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Agostinho Amorim
Helder Lemos
CURSO DE TÉCNICO SUPERIOR DE
SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO
Módulo |
RELATÓRIO DE ILUMINAÇÃO
CURSO DE TÉCNICO SUPERIOR DE
SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO
Módulo | ERGONOMIA
RELATÓRIO DE ILUMINAÇÃO
CURSO DE TÉCNICO SUPERIOR DE
SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO
Agostinho Amorim
Helder Lemos
Módulo | ERGONOMIA
1. Introdução
O trabalho elaborado tem como objectivo caracterizar e avaliar as condições de iluminância existentes na sala
de aula de informática da IPME, nos seus postos de trabalho, de acordo com os requisitos legais estabelecidos
ao nível de iluminação, em período nocturno.
Pretende-se identificar as situações de iluminação que não se encontram adequadas ao tipo de actividade, com
vista à implementação de melhorias que garantam a protecção e bem-estar ao utilizador da sala de informática.
Os locais amostrados foram seleccionados por dois alunos do curso TSSHST, em colaboração com o formador.
2. Identificação e Localização
O trabalho elaborado foi requisitado pelo Instituto IPME, nas suas instalações de formação sita na cidade de
Braga. O ambiente sujeito a medição foi a sala de formação de Informática.
� Instituto IPME, Braga
Centro de Negócios IDEIA ATLÂNTICO 4719-005 Braga
T 253 609 983 F 253 609 989 @ [email protected] www.pme.online.pt
3. Enquadramento legal
As regras, legislação aplicável e princípios de prevenção, em termos de Segurança, Higiene e Saúde no
Trabalho, que devem ser assegurados a nível de iluminação nos postos de trabalho são estabelecidos por:
� Decreto-Lei n.º 209/2008, de 29 de Outubro - Regime de Exercício da Actividade Industrial (REAI),
revoga o Decreto n.º 46 924, de 28 de Março de 1966 - Regulamento de Instalação e Laboração dos
Estabelecimentos Industriais (RILEI), parcialmente revogado pelo Decreto-Lei n.º 109/91, de 15 de
Março, - Normas Disciplinadoras do Exercício da Actividade Industrial;
� Decreto-Lei n.º 243/86, de 20 de Agosto – Regulamento Geral de Segurança e Higiene no Trabalho nos
Estabelecimentos Comerciais, Escritórios e Serviços;
� Decreto-Lei n.º 162/90, de 22 de Maio – Regulamento Geral de Segurança e Higiene no Trabalho nas
Minas e Pedreiras, revoga o Decreto-Lei n.º 18/85, de 15 de Janeiro;
� Decreto-Lei n.º 740/74, de 26 de Dezembro, com a alteração dada pelo Decreto-Lei n.º 303/76, de 26
de Abril, e pelo Decreto-Regulamentar n.º 90/84, de 26 de Dezembro – Regulamento de Segurança de
Instalações Colectivas de Edifícios e Entradas; e
� Portaria n.º 53/71, de 3 de Fevereiro, com a alteração dada pela Portaria n.º 702/80, de 22 de Setembro
– Regulamento Geral de Segurança e Higiene no Trabalho nos Estabelecimentos Industriais; e com a
alteração dada pela Portaria n.º 987/93, de 06 de Outubro – Prescrições Mínimas de Segurança e
Saúde nos Locais de Trabalho.
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SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO
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As referências à iluminação na legislação portuguesa, do ponto de vista da Segurança, Higiene e Saúde no
Trabalho, são gerais não havendo qualquer especificidade tais como valores limite, ou medidas concretas a
adoptar.
Existem no entanto tabelas e normas com níveis de iluminação para diferentes tipos de actividades.
Estas tabelas foram essencialmente desenvolvidas por fabricantes ligados à iluminação, sendo já reconhecidas
em alguns países como normas.
As normas e tabelas de estandardização internacionais, para iluminação são:
� Norma Europeia EN 12464-1: 2002 (Lighting of Work Places; Indoor Work Places), substitui a norma
DIN 5035-2: 2002;
� Norma Europeia EN 12464-2: 2007 (Lighting of Work Places; Outdoor Work Places), substitui a norma
DIN 5035-2: 2002;
� Norma Europeia EN 15193 (Energy Requirements for Lighting);
� Norma Internacional ISO 8 995-1: 2002 (Lighting of work places -- Part 1: Indoor);
� Norma Internacional ISO 8995-2: 2005 (Lighting of work places -- Part 2: Outdoor);
� Norma Internacional ISO 8995-3: 2006 (Lighting of work places -- Part 3: Lighting requirements for
safety and security of outdoor work places).
4. Metodologia
Foi utilizado um luxímetro, compacto e de fácil manuseio para detectar e medir o nível iluminação de áreas e
compartimentos internos como externos.
O equipamento utilizado está homologado e com certificado de calibração, para efectuar avaliações de
iluminância, bem como declaração de conformidade.
As medições foram efectuadas colocando a sonda de iluminância ao nível do plano de trabalho dos operadores.
Os valores foram obtidos após estabilização dos valores registados no aparelho.
Luxímetro de marca DELTA OHM, modelo HD 9221, com sonda de
iluminância incorporada, com as características seguintes:
� Visor de cristal líquido, 8 mm de altura
� Uma entrada para sondas fotométricas, radiométricas
� Sensor de silicone
� Linearidade: ±1%
� Estabilidade: 0,15%
� Desvio de zero: ±0,06%/°C
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� Precisão: ±0,15% leitura, ±1 dígito (a 25°C ±5°C)
� Precisão das sondas:
Radiométrica: ±4%
Fotométrica: ±5%
� Faixa espectral / faixa de medição:
Fotómetro: 400 a 760nm, 0 a 200.000lux (iluminância)
Radiómetro: 400 a 900 nm, 10 microWatt/cm2 a 200 miliWatt/cm2 (irradiancia)
Iluminância: 400 a 760 nm, 0 a 2000 x 103 velas/m2 (iluminância)
� Alimentação: Bateria de 9V
� Dimensões: 42 x 185 x 23 mm
4.1 Parâmetros
Em cada uma das avaliações dos postos de trabalho foram efectuadas medições do fluxo luminoso
incidente (E), expresso em Lux, conforme Imagem 01.
Devido à disposição e distribuição dos postos de trabalho na sala de formação de informática, i.e., disposto
em ilha com espaço central vazio e com os postos de trabalho seguidos sem intervalo, verificou-se a
distribuição luminosa uniforme e adequada à tarefa, inerente às medições do fluxo luminoso incidente na
vizinhança dos postos de trabalho avaliados (de acordo com o previsto na norma ISO 8995-1:2002).
Imagem 01 – Dimensionamento da sala de formação de informática
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4.2 Critérios de avaliação
A análise dos valores de iluminância obtidos nas várias medições foi efectuada com base nos valores
propostos pela NORMA ISO 8995-1:2002, em função do tipo de tarefas desempenhadas nos diferentes
locais de trabalho analisados. Estes valores dependem das exigências visuais da tarefa, da experiencia
prática e da necessidade de uma utilização de energia de menor custo.
5. Resultados
Apresenta-se o estudo analítico e comparativo dos valores de iluminância obtidos e das respectivas
uniformidades com os valores indicados na norma ISO 8995-1:2002 (Lighting of work places -- Part 1: Indoor) .
Os resultados que se encontram abaixo da gama de valores recomendados encontram-se assinalados a negrito
e os valores que necessitam ser melhorados apresentam-se a sublinhado.
Os resultados obtidos encontram-se registados na Tabela 01.
Os valores foram registados no dia 27 de Janeiro de 2010, no período entre as 21:30h e 22:00h.
Iluminância da Sala de Formação
Posto de Trabalho
Tipo de Iluminação Altura de Leitura (cm)
Superfície (Cor)
Reflexão (%)
Iluminância (Lux)
ISO 8995-1 (Lux)
01a Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 564 300-500-750
01b Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 592 300-500-750
02a Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 613 300-500-750
02b Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 653 300-500-750
03a Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 655 300-500-750
03b Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 640 300-500-750
04a Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 583 300-500-750
04b Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 556 300-500-750
05a Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 415 300-500-750
05b Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 270 300-500-750
06a Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 429 300-500-750
06b Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 293 300-500-750
07a Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 350 300-500-750
07b Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 420 300-500-750
08a Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 439 300-500-750
08b Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 369 300-500-750
09a Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 409 300-500-750
09b Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 382 300-500-750
10a Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 347 300-500-750
10b Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 556 300-500-750
11a Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 395 300-500-750
11b Artificial / Fluorescente 0,77cm Ocre Claro 60 293 300-500-750
Tabela 01 – Iluminância, por posto de trabalho, na sala de formação de informática
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6. Medidas de Correcção e/ou Prevenção
Os tipos de aparelhos de iluminação e a sua disposição deverão ser estudados de forma a satisfazer os
requisitos arquitecturais e a garantir uma adequada distribuição da iluminação, devendo ser asseguradas em
todos os aparelhos de iluminação a correcção do factor de potência, a minimização do efeito estroboscópico e as
condições de segurança adequadas ao local da instalação.
A disposição das iluminárias (armadura e lâmpada) não é correcta. Uma linha central de iluminárias não garante
a distribuição de luz uniforme, provocando áreas em “penumbra” nos postos de trabalho 05b, 06b e 11b
provocando a não conformidade da iluminância, bem como, valores rasantes ao mínimo recomendado para os
postos de trabalho 07a, 08b, 09b e 10a.
A única disposição da iluminaria provoca que a zona de projecção fique demasiada iluminada, funcionando como
obstáculo à óptima visualização dos conteúdos apresentados no quadro de projecção.
Deverão ser corrigidas em número e em distribuição as iluminárias presentes. Aconselha-se a colocação de
duas linhas de iluminárias assimétricas paralelas, a distâncias adequadas aos postos de trabalho, com
compensação da iluminação dos postos de trabalho nas extremidades da sala de formação de informática.
As soluções de iluminação a adoptar não têm que ser necessariamente gerais, podendo ser localizadas,
nomeadamente nos planos de trabalho ou de leitura.
7. Recomendações
A iluminação natural deve ser, sempre que possível utilizada nos postos de trabalho, utilizando a iluminação
artificial como um complemento nos casos em que a luz do sol não é adequada ou suficiente. No caso de estudo
e atendendo ao horário nocturno, e a sala não possuir janelas para o exterior, apenas se deverá ter em
consideração a luz artificial.
No que diz respeito à temperatura de cor, recomenda-se que o seu valor seja de 4000 °K.
A iluminação interior deverá ser, de um modo geral, realizada com aparelhos equipados com lâmpadas de alto
rendimento (fluorescentes, de descarga ou de indução), privilegiando-se as soluções com balastros electrónicos.
As instalações de iluminação deverão ser concebidas de tal maneira que, em todas as zonas em que possam
existir concentrações de pessoas, a avaria de um circuito de iluminação não deixe essa zona na escuridão.
Recomenda-se a integração de alguns princípios na política de prevenção à exposição de riscos dos
trabalhadores, formadores e formandos nesta sala de informática, tais como:
� Programas de manutenção preventiva que complementem a mudança de lâmpadas fundidas, a limpeza
de luminárias;
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� Substituição periódica das lâmpadas face ao tempo de vida útil das mesmas;
� Evitar que os postos de trabalho, em geral, e os postos que tenham ecrãs de visualização, em
particular, estejam situados frente ou contra superfícies com valores de iluminância elevados;
� Promover a orientação da iluminação artificial para o campo de visualização do posto de trabalho,
impedindo a visão directa do foco luminoso susceptível de causar encadeamento;
� Avaliar periodicamente os níveis de iluminação nos postos de trabalho, principalmente naqueles onde é
requerida maior exigência visual.
Braga, 18 de Fevereiro de 2010
Os, quase e talvez, técnicos,
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