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Relatório Internacional de Tendências do Café
www.icafebr.com
Bureau de Inteligência Competitiva do
Café
Vol. 2 Nº. 11 10/dezembro/2013
www.icafebr.com Relatório Internacional de Tendências do Café
Bureau de Inteligência Competitiva do Café Vol. 2, Nº 11 – 10/12/2013
Página | 2
1. PRODUÇÃO
Com consumidores cada vez mais
preocupados com a segurança do produto e a
sustentabilidade da produção, a agregação de valor
através da diferenciação tem sido uma importante
alternativa no aumento da competitividade. Neste
contexto, a grande maioria dos países produtores vem
investindo na produção de cafés especiais.
Produtores da América Central e da América
do Sul, que sofreram fortemente com o ataque da
ferrugem, vêm recebendo grande apoio do governo e
de empresas privadas. As principais estratégias
adotadas são o replantio de lavouras devastadas e o
fornecimento de assistência técnica e insumos.
A atuação de empresas privadas de café no
apoio aos produtores de diversos países,
principalmente daqueles que passam por crises, é uma
prática cada vez mais comum e importante para o
desenvolvimento da atividade nos mesmos.
A parceria entre empresas e produtores
beneficia ambos, dando aos cafeicultores suporte
técnico, tecnológico, gestão e melhores preços e
garantindo às empresas diversos tipos de café com
boa qualidade e sustentabilidade na produção, sendo
uma ótima estratégia de marketing para as mesmas,
uma vez que a demanda por estes produtos cresce
cada vez mais em todo o mundo.
Mundo
Com a produção mundial de café na safra
2012/1013, estimada em 145,2 milhões de sacas de
60 kg, o que corresponde a um aumento de 9,6%
(mais 12,8 milhões de sacas) em relação ao período
2011/12, a safra global foi a maior dos últimos 10
anos. A produção de robusta cresceu 11,6%, atingindo
56,4 milhões de sacas, enquanto a safra de arábica
aumentou 8,4%, para 88,8 milhões de sacas.
Dentre os maiores responsáveis por este
aumento, o Brasil aumentou sua produção em 16,9%
para 50,83 milhões de sacas. A Colômbia está
recuperando sua produção, após quatro anos
consecutivos de safras abaixo da média, e a grande
maioria dos países da África e Ásia também tiveram
aumento na produção cafeeira, com destaque para a
Indonésia, onde a produção aumentou 74,7%, para
12,7 milhões de sacas, em comparação às 7,3 milhões
em 2011/12.
Apesar deste aumento global, alguns países
tiveram significativas reduções em suas produções,
principalmente devido ao ataque de ferrugem. No
Peru, a safra deste ano foi 17,2%, menor que a do ano
passado, chegando apenas a 4,5 milhões de sacas.
Na região da América Central e México, a produção
caiu 14,7%, de 20,3 milhões de sacas em 2011/12
para uma estimativa de 17,3 milhões em 2012/13.
América Central
El Salvador
O governo de El Salvador anunciou, através
do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAG), que
fornecerá incentivo financeiro aos produtores que
estão replantando lavouras danificadas pelo surto de
ferrugem que atingiu aproximadamente 70% da área
cafeeira do país. O incentivo de US$ 0,45 por planta,
deverá ser fornecido a aproximadamente 1.300
fazendas, totalizando aproximadamente US$ 3,3
O número de produtores de cafés diferenciados na
Colômbia aumentou de 68.624 em 2008 para
162.873 em 2013.
Produção | 2 |
Indústria | 4 | As patentes da máquina Nespresso foram revogadas
pelo Escritório Europeu de Patentes.
O número de cafeterias na China passou de 15.898
para 31.283 entre 2007 e 2012. Cafeterias | 7 |
Insights | 12 |
Ln(𝑃𝑟𝑒ç𝑜)̂ = 108 − 1,40 𝐿𝑛(𝑃𝑟𝑜𝑑/𝐶𝑜𝑛𝑠)
Martins
soraya
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milhões. Segundo o Ministério, as iniciativas de
recuperação da cafeicultura do país, incluirão apoio
em pesquisa e assistência técnica.
Haiti
A fundação privada do ex-presidente dos
EUA, Bill Clinton, anunciou que apoiará os
cafeicultores do Haiti e comprará o café do país para
servir em suas redes de hotéis em Nova York e
Toronto. Em parceria com um grupo de comércio justo
e uma fundação canadense, a Fundação Clinton
lançará a Academia de café Haiti, com objetivo de
fornecer treinamento, tecnologia e outros recursos
para ajudar a melhorar a produção e a qualidade do
café haitiano.
Nicarágua
O Ministério da Agropecuária e Floresta
(Magfor) anunciou que delimitará áreas onde será
permitida a produção de café robusta. Esta medida é
consequência, dentre outros fatores, do medo que
uma grande produção desta variedade afete o setor
de café arábica.
Porto Rico
O governador do Estado Livre Associado de
Porto Rico anunciou um projeto de apoio ao
desenvolvimento da cafeicultura da região, que
plantará novos 6,4 mil hectares e gerará 6.000 novos
empregos nos próximos dois anos. O governo
começará a recrutar trabalhadores a partir de janeiro
e fornecerá 4,2 milhões de dólares em incentivos para
compra de fertilizantes. Outros 670 mil dólares
estarão disponíveis em um programa de subsídio de
produção. O governo já assinou acordo com 25
viveiros, e espera aumentar a produção do país em
30% nos próximos três anos.
América do Sul
Colômbia
A produção de café da Colômbia na safra
2012/2013, que vai de outubro a setembro, foi de 9,9
milhões de sacas, 30% maior que a safra anterior. Este
aumento é reflexo dos milhares de hectares de café
resistentes à ferrugem que foram plantados após um
surto da doença atingir o país em 2007, e que estão
gradualmente atingindo a maturidade. Os registros da
produção colombiana dos primeiros nove meses do
ano, até o final de setembro, indicam que o país irá
facilmente ultrapassar a meta inicial de 10 milhões de
sacas para o ano civil de 2013.
A Federação de Produtores de Café da
Colômbia vem conseguindo, através de uma
estratégia de agregação de valor via diferenciação,
um grande aumento das exportações de cafés
especiais do país, atingindo, até o momento, 1,2
milhão de sacas em 2013, sendo que o recorde
anterior era um milhão de sacas em 2011.
Com essas estratégias, a Federação vem
conseguindo aumentos dos prêmios pagos pela
diferenciação, e fornecendo assistência técnicas aos
produtores. Com isto, o número de produtores de
cafés diferenciados aumentou de 68.624 em 2008
para 162.873 em 2013. Aproximadamente 422.390
hectares, 44% da área de café do país esta destinada
a este mercado, um aumento de 16 % desde 2012.
Peru
Foi anunciada, pelo Ministério de Agricultura e
Irrigação do Peru (Minagri), a instalação de uma
Comissão denominada de Conselho Regional de Café
da Selva Central. Esta terá como objetivo promover o
desenvolvimento do setor, a renovação das
plantações e a coordenação de medidas na
implementação de programas de financiamento para
a cafeicultura da região. Com o apoio financeiro do
Agrobanco, que destinará mais de $65 milhões para
empréstimos em apoio aos produtores, o Minagri
estenderá o plano de renovação das lavouras às onze
regiões do país, cujas plantações sofreram com os
efeitos da ferrugem.
África
Uganda
As exportações de café da Uganda na safra
2012/2013 bateram o recorde dos últimos 10 anos,
atingindo aproximadamente 3,6 milhões de sacas de
60 quilos, 32% maiores que os 2,73 milhões de sacas
da safra 2011/2012. Este aumento deve-se
principalmente ao crescimento da produção,
provocado pela campanha de substituição de
lavouras velhas, três anos atrás, e pelo clima
favorável.
O Conselho de Ministros aprovou a nova
política cafeeira que visa aumentar a produção de
forma sustentável, respeitando aspectos sociais,
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ambientais e econômicos. Este projeto se baseará na
expansão da cultura do café para novas áreas e
ampliação em áreas tradicionais de cultivo, bem como
no incentivo à adoção de boas práticas agronômicas,
tais como adequação do espaçamento, poda,
adubação e manejo de doenças e pragas, fornecendo
ainda acesso a insumos e valorizando o trabalho das
mulheres e dos jovens na cafeicultura.
Centenas de produtores de café arábica nos
distritos de Kasese e Kamwenge já começarão a
colher café em lavouras plantadas em abril do ano
passado, com apoio do projeto da Autoridade de
Desenvolvimento de Café de Uganda (UCDA) de
fornecimento de mudas melhoradas para rápido
desenvolvimento e início de produção. Segundo a
UCDA, mais de sete milhões de mudas (4,6 milhões
em Kasese e 2,5 milhões em Kamwenge) foram
distribuídas pelo projeto até o momento.
Etiópia
A receita de 746,4 milhões de dólares com
exportações de café da Etiópia na safra 2012/2013
foi 28% menor que os 1,04 bilhão de dólares
planejados. O volume de exportação foi de 199 mil
toneladas (3,32 milhões de sacas), 21% menor que as
253 mil toneladas esperadas (4,22 milhões de sacas).
Tendo em vista esta queda, e outros problemas
enfrentados pela cafeicultura do país, como as
práticas ruins de pós-colheita e a falta de fundos de
empréstimos para marketing e investimentos em
produção e processamento, o Ministério do Comércio
da Etiópia estabeleceu um novo diretório para cuidar
das questões da atividade, cujos principais desafios
são: aumentar a produção, melhorar a qualidade e
encontrar mais destinos, além dos 20 existentes, para
a exportação do café do país.
Ásia
Índia
O Conselho de Café da Índia anunciou um
programa de aumento da produção através do plantio
de mais 18 mil hectares nos estados de Tamil Nadu,
Karnataka e Kerala. A ação veio por meio de
pesquisas, que mostraram vastas extensões de terras
disponíveis e aptas ao cultivo de café nesta região.
Segundo o presidente do Conselho, Jawaid
Akhtar, haverá ainda a expansão dos programas de
plantio para regiões que não possuem tradição na
atividade, como Himachal Pradesh e Andhra Pradesh.
Vietnã
A UTZ Certified e a Fundação Douwe Egberts
lançaram no Vietnã o projeto C3 (Coffee Climate
Care), que visa estabelecer estratégias para que os
produtores de café possam se adaptar aos impactos
das mudanças climáticas. A iniciativa será financiada
pela UTZ Certified e pela Fundação DE, com
patrocínio da Deutsche Investitions und
Entwicklungsgesellschaft (DEG)e com recursos públicos
do Ministério Alemão de Cooperação Econômica de
Desenvolvimento (BMZ) e começará a trabalhar com
um grupo piloto de cerca de 500 produtores na
província de Lam Dong.
A intenção dos realizadores é que as lições
aprendidas no Vietnã sirvam de lição para outras
ações em toda a rede mundial de produtores de café
ligados aos mesmos. A UTZ Certified iniciou suas
operações no Vietnã em 2002 e hoje, mais de 27 mil
agricultores e 44 mil hectares de terras produtoras de
café no país são certificados pela UTZ.
Filipinas
Dentre as várias políticas que estão sendo
tomadas na tentativa de reerguer a cafeicultura do
país, o Conselho de Café Filipino iniciou a distribuição
de cerca de 800 mil mudas de café nas regiões de
Negros Occidental, Iloilo e Bohol. Segundo o
presidente do Conselho, Nicholas Matti, esta é
apenas uma parte do programa, apoiado pelo
Departamento de Comércio e Agricultura, Conselho
Nacional de Coordenação e Desenvolvimento
Agrícola Filipino e “Commercial Corp”, que visa
plantar 8 milhões de pés de café em todo o país. Voltar Menu
2. INDÚSTRIA
Para a indústria de café, o quadro
apresentado nas análises anteriores continua o
mesmo. Enquanto os produtores de café arábica
enfrentam um momento delicado, com as cotações em
baixa, as indústrias continuam ampliando suas vendas,
o que se reflete na valorização das suas ações no
mercado de capitais. Mas é um erro atribuir o lucro
Castro
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obtido por estas companhias a uma suposta
“exploração” dos cafeicultores.
A concentração do Marketshare em umas
poucas multinacionais é fato, mas a concorrência entre
elas também é acirrada. Nos EUA, por exemplo, a luta
ocorre por fatias do crescente e lucrativo segmento de
café em cápsulas, com a empresa líder sendo
desafiada por novos entrantes. Ainda no mercado
norte-americano, outra disputa entre multinacionais
envolve a venda de café torrado e moído no varejo.
Em ambos os casos, quem se beneficia é o
consumidor, que passa a dispor de um número maior
de opções.
É importante destacar que essas empresas
dispõem de gestores qualificados e utilizam
sofisticadas técnicas de administração. Como por
exemplo, os mercados futuros, que são utilizados por
companhias como Nestlé, Mondelez, Starbucks e
Green Mountain para reduzir o risco decorrente da
volatilidade do preço do café.
Os cafés especiais aparentam possuir boa
resistência à crise. Apesar dos abalos da economia
norte-americana as vendas de cápsulas de café e a
abertura de novas cafeterias seguem firmes.
Outro destaque é o crescimento do consumo
em países emergentes. As multinacionais investem
cada vez mais em novos e promissores mercados. As
atenções do mundo estão voltadas para a Índia e a
China, que com sua imensa população criam
expectativas de grande demanda por café no futuro.
No entanto, a América Latina e o Oriente Médio
também apresentam oportunidades para a indústria
de café.
Green Mountain
A Green Mountain é uma das indústrias de
café que mais cresce no mundo. Sua margem de lucro
tem aumentado devido à queda de custos na
produção, uma vez que essa economia não foi
passada para os consumidores.
A concorrência também se beneficia com a
queda nos preços. Starbucks e Dunkin’ Donuts lutam
pelo mercado no mesmo segmento, apesar de suas
margens de lucros operacionais serem diferentes.
Enquanto a margem de lucro operacional da Green
Mountain expandiu quase 6 pontos percentuais, a
margem da Starbucks só cresceu 2%.
O consumo de café no interior dos EUA está
aumentando rapidamente. Além disso, o segmento de
single cups, área de especialização da Green
Mountain, foi responsável por 13% do consumo de
café, contra 4% há dois anos. Ou seja, mesmo com o
mercado competitivo a empresa consegue um grande
diferencial e as tendências de consumo parecem
apoiar o crescimento da companhia.
A Green Mountain ainda detém o primeiro
lugar de vendas do setor cafeeiro no mercado
americano. Segundo a empresa, somente 10% de
monodoses vendidas não são licenciadas, porém a
concorrência busca formas de tomar o mercado da
companhia. As empresas licenciadas para fabricar e
vender cápsulas compatíveis com as máquinas Keurig
pagam royalties à Green Mountain. A Whole Food
Market, indústria americana de alimentos, tem
provado que não é necessário convênio com a Green
Mountain para se usar a máquina Keurig, cujas
patentes expiraram em 2012. Com isso, a Whole Food
introduziu no mercado seus próprios K-cups, deixando
margem de dúvida para outras empresas conveniadas
à Green Mountain, como a Starbucks. Apesar da
liberação das patentes da máquina Keurig, a parceria
entre Starbucks e Green Mountain continua válida,
pois aquela tem acesso aos esforços de auto
comercialização e aos novos produtos que ainda
estão sob a proteção de patentes da Green Mountain.
Outras empresas também lançaram cápsulas
compatíveis com o sistema Keurig de forma
independente, sem pagamento de royalties. As
companhias Safeway e Kroger já comercializam suas
próprias marcas de K-cups no mercado norte-
americano. O surgimento de novos concorrentes já
leva alguns analistas a projetar dificuldades para o
futuro da Green Mountain. Em 2012 as ações da
companhia mais do que dobraram de valor, mas em
setembro de 2013 houve uma queda de 13%, após um
relatório informar que o crescimento das vendas sofreu
desaceleração.
Mondelez
A companhia, que é a segunda maior
fabricante de café industrializado do mundo, irá
expandir suas atividades na Holanda e na Austrália.
Também levará as cápsulas compatíveis com a
máquina Nesspresso, licenciada pela Nestle, para a
Espanha.
Na Holanda, a empresa lançará novas
marcas de torrado e moído, além de single cups sob a
marca Noir Velous. Já na Austrália, o investimento é
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em campanhas publicitárias para anunciar as novas
cápsulas da marca Carte Noire, compatíveis com a
máquina.
Nespresso
As vendas de cápsulas Nespresso continuam a
apresentar alto crescimento, assim como todo o
segmento de café em cápsulas. Porém, as patentes da
máquina Nespresso foram revogadas pelo Escritório
Europeu de Patentes, cuja decisão é válida para os 28
países da União Europeia.
A empresa tem mostrado grande
preocupação com o meio ambiente. Ela só trabalha
com produtores que não desmatam toda sua terra e
oferece sugestões do mínimo de pesticidas que
prejudicam a saúde do agricultor, além de oferecer
treinamentos em técnicas agrícolas. Outra inovação
da Nestlé, envolvendo também a companhia Illy, é a
parceria com a empresa de reciclagem Terracycle,
líder global na coleta e reuso de resíduos pós
consumo. As cápsulas usadas são enviadas à
Terracycle e são transformadas em uma série de outros
produtos, enquanto o café restante no interior das
cápsulas é enviado para uma instalação industrial de
compostagem. Com essa atitude, as indústrias
contribuem para a preservação do meio ambiente,
além de fidelizarem clientes que hoje dão valor à
produtos sustentáveis.
Nescafé
Em 2013 a marca Nescafé completou 75 anos
de existência. Para celebrar a marca, foi lançado um
novo produto na Arábia Saudita, o Nescafé Arabiana.
De acordo com Raef Labaky, diretor de Negócios da
Nescafé no oriente médio, o lançamento é um marco
para a região, sendo o resultado de três anos de
pesquisa para desenvolver um produto adaptado ao
paladar local. O novo produto é feito apenas com
café arábica e possui alguns ingredientes para
modificar o sabor. O objetivo é conquistar o público
jovem e aumentar o consumo da bebida na região.
McDonald’s
A maior rede de fast food do mundo continua
a avançar no mercado de café. Além da rede de
cafeterias McCafé, cujo número de lojas continua a
crescer, a companhia norte americana quer conquistar
espaço com a venda de café torrado e moído no
varejo. Para isso, firmou uma parceria com a Kraft
Foods, que será a responsável por torrar, moer,
embalar e distribuir o café com a marca McCafé.
Além do tradicional torrado e moído, serão vendidos
grãos inteiros e cápsulas. A nova estratégia coloca
Kraft e McDonald’s em confronto direto com a
Starbucks, que também comercializa café torrado e
moído no varejo.
Antes da parceria com o McDonald’s, a Kraft
tinha o mesmo tipo de relacionamento com a
Starbucks, sendo responsável pela fabricação e
distribuição do café. A parceria durou de 1998 a
2010, quando a Starbucks decidiu assumir o controle
total da operação de café torrado e moído. As vendas
dos novos cafés do McDonald’s terão início em 2014.
Tim Hortons
A rede de Cafeterias canadense também vai
investir no mercado de café torrado e moído. De
acordo com analistas, a Tim Hortons pode estar sob
pressão do McDonald’s e da Starbucks, que agora
atuam tanto no segmento de cafeterias quanto no
varejo de café. Além disso, a companhia possui pouco
espaço para crescer no Canadá e busca abrir
mercado nos EUA.
Dessa forma, a Tim Hortons anunciou o
lançamento de um blend de café torrado e moído com
“torra escura”. De acordo com pesquisas de mercado
realizadas, muitos consumidores apreciam esse tipo
de torra. O novo blend está disponível, inicialmente
em Columbus, estado norte-americano de Ohio e
London, província canadense de Ontario.
EUA
Nos EUA a grande aposta do mercado são os
cafés com alto valor agregado, sejam cápsulas para
consumo doméstico ou bebidas a base de espresso,
consumidas em cafeterias. Embora essas opções
sejam muito mais caras do que o tradicional café
torrado e moído preparado no coador, os
consumidores demonstram grande interesse por esses
produtos. Reflexo disso pode ser visto na valorização
das ações das grandes empresas do setor, como
Starbucks, Green Mountain e McDonald’s. Nos EUA,
café mais caro vende mais.
O rápido crescimento do segmento de
cápsulas é um reflexo disso. As vendas no mercado
norte-americano saltaram de US$ 1 bilhão em 2011
para US$ 1,8 bilhão em 2012. Estima-se que as
cápsulas já sejam responsáveis por 30% de todo o
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faturamento do varejo de café, com perspectivas de
crescer ainda mais.
Brasil
Matéria publicada no portal de notícias
internacionais Reuters destacou os novos hábitos de
consumo de café brasileiros e colombianos. De acordo
com a matéria, cafeterias sofisticadas e o crescimento
do mercado de café em cápsulas evidenciam que os
consumidores dos dois países estão dispostos a pagar
mais por qualidade e comodidade. Com isso, cria-se
oportunidade para empreendedores que queiram
exploram os novos nichos de mercado.
No Brasil, máquinas Nescafé Dolce Gusto e
Senseo já podem ser adquiridas no varejo. Na região
sudeste, elas podem ser encontradas mesmo em
cidades pequenas do interior. Nos supermercados as
opções de café torrado e moído gourmet ainda são
poucas, mas aos poucos surgem marcas de qualidade
superior aos tradicionais cafés “extra fortes”. Apesar
da base de consumidores de cafés especiais ainda ser
pequena, o crescimento é muito grande. A indústria
pode se beneficiar dessa tendência com a oferta de
produtos com maior valor agregado. Voltar Menu
3. CAFETERIAS
Como forma de diversificar os riscos de
negócios e manter um crescimento acelerado, diversas
redes de cafeterias investem na expansão para países
emergentes ou produtores de café, como Brasil,
Colômbia, China e Índia. Outras regiões, como o
Oriente Médio e a Europa também são destinos destas
companhias, que concentram seus esforços em um
público jovem, exigente e em sintonia com hábitos
internacionais de consumo da bebida. Desta forma,
observa-se grande investimento em pagamentos
móveis e programas de fidelidade, utilização em
massa de redes sociais, diversificação de produtos,
entre outras estratégias.
A utilização de contratos de franquia torna-se
cada vez mais frequente, de forma a impulsionar o
crescimento da empresa e aproveitar o conhecimento
de mercado dos colaboradores, relacionado
especialmente com o perfil dos consumidores locais e
a disponibilidade de estabelecimentos para aluguel.
Para agradar a população do país de destino, estas
redes de cafeterias também adaptam o tamanho das
lojas, decoração e cardápio às preferências locais.
Ao notar mudanças no perfil dos
consumidores, cada vez mais social e ambientalmente
conscientes, estas companhias passaram a utilizar
grãos certificados por instituições especializadas, criar
seus próprios padrões de certificação e enfatizar a
qualidade dos produtos e serviços e o retorno
proporcionado pela empresa à comunidade.
Observa-se também a utilização de variados
formatos de lojas, como drive-thrus, além da
diversificação de canais de vendas, por meio da
comercialização dos produtos embalados, em
supermercados e outros varejistas, bem como pela
disponibilização de máquinas de venda automática.
Starbucks
Diversificação
A maior rede de cafeterias do mundo realizou
vários investimentos a fim de diversificar e expandir
sua plataforma de negócios, atuando não só no
período da manhã, como também em outros períodos
nos quais o tráfego de clientes é menor. Desta forma,
a empresa adquiriu três novos negócios – Evolution
Fresh Juices, La Boulange Café and Bakery, e a
Teavana.
Recentemente, a Starbucks também
apresentou o termo "Fizzio" para o Escritório de
Patentes e Marcas dos EUA. De acordo com um
relatório da Associated Press, Fizzio será usado como
o nome de uma linha de drinks e uma máquina de
bebidas. Um representante da companhia afirmou
ainda que a submissão da marca para patente está
diretamente ligada aos testes da empresa com
bebidas gaseificadas em algumas cidades dos EUA.
A Starbucks decidiu ainda incluir bebidas
alcoólicas em seu cardápio, estratégia ainda em
período de testes. Quatro lojas já comercializam vinho
e cerveja no estado da Geórgia (EUA). A empresa
alcança, mais uma vez, um diferencial perante seus
concorrentes. Para atender da melhor forma este
público, também foram disponibilizadas nestas lojas
algumas opções de tira gosto e diferentes tipos de
petiscos. Atendendo a uma questão ética, a rede
determinou que as lojas que vendem bebidas
alcoólicas deverão contratar apenas funcionários
maiores de 21 anos.
volei
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Apesar dos inúmeros benefícios da
diversificação do portfólio de produtos da companhia,
como redução de riscos, aumento do tráfego de
consumidores, entre outros, analistas destacam os
riscos de uma expansão exagerada para novos
mercados. Segundo eles, a empresa desvia sua
atenção de sua linha principal, o café, correndo o
risco de enfraquecer o negócio, já que esta será
responsável por financiar o crescimento inicial destas
outras áreas.
Além de ser necessário maior treinamento da
mão-de-obra para comercialização adequada dos
novos produtos, esta diversificação torna mais
complexa a logística de distribuição da empresa.
Desta forma, a companhia precisaria integrar muito
bem suas estratégias.
China
Mesmo após as explicações da companhia
sobre a diferença significativa entre os preços de seus
produtos em diversos países, especialmente China e
EUA, é grande o descontentamento de parte dos
consumidores chineses com a situação. Desta forma, a
Starbucks explicou que, pelas operações nos EUA
serem dez vezes maiores que as chinesas, a empresa
obtém ganhos de escala que permitem a prática de
preços mais acessíveis em seu país de origem. Além
disto, os preços em suas lojas chinesas também
refletem o posicionamento e a estratégia de marketing
da companhia no país, que é percebida como uma
marca de luxo.
McDonald’s
A rede de fast food anunciou recentemente a
introdução de suas lojas McCafé na Índia, de forma a
aproveitar o mercado local em rápida expansão e
comercializar no país produtos com margens de lucro
superiores às de seus produtos tradicionais. Nos
próximos três a cinco anos, deverão ser inauguradas
de 100 a 150 destas lojas em metrópoles do Sul e
Oeste do país. Estas cafeterias serão instaladas dentro
de unidades já existentes do McDonald’s na Índia,
evitando aumento dos gastos com aluguel.
Contudo, alguns estudiosos se mostram céticos
quanto a essa estratégia, por dois motivos: 1) o preço
das bebidas à base de café da empresa é bem
superior ao de produtos de fast food; e 2) em um
contexto de preços superiores, a marca não teria o
mesmo reconhecimento e apelo que importantes
concorrentes, como a Starbucks.
A exemplo de sua rival americana, a
McDonald’s deverá adquirir seus grãos localmente,
neste caso em parceria com a Coca Cola. Nos últimos
dois anos, esta é a terceira extensão de sua linha de
produtos no país, sendo as primeiras a adição de
produtos de café da manhã e as sobremesas.
Em todo o mundo, existem mais de 10 mil
McCafés localizados dentro de unidades tradicionais
da empresa, contando com espaço, decoração,
cardápio e mão de obra específicos, proporcionando
um ambiente diferenciado da área de fast food.
Krispy Kreme
A exemplo de outras redes, como Starbucks e
McDonald’s, a Krispy Kreme anunciou a
comercialização de seus cafés embalados em diversas
unidades do Sam’s Club, clube de compras de
propriedade do WallMart e presente em vários países.
Até recentemente, seus produtos eram
comercializados principalmente em suas próprias
lojas.
A companhia também assinou um acordo de
licenciamento para aquisição de licença,
desenvolvimento e fabricação de novos produtos para
o canal de atacado do clube e suas lojas de varejo.
Segundo Brad Wall, representante da Krispy Kreme,
“estas novas iniciativas fazem parte de nossos esforços
estratégicos em curso para aumentar
significativamente o grau de consciência e a equidade
no nosso programa de café, por meio de tentativas e
venda de nossos produtos em novos canais”.
Atualmente, a empresa conta com 785
unidades em 22 países.
Tim Hortons
Expansão
A rede de cafeterias canadense anunciou
planos de continuar expandindo suas operações em
seu país de origem e também nos EUA, principalmente
na região norte, na qual os consumidores norte-
americanos estão mais familiarizados com a marca.
Segundo um representante da empresa, existe o dobro
de lojas Tim Hortons per capita no Canadá em
comparação aos EUA, o que demonstraria certo
espaço para crescimento no mercado americano.
Contudo, sua expansão neste mercado tem se
mostrado difícil, especialmente pela concorrência com
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grandes redes como Starbucks e Dunkin’ Donuts, que
investem constantemente em novos produtos e
renovação de lojas. Atualmente, a Tim Hortons
domina apenas 2,7% do segmento de cafeterias nos
EUA, onde possui 804 cafeterias, um pouco mais
luxuosas que suas unidades canadenses.
Para impulsionar seu crescimento neste país, a
rede firmará parcerias com franqueados locais, com
importante conhecimento de mercado e que tenham
acesso a fatores de difícil acesso para a companhia:
aluguel de estabelecimentos e mídia.
Dentre as iniciativas para aumentar o volume
de vendas está a melhoria do serviço ao consumidor,
visando reduzir as filas e o tempo de espera para o
atendimento. São planejados drive-thrus com duas
filas e balcões expressos de bebidas, projetados para
facilitar e acelerar o acesso dos clientes ao caixa.
Outras opções incluem a comercialização de mais
produtos em lojas varejistas e através de máquinas
automáticas de venda, além da oferta de refeições
noturnas.
A rede canadense também expande suas
operações para o Reino Unido e a Irlanda, onde atua
principalmente por meio de quiosques self-service, e
para os Emirados Árabes Unidos e Omã. Nestes
últimos, a companhia possuía 24 unidades em 2012 e
planeja alcançar a marca de 120 cafeterias até 2015.
Marketing
A rede canadense de cafeterias e restaurantes
ainda domina o mercado nacional de café, sendo
responsável por sete em cada dez copos de café
comercializados no país. Contudo, com a inserção e
expansão de fortes concorrentes no mercado nacional,
a Tim Hortons perdeu parte do seu market share,
especialmente para a McDonald’s: a rede americana
de fast-food detém atualmente 10,7% deste mercado,
em comparação a 5,4% em 2009.
Assim, para fortalecer suas operações e
diferenciar-se de seus concorrentes, a companhia
canadense investiu em um comercial, veiculado em
diversos tipos de programação, mostrando a forma de
obtenção e torrefação dos grãos utilizados em suas
lojas e ressaltando sua qualidade. A Tim Hortons
exibirá ainda um vídeo making of em suas cafeterias e
perfis de redes sociais, também disponibilizando aos
consumidores nestes últimos a opção de criar uma
imagem de si mesmos na borra de café, disponível
para ser utilizada como foto de perfil.
Costa Coffee
A rede de cafeterias sediada no Reino Unido
desenvolveu uma promoção chamada “Happy
Hours”, cujo objetivo é aumentar o consumo em suas
lojas durante as horas improdutivas. Uma de suas
estratégias foi a redução em 50% dos preços de seus
produtos após as 18:30h. Outro objetivo da empresa é
tornar a marca mais popular, reduzindo sensivelmente
a percepção da marca como “premium”. A
companhia também anunciou recentemente a abertura
de 70 lojas na Espanha.
The Coffee Club
A rede australiana de cafeterias inaugurou seu
primeiro estabelecimento drive-thru, no qual serão
comercializados produtos de fácil consumo fora da
loja e de rápido preparo, diferenciados daqueles
disponibilizados em suas lojas tradicionais. Segundo o
presidente da empresa, esta é uma estratégia para
modernizar suas operações, cujo objetivo de
expansão é alcançar 279 lojas no país ainda este
ano.
A companhia também anunciou a abertura de
100 lojas no Oriente Médio até 2023, assinando
contratos de licenciamento para atuação em seis
territórios do Conselho de Cooperação do Golfo:
Kuwait, Omã, Catar, Arábia Saudita, Emirados
Árabes Unidos e Bahrain. Estas unidades serão
acrescentadas às atuais 68 lojas internacionais da
empresa. Segundo representantes da The Coffee Club,
a companhia investirá em 14 países, sendo um deles a
Malásia, nos próximos dez anos.
Gloria Jeans
Assim como a The Coffee Club, a rede
australiana Gloria Jeans também inaugurou seu
primeiro estabelecimento drive-thru. Segundo seus
representantes, dois motivos levaram a esta decisão: o
rápido crescimento de regiões próximas e o desejo de
atender as necessidades de consumidores no período
da manhã, muitos dos quais precisam de um
atendimento rápido e mais eficiente.
Apesar disto, a loja conta também com o
formato tradicional de cafeterias, com assentos no
interior e exterior da loja, visando atender aos
consumidores acostumados a consumir os produtos no
estabelecimento.
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Juan Valdez
A rede colombiana de cafeterias, que já conta
com 170 estabelecimentos em seu país de origem,
também opera em outros países, possuindo um total
de 68 lojas espalhadas entre os EUA, Chile e
Espanha. Apesar do sucesso da companhia, esta
enfrenta um importante desafio: aumentar o consumo
de cafés especiais pelos colombianos, mais
acostumados a exportar os grãos de qualidade
superior produzidos no país, utilizando para consumo
interno o produto commodity.
Alguns especialistas acreditam que este
comportamento deverá mudar nos próximos anos, já
que outra rede especializada no produto premium irá
operar no mercado. Recentemente, a Starbucks, que
já conta com 650 lojas na América Latina, anunciou a
abertura de 50 lojas no país. Segundo a empresa,
todo o café utilizado em suas lojas será adquirido e
torrado localmente.
Segundo representantes da Juan Valdez, sua
maior força em comparação à Starbucks é sua
conexão direta com os cafeicultores, que têm
participação acionária na empresa e recebem
royalties e outros benefícios baseados no volume de
vendas. Para a companhia, é cada vez mais
importante assegurar que os consumidores conheçam
este relacionamento, inspirando um sentimento de
nacionalismo e a preferência por uma marca nacional.
China
Apesar de ainda apresentar baixo consumo
de café, cerca de quatro doses anuais por habitante,
o mercado chinês da bebida cresce entre 10 a 15%
a.a., taxa muito superior à média anual de 2% a.a. na
última década. Segundo alguns analistas, o consumo
nacional da bebida poderia alcançar cinco milhões de
sacas de 60 kg em 2020, aumento expressivo em
comparação ao consumo de 750.000 sacas/60 kg
observado em 2006.
O café instantâneo, cujas características
centrais são os baixos preço e qualidade e a alta
conveniência de consumo, é a principal forma de
consumo da bebida no país, representando 80% do
total. Destes, a Nestlé, responde por 75%. Já o
consumo da bebida em cafeterias cresce
rapidamente, impulsionado especialmente pela
americana Starbucks. Seus produtos no país chegam a
custar 50% mais que seus equivalentes em seu país de
origem, permitindo uma lucratividade superior à de
suas operações norte-americanas (33,7% contra
20,8%).
Estas duas empresas, pioneiras neste
mercado, reconheceram que os chineses não
apreciam o gosto amargo associado ao café preto ou
ao espresso, adaptando assim seu portfólio de
produtos às preferências locais. Enquanto a Starbucks
enfatizou bebidas à base de leite, a Nestlé adicionou
a seus produtos o açúcar e leite em pó. A rede de
cafeterias, além de incluir chás e outros alimentos
tradicionais do país, ainda adaptou o tamanho e
decoração de suas lojas ao costume local,
proporcionando grandes áreas para o consumo, uma
vez que a população prefere consumir os produtos
dentro das lojas da empresa.
Outras redes de cafeterias que investem no
país são a britânica Costa Coffee, que já possui 250
unidades no país e pretende alcançar 500 unidades
até 2016, e o McDonald’s, que almeja atingir a marca
de 750 McCafés ainda este ano. Além destas, a rede
taiwanesa de cafeterias e panificação, 85 Degrees, já
possui 350 lojas na China e planeja a inauguração de
100 novos estabelecimentos até 2017. Recentemente,
a China Resources Enterprise (CRE), que já conta com
4.000 cafeterias multi-formatos no país, adquiriu 80%
da propriedade da rede local Pacific Coffee, tendo
como objetivo instalar 1.000 novas cafeterias.
Segundo a empresa de pesquisa, Mintel, o
número de cafeterias na China passou de 15.898 para
31.283 entre 2007 e 2012. Isto não configura uma
surpresa, já que o consumo de café aumenta
significativamente no país e sua população valoriza
mais o ambiente e experiência nas lojas que a
qualidade dos produtos em si. Contudo, à medida que
a familiaridade com a bebida aumenta e os
consumidores passam a exigir maior qualidade, mais
cafeterias dão enfoque a cafés gourmet e às formas
de produção, torra e preparo dos grãos.
Um modelo de negócio que cresce
rapidamente no país e apresenta grandes
oportunidades para os empreendedores é a franquia,
já que possui baixo custo e proporciona rápido acesso
ao mercado consumidor local em expansão e a
cidades menores. Outra vantagem é o maior
reconhecimento da marca, impulsionando as vendas.
Índia
De acordo com o consultor de marcas, Harish
Bijoor, existem 2.650 cafeterias no país atualmente,
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mas o mercado comportaria 7.450 estabelecimentos.
Contudo, para o crescimento sustentável de grandes
redes no país, é necessária uma padronização dos
serviços e qualidade dos produtos em suas unidades.
Consumo
Observa-se um aumento de consumo de café
em países produtores, como Brasil e Colômbia, cujos
habitantes experimentaram um aumento da renda per
capita e passaram a adotar hábitos de consumo dos
países desenvolvidos.
No Brasil, o consumo de café fora de casa
cresce 20% anualmente e as vendas de cápsulas da
bebida aumentaram oito vezes nos últimos quatro
anos. Enquanto o aumento geral de consumo no país é
de 2% a.a., o crescimento do consumo de café
espresso é dez vezes superior a esta taxa, segundo o
diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria
do Café (ABIC).
As vendas de café gourmet ainda são
pequenas nestes países, representando 2% do
consumo brasileiro e 2,6% do colombiano, mas deve
aumentar a taxas de dois dígitos nos próximos anos.
Segundo alguns analistas, as cafeterias auxiliaram no
aumento do consumo e da qualidade dos produtos
adquiridos nestes países e estes devem crescer ainda
mais por meio do conhecimento adquirido
gradualmente pela população.
Segundo a Organização Internacional do
Café (OIC), o consumo em países em desenvolvimento
cresceu 80% entre os anos 2000 e 2012, em
comparação ao aumento de apenas 11% em mercados
desenvolvidos, como EUA e Europa.
Hole in the wal
Diferentemente das cafeterias tradicionais, um
novo modelo chamado de “hole in the wal” possui
novas características, como tamanhos e localização
diversos, para se diferenciarem dos concorrentes e
oferecer uma experiência de boutique. Esta tendência
é identificada principalmente na Austrália, nas cidades
de Sidney e Melbourne.
Este novo tipo de loja é assim chamado por
possuir um espaço reduzido, geralmente de 20 a 30
metros quadrados e por sua decoração contar com
tijolos expostos. Sua localização geralmente se dá em
pequenas ruas laterais com tráfego limitado de
consumidores, o que reduz os preços de aluguel, e em
construções com algum valor histórico. Nestes
estabelecimentos, a qualidade e origem dos grãos são
mais valorizadas que o volume de vendas, já que os
menores custos de operação permitem este tipo de
estratégia.
Seu marketing é realizado principalmente por
seus clientes, que aprovam a qualidade dos produtos
e indicam estas cafeterias para amigos e conhecidos.
Também é comum nestes estabelecimentos mobiliário
composto de mesas comunais, estimulando a
interação entre seus clientes.
Gastos corporativos
Segundo a empresa de gestão de despesas,
Certify, empresários e trabalhadores norte-
americanos, que dispõem de cartão de crédito
corporativo para pagar por despesas em viagens,
preferem fazer suas refeições em companhias como a
Starbucks e McDonald’s. As principais explicações
para este fato seriam o desejo por uma refeição
rápida em local conveniente e a familiaridade com as
marcas.
A Starbucks foi destino de 5% do total de
gastos, com média de $9,51 por compra, seguida pelo
McDonald’s, com quase 3% do total. Outras empresas
que figuram como favoritas são a Subway, Panera
Bread e Dunkin’ Donuts.
Pagamento Móvel
Embora a adoção do pagamento móvel (uso
de smartphones para a efetivação do pagamento de
compras) permaneça relativamente baixa na indústria
de restaurantes, analistas afirmam que esses
aplicativos fornecem uma abundância de benefícios
que levarão à sua aceleração, como agilidade do
serviço, baixo custo de adoção e obtenção de dados
sobre os hábitos de compra de seus usuários. Este
último permite que as empresas desenvolvam
promoções individualizadas e criem promoções em
tempo real para fidelizar novos clientes.
Segundo estudiosos, um dos motivos para o
pagamento móvel ainda não ser muito difundido é a
falta de conhecimento dos consumidores e operadores
sobre seu funcionamento e a desconfiança sobre a
segurança das transações. Recentemente, Subway,
McDonald’s, Burger King e outras grandes redes
adotaram a tecnologia ou estão em períodos de teste.
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Fair Trade
Diversos estudos mostraram uma crescente
preocupação dos consumidores com a forma de
produção dos alimentos que consomem, estando
dispostos a pagar mais por um produto socialmente e
ambientalmente correto. Desta forma, certificações
como a de Comércio Justo (Fair Trade) são cada vez
mais valorizadas.
Identificando esta tendência, diversas
companhias passam a exigir esta certificação de seus
fornecedores de matéria-prima, auxiliando-os na sua
obtenção e também divulgando a utilização destes
grãos e a preocupação da empresa com as
comunidades por meio de seus websites e perfis em
redes sociais. Alguns exemplos são a Starbucks,
McDonald’s e Tim Hortons.
Sustentabilidade
Muitas redes de cafeterias mostraram-se
sensíveis quanto à poluição cometida por seus
consumidores pelo uso dos copos, canudos e papeis
usados. Assim, algumas delas estão incentivando e
investindo em projetos para a realização do processo
de reciclagem desses materiais, como a venda de um
copo reutilizável e as caixas recicláveis localizadas
nas lojas.
A mais recente destas empresas é a Tim
Hortons, que também adotou outras estratégias de
conscientização dos clientes, como a divulgação da
sua campanha de reciclagem nos uniformes de seus
funcionários. Voltar Menu
4. INSIGHTS
Produção
Em um momento desfavorável aos
cafeicultores, principalmente pelos baixos preços, que
em diversos países como no Brasil, por exemplo, estão
abaixo dos custos de produção, o apoio de governos,
instituições e empresas privadas do setor são
essenciais para que a crise possa ser superada. No
Brasil algumas medidas foram tomadas, porém estas
se mostraram pouco eficientes por não atingirem seu
objetivo de criar reação do mercado.
Os baixos preços provocados pela ordem
conjuntural de oferta maior do que a demanda, oferta
esta capitaneada principalmente pelo café robusta
cultivado na Ásia, que tudo indica ainda possui fôlego
para buscar maiores patamares de produção, nos dá
uma dolorosa lição de que a competitividade técnica
é necessária mas nem sempre suficiente para a
sustentabilidade.
Assim, as lideranças políticas e de classes
devem viabilizar e induzir de forma ativa o apoio
técnico, administrativo e financeiro aos produtores,
para que estes possam se adaptar à atual situação de
alta competição mundial.
Indústria
O cenário para a indústria do café ainda é
positivo. O valor das vendas cresce constantemente,
graças a novos produtos e o aumento da renda de
vários países emergentes. Grandes multinacionais se
enfrentam para aumentar sua participação nos novos
nichos e mercados, o que cria novas opções para os
consumidores.
O café em cápsulas continua sendo a estrela
do mercado. Crescimento rápido e alto valor
agregado tornam este tipo de produto muito
importante para a estratégia de qualquer companhia.
No mundo a Nestlé ainda é a líder, com suas linhas
Nespresso e Nescafé Dolce Gusto, mas alguns
mercados são dominados por outras empresas, como
é o caso dos EUA (Green Mountain) e Portugal (Delta
Cafés).
No Brasil, a indústria de cápsulas ainda é
modesta, mas apresenta alta taxa de crescimento, o
que já despertou o interesse de diversas organizações.
A criação de um sistema completo de café em
cápsulas, composto por máquina própria e cápsulas,
pode ser inviável para a maioria das torrefadoras
brasileiras, mas é possível lucrar apenas com a
produção de cápsulas. Esse é o caminho adotado por
várias empresas menores da Europa e que já foi
adotado por algumas brasileiras. Com a quebra de
algumas patentes da Nespresso, várias empresas
estão fabricando suas próprias cápsulas compatíveis
com as máquinas da multinacional suíça.
Além das cápsulas, a demanda por café
torrado e moído de alta qualidade também é
crescente. Inúmeras fazendas já investiram na
verticalização, produzindo café gourmet para o
varejo. Tal empreitada exige muito planejamento e
investimento em máquinas, mão de obra e marketing,
mas pode ser uma alternativa viável para aumentar os
lucros da empresa rural.
tracker
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Cafeterias
Com o aumento de consumo de café no Brasil,
o maior acesso da população à informação e o
aumento da classe média, bem como da renda per
capita da população, crescem as oportunidades para
as redes de cafeterias no país.
Como os jovens são os principais responsáveis
pelo aumento da bebida, as estratégias destas
empresas devem ser direcionadas a este público.
Dentre elas estão a utilização de redes sociais para
divulgação de promoções e melhoria do
relacionamento com o consumidor, inovação
constante do portfólio de produtos (com o cuidado de
não negligenciar a competência essencial da
companhia), utilização de programas de fidelidade e
oferta de serviços adicionais, como internet sem fio
gratuita e disponibilidade de pagamento móvel. Para
o aumento do tráfego de consumidores em horários
tradicionalmente lentos, como o final da tarde e o
período da noite, aconselha-se a comercialização de
bebidas alcoólicas, como cerveja e vinho, e de
refeições próprias destes horários.
Para atender a demanda daqueles
consumidores com maior consciência social e
ambiental, é importante a utilização de grãos
certificados e provenientes de programas que deem
algum retorno à comunidade local. Voltar Menu
FONTES
The Observer, New Vision, Café Point, Philippine Information
Agency, Market Wired, Deccan Herald, Manila Standard Today, PR
Newswire, Lake Wylie Pilot, Business Recorder, The New Zealand
Herald, The Wall Street Journal, Business Standard, Reuters, Global
Coffee Review, Afaqs!, Business 2 Community, BostInno, Business
Day, Business Standard, CaféPoint, CBC News, China Briefing,
Colloquy, Daily Finance, dnaindia.com, Domain-b, Foodbeast,
Forbes, Franchise India, Franchising, Global Times, GreenBiz,
Interactive Investor, International Business Times, Investing Daily,
Jersey Evening Post, Kitsap Peninsula Business Journal,
Moneycontrol.com, Nasdaq.com, NewTimes, NorthFulton.com,
QSRWeb, The Globe and Mail, The National, The Sacramento Bee,
The Telegraph, The Tico Times, Wantchinatimes.com, Bloomberg,
Hunffington Post, Reuters, The Motley Fool.
SOBRE O BUREAU
O Bureau de Inteligência Competitiva do Café é
um programa desenvolvido no Centro de Inteligência
em Mercados (CIM) da Universidade Federal de
Lavras (UFLA) que objetiva criar inteligência
competitiva e impulsionar a transformação do Brasil na
mais dinâmica e sofisticada nação do agronegócio
café no mundo. Apoiadores: Fapemig, Sectes, Seapa,
Pólo do Café, INCT-Café e Ufla.
EQUIPE
Coordenador do Centro de Inteligência em Mercados:
Prof. Dr. Luiz Gonzaga de Castro Junior.
Coordenador do Bureau:
Ms. Eduardo Cesar Silva.
Equipe de Analistas: Afonso Celso Ferreira Pinto, Elisa
Reis Guimarães, Érica Aline Ferreira Silva, Felipe
Bastos Ribeiro, Larissa Carolina da Silva Viana
Gonçalves, Pedro Henrique Abreu Santos, Sarah
Pedroso Penha, Stéphanie Lima.
CONTATO
O Bureau de Inteligência Competitiva do Café
está disponível aos interessados em conhecer melhor
as atividades desenvolvidas. Os contatos podem ser
feitos por telefone, e-mail, correspondência ou
presencialmente (com agendamento de visita).
Endereço: Centro de Inteligência em Mercados,
Departamento de Administração e Economia,
Universidade Federal de Lavras, Bloco I – Campus
Universitário. CEP: 37200-000.
Telefone: (35) 3829-1443
E-mail: [email protected]
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