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Relatório Agrupamento de Escolas Terras de Larus SEIXAL AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS Área Territorial de Inspeção do Sul 2014 2015

Relatório Agrupamento de Escolas Terras de Larus S · 2015-07-23 · Agrupamento de Escolas Terras de Larus S– EIXAL CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO Jardins de Infância e Escolas

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Relatório

Agrupamento de Escolas

Terras de Larus

SEIXAL

AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS

Área Territorial de Inspeção

do Sul

2014 2015

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Agrupamento de Escolas Terras de Larus – SEIXAL

CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO

Jardins de Infância e Escolas EPE 1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB ES

Escola Básica da Cruz de Pau, Seixal • •

Escola Básica de Foros de Amora, Seixal • •

Escola Básica n.º 1 da Cruz de Pau, Seixal • •

Escola Básica da Quinta das Sementes, Paivas, Seixal • •

Escola Básica da Quinta de Santo António, Cruz de Pau, Seixal •

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Agrupamento de Escolas Terras de Larus – SEIXAL

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1 – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação

pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a

avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos

jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de

avaliação em junho de 2011.

A então Inspeção-Geral da Educação foi

incumbida de dar continuidade ao programa de

avaliação externa das escolas, na sequência da

proposta de modelo para um novo ciclo de

avaliação externa, apresentada pelo Grupo de

Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de

março). Assim, apoiando-se no modelo construído

e na experimentação realizada em doze escolas e

agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da

Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver

esta atividade consignada como sua competência

no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de

janeiro.

O presente relatório expressa os resultados da

avaliação externa do Agrupamento de Escolas

Terras de Larus – Seixal, realizada pela equipa

de avaliação, na sequência da visita efetuada

entre 2 e 5 de fevereiro de 2015. As conclusões

decorrem da análise dos documentos

fundamentais do Agrupamento, em especial da

sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso

académico dos alunos, das respostas aos

questionários de satisfação da comunidade e da

realização de entrevistas.

Espera-se que o processo de avaliação externa

fomente e consolide a autoavaliação e resulte

numa oportunidade de melhoria para o

Agrupamento, constituindo este documento um

instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao

identificar pontos fortes e áreas de melhoria,

este relatório oferece elementos para a

construção ou o aperfeiçoamento de planos de

ação para a melhoria e de desenvolvimento de

cada escola, em articulação com a administração

educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação externa visitou a escola-

-sede do Agrupamento e as escolas básicas da

Quinta de Santo António, n.º 1 da Cruz de Pau, Quinta das Sementes e Foros de Amora, as três últimas

com jardim de infância.

A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração

demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

ESCALA DE AVALIAÇÃO

Níveis de classificação dos três domínios

EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria

das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos

respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam

na totalidade dos campos em análise, em resultado de

práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e

eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em

campos relevantes.

MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto

consistente e acima dos valores esperados na melhoria das

aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos

percursos escolares. Os pontos fortes predominam na

totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais generalizadas e eficazes.

BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha

com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e

dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos

escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes

nos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais eficazes.

SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens

e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos

escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco

consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas

da escola.

INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

muito aquém dos valores esperados na melhoria das

aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos

percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos

pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A

escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.

O relatório do Agrupamento apresentado no âmbito da

Avaliação Externa das Escolas 2014-2015 está disponível na página da IGEC.

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Agrupamento de Escolas Terras de Larus – SEIXAL

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2 – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO

O Agrupamento de Escolas Terras de Larus, criado no ano letivo de 2003-2004, situa-se no concelho do

Seixal, distrito de Setúbal. É constituído por quatro escolas básicas do 1.º ciclo, três delas com jardim de

infância, e por uma dos 2.º e 3.º ciclos, que é a escola-sede. É agrupamento de referência para a educação

bilingue de alunos surdos e dispõe também de duas unidades, uma de ensino estruturado para a

educação de alunos com perturbações do espectro do autismo e outra de apoio especializado para a

educação de alunos com multideficiência e surdocegueira congénita. Foi avaliado em 2010, no âmbito do

programa avaliação externa das escolas.

No ano letivo de 2014-2015, o Agrupamento é frequentado por 1324 crianças e alunos: 108 na educação

pré-escolar (cinco grupos); 536 no 1.º ciclo (26 turmas); 323 no 2.º (16 turmas); 309 no 3.º (16 turmas); e

48 nos cursos vocacionais (duas turmas).

Da totalidade dos alunos, 10% são de nacionalidade estrangeira, provenientes de 16 países, com maior

expressão dos de origem brasileira. Relativamente à ação social escolar, 67% não beneficiam de auxílios

económicos e, no que respeita às tecnologias de informação e comunicação, 55% possuem computador

com ligação à internet. Os dados relativos à formação académica dos pais e das mães dos alunos revelam

que 43% têm habilitação secundária ou superior. Quanto à sua ocupação profissional, 18% exercem

atividades de nível superior e intermédio.

Dos 128 docentes que integram o Agrupamento, apenas 10% são contratados, evidenciando expressiva

estabilidade. O pessoal não docente é composto por sete assistentes técnicos, 28 assistentes operacionais

e 12 trabalhadores colocados ao abrigo do contrato emprego-inserção do Instituto de Emprego e

Formação Profissional, I.P.. Acrescem ainda quatro intérpretes e quatro formadores de língua gestual

portuguesa (um destes a meio tempo), três terapeutas da fala e uma psicóloga (a meio tempo).

De acordo com os dados de referência disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e

Ciência para o ano letivo de 2012-2013, os valores das variáveis de contexto do Agrupamento, quando

comparados com os das restantes escolas públicas, são bastante desfavoráveis, embora não seja dos

mais desfavorecidos, nomeadamente a idade média dos alunos nos anos terminais de ciclo e as

percentagens de docentes do quadro e de raparigas nas turmas, no 1.º e no 3.º ciclos.

3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e

tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação

formula as seguintes apreciações:

3.1 – RESULTADOS

RESULTADOS ACADÉMICOS

Na educação pré-escolar, a análise global que é efetuada, em função das competências adquiridas e dos

progressos registados, permite às educadoras aferir, para cada criança, as aprendizagens mais e menos

bem-sucedidas e, subsequentemente, readequar as práticas onde tal se afigura necessário. Trabalho

esse que se consubstancia, de forma consistente, em metodologias promotoras do desenvolvimento das

aprendizagens das crianças.

Tendo em conta os modelos para comparação estatística dos resultados académicos e considerando o ano

letivo de 2012-2013, constata-se que as taxas de conclusão do 4.º e do 9.º ano de escolaridade estão acima

dos valores esperados, quando comparadas com as dos agrupamentos com valores análogos nas

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Agrupamento de Escolas Terras de Larus – SEIXAL

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variáveis de contexto, enquanto a do 6.º ano ficou aquém do esperado. Feita a análise do triénio 2010-

2011 a 2012-2013, observa-se uma melhoria no 4.º e no 9.º ano, cujas taxas de conclusão tinham ficado

aquém dos valores esperados em 2010-2011. Porém, o mesmo não se verificou no 6.º ano, em que as

taxas se mantiveram aquém do esperado ao longo do referido triénio.

Nas provas de avaliação externa, no ano letivo de 2012-2013, os resultados obtidos em português

ficaram acima dos valores esperados no 4.º ano e apresentaram-se em linha no 9.º. Encontram-se,

porém, aquém daqueles valores no 6.º ano, invertendo-se, de forma particularmente expressiva, neste

caso, os resultados, acima do esperado, observados nos dois anos letivos anteriores.

No que concerne às provas de avaliação externa de matemática, em 2012-2013, registaram-se valores

acima dos esperados no 9.º ano, à semelhança dos dois anos anteriores. Contudo, no 4.º e no 6.º ano, os

resultados apresentaram-se em linha com o esperado, sendo que, no primeiro caso, decorreram de uma

melhoria enquanto no segundo de um decréscimo em relação aos anos letivos de 2010-2011 e 2011-2012.

Não obstante as variáveis de contexto bastante desfavoráveis, a análise do triénio 2010-2011 a 2012-

2013, anos para os quais há referentes calculados, evidencia que os resultados observados se situam

globalmente em linha com os valores esperados e denota que o trabalho realizado em torno da melhoria

das aprendizagens dos alunos tem tido algum impacto. Persiste um desafio no 2.º ciclo, atendendo às

taxas de conclusão no triénio, às oscilações registadas e aos desempenhos obtidos nas provas finais de

português e de matemática.

Constatam-se rotinas de recolha e de tratamento estatístico dos resultados académicos, que têm sido

identificados como uma fragilidade. Nesse sentido e na sequência da sua análise, pelos órgãos e

estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, têm sido definidas algumas medidas de

promoção do sucesso escolar (apoios educativos, assessorias e tutorias, como exemplos). A reflexão

realizada centra-se, em regra, em fatores externos, como as baixas expetativas em relação à escola.

Assim, a identificação explícita dos fatores determinantes do sucesso e do insucesso, intrínsecos ao

processo de ensino e de aprendizagem, é um campo em que o corpo docente deverá conjugar esforços, de

modo a tornar mais eficazes as ações estabelecidas para a melhoria das aprendizagens e dos resultados

académicos.

No que se refere às taxas de sucesso dos cursos de educação e formação, no último triénio, constata-se

que são, de uma forma global, bastante positivas, registando-se valores acima dos 80%, em alguns casos,

o que demonstra o impacto da ação educativa no âmbito desta oferta. Em relação ao abandono escolar, o

Agrupamento atingiu, em 2013-2014, valores pouco expressivos: 0,8%.

RESULTADOS SOCIAIS

É evidente o investimento, em todos os jardins de infância e escolas básicas, em criar condições para

uma boa integração socioescolar das crianças e dos alunos. O Agrupamento dinamiza e participa em

inúmeros projetos, atividades e clubes, promotores da formação pessoal e social.

Ao nível da educação especial, destaca-se o projeto Inclusão Inversa, ou as iniciativas dinamizadas no

Dia Mundial da Língua Gestual, promotoras da integração dos alunos com necessidades educativas

especiais, na comunidade escolar. A sua importância é extensiva aos restantes estudantes que, pela

convivência propiciada, valorizam a diferença. Há, no entanto, trabalho de sensibilização a fazer, junto

destes, designadamente no sentido de promover a aprendizagem da língua gestual portuguesa, em

ordem a otimizar a formação realizada nesse âmbito no Agrupamento, e reforçar, assim, as estratégias

de apoio à integração dos alunos surdos.

O Clube da Rádio (Rádio Larus), na escola-sede, é um exemplo a destacar, pela aposta feita na

corresponsabilização dos alunos, à semelhança do voluntariado por estes realizado na biblioteca escolar.

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Ao nível do 1.º ciclo, os do 4.º ano colaboram, no âmbito do projeto Mãos Dadas, na integração das

crianças da educação pré-escolar no 1.º ano, o que se realça positivamente.

Existem alguns mecanismos de auscultação dos alunos, contudo, não é manifesto o seu envolvimento

regular na tomada de decisões. Os contributos dos delegados são, em regra, ponderados pelos diretores

de turma, porém, sem se evidenciar que o seu papel seja potenciado em pleno ou valorizado pelos

próprios. Este é, pois, um aspeto merecedor de alguma reflexão no sentido da sua melhoria.

A vertente da solidariedade é emblemática no Agrupamento, através da adesão a vários projetos (Dia do

Pijama, Prevenir em Coleção – As aventuras do Xavier) e a campanhas específicas, muitas delas

promotoras, concomitantemente, da consciência ambiental (Projeto T – 2014, em que as tampinhas

recolhidas possibilitaram a instalação de um elevador para cadeiras de rodas). Neste campo, a

participação em projetos como Ambientar, O Pilhão vai à Escola, Compostagem na Minha Escola ou

Green Cork reforça também a formação integral das crianças e dos alunos.

A existência de normas de atuação comuns, especialmente concertadas em conselho de docentes e de

turma, contribui para que, no geral, o ambiente educativo seja propício às aprendizagens. Todavia,

considerada a indisciplina uma questão não resolvida na escola-sede, os responsáveis intensificaram,

em 2013-2014, as medidas organizativas junto dos alunos que apresentam comportamentos

desajustados e a quem é dada ordem de saída da sala de aula. Nesse sentido, a reflexão sobre as regras

de conduta constantes do regulamento interno é preponderante na disciplina de formação cívica, nos 2.º

e 3.º ciclos. Através do Gabinete de Apoio Disciplinar ao Aluno foi reforçada a linha de prevenção e de

combate aos referidos comportamentos. Pela diminuição do número quer de procedimentos

disciplinares, quer de dias de suspensão aplicados como medida sancionatória, comparativamente com

idêntico período no ano letivo transato, indicia-se, pois, que o trabalho de responsabilização e o empenho

em minimizar estas situações tem surtido alguns efeitos positivos.

Os responsáveis possuem, em regra, um conhecimento informal sobre o percurso académico e ou

profissional dos alunos após a conclusão do ensino básico. A implementação de um mecanismo que,

sustentado em indicadores, permita conhecer, com rigor, o impacto efetivo das opções organizacionais e

pedagógicas nesses percursos, é uma área de investimento.

RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE

A informação resultante da aplicação de questionários, na presente avaliação externa, realça um

elevado grau de satisfação da comunidade, relativamente às escolas do 1.º ciclo e aos jardins de infância.

Entre os docentes e os não docentes, predomina a perceção de terem um bom ambiente de trabalho e

uma direção disponível que os valoriza. Os menores índices de satisfação prendem-se com a falta de

condições físicas na escola-sede, a par da inexistência de um pavilhão desportivo, bem como a não

utilização dos computadores, por parte dos alunos, em sala de aula.

Ainda que exista o reconhecimento inequívoco do bom ambiente das escolas básicas do 1.º ciclo e dos

jardins de infância, os casos de indisciplina ocorridos em anos anteriores, na escola-sede, estão muito

presentes e influenciam negativamente a perceção atual sobre a mesma. Com a nova direção, os

responsáveis abraçaram o desafio, desde 2013-2014, de revigorar a imagem pública da escola-sede,

tendo já desenvolvido algum trabalho no sentido de ultrapassar a sua frágil capacidade de atração de

alunos. Tal não obsta que os pais e encarregados de educação e os representantes autárquicos

reconheçam e sublinhem a importância do papel educativo do Agrupamento.

De igual modo, é valorizada a qualidade do trabalho desenvolvido enquanto agrupamento de referência

para a educação bilingue de alunos surdos a nível do distrito de Setúbal. Também a sua relevância como

polo potenciador da inclusão é reforçada pelas respostas proporcionadas pelas unidades de apoio

especializado e de ensino estruturado já mencionadas.

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A valorização dos sucessos é transversal aos diferentes níveis de educação e ensino. É dada visibilidade

ao trabalho realizado por crianças e alunos, em vários momentos do ano letivo, por exemplo, através de

dramatizações, de exposições nos espaços escolares e da divulgação do seu envolvimento em projetos

(alguns dos quais premiados, como o Emoções, na educação pré-escolar).

As participações meritórias em concursos internos são, igualmente, enaltecidas, com a atribuição de

prémios simbólicos e a publicitação dos mesmos no blogue da biblioteca escolar/centro de recursos. O

prémio de mérito reconhece os bons desempenhos académicos, em cerimónia pública. No âmbito do

Desporto Escolar, fomentador do espírito de grupo, o trabalho é também objeto de reconhecimento.

As potencialidades dos alunos não são descuradas, sendo estes incentivados a aderir a iniciativas que

impulsionam a melhoria dos seus desempenhos, quer a nível interno (Livro Andante, Voando com as

Letras, Concurso de Poesia e O meu Conto de Natal, a título de exemplo), quer com reconhecimento

nacional (Kanguru Matemático) e internacional (programa Comenius).

A Câmara Municipal do Seixal constitui, junto do Agrupamento, um parceiro fundamental ao nível dos

projetos que promove e que beneficiam as dinâmicas pedagógicas e enriquecem as aprendizagens. A

cultura de proximidade com o meio local é reforçada através de diversas ações, patentes no plano anual

de atividades, e pela exposição de trabalhos em locais públicos.

Em conclusão, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na

melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta

uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes.

Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Resultados.

3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO

PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO

A gestão articulada do currículo constitui, desde 2013-2014, um processo em construção. Essa

intencionalidade pedagógica, alargada às atividades de enriquecimento curricular, só em 2014-2015 se

começou a generalizar. A “frágil articulação vertical [...], sobretudo entre a educação pré-escolar e o 1.º

ciclo e entre este e o 2.º ciclo, [...] que dificulta a sequencialidade das aprendizagens”, identificada como

ponto fraco na anterior avaliação externa, apresenta-se ainda como um campo em que é premente uma

intervenção sólida por parte do corpo docente.

A operacionalização de processos generalizados de gestão articulada do currículo, nas suas diferentes

dimensões (vertical, horizontal, intra e interdepartamental), sustentada num planeamento estruturante

e intencional, que defina procedimentos, metodologias e estratégias, de forma a contribuir para a

consistência das aprendizagens subsequentes, para a complementaridade entre as diversas áreas de

conteúdo e as diferentes disciplinas e para aumentar a eficácia da ação educativa, é uma área de

melhoria. Considera-se, assim, pertinente que o plano de estudos para desenvolvimento do currículo

evidencie as ações estratégicas implementadas nesse âmbito.

Registam-se evidências que apontam para o carácter interdisciplinar com que diversas visitas de estudo

e iniciativas se desenvolvem, nomeadamente nos 2.º e 3.º ciclos, onde, pontualmente, ocorrem exemplos

válidos de articulação ao nível de conteúdos afins entre as diferentes disciplinas. Não obstante o esforço

já desenvolvido, este trabalho ainda está muito dependente de ações informais entre docentes.

A partilha da informação, em reuniões, designadamente no final do ano letivo, sobre as dinâmicas

educativas e a avaliação dos progressos de crianças e alunos, têm, de modo transversal, conquistado

gradualmente as rotinas pedagógicas. Embora a instabilidade vivida com as mudanças de direção tenha

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suscitado algum desinvestimento em termos do trabalho cooperativo e articulado entre os docentes, essa

situação tem vindo a inverter-se com o atual diretor.

A planificação das atividades é, em regra, concretizada, em moldes colaborativos, entre docentes que

lecionam o mesmo ano de escolaridade e disciplina. Esta prática é, igualmente, extensiva às educadoras.

A implementação de formas pontuais de coadjuvação/assessoria tem possibilitado a cooperação ativa

entre docentes. Registam-se algumas práticas de conceção conjunta de materiais pedagógico-didáticos e

de instrumentos de avaliação dos alunos, cuja partilha é agilizada pelo recurso crescente às tecnologias

de informação e comunicação. Não se revestindo como um denominador comum a todos os grupos de

recrutamento e a todos os docentes, o reforço do trabalho em rede, a divulgação de experiências

positivas e a recolha de propostas de ação e de melhoria apresentam-se, pois, como vertentes a

consolidar ao nível das estruturas intermédias, de modo a sustentar a articulação das diversas

aprendizagens e os percursos educativos dos alunos.

Os planos de trabalho dos grupos e das turmas encontram-se restritos à educação pré-escolar e ao 1.º

ciclo. Nos 2.º e 3.º ciclos, a informação respeitante, nomeadamente, a dificuldades diagnosticadas,

medidas de promoção do sucesso que cada conselho de turma tem privilegiado e estratégias de

intervenção encontra-se dispersa, o que pode comprometer a sua pertinência para a orientação da ação

educativa. A operacionalização dos referidos planos, enquanto instrumentos de planeamento nos

diferentes níveis de educação e de ensino, configura uma área de melhoria, com o propósito de tornar

mais eficazes as decisões tomadas pelos conselhos de docentes e de turma e monitorizar o seu impacto

nas aprendizagens e nos resultados.

As iniciativas dinamizadas, algumas das quais comuns às diversas escolas básicas, adequam-se,

genericamente, às especificidades do contexto e enriquecem as experiências de aprendizagem de

crianças e alunos (visitas de estudo, Semana das Disciplinas, feira do livro, a título de exemplo).

A biblioteca escolar/centro de recursos, na escola-sede, desempenha um papel fulcral, que se tem

intensificado, na promoção de diferentes níveis de literacia e do trabalho autónomo, de hábitos de

leitura e na realização de iniciativas mobilizadoras da comunidade escolar, que têm subjacentes

algumas práticas de articulação intra e interdisciplinar. As dinâmicas que implementa permitem

colmatar a inexistência de bibliotecas nas restantes escolas, impulsionando, por exemplo, o empréstimo

de livros ou colaborando na organização dos respetivos fundos documentais.

PRÁTICAS DE ENSINO

A mobilização dos recursos para implementar respostas educativas eficazes para crianças e alunos com

necessidades educativas especiais de carácter permanente constitui um ponto muito forte do

Agrupamento, ainda que os documentos estruturantes não o espelhem. O trabalho, consistente,

desenvolvido entre os elementos que integram as unidades de apoio especializado e de ensino

estruturado consubstancia-se num acompanhamento sistemático, muito positivo, das problemáticas

referenciadas, no sentido da inclusão.

As necessidades detetadas e as situações específicas nas aprendizagens das crianças e dos alunos

suscitam a (re)definição de procedimentos e de estratégias de apoio nos conselhos de ano e de turma.

Assim sendo, a atribuição das medidas de promoção do sucesso escolar (coadjuvações pontuais no 1.º

ciclo; assessorias em matemática nas turmas do 6.º ano; apoio em todas as turmas, no 3.º ciclo, em

português e em matemática, e tutorias nos 2.º e 3.º ciclos) tem subjacente a prioridade concedida aos

alunos com necessidades educativas especiais e às disciplinas sujeitas a provas finais de ciclo. Para

colmatar essa opção estratégica, os projetos LabCiências ou Clube de Línguas Estrangeiras são

rentabilizados para propiciar algumas respostas pedagógicas, ao nível de apoios, embora sem revestirem

uma solução formal com essa intencionalidade explícita.

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Do mesmo modo são proporcionados momentos de acompanhamento mais personalizado aos anos de

escolaridade submetidos à avaliação externa. No 1.º ciclo, a prioridade na distribuição dos apoios

educativos foi alterada, em 2014-2015, para o 1.º ano, em detrimento dos 3.º e 4.º. Aqueles têm sido,

porém, comprometidos pela necessidade de substituição temporária, de alguns professores titulares,

pelos docentes do apoio educativo.

O Agrupamento enveredou, em 2014-2015, por um novo desafio: a constituição de uma turma de

homogeneidade relativa no 2.º ano de escolaridade que, pela sua recente implementação, ainda não

permite aferir o impacto nos resultados académicos. Embora se tenham registado outras evidências de

diferenciação pedagógica, a generalização dessas práticas, em contexto de sala de aula, com recurso a

estratégias e a metodologias de ensino diversificadas, constitui um campo a fortalecer, a fim de

aumentar a eficácia educativa.

Nos cursos de educação e formação, em funcionamento até 2013-2014, a promoção da aquisição de

competências profissionais, habilitadoras da inserção dos alunos no mercado laboral, fomentou os

saberes práticos. Linha de trabalho prosseguida, no presente ano letivo, com os cursos vocacionais

criados. No caso dos jovens que apresentam planos individuais de transição, têm assumido particular

importância algumas atividades integradoras desenvolvidas pela biblioteca escolar e pela Câmara

Municipal do Seixal.

A componente experimental ocorre, com alguma regularidade, nos diferentes níveis de educação e

ensino, favorecendo o desenvolvimento do espírito científico. Através de projetos/programas e núcleos

dinamizados, como sejam o Eco-Escolas ou o LabCiências, estimula-se a curiosidade científica. Quanto à

inovação pedagógica com base em metodologias ativas, há trabalho a fazer neste âmbito, em prol do

maior envolvimento dos alunos na construção do seu próprio saber.

Pese embora algumas condicionantes de ordem técnica, em particular no 1.º ciclo, as tecnologias de

informação e comunicação têm integrado, progressivamente, os processos de ensino e de aprendizagem.

A otimização dos quadros interativos existentes, enquanto ferramenta pedagógica, é, contudo, um

aspeto menos conseguido.

A atenção conferida à dimensão artística está patente em ações desenvolvidas, transversalmente, nos

diversos contextos educativos, e que valorizam a criatividade. Esta também é fortalecida através dos

clubes Fazendo Aprendo, Artes e Pintura, o Canto da Música e Fotografia e Vídeo. A exposição de

trabalhos nos espaços escolares é reforçada pela sua divulgação à comunidade educativa, por exemplo

na Semana das Disciplinas, nas comemorações do Aniversário da Escola ou em espaços públicos locais.

O maior pendor da monitorização do trabalho docente recai sobre a verificação do cumprimento dos

programas e a análise periódica dos resultados académicos. A implementação de mecanismos de

supervisão da prática letiva em sala de aula/atividades, enquanto estratégia formativa potenciadora da

partilha de boas práticas e orientada para a rendibilização dos saberes profissionais, apresenta-se como

uma área a investir.

MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS

É visível o trabalho consistente realizado pelas educadoras, ao nível da avaliação das aprendizagens,

numa linha de continuidade às boas práticas identificadas na anterior avaliação externa. O registo

trimestral dos progressos de cada criança é partilhado com as famílias, bem como a autoavaliação, feita

no final da semana, no momento Eu hoje mereço.

Os critérios gerais de avaliação constam dos documentos orientadores e os específicos são divulgados

junto dos alunos, pelos docentes de cada disciplina, no início do ano letivo, o que confere transparência

ao processo. Os parâmetros a avaliar e as ponderações atribuídas ao domínio cognitivo e ao atitudinal

foram intencionalmente reajustados, no ano letivo transato, visando diminuir a discrepância entre a

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avaliação interna e a externa. Não se evidenciam mecanismos de monitorização, por parte dos

departamentos curriculares, que assegurem o rigor e a equidade da aplicação desses critérios, o que é

um aspeto menos conseguido.

A utilização de instrumentos de avaliação diversificados é transversal aos vários níveis de educação e

ensino, sendo que a sua elaboração conjunta não reveste uma prática generalizada. Em algumas

disciplinas são concebidos testes-tipo, sendo depois cada professor responsável pela produção das

respetivas fichas sem, contudo, se consubstanciarem em matrizes comuns. A elaboração destas e,

subsequentemente, de critérios de correção harmonizados entre docentes, enquanto mecanismo de

calibragem dos instrumentos de avaliação e de regulação do grau de exigência em cada área curricular,

constitui uma área a incrementar. Nos anos terminais de ciclo, os testes e os critérios de correção são

concebidos, na generalidade, no sentido de os aproximar das provas de avaliação externa.

Os docentes dão informação de retorno aos alunos sobre o desempenho em diferentes tarefas. Afigura-se

importante, no entanto, generalizar a avaliação formativa, de modo contínuo e sistemático, enquanto

estratégia para reflexão e (re)ajustamento do processo de ensino e de aprendizagem. A autoavaliação

pode ser, igualmente, potenciada no sentido de induzir uma maior corresponsabilização dos alunos no

seu processo de aprendizagem, possibilitando aos docentes uma reflexão mais abrangente, por exemplo,

sobre as metodologias pedagógicas utilizadas.

As medidas de promoção do sucesso escolar implementadas são analisadas, trimestralmente, entre

outras estruturas, pelos conselhos de turma e em conselho pedagógico. Contudo, não se evidencia um

tratamento global estruturado, assente em indicadores que permitam, de modo consistente, aferir da

sua eficácia nas aprendizagens, pelo que se afigura relevante aprofundar os mecanismos de

monitorização das mesmas. As medidas educativas disponibilizadas aos alunos com necessidades

educativas especiais têm reflexos positivos na melhoria das respetivas aprendizagens, traduzindo taxas

de transição/conclusão elevadas (85%). Porém, o seu sucesso pleno constitui um desafio também a

abraçar pelos docentes. É através da verificação do cumprimento das planificações que se concretiza,

regularmente, a monitorização do desenvolvimento do currículo, nos departamentos curriculares e nos

grupos de recrutamento.

O Agrupamento, atento ao meio em que se insere, e perante grupos de alunos cujo perfil não se

enquadra no ensino regular, diversificou a oferta educativa em áreas ponderadas face aos interesses da

comunidade, contribuindo para a prevenção e a redução do abandono escolar. Têm-se, igualmente,

congregado sinergias entre os diretores de turma, os professores tutores, a psicóloga, a Comissão de

Proteção de Crianças e Jovens do Seixal e os agentes envolvidos no projeto Escola Segura. Persistem,

porém, alguns casos de abandono, atribuídos à falta de regularização da transferência escolar por parte

de famílias imigrantes que regressaram aos países de origem.

Em síntese, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na

melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta

uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes,

o que justifica a atribuição da classificação de BOM no domínio Prestação do Serviço Educativo.

3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO

LIDERANÇA

Numa lógica de indução de melhoria organizacional, o diretor, em funções desde 2013-2014, exerce uma

liderança de proximidade, num quadro de gestão partilhada, onde é visível a procura de consensos e de

compromissos em questões estratégicas. Revela espírito de desafio face aos constrangimentos e, com o

apoio de uma equipa coesa, orienta a sua ação para a resolução dos problemas do quotidiano escolar.

Valoriza as lideranças intermédias, conferindo-lhes margem de intervenção nas respetivas áreas de

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coordenação. Identificado na anterior avaliação externa, o ponto fraco “inexistência de uma visão

concertada na tomada de decisões” está, pois, a ser ultrapassado. O conselho geral, ciente das suas

competências e responsabilidades, denota uma atitude reflexiva e crítica.

O ambiente de trabalho, globalmente positivo, resulta do empenho da generalidade dos docentes e não

docentes no exercício das respetivas funções, em sintonia com os diferentes patamares de liderança. Os

assistentes técnicos e operacionais sentem-se reconhecidos e apoiados pela direção e, em termos gerais,

pelo corpo docente, sendo também implicados em iniciativas socioculturais que esta dinamiza. Ações

comemorativas e lúdicas (festa de final de ano, rally, a título exemplificativo), alargadas à comunidade

educativa, ajudam a estreitar laços e favorecem a coesão organizacional.

O Agrupamento congrega a confiança e o apoio de setores importantes da comunidade educativa. São

estabelecidas parcerias em áreas-chave de intervenção (Cooperativa Nacional de Apoio ao Deficiente,

Associação de Surdos do Seixal, Rede Incluir, Associação de Paralisia Cerebral de Almada, entre

outras), viabilizando-se respostas contextualizadas às necessidades educativas, à inserção na vida pós-

escolar e à inclusão social. A boa ligação ao meio torna-se visível na rendibilização de espaços das

escolas para as associações de pais e encarregados de educação e para as coletividades locais.

A interligação com a Junta de Freguesia da Amora e com a Câmara Municipal do Seixal é muito

positiva nas respostas dadas às solicitações dos jardins de infância e das escolas básicas e que, no caso

do transporte de alunos com necessidades educativas especiais, extravasam as competências que estão

cometidas a esta última, num investimento financeiro que se sublinha.

É merecedora de destaque a forte recetividade dos responsáveis às oportunidades que fortalecem a ação

educativa e se repercutem, de forma positiva, na formação integral de crianças e de alunos (Ler+, Magia

da Leitura, Sabor dos Números, entre outros). Nessa linha evidencia-se também um trabalho

continuado e persistente na adesão a diversos concursos, nomeadamente aos promovidos pela câmara

municipal, em que os prémios obtidos têm contribuído para reforçar o espólio dos materiais de cariz

pedagógico-didático.

Identificam-se, por parte do Agrupamento, atividades (receções aos pais e encarregados de educação, no

início do ano letivo, ou o envolvimento na concretização de projetos, de que a Manta do Amor é exemplo

emblemático) promotoras do diálogo com as famílias. Porém, estas nem sempre comparecem de forma

regular às solicitações da escola. É de realçar a abertura da direção e o incentivo à ação interventiva das

associações de pais e encarregados de educação, constituídas em todas as escolas. Aquelas denotam, por

seu turno, uma postura claramente colaborativa e de disponibilidade para o acompanhamento das

atividades escolares. Desempenham um papel fundamental, a título de exemplo, na promoção de aulas

de instrumentos musicais e no financiamento da infraestrutura de implementação dos cartões

magnéticos, na escola-sede, ou, através da União de Associações de Pais, no desenvolvimento das

atividades de enriquecimento curricular.

O projeto educativo vigente, que se encontra em fase de reformulação, não define prioridades, nem

explicita, em regra, o horizonte temporal para a consecução das metas, de forma a possibilitar a

respetiva monitorização e dar a conhecer o desempenho organizacional. O apuramento de desvios e a

identificação das respetivas causas, bem como a definição de medidas preventivas e ou corretivas, ficam

dificultados, limitando, assim, a sua eficácia enquanto instrumento orientador da ação educativa. O

ponto fraco “inexistência de quantificação das metas do Projeto Educativo, o que torna difícil a sua

avaliação” identificado na anterior avaliação externa não foi, por conseguinte, inteiramente superado.

O plano anual de atividades configura um instrumento agregador de um leque diversificado de

iniciativas dinamizadas pela generalidade das estruturas. A correlação com as metas do projeto

educativo a que aquelas visam dar cumprimento, bem como com as áreas de intervenção prioritária a

que dão resposta, não é plena, pelo que esta se apresenta como uma área a melhorar.

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GESTÃO

A diversidade da oferta educativa, embora tenha subjacente os interesses dos alunos e a inserção de

jovens em risco de abandono escolar é, igualmente, considerada no âmbito da gestão do corpo docente. A

afetação destes recursos é realizada, de forma o mais consentânea possível, com as competências

profissionais, numa lógica de adequação às funções. A continuidade pedagógica, embora se assuma como

um critério privilegiado, incluindo na atribuição da direção de turma, nem sempre é viável, o que pode

comprometer a prossecução de um trabalho continuado e consequente com os alunos.

No que respeita ao pessoal não docente, ajustam-se as tarefas a desempenhar às especificidades dos

vários setores, levando em linha de conta o perfil de cada trabalhador e as propostas da coordenadora

técnica e da encarregada operacional. Face ao decréscimo de assistentes operacionais em exercício

efetivo de funções, aliado à existência das unidades de ensino estruturado e de apoio especializado, tem-

se imposto o recurso a um número significativo de trabalhadores com contratos de emprego-inserção. A

dedicação e o espírito de entreajuda concorrem para assegurar o bom funcionamento das diversas áreas.

É reconhecida, pela generalidade da comunidade educativa, uma melhoria substancial dos circuitos de

informação e comunicação interna. O correio eletrónico institucional tem vindo a configurar um meio

importante na agilização dos contactos interpessoais entre os vários profissionais e com os pais e

encarregados de educação. A página web, redesenhada recentemente, é merecedora de maior

investimento por parte dos responsáveis, no que concerne à divulgação da oferta educativa e formativa e

dos projetos desenvolvidos, em ordem a conferir-lhes maior visibilidade junto da comunidade. O blogue

da biblioteca escolar constitui um instrumento digital de eleição na divulgação de informações

específicas e de iniciativas, o que se destaca pela positiva.

A gestão ponderada dos recursos físicos e materiais é uma constante. Pese embora os condicionalismos

logísticos na escola-sede, ressalta o trabalho realizado no sentido de assegurar e de rendibilizar, de

modo criterioso, os equipamentos indispensáveis para o desenvolvimento da atividade educativa, em

geral, e das unidades de ensino estruturado e de apoio especializado, em particular. A alternativa à

inexistência de um pavilhão gimnodesportivo foi encontrada numa sala adaptada a ginásio, cuja gestão

e utilização configura um desafio permanente para os responsáveis e para os docentes que lecionam a

disciplina de educação física e desenvolvem as atividades do Desporto Escolar.

No que respeita ao desenvolvimento profissional dos trabalhadores, constam no plano anual de

atividades algumas iniciativas de formação interna, designadamente no âmbito da biblioteca escolar e

da Língua Gestual Portuguesa. A agregação, de modo sistematizado, num plano de formação, do

diagnóstico de necessidades de docentes e não docentes e das propostas formativas, enfatizando a

disseminação de conhecimentos e das boas práticas, bem como a rentabilização das competências e das

diversas áreas de especialização, é um mecanismo a melhorar.

AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA

O relatório de avaliação externa, produzido em novembro de 2010, identificou um processo pouco

consistente ao nível autoavaliativo, considerando-o como um ponto fraco. A alteração da direção e a

cessação de funções da equipa de autoavaliação condicionaram a sustentabilidade dos procedimentos e

das recomendações por esta formuladas, pelo que aquele aspeto não foi superado.

Face à situação de instabilidade, o conselho geral assumiu, temporariamente, o processo de

autoavaliação. Considerando, porém, não ser passível de garantir a necessária equidistância e sentido

crítico no diagnóstico a realizar defendeu a criação de uma equipa específica para o desempenho dessas

funções. Decisão que foi protelada pela direção, então em exercício de mandato. Foi com o atual diretor,

em novembro de 2014, que se iniciaram os contactos no sentido da constituição da referida equipa.

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Não obstante as vicissitudes verificadas ao nível da liderança de topo, têm-se mantido, ao longo dos

anos, algumas rotinas autoavaliativas no âmbito dos resultados académicos, assim como da elaboração

de relatórios de execução das atividades, pelos vários grupos de trabalho e lideranças intermédias.

Ainda que aqueles reflitam uma atitude de autoquestionamento por parte dos diferentes órgãos e

estruturas, tendo produzido um conjunto de dados úteis que têm permitido conhecer as fragilidades com

que o Agrupamento se depara, o trabalho realizado não se enformou como uma ferramenta que agrega,

de forma estruturada, as informações setoriais existentes.

Desde 2013-2014, têm sido implementadas medidas ancoradas no projeto de intervenção do diretor, que

perspetivam algum impacto no planeamento e na gestão de atividades. No entanto, a identificação de

áreas prioritárias, assentes em planos de ação de melhoria e em que sobressaia, de modo explícito, a sua

relação com a monitorização e a análise dos resultados académicos é uma vertente a desenvolver,

induzindo, assim, sinergias entre os planos organizacional e pedagógico. O alargamento da

autoavaliação às práticas de ensino e a reflexão sobre a eficácia das mesmas configura-se, igualmente,

como um desafio em que o corpo docente deverá investir e que, uma vez assumido em pleno pelo mesmo,

permitirá delinear oportunidades de melhoria dos processos de “ensinar a aprender”.

Releva-se que os diferentes órgãos e estruturas educativas estão conscientes e mobilizados para

enveredar por um processo de autoavaliação sustentado e fiável, que suporte as opções estratégicas e

reforce os seus efeitos no planeamento, na gestão das atividades e nas práticas profissionais. Porém,

ainda há um caminho a percorrer neste âmbito.

Traçar metas mensuráveis e calendarizadas, bem como objetivos claros, suportados em indicadores de

eficiência organizacional, em que se identifiquem os responsáveis pelas medidas e os mecanismos

(explícitos e estruturados) de monitorização das mesmas, afigura-se como uma área merecedora de

investimento por parte dos responsáveis, em ordem a que o processo dê forma a uma ferramenta de

melhoria global do Agrupamento, permitindo fundamentar, de modo consequente, todas as decisões.

Em suma, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na

melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta

uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes.

Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Liderança e Gestão.

4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA

A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:

O trabalho efetuado no âmbito da educação pré-escolar, consubstanciado em metodologias

consistentes, promotoras do desenvolvimento das aprendizagens das crianças;

A mobilização de recursos especializados para crianças e alunos com necessidades educativas

especiais, consubstanciada numa linha de trabalho consistente e potenciadora da inclusão;

A diversificação da oferta educativa, quer pelas respostas desenvolvidas junto das crianças e

dos alunos, quer pelo contributo que tem dado para a prevenção e a redução do abandono

escolar;

A importância da biblioteca escolar na promoção de diferentes níveis de literacia e do trabalho

autónomo, no incremento de hábitos de leitura e na dinamização de iniciativas mobilizadoras

da comunidade escolar;

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A forte recetividade dos responsáveis às oportunidades que, transversalmente, fortalecem a

ação educativa e reforçam o espólio de materiais de cariz pedagógico-didático, através de

diversas parcerias, projetos e concursos;

A liderança de proximidade desenvolvida pela direção, numa lógica de indução de melhoria

organizacional e num quadro de gestão partilhada, em prol da construção de uma identidade

própria de Agrupamento;

O incentivo à ação interventiva das associações de pais e encarregados de educação, o que

contribui, de forma relevante, para a qualidade do serviço educativo prestado.

A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus

esforços para a melhoria são as seguintes:

A identificação explícita dos fatores determinantes do sucesso e do insucesso, intrínsecos ao

processo de ensino e de aprendizagem, de modo a tornar mais eficazes as ações implementadas

para a melhoria das aprendizagens e dos resultados académicos;

A operacionalização de processos generalizados de gestão articulada do currículo, sustentada

num planeamento estruturante e orientador que defina procedimentos e metodologias, de

forma a contribuir para a consistência das aprendizagens e o aumento da eficácia da ação

educativa;

O investimento nos planos de trabalho de grupo e de turma, enquanto instrumentos de

planeamento, em ordem a tornar mais eficazes as decisões tomadas pelos conselhos de docentes

e de turma e a monitorizar o seu impacto nas aprendizagens e nos resultados;

A implementação de mecanismos de supervisão da prática letiva em sala de aula/atividades,

enquanto estratégia formativa de melhoria, potenciadora da partilha de boas práticas e

orientada para a rendibilização dos saberes profissionais e para a melhoria da qualidade do

ensino prestado;

A intensificação da vertente formativa da avaliação enquanto instrumento regulador dos

processos de ensino e de aprendizagem, e o reforço da aferição das práticas avaliativas de forma

a garantir a confiança na avaliação interna e nos resultados;

A potencialização da página web do Agrupamento, na projeção da oferta educativa e formativa e

dos projetos desenvolvidos junto da comunidade educativa;

O desenvolvimento de um processo de autoavaliação agregador, que comprometa a comunidade

educativa e que, sem descurar os mecanismos explícitos e estruturados de monitorização

sistemática dos processos, permita sustentar, de forma consequente, todas as decisões

organizacionais.

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15-04-2015

A Equipa de Avaliação Externa: Helena Afonso, Isabel Fialho e Maria João Pereira

Concordo. À consideração do Senhor

Secretário de Estado do Ensino e da

Administração Escolar, para homologação.

O Inspetor-Geral da Educação e Ciência

Homologo.

O Secretário de Estado do Ensino e da

Administração Escolar