35
Relatório

Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

Relatório

Page 2: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 2

Sumário

1 – Introdução e objetivos ........................................................................................................................ 3

2 - Programação ....................................................................................................................................... 4

3 - Síntese das apresentações ................................................................................................................... 5

Abertura ..................................................................................................................................................... 5

Perspectivas para a regularização Ambiental em Mato Grosso ................................................................ 8

A Descentralização e o Fortalecimento da Gestão Ambiental Municipal .................................................. 9

ICMS-Ecológico e as oportunidades de fortalecimento das políticas ambientais locais ......................... 12

Projeto Piloto de Regularização Ambiental, Fundiária e Titulação - Parceria INCRA-ICV ........................ 14

Cerimônia de entrega dos Contratos de Concessão de Uso (CCU) ................................................... 15

Desenvolvimento Territorial, Agricultura Familiar e Regularização Fundiária ........................................ 16

A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia ................. 19

Municípios por um Mato Grosso Sustentável .......................................................................................... 22

Assinatura da Carta de Compromisso - PMS ............................................................................................ 27

ANEXO I. Carta Compromisso ................................................................................................................. 30

ANEXO II. Lista de Presença .................................................................................................................... 31

Page 3: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 3

1 – Introdução e objetivos

Em julho de 2013, foi realizado em Cuiabá o I Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis

com os objetivos de reunir as instituições e os municípios mato-grossenses envolvidos em iniciativas de busca

de sustentabilidade, de construir uma visão compartilhada e iniciar o desenho de um programa de municípios

sustentáveis para esse estado.

Como encaminhamento desse evento, foi organizado um grupo para dedicar-se a elaboração da

proposta de um programa estadual voltado a promoção da sustentabilidade nos municípios, formalizando

assim o Comitê Articulador. Esse Comitê foi o núcleo mediador para construção da proposta, que contava com

a participação de 8 consórcios intermunicipais representando 65 municípios (Vale do Juruena, Vale do Teles

Pires, Portal da Amazônia, Norte Araguaia, Vale do Arinos, Alto Teles Pires, Araguaia e Médio Araguaia)

representes de órgãos estaduais e federais e organizações da sociedade civil.

O processo de construção contou com intercâmbios e reuniões até a estruturação da proposta de um

Programa de Municípios Sustentáveis em âmbito estadual. Em 12 março de 2014 foi publicado o Decreto

Estadual nº 2.188 que criou o Programa Mato-grossense de Municípios Sustentáveis (PMS). Em junho de 2014,

através do Ato nº 20.994 o Governador nomeou os representantes das instituições que compõem o Comitê

Gestor do PMMS, substituindo o Comitê Articulador.

O Programa foi lançado em 22 de Maio de 2014, durante a solenidade de abertura do 31º Encontro de

Prefeitos da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) e atualmente está estruturando seu

funcionamento. O objetivo geral do PMS é promover o desenvolvimento sustentável dos municípios mato-

grossense, através do fortalecimento da economia local, da melhoria da governança pública municipal, da

promoção da segurança jurídica, da conservação dos recursos naturais e recuperação ambiental, e da redução

das desigualdades sociais.

Nesse contexto de construção, os objetivos principais do 2º Seminário Mato-grossense de Municípios

Sustentáveis foram:

Consolidar o Programa Municípios Sustentáveis, com a prestação de contas sobre o que já foi realizado

e validação do funcionamento do PMS.

Consolidar o engajamento dos municípios, do governo estadual e federal.

Promover uma oportunidade de debate e construção de conhecimentos sobre temas relevantes ao PMS.

O 2º Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis foi realizado entre 25 e 27 de novembro, no

hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá e contou com a participação de mais de 150 pessoas representando os

diversos setores da sociedade e constituiu em mais um marco importante no crescimento e consolidação do

PMS e de seus objetivos.

Page 4: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 4

2 - Programação

25 de novembro Abertura do 2° Seminário de Municípios Sustentáveis

Histórico do Programa, avanços e perspectivas

Renaldo Loffi - Secretário Adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar

Rodrigo Junqueira - Instituto Socioambiental ISA - Representante da rede de parceiros

Raimundo Zanon – Presidente do Consórcio Intermunicipal do Portal da Amazônia

Lieda Resende Brito - Secretária Executiva Associação Mato-grossense de Municípios

Milton Geller- Secretário Adjunto de Desenvolvimento da Agricultura Familiar - SEDRAF

Ezequiel Fonseca - Deputado Estadual

José Esteves de Lacerda Filho – Secretário do Estado de Meio Ambiente

Coquetel de Encerramento da noite

26 de novembro

Perspectivas para a Regularização Ambiental no estado de Mato Grosso

Elaine Corsini - Superintendente de Geoinformação e Monitoramento Ambiental – SEMA

A Descentralização e o fortalecimento da Gestão Ambiental Municipal - Mediação Mauro Pires - consultor

A descentralização da Gestão Ambiental - Eulinda Lopes - Coordenadora da Unidade de Programas e

Projetos estratégicos – SEMA

Apresentação dos Casos Municipais:

- Consórcio Médio Araguaia: um caso de descentralização por Consórcio Intermunicipal – Leandro

Teixeira

- Município de Cotriguaçu: participação social e fortalecimento do Conselho Municipal de Meio

Ambiente – Amilton Castanha e Denise Freitas

Café

ICMS-Ecológico e as oportunidades de fortalecimento das políticas ambientais locais – Mediação Andrea Azevedo

- IPAM

A implementação do ICMS-Verde - Felipe de Azevedo Nunes - Programa Municípios Verdes (PMV)

Estudo de Caso: o ICMS-Ecológico no município de Cotriguaçu - João Andrade – Instituto Centro de Vida

(ICV)

ICMS ecológico: oportunidades para o desenvolvimento municipal em MT - Andrea Jakubaszko –

Operação Amazônia Nativa (OPAN)

Almoço

Projeto Piloto de Regularização Ambiental e Fundiária e Titulação - Parceria INCRA-ICV

Entrega solene de Contratos de Concessão de Uso para beneficiários do PA São Pedro do município de

Paranaíta

o Irene Duarte – Coordenadora da Iniciativa de Municípios Sustentáveis do ICV

o Salvador Soltério –Superintendência Regional de Mato Grosso do Incra

o Antônio Rufatto - Prefeito de Paranaíta

Page 5: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 5

3 - Síntese das apresentações

Abertura

Renaldo Loffi – Secretário Adjunto de Desenvolvimento Regional

Abriu oficialmente o evento agradecendo a presença de todos, principalmente os representantes dos

municípios. Explicou que o Programa Mato-grossense de Municípios Sustentáveis (PMS) surgiu dos municípios

através das necessidades que eles apresentavam, e destacou as necessidades de apoio à agricultura familiar

de Mato Grosso. Ressaltou que as deficiências precisam ser sanadas para que o município tenha uma renda

maior que venha a gerar emprego e melhor qualidade de vida.

Ele explicou que o PMS foi baseado em municípios que já realizaram avanços que devem ser destacados

para gerarem inspiração para o estado todo. Apontou os três eixos do PMS: Regularização fundiária, Ambiental

e RAD. Segundo ele, todos são gestores do programa e devem trabalhar para que ele se desenvolva.

Destacou que o objetivo do Seminário é fazer uma prestação de contas do que foi realizado no último

ano e construirmos as bases para os próximos passos.

Rodrigo Junqueira Instituto Socioambiental (ISA) - representando a rede de parceiros do PMS

Iniciou celebrando os passos que o PMS deu no 1 ano e meio após o I Seminário. Lembrou que MT tem

a fama de aparecer pelo que está fazendo errado nas questões ambientais estão é justo reunir as coisas

Desenvolvimento Territorial, Agricultura Familiar e Regularização Fundiária (Mediação – Mauro Pires - consultor)

Regularização fundiária de assentamentos consolidados – Carlos Guedes - INCRA

Políticas para agricultura familiar – Nelson Borges- MDA

Territórios da Cidadania – Ságuio Moreira - MDA

O papel da SEDRAF para o desenvolvimento da agricultura familiar no MT – SEDRAF

A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia

o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

27 de novembro

Municípios por um Mato Grosso sustentável Agenda de Implementação do PMS - Valmir Ortega – Consultor Fundo Vale

Laurent Micol - Instituto Centro de Vida ICV - Representante da rede de parceiros

Luciana Copetti - Consórcio Alto Teles Pires - representando os consórcios

Ana Flávia Aquino - Procuradoria Geral do Estado - representando a equipe de transição do governo eleito Pedro Taques

Domingos Savio- Promotor do MPE

Café

Assinatura da Carta de Compromisso

Page 6: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 6

interessantes que os municípios de MT estão fazendo. Em nome dos parceiros disse que é um desafio grande

estar trabalhando junto com o governo do estado e nos municípios podendo construir de forma conjunta as

soluções principalmente nesses três eixos.

Ressaltou que na gestão ambiental municipal muitos municípios já têm ações em andamento, outros

estão iniciando, mas eles devem se antecipar e usar a questão ambiental como trunfo e não como algo que

atrapalha o desenvolvimento do município. Em nome das organizações da sociedade civil se colocou à

disposição para construir as soluções de forma conjunta nos municípios, porque é lá que as coisas. Ressaltou a

importância da sociedade civil se unir para ajudar a deslanchar o PMS para que as iniciativas sejam

potencializadas em outros lugares e que seja possível nos unir para responder os desafios que existem.

Raimundo Zanon - Prefeito de Itaúba e Presidente do Consórcio Intermunicipal do Portal da Amazônia

Apontou que a questão de municípios sustentáveis não é sobre os município que tem muita floresta,

como Itaúba, e sim sobre como aproveitar melhor a área que cada um já tem aberto e aproveitar a própria

floresta. Ressaltou que muitas vezes os municípios da Amazônia eram vistos com olhos negros por seus

problemas, por exemplo, o culpado pela seca em SP é a Amazônia. Nesse sentido, disse que a união de prefeitos

é importante porque quase todos nós temos os mesmo vícios e defeitos, muitos não querem falar em

sustentabilidade porque no fundo o que querem é fazer uma lavoura de soja para trazer dinheiro ao município.

Mostrou a importância de aproveitar essa oportunidade de ter parceiros para se apoiar e que os

municípios só têm a ganhar participando do PMS. Lembrou que é possível os municípios ganharam dinheiro

com a sustentabilidade, não só através da exploração do agro extrativismo, como Itaúba, mas também através

da produção agropecuária regularizada e ambientalmente correta.

Lieda Resende Brito - Secretária Executiva da Associação Mato-grossense de Municípios

Ressaltou a importância de que os prefeitos e municípios presentes e que se aproximaram do PMS já

tem uma visão regionalizada e podem contribuir para apoiar outros prefeitos que estão chegando e ainda não

tem essa visão. Para ela, o trabalho em consórcios é a saída para o desenvolvimento regional e tem muito a

contribuir.

Milton Gheller - Secretário Adjunto de Desenvolvimento da Agricultura Familiar da SEDRAF

Se colocou à disposição para colaborar junto com as entidades civis organizadas, os municípios, e os

parceiros para o Programa. Para ele o seminário é um começo importante que precisa se materializar e trazer

frutos. Ressaltou que é preciso fomentar a agricultura familiar no nosso território e viabilizar políticas públicas

para potencializar o trabalho, já que o agronegócio é muito forte e não depende tanto de apoio.

Ezequiel Fonseca - Deputado Estadual

Deu um testemunho que na época que trabalhou como prefeito e acompanhou o desenvolvimento de

parte da região sudoeste e sabe o quanto que erraram no passado. Hoje graças aos organismos de defesa do

ambiente essa questão tem mais atenção mas muita gente ainda tem certo preconceito. Mostrou que o Código

Florestal foi um avanço porém é preciso que a gente tenha um apoio maior ao município porque ser sustentável

não é só a parte ambiental.

Page 7: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 7

José Lacerda Filho - Secretário de Estado de Meio Ambiente

Levantou que o Seminário importante para MT pois a cada dia que passa os temas de regularização

fundiária, regularização ambiental, são mais importantes para o estado, e são muitas vezes trabalhados como

problema, quando o importante é buscarem a solução.

Apontou que as questões sobre cadeia produtiva são temas mundiais e não domésticos. Para isso,

precisamos buscar mecanismos de desenvolvimentos endógenos, planos de cima pra baixa não funcionam e

não vão funcionar. Disse que precisamos valorizar a nossa biodiversidade e o meio ambiente, citou os

pagamentos por serviços ambientais e a lei de REDD do estado. Segundo ele, infelizmente o meio ambiente

não recebeu o valor econômico que deveria, por exemplo, do potencial das plantas medicinais e fitoterápicos

que tem um valor fundamental. Se cada prefeitura fizesse um trabalho em cima disso estaria economizando o

orçamento da área da saúde, já que MT é muito rico nisso por ter três biomas.

Foto: Mesa de abertura

Page 8: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 8

Perspectivas para a regularização Ambiental em Mato Grosso

Elaine Corsini - SEMA

Iniciou apresentando o histórico do CAR em MT, que existe desde 2008 mas por conta do CF tiveram

que alterar algumas questões e em 2014 houve uma decisão de adotar o sistema do governo federal, o SICAR

(ver apresentação completa). Em maio 2014 houve o posicionamento da adoção ao SICAR e um Acordo de

cooperação técnica onde os estados ficaram responsáveis por fazer a integração entre seus sistemas. Não foi

um processo simples pela complexidade dos sistemas. Em 23/09 a SEMA publicou uma portaria dizendo que

faria migração do SIMLAM para SICAR e teve a necessidade de fazer vários ajustes, p. ex.: não pediam as áreas

degradas, as reservas legais, as áreas de usos restritos. Em Outubro foi finalizada a migração e por causa de

alguns problemas não conseguiram migrar 100% da base.

A revisão da legislação da Política Florestal está na assembleia legislativa, já houve reuniões da comissão

de meio ambiente, não sabemos se terá audiência publica. A SEMA esta trabalhando na regulamentação do

CAR e PRA.

O status do SICAR em MT: mais de 45 mil imóveis rurais (mais de 37 milhões de ha) cadastrados.

A estrutura do SICAR foi pensada com quatro módulos:

Módulo de Cadastro (já implementado nos estados);

Módulos de Análise do Cadastro (SEMA vai ter que validar todos os CAR que foram feitos, apesar de

serem declaratórios). MT e AM participaram da construção desse módulo, o Governo Federal pediu

que MT fizesse os testes desse módulo. Foi solicitado que o banco de dados fosse em Oracle, mas

era pago. MT fez a solução através de uma parceria com a Google, MMA e LEMAF/UFLA para que o

banco de MT ficasse em nuvem para testar. Em Dezembro iniciarão os testes e a capacitação dos

servidores.

Módulo do PRA (ainda em definição)

Módulo da CRA (ainda em definição)

A estratégia para validação dos CAR de MT é na captação de recursos através de projetos que paguem

pessoas que sejam disponibilizadas para validarem os cadastros nos municípios, tanto os novos quanto os

antigos. Ela envolve dois projetos a princípio:

Projeto FIP Cerrado: tem foco nos municípios da lista prioritária do Cerrado. A lógica é que os órgãos

do SISNAMA tem a obrigação de apoiar o CAR dos produtores até 4 módulos, por isso apoiará

divulgação, realização dos cadastros, etc.

Projeto KFW: Inicialmente era um projeto do Fundo Amazônia que envolvia a lista de municípios

prioritários do bioma Amazônia mas o BNDES solicitou que retirasse o projeto para fazer adequações

para adaptar ao SICAR. Além disso tinha conflito com o projeto da TNC com o CIDESA também pelo

Fundo Amazônia. O estado tomou decisão de, ao invés de refazer o projeto, enviar para a KFW, que

facilita a implementação. O projeto ainda não está fechado, mas propuseram 35 municípios: os

municípios da lista do MMA; alguns municípios que já saíram da lista mas tem pequenas

propriedades que ainda não foram cadastradas; e outros não estão na lista mas ainda precisam de

muita área para ser cadastrada. A TNC tem que fazer a revisão de toda a base que já fizeram o

cadastro, além disso alguns municípios a TNC fez toda a base na prefeitura mas nem tudo virou CAR

e precisa ser feito.

Page 9: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 9

Como funcionará o PRA: se tiver um CAR que não tem déficit, ele já fará a regularização no CAR. Se tiver

déficit, ele vai pro PRA. No PRA ele terá as três opções de regularização previstas em lei e se ele tem excedente

de vegetação nativa poderá emitir as CRA.

Apesar da adesão ao SICAR, MT fez questão de fazer um receptor estadual para ter a base de dados

como acontecia com o SIMLAM.

Foto: Elaine Corsini - SEMA

A Descentralização e o Fortalecimento da Gestão Ambiental Municipal

Mediador: Mauro Pires.

Foto: Mesa redonda Descentralização e Fortalecimento da Gestão Ambiental Municipal

Page 10: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 10

A descentralização da Gestão Ambiental

Eulinda de Campos Lopes - Coordenadora de Programas e projetos estratégicos da SEMA

Eulinda iniciou sua palestra explicando sobre o Projeto Mato Grosso Sustentável, financiado pelo Fundo

Amazônia (BNDES) (ver apresentação completa). Ele tem três componentes: 1 - apoio à consolidação do

sistema de áreas protegidas da Amazônia, 2 - Fortalecimento das atividades de licenciamento e fiscalização

ambiental, e 3- Fortalecimento da gestão ambiental estadual por meio da desconcentração e descentralização

das atividades da SEMA.

Na sequência a Eulinda explicou sobre as ações em cada componente. O terceiro que diz respeito ao

tema da mesa de discussão e inclui o apoio à desconcentração, descentralizaçãomcapacitação para formação

de multiplicadores.

Alguns dos benefícios da descentralização: evitar sobreposição de competências, otimizar o uso dos

recursos públicos, aumentar a eficácia do controle ambiental, simplificar e agilizar o processo de licenciamento

ambiental, consolidar e favorecer a cooperação técnica entre os órgãos.

Porém, os municípios devem atender a alguns critérios para que a descentralização possa ser realizada.

Entre eles incluem a edição de leis e a formação de equipe com técnicos habilitados para isso. Segundo ela essa

questão é um gargalo porque as prefeituras ainda têm dificuldades e os servidores precisam ser capacitados.

Outro problema relatado é quando os técnicos adquirem a capacidade e muda o governo local, e acaba

mudando e perdendo o trabalho feito. Por isso a importância da realização de concursos públicos municipais.

Atualmente existem 28 municípios habilitados para o licenciamento ambiental no Estado e os demais

estão em processo de habilitação.

Consórcio Médio Araguaia: um caso de descentralização por Consórcio Intermunicipal

Leandro Teixeira - Secretário Executivo do Consórcio Médio Araguaia (CODEMA)

Leandro iniciou explicando a importância dos consórcios e passou a falar sobre o CODEMA (ver

apresentação completa). São 9 municípios fazem parte do consórcio, e eles decidiram fazer a descentralização

do licenciamento via consórcio. Um dos motivos é que os municípios têm estruturas e populações pequenas,

o de maior população tem 23 mil habitantes. O objetivo principal é o de maior agilidade desafogando a sema

e dando maior visibilidade ás ações.

Na sequência ele explicou como foi o processo: Na 1 etapa foram procedimentos locais (Código

Ambiental Municipal, conselho e fundo municipal, lei de uso do solo, etc. dos municípios consorciados e

assinatura de cooperação técnica com a SEMA. Na 2 etapa foram medidas para equipamentos e corpo técnico

(compra de veículos e equipamentos necessários para atuar e a contratação de técnicos para o consórcio, os

fiscais serão de cada município). Na 3 etapa é a capacitação técnica na SEMA, onde serão feitos os protocolos

e a emissão de taxas. A 4° etapa é a implantação de sistema na SEMA. Algumas das ações a serem realizadas

pelo CODEMA, que será o primeiro consórcio a fazer a descentralização:

Analisar projetos de licenciamento Ambiental Visando à liberação de licenças Ambientais para

empreendimentos e atividades urbanas de pequeno e médio nível de degradação Ambiental.

Efetuar fiscalizações visando proteção Ambiental.

Liberar licença Ambiental.

Page 11: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 11

Fiscalizar ações contra o Meio Ambiente.

Apoiar e/ou gerenciar projetos de recuperação de áreas degradas e outros de melhoria do meio

ambiente.

Município de Cotriguaçu: participação social e fortalecimento do Conselho Municipal de Meio Ambiente Amilton Castanha - Secretário Municipal de Meio Ambiente de Cotriguaçu e Denise Freitas - Secretária Executiva do

Conselho Municipal de Meio Ambiente de Cotriguaçu (CMMA)

Amílton e Denise iniciaram contando a experiência de Cotriguaçu em relação ao Conselho de Meio

Ambiente. Segundo ele, a criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente, muitas vezes, é feita de qualquer

forma, mais por razões políticas e de repasse de recursos, sem se preocupar com a real comprometimento dos

conselheiros (ver apresentação completa). O Conselho Municipal de Meio Ambiente de Cotriguaçu (CMMA) foi

criado em 2006 e reativado em 2011, com o apoio do ICV no projeto Cotriguaçu Sempre Verde (CSV). Algo que

consideram muito importante, realizar a capacitação dos conselheiros, para entenderem a real importância de

suas ações e decisões no conselho.

Em 2011 e 2012 tiveram várias ações de capacitação, construção do Projeto para o BNDES, recuperação

de APP, implantação de UD de corte e leite. O sonho para colocar no projeto era muito grande, mas

conseguiram delimitar o que poderia caber dentro do projeto. A sociedade civil participa forte dentro do

conselho, mais que o poder público. Conselho teve participação e definiu vários critérios.

Segundo eles, quando você dá importância para as pessoas elas se sentem com mais vontade de

participar e responsáveis pelas ações no município, o CMMA tem participado de muitas ações e não por acaso

tem acontecido muitas atividades na área ambiental no município. Em 2013 foram criadas 4 câmaras técnicas

no CMMA, uma delas sobre as queimadas que conduziu a Campanha "Queimar não é Legal". Houve a

construção da Política Municipal de Meio Ambiente com atuação forte junto a Câmara Legislativa. Fizeram

audiências públicas para discussão com a população.

Em 2014 o CMMA acompanhou todo o processo de descentralização do licenciamento. Acreditam que

temos que fortalecer o município, revendo as legislações. Reconhecemos que o município tem um papel

importante e sabemos que a maior dificuldade é realizar a contratação de pessoal técnico capacitado.

Apoiaram a criação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente também. A mensagem final que deixam é dos

municípios buscarem apoio em parceiros que ajudam a quebrar as resistências políticas, ter capacitação para

os conselheiros, fazer os conselheiros se sentirem responsáveis pelas decisões que estão sendo tomadas pelo

município.

Page 12: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 12

ICMS-Ecológico e as oportunidades de fortalecimento das políticas ambientais locais

Mediadora: Andrea Azevedo - IPAM

Foto: Mesa redonda - ICMS-Ecológico e as oportunidades de fortalecimento das políticas ambientais

locais

A implementação do ICMS - Verde no Pará

Felipe de Azevedo Nunes Lopes - Coordenador Jurídico do PMV - Programa Municípios Verdes

Felipe explicou que o Programa Municípios Verdes criou uma estrutura a parte dentro do governo com

um Secretário Extraordinário para a pasta e hoje contam com 15 funcionários com recurso do Fundo Amazônia.

No arcabouço legal do ICMS Verde que usam ele tem duas funções: compensatório e incentivador.

Incentivador no sentido de estimular que os municípios adotem iniciativas de conservação ambiental e

desenvolvimento sustentável. Segundo as leis estaduais, o repasse do ICMS ecológico no Pará é feito de forma

sucessiva, anual e progressiva, entre 2012 e 2015. Ele é feito com base em dois critérios: Ecológico e Fruitivo.

Os critérios principais são a taxa de desmatamento, a cobertura de áreas protegidas e a % de CAR nos

municípios.

O objetivo é induzir que o município perceba que se ele quiser receber mais terá que se adequar nas

questões ambientais. A operacionalização terá ênfase no Fundo Municipal do Meio Ambiente, e alguns

municípios destinam 100% do que recebem para o Fundo. O PMV quis que o município preserve suas áreas

protegidas ou crie novas. O município de Belém tentou impugnar esses novos critérios porque tinha

pouca área de CAR e reduziu seu repasse de ICMS mas o pedido foi impugnado e a lei seguiu.

Segundo ele, a constituição dá autonomia de aplicação recursos aos entes federativos e aos municípios

mas estão tentando induzir que o município destine esse recurso para uma finalidade especial, e uma das

formas é ter o fundo municipal.

Page 13: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 13

ICMS Ecológico no município de Cotriguaçu e Juína

João Andrade - Instituto Centro de Vida - ICV

João iniciou apresentando o Projeto POLICYMIX, que focou no estudo de instrumentos econômicos na

legislação ambiental e envolveu pesquisadores e estudos de caso em vários países, incluindo um em Mato

Grosso (ver apresentação completa). Um dos estudos conduzidos teve como objetivo avaliar a eficiência do

ICMS Ecológico como instrumento de transferência fiscal para a conservação da biodiversidade e levantou a

experiência vivida por Cotriguaçu e Juína. Do ICMS total do estado, 25% é repassado aos municípios e desses,

25% é distribuído de acordo com lei estadual que diz que quanto maior a população ou a área maior o repasse.

Os municípios podem usar o recurso de forma autônoma. O ICMS teve incluído critérios ecológicos em MT a

partir de uma lei de 2000, que foi aplicada em 2002 (5% do total).

O estudo focou quanto que as áreas protegidas (Unidades de Conservação e Terras Indígenas) estão

adicionando para o ICMS-e em cada município. As conclusões principais foram que: As áreas protegidas geram

fonte importante de renda, de forma semelhante ou maior que a renda gerada quando as terras são

convertidas em pastagens. No município de Cotriguaçu, a área de madeira explorada e de produção

agropecuária gera R$2,53 por hectare enquanto as áreas protegidas geram R$4,53 por hectare. Em Juína tem

um setor de serviços importante que impacta o resultado mas mesmo assim a pecuária e madeira geram

R$3,24 e as áreas protegidas R$1,72. No estado como um todo dariam números muito próximos (R$2,36/ha

pra pecuária e madeira e R$2,19/ha para áreas de conservação).

Ou seja, a conclusão é de que as UC não podem ser enxergadas como um ônus para o município porque

elas geram recursos significativos se comparados com outras atividades no município. Existe também a

possibilidade de canalizar esses recursos para ações ambientais usando os fundos municipais de meio

ambiente, que depende de uma legislação local. Um dos objetivos era de fazer uma rodada nos municípios de

discussão. Em Cotriguaçu fez apresentação no Conselho e para outros atores entendendo que essa definição

tem que ser feita no local.

ICMS ecológico: oportunidades para o desenvolvimento municipal em MT

Andrea Jakubaszko - Operação Amazônia Nativa - OPAN

Andrea apresentou o estudo da OPAN que teve como interesse conhecer o que os gestores municipais

pensam sobre o ICMS ecológico, compreender como estão sendo aplicados os recursos e se há algum impacto

na conservação nesses 14 anos de existência da lei, se esse recurso incentivou a criar novas áreas, comparar

discursos com dados estatísticos disponíveis, promover reflexão e demonstrar a importância e o potencial do

instrumento (ver apresentação completa).

O estudo foi baseado primordialmente em dados primários e focou em 6 municípios, com entrevistas e

análise de dados. Foram sistematizados em 5 categorias analíticas: existência de legislação no tema; controle

social do município; incorporação da temática ambiental na gestão pública; comparar os diferentes pontos de

vista da temática ambiental; e analisar as concepções de desenvolvimento. Os resultados apontam a

constatação de que o ICMS ecológico corresponde a um percentual significativo do ICMS, maior que IPTU, etc.

Os municípios não tinham plano de aplicação do ICMS (muitas vezes ou ele não aplicava em questões

ambientais ou ele aplicava mas não registrava, não fazia publicidade). A participação social é baixa ou nula na

gestão pública, e muitos gestores não tem conhecimento preciso dos mecanismos do repasse.

Page 14: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 14

Alguns destaques: Maior parte das áreas protegidas de MT não são de restrição total, e por isso existe

um grande potencial de geração renda através do desenvolvimento de cadeias produtivas de produtos não

madeireiros, turismo, lazer. Analisando a composição do PIB, a agropecuária não é o maior pilar nos municípios.

Ela é importante e muito presente mas muitas vezes grande parte de seu potencial de geração de renda acaba

indo embora para outro município, por ex. quando o município não tem frigorifico, laticínio ou indústria

madeireira.

Algumas proposições sugeridas são: superar o discurso da compensação, porque após 14 anos é um

entrave que fez com que não avançasse em outras linhas. Ele pode ser muito mais que uma compensação, e a

UC deixa de ser um entrave e passa a ser uma aliada. É preciso reconhecer e publicizar ações já realizadas de

aplicações de ICMS ecológico que levem a captar novos recursos para os municípios. É importante incentivar a

elaboração de planos de aplicação do incentivo fiscal.

A conclusão é que chegamos a um momento oportuno para discutir o que queremos construir em Mato

Grosso, momento interessante de desenvolvimento de planos, projetos, etc. Falta aos municípios calcular o

custo de oportunidade das atividades econômicas sustentáveis e ficar antenado com tendências de mercado

com as políticas nacionais e internacionais.

Projeto Piloto de Regularização Ambiental, Fundiária e Titulação - Parceria INCRA-ICV

Mediador: Valmir Ortega

Foto: Projeto Piloto de Regularização Ambiental, Fundiária e Titulação

Projeto piloto de regularização fundiária e ambiental e de titulação

Irene Duarte - Instituto Centro de Vida

O ICV trabalha com 10 municípios e quis através do piloto dar início a solução para esses desafios

fundiários, e colaborou com a UFLA e INCRA nesse projeto piloto com o objetivo de desenvolver uma

experiência de referência para a regularização fundiária em projetos de assentamentos (ver apresentação

completa).

As etapas do projeto são: verificar se está em propriedade do INCRA, fazer varredura com GPS de

navegação e bater com o perímetro georreferenciado do INCRA. O ICV recebeu o sistema do INCRA de CAR e

Page 15: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 15

começaram a fazer o CAR para os lotes. A varredura durou 20 dias, e já pegaram muitos dados sobre os lotes.

A grande notícia foi que 64% dos assentados eram os primeiros clientes originais da reforma agrária do

assentamentos.

Fizeram uma parceria com a usina hidrelétrica (Consórcio Hidrelétrico Teles Pires) para fazer o

georreferenciamento do perímetro do assentamento, realização do CAR do perímetro e de cada lote e

expedição do título para os beneficiários que cumprem as cláusulas de RA. Os próximos passos são o apoio de

projetos de desenvolvimento rural sustentável. Foi feita uma assinatura de termo de cooperação entre o INCRA

e ICV.

Cerimônia de entrega dos Contratos de Concessão de Uso (CCU)

Na cerimônia de entrega de dois CCU (Contrato de Concessão de Uso) participaram o Sr. Antonio Rufatto

prefeito de Paranaíta, o Vereador Bira de Paranaíta e o Superintendente do Incra em Mato Grosso, Salvador

Soltério de Almeida.

Os parceleiros beneficiados foram o Sr. Clovis Polido de Almeida e Sr. Laércio Antonio da Silva, do

Assentamento São Pedro localizado no município de Paranaíta.

Foto: Cerimônia de entrega de CCU

Page 16: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 16

Desenvolvimento Territorial, Agricultura Familiar e Regularização Fundiária

Mediador: Mauro Pires

Foto: Mesa redonda - Desenvolvimento Territorial, Agricultura Familiar e Regularização Fundiária

Regularização fundiária de assentamentos consolidados

Carlos Guedes - Presidente do INCRA

Carlos apresentou as novas perspectivas para a reforma agrária, que incluem a qualificação dos projetos

de assentamento, governança fundiária, melhorar a qualidade de vida dos assentados e aumentar a produção

e produtividade das terras (ver apresentação completa). Para ele a Medida Provisória 636/2013 foi a solução

do endividamento com o sistema de crédito do INCRA e da reforma agrária (ver apresentação completa).

A nova proposta é realizar a regularização fundiária dentro dos assentamentos e garantir que as novas

áreas a serem destinadas já nasçam com condições melhores. Houve um conjunto de mudanças na reforma

agrária e agora continua o critério de terras improdutivas mas também foi incluído que elas devem ser viáveis

para os assentamentos de pequenos produtores. INCRA nunca mais fará assentamentos distantes de centros

urbanos, ausência de atendimento de água. A seleção de famílias será feita via o cadastro único das prefeituras

para ter conhecimento da realidade. Foi feita a criação de um cronograma de máximo 3 anos para resolver

todas as pendências do assentamento.

Para a qualificação dos assentamentos já existentes: Maior rede de assistência técnica via a ANATER

com atendimento de 400 mil famílias, parceria com Universidade de Lavras com cadastramento de 55 milhões

de hectares no CAR distribuídos em 7.500 assentamentos, divisão em 3 ciclos de instalação: Ciclo 1 - instalação,

Ciclo 2 - Inclusão produtiva (microcrédito), Ciclo 3 - Estruturação produtiva. Em relação à regularização

fundiária de assentamentos, foi promulgada a Lei 13.001/2014 com a possibilidade de reconhecimento de

repartição de lotes ou de concentração de até 2 módulos fiscais, com gratuidade de lotes de até um módulo

fiscais. Vedação da reconcentração de imóveis oriundos do PNRA com o estabelecimento de regra que proíbe

a formação de novas áreas acima de 2 módulos. Esse argumento era dado para não dar os títulos antes.

Alguns dos requisitos para regularização são: Assentamento tem que estar em domínio público,

concessão de crédito instalação e finalização de investimentos, perímetro certificado.

Page 17: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 17

Estão com um projeto no Pará de uma área de compensação de RL dos assentamentos já ser doada ao

município para ser criada uma UC. Gostaram da sugestão de que seja criado um parque municipal para que o

município se beneficie por exemplo do repasse de ICMS ecológico.

Propostas do pagamento para não endividamento: carência de 3 para 5 anos, prazo de pagamento de

17 para 25 anos, desvincular o preço a ser cobrado do preço de mercado, cobrar o valor mínimo estabelecido

em planilha de cálculo. Descontos: incentivos ambientais, estatuto do idoso, dependentes, bônus de

adimplência, equivalência do Programa Nacional do Crédito Fundiário: descontos de até 40%. Atraso da

prestação: perda do bônus de adimplência.

Em MT são 546 assentamentos, criados até 2003: 426, reconhecidos como consolidados 35. O

assentamento São Pedro em Paranaíta tem 35 mil hectares, criado em 97. As ações para a regularização

fundiária nesse assentamento estão sendo realizadas pelo INCRA e parceiros, como um piloto para os demais.

Um exemplo da redução dos valores dos lotes: área média dos imóveis 43 hectares, Preço da terra R$2.033/ha

(FNP mesma região R$6mil). Queda de R$260 para R$87mil por lote. Com os bônus de adimplência, cai para

R$61mil.

Existe uma consulta pública sobre a regulamentação da lei que estabelece o novo marco regulatório

para titulação na internet, 60 dias para participar.

O INCRA não tem competência para legislar em áreas de domínio dos estados, tem interesse e disposição

para colocar à disposição todo arcabouço legal e normativo para que o INTERMAT também faça seu papel.

Políticas para a Agricultura Familiar

Nelson Borges - Delegado do MDA em MT

As ações entre 2009 e 2011 da Operação Arco Verde desdobraram em várias ações e uma das

reclamações era a falta de presença do estado desde gov. federal e estadual para dar suporte de apoio porque

as políticas públicas não chegavam (ver apresentação completa). Um dos programas que tem até hoje é o de

emissão de documentação.

São várias iniciativas em andamento: dois planos Safra para a Agricultura Empresarial e Agricultura

Familiar. Em 2014/2015 chegamos em 24 bilhões. 14,7% maior que na safra 13/14. Maior oferta de crédito

para a agricultura familiar. Aprox. 800 milhões para MT. Garantindo que os juros subsidiados. Várias formas de

cooperação.

Principais novidades do plano Safra: promoção da Agroecologia através de custeio. ATER para todos os

produtores agroecológicos: 120 mil produtores oficialmente.

EMBRATER foi substituída pela ANATER, com suporte muito importante de fortalecer o serviço de ATER

nos estados. Em MT serão 16 mil famílias atendidas. Chamadas públicas de ATER, envolve tanto assentados e

agroecologia. Ações de apoio à valorização das mulheres (PRONAF Mulher) e Juventude Rural. Novo crédito

para Reforma Agrária atendendo 255 mil assentados. O Programa Nacional de Crédito Fundiário teve a inclusão

de nova clientela com a parceria com a SEDRAF e FETAGRI. O Programa de Bibliotecas Rurais - Arca das Letras

atendeu a mais de 21 mil famílias.

O PAC equipamentos entregou 396 máquinas em 132 municípios. O Programa Terra Legal apoiou a

regularização fundiária em terras federais e também realizou a doação de áreas urbanas. Foram realizadas

Page 18: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 18

oficinas de concertação para construir alianças e principalmente construir de forma conjunta o Plano de

desenvolvimento da agricultura familiar de MT, que nunca foi feito.

Política de Desenvolvimento Territorial – MDA

Ságuio Moreira - Secretaria de Desenvolvimento Territorial - Ministério do Desenvolvimento Agrário

Ságuio iniciou a palestra apresentando os antecedentes do Desenvolvimento Territorial, com as leis e

regulamentações que iniciaram em 1982 (ver apresentação completa). Segundo ele, o povo que deve ser o

ator das políticas de desenvolvimento territorial e não dá para falar dessas políticas sem falar o que antecedeu

essas políticas. Ele trouxe histórico com antecedentes da discussão de desenvolvimento territorial, evolução

dos conceitos de agricultura familiar passando pela subsistência, etc. O MDA passou a pensar que há limitação

na escala municipal para pensar em políticas de agricultura familiar e ao mesmo tempo o estado é um escopo

muito amplo. Além disso, o rural não é o mesmo que o agrícola, deve se pensar as regionalidades, e isso levou

a pensar o território como foco de políticas públicas.

Em 2003 foram homologados os primeiros territórios rurais e em 2004 criada a Secretaria de

Desenvolvimento Territorial SDT, que tem diretrizes de atuar na integração do rural e urbano, a pluriatividade

da agricultura, a descentralização das políticas públicas pensando na autogestão dos territórios, abordagem

territorial, coesão e participação social.

Traz uma provocação de que seja pautada num diálogo que esteja nos municípios, e não é necessário a

constituição de novos espaços para isso, esse espaço são dos territórios.

Em MT são 7 territórios, com 87 municípios, a SDT está trabalhando em quatro eixos: Fortalecimento da

gestão social (criação das institucionalidades territoriais, Elaboração dos Planos Territoriais de

Desenvolvimento Rural Sustentável); Articulação de políticas públicas; inclusão produtiva e dinamização

econômica e social; e fortalecimento das redes sociais de cooperação.

O MDA coloca a política territorial como expertise para discutir como as políticas cheguem nos estados

e municípios, e como que cada município soma suas forças no âmbito do gov. do estado e gov. federal. Outra

provocação é como podemos integrar política territorial com o MT Regional/Consórcios.

O papel da SEDRAF para o Desenvolvimento da Agricultura familiar em MT

Leonardo Santos - SEDRAF

Leonardo iniciou apresentando um levantamento com dados de 2009 que mostra o estado de MT com

predomínio da agricultura familiar com 140 mil produtores (74,3%) dos agricultores do estado (ver

apresentação completa). A SEDER mudou para SEDRAF e agora pro ano que vem será alterada para Secretaria

de Desenvolvimento Econômico. É formada por três secretarias adjuntas: Agricultura, pecuária e

abastecimento, Desenvolvimento Regional e Agricultura Familiar. A segunda tem os conselhos de segurança

alimentar, economia solidária, conselho gestor do MT Floresta, Grupos gestor do plano ABC estadual.

Algumas das entidades vinculadas a SEDRAF: INTERMAT, INDEA, EMPAER (50 anos de atuação), CEASA.

A SEDRAF em números mostra um quadro de servidores muito reduzido, comparado ao trabalho demandado.

Em seguida apresentou os principais programas e ações da SEDRAF:

- Unidade técnica estadual do Programa Nacional Crédito Fundiário.

Page 19: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 19

- O Programa de Desenvolvimento Regional - MT Regional (Lei 8697/2007) teve o objetivo de diminuir

as desigualdades econômicas e sociais com conservação e preservação ambiental.

- Transferência de tecnologia em várias cadeias produtivas

- Programa de Desenvolvimento Florestal - MT Floresta - Ação teve alguns problemas, desde 2010 o

conselho gestor não se reúne, não foi muito bem pensado estrategicamente. Recentemente Câmara dos

Deputados sugeriu que o MT Floresta fosse incluído no Fundo de Meio Ambiente, acha que seria uma perda

porque o recurso é muito bom e seria disseminado a muitas outras atividades.

- Central de Comercialização da Agricultura Familiar - atualmente gerido pela cooperativa central da

Baixada Cuiabana, é muito importante para a região.

Os projetos estruturantes são:

- Plano Estadual de Desenvolvimento Territorial Sustentável e Solidário

- Plano Estadual de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono

- Plano Estadual de Segurança alimentar e nutricional

Para finalizar ele apresentou as demandas e protagonismo, que incluem a ausência de organização da

produção; assistência técnica insuficiente; mercado paralelo forte; falta de capacitação para os produtores;

dificuldade de acesso ao crédito por questões ambientais e fundiária; comercialização é afetada por falta de

produção e sazonalidade, que resulta em dificuldade de fechar contratos, por não poder garantir a entrega das

quantidades acertadas.

A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia

Estela Neves - UFRRJ

Estela apresentou a pesquisa que trouxe um estudo de caso sobre municípios Integrantes da Lista de

municípios prioritários do Ministério do Meio Ambiente - 5 estudos de caso, financiada pela CLUA. Foram

avaliados os municípios de: Alta Floresta, Marcelândia e Querência (MT) e Paragominas e São Félix do Xingu

(PA).

Avaliaram quem fez o que para sair da lista e foi uma amostra representativa porque representam quase

metade dos que conseguiram sair da lista. As hipóteses foram que o processo de saída da lista estava ligado a:

- Marco institucional da política ambiental nacional (lista trouxe os municípios para um papel novo)

- Ao papel do Estado através de diversas organizações na condução de mudanças institucionais (ao poder

público cabia um papel importante)

- Criação de coalizões de interesse (parcerias para a saída da lista, município é o protagonista mas não é

o único).

É um tema de fronteira (exploratório) e registro em campo (descritivo). Os instrumentos metodológicos

envolveram entrevistas mais pesquisa bibliográfica, contextos político-institucional, construção de linhas do

tempo, indicadores quantitativos, ideia de território líquido - muitas vezes o município não pode exercer poder

de polícia em todo o seu território e isso muda a governança e suas possibilidades de atuação e indicadores

quantitativos de governança ambiental municipal

Page 20: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 20

Os casos selecionados foram muito diversos e de históricos diversos (municípios pequenos, médios e

dois na fronteira dos 100mil habitantes). Avaliaram padrão de desmatamento, entrada na lista, impactos que

ocorreram na entrada na lista e reação, estratégia montada, processos e resultados, situação atual e

tendências. Principais atores e coalizão de interesses.

Os resultados incluíram o papel e apoio dos atores:

- Esfera federal:

Casa Civil/PPCDAm - mais por criação de expectativas do que de resultados. Teve a estratégia de criar

as duas listas de prioritários e sob-controle. A proposta é que a segunda lista receberia todo o apoio

para conversão de sistemas produtivos, e perspectivas de apoio que não foi encontrado na pesquisa.

Começou com Operação Arco Verde mas depois não foi aprofundada.

IBAMA era quem fazia o papel de controle em 2008, em nenhum município tinha um sistema de

governança ambiental feito pelos municípios.

MMA atuou diretamente em alguns municípios, em Marcelândia financiou o CAR. Em São Felix foi

um dos principais captadores e financiadores.

- Esfera Estadual:

Teve a iniciativa no Pará do Programa Municípios Verdes. Mas em geral os dois governos estaduais

reagiram com grande resistência a criação dessa lista.

MPE - pressões para responsabilização das cadeias produtivas, coordenador dos termos de

compromisso com os municípios, Incentivar os produtores a se inscrever no CAR e sair da lista.

- Esfera municipal:

Participação dos conselhos municipais, vereadores e legislativos locais, entidades locais. Entidades

de classe tiveram papel muito importante em todos os casos

- OSC:

Organizações com missão e atuação local no município (legalmente constituídas e não constituídas)

e as extra-locais que trabalham em vários municípios e estados que contribuíram diretamente e

indiretamente. Em nenhum dos municípios teve inexistência de discussão de gestão ambiental

territorial, extensão rural, agenda 21. O trabalho dessas organizações formou quadros capacitados

que permitiram um trabalho melhor na hora de articulação para saída da lista. Alguns trabalhos

específicos - IMAZON, ISA, ICV, Greenpeace. Em MT, muito importante a discussão sobre o ZEE

estadual, todos fizeram.

Atores Notáveis eram pessoas que estavam ligadas a organizações e que tem combinação de atributos

que excedem as organizações, como confiança, competência, caráter, integridade, habilidade de fazer com que

as coisas aconteçam.

As agendas priorizadas para saída da lista foram: formalização de estratégia em projetos (acordos +

ações coordenadas); ações contra queimadas; recuperação de APP; operações intensivas do IBAMA;

monitoramento do desmatamento; conscientização/mobilização dos produtores rurais; pactos locais; criação/

Fortalecimento institucionalidade ambiental local; captação recursos externos para o CAR.

Page 21: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 21

Os municípios precisavam de um lugar para que essas estratégias fossem monitoradas, quase sempre

foi a secretaria municipal de meio ambiente. Apenas em Querência o CAR foi financiado apenas pelos próprios

produtores rurais.

Algumas conclusões sobre a situação atual:

- AF: manteve queda do desmatamento, emplacou os projetos no Fundo Amazônia em duas fases, houve

continuidade do projeto participativo, replicação de práticas agropecuárias sustentáveis e apoio ao pequeno

agricultor, certa dificuldade por continuidade devido a mudança na gestão.

- Marcelândia: desmatamento reduzido, líder do GT foi eleito prefeito. Projeto aprovado no Fundo

Amazônia recuperação de APP, regularização fundiária próxima da finalização. Dificuldade é a agenda pós-CAR,

risco de retrocesso com vinda de pessoas de fora não comprometida com acordos prévios.

- Querência: saiu rapidamente da lista mas houve descontinuidade do entendimento durante as eleições

municipais, faltam evidências de que o projeto esteja sendo implantado, houve retrocesso no desmatamento

que voltou a subir, ausência de visão estratégica para consolidar a redução do desmatamento.

- Paragominas: governança municipal fortalecida, práticas agropecuárias de baixo impacto, apoio à

transição para economia sustentável, regularização fundiária, mas não é descartada a existência de retrocesso

no desmatamento.

- São Felix do Xingu: Alcançou meta de CAR mas ainda persiste o desmatamento alto, gestão ambiental

estruturada e monitoramento operacionalizado, mas o risco de desmatadores "invisíveis" persiste.

Conclusões finais:

- Liderança de coalizão coube a atores locais.

- Singularidade da contribuição de atores locais

- A identidade ( e decorrentes compromisso) dos produtores rurais foi potencializador de compromissos

(disposição para tirar o nome do município da lista e de aceitação da mudança das regras do jogo.)

- Controle ambiental federal foi fundamental para a diminuição do desmatamento (Ibama - MPF)

- Municípios responderam de forma inovadora

- A municipalização da estratégia federal consistiu até o momento em um processo tentativo de acertos

e erros, learning-by-doing

Se a ação federal tem sido fundamental para reduzir a taxa de desmatamento, atores locais podem ser

determinantes para promover as mudanças necessárias para manter a taxa de desmatamento em valores

baixos, em curto e médio prazos. Entretanto, dificilmente a ação local, sozinha, poderá cumprir este papel

Conclusões para o PMS: a história das experiências vividas pelos municípios de MT é um acervo

extremamente importante e inspirador sobre lições aprendidas, desafios, oportunidades e capacidades já

construídas.

Page 22: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 22

Foto: Estela Neves - UFRRJ

Mesa redonda:

Municípios por um Mato Grosso Sustentável

Mediador: Valmir Ortega

Foto: Mesa redonda - Municípios por um Mato Grosso Sustentável

Agenda de implementação do Programa Mato-grossense de Municípios Sustentáveis

Valmir Ortega - Consultor Fundo Vale

Valmir iniciou a apresentação falando sobre o Cartilha do PMS que está em fase de finalização de

impressão. Ela traz um breve histórico, objetivos gerais e esperados do PMS, um detalhamento dos

componentes, a governança e uma breve explicação sobre o funcionamento do programa (ver apresentação

completa).

O funcionamento do Programa foi pensado como tendo de ponto de partida uma carta de compromisso,

preferencialmente após um processo de envolvimento com a sociedade e o legislativo, já que o ponto de

partida é a vontade de participar. O passo seguinte é o Plano de Metas, que indica um primeiro compromisso

Page 23: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 23

do prefeito em assumir o programa e, a partir de um roteiro pré-estabelecido (ver roteiro para Plano de Metas

do PMS), assumir um plano de metas. A ideia é que o programa distribua um roteiro de conjunto de sugestões

com um cardápio de sugestões para o município definir o plano.

O terceiro passo é estabelecer uma plataforma de monitoramento que tem um caráter de

comprometimento mais do que de fiscalização, para dar chance para que os gestores apresentem suas ações,

para que seja possível mobilizar a rede de apoio, conjunto de esforços necessária para que os municípios

tenham sucesso em suas ações. Temos claro que arranjos de parceria são fundamentais para que as ações

aconteçam. A proposta é ter uma estratégia de diálogo com o governo estadual através dessa plataforma.

Uma ajuda substancial será o esforço de implementação de políticas públicas através de arranjos de

cooperação técnica. Isso vai ajudar a organizar e trazer capacitação para os atores. Para a realização do plano

de metas serão necessários financiamentos, seja de forma mais direta como os projetos do Fundo Amazônia,

ou com outros recursos e financiamentos que já estão sendo disponibilizados e podem ser reorientados dentro

de um planejamento mais amplo que também reflita um rol de compromissos mais amplo. O financiamento

não significa só mais dinheiro novo, e sim maiores oportunidades também de usar os dinheiros já disponíveis.

A Carta Compromisso é um documento simples onde o município irá indicar o que está pensando em

adotar, indicar o indicador de resultado e por outro lado listar os apoios e parcerias necessárias para apoiar

essas ações. Algumas podem ser ações que o próprio município dê conta sozinho, outras precisarão de apoio

de fora. Dentro dos eixos existem várias ações e os municípios podem escolher dentro do menu disponibilizado

quais fazem mais sentido para ele e em quais ele tem interesse de avançar.

O Plano de metas deve trazer ações nos três eixos: Fortalecimento da gestão ambiental municipal,

Regularização ambiental e fundiária e Promoção de cadeias produtivas sustentáveis.

A Plataforma de monitoramento servirá para dar publicidade e visibilidade, facilitando a atualização

direta pelo município. A proposta é ser mais próxima da realidade que está acontecendo no âmbito municipal,

com fácil compreensão e comunicação, com muitos gráficos e referências que permitam o entendimento

facilitado pelo cidadão. Com o intuito de estabelecer nesse portal um espaço de interação que se torne uma

plataforma de cooperação institucional.

O conceito validado pelo Comitê Gestor é continuar o processo de recebimento de sugestões para que

no início do próximo ano se estabeleça uma agenda mais forte com o novo governo eleito. Já temos

participação ativa dos municípios e organizações da sociedade civil é preciso engajar o setor privado.

Laurent Micol - Instituto Centro de Vida (ICV) - representante da rede de parceiros

Laurent iniciou salientando o último ponto falado pelo Valmir, de engajamento do setor privado. Sobre

a perspectiva das cadeias produtivas que MT está inserido, a soja e carne principalmente são conhecidas

globalmente como as que mais contribuem para o desmatamento e há alguns anos existem compromissos que

vem sendo assumidos por esses setores que vem melhorando as cadeias. É um processo contínuo mas

intensificado recentemente, e 2014 foi o ano que mais teve compromissos dessas commodities.

Isso culminou na declaração de NY onde um conjunto dessas empresas se comprometeu com

desmatamento zero nas cadeias produtivas, até 2020. Tem um entendimento geral de que não precisamos

mais de novos desmatamentos para continuar crescer a produção agropecuária global e o mundo não pode se

dar o luxo de ter novos desmatamentos. Esse processo está acontecendo em nível global e nos diz respeito

Page 24: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 24

diretamente. MT tem condição de ter uma liderança no atendimento as expectativas das grandes cadeias

porque é o estado no Brasil e na América do Sul onde é o maior produtor e onde mais cresce a produção e

também é o que mais contribuiu com a redução do desmatamento. Então possui uma condição favorável de

vanguarda nessa questão.

E qual a relação direta disso pros municípios? Num primeiro momento as empresas que decidem esses

compromissos que tendem a se ampliar para garantir a sustentabilidade completa de suas cadeias de

fornecimento iniciam com uma abordagem de produtor para produtor. Para vender boi pra JBS é preciso

apresentar perímetro, provar q não teve desmatamento, etc. Mas existe uma tendência de querer saber além

dos produtores individualmente, saber também da região. Esse é o momento onde o papel dos municípios se

torna muito estratégico. Nesse momento estão nascendo iniciativas para definir sustentabilidade num

município, paisagem, mas para nós é o município. Como a gente define o território sustentável, para mostrar

q é livre de riscos? O primeiro dos critérios que é o óbvio: não ter desmatamento ou estar em redução. Tem

legalidade? Como está o CAR? Regularização dos passivos? Como está a produtividade, como são usadas as

áreas já desmatadas e a recuperação? Esses critérios são ambientais, econômicos e também sociais, ligados à

agricultura familiar e a pobreza rural. Isso nos remete a renda de municípios sustentáveis. Temos condição de

ir além do mais importante que é atender a demanda dos municípios e também atender a grande agenda

global e nos colocarmos em posição de liderança.

Precisamos saber que essa plataforma não vai servir só para nós. Existe muita gente interessada em

saber que estão em vários países do mundo espalhados nessas diversas cadeias, assim como o PMV do Pará

suscita esse interesse de muita gente em nível global. Vemos o papel fundamental que os municípios podem

ter para garantir sua sustentabilidade e garantir sua competitividade.

É importante também destacar a perspectiva em relação ao governo do estado. De uma forma geral

entendemos que PMS depende do protagonismo dos municípios. É a base e o fundamento que nasce de baixo

pra cima, mas é fundamental a interação com o governo do estado. Primeiro, a estruturação do programa pelo

governo estadual. É importante termos uma pessoa com dedicação integral de alto nível para tocar com

eficácia nesse sentido. No Pará tem uma equipe com 15 pessoas. Aqui ainda não temos nem uma pessoa com

dedicação integral. Isso não depende de recursos do governo. No Pará praticamente vem tudo de parcerias. É

uma primeira demanda bem clara.

Uma segunda demanda diz respeito aos projetos que o governo estadual pode fazer para receber

recursos do fundo Amazônia. O projeto da SEDRAF que visa estruturar as cadeias produtivas da agricultura

familiar é um exemplo e é importante que esses projetos estejam vinculados ao PMS. Que sentido faz termos

um PMS e a SEMA fazer um projeto que não dialoga com o PMS? É fundamental que esse projeto passe pelo

PMS.

A terceira demanda diz respeito a nossa interação. Como o PMS nasce da interação entre municípios e

sociedade é importante termos um diálogo fluido com o governo, que significa a transparência das

informações. Como o município vai assumir mais protagonismo se não tem informações no campo fundiário e

ambiental?

Outra questão importante é a nova lei da política florestal, que é necessário um diálogo com os

municípios já que é eles que vão implementar. Muito municípios fizeram base cartográfica e o SICAR funciona

com outras bases, a SEMA vai receber as bases dos municípios? Qual pode ser o papel dos municípios por ex.

na validação dos CAR?

Page 25: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 25

Da parte do ICV e também dos parceiros queremos deixar destacadas essas demandas e também nosso

oferecimento de apoio. Simbolicamente queremos entregar para os representantes da equipe de transição

esse documento que preparamos na época das eleições que esperamos que possa ajudar a balizar os projetos

e programas da próxima gestão do governo estadual.

Luciane Copetti - Consórcio Alto Teles Pires - representando os consórcios

Luciane iniciou destacado a responsabilidade de colocar os anseios e ansiedades que tudo que foi

colocado até agora aconteça no chão. É lá nos municípios que acontecem os problemas e que as dificuldades

afloram, seja na área rural ou urbana, saúde ou educação. E isso tem tudo a ver com meio ambiente.

Fala nesse momento em nome de oito consórcios. Na discussão na comissão de transição a preocupação

maior é com o envolvimento dos municípios e que eles possam enxergar uma luz no fim do túnel. Existe a

preocupação com o fim do desmatamento e a necessidade de que os produtores e prefeito entendam que é

preciso fazer isso a nível municipal. Alguns municípios já fizeram muitas coisas como Sinop, Lucas do Rio Verde,

e isso está fazendo com que se mude todo o paradigma da gestão ambiental, trazendo pro chão a gestão

compartilhada.

Alguns colegas estão imaginando que o município terá que fazer tudo? Mas o município sempre fez

tudo. A questão ambiental era vista como uma coisa do governo estadual e federal mas as consequências

sempre estiveram lá. Quando vamos no Pará conhecer o PMV vemos que MT está fazendo muito antes. Vemos

que lá o governo enxergou de forma diferente essa questão da municipalização. Percebemos que lá havia um

envolvimento do governo em fazer a gestão compartilhada e diziam que não era fácil assumir essa agenda. Isso

porque quando o governo faz ele não está próximo. Quando o município assume, as pessoas vem bater na

porta do prefeito.

Em MT temos muitos municípios fazendo mas a gente não faz e não mostra. A gente não conta tudo que

estamos fazendo, Alem de fazemos a gestão compartilhada temos que mostra que o estado está fazendo muita

coisa. Tem muitos colegas secretários que tem medo de assumir o licenciamento mas muitas vezes por falha

do governo de apoiar os municípios para isso.

Não precisa inventar mais moda nenhuma, vamos aplicar o que já tem de projeto, mas eles têm que sair

do papel, do processo licitatório, dos órgãos q não andam. Envolve todos os setores mais o mais frágil é a

agricultura familiar, por isso o PMS puxa a bola para cadeias produtivas, pra regularização ambiental, pro

fortalecimento da gestão ambiental. Os municípios que já estão fazendo podem e devem auxiliar os municípios

que não estão fazendo ainda. Isso que o PMS está fazendo, compartilhando o que já está sendo feito com os

outros.

Mas não tem mais volta. Os municípios têm que absorver a gestão ambiental e junto com ela buscar o

fortalecimento de suas cadeias produtivas. E isso tem que sair do papel e ir pro chão. Temos que ter uma base

só pra enxergar tudo isso junto. Faço o desenho de minha propriedade e lá eu coloco tudo da minha

propriedade. Mas se isso não acontece é difícil fazer a gestão de uma forma coesa. Essa noção que o projeto

Lucas Legal me deu. Se eu tenho uma base conjunta eu posso. O PMS está no caminho certo, nasceu da base.

É o sonho do MT regional em sua origem, mas é preciso uma ação mais efetiva no governo e que isso seja

aplicado de forma que o produtor veja o estado como parceiro. Como os municípios vão poder trabalhar para

ajudar outros municípios por exemplo na descentralização do licenciamento? Em especial a gente vai fazer o

cadastramento do CAR no SICAR dentro do município. Em Lucas, com os parceiros ISA, TNC, ICV ajudam muito.

Page 26: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 26

O PMS tem uma rede de apoio tão grande que não estamos falando de alguma coisa que não seja

possível, pelo contrário, é muito possível e deve ser concretizada. Se tem algo a pedir do consórcio é de que

esse link com o governo aconteça efetivamente para que lá na frente a gente consiga ter o MT que todos

queremos como fala o governador eleito Taques. Que respeitemos o meio ambiente e que façamos nossa

produção, que saiamos do discurso que agricultura familiar é subsistência. Isso deveria ser banido, ela não quer

apenas comer e dormir, ela quer ter posição melhor, é preciso que aquela atividade ali seja economicamente

viável, e se os órgãos estaduais e federais têm dificuldade, o município pode ajudar e muito.

Muitas vezes se coloca a responsabilidade para o INCRA, SEMA etc. de que eles não funcionam mas que

lá na frente quem tem uma força imensa que não sabem são os prefeitos e secretários. Na época do Lucas

Legal teve uma operação do IBAMA lá. Chamou eles e falou que estavam no maior esforço e agora derrubaram

por terra, pediu um tempo para que a eles trabalhassem e terminassem o projeto. Naquele momento observou

que o município quando ele quer, ele tem uma força tremenda. É preciso que ele tenha planejamento, foco no

resultado, e como mostrar o resultado através do monitoramento, das informações. Jogar a responsabilidade

pros órgãos também.

Os municípios têm que levantar seus problemas e ver o que pode fazer sozinho e o que tem que cobrar

de fora. O pessoal está esperando que esse programa dê resultados e que todo nosso esforço valha a pena.

Tem esperança que pro ano que vem as coisas vão melhorar pois estão com um esforço imenso para convencer

e espera que os demais colegas também façam esse esforço.

Ana Flávia Aquino - PGE - representando Equipe de Transição do Governo Eleito Pedro Taques

Ressaltou que desde o início o interesse é de levar para a ponta o trabalho, através da descentralização

e da desconcentração. Não só na área ambiental como também na fundiária. Coube a ela trazer a visão da

equipe de transição na questão ambiental. Não focaram em fazer um diagnóstico olhando pro final de tudo.

Fizeram um apanhado para que pudesse atender esses anseios e viram que a SEMA andou nesse sentido, e

muitos dessas conquistas vieram dos municípios também. Entre eles, três deles receberam competências

delegadas do estado para avançar e a descentralização e isso, dar ao município a competência que é dele. Não

é querer dar ou não, uma vez que o município se estruturou é dever do estado repassar essa atribuição. A

desconcentração é tirar da sede e levar para a ponta os serviços. Mas para os dois é preciso de transparência,

precisamos identificar quais os produtos da SEMA, qual é seu negócio, como eles tramitam. Todo mundo sabe

como ele começa mas ninguém sabe como termina. Um procedimento se arrasta por anos e como então passar

para o município desse jeito? A questão de sistema é séria, ele precisa ser confiável, transparente, comunicar

com todas suas partes. Temos SAD, SIMLAM, SICAR, ESAC, como fazer com que eles se comuniquem? Os

problemas estão muito mais em baixo e hoje não é possível levar para os municípios um sistema ideal de

procedimentos, precisam ser revistos. E aí o problema avança pois o SICAR atribui aos municípios a prioridade

do cadastro então precisa ser único e célere. É de competência do estado aportar a RL. Se ele não for visto com

esse olhar não adianta colocar SICAR em construção. Existe na assembleia uma lei de política florestal que não

enxerga essa situação assim como o decreto de regulamentação. Na SEMA foi feito um novo organograma com

regimento interno anterior, a situação está em andamento. A SURAC é responsável por atender os cidadãos e

tem 11 servidores então não tem como dar todo o atendimento aos municípios de estruturar.

Identificamos os programas disponíveis e existe muito dinheiro disponível para que os municípios

estruturem os seus órgãos. Estão em fase de confecção de TDR, alguns estão vencidos e a dificuldade foi

apresentar a contrapartida. Muitos deles precisam atualizar os custos. 62% dos recursos do órgão foi

Page 27: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 27

contingenciado em 2013. Do que sobra 70% vai pra folha. No resto sobra 3% para despesas de capital, que não

é nada. Como o estado vai dar a contrapartida dos projetos?

A questão está primaria ainda, na construção da plataforma e outros. O desafio é muito grande, eles

têm essa noção. No plano de 100 dias, o item 1 é fazer um projeto piloto para 4 regionais de descentralização

e desconcentração. Diante dessa situação o desafio é grande e as dificuldades também. Depende de leis e

regulamentações que fogem da alçada. Estão discutindo uma plataforma que possa integrar base da

INTERMAT, SEPLAN, SEMA. O CEPROMAT foi chamado para começar a discutir tudo isso e esse movimento vai

ser inverso realmente, vai ser de baixo para cima, já que os municípios têm o know-how e sentem os anseios

na base. A falta de transparência faz com que as pessoas se desloquem e alimentem o balcão da SEMA. Para

eles é fundamental que as atividades de pequeno e médio porte sejam desconcentradas desde que exista uma

plataforma segura de monitoramento.

Domingos Sávio - Promotor do Ministério Público Estadual

Domingos iniciou afirmando que, pela importância do PMS e do tema, o Ministério Público Estadual

deve participar e ter um papel importante, por isso fez questão de estar presente. O MPE é parceiro da

sociedade e não faz nada que possa contrariar seus interesses mais elevados. As vezes contrariam o interesse

individual mas lutam sempre pelo interesse coletivo, como todos aqui estão lutando. Lutam pelo bem estar,

pelo desenvolvimento econômico, pela riqueza, para que os empreendimentos econômicos se desenvolvam,

mas lutam também para que eles deem qualidade ambiental e de vida. A propósito desse projeto, a muito

tempo tem trabalhado essa ideia perante a essa proposta de municípios. Muitas vezes o empreendimento

chega no município e tira seu poder porque tem uma influência muito forte.

Contou que foi chamado para discutir um projeto de lei para a criação de taxas com um capítulo inteiro

criando uma taxa de fiscalização de empreendimentos que viria de 60% da taxa de fiscalização cobrada pelo

IBAMA para o estado. A Lei 140 permite que quem licencia pode cobrar taxa, ou seja, pros empreendimentos

que o estado licencia as taxas devem ser pagas pro estado. O município também pode criar uma taxa pros

empreendimentos locais. O MP pode colaborar nesse sentido, pois servem como um espaço de diálogo entre

os segmentos sociais. É através do diálogo que vamos prosseguir e o diálogo entre iguais não se aprende nada.

Sugeriu que o PMS trate a gestão ambiental de forma plena, incluindo realmente o planejamento

urbano, a lei de uso do solo. O estado pode apoiar municípios nesse planejamento. Para ele o estado precisa

fazer a gestão ambiental compartilhada não só com os municípios não só com o CAR, etc., mas a

democratização da gestão ambiental como um todo. O CONSEMA precisa reaver seu papel de discutir políticas

públicas e tem muito a contribuir nessa questão.

Assinatura da Carta de Compromisso - PMS

Reinaldo Loffi e Irene Duarte convidaram os prefeitos e demais representantes de municípios para

manifestarem o interesse e assinarem a carta de adesão ao Programa Mato-grossense de Municípios

Sustentáveis. A carta assinada pode ser conferida na íntegra no Anexo I.

Um total de 25 municípios assinaram a Carta Compromisso: Alta Floresta, Bom Jesus do Araguaia,

Canarana, Carlinda, Cláudia, Confresa, Cotriguaçu, Feliz Natal, Itaúba, Lucas do Rio Verde, Marcelândia, Nova

Page 28: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 28

Bandeirantes, Nova Monte Verde, Nova Mutum, Nova Ubiratã, Paranaíta, Peixoto de Azevedo, Porto Alegre do

Norte, Querência, Santa Carmem, Serra Nova Dourada, Sinop, Sorriso, Terra Nova do Norte, e Vila Rica.

Foto: Representantes de municípios assinam a Carta Compromisso com o PMS

Foto: Assinatura da Carta Compromisso com o PMS

Page 29: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 29

Foto: Participantes do 2o Seminário Mato-Grossense de Municípios Sustentáveis

Page 30: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 30

ANEXO I. Carta Compromisso

RECONHECENDO a importância do PROGRAMA MATO-GROSSENSE DE MUNICÍPIOS SUSTENTÁVEIS,

criado a partir de uma agenda de cooperação entre organizações da sociedade civil e autoridades públicas

locais para a promoção da sustentabilidade em âmbito local e institucionalizado por meio do Decreto Estadual

nº 2.188 de 12 de março de 2014.

ENGAJADO na construção de uma trajetória sustentável para o desenvolvimento do estado do Mato

Grosso, que compatibilize crescimento econômico inclusivo, com a proteção da floresta e a contínua promoção

da qualidade de vida, eu, __________________________________________, Prefeito no município

________________________________________ do estado de Mato Grosso, COMPROMETO-ME a:

1. Integrar o PROGRAMA MATO-GROSSENSE DE MUNICÍPIOS SUSTENTÁVEIS (PMS) e buscar

promover o desenvolvimento sustentável em ____________________________, através

do fortalecimento da economia local, da melhoria da governança pública municipal, da

promoção da segurança jurídica e da redução do desmatamento e degradação ambiental;

2. Produzir o Plano de Metas do município ________________________________, que será

apresentado em até 120 dias após a data da assinatura deste compromisso. O Plano de

metas contemplará os 3 eixos do Programa: Fortalecimento da gestão ambiental

municipal; Regularização fundiária e ambiental; e, Promoção de cadeias produtivas

sustentáveis, com foco na agricultura familiar;

3. Atualizar e divulgar os indicadores de resultados associados as ações estabelecidas no

Plano de Metas, fornecendo dados à Plataforma de Monitoramento do PMS.

Cuiabá, 27 de novembro de 2014.

Page 31: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 31

ANEXO II. Lista de Presença

NOME INSTITUIÇÃO EMAIL

Adão Cesar R Silva Sema - MT [email protected]

Afrânio C. Migliari PM Sorriso [email protected]

Alvasir Ferreira Alencar Camara [email protected]

Amilton Castanha Sec Meio Ambiente Cotriguaçu [email protected]

Ana Carolina Crisostomo IPAM [email protected]

Ana Carolina Evangelista Avina

Ana Paula Valdiones ICV [email protected]

Ana Paula Ariano ICV [email protected]

Anderson Luis de A. Bento Economia [email protected]

André Luis Torres SEMA [email protected]

André Luiz A. de Freitas SAMA/Sorriso-MT [email protected]

Andrea Jakubaszko OPAN

Anita Nunes Piovesan Sec. Meio Ambiente [email protected]

Antonio Alves dos Reis Pref. Nova Monte Verde [email protected]

Arion Silveira Pref Nova Monte Verde [email protected]

Armando Datsch pref. Terra Nova [email protected]

Carina Pimenta Fundo Vale [email protected]

Carlos Dorileto SEDRAF [email protected]

Cecilia Vieira TNC [email protected]

Celso Feitoza

Clovis Polido de Almeida

Cristina Ferri Sec. Meio Ambiente de Sinop [email protected]

Denise Nunes Jorge

Denise Schitz Freitas CMMA Cotriguaçu [email protected]

Devanildo B. de Almeida Prefeitura [email protected]

Dimas A. Barbosa Melo SEDRAF [email protected]

Diogo R. Vallim GNAL/Fundo Vale [email protected]

Diogo Tsutomo Uchimura Pref. Sorriso [email protected]

Edinaldo Soares Silva Sec. De Agricultura [email protected]

Edinusa F. Rodrigues IPAM [email protected]

Edivaldo Soares Silva Sec de Agricultura [email protected]

Page 32: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 32

NOME INSTITUIÇÃO EMAIL

Edmar Marques Neto Camara

Edson M. Prefeito

Elcio Lima do Prado Advogado [email protected]

Eleandro Mariani Ribeiro Codema

Elias Barbosa de Moraes SEDRAF [email protected]

Elias Neto TVCA [email protected]

Elyson Ferreira de Souza UNICAMP [email protected]

Enaylle Silva TNC [email protected]

Estela Neves UFRS [email protected]

Eulinda de Campos Lopes SEMA [email protected]

Fabio Alves Donizete Municipio de Juara [email protected]

Fausto Azambuja Prefeitura

Felipe de Azevedo N. Lopes PMV [email protected]

Fernanda Lehmann Nogel Camara [email protected]

Fernando Sehroeten SEDRAF [email protected]

Francisco das Chagas Conselho Municipal [email protected]

Gabriela Almeida Silva Prefeitura [email protected]

Geraldo Ribeiro de Souza Prefeito- Carlinda [email protected]

Gercilene Moira Leite Sec. Meio Ambiente

Germaro L.

Gilmar Alves da Silva Sec. Agricultura [email protected]

Gilmar Wentz Prefeitura

Gilson Cesar do Nascimento SEDRAF/MT REGIONAL [email protected]

Giuber Silva Ferreira Pref. Municipio Paranaita [email protected]

Glaucia Barros Avina [email protected]

Gleusdon Dias Guimarães Prefeitura [email protected]

Heber Queiroz Alves ISA [email protected]

Irene Duarte ICV [email protected]

Isaias Eugenio Camara [email protected]

Janete Aparecida Soares Pref Nova Monte Verde [email protected]

Jaqueline Amaral Sec de Agricultura [email protected]

Jarlene Gomes de Lima IPAM [email protected]

Jeves Bejame Salvino UFMT/SEDUC [email protected]

Page 33: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 33

NOME INSTITUIÇÃO EMAIL

João Batista Morais Oliveira Pref. Claudia [email protected]

João Valmor Oster Seagli [email protected]

Joélio R. de Brito Sec. De Agricultura [email protected]

Joelio Ribeiro de Brito Sec. Agricultura [email protected]

Jose Domingos Nunes Camara Paranaita [email protected]

José Esteves Leandro Filho Secretário - Sema [email protected]

Jose Hecio Prefeito

Jose Pereira Candão [email protected]

Josiele SMS Querencia [email protected]

Joyce Brandão Fund.Solidaridad [email protected]

Jucielma Ap da Costa Silva Chefe Brigada [email protected]

Julio Cesar Borges de Souza Sindicato Rural [email protected]

Katia Pereira IMAZON [email protected]

Kleiber Moura de Oliveira Sec de Meio Ambiente [email protected]

Laercio Antonio da Silva

Laura Kelly H. Barros SMS [email protected]

Laver R Fuão Sec. MAmb. Peixoto de Azevedo [email protected]

Leandro Fabio Semardong SEDRAF [email protected]

Leandro Teixeira Consorcio Codema [email protected]

Ledyany Gislon SEMA-MT [email protected]

Leonardo Mello IBAM [email protected]

Leonardo Vivalani dos Santos SEDRAF [email protected]

Luciane Coppeti lru [email protected]

Luciano Alencar Prefeito [email protected]

Luiz Carlos Mattos Rodrigues INCRA [email protected]

Luzimar Lucena Cota Condema [email protected]

Manuela M.A Luzardo SEDRAF [email protected]

Marcia Cristina F. Correa Prefeitura [email protected]

Marcos Lopes

Maria Aparecida Makoln Camara [email protected]

Maria Izabel Menezes Sec Meio Ambiente [email protected]

Maria Manea da Cruz Prefeitura [email protected]

Marilei Bier (Nega) MT Regional [email protected]

Page 34: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 34

NOME INSTITUIÇÃO EMAIL

Marilia Cambelutti Instituto Floresta [email protected]

Mauro Pires Consultor [email protected]

Moacir Pereira Prefeitura

Muriel M. Arantes ECAM [email protected]

Nelson L. Borges de Barros

Neurilan Prefeitura

Nilfo Duandscheer Coperrede-SHR LRV [email protected]

Osmar Isoton Nova Mutum [email protected]

Paula E. Fonseca Avina [email protected]

Paula Bernasconi Consultora PMS [email protected]

Paulo Cesar Dendena Sec Meio Ambiente [email protected]

Paulo Correia Pref. Paranaita

Raimundo Israel de Araujo Sec de meio Amb Irandiba /AM [email protected]

Raimundo Silva Patricio [email protected]

Raimundo Zanon Prefeitura [email protected]

Raissa Ferreira CLUA [email protected]

Raphael Philippe Dias Jorge Secma [email protected]

Rejane Soares Gusmão SEDRAF [email protected]

Renato Michael Zanello Pref Nova Monte Verde [email protected]

Revelino Trevisan SEDRAF [email protected]

Robert Buschbacher Universidade da Florida

Rodrigo Furquim Rodrigues SEDRAF [email protected]

Rodrigo Junqueira ISA [email protected]

Sidinei Ap F. dos Santos Camara

Silda Kochemborger SEDRAF [email protected]

Silvio Sommonelo Vereador

Sinvaldo Santos Prefeitura

Solange Cruz SEMA [email protected]

Suzana Barbosa PM Marcelândia [email protected]

Tereza Cristina Martins IBAM

Tony Rufatto Prefeitura [email protected]

Tricia Fulcaya da Cunha Secma [email protected]

Uslei Gomes SEDRAF [email protected]

Page 35: Relatório - icv.org.br · A municipalização da estratégia de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia o Estela Neves - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 27

2° Seminário Mato-grossense de Municípios Sustentáveis 35

NOME INSTITUIÇÃO EMAIL

Valdicléia Santos da Luz SMMA [email protected]

Valmir Ortega Fundo Vale - consultor [email protected]

Valter de Souza Sá Sec de meio Ambiente [email protected]

Valtmir vasalta Chefe de Meio Ambiente [email protected]

Vanderleia Vieira da Silva SEMMAS na AM [email protected]

Vanio Cartório

Virginia Resende Rodrigues Incra

Weliton M.R SEDRAF [email protected]

Wendeu José M da Silva Sec Agricultura de Alta Floresta edensilva [email protected]

Wesley Luis Pacheco ECAM [email protected]

Wesley Santos Barros Vereador Luciara [email protected]

Yara Camargo FVA [email protected]