Relatório Leticia

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTASFACULDADE DE EDUCAO

    CURSO DE PEDAGOGIA

    PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAO DOCNCIA

    Relatrio

    Acadmica: Letcia Fagundes CorraOrientadoras: Gilceane Porto, Lourdes Frison

    Pelotas, 15 de janeiro de 2012

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    Relatrio sobre as aes na escola Getlio Vargas

    Meu ingresso no PIBID foi com a inteno de qualificar minha prtica no

    curso de pedagogia, quando soube que a atuao do PIBID seria junto s

    escolas, na qual possibilitaria nosso contato com a docncia me vi motivada a

    fazer parte desse grupo.

    Fiquei muito feliz em saber que passei na 1chamada da entrevista a

    qual daria a vaga de bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciao

    Docncia- PIBID. Ento, desde maio de 2010 me tornei uma pibidiana muito

    realizada pela oportunidade que havia ganhado.Sempre tive vontade de ser professora porque acredito na educao e

    por pensar que muito ainda pode mudar, porm a mudana precisa comear

    primeiramente em ns mesmos. Vejo o curso de pedagogia, como um curso

    que d muitos frutos, caso todos os dias semearmos uma plantinha em cada

    criana que est nos esperando A nossa participao ativa na escola, assim

    como nosso interesse e envolvimento nas atividades contribui para nossa

    formao e para nos tornarmos um profissional consciente, competente ecrtico, precisamos vivenciar situaes, experincias as quais nos levem a

    pensar, refletir sobre a prtica, sobre o papel do professor em uma sala de

    aula. E o PIBID me possibilitou vivenciar essa experincia to significativa.

    Gostaria de salientar que no princpio de nosso trabalho nas

    escolas, tnhamos duas opes: Ministro Fernando Osrio e Getlio Vargas,

    logo escolhi a Fernando Osrio por ser mais perto, no entanto precisei mudar

    de escola, pois havia muitas pessoas candidatadas a irem para a mesma e

    segundo a professora Lourdes, todas as pibidianas passariam pelas duas

    escolas, com o objetivo de conhecer as duas realidades. Dessa forma resolvi

    comear pela Getlio, permanecendo at o momento l. Hoje posso dizer que

    foi muito bom ter feito a troca, j que, no deu tempo de passar pelas duas

    escolas, penso que no foi por acaso e sim destino.

    Na escola Getlio Vargas, conheci pessoas maravilhosas, aprendi muita

    coisa as quais levarei por toda vida, e o mais importante estava num lugar onde

    sentia que as crianas precisavam de mim. L me sinto muito acolhida por

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    todos, uma escola maravilhosa a qual faz com que refletimos sobre nossa

    escolha em atuar em sala de aula, alm disso, no deixa de estar nos testando,

    embora a realidade l seja bem cruel. Crianas pobres, muitas vezes sem ter o

    que comer, mal cheirosas, sem as mnimas condies, e para ns pibidianas

    que estamos ali com o intuito de planejar coisas que chamem a ateno das

    crianas, motivando-as a gostar de estudar, a ter entusiasmo e vontade de ir a

    escola, no deixa de ser um grande desafio.

    No final de 2010 foi o momento em que ingressei na escola Getlio

    Vargas, inicialmente fizemos o diagnstico da escola com o intuito de conhecer

    as caractersticas particulares da mesma, realizado a partir de observaes do

    ambiente escolar, das salas de aula e de entrevistas a professores e

    funcionrios da escola. Quando soube que a professora do 2 ano era a

    Mnica fiquei feliz, pois a conheci na disciplina de Valores Humanos na

    faculdade e havamos feito uma amizade durante o perodo do curso, quando a

    revi fiz questo de atuar juntamente a turma dela.

    Esse incio do trabalho no 2 ano da turma da Mnica no foi muito

    intenso devido ter comeado no final do ano, bem no perodo das avaliaes,

    devido aos nossos estudos na faculdade. Dessa forma, eu e as meninas do

    turno da manh preparamos um plano de aula para quatro dias referente ao

    Natal, j que, estava prximo desta data e tambm aproveitado para mostrar o

    significado deste dia, que para muitos no tinham a menor noo do que

    representava. Tambm em 2010 amos apenas uma vez por semana na escola.

    Dessa forma avalio esse perodo como um momento de conhecimento doespao escolar, possibilitando-nos uma compreenso inicial do processo

    educativo daquele espao o qual iramos atuar.

    Considero relevante a preocupao que o PIBID teve em nos preparar

    teoricamente, bem como conhecer primeiramente a escola para depois

    comear um trabalho intenso, o qual iniciou-se no dia 08/04/2011 com nossa

    primeira reunio de planejamento j na escola, contando com a presena de

    todos os envolvidos no PIBID da escola (professores, coordenadora, vice-

    diretora) e da faculdade (coordenadora, supervisora, pibidianas e monitoras)

    Nessa reunio conversamos sobre como seria o incio do trabalho na escola,

    apresentando a proposta as professoras e a equipe gestora, tendo como um denossos objetivos a alfabetizao e o letramento das crianas de primeiros e

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    segundos anos, bem como os seguintes eixos norteadores: Planejamento

    compartilhado, Sala de aula e a Escola como ambiente alfabetizador.Tambm

    nesse dia fomos apresentadas as monitoras que trabalhariam com ns.

    Primeiramente foi feito uma avaliao diagnstica, com objetivo de

    compreender o processo de construo do sistema alfabtico de escrita das

    crianas de 1 e 2 ano. A avaliao foi feita no perodo de 11/04 at 13/05

    contando com a ajuda de minhas duas monitoras.

    Gostaria de argumentar aqui cada ao do PIBID e a devida importncia

    que cada uma delas teve nessa trajetria.

    Sala de aula: Em funo dos resultados da avaliao diagnstica apontou que

    muitos alunos, tanto do primeiro quanto do segundo ano, no sabiam escrever

    o nome, criamos como proposta trabalhar com o nome dos alunos. Dessa

    forma, confeccionei crachs, fiz diversas brincadeiras com o nome deles: como

    dana da cadeira, bingo com nomes, caa-palavras. Penso que essas

    atividades auxiliaram os alunos os quais ainda no sabiam escrever seu nome.

    Depois de feita essas atividades, trabalhei com dois livros indicados pela

    orientadora Gilceane: Elefantinho no Poo e Dinomir. Sendo que o livro

    elefantinho no poo foi feito atividades pelas monitoras com as crianas. Esses

    dois livros so timos, pois trabalham com histrias infantis e do timas

    sugestes de trabalho para a alfabetizao contemplando os diferentes nveis

    de escrita.

    Esse perodo de trabalho em sala de aula de abril at julho foi bem

    significativo, pois fui me identificando e criando vnculo com as crianas e tendo

    uma experincia riqussima atravs da docncia compartilhada. No entanto s

    vezes me sentia perdida, como se as coisas estivessem muito soltas, pois a

    cada reunio de planejamento na sexta-feira eu e a Mnica planejvamos

    aulas para a semana seguinte, sendo dois dias (segunda e sexta), mesmo

    sendo essas aulas atraentes e diversificas, no tinham uma sequncia. At

    que, na volta das frias em agosto a professora Gilceane deu uma tima

    sugesto de trabalho atravs do livro O carteiro Chegou.

    Sem dvida foi riqussima essa sugesto de trabalho, pois aprendi a

    criar uma sequncia didtica, e ligar uma aula na outra. Alm do que um livro

    timo, pois trabalha com vrios gneros textuais. A sequncia didtica que eujuntamente com a Jssica e a Juliana criamos foi a dos trs porquinhos, foi

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    muito interessante, percebia a motivao das crianas na aula e a todo tempo

    falavam dos porquinhos. Todos se mostravam muito interessados nas aulas e

    muitos deles davam sugestes, como por exemplo, a apresentao que eles

    fizeram da msica dos Trs porquinhos para as outras turmas de 1 e 2 ano.

    Fiquei muito feliz, pois a partir de um trabalho que fiz com eles de cantar a

    msica em aula surgiu essa idia de fazer um ensaio e apresentar para as

    turmas. O interessante que eles se entusiasmaram e ficou linda a

    apresentao, eu fiquei muito emocionada. Foram vrias atividades

    interessantes que chamaram muito a ateno das crianas, alm de tudo

    tambm criei um apego pela histria, assim preparava aulas sempre com muita

    motivao. Depois trabalhei com a histria do Joo e Maria e por ltimo

    Chapeuzinho Vermelho, as outras histrias no foi possvel trabalhar por falta

    de tempo, visto que, cada histria foi minuciosamente trabalhada.

    Planejamento compartilhado: Foi um eixo muito significativo, o qual me fez

    crescer muito. A cada reunio de planejamento eu sentava com a Mnica e

    planejvamos sempre juntas, trocando ideias, jamais eu mostrei o

    planejamento pronto, sempre aceitei sugestes e posso dizer que dessa forma

    ficava muito mais riqussimo o trabalho. Identifiquei-me muito com a Mnica e

    fizemos um timo trabalho e uma excelente dupla, no s nas reunies na hora

    de planejar, mas na hora de por em prtica em sala de aula. A Mnica nunca

    me deixava sozinha, dvamos aula sempre juntas, em uma docncia

    compartilhada efetiva. Teve alguns dias os quais ela no pode comparecer e

    eu assumi a turma sozinha, posso dizer que foi bem tranqilo e uma

    experincia significativa para mim, mas quando ela estava presente sempre

    conduziu a aula junto comigo.

    Gostaria de salientar tambm que o objetivo do PIBID: aproximar os

    estudantes da educao bsica, promovendo uma formao inicial dos

    acadmicos e uma formao continuada dos professores, no meu caso se fez

    valer, pois acredito que no s eu aprendi muito atravs dessa experincia em

    sala de aula, mas a Mnica tambm, apesar dela ser muito resistente, percebi

    que ela passou a acreditar em algumas coisas e assim modificar coisas em sua

    prtica. Como por exemplo: ler mais para as crianas, trabalhar no s com as

    letras, mas tambm com textos, entre outras coisas.

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    Escola como ambiente alfabetizador: Nesse eixo gostaria de enfatizar outros

    espaos que foram potencializadores na aprendizagem das crianas, como: a

    biblioteca (hora do conto), e o ptio (recreio orientado).

    Toda segunda fazamos a hora do conto: eu, a Jssica e a Juliana,

    duplas do 1 ano. No incio pensvamos que no poderamos ler por ler e sim

    precisvamos fazer uma atividade aps ler um livro, ento descobrimos atravs

    da Gilceane que no necessrio. Desde ento, toda segunda tnhamos como

    atividade permanente a hora do conto, a qual acontecia na sala da distoro ou

    na biblioteca As crianas foram se habituando e quando chagvamos j

    perguntavam: tem hora do conto? Ou, que livro vocs vo ler hoje? Era um

    momento muito gratificante, ver o brilho dos olhos das crianas quando

    contvamos a histria, alm do que, sempre preparvamos algo diferente, s

    vezes contvamos a histria utilizando o avental, s vezes utilizando os

    fantoches, outras vezes nos caracterizvamos ou organizvamos todo um

    cenrio, sempre procurando inovar.

    Observo que a hora do conto foi muito significativa, pois os alunos

    interpretam a histria a partir de suas percepes e recontam com suas

    prprias palavras, uma vez que, sempre que terminvamos uma histria,

    questionvamos os alunos. Alm do mais, a hora do conto, proporcionou

    incentivo dos alunos para o desenvolvimento do gosto da leitura. Eles tambm

    queriam ler para ns, os quais ainda no sabiam, mas sempre incentivvamos

    para que contassem pelas imagens do livro.

    Outro momento que os alunos gostavam bastante e sempre vinham

    perguntar: Hoje vai ter recreio orientado? Quando eu respondia que sim, todos

    gritavam: Eeeee !! Era uma alegria imensa, pois geralmente o recreio deles era

    correndo pelo ptio, assim ocasionando conflitos ou pequenos acidentes, no

    entanto atravs do mesmo possibilitou aos alunos outras vivncias corporais

    que no as usualmente praticadas, alm de ser uma forma de entreter as

    crianas e resgatar brincadeiras culturais como: amarelinha, pular corda, trs

    marias, jogo futebol de prego, jogo da velha, cantigas de roda, entre outras.

    Observei atravs do recreio orientado tambm que havia uma forma

    diferenciada da relao dos alunos com a Mnica, visto que, ela sempre

    participava do recreio junto comigo e as crianas. Na sala de aula os alunosrespeitam muito a Mnica e alguns tem certo receio de se aproximar dela,

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    pode-se dizer por medo, pois ela bem rgida e atravs do recreio orientado

    percebi que essa barreira foi quebrada e um vnculo afetivo foi criado ali

    naquele momento.

    Enfim, falar da Getlio uma alegria e satisfao poderia escrever

    folhas e folhas, mas por aqui termino reafirmando o prazer que foi fazer parte

    dessa escola maravilhosa a qual me fez aprender muito e continuar

    acreditando na carreira que escolhi como educadora, pois ainda se tem muito

    para mudar.

    A escola Getlio Vargas precisa de uma gesto mais capacitada e

    competente para que as coisas melhorem, infelizmente h muita

    desorganizao na escola e isso reflete em sala de aula tambm. Percebi

    durante esse momento que estive na Getlio, que em razo do IDEB ser

    abaixo da mdia, muitos culpam os alunos por serem oriundos de famlias

    pobres, porm penso que todo um conjunto, no se pode culpar este ou

    aquele. E sem dvida, papel da gesto ter uma boa organizao escolar, os

    professores tambm criar outras metodologias, enfim ser uma escola

    democrtica que trabalhe em conjunto, procurando alternativas a que venha

    chamar a ateno dos alunos e mudar esse quadro de evaso e repetncia.