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2016 PT Tendências e evoluções ISSN 2314-9175 Relatório Europeu sobre Drogas

Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

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Tendências e evoluções

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Relatório Europeu sobre Drogas

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2016

Tendências e evoluções

Relatório Europeu sobre Drogas

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I Aviso legal

A presente publicação é propriedade do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA) e

encontra-se protegida por direitos de autor. O EMCDDA não tem qualquer responsabilidade, real ou implícita, pela

utilização que venha a ser feita das informações contidas no presente documento. O conteúdo da presente

publicação não reflete necessariamente as opiniões oficiais dos parceiros do EMCDDA, dos Estados-Membros da

União Europeia ou de qualquer instituição ou agência da União Europeia.

O Europe Direct é um serviço que o ajuda a obter respostas para as suas perguntas relacionadas com a União Europeia.

Linha telefónica gratuita (*): 00 800 6 7 8 9 10 11

(*) As informações prestadas são gratuitas, tal como a maior parte das chamadas, embora alguns operadores, cabines telefónicas ou hotéis as possam cobrar

Mais informações sobre a União Europeia encontram-se disponíveis na Internet (http://europa.eu).

O presente relatório está disponível em alemão, búlgaro, checo, croata, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol,

estónio, finlandês, francês, grego, húngaro, inglês, italiano, letão, lituano, neerlandês, norueguês, polaco, português,

romeno, turco e sueco. Esta tradução foi fornecida pelo Centro de Tradução dos Organismos da União Europeia.

Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia, 2016

ISBN: 978-92-9168-862-3

doi:10.2810/220354

© Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, 2016

Reprodução autorizada mediante indicação da fonte.

Citação recomendada: Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (2016), Relatório Europeu sobre

Drogas 2016: Tendências e evoluções, Serviço das Publicações da União Europeia, Luxemburgo.

Printed in Belgium

Impresso em papel branqueado sem cloro elementar (ECF)

Praça Europa 1, Cais do Sodré, 1249-289 Lisboa, Portugal

Tel. +351 211210200

[email protected] I www.emcdda.europa.eu

twitter.com/emcdda I facebook.com/emcdda

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I Índice

5 Prefácio

9 Nota introdutória e agradecimentos

11 I SÍNTESE

O mercado de droga europeu continua a dar sinais de resiliência

17 I CAPÍTULO 1

A oferta de drogas e o mercado

37 I CAPÍTULO 2

Consumo de drogas, prevalência e tendências

53 I CAPÍTULO 3

Danos causados pela droga e respostas

71 I ANEXO

Quadros de dados nacionais

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I Prefácio

É com enorme prazer que o EMCDDA apresenta a sua 21.ª análise anual relativa ao

fenómeno da droga na Europa, bem como os seus novos diretor e presidente do Conselho

de Administração, ambos recentemente eleitos. À semelhança dos anos anteriores, o

Relatório Europeu sobre Drogas de 2016 oferece uma perspetiva oportuna das últimas

tendências e evoluções verificadas neste contexto, apresentando-as sob a forma de um

pacote multimédia integrado. A singularidade deste relatório reside na sua capacidade de

conceber uma panorâmica atualizada e rigorosa do consumo de drogas, dos problemas

relacionados com a droga e dos mercados de droga, complementando depois essa análise

situacional com informações sobre as políticas e práticas em matéria de drogas.

A análise deste ano foca, mais uma vez, a crescente complexidade com que a Europa se

depara no que diz respeito ao problema das drogas, um problema em que assumem cada

vez mais relevância os estimulantes, as novas substâncias psicoativas, o consumo

indevido de fármacos e o consumo problemático de cannabis. O relatório também nos

recorda que alguns problemas do passado continuam bem presentes — mesmo que se

tenham alterado os desafios que agora se colocam em matéria de definição de políticas e

práticas. O problema dos opiáceos na Europa continua a ser um ponto central na análise

de 2016, refletindo o significativo impacto que estas drogas ainda têm nos níveis de

mortalidade emorbilidade . Assistimos agora a uma relação cada vez mais complexa entre

o consumo de heroína e opiáceos sintéticos, acompanhada de um preocupante aumento

nas estimativas globais das mortes relacionadas com opiáceos. Os serviços de saúde

europeus têm agora de dar resposta às necessidades mais complexas decorrentes do

envelhecimento da coorte de consumidores de heroína, ao mesmo tempo que os

decisores políticos se debatem com a difícil questão de definir a terapia de longo prazo

mais adequada a este grupo. Paralelamente, novas «epidemias» de heroína registadas

noutras partes do mundo recordam-nos que esta é uma área onde a vigilância é

necessária e a contínua monitorização é fundamental.

O presente relatório é, basicamente, um esforço conjunto, pelo que temos de agradecer a

todos aqueles cujos contributos tornaram possível a sua elaboração. Como sempre, as

informações fornecidas pelos pontos focais nacionais da Reitox e pelos peritos nacionais

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Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

6

constituem a base da análise aqui apresentada. Agradecemos ainda os contributos

recebidos dos nossos parceiros institucionais a nível europeu, sobretudo da Comissão

Europeia, da Europol, do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças e da

Agência Europeia de Medicamentos. Congratulamo-nos também com o facto de as redes

de investigação europeias terem, este ano, fornecido informações adicionais ao nível das

cidades, as quais complementam os dados nacionais em domínios como a análise de

águas residuais e as emergências hospitalares relacionadas com o consumo de drogas e

nos permitem compreender melhor os padrões de consumo e os danos causados pela

droga em toda a Europa.

Por fim, salientamos que a publicação do presente relatório ocorre numa altura importante

para o desenvolvimento das políticas de luta contra a droga, quer ao nível europeu, quer

ao nível internacional. Na Europa, serão avaliados os resultados do atual plano de ação de

luta contra a droga, e começaram a ser definidas as medidas a tomar com vista à

implementação da Estratégia europeia de luta contra a droga nos próximos anos. Alguns

países europeus têm também participado ativamente nos debates internacionais

associados à Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas, que se realizou

em abril deste ano, em Nova Iorque. A posição da União Europeia chamou a atenção para

o valor de uma abordagem equilibrada baseada em factos e ancorada num firme

compromisso de respeito pelos direitos humanos. Em nosso entender, um dos motivos

pelos quais a União pode falar com autoridade neste debate prende-se com o empenho

que demonstra em procurar entender a natureza mutante dos problemas que atravessa e

com a avaliação crítica daquilo que funciona. Verificamos com orgulho que o presente

relatório e o trabalho do EMCDDA e dos seus parceiros nacionais continuam a contribuir

para tal entendimento e continuamos convictos de que uma boa informação é um

pré-requisito para a definição de políticas e ações adequadas nesta matéria.

Laura d’Arrigo

Presidente do Conselho de Administração do EMCDDA

Alexis Goosdeel

Diretor do EMCDDA

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9

I Nota introdutória e agradecimentos

O presente relatório baseia-se em informação fornecida ao Observatório Europeu da Droga

e da Toxicodependência (EMCDDA) pelos Estados-Membros da União Europeia, pelo país

candidato Turquia e pela Noruega, sob a forma de um pacote de relatórios nacionais.

O seu objetivo é descrever, de forma global e sucinta, o fenómeno da droga na Europa e as

respostas que lhe são dadas. Os dados estatísticos aqui incluídos referem-se ao ano de 2014

(ou ao último ano disponível). A análise das tendências baseia-se apenas nos países que

fornecem dados suficientes para descrever a evolução registada ao longo do período em causa.

A significância estatística é testada ao nível 0,05, salvo indicação em contrário. Importa

assinalar também que a monitorização dos padrões e tendências de um comportamento

oculto e estigmatizado como o consumo de droga é difícil, tanto em termos práticos como

metodológicos, o que nos levou a utilizar múltiplas fontes de dados para efetuar a análise que

aqui apresentamos. Embora se observem melhorias consideráveis, tanto a nível nacional como

nas análises que hoje são possíveis a nível europeu, importa reconhecer as dificuldades

metodológicas existentes neste domínio. Recomenda-se, assim, uma interpretação prudente

dos dados, sobretudo quando se comparam os países em relação a cada medida. Na versão

em linha do presente relatório, bem como no Boletim Estatístico, poderão encontrar-se

advertências e restrições relativas aos dados, bem como informações detalhadas sobre a

metodologia, os condicionalismos analíticos e os comentários sobre as limitações do conjunto

de informações disponíveis. Estão igualmente disponíveis informações sobre os métodos e os

dados utilizados nas estimativas a nível europeu, com destaque para eventuais interpolações.

O EMCDDA agradece a colaboração prestada pelas pessoas e entidades que a seguir se

mencionam, sem a qual este relatório não teria sido possível:

os diretores e o pessoal dos pontos focais nacionais da Reitox;

os serviços e peritos que, nos diferentes Estados-Membros, recolheram dados em bruto

destinados ao relatório;

os membros do Conselho de Administração e do Comité Científico do EMCDDA;

o Parlamento Europeu, o Conselho da União Europeia (em especial, o grupo de trabalho

horizontal «Drogas») e a Comissão Europeia;

o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), a Agência Europeia de

Medicamentos (EMA) e a Europol;

o Grupo Pompidou do Conselho da Europa, o Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e

o Crime, o Gabinete Regional para a Europa da Organização Mundial da Saúde, a Interpol, a

Organização Mundial das Alfândegas, o Projeto Europeu de Inquérito Escolar sobre o

Consumo de Álcool e outras Drogas (ESPAD), o Grupo Nuclear Europeu de Análise das

Redes de Saneamento (Sewage Analysis Core Group Europe – SCORE), a Rede Europeia

de Emergências ligadas à Droga (European Drug Emergencies Network – Euro-DEN) e o

Conselho Sueco de Informação sobre Álcool e outras Drogas (CAN);

o Centro de Tradução dos Organismos da União Europeia, a Missing Element Designers,

Nigel Hawtin e a Composiciones Rali.

Pontos focais nacionais da Reitox

A Reitox é a rede europeia de informação sobre a droga e a toxicodependência. A rede é

constituída pelos pontos focais nacionais dos Estados-Membros da União Europeia, da

Turquia – país candidato –, da Noruega e da Comissão Europeia. Sob a responsabilidade dos

seus governos, os pontos focais são as autoridades nacionais que fornecem informações

sobre droga ao Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA). Os

contatos dos pontos focais nacionais estão disponíveis no sítio Web do EMCDDA.

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A agenda política em matéria de droga da Europa deverá abarcar um conjunto mais alargado e complexo de questões

Síntese

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11

Síntese

O mercado de droga europeu continua a dar sinais de resiliência

De acordo com a análise aqui apresentada, o mercado de droga europeu continua resiliente e com alguns indicadores de aumento do consumo, sobretudo de cannabis e drogas estimulantes. Regra geral, os dados sugerem que o nível de pureza ou potência da maioria das substâncias ilícitas é elevado ou está a aumentar. A maioria dos dados recentes obtidos através de inquéritos sobre prevalência revela também um ligeiro crescimento no consumo estimado das drogas mais comuns. A complexidade do mercado de drogas também aumentou, com a disponibilização de novas substâncias aos consumidores, para além das já existentes, sinal de que os fármacos estão a assumir um papel cada vez mais visível, e com padrões de policonsumo de drogas, a regra entre os toxicodependentes. As proibições são difíceis de implementar, uma vez que é no coração da Europa, junto dos consumidores, que agora ocorre a

produção de cannabis, drogas sintéticas e mesmo de certos opiáceos e novas substâncias psicoativas. No seu conjunto, esta nova análise salienta a necessidade da agenda política em matéria de droga da Europa abarcar um conjunto mais alargado e complexo de questões do que tem acontecido até agora.

I Ressurgimento da MDMA

O ressurgimento da MDMA enquanto estimulante

comummente consumido pelos jovens é ilustrativo de

alguns dos novos desafios colocados pelo atual mercado

de droga. A inovação no fornecimento de precursores, as

novas técnicas de produção e o fornecimento por

comércio eletrónico parecem estar a fazer renascer um

mercado agora caracterizado pela diversidade dos seus

produtos. Pós, cristais e comprimidos com dosagem

elevada encontram-se agora disponíveis sob uma

variedade de logótipos, cores e formatos, com provas de

produção e encomenda e com utilização de técnicas de

marketing sofisticadas e direcionadas. Esta poderá ser

uma estratégia deliberadamente adotada pelos produtores

para chamar a atenção para a droga em causa, após um

longo período em que a fraca qualidade e a adulteração da

mesma resultou num declínio do seu consumo.

Aparentemente, a estratégia tem vindo a obter algum

Page 14: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

12

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

de combate ao consumo de cannabis. Os dados

apresentados neste relatório contribuem para o

esclarecimento deste debate, uma vez que incidem sobre

algumas das questões mais complexas que devem ser

consideradas. É importante que esta questão seja

debatida, pois o consumo global de cannabis não parece

estar a diminuir, dando antes sinais de estar a começar a

aumentar junto de certas populações. Com efeito, dos

países que apresentaram estimativas recentes (a partir de

2013), a maioria registou um aumento do consumo desta

droga.

Novas estimativas revelam que a cannabis é responsável

pela maior quota, em termos de valor, do mercado europeu

de drogas ilícitas. A produção de cannabis transformou-se

numa grande fonte de receitas para o crime organizado. A

importação de cannabis a partir de vários países e o

aumento da produção na Europa dificultam

consideravelmente a aplicação da lei, pressionando ainda

mais os recursos das autoridades policiais e aduaneiras.

As infrações relacionadas com a cannabis,

maioritariamente referentes a consumo ou a posse para

consumo próprio, também representam cerca de três

quartos de todas as infrações relacionadas com drogas.

Assistimos ainda a uma maior compreensão das

implicações que o consumo de cannabis tem para a saúde

e para a sociedade. Estas são mais evidentes entre os

consumidores que consomem com mais frequência ou há

mais tempo, estimando-se em cerca de 1 % os adultos

europeus que consomem cannabis diariamente ou quase

diariamente. Independentemente de se tratar de resina de

cannabis ou de cannabis herbácea, os níveis de potência

são os mais elevados de sempre. Este é um dado

preocupante, pois implica um maior risco de os

consumidores virem a sofrer de problemas de saúde

agudos e crónicos. Além disso, atualmente a maioria das

pessoas que iniciam pela primeira vez um tratamento da

toxicodependência fá-lo devido ao consumo desta droga,

apesar de estes dados terem de ser entendidos apenas

como vias de referenciação e no contexto de uma mais

ampla definição dos cuidados a prestar a esta população.

As respostas políticas nesta área devem ter em conta que

na Europa, ao contrário do que acontece noutras partes do

mundo, a cannabis é normalmente fumada com tabaco, o

que aumenta a relevância de uma ação sinergética entre o

controlo da cannabis e o controlo do tabaco.

sucesso, com indícios de que a MDMA se está a tornar

cada vez mais popular, quer junto dos velhos

consumidores de estimulantes, quer junto de uma nova

geração de jovens consumidores. Esta conclusão revela a

necessidade de apostar em medidas de prevenção e

redução de danos direcionadas para um novo grupo de

consumidores que, apesar de consumir produtos de

elevada dosagem, desconhece os riscos associados aos

mesmos.

I Novos dados colocam em evidência padrões regionais de consumo e danos causados por estimulantes

O presente relatório sugere que deve ser dada maior

importância à identificação e ao tratamento de padrões

localizados de consumo de estimulantes e respetivos

danos. Algumas conclusões recentemente obtidas a partir

de análises efetuadas a águas residuais estabelecem um

paralelismo entre as apreensões e os dados do inquérito,

na medida em que ambos revelam diferenças regionais em

termos de padrões de consumo de estimulantes na

Europa. O consumo de cocaína é mais elevado nos países

ocidentais e do sul da Europa, enquanto as anfetaminas

são proeminentes nos países do norte e do leste europeu.

A médio prazo, tanto a cocaína como as anfetaminas

tiveram um aumento do grau de pureza, com os preços a

permanecerem geralmente estáveis. Os problemas

decorrentes do consumo de estimulantes também estão a

tornar-se mais visíveis. O aumento das necessidades de

tratamento ligadas ao consumo de anfetaminas em alguns

países também tem vindo a suscitar alguma preocupação,

sendo que quase metade dos novos consumidores

administra a droga por via intravenosa. O consumo de

estimulantes injetados foi ainda associado a surtos de VIH

em certos grupos marginalizados. A injeção de substâncias

estimulantes associada a comportamentos sexuais de

elevado risco é também motivo de uma crescente

preocupação. Esta situação foi reportada entre pequenos

grupos de homens residentes em algumas cidades

europeias e que mantêm relações homossexuais,

apontando para a necessidade de uma maior cooperação e

de uma resposta conjunta das entidades responsáveis pelo

tratamento da toxicodependência e pela saúde sexual.

I O combate ao consumo de cannabis continua a ser um grande desafio para as políticas europeias de luta contra a droga

Quer ao nível internacional, quer ao nível europeu,

assiste-se atualmente a um considerável debate público e

político sobre os custos e benefícios das diversas políticas

A cannabis é responsável pela maior quota, em termos de valor, do mercado europeu de drogas ilícitas

Page 15: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

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Síntese I O mercado de droga europeu continua a dar sinais de resiliência

NUM RELANCE — ESTIMATIVAS DO CONSUMO DE DROGA NA UNIÃO EUROPEIA

NB: Para conhecer a série de dados e obter informações completas sobre a metodologia, ver o Boletim Estatístico em linha.

40 %

0

0

22,1 milhões

Cannabis Cocaína

AnfetaminasMDMA

Opiáceos Novas substâncias psicoativas

83,2 milhões

16,6 milhões

3,6 milhões

2,4 milhões

17,1 milhões

1,6 milhões 12,0 milhões

1,3 milhões

2,5 milhões 13,0 milhões

2,1 milhões

3,0 % 8,0 %

Fonte: 2014 Flash Eurobarometer on young people and drugs

Adultos (15−64)

Ao longo da vidaÚltimo ano

Último ano

6,6 % 24,8 %

13,3 %

O mais baixo3,2 %

O mais elevado23,9 %

Consumiram:

Jovens adultos (15−34)

Estimativas nacionais de consumo no último ano

Último ano

Ao longo da vidaÚltimo ano

Consumiram:

Adultos (15−64)

1,9 %O mais baixo

0,2 %

O mais elevado4,2 %

Jovens adultos (15−34)

Estimativas nacionais de consumo no último ano

1,1 % 5,1 %

Ao longo da vida

Droga principal em cerca de 40 % do total de pedidos de tratamento da toxicodependência na União Europeia

Consumidores de opiáceos de alto risco

1,3 milhões

Adultos (15−64)

Jovens adultos (15−34)

Adultos (15−64)

Jovens adultos (15−24)

Jovens adultos (15−34)

Pedidos de tratamento da toxicodependência

Overdoses fatais

82 %

644 000consumidores de opiáceos receberam tratamento de substituição, em 2014

Último ano

Consumiram:

Os opiáceos estão presentes em 82 % das overdoses fatais

Consumiram:Ao longo da vidaÚltimo ano

Último ano

Consumiram:

Último ano

Ao longo da vidaÚltimo ano

0,5 % 3,6 %

1,0 %O mais baixo

0,1 %

O mais elevado2,9 %

Estimativas nacionais de consumo no último ano

0,8 % 3,9 %

1,7 %O mais baixo

0,3 %

O mais elevado5,5 %

Estimativas nacionais de consumo no último ano

Page 16: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

14

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

no mercado. Estas drogas podem ser particularmente

nocivas. Um exemplo digno de nota é o acetilfentanil,

sujeito a uma análise de risco pelo EMCDDA e pela

Europol em 2015. Foram ainda encontradas novas

substâncias psicoativas em produtos comercializados

como substitutos de medicamentos, como as

benzodiazepinas — medicamentos que, indevidamente

utilizados, contribuem para agravar o problema da droga

em certos países.

I Aumento das mortes por overdose: a heroína novamente em cena

A análise deste ano suscita também novas preocupações

sobre o aumento de overdoses associadas ao consumo de

heroína e outros opiáceos. Os dados relativos a overdoses

fatais dão como principal motivo o consumo de heroína,

sendo também esta a droga ilícita mais comum nos casos

que dão entrada nas urgências hospitalares das cidades

europeias. As substâncias responsáveis pelos casos de

emergência associados ao consumo de drogas variam

consideravelmente de cidade para cidade, sendo que a

cannabis, a cocaína e outros estimulantes também

surgem com alguma proeminência em certas localidades.

Os dados sobre casos de intoxicação aguda não são

atualmente objeto de recolha sistemática ao nível

europeu. O estudo-piloto levado a cabo ao nível das

cidades sugere que um controlo periódico nesta área seria

valioso para ajudar a perceber e acompanhar o impacto

das drogas emergentes.

Alguns países, sobretudo do norte da Europa, que há

vários anos se vêem a braços com problemas associados

aos opiáceos comunicaram um aumento recente de

mortes relacionadas com estas substâncias. É, contudo,

complicado perceber o que está na origem destas

tendências. É possível que a explicação resida numa maior

disponibilidade de heroína, no aumento do nível de pureza,

numa coorte envelhecida e mais vulnerável e na mudança

dos padrões de consumo (incluindo o uso de opiáceos

sintéticos e medicamentos). As mudanças na

comunicação de informações também podem ser

importantes. Os dados relativos ao fornecimento, incluindo

a estimativa de aumento de produção de heroína no

Afeganistão, bem como o aumento das quantidades de

heroína apreendidas e os níveis de pureza mais elevados

apontam, todos eles, para um aumento da disponibilidade

desta substância. Não existem, contudo, provas

contundentes de um aumento do número de

consumidores de heroína; ao invés disso, verifica-se um

declínio ou estabilização do número de toxicodependentes

em tratamento por consumo de heroína e os casos de

overdose continuam a estar principalmente associados

I Canabinoides sintéticos responsáveis pelo maior número de apreensões de novas substâncias psicoativas

Outra questão igualmente problemática para as políticas

internacional e europeia de luta contra a droga consiste

em definir a melhor forma de responder ao dinamismo e à

constante mutação do mercado de novas drogas. A

informação disponível sobre o consumo de novas

substâncias psicoativas é bastante escassa, mas as

50 000 apreensões destas drogas registadas em 2014

permitem ter uma ideia da relativa facilidade de acesso às

mesmas. Os canabinoides sintéticos são responsáveis por

mais de 60 % destas apreensões, e este grupo de drogas

também ocupa já um lugar predominante nas 98 novas

substâncias detetadas pela primeira vez em 2015 e

registadas na lista de novas substâncias psicoativas do

sistema de alerta precoce da UE. Vinte e quatro destas

substâncias eram canabinoides sintéticos — drogas que

atuam nos mesmos recetores cerebrais que o THC, um

dos principais compostos ativos da cannabis natural. Do

ponto de vista da saúde, contudo, muitos canabinoides

sintéticos apresentam um grau de toxicidade bastante

mais elevado, com registos de envenenamento massivo e

mesmo de mortes. A ameaça colocada por estas

substâncias é evidenciada num alerta emitido pelo

EMCDDA, em Fevereiro de 2016, sobre o canabinoide

sintético MDMB-CHMICA — uma droga associada a 13

intoxicações fatais e 23 não fatais. Este químico foi

identificado em mais de 20 misturas diferentes para

fumar, tendo-se registado casos de morte ou

envenenamento em, pelo menos, oito países. Regra geral,

os consumidores destes produtos desconheciam os

químicos neles contidos.

Os efeitos adversos estão também associados ao uso de

estimulantes e opiáceos não controlados registados no

sistema de alerta precoce. Responder com rapidez e

eficácia à venda de químicos desconhecidos, alguns dos

quais se revelam altamente tóxicos, constitui um dos

maiores desafios nesta matéria. Os jovens consumidores

poderão estar a ser involuntariamente usados como

cobaias de substâncias cujos riscos para a saúde são

praticamente desconhecidos. Um exemplo desta situação

é a catinona sintética alfa-PVP, que foi sujeita a uma

análise de risco em Novembro de 2015. Este potente

psicoestimulante foi associado a quase 200 intoxicações

agudas e a mais de 100 mortes na Europa.

Os fabricantes de novas substâncias psicoativas parecem

estar a orientar cada vez mais a sua ação para os setores

mais crónicos e problemáticos do mercado da droga. Por

exemplo, os opiáceos sintéticos não controlados, tais

como os da família do fentanil, encontram-se disponíveis

Page 17: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

15

Síntese I O mercado de droga europeu continua a dar sinais de resiliência

aos antigos consumidores de opiáceos. Ainda assim, em

certos países, foi observado um ligeiro aumento no

número de mortes por overdose entre os grupos mais

jovens. Esta matéria deve, por isso, suscitar atenção

redobrada.

I Consumo de opiáceos sintéticos: um motivo de preocupação

Os opiáceos sintéticos e os medicamentos também

parecem ter um papel importante no número de mortes

em certas regiões da Europa. Subsistem algumas

preocupações quanto à utilização indevida de

benzodiazepinas e outros medicamentos, desviados de

prestadores de cuidados de saúde ou obtidos a partir de

fontes ilegais, mas a relevância destas drogas para o

número de mortes por overdose na Europa continua a ser

pouco compreendida. Existem mais dados disponíveis

sobre opiáceos sintéticos. Os produtos de opiáceos

sintéticos, maioritariamente drogas utilizadas em

tratamentos de substituição, surgem em maior número

nos dados sobre mortes relacionadas com drogas em

certos países, verificando-se ainda um aumento na

procura de tratamento relacionado com estas substâncias.

Tendo em conta os graves problemas de saúde pública na

América do Norte e noutros locais, decorrentes da

utilização indevida de medicamentos opiáceos, é

necessário aumentar a vigilância, de modo a detetar

qualquer agravamento da situação ao nível europeu. Além

disso, conforme referido no relatório, os quadros

regulamentares e as orientações clínicas podem contribuir

positivamente para a redução dos casos de desvio de

medicamentos destinados a utilizações terapêuticas

adequadas.

I Novas opções farmacológicas para reduzir os danos causados pela droga

Nos próximos anos, é provável que assistamos ao

lançamento de novas opções farmacológicas passíveis de

contribuir para reduzir alguns dos problemas relacionados

com o consumo de drogas. O presente relatório coloca em

destaque duas áreas em que estão a ser introduzidas

novas terapias e métodos inovadores de administração.

Com vista a reduzir o número de mortes por overdose,

certos países europeus dispõem de programas

comunitários que fornecem naloxona aos consumidores

de opiáceos, um medicamento utilizado para reverter os

efeitos de uma sobredosagem com opiáceos, bem como

aos toxicodependentes que saem da prisão. Poderá estar

a ser preparada uma implementação mais alargada do

fornecimento de naloxona para consumo domiciliário, com

o desenvolvimento de preparações de naloxona de

administração por via nasal, uma das quais foi

recentemente aprovada para venda em farmácias nos

Estados Unidos. Estão também a ser disponibilizados

novos medicamentos que melhoram as hipóteses de

tratamento de infeções pelo vírus da hepatite C entre

consumidores ativos de drogas injetadas, incluindo

aqueles que se encontram inscritos em instalações de

tratamento da toxicodependência. As potencialidades das

novas terapias de tratamento, em termos de ganhos para a

saúde, são significativas, mas subsiste o desafio de reduzir

os obstáculos à toma das mesmas e de assegurar

recursos suficientes para dar resposta às necessidades de

tratamento.

I Novas ameaças e oportunidades decorrentes dos mercados de droga em linha

Um dos mais importantes desafios das políticas de luta

contra a droga consiste em responder ao papel da Internet

enquanto meio de comunicação e fonte emergente de

fornecimento de drogas. A atenção centrou-se

principalmente na ameaça que representam as redes de

Internet ocultas dos mercados de droga. É ainda

necessário compreender a importância crescente dos

sítios web «de superfície», sobretudo no que respeita ao

fornecimento de medicamentos contrafeitos e de novas

substâncias psicoativas, e das aplicações eletrónicas para

a troca de experiências entre pares. As plataformas em

linha também fornecem oportunidades de prevenção,

tratamento e redução de danos, apesar de estas

oportunidades serem muitas vezes ignoradas.

O fornecimento de drogas através de fontes em linha

parece estar a aumentar, apesar de os números ainda

serem reduzidos, e o potencial de expansão do

fornecimento de drogas em linha parece considerável.

Além disso, as respostas sociais têm tido alguma

dificuldade em acompanhar as rápidas mudanças

verificadas nesta área, impulsionadas pela utilização

crescente da Internet, pelo desenvolvimento de novas

tecnologias de pagamento, pelas inovações na tecnologia

de encriptação e pelas novas opções de distribuição de

mercados em linha. A futura agenda política da União

Europeia terá provavelmente de dar resposta a algumas

questões críticas, entre as quais averiguar qual a melhor

forma de combater esta nuvem negra que se avoluma no

horizonte e de tirar o melhor partido das oportunidades

que estas ferramentas oferecem para reduzir o problema

da droga.

Page 18: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

A Europa é igualmente uma região produtora de cannabis e de drogas sintéticas

1

Page 19: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

17

A oferta de drogas e o mercado

No contexto mundial, a Europa é um importante mercado para as drogas, tanto produzidas a nível interno, como traficadas a partir de outras regiões do mundo. A América do Sul, a Ásia Ocidental e o Norte de África são origem de grande parte das drogas ilícitas que entram na Europa, sendo as novas substâncias psicoativas oriundas da China e da Índia. Além disso, algumas drogas e substâncias precursoras transitam para outros continentes através do continente europeu. A Europa também é uma região produtora de cannabis e drogas sintéticas: a primeira é sobretudo produzida para consumo local, enquanto algumas drogas sintéticas se destinam à exportação para outras partes do mundo.

Monitorização dos mercados, da oferta e da legislação em matéria de droga

A análise apresentada no presente capítulo baseia-se

nos dados comunicados sobre as apreensões de

droga, as apreensões e remessas intercetadas de

precursores de drogas, as instalações de produção de

droga desmanteladas, as infrações à legislação em

matéria de droga, os preços de venda a retalho, a

pureza e a potência das drogas. Em certos casos, a

ausência de dados relativos às apreensões efetuadas

em determinados países-chave dificulta a análise das

tendências. No Boletim Estatístico, podem ser

consultadas séries de dados completas e extensas

notas metodológicas. Note-se que as tendências

podem ser influenciadas por vários fatores, entre os

quais os hábitos e preferências dos consumidores, as

mudanças na produção e no tráfico, os níveis de

atividade das forças de segurança e a eficácia das

medidas de combate ao tráfico.

Também são aqui fornecidos dados referentes às

notificações e às apreensões de novas substâncias

psicoativas notificadas ao mecanismo de alerta

rápido da UE pelos parceiros nacionais do EMCDDA e

da Europol. Uma vez que estas informações provêm

de relatórios de casos e não de sistemas de

monitorização periódica, as estimativas das

apreensões correspondem a um valor mínimo. Os

dados são influenciados por fatores como a

visibilidade crescente destas substâncias, a alteração

do seu estatuto legal e as práticas de notificação das

forças policiais. Uma descrição completa desse

mecanismo encontra-se disponível no sítio do

EMCDDA, sob a rubrica Action on new drugs

Capítulo 1

Page 20: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

18

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

têm por base dados bastante limitados, o que levou à

necessidade de assumir vários pressupostos. Desta forma,

as mesmas devem ser encaradas como estimativas

iniciais mínimas que deverão ser revistas no futuro, à

medida que forem surgindo novas informações.

I Novos métodos de fornecimento: os mercados de drogas em linha

Apesar dos mercados de drogas ilícitas sempre se terem

desenvolvido em locais físicos, a última década tem

assistido à emergência de novas tecnologias ligadas à

Internet e que facilitaram o desenvolvimento de mercados

eletrónicos. Os mercados de drogas podem operar na

Internet «de superfície», normalmente com a venda de

químicos precursores não controlados, de novas

substâncias psicoativas ou de medicamentos falsificados

ou contrafeitos. Podem ainda operar na Internet «oculta»

(deep web), através de mercados privados ou encriptados,

como o Alphabay ou o extinto Silk Road. De acordo com os

registos existentes, os produtos de cannabis e MDMA são

as drogas ilícitas que com mais frequência são oferecidas

nos mercados eletrónicos privados, juntamente com uma

série de medicamentos.

Um mercado privado é uma plataforma ou um mercado de

vendas em linha, apoiado por tecnologias que protegem a

privacidade dos seus utilizadores, no qual se vendem

sobretudo bens e serviços ilícitos. Estes mercados

possuem muitas características semelhantes a mercados

como o eBay e a Amazon, permitindo aos utilizadores

pesquisar e comparar produtos e vendedores. As

transações e a localização física dos servidores são

sujeitas a várias estratégias de ocultação. Nestas

estratégias incluem-se os serviços de anonimização, tais

como o Tor (the Onion Router), que esconde um endereço

de IP (protocolo de Internet); criptomoedas

descentralizadas e relativamente indetetáveis, tais como a

bitcoin e a litecoin, utilizadas para pagamentos; e

comunicações encriptadas entre os agentes que intervêm

no mercado. Os sistemas de reputação também

desempenham o seu papel, ao regularem os fornecedores

dos mercados. Alguns desenvolvimentos recentes

incluíram o reforço da segurança para prevenir burlas de

fornecedores, incluindo a utilização de sofisticados

sistemas de garantia, e a descentralização das

plataformas de venda em resposta a medidas tomadas

pelas autoridades de aplicação da lei. Atualmente,

estima-se que estes mercados representem uma pequena

quota do comércio de drogas ilícitas, e muitas das

transações ocorrem entre consumidores. Contudo, existe

potencial para uma maior expansão do comércio de

drogas em linha.

Desde as décadas de 1970 e 1980 que existem, em

muitos países europeus, grandes mercados para a

cannabis, a heroína e as anfetaminas. Ao longo do tempo,

outras substâncias vieram juntar-se-lhes, incluindo a

MDMA, na década de 1990, e a cocaína, na de 2000, e o

mercado europeu continua a evoluir, com especial menção

para a vasta gama de novas substâncias psicoativas

surgidas na última década. As alterações recentes ao

mercado de drogas ilícitas, largamente resultantes da

globalização e das novas tecnologias, incluem inovações

ao nível dos métodos de produção de drogas e tráfico e o

aparecimento de novas rotas de tráfico.

As medidas de prevenção da oferta de drogas envolvem

muitos intervenientes governamentais e policiais e

dependem com frequência da cooperação internacional.

Ao nível da União Europeia, a coordenação dos esforços

faz-se através das respetivas estratégia e planos de ação

de luta contra a droga e ainda do respetivo ciclo de

medidas de combate à criminalidade grave e organizada.

A posição assumida por cada país também se reflete nas

suas estratégias e legislação em matéria de droga, sendo

os dados relativos às detenções e apreensões os

indicadores que melhor comprovam os esforços para

combater a oferta de droga.

I Mercados da droga: estimativa do valor financeiro

Os mercados de drogas ilícitas são sistemas complexos de

produção e distribuição que geram largas somas de

dinheiro, a diferentes níveis. De acordo com uma

estimativa conservadora, o mercado retalhista de drogas

ilícitas na União Europeia valia 24,3 mil milhões de euros,

em 2013 (margem provável de 21 mil milhões de euros a

31 mil milhões de euros). Com um valor retalhista

estimado de 9,3 mil milhões de euros (margem provável

de 8,4 a 12,9 mil milhões de euros), e responsável por

38 % do mercado total, os produtos de cannabis

constituem a maior quota do mercado europeu de drogas

ilícitas. Seguem-se a heroína, com um valor estimado de

6,8 mil milhões de euros (de 6,0 a 7,8 mil milhões de

euros) (28 %), e a cocaína, com um valor estimado de 5,7

mil milhões de euros (de 4,5 a 7,0 mil milhões de euros)

(24 %). As anfetaminas possuem uma quota de mercado

mais pequena, estimada em 1,8 mil milhões de euros (de

1,2 a 2,5 mil milhões de euros) (8 %), seguida da MDMA,

com uma quota de quase 0,7 mil milhões de euros (de

0,61 a 0,72 mil milhões de euros) (3 %). Estas estimativas

Para mais informações sobre leis e políticas

europeias em matéria de droga, consultar o sítio web

do EMCDDA.

Page 21: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

19

Capítulo 1 I A oferta de drogas e o mercado

I Apreensões de drogas: a cannabis no topo da lista

Todos os anos, na Europa, são notificadas mais de um

milhão de apreensões de drogas ilícitas. Na maioria dos

casos, trata-se de pequenas quantidades de droga

apreendidas a consumidores, embora uma grande

proporção do total apreendido corresponda a remessas de

vários quilos confiscadas a traficantes e produtores.

A cannabis é a droga com maior número de apreensões,

correspondendo a mais de três quartos das apreensões

efetuadas na Europa (78 %) (Figura 1.1), o que reflete a

prevalência relativamente elevada do seu consumo. A

cocaína ocupa o segundo lugar (9 %), seguida, em

menores proporções, pelas anfetaminas (5 %), pela

heroína (4 %) e pela MDMA (2 %).

Cannabis herbácea50 %

Plantas de cannabis 3 %

Resina de cannabis24 %

Cocaínae crack9 %

Anfetaminas5 %

Heroína4 %

MDMA 2 %

2 %Outrassubstâncias 2 %

FIGURA 1.1

Número de apreensões de droga notificadas, distribuído por droga, 2014

2006

100

2014

125

188

HerbáceaNúmero de apreensões

501 000UE + 2453 000UE

Quantidadesapreendidas

Preço (EUR/g)

5 €7 €

11 €

23 €

toneladas (UE)

toneladas (UE + 2)232

139

2006

100

2014

ResinaNúmero de apreensões

243 000 UE + 2

229 000UE

Quantidadesapreendidas

toneladas (UE)

toneladas (UE + 2)606

Preço (EUR/g)

3 €

9 €

12 €

22 €

574

118

187

Tendências indexadas:Preço e potência

Potência (% THC)

3 %

8 %12 %15 %

Tendências indexadas:Preço e potência

Potência (% THC)

7 %

12 %

18 %

29 %

NB: UE + 2 refere-se aos Estados-Membros da UE, Turquia e Noruega. Preço e potência dos produtos de cannabis: valores médios nacionais – mínimo, máximo e intervalo interquartílico. Os países abrangidos variam consoante o indicador.

CANNABIS

Page 22: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

20

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

Em 2014, apenas dois países, a Espanha e o Reino Unido,

foram responsáveis por cerca de 60 % das apreensões

realizadas na União Europeia, embora também tenham

sido notificados números consideráveis de apreensões

pela Bélgica, pela Alemanha e pela Itália. Importa

igualmente referir que não existem dados recentes sobre

os números de apreensões realizadas em França e nos

Países Baixos (países que no passado comunicaram

números elevados), nem na Finlândia e na Polónia. A

ausência destes dados introduz incerteza na presente

análise. Há que assinalar ainda que na Turquia são

apreendidos largos volumes de drogas destinadas, quer a

outros países, da Europa e do Médio Oriente, quer para

consumo local.

I Cannabis: produtos diversificados

A cannabis herbácea (marijuana) e a resina de cannabis

(haxixe) são os dois principais produtos de cannabis

comercializados nos mercados de drogas europeus. A

cannabis herbácea consumida na Europa é cultivada

internamente ou traficada a partir de países terceiros.

Aquela que é produzida na Europa é sobretudo cultivada

dentro de portas. Muita da resina de cannabis é importada

de Marrocos, por via marítima ou aérea.

Em 2014, foram notificadas 682 000 apreensões de

cannabis na União Europeia (443 000 de cannabis

herbácea e 229 000 de resina de cannabis). Foram

notificadas mais 33 000 apreensões de plantas de

cannabis. Contudo, a quantidade de resina de cannabis

apreendida na União Europeia é ainda muito superior à da

cannabis herbácea (574 toneladas contra 139 toneladas).

Esta diferença é, em parte, explicada pelo facto da resina

de cannabis ser traficada em grandes quantidades e

através de longas distâncias, tendo inclusive de atravessar

fronteiras, o que a torna mais vulnerável às medidas de

combate ao tráfico de droga. No que se refere à análise da

quantidade de cannabis apreendida, um pequeno número

de países assume uma posição desproporcionadamente

importante, devido ao facto de estarem situados em

importantes rotas de tráfico desta droga. A Espanha,

nomeadamente, sendo um importante ponto de entrada

da cannabis produzida em Marrocos, notificou cerca de

dois terços da quantidade total de cannabis apreendida

na Europa em 2014 (Figura 1.2). Recentemente, a Turquia

tem comunicado maiores quantidades apreendidas de

cannabis herbácea do que qualquer outro país europeu.

Apreensões de outros produtos de cannabis foram

também comunicadas na União Europeia, incluindo cerca

de 200 apreensões de óleo de cannabis.

FIGURA 1.2

Apreensões de resina de cannabis e cannabis herbácea, 2014 ou ano mais recente

>10011–1001–10<1Sem dados

>10011–1001–10<1Sem dados

Espanha

0 50 0 25 50 75 150100 150 200 250 300 350 400

Outros países

Quantidade de resina de cannabis apreendida (toneladas)

100 125

Turquia

Outros países

Quantidade de cannabis herbácea apreendida (toneladas)

Número de apreensões de resinade cannabis (milhares)

Número de apreensões de cannabis herbácea (milhares)

NB: Número de apreensões nos dez países com valores mais elevados.

175

5

4

1

6 5

10

711

14

175

8

10

7 42

32

10

7

147

Page 23: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

21

Capítulo 1 I A oferta de drogas e o mercado

Na Europa, desde 2009, o número de apreensões de

cannabis herbácea tem ultrapassado o da resina de

cannabis e, desde então, a diferença não tem cessado de

aumentar (Figura 1.3). Ao mesmo tempo, a quantidade de

cannabis herbácea apreendida continuou a aumentar na

União Europeia. Dados mais recentes revelam que as

apreensões de resina aumentaram na União Europeia,

verificando-se igualmente uma queda abrupta da

quantidade de cannabis herbácea apreendida na Turquia.

O número de apreensões de plantas de cannabis pode ser

considerado um indicador da produção desta droga num

determinado país. Embora os dados relativos às

apreensões de cannabis tenham de ser considerados com

prudência, devido a problemas de ordem metodológica, o

número de apreensões de plantas de cannabis mais do

que duplicou, passando de 1,5 milhões, em 2002, para

3,4 milhões, em 2014.

A análise das tendências indexadas entre os países que

comunicam dados revela sistematicamente grandes

aumentos na potência (teor de THC - tetrahidrocanabinol)

da cannabis herbácea e da resina de cannabis, entre 2006

e 2014. Entre os fatores deste aumento da potência

podem estar a introdução de técnicas de produção

intensiva na Europa e, mais recentemente, a introdução de

plantas de elevada potência em Marrocos.

FIGURA 1.3

Tendências relativas ao número de apreensões de cannabis e quantidades de cannabis apreendidas: resina e herbácea

Número de apreensões

Resina (UE)

Resina (UE, Turquia e Noruega)

Herbácea (toneladas)

Outros paísesGrécia ItáliaReino UnidoBélgica EspanhaTurquia

20062002 20072003 20082004 20092005 2010 2011 20142012 2013

20062002 20072003 20082004 20092005 2010 2011 2013 20142012

0

300 000

600 000

Resina (toneladas)

EspanhaFrança Outros países

Itália PortugalReino Unido Turquia

20062002 20072003 20082004 20092005 2010 2011 20142012 2013

1 200

1 000

800

600

400

200

0

350

300

250

200

150

100

50

0

Herbácea (UE)

Herbácea (UE, Turquia e Noruega)

150 000

450 000

I Opiáceos: uma mudança no mercado?

A heroína é o opiáceo mais comum no mercado da droga

europeu. A heroína importada tem sido normalmente

disponibilizada sob duas formas, no mercado de drogas

europeu: a mais comum destas formas é a heroína

castanha (a forma química de base), proveniente

essencialmente do Afeganistão. Muito menos comum é a

heroína branca (uma forma de sal), tradicionalmente

originária do Sudeste Asiático, mas que agora também

pode ser produzida no Afeganistão ou noutros países

vizinhos. Outros opiáceos apreendidos nos países

europeus em 2014 incluem o ópio e medicamentos como

a morfina, a metadona, a buprenorfina, o tramadol e o

fentanil. Alguns opiáceos medicinais podem ter sido

desviados de fornecimentos da indústria farmacêutica,

enquanto outros foram fabricados especificamente para o

mercado ilícito.

O Afeganistão continua a ser o maior produtor ilegal de

ópio, a nível mundial, estimando-se que a maior parte da

heroína encontrada na Europa seja produzida nesse país

ou nos seus países vizinhos, Irão e Paquistão. A produção

de opiáceos na Europa tem estado limitada a produtos

artesanais obtidos a partir da papoila e produzidos em

certos países de leste. Contudo, a descoberta de dois

laboratórios de conversão de morfina em heroína, em

Page 24: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

22

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

União revela um declínio prolongado, passando de

10 toneladas, em 2002, para 5 toneladas, em 2012, antes

de aumentar significativamente para 8,9 toneladas, em

2014. Esta inversão das tendências deve-se a um

aumento das apreensões de grandes volumes (acima dos

100 kg), com vários países a registar apreensões recorde

de heroína em 2013 e 2014. Os dados mais recentes da

Grécia e, em menor escala, da Bulgária revelaram um

aumento das quantidades de heroína apreendida. Desde

2013, a Turquia apreendeu muito mais heroína do que

qualquer outro país europeu, totalizando cerca de 13

toneladas em 2014 (Figura 1.4).

Entre os países que comunicam dados sistematicamente,

as tendências indexadas sugerem que a pureza da heroína

na Europa aumentou em 2014. Este facto, juntamente

com o aumento das quantidades apreendidas e outros

acontecimentos, indicia que existe potencial para uma

maior oferta desta droga.

I O mercado europeu de drogas estimulantes: a divisão geográfica

O mercado de drogas europeu disponibiliza uma série de

estimulantes ilícitos, verificando-se diferenças regionais ao

nível das apreensões mais comuns (Figura 1.5). Estas

espelham claramente a localização das grandes

Espanha e na República Checa, em 2013/2014, aponta

para a possibilidade de a heroína também estar a ser

atualmente fabricada na Europa.

A heroína é introduzida na Europa através de quatro rotas

de tráfico. As duas mais importantes são a «rota dos

Balcãs» e a «rota meridional». Uma destas rotas atravessa

a Turquia até aos países balcânicos (Bulgária, Roménia ou

Grécia) e prossegue para a Europa Central, Meridional e

Ocidental. Recentemente, foi descoberto um desvio da

«rota dos Balcãs» envolvendo a Síria e o Iraque. A rota

meridional parece ter adquirido importância nos últimos

anos. As remessas de heroína provenientes do Irão e do

Paquistão entram igualmente na Europa por via aérea ou

marítima, quer diretamente, quer depois de transitarem

por países da África Ocidental, Austral e Oriental. Outras

rotas atualmente menos importantes incluem a «rota do

norte» e uma nova rota de heroína que parece estar a

desenvolver-se a partir do Cáucaso Meridional e através

do Mar Negro.

Após uma década de relativa estabilidade, os mercados

existentes numa série de países europeus registaram uma

escassa disponibilidade de heroína no período de

2010/11. Este facto é consubstanciado pelos dados

relativos às apreensões de heroína, que sofreram um

declínio de cerca de 50 000 apreensões, em 2009, para

32 000, em 2014. A quantidade de heroína apreendida na

FIGURA 1.4

Número de apreensões de heroína e quantidades apreendidas: tendências 2014 ou ano mais recente

>51–5<1Sem dados

Turquia

0 5 1510

Outros países

Quantidade de heroína apreendida (toneladas)

Número de apreensões de heroína (milhares)

Toneladas

Número de apreensões

40 000

30 000

50 000

20 000

60 000

2002 2003 2005 2007 2009 2012 201320112004 2006 2008 2010 2014

UE UE, Turquia e Noruega

GréciaFrança Outros paísesItáliaReino UnidoTurquia

20062002 20072003 20082004 20092005 2010 2011 20142012 2013

30

25

20

15

10

5

0

Bulgária

NB: Número de apreensões (milhares) nos dez países com valores mais elevados.

0,76,7

2,1

7,02,3

2,92,3

1,3

10,91,0

Page 25: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

23

Capítulo 1 I A oferta de drogas e o mercado

instalações de produção, dos portos de entrada e das

rotas de tráfico. A cocaína, por exemplo, é o estimulante

apreendido com mais frequência em muitos países

ocidentais e meridionais, refletindo os pontos de entrada

desta droga na Europa. As apreensões de anfetaminas

predominam na Europa do norte e central, com as

metanfetaminas a ocupar o primeiro lugar das apreensões

mais comuns de drogas estimulantes na Republica Checa,

Eslováquia, Letónia e Lituânia. A MDMA é a droga

estimulante mais apreendida na Roménia e na Turquia.

I Cocaína: a estabilização do mercado

Na Europa, a cocaína encontra-se disponível sob duas

formas, das quais a mais comum é a cocaína em pó (um

sal hidrocloreto, HCl) e a menos comum é a cocaína-crack,

uma forma dessa droga que pode ser fumada (base livre).

A cocaína é produzida a partir das folhas de coca. É quase

exclusivamente fabricada na Bolívia, na Colômbia e no

Peru, sendo transportada para a Europa por via aérea e

marítima. São vários os métodos utilizados para

transportar cocaína para a Europa. Neles se incluem o

transporte aéreo de correio e carga em voos comerciais, as

encomendas postais rápidas e o transporte em aeronaves

privadas. As rotas marítimas permitem traficar grandes

remessas de cocaína, graças à utilização de iates privados

e de contentores de transporte marítimo. Juntos, a

Espanha, a Bélgica, os Países Baixos (com base nos dados

de 2012), a França e a Itália representam 84 % das

estimadas 61,6 toneladas apreendidas em 2014

(Figura 1.6).

Em 2014, foram comunicadas cerca de 78 000

apreensões de cocaína, na União europeia. A situação

HEROÍNA

2006

100

2014

84

102

Número de apreensões

32 00040 000UE + 2

UE

Quantidades apreendidas

Preço (EUR/g)

25 €35 €

59 €

140 €

toneladas (UE + 2)21,7

toneladas (UE)8,9

Tendências indexadas:preço e pureza

NB: UE + 2 refere-se aos Estados-Membros da UE, Turquia e Noruega. Preço e pureza da «heroína castanha»: valores médios nacionais – mínimo, máximo e intervalo interquartílico. Os países abrangidos variam consoante o indicador.

Pureza (%)

7 %

15 %

29 %

52 %

FIGURA 1.5

Estimulante mais apreendido na Europa, 2014 ou dados mais recentes

Cocaína

MetanfetaminaAnfetamina

Sem dadosMDMA

tem-se mantido relativamente estável desde 2010,

embora tanto o número de apreensões como os volumes

apreendidos apresentem níveis consideravelmente

inferiores aos dos anos de pico (Figura 1.7). Embora a

Espanha continue a ser o país que apreende mais cocaína,

há indícios de que as rotas de tráfico com destino à

Europa se estão a diversificar, tendo sido recentemente

notificadas apreensões de droga em portos do

Mediterrâneo Oriental, do Báltico e do Mar Negro. Em

termos globais, as tendências indexadas sugerem uma

estabilização dos níveis de pureza da cocaína,

contrariando o aumento verificado nos últimos anos.

Page 26: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

24

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

I Anfetamina e metanfetamina

A anfetamina e a metanfetamina são estimulantes

sintéticos com uma relação muito estreita entre si,

conhecidos sob a designação genérica de anfetaminas,

sendo difícil diferenciá-las em algumas séries de dados.

Das duas, a anfetamina sempre foi mais comum na

Europa, mas nos últimos anos tem havido um aumento

das notificações da oferta de metanfetamina no mercado.

Ambas as drogas são fabricadas na Europa para consumo

interno. Algumas anfetaminas e metanfetaminas são

também produzidas para exportação, sobretudo para o

Médio Oriente, onde existe um mercado para comprimidos

de «captagon» (os quais contêm anfetaminas), para o

Extremo Oriente e para a Oceânia. A Europa também é

uma plataforma para o tráfico de metanfetamina da África

Ocidental e do Irão para o Médio Oriente. A produção de

anfetamina decorre sobretudo na Bélgica, nos Países

Baixos, na Polónia, na Alemanha e, em menor escala, nos

Estados bálticos. Ultimamente, tem-se assistido a uma

deslocalização da última fase de produção, com vários

países a notificarem a conversão de óleo de base de

anfetamina em sulfato de anfetamina nos seus territórios.

Muita da metanfetamina disponibilizada na Europa é

produzida na República Checa e nos países contíguos. Os

Países Baixos e a Lituânia, contudo, também revelam

alguma capacidade de produção, enquanto a Bulgária

registou um aumento no número de laboratórios

desmantelados.

De acordo com os registos existentes, na Lituânia e na

Bulgária produz-se metanfetamina com BMK

(benzilmetilcetona), enquanto na República Checa e nos

I Químicos precursores: maior utilização de substâncias não controladas

Os químicos precursores são essenciais para o fabrico de

estimulantes sintéticos e outras drogas. A sua

disponibilidade tem um grande impacto no mercado, tal

como os métodos de produção utilizados em laboratórios

ilícitos. Uma vez que muitos deles têm utilizações legítimas,

a legislação da União incide sobre a inventariação de alguns

desses químicos, e o comércio dos mesmos é rigorosamente

controlado. Os produtores de drogas sintéticas procuram

minimizar o impacto das fiscalizações, utilizando químicos

não controlados para produzir precursores. Esta abordagem,

contudo, pode também aumentar o risco de deteção, uma

vez que existe uma maior necessidade de químicos e são

produzidos mais resíduos.

Os dados fornecidos pelos Estados-Membros da UE sobre

as apreensões e remessas intercetadas de precursores de

drogas confirmam que continuam a ser utilizadas

substâncias controladas e não controladas na produção

de drogas ilícitas na União Europeia, em especial de

anfetaminas e MDMA (Quadro 1.1). Em 2014, as

apreensões do pré-precursor APAAN (alfa-fenilacetato de

acetonitrila) de BMK passaram de 48 802 kg, em 2013,

para 6 062 kg. Esta acentuada redução resulta

provavelmente do controlo desta substância efetuada ao

abrigo da legislação da UE, em dezembro de 2013.

Contudo, a disponibilidade continuada de MDMA no

mercado, associada à diminuição das apreensões de

safrole, a substância precursora de MDMA, de 13 837

litros, em 2013, para zero litros, em 2014, sugere que

estão a ser utilizados precursores alternativos. As

apreensões de pré-precursores de MDMA não controlados,

nomeadamente glicidatos de PMK, aumentaram em 2014.

COCAÍNA

2006

100

2014

9398

Número de apreensões

78 00080 000UE + 2

UE

Quantidades apreendidas

Preço (EUR/g)

46 €

52 €

72 €

91 €

toneladas (UE + 2)62,1

toneladas (UE)61,6

Tendências indexadas:Preço e pureza

NB: UE + 2 refere-se aos Estados-Membros da UE, Turquia e Noruega. Preço e pureza da cocaína: valores médios nacionais – mínimo, máximo e intervalo interquartílico Os países abrangidos variam consoante o indicador.

Pureza (%)

26 %

36 %

50 %

64 %

Page 27: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

25

Capítulo 1 I A oferta de drogas e o mercado

FIGURA 1.6

Número de apreensões de cocaína e quantidades apreendidas: tendências 2014 ou ano mais recente

>101–10<1Sem datos

Espanha

0 10 20 30 5040

Outros países

Quantidade de cocaína apreendida (toneladas)

Número de apreensõesde cocaína (milhares)

Toneladas

Número de apreensões

70 000

40 000

100 000

2002 2003 2005 2007 2009 2012 201320112004 2006 2008 2010 2014

UE UE, Turquia e Noruega

Reino Unido FrançaOutros países

ItáliaPortugalEspanha

20062002 20072003 20082004 20092005 2010 2011 20142012 2013

140

120

100

80

60

40

20

0

Bélgica

NB: Número de apreensões (milhares) nos dez países com valores mais elevados.

38,51,0

19,8

4,8

0,8

1,1

3,44,3

2,4

1,1

Apreensões Remessas intercetadas (1) TOTAIS

Precursor/pré-precursor Casos Quantidade Casos Quantidade Casos Quantidade

MDMA ou substâncias conexas

PMK (litros) 1 5 0 0 1 5

Safrole (litros) 0 0 2 1 050 2 1 050

Piperonal (kg) 3 5 4 2 835 7 2 840

Derivados glicídicos de PMK (kg) 6 5 575 1 1 250 7 6 825

Anfetamina e metanfetamina

BMK (litros) 14 2 353 0 0 14 2 353

PAA, ácido fenilacético (kg) 1 100 2 190 3 290

Efedrina, granel (kg) 19 31 1 500 20 531

Pseudoefedrina, granel (kg) 8 12 0 0 8 12

APAAN (kg) 18 6 062 1 5 000 19 11 062

(1) Designa-se por remessa intercetada uma remessa recusada, suspensa ou voluntariamente retirada pelo exportador por suspeita de desvio para fins ilícitos.

QUADRO 1.1

Resumo das apreensões e das remessas intercetadas de precursores utilizados na produção de determinadas drogas sintéticas na Europa, 2014

Page 28: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

26

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

países contíguos se utiliza a efedrina e a pseudoefedrina.

Tradicionalmente, na República Checa, a metanfetamina

era sobretudo produzida pelos consumidores, em

instalações de pequena dimensão, para consumo próprio

ou local, como evidenciado pelo elevado número de

instalações de produção detetadas neste país (em 2013,

foram desmanteladas 261, de um total de 294 instalações

no continente europeu). Contudo, recentemente, os

volumes de produção têm vindo a aumentar e têm sido

utilizados novos pré-precursores, com registos de grupos

de criminalidade organizada a produzirem esta droga para

os mercados interno e externo.

Em 2014, os Estados-Membros notificaram 36 000

apreensões de anfetamina, num total de 7,1 toneladas.

Em termos gerais, a quantidade de anfetamina

apreendida na União Europeia tem vindo a aumentar

desde 2002 (Figura 1.7). As apreensões de

metanfetamina são em número muito inferior,

correspondendo a cerca de um quinto de todas as

apreensões de anfetaminas em 2014, com 7600

apreensões notificadas na União Europeia, num total de

0,5 toneladas (Figura 1.8). Tanto o número como a

quantidade de metanfetamina apreendida revelam uma

tendência de crescimento desde 2002.

Normalmente, as amostras de metanfetamina

apresentam uma pureza média superior à das amostras

de anfetamina e, apesar de as tendências indexadas

sugerirem que a pureza da anfetamina aumentou

recentemente, a pureza média desta droga continua a ser

relativamente baixa.

ANFETAMINAS

2006

100

2014

97

135

AnfetaminaNúmero de apreensões

36 000 42 000UE + 2UE

Quantidades apreendidas

toneladas (UE)

toneladas (UE + 2)7,4

Preço (EUR/g)

7,1

MetanfetaminaNúmero de apreensões

8 00011 000 UE + 2

UE

Quantidadesapreendidas

toneladas (UE)

toneladas (UE + 2)0,8

Preço (EUR/g)

7 €15 €

66 €

116 €

0,5

7 €10 €

25 €

37 €Tendências indexadas:Preço e pureza

Pureza (%)

1 %

12 %

27 %

49 %

Pureza (%)

9 %

28 %

67 %73 %

NB: UE + 2 refere-se aos Estados-Membros da UE, Turquia e Noruega. Preço e pureza das anfetaminas: valores médios nacionais – mínimo, máximo e intervalo interquartílico. Os países abrangidos variam consoante o indicador. Não estão disponíveis tendências indexadas para a metanfetamina.

Page 29: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

27

Capítulo 1 I A oferta de drogas e o mercado

FIGURA 1.7

Número de apreensões de anfetamina e quantidades apreendidas: tendências 2014 ou ano mais recente

1–100,1–0,9<0,1Sem dados

Reino Unido

0 21 3 4 65

Outros países

Quantidade de anfetamina apreendida (toneladas)

Número de apreensões de anfetamina (milhares)

Toneladas

Número de apreensões

35 000

25 000

45 000

2002 2003 2005 2007 2009 2012 201320112004 2006 2008 2010 2014

UE UE, Turquia e Noruega

Alemanha Outros paísesPolónia

Reino UnidoTurquia

20062002 20072003 20082004 20092005 2010 2011 20142012 2013

12

10

8

6

4

2

0

EspanhaSuécia

NB: Número de apreensões (milhares) nos dez países com valores mais elevados.

6,7

5,4

1,8

5,0

3,0

0,60,6

9,93,3

4,0

FIGURA 1.8

Número de apreensões de metanfetamina e quantidades apreendidas: tendências 2014 ou ano mais recente

1–100,1–0,9<0,1Sem dados

Espanha

0 0,1 0,2 0,60,3 0,4 0,5

Outros países

Quantidade de metanfetamina apreendida (toneladas)

Número de apreensões de metanfetamina (milhares)

Toneladas

Número de apreensões

5 000

10 000

0

15 000

2002 2003 2005 2007 2009 2012 201320112004 2006 2008 2010 2014

UE UE, Turquia e Noruega

Noruega PolóniaOutros paísesAlemanha Espanha

República Checa Turquia

20062002 20072003 20082004 20092005 2010 2011 20142012 2013

1,2

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

França

NB: Número de apreensões (milhares) nos dez países com valores mais elevados.

0,71,2

3,90,2

2,70,3

0,1

0,4

0,4

0,3

Page 30: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

28

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

I Apreensões de LSD, GHB, cetamina e mefedrona

Na União Europeia, verificam-se ainda apreensões de

outras drogas ilícitas, entre as quais 1 700 de LSD, em

2014, representando 156 000 doses. As autoridades

belgas apreenderam 3 kg desta droga, a maior quantidade

alguma vez apreendida no país. No que diz respeito às

restantes drogas, a falta de dados não nos permite tecer

comparações entre países ou efetuar uma análise de

tendências. Em 2014, 18 países comunicaram apreensões

de GHB ou GBL. As 1243 apreensões resultaram em

176 kg e 544 litros da droga, sendo a Bélgica (40 %) e a

Noruega (34 %) responsáveis por mais de um terço destas

apreensões. Onze países notificaram 793 apreensões de

cetamina, totalizando 246 kg de droga. Mais de metade

destas apreensões decorreram no Reino Unido. As 1645

apreensões de mefredona notificadas por 10 países

totalizaram 203 kg de droga. Quase toda a mefredona

apreendida foi notificada pelo Reino Unido (101 kg) e por

Chipre (99 kg).

I Novas substâncias psicoativas: a diversidade dos mercados

O EMCDDA é responsável pela monitorização de um vasto

conjunto de novas substâncias psicoativas. Estas incluem

os canabinoides sintéticos, as catinonas sintéticas, as

fenetilaminas, os opiáceos, as triptaminas, as

benzodiazepinas, as arilalquilaminas e uma série de outras

substâncias. Em 2015, foram detetadas 98 novas

substâncias, elevando para mais de 560 o número de

novas substâncias monitorizadas, das quais 380 (70 %)

foram detetadas nos últimos 5 anos (Figura 1.10).

Desde 2008, foram detetados mais que 160 canabinoides

sintéticos numa série de diferentes produtos, incluindo 24

novos canabinoides comunicados em 2015. Os

canabinoides sintéticos são vendidos como substitutos

«legais» da cannabis e podem ser publicitados como

«mistura exótica de incenso» e «não destinado a consumo

humano», de forma a contornar as leis de defesa do

consumidor e dos medicamentos. Este é o maior grupo de

novas drogas monitorizado pelo EMCDDA, refletindo quer

a grande procura de cannabis na Europa, quer a

capacidade dos produtores para colocarem novos

canabinoides no mercado quando os produtos existentes

são sujeitos a medidas de fiscalização.

As catinonas sintéticas são o segundo maior grupo de

substâncias monitorizadas pelo EMCDDA. Estas foram

detetadas pela primeira vez na Europa em 2004 e, desde

então, foram identificadas 103 novas catinonas, 26 das

quais em 2015. As catinonas sintéticas são normalmente

I MDMA: aumento da presença em produtos de elevada dosagem

A substância sintética MDMA

(3,4-metilenodioximetanfetamina) está quimicamente

relacionada com as anfetaminas, mas difere destas

quanto aos efeitos. Em termos históricos, os comprimidos

de ecstasy têm sido o principal produto de MDMA

presente no mercado, apesar de conterem, com

frequência, várias substâncias semelhantes à MDMA e

produtos químicos não relacionados com esta. Após um

período em que os relatórios sugeriam que a maioria dos

comprimidos vendidos como ecstasy na Europa não

continham MDMA, ou apenas a continham em doses

reduzidas, alguns dados recentes indicam que essa

situação mudou. As notificações sugerem um aumento da

oferta, tanto de comprimidos de MDMA de dosagem

elevada, como sob a forma de pó ou de cristais.

A produção de MDMA na Europa parece concentrar-se em

redor dos Países Baixos, região que, historicamente, mais

instalações de produção desta droga tem notificado. Após

os indícios de redução da produção de MDMA, no final da

última década, têm sido observados sinais de

ressurgimento, ilustrados pelas notícias do recente

desmantelamento de grandes instalações de produção

nos Países Baixos e na Bélgica.

É difícil avaliar as tendências mais recentes das

apreensões de MDMA, devido à ausência de dados

referentes a alguns países passíveis de contribuir

largamente para o número total. Relativamente ao ano de

2014, não existem dados disponíveis relativos aos Países

Baixos, e a Finlândia, a França, a Polónia e a Eslovénia não

comunicaram o número de apreensões. Os Países Baixos

comunicaram a apreensão de 2,4 milhões de comprimidos

de MDMA em 2012 e, presumindo que os números

relativos a 2014 serão semelhantes, poderá estimar-se

que nesse ano foram apreendidos 6,1 milhões de

comprimidos de MDMA na União Europeia, ou seja, mais

do dobro do valor registado em 2009. Além disso, em 2014

foram apreendidas 0,2 toneladas de MDMA em pó. A

Turquia também regista apreensões de grandes

quantidades de MDMA, chegando aos 3,6 milhões de

comprimidos de MDMA, em 2014 (Figura 1.9).

Entre os países que apresentam relatórios sistemáticos,

as tendências indexadas indicam igualmente que o teor

de MDMA aumentou desde 2010, tendo a disponibilidade

de produtos com doses elevadas de MDMA levado a

Europol e o EMCDDA a emitirem alertas conjuntos, em

2014.

Page 31: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

29

Capítulo 1 I A oferta de drogas e o mercado

MDMA

2006

100

2014

85

204

Número de apreensões

17 00021 000UE + 2

UE

Preço (EUR/comprimido)

3 €

5 €

9 €

16 €

Quantidades apreendidas

milhões decomprimidos (UE + 2)

9,8milhões de

comprimidos (UE)

6,1

Tendências indexadas:Preço e pureza

NB: UE + 2 refere-se aos Estados-Membros da UE, à Turquia e à Noruega. Preço e pureza das MDMA: valores médios nacionais – mínimo, máximo e intervalo interquartílico. Os países abrangidos variam consoante o indicador.

Pureza(MDMA mg/comprimido)

18

68

95

131

FIGURA 1.9

Número de apreensões de MDMA e quantidades apreendidas: tendências 2014 ou ano mais recente

1–100,1–0,9<0,1Sem dados

Turquia

0 1 2 3 4 5 6 7

Outros países

Comprimidos de MDMA apreendidos (milhões)

Número de apreensões de MDMA (milhares)

Comprimidos (milhões)

Número de apreensões

15 000

0

30 000

2002 2003 2005 2007 2009 201220112004 2006 2008 2010 2014

UE UE, Turquia e Noruega

Reino Unido Irlanda AlemanhaEspanha FrançaTurquia

20062002 20072003 20082004 20092005 2010 2011 20142012 2013

25

20

15

10

5

0

Outros países

2013

NB: Número de apreensões (milhares) nos dez países com valores mais elevados.

3,7

0,5

0,8

0,9

0,5

0,7

3,11,7

3,9

3,0

Page 32: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

30

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

(Figura 1.12). As catinonas sintéticas foram o segundo

maior grupo, com mais de 8 000 apreensões que

totalizaram mais de 1 tonelada. Em conjunto, os

canabinoides sintéticos e as catinonas representaram, em

2014, mais de 80 % do número total de apreensões e mais

de 60 % da quantidade apreendida. Noutros grupos

incluem-se as benzodiazepinas não controladas e

potentes analgésicos narcóticos, tais como as fentanis,

que podem ser vendidas como heroína.

As apreensões de novas substâncias psicoativas em 2014

foram sobretudo constituídas por canabinoides sintéticos,

que representaram mais de 60 % do número total de

apreensões e quase 50 % das quantidades apreendidas

(Figura 1.11). Estas drogas foram apreendidas sobretudo

sob a forma de pó, muitas vezes transportadas a granel; as

restantes apreensões incidiram normalmente sobre

matéria vegetal pulverizada com a substância em questão.

Os pós são utilizados no fabrico de produtos vendidos

como «drogas legais», representando as apreensões

milhões de doses. Os cinco principais canabinoides

apreendidos sob a forma de pó, em 2014, foram o AM-

2201 (70 kg), o MDMB-CHMICA (40 kg), o AB-FUBINACA

(35 kg), o MAM-2201 (27 kg) e o XLR-11 (5F-UR-144)

(26 kg).

vendidas como substitutos «legais» de estimulantes como

a anfetamina, a MDMA e a cocaína.

O EMCDDA monitoriza atualmente 14 novas

benzodiazepinas não sujeitas a fiscalização. Estas são por

vezes utilizadas por falsificadores para falsificar

medicamentos vendidos na Europa. Alguns exemplos

incluem as falsificações de comprimidos alprazolam,

intercetadas em 2015 e que continham flubromazolam, e

as falsificações de comprimidos diazepam, que continham

fenazepam. Estes medicamentos contrafeitos ocupam

agora um lugar importante no mercado de drogas ilícitas

de alguns países europeus.

I Aumento das apreensões de novas substâncias psicoativas

Os dados relativos às apreensões notificados ao sistema

de alerta precoce da União apontam para um crescimento

continuado do mercado de novas drogas. Em 2014, em

toda a Europa foram efetuadas quase 50 000 apreensões

de novas substâncias, com um peso aproximado de

4 toneladas (Figura 1.11). Os canabinoides sintéticos

foram responsáveis pela maioria delas, com quase 30 000

apreensões, que representaram mais de 1,3 toneladas

FIGURA 1.10

Número e principais grupos de novas substâncias psicoativas notificadas pela primeira vez ao mecanismo de alerta rápido da UE, 2009–2015

2009 2015 2009 2015

2009 2015 2009 2015 2009 2015

2009 2015 2009 2015 2009 2015

2009 2015 2009 2015 2009 2015 2009 2015

9

5

0 0 0 0 0 02 21 13

2 5 5

13 13 128

1 1 2 4 5

0 01 1 1 3

35 5 41

20 0

61 1 1

3 4

14 14

9 9

02

24

41

48

81

10198

74

1 14 5303

5 57

4 4

4 4

14

7 711

23

31 31

2629 30

24

Outras substâncias

Opiáceos Benzodiazepinas

Arilalquilaminas

Piperidinas e pirrolidinas

Arilciclohexilaminas

Canabinoides Catinonas

Piperazinas

TriptaminasFenetilaminas

0

Page 33: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

31

Capítulo 1 I A oferta de drogas e o mercado

FIGURA 1.11

Número de apreensões de novas substâncias psicoativas notificadas ao mecanismo de alerta rápido da UE: por categoria em 2014 e tendências

17 %

61 % 5 %Número de apreensões

50 000

37 500

25 000

12 500

0

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Catinonas

Canabinoides

10 %Opiáceos

3 %

1 %

3 %

Ben

zo-

dia

zep

inas

Ari

lcic

lo-

hex

ilam

inas

-

Fenetila-minas

Outras substâncias

NB: Dados referentes aos Estados-Membros da UE, à Turquia e à Noruega.

Número de apreensões

0

10 000

30 000

2005 2008 2010 2011 2012 2014

Todas as outras formas Matéria vegetal Pó Forma não especi�cada

Canabinoides (kilograms)

20102005 20112008 2009 2012 2013 20142006 2007

1 800

1 600

1 600

1 200

1 000

800

600

400

200

0

20 000

2006 2007 2009 2013

Número de apreensões

0

10 000

30 000

2005 2008 2010 2011 2012 2014

Pó Todas as outras formas

Catinonas (kilograms)

20102005 20112008 2009 2012 2013 20142006 2007

1 800

1 600

1 600

1 200

1 000

800

600

400

200

0

Canabinoides

20 000

2006 2007 2009 2013

Catinonas

NB: Dados relativos à UE, à Turquia e à Noruega.

FIGURA 1.12

Apreensões de canabinoides sintéticos e catinonas notificadas ao sistema de alerta precoce da UE: tendências do número de apreensões e quantidades apreendidas

Page 34: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

32

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

Em 2014, as catinonas sintéticas representaram mais de

15 % de todas as apreensões de novas substâncias

psicoativas e quase 30 % da quantidade total apreendida

(Figura 1.11). As cinco principais catinonas apreendidas

incluíram a mefedrona (222 kg) e respetivos isómeros

3-MMC (388 kg) e a 2-MMC (55 kg), bem como a

pentedrona (136 kg) e a alfa-PVP (135 kg).

I Mercados de droga: a resposta política

A natureza global da oferta e do tráfico de drogas ilícitas

dificulta a implementação de medidas de combate. Os

decisores políticos devem definir estratégias e medidas

legais de luta contra a droga, adotando ainda abordagens

em matéria de aplicação de leis e regulamentos, com vista

à redução da oferta. As iniciativas europeias de redução da

oferta são coordenadas por uma série de instituições da

União. Neste processo, são utilizados vários instrumentos

de planeamento estratégico: a Estratégia da UE de Luta

contra a Droga de 2013–20 e o seu atual plano de ação

para 2013–16, o ciclo de políticas da UE sobre

criminalidade internacional grave e organizada e as

estratégias de segurança da UE. A multiplicidade das

áreas políticas abrangidas por estas estratégias torna

evidente a dimensão dos desafios que se colocam à

aplicação da lei e a crescente sofisticação dos grupos de

criminalidade organizada envolvidos no tráfico de droga.

As políticas de segurança, marítimas, de migração e

desenvolvimento são apenas alguns exemplos das áreas

abrangidas. Através destas, são implementadas ações de

reforço das atividades policiais baseadas na recolha de

informações, da vigilância e do transporte marítimo, da

deteção e implementação de ações orientadas para os

fluxos financeiros ilícitos, do controlo de fronteiras, da

movimentação de químicos industriais e de medidas

alternativas de desenvolvimento. A União Europeia

coopera ainda com uma série de parceiros internacionais

com vista a implementar estas políticas de redução da

oferta.

Ao nível nacional, os Estados-Membros são chamados a

lidar com um conjunto igualmente complexo de dinâmicas

do mercado de drogas, sendo que a maioria deles possui

estratégias nacionais de segurança e policiamento que

incluem ações de redução da oferta. Além disso, todos os

países, à exceção de dois, possuem estratégias nacionais

em matéria de droga que refletem as suas políticas nesta

matéria e englobam iniciativas de redução da oferta mas

também da procura. As exceções são a Áustria, que

implementa estratégias regionais em matéria de droga, e a

Dinamarca, que possui uma política nacional em matéria

de droga expressa numa série de documentos

estratégicos e ações legislativas e práticas. As estratégias

em matéria de drogas são definidas em documentos

normalmente vigentes por um determinado período de

tempo e que habitualmente definem objetivos e

prioridades, além de ações específicas e das partes

responsáveis pela sua implementação. Nos últimos anos,

as políticas em matéria de drogas têm-se tornado cada

vez mais complexas. Esta situação é particularmente

visível no facto de quase um terço das estratégias

nacionais dos Estados-Membros da UE possuir um âmbito

alargado que inclui, não só as drogas ilícitas, mas também

as drogas lícitas e, em certos casos, os comportamentos

aditivos (Figura 1.13).

Os países possuem estratégias nacionais em matéria de droga que refletem as suas políticas nesta matéria

Page 35: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

33

Capítulo 1 I A oferta de drogas e o mercado

I Mecanismos legais de resposta à oferta e posse de droga

Os Estados-Membros adotam medidas para impedir a

oferta de drogas ilícitas ao abrigo de três Convenções das

Nações Unidas, que estabelecem um quadro internacional

para o controlo da produção, do tráfico e da posse de mais

de 240 substâncias psicoativas. Todos os países são

obrigados a tratar o tráfico de droga como crime, mas a

moldura penal varia de país para país. Em certos países, a

oferta de drogas pode estar sujeita a uma ampla e única

moldura penal, enquanto outros fazem corresponder a

pena à dimensão da oferta, a qual consubstancia a

gravidade da infração.

O mesmo se exige em relação à posse de droga para

consumo próprio, mas «sob reserva dos princípios

constitucionais e dos conceitos fundamentais dos

respetivos sistemas jurídicos». Esta cláusula não tem sido

interpretada da mesma forma pelos países europeus e por

países terceiros, facto que se reflete nas diferentes

abordagens jurídicas neste domínio. Por volta do ano

2000, a Europa começou a revelar uma tendência para

reduzir a aplicação de penas de prisão ou outras formas

de privação da liberdade nos casos de infrações menores

relacionadas com o consumo próprio de drogas. Alguns

países foram mesmo mais longe, enquadrando numa

moldura não penal a posse de drogas para consumo

próprio e prevendo normalmente a aplicação de uma

coima (Figura 1.14).

I Infrações à legislação em matéria de droga: um crescimento continuado

A aplicação da legislação tendente a restringir a oferta e o

consumo de droga é monitorizada através dos dados

relativos às infrações notificadas. A União Europeia

comunicou cerca de 1,6 milhões de infrações (a maioria

delas relacionadas com cannabis; 57 %) em 2014,

envolvendo cerca de 1 milhão de infratores. A notificação

de infrações registou um aumento de quase um terço

(34 %), entre 2006 e 2014.

Na maioria dos países europeus, a maior parte das

infrações legais relacionadas com drogas tiveram a ver

com a sua posse ou consumo. Estima-se que, em termos

globais, na Europa, mais de 1 milhão destas infrações

tenham sido notificadas em 2014, representando um

aumento de 24 % face a 2006. Nas infrações relacionadas

com posse de droga, mais de três quartos envolvem a

cannabis. As infrações por posse de cannabis,

anfetaminas e MDMA continuaram a sua tendência para

aumentar, em 2014 (Figura 1.15).

Em termos globais, as notificações de infrações

relacionadas com a oferta de droga aumentaram 10 %

desde 2006, tendo atingido uma estimativa de mais de

214 000 casos em 2014. Também neste tipo de infrações,

a cannabis voltou a ocupar o primeiro lugar. No entanto, a

cocaína, a heroína e as anfetaminas estiveram envolvidas

numa percentagem de infrações relativas à oferta superior

à da posse para consumo próprio. As tendências de

FIGURA 1.13 FIGURA 1.14

Estratégias e planos de ação nacionais em matéria de droga: disponibilidade e âmbito

Sanções legais: possibilidade de prisão por posse de drogas para consumo pessoal (contraordenações)

Estratégia conjunta paraas drogas lícitas e ilícitas

Estratégia para as drogas ilícitas

Estratégias regionais ou outras

Por qualquer posse de pequena quantidade de droga

Possibilidade de pena de prisão

Não por posse de pequenaquantidade de cannabis, mas possível por outra posse de drogasNão por posse de pequena quantidade de droga

Page 36: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

34

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

redução do número de infrações por oferta de heroína e

cocaína registaram uma inversão em 2014, verificando-se

ainda um aumento significativo das infrações por oferta de

MDMA (Figura 1.15).

I Prevenção do desvio de medicamentos de substituição

O desvio de medicamentos substitutos de opiáceos da

sua utilização pretendida no tratamento da

toxicodependência para utilizações não medicinais e

venda nos mercados de drogas ilícitas suscita alguma

preocupação. Por «desvio» entende-se, neste contexto, a

partilha, a venda, a troca ou a oferta a terceiros de

medicamentos sujeitos a receita médica. Tal poderá

ocorrer voluntariamente (oferta intencional a outra pessoa)

ou involuntariamente (oferta inadvertida decorrente da

perda ou furto de doses).

Ao nível nacional, são implementadas várias estratégias

para prevenir o desvio de medicamentos de substituição .

As mesmas incluem a ministração de formação a pessoal

clínico e pacientes, a implementação de estratégias para

assegurar o cumprimento das instruções de tratamento

através de receita adequada e vigilância das doses, a

disponibilização de fórmulas medicinais destinadas a

reduzir a má utilização das mesmas, a utilização de caixas

eletrónicas de medicamentos e a implementação de

medidas de controlo, tais como testes de toxicidade,

contagem de comprimidos e monitorização não anunciada

a pacientes. Em termos de sistema, a regulação pode

ocorrer através dos registos das transações farmacêuticas

e da adoção de medidas disciplinares para combater a

prescrição indevida de receitas.

Um estudo europeu recente sugere que muitas destas

intervenções têm o potencial de reduzir a ocorrência de

desvios, apesar de raramente serem fornecidas

informações sobre possíveis consequências indesejadas

decorrentes da implementação das mesmas. Atualmente,

o desafio consiste em garantir um bom acesso do paciente

aos medicamentos de substituição e, simultaneamente,

estabelecer respostas adequadas de prevenção e

regulação que minimizem o desvio destes medicamentos

para o mercado negro.

FIGURA 1.15

Infrações à legislação europeia relativa ao consumo ou posse para consumo ou oferta de droga: tendências indexadas e infrações notificadas em 2014

Posse/consumo OfertaNúmero de infracções (milhões)

2006 2008 2010 2012 2014 2006 2008 2010 2012 2014

200

150

100

50

0

200

150

100

50

0

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0Posse/

consumoOferta

MDMA AnfetaminasCocaínaHeroína Cannabis Outras substâncias

Tendências indexadas Tendências indexadas

São implementadas várias estratégias para prevenir o desvio de medicamentos substitutos

Page 37: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

35

Capítulo 1 I A oferta de drogas e o mercado

SAIBA MAIS

Publicações do EMCDDA

2016

Cocaine trafficking to Europe, Perspetivas sobre

drogas.

Changes in Europe’s cannabis resin market,

Perspetivas sobre drogas.

Internet and drug markets, Insights.

Strategies to prevent diversion of Opioid Substitution

Treatment, Perspetivas sobre drogas.

2015

Drugs policy and the city in Europe, EMCDDA Papers.

Opioid trafficking routes, Perspetivas sobre drogas.

New psychoactive substances in Europe. An update

from the EU Early Warning System, Relatórios

técnicos.

The Internet and drug markets, Technical reports.

2014

Cannabis markets in Europe: a shift towards domestic

herbal cannabis, Perspetivas sobre drogas.

Drug policy profiles – Austria, EMCDDA Papers.

Drug policy profiles – Poland, EMCDDA Papers.

2013

Drug policy advocacy organisations, EMCDDA Papers.

Drug policy profiles: Ireland.

Drug supply reduction and internal security, EMCDDA

Papers.

Legal approaches to controlling new psychoactive

substances, Perspetivas sobre drogas.

Models for the legal supply of cannabis: recent

developments, Perspetivas sobre drogas.

Synthetic cannabinoids in Europe, Perspetivas sobre

drogas.

Synthetic drug production in Europe, Perspetivas

sobre drogas.

The new EU drugs strategy (2013–20), Perspetivas

sobre drogas.

2012

Cannabis production and markets in Europe, Insights.

2011

Drug policy profiles: Portugal

Recent shocks in the European heroin market:

explanations and ramifications, Relatórios das

reuniões Trendspotter.

Responding to new psychoactive substances, Drogas

em destaque.

Publicações conjuntas do EMCDDA e da Europol

2016

EU Drug markets report: in-depth analysis.

EU Drug markets report: a strategic overview.

2015

EMCDDA–Europol Joint Report on a new

psychoactive substance: 1-phenyl-2-(1-pyrrolidinyl)-1-

pentanone (α-PVP), Joint Reports.

EMCDDA–Europol 2014 Annual Report on the

implementation of Council Decision 2005/387/JHA.

2013

EU Drug markets report: a strategic analysis.

Amphetamine: a European Union perspective in the

global context.

Todas as publicações se encontram disponíveis em

www.emcdda.europa.eu/publications

Page 38: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

O consumo de drogas na Europa engloba atualmente um maior leque de substâncias

2

Page 39: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

37

Capítulo 2

O consumo de drogas na Europa engloba atualmente um maior leque de substâncias do que no passado. Entre os consumidores de drogas, o policonsumo é comum e os padrões individuais de consumo estendem-se do experimental ao habitual e à dependência. Para todas as drogas, o consumo é normalmente mais elevado entre o sexo masculino, diferença que é frequentemente mais marcada nos padrões de consumo mais intensivo ou mais regular. A prevalência do consumo de cannabis é cerca de cinco vezes superior à do consumo de outras substâncias. Apesar de o consumo de heroína e de outros opiáceos continuar a ser relativamente raro, estas substâncias continuam a ser as mais comummente associadas às formas mais nocivas de consumo, incluindo ao consumo de drogas injetáveis. I Um em cada quatro europeus já experimentou

drogas ilícitas

Estima-se que mais de 88 milhões de adultos, ou seja, um

pouco mais de um quarto da população dos 15 aos 64

anos de idade da União Europeia, já terão experimentado

drogas ilícitas em algum momento das suas vidas. O

consumo de drogas verifica-se com mais frequência no

sexo masculino (54,3 milhões) do que no feminino

(34,8 milhões). A cannabis é a droga mais consumida

Consumo de drogas, prevalência e tendências

Monitorização do consumo de drogas

O EMCDDA recolhe e gere bases de dados relativas

ao consumo de drogas e aos padrões de consumo na

Europa.

Os dados provenientes dos inquéritos realizados à

população em geral fornecem uma perspetiva da

prevalência do consumo recreativo de drogas. Os

resultados destes inquéritos podem ser

complementados pela análise dos resíduos de droga

presentes nas águas residuais das cidades

europeias.

Os estudos que apresentam estimativas relativas ao

consumo de drogas de alto risco podem ajudar a

identificar a extensão dos problemas mais

enraizados do consumo de drogas, enquanto os

dados sobre toxicodependentes que iniciam

tratamento especializado, quando considerados

juntamente com outros indicadores, podem fornecer

informações sobre a natureza e as tendências do

consumo de drogas de alto risco.

Page 40: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

38

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

(51,5 milhões de homens e 32,4 milhões de mulheres),

seguida da cocaína, que apresenta estimativas de

consumo ao longo da vida muito inferiores (11,9 milhões

de homens e 5,3 milhões de mulheres), da MDMA (9,1

milhões de homens e 3,9 milhões de mulheres) e das

anfetaminas (8,3 milhões de homens e 3,8 milhões de

mulheres). Os níveis de consumo de cannabis ao longo da

vida variam consideravelmente entre países, de cerca de

quatro em cada dez adultos em França e um terço dos

adultos na Dinamarca e em Itália, para menos de um em

cada dez adultos na Bulgária, em Malta, na Hungria,

Roménia e na Turquia.

Os valores do último ano referentes ao consumo de drogas

permitem avaliar o consumo recente de drogas e revelam

que o consumo atinge principalmente a população mais

jovem (15–34). Estima-se que 17,8 milhões de jovens

adultos tenham consumido drogas no último ano, estando

o sexo masculino representado em dobro, face ao sexo

feminino.

I Consumo de cannabis: diferenças ao nível dos países

A cannabis é a droga ilícita mais suscetível de ser

experimentada em todas as faixas etárias. É geralmente

fumada e, na Europa, normalmente misturada com tabaco.

Os padrões de consumo de cannabis vão do ocasional ao

regular e à dependência.

Estima-se que 16,6 milhões de jovens europeus (15–34

anos), ou seja, 13,3 % desta faixa etária, 9,6 milhões dos

quais com idades compreendidas entre 15 e 24 anos

(16,4 %), consumiram cannabis no último ano. Entre os

jovens que consumiram cannabis no último ano,

verificou-se uma proporção de dois consumidores do sexo

masculino para cada um do sexo feminino.

Os resultados do inquérito mais recente revelam que, no

último ano, os países continuaram a apresentar percursos

diferentes no consumo de cannabis (Figura 2.1). Dos

países que produziram inquéritos desde 2013, oito

comunicaram estimativas mais elevadas, quatro

estabilizaram e um registou estimativas mais baixas do

que no inquérito comparável anterior.

Apenas um número restrito de países possui dados

suficientes extraídos de inquéritos para proceder a uma

análise estatística das tendências, a médio e a longo

prazo, do consumo de cannabis entre jovens adultos

(15–34), no último ano. Os inquéritos relativos a países de

prevalência relativamente elevada, tais como a Alemanha,

a Espanha e o Reino Unido, revelam uma prevalência

FIGURA 2.1

Prevalência do consumo de cannabis no último ano entre jovens adultos (15–34 anos): dados mais recentes (em cima) e tendências com significância estatística (ao centro e em baixo)

<4,0 4,1–8,0 8,1–12,0 >12,0 Sem dadosPercentagem

Espanha AlemanhaReino Unido (Inglaterra e País de Gales)

Percentagem

25

20

15

10

5

0

25

20

15

10

5

0

25

20

15

10

5

0

25

20

15

10

5

0

FrançaRepública Checa Itália Finlândia

Bulgária Suécia

Percentagem

20072006200520042003200220012000 2008 2009 2011 2013 201420122010

20072006200520042003200220012000 2008 2009 2011 2013 201420122010

Page 41: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

39

Capítulo 2 I Consumo de drogas, prevalência e tendências

estável ou em queda de cannabis ao longo da última

década, enquanto França revela um aumento da mesma a

partir de 2010. Entre os países que possuem taxas de

consumo de cannabis mais baixas, a Finlândia tem

registado aumentos consistentes da prevalência a longo

prazo, passando de uma prevalência reduzida para a

média europeia, enquanto a Suécia continua com níveis

inferiores, revelando um ligeiro aumento ao longo da

última década. Entre os países com menos dados

comparáveis, a Bulgária continuou a registar um aumento

das tendências até 2012, e um inquérito anual levado a

cabo na República Checa revelou aumentos de 2011 a

2014.

De acordo com o Projeto Europeu de Inquérito Escolar

sobre o Consumo de Álcool e outras Drogas (ESPAD),

publicado em 2011, a cannabis é responsável pela maioria

do consumo de drogas ilícitas entre a população escolar

dos 15 aos 16 anos. Os dados mais recentes sobre a

população escolar, neste caso na faixa dos 15 anos de

idade, são extraídos do estudo de Comportamento e

Saúde em Jovens em Idade Escolar (Health Behaviour in

School-aged Children - HBSC). No estudo HBSC de

2013/14, os níveis de consumo de cannabis ao longo da

vida registavam níveis de 5 % entre as raparigas e de 7 %

entre rapazes, na Suécia, e de 26 % entre raparigas e de

30 % entre rapazes, em França.

I Tratamento dos consumidores de cannabis: procura crescente

Com base nos inquéritos realizados à população em geral,

estima-se que cerca de 1 % dos adultos europeus são

consumidores diários ou quase diários de cannabis, ou

seja, consumiram esta droga em 20 dias ou mais do último

mês. Cerca de 60 % dessas pessoas têm idades

compreendidas entre os 15 e os 34 anos e mais de três

quartos são do sexo masculino.

Quando associados a outros indicadores, os dados

relativos aos utentes que iniciam tratamento por

problemas relacionados com a cannabis podem ajudar a

perceber a natureza e a escala do consumo de alto risco

de cannabis na Europa. Em termos gerais, o número de

utentes que iniciaram o tratamento pela primeira vez

devido a problemas com a cannabis aumentou de 45 000,

em 2006, para 69 000, em 2014. Neste grupo, o número

daqueles que comunicaram um consumo diário da

substância aumentou de 46 %, em 2006, para 54 %, em

CONSUMIDORES DE CANNABIS QUE INICIAM TRATAMENTO

Frequência do consumo no último mês

70 000

60 000

50 000

40 000

30 000

20 000

10 000

02006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Tendências entre os que iniciamo tratamento pela primeira vez

Diariamente

Dois a seis dias por semana

Uma vez por semana ou menos

Não consumida no último mês17 % 83 %

57 %

22 %

9 %

12 %

1626

Média de idadesno iníciodo consumo

Média de idadesem que iniciam o tratamento pela primeira vez

41 %

59 %

Utentes que iniciam pela primeira vez o tratamento

Utentes anteriormente tratados

EspanhaReino Unido

Itália

Alemanha

Países Baixos

Outros países França

Características

NB: As características referem-se a todos os que iniciam o tratamento devido ao consumo de cannabis como droga principal.Devido a alterações do �uxo de dados ao nível nacional, os dados de 2014 referentes a Itália não são diretamente comparáveicom os dos anos anteriores.

Consumo médio de 5,4 dias por semana

Page 42: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

40

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

2014. As causas para o aumento do número de utentes

que iniciam tratamento não são evidentes, mas podem

estar ligadas a alterações na prevalência do consumo e do

consumo intensivo de cannabis e a outros fatores, tais

como a oferta de produtos mais nocivos e mais potentes,

uma maior disponibilidade de tratamentos relacionados

com a cannabis e mudanças nas práticas de referenciação

para tratamento.

FIGURA 2.2

Prevalência do consumo de cocaína no último ano entre jovens adultos (15–34): tendências com significância estatística e dados mais recentes

0,1–1,0 1,1–2,0 2,1–3,0 >3,0 Sem dadosPercentagem

FrançaEspanha FinlândiaReino Unido (Inglaterra e País de Gales)

Percentagem

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

7

4

5

6

3

2

1

0

7

4

5

6

3

2

1

0

A cocaína é o estimulante ilícito mais consumido na Europa

I Cocaína: uma prevalência em mudança

A cocaína é o estimulante ilícito mais consumido na

Europa, apesar de o seu consumo ser mais visível no sul e

no ocidente da Europa. A cocaína em pó (hidrocloreto de

cocaína) é principalmente inalada ou aspirada (por via

nasal), embora às vezes também seja injetada, enquanto a

cocaína-crack (base de cocaína) é normalmente fumada.

Estima-se que cerca de 2,4 milhões de jovens europeus

com idades compreendidas entre os 15 e os 34 anos

(1,9 % desta faixa etária) terão consumido cocaína no

último ano. Muitos consumidores de cocaína consomem

esta droga em contexto recreativo, ocorrendo os picos de

consumo em fins de semana e feriados. Em traços gerais,

podem distinguir-se duas categorias de consumidores

regulares: os mais bem integrados socialmente, que

frequentemente inalam cocaína em pó, e os

marginalizados, que consomem cocaína injetável ou

fumam cocaína-crack, por vezes associada a opiáceos.

Apenas a Espanha, os Países Baixos e o Reino Unido

comunicaram uma prevalência de 3 % ou mais do

consumo de cocaína entre jovens, no último ano. As

reduções do consumo de cocaína comunicadas nos anos

anteriores não se verificaram nos inquéritos mais recentes.

Dos países que realizaram inquéritos desde 2013, seis

comunicaram estimativas mais elevadas, dois

estabilizaram e quatro registaram estimativas mais baixas

do que no inquérito comparável anterior.

Page 43: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

41

Capítulo 2 I Consumo de drogas, prevalência e tendências

Apenas um número restrito de países possui dados

suficientes extraídos de inquéritos para proceder a uma

análise estatística das tendências a longo prazo do

consumo de cocaína entre jovens, no último ano. A

Espanha e o Reino Unido comunicaram tendências para

um aumento da prevalência até 2008, seguido de um

período de estabilidade ou declínio. As comunicações do

Reino Unido sugerem que este declínio ocorre apenas nas

camadas jovens (16–24), mantendo-se a tendência para a

estabilidade ou para o aumento nas faixas etárias

FIGURA 2.3

Resíduos de cocaína nas águas residuais de determinadas cidades europeias: tendências e dados mais recentes

NB: Quantidades médias diárias de benzoylecgonina em miligramas por 1000 habitantes. Mapa: A recolha de amostras realizou-se em determinadas cidades europeias durante uma semana, em 2015.Fonte: Sewage Analysis Core Group Europe (SCORE).

1 10 100 250 500 1 000

Mitilene

Nicósia

LimassolMalta

Bratislava

Valência

MilãoPorto

Lisboa

Bristol

Londres

HelsínquiaTurku

Oslo

Copenhaga

Berlim

Munique

Zagrebe

Atenas

Barcelona

Eindhoven

Amesterdão

Antuérpia

Paris

BudweisPiestany

Antuérpia Barcelona

Milão Paris Oslo

Amesterdão

Zagrebe

2011 2012 2013 2014 2015

100

200

300

400

500

600

700

800

900

0

mg/1 000 habitantes/dia

mg/1 000 habitantes/dia

CONSUMIDORES DE COCAÍNA QUE INICIAM TRATAMENTO

40 000

35 000

30 000

25 000

20 000

15 000

10 000

5 000

02006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Espanha Reino Unido

Alemanha Itália

Outros países

Países Baixos

Tendências entre os que iniciamo tratamento pela primeira vez

Características

15 % 85 %

22 35

46 %

54 %

Utentes que iniciam pela primeira vez o tratamento

Utentes anteriormente tratados

Via de administração

1 %

66 %

7 %

24 %

Injetada

Fumada/inalada

Comida/bebida

Aspirada

Outra2 %

NB: As características referem-se a todos os que iniciam o tratamento devido ao consumo de cocaína/cocaína-crack como droga principal. Devido a alterações do �uxo de dados ao nível nacional, os dados de 2014 referentes a Itália não são diretamente comparáveis com os dos anos anteriores.

Frequência do consumo no último mês

20 %

24 %

22 %

Consumo médio de 3,6 dias por semana

34 %

Média de idadesno iníciodo consumo

Média de idadesem que iniciam o tratamento pela primeira vez

Diariamente

Dois a seis dias por semana

Uma vez por semana ou menos

Não consumida no último mês

Page 44: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

42

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

superiores. França tem registado uma tendência

crescente, com um aumento superior a 2 %, em 2014. Na

Finlândia, apesar de se ter verificado um aumento da

prevalência, os níveis globais de consumo permaneceram

baixos, atingindo 1 % pela primeira vez, em 2014.

As análises à presença de cocaína nas águas residuais de

várias cidades que foram objeto de um estudo

complementam os resultados extraídos dos inquéritos à

população. Os resultados do estudo são apresentados em

quantidades padronizadas (peso) de resíduos de droga

por cada 1 000 habitantes, por dia. Na análise de 2015, o

peso mais elevado de benzoilecgonina, a forma

metabolizada da cocaína, foi detetado em cidades da

Bélgica, Espanha, Países Baixos e Reino Unido

(Figura 2.3). Os padrões gerais detetados em 2015 são

semelhantes aos dos anos anteriores, com a maioria das

cidades a revelar tendências de descida ou estabilização,

entre 2011 e 2015.

I Tratamento do consumo de cocaína: procura estável

A prevalência de padrões particularmente problemáticos

de consumo de cocaína na Europa é difícil de aferir, uma

vez que apenas cinco países possuem estimativas

recentes e que foram utilizadas definições e metodologias

diferentes. Em 2012, relativamente à população adulta, a

Alemanha estimou em 0,20 % a «dependência da

cocaína». Em 2014, Itália estimou em 0,64 % os que

«necessitavam de tratamento devido ao consumo de

cocaína» e Espanha estimou o «consumo de heroína de

alto risco» em 0,29 %. Relativamente a 2011/2012, o

Reino Unido estimou em 0,48 % o consumo de

cocaína-crack entre a população adulta de Inglaterra,

sendo a maior parte desses consumidores igualmente

consumidores de opiáceos. Com base nas notificações do

último ano, estima-se em 0,62 % o consumo de alto risco

de cocaína em Portugal.

Espanha, Itália e Reino Unido são responsáveis por cerca

de 74 % das novas admissões em unidades de tratamento

relacionados com o consumo de cocaína na Europa. Em

termos gerais, a cocaína foi referida como droga principal

por 60 000 utentes que iniciaram um tratamento

especializado em 2014 e por 27 000 utentes que o fizeram

pela primeira vez. Após um período de declínio, o número

total de consumidores de cocaína que iniciaram um

tratamento pela primeira vez estabilizou a partir de 2012.

Em 2014, 5 500 utentes que iniciaram o tratamento pela

primeira vez na Europa indicaram a cocaína-crack como

droga principal, mais de metade dos quais no Reino Unido

(3 000) e a maioria dos restantes em Espanha, França e

Países Baixos (2 000).

FIGURA 2.4

Prevalência do consumo de MDMA no último ano entre jovens adultos (15–34): tendências com significância estatística e dados mais recentes

0–0,5 0,6–1,0 1,1–2,5 >2,5 Sem dadosPercentagem

Bulgária Finlândia

EspanhaFrança

Reino Unido (Inglaterra e País de Gales)

Percentagem

5

4

3

2

1

0

5

4

3

2

1

02000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Page 45: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

43

Capítulo 2 I Consumo de drogas, prevalência e tendências

I MDMA: tendências em mutação e aumento do consumo

A MDMA (3,4-metilenodioximetanfetamina) é

normalmente consumida sob a forma de comprimidos de

ecstasy, mas encontra-se também cada vez mais

disponível sob a forma de cristais e de pó; os comprimidos

são normalmente engolidos, mas na forma de pó a droga é

também inalada.

Nos últimos anos, as fontes de monitorização referentes a

vários países assinalaram novos desenvolvimentos no

âmbito do mercado europeu de MDMA, incluindo

comunicações de aumento do consumo.

Tradicionalmente, a recolha de dados da maioria dos

inquéritos europeus refere-se ao consumo de ecstasy e

não de MDMA, apesar desta situação estar agora a mudar.

Estima-se que 2,1 milhões de jovens (15–34 anos)

tenham consumido MDMA/ecstasy no último ano

(1,7 % deste grupo etário), variando as estimativas

nacionais entre 0,3 % e 5,5 %. Entre os jovens que

consumiram MDMA no último ano, verificou-se uma

proporção de 2,4 consumidores do sexo masculino para

cada um do sexo feminino.

Desde inícios a meados da década de 2000, muitos países

registaram um declínio dos respetivos picos de prevalência

de MDMA. Esta situação parece estar agora a mudar. Os

resultados dos países que produziram inquéritos desde

2013 apontam para um aumento geral da prevalência na

Europa, com nove desses países a comunicar estimativas

mais elevadas e três a registar estimativas mais baixas do

que no inquérito comparável anterior. Nos casos em que

existem dados que permitem uma análise mais rigorosa

das tendências do consumo de MDMA no último ano entre

jovens, são observados aumentos em determinados

países desde 2010. A Bulgária, a Finlândia e a França

continuam a registar uma tendência crescente ao longo

deste período, enquanto no Reino Unido, a pausa

verificada nas tendências de redução do período de

2011/2012 está a ser seguida de aumentos com

significância estatística (Figura 2.4). Embora não sejam

diretamente comparáveis com os inquéritos anteriores, os

Países Baixos notificaram uma prevalência de 5,5 %, em

2014.

FIGURA 2.5

Resíduos de MDMA nas águas residuais de determinadas cidades europeias: tendências e dados mais recentes

NB: Quantidades médias diárias de MDMA em miligramas por 1000 habitantes. Mapa: A recolha de amostras realizou-se em determinadas cidades europeias durante uma semana, em 2015.Fonte: Sewage Analysis Core Group Europe (SCORE).

1 10 25 50 100 175

Mitilene

Nicósia

Limassol

Bratislava

Valência

MilãoPorto

Lisboa

Bristol

London

Helsínquia

TurkuOslo

Copenhaga

Berlim

Munique

Zagrebe

Atenas

Barcelona

Eindhoven

Amesterdão

Antuérpia

Paris

Budweis

Antuérpia Barcelona

Paris Milão

OsloAmesterdão

Zagrebe

2011 2012 2013 2014 2015

20

40

60

80

100

120

140

160

180

0

mg/1 000 habitantes/dia

mg/1 000 habitantes/dia

A MDMA é frequentemente consumida com outras substâncias

Page 46: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

44

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

Uma análise feita em 2015 às águas residuais de várias

cidades revelou um pico da presença de MDMA em

cidades belgas e dinamarquesas (Figura 2.5). Nas águas

residuais da maioria das cidades, registaram-se

concentrações de MDMA mais elevadas em 2015 do que

em 2011, com aumentos acentuados em algumas

cidades, possivelmente resultantes de um maior grau de

pureza da MDMA ou de uma maior oferta e consumo desta

droga.

A MDMA é frequentemente consumida com outras

substâncias, incluindo álcool. De um modo geral, os

inquéritos a jovens que frequentam regularmente espaços

de diversão noturnos indicam maiores níveis de consumo

de droga, comparativamente à população em geral. Este é

especialmente o caso da MDMA, que sempre tem estado

associada à vida noturna e sobretudo à música eletrónica.

Os dados atuais sugerem que, nos países que registam

níveis de prevalência elevados, o consumo de MDMA já

não se limita a meios restritos ou subculturais; também

não se limita a discotecas e festas, mas abarca antes um

leque mais alargado de jovens que se divertem em

qualquer cenário noturno, tais como bares e festas

privadas.

O consumo de MDMA raramente é comunicado como

motivo para a procura de tratamento especializado. Em

2014, o consumo de MDMA na Europa foi comunicado por

menos de 1 % (quase 800 casos) de utentes que iniciaram

o tratamento pela primeira vez.

I Consumo de anfetaminas: tendências nacionais divergentes

Tanto a anfetamina como a metanfetamina, dois

estimulantes muito próximos, são consumidas na Europa,

embora o consumo de anfetamina seja de longe o mais

comum. Tradicionalmente, o consumo de metanfetaminas

tem-se limitado à República Checa e, mais recentemente,

à Eslováquia, havendo, no entanto, sinais de aumento em

outros países. Em algumas séries de dados não é possível

distinguir entre as duas substâncias, empregando-se

então o termo genérico de anfetaminas.

Ambas as drogas podem ser consumidas por via oral ou

nasal, sendo, no entanto, também comum o seu consumo

por via injetável por consumidores de alto risco, em alguns

países. As metanfetaminas podem igualmente ser

fumadas, mas esta via de administração não é

normalmente notificada na Europa.

Estima-se que 1,3 milhões (1,0 %) de jovens (15–34 anos)

tenham consumido anfetaminas no último ano, variando

as estimativas nacionais mais recentes entre 0,1 % e

2,9 %. Os dados disponíveis sugerem que, a partir do ano

2000, aproximadamente, as tendências de consumo se

mantiveram relativamente estáveis na maioria dos países

europeus. Dos países que produziram inquéritos desde

2013, sete comunicaram estimativas mais elevadas, um

tinha estabilizado e quatro registaram estimativas mais

baixas do que no inquérito comparável anterior. Embora

FIGURA 2.6

Prevalência do consumo de anfetaminas no último ano entre jovens adultos (15–34): tendências com significância estatística e dados mais recentes

0–0,5 0,6–1,0 1,1–1,5 >1,5 Sem dadosPercentagem

Finlândia Espanha Reino Unido (Inglaterra e País de Gales)

Percentagem

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

5

4

3

2

1

0

5

4

3

2

1

0

Page 47: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

45

Capítulo 2 I Consumo de drogas, prevalência e tendências

FIGURA 2.7

Resíduos de anfetaminas nas águas residuais de determinadas cidades europeias: tendências e dados mais recentes

mg/1 000 habitantes/dia

NB: Quantidades médias diárias de anfetamina em miligramas por 1000 habitantes. Mapa: A recolha de amostras realizou-se em determinadas cidades europeias durante uma semana, em 2015. Fonte: Sewage Analysis Core Group Europe (SCORE).

1 10 25 50 100 250

Nicósia

LimassolMalta

Bratislava

Milão

Lisboa

Bristol

Helsínquia

TurkuOslo

Copenhaga

Berlim

Zagrebe

Atenas

Barcelona

Amesterdão

AntuérpiaBudweis

Piestany

2011 2012 2013 2014 2015

50

100

150

200

250

300

0

Antuérpia Zagrebe

Barcelona Milão

Oslo

Amesterdão

mg/1 000 habitantes/dia

não sejam diretamente comparáveis com os inquéritos

anteriores, os Países Baixos notificaram uma prevalência

de 2,9 % entre os jovens.

Nos poucos países que permitem analisar tendências de

longo prazo com significância estatística, tanto a Espanha

como o Reino Unido revelam uma diminuição da

prevalência desde 2000 (Figura 2.6). Em contrapartida, a

Finlândia, que revelou um crescimento estável dos níveis

de prevalência ao longo do mesmo período, notifica agora

um dos mais elevados níveis da Europa.

Uma análise feita em 2015 às águas residuais de várias

cidades europeias revelou uma presença significativa de

anfetaminas. As quantidades de anfetamina variam

consideravelmente, com os níveis mais elevados

registados em cidades do norte da Europa (Figura 2.7).

Nas cidades do sul da Europa, foram detetados níveis de

anfetamina muito inferiores. As quantidades mais

elevadas de metanfetamina foram detetadas em cidades

da República Checa, da Eslováquia e da Noruega. Em

termos gerais, os dados de 2011 a 2015 revelaram

tendências relativamente estáveis para ambas as drogas.

I Tratamento dos consumidores de anfetamina: procura crescente

Os problemas relacionados com o consumo de longo

prazo ou crónico de anfetamina injetável têm afetado

particularmente os países do norte da Europa. Em

contrapartida, os problemas de consumo de longo prazo

de metanfetamina têm sido mais visíveis na República

Checa e na Eslováquia. Encontram-se disponíveis

estimativas recentes sobre o consumo de alto risco de

metanfetamina na República Checa e no Chipre. Na

República Checa, em 2014, o consumo de alto risco de

metanfetamina entre adultos (15–64) foi estimado em

cerca de 0,51 %, com um aumento acentuado do

consumo, sobretudo injetado, verificado entre 2007 e

2014 (de cerca de 20 000 consumidores para mais de

36 000). As estimativas relativas ao Chipre são de 0,02 %,

ou seja, 127 consumidores, em 2014. No que respeita à

Noruega, em 2013, o consumo de alto risco de

anfetamina e metanfetamina foi estimado em 0,33 %, ou

seja, 11 200 adultos. Os consumidores de anfetaminas

constituem provavelmente a maioria dos 2 177 (0,17 %)

consumidores estimados de alto risco de estimulantes

comunicados pela Letónia, um número que revela uma

redução dos 6 540 (0,46 %) consumidores registados em

2010.

A injeção de metanfetamina associada ao consumo de

outros estimulantes e GHB (gama-hidroxibutirato)

Page 48: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

46

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

continua a ser notificada numa série de países, entre

pequenos grupos de homens que mantêm relações

homossexuais. Estas práticas «slamming», como são

comummente denominadas, suscitam preocupação

devido à combinação dos riscos do consumo de droga

com os dos comportamentos sexuais.

Aproximadamente 32 000 utentes que iniciaram um

tratamento especializado da toxicodependência na

Europa, em 2014, referiram as anfetaminas como droga

principal, 13 000 dos quais iniciavam pela primeira vez um

tratamento. Os consumidores de anfetamina como droga

principal constituem uma proporção considerável das

pessoas que iniciaram o tratamento pela primeira vez na

Bulgária, na Alemanha, na Letónia, na Hungria, na Polónia

e na Finlândia. Os utentes que iniciaram tratamento e que

referem a metanfetamina como droga principal

concentram-se na República Checa e na Eslováquia, que

em conjunto respondem por 95 % dos 8 700 utentes

consumidores de metanfetamina na Europa. Em termos

globais, a Europa assistiu a um aumento de 50 % do

número de utentes que iniciaram pela primeira vez um

tratamento por consumo principal de anfetaminas desde

2006, um valor largamente devido aos aumentos

verificados na Alemanha e, em menor escala, na República

Checa.

CONSUMIDORES DE ANFETAMINAS QUE INICIAM TRATAMENTO

12 000

10 000

8 000

6 000

4 000

2 000

02006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Alemanha República Checa

Eslováquia Países Baixos

Reino Unido

Outros países

Tendências entre os que iniciamo tratamento pela primeira vez

Características

28 % 72 %

19 30

43 %

57 %

Via de administração

1 %

49 %

21 %

8 %

21 %

NB: Os países abrangidos variam consoante o indicador. As características referem-se a todos os que iniciam o tratamento devido ao consumo de anfetaminas como droga principal.

Frequência do consumo no último mês

25 %

17 %

26 %

Consumo médio de 3,9 dias por semana

32 %

Média de idadesno iníciodo consumo

Média de idadesem que iniciam o tratamento pela primeira vez

Diariamente

Dois a seis dias por semana

Uma vez por semana ou menos

Não consumida no último mês

Utentes que iniciam pela primeira vez o tratamento

Utentes anteriormente tratados

Injetada

Fumada/inalada

Comida/bebida

Aspirada

Outra

I Consumo de cetamina, GHB e alucinogénios

Outras substâncias com propriedades alucinogénicas,

anestésicas, dissociativas e depressoras são consumidas

na Europa, nomeadamente o LSD (dietilamida do ácido

lisérgico), cogumelos alucinogénicos, cetamina e GHB

(gama-hidroxibutirato).

Nas duas últimas décadas, tem sido referido o consumo

recreativo de cetamina e de GHB (incluindo o seu precursor

GBL, gama-butirolactona), entre alguns subgrupos de

consumidores de droga na Europa. Quando existem, as

estimativas nacionais da prevalência do consumo de GHB

e de cetamina, tanto entre a população adulta como entre

a população escolar, permanecem baixas. Nos seus

inquéritos mais recentes, os Países Baixos e a Noruega

comunicaram, respetivamente, uma prevalência do

consumo de GHB no último ano, entre adultos, de 0,4 %

(15–64) e de 0,1 % (16–64); a Roménia comunicou uma

prevalência de 0,5 % entre os jovens (15–34). Alguns

países, incluindo os Países Baixos, a Noruega e o Reino

Unido, comunicaram níveis mais elevados de consumo de

GHB e de problemas associados ao mesmo entre

determinados grupos sociais, quer ao nível das cidades,

quer ao nível local. No último ano, os níveis de prevalência

do consumo de cetamina entre jovens (15–34) foram

estimados em 0,3 % na Dinamarca e em Espanha,

registando o Reino Unido um consumo de cetamina de

Page 49: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

47

Capítulo 2 I Consumo de drogas, prevalência e tendências

1,6 % entre jovens dos 16 aos 24 anos de idade, uma

tendência que se tem mantido estável desde 2008.

Os níveis de prevalência globais do consumo de LSD e

cogumelos alucinogénicos na Europa têm-se mantido, de

um modo geral, baixos e estáveis desde há alguns anos.

No que diz respeito aos jovens (15–34), no último ano, os

inquéritos nacionais permitem estimar uma prevalência de

menos de 1 % para ambas as substâncias, à exceção da

Finlândia, que revela uma prevalência de 1,3 % para o LSD.

Relativamente aos cogumelos alucinogénicos,

verificam-se também exceções no Reino Unido (1 %), nos

Países Baixos (1,3 %), na Finlândia (1,9 %) e na República

Checa (2,3 %).

I Consumo de novas drogas

O Flash Eurobarometer on young people and drugs de

2014, um inquérito telefónico a 13 128 jovens entre os 15

e os 24 anos, realizado nos 28 Estados-Membros da UE,

fornece algumas informações úteis sobre o consumo de

novas substâncias. Embora se tratas-se principalmente de

um inquérito relativo às atitudes, o Eurobarómetro incluiu

uma pergunta sobre o consumo de substâncias que imitam

os efeitos de drogas ilícitas. Atualmente, os dados assim

obtidos constituem a única fonte de informação sobre este

tema ao nível da União Europeia, embora por razões

metodológicas os resultados devam ser interpretados com

cautela. No total, 8 % dos inquiridos referiram ter

consumido estas substâncias alguma vez ao longo da vida,

3 % dos quais no último ano, o que representa um aumento

relativamente aos 5 % que referiram tê-las consumido

alguma vez ao longo da vida num inquérito semelhante

realizado em 2011. Das pessoas que mencionaram esse

consumo durante o último ano, 68 % afirmaram ter

recebido a substância de um amigo.

Apesar de ser cada vez maior o número de países que

incluem novas substâncias psicoativas nos seus inquéritos

à população, as diferenças nos métodos e perguntas

utilizados têm limitado a comparabilidade dos resultados

entre países. Onze países europeus comunicam, desde

2011, estimativas nacionais relativas ao consumo de

novas substâncias psicoativas (à exceção da cetamina e

do GHB). Relativamente à faixa etária abrangida pelo

inquérito Eurobarómetro Flash (jovens dos 15 aos 24 anos

de idade), a prevalência do consumo destas substâncias

no último ano varia entre 0,0 %, na Polónia, e 9,7 %, na

Irlanda. Estão disponíveis dados de inquéritos sobre a

prevalência do consumo de mefedrona no Reino Unido

(Inglaterra e País de Gales). No inquérito mais recente

(2014/2015), o consumo desta droga no último ano, entre

os jovens com idades compreendidas entre 16 e 24 anos,

foi estimado em 1,9 %; este número foi igual ao do ano

anterior, mas representou um decréscimo em relação aos

4,4 % de 2010/2011, antes da introdução de medidas de

controlo. Em 2014, um inquérito levado a cabo na

Finlândia estimou em 0,2 % o consumo de catinonas

sintéticas entre jovens dos 15 aos 24 anos de idade no

último ano, enquanto em França, uma estimativa de 4 %

dos jovens dos 18 aos 34 anos comunicaram já ter

fumado canabinoides sintéticos.

I Consumidores de heroína: estabilização na procura de tratamento

O opiáceo ilícito mais consumido na Europa é a heroína, a

qual pode ser fumada, inalada ou injetada. Vários outros

opiáceos sintéticos, como a metadona, a buprenorfina e o

fentanil são também indevidamente consumidos.

Estima-se que a prevalência média do consumo de

opiáceos de alto risco, entre a população jovem e adulta

(15–64 anos), seja de 0,4 %, o equivalente a 1,3 milhões de

consumidores de opiáceos de alto risco na Europa, em

2014. A nível nacional, as estimativas da prevalência do

consumo de opiáceos de alto risco variam entre menos de

um e cerca de oito casos por 1 000 habitantes entre os 15

e os 64 anos (Figura 2.8). Cerca de 75 % dos consumidores

estimados de opiáceos de alto risco na União Europeia

encontram-se no Reino Unido, França, Itália, Alemanha e

Espanha. Dos 11 países com estimativas recorrentes de

consumo de opiáceos de alto risco entre 2008 e 2014,

Espanha e Turquia revelam um decréscimo significativo

das mesmas, a par de uma estabilização das tendências

nos restantes países (Figura 2.8).

A Europa conheceu diversas vagas de dependência da

heroína, a primeira das quais afetou muitos países da

Europa Ocidental a partir de meados da década de 1970 e

a segunda a Europa Central e Oriental de meados a finais

da década de 1990. Subsequentemente, assistiu-se, em

determinados países, a uma disseminação a partir dos

centros urbanos para as zonas mais rurais e para pequenas

cidades. Desde 2010/2011, os indicadores referentes a

muitos países europeus registaram um declínio ao nível do

recrutamento de novos consumidores de heroína e a

existência de uma coorte envelhecida de consumidores de

opiáceos de alto risco, muitos dos quais a receber

tratamento de substituição. Os dados mais recentes

sugerem uma estabilização da tendência de redução do

número de novos utentes que iniciam tratamento.

Dos 185 000 utentes que referiram os opiáceos como

droga principal e que iniciaram um tratamento

especializado na Europa, 34 000 faziam-no pela primeira

Page 50: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

48

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

FIGURA 2.8

Estimativas nacionais da prevalência de consumo de opiáceos de alto risco no último ano: tendências específicas e dados mais recentes

0,0–2,5 2,51–5,0 >5,0 Sem dadosTaxa por 1 000 habitantes

Malta LetóniaÁustriaItália Eslovénia

República Checa Turquia

Alemanha Grécia Espanha Chipre

Casos por 1 000 habitantes entre os 15 e os 64 anos

2008 2009 2010 2012 2014

8

7

4

5

6

3

2

1

0

8

7

4

5

6

3

2

1

0

20132011

CONSUMIDORES DE HEROÍNA EM TRATAMENTO

60 000

50 000

40 000

30 000

20 000

10 000

02006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Outros países Reino Unido

Espanha Itália

Alemanha

Tendências entre os que iniciamo tratamento pela primeira vez

Características

20 % 80%

2236

18 %

82 %

Via de administração

1 %10 %

41 %

36 %

12 %

NB: As características referem-se a todos os utentes que iniciam o tratamento devido ao consumo de heroína como droga principal. Devido a alterações do �uxo de dados ao nível nacional, os dados de 2014 referentes a Itália não são diretamente comparáveis com os dos anos anteriores. 

Frequência do consumo no último mês

59 %

8 %

20 %

Consumo médio de 5,8 dias por semana

13 %

Média de idadesno iníciodo consumo

Média de idadesem que iniciam o tratamento pela primeira vez

Diariamente

Dois a seis dias por semana

Uma vez por semana ou menos

Não consumida no último mêsUtentes que iniciam

pela primeira vez o tratamento

Utentes anteriormente tratados

Injetada

Fumada/inalada

Comida/bebida

Aspirada

Outra

Page 51: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

49

Capítulo 2 I Consumo de drogas, prevalência e tendências

vez. O número de novos consumidores de heroína passou

para menos de metade, de um pico de 59 000, em 2007,

quando representavam 36 % da totalidade dos novos

utentes, para 23 000, em 2013 (16 % dos novos utentes).

A tendência parece ter estabilizado. Nos dados mais

recentes, 17 países comunicaram a estabilização ou a

redução do número de novos consumidores de heroína,

enquanto 9 comunicaram um aumento do mesmo.

I Opiáceos sintéticos: uma preocupação crescente

Apesar de a heroína continuar a ser o opiáceo mais

consumido, o consumo indevido de opiáceos sintéticos

tem aumentado. Em 2014, 18 países europeus (mais 8 do

que em 2013) comunicaram que mais de 10 % dos

consumidores de opiáceos que iniciaram tratamento

especializado apresentavam problemas relacionados com

outros opiáceos que não a heroína (Figura 2.9). Entre os

opiáceos referidos pelos utentes que iniciaram um

tratamento, incluía-se a metadona, a buprenorfina, o

fentanil, a codeína, o tramadol e a oxicodona. Em alguns

países, os opiáceos que não a heroína já constituem a

forma mais comum de consumo de opiáceos entre utentes

que iniciam tratamento. Na Estónia, por exemplo, a maioria

dos utentes que iniciam tratamento devido ao consumo de

opiáceos consome fentanil, enquanto na Finlândia e na

República Checa a maioria dos utentes consumidores de

opiáceos tem a buprenorfina como droga principal.

O consumo indevido de opiáceos sintéticos tem aumentado

FIGURA 2.9

Consumidores que iniciam tratamento referindo opiáceos como droga principal: por tipo de opiáceo e percentagem que refere outros opiáceos que não a heroína

< 10 10–24 25–50 > 50 Sem dados

Heroína

Buprenor�na5 %

Metadona8 %

Outros opiáceos6 %

Fentanil < 1 %

19 %

Percentagem

Page 52: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

50

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

I Consumo de droga injetável: a heroína em declínio

O consumo de droga injetável está normalmente

associado aos opiáceos, embora a injeção de estimulantes

como as anfetaminas ou a cocaína constitua um problema

grave em alguns países. A injeção de catinonas sintéticas,

embora não seja um fenómeno disseminado, continua a

ser assinalada entre algumas populações específicas,

incluindo consumidores de opiáceos injetáveis, utentes de

serviços de tratamento da toxicodependência em alguns

países e pequenos grupos de homens que têm relações

sexuais com outros homens. Dezasseis países possuem

estimativas recentes da prevalência do consumo de droga

injetável, que variam de menos de um a mais de nove

casos por 1 000 habitantes entre os 15 e os 64 anos.

Em 2014, dos utentes que iniciaram o tratamento pela

primeira vez por consumo de heroína como droga

principal, 33 % indicam a via injetável como principal via

de administração: um decréscimo face aos 43 %

registados em 2006 (Figura 2.10). Neste grupo, os níveis

de consumo injetado variam de país para país, de 11 % em

Espanha para mais de 90 % na Letónia e na Roménia. Dos

utentes que iniciaram o tratamento pela primeira vez por

consumo de anfetaminas como droga principal, 47 %

indicam a via injetável como principal via de

administração, um pequeno aumento face a 2006. Mais de

70 % deste grupo pertence à República Checa e são

consumidores de metanfetamina. Considerando o

conjunto das três principais drogas injetáveis, entre os

utentes que iniciam pela primeira vez o tratamento da

toxicodependência na Europa, a injeção como principal via

de administração diminuiu de 28 %, em 2006, para 20 %,

em 2014.

O consumo de droga injetável está normalmente associado aos opiáceos

FIGURA 2.10

Utentes que iniciam tratamento pela primeira vez que referem a injeção como principal via de administração da droga de consumo principal

Percentagem

2006 2007 2008 2009 2011 2014

50

45

40

35

30

25

20

15

10

0

5

50

45

40

35

30

25

20

15

10

0

5

2012 20122010

Heroína

Cocaína

Anfetaminas Média das três drogas

Page 53: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

51

Capítulo 2 I Consumo de drogas, prevalência e tendências

SAIBA MAIS

Publicações do EMCDDA

2016

Assessing illicit drugs in wastewater: advances in

wastewater-based drug epidemiology, Insights.

Recent changes in Europe’s MDMA/ecstasy market,

Rapid communication.

2015

Misuse of benzodiazepines among high-risk drug

users, Perspetivas sobre drogas.

2014

Exploring methamphetamine trends in Europe,

EMCDDA Papers.

Injection of cathinones, Perspetivas sobre drogas.

2013

Characteristics of frequent and high-risk cannabis

users, Perspetivas sobre drogas.

Trends in heroin use in Europe — what do treatment

demand data tell us?, Perspetivas sobre drogas.

2012

Driving under the influence of drugs, alcohol and

medicines in Europe: findings from the DRUID project,

Documento temático.

Fentanyl in Europe. Estudo Trendspotter do EMCDDA.

Prevalence of daily cannabis use in the European

Union and Norway, Documento temático.

2010

Problem amphetamine and methamphetamine use in

Europe, Tema específico.

Trends in injecting drug use in Europe, Tema

específico.

2009

Polydrug use: patterns and responses, Tema

específico.

2008

A cannabis reader: global issues and local

experiences, volume 2, part I: Epidemiology, and Part

II: Health effects of cannabis use, Monografias.

Publicações conjuntas do EMCDDA e do ESPAD

2012

Resumo Relatório ESPAD 2011.

Todas as publicações se encontram disponíveis em

www.emcdda.europa.eu/publications

Page 54: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

Sabe-se que o consumo de drogas ilícitas contribui para o peso da doença

3

Page 55: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

53

Danos causados pela droga e respostas

Capítulo 3

Sabe-se que o consumo de drogas ilícitas contribui para o peso global da doença. Os problemas de saúde crónicos e agudos estão associados ao consumo de drogas ilícitas, influenciados ainda por vários fatores como a via de administração, a vulnerabilidade individual e o contexto social em que as drogas são consumidas. Nos problemas crónicos, incluem-se a dependência e as doenças infecciosas relacionadas com as drogas. Por outro lado, as overdoses são o problema mais visível dos casos agudos, que por vezes dependem da droga que foi consumida. Apesar de relativamente raro, o consumo de opiáceos continua a ser responsável pela maioria dos casos de morbilidade e mortalidade associados ao consumo de drogas. O consumo de drogas injetáveis constitui também um exponenciador dos riscos. Em comparação, apesar de os problemas de saúde associados ao consumo de cannabis serem claramente menores, a prevalência elevada do consumo desta droga pode ter implicações na saúde pública. Devido ao número de substâncias incluídas no

grupo das novas substâncias psicoativas e à falta de informações sobre as mesmas, é difícil analisar os danos resultantes do consumo das mesmas.

Monitorização dos danos causados pela droga e respostas

As doenças infecciosas e a mortalidade e morbilidade

relacionadas com o consumo de drogas são os

principais danos controlados de forma sistemática

pelo EMCDDA. Estes são complementados pelos

dados mais limitados sobre tratamentos hospitalares

de casos agudos relacionados com o consumo de

drogas e pelos dados do sistema de alerta precoce,

que monitoriza os danos associados às novas

substâncias psicoativas. Para mais informações,

consultar os Principais Indicadores Epidemiológicos,

o Boletim Estatístico e o Sistema de Alerta Precoce.

As informações sobre as respostas sanitárias e sociais

aos problemas relacionados com o consumo de

drogas e respetivos danos são fornecidas ao EMCDDA

pelos pontos focais nacionais da Reitox e pelos peritos

nacionais. As avaliações periciais fornecem

informações suplementares sobre a disponibilidade de

intervenções, sempre que não se encontrem

disponíveis séries de dados oficiais. O presente

capítulo tem igualmente em conta análises dos dados

científicos disponíveis sobre a eficácia das

intervenções de saúde pública. Para mais informações,

consultar as seguintes rubricas no sítio Web do

EMCDDA: Health and social responses profiles e Best

practice portal.

Page 56: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

54

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

A prevenção da toxicodependência e as iniciativas de

intervenção precoce visam prevenir o consumo de drogas

e os problemas que lhe estão associados. Em

contrapartida, o tratamento da toxicodependência

constitui a primeira resposta de combate à dependência,

incluindo iniciativas de natureza psicossocial e

farmacológica. Algumas intervenções estratégicas, tais

como os tratamentos de substituição de opiáceos e os

programas de troca de agulhas e seringas, foram

parcialmente desenvolvidas para combater o consumo de

opiáceos injetáveis e problemas conexos, especialmente a

disseminação de doenças infecciosas e mortes por

overdose.

I Danos causados pela cannabis: novos dados de investigação

Apesar da investigação associar frequentemente o

consumo de drogas a vários tipos de danos, é mais difícil

demonstrar o nexo de causalidade entre os mesmos. Por

ser a droga com maior prevalência ao nível europeu, os

danos associados à cannabis podem ter impacto a nível

populacional. Um estudo internacional recente (OMS)

analisou os factos em torno dos danos causados pela

cannabis. Concluiu que, apesar da dificuldade de

estabelecer uma relação de causalidade entre o consumo

de cannabis e as consequências sanitárias e sociais, as

observações permitiam fazer algumas associações de

fatores. No que respeita aos efeitos adversos associados

ao consumo crónico de cannabis, os consumidores

regulares e de longo prazo estavam sujeitos ao dobro do

risco de apresentarem sintomas e doenças psicóticas,

bem como a um risco mais elevado de desenvolverem

problemas respiratórios, além de virem a sofrer da

síndrome de dependência. Verificou-se ainda que o

consumo regular de cannabis durante a adolescência

aumentava o risco de diagnóstico de esquizofrenia,

parecendo também causar alguma deficiência do foro

intelectual, se continuado pela vida adulta. Ainda assim, é

possível que as doenças somáticas e mentais

preexistentes, bem como outros fatores, contribuam para

este quadro, e este é um tópico que merece mais

investigação.

I Prevenção: programas baseados na família

O consumo de cannabis pelos jovens, muitas vezes

associado ao consumo de álcool e tabaco, é um dos

enfoques das estratégias de prevenção adotadas na

Europa. A prevenção do consumo de drogas e problemas

relacionados com drogas entre os jovens engloba uma

série de estratégias. As estratégias ambientais e universais

são direcionadas para a população em geral, as de

prevenção seletiva para os grupos vulneráveis, que podem

correr um maior risco de vir a ter problemas relacionados

com o consumo de droga, e as de prevenção específica

para as pessoas em risco.

Muitas ações de prevenção do consumo de drogas são

desenvolvidas nas escolas, as quais possuem

comprovadamente uma base favorável a certas

abordagens. De igual modo, as intervenções direcionadas

para as famílias foram positivamente avaliadas na

prevenção de uma série de problemas comportamentais,

incluindo o consumo de drogas.

Regra geral, os programas de prevenção direcionados para

as famílias ajudam os pais a apoiar os seus filhos na

concretização de objetivos de desenvolvimento

específicos para a sua idade (incluindo controlo de

impulsos, competências sociais e gratificação diferida), os

quais estão associados à redução do risco de consumo de

substâncias e de outros problemas comportamentais. As

ações universais de prevenção familiar estão orientadas

para todas as famílias em geral, com intervenções focadas

nas diversas fases do desenvolvimento infantil. Em

contrapartida, os programas seletivos estão direcionados

para as famílias marginalizadas e vulneráveis, incluindo

para aquelas em que os pais são consumidores de

substâncias. Apesar da maioria dos países implementar

ações de prevenção destinadas a famílias vulneráveis, as

avaliações periciais realizadas a partir de 2013 indicam

que a sua cobertura é frequentemente limitada.

Pouco se sabe sobre os conteúdos de muitas destas

intervenções familiares. Uma exceção é o Strengthening

Families Programme, que oferece formação em aptidões

parentais e foi agora implementado em 13 países

europeus. Este programa de renome internacional procura

Muitas ações de prevenção do consumo de drogas são desenvolvidas nas escolas

Page 57: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

55

Capítulo 3 I Danos causados pela droga e respostas

Os dados relativos a fontes de referenciação fornecem

informações sobre os vários percursos de tratamento da

toxicodependência. Em 2014, 45 % dos utentes que

iniciaram tratamento especializado contra a

toxicodependência na Europa fizeram-no de forma

espontânea ou por indicação de um familiar, embora estes

dados apresentem variações consoante a droga

(Figura 3.1) e o país. Em termos gerais, um quarto dos

indivíduos que iniciaram tratamento foi referenciado pelos

serviços de saúde e 17 % pelo sistema judicial. De entre os

utentes em tratamento, os consumidores de cannabis

foram aqueles que foram referenciados em maior número

pelo sistema penal. Este foi o caso de cerca de três

quartos (74 %) dos consumidores de cannabis em

tratamento na Hungria. As tendências globais relativas às

fontes de referenciação permaneceram substancialmente

estáveis entre 2006 e 2014.

Alguns países dispõem de mecanismos que têm por

objetivo afastar os toxicodependentes do sistema penal e

integrá-los em programas de tratamento. Tais mecanismos

podem envolver uma ordem judicial de tratamento ou uma

pena suspensa condicionada ao tratamento, mas alguns

países preveem uma intervenção mais precoce.

também eliminar obstáculos à participação de pais

vulneráveis, disponibilizando-lhes transporte e serviços de

guarda de crianças.

Foram ainda desenvolvidas outras iniciativas com

limitação temporal e que exigem a utilização de menos

recursos. Por exemplo, o programa EFFEKT, que consiste

nalgumas sessões de curta duração, demonstrou que a

vigilância e a definição de regras pelos pais ajudou a

reduzir o consumo de álcool e a melhorar o controlo de

impulsos entre os jovens, nos Países Baixos e na Suécia.

I Tratamento especializado: vias de referenciação

No que respeita ao número relativamente pequeno mas

significativo de indivíduos que tiveram problemas

relacionados com o consumo de drogas, incluindo

dependência, o tratamento da toxicodependência é a

intervenção mais importante. A facilidade de acesso a

serviços de tratamento adequados é um dos principais

objetivos políticos.

FIGURA 3.1

Fonte de referenciação dos utentes que iniciam tratamento especializado contra a toxicodependência na Europa, em 2014

Autorreferenciação Sistema de saúde Sistema penal Outra Serviços educativos

NB: O «sistema penal» inclui tribunais, polícia e serviços de reinserção; o «sistema de saúde» inclui clínicos gerais, outros centros de tratamento da toxicodependência e serviços de saúde, médicos e sociais; a «autorreferenciação» inclui o próprio utente, a família e os amigos. No grá co de tendências, os casos de referenciação através dos serviços educativos são incluídos como «outros»

45 % 25 % 17 % 11 % 2 %

0 20 40 60 80 2006 2008 2010 2012 2014100

Outra

Sistema penalSistema de saúde

Autorreferenciação

Serviços educativosOutraSistema penalSistema de saúdeAutorreferenciação

50

40

30

20

10

0

Outras Substância

Cannabis

Anfetaminas

Cocaína

Opiáceos

Percentagem

Percentagem

Page 58: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

56

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

I Tratamento da toxicodependência: maioritariamente em regime ambulatório

Estima-se que 1,2 milhões de pessoas tenham recebido

tratamento por consumo de drogas ilícitas na União

Europeia, em 2014 (1,5 milhões, incluindo a Noruega e a

Turquia). Os consumidores de opiáceos representam o

maior grupo em tratamento especializado na Europa e

beneficiam da maior parte dos recursos de tratamento

disponíveis, sobretudo sob a forma de tratamentos de

substituição. Por ordem de importância, os consumidores

de cannabis e cocaína são o segundo e o terceiro grupos a

ingressar nestes serviços (Figura 3.2), sendo as

intervenções psicossociais o principal mecanismo de

tratamento destes utentes. As diferenças entre países

podem, contudo, ser bastante significativas, com os

consumidores de opiáceos a representar até 88 % dos

utentes que iniciam tratamento em alguns países e menos

de 10 % noutros.

Na Europa, o tratamento da toxicodependência é

predominantemente realizado em regime ambulatório,

sendo os centros de dia especializados os maiores

prestadores de cuidados aos consumidores de drogas

(Figura 3.3). Os centros de saúde são os segundos

maiores prestadores de cuidados de saúde. Esta categoria

inclui os médicos de clínica geral, que desempenham um

importante papel na prescrição dos tratamentos de

substituição de opiáceos em alguns países de grande

dimensão, como a Alemanha e a França. Noutros países,

como por exemplo na Eslovénia e na Finlândia, os centros

de cuidados mentais podem também desempenhar um

papel importante na prestação de cuidados em regime

ambulatório.

Uma proporção mais pequena dos tratamentos da

toxicodependência é igualmente realizada em regime de

internamento, nomeadamente em centros residenciais em

serviços hospitalares (por exemplo, hospitais

psiquiátricos), comunidades terapêuticas e centros

residenciais de tratamento especializado. A importância

relativa do tratamento em regime de internamento ou em

regime ambulatório nos sistemas de tratamento nacionais

varia muito de país para país. Um parecer especializado

pode fornecer uma perspetiva da disponibilidade de

determinadas intervenções em diferentes cenários de

tratamento na Europa (Figura 3.4).

Percentagem

2006 2007 2008 2009 2011 2014

60

50

40

30

20

0

10

60

50

40

30

20

0

10

201320122010

Opiáceos Cannabis Cocaína

Anfetaminas Outras drogas

Regime ambulatório

Regime de internamentoResidencial hospitalar(57 000)

Residencial não hospital (20 000)Comunidades

terapêuticas(26 000)

Outros cenários(7 500)

Centros de tratamento especializado(940 000)

Agências de proximidade(145 000)

Cuidados de saúde gerais ou de saúde mental(275 000)

Outros cenários(16 000)

Estabelecimentosprisionais

(32 000)

FIGURA 3.2 FIGURA 3.3

Tendências na percentagem de utentes que iniciam tratamento especializado da toxicodependência, por droga principal

Número de consumidores de drogas que recebem tratamento na Europa, em 2014, por tipo de cenário de intervenção

Page 59: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

57

Capítulo 3 I Danos causados pela droga e respostas

FIGURA 3.4

Perspetiva da disponibilidade elevada (>75 %) de determinadas intervenções, por tipo de cenário (avaliações periciais)

Número de países

Tratamento de substituição

Tratamento/aconselhamentopsicossocial

Rastreio de perturbações mentais

Gestão de casos

Sensibilização

Cuidados de saúde mental

Cuidados de saúdegerais ou de saúdemental

Agências de proximidade

Centros de tratamento especializado

0 252015105 0 2015105 0 15105 0 151050 15105 0 15105

Residencial hospitalar Residencial não hospitalar

Comunidades terapêuticas

Regime ambulatório Regime de internamento

9

5

6

10França

Portugal

Malta

Países B

aixos

Croatia

Eslové

nia

Áustria

Grécia

Luxem

burgo

Alemanha

Noruega

Reino U

nido

Itália

República C

heca

Hungria

Polónia

Chipre

Lituânia

Letónia

Eslová

quia

100

80

60

40

20

0

30

50

Percentagem

NB: Dados apresentados como estimativas pontuais e intervalos de incerteza.

Elevada (>50 %)

Média (30–50 %)

Reduzida (<30 %)

Sem dados

Cobertura (proporçãointervencionada)

FIGURA 3.5

Percentagem de consumidores de alto risco de opiáceos que recebem tratamento de substituição (estimativa)

Cada vez existem mais intervenções de prevenção e

tratamento da toxicodependência fornecidas em linha. As

intervenções efetuadas via Internet têm o potencial de

alargar o alcance e a cobertura geográfica dos programas

de tratamento, de modo a abranger toxicodependentes

que, de outra forma, poderiam não ter acesso a serviços

especializados.

I Tratamentos de substituição do consumo de opiáceos

O tratamento de substituição, normalmente combinado

com intervenções psicossociais, é o tratamento mais

comum para a dependência de opiáceos. A eficácia desta

abordagem é corroborada pelos dados disponíveis, que

apresentam resultados positivos no tocante à

permanência no tratamento, ao consumo ilícito de

opiáceos e aos comportamentos de risco notificados, bem

Page 60: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

58

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

como aos danos e à mortalidade relacionados com a

droga.

Estima-se que 644 000 consumidores de opiáceos tenham

recebido tratamento de substituição na União Europeia

(680 000 se incluirmos a Noruega e a Turquia), em 2014, e

os números registaram um decréscimo aproximado de

50 000 desde 2010. As estimativas relativas aos

consumidores de opiáceos sugerem que, em termos

globais, cerca de 50 % recebeu tratamento de substituição.

Contudo, por motivos metodológicos, esta estimativa deve

ser considerada com cautela e verificam-se diferenças

nacionais consideráveis (Figura 3.5).

A metadona é o medicamento de substituição dos

opiáceos mais receitado, sendo administrado a 61 % dos

utentes de tratamentos de substituição. Mais 37 % dos

utentes são tratados com medicamentos à base de

buprenorfina, que é a principal substância de substituição

utilizada em sete países (Figura 3.6). Outras substâncias,

tais como a morfina ou a diacetilmorfina (heroína) de

libertação lenta, são mais raramente receitadas e a sua

administração limita-se a cerca de 2 % dos utentes em

tratamentos de substituição na Europa.

Embora menos comuns dos que os tratamentos de

substituição, em toda a Europa estão disponíveis opções

de tratamento alternativo para os consumidores de

opiáceos. Nos nove países para os quais existem dados

disponíveis, entre 2 % e 30 % de todos os consumidores

de opiáceos em tratamento foram objeto de intervenções

que não envolveram a substituição dos opiáceos

(Figura 3.7).

A metadona é o medicamento de substituição dos opiáceos mais receitado

Buprenor�naMetadonaAmbas as drogas

FIGURA 3.6

Principal opiáceo de substituição receitado

Page 61: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

59

Capítulo 3 I Danos causados pela droga e respostas

I Adaptar os tratamentos às necessidades dos utentes

Os utentes com acesso aos serviços de tratamento na

Europa têm necessidades diferentes e muitas vezes

requerem intervenções que têm de dar resposta a uma

série complexa de problemas. Garantir a cooperação entre

serviços de combate à toxicodependência e outros

prestadores de serviços sociais e de saúde é, portanto, um

elemento fundamental das intervenções a efetuar nesta

área.

Uma vez que a maioria dos utentes de tratamentos contra

a toxicodependência é consumidora de mais do que uma

substância psicoativa, e que alguns apresentam

problemas com múltiplas substâncias, é importante dispor

de planos de avaliação dos serviços de combate e

tratamento da toxicodependência que lidam com o

policonsumo de drogas. Nestes casos, há que considerar

que a identificação de algumas das combinações de

substâncias pode ser especialmente importante devido ao

risco elevado que as mesmas acarretam, incluindo um

risco acrescido de overdose. Um exemplo é o consumo de

opiáceos em combinação com benzodiazepinas. As

análises revelam que três quartos dos utentes que iniciam

tratamentos por problemas relacionados com o consumo

de drogas são oficialmente registados como consumidores

de múltiplas substâncias. Além disso, os utentes que

consomem principalmente opiáceos, cocaína e anfetamina

referem a cannabis e o álcool como drogas secundárias.

Muitos consumidores que têm os opiáceos como droga

principal referem também o consumo de cocaína como

droga secundária.

A comorbilidade entre o consumo de substâncias e as

perturbações do foro mental refere-se à ocorrência

simultânea das duas condições clínicas num mesmo

indivíduo. Existe ainda uma associação entre as

perturbações mentais e as perturbações devidas ao

consumo de drogas. Consequentemente, a comorbilidade

constitui um desafio para os serviços de saúde associados

quer ao consumo de drogas, quer ao foro mental. Num

estudo recente, as comorbilidades psiquiátricas

identificadas com maior frequência entre os consumidores

de substâncias ilícitas foram as depressões graves, as

perturbações de ansiedade (sobretudo pânico e

perturbações pós-traumáticas) e as perturbações de

personalidade (sobretudo transtornos antissociais e de

personalidade limítrofe). Apesar da importância desta

questão, é difícil definir a extensão do problema, uma vez

que os dados são limitados e heterogéneos.

Alguns dados sugerem que as mulheres em tratamento da

toxicodependência podem ter necessidades mais

Percentagem

Eslovénia Grécia Áustria Noruega Itália Reino Unido(Inglaterra e

País de Gales)

Lituânia Chipre Letónia

100

80

60

40

0

20

Tratamento de substituição

Sem tratamento

Outras formas de tratamento

FIGURA 3.7

Percentagem de consumidores de alto risco de opiáceos que recebem tratamento da toxicodependência (estimativa)

As mulheres em tratamento da toxicodependência podem ter necessidades mais complexas

complexas, sobretudo no que respeita à comorbilidade e à

guarda de crianças, e necessitam de serviços mais

direcionados e sensíveis às questões de género. Apesar de

as mulheres representarem apenas 20 % da totalidade dos

utentes que iniciam tratamento especializado (rácio de

homens e mulheres de 4:1), esta diferença varia de país

para país, de 5 % para 34 %, e é menos evidente entre os

utentes que iniciam o tratamento pela primeira vez. São

vários os motivos que contribuem para que as mulheres

ingressem em menor número em tratamentos de

toxicodependência. Neles, podem incluir-se diferenças de

género na prevalência do consumo problemático e a

probabilidade de comunicação de consumos

problemáticos, bem como problemas de acesso e

adequação dos serviços.

Page 62: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

60

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

I Surto de VIH: consumidores de estimulantes injetáveis

Os consumidores de drogas e principalmente os que as

injetam correm o risco de contrair doenças

infetocontagiosas através da partilha de equipamentos de

consumo de droga e de relações sexuais desprotegidas. O

consumo de drogas injetáveis continua a desempenhar

um papel central na transmissão de doenças infecciosas

por via sanguínea, nomeadamente do vírus da hepatite C

(VHC) e, em alguns países, do vírus da imunodeficiência

humana (VIH). Entre todos os casos de VIH notificados na

Europa em que a via de transmissão é conhecida, a

percentagem atribuível à injeção de droga mantém-se

baixa e estável (inferior a 8 % ao longo da última década).

No entanto, a Lituânia (32 %), a Letónia (31 %), a Estónia

(28 %) e a Roménia (25 %) comunicaram taxas mais

elevadas.

Os dados mais recentes revelam que o número de novos

diagnósticos de VIH entre consumidores de drogas

injetáveis na União Europeia continua a diminuir. Em 2014,

a taxa média de novos casos de VIH atribuíveis ao

consumo de drogas injetáveis era de 2,4 por milhão de

habitantes, o que representa menos de metade da taxa

referente a 2005 (5,6 por milhão). Alguns países

comunicaram, contudo, taxas mais elevadas, sobretudo a

Estónia e a Letónia. Na Grécia e na Roménia, países que

sofreram surtos locais, as taxas de comunicação de novos

diagnósticos registaram uma diminuição desde 2012

(Figura 3.8).

Em 2014, foram comunicados 1 236 diagnósticos de VIH

relacionados com drogas injetáveis na União Europeia, o

menor número comunicado em mais de uma década.

Ainda assim, em 2015, foram comunicados, na Irlanda, no

Reino Unido (Escócia) e no Luxemburgo, surtos

localizados de novas infeções de VIH entre consumidores

de drogas injetáveis. As mudanças nos padrões de

consumo de drogas, com um aumento significativo do

consumo de estimulantes injetáveis, e os elevados níveis

de marginalização têm sido fatores comuns numa série de

surtos recentes de VIH.

Em 2014, 15 % dos novos casos de SIDA na Europa

tiveram origem no consumo de drogas injetáveis, com as

590 notificações representando pouco mais de um quarto

do número comunicado há uma década. O diagnóstico

precoce é fundamental para evitar que a infeção pelo VIH

evolua para SIDA. Esta situação é particularmente

FIGURA 3.8

Diagnóstico de novos casos de VIH relacionados com o consumo de drogas: tendências globais e específicas e dados mais recentes

<5,1 5,1–10,0 >10,0Casos por milhão de habitantes

NB: Dados de 2014 (fonte: ECDC).

LuxemburgoLetónia LituâniaEstónia

BulgáriaRoménia Irlanda PortugalGrécia

Casos na União Europeia

Casos por milhão de habitantes

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

90

60

70

80

50

40

30

0

20

10

2005 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

2 500

1 0002006 2007

2 000

1 500

Page 63: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

61

Capítulo 3 I Danos causados pela droga e respostas

relevante para os consumidores de drogas injetáveis, que

são o grupo de transmissão que mais recorre aos serviços

de saúde numa fase tardia da infeção (61 %). Além disso,

em certos países como a Grécia, a Letónia e a Roménia,

onde o número de diagnósticos de SIDA permanece

elevado, é possível que os testes ao VIH e as respostas de

tratamento necessitem de ser reforçados.

I Danos decorrentes do consumo de drogas injetáveis: principais doenças

A hepatite viral e, em especial, a infeção causada pelo

vírus da hepatite C (VHC) têm uma elevada prevalência

entre os consumidores de drogas injetáveis de toda a

Europa. Este facto pode ter consequências importantes a

longo prazo, na medida em que a infeção pelo VHC,

frequentemente agravada pelo consumo excessivo de

álcool, parece ser responsável pelo aumento do número

de doenças hepáticas, incluindo cirrose e cancro do

fígado, no grupo envelhecido de consumidores de alto

risco.

A prevalência de anticorpos do VHC, indicadores de

infeções presentes ou passadas, nas amostras nacionais

de consumidores de drogas injetáveis analisadas em

2013–2014 variava entre 15 % e 84 %, tendo 6 dos 13

países que notificaram dados nacionais apresentado taxas

de prevalência superiores a 50 % (Figura 3.9). Entre os

FIGURA 3.9

Prevalência de anticorpos de VHC entre consumidores de drogas injetáveis, 2013/14M

alta

Rep

úb

lica

Ch

eca

Bél

gica

Esl

ovén

ia

Esl

ováq

uia

Cro

ácia

Rei

no

Un

ido

Tu

rqu

ia

Ch

ipre

Hu

ngr

ia

Itál

ia

Áu

stri

a

Nor

ueg

a

Paí

ses

Bai

xos

Bu

lgár

ia

Gré

cia

Ale

man

ha

Letó

nia

Fin

lân

dia

Est

ónia

Litu

ânia

Por

tuga

l

Su

écia

Amostras com cobertura nacionalAmostras com cobertura subnacional

0

20

40

60

80

100

Percentagem

0

20

40

60

80

100

Page 64: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

62

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

países que apresentaram as respetivas tendências

nacionais para o período de 2006–2014, cinco deles

registaram uma tendência para um aumento da

prevalência de anticorpos de VHC em consumidores de

drogas injetáveis, enquanto Malta e Noruega registaram

um decréscimo da mesma.

A injeção de drogas é um fator de risco para outras

doenças infecciosas, incluindo hepatite B, tétano e

botulismo. Casos restritos e esporádicos de botulismo das

feridas entre consumidores de drogas injetáveis foram

comunicados na Europa, incluindo na Noruega e no Reino

Unido, entre 2013 e 2015. As infeções bacterianas locais

devidas à injeção de drogas são também comuns, tendo

sido comunicado um grande surto de infeções dos tecidos

moles na Escócia, em 2015.

I Doenças infecciosas: medidas de prevenção

As principais medidas adotadas para reduzir as doenças

infecciosas relacionadas com drogas entre consumidores

de drogas injetáveis incluem a oferta de tratamentos de

substituição de opiáceos, de material de injeção, de testes

e de tratamentos da hepatite C e do VIH com

antirretrovirais.

Os tratamentos de substituição reduzem

significativamente o risco de infeção entre os

consumidores de opiáceos injetáveis, com algumas das

análises a indicar um aumento dos níveis de proteção

quando a cobertura alargada do tratamento se combina

com uma vasta oferta de seringas.

Os dados revelam que os programas de oferta de agulhas

e seringas podem contribuir para reduzir os

comportamentos de risco em matéria de injeções,

podendo assim reduzir também a transmissão do VIH

entre consumidores de drogas injetáveis. Quase todos os

países fornecem gratuitamente material de injeção

esterilizado em centros especializados. Contudo, a

distribuição geográfica dos centros de fornecimento de

seringas e as estimativas referentes ao número de

seringas oferecidas variam consideravelmente de país

para país (Figura 3.10). Vinte e três países forneceram

informações sobre a disponibilização de seringas através

de programas específicos, o que, em termos globais,

significa que a distribuição ascendeu a 36 milhões de

seringas, em 2014. Este valor está subestimado, uma vez

que vários países de peso, como França, Alemanha, Itália e

Reino Unido, não comunicam todos os dados nacionais de

que dispõem relativamente à disponibilização de seringas.

A realização de testes de despistagem e os tratamentos

de doenças infecciosas podem ajudar a reduzir a

incidência e a prevalência de infeções entre os

consumidores de drogas. Os testes podem contribuir para

que os indivíduos se apercebam de que estão infetados e

iniciem assim um tratamento mais precoce. Contudo, o

estigma e a marginalização, bem como o

4

4

6

16Portugal

Croáci

a

Espanha

Noruega

Finlândia

Estónia

Grécia

Luxem

burgo

República C

heca 

Hungria

Chipre

Suécia

Letónia

Bélgica

500

450

400

350

300

250

200

150

100

50

0

Seringas

NB: Dados apresentados como estimativas pontuais e intervalos de incerteza.

Elevada (>200)

Média (100–200)

Reduzida (<100)

Sem dados

Cobertura (seringas porconsumidor de drogas injetáveis)

2014

2014

2014

20142013

20132012

20092012

20092012

2012

2008–11

2008–09

FIGURA 3.10

Número de seringas distribuídas através de programas especializados por consumidor de droga injetável (estimativa)

Page 65: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

63

Capítulo 3 I Danos causados pela droga e respostas

desconhecimento das práticas de rastreio e das opções de

tratamento, continuam a ser obstáculos à aceitação

destes programas. Os dados clínicos recomendam a

iniciação do tratamento antirretroviral imediatamente após

um diagnóstico de infeção por VIH, de modo a evitar uma

maior degradação de sistema imunitário.

As intervenções direcionadas para a redução de danos e

para a saúde sexual também são importantes para lidar

com os novos padrões de injeção e os comportamentos

sexuais notificados entre pequenos grupos de homens

que mantêm relações homossexuais. A ligação entre os

serviços de combate à toxicodependência e os serviços de

saúde sexual pode ter resultados particularmente

importantes quando associada à educação na área da

saúde, ao fornecimento de equipamento estéril de injeção

e, em certos casos, à profilaxia de pré-exposição com

drogas antirretrovirais.

I Hepatite C: novo tratamento

As medidas de prevenção da transmissão da hepatite C

são idênticas às do VIH. Uma vez que a infeção por VHC

tem elevada prevalência entre os consumidores de drogas

injetáveis, a redução do número de pessoas passíveis de

transmitir a infeção, através da oferta de tratamentos

contra o VHC, é um componente essencial de uma

resposta de prevenção completa. As novas orientações

europeias recomendam que os tratamentos contra o VHC

sejam disponibilizados a consumidores de drogas de

forma individualizada e em contexto multidisciplinar. Estão

disponíveis, desde 2013, regimes terapêuticos orais sem

interferão baseados em agentes antivirais de ação direta,

os quais têm vindo a tornar-se o principal elemento de

tratamento das infeções por VHC. Estes medicamentos

são altamente eficazes, requerem períodos de tratamento

mais curtos e possuem menos efeitos secundários do que

os antigos medicamentos. Além disso, este tipo de

tratamento pode ser disponibilizado em centros

especializados de combate à toxicodependência

integrados na comunidade, facilitando assim a adesão ao

mesmo e a sua disponibilização.

Os novos medicamentos contra o VHC são dispendiosos,

quando comparados com os antigos medicamentos.

Através de um inquérito realizado em 2015 em 21 países

da UE, o EMCDDA concluiu que o custo médio de três

meses de tratamento com o novo medicamento rondava

os 60 000 euros, enquanto o tratamento com

medicamentos da anterior geração custava entre 17 000

e 26 000 euros. Tendo em conta a elevada prevalência da

infeção por VHC entre consumidores de drogas injetáveis,

a garantia de acesso aos novos medicamentos

promissores continua a ser um desafio de monta para os

decisores políticos.

I Saúde nas prisões: a necessidade de uma resposta global

Entre os reclusos, registam-se taxas de consumo ao longo

da vida mais elevadas e padrões mais nocivos de consumo

de droga do que entre a população em geral, como

indicam alguns estudos recentes, que revelam que entre

6 % e 48 % dos reclusos já consumiram drogas injetáveis.

A elevada prevalência de consumo de drogas ao longo da

vida contribui para a complexidade das necessidades

sanitárias da população prisional, o que torna importante

levar a cabo avaliações rigorosas das condições de saúde

aquando da reclusão em regime prisional. A OMS

recomenda a adoção de um pacote de medidas

preventivas, incluindo análises grátis e voluntárias para

detetar doenças infecciosas, distribuição de preservativos

e material de consumo injetável estéril, tratamento das

doenças infecciosas e tratamento da toxicodependência.

Muitos países possuem parcerias interagências, entre os

serviços de saúde prisionais e os prestadores de serviços

na comunidade, tendo em vista a realização de

intervenções de educação para a saúde e de tratamento

nas prisões, bem como a continuidade dos cuidados de

saúde à entrada e à saída da prisão. A disponibilização de

tratamentos de substituição de opiáceos nas prisões é

comunicada por 27 dos 30 países monitorizados pelo

EMCDDA. Em termos globais, os tratamentos de

substituição parecem estar disponíveis para uma parte

cada vez mais significativa da população prisional,

refletindo a abrangência crescente dos mesmos na

comunidade. A oferta de material de injeção esterilizado é

menos comum, com apenas três países a comunicar a

existência de um programa de troca de seringas neste

contexto.

Page 66: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

64

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

I Emergências hospitalares: uma visão dos danos agudos

Os dados relativos às emergências hospitalares permitem

ter uma visão única dos danos agudos para a saúde. Uma

análise levada a cabo em 2014 pela European Drug

Emergencies Network (Euro-DEN), que monitoriza as

emergências relacionadas com o consumo de drogas em

16 hospitais selecionados (sentinela) de 10 países

europeus, concluiu que a maioria das 5 409 casos

notificados eram relativos a indivíduos do sexo masculino

(76 %) e jovens adultos (homens e mulheres com médias

de idade de 32 e 28 anos, respetivamente). A heroína foi

notificada em 24 % dos casos, a cocaína em 17 % e a

cannabis em 16 %.

Em muitos desses casos, foram detetadas mais do que

uma droga, com 8 358 identificações em 5 409 casos

(Figura 3.11). Dois terços dos casos envolveram o

consumo de drogas tradicionais como a heroína, a

cocaína, a cannabis, a anfetamina e a MDMA; um quarto

envolveu a prescrição ou a venda ao balcão de drogas

(normalmente opiáceos e benzodiazepinas); e 6 %

envolveram novas substâncias psicoativas. No que diz

respeito à generalidade das drogas, a heroína foi aquela

que apresentou maior número de notificações, tal como

entre os opiáceos (67 %), seguida pela metadona (12 %) e

pela buprenorfina (5 %), com variações locais. Mais de três

quartos dos casos de consumo de novas substâncias

psicoativas envolveram uma catinona e dois terços destas

envolveram mefedrona.

As drogas envolvidas nos casos de emergência

apresentaram variações de local para local, refletindo

padrões locais de risco relativo ao consumo de drogas. Por

exemplo, a heroína e a anfetamina foram as principais

responsáveis pelos casos de emergência ocorridos em

Oslo, enquanto, em Londres, prevaleceram os casos

associados ao consumo de GHB/GBL, cocaína, mefedrona

e MDMA, espelhando os padrões locais de consumo

associados aos cenários de diversão noturna.

A maioria (79 %) dos indivíduos que foram atendidos por

problemas relacionados com o consumo de drogas teve

alta hospitalar nas 12 horas seguintes. No total, foram

registadas 27 mortes (0,5 % das emergências), a maioria

delas envolvendo opiáceos.

São poucos os países que dispõem de sistemas de

monitorização que permitam analisar tendências relativas

a intoxicações agudas provocadas pelo consumo de

drogas. Relativamente aos países que realizam uma

monitorização de longo prazo, as notificações revelam que

os casos agudos de emergência relacionados com a

heroína estão a aumentar no Reino Unido e a diminuir na

República Checa e na Dinamarca. Estes últimos países

comunicaram um aumento do número de emergências

relacionadas com outros opiáceos. Em Espanha,

verifica-se um crescimento continuado do número de

casos agudos de emergência relacionados com o

consumo de cannabis, enquanto os Países Baixos

registam um aumento do número de intoxicações por

MDMA nos postos de primeiros socorros integrados em

festivais, bem como dos casos de intoxicação aguda

relacionados com a nova substância psicoativa 4-FA

(4-fluoroanfetamina).

Identi�cação da droga

NB: Resultados de 5 409 casos de urgência atendidos em 16 hospitais sentinela de 10 Estados-Membros.Fonte: European Drug Emergencies Network (Euro-DEN).

Heroína

Cocaína

Cannabis

GHB/GBL

Anfetamina

MDMA

Clonazepan

(benzodiazepina)

Mefedrona

Benzodiazepina

desconhecida

Metadona

1 400

1 200

1 000

800

0

600

400

200

FIGURA 3.11

Dez principais drogas notificadas nas urgências de hospitais sentinela, em 2014

Os dados relativos às emergências hospitalares permitem ter uma visão única dos danos agudos para a saúde

Page 67: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

65

Capítulo 3 I Danos causados pela droga e respostas

I Novas drogas: desafios em matéria de saúde

As novas substâncias têm sido associadas a uma série de

danos graves na Europa, incluindo intoxicação aguda e

morte. Alguns danos estão também relacionados com

algumas drogas injetáveis, sobretudo estimulantes como a

mefedrona, a alfa-PVP, a MDPV e a pentedrona. As

intoxicações em massa, apesar de raras, podem exercer

uma forte pressão sobre os sistemas de saúde. Num

incidente deste tipo notificado na Polónia em 2015, os

canabinoides s sintéticos foram responsáveis por mais de

200 casos de entrada nas urgências hospitalares em

menos de uma semana.

Desde inícios de 2014, a ocorrência de danos graves

associados ao consumo de uma nova substância levou o

EMCDDA a emitir 34 alertas de saúde pública aos

membros do sistema de alerta precoce da UE. Ao longo

deste período, foram analisados os riscos de sete novas

substâncias. Mais recentemente, surgiram preocupações

em torno do consumo de novos opiáceos, como o

acetilfentanil, que foi alvo de um relatório conjunto

EMCDDA–Europol em 2015, depois de ter sido associado

a 32 mortes. Muitos fentanis são extremamente potentes

e podem ser vendidos como heroína a consumidores

pouco informados, constituindo assim um elevado risco de

overdose e morte.

I Resposta às novas drogas: intervenções fundamentais

Em geral, as intervenções existentes ao nível da

prevenção, do tratamento e da redução de danos

associados às drogas tradicionais são consideradas

adequadas ou facilmente adaptáveis às necessidades dos

consumidores das novas drogas. Contudo, os problemas

decorrentes do consumo de novas substâncias psicoativas

e de outras drogas como o GHB, a cetamina e a

mefedrona, criam dificuldades específicas numa série de

cenários, nomeadamente nas prisões, nas clínicas de

saúde sexual e nos serviços de proximidade relacionados

com as drogas. As intervenções direcionadas para estas

substâncias têm sido difíceis de concretizar devido às

dificuldades de acesso a certos grupos de

toxicodependentes (por exemplo, homens que mantêm

relações sexuais com outros homens), ao desregramento

dos comportamentos de injeção entre os grupos mais

vulneráveis e às dificuldades de lidar com episódios

psicóticos agudos associados ao consumo das novas

drogas entre reclusos. Nestes casos em particular, é

importante desenvolver intervenções com enfoque

específico no consumo das novas drogas e nos respetivos

danos para a saúde, definindo, por exemplo, orientações

de tratamento especializado e fornecendo material e

aconselhamento com vista à redução de danos.

Avaliação dos riscos associados à alfa-PVP

Em novembro de 2015, foi realizada, ao nível europeu, uma

avaliação dos riscos associados ao consumo de alfa-PVP (alfa-

pirrolidinopentiofenona). Com semelhanças com a MDPV, a

alfa-PVP é uma catinona sintética e um potente psicoestimulante.

Está disponível no mercado de drogas da União Europeia desde,

pelo menos, fevereiro de 2011 e foi detetada em todos os 28

Estados-Membros. A presença de alfaPVP foi detetada em 191

intoxicações agudas e 115 mortes. A alfa-PVP foi responsável ou

contribuiu para 20 % dos casos de morte; em cinco casos, a

alfa-PVP foi mesmo a única substância detetada.

Page 68: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

66

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

I Mortes por overdose: aumentos recentes

O consumo de drogas é reconhecidamente uma das

causas de morte evitáveis entre adultos europeus. Alguns

estudos realizados em grupos de consumidores de droga

de alto risco revelam taxas de mortalidade na ordem de

1 % - 2 % por ano. De um modo geral, os consumidores de

opiáceos na Europa correm um risco, pelo menos, 5 a 10

vezes maior de morrer do que os seus pares da mesma

idade e do mesmo sexo. O aumento da mortalidade entre

os consumidores de opiáceos está sobretudo relacionado

com casos de overdose, mas há que ter em conta outras

causas de morte indiretamente relacionadas com o

consumo de drogas, tais como as infeções, os acidentes, a

violência e o suicídio.

Na Europa, a overdose continua a ser a principal causa de

morte entre os consumidores de droga, sendo mais de três

quartos das vítimas do sexo masculino (78 %). A maior

parte dos países comunicou uma tendência crescente das

mortes por overdose entre 2003 e 2008/2009, altura em

que os níveis globais começaram a diminuir pela primeira

vez. É necessário interpretar com cautela os dados

relativos às overdoses, sobretudo o total cumulativo da UE,

por razões que incluem a sistemática omissão desses

dados em alguns países e a utilização de métodos de

registo que atrasam as notificações. As estimativas anuais

representam, por isso, um valor mínimo previsional.

Estima-se que tenham ocorrido, em 2014, pelo menos,

6 800 mortes por overdose na Europa. Esta estimativa

representa um aumento em relação aos valores revistos de

2013 e, tal como nos anos anteriores, o Reino Unido

(36 %) e a Alemanha (15 %) foram conjuntamente

responsáveis por grande parte desses valores. Os

aumentos são evidentes nos dados mais recentes de

vários países que dispõem de sistemas de notificação

bastante fiáveis, nomeadamente a Irlanda, a Lituânia e o

Reino Unido. Também na Suécia se verifica uma tendência

visível para um aumento do número de mortes por

overdose, apesar de este poder ser parcialmente devido à

inclusão de alguns casos de indivíduos com 50 anos ou

mais, não relacionados com o consumo de drogas ilícitas.

O número de mortes notificadas também aumentou na

Turquia, mas esse aumento pode dever-se, em parte, à

melhoria das práticas de notificação.

Refletindo a natureza envelhecida do grupo de

consumidores de opiáceos na Europa, que correm maiores

riscos de virem a sofrer uma morte por overdose, entre

2006 e 2014 assistiu-se a um aumento das notificações

de mortes por overdose entre os grupos etários mais

MORTES INDUZIDAS PELA DROGA

Idade no momento da morte

22 % 78 %

9 %<25

25–39

40–64

>64

42 %

45 %

4 %Turquia

2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014

9 000

8 000

7 000

6 000

5 000

4 000

3 000

2 000

1 000

0

Espanha Suécia Alemanha

Reino Unido Outros países

Mortes com presença de opiáceos

Média de idadesno momentoda morte

82 %38

Tendências nas mortes por overdoseCaracterísticas

Os consumidores de opiáceos na Europa correm um risco, pelo menos, 5 a 10 vezes maior de morrer do que os seus pares

Page 69: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

67

Capítulo 3 I Danos causados pela droga e respostas

velhos, paralelamente a uma redução das mesmas entre

os grupos mais jovens. No entanto, alguns países

notificaram recentemente um ligeiro aumento do número

de mortes por overdose entre grupos com menos de 25

anos de idade.

A heroína ou os seus metabolitos estão presentes na

maioria das overdoses fatais notificadas na Europa,

frequentemente em combinação com outras substâncias.

Outros opiáceos, como a metadona, a buprenorfina, os

fentanis e o tramadol, são regularmente mencionados nos

relatórios toxicológicos, estando presentemente

associados a uma parte substancial das mortes por

overdose verificadas em alguns países. No Reino Unido

(Inglaterra e País de Gales), por exemplo, das 1 786

mortes registadas em 2014 em que foram detetados

opiáceos, 394 deveram-se ao consumo de metadona e

240 ao consumo de tramadol. Entre os restantes países

que notificaram a presença de opiáceos que não a heroína

em overdoses fatais encontram-se a França e a Irlanda

(principalmente metadona), e a Finlândia, com 75

referências à buprenorfina, em 2014.

As substâncias estimulantes como a cocaína, as

anfetaminas, a MDMA e as catinonas estão implicadas

num menor número de mortes por overdose na Europa,

apesar de a sua importância variar de país para país. No

Reino Unido (Inglaterra e País de Gales), as mortes que

envolveram a presença de cocaína aumentaram de 169,

em 2013, para 247, em 2014. Em Espanha, onde o

número de mortes relacionadas com o consumo de

cocaína se mantém estável há alguns anos, esta droga

continuou a ser a segunda maior responsável pelo número

de overdoses fatais em 2013 (com 236 casos).

I Norte da Europa com taxas de mortalidade mais elevadas

Estima-se que, em 2014, a taxa média de mortalidade

causada por overdoses na Europa tenha sido de 18,3

mortes por milhão de habitantes com idades

compreendidas entre 15 e 64 anos. As taxas de

mortalidade nacionais variam consideravelmente e são

influenciadas por fatores como a prevalência e os padrões

de consumo de drogas e ainda por questões

metodológicas como a omissão de dados e as práticas de

codificação. Oito países notificaram taxas superiores a 40

mortes por milhão de habitantes, sendo as mais elevadas

notificadas pela Estónia (113 por milhão), pela Suécia (93

por milhão) e pela Irlanda (71 por milhão) (Figura 3.12). Os

dados mais recentes mostram tendências diferentes.

FIGURA 3.12

Taxas de mortalidade induzida pela droga entre adultos (15–64): tendências específicas e dados mais recentes

<10Casos por milhão de habitantes 10–40 >40

Estónia

Reino Unido

Áustria

Dinamarca Finlândia Lituânia

NB: Tendências nos nove países que comunicaram os valores mais elevados em 2014 ou 2013.

Suécia Irlanda Noruega

Casos por milhão de habitantes

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

200

160

120

80

40

0

Page 70: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

68

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

I Prevenção das overdoses e das mortes relacionadas com a droga

A redução das overdoses fatais e de outras mortes

relacionadas com a droga continua a ser um importante

desafio para a saúde pública na Europa. Neste domínio, as

respostas estão focadas na prevenção da ocorrência de

overdoses ou no aumento da probabilidade de

sobrevivência a uma overdose. O tratamento da

toxicodependência, em especial o tratamento de

substituição de opiáceos, previne overdoses e reduz o

risco de mortalidade dos consumidores de drogas em

tratamento. As salas de consumo assistido têm por

objetivo impedir a ocorrência de overdoses e assegurar

apoio profissional em caso de overdose. Atualmente, seis

países disponibilizam instalações deste tipo, perfazendo

cerca de 70 no total.

A naloxona é um medicamento antagonista dos opiáceos

capaz de reverter uma overdose por opiáceos, sendo

utilizada em contexto de urgência hospitalar e

ambulâncias. Nos últimos anos, tem-se verificado um

aumento da oferta de naloxona para consumo domiciliário

junto dos consumidores de opiáceos, seus companheiros,

pares e familiares, acompanhado de formação para o

reconhecimento de sinais e resposta a uma overdose. A

naloxona foi também disponibilizada ao pessoal dos

serviços que regularmente contactam com consumidores

de drogas. Segundo um estudo europeu recente, oito

países europeus têm implementados programas de oferta

de naxolona para consumo domiciliário. Os kits de

naxolona são geralmente disponibilizados pelos serviços

de saúde e combate à toxicodependência sob a forma de

seringas pré-preparadas, embora a Noruega e a Dinamarca

ofereçam um adaptador que permite administrar a

substância por via nasal. Uma revisão sistemática da

eficácia da oferta de naxolona para consumo domiciliário

revelou que as intervenções educativas e formativas nesta

matéria diminuem a mortalidade provocada por overdoses.

Os principais beneficiários são alguns grupos que

apresentam um risco elevado de overdose, tais como

indivíduos recém-saídos da prisão. Uma avaliação

recentemente efetuada na Escócia ao respetivo programa

nacional de oferta de naloxona permitiu concluir que a

substância contribuiu para uma redução de 36 % da

proporção de mortes relacionadas com opiáceos no

período de um mês após libertação do regime prisional.

I Serviços de redução da procura: normas de qualidade

Perante a generalização dos serviços de redução da

procura, o enfoque passou a colocar-se na qualidade dos

serviços prestados, levando o Conselho de Ministros da UE

a adotar, em setembro de 2015, normas mínimas de

qualidade que contribuam para as medidas de redução da

procura na UE. Dezasseis normas nas áreas da prevenção,

tratamento, redução de danos e reintegração social

estabeleceram parâmetros de qualidade mínimos para as

intervenções a realizar. As normas recentemente adotadas

representam uma evolução significativa da UE em matéria

de drogas, conjugando, nos 28 Estados-Membros, as

decisões políticas com o conhecimento especializado. As

normas reforçam a necessidade de assentar as

intervenções em dados concretos e de fornecer formação

adequada aos profissionais envolvidos. Além disso,

facilitam a partilha de boas práticas ao nível europeu e

promovem a troca de conhecimentos.

I Compreensão dos custos das ações relacionadas com a droga

Compreender os custos associados às ações relacionadas

com a droga é um aspeto importante da avaliação das

políticas. Ainda assim, as informações disponíveis sobre a

despesa pública relacionada com a droga na Europa, tanto

a nível local como a nível nacional, continuam a ser

escassas e heterogéneas. Calcula-se que, nos 18 países

que produziram estimativas na última década, essa

despesa varie entre 0,01 % e 0,5 % do produto interno

bruto (PIB), representando as intervenções no setor da

saúde 15 % a 53 % do montante total.

De acordo com uma estimativa recente, o internamento

hospitalar com vista ao tratamento de problemas de saúde

relacionados com a droga representou, em média, 0,013 %

do PIB nos 15 países com dados disponíveis. Esta

proporção difere, contudo, de país para país. Seria

necessária uma comunicação mais sistemática dos casos

de urgência hospitalar para obter uma estimativa mais

aproximada dos custos associados ao tratamento de

problemas de saúde relacionados com o consumo de

drogas em contexto hospitalar.

Page 71: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

69

Capítulo 3 I Danos causados pela droga e respostas

SAIBA MAIS

Publicações do EMCDDA

2016

Comorbidity of substance use and mental disorders,

Perspetivas sobre drogas.

Preventing opioid overdose deaths with take-home

naloxone, Insights.

2015

Comorbidity of substance use and mental disorders in

Europe, Insights.

Drug-related infectious diseases in Europe. Update from

the EMCDDA expert network, Rapid communications.

Mortality among drug users in Europe: new and old

challenges for public health, Documentos EMCDDA.

Preventing fatal overdoses: a systematic review of the

effectiveness of take-home naloxone, Documentos

EMCDDA.

Prevention of addictive behaviours, Insights.

Treatment of cannabis-related disorders in Europe,

Insights.

Drug consumption room, Perspetivas sobre drogas.

Psychosocial interventions, Perspetivas sobre drogas.

Relatórios de avaliação dos riscos

MT-45 [Decisão de Execução (UE) 2015/1873

do Conselho].

4,4′-DMAR [Decisão de Execução (UE) 2015/1873

do Conselho].

2014

Cocaine: drugs to treat dependence?, Perspetivas

sobre drogas.

Health and social responses for methamphetamine

users in Europe, Perspetivas sobre drogas.

Internet-based drug treatment, Perspetivas sobre drogas.

Relatórios de avaliação dos riscos

MDPV (1-(1,3-benzodioxol-5-il)-2-pirrolidino-1-il-

pentan-1-ona) [Decisão de Execução (UE) 2015/1875

do Conselho].

Metoxetamina (2 (3 metoxifenil) 2 (etilamino)ciclo

hexanona) [Decisão de Execução (UE) 2015/1875 do

Conselho].

25I-NBOMe (4 iodo 2,5 dimetoxi N (2 metoxibenzil)

fenetilamina) [Decisão de Execução (UE) 2015/1875

do Conselho].

AH-7921 (3,4 dicloro N [[1 (dimetilamino)ciclo hexil]

metil]benzamida ) [Decisão de Execução (UE)

2015/1875 do Conselho].

4-metilanfetamina [Decisão de Execução (UE)

2015/1875 do Conselho].

5-(2-aminopropil)indole [Decisão de Execução (UE)

2015/1876 do Conselho].

2013

Can mass media campaigns prevent young people

from using drugs?, Perspetivas sobre drogas.

Emergency health consequences of cocaine use in

Europe, Perspetivas sobre drogas.

Drug prevention interventions targeting minority

ethnic populations, Documentos temáticos.

Hepatitis C treatment for injecting drug users,

Perspetivas sobre drogas.

North American drug prevention programmes: are

they feasible in European cultures and contexts?,

Documentos temáticos.

Preventing overdose deaths in Europe, Perspetivas

sobre drogas.

2012

Drug demand reduction: global evidence for local

actions, Drogas em destaque.

Guidelines for the evaluation of drug prevention: a

manual for programme planners and evaluators

(second edition), Manuais.

New heroin-assisted treatment, Insights.

Prisons and drugs in Europe: the problem and

responses, Temas específicos.

Social reintegration and employment: evidence and

interventions for drug users in treatment, Insights.

2011

European drug prevention quality standards, Manuais.

Guidelines for the treatment of drug dependence: a

European perspective, Temas específicos.

Relatórios de avaliação dos riscos Mefedrona

[Decisão do Conselho 2010/759/UE].

Publicações conjuntas do EMCDDA e do ECDC2011

ECDC and EMCDDA guidance. Prevention and control

of infectious diseases among people who inject drugs.

Todas as publicações se encontram disponíveis em

www.emcdda.europa.eu/publications

Page 72: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

Dados nacionais referentes a estimativas de prevalência do consumo de drogas, incluindo o consumo de opiáceos de alto risco, tratamentos de substituição, indivíduos a iniciar tratamento, consumo de drogas injetáveis, mortes induzidas pela droga, doenças infecciosas relacionadas com drogas, distribuição de seringas e apreensões. Os dados são extraídos, e constituem um subconjunto, do Boletim Estatístico 2016, do EMCDDA, onde também estão disponíveis notas e metadados. Estão indicados os anos a que os dados se referem.

Anexo

Page 73: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

71

Anexo: Quadros de dados nacionais

OPIÁCEOS

Estimativa do consumo de opiáceos

de alto risco

Utentes que iniciam tratamento durante o ano

Utentes em tratamento

de substituição

Utentes consumidores de opiáceos, em % dos que iniciam tratamento

% de utentes consumidores de opiáceos injetáveis (principal via de administração)

Todos os que iniciam

tratamento

Utentes que iniciam pela

primeira vez o tratamento

Utentes anteriormente

tratados

Todos os que iniciam

tratamento

Utentes que iniciam pela primeira vez o tratamento

Utentes anteriormente

tratados

País Ano da estimativa

Casos por cada

1 000% (total) % (total) % (total) % (total) % (total) % (total) Total

Bélgica – – 28,9 (3 079) 11,5 (434) 37,5 (2 352) 18,4 (541) 12 (51) 19,3 (431) 17 026

Bulgária – – 84,8 (1 530) 64,5 (207) 96 (932) 73 (772) 69,9 (116) 75,5 (580) 3 414

República Checa

2014 1,4–1,8 17 (1 720) 7 (333) 25,9 (1 387) 82,6 (1 412) 79,8 (264) 83,2 (1 148) 4 000

Dinamarca – – 17,5 (663) 7,1 (102) 26,3 (502) 33,9 (193) 23 (20) – 2 600

Alemanha 2013 2,7–3,2 34,9 (29 655) 13,1 (3 304) 44 (26 351) 34,1 (11 225) 32,2 (1 460) 34,4 (9 765) 77 500

Estónia – – 90 (253) 89,5 (51) 97,3 (179) 78,8 (197) 64,7 (33) 83,2 (149) 919

Irlanda – – 49,8 (4 745) 27,5 (1 036) 65,5 (3 456) 42,2 (1 908) 35,7 (362) 43,6 (1 441) 9 764

Grécia 2014 2,1–2,8 69,2 (3 250) 55,3 (1 060) 78,9 (2 176) 33,4 (1 078) 27,7 (291) 36,3 (786) 10 226

Espanha 2013 1,6–2,5 24,8 (12 863) 10,9 (3 066) 42,1 (9 515) 15,8 (1 916) 9,9 (282) 17,7 (1 608) 61 954

França 2013–14 4,4–7,4 30,5 (12 634) 13,8 (1 240) 44,5 (8 662) 19,9 (2 119) 13,8 (155) 22 (1 620) 161 388

Croácia 2010 3,2–4 79,9 (6 241) 19,9 (210) 89 (5 516) 73,3 (4 529) 44,9 (88) 74,3 (4 063) 6 867

Itália 2014 4,6–5,8 56 (28 671) 40,6 (7 416) 64,5 (21 255) 47,2 (13 209) 45,9 (2 992) 58,4 (10 217) 75 964

Chipre 2014 1,5–2,4 25,4 (271) 11,5 (65) 42,2 (204) 56,8 (154) 50,8 (33) 59,3 (121) 178

Letónia 2014 3,4–7,5 46,2 (382) 24,7 (102) 67,8 (280) 91 (343) 87,1 (88) 92,4 (255) 518

Lituânia 2007 2,3–2,4 88,2 (1 905) 66,6 (227) 92,6 (1 665) 84,4 (1 607) 84,6 (192) 84,3 (1 402) 585

Luxemburgo 2007 5–7,6 53,9 (146) 46,4 (13) 51 (100) 50,3 (72) 15,4 (2) 52 (51) 1 121

Hungria 2010–11 0,4–0,5 4,2 (196) 1,6 (51) 9,5 (118) 60,2 (109) 55,1 (27) 63,5 (73) 745

Malta 2014 5,3–6,2 72,8 (1 277) 27,5 (58) 79 (1 219) 63,4 (786) 47,3 (26) 64,1 (760) 1 013

Países Baixos

2012 1,1–1,5 10,5 (1 113) 5,7 (346) 16,9 (767) 6,5 (44) 9,3 (18) 5,4 (26) 7 569

Áustria 2013 4,9–5,1 50,8 (1 737) 29,2 (435) 67,3 (1 302) 35,9 (479) 23,1 (79) 40,3 (400) 17 272

Polónia 2009 0,4–0,7 14,8 (1 061) 4,7 (162) 25 (877) 61,5 (632) 39,1 (61) 65,1 (555) 2 586

Portugal 2012 4,2–5,5 53,8 (1 538) 26,3 (357) 78,8 (1 180) 18,3 (255) 12,5 (39) 19,9 (216) 16 587

Roménia – – 41,8 (1 094) 15,1 (211) 74 (852) 92,4 (1 007) 85,7 (180) 94 (799) 593

Eslovénia 2013 3,4–4,1 75,9 (318) 55,5 (61) 83,1 (250) 32,3 (101) 20,7 (12) 35,7 (89) 3 190

Eslováquia 2008 1–2,5 21,9 (543) 12,7 (147) 30,5 (387) 71,2 (376) 55,9 (81) 76,8 (288) 375

Finlândia 2012 3,8–4,5 57,8 (372) 41,9 (111) 68,9 (261) 79,1 (291) 68,2 (75) 83,7 (216) 3 000

Suécia – – 24,7 (7 737) 14,7 (1 680) 30,2 (5 838) 62,1 (175) 20 (4) 47,4 (27) 3 502

Reino Unido 2010–11 7,9–8,4 52,1 (50 592) 23,2 (7 911) 68 (42 045) 33,3 (15 380) 20,8 (1 217) 35 (13 892) 148 868

Turquia 2011 0,2–0,5 70,3 (7 476) 61,1 (3 420) 80,6 (4 056) 30 (2 243) 20,5 (702) 38 (1 541) 28 656

Noruega 2013 2–4,2 23 (1 974) – – – – – 7 433

União Europeia

– – 39,2 (175 586) 18,6 (30 396) 52,6 (139 628) 37,8 (60 910) 31,4 (8 248) 40,4 (50 978) 644 324

UE, Turquia e Noruega

– – 39,6 (185 036) 20,0 (33 816) 53,2 (143 684) 37,4 (63 153) 30,2 (8 950) 40,3 (52 519) 680 413

Os dados sobre utentes em tratamento de substituição referem-se a 2014 ou ao ano mais recente disponível: Dinamarca e Finlândia, 2011; Turquia, 2012; Espanha e Malta, 2013; os dados referentes à Irlanda baseiam-se num censo efetuado a 31 de dezembro de 2013.

QUADRO A1

Page 74: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

72

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

COCAÍNA

Estimativas da prevalência Utentes que iniciam tratamento durante o ano

População em geralPopulação

escolarUtentes consumidores de cocaína, em % dos que iniciam tratamento

% de utentes consumidores de cocaína injetável (principal via de administração)

Ano do inquérito

Ao longo da vida, adultos

(15–64)  %

Últimos 12 meses,

jovens adultos

(15–34) %

Ao longo da vida,

estudantes (15–16)

All entrants

Utentes que iniciam pela

primeira vez o tratamento

Utentes anteriormente

tratados

Todos os utentes

Utentes que iniciam

pela primeira

vez o tratamento

Utentes anteriormente

tratados

País % % % % (total) % (total) % (total) % (total) % (total) % (total)

Bélgica 2013 – 0,9 2 17 (1 809) 16,7 (628) 16,9 (1 058) 4,9 (84) 1,2 (7) 6,1 (60)

Bulgária 2012 0,9 0,3 4 1,6 (29) 6,5 (21) 0,8 (8) 7,1 (2) 0 (0) 25 (2)

República Checa

2014 0,9 0,6 1 0,3 (27) 0,3 (12) 0,3 (15) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

Dinamarca 2013 5,2 2,4 2 5,1 (193) 5,8 (84) 5,2 (99) 10,1 (17) 0 (0) –

Alemanha 2012 3,4 1,6 3 5,9 (4 978) 5,3 (1 340) 6,1 (3 638) 16,9 (2 650) 7,8 (292) 19,8 (2 358)

Estónia 2008 – 1,3 2 0,4 (1) – – – – –

Irlanda 2011 6,8 2,8 3 8,7 (828) 11,2 (424) 6,8 (358) 1,4 (11) 0,5 (2) 2,6 (9)

Grécia 2004 0,7 0,2 1 5,1 (239) 5,2 (100) 5 (139) 14,7 (35) 6 (6) 21 (29)

Espanha 2013 10,3 3,3 3 38,2 (19 848) 38 (10 734) 38,6 (8 726) 2,3 (426) 1,2 (128) 3,5 (291)

França 2014 5,4 2,4 4 6,1 (2 530) 5,4 (489) 7,7 (1 508) 9,9 (224) 2,6 (12) 13,7 (186)

Croácia 2012 2,3 0,9 2 1,7 (132) 3,1 (33) 1,5 (90) 3,1 (4) 3,4 (1) 3,3 (3)

Itália 2014 7,6 1,8 2 23,7 (12 165) 27,4 (5 006) 21,7 (7 159) 6,2 (739) 4,7 (227) 7,4 (512)

Chipre 2012 1,3 0,6 4 10,3 (110) 7,1 (40) 14,1 (68) 9,2 (10) 7,5 (3) 10,4 (7)

Letónia 2011 1,5 0,3 4 0,7 (6) 1,2 (5) 0,2 (1) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

Lituânia 2012 0,9 0,3 2 0,2 (5) 0,3 (1) 0,2 (4) 20 (1) 0 (0) 25 (1)

Luxemburgo – – – – 19,9 (54) 25 (7) 18,4 (36) 34,7 (17) 50 (3) 31,4 (11)

Hungria 2007 0,9 0,4 2 1,8 (86) 1,9 (59) 1,9 (23) 5,9 (5) 1,7 (1) 17,4 (4)

Malta 2013 0,5 – 4 15,9 (279) 40,3 (85) 12,6 (194) 21,9 (60) 9,4 (8) 27,5 (52)

Países Baixos 2014 5,1 3,0 2 26,3 (2 791) 22 (1 344) 31,9 (1 447) 0,2 (4) 0,1 (1) 0,3 (3)

Áustria 2008 2,2 1,2 – 8,4 (288) 9,7 (145) 7,4 (143) 4,2 (10) 1,6 (2) 7,2 (8)

Polónia 2014 1,3 0,4 3 1,4 (98) 1,3 (44) 1,5 (51) 1,1 (1) 0 (0) 2,1 (1)

Portugal 2012 1,2 0,4 4 13,5 (385) 17,5 (237) 9,8 (147) 5,7 (20) 2,8 (6) 10,4 (14)

Roménia 2013 0,8 0,2 2 0,8 (21) 1,1 (15) 0,5 (6) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

Eslovénia 2012 2,1 1,2 3 6 (25) 5,5 (6) 6,3 (19) 62,5 (15) 16,7 (1) 77,8 (14)

Eslováquia 2010 0,6 0,4 1 0,9 (23) 1,4 (16) 0,6 (7) 4,3 (1) 6,3 (1) 0 (0)

Finlândia 2014 1,9 1,0 1 0 (0) 0 (0) 0 (0) – – –

Suécia 2008 3,3 1,2 1 0,9 (284) 1,6 (189) 0,5 (87) 3,1 (1) 0 (0) 0 (0)

Reino Unido (1) 2014 9,8 4,2 2 12,6 (12 236) 16,9 (5 752) 10,4 (6 399) 1,4 (161) 0,3 (16) 2,3 (144)

Turquia – – – – 1,3 (134) 1,2 (66) 1,4 (68) – – –

Noruega 2014 5,0 2,3 1 1 (84) – – – – –

União Europeia – 5,1 1,9 – 13,3 (59 470) 16,4 (26 816) 11,8 (31 430) 6,7 (4 498) 2,6 (717) 9,8 (3 709)

UE, Turquia e Noruega

– – – – 12,8 (59 688) 15,9 (26 882) 11,6 (31 498) 6,7 (4 498) 2,6 (717) 9,7 (3 709)

As estimativas da prevalência na população escolar foram extraídas de inquéritos escolares realizados a nível nacional ou do projeto ESPAD(1) As estimativas de prevalência relativas à população em geral dizem apenas respeito a Inglaterra e ao País de Gales.

QUADRO A2

Page 75: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

73

Anexo I Quadros de dados nacionais

ANFETAMINAS

Estimativas da prevalência Utentes que iniciam tratamento durante o ano

População em geralPopulação

escolarUtentes consumidores de anfetaminas,

em % dos que iniciam tratamento% de utentes consumidores de anfetaminas injetáveis (principal via de administração)

Ano do inquérito

Ao longo da vida, adultos

(15–64)

Últimos 12 meses,

jovens adultos

(15–34)

Ao longo da vida,

estudantes (15–16)

Todos os que iniciam

tratamento

Utentes que iniciam pela primeira vez o tratamento

Utentes anteriormente

tratados

Todos os que iniciam

tratamento

Utentes que iniciam pela

primeira vez o tratamento

Utentes anteriormente

tratados

País % % % % (total) % (total) % (total) % (total) % (total) % (total)

Bélgica 2013 – 0,5 2 9,8 (1 047) 9,4 (353) 10,7 (669) 12,6 (128) 5,3 (18) –

Bulgária 2012 1,2 1,3 5 4,7 (84) 15,9 (51) 1,6 (16) 2 (1) 0 (0) 0 (0)

República Checa

2014 2,6 2,3 2 69,7 (7 033) 75,1 (3 550) 65 (3 483) 78,1 (5 446) 73,8 (2 586) 82,6 (2 860)

Dinamarca 2013 6,6 1,4 2 9,5 (358) 10,3 (149) 8,9 (170) 3,1 (9) 0 (0) –

Alemanha 2012 3,1 1,8 4 16,1 (13 664) 19,3 (4 860) 14,7 (8 804) 1,5 (277) 0,9 (55) 1,8 (222)

Estónia 2008 – 2,5 3 3,9 (11) 3,5 (2) 1,6 (3) 72,7 (8) 100 (2) 66,7 (2)

Irlanda 2011 4,5 0,8 2 0,6 (55) 0,8 (30) 0,5 (24) 5,5 (3) 3,3 (1) 8,3 (2)

Grécia 2004 0,1 0,1 2 0,4 (18) 0,7 (13) 0,2 (5) 22,2 (4) 30,8 (4) 0 (0)

Espanha 2013 3,8 1,2 1 1,3 (671) 1,4 (391) 1,2 (261) 1,2 (8) 0,8 (3) 1,6 (4)

França 2014 2,2 0,7 4 0,6 (232) 0,7 (66) 0,5 (96) 8,2 (16) 9,7 (6) 11,4 (9)

Croácia 2012 2,6 1,6 1 1,2 (96) 2,7 (28) 1 (65) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

Itália 2014 2,8 0,6 1 0,2 (83) 0,3 (57) 0,1 (26) 6,1 (5) 7,1 (4) 4,3 (1)

Chipre 2012 0,7 0,4 4 4,3 (46) 3,5 (20) 5,4 (26) 4,3 (2) 5 (1) 3,8 (1)

Letónia 2011 2,2 0,6 4 13,9 (115) 15 (62) 12,8 (53) 63,1 (70) 66,7 (40) 58,8 (30)

Lituânia 2012 1,2 0,5 3 3,4 (73) 8,2 (28) 2,3 (42) 32,9 (24) 32,1 (9) 35,7 (15)

Luxemburgo – – – – – – – – – –

Hungria 2007 1,8 1,2 6 12,5 (584) 12,3 (383) 12,4 (154) 13 (74) 9,6 (36) 22,2 (34)

Malta 2013 0,3 – 3 0,2 (4) – 0,3 (4) 25 (1) – 25 (1)

Países Baixos 2014 4,4 2,9 1 6,6 (702) 6,2 (376) 7,2 (326) 0,8 (3) 0 (0) 1,8 (3)

Áustria 2008 2,5 0,9 – 4,6 (157) 5,9 (88) 3,6 (69) 5,3 (7) 5,2 (4) 5,4 (3)

Polónia 2014 1,7 0,4 4 28,1 (2 019) 27,7 (956) 29,5 (1 036) 4,8 (91) 2,3 (21) 7,5 (70)

Portugal 2012 0,5 0,1 3 0 (1) 0,1 (1) 0 (0) – 0 (0) –

Roménia 2013 0,3 0,1 2 0,2 (4) 0,2 (3) 0,1 (1) 25 (1) 0 (0) 100 (1)

Eslovénia 2012 0,9 0,8 2 0,5 (2) – 0,7 (2) – – –

Eslováquia 2010 0,5 0,3 1 42,7 (1 060) 47,8 (553) 38,9 (493) 32,8 (337) 26,1 (140) 40,3 (194)

Finlândia 2014 3,4 2,4 – 12,1 (78) 13,2 (35) 11,3 (43) 84,2 (64) 80 (28) 87,8 (36)

Suécia 2008 5 1,3 1 0,5 (141) – – – – –

Reino Unido (1) 2014 10,3 1,1 1 2,9 (2 830) 3,7 (1 250) 2,5 (1 540) 21,6 (464) 12,2 (101) 27,6 (354)

Turquia 2011 0,1 0,1 2 0,3 (27) 0,4 (21) 0,1 (6) – – –

Noruega (2) 2014 4,1 1,1 1 13,4 (1 147) – – – – –

União Europeia

– 3,6 1 – 7 (31 168) 8,2 (13 305) 6,6 (17 411) 20,8 (7 139) 22,5 (3 059) 19,7 (3 950)

UE, Turquia e Noruega

– – – – 6,9 (32 342) 7,9 (13 326) 6,5 (17 417) 20,8 (7 139) 22,4 (3 059) 19,7 (3 950)

As anfetaminas englobam a anfetamina e a metanfetamina.As estimativas da prevalência na população escolar foram extraídas de inquéritos escolares realizados a nível nacional ou do projeto ESPAD. (1) As estimativas de prevalência relativas à população em geral dizem apenas respeito a Inglaterra e ao País de Gales.(2) Os indivíduos que iniciam o tratamento são utentes que consomem outros estimulantes que não a cocaína, e não apenas anfetaminas.

QUADRO A3

Page 76: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

74

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

MDMA

Estimativas da prevalência Utentes que iniciam tratamento durante o ano

População em geral População escolar

Utentes consumidores de MDMA, em % dos que iniciam tratamento

Ano do inquérito

Ao longo da vida, adultos

(15–64)

Últimos 12 meses,

jovens adultos (15–34)

Ao longo da vida,

estudantes (15–16)

Todos os que iniciam

tratamento

Utentes que iniciam pela

primeira vez o tratamento

Utentes anteriormente

tratados

País % % % % (total) % (total) % (total)

Bélgica 2013 – 0,8 2 0,6 (65) 0,9 (34) 0,5 (31)

Bulgária 2012 2,0 2,9 4 0,2 (3) 0,6 (2) 0,1 (1)

República Checa

2014 6,0 3,6 3 0 (4) 0,1 (3) 0 (1)

Dinamarca 2013 2,3 0,7 1 0,3 (13) 0,5 (7) 0,3 (5)

Alemanha 2012 2,7 0,9 2 – – –

Estónia 2008 – 2,3 3 – – –

Irlanda 2011 6,9 0,9 2 0,6 (56) 1 (37) 0,3 (18)

Grécia 2004 0,4 0,4 2 0,1 (4) 0,1 (1) 0,1 (3)

Espanha 2013 4,3 1,5 1 0,4 (201) 0,6 (167) 0,1 (27)

França 2014 4,2 2,3 3 0,4 (148) 0,6 (57) 0,3 (63)

Croácia 2012 2,5 0,5 2 0,4 (32) 1,3 (14) 0,3 (17)

Itália 2014 3,1 1,0 1 0,3 (147) 0,3 (48) 0,3 (99)

Chipre 2012 0,9 0,3 3 0,1 (1) – 0,2 (1)

Letónia 2011 2,7 0,8 4 0,4 (3) 0,7 (3) 0 (0)

Lituânia 2012 1,3 0,3 2 0 (1) 0 (0) 0,1 (1)

Luxemburgo – – – – – – –

Hungria 2007 2,4 1,0 4 1,7 (82) 1,8 (55) 1,9 (23)

Malta 2013 0,7 – 3 0,9 (16) – 1 (16)

Países Baixos 2014 7,4 5,5 4 0,4 (45) 0,7 (40) 0,1 (5)

Áustria 2008 2,3 1,0 0,8 (27) 1,3 (19) 0,4 (8)

Polónia 2014 1,6 0,9 2 0,2 (11) 0,1 (5) 0,2 (6)

Portugal 2012 1,3 0,6 3 0,2 (5) 0,4 (5) 0 (0)

Roménia 2013 0,9 0,3 2 0,5 (14) 1 (14) 0 (0)

Eslovénia 2012 2,1 0,8 2 – – –

Eslováquia 2010 1,9 0,9 1 0,1 (2) 0,1 (1) 0,1 (1)

Finlândia 2014 3,0 2,5 2 0,2 (1) 0 (0) 0,3 (1)

Suécia 2008 2,1 1,0 1 – – –

Reino Unido (1) 2014 9,2 3,5 3 0,3 (302) 0,6 (200) 0,2 (97)

Turquia 2011 0,1 0,1 2 1 (103) 1,3 (74) 0,6 (29)

Noruega 2014 2,3 0,4 1 – – –

União Europeia

– 3,9 1,7 – 0,3 (1 184) 0,4 (712) 0,2 (424)

UE, Turquia e Noruega

– – – – 0,3 (1 287) 0,5 (786) 0,2 (453)

As estimativas da prevalência na população escolar foram extraídas de inquéritos escolares realizados a nível nacional ou do projeto ESPAD.(1) As estimativas de prevalência relativas à população em geral dizem respeito a Inglaterra e ao País de Gales.

QUADRO A4

Page 77: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

75

Anexo I Quadros de dados nacionais

CANNABIS

Estimativas da prevalência Utentes que iniciam tratamento durante o ano

População em geral População escolar

Utentes consumidores de cannabis, em % dos que iniciam tratamento

Ano do inquérito

Ao longo da vida, adultos

(15–64)

Últimos 12 meses,

jovens adultos (15–34)

Ao longo da vida,

estudantes (15–16)

Todos os que iniciam

tratamento

Utentes que iniciam pela

primeira vez o tratamento

Utentes anteriormente

tratados

País % % % % (total) % (total) % (total)

Bélgica 2013 15 10,1 21 32,9 (3 501) 52,8 (1 984) 22,4 (1 403)

Bulgária 2012 7,5 8,3 22 3,2 (58) 8,4 (27) 0,7 (7)

República Checa

2014 28,7 23,9 42 11,8 (1 195) 16,4 (776) 7,8 (419)

Dinamarca 2013 35,6 17,6 18 63,4 (2 397) 72,6 (1 048) 55,5 (1 061)

Alemanha 2012 23,1 11,1 19 37,9 (32 225) 57,5 (14 458) 29,7 (17 767)

Estónia 2008 – 13,6 24 3,2 (9) 7 (4) 0,5 (1)

Irlanda 2011 25,3 10,3 18 27,8 (2 645) 44,9 (1 696) 16 (847)

Grécia 2004 8,9 3,2 8 22,3 (1 046) 36,5 (699) 12,3 (338)

Espanha 2013 30,4 17,0 27 32,6 (16 914) 45,7 (12 912) 15,9 (3 585)

França 2014 40,9 22,1 39 58 (24 003) 76,7 (6 897) 42,3 (8 248)

Croácia 2012 15,6 10,5 18 14,1 (1 103) 64,4 (679) 6,5 (401)

Itália 2014 31,9 19,0 20 18,2 (9 321) 28,8 (5 267) 12,3 (4 054)

Chipre 2012 9,9 4,2 7 59,4 (634) 77,2 (436) 37,7 (182)

Letónia 2011 12,5 7,3 24 32,6 (269) 50,8 (210) 14,3 (59)

Lituânia 2012 10,5 5,1 20 4,3 (92) 14,7 (50) 2,3 (42)

Luxemburgo – – – – 25,5 (69) 28,6 (8) 29,6 (58)

Hungria 2007 8,5 5,7 19 55,5 (2 603) 61,2 (1 910) 43,2 (537)

Malta 2013 4,3 – 10 9 (158) 31,8 (67) 5,9 (91)

Países Baixos 2014 24,1 15,6 27 47,6 (5 061) 56,2 (3 429) 36 (1 632)

Áustria 2008 14,2 6,6 14 32,2 (1 101) 50,9 (757) 17,8 (344)

Polónia 2014 16,2 9,8 23 34,6 (2 483) 44,6 (1 540) 25 (877)

Portugal 2012 9,4 5,1 16 28,4 (812) 50,8 (690) 8,1 (122)

Roménia 2013 4,6 3,3 7 37,2 (973) 61,4 (858) 9 (104)

Eslovénia 2012 15,8 10,3 23 12,2 (51) 36,4 (40) 3,3 (10)

Eslováquia 2010 10,5 7,3 21 20,5 (509) 28,6 (331) 12,5 (159)

Finlândia 2014 21,7 13,5 12 25,0 (132) 35,1 (93) 10,3 (39)

Suécia 2014 14,4 6,3 6 13,2 (4 141) 20,7 (2 372) 8,9 (1 717)

Reino Unido (1) 2014 29,2 11,7 19 26 (25 278) 46,6 (15 895) 14,8 (9 137)

Turquia 2011 0,7 0,4 4 9 (955) 11,3 (634) 6,4 (321)

Noruega 2014 21,9 8,6 5 22,7 (1 946) – –

União Europeia

– 24,8 13,3 – 31 (138 783) 46 (75 133) 20,1 (53 241)

UE, Turquia e Noruega

– – – – 30,4 (141 684) 44,9 (75 767) 19,8 (53 562)

As estimativas da prevalência na população escolar foram extraídas de inquéritos escolares realizados a nível nacional ou do projeto ESPAD.(1) As estimativas de prevalência relativas à população em geral dizem respeito a Inglaterra e ao País de Gales.

QUADRO A5

Page 78: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

76

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

OUTROS INDICADORES

 Mortes induzidas

pela droga (15–64)

Diagnósticos de VIH atribuídos ao consumo

de droga injetável (ECDC)

Estimativa do consumo de droga

injetável

Seringas distribuídas através de programas

especiais

PaísCasos por milhão

de habitantes (total)

Casos por milhão de habitantes

(total)

Ano da estimativa

Casos por 1 000

habitantesTotal

Bélgica 9 (66) 1 (11) 2014 2,4–4,9 926 391

Bulgária 3,1 (15) 6,3 (46) – – 417 677

República Checa 5,2 (37) 1 (10) 2014 6,1–6,8 6 610 788

Dinamarca 55,1 (200) 2 (11) – – –

Alemanha 18,6 (993) 1,4 (111) – – –

Estónia 113,2 (98) 50,9 (67) 2009 4,3–10,8 2 110 527

Irlanda 71,1 (214) 5,4 (25) – – 393 275

Grécia – 9,3 (102) 2014 0,6–0,9 368 246

Espanha 13 (402) 2,5 (115) 2013 0,2–0,4 2 269 112

França 5,4 (227) 1 (64) – – –

Croácia 20,8 (59) 0 (0) 2012 0,4–0,6 196 150

Itália 8 (313) 2,3 (141) – – –

Chipre 10 (6) 3,5 (3) 2014 0,4–0,7 382

Letónia 10,6 (14) 37 (74) 2012 7,3–11,7 409 869

Lituânia 44,2 (87) 12,9 (38) – – 154 889

Luxemburgo 21,1 (8) 29,1 (16) 2009 4,5–6,9 253 011

Hungria 3,4 (23) 0,1 (1) 2008–09 0,8 460 977

Malta 6,9 (2) 0 (0) – – 314 027

Países Baixos 10,8 (119) 0 (0) 2008 0,2–0,2 –

Áustria 21,1 (121) 2,5 (21) – – 5 157 666

Polónia 8,5 (225) 1 (37) – – 105 890

Portugal 4,5 (31) 3,8 (40) 2012 1,9–2,5 1 677 329

Roménia 2,4 (33) 7,7 (154) – – 1 979 259

Eslovénia 20 (28) 1 (2) – – 494 890

Eslováquia 3,1 (12) 0,2 (1) – – 274 942

Finlândia 47,4 (166) 1,3 (7) 2012 4,1–6,7 4 522 738

Suécia 92,9 (569) 0,8 (8) 2008–11 1,3 203 847

Reino Unido (1) 55,9 (2 332) 2 (131) 2004–11 2,9–3,2 7 199 660

Turquia 9,2 (479) 0,1 (10) – – –

Noruega 67,8 (228) 1,4 (7) 2013 2,1–2,9 2 124 180

União Europeia 19,2 (6 400) 2,4 (1 236) – – –

UE, Turquia e Noruega

18,3 (7 107) 2,1 (1 253) – – –

Devido aos problemas de codificação, cobertura e omissão de dados verificados em determinados países, é necessária cautela ao comparar mortes induzidas pela droga. (1) Os dados relativos às seringas referem-se ao País de Gales e à Escócia (2014) e à Irlanda do Norte (2013).

QUADRO A6

Page 79: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

77

Anexo I Quadros de dados nacionais

APREENSÕES

Heroína Cocaína Anfetaminas MDMA

Quantidade apreendida

Número de apreensões

Quantidade apreendida

Número de apreensões

Quantidade apreendida

Número de apreensões

Quantidade apreendida

Número de apreensões

País kg Total kg Total kg Total Comprimidos (kg) Total

Bélgica 149 2 288 9 293 4 268 208 3 434 44 422 (3) 1 693

Bulgária 940 137 27 39 216 – 16 845 (148) –

República Checa 157 65 5 144 51 1 179 1 338 (0,08) 119

Dinamarca 13 447 90 2 395 295 1 867 54 690 (–) 688

Alemanha 780 2 857 1 568 3 395 1 484 13 759 486 852 (–) 3 122

Estónia <0,01 8 3 57 67 319 9 822 (3) 147

Irlanda 61 954 66 405 23 75 465 083 (–) 402

Grécia 2 528 2 277 297 418 6 64 102 299 (9) 42

Espanha 244 6 671 21 685 38 458 839 4 079 559 221 (–) 3 054

França 990 – 6 876 – 321 – 940 389 (–) –

Croácia 47 132 6 231 14 582 – (3) 517

Itália 931 2 123 3 866 4 783 6 184 – (29) 262

Chipre 0 11 32 107 1 73 17 247 (1,1) 28

Letónia 0,8 229 8 44 15 640 119 (0,3) 15

Lituânia 7 129 116 13 10 130 – (1,9) 16

Luxemburgo 7 150 5 169 0,07 9 247 (–) 4

Hungria 70 31 40 143 17 673 13 020 (0,4) 275

Malta 2 33 5 136 0,01 3 334 (–) 31

Países Baixos 750 – 10 000 – 681 – 2 442 190 (–) –

Áustria 56 428 31 1 078 21 930 5 001 (–) 212

Polónia 273 – 31 – 824 – 62 028 (–) –

Portugal 39 690 3 715 1 042 2 77 684 (0,6) 145

Roménia 26 218 34 79 4 40 317 966 (0,03) 212

Eslovénia 5 289 182 179 22 – 218 (0,1) –

Eslováquia 0,1 78 0,02 17 6 672 419 (–) 44

Finlândia 0,09 113 6 205 298 3 149 131 700 (–) 795

Suécia 24 514 29 142 439 5 286 6 105 (8) 920

Reino Unido 785 10 913 3 562 19 820 1 730 6 725 423 000 (–) 3 913

Turquia 12 756 7 008 393 784 142 403 3 600 831 (–) 3 706

Noruega 44 1 294 149 1 101 420 8 145 54 185 (11) 502

União Europeia 8 883 31 785 61 578 77 767 7 599 43 949 6 101 249 (209) 16 656

UE, Turquia e Noruega

21 683 40 087 62 120 79 652 8 162 52 497 9 756 265 (219) 20 864

As anfetaminas englobam a anfetamina e a metanfetamina.Todos os dados são referentes a 2014, à exceção dos dados dos Países Baixos (2012), da Finlândia (número de apreensões de 2013) e do Reino Unido (2013).

QUADRO A7

Page 80: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

78

Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e evoluções

APREENSÕES (continuação)

Resina de cannabis Cannabis herbácea Plantas de cannabis

Quantidade apreendida

Número de apreensões

Quantidade apreendida

Número de apreensões

Quantidade apreendida

Número de apreensões

Country kg Total kg Total Plantas (kg) Total

Bélgica 841 5 554 10 744 28 086 356 388 (–) 1 227

Bulgária 2 14 1 674 3 516 21 516 (–) 100

República Checa 15 73 570 2 833 77 685 (–) 484

Dinamarca 2 211 9 988 58 3 000 11 792 (675) 262

Alemanha 1 755 5 201 8 515 31 519 132 257 (–) 2 400

Estónia 273 31 352 507 – (13) 30

Irlanda 677 258 1 102 1 770 6 309 (–) 340

Grécia 36 176 19 568 6 985 14 173 (–) 587

Espanha 379 762 174 566 15 174 175 086 270 741 (–) 2 252

França 36 917 – 10 073 – 158 592 (–) –

Croácia 2 371 1 640 5 591 3 602 (–) 188

Itália 113 152 5 303 33 441 8 294 121 659 (–) 1 773

Chipre 0,1 12 203 901 487 (–) 44

Letónia 30 38 27 366 – (11) 16

Lituânia 841 24 79 341 – (–) –

Luxemburgo 1 78 13 1 015 97 (–) 11

Hungria 8 101 529 2 058 3 288 (–) 146

Malta 42 39 70 176 8 (–) 5

Países Baixos 2 200 – 12 600 – 1 600 000 (–) –

Áustria 101 1 380 1 326 10 088 – (281) 408

Polónia 99 – 270 – 95 214 (–) –

Portugal 32 877 3 472 108 555 4 517 (–) 302

Roménia 15 154 145 1 967 – (422) 93

Eslovénia 2 73 535 3 673 11 067 (–) 212

Eslováquia 0,1 12 113 1 061 496 (–) 20

Finlândia 52 1 467 313 6 167 21 800 (189) 3 409

Suécia 877 6 547 1 041 10 028 – (–) –

Reino Unido 1 134 14 105 18 705 147 309 484 645 (–) 15 744

Turquia 30 635 3 972 92 481 41 594 – (–) 3 017

Noruega 1 919 10 509 505 6 534 – (276) 383

União Europeia 573 921 229 037 139 286 452 892 3 396 333 (1 592) 30 053

UE, Turquia e Noruega

606 475 243 518 232 271 501 020 3 396 333 (1 868) 33 453

Todos os dados são referentes a 2014, à exceção dos dados dos Países Baixos (2012), da Finlândia (número de apreensões de 2013) e do Reino Unido (2013).

QUADRO A7

Page 81: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

COMO OBTER PUBLICAÇÕES DA UNIÃO EUROPEIA

Publicações gratuitas

um exemplar:

via EU Bookshop (http://bookshop.europa.eu)

mais do que um exemplar/cartazes/mapas:

nas representações da União Europeia

(http://ec.europa.eu/represent_pt.htm),

nas delegações em países fora da UE

(http://eeas.europa.eu/delegations/index_pt.htm),

contactando a rede Europe Direct

(http://europa.eu/europedirect/index_pt.htm)

ou pelo telefone 00 800 6 7 8 9 10 11

(gratuito em toda a UE) (*).

(*) As informações prestadas são gratuitas, tal como a

maior parte das chamadas, embora alguns operadores,

cabinas telefónicas ou hotéis as possam cobrar.

Publicações pagas

via EU Bookshop (http://bookshop.europa.eu)

Page 82: Relatório Europeu sobre Drogas de 2016

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LAT

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EU

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RO

GA

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cias e evoluções

Acerca do presente relatório

O relatório «Tendências e evoluções» apresenta uma

panorâmica de alto nível do fenómeno da droga na

Europa, abrangendo a oferta e o consumo de droga

e os problemas de saúde pública, bem como as políticas

de luta contra a droga e as respostas ao problema das

drogas. Em conjunto com o Boletim Estatístico, as

Panorâmicas por país e as Perspetivas sobre as drogas,

disponíveis em linha, fazem parte do pacote que

constitui o Relatório Europeu sobre Drogas 2016.

Acerca do EMCDDA

O Observatório Europeu da Droga

e da Toxicodependência (EMCDDA) é a fonte central

de informações e uma autoridade reconhecida sobre

as questões relacionadas com a droga na Europa.

Há mais de vinte anos que recolhe, analisa e divulga

informações cientificamente rigorosas sobre as drogas

e a toxicodependência e suas consequências,

fornecendo aos seus públicos um panorama baseado

em factos concretos do fenómeno da droga

a nível europeu.

As publicações do EMCDDA são uma fonte

de informação essencial para uma grande variedade

de públicos, incluindo os decisores políticos e seus

consultores; os profissionais e investigadores que

trabalham no domínio da droga e, de um modo mais

geral, para os meios de comunicação social e o grande

público. Com sede em Lisboa, o EMCDDA é uma das

agências descentralizadas da União Europeia.

TD

-AT

-16

-00

1-P

T-C

ISBN 978-92-9168-880-7