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Abordando a Abordagem Policial - 1

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Abordando a Abordagem Policial - 1

BRIGADA MILITAR - GABINETE DO COMANDANTE-GERAL

ASSESSORIA DE DIREITOS HUMANOS

RELATÓRIO DO 1º SEMINÁRIO ABORDANDO A ABORDAGEM POLICIAL

INTRODUÇÃO

No dia 30 de maio de 2011,

segunda-feira, a partir das 13h30min, no

Auditório do Palácio do Ministério Público,

situado na Praça Marechal Deodoro, nº 110 –

3º andar, em Porto Alegre, ocorreu o “1º

Seminário Abordando a Abordagem Policial”,

resultado da parceria entre a Assessoria de Direitos Humanos do Gabinete do

Comandante-Geral da Brigada Militar (ADH-BM) e o Centro de Apoio Operacional de

Direitos Humanos do Ministério Público Estadual (CAO/DH-MPE), sendo o primeiro de

uma série de eventos que tratarão do Tema: “Direitos Humanos e a Atuação Policial”.

Os objetivos do evento foram:

1) propiciar aos segmentos da sociedade civil a discussão a respeito da

Abordagem Policial, identificando os problemas decorrentes destas práticas policiais,

possibilitando alterações nas condutas;

2) propiciar que o Poder Público esclareça os parâmetros legais da

Abordagem Policial, bem como demonstrar as técnicas policiais de abordagem e de

que forma estes conhecimentos são repassados aos policiais, visando diminuir as

abordagens inadequadas.

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MESA DE ABERTURA

A mesa de abertura

foi formada pela Ministra-Chefe da

Secretaria de Direitos Humanos da

Presidência da República, Maria do

Rosário, pelo Secretário Estadual

de Justiça e Direitos Humanos,

Fabiano Pereira, pelo Secretário

Estadual de Segurança Pública,

Airton Michels, pelo Comandante-

Geral da Brigada Militar, Coronel

Sérgio Roberto de Abreu, pelo

Procurador-Geral de Justiça,

Eduardo de Lima Veiga, pelo Chefe

de Polícia Civil, Delegado Ranolfo

Vieira Junior, pelo Desembargador

Jaime Pitterman e pelo Procurador-

Geral do Estado, Carlos Kaipper.

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Abordando a Abordagem Policial - 3

Dando início ao Seminário, o Comandante-Geral

da Brigada Militar, defendeu que este debate deve permitir que

todos tenham uma convivência como cidadãos, em especial

num campo de atuação tão sensível, como o que se dá durante

a Abordagem Policial executada pela Brigada Militar.

A Ministra-Chefe da

Secretaria de Direitos Humanos da

Presidência da República, Maria do

Rosário, afirmou que o Estado, como

detentor do monopólio da força em

um Estado Democrático, deve ter

regras de atuação devidamente

apresentadas e compartilhadas entre

sociedade e Estado, norteados pelos

princípios dos Direitos Humanos, sendo necessário estabelecer regras e padrões de

abordagens policiais orientadas e baseadas na doutrina de Direitos Humanos, de modo

que a prática seja conduzida sem colocar em risco nenhum dos envolvidos, tanto

policiais, infratores da lei e toda a sociedade.

Conforme o Procurador-Geral de

Justiça, Eduardo de Lima Veiga, não basta a lei se

não houver políticas públicas para alterar

determinadas realidades sociais. Assim, lembrou

que o objetivo do encontro seria dialogar,

diagnosticar e capacitar, possibilitando alterações

recíprocas de conduta, tanto por parte da

sociedade civil quanto por parte dos agentes

públicos.

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Abordando a Abordagem Policial - 4

PAINEL:

RELATOS DOS SEGMENTOS DA SOCIEDADE CIVIL SOBRE A ABORDAGEM POLICIAL

O primeiro painel:

“Relatos dos Segmentos da Sociedade

Civil sobre a Abordagem Policial”,

coordenado pelo Chefe da ADH-BM,

Major Paulo César Franquilin Pereira,

teve como painelistas: Sérgio Carvalho

do Movimento Aquarela, pela ONG

Aquarela dos moradores em situação de

rua, Roselaine Dias da Silva, da Liga Brasileira das Lésbicas, Luiz Felipe Zago, da ONG

Somos dos homossexuais, José Antônio dos Santos Silva, da UNEGRO, pelo Movimento

Negro e Marcelly Malta, da Associação de Travestis Igualdade.

O primeiro painelista, Sérgio Carvalho, falou da

situação precária e vulnerável dos moradores de rua no Estado,

ressaltou a necessidade da sociedade olhar o morador de rua

como ser humano e da criação de um Centro de Defesa de

Direitos Humanos dos Moradores de Rua, a exemplo do existente

em Belo Horizonte. A seguir, Roselaine Dias da Silva lembrou a

importância de que as conclusões do seminário sejam repassadas a todos agentes

públicos e relatou uma atuação policial positiva e uma negativa da Brigada Militar.

Em seguida, Luiz Felipe Zago ressaltou que

democracia deve ser o exercício de

cidadania por todos e que os Direitos

Humanos devem deixar de ser ideias

abstratas, mas sim práticas cotidianas,

norte para políticas públicas. José Antônio

dos Santos Silva iniciou sua fala relatando situações práticas de

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Abordando a Abordagem Policial - 5

preconceito racial, comentou que apresentou a proposta de extinção da Justiça Militar

e que o respeito aos Direitos Humanos cabe aos Comandantes e Chefes dos órgãos

policiais.

Encerrando o painel, Marcelly Malta

levantou a dificuldade vivenciada pelas travestis em

encontrar emprego, o que obriga que muitas venham

a se prostituir para sobreviver, não raras vezes,

sendo expulsas de casa pelos familiares. Solicitou que

sejam tratadas pelo nome social nas abordagens e por adjetivos femininos, evitando

que os nomes sejam ditos em voz alta, constrangendo as travestis perante os clientes.

O segundo painel: “A

Abordagem Policial pela Ótica do Poder

Público”, mediada pelo Coordenador do

Centro de Apoio Operacional de Direitos

Humanos do Ministério Público Estadual,

Promotor Francesco Conti, teve como

painelistas: Ten Cel Luiz Henrique

Oliveira, pela Brigada Militar, Promotora

de Justiça Miriam Balestro, pelo Ministério Público Estadual,

Delegada Fernanda de Mello, pela Secretaria de Segurança

Pública, Major Francisco Lannes Vieira, pelo Comando de

Policiamento da Capital e a Diretora Rubia Abs, pela Secretaria da

Justiça e Direitos Humanos.

O Chefe da Seção de Operações do

Estado Maior da Brigada Militar, Tenente-coronel

Luiz Henrique Oliveira, mencionou que a missão da

Brigada Militar é ser garantidora Direitos Humanos

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Abordando a Abordagem Policial - 6

a todos e em todas as suas formas, afirmando que apesar das dificuldades, há um

esforço em aprimorar as técnicas de abordagem e uso de tecnologias menos lesivas.

Na sua fala, a

Promotora Miriam Balestro,

Coordenadora das Promotorias de

Direitos Humanos de Porto Alegre

salientou que todos os órgãos

públicos devem incorporar

internamente e aplicar os tratados

de Direitos Humanos, a

Constituição e as demais legislações sobre o tema. Ainda lembrou que, não apenas os

operadores do direito, mas todas as instituições públicas devem se capacitar em

Direitos humanos, que são os direitos de todos, independentemente de quaisquer

condições.

A Delegada Fernanda de Mello, Coordenadora da

Disciplina de Direitos Humanos da ACADEPOL, falou sobre a

disciplina de Direitos Humanos e outras práticas relacionadas ao

tema nos cursos de formação da Polícia Civil. O Major Francisco

Lannes Vieira, do Batalhão de Operações Especiais, debateu

acerca dos aspectos técnicos da abordagem policial.

Encerrando o painel, Rubia Abs,

Diretora de Justiça da Secretaria Estadual de

Justiça e Direitos Humanos, destacou que

diversos órgãos públicos têm demonstrado

preocupação com o tema de Direitos

Humanos, lembrando que a Secretaria de

Justiça e Direitos Humanos tem projetos e programas ligados à Brigada Militar, todos

eles relacionados a políticas sociais.

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ENCERRAMENTO

Dando sequência ao evento, foi

formada uma mesa com todos os painelistas,

juntamente com o Chefe da ADH/BM e o

Coordenador do CAO/DH-MPE, sendo passada

a palavra ao público, para que representantes

de entidades, ONGs e demais participantes

manifestassem suas opiniões e

questionamentos, os quais foram respondidos

pelos componentes da mesa. Na oportunidade

foram entregues, pelo Major Paulo Franquilin e Promotor de Justiça Francesco Conti,

os Certificados aos Painelistas, que fizeram, em seguida, suas últimas considerações.

No encerramento,

Francesco Conti agradeceu a

presença de todos, afirmando a

necessidade da organização de um

2º Seminário sobre o tema para

continuidade dos debates,

destacando que eventos deste tipo

vêm contribuir para que se alcance

um ideal em Direitos Humanos. O Major Paulo César Franquilin Pereira afirmou que a

Brigada Militar é uma instituição legalista, assim, os movimentos sociais não devem ter

medo de denunciar abusos por parte dos policiais militares. Ressaltou, ainda, que os

policiais também possuem Direitos Humanos, pois são cidadãos, devendo ser

respeitados, cabendo aos movimentos sociais a luta para modificação das leis. Por fim,

o Oficial afirmou que o Comando da Brigada Militar é forte, tem uma visão voltada

para os Direitos Humanos na sua plenitude, principalmente na prática, quebrando

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Abordando a Abordagem Policial - 8

paradigmas dentro da Instituição, e que o Seminário é um passo de uma caminhada

pela conquista dos Direitos Humanos da sociedade gaúcha.

ENCAMINHAMENTOS

Com base nas manifestações e entendimentos expostos, um dos

encaminhamentos é realização de uma segunda edição do “Seminário Abordando a

Abordagem Policial”, mantendo-se a parceria entre a Assessoria de Direitos Humanos

e o Centro de Apoio Operacional de Direitos Humanos do Ministério Público Estadual.

Diante da necessidade de distribuição das Cartilhas e Guias de Direitos

Humanos produzidos pela SENASP a todos os integrantes da Brigada Militar, foi

providenciada a solicitação à Secretaria de Segurança Pública para que sejam

disponibilizados 30 mil exemplares de cada livro para a Brigada Militar.

Também será realizada pela Assessoria de Direitos Humanos

juntamente com o Setor de Operações do Estado Maior e Diretoria de Ensino, a

revisão dos currículos dos cursos institucionais, visando a transversalidade dos Direitos

Humanos em todos os cursos da Brigada Militar, tendo em vista a demanda de

modificação de condutas e técnicas policiais. Ainda foi deliberado que os Movimentos

Sociais tenham espaço de participação na modificação dos currículos relacionados aos

Direitos Humanos, inclusive atuando nas equipes docentes das Academias Policiais.

Ainda como encaminhamento decorrente do Seminário, foi solicitada a

implementação de orientações aos policiais militares sobre as técnicas de abordagem

em todos os níveis, desde a formação, passando pela capacitação até atualização,

visando melhorar o atendimento ao público dos segmentos representados no

Seminário e a toda a comunidade.

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Em anexo a transcrição audiovisual.

_____________________________________ PAULO CÉSAR FRANQUILIN PEREIRA – Major

Chefe da Assessoria de Direitos Humanos