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PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE MINAS GERAIS Curso de Engenharia Mecnica (nfase em Mecatrnica)

RELATRIO TCNICO DO LABORATRIO DE MATERIAIS DE CONSTRUO MECNICA:Ensaios de Trao

Joo Rodolfo Janurio Marlia Mansur F. de R. Chaves

Belo Horizonte 2011

Joo Rodolfo Janurio Marlia Mansur Ferreira de Resende Chaves

RELATRIO TCNICO DO LABORATRIO DE MATERIAIS DE CONSTRUO MECNICA:Ensaios de Trao

Relatrio Laboratrio de

da

disciplina de

Materiais

Construo Mecnica, referente as aulas prtica sobre ensaios de trao.

Orientador : Prof. Mestre Ubirajara D. de Castro

Belo Horizonte 2011

RESUMO

Prticas da disciplina Laboratrio de Materiais de Materiais de Construo Mecnica foram realizadas com o objetivo de fornecer, aos alunos do curso de Engenharia Mecnica, princpios bsicos dos ensaios de trao. Este trabalho contm resumos tericos relativos a esse ensaio e os dados obtidos durante as aulas, seguidos das concluses que puderam ser obtidas atravs dos mesmos.

Palavra-chave: Ensaios de trao.

ABSTRACT

Practice Course Materials Laboratory of Building Materials Mechanics was performed in order to provide the students of Mechanical Engineering, basic principles of tensile tests. This work contains abstracts related to this test and the data obtained during the lessons, followed by the conclusions that could be obtained through them.

Keyword: tensile tests.

LISTA DE FIGURAS Figura 1 : Curva caracterstica de Carga (kgf) X Alongamento (mm) obtida no ensaio de trao ................................................................................. 8 Figura 2: Aspecto do corpo de prova para o ensaio de trao ............... 8 Figura 3: Curva Tenso X Deformao convencional, obtida no ensaio de trao ............................................................................................................ 9 Figura 4: Curva Tenso X Deformao Verdadeiras ............................ 10 Figura 5 : Mquina para ensaio de trao............................................. 12 Figura 6: Grfico obtido no ensaio de trao do corpo de prova 1 ....... 13 Figura 7: Grfico obtido no ensaio de trao do corpo de prova .......... 13

LISTA DE TABELAS Tabela 1 Dados dos corpos de prova a serem ensaiados..................... 12 Tabela 2 : Propriedades Avaliadas no Ensaio de Trao ...................... 14

SUMRIO

1 INTRODUO ...................................................................................... 6 1.1 Objetivos ........................................................................................ 6 1.2 Justificativa ..................................................................................... 7 2 REVISO BIBLIOGRFICA ................................................................. 7 3 METODOLOGIA ................................................................................. 11 4 CONCLUSO ..................................................................................... 14 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................... 15 ANEXOS ................................................................................................ 16

6 1 INTRODUO

O ensaio de trao possui grande facilidade de execuo e reprodutibilidade de resultados. Alm disso, o carregamento a trao a solicitao esttica mais severa, qual um material pode estar submetido. Estes fatores tornam fazem com que este ensaio seja um dos mais importantes na avaliao das propriedades mecnicas dos materiais. (CASTRO, 2011). As aulas de laboratrio da disciplina devem fornecer, aos alunos de graduao em Engenharia Mecnica, princpios bsicos dos ensaios mecnicos, como o de trao. Para isto, um relatrio relativo a essa aula deve ser elaborado, complementando o aprendizado e fixando os conceitos estudados.

1.1 Objetivos

A aula de laboratrio props conceitos e informaes relativas ao ensaio de trao, sendo este, um dos ensaios mais utilizados na engenharia para avaliar propriedades mecnicas dos materiais. Este trabalho compara os resultados do ensaio realizado em dois corpos de prova de mesmo material, porm, um passou pelo processo de laminao frio e o outro pelo processo de laminao quente.

7 1.2 Justificativa

Um engenheiro mecnico deve conhecer o ensaio de trao por ser largamente utilizado para selecionar os materiais empregados em projetos mecnicos, alm de estabelecer como devem ocorrer os processos de fabricao de diversos materiais. Alm de conhecer o ensaio, o profissional deve ser capaz de selecionar interpretar os resultados obtidos. Por isto, este trabalho de suma importncia ao estudante de Engenharia Mecnica, pois, alm de ser apresentado o mtodo, so discutidos os resultados obtidos.

2 REVISO BIBLIOGRFICA

A aplicao de uma fora num corpo slido promove uma deformao do material na direo do esforo e o ensaio de trao consiste em submeter um material a um esforo que tende a estic-lo ou along-lo. Geralmente, o ensaio realizado num corpo de prova de formas e dimenses padronizadas, para que os resultados obtidos possam ser comparados ou, se necessrio, reproduzidos. Este corpo de prova fixado numa mquina de ensaio que aplica esforos crescentes na sua direo axial, sendo medidas as deformaes correspondestes por intermdio de um aparelho especial (o mais comum o extensmetro). [...] Os esforos ou cargas so medidos na prpria mquina de ensaio e o corpo de prova levado at sua ruptura. (SOUZA, 1982, p. 6).

A partir de cargas uniaxiais de sentidos contrrios, o que promove o alongamento do corpo at o rompimento, a curva Fora X Deformao para o material. descrita (Figura 1). Essa curva mostra o campo elstico do material, limite de escoamento, campo plstico, alongamento, estrico, o que proporciona avaliar propriedades do material como resilincia, tenacidade e ductilidade.

8

Figura 1 : Curva caracterstica de Carga (kgf) X Alongamento (mm) obtida no ensaio de trao FONTE: Apostila do Laboratrio de Materiais de Construo Mecnica

As deformaes ocorridas no material podem ser notadas de forma uniforme ao longo do comprimento til at que seja atingida a carga mxima. Esta uniformidade de deformao permite obter valores caracterstico da curva tenso-deformao convencional diretamente pelo registro grfico do ensaio. Este, geralmente, feito a baixa velocidade de aplicao de carga, sendo classificado como um ensaio esttico. Amostras do material so usinadas com dimenses padronizadas pelas vrias associaes de normas tcnicas (ASTM, ISO, ABNT, DIN, dentre outras), denominadas corpos de prova (ver figura 2), facilitando a comparao de resultados. (CASTRO, 2011, p.1)

Figura 2: Aspecto do corpo de prova para o ensaio de trao FONTE: Apostila do Laboratrio de Materiais de Construo Mecnica

9 Para este trabalho a norma da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) foi adotada. A norma estabelece que o comprimento mnimo do corpo de prova padro est associado ao seu comprimento pela relao: (1) Onde k=5,65. A figura 2 pode mostrar as relaes de A e So. Atravs do grfico Carga X Alongamento, o grfico de Tenso (Mpa) X Deformao pode ser esquematizado e os campos plstico e elstico do material podem ser avaliados. As relaes de tenso e deformao so dadas por: (2) Onde: F= carga, So= rea inicial e s= tenso (3) Onde: e= deformao, l= alongamento e lo= comprimento inicial. E a figura 3 mostra o grfico Tenso X Deformao esquematicamente.

Figura 3: Curva Tenso X Deformao convencional, obtida no ensaio de trao FONTE: Apostila do Laboratrio de Materiais de Construo Mecnica

10 Porm as relaes demonstradas pelas equaes 2 e 3 no correspondem as relaes para tenso e deformao verdadeiras. Est relao dada por: (4) Onde: sv= tenso verdadeira, Fi=carga instantnea e Si= rea instantnea e= Onde: e=deformao verdadeira, lo= comprimento inicial e (5) lf=

comprimento final. E o grfico que se obtm dessas relaes como o mostrado na figura 3.

Figura 4: Curva Tenso X Deformao Verdadeiras FONTE: Apostila do Laboratrio de Materiais de Construo Mecnica

11 Neste grfico (figura 4), pode-se perceber que inicialmente a curva descrita uma reta o que indica que o ensaio est ocorrendo no campo elstico, onde as deformaes assumidas pelo material podem ser

recuperadas. No regime elstico as relaes de tenso e deformao so dadas pela lei de Hooke: (6) Onde: s= tenso convencional, E= mdulo de elasticidade ou mdulo de Young e e=deformao convencional. O restante da curva descrita pelo grfico corresponde ao regime plstico do material, quando o mesmo j no pode recuperar suas dimenses iniciais. Este regime quando o limite de escoamento atingido, e o material se apresenta encruado o que eleva seu valor de dureza.

3 METODOLOGIA

Para realizar o ensaio de trao foram utilizados dois corpos de prova com as dimenses j especificadas neste trabalho. Ambos so constitudos de ao ABNT 1020 com uma diferena entre eles. Um corpo de prova com cabea clara foi laminado a frio e o outro com a cabea escura foi laminado a quente. O valor de dureza de cada corpo de prova foi avaliado antes do ensaio para se determinar o fundo de escala da mquina. Esta relao dada por: (7) Para avaliar a dureza de cada corpo de prova a superfcie foi preparada, passando por uma etapa de lixamento. Foi feito o ensaio de dureza Rockwell B e posteriormente o nmero foi convertido para a escala Brinell. Outras medidas

12 como dimetro inicial e rea inicial foram avaliados, como pode ser visto na tabela1. Tabela 1: Dados dos corpos de prova a serem ensaiados.

Cp

srt do So Fmx (mm) (mm) HRB HB (kgf/mm) (kN) 1 10,1 80,12 83 160 59,974 47,09 2 10,1 80,12 69 120 44,984 35,32FONTE: Elaborado pelos autores 1

A linda da tabela indicada como Cp. 1, significa que os dados se referem ao corpo de prova 1, de cabea clara laminado a frio. E a linda do Cp. 2, se refere aos dados do corpo de prova 2 de cabea escura que foi laminado a quente. De posse desses dados, os corpos de prova foram submetidos ao ensaio em uma mquina prpria para esse tipo de ensaio, como a mquina da figura 5. Nas figuras 6 e 7, esto os grfico gerados pelo software que interpreta os dados enviados pela mquina. A figura 7 o grfico referente ao corpo de prova 1 e a figura 8 ao corpo de prova 2.

Figura 5 : Mquina para ensaio de trao FONTE: http://www.univap.br/graduacao/feau/eng_civil/lab_tecnologia_construcao.php

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Figura 6: Grfico obtido no ensaio de trao do corpo de prova 1 FONTE: Dados de Pesquisa

Figura 7: Grfico obtido no ensaio de trao do corpo de prova FONTE: Dados de Pesquisa

14 Obtidos os grficos no ensaio de trao de cada corpo de prova algumas informaes podem ser obtidas para avaliar as propriedades do material. A tabela 2 relaciona esses dados.

Tabela 2 :Propriedades Avaliadas no Ensaio de Trao

Mdulo de Young F l E Cp (kgf) (mm) (Mpa) 1 6,65 2 15,3

Limite de Escoamento Parmetros de Ductilidade Fe lf df (kgf) se (Mpa) (mm) A (%) (mm) Sf (mm) Z(%) 4600 0,00056 56,65 11,7387 7,7 46,5427 41,9088 2400 0,00029 65,3 23,4303 6,2 30,1754 62,3372FONTE: Elaborado pelos autores 2

4 CONCLUSO

Pelos dados obtidos com o ensaio, pode-se perceber que o corpo de prova 1 alongou menos que o corpo de prova 2. Essa diferena est relacionada com o processo de fabricao de cada corpo de prova. O corpo de prova 1 passou pelo processo de laminao a frio enquanto o corpo de prova 2 passou por laminao quente, portando o laminado a frio possui mais tenses internas que o laminado a quente. Houve menos recristalizao portando, o material sendo mais encruado possui menor resistncia deformao. Observando os grficos pode-se perceber que o campo plstico do corpo de prova com menos tenses internas foi maior que o outro corpo de prova.

15 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

CALLISTER, William D. Cincia e engenharia de materiais: uma introduo. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC - Livros Tcnicos e Cientficos, c2008. xx, 705 p. ISBN 9788521615958

CASTRO, Prof. Ubirajara Domingos. Roteiros das prticas de laboratrio de Materiais de Construo Mecnica. Acesso em:

em: 30 de Setembro de 2011.

SOUZA, Srgio Augusto de. Ensaios mecnicos de materiais metlicos: fundamentos tericos e prticos. 5. ed. So Paulo: E. Blucher, c1982. 286p.

VAN VLACK, Lawrence H. Princpios de cincia dos materiais. So Paulo: E. Blucher, 1970. 427p. ISBN 8521201214

16 ANEXOS

QUESTES 1) Um corpo de prova cilndrico, feito em alumnio, tem dimetro de 0,505 polegadas e comprimento til de 2,000 polegadas e est sendo puxado em trao. A tabela I apresenta os dados obtidos durante o ensaio. - Plote os dados na de tenso de engenharia (Mpa) versus deformao de engenharia (%).0,0004 0,00035 0,0003 0,00025 0,0002 0,00015 0,0001 0,00005 0 0 0,05 0,1 0,15 0,2 Srie1

Grfico Tenso Convencional X Deformao Convencional

- Plote a curva tenso verdadeira (MPa) versus deformao verdadeira (%).0,00045 0,0004 0,00035 0,0003 0,00025 0,0002 0,00015 0,0001 0,00005 0 0 0,05 0,1 0,15 0,2

Srie1

Grfico Tenso Verdadeira X Deformao Verdadeira

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Alongament o (pol) 0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,02 0,04 0,08 0,12 0,16 0,2 0,24 0,27 0,3 0,33

Carg a (lbf) 0

Dimetr Compriment o o (pol) 0,505 (pol) 2 2,002

e (%) 0 0,00 1 0,00 2 0,00 3 0,00 4 0,00 5 0,01 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,13 5 0,15 0,16 5

Tenso Convenciona l (Mpa) 0 5,68E-05 0,000117 0,000179 0,000236 0,000267 0,000298 0,00032 0,000348 0,000358 0,000367 0,000369 0,000358 0,000348 0,000331 0,000283

0 0,001

Tenso Verdadeir a (MPa) 0 5,69E-05

1650 0,504748 2,004 3400 0,504496 2,006 5200 0,504244 2,008 6850 0,503993 2,01 7750 0,503742 8650 0,502494 9300 0,500025 2,08 10100 0,495193 2,12 10400 0,490499 2,16 10650 0,485936 10700 0,481499 10400 10100 9600 8200 0,461 2,27 0,431 2,3 0,418 2,33 0,37 2,2 2,24 2,02 2,04

0,00199 8 0,00299 6 0,00399 2 0,00498 8 0,00995 0,01980 3 0,03922 1 0,05826 9 0,07696 1 0,09531 0,11332 9 0,12663 3 0,13976 2 0,15272 1

0,000117 0,00018 0,000237 0,000268 0,000301 0,000327 0,000362 0,00038 0,000396 0,000406 0,000401 0,000395 0,00038 0,000329

- Determine o mdulo de elasticidade (MPa). R: 0,00208441 (MPa). - Determine o limite de escoamento a 0,2% de deformao (MPa). R: 0,0001171437 - Determine o limite de resistncia desta liga (MPa).

18 R: 0,000369 (MPa) Qual a ductilidade aproximada em alongamento percentual? R: 16,5 Determine a ductilidade em reduo percentual de rea. R: -14,1631 2) Faa uma pesquisa e sobre a ocorrncia do patamar de escoamento no ensaio do corpo de prova recozido. R: Processos de fabricao, como tratamentos trmicos e conformaes mecnicas, provocam tenses internas na microestrutura do material. Essas tenses geradas aumentam a dureza do mesmo, tornando-o mais frgil. Para corrigir a fragilidade adquirida, um processo de recozimento pode ser efetuado, com o objetivo de aliviar as tenses internas e dessa forma o material se tornar mais dctil. Materiais dcteis tm maior capacidade de deformao plstica que materiais frgeis. Quando submetidos ao ensaio de trao, os dcteis apresentam o patamar de escoamento bem definido, pois na transio do comportamento elstico para o plstico, geralmente ocorre um serrilhado na curva tenso-deformao, principalmente quando se trata de materiais recozidos. O serrilhado ocorre devido interao entre tomos de soluto (no caso dos aos, C e N principalmente) e as discordncias, ainda que em pequeno nmero. J os materiais frgeis, geralmente, no possuem esse limite de escoamento bem definido e no suportam solicitao de cargas elevadas. Portanto, sendo o recozimento um processo para diminuir a fragilidade do material, ou seja, aumentar sua ductilidade, corpos de prova recozidos podem apresentar uma patamar de escoamento definido. 3) Uma barra de ao tem um dimetro de 22,00 mm. Desenhe um corpo de prova padro a ser usinado a partir desta barra, indicando as medidas essenciais.

19 R: Deve ter uma parte til A de pelo menos 25,142mm; raio de 11mm.