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RELATÓRIO VISITA DE TRAINEES AO SEBRAE/RIO DE JANEIRO Relatório sobre visita dos trainees ao Sebrae/RJ, apresentado como parte da avaliação do Programa de Trainee 2010 Sebrae Nacional Tatiana Ferraz de Sá

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RELATÓRIO

VISITA DE TRAINEES AO SEBRAE/RIO DE JANEIRO

Relatório sobre visita dos trainees ao Sebrae/RJ, apresentado como parte da avaliação do Programa de Trainee 2010 – Sebrae Nacional

Tatiana Ferraz de Sá

Brasília, 25 de julho de 2010

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Sumário

Introdução..............................................................................................................................................1

1 – Contexto...........................................................................................................................................1

2 – Atividades realizadas........................................................................................................................2

2.1 – Apresentação das unidades..............................................................................................2

2.2 – Atendimento Individual....................................................................................................2

2.3 – Atendimento Coletivo.......................................................................................................4

3 – Análise da realidade local.................................................................................................................6

4 – Dificuldades encontradas.................................................................................................................7

Conclusão..............................................................................................................................................7

RELATÓRIO SOBRE VISITA DOS TRAINEES AO SEBRAE/RIO DE JANEIRO 1

1 A elaboração deste relatório faz parte do Programa de Trainees 2010 do Sebrae Nacional, em etapa que levou os trainees, em duplas, para conhecer unidades estaduais da entidade. Neste caso, a viagem aconteceu

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Tatiana Ferraz de Sá ([email protected])

Introdução

Este relatório traz um roteiro detalhado da viagem realizada ao Rio de Janeiro, no período de 14 a 16 de julho de 2010, com o objetivo de conhecer a unidade estadual do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio de Janeiro (Sebrae/RJ) e a realidade de seus projetos e atividades. A viagem fez parte do Programa de Trainees 2010 do Sebrae Nacional e foi realizada pela trainee Tatiana Ferraz de Sá em companhia da também trainee Loreane Brandizzi. O relatório traz, além do roteiro, uma análise da realidade local e de como esse conhecimento agregou aprendizado ao meu processo de formação enquanto trainee do Sebrae.

No primeiro dia da viagem, 14 de julho, a programação incluiu, pela manhã, uma visita ao escritório regional do Rio de Janeiro, no Centro da cidade. No local, houve a oportunidade de conversar com orientadores de negócios e acompanhar o atendimento ao público do Sebrae. À tarde, as trainees assistiram a apresentações – em estilo “bate-papo” – com representantes de diferentes unidades da entidade.

No segundo dia da viagem, 15 de julho, as trainees seguiram para o Leste Fluminense, para conhecer projetos de artesanato de Maricá (grupo Tapeceiras do Espraiado) e de São Gonçalo (grupo Mulheres que Acontecem). No último dia da viagem, 16 de julho, as trainees foram levadas à Baixada Fluminense, a fim de conhecer a Cooperativa dos Fabricantes de Calçados e Artefatos Afins do Rio de Janeiro (COOPCARJ) e uma empresa atendida dentro de projeto calçadista da entidade, no município de Duque de Caxias.

1 – Contexto

O Rio de Janeiro é um estado formado por 92 municípios, com potencialidades diversas. Entre as áreas prioritárias de atuação, estão turismo, agronegócio, produção cultural e comércio/serviços. Os principais pólos econômicos locais são o metal mecânico, tecnologia da informação, confecções, gás-químico, naval e offshore, rochas ornamentais, fruticultura e petrolífero.

O Sebrae/RJ atua na região por meio de projetos e atividades que buscam atender as demandas locais, os quais são executados através da sede e de 10 escritórios regionais, que abrangem ainda postos de atendimento em municípios menores – para citar como exemplo, o escritório regional do Rio de Janeiro inclui pontos nos bairros de Bangu e Botafogo, além de uma Unidade de Polícia Pacificadora em Cidade de Deus para a realização de um programa específico. Também há pontos de atendimento conveniados com entidades parceiras, os quais assumem um caráter temporário, em muitos casos.

Segundo dados da RAIS 2007 obtidos em relatório de informações socioeconômicas do Sebrae/RJ, existem aproximadamente 470 mil micro e pequenas empresas no Rio de Janeiro, o que equivale a cerca de 98% das empresas formais do estado. Essas se constituem no público alvo do Sebrae/RJ, juntamente com potenciais empresários e candidatos.

ao Rio de Janeiro. O Programa iniciou em julho de 2010 e terá duração inicial de um ano.

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2 – Atividades realizadas

2.1 – Apresentação das unidades

No primeiro dia, no turno da tarde, cinco unidades internas instaladas no Sebrae/RJ foram apresentadas às trainees. São elas: Unidade de Políticas Públicas, Unidade de Desenvolvimento do Comércio e Serviços, Unidade de Desenvolvimento Industrial, Educação e Cultura Empreendedora e Área Especial de Exportação.

Unidade de Políticas Públicas – Voltada a gestores públicos e líderes locais, esta unidade tem o objetivo de inserir a temática das micro e pequenas empresas nas gestões de municípios do Rio de Janeiro e do governo estadual, contribuindo para a criação de um ambiente mais favorável ao desenvolvimento e ao fortalecimento das MPE, especialmente do ponto de vista legal. A unidade trabalha em três eixos: articulação, desenvolvimento/capacitação e reconhecimento de boas práticas.

Unidade de Desenvolvimento do Comércio e Serviços – A unidade tem uma carteira com 35 projetos, que abrangem segmentos de comércio e serviços como academias de ginástica, lavanderias, pet shops e pólos gastronômicos. Por meio dos projetos, são realizadas capacitações, festivais, prêmios, fóruns de debate, entre outras ações. A unidade abrange ainda sete projetos de desenvolvimento do turismo e lidera a elaboração de um voltado para a Copa do Mundo 2014.

Unidade de Desenvolvimento Industrial – A unidade trabalha em variados segmentos, incluídos nas áreas de moda e beleza (cosméticos, indústria gráfica, gemas e jóias, acessórios e calçados, confecção) e de indústria de base e transformação (petróleo, naval, rochas ornamentais, cerâmica vermelha, moveleiro, construção civil, metal mecânico, panificação, plástico). Além disso, coordena as ações voltadas para a promoção das MPE no evento Fashion Rio.

Unidade de Educação e Cultura Empreendedora – A unidade busca superar o conceito de simples treinamento (atividade pontual) para trabalhar com educação, cuja abordagem é mais ampla e contínua. As ações são realizadas dentro de três abordagens: gestão dos programas de educação integrada; disseminação do empreendedorismo para os ensinos fundamental, médio e superior; e inclusão social pela via do empreendedorismo e da cultura da cooperação.

Área Especial de Exportação – O Sebrae/RJ atua na inserção das MPE nas exportações através do Centro Internacional de Negócios (CIN), parceria da entidade com a Firjan criada em para promover, apoiar, fortalecer e dinamizar a internacionalização das empresas fluminenses, sejam elas de quaisquer portes. Para isso, são promovidas ações a exemplo de missões, rodadas de negócios, participação em feiras, publicações, seminários, cursos e consultoria em comércio exterior.

2.2 – Atendimento individual

O processo de atendimento individual dos empreendedores e empresários no escritório regional do Rio de Janeiro (foto 1), localizado no Centro da capital carioca, inicia com triagem realizada por uma recepcionista, que entrega um cadastro ao interessado para que ele evidencie o motivo do atendimento e o assunto a ser tratado. Com esse material, a

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recepcionista encaminha o empresário a um dos seis orientadores de negócio do escritório, em um sistema de rodízio para que nenhum acumule atendimentos. Todos os orientadores devem estar aptos a atender quaisquer tipos de demanda, mas cada um é responsável por se especializar em determinados assuntos.

Foto 1: Atendimento individual no escritório regional do Rio de Janeiro, na capital fluminense

Durante os atendimentos acompanhados, percebeu-se a importância de o orientador de negócios ter visão abrangente, pois os clientes costumam apresentar vários tipos de dúvida, com a expectativa de terem ali as respostas. O orientador pode, além de informar diretamente, indicar outras instituições especializadas naquela demanda – como a Junta Comercial, por exemplo, para abertura de empresas – e cursos do Sebrae/RJ voltados a capacitar o empreendedor. Essas indicações, inclusive, se constituem em uma forma de o atendente não deixar o cliente sem resposta, mesmo que ele não tenha o conhecimento para informá-lo naquele momento.

O orientador tem como principal fonte de consulta o SAC, sistema compatível com o Siacweb, no qual registra os atendimentos e tem acervo disponível sobre variados temas. No sistema, inclusive, podem ser incluídos novos assuntos, à medida que chegam mais demandas. De acordo com o orientador de negócios Antonio Carlos (foto 1), as principais dúvidas dos clientes são de legalização de empresas, Empreendedor Individual, acesso a crédito e franquias. O perfil dos atendidos é bastante variado, começando pelo empreendedor no início do negócio até o empresário com anos de experiência.

Além dos atendimentos espontâneos, que ficam em torno de 50 a 70 por dia, a área de Atendimento Individual organiza e promove palestras e cursos sobre como montar um negócio, finanças, legalização, atendimento ao cliente, entre outros temas. Também são promovidos eventos como o Empreendedor Legal em praças públicas, por meio do qual é montada estrutura para orientação e formalização do Empreendedor Individual – que, nos últimos meses, tem sido um dos focos de atuação da entidade, por se constituir em uma das Metas Mobilizadoras do Sistema Sebrae. Inclusive, diariamente um contador do Sescon-RJ fica no Sebrae/RJ para auxiliar o futuro Empreendedor Individual no preenchimento do cadastro de formalização via Portal do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br).

Ainda, a área promove programas de capacitação, como o Próprio, voltados àqueles que querem montar um negócio. O futuro empresário é orientado sobre como elaborar um plano de negócios, sobre seu momento como empreendedor, sobre o mercado, processos e finanças e, ao fim, recebe análise de consistência individual feita por um consultor. Por fim, o escritório regional do Rio de Janeiro mantém um Centro de Documentação e Informação (CDI), no qual há livros, revistas e vídeos motivacionais e sobre negócios, material que pode ser consultado no próprio local.

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2.3 – Atendimento Coletivo

Dentro das estratégias de Atendimento Coletivo do Sebrae/RJ, as trainees puderam conhecer dois projetos: o de Empreendedorismo Social do Estado do Rio de Janeiro e o de APL Calçadista de Belford Roxo e Duque de Caxias. No primeiro, foram visitados dois grupos: as Tapeceiras do Espraiado, de Maricá, e as Mulheres que Acontecem, de São Gonçalo, ambos no Leste Fluminense. No segundo, foi visitada a empresa Camile Bolsas e a Cooperativa dos Fabricantes de Calçados e Artefatos Afins do Rio de Janeiro (COOPCARJ), na Baixada Fluminense. Em ambas as regiões, as trainees foram ainda recebidas por Prefeitos Municipais, que trabalham em forte parceria com o Sebrae/RJ nesses projetos.

Tapeceiras do Espraiado – A técnica da tapeçaria em ponto brasileiro, utilizada pelas Tapeceiras do Espraiado, foi criada pela franco-marroquina Madeleine Colaço, que veio ao Brasil na década de 1950. A artista repassou para mulheres da região do Espraiado a técnica, e os tapetes produzidos chegavam a ser vendidos mundialmente, pela forte influência de Colaço. Com a idade avançada da artista e sua morte em 2001, a técnica começou a se perder, até que em 2003 um grupo de mulheres formou o grupo das Tapeceiras do Espraiado, reelaborando a arte mundial e reerguendo-a. As belezas do Espraiado, localidade rural do município de Maricá, a 50 km do Rio de Janeiro, cercada de Mata Atlântica e riachos, são inspiração para as Tapeceiras produzirem.

O trabalho do Sebrae/RJ com o grupo buscou trabalhar, inicialmente, o associativismo. Atualmente, entre seis e oito mulheres deste grupo estão engajadas no projeto de Empreendedorismo Social. Com elas, também foram trabalhadas novas formas de inserção no mercado. Ao invés de produzir exclusivamente tapetes, que custam em torno de R$ 4 mil e demoram meses para serem finalizados, as Tapeceiras do Espraiado agora aplicam a técnica do ponto brasileiro em bolsas, agendas e acessórios (foto 2), que são vendidos com maior agilidade e garantem a sustentabilidade do grupo. Uma das participantes também se legalizou como Empreendedora Individual, ampliando as possibilidades de benefícios advindos da formalização.

O próximo passo do grupo Tapeceiras do Espraiado (foto 3) é participar da Pret-a-porter, feira que acontecerá em setembro deste ano, em Paris.

Foto 2: Técnica do ponto brasileiro em bolsas Foto 3: Tapeceiras do Espraiado com líder do grupo e tapetes (de roxo), gestora do projeto (blusa cinza e calça

preta) e representante da Prefeitura (de casaco)

Mulheres que Acontecem – Esse grupo começou no início da década de 2000 como um projeto social que oferecia cursos para a terceira idade. Em 2009, o Sebrae/RJ passou a

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trabalhar com essas mulheres, buscando dar identidade aos seus trabalhos, na época bastante variados e até dispersos. O bordado se tornou a marca do grupo, que aplica a técnica em bolsas e, agora, também em embalagens para entregar o produto com valor agregado (foto 4). Hoje, são oito mulheres engajadas, entre bordadeiras, costureiras e responsáveis pela parte administrativa, que dividem as tarefas para que os trabalhos transcorram da melhor forma possível.

As Mulheres que Acontecem apresentam uma visão de futuro bastante ampliada, já observando tendências para 2011. Há dois meses, elas se formalizaram como microempresa e, agora, já se preparam para as encomendas que devem receber durante a Pret-a-Porter. No Ateliê da Ana, a líder do grupo, são produzidas em média 100 bolsas por mês.

Foto 4: Integrantes do Mulheres que Acontecem bordam bolsas e embalagens

APL Calçadista – Dentro do projeto APL Calçadista de Belford Roxo e Duque de Caxias, que segue até 2011, o Sebrae/RJ trabalha com cerca de 120 empresas formais e informais de calçados, bolsas e acessórios desses dois municípios. Entre as primeiras conquistas, estão a regulamentação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa nas duas localidades e a formalização de aproximadamente 30 negócios como Empreendedor Individual e microempresa. Também são realizadas consultorias de design para melhoria da qualidade dos produtos e promovidas participação em feiras.

A Camile Bolsas é uma das empresas participantes desse Arranjo Produtivo Local2 e atendidas pelo projeto (foto 5). Quando o Sebrae/RJ começou a trabalhar com ela, há dois anos, o proprietário pensava em fechar as portas do negócio, mas, com o auxílio de consultores, verificou que a pequena empresa ainda era viável. Um dos principais pontos trabalhados foi a separação das finanças pessoais e das duas empresas mantidas pelo mesmo proprietário, de forma a controlar efetivamente as entradas e saídas. O proprietário também passou a delegar mais e ampliou a equipe. Agora, o foco é na reestruturação da empresa, que se organiza como uma indústria e se transferirá para um espaço mais amplo.

A cooperativa COOPCARJ também é entidade que participa do projeto (foto 6). Com 31 associados, o grupo recebeu cursos a exemplo de planejamento financeiro e participou de rodadas de crédito. Desde o início do projeto, oito associados se formalizaram como microempresa e outros 16 como Empreendedor Individual. Entre as características do grupo, estão a produção de sapatos e acessórios com materiais sustentáveis. A cooperativa montou um projeto e conseguiu aprovação do BNDES para liberar R$ 2 milhões para a construção de uma Fábrica Escola, que capacitará mão de obra para a melhoria da produção dos calçados e artefatos, em todas as etapas produtivas. O dinheiro ainda não foi liberado porque o presidente da COOPCARJ está com débitos e precisa quitá-los antes do recebimento.

2 Arranjo Produtivo Local é um grupo de empresas de um setor específico, ocupando território comum, devendo necessariamente haver integração, articulação e aprendizado entre elas e com outros agentes locais.

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Foto 5: Empresa Camile Bolsas (Duque de Caxias) Foto 6: Cooperativa dos Fabricantes de Calçados eArtefatos Afins do Estado do Rio de Janeiro

3 – Análise da realidade local

O foco dos funcionários do Sebrae/RJ para atingir as Metas Mobilizadoras é um aspecto que fica evidente nos primeiros contatos. Os orientadores de negócio, responsáveis pelo atendimento espontâneo ao público, enfatizaram em diversos momentos a figura do Empreendedor Individual e da Gestão Estratégica Orientada para Resultados (GEOR), assim como representantes das unidades internas. Também foi citado o Programa Sebrae Mais para Empresas Avançadas, que ainda apresenta pouca demanda espontânea. O foco nas metas prioritárias também pode ser visto nos corredores da sede, que mostram cartazes com os números a serem atingidos e fotos dos funcionários mobilizados para a missão.

As unidades também demonstram alinhamento com as estratégias desenvolvidas pelo Sebrae Nacional. Durante as apresentações, os representantes sempre iniciavam citando como os projetos seguem os objetivos estratégicos e quais são eles. Na maior parte das unidades, fica clara a divisão de responsabilidades do Sebrae Nacional, responsável por formular estratégias e dar suporte aos estados, e da unidade estadual do Rio de Janeiro, responsável por executar soluções formuladas pelo Nacional, além de contar com iniciativas próprias. É o caso da unidade de Educação e Cultura Empreendedora do Sebrae/RJ, que “faz acontecer” na região as soluções educacionais elaboradas pela unidade de Capacitação Empresarial em Brasília.

Ao mesmo tempo, a autonomia e independência da unidade estadual em relação ao Sebrae Nacional aparece. O registro dos atendimentos e as consultas nas demandas espontâneas são feitas por meio do sistema SAC, ao invés do Siacweb. Mensalmente, os dados gerados são enviados ao Nacional, para contabilização nacional. Também, o Portal do Sebrae/RJ não segue o padrão do Portal Sebrae, assumindo identidade própria. Unidades como a de Políticas Públicas, por exemplo, também se mostram avançadas, capazes de caminhar por si próprias. De acordo com a representante da unidade, a analista Fabiana Mello, com exceção do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor, todos os projetos foram elaborados localmente. O Sebrae Nacional é acionado essencialmente para dar apoio técnico e na articulação com órgãos no âmbito federal.

Também se pode ressaltar a importância das parcerias para o Sebrae/RJ, que atua em projetos abrangentes e, com isso, depende da atuação de Prefeituras, associações comerciais, federações, entre outras entidades. Por fim, percebeu-se a ênfase do Sebrae/RJ na questão da formalização, especialmente pela instituição da figura do Empreendedor Individual e por esta ser uma das Metas Mobilizadoras da entidade.

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4 – Dificuldades encontradas

Durante o processo de conhecimento da atuação do Sebrae/RJ, esta trainee pôde verificar não apenas as questões positivas e o esforço das gestoras da entidade, mas também dificuldades enfrentadas tanto no Atendimento Individual quanto nos projetos coletivos. No primeiro caso, os orientadores de negócio se confrontam constantemente com o desconhecimento dos clientes sobre o que o Sebrae efetivamente faz. Apesar de confiarem na entidade, os empresários frequentemente pensam se tratar de um órgão público que vai financiar as idéias de negócio dos clientes.

No Atendimento Individual, também há um tempo bastante reduzido para estudo, que seria bastante interessante para que o orientador de negócio pudesse estar sempre preparado para atender as mais diversas demandas. Isso faz com que eles precisem recorrer constantemente a indicar cursos e palestras relacionadas, de forma que o cliente não fique sem atendimento, mesmo que ele não saiba o assunto.

No caso dos projetos, esta trainee verificou como uma das principais dificuldades a dependência de outras instituições para a continuidade das ações. Se o problema está na falta de mão de obra capacitada, por exemplo, a demanda é do Senai, e não do Sebrae. Para tentar minimizar esse problema, a entidade constantemente estabelece parcerias com órgãos públicos e instituições privadas. Os gestores também se deparam, no início dos projetos, com a falta de compromisso de alguns membros do grupo atendido, e por isso precisam trabalhar fortemente a questão do associativismo.

Por fim, outro ponto negativo está em soluções nacionais encaminhadas para o Sebrae/UF que não se encaixam com a realidade local, de forma que novas alternativas mais concretas precisam ser demandadas.

Conclusão

A viagem desta trainee ao Sebrae/RJ foi bastante proveitosa pelo conhecimento obtido do trabalho na “ponta”, diretamente com os clientes, seja através do Atendimento Individual, seja através do Atendimento Coletivo. Considerando que os trainees estarão trabalhando no Sebrae Nacional, responsável pela formulação de estratégias e soluções para todo o Brasil, conhecer a execução dos trabalhos torna-se atividade fundamental.

A ida ao Sebrae no Rio de Janeiro também permitiu que esta trainee vivenciasse como funciona a gestão de projetos da entidade na prática. Tivemos a oportunidade de conversar com gerentes, gestores, parceiros e empresários, que nos relataram as oportunidades e as dificuldades encontradas. Foi uma grande chance para verificarmos o cotidiano local, ampliando o conhecimento teórico obtido nas palestras e oficinas realizadas durante a primeira semana do Programa de Trainee.

Concluindo, esta trainee verificou a importância de estar sempre atenta a ouvir as demandas e as soluções encontradas nos estados, pois eles são os principais intermediários entre o Sebrae Nacional e os clientes finais. Esta característica, na visão desta trainee, deve ser mantida durante todo o Programa e, posteriormente, no trabalho de forma geral.