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relatorio pendulo composto
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
CAMPUS DARCY RIBEIRO
FACULDADE DE TECNOLOGIA
Laboratório 1
PÊNDULO COMPOSTO
Matheus Hoffmann Lisboa – 09/0043731
Brasília
23 de setembro de 2015
1. Desenvolvimento
1.1 Descrição resumida
O experimento consiste na obtenção de períodos de oscilação de um pêndulo
composto com três configurações distintas: apenas uma barra oscilando, com dois discos livres
para rodar presos à ponta da barra, e com dois discos engastados na ponta da barra.
Obtidos os períodos de oscilação para os três casos, pode-se calcular as frequências
naturais e momentos de inércia para cada um. A partir do experimento e das análises
experimentais é possível determinar o momento de inércia de qualquer corpo que possa ser
preso à barra metálica.
Foram coletadas as dimensões e massas da barra e dos discos, de forma que
possibilitasse o cálculo teórico das frequências naturais e momentos de inércia, a fim de
comparação entre resultados teóricos e experimentais.
1.2 Procedimento Experimental Adotado
1- Inicialmente, toma-se medidas das massas e dimensões dos componentes que
compõe o pêndulo composto, ou seja, barra metálica, discos, e elementos fixadores.
2- Fixa-se a barra ao suporte superior da bancada de modo que a mesma fique livre para
oscilar.
3- Desloca-se manualmente a barra para o lado, de forma que a mesma faça um ângulo
inferior a 15º com a posição de equilíbrio.
4- Soltando a barra, permite-se que a mesma realize 10 oscilações completas e, com o
auxílio de um cronômetro, é anotado o tempo que demora para tais oscilações
ocorrerem, de forma com que o erro aleatório advindo do tempo de reação do
operador do cronômetro seja reduzido.
5- Dez medidas de tempo para 10 oscilações são tomadas. Posteriormente, divide-se o
tempo obtido por 10, para obter o período de apenas uma oscilação.
6- Os passos 3, 4, e 5 são repetidos para os casos com dois discos livres presos à ponta
oposta ao suporte superior da barra, e com dois discos engastados na ponta oposta ao
suporte superior da barra.
1.3 Modelo Teórico
1.3.1 Pêndulo Composto sem o Par de Discos (PCSD)
Para se encontrar o valor da frequência natural teórica considerando apenas a barra,
será utilizado o somatório de momentos em torno do eixo de rotação O, no qual o pêndulo
encontra-se em seu máximo deslocamento angular.
Figura 1 – Pêndulo Composto sem o Par de Discos
Onde I é o momento de inércia.
Adotando-se que a oscilação ocorrerá para pequenos ângulos, onde θ é menor que 15
graus, pode-se considerar, com boa aproximação, que sen(θ) = θ. Logo, a equação torna-se
(
)
Sabendo que o momento de inércia I da barra é
(
)
Portanto, a frequência natural teórica é
√ ( )
(
)
1.3.2 Pêndulo Composto com Par de Discos Livres (PCDL)
Para este caso, utiliza-se o método da conservação de energia em relação ao eixo de
rotação, onde a energia total do sistema é a soma da energia cinética com a energia potencial
gravitacional.
Figura 2 – Pêndulo Composto com o Par de Discos Livre
Derivando-se a energia total com relação ao tempo e igualando a zero, encontra-se a
equação do movimento,
( )
(
)
Conhecendo o momento de inércia, , a frequência natural para o caso
PCDL é igual a,
√ ( )
(
)
1.3.3 Pêndulo Composto com Par de Discos Engastados (PCDE)
Analogamente ao caso anterior, a frequência natural do sistema será obtida através da
conservação de energia, gerando a equação do movimento,
( ( ))
Figura 3 – Pêndulo Composto com o Par de Discos Engastado
Onde é a soma dos momentos de inércia da barra e dos discos em relação
ao ponto O. Portanto, a frequência natural teórica fica da forma,
√ ( (
))
1.4 Momentos Teóricos de Inércia
Os momentos de inércia teóricos para cada caso são:
(
)
(
)
(
)
(
)
1.5 Resultados
1.5.1 Medições Realizadas
Para se caracterizar o pêndulo e realizar os cálculos, algumas medidas tiveram que ser
realizadas. Tais medidas e seus respectivos erros encontram-se nas Tabelas 1 e 2.
Tabela 1 – Componentes do experimento
PEÇA CARACTERÍSTICAS MONTAGEM FUNÇÃO
1 – Barra Metálica m = 0,834 ± 0,002 kg L = 0,6 ± 0,005 m
Uma ponta é fixada na bancada, e a outra no par de
discos metálicos.
Pendurar os discos metálicos e gerar o
movimento pendular
2 – Par de Discos mdiscos = 2,428 ± 0,002kg φ1,frontal = 0,028 ± 0,0005 m φ1,traseiro = 0,15 ± 0,0005 m φ2,frontal = 0,028 ± 0,0005 m φ2,traseiro =0,149 ± 0,0005 m
Preso na barra no rolamento inferior, podendo engastá-lo
através da trava parafuso e porca.
Influir no movimento Pendular oscilatório
da barra.
3 - Trava mtrava = 0,022 ± 0,002 kg Transpassando os discos e a barra e apertado com as
porcas.
Engastar o par de discos na barra.
Tabela 2 – Instrumentação do experimento
INSTRUMENTAÇÃO ERRO ASSOCIADO GRANDEZA A SER MEDIDA
Balança Digital 0,002 kg Massa da barra, discos e trava
Trena 0,0005 m Comprimento da barra e dimensões dos discos
Cronômetro 0,1 s Tempo de Oscilação
Para a medição dos períodos, algumas hipóteses foram consideradas, sendo elas:
A gravidade local é g = 9,7808439 m/s2.
Pequenos ângulos de oscilação para que valha a linearização senθ=θ sem grandes
erros.
Apesar de em uma situação real não haverem períodos e frequências naturais, mas sim
períodos e frequências amortecidos, para este experimento serão consideradas duas
hipóteses que visam se aproximar de uma situação de oscilação ideal
O amortecimento do ar é desprezado
O atrito nos rolamentos é desprezado
Não há movimento fora do plano de oscilação
Não há atrito da barra metálica oscilante com o quadro metálico do suporte.
Os períodos medidos para apenas uma oscilação se encontram na Tabela 3.
TABELA 3 – Períodos obtidos experimentalmente para os três casos
ENSAIO n = 1, ..., 10
PCSD PCDL PCDE
1 oscilação [s] 1 oscilação [s] 1 oscilação [s]
1 1,21 1,404 1,414
2 1,221 1,399 1,419
3 1,228 1,402 1,397
4 1,216 1,399 1,403
5 1,235 1,386 1,406
6 1,221 1,38 1,41
7 1,219 1,388 1,394
8 1,225 1,385 1,406
9 1,227 1,393 1,394
10 1,22 1,394 1,408
MÉDIA 1,2222 1,393 1,4051
DESVIO PADRÃO 0,00694 0,00804 0,00831
1.5.2 Resultado experimental para o primeiro caso, PCSD
Utilizando os períodos obtidos para este caso a fim de se obter a frequência natural
média, é usada a equação
Onde o resultado é,
Com isto, é possível calcular o momento de inércia médio através da equação,
(
)
1.5.3 Resultado experimental para o segundo caso, PCDL
Utilizando os períodos obtidos para este caso a fim de se obter a frequência natural
média, é usada a equação, onde o resultado é,
Com isto, é possível calcular o momento de inércia médio através da equação,
[
( )]
(
)
1.5.4 Resultado experimental para o terceiro caso, PCDE
Utilizando os períodos obtidos para este caso a fim de se obter a frequência natural
média, o resultado é,
Com isto, é possível calcular o momento de inércia médio através da equação,
( ( ))
1.5.5 Comparação entre resultado Teórico x Experimental
Para comparar os valores de frequências naturais e momentos de inércia teóricos e
experimentais, os resultados de ambos os métodos foram organizados nas Tabelas 4 e 5,
gerando os gráficos das Figuras 4 e 5, respectivamente.
Tabela 4 – Frequências de Oscilação: Experimental x Teórico
Método ωn PCSD [rad/s] ωn PCDL [rad/s] ωn PCDE [rad/s]
Experimental 5,1410 4,5106 4,4718
Teórico 5,1468 4,5215 4,4889
Erro Relativo [%] -0,1121 -0,2394 -0,3801
Tabela 5 – Momentos de Inércia: Experimental x Teórico
Método I PCSD [kg.m2] I PCDL [kg.m2] I PCDE [kg.m2]
Experimental 0,0767 0,6522 0,6916
Teórico 0,0765 0,6762 0,7002
Erro Relativo [%] 0,2641 -3,55 -1,2247
Figura 4 – Gráfico Comparativo de frequências de oscilação Teóricas x Experimentais
Figura 5 – Gráfico Comparativo de momentos de inércia Teóricos x Experimentais
4,4
4,5
4,6
4,7
4,8
4,9
5
5,1
5,2
1 2 3Fre
qu
ên
cias
Nat
ura
is [
rad
/s]
1-PCSD; 2-PCDL; 3-PCDE
Teórico
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
1 2 3
Mo
me
nto
s d
e In
érc
ia [
kg.m
^2]
1-PCSD; 2-PCDL; 3-PCDE
Teórico
1.6 Análise de Dados
As medidas de dimensão ou massa foram tomadas apenas uma vez para cada corpo
(em algumas poucas situações foram tiradas mais de uma medida, mas não há sentido em
apenas alguns parâmetros possuírem desvios padrão), logo, os erros associados a tais medidas
serão apenas os inerentes aos instrumentos de medição.
O crescimento dos momentos de inércia, tanto calculados teoricamente, quanto
obtidos experimentalmente, era esperado, visto que do caso PCSD para o PCDL ou PCDE foram
adicionados dois corpos de massa não desprezível que, de fato, somadas eram
aproximadamente três vezes maior que a massa apenas da barra.
No entanto, não houveram diferenças significativas entre as frequências de oscilação
observadas experimentalmente entre os casos PCDL e PCDE, apenas entre estes dois primeiros
com o caso PCSD. Na comparação entre resultados teóricos contra experimentais para as
frequências de oscilação foi observada uma diferença considerável. Este fato pode ser
explicado devido à observação prática dos períodos de oscilação não serem períodos naturais,
mas períodos amortecidos, pois não há sistema real que oscile com período natural, visto que
sempre haverão forças externas ou dissipativas agindo em tais sistemas. Já as frequências
calculadas teoricamente, são para casos ideais, sem ação de forças externas ou dissipativas,
por isso, estas recebem o nome de frequências naturais.
2. Conclusão
Como era esperado, o experimento comprovou diferenças nos momentos de inércia e
frequências de oscilação para cada um dos três casos considerados.
A adição de massas ao sistema elevou o momento de inércia e diminuiu a frequência
de oscilação, visto que essa varia inversamente com o momento de inércia. Este fato também
causou alterações no período de oscilação, que aumentou, visto que este depende
inversamente da frequência de oscilação.
Foi possível observar também que, apesar de ser um conceito amplamente explorado,
a frequência natural não descreve com precisão com qual frequência um sistema real oscila,
visto que esta é sempre influenciada por fatores externos, ou seja, é amortecida. No entanto,
para fins didáticos, uma boa aproximação foi alcançada, com discrepâncias bem pequenas,
considerando que ainda há o erro intrínseco da linearização feita na equação do movimento.
Era prevista uma diferença maior entre os períodos de oscilação dos casos PCDL e
PCDE, pois para o caso PCDL há a transformação de uma parte da energia do sistema em
movimento de rotação dos discos, o que acarretaria em um período de oscilação maior que no
caso PCDE, no qual toda energia (cinética e potencial gravitacional) é transformada em
movimento oscilatório. Essa diferença poderia ser mais evidente caso o ângulo de oscilação
não fosse limitado a pequenos ângulos.