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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE ARTES – IARTE CURSO DE MÚSICA METODOLOGIA DO ENSINO E APRENDIZAGEM MUSICAIS 3 E PROJETO INTEGRADO DE PRÁTICA EDUCATIVA – PIPE 4 Escuta musical dos jovens na atualidade Herbert Rodrigues Mendonça

Relatório Final PIPE4

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Relatório de investigação que visa identificar os hábitos de escuta musical

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE ARTES – IARTE

CURSO DE MÚSICA

METODOLOGIA DO ENSINO E APRENDIZAGEM MUSICAIS 3 E

PROJETO INTEGRADO DE PRÁTICA EDUCATIVA – PIPE 4

Escuta musical dos jovens na atualidade

Herbert Rodrigues Mendonça

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Uberlândia, novembro, 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE ARTES – IARTE

CURSO DE MÚSICA

METODOLOGIA DO ENSINO E APRENDIZAGEM MUSICAIS 3 E

PROJETO INTEGRADO DE PRÁTICA EDUCATIVA – PIPE 4

Escuta musical dos jovens na atualidade

Relatório Final do Projeto de Prática Educativa 4 (PIPE4) vinculado à disciplina Metodologia do Ensino e Aprendizagem Musicais 3 (MEA 3) ministrada pela professora Dra. Fernanda de Assis Oliveira Torres no segundo semestre de 2015.

Uberlândia, novembro, 2015

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SUMÁRIO

1-INTRODUÇÃO...........................................................................................p. 04

2-METODOLOGIA.........................................................................................p. 06

3-RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS COLETADOS...................p. 07

4-Considerações finais...............................................................................p. 12

5-Referências Bibliográficas......................................................................p. 136-ANEXO: Respostas dos questionários..................................................p. 14

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1- INTRODUÇÃO

Uma educação musical abrangente deve-se ocupar prioritariamente do

desenvolvimento equilibrado das diferentes potencialidades musicais dos

alunos. Para isso, o professor precisa estar atento as reações dos alunos, aos

estímulos e propostas desenvolvidas em aula. Assim sendo, o professor e

educador musical inglês Swanwick, escreveu em seu livro A Basis for Music

Education (1979), as cinco principais atividades musicais, que a educação

musical deve desenvolver com igualdade e equilíbrio.

Essas atividades foram denominadas pelo autor de C.(L).A.(S).P, que

segundo tradução de Moreira (2012) para português:

(T).E.C.(L).A – Técnica, Execução, Composição, Literatura e Apreciação. Os parênteses nas letras T e L as destacam por considerar a Técnica e a Literatura atividades secundárias no processo de ensino, afirmando então que a Apreciação faz parte do eixo principal de ensino e aprendizagem da música juntamente com a Execução e a Composição.

Apreciação, é uma das formas mais usadas para conhecimento musical,

“sendo a música um fenômeno sonoro, a forma mais fundamental de abordá-la

é através do ouvir” (LEONHARD & HOUSE 1972, p. 256 apud FRANÇA &

SWANWICK 2002, p. 12). Com efeito, França & Swanwick (2002, págs. 12 e

13), dizem:

a maior parte da nossa herança musical só será vivenciada através da apreciação – mesmo no caso de um músico fluente: por maior que seja o seu repertório, este ainda representa uma pequena parcela de tudo o que foi composto através dos tempos e lugares, e para as mais variadas formações instrumentais.

Poderíamos chegar então a uma conclusão sobre a definição mais

aceita do ato de apreciar música?

Seria difícil, porém autores como França & Swanwick (2002, pág. 12)

mostram que

as atividades de apreciação devem levar os alunos a focalizarem os materiais sonoros, efeitos, gestos expressivos e estrutura da peça, para compreenderem como esses elementos são combinados. Ouvir uma grande variedade de música alimenta o repertório de possibilidades criativas sobre as quais os alunos podem

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agir criativamente, transformando, reconstruindo e reintegrando ideias em novas formas e significados.

Na literatura científica, muitas vezes os termos apreciar, escutar e ouvir,

são utilizados como sinônimos de uma mesma ação. Todavia alguns grupos de

pesquisadores, em seus trabalhos, diferenciam estes termos.

Bastião (2003) em todo o artigo trata sobre os caminhos da apreciação

musical em uma aula de um curso superior, tratando a Apreciação como

processo de compreensão e apreensão dos elementos sonoros que compõem

a música. França & Swanwick (2002), usam o termo Ouvir, como sinônimo de

apreciação, logo Ouvir, neste sentido, torna-se um processo ativo de

conhecimento musical. Já Granja (2006, pág. 65) apud (SOUZA & TORRES

2009, pág. 47) diz, “ouvir é captar fisicamente a presença do som”, enquanto

que “escutar estaria mais próximo da dimensão interpretativa da percepção”.

Assim, este trabalho adotará as significações de GRANJA (2006) e

RAMOS (2012) quanto aos termos ouvir e escutar, buscando entender essa

relação na vida dos jovens, e as mediações dos novos aparatos tecnológicos

no processo.

A adolescência, é um período de descobertas e mudanças, físicas e

emocionais. Marcada ainda por ser uma fase, em que o jovem passa a dar

ênfase a sociabilidade. A música inerente a todos os seres humanos, adquiri

nessa fase uma grande importância, sendo um meio propicio de

desenvolvimento do processo de interação social.

Tal processo, sofreu nos últimos anos, inúmeras influências

principalmente da cultura de massa impulsionada pelas novas tecnologias de

gravação e comercio destas, além do início da radiodifusão (ZAN 2001) e a

música portátil (RAMOS 2012).

Com base nestes expostos, e nas mudanças de relações com a música,

duas perguntas norteou o projeto que buscou entender o processo de escuta

musical dos jovens na atualidade? E sua utilidade?

Por objetivo geral, o projeto buscou compreender a escuta musical dos

jovens na atualidade. Já como objetivos específicos, buscou identificar as

especificidades do processo de escuta e seus possíveis usos pela educação

musical.

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2- METODOLOGIA

Para alcançar os objetivos do projeto, foram feitas entrevistas com cinco

pessoas, três adolescentes e duas professoras de piano. Sendo realizado um

encontro de observação de seu fazer musical e dois encontros de ação prática.

A transcrição consistiu em uma análise das respostas dos cinco

entrevistados, que revelaram seus modos de escuta musical, além de apontar

possibilidades de trabalho com o modo de escuta dos jovens na atualidade.

A primeira observação, foi uma tentativa de extração das preferências

musicais dos jovens durante seus diálogos com os professores em sala de

aula, e ao fim de suas aulas eu deixei uma pergunta ao aluno Lucas e as

alunas Elora e Sara: Qual a diferença entre ouvir e escutar.

A primeira ação prática, foi uma conversa aberta, guiada a partir de um

questionário semiestruturado, que não pode ser completado no primeiro

encontro.

A segunda ação prática, foi a continuação do recolhimento de dados

com alunos e professoras de música, e o encerramento da conversa aberta.

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3- RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS COLETADOS

As pessoas participantes desta pesquisa, são todas agentes ativas no

processo de ensino e aprendizagem musical. Constituídas por duas

professoras, duas alunas e um aluno do Conservatório Estadual de Música Dr.

José Zóccoli de Andrade da cidade de Ituiutaba-MG.

A presente pesquisa buscou compreender a escuta musical dos jovens

estudantes de música das classes de piano. O presente projeto, inicialmente,

teria a participação apenas de adolescentes, porém, na fase de observação,

pude constatar um intenso uso de celulares e fones de ouvido por parte de

jovens professoras de piano, portanto, também estendi a elas o campo de

abrangência desta pesquisa.

Em um primeiro momento, ao final da observação, lancei uma pergunta

sobre o que é ouvir/escutar/apreciar/entender música, se são as mesmas

coisas ou não, o que eles achavam sobre isso?

O primeiro encontro, foi tomado por um debate entre os cinco

participantes e eu, a respeito do assunto. Não ouve unanimidade entre a

função de cada adjetivo que caracteriza o processo de recepção da emissão

sonora.

Paralelo as definições discutidas na literatura corrente, cada participante

caracteriza tal processo não por consenso comum, mais pela definição que lhe

é mais própria, por exemplo nas falas das alunas Sara e Elora que dizem que:

Apreciar música, é gostar de ouvi-la e na fala do aluno Lucas que diz que

apreciar é querer ouvir novamente. Sem se preocupar em diferenciar os

diferentes modos de recepção sonora.

Já as professoras Monalisa e Priscila, dizem que apreciar seria: prestar

a atenção nos detalhes e ouvir é escutar sem reflexões, sintetizando em

apenas dois modos de recepção sonora.

Alimentados por essa discussão, pude iniciar o questionário sobre a

escuta musical, com maior atenção a particularidade da escuta por parte dos

entrevistados.

As respostas do questionário, estão registrados na íntegra no anexo

deste relatório. A primeira pergunta quis saber se o jovem gosta de música. Em

síntese todos disseram que sim, porém o que se deve levar em conta dessa

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resposta, não é a música em si, mas a música associada a casos como o

sentimento, a tradição familiar, gostos e escolhas individuais.

A segunda pergunta quis conhecer a frequência com que os jovens

escutam música. Os alunos tiveram respostas parecidas quanto ao momento

de escuta, que no geral era aleatório, porém os momentos de “ócio” como o

caminho da escola, ou os momentos de afazeres “chatos” tarefas escolares e

domésticas, são momentos em que eles comumente usam par ouvir música a

exceção Elora, que não consegue se concentrar mentalmente em duas

atividades.

Já entre as professoras, Priscila diz que não escuta música

desinteressadamente, sua escuta possui sempre uma finalidade, aprender uma

música para ensinar a um aluno, ouvir as músicas que os alunos tocam, e as

músicas que as crianças pequenas escutam.

A professora Monalisa concorda coma Priscila, e diz que sua escuta

também possui uma finalidade, ensino, transcrição de partitura, músicas para

tocar na igreja e em casamentos e outros eventos.

A pergunta sobre a frequência da escuta musical, trouxe uma

constatação por meio de uma outra discussão: Quando ouvimos música

realizando outra atividade, ora prestamos a atenção numa, ora noutra coisa,

nunca nas duas ao mesmo tempo.

A terceira pergunta quis conhecer quais suportes materiais os

entrevistados mais utilizam para escutar música. E a resposta foi unânime, o

celular, com e sem fone de ouvido, é claro que a formação da playlist não

ocorre apenas pelo celular em si, há a influência da televisão, e da internet que

segundo eles é mais acessada pelo computador ou notebook, portanto o

repertorio musical apesar de mais ouvido pelo celular, faz-se primeiramente

conhecido pela televisão e pelo computador com acesso à internet.

A quarta pergunta quis saber se entre os entrevistados, a escuta é

orientada sempre pelo prazer de ouvir música, ou outros fatores o induzem a

isso. Entre os alunos as respostas comuns foram dos amigos, igreja, colegas

de escola e conservatório.

As professoras, porém disseram que a necessidade de determinadas

músicas que guiam a maior parte da sua escuta, e secundariamente amigos e

igreja e familiares.

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Sobre os gêneros musicais mais ouvidos por eles, as alunas Sara e

Elora dizem ser ecléticas, mas possuem preferência pelos estilos musicais

internacionais lentas, pop e eletrônica. Priscila e Monalisa dizem serem

ecléticas mais universalmente, e Lucas diz ser eclético, mas possui preferência

pelo rock.

A sexta pergunta, quis saber se algum dos entrevistados já aprendeu a

ouvir algum outro estilo musical a parti das influências de outras pessoas. Sara

e Elora ouviam apenas músicas gospel e MPB, porém por influência de

amigos, colegas e familiares, passaram a ouvir música pop, sertaneja e

eletrônica.

Lucas ouvia sertanejo, MPB e por influência de amigos ele passa a

gostar de rock. A professora Priscila, diz sofrer muita influência da escuta

musical de seus alunos e Monalisa diz que passou a ouvir jazz por causa de

uma aula da História da Música Popular.

Após essa pergunta, iniciou-se outra discussão, agora sobre as “tribos”

musicais. Os alunos apesar de confirmarem sua existência, disseram que as

mesmas não são tão representativas, e que a escuta está se tornando cada

vez mais eclética. Porém as professoras falaram que as tribos musicais ainda

são fortes principalmente a dos roqueiros que possuem total aversão ao

sertanejo.

Buscando compreender a frequência e finalidade de se escutar música,

a sétima pergunta quis identifica em quais momentos e para quais atividades

ocorre o processo de audição musical. Sara, Elora, Lucas, Priscila e Monalisa

escutam música para realizar atividades “chatas” como os afazeres

domésticos, tarefas escolares, momentos de ócio (caminhada para a escola),

exercícios físicos e relaxamento, porém o que todos concordam é que não há

um horário fixo, rígido e sim quando há vontade, ou sobra de tempo.

Após essa pergunta, ocorreu um novo momento de discussão, o uso dos

fones de ouvido andando na rua, o perigo desse tipo de hábito, e seu uso

costumeiro entre os jovens.

A oitava pergunta quis identificar qual suporte material mais utilizado

para ouvir música e de que forma. Sara e Lucas preferem usar o fone de

ouvido independente de ser computador ou celular, porque acha que o som é

mais claro e inteligível. Já Elora, utiliza o alto-falante do celular e do som, tal

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como Priscila. Monalisa escuta com o fone de ouvido para “pegar” mais

detalhes, principalmente das músicas que ela interpreta ao teclado/piano.

A nona pergunta ocupou-se de saber o que mais chama a atenção dos

entrevistados em uma música, letra, batida, se a música é agitada ou devagar.

Sara prefere músicas de andamento rápido, eletrônica, já quando ela é mais

lenta, gosto de escutar o piano, e destaca a melodia como um elemento muito

importante.

Elora ignoro a letra e foco mais no instrumental, sempre buscando ouvir

os baixos da música, além do arranjo do piano/teclado. Priscila (professora de

piano), também foca no instrumental, arranjo, letra se houver e na forma da

música.

Monalisa (professora de piano) diz que depende muito da música, e que

é aficionada por melodias. Lucas foca o refrão da música, e procura escutar o

instrumento piano/teclado nela, e passa a imaginar como seria ele tocando

essa música com outras pessoas, diz também que a letra é o último elemento.

Utilizei-me se alguns as maneiras de ouvir dos jovens levantados por

Souza e Torres (2009), e foi possível inferir que em maior ou menor grau, todos

realizam os tipos de escuta abaixo descriminados:

a) Motoramente.

b) Função compensatória de algum sentimento.

c) Ouvir relacionado ao relaxamento.

d) Ouvir difuso: distração ou concentração em tarefas.

e) Ouvir emocional em função de deleite ou prazer.

As décimas primeiras e décimas segundas perguntas, estão

relacionadas as preferências musicais dos jovens e a sua realização no seu

instrumento de estudo. A primeira buscava identificar se os alunos ouviam as

músicas que tocavam, ou se apenas as executavam como obrigações de um

repertório de prova.

Sara diz não ouvir as músicas da apostila ou seus autores. Elora e

Lucas, buscavam conhecer outras produções musicais dos compositores que

eles executavam na apostila, e ouvir outras interpretações das músicas que

eles estão fazendo.

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Já Monalisa e Priscila dizem que quando algumas músicas a interessam,

elas logo buscam tocá-la. A outra, pergunta, se eles gostam de tocar o

repertório que eles gostam de ouvir.

Sara diz que há certas músicas que ela ouve e logo quer aprender a

tocar, que procura partituras dela na internet ou que pede para a professora de

piano ensiná-la. Elora também gosta de tocar as músicas que ouve,

principalmente as do serviço religioso.

Priscila (professora de piano) também, principalmente se é uma peça de

piano solo. Monalisa (professora de piano), inclusive nos revela que prefere

ouvir e tocar do que tocar e ouvir. Lucas sempre procura a partitura das

músicas que eu gosta de ouvir, e sempre assiste pianistas ensinando como

tocá-las.

Desse modo, os diálogos revelam que inerente a atividade musical,

todos gostam de música, e utilizam novos meios de consumi-la, as tecnologias

portáteis, celular, notebook, e as interações entre computador/notebook com

internet e televisão.

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4- Considerações Finais

O diálogo entre professores e alunos muito mais que o ensino de um

instrumento musical, permitiu um diálogo sobre a música, nossa postura

enquanto pessoas que gostam de músicas e também como executantes da

mesma.

Em nenhum houve alguma forma de pressão sobre qual repertório é o

mais adequado a se ouvir ou quantas horas do dia se dedicar a escuta, de que

maneira e com qual concentração.

A entrevista coletiva com aberturas para discussão, suscitou inúmeras

discussões benéficas sobre a música, suas novas formas de interação e

aprendizado.

O projeto buscou entender as novas formas de escuta, onde se declina a

apreciação de performances ao vivo e aumenta a apreciação da produção

gravada, principalmente vídeo e áudios hospedados em websites, e nas

playlists das memórias dos aparelhos tecnológicos dos entrevistados.

Tal discussão, atesta a influência das novidades da mídia, das pessoas

do convívio social, e principalmente a postura individual de cada um perante a

realização e escuta musical.

O presente trabalho revelou também que cada aluno adota estratégias

de escuta e aprendizado próprio, como a escuta dos baixos, a preferência por

ouvir piano/teclado nas músicas, ou ouvir outros pianistas ensinando como se

toca uma música.

Contudo, o que de mais importante este projeto permitiu, foi estimular o

diálogo entre professores de músicas e alunos, pois os professores, por mais

que se atualizem podem não conseguirão acompanhar todas as inovações

tecnológicas, principalmente as referentes a música.

Daí a necessidade permanente de se manter tal diálogo, com vista de se

manter a par e atualizados sobre as inovações no campo da música, pois estas

impactam, modificam e criam novas relações com ela e com seus agentes

envolvidos, não deixando de afetar a relação de ensino-aprendizagem.

O desenvolvimento deste projeto permitiu-me estar mais atento ao gosto

musical do jovem além das reações deste com a tecnologia, em especial, o que

há de novidade na tecnologia da música.

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Referências Bibliográficas

BASTIÂO, Zuraida Abud. Apreciação Musical: Repensando Práticas Pedagógicas. Encontro

Anual da ABEM, v. 12, 2003.

FRANÇA, Cecília Cavalieri; SWANWICK, Keith. Composição, apreciação e performance na

educação musical: teoria, pesquisa e prática. Em Pauta, v. 13, n. 21, p. 5, 2002.

GRANJA, Carlos Eduardo Souza Campos. Musicalizando a escola: música, conhecimento e

educação. Escrituras Editora e Distribuirdora de Livros Ltda., 2006.

MOREIRA, Lúcia Regina de Sousa. REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: CAMINHOS PARA A

COMPREENSÃO DA APRECIAÇÃO MUSICAL?.Anais do SIMPOM, n. 1, 2012.

RAMOS, Silvia Nunes. Escuta portátil e aprendizagem musical: um estudo com jovens sobre

a audição musical mediada pelos dispositivos portáteis. 2012.

SOUZA, Jusamara; TORRES, Maria Cecília de Araújo. Maneiras de ouvir música: uma questão

para a educação musical com jovens. Música na Educação Básica, Porto Alegre, v. 1, n. 1,

2009.

ZAN, José Roberto. Música popular brasileira, indústria cultural e identidade.Eccos Revista

Científica, v. 3, n. 1, p. 105-122, 2001.

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5- Anexos

O jovem gosta de música?

Sara

Eu gosto muito, porque música é diferente, música mexe com a alma, mexe com os sentimentos.

Elora

Eu gosto de música desde muito pequena, meus pais escutam música, me trouxeram para o conservatório e a Monalisa sempre foi minha professora e é como a Sara disse, é algo que toca a gente, nós não estamos aqui tocando só para a prova, e sim por prazer.

Priscila (professora de piano)

Resumindo a música é minha vida dessde que eu tinha oito anos até os vinte e oito anos presente. Na idade deles, quando eu era adolescente, eu gostava de usar o meu piano para extravasar, quando eu estava agitada, nervosa, tocava alto, música mais agitada, eu “arrebentava” o piano já quando estava mais calma, eu tocava músicas mais calmas, com delicadeza na idade deles principalmente, 12 anos.

Monalisa (professora de piano)

Eu amo música, acho que ela é uma forma de nós expressar os sentimentos, uma forma de extravasar vários sentimentos que eu não consigo falar, gritar, expressar de outro modo, através da música eu consigo expressar o que eu não consigo falar.

Lucas

Eu também gosto muito de música, acho que a música é como um remédio, se a pessoa esta triste, ela deixa esse sentimento de lado e passa a prestar a atenção na música.

Qual frequência você escuta música?

Sara

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Quase todo o dia eu escuto música, não fico um dia sem escutar, é muito viciante.

Elora

Todos os dias, indo para a escola, fazendo outras atividades eu estou ouvindo.

Priscila (professora de piano)

Ouvindo desinteressadamente não, eu mais toco música do que escuto, nos tempos vagos. E quando eu escuto, geralmente é música infantil por causa da minha menina, 4 anos. Quando eu dava aula de canto coral, já era diferente, eu escutava muito mais música, música atual da mídia de todos os gêneros para trabalhar com o canto coral.

Monalisa (professora de piano)

Vinte e quatro horas praticamente, eu escuto também mais por questão de trabalho porque eu tenho muitos alunos que fazem aula comigo querendo tocar aquela música específica, daí primeiro eu preciso aprender para depois ensiná-los, e a maioria dessas músicas a gente não acha partitura, tem que tirar, escrever, há também a música para tocar em casamento que eu ouço bastante, uma escuta dirigida ao que eu vou fazer, não por simples vontade de ouvir, gosto de Chopin, mas não ouço porque não tenho tempo pra ouvir, eu ouço mais pelo que a necessidade me faz ouvir, mas ouço bastante.

Lucas

Escuto muito também, todo o dia eu escuto bastante, logo que tem uma novela, rádio, tem uma música que eu gosto, eu tento dar um jeito de baixa-la, para escutar.

1º momento de discussão comum

Monalisa:- Eu acho uma coisa incrível, eu não sei se vocês são assim, eu tenho

muito aluno que vai fazer tarefa de escola, coloca o fone de ouvido e vai fazer tarefa ouvindo música.

Lucas:- Eu faço isso.Sara:- Eu faço isso.Monalisa:

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- Eu não consegui fazer na minha época:Priscila, Elora e Herbert:- Eu também não.Monalisa:- Eu fico de queixo caído, tipo assim, está fazendo a tarefa mas está

ouvindo rock. Se eu estiver lendo um texto e estiver ouvindo uma música, minha concentração fica na música

Priscila:- Eu também não, é a geração de agora.Sara:- Quando eu faço tarefa e escuto música, eu mais concentro na música do

que na tarefa, né?Todos:- Eu sou assim!Priscila:- Se a tarefa vai sair bem feita, ai é outra história.

Quais suportes materiais o jovem utiliza para escutar música?

Sara

Eu uso mais o celular e o computador, quando eu não tenho o celular eu tenho o computador e vice-versa, quando eu ouço uma música legal, que eu gosto eu vou direto para escutar, por exemplo a televisão, se está tocando uma música que me chama a atenção eu paro tudo que eu estou fazendo e vou lá escutar. A MTV é um bom canal para escutar música, as músicas de lá eu gosto de ouvir.

Elora

O primeiro é o celular e o notebook, depois vem a televisão que as vezes quando eu estou assistindo alguma série, filme ou novela e passa alguma música interessante aí já corro no notebook e a baixo na hora.

Priscila (professora de piano)

Pelo celular.

Monalisa (professora de piano)

Aqui nós ouvimos muita música ao vivo pelo fato de dar aula, eu ouço muito ao vivo porque toco na igreja, vou bastante na igreja, porém a ferramenta que eu mais utilizo é o celular, o mais prático.

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Lucas

Eu uso muito o celular, e quando eu chego em casa eu uso o notebook, e quando acaba a energia eu corro para o celular.

A escuta é orientada sempre pelo prazer de ouvir música, ou outros fatores o induzem a isso?

Sara

As vezes a gente escuta música para colocar os sentimentos para fora e outras vezes a gente escuta porque você gosta de escutar. Eu tenho influência de amigos que nos mostram música e nós escutamos, da igreja.

Elora

No meu caso eu escuto muita música gospel por causa dos meus pais e da igreja, para que eu possa aprender a tocar lá por influência de amigos e algumas atividades de conservatório que pedem que toquemos música, daí eu sempre estou ouvindo a música para conhecer mais.

Priscila (professora de piano)

De acordo mais com a necessidade nem sempre é o que a gente gosta, o aluno quer tocar determinada música você vai ouvir, conhecer a música.

Monalisa (professora de piano)

95% é necessidade, as vezes em uma viagem eu falo que eu vou ouvir uma música que eu gosto daí os filhos falam, mãe troca essa música, escuta por prazer é 0,0001%.

Lucas

Eu escuto determinadas músicas que eu escuto, daí eu tenho uns amigos que me mandam músicas daí eu escuto, também tem a influência da minha família que fala para eu estudar piano, eu tento ouvir as músicas de piano, tento tocar. Eu baixo partituras da internet, trago para aprender com a professora na aula.

Qual gênero musical você mais gosta de ouvir?

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Sara

Eu gosto de todos os tipos de gêneros, mas o gêneros que eu mais gosto é o gospel por causa da igreja, porém eu também gosto de pop, internacional e eletrônica.

Elora

Eu também gosto de música gospel por causa da igreja, e de MPB pois meus pais escutam muita MPB e eletrônica bastante.

Priscila (professora de piano)

Sou eclética.

Monalisa (professora de piano)

Sou eclética também, gosto de tudo um pouco, MPB, músicas para piano, sertanejo universitário, axé.

Lucas

Escuto vários gêneros também, meus pais escutam muita MPB, pagode, axé sertanejo, só que eu gosto mais de rock.

Já aprendeu a ouvir algum outro estilo musical a parti das influências de seus pares?

Sara

Sertanejo e pop, eu não escutava até chegar nessa cidade, minha prima escuta muito sertanejo, pop já foi minha irmã.

Elora

Eu passei a ouvir eletrônica por causa dos amigos da escola e do sertanejo, principalmente aqui no conservatório que se escuta muita música sertaneja.

Priscila (professora de piano)

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Só quando os alunos pedem para tocar uma música diferente.

Monalisa (professora de piano)

Na faculdade nós tínhamos uma disciplina de História da Música Popular, e o professor gostava muito de jazz, daí ele passou bastante músicas desse estilo para nós ouvirmos e gostei bastante.

Lucas

O MPB foi influência dos meus pais, o rock foi influência dos meus amigos daí eu gosto até hoje.

2º momento de discussão comum

Herbert: - Ainda está em voga a questão das tribos musicais na escola? Ou os

grupos estão mais ecléticos?Sara:- Não, todo mundo misturado.Monalisa:- Acho que aqui no conservatório tem uma turminha do rock bem forte,

apenas a turma do rock os outros são bem ecléticos. Camiseta do metálica, allstar, sombra preta, principalmente na quinta feira.

Sara:- Eles são roqueiros, mas andam com outras pessoas que escutam outras

músicas.Priscila:- Quando eu dava aula de canto coral, quando eu passava uma música

eles não queriam cantar, principalmente sertaneja, daí eu passava uma música pop-rock e uns não gostavam, era uma luta agradar o canto coral, daí eu disse que eles tinham que cantar de tudo, mas sempre tinha briga.

Monalisa:- Os alunos que eu tinha, que faziam parte desse grupo, eles tinham

resistência com outros tipos de música apenas as músicas da apostila e a erudita do plano de aula.

Em quais momentos e para quais atividades ocorre o processo de audição musical?

Sara

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Quando eu arrumo a casa eu ligo música para ficar mais animada, quando estou de horário vago na escola, no recreio, não tem horário específico, é qualquer hora, pego o celular, vou lá e escuto música.

Elora

Quando eu vou para o curso, para escola, eu sempre escuto música no caminho da escola, ou quando um sentimento toma conta da gente.

Priscila (professora de piano)

Além da necessidade profissional, eu escuto quando vou fazer uma atividade física, quando vou descansar, arrumar a casa.

Monalisa (professora de piano)

Eu não tenho horário fixo, é quando sobra tempo.

Lucas

Quando eu vou fazer alguma tarefa, quando eu vou fazer uma caminhada, antes de dormir eu escuto música com fone de ouvido, mas tiro para não dar problema de audição, e eu escuto muito quando escuto muito dentro de casa e na van para ir para a escola.

3º momento de discussão comum

Herbert: - Vocês escutam música no fone de ouvido andando na rua?Sara e Lucas:- Sim eu escuto!Elora:- Não, eu não dou conta.Priscila:- Eu também não.

Qual suporte vocês mais utilizam para ouvir música?

Sara

Mais pelo fone de ouvido do celular e do computador, porque é maus interno, dá para escutar melhor e você “viaja” mais na música.

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Elora

Pelo alto falante do celular porque o fone de ouvido me incomoda muito.

Priscila (professora de piano)

Eu não gosto de fone de ouvido, eu escuto pelo alto falante do celular ou pelo aparelho de som em casa. Além da necessidade profissional, eu escuto quando vou fazer uma atividade física, quando vou descansar, arrumar a casa.

Monalisa (professora de piano)

Escuto mais pelo fone de ouvido, através do aparelho celular não consigo ouvir sem, para “pegar” detalhes da música.

Lucas

Eu escuto no fone do notebook, do computador, celular para focalizar melhor a música.

Em uma música, o que mais lhe chama a atenção? Uma letra, batida, se a música é agitada ou devagar.

Sara

Na música eu gosto quando ele é de andamento rápido, eu gosto de ouvir a batida, tipo música eletrônica, já quando ela é mais lenta, eu gosto de escutar mais o piano. A melodia, também é muito importante, para eu poder “viajar” na música com todo o meu ser.

Elora

Em primeiro momento, eu ignoro a letra e foco mais no instrumental, e eu sempre busco ouvir o baixo da música, não sei porque, mas toda a música eu presto a atenção nos baixos dela, já virou meio que uma mania, gosto de ver se tem um timbre proveniente das teclas

Priscila (professora de piano)

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Primeiro eu foco no instrumental, o que se utiliza de instrumento, no arranjo de pois eu foco na letra e na forma da música.

Monalisa (professora de piano)

Depende da música, eu acho que eu presto muito a atenção na melodia

Lucas

Eu foco muito no refrão da música, e procuro escutar o meu instrumento nela, e passo a imaginar como seria eu tocando essa música com outras pessoas, a letra eu ignoro um pouco.

Maneiras de ouvir:

Sara

a) Motoramente? Com intuito de se movimentar?

Sim, quando eu começo a escutar uma música, eu não consigo ficar parada, ou eu mexo as pernas, os braços, principalmente quando a música tem um ritmo bom para dançar.

b) Função compensatória de algum sentimento?

Quando eu estou triste eu escuto uma música mais “deprê”, já quando eu estou alegre eu escuto música mais “up” ou qualquer outra música.

c) Ouvir difuso: distração ou concentração em tarefas?

Sim, eu faço tarefas ouvindo músicas, e gosto de ouvir músicas para fazer tarefas mais chatas.

d) Ouvir relacionado ao relaxamento?

Sim, antes de dormir principalmente.

e) Ouvir emocional em função de deleite ou prazer?

Sim, muitas vezes

Elora

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a) Motoramente?

Eu uso muito a música para transformar uma atividade, como arrumar a casa, que para mim é uma atividade chata e com a música, se torna mais legal.

b) Função compensatória de algum sentimento?

Se estou triste, eu escuto música animada para melhorar o ânimo, agora se estou alegre, eu escuto uma música mais calma para me acalmar.

c) Ouvir difuso: distração ou concentração em tarefas?

Não consigo fazer alguma atividade da escola ouvindo música, minha concentração é só para uma coisa.

d) Ouvir relacionado ao relaxamento?

Para dormir eu escuto música, pois me relaxa.

e) Ouvir emocional em função de deleite ou prazer?

E sempre escuto música pelo meu prazer.

Priscila (professora de piano)a) Motoramente?

Sim, para fazer alguma atividade física, para dar ânimo.

b) Função compensatória de algum sentimento?

Sim, quando estou mais triste.

c) Ouvir difuso: distração ou concentração em tarefas?

Não consigo me concentrar com música, apenas distrair.

d) Ouvir relacionado ao relaxamento?

Também.

e) Ouvir emocional em função de deleite ou prazer?

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Também.

Monalisa (professora de piano)

a) Motoramente?

É impossível imaginar um mundo sem música, imagina uma academia se música, vai todo mundo embora, cada lugar tem uma música, ela é específica de cada ambiente, praça de alimentação do shopping, elevador.

b) Função compensatória de algum sentimento?

Eu expresso meus sentimentos através da música.

c) Ouvir difuso: distração ou concentração em tarefas?

Posso ouvir música para distrair, agora me concentrar em outras atividades, é difícil.

d) Ouvir relacionado ao relaxamento?

Escuto música para relaxar, também escuto o silêncio para relaxar.e) Ouvir emocional em função de deleite ou prazer?

E sempre busco o prazer ao ouvir música.

Lucas

a) Motoramente?

Eu escuto, muito, principalmente se a música for bem alegre, eu tenho vontade de dançar mesmo.

b) Função compensatória de algum sentimento?

Também.

c) Ouvir difuso: distração ou concentração em tarefas?

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Eu uso muito a música para me distrair, e para concentrar também.

d) Ouvir relacionado ao relaxamento?

Uso a música para o relaxamento.

e) Ouvir emocional em função de deleite ou prazer?

Sim.

Você escuta as músicas que toca?

Sara

Eu toco as músicas da apostila, mas não busco procurar os autores ou outra produção deles.

Elora

Eu gosto de procurar outras músicas do autor, ver outras interpretações da música que eu vou estudar, assistir outras pessoas tocando.

Monalisa (professora de piano)

Com certeza.

Priscila

Escuto bastante.

Lucas

Escuto, e escuto outras músicas dos autores que estão na apostila.

Gosta de tocar as músicas que você escuta?

Sara

Sim, tem certas músicas que eu gosto de tocar, até procuro as partituras de algumas músicas e peço para minha professora me ensinar.

Elora

Sim, principalmente música da igreja.

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Priscila (professora de piano)

Gosto, principalmente se é uma peça solista de piano.

Monalisa (professora de piano)

Gosto bastante, prefiro ouvir e tocar do que tocar e ouvir.

Lucas

Eu sempre procuro a partitura das músicas que eu gosto de ouvir, ou assisto pianistas ensinando como tocá-las.