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Relatório Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS Área Territorial de Inspeção do Sul 2016 2017

Relatório Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento › upload › AEE_2017_Sul › AEE...Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento 1 1 – INTRODUÇÃO A Lei n.º 31/2002,

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  • Relatório

    Agrupamento de

    Escolas Cidade do

    Entroncamento

    AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS

    Área Territorial de Inspeção

    do Sul

    2016 2017

  • Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento

    CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO

    Jardins de Infância e Escolas EPE 1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB SEC

    Escola Secundária do Entroncamento • •

    Escola Básica António Gedeão, Entroncamento • •

    Escola Básica Dr. Ruy de Andrade, Entroncamento • •

    Escola Básica da Zona Verde, Entroncamento • •

    Escola Básica do Bonito, Entroncamento • •

    Jardim de Infância Sophia de Mello Breyner Andresen,

    Entroncamento •

  • Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento

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    1 – INTRODUÇÃO

    A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação

    pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a

    avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos

    jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de

    avaliação em junho de 2011.

    A então Inspeção-Geral da Educação foi

    incumbida de dar continuidade ao programa de

    avaliação externa das escolas, na sequência da

    proposta de modelo para um novo ciclo de

    avaliação externa, apresentada pelo Grupo de

    Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de

    março). Assim, apoiando-se no modelo construído

    e na experimentação realizada em doze escolas e

    agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da

    Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver

    esta atividade consignada como sua competência

    no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de

    janeiro.

    O presente relatório expressa os resultados da

    avaliação externa do Agrupamento de Escolas

    Cidade do Entroncamento – Entroncamento,

    realizada pela equipa de avaliação, na sequência

    da visita efetuada entre 13 e 16 de março de

    2017. As conclusões decorrem da análise dos

    documentos fundamentais do Agrupamento, em

    especial da sua autoavaliação, dos indicadores de

    sucesso académico dos alunos, das respostas aos

    questionários de satisfação da comunidade e da

    realização de entrevistas.

    Espera-se que o processo de avaliação externa

    fomente e consolide a autoavaliação e resulte

    numa oportunidade de melhoria para o

    Agrupamento, constituindo este documento um

    instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao

    identificar pontos fortes e áreas de melhoria,

    este relatório oferece elementos para a

    construção ou o aperfeiçoamento de planos de

    ação para a melhoria e de desenvolvimento de

    cada escola, em articulação com a administração

    educativa e com a comunidade em que se insere.

    A equipa de avaliação externa visitou a escola-

    -sede do Agrupamento e as escolas básicas Dr. Ruy de Andrade, da Zona Verde e do Bonito, as duas

    últimas com educação pré-escolar.

    A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração

    demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

    ESCALA DE AVALIAÇÃO

    Níveis de classificação dos três domínios

    EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

    consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria

    das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos

    respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam

    na totalidade dos campos em análise, em resultado de

    práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e

    eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em

    campos relevantes.

    MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto

    consistente e acima dos valores esperados na melhoria das

    aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos

    percursos escolares. Os pontos fortes predominam na

    totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas

    organizacionais generalizadas e eficazes.

    BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha

    com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e

    dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos

    escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes

    nos campos em análise, em resultado de práticas

    organizacionais eficazes.

    SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

    aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens

    e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos

    escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco

    consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas

    da escola.

    INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

    muito aquém dos valores esperados na melhoria das

    aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos

    percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos

    pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A

    escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.

    O relatório do Agrupamento apresentado no âmbito da

    Avaliação Externa das Escolas 2016-2017 está disponível na página da IGEC.

    http://www.ige.min-edu.pt/upload/Legisla%E7%E3o/Lei_31_2002.pdfhttp://dre.pt/pdf2sdip/2011/03/045000000/1077210773.pdfhttp://www.ige.min-edu.pt/upload/Legislação/Decreto_Regulamentar_15_2012.pdfhttp://www.ige.min-edu.pt/content_01.asp?BtreeID=03/01&treeID=03/01/03/00&auxID=

  • Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento

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    2 – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO

    O Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento, constituído em julho de 2012, resulta da

    agregação da Escola Secundária do Entroncamento (atual sede) com o anterior Agrupamento de Escolas

    Alpha. Integra seis estabelecimentos de educação e ensino e oferece a educação pré-escolar, os três ciclos

    do ensino básico e o ensino secundário. As duas anteriores unidades orgânicas foram avaliadas no

    âmbito do primeiro ciclo de avaliação externa das escolas em 2008 e 2011, respetivamente. Em janeiro

    de 2014, o Agrupamento celebrou contrato de autonomia com o Ministério da Educação e Ciência.

    No presente ano letivo, a população escolar totaliza 2708 crianças e alunos: 297 da educação pré-escolar

    (13 grupos); 651 do 1.º ciclo do ensino básico (30 turmas); 423 do 2.º ciclo (19 turmas); 662 do 3.º ciclo (30

    turmas); 468 dos cursos científico-humanísticos do ensino secundário (17 turmas); e 207 dos cursos

    profissionais (10 turmas). Encontram-se em funcionamento duas unidades de ensino estruturado para a

    educação de alunos com perturbações do espetro do autismo e três salas com equipamento específico

    para apoio a alunos cegos e com baixa visão. É agrupamento de referência neste âmbito e da

    Intervenção Precoce na Infância, para os concelhos do Entroncamento, de Vila Nova da Barquinha e de

    Constância.

    No que respeita aos dados relativos ao contexto sociocultural dos alunos, 3% são estrangeiros e 63% não

    beneficiam de auxílios económicos da ação social escolar. Possuem computador e ligação à internet 78%

    dos alunos do ensino básico e 73% dos do secundário. Quanto às habilitações académicas dos pais e das

    mães dos alunos, 23% no ensino básico e 27% no secundário detêm formação superior. No que respeita à

    sua ocupação profissional, 29% no ensino básico e 35% no secundário exercem atividades de nível

    superior e intermédio. Em termos de recursos humanos, o Agrupamento conta com 281 docentes, dos

    quais 86% pertencem aos quadros, o que evidencia uma elevada estabilidade profissional, e com 74 não

    docentes, sendo que 90% têm 10 ou mais anos de serviço.

    De acordo com os dados disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência,

    relativos ao ano letivo de 2014-2015, quando comparado com as outras escolas públicas, o Agrupamento

    apresenta valores nas variáveis de contexto que o colocam entre os mais favorecidos. Destacam-se a

    percentagem de alunos que não beneficiam dos auxílios económicos da ação social escolar, a média do

    número de anos da habilitação das mães e dos pais e a percentagem de docentes do quadro.

    3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

    Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e

    tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação

    formula as seguintes apreciações:

    3.1 – RESULTADOS

    RESULTADOS ACADÉMICOS

    A avaliação dos progressos das aprendizagens das crianças que frequentam a educação pré-escolar

    realiza-se através de um diagnóstico inicial e da observação direta. A informação recolhida é

    sistematizada e fundamenta a comunicação que é feita aos pais e encarregados de educação. Contudo, os

    documentos analisados não evidenciam práticas sistemáticas e generalizadas de avaliação com efetivo

    impacto no planeamento e na ação educativa.

    A análise dos modelos para comparação estatística dos resultados académicos em escolas de contexto

    análogo, para o triénio 2012-2013 a 2014-2015, revela que, no ensino básico, os alunos do 9.º ano de

  • Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento

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    escolaridade são os que apresentam resultados mais consistentes, acima dos valores esperados na

    generalidade dos indicadores e com clara tendência de melhoria.

    Pelo contrário, os resultados do 4.º ano evidenciam uma tendência de agravamento naquele período.

    Efetivamente, em 2012-2013 a taxa de conclusão situou-se acima do esperado, em linha no ano letivo

    seguinte e aquém em 2014-2015. Regista-se uma situação idêntica nas provas de avaliação externa de

    português (acima do esperado no primeiro ano letivo em análise e aquém nos anos seguintes). Em

    matemática, os resultados tiveram uma ligeira melhoria em 2014-2015, situando-se em linha com o

    esperado, quando haviam ficado aquém nos dois anos anteriores.

    No 6.º ano, a taxa de conclusão (em linha com o esperado em 2012-2013 e aquém nos dois anos

    seguintes) regista uma tendência de agravamento, tal como as classificações nas provas de avaliação

    externa de matemática (acima do esperado nos dois primeiros anos do triénio e aquém no último). Nas

    provas de português, o desempenho dos alunos deste ano de escolaridade denota alguma tendência de

    melhoria no triénio (acima do valor esperado, aquém e acima).

    Relativamente ao 12.º ano, assinala-se a estabilidade da taxa de conclusão (em linha nos anos letivos em

    análise). As médias nos exames nacionais de português e de história registam uma evolução, com

    valores, respetivamente, em linha e acima dos esperados em 2014-2015, e as de matemática, em linha

    com o esperado neste ano letivo, também apresentam uma tendência de melhoria, embora com

    oscilações.

    Em síntese, e considerando que os resultados académicos no decurso do triénio 2012-2013 a 2014-2015

    se situam, globalmente, em linha com os valores esperados, mas que revelam alguma inconsistência, há

    ainda um trabalho a desenvolver, relativamente à melhoria do desempenho, sobretudo porque o

    Agrupamento é dos que apresenta variáveis de contexto mais favoráveis, quando comparado com as

    restantes escolas públicas. Assim, a identificação dos fatores de sucesso e de insucesso inerentes aos

    processos de ensino e de aprendizagem, bem como a monitorização sistemática da eficácia das

    estratégias implementadas, visando progressos consistentes nas aprendizagens e nos resultados, são

    aspetos a considerar nos processos de melhoria.

    O Observatório de Qualidade faz o tratamento dos dados relativos aos resultados académicos que são

    analisados em sede de conselho pedagógico, departamentos curriculares, grupos disciplinares e

    conselhos de turma. Decorrente desta análise, são aplicadas medidas de promoção do sucesso escolar,

    como apoios educativos, aulas de reforço e organização de grupos de homogeneidade relativa. Contudo, a

    atribuição das causas de menor sucesso, sobretudo, a fatores externos dificulta a implementação de

    planos de ação eficazes que contribuam não só para a consolidação de alguns dos resultados positivos já

    alcançados, mas também para a melhoria daqueles que ainda não atingiram os patamares esperados.

    No que diz respeito aos cursos vocacionais em funcionamento entre 2013-2014 e 2015-2016, a taxa de

    sucesso variou entre 40% e 86%. Quanto aos cursos profissionais, cujos ciclos de formação ocorreram

    entre 2012-2013 e 2014-2015, registaram-se resultados de 54% no de Técnico de Gestão Desportiva e de

    50% nos de Técnico de Apoio Psicossocial e de Técnico de Gestão e Programação de Sistemas

    Informáticos. Estes resultados decorrem, sobretudo, do elevado número de desistências nos anos iniciais

    do ciclo de formação, situação que merece a atenção dos responsáveis no que respeita a um

    esclarecimento mais aprofundado aos alunos sobre as suas opções.

    Com base na informação disponibilizada pelo Agrupamento, a taxa de interrupção precoce do percurso

    escolar, em 2015-2016, é residual no 1.º e no 3.º ciclo (0,5% e 0,6%, respetivamente) e nula no ensino

    secundário, tendo sido alcançadas as metas definidas no âmbito do contrato de autonomia. Contudo,

    este indicador assume alguma expressão no 2.º ciclo (6,8%). De referir, que os casos de risco de abandono

    são acompanhados e estão circunscritos a um grupo de alunos com características culturais específicas.

  • Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento

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    RESULTADOS SOCIAIS

    O Agrupamento investe fortemente no desenvolvimento de competências sociais, artísticas e culturais,

    na adoção de um comportamento cívico e no acompanhamento de situações de indisciplina. Neste

    sentido, sob o lema Aprender para Empreender na Era Digital no Século XXI, o projeto educativo, em

    consonância com as orientações do Conselho Municipal de Educação, aponta áreas-chave (mais inclusão,

    melhor educação; inovação, rigor, qualidade, responsabilidade, solidariedade; equidade e inovação),

    entendidas como essenciais e que concorrem para a formação integral das crianças e dos alunos.

    Nesta linha, os objetivos organizacionais contemplam, nomeadamente, a criação de uma escola como

    espaço de ensino e de aprendizagem de qualidade, propiciador da disciplina e da segurança. Assim, e em

    parceria com as autarquias e diversas instituições, são dinamizadas várias iniciativas em áreas como as

    da cultura, das artes, do desporto, da inovação, do ambiente e das ciências, concorrendo para a

    participação ativa dos alunos e concedendo visibilidade ao Agrupamento. Neste âmbito, salienta-se a

    adesão a programas e projetos, como sejam SeguraNet, Eathink, Ciência Viva, Eco-Escolas, Parlamento

    dos Jovens, Desporto Escolar, Oficina Multimédia e os clubes da Rádio, Televisão e Jornalismo e de

    Guitarra.

    A colaboração das crianças e dos alunos em ações de voluntariado e de solidariedade potencia o espírito

    cívico e o sentido de pertença à comunidade, tornando-se evidente, em particular, na participação em

    campanhas de Natal e no Natal Intercultural e na dinamização de atividades em lares de terceira idade.

    Para o desenvolvimento da responsabilização na vida escolar, os alunos têm assento nos conselhos geral

    e de turma e integram a equipa de autoavaliação. Por outro lado, e com o mesmo propósito, a diretora

    reúne com regularidade com os seus representantes, para a sua auscultação e apresentação de

    propostas sobre temáticas que respeitam à organização e ao funcionamento dos estabelecimentos de

    educação e ensino. A associação de estudantes adota uma postura de mobilização dos pares, procurando

    envolvê-los nas atividades em curso e no quotidiano do Agrupamento, embora o seu propósito nem

    sempre seja cabalmente correspondido.

    O ambiente educativo caracteriza-se, globalmente, pelo cumprimento das regras, propício às

    aprendizagens, resultante, em grande medida, da divulgação, no início de cada ano escolar, das normas

    fixadas no código de conduta e dos direitos e deveres dos alunos, constantes do regulamento interno.

    Subsistem, no entanto, algumas situações de comportamentos perturbadores, pelo que no ano letivo de

    2014-2015 foi implementada a ação de melhoria Prevenção da Indisciplina versus Promoção da

    Disciplina. No último triénio, houve uma diminuição tanto do número de alunos alvo de medidas

    disciplinares corretivas, como dos que foram sujeitos a medidas sancionatórias. A intervenção dos

    gabinetes de Mediação Disciplinar, dos docentes e dos diretores de turma, e a afetação de uma

    educadora social, no âmbito do contrato de autonomia, têm contribuído para o decréscimo de situações

    problemáticas suscitadas por condutas menos apropriadas.

    O Agrupamento acompanha o percurso escolar e profissional dos antigos estudantes, dinamiza

    encontros com os mesmos e incentiva a sua participação em atividades com o objetivo destes

    testemunharem as experiências vividas e criarem expetativas positivas nos atuais alunos.

    RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE

    As respostas aos questionários aplicados à comunidade escolar, no âmbito do presente processo de

    avaliação externa, demonstram, em síntese, um grau de satisfação elevado relativamente ao serviço

    prestado pelo Agrupamento.

    Os alunos do 1.º ciclo afirmam gostar das escolas que frequentam e relevam como aspetos bastante

    positivos as atividades de expressão plástica, as visitas de estudo e a maneira justa com que os

    professores lidam consigo. Os dos 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário sublinham que conhecem os

  • Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento

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    critérios de avaliação e as regras de comportamento e declaram ter vários amigos na escola. Todavia,

    apontam como áreas menos positivas o conforto das salas de aula, as condições de higiene e limpeza e a

    utilização de computadores e da biblioteca para leitura e execução de trabalhos.

    Os pais e encarregados de educação das crianças da educação pré-escolar mostram-se muito satisfeitos

    com o ambiente educativo, a segurança, a comunicação com o jardim de infância e as instalações. Já os

    pais dos alunos dos ensinos básico e secundário revelam agrado com a disponibilidade dos diretores de

    turma, referindo o seu apreço pela circunstância de os seus educandos frequentarem o Agrupamento. Os

    serviços de refeitório e de bufete e a resolução dos problemas de indisciplina obtêm, todavia, reparos.

    Os docentes relevam a abertura da escola ao exterior e a utilização do computador na sala de aula como

    prática comum, afirmando, como aspeto menos positivo, o conforto das salas de aula e a falta de respeito

    que os alunos manifestam pelos não docentes. Por sua vez, estes realçam a disponibilidade da direção e

    a segurança, manifestando ainda satisfação por exercerem funções no Agrupamento. Em sentido

    contrário, está a sua opinião quanto ao conforto das salas, ao comportamento dos alunos e ao respeito

    que estes têm por si.

    A criação do quadro de mérito (valor e excelência) veio destacar não só os alunos que obtêm melhores

    desempenhos académicos, mas também os que se distinguem pelas atitudes e valores adotados e pelos

    comportamentos mais adequados. Esta é uma das formas de incentivo à aprendizagem e que, a par da

    dinamização de atividades e exposições e da entrega e divulgação de prémios através dos meios de

    comunicação do Agrupamento e nos jornais de âmbito local e regional, concorrem para a valorização do

    sucesso.

    A relação estreita mantida com a Câmara Municipal do Entroncamento, na facilitação e articulação de

    projetos e de atividades que integram o plano anual, as parcerias com diversas entidades do meio, e a

    diversificação da oferta formativa conferem visibilidade e notoriedade à ação do Agrupamento, colhendo

    o reconhecimento da comunidade pelo impacto socioeducativo que a mesma tem implicado e que

    responde às necessidades específicas da comunidade onde está integrado, com públicos muito

    heterogéneos.

    Em síntese, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na

    melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta

    uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes.

    Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Resultados.

    3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO

    PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO

    O planeamento das atividades letivas é realizado em sede de departamento curricular, na educação pré-

    escolar, e entre docentes que lecionam os mesmos anos de escolaridade e disciplinas, nos restantes ciclos

    de ensino. Registam-se práticas de partilha de materiais, de elaboração conjunta de instrumentos de

    avaliação e a definição e aferição dos critérios de correção. A monitorização do cumprimento das

    planificações, a decisão sobre as atividades a incluir no plano anual e a análise dos resultados escolares

    acontecem no seio dos grupos disciplinares. Este trabalho colaborativo tem contribuído para

    incrementar algumas práticas positivas em termos de gestão curricular.

    Foram implementadas ações com o objetivo de melhorar a articulação vertical, um dos pontos fracos

    identificados numa das anteriores avaliações externas. Dinamizam-se reuniões de articulação, mas

    destinam-se, fundamentalmente, a veicular informações sobre o percurso escolar das crianças e dos

  • Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento

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    alunos, aquando do ingresso no 1.º ano de escolaridade e na transição entre ciclos. Para além destas

    reuniões, são concretizadas iniciativas que facilitam a sua integração no nível de ensino/ciclo seguinte,

    como sejam visitas às escolas que vão frequentar e o desenvolvimento de atividades ou projetos comuns.

    Contudo, as práticas de articulação curricular vertical estão pouco consolidadas em termos de gestão

    das orientações curriculares e dos programas, numa perspetiva de progressão sequencial das

    aprendizagens, não sendo evidente uma ação concertada dos docentes tendo em vista colmatar

    fragilidades sistematicamente identificadas nos ciclos subsequentes. Neste campo, sublinha-se a recente

    elaboração de perfis de aprendizagem que poderá contribuir para a consolidação deste trabalho.

    Embora contenham informação útil sobre o perfil e o percurso das crianças e dos alunos, os projetos

    curriculares de grupo e os planos de turma não se apresentam como efetivos instrumentos de gestão

    pedagógica. Efetivamente, os primeiros não refletem a necessária interligação entre o planeamento, a

    ação educativa e a avaliação e os segundos não evidenciam a adequação das estratégias para a

    concretização e desenvolvimento do currículo em função das especificidades das turmas e de cada aluno,

    o que se configura como aspetos a aprofundar. Por outro lado, nos planos de turma, as grelhas de

    articulação identificam conteúdos comuns a algumas disciplinas e as atividades a desenvolver, mas não

    incluem um planeamento conjunto que potencie aprendizagens consubstanciadas numa real articulação

    horizontal do currículo e dos saberes.

    O plano anual/plurianual de atividades prevê algumas iniciativas que abrangem diferentes níveis de

    educação e ensino e que promovem a interação com o meio e o conhecimento da cultura local,

    contribuindo para a contextualização do currículo. No entanto, as práticas de interdisciplinaridade e de

    ligação com o meio envolvente não integram, de forma sistemática, o planeamento da ação educativa, de

    modo a conferir maior sentido e utilidade às atividades realizadas e aos conteúdos trabalhados. Por

    outro lado, embora todas as ações sejam objeto de avaliação, a falta de objetividade de alguns indi-

    cadores não permite identificar o respetivo impacto na melhoria da qualidade das aprendizagens.

    PRÁTICAS DE ENSINO

    No sentido de dar resposta aos diferentes ritmos e capacidades de aprendizagem dos alunos e de

    colmatar as suas dificuldades, são desenvolvidas medidas de promoção do sucesso escolar,

    nomeadamente a constituição temporária de grupos de homogeneidade relativa, iniciada em 2014-2015,

    e que, no ano letivo de 2015-2016, abrangeu todas as turmas do 1.º e do 2.º ano de escolaridade, nas

    áreas de português e de matemática. Foi ainda aplicada no 9.º ano, na disciplina de português. A

    coadjuvação é também implementada em todos os ciclos do ensino básico e no ensino secundário em

    diversas disciplinas. Estas e outras medidas têm revelado alguma eficácia, pelo que integram o plano de

    ação estratégica para o biénio 2016-2018.

    Para além dos alunos que são indicados para o apoio individualizado, os planos de turma apenas

    assinalam as respostas a desenvolver com os que têm necessidades educativas especiais, não

    evidenciando o recurso a práticas de diferenciação pedagógica em sala de atividades/aula, pelo que esta

    continua a ser uma área a intensificar.

    Sublinha-se o acompanhamento abrangente que é prestado às crianças e jovens com necessidades

    educativas especiais, em resultado da articulação entre os diversos profissionais, em interação com as

    famílias, apresentando, no triénio 2013-2014 a 2015-2016, taxas globalmente muito próximas do sucesso

    pleno. A mobilização de recursos, não só do Agrupamento, mas também da comunidade, proporciona

    respostas adequadas às problemáticas referenciadas e às especificidades de cada um. É de relevar o

    trabalho desenvolvido nas unidades de apoio especializado, bem como o que é realizado com os alunos

    cegos e com baixa visão. As parcerias já consolidadas, para além de proporcionarem diversas terapias,

    têm garantido a implementação dos planos individuais de transição para a vida pós-escolar.

  • Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento

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    A inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais tem vindo a ser incrementada com a

    promoção de ações de sensibilização e esclarecimento sobre problemáticas variadas, destinadas não só

    aos profissionais como à comunidade, e através de iniciativas como a comemoração dos dias mundiais do

    Braille e da Consciencialização do Autismo, entre outras.

    As práticas docentes integram metodologias que implicam as crianças e os alunos de forma mais ativa

    na aprendizagem, como a realização de trabalhos de grupo e de pesquisa e apresentações orais. Porém,

    não estão generalizadas, coexistindo com as centradas no docente e no manual escolar, em que crianças

    e alunos assumem pouco protagonismo enquanto construtores privilegiados das suas aprendizagens.

    Regista-se a participação de docentes em ações de formação internas e externas, bem como o

    envolvimento no projeto DNA (Desenvolvimento de Novas Abordagens) e a recente criação da sala

    Entronc@r o Futuro, com o objetivo de promover a utilização de metodologias inovadoras. Contudo, estas

    ações, pela sua recente implementação, não produziram ainda impactos significativos e transversais a

    todo o Agrupamento.

    O recurso às tecnologias de informação e comunicação, nomeadamente a utilização dos quadros

    interativos, embora integre o quotidiano dos docentes, pode ser mais explorada, de forma a proporcionar

    atividades cognitivamente estimulantes e desafiadoras para os alunos e o seu maior envolvimento na

    construção das aprendizagens.

    São dinamizadas iniciativas que incrementam o espírito científico, como por exemplo visitas de estudo,

    participação em programas e projetos dirigidos a todos os níveis de educação e ensino, designadamente

    Horta-Pedagógica, Aprender no Laboratório, A Ciência anda por aí ou Ciência no Laboratório. No

    entanto, a componente experimental, em sala de atividades/aula, é uma área a intensificar, sobretudo

    na educação pré-escolar e no ensino básico, articulando as diversas áreas consignadas nas orientações

    curriculares/currículo, de forma a gerar aprendizagens significativas e estimulantes. A valorização da

    dimensão artística está patente na oferta formativa, mas também no âmbito do enriquecimento do

    currículo, com o contributo de múltiplos clubes e projetos como o Clube de Guitarra, Cria e Constrói e

    Arte e Valores.

    Sublinha-se a dinâmica implementada nas bibliotecas escolares que têm desenvolvido um trabalho

    muito positivo na motivação das crianças e dos alunos para a leitura. Regista-se a sua rentabilização,

    sobretudo na escola-sede, não só enquanto espaços para aprendizagem dos alunos que as frequentam

    para a realização de múltiplas tarefas, mas também para apoio aos docentes, destacando-se ainda as

    diversas atividades que ocorrem naqueles espaços. A realização de numerosas iniciativas destinadas a

    todos os níveis de educação e ensino, como sejam encontros com escritores e ilustradores e a Semana da

    Leitura, são disso exemplo.

    O acompanhamento da atividade letiva, ponto fraco identificado nas anteriores avaliações externas, tem

    merecido a atenção dos responsáveis. É de realçar a implementação de práticas de observação de aulas

    entre pares, quer ao nível dos grupos de recrutamento, quer dos conselhos de turma. Regista-se alguma

    evolução face às anteriores avaliações externas, mas há ainda espaço para progressão no que respeita ao

    aprofundamento do saber profissional, com a promoção de reflexão e debate sobre a natureza e o

    fundamento da ação docente realizada e observada. A efetiva melhoria dos processos de ensinar para

    fazer aprender todas as crianças e alunos é, assim, uma área a aprofundar.

    MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS

    O Agrupamento tem vindo a reforçar a monitorização dos resultados escolares, bem como a análise da

    qualidade do sucesso, com a intervenção dos diversos órgãos e estruturas. A dinâmica dos docentes, nas

    reuniões de final de período letivo, incide também na avaliação da eficácia das medidas de promoção do

    sucesso escolar, na análise de casos que se prendem com aspetos de natureza disciplinar, assiduidade e

  • Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento

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    pontualidade, entre outros, debatendo-se os progressos das crianças e dos alunos e definindo-se novas

    estratégias, em função das necessidades detetadas.

    Ao nível da educação pré-escolar, a monitorização e avaliação da evolução das aprendizagens das

    crianças é feita numa perspetiva formativa. Contudo, em termos de conclusão, acaba por situá-las face a

    padrões previamente estabelecidos. Importa encontrar mecanismos de monitorização dos progressos que

    cada criança vai fazendo para, em função dos mesmos, o educador ir ajustando o seu planeamento e

    intenções pedagógicas, de modo a estabelecer uma progressão que seja desafiadora para cada uma delas

    e para o grupo. Neste sentido, os projetos curriculares de grupo analisados não evidenciam, de forma

    inequívoca, serem suporte da intervenção do educador, nem instrumentos privilegiados de interação

    entre o planeamento, a ação educativa e a avaliação.

    Nos ensinos básico e secundário, sublinha-se o trabalho no que respeita à construção de matrizes e de

    testes comuns e à definição de critérios de correção, mas os documentos de planeamento analisados não

    refletem que o recurso à avaliação formativa, enquanto elemento imprescindível à regulação dos

    processos de ensino e de aprendizagem, seja um procedimento sistemático e generalizado. A informação

    de retorno, que permita aos alunos identificar como melhorar os desempenhos, e ao professor ajustar o

    seu planeamento de modo a delinear estratégias e realizar práticas de ensino diferenciado, não é

    assumida da mesma forma por todos os docentes.

    As taxas globais de sucesso dos alunos que, no triénio 2013-2014 a 2015-2016, foram sujeitos a medidas

    de promoção do sucesso escolar, designadamente planos de acompanhamento pedagógico individual,

    apoio ao estudo, apoio educativo e tutorias, para além de não serem elevadas, revelam oscilações

    significativas. Os valores variam entre 50% e 100%, evidenciando a necessidade de uma monitorização

    sistemática e consistente dos processos que permita, em tempo útil, conhecer a eficácia das medidas, de

    forma a reformular as estratégias implementadas e atingir, plenamente, os objetivos preconizados.

    No que respeita à prevenção e à resolução dos casos de absentismo e de abandono escolar, destaca-se a

    interação entre os elementos da direção, os coordenadores de estabelecimento, os docentes

    titulares/diretores de turma e os pais e encarregados de educação. Referem-se também as parcerias e os

    protocolos realizados com várias entidades, como sejam a Associação EPIS (Empresários para a Inclusão

    Social), a Câmara Municipal do Entroncamento/CLDS (Contrato Local de Desenvolvimento Social), a

    Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, a Segurança Social e a Polícia de Segurança Pública. O

    Agrupamento tem também diversificado e alargado a sua oferta formativa, procurando conciliar as

    preferências dos alunos com os recursos disponíveis e as necessidades locais, perspetivando a sua futura

    integração no mercado de trabalho. Ainda assim, os resultados alcançados no âmbito da interrupção

    precoce do percurso escolar não são os desejáveis, como referido anteriormente, pelo que se trata de uma

    área que continua a carecer de investimento.

    Em conclusão, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na

    melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta

    uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes,

    o que justifica a atribuição da classificação de BOM no domínio Prestação do Serviço Educativo.

    3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO

    LIDERANÇA

    O projeto educativo para 2016-2019, sob o lema Aprender para Empreender na Era Digital no Século

    XXI, explicita a visão para o desenvolvimento do Agrupamento, dando continuidade ao trabalho iniciado

    desde a sua constituição, consubstanciado em princípios de inclusão e de uma educação para todos.

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    Aquele documento orientador tem por base o projeto de intervenção da diretora e o diagnóstico

    realizado, que evidencia os contributos das anteriores avaliações externas, nomeadamente ao nível dos

    pontos fracos então identificados.

    Com base nas opções estratégicas definidas e nos três eixos prioritários de intervenção – resultados,

    prestação do serviço educativo e liderança e gestão – foram fixados objetivos operacionais, sendo esta a

    base que determina a estrutura do plano anual/plurianual de atividades. Ainda que se registem

    melhorias neste âmbito, face a um dos pontos fracos identificados numa das avaliações externas

    anteriores, os procedimentos e os instrumentos instituídos com vista à monitorização e avaliação dos

    referidos documentos nem sempre permitem verificar o impacto das atividades na consecução dos

    objetivos para os quais foram selecionadas. Há, pois, ainda margem de progresso para que a

    autorregulação seja sistemática e promotora de eventuais ajustamentos.

    A direção constitui uma equipa coesa e mobilizadora da generalidade dos colaboradores. A liderança da

    diretora, percecionada como disponível para ouvir e agir, fomenta o diálogo e a confiança, o que se

    reflete no empenho e subsidiariedade das lideranças intermédias. São promovidas diversas iniciativas

    que mobilizam a comunidade educativa e desenvolvem o sentido de identificação com o Agrupamento.

    Merecem referência as comemorações da Semana do Agrupamento, que integra várias atividades que

    congregam a comunidade educativa, como sejam o Concurso de Talentos e as exposições de trabalhos de

    crianças e alunos das diferentes escolas e jardins de infância. Contribui também para este objetivo a

    comemoração de efemérides com momentos informais de convívio que favorecem o estreitamento de

    laços e o sentido de pertença.

    O conselho geral tem dado o seu contributo para a melhoria do funcionamento do Agrupamento, ainda

    que seja expectável um trabalho mais aprofundado e crítico no que concerne à avaliação do projeto

    educativo, à apreciação dos relatórios periódicos de execução do plano anual/plurianual de atividades e

    ao acompanhamento do processo de autoavaliação.

    São de sublinhar as numerosas parcerias e protocolos, que formalizam a colaboração com a Câmara

    Municipal do Entroncamento, as juntas de freguesia, empresas, associações, tal como outras instituições

    representativas da comunidade local, que viabilizam a melhoria das respostas educativas e das

    condições de aprendizagem de crianças e alunos. Também as associações de pais e encarregados de

    educação têm um papel relevante neste âmbito, sendo favorecida a participação das famílias em

    diversas iniciativas. Registam-se, assim, progressos significativos nesta área, assinalada como um ponto

    fraco num dos relatórios de avaliação externa anteriores.

    A adesão ao Programa Erasmus+, de que o Agrupamento é responsável pela coordenação, no biénio

    2015-2017, tem possibilitado a troca de experiências entre alunos e professores de diversos países,

    promovendo também a dimensão intercultural.

    GESTÃO

    As instalações das escolas básicas e do jardim de infância sofreram obras de requalificação, oferecendo

    atualmente muito boas condições para o ensino e a aprendizagem. Apenas a escola-sede não foi alvo de

    qualquer intervenção. Não obstante, encontra-se bem conservada, tendo a direção vindo a investir na

    manutenção e melhoria dos espaços.

    A constituição de grupos e turmas, a elaboração de horários e a distribuição de serviço docente

    obedecem a critérios definidos pelo conselho pedagógico. Sublinha-se a organização dos horários dos

    professores que prevê tempos comuns para trabalho colaborativo. A gestão de recursos humanos tem em

    conta o perfil e a formação dos profissionais, respeitando-se, sempre que possível, as suas preferências.

    Na distribuição do serviço docente, prevalecem critérios de continuidade das equipas pedagógicas e do

    cargo de diretor de turma, o que favorece o acompanhamento dos alunos e a ligação com as famílias. No

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    que respeita aos trabalhadores não docentes, considerando as necessidades do serviço, as tarefas a

    atribuir têm em conta as respetivas competências pessoais e a formação específica, designadamente nas

    bibliotecas e nas áreas funcionais dos serviços administrativos.

    O plano de formação é elaborado a partir da identificação das necessidades, sendo desenvolvido em

    articulação com o centro de formação local. Neste âmbito, destaca-se a realização de ações dinamizadas

    internamente, rentabilizando as áreas de especialização dos docentes e não docentes, como forma de

    promover o desenvolvimento profissional e a melhoria das práticas.

    O recurso às tecnologias digitais, nomeadamente às plataformas Moodle e INOVAR, ao correio

    eletrónico, à página web e às redes sociais, tem contribuído para que os circuitos de comunicação interna

    e externa sejam agilizados. Os pais e encarregados de educação podem aceder ao programa de gestão

    escolar, que fornece informação atualizada sobre o quotidiano dos respetivos educandos. Está também

    assegurada a divulgação dos documentos estruturantes e de informações pertinentes. As principais

    atividades são divulgadas, não só através dos meios eletrónicos, como também da publicação regular do

    ENTRELINHAS, em formato de jornal de parede nos vários estabelecimentos de educação e ensino e em

    formato de revista, no final de cada ano letivo.

    AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA

    Os relatórios das anteriores avaliações externas identificaram fragilidades nos procedimentos de

    autoavaliação instituídos. Nesse sentido, a equipa constituída para o efeito tem vindo a congregar

    informação pertinente em resultado do trabalho realizado em sede das várias estruturas, que se

    materializa na elaboração de um relatório anual. A análise estatística dos resultados académicos

    efetuada pelo Observatório de Qualidade e os relatórios sobre a atividade desenvolvida, ao longo do ano

    letivo, pelas diversas estruturas, são o suporte do relatório de autoavaliação. Ao identificar algumas das

    fragilidades contribuiu para a definição das ações de melhoria e, mais recentemente, para a elaboração

    do plano de ação estratégica 2016-2018, ainda que este trabalho possa ser mais aprofundado.

    O tratamento da informação recolhida tem fundamentado algumas das opções de gestão organizacional,

    embora, em relação aos vários pontos fortes e fracos diagnosticados em cada uma das áreas objeto de

    avaliação, se verifique que, por vezes, estes se centram em torno de aspetos de natureza externa, o que

    condiciona a identificação das medidas mais eficazes. Alguma da informação é pouco relevante para a

    implementação de ações de melhoria, tendo em conta que é essencialmente descritiva. Os dados, como

    os relativos à avaliação dos projetos, por exemplo, assentam em indicadores como o número de

    atividades desenvolvidas e de participantes, não fornecendo informação relativa ao seu impacto na

    melhoria das aprendizagens.

    A equipa de avaliação interna e a direção reconhecem a importância da autorregulação, e estão

    comprometidos em processos de formação, tendo em vista o aperfeiçoamento da autoavaliação e o seu

    contributo para o desenvolvimento sustentado do Agrupamento, o que se sublinha. Identificam-se

    progressos relativamente às anteriores avaliações externas, como sejam os procedimentos no âmbito da

    monitorização das ações, que potenciam a reformulação de estratégias e a eficácia das medidas

    implementadas. Assinala-se, assim, o comprometimento com o progresso organizacional, especialmente

    no que respeita às ações em curso promotoras da qualidade do ensino e das aprendizagens e do sucesso

    de todos os alunos.

    Tendo em conta os juízos avaliativos formulados neste domínio, conclui-se que os pontos fortes

    predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais

    generalizadas e eficazes, o que justifica a atribuição da classificação de MUITO BOM no domínio

    Liderança e Gestão.

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    4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA

    A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:

    Diversidade de projetos e atividades de cariz cívico, solidário, cultural e desportivo e valorização da dimensão artística, o que contribui para a formação pessoal e social das crianças

    e dos alunos, para a satisfação das famílias e para o reconhecimento pela comunidade da ação

    desenvolvida.

    Mobilização de recursos para dar resposta aos alunos com necessidades educativas especiais nomeadamente nas unidades de ensino estruturado e de apoio a alunos cegos e com baixa visão,

    que proporcionam um acompanhamento abrangente em resultado da articulação entre os

    diversos profissionais, as famílias e as entidades locais.

    Rentabilização das bibliotecas escolares, sobretudo a da escola-sede, não só enquanto espaços para aprendizagem dos alunos que as frequentam para a realização de múltiplas tarefas, mas

    também para apoio aos docentes, destacando-se ainda as diversas atividades que ocorrem

    naqueles espaços.

    Qualidade das instalações e dos equipamentos de todos os estabelecimentos de educação e ensino, o que contribui para propiciar um ambiente de aprendizagem tranquilo e diversificado.

    Variedade de oportunidades de formação tanto para os docentes, como para os não docentes, potenciadora da melhoria dos desempenhos e do desenvolvimento profissional.

    Liderança da diretora e da sua equipa, percecionada como disponível para ouvir e agir, promotora do diálogo e da confiança, o que se reflete no empenho e subsidiariedade das

    lideranças intermédias e mobiliza a comunidade educativa, estabelecendo um contexto de

    comunicação que se revela benéfico e positivo.

    A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus

    esforços para a melhoria são as seguintes:

    Identificação objetiva das causas explicativas do sucesso e do insucesso dos alunos que sustente a definição de planos de ação eficazes, garantindo a monitorização sistemática e consistente das

    medidas implementadas.

    Intensificação dos processos de articulação vertical e horizontal, que possibilitem um desenvolvimento e gestão das orientações curriculares e do currículo, focados nas

    potencialidades e necessidades das crianças e dos alunos ao longo do seu percurso escolar.

    Generalização de práticas de diferenciação pedagógica e de metodologias de ensino mais ativas em sala de aula e incremento da avaliação formativa, visando o maior envolvimento dos alunos

    na construção das suas aprendizagens e na melhoria dos resultados académicos.

    Aprofundamento da supervisão, promovendo momentos de reflexão conjunta sobre as práticas letivas, que facilitem a monitorização da eficácia do planeamento individual e se assumam

    como contributo relevante para a melhoria dos processos de ensinar e de aprender.

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    Estabelecimento de mecanismos eficazes de monitorização e de avaliação das diversas atividades e medidas de promoção do sucesso escolar, de forma a conhecer o seu real impacto na

    qualidade das aprendizagens e no sucesso escolar.

    Aprofundamento do processo de autoavaliação, através da implementação de procedimentos de recolha e tratamento de informação e sua divulgação, que resulte de uma ação concertada entre

    planificação e monitorização das ações para a melhoria, com efetivo impacto na regulação e na

    sustentabilidade organizacional.

    08-06-2017

    A Equipa de Avaliação Externa: Madalena Teixeira, Marisa Janino Nunes e Rui Atanásio

    Concordo.

    À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.

    A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Sul

    Maria Filomena Aldeias

    2017-07-10

    Homologo.

    O Inspetor-Geral da Educação e Ciência

    Por delegação de competências do Senhor Ministro da Educação

    nos termos do Despacho n.º 5477/2016, publicado no D.R. n.º 79,

    Série II, de 22 de abril de 2016

    2017-07-11T18:04:07+0100Luís Alberto Santos Nunes Capela