138
GOVERNO DO ESTADO DE RORAIMA SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE RORAIMA COORDENADORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA 2015 Boa Vista - RR, dezembro de 2016

RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

GOVERNO DO ESTADO DE RORAIMA SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE RORAIMA

COORDENADORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

RELATÓRIO ANUAL DE

EPIDEMIOLOGIA DE

RORAIMA

2015

Boa Vista - RR, dezembro de 2016

Page 2: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Maria Suely Silva Campos Governadora do Estado de Roraima

César Ferreira Penna de Faria

Secretário Estadual da Saúde de Roraima

Paulo Bastos Linhares Secretário Adjunto de Saúde

Daniela Palha Souza Campos

Coordenadora Geral de Vigilância em Saúde

Luciana Cristina Grisoto Diretora do Departamento de Vigilância Epidemiológica

COORDENAÇÃO E ORGANIZAÇÃO Maria Soledade Garcia Benedetti

Infectologista e especialista em Saúde Pública Gerente do Núcleo de Vigilância Hospitalar - NVH/DVE/CGVS/SESAU/RR

Page 3: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

ELABORAÇÃO

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO SOBRE NATALIDADE, MORBIDADE E MORTALIDADE Maria Soledade Garcia Benedetti

DADOS DEMOGRÁFICOS Maria Soledade Garcia Benedetti

NATALIDADE Maria Soledade Garcia Benedetti

DST/HIV/AIDS Juliana Cristina Ferreira

Janderson Souto Mangabeira Nelma Cavalcante da Costa

Sumaia dos Santos Dias Valdirene de Oliveira Cruz

Angela Aparecida Ferreira de Lima

HEPATITES VIRAIS Jacqueline de Aguiar Barros

Neyla Maia da Silva Francinete Ferreira de Souza

TUBERCULOSE Elba Urzedo de Freitas Lamounier

Maria Goreth Sousa Alves Angela Maria Felix Alves oliveira

HANSENÍASE Márcia Silva de Souza

TRACOMA Danúbia Rodrigues Basílio

DOENÇAS EXANTEMÁTICAS Marisete Campos Aires do Nascimento

MENINGITE, COQUELUCHE E DIFTERIA Eudemara Medeiros Siolva Carvalho

ZOONOSES Letícia Godinho Pezende

Solange Regina Abreu de Sá

MALÁRIA Luciana Pires de Freitas

DENGUE, FEBRE CHIKUNGUNYA, FEBRE DO VÍRUS ZIKA E FEBRE AMARELA Ana Paula Viana de Oliveira Guth

TÉTANO NEONATAL, TÉTANO ACIDENTAL, PFA E INFLUENZA Aryuska Rayane de Menezes Machado

DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS Katheryn Kellyn Waismann Odashiro Antonio Irapuama de campos Buás

Janira Costa Silva

MORTALIDADE Maria Soledade Garcia Benedetti

Page 4: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................ 5

1 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO SOBRE NATALIDADE, MORBIDADE E MORTALIDADE .................. 6

2 DADOS DEMOGRÁFICOS ........................................................................................................ 8

3 NATALIDADE ........................................................................................................................ 10

4 MORBIDADE......................................................................................................................... 27

4.1 DST/HIV/AIDS ................................................................................................................ 27

4.2 HEPATITES VIRAIS .......................................................................................................... 35

4.3 MALÁRIA ....................................................................................................................... 39

4.4 DENGUE, FEBRE AMARELA, FEBRE CHIKUNGUNYA E FEBRE DO ZIKA VÍRUS ................... 55

4.5. MENINGITE .................................................................................................................. 61

4.6. COQUELUCHE ............................................................................................................... 61

4.7.DIFTERIA ....................................................................................................................... 62

4.8 TÉTANO NEONATAL ....................................................................................................... 63

4.9 TÉTANO ACIDENTAL ...................................................................................................... 63

4.10 PARALISIA FLÁCIDA AGUDA (PFA) ................................................................................ 64

4.11 INFLUENZA .................................................................................................................. 65

4.12 HANSENÍASE ................................................................................................................ 69

4.13 TUBERCULOSE ............................................................................................................. 75

4.14 NÚCLEO DE CONTROLE DA ZOONOSE .......................................................................... 79

4.15 TRACOMA ................................................................................................................... 88

4.16 DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS – NCDANTS ............................................ 92

5 MORTALIDADE ................................................................................................................... 103

5.1 INDICADORES DE MORTALIDADE ................................................................................. 103

5.6 MORTALIDADE INFANTIL E NA INFÂNCIA ..................................................................... 125

5.6.1 MORTALIDADE INFANTIL POR COMPONENTES ......................................................... 129

5.7 MORTALIDADE FETAL .................................................................................................. 132

5.8 MORTALIDADE MATERNA........................................................................................... 133

6 RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................. 136

Page 5: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

APRESENTAÇÃO A moderna epidemiologia utiliza as medidas em saúde coletiva para “medir a saúde” de maneira simplificada. Para tanto, utiliza os indicadores de saúde. Nesse sentido, o presente relatório se dispõe a construir e analisar os indicadores epidemiológicos sobre natalidade, morbidade e mortalidade do estado de Roraima para o ano de 2015. O Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima de 2015 trata-se de um instrumento de retroalimentação às fontes geradoras de dados epidemiológicos, e mostra o compromisso da gestão em ampliar o acesso aos profissionais de saúde e da população em geral às informações epidemiológicas atualizadas, mas principalmente, busca motivar os gestores da área da saúde para o conhecimento sobre os indicadores epidemiológicos do estado munindo-os de informação, para a tomada de decisão e para o controle social em saúde, e traz ainda um convite para reflexão sobre como nascem, se expõem a riscos, e morrem a população de Roraima. No ano de 2015 registramos o primeiro caso de chagas aguda autóctone no estado confirmando a circulação da doença.

Maria Soledade Garcia Benedetti Infectologista e especialista em Saúde Pública

Gerente do Núcleo de Vigilância Hospitalar - NVHDVE/CGVS/SESAU/RR

Page 6: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

1 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO SOBRE NATALIDADE, MORBIDADE E MORTALIDADE

Em Roraima a implantação do SINASC - Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos e do SIM - Sistema de Informação sobre Mortalidade ocorreu em 1994, e do SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação em 1995, inicialmente foram implantados no CEPIRR - Centro de Epidemiologia de Roraima. Em 1997 foi extinto o CEPIRR e a criado a Coordenação de Epidemiologia na Secretaria de Saúde do Estado, e desde então esses sistemas passaram a ser gerenciados por esse setor, que atualmente integra a Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde - CGVS como Departamento de Vigilância Epidemiológica. Em 1997, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde - MS foi dado início ao processo de descentralização do SINASC, SIM e SINAN às Secretaria Municipais de Saúde - SMS, de forma planejada, seguindo os requisitos necessários de um plano de implantação e de gestão dos sistemas cumprindo praticamente todos os quesitos necessários para a sua operação, através de treinamentos de informática na operação dos sistemas, doação de equipamentos de informática às SMS e acompanhamento rigoroso pela equipe técnica da Coordenação de Epidemiologia estadual, resultando em informações com excelente completude e com boa qualidade. Paralelo a esse processo foram realizados vários eventos abordando a vigilância epidemiológica como o Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - CBVE e Capacitação em Codificação de Mortalidade pelo CID 10.

Não obstante, a partir da implantação desses sistemas de informação, foram estabelecidos fluxos de informações, por meio de portaria estadual, para o SIM (declaração de óbito - DO), SINASC (declaração de nascidos vivos - DNV) e SINAN (fichas de notificação e investigação das doenças de notificação compulsória - DNC). Essas declarações e fichas têm origem nos serviços de saúde, passando às SMS, e daí, para a SESAU, responsável pelo envio da informação ao MS. A consolidação e análise dos dados deve ocorrer em cada um desses níveis do sistema. A utilização dos dados do SINASC para o planejamento e tomada de decisões nas três esferas de governo ainda é incipiente. São utilizados apenas como denominadores para o cálculo de taxas como as de mortalidade infantil e materna, por exemplo. Apesar disso, alguns indicadores vêm sendo propostos a grande maioria voltada à avaliação de risco da mortalidade infantil e a qualidade da rede de atenção à gravidez e ao parto. A disseminação em meio eletrônico e acesso ao banco de dados, com um tabulador de fácil operação, ampliaram a utilização da informação. As informações sobre a mortalidade e morbidade permitem estabelecer atividades de vigilância epidemiológica de agravos determinados, análises de condições de vida a partir de indicadores de saúde, avaliação do impacto de ações de saúde, e tendências ao longo do tempo. O perfil das causas de morte no Brasil tem mudado de forma importante. A transição epidemiológica e demográfica vem ocorrendo de forma acelerada, com

Page 7: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

redução das mortes por doenças infecciosas e parasitárias e aumento das doenças crônicas e causa externa, e vêm delineando um novo cenário para a atuação da política pública. As estatísticas vitais estão entre as mais importantes para a área da saúde. Saber o número de óbitos, a causa da morte, as condições da morte e do nascimento, são informações básicas. As estatísticas vitais e sua análise e posterior interpretação são essenciais para o estabelecimento de metas e a avaliação dos planos sociais e econômicos, incluindo a população e a medição de indicadores demográficos sobre os níveis de vida e da qualidade de vida, tais como a expectativa de vida ao nascer e a taxa de mortalidade infantil. As principais limitações encontradas em relação à análise da mortalidade são: subnotificação dos óbitos, precária qualidade de preenchimento das declarações de óbito, precário serviço de verificação de óbito - SVO, ausência de cartório de registro civil na maioria dos municípios e do estabelecimento de um fluxo de informações entre os cartórios e a vigilância epidemiológica, e invasão de óbitos na capital devido à existência de serviços médicos de referência. Os dados do SINASC, SIM e SINAN permitem a construção de importantes indicadores para a descrição do perfil de saúde de uma região. A análise dos dados por local de ocorrência é importante para o planejamento de algumas medidas de controle, como, por exemplo, no caso dos acidentes de trânsito e doenças infecciosas que exijam a adoção de medidas de controle no local de sua ocorrência. Entretanto, o não preenchimento correto da DO, DNV e ficha de notificação e investigação prejudica a informação para a construção de indicadores de interesse da saúde pública. A crítica dos dados, buscando inconsistência para a qualificação das informações é de responsabilidade de todas as esferas, sobretudo da municipal, que está mais próxima do evento.

Page 8: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

2 DADOS DEMOGRÁFICOS O Estado de Roraima está situado no extremo setentrional do Brasil, limita-se

com a República Cooperativista da Guiana e com a Venezuela, em 1.922 quilômetros de fronteira internacional (FECOR, 1997), e com os Estados do Amazonas e Pará. Ocupa uma área de 224.303,187 Km², representando 2,57% da área total do Brasil (Figura 1).

Figura 1 – Mapa político do Estado de Roraima Fonte: Enciclopédia Wikipédia.

Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A

densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima possui 15 municípios, a capital Boa Vista, com 320.714 habitantes, concentra 63,42% da população estadual. As cidades com mais de 10 mil habitantes são: Rorainópolis (27.288), Caracaraí (20.261), Alto Alegre (16.176), Mucajaí (16.380), Cantá (16.149), Pacaraima (11.908), Bonfim (11.739), Amajarí (10.006), Iracema (10.320) e Normandia (10.148).

Em 2014, o Distrito Sanitário Yanomami (DSY) informou a contagem de 22.853 indígenas da etnia Yanomami e o Distrito Sanitário Leste (DSL) 43.032 indígenas de várias etnias, totalizando 65.882 indígenas no estado, correspondendo a 13,25% da população de Roraima.

Figura 2 – População residente do Estado de Roraima, 1980 a 2015 Fonte: IBGE (Censos e estimativas). Relatório Anual de epidemiologia de Roraima de 2014.

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

Page 9: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

O crescimento populacional de Roraima no período de 1980 a 2015 foi de 539,1%, passando de 79.121 em 1980 para 505.665 habitantes em 2015 (Figura 2). Tabela 1 – População residente por área territorial e densidade demográfica. Roraima, 2015

RORAIMA

POPULAÇÃO 2015 ÁREA DA UNIDADE TERRITORIAL (KM²)

DENSIDADE DEMOGRÁFICA

(HAB./KM²) N° %

505.665

100,00

224.300,51

2,25

Alto Alegre 16.176 3,20 25.567,02 0,63 Amajarí 11.006 2,17 28.472,33 0,38 Boa Vista 320.714 63,42 5.687,04 56,39 Bonfim 11.739 2,32 8.095,42 1,45 Cantá 16.149 3,19 7.664,83 2,10 Caracaraí 20.261 4,00 47.411,03 0,42 Caroebe 9.165 1,81 12.065,75 0,75 Iracema 10.320 2,04 14.409,58 0,71 Mucajaí 16.380 3,24 12.461,21 1,31 Normandia 10.148 2,00 6.966,81 1,45 Pacaraima 11.908 2,35 8.028,48 1,48 Rorainópolis 27.288 5,39 33.594,05 0,81 São João da Baliza 7.516 1,48 4.284,51 1,75 São Luiz 7.407 1,46 1.526,89 4,85 Uiramutã 9.488 1,87 8.065,56 1,17

Fonte: IBGE. Estimativa para 2015.

A pirâmide etária do Brasil e Roraima projetada pelo IBGE para 2015 (Figura 3) apresentou um padrão de país “emergente”. A forma da pirâmide está associada ao nível de desenvolvimento do país, região ou estado. No Brasil, a pirâmide populacional tem se modificado a cada década. Sua forma revela uma situação intermediária entre as pirâmides de país desenvolvido e de país em desenvolvimento, os chamados países emergentes.

Figura 3 – Pirâmide etária Brasil e Roraima, 2015 Fonte: IBGE. Estimativas e projeções.

Brasil

Roraima

Page 10: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

3 NATALIDADE

A natalidade mede a incidência de nascimentos numa população.

A taxa de natalidade é calculada utilizando-se a fórmula:

O Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos - SINASC constitui uma importante ferramenta para o estudo da natalidade e da fecundidade no país e conseqüentemente nos estados e municípios, com dados oportunos e fidedignos sobre as características da mãe, gravidez, do parto e do recém-nascido, permitindo aos gestores ações prioritárias na atenção à saúde da mulher e do recém-nascido.

Tabela 2 – Taxa de natalidade (por mil habitantes) de Roraima e Brasil, 1990 a 2015

ANO

RORAIMA

BRASIL

NASCIDOS VIVOS

POPULAÇÃO RESIDENTE

TAXA DE NATALIDADE

(POR MIL HABITANTES)

TAXA DE NATALIDADE

(POR MIL HABITANTES)

1990 5.016 203.977 24,6 - 1991 5.298 217.583 24,3 23,4 1992 4.920 225.939 21,7 - 1993 6.067 241.092 25,1 - 1994 7.172 251.792 28,5 - 1995 7.023 262.194 26,8 - 1996 7.373 247.131 26,7 - 1997 8.148 254.498 32,0 - 1998 8.208 260.701 31,4 - 1999 8.726 266.914 32,7 21,2 2000 9.698 324.397 29,9 20,8 2001 9.561 337.253 28,3 20,2 2002 9.188 346.866 26,5 19,7 2003 10.286 357.296 28,8 19,1 2004 9.751 367.701 26,5 18,6 2005 9.699 391.318 24,7 18,1 2006 9.598 403.340 23,8 17,6 2007 9.584 415.281 23,1 17,1 2008 10.093 412.783 24,4 16,7 2009 9.678 421.497 22,9 16,2 2010 9.720 450.479 21,6 15,8 2011 9.969 460.165 21,6 15,5 2012 10.582 469.524 22,5 15,1 2013 10.556 488.072 21,6 14,7 2014 10.322 496.936 20,7 14,4 2015 10.535 505.665 20,8 14,1

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.IBGE (Censo demográficos e projeções). Nota: 1. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2013. 2. Dados do SINASC fechado em 31/12 de cada ano. Sujeitos a correção. 3. Dados de 2014 - Incluídos sete nascimentos com município ignorado. Excluídos 204 nascimentos residentes de outros estados e países. - sem informação

Page 11: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

No período de 1990 a 2015 a taxa de natalidade por mil nascidos vivos variou de 24,6 por mil nascidos vivos em 1990 para 20,8 em 2015, uma redução, desse taxa, de 15,4% no período.

Entre 2000 e 2012, observou-se uma redução de 13,3% no número total de nascimentos no País. Segundo dados corrigidos, esta redução, em 2012, representou 450 mil nascimentos a menos, se comparada com o ano de 2000 (BRASIL 2014).

Com relação à distribuição dos nascimentos, segundo o município de ocorrência do parto, observa-se uma mobilidade da população, especialmente vinculada à busca pela assistência aos eventos relacionados à sua saúde, fato este demonstrado na Tabela 3, onde na capital, Boa Vista, que concentra os serviços de saúde de referência, ocorreram 9.344 partos, incluindo 2.652 partos de mães residentes em outros municípios, totalizando 88,69% (9.344/10.535) dos partos ocorridos em Roraima no ano de 2015. Chama a atenção que o município de Rorainópolis após a inauguração do Hospital Regional Sul Governador Ottomar de Souza Pinto tornou-se o segundo em número de partos, e em 2015 realizou 555 partos e destes 26,8% (149/555) foram de mães residentes em outros municípios. A distribuição dos nascimentos, segundo o município de residência da mãe, segue a distribuição da população residente.

Quando se considera o porte populacional, verifica-se que quanto menor o município maior a proporção de nascimentos ocorridos em outro município, e podemos agregar a isso a distância entre o município e a capital.

Tabela 3 – Número e proporção de nascidos vivos segundo município de residência da mãe e município de ocorrência do parto. Roraima, 2015

RORAIMA

NASCIDOS VIVOS

MUNICÍPIO DE

RESIDÊNCIA DA MÃE

MUNICÍPIO DE OCORRÊNCIA

DO PARTO

DE OUTROS MUNICÍPIOS

OCORRIDOS EM BOA VISTA

N° % N° % N° % 10.508 100 7.751 73,7 2.652 25,2

Alto Alegre 190 1,80 19 10,0 170 89,4 Amajarí 180 1,70 12 6,6 168 93,3 Boa Vista 6.697 63,73 6.692 99,9 - - Bonfim 316 3,00 61 19,3 255 80,6 Cantá 315 3,00 16 5,0 298 94,6 Caracaraí 355 3,36 13 3,6 311 87,6 Caroebe 137 1,30 10 7,2 92 66,6 Iracema 125 1,18 0 0,0 121 96,8 Mucajaí 321 3,04 19 5,9 298 92,8 Normandia 371 3,52 128 34, 240 64,6 Pacaraima 303 2,87 77 25, 225 74,2 Rorainópolis 522 5,00 406 77,0 113 21,4 São João da Baliza 114 1,09

35 30,4 70 60,8

São Luiz 90 0,85 46 51,1 38 42,2 Uiramutã 471 4,47 217 46,0 252 53,5 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). * Excluídos 27 nascimentos com informação ignorada.

Page 12: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Figura 4 - Taxa de natalidade (por mil habitantes). Roraima, 1990 a 2015

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Nota: 1. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2013. 2. Dados do SINASC fechado em 31/12 de cada ano. Sujeitos a correção. 3. Dados de 2014 - Incluídos sete nascimentos com município ignorado. Excluídos 204 nascimentos residentes de outros estados e países.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Roraima 24,6 24,3 21,7 25,1 28,5 26,8 26,7 32 31,4 32,7 29,9 28,3 26,5 28,8 26,5 24,7 23,8 23,1 24,4 22,9 21,6 21,6 22,5 21,6 20,7 20,8

0

5

10

15

20

25

30

35

Page 13: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

A comparação entre os municípios de residência da mãe e de ocorrência do parto permite descrever, ainda que parcialmente, a mobilidade espacial das mulheres na busca de assistência ao parto. Capta-se aqui a mobilidade intermunicipal, mas não a que ocorre dentro do município. Na Figura 5 observamos essa mobilidade no período de 2013 a 2015 e chama a atenção a alta proporção de mobilidade das mães no estado de Roraima.

Figura 5 – Proporção de nascidos vivos ocorridos fora do município de residência da mãe. Roraima, 2013 e 2015 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Nota: 1. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2013. 2. Dados do SINASC fechado em 31/12 de cada ano. Sujeitos a correção. 3. Dados de 2014 - Incluídos sete nascimentos com município ignorado. Excluídos 204 nascimentos residentes de outros estados e países.

3.1 ESTABELECIMENTO DE SAÚDE

Com relação à esfera administrativa do estabelecimento de saúde de ocorrência do parto, no período de 2001 a 2015 observa-se um absoluto predomínio de partos ocorridos em estabelecimentos de saúde públicos.

No ano de 2015, tem-se que dos 10.535 nascimentos, 9.533 ocorreram em estabelecimentos públicos (90,5%), 622 em estabelecimentos não públicos (5,9%), 344 (3,1%) domiciliar e 0,05% (6) ignorados.

As proporções de partos domiciliares foram de 12,7% (1.226/9.658) em 2006, 9,6% (930/9.653) em 2007, 11,3% (1.154/10.184) em 2008, 9,4% (927/9.807) em 2009, 7,6% (754/9.870) em 2010, 7,8% (795/10.131) em 2011, 10,3% (1.123/10.888) em 2011, 6,5% (685/10.556) em 2013, 1,7% (179/10.322) em 2014, 3,17% (334/10.535) em 2015, e provavelmente indica relação com os nascimentos em área indígena.

Alto Alegre Amajarí Bonfim Cantá Caraca

raí Caroebe Iracema Mucajai Norman dia

Pacara ima

Rorai nópo

lis

São João da BalizaSão Luiz Uiramu

2013 39,1 49 81,6 93,6 68,4 82 76 89,3 52,1 61,2 72,4 80 81 73,3

2014 93 92,9 86,1 93,7 82,3 90,2 99,1 93,1 63,4 66,1 56,3 82,9 96,9 68,4

2015 90 93,3 80,6 94,9 95,4 92,7 97,6 94 65,4 74,5 22,2 69,3 48,8 53,9

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

Page 14: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Tabela 4 – Distribuição dos nascimentos segundo esfera administrativa do estabelecimento de saúde. Roraima, 2001 a 2015

ANO ESTABELECIMENTO DE SAÚDE

PÚBLICO NÃO-PÚBLICO N° % N° %

2001 8.148 95,4 391 4,6 2002 8.226 94,7 459 5,3 2003 8.297 93,0 626 7,0 2004 7.788 92,6 624 7,4 2005 7.874 93,6 569 6,4 2006 7.962 95,1 410 4,9 2007 8.208 94,7 458 5,3 2008 8.388 93,4 591 6,6 2009 8.255 93,5 569 6,4 2010 8.447 93,3 604 6,7 2011 8.600 92,8 666 7,2 2012 8.830 93,4 621 6,6 2013 9.163 93,2 666 6,8 2014 9.352 90,6 727 7,0 2015 9.533 90,5 662 5,9

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Nota: 1. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2013. 2. Dados do SINASC fechado em 31/12 de cada ano. Sujeitos a correção. 3. Dados de 2014 - Incluídos sete nascimentos com município ignorado. Excluídos 204 nascimentos residentes de outros estados e países.

A distribuição dos estabelecimentos de saúde segundo os municípios de

residência é uniforme e apresenta o predomínio de nascimentos em estabelecimentos de saúde público. Boa Vista, a capital, concentra os serviços de saúde particulares razão pela qual apresenta proporção elevada de nascimentos em estabelecimentos de saúde não público. Vale lembrar que é considerada na análise a esfera administrativa e não a origem do recurso financeiro do leito.

Figura 6 – Proporção de nascidos vivos segundo parto domiciliar e não domiciliar. Roraima, 2006 a 2015 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Nota: 1. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2013. 2. Dados do SINASC fechado em 31/12 de cada ano. Sujeitos a correção. 3. Dados de 2014 - Incluídos sete nascimentos com município ignorado. Não incluídos 204 nascimentos residentes de outros estados e países.

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Domiciliar 12,7 9,6 11,3 9,4 7,6 7,8 10,3 6,5 1,7 3,17Não domiciliar 87,3 90,4 88,7 90,6 92,4 92,2 89,7 93,5 98,3 96,8

5152535455565758595

%

Page 15: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

3.2 REFERENTES À MÃE 3.2.1 IDADE DA MÃE

Os dados do SINASC mostram que nos últimos anos houve um envelhecimento

da estrutura etária das mulheres no momento do parto no país, com aumento da proporção de mães com 30 anos ou mais de idade, passando de 22,5 em 2000 para 30,2% em 2012. Cabe destacar, no entanto, que a proporção de nascimentos de mães com idades menores que 15 anos permaneceu constante ao longo do período, representando cerca de 30 mil nascimentos ao ano (BRASIL, 2014).

Em Roraima, a proporção de mães com 30 anos ou mais de idade passou de 20,3% em 2006 para 25,4% em 2015, um aumento de 25% dessa proporção em nove anos. Por outro lado, houve redução na proporção de nascimentos de mães com idades menores que 15 anos, passando de 2% em 2006 para 1,6% em 2015, uma redução de 20% dessa proporção no período.

A desagregação dos nascimentos por idade da mãe retoma a discussão da maternidade entre as adolescentes e jovens menores de 20 anos de idade e a gravidez em idades mais tardias. Este tema assume grande relevância social, pela vulnerabilidade em termos biológicos e de condições de sobrevivência das crianças, pois a gravidez em idade muito jovem eleva os riscos de mortalidade para a mulher e seus filhos (BRASIL, 2014).

Em suma vários estudos relacionam a gravidez em idades precoces com condições de pobreza, baixa escolaridade, abandono escolar e menor procura a serviços de saúde. A persistência desse número de nascimentos ao longo dos anos evidencia a necessidade do incremento de políticas públicas voltadas para a redução de condições de vulnerabilidade desse grupo populacional. Atribui-se nesta faixa etária um risco maior de ter um recém-nascido de baixo peso, pelo fato da mãe não possuir maturidade funcional do organismo (BRASIL, 2014).

Tabela 5 – Número e proporção de nascidos vivos por idade da mãe. Roraima, 2006 a 2015

ANO < 15 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40 e +

N° % N° % N° % N° % N° % N° % N° % 2006 182 2,0 2.308 24,0 3.102 32,3 2.045 21,3 1.251 13,0 552 5,7 158 1,6 2007 212 2,2 2.328 24,3 3.000 31,3 2.199 23,0 1.213 12,6 506 5,3 126 1,3 2008 209 2,1 2.346 23,2 3.076 30,4 2.378 23,5 1.335 13,2 587 5,8 162 1,6 2009 199 2,0 2.248 23,2 2.927 30,2 2.308 23,8 1.263 13,0 543 5,6 190 1,9 2010 191 1,9 2.254 23,1 2.869 29,5 2.270 23,3 1.388 14,2 584 6,0 172 1,8 2011 174 1,7 2.317 23,2 2.899 29,1 2.408 24,1 1.363 13,7 631 6,3 177 1,8 2012 233 2,2 2.478 23,4 2.968 28,0 2.424 23,0 1.602 15,1 685 6,5 192 1,8 2013 216 2,0 2.465 23,4 3.007 28,5 2.341 22,2 1.550 14,7 773 7,3 204 1,9 2014 174 1,7 2.448 23,7 2.912 28,2 2.269 22,0 1.609 15,6 731 7,1 178 1,7 2015 175 1,6 2.337 22,2 2.969 28,2 2.368 22,4 1.704 16,1 794 7,5 188 1,8

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Nota: 1. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2013. 2. Dados do SINASC fechado em 31/12 de cada ano. Sujeitos a correção 3. Dados de 2014 - Incluídos sete nascimentos com município ignorado. Não incluídos 204 nascimentos residentes de outros estados e países.

Page 16: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

3.2.2 INSTRUÇÃO DA MÃE

O nível de instrução (escolaridade) da mãe é um diferencial no processo de acesso ao pré-natal e a educação, neste caso, se revela um fator importante na percepção da importância da assistência à saúde materno-infantil.

Tabela 6 - Número e proporção de nascidos vivos por escolaridade (anos de estudo) da mãe. Roraima, 2006 a 2015

ANO

Nenhuma 1 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 11 anos 12 anos e + Não informado

Ignorado

N° % N° % N° % N° % N° % N° % N° % 2006 622 6,4 1.063 11,0 2.767 28,8 3.622 37,7 1.138 11,8 225 2,3 161 1,7 2007 388 4,0 1.348 14,0 2.538 26,5 4.079 42,5 867 9,0 317 3,3 47 0,5 2008 625 6,2 967 9,6 2.556 25,3 4.778 47,3 892 8,8 211 2,1 64 0,6 2009 613 6,3 577 5,9 2.493 25,7 4.700 48,6 1.068 11,0 84 0,8 143 1,4 2010 747 7,7 341 3,5 2.029 20,8 5.279 54,2 1.272 13,1 34 0,3 26 0,2 2011 464 4,6 350 3,5 2.057 20,3 5.432 54,6 1.298 13,0 108 1,1 260 2,6 2012 531 5,0 321 3,0 2.018 19,1 5.652 53,4 1.400 13,2 265 2,5 398 3,7 2013 524 4,9 288 2,7 1.997 18,9 5.813 55,0 1.549 14,6 231 2,2 154 1,4 2014 151 1,4 196 1,9 1.823 17,6 6.335 61,3 1.646 15,9 96 0,9 75 0,7 2015 183 1,7 328 3,1 1.791 17,0 6.306 60,0 1.789 17,0 61 0,5 77 0,7 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Nota: 1. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2013. 2. Dados do SINASC fechado em 31/12 de cada ano. Sujeitos a correção. 3. Dados de 2014 - Incluídos sete nascimentos com município ignorado. Não incluídos 204 nascimentos residentes de outros estados e países.

No Brasil, em 2012, os dados do Ministério da Saúde mostram que os nascidos

vivos de primeira ordem representam 40% dos nascimentos. Entre as mães que não completaram o ensino fundamental (com menos de sete anos de estudo), chama a atenção a concentração de mães com menos de 20 anos (superior a 50%). Enquanto que entre as mães com níveis mais elevados de escolaridade (12 anos ou mais de estudos), o nascimento do primeiro filho acontece com elevada freqüência após a mãe completar 30 anos ou mais de idade. A freqüência de nascimentos em idades mais tardias entre as mães com maior nível de escolaridade foi de 45,1% em 2012, enquanto que essa freqüência não alcançou 15% entre as demais mães (BRASIL, 2014).

Em Roraima, na análise da escolaridade da mãe observamos que dos 10.322 nascidos vivos em 2015, 1,7% (183) eram de mães sem nenhuma escolaridade, 3,1% (328) de mães com escolaridade de 1 a 3 anos de estudo, 17 % (1.791) de 4 a 7 anos, 60% (6.306) de 8 a 11 anos, 17% (1.789) com mais de 12 anos de estudo. As mães com escolaridade não informada ou ignorada representaram 0,5% (61) e 0,7% (77) dos nascimentos, respectivamente.

3.2.3 COR DA PELE/RAÇA DA MÃE Em Roraima, no ano de 2015, 74,4% (7.837/10.535) dos nascidos vivos foram de mães com cor da pele/raça parda, seguida de indígena com 15,7% (1.662), branca

Page 17: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

com 7,3% (773), preta com 1,7% (186) e amarela com 0,2% (21). Na Figura 8 temos a proporção de nascidos vivos de mães indígenas por município de residência em 2015.

Figura 7 – Proporção de nascidos vivos por cor da pele/raça da mãe Roraima, 2011 a 2015 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Nota: 1. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2013. 2. Dados do SINASC fechado em 31/12 de cada ano. Sujeitos a correção. 3. Dados de 2014 - Incluídos sete nascimentos com município ignorado. Não incluídos 204 nascimentos residentes de outros estados e países.

No Brasil, a análise da idade da mãe segundo cor da pele/raça evidencia que as

mães indígenas, pardas e pretas são mais jovens. Entre as mães indígenas, 28% dos nascimentos ocorrem antes que elas completem 20 anos. Entre as mães pardas e pretas, a proporção é menor, mas ainda elevada: entre essas, cerca de 20% dos nascimentos ocorrem antes dos 20 anos. Em contraste, mais de 35% de mães brancas e amarelas têm seus filhos com 30 anos ou mais de idade (BRASIL, 2014).

Figura 8 – Proporção de nascidos vivos de mães indígenas por município de residência. Roraima, 2015. Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Nota: 1. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2013. 2. Dados do SINASC fechado em 31/12 de cada ano. Sujeitos a correção. 3. Dados de 2014 - Incluídos sete nascimentos com município ignorado. Não incluídos 204 nascimentos residentes de outros estados e países.

2011 2012 2013 2014 2015

Não Informado 10,3 0,2 0,1 0,1 0,5Indígena 18,3 22,8 21,9 13,3 15,7Preta 1,7 1 1,7 1 1,7Parda 60,5 70,2 71,1 76,9 74,4

Amarela 0,1 0 0 0,1 0,2Branca 8,9 5,6 5,2 8,3 7,3

%

Alto Alegre

Amajarí

Boa Vista

Bon fim Cantá Carac

a raíCaroe

beIrace ma

Muca jai

Nor man dia

Paca raima

Rorai nópo

lis

S.J. Baliza

São Luiz

Uira mutã

Indígena 35,9 44,7 4,1 54,5 31,3 2 5,8 4,8 6,8 76 63,7 0,9 3,5 2,2 91,5

0102030405060708090

%

Page 18: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

3.2.4 SITUAÇÃO CONJUGAL DA MÃE

No ano de 2015, 61,4% (6.470) dos nascimentos vivos foram eram de mães solteiras, 20,6% (2.179) casadas, 0,06% (7) viúvas, 0,6% (69) separadas judicialmente, 17,2% (1.810) tinham o estado civil não informado e ignorado (Figura 9).

Estudos apontam que o número de nascidos vivos de mãe solteira é uma variável importante para caracterizar uma gestação com risco, pois sugerem que estas mães poderiam reunir um quadro mais desfavorável, ou seja, essa condição civil poderia estar ligada a alguns fatores socioeconômicos e culturais que limitariam um acesso pleno à assistência na gravidez (BRASIL, 2014).

Por outro lado, as variáveis como estado civil das mães nas categorias casada, separada e viúva, determinam que estas mães possuam algum tipo de assistência, apoio do cônjuge ou do companheiro, ou mesmo uma rede de proteção familiar favorecendo um parto com condições mais estáveis, diferentemente das mães solteiras (BRASIL, 2014).

Figura 9 – Proporção de nascidos vivos por situação conjugal da mãe. Roraima, 2006 a 2015 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Nota: 1. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2013. 2. Dados do SINASC fechado em 31/12 de cada ano. Sujeitos a correção. 3. Dados de 2014 - Incluídos sete nascimentos com município ignorado. Não incluídos 204 nascimentos residentes de outros estados e países.

3.2.5 ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL

Desde 2000, a recomendação do Ministério da Saúde é de que a mãe realize no mínimo, seis consultas no pré-natal e as inicie tão logo comece a gravidez.

Em relação às características da gravidez e do parto, mais especificamente à atenção pré-natal, a análise do indicador amplamente utilizado na avaliação da atenção à saúde materna e do recém-nascido (número de consultas pré-natais)

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Ignorado 7,1 7,7 4,1 1,2 1 34,2 46,2 45,4 26,2 17,2Separada judicialmente 0,4 0,5 0,3 0,3 0,3 0,4 0,4 0,3 0,6 0,6Viúva 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,06Casada 34,9 33,4 31,2 37,8 44,9 30,8 24,3 21 20,8 20,6Solteira 57,4 58,2 64,3 60,4 53,6 34,4 29 33,2 52,1 61,4

0102030405060708090

100

%

Page 19: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

evidencia no país que entre três em cada quatro nascimentos em 2012, as mães realizaram o número mínimo de consultas preconizadas pelo MS (seis ou mais). Entretanto, verificam-se expressivas desigualdades segundo região de residência da mães, cor da pele/raça, escolaridade e idade materna (BRASIL, 2014). Quanto às desigualdades regionais, observa-se que, no Sudeste e no Sul, 83% das mães reportaram seis ou mais consultas no pré-natal, enquanto que essa proporção alcança somente 57% das mães no Norte e 67% no Nordeste. Considerando-se a proporção de mães que declararam ter realizado três consultas ou menos, chama a atenção a elevada proporção de mães nessa circunstância no Norte (21%) e no Nordeste (14,1%). Da mesma forma, encontram-se diferenças importantes entre as categorias de cor da pele/raça. A proporção de mães que reportaram o número mínimo de consultas preconizado pelo Ministério da Saúde é mais elevada na categoria de cor da pele/raça branca do que nas categorias parda e preta (85% contra 70%, respectivamente). É digna de nota a crítica situação das mães indígenas, com cerca de 40% delas declarando terem realizado no máximo três consultas pré-natais relativas ao nascido vivo em 2012 (BRASIL, 2014). O acesso à atenção à saúde da mulher no período gestacional também é desigual segundo a escolaridade da mãe. Quanto maior a escolaridade, maior é a proporção de mães que realizaram o número mínimo de consultas preconizado pelo MS. Entre as mães com 12 anos ou mais de estudos, 90,3% realizaram pelo menos seis consultas no pré-natal, contudo, essa proporção cai para 55,8% entre aquelas com mais baixa escolaridade (0 a 3 anos de estudo). Entre essas últimas, chama a atenção a elevada proporção daquelas que realizaram no máximo três consultas no pré-natal (23,2%) (BRASIL, 2014). O número de consultas pré-natais segundo idade da mãe revela que quanto mais jovem a mãe, menor é a proporção daquelas que realizaram o número mínimo de consultas preconizado: entre as mães com menos de 15 anos essa proporção não alcança 60%, enquanto que entre as idades de 30 a 39 anos supera 80% (BRASIL, 2014).

Há que destacar os casos extremos, ou seja, “nenhuma consulta” como um indicador de inadequação do uso desse serviço e “sete ou mais consultas”, como situação adequada. Nesse sentido, no período de 2001 a 2015 observamos no estado uma redução importante na proporção de mães sem consulta no pré-natal passando de 11,1% em 2001 para 3,7% em 2015, caindo 66,6% dessa condição totalmente inadequada, e aumento de 22,2% na proporção de mães com sete ou mais consultas no período. Porém consideramos baixo o número de mães consideradas assistidas no pré-natal, compreendendo 7 ou mais consultas, essa condição ocorre em menos da metade os nascimentos.

Page 20: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Tabela 7 – Número e proporção de nascidos vivos por número de consultas de pré-natal. Roraima, 2001 a 2015

ANO NENHUMA 1 A 3 4 A 6 7 E + IGNORADO N° % N° % N° % N° % N° %

2001 1.060 11,1 1.530 16,0 3.084 32,2 3.691 38,6 196 2,0 2002 658 7,1 1.954 21,2 3.622 39,4 2.910 31,6 44 0,5 2003 775 7,5 2.020 19,6 4.359 42,4 3.007 29,2 125 1,2 2004 798 8,2 1.802 18,5 3.737 38,3 3.206 32,9 208 2,1 2005 699 7,2 1.621 16,7 2.995 30,9 4.215 43,4 169 1,7 2006 655 6,8 1.850 19,3 3.549 37,0 3.365 35 179 1,8 2007 542 5,6 1.672 17,4 3.741 39,0 3.429 35,8 200 2,1 2008 466 4,6 2.016 20,0 3.874 38,4 3.572 35,4 165 1,6 2009 436 4,5 1.702 17,6 3.514 36,3 3.935 40,6 91 1,0 2010 456 4,7 1.577 16,2 3.756 38,6 3.898 40,0 41 0,4 2011 449 4,5 1.762 17,7 3.703 37,1 3.950 39,6 105 1,0 2012 557 5,2 2.065 19,5 3.950 37,3 3.882 36,7 131 1,2 2013 450 4,3 1.865 17,6 4.073 38,6 4.061 38,5 107 1,0 2014 407 3,9 1.397 13,5 3.750 36,3 7.753 46 15 0,1 2015 394 3,7 1.406 13,3 3.747 35,5 4.973 47,2 15 0,1

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Nota: 1. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2013. 2. Dados do SINASC fechado em 31/12 de cada ano. Sujeitos a correção. 3. Dados de 2014 - Incluídos sete nascimentos com município ignorado. Não incluídos 204 nascimentos residentes de outros estados e países.

O acesso à assistência pré-natal é considerado uma condição muito importante

para que a gestação transcorra sem problemas tanto para a mãe quanto para o filho ou, pelo menos, que haja um acompanhamento médico para as situações de risco. Alguns estudos mostram que a maioria das mortes por causas maternas são evitáveis, se ações que objetivam a qualidade da assistência perinatal e o acesso aos serviços de saúde da gestante forem tomadas. 3.2.6 TIPO DE PARTO

A literatura é abundante em mostrar as elevadas proporções dos partos cesáreos no Brasil, que facilmente têm ultrapassado 50% em muitas regiões do país. O MS afirma que há uma tendência crescente de cesáreas em todas as regiões do País entre 2000 a 2012, com destaque para o Nordeste com a maior variação passando de 25% a 48% dos partos cesáreos no período. Ressalta-se que nenhuma região atendeu a recomendação da OMS de no máximo 15% de partos cesáreos. Pelo contrário, no Brasil, desde 2009, mais de 50% dos nascimentos ocorreram por este tipo de parto (BRASIL, 2013). O parto vaginal caracteriza-se por ser um tipo de parto de baixo custo, natural, mais acessível às mães e, portanto mais recomendado. Dados do MS para o país em 2012, quanto à escolaridade e à idade materna, menores proporções de partos cesáreos são encontrados em mães com baixa escolaridade e mais jovens. No outro extremo, mais de 83% das mães, com 12 anos ou mais de estudo, e mais de 67% de mães, com idades entre 25 e 39 anos, realizaram parto cesáreo em 2012 (BRASIL, 2014).

Page 21: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

No que diz respeito à cor da pele, enquanto 67% das mães brancas realizaram parto cesáreo, este percentual foi de 18% entre as indígenas, percentual ainda superior àquele recomendado pela OMS (BRASIL, 2014).

Tabela 8 – Proporção de nascidos vivos por tipo e parto. Roraima, 2001 a 2015

ANO VAGINAL CESÁREO IGNORADO N° % N° % N° %

2001 7.169 75,0 2.390 25,0 2 0,0 2002 7.166 78,0 2.019 22,0 3 0,0 2003 7.932 77,1 2.351 22,9 3 0,0 2004 7.666 78,6 2.084 21,4 1 0,0 2005 7.561 77,9 2.135 22,1 3 0,0 2006 7.185 74,8 2.407 25,2 6 0,0 2007 6.858 71,5 2.772 28,5 4 0,0 2008 6.673 66,1 3.416 33,9 4 0,0 2009 6.174 61,9 3.500 38,1 4 0,0 2010 6.252 64,3 3.475 35,7 1 0,0 2011 6.806 68,3 3.156 31,7 7 0,0 2012 7.160 67,7 3.394 32,0 31 0,3 2013 6.889 65,2 3.651 34,7 16 0,1 2014 6.476 62,7 3.845 37,2 1 0,01 2015 6.404 60,8 4.129 39,2 2 0,02

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Nota: 1. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2013. 2. Dados do SINASC fechado em 31/12 de cada ano. Sujeitos a correção. 3. Dados de 2014 - Incluídos sete nascimentos com município ignorado. Não incluídos 204 nascimentos residentes de outros estados e países.

A análise dos nascimentos por tipo de parto permite avaliar, em parte, as práticas obstétricas. Na série histórica da Tabela 8 observamos uma queda importante na proporção de parto vaginal em Roraima e aumento expressivo de parto cesáreo, este último possui proporção bem acima do preconizado pela OMS que aceita até 15% do total de partos, e apesar dos especialistas alertarem para os riscos que essa prática traz a saúde da mãe e do recém-nascido.

Na análise do tipo de parto por estabelecimento de saúde destacamos que o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN) maternidade pública de referência do estado concentrou 83,7% (8.826/10.535) dos nascidos vivos em 2015 e destes 37,9% (3.347/8.826) dos partos foram cirúrgico. Nos hospitais privados que concentraram 5,9% (622/10.535) dos nascidos vivos o parto cesáreo foi responsável por 95,6% (595/622) desses nascimentos, chamando a atenção para as altas proporções tanto no serviço público como no privado.

Em Roraima, na análise do tipo de parto e a escolaridade da mãe, em 2014, ficou evidente que quanto maior a escolaridade da mãe maior o número de parto cesáreo, e quanto menor a escolaridade da mãe maior o número de parto vaginal. As mães sem “nenhuma” escolaridade tiveram 81,4% (123/151) dos partos vaginal contra 18,5% (28/151) de partos cesáreos; mães com ensino fundamental (1 a 4 anos de estudo) tiveram 76,9% (421/547) dos partos vaginal e 22,8% (125/547) cesáreos; mães

Page 22: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

com o ensino médio (antigo 2° grau) tiveram 67% (5.232/7.807) de parto vaginal e 33% (2.575/7.807) cesáreos; mães com ensino superior incompleto tiveram 44,4% (321/722) de parto vaginal e 55,5% (401/722) cesáreos; e mães com ensino superior completo tiveram 28% (259/924) de parto vaginal e 72% (665/924) de cesáreos.

Figura 10 - Proporção de nascidos vivos por tipo de parto. Roraima, 2001 a 2015 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Nota: 1. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2013. 2. Dados do SINASC fechado em 31/12 de cada ano. Sujeitos a correção. 3. Dados de 2014 - Incluídos sete nascimentos com município ignorado. Não incluídos 204 nascimentos residentes de outros estados e países.

Em 2015, na comparação do tipo de parto e a escolaridade da mãe observa-se que em ambos os tipos de partos houve predomínio de mães com ensino médio (antigo 2º grau) com 78,5% pra o parto vaginal e 66,2% para o parto cesáreo. Entre as mães sem escolaridade 2,4% tiveram partos vaginais e 0,07% cesáreos, mães com ensino fundamental (1ª a 4ª série) tiveram 8% e 3,4% respectivamente. Na comparação de mães com ensino superior observa-se que quanto maior a escolaridade maior a proporção de partos cesáreos, as mães com superior incompleto tiveram 5,2% de partos vaginais e 9,8% de cesáreos e as mães com superior completo tiveram 4,5% e 18,2%, respectivamente. 3.3.1 DURAÇÃO DA GESTAÇÃO O baixo peso ao nascer e a prematuridade são considerados importantes fatores de risco para a saúde da criança, implicando decisivamente na mortalidade infantil, especialmente a neonatal. No Brasil, em 2012, 8,5% dos recém-nascidos foram de baixo peso, com discretas variações regionais, de 9,2% no Sudeste a 7,5% no Norte. Quando desagregado por tipo de parto, as proporções de nascidos vivos com baixo peso foram praticamente iguais (BRASIL, 2014).

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Ignorado 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,3 0,1 0,1 0,0

Cesáreo 25 22 22 21, 22, 25, 28, 33, 38, 35, 31, 32 34, 37, 39,Vaginal 75 78 77, 78, 77, 74, 71, 66, 61, 64, 68, 67, 65, 62, 60,

0102030405060708090

100

%

Page 23: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Com relação às características da idade gestacional, 12,5% dos nascimentos no Brasil em 2012 ocorreram com menos de 37 semanas, com discretas variações regionais. Dados os possíveis erros de estimação do tempo de gestação, segundo os diferentes métodos utilizados para a mensuração desta característica, considerou-se importante analisar os nascimentos ocorridos na 37ª e na 38ª semanas que representaram, no País, 10% e 22% dos nascimentos em 2012, respectivamente. As variações regionais destes percentuais são mais marcantes na 38ª semana (19% no Norte e no Nordeste e 24% nas demais regiões) (BRASIL, 2014). No Brasil, quanto ao tipo de parto, as proporções de nascimento que ocorrem com menos de 37 semanas (nascimentos pré-termo) são próximas (12% para cesáreas e 13% para vaginais). No entanto, quando consideram as durações de 37 e, principalmente, de 38 semanas, as diferenças são expressivas (36,6% para cesáreas e 25,9% para vaginais), ou seja, 1 em cada 3 nascimentos por parto cesáreo ocorre neste período gestacional (BRASIL, 2014). Em Roraima, com relação às características da idade gestacional, no período de 2006 a 2015, houve um aumento na proporção de mães com menos de 37 semanas de gestação de 7% em 2006 para 13,6% em 2015, correspondendo a um aumento de 94,3% dessa proporção e das mães com 42 semanas e mais semanas de gestação aumentou 277,7% nesse período passando de 0,9% em 2006 para 3,4 % em 2015.

A proporção de mães com gestação entre 37 a 41 semanas, período considerado ideal para o nascimento, reduziu 13,3% no período, passando de 91,8% em 2006 para 79,6% em 2015. Falha no preenchimento da DNV é evidente quando observamos a proporção de informação ignorada/não informado na série histórica da Tabela 9.

Tabela 9 – Proporção de nascidos vivos por duração da gestação. Roraima, 2006 a 2015

ANO < 37 SEMANAS 37 A 41 SEMANAS 42 SEMANAS OU + IGNORADO/ NÃO INFORMADO

N° % N° % N° % N° % 2006 676 7,0 8.809 91,8 88 0,9 25 0,2 2007 496 5,1 8.991 93,8 66 0,7 31 0,3 2008 846 8,4 9.185 91,0 40 0,4 22 0,2 2009 903 9,3 8.704 90,0 45 0,4 26 0,3 2010 831 8,5 8.833 90,8 30 0,3 34 0,3 2011 1.495 15,0 7.688 77,1 522 5,2 264 2,6 2012 1.716 16,2 7.950 75,1 482 4,5 437 4,1 2013 1.591 15,0 8.513 80,6 355 3,3 97 0,9 2014 1.226 13,6 8.285 80,2 425 4,1 206 2,0 2015 1.440 13,6 8.387 79,6 366 3,4 342 3,2

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Nota: 1. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2013. 2. Dados do SINASC fechado em 31/12 de cada ano. Sujeitos a correção. 3. Dados de 2014 - Incluídos sete nascimentos com município ignorado. Não incluídos 204 nascimentos residentes de outros estados e países.

3.3.2 PESO AO NASCER

Page 24: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

O peso do recém-nascido entre 2.500g a 3.999g expressam que a nutrição e cuidados da mãe durante a gestação foram adequados e que comportaria menos riscos para os recém-nascidos. Segundo o MS, o baixo peso reflete piores condições de vida, cuja maior concentração provém da clientela usuária do SUS, onde é maior a demanda por serviços de maior complexidade (BRASIL, 2013). Quanto ao peso ao nascer, a proporção de nascimentos com baixo peso no Brasil em 2012 foi de 8,5%, com variações regionais. Contudo, devido às diferenças de qualidade desta informação segundo regiões, não é possível inferir sobre a associação entre ocorrência de baixo peso ao nascer e região de residência da mãe. Para aprofundar na determinação de fatores de risco associados ao baixo peso, como executado por alguns autores sugere-se a realização de estudos mais detalhados, incluindo verificar a precisão do dado sobre o peso ao nascer informado na DNV (BRASIL, 2014).

Em Roraima, segundo os dados para 2015, 7,9% dos nascidos vivos possuem baixo peso ao nascer, essa proporção é a maior da série histórica apresentada na Tabela 10, e caracteriza um aumento de 12,8% na proporção de nascidos vivos com baixo peso ao nascer (<2.500g), na comparação de 2006 (7%) e 2015 (7,9%). Há que se destacar o aumento na proporção dos nascidos vivos com 4.000g e mais de peso ao nascer na ordem de 7,1% passando de 5,6% em 2006 para 6% em 2015.

Tabela 10 – Número e proporção de nascidos vivos por peso ao nascer. Roraima, 2006 a 2015

ANO 2.500g 2.500 a 3.999g 4.000g e + IGNORADO

N° % N° % N° % N % 2006 671 7,0 8.001 83,3 540 5,6 386 4,0 2007 653 6,8 8.078 84,3 521 5,4 332 3,4 2008 680 6,7 8.321 82,4 647 6,4 445 4,4 2009 699 7,2 8.093 83,6 611 6,3 275 2,8 2010 724 7,4 8.363 85,9 566 5,8 75 0,7 2011 761 7,6 8.518 85,4 599 6,0 91 0,9 2012 801 7,5 9.044 85,0 628 5,9 112 1,0 2013 784 7,4 9.106 86,2 596 5,6 70 0,6 2014 738 7,1 8.932 86,5 652 6,3 00 0,0 2015 831 7,9 9.066 86,0 635 6,0 3 0,02

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Nota: 1. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2013. 2. Dados do SINASC fechado em 31/12 de cada ano. Sujeitos a correção. 3. Dados de 2014 - Incluídos sete nascimentos com município ignorado. Não incluídos 204 nascimentos residentes de outros estados e países.

3.3.3 ANOMALIAS CONGÊNITAS

A distribuição dos tipos mais freqüentes de anomalias congênitas em Roraima, no período de 2013 2015 encontra-se na Tabela 11. Quanto à distribuição das anomalias congênitas, os dados do Sinasc mostram que o número anual de nascimentos com presença de anomalias vem se mantendo na mesma magnitude, ao redor de 22 mil nascimentos, representando 0,8% do total. Em

Page 25: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

2012, foram mencionadas em torno de 27 mil anomalias, com destaque para as malformações do sistema osteomuscular (BRASIL, 2014).

Para Roraima, os dados do SINASC mostram que o número anual de nascidos vivos com presença de anomalias congênitas vem reduzindo no período de 2006 a 2013, passando de 41 (0,4%) de anomalias congênitas em 2006 para 26 (0,2%) em 2013, com redução de 50% no período, e abaixo da média nacional de 0,8% registrada em 2012 (BRASIL, 2014). Entretanto, na comparação de 2006 (0,4%) com 2015 (0,4%) houve a manutenção da proporção de nascidos vivos com malformações congênitas no período.

Tabela 11 – Número e proporção de anomalias congênitas. Roraima, 2013 a 2015

ANOMALIAS CONGÊNITAS 2013 2014 2015 N° % N° % N° %

Anencefalia 1 3,8 2 4,8 2 4,3 Encefalocele frontal 0 0,0 0 0,0 1 2,7 Encefalocele NE 0 0,0 0 0,0 1 2,7 Microcefalia 2 7,7 0 0,0 0 0,0 Macrocefalia 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Hidrocefalia NE 3 11,5 2 4,8 5 10,8 Mal formação congênita NE do olho 0 0,0 0 0,0 1 2,7 Ausência do pavilhão auricular 0 0,0 3 7,3 1 2,7 Pavilhão supranumerário 0 0,0 0 0,0 1 2,7 Ausência atresia estreit cond audit 0 0,0 1 2,4 0 0,0 Malformação congênita dos ossículos do ouvido

0 0,0 1 2,4 0 0,0

Malformação do ouvido interno 0 0,0 1 2,4 0 0,0 Outra malf cong ouvido médio 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Seio fístula e cisto pré-auricular 0 0,0 0 0,0 1 2,7 Malformação do ouvido NE 1 3,8 0 0,0 0 0,0 Anomalia de posição da orelha 3 11,5 1 2,4 1 2,7 Malformação na orelha NE 1 3,8 2 4,8 0 0,0 Malformação NE da face e pescoço 0 0,0 0 0,0 1 2,7 Pescoço alado 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Ausência cong e hipoplas art umbilic 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Ventrículo c/dupla via de entrada 0 0,0 1 2,4 0 0,0 Malformação de septo cardíaco NE 0 0,0 1 2,4 0 0,0 Outra malformação espec do coração 0 0,0 0 0,0 1 2,7 Fenda do palato duro 0 0,0 0 0,0 1 2,7 Fenda palatina NE 0 0,0 1 2,4 0 0,0 Fenda labial unilateral 0 0,0 1 2,4 0 0,0 Fenda palato duro c/ fenda labial bilateral 0 0,0 1 2,4 1 2,7 Fenda labial bilateral 1 3,8 0 0,0 0 0,0 Fenda palato mole com fenda labial bilateral

1 3,8 1 2,4 0 0,0

Fenda do palato c/ fenda labial unilateral NE

0 0,0 1 2,4 1 2,7

Fenda do palato c/ fenda labial bilateral NE 0 0,0 1 2,4 1 2,7 Malformações dos lábios NCOP 0 0,0 1 2,4 2 4,3 Outra malformação da língua 0 0,0 0 0,0 1 2,7 Ausência atresia estenose anus s/fist 0 0,0 0 0,0 1 2,7 Malformação vulva 1 3,8 0 0,0 0 0,0 Malformação dos órgãos genitais feminino NE

0 0,0 1 2,4 0 0,0

Page 26: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

ANOMALIAS CONGÊNITAS 2013 2014 2015 N° % N° % N° %

Ausência e aplasia do testículo 0 0,0 0 0,0 1 2,7 Outra malformação do pênis 0 0,0 0 0,0 1 2,7 Sexo indeterminado NE 0 0,0 1 2,4 1 2,7 Pé torto equinovaro 0 0,0 2 4,8 0 0,0 Pé torto calcaneovaro 0 0,0 1 2,4 1 2,7 Outra deformid dos pés em varo 0 0,0 1 2,4 0 0,0 Pé torto calcaneovalgo 5 19,2 1 2,4 2 4,3 Pé chato congênito 0 0,0 2 4,8 0 0,0 Deformidade cong do pé NE 0 0,0 1 2,4 0 0,0 Deform congen da mão 0 0,0 0 0,0 2 4,3 Ausência congen de mãos e dedos 0 0,0 0 0,0 1 2,7 Dedos da mão supranumerários 1 3,8 0 0,0 2 4,3 Coalescência dos dedos 0 0,0 0 0,0 1 2,7 Polidatilia NE 1 3,8 2 4,8 0 0,0 Ausência do antebraço e da mão 0 0,0 1 2,4 0 0,0 Outra deform membro supincl cint escapular

0 0,0 1 2,4 0 0,0

Osteogenese imperfeita 0 0,0 1 2,4 0 0,0 Malfor congen NE ossos crânio e face 0 0,0 0 0,0 1 2,72,7 Sínd c/malf cong afet predom face 0 0,0 0 0,0 1 2,7 Gastrosquise 2 7,7 2 4,8 1 2,7 Malformação congen do baço 0 0,0 0 0,0 1 2,7 Síndrome do abdome em ameixa seca 1 3,8 0 0,0 0 0,0 Malformação da pele NE 0 0,0 1 2,4 0 0,0 Malformações NE 1 3,8 1 2,4 0 0,0 Malf cong múltiplas NCOP 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Síndrome de Down NE 1 3,8 1 2,4 7 15,2 Síndrome de Edwards NE 0 0,0 0 0,0 0 0,0

RORAIMA 26 0,2 41 0,4 46 0,4 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Nota: 1. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2013. 2. Dados do SINASC fechado em 31/12 de cada ano. Sujeitos a correção. 3. Dados de 2014 - Incluídos sete nascimentos com município ignorado. Não incluídos 204 nascimentos residentes de outros estados e países.

Page 27: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

4 MORBIDADE

4.1 DST/HIV/AIDS

No Brasil, desde a década de 80, a vigilância epidemiológica da AIDS é baseada na notificação compulsória de casos. A notificação compulsória da infecção pelo HIV/AIDS permite caracterizar e monitorar tendências, perfil epidemiológico, riscos e vulnerabilidades na população infectada, com vistas a aprimorar a política pública de enfrentamento da epidemia.

A vigilância da infecção pelo HIV/AIDS está baseada num modelo de vigilância dos eventos: infecção pelo HIV, adoecimento (AIDS) e óbito, por meio de sistemas de informação de rotina e de estudos seccionais e longitudinais. A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), representam um problema de saúde pública de grande relevância na atualidade, em função do seu caráter pandêmico e de sua transcendência. Os indivíduos infectados pelo HIV, sem tratamento, evoluem para uma grave disfunção do sistema imunológico, à medida que vão sendo destruídos os linfócitos T CD4+, uma das principais células alvo do vírus.

A história natural dessa infecção vem sendo alterada consideravelmente, pela terapia antirretroviral (TARV), iniciada no Brasil em 1996, resultando em aumento da sobrevida dos pacientes, mediante reconstituição das funções do sistema imunológico e redução de doenças oportunistas.

O HIV pode ser transmitido por via sexual (esperma e secreção vaginal), pela transmissão vertical (de mãe para o filho na gestação e na hora do parto, pelo leite materno), em acidente com material pérfuro cortante durante a manipulação de instrumentos contaminados com sangue e secreções de pessoas infectadas com o HIV/AIDS ou pelo compartilhamento de seringas e agulhas. Outros processos infecciosos e inflamatórios favorecem a transmissão do HIV, especialmente a presença de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). 4.1.1 AIDS EM ADULTO

No ano de 2015 foram notificados 133 casos de AIDS em adulto, sendo 86 do sexo masculino e 47 do sexo feminino. O município de Boa Vista registrou 111 casos, seguido de Rorainópolis com 4 casos, conforme demonstra a Tabela 12. Em relação à taxa de detecção de AIDS em adulto por faixa etária, verificou-se que as maiores taxas ocorreram nas faixas etárias de 20 a 29 e 30 a 39 anos, com 181,21 casos e 176,75 casos por 100.000 habitantes, respectivamente. Caracterizando que o HIV/AIDS vem atingindo cada vez mais os segmentos jovens da população, estes dados são relevantes considerando a idade produtiva dos indivíduos e o período de sobrevida que é em média de 25 anos. Considerando que a epidemia leva em média de cinco a dez anos para se manifestar, podemos considerar que os indivíduos

Page 28: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

vivenciaram situações de risco que contribuíram para a infecção do HIV durante a adolescência e início da juventude, de acordo com o Figura 11. Tabela 12 - Casos de AIDS em adultos, por sexo e município de residência, em Roraima, por ano de notificação, em 2015.

MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA SEXO TOTAL MASCULINO FEMININO

Alto Alegre 0 1 1 Amajari 0 0 0 Boa Vista 73 38 111 Bonfim 1 0 1 Cantá 2 1 3 Caracaraí 1 1 2 Caroebe 0 0 0 Iracema 1 0 1 Mucajaí 1 0 1 Normandia 0 1 1 Pacaraima 1 1 2 Rorainópolis 3 1 4 São João da Baliza 1 2 3 São Luiz do Anauá 0 0 0 Uiramutã 2 1 3 Total 86 47 133

FONTE: SINAN-NET (Dados obtidos em 16/09/2016 –sujeito a alterações)

Quanto ao município de residência, observou-se maior taxa de detecção no município de São João da Baliza (128,15/100.000 habitantes), seguido pelos municípios de Boa Vista (120,89/100.000 habitantes) e Uiramutã (91,28/100.000 habitantes), conforme Figura 12.

Figura 11 -Taxa de detecção da AIDS em adultos, por faixa etária, em Roraima, no ano de 2015. FONTE: SINAN-NET (Dados obtidos em 01/03/2016 –sujeito a alterações).

Page 29: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Figura 12 - Taxa de detecção de HIV/AIDS em adultos, por município de residência, em Roraima, no ano de 2015. FONTE: SINAN-NET (Dados obtidos em 01/03/2016 – sujeito a alterações).

O número de casos novos de AIDS em menores de 5 anos, é um indicador do

SIS PACTO e tem o objetivo medir o risco de ocorrência de casos novos de AIDS nessa população. No ano de 2015, foram notificados 4 casos de AIDS em menores de 5 anos, destes 3 foram no município de Boa Vista e 1 no município de Iracema, conforme Tabela 13. Tabela 13 - Casos de AIDS em crianças menores de 5 anos, por município de residência, em Roraima, no ano de 2015.

MUNICÍPIOS Nº DE CASOS DE AIDS EM MENORES DE 5 ANOS

Amajari 0 Boa Vista 3 Bonfim 0 Cantá 0 Caracaraí 0 Caroebe 0 Iracema 1 Mucajaí 0 Normandia 0 Pacaraima 0 Rorainópolis 0 São João da Baliza 0 São Luiz 0 Uiramutã 0 RORAIMA 4

FONTE: SINAN-NET (Dados obtidos em 01/03/2016 – sujeito a alterações).

4.1.2 INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS – IST Nos últimos anos, principalmente após o início da epidemia de AIDS, as IST readquiriram importância como problema de saúde pública. Com o objetivo de

Page 30: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

identificar os casos de IST para subsidiar as ações de prevenção e controle, o Estado do Roraima incluiu estas na Lista Estadual de Doenças de Notificação Compulsória. Em 2015, foram notificados 2.937 casos de IST, tendo a maior incidência na Síndrome do Corrimento Cervical nas Mulheres com 1.256 casos (42,76%), seguida da Candidíase com 470 casos (16%), de acordo com a Tabela 14. Tabela 14 – Casos de IST por agravo notificado, em Roraima, no ano de 2015. AGRAVO NOTIFICADO 2015 SINDROME DA ULCERA GENITAL (EXCLUIDO HERPES GENITAL) 17 HERPES GENITAL (APENAS O PRIMEIRO EPISODIO) 55 TRICOMONIASE 57 SIFILIS EM ADULTO (EXCLUIDA A FORMA PRIMARIA) 90 CONDILOMA ACUMINADO (VERRUGAS ANOGENITAIS) 133 SINDROME DO CORRIMENTO URETRAL EM HOMEM 138 OUTRAS DOENCAS INFLAMATORIAS PELVICAS FEMININAS 313 DOENCAS SEXUALMENTE TRANSMITIDAS,NAO ESPECIFICADAS 408 CANDIDIASE 470 SINDROME DO CORRIMENTO CERVICAL EM MULHERES 1256 Total 2937

FONTE: SINAN-NET (Dados obtidos em 01/03/2016 – sujeito a alterações).

Ao analisar os casos de IST por município de residência, observou-se que o

município de Bonfim apresentou maior taxa de incidência com 2.422,24 casos/100.000 habitantes, seguido pelos municípios de São João da Baliza (1.609 casos/100.000 habitantes) e Rorainópolis (1.334,97 casos/100.000 habitantes), conforme Figura 13.

Figura 13 - Taxa de detecção de IST em adultos, por município de residência, em Roraima, no ano de 2015. FONTE: SINAN-NET (Dados obtidos em 01/03/2016 –sujeito a alterações).

4.1.3 HIV+ EM GESTANTE, SÍFILIS EM GESTANTE E SÍFILIS CONGÊNITA

O Brasil é signatário junto à OPAS/OMS para a eliminação da transmissão

vertical do HIV e da sífilis nas Américas. Em 2011, foi instituída a Rede Cegonha, entre

Page 31: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

cujas ações, no âmbito do componente pré-natal encontram-se a prevenção e o tratamento das IST, HIV/AIDS e hepatites virais, com disponibilização de testes rápidos de HIV e sífilis.

Em 2014, a OPAS criou o Comitê Regional para Validação da Eliminação da Transmissão Materno-Infantil de HIV e sífilis, que certificará os países que alcançarem:

Taxa de transmissão vertical do HIV ≤ 2% e incidência de HIV pediátrico ≤ 0,3 caso/1.000 nascidos vivos;

Taxa de incidência de sífilis congênita ≤ 0,5 casos/1.000 nascidos vivos; Cobertura de pré-natal (pelo menos 1 consulta) ≥ 95%; Cobertura de testagem para HIV e sífilis em gestantes ≥ 95%; Cobertura de tratamento com ARV em gestantes HIV+ ≥ 95%; Cobertura de tratamento com penicilina em gestantes com sífilis ≥ 95%.

Em 2015 foram notificados no Estado de Roraima 47 casos de HIV+ em gestante, sendo que a maior taxa de detecção encontra-se no município de Mucajaí (9,40/1.000 nascidos vivos), seguido de Caroebe (7,25 casos/1.000 nascidos vivos) e Cantá (6,35 casos/1.000 nascidos vivos), conforme Tabela 15. Tabela 15 – Casos de HIV+ em gestante, por município de residência, em Roraima, no ano de 2015

MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA RR HIV EM GESTANTE

NASCIDOS VIVOS

TAXA HIV EM GESTANTE/1.000 NASCIDOS VIVOS

Alto Alegre 0 190 0,00 Amajari 0 180 0,00 Boa Vista 38 6714 5,66 Bonfim 1 299 3,34 Cantá 2 315 6,35 Caracaraí 0 354 0,00 Caroebe 1 138 7,25 Iracema 0 125 0,00 Mucajaí 3 319 9,40 Normandia 0 370 0,00 Pacaraima 0 302 0,00 Rorainópolis 2 527 3,80 São João da Baliza 0 115 0,00 São Luiz 0 90 0,00 Uiramutã 0 422 0,00

Total 47 10460 4,49 FONTE: SINAN-NET (Dados obtidos em 01/03/2016 –sujeito a alterações).

No ano de 2015 foram notificados 111 casos de sífilis em gestante (10,61

casos/1.000 nascidos vivos) no estado de Roraima, de acordo com a Tabela 16. Salientamos a importância da vigilância epidemiológica atuar, em parceria com atenção básica dos municípios, na investigação de todos os casos de sífilis em gestante, pois a realização do tratamento adequado evita a transmissão vertical.

Page 32: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Tabela 16 – Casos de Sífilis em gestante, por município de residência, em Roraima, no ano de 2015

MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA CASOS DE SÍFILIS

EM GESTANTE 2015

NASCIDOS VIVOS 2015

TAXA POR 1.000 NASCIDOS VIVOS 2015

Alto Alegre 1 190 5,26 Amajari 0 180 0,00 Boa Vista 96 6715 14,30 Bonfim 0 300 0,00 Cantá 2 315 6,35 Caracaraí 6 354 16,95 Caroebe 2 138 14,49 Iracema 0 125 0,00 Mucajaí 3 319 9,40 Normandia 0 372 0,00 Pacaraima 1 302 3,31 Rorainópolis 0 526 0,00 São João da Baliza 0 115 0,00 São Luiz 0 90 0,00 Uiramutã 0 422 0,00 RORAIMA 111 10463 10,61

FONTE: SINAN-NET (Dados obtidos em 01/03/2016 –sujeito a alterações).

Em relação ao tratamento, 92 (82,88%) gestantes com sífilis receberam tratamento com penicilina em 2015, conforme demonstrado na Tabela 17. Tabela 17 – Esquema de tratamento realizado em gestantes com sífilis, em Roraima, no ano de 2015

ESQUEMA DE TRATAMENTO 2015 Nº %

Ign/Branco 2 1,8 Penicilina G benzantina 2.400.000 UI 53 47,75 Penicilina G benzantina 4.800.000 UI 7 6,31 Penicilina G benzantina 7.200.000 UI 32 28,83 COM TRATAMENTO 92 82,88 Outro esquema 2 1,8 Não realizado 15 13,51 Total 111 100

FONTE: SINAN-NET (Dados obtidos em 01/03/2016 –sujeito a alterações).

Em relação ao teste não treponêmico (VDRL), 45 (40,54%) das gestantes com

sífilis apresentaram resultado reagente em 2015, de acordo com a Tabela 18. As notificações e o tratamento são realizados com o Teste Rápido para sífilis reagente, a vigilância epidemiológica deve entrar em contato com a unidade básica responsável pelo acompanhamento da gestante para o monitoramento do VDRL.

Page 33: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Tabela 18 – Resultado do teste não treponêmico (VDRL) dos casos de sífilis em gestantes, em Roraima, no ano de 2015

RESULTADO TESTE NÃO TREPONÊMICO 2015 Nº %

Ign/Branco 15 13,51

REATIVO 45 40,54

NÃO REATIVO 5 4,5

NÃO REALIZADO 46 41,44

Total 111 100 FONTE: SINAN-NET (Dados obtidos em 01/03/2016 –sujeito a alterações).

Em relação à sífilis congênita foram notificados 31 casos (2,96/1.000 nascidos

vivos) em 2015, conforme especificado na Tabela 8. Em 2016, a Vigilância Epidemiológica identificou que estes casos não eram investigados e que após a investigação poderiam ser descartados. Desta forma, até dia 31 de março de 2016, a vigilância epidemiológica e a atenção básica dos municípios estavam realizando investigação retrospectiva dos casos notificados em 2015 de sífilis congênita e sífilis em gestante.

Tabela 19 – Casos de sífilis congênita, por município de residência, em Roraima, no ano de 2015

MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA 2015

NASCIDOS VIVOS 2015

TAXA POR 1.000 NASCIDOS VIVOS 2015

Alto Alegre 0 190 0,00 Amajari 0 180 0,00 Boa Vista 24 6715 3,57 Bonfim 0 300 0,00 Cantá 1 315 3,17 Caracaraí 1 354 2,82 Caroebe 2 138 14,49 Iracema 0 125 0,00 Mucajaí 1 319 3,13 Normandia 0 372 0,00 Pacaraima 1 302 3,31 Rorainópolis 0 526 0,00 São João da Baliza 1 115 8,70 São Luiz 0 90 0,00 Uiramutã 0 422 0,00

RORAIMA 31 10463 2,96 FONTE: SINAN-NET (Dados obtidos em 01/03/2016 –sujeito a alterações).

Segundo o PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS PARA

TRANSMISSÃO VERTICAL DE HIV, SÍFILIS E HEPATITES VIRAIS, o resultado reagente do teste não treponêmico em crianças com menos de 18 meses de idade só tem significado clínico quando o título encontrado for duas vezes maior do que o título

Page 34: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

encontrado na amostra da mãe e deve ser confirmado com uma segunda amostra coletada da criança. Em RN que apresente resultado não reagente nos testes, se persistir a suspeita epidemiológica de ocorrência de sífilis, o teste não treponêmico deve ser repetido com 1, 3, 6, 12 e 18 meses de idade, devido a possibilidade de ainda ocorrer a soroconversão, interrompendo o seguimento após dois exames não treponêmico consecutivos e negativos.

Em relação ao teste não treponêmico (VDRL) em sangue periférico dos RN pós-parto, observou-se que em 2015, 15 (48,39%) foram reagentes, 7 (22,58%) não reagentes, 4 (12,9%) não reagentes e 5 (16,13%) não preencheram esse campo, conforme a Tabela 20.

Tabela 20 - Resultado do teste não treponêmico (VDRL) dos casos de sífilis congênita, em Roraima, no ano de 2015

TESTE NÃO TREPONÊMICO SANGUE PERIFÉRICO 2015 Nº %

Ign/Branco 5 16,13 REATIVO 15 48,39 NÃO REATIVO 7 22,58 NÃO REALIZADO 4 12,9 Total 31 100 FONTE: SINAN-NET (Dados obtidos em 01/03/2016 –sujeito a alterações).

Page 35: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

4.2 HEPATITES VIRAIS As hepatites virais constituem-se em problema de saúde pública relevante em

todo mundo. O Brasil é classificado, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como um país de alta endemicidade para a hepatite A, como elevada prevalência para as hepatites B e delta (D), particularmente na região da Amazônia Legal e de endemicidade intermediária para a hepatite C.

O Núcleo de Controle das Hepatites Virais do Estado tem a missão de reduzir a incidência das hepatites virais e melhorar a qualidade de vida dos portadores da doença, promovendo ações de prevenção, vigilância, controle e assistência, respeitando os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde.

Para alcance dos objetivos o Núcleo Estadual de Hepatites Virais desenvolve suas ações considerando cinco componentes: Vigilância Epidemiológica, Prevenção, Assistência e Articulação com a Sociedade Civil.

As metas elaboradas com prazo para execução integral do Plano Anual de Trabalho de 2015 (PAT-2015) têm o objetivo de implementar e consolidar de forma integrada as estratégias para vigilância epidemiológica e prevenção e controle das hepatites virais, visando reduzir a incidência desse agravo no estado de Roraima. Através de ações relacionadas a assessoria técnica aos 15 municípios do Estado, visando fortalecer as ações de vigilância e assistência aos portadores de hepatites virais. Além de promover capacitação de profissionais com o objetivo de habilitar estes profissionais na prevenção, detecção, investigação, notificação e encaminhamento dos casos de hepatites A, B, C e D.

No dia 28 de julho de 2015 implantou-se o atendimento multidisciplinar dos portadores crônicos das hepatites virais no SAE/Coronel Mota. Com a implantação deste serviço foi possível proporcionar assistência de qualidade aos portadores desta doença, garantindo assistência clínica, terapêutica, farmacêutica e psicossocial, em nível ambulatorial, fixando o paciente a uma equipe multidisciplinar que o acompanhará ao longo de sua doença,melhorando a qualidade de vida dessa população no estado de Roraima. Após implantação do atendimento multiprofissional das hepatites virais no SAE em 28 de julho de 2015, foram cadastrados 285 portadores de hepatites virais crônicas, o que representa 39,75% dos 717 casos de hepatite viral crônica notificados no SINAN (598 hepatite B, 88 hepatite C e 23 hepatite delta).

A Vigilância Epidemiológica das Hepatites Virais no Brasil utiliza o sistema universal e passivo, baseado na notificação compulsória de casos suspeitos que serão confirmados ou descartados através da avaliação do resultado de sorologia específica. No período de 2010 a 2015 foram notificados 11.698 casos suspeitos de hepatites virais, destes 1.175 (10,04%) foram confirmados por critério laboratorial e 01 (0,01%) por vínculo epidemiológico. A hepatite viral mais frequente no estado é a hepatite A, apresentando maior coeficiente de incidência no ano de 2014 com 27,90/100.000 habitantes. Em segundo lugar temos a hepatite B, que apresentou

Page 36: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

maior taxa de detecção no ano de 2012 com 24,07 casos/100.000 habitantes. Seguida pela hepatite C com maior taxa de detecção em 2011 com 05 casos por 100.000 habitantes e, por fim, a hepatite D com maior taxa de detecção em 2011 com 1,74 casos por 100.000 habitantes (Figura 14).

*C.I. – Coeficiente de Incidência (hepatite A), T.D. – Taxa de Detecção (Hepatites B, C e D)

Figura 14 - Coeficiente de incidência e taxa de detecção das hepatites virais, Roraima, 2010 a 2015 Fonte: SINAN-NET.

Em relação à ocorrência das hepatites virais por faixa etária, observa-se que as maiores incidências de hepatite A ocorreram na primeira década de vida, principalmente na faixa etária de 5 a 9 anos, com maior incidência nos anos de 2012 e 2013, atingindo em ambos 121,09 casos/100.000 habitantes. Este cenário sugere um padrão epidemiológico de alta endemicidade no Estado, que está associado a precárias condições socioeconômicas e de saneamento básico. A taxa de detecção da hepatite B começa a aumentar a partir dos 15 anos, o que provavelmente está associado ao estilo de vida e ao comportamento que oferecem maior risco. Em 2015, observou-se maior detecção na faixa de 50 a 59 anos de idade com 61,87 casos/100.000 habitantes. A hepatite C acomete, sobretudo, a faixa etária de 40 anos e mais, o que denota uma doença silenciosa, cujo diagnóstico ocorre numa fase mais tardia da vida. Em 2015, a maior taxa de detecção ocorreu na faixa etária de 60 a 69 anos de idade com 32,52 casos/100.000 habitantes (Figura 15).

Page 37: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

*C.I. – Coeficiente de Incidência (hepatite A), T.D. – Taxa de Detecção (Hepatites B, C e D)

Figura 15 - Coeficiente de incidência e taxa de detecção das hepatites virais por faixa etária, Roraima, 2010 a 2015 Fonte: SINAN-NET

Ao analisar os casos por município de residência no ano de 2015, observou-se maior incidência de hepatite A no município de Amajarí (60,39/100.000 hab.), seguido pelo município de São Luiz (28,70/100.000 hab.). A hepatite B apresentou maior taxa de detecção nos municípios de Mucajaí (58,72/100.000 hab.) e Caroebe (47,17/100.000 Hab.). As hepatites C e D foram detectadas apenas no município de Boa Vista com taxas de 5,39/100.000 hab. e 0,34/100.000 hab., respectivamente (Figura 16).

Page 38: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Figura 16 - Coeficiente de incidência e taxa de detecção das hepatites virais por município de residência, Roraima, 2010 a 2015 Fonte: SINAN-NET

Page 39: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

4.3 MALÁRIA A Malária é uma doença parasitária de grande incidência no mundo. Em 2013, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que tivessem ocorrido 198 milhões de casos da doença, o que ocasionou a morte de 584 mil pessoas em todo o mundo (OMS 2014).

No Brasil, as infecções causadas pelo Plasmodium vivax são as predominantes. O país registrou em 2000 um total de 615.246 casos da doença, e em 2014 reduziu para 138.881 casos, correspondendo a uma redução de 77,54% no período. Esse relatório foi estruturado a partir de uma análise descritiva, a partir dos dados registrados no SIVEP – Malária – Sistema de Informação de Vigilância epidemiológica da Malária. Como fonte complementar foi utilizado o SISMAL – Sistema de Informação sobre Malária, utilizado até 2002 como sistema nacional de registros de malária. Os dados foram trabalhados utilizando planilhas de Excell e o Software Tableau que possibilitaram diversas análises sobre a incidência e distribuição da malária no Estado de Roraima, entre 2003 e 2015. A análise epidemiológica é importante para avaliar as atividades desenvolvidas no âmbito do Programa Estadual de Controle da Malária subsidiando o planejamento de novas ações após identificar prioridades que devem ser trabalhadas. Na Figura 17 apresentamos a série histórica de janeiro de 2003 a dezembro de 2015 com o número de casos notificados em Roraima. Nessa Figura podemos observar que, desde 2003, quando as notificações de malária começaram a ser inseridas no SIVEP – Malária, 2014 foi o ano que apresentou a menor incidência de malária. Também é relevante identificar a sucessão de aumento e redução da incidência de malária com epidemias registradas em 2005 e 2010, que alcançaram IPA (Índice Parasitário Anual) de 86,9 e 48,3 (casos por mil habitantes) respectivamente.

Figura 17 - Número de Casos notificados de malária no Estado de Roraima entre janeiro de 2003 e dezembro de 2015

Page 40: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Em 2015, Roraima registrou um incremento de 4% no número de casos de malária autóctone notificada em todo o Estado, conforme apresenta a Figura 18. No entanto, é preciso analisar a distribuição por categoria de local provável de infecção para perceber que as áreas onde atuam Estado e municípios, a saber: área urbana e assentamento, apresentaram redução 4% e 46% respectivamente.

Figura 18 - Número de Casos notificados de malária EM Roraima e diferença percentual entre 2014 e 2015 A categoria indígena teve incremento de 66% no número de casos registrados em 2015, saltando de 1.579 notificados em 2014 para 2.629 em 2015. O incremento de mais de 1.000 casos em área indígena acabou por impactar o indicador do Estado, e anular os avanços conquistados, principalmente nas áreas de assentamento, que registraram 1.192 casos em 2014 e apenas 646 em 2015, responsável pela maior redução registrada no período, 46%.

Figura 19 - Número de casos de malária em Roraima por categoria de local provável de infecção e diferença percentual entre 2014 e 2015

Page 41: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Na Figura 20 podemos observar que a categoria indígena foi responsável por 43% de toda a malária autóctone registrada no ano de 2015 em Roraima, com um total de 2.629 casos. A categoria rural notificou 1.856 casos autóctones,representando 30%; a categoria urbana registrou 958 casos, representando 16% e as áreas de assentamento registraram 646 casos, e representaram 11% dos casos de malária autóctone notificados em Roraima.

Figura 20 - Percentual de casos de malária por categoria de local provável de infecção em Roraima, 2015 A Figura 21 apresenta a quantidade de casos de malária autóctone registrada em cada município do Estado de Roraima em 2015. O município que notificou o maior número de casos foi Alto Alegre, com 1.350 casos registrados e IPA de 82,8/1.000. O IPA- Índice Parasitário Anual mensura o risco de adoecer por malária e IPA maior que 50/1.000 classifica o local como alto risco para adoecimento por essa doença. No entanto, o gráfico 06 aponta que 96% da malária registrada em Alto Alegre é procedente de área indígena, majoritariamente do DSEI-Yanomami, apenas 4% da malária no município em questão é procedente de áreas atendidas pela gestão municipal e estadual. Importante destacar o município de São João da Baliza, que registrou o IPA mais alto no Estado 82,96/1.000, que significa que a cada mil habitantes 83 tiveram malária em 2015. O mais preocupante é que 71% dessa malária é urbana o que demonstra baixa resolutividade do serviço de saúde local no combate a essa doença. Rorainópolis é o segundo município que contabilizou o maior número de casos, 1.103, sendo que 64% tem como local provável de infecção a área rural do município e 23% a área urbana. Amajarí registrou 785 casos autóctones, ficando em terceiro lugar, sendo 46% com local provável de infecção a área indígena Yanomami.

Page 42: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Figura 21 - Número de Casos notificados de malária nos municípios de Roraima em 2015 e seus respectivos IPA (Índice Parasitário Anual)

A Figura 22 demonstra o percentual de casos de malária por categoria de local provável de infecção em cada um dos 15 municípios de Roraima. É uma Figura que sempre deve ser analisado junto com o IPA local e o número absoluto de casos notificados.

Figura 22 - Percentual de casos de malária por categoria e local provável de infecção notificados no município de Cantá em 2013

Page 43: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Analisando os municípios que compõe o DSEI Yanomami, observamos que a categoria indígena se destaca, correspondendo a 96% dos registros de malária autóctone de Alto Alegre em 2015, seguido de Mucajaí, correspondendo a 48% da malária do município, Iracema, onde 47% da malária é procedente desse distrito, 46% dos casos de Amajarí e 41% das notificações autóctones de Caracaraí.

Figura 23 - Número total de casos de malária notificada em Roraima e diferença percentual, 2014 e 2015 Na Figura 23 observamos os municípios que registraram o maior incremento nas notificações de malária. A capital Boa Vista lidera o número de notificações de malária porque registra grande número de malária importada, embora tenha IPA 0,11 considerado muito baixo e tenha registrado apenas 36 casos autóctones. Os municípios que fazem parte da Terra Indígena Yanomami Alto Alegre, Mucajaí e Iracema registraram incremento de 113%, 93% e 294% respectivamente. Amajarí e Caracaraí apresentaram redução de 32% e 30% respectivamente. A análise da distribuição da malária no DSEI Yanomami é bastante complexa e precisa ser feita considerando a estratificação proposta pela organização de serviços em Pólos Base. O território Yanomami possui vasta fronteira com a Venezuela, em sua

Page 44: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

maioria só acessível por aeronaves de pequeno porte e tem sofrido sucessivas invasões por garimpeiros.

Figura 24 - Casos de malária notificados em Roraima, 2003 e 2015

A partir de 2000, o Ministério da Saúde desencadeou o processo de

descentralização das ações de vigilância em saúde passando a gestão aos estados e municípios. Em2003, com a mudança do sistema de informação de SISMAL para SIVEP-Malária os dados notificados foram separados por áreas especiais, o que facilitou uma série de análises. Em Roraima, no ano 2003 foram diagnosticados 11.818casos de Malária com IPA de 33,1 por mil habitantes. O Plasmódium vivax apresentou a maior incidência, em torno de 83,7% dos casos. Em 2015 foram notificados 8.001 casos apontando para uma redução de 32,3% na incidência de malária no Estado nesse período.

No entanto, quando analisamos esse mesmo dado estratificado por categoria de local provável de infecção, observamos que entre 2003 e 2015 as categorias rural, urbana e assentamento registraram redução de 63%, 56% e 66% respectivamente. A categoria rural que registrou 5.060 casos em 2003, contribuiu em 2015 com 1856 casos; a categoria urbana que em 2003 registrou 2.173 casos, notificou 958 casos em 2015; e a categoria assentamento que em 2003 registrou 1908 casos de malária, em 2015 notificou apenas 646.

Ao contrário das demais categorias, a categoria indígena registrou um incremento de 74% nas notificações de casos entre 2003 e 2015, saltando de 1513 casos de malária registrados em 2003 para 2629 notificados em 2015.

Page 45: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Figura 25 - Número de casos de malária em Roraima por categoria de local provável de infecção e diferença percentual entre 2003 e 2015

Em Roraima, há dois DSEI– Distritos Sanitários Especiais Indígenas: o DSEI Leste de Roraima e o DSEI Yanomami. O incremento no número de casos notificados em área indígena tem ocorrido majoritariamente no DSEI Yanomami, que abrange os municípios de Alto Alegre, Amajarí, Iracema, Mucajaí e Caracaraí. O Território Yanomami se estende para o Amazonas e para a Venezuela e a maior parte de suas localidades é de difícil acesso desafiando a organização de rotinas sistematizadas de vigilância e controle da malária. Já o DSEI Leste de Roraima é referência na vigilância da malária, com microscopistas e agentes indígenas de saúde formados e atuantes em uma rede organizada que oferece diagnóstico e tratamento imediato aos casos de malária notificados. No DSEI Leste, entre janeiro e julho de 2016, 47% dos casos de malária foram identificados por busca ativa o que demonstra a eficiência das estratégias de vigilância e controle da malária nesse distrito.

Figura 26 - DSEI Leste de Roraima. Disposição Geográfica dos Pólos Base.

Page 46: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Quando analisamos a incidência de casos por espécie parasitária em 2015, por município provável de infecção em Roraima, é possível observar que 8,3% dos registros referem-se à infecção por Plasmodium falciparum.O percentual de casos registrados de malária falciparum e mista demonstra a viabilidade de organizar o serviço para ações específicas de controle vetorial visando a eliminação da transmissão local dessa espécie de malária nos municípios de Roraima. Entretanto, discutir a eliminação do falciparum circulante em Roraima, em médio ou longo prazo, passa por uma análise mais detalhada quanto a situação da malária nas fronteiras com os países vizinhos Guiana e Venezuela e sobre a situação do DSEI Yanomami.

Figura 27 - Número de Casos de malária, por município provável de infecção e percentual por espécie notificados em Roraima, 2015 Analisando a Figura 27 verificamos que os municípios Amajarí e Cantá apresentaram o maior percentual de notificações de malária falciparum autóctone no Estado 9% e 8%, respectivamente. Os municípios Boa Vista, São Luiz, São João da Baliza e Normandia não registraram casos de malária falciparum autóctone.

Page 47: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Figura 28 - Casos de Malária por faixa etária em Roraima 2014 e 2015

Analisando a Figura 28 percebemos que a distribuição de malária por faixa etária é muito semelhante a distribuição da população de Roraima por faixa etária. Isso deve-se ao fato que o controle da malária em 2015 apresentou fragilidades importantes, principalmente no DSEI Yanomami e nos municípios de Rorainópolis e São João da Baliza, acabando por afetar a população indistintamente. A pirâmide que apresenta a distribuição dos casos de malária por idade e sexo em Roraima, notificados em 2015, corroboram com a observação na Figura 28. A doença acometeu mulheres e crianças de maneira semelhante a observada à pirâmide populacional do Estado. Mas proporcionalmente afetou mais as crianças menores de 9 anos e a população masculina em idade produtiva.

Page 48: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Figura 29 - Casos de malária por idade e sexo em Roraima 2015 A Figura 31 mostra que 64% dos casos de malária notificados em Roraima ocorreram em até 48 horas, sendo que 5.114 casos foram notificados nesse intervalo entre o início dos sintomas e a dispensação do tratamento.

Figura 30 - Pirâmide etária Roraima - 2014

Page 49: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Figura 31 - intervalo entre o início dos sintomas e tratamento em Roraima, 2015 É preciso identificar as causas que podem ampliar o tempo entre o início de sintomas e diagnóstico de malária no município, reduzindo o percentual desejável de diagnóstico menor que 48 horas. É possível que esteja ocorrendo dúvida diante dos sintomas e que inicialmente ocorra a suspeita de dengue ou arboviroses freqüentes na região. Outro ponto é que colhida uma primeira lâmina negativa para malária, tanto profissionais quanto pacientes tendem a achar que realmente não se trata de malária e apenas voltam a realizar novas lâminas do paciente a medida que os sintomas não desaparecem e começam a agravar. Ocorre também que em Roraima é muito frequente a notificação de casos de malária importada procedente dos países vizinhos, Guiana e Venezuela e não há como desenvolver ações para antecipar o diagnóstico nesse tipo de demanda, tornando difícil ao Estado elaborar estratégias para alcançar o indicador almejado. A Figura 32 compara a detecção passiva e ativa ao longo de 2015, em Roraima. Podemos observar que a detecção ativa foi responsável pela identificação de 1.654 casos positivos de malária. Para a detecção desses casos positivos, outras 51.339 lâminas negativas foram colhidas e examinadas no processo de busca ativa. Esse dado aponta que 20,6% do total de casos notificados em Roraima, em 2015, ocorreram por detecção ativa. Quando contrastamos os dados de busca ativa acima com o relatório por agente notificante e unidade de notificação fornecidos pelo SIVEP Malária, identificamos que a detecção ativa concentra-se nas localidades indígenas atendidas pelo DSEI-Leste de Roraima. Ao longo de 2015, o Programa Estadual de Controle da Malária em Roraima enfatizou a importância dessa atividade nas demais localidades e as equipes municipais tem se empenhado em ampliar as rotinas de buscas ativas em regiões em que há registros recentes de casos de malária.

Page 50: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Figura 32 - Intervalo entre o início dos sintomas e tratamento em Roraima, 2015 A Informação da malária em área Indígena Importante colocar uma discussão corrente na saúde indígena quanto à distritalização da informação. Trata-se de reformular a maneira de consolidar dados pelos sistemas nacionais de informação, permitindo criar a figura dos DSEI e retirar as localidades indígenas atendidas pelos Distritos de seus municípios de origem. Apesar de não ser uma proposta nova, merece atenção porque as ações desenvolvidas em área indígena tem sido um fator de confusão nos consolidados municipais do SIVEP Malária e Vetores Malária. A proposta limita-se a maneira de consolidar dados, sem questionar a condição de munícipe ao indígena e reformular cálculos do Piso de Atenção Básica- PAB municipal. Essa discussão parece-me pertinente porque facilitaria a identificação das necessidades de ações a ser intensificadas assim como dos serviços responsáveis por essas ações. No caso de Roraima, é possível observar que o DSEI Leste de Roraima avançou bastante na integração das ações de malária na Atenção Primária, com excelente resultado em indicadores de detecção ativa, diagnóstico em até 48 horas, tratamento adequado, realização de LVC e ações de controle vetorial. Também foi possível observar que as ações executadas nas localidades indígenas, quando consolidadas junto às demais localidades do município, acabam por ocultar ou minimizar problemas na oferta de serviços pela equipe municipal de endemias nas áreas rural, urbana e de assentamento. O contrário também é verdadeiro, quando há problemas na oferta de serviços no DSEI, os municípios se ressentem com os dados e com a falta de autonomia para realizar ações nas localidades assistidas pela SESAI. Muitas discussões entorno dos dados e dos responsáveis pelas ações a executar poderiam ser evitadas se a maneira de consolidar os dados considerasse a distritalização em curso na saúde indígena.

Page 51: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Roraima: vulnerabilidade, sociodiversidade e fronteiras É importante considerar a vulnerabilidade de Roraima na vigilancia e controle da malária em relação as suas fronteiras nacionais. A capital Boa Vista localiza-se a aproximadamente 100 km distantes da Guiana Inglesa e 200 km da Venezuela. O trânsito de pessoas entre esses países é bastante intenso e mesmo estruturando rotinas sistematizadas de vigilancia da malária em território nacional, a pressão de infecção exercida pelos pacientes que buscam atendimento nas unidades de saúde, principalmente da capital, representam um grande desafio aos serviços de vigilancia em saúde. Na Figura 33 apresentamos a série histórica de 2003 a 2013 com o número absoluto de casos de malária notificados na capital, Boa Vista que têm os países Venezuela e Guiana Inglesa como locais prováveis de infecção. Importante observar a tendência de aumento na notificação de casos de malaria falciparum procedentes da Venezuela a partir de 2008. Também é digno de nota o incremento de infecção por p falciparum procedentes da Venezuela, em 2013, apresentado pelo gráfico.

Figura 33 - Número de casos de malária notificados entre 2003 e 2013, na capital, Boa Vista, tendo como local provável de infecção os países vizinhos Venezuela e Guiana

Page 52: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

É provável que a maior parte dos casos registrados de malária procedentes da Guiana e Venezuela guardem relação com a intensa atividade garimpeira existente nesses dois países, em regiões próximas a fronteira com o Brasil. É possível que a preferência dos garimpeiros e seus familiares em buscar assistência na capital esteja relacionada a fatores externos ao setor saúde. A maior procura de atendimento na capital, e não nas cidades de fronteira, deve estar associada às possibilidades de abastecimento de insumos e comercialização de sua produção em Boa Vista. A preferência pelo tratamento na capital, pode estar relacionada com as atividades de comércio local. Em Boa Vista existe a “Rua do Ouro”, assim denominada porque nela estão instalados os empresários que comercializam a produção trazida pelos garimpeiros. Outra questão são as barreiras sanitária, alfandegária e policial estruturadas na única via de acesso oficial aos países vizinhos. É provável que os garimpeiros procurem rotas alternativas para burlar a vigilância da fronteira nacional afim de não submeter-se aos critérios estabelecidos pela Polícia Federal de saída e ingresso regular no país, e fiscalização, pela Receita Federal, de bens que podem ingressar legalmente e livre de tributação no país. Boa Vista tem se destacado no Estado de Roraima como principal município em notificação de malária importada dos países vizinhos: Guiana e Venezuela, superando os registros de casos nos municípios fronteiriços, Bonfim e Pacaraima. Em 2015, Bonfim registrou 10 casos de malária, procedentes de outros países ou outro Estado, Pacaraima registrou 340 casos enquanto Boa Vista notificou 1331 casos importados. Boa Vista é considerada área de baixo risco de transmissão de malária com 36 casos autóctones registrados em 2015 e IPA 0,11/1.000, mas os numerosos registros de malária importada no município representam um grande desafio para a organização do serviço de vigilância em saúde. A epidemia de malária em curso na Venezuela, em que 80% dos casos concentram-se no Estado Bolívar que faz fronteira com Roraima, levantam questões que tratam das dificuldades em elaborar estratégias eficientes para neutralizar a crescente pressão de infecção sobre o Estado de Roraima e sua capital. Considerações finais O desafio de atuar na Vigilância da Malária em Roraima inicia-se na própria abordagem da doença. De certa forma, observamos que ocorreu uma naturalização da doença e os profissionais das equipes municipais consideram Roraima um local onde ocorre malária habitualmente. Esse pensamento de que a malária é um problema decorrente do local e não da falta de ação planejada por parte do serviço de saúde faz com que os gestores não destinem investimentos e a atenção necessária ao setor de endemias municipal. Com uma infraestrutura deficiente, as ações de prevenção e controle da malária sofrem descontinuidade e ocorrem de maneira fragmentada. Outro ponto é a própria fragilidade e falta de autonomia dos gestores à frente das Secretárias municipais de saúde em relação ao gerenciamento do Fundo Municipal de Saúde.

Page 53: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Apesar do financiamento em blocos garantir recursos para as ações de vigilância em saúde, falta planejamento e transparência na aplicação dos recursos e percebemos o peso das decisões da Prefeitura quanto à aplicação dos recursos da saúde. Apesar das evidentes deficiências de infraestrutura e da descontinuidade de ações de prevenção e controle da malária em alguns municípios, é possível observar avanços consideráveis nos serviços ofertados à população de Roraima e na própria organização e desenvolvimento do Programa Estadual de Controle da Malária. A boa articulação entre os Núcleos Estaduais de Entomologia, Controle da Malária e Controle da Dengue trouxeram nova dinâmica para as atividades de fortalecimento das rotinas de ações de controle de endemias nos municípios. As supervisões, treinamentos em serviço desenvolvidos junto dos agentes em suas localidades de atuação, ampliaram as possibilidades de avaliar as ações planejadas à luz da realidade de cada comunidade. A sistematização do acompanhamento semanal dos dados de malária e sua avaliação epidemiológica pela gerência estadual de controle da malária tem permitido apoiar as equipes municipais a planejar e organizar suas atividades seguindo critérios mais adequados. Alguns municípios em Roraima apresentam fragilidades e deficiências importantes. Os maiores desafios que se impõem ao desenvolvimento de ações no âmbito dos Programas Municipais de Controle da Malária são: a falta de infraestrutura para o trabalho; a deficiência na gestão de pessoal (contratos precários e pagamentos irregulares); a rotatividade de profissionais da Atenção Básica, principalmente os de nível superior, o que compromete o esforço de integração de ações do controle de endemias à Atenção Básica. Uma fragilidade observada frequentemente tem sido não conseguir executar as ações planejadas de controle vetorial a contento. Isso pode comprometer significativamente a capacidade de resposta do serviço a um surto de malária em determinada localidade. Há muito trabalho a fazer até que o Programa de Controle da Malária alcance o espaço almejado e se torne uma rotina, executada sem percalços no âmbito dos serviços municipais de saúde de Roraima. A gestão estadual tem buscado manter o combate as endemias, particularmente a Malária, na agenda política de ações prioritárias do governo de Roraima. Muitos resultados favoráveis podem ser atribuídos ao empenho e apoio técnico disponibilizado aos municípios pela equipe estadual que tem sido capaz de iluminar questões que são pouco percebidas, auxiliando na melhora dos indicadores de incidência da malária no município. A sustentabilidade da redução da incidência da malária passa por alguns desafios. No caso de Roraima, onde persistem grandes problemas na gestão do trabalho e deficiências de investimento no setor de endemias no âmbito municipal, o Programa de Controle da Malária precisa, dia a dia, conquistar espaço para que as

Page 54: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

ações planejadas de fato ocorram, tendo como meta, ainda que em médio prazo, a desejada eliminação, dessa doença que aflige as populações vulneráveis de nossa linda e imensa Amazônia.

Page 55: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

4.4 DENGUE, FEBRE AMARELA, FEBRE CHIKUNGUNYA E FEBRE DO ZIKA VÍRUS 4.4.1 DENGUE

No Brasil, é crescente a dispersão do mosquito Aedes aegypti, transmissor de diversas arboviroses, entre elas, a dengue.

Entre os anos de 1981 e 1982, registrou-se em Roraima, ainda território federal, a ocorrência de uma epidemia de dengue tipos I e IV, que atingiu a capital com aproximadamente 11.000 casos e sem registro de óbitos, sendo responsável pela reintrodução da doença no País. O índice de infestação predial na época chegou a 80% nos bairros da capital (RORAIMA, 2013).

De 1982 a 1986, foi desencadeada uma campanha intensa de ataque ao vetor em todas as modalidades (tratamento focal, perifocal, eliminação de criadouros, tratamento de água potável, nebulização espacial e vacinação contra febre amarela em massa na capital) (RORAIMA, 2013).

Em 1992, o município de Boa Vista foi re-infestado pelo Aedes aegypti, a partir da localidade Pacaraima, fronteira de Roraima com a Venezuela e em 1994, a zona urbana do município de Boa Vista apresentou infestação, iniciando no bairro São Pedro.De 1992 a 1996, devido ausência de dados e precariedades nas informações, torna-se evidente a falha do gerenciamento tanto do sistema de vigilância entomológico quanto epidemiológico, o que ocasionou a dispersão do Aedes aegypti no estado, oriundo de lugares com epidemia de dengue, colaborando no aumento da ocorrência dos casos de dengue na capital(RORAIMA, 2013).

Em 1996, ocorram 116 casos confirmados por laboratório (28,4%), 265 foram descartados (64,8%) e 12 confirmados por vínculo – epidemiológico (2,9%). Em 1998 ocorrem 26 casos confirmados por laboratório (10,1%) e 157 foram descartados (60,8%). Boa Vista concentrou 85% das notificações (RORAIMA, 2013).

Em 1999, Roraima enfrentou um surto epidêmico atingindo especificamente a capital Boa Vista, concentrando 98,3% dos casos. A cidade apresentou condições favoráveis para o desenvolvimento e persistência da referida epidemia devido à alta infestação predial por Aedes Aegypti (RORAIMA, 2013).

Em 2000, foram notificados 7.244 casos suspeitos de dengue e destes 4.107 foram confirmados (56,8%) com a incidência de 2.224 casos por 100.000 habitantes.Não houve registro de casos de dengue em 3 municípios: Caroebe, São João da Baliza e Uiramutã. A ocorrência dos sorotipos de Dengue 1, 2, 3 e 4 na Venezuela, apresentava um alto risco epidemiológico de reintrodução destes sorotipos em Roraima, sobretudo em Boa Vista, incrementando-se o risco de casos de formas graves da doença. Foi confirmado por estudo de isolamento de vírus a circulação dos sorotipos 1 e 2 (RORAIMA, 2013).

No período de 2000 a 2013 foram notificados 74.712 casos de dengue e confirmados 37.788 (50,5% dos casos). O coeficiente de incidência variou de 1.266,04

Page 56: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

(4.107/324.397) por 100 mil habitantes em 2000 e 183,16 (894/488.072) em 2013, uma queda significativa no período, porém para o controle dessa endemia é necessário um trabalho contínuo de controle do vetor, já que coexiste circulação viral e susceptibilidade dos hospedeiros. Ressalta-se que é fundamental a vigilância sorológica e principalmente a realização do isolamento viral dos casos suspeitos para o monitoramento da circulação dos sorotipos (RORAIMA, 2013).

Figura 34 - Coeficiente de incidência de dengue – Roraima, 2000 a 2013 Fonte: Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013

Em 2013, foram notificados 2.272 casos de dengue e confirmados 894 (39,3% dos casos), conforme a classificação foram 890 (99,5%) casos de dengue clássico, 3 (0,3%) casos de dengue com complicações e 1 (0,1%) caso de síndrome do choque de dengue. Boa Vista concentrou 51,7% (1.176) das notificações e confirmou 21% (247/1.176) dos casos (RORAIMA, 2013).

Figura 35 - Número de casos notificados e confirmados de dengue – Roraima,2000 a 2013 Fonte: Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013

Em 2014, foram notificados 2.197 casos de dengue e confirmados 880 (40% dos casos), conforme a classificação, foram 875 (99,4%) casos de dengue, 2 (0,2%) casos de

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Incidência 1.26 992, 365, 1.39 153, 592, 202, 159, 1.33 740, 1.55 286, 390 183,

0,00

500,00

1.000,00

1.500,00

2.000,00

(por

100

mil

hab.

)

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Notificados 7.224 6.345 3.827 7.790 1.973 5.088 2.433 2.586 9.596 6.152 11.79 3.036 4.576 2.272

Confirmados 4.107 3.348 1.268 4.984 564 2.317 818 664 5.528 3.121 7.026 1.318 1.831 894

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

Page 57: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

dengue com sinais de alarme e 3 (0,3%) casos de dengue grave.O coeficiente de incidência foi de 177,08(880/496.936) por 100 mil habitantes. Boa Vista concentrou 49,9% (1.097) das notificações e confirmou 23,3% (256/1.097) dos casos. No mesmo período, registrou-se 01 óbito por dengue, no município de Boa Vista (RORAIMA, 2014). Em 2015, foram notificados 2.794 casos de dengue e confirmados 978 (35% dos casos), conforme a classificação foram 968 (98,9%) casos de dengue, 10 (1,02%) casos de dengue com sinais de alarme.O coeficiente de incidência foi de 193,40(978/505.665) por 100 mil habitantes. Boa Vista concentrou 62,84% (1.756) das notificações e confirmou 22,55% (396/1.756) dos casos. Não houve registro de óbitos por dengue no período.

Figura 36 - Número de casos notificados e confirmados de dengue – Roraima, 2010 a 2015 Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

4.4.2 FEBRE DE CHIKUNGUNYA

A Febre Chikungunya é causada por um vírus RNA, que pertence ao gênero Alphavirus da família Togaviridae. O vírus chikungunya (CHIKV) foi isolado em humanos em 1952-53 durante uma epidemia na Tanzânia. Outros surtos ocorreram subseqüentemente na África e na Ásia, sendo que muitos ocorreram em pequenas comunidades rurais. No entanto, na Ásia, cepas do CHIKV foram isoladas durante surtos urbanos em Bangokok e Tailândia em 1960 e na Índia nas décadas de 60 e 70 (BRASIL, 2013).

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Notificados

Confirmados

Page 58: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Durante os surtos recentes, indivíduos virêmicos foram encontrados nos EUA, Caribe (Martinica) e Guiana Francesa, e em 2010 foram registrados três casos no Brasil. Todos esses indivíduos estavam retornando de áreas com endemia ou epidemia de CHIKV e, portanto, a transmissão não ocorreu deforma autóctone. Porém essas áreas têm vetores (A. aegypti e A. albopictus) competentes e hospedeiros suscetíveis, aumentando o risco da transmissão endêmica do CHIKV nas Américas (BRASIL, 2013).

Diante desse cenário, no final de 2013 a OMS deu o alerta internacional sobre os riscos de introdução do CHIK nas Américas e orientou os países a desenvolverem planos de contingência para a preparação e resposta frente à introdução do CHIKV (BRASIL, 2014).

No Brasil, os primeiros casos autóctones foram notificados em agosto e setembro de 2014, em municípios dos estados do Amapá e Bahia. Em Roraima, no mesmo ano, foram notificados 187 casos de Chikungunya e confirmados 18 (9,6% dos casos), sendo que todos os casos foram notificados no município de Boa Vista.O primeiro caso autóctone no estado ocorreu no mês de novembro, no bairro Pricumã, em Boa Vista. Dos 18 casos confirmados,10 são de pacientes brasileiros, 06 são importados da Venezuela e 02 da Guiana. Portanto, em relação aos casos confirmados, 33% são de pacientes oriundos de outros países, o que demonstra a importância da vigilância nas áreas de fronteiras.

Em Roraima, no ano de 2015, foram notificados 453 casos de Chikungunya e confirmados 18 (3,97% dos casos). Os casos confirmados estão distribuídos da seguinte forma: Boa Vista (16 casos), Rorainópolis (01 caso) e Pacaraima (01 caso). Todos os casos confirmados são de residentes no Brasil. 4.4.3 DOENÇA AGUDA PELO VÍRUS ZIKA

O vírus Zika (ZIKAV) é um flavivírus, da família flaviviridae, isolado pela primeira

vez em 1947, em macacos Rhesus, na Floresta de Zika na Uganda.A primeira confirmação de infecção humana se remete a 1952, a partir de amostras de soro humano do Leste da África, o ZIKAV é considerado endêmico no Leste e Oeste do continente africano. Em 1954, foi isolado em humanos na Nigéria, e nos anos seguintes foi confirmada sua circulação em diversos países do continente Africano, Asiático, na Oceania e, recentemente, nas Américas. Nas Américas foi identificado no início de 2014, na Ilha de Páscoa, Chile. Até o momento são conhecidas duas linhagens do vírus Zika, uma africana e outra asiática (BRASIL, 2014).

A doença aguda pelo vírus Zika é uma doença autolimitada, normalmente de evolução benigna, caracterizada pelo quadro clínico de febre, hiperemia conjuntival não pruriginosa e não purulenta, artralgia e exantema maculopapular que na maioria dos casos desaparecem após o período de 3 a 7 dias.

O principal modo de transmissão do ZIKAV é vetorial, envolvendo mosquitos pertencentes ao gênero Aedes, incluindo o Ae. aegypti, responsável também pela

Page 59: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

transmissão da Dengue, Chikungunya e Febre Amarela. No entanto, ainda existe a possibilidade de transmissão sexual, perinatal e ocupacional.

No Brasil, foi confirmada transmissão autóctone de doença aguda pelo vírus Zika em abril de 2015. Em Roraima, o primeiro caso autóctone ocorreu em julho de 2015, no município de Boa Vista.

Em Roraima no ano de 2015, foram confirmados 24 casos de infecção pelo vírus Zika, sendo 21 casos em Boa Vista e 03 em Mucajaí. Não houve registro de óbitos no período.

4.4.4 FEBRE AMARELA

A febre amarela é uma doença viral de grande importância na saúde pública do

País e de Roraima. Existem dois ciclos de transmissão do vírus da febre amarela: um urbano, no qual o Aedes aegyptié o principal vetor; e outro silvestre, no qual diferentes espécies de mosquitos (Haemagogus spp. e Sabethes spp.) atuam como vetores e primatas não humanos participam como hospedeiros. Apesar do último caso de febre amarela urbana(FAU) datar de 1942, a febre amarela silvestre (FAS) apresenta periodicamente episódios de surtos, na área endêmica enzoótica que compreende as regiões norte e parte do centro-oeste e nordeste (RORAIMA, 2013).

Roraima, no ano de 1998 viveu um surto de FAS com a confirmação de sete casos, destes 71,4% em indígenas brasileiros e 42,8% em indígenas da Guiana Inglesa, cinco casos em Alto Alegre, um em Iracema e um em Mucajaí. A letalidade foi de 57,1%. É importante salientar o risco de reurbanização da febre amarela no Brasil, através de Roraima nesse período, tendo em vista a alta infestação predial por Aedes aegypti na capital Boa Vista.Após a notificação do primeiro caso, o Programa Estadual de Imunização, realizou uma intensa campanha de imunização, buscando atingir 100% da população. Foram aplicadas 47.735 doses de vacina contra febre amarela (RORAIMA, 2013).

Figura 37 - Número de casos de febre amarela por ano – Roraima, 1984 a 2014 Fonte: MS/FUNASA/CENEPI (dados até 1996). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013. SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

1984 1991 1992 1993 1994 1995 1998 1999 2001 2007

Febre Amarela 3 7 1 1 1 1 7 3 1 1

0

2

4

6

8

N°d

e ca

sos

Page 60: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

A partir de 1998 ocorreram avanços importantes na vigilância epidemiológica desse agravo, como a melhora da notificação de casos suspeitos edas investigações, melhora no diagnóstico laboratorial, com a descentralização da sorologia ao LACEN/RR no início de 1999, possibilitando ainda a implantação da vigilância sorológica da síndrome febril-ictérica aguda (RORAIMA, 2013).

Em 1999, ocorreram três casos de FAS, em dois indígenas da Guiana Inglesa e um indígena brasileiro, todos do sexo masculino, não imunizados, que contrariam a doença na área rural dos municípios doCantá e Uiramutã. A letalidade foi de 66,7%.

No período de 2000 a 2013 foram confirmados dois casos de FAS, um em 2001 no município de Boa Vista e um em 2007 no município de Caroebe (RORAIMA, 2013). Em 2014, um caso de febre amarela foi notificado, entretanto sem confirmação. No mesmo ano, foram aplicadas 9.209 doses de vacina de febre amarela e apenas os municípios de Caroebe, Mucajaí, Rorainópolis e São João da Baliza atingiram a meta de cobertura vacinal, e a cobertura vacinal em crianças menores de 1 ano foi de 86,89%, não atingindo a meta (100%).

Em 2015, dois casos de febre amarela foram notificados, entretanto ambos foram descartados. No mesmo ano, foram aplicadas 57.725 doses de vacina de febre amarela e a cobertura vacinal em crianças menores de 1 ano foi de 71,28%, não tendo sido atingida a meta (100%).

Page 61: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

4.5. MENINGITE Os casos de Meningite em crianças de até 2 anos de idade têm diminuído no país. Nos últimos dois anos tipos mais freqüentes da doença a meningocócica e Pneumocócica foi registrada queda de 29 a 30% respectivamente. Segundo a publicação do Caderno Saúde Brasil 2011 ações preventivas de vacinação contribuíram para essa diminuição. No período de 2015 ocorreram 60 casos suspeitos de meningite informados no SINAN em Roraima, a taxa de incidência por 100 mil habitantes passou de 12,51 (3casos) casos por 100 mil habitantes em 1990 para 3,21 (16 casos) em 2014. Sendo em 2015 o maior número de casos registrado no Município de Boa vista com 21 casos dando uma incidência de 6,55/100 mil habitantes. Tabela 21 – Número de casos de meningite e taxa de incidência por Município – Roraima, 2015

MUNICÍPIO DE RESIDENCIA

NÚMERO DE CASOS POPULAÇÃO RESIDENTE TAXA DE INCIDÊNCIA

Boa Vista 21 320714 6,55 Caracaraí 1 20261 4,94 Mucajaí 1 16380 6,11

Uiramutã 2 9488 21,08 Fonte: IBGE/SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

4.6. COQUELUCHE

Doença infecciosa aguda, transmissível, de distribuição universal. Compromete especificamente o aparelho respiratório (traquéia e brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca. Em lactentes, pode resultar em número elevado de complicações e até em morte.

Notificados confirmados descartados

Boa Vista 4 4 0Uiramutã 2 0 2Cantá 1 0 1

00,5

11,5

22,5

33,5

44,5

Page 62: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Figura 38 – Número de casos notificados de Coqueluche por Município – Roraima, 2015 Fonte: SINAN/DVE/CGVS/SESAU/RR

A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa doente com pessoa suscetível,através de gotículas de secreção da orofaringe eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. Em média,pode durar de 5 a 10 dias, podendo variar de 1 a 3 semanas. A coqueluche é uma doença de notificação compulsória em todo o território nacional e sua investigação laboratorial é obrigatória nos surtos e nos casos atendidos nas unidades sentinelas,previamente determinadas, a fim de identificar a circulação da B. pertussis. Devido à complexidade da coleta de material para exames e às dificuldades operacionais, os exames laboratoriais não são realizados rotineiramente para a confirmação dos casos suspeitos, o que leva a uma dificuldade na notificação, uma vez que existem outras infecções que se manifestam de forma clínica semelhante.

4.7.DIFTERIA Doença toxi-infecciosa aguda, contagiosa, potencialmente letal, imunoprevenível, causada por bacilo toxigênico, que frequentemente se aloja nas amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele. É caracterizada por apresentar placas pseudomembranosas típicas. Ocorre pelo contato direto de pessoa doente ou portadores com pessoa suscetível,por meio de gotículas de secreção respiratória, eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. Em casos raros, pode ocorrer a contaminação por fômites. O leite cru pode servir de veículo de transmissão. **No ano de 2015 não houve nenhum caso notificado deste agravo no Estado de Roraima

Page 63: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

4.8 TÉTANO NEONATAL

Com a implementação de uma política de eliminação do tétano neonatal como problema de saúde pública no mundo, sua incidência tem sido reduzida sensivelmente, principalmente nas Américas. A meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de menos de um caso novo por 1.000 nascidos vivos por distrito ou município, em cada país. A doença continua existindo como problema de saúde pública apenas em países de menor desenvolvimento econômico e social, principalmente no Continente Africano e no Sudeste Asiático (BRASIL, 2014).

No Brasil, entre 2003 e 2012, ocorreram 85 casos de tétano neonatal, com maior registro nas regiões Norte e Nordeste. Nesse período, verificou-se uma tendência decrescente no comportamento da doença, com redução de 88% no número de casos. A taxa de incidência no país está abaixo do preconizado pela OMS, porém, em alguns municípios, a meta da OMS ainda não foi alcançada (BRASIL, 2014).

Em Roraima, não há ocorrência de tétano neonatal desde 1993, ano em que foram registrados os últimos casos. Para que seja mantida a não ocorrência de casos é importante intensificar a vigilância epidemiológica, incluindo a vigilância de óbitos infantis, a manutenção de elevada cobertura vacinal de mulheres em idade fértil, a qualidade do pré-natal e da consulta puerperal, além do aumento da cobertura de partos assépticos (RORAIMA, 2013).

4.9 TÉTANO ACIDENTAL

No Brasil, observa-se um declínio do número de casos de tétano acidental. Na década de 1990, foram registrados em média mais de 1.000 casos por ano, caindo em média para 460 casos por ano na década de 2000. A maior proporção ocorre na região Nordeste e atinge com maior freqüência a faixa etária entre 40 e 59 anos, seguida pela faixa acima de 60 anos. Na década de 2000, foram registrados em média 141 óbitos por ano com uma letalidade média anual de 31%, considerada elevada, quando comparada com a verificada nos países desenvolvidos (entre 10 e 17%). A maioria dos casos de tétano acidental ocorre nas categorias dos aposentados-pensionistas, trabalhador agropecuário, seguida pelos grupos de trabalhador da construção civil (pedreiro) e dona de casa (BRASIL, 2014).

A ocorrência de tétano acidental no estado de Roraima é baixa, baseando-se nos 15 casos suspeitos notificados no SINAN entre 2001 a 2014. Nos registros de internação do SUS consta apenas uma hospitalização por tétano acidental em 2013, evoluindo a óbito (RORAIMA, 2013). No ano de 2015 não houve nenhuma notificação de Tétano Acidental.

Page 64: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Figura 39 – Número de casos suspeitos de tétano acidental – Roraima, 2001 a 2015 Fonte: SINAN/NCPFIT/DVE/CGVS/SESAU/RR.

4.10 PARALISIA FLÁCIDA AGUDA (PFA)

Até o início da década de 1980, a poliomielite apresentou alta incidência no Brasil, em muitos casos, ocasionando seqüelas permanentes. No Brasil, o último caso de poliomielite causada pelo poliovírus selvagem ocorreu em 1989. A eliminação da doença no país foi alcançada por meio da administração da vacina oral contra a pólio (VOP) em campanhas de vacinação em massa e na vacinação de rotina das crianças, aliadas à vigilância epidemiológica da paralisia flácida aguda (BRASIL, 2014).

Em 1994, após 3 anos de ausência da circulação do poliovírus selvagem no Continente Americano, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde certificou essa região como livre da transmissão autóctone do poliovírus selvagem. Mesmo nesse cenário, é importante estar atento para o risco de importações de casos de países onde ainda há circulação endêmica do poliovírus selvagem (Nigéria, Paquistão e Afeganistão), o que demanda ações permanentes e efetivas de vigilância da doença e níveis adequados de proteção imunológica da população (BRASIL, 2014).

Desde então, todos os países da região assumiram o compromisso de manter altas e homogêneas coberturas vacinais, bem como uma vigilância epidemiológica ativa e sensível para identificar, imediatamente, a reintrodução do poliovírus selvagem em cada território nacional e adotar medidas de controle capazes de impedir a sua disseminação (BRASIL, 2014).

Como manutenção da erradicação da Poliomielite no Brasil, a Vigilância Epidemiológica tem como meta mínima a notificação de um caso de PFA por 100 mil habitantes menores de 15 anos/ano, assim todo caso de paralisia flácida aguda deve ser investigado, nas primeiras 48 horas após o conhecimento, devendo coletar uma amostra de fezes até o 14º dia do déficit motor, com o objetivo de obter as informações necessárias para a correta classificação do caso. Esta medida visa subsidiar a tomada de decisões em tempo hábil, quanto às formas de controle indicadas em cada situação.

2001 2002 2004 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Tétano acidental 1 2 1 2 1 1 1 1 3 2 0

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

Page 65: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Figura 40 – Notificação de paralisia flácida aguda – Roraima 2001 a 2015 Fonte: SINAN/NCPFIT/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Em Roraima de 2001 a 2015 foram notificados 31 casos de PFA, porém nos

anos de 2012 e 2013 houve um silêncio epidemiológico, nenhum caso suspeito.

Figura 41 – Cobertura vacinal da pólio - Roraima, 2008 a 2015 Fonte: NCPNI/DVE/CGVS/SESAU/RR. 2009 sem dados.

A cobertura vacinal para pólio vem aumentando no estado, contudo mantém-

se abaixo da meta preconizada pelo Ministério da Saúde. Exceto no ano de 2015 onde atingiu a meta.

4.11 INFLUENZA No século XX, ocorreram três importantes pandemias de influenza, a gripe

espanhola (1918-20), a gripe asiática (1957-60) e a de Hong Kong (1968-72), que, juntas, resultaram em altas taxas de mortalidade, com quase 1 milhão de óbitos (BRASIL, 2014).

Uma característica importante das pandemias é a substituição da cepa atual por uma nova cepa pandêmica. Alem disso, existe a possibilidade de haver pandemias, pela alta capacidade de mutação antigênica do vírus influenza A, inclusive com troca genética com vírus não humanos, ocasionando rápida disseminação e impacto entre os

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

PFA 3 1 3 2 1 2 6 4 3 3 2 0 0 1 1

0

1

2

3

4

5

6

7

N°d

e ca

sos

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Pólio 40,66 0 85,73 96,6 89,62 86,48 89,54 100

0102030405060708090

100

%

Page 66: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

suscetíveis não imunes. A importância da influenza como questão de saúde publica cresceu após o ano de 2009, quando se registrou a primeira pandemia do século XXI, devido ao vírus influenza A (H1N1), com mais de 190 países notificando milhares de casos e óbitos pela doença (BRASIL, 2014).

Para o monitoramento das cepas dos vírus influenza circulantes no Brasil, foram implantadas no país as Unidades Sentinelas da Influenza, que podem detectar a circulação de novos subtipos que poderiam estar relacionados a novas pandemias de influenza. As Unidades Sentinelas são regulamentadas pela PORTARIA Nº 183, DE 30 DE JANEIRO DE 2014, que revogou portarias anteriores, mas manteve as orientações técnicas e os repasses financeiros para os serviços sentinelas (BRASIL, 2014).

As Unidades sentinelas para registro de informação de casos de Síndrome Gripal(SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), são unidades ou serviços de saúde que atuam na identificação, registro, investigação e diagnóstico de casos suspeitos e confirmados (BRASIL, 2014).

Os sítios sentinelas para a vigilância da influenza estão distribuídos em unidades de saúde de todas as Unidades Federadas (UFs) e tem como objetivo principal identificar os vírus da influenza circulantes no Brasil, para: Contribuir com a composição da vacina contra influenza; Isolar espécimes virais para o envio ao Centro Colaborador de Influenza referência nas Américas para a OMS; Conhecer a patogenicidade e virulência do vírus influenza circulante em cada período sazonal, visando à orientação terapêutica; Garantir representatividade mínima da circulação viral em todas as UFs do país, tanto de casos graves como de casos leves; Identificar situação inusitada e precoce de possível novo subtipo viral (BRASIL, 2014).

O registro de casos de SG e SRAG devera ser feito pelas unidades sentinelas e inserido no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), o qual e o instrumento oficial de registro das informações. Tal registro deve ser realizado de acordo com o fluxo estabelecido e organizado em cada UF.

Os casos identificados em unidades de vigilância sentinela devem ser notificados pelo profissional de saúde, utilizando, como critérios de inclusão, os atendimentos por: gripe, SG, influenza, resfriado, faringite, laringite, amigdalite, traqueíte, infecção das vias aéreas superiores (IVAS), dor de garganta, rinorreia e laringotraqueíte. Também poderão ser utilizados os seguintes CID 10: J00 Nasofaringite aguda (resfriado comum); J02.9 Faringite aguda não especificada; J03.9 Amigdalite aguda não especificada; J04.0 Laringite aguda; J04.1 Traqueíte aguda; J04.2 Laringotraqueíte aguda; J06 (todos) Infecção aguda das vias aéreas superiores e não especificadas; J10 (todos) Influenza devido a vírus influenza identificado; e J11 (todos) Influenza devido a vírus influenza não identificado. E para a informação dos agregados de atendimentos de SRAG, selecionar as internações classificadas como pneumonia e

Page 67: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

influenza de acordo com os códigos CID 10: J09 a J18 da unidade sentinela, também por semana epidemiológica (BRASIL, 2014).

Atualmente em Roraima, estão em funcionamento quatro Unidades Sentinelas para Vigilância da Influenza, três dessas localizadas na capital Boa Vista: Hospital Geral de Roraima (HGR), Hospital da Criança Santo Antonio (HCSA) e Casa de Apoio a Saúde do Índio (CASAI), e o Hospital Délio Tupinambá (HDT), em Pacaraima, cidade fronteira com a Venezuela. A CASAI e o HDT são Sentinelas para SG e o HGR e HCSA são Sentinelas para SG e SRAG.

Para executar as ações, as US recebem incentivo financeiro definido em portaria, e para não haver a desabilitação devem cumprir metas. Nos casos de SG, coletar por semana 5 amostras de secreção orofaríngea através de swab, preferencialmente até o 7º dia a partir do início dos sintomas,enviando a amostra ao LACEN, digitar no SIVEP-Gripe o número de atendimentos, distribuindo por sexo e faixa etária de acordo com a semana epidemiológica correspondente.

Em SRAG, coletar amostras de no mínimo 80% (oitenta por cento) dos casos de SRAG notificados nas UTI, com o devido envio de amostra ao LACEN e incluir os casos no sistema de informação SIVEP-Gripe. Todos os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) internados em UTI ou que forem a óbito devem também ser notificados no sistema SINAN Influenza Web.

Figura 42 – Nº de casos notificados, internações e óbitos por Influenza CID 10: J9 a J18 – Roraima, 2009 a 2015 Fonte:SINAN Influenza Web/NCPFIT/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Nos anos de 2010, 2011, 2013 e 2015, foram notificados poucos casos suspeitos de Influenza CID 10: J9 a J18, já 2019, 2013 e 2014 tiveram mais casos notificados. Geralmente a procura por atendimento especializado ocorre quando indivíduo não obtém melhora, e esse período geralmente ultrapassa os 7 dias do início dos sintomas, o que dificulta a detecção do vírus na amostra, além do que, a coleta tem que ser

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Notificação 79 1 1 3 20 41 9Internação 66 1 1 3 20 41 9Óbito 6 0 0 0 3 0 0

01020304050607080

Notificação

Internação

Óbito

Page 68: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

adequada, para que não haja contaminação da amostra, o material coletado tem que ser suficiente para análise e a temperatura de armazenamento de acordo com o preconizado pelo protocolo. Entre os anos de 2009 a 2015 houve 163 casos suspeitos de Influenza notificados no Estado de Roraima, sendo que 86,5% necessitou de internação, e 9 pessoas evoluíram a óbito. Referência Bibliográfica: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de Vigilância em Saúde. Volume único – Brasília, 2014. SINAN NET DATASUS - SINAN Influenza Web. www.saude.gov.br/influenza

Page 69: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

4.12 HANSENÍASE

A hanseníase é uma das mais antigas doenças que acometem o homem. A melhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento científico modificaram significativamente esse quadro e, hoje a hanseníase tem tratamento e cura (RORAIMA, 2013).

No Brasil, apesar da redução drástica no número de casos, de 19 para 4,68 doentes em cada 10.000 habitantes, no período compreendido entre 1985 a 2000 a hanseníase ainda se constitui em um problema de saúde pública que exige uma vigilância resolutiva (RORAIMA, 2013).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Índia é o país mais afetado pela doença, em 2013 registrou 127.000 casos novos, seguido pelo Brasil com 31.000 casos novos, Indonésia com cerca de 17.000 casos novos e dois países africanos, Etiópia e República Democrática do Congo que registraram entre 3.500 a 4.000 casos novos de Hanseníase. Já em 2014, o Brasil obteve 26.612 casos novos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) (RORAIMA, 2013).

Apesar dos avanços na área da saúde a hanseníase é endêmica no país e em Roraima apresenta um coeficiente de detecção crescente de 1992 a 1998 onde alcançou o índice de 101,1/100 mil hab., podendo ser reflexo da melhora da notificação desse agravo no estado nesse período. Em 2000 a taxa de detecção foi de 96,2/100 mil habitantes e em 2005 atingiu o maior número de casos novos já registrados em Roraima, com coeficiente de detecção de 67,7/100 mil hab., abaixo do ano de 1998, devido ao aumento no número da população (RORAIMA, 2013).

Figura 43 – Número de casos e coeficiente de detecção de novos (por 100 mil hab.) de hanseníase – Roraima, 1990 a 2015 Fonte: Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000. SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

N° de casos 271 290 302 329 295 365 255 222 191 155 141 108 143 123 82 41

Coeficiente de detecção 81 85,9 87,0 92,0 77,2 67,7 63,2 56,1 46,2 36,7 31,2 23,4 30,4 25,2 16,5 8,11

0

50

100

150

200

250

300

350

400

Taxa

(100

mil

hab.

)

Page 70: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Já no ano de 2014, 82 casos novos de hanseníase, representando um coeficiente de detecção de 16,50/100 mil habitantes, ou seja, alto. Quando voltamos à atenção para os casos em menores de 15 anos, foram confirmados 7 casos novos, com coeficiente de 5,70/100 mil habitantes, ou seja, muito alto (Figura 43).

O Núcleo de Controle da Hanseníase acredita que esses números de casos ainda estão abaixo da expectativa de notificação, uma vez que possivelmente há subnotifações da doença no Estado de Roraima.

Em relação à efetividade da detecção precoce dos casos novos, que estima a eficácia das atividades desenvolvidas para a detecção precoce desses casos, tivemos uma diminuição dessa efetividade em 2014, uma vez que em 2013 tivemos 4,07% dos casos novos diagnosticados com grau dois de incapacidade física, sendo considerado um índice baixo, já em 2015 essa porcentagem foi de 12,5%, ou seja, um índice alto, indicando que há falhas na detecção precoce desses casos (Figura 44).

Figura 44 - Proporção de casos com grau 2 de incapacidade física entre os casos novos detectados e avaliados 2001 a 2015 Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

A classificação operacional dos casos chama atenção pela mudança de predomínio depois do ano de 2000, pois nos anos entre 1998 a 2000 havia uma predominância de casos Paucibacilares (PB), correspondendo 52,5% dos casos novos, já a partir de 2001 até 2015, houve um número bem maior de casos Multibacilar (MB), a forma transmissível da doença de maior gravidade, conforme demonstrado na Tabela 22.

6,21 6,95 6,99 6,1 5,66 5,1

11,71

7,85 7,74

12,069,26

3,5 4,07

8,54

12,5

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Page 71: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Tabela 22 - Incidência de Hanseníase por Classificação Operacional 1998 - 2015 CLASSIFICAÇÃO

POPULAÇÃO INCIDÊNCIA PB* (%)

INCIDÊNCIA MB* (%) PB MB

1998 145 136 260.705 55,6 52,1 1999 141 128 266.914 52,8 47,9 2000 140 97 325.397 43,2 29,9 2001 143 147 337.237 42,4 43,5 2002 118 184 346.871 34 53 2003 144 185 357.302 40,3 51 2004 132 162 381.896 34,5 42,4 2005 116 149 391.317 29,6 38 2006 102 154 403.344 25,2 38,1 2007 84 142 395.725 21,2 35,8 2008 69 123 412.783 16,7 29,8 2009 53 104 421.499 12,5 24,6 2010 57 85 451.227 12,6 18,8 2011 44 64 460.165 9,5 13,9 2012 50 94 469524 10,6 20 2013 44 85 488072 9 17,4 2014 30 53 496936 6 10,6 2015 14 66 505.665 2,7 13,0

*100.000 hab Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

Entre 2003 a 2015 há uma heterogeneidade no indicador da proporção de cura, uma vez que a porcentagem oscila entre 80% a 84%, sendo que o Parâmetro Nacional de referência para este indicador é alcançar ≥ 86% de proporção de cura entre os casos novos diagnosticados. (Gráfico 03). Já em relação à proporção de abandono, essa oscilação se torna ainda maior, sendo de 3,8% a 11,6% nos mesmos anos, caracterizando um aumento na proporção de abandono, sendo que entendemos como bom, as porcentagens < 10%, regular entre 10 a 25% e alto > 25% (Figura 45).

Figura 45 - Proporção de cura e abandono entre os casos novos de Hanseníase dos anos de 2003 a 2015

Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

É importante deixar claro que as transferências para o mesmo município e/ou

para outros municípios estão ligado diretamente à porcentagem de cura e abandono,

0

20

40

60

80

100

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Cura Abandono

Page 72: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

200120022003200420052006200720082009201020112012201320142015Contatos Registrados 1052122913161274 997 1028 834 795 648 541 396 519 467 315 115Contatos Examinados 445 535 676 742 563 664 583 505 417 351 224 334 205 185 66

Proporção (%) 42,3 43,5 51,4 58,2 56,5 62,6 70 63,5 64,3 65,8 56,6 64,3 44 58,7 57,4Registrados ˂ 15 anos 148 183 163 232 172 190 63 106 70 61 25 56 55 24 7Examinados < 15 anos 39 75 71 137 95 101 53 79 65 39 17 49 28 14 7Proporção (%)2 26,3 41 43,5 59 55,2 53,1 84,1 74,5 92,8 64 68 87,5 51 56 100

0200400600800

100012001400160018002000

uma vez que a partir do momento que um paciente em tratamento é transferido para outro município e há uma baixa qualidade na inserção desses dados, podemos subestimar ou superestimar a porcentagem de cura ou de abandono.

Quando analisamos a proporção de contatos examinados entre os contatos intradomiciliares registrados dos casos novos de Hanseníase, observamos que ainda estamos longe de alcançar o esperado pelo Ministério da Saúde, uma vez que nos anos entre 2001 a 2015 o Estado não alcançou a meta prevista que é de ≥ 80% dos contatos registrados, sendo examinados (Figura 46). Esse indicador visa à investigação epidemiológica dos contatos intradomiciliares, principal grupo de risco, tendo por finalidade a descoberta de casos entre aqueles que convivem ou conviveram com o doente e suas possíveis fontes de infecção. Já em menores de 15 anos, o Estado alcançou a meta esperada. Esse indicador se torna ainda mais importante, uma vez que, normalmente onde há uma criança com Hanseníase, existe um adulto transmitindo e a partir do momento que identificamos o transmissor e iniciamos com o tratamento, quebramos a cadeia de transmissão da doença.

Figura 46 - Proporção de examinados entre os contatos intradomiciliares registrados de casos novos de Hanseníase Geral e em Menores de 15 anos

Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

Considerada como um problema de saúde pública no Brasil, a taxa de

prevalência de hanseníase caiu 65% nos últimos 10 anos, passando de 4,33 em 2002 para 1,51/10 mil hab. em 2012. No mesmo ano, o coeficiente de detecção encontrado

Page 73: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

foi de 17,2 casos novos/100 mil habitantes, ou seja, mais de 33 mil casos novos, o que é considerado alto.

Entre 2012 a 2015 o Estado de Roraima apresentou uma baixa prevalência entre 0,2 a 0,9 casos por 10 mil habitantes e uma incidência muito alta, chegando a atingir 30,24/10 mil habitantes em 2012.

Figura 47 – Incidência da hanseníase, por município, nos anos de 2012 a 2015

Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

Em 2015, os municípios que mais se destacam com as maiores taxas de incidência foram: Rorainópolis (51,3/10 mil hab.), Caroebe (43,9/10 mil hab.), Mucajaí (42,7/10 mil hab.) e Amajari (36,3 /10 mil hab.).

Figura 48 - Prevalência da Hanseníase, por município, nos anos entre 2012 a 2015

Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

-20

0

20

40

60

80

100

120

2012 2013 2014 2015

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

2012 2013 2014 2015

Alto Alegre

Amajari

Boa Vista

Bonfim

Cantá

Caracaraí

Caroebe

Iracema

Mucajaí

Normandia

Pacaraima

Rorainópolis

São João da Baliza

Page 74: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

No período de 2006 a 2014 foram incluídos no SIM, seis óbitos por hanseníase, nos anos de 2007, 2008, 2010 e 2011 registraram 1 óbito por ano, em2012 e 2013, 2 óbitos por hanseníase em cada ano, nos últimos anos não houve casos de óbitos por hanseníase.

Page 75: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

4.13 TUBERCULOSE

A OMS estima que, em 2014, ocorreram 8,6 milhões de novos casos em todo o mundo, e 1,3 milhões de mortes pela doença (incluindo 320 mil mortes entre indivíduos HIV - positivos), 80% dos casos estão concentrados em 22 países, 1,1 milhões de mortes estimados por ano em HIV negativos, 300 mil casos de MDR (multidroga resistente) e 10 milhões de crianças órfãs como resultado da morte dos pais por tuberculose. O surgimento da AIDS e o aparecimento de focos de tuberculose resistente aos medicamentos agravam ainda mais esse cenário. A tuberculose continua sendo um importante problema de saúde pública e o número de mortes pela doença é inaceitavelmente elevado, dado que a maioria dessas mortes é passível de prevenção (BRASIL, 2014).

Nos últimos 17 anos, a tuberculose apresentou queda de 38,7% na taxa de incidência e 33,6% na taxa de mortalidade. A tendência de queda em ambos os indicadores vem-se acelerando ano após ano em um esforço nacional, o que pode determinar o efetivo controle da tuberculose em futuro próximo, quando a doença poderá deixar de ser um problema para a saúde pública (BRASIL, 2014).

A taxa de incidência de tuberculose no Brasil passou de 51,8/100.000 hab. em 1990 para 33,8 Brasil/2014, uma queda de 34,7%. Foram registrados 68 mil casos novos de tuberculose no Brasil, em 2014. As UF com taxas mais elevadas foram Amazonas (66,7), Rio de janeiro e Acre. Roraima teve a taxa de 26,4/100.000 hab. O Tocantins apresentou a menor taxa (11,1/100.000 hab.). Foram registrados 4.6 mil óbitos pela doença no País, com a taxa de mortalidade de 2,1/100 mil hab (BRASIL, 2014).

Figura 49 - Número de casos novos e taxa de incidência (por 100 mil hab.) de tuberculose Roraima – 1994 a 2015 Fonte: SINAN/CGVS/DVE/NCT e NSIS/RR

2000200120022003200420052006200720082009201020112012201320142015

N° de casos 208 170 145 172 206 145 124 119 135 133 127 148 114 146 131 124Taxa (100.000 hab.) 62,2 50,7 41,8 47,8 52,3 38,1 31,2 29,8 32,7 31,5 27,9 32,1 30,6 29,9 26,4 24,5

0

50

100

150

200

250

Page 76: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

No período de 1995 a 2015 a faixa etária de 40 anos e mais predominou com quase a metade dos casos de tuberculose, sobretudo a partir do ano 2000.

Figura 50 – Proporção de casos novos de tuberculose por faixa etária – Roraima, 1995, 2000, 2005, 2010, 2014 e 2015 Fonte: SINAN/CGVS/DVE/NCT

A proporção de tuberculose extra pulmonar vem aumentando ao longo dos anos, em 2000 representavam 12,3% (23/187) e em 2015, 13,7% (17/124), e uma das explicações é o aumento da co-infecção TB/HIV.

Figura 51 – Proporção de tuberculose pulmonar e extra pulmonar Roraima, 2000 a 2015 Fonte: SINAN/CGVS/DVE/NCT/SESAU/RR.

Em Roraima, Boa Vista, é o município prioritário, que tem 70% de cobertura

de estratégia de saúde de família, e o Programa de Controle da Tuberculose esta implantado em 100% das UBS e 100% da implantação de tratamento supervisionado, concentra 64,5% (80/124) dos casos novos de tuberculose, seguido de Rorainópolis

40 anos e + 30 a 39 anos 20 a 29 anos 15 a 19 anos 5 a 14 anos 1 a 4 anos <1 ano

2015 48,4 16,1 23,3 7,2 4 0 1

2014 45 22,9 18,3 4,6 1,5 4,6 0

2010 44,1 16,9 25 8,1 2,2 3,7 0

2005 41,1 15,5 29,8 7,1 3,6 1,8 1,2

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Extra pulmonar 12, 11, 10, 9,9 12, 15, 16, 11, 14, 14, 10, 14, 14 15, 14, 13,Pulmonar 87, 88, 89, 90, 87, 84, 83, 88, 85, 85, 89, 85, 86 84, 85, 86,

0102030405060708090

100

%

Page 77: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

7,3% (9), Amajarí com 5,6% (7), Cantá 4,8% (6), Bonfim 4% (5), Alto Alegre 3,2% (4), Normandia e Pacaraima 2,4% (3), Caracaraí, Caroebe e Mucajaí 1,6% (2), e Uiramutã 1,0% (1), os demais não tiveram casos no período.

Em 2015 foram notificados 156 casos de tuberculose e destes 139 (89,1%), são residentes do Estado,sendo 124 (89,2%) casos novos e destes96(77,4%) foram bacilíferos, 5 (3,6%) recidivas, 3 (2,1%) reingressos, 7(5,0%) casos de transferência.

A taxa de incidência de casos novos residentes no Estado foi de 24,5/100 mil habitantes para tuberculose em todas as formase de 18,98/100 mil hab. para os casos bacilíferos.

A coorte de tratamento referente ao ano de 2014, considerando os casos novos pulmonares bacilíferos mostrou cura de 82,2% (60/73). O abandono foi de 6,7% (4); óbitos em cinco pacientes 10,9% (7) e transferências de 1,4% (1).

Tabela 23 – Número de casos Novos, proporção de notificação e taxa de incidência(por 100 mil hab.) de tuberculose por município de residência - Roraima, 2015

RORAIMA

TUBERCULOSE

N° % TAXA DE INCIDÊNCIA

(100.000 HAB.) 124 100,0 24,5

Alto Alegre 04 3,2 24,7 Amajarí 07 5,6 63,6 Boa Vista 80 64,5 24,9 Bonfim 05 4,0 42,5 Cantá 06 4,8 37,1 Caracaraí 02 1,6 9,8 Caroebe 02 1,6 21,8 Iracema 0 0 0,0 Mucajaí 02 1,6 12,2 Normandia 03 2,4 29,5 Pacaraima 03 2,4 25,2 Rorainópolis 09 7,3 32,9 São João da Baliza 0 0 0,0 São Luiz 0 0 0,0 Uiramutã 01 1,0 10,5

Fonte: SINAN/CGVS/DVE/NCT. População dos municípios estimada para 2015 (IBGE)

A coinfecção TB/HIV aumenta os riscos de morte do paciente. No período de

2001 a 2015 foram notificados no SINAN 165 casos de coinfecção TB/HIV, desses 107 casos de TB pulmonar/HIV e 97,6% (161/165) de todos os casos de coinfecção tinham informação de AIDS notificados no período.

O Ministério da Saúde espera que apenas 10% dos casos de Tuberculose sejam diagnosticados na Rede Hospitalar. Pois a porta de entrada para os casos de tuberculose deve ser a atenção básica. Na série histórica analisada (Figura 52), observa-se que em 2010 (79/126) e 2015(79/142) foram os anos com maior número de diagnósticos na rede hospitalar. Vale ressaltar que o maior número de casos diagnosticados na rede hospitalar são residentes do município de Boa Vista.

Page 78: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Figura 52 - Número de Casos Novos de Tuberculose e Diagnóstico na Rede Hospitalar - Roraima 2001 a 2015 Fonte: SINAN/CGVS/DVE/NCT

Em 2015, Roraima alcançou a meta de 110,5% da cobertura vacinal para a

vacina BCG em menores, apenas Boa Vista e Rorainópolis alcançaram cobertura esperada (≥95%), os demais municípios, não alcançaram a cobertura vacinal recomendada pelo ministério da saúde. Tendo em vista, a maioria dos partos serem realizados na maternidade de Boa Vista ou na rede privada e a vacinação BCG ser ofertada na unidade de saúde logo após o parto, provavelmente demonstram uma vacinação superior a 100% em Boa Vista.

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Rede Hospitalar 47 36 51 46 39 36 40 56 52 79 64 51 75 56 79

Geral 165 143 170 198 142 120 119 132 131 126 147 112 142 124 142

020406080

100120140160180200

Page 79: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

4.14 NÚCLEO DE CONTROLE DA ZOONOSE

O Núcleo de Controle de Zoonoses tem o papel de assessorar os municípios e desenvolver as ações de prevenção, detecção e controle dos agravos relevantes. Assim como, realizar treinamentos e distribuição de medicamentos para leishmaniose (glucantime®, pentamidinas, anfotericinas), vacina e soro antirrábico e soros antivenenos para todos os municípios. O Núcleo de Controle de Zoonoses é responsável pelos seguintes programas: Raiva, Leptospirose, Hantavirose, Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), Leishmaniose Visceral (LV), Acidentes por Animais Peçonhentos, Doença de Chagas e Febre Maculosa. O quadro abaixo demonstra não ocorrer variação muito grande no número de casos no Estado de Roraima, provavelmente por serem doenças endêmicas podemos observar uma tendência estacional dos agravos.

Tabela 24– Freqüência por ano de agravos notificados confirmados AGRAVOS NOTIFICADOS 2010 2011 2012 2013 2014 2015

B.57.1 DOENCA DE CHAGAS AGUDA 3 1 3 1 1 2 A.77.9 FEBRE MACULOSA / RICKETTSIOSES - - - - - - A.98.8 HANTAVIROSE - - - - - - B.55.1 LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA 712 277 559 667 548 622 B.55.0 LEISHMANIOSE VISCERAL 17 16 11 21 21 21 A.27.9 LEPTOSPIROSE 02 - 03 05 04 01 A.82.9 RAIVA HUMANA - - - - - - W.64 ATENDIMENTO ANTI-RABICO 1884 1977 2252 2089 1708 2166 X.29 ACIDENTE POR ANIMAIS PECONHENTOS 374 492 686 646 649 578

FONTE: Tabwin/SINAN/DEPID

Raiva Humana, Leptospirose, Hantavirose, Leishmaniose Visceral (LV), Doença de Chagas e Febre Maculosa são doenças de notificação obrigatória ainda na suspeita, portanto, notificações não significam efetivamente casos confirmados, porém, necessitam de investigação antes da confirmação por critério clínico e laboratorial. Agravos agudos como acidente rábico e acidente por animais peçonhentos não entram neste critério, assim como Leishmaniose Tegumentar Americana doença notificada apenas quando confirmada.

Em 2015, ocorreram 582 acidentes com animais peçonhentos com 01 óbito notificado. Acidentes rábicos foram notificados 2.166, no mesmo ano, sem notificação de óbito relacionado a contato com cães e gatos. Dentre os casos ocorridos, a maioria ocorreu com homens, na faixa etária produtiva e os acidentes estavam relacionados ao contato com serpentes do gênero botrópico, A distribuição geográfica do agravo é maior nas áreas indígena, em função da relação mais estreita dos indígenas com os animais.

Page 80: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Em relação à Leishmaniose Visceral um óbito, relacionado ao agravo, foi notificado na área indígena localizada no município do Uiramutã.

Leptospirose são 01 caso auto-limitante onde foi dispensada a profilaxia e tratado com AMOXICILINA. Não há registro de Raiva humana no estado nos últimos 10 anos e o ultimo registro de raiva animal foi no município de Caracaraí, área rural em um Bovino.

4.14.1 ATENDIMENTO ANTIRRÁBICO E RAIVA HUMANA

Tabela 25 - Mapa de número de atendimentos antirrábicos por município MUNICÍPIO 2014 2015

Alto Alegre 92 114 Amajarí 12 13 Boa Vista 1658 1820 Bonfim 5 20 Cantá 3 0 Caracaraí 61 16 Caroebe 15 11 Iracema 10 1 Mucajaí 45 70 Normandia 7 13 Pacaraima 26 14 Rorainópolis 66 49 São João da Baliza 1 6 São Luiz 5 0 Uiramutã 7 19 TOTAL 2013 2166

FONTE: Tabwin/SINAN/DEPID

Figura 53 - Mapa de número de atendimentos antirrábicos por município FONTE: Tabwin/SINAN/DEPID

Page 81: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

4.14.2 PROGRAMA DE DOENÇA DE CHAGAS, LEPTOSPIROSE e HANTAVIROSE

No ano de 2015, foi notificado o primeiro caso agudo autóctone de Roraima e tratado com a droga Benzonidazol. O Núcleo de Controle de Zoonoses fez a aquisição pelo SIES de 100 comprimidos para atender o paciente e para ter tratamento disponível em estoque.

Ainda em 2015 foi notificado e confirmado um caso de leptospirose e nenhum de hantavirose.

4.14.3 PROGRAMA DE CONTROLE DAS LEISHMANIOSES

No ano de 2014 foi notificado, segundo município de infecção, 548 casos de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), enquanto em 2015 foram notificados 622 casos (Tabela 26).

Tabela 26 - Número de casos de LTA por município de infecção no ano de 2014 e 2015

Fonte: NCZ – Núcleo de Controle de Zoonoses - SINAN / Tabwin – 25/08/2016.

Os municípios de Rorainópolis e Boa Vista, no ano de 2014, foram os

municípios com maiores números de casos, 112 e 139 respectivamente. Caroebe e Boa Vista apresentaram maiores números de casos em 2015, 127 e 119 respectivamente. Tanto Rorainópolis como Caroebe apresentam grande número de casos de LTA devido à presença dos vetores, a expansão da área urbana para as regiões de floresta, aos assentamentos associados à exploração desordenada da floresta - derrubada de matas para construção de vicinais, instalação de povoados, extração de madeira, desenvolvimento de atividades agropecuárias, atividades de caça e pesca - padrão relacionado ao processo migratório, ocupação de áreas de matas secundárias ou residuais.

MUNICÍPIO DE INFECÇÃO 2014 2015

Alto Alegre 15 31 Amajarí 6 15 Boa Vista 139 127 Bonfim 5 24 Cantá 10 6 Caracaraí 19 5 Caroebe 102 119 Iracema 4 13 Mucajaí 10 12 Normandia 0 0 Pacaraima 52 100 Rorainópolis 112 88 São João da Baliza 45 42 São Luiz 24 15 Uiramutã 5 25 Total 548 622

Page 82: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Figura 54 - Número de casos de LTA por faixa etária no ano de 2015 Fonte: NCZ – Núcleo de Controle de Zoonoses - SINAN / Tabwin – 25/08/2016.

É importante ressaltar que Boa Vista não apresenta casos autóctones, os

dados representam que muitos pacientes do interior preferem realizar o tratamento na capital apesar do tratamento está disponível em todos os municípios.

Tabela 27 - Coeficiente geral de detecção de casos de LTA no ano de 2015 por município por 100.000 habitantes em RR

MUNICÍPIO DE INFECÇÃO

Nº. DE CASOS AUTÓCTONES LTA

POPULAÇÃO TOTAL

MUNICÍPIO

COEFICIENTE DE DETECÇÃO/100.000 HAB.

Alto Alegre 27 14.562 185,41 Amajarí 14 7.980 175,44 Boa Vista 6 260.930 2,30 Bonfim 6 10.604 56,58 Cantá 4 11.638 34,37 Caracaraí 11 18.789 58,54 Caroebe 119 7.400 1608,11 Iracema 6 6.118 98,07 Mucajaí 7 13.017 53,78 Normandia 0 7.403 0,00 Pacaraima 21 9.019 232,84 Rorainópolis 82 25.714 318,89 São João da Baliza 32 5.945 538,27 São Luiz 19 5.922 320,84 Uiramutã 2 7.742 25,83

Total 356 412.780 86,24 Fonte: NCZ – Núcleo de Controle de Zoonoses - SINAN / Tabwin – 25/08/2016.

As faixas etárias, em 56,27% dos casos notificados de LTA, estão entre 20 a 49 anos e acometem o sexo masculino em 78,3% das notificações.

0

2

4

6

8

10

12

10-14 15-19 20-34 35-49 50-64 65-79

Nº d

e ca

sos

Faixa etária

Page 83: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Em relação aos casos autóctones de LTA o Estado registrou, no ano de 2015, a média de 86,24 casos autóctones por 100.000 habitantes. Vale ressaltar o município de Caroebe que registrou o coeficiente de 1.608,11 casos por 100.000 habitantes, seguido de São João da Baliza com 538,27 casos (Tabela 27).

Foi realizada capacitação de técnicos municipais em diagnóstico laboratorial dando continuidade a expansão da capacidade estadual em coletas e diagnósticos de LTA.

O número de casos confirmados de Leishmaniose Visceral em 2015 foi o mesmo de 2014. (Tabela 28). Foram registrados 21 casos em 2014 e 21 casos em 2015. O número de animais positivos tem aumentado nas áreas indígenas dos municípios de Uiramutã, Normandia e Pacaraima. As ações profiláticas de borrifação das residências precisam ser realizadas pelos DSEIs nas comunidades, assim como a eutanásia dos cães positivos.

Tabela 28 - Número de casos confirmados de LV por município de infecção dos anos de 2014 e 2015

MUNICÍPIO 2014 2015

Alto Alegre 0 0 Amajari 0 0 Boa Vista 20 20 Bonfim 0 0 Cantá 0 0 Caracaraí 0 0 Caroebe 0 0 Iracema 0 0 Mucajaí 0 0 Normandia 0 0 Pacaraima 1 1 Rorainópolis 0 0 São João da Baliza 0 0 São Luiz 0 0 Uiramutã 0 0 Total 21 21

Fonte: NCZ – Núcleo de Controle de Zoonoses - SINAN / Tabwin – 27/07/2015.

Considerações finais

O Núcleo de Controle de Zoonoses tem monitorado constantemente a ocorrência de casos de LTA e LV, por município de notificação, e realizado a distribuição de medicamento de acordo com a necessidade de cada município. A distribuição do medicamento é realizada por paciente, impedindo dessa forma a sub-

Page 84: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

notificação de LTA. Infelizmente, a medicação ainda é dada ao paciente apesar dos esforços do Núcleo em capacitar os profissionais de saúde para que conheçam a importância de ser aplicada sempre em uma Unidade de Saúde.

As dificuldades encontradas continuam sendo a rotatividade dos profissionais da Unidade de Notificação dos Municípios, que compromete a qualidade das notificações; a dificuldade em trabalhar com os Distritos de Saúde Indígena que insistem em não notificar e não encerrar os casos em tempo oportuno, comprometendo a meta Estadual.

4.14.4 PROGRAMA DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS

Tabela 29 - Notificações e ocorrências de acidentes por animais peçonhentos por município Roraima – 2014 e 2015

MUNICÍPIOS

2014 2015

NOTIFICAÇÃO OCORRÊNCIA NOTIFICAÇÃO OCORRÊNCIA

Alto Alegre 106 116 123 251 Amajarí 19 22 39 67 Boa Vista 279 143 276 282 Bonfim 24 43 5 68 Cantá 0 29 0 50 Caracaraí 21 25 12 42 Caroebe 17 19 10 30 Iracema 17 20 11 37 Mucajaí 23 33 19 53 Normandia 4 7 3 15 Pacaraima 51 21 43 51 Rorainópolis 38 43 5 50 São João da Baliza 13 13 8 24 São Luiz do Anauá 7 5 8 11 Uiramutã 33 62 20 104

Fonte: TabWin

Nesta Tabela observamos que as notificações nem sempre são feitas no local de ocorrência do acidente.

Page 85: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Tabela 30 - Acidentes com animais peçonhentos, conforme tipo de acidente Roraima – 2014 e 2015

TIPO DE ACIDENTE 2014 2015

Ign/Branco 19 3 Serpente 385 386 Aranha 31 25

Escorpião 80 80 Lagarta 11 5 Abelha 70 48 Outros 53 31 Total 649 578

Fonte: TabWin

Esta Tabela nos mostra a incidência dos animais causadores pelos acidentes.

Tabela 31 - Acidentes com animais peçonhentos, conforme gênero de serpente em Roraima – 2014 e 2015

SERPENTE 2014 2015

Ign/Branco 308 235 Botrópico 281 284 Crotálico 25 29 Elapídico 3 2 Laquético 29 21

Não Peçonhenta 3 7 Total 649 578

Fonte: TabWin O gênero de serpente que mais causam acidentes em nosso estado é o

botrópico, como podemos observar na Tabela 32.

Tabela 32 - Acidentes com animais peçonhentos, conforme sexo e faixa etária em Roraima – 2014 e 2015

ANO 2014 2015 Fx Etária Sinan Masculino Feminino Masculino Feminino

< 1 ano 7 6 5 5 1 a 4 20 11 10 13 5 a 9 38 27 20 17

10 a 14 46 32 36 26 15 a 19 52 29 54 21 20 a 34 120 57 121 49 35 a 49 62 52 80 44 50 a 64 54 18 42 23 65 a 79 15 5 12 3 80 e + 1 0 0 1 Total 415 237 380 202

Fonte: TabWin

Page 86: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

A Tabela 33 nos mostra que o sexo masculino é mais afetado por estes acidentes, em sua maioria na faixa etária compreendida entre 20 a 49 anos.

Tabela 33 - Acidentes com animais peçonhentos, conforme evolução do caso em Roraima – 2014 e 2015

EVOLUÇÃO 2014 2015

Ign/Branco 165 35 Cura 482 545 Óbito 2 1

óbito por outra causa 0 1 Total 649 578

Fonte: TabWin

Em 2014 foram notificados 649 casos de acidentes por animais peçonhentos,

enquanto 2015 ocorreram 578 notificações. O perfil dos acidentados, comparando 2015 com o ano anterior, é definido pela maior ocorrência entre homens, na faixa etária de 20 a 49 anos nos dois períodos citados. Dentre os acidentes ocorridos a maioria é por serpente, do gênero Bothrops (jararacas), tanto em 2014 quanto 2015. No ano de 2014 foram notificados 2 óbitos, o mesmo número em 2015, todos ocorridos por picada de serpente.

Considerações finais

Todos os agravos relacionados ao Núcleo de Controle de Zoonoses possuem como rotina ações de prevenção, controle e monitoramento do número de casos. O Estado de Roraima notificou o primeiro caso autóctone confirmados da Doença de Chagas Aguda. Dessa forma, devido à constatação da presença vetorial (triatomíneos – barbeiros) no Estado será necessário intensificar as medidas de prevenção e controle vetorial, visando impedir a disseminação da Doença de Chagas neste Estado.

O Programa da Raiva terminou o ano com déficit de técnicos municipais, pois muitas prefeituras não deram continuidade às equipes de zoonoses da gestão anterior. Dessa forma o Núcleo terá que capacitar novamente os novos técnicos municipais de zoonoses, além de ter que realizar a suplementação das campanhas antirrábicas animais do ano de 2015.

Em relação ao Programa de Acidentes com Animais Peçonhentos verificou-se que o número de acidentes aumentou em relação a 2014. Todos os municípios estão sensibilizados para notificar esses casos, mas há uma necessidade de capacitar os profissionais em relação ao preenchimento correto de todos os campos da ficha de notificação, assim como é necessário orientar médicos e enfermeiros em relação à identificação do animal peçonhento de forma a se utilizar corretamente a medicação específica. A maior dificuldade é o desabastecimento de soros antivenenos por parte do Ministério da Saúde.

Page 87: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

O programa de Leishmanioses (LTA e LV), devido à mudança no protocolo de diagnóstico de Leishmaniose Visceral Canina, agora realizado por meio de teste rápido (TR DPP), todos os municípios foram treinados para a utilização desta nova metodologia.

Foi dado início a rotina de Investigação da Febre Maculosa, com envio de amostras e correção do fluxo de envio, incentivando novas ações e continuidade das implantadas.

Page 88: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

4.15 TRACOMA

O tracoma é uma doença ocular infecciosa causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Ocorre principalmente em locais com condições de higiene precárias. A OMS estima, no mundo, a existência de 21 milhões de pessoas com o tracoma ativo, 8 milhões com triquíase tracomatosa e em torno de 1,3 milhão de cegos devido à doença. O tracoma é reconhecido milenarmente como uma importante causa de cegueira. No entanto, o tracoma continua a ser um importante problema de saúde pública, enquanto causa de morbidade, deficiência visual e cegueira em grande parte dos países subdesenvolvidos, principalmente na África, no Oriente Médio, no Subcontinente Indiano e no sudoeste da Ásia. O tracoma existe também, em menores proporções, na América Latina e na Oceania (BRASIL, 2014).

Em 2008, em Genebra, na reunião da Aliança Global da OMS para Eliminação do Tracoma como Causa de Cegueira foi recomendo medidas para a eliminação do tracoma como causa de cegueira até o ano 2020. Para alcançar este objetivo, preconiza-se a utilização da estratégia, sob o acrônimo em inglês SAFE, que significa S – cirurgia (do inglês surgery) dos casos de triquíase tracomatosa (TT), A – antibioticoterapia dos casos de tracoma inflamatório, F – educação em saúde e cuidados corporais/higiene facial (do inglês, face washing) e E– melhoria de acesso ao saneamento e disponibilidade de água (do inglês, environment health, ambiente)(BRASIL, 2014).

Dados do último inquérito de prevalência da doença em escolares, realizado entre 2002 e 2008 em 27 estados do Brasil, em 1.514 municípios amostrados ( com Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDH-M - menos que a média nacional), mostraram que o tracoma, em sua forma transmissível, apresenta prevalência em torno de 5%. Em 37,6% dos municípios amostrados foram encontrados coeficientes acima de 5%, o que é considerado pela OMS como parâmetro indicativo de que a doença não atingiu as metas de eliminação enquanto causa de cegueira(BRASIL, 2014).

O Governo brasileiro se propôs a realizar a tarefa até o ano de 2020, e entre as estratégias estão: (1) a realização de busca ativa de casos de tracoma em 10% da população de escolares da rede pública do 1° ao 5° ano do ensino fundamental dos municípios prioritários integrantes da região, (2) realizar tratamento dos casos positivos de tracoma inflamatório (TF e/ou TI) e de seus contatos, (3) busca ativa dos casos de Triquíase Tracomatosa (TT) na população maior de 14 anos, (4) e encaminhamento dos casos de TT para a realização de cirurgia (BRASIL, 2014).

Os indicadores epidemiológicos para obtenção da certificação de eliminação do tracoma como causa de cegueira junto a OMS são: menos de um caso de Triquíase Tracomatosa (TT) por 1000 habitantes; e menos de 5% de Tracoma Inflamatório (TF e/ou TI) em crianças menores de 10 anos de idade em todos os municípios (BRASIL, 2014).

Page 89: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

O tracoma apesar de não ser uma doença de notificação compulsória é uma doença de interesse para a saúde pública por apresentar alta prevalência e causar deficiência visual e cegueira em grande parte dos países subdesenvolvidos (RORAIMA, 2014).

No período de 2002 a 2015 foram examinados 37.479 escolares da rede pública do 1° ao 5° ano do ensino fundamental no Estado de Roraima e diagnosticado 5.315 casos de tracoma.

Tabela 34 – Número de pessoas examinadas, número de casos positivos e proporção de casos positivos de tracoma entre os examinados - Roraima, 2002 a 2015 Indicadores 2002 2003 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Pessoas examinadas (N)

1.028 6.650 2.252 598 1.367 2.856 3.829 1.037 6.045 4.695 7.122

Casos positivos (N)

81 289 268 212 523 264 1.191 259 661 961 606

Proporção de casos positivos (%)

7,87 4,34 11,90 35,45 38,25 9,24 31,10 24,97 10,9 20,46 8,51

Fonte: SINAN, Relatórios do Núcleo de Controle do Tracoma/DVE/CGVS/SESAU/RR e Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima de 2014.

O Programa de Controle do Tracoma foi implantado em Roraima no final de 2001, e as primeiras ações de estruturação e pesquisas começaram em 2002 com a realização do inquérito em escolares de Boa Vista. Foram examinados 1.028 escolares e diagnosticados 81 casos de tracoma inflamatório (TF e/ou TI) com a prevalência de 7,87% (RORAIMA, 2014).

Em 2003 o inquérito em escolares foi realizado em parceria com o Ministério da Saúde (MS) e Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) nos municípios de Alto Alegre (17 casos), Amajarí (5), Bonfim (56), Cantá (35), Caracaraí (28), Caroebe (11), Iracema (26), Mucajaí (18), Normandia (11), Pacaraima (3), Rorainópolis (39), São João da Baliza (21), São Luiz (11) e Uiramutã (8), correspondendo 93,3% (14/15) dos municípios, incluindo escolas indígenas, e revelaram taxas de prevalência média no estado de 4,34% (289 diagnósticos/6.650 examinados) com taxas de detecção variando de 1,12% a 12,7%. Os municípios de Bonfim e São João da Baliza apresentaram as maiores taxas de detecção (BRASIL, 2007).

Nos anos de 2007 e 2010 o inquérito ocorreu somente em Boa Vista e a prevalência foi de 11,9% (268/2.252) em 2007 e 9,24% (264/2.856) em 2010 (RORAIMA, 2014).

Em 2008 e 2009 ocorreram inquéritos nos municípios de Boa Vista (52 e 365 casos), Cantá (15 e 11), Caroebe (99 e 4), Pacaraima (23 e 72) e Uiramutã (23 e 71), correspondendo a 33,3% (5/15) dos municípios e a prevalência foi de 35,45% (212/598) em 2008 e 38,25% (523/1.367) em 2009 (RORAIMA, 2014).

Page 90: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Em 2011 os inquéritos foram realizados em Boa Vista (202), Mucajaí (16), Normandia (3), Pacaraima (9) e Uiramutã (961), 33,3% (5/15) dos municípios e a prevalência encontrada de 30,4% (1.164/3.829) (RORAIMA, 2014).

Em 2012 ocorreram inquéritos nos municípios de Boa Vista (239), Cantá (6), Caroebe (2), São Luiz (8) e Uiramutã (4) e corresponderam 33,3% (5/15) dos municípios e a prevalência de 24,97% (259/1.037) (RORAIMA, 2014).

Em 2013, foram notificados 18.321 casos de tracoma no Brasil. Em rastreamentos realizados em localidades de maior risco, o percentual de positividade para o País foi de 4,2%. As UF com maiores proporções foram Goiás (11,2%), Roraima (10,9%) e Sergipe (9,6%) (BRASIL, 2013). Neste ano, Roraima examinou 6.050 pessoas para tracoma nos municípios de Boa Vista (606), Cantá (40) e Uiramutã (15) totalizando 661 casos de tracoma e prevalência de 10,92% (RORAIMA, 2014).

No ano de 2014 ocorreram inquéritos em 33,3% (5/15) dos municípios. Boa Vista registrou 410 casos de tracoma, Pacaraima 315, Uiramutã 116, Amajarí 113 e Alto Alegre 7 casos. A prevalência foi de 20,46% (961/4.965) (RORAIMA, 2014).

Em 2015 houve inquérito/campanha do tracoma em sete (46,66%) municípios do Estado de Roraima e foram examinadas 7.122 pessoas (incluídos inquéritos realizados nos DSEIs Leste e Yanomami), o maior número desde o início do registro da doença no SINAN NET em 2007, e foram confirmados 606 casos de tracoma alcançando a prevalência para o estado de 8,61%. Esses indicadores epidemiológicos demonstram que Roraima necessita de uma ação efetiva de busca ativa, monitoramento, tratamento e avaliação do pacientes diagnosticados com tracoma.

Figura 55 - Número de casos de tracoma em Roraima - 2002 a 2015 Fonte: SINAN, Relatórios do Núcleo de Controle do Tracoma/DVE/CGVS/SESAU/RR e Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima de 2014.

Em Roraima devido à alta prevalência o tracoma deve permanecer como diagnóstico diferencial de conjuntivite folicular crônica em crianças e adolescentes, e para obtenção da certificação de eliminação do tracoma como causa de cegueira foram realizados inquéritos em escolares da rede pública para diagnóstico e tratamento com o objetivo de interromper a cadeia de transmissão da doença desde 2002; implantação das ações de educação em saúde na Estratégia da Saúde da Família

2002 2003 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Examinados 1028 6650 2252 598 1367 2856 3829 1037 6050 4695 7122Tracoma 81 289 268 212 523 264 1191 259 661 961 606

010002000300040005000600070008000

Page 91: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

(ESF) visando à prevenção do tracoma com a melhoria de cuidados corporais, de higiene pessoal e familiar com destaque para lavagem facial pelas crianças; e implantação da busca ativa de Triquíase Tracomatosa (TT) pela ESF e encaminhamento para a cirurgia (RORAIMA, 2014).

Neste contexto, destacamos a necessidade de capacitação dos profissionais da ESF de todos os municípios para o diagnóstico do tracoma, o que possibilitará a detecção e tratamento. A participação da Atenção Primária de Saúde é fundamental para a vigilância e o controle do tracoma com vistas a sua eliminação como causa de cegueira. A ESF adotada na política de atenção do Sistema Único de Saúde constitui-se em poderosa estratégia de acesso das populações mais vulneráveis, identificando áreas geográficas de maior risco, contribuindo para um melhor acesso ao tratamento e às ações educativas de promoção e de prevenção de doenças (BRASIL, 2014).

Por outro lado à intensificação das ações preventivas referentes às vias de transmissão mais eficazes que são a melhoria das condições de saneamento básicas, incluindo-se o controle dos vetores, melhorias da habitação, do acesso à água, do destino adequado dos dejetos e da qualidade de vida da população, por meio de articulação com os setores de saneamento e ambiental são fundamentais (BRASIL, 2014).

Uma grande dificuldade encontrada pelos serviços de atenção à saúde deve-se ao pouco conhecimento da ocorrência, da freqüência e da distribuição da doença por parte dos gestores e dos profissionais de saúde. Diante desta necessidade, é fundamental a sensibilização dos gestores e a capacitação dos profissionais de saúde. As equipes de vigilância epidemiológica e de atenção básica devem atuar, de forma integrada, para a adoção de medidas de prevenção e controle com vistas ao controle e à eliminação da doença como causa de cegueira (BRASIL, 2014). Referências bibliográficas: BRASIL. Ministério da Saúde.Sistema Nacional de Vigilância em Saúde – Relatório de Situação Roraima, 3ª edição, Brasília, 2007. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação em Saúde. Saúde Brasil 2013: uma análise da situação e das doenças transmissíveis relacionadas à pobreza. Brasília, 2014. 384 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância do tracoma e sua eliminação como causa de cegueira, 2ª Ed. – Brasília, 2014. 52 p. RORAIMA. Secretaria de Saúde do Estado de Roraima. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima de 2014.

Page 92: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

4.16 DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS – NCDANTS 4.16.1 PROJETO VIDA NO TRÂNSITO

O Projeto Vida no Trânsito (PVT) faz parte da iniciativa internacional denominada ‘Road Safety in Ten Countries’ (RS 10), formada por um consórcio das seguintes instituições: OMS; OPAS; Association for Safe International Road Travel (ASIRT); EMBARQ; Global Road Safety Partnership (GRSP); Johns Hopikins Bloomberg School of Public Health (JHU); World Bank Global Road Safety Facility (GRSF); e Bloomberg Philanthropies, 5 esta que é uma das instituições financiadoras do projeto juntamente com os recursos próprios dos países. Essa iniciativa está presente em dez países no mundo – Federação Russa, China, Turquia, Egito, Vietnam, Camboja, Índia,Quênia, México e Brasil.

Do total de vítimas fatais no trânsito mundial, 62% ocorrem em dez países na seguinte ordem de magnitude: Índia, China, Estados Unidos, Rússia, Brasil, Irã, México, Indonésia, África do Sul e Egito (Organização Mundial da Saúde – OMS 2009).

O comprometimento do Governo Brasileiro em desenvolver o Projeto no país tem como propósito enfrentar a grave situação dos acidentes de trânsito, descrita anteriormente, a partir de ações nacionais, estaduais e municipais, procurando desenvolver e aprimorar estratégias de segurança no trânsito bem sucedidas, possíveis de serem apropriadas pelos municípios e Estados. O Projeto é mais uma estratégia dentro do conjunto de intervenções que farão parte do Plano Nacional da Década de Ações de Segurança.

No Brasil a implantação do Projeto Vida no Trânsito (PVT) deu-se através da Portaria Interministerial nº 2.268, de 10/08/2010, sendo o Ministério da Saúde o responsável pela coordenação dessa comissão, com dois fatores de risco prioritários dessa comissão: velocidade e álcool. Em 2011, foi registrado no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) um total de 43.256 óbitos por Acidentes de Transporte Terrestre (ATT). Desse total, 82,3% foram homens e entre estes, 38,8% se encontrava na faixa de idade de 20 a 39 anos. (Epidemiol.Serv.Saúde, Brasilia,2013) www.paho.org/.../index.php?...opas...projeto-vida-no-transito/ Fonte: Ministério da Saúde/Adriano Schimit

Fontes do Ministério da Saúde (43.075 óbitos e 201.000 feridos hospitalizados em 2014) e o Seguro DPVAT (em 2015, 42.500 indenizações por morte e 515.750 por invalidez).

O gráfico abaixo mostra a evolução do número de óbitos registrados pelo Ministério da Saúde de 2004 a 2014, com aumento de 1,9% no último ano.

Page 93: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Vias Seguras <[email protected]>

Comparação com Outros Dados

A Seguradora Líder, entidade gestora do seguro obrigatório DPVAT, fornece estatísticas referentes às indenizações pagas por morte.

Também, até 2006, o DENATRAN publicou Anuários Estatísticos a partir dos Boletins de Ocorrência estabelecidos pela Polícia.

O gráfico abaixo mostra a comparação entre os dados provenientes destas três fontes:

Neste gráfico, a curva "DPVAT" representa o número de indenizações pagas cada ano. Isto não corresponde ao número de óbitos ocorridos no ano, pois certos processos de indenização podem levar vários anos. A forma irregular da curva traduz unicamente a evolução dos processos administrativos de indenização, sem nada a ver com a evolução do número de ocorrências.

Ao contrário, a curva "DATASUS" representa o número de óbitos registrados pelo Ministério da Saúde cada ano.

Page 94: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

O gráfico mostra que, no período 2002-2014, o número de mortos no trânsito, indenizados pelo DPVAT, foi superior ao número registrado no âmbito do Sistema Único de Saúde. Entre 2002 e 2014, a diferença foi, em média, de 35%.

Dados sobreos Feridos Graves

O gráfico abaixo mostra a evolução, de 2002 a 2014, de dois indicadores referentes aos feridos que sofreram lesões graves:

A curva "DATASUS" representa o número de pessoas que foram internadas em hospital em decorrência de acidentes de trânsito.

A curva "DPVAT" representa o número de pessoas que foram indenizadas por invalidez permanente cada ano. Isto não corresponde ao número de lesões ocorridas no ano, pois certos processos de indenização podem levar vários anos. A grande diferença entre as ordens de grandeza dos números de indenizações antes e depois 2007 pode se dever a uma maior facilidade de acesso ao seguro a partir daquele ano.

Estes dois indicadores têm a ver com a gravidade das lesões, porém os valores dos últimos anos são tão diferentes que não é possível tirar deles, diretamente, uma avaliação do número de feridos graves. Uma análise comparativa mais detalhada seria necessária.

Estatísticas do Seguro DPVAT

O DPVAT indenizou, em média, 52.000 sinistros de morte de 2002 a 2014. Este número passou a 42.500 em 2015.

O número de indenizações por invalidez permanente cresceu de forma explosiva a partir de 2004, chegando a 596.000 em 2014.

Em 2015, os três números de indenizações - por morte, por invalidez permanente e por despesas médicas – diminuíram significativamente.

Page 95: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Estatísticas de Acidentes em Boa Vista- Roraima

Em Boa Vista, Roraima o projeto surgiu em 2012, com objetivo de fortalecer as

ações de segurança no Trânsito e reduzir os índices de óbitos em acidentes. Um dos pontos do PVT,é a qualificação das informações, identificando os fatores de risco e pontos críticos de maior ocorrência de acidentes.

Mesmo com as intensas campanhas de conscientização e maior rigor da fiscalização, o número de acidentes em Roraima ainda é preocupante. Conforme o setor de estatística do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), de janeiro a junho do ano de 2015, o número de acidentes de trânsito sofreu um aumento de 19% em relação ao mesmo período do ano de 2014.

De acordo com a autarquia, no primeiro semestre de 2015, foram contabilizados 2.342 acidentes em todo o Estado. No mesmo período do ano de 2014, foram registrados 1.966. Apesar disso, houve diminuição de mortes no trânsito. No primeiro semestre de 2014, foram totalizadas 95 mortes, e em 2015, foram 85 mortes. Uma queda de 10,5% no número de óbitos. Fonte:folhabv.com.br/noticia/Roraima-registra-aumento-no-numero-de-acidentes-de-transito/10612

Avaliação do Número de Mortos no Trânsito

Detran: 146 mortos em 2011, 164 em 2012, 188 em 2013;

Ministério da Saúde (DATASUS), óbitos ocorridos no Estado: 135 em 2011, 149 em 2012, 152 em 2013; 146 em 2014;

DPRF, mortos nas rodovias federais do Estado: 35 em 2011, 28 em 2012; SIM/DVE/CGVS/SESAU-RR: 135 mortes por acidente de transporte em 2010,

138 em 2011, 153 em 2012, 162 mortes em 2013, 154 em 2014, 176 em 2015. Fontes: DETRAN, DATASUS, DPRF, SIM.

Page 96: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Fonte: www.vias-seguras.com/os_acidentes/estatisticas/estatisticas_nacionais

Os dados de Roraima de acordo com a frequência de óbito segundo município de ocorrência por acidente de transporte, aponta o município de Boa Vista como maior porcentagem, seguido por Rorainópolis e Mucajaí.

Figura 56 - Proporção de Acidentes de Transporte por Município de Residência Roraima 2010 a 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Uiramutã 0,5 0 0,6 0 0 0,6São Luiz 0,7 0 0,6 1,2 2,6 1,2S.J.Baliza 0 0 0,6 0,6 2,6 1,2Rorainópolis 4,4 5 9,8 6,1 10,4 7,3Pacaraima 4,4 0,7 0,6 0 1,3 1,2

Normandia 0,7 1,4 0 0 1,3 1,8Mucajaí 0,7 2,9 3,9 1,8 3,2 5,5

Iracema 5,9 2,1 0,6 0,6 2,6 3caroebe 0,7 0 0,6 0,6 0,6 2,4Caracaraí 3,7 3,6 5,2 5,5 3,2 4,2Cantá 3 6,5 6,5 1,8 3,2 3,6Bonfim 2,2 2,9 3,26 0,6 3,2 4,9

Boa Vista 68,6 71 62,7 75,9 63 59,5Amajarí 0,7 2,1 1,3 1,2 0,6 1,8

Alto Alegre 3,7 1,4 3,9 3,7 4,5 1,2

0102030405060708090

100

%

Page 97: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Tabela 35 - População residente e frota de veículos registrada, Boa Vista, 2000 a 2015

Fonte: Elaborado pelo Setor de Estatística da SMST com dados do DENATRAN e (IBGE)

Obs: *Estimativa do IBGE (2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2008, 2009, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015).

ESPECIFICAÇÃO ANO

2001 2002 2003 2004 2005 2006* 2007* 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

POPULAÇÃO 208.514 214.541 221.027 236.319 242.179 249.655 249.853 260.930 266.901 284.258 290741 296.959 308.996 314.900 326.419

FROTA 40.207 45.390 51.602 56.639 60.546 66.754 77.656 88.281 99.316 112.724 124.235 134.915 145.678 156.708 166.867

MOTO 15.841 18.564 22.000 24.986 27.210 31.233 36.634 42.395 47.629 53.583 59.125 63.850 68.372 72.556 76.059

AUTOMÓVEL 20.655 22.142 24.133 25.671 26.258 27.384 29.695 31.742 35.991 41.202 45.008 48.794 52.974 57.494 61.828

CAMINHONETE 1.061 1.721 2.111 2.416 3.351 4.246 7.044 9.478 10.544 12.167 13.684 15.103 16.591 18.216 19.769

CAMINHÃO 1.800 1.898 2.084 2.160 2.183 2.196 2.350 2.404 2.545 2.724 2.909 3.068 3200 3.362 3.537

UTILITÁRIO 1 2 18 28 54 69 148 250 306 458 616 722 815 932 1.018

SEMI-REBOQUE 271 352 436 506 527 562 598 628 684 613 675 739 802 857 964

REBOQUE 93 106 143 178 210 249 289 337 381 566 598 636 706 823 962

ÔNIBUS 169 246 275 299 349 366 397 505 527 585 622 641 678 746 822

MICRO-ÔNIBUS 126 135 160 171 182 204 232 267 308 337 360 394 435 470 492

OUTROS 190 224 242 224 222 245 269 275 401 489 638 968 1.105 1.252 1.416

Page 98: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Figura 57 - Comparativo do Crescimento Anual da Frota de Veículos de Boa Vista 2001-2015

Figura 58 - Comparativo do Crescimento Anual da Frota de Motos de Boa Vista 2001-2015

Figura 59 - Comparativo do Crescimento Anual da Frota de Automóveis de Boa Vista 2001-2015 Fonte: Frota (DENATRAN) e organização SMST

12,9 13,7

9,86,9

10,3

16,313,7 12,5 13,5

10,28,6 8,0 7,6

6,1

17,2 18,5

13,6

8,9

14,0817,3 15,7

12,03 12,510,3

8 7,1 6,1 4,6

7,29,0

6,4

2,34,3

8,46,9

13,4 14,5

9,2 8,4 8,6 8,5 7,0

Page 99: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

99

Tabela 36 - Informações gerais e indicadores de trânsito município de Boa Vista 2015

POPULAÇÃO1: 326.419 Habitantes FROTA REGISTRADA2: 166.867 Veículos VEÍCULOS3:

Motos 76.059 45,5% Automóveis 61.828 37,0% Caminhonete 19.769 11,8% Caminhão 3.537 2% Utilitário 1018 0,6% Semi-Reboque 964 0,5% Reboque 962 0,5% Semi Reboque 964 0,5% Ônibus 822 0,5% Micro-Ônibus 492 0,3% Outros 1416 0,9% Total 166.867 100%

1 O Município de Boa Vista concentra 63% da população do Estado de Roraima. 1 O Município de Boa Vista concentra 88% da frota de veículos do Estado de Roraima. 1 Neste indicador as camionetas são agrupadas junto com os automóveis e as motonetas junto com as motocicletas em “Motos”.

4.16.2 REGISTRO DE CÂNCER DE BASE POPULACIONAL-RCBP- RORAIMA

O Registro de Câncer de Base Populacional – (RCBP) constitui-se de uma ferramenta de vigilância e monitoramento das neoplasias. Tendo como objetivo: coletar, analisar e classificar as informações de todos os casos novos de cânceres, a fim de produzir estatísticas epidemiológicas dos diferentes tipos de neoplasias dessas ocorrências em uma população definida.

No Brasil, há atualmente 27 (vinte e sete) RCBP implantados, esses registros representam uma importante fonte de informações sobre a incidência do câncer no Brasil. A partir dos dados gerados pelo RCBP, estima-se a incidência desta patologia por áreas geográficas, esses dados são encaminhados periodicamente via sistema para o Instituto Nacional do Câncer- INCA e Ministério da Saúde.

Descrição do RCBP Roraima

Os registros de câncer são fontes imprescindíveis para o desenvolvimento de pesquisas epidemiológicas e clínicas, como também para planejamento e avaliação das ações de controle. Os Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) surgiram no Brasil em fins dos anos 1960 por iniciativas que buscavam a obtenção de informações sobre morbidade por câncer no país, como se verificava em diversas partes do mundo. No início dos anos 1980 surgia no INCA o primeiro Registro Hospitalar de Câncer (RHC) brasileiro.

Os RCBP produzem informações que permitem descrever e monitorar o perfil da incidência, enquanto os RHC reúnem informações que têm por finalidade a avaliação da qualidade da assistência prestada a pacientes atendidos em determinado hospital ou num conjunto de hospitais. Fonte: www1.inca.gov.br/situacao/arquivos/acoes_vigilancia.pdf)

1 O Município de Boa Vista concentra 63% da população do Estado de Roraima. 2 O Município de Boa Vista concentra 88% da frota de veículos do Estado de Roraima. 3 Neste indicador

com os automóveis e as motonetas junto com as motocicletas em “Motos”.

Page 100: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

100

O RCBP Roraima integra a rede de informações do Instituto Nacional do Câncer, todos os procedimentos desenvolvidos baseiam-se nas normas de padronização recomendadas pela IARC/OMS, cujos objetivos: I - Coleta ativa em todas as fontes de notificadoras do RCBP, nas quais serão identificados todos os tumores malignos diagnosticados no ano definido; II - Adotar condutas padronizadas conforme determinação do INCA/MS; III – Criar e executar relatórios operacionais e não operacionais; IV – Analisar as informações de forma integrada, de modo a contribuir para o planejamento, monitoramento e avaliação das ações oncológicas, bem como para a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis.

O RCBP notifica os casos de qualquer indivíduo residente em Roraima, com a confirmação e diagnóstico de neoplasia maligna por meio de exames anatomopatológicos, citológicos, hematológico, histológico, exploração cirúrgica, por imagem, exame clínico ou por outro meio diagnóstico com parecer médico, e casos de óbitos por câncer. Fontes de informações: Registros de Câncer de Base Populacional do Estado

Contribuição de Casos Definitivos por Fonte de Notificação

Para que o registro de câncer de base populacional possa desenvolver e cumprir suas atividades operacionais através da alimentação do sistema interligado com o Instituto Nacional do Câncer, é importante a colaboração das fontes notificadoras, para este registro. Temos como colaboradores o Centro de Atenção ao Paciente Oncológico, Centro de Referência da Saúde da Mulher, Hospital Coronel Mota, Hospital da Criança Santo Antônio, Hospital Geral de Roraima, Laboratório Central de Patologia Estadual, Laboratório de Cito Patologia Municipal, Laboratório de Citopatologia Estadual, Laboratório de Patologia e Análises Clinicas Lapac, Laboratório Nossa Senhora de Fátima, Registro Hospitalar de Câncer, Sistema de Informação de Mortalidade e Siscolo.

Tabela 38 - Características Gerais do Banco de Dados, a Base de Análise são Informações do Registro de Câncer de Base Populacional 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 TOTAL

COLO DO ÚTERO 288 296 418 263 40 98 282 1685 PELE 100 106 200 206 120 163 94 989 PRÓSTATA 27 35 77 56 44 66 63 368 MAMA 21 21 30 23 35 10 0 140 FÍGADO 11 13 0 0 0 0 0 24 RETO 10 0 0 0 0 12 0 22 PULMÃO 0 13 17 15 15 0 0 60 TIREÓIDE 0 11 0 13 0 0 0 24 ESTÔMAGO 0 24 18 0 19 22 0 83 NIC II 0 0 0 0 0 248 153 401 PÊNIS 0 0 0 0 0 15 0 15 OVÁRIO 0 0 0 0 0 12 0 12 TOTAL 457 519 760 576 273 646 592

Fonte: Registro de Câncer de Base Populacional Tabela 1 – Distribuição de casos analíticos de tumores por topografia dos anos de 2006 a 2012.

Page 101: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

101

A tabela acima indica a incidência de casos de câncer do colo do útero no período de 2006 a 2012 no estado de Roraima. Verifica-se um alto índice de câncer do colo do útero no Estado.

No ano de 2005, o trabalho de busca ativa, análise de prontuários e mapeamento de novas fontes, continua sendo realizado com algumas dificuldades em relação ao acesso a essas informações, em virtude de sua complexidade.

4.16.3 VIOLÊNCIA INTERPESSOAL E AUTOPROVOCADA

No Brasil e no mundo, o impacto da morbimortalidade por causas externas (violências e acidentes) constitui uma das maiores preocupações para chefes de Estado e dirigentes do setor saúde. O incremento da mortalidade por violências e acidentes, assim como do número de internações e de sequelas devido, principalmente, a homicídios, acidentes de transporte terrestre e quedas têm contribuído significativamente para a redução da expectativa de vida de adolescentes e jovens e da qualidade de vida da população. O fenômeno das violências e acidentes pode ser considerado endêmico em muitos países, entre os quais o Brasil, tornando-se um grave problema de saúde pública.

O MS, reconhecendo que as violências e os acidentes exercem grande peso social e econômico, em especial, sobre o Sistema Único de Saúde – SUS, e que as intervenções pautadas na vigilância, prevenção e promoção da saúde são fundamentais para o enfretamento desse problema, assumiu a responsabilidade de implantar, em 2001, a Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências.

Em 2006, as ações de prevenção de violências e acidentes e de promoção da saúde e cultura de paz foram priorizadas na Política Nacional de Promoção da Saúde. Para consolidar a implementação dessas políticas, especialmente no tocante à vigilância epidemiológica de violências e acidentes, o MS publica este Instrutivo para o preenchimento da Ficha de notificação/investigação individual de violência doméstica, Sexual e/ou Outras Violências, cujo objetivo é subsidiar os profissionais de saúde e de outros setores que atuam nos serviços de atendimento às pessoas que sofreram ou que vivem em situações de violências para um preenchimento mais padronizado dessa ferramenta de coleta de dados. Secretaria de Vigilância em Saúde/MS 6 A Ficha de notificação/investigação individual de violência doméstica, sexual e/ou outras violências e seu Instrutivo para o preenchimento foram construídos em colaboração com gestores e profissionais de saúde do MS e de outras instituições governamentais das três esferas que compõem o SUS, de instituições de ensino e pesquisa e parcerias não governamentais.

Essa ficha é composta por um conjunto de variáveis e categorias que retratam as violências perpetradas contra si (violências autoprovocadas), contra outra pessoa ou contra grupos populacionais (violências interpessoais), conforme a definição de caso contida nesse instrutivo. Este instrutivo refere-se à Ficha de notificação/investigação individual de violência doméstica, sexual e/ou outras violências do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan Net. O aplicativo de entrada de dados no Sinan foi desenvolvido pelo Datasus/MS, no segundo semestre de 2008, em parceria com a Gerência Técnica do Sinan e com a Área Técnica de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes, e tem como objetivos específicos coletar, transmitir e consolidar dados gerados rotineiramente pela

Page 102: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

102

vigilância epidemiológica dos agravos de notificação compulsória, fornecendo informações para tomada de decisão e análise do perfil da morbidade da população nas três esferas de governo, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS. A coordenação nacional das ações de promoção, prevenção e vigilância de violências e acidentes – Viva e do Sinan é de responsabilidade da Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS, do MS, por meio da Coordenação Geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis – CGDANT, do Departamento de Análise de Situação em Saúde – Dasis e da Gerência Técnica do Sinan, da Coordenação Geral de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde Pública – CGVR e do Departamento de Vigilância Epidemiológica – Devep, respectivamente. Essas ações são articuladas e desenvolvidas no âmbito do SUS com as secretarias de Saúde de estados e municípios. VIVA: Instrutivo da Notificação de Violência Doméstica, Sexual e outras Violências. Fonte:bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/viva_instrutivo_notificacao_violencia_domestica.pdf

A vigilância de violências e acidentes tem o objetivo de subsidiar ações de enfrentamento dos determinantes e dos condicionantes das causas externas, que se tornaram objeto de vigilância e de prevenção em saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a coordenação do Ministério da Saúde numa perspectiva intersetorial, priorizando-se os grupos em situação de vulnerabilidade, com base no direito à saúde e à vida, incentivando a formação de redes de atenção e proteção às pessoas vítimas de violências e acidentes, buscando, desta forma, garantir a atenção integral, a promoção da saúde e a cultura de paz.

Este monitoramento tem subsidiado a elaboração de políticas públicas e de ações de saúde que estão voltadas para o enfrentamento desses problemas. Fonte: portalsaude.saude.gov.br

Figura 61 - Comparativo do Crescimento Anual de Fichas de Notificações Compulsórias das Violências Interpessoais e Autoprovocadas em Boa Vista 2009-2015 Fonte: DANTS/DVE/CGVS/SESAU/SINAN

735

839788

507

671

507423

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

Ano 2015 Ano 2014 Ano 2013 Ano 2012 Ano 2011 Ano 2010 Ano 2009

Page 103: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

103

5 MORTALIDADE

As informações sobre a mortalidade permitem saber o número de óbitos, a causa da morte, as condições da morte, entre outros indicadores de saúde, e permite ainda estabelecer atividades de vigilância epidemiológica de agravos determinados, análises de condições de vida a partir de indicadores de saúde, avaliação do impacto de ações de saúde, e tendências ao longo do tempo. O perfil das causas de morte no Brasil tem mudado de forma importante nas últimas décadas. A transição epidemiológica e demográfica vem ocorrendo de forma acelerada. O envelhecimento populacional e a redução das causas de morte por desnutrição, doenças infecciosas e parasitárias, materno-infantil, além do crescimento acelerado das mortes por doenças crônicas e causa externa vêm delineando um novo cenário para a atuação da política pública (BRASIL, 2014). A política de saúde deve responder a novas necessidades de ofertas de serviços, à prevenção de doenças e à promoção da saúde. Por outro lado, a desigualdade regional ainda é significativa, com as regiões menos desenvolvidas apresentando uma transição mais lenta que as regiões mais ricas, ou seja, com maior mortalidade por doenças infecciosas e materno-infantil e menor mortalidade por doenças crônicas (BRASIL, 2014). O aumento da população idosa em decorrência, principalmente, do importante declínio nas taxas de fecundidade a partir da década de 1960, combinado com o aumento da esperança de vida, também têm reflexos sobre o perfil das causas de morte. As causas relacionadas aos problemas circulatórios e respiratórios e às neoplasias, com maior incidência nas faixas etárias mais idosas, apresentam importância cada vez maior na composição da mortalidade (BRASIL, 2014). As transformações na estrutura de causas de morte, por sua vez, têm afetado o padrão etário da mortalidade da população brasileira. Isso ocorre especialmente nos locais onde os óbitos por causas externas são mais freqüentes, uma vez que essas causas afetam mais homens jovens-adultos (15 a 39 anos de idade), têm tido impacto reduzindo a expectativa de vida dos homens. O aumento da importância das causas externas ocorre paralelamente ao declínio da mortalidade infantil e na infância (BRASIL, 2014). Considerando que o Brasil apresenta complexidade e desigualdade no perfil de mortalidade, é fundamental analisar a composição da mortalidade segundo sexo e grupos de idade, além das causas de morte. A análise da desigualdade geográfica é fundamental para reorientar as prioridades de prevenção e de tratamento das doenças que mais matam (BRASIL, 2014).

5.1 INDICADORES DE MORTALIDADE A taxa de mortalidade geral (TMG) mede o risco de morte por todas as causas em uma população de um dado local e período.

Page 104: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

104

A TMG inferior a 4 por mil habitantes indica precariedade na cobertura das informações de mortalidade. A padronização da taxa permite controlar ou isolar o efeito de determinadas características que esteja afetando comparação entre populações diferentes. Na região Norte, em 2012, a TMG foi de 4,3 por mil habitantes e no Brasil de 6,1 (BRASIL, 2013). Em Roraima, no período de 1990 a 2015 a TMG por mil habitantes, permaneceu praticamente estável, acima de 4 por mil habitantes, variando de 4,10 por mil habitantes em 1990 para 4,29 por mil habitantes em 2015 com pequenas oscilação no período. A TMG teve redução de 2,4% no período de 1990 (4,19/1.000 habitantes) a 2014 (4,09/1.000 habitantes) e aumento de 4,8% na comparação com 2015 (4,29/1.000 habitantes). Com relação ao número absoluto de óbitos houve um aumento de 153,6% no período passando de 855 óbitos em 1990 para 2.169 em 2015.

Tabela 39 – Taxa de mortalidade geral de Roraima e Brasil, 1990 a 2015

ANO RORAIMA BRASIL

N° DE ÓBITOS POPULAÇÃO RESIDENTE

TAXA DE MORTALIDADE (POR MIL HAB.)

TAXA DE MORTALIDADE (POR

MIL HAB.) 1990 855 203.977 4,19 - 1991 818 217.583 3,75 - 1992 769 225.939 3,00 - 1993 783 241.092 3,24 - 1994 935 251.792 3,71 - 1995 967 262.194 3,68 - 1996 1.029 247.131 4,16 - 1997 926 254.498 3,63 - 1998 1.095 260.701 4,20 - 1999 1.096 266.914 4,10 - 2000 1.265 324.397 3,89 6,67 2001 1.275 337.253 3,78 6,56 2002 1.232 346.866 3,55 6,44 2003 1.494 357.296 4,18 6,35 2004 1.503 367.701 4,08 6,27 2005 1.517 391.318 3,87 6,20 2006 1.594 403.340 3,95 6,14 2007 1.594 415.281 3,83 6,10 2008 1.544 412.783 3,74 6,07 2009 1.601 421.497 3,79 6,05 2010 1.703 450.479 3,78 6,03 2011 1.663 460.165 3,61 6,02 2012 1.873 469.524 3,98 6,03 2013 2.024 488.072 4,14 6,04 2014 2.036 496.936 4,09 6,06 2015 2.169 505.665 4,29 6,08

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: IBGE (Censo e estimativas populacionais). Taxa bruta de mortalidade por mil habitantes – IBGE. Em 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. Em 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos à alteração. - Sem informação.

Page 105: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

105

Figura 62 – Taxa de mortalidade geral (por 1.000 mil habitantes). Roraima, 1990 a 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: IBGE (Censo e estimativas populacionais). Taxa bruta de mortalidade por mil habitantes – IBGE. Em 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado.. Em 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos à alteração.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

TMG 4,19 3,75 3 3,24 3,71 3,68 4,16 3,63 4,2 4,1 3,89 3,78 3,55 4,18 4,08 3,87 3,95 3,83 3,74 3,79 3,78 3,61 3,98 4,14 4,09 4,29

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

Page 106: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

106

5.2 MORTALIDADE POR MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA Na análise da mortalidade por grupos de causas e município de residência em 2015

(Tabela 40 e Figura 63), 64,6% (1.400/2.167) dos óbitos ocorrem em Boa Vista, seguido de Caracaraí com 4,75% (103/2.167) e Alto Alegre com 4,47% (97/2.167). 5.3 MORTALIDADE POR FAIXA ETÁRIA A mortalidade proporcional por idade mostrou que ainda persistem desigualdades regionais. A Região Norte mostrou maior mortalidade proporcional de menores de 1 ano, chegando a 7% da mortalidade, assim como mostrou maior percentual de mortes de adultos jovens (20 a 39 anos) chegando a 8%. Por outro lado, essa região também mostrou menor mortalidade dos adultos maiores de 80 anos, somente 20% das mortes corresponde a adultos nessa faixa etária (BRASIL, 2014). A Região Sul ocupa o outro extremo, com 2% de mortes de menores de 1 ano , 27% de mortes entre os maiores de 80 anos e 4% das mortes entre 20 e 39 anos de idade (BRASIL, 2014). O Amapá foi o Estado da Região Norte com maior proporção de mortes de menores de 1 ano, chegando a 12%, além da menor proporção de mortes entre os maiores de 80 anos (17%), caracterizando alta mortalidade infantil e baixa expectativa de vida. Por outro lado, o Tocantins mostrou um percentual de mortes de menores de 1 ano de 3% e de maiores de 80 anos de 23% . Os estados do Amapá, Pará e Roraima tiveram 9% da mortalidade entre adultos jovens de 20 a 29, sendo as maiores da região, a menor mortalidade proporcional nesta faixa etária foi em Tocantins. É importante observar que mortalidade nesta faixa etária foi alta em todos os estados (BRASIL, 2014). Observou-se que as causas de morte e o risco de morrer variaram segundo a faixa etária e o sexo. Dados do Brasil mostram que entre os menores de 1 ano a causa mais importante de morte , com um risco bastante elevado, foram as causas perinatais, em segundo foram as malformações congênitas e em terceiro a pneumonia e a influenza. Na faixa etária de 1 a 9 anos, ainda, a pneumonia e a influenza e as malformações congênitas mostraram-se importantes, sendo a primeira e a segunda causas de morte neste grupo, respectivamente, e a terceira causa foi o acidente de transporte terrestre (BRASIL, 2014). Na faixa etária de adolescentes (10 a 19 anos) as três primeiras causas de morte para os homens e as duas primeiras para as mulheres foram causas externas. Para os homens, o homicídio foi a primeira causa e para as mulheres foi o acidente de transporte terrestre. Entre as mulheres, a leucemia foi a terceira causa de morte (BRASIL, 2014). As causas de morte na faixa etária de 20 a 39 anos foram similares para homens e mulheres, as duas primeiras causas são as mesmas dos adolescentes, a terceira causa foi HIV/aids. É importante frisar que, apesar das similaridades das causas de morte entre homens e mulheres, o risco de morte foi muito maior para os homens. Para os homicídios, a diferença chega a ser de nove vezes e para HIV/aids duas vezes (BRASIL, 2014).

Entre os adultos jovens (20 a 39 anos) o estado de Roraima registrou a proporção de 15,5% (336/2.167), em 2015, acima da média de 2013 das Regiões Norte (8%), Nordeste

Page 107: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

107

(6%), Centro Oeste (6,5%), e Sul e Sudeste (4,5%), ambas (BRASIL, 2014). A mortalidade proporcional por idade pode ser representada em gráfico, através da curva de mortalidade proporcional (ou curva de Nélson de Moraes). Essa curva reflete uma rápida visualização do estado de saúde da população, em que uma proporção superior a 50% dos óbitos no grupo de 50 anos ou mais, indica um melhor nível de saúde. A doença isquêmica do coração e a cerebrovascular estão entre as duas primeiras causas de morte para homens e mulheres na faixa etária de 40 a 59 anos. A terceira causa entre mulheres foi o câncer de mama, e entre os homens a cirrose e outras doenças do fígado (BRASIL, 2014). O risco de morte pelas doenças do aparelho circulatório para homens foi mais alto que para as mulheres, chegando a duas vezes para a doença isquêmica do coração (BRASIL, 2014). Na faixa etária de 60 anos e mais, as duas primeiras causas de morte foram as doenças do aparelho circulatório (isquêmicas e cerebrovascular), a diferença para a faixa etária de 40 a 59 anos é que os riscos foram consideravelmente maiores. A terceira causa foi diferente para homens e mulheres, para homens foi a pneumonia e a influenza e para as mulheres foi a diabetes. É importante ressaltar que, mesmo nesta faixa etária, o risco de morte para os homens para doenças do aparelho circulatório mostrou-se maior que o risco de morte para as mulheres (BRASIL, 2014).

Em Roraima, na análise da mortalidade proporcional por faixa etária (Figura 64), no período de 2006 a 2016, observa-se alta proporção de morte entre os menores de 1 ano, entretanto, há uma redução de 44% na proporção dessas mortes, passando de 12,7% em 2006 para 7,1% em 2016 (dados até 07/06), apesar da importante redução, esse valor é superior a média da Região Norte para 2013 que foi de 7%, perdendo apenas para o Amapá (12%), e bastante acima da média das Regiões Sul (2%) e Sudeste (3%) (BRASIL, 2013).

Figura 64 – Mortalidade proporcional por faixa etária. Roraima, 2006 a 2015

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015 - Excluídos 84 de residentes de outro país e estado. dados sujeitos a alteração.

< 1 ano

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 29

anos

30 a 39

anos

40 a 49

anos

50 a 59

anos

60 a 69

anos

70 a 79

anos

80 anos e

+

2006 12,7 3,2 1,3 1,6 2,9 7,9 7,2 9,8 10,9 10,8 13 11,82014 10,3 1,6 1,6 0,8 2,8 7 8 8,4 10,5 14,3 13,7 16,12015 8,7 1,2 1 1,3 3,2 7,7 7,8 8,2 12,4 14,5 12,3 16,4

02468

1012141618

Page 108: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

108

Tabela 40 – Número de óbitos por município de residência. Roraima, 1997 a 2015

MUNICÍPIO 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Roraima 916 1.068 1.072 1.265 1.275 1.382 1.494 1.524 1.517 1.594 1.594 1.544 1.601 1.706 1.670 1.893 2.024 2.036 2.167 Alto Alegre 12 32 32 68 47 65 70 64 83 107 95 44 93 50 75 130 139 104 97 Amajarí 03 10 17 42 18 21 33 38 33 46 40 21 48 33 30 61 67 51 55 Boa Vista 774 738 751 813 887 935 948 987 944 993 1.035 1.020 1.052 1.132 1.097 1.201 1.270 1.270 1.400 Bonfim 11 27 15 31 25 19 44 29 38 55 42 35 38 40 34 27 50 59 51 Cantá 13 19 20 28 17 29 29 31 30 32 38 42 33 47 48 62 45 55 74 Caracaraí 20 42 43 59 60 53 60 57 51 57 65 64 61 65 65 74 84 94 103 Caroebe 03 14 14 08 13 16 24 20 19 24 26 26 27 28 39 34 34 28 32 Iracema 01 5 05 05 15 32 30 21 21 27 22 27 35 35 20 19 35 34 32 Mucajaí 26 36 38 47 46 58 49 50 56 49 47 42 60 53 61 51 85 73 53 Normandia 06 10 20 34 12 28 37 36 34 36 26 36 18 38 17 34 20 42 40 Pacaraima 09 11 22 26 15 28 43 46 40 42 25 48 25 42 47 42 39 35 42 Roiranópolis 19 24 30 43 55 46 36 49 66 53 68 60 49 61 72 89 76 91 108 São João da Baliza 10 09 11 11 23 13 19 22 18 19 22 14 20 26 11 29 23 27 26 São Luiz 06 12 11 15 25 14 23 25 13 13 18 19 15 26 13 12 22 28 22 Uiramutã 03 03 10 33 15 24 45 49 71 40 25 44 26 30 39 28 35 44 32

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

Page 109: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

109

Figura 63 – Proporção de óbitos por grupo de causa (CID10) e município de residência – Roraima, 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015 - Excluídos 84 de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos à alteração.

Alto Alegre Amajarí Boa Vista Bonfim Cantá Caracaraí Caroebe Iracema Mucajaí Normandia Pacaraima Rorainóp. S. J. Baliza São Luiz Uiramutã Roraima

Cauxas externas 28,8 16,3 21,1 31,4 33,8 36,9 37,5 34,3 32 15 16,7 27,8 11,5 27,2 12,5 23,4

Sint sinais e achad anorm ex clín e laboratório 14,4 12,7 3,5 5,9 1,3 6,8 3,1 9,3 3,7 7,5 11,9 9,2 0 0 6,2 5

Maldormações congênitas, deformid e anomalias cromossômicas 1 1,8 2,1 3,9 2,7 1,9 3,1 0 1,9 2,5 4,7 0 3,8 0 0 2

Algumas afecções origináriasno período perinatal 7,2 12,7 6 17,6 12,1 10,6 9,3 6,2 11,3 22,5 16,7 4,6 7,7 4,5 15,6 7,7

Gravidez, parto e puerpéio 0 0 0,3 0 2,7 0 3,1 0 0 2,5 0 0,9 0 0 0 0,4

Doenças do aparelho geniturinário 1 6,3 2,4 3,9 1,3 0,9 0 3,1 0 2,5 0 2,8 3,8 0 0 2,1

Doenças do sist osteomuscular e tec cojuntivo 0 0 0,4 0 1,3 0,9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,3

Doençsa da pele etecido celular subcutâneo 0 0 0,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0,9 0 0 0 0,3

Doenças do aparelho disgestivo 4,1 5,4 5 5,9 6,7 0 0 6,2 5,6 0 7,1 3,7 0 4,5 0 4,5

Doenças do aparelho respiratório 11,3 10,9 8,4 3,9 4 3,9 9,3 6,2 9,4 5 4,7 4,6 11,5 0 25 8

Doenças doaparelho circulatório 15,4 12,7 20,3 7,8 17,5 12,6 18,7 18,7 13,2 20 11,9 25 26,9 27,2 25 19,2

Doenças do sistema nervoso 0 0 1,9 0 1,3 0,9 6,2 3,1 0 0 0 1,8 3,8 4,5 0 1,6

Transtornos mentais e comportamentais 0 0 0,2 0 0 0,9 0 0 0 2,5 0 0 0 0 0 0,2

Doenças endócrinas, nutric e metabólicas 5,1 9,1 8,8 9,8 4 4,8 6,2 6,2 5,6 5 4,7 2,8 3,8 9,1 9,3 7,7

Doenças do sangue, órgãos hemat e trans imunit 0 1,8 0,3 3,9 0 0,9 0 0 1,9 0 0 0 0 0 0 0,4

Neoplasias 10,3 7,3 13,7 5,9 9,4 14,5 3,1 6,2 11,3 12,5 16,7 10,2 26,9 22,7 0 12,7

Doenças infeccioss e parasitárias 1 5,4 4,8 0 1,3 2,9 0 0 3,7 2,5 4,7 5,5 0 0 6,2 4

0102030405060708090

100

Page 110: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

110

Com base na análise da mortalidade proporcional a curva de Nélson de Moraes pode ser classificada em quatro tipos: Tipo I – muito baixo; Tipo II – baixo; Tipo III – regular; e Tipo IV – elevado. Em Roraima, no período de 1987 a 2015, observa-se uma mudança no padrão da curva de Nélson de Moraes assumindo um padrão de curva intermediária entre o Tipo III em 2007 e Tipo IV, em 2015.

Figura 65 – Curva de mortalidade proporcional (Nélson de Moraes). Roraima, 1987, 1993, 2000, 2007 e 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

O indicador Swaroop-Uemura mede a mortalidade na população com 50 anos e mais de idade. Quando a proporção for equivalente a 70% ou mais das mortes na população, equivale a um nível de saúde elevado, característico de países desenvolvidos.

Em Roraima, na análise desse indicador na Figura 66 observa-se que o maior índice foi alcançado em 2015 com 55,6% das mortes nesse grupo etário. Para o Brasil a participação dos óbitos da população de 50 anos e mais de idade está em elevação há cerca de duas décadas (BRASIL, 2013).

Figura 66 – Mortalidade proporcional de 50 anos e mais de idade. Roraima, 1995 a 2015

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

< 1 ano 1 a 4 anos 5 a 19 anos 20 a 49 anos 50 anos e +

1987 31,8 8,5 9,9 21,5 28,31993 24,2 5 7,1 29,1 32,42000 13,1 4,7 8,1 32,5 41,1

2007 11,2 2,2 6,1 28 45,52015 8,7 1,2 5,5 23,7 55,6

0102030405060

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

50 anos e + 37, 36, 42, 36, 39, 41, 41 44 42, 41, 47, 46, 45, 48, 47, 52, 54, 51, 50, 54, 55,

0

10

20

30

40

50

60

Page 111: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

111

5.4 MORTALIDADE POR SEXO No Brasil, as doenças do aparelho circulatório foram a principal causa de óbito em homens, respondendo por 26% do total das mortes. As causas externas foram a segunda causa de morte, respondendo por 19% do total das mortes. As neoplasias foram a terceira causa, respondendo por 15% (BRASIL, 2014). Quando analisamos as causas definidas de morte observamos que a proporção de mortes por doença do aparelho circulatório sobe para 29% das causas definidas de morte, as causas externas sobem para 20% e as neoplasias sobem para 16% (BRASIL, 2014). A proporção de causas mal definidas foi de 6% para o Brasil, variando de 10% na Região Norte a 3% no Centro-Oeste (BRASIL, 2014). Em todas as regiões as doenças cardiovasculares foram a primeira causa de morte, com uma proporção de 25%. Somente a Região Norte teve as causas externas como primeira causa de morte, com 25% das mortes por esta causa. A segunda causa de morte foram as neoplasias no Sudeste e no Sul, e as causas (BRASIL, 2014). No Brasil, as doenças do aparelho circulatório foram a principal causa de óbito em mulheres, respondendo por 31% do total das mortes. As neoplasias foram a segunda causa, respondendo por 17% do total das mortes e as doenças respiratórias foram a terceira causa com 12% do total das mortes (BRASIL, 2014). Quando analisamos somente as causas definidas de morte, ou seja, excluímos as causas mal definidas, observamos que a proporção de mortes por doença do aparelho circulatório sobe para 33% das causas definidas de morte, as neoplasias para 19% e as causas respiratórias 13% (BRASIL, 2014). A proporção de causas mal definidas entre as mulheres foi de 6%, variando de 3% na Região Centro-Oeste a 11% na Região Norte (BRASIL, 2014). Em todas as regiões, as três primeiras causas de mortes foram as mesmas que a média do Brasil, variando a proporção. Para as doenças cardiovasculares, as regiões mostraram uma mortalidade de 30% do total, somente a Região Norte apresentou uma proporção de 25% das mortes por esta causa (BRASIL, 2014). As neoplasias variaram de 15% na Região Nordeste a 21% na Sudeste. As doenças respiratórias variaram de 10% na Região Nordeste a 13% na Sudeste (BRASIL, 2014).

Em Roraima, os óbitos por grupos de causas e faixa etária estão detalhados na Tabela 41 e a proporção por grupo e sexo na Figura 67.

Page 112: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

112

Tabela 41 – Número e proporção de óbitos por faixa etária e grupos de causa (CID 10). Roraima, 2015

CAUSA (CAPÍTULO CID10) < 1 ANO 1 A 4 ANOS 5 A 14 ANOS 15 A 49 ANOS 50 A79 ANOS 80 ANOS E + IGNORADO TOTAL

N° % N° % N° % N° % N° % N° % N° % N° % Algumas doenças infecciosas e parasitárias 5 2,6 0 0,0 3 5,7 30 5,1 34 3,9 15 4,2 1 1,0 88 4,0 Neoplasias (tumores) 0 0,0 1 3,8 8 15,4 56 9,7 173 20,1 37 10,4 0 0,0 275 12,7 Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitário

0 0,0 0 0,0 0 0,0 5 0,8 3 0,3 1 0,3 0 0,0 9 0,4

Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas

6 3,1 3 11,5 0 0,0 19 3,2 105 12,2 34 9,5 0 0,0 167 7,7

Transtornos mentais e comportamentais 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 0,3 3 0,3 0 0,0 0 0,0 5 0,2 Doenças do sistema nervoso 1 0,5 1 3,8 5 9,6 7 1,2 12 1,4 10 2,8 0 0,0 36 1,6 Doenças do aparelho circulatório 9 4,6 2 7,7 4 7,7 47 8,0 238 27,7 116 32,6 0 0,0 416 19,2 Doenças do aparelho respiratório 16 8,4 7 26,9 5 9,6 16 2,7 77 8,9 52 14,6 1 1,0 174 8,0 Doenças do aparelho digestivo 2 1,0 3 11,5 1 1,9 24 4,1 54 6,3 14 3,9 0 0,0 98 4,5 Doenças da pele e do tecido subcutâneo 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 0,3 6 0,7 0 0,0 0 0,0 8 0,3 Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo

0 0,0 0 0,0 1 1,9 7 1,2 0 0,0 0 0,0 0 0,0 8 0,3

Doenças do aparelho geniturinário 0 0,0 0 0,0 1 1,9 10 1,7 24 2,8 12 3,4 0 0,0 47 2,1 Gravidez,parto e puerpério 0 0,0 0 0,0 0 0,0 8 1,3 0 0,0 0 0,0 1 1,0 9 0,4 Algumas afec originadas no período perinatal

77 40,7 0 0,0 1 1,9 0 0,0 0 0,0 0 0,0 89 88,1 167 7,7

Malfcong, deformid e anomalias cromossômicas

34 18,0 1 3,8 1 1,9 1 0,1 1 0,1 0 0,0 6 5,9 44 2,0

Sint sinais e achado anorm ex clín e laborat 8 4,2 0 00 1 1,9 18 3,0 37 4,3 44 12,4 0 0,0 108 5,0 Causas externas de morbidade e mortalidade

31 16,4 8 30,7 21 40,4 333 56,9 92 10,7 20 5,6 3 2,9 508 23,4

RORAIMA 189 100,0 26 100,0 52 100,0 585 100,0 859 100,0 355 100,0 101 100,0 2.167 100,0 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.Relatório Anual de Epidemiologia de 2013. NOTA: IBGE (Censo e estimativas populacionais). 2015 - Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos à alteração.

Page 113: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

113

Figura 67 – Proporção de óbitos por sexo e grupo de causa (CID10). Roraima, 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.Relatório Anual de Epidemiologia de 2013. NOTA: IBGE (Censo e estimativas populacionais). 2015 - Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos à alteração.

A razão de óbitos masculino em relação ao feminino em Roraima foi de 1,73 em

2000, ou seja, ocorreram 173 óbitos masculinos para cada 100 do sexo feminino. Este quadro é observado na grande maioria dos grupos de causa, merecendo destaque as causas externas, onde a razão masculino/feminino é de 5,18, ou seja, 518 óbitos masculinos para cada 100 femininos. Em 2006 a razão de óbitos masculino/feminino foi de 1,69 e em 2013 de 1,77 destacando um aumento dessa razão no período (RORAIMA, 2014).

Em 2015, a razão foi de 1,79 óbitos masculinos em relação ao feminino. Na distribuição dos óbitos por sexo ocorridos em Roraima no ano de 2015 observa-se o predomínio do sexo masculino em 64% (1.388/2.167) das mortes. 5.5. MORTALIDADE POR GRUPO DE CAUSAS

A distribuição da mortalidade por grupo de causas (CID 10) estão detalhadas nas

Tabela 40, Figura 63 e 67.

74,1%

57,6%

25%

48,1%

60%

62%

60,4%

2,8%

69,4%

28,5%

40%

60,6%

56,9%

34,8%

82,7%

25,9%

42,4%

75%

51,9%

40%

38%

39,6%

97,2%

30,6%

71,5%

60%

39,4%

43,1%

65,2%

17,2%

Doenças infecciosas e pasasitárias

Neolplasias

Doenças do sangue e imunológicas

Doenças endócrinas e metabólicas

Transtornos mentais e do comportamento

Doenças do sistema nervoso

Doenças do aparelho circulatório

Doenças do aparelho respiratório

Doenças do aparelho digestivo

Doenças da pele e subcutâneo

Doenças osteoarticulares e tec conectivo

Doenças do aparelho geniturinário

Afecções no período perinatal

Malformação congênita

Causas externas

Masculino Feminino

Page 114: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

5.5.1 MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS

Taxas elevadas de mortalidade estão associadas à maior prevalência de fatores de risco específicos para cada tipo de causa externa (acidentes e violências). Os acidentes de trânsito, os homicídios e os suicídios respondem, em conjunto, por cerca de dois terços dos óbitos por causas externas no Brasil. As taxas são consideravelmente mais altas na população de adultos jovens, principalmente do sexo masculino. Variações das taxas de mortalidade específica podem também estar associadas à qualidade da assistência médica disponível. Essas taxas auxiliam na análise das variações geográficas e temporais da mortalidade específica por causas externas, identificando situações que possam demandar a realização de estudos especiais e podem subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações preventivas e assistenciais relativas à morbimortalidade associada a causas externas (BRASIL, 2014).

Entre as limitações destacamos que as bases de dados nacionais sobre mortalidade ainda apresentam cobertura insatisfatória em muitos municípios do País, havendo expressiva subnotificação de óbitos nas Regiões Norte e Nordeste, bem como as imprecisões na declaração da "causa da morte" condicionam o aumento da proporção de causas externas de tipo ignorado, comprometendo a qualidade do indicador. Em algumas áreas, a causa descrita na declaração de óbito refere-se à natureza da lesão (Capítulo XIX), prejudicando a definição da causa básica da morte (Capítulo XX) (BRASIL, 2014).

Enquanto a principal causa de morte no mundo são as doenças do aparelho circulatório, em Roraima as causas externas ocupam a principal causa de morte há décadas, e corresponderam a 23,4% de todas as mortes ocorridas no estado em 2015.

Figura 68 – Proporção de óbitos por causas externas. Roraima, 2001 a 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 1. Incluído 1 município ignorado. Excluídos 78 óbitos de residentes de outros estados e países ocorridos em Roraima. 2. Dados sujeitos à alteração.

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

total 74,3 73,7 77,4 77,7 78,3 78,8 75,1 78,2 78,1 78 79 77,6 75,5 78,9 76,6Causas externas 25,7 26,3 22,6 22,3 21,7 21,2 24,9 21,8 21,9 22 21 22,4 24,5 21 23,4

0102030405060708090

100

Page 115: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

115

Em 2015, a principal causa de morte entre os componentes do grupo foram os homicídios com 37,4% (190/508) dessas mortes, seguido pelos acidentes de transporte com 32,1% (163), suicídios 7,5% (38), afogamentos 5,1% (26), e quedas 3,9% (20). As demais causas externas foram classificadas como "outros" e somaram 71 mortes correspondendo a 13,9%. No período de 1990 a 2015, a taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas passou de 124 por 100 mil hab. (253 mortes) em 1990 para 100,4 (508 mortes) em 2015, uma redução de 19% da taxa no período. Tabela 42 – Número de óbitos por causa externa e causa básica (CID10). Roraima, 1990 a 2015

ANO ACIDENTE DE TRANSPORTE

HOMICÍDIO AFOGAMENTO SUICÍDIO QUEDAS OUTROS TOTAL

1990 52 127 14 04 - 56 253 1991 46 79 13 18 - 81 237 1992 71 95 16 08 - 26 216 1993 64 72 13 11 - 16 176 1994 86 77 25 10 - 29 227 1995 84 88 26 15 - 17 230 1996 95 94 20 19 - 25 253 1997 118 90 28 16 - 23 275 1998 123 148 25 21 - 29 346 1999 142 119 33 22 - 25 341 2000 130 128 25 22 - 35 340 2001 127 110 30 17 8 36 328 2002 139 133 26 20 1 45 364 2003 94 122 25 22 3 72 338 2004 84 85 42 26 6 97 340 2005 102 112 25 28 7 56 330 2006 110 111 27 35 6 49 338 2007 144 122 27 46 11 47 397 2008 119 106 24 31 4 53 337 2009 128 117 21 32 7 46 351 2010 147 125 13 34 10 47 376 2011 135 100 23 34 13 50 355 1012 149 145 18 39 7 64 422 2013 155 212 30 33 16 50 496 2014 147 151 27 15 10 79 429 2015 163 190 26 38 20 71 508

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

Na análise da taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externa segundo a causa básica no período de 2006 a 2015, os acidentes de transporte tiveram uma taxa de mortalidade de 27,2 por 100 mil hab. em 2006 e 32,2 em 2015, expressando o aumento de 18,2%.

Os homicídios tiveram a taxa de 27,5 por 100 mil hab. em 2006 e 37,5 em 2015, um aumento nessa taxa de 36,5%.

Page 116: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Os suicídios tiveram redução na taxa de mortalidade de 13,3% no período de 2006 a 2015, passando de 8,6 por 100 mil hab. em 2006 para 7,5 em 2015. Apesar dessa redução o estado de Roraima tem uma das maiores taxas de mortes por suicídio no país.

Os afogamentos apresentaram a taxa de mortalidade de 6,6 por 100 mil hab. em 2006 e 5,1 em 2015, uma redução de 23,1% nesse período.

As quedas aumentaram a taxa de mortalidade em 97,3%, registrando a taxa de 1,5 por 100 mil hab. em 2006 e 3,9 em 2015.

Figura 69 – Proporção de mortes por causas externas (causas básicas). Roraima, 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. NOTA. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

32%

37%

5%

8%4%

14%

Acidentes de transporte Homicídios

Afogamentos Suicídios

Quedas Outros

Page 117: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

117

Figura70 – Taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas e causas básicas. Roraima, 1990 a 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 1. Excluídos 78 óbitos de residentes de outros estados e países ocorridos em Roraima. 2. Dados sujeitos à alteração.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Causas Externas 124 108 96,8 73 90,1 87,7 102 108 132 127 104 97,2 106 94,5 92,4 84,3 83,8 95,5 81,6 83,2 83,2 76 89,4 101 86,3 100,Acidente de transporte 29 21 31 26 34 32 38 46 47 53 40 37,6 40 26,3 22,8 26 27,2 34,6 28,8 30,3 32,6 29,3 31,7 31,7 29,5 32,2Homicídio 73 36 41 29 30 33 38 35 56 45 39 31,7 38,3 34,1 23,1 28,6 27,5 29,3 25,6 27,7 27,5 21 30,6 41,7 30,3 37,5

Suicídio 1,9 8 2 4 4 5 7 6 8 8 7 5 5,7 6,1 7,1 7,1 8,6 11 7,5 7,6 7,5 7,4 8,1 6,7 3 7,5Afogamento 8 6 7 5 9 9 8 11 9 12 8 8,9 7,5 0 11,4 6,4 6,7 6,5 5,8 5 2,9 5 3,8 6,1 5,4 5,1

0

20

40

60

80

100

120

140

Taxa

por

100

mil

habi

tant

es

Page 118: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

118

Figura 71 – Proporção de óbitos por causa externa e faixa etária – Roraima, 2006 a 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

A distribuição das mortes por causas básicas de causas externas e faixa etária, no

período de 2006 a 2015, estão apresentadas na Figura 72.

Figura 72 – Proporção mortes por causas externas por sexo. Roraima, 2001 a 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

< 1 ano 1 a 9 anos 10 a 19 anos

20 a 29 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

50 e + anos Ignorado

2006 6,9 63,2 65,3 68,2 49,5 29,5 8,3 3,3

2007 9,5 39 70,6 68,1 61,2 32,9 8,1 3,7

2008 5,3 36 65,1 61,4 57,9 32,5 7,1 5,5

2009 8,8 31,3 55,3 71,4 54,9 28 8,6 2,1

2010 4,6 21 66,2 69 53,5 34,4 6,9 7,7

2011 4,7 36,1 55,7 67,9 48,6 34,8 8,1 3,2

2012 14,7 27,2 67 69,2 50,3 34,8 8,5 0

2013 14,9 25,9 92 75 57,1 20 9,5 4,3

2014 12,8 26,1 65,3 73,4 56,9 31,4 8,6 2,7

2015 6,1 3,5 11 24,8 20,2 11,6 9,2 0,6

0102030405060708090

100

%

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Feminino 12,5 14,6 13,6 15,9 18,8 16 18,2 16,3 22,2 18,7 19,2 17,2 19,2 17,2 16,9Masculino 87,5 85,4 86,4 84,1 81,2 84 81,8 83,7 77,8 81,3 80,8 82,8 80,8 82,7 83,1

0102030405060708090

100

Page 119: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

119

No período de 2005 a 2014 a frota de veículos no estado aumentou 227,7% no passando de 54.559 veículos em 2005 para 178.817 veículos em 2014, segundo dados do Ministério das Cidades/Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN/IBGE, 2014). As motocicletas tiveram aumento de 218,8% nesse período, passando de 21.694 motocicletas em 2005 para 69.088 em 2014, e correspondiam a 39,7% (21.694/54.559) do total de veículos em 2005, 37,7% (50.821/134.915) em 2012, e 38,6% (69.088/178.817) em 2014 (RORAIMA, 2014). Em 2015, houve aumento da frota de veículos na ordem de 6,8% em relação a 2014.

Tabela 43 - Frota de veículos de Roraima, 2014 e 2015

TIPO DE VEÍCULO

2014 2015

TOTAL

%

TOTAL

%

Automóvel 58.451 32,7 63.111 33,0 Caminhão 4.148 2,3 4.430 2,3 Caminhão trator 520 0,3 569 0,3 Caminhonete 20.129 11,2 21.849 11,4 Camioneta 4.187 2,3 4.426 2,3 Micro-ônibus 609 0,3 639 0,3 Motocicleta 69.088 38,6 72.614 38,0 Motoneta 17.192 9,6 18.349 9,6 Ônibus 901 0,5 994 0,5 Trator de rodas 2 0,001 2 0,0001 Utilitário 960 0,5 1.049 0,5 Outros 2.630 1,4 3.024 1,6 Total de Veículos 178.817 100,0 191.053 100,0

Fonte: Ministério das Cidades, Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN - 2014 e 2015. NOTA 1: Atribui-se zeros aos valores dos municípios onde não há ocorrência da variável. NOTA 2: Atribui-se a expressão "Dado não informado" às variáveis onde os valores dos municípios não foram informados.

5.5.2 MORTALIDADE POR DOENÇAS DO APARELHO CIRCULATÓRIO

Esse grupo de causas de morte compõe o principal grupo de morte no mundo e no País, incluindo as doenças hipertensivas, doenças isquêmicas do coração, as doenças em decorrências da febre reumática e as cerebrovasculares.

Figura 73 – Proporção de óbitos por doenças do aparelho circulatório. Roraima, 2001 a 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

total 82,1 83,7 81,3 83,1 81 81,5 82,6 79 82,5 79,6 77,8 81,5 82 81 80,8

Ap. circulatório 17,9 16,3 18,7 16,9 19 18,5 17,4 21 17,5 20,4 22,2 18,5 18 19 19,2

0102030405060708090

100

Page 120: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

Em Roraima, as doenças do aparelho circulatório ocupam a segunda posição da mortalidade atrás apenas das causas externas e no período de 2001 a 2015 a proporção de mortes por esse grupo variou de 17,9% em 2001 e 19,2% em 2015, um aumento dessa proporção em 7,2% no período.

Figura 74 – Taxa de mortalidade das doenças do aparelho circulatório por causa básica. Roraima, 2006 a 2015

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

Em 2015, houve o predomínio das doenças cerebrovasculares com 26,9% (122/416)

das mortes por doenças do aparelho circulatório, seguido das doenças isquêmicas do coração com 23,5% (98 mortes), e das doenças hipertensivas com 21,6% (90 mortes).

Figura 75 – Proporção da mortalidade das doenças do aparelho circulatório por causa básica. Roraima, 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Doenças do aparelho circulatório 73,13 66,94 78,73 66,42 77,02 80,4 74,11 74,78 77,87 82,26Doenças cerebrovasculares 24,29 22,39 22,52 21,82 24,19 23,25 18,1 25,2 24,95 22,1Doenças isquêmicas do coração 15,61 16,37 19,62 16,13 17,98 22,81 19,16 17,62 22,13 19,4Hipertensivas 12,14 6,74 11,14 10,9 11,54 17,6 17,03 15,98 13,28 17,8

0102030405060708090

Taxa

(por

100

mil

hab)

.

22%

23%

27%

28%

Doenças hipertensivas Doenças isquemicas do coração

Doenças cerebrovasculares Outras

Page 121: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

121

5.5.3 MORTALIDADE POR NEOPLASIAS

Roraima, a exemplo do país, apresenta um quadro sanitário em que se combinam doenças ligadas à pobreza, típicas dos países em desenvolvimento e doenças crônicas, características dos países mais desenvolvidos. Essa situação reflete inquestionavelmente, as condições do processo de desenvolvimento em todo o país (RORAIMA, 2014).

As neoplasias compreendem um grupo de doenças de etiologia multifatorial com características biológicas, clínicas e epidemiológicas distintas, é considerada uma doença crônica e pode apresentar um longo período de latência entre a exposição a um fator de risco e o início de manifestações clínicas, neste sentido, as neoplasias constituem um importante problema de saúde pública no mundo, pois em vários países há aumento acentuado de sua incidência, em função de diferentes características socioeconômicas e culturais (BRASIL, 2013).

Tabela 44 – Número, proporção e taxa de mortalidade por neoplasias. Roraima, 1996 a 2015

ANO N° DE ÓBITOS POPULAÇÃO RESIDENTE

NEOPLASIAS TAXA DE MORTALIDADE

(POR 100 MIL HAB.) N° %

1996 1.029 247.131 94 9,1 38,0 1997 926 254.498 101 10,9 39,6 1998 1.095 260.701 77 7,0 29,5 1999 1.096 266.914 92 8,4 34,4 2000 1.265 324.397 110 8,7 33,9 2001 1.275 337.253 108 8,5 32,0 2002 1.232 346.866 133 10,8 38,3 2003 1.494 357.296 144 9,6 40,3 2004 1.503 367.701 155 10,3 42,1 2005 1.517 391.318 141 9,3 36,0 2006 1.594 403.340 182 11,4 45,1 2007 1.594 415.281 188 11,8 45,2 2008 1.544 412.783 172 11,1 41,6 2009 1.601 421.497 200 12,5 47,4 2010 1.703 450.479 207 21,1 45,9 2011 1.663 460.165 204 12,2 44,3 2012 1.873 469.524 223 11,9 47,9 2013 2.024 488.072 228 11,2 46,7 2014 2.036 496.936 276 13,5 55,5 2015 2.167 505.665 275 12,7 54,3

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

Os primeiros registros de câncer no Brasil ocorreram em 1921 com a criação do

Departamento Nacional de Câncer com o objetivo de estabelecer estatísticas sobre a doença.O Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) destaca-se na atualidade pelo seu papel nacional no desenvolvimento de ações estratégicas de estruturação implementação da política de prevenção e controle do câncer, de forma especial, seu compromisso na disseminação de informações que contribuam para o estabelecimento de prioridades em termos de saúde pública (BRASIL, 2014).

Page 122: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

122

A inclusão das ações de controle de câncer entre os 16 Objetivos Estratégicos do Ministério da Saúde para o período 2011 - 2015, com destaque para as ações de redução da prevalência do tabagismo e de ampliação de acesso, diagnóstico e tratamento em tempo oportuno dos cânceres de mama e do colo do útero, assim como a publicação da nova Política Nacional de Prevenção e Controle de Câncer na Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas (PNPCC-RAS), por meio da Portaria n° 874, de 16 de maio de 2013, são exemplos destacados dessa premissa (BRASIL, 2014).

Em Roraima, as neoplasias ocupam a terceira causa de morte. Em 2015 a taxa de mortalidade por neoplasias alcançou 54,3 por 100 mil habitantes, uma redução de 2,1% com relação a 2014. 5.5.4 MORTALIDADE POR DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO

As doenças do aparelho respiratório ocuparam a quarta posição das mortes no estado, e essas doenças atingem principalmente crianças e idosos.

Tabela 45 – Número de óbitos, proporção e taxa de mortalidade por doenças do aparelho respiratório. Roraima, 1996 a 2015

ANO N° DE ÓBITOS POPULAÇÃO RESIDENTE

DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO

TAXA DE MORTALIDADE (POR 100 MIL HAB.) N° %

1996 1.029 247.131 58 5,6 23,4 1997 926 254.498 38 4,1 19,9 1998 1.095 260.701 86 7,8 32,9 1999 1.096 266.914 72 6,5 26,9 2000 1.265 324.397 104 8,2 32,0 2001 1.275 337.253 65 5,1 19,2 2002 1.232 346.866 107 8,7 30,8 2003 1.494 357.296 99 6,6 27,7 2004 1.503 367.701 110 7,3 29,9 2005 1.517 391.318 133 8,7 33,9 2006 1.594 403.340 135 8,4 33,4 2007 1.594 415.281 107 6,7 25,7 2008 1.544 412.783 131 8,2 31,7 2009 1.601 421.497 118 7,4 27,9 2010 1.703 450.479 138 8,1 30,6 2011 1.663 460.165 121 7,3 26,2 2012 1.873 469.524 159 8,5 33,8 2013 2.024 488.072 178 8,8 36,4 2014 2.036 496.936 175 8,6 35,2 2015 2.167 505.665 174 8,0 34,4

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

Em 2015, as doenças do aparelho respiratório foram responsáveis por 8%

(174/2.167) de todas as mortes e alcançou a taxa de incidência de 34,4 mortes por 100 mil habitantes.

Page 123: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

123

5.5.5 MORTALIDADE POR DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS

A mortalidade pelas doenças infecciosas e parasitárias constitui um importante indicador de saúde, servindo inclusive para caracterizar a transição epidemiológica, haja vista que o comportamento das doenças infecciosas tem mudado em todo o mundo nas últimas décadas, em grande parte pelas melhorias socioeconômica da população (RORAIMA, 2014). Tabela 46 – Número de óbitos, proporção e taxa de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias. Roraima, 1996 a 2015

Ano N° de óbitos População residente

Doenças infecciosas e parasitárias Taxa de mortalidade

(por 100 mil hab.) N° % 1996 1.029 247.131 116 11,2 46,9 1997 926 254.498 84 9,1 33,0 1998 1.095 260.701 97 8,8 37,2 1999 1.096 266.914 76 6,9 28,4 2000 1.265 324.397 84 6,6 25,8 2001 1.275 337.253 68 5,3 20,1 2002 1.232 346.866 52 4,2 14,9 2003 1.494 357.296 105 7,0 29,3 2004 1.503 367.701 59 3,9 16,0 2005 1.517 391.318 96 6,3 24,5 2006 1.594 403.340 93 5,8 23,0 2007 1.594 415.281 83 5,2 19,9 2008 1.544 412.783 93 6,0 22,5 2009 1.601 421.497 101 6,3 23,9 2010 1.703 450.479 98 5,7 21,7 2011 1.663 460.165 87 5,2 18,9 2012 1.873 469.524 80 4,3 17,0 2013 2.024 488.072 110 5,4 22,5 2014 2.036 496.936 89 4,3 17,9 2015 2.167 505.665 88 4,0 14,4

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

Em Roraima, esse grupo no período de 1996 a 2015 teve redução de 64,3% na

proporção de mortes e a taxa de incidência foi de 14,4 mortes por 100 mil habitantes.

5.5.6 MORTES MAL DEFINIDAS Os óbitos por causas mal definidas correspondem ao Capítulo XVIII da CID-10: "Sintomas, Sinais e Achados Anormais de Exames Clínicos e de Laboratório Não Classificados em Outra Parte" (códigos R00-R99) e estima o grau de qualidade da informação sobre causas de morte. Percentuais elevados sugerem deficiências na declaração das causas de morte e, em outras circunstâncias, nos processos de registro, coleta, crítica e análise dos dados de mortalidade (RORAIMA, 2014).

Page 124: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

124

A freqüência de causas mal definidas é condicionada pela disponibilidade de recursos médicos e assistenciais, inclusive, para diagnóstico. Também pode refletir o cuidado no preenchimento da Declaração de Óbito (DO). O emprego de termos imprecisos e expressões dúbias que prejudicam a identificação da causa básica da morte colocam o óbito como de causa mal definida (RORAIMA, 2014). Esse indicador é usado para analisar variações geográficas e temporais da mortalidade por causas mal definidas, avaliar a qualidade das estatísticas de mortalidade e, subsidiariamente, das condições de prestação de serviços de saúde e subsidia o planejamento, gestão e avaliação dos sistemas de informação sobre mortalidade, para a adoção de medidas destinadas a aprimorar o preenchimento da DO (RORAIMA, 2014).

Entre as limitações, destaca-se que as bases de dados nacionais sobre mortalidade ainda apresentam cobertura insatisfatória em muitos municípios do País, havendo expressiva subnotificação de óbitos; a proporção de causas mal definidas tende a estar subestimada em áreas com baixa cobertura de informação sobre mortalidade; essas áreas costumam apresentar condições assistenciais insatisfatórias, com prejuízo para a identificação das causas de morte (BRASIL, 2013).

O Ministério da Saúde destaca em Brasil (2013) que as regiões Norte e Nordeste são as que ainda detêm os maiores percentuais de óbitos por causa mal definida e a maior proporção de municípios com percentuais de óbitos por causa mal definida superior a 20%, para reduzir esse indicador uma das estratégias da vigilância epidemiológica é a busca ativa desses óbitos através da vigilância dos óbitos em parceria com os comitês de mortalidade e os núcleos de vigilância epidemiológica em âmbito hospitalar. Tabela 47 – Número e proporção dos óbitos por causas mal definidas. Roraima, 2001 a 2015

ANO Nº DE ÓBITOS CAUSAS MAL DEFINIDA Nº %

2001 1.275 76 5,9 2002 1.382 67 4,8 2003 1.494 90 6,0 2004 1.524 115 7,5 2005 1.517 95 6,2 2006 1.594 84 5,3 2007 1.594 76 4,7 2008 1.544 47 3,0 2009 1.601 78 4,9 2010 1.703 63 3,7 2011 1.663 57 3,4 2012 1.873 120 6,4 2013 2.024 102 5,0 2014 2.036 79 3.9 2015 2.167 108 4,7

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

No período de 2001 a 2015 a proporção de mortes com causas mal definidas variou de 5,9% (76/1.275) em 2001 para 4,7% (108/2.167) em 2015, uma redução na proporção de 20,3% no período. Apesar da redução e de Roraima apresentar percentual inferior ao

Page 125: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

125

percentual de óbitos por causas mal definidas do Brasil que é de 6% em 2013, e da Região Norte que registrou 10% de causas mal definidas em 2013 (BRASIL, 2013), esse indicador demonstrar fragilidade no diagnóstico de doenças e/ou no preenchimento da DO em Roraima, e acredita-se que a busca de parcerias com a assistência para o melhor preenchimento da DO, capacitação dos profissionais e com a existência do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) esse percentual pode ser ainda menor.

Figura 76 – Proporção de óbitos por causas mal definidas. Roraima, 2001 a 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

5.6 MORTALIDADE INFANTIL E NA INFÂNCIA A taxa de mortalidade em menores de 5 anos (TM<5) ou taxa de mortalidade na infância é um indicador importante para o acompanhamento das condições de saúde de uma população, a ponto de constar no quarto Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), do Fundo da Organização das Nações Unidas para a Infância (Unicef) que define especificamente a redução de dois terços da TM<5 mundial entre 1990 a 2015 (BRASIL, 2016). Embora a TM<5 mundial tenha sido reduzida de 91 óbitos por mil nascidos vivos (NV) entre 1990 para 43 óbitos por mil NV em 2015, o quarto ODM não foi atingido, considerando os dados mundiais. No entanto, a Unicef estima que o Brasil já tenha alcançado a meta, com TM<5 atingindo o nível de 16 óbitos por mil NV em 2015 (BRASIL, 2016). Em Roraima foram registrados 215 óbitos em menores de 5 anos e a taxa de 20,4 óbitos por mil NV. Por sua vez, a mortalidade infantil (< 1 ano), é um subconjunto substancial da mortalidade na infância (< 5 anos), representando atualmente 86% dos óbitos de menores de 5 anos (BRASIL, 2016), e em Roraima essa proporção foi de 87,9% (189/215). A mortalidade infantil tem sido, ao longo do tempo, utilizada como bom indicador das condições de vida, refletindo o estado de saúde da parcela mais vulnerável da

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Total 94,1 95,2 94 92,5 93,8 94,7 95,3 97 95,1 96,3 96,6 93,6 95 96,1 95,3Causas mal definidas 5,9 4,8 6 7,5 6,2 5,3 4,7 3 4,9 3,7 3,4 6,4 5 3,9 4,7

0102030405060708090

100

Page 126: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

126

população: os menores de 1 ano. Valores altos refletem em geral, níveis precários de saúde, condições de vida e de desenvolvimento socioeconômico (BRASIL, 2016). É evidente a melhoria da cobertura dos óbitos infantis no SIM para o Brasil e por regiões nos anos de 2000 e 2014 (Figura 77).

Figura 77- Cobertura (%) do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) para óbitos infantis (<1 ano) - Brasil e regiões, 2000 e 2014* Fonte: MS/SVS/CGIAE - SIM e Busca Ativa. * Dados preliminares

Entre 1990 e 2014, a Taxa de Mortalidade Infantil - TMI do Brasil reduziu de 47,1

para 14,1 óbitos infantis/1.000 NV, representando redução de 70%. O Brasil atingiu a meta da ODM para redução em dois terços da mortalidade infantil antes do prazo final de 2015. O percentual de redução da TMI e na infância (Figura 78) evidencia que grandes decréscimos ocorreram em todas as regiões do Brasil, com destaque para a Região Norte (BRASIL, 2016).

Figura 78 – Taxa de mortalidade infantil. Brasil, Regiões e Roraima, 1990, 2000, 2010, 2012 e 2014 Fonte: MS/SVS/CGIAE/SIM e SINASC, 1990, 2000, 2010 e 2012. BRASIL, MS, Saúde Brasil - 2013 – Dados preliminares. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013 (dados até 2013). SIM/NSN/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Total

2000 62 60,8 91 100 79,5 74,12014 81,5 82 94,7 100 86,2 88,4

0102030405060708090

100

%

Brasil Norte Nordeste Sul Sudeste Centro-oeste Roraima

1990 47,1 45,9 75,8 28,3 32,6 34,3 36,42000 26,1 32,8 35,9 16,9 20,1 22,3 17,12010 16 21 19,1 11,6 13,4 15,9 13,22012 14,6 19,5 17,1 10,8 12,3 15 16,7

2014 14,1 17,7 16,3 10,7 12,3 15,1 20,4

01020304050607080

Taxa

(1.0

00 N

V)

Page 127: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

127

Figura 79 – Taxa de mortalidade infantil (por mil nascidos vivos). Roraima, 1988 a 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Roraima 42,6 37,6 36,4 29 34,9 30,6 28,3 27,1 29 18 21,1 16,7 17,1 16,8 13,6 17,2 18,8 19,3 21,1 18,6 16,6 18,8 13,2 12,8 16,7 18,3 20,4 17,9

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Page 128: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

128

Tabela 48 - Número, proporção e taxa de mortalidade infantil. Roraima e Brasil, 1990 a 2015

ANO RORAIMA BRASIL

NASCIDOS VIVOS

ÓBITO INFANTIL TAXA DE MORTALIDADE (POR MIL NV)

TAXA DE MORTALIDADE (POR MIL NV) N° %

1990 5.016 183 21,4 36,4 - 1991 5.298 154 18,8 29,0 - 1992 4.920 172 22,3 34,9 - 1993 6.067 186 23,7 30,6 - 1994 7.172 203 21,7 28,3 - 1995 7.023 191 19,7 27,1 - 1996 7.373 214 20,8 29,0 - 1997 8.148 147 15,8 18,0 - 1998 8.208 174 15,9 21,1 - 1999 8.726 146 13,3 16,7 - 2000 9.698 166 13,1 17,1 29,0 2001 9.561 161 12,6 16,8 27,4 2002 9.188 125 9,0 13,6 26,0 2003 10.286 177 11,8 17,2 24,6 2004 9.751 184 12,0 18,8 23,3 2005 9.699 188 12,4 19,3 22,1 2006 9.598 203 12,7 21,1 21,0 2007 9.584 179 11,2 18,6 19,9 2008 10.093 168 10,9 16,6 18,9 2009 9.678 182 11,3 18,8 18,0 2010 9.728 129 7,6 13,2 17,2 2011 9.969 128 7,7 12,8 16,4 2012 10.582 177 9,3 16,7 15,6 2013 10.556 194 9,6 18,3 15,0 2014 10.322 211 10,3 20,4 14,1 2015 10.535 189 8,7 17,9 13,8

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 1. Incluído 1 município ignorado. Excluídos 78 óbitos de residentes de outros estados e países ocorridos em Roraima. 2. Dados sujeitos à alteração. - Sem informação.

Entre 1988 e 2015 a TMI de Roraima reduziu de 36,4óbitos infantis por 1.000 NV para

17,9 óbitos por 1.000 NV, representando redução de 78,3%. Apesar da importante redução ainda está 26,9% acima da média nacional de 14,1 óbitos infantis por 1.000 NV para o ano de 2015. A menor taxa da série apresentada na Tabela 48 foi de 12,8 óbitos por 1.000 NV em 2011.

Figura 80 - Proporção de mortalidade infantil por município de residência. Roraima - 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

3% 5%

46%

5%

5%

10%2%

1%5%

2% 4%

1%3%

1% 7%

Alto Alegre Amajarí Boa Vista Bonfim CantáCaracaraí Caroebe Iracema Mucajaí Normandia

Page 129: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

129

5.6.1 MORTALIDADE INFANTIL POR COMPONENTES

A mortalidade infantil pode ser dividida em neonatal precoce (< 7 dias), neonatal tardia (7 a 27 dias) e pós-neonatal (28 dias a < 1 ano), a neonatal vincula-se a fatores biológicos, e atenção a gestante ao parto e a pós-neonatal está associada a fatores socioeconômicos, de agressão do meio ambiente e sua redução está relacionada ao efeito das ações de melhoria do saneamento a controle das doenças imunopreveníveis.

Analisando as componentes da mortalidade infantil, em 1992 o prinicpal componente era Pós-Neonatal e em 2014 era Neonatal Precoce (Figura 81), ocorrendo uma inversão na ordem de importância dos componentes da mortalidade infantil ao longo do período analisado. Destaca-se que em 1992

Todas as TMI por componentes de Roraima mostraram redução importante no período de 1992 a 2014. A taxa de mortalidade pós-neonatal reduziu no período de 1992 (34,9 por 1.000 NV) e 2012 (3 por 1.000 NV) na ordem de 79,9%. A taxa de mortalidade neonatal tardia reduziu 31,8% nesse período passando de 2,2 em 1992 para 1,5 em 2012. A taxa de mortalidade neonatal precoce variou de 16,2 em 1992 para 8,1 em 2012, uma redução de 50% no período (RORAIMA, 2014).

Figura 81 – Taxa de mortalidade infantil (por 1.000 NV) por componente. Brasil e Roraima, 1992, 2000, 2010, 2012 e 2014 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. Saúde Brasil, 2015 - SVS/MS

Pós-Neonatal

Neonatal Tardia

Neonatal Precoce

1992 20,7 4,6 16,6

2000 9,4 3,6 13,12010 4,9 2,6 8,52012 4,3 2,5 7,82014 4,3 2,4 7,5

0

5

10

15

20

25

Taxa

(1.0

00 N

V)

Brasil

Pós-Neonatal

Neonatal Tardia

Neonatal Precoce

1992 34,9 2,2 16,2

2000 17,1 3,1 6,72010 5,5 1,2 6,42012 7 1,5 8,12014 3 7,9 9,5

05

10152025303540

Roraima

Page 130: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

130

Figura 82 – Proporção de óbitos em menores de 1 ano por grupos de causas (CID10). Roraima, 2001 a 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 1. Incluído 1 município ignorado. Excluídos 78 óbitos de residentes de outros estados e países ocorridos em Roraima.2. Dados sujeitos à alteração.

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Doenças osteomusculares e tec conjuntivo 0 0 0 0 0,5 0,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Doenças da pele e tec subcutâneo 0 0,8 0 0 0 0 0 0 0 0,8 0 0 0,5 0 0Causas externas 3,1 1,6 1,1 3,8 11,2 6,9 9,5 5,3 8,8 4,6 6,9 14,7 14,9 12,8 16,4Mal definidas 7,4 2,4 8,5 11,4 6,9 4,4 7,8 1,8 3,3 2,3 3,8 5,6 3,1 1,9 4,2Malformações congênitas e anomal cromossômicas 18,6 20,8 18,1 14,6 13,8 15,3 14,5 17,8 9,3 17 18,3 11,3 12,4 17 18Afecções originárias no período perinatal 50,6 46,4 31,1 35,3 38,1 41,4 42,7 44,2 47 49,1 52,7 39 37,9 43,1 40,7

Doenças do aparelho geniturinário 0 0,8 0 1,1 0 0 0 0,6 1,6 0 0,8 0 1 0 0Doenças do aparelho digestivo 1,2 1,6 0,6 0 1 1 2,2 0,6 1,1 0 0 1,7 0 0,4 1

Doenças do aparelho respiratório 6,2 11,2 19,8 15,7 14,3 12,3 8,4 12,5 9,3 10,8 7,6 10,1 14,9 12,8 8,4Doenças aparelho circulatório 1,2 1,6 0,6 2,7 1,6 0,5 1,1 1,8 3,3 1,5 1,5 1,1 1 1,4 4,6Doenças sistema nervoso 0,6 2,4 1,7 2,2 1 0,5 0 1,2 1,6 1,5 0 3,4 1 0,4 0,5Doenças endócrina, nutricional e metabólica 4,3 4 2,2 8,3 2,1 4,9 3,3 3 3,8 3,1 2,3 3,9 5,1 3,8 3,1Doenças sangue e imunológico 0 0 0 0 0,5 1,5 0 1,8 1,1 0 0 0 0,5 0 0

Neoplasias 0 0 0 0,5 0 0 0,5 1,2 0,5 0 0,7 0 0 0,4 0Doenças infecciosas e parasitárias 6,8 7,2 16,4 6 9 10,8 10 8,3 9,3 9,3 5,3 9 7,7 5,7 2,6

0102030405060708090

100

%

Page 131: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

131

Figura 83 – Proporção de óbito infantil por ano e componentes. Roraima, 2001 a 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

Em 2015, a proporção da mortalidade pós-neonatal foi de 37% (70/189), a

mortalidade neonatal tardia foi de 17,5% (33/189), e a mortalidade neonatal precoce 45,5% (86/189). A mortalidade neonatal representou 63% das mortes infantil. No detalhamento da mortalidade por componentes observa-se no período de 2001 a 2015 que a mortalidade neonatal, componente mais complexo e atualmente o mais expressivo da mortalidade de menores de um ano de idade, sofreu aumento de 4,6% passando de 60,2% (79/161) em 2001 a 63% (119/189) em 2015, considerando a mortalidade pós-neonatal observamos uma redução de 6,8% passando de 39,7% (64/161) em 2001 e 37% (70/189) em 2015 .

Neonatal precoce Neonatal Tardia Pós-Neontal

2001 49 11,2 39,7

2002 40,8 23,2 362003 38,4 12,4 49,22004 35,8 17,4 46,82005 44,7 13,8 41,52006 39,9 16,2 43,8

2007 45,2 15,6 39,22008 50,6 8,9 40,5

2009 37,9 18,1 43,52010 48,8 9,3 41,92011 54,2 13 32,82012 48,6 9 42,42013 46,9 11,3 41,8

2014 46,4 14,7 38,82015 45,5 17,5 37

0

10

20

30

40

50

60

%

Page 132: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

132

No Brasil em 2012 predominou o componente neonatal (precoce e tardio) com 50,8% e 17,3% dos óbitos infantis. Com avanços nas áreas de saneamento e saúde, os óbitos infantis tendem a se concentrar no componente neonatal precoce (BRASIL, 2013).

5.7 MORTALIDADE FETAL

A morte fetal é a morte do produto da concepção, ocorrida antes da sua completa expulsão ou extração do organismo materno, independentemente do tempo de gestação. A morte é indicada pelo fato de que, depois da separação, o feto não respira nem mostra qualquer outro sinal de vida, como batimentos cardíacos, pulsações do cordão umbilical ou movimentos de músculos voluntários. A mortalidade fetal se divide em precoce, intermediária e tardia. Tabela 49 - Número, proporção e taxa (por 1.000 NV) de mortalidade fetal. Roraima, 1992 a 2015

ANO NASCIDOS VIVOS ÓBITO FETAL

N° TAXA DE MORTALIDADE FETAL (MIL NV)

1992 4.920 116 23,6 1993 6.067 88 14,5 1994 7.172 112 15,6 1995 7.023 117 16,2 1996 7.373 108 13,8 1997 8.148 116 14,2 1998 8.208 114 13,9 1999 8.726 118 13,5 2000 9.698 108 11,1 2001 9.561 112 11,7 2002 9.188 128 12,5 2003 10.286 129 12,5 2004 9.751 149 15,2 2005 9.699 107 11,0 2006 9.598 106 11,0 2007 9.584 100 10,4 2008 10.093 83 8,2 2009 9.678 88 9,0 2010 9.728 89 9,1 2011 9.969 87 8,7 2012 10.582 129 12,1 2013 10.556 130 12,3 2014 10.322 105 10,1 2015 10.535 97 9,2

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014. NOTA: 2014: Excluídos 78 óbitos de residentes de outro país e estado. 2015: Excluídos 84 óbitos de residentes de outro país e estado. Dados sujeitos a alteração.

Page 133: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

133

A mortalidade fetal precoce refere-se aos abortos e está compreendida no período entre a concepção e a vigésima semana de gestação, no qual o feto tem um peso aproximado de 500g. A morte fetal intermediária ocorre entre a 20ª e a 28ª semana de gestação (com pesos fetais entre 500 e 1.000g) e a fetal tardia entre a 28ª (1.000 g) e o parto (BRASIL, 2014). No Brasil tem se observado uma diminuição do número de nascidos mortos (natimortos), principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Em 2013, a taxa de mortalidade fetal (1.000 NV) por regiões brasileiras foram: Norte 11,2/1.000 NV, Nordeste 13,1/1.000 NV, Sudeste 10,6/1.000 NV, Sul 9,1/1.000 NV e Centro-Oeste 9,3/1.000 NV (BRASIL, 2013).

Em Roraima, a taxa de mortalidade fetal no período de 1992 (23,6/1.000 NV) a 2015 (9,2/1.000 NV) registrou uma redução de 61%, acompanhando uma tendência nacional.

5.8 MORTALIDADE MATERNA

A mortalidade materna é um bom indicador para avaliar as condições de vida de uma população. O estudo desses óbitos pode revelar o grau de desenvolvimento de uma determinada sociedade (BRASIL, 2013).

Tabela 50 – Número de nascidos vivos, óbito materno e taxa (por 1.000 NV) de mortalidade materna. Roraima, 1996 a 2015

ANO NASCIDOS VIVOS ÓBITO MATERNO

N° TAXA DE MORTALIDADE MATERNA (MIL NV) 1996 7.373 03 0,4 1997 8.148 08 0,9 1998 8.208 12 1,4 1999 8.726 05 0,5 2000 9.698 06 0,6 2001 9.561 05 0,5 2002 9.188 05 0,5 2003 10.286 04 0,3 2004 9.751 02 0,2 2005 9.699 05 0,5 2006 9.598 09 0,9 2007 9.584 11 1,1 2008 10.093 08 0,7 2009 9.678 10 1,0 2010 9.728 01 0,1 2011 9.969 06 0,6 2012 10.582 04 0,3 2013 10.556 05 0,4 2014 10.322 04 0,3 2015 10.535 09 0,8

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014.

Page 134: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

134

Em Roraima, a taxa de mortalidade materna variou de 0,4 por 1.000 NV em 1996 para 0,8 em 2015, representando um aumento de 100% no período.

Figura 84 – Taxa de mortalidade materna.Roraima, 1996 a 2015 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014.

A redução da mortalidade materna é o quinto Objetivo de Desenvolvimento do

Milênio (ODM), meta de redução em três quartos, entre 1990 a 2015, o que representa valor igual ou inferior a 35 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos no Brasil. Para atingir esse objetivo, o Ministério da Saúde, preconiza que a redução anual da RMM no País deve ser de 5,5% (BRASIL, 2013).

Tabela 51 – Mortes maternas por causas obstétricas diretas e indiretas. Roraima, 2000 a 2015

ANO OBSTÉTRICAS DIRETAS OBSTÉTRICAS INDIRETAS N° % N° %

2000 06 100,0 00 0,0 2001 05 100,0 00 0,0 2002 04 80,0 01 20,0 2003 04 100,0 00 0,0 2004 01 50,0 01 50,0 2005 04 80,0 01 20,0 2006 06 66,7 03 33,3 2007 10 90,9 01 9,1 2008 07 87,5 01 12,5 2009 09 90,0 01 10,0 2010 01 100,0 00 0,0 2011 05 83,3 01 16,7 2012 02 50,0 02 50,0 2013 05 100,0 00 0,0 2014 03 75,0 01 25,0 2015 08 88,9 01 11,1

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014.

19 96

19 97

19 98

19 99

20 00

20 01

20 02

20 03

20 04

20 05

20 06

20 07

20 08

20 09

20 10

20 11

20 12

20 13

20 14

20 15

Mortalidade materna 0,4 0,9 1,4 0,5 0,6 0,5 0,5 0,3 0,2 0,5 0,9 1,1 0,7 1,0 0,1 0,6 0,3 0,4 0,3 0,8

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6Ta

xa(m

il N

V)

Page 135: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

135

A redução da mortalidade materna é o quinto Objetivo de Desenvolvimento do

Milênio (ODM), meta de redução em três quartos, entre 1990 a 2015, o que representa valor igual ou inferior a 35 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos no Brasil. Para atingir esse objetivo, o Ministério da Saúde, preconiza que a redução anual da RMM no País deve ser de 5,5% (BRASIL, 2013).

As mortes maternas são divididas em causas obstétricas diretas e indiretas. Morte materna obstétrica direta é aquela que ocorre por complicações obstétricas durante a gravidez, o parto ou o puerpério devido a intervenções, a omissão, ao tratamento incorreto ou a uma cadeia de eventos resultantes de qualquer dessas causas.

As mortes maternas são divididas em causas obstétricas diretas e indiretas. Morte materna obstétrica direta é aquela que ocorre por complicações obstétricas durante a gravidez, o parto ou o puerpério devido a intervenções, a omissão, ao tratamento incorreto ou a uma cadeia de eventos resultantes de qualquer dessas causas.

Page 136: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

136

6 RECOMENDAÇÕES

Divulgação do Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2015 para o Governo do Estado, Casa Civil, Assembléia Legislativa, Gestores estadual e municipais de Saúde, Educação e Segurança Pública, e para os profissionais da área da saúde;

Intensificação das ações coordenadas de supervisão entre os programas do Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE) com as SMS no que se refere à vigilância epidemiológica (VE) e os sistemas de informação em saúde;

Monitoramente contínuo da natalidade, mortalidade e dos agravos e doenças de notificação compulsória (DNC) pelas gerências com o objetivo de intervir de forma imediata junto aos serviços de saúde;

Adequação do CIEVS/NIEVS estadual com aumento no número de profissionais e preparação técnica dos mesmos, e criação de sala de situação permanente para monitoramento dos agravos de interesse da saúde pública do estado;

Fortalecimento do Núcleo de Vigilância Hospitalar (NVH) do estado visando ampliar a capacidade de reposta pelos Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) e Unidade de Vigilância Epidemiológica (UVE) em âmbito hospitalar;

Elaboração e divulgação de boletins epidemiológicos, periodicamente, a fim de retroalimentar os gestores e os profissionais de saúde com o objetivo de subsidiá-los na tomada de decisão;

Estreitar o relacionamento da VE estadual com a assistência em saúde (Atenção Básica e Urgência/Emergência) pública e privada, bem como as instituições de ensino e pesquisa;

Estruturação e adequação do Serviço de Verificação de óbito (SVO) no estado.

Page 137: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

137

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Curso Básico de Vigilância Epidemiológica (CBVE). Brasília, 2005. 210 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação em Saúde. Saúde Brasil 2012: Uma análise da situação de saúde e dos 40 anos do Programa Nacional de Imunizações. Brasília, 2013. 538 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação em Saúde. Saúde Brasil 2013: Uma análise da situação e das doenças transmissíveis relacionadas à pobreza. Brasília, 2014. 384 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação em Saúde. Saúde Brasil 2015/2016: Uma análise da situação e da epidemia pelo vírus Zika e por outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Brasília, 2016. 388 p. FECOR. Federação da Indústria e Comércio de Roraima. Roraima, 1997. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estimativa, 2015. RORAIMA. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000. Secretaria de Saúde do Estado de Roraima, 2001. RORAIMA. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013. Secretaria de Saúde do Estado de Roraima, 2013. RORAIMA. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2014. Secretaria de Saúde do Estado de Roraima, 2014.

Page 138: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE …...Para 2015, a estimativa do IBGE para o Estado foi de 505.665 habitantes. A densidade demográfica ficou em 2,25 habitantes por Km². Roraima

138

GOVERNO DO ESTADO DE RORAIMA SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

COORDENADORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DEPARTAMENTO DEVIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Rua Dr. Arnaldo Brandão com a Av. Capitão Júlio Bezerra, nº 826 Bairro São Francisco

CEP 69.305-080 Telefone (95) 3623-2757

Boa Vista – Roraima