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Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO Câmpus Curitiba RELATÓRIO FINAL ESTÁGIO SUPERVISIONADO MARIA APARECIDA MODESTO LIMA Curitiba 2013

RELATÓRIO FINAL ESTÁGIO SUPERVISIONADO MARIA … · Outra questão também tem preocupado família e educadores há algum tempo, a instituição escolar não tem despertado motivação

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Ministério da Educação

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO

Câmpus Curitiba

RELATÓRIO FINAL

ESTÁGIO SUPERVISIONADO

MARIA APARECIDA MODESTO LIMA

Curitiba 2013

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MAPEAMENTO DE CAMPO ESCOLAR

IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

Colégio Estadual Gottlieb Mueller – Ensino Fundamental e Médio

Rua Bom Jesus do Iguape, 3,333

Boqueirão – Curitiba – Paraná.

Mantenedora: SEED/PR

Números de alunos : manhã 72 (ensino médio), 156 ( ensino fundamental).

Tarde: 238 ( fundamental). Noite 72 ( ensino médio e fundamental).

Sala de recurso 13 manhã e 9 a tarde.

Projeto mais educação (121).

Horário de funcionamento

Das 7:30 às 11:50

Das 13:10 às 17:30

Das 18:50 às 22:30

Números de funcionários

Direção 2

Secretária 1

Pedagogos 6

Professores 54

Administrativos 5

Serviços Gerais 6

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Organograma da instituição:

Fig. 01: Organograma do Colégio Estadual Gottlieb Mueller – Ensino Fundamental e Médio Fonte: PPP do Colégio

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Fonte de recursos financeiros: Fundo rotatório, verbas federais (PDDE) e

Associação de Pais e Mestres e Funcionários da escola (APMF).

Metodologia para contratação de pessoal: QPM (concursados) e PSS

(contratados)

Metodologia para manutenção do prédio: Verbas de até 15.000,00 pelo

fundo rotativo, verbas extras específicas para manutenção, verbas estaduais

direcionadas diretamente do Estado.

Órgãos colegiados:

Associação de Pais e Mestres e Funcionários da escola (APMF): é uma

comunidade que não se interessa, pouquíssimos e raros são os que

participam.

Conselho Escolar: Está desativado.

Grêmio Estudantil: Desativado.

Caracterização da comunidade escolar

Percebe-se na convivência diária escolar um alto índice de indisciplina.

Muitas vezes o professor, não sabendo como agir diante de um problema

enfrentado em sala de aula, prefere (até mesmo para proteger a própria turma)

pôr o aluno para fora de sala. Ao invés do problema ser sanado, ele

desencadeia outros tipos de problemas, como revolta por parte do aluno,

frustração do professor por não ter conseguido contornar a situação, muitas

vezes ocorrendo por falta de preparo por parte do docente.

Outra questão também tem preocupado família e educadores há algum

tempo, a instituição escolar não tem despertado motivação e o interesse do

educando; pois nosso aluno hoje tem acesso a várias informações por

passarem horas em frente ao computador, em contato direto com estas.

Durante muitos anos, foram os adultos que ensinavam as crianças a

conhecerem tudo, e hoje é muito comum ver os filhos ensinarem seus pais, ou

outros adultos, a lidarem com as funções de uma TV, de um terminal bancário,

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por exemplo. Hoje eles decidem, opinam, mas, ao entrar para uma instituição

escolar, devem conhecer os seus limites, impostos pelas próprias regras de

boa convivência. Na perspectiva da psicologia social, a motivação nasce das

necessidades interiores e não de fatores externos. Considerando a motivação

um processo, íntimo e pessoal, não há fórmulas que ofereçam soluções fáceis

para motivar/despertar motivação em quem quer que seja.

[...] a educação cabe aos pais e a escola [...] um aluno que apronta e fica impune infringe o direito dos outros alunos [...] se a escola exige o cumprimento de regras, mas o indisciplinado tem o apoio dos pais, acaba funcionando como um casal que não chega a um acordo quanto à educação da criança. O filho vai tirar lucro da discordância pais/escola da mesma forma que se aproveita das divergências entre o pai e a sua mãe. (TIBA, 1996, p. 140-141).

Outro ponto relevante é a idade série onde os interesses são

divergentes. De acordo com o tópico 3.2 do PPP do Colégio, essa divergência

é uma das causas que geram a evasão escolar. Diante deste fato, verificou-se

junto à secretaria da escola, que a repetência não é o “grande vilão”, na

maioria das vezes, e sim o abandono nestas séries, ficando com isso

comprometido o ensino-aprendizagem mais ainda, pois, muitos ingressam na

5a série com uma grande defasagem de pré-requisitos para a série.

Outro agravante é o fato que o discente fica dois ou três anos fora da

escola e, quando, por exigência do mercado de trabalho, retorna à instituição a

encontra da mesma forma que quando dela se evadiu. Ao defrontar com essa

realidade, fica claro o desinteresse, desestimulando e causando um novo

abandono, tornando assim um “circulo vicioso”.

Neste vai e vem, alguns adolescentes retornam a esta instituição

devido às medidas socioeducativas, onde já foi pego em pequenos furtos, mas,

mesmo com a frequência vigiada, o educando não cumpre o determinado pelo

órgão que o enviou.

Uma das causas deste fato, segundo a mesma pesquisa, é a

constatação de que a família não acompanha o processo ensino-

aprendizagem, pois, vê nesta apenas um cunho socialista que obriga a

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frequentar a escola, mas, não vê nesta o seu futuro, acarretando uma falta de

interesse no ensino-aprendizagem. Como sabemos, o professor não possui

tantas formações acadêmicas para solucionar tantos problemas.

O papel que cabe ao professor, geração após geração, é contribuir na

formação do ser humano em sua totalidade, embora os maus tratos

administrativos tenham deturpado, com o passar dos anos, a imagem do

professor e até o seu próprio prestígio dentro da sociedade, este jamais

esqueceu que deve participar da construção do Projeto Político Pedagógico da

Escola, elaborar e cumprir o Plano de Trabalho, zelar pela aprendizagem dos

alunos, estabelecer estratégias de recuperação para aqueles de menor

rendimento, ministrar os dias letivos e horas aula estabelecidas, participar

integralmente dos períodos dedicados ao planejamento e aos cursos

oferecidos pela mantenedora.

O profissional mesmo que seja bem capacitado, jamais dará conta de

tanta tarefa, sempre uma ficará descoberta, se ele for ao encontro das

necessidades dos alunos em questões emocionais, onde há casos em que os

educandos precisam de acompanhamento psicológico e neurológico e já se

depara com outro agravante: para onde e quem encaminhar? Enviar para o

Conselho Tutelar? Mas, não foi de lá que o menor veio? Chamar a família? Se

nem esta sabe onde reside e com quem reside este adolescente? Para o

(FICA)? Sabendo que raramente haverá retorno? Caso o pedagogo deixe de

atender esta parte, e socorra a parte pedagógica como ficará?

O professor pedagogo deve ser o articulador do fazer pedagógico da e

na escola. Deve garantir uma coerência de uma unidade de concepção entre

as áreas de conhecimento, respeitando as suas especificidades. Cabe ao

pedagogo fazer conhecer por toda a equipe da escola os princípios e

finalidades da educação definidos no Projeto Político Pedagógico. Acompanhar

de acordo com as necessidades os alunos com dificuldades de ensino-

aprendizagem, planejar e avaliar ações que possibilitem um melhor

aprendizado, estimulando a participação de todos.

Por que tanto descaso com a educação? Será que a escola está

preparada para administrar todos os conflitos e proporcionar um ambiente que

vise despertar toda a potencialidade dos que lá convivem?

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Tudo isso tem prejudicado a finalidade de educar, afinal, ensinar exige

certa rigorosidade metódica, pesquisa, respeito aos saberes do educando,

criatividade, estética, identidade e tempo.

O aprendizado se efetiva com respeito, dedicação, apreensão da

realidade, tolerância, convicção de que a mudança é possível, curiosidade,

competência profissional e comprometimento.

A escola deve combater:

• a perversa lógica da seletividade da classificação, da exclusão e da

discriminação;

• o controle e a supremacia da nota que produz um educando dócil,

aplicado, silencioso e passivo.

Perseguir:

• a prática educativa democrática fundamentada nas possibilidades

histórico-sociais do educando;

• a construção coletiva de uma concepção de educação intimamente

vinculada ao conceito de aprendizagem, entendendo ritmos e conceitos sociais

diferentes;

• a valorização do que o aluno realmente aprendeu, desafiando a

superar seus limites e a reconhecer como sujeito questionador, ousado, criativo

e crítico, respeitoso de si mesmo e do outro, responsabilidade individual e

social com a justiça e com a liberdade enquanto agentes de transformação

social;

• reconhecer e construir com autonomia uma prática educativa que

dialogue com autores, teorias e conceitos para promover as rupturas

necessárias à prática docentes e a gestão democrática da escola.

Situação sociocultural da comunidade escolar

A maioria de pais desta escola tem entre 25 e 50 anos, seu nível de

escolaridade é ensino médio, sendo que a porcentagem maior de escolaridade

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é em relação às mães. Outro dado significativo é que um terço dos alunos

entrevistados reside somente com as mães e o restante é dividido entre pais,

tios, avós, irmãos e outros.

Quanto aos dados socioeconômicos, conforme pesquisa realizada pelo

colégio percebe-se que quase a metade dos entrevistados moram em casas

alugadas ou cedidas e o restante em casa própria em sua maioria o número de

cômodos não ultrapassam cinco, incluindo nestes, banheiro e área de serviços,

etc. Residindo neste, um número acima de cinco membros familiares, os quais,

na maioria das vezes, apenas dois destes trabalham, ganhando em média de

dois a cinco salários mínimos.

A construção do Projeto Político- Pedagógico da escola

Alguns membros da comunidade, como o diretor, pedagogos e

professores se reúnem e discutem sobre o melhor para auxiliar a comunidade e

promover o progresso entre a população de acordo com suas necessidades.

A comunidade não participando dessa decisão, pode trazer prejuízo, visto

que somente ela pode trazer quais as dificuldades encontradas nessa

população, e ela pode ajudar a escola a promover novos rumos em benefício

do problema que pode ser somente dessa comunidade, e assim construir junto

à escola uma ponte que pode ajudar no desenvolvimento dessa comunidade.

A avaliação da instituição referente à aprendizagem (alunos) e avaliação

institucional

Avaliação da aprendizagem

O sistema de avaliação é trimestral para o ensino fundamental (6º ao 9º

ano) e Médio do Ensino Regular. A avaliação é diagnóstica e cumulativa

(somativa e processual). As avaliações de cada disciplina serão no mínimo

duas e mais a recuperação de todo o conteúdo de 100% da nota. No final de

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cada trimestre a escola promove um sábado de revisão e recuperação de

estudos.

Avaliação institucional O PPP é avaliado uma vez por ano. Os professores são avaliados antes do conselho de classe, geralmente os pedagogos vão até a sala de aula e perguntam aos alunos sobre o professor de cada disciplina sem a presença do professor, como ele atua no dia a dia e através das câmeras instaladas nas salas de aula.

Os setores são avaliados com opiniões dos usuários em formas de urnas,

onde eles escrevem e depositam suas opiniões em uma urna. Visão da escola a partir da observação de sua rotina.

A escola é de porte relativamente pequeno, tem uma quantidade menor de

alunos, que a quantidade suportável para a sua estrutura. Há evasão escolar, e

uma quantidade bastante considerável de transferência. A escola é bem

conservada e possui uma boa estrutura. A assiduidade dos funcionários é

relativamente boa. A rotina de trabalho é semelhante a de outras escolas do

Estado, onde são cumpridas as regras dos dias letivos e das diretrizes

curriculares, porém os alunos em sua maioria pouco se interessam pelo

aprendizado, passa-se a impressão que o mais importante para eles é a

diversão, a sociabilidade e o diploma da conclusão de curso.

Fundamentos teóricos aprendidos nas aulas que estão relacionados com

a atividade desenvolvida na instituição

A evolução das inovações tecnológicas está provocando alterações nas

relações sociais indicando mudanças no paradigma social. Este fato relaciona-

se diretamente com ensino escolar que hoje é oferecido, provocando

incertezas no aluno porque exige transformações das relações sociais, que

apontam para o conhecimento como o impulsionador do novo. A educação

como ferramenta de socialização e de progresso humano, sempre em

constante processo de atualização devido as grandes exigências do mundo

globalizado, é objeto de estudo para a psicologia comportamental e análise dos

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mecanismos de aprendizagem, direcionando instituições de ensino e

encaminhando professores e profissionais em educação dando rumo para as

ações pedagógicas.

Atualmente, cada vez mais as competências e habilidades são

requeridas pelo mercado de trabalho, onde a criatividade, a autonomia e a

capacidade de solucionar problemas têm destaque muito importante. Em

função disso, o ensino escolar é voltado para o desenvolvimento das

capacidades de pesquisar, buscar, analisar, selecionar e apreender

informações, de criar e formular estratégias de resolução para problemas, em

vez de utilizar técnicas de memorização.

Assim, de acordo com as propostas dos Parâmetros Curriculares

Nacionais, conceitos, habilidades e valores são elementos que fazem parte do

conteúdo escolar, devendo ser considerados em conjunto na elaboração de

projetos pedagógicos e planos de trabalho em sala de aula. Dessa forma, o

processo de ensino-aprendizagem deve incluir no planejamento um trabalho

consolidado, voltado ao desenvolvimento de atitudes, com atividades práticas

dando significado ao conhecimento escolar, permitindo uma relação biunívoca

entre as ideias científicas e as ideias do aluno. O desenvolvimento humano

passa pela necessidade da análise geral do contexto social, econômico e

cultural no qual está inserido, sendo que a ação humana estando na direção do

saber construído pela aplicação concreta e pela própria essência da vida, leva

o aluno ao estágio da evolução de suas aptidões cognitivas.

Neste contexto, a educação tem um papel fundamental e seus atores

(professores e educadores) podem contribuir de forma significativa, pois têm a

competência de organizarem novas metodologias que priorizem a criação de

estratégias, a argumentação e favoreçam a criatividade, a iniciativa pessoal, o

trabalho coletivo e o estímulo à apropriação do conhecimento, através do

desenvolvimento da segurança na própria capacidade. O movimento reflexão

iniciado nos EUA por John Dewey e trazido ao Brasil por Anísio Teixeira,

influenciou vários professores e autores, como exemplo o autor Luiz Carlos

Pais, autor do livro Didática da Matemática, no qual vê no aluno um potencial a

ser desenvolvido e centraliza nele todo o processo educativo em prol da

aprendizagem, valorizando as experiências realizadas por ele.

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A aprendizagem do ser humano está ligada à compreensão, isto é, à

atribuição e apreensão de significado; aprender o significado de um objeto ou

acontecimento pressupõe identificar suas relações com outros objetos e

acontecimentos. Assim, o tratamento dos conteúdos em compartimentos

estanques e numa rígida sucessão linear, dá lugar a uma abordagem em que

as conexões sejam favorecidas e destacadas, favorecendo ao aluno o

reconhecimento no conteúdo científico e matemático, das questões de

relevância social.

Durante a aprendizagem, ao iniciar o contato com um conceito inovador,

pode ocorrer no educando uma revolução interna entre o equilíbrio aparente do

velho conhecimento e o saber que se encontra em fase de elaboração. Essa

observação é de grande interesse para a didática e a formulação de novas

estratégias de ensino para a aprendizagem escolar, que acaba contando com

fortes rupturas com o saber cotidiano, caracterizando a ocorrência de uma

revolução interna, o que leva o aluno vivenciar a passagem do seu mundo

particular a sabedoria de um quadro mais vasto de ideias. O conhecimento

matemático é historicamente construído e, portanto, está em permanente

evolução. Assim o ensino da Matemática incorpora esta perspectiva,

possibilitando ao aluno reconhecer as contribuições que ela oferece para

compreender as informações, analisá-las e posicionar-se criticamente diante

delas (PAIS, 2002).

Na visão de Pimenta (1997, p. 21) o Estágio Supervisionado relaciona-

se “as atividades que os alunos deverão realizar durante o seu curso de

formação, junto ao futuro campo de trabalho". Não tão distante de tal opinião,

Piconez (2000, p. 16) afirma que "os estágios são vinculados ao componente

curricular Prática de Ensino cujo objetivo é o preparo do licenciamento para o

exercício do magistério em determinada área de ensino ou disciplina de 1º e 2º

graus".

Atualmente, de fato, temos testemunhado as difíceis condições

sistemáticas nas quais os graduandos são submetidos. Ou seja, temos cada

vez mais, visto professores despreparados em sala de aulas, e ao que tudo

indica (mediante ao contexto), tais conseqüências tratam-se do reflexo da má

formação acadêmica dos mesmos; o que de fato resulta na dicotômica e

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antagônica "poluição pedagógica", que impulsiona a nossa Educação para

meros "ares", no conhecido contexto das contradições, assim como nos afirma

Paulo Freire:

saber que devo respeito à autonomia, à dignidade e à identidade do educando e, na prática, procurar a coerência com este saber, me leva inapelavelmente à criação de algumas virtudes ou qualidades sem as quais aquele saber vira inautêntico, palavreado vazio e inoperante (2007, p. 62).

Nesse pressuposto, vemos que o Estágio Supervisionado não possui a

valorização da qual requer o processo, pois tal treinamento deveria ser o local

adequado para a aquisição de experiências (a prática), e de fato sabemos que

este momento propicia tais conhecimentos para o graduando; porém, o que de

fato ocorre é que as políticas públicas, assim como os responsáveis pela

elaboração da sistemática grade curricular, buscam o proposital distanciamento

entre o que é a proposto nos cursos, e aquilo que é circunstancialmente

presenciado na realidade. Sendo assim, tem sido "clássico" o quesito de que o

ensino é um, e a prática é absurdamente oposta ao que se conhece.

Aparentemente contrário à questão, Menga Lüdke (1996. In: CANDAU, 1997,

p. 118) evidencia que:

a importância de assinalar a formação inicial, simplesmente, como o nome diz, enquanto preparação apenas inicial. Ela não deveria ser sobrecarregada com uma carga que não lhe é compatível e para a qual não está aparelhada.

No entanto, Lüdke refere-se que a uma demasiada preocupação das IES

(Instituições de Ensino Superior) em transporem conteúdos sistemáticos ao

processo de formação acadêmica; enquanto tais graduandos encontraram um

contexto de atuação profissional oposto ao que ele observou na condição de

acadêmico. Em paralelo a tal temática, temos a confirmação de Azevedo (apud

PICONEZ, idem, p. 17) que o processo experimental (Estágio) na realidade é

"uma teoria colocada no começo dos cursos e uma prática colocada no final

deles sob a forma de Estágio Supervisionado constituem a maior evidência da

dicotomia existente entre teoria e prática". Isto é, vemos na graduação temas

(teorias) que não condizem com a realidade apresentada em sala de aula

(prática). O que propicia o surgimento de profissionais despreparados e

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ineficientes quanto aos necessários meios de atuações contextuais (ações

procedimentais).

CONCLUSÃO:

Destacamos que a prática do Estágio Supervisionado é essencial para a

aquisição da prática profissional, porém não tem sido esta visão de seus

idealizadores (Instituições) quanto a investimentos e reformulações nas

confirmações de melhorias. Assim, vemos que é necessária a urgente

reformulação sistemática de tal procedimento, para que venhamos ter uma

Educação sustentável e distante das incertezas do cotidiano docente, capaz de

atuar "cirurgicamente" nas falhas do processo educacional; propiciando uma

melhor forma de interpretar a realidade social, por meio de uma possível e

notável influência da Educação, na consolidação do combate ao antagonismo

provocado pela dicotomia existente entre teoria e prática.

Desse modo, observamos esta etapa, com a certeza de que a Educação

só poderá ser reformulada (a fim de atingir notáveis melhorias), quando o nível

de atenção referente ao processo de Estágio Supervisionado, for considerado

padrão a se investir e se seguir, evidentemente, sob os pressupostos do olhar

crítico em reflexão ao contexto e os seus mecanismos constituintes.

As dificuldades que eu encontrei, em primeiro lugar foram as minhas

próprias forças, que estavam poucas depois de ministrar dez aulas corridas.

Então eu também sinto essa mesma dificuldade nos professores do período

noturno, não que eles tenham falta de vontade de ministrar os conteúdos aos

seus alunos, mas devido as sobrecargas que lhes são impostas durante o dia

todo, eles não têm mais condições físicas e mentais de suportar mais um

período, mas por causa dos baixos salários da categoria submtem-se a isso. E

os alunos do período noturno nessa escola também trabalham o dia todo isso

mina também as suas forças, e o aprender torna-se quase que uma tortura que

tem que ser vencida a qualque custo, mesmo que seja para levar o mínimo

possível do conhecimento e é claro o tão sonhado diploma que a empresa

exige para que eles façam cursos específicos para atuar nelas. Minhas dúvidas

foi como conseguir vencer todos esses fatores que insurgiram contra mim, e

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como reverter isso a meu favor para conseguir ensinar e tornas significativa e

estimulante o conteúdo que eu tinha para ministrar durante as minhas aulas

nessa turma. Porém foi com enorme satisfação que notei a participação em

massa dos alunos e a vontade deles em vencer também as suas dificuldades e

conseguir superar as barreiras imposta pela vida. E também fui muito feliz em

encontrar uma professora tão atenciosa e tão humilde em me receber e em

ajudar no que ela podia com uma boa vontade incrível, e de uma bondade

incalculável.

PLANO DE AULA

Colégio: Estadual Gottlieb Mueller, Escola de Ensino Fundamental e

Médio

Aluno/Estagiário: Maria Aparecida Modesto Lima

Disciplina: Matemática

Tempo estimado quatro aulas de 50 minutos

Ano/série: 3ª série Ensino Médio (Noturno)

Data: 06/11/2013

Profª. Regente: Elena Dos Santos Machado

Objetivos:

Compreender os conceitos de estatística, em especial leitura e interpretação de

gráficos;

Desenvolver competências para criar uma visão global sobre o tema

estatística.

Conteúdos

Estatística;

Leitura e interpretação de gráficos.

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Procedimentos Metodológicos

Aulas expositivas teóricas.

Explicações com exemplos de gráficos no cotidiano.

Uso do laboratório de informática como instrumento de pesquisas e informação

para aperfeiçoar e fixar o aprendizado

Introdução

Discutir a intenção de votos apresentado nas eleições para prefeito em Curitiba

em 2012.

Aproveitar a oportunidade para discutir a estatística com os alunos.

Desenvolvimento e estratégia.

Esta sequência didática está organizada sob diferentes aspectos. Na primeira

parte, há uma introdução teórica sobre estatística e leitura e interpretação de

gráficos, planejada por meio de pesquisas sobre o tema. Na segunda, parte a

professora retoma o conteúdo e esclarece as dúvidas da turma. E por fim

propõe uma avaliação no valor de um ponto.

Recursos Utilizados

Mapa Mundi, peões, figuras gráficas em formas de setores e barras.

Para ilustrar e explicar a noção de população ou universo estatístico, será

usado o mapa mundi. Para explicar e ilustrar o conceito de amostra do universo

estatístico será utilizado os peões do tabuleiro de xadrez.

Será utilizado gráficos de setores e barras confeccionados com folha de isopor

e E V A, para explicar alguns tipos de gráficos e ilustrar com suas imagens.

Será utilizado um material impresso pesquisado na internet de uma reportagem

de pesquisa sobre as intenções de votos dos candidatos a prefeito em Curitiba

em 2012.

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Critérios e Instrumentos de avaliação:

O aluno será avaliado por meio de um trabalho escrito onde o mesmo fará uma

pesquisa sobre o seu dia a dia,devendo organizar uma tabela com os dados e

representar através de um gráfico os resultados obtidos.

Referências utilizadas:

Bibliografia utilizada para o desenvolvimento das aulas

Matemática Completa – 2ª edição – Editora FTD,2005

José Ruy Giovanni e José Roberto Bonjorno.

Pesquisas na Internet.

http://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/conteudo.phtml?id=1277445&tit=Dat

afolha-divulga-pesquisa-sobre-disputa-pela-Prefeitura-de-Curitiba

Reflexão sobre o trabalho realizado:

O número de alunos no período noturno é bastante reduzido, os alunos

demora para entrar na sala de aula após o início das aulas, o uso de celulares

durante as aulas atrapalham o aprendizado, há uma falta de interesse por parte

de alguns alunos, e o número de aulas ofertados para o alunos do ensino

médio na disciplina é insuficiente para o conteúdo necessário que se deve

ministrar.

Pela participação demonstrada pelos alunos eu pude perceber o

interesse deles pelo conteúdo que eu desenvolvi, todo o conteúdo programado

foi desenvolvido. O retorno que eu tive sobre a aprendizagem dos alunos foi

muito satisfatória, senti com grande satisfação nos exercícios quando mesmo

tendo acabado a aula os alunos continuavam fazendo os exercícios sem se

importar até com a presença do diretor que estava passando alguns recados.

No dia da avaliação também foi fantástico, a maioria havia feito a pesquisa

em suas casas e os que faltaram à aula anterior procurou fazer também a

avaliação com muita boa vontade, demonstrando interesse. Do meu ponto de

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vista eles demonstraram entendimento do conteúdo, primeiro por uma ajuda

divina, no preparo da aula, depois que era algo que estava inserido diretamente

no seu cotidiano.

Anexos das tarefas realizadas:

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Estas avaliações relacionam amostras da população sobre sua preferência por

3 tipos de refrigerantes.

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Atividade: Preencher na tabela a frequência relativa e a partir dela, calcular a variável estatística (Xi) e a frequência absoluta (Fa).

Tabela Para Cálculo da frequência Absoluta (Fa), da variável estatística (Xi) e preencher a frequência relativa(Fr).

Nome dos candidatos nº dos candidatos Quantidade de votos

Variável estatística

Xi Fa Fr

Ratinho Jr.

Luciano Ducci

Gustavo Fruet

Rafael Greca

Alzimara Bacellar

Avanilson Araujo

Bruno Meirinho

Carlos Moraes

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Foto 01: material utilizado na aula, para melhor compreensão do conteúdo ministrado

Foto 02: Estagiária Maria Aparecida explicando o conteúdo, com o uso de materiais de apoio.

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REFERÊNCIAS

AZEVEDO, L. M. F. O Estágio Supervisionado: uma análise crítica. p. 24. apud PICONEZ, Stela C. Berhtolo. A prática de ensino e o Estágio Supervisionado. 5ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2000. p. 15 -74.

CRUZ, Carla & RIBEIRO, Uirá. Metodologia cientifica: teoria e prática. 2 ed.

Rio de Janeiro: Axcel Books do Brasil, 2004.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 36ª ed. São Paulo: Paz e Terra,

2007. 148 p.

LUDKE, Menga. Formação inicial e construção da identidade profissional de professores de 1º Grau. In CANDAU, Vera Maria. Magistério: Construção Cotidiana. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. p. 110 – 125.

PAIS, Luiz Carlos. Didática da Matemática 2ªed. Belo Horizonte: Autêntica,

2002.

PICONEZ, Stela C. Berhtolo. A prática de ensino e o Estágio Supervisionado. 5ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2000. p. 15 -74.

PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores: unidade

teoria e prática. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1997. p. 21 – 80.

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ANEXOS

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