos os momentos. O objetivo é derrubá-los, passar por cima deles e
obter a vitória. Essa é uma imagem de como as crianças são criadas hoje em dia:
Aprendem muito sobre como se tornarem futuros profissionais e ganharem muito
dinheiro, e muito pouco sobre o que fazer com esse dinheiro ou como se tornarem
homens e mulheres com sólido embasamento moral, ou como se tornarem pais e
mães.
O produto é uma sociedade composta por cidadãos com uma idéia de bem-
estar geral muito fraca, em que predomina o individualismo e o ganho pessoal, com
valores morais e éticos relativos e fracos. Nesse quadro aqueles que não se
adequam no objetivo de ganhar muito dinheiro a qualquer custo ou que não
possuem bens de valores consideráveis ocupam a marginalidade dessa sociedade.
Nesse contexto de marginalização se encontram os protagonistas do filme
“Escritores da Liberdade”. Jovens dos Estados Unidos, da região de Los Angeles,
que pensavam não ter futuro algum fora daquele de seus pais, familiares e amigos
os quais se envolviam com as gangues ou viviam sob o seu terror. Por se tratarem
de jovens habitantes dos conjuntos habitacionais e periferias, negros, latinos e
asiáticos, pensavam estar condenados à entrarem para as gangues de seus bairros
e defender a “honra” de sua etnia.
Suas vidas começam a mudar com a chegada de uma professora novata, Erin
Gruwell com um intenso desejo de transformar vidas para melhor, que via na
carreirade preferência de seu pai, o direito, uma etapa muito avançada para
transformar histórias, focando seus esforços profissionais em educar jovens do
ensino médio, imaginando poder formar bons cidadãos através do ensino com
cuidado, a fim de formar não só estudadantes, mas boas pessoas. Sua primeira
turma se mostrou um desafio: Era formada por jovens residentes em bairros de alta
criminalidade, que já haviam tido contato direto ou indireto com crimes e mortes.
Essa turma fora formada após a promulgação de uma lei de integração social pela
Secretária de Educação. Como era de se esperar eles não foram bem recebidos na
escola.
Ao longo do filme a história desses jovens nos narra muito das tensões racial
e de classes existente nos Estados Unidos não muito tempo atrás. Esses
adolescentes são um exemplo de verdadeiro preconceito. Por serem de
comunidades pobres e de alta criminalidade, muitas chances que seriam dadas à
outros jovens não lhes são dadas. A escola e os seus professores não lhes davam a
chance que todos merecem, mas antes preferiram isolar esses alunos, e juntá-los
em uma espécie de reformatório dentro da escola, uma sala separada de todo o
resto.
Enquanto a professora Gruwell tentava ensinar-lhes lições importantes sobre
os estudos e a vida, eles eram asssediados o tempo todo pelas gangues e pela vida
de criminalidade como um meio de sobreviver. As gangues eram vistas como
protetoras dos bairros, e de fato exerciciam grande influência em suas regiões.
Residentes dos bairros que eram contra as gangues, muitas vezes eram vistos
como traidores de seu povo. Era muito improvável que os jovens dessa história se
desvencilhassem de toda essa carga histórica, sendo mais possível serem
absorvidos nessa trama de segregação racial e luta de classes.
Suas vidas mudaram com o que fora proposta pela então senhora Gruwell:
Criar laços de amizade e compreensão, entendimento e verdadeiro amor pelo
próximo, criar cumplicidade. Os jovens começaram a se identificar por conta de suas
histórias, suas lutas e medos,e juntos viram que era possível quebrar esse círculo
de segregação e preconceito.
E é intenção desse presente trabalho discorrer sobre três componentes
fundamentais de toda a trama desse filme: O preconceito, as gangues e
cumplicidade
1.1 Objetivo
Pesquisar três dos pontos principais do filme “Escritores da Liberdade”. O
preconceito vivido por esses adolescentes, as gangues que os rondavam e a
cumplicidade, o sentimento criado entre eles e que os fortaleceu e os uniu como
bons amigos.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Gangues
A região metropolitana de Los Angeles, Califórnia, é uma região
famosa pela quantidade de organizações criminosas atuantes nessa área. Elas
geralmente se distribuem por bairros, região com a qual elas se identificam as quais
elas tratam como seus territórios. O seu objetivo é defender a sua “etnia” através da
promoção do terror e de atividades ilícitas como o tráfico de drogas, venda de armas
“frias” e promoção de roubos, furtos e assassinatos. A seguir será dada uma
definição do termo gangues (chamadas também de quadrilhas e organizações
criminosas) e um relatório das principais gangues atuantes na região metropolitana
de Los Angeles, inclusive a de Long Beach, cidade onde se situava a escola de
(NOME DA ESCOLA).
2.1.1 Definição do termo Gangue
Quadrilha, bando, associação criminosa ou gangue são denominações
atribuídas a um grupo de pessoas que tem por objetivo práticas crimes ou atividades
consideradas ilegais em determinado ordenamento jurídico.
O termo gangue (derivado da palavra inglesa gang) refere-se normalmente a
um grupo de indivíduos que compartilham uma identidade comum e, na concepção
atual, se envolvem em atividades ilegais. Entre as gangues norte-americanas mais
célebres pode-se citar os Bloods, os Crips, os Latin Kings e a Mara Salvatrucha,
gangue de imigrantes salvadorenhos. Os integrantes de uma gangue são
chamados gângsters. (Wikipedia.org)
Umas das principais gangues de Los Angeles são os Crips e os Bloods. Os
Crips são uma gangue que começou com adolescentes da periferia de Los Angeles
e que se espalhou por quase todo os Estados Unidos. A seguir será apresentada
uma pequena apresentação dessas gangues.
2.1.1 Os CRIPS
Os CRIPS são um gangue de rua fundada em Los Angeles, Califórnia,
em 1969 pelos jovens de quinze anos Raymond Washington e Stanley Williams. O
que era inicialmente uma sigla de gangue passou a ser uma das maiores e mais
poderosas gangues de rua dos Estados Unidos, e do mundo também, ultrapassando
a marca 35 000 membros.
A gangue é conhecida pelo envolvimento em assaltos, assassinatos, e tráfico
de drogas, entre outros crimes e também pelo hábito de seus integrantes vestirem
roupas de cor azul. Contudo, essa prática está sendo abandonada por causa da
facilidade da polícia em identificar os membros da gangue.
Esta gangue também é conhecida por ter uma intensa e amarga rivalidade
com os BLOODS, com as gangues de Chicago e com algumas gangues latinas.
Em 1971, o uso da palavra "Crip" se tornou comum entre os membros da
Avenues Cribs (gangue original que deu origem aos CRIPS) que se tornou um nome
para a gangue. Nesse tempo,Raymond Washington e sua gangue influenciaram
jovens de outras áreas resultando na formação de várias outras gangues de CRIPS,
ultrapassando a divisa entre cidades. O que teria sido formado em East Los Angeles
(Baby Avenues), cruzou o condado de Los Angeles, chegando em Compton, Long
Beach (cidade onde se localizava a escola do filme em estudo), Inglewood, Watts,
Crenshaw, Willowbrook e outras concentradas principalmente no subúrbio de Los
Angeles.
Algumas dessas outras gangues são Avalon Garden Crips, Eastside
Crips,Inglewood Crips e Westside Crips.
As sigla CRIPS significa Comunity Revolution In ProgresS (Revolução da
Comunidade Em Progresso). (Wikipedia.org)
2.1.2 Os BLOODS
Os BLOODS são uma das gangue estadunidense com origem
na cidade de Los Angeles, Califórnia. Eles são reconhecidos pela cor vermelha,
usado pelos membros, e seu símbolo com os dedos que forma a palavra "blood"
(sangue em português). Os Bloods são formados por vários sub-grupos que
possuem características próprias como estilo das roupas e cores e operações.
Desde sua formação os BLOODS já se espalharam por todos os Estados Unidos,
com número estimado de membros entre 25.000 a 30.000. Também influenciaram
vários grupos de jovens a usar o mesmo nome na Europa.
Em meados de 1971, os Avalon Garden CRIPS e Inglewood CRIPS e mais
alguns conjuntos de Crips juntaram forças. Eles começaram a expandir o território
Crip, para áreas não-Crip, que eram controladas pelos L.A. Brims, uma poderosa
gangue de rua formada em 1969. Para responder às investidas dos CRIPS, muitas
pequenas gangues se juntaram e formaram os BLOODS, incluindo os Bishops e os
Anthem Park Boys. Os Denver Lanes também tinha rixa com os CRIPS mas eles
acabaram por desaparecer de L.A. A sigla BLOODS significa Brotherly Love
Override Oppressive Destruction'S (Amor Fraternal Suplanta Destruições
Opressivas). (Wikipedia.org)
2.1.3 Rivalidade Entre os CRIPS e BLOODS
As gangues CRIPS eram expansionistas e, por causa de sua fome territorial,
outras gangues se juntaram para se proteger e formaram o que hoje é a gangue dos
BLOODS. Eles adotaram a cor vermelha como sua bandeira, por ser reconhecida
facilmente como "oposta" à bandeira azul dos CRIPS.
Uma grande rivalidade surgiu entre essas duas gangues através dos anos 70
e 80. Durante os anos 80 os CRIPS iniciaram e expandiram o comércio de uma
droga nova para época, o crack. Desde então o comércio de drogas tem sido uma
das forças das gangues nos Estados Unidos, tendo como fornecedor países
famosos por traficar drogas como a Colômbia. Nesse mercado negro a competição
entre as gangues é intensa. Quem possui controle sobre mais território
consequentemente possui mais clientela para as drogas, e com o lucro o poder
dessas gangues aumenta.
2.1.4 As gangues no filme
No filme vemos que os jovens vindos do programa de integração social
sofriam demasiada influência das gangues predominantes em seus bairros. As
prováveis gangues que influenciavam os jovens negros eram os “CRIPS” ou os
“BLOODS”, que detinham grande poder na região de Long Beach. Essas
organizações criminosas se tornaram famosas depois de sua grande expansão nos
anos 70 e 80. Os CRIPS chengaram a ultrapassar o número das outras gangues em
sua região em uma proporção de três para um.
Os CRIPS eram conhecidos pela violência e intolerância com as outras
gangues. Eram chamados expansionistas por uma tática de conquista de território
que envolvia o assassinato e opressão á outras gangues.
Os jovens latinos provavelmente estavam sob influência dos “Latin Kings”.Os
asiáticos, principalmente os cambodianos no filme, eram influenciados por algumas
gangues menores.
Esses adolescentes estavam sob forte influência dessas gangues e
suas rivalidades, fato que é comprovado pelo clima de tensão que eles traziam para
a aula. No começo do filme é mostrado um início de briga entre dois jovens negros,
provavelmente de gangues rivais, enquanto corta-se a cena para um aluno armado
que quase acaba sacando sua arma, quando então a disputa é apaziguada.
A disposição da sala de aula em si nos conta muito da rivalidade e da
segregação desses jovens em bairros. Existia uma parte da sala na qual se
situavam os cambodianos, asiáticos. Em outro setor os latinos se aglomeravam e os
negros, em maioria, ocupavam vários lugares na sala. Essa disposição em territórios
diz muito do que esses alunos viviam em suas casas e bairros, nos quais eles
aprenderam que só estavam protegidos em seu território e se obedecessem às
gangues que dominavam o lugar. Não é de se surpreender ao ver eles promovendo
a separação da sala de aula em “bairros”, onde se sentiam protegidos.
A resistência inicial à novata professora Gruwell também tem a ver com
o ensinamento faccioso que esses jovens receberam. Aprenderam a não confiar em
alguém que não fosse de seu bairro, ou que fosse branco. O sentimento de
opressão é claro. Por alguns séculos os negros e latinos haviam servido os colonos
caucasianos como escravos, e mesmo após a declaração da liberdade esse
sentimento ainda continuava forte nos negros, que sofreram forte rejeição da
comunidade branca, sendo excluídos de lugares públicos onde estavam
caucasianos reunidos, pois eram tratados como inferiores. Consequentemente os
negros foram marginalizados nessa sociedade, e o sentimento de injustiça
perseverava geração após geração. Isto estava incrustado na consciência das
comunidades negras. Os latinos também carregavam esse preconceito.
Os latinos em massa na sociedade americana são de um fenômeno mais
recente. Hoje por exemplo muitos dos imigrantes latinos ocupam sub-empregos,
sendo rejeitados pela população local, o que contribui para a sua marginalização.
Essa estrutura facciosa da sala de aula começou a ser quebrada
quando a professora Gruwell propôs uma pequena brincadeira em que fazia
perguntas, e quem se enquadrasse nelas devia se aproximar de uma linha posta no
meio da sala. Ao fazer perguntas como se os jovens conheciam algum amigo que
havia morrido por conta da violência entre gangues e quantos amigos haviam
perdido, os jovens começaram a se identificar uns com os outros.
Outro evento que ajudou muitos os estudantes foi a proposta de que
eles escrevessem sobre suas vidas em um diário, o que inclusive veio a dar origem
ao livro e posteriormente o filme de mesmo nome. Suas histórias eram muito
parecidas: O medo e a incerteza que viviam, a opressão das gangues nos bairros e
do sistema educacional na escola. Isso serviu para uni-los cada vez mais.
A leitura em grupo do livro sobre o diário de Anne Frank, uma refugiada
judia nos tempos da segunda guerra mundial mostrou aos jovens que seus
problemas não são únicos e que muitas pessoas haviam passada por situações
semelhantes, porém ainda piores. O holocausto dos judeus conduzido pelos
nazistas, a pior das gangues segundo a professora Gruwell, foi um dos eventos mais
trágicos da história da humanidade. O encontro desses jovens com sobreviventes
dessa época e com a mulher que havia abrigado Anne Frank ensinou à esses jovens
que deve-se fazer o que é certo, independente se o meio em que se vive seja
contrário ou opressivo quanto a isso.
O tema gangues ocupa um lugar central nesse filme, pois é desse
contexto de marginalização e criminalidade que vieram os jovens do filme, os quais
no final contrastam nitidamente desse antigo fundo de pano de exclusão social e
futuro sem muitas chances ao entrarem para a faculdade e muitos se tornarem os
primeiros de sua família a se formarem no ensino superior.
2.3 Preconceito
2.3.1 Definição de Preconceito
Ao consultar o dicionário Michaelis encontra-se a seguinte definição de
preconceito:
Conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos adequados. 2 Opinião ou sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão. 3 Superstição que obriga a certos atos ou impede que eles se pratiquem. 4 Sociologia: Atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos. P. de classe: atitudes discriminatórias incondicionadas contra pessoas de outra classe social. P. racial: manifestação hostil ou desprezo contra indivíduos ou povos de outras raças. P. religioso: intolerância manifesta contra indivíduos ou grupos que seguem outras religiões.
Vemos que preconceito pode ser definido como juízo preconcebido de algo ou
alguém que não se conhece. O ser humano utiliza preconceitos o tempo todo. Nossa
visão de mundo e nossa interação com ele depende de muitos preconceitos. Uma
pessoa não pula de um prédio porque ela sabe mesmo sem fazer isso que ela vai se
machucar ou talvez morrer. O termo preconceito se tornou hoje sinônimo de
discriminação e exclusão, o que por definição não está certo. Utilizando-se desse
ponto de vista, preconceito hoje se resume às definições dadas por último pelo
dicionário Michaelis: Preconceito de classe, racial e religioso. Ou seja, seria a
mesma coisa de exclusão social por conta de uma característica ou decisão em
particular de uma pessoa. Nessa mesma definição entram os ódios infudados ou
fobias, que têm como consequência a agressão verbal e física.
2.3.2 Preconceito no Filme
O preconceito em questão é o de exclusão e hostilidade por motivo racial (ou
étnico) e social. Jovens de bairros diferentes não se relacionavam porque
aprenderam que só poderiam se relacionar com pessoas de seus bairros, os quais
são verdadeiramente suas família. Inclusive o ódio contra pessoas de outros bairros
era incitado, fruto de uma rivalidade entre gangues rivais.
Por conta desse preconceito os jovens se excluíam na sala. A sala de aula
era dividida em zonas, sinal daquilo que acontecia em suas próprias vidas fora da
escola, o de separação por bairros.
Um episódio de preconceito que marcou o filme foi o da caricatura de uma
jovem negro desenhada por um outro aluno. Nesse desenho o jovem negro era
retratado com lábios grossos e exagerados. Esse fato foi a gota d’água para a
professora Gruwell, a qual aproveitou a oportunidade para introduzir um famoso
caso de preconceito e perseguição, o holocausto. A partir desse episódio o assunto
nazismo e judeus foi introduzio na sala, e depois a leitura em grupo do livro “O diário
de Anne Frank”. Essa experiência uniu a turma e quebrou a barreira de seus
preconceitos. Ironicamente o ponto decisivo para a união da sala foi a perseguição e
exclusão sofridos por outro povo, história com a qual todos se identificaram.
Enxergando além de seus preconceitos os alunos viram suas histórias na vida
de seus colegas, viram que o que acontecia em suas vidas, as perdas e medos,
aconteciam na vida de outras pessoas de outros bairros, isso se chama compaixão.
O amor ao próximo passou a ser explorado por esse alunos, eles se viram então
envoltos em uma rede de amizade e cuidado, pela qual eles se uniram na chamada
“sala da Sra. Gruwell”, e se chamavam de família.
Esta história move nossos corações é claro, mas nos ensina algo muito
importante: A nossa primeira atitude com o próximo conta muito. Se odiamos alguém
sem ao menos conhecê-los o relacionamento já se deu início, e não de um jeito
bom. Isso é o chamado “Não fui com a cara daquela pessoa”. Esta atitude é
condenável e deve ser combatida em nossa sociedade.
O que deveria reinar em nossos corações antes de conhecer alguém é o
amor. Não no sentido de amar eroticamente esposa ou esposo, fraternalmente ou
como amamos pai e mãe, pois esses amores são especiais, mas falo de um amor
respeitoso. O respeito deve reinar antes de se iniciar um relacionamento, isso evita
atritos desnecessários e inimizades onde nem se houve um contato próximo ainda.
Só de carregarmos isso desse filme, já valeria muito a pena que todos assistissem.
2.4 Cumplicidade
2.4.1 Definições de Cumplicidade
“Apoiar o outro em suas decisões, aceitar os limites do outro, saber
ouvir o que o outro tem a dizer, mesmo que você não concorde, para que o outro
possa lhe ouvir também, dividir o espaço sem romper seus limites, trocar experiência
e não competir entre si.” (Dicionário Informal)
Ato, característica ou condição de cúmplice - em que há conivência e
entendimento: naquela relação de amizade existia cumplicidade.
Direito Penal. Participação voluntária e auxiliar num crime, num delito: ele foi
cúmplice no assalto ao banco. (Dicio.com.br)
2.4.2 Cumplicidade em “Escritores da Liberdade”
Cumplicidade não é só ser cúmplice nos atos corretos, existe também
a cumplicidade nas ações erradas. No filme os jovens eram cumplices com suas
etnias apoiando-os por pensar que tinham que proteger os seus. Como no
depoimento falso feita por Eva (personagem latina). Nele ela mentia para livrar da
prisão um jovem latino que cometeu o assassinato de um jovem asiático em que ela
foi cúmplice, e tentava culpar outro homem. Mas no momento do depoimento ela
decidiu falar a verdade, por conta de tudo aquilo que ela havia aprendido sobre o
amor ao próximo independente de etnia e bairro.
Com a nova professora, senhora Gruwell, eles começaram a perceber
que tinham que ser verdadeiros cúmplices entre si mesmos, apoiar uns aos outros
nos estudos, ajudar seus verdadeiros amigos e não criar mais inimigos, mas sim
amigos de várias etnias. Aprenderam a ser cúmplices nas atitudes corretas e não
em atos criminosos.
3. CONCLUSÃO
Gangues, preconceito e cumplicidade. Três palavras que foram a
tônica nesse filme. As três se relacionam tão intimamente em “Escritores da
Liberdade” que é difícil de comentar o filme sobre um desses temas e não citar os
outros dois.
As gangues e o conflito entre elas nos forneceram o pano de fundo
para todo o drama. O preconceito era o que reinava em suas mentes decorrente da
influência dessas gangues na vida dos jovens. A cumplicidade que esses jovens
tinham era aquela relacionada à associações criminosas e seus delitos, já no final do
filme passou a ser cumplicidade entre amigos em que se reinava o amor.
Três temas chaves para o filme, dos quais através da apreensão da
lição que nos é oferecida nesse filme e no livro de mesmo nome, acrescenta muito
para a vida e para os relacionamentos de qualquer pessoa.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
DICIONÁRIO MICHAELIS . Disponível em
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=preconceito [acessado em 04 de dez. 2014].
LAGRAVENESE, Richard. Escritores da Liberdade. USA: Paramount Pictures, 2007. Filme (123 min.).
WIKIPÉDIA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2014; Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Wikip%C3%A9dia&oldid=40533816>[acessado em 04 de
dez. 2014].