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Relatório Final Mulheres do Chimundo Unidas para o Trabalho e para a Saúde 1 RELATÓRIO FINAL Mulheres do Chimundo Unidas para o Trabalho e para a Saúde Nº do projecto FCIL 13/2009 (A034403 – 022) Alto Comissariado do Canadá Fundo Canadiano para Iniciativas Locais 6 de Fevereiro de 2012

RELATÓRIO FINAL - aidglobal.org Final_Mulheres do... · actividades geradoras de rendimento e através da ... e oportunidades iguais no mercado de trabalho; (O.E.2) ... reunião

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Relatório Final Mulheres do Chimundo Unidas para o Trabalho e para a Saúde

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RELATÓRIO FINAL

Mulheres do Chimundo Unidas para o

Trabalho e para a Saúde

Nº do projecto FCIL 13/2009 (A034403 – 022)

Alto Comissariado do Canadá

Fundo Canadiano para Iniciativas Locais

6 de Fevereiro de 2012

Relatório Final Mulheres do Chimundo Unidas para o Trabalho e para a Saúde

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Introdução

Localização: Moçambique, Província de Gaza, Distrito do Chibuto, bairro de Chimundo.

Período: 1 de Março de 2010 a 31 de Novembro de 2011

Entidade Promotora: Centro Comunitário Irmã Isabel Amaro de Sá, também conhecido por Centro Comunitário do Chimundo (Denominação Local)

Entidade Co-Gestora: AIDGLOBAL – Acção e Integração para o Desenvolvimento Global

Grupo Alvo: directamente, 30 Mulheres em situação de pobreza extrema e de desemprego no bairro do Chimundo, cidade do Chibuto e, indirectamente, as suas famílias, Centro Comunitário do

Chimundo, as crianças assistidas pelo centro e comunidade em geral do bairro do Chimundo e

da cidade do Chibuto.

O projecto em epígrafe teve o seu início formal em Março de 2010, com a assinatura do

contrato entre a AIDGLOBAL (ONG) – Acção e Integração para o Desenvolvimento Global –

enquanto entidade gestora e o Alto Comissariado do Canadá.

Como objectivo geral, este projecto procurou reduzir os níveis de pobreza e de dependência de 30 mulheres do Bairro do Chimundo, em situação de grande vulnerabilidade social, através de

actividades geradoras de rendimento e através da disseminação de informação sobre HIV/SIDA,

seus impactos na empregabilidade e sua interligação com a nutrição e a segurança alimentar.

Como objectivos específicos procurou (O.E.1) Aumentar o nº de actividades geradoras de rendimento e o Nº de mulheres com trabalho formal e oportunidades iguais no mercado de

trabalho; (O.E.2) Aumentar os rendimentos de pelo menos 30 mulheres e aumentar a segurança

alimentar das suas famílias; (O.E.3) Aumentar a informação de pelo menos 30 mulheres sobre

HIV/SIDA, os seus impactos na empregabilidade e sua interligação com a nutrição e a segurança

alimentar e sobre higiene e segurança no trabalho e; (O.E.4) Aumentar a capacidade do Centro

Comunitário do Chimundo de suportar e coordenar projectos de desenvolvimento comunitários.

De seguida expomos em detalhe as actividades que foram realizadas, na totalidade, parcialmente,

ou não realizadas, assim como uma justificação e enquadramento.

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Relatório Narrativo segundo as Actividades do Plano de Trabalho

A.1: Selecção, contratação e instalação da equipa no terreno

Actividade realizada, entre Abril e Maio de 2010, conforme previsto e sem qualquer

constrangimento. Foi possível criar a base de trabalho necessária para desenvolvimento

harmonioso do projecto.

A.2: Compra e Instalação de uma moageira; Compra de milho, mandioca e compra de sementes de milho e de mandioca; Compra de material de apoio e armazenamento

A moageira foi comprada em Maputo, em Setembro de 2010 à empresa TECAP, após consulta da melhor escolha de mercado. Contudo, verificou-se um ligeiro atraso no transporte da mesma

e do cimento, de Maputo para o Chibuto, atrasando, por sua vez, o início da construção do

edifício de acolhimento da moageira. Esta obra teve início em Novembro 2011 e terminou em

Fevereiro 2012.

O Centro Comunitário do Chimundo e a AIDGLOBAL, de forma a ampliar o impacto do projecto e

reunir apoios financeiros e materiais extra para o projecto, contactaram a CIMPOR – empresa que

no passado contribuiu com sacos de cimento para a construção de um edifício multiusos no

Centro Comunitário – que, desta vez, ofereceu, em Agosto 2010, sacos de cimento que apoiaram

a construção do edifício para acolher a moageira. Esse cimento foi utilizado para se “baterem

blocos” (expressão local), para a construção das vigas, reboco, etc.

Entre Março e Abril de 2011, realizou-se o acompanhamento da obra da moagem,

nomeadamente, a montagem dos aros das portas e janelas, a colocação de portas e janelas, a

montagem da porta do forno, a construção das pás do forno, a compra do quadro eléctrico e

solicitação de instalação eléctrica à Electricidade de Moçambique (EDM).

Em Maio de 2011, procedeu-se à rectificação do forno, tendo de se comprar mais barro para a

reconstrução do mesmo, que se danificou devido a episódios climatéricos adversos. Foi efectuado

o reboco do forno, de modo a dar-lhe maior robustez. O edifício da moagem foi pintado no

interior e exterior. Foi comprado material eléctrico necessário para a instalação eléctrica da

moageira.

Em Agosto 2011, é dado por terminada a obra do edifício da moagem (estrutura, segurança,

electricidade) e o mesmo apresentou a segurança necessária para instalação da moageira.

Durante este mês e o mês seguinte foram feitos vários testes à moageira, os quais revelaram

alguns problemas de afinamento, tendo sido necessário a deslocação de um recurso humano a

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Maputo para exposição da situação aos técnicos da “empresa” TECAP, que vendeu a moageira.

Com o apoio dos técnicos da TECAP foi possível solucionar e melhorar o funcionamento da

moageira.

Em Outubro de 2011, foi realizada a pintura de uma parede exterior da moagem, com o nome e

a imagem do projecto, respectivas entidades promotoras, gestoras e financiadoras. Pretendeu-se

dar a conhecer também à comunidade do Chimundo que este serviço estaria, brevemente,

disponível.

Em Novembro de 2011, procedeu-se à inauguração oficial da moagem, que contou com a

presença do presidente do município do Chibuto, Francisco Mandlate, o qual agradeceu o

empenho das organizações que implementaram este serviço e apelou à população presente para

aderir a este serviço. Estiveram presentes diversas figuras de relevo da comunidade, entre as

quais, o pároco da Igreja Católica, os secretários de quarteirão e bairro, representantes de outras

associações comunitárias e todas as mulheres que beneficiaram deste projecto ao longo do

último ano.

Sobre a aquisição de sementes, foi comprado milho e feijão, de acordo com as necessidades identificadas e áreas de cultivo específicas, pelas senhoras participantes no projecto, em reunião

de aferição de necessidades de sementes realizada em Março de 2011. Todas as mulheres

possuíam paus de mandioca para plantar nas suas machambas, pelo que o projecto não teve de

realizar essa aquisição. As sementes de milho (590kg) e feijão (460kg) foram entregues em Abril

2011, de acordo com as necessidades e áreas de cultivo de cada mulher. A sementeira teve

lugar durante Abril e Maio de 2010. Infelizmente, devido a uma grande e inesperada praga de

ratos nos campos agrícolas, o resultado agrícola foi muito escasso, causando implicações nas

actividades relacionadas com a produção, distribuição e comercialização de farinhas.

Foi adquirido material de apoio e armazenamento para equipar a moagem com tudo o que é necessário ao seu funcionamento, conservação e segurança.

A.3: Reuniões com parceiros, Lideres Comunitários e representante da OMM do Bairro do Chimundo, para identificar as 30 mulheres em situação de maior vulnerabilidade e de desemprego

Foram mobilizados os parceiros, os líderes comunitários e a representante da Organização da

Mulher Moçambicana (OMM) no bairro e realizou-se reunião no dia 2 de Junho de 2010. Os

líderes comunitários e restantes estruturas locais demoraram mais tempo que o esperado a

entregarem as listas com as 30 mulheres que identificaram para o projecto, o que teve um efeito

em cadeia nas actividades seguintes.

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A.4: Reuniões com mulheres para conceber, a partir das suas aspirações, os princípios de trabalho e de gestão organizacional e financeira

Foram mobilizadas as senhoras identificadas pelos líderes e outros representantes da comunidade

e realizou-se uma primeira reunião no dia 20 de Agosto 2010 para apresentação do projecto,

esclarecimento de dúvidas e avaliação de necessidades. As mulheres ficaram muito interessadas,

sobretudo, na formação em Agro-Processamento porque referem que há momentos em que

muitos produtos alimentares apodrecem porque não são comidos. Desta forma, a formação seria

uma boa solução para esse desperdício e para adquirirem novas práticas domesticas. Nesta

mesma reunião, foi possível registar que as áreas médias de cultivo de cada mulher ronda os

0,5ha.

A.5: Constituição de um comité de gestão da moageira e de trabalhadores que salvaguarde o cumprimento do Código de Trabalho, do Governo da República de Moçambique

Esta actividade foi reconfigurada dado a pouca preparação das mulheres que, apesar das

formações e acompanhamento, não conseguiram mostrar-se motivadas e disponíveis para assumir

e apropriar-se deste projecto. A moagem foi inaugurada em Novembro 2011, sob a gestão do

Centro Comunitário do Chimundo e com o acompanhamento da AIDGLOBAL, permitindo, por um

lado, colocar, manifestamente, ao serviço da população este serviço, outrora apenas disponível a

mais de 15km e com maiores custos envolvidos, e por outro lado, aumentando a capacidade do

Centro Comunitário do Chimundo de suportar e coordenar projectos de desenvolvimento

comunitário. As duas entidades mostram-se interessadas em absorver, gradualmente, as mulheres

da comunidade, que apresentem perfil adequado e pro-actividade na gestão da moagem.

A.6: Sessões de formação Sessões de formação Planificação e gestão de pequenos projectos para as mulheres, nomeadamente o comité de gestão

Foram realizados encontros com mulheres para conceber, a partir das suas aspirações e

necessidades, os conteúdos desta formação. Com esta abordagem, constatámos que as

habilitações escolares e experiência de vida das 30 mulheres que integram o projecto eram

ligeiramente incompatíveis com os conteúdos que esperávamos abordar com a formação em

gestão de projecto. Nesse sentido, redefinimos os conteúdos da formação, no sentido de tornar

a formação mais acessível, realística e dentro do perfil das mulheres com quem trabalhámos.

Entre 11 e 16 de Abril de 2011, realizou-se a primeira acção de formação, facilitada por

elementos do Instituto Nacional de Acção Social (INAS), com 4 horas por dia, num total de 20

horas de formação, para 26 participantes, em língua local (changana). Os temas abordados

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foram: Oportunidades de Negócio; Diagnóstico SWOT; Pequenos Negócios; Testemunhos Locais;

Implementação e Casos Práticos.

Entre 27 de Setembro e 1 de Outubro de 2011, realizou-se a segunda formação, para reciclagem

e consolidação das aprendizagens anteriores, orientada por um professor da Escola Superior de

Negócios e Empreendedorismo do Chibuto da Universidade Eduardo Mondlane (ESNEC-UEM), com

4 horas por dia, num total de 20 horas de formação, para uma média de 7 participantes, em

língua local (changana). Os temas abordados foram: Planificação e Organização; Marketing;

Contabilidade Básica e Gestão de Pessoas.

A.7: Sessões de formação em Agro-Processamento de produtos locais, incluindo nutrição e segurança alimentar

Foram realizados encontros com mulheres para conceber, a partir das suas aspirações e

necessidades, os conteúdos desta formação. Com esta abordagem, constatámos que as

habilitações escolares e experiencia de vida das 30 mulheres que integram o projecto eram

ligeiramente incompatíveis com os conteúdos que esperávamos abordar com a formação em

gestão de projecto. Nesse sentido, redefinimos os conteúdos da formação, no sentido de tornar

a formação mais acessível, realística e dentro do perfil das mulheres com quem trabalhámos.

Foi realizada a primeira etapa da formação em Agro Processamento entre os dias 1 a 3 de

Setembro 2010 (total de 15 horas, 32 participantes).

A segunda etapa decorreu entre os dias 24 e 25 de Junho de 2011 (8horas por dia, total de

16horas, 22 participantes)

A terceira etapa decorreu entre os dias 3 e 7 Outubro de 2011 (total de 16 horas, 15

participantes).

As matérias abordadas ao longo dos três momentos formativos foram: Equipamento; Higiene e

Segurança; Conservação; Secagem; Licores; Compotas e Doces; Bolos; Iogurtes; Fruta em Calda;

Processamento de Raízes e Tubérculos e Processamento da Banana.

A.8: Sessões de formação sobre higiene e segurança no trabalho

Foram realizados encontros com mulheres para conceber, a partir das suas aspirações e

necessidades, os conteúdos desta formação. Com esta abordagem, constatámos que as

habilitações escolares e experiencia de vida das 30 mulheres que integram o projecto eram

ligeiramente incompatíveis com os conteúdos que esperávamos abordar com a formação em

gestão de projecto. Nesse sentido, redefinimos os conteúdos da formação, no sentido de tornar

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a formação mais acessível, realística e dentro do perfil das mulheres com quem trabalhámos.

Tendo em conta que o tema da “Higiene e Segurança no Trabalho” tinha sido abordado na

formação de Agro Processamento, foi decidido, em conjunto com as mulheres, abordar um novo

tema nesta formação que fosse ao encontro das suas dúvidas mais constantes.

De 26 a 30 Abril de 2011, realizou-se uma formação em Saúde Individual e Colectiva, orientada

pelo Director Distrital de Saúde do Chibuto e pelos seus colegas médicos e enfermeiros, com

uma duração diária de 4 horas e um total de 20 horas de formação, para 26 participantes.

As matérias abordadas nesta formação: Saúde Ambiental; Higiene Individual e Colectiva; Estilos de

Vida Saudáveis; Nutrição; Vacinas; Prevenção e Mitigação do HIV/SIDA; Planeamento Familiar;

Saúde da Criança; Noções Básicas de Febre; Diarreias; Cólera; Malária; Disenteria; Vómitos;

Intoxicação Alimentar.

A.9: Produção de farinhas, rações e pão pelas 30 mulheres integradas nas actividades geradoras de rendimento

Ao contrário da ideia inicial de que as mulheres que integrariam o projecto poderiam ter terrenos

com áreas suficientes para a produção de excessos agrícolas e, sua comercialização,

constatámos no levantamento realizado, que as áreas de cultivo são muito reduzidas, não

ultrapassando, na maioria, 0,5ha. Em áreas desta dimensão toda a produção é destinada, na sua

quase totalidade, para o consumo familiar. Desta forma, não foi possível o cumprimento desta

actividade, pelas razões apresentadas, mas também pela inesperada praga de ratos nos campos

agrícolas que destruiu as colheitas destas mulheres.

Foi efectuada a cozedura de pão e bolo no forno e, depois de algumas afinações e melhorias, o

forno ficou disponível para ser utilizado pelo Centro Comunitário, pelas mulheres participantes no

projecto e, pela população em geral, com vista a poder criar oportunidades de actividades

geradoras de rendimento e aumentar a segurança alimentar das suas famílias. Um regulamento

de utilização foi construído e disponibilizado às mulheres participantes no projecto, em português

e changana. O uso do forno é gratuito, aberto às mulheres participantes no projecto “Mulheres

do Chimundo Unidas no Trabalho e na Saúde” e a toda a restante população. Todo o material

necessário para a realização dos produtos tem de ser trazido pelos utilizadores do forno. Quem

quiser utilizá-lo terá apenas de trazer consigo lenha e matérias-primas já preparadas para

cozedura de bolo ou pão.

A.10: Comercialização de 2/3 da produção de farinhas, rações e pão através do comité de gestão e distribuição dos rendimentos mensalmente pelas 30 mulheres do projecto

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Ao contrário da ideia inicial, de que as mulheres que integrariam o projecto poderiam ter

terrenos com áreas suficientes para a produção de excessos agrícolas e, sua comercialização,

constatámos no levantamento realizado, que as áreas de cultivo são muito reduzidas, não

ultrapassando, na maioria, 0,5ha. Em áreas desta dimensão toda a produção é destinada, na sua

quase totalidade, para o consumo familiar. Desta forma, não foi possível o cumprimento desta

actividade, pelas razões apresentadas, mas também pela inesperada praga de ratos nos campos

agrícolas que destruiu as colheitas destas mulheres.

A.11: Distribuição de 1/6 da produção da produção de farinhas, rações e pão pelas 30 mulheres integradas nas actividades geradoras de rendimento

Ao contrário da ideia inicial, de que as mulheres que integrariam o projecto poderiam ter

terrenos com áreas suficientes para a produção de excessos agrícolas e, sua comercialização,

constatámos no levantamento realizado, que as áreas de cultivo são muito reduzidas, não

ultrapassando, na maioria, 0,5ha. Em áreas desta dimensão toda a produção é destinada, na sua

quase totalidade, para o consumo familiar. Desta forma, não foi possível o cumprimento desta

actividade, pelas razões apresentadas, mas também pela inesperada praga de ratos nos campos

agrícolas que destruiu as colheitas destas mulheres.

A.12: Realização de actividades IEC, através de sessões de informação em saúde individual e colectiva, incluindo sensibilização sobre HIV/SIDA

Em Junho e Julho de 2011, desenvolvemos contactos com a Associação Reencontro - Associação

Moçambicana para o Apoio e Desenvolvimento da Criança Órfã, situada no Chimundo, para

desenvolvimento de um conjunto de actividades de IEC sobre HIV/SIDA dirigidas à população do

mesmo bairro, e mais particularmente, à população estudantil. Foram, igualmente, feitos contactos

com as estruturas locais do bairro a dar conhecimento da actividade e solicitando o seu

envolvimento, assim como contactos com a Direcção Distrital de Saúde e Núcleo Provincial de

Combate ao Sida de Gaza para disponibilização gratuita de preservativos e folhetos a serem

entregues nas acções.

Entre os dias 8 e 12 de Agosto de 2011, decorreram diversas actividades de sensibilização nas

escolas do bairro do Chimundo, centro de saúde, fontenárias públicas, pequenos mercados,

contemplando palestras, debates, distribuição de folhetos, demonstrações do uso do preservativo

e peças de teatro com a comunidade, que envolveram mais de 300 pessoas. As temáticas

abordadas ao longo desta semana de sensibilização foram: Prevenção da Transmissão Vertical;

Preservativo; Fidelidade; Transmissão e Prevenção HIV; Discriminação; ITS’s; Teste e diagnóstico e;

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TARV. Foram distribuídos 250 preservativos, oferta contextualizada com teatralizações da

utilização correcta dos mesmos. Foram distribuídos 150 folhetos.

A promoção da igualdade de género e capacitação das mulheres foi questão presente na

realização destas actividades de IEC junto da comunidade.

A.13: Criação de 5 grupos focais de 6 elementos para realizarem actividades de disseminação de informação

Houve uma reconfiguração na metodologia utilizada para esta actividade, uma vez que as

mulheres identificadas pelos líderes como sendo as mais vulneráveis não estão divididas em igual

numero pelos bairros existentes e não possuíam disponibilidade para realizarem actividades de

disseminação de informação. As mulheres foram capacitadas e receberam informação muito

prática e útil através da formação com o Director Distrital de Saúde do Chibuto e pelos seus

colegas médicos e enfermeiros e comprometeram-se a transmitir estas boas práticas às suas

famílias e vizinhos.

A Associação Reencontro - Associação Moçambicana para o Apoio e Desenvolvimento da Criança

Órfã - executa um acompanhamento contínuo às famílias mais vulneráveis do Chimundo e, com

particular destaque, às crianças órfãs e, desta forma, comprometeu-se a desenvolver actividades

de disseminação e informação sobre HIV/SIDA como parte integrante das suas actividades diárias.

O Centro Comunitário do Chimundo está igualmente empenhado em informar, comunicar, educar

e sensibilizar a comunidade do bairro para a adopção de estilos de vida saudáveis e executa-o

no contacto diário com os pais e mães das crianças que acolhe na escolinha.

A.14: Distribuição de preservativos pelas 30 mulheres

De forma a ampliarmos o impacto da distribuição de preservativos, considerámos mais adequado

garantir essa distribuição pelo bairro do Chimundo e não exclusivamente pelas 30 mulheres.

Desta forma, entre os dias 8 e 12 de Agosto de 2011, decorreram diversas actividades de

sensibilização nas escolas do bairro do Chimundo, centro de saúde, fontenárias públicas,

pequenos mercados, contemplando palestras, debates e peças de teatro com a comunidade, que

envolveram mais de 300 pessoas. As temáticas abordadas ao longo desta semana de

sensibilização foram: Prevenção da Transmissão Vertical; Preservativo; Fidelidade; Transmissão e

Prevenção HIV; Discriminação; ITS’s; Teste e diagnóstico e; TARV. Foram distribuídos 150 folhetos

e 250 preservativos, oferta contextualizada com demonstrações da utilização correcta dos

mesmos.

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A promoção da igualdade de género e capacitação das mulheres foi questão presente na

realização destas actividades de IEC junto da comunidade.

A.15: Reuniões trimestrais com o centro comunitário do Chimundo, e demais parceiros, para acompanhamento e avaliação das actividades do projecto e para estudo ou promoção de novas actividades geradoras de rendimento e formativas através do centro comunitário

O acompanhamento, avaliação e orientação da acção foi efectuada pela equipa local do projecto.

Para além dos encontros trimestrais de parceiros, a equipa local acompanhou, continuadamente,

todas as actividades no terreno. As Organizações da Sociedade Civil e do Poder Local e Central

testemunharam e participaram activamente no projecto.

Em Março de 2011, foi efectuado um pedido de revisão orçamental, com base em reflexões e

avaliações efectuados no terreno, o qual foi aprovado favoravelmente pelo Alto Comissariado do

Canadá e traduzido em adenda ao contrato.

Foram elaboradas notícias de divulgação das actividades e promoção do projecto, tanto a nível

local (Rádio Comunitária do Chibuto) como a nível nacional e internacional.

A.16: Distribuição de 1/6 da produção da produção de farinhas, rações e pão para o Centro Comunitário do Chimundo destinada à alimentação das crianças por si assistidas

Poderá existir uma reconfiguração na metodologia utilizada para esta actividade, uma vez que as

mulheres identificadas pelos líderes como sendo as mais vulneráveis não estão divididas em igual

numero pelos bairros existentes. Neste sentido e a título de exemplo, temos cerca de 12 (doze)

mulheres no Bairro 1 e 3 (três) mulheres no bairro 2.

A.17: Oficinas de avaliação envolvendo todos os parceiros e “Stakeholders” do projecto

O acompanhamento, avaliação e orientação da acção foi efectuado pela equipa local do projecto,

que acompanhou, continuadamente, todas as actividades no terreno. As Organizações da

Sociedade Civil e do Poder Local e Central testemunharam e participaram activamente no

projecto, facto que culminou com a inauguração pública da moagem com presença do presidente

do município do Chibuto, Francisco Mandlate, o qual agradeceu o empenho das organizações que

implementaram este serviço e apelou à população presente para aderir. Estiveram presentes

diversas figuras de relevo da comunidade, entre as quais, o pároco da Igreja Católica, os

secretários de quarteirão e bairro, representantes de outras associações comunitárias e todas as

mulheres que beneficiaram deste projecto ao longo do último ano.

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Constrangimentos

A execução do projecto não cumpriu o cronograma apresentado inicialmente, que reconhecemos

ter sido muito ambicioso, ao qual adicionamos outros factores como:

• Ausência durante 3 meses de Moçambique da Irmã Catarina Paulo, responsável pelo

Centro Comunitário do Chimundo, em que foi decidido que as actividades de relação

directa com as 30 mulheres ficariam suspensas. Durante esse período (Setembro, Outubro

e Novembro 2010) concluiu-se a construção da moagem e do forno/fogão a lenha.

• Mudanças e transferências de Irmãs entre missões, tendo a Irmã Catarina saído do Centro

Comunitário e sendo substituída pela Irmã Mónica que iniciou em Fevereiro de 2011 e

começou nessa altura a colocar-se ao corrente de todas as actividades.

• Por ultimo de referir que a AIDGLOBAL e o Centro Irmã Isabel Amaro de Sá optaram pelo

incumprimento do cronograma com a garantia de que as actividades seriam realizadas de

forma consequente, integrada e respeitando os ritmos locais, logo que a estabilidade de

recursos humanos da Congregação fosse conseguida.

Em termos gerais, as actividades sofreram alguns atrasos devido à logística de aquisições

realizadas em Maputo, pelas dificuldades de transporte da moageira e cimento e pela irrealista

previsão da realização de algumas actividades aquando o seu planeamento, como por exemplo a

construção do edifício que acolhe a moageira, o qual demorou muito mais tempo do que

previsto.

Alterações ao plano inicial

A apresentação da candidatura do presente projecto teve como base um diagnóstico participativo

realizado pela AIDGLOBAL, a experiencia e aspirações da então responsável do Centro

Comunitário Irmã Isabel Amaro de Sá e as aprendizagens resultantes de projectos semelhantes

realizados em Moçambique e países vizinhos. Estes três pilares, nos quais se baseou o desenho

do projecto, foram insuficientes para prever situações que enfrentámos.

Uma vez que várias actividades do projecto se atrasaram na sua implementação e, de forma a

garantir a concretização dos objectivo propostos, foi solicitado a aprovação de uma extensão do

projecto de 6 meses, sem custos adicionais para o Alto Comissariado do Canadá.

Relatório Final Mulheres do Chimundo Unidas para o Trabalho e para a Saúde

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Ensinamentos que a organização e seus parceiros retiraram da acção

O centro Comunitário do Chimundo e a AIDGLOBAL desenvolveram capacidades de coordenação

e gestão participativa num projecto, numa acção coerente em comunicação constante com o

poder local, central e organizações da Sociedade Civil na participação, diálogo, partilha e co-

responsabilização de soluções e respostas às principais questões da promoção de iniciativas

locais de rendimento que visem a redução da pobreza e prevenção do HIV/ SIDA.

Para as entidades parceiras e participantes foi muito interessante verificar o impacto que a

formação prática para acções de geração de rendimento pode ter na vida das mulheres

participantes e que a moagem fica como uma estrutura sólida ao serviço da população.

Avaliação das parcerias

O projecto estabeleceu parcerias com as secções governamentais descentralizadas do Ministério

da Acção Social e da Mulher, Ministério da Saúde e Conselho Municipal de Chibuto, CNCS -

Centro Nacional de Combate ao Sida, através do Núcleo Provincial de Combate ao Sida de Gaza

e Grupo de Promoção das Iniciativas Locais. A aprendizagem trocada foi essencial para a boa

implementação do projecto. Todas as parcerias foram essenciais à boa execução das actividades

do projecto.

Avaliação da colaboração com os serviços da Entidade Financiadora

O Projecto Mulheres do Chibuto Unidas no Trabalho e na Saúde foi o primeiro projecto do

Centro Comunitário do Chibuto e da AIDGLOBAL, financiado pelo Alto Comissariado do Canadá

em Moçambique. A relação estabelecida foi por conseguinte de confiança e proximidade, muito

útil pelo esclarecimento de dúvidas que possibilitaram o melhor desenvolvimento do projecto.

Sustentabilidade da acção após termo da ajuda

A acção prosseguirá após o termo da ajuda do Alto Comissariado do Canadá, uma vez que a

moagem está solidamente fixada na comunidade e tem as suas portas abertas diariamente para

a população moer o milho e o forno está igualmente acessível para utilização gratuita. Estes dois

serviços foram integrados manifestamente no quotidiano do Centro Comunitário e têm supervisão

de acompanhamento pela AIDGLOBAL, que possuiu outras actividades no Chibuto. As capacitações

em Gestão de Pequenos Negócios, Saúde Individual e Colectiva e Agro Processamento foram

igualmente absorvidas por colaboradores do Centro Comunitário do Chimundo e da AIDGLOBAL,

Relatório Final Mulheres do Chimundo Unidas para o Trabalho e para a Saúde

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que se comprometem a partilhar após o termo da ajuda todos os conhecimentos e boas práticas

adquiridas.

Execução Orçamental

Em anexo a este relatório enviamos um mapa com a execução orçamental, realizada por rubrica,

e mês

Projecto "Mulheres do Chimundo Unidas para o Trabalho e para a Saúde

Nº do projecto FCIL 13/2009 (A034403 – 022)

Jul-10 Ago-10 Set-10 Out-10 Nov-10 Dez-10 Jan-11 Fev-11 Mar-11 Abr-11 Mai-11 Jun-11 Jul-11 Ago-11 Set-11 Out-11 Nov-11FCIL FCIL FCIL FCIL FCIL FCIL FCIL FCIL FCIL FCIL FCIL FCIL FCIL FCIL FCIL FCIL FCIL

2. Recursos Humanos 2.1.2.1 Formador em saúde individual e colectiva 3000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2250 0 0 0 0 0 0 2250 2.1.2.2 Formador de Planificação e gestão de pequenos projectos

18000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5963 1350 0 8550 2137 0 18000

2.1.2.3 Formador em agro-processamento de produtos locais

12000 0 0 3600 900 0 0 0 0 0 0 0 0 1800 0 0 4560 1140 12000

2.1.2.4 Formador Higiene e Segurança no Trabalho3000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Total 2 36.000 0 0 3.600 900 0 0 0 0 0 0 2.250 5.963 3.150 0 8.550 6.697 1.140 24.4134. Obras e Infraestruturas 4.1.1 Materiais para instalação da Moageira 20.000 0 0 0 0 0 0 0 0 590 16625 710 500 0 25 0 845 700 19995 4.1.2 Mão-de-obra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 04.2 Ampliação ou construção de Infra-estruturas 4.2.1 Materiais de Construção 42.000 0 0 0 24090 1590 4320 0 0 12000 0 0 0 0 0 0 0 0 42000 4.2.2 Mão-de-obra 2.300 0 0 0 0 2300 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 23004.3 Outros (a) 4.3.1 Custos de Manutenção ou Reparação Moageira

6.000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5382 250 0 0 207 0 145 0 5984

4.3.2 Custos de Manutenção ou Reparação Infra-estruturas

5.000 0 0 0 0 0 0 0 0 2000 0 3000 0 0 0 0 0 0 5000

Total 4 75.300 0 0 0 24.090 3.890 4.320 0 0 14.590 22.007 3.960 500 0 232 0 990 700 73.5895. Materiais, Equipamentos e Fornecimentos 5.1 Compra de maquinaria, ferramentas, equipamentos e peças 5.1.1 Moageira 107593 0 0 107593 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 107593 5.1.2 Material de apoio à Moagem e Panificação

40000 0 200 4004 5200 7500 8762 0 0 4483 5300 2330 0 0 0 90 0 2113 39982

5.1.3 Material de armazenamento 14100 0 0 0 0 0 0 0 0 5540 20 0 0 0 0 0 1250 600 7410 5.2 Fornecimentos 5.2.1 Custos de Fornecimento de Água 4100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1455 730 0 0 0 0 0 0 2185 5.2.2 Custos de Fornecimento de Electricidade 23684 0 0 0 0 0 0 0 0 7021 5816 10841 0 0 0 0 0 0 23678 5.2.3 Custos de Aquisição Mandioca, Milho e Trigo

26000 0 0 0 0 0 0 0 0 25330 0 0 0 0 420 0 0 70 25820

5.2.4 Custos de transporte de produtos processados

10400 0 0 0 0 0 0 0 0 9375 0 0 0 0 235 0 300 0 9910

Total 5 225.877 0 200 111.597 5.200 7.500 8.762 0 0 51.749 12.591 13.901 0 0 655 90 1.550 2.783 212.2457. Outros custos e serviços7.1. Estudos e investigação 4532 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4532 0 0 45327.2. Custos com formação 20394 0 2085 3780 0 0 0 0 0 0 4351 0 4689 0 150 2180 2665 460 203607.3. Despesas de divulgação e publicidade 15013 4949 4949 0 0 0 0 0 0 2115 0 0 0 0 0 0 2990 0 150037.4. Avaliação 6797 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3175 3514 6689Total 7 46.736 4.949 7.034 3.780 0 0 0 0 0 2.115 4.351 0 4.689 0 150 6.712 8.830 3.974 33.780TOTAIS por Mês 383.912 4.949 7.234 118.977 30.190 11.390 13.082 0 0 68.454 38.949 20.111 11.152 3.150 1.037 15.352 18.067 8.597 370.690

Entidade Promotora Entidade Co-Gestora Financiador

RUBRICA Total (Orçamento) Total Despesas FCIL