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8/8/2019 Relatrio Final NOVO
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIOSACENTRO DE CINCIAS AGRRIASDEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA
NVEIS DE PROTENA BRUTA E ENERGIA METABOLIZVEL PARAFRANGOS DE CORTE MACHOS MANTIDOS EM DIFERENTES
AMBIENTES TRMICOS DOS 8 AOS 42 DIAS DE IDADE
Relatrio Final, referente ao perodo deAgosto/2009 a julho/2010, apresentado Universidade Federal de Viosa, como parte dasexigncias do PIBIC/CNPq.
Viosa MG
AGOSTO de 2010
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NDICEPgs
RESUMO ................................................................................................................ iii1 INTRODUO ................................................................................................ 12 REVISO DE LITERATURA ....................................................................... 3
2.1 Ambiente e ndice de temperatura de globo e umidade (ITGU) .............. 32.2 Temperatura ambiente e desempenho de frangos de corte ....................... 62.3 Reduo da protena bruta em raes para frangos de corte .................... 82.4 Reduo da protena bruta e temperatura ambiente .................................. 10
2.5 Energia metabolizvel e temperatura ambiente ........................................ 113 OBJETIVO ....................................................................................................... 13
Experimento 1Raes com diferentes cargas termognicas para frangos de corte mantidosem termoneutralidade dos 22 a 42 dias de idade ................................................ 14
1. Metodologia .............................................................................................. 142. Resultados e Discusso ............................................................................. 173. Concluso ................................................................................................. 20
Experimento 2Raes com diferentes cargas termognicas para frangos de corte mantidosem ambiente de alta temperatura dos 22 a 42 dias de idade ............................. 21
1. Metodologia .............................................................................................. 212. Resultados e Discusso ............................................................................. 243. Concluso .................................................................................................. 27
Experimento 3Nveis de energia metabolizvel em raes com baixo nvel de protena parafrangos de corte mantidos em ambiente termoneutro dos 22 aos 42 dias deidade ........................................................................................................................ 28
1. Metodologia .............................................................................................. 282. Resultados e Discusso ............................................................................. 313. Concluso .................................................................................................. 35
Experimento 4Nveis de energia metabolizvel em raes com baixo nvel de protena parafrangos de corte mantidos em ambiente de estresse por calor dos 22 aos 42dias de idade ........................................................................................................... 36
1. Metodologia .............................................................................................. 362. Resultados e Discusso ............................................................................. 393. Concluso .................................................................................................. 42
4 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................... 43
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIOSACENTRO DE CINCIAS AGRRIASDEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA
RESUMO
NVEIS DE PROTENA BRUTA E ENERGIA METABOLIZVEL PARAFRANGOS DE CORTE MACHOS MANTIDOS EM DIFERENTES
AMBIENTES TRMICOS DOS 8 AOS 42 DIAS DE IDADE
Foram conduzidos quatro experimentos para avaliar os efeitos de raes com
diferentes cargas termognicas e nveis de energia metabolizvel em raes com baixo
nvel de protena sobre o desempenho e as caractersticas de carcaa de frangos de corte
criados em ambiente termoneutro (22C) e de calor (32C). Para os experimentos de
diferentes cargas termognicas (experimentos 1 e 2) foram utilizados, em cada
experimento, 336 frangos de corte machos da linhagem Cobb, na fase de 22 a 42 dias de
idade, distribudos em delineamento experimental inteiramente casualizado, com seis
tratamentos (amido de milho + 21,50% PB; amido + 18,50% PB; leo de soja + 21,50%
PB; gordura de coco + 21,50% PB; leo de soja + 18,50% PB e gordura de cco +
18,50% PB), oito repeties e sete aves por repetio. As raes experimentais foram
formuladas a base de milho e farelo de soja e suplementadas com vitaminas e minerais.
No experimento 1 (ambiente termoneutro), a carga termognica das raoes no
influenciou (P>0,05) as variveis de desempenho avaliadas (consumo de rao, ganho
de peso e converso alimentar). O peso absoluto de carcaa e de peito foram maiores
nas aves que receberam as raes contendo leo de soja + 21,50% PB e gordura de coco
+ 21,50% PB que no diferiram entre si. Nos frangos alimentados com as raes comamido de milho (amido de milho + 21,50% PB e amido + 18,50% PB) o peso absoluto
de sobrecoxa foi inferior ao das raes contendo leo de soja + 21,50% PB e gordura de
coco + 21,50% PB. O peso absoluto e o rendimento de coxa foram influenciados
(P
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contendo leo de soja e gordura de coco e menor peso relativo para as aves alimentadas
com amido + 21,50% PB. No experimento 2 (ambiente de calor) o consumo de rao, o
ganho de peso e a converso alimentar no foram influenciados (P>0,05) pela carga
termognica da rao. De forma similar os parmetros de carcaa (peso absoluto e
rendimento de carcaa, cortes nobres e gordura abdominal) tambm no foram
influenciados pela fonte energtica (amido, leo de soja e gordura de coco) e pelo nvel
de protena (21,50 e 18,50% PB) das raes. Conclui-se que a carga termognica no
alterou o desempenho de frangos de corte criados em ambiente termoneutro e ambiente
de calor. A rao com leo de soja e 21,50% PB e gordura de coco e 21,50% PB
proporcionaram os melhores resultados de composio de carcaa para frangos de corte
criados em ambiente termoneutro. Nos experimentos de nveis de energia metabolizvel
(experimentos 4 e 5), foram utilizados, em cada experimento, 280 frangos de corte
machos da linhagem Cobb, distribudos em delineamento experimental inteiramente
casualizado, com cinco tratamentos, oito repeties e sete aves por repetio. Os
tratamentos consistiram de uma rao basal, formulada a base de milho e farelo de soja,
com 3.100 Kcal EM/ kg e 23,17% PB e mais quatro raes com 19,66% PB e reduo
da energia metabolizvel (3.100, 3.050; 3.000 e 2.950 Kcal/kg). No experimento 4
(ambiente termoneutro) no foi observado diferena significativa (P>0,05) para as
variveis de desempenho (ganho de peso, consumo de rao, converso alimentar e
consumo de energia metabolizvel) quando se considerou apenas as raes com baixo
nvel de protena (19,66%) e reduo da energia metabolizvel (3.100, 3.050, 3.000 e
2.950 Kcal EM/kg). A comparao entre a rao basal com os demais tratamentos foi
significativa (P
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rao contendo 3.050 Kcal/kg + 19,66% PB. No foi observado diferena ao se
comparar os valores de rendimento de peito e coxa das aves que receberam a rao
basal com o grupo de frangos alimentados com as raes de baixa protena e reduo do
nvel de energia metabolizvel. No experimento 5 (ambiente de calor), no foi
observada diferena significativa (P>0,05) para as variveis de desempenho avaliadas
considerando exclusivamente os frangos alimentados com as raes contendo baixo
nvel de protena (19,66%) e reduo da energia metabolizvel. No foi constatada
diferena (P>0,05) entre as variveis de desempenho quando se comparou as aves que
receberam a rao basal (3.100 Kcal EM/kg + 23,17% PB) com o grupo de frangos
alimentados com os demais tratamentos. Considerando apenas as raes de baixo nvel
de protena (19,66%) no foi observada diferena significativa (P>0,05) para peso
absoluto e rendimento de carcaa, peito e coxa e para peso absoluto de sobrecoxa. O
rendimento de sobrecoxa variou (P
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1. INTRODUO
O desenvolvimento de linhagens de frangos de corte com alto potencial
gentico, associado ao contnuo desenvolvimento tecnolgico nas reas de nutrio,
ambincia, sanidade e manejo, tem possibilitado a produo de alta quantidade de carne
por unidade de rea, alm de reduo no tempo de alojamento das aves. Para a produo
de carne de qualidade ser otimizada torna-se necessrio, entre outros fatores, adequado e
preciso suprimento de nutrientes, obtidos por meio de raes balanceadas, formuladas
de acordo com o potencial gentico das aves e as condies ambientais de criao
(Valrio, 2003).
A temperatura ambiente tem sido considerada o fator de maior efeito no
desempenho de frangos de corte. Segundo Curtis (1983), o estresse causado peloambiente trmico influencia a produtividade dos animais por alterar sua troca de calor
com o meio, modificando o consumo, o ganho de peso e, conseqentemente, as
exigncias de nutrientes.
Na ocorrncia de qualquer alterao do ambiente, fora da faixa de conforto
trmico, os animais homeotrmicos (aves e mamferos) necessitam de ajustes de
natureza comportamental e/ou fisiolgica, como tentativa de se adaptarem nova
condio ambiental. Entre estes ajustes destaca-se o consumo de rao, que reduzidoquando a temperatura ambiental aumenta (Borges et al., 2002). Considerando que, na
formulao de raes para frangos de corte, normalmente os nveis nutricionais so
expressos em porcentagem da rao, e que a alta temperatura ambiental reduz o
consumo pelas aves, conseqentemente, a ingesto de nutrientes comprometida. Esse
comportamento justifica, em parte, a reduo do desempenho de aves mantidas sob
condies de estresse ambiental (Sakomura, 1998; Valerio, 2003).
Segundo Sakomura (1998), quando o consumo de um nutriente alterado pelatemperatura, o comprometimento no desempenho animal pode ser minimizado pelo
ajuste dos nveis nutricionais da rao proporcionalmente s alteraes do consumo de
rao. Nesse sentido, a utilizao de aminocidos industriais nas raes tem
proporcionado facilidade no ajuste das formulaes, por possibilitar melhor balano
entre aminocidos (Costa et al., 2006) alm de possibilitar reduo do contedo de
protena da rao, o que pode resultar em decrscimo na produo de calor corporal e
ajudar a ave a manter seu balano de calor, principalmente em condies de alta
temperatura.
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Adicionalmente, Lagan et al., 2005, relata que aumentos na energia da rao,
para compensar a reduo no consumo so frequentementes usadas em ambientes de
alta temperatura. No entanto, o mesmo autor afirma ainda que, indicado substituir
carboidratos por gordura, como fonte energtica, em razo do menor incremento
calrico da gordura assegurando a qualidade da carcaa e um bom desempenho das
aves.
Para Leeson (1995), a composio da carcaa influenciada mais facilmente
pelo balano entre a energia metabolizvel (EM) e a protena bruta (PB) da dieta.
Quando essa relao EM:PB aumenta ocorre uma reduo no rendimento de carne,
tanto em machos como em fmeas, sendo que esta relao pode variar em funo de
fatores comotemperatura ambiental, fonte de energia e pela quantidade e qualidade da
protena da rao.
Considerando que em condies a campo, a temperatura ambiental est sujeita
as freqentes oscilaes, as exigncias nutricionais determinadas para condies
termoneutras podem no representar as necessidades dos animais mantidos em outras
condies ambientais. Esse fato evidencia a necessidade de que recomendaes
nutricionais, principalmente para protena e energia, levem em considerao a relao
entre a temperatura ambiente, a ingesto de nutrientes e o desempenho animal
(Rostagno, 1995).
Assim, este estudo proposto para avaliar os efeitos de raes com cargas
termognicas diferentes, bem como de raes com diferentes nveis de energia
metabolizvel com ou sem reduo da protena bruta e suplementao com aminocidos
industriais sobre o desempenho, caractersticas carcaa e rendimento de cortes nobres de
frangos de corte mantidos em diferentes ambientes trmicos.
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2. REVISO DE LITERATURA
2.1. Ambiente e ndice de temperatura de globo e umidade (ITGU)
O ambiente pode ser definido como todos os fatores fsicos, qumicos,
biolgicos, sociais e climticos que interagem com o animal, produzindo reaes no seu
comportamento e definindo assim, o tipo de relao animal-ambiente. Dessa forma, o
animal porta-se como um sistema termodinmico, que continuamente, troca energia
com o ambiente. Nestes processos, os fatores externos do ambiente, tendem a produzir
variaes internas no animal, influenciando na quantidade de energia trocada entre
ambos, o que leva necessidade de ajustes de natureza comportamental e fisiolgica,
para ocorrncia do balano de calor (Bueno, 2004).
Segundo Bata & Souza (1997), a caracterizao do microambiente animal
envolve os efeitos da temperatura, da umidade relativa, da movimentao do ar e da
radiao. Considerando a variao desses elementos, as condies determinantes do
microambiente nem sempre so compatveis com as necessidades fisiolgicas das aves
em um sistema de produo (Macari, 2001).
Silva (2002) afirmou que condies ambientais inadequadas afetam,
consideravelmente, a produo de frangos de corte. O excesso de frio e principalmente,
o excesso de calor, comum em nossa condio de pas tropical, reverte em menor
produtividade das aves, afetando o desempenho, a sade e levando a situaes extremas
como altas taxas de mortalidade.
O frango de corte um animal geneticamente aprimorado para apresentar rpido
crescimento e eficiente desempenho. Com os progressos ocorridos nas reas de
gentica, nutrio, manejo e sanidade, houve aumento considervel na velocidade de
ganho de peso, reduo da idade de abate e melhoria acentuada na converso alimentar(Lagan, 2005). Entretanto, a capacidade termorreguladora do frango continuou
deficiente para enfrentar os grandes desafios do ambiente trmico, principalmente as
altas temperaturas, refletindo em perdas econmicas para o produtor, com reduo no
consumo de rao e, conseqente, reduo do ganho de peso (Lana et al., 2000; Borges
et al., 2002; Lagan, 2005).
Os avanos tecnolgicos tm feito com que o frango de corte tenha uma taxa de
crescimento corporal alta, o que determina um aumento na demanda sangunea tecidual,devido alta taxa metablica. Entretanto, o sistema crdio-respiratrio tem sido
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ineficiente para oxigenar devidamente toda a massa muscular, provocando transtornos
em diversos rgos (Macari et al., 2004). Segundo Yahav (2000), a alta suscetibilidade
do frango de corte a temperaturas elevadas pode ser atribuda, em parte, ao pouco
desenvolvimento dos sistemas cardiovascular e respiratrio, em comparao ao seu
elevado potencial para crescimento rpido. Outro fator a elevada capacidade de
consumo de rao, o que eleva a produo de calor metablico, associado limitada
capacidade de dissipao de calor corporal do frango de corte (Teeter, 1994; Rosa,
2005).
Segundo Curtis (1983), o estresse causado pelo ambiente trmico influencia a
produtividade dos animais por alterar sua troca de calor com o ambiente, a taxa de
consumo de rao, o ganho de peso e a exigncia de nutrientes, devendo haver uma
faixa de temperatura ambiental efetiva onde o desempenho animal otimizado.
O mesmo autor afirmou que a temperatura ambiental efetiva expressa,
teoricamente, o efeito total combinado dos elementos do clima e do ambiente (como a
temperatura, umidade relativa, radiao trmica, precipitao e vento) sobre o balano
trmico animal. Em concordncia, Moura (2001) e Silva (2002) relataram que a
temperatura ambiental efetiva no se refere unicamente temperatura do ambiente, mas
sim combinao dos efeitos da temperatura do ar, umidade relativa, radiao solar e
velocidade do vento.
Moura (2001) afirmou que a produtividade ideal das aves destinadas para corte
pode ser obtida quando o animal estiver submetido a uma temperatura efetiva adequada,
sem nenhum desperdcio de energia, tanto para compensar o frio, como para acionar seu
sistema de refrigerao, a fim de resistir ao calor ambiental.
De acordo com Furlan & Macari (2002), a zona de conforto trmico pode ser
definida como sendo uma faixa de temperatura ambiental efetiva onde a taxa metablica
mnima e a homeotermia mantida com menos gasto energtico. Assim, na zona deconforto trmico, a frao de energia utilizada para termogenese mnima e a energia
para produo mxima.
Segundo Ojano-Diram & Waldroup (2002), a zona de conforto trmico para
frangos de corte declina de 32C, logo aps a ecloso, para em torno de 24C, na
terceira e quarta semana de idade, e para 21,1C aps essa idade.
Em concordncia Furlam & Macari (2002) afirmaram que, como a tolerncia
das aves ao estresse trmico varia em funo da idade, fica implcito que a zona deconforto trmico varia em funo da idade e peso dos animais. Assim, para pintinhos de
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1 a 7 dias de vida a zona de conforto est entre 31 e 33C, diminuindo para 21 a 23C
para frangos com idade de 35 a 42 dias de vida, considerando uma umidade do ar entre
65 e 70%.
Corroborando com esses relatos, May & Lott (2001), verificaram que frangos de
corte machos aos 28, 35, 42 e 49 dias de vida e pesando 0,85; 1,50; 2,50 e 2,60 kg
apresentaram melhor desempenho quando submetidas a temperaturas de 27, 24, 19 e
18C, respectivamente, sugerindo que a temperatura ambiental que resulta em timo
desempenho decresce com o aumento da idade e peso das aves.
A temperatura do ar , provavelmente, o elemento bioclimtico que mais
influencia o ambiente fsico do animal, porm, apenas a temperatura no suficiente
para avaliar as condies trmicas ambientais, uma vez que ela pode modificar ou ser
modificada por diversos componentes do clima, como vento, umidade relativa,
precipitaes, radiao trmica ou superfcie de contato (Curtis, 1983).
Considerando que o ambiente trmico envolve a interao de um complexo de
fatores que interagem para determinar a magnitude dos processos de troca de calor entre
o animal e o ambiente (Bueno, 2004), vrios ndices bioclimticos tm sido
desenvolvido com o objetivo de expressar o conforto e o desconforto do animal em
relao a determinado ambiente, alm de permitir a comparao do desempenho dos
animais criados em diferentes regies (Ferreira, 1998).
Dentre os diversos ndices bioclimticos, o ndice de Temperatura de Globo e
Umidade (ITGU), proposto por Buffington et al. (1981), considerado o mais adequado
para avaliar o conforto trmico nas condies em que os animais so expostos
radiao solar (condies tropicais), uma vez que combina os efeitos da temperatura do
ar, umidade relativa, velocidade do ar e radiao em um nico valor (Ferreira, 1998;
Silva, 2002), sendo representado pela equao:
ITGU = Tgn + 0,36 Tpo 330,08
Em que:
Tgn: temperatura de globo negro (K)
Tpo: temperatura de ponto de orvalho (K)
Segundo Valrio et al. (2003) ambientes cujos valores de ITGU variam entre 74e 80 no afetam o desempenho dos frangos de corte, no perodo de 8 a 21 dias de idade.
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Ainda, de acordo com Silva (2002), valores de ITGU variando entre 65 e 77 no
prejudica a produo de frangos de corte, no perodo de 21 a 42 dias de idade, enquanto
ITGU acima de 77 pode refletir em piora na converso alimentar e reduo no ganho de
peso das aves, indicando desconforto em virtude de estresse por calor. Esta proposio
esta coerente com o relato de Oliveira Neto et al. (1999), que caracterizou o ambiente
com ITGU de at 72 como de conforto para frangos de corte de 21 a 42 dias de idade.
2.2. Temperatura ambiente e desempenho de frangos de corte
A temperatura ambiente tem sido considerada o fator fsico de maior efeito no
desempenho de frangos de corte (Lagan et al., 2007).
Segundo Zanusso et al. (1999) e Borges et al. (2002), na ocorrncia de
qualquer alterao do ambiente fora da faixa de conforto trmico, os animais
homeotrmicos (aves e mamferos) necessitam de ajustes de natureza comportamental e
fisiolgica como tentativa de se adaptarem s novas condies ambientais. Entre estes
ajustes destaca-se a reduo do consumo de rao quando a temperatura ambiental
aumenta, ocasionando diminuio na taxa de crescimento das aves e piora na converso
alimentar (Rostagno, 1995; Baziz et al., 1996; Lana et al., 2000; Borges et al., 2002;
Lagan et al., 2007).
De acordo com Morgan (1990), a primeira resposta da ave ao estresse por
calor o decrscimo no consumo de alimento, com conseqente reduo na ingesto de
nutrientes essenciais para a produo e seu bem estar. Para Forbes (1995), a reduo no
consumo de rao observada em frangos de corte submetidos a altas temperaturas pode
ser considerada um mecanismo termorregulador que resulta na diminuio da produo
de calor associado digesto, absoro e ao metabolismo do alimento. No entanto,Harrison (1995) afirmou que a reduo no consumo de alimentos, como tentativa de
combater o estresse por calor, leva a queda no ganho de peso tornando-se, dessa forma,
uma das mais difceis conseqncias econmicas enfrentadas no manejo avcola em
ambientes quentes.
Avaliando a influncia da temperatura ambiente sobre o desempenho de
frangos de corte dos 22 aos 42 dias de idade, Oliveira Neto (1999), verificou reduo
de, respectivamente, 20,5 e 37,6% no consumo de rao dirio e no ganho de peso dasaves mantidas em ambiente quente (32C) quando comparado aos das aves mantidas em
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ambiente termoneutro (23C). Os mesmos autores tambm observaram influncia da
temperatura sobre a converso alimentar que piorou em 9,9% nas aves mantidas no
ambiente de alta temperatura.
Posteriormente, Oliveira et al. (2006 b), estudando o efeito da temperatura e da
umidade relativa sobre o desempenho de frangos de corte, de 1 a 49 dias de vida,
observaram que as aves mantidas no calor apresentaram reduo mdia de 22% no
consumo de rao, o que equivale a um decrscimo de 2,2% ou de 111g de rao por
1C de elevao na temperatura ambiente, em relao s aves alojadas no ambiente de
conforto. Os autores tambm verificaram reduo de, aproximadamente, 13,9% no
ganho de peso das aves submetidas alta temperatura. Por outro lado, foi observada
melhora na converso alimentar nas aves expostas ao calor.
Altas temperaturas ambientais promovem ainda acentuadas modificaes no
peso dos rgos internos das aves, visando diminuir a taxa metablica dos animais, com
conseqente reduo na produo de calor (Borges et al., 1994).
Segundo Tavares et al. (1999), a reduo no peso dos rgos, principalmente
os metabolicamente mais ativos (fgado, corao e intestino) observados em animais
expostos altas temperaturas, pode ser considerada um mecanismo de termorregulao
utilizado na tentativa de reduzir a produo de calor corporal e, assim, contribuir para a
manuteno na eficincia de utilizao da energia para crescimento. Corroborando este
relato, Oliveira Neto et al. (2000), observaram que frangos de corte submetidos a altas
temperaturas apresentam menores pesos relativos de moela, proventrculo, intestino,
fgado, corao e pulmes.
De forma semelhante, Lana et al. (2000) encontraram reduo de 4,4% no
peso de fgado de aves mantidas em ambiente quente em relao s aves mantidas em
ambiente termoneutro. Oliveira et al. (2006 a), avaliando o efeito da temperatura
ambiente sobre o desempenho de frangos de corte, na fase de 22 a 42 dias de idade,submetidos a diferentes ambientes trmicos (16, 20, 25 e 32C), tambm verificaram
reduo no peso relativo de fgado e corao com a elevao da temperatura ambiente
de 16 para 32C.
Siqueira et al. (2007), avaliando o efeito da temperatura ambiente sobre o
desenvolvimento das vsceras de frangos de corte machos, durante o perodo de 22 a 42
dias de idade, verificaram que o peso absoluto do corao, pulmo, fgado, moela e
intestino, bem como os pesos relativos do corao, fgado e intestino reduziram com osaumentos progressivos da temperatura ambiente no intervalo de 18,5 a 27C.
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Considerando a influncia que rgos metabolicamente ativos, como fgado,
intestino e corao, tm sobre a produo de calor e, conseqentemente, sobre o gasto
de energia dos frangos, pode-se deduzir que a exigncia de mantena das aves expostas
ao calor menor que a das aves expostas ao frio (Oliveira et al., 2006 b). Assim, torna-
se necessria a correta manipulao do ambiente para reduzir o custo energtico dos
ajustes fisiolgicos visando o melhor desempenho produtivo das aves (Macari, 2001).
2.3. Reduo da protena bruta em raes para frangos de corte
O suprimento das necessidades proticas de frangos de corte teve como
princpio durante muitos anos, as formulaes com base na protena bruta (PB) ou
aminocidos totais dos ingredientes. Considerando que a composio e a digestibilidade
dos aninocidos das diferentes fontes proticas utilizadas na alimentao de aves so
variveis, a formulao de raes com base no conceito de protena bruta tem se
apresentado como uma prtica inadequada (Schutte, 1999).
Gomide et al. (2007), ressaltaram que raes formuladas com base no conceito
de protena bruta resultam em dietas com quantidades de aminocidos superiores s
necessidades dos animais, ocasionado aumento na excreo de nitrognio e nos custos
de produo.
Segundo Dionizio et al. (2005), o metabolismo do excesso de aminocidos
circulantes pode conduzir a maior gasto de energia para excretar estes aminocidos,
alm de promover um incremento calrico desnecessrio, comprometendo o
desempenho dos animais, principalmente em condies de alta temperatura, uma vez
que a ingesto de protena em excesso aumenta a carga de calor corporal a ser dissipado.
Atualmente, com o aumento da produo de aminocidos industriais, a prticade se incorporar aminocidos s raes, permitindo reduzir os teores de protena bruta
em nveis abaixo do recomendado, tem sido crescente (Valerio et al., 2003).
Vrios autores (Rostagno,1997; Borges, 2002; Silva, 2002; Valerio et al.,
2003; Nagata et al., 2005) afirmaram ser possvel reduzir o nvel de protena da rao,
sem afetar o desempenho das aves, quando suplementadas com aminocidos.
Han et al. (1992), suplementando raes de baixa protena (19% PB) a base de
milho e soja, com aminocidos industriais (metionina, lisina, arginina, valina e treonina)e no essenciais (cido glutmico), verificaram que o desempenho das aves de 1 a 21
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dias foi comparvel ao das aves que receberam a rao controle de 23% PB
suplementada apenas com metionina. Para a fase de 21 a 42 dias com raes com 16%
PB, o desempenho dos frangos foi equivalente aos do controle com 20% PB
suplementada apenas com metionina.
Jeroch & Pack (1995), trabalhando com aves de 29 a 48 dias de idade,
recebendo raes que variavam no seu teor de protena bruta e suplementadas com
aminocidos sulfurosos, concluram que o desempenho, inclusive a deposio de
gordura, das aves que receberam raes com 18 e 18,7% PB suplementadas, foi igual ao
das aves alimentadas com raes de 20,4 e 21,5% PB.
Em outro estudo, Faria Filho (2003) verificou que frangos de 21 a 42 dias de
idade, alimentados com raes com 17% PB, formuladas no conceito de protena ideal,
apresentaram o mesmo rendimento de carcaa, peito, coxa, sobrecoxa e asas que de
frangos alimentados com 20% PB, independente da temperatura ambiental. Por outro
lado, Oliveira et al. (2007), avaliando o efeito da reduo do nvel de protena bruta em
raes para frangos de corte dos 22 a 42 dias de idade, com suplementao de
aminocidos, concluram que o nvel de protena bruta da rao pode ser reduzido de
21,6 para 17,6% sem influenciar negativamente o desempenho e o rendimento de cortes
nobres de frangos submetidos a altas temperaturas (32,2C).
Entretanto, alguns autores verificaram que a reduo protica das raes
suplementadas com aminocidos industriais para frangos de corte acarreta diminuio
do desempenho das aves.
Leeson (1995), avaliando o uso de raes de menor nvel protico (17 e 20%),
suplementados com metionina ou metionina + lisina, observou que as aves alimentadas
com raes de menor nvel protico apresentaram maior porcentagem de gordura na
carne de peito que as aves que receberam a rao controle com 23% de protena e que
este efeito foi mais significativo para as raes com 17% de protena. De fato Cabel &Waldroup (1990) afirmaram que a reduo dos nveis proticos em raes para frangos
de corte est associada a uma maior deposio de gordura na carcaa, explicado em
parte, pelo aumento da energia lquida da dieta, resultante da reduo do incremento
calrico causado pela digesto e metabolismo da protena.
Temim et al. (1999) verificaram que a utilizao de raes com 25% de PB
para frangos de corte machos na fase de crescimento, melhorou o ganho de peso e a
converso alimentar em relao a raes com 20% de PB, para frangos expostos atemperatura de 32C.
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Gonzales-Esquerra & Leeson (2005), utilizando raes com nveis crescentes
de protena (18, 20, 23 e 26%) em raes para frangos de corte na fase de 21 a 42 dias
de idade, submetidos a diferentes ambientes trmicos (20,3; 27,3 e 31,4C) verificaram
que a converso alimentar melhorou com o aumento dos nveis de protena em todos os
ambientes testados.
De acordo com Surisdirato & Farrel (1991), aves alimentadas com raes de
menor protena e balano ideal de aminocidos, apresentam desempenho inferior s
aves alimentadas com nveis mais altos de protena bruta. Segundo os mesmos autores,
este efeito pode ter sido causado pela maior quantidade de aminocidos industriais
nestas raes e que as aves poderiam ter necessidades de peptdeos e no apenas
aminocidos livres.
Adicionalmente, Faria Filho (2003), observaram que os aminocidos livres das
raes suplementadas com aminocidos industriais, aparecem em menores
concentraes no sangue portal do que os provenientes da protena intacta, indicando
que os aminocidos livres so preferencialmente metabolizados pelos entercitos,
diminuindo sua biodisponibilidade em comparao aos aminocidos na forma de
peptdeos, oriundos da protena intacta.
Segundo Rutz (2002), os peptdeos provenientes da digesto da protena
intacta so absorvidos de maneira mais rpida pelos entercitos do que os aminocidos
livres presentes nas raes suplementadas. Essa menor taxa de absoro pode resultar
em menor disponibilidade de aminocidos essenciais para a sntese protica (Pinchasov
et al 1990). Sendo assim, um nvel mnino de protena intacta na rao deve ser
fornecido para que o desempenho dos frangos de corte no seja prejudicado (Rostagno,
1997; Faria Filho, 2003).
2.4. Reduo da protena bruta e temperatura ambiente
A protena bruta da rao considerada o nutriente que proporciona o maior
incremento calrico durante o processo digestivo (Musharaf & Latshaw,1999), desta
forma, a reduo do nvel de protena pode ser benfica para frangos de corte criados
em ambientes de alta temperatura (Faria Filho, 2003). Segundo Alleman & Leclercq
(1997), a reduo do nvel protico da rao de frangos de corte, com suplementao
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com aminocidos industriais, proporcionou melhor balano aminoacdico e diminuio
do incremento calrico devido eliminao do excesso de nitrognio.
Entretanto, Gomide et al. (2007), afirmaram que, apesar do grande nmero de
estudos realizados avaliando raes com nveis reduzidos de protena bruta, h
controvrsia quanto aos resultados. Alguns autores verificaram que a reduo protica
das raes suplementadas com aminocidos industriais para frangos de corte criados em
ambiente de alta temperatura acarreta diminuio do desempenho das aves.
Alleman & Leclerq (1997), observaram que a reduo do teor de protena da
rao de frangos de 20 para 16% agravou a queda do desempenho das aves criadas em
ambiente de estresse por calor (32C). De forma semelhante, Temin et al. (2000),
fornecendo raes para frangos de corte com nveis crescentes de protena bruta (10; 15;
20; 28 e 33% PB), no perodo de quatro a seis semanas de idade, observaram que as
raes com os maiores nveis de PB (28 e 33%) resultaram em melhores valores de
ganho de peso e converso alimentar para as aves criadas em ambiente de temperatura
elevada (32C).
De acordo com Faria Filho (2003), raes com baixo teor protico, formuladas
com base no conceito de protena ideal, pioram o ganho de peso e a converso alimentar
de frangos de corte de 21 a 42 dias de idade, criados em condies de estresse por calor
(33C), no entanto, em ambiente de 20 a 25C, a reduo protica no alterou o
desempenho das aves. Segundo o autor, o calor promove reduo do consumo de rao,
o que associado ao baixo teor de protena pode gerar deficincia de peptdeos e
aminocidos suficientes para prejudicar o desempenho das aves, assim, a elevao do
teor de protena da rao, mesmo em ambientes de alta temperatura, poder ser benfica
para ave por compensar a queda no consumo de protena e aminocidos.
2.5. Energia metabolizvel e temperatura ambiente
A alimentao constitui um dos fatores de maior relevncia na explorao
avcola, sendo que, as decises mais importantes que podem ser tomadas na formulao
de raes para frangos de corte so relacionadas as concentraes de protena e energia,
cujos nveis podem influenciar significativamente no desempenho dos frangos de corte
(Leandro et al., 2003).
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Segundo Lagan (2005), tm sido estabelecidas relaes positivas entre o
aumento dos nveis de energia da rao, o ganho de peso e a melhora na converso
alimentar de frangos de corte. Em concordncia, Leeson et al. (1995), afirmaram que
frangos de corte alimentados com raes com altos nveis de energia apresentam maior
rendimento de carcaa.
De forma semelhante, Zanusso et al. (1999), avaliando os efeitos de raes com
nveis crescentes de energia metabolizvel (2850; 2925; 3000; 3075 e 3150 kcal EM/
kg), para frangos de corte na fase de 1 a 21 dias de idade, mantidos em ambiente
termoneutro, verificaram melhora linear crescente no ganho de peso e na converso
alimentar.
Sakomura (1998), estudando o metabolismo de frangos de corte em funo de
diferentes nveis de energia metabolizvel da rao (3059; 3200 e 3350 kcal EM/Kg),
concluram que o nvel de energia mais alto proporcionou melhor desempenho das aves.
Entretanto, raes para frangos de corte, geralmente, so formuladas sem
considerar as alteraes das exigncias nutricionais das aves em relao temperatura
ambiental. Assim, em perodos em que as condies ambientais no so favorveis, as
raes se mostram inadequadas para permitir o desempenho timo dos frangos de corte
(Zanusso et al., 1999).
Segundo Daghir (1995) e Zanusso et al. (1999), o ambiente trmico influencia o
processo produtivo dos animais, principalmente, por alterar a troca e o fracionamento de
energia da rao, entre o ganho de energia e a dissipao de calor. Por ajustarem a
ingesto de energia ao atendimento das exigncias de mantena, ocorre um expressivo
efeito da temperatura ambiente sobre o consumo de rao pelas aves, visto que estas
exigncias so afetadas pela temperatura ambiental (Daghir, 1995; Sakomura, 1998;
Macari, 2001).
Segundo Lagan (2005), o consumo de energia um dos fatores maisimportantes que limitam o desempenho de frangos de corte submetidos a ambientes de
alta temperatura, uma vez que, a energia para mantena das aves decresce com o
aumento da temperatura ambiental e os frangos precisam ingerir menos para satisfazer
suas necessidades energticas (Daghir, 1995; Sakomura, 1998).
Bertechini et al. (1991), verificaram que frangos de corte recebendo raes com
nveis crescentes de energia metabolizvel (2800; 3000 e 3200 kcal EM/kg), mantidos
em ambientes de diferentes temperaturas (17,1; 22,2 e 27,9C), reduziram o consumo derao e, consequentemente, o ganho de peso, medida que a temperatura ambiental foi
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elevada. Os autores concluram que para todos os ambientes trmicos estudados,
quanto maior o nvel de energia metabolizvel, maior o ganho de peso dos frangos.
De acordo com Leandro et al. (2003) e Lagan (2005), ajustes na densidade
nutricional das raes podem ser uma alternativa para permitir o atendimento das
necessidades nutricionais dos frangos de corte e tambm para minimizar alguns
problemas decorrentes da reduo do consumo de rao pelas aves, que ocorre em
condies de estresse por calor. No entanto, alguns autores recomendam a substituio
de carboidratos por gordura como fonte de energia para as aves. O uso de gordura seria
justificado pelo aumento da palatabilidade da rao (Plavnik, 2003) e por seu menor
incremento calrico (Lagan, 2005), quando comparada protena e carboidratos.
3. OBJETIVO
Avaliar os efeitos de raes com diferentes nveis de energia metabolizvel com
ou sem reduo da protena bruta e suplementao com aminocidos industriais sobre o
desempenho, caractersticas carcaa e rendimento de cortes nobres de frangos de corte
mantidos em diferentes ambientes trmicos.
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Experimento 1
RAES COM DIFERENTES CARGAS TERMOGNICAS PARA FRANGOSDE CORTE MANTIDOS EM TERMONEUTRALIDADE DOS 22 A 42 DIAS DE
IDADE
1. Metodologia
O experimento foi conduzido no Laboratrio de Bioclimatologia Animal do
Departamento de Zootecnia do Centro de Cincias Agrrias da Universidade Federal de
Viosa, em Viosa, MG.
Foram utilizados 336 frangos de corte, machos, da linhagem Cobb, na fase de 22
a 42 dias de idade, com peso mdio inicial de 0,834 0,002 kg, mantidos em cmarasclimticas com temperatura do ar e umidade relativa controladas. As cmaras foram
ajustadas para permanecerem com temperatura do ar constante de 22C e umidade
relativa de 65%, caracterizando um ambiente de termoneutralidade, de acordo com o
manual de criao da linhagem Cobb (2005).
Durante a fase inicial (1 a 21 dias de idade), as aves foram criadas em galpo
convencional, recebendo rao com 3.000 kcal de EM/kg e 20,79% de PB para
satisfazer as suas exigncias nutricionais, segundo Rostagno et al. (2005), sendomanejadas conforme o manual de criao da linhagem Cobb (2005).
No 21 dia de idade os frangos foram pesados e transferidos para as cmaras
climticas, onde foram alojados em gaiolas metlicas (0,85 x 0,85m), com piso telado,
providas de comedouro e bebedouro tipo calha.
As condies ambientais das cmaras climticas foram monitoradas diariamente,
duas vezes ao dia (7h30min e 17h30min), por meio de termmetros de bulbo seco,
bulbo mido e de globo negro, mantidos no centro das salas. O programa de luz adotadodurante todo o perodo experimental foi o contnuo (24 horas de luz artificial).
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com seis
tratamentos, oito repeties e sete aves por unidade experimental, totalizando 56 aves
por tratamento.
Durante o perodo experimental, as aves receberam raes experimentais
(Tabelas 1) formuladas base de milho e de farelo de soja, contendo ainda soja
micronizada e soja integral extrusada e suplementadas com minerais e vitaminas para
atenderem as suas exigncias nutricionais segundo Rostagno et al. (2005).
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Tabela 1 Composies centesimal e calculada das raes experimentais (22 a 42 dias)
Ingredientes (%)Tratamentos
1 2 3 4 5 6Milho (7,8%) 45,585 53,574 45,585 45,585 53,574 53,574Farelo de soja (45%) 21,901 13,850 21,901 21,901 13,850 13,850
Soja micronizada 6,000 6,000 6,000 6,000 6,000 6,000Soja integral extrusada 13,650 13,650 13,650 13,650 13,650 13,650leo de soja ..... ..... 4,050 ..... 3,510 .....Gordura de coco ..... ..... ..... 4,490 ..... 3,900Amido 8,500 8,500 ..... ..... ..... .....Fosfato biclcico 1,645 1,690 1,645 1,645 1,690 1,690Calcrio 0,795 0,810 0,795 0,795 0,810 0,810Vitamina1 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100Mistura mineral2 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050Antioxidante3 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010Cloreto de colina (60%)0,125 0,125 0,125 0,125 0,125 0,125
Avilamicina (10%)4 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010DL-metionina (99%) 0,199 0,264 0,199 0,199 0,264 0,264L-lisina HCl (98%) ..... 0,259 ..... ..... 0,259 0,259L-treonina (99%) ..... 0,081 ..... ..... 0,081 0,081cido glutmico 0,400 0,005 0,400 0,400 0,005 0,005L-valina (99%) ..... 0,042 ..... ..... 0,042 0,042Anticoccidiano5 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050Sal comum 0,480 0,480 0,480 0,480 0,480 0,480Caulim 0,500 0,450 4,950 4,510 5,440 5,050Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Composio calculada
6
Protena bruta (%) 21,50 18,50 21,50 21,50 18,50 18,50Energia metab. (Kcal/kg)3.100 3.146 3.100 3.100 3.146 3.146Lisina digestvel (%) 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073Met + cis. digestvel (%)0,773 0,773 0,773 0,773 0,773 0,773Treonina digestvel (%) 0,728 0,697 0,728 0,728 0,697 0,697Triptofano digestvel (%)0,238 0,198 0,238 0,238 0,198 0,198Valina digestvel (%) 0,912 0,826 0,912 0,912 0,826 0,826Isoleucina digestvel (%)0,852 0,719 0,852 0,852 0,719 0,719Arginina digestvel (%) 1,381 1,152 1,381 1,381 1,152 1,152Sdio (%) 0,205 0,205 0,205 0,205 0,205 0,205
Clcio (%) 0,825 0,825 0,825 0,825 0,825 0,825Fsforo disponvel (%) 0,411 0,411 0,411 0,411 0,411 0,4111 Contedo/kg: vit. A: 2.500.000 UI; vit. D3: 500.000 UI; vit. E: 7000 mg; vit. K3: 500 mg; vit. B12: 4.5000
mcg; vit. B1: 450 mg; vit. B2: 2000 mg; piridoxina: 400 mg; biotina: 30 mg; cido flico: 350 mg; cidopantotnico: 3000 mg; cido nicotnico: 9000 mg; colina: 100 g; metionina: 450 g; agente anticoccidiano: 125g; antioxidante: 2,0 g .
2 Contedo/kg: ferro: 12.500 mg; cobre: 15.000 mg; mangans: 15.000 mg; zinco: 12.000; iodo: 250 mg;selnio: 35 mg; e veculo q. s. p.: 1.000g.
3Hidroxi-butil-tolueno (BHT).4Surmax.5Salinomicina sdica: 60 ppm.6Segundo Rostagno et al. (2005).
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Os tratamentos foram assim distribudos: T1: rao basal com 21,50% de
protena bruta (PB) e amido de milho como fonte de energia; T2: rao basal com
18,50% de PB e suplementao com aminocidos; T3: rao basal (21,50% de PB) com
substituio da fonte energtica (amido) por leo de soja; T4: rao basal (21,50% de
PB) com substituio da fonte energtica por gordura de coco; T5: rao com 18,50%
de PB e suplementao com aminocidos (rao T2), com leo de soja como fonte
energtica e T6: rao com 18,50% de PB suplementao com aminocidos e gordura
de coco como fonte de energia. As raes com reduo de protena foram
suplementadas com aminocidos industriais medida que a relao dos aminocidos
com a lisina digestvel ficaram abaixo da relao preconizada na protena ideal para
frangos de corte dos 22 aos 42 dias de idade por Rostagno et al. (2005).
O fornecimento das raes experimentais e de gua s aves foi vontade durante
todo o perodo experimental, sendo a gua trocada trs vezes ao dia (7h30min,
13h00min e 17h30min).
As aves foram pesadas no incio e no final do perodo experimental para
determinao do ganho de peso. O consumo de rao foi calculado pela diferena entre
o total de rao fornecido e as sobras dos comedouros e do cho. Posteriormente, foi
calculada a converso alimentar.
No final do experimento (42 dia de idade), os frangos foram pesados e quatro
aves de cada unidade experimental (gaiola), com peso mais prximo mdia da gaiola
(10% acima ou abaixo da mdia) foram submetidas a jejum alimentar de 12 horas.
Posteriormente, as aves foram insensibilizadas por atordoamento eltrico (com corrente
eltrica de 100 V), abatidas, e aps serem sangradas e depenadas, foram evisceradas e
as carcaas pesadas.
As variveis avaliadas foram o consumo de rao, ganho de peso, converso
alimentar e peso absoluto (g) e relativo (%) da carcaa e dos cortes nobres (peito, coxa esobrecoxa) e da gordura abdominal.
Para a determinao do rendimento de carcaa foi considerado o peso vivo aps
jejum e para determinao dos rendimentos de cortes nobres e peso relativo da gordura
abdominal foi considero o peso da carcaa.
As anlises estatsticas das variveis de desempenho, carcaa, cortes nobres e
gordura abdominal avaliadas foram realizadas utilizando-se o Sistema de Anlises
Estatstica e Gentica (SAEG), desenvolvido na Universidade Federal de Viosa UFV.
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taxa de passagem do alimento pelo trato intestinal, diminuem a pulverulncia e
melhoram a palatabilidade das raes.
Os resultados de peso absoluto e rendimento de carcaa, cortes nobres (peito,
sobrecoxa e coxa) e gordura abdominal dos frangos, aos 42 dias de idade, so
apresentados na tabela 3. Observou-se diferena significativa (P
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estudo corroboram o relato de Olonu & Offiong (1980) de que o rendimento de carcaa
de frangos de corte pouco influenciado pelos nveis nutricionais da rao.
Foi constatada diferena significativa (P
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gordura superior ao grupo de aves alimentadas com as raes referentes aos tratamentos
T5 (leo de soja + 18,50% PB) e T6 (gordura de coco + 18,50% PB). A reduo na
gordura abdominal observada nos frangos alimentados com amido + 21,50% PB pode
estar relacionada menor disponibilidade de energia excedente para a deposio, em
razo do maior incremento calrico proporcionado pelo amido e pelo maior nvel de
protena bruta (21,50% PB) da rao. De acordo com alguns autores a utilizao de
leos e gorduras como fonte de energia para frangos de corte em substituio aos
carboidratos reduz o incremento calrico, melhorando a eficincia de utilizao da
energia consumida pela ave e aumentando a energia lquida da rao, o que pode
resultar em maior deposio da energia excedente na forma de gordura.
3. Concluso
A substituio do amido por leo de soja e gordura de coco como fonte de
energia e a reduo da protena bruta no alterou o desempenho de frangos de corte
criados em ambiente termoneutro.
A rao com leo de soja e 21,50% PB e gordura de coco e 21,50% PB
proporcionaram os melhores resultados de composio de carcaa para frangos de cortecriados em ambiente termoneutro.
Experimento 2
RAES COM DIFERENTES CARGAS TERMOGNICAS PARA FRANGOSDE CORTE MANTIDOS EM AMBIENTE DE ALTA TEMPERATURA DOS 22
A 42 DIAS DE IDADE
1. Metodologia
O experimento foi conduzido no Laboratrio de Bioclimatologia Animal do
Departamento de Zootecnia do Centro de Cincias Agrrias da Universidade Federal deViosa, em Viosa, MG.
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Foram utilizados 336 frangos de corte, machos, da linhagem Cobb, na fase de 22
a 42 dias de idade, com peso mdio inicial de 0,864 0,002 kg, mantidos em cmaras
climticas com temperatura do ar e umidade relativa controladas. As cmaras foram
ajustadas para permanecerem com temperatura do ar constante de 32C e umidade
relativa de 65%, caracterizando um ambiente de estresse por calor, de acordo com o
manual de criao da linhagem Cobb (2005).
Durante a fase inicial (1 a 21 dias de idade), as aves foram criadas em galpo
convencional, recebendo rao com 3.000 kcal de EM/kg e 20,79% de PB para
satisfazer as suas exigncias nutricionais, segundo Rostagno et al. (2005), sendo
manejadas conforme o manual de criao da linhagem Cobb (2005).
No 21 dia de idade os frangos foram pesados e transferidos para as cmaras
climticas, onde foram alojados em gaiolas metlicas (0,85 x 0,85m), com piso telado,
providas de comedouro e bebedouro tipo calha.
As condies ambientais das cmaras climticas foram monitoradas diariamente,
duas vezes ao dia (7h30min e 17h30min), por meio de termmetros de bulbo seco,
bulbo mido e de globo negro, mantidos no centro das salas. O programa de luz adotado
durante todo o perodo experimental foi o contnuo (24 horas de luz artificial).
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com seis
tratamentos, oito repeties e sete aves por unidade experimental, totalizando 56 aves
por tratamento.
Durante o perodo experimental, as aves receberam raes experimentais
(Tabelas 1) formuladas base de milho e de farelo de soja, contendo ainda soja
micronizada e soja integral extrusada e suplementadas com minerais e vitaminas para
atenderem as suas exigncias nutricionais segundo Rostagno et al. (2005).
Tabela 1 Composies centesimal e calculada das raes experimentais (22 a 42 dias)
Ingredientes (%) Tratamentos1 2 3 4 5 6Milho (7,8%) 45,585 53,574 45,585 45,585 53,574 53,574Farelo de soja (45%) 21,901 13,850 21,901 21,901 13,850 13,850Soja micronizada 6,000 6,000 6,000 6,000 6,000 6,000Soja integral extrusada 13,650 13,650 13,650 13,650 13,650 13,650leo de soja ..... ..... 4,050 ..... 3,510 .....Gordura de coco ..... ..... ..... 4,490 ..... 3,900Amido 8,500 8,500 ..... ..... ..... .....Fosfato biclcico 1,645 1,690 1,645 1,645 1,690 1,690Calcrio 0,795 0,810 0,795 0,795 0,810 0,810
Vitamina1 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100Mistura mineral2 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050
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Antioxidante3 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010Cloreto de colina (60%)0,125 0,125 0,125 0,125 0,125 0,125Avilamicina (10%)4 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010DL-metionina (99%) 0,199 0,264 0,199 0,199 0,264 0,264L-lisina HCl (98%) ..... 0,259 ..... ..... 0,259 0,259
L-treonina (99%) ..... 0,081 ..... ..... 0,081 0,081cido glutmico 0,400 0,005 0,400 0,400 0,005 0,005L-valina (99%) ..... 0,042 ..... ..... 0,042 0,042Anticoccidiano5 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050Sal comum 0,480 0,480 0,480 0,480 0,480 0,480Caulim 0,500 0,450 4,950 4,510 5,440 5,050Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00Composio calculada6
Protena bruta (%) 21,50 18,50 21,50 21,50 18,50 18,50Energia metab. (Kcal/kg)3.100 3.146 3.100 3.100 3.146 3.146Lisina digestvel (%) 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073
Met + cis. digestvel (%)0,773 0,773 0,773 0,773 0,773 0,773Treonina digestvel (%) 0,728 0,697 0,728 0,728 0,697 0,697Triptofano digestvel (%)0,238 0,198 0,238 0,238 0,198 0,198Valina digestvel (%) 0,912 0,826 0,912 0,912 0,826 0,826Isoleucina digestvel (%)0,852 0,719 0,852 0,852 0,719 0,719Arginina digestvel (%) 1,381 1,152 1,381 1,381 1,152 1,152Sdio (%) 0,205 0,205 0,205 0,205 0,205 0,205Clcio (%) 0,825 0,825 0,825 0,825 0,825 0,825Fsforo disponvel (%) 0,411 0,411 0,411 0,411 0,411 0,4111 Contedo/kg: vit. A: 2.500.000 UI; vit. D3: 500.000 UI; vit. E: 7000 mg; vit. K3: 500 mg; vit. B12: 4.5000
mcg; vit. B1: 450 mg; vit. B2: 2000 mg; piridoxina: 400 mg; biotina: 30 mg; cido flico: 350 mg; cido
pantotnico: 3000 mg; cido nicotnico: 9000 mg; colina: 100 g; metionina: 450 g; agente anticoccidiano: 125g; antioxidante: 2,0 g .
2 Contedo/kg: ferro: 12.500 mg; cobre: 15.000 mg; mangans: 15.000 mg; zinco: 12.000; iodo: 250 mg;selnio: 35 mg; e veculo q. s. p.: 1.000g.
3Hidroxi-butil-tolueno (BHT).4Surmax.5Salinomicina sdica: 60 ppm.6Segundo Rostagno et al. (2005).
Os tratamentos foram assim distribudos: T1: rao basal com 21,50% de
protena bruta (PB) e amido de milho como fonte de energia; T2: rao basal com18,50% de PB e suplementao com aminocidos; T3: rao basal (21,50% de PB) com
substituio da fonte energtica (amido) por leo de soja; T4: rao basal (21,50% de
PB) com substituio da fonte energtica por gordura de coco; T5: rao com 18,50%
de PB e suplementao com aminocidos (rao T2), com leo de soja como fonte
energtica e T6: rao com 18,50% de PB suplementao com aminocidos e gordura
de coco como fonte de energia. As raes com reduo de protena foram
suplementadas com aminocidos industriais medida que a relao dos aminocidos
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com a lisina digestvel ficaram abaixo da relao preconizada na protena ideal para
frangos de corte dos 22 aos 42 dias de idade por Rostagno et al. (2005).
O fornecimento das raes experimentais e de gua s aves foi vontade durante
todo o perodo experimental, sendo a gua trocada trs vezes ao dia (7h30min,
13h00min e 17h30min).
As aves foram pesadas no incio e no final do perodo experimental para
determinao do ganho de peso. O consumo de rao foi calculado pela diferena entre
o total de rao fornecido e as sobras dos comedouros e do cho. Posteriormente, foi
calculada a converso alimentar.
No final do experimento (42 dia de idade), os frangos foram pesados e quatro
aves de cada unidade experimental (gaiola), com peso mais prximo mdia da gaiola
(10% acima ou abaixo da mdia) foram submetidas a jejum alimentar de 12 horas.
Posteriormente, as aves foram insensibilizadas por atordoamento eltrico (com corrente
eltrica de 100 V), abatidas, e aps serem sangradas e depenadas, foram evisceradas e
as carcaas pesadas.
As variveis avaliadas foram o consumo de rao, ganho de peso, converso
alimentar e peso absoluto (g) e relativo (%) da carcaa e dos cortes nobres (peito, coxa e
sobrecoxa) e da gordura abdominal.
Para a determinao do rendimento de carcaa foi considerado o peso vivo aps
jejum e para determinao dos rendimentos de cortes nobres e peso relativo da gordura
abdominal foi considero o peso da carcaa.
As anlises estatsticas das variveis de desempenho, carcaa, cortes nobres e
gordura abdominal avaliadas foram realizadas utilizando-se o Sistema de Anlises
Estatstica e Gentica (SAEG), desenvolvido na Universidade Federal de Viosa
UFV.
2. Resultados e Discusso
A temperatura e a umidade relativa do ar mantiveram-se, durante o perodo
experimental, em 32,0 0,56C e 69,3 6,51%, respectivamente, caracterizando o
ambiente de estresse por calor em que as aves foram criadas, uma vez que, o manual da
linhagem Cobb (2005) preconiza, para o perodo de 22 a 42 dias de idade, temperatura
do ar de 22 a 25C e umidade de 60 a 80% como ambiente timo para a criao de
frangos de corte.
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Os resultados de desempenho dos frangos, aos 42 dias de idade, esto na tabela
2. No foi contatada diferena significativa (P>0,05) para consumo de rao mdio
(CR), ganho de peso mdio (GP) e converso alimentar das aves, independente da fonte
de energia (amido de milho, leo de soja e gordura de coco) e do nvel de protena bruta
(21,50 e 18,50%) das raes. A falta de ajuste no CR das aves observadas neste estudo
sugere que o incremento calrico associado digesto e metabolismo das diferentes
fontes de energia e do nvel de protena bruta das raes no foi suficiente para
influenciar o consumo voluntario dos frangos.
A ausncia de diferenas significativas para os parmetros de desempenho
obtidas no presente trabalho contradiz o relato de alguns autores de que a substituio
de carboidratos por leos e gorduras como fonte de energia (Braga & Baio, 2001;
Tabela 1 Desempenho de frangos de corte na fase de 22 a 42 dias de idade mantidosem ambiente de estresse por calor
TratamentoVarivel
Consumo de rao (g) Ganho de peso (g) Converso alimentarT1 2132 1127 1,91T2 2186 1134 1,94T3 2171 1096 2,00T4 2332 1181 1,99T5 2173 1137 1,94T6 2173 1110 1,97CV (%) 7,34 13,54 8,16
T1: Amido de milho + 21,50% PB; T2: Amido de milho + 18,50% PB + aminocidos industriais; T3: leo de soja +21,50% PB; T4: Gordura de cco + 21,50% PB; T5: leo de soja + 18,50% PB + aminocidos industriais, T6:Gordura de cco + 18,50% PB + aminocidos industriais.a, b: mdias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste Tukey (P0,05) para peso
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Tabela 3 Peso absoluto e rendimento de carcaa, cortes nobres (peito, coxa esobrecoxa) e gordura abdominal de frangos de corte aos 42 dias de idademantidos em ambiente de estresse por calor
TratamentoVarivel
Carcaa Peito Sobrecoxa Coxa Gordura abdominal
Peso absoluto (g)T1 1698 526 254 216 9,69T2 1630 501 244 204 12,94T3 1635 494 248 203 9,88T4 1690 513 252 212 11,19T5 1676 509 248 213 11,44T6 1684 514 256 211 11,50CV (%) 8,36 11,69 10,65 8,99 48,80
Rendimento (%)T1 86,80 30,93 14,95 12,73 0,56T2 86,39 30,66 14,96 12,57 0,78T3 87,21 30,04 15,27 12,43 0,60T4 86,03 30,34 14,91 12,55 0,65T5 87,99 30,37 14,79 12,72 0,67T6 87,54 30,51 15,19 12,51 0,67CV (%) 2,99 6,02 7,55 5,72 45,35
T1: Amido de milho + 21,50% PB; T2: Amido de milho + 18,50% PB + aminocidos industriais; T3: leo de soja +21,50% PB; T4: Gordura de cco + 21,50% PB; T5: leo de soja + 18,50% PB + aminocidos industriais, T6:Gordura de cco + 18,50% PB + aminocidos industriais.a, b: mdias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste Tukey (P0,05) da
fonte de energia e do nvel de protena da rao, confirmando o relato de Olonu &
Offiong (1980) de que os nutrientes das raes pouco influenciam no rendimento e
carcaa de frangos de corte.
No foi constatada influencia (P>0,05) da carga termognica das raes sobre opeso absoluto e rendimento dos cortes nobres (peito, sobrecoxa e coxa). Com base nos
resultados obtidos, pode-se inferir que o excedente de energia lquida gerada nas raes
contendo leo de soja e gordura de coco como fonte energtica e reduo do nvel de
protena bruta, devido ao menor incremento calrico produzido pela digesto e
metabolismo dos nutrientes das raes foi utilizado para a termorregulao das aves em
detrimento deposio de protena e gordura, refletidos na ausncia de diferenas
significativas no ganho de peso, peso absoluto e rendimento de carcaa e cortes nobres,
mesmo quando se compara os parmetros de caraa dos frangos que receberam a rao
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contendo amido de milho + 21,50% PB (maior carga termognica) com o grupo de aves
alimentadas com a rao contendo gordura de coco + 18,50% PB (menor carga
termognica).
As fontes de energia e o nvel de protena das raes no influenciaram (P>0,05)
o peso absoluto e o peso relativo da gordura abdominal. Com base nos resultados
obtidos e no fato de que a utilizao de leo de soja e gordura de coco em substituio
ao amido de milho como fonte de energia e a reduo de protena (de 21,50 para
18,50%) na rao de frangos de corte diminuem o incremento calrico e melhora a
eficincia energtica pelo incremento de energia lquida, pode-se inferir que o excedente
de energia gerado nas raes de menor carga termognica foi utilizado para a regulao
de temperatura corporal das aves, no sendo, portanto, armazenada na forma de gordura,
o que pode explicar parcialmente, a ausncia de diferenas significativas nos valores de
gordura abdominal, independente da carga termognica das raes.
3. Concluso
A substituio do amido por leo de soja e gordura de coco como fonte de
energia e a reduo da protena bruta no alterou o desempenho e a composio de
carcaa de frangos de corte criados em ambiente de alta temperatura
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Experimento 3
NVEIS DE ENERGIA METABOLIZVEL EM RAES COM BAIXO NVELDE PROTENA PARA FRANGOS DE CORTE MANTIDOS EM AMBIENTE
TERMONEUTRO DOS 22 AOS 42 DIAS DE IDADE
1. Metodologia
O experimento foi conduzido no Laboratrio de Bioclimatologia Animal do
Departamento de Zootecnia do Centro de Cincias Agrrias da Universidade Federal de
Viosa, em Viosa, MG.
Foram utilizados 280 frangos de corte, machos, da linhagem Cobb, na fase de 22
a 42 dias de idade, com peso mdio inicial de 0,708 0,006 kg, mantidos em cmaras
climticas com temperatura do ar e umidade relativa controladas. As cmaras foram
ajustadas para permanecerem com temperatura do ar constante de 22C e umidade
relativa de 65%, caracterizando um ambiente de termoneutralidade, de acordo com o
manual de criao da linhagem Cobb (2005).
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Durante a fase inicial (1 a 21 dias de idade), as aves foram criadas em galpo
convencional, recebendo rao com 3.000 kcal de EM/kg e 20,79% de PB para
satisfazer as suas exigncias nutricionais, segundo Rostagno et al. (2005), sendo
manejadas conforme o manual de criao da linhagem Cobb (2005).
No 21 dia de idade os frangos foram pesados e transferidos para as cmaras
climticas, onde foram alojados em gaiolas metlicas (0,85 x 0,85m), com piso telado,
providas de comedouro e bebedouro tipo calha.
As condies ambientais das cmaras climticas foram monitoradas diariamente,
duas vezes ao dia (7h30min e 17h30min), por meio de termmetros de bulbo seco,
bulbo mido e de globo negro, mantidos no centro das salas. O programa de luz adotado
durante todo o perodo experimental foi o contnuo (24 horas de luz artificial).
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com
cinco tratamentos (1+4), oito repeties e sete aves por unidade experimental.
Durante o perodo experimental, as aves receberam raes experimentais
(Tabela 1) formuladas base de milho e farelo de soja, suplementadas com minerais e
vitaminas para atenderem as exigncias nutricionais segundo Rostagno et al. (2005).
Tabela 1 Composies centesimal e calculada das raes experimentais (22 a 42 dias)
Ingredientes Tratamentos1 2 3 4 5Milho (7,8%) 51,493 61,921 61,921 61,921 61,921Farelo de soja (45%) 36,280 25,773 25,773 25,773 25,773leo de soja 4,350 3,016 2,450 1,878 1,310Glten de milho (60%) 4,000 4,000 4,000 4,000 4,000Fosfato biclcico 1,612 1,670 1,670 1,670 1,670Calcrio 0,846 0,866 0,866 0,866 0,866Vitamina1 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100Mistura mineral2 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050Antioxidante3 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010
Cloreto de colina (60%) 0,125 0,125 0,125 0,125 0,125Avilamicina (10%)4 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010DL-metionina (99%) 0,104 0,188 0,188 0,188 0,188L-lisina HCl (98%) ..... 0,318 0,318 0,318 0,318L-treonina (99%) ..... 0,046 0,046 0,046 0,046Anticoccidiano5 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050Sal comum 0,470 0,471 0,471 0,471 0,471Caulim 0,500 1,386 1,952 2,524 3,092Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00Composio calculada6
Protena bruta (%) 23,17 19,66 19,66 19,66 19,66Energia metab. (Kcal/kg) 3.100 3.100 3.050 3.000 2.950Lisina digestvel (%) 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073
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Met + cis. digestvel (%) 0,773 0,773 0,773 0,773 0,773Treonina digestvel (%) 0,793 0,697 0,697 0,697 0,697Triptofano digestvel (%) 0,246 0,194 0,194 0,194 0,194Valina digestvel (%) 0,994 0,828 0,828 0,828 0,828Isoleucina digestvel (%) 0,926 0,752 0,752 0,752 0,752
Arginina digestvel (%) 1,425 1,127 1,127 1,127 1,127Sdio (%) 0,205 0,205 0,205 0,205 0,205Clcio (%) 0,824 0,824 0,824 0,824 0,824Fsforo disponvel (%) 0,411 0,411 0,411 0,411 0,411
1 Contedo/kg: vit. A: 2.500.000 UI; vit. D3: 500.000 UI; vit. E: 7000 mg; vit. K3: 500 mg; vit. B12:4.5000 mcg; vit. B1: 450 mg; vit. B2: 2000 mg; piridoxina: 400 mg; biotina: 30 mg; cido flico: 350mg; cido pantotnico: 3000 mg; cido nicotnico: 9000 mg; colina:100 g; metionina: 450 g; agenteanticoccidiano: 125 g; antioxidante: 2,0 g .
2 Contedo/kg: ferro: 12.500 mg; cobre: 15.000 mg; mangans: 15.000 mg; zinco: 12.000; iodo: 250 mg;selnio: 35 mg; e veculo q. s. p.: 1.000g.
3Hidroxi-butil-tolueno (BHT).4Surmax.5Salinomicina sdica : 60 ppm.6Segundo Rostagno et al. (2005).
Os tratamentos consistiram de uma rao basal com 23,17% de PB (1,073%
lisina) e 3.100 Kcal de EM (testemunha positiva) e mais quatro raes com 19,66% de
PB, suplementadas com aminocidos industriais (1,073% de lisina) em que o nvel de
EM correspondeu a 3.100; 3.050; 3.000 e 2.950 kcal. As raes com reduo de
protena foram suplementadas com aminocidos industriais medida que a relao dos
aminocidos com a lisina ficaram abaixo da relao preconizada na protena ideal para
frangos de corte dos 22 aos 42 dias de idade por Rostagno et al. (2005).
O fornecimento das raes experimentais e de gua s aves foi vontade durante
todo o perodo experimental, sendo a gua trocada trs vezes ao dia (7h30min,
13h00min e 17h30min).
As aves foram pesadas no incio e no final do perodo experimental para
determinao do ganho de peso. O consumo de rao foi calculado pela diferena entreo total de rao fornecido e as sobras dos comedouros e do cho. Posteriormente, foi
calculada a converso alimentar.
No final do experimento (42 dia de idade), os frangos foram pesados e quatro
aves de cada unidade experimental (gaiola), com peso mais prximo mdia da gaiola
(10% acima ou abaixo da mdia) foram submetidas a jejum alimentar de 12 horas.
Posteriormente, as aves foram insensibilizadas por atordoamento eltrico (com corrente
eltrica de 100 V), abatidas, e aps serem sangradas e depenadas, foram evisceradas eas carcaas pesadas.
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As variveis avaliadas foram o consumo de rao, ganho de peso, converso
alimentar, consumo de energia metabolizvel e peso absoluto (g) e relativo (%) da
carcaa e dos cortes nobres (peito, coxa e sobrecoxa).
Para a determinao do rendimento de carcaa foi considerado o peso vivo aps
jejum e para determinao dos rendimentos de cortes nobres foi considero o peso da
carcaa.
As anlises estatsticas das variveis de desempenho, carcaa e cortes nobres
avaliadas foram realizadas utilizando-se o Sistema de Anlises Estatstica e Gentica
(SAEG), desenvolvido na Universidade Federal de Viosa UFV.
Foi realizado contraste entre o tratamento controle (rao basal) e os demais
tratamentos e regresso polinomial entre os tratamentos que apresentavam 19,66% de
PB e reduo do nvel de energia metabolizvel (T2, T3, T4 e T5).
2. Resultados e Discusso
Durante o perodo experimental, a temperatura do ar manteve-se em 21,9
0,78C e a umidade relativa em 70,0 4,45%, caracterizando o ambiente de
termoneutralidade em que as aves foram criadas. Esta proposio est coerente com o
manual da linhagem Cobb (2005) que preconiza temperatura do ar de 22 a 25C e
umidade relativa de 60 a 80% como ambiente timo para a criao de frangos de corte,
no perodo de 22 a 42 dias de idade.
Os resultados de desempenho dos frangos, aos 42 dias de idade, so
apresentados na Tabela 2. Ao comparar as raes contendo diferentes nveis de energiae baixa protena com a rao controle, observou-se que o ganho de peso (GP) dos
frangos alimentados com a rao contendo 3.100 Kcal EM/kg + 23,17% PB (rao
controle) foi significativamente maior (P
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Considerando somente o grupo de aves que receberam raes contendo baixo
nvel de PB e reduo da energia metabolizvel (T2, T3, T4 e T5), foi constado, pela
anlise de regresso, que a variao dos nveis de energia avaliados no foi suficiente
para influenciar (P>0,05) o GP dos frangos de corte.
Observou-se diferena significativa no consumo de rao (CR) quando se
comparou o grupo de frangos que receberam rao contendo 3.100 Kcal EM/kg +
23,17% PB (rao controle) com os frangos que receberam as raes com baixo nvel de
protena (19,66% PB) e reduo da energia metabolizvel 3.100 (P
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Ao comparar as raes contendo diferentes nveis de energia e baixa protena
com a rao controle, observou-se que a converso alimentar (CA) dos frangos
alimentados com a rao contendo 3.100 Kcal EM/kg + 23,17% PB (rao controle) foi
significativamente melhor (P0,05) pelos nveis de energia metabolizvel da rao.
Ao aplicar contrastes, observou-se diferena significativa para o consumo de
energia metabolizvel (ConEM) entre os frangos que receberam a rao correspondente
ao tratamento controle (3.100 Kcal EM/kg + 23,17% PB) e os que receberam rao com
baixo nvel de protena e 3.100 (P
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O peso absoluto de peito apresentou diferena significativa (P0,05) pelos
nveis de energia metabolizvel das raes.
Foi constatada diferena significativa (P
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De forma similar ao peso absoluto de coxa, o peso absoluto de sobrecoxa
tambm apresentou diferena significativa ao se comparar os frangos que receberam a
rao controle com os frangos que foram alimentados com as raes contendo 3.100
Kcal EM/ kg + 19,66% PB (P
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Experimento 4
NVEIS DE ENERGIA METABOLIZVEL EM RAES COM BAIXO NVELDE PROTENA PARA FRANGOS DE CORTE MANTIDOS EM AMBIENTEDE ESTRESSE POR CALOR DOS 22 AOS 42 DIAS DE IDADE
1. Metodologia
O experimento foi conduzido no Laboratrio de Bioclimatologia Animal do
Departamento de Zootecnia do Centro de Cincias Agrrias da Universidade Federal de
Viosa, em Viosa, MG.
Foram utilizados 280 frangos de corte, machos, da linhagem Cobb, na fase de 22
a 42 dias de idade, com peso mdio inicial de 0,732 0,004 kg, mantidos em cmaras
climticas com temperatura do ar e umidade relativa controladas. As cmaras foram
ajustadas para permanecerem com temperatura do ar constante de 32C e umidade
relativa de 65%, caracterizando um ambiente de estresse por calor.
Durante a fase inicial (1 a 21 dias de idade), as aves foram criadas em galpo
convencional, recebendo rao contendo 3.000 kcal de EM/kg e 20,79% de PB parasatisfazer as suas exigncias nutricionais, conforme Rostagno et al. (2005), sendo
manejadas conforme o manual de criao da linhagem Cobb (2005).
No 21 dia de idade os frangos foram pesados e transferidos para as cmaras
climticas, onde foram alojadas em gaiolas metlicas (0,85 x 0,85m), com piso telado,
providas de comedouro e bebedouro tipo calha.
As condies ambientais das cmaras climticas foram monitoradas diariamente,
duas vezes ao dia (7h30min e 17h30min), por meio de termmetros de bulbo seco,
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bulbo mido e de globo negro, mantidos no centro das salas. O programa de luz adotado
durante todo o perodo experimental foi o contnuo (24 horas de luz artificial).
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com
cinco tratamentos (1+4), oito repeties e sete aves por unidade experimental.
Durante o perodo experimental, as aves receberam raes experimentais
(Tabela 1) formuladas base de milho e de farelo de soja e suplementadas com minerais
e vitaminas para atenderem as suas exigncias nutricionais segundo Rostagno et al.
(2005).
Os tratamentos consistiram de uma rao basal com 23,17% de PB (1,073%
lisina) e 3.100 Kcal de EM (testemunha positiva) e mais quantro raes com 19,66% de
PB, suplementadas com aminocidos industriais (1,073% de lisina) em que o nvel de
EM correspondeu a 3.100; 3.050; 3.000 e 2.950 kcal. As raes com reduo de
protena foram suplementadas com aminocidos industriais medida que a relao dos
Tabela 1 Composies centesimal e calculada das raes experimentais (22 a 42 dias)Ingredientes Tratamentos
1 2 3 4 5Milho (7,8%) 51,493 61,921 61,921 61,921 61,921Farelo de soja (45%) 36,280 25,773 25,773 25,773 25,773
leo de soja 4,350 3,016 2,450 1,878 1,310Glten de milho (60%) 4,000 4,000 4,000 4,000 4,000Fosfato biclcico 1,612 1,670 1,670 1,670 1,670Calcrio 0,846 0,866 0,866 0,866 0,866Vitamina1 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100Mistura mineral2 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050Antioxidante3 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010Cloreto de colina (60%) 0,125 0,125 0,125 0,125 0,125Avilamicina (10%)4 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010DL-metionina (99%) 0,104 0,188 0,188 0,188 0,188L-lisina HCl (98%) ..... 0,318 0,318 0,318 0,318
L-treonina (99%) ..... 0,046 0,046 0,046 0,046Anticoccidiano5 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050Sal comum 0,470 0,471 0,471 0,471 0,471Caulim 0,500 1,386 1,952 2,524 3,092Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00Composio calculada6
Protena bruta (%) 23,17 19,66 19,66 19,66 19,66Energia metab. (Kcal/kg) 3.100 3.100 3.050 3.000 2.950Lisina digestvel (%) 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073Met + cis. digestvel (%) 0,773 0,773 0,773 0,773 0,773Treonina digestvel (%) 0,793 0,697 0,697 0,697 0,697Triptofano digestvel (%) 0,246 0,194 0,194 0,194 0,194Valina digestvel (%) 0,994 0,828 0,828 0,828 0,828
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Isoleucina digestvel (%) 0,926 0,752 0,752 0,752 0,752Arginina digestvel (%) 1,425 1,127 1,127 1,127 1,127Sdio (%) 0,205 0,205 0,205 0,205 0,205Clcio (%) 0,824 0,824 0,824 0,824 0,824Fsforo disponvel (%) 0,411 0,411 0,411 0,411 0,411
1
Contedo/kg: vit. A: 2.500.000 UI; vit. D3: 500.000 UI; vit. E: 7000 mg; vit. K3: 500 mg; vit. B12:4.5000 mcg; vit. B1: 450 mg; vit. B2: 2000 mg; piridoxina: 400 mg; biotina: 30 mg; cido flico: 350mg; cido pantotnico: 3000 mg; cido nicotnico: 9000 mg; colina:100 g; metionina: 450 g; agenteanticoccidiano: 125 g; antioxidante: 2,0 g .
2 Contedo/kg: ferro: 12.500 mg; cobre: 15.000 mg; mangans: 15.000 mg; zinco: 12.000; iodo: 250 mg;selnio: 35 mg; e veculo q. s. p.: 1.000g.
3Hidroxi-butil-tolueno (BHT).4Surmax.5Salinomicina sdica : 60 ppm.6Segundo Rostagno et al. (2005).aminocidos com a lisina ficou abaixo da relao preconizada na protena ideal para
frangos de corte dos 22 aos 42 dias de idade, segundo Rostagno et al. (2005).O fornecimento das raes experimentais e de gua s aves foi vontade durante
todo o perodo experimental, sendo a gua trocada trs vezes ao dia (7h30min,
13h00min e 17h30min).
As aves foram pesadas no incio e no final do perodo experimental para
determinao do ganho de peso. O consumo de rao foi calculado pela diferena entre
o total de rao fornecido e as sobras dos comedouros e do cho. Posteriormente, foi
calculada a converso alimentar.No final do experimento (42 dia de idade), os frangos foram pesados e quatro
aves de cada unidade experimental (gaiola), com peso mais prximo mdia da gaiola
(10% acima ou abaixo da mdia) foram submetidas a jejum alimentar de 12 horas.
Posteriormente, as aves foram insensibilizadas por atordoamento eltrico (com corrente
eltrica de 100 V), abatidas, e aps serem sangradas e depenadas, foram evisceradas e
as carcaas pesadas.
As variveis avaliadas foram o consumo de rao, ganho de peso, converso
alimentar, consumo de energia metabolizvel e peso absoluto (g) e relativo (%) dos
cortes nobres (peito, coxa e sobrecoxa).
Para a determinao do rendimento de carcaa foi considerado o peso vivo aps
jejum e para determinao dos rendimentos de cortes nobres foi considero o peso da
carcaa.
As anlises estatsticas das variveis de desempenho, carcaa e cortes nobres
avaliadas foram realizadas utilizando-se o Sistema de Anlises Estatstica e Gentica
(SAEG), desenvolvido na Universidade Federal de Viosa UFV.
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Foi realizado contraste entre o tratamento controle (rao basal) e os demais
tratamentos e regresso polinomial entre os tratamentos que apresentavam 19,66% de
PB e reduo do nvel de energia metabolizvel (T2, T3, T4 e T5).
2. Resultados e Discusso
A temperatura e a umidade relativa do ar mantiveram-se, durante o perodo
experimental, em 32,0 0,56C e 69,3 6,51%, respectivamente. Com esses valores,
pode-se afirmar que as aves foram mantidas em condies de estresse por calor, uma
vez que, segundo o manual da linhagem Cobb (2005), a faixa de temperatura do ar
tima para a criao de frangos de conte, no perodo de 22 a 42 dias de idade, estaria
entre 22 e 25C.
Os resultados de desempenho dos frangos, aos 42 dias de idade, so
apresentados na Tabela 2. No foi observada diferena significativa (P>0,05) das
variveis de desempenho avaliadas (ganho de peso, consumo de rao, converso
alimentar e consumo de energia metabolizvel) das aves que receberam o tratamento
controle (3.100 Kcal EM/kg e 23,17% PB) quando comparado s variveis de
desempenho dos frangos que receberam as demais raes experimentais.
Tabela 2 Desempenho de frangos de corte na fase de 22 a 42 dias de idade em funodos tratamentos, mantidos em ambiente de estresse por calor
TratamentoVarivel
GP (g) CR (g) CA ConEM (Kcal/kg)T1 1069 2018 1,90 6257T2 1059 2013 1,93 6240T3 1070 2044 1,95 6234T4 1078 2073 1,97 6218T5 991 1990 2,03 5871Contrastes
1 x 2 ns ns ns ns1 x 3 ns ns ns ns
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1 x 4 ns ns ns ns1 x 5 ns ns ns nsCV (%) 17,95 10,37 13,15 10,36
T1: 3.100 Kcal EM/kg + 23,17% PB (tratamento controle); T2: 3.100 Kcal EM/kg + 19,66% PB; T3: 3.050 KcalEM/kg + 19,66% PB; T4: 3.000 Kcal EM/kg + 19,66% PB; T5: 2.950 Kcal EM/kg + 19,66% PB.GP: Ganho de peso; CR: Consumo de rao; CA: Converso alimentar; ConEM: Consumo de Emergia Metabolizvel
ns: no significativoCV (%): coeficiente de variao
Os resultados de desempenho obtidos neste estudo contradizem o fato de que o
aumento do contedo energtico da rao compromete o consumo, reduzindo o ganho
de peso e piorando a converso alimentar das aves criadas em ambiente de alta
temperatura.
Considerando somente as variveis de desempenho das aves que receberam as
raes com 19,66% de PB e reduo do nvel de energia metabolizvel (3.100, 3.050,3.000 e 2.950 Kcal/kg), no foi observado efeito significativo (P>0,05) dos nveis de
energia da rao sobre o GP, CR e CA dos frangos.
A ausncia de diferena significativa para o ConEM pode, em parte, explicar a
no ocorrncia de diferenas entre as variveis de desempenho GP, CR e CA, j que,
para diversos autores, o consumo de energia metabolizvel um importante fator que
pode limitar o desempenho de frangos de corte submetidos a ambientes de alta
temperatura, uma vez que, a energia de mantena da ave decresce com o aumento datemperatura e, por ajustarem a ingesto de energia ao atendimento das exigncias de
mantena, os frangos necessitam ingerir menos para satisfazer suas necessidades
energticas, ocorrendo um expressivo efeito da temperatura ambiente sobre o consumo
e, conseqentemente sobre o GP e a CA.
Os resultados de peso absoluto e rendimento de carcaa e de cortes nobres
(peito, coxa e sobrecoxa) dos frangos, aos 42 dias de idade, so apresentados na Tabela
3. No foi verificada diferena significativa (P>0,05) quando se comparou o peso
absoluto de carcaa de frangos que receberam a rao com 3.100Kcal EM/kg e 23,17%
PB (tratamento controle) com o peso da carcaa das aves que receberam as demais
raes experimentais (19,66% PB e reduo da energia metabolizvel: 3.100; 3.050;
3.000 e 2.950 Kcal/kg de rao).
Considerando somente o peso absoluto e o rendimento de carcaa dos frangos de
corte que receberam as raes contendo 19,66% PB e reduo do nvel de energia
metabolizvel (tratamentos 2, 3, 4 e 5), constatou-se que no houve influncia (P>0,10)
dos tratamentos, independente do nvel de energia metabolizvel da rao.
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Com relao sobrecoxa, foram observadas diferenas significativas para peso
absoluto (P
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apresentaram maior rendimento de peito comparado s aves que receberam a rao
controle.
Observaram-se diferenas significativas no peso absoluto de coxa quando se
comparou os frangos rao controle com as aves que receberam as raes com baixo
nvel de protena bruta (19,66%) contendo 3.050 Kcal EM/kg (P
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