Relatório Final DASAA

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Relatório final de um projeto de pesquisa

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FUNDAO ESCOLA TCNICA LIBERATO SALZANO VIEIRA DA CUNHA CURSO TCNICO DE ELETRNICA

HENRIQUE SPEROTTO LIMAJEAN DIEGO SILVA FONTENA

DISPOSITIVO DE ADVERTNCIA DE SITUAO DE ACIDENTE AUTOMOBILSTICO (DASAA)

Orientador: Augusto Mombach

Novo Hamburgo, setembro de 2014.

RESUMO

A seguinte pesquisa trata do fato de muitas mortes acontecerem em acidentes de trnsito devido vtima ficar impossibilitada de realizar o pedido de socorro e prope um dispositivo para automveis capaz de enviar uma mensagem de texto (SMS) contendo as coordenadas geogrficas de um veculo para contatos previamente estabelecidos quando acontece um acidente suficientemente significativo para acionar o airbag deste veculo. Atingindo todos os resultado, o DASAA, que foi desenvolvido utilizando a placa de prototipagem Arduino e uma shield GSM e uma shield GPS, se mostrou um dispositivo muito eficaz ao cumprir os seus propsitos.

SUMRIORESUMO2SUMRIO31 INTRODUO51.1 Justificativa51.2 Problema71.3 Objetivo72 REVISO DE LITERATURA82.1 Airbag82.1.1 Sensor82.1.2 Reao Qumica82.1.3 Bolsa82.2 Sistema de Posicionamento Global92.2.1 Receptor GPS92.2.2 Trilaterao92.2.3 Satlites GPS102.2.4 Coordenadas Geogrficas112.3 Telefonia celular122.3.1 TDMA (Time Division Multiple Access)122.3.2 GSM (Global System for Mobile)132.4 Arduino132.4.1 IDE e Linguagem de Programao142.4.2 Shields152.5 Lgica de programao152.5.1 Algoritmos152.5.2 Diagrama de blocos162.5.3 Constantes e variveis172.5.4 Operadores172.5.4.1 Aritmticos172.5.4.2 Relacionais172.5.4.3 Lgicos182.5.5 Estruturas de deciso182.5.6 Estruturas de repetio192.6 Reed switch193 METODOLOGIA213.1 DESCRIO DAS ETAPAS DA EXECUO213.1.1 Produtos similares213.1.2 Produto novo223.1.3 Estudo das shields223.1.4 Programao do Arduino233.1.5 Alimentao do dispositivo233.1.6 Carcaa243.1.7 Testes243.2 Cronograma244 ANLISE E AVALIAO DOS RESULTADOS265 CONCLUSO27REFERNCIAS28

1 INTRODUO

1.1 Justificativa

Com a popularizao dos automveis, sendo que, conforme Bulla (2014), foram 3,57 milhes de carros vendidos em 2013 no Brasil, a taxa de acidentes envolvendo carros aumentou. Conforme a Organizao Mundial da Sade (apud Waiselfisz, 2013) no ano de 2010 aconteceram 1,24 milho de mortes em acidentes de trnsito em 182 pases do mundo e, ainda segundo o autor, os acidentes de carro so a terceira causa de morte mais comum na faixa de idades entre 30 e 44 anos. Em muitos desses acidentes as vtimas ficam impossibilitadas de chamar o socorro e no h mais ningum por perto que possa faz-lo. Segundo John Leach (apud Castro, 2013), especialista em psicologia da sobrevivncia e professor da universidade de Oslo, apenas 10% das pessoas conseguem agir racionalmente em momentos de tenso, outras 10% dificilmente saem vivos, pois tomam as piores decises e as outras 80% no conseguem ter nenhuma reao devido ao nervosismo extremo. Segundo Coutinho (2013), em reportagem no portal da revista Veja, morre-se mais em acidentes de trnsito do que por homicdio ou cncer. Levando isso em considerao, deveramos temer mais andar de carro do que um sujeito com uma arma. Para diminuir o nmero de vtimas em acidentes, foi definido pela lei n 11.910, que acrescentou o 5 e o 6 pargrafo no inciso VII do artigo 105, que todos os veculos que sarem de fbrica a partir do dia primeiro de janeiro de 2014 devem ter, obrigatoriamente, airbag e sistema de freios anti-bloqueio (ABS) por motivos de segurana. Considerando os dados levantados pelo Seguro de Danos Pessoais Causados por Veculos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT), o Brasil tem a maior taxa de mortes no trnsito no planeta: 60.752 mortes s em 2012. Sendo assim, se conseguirmos desenvolver um produto baseado na utilizao do airbag que salve, por exemplo, 0,25% deste total, poderamos salvar aproximadamente 150 vidas humanas anualmente. importante ressaltar que existem no mercado dispositivos semelhantes ao dispositivo que estamos propondo. Um deles o BlueLink, da fabricante Hyundai, outro o ICEdot disponvel apenas para bicicletas e o Splitsecnd que depende de uma mensalidade para funcionar. Nossa proposta desenvolver um dispositivo de baixo custo e sem gastos de manuteno que possa ser acoplado qualquer veculo que possua airbag, que, como dito anteriormente, agora um item obrigatrio a todos os veculos que saem de fbrica. Levando em considerao a fala de John Leach que foi citada anteriormente e somando o fato de que os casos mais graves de pancada na cabea normalmente decorrem de acidentes de trnsito e de agresses (IG, 2013) as vtimas possivelmente podem estar inconscientes aps o acidente devido a desmaios causados por estas pancadas, assim, as mesmas no conseguiriam realizar os passos que devem ser feitos perante essa situao, que, segundo a CAPESESP, so: chamar o socorro imediatamente, no se mexer ou sair do carro, entre outros. Portanto, desenvolver um dispositivo que chame automaticamente o socorro j fornecendo a localizao do veculo da vtima para que os socorristas possam vir at o local e prestar o socorro vlido para um grande nmero de vtimas de acidentes de carro que no esto em condies de chamar o socorro. Entretanto, para o ano de 2014, limitamos o projeto em fazer um dispositivo que monitora a tampa do airbag e avisa por meio de uma SMS quando ela foi aberta (situao que ocorre quando um airbag real acionado). Esta SMS contem a localizao geogrfica do dispositivo.

1.2 Problema

Como desenvolver um dispositivo eletrnico que no momento do acionamento do airbag de um veculo envie uma SMS (Short Message Service) para um contato previamente estabelecido contendo a localizao geogrfica do local do acidente?

1.3 ObjetivoDesenvolver um dispositivo eletrnico que no momento do acionamento do airbag de um veculo envie uma SMS (Short Message Service) para um contato previamente estabelecido contendo a localizao geogrfica do local do acidente.2 REVISO DE LITERATURA

2.1 Airbag

O Airbag um item de segurana composto por bolsas de ar que se inflam por meio de uma reao qumica quando recebem um sinal eltrico enviado no momento em que um sensor detecta uma desacelerao brusca no veculo causada por um acidente. A rpida expanso desse item de segurana obrigatrio permite que seja criado um recipiente de ar entre o passageiro e o interior do carro, diminuindo assim o risco de coliso direta contra as partes mais duras da cabine ou cockpit. Suas principais partes so o sensor, a bolsa e os elementos qumicos.

2.1.1 SensorSegundo Salves (2014), editora do portal Pense Carros, o sensor responsvel por verificar o ngulo da coliso e quando a velocidade do veculo varia mais de vinte quilmetros por hora em um pequeno espao de tempo, situao que acontece em casos de coliso. Quando essa variao detectada pelo sensor, esse envia um sinal eltrico que ativa o airbag desencadeando uma reao qumica.2.1.2 Reao Qumica

Aps recebido o sinal eltrico enviado pelo sensor, comea a acontecer uma reao qumica entre nitrato de potssio e nitreto de sdio, onde, conforme Salves, os compostos oxidam liberando nitrognio, que se expande a uma velocidade de aproximadamente 300 quilmetros por hora e infla a bolsa em menos de um segundo.

2.1.3 Bolsa

A reao qumica citada no passo anterior responsvel por inflar a bolsa do airbag em quatro centsimos de segundo. Essa bolsa feita de nylon e tem diversos furos em sua estrutura, que so responsveis por fazer com que ela se esvazie algum tempo depois da coliso. Quando a bolsa comea a inflar, a tampa do airbag levanta para que a bolsa possa sair de dentro da direo. Sua funo diminuir o impacto do acidente automotivo.

2.2 Sistema de Posicionamento Global

O Sistema de Posicionamento Global (GPS) uma ferramenta criada pelo governo dos Estados Unidos primeiramente para uso militar, mas hoje j utilizada com muito mais frequncia na vida cotidiana de todos ns. Sua funo dar as coordenadas geogrficas de um receptor na superfcie terrestre. O sistema faz uso de uma vasta rede de satlites que orbitam a Terra cobrindo cada ponto do planeta com, no mnimo, seis rbitas de satlites. Os satlites enviam dados para o receptor que a partir dos dados faz uma operao matemtica chamada de trilaterao, conseguindo, atravs dessa, as coordenadas de sua localizao.

2.2.1 Receptor GPS

O receptor GPS um elemento essencial para o funcionamento do sistema, j que ele que, atravs dos dados recebidos dos satlites, descobre sua localizao comparando a distncia entre cada satlite de sua localizao. Existem vrios tipos de receptores. Os smartphones atuais contam com esta tecnologia e podem estar no bolso de qualquer um. Alm destes, o tipo mais comum hoje em dia o mdulo receptor, que pode ser embutido ou colocado em meios de transporte, que faz a navegao pelas ruas e avenidas da cidade com ajuda de mapas locais. O Brasil foi o primeiro pais a implantar o sistema no rastreio de veculos de carga, como caminhes, utilizando a tecnologia GPS.

2.2.4 Coordenadas Geogrficas

Atravs do uso de clculos matemticos para descobrir sua localizao no globo o GPS expressa o resultado obtido em coordenadas geogrficas. Segundo Branco (2005): Coordenadas Geogrficas so um sistema de paralelos e meridianos, a partir dos quais se pode determinar valores em graus da latitude, no caso dos paralelos e a longitude, no caso dos meridianos.A coordenada geogrfica sempre expressa a interseco de um paralelo e um meridiano, nos dando assim a sua localizao espacial na superfcie terrestre. importante notar que cada grau de latitude corresponde a 111,12 km de superfcie terrestre, o que impossibilitaria a localizao de um veculo em certo ponto da cidade, por exemplo. Por este motivo foram criadas mais formas de se dividirem as latitudes e longitudes, como os minutos (1/60 ou um sessenta avos de grau), os segundos (novamente 1/60 de minuto) e os centsimos, milsimos e microssegundos, todos cem vezes menores que sua grandeza anterior. A partir destas fraes de grau podemos expressar qual coordenada geogrfica corresponde exatamente ao lugar onde est o carro que antes estava perdido em 100 quilmetros de cidade.

2.3 Telefonia celular

A telefonia celular funciona por rdio frequncia e divide reas geogrficas em espaos chamados de clula e cada clula possui uma estao rdio-base que composta por antenas com emissores e receptores de sinal ligados a uma central telefnica. Se conectam a essas antenas s estaes mveis que esto no local geogrfico abrangido pela clula na qual se encontra a estao rdio-base. Quando uma chamada iniciada, a estao mvel se conecta base que cobre a clula em que ela est e essa base informa central o nmero chamado. Assim, a central se encarrega de encontrar a base que cobre a clula em que a outra estao mvel est e estabelecer a conexo. Diferente dos walkie-talkies, que usam a tecnologia half-duplex onde a mesma frequncia usada para emitir e receber sinal - os dois usurios das estaes mveis conseguem se comunicar ao mesmo tempo porque a telefonia celular usa uma tecnologia chamada de full-duplex, que usa frequncias diferentes para receber e emitir sinal. Segundo Alecrim, permitido que a estao mvel troque de base durante uma chamada realizada em movimento se verificado que o terminal est saindo da clula coberta por uma base e entrando numa clula coberta por outra.A telefonia celular comeou a ficar acessvel todos com a chegada da 2G (segunda gerao), porque, segundo Alecrim, esta gerao composta por tecnologiasdigitais, que so mais estveis, cobrem reas maiores e tm capacidade para suportar uma quantidade grande de usurios. So exemplos de tecnologias 2G: o TDMA (Time Division Multiple Access), CDMA (Code Division Multiple Access) e o GSM (Global System for Mobile). Abordaremos aqui somente o TDMA e o GSM, pois o GSM usa o padro do TDMA e a tecnologia que ser usada por ns, e ainda, segundo o autor citado anteriormente, a tecnologia mvel mais difundida da atualidade.

2.3.2 GSM (Global System for Mobile)

O GSM o sistema de comunicao mais utilizado em celulares do mundo inteiro: s o Brasil, em 2013, totalizou 264 milhes de linhas mveis, segundo o portal G1. Desenvolvido na Europa, o GSM utiliza o mesmo sistema de transmisso do TDMA, com uma nica diferena: usa oito slots por canal em vez de dois, como antes era feito. Outro diferencial importante do GSM que cada terminal mvel utiliza um carto SIM (Subscriber Identify Module, em traduo livre, Mdulo de Identificao do Assinante), que um pequeno dispositivo capaz de guardar informaes sobre o usurio e sua linha telefnica. Podemos citar como possveis motivos da popularidade do sistema GSM a sua segurana em relao aos antecessores, o uso do carto SIM, que permite que o usurio troque de aparelho continuando com o mesmo nmero e a possibilidade de Roaming, por ser o GSM uma tecnologia amplamente usada em diversos pases. Quanto segurana, os dados recebidos e enviados so criptografados para que no haja a intercepo de terceiros, muito mais difcil que um nmero seja clonado, j que para isso, o indivduo mal intencionado teria que clonar o carto SIM, que um processo muito difcil, segundo Alecrim. Alm disso, o GSM chega trazendo o IMEI (International Mobile EquipmentIdentify), que um nmero nico de 15 dgitos pertencente a cada celular e definido pelo fabricante que possibilita o bloqueio do aparelho caso o mesmo seja roubado ou perdido.

2.4 ArduinoEm traduo livre do site do fabricante (2014):Arduino uma plataforma de prototipagem eletrnica de cdigo aberta baseada em Hardware e Software de fcil uso e flexvel. projetado para artistas, designers, hobbistas e qualquer um interessado em criar ambientes e objetos interativos.

Em outras palavras, um Arduino uma placa que contm um microcontrolador ATmega que pode interagir com o ambiente por meio de hardware e software recebendo dados de sensores, executando aes quando botes so pressionados, entre outras funes. O Arduino programado por meio de uma IDE disponibilizada pelo prprio fabricante da placa. Abaixo, temos um exemplo dado por McRoberts (2011, p. 22) do que pode ser feito com ele: Por exemplo, um uso simples de um Arduino seria para acender uma luz por certo intervalo de tempo, digamos, 30 segundos, depois que um boto fosse pressionado. Nesse exemplo, o Arduino teria uma lmpada e um boto conectados a ele. O Arduino aguardaria pacientemente at que o boto fosse pressionado; uma vez pressionado o boto, ele acenderia a lmpada e iniciaria a contagem. Depois de contados 30 segundos, apagaria a lmpada e aguardaria um novo apertar do boto. Voc poderia utilizar essa configurao para controlar uma lmpada em um closet, por exemplo.

Foram utilizados durante o desenvolvimento da pesquisa os seguintes livros sobre o Arduino: Arduino Bsico, de Michael McRoberts; Arduino Programming Notebook, escrito por Brian W. Evans e Getting Started with Arduino, de Massimo Banzi (cofundador do Arduino).

2.4.2 Shields

Shields so placas que possuem funes extras para serem adicionadas ao Arduino e que so controladas pelo cdigo do programa escrito na IDE. Foram estudadas por ns as seguintes shields: shield GPS e shield GSM. A primeira delas adiciona as funes de um GPS ao Arduino e a segunda adiciona as funes de um telefone celular (fazer e receber ligaes, enviar e receber SMS).

2.5 Lgica de programao

Para desenvolver o cdigo que roda no dispositivo tivemos que usar diversos conceitos de lgica de programao, como as estruturas de comparao, estruturas de repetio, operadores lgicos, operadores relacionais e operadores aritmticos, tipos de variveis e matrizes. Para isso, utilizamos a apostila Lgica de Programao, escrita por Paulo Srgio de Moraes.

2.6 Reed switch

Segundo REED... ([s. d.]), o reed switch um interruptor simples que acionado pelo campo eltrico gerado por um m ou eletrom que funciona da seguinte maneira: dentro de uma ampola de vidro com gs h dois contados de liga de ferro e nquel que se encostam quando sentem a presena de um campo eletromagntico. Veja na imagem abaixo a estrutura de um reed switch:

Estrutura do reed switch

Fonte: REED... ([s. d.])

2.7 Estudo de materiais para desenvolver o invlucroA tecnologia de materiais uma rea da engenharia bastante complexa e fruto de muitas pesquisas e trabalhos em mestrados e doutorados na rea. Nesta rea, Vicente Chiaverini autor da srie Tecnologia Mecnica Materiais de Construo Mecnica cita as trs classes de materiais, sendo elas Materiais Metlicos, Materiais Cermicos e Polmeros. O material metlico normalmente tem alta condutividade trmica, o que no atenderia as nossas necessidades pois acabariam por superaquecer o dispositivo, principalmente no momento de um acidente automobilstico, onde a energia dissipada pode se transformar em calor. Os materiais cermicos, geralmente, so timos isolantes trmicos, mas no tem uma resistncia mecnica satisfatria para o uso que empregaramos.Os polmeros por outro lado, tem uma ampla gama de caractersticas, o que possibilitou a escolha de um material com alta resistncia a impacto e baixa condutividade trmica, tendo ainda a caracterstica de serem acessveis para os recursos que dispnhamos para a realizao do projeto. Aps a delimitao da classe, aprofundamos o estudo nesta rea e, atravs do livro Tecnologia Mecnica Materiais de Construo Mecnica Volume III, do j citado Vicente Chiaverini, no captulo XXII, conseguimos selecionar o ABS (acrilonitrila-butadieno-estireno) e o Nilon (poliamidas), ambos atendendo a todas as nossas necessidades.

3 METODOLOGIA

No perodo de 11 de maro de 2014 26 de novembro de 2014 foi desenvolvida uma pesquisa tecnolgica na cidade de Novo Hamburgo (RS) responsvel por criar um dispositivo capaz de mandar uma mensagem de texto (SMS) para determinados nmeros telefnicos cadastrados pelo usurio quando ocorresse um acidente suficientemente significativo para acionar o airbag de um veculo. A SMS enviada indica a localizao do veculo acidentado para facilitar o processo de socorro. A ideia de utilizar o airbag como sistema de identificao do acidente foi escolhida porque diminuiu muito o custo do projeto, pois no foi investido em sensores para detectar variaes de acelerao no veculo, impacto, etc. Assim, utilizamos apenas um sensor acoplado a tampa de um dos airbags do veculo para saber quando houve ou no um acidente. A lgica do dispositivo foi a seguinte: quando era detectado pelo Arduino a alterao no sensor ou o sinal eltrico, comeava ento a interao com as shields GPS e GPRS. Primeiro, era obtida a localizao do veculo por meio da shield GPS, e depois, a shield GPRS enviava por SMS essa localizao com uma mensagem de socorro para os nmeros pr-cadastrados.

3.1 DESCRIO DAS ETAPAS DA EXECUO

3.1.1 Produtos similares

Existem outros dispositivos que tem o mesmo propsito do qual estamos propondo, mas estes funcionam de maneira diferente da qual funcionar o dispositivo produzido. Realizamos um estudo sobre os principais produtos similares existentes no mercado e esse estudo pode ser visto abaixo. Os produtos estudados foram o BlueLink, o ICEdot, o GAT (Gesto de Acidentes de Trnsito) e o Splitsecnd.O BlueLink, desenvolvido pela Hyundai, foi apresentado ainda em fase embrionria em 2011. O projeto contava com um dispositivo que detecta automaticamente acidentes e envia uma SMS para os nmeros cadastrados j informando as coordenadas geogrficas do veculo.O ICEdot um dispositivo eletrnico responsvel por enviar suas coordenadas geogrficas contatos de emergncia predefinidos para facilitar o socorro, mas com um diferencial: um dispositivo para bicicletas. Acoplado no capacete do ciclista, quando o sensor detecta uma queda, se conecta com o celular da vtima e um aplicativo se encarrega de enviar o pedido de socorro aos contatos definidos como contatos de emergncia.O GAT, desenvolvido no Clube Universitrio de Inovao em 2012, um aplicativo para a plataforma mvel Windows Phone que funciona de maneira semelhante aos anteriores. A principal diferena est nos sensores que usa pra detectar a queda: o acelermetro e o giroscpio (sensores que j vm de fbrica com os aparelhos que portam o Windows Phone como sistema operacional). Quando detectado um acidente, o aplicativo se encarrega de mandar o pedido de socorro com as coordenadas geogrficas para os contatos de emergncia.O Splitsecnd, assim como os anteriores, um dispositivo capaz de detectar uma situao de acidente e chamar automaticamente o socorro. Seus principais diferenciais so: pode ser utilizado na maioria dos veculos e precisa ser pago mensalmente para funcionar.

3.1.2 Produto novoO produto gerado tem alguns diferenciais se o compararmos com os j existente no mercado. Os principais so: no necessita de mensalidade para funcionar (necessita apenas uma recarga na primeira utilizao) e pode ser acoplado diretamente no veculo j aproveitando a tampa do airbag para detectar a situao de acidente.

3.1.3 Estudo das shields

Nesta etapa foi estudado o funcionamento de cada uma das shields que foram utilizadas ao longo da pesquisa. Uma destas shields foi a GSM com o mdulo sim900 e que funciona por comandos AT por meio de uma comunicao serial. A outra shield utilizada foi uma shield GPS com o mdulo ublox neo 6m que tambm funciona por comunicao serial. Foram estudadas as respectivas bibliotecas de cada uma delas e como funciona a comunicao dessas shields com o Arduino, assim como tambm foi estudado todo o sistema GSM e todos os comandos AT que foram necessrios ao longo do desenvolvimento da pesquisa. Os principais comandos necessrios foram: AT+CMGD, AT+CMGF, AT+CMGR, AT+CMGS, AT+CMGW, AT+CMSS e AT+CNMI.

3.1.4 Programao do Arduino

Neste perodo do desenvolvimento foram aplicados todos os conceitos de lgica de programao anteriormente estudados e estudado a fundo a linguagem de programao usada para programar o Arduino. Estudamos sua estrutura bsica, sintaxe, tipos de dados, variveis, constantes, estruturas de repetio, estruturas de deciso, funes nativas, declarao de funes e bibliotecas. Dedicamos muito tempo ao estudo dessa linguagem de programao pois a utilizamos durante todo o decorrer do projeto e foi fundamental domin-la bem. Todos os cdigos desenvolvidos durante a pesquisa se encontram na pasta do projeto.

3.1.5 Alimentao do dispositivoDurante esta etapa foram estudadas as melhores maneiras de alimentar o Arduino dentro de um veculo e tambm como poderia ser feito algum sistema para que o dispositivo se desligasse quando o veculo fosse desligado, para evitar o consumo desnecessrio de energia. Esse circuito para controlar quando o dispositivo ficaria ligado ou desligado foi estudado apenas, para que possa ser desenvolvido posteriormente utilizando um sinal do alternador do veculo.

3.1.6 Carcaa

Utilizamos plsticos de engenharia, mais especificamente o nylon e o ABS que foram matrias que no interferiram no sinal da rede GSM e do sistema de GPS. A carcaa foi projetada por um engenheiro mecnico.

3.1.7 Testes

Com o dispositivo parcialmente concludo foram realizados testes em ambientes controlados, sendo assim, no foram realizadas batidas reais que fizessem com que o airbag disparasse porque utilizamos apenas um sensor na tampa do airbag. Sendo assim, os testes aconteceram da seguinte forma:Teste 1 (reed switch): foi utilizado um led para verificar quando as duas partes do reed switch estavam em contato;Teste 2 (shield GSM): foi utilizado o Arduino e a shield GSM para que fosse possvel mandar uma SMS com essa shield.Teste 3 (reed switch e shield GSM): foram unidos os dois testes anteriores para que quando o sensor fosse acionado, uma mensagem de texto fosse enviada pela shield GSM.Teste 4 (shield GPS): neste teste foi utilizado o Arduino e a shield GPS para obter as coordenadas geogrficas do local de onde estava sendo executado o teste. Teste 5 (reed switch, shield GSM e shield GPS): neste teste foi utilizado o sensor, a shield GSM e a shield GPS trabalhando juntas para que quando as duas partes do reed switch fossem acionadas, o dispositivo enviasse uma mensagem de texto com as coordenadas geogrficas do local para um contato previamente estabelecido.

3.2 Cronograma

Visamos durante o ano desenvolver toda a pesquisa para que pudssemos participar na FEICIT (Feira Interna de Cincias e Tecnologia), mas, embora no estivssemos com a pesquisa totalmente concluda no momento da feira, pudemos participar mesmo assim e conquistar a classificao de 1 lugar na categoria Iniciao Cientfica (modalidade A) com o projeto DASAA.

4 ANLISE E AVALIAO DOS RESULTADOS

Em todos os nossos testes o DASAA agiu rapidamente enviando as mensagens de texto que continham as coordenadas geogrficas quando o sensor foi acionado. Por ser um dispositivo que trabalha com protocolos diferentes, foram realizados testes de funcionamento no final de cada etapa de trabalho e os testes na maioria das vezes se mostravam eficazes e quando no, buscvamos a soluo para o problema junto ao nosso orientador Augusto Mombach quando necessrio.Em todos os testes realizados com o dispositivo ele se mostrou inteiramente eficiente em cumprir os objetivos do teste: no primeiro teste, acendia o LED quando o sensor mudava de posio; no segundo teste, enviava a mensagem de texto com a shield GSM, no terceiro teste, mandava uma mensagem de texto com a shield GSM quando o sensor era acionado, no quarto teste, pegava as coordenadas geogrficas do local onde estava sendo executado o teste e no quinto e ltimo teste, o dispositivo cumpria todas as suas funes, j que ele mandava uma mensagem de texto com a localizao geogrfica do local do teste quando o sensor era acionado e todo esse processo demorava em torno de 17 segundos. Entretanto, quando os testes eram executados em ambientes fechados (dentro de uma casa), a shield GPS ficava sem receber sinal e na mensagem no apareciam as coordenadas, mas isso normal, pois a placa foi feita para funcionar em veculos e em locais ao ar livre. Contudo, colocando a antena da shield GPS perto da janela o problema era resolvido.

5 CONCLUSO

Cumprindo o objetivo proposto, o DASAA um dispositivo eficaz para ser implantado em veculos, apesar de carecer melhorias. O dispositivo concludo enviou uma mensagem de texto com as coordenadas geogrficas desse veculo para um contato previamente estabelecido, quando a nossa simulao de uma direo com uma tampa de airbag reproduziu a situao real que acontece no momento do acionamento de um airbag real. Para o ano de 2015, o projeto poder ser continuado, mas visando a implementao de mais algum dispositivo em centrais de estabelecimentos que prestam socorro, possibilitando a comunicao direta do dispositivo com os bombeiros, SAMU, entre outros rgos. Desta forma, o tempo entre um acidente e o pedido de corro seriam diminudos e seria tambm diminudo o tempo necessrio para encontrar o local do acidente, j que o DASAA informa as coordenadas geogrficas desse local. Alm disso, para o prximo ano, essencial testar o dispositivo em um veculo real com um airbag real, para que possamos conhecer melhor os impactos reais ocasionados sobre o dispositivo para que possamos lidar com esses impactos a fim de evitar situaes que danifiquem o dispositivo. Assim como, tambm se far necessrio fazer testes com o invlucro produzido em 2014 dentro do veculo em 2015.

REFERNCIAS

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