Relatório Final HRAC

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  • FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRO PRETO

    DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO DEPARTAMENTO DE CIRURGIA E ANATOMIA

    1

    REFERNCIA: Relatrio de Visita Tcnica ao Hospital de

    Reabilitao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de

    So Paulo

    INTERESSADO: Reitoria da Universidade de So Paulo

    RELATRIO

    Introduo Trata-se de relatrio que rene informaes obtidas em visita tcnica e

    de reunies programadas e realizadas no dia 27 de fevereiro de 2014 com a

    Superintendncia, os Membros do Conselho Deliberativo (CD), os Diretores,

    Administrativos, de Departamentos, das Divises e dos Servios do Hospital de

    Reabilitao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de So Paulo

    (HRAC-USP), bem como da coleta de dados fornecidos pela administrao do

    Hospital. Na oportunidade, no foi estabelecido contato com o representante

    discente, dos servidores tcnicos e administrativos e dos usurios do HRAC-

    USP e do Sistema nico de Sade (SUS), no CD.

    O tempo e o mtodo para captar a complexidade do HRAC-USP e das

    suas relaes internas e externas, certamente, so limitados. Todavia, o

    encontro, por um lado, das expectativas do HRAC-USP de delinear as novas

    rotas de evoluo interna, e do outro, dos anseios locorregionais, tambm

    apresentados de forma vigorosa, impelem a nova gesto da USP a cooperar

    com arranjos que atendam, em curto prazo, o necessrio e, em perspectiva

    futura, o possvel.

    Nesse contexto, pode ser til reunir um conjunto de informaes e

    impresses dos aspectos da estrutura e da organizao do HRAC-USP, do

    seu desempenho, dos seus projetos e metas, e das suas interaes com as

    Unidades Acadmicas da Universidade de So Paulo (USP) e o Sistema de

    Sade.

    As informaes foram organizadas e cotejadas com dados obtidos de

    fontes primrias de outros hospitais, tambm associados USP, mas

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    vinculados administrativamente Secretaria da Sade do Estado de So

    Paulo.

    Na sequncia, so apresentadas concluses e recomendaes

    influencidas pela vivncia e pelo conhecimento do relator acerca dos princpios

    organizativos e doutrinrios das polticas pblicas de formao e ateno para

    a rea da sade e do atual contexto da USP.

    Observaes e Registros

    O HRAC-USP, instalado em 1967, desenvolve atividades de ensino,

    pesquisa e ateno sade, com atuao especfica na reabilitao de leses

    lbio-palatais, onde refercia nacional e internacional com destaque para o

    ensino de ps-graduao stricto e lato sensu que oferece mestrado e

    doutorado, especializaes, cursos de atualizao, aprimoramento profissional,

    prtica profissionalizante, residncia mdica em otorrinolaringologia, residncia

    multiprofissional em sndromes e anomalias craniofaciais (reas de

    odontologia, enfermagem, fonoaudiologia, psicologia e servio social). O HRAC

    cenrio para formao em 2 cursos de graduao da Faculdade de

    Odontologia de Bauru (FOB): Odontologia e Fonoaudiologia.

    A administrao superior do HU-USP formada pelo Conselho

    Deliberativo e Superintendncia. O CD composto pelo Diretor da Faculdade

    de Odontologia de Bauru (FOB), pelo Superintendente do HRAC, um

    representante docente da Faculdade de Odontologia de So Paulo (FO) e um

    representante docente da Faculdade de Odontologia de Ribeiro Preto

    (FORP), pelos Presidentes da Comisses de Pesquisa, Ps-Graduao

    Cultura e Extenso Universitria do HRAC, por trs representantes de

    servidores no-docentes do HRAC, por um representante discente dos cursos

    de ps-graduao stricto sensu do HRAC, e um representante dos usurios do

    HRAC e do Sistema nico de Sade (SUS).

    A Superintendncia administra o HU-USP em cooperao com 10

    Comisses. H, ainda, subordinados Superintendncia, trs Assistentes

    Tcnicos de Direo, o Diretor do Departamento Hospitalar, os Diretores das

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    Divises de Sade Auditiva, Odontologia, Sindromologia, Apoio Hospitalar e

    Administrativo-Financeira e os Diretores dos Servios de Apoio ao Ensino,

    Pesquisa e Extenso, Informtica Hospitalar e de Comunicao. As Divises

    abrigam 14 servios, que por sua vez esto fragmentados em 60 sees.

    O organograma do HRAC-USP vertical, predispe gesto e a

    compreenso fragmentadas e, potencialmente, pode ser menos permevel

    incluso das necessidades da sociedade, das polticas do sistema de

    educao e sade, da expertise de todas as categorias de servidores e dos

    interesses dos usurios (estudantes, pacientes e familiares) no planejamento e

    na execuo das suas atividades. O organograma no contempla a integrao

    entre planejamento e ao, mediante previso de grupos gestores nas

    unidades de assistncia, ensino e pesquisa ou de apoio, o que pode dificultar

    a estruturao e a integrao dos processos de trabalho.

    A administrao do HRAC-USP, no nvel central, j identificou as

    limitaes do organograma e criou o Conselho de Administrao (CAD),

    composto por todos os Chefes de Departamento, Divises e dos trs Servios

    ligados Superintendncia. O CAD se rene ordinariamente ou a qualquer

    momento, caso haja necessidade e garante-se, assim, uma gesto mais

    compartilhada e horizontalizada, que privilegia o dilogo e as decises podem

    ganhar maior legitimidade.

    O HRAC-USP tem um convnio com a Secretaria de Estado da Sade

    de So Paulo com o objetivo de integr-lo ao SUS e definir a sua insero na

    rede regionalizada e hierarquizada de aes e servios de sade. O HRAC-

    USP possui contratualizao como Hospital de Ensino e em funo disso,

    recebe um incentivo de aproximadamente 20% do teto financeiro.

    O HRAC-USP presta assistncia ambulatorial (na rea de anomalia

    craniofacial e deficincia auditiva) e hospitalar de mdia e elevada

    complexidade. Os pacientes so procedentes de diferentes regies do pas:

    Sudeste (61%), Sul (18%), Centro-Oeste (11%), Norte (5,0%), Nordeste (4,7%).

    A estrutura assistencial do HRAC-USP, na atualidade est distribuda

    em 3 locais: A Unidades I, a Diviso de Sade Auditiva (que funciona em rea

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    locada, fora das dependncias da USP) e a Unidade II, recm finalizada e, em

    fase de ocupao.

    A Unidade I tem dois pavimentos que abrigam enfermarias com 91

    leitos, 200 consultrios (Cirurgia Plstica, Clnica Geral, Gentica, Neurologia,

    Otorrinolaringologia, Pediatria / Nutrologia, Craniofacial, Oftalmologia, Potencial

    Evocado Auditivo de Tronco Enceflico, Comisso de Controle de Infeco

    Hospitalar (CCIH), Ecocardiograma, Consultrio de Apoio, Videofluoroscopia,

    Nasofaringoscopia e Fonoaudiologia, Pedagogia, Terapia Ocupacional,

    Psicopedagogia, Psicologia, Servio Social, Enfermagem, Fisiologia, Nutrio),

    e mais 7 salas de suporte e servios de apoio hospitalar: Central de

    Esterilizao de Materiais, Farmcia, Lactrio, Lavanderia, Nutrio e Diettica,

    Servio de Pronturio de Paciente, Servio de Manuteno de Equipamentos e

    Servio Social.

    A Diviso de Sade Auditiva funciona fora do Campus da USP, distante

    quase 2km, em prdio alugado de 3 andares. As instalaes foram adaptadas

    e apresentam-se em conformidade com as Normas para Acessibilidade de

    Pessoas Portadoras de Deficincia a Edificaes, Espao, Mobilirio e

    Equipamentos Urbanos. A Diviso de Sade Auditiva abriga os setores de

    fonoudiologia, psicologia, servio social, laboratrio de moldes auriculares,

    otorrinolaringologia, exames eletrofisiolgicos e setores de apoio administrativo

    e assistencial.

    As estruturas da Unidade I e da Diviso de Sade Auditiva so

    adaptadas, o que limita as atividades assistenciais cotidianas com usurios de

    maior dependncia. Os alvars de funcionamento tm sido concedidos na

    condicional de que, num futuro prximo, os servios sejam transferidos para

    instalaes adequadas.

    A Unidade II um um novo prdio idealizado na dcada de 80, com o

    objetivo de abrigar e agregar, dentro do prprio campus da USP, toda a

    estrutura necessria para o HRAC-USP, face s demandas crescentes na rea

    de fissuras labiopalatinas, sndromes e deficincia auditiva. A construo do

    prdio de 11 andares teve incio em 1990 e transcorreu de forma interrupta, por

    motivos alheios USP e foi entregue no ano de 2012, ainda com pendncias.

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    O processo de ocupao da Unidade II foi iniciado, em regime de

    urgncia, face necessidade de abrigar sees externas (almoxarifado, seo

    de implante coclear e outros). Todavia, a ocupao completa da Unidade II

    depende de obras essenciais j planejadas (instalaes de tanques para gases

    medicinais, obras de acessibilidade, adequaes eltricas e instalao de

    equipamentos de segurana, no curto prazo, com valor estimado de R$

    1.283.067, construo da cozinha, no mdio prazo, com valor estimado de R$

    823.022 e construo das portarias com valor estimado de R$

    1.119.393. Os editais foram elaborados pela Superintendncia do Espao

    Fsico da USP, alguns j foram publicados e executados, outros esto em

    execuo, e parte aguarda autorizao para publicao.

    Os alvars de funcionamento e licena sanitria das Unidades I e II e do

    prdio da Sade Auditiva apresentam-se regularizados para as reas que

    esto em funcionamento. A obteno do prximo Auto de Vistoria do Corpo de

    Bombeiros com implementao das novas reas, depende das aes

    corretivas para atender as no conformidades apontadas.

    O plano de ocupao da Unidade II prev a transferncia de servios

    que esto em funcionamento na Unidade I e na Diviso de Sade Auditiva, de

    acordo com a distribuio apresentada no Quadro1. Por outro lado, merece

    destaque que a Unidade II tem atributos de estrutura hospitalar robusta e, com

    as devidas adequaes, pode abrigar servios de sade de mbito hospitalar,

    em nvel de mdia e elevada complexidade, para situaes de mobilidade

    clnica mais limitada. Assim, o interesse da sociedade local pelo destinao das

    instalaes da Unidade II, tomando como base as suas necessidades de

    sade, parece compreensvel, face ao planejamento e transferncia em curso

    de estruturas de ensino, pesquisa e assistncia de nvel ambulatorial para esse

    local, aparentemente passveis de acomodao na Unidade I, aps

    remanejamento dos seus servios de natureza hospitalar (enfermarias, centro

    cirrgico e unidades de cuidados intensivos) para a Unidade II.

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    Quadro 1: Servios da Unidade I e da Diviso de Sade Auditiva instalados ou a instalar

    na Unidade II

    Andar J instalado A instalar

    Trreo

    Almoxarifado

    Servio de Nutrio e Diettica (entregue

    inacabada)

    Servio de manuteno predial

    1 andar

    Recepo

    Rotina de Caso Novo (rea mdica,

    fonoaudiologia, ortodontia e gentica)

    Rotina de Internao (reas mdicas,

    fonoaudiologia, psicologia, nutrio, enfermagem, servio social, gentica, odontopediatria e odontologia geral)

    Coletas de Exames

    Servio de deficincia visual

    Centro de diagnstico por imagem

    (tomografia, raio X, videofluoroscopia)

    Ecocardiografia

    Nasofaringoscopia,

    Leito dia (espera especial)

    Ouvidoria

    2 andar

    Seo de implante coclear

    Projeto Flrida

    Fonoaudiologia Intensiva

    Residncia Mdica Otorrinolaringologia e Multiprofissional

    Educao Continuada

    Sala de Docncia Assistencial

    Programa Interdisciplinar Craniofacial

    Implante Coclear e Prteses Implantveis fonoaudiologia

    craniofacial

    3 andar

    Laboratrio de Prtese de Palato

    Laboratrio de Prtese Ocular

    Enfermaria

    Refeitrio

    4 andar

    Unidade de Internao Peditrica

    Refeitrio

    Seo de Terapia Ocupacional

    Consultrios Odontolgicos

    5 andar Unidade de Internao Adulto

    Refeitrio

    Consultrios Odontolgicos

    6 andar Isolamentos (1 para cada 30 leitos)

    Quartos de plantonistas

    Laboratrio de Polisonografia

    Departamento Hospitalar

    7 andar Laboratrios de citogentica

    Laboratrio de biologia molecular

    Laboratrios de pesquisa do Programa

    de Ps-Graduao

    Laboratrio de anlises clnicas

    Farmcia hospitalar

    Servio de controle de infeco hospitalar

    Gerenciamento de material hospitalar

    Laboratrios de pesquisa

    8 andar UTI Peditrica

    UTI Adulta

    Unidade Semi Intensiva (Cuidados

    Especiais)

    9 andar Pr-operatrio

    Ps-operatrio

    Centros cirrgicos

    10 andar Central de esterilizao

    rea tcnica (casa de mquinas)

    11 andar rea tcnica (cabos, fios, instalaes)

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    O HRAC-USP, durante cerca de 30 anos, contou com o apoio da

    Fundao para o Estudo e Tratamento das Deformidades Crnio-Faciais

    (FUNCRAF) criada por um grupo de docentes da USP e profissionais do

    HRAC-USP, reconhecida como de utilidade pblica pelos trs nveis de

    governo.

    O HRAC-USP tinha um convnio com a FUNCRAF que previa, entre

    outras aes, a contratao de pessoal, necessria diante do crescimento da

    demanda de pacientes e de ampliao de atendimentos. Em 2013, eram 357

    funcionrios contratados pela Fundao e colocados disposio do HRAC-

    USP.

    A ao da FUNCRAF cresceu para alm da cidade de Bauru, foram

    criadas 3 subsedes para atendimento a pacientes: So Bernardo do Campo e

    Itapetininga (SP) e Campo Grande (MS), com implantao de unidades

    ambulatoriais para avaliaes iniciais e retornos de rotina serem feitos nas

    prprias subsedes, reservando a vinda Bauru somente para procedimentos

    cirrgicos e acompanhamento especficos com a equipe multidisciplinar do

    HRAC-USP.

    No ano de 2007, O HRAC-USP foi denunciado ao Ministrio do

    Trabalho, sob alegao de que fazia terceirizao de servio para a

    FUNCRAF, o que gerou multa para a USP e a instaurao de inqurito civil.

    Assim, o HRAC-USP encontra-se em fase de adequao do convnio com a

    FUNCRAF, mas houve a necessidade da devoluo dos funcionrios

    FUNCRAF que exerciam atividades no HRAC-USP e por sua vez, a USP se

    comprometeu a criar 287 vagas com os respectivos concursos pblicos at o

    final de 2014, para o preenchimento do mesmo quadro de pessoal que era

    mantido pela Fundao.

    Nesse cenrio, o HRAC-USP aponta a necessidade da contratao de

    54 servidores que correspondem a uma parte da reposio das vagas dos

    funcionrios que eram da FUNCRAF e, ainda, a contratao de 13

    enfermeiros, 39 tcnicos de enfermagem, 2 farmacuticos e 5 tcnicos de

    laboratrio. Por outro lado, deve ser destacado que a relao pessol/leito do

    HRAC-USP (6,1), sem contabilizar servidores que prestam servio mediante

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    contrato com terceiros, ou que fazem jornadas de horas extras ou planto, bem

    como as suas receitas (Tabela 1) esto alm do esperado comparando com

    hospitais que desempenham misso equivalente no ensino, na pesquisa e na

    assistncia sade com ordenao de acesso (Hospitais Estaduais) ou mais

    complexas, como o Hospital das Clnicas de Ribeiro Preto (HCFMRP-USP),

    junto prpria USP e ao SUS.

    Na comparao com HCFMRP-USP, um hospital tercirio organizado

    como autarquia vinculada Secretaria da Sade do Estado de So Paulo e 3

    Hospitais Estaduais, geograficamente distantes e geridos na forma de

    organizao social, todos vinculados Faculdade de Medicina de Ribeiro

    Preto da USP, a produo de consultas no HRAC-USP (Tabela 1) elevada, o

    que, provavelmente, decorre do perfil do servio que tem forte componente de

    ateno ambulatorial, ainda carente no pas para essa modalidade de atuao,

    em que pese o processo de descentralizao j desencadeado pelo prprio

    HRAC-FUNCRAF, mediante instalao e superviso de subsedes.

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    Tabela 1: Estrutura e Produo Assistencial do HCFMRP-USP, dos

    Hospitais Estaduais (3) e do HRAC-USP, no ano de 2013

    Hospitais/

    Indicadores

    HCFMRP-USP Hospitais

    Estaduais

    HRAC-USP

    Leitos Ativados 873 193 91

    Receitas (R$) 593.630.539 85.894.787 136.086.387

    Relao Pessoal/Leito 7,58 5,95 6,1

    Taxa Absentesmo (%) 4,4 5.5 2,2

    Consultas/Procedimentos 647.649 114.188 417.785

    Internaes 34.756 9.946 4.746

    Cirurgias/Partos 34.599 14.192 8.444

    Transplantes 257 ------ -------

    Atendimento

    Multidisciplinar

    684.703 31.461 --------

    APOIO DIAGNSTICO E

    TERAPUTICO

    Exames Laboratoriais 2.793.650 282.863 37.783

    Exames Especializados 394.538 101.589 126.326

    Proc. Diagnsticos e

    Teraputicos

    334.978 -------- ----------

    A FUNCRAF aportou R$32.486.630 para o HRAC-USP, no ano de 2013, dos

    recursos provenientes do SUS

    Dentre os vrios indicadores de desempenho da assistncia hospitalar,

    aqueles mais frequentemente observados (mdia de permanncia, taxa de

    ocupao operacional, intervalo de substituio e mortalidade) indicam que o

    HRAC-USP se caracteriza como unidade hospitalar de mdia complexidade,

    provavelmente com atividade ambulatorial muito resolutiva e, assim, opera

    com baixa taxa de ocupao operacional. Nesse cenrio de baixa ocupao

    operacional, e ainda considerando o ganho em espao hospitalar com a

    ativao da Unidade II muito importante que o HRAC-USP e a USP

    preservem a essncia da misso e as metas que nortearam a fundao do

    Centrinho de Bauru, mas estejam em sintonia com as necessidades de sade

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    e de profissionais sentidas pela populao e vocalizadas pelos polticos, os

    governantes e a mdia.

    Tabela 2: Indicadores Assistenciais do HCFMRP-USP, Hospitais Estaduais

    (3) e do HRAC-USP, em 2013

    Hospitais/

    Indicadores

    HCFMRP-USP Hospitais Estaduais

    HRAC-USP

    Mdia de Permanncia (dias)

    7,0 4,7 3,2

    ndice de Intervalo de Substituio(dias)(2)

    1,8 2,2 3,0

    Taxa de Ocupao Operacional (%)

    79,2 67,9 58,8

    Taxa de Infeco Hospitalar (%)

    3,2 3.8 ------

    Taxa de Mortalidade Hospitalar (%) (1)

    3,8 3,0 0,02

    O HRAC-USP possui sistemas de informao com os mdulos de

    gesto do paciente e da clnica, diagnstico e terapia, gesto de materiais,

    gesto financeira (iniciando a implantao), faturamento e servios de apoio e

    est implementando um novo sistema informatizado de gesto hospitalar, o

    qual integrar a maioria das informaes, de forma a otimizar a anlise dos

    custos hospitalares, de acordo com os padres atuais, pois o programa da USP

    no permite a avaliao necessria que a gesto do hospital necessita.

    O O HRAC-USP faz triagem e pesagem de resduos biolgicos,

    infectantes e perfurocortantes e qumicos, mas ainda no faz a pesagem dos

    resduos de refugo reciclveis (tabela 3).

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    Tabela 3: Resduos gerados, em Kg, pelo HCFMRP-USP e HRAC-USP, no

    ano de 2013

    A presena de estudantes de graduao no HRAC-USP, tomando como

    base a organizao e o seu prestgio e os dois cursos da FOB-USP ainda

    pequena na comparao com Hospitais de Ensino vinculados USP (Tabela

    4). Dentre os 119 estudantes de graduao que atuaram no HRAC-USP, no

    ano de 2013, cerca de 30% eram provenientes de Instituies privadas.

    A utilizao do HRAC-USP pelos programas de ps-graduao stricto e

    lato sensu ainda muito pequena na comparao com Hospitais de Ensino

    vinculados USP (Tabela 4 e 5), com cerca de 165 ps graduandos que

    frequentaram programas de longa durao, no ano de 2013.

    Na comparao, as atividades de pesquisa e a produo cientfica so

    numericamente mais expressivas no complexo HCFMRP-USP/ Hospitais

    Estaduais (Tabela 6), mas provvel que a FOB desenvolva parte suas

    atividades de ps-graduao nas suas dependncias. A divulgao da

    produo do HRAC-USP predominantemente por meio de anais de

    congresso internacional, o que indica a necessidade de maior empenho na

    publicao de trabalhos completos em peridicos de circulao internacional.

    Hospitais/

    Indicadores

    HCFMR-USP HRAC-USP

    RESDUOS

    Infectantes e

    Perfurocortantes

    651.554 18.154

    Qumicos 11.384 1.064,98

    Radioativos 300 -----

    Comuns- Refugo 714.023 -----

    Comuns Reciclveis 214.610 -----

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    Tabela 4: Estudantes de graduao e ps-graduao no HCFMRP-USP,

    HU-USP e HRAC-USP, em 2013

    Hospitais HCFMRP-USP HU-USP HRAC-USP

    Medicina

    600 519 2

    Enfermagem 370 350 1

    Fisioterapia 200 21 20

    Fonoaudiologia 120 6 12

    Nutrio e Metabolismo 150 17 ---

    Terapia Ocupacional 100 6 9

    Psicologia --- 11 3

    Cincias Framacuticas --- 38 ---

    EACH-USP Leste --- 40 --

    Informtica Biomdica 160 ---- 3

    Servio Social ---- ---- 2

    PS GRADUAO

    Mestrado/Doutorado ----- ----- 75

    Medicina 842 575 ---

    Enfermagem 25 102 ----

    Odontologia -- 6 ----

    Fisioterapia --- 18 -----

    Fonoaudiologia --- 21 ---

    Nutrio e Metabolismo --- 5 ----

    Terapia Ocupacional --- 9 ----

    Psicologia ---- 31 ----

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    Tabela 5: Programa de Residncia Mdica e Aprimoramento no HCFMRP-

    USP, HU-USP e HRAC-USP, no ano de 2013

    Unidades Hospitalares HCFMRP-USP/ Hospitais Estaduais HU-USP HRAC-USP

    RESIDNCIA MDICA

    No de Programas/rea atuao 63 12 1

    No de mdicos residentes 670 575 9

    RESIDNCIA MULTIPROFISSIONAL

    No de Programas 8 3 2

    No de residentes 11 54 69

    APRIMORAMENTO

    No de Programas 24 2 1

    No de Aprimorandos 82 4 12

    Tabela 6: Trabalhos Desenvolvidos Utilizando a Estrutura dos Hospitais,

    no ano de 2013

    Unidades Hospitalares HCFMRP-USP/ Hospitais Estaduais HU-USP HRAC-USP

    Trabalhos publicados em peridicos 1148 56 65

    Trabalhos publicados anais de Congressos 890 81 330

    Dissertaes de Mestrado 222 94 1 1

    Teses de Doutorado 167 98 4

    Na comparao do HRAC-USP com os Hospital das Clnicas de Ribeiro

    Preto, um hospital tercirio, e os 3 Hospitais Estaduais, a sua receita total, no

    ano de 2013 foi muito superior e atingiu R$ 136.086,387, onde R$ 103.599.757

    foram aportados pela USP e R$ 32.486.630 pela FUNCRAF. Dese montante

    de receita, R$ 92.238.908 (67,7%) foram provenientes do oramento da USP e

    a produo remunerada por meio de tabela de procedimentos do Sistema

    nico de Sade representou, no ano de 2013, R$ 33.719.083,12 (24,7%) do

    total da receita disponvel (tabela 7). No HCFMRP-USP, o tesouro estadual

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    contribui com 69,8% da receita, a produo remunerada por meio de tabela de

    procedimentos do Sistema nico de Sade, no ano de 2013, representou

    24,9% e outras fontes como convnios e prestao de servios representaram

    5,3%. Nos Hospitais Estaduais a fonte de receita proveniente exclusivamente

    do tesouro estadual.

    Tabela 7: Fontes de Recursos dos Hospitais, no ano de 2013

    HOSPITAIS

    HCFMRP-USP

    873 leitos

    Hospitais Estaduais

    193leitos

    HRAC-USP

    91 leitos

    FONTES

    Tesouro do Estado 414.694.765(1)

    85.894.787

    ----------------

    USP -------------------- 92.238.908

    Recurso Federal (FINEP) 414.223

    Faturamento SUS 148.367.978(1)

    10.843.000

    SES Termo Aditivo/Incentivo SUS 2.545.200

    FAEPA Clnica Civil/Convnios 27.608.373

    Saldo Anterior e Outras receitas -----------------

    517.847

    Total 593.630.539 85.894.787 103.599.757 HCFMRP-USP.

    (1) Da receita total do SUS de R$ 148.367.978,00, foi retido pela Secretaria de Estado da Sade

    SES para o Programa de Prmio Incentivo dos Servidores do HCRP, o montante de R$ 48.636.034,00 que foram incorporados do Oramento do HCFMRP-USP. A FUNCRAF aportou R$32.486.630 para o HRAC-USP, no ano de 2013, dos recursos provenientes do SUS

    Na relao de despesas, o HRAC-USP, empregou R$ 87.188.687, o que

    representou 73% das receitas, com recursos humanos, no ano de 2013,

    contabilizando fontes USP e FUNCRAF e excluindo o montante de

    investimento em obras, equipamentos e contratos com terceiros

    (R$16.798.338). O HCFMRP-USP e os Hospitais Estaduais, empregaram,

    respectivamente, 67,7 e 60,3% das suas receitas com pessoal, no ano de

    2013, excluindo o montante de investimento em obras e equipamentos e

    contratos com terceiros (Tabela 8). A distribuio das despesas nas demais

    alneas (materiais e medicamentos e contratos com terceiros) do HRAC-USP,

    na comparao com HCFMRP-USP e os Hospitais Estaduais est na tabela 8.

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    Tabela 8: Fontes de despesas dos Hospitais, no ano de 2013

    A FUNCRAF teve despesas de 32.486.630,18 com o HRAC-USP, no ano de 2013.

    O HRAC-USP pela sistemtica adotada pela USP na gesto de

    recursos humanos no faz pesquisa sobre clima organizacional, mas o Servio

    de Comunicao atua no dilogo entre nveis gerenciais e colaboradores.

    Quanto s informaes de maior interesse da comunidade interna, assinalam-

    se destaques para novidades e notcias sobre carreira, concursos, salrios e

    benefcios (85%), eventos diversos (70%), informe de reunies com assuntos

    discutidos e as decises tomadas (59%) e cotidiano do Hospital (55%),

    evidenciando o alto interesse dos colaboradores nos rumos da organizao.

    O HRAC-USP mantm ouvidoria com estatsticas das manifestaes dos

    usurios e seus encaminhamentos, bem como pesquisa de satisfao do

    usurio que apontam a excelente reputao do servio prestado. A Ouvidoria

    recebe e analisa as manifestaes, encaminha, s reas competentes e

    acompanha as providncias adotadas. A tabela 9 demonstra as manifestaes

    recebidas nas Ouvidorias do HCFMRP-USP, Hospital de Universitrio tercirio

    e geral e o HRAC-USP. Os resultados mostram equivalncia das

    manifestaes e sinalizam as dificuldades de comunicao entre os servios do

    sistema de sade com a populao, o que pode gerar reclamaes, sugestes

    de melhoria e, eventualmente, as denncias.

    Unidades Hospitalares

    HCFMRP-USP

    873 leitos

    HOSPITAIS

    ESTADUAIS

    194 leitos

    HRAC-USP

    91 leitos

    FONTES

    Pessoal

    Material e Medicamentos

    326.263.951

    119.862.030

    53.285.834

    11.854.000

    72.423.624

    16.132.378

    Contratos Terceiros 39.856.881 16.671.959 6.133.333

    Equipamentos/Obras 87.299.634 708.959 7.789.272

    Rateio e Despesas Gerais 22.347.560 5.755960 1.248.726

    Total 595.630.056 88.276.712 103.727.333

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    Tabela 9: Manifestaes junto s ouvidorias do HCFMRP-USP e HRAC-

    USP, no ano de 2013

    Concluso

    Do registrado e apresentado, considerando as limitaes do mtodo e

    do tempo de estudo empregados, conclui-se que o HRAC-USP encontra-se em

    estgio organizacional dinmico s demandas da sua misso e metas

    estabelecidas internamente. Por outro lado, o HRAC-USP, frente aos recursos

    que dispe e aos desafios de multiplicar o xito obtido, precisa estar sensvel

    s necessidades da sociedade e s diferentes formas de interagir com o

    governo, com as Unidades Acadmicas da USP e com o SUS locorregional.

    Esse modelo de insero do HRAC-USP, centrado nas relaes operacionais

    e polticas quase que exclusivamente com a USP obsoleto e pode limitar o

    seu protagonismo e a necessria agilidade que a Instituio precisa ter frente

    s estratgias que as polticas de sade e educao requerem.

    As recomendaes abaixo esto direcionadas para adoo de

    estratgias que permitam o desenvolvimento de um modelo de gesto mais

    contemporneo e que possa facilitar a superao dos desafios que esto por

    vir para a administrao do HRAC-USP, no tocante s suas necessidades

    internas de ajustes operacionais, adequao de infra-estrutura e dos aspectos

    da sua interao com a USP e as necessidades de educao e sade

    apresentadas pela sociedade.

    Ouvidoria

    HCFMRP-USP-

    873 leitos

    HRAC-USP

    91 leitos

    Reclamaes 971(9,2%) 180(16,6%)

    Denncias 27(0,2%) 2(0,1%)

    Sugestes 172(1,6%) 7(0,6%)

    Elogios 258(2,4%) 36(3,3%)

    Orientaes/Solicitaes 9.099(86,4%) 854(79,1%)

    Total 10.527 (100%) 1079 (100%)

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    Recomendaes

    Proporcionar a interao entre a dimenso do planejamento e da

    ao mediante adoo de colegiados de gesto nas unidades de

    de produo e de apoio como forma de ampliar a participao

    dos servidores, garantir a interao entre produo e

    planejamento multiprofissional e multidisciplinar e, assim

    minimizar o efeito adverso do organograma vertical que induz

    fragmentao, dificulta a cooperao nas unidades de trabalho e

    reduzem a coeso institucional para enfrentar desafios.

    Priorizar os investimentos para as adequaes das Unidade I e

    II, visando a concentrao de todas as atividades do HRAC-

    USP, inclusive aquelas exercidas em prdios alugados, na

    perspectiva de acomodar as de natureza ambulatorial e de apoio

    na Unidade I e transferir aquelas tipicamente hospitalares para

    a Unidade II.

    Estabelecer forte interao com gestores estadual e nacional de

    sade com o objetivo de deslocar parte da assistncia

    ambulatorial para outras regies do Estado e do pas, a exemplo

    da iniciativa j desencadeada com a implantao dos

    ambulatrios setoriais.

    Estabelecer forte interao com o gestor estadual, na

    perspectiva de transformar o HRAC-USP em autarquia da

    Secretaria Estadual de Sade, semelhana do HCFMRP-USP

    e HFMUSP, mediante preservao dos seus valores, misso e

    prticas exitosas mas, na perspectiva da cogesto e do

    cofinanciamento, oferecer maior participao na formao de

    recursos humanos e cooperao na organizao de novos

    servios de sade.

    Fortalecer as estratgias que qualificam as prticas

    Institucionais internas, junto sociedade e prpria USP, tais

    como: ouvidoria, pesquisa de satisfao dos usurios do

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    Hospital e de clima organizacional com os servidores,

    implementao de sistemas de informao, triagem e reciclagem

    de resduos, dentre outros, por meio do maior envolvimento das

    unidades acadmicas da USP e suas atuaes nas dimenses

    da extenso, do ensino e da pesquisa.

    Promover ajuste de despesas com custeio e contratos com

    terceiros e, sobretudo, com pessoal, pois o comprometimento

    das receitas com essas alneas est muito alm do esperado,

    tomando como base unidades hospitalares com a mesma

    tipificao e complexidade similar ou superior.

    Ribeiro Preto, 17 de abril de 2014.

    Prof. Dr. Jos Sebastio dos Santos

    Relator

    "No desanime em razo da crtica. Se a censura

    servio cabvel a qualquer um, a realizao elevada obra de poucos".

    Chico Xavier Pensador