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PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
1
REPÚBLICA DE ANGOLA
PROVEDORIA DE JUSTIÇA
Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014
Luanda, Março de 2015
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
2
Título:
Relatório Anual à Assembleia Nacional – 2014
Edição:
Provedoria de Justiça
Como contactar o Provedor de Justiça:
Rua 17 de Setembro ou Pinheiro Furtado, Cidade Alta
Luanda - Telefone: 222 371 071 / Fax: 222 399 994 /Telemóvel: 917416765
EMAIL: [email protected] – WEB: www. provedor-jus.co.ao
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
3
Em cumprimento do disposto no n.º 7, do art.º
192º da Constituição da República de Angola,
conjugado com o n.º1 do art.º 21.º, do Estatuto
do Provedor de Justiça – Lei n.º 4/06, de 28 de
Abril e com o n.º 5 do art.º n.º 272º do Regimento
da Assembleia Nacional, tenho a honra de
apresentar a esta Magna Casa das Leis, o
Relatório Anual das Actividades relativo ao ano
de 2014.
O Provedor de Justiça,
PAULO TJIPILICA
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
4
ÍNDICE
Introdução……………………………………………………..…………………………………………………… .4
1 - Actividade Processual do Provedor de Justiça……...………………………..…………………… 8
1.1 Processos Registados……..……………………………………………..………..………………. 8
1.2 Situação Actual dos Processos…..………………………………………………… ………… 10
1.3 Participação Segundo o Género....………………………….……. …….……………………13
1.4 Assuntos mais recorrentes …………………………………………………….…………...….…15
1.5 Entidades visadas – As que respondem e as que não respondem .……….……….…..19
1.6 Proveniência das participações……………………………………… …………...……….….23
1.7 Grelha Exemplificativa das Audiências Concedidas………………………………………24
1.8 Exemplos de Tratamento de Dados …………………………………………………………..46
2- Outras actividades do Provedor de Justiça e da Provedora de Justiça Adjunta …………57
2.1 Visitas efectuadas e Acções Internas ………………………………………..……………….57
2.2 Serviços Locais……………...……………………...………….……………………………….…..94
2.3 Participação internacional – Presidência Angolana da AOMA / IVAssembleia
Geral da AOMA na sede da União Africana …………………………………………….113
2.4 Recursos Humanos e Acções de Formação .………………………….…………………..145
3 - Gestão Financeira ……..…………………………………………………..……..………………..…151
- Agradecimentos…..…………………………………………………………………………….….153
- Conclusões…………………………………………………………...………………………………155
- Anexo
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
5
INTRODUÇÃO
I
Findo o ano de 2014, com todas as vicissitudes inerentes à gestão do
banco de dados dos assuntos ou problemas apresentados e aos
factores que se entrecruzam no relacionamento institucional, podemos
afirmar e informar que algo de positivo foi realizado, designadamente,
no atendimento aos cidadãos, nas visitas às províncias, aos
estabelecimentos prisionais, no registo da correspondência expedida e
recebida, nas participações dos cidadãos por via escrita, pelo portal e
internet, pela via telefónica e presencialmente.
Além disso, sempre que a gravidade das situações expostas o
impusessem, foram efectuadas averiguações “in loco” com o objectivo
de esclarecer factos junto das entidades visadas.
Neste ano, teve lugar a assinatura do Acordo de Cooperação entre a
Provedoria de Justiça e o Ministério da Comunicação Social, pela via do
qual, se irá viabilizar a veiculação nos “media públicos”, campanhas em
prol da cidadania e da civilidade, para ajudar a mitigação da relação
da crise entre as pessoas e os bens públicos, bem como auxiliar na
divulgação do Mandato, Função e Utilidade do Provedor e da
Provedoria de Justiça.
No que tange a formação de quadros, foram atingidos níveis bastante
satisfatórios, dando resposta às recomendações da Magna Casa das
Leis.
Por elementar dever de justiça, deve ser sublinhado o apoio prestado
pelas superiores instâncias do nosso país – a Presidência da República, a
Assembleia Nacional, bem assim, a colaboração e a prontidão nas
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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respostas da área da justiça, desde os órgãos da judicatura, aos
serviços da tramitação administrativa, igual referência a certos
ministérios.
Aguarda melhor oportunidade, o preenchimento ou a instalação dos
serviços locais em algumas províncias com contactos já encetados.
É de salientar, o facto de a Provedoria de Justiça, estar neste momento
a debater-se com os problemas da falta de pessoal. Há áreas e sectores
da lei orgânica, que ainda não estão preenchidos.
Mais uma vez, manifesta-se a angústia de não ver agendada para
apreciação, discussão e quiçá, aprovação de uma minuta de
coadunação do estatuto e da lei orgânica da Provedoria de Justiça à
actual constituição. Esta Instituição, vem funcionando desde 2010, ao
arrepio da actual constituição. Razões não vislumbráveis, retardam esta
minuta desde 2010.
Esta situação põe em causa o funcionamento com a eficácia
reclamada pelos cidadãos, acarretando disfunções e dificuldades de
vária índole na busca das melhores práticas e soluções visando acudir o
cidadão que acorre aos serviços do Provedor de Justiça.
No plano internacional, após quatro anos na condução dos destinos de
AOMA (Associação dos Ombudsman, Mediadores ou Provedores de
Justiça Africanos), deu-se por terminado o mandato de Angola a frente
dos destinos da organização. O evento teve lugar de 4 a 12 de
Novembro de 2014, na sede da União Africana, com a cooperação das
autoridades da Etiópia na qualidade de país anfitrião, a exemplo de
Angola em 2010. Este evento teve o privilégio da presença física da
Presidente da Comissão da União Africana, Dra. Gonsazana Dlamini-
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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Zuma e foi por sua vontade funcional que se realizou sob seus auspícios
na sede da União Africana.
Durante o seu mandato, Angola desenvolveu papel importante no
desempenho da presidência da Associação dos Provedores de Justiça
Africanos, tendo visitado as regiões Norte, Sul, Este e Oeste, Centro e
África do indico. Presidiu todas as reuniões do Comité Executivo e do
Instituto de Formação – AORC, sediado em Durban – Universidade de
Kwazulu Natal, para além de ter fomentado e facilitado a
institucionalização da figura do Provedor de Justiça em Moçambique e
Cabo Verde, a título de exemplos.
Visando dar respostas mais cabais à causa dos cidadãos, o ano de
2014, teve como pórtico de conduta, as seguintes palavras:
O CIDADÃO, A NOSSA OCUPAÇÃO,
O CIDADÃO, A NOSSA PREOCUPAÇÃO,
MAIS CIDADANIA, MAIS DIREITO,
MAIS DIREITO, MAIS CIDADANIA.
II
A estrutura do presente relatório persegue o figurino dos relatórios
anteriores, porquanto representa o arquétipo encontrado com base nas
doutas sugestões e recomendações das comissões especializadas da
Assembleia Nacional.
Nestes termos, o relatório está dividido em três capítulos:
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
8
O PRIMEIRO CAPÍTULO contempla a actividade processual, bem
retratada no rol das entradas que mais adiante se exemplificam pelo
registo diário.
O SEGUNDO CAPÍTULO integra outras actividades do provedor de
Justiça que inclui quatro títulos:
Visitas efectuadas pelo Provedor de Justiça e Provedora de
Justiça Adjunta / acções internas;
Serviços locais;
Participação internacional;
Recursos Humanos e Acções de Formação.
O CAPÍTULO TERCEIRO aborda a questão financeira que contém o
exercício da execução financeira do ano de 2014.
O relatório contém quadros, ilustrações e imagens fotográficas
reveladores das acções a nível nacional e internacional.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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1. ACTIVIDADE PROCESSUAL DO PROVEDOR DE JUSTIÇA
1.1. Processos Registados
Durante o ano de 2014, a Provedoria de Justiça registou um fluxo
de entradas de 3907 documentos de diversa natureza, dos quais
cooptados como processos 612, que constituem exposições de
cidadãos que reclamam determinados direitos supostamente
violados e subsequente instrução para o apuramento da verdade
dos factos e o seu enquadramento jurídico.
No desenvolvimento das novas tecnologias de informação, a
Provedoria de Justiça tem envidado esforços no sentido de uma
melhor aproximação dos serviços ao cidadão pela utilização
desses meios, através do portal da instituição e do e-mail.
Assim, das 612 exposições supra, 586 foram realizadas
presencialmente, ou seja, os cidadãos interessados apresentaram
as suas reclamações pessoalmente, junto do Guiché do cidadão
que, na oportunidade, foram prestados os devidos
esclarecimentos sobre os procedimentos a adoptar, e 26
exposições por via e-mail.
Fazendo um quadro comparativo com o ano anterior, 2014
registou um incremento no número de participações, num
diferencial de 19, ou seja, como ilustra o gráfico abaixo, em 2013
houve 593 participações, enquanto, em 2014, deram entrada de
612, provenientes das 18 províncias do país.
O quadro seguinte demonstra a evolução das participações que
foram registadas durante os últimos setes anos.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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Quadro n.º 1
ANO RECLAMAÇÕES REGISTADAS
2008 186
2009 334
2010 292
2011 295
2012 673
2013 593
2014 612
TOTAL 2985
Gráfico n.º 1
Participações registadas nos últimos 7 anos
186
334
292
295
673412
593
612
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
11
Entretanto, das referidas exposições, após uma análise prévia e
mecanismo de triagem, foram constituídos 554 processos, com os mais
variados assuntos ou objecto de reclamação.
A esse número junta-se aquele de processos transitados do ano anterior,
que é, conforme os dados do Relatório de 2013, de 114 processos,
totalizando, assim, 668 processos que correram seus trâmites na
Provedoria de Justiça.
1.2. Situação Actual dos Processos
No ano de 2014, foram expedidos 1881 ofícios, no cômputo geral, sobre
os vários assuntos da vida institucional. Em contrapartida, o Provedor de
Justiça recebeu 416 ofícios, igualmente de diversa natureza, mas
sobretudo no concernente à actividade processual.
Nesse período, correram seus tramites 438 (quatrocentos e trinta e oito)
processos, isto é, tiveram o devido tratamento de análise no âmbito de
instrução, que abrange o exame cuidado da factualidade ou de dados
apresentados pelos reclamantes, bem como a solicitação da
intervenção das entidades visadas, em obediência ao princípio do
contraditório, antes da emissão de qualquer recomendação.
Assim, foram solicitados 155 (cento e cinquenta e cinco)
esclarecimentos às entidades visadas;
128 (cento e vinte e oito) processos considerados findos, distribuídos da
seguinte forma:
51 (cinquenta e um) casos foram arquivados por várias razões,
nomeadamente, quando não sejam da competência do
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
12
Provedor de Justiça (32); quando o Provedor de Justiça conclua
que a queixa não tem fundamento ou que não existem
elementos bastantes para ser adoptado qualquer procedimento;
e quando a ilegalidade ou injustiça invocadas já tenham sido
reparadas (19), (vide alíneas a), b) e c), do n.º 1 do artigo 28º, da
Lei n.º 4 de 28 de Abril – Lei do Estatuto do Provedor de Justiça);
77 (setenta e sete) casos resolvidos, ou seja, os cidadãos
reclamantes lograram, de facto, a sua pretensão tendo sido
repostos os seus direitos supostamente violados pelas entidades
visadas, ou simplesmente, foram devidamente esclarecidos,
como teremos oportunidade de demonstrá-lo mais adiante.
32 (trinta e dois) processos foram encaminhados para outras entidades,
por se considerar que as suas matérias não se circunscrevem no âmbito
de actuação do Provedor de Justiça, como previsto no artigo 29º da lei
acima referida;
12 (doze) recomendações produzidas. Considera-se pertinente
esclarecer aqui o facto de que muitos dos pedidos de esclarecimentos
tinham um duplo sentido ou objectivo: esclarecer os factos arrolados na
exposição supostamente praticados pela entidade visada, e, em caso
de existir alguma ilegalidade ou injustiça, repará-las. Desta forma,
explica-se a razão de ser tão reduzido o número de recomendações
feitas aos órgãos visados;
205 (duzentas e cinco) audiências solicitadas. Porém, 105 (cento e
cinco) foram concedidas, directamente pelo Provedor de Justiça ou
pela Provedora de Justiça –Adjunta, com trânsito de 100 (cem)
audiências para o ano seguinte.
De uma forma geral, transitam para o ano de 2015, 230 (duzentos e
trinta) processos, por se encontrar em instrução.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
13
Em suma, foram 554 (quinhentos e cinquenta e quatro) Processos
referentes ao registo do ano de 2014 e 114 (cento e catorze) processos
transitados do ano anterior totalizam 668 (seiscentos e sessenta e oito)
processos. Ora, sendo que 438 (quatrocentos e trinta e oito) processos
foram instruídos, transitam para o ano seguinte 230 (duzentos e trinta)
processos, como se ilustra no quadro seguinte.
Numa perspectiva comparativa com o ano anterior, temos o seguinte
quadro e respectivo quadro:
Quadro n.º 2
Situação dos
Processos
2013 2014
Arquivados 75 51
Resolvidos 78 77
Encaminhados 49 32
transitam 114 230
Aguardam resposta
das entidades
visadas
63 220
Em Análise 91 58
TOTAL 612 668
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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Gráfico n.º 2
1.3. Participação Segundo o Género
O recurso ao serviço do Provedor de Justiça continua a ser dominado
pelo género masculino, como tem acontecido desde os primeiros
dados estatísticos sobre a actividade do Provedor de Justiça.
Contudo, importa realçar que com alguma frequência as senhoras
apresentam as suas reclamações em grupo, de duas ou três pessoas,
reivindicando os mesmos direitos, quiçá, revendo-se na mesma
situação. Não obstante, a sua afluência ao serviço do Provedor de
Justiça é bastante diminuta, se comparada com a dos homens. O
mapa abaixo ilustra bem essa realidade.
O que eventualmente pode justificar essa diferença bastante
considerável entre o género masculino e feminino no acesso ao serviço
0
50
100
150
200
250
2013 2014
Arquivados
Resolvidos
Encaminhads
Aguardam Resposta
Em Análise
Recomendações
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
15
do Provedor de Justiça é o facto de que os problemas que muitas vezes
são submetidos à essa entidade não têm simplesmente a ver com a
pessoa na sua particularidade, mas sim se trata de uma questão
familiar, sendo o pai, enquanto chefe de família, aquele que se
posiciona na linha de frente, procurando encontrar as devidas soluções.
Quando são as senhoras a recorrer ao Provedor de Justiça, quase
sempre se apresentam na qualidade de chefe de família, ou o
problema diz respeito à sua pessoa. Por conseguinte, sente que é a
única pessoa legitimada para solicitar qualquer intervenção de alguma
entidade.
Quadro n.º 3
GÉNERO/ANO 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 TOTAL
Homens 140 250 189 200 294 389 428 1890
Mulheres 25 39 51 57 96 138 103 509
Pessoas
colectivas/Grupo
21 45 57 38 28 85 81 355
TOTAL 186 334 297 295 418 612 612 2536
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
16
Gráfico n.º 3
Participações segundo o género
1.4. Assunto mais Recorrentes
Cada vez mais os cidadãos recorrem à intervenção do Provedor de
Justiça para verem resolvidos os seus problemas, não só na sua relação
com as entidades ou órgãos da Administração Pública, central ou local,
mais também na relação com outros particulares.
Contudo, o objecto das reclamações é diferenciado, conforme a
natureza do litígio e da matéria em contenda. Neste sentido, são vários
os assuntos que motivam o cidadão a solicitar o auxílio do Provedor de
Justiça que, por necessidade metodológica e permitir uma melhor
compreensão, agrupamos os vários assuntos por categorias, conforme a
similitude ou afinidade existente entre si.
Assim, sublinhamos as seguintes categorias:
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Homens
Mulheres
PessoasColectivas/Grupo
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
17
Justiça, integrando as matérias relacionados com os direitos
fundamentais; as reclamações ou assuntos que têm a ver com a
administração da justiça, dos tribunais (neste particular, com
realce às reclamações por falta de celeridade na conclusão dos
processos judiciais, a falta de execução das sentenças e os
pedidos de patrocínio judiciário por insuficiência económica;
Laboral – esta categoria abrange todos os assuntos relacionados
com os litígios ou problemas laborais, nomeadamente os
despedimentos de funcionários públicos ou de trabalhadores
(tratando-se de empresas públicas ou de capitais
maioritariamente públicos, conforme a prescrição da própria lei
do Estatuto do Provedor de Justiça); as indemnizações à margem
dos ditames da lei; a falta de pagamento de salários e de outros
direitos decorrentes do vínculo contratual, etc.;
Conflito de Terras/Conflitos Imobiliários – Desde que a Constituição
da República de Angola, de 2010, consagrou a terra como
propriedade originária do Estado, e a actividade imobiliária
passou a ser uma indústria bastante lucrativa, os conflitos de terras
agudizaram-se entre, muitas vezes, a Administração e os
particulares, e os particulares entre si. Ora, sendo ou não da
competência do Provedor de Justiça, esses assuntos eram
levados à sua consideração e análise, o que implicava, com
frequência, a deslocação do Provedor de Justiça ou técnicos
para junto dos terrenos em conflito e respectivas administrações.
Tem sido uma tarefa nada fácil, pois nem sempre os que
reivindicam a titularidade de um determinado prédio rústico ou
terreno se encontram habilitados documentalmente, por um lado,
e as intenções da própria administração são transparentes.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
18
A grelha retratada no ponto 1.8 ilustra mais ou menos a
frequência dos assuntos mais recorrentes,
O quadro seguinte demostra de forma exaustiva os principais
assuntos relacionados com as reclamações ou queixas
apresentadas pelos cidadãos
Quadro n.º 4
Assuntos/Ano 2014
Administração da Justiça/Direitos
Fundamentais
93
Laboral 81
Imobiliário 65
Segurança Social (INSS) 24
Desalojamento/demolições 13
Detenções/Prisões preventivas
(reclamações)
18
Outros 297
Gráfico n.º 5
0
20
40
60
80
100
120
140
2014
Adm. Just./Dir. Fundamen.
Laboral
Conflito de Terras/Imobiliário
Segurança Social (INSS)
Desalojamento/demoliões
Detenções/Prisões Preventivas
Outros
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
19
Pretendendo estabelecer algum quadro comparativo, com as devidas
adaptações pelo facto de nos dados de 2014 terem sido incluídos
outras referências ou variáveis que nos anos anteriores estavam diluídas
ou aglutinadas em outras, nomeadamente a variáveis sobre os
desalojamentos/demolições e as que se referem às detenções/prisões
preventivas, apresenta-se o seguinte gráfico ilustrativo da evolução e
das variações dos diferentes assuntos mais recorrentes ao longo dos
últimos 7 anos de actividades do Provedor de Justiça.
Quadro n.º 5
Assuntos/Ano 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Laboral 58 56 59 32 37 74 81
Imobiliário 33 62 35 23 75 48 65
Adm.
Justiça/Tribunais/Min.
Público/Dir. Fundamentais
12 15 62 54 68 86 93
Segurança Social 40 24 72 15 36 27 24
Outros 43 27 64 38 202 350 297
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
20
Gráfico n.º 6
Tal como se pode constatar, uma percentagem considerável de
reclamações dos cidadãos tem a ver com as matérias relacionadas
com a administração da justiça e direitos fundamentais, os conflitos
laborais e os conflitos no âmbito dos direitos fundiários ou de terras.
A grelha de dados que abaixo se expõe apresenta de forma detalhada
os principais assuntos que versam os diferentes casos registados na
Instituição.
1.5. Entidades Visadas
Durante o ano em análise, o Provedor de Justiça, no exercício da sua
actividade de instrução de processos e resolução dos conflitos cuja
entidade visada é determinado órgão da Administração Pública, foi
interagindo com as diversas entidades públicas, através de ofícios ou
0
50
100
150
200
250
300
350
400
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Laboral
Imobiliário/Fundiário
Segurança Social
Ad. Justiça
DireitosFundamentaisOutros
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
21
através de solicitações de informações pelos técnicos juristas
credenciados para o efeito, no sentido de encontrar uma solução ou,
pelo menos, um esclarecimento do caso submetido à sua apreciação.
Assim, foi possível identificar, a partir das exposições dos cidadãos
reclamantes, 57 órgãos visados, todos eles da Administração Pública,
com maior ou menor frequência. Por conseguinte, na fase de instrução,
o Provedor de Justiça solicitou mais de 50 (cinquenta) esclarecimentos
aos diferentes órgãos, 12 Recomendações, strictu sensu, pois que
amiúde as recomendações vão indexadas no pedido de
esclarecimentos, e vários ofícios de insistência.
Enquanto alguns órgãos e dignam responder as solicitações do
Provedor de justiça, outros remetem-se pura e simplesmente ao silêncio,
não obstante, por vezes, as referidas insistências.
O quadro a seguir, ilustra os diversos órgãos da Administração Pública a
quem se endereçou algum ofício do Provedor de Justiça, a frequência
e a indicação de ter respondido ou não à essa diligência.
Quadro n.º 6
ÓRGÃO VISADO
Nº de vezes
Ofícios
recebidos
Ofícios
respondidos
Tribunal Constitucional 1 0 0
Tribunal Supremo 8 3 0
Procuradoria – Geral da República 07 4 2
Conselho Superior da Magistratura
do Ministério Público
1 1 0
Estado Maior General 3 1 0
Tribunal Provincial de Luanda 13 8 0
Tribunal Provincial de Benguela 1 0 0
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
22
Tribunal Provincial do Lobito 1 1 0
Tribunal Provincial do Moxico 1 1 1
Tribunal Provincial do Uíge 2 0 0
Tribunal Provincial do K. Sul 1 1 0
Tribunal Provincial da Huila 1 1 1
Tribunal Provincial da Lunda Norte 1 0 0
Tribunal Municipal da Ingombota 4 2 0
Tribunal Municipal do Cacuaco 1 1 1
Ministério do Interior 4 3 1
Ministério da Saúde 3 0 0
Ministério da Defesa 2 2 2
Ministério da Indústria 2 1 0
Ministério da Educação 2 2 2
Ministério da Agricultura 2 1 0
MAPTSS 2 0 0
Ministério da Justiça e dos Direitos
Humanos
4 3 2
Ministério do Ensino Superior 1 0 0
Ministério do Comércio 1 1 0
Provedoria deJustiça 2 0 0
Ordem dos Advogados de Angola 1 1 1
Governo Provincial de Luanda 6 4 1
Governo Provincial do Cunene 1 1 0
Governo Provincial de Cabinda 3 1 1
Governo Provincial do Uige 2 1 0
Governo Provincial do K. Sul 1 0 0
Comando-Geral da Polícia
Nacional
4 3 2
Comando Provincial da Polícia
Nacional do Namibe
1 1 1
DNIC 8 3 1
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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Direcção Provincial de Educ.
Luanda
3 3 0
Direcção Provincial de Educ.
Benguela
1 1 1
Administração Municipal do Sumbe 1 1 1
Administração Municipal de Viana 5 2 1
Administração de Icolo e Bengo 1 1 0
Administração Municipal do Lobito 3 0 0
Administração Municipal do Kuito 1 1 0
Administração Municipal de
Benguela
3 3 3
Administração Municipal de Belas 1 1 0
Administração Municipal de Viana 2 2 1
Administração de Cacuaco 2
Administração Distrital de Kilamba
Kiaxi
1 1 0
TAAG 1 0 0
SONIP 1 1 1
Endiama 1 1 0
INSS 2 1 1
Sonangol Distribuidora 1 0 0
Clinica Girassol 1 1 0
Conservatório do Registo Predial 1 0 0
Universidade Mandume Ya
Ndemufayo
1 1 1
Universidade Katyavala Bwila 1 1 0
Banco de Poupança e Crédito
(BPC)
1 0 0
Banco de Desenvolvimento de
Angola (BDA)
1 1 1
Comissão Nacional de Venda do 1 1 0
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
24
Património do Estado
Delegação de Habitação do
Huambo
1 0 0
INADEC 1 0 0
Direcção Nacional das Alfândegas 3 0 0
Hospital Américo Boavida 1 1 0
Hospital Militar de Luanda 1 0 0
Sociedade Mineira do Kuango 1 1 0
Caminhos de Ferro de Luanda 1 1 0
Comarca de Luanda 1 1 0
1.6. Proveniência das Participações
Os cidadãos dos vários cantos do país, com mais ou menos
dificuldades, em função de existir ou não próximo das suas residências
os serviços da Provedoria de Justiça, têm feito chegar as suas
reclamações ou queixas.
No entanto, Luanda regista o maior número de participações, o que se
compreenderá pelo facto não só da sede da instituição estar ubicada
em Luanda, em que se faz sentir com mais acuidade a divulgação da
função, mandato e actividade do Provedor de Justiça, mas sobretudo
por razões de densidade populacional, ou seja, Luanda concentra o
maior número de cidadãos, o que potencia uma maior conflitualidade
em todos os domínios.
A título de exemplo, temos a seguinte distribuição geográfica:
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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Quadro n.º 7
Província N.º de Participações
Bengo 2
Benguela 31
Bié 3
Cabinda 19
Cunene 1
Humbo 7
Huila 10
K. Kubango 1
K. Norte 2
K. Sul 12
Luanda 400
L.unda-Norte 3
Lunda-Sul 2
Malange 3
Moxico 3
Namibe 3
Uige 10
Zaire 4
TOTAL 516
1.7. Grelha Exemplificativa das audiências concedidas.
O cidadão, tal como fizemos referência, pode recorrer ao serviço do
Provedor de Justiça de várias maneiras e sob diversas formas. Uma delas
é o acesso directo, através de uma audiência, muitas vezes sem prévia
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
26
marcação, durante a qual se expõe os problemas que afligem o
cidadão e, quanto possível, encontrar uma solução imediata.
Em termos de calendarização, o Provedor de Justiça atende sempre, ou
seja todos os dias, sempre que é solicitado ou as circunstâncias o
impõem. Porém, ordinariamente, atende à segunda e terça-feira. À
quarta e quinta-feira, recebe os cidadãos em audiência a Senhora
Provedora de Justiça-Adjunta.
Já fizemos referência de que foram recebidos em audiência 205
cidadãos que, quase sempre, se reduz à constituição de um processo
que seguirá seus tramites, no âmbito de instrução processual.
A seguir, um exemplo (indicação) das audiências concedidas e
respectivas actas.
ABRIL
DATA DA AUDIÊNCIA 07/04/2014
Nº NOME
1 José Paulino
2 Jaime Manuel Gomes Maiato
3 Antonio dos Marteris Pareira do Amaral Gurgel
4 Júlia da Piedade Katenda
5 Luís Miguel
6 Beatriz Maria Mateus Jorge
DATA DA AUDIÊNCIA 08/04/2014
Nº NOME
1 Eugênia Chinengue Luvui Quiri Sonia Do Espirito Santo
Paulina António
2 José João Pedro
3 Adão José Moraes Cunga
4 Lopes Mufumagala
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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DATA DA AUDIÊNCIA 24/04/2014
Nº NOME
1 Adão José Cungo
2 Jaime Manuel Gomes Maiato
3 Morine Putsa
4 Lopes Mufumagala
5 Rosa Marcos Dias Vieira Lopes
MAIO
DATA DA AUDIÊNCIA 16/05/2014
Nº NOME
1 Alice Maria M. Barros
2 Basílio Rufino Mateus Vasconcelo
3 Inocente Mbongaba
4 João Augusto Miguel
5 Maria da Conceição Fernandes Manuel
6 Conceição António Caiado Domingos
Salvador Bonifácio Domingos Tito
7 Celeste Filomena Baptista
8 Lopes Mufumagala
DATA DA AUDIÊNCIA 19/05/2014
Nº NOME
1 Manuel Gonçalves Malungo Maria Manuela Gonçalves Malungo
Sr. Gentil
DATA DA AUDIÊNCIA 26/05/2014
Nº NOME
1 Mateus Falcão Diogo
2 Yolanda Tchioquessinda Tchingongue Huambo
3 Adalberto Eliseu Canganjo Cauaia
4 Lopes Mufumagala
JUNHO
DATA DA AUDIÊNCIA 04/06/2014
Nº NOME
1 Cleudio Nuno Pedro Razão
2 Maria Joaquina Correia
3 Orlando João de Castro
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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4 Gabriel Dimba
5 Mataya José Simão
6 Celeste Filomena Baptista
7 Morine Putsa
8 Gelson Florencio Abel Gunza
9 António Caetano Garcia
10 João de Castro Mabonze
DATA DA AUDIÊNCIA 05/06/2014
Nº NOME
1 Isabel Cristina José Maria dos Santos
2 João Mateus
3 Sr. Montoya
4 Lívia Ricardina Raquel Bernardo
5 Agostinho Ebo Dembo
6 Ilídio Sebastião
7 Claúdia António Felipa Júnior
8 Esmeraldino Manuel Ndavoca
9 José Ambrósio Kassoma
10 Lopes Mufumagala
DATA DA AUDIÊNCIA 06/06/2014
Nº NOME
1 João Augosto Miguel
2 Simão Gaspar Pedro
DATA DA AUDIÊNCIA 24/06/2014
Nº NOME
1 Tatiana de Assis
2 Cagila Pombo
3 Francisco André
4 Lopes Mufumagala
5 Mavuela Kitambi
6 Rita Gaspar Manuel
DATA DA AUDIÊNCIA 30/06/2014
Nº NOME
1 Eva Domingos António
Adriana Domingos António
2 Lopes Mufuma Dala
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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JULHO
DATA DA AUDIÊNCIA 01/07/2014
Nº NOME
1 Lopes Mufumagala
2 Pelagi Mugoli Aralinda
3 João Calala
DATA DA AUDIÊNCIA 22/07/2014
Nº NOME
1 Isabel Candido Luis Ambriz Matias
Luzia António Diogo Luis
2 Sá Pedroso
3 Afonso Jamba
4 Daniel Domingos Liberal
5 Jacob Pedro
6 Daniel André Pedro Henda
7 Osvaldo Paulo Pena
AGOSTO
DATA DA AUDIÊNCIA 14/08/2014
Nº NOME
1 Francisco José Culenda
2 Carlos João Moraes Miguel
3 Esperança Solange T. Francisco
4 Moradores do Bairro Zango 4
5 Lino Francisco Mariano da Costa
6 Fernando Guelengue
7 Afrodite de Almeida João
8 Maria da Conceição Fernandes Manuel
DATA DA AUDIÊNCIA 18/08/2014
Nº NOME
1 Abel Wilson Chivela
2 Carlos Nicolau da Silva
3 Maria Helena Carvalho Pina
4 Monteiro Fernando Muanza Luiza da Conceição Daniel
Sebastião Fernando
5 Benjamim Lomanda
António Alves Lomanda
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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DATA DA AUDIÊNCIA 19/08/2014
Nº NOME
1 Dr. Manuel Paulo da Cunha “Nito Cunha”
SETEMBRO
DATA DA AUDIÊNCIA 04/09/2014
Nº NOME
1 Lopes Mufumagala
2 Carla Lindeza
3 Idalina Domingos Mateus
Maria de Fátima Mateus
4 Moniz Domingos André
5 Teresa Raquel Tito
6 Comissão de Moradores do Zango 4
7 João Chicote
8 André Ngonga
9 Alfredo Francisco Simão
10 Catarina Mendes da Conceição
OUTUBRO
DATA DA AUDIÊNCIA 02/10/2014
Nº NOME
1 OSISA - FUNDAÇÃO OPEN SOCITY Siphosami Malunga – Director Executivo
Elias Isaac – Director para Angola
DATA DA AUDIÊNCIA 09/10/2014
Nº NOME
1 Lopes Mufumagala
2 Adriana Domingos António
Eva Domingos António
3 Joaquina Ferraz de Carvalho
4 Kassanga Mundamba Ginga K. dos Santos
Kanguenji dos Santos Kasongo dos Santos0
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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DEZEMBRO
DATA DA AUDIÊNCIA 01/12/2014
Nº NOME
1 Gelson Florêncio Irene Matabicho
2 Moradores do Bairro Bita
3 António Capu Vilengalenga
4 Francisco Chico Benjamim
5 Joaquim Salvador Augusto
6 Rosa João Catambi Martins
7 Manuela Alfredo Caramelo
8 Rui Fernandes
Palmira Neves
9 Rafael José Cabelo
10 Feliciano Chipunde
DATA DA AUDIÊNCIA 02/12/2014
Nº NOME
1 Kissanga Mundamba
2 Lizete Lopes
3 Rosaria de Fátima Habitante
4 Octaviano Lourenço Luis Chivinga
5 Maria Mamba da Conceição Mateus
6 Naite Helena Kashaka
7 Agostinho António Luis
8 Afonso Jamba
9 Veronica Augusta Miti
10 Angelina Chipembe Gomes
11 Berta Demba Ntoto
DATA DA AUDIÊNCIA 03/12/2014
Nº NOME
1 Ana Eulália Maurício
2 João de Castro
3 António Xavier
4 Lourenço Miguel
5 José Manuel Nguima
6 Cléudio Nunu Pedro Razão
7 Kisanga Mundamba
8 Cristina Odete Teixeira Antunes Duarte de Sá
9 Agostinho Antero
10 Dulce Figueredo
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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ACTAS DE AUDIÊNCIAS
1. PROCESSO Nº:041/2014 DATA DE ENTRADA: 02/12/2013
ASSUNTO: Descontos Salários
RECLAMANTE: Abel Wilson Chivela Contactos: 926545944
ÓRGÃO INTERVENIENTE: Comando Provincial da Polícia Nacional do
Namibe
Data da Solicitação: 15/05/2014 DATA DA AUDIENCIA: 16/05/2014
ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA
Aos dezoito de Agosto de dois mil e catorze, na sala de reuniões da
Provedoria de Justiça, pelas doze horas e trinta minutos, atendendo a
sua solicitação, foi recebido em audiência por sua Excelência o Provedor
de Justiça, o cidadão Abel Wilson Chivela. O encontro foi secretariado
pelo Dr. Esmael Silva, Chefe de Secção de Comunicação e Imagem da
Provedoria de Justiça. Na ocasião, o cidadão expos o seguinte:
1- Trabalhou durante 23 anos na Polícia Nacional e não se conforma
com o desfecho do processo, porque reclamou seus direitos e
sente-se injustiçado, considerando que:
- Não houve processo disciplinar;
- A mãe esteve doente e chegou a falecer;
- Já foi preso em duas ocasiões;
- A esposa também esteve doente e faleceu;
2- Diante disso, solicita o auxilio de Sua Excia o Provedor de
Justiça.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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OBSERVAÇÃO
“Não se conformando com a decisão do Comando Nacional da Polícia, foi-
lhe aconselhado a apresentar nova exposição informando o seu
inconformismo, fundamentando as razões.”
Luanda, aos 18 de Agosto de 2014
O Secretário da Audiência ____________________________
Esmael Silva
2. PROCESSO Nº 368/2013 DATA DE ENTRADA: 08/10/2013
ASSUNTO: Cobrança de Salários Atrasados
RECLAMANTE: Adão J. M. Cungo e outros Contactos: 923973759
ÓRGÃO INTERVENIENTE: ELAGRO – C.C.O.P.
Data da Solicitação: 21/11/2013 DATA DA AUDIENCIA: 24/04/2014
ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA
Aos vinte e quatro de Abril de dois mil e catorze, na sala de reuniões da
Provedoria de Justiça, pelas onze horas e dez minutos, atendendo a sua
solicitação, foram recebidos em audiência por sua Excelência o
Provedor de Justiça, os cidadãos Adão José Morais Cunga e João
Fernando Paciência. O encontro foi secretariado pelo Dr. Esmael Silva,
Chefe de Secção de Comunicação e Imagem da Provedoria de Justiça.
Na ocasião, os cidadãos expuseram o seguinte:
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
34
1- Trabalharam para o senhor Eng.º Adriano A. S. Almeida Maiano
(Ex-Director da EPAL 1992), proprietário da empresa Elagro –
2- C.C.O.P., onde desempenharam as funções de Protecção Física
(Segurança), e auferiam o salário de 30.000 Kz Reajustados;
3- Em 2000, foram irregularmente despedidos. Desde então, lutam
pelo pagamento dos salários dos dois últimos anos de trabalho
(cerca de 190.000,00 usd), mas sem sucesso;
4- A questão já foi levada a Sala do Trabalho do Tribunal Provincial
de Luanda, tentou-se uma conciliação que resultou fracassada.
DESPACHO
“Assunto entre Privados. Tratar em Tribunal.”
“Contactar o Eng.º Adriano Maiano – EPAL”
Luanda, aos 24 de Abril de 2014
O Secretário da Audiência
____________________________ Esmael Silva
3. PROCESSO Nº: DATA DE ENTRADA:
ASSUNTO: Oportunidade de Trabalho
RECLAMANTE: Afonso Jama Contactos: 923757966 / 939567599
ÓRGÃO INTERVENIENTE: Provedoria de Justiça
Data da Solicitação: 17/07/2014 DATA DA AUDIENCIA: 22/07/2014
ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA
Aos dezassete de Julho de dois mil e catorze, na sala de reuniões da
Provedoria de Justiça, pelas onze horas e vinte minutos, atendendo a
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
35
sua solicitação, foi recebido em audiência por sua Excelência o Provedor
de Justiça, o cidadão Afonso Jamba. O encontro foi secretariado pelo
Dr. Esmael Silva, Chefe de Secção de Comunicação e Imagem da
Provedoria de Justiça. Na ocasião, o cidadão expos o seguinte:
1- É natural da Caala, província do Huambo e residente no Kuando
Kumbango. Serviu as forças armadas e encontra-se na condição
de Militar na Inactividade Temporária. Actualmente, actua como
defensor oficioso no Tribunal Provincial do Kuando Kubango.
2- Manifestou o desejo de tornar-se o representante da Provedoria de
Justiça na Província do Kuando Kubango.
DESPACHO
“Oportunidade de trabalho no Kuando Kubango. Notificado a trazer mais
elementos e Curriculum Vitae”.
Luanda, aos 17 de Julho de 2014
O Secretário da Audiência ____________________________
Esmael Silva
4. PROCESSO Nº: 327/2014 DATA DE ENTRADA: 02/07/2014
ASSUNTO: Calúnia e Difamação
RECLAMANTE: Ana Eulália Maurício Contactos: 923 660 098
ÓRGÃO INTERVENIENTE: Imporáfrica / Ponto de Cultura a Brasileira
Data da Solicitação: 12/06/2014 DATA DA AUDIENCIA: 03/12/2014
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
36
ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA
Aos três de Dezembro de dois mil e catorze, na sala de reuniões da
Provedoria de Justiça, pelas onze horas e quinze minutos, atendendo a
sua solicitação, foi recebida em audiência por sua Excelência o Provedor
de Justiça, a cidadã Ana Eulália Maurício, natural dão Sambizanga, e
residente na rua Oliveira Martins, Bairro Alvalade em Luanda. O
encontro foi secretariado pelo Dr. Esmael Silva, Chefe de Secção de
Comunicação e Imagem da Provedoria de Justiça. Na ocasião, a cidadã
expos o seguinte:
1- Há alguns anos arrendou um imóvel a empresa Imporáfrica. Em
função disso, contactou um advogado que produziu um Contrato
de Arrendamento entre as partes;
2- Posteriormente, a referida empresa terá arrendado outro imóvel
ao Sr. Adúlcio Amílcar Ferraz, representante da empresa Ponto de
Cultura à Brasileira e, para o efeito, a Imporafrica utilizou-se do
modelo então apresentado pela Sr.ª Ana Eulália, sem, no entanto,
ter subtraído os dados desta;
3- Em decorrência deste contrato há um conflito entre o Sr. Adúlcio
e a Imporáfrica;
4- Na busca por solucionar o problema o Sr. Adúlcio, tem
importunado a Sr.ª Ana Eulália, com telefonemas, rondas a casa,
pois entende que ela é sócia da imporáfica, já que os dados da
cidadã estão presentes no contrato;
5- Neste contexto, o Sr. Adúlcio escreveu para várias instituições
inclusive a Presidência da República, Provedoria de Justiça e
Ministério da Justiça, queixando-se da Imporáfrica e da Sr.ª Ana
Eulália;
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
37
6- Ante o exposto, solicita ao Provedor de Justiça que notifique o Sr.
Adúlcio para que deixe de importuna-la, pois nada tem a ver com
a Imporafrica.
7- Contacto das partes envolvidas:
Sr. Adulcio 926 331 927 / 926 338 961 / 924 713 073
Sr. Faruc. Imporafrica: 923 408 758
OBS: Corre nesta Provedoria de Justiça o processo Nº 391/2013, sobre
conflito de arrendamento em que o Sr. Adúlcio reclama conta a
Imporáfica.
“Não há, na Provedoria de Justiça, condições de intervenção por se tratar
DESPACHO
de assunto entre particulares. Mas, se fará um contacto com a Dr.ª Alda
Cardoso 923 660 098. ”
Luanda, aos 02 de Dezembro de 2014
O Secretário da Audiência ____________________________
Esmael Silva 5. PROCESSO Nº: 321/2014 DATA DE ENTRADA: 06/05/2013
ASSUNTO: Revindicação de salários atrasados e Reintegração ao
quadro
RECLAMANTE: Cagila Pombo Contactos:929407970
ÓRGÃO INTERVENIENTE: Direcção Provincial da Saúde de Luanda
Data da Solicitação: 23/06/2014 DATA DA AUDIENCIA: 24/06/2014
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
38
ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA
Aos vinte e quatro de Junho de dois mil e catorze, na sala de reuniões
da Provedoria de Justiça, pelas catorze horas e cinco minutos,
atendendo a sua solicitação, foi recebido em audiência por sua
Excelência o Provedor de Justiça, o cidadão Cagila Pombo. O encontro
foi secretariado pelo Dr. Esmael Silva, Chefe de Secção de Comunicação
e Imagem da Provedoria de Justiça. Na ocasião, o cidadão expos o
seguinte:
1- Exerceu as funções de Delegado da Saúde no Luena e em 1977 foi
transferido para Luanda.
2- Na Capital do país foi Delegado da Saúde nos municípios da Samba,
Cazenga e Maianga;
3- Enquanto exerceu as funções chegou a disponibilizar meios
pessoais, como carros, para as actividades do Ministério da Saúde.
4- Foi alvo de um Processo Disciplinar, na Direcção Provincial da Saúde
de Luanda, do qual desconhece as razões, mas que culminou com o
afastamento compulsivo das funções, mesmo sem ter sido ouvido.
5- Pretende a reparação da injustiça, reintegração ao quadro e o
pagamento dos salários em atraso.
DESPACHO
“Ficou de apresentar uma exposição com a documentação que suporta e
justifica a sua intenção.”
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
39
Luanda, aos 24 de Junho de 2014
O Secretário da Audiência ____________________________
Esmael Silva
6. PROCESSO Nº: 422/2014 DATA DE ENTRADA: 14/08/2014
ASSUNTO: Cancelamento de Bilhete de Identidade
RECLAMANTE: Carla Maria Gomes de Sousa F. Lindeza
Contactos: 930 003 885
ÓRGÃO INTERVENIENTE: Ministério da Justiça
Data da Solicitação: 03/09/2014 DATA DA AUDIENCIA: 04/09/2014
ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA
Aos quatro de Setembro de dois mil e catorze, na sala de reuniões da
Provedoria de Justiça, pelas onze horas e quarenta minutos, atendendo
a sua solicitação, foi recebida em audiência por sua Excelência o
Provedor de Justiça, a cidadã Carla Maria Gomes de Sousa F.
Lindeza. O encontro foi secretariado pelo Dr. Esmael Silva, Chefe de
Secção de Comunicação e Imagem da Provedoria de Justiça. Na ocasião,
a cidadã expos o seguinte:
1- É angolana, nascida aos 7 de Fevereiro de 1966 na província da
Huila;
2- Viveu em Portugal e em 2011 veio a Angola, tendo tratado da
Certidão de Nascimento no Lubango e emitido, posteriormente, o
Bilhete de Identidade Nº 005304308HO046, no Posto de
Identificação dos Combatentes em Luanda;
3- Fixou residência em Angola com a família e, quando tentou tratar
do passaporte teve o Bilhete de Identidade retido pelo Inspector
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
40
4- Job, dos Serviços de Identificação, por ter sido tratado depois da
emissão de Circular de Execução Permanente;
5- Apesar disso, chegou a votar no pleito de 2012;
6- Desde que o seu Bilhete de Identidade foi retido, não consegue
levantar dinheiro nos bancos, tratar Carta de Condução, não
consegue emprego, nem constituir empresa;
7- Pelo que pede a intervenção do Provedor de Justiça para
regularizar a sua situação.
DESPACHO
“Assunto de Nacionalidade.
Confiscados os documentos com base na Circular de Execução Permanente
de 6 de Maio de 2011.
Deduzir inconstitucionalidade”.
Luanda, aos 04 de Setembro de 2014
O Secretário da Audiência ____________________________
Esmael Silva
7. PROCESSO Nº: DATA DE ENTRADA:
ASSUNTO: Averbamento de Progenitores
RECLAMANTE: Celeste Filomena Baptista Contactos: 923133929
ÓRGÃO INTERVENIENTE: Conservatória do Kinaxixe
Data da Solicitação: 15/05/2014 DATA DA AUDIENCIA: 16/05/2014
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
41
ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA
Aos dezasseis de Maio de dois mil e catorze, na sala de reuniões da
Provedoria de Justiça, pelas onze horas e quarenta minutos, atendendo
a sua solicitação, foi recebida em audiência por sua Excelência o
Provedor de Justiça, a cidadã Celeste Filomena Baptista.
Participaram, igualmente, da reunião os Senhores Elizabeth Celeste
António e Hamiltom António (filhos da Senhora Celeste), bem como, a
Senhora Alcina Dolfilia Baptista (irmã da Senhora Celeste). O encontro
foi secretariado pelo Dr. Esmael Silva, Chefe de Secção de Comunicação
e Imagem da Provedoria de Justiça. Na ocasião, a cidadã expos o
seguinte:
1- Os filhos nasceram no Bié, mas foram registados em Luanda na
Conservatória do Kinaxixe.
2- Nos documentos dos filhos, não possui o nome dos pais, porque
na ocasião do registo o pai, Sr. Antonio Marques, já estava
desaparecido devido a guerra.
3- Só agora solicitam o averbamento dos progenitores porque
estudaram no exterior, onde usavam apenas os respectivos
passaportes. De volta ao país, tem passado por situações
constrangedoras por exibirem Bilhete de Identidade onde não
consta os nomes dos Pais.
4- Diante disso, solicitam o auxilio de Sua Excia o Provedora de
Justiça para que possam fazer novo registo para o averbamento
dos progenitores.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
42
DESPACHO
“Averbamento da Progenitora Mãe e se possível do Progenitor no Registo
na Conservatória e nos Bilhetes de Identidade.
Abordar o Ministro da Justiça ou Directamente o Director Nacional dos
Registos ou uma Conservatória. URGENTE”
Luanda, aos 16 de Maio de 2014
O Secretário da Audiência
____________________________
Esmael Silva
8. PROCESSO Nº: DATA DE ENTRADA:
ASSUNTO: Oportunidade de Trabalho
RECLAMANTE: Cládia Teresa Mateus António e Filipa Andrea de Almeida
Júnior Contactos: 927670699 / 912600228
ÓRGÃO INTERVENIENTE: Provedoria de Justiça
Data da Solicitação: 09/06/2014 DATA DA AUDIENCIA: 10/06/2014
ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA
Aos dez de Junho de dois mil e catorze, na sala de reuniões da
Provedoria de Justiça, pelas onze horas e trinta e cinco minutos,
atendendo a sua solicitação, foram recebidas em audiência por sua
Excelência o Provedor de Justiça, as cidadãs Cládia Teresa Mateus
António e Filipa Andrea de Almeida Júnior. O encontro foi
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
43
secretariado pelo Dr. Esmael Silva, Chefe de Secção de Comunicação e
Imagem da Provedoria de Justiça. Na ocasião, o cidadão expos o
seguinte:
1- Residem no Rangel em Luanda e pertecem a famílias de baixa
renda;
2- Encontram-se desempregadas;
3- Tendo assistido, pela televisão, a uma acção do Provedor de
Justiça nos arredores da cidade do Kilamba, resolveram contactar
para pedir uma oportunidade de emprego.
DESPACHO
“Espreitam uma oportunidade de trabalho. Deixaram os ´Curruculum
Vitae´. Importa consultar o mercado de trabalho e tentar ajudar a inserir-
se em qualquer actividade, empresa ou instituição pública ”
Luanda, aos 10 de Junho de 2014
O Secretário da Audiência
____________________________
Esmael Silva
9. PROCESSO Nº: 227 DATA DE ENTRADA: 28/04/2014
ASSUNTO: Demolição de Casas
RECLAMANTE: Comissão de Moradores do Bº. Bita Contactos: 927896335
ÓRGÃO INTERVENIENTE: SONIP / Administração da Cidade do Kilamba
Data da Solicitação: 15/05/2014 DATA DA AUDIENCIA: 16/05/2014
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
44
ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA
Aos dezasseis de Maio de dois mil e catorze, na sala de reuniões da
Provedoria de Justiça, pelas onze horas e quinze minutos, atendendo a
sua solicitação, foram recebidos em audiência por sua Excelência o
Provedor de Justiça, os cidadãos João Augusto Miguel e Inocente
Quisito Mbonigaba, em nome e representação da Comissão de
Moradores do Bairro Bita Cambege. O encontro foi secretariado pelo
Dr. Esmael Silva, Chefe de Secção de Comunicação e Imagem da
Provedoria de Justiça. Na ocasião, expuseram o seguinte:
1- São representantes dos moradores do Bairro Bita Cabenge,
proprietários do terreno onde hoje esta erguida a cidade do
Kilamba;
2- Para o início das obras da cidade, foram transladados, pelo
governo, para o local onde hoje é o bairro Bita Cambege;
3- Instalados, construíram as suas residências no local;
4- No dia 9 de Abril do ano em curso, nas primeiras horas da
manhã, elementos da Fiscalização da centralidade do Kilamba,
apoiados por polícias e militares, demoliram as casas, sem
qualquer contacto prévio. A acção foi dirigida pelo senhor
Joaquim Israel, Administrador da centralidade do Kilamba;
5- A referida acção foi tão violenta que um senhora gestante deu a
luz, em meio a confusão, debaixo de uma árvore, mas a criança
acabou por falecer devido ao ambiente hostil estabelecido no
local.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
45
DESPACHO
“O Provedor de Justiça fará uma visita de constatação na próxima terça
feira (20/05/2014). Para o efeito, o Dr. Manuel da Costa deve contactar a
Imprensa (TPA) para cobrir a visita”
Luanda, aos 16 de Maio de 2014
O Secretário da Audiência
____________________________
Esmael Silva
10. PROCESSO Nº: 094/2014 DATA DE ENTRADA:
ASSUNTO: Processo de Indemnização
RECLAMANTE: Ex-Trabalhadores da Sociedade Mineira de Luxinge
Contactos: 925202456 / 925354977
ÓRGÃO INTERVENIENTE: Endiama, E.P.
Data da Solicitação: 15/05/2014 DATA DA AUDIENCIA: 16/05/2014
ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA
Aos dezoito de Agosto de dois mil e catorze, na sala de reuniões da
Provedoria de Justiça, pelas treze horas e quarenta minutos, atendendo
a sua solicitação, foram recebidas em audiência por sua Excelência o
Provedor de Justiça, os cidadãos Monteiro Fernando Muanza, Luiza
da Conceição Daniel e Sebastião Fernando, em representação dos Ex-
trabalhadores da Sociedade Mineira de Luxinge. O encontro foi
secretariado pelo Dr. Esmael Silva, Chefe de Secção de Comunicação e
Imagem da Provedoria de Justiça. Na ocasião, expuseram o seguinte:
1- Trabalharam na Sociedade Mineira de Luxinge desde 2009;
2- Estão a 4 anos sem salários e a empresa não declarou falência;
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3- No ano passado a empresa pagou 3 meses de salários;
4- Esse ano foram chamados no Hotel Diamante, ocasião em que a
Comissão Sindical pagou mais 6 meses de salários.
5- Discordam do processo de indemnização promovido pela empresa
e solicitam que o Sr. Carlos Sumbula, ao menos, responda o ofício
da Provedoria de Justiça, enviado no dia 23 de Julho de 2014.
OBSERVAÇÃO
“em 23 de Julho de 2014, foi remetido um ofício ao Sr. Carlos Sumbula,
PCA da Endiama, mas sem resposta. Os reclamantes interpuseram nova
exposição. ”
Luanda, aos 18 de Agosto de 2014
O Secretário da Audiência
____________________________ Esmael Silva
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1.8. Exemplos de Tratamento de Dados
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2 - OUTRAS ACTIVIDADES DO PROVEDOR DE JUSTIÇA E DA
PROVEDORA DE JUSTIÇA ADJUNTA
2.1. VISITAS EFECTUADAS E ACÇÕES INTERNAS
As acções desenvolvidas neste ponto, inscrevem-se no âmbito das
competências do Provedor de Justiça, constantes no artigo 18º. Da Lei
nº. 4/06, de 28 de Abril – Lei do Estatuo do Provedor de Justiça, onde se
pode divisar nas alíneas:
c) “Promover a divulgação do conteúdo de cada um dos direitos e
liberdades fundamentais, bem como da finalidade da instituição do
provedor de Justiça, dos meios de acção de que dispõe e de como a
ele se pode fazer apelo” e
e)“visitar e apreciar as condições humanas de internamento dos
reclusos, devendo, sempre que constatar situações desumanas que
periguem a vida destes, recomendar ao órgão visitado a supressão
imediata das referidas condições e informar do facto o órgão superior
de tutela”.
Para além das actividades levadas a cabo pelo Titular da Instituição,
igualmente, descrevem-se aquelas realizadas pelos seus colaboradores
mais directos, bem assim as de natureza meramente administrativa
como é o caso do Conselho da Provedoria.
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Provedor de Justiça em visita às províncias
Ao longo do ano de 2014, foram realizadas as seguintes actividades:
Visita Técnica à Província do Cuanza Sul
Com base na recomendação saída na reunião do Conselho de
Direcção da Provedoria de Justiça, realizada no dia 22 de Abril de 2014,
que orientava para a necessidade de uma equipa acercar-se junto do
Governo Provincial do Cuanza Sul, sobre todas as questões relativas a
construção das instalações para os Serviços Locais da Provedoria de
Justiça, tendo em conta a informação disponível de que aquele
Governo Provincial, havia previsto uma dotação financeira no PIP
referente ao ano de 2014, uma equipa da instituição, chefiada pelo
Secretário-geral, Dr. Plácido Van-Dúnem, deslocou-se à Cuanza Sul,
com esse propósito, no dia 30 de Abril de 2014.
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Audiência com o Vice Governador Provincial
Após os devidos procedimentos de instalação e o encontro de
concertação com o Dr. Morais António, Chefe dos Serviços Locais no
Cuanza Sul, a delegação da Provedoria de Justiça, foi recebida em
audiência às 10H15, pelo Governador Provincial em exercício, Eng.
António da Gama Lopes Teixeira, Vice-Governador para a Área Técnica
que, na ocasião endereçou votos de boas vindas.
Usando da palavra, o Dr. Plácido Van-Dunem, agradeceu a recepção
bem como o facto de as autoridades do Governo terem inscrito a
construção das instalações dos Serviços Locais da Provedoria de Justiça
no PIP.
Relativamente aos próximos passos, o Vice-Governador solicitou com a
máxima urgência, que a Provedoria de Justiça, faça chegar ao
Governo Provincial o projecto global, contendo, para além das
especificidades técnicas, quantidades e estimativas, devendo para
além do projecto físico, constar um CD do projecto executivo.
Foi fixado o prazo máximo de 15 dias para a entrega do projecto e
designado o Dr. Morais António, interlocutor da Provedoria de Justiça
junto do Governo.
Para uma boa prossecução dos objectivos definidos, as partes
comprometeram-se em engajar-se, respeitando os prazos e trabalhar
na base de cooperação;
Durante a estadia no Sumbe, a equipa visitou o espaço previsto para a
construção das instalações dos Serviços Locais, tendo ficado com boas
indicações sobre o mesmo.
Com base nas conclusões saídas da audiência, visando o cumprimento
dos prazos, foi orientado o Arquitecto Venceslau Gumbe, a trabalhar
num Projecto executivo completo, adaptado ao do Cunene, contendo
o mapa com as quantidades e estimativas, no prazo de 12 dias.
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Visita do Provedor de Justiça a Província do Huambo
Com o intuito de se inteirar sobre o andamento dos Serviços Locais da
Provedoria de Justiça e proceder diligências da sua transferência para
o Núcleo da Assembleia Nacional, bem assim, visitar e apreciar as
condições de habitabilidade dos reclusos, o Provedor de Justiça,
deslocou-se à Província do Huambo, no dia 15 de Maio, chefiando uma
delegação composta por técnicos Seniores da Instituição que dirige.
A delegaçãofoi recebida por Sua Excelência, o Vice-Governador para
os Serviços Técnicos e Infra-estruturas, Arquitecto Calunga Francisco
Quissanga, em representação de Sua Excelência o Governador da
Província.
Cumpridas as formalidades no aeroporto, o Vice-Governadordo
Huambo acompanhou o Provedor de Justiça até ao Palácio do
Governo da Província, onde manteve um encontro privado com Sua
Excelência o Governador, General Kundi Paihama.
Acto contínuo, o Provedor de Justiça, acompanhado pelo Vice-
Governador, Procurador Provincial e outras individualidades, visitou o
Estabelecimento Prisional de Cambiote, tendo sido recebido pelo
Subinspector Prisional, Augusto Dunn João, em representação do
Director Provincial do Estabelecimento Prisional.
Na área Administrativa do Estabelecimento Prisional, o Provedor de
Justiça passou em revista a situação processual e as condições de
habitabilidade dos reclusos, tendo registado a seguinte informação:
A existência de 1045 (Mil e Quarenta e Cinco) reclusos, dos quais
621 condenados e 424 detidos, destes cerca de 102 reclusos com
excesso de prisão preventiva.
A necessidade de mais Magistrados do Ministério Público a nível
da Província, visto que ocorrem sessões de julgamento em que o
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
62
representante do Ministério Público é escolhido de entre os
presentes.
No interior penal do Estabelecimento, o Provedor de Justiça, manteve
contacto com toda população penal entre detidos e condenados de
ambos os géneros num só momento, no Pavilhão E.
Em contacto directo com os reclusos, como tem sido de praxe nos seus
encontros, o Provedor de Justiça, endereçou palavras encorajadoras,
aconselhou-os a pautarem por uma conduta exemplar, enquanto durar
o tempo de reclusão, sublinhando “que estão aí porque se encontram
em conflito com a lei, mas que não estão esquecidos pelo Estado”.
A população penal não deixou de manifestar a sua satisfação pela
visita e pela forma familiar com que o Provedor de Justiça interagiu com
os mesmos, tendo também endereçado uma mensagem ao Provedor
de Justiça, na qual, dentre as várias preocupações apresentadas
destacam-se as seguintes:
Alguns reclusos estarem detidos e não saber ao certo as
razões (acusação);
A chamada tardia por parte do Tribunal para o julgamento
(excesso de prisão preventiva);
Demora no processo de recurso (Tribunal Supremo).
Findo o contacto com os reclusos no interior penal, o Provedor de
Justiça, visitou também os sectores do posto médico e os serviços de
cozinha. Nestes sectores pode verificar que o estado de saúde e as
condições alimentícias são bons, pois os reclusos têm assistência médica
e medicamentosa e fazem as três refeições por dia. Estas e outras
variáveis foram consideradas satisfatórias por apresentarem o
indispensável para um dia a dia com dignidade para os reclusos.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
63
Numa avaliação geral, pode o Provedor de Justiça, constatar a
existência de condições de habitabilidade e salubridade e que a
convivência entre os reclusos é salutar; possuem as três refeições diárias,
têm assistência médica e medicamentosa e uma área académica que
corresponde ao ensino primário e secundário (1.º ciclo e do 2.º ciclo),
para a reinserção social do recluso, aquando da sua saída, em
condições de manter uma vida e convivência em conformidade com
os padrões tidos como normais.
Visita da Provedora de Justiça Adjunta à Província do Uíge
Visando a instalação dos serviços locais da Provedoria de Justiça, e
tendo em conta a necessidade de realização de uma sessão de
esclarecimentos sobre a Função, Mandato e utilidade do Provedor de
Justiça, deslocou-se à Província do Uíge, entre os dias 28 e 29 de Julho
uma delegação da Provedoria de Justiça, chefiada por Sua Excelência
Dr.ª Maria da Conceição de Almeida Sango, Provedora de Justiça-
Adjunta e integrada por técnicos seniores da instituição.
No dia 28 de Julho, no aeroporto local, a Delegação foi recebida por
uma comissão do Governo local, chefiada pelo Vice-Governador para
a esfera económica, nas vestes de Governador em exercício, o Dr.
Eduardo Samba. Seguidamente a delegação foi encaminhada para
uma unidade hoteleira local para efeitos de acomodação.
Visando dar início às actividades programadas, a delegação rumou
para o município do Negage, onde realizou visitas à instituições afectas e
correlatas à justiça, nomeadamente ao Palácio Municipal da Justiça e
a Comarca do Kindoki. Na primeira, constatou-se a falta de postos de
emissão do Bilhete de Identidade, e ainda um estado de degradação
da infraestrutura, que clama por reabilitação e apetrechamento, com
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
64
vista o melhoramento das condições de trabalho dos funcionários e,
consequentemente, a melhoria dos serviços prestados à população.
Ainda naquele município, antes do regresso ao município capital, a
delegação visitou o Estabelecimento Prisional do Kindoki, recentemente
reabilitado e inaugurado, estando bem apetrechado e com excelentes
condições humanas para o internamento dos reclusos.
No dia 29 de Julho as actividades retomaram, tendo começado com
uma visita ao Palácio Provincial da Justiça, recentemente reabilitado e
apetrechado, onde a Delegação passou por todas as áreas funcionais
da Estrutura e foi informada do seu funcionamento. Naquela estrutura, a
delegação constatou a existência de poucos Magistrados Judiciais (3
municipais e 4 de Direito) e uma elevada demanda pelos serviços do
Tribunal Provincial, e, como consequência desta desproporcionalidade,
a existência de uma excessiva morosidade na tramitação dos processos
que dão entrada naquele Tribunal. Constatou também a existência de
poucos Magistrados do Ministério Público (12 Procuradores), tendo,
ainda, em conta a demanda pelos Serviços da Justiça.
Nesta visita foi ainda constatada a falta de postos de emissão do BI em
determinados municípios, o que motiva a que os cidadãos tenham de
se deslocar por longas distâncias para tratar tal documentação.
Seguidamente, a Delegação rumou para a Direcção Provincial de
Investigação Criminal, onde foi recebida pelo seu Director e foi informada
sobre o funcionamento daquele Serviço.
A Sessão de Esclarecimentos subordinada ao tema “O Papel, Mandato e
Função do Provedor de Justiça”, foi exitosamente realizada na Sala de
Conferências do Grande Hotel do Uíge, tendo suscitado, entre os
participantes, um debate. A montante, foi também solicitada a
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
65
instalação dos serviços locais da Provedoria de Justiça, por se revestir de
grande importância para os cidadãos, tendo em conta o seu objecto.
À margem da conferência, realizou-se um encontro com os membros
do Governo, para efeitos de apresentação das reclamações dos
cidadãos com que a delegação se fazia acompanhar. Deste encontro,
ficou patente a necessidade de os membros do Governo analisarem as
reclamações, e em momento posterior deslocar-se uma equipa de
técnicos da Provedoria de Justiça, de modo a se discutir sobre as
reclamações e alcançar-se as melhores soluções para os casos.
Posteriormente, realizou-se uma visita à Comarca do Congo, principal
estabelecimento prisional da província, onde existe uma população
prisional de 719 reclusos, dos quais 356 detidos, sendo que alguns em
excesso de prisão preventiva. Neste estabelecimento, a comissão foi
recebida pela população prisional de forma calorosa, com a entoação
do hino nacional, ao que se seguiram as considerações tecidas pela
Digna Provedora de Justiça-Adjunta, sobre as responsabilidades de
cada um, enquanto cidadão, contribuir para o crescimento e
desenvolvimento do país.
Ainda naquele estabelecimento, constatou-se a existência de
determinados problemas, nomeadamente a morosidade na emissão de
mandados de soltura, nos casos em que o recluso tenha completado a
pena, morosidade na tramitação dos recursos interpostos das decisões
da primeira instância, sendo que muitas vezes, o recluso é condenado,
por exemplo, a 3 anos de prisão, recorre da decisão e fica 4 anos a
espera do veredicto.
Outrossim, foi constatada, por reclamação directa, a existência de
reclusos que não têm registo de nascimento, ou que, sequer, são
portadores de qualquer documento de identidade, o que dificulta o
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
66
procedimento a quando do fim do cumprimento da pena, quer no
âmbito do processo de soltura, quer ainda no processo de integração
na sociedade. Foi ainda constatada a existência de reclusos em
excesso de prisão preventiva, como referido supra.
Tendo em conta o grau de execução do programa gizado, e os
objectivos alcançados com a visita à Província do Uíge, foi feita uma
avaliação positiva, convictos de que muito há ainda por fazer-se, para
a melhoria das condições da população, no que concerne à defesa
dos direitos liberdades e garantias dos cidadãos.
Resultantes da visita, foram formuladas as seguintes recomendações:
Necessidade de se reabilitar o palácio Municipal da Justiça de
Negage, visto encontrar-se em estado de degradação,
oferecendo, aos funcionários, condições trabalho não muito
dignas, o que, como consequência, se reflete nos serviços
prestados à população;
Necessidade de provimento de mais Juízes para a Província, de
modo a descongestionar o Tribunal, uma vez que, o número de
Juízes que nele laboram não é suficiente para fazer face à
demanda;
De modo a debelar-se o problema das deslocações de longas
distâncias para a realização do registo, obtenção do Bilhete de
Identidade e outros Serviços do Ministério da Justiça, numa
província onde ainda não existem as melhores vias de
comunicação, há necessidade de se instalar, em todas as sedes
municipais, os serviços do Ministérios da Justiça incumbidos de
praticar os actos e emitir os documentos em referência;
Necessidade de haver uma articulação entre os serviços de
registos e identificação do Ministério da Justiça e Serviços
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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Prisionais do Ministério do Interior, de modo a se realizar
campanhas de registo e emissão do Bilhete de Identidade na
Comarca do Congo no Uíge.
Visita Técnica à Província do Uíge
A visita realizada à província do Uíge, nos dias 28 e 29 de Julho,
encabeçada pela Senhora Dr.ª Maria da Conceição de Almeida
Sango, Provedora de Justiça Adjunta e integrada por técnicos seniores
da Provedoria de Justiça, revelou, a ingente necessidade de
deslocação de uma equipa técnica, a fim de dar solução a algumas
reclamações apresentadas por cidadãos daquela província,
envolvendo alguns órgãos locais.
A missão que se realizou de 25 a 27 de Agosto, transcreve-se nas alíneas
d) e f) do artigo 18º. (competências) da Lei nº. 4/06 de 28 de Abril – LEI
DO ESTATUTO DO PROVEDOR DE JUSTIÇA, que consagra:
d) – Intervir, nos termos da lei aplicável, na tutela dos interesses
colectivos ou difusos, quando estiverem em causa, órgãos ou agentes
da administração pública;
f) – Instruir processos de mera averiguação das queixas de
cidadãos por actos praticados pelos agentes da administração pública.
No dia 25 de Agosto, a Equipa Técnica foi recebida na sede do
Governo, pelo Vice Governador Provincial para o sector técnico e infra-
estruturas, Arquitecto Afonso Luviluko, que, na ocasião, apresentou os
cumprimentos as boas vindas.
O Vice Governador foi informado sobre os objectivos da missão e
prometeu transmitir ao Governador as devidas informações, tendo
desejado êxitos a missão.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
68
No dia 26 de Agosto, a equipa foi recebida na sede do Governo pelo
Dr. Abel do Rosário, Director Adjunto de gabinete do Governador e pelo
Dr. Malaquias Mateus Gouveia, Assessor do Governador para os
assuntos locais. Durante o encontro, foram passadas em revista diversas
questões relacionadas com as matérias em abordagem e definiu-se de
seguida a agenda de trabalhos, tendo sido notificados os directores e
gestores das áreas objecto das reclamações dos cidadãos.
Na ocasião, a equipa técnica da Provedoria de Justiça, foi informada
sobre a ausência da província de alguns directores provinciais,
designadamente da Justiça e do Urbanismo e considerando que foram
identificados 3 (três) assuntos não levantados aquando da visita da
Senhora Provedora Adjunta, concluiu-se que os mesmos serão objecto
de tratamento em melhor oportunidade.
Outrossim, tendo-se registado um processo relacionado com o
município do Songo, que dista há 40 Km do município sede da
província, aventou-se a possibilidade de uma deslocação ao local,
frustrada apenas pela ausência da Administradora municipal e falta de
domínio do assunto pelo seu adjunto.
Passou-se de seguida a intervenção junto dos serviços:
Administração municipal do Uíge
Nestes serviços, a equipa foi recebida pelo Administrador
municipal, Sr. Altamiro Benjamim, que, indagado sobre o
único processo que envolve o seu pelouro, informou ter
estado ausente nos últimos 90 (noventa) dias por motivos de
saúde, e que só retomara os trabalhos há 8 (oito). Todavia,
informou, a respeito, ter tomado conhecimento do parecer
da área jurídica e que na ocasião solicitou que se anexasse
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
69
o documento de base para melhor pronunciamento sobre
o assunto.
Concluiu-se que se deveria extrair cópias do processo e
aguardar pelo pronunciamento do administrador, tendo
sido colhido o seu contacto para efeitos de comunicação.
Sub Procuradoria da República - Uíge
Recebida pelo Sub Procurador Provincial, e indagado sobre
um caso referente a um litígio de terreno, este informou não
conhecer o caso pois, está apenas desde 2010 a frente da
Procuradoria provincial e o caso remontar há mais tempo.
Para o efeito, dado o tempo decorrido, apontou para a
necessidade de reconstituição dos factos ou ouvir
novamente o subscritor e ver os factos, sugestão acolhida
como sendo a melhor para a fase do processo.
Outrossim, tal como já havia feito aquando da visita da
Senhora Provedora Adjunta, solicitou a implantação com
urgência de uma representação local da Provedoria de
Justiça na província do Uíge, visando o auxílio específico
que se impõe na administração da justiça, tendo apontado
a educação jurídica, consciencialização da população, as
visitas às cadeias e a defesa dos cidadãos como exemplos.
Direcção Provincial da Educação
A questão abordada com o director Provincial, já aflorada
aquando da visita chefiada pela Senhora Provedora
Adjunta, tem a ver com o duplo vínculo.
Segundo o Director, desde o último encontro, há novos
factos em termos de documentação e o posicionamento
do ministro da educação sobre o assunto mantém-se. Trata-
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
70
se de um assunto de âmbito nacional, tornando-se
pertinente um encontro ao nível superior com vários órgãos
visando consensos.
Na ocasião, o director forneceu documentos considerados
suportes dos actos praticados, para uma melhor avaliação
da matéria e busca de solução a nível superior – no caso
em apreço, uma intervenção do Provedor junto do ministro
da educação.
Direcção Provincial da Saúde
Neste sector, na ausência da directora, o Chefe de
Departamento de administração e finanças, Dr. Pedro
Coge Zua, que igualmente acompanhou a visita da
Senhora Provedora de Justiça Adjunta, foi confrontado com
um caso, relacionado com a reclamação do antigo
director da área, que reclama retroactivos dos anos de
2002/2003.
Sobre ao Assunto, o Dr. Pedro Zua, informou que o assunto
carece de consulta dos anteriores directores/gestores, não
havendo grande domínio do assunto e prometeu dar, do
facto, conhecimento a directora, na qualidade de gestora.
De igual modo, procedeu-se a recolha do contacto do Dr.
Zua para o devido acompanhamento do caso.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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Diligencias Junto aos Moradores do Zango 4
Na sequência de uma queixa apresentada por um grupo de moradores
do Zango 4 que acederam a Provedoria de Justiça no dia 14 de Agosto
de 2014, queixando-se da acção brutal e desumana do PCU – Posto
Comando Unificado, e em obediência ao Despacho Nº 076/2014 do
Provedor de Justiça, uma Comissão de técnicos da Provedoria de
Justiça, deslocou-se ao Zango 4, no dia 20 de Agosto, para avaliar e
averiguar a situação, tendo resultado o seguinte:
1. Foi mantido um encontro inicialmente com os oficiais responsáveis
pelo PCU - Posto Comando Unificado e posteriormente com os
representantes dos moradores ocupantes das casas da SONIP;
2. No primeiro encontro, os técnicos foram recebidos pelo
Superintendente Miguel Gama, Comandante do PCU, que
ladeado de mais 8 oficiais daquela unidade, dirigiu a reunião que
abordou o seguinte:
a) O Superintendente Gama, informou que o PCU é um órgão
criado pelo Presidente da República com o propósito de
combater a ocupação ilegal de terras e reservas fundiárias do
Estado, bem como inibir acções que desvirtuem os objectivos
dos Projectos Sociais do Executivo em todo o território
nacional.
b) Esta força-tarefa está composta por representantes das FAA –
Região Militar de Luanda, Polícia Nacional – Comando
Pronvincial de Luanda, Serviços de Fiscalização, afectos ao
Governo Provincial de Luanda, Investigação Criminal e
Serviços de Inteligência do Estado.
c)
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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d) Com base na denúncia apresentada pela SONIP em Ofício
dirigido ao Comandante Provincial da Polícia de Luanda
(N/Ref.:013/VCE-AV/2014 de 20 de Meio de 2014), segundo o
qual o Projecto habitacional de 250 fogos, construído no
Zango 4 para realojamento de populações estava a ser alvo
de actos de vandalismo e ocupação ilegal, o Posto Comando
Unificado foi orientado, pelo Comando Provincial de Luanda,
na pessoa do Subcomissário Francisco Ribas da Silva, a
trabalhar com os responsáveis da SONIP para advertirem os
invasores a retirarem-se dos imóveis no prazo de dois dias e
deter os que não acatarem a ordem.
e) Feitas as diligências concluiu-se que 109 casas haviam sido
ocupadas e muitos ocupantes tinham mais de uma casa.
f) Notificados a deixarem as casas, muitos abandonaram as
casas tendo resultado em 20 desocupadas e 89 ocupadas
efectivamente.
g) A PCU percebeu que mais gente queria abandonar as casas
mas por influência de uma “rede de agitadores”, mantêm-se
nas casas. Perceberam igualmente que muitos dos ocupantes
não são pessoas carentes, pois possuem casa própria e
algumas mesmo no Zango.
h) O Posto Comando Unificado informou igualmente que muitos
dos invasores são militares que fazem parte de um grupo
organizado com o propósito de ocupar casas e terrenos em
vários locais da província de Luanda.
i) O PCU entende que se os ocupantes não forem desalojados, o
GPL não terá condições de implementar o processo de
realojamento de populações e a autoridade do Estado fica
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
73
j) em cheque, uma vez que os criminosos passam a ser tratados
como vítimas.
k) O Superintendente Gama disponibilizou cópia do Dossier para
os técnicos da Provedoria de Justiça.
3. Depois da reunião com os oficiais do Posto Comando Unificado,
os técnicos da Provedoria de Justiça deixaram a unidade e
dirigiram-se ao local onde estão localizadas as casas ocupadas.
4. Inicialmente, fez-se uma breve entrevista com alguns moradores,
escolhidos aleatoriamente, tendo resultado o seguinte:
a) Senhora Anabela, ocupante da casa 67A2. Declarou não
possuir qualquer documento e que é inclina da senhora
identificada como Dona Sara, residente na Estalagem.
b) Ocupante da casa 67A1, recusou-se a identificar-se mas
informou ser inclina de uma senhora identificada como Rosa.
c) Ocupante da casa 66B2, informou não ter qualquer
documento e que a casa é de um tio que vive no Lubango.
Mostrou-se pronta a colaborar com as autoridades, mas que
não deixou a casa ainda porque os demais também não
saíram.
5. Na sequência visitou-se brevemente um ancião realojado pela
SONIP. Na breve conversa mantida com o mesmo, exibiu
documentos, mas confidenciou viver num clima de insegurança
na medida em que ao mesmo tempo que tem de colaborar com
os agentes da PCU, é visto pelos vizinhos como o elemento que
fornece informações às autoridades, situações que o expõe ao
extremo desconforto.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
74
6. Acto contínuo, os técnicos da Provedoria de Justiça dirigiram-se a
Residência ocupada e constituída em Comissão de Moradores.
7. No local, foram recebidos por uma centena de pessoas entre
homens, mulheres e crianças. Todavia, da reunião com os
técnicos da Provedoria de Justiça, participaram apenas os
membros da Comissão de Moradores ladeados por alguns
populares e três representantes do PCU.
8. No encontro, os moradores informaram o seguinte:
I. Reconhecem ser invasores das casas e que alguns ocuparam
mais de uma casa. Acto condenado pela Comissão de
Moradores;
II. Ocuparam as residências porque muitos deles foram retirados
de área intervencionadas pela SONIP, mas sem a justa e
prometida indemnização;
III. Reconhecem que muitos não preenchem esse requisito, pois
segundo a Comissão de Moradores, a origem dos ocupantes
é: Kilamba, Camama 2, Bita, Petrangol e Casas de Chapa nos
arredores do Zango.
IV. Algumas pessoas alegam possuírem fichas da SONIP e outros
dizem que foram burlados, por isso as suas fichas são falsas.
V. A Comissão de Moradores diz controlar 121 famílias no local.
VI. São alvo da acção violenta de agentes da PCU que já
chegaram a prender pessoas a noite. O presidente da
Comissão de Moradores já chegou a ser detido, tendo ficado
preso durante seis dias.
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VII. Acusam os agentes da PCU de agredirem pessoas e de agirem
em nome da Corporação em benefício de interesses
particulares, sendo inclusive, que muitos deles são proprietários
de casas no mesmo local.
VIII. Sentem-se constantemente intimidados pela PCU.
IX. Alegam não terem lugar para ir, na hipótese de serem
desalojados, pelo que clamam pela regularização da sua
situação.
Depois da reunião, os técnicos da Provedoria de Justiça solicitaram uma
lista dos ocupantes à Comissão de Moradores onde informasse o nome,
proveniência, número da casa e os dados da Ficha da SONIP. A lista
apresentada cinco dias depois faz referência a apenas 66 ocupantes,
uma vez que alguns têm mais de uma casa. Dos 66, apenas 3 dizem ter
Fichas da SONIP.
Entre as conclusões tiradas, podem alistar-se as seguintes:
- Há indícios de excessos na acção do PCU;
- Necessidade de moderar a acção do Comando;
- Necessidade de identificar os ocupantes com fichas da SONIP para
que sejam alvo de tratamento diferente. Identificar os aproveitadores.
- Reacção tardia a invasão por parte dos proprietários;
- Considerando a carência por habitação e a importância dos Projectos
Sociais, é necessários que as acções sejam preventivas para se evitar a
repressão.
“O delito não basta reprimi-lo, necessita preveni-lo”
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
76
Visita Técnica à Província da Lunda Sul
No âmbito do processo de instalação dos Serviços Locais da Provedoria
de Justiça e considerando a necessidade de se retomar as diligências e
contactos anteriormente estabelecidos com o Governo Local,
deslocou-se a província da Lunda Sul, no dia 11 de Setembro de 2014,
uma equipa técnica de trabalho.
Para o cumprimento dos objectivos a que se propôs alcançar, a equipa
de trabalho agendou encontros com as autoridades locais e com o
candidato a Representante dos Serviços Locais da Provedoria de
Justiça.
A delegação foi recepcionada pelo Dr. João Nawege, Director
do Gabinete Jurídico do Governo Provincial da Lunda Sul, ladeado do
Dr. Victor Santos Candidato a Representante dos Serviços Locais da
Provedoria de Justiça na Lunda Sul para além de funcionários do
Governo provincial.
No Palácio do Governo, foi a delegação recebida em audiência
por Sua Excelência Sr. João Fucungo, Vice – Governador para o Sector
Económico e Governador em Exercício. Do encontro, participaram os
técnicos da Provedoria de Justiça, o Director do Gabinete Jurídico do
Governo Provincial e o candidato a Representante dos Serviços locais.
Na ocasião, o chefe da delegação da Provedoria de Justiça, Dr.
Makaya José, informou ao Governador em Exercício sobre as visitas
anteriores a província com o propósito de instalar os Serviços Locais,
mas que os esforços de então, esbarraram no constrangimento relativo
a ausência de um quadro formado na província, bem como, na falta
de espaço para a instalação e funcionamento dos Serviços Locais. O
responsável enfatizou, também, que em processos do género, a
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
77
Provedoria de Justiça tem dado preferência a nomeação de
candidatos que residam na província considerando os vários aspectos
inerentes a esta condição, tendo na sequência informado ao anfitrião
das razões da visita de trabalho a Lunda Sul.
Em sua explanação, Sua Excelência Sr. João Fucungo, Vice –
Governador para o Sector Económico e Governador em Exercício, deu
as boas vindas aos visitantes e agradeceu a visita. Lamentou o facto de
se terem interrompido os contactos e esforços anteriores para a
instalação dos Serviços Locais da Provedoria de Justiça na província da
Lunda Sul e informou que o Governo local está disponível para
colaborar com a Provedoria de Justiça para a instalação dos referidos
serviços.Informou, igualmente, que apesar da ausência da
Governadora, é um assunto que já foi discutido, portanto, do seu
conhecimento. Salientou ainda que, enquanto não forem criadas outras
condições, os Serviços Locais da Provedoria de Justiça poderão
funcionar nas instalações da Delegação da Justiça, acrescentando que
o Governo da Província da Lunda Sul está empenhado e tudo fará para
que no menor tempo possível, ainda antes do fim de 2014, seja
instalada a representação local da Provedoria de Justiça, visto que já
existe um candidato e as condições relativas ao local de
funcionamento podem ser criadas em pouco tempo.
Na sexta-feira, 12 de Setembro, a Delegação da Provedoria de
Justiça manteve dois encontros em separado, com o Dr. Domingos Luís,
Delegado Provincial da Justiça e com o Dr. Cassongo Cruz, Deputado à
Assembleia Nacional pelo Ciclo Provincial. No primeiro encontro, o
Delegado Provincial da Justiça mostrou-se satisfeito com a iniciativa da
Provedoria de Justiça e garantiu existir disponibilidade de espaço para
o início imediato das actividades, na medida em que pode arranjar
uma ou duas salas para o arranque das actividades. Informou
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
78
igualmente que existem duas razões que sustentam esta garantia: uma
tem a ver com a inauguração, em Novembro, do novo edifício da
Justiça, e por outro lado, com a transferência do Tribunal Provincial da
actual instalação para o edifício das Três As (AAA). O Dr. Domingos Luís,
Delegado Provincial sa Justiça, solicitou a Provedoria de Justiça um
Arquétipo das instalações dos Serviços Locais, para se trabalhar na
construção de instalações próprias na Província.
O encontro informal com o Dr. Cassongo Cruz, Deputado à
Assembleia Nacional pelo Ciclo Provincial, teve como foco da
abordagem o processo de instalação dos Serviços Locais da Provedoria
de Justiça.
Audiência de Cortesia com a Governadora da Província da Lunda Sul
Por volta das 9 horas do dia 13 de Setembro, a Governadora da
Província da Lunda Sul, Drª. Candida Maria Guilherme Narciso, recebeu,
em audiência de cortesia a Delegação da Provedoria de Justiça, tendo
agradecido e reiterado o empenho do Governo da Província da Lunda
Sul relativamente a instalação da representação local da Provedoria de
Justiça.
Nas conclusões e sugestões avançadas, a Equipa Técnica da
Provedoria de Justiça enaltece e reconhece o elevado grau de
sensibilidade do Governo Provincial da Lunda Sul relativamente a causa
da Provedoria de Justiça;
Propôs a nomeação do Candidato local para a assunção das
responsabilidades institucionais a nível da província;
Sugeriu que, sendo a Provedoria de Justiça uma emanação da
Assembleia Nacional e visando um maior acompanhamento da acção
da instituição, que para as futuras cerimonias de empossamento dos
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
79
Chefes dos Serviços Locais da Provedoria de Justiça, sejam formalmente
convidados um ou dois Deputados do Ciclo provincial para
testemunhar e conferir maior dignidade ao acto, a começar pela
província da Lunda Sul;
Visita do Provedor de Justiça à Província da Lunda Norte
Com base nas disposições da Lei 4/06 de 28 de Abril – Estatuto do
Provedor de Justiça, deslocou-se a Província da Lunda Norte, nos dias
22, 23 e 24 de Setembro, uma delegação chefiada pelo Provedor de
Justiça de Angola, Dr. Paulo Tjipilica e integrada por Técnicos da
Provedoria de Justiça.
A delegação foi recepcionada por Sua Excia, Dr. Ernesto Muangala,
Governador da Província da Lunda, que endereçou cumprimentos de
boas-vindas ao Provedor e sua delegação.
De seguida, a delegação fez uma viagem de cerca de 120 kms,
por terra, até a cidade do Dundo, sede Administrativa provisória da
Província.
a) Sessões de esclarecimento com Magistrados e Técnicos da Justiça
Numa das salas de reuniões do Edifício do Governo Provincial da
Lunda Norte, realizou-se uma sessão de esclarecimento da qual
participaram
Magistrados e
entidades afectas a
administração da
Justiça na província.
A sessão contou,
ainda, com a
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
80
participação do Exmo. Dr. Lino dos Santos, Vice-Governador para Área
Técnica.
Na sua intervenção, o Provedor de Justiça fez, inicialmente, uma
resenha histórica sobre o surgimento e designação da figura do
Provedor de Justiça, tendo de seguida dissertado sobre a Função,
Mandato e Utilidade do Provedor de Justiça, destacando alguns pontos
do Estatuto do Provedor de Justiça (Lei 4/06 de 28 de Abril), sublinhado,
igualmente, o imperativo constitucional previsto no artigo 192º (CRA), no
que concerne a cooperação que deve existir com os Órgão da
Administração Pública.
Nesse contexto, destacou-se o âmbito de Actuação do Provedor
de Justiça, a Natureza da Actividade, a Iniciativa e o Direito de Queixa.
Na ocasião, informou que o Código genético da instituição reside na
Acessibilidade, Gratuidade, Celeridade, Informalidade e Sigilosidade
dos serviços.
O Provedor destacou, igualmente, as vias de acesso aos serviços
da Provedoria de Justiça, tendo apresentado aos presentes os números
telefónicos da Instituição, bem como, os outros meios electrónicos como
site e e-mail.
b) Sessões de esclarecimento com membros do Governo
No mesmo dia, o Governador da Província da Lunda Norte reuniu
o seu pelouro, no salão nobre da casa protocolar do Governo da
provincial, para participar de uma palestra proferida pelo Dr. Paulo
Tjipilica, sobre a Função, Mandato e Utilidade do Provedor de Justiça,
cujo teor não difere do conteúdo proferido na sessão anterior.
c) Sessão de Esclarecimento com Autoridades Tradicionais e Público em Geral
No segundo dia de actividades, o Provedor de Justiça teve como
primeiro compromisso a realização da Sessão de Esclarecimento com
Autoridades Tradicionais e o Publico em geral.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
81
Nessa sessão que foi muito concorrida, destacou-se a presença do
Governador Provincial, membros do Governo local e Autoridades
Tradicionais.
Considerando a composição heterogenia da plateia, o Provedor
de Justiça, contou com o auxílio de uma tradutora para alcançar
aquelas pessoas com menor domínio do português.
Em sua intervenção, o Provedor de Justiça começou por
agradecer a Presença das Autoridades Tradicionais, tendo destacado a
sua importância juntos das nossas populações, porque, segundo disse, é
a Autoridade Tradicional que está junto do povo e leva as mais diversas
e importantes mensagens para a população. Na sequência, esclareceu
aos presentes que a figura do Provedor de Justiça já existia na nossa
tradição, sendo equiparado a figura conhecida na cultura Tchokwé
como “Ngadji”.
O Provedor de Justiça abordou sobre a Função, Mandato e
Utilidade do Provedor de Justiça, tendo esclarecido a diferença
funcional entre os Tribunais, a Procuradoria da República e a Provedoria
de Justiça. Esclareceu, igualmente, que o Representante do Provedor
de Justiça, não ficara restrito ao município sede, mas fará visitas a toda
província.
Após a apresentação, os presentes solicitaram esclarecimentos
sobre as suas dúvidas, que foram prontamente esclarecidas.
f) Visita ao Posto Fronteiriço do Chissanda
Depois da Sessão de esclarecimentos, o Provedor de Justiça
acompanhado do Governador da Província e membros do Governo
Local, visitou as instalações do Posto Fronteiriço do Chissanda, instalado
na fronteira entre Angola e a República Democrática do Congo, a
aproximadamente 10 km da cidade do Dundo.
Durante a visita o Provedor de Justiça constatou as condições de
trabalho e habitabilidade dos funcionários da guarda fronteiriça e foi
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
82
informado da dinâmica das actividades desenvolvidas no local bem
como a forma como o cidadão é atendido no local. Destaca-se que
nessa região é comum encontrar cidadãos angolanos que possuem
parentes congoleses como resultado da histórica divisão artificial de
fronteiras.
g) Visita ao Projecto Agro-pecuário da Cacanda
No percurso para a Cadeia da Cacanda, o Provedor de Justiça
visitou o Projecto Agro-pecuário da Cacanda, periferia da cidade do
Dundo. No local, foi informado que o Projecto emprega actualmente
195 funcionários, dos quais 35 são mulheres. Os responsáveis do Projecto,
informaram, ainda, que o empreendimento possui 28 mil aves e 368
cabeças de gado bovino e produz diariamente 15 mil ovos.
Durante a visita, os responsáveis deram a conhecer que o
projecto foi destruído durante a guerra, e devido ao estado de
abandono a que estava voltado muitas pessoas eram de opinião que o
mesmo devia ser desativado. No entanto, o facto de Sua Excelência o
Presidente da República ter conhecido o projecto ainda como Ministro
do Planeamento, contribuiu positivamente para que orientasse a sua
reestruturação o que foi feito, funcionando já há dois anos de forma
auto sustentável, contribuindo com emprego e para a diversificação da
alimentação da população.
h) Visita ao Estabelecimento Prisional da Cacanda
No período da tarde, a delegação da Provedoria de Justiça,
numa comitiva em que se faziam acompanhar o Vice-Governador para
o Sector Técnico, o Delegado da Justiça, Juiz Presidente do Tribunal
Provincial e o Procurador Provincial deslocou-se ao Estabelecimento
Prisional da Cacanda, para aferir in loco as condições humanas de
internamento dos reclusos.
À chegada foram recebidos pelo Director do Estabelecimento
Prisional, que desejou boas vindas à comitiva, tendo de seguida
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
83
encaminhado a mesma para o interior do estabelecimento, onde
informou que as obras da prisão foram concluídas em 2010 e o
estabelecimento inaugurado em 4 de Fevereiro de 2011, numa área de
114 hectares. Acto contínuo, o responsável apresentou a área em que
estão instalados os serviços administrativos e posteriormente fez a
apresentação do quadro geral da situação carcerária, tendo
informado que aquele estabelecimento prisional tem capacidade para
albergar 480 Presos mas que no momento controlava 488 reclusos, dos
quais 246 são condenados e 242 detidos, pelo que possuem 8 presos
acima da capacidade instalada.
Ouvidas que estavam as explicações relativas as questões
administrativas, o Provedor de Justiça dirigiu-se aos pavilhões para
manter contacto directo com os reclusos. Neste particular iniciou a sua
visita de constatação na área feminina onde conversou com as
reclusas às quais dirigiu palavras encorajadoras, tendo por fim fornecido
os contactos telefónicos da instituição.
No interior da cela masculina, O Provedor de Justiça, manteve
contacto directo com os presos e igualmente dirigiu palavras
encorajadoras aos reclusos.
Num cômputo geral, constatou-se que os reclusos estão em boas
condições humanas de internamento.
Visita do Provedor de Justiça à Província do Moxico
Visando a instalação dos serviços locais da Provedoria de Justiça, e
tendo em conta a necessidade de realização de uma sessão de
esclarecimento sobre a Função, Mandato e Utilidade do Provedor de
Justiça, esta entidade, chefiando uma delegação integrada por
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
84
técnicos da instituição, trabalhou na Província do Moxico, nos dias 16 e
17 de Outubro de 2014.
A delegação foi recebida pelo Vice-Governador para os Serviços
Técnicos e Infra- estruturas, Manuel Lituai, nas vestes de Governador em
exercício.
Após breve visita ao monumento da Paz, teve lugar a palestra
subordinada ao tema: “O Papel, Mandato e Função do Provedor de
Justiça”, realizada na Sala de Conferências do Monumento da Paz do
Moxico, na qual participaram membros do Executivo Provincial,
Magistrados Judiciais e do Ministério Público, entidades eclesiásticos,
entre outros.
A montante, foi também solicitada a instalação dos Serviços Locais da
Provedoria de Justiça, por se revestir de grande importância para os
cidadãos, tendo em conta o seu objecto.
Igualmente o Provedor de Justiça forneceu alguns números de
contactos, meios para informações e reclamações.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
85
Posteriormente, a Delegação realizou uma visita ao Estabelecimento
Prisional da Província, tendo sido recebida pelo seu Director interino, Sr.
Lucas Teixeira, que tratou de apresentar as instalações e,
consequentemente, o quadro informativo das actividades realizadas na
instituição, que conta com um corpo de 99 efectivos, destes 27 do sexo
feminino, com um nível académico aceitável e no geral, 95% com
formação na matéria da Penitenciária.
Foram passadas em revista informações inerentes a situação penal no
estabelecimento, destacando-se a existência de 33 reclusos em gozo
de liberdade condicional e a ausência de reclusos com excesso de
prisão preventiva.
Nesse Estabelecimento, a Delegação foi recebida pela população
prisional de forma calorosa, com a entoação de cânticos religiosos, ao
que se seguiram as considerações tecidas pelo Provedor de Justiça,
sobre as responsabilidades de cada um, enquanto cidadão, de
contribuir para o crescimento e desenvolvimento do país, devendo, por
isso, ter um bom comportamento para uma melhor inserção na
sociedade.
No uso da palavra, os reclusos manifestaram as suas preocupações no
que concerne à morosidade na emissão de mandados de soltura, nos
casos em que o recluso tenha completado a pena; morosidade na
tramitação dos recursos interpostos das decisões da primeira instância,
sendo que muitas vezes, o recluso é condenado, por exemplo, a 3 anos
de prisão, recorre da decisão e fica 4 anos a espera do veredicto final.
Manifestou-se também a necessidade de ver realizado o sonho do
ensino médio dentro do Estabelecimento prisional.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
86
Os reclusos, durante a audiência, confirmaram que têm tido 3 refeições
por dia e que as condições humanas de habitabilidade são aceitáveis.
Portanto, tendo em conta o grau de execução do programa gizado, e
os objectivos alcançados com a visita à Província do Moxico, fez-se
uma avaliação positiva, porquanto, a Delegação da Provedoria de
Justiça teve uma boa recepção e acomodação calorosas, e mereceu
um acompanhamento constante e permanente do Sr. Vice-
Governador, e o Provedor de Justiça teve ensejo de interagir com
membros do Governo Provincial e Administradores Municipais.
Foi tomada boa nota da preocupação dos reclusos tendo em conta a
necessidade da institucionalização do ensino médio para dever o nível
académico e profissional, visando uma maior integração dos mesmos
na sociedade.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
87
Quadro Síntese das visitas efectuadas pelo Provedor de Justiça e/ ou seus colaboradores
no decorrer do ano de 2014, no território nacional.
Evento
Local e Data
Participantes (s)
Visita Técnica
Cuanza Sul
30 de Abril
- Dr. Plácido Van-Dúnem,
Secretário-geral;
- Dr. Makaya José;
- Dr. Paulo Garcia;
- Sr. Gaspar Correia.
Visita do Provedor de Justiça –
Instalação dos serviços Locais,
Condições dos reclusos, divulgação.
Huambo
15 de Maio
- Provedor de Justiça;
- Dr. Plácido Van-Dúnem;
-Dr. Makaya José;
- Dr.ª Teresa Serra Mota;
Dr. Pierre Ndangirwa;
Dr.ª Síria Aparício.
Acções de divulgação, visitas às
Cadeias e trabalho técnico com o
Governo provincial
Uige
28 – 29 Julho
- Dr.ª Maria da Conceição de
Almeida Sango, Provedora de
Justiça Adjunta;
- Dr. Domingos Henriques;
- Dr. Makaya José;
- Dr.ª Carla Marina Benguela
- Dr. Riveraldo Mabanza;
Diligência Técnica junto aos Moradores
Zango
20 de Agosto
- Drª Teresa Serra Mota;
- Dr. Kadafi da Costa;
- Dr. Esmael Diogo.
Visita Técnica
Uige
25 – 27 Agosto
- Dr. Domingos Henriques,
Director dos Serviços técnicos;
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
88
- Dr. Makaya José;
- Dr. Kadhafi da Costa;
- Sr. Constantino da Costa
Visita Técnica
Lunda Sul
11 de Setembro
- Dr. Makaya José;
- Dr. Augusto Kianoca;
- Dr. Esmael Diogo da Silva.
Visita do Provedor de Justiça
Lunda Norte
22 – 24
Setembro
- Provedor de Justiça;
- Dr. Domingos Henrique;
- Dr. Augusto Kianoca;
- Dr.Esmael Diogo;
- Dr.Paulo Garcia;
- Eng.ª Jussara Cristelo;
- Sra Francisca Almeida;
- Sr. Raimundo Wondila.
Acções de divulgação e visitas às
Cadeias
Moxico
16 -17 de
Outubro
- Provedor de Justiça;
- Dr. Domingos Henriques;
- Dr. Augusto Kianoca;
- Dr.ª Carla Marina;
- Dr.ª Otília Caxito de Oliveira.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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ACÇÕES INTERNAS
No quadro das acções internas que tiveram lugar em 2015, destacam-
se as seguintes:
Protocolo de Parceria Institucional entre a Provedoria de Justiça e
o Ministério da Comunicação Social
O Ministério da Comunicação Social, órgão auxiliar ao Titular do Poder
Executivo, que tem por missão propor a formulação, condução,
execução e avaliação da política do Executivo no domínio da
comunicação social pública e privada, bem como assegurar a
comunicação institucional, conforme o nº 2 do artigo 108 da
Constituição, os artigos 18º e 32º do Decreto Legislativo Presidencial n.º
1/3, de 5 de Março e artigo 1º do Decreto Presidencial n.º 75/10, de 21
de Maio, que aprova o Estatuto Orgânico do Ministério da
Comunicação Social e a Provedoria de Justiça, instituição de direito
público, que tem por objectivo prestar apoio técnico e administrativo
necessários à realização das atribuições e tarefas do Provedor de
Justiça, que se prender com a defesa dos Direitos, liberdades e
garantias dos cidadãos, assegurando através de meios informais, a
justiça e a legalidade da Administração Pública, conforme o artigo 1º
da Lei nº 5/06 e o artigo 1º da Lei nº 4/06, ambas de 28 de Abril, bem
como o nº 1 do artigo 192º da Constituição, foi celebrado, no dia 7 de
Novembro de 2014, um protocolo de parceria institucional.
Esta parceria insere-se no âmbito do objecto legal e estatutário e da
dimensão sócio - política das duas instituições de que resultam áreas de
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
90
intervenção conjunta, sem prejuízo da especificidade de cada uma das
referidas instituições;
O Ministério da Comunicação Social e a Provedoria de Justiça,
comprometem-se a promover campanhas, intensas e extensas, com
recurso aos media públicos e privados, em prol da cidadania e da
civilidade, para ajudar na mitigação da relação de crise entre as
pessoas e os bens públicos;
Para o efeito, as partes signatárias, acordam produzir spots publicitários
radiofónicos, televisivos e gráficos com breves teores, mas, de ampla
acutilância subjectiva, do ponto de vista educativo, para ajudar a
infundir o espírito de desenvolvimento sustentável nas pessoas;
Outrossim, acordam persuadir os responsáveis de grandes superfícies
comerciais no sentido da impressão dos referidos spots, de breves
teores, em sacos, embalagens ou invólucros de produtos que
comercializam;
As duas instituições prestam-se a trabalhar junto de canais de rádio e de
televisão, por um lado, visando a criação e/ou promoção de
programas de rádio e de televisão, com periodicidade a definir, de
educação cívica e jurídica, como instrumentos de disseminação e de
partilha de valores político - socialmente correctos;
Por outro lado, visando a sensibilização dos mesmos para o cuidado a
ter com os anúncios publicitários, a julgar pelos conteúdos inadequados
de que enfermam ou pela inoportunidade da sua difusão;
A parceria entre as instituições signatárias procurará, outrossim, apoiar e
fomentar iniciativas, públicas e privadas, direccionadas na
discriminação positiva relativamente a segmentos vulneráveis da nossa
sociedade: menores, idosos, pessoas com deficiência;
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
91
Para coordenação e execução dos pontos do Protocolo, as duas
Instituições nomearão uma comissão constituída por igual número de
membros de cada uma das partes;
Foram signatários do Protocolo, pelo Ministério da Comunicação Social,
o Secretário de Estado Manuel da Conceição e pela Provedoria de
Justiça, a Provedora de Justiça Adjunta, Maria da Conceição de
Almeida Sango.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
92
Audiência da Senhora Provedora de Justiça Adjunta concedida à
Senhora Yanine Poc, Representante Regional Da África Austral do
Alto Comissariado das Nações Unidas para Os Direitos Humanos
Intermediado pelo Escritório do PNUD em Angola, na pessoa do DR. Jorge
Cardoso, a Senhora Provedora de Justiça Adjunta concedeu, por delegação
do Digno Senhor Provedor de Justiça, às 17 horas do dia 29 de Abril de 2014,
no seu Gabinete, uma audiência à Senhora Yanine Poc, Representante
Regional da África Austral do Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Direitos Humanos (OHCRH) que começou por saudar o facto de Angola estar
a albergar, na sua capital, a 55ª Sessão da Comissão Africana dos Direitos
Humanos e dos Povos, tendo de seguida, formulado convites, com
formalização para momento posterior, no sentido do Provedor de Justiça, ou
quem este delegar, em representação do Estado Angolano, participar mais
dos eventos promovidos pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Direitos Humanos, a exemplo da Cerimónia de Lançamento do
Manual para as Instituições Nacionais de Direitos Humanos (INDH) no âmbito
da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, a ter
lugar de 26 a 27 de Junho de 2014, em Cape Town, África do Sul;
Outrossim, adiantou notas sobre a realização de evento similar, ainda este, em
data a indicar, desta a ocorrer em Gaberone, Botswana, e das Reuniões
Anuais do «Comité Internacional de Coordenação (ICC) das INDH´s», que se
realizam em Genebra, Suíça;
Por fim, incentivou a Provedoria de Justiça a proceder à sua acreditação junto
da ICC, inicialmente, com a qualidade de observador para que Angola se
inteire e se relacione com INDH´s e, assim, elucidar sobre os passos que o país
vem dando em matéria de promoção e defesa dos direitos humanos.
Ao que a Senhora Provedora de Justiça Adjunta, DRA. Maria da Conceição
de Almeida Sango, retorquiu com os devidos gestos de agradecimento às
palavras e solicitações gentis da visitante e, que tudo abordaram seria
remetido Digno Provedor de Justiça para pronunciamento vinculativo.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
93
O encontro findou com as palavras do Senhor Dr. Jorge Cardoso, em nome do
Escritório de Representação do PNUD em Angola, a se colocar na
disponibilidade se servir de veículo comunicacional entre o Escritório da África
Austral da OHCHR e a Provedoria de Justiça.
Visita dos Adidos de Defesa a Provedoria de Justiça
Os adidos de Defesa acreditados em Angola efectuaram, no dia 15 de
Julho uma visita à Provedoria de Justiça e foram recebidos pela
Provedora de Justiça Adjunta, Dr.ª. Maria da Conceição de Almeida
Sango, que na oportunidade referiu que entre os casos que dão
entrada na Provedoria, destacam-se os de açambarcamento e os
trespasses.
A visita dos adidos à Provedoria de Justiça foi realizada no âmbito da
aplicação do plano anual de actividade do Ministério da Defesa e das
Forças Armadas Angolanas. Os adidos de Defesa do Brasil, Itália, Cuba,
Zimbabwe e Nigéria percorreram as instalações da Provedoria e
tomaram conhecimento do seu funcionamento.
No final, o Presidente da Associação dos Adidos de Defesa, Gerson de
Moura, manifestou satisfação pela visita e pelos conhecimentos
proporcionados.
O Conselho da Provedoria de Justiça, como órgão de programação,
Acompanhamento e controlo das actividades da Provedoria de
Justiça, reuniu-se em cinco ocasiões no ano de 2014, nas seguintes
datas:
12 de Fevereiro;
28 de Março;
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
94
22 de Abril;
10 de Julho;
24 de Novembro,
Nas datas referidas, o Conselho debruçou-se sobre aspectos
importantes relacionados com o funcionamento da instituição, bem
assim, para deliberar sobre questões correntes de natureza orçamental.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
95
2.2. SERVIÇOS LOCAIS
Os Serviços Locais da Provedoria de Justiça, têm vindo cada vez mais a
responder com o princípio de atendimento e defesa dos Direitos,
Liberdades e garantias à escala nacional, nos termos da Lei 5/06, de 28
de Abril, Lei Orgânica da Provedoria de Justiça, auxiliando a acção
social e executiva nas questões mais sensíveis que se prendem com os
direitos dos cidadãos.
Aqui apresenta-se um retrato das acções desenvolvidas nas províncias
onde já se encontram em funcionamento os referidos Serviços: Huambo,
Cunene, Cuanza Sul, Cabinda e Bengo.
Serviços Locais do Cuanza Sul
Ao longo dos 12 meses de actividades, os Serviços locais do
Cuanza Sul, destacaram-se no seguinte:
Atendimento geral aos cidadãos -------------------------------105
Esclarecimentos prestados ao cidadão -----------------------75
Conflitos resolvidos ---------------------------------------------------- 05
Reencaminhamento do cidadão aos
Órgãos competentes ------------------------------------------------- 03
Processos enviados à sede - Luanda ----------------------------19
Solicitação de esclarecimentos à órgãos
demandados ------------------------------------------------------------ 02
Palestras solicitadas por organismos e realizadas ---------- 03
Correspondência ------------------------------------------------------- 07
Queixa válidas ----------------------------------------------------------- 20
Meios materiais diversos recebidos ------------------------------10
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
96
Visitas dos Serviços centrais à Província -------------------------1
Programas radiofónicos emitidos --------------------------------103
Atendimento aos cidadãos
- Sumbe------------------------------------------------------------------104 cidadãos
- Amboim Gabela -------------------------------------------------- 7 cidadãos
- Seles ------------------------------------------------------------------- 04 cidadãos
- Porto Amboim ----------------------------------------------------- 18 cidadãos
- Cela-Waku-Kungo ----------------------------------------------- 01 cidadão
- Luanda --------------------------------------------------------------- 05 cidadãos
- Huambo -------------------------------------------------------------- 01 cidadão
- Quibala ---------------------------------------------------------------- 01cidadão
- Benguela --------------------------------------------------------------01cidadão
- Conda ----------------------------------------------------------------- 01cidadão
- Cassongue ----------------------------------------------------------- 01cidadão
- Lobito ------------------------------------------------------------------ 01cidadão
- Lubango Huila ------------------------------------------------------ 01cidadão
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
97
Serviços Locais de Cabinda
Durante o ano de 2014, os Serviços Locais de Cabinda desenvolveram
diversas actividades, de entre as quais se destacam as seguintes:
Palestras, Visitas e Encontros de Cortesias:
- Foram realizadas 11 (onze) palestras sobre o Papel da Provedoria de
Justiça no Estado democrático e de Direito, dirigidas aos:
Membros do Concelho de Direcção Alargada da Polícia
Nacional;
Efectivos da Polícia Nacional na PIR;
Polícia de Guarda Fronteira no Ntó;
Efectivos das FAA da Divisão do Dinge;
Funcionários do Porto de Cabinda;
Funcionários do Serviço Regional da Alfandega – Cabinda;
Líderes Juvenis.
- Durante o período, houve também uma palestra presidida pelo
Provedor de Justiça, dirigido aos Magistrados Judiciais e do Ministério
Público, Membros do Governo, Corpo Policial, e Autoridades
Tradicionais.
Todas as palestras tiveram como objectivos fundamentais a elevação
da consciência jurídica dos órgãos visados, prevenir situações de
ilegalidades, inércia, injustiças, elevar a qualidade dos Serviços Públicos,
promover o exercício da cidadania e sobretudo, consolidar o Estado
Democrático e de Direito. Esse foi o grupo alvo escolhido, também,
para se garantir a observância rigorosa dos direitos humanos a nível dos
efectivos policiais e das Forças Armadas Angolanas.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
98
- Com o mesmo propósito foram concedidas e realizadas entrevistas à
RNA (Rádio Cabinda), TPA- Cabinda, TV – Zimbo, Jornal de Angola,
Angop e à Rádio Comercial de Cabinda, sobre o funcionamento dos
Serviços Locais da Provedoria de Justiça.
Para elevar a cooperação institucional entre os Serviços Locais e a
Provedoria de Justiça, foram encetados contactos e tiveram lugar
encontros de cortesia com os responsáveis da Direcção Provincial de
Investigação Criminal, Direcção Provincial da Polícia de Investigação
das Actividades Económicas, Sub-Procurador-Geral da República,
Serviços de Migração e Estrangeiro, Comandante e Comando da
Região Militar, Conselho de Administração do Porto de Cabinda,
Direcção Regional de Alfandenga, da ENANA, Nova Direcção da
Região Militar e da Polícia de Guarda Fronteira, aos Lideres Juvenis e a
Direcção dos Serviços Prisionais. Na mesma senda, houve participação
em actividades oficiais programadas e ou Promovidas pelo Governo da
Provincial.
- Outro assunto de destaque realizado durante o ano findo foram quatro
(4) visitas efectuadas a Unidade Prisional do Yabi afecto ao Fórum
comum e ao estabelecimento prisional da Lândana, afecto ao fórum
militar.
Igualmente, houve participação em quatro (4) reuniões de
concertação dos órgãos que intervêm na Administração da Justiça em
Cabinda.
Situação do internamento dos Reclusos:
Sobre as condições sanitárias e de habitabilidade nos estabelecimentos
prisionais de Cabinda, durante o ano de 2014, temos a salientar o
seguinte:
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
99
-Na Cadeia do Yabi, fórum comum, as condições continuam a ser
humanamente inaceitáveis devido a superlotação. Por falta de
espaços, os reclusos dormem nos corredores e nos pátios. Apesar disso
continuam a ser servidas 3 refeições diárias e os reclusos têm acesso a
água e energia eléctrica. Num estabelecimento prisional concebido
para 208, estão neste momento internados cerca de 700 reclusos. Sobre
esse aspecto, dizer que é doutrinalmente consensual que a
superlotação é entendida como tratamento degradante, violadora dos
direitos fundamentais. É esta a questão que se põe.
A situação é tensa na prisão. Para além da superlotação, há rincha
entre os reclusos. Os militares são molestados pelos civis. O clima
também é tenso entre os nacionais e estrangeiros, esses que são cerca
de metade nesse estabelecimento prisional de Cabinda.
Outro ponto preocupante tem a ver com a população penal feminina.
Regra geral, são obrigados a passarem o dia fora dos seu aposentos,
devido ao perigo de serem violadas pelos reclusos. Elas sentem-se
inseguras passar o dia na cela. Acima do muro que divide o pátio, há
um espaço livre que permite o acesso dos reclusos do sexo masculino
para a cela feminina.
Para desafogar, em Outubro, inaugurou-se no centro da cidade, a
chamada cadeia civil, espaço com capacidade para 250 reclusos.
Esta acolher apenas os reclusos com processos na fase judicial.
Desafogou em parte, mas não o suficiente, a cadeia do yabi.
Em breve será inaugurado no município do Cacongo o maior
estabelecimento prisional de Cabinda. Terá capacidade para acolher
860 reclusos com perspectiva de alargar para 1500.
- No domínio militar, na penitenciaria de Lândana em Cacongo, não há
superlotação, muito menos excesso de Prisão Preventiva. Os reclusos
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
100
variam entre 120 e 150. As condições sanitárias e de habitabilidades são
razoáveis e os reclusos beneficiam de 3 refeições diárias.
No que respeita ao lazer, está a ser construído e já em estado
avançado, um pavilhão multiuso e uma oficina de artes e ofício.
Quando concluídos constituirão mais-valias para a população penal em
matéria de diversão e aprendizagem de profissões liberais.
Visita do Provedor de Justiça
Durante o ano em análise, mais precisamente no primeiro trimestre, o
Provedor de Justiça efectuou uma visita a Cabinda, durante a qual,
deslocou-se ao estabelecimento prisional do Yabi e conversou com os
reclusos, tendo mantido igualmente vários encontros de trabalho com
os responsáveis do núcleo da Assembleia Nacional e dos serviços
Locais.
Reclamação dos cidadãos - Processos:
- Em matéria de atendimento das reclamações dos cidadãos, foram
recepcionados, pré-instruídos e dados provimento a (19) dezanove
queixas de cidadãos e de empresas particulares que reclamam a má
prestação dos serviços públicos.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
101
Serviços Locais do Bengo
Ao longo do ano de 2014, foram realizadas as seguintes actividades:
Visitas:
No dia 14 de Março, foi realizada uma deslocação à comuna do
Kicabo, nas regiões de Kisambo kia Panzo, Kayambambi e Kaxila,
onde falau-se com as populações locais e as autoridades
tradicionais, sobre a existência do Provedor de Justiça e seu
objecto social, e sobre os seus direitos fundamentais.
Nestes encontros, foi assumido o compromisso de um trabalho
mais profundo no futuro, sobretudo na formação de activistas
comunitários para a divulgação dos direitos, liberdades, garantias
e deveres dos cidadãos.
A equipa dos serviços Locais foi recebida pela Administradora
Comunal Adjunta, na ausência do titular, tendo-se abordado
questões relacionadas com o objectivo da visita.
A digressão de dois dias de trabalho da delegação, teve
passagem na localidade de Banza Ebungo-Fuesse, aldeia central
da região de Kayambambi, onde vive o Dembo, a mais alta
autoridade tradicional regional, há cerca de 70 quilómetros da
sede da comuna, cumprindo desta forma, com os objectivos do
Projecto PROVJUSDANDE.
Visita à Kicabo, para uma Palestra com os funcionários Públicos
da Comuna, sobre a figura do Provedor da Justiça e o objectivo
da Provedoria de Justiça.
Visita de trabalho ao Hospital Geral da Barra do Dande, a fim de
se manter um encontro com os trabalhadores. Todavia, a
Direcção do Hospital solicitou que fosse adiada a visita para uma
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
102
outra data e horário, o que, devido a razões de calendário, ainda
não aconteceu.
Questões administrativas e Queixas
A nível local, foram muitas as questões resolvidas, apresentando-se
como exemplo as que se seguem:
Situação de uma professora, que trabalhava sem salários desde
2011, na Escola do 1º Ciclo do Ensino Secundário, das Mabubas,
razão pela qual foi notificada o responsável a fim de esclarecer o
porquê da situação. Não tendo sido convincente o seu
esclarecimento, foi recomendado a solução imediata a favor da
queixosa.
Em presença de uma informação que dava conta de que alguns
dirigentes do Governo Provincial e Central, estão a utilizar
crianças dos 14 aos 16 anos, sob forma de deportação do Sul
para o Norte do país, como força de trabalho irremunerável, que
após 2 anos de labuta, dão-se-lhes algum dinheiro e bens como
motorizadas, para se reintegrarem livremente na sociedade, foi
marcada uma audiência com o Governador da Província, tendo
resultado numa recepção pela Vice Governadora para o Sector
Político e Social, com a qual muitos assuntos abordados para
além deste, incluindo a instalação condigna para os Serviços
Locais. Sobre as crianças como mão-de-obra barata, a Vice
Governadora remeteu a questão sob proposta, à consideração
do Governador, continuando-se a investigar as empresas que,
fora dos padrões da lei de menores, utilizam as crianças nas suas
actividades.
Na sequência de uma reclamação apresentada aos Serviços
Locais, foi convocado o Comandante da Unidade Militar das
Mabubas, para esclarecer o porquê da presença de tropas no
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
103
Musseque Capari, ameaçando com o seu comportamento, a
favor de uma família que se diz ser de origem cabo-verdiana,
supostos donos do referido musseque. O encontro com esta
entidade militar durou 4 horas, demonstrando que há má fé nas
autoridades da província, no que concerne a gestão técnica e
administrativa do Capari. Todavia, o caso continua a ser seguido
ao abrigo da Lei 9/04, de 9 de Novembro - Lei de Terras, pois,
continuam a destruir as lavras das populações, fonte de sustento
das suas vidas e das famílias, alguns desde 1987, sob alegação de
loteamento, abertura de ruas ou seja, urbanização da área, sem
preveni-las. O caricato é que a empresa que assim está a
proceder, pertence a tal família cabo verdiana, protegida pelos
militares, que alega ter contrato com a Administração Municipal
para o efeito, resumindo-se num Poder Excessivo que a
Administração outorgou ao Senhor suposto dono e à sua
empresa. Isso põe em causa a justiça, os órgãos de administração
do Estado, o sentido de equidade, de urbanidade e de
probidade dos seus agentes.
Na sequência, houve um encontro com os representantes da
referida família para um esclarecimento mais profícuo da
situação.
Encontro com um oficial, dono de uma empresa de Segurança
que não paga o seu pessoal há mais de 7 messes, o que põe em
causa o bom nome da patente que ostenta e do órgão militar a
que pertence.
Encontro com o Comandante Provincial da Polícia Nacional, para
esclarecer sobre os 60 cidadãos civis, homens e mulheres, que
trabalhavam desde 2009 com a Polícia, fardados, armados e
credenciados, conforme as provas apresentadas, sem nunca
oficialmente terem sido membros deste organismo do Estado, sob
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
104
promessa de serem enquadrados logo que houvesse uma
oportunidade. Passados 5 anos, a oportunidade surgiu e não foram
integrados. Deixaram-lhes de fora e enquadram outros.
Queixaram-se junto dos Serviços Locais e na sequência, solicitamos um
encontro com o Comandante que, na ocasião, respondeu que os
queixosos não deviam ser recebidos e que o mesmo reuniu com eles
nas Ingambas e perguntar-lhes, como se chamava o 1º Presidente de
Angola e, onde nasceu? Vendo que ninguém sabia responder, retirou
se, porque não pode meter na Polícia, pessoas que nem tão pouco
conhecem o nome do Primeiro Presidente do país e o local onde
nasceu”!
A questão que se coloca é armar civis depois da Paz, de 2009 à 2014,
seja a que pretexto for e não enquadrar as pessoas depois de tanto
tempo de trabalho na instituição (5 anos), confiando na promessa -
violação do artigo 76º, nº 1 e subsequentes, da Constituição. Outrossim,
o pretexto apresentado no encontro, não passa de um subterfúgio pois,
esses cidadãos, já não deveriam passar por testes de aptidão, porque já
trabalhavam com sob garantia durante 5 anos.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
105
Serviços Locais do Cunene
Os Serviços Locais da Provedoria de Justiça no Cunene,
conheceram um período de quase oito meses de interrupção quanto
ao seu pleno funcionamento, devido ao passamento físico do seu
anterior titular, o malogrado Dr. Dionísio Hifewa;
Com vista ao seu restabelecimento e dinamização efectiva por forma a
garantir a necessária aproximação aos cidadãos, após Empossamento
do novo chefe de Serviços, procurou-se primar pela celeridade
processual, e deste modo, proceder ao encaminhamento das queixas e
reclamações apresentadas nos Serviços durante o período em analise,
fazendo menção sobre os casos que conheceram o seu desfecho e
aqueles que ainda carecem da análise e apreciação do Provedor de
Justiça.
Queixas recebidas e com litígios localmente dirimidos:
Neste capítulo, há a apontar a existência de 6 (seis) casos como a
seguir se desenvolve:
Em Abril do ano em análise, acorreu aos Serviços Locais uma
cidadã de Profissão enfermeira , que apresentou uma queixa um
senhor oficial da Polícia Militar no Cunene, tendo como objecto
de acção ou causa o pedido de restituição de valores em
dinheiro avaliado em 200.000,00Kz, provenientes da nulidade de
um contrato de compra e venda de uma parcela de terreno cita
na cidade de Ondjiva, celebrado entre a aludida cidadã e um
outro oficial, inspector da Polícia da ordem pública.
O referido contrato foi nulo por padecer de um vício de forma
previsto nos artigos 220º e 875º, ambos do Código Civil. O caso em
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
106
apreço já tinha sido apresentado anteriormente à polícia
judiciaria militar no Cunene pela mesma autora, contra o
inspector, tendo sido atendido naquela instituição pelo oficial da
Policia, o qual por sua autoria desencaminhou os valores em
causa em seu próprio benefício e em prejuízo da senhora, o qual
havia lhe sido depositado ou entregue pelo Inspector, autor do
celebrado contrato em alusão.
Depois de ouvidas as partes, os Serviços Locais concluíram e
recomendaram, que o Oficial da Polícia Militar restituísse os
valores desencaminhados, ao invés de pôr em causa a imagem e
o bom nome da instituição militar que dirige, tendo sido assim a
recomendação acatada, e no dia 02 de Maio de 2014, nos
Serviços Locais da Provedoria de Justiça no Cunene, perante
testemunhas, assistiu-se a restituição de 200.000.Kz pelo oficial, a
favor da senhora, autora da acção ou da queixa aos serviços,
tendo sido o caso ou litígio dirimido localmente e dado como
encerrado com satisfação da parte lesada vendo seu direito
ressarcido nos termos da Lei e do direito.
O segundo caso, com queixa apresentada igualmente em Abril,
por uma senhora, teve como objecto da acção baseado num
conflito de direito fundiário, por expropriação por utilidade
pública de uma parcela de terreno por parte da administração
Municipal de Ombadja na vila de Xangongo, para a construção
das residências da juventude e sem ter em conta o preceituado
na Constituição da República, (artigos 15º e 37º) isto é passar
pela pronta e justa indemnização.
Analisada a questão, foi citado e ouvido no dia 02 de Maio de
2014, o Administrador Municipal Adjunto de Ombadja, em
representação do Administrador, em que foi recomendado no
sentido de pautar-se pelos preceitos constitucionais que regulam
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
107
o instituto da indemnização ao cidadão na expropriação por
utilidade pública como condição da eficácia da mesma ;
No dia 13 de Maio, em função das recomendações dos Serviços
Locais da Provedoria, a Administração de Ombadja celebrou um
acto de indemnização a favor da senhora e sua Família, tendo
recebido uma residência T3 e 3 lotes no mesmo espaço de
terreno expropriado pela Administração Municipal ou melhor,
onde se edificou as referidas casas da juventude e tendo deste
modo a mesma Família o seu direito ressarcido nos termos da
Constituição e da Lei em vigor, culminando assim com o desfecho
final da lide e dando-o como encerrado com satisfação da parte
lesada por ganhar uma nova residência de conformidade a sua
pretensão ora apresentada aos Serviços Locais.
Em Maio de 2014, foi recepcionada uma queixa apresentada por
uma professora, tendo como objecto de acção uma turbação ou
esbulho violento da sua fracção autónoma cita no Bairro
Caculuvale, cidade de Ondjiva onde vive há mais de 12 anos,
contra um Director Municipal dos Serviços do Kuanhama, quando
este pretendia revender a mesma fracção à uma Directora
Provincial do Kunene, tendo esta praticado um esbulho contra a
mesma fracção da senhora. Citado e ouvido no dia 17 de Julho
de 2014 a parte queixada, os Serviços da Provedoria Local, tendo
em consideração os institutos da posse titulada e a sua defesa
(art 1259º e nº1, art 1278 nº3 e artº1279) do código civil, em caso
de esbulho violento, recomendaram que a Administração
Municipal do Kwanhama, reconhecesse o direito de posse da
Senhora, previsto no artº1259 n.1, e que lhe fosse restituída a sua
fracção nos termos da lei e do direito, conforme prevê o art.º 1278
nº3 e 1279, ambos do código civil.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
108
Em função da situação em causa, no dia 18 de Julho, em
audiência com, Administrador Municipal do Cuanhama, concluiu-
se com a restituição da mesma fracção autónoma a favor da
senhora, sem exigência do Instituto da indemnização previsto no
nº1 do artº1284 do C.C, pelo prejuízo verificado, tendo sido desta
forma ressarcido o seu direito nestes termos.
Ainda em Abril, procedeu-se a recepção de uma reclamação
apresentada por um Micro empreendedor, proprietário de um
Salão de Beleza e residente na cidade de Ondjiva. A queixa teve
como objecto de acção ou pedido, intervenção dos Serviços,
sobre injustiça ou ilicitude que lhe fora praticado pela polícia
Económica local, na aplicação de uma multa sobre seu
estabelecimento, aproveitando-se da sua má interpretação e
inocência sobre o Alvará de Licença Comercial que lhe permitia
ao Exercício de actividade (Salão de Beleza).
Em função da questão, os Serviços, em colaboração com a
Direcção Provincial do Comércio, Hotelaria e Turismo, Balcão
Único do Empreendedor (BUE) e da polícia Económica,
encontrou-se um mecanismo aceitável de interpretação sobre o
Alvará em causa e atribuiu-se-lhe a documentação que lhe
permite actualmente ao exercício de actividade económica ou
Comercial, isto pelo BUE do Município do Cuanhama.
Em Setembro do ano em análise, apresentou queixa junto dos
Serviços Locais, um funcionário Público, pertencente ao Governo
Provincial do Cunene e residente na cidade de Ondjiva, contra
uma cidadã, igualmente, funcionária pública, com cargo de
chefia na mesma instituição, cuja causa consiste na sua
indemnização pelo facto de ter-lhe sido levantado um auto de
abandono de lugar, enquanto se encontrava doente e
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
109
hospitalizado no Hospital Geral de Ondjiva, durante um longo
período de tempo, no ano de 2008.
Em função da queixa apresentada, foi citada a cidadã pelos
Serviço Locais em Outubro. Ouvidas as suas declarações,
constatou-se que o queixoso, já tinha sido reintegrado na função
pública e na mesma área funcional, através de concurso público,
por este ter dirigido um requerimento ao Governador Provincial do
Cunene, que mereceu o devido deferimento no dia 13/09/13,
possibilitando assim a sua reintegração na função pública.
No mês de Outubro de 2014, foi recebida em audiência nestes
uma cidadã, funcionária do Gabinete do Vice-Governador
Provincial do Cunene, que apresentou uma queixa contra o
Gerente de em estabelecimento Comercial, cita no centro da
cidade de Ondjiva. A queixa apresentada versa sobre um
contrato de arrendamento urbano para fins habitacionais com
um prazo certo, celebrado dia 24/04/2014, entre a cidadã, na
qualidade de senhoria e o gerente, na posição de inquilino, este
que veio mais tarde incorrer em mora por falta do cumprimento
da obrigação, conforme os pressupostos das cláusulas do referido
contrato.
A queixosa apresentou como pedido ou a causa de pedir o
pagamento das suas rendas em causa, chamando pela
intervenção dos Serviços, no sentido de intimar ao locatário(
Inquilino), afim de ser recomendado a cumprir com os princípios
da boa fé, da legalidade e com os pressupostos constantes dos
artigos 1038º alínea a) e 1039º nº1, ambos do código civil e
evitando desta maneira o preceituado no nº1 do artº1041 do
código civil.
Citado e ouvido dia 22/10/2014, a parte demandada, por sua vez
limitou-se a confessar os factos articulados pela autora da queixa,
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
110
originando aos Serviços a criar uma tentativa de conciliação
entre as partes, por forma a evitar a resolução do contrato, a qual
teve lugar dia 24 de Outubro. Nestes termos, foi recomendada a
parte demandada que cumprisse com as suas obrigações antes
que caísse na situação de pagamento de uma indemnização
prevista no nº1 do artº1041 da código civil e tendo sido estipulado
que até o dia 7 de Novembro, o inquilino pudesse pagar as
rendas em atraso. No dia 6 de Novembro, em função da
recomendação, a parte em falta cumpriu com a obrigação
assumida, tendo pago as rendas em atraso a favor da cidadã
lesada, continuando assim o inquilino a residir no mesmo imóvel
em função do consenso assumido entre as partes em conflito.
Para além das queixas/ reclamações acabadas de descrever, existem
outras 3 (três), que pelo seu conteúdo e alcance, foram remetidas a
instância superior - Luanda para instrução e decisão do Provedor de
Justiça.
Divulgação
Realizou-se no dia 21 do mês de Novembro, na sala de reuniões do
Palácio do Governo da Província do Cunene, uma palestra
Subordinada ao tema: O papel do Provedor de Justiça, função, âmbito
de actuação, competências e garantias dos particulares, tendo como
prelector o Dr. Frederico Alukeinge, Chefe dos Serviços e como
Moderador, o Jusrista, João Feliz Sapy da Silva, funcionário da Direcção
Provincial de Registo Eleitoral do Cunene. A palestra contou com a
participação do Dr. José do Nascimento Veyelenge, Vice-Governador
para Política Social e Governador em Exercício, que dirigiu a sessão de
abertura, Eng. Cristino Mário Ndeintunga, Vice-Governador Provincial
para os Serviços técnicos e de infra-estruturas do Cunene, funcionários,
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
111
assim como representantes da sociedade civil (Empresários, Igrejas e
Partidos Políticos).
Dos factos narrados, apresenta-se o quadro demonstrativo das queixas
e dos casos solucionados:
QUEIXAS
RECEPCIONADAS
QUEIXAS C/ CASOS
RESOLVIDOS
RECLAMAÇÕES
QUEIXAS
PENDENTES
QUEIXAS FORA
DO ÂMBITO
22 06 01 10 05
Serviços Locais do Huambo
Durante o ano de 2014, os Serviços Locais recepcionaram um conjunto
de queixas, no total de 54 ( cinquenta e quatro), distribuídos nos termos
que se seguem:
10 (Dez) queixas constituíram matéria cível de pensões de velhice
e sangue, que depois de uma análise casuística, foram remetidas
aos serviços locais do Instituto Nacional de segurança Social,
como órgão competente e visado. De referir que, só tiveram
ainda desfecho os que se prendiam com pensão de sangue. Já
os de pensão de velhice, correm seus trâmites junto daquela
instituição, pelo facto das instituições não serem locais.
7 (sete) Queixas de natureza criminal.
Estas queixas, porque são de natureza criminal, cujo conteúdo
extravasa os poderes do Provedor de Justiça, foram, nos termos
do artigo 29º da Lei n.º 4/06 de 28 de Abril, encaminhados para os
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
112
Dignos Magistrados junto da Direcção Provincial da investigação
criminal para o tratamento devido.
20 (vinte) Queixas de fórum cível, ligados à prestação de
alimentos a menores de idade, bem como reclamações de
direitos fundiários.
As queixas de natureza alimentar, pela emergência que têm em
termos de resolução, foram encaminhadas ao Digno Procurador
da República, junto da sala de família do Tribunal Provincial do
Huambo, para instauração dos processos alimentares
competentes, estando em fase de desfecho provisório.
Foram também recepcionadas queixas ou reclamações de alimentos,
mas numa perspectiva de se alterar a decisão provisória, tomada no
processo que, pela natureza do acto recorrível, sendo uma sentença
judicial, foram remetidos ao Digno Procurador da República, na
qualidade de fiscal da legalidade.
As queixas de natureza fundiária, no total 9 (nove), tiveram desfecho
positivo dentro das administrações visadas.
Ainda dentro do período em análise, os Serviços Locais do Huambo,
prestaram alguma assessoria em matérias da lei de terras a algumas
autoridades tradicionais, como meio de se reduzir os níveis de atropelo
do procedimento em legalizarem as terras.
No mês de Setembro, aquando da vista do Secretário de Estado para os
Direitos Humanos, os Serviços Locais tiveram um papel activo,
acompanhando os trabalhos desenvolvidos nos serviços penitenciários
do Huambo e do Bailundo, com balanço positivo no que concerne as
condições humanas dos reclusos.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
113
Em parceria com o Fórum Universitário, os Serviços Locais co-realizou a
primeira conferência provincial sobre os Direitos Humanos, no dia 10 de
Dezembro de 2014, tendo como população alvo, os funcionários da
penitenciária e estudantes do ensino médio, das escolas sedeadas na
comuna da Calima.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
114
2.3.PARTICIPAÇÃO INTERNACIONAL
22ª Sessão Ordinária da Cimeira de Chefes de Estado da União
Africana
A convite da Presidente da Comissão da União Africana, DRA.
Gonsazana Dlamini Zuma, deslocou-se até ADIS-ABEBA – Etiópia, sede
da União Africana, de 25 a 31 de Janeiro, o Provedor de Justiça de
Angola, na sua qualidade de Presidente dos Provedores de Justiça de
África, chefiando uma delegação integrada por quadros da Provedoria
de Justiça.
A Conferência contou com as presenças de mais de 54 chefes de
Estado de África, de Ministros das Relações Exteriores e distintos
convidados provenientes de várias partes do mundo.
Viª Reunião do Comité Executivo dos Ombudsmen, Mediadores e
Provedores de Justiça Africanos
A convite da Provedora de Justiça da África do Sul e Secretária
Executiva da AOMA – (Associação dos Ombudsmen, Mediadores ou
Provedores de Justiça Africanos), o Provedor de Justiça de Angola, na
qualidade de Presidente da AOMA, participou e presidiu a Reunião
Ordinária do Comité Executivo e do Conselho de Administração da
AORC, de 25 a 28 de Fevereiro em Johannesburgo, África do Sul,
chefiando uma delegação integrada por Técnicos da Provedoria de
Justiça.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
115
O AORC - Centro de Investigação dos Provedores de Justiça Africanos,
foi criado pela AOMA, com o propósito de dotar os técnicos afectos às
distintas instituições do Provedor de Justiça a nível do continente, de
conhecimentos e ferramentas necessárias para o exercício da sua
Actividade, bem como servir de Centro de documentação e arquivos,
e prestar vários serviços e assistência aos membros da AOMA.
A Cimeira teve a duração de 4 (quarto) dias, e consubstanciou-se na
apreciação e análise dos trabalhos do Centro de Pesquisa dos
Provedores de Justiça de Africa – AORC, baseando-se,
fundamentalmente, nos critérios de avaliação a serem adaptados
durante as próximas sessões formação ministrados nas (4) línguas de
trabalho indicadas pela organização.
No dia 24 de Fevereiro, teve início na cidade de Johannesburg, África
do Sul a VIIIª Reunião do Conselho de Administração da AORC.
No seu discurso de abertura, a Ombudsman Sul-africana, que também
desempenha as funções de Presidente do Conselho de Administração
do Centro, fez uma breve apresentação do actual quadro de
funcionamento do Grémio, mormente as dificuldades encontradas para
a indicação de um candidato para ocupar o cargo de Director da
referida academia.
Convidado a intervir, o Provedor de Justiça de Angola e Presidente da
AOMA, agradeceu em nome dos Provedores de Justiça, a
hospitalidade e felicitou a direcçao da AORC pelo sucesso
conquistado, sobretudo, pela visibilidade que esta tem estado a
oferecer ao trabalho dos Ombudsmen africanos.
Por seu turno, a insígnia professora Dra.Managay Reddi, Reitora da
faculdade de Direito da universidade de Kwazulo-Natal, na sua
intervenção, destacou a contribuição do Departamento de Direito da
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
116
referida Universidade no lançamento da obra literária sobre a génese
da AOMA, um trabalho que veio contribuir para a divulgação da
imagem da Organização.
De seguida, a Directora da AORC, ADV. Ishara Bodasing, passou em
revista, de forma substantiva e objectiva, a situação financeira do
centro de pesquisa e alguns projectos em carteira.
Reunião do Comité Executivo
Subordinado ao tema: O papel dos Ombudsmen Africanos na
Promoção da Boa Governação, o Provedor de Justiça de Angola e
Presidente da AOMA, DR. PAULO TJIPILICA no dealbar do certame,
agradeceu a anfitriã e a sua equipa, pelo nível organizativo do evento.
Observadas as regras protocolares, o Presidente dos Ombudsman
Africanos instou aos presentes para que fosse observado um minuto de
silêncio em memória daquele que se destacou, como um dos maiores
ícones africanos e líder Fundador do ANC, DR. Nelson Mandela.
Foram, de seguida constituídos quatro paínés.
A abertura da sessão plenária teve como orador o Presidente da
Comissão Administrativa de Justiça do Kenya, Adv. Otiende Amollo, que
sublinhou o papel dos Ombudsmen na promoção da Boa Governação,
na prevenção e mediação de conflitos, bem assim, na defesa da
promoção das liberdades e garantias dos cidadãos.
O orador indicou os parâmetros por que se regem a actividade dos
Ombudsmen, como seja:
Governação /liderança
Paz
Segurança
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
117
A agenda da União Africana sobre a boa governação, desenvolvimento,
paz e o papel do Provedor de Justiça, foi apresentada pelo Dr.
MATOLOSA, em representação da Comissária para os Assunto
Políticos da União Africana, Dra. Ayisha Abuli . Defendeu, no plenário,
os mecanismos e planos estratégicos que foram adoptados pela
União Africana, para auxiliar a AOMA na qualidade de membros
observadores da organização.
Com base na evolução dos Gabinetes dos Provedores de Justiça e a
promoção da boa governação em África, o Professor Doutor Victor
Ayeni, Director dos Serviços Internacionais de Governação no Reino
Unido, de forma pedagógica, usou os princípios de Mo Ibhraim, que
defendem a boa governação, transparência e justiça em África,
para demonstrar aos países africanos o modelo utilizado pelo
Ocidente em determinar a boa governação em África.
A análise comparativa do sistema legal dos países membros da AOMA, foi
apresentada pela Professar Doutra Managay Reddi, Reitora da
Universidade do Kwazulo-Natal e o Prof. J. C. Mubangizi, que é, de
igual modo, adjunto do Director de Estudos de Gestão de Direito da
mesma Faculdade.
A actividade culminou com um jantar de gala oferecido pela
organização do evento, no salão de festas do Hotel Southern Sun, que
contou com a presença da Líder Nacional da Auditoria Geral da África
do Sul, e também, no decorrer da actividade, houve um painel de
debate entre os Provedores de Justiça que teve como tema principal a
Promoção, a Estabilidade Local e Desenvolvimento através da
Cooperação Internacional dos Provedores de Justiça e Mediadores de
África.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
118
O terceiro dia de trabalhos foi marcado pela apresentação do relatório
pelo Provedor de Justiça das Ilhas Maurícias, Adv. Hatteea. A estrutura e
padrões dos Ombudsmen no Caribe e América do Norte foram
elucidados pela Reformada Provedora de Justiça de Bermudas, Ms. A.
Brock e a Provedora de Justiça de Quebec, Ms. R. Saint-Germain, da
Associação dos Ombudsmen e Mediadores Francófonos.
No final dos trabalhos, foi adoptada uma Declaração que ficou
conhecida como Declaração de Oliver TAMBO.
Com um total de seis (6) páginas, a Declaração foi assinada pelo
Presidente e Secretária Executiva da Organização, respectivamente,
DR. Paulo, Tjipilica, de Angola e, Adv. Thulisile Madonsela, da África do
Sul.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
119
No documento, os Provedores de Justiça reconheceram o papel que os
Ombudsmen e as instituições de mediação desenvolvem para o reforço
e promoção da boa Governação a nível do continente;
Ainda no mesmo documento, os Provedores de Justiça Africanos foram
encorajados a adoptar o artigo 15 da Carta Africana sobre a
democracia, eleições e boa Governação, que obriga os Estados a:
Estabelecer instituições públicas fortes que promovam a
democracia e a ordem constitucional;
Assegurar a independência e autonomia destas instituições
garantidas constitucionalmente;
Assegurar que as instituições de Medicação sejam responsáveis
diante das instituições nacionais competentes e;
Assegurar que estas instituições tenham recursos necessários para
a execução das suas actividades de forma eficaz e eficiente.
No documento, os subscritores viram, de igual modo, a
necessidade de implementação do Protocolo de Cooperação
assinado, em Luanda, entre a AOMA e a União Africana, em
Junho de 2012.
Visita do Provedor de Justiça a Bujumbura – Burundi
A fim de tomar parte da Conferência Internacional sobre o Diálogo Inter
– Religioso para a Paz e a Prevenção de Conflitos e de Guerras, no
âmbito da Presidência Angolana da AOMA (Associação dos
Ombudsmen, Mediadores ou Provedores de Justiça de África),
ausentou-se do país o Senhor Provedor de Justiça, DR. Paulo Tjipilica, de
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
120
21 a 27 de Março de 2014, rumando a Bujumbura – Burundi, a convite
do Excelentíssimo DR. Mohamed Rukara, Ombudsman do Burundi,
fazendo-se acompanhar de técnicos seniores da instituição que dirige.
No dia 25 de Março, as actividades, tiveram lugar no espaço Chaussé
D’Uvira, do Hotel Clube do Lago Tanganyika, na cidade de Bujumbura,
cabendo as palavras proemiais ao DR. Mohamed Rukara, Ombudsman
da República do Burundi e Vice – Presidente da AOMF (Associação dos
Ombudsmen ou Mediadores da Francofonia), enquanto anfitrião.
Neste que era um evento organizado pelo Escritório do Ombudsman da
República do Burundi, sob o alto patrocínio do Presidente da República
Burundi, o Senhor Pierre Nkurunzinza, co – organizado pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), pelo Escritório de
Representação da União Europeia e pelo Departamento do Sector de
Segurança da Holanda.
Ao que se seguiram no uso da palavra, respectivamente, as entidades
seguintes: Representante da Confissão Religiosa Católica (Nunciatura
Apostólica) – Abade José Nahum; Representante da Confissão Religiosa
Protestante – Reverendo Thomas; Representante da Confissão Religiosa
Islâmica – Abdallah Omar Nassef; Representante dos Países Baixos –
Embaixador Jolke Oppewal; Representante do Sistema das Nações
Unidas, no Burundi; O Senhor Al Hadji Ali Hassan Mwinyi, antigo
Presidente da República Unida da Tanzânia, na qualidade de
Presidente de honra da Conferência.
O discurso de abertura do evento foi proferido por Sua Excelência
Senhor Pierre Nkurunzinza, Presidente da República do Burundi, que
desejou boa estada aos visitantes e êxitos nos trabalhos programados,
atendendo à pertinência na escolha do tema – guia da Conferência.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
121
Após intervalo, iniciarem as actividades propriamente ditas, por via de
painéis temáticas conduzidos por distintos oradores:
1º Painel – Busca e Salvaguarda da Paz e da Harmonia Social, onde
intervieram o abade José Nahum; o prelado DR. Khalan; o reverendo
DR. Johnson Mbillah; e a autoridade islâmica Mahmud Azab.
2º Painel – Diálogo Inter – Religioso, o Impossível? Experiências e Desafios
sobre a Tolerância e a Aceitação do Outro, em que tomaram a palavra
peritos religiosos da Etiópia; do Uganda; do Burundi (monsenhor Evariste
Ngoyagye, líder do Conselho Inter – Confessional do Burundi); e do
Ruanda.
No período vespertino:
3º Painel – Experiência do Clero sobre a Resolução de Conflitos Inter –
Religiosos, com as alocuções das autoridades religiosas da RDC e da
Tanzânia.
Concluídas as apresentações dos painéis temáticos, foram chamados
ao pódio todos os intervenientes, para, em debate com plateia,
reafirmarem as teses trazidas ao evento, que, no essencial, eram o
produto das experiências vivenciadas nos respectivos países.
Passou-se para o 2º momento do programa, a seguir aos painéis,
consistindo nas apresentações dos Ombudsmen, Mediadores ou
Provedores de Justiças convidados:
I – Professor Serigne Diop, Mediateur de la Republique do Senegal
Respigamos das suas palavras, plenas de sabedoria, o facto de dar
nota de realce ao Memorando de Entendimento firmado entre a União
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
122
Africana (UA) e a AOMA, a 22 de Outubro de 2011, em Addis – Abeba
(Etiópia), que além de conferir à AOMA o estatuto de observador, junto
da União Africana, há o comprometimento daquela ajudar esta na
prevenção e resolução de conflitos no nosso continente, em
colaboração com o Painel de Sábios da União Africana. A concluir,
manifestou a sua satisfação pela esperança, que os povos de África
acalentam pela mera existência de Ombudsmen, Mediadores ou
Provedores de Justiça, pelo que, estes devem assumir uma postura mais
acutilante, como conselheiro do Estado – Administração, quer no
tocante à Boa Governação e ao Estado de Direito, quer como Agente
da Paz.
II – Madame Raymonde Saint Germain, Presidente da AOMF e Protectora do
Cidadão do Quebec
No essencial, fez um apelo a congregação de engajamento e de
vontade para as autoridades políticas africanas tenham a sabedoria
necessária, com a ajuda dos Ombudsmen, Mediadores ou Provedores
de Justiça, para se lograr a harmonia entre religiões e, assim, constituir-
se uma plataforma conjunta de resolver as diferenças.
III – DR. Paulo Tjipilica, Presidente da AOMA e Provedor de Justiça de Angola
Na sua alocução, fez uma radiografia – síntese da AOMA focalizado nos
aspectos que se seguem:
Fez uma introdução abreviada ao conceito de Ombudsman, à
AOMA e aos seus Órgãos;
Traçou um breve panorama dos instrumentos jurídicos que regem
o trabalho da AOMA na prossecução dos seus objectivos;
Passou em revista o papel dos Ombudsmen, Mediadores ou
Provedores de Justiça, a sua contribuição e o seu potencial para
melhorar o desempenho da mediação de conflitos em África;
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
123
Por fim, indo ao encontro do tema – guia do evento, apresentou
um quadro sobre o papel que joga a AOMA na questão da
prevenção e resolução de conflitos no continente.
Neste particular, importa frisar que Presidente da AOMA, aproveitou o
ensejo para partilhar com os presentes, elementos que ilustram
devidamente o caminho a seguir, pontualizando que,
a este nível, a experiência tem demonstrado que, quando forem
cumpridos os padrões exigidos para a criação desta instituição, o
Ombudsman pode desempenhar um papel decisivo, pelas seguintes
razões:
A sua impartibilidade, o Provedor de Justiça é uma alternativa
confiável para ambas as partes,
devido à sua acessibilidade e à gratuitidade dos seus serviços;
O Provedor de Justiça também é mais fácil de usar do que o
sistema judicial tradicional ou, em casos extremos de escolha, do
que a violência;
Através das disposições da lei, o Provedor de Justiça também tem
a possibilidade de procurar, a favor da parte lesada, a solução
extra – jurisdicional, com base na tese de que, em termos
objectivos, «a equidade está para além da justiça». Com efeito,
tudo o que é legal ou jurídico, não é necessariamente sempre
justo;
No mundo da governança moderna, o Provedor de Justiça
representa o equilíbrio perfeito entre a mediação política e a
mediação jurídica, por meio de seu trabalho, tanto normativo
quanto informal;
Enfatizar que é absolutamente necessário garantir que a
personalidade do Provedor de Justiça e a reputação de seu
escritório são fundamentais para que, perante uma grande
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
124
quantidade de trabalho, se consiga uma mediação bem-
sucedida;
Retomou as palavras de sabedoria do Presidente Blaise
Compaoré, quando diz que “já é um grande passo dado quando
as duas partes, em conflito, saber que existe alguém que pode
ouvir e entender as suas frustrações”.
Em suma, o Provedor de Justiça, pela sua natureza é o tipo de
instituição que se esforça para ouvir e compreender bem o
núcleo da origem do conflito, por meio de pesquisas e outras
formas de indagações, antes de emitir as suas recomendações
para uma solução jurídica, justo e aceitável para todas as partes
envolvidas.
IV – A Experiência do Ombudsman do Burundi
Para o efeito, o Escritório do Ombudsman anfitrião, colocou em
exibição um Documentário, contendo imagens de Actividades e
Realizações do DR. Mohamed Rukara, no atendimento e resolução de
contendas que os particulares em levam a seu conhecimento, sobre as
diversas matérias, cabíveis no respectivo âmbito estatutário. Bem como,
foram dadas a ver imagens de eventos internacionais, em que o
Ombudsman burundês se fez presente.
No segundo e último dia da Conferência Internacional, foram
chamados à dissertação convidados idos de países fora do continente
africano, designadamente:
1. DR. Mark J. Brinkmoeller, dos Estados Unidos da América, que
tratou do tema «Porquê tornar os dogmas religiosos em
ferramentas de divisão em vez de factores de união?». Como se
pode depreender, o tema suscitou vivo acompanhamento dos
circunstantes pela pertinência e apelo à reflexão.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
125
2. DR. Alwin Van Den Boorgaard, em representação da DSS dos
Países Baixos, abordou, de forma documentada, sobre «O
Conceito de “Reforma dos Serviços de Segurança” e
Consolidação da Paz e a Prevenção de Conflitos: Experiência do
Burundi». Dentre outros aspectos, realçou o facto de existir um
Memorando de Entendimento Países Baixos – Burundi, para o
desenvolvimento do sector de segurança neste último, pela
relevância estratégica de que se reveste o elemento segurança
nacional na prevenção e resolução de disputas.
3. Jean Pierre Guengant, PhD, Director de Pesquisa emérito da
Universidade de Paris, Panthéon – Sorbornne, IRD, e com ligação
ao FNUAP, com o interessantíssimo tema «Dividendos
Demográficos e Prevenção de Conflitos em África: A Importância
de Desenvolvimento Duradouro e Inclusivo».
Após intervalo, no reinício dos trabalhos registaram-se duas dinâmicas:
I – foi constituído um novo painel para permitir que dois
convidados fizessem abordagens, fruto de vivências específicas,
em torno da temática «Experiências das Minorias Face à
Tolerância e à Aceitação do Outro», nomeadamente, os Senhores
Umit Kokker (Turquia) e Marc Bertrand (Bélgica).
II – Organizou-se um Trabalho em Comissões, composta por
falantes de Inglês e a composta por falantes de Francês,
recolhidos em salões de apoio, ao Salão Principal, separados,
para reflectirem, respectivamente, sobre “Que recomendação
concreta deve ser dada para que as autoridades religiosas,
possam, nos seus países, contribuir para o reforço da prevenção
de conflitos inter – confessional” e “Que recomendação concreta
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
126
deve ser dada aos Ombudsmen africanos para que, em acção
concertada com as demais entidades dos poderes públicos,
tenham um papel mais activo no incremento do diálogo inter –
religioso, bem como da prevenção/resolução de conflitos e de
guerras”.
À guisa de conclusão, pode afirmar-se que o DR. Paulo Tjipilica,
Presidente da AOMA e Provedor de Justiça de Angola, considera a
iniciativa burundesa deveras positiva, quanto mais não seja por o
evento ter criado azo para o conhecimento, a compreensão e a
absorção de aspectos que entroncam nas litigiosidades, que grassam o
nosso continente, motivados por diferenças de credo religioso.
Por conseguinte, devem quer a AOMA como as Instituições Nacionais
dos Ombudsmen, Mediadores ou Provedores de Justiça, encetar ou
juntar-se às iniciativas, com o concurso da União Africana, na
prevenção e resolução de litígios e de guerras, em cuja base estão
tendências para a prevalência de umas crenças religiosas sobre outras.
Missão Técnica à Adis-Abeba, Etiópia
No dia Dezasseis de Julho de Dois Mil e Catorze deslocou-se à República
Federativa da Etiópia Adis-Abeba, em missão de serviço uma
delegação de técnicos seniores da Provedoria de Justiça, no quadro
da presidência angolana da AOMA (Associação dos Ombudsmen,
Mediadores e Provedores de Justiça Africanos), chefiada por Sua
Excelência, o Secretário-geral, Dr. Plácido Jorge Van-Dúnem.
A referida viagem circunscreveu-se no âmbito do Acordo de
Cooperação entre a Associação dos Provedores de Justiça Africanos e
União Africana. Na base da visita estiveram dois grandes objectivos,
como sendo:
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
127
1. Inteirar-se junto do Gabinete da Senhora Presidente da Comissão
da União Africana, DRA. NKOSAZANA DELAMIN ZUMA, das
condições para o acolhimento da IVª – Assembleia-geral dos
Provedores de Justiça Africanos, a ter lugar na sede da maior
organização africana, em Adis-Abeba;
2. Avaliar às condições e disposições técnica das cabines de
tradução, instaladas nas salas de reuniões da sede da União
Africana, bem assim, nos estúdios de televisão e Rádio da nossa
Congénere em Adis-Abeba, de modo a servir de réplica para
adaptação à nossa realidade.
No dia 17 de Junho, foram encetados contactos ao mais alto nível, a
saber, com a Consultora e representante de Sua Excelência o
Comissário para os Assuntos de Paz e Segurança, nomeadamente, na
pessoa da Dra. Yvelise Ngandu. No encontro, foi reafirmada a
disposição da U.A em acolher na sua sede, a IVª- Assembleia-geral dos
Provedores de Justiça Africanos, sob a sinalética, Reunião Bilateral entre
a União Africana e a AOMA.
Outrossim, ficamos a saber, daquela sumidade, que por imperativo de
agenda de Sua Excelência, a Presidente da Comissão da União
Africana, o aludido encontro já não terá lugar em Setembro, conforme
previsto, mas, em Outubro de 2014.
Augurando uma realização profícua da Conferência dos Ombudsmen
Africanos, a União Africana garante colocar à disposição uma sala com
capacidade para acomodar duzentos conferencistas, devidamente
equipada, incluindo a equipa de tradutores e material gastável.
A delegação angolana ficou encarregue, após consulta das mais altas
instâncias da AOMA, de se pronunciar sobre, o esboço da nota
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
128
conceptual, a proposta da agenda de Actividades, a lista de
prelectores e os temas a abordar e, fundamentalmente a definição da
data para a realização do feito.
No mesmo período e na sequência dos trabalhos a delegação
angolana encontrou-se, no HOTEL SARO-MARIA, com o Director de
Relações Internacionais e Protocolo do Gabinete da representante da
AOMA, junto da União Africana, que é igualmente, Ombudsman Chefe
da Etiópia, DRA. FOZIYA AMIN.
Neste encontro foi-nos informado que as autoridades etíopes têm
cabimentado, um orçamento especial para apoiar as despesas
inerentes a realização da IVª Assembleia-geral dos Ombudsman
Africanos.
No período da tarde a delegação visitou às instalações da Provedoria
de Justiça naquele país, a fim de apresentar, em nome do presidente
da AOMA, as mais vivas e calorosas saudações.
A visita serviu ainda para elucidar os visitantes das condições técnicas
dos estúdios de Rádio e Televisão com o propósito supramencionado.
Como quem leva a água ao moinho, testemunhamos à transferência
dos serviços dos nossos confrades, para um novo edifício, que, segundo
os mesmos, irá conferir maior dignidade e conforto.
Em guisa de conclusão, podemos anuir que os objectivos da visita da
delegação - constatação e avaliação, no âmbito da OAMA, foram
atingidos com sucesso.
A fim de acompanhar o desenrolar do processo de preparação da
próxima reunião magna dos Provedores de Justiça Africanos, deverá ser
criada, tão breve quanto possível, uma equipa técnica, constituída por
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
129
quadros da União Africana, da AOMA, do Secretariado Executivo
estabelecido em Pretória e de altos funcionários das autoridades Etíope.
Missão Técnica a Adis-Abeba, Etiópia
No dia 25 de Agosto de 2014, fez-se deslocar uma delegação técnica
da Provedoria de Justiça, afecto a área da AOMA, com destino a Addis
– Abeba, Etiópia, a fim de participar de um encontro com a delegação
da Etiópia e demais países a fim tratar de questões atinentes aos
preparativos da 4º Reunião da Assembleia – Geral da Associação dos
Provedores de Justiça Africanos-
A Reunião teve a Duração de 2 (dois) dias, consubstancida na
apreciação e análises dos trabalhos já elaborados durante a
preparação da 4ºReunião da Assembleia Geral, por cada membro
junto de cada delegação responsável.
Na ocasião, a comissão dos Assuntos Políticos da Etiópia realçou que os
preparativos estavam sob controlo e que já não havia nenhum
impedimento para proceder com as suas tarefas e obrigações nesta
importante Conferência, tendo confirmado algumas das suas
responsabilidades no círculo da preparação da reunião da 4.º
Assembleia Geral, designadamente:
Acomodação
Transportes (carros Vips, Autocarros)
Material Didáctico
A comissão dos Assuntos Políticos também salientou que o Fundo
Financeiro a que se propusera ainda não estava confirmado e caso
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
130
não fosse possível cobrir com algumas despesas, que seria necessário o
auxílio por parte de outros países membros, consubstanciado num
contributo para a boa organização deste grande evento.
No Final dos trabalhos, foram adoptados algumas conclusões
importantes:
Necessidade de se estabelecer um contacto expansivo entre as 3
importantes delegações AOMA, UNIÃO AFRICANA E OS ASSUNTOS
POLÍTICOS;
Assegurar que cada instituição seja responsável com as suas
funções para execução das suas actividades de forma eficaz e
eficiente.
Visita do Provedor de Justiça a Lusaka – Zâmbia - VII Reunião
Ordinária do Comité Executivo da AOMA
De 9 a 12 de Setembro, o Provedor de Justiça, Dr. Paulo Tjipilica,
presidiu, em Lusaka – Zâmbia, a VII Reunião Ordinária do Comité
Executivo da AOMA, sob a chancelaria de Preparação da
Conferência Bilateral de Adis-Abeba AOMA/UA, no âmbito da
Presidência Angolana da AOMA (Associação dos Ombudsmen,
Mediadores ou Provedores de Justiça de África), a convite da
Excelentíssima Drª.. Coraline Sokoni, Ombudsman Chefe da Zâmbia.
O evento foi uma organização do Gabinete da Ombudmen Chefe da
Zâmbia, que é igualmente, coordenadora regional da África Austral,
sob o alto patrocínio do Presidente da República da Zâmbia, o Senhor
DR. MICHEL SATA.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
131
Na sua alocução, no dia 9 de Setembro, o Provedor de Justiça de
Angola e Presidente da AOMA agradeceu as autoridades zambianas
pela disponibilidade em acolher pela segunda vez, mais uma, das várias
reuniões dos Provedores de Justiça Africanos, tendo desejado rápidas
melhoras ao chefe do Executivo da Zâmbia e encorajado o Vice-
Presidente, na qualidade de presidente em exercício, a prosseguir com
os esforços tendentes à melhoria e bem-estar da vida dos cidadãos
A anfitriã e Ombudman Chefe da República da Zâmbia – Drª. Caroline
Sokoni, na sua intervenção, agradeceu a presença de todos quantos
acederam o convite, augurando votos de óptima estada e êxitos nos
trabalhos programados, atendendo à pertinência na escolha do seu
país para acolher o evento.
Em respeito aos pontos da agenda aprovados, a reunião apreciou os
relatórios apresentados pelo Presidente e Secretaria Executivas dos
Ombudsmen Africanos, relatórios que mereceram dos presente um vivos
encómio pela forma como as duas entidades tem assumido as suas
responsabilidades, em prol da dignificação da agremiação.
IVª Assembleia-Geral dos Ombudsmen Africanos na sede da União Africana
Uma apresentação sumária serviu para ilustrar aos presentes, o grau de
preparação e implementação dos preparativos à Primeira Reunião
Bilateral versus, IVª Assembleia-geral da AOMA, feita pelo Consultor do
Presidente da AOMA, Dr. Pierre Ndngirwa, na qualidade de membro da
equipa técnica de coordenação dos preparativos da Conferência.
Vários pontos foram identificados pelo apresentador como verdadeiros
desafios a serem vencidos durante o percurso até a realização do
evento.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
132
Conferência Bilateral entre a União Africana e a AOMA,
IV Assembleia Geral da AOMA
Adis abeba/ etiópia.
Entre os dias 4 e 7 de Novembro de 2014, em Addis Ababa, na
República Federal Democrática da Etiópia, realizou-se, sob os auspícios
da União Africana e do Instituto dos Ombudsmen da Etiópia, a primeira
conferência bilateral entre a União Africana e a AOMA, e
concomitantemente a IV Assembleia Geral da AOMA, com o tema “O
Reforço da Estabilidade Política, Desenvolvimento Socioeconómico por
Meio da Boa Governação e Justiça Administrativa – O Papel do
Ombudsman na Construção de uma Sociedade Democrática, Estável
e Próspera em África”.
A delegação angolana ao evento foi composta pelo Digníssimo
Provedor de Justiça de Angola e Presidente cessante da AOMA, DR.
PAULO TJIPILICA, que chefiou uma delegação composta por técnicos
seniores da instituição que dirige, para além de membros de instituições
angolanas, na qualidade de convidados, a saber: Deputados à 1ª, 5ª e
9ª Comissão da Assembleia Nacional, nomeadamente, os Drs. Albertina
Muxindu, Américo Cuononoca e Manuel Domingos, bem como, Sua
Excelência, o DR. Joaquim do Espírito Santo, Director para África e
Médio Oriente do Ministério das Relações Exteriores.
O dia 3 de Novembro, foi reservado para questões preliminares à
Conferencia, como sendo: o registo e acreditação dos diversos
participantes ao evento, entre chefes de delegação e respectivos
colaboradores.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
133
As actividades que corporizaram a primeira Conferencia Bilateral entre
AOMA e a União Africana tiveram início às 10h30 minutos do dia 4 de
Novembro, na sede da Instituição parceira, sala de sessões plenária do
Edifício antigo.
A Sessão de abertura foi presidida pelo Supremo Magistrado da Nação
Etíope, isto é, por Sua Excelência, DR. MULATU TESHOME, presidente da
República Federativa da Etiópia, testemunharam o acto várias
entidades do Governo Etíope, lideres das organizações Internacionais e
Membros do Corpo Diplomático.
O Chefe de Estado Etíope saudou os “Ombudsmen’’ presentes,
desejando-lhes boas vindas e êxitos nas discussões dos temas a abordar,
salientado por seu turno, a importância e o papel do serviço dos
Provedores de Justiça nos países membros da União Africana e no
continente.
Sublinhou ainda, o facto de a Conferência bilateral e a IV Assembleia
Geral terem lugar no seu país com um especial significado por Adis-
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
134
Abeba ser também, a capital de África, esta afirmação recolheu uma
estrondosa ovação e salva de palmas.
Seguiram-se ainda no uso da palavra, respectivamente, os
representantes das Nações Unidas, o Presidente da Comissão dos
Direitos Humanos da Etiópia, o Presidente das Instituições Internacional
dos Ombudsmen, que é ao mesmo tempo o Provedor de Justiça da
Namíbia, DR. JOHN ROBERT WALTERS, bem assim, o Presidente de AOMA
e Provedor de Justiça de Angola, DR. PAULO TJIPILICA e por fim, a
Secretária Executiva da Associação dos Ombudsmen Africanos,
Advogada THULISILE MADONSELA, Provedora de Justiça da África do
Sul.
No uso da palavra, o DR. Paulo Tjipilica, Presidente da AOMA e Provedor
de Justiça de Angola, começou a sua intervenção com uma canção
de exaltação ao pan-africanismo intitulada ‘’MINHA ÁFRICA’’, ao que
se seguiram breves palavras de agradecimentos a todos quanto
estiveram envolvidos, na preparação do evento resultando num
verdadeiro êxito.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
135
Em seguida, apelou a liderança da União Africana no sentido de
sensibilizar os Governantes do continente a valorizar o papel dos
Ombudsmen, sobre tudo no concernente ao respeito das suas
recomendações, bem assim, promover a criação da figura do Provedor
de Justiça, ali aonde ainda não exista.
Às 11h55 minutos deu-se o retorno para a sala de trabalhos e, deste
modo, iniciarem as actividades propriamente ditas, por via de painéis
temáticos conduzido e dissertado por distintos oradores.
I Painel - Na análise e desenvolvimento dos trabalhos que compunham
a agenda, proferiram suas intervenções os prelectores convidados,
nomeadamente, os insignes Professores, VICTOR AYENE, proveniente de
Londres e ABRAHAM EKOKOU ESSEAOU, proveniente de Senegal-Dakar,
os quais dissecaram ao detalhe sobre o papel dos Provedores de
Justiça, enaltecendo a utilidade, sugerindo, por fim, que tudo seria
melhor, tudo seriam diferentes, se todos os países membros da União
Africana tivessem um ‘’Ombudsmen’’ devidamente prestigiado com
capacidade de intervenção na sociedade em prol dos Direitos dos
Cidadãos.
Após a pausa para o almoço, seguiu-se a sessão vespertina em que se
deu início ao ciclo de conferências, com o primeiro painel, subordinado
ao tema: “a boa governação, o desempenho dos Serviços Públicos e a
Estabilidade Sociopolítica”, em que o Prelector, DR. VICTOR AYENI,
sublinhou que, o Ombudsman é a primeira linha de avaliação da boa
governação e do desempenho dos serviços públicos, sendo em si, um
factor de estabilidade política.
Os debates foram animados pela Public Protector da África do Sul,
Advogada THULISILE MADONSELA e pela Ombudmen anfitriã, DRA.
FOZIYA AMIN.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
136
II Painel - Os Mecanismos de Paz e Segurança da União Africana, As
Contribuições dos ‘’Ombudsmen’’ e de outros Mecanismos Regionais
Internacionais, intervieram, como oradores, o Mediateur da República
do Burundi, DR. MOHAMED RUKARA, tendo como moradores, a Senhora
Mediateur da República do Madagáscar, Mme. MONIQUE
ESOAVELOMANDROSO.
Para o encerramento da sessão do dia, a responsabilidade recaiu à 1ª
Vice-presidente da AOMA e Provedora de Justiça do BURKINA FASO,
Mme. ALIMA DEBORA TRAORE, que sublinharam a forma sábia como
decorreram os trabalhos no primeiro dia.
No dia de trabalhos, 5 de Novembro, os trabalhos foram retomados
com a discussão do terceiro painel, subordinado ao tema: “Os
Mecanismos de Apoio Eleitoral da União Africana – O Papel do
Ombudsman no Fortalecimento de Processos Eleitorais Democráticos e
Transparentes”, e contou com as intervenções de JOSÉ IBRAÍMO ABUDO,
Provedor de Justiça de Moçambique, e OTIENDE AMOLLO, Ombudsman
do Quénia, que, em cujas intervenções, referiram que, nos Estados de
Direito, deve haver a certificação de que o Governo é legítimo, visto
que a legitimidade do Governo é a base da boa governação, e o
órgão especializado para tal certificação é o Órgão Eleitoral de cada
País, porém, não seria correcto referir que o ombudsman não tem um
papel na certificação da legitimidade do governo e da boa
governação, pois o Ombudsman é para o governo o que o auditor é
para as finanças.
Ademais, os intervenientes partilharam também as respectivas
experiências sobre a sua participação e análise de eleições nos
respectivos países.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
137
Deu-se, então, seguimento ao pograma, mediante a discussão do
quarto painel, que teve como tema: “A Conjugação Esforços para a
Ratificação, Recepção nos Ordenamentos Internos, Popularização e
Implementação dos Instrumentos Legais da União Africana pelos
Estados Membros”, cujos intervenientes foram o Professor Abraham
Okoko-Esseau, perito em políticas públicas, que, em cuja prelecção,
referiu que era necessário começar a abordagem, sobre o tema, da
base de cooperação entre o União Africana e a AOMA, que é
conformada pelo Memorando de Entendimento assinado por ambas
organizações em 2011, cujas prioridades estratégicas são a
democracia, a boa governação, a promoção e protecção dos direitos
humanos, transparência e justiça administrativas, observação eleitoral e
a paz e segurança, sendo estes os pontos essenciais, identificados pelas
partes, para a cooperação.
Para o Prelector, a cooperação naqueles diversos domínios de
actuação tem por base od diversos textos jurídicos da União Africana e
bem assim a respectiva doutrina, que conformam os chamados
“Valores partilhados da União Africana”. Há necessidade de acções
conjuntas, em relação a tais valores, visto que a união Africana é
depositária de vários instrumentos e a AOMA, sendo uma organização
de entidades locais deveria ter o papel de observar ou certificar a
implementação, a nível local, daqueles instrumentos. Há assim interesses
comuns entre as organizações, urgindo a necessidade de se conceber
um plano de acção conjunto para que defina tarefas para a
implementação do memorando de cooperação.
Em seguida, interveio Sua Excelência o DR. PAULO TJIPILICA, Digno
Provedor de Justiça de Angola, que, convidado a enxertar
contribuições em volta do tema, fez uma abordagem dos esforços feitos
e resultados alcançados, quanto à recepção dos instrumentos da União
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
138
Africana no ordenamento jurídico angolano, por meio de ratificação,
quer ainda quanto a realização de acções conjuntas – AOMA e União
Africana – no sentido da concretização do Memorando de
entendimento entre ambas as organizações. Referiu-se, ainda, aos
esforços feitos no sentido do reconhecimento/acreditação da AOMA
diante da ONU.
Posteriormente, interveio a Dr.ª CAROLINE SOKONI, Insector – General da
Zâmbia, que, realçou a necessidade da compreensão do conceito “A
Conjugação Esforços para a Ratificação, Recepção nos Ordenamentos
Internos, Popularização e Implementação dos Instrumentos Legais da
União Africana pelos Estados Membros”, e reflectir sobre como tornar
realidade as acções compreendidas no referido conceito na prática
dos países membros. A seu ver, a União Africana pode fazer mais, por
meio da produção de documentos que reconheçam o papel do
Ombudsman, promovam a sua criação nos países membros onde ainda
não existe e que reforcem a sua figura naqueles países em que a figura
exista.
Já no período da tarde, os trabalhos foram retomados, tendo no início
deste período, estado presente a Excelentíssima Senhora Presidente da
Comissão da União Africana, Dr.ª DLAMINI NKOSASANA ZUMA, que, das
suas palavras, plenas de sabedoria, respigamos o facto de ter referido
que era para si uma honra acolher, no quartel general da União
Africana, a primeira Conferência Bilateral entre a AOMA e a União
Africana, depois da assinatura, por ambas as organizações, de um
Memorando de Entendimento.
Seguidamente, referiu que tendo em vista a estabilidade política, o
desenvolvimento sócio-económico, a boa governação, bem como a
transparência e justiça administrativas, faz todo sentido que o evento
ocorra sob os auspícios da União Africana, num contexto em que se
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
139
discute a agenda para 2063, sobre o legado que a África actual
pretende deixar para as gerações vindouras.
À montante, referiu também que no âmbito das consultas sobre a visão
a ter nos referidos 50 anos, concluíram que, os africanos, em todos os
sectores da vida, demostram a aspiração em colocar nas suas
prioridades, a construção de um continente pacífico, integrativo e
próspero. Estas consultas demostram ainda que o continente está
apostado em crescer acima dos limites impostos pelos desafios actuais,
e valorizar os seus recursos, sendo o seu principal recurso o seu povo e
em segundo lugar os seus recursos naturais, ou seja, a actual geração
está disposta em trabalhar na construção de um futuro melhor para as
gerações vindouras.
Na sequência, acrescentou que os Ombudsman foram instituídos para
trazer equilíbrio e justiça nas relações entre os cidadãos e o Estado,
numa fase inicial, e, posteriormente, nas relações entre aqueles e e
qualquer instituição pública ou privada, na lógica da defesa dos grupos
e indivíduos menos favorecidos e dos direitos dos cidadãos. Prestam
também um papel de acentuada relevância na elucidação dos
cidadãos sobre os seus direitos e tornar, deste modo, a governação
transparente.
Para aquela entidade, a implementação da agenda 2063, sobre a
África que pretendemos, depende em larga escala dos serviços
públicos dos países, e o ombudsman são elementos de certificação de
que cada cidadão tem um papel a desempenhar no futuro do
continente. Portanto, os ombudsman são elementos cruciais na
construção desta sociedade que se quer inclusiva, transparente,
democrática e próspera.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
140
Porém, para alcançar tais desideratos é necessário que se invista em
áreas cruciais, tais como a agricultura e na agregação de valores aos
produtos daí obtidos. É também necessário apostar na industrialização
do continente, de modo a agregar valor às matérias-primas produzidas
no continente, apostar nas infraestruturas e nos transportes, e ainda no
fomento do turismo – realçou, no final do seu discurso.
Em seguida, entrou-se para o quinto painel, cujas discussões giraram em
torno do tema: “A Declaração de OR Tambo e o Estado das Instituições
de Ombudsman (Provedorias de Justiça) no Continente”, em que
intervieram a ADV. THULISILE MADONSELA, Secretária Executiva da
AOMA; DR. NGOLO COULIBALY, Mediateur de la Republique da Costa
do Marfim; PROF. VÍCTOR AYENI, perito; e ADV. NEILE ALINA MATSONA
FANANA, Ombudsman do Lesoto.
Neste painel, as abordagens giraram em torno das normas mínimas da
para instituições de Ombudsman eficientes, das quais se salientam aa
consagração constitucional, a independência e autonomia orgânica,
funcional e financeira, designação pelo Chefe de Estado ou pelo poder
legislativo, competências para investigar ou mediar casos que versem
sobre má administração, a garantia de condições de serviço aceitáveis
minimamente equiparáveis as de um Juiz do Tribunal Supremo,
acessibilidade, imparcialidade, responsabilização e prestação de
relatórios, etc.
Dava-se assim terminada a Primeira Conferência Bilateral entre a AOMA
e a União Africana, cujo encerramento foi marcado por um jantar de
gala para confraternização entre os participantes, numa das salas de
eventos do HOTEL HILTON.
O dia 6 de Novembro estava reservado para a Sessão de abertura da IV
Assembleia-geral da AOMA, que foi orientada pelo Presidente da
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
141
Associação E Provedor de Justiça de Angola, DR. PAULO TJIPILICA,
acompanhado das seguintes entidades: M.ME ALIMA DEBORAH TRAORÉ,
Primeira Vice-Presidente; Adv. THULISILE MADONSELA, Secretária
Executiva; M.me FOZYIA AMIN, anfitriã e Ombudman Chefe da Etiópia;
DR. NGOLO COULIBALY, Coordenador da Região Oeste; M.ME CAROLINE
SOKONI, Coordenadora da Região Austral; e o ADV. JOHN WALTERS,
Presidente do Instituto Intrenacional dos Ombusman.
Após verificação do quórum, pela Coordenadora da Região Este, com
o prévio anúncio dos 21 (vinte e um) Países Membros presentes ao
certame, e, dentre os quais, aqueles com direito a voto, deu-se inicio
aos trabalho.
Na ocasião, foi também divulgada a lista de quotização de cada país
membro da AOMA.
A agenda do encontro foi submetida à apreciação, de que resultou na
aprovação por unanimidade.
O ponto seguinte era reservado à apresentação do relatório do
Presidente, que no uso da palavra falou sobre as várias actividades
desenvolvidas no âmbito dos quatro anos de mandato, com destaque
para os esforços empreendido para o reconhecimento da Associação
junto da União Africana e das Nações Unidas.
Seguiu-se a apresentação do relatório da Secretária Executiva, que
incorporava relatórios regionais. Após esta apresentação, tomaram a
palavra os Coordenadores regionais que expuseram os respectivos
relatórios.
Era então chegado o momento da aprovação das alterações à
Constituição da Associação, facto que aconteceu, porém com
emendas a introduzir. Para tal, foi nomeada, pelo Presidente, uma
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
142
comissão Ad Hoc, constituída pelos ombudsman do QUÉNIA, NAMIBIA e
TCHAD, para trabalhar na introdução das emendas e conformação do
documento nos vários idiomas de trabalho da Associação.
Nas conclusões importa salientar a incidência do apelo a todos os
Países Membros da União Africana a implementarem a figura do
Ombudsman ou Provedor de Justiça, a concretização dos objectivos do
Memorando de Entendimento, entre a União Africana e AOMA de
modo especial, no que respeita à Mediação dos Conflitos, Observação
das Eleições bem assim, A Promoção da Boa Governação,
incentivando a Preservação e a Salvaguarda dos Direitos Humanos.
Findos os trabalhos, houve ocasião de se proceder às eleições sobre os
países que iriam assumir a Presidência, Vice-Presidência, Secretaria-
Geral e a Tesouraria.
Neste contexto, após disputa cerrada entre as duas candidaturas da
Etiópia e do Quénia, empatados por uma vez com 8 (oito) votos cada,
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
143
passou-se à segunda volta, tendo vencido a Etiópia coma vantagem
de 2 (dois) votos.
Às candidaturas às vice-presidências, não tiveram oposição.
Assim, o novo elenco de direcção ficou alinhado da seguinte forma:
Presidência: Etiópia;
Primeiro Vice-Presidente: Costa do Marfim;
Segundo Vice-Presidente: Burundi;
Quênia vencido para o posto de Presidente,
Ficou com o cargo de Secretáriado Executivo-
Hoje na versão Secretário-Geral;
A Zâmbia com o cargo de Tesoureiro.
Culminou com o reconhecimento da Associação pela União Africana e
OUTORGA do Protocolo ou Memorando de Entendimento e Plano de
Acção.
Por último foram lidas as Conclusões e designado o País que acolherá A
V Assembleia Geral de AOMA, tendo-se prontificado a TÂNZANIA, em
DAR ES SALAM, que perfará 50 anos em 2016, da Institucionalização da
figura do Provedor de Justiça.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
144
Quadro Síntese da missão internacional do Provedor de Justiça e/ ou seus colaboradores
no decorrer do ano de 2014
Evento
Local e Data
Participantes (s)
22ª Sessão Ordinária da Cimeira de
Chefes de Estado da União Africana
Adis-Abeba/
Etiópia
25 – 31
Janeiro
- Provedor de Justiça, Dr. Paulo
Tjipilica;
- Dr. Manuel da Costa;
- Dr. Pierre Ndangirwa;
- Drª. Yvelise Bettencourt;
VI Reunião do Comité Executivo da
AOMA
Joanesburgo/
África do Sul
25 -28
Fevereiro
- Provedor de Justiça;
- Dr. Olacido Van-Dúnem;
- Dr. Manuel da Costa;
- Dr. Pierre Ndangirwa;
- Dr.ª. Yvelise Bettencourt;
- Dr.ª Albertina dos Santos.
Conferência Internacional Sobre o
diálogo inter – religioso para a paz e a
prevenção de conflitos e de guerras
Bujumbura -
Burundi
24 – 27 Março
- Provedor de Justiça;
- Dr.Frederico Batalha;
- Dr. Pierre Bertrand
Ndangirwa;
- Dr. Jerónimo Sachilombo
Missão Técnica no âmbito dos
preparativos da IV Assembleia da
AOMA
Adis- Abeba/
Etiopia
16 de Julho
- Dr. Manuel da Costa;
- Dr. Pierre Ndangirwa;
- Dr.ª Yvelize Bettencourt;
- Sra. Edna Paulino.
Missão Técnica no âmbito dos
preparativos da IV Assembleia da
Adis-Abeba/
Etiopia
25 de Agosto
- Plácido Van-Dúnem;
- Dr. Manuel da Costa;
- Dr.ª Yvelise Bettencourt;
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
145
AOMA - Dr. Pierre Ndangirwa.
Reunião Ordinária do Conselho
Executivo
Lusaka/ Zambia
9 – 12 de
Setembro
- Provedor de Justiça
- Dr. Manuel da Costa;
- Dr. Pierre Ndangirwa;
- Drª. Yvelise Bettencourt;
- Eng.º. Heracles Gapar;
- Sr. Paulo Júnior
Conferência bilateral entre a União
Africana e a AOMA/,
Iv Assembleia geral da AOMA.
Adis-Abeba
Etiopia
4 a 7 de
Novembro
- Provedor de Justiça;
- Drª Cláudia Costa;
- Dr. Manuel da Costa;
- Dr. Pierre Ndangirwa;
- Dr.ª Yvelize Bettencourt;
- Dr. Riveraldo Mabanza.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
146
2.4. RECURSOS HUMANOS E ACÇÕES DE FORMAÇÃO
As acções levadas a cabo ou comparticipadas pelo Departamento dos
Recursos Humanos da Provedoria de Justiça, durante o ano de 2014, foram de
entre outras:
Desenvolvimento de Carreiras
Resultante dos últimos Concurso de Acesso e de Ingresso do ano de 2013, o
ano de 2014 cingiu-se na Administração e controlo dos efectivos que
resultaram destes actos Administrativos, mormente na sua legitimação,
através de apresentação oficial e da proposta de suas colocações em
áreas correspondentes, para além da Administração e controlo das
respectivas Categorias nas Carreiras.
Dos referidos concursos, registaram-se os seguintes resultados:
Do Concurso de Acesso:
(2) Técnicos Superiores de 1ª Classe,
(1) Técnico de 2ª Classe,
(1) Técnico Médio de 2ª Classe,
(1) Motorista de 1ª Classe,
(1) Auxiliar de Limpeza de 1.ª Classe.
Do Concurso de Ingresso:
(2) Assessores,
(15) Técnicos Superiores de 2ª Classe,
(2) Técnicos de 3ª Classe,
(2) Técnicos Médios de 3ª Classe,
(1) Tesoureiro de 2ª Classe,
(1) Escriturário Dactilografo,
(1) Telefonista de 2ª Classe,
(3) Encarregados de 2ª Classe,
(1) Motorista de 2ª Classe,
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
147
(1) Auxiliar Administrativo de 2ª Classe,
(1) Auxiliar de Limpeza de 2ª Classe.
Relativamente a Reforma Administrativa em curso na Administração
Pública, foram inseridos nas regras especiais, conforme o que estabelece o
Decreto Presidencial n.º 163/014, de 18 de Junho, (8) Funcionários que resultam
da extinção das funções de Chefes de Secção, cujo dossier encontra-se sob
apreciação do MAPTSS. A propósito, foi igualmente remetido o processo de
nomeação de Director de Gabinete dos Recursos Humanos.
No decorrer do ano, foi constituído o júri para Avaliação de Desempenho,
cujo processo ficou concluído.
A formação como meio de aperfeiçoamento e desenvolvimento,
esteve presente nas acções levadas a cabo em 2013, visando a
capacitação técnica dos servidores da instituição, a actualização no
contacto com as tecnologias de informação, a simplificação e melhoria
da qualidade dos serviços na relação com os cidadãos. Para o efeito,
registaram-se as seguintes acções no domínio da formação:
Acções de Formação
Durante o ano de 2014, a nível nacional, foram realizadas apenas duas
acções de formação em que participaram quadros da Instituição, sendo
(5) na ENAD e (3) no Ministério das Finanças, perfazendo (8) Funcionários.
No exterior do país, registaram-se (7) acções de formação pela Luanda
Consulting Team –LCT/ Lisboa Portugal e Durban, África do Sul.
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
148
Quadro síntese das acções de formação - 2014
NO ÂMBITO DO DECRETO PRESIDENCIAL N.º 163/014, 18 DE JUNHO QUE DECORREU NO
DIA 11 DE JUNHO DE 2014 - FORMAÇÃO NA ENAD
N.º
ORDEM
CURSO
BENEFICIÁRIOS
1
- Regra Especiais de
Enquadramento nas Carreiras e
de Reforma
- Director dos Serviços
Técnicos
2
- Regra Especiais de
Enquadramento nas Carreiras e
de Reforma
- Chefe de Departamento
dos Recursos Humanos
3
- Regra Especiais de
Enquadramento nas Carreiras e
de Reforma
- Chefe de Secção
4
- Regra Especiais de
Enquadramento nas Carreiras e
de Reforma
- Chefe de Secção
5
- Regra Especiais de
Enquadramento nas Carreiras e
de Reforma
- Técnico de 2.ª Classe
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
149
FORMAÇÕES NO EXTERIOR
PAÍS
CURSO
BENEFICIÁRIOS
Lisboa/
Portugal
- Curso Avançado em Gestão
de Pessoal e de Recursos
Humanos
- Chefe de Secção
- 2 Técnicas Superior de 2ª
Classe
Lisboa/
Portugal
- Curso Avançado em Protocolo,
Secretariado Executivo e Gestão
de Atendimento.
- Secretária da Provedora
Adjunta;
- Auxiliar Administrativo;
Lisboa/
Portugal
- Curso Avançado em
Preparação e Análise de Grelha
de Avaliação de Proposta de
Contratação Pública
- Chefe de Departamento;
- Directora Adjunta de
Gabinete;
- Consultora do Provedor
de Justiça;
- Técnica Superior de 2ª
classe
Lisboa/
Portugal
- Curso Avançado em
Contabilidade Pública
- Técnico superior de 2ª
Classe
Lisboa/
Portugal
- Curso Avançado de Gestão de
Formação
-Chefe de Departamento
Lisboa/
Portugal
- Curso Avançado Para Contrato
Interno, Inspecção Auditoria na
- Técnico Superior de 2ª
Classe;
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
150
Administração Pública. - Técnica do Protocolo
Lisboa/
Portugal
- Curso Avançado em Técnicas
de Elaboração de Pareceres e
informação Jurídicas
- Director dos Serviços
Técnicos;
- Consultora da Provedora
de Justiça Adjunta;
- Chefe de Secção;
2 Técnicas Superior de 2ª
Classe;
- Técnica de 3ª Classe
Lisboa/
Portugal
- Curso Avançados em Casos
Práticos de Programa de
Concursos, Cadernos de Encargo
e Avaliação de Proposta de
Contratação Pública Angolana
- Secretário-Geral
Lisboa/
Portugal
- Curso Avançado para Gestores
e Administradores de Autarquias
e Serviços e Empresas da
Administração Pública
- Director de Gabinete
Lisboa/
Portugal
- Curso Avançados em Casos
Práticos de Programa de
Concursos, Cadernos de Encargo
e Avaliação de Proposta de
Contratação Pública Angolana
- Chefe de Departamento;
- Chefe de Secção;
- 2 Técnicas Superior de 2ª
Classe
Durban-
Africa
do Sul
- As Formas de Actuação do
Provedor de Justiça
- Chefe de Secção;
- Técnica Superior de 2.ª
Classe;
- Secretária do Provedor de
Justiça;
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
151
- Técnica do DRH;
- Técnica de Informática;
- Técnico Médio de 3ª Classe;
- Auxiliar Administrativo
- Tesoureiro de 2.ª Classe
- Escriturário Dactilografo
- Encarregada de 2.ª Classe
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
152
3. GESTÃO FINANCEIRA
Nos termos da Lei nº. 5/06, de 28 de Abril, Lei Orgânica da Provedoria de
Justiça, a gestão e as receitas, provêm das dotações do Orçamento
Geral do Estado, enquanto que as suas despesas estão constituídas
pelos encargos decorrentes do seu funcionamento, despesas com o
pessoal, bem como as realizadas para aquisição de bens, manutenção
e conservação do património, equipamentos e serviços.
Em termos de prazos, a Provedoria de Justiça, vinha seguindo até aqui,
a base da legislação anterior do Tribunal de Contas e mais
recentemente, a Lei nº. 12/10, de 9 de Julho, Lei Orgânica e do
processo do Tribunal de Contas, que, no seu artigo 73º, (prazos), refere,
no número 1, que o “prazo para a apresentação das contas é de seis
meses, a contar do último dia do período a que dizem respeito”.
No quadro das boas relações existentes com a Assembleia Nacional,
mais concretamente das recomendações feitas relativamente aos
prazos, a Provedoria de Justiça, vem, com a presente remessa do
relatório em Março, demonstrar que existe boa vontade de
cooperação e reforço da mesma, visando os melhores resultados
possíveis ao serviço dos cidadãos e do Estado angolano.
O artigo 272 da Lei nº. 13/12, de 2 de Maio, Lei Orgânica que aprova o
Regimento da Assembleia Nacional, refere, no número 5 que “os
relatórios anuais de actividades das instituições referidas no nº. 1 do
presente artigo, devem ser remetidos à Assembleia Nacional até trinta e
um de Março do ano seguinte. É o que nos propomos honrar e cumprir
com a remessa do presente relatório no decorrer do mês de Março.
A Provedoria de Justiça, considera de bastante positivo o nível de
colaboração entre as duas instituições no domínio das matérias em
apreço. Tal situação permitirá que doravante, se ultrapassem todas as
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
153
insuficiências através da concertação, cooperação e solidariedade
institucional e que estes meios de articulação, falem mais alto, até
porque a instituição Provedoria de Justiça é uma emanação da
Assembleia Nacional.
No ano em análise, pautou-se por uma gestão equilibrada do
orçamento, procurando-se sempre, a par dos encargos, abranger-se o
lado social do pessoal, recorrendo-se ao seguro de saúde, estímulos
próprios da época de fim de ano, para além de outros direitos
consagrados aos funcionários.
Os anexos, ilustrativos da gestão referente ao ano de 2014, contendo
referências desde o orçamento inicial, até aos encargos por naturezas
económicas, procuram espelhar, de um modo geral, a execução do
orçamento para o período em análise, com base nas indicações já
aludidas. (Vide anexos).
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
154
AGRADECIMENTOS
Este espaço visa reconhecer a compreensão, cooperação e
solidariedade institucional demonstrada ao longo do ano de 2014 por
algumas instituições, acreditamos nós, que, sabendo da complexidade
da actividade de e missão do Provedor de Justiça, na Defesa dos
Direitos, Liberdades e Garantias dos cidadãos que acorrem em busca
de Justiça, não deixaram de dar a sua contribuição para que este
mesmo cidadão, pudesse visualizar um foco de justiça.
Nestes termos, a Provedoria de Justiça agradece às seguintes
instituições:
- Presidência da República
- Vice Presidência da República
- Assembleia Nacional
- Tribunal Supremo
- Tribunal de Contas
- Ministério do Interior
- Ministério das Relações Exteriores
- Ministério da Comunicação Social
- Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social
- Ministério da Administração do Território
- Ministério da Justiça
- Procuradoria-geral da República
- Tribunal Provincial de Luanda
- Governo Provincial do Cunene
- Governo Provincial da Lunda Sul
- Governo Provincial do Uige
- Governo Provincial do Kwanza Sul
- Governo Provincial do Bengo
- Governo Provincial de Benguela
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
155
- Governo Provincial do Bié
- Instituto Nacional da Criança – INAC
- Embaixada do Reino Unido em Angola
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
156
CONCLUSÕES
Cada vez mais cidadãos recorrem à intervenção do Provedor de
Justiça para verem resolvidos os seus problemas, não só na sua
relação com as entidades ou órgãos da Administração Pública,
central ou local, mais também na relação com outros
particulares. Contudo, o objecto das reclamações é diferenciado,
conforme a natureza do litígio e da matéria em contenda. Neste
sentido, são vários os assuntos que motivam o cidadão a solicitar
o auxílio do Provedor de Justiça;
Uma percentagem considerável de reclamações dos cidadãos
tem a ver com as matérias relacionadas com a administração da
justiça e direitos fundamentais, os conflitos laborais e os conflitos
no âmbito dos direitos fundiários ou de terras;
Durante o ano em análise, o Provedor de Justiça, no exercício da
sua actividade de instrução de processos e resolução dos
conflitos cuja entidade visada é determinado órgão da
Administração Pública, foi interagindo com as diversas entidades
públicas, através de ofícios ou através de solicitações de
informações pelos técnicos juristas credenciados para o efeito, no
sentido de encontrar uma solução ou, pelo menos, um
esclarecimento do caso submetido à sua apreciação;
Foi possível identificar, a partir das exposições dos cidadãos
reclamantes, 57 órgãos visados, todos eles da Administração
Pública, com maior ou menor frequência;
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
157
Enquanto alguns órgãos e dignam responder as solicitações do
Provedor de justiça, outros remetem-se pura e simplesmente ao
silêncio;
Necessidade urgente de alteração legislativa da actual Lei do
Estatuto do Provedor de Justiça e da Lei Orgânica da Provedoria
de Justiça, de modo a conforma-las com a Constituição da
República de Angola, visando uma maior flexibilidade e dinâmica
dos serviços a luz da experiência acumulada ao longo do tempo
de funcionamento da instituição. A respeito, e considerando que
a apresentação da proposta de alteração em apreço data de
2010, será justo reconhecer que já se impõem novos ajustes.
• A Provedoria de Justiça, como instituição de defesa dos Direitos,
Liberdades e Garantias dos cidadãos, vai continuar a apostar na
promoção da divulgação do conteúdo de cada um dos Direitos
e Liberdades fundamentais, da finalidade da instituição, dos
meios de acção de que dispõe e de como a ele se pode fazer
apelo – Artigo n.º 18º - Lei do Estatuto do Provedor de Justiça;
Durante a instrução do processo ou da questão em contenda,
algumas vezes chega-se à conclusão de que o órgão
referenciado pelo cidadão reclamante, na sua exposição,
corresponde efectivamente com o responsável da violação do
direito. Importa referir que o facto de determinado órgão ou
entidade figurar na lista ou elenco dos visados, não pode
significar que seja o incumpridor ou violador do direito invocado
pelo cidadão. Para todos os efeitos, dá-se lugar ao exercício do
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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Direito ao contraditório sobre os factos que recaem sobre os
órgãos visados.
A existência e funcionamento dos Serviços Locais da Provedoria
de Justiça nas províncias, trazem enormes vantagens ao cidadão,
nomeadamente enquanto garantia da proximidade dos serviços
no seio das comunidades, evitando os constrangimentos de se ter
que deslocar para a capital do país a fim de apresentar as suas
reclamações. Assim, esses Serviços do Provedor de Justiça,
garantem a celeridade necessária para a resolução dos
problemas que afligem os cidadãos, inclusive permite uma rápida
intervenção junto dos órgãos visados.
Em 2014, foi empossado o novo Chefe dos Serviços Locais do
Cunene, Dr. Frederico Alukeinge, em consequência do
falecimento do Dr. Dionísio Hifewa, ocorrida em 2013. Os cidadãos
do Cunene, contam já com a contribuição deste servidor da
justiça, no âmbito da defesa dos Direitos, liberdades e Garantias
dos cidadãos.
A missão do Provedor de Justiça traduz-se, a par das acções
internas, nas relações bilaterais ou multilaterais com instituições
congéneres e outras organizações internacionais, sejam de
natureza similares ou outras no âmbito da promoção da paz, boa
governação, mediação de conflitos e observação dos processos
eleitorais.
• Dada a complexidade, confundibilidade e algum
desconhecimento da natureza da instituição Provedoria de
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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•
Justiça, alguns órgãos ainda cooperam com alguma relutância
ou timidez, limitando-se outras a reservarem-se em silêncio;
Necessidade urgente de alteração legislativa da actual Lei do
Estatuto do Provedor de Justiça e da Lei Orgânica da Provedoria
de Justiça, de modo a conforma-las com a Constituição da
República de Angola, visando uma maior flexibilidade e dinâmica
dos serviços a luz da experiência acumulada ao longo do tempo
de funcionamento da instituição. A respeito, e considerando que
a apresentação da proposta de alteração em apreço data de
2010, será justo reconhecer que já se impõem novos ajustes.
GABINETE DO PROVEDOR DE JUSTIÇA, EM LUANDA, Março de 2015
O PROVEDOR DE JUSTIÇA,
PAULO TJIPILICA
PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014
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ANEXO