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RELATÓRIO & CONTAS 2014

RELATÓRIO & CONTAS 2014 - Valorlis · 2015. 7. 31. · VALORLIS S.A. Relatório e Contas 2014 Senhores Acionistas, Nos termos da Lei e dos seus estatutos, vem o Conselho de Administração

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RELATÓRIO & CONTAS 2014

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VALORLIS S.A.Relatório e Contas 2014

Senhores Acionistas,

Nos termos da Lei e dos seus estatutos, vem o Conselho de Administração da VALORLIS – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A. submeter à apreciação da Assembleia Geral desta empresa o Relatório e Contas do exercício de 2014.

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Índice

9 Mensagem do presidente

13 A Empresa

13 Os Acionistas

13 Cadeia de valor

14 Síntese de indicadores

17 Principais acontecimentos

A- Relatório de Gestão 21 Introdução

21 Enquadramento macroeconómico

22 Enquadramento do setor

25 Regulação

28 Análise económica e financeira

35 Atividade operacional

58 Objetivos de gestão

59 Cumprimento das orientações legais

62 Perspetivas para o futuro

62 Factos relevantes após o termo do exercício

62 Sucursais da sociedade

62 Considerações finais

63 Proposta de aplicação de resultados

64 Anexo ao relatório

64 Relatório dos administradores não executivos

B- Contas do exercício de 201469 Demonstração da posição financeira

70 Demonstração dos resultados

70 Demonstração do rendimento integral

70 Demonstração das variações do capital próprio

71 Demonstração dos fluxos de caixa

72 Decomposição de caixa e seus equivalentes

73 Notas às demonstrações financeiras

73 Atividade económica da VALORLIS – Valorização e

Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A.

73 Políticas contabilísticas

86 Políticas de getão do risco financeiro

89 Estimativas e julgamentos

90 Adoção pela primeira vez das IFRS

90 Instrumentos financeiros por categoria

91 Informação por segmentos

92 Ativos intangíveis

93 Propriedades de investimento

93 Investimentos financeiros

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93 Impostos diferidos

94 Clientes e outros ativos não correntes

94 Inventários

94 Clientes

95 Estado e outros entes públicos

96 Outros ativos correntes

96 Caixa e bancos

96 Capital

97 Provisões

97 Provisões para pensões

97 Empréstimos

98 Locação financeira

98 Acréscimos de gastos de investimento contratual

não realizado

99 Subsídios ao investimento

99 Fornecedores correntes

99 Outros passivos correntes

100 Imposto sobre o rendimento

100 Vendas e prestação de serviços

101 Custo das vendas

101 Fornecimentos e serviços externos

102 Gastos com pessoal

102 Depreciações, amortizações e reversões do

exercício

103 Provisões e reversões do exercício

103 Perdas por imparidade

103 Outros gastos operacionais

103 Outros rendimentos e ganhos operacionais

103 Gastos financeiros

103 Rendimentos financeiros

104 Transações com entidades relacionadas

105 Compromissos

105 Garantias prestadas

105 Informações exigidas por diplomas legais

106 Rendimento garantido

106 Informações relevantes

106 Eventos subsequentes

107 Relatório e parecer do fiscal único

108 Certificação legal das contas

110 Relatório de auditoria

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Mensagem do Presidente

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RC 2014_9

Na qualidade de Presidente do Conselho de Administração apresento, aos acionistas e outras partes interessadas, informação sobre as principais atividades desenvolvidas em 2014 e as perspetivas para o corrente exercício.

O ano de 2014 foi repleto de acontecimentos determinantes para o futuro da VALORLIS. A definição do PERSU2020, a redefinição do estatuto da ERSAR e consequente alteração do modelo de regulação tarifária, obrigaram a VALORLIS a rever vários processos chaves da sua atividade e adequar as suas estruturas e operações a estes novos desafios. Algumas destas alterações tiveram resultados significativos ainda no decurso do exercício de 2014, e permitiram à VALORLIS consolidar o grau de cumprimento das suas obrigações e da qualidade dos seus serviços.

O Resultado Líquido de Impostos de 922.318 euros é o reflexo da estratégia de investimentos definida pela VALORLIS ao longo dos últimos anos e que tem permitido aumentar, ano após ano, a produção de biogás e materiais recicláveis. Para este resultado também contribuiu o mérito e o empenho dos nossos colaboradores, que conseguiram superar o valor máximo de capacidade nominal da Central de Valorização Orgânica e a eficiente gestão integrada das fontes de produção de biogás.

Mensagem do Presidente

Presidente do Conselho de AdministraçãoLuís Filipe dos Santos Guerreiro Faísca

Deste modo, a VALORLIS registou, em 2014, um aumento de receitas de energia e recicláveis na ordem de um milhão de euros face a 2013.

Em termos de investimentos, a VALORLIS registou o início da construção da nova célula do Aterro Sanitário de Leiria, cuja conclusão está prevista para o segundo semestre de 2015. Com a conclusão desta infraestrutura a VALORLIS estará dotada de capacidade de deposição em aterro até ao final do prazo da sua concessão.

Para concluir, acresce transmitir o reconhecimento pelo empenho e dedicação de todos os nossos colaboradores, enquanto contributo fundamental para o desempenho da empresa ao longo dos anos de uma forma sustentável no cumprimento da legislação nacional e comunitária aplicável.

O ano de 2014 foi repleto de acontecimentos determinantes para o futuro da VALORLIS. A definição do PERSU2020, a redefinição do estatuto da ERSAR e consequente alteração do modelo de regulação tarifária, obrigaram a VALORLIS a rever vários processos chaves da sua atividade e adequar as suas estruturas e operações a estes novos desafios.

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VALORLIS

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RC 2014_12 RC 2014_13

VALORLIS

A Empresa

O Sistema Multimunicipal de Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos da Alta Estremadura foi criado pelo Decreto--Lei n.º 116/96, de 6 de agosto, com uma área geográfica correspondente aos Municípios de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós abrangendo uma área de 2.160 km2 e servindo uma população de 304 mil habitantes de acordo com a informação do último census.

Os Acionistas

A exploração e gestão do Sistema foi, pelo mesmo diploma legal, atribuída à VALORLIS – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A., tendo sido aí definidos os respetivos estatutos, sendo atualmente o seu capital social no montante de 2.000.000 €, integralmente subscrito e realizado, representado por 400.000 ações com o valor nominal de 5,00 € pertencentes, em 31 de dezembro de 2014, aos acionistas constantes do quadro seguinte.

Classe Ações Percentagem

EGF A/B 204.000 51, 00%

Município de Leiria A 76. 176 19,04%

Município de Marinha Grande A 23.896 5,97%

Município de Pombal A 38.072 9,52%

Município de Porto de Mós A 17.304 4,33%

Município de Batalha A 9.880 2,47%

Município de Ourém A 30.672 7,67%

400.000 100,00%

O Contrato de Concessão por 25 anos celebrado com o Ministério do Ambiente e os Contratos de Entrega, Receção e Recolha Seletiva celebrados com os Municípios envolvidos foram assinados em 20 de dezembro de 1996.

Cadeia de valor

Tendo como central a atividade operacional, a VALORLIS atua numa extensa e complexa cadeia de valor, agregando um conjunto interdependente de competências e agregando valor acrescentado, desde a identificação do recurso – os Resíduos Urbanos (RU) – até à entrega dos produtos finais aos clientes – a Sociedade Ponto Verde ou outros recicladores, a Rede Elétrica Nacional e utilizadores de corretivo orgânico.

Na representação gráfica abaixo, é exposta uma visão sistémica da cadeia de valor do negócio do tratamento e valorização dos resíduos, bem como a especificação das diferentes atividades de operação.

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RC 2014_14 RC 2014_15

 

A atividade da VALORLS engloba o tratamento de Resíduos Urbanos, o sistema integrado de recolha seletiva, que compreende a recolha e triagem dos materiais destinados à reciclagem ou a outra forma de valorização, a valorização orgânica e o aproveitamento energético do biogás produzido no aterro sanitário.

Para o desenvolvimento da sua atividade, a VALORLIS possui as seguintes infraestruturas;

• 1 Aterro sanitário no concelho de Leiria com centro eletroprodutor;

• 3 Estações de transferência nos municípios de Batalha/Porto de Mós, Ourém e Pombal;

• 1 Central de triagem no concelho de Leiria;

• 1 Central de Valorização Orgânica com digestão anaeróbia no concelho de Leiria (para servir o sistema multimunicipal da Alta Estremadura e da Valorsul – Oeste) com centro eletroprodutor;

• Sistema de recolha seletiva implementado através da colocação de ecopontos e complementarmente de ecocentros (3 nas estações de transferência e 1 no espaço físico do aterro)

Síntese de indicadores

Dados de atividade

2012 2013 2014

Resíduos sólidos urbanos tratados (ton) 103.948 103.814 107.478

População servida (mil hab.) 307 307 304

N.º de municípios abrangidos 6 6 6

Área geográfica (km2) 2.157 2.157 2.160

N.º médio de colaboradores 91 88 85

Elementos económico-financeiros

2012 2013 2014

Volume de negócios 6.076.744 6.854.679 8.153.887

Resultados operacionais 937.337 711.480 1.453.658

EBITDA 2.973.614 3.450.788 4.249.034

Resultados financeiros -532.158 -447.746 -171.076

Resultado líquido do exercício 483.158 131.677 922.318

2012 2013 2014

Investimento 2.927.635 3.256.120 644.491

Dívidas de clientes 2.595.218 1.040.205 2.180.615

Total do ativo 39.337.810 36.143.473 33.933.919

Dívida Bancária - M/l prazo 18.026.667 14.273.333 13.720.000

Dívida Bancária - Curto Prazo 1.749.556 3.003.115 753.115

Dívida Bancária - Total 19.776.223 17.276.448 14.473.115

Subsídios ao Investimento 9.595.664 8.729.472 7.956.285

Total do Passivo 35.204.407 31.960.377 28.899.936

Capital Próprio 4.133.403 4.183.096 5.033.984

Indicadores económico-financeiros

2012 2013 2014

Margem EBITDA 49% 50% 52%

Estrutura financeira 4,78 4,13 2,88

Solvabilidade 0,12 0,13 0,13

Autonomia financeira 11% 12% 15%

VAB 5.381.440 6.363.680 7.066.843

Liquidez geral 2,20 1,88 1,59

Liquidez imediata 2,19 1,86 1,57

MLL/Volume de negócios 56% 58% 53%

Margem EBITDA = EBITDA/Volume de NegóciosEstrutura Financeira = Dívida Bancária/Capital Próprio

Solvabilidade = Capital Próprio/PassivoAutonomia Financeira = Capital Próprio/Ativo

VAB = Rendimentos Operacionais - CEVMC - FSE’SLiquidez Geral = Ativo Corrente/Passivo Corrente

Liquidez Imediata = Disponível/Passivo CorrenteMLL/Volume Negócios (%) = Meios Liber tos Líquidos = Resultado Líquido + Amortizações + Provisões

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Principais acontecimentos

O facto mais marcante da atividade da VALORLIS em 2014 foi o elevado nível do seu desempenho operacional com evidentes benefícios económicos. O aumento significativo, registado em 2014, das quantidades de recicláveis recuperados na CVO foi conseguido através dos investimentos de beneficiação e upgrade das instalações de tratamento mecânico e triagem verificadas em 2012 e 2013, que permitiram superar a capacidade nominal de tratamento da CVO. Em dezembro, a VALORLIS realizou com resultados positivos, um ensaio de valorização energética de cerca de 800 toneladas de refugo proveniente da CVO na Incineradora da Valorsul.

O aumento significativo da produção de biogás, e consequente produção e venda de energia elétrica, foi conseguido através da gestão integrada das diferentes fontes de produção de biogás (aterros e CVO) e do parque de motogeradores.

Outro facto marcante de 2014 foi o início da construção da Célula C do Aterro Sanitário de Leiria. Com conclusão prevista para 2015, esta infraestrutura continua a ser uma peça fundamental para a exploração da VALORLIS.

Outro facto ocorrido em 2014 com especial relevância para a VALORLIS foi a revisão do plano estratégico nacional para o setor dos resíduos. O PERSU 2020 definiu novas metas, muito ambiciosas, e novas metodologias para a sua contabilização que obrigam a VALORLIS a rever o seu plano de investimentos e a reforçar os recursos alocados à Recolha Seletiva e Valorização Orgânica.

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A – Relatório de Gestão

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A – Relatório de Gestão

1. Introdução

A VALORLIS é o Sistema Multimunicipal de Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos da Alta Estremadura, desenvolvendo a sua atividade na área geográfica correspondente aos Municípios de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós.

Criada em agosto de 1996 pelo Decreto-Lei n.º 116/96, de 6 de agosto, serve uma população de 304 mil habitantes, tornando-se uma empresa relevante na região onde se insere.

A VALORLIS tem realizado investimentos importantes e vindo a crescer de forma sustentada ao longo dos anos, promovendo a sensibilização para as boas práticas ambientais e gerando postos de trabalho, muito contribuindo para o desenvolvimento socioeconómico da região.

2. Enquadramento macroeconómico

Global

À semelhança dos últimos dois anos, em 2014 a economia mundial apresenta níveis de crescimento moderados, aproximadamente 3,5% (3,0% em 2013; 3,1% em 2012). Os Estados Unidos da América apresentam um crescimento baixo, em linha com o do ano anterior (2,4% vs. 2,2%), embora apresente uma muito ligeira melhoria, suportado por um crescimento relevante dos níveis de emprego e igualmente do mercado imobiliário. O crescimento das economias emergentes (China, Índia, Brasil, Rússia, México, Indonésia, Malásia, Filipinas, países africanos, etc.) permanece muito acima dos países desenvolvidos (4,4% em 2014), embora a níveis reduzidos quando comparados com anos recentes. Três grandes fatores explicam este arrefecimento: (i) os níveis de investimento na China diminuíram com impacto nas economias asiáticas; (ii) as vulnerabilidades da economia russa, como consequência do colapso dos preços do petróleo e das tenções geopolíticas, e (iii) a diminuição dos preços de algumas commodities, que representam uma fatia relevante das receitas económicas de alguns países emergentes.

União Europeia

O ano de 2014 ficou marcado pelo fraco crescimento económico na Zona Euro, justificado pelo aumento dos conflitos geopolíticos, especialmente as tensões com a Rússia, a par do enfraquecimento de algumas economias desenvolvidas e emergentes, com relações estreitas com os países do centro da Europa. Neste ponto, realce para as três principais economias, Alemanha, França e Itália, cujo desempenho económico foi determinante para o fraco crescimento na área do euro, contrariamente a outros países, como Irlanda, Espanha, Portugal e Grécia, cujo crescimento foi melhor que o esperado.

As melhorias registadas no mercado de trabalho foram modestas, em linha com o crescimento económico, que não foi suficientemente robusto para alavancar a formação de emprego. A taxa de desemprego deverá ter sido de 11,6% em 2014 de acordo com a Comissão Europeia, melhor do que em 2013 (11,9%), resultado das melhorias registadas nos países mais vulneráveis. As diferenças entre Estados-Membros continuaram a ser significativas em 2014, variando entre 5,1% na Alemanha e 26,8% na Grécia. As fracas melhorias registadas no mercado de trabalho tiveram impacto limitado no consumo privado, que se espera que tenha crescido 0,7% em 2014, um aumento face a 2013, quando a variável diminuiu 0,6%. A pesar neste crescimento reduzido esteve a incerteza sobre os rendimentos futuros e o processo lento de desalavancagem no setor das famílias. Apesar de ter sido afetado pelo processo de desalavancagem, num contexto de baixa inflação e de fraca procura, o investimento em 2014 parece ter iniciado uma recuperação face ao decréscimo de 2,4% observado em 2013, crescendo 0,6%. A inflação continuou bem abaixo do objetivo dos 2% (a inflação previsional em dezembro, de acordo com o Eurostat, foi de -0,2%, e espera-se que no total do ano a inflação tenha sido de 0,4%), influenciada pela queda dos preços da energia e da alimentação, assim como pelo frágil ambiente económico da Zona Euro. A balança corrente na Zona Euro tem verificado excedentes, registando, em 2014, 2,5% do PIB. Curiosamente, este excedente não se deve ao fortalecimento das exportações, mas antes à vulnerabilidade da procura interna, que afetou desfavoravelmente as importações.

Portugal

A economia portuguesa deverá registar um crescimento de aproximadamente 0,9% em 2014. A procura interna acabou por

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contribuir mais do que se esperava para o crescimento anual, enquanto a procura externa líquida contribuiu negativamente, com uma dimensão significativa: um contributo de cerca de -1,1 pontos percentuais para um crescimento que se projeta em torno de 0,9%. Caso se confirme, o contributo desfavorável das exportações líquidas só encontra paralelo em 2010 ou nos anos imediatamente anteriores à crise financeira internacional.

As exportações desiludem e as importações aumentam acima do previsto. Vários fatores concorreram para este comportamento. Do lado das exportações, o encerramento temporário da unidade de refinação de petróleo nos primeiros meses de 2014 justificou um comportamento pior que o esperado. De facto, a venda de combustíveis refinados ao exterior fora responsável por cerca de 60% do crescimento das exportações de bens em 2013, pelo que esta paragem teve efeitos significativos. Nos primeiros dez meses do ano, as exportações de combustíveis registavam um decréscimo de cerca de 22%, gerando um contributo negativo de 2,2 p.p. para o total. Deste modo, a atual projeção aponta para um aumento das exportações (em volume) em torno de 2,5%, que contrasta com +3,5% antecipados no início de 2014. Do lado das importações, verificou-se também um aumento acima do esperado, refletindo a retoma mais acentuada da procura interna e a satisfação de alguma procura pendente, nomeadamente de bens duradouros.

Depois de alguma recuperação que se registou em meados de 2013, tem-se registado uma estabilização do PIB em níveis mais baixos. Todavia, analisando os contributos das principais componentes para a geração de riqueza, verifica-se que em 2014 o padrão de comportamento foi mais equilibrado que nos anos de vigência plena do PAEF. Efetivamente, depois de três anos consecutivos de retração, a procura interna voltou a aumentar, embora bem menos que em 2010 ou em anos anteriores à eclosão da crise financeira internacional. As exportações (sem combustíveis), registam um comportamento assinalável, com um crescimento até novembro de 4,7%. Mais, os contributos foram bastante uniformes, pontuando os bens de consumo, bens industriais, bens de capital ou alimentação e bebidas. A análise por destinos denota também bom desempenho em diversos mercados, com destaque para o Reino Unido, Alemanha, França e Espanha. Nos países fora da União Europeia, o comportamento das exportações é também favorável, denotando-se diversificação por produtos e destinos, com destaque para os mercados dos EUA, Angola e China. Nota para os serviços que representam atualmente cerca de 33% das exportações totais, reforçando o seu posicionamento ao longo das últimas décadas (em 2014, foram as exportações de serviços de turismo que mais adicionaram às exportações de serviços, gerando um contributo de cerca de 75% e um acréscimo no ano estimado em 16%).

Desde julho de 2014, a inflação regista níveis inferiores a zero, refletindo em grande parte o movimento de quedas dos preços de bens energéticos, mas também fragilidade da procura interna e efeitos do esforço de melhoria da competitividade da economia portuguesa. A informação até agora conhecida aponta para que no conjunto do ano a inflação média se situe em -0,3%.

Relativamente às contas públicas é previsível uma redução do défice do Estado para 6.42 mil milhões de euros nos primeiros onze meses de 2014 (numa base de caixa). Esta evolução reflete o bom desempenho da receita fiscal, +6,2% face ao ano anterior, enquanto que a despesa registou um crescimento de apenas 0,8% no mesmo período e põe em evidência o esforço de consolidação das contas públicas levado a cabo nos últimos anos, dando suporte ao desenho de uma trajetória de melhor sustentabilidade da dívida pública. A taxa de desemprego terá ficado, aproximadamente, nos 13,1% em 2014.

Fonte: FMI world economic outllook; BPI Research; Boletim económico do Banco Portugal; Eurostat; INE.

3. Enquadramento do setor

Em 2014 assistiu-se à concretização de algumas das medidas traçadas para os setores das águas e dos resíduos, definidas pelas linhas orientadoras do Programa do XIX Governo Constitucional:

• Reorganizar o setor do abastecimento de água e saneamento de águas residuais, com prioridade para a sua sustentabilidade económico-financeira;

• Prosseguir a identificação e resolução do défice tarifário, a revisão do sistema de tarifas, maior abertura à participação de entidades privadas na exploração e gestão dos sistemas, a promoção da eficiência, a integração vertical e a agregação de sistemas exigentes, a adequada manutenção de redes e equipamentos antigos e a prevenção da construção de capacidade desnecessária;

• Autonomizar o subsetor dos resíduos no seio do Grupo Águas de Portugal e implementar as medidas necessárias à sua abertura ao setor privado.

As atividades desenvolvidas durante o ano de 2014 deram lugar a três eventos representativos dos esforços desenvolvidos nos setores das águas e resíduos desde 2012:

a. A apresentação da estratégia integrada de reestruturação do setor das águas pelo senhor Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e da Energia, em outubro de 2014;

b. A assinatura, em novembro de 2014, do contrato de compra e venda da participação da AdP - Águas de Portugal, SGPS, S.A. no capital social da EGF – Empresa Geral do Fomento, S.A., à SUMA-Tratamento, S.A., empresa que resultou da formalização do agrupamento vencedor do concurso público internacional;

c. A conclusão dos trabalhos de elaboração dos novos planos estratégicos para os serviços urbanos de águas, PENSAAR 2010 – Uma nova estratégia para o setor de abastecimento de água e saneamento de águas residuais, e para os serviços de gestão de resíduos, PERSU 2020 – Plano estratégico de resíduos sólidos urbanos, que definem as metas e objetivos do Estado para cada um dos setores.

No seguimento das alterações legislativas verificadas em 2013, de que se destacam a Lei n.º 35/2013, de 11 de junho, e o Decreto- -Lei n.º 92/2013, de 11 de julho, foram publicados em 2014 os seguintes diplomas legais:

• Lei n.º 10/2014, de 6 de março, que aprova os novos estatutos da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), reforçando os seus poderes e independência;

• Lei n.º 12/2014, de 6 de março, que aprova a fatura detalhada para os serviços de águas e resíduos;

• Decreto-Lei n.º 45/2014, de 20 de março, que aprova o processo de reprivatização da EGF – Empresa Geral do Fomento, S.A.;

• Decreto-Lei 96/2014, de 25 de junho, que aprova as bases do contrato de concessão aplicáveis aos sistemas multimunicipais de tratamento e de recolha seletiva de resíduos sólidos urbanos, com maioria de capital privado.

Neste novo regime jurídico, entre muitos aspetos de limitação da atividade das Concessionárias, de relacionamento e partilha de riscos e obrigações entre o Estado Concedente e as Concessionárias, da fixação de uma caução em garantia do cumprimento do contrato, é de registar a definição detalhada dos objetivos de serviço público, definidos em articulação com a ANMP e com os Municípios, que as Concessionárias se obrigarão a respeitar.

Este novo enquadramento contratual assenta no respeito dos seguintes princípios:

• Garantia da acessibilidade das populações aos serviços de resíduos mediante a adequação das tarifas à respetiva capacidade económica;

• Clarificação do regime aplicável aos futuros contratos de concessão da exploração e gestão da recolha e tratamento de resíduos urbanos, com defesa do interesse público nacional e municipal e garantias de transferência para os Municípios das infraestruturas afetas à concessão no termo do seu prazo;

• Poderes de fiscalização e regulação do Estado e da ERSAR, na arbitragem da relação entre as empresas concessionárias e os Municípios;

• Garantias de transparência, equidade territorial e sustentabilidade económico-financeira dos sistemas, à luz do novo regulamento tarifário e das metas previstas no PERSU 2020;

• Manutenção ou melhoria da qualidade do serviço público prestado às populações.

Reprivatização da Empresa Geral do FomentoQuanto ao processo de reprivatização da EGF, que a 31 de dezembro de 2014 se encontrava a aguardar a pronúncia das Autoridades da Concorrência, iniciou-se com a publicação do Decreto-Lei n.º 45/2014, de 20 de março, tendo o respetivo caderno de encargos sido aprovado em 8 de abril, pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 30/2014.

O anúncio do concurso público foi publicado no Jornal Oficial da União Europeia, JO/S S82, de 26 de abril de 2014, sob o n.º 2014/S 082-143174 e no Diário da República n.º 71, 2.ª série, de 10 de abril de 2014, através do Anúncio de Procedimento n.º 1988/2014.

O prazo de apresentação de propostas não vinculativas terminou a 20 de maio, tendo sido recebidas sete propostas não vinculativas, e a Resolução de Conselho de Ministros n.º 36-A/2014, de 5 de julho, determinou a admissão de todos os concorrentes à fase de apresentação de proposta vinculativa.

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RC 2014_24 RC 2014_25

No dia 31 de julho, data limite de entrega das propostas vinculativas, foram apresentadas quatro propostas, tendo o vencedor sido escolhido, nos termos do concurso, por decisão do Conselho de Ministros, conforme Resolução de Conselho de Ministros n.º 55-B/2014 de 18 de setembro.

A par do processo de privatização foi aprovado e homologado o regulamento tarifário aplicável aos serviços de gestão de resíduos pela Deliberação n.º 928/2014 da ERSAR, homologada pelo Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e da Energia e publicada em Diário da República, 2.ª série, em 15 de abril.

Regulamento Tarifário de Resíduos UrbanosNo domínio da regulação, haverá que referir a homologação por Despacho do senhor Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, publicado em Diário da República, 2.ª série, n.º 74, de 15 de abril, do novo Regulamento Tarifário aplicável aos serviços de gestão de resíduos.

Este Regulamento Tarifário, que se prevê venha a vigorar já em 2016, assenta num novo modelo de regulação económica com as seguintes bases:

• Modelo do tipo “Revenue Cap”, com definição de proveitos permitidos para cobertura dos custos de capital, estimados através da remuneração de uma base de ativos, e dos custos de exploração;

• Introdução de incentivos à eficiência produtiva na base de custos controláveis pelo operador, incluídos nos custos de exploração a suportar pelos proveitos permitidos;

• Remuneração dos ativos em exploração e com incentivos para decisões eficientes de investimento, no que diz respeito aos incrementos da base de ativos a remunerar, incluindo a partilha de infraestruturas com vista ao maior aproveitamento da capacidade de tratamento instalada no país;

• Remuneração da base de ativos por referência a um custo de capital definido pelo regulador, como incentivo para a otimização dos custos e estrutura de capital.

Planos estratégicos para os setores das águas e dos resíduosOs planos estratégicos para os setores das águas e dos resíduos (PENSAAR 2020 e PERSU 2020, respetivamente) desenvolveram- -se em articulação com o Acordo de Parceria 2014-2020, submetido por Portugal à Comissão Europeia para efeitos do Quadro Estratégico Comum (QEC), concluído em julho de 2014, que norteia a aplicação dos fundos europeus da Política de Coesão, da Política Agrícola Comum, da Política Comum das Pescas e da Política dos Assuntos do Mar.

Os planos aprovados e os instrumentos de financiamento associados, cujos respetivos programas operacionais foram apresentados já no decorrer de 2015, evidenciam os novos desafios decorrentes de uma mudança de paradigma do setor e as posições recentes da Comissão Europeia, visando a sustentabilidade e a eficiência, para além do incremento de exigências ambientais e reforço dos mecanismos de acompanhamento, patente na previsão de um conjunto de importantes condicionalismos ex-ante e ex-post.

Sem prejuízo de corresponder ao cumprimento das exigências ambientais patentes na posição dos serviços da Comissão Europeia, com especial incidência no domínio dos resíduos, às intervenções de cariz infraestrutural sucede agora uma tipologia de investimento de melhoria, de consolidação e de reforço dos ativos existentes. Acresce que, em paralelo com o investimento, haverá que criar condições para que as entidades gestoras possam também evoluir para níveis organizacionais mais eficientes e capacitados.

PERSU 2020O PERSU 2020 - o Plano Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos, foi aprovado, pela Portaria n.º 187-A/2014, publicada em DR (I Série) n.º 179, de 17 de setembro de 2014, e encerra a visão estratégica para o setor no horizonte 2014-2020.

Este Plano prossegue como objetivo garantir um alto nível de proteção ambiental e da saúde humana, através do uso de processos, tecnologias e infraestruturas adequadas no setor dos resíduos. Promove ainda a minimização da produção e da perigosidade dos resíduos e procura integrá-los nos processos produtivos como materiais secundários por forma a reduzir os impactes da extração de recursos naturais.

Estabelece ainda um modelo que, pela primeira vez, permite definir individualmente e para cada sistema de gestão de RU, as seguintes metas:

a) Metas de retomas de recolha seletiva;

b) Metas de desvio de RUB de aterro;

c) Metas de preparação para reutilização e reciclagem.

4. Regulação

As atividades de abastecimento de água, saneamento de águas residuais e gestão de resíduos urbanos, desenvolvidas pelo grupo AdP, são serviços de interesse económico geral, indispensáveis ao bem-estar das populações, ao desenvolvimento das atividades económicas e à proteção do meio ambiente.

A exploração e gestão dos sistemas está assente nos princípios da prossecução do interesse público, do caráter integrado dos sistemas, da eficiência e da prevalência da gestão empresarial.

No ano de 2014 verificaram-se alterações significativas em matéria regulatória nos setores onde atuam as empresas que integram o grupo AdP, quer ao nível das formas de atuação e organização das empresas do setor quer ao nível dos poderes da Entidade Reguladora.

Das alterações mais impactantes, nas formas de atuação e organização das empresas do setor, destacam-se a reprivatização da Empresa Geral do Fomento em curso, permitida pela Lei n.º 35/2013, de 11 de junho, que acarretou a revisão do regime jurídico das concessões da exploração e gestão, em regime de serviço público, dos sistemas multimunicipais de resíduos urbanos, e a possibilidade de agregação e reorganização territorial de sistemas multimunicipais de serviços de abastecimento público de água e saneamento de águas residuais.

Em 6 de março, foi publicada a Lei n.º 10/2014, que aprovou os novos Estatutos da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR). Esta publicação vem no decurso da Lei n.º 67/2013, de 28 de agosto, que aprovou a lei-quadro das entidades administrativas independentes com funções de regulação da atividade económica dos setores privados, público e cooperativo.

De acordo com os novos estatutos, a ERSAR viu aumentada a sua independência de atuação (artigo 2.º), expandido o universo de entidades sujeitas a regulação (artigo 4.º) e reforçados os seus poderes e atribuições sobre as entidades reguladas (artigos 5.º, 9.º, 10.º e 11.º).

Em face das alterações em concretização nos setores das águas e dos resíduos, o reforço dos poderes da ERSAR constitui um desafio significativo quer para a entidade reguladora quer para as entidades reguladas.

É expetativa do grupo AdP que, com este reforço de poderes da ERSAR, o setor integre uma agenda consentânea com a fase de desenvolvimento em que se encontra, colocando-se o enfoque na sustentabilidade de forma integrada, nas vertentes económica, social e ambiental.

Durante o ano de 2014, o regulamento tarifário do serviço de gestão de resíduos urbanos, deliberação n.º 928/2014, foi publicado em Diário da República, 2.ª série, de 15 de abril, cuja produção de efeitos se prevê para 1 de janeiro de 2016. Este regulamento acarreta uma alteração do modelo regulatório em vigor, passando de um modelo de custo de serviço (cost plus) para um modelo de proveitos permitidos (revenue cap), que remunera uma base de ativos ao custo de capital eficiente e permite a recuperação dos gastos operacionais num cenário de eficiência produtiva.

A gestão do risco regulatório, pelo impacto que a atuação deste passa a poder ter na esfera patrimonial das empresas reguladas, torna-se uma matéria ainda mais fulcral para estas e para a AdP SGPS.

A atuação da VALORLIS, concessionária da exploração e da gestão de um sistema multimunicipal de gestão de resíduos urbanos, está sujeita ao disposto no Decreto-Lei n.º 294/94, de 16 de novembro, na redação que lhe é dada pelo Decreto-Lei n.º 195/2009, de 20 de agosto.

Nos termos dos seus estatutos, a ERSAR é financiada através da cobrança de taxas de regulação estrutural, económica e qualidade de serviço e da qualidade da água para consumo humano, às entidades gestoras reguladas, independente do modelo de gestão.

Nesse contexto, a VALORLIS tem vindo ao longo dos anos a efetuar o pagamento respetivo destas taxas. Em 2014, apesar da continuação do esforço de contenção de gastos operacionais, nomeadamente com os FSE, verifica-se que o peso dos gastos suportados com as taxas da ERSAR (um gasto fixo) assume uma importância expressiva no total dos gastos incorridos pela VALORLIS.

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RC 2014_26 RC 2014_27

Relação entre gastos com FSE e taxas da ERSAR

0

500.000

Taxas ERSAR

FSE total

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

3.000.000

Peso

4,06% 4,10%

3,40%

2,65%

2,25%

2010 2011 2012 2013 2014

Regulação económica

Nos termos do disposto no contrato de concessão em vigor, o ciclo regulatório anual inicia-se com a apresentação ao Concedente e à Entidade Reguladora das propostas de orçamento e projeto tarifário para o(s) ano(s) seguinte(s). O Decreto-Lei n.º 195/2009, de 20 de agosto, procedeu à harmonização dos prazos de aprovação das propostas para todos os sistemas multimunicipais, em 60 dias.

O ciclo orçamental de 2014, iniciado em 30 de setembro de 2013, estendeu-se até 5 de maio de 2014, sendo que após a emissão do projeto de parecer pela Entidade Reguladora e o exercício de contraditório por parte da VALORLIS, a tarifa foi aprovada pelo Concedente.

O Decreto-Lei 195/2009, de 20 de agosto, determina que os tarifários aplicados aos utilizadores produzem efeitos a partir do início do exercício económico a que dizem respeito, independentemente da sua data de aprovação, o que permite um mais adequado balanceamento entre os proveitos e os encargos de prestação dos serviços.

Em setembro de 2014 iniciou-se o ciclo orçamental para 2015, não tendo nem a proposta de orçamento nem a proposta tarifária sido aprovadas até 31 de dezembro de 2014.

As propostas de orçamento e tarifa para 2014 e para 2015 foram apresentadas nos termos da Portaria n.º 269/2011, de 19 de setembro.

De acordo com o modelo regulatório vigente na maioria das entidades gestoras de sistemas multimunicipais, custo do serviço (cost plus) em cenário de eficiência produtiva, e nos termos dos contratos celebrados, podem gerar-se diferenças entre o volume de rendimentos necessário à cobertura da totalidade dos encargos incorridos pela entidade gestora, incluindo os impostos sobre os resultados da empresa e a remuneração dos capitais próprios, e o volume de rendimentos efetivamente gerado em cada um dos exercícios económicos. Estas diferenças denominam-se de desvios tarifários ou desvios de recuperação de gastos.

Estes desvios podem assumir uma natureza deficitária, quando os rendimentos gerados são inferiores aos necessários, ou excedentária (superavit), quando os rendimentos gerados são superiores aos necessários, salvaguardados os montantes relativos a ganhos de produtividade ou eficiência nos termos dos contratos de concessão.

Nas demonstrações financeiras consolidadas do grupo AdP para 2014 estão relevados os desvios tarifários ou desvios de recuperação de gastos. Esta informação encontra-se detalhada no Relatório e Contas consolidado de 2014 do grupo AdP.

Regulação da qualidade do serviço

Nos termos dos seus estatutos compete à Entidade Reguladora assegurar a regulação da qualidade de serviço prestado aos utilizadores pelas entidades gestoras, avaliando o desempenho dessas entidades.

Deste modo, a qualidade de serviço no abastecimento público de água, no saneamento de águas residuais urbanas e na gestão de resíduos urbanos prestados pelas entidades gestoras é avaliada anualmente, e atualmente, através da aplicação da 2.ª geração do sistema de avaliação com recurso a indicadores desempenho de qualidade do serviço. Os resultados deste sistema de avaliação são parte integrante do Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal (RASARP).

Em 2014 foi publicado e divulgado o Volume 3 do RASARP com os resultados do sistema de avaliação da qualidade de serviço prestado pelas entidades gestoras para o ano de 2012, referenciados a 31 de dezembro.

Regulação das relações comerciais

Nos termos dos seus estatutos, compete à ERSAR regular as relações comerciais através da definição de regras de relacionamento entre as entidades gestoras em alta e em baixa e entre estas últimas e os respetivos utilizadores, nomeadamente, no que respeita às condições de acesso e contratação do serviço, medição, faturação, pagamento e cobrança e prestação de informação e resolução de litígios, regulamentando os respetivos regimes jurídicos e a proteção dos utilizadores de serviços públicos essenciais.

No âmbito das suas competências, foi emitida pela ERSAR a Recomendação n.º 1/2010 relativa aos conteúdos que devem constar nas faturas dos serviços públicos de abastecimento de água para consumo humano, de saneamento de águas residuais urbanas e de gestão de resíduos urbanos prestados aos utilizadores finais, pelas entidades gestoras que prestem esses serviços.

Adicionalmente, com a publicação da Lei n.º 12/2014 de 6 de março que procede à segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 194/2009, de 20 de agosto, modificaram-se os regimes de faturação e contraordenacional das entidades gestoras de sistemas municipais.

O Decreto-Lei n.º 114/2014, de 21 de julho, determina que aquelas entidades gestoras são obrigadas, a partir de 1 de março de 2015, a cumprir, nomeadamente, com a emissão de faturas detalhadas aos clientes finais (utilizadores em baixa) que incluam a decomposição das componentes de custo que integram o serviço prestado a tais utilizadores, seja de abastecimento de água, de saneamento de águas residuais ou de gestão de resíduos urbanos.

A legislação da “fatura detalhada” vincula as entidades gestoras de sistemas municipais à obrigação de transferirem 50% do valor da fatura cobrada de cada um dos serviços de abastecimento de água, de saneamento de águas residuais ou de gestão de resíduos urbanos, para a entidade gestora do sistema multimunicipal ou intermunicipal e sempre limitado ao valor devido a essa entidade gestora, não podendo o produto da cobrança ser utilizado para qualquer outro fim.

Regulação ambiental

As entidades gestoras dos serviços resíduos urbanos do grupo AdP estão também sujeitas à intervenção da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o regulador ambiental.

A APA desenvolve ainda atribuições no âmbito dos resíduos enquanto Autoridade Nacional de Resíduos, cabendo-lhe entre outras:

• o controlo operacional da informação das operações de gestão de resíduos;

• o planeamento e gestão de resíduos de todas as tipologias de resíduos e as diversas origens;

• assegurar o tratamento de informação no âmbito do SIRER e SILOGR;

• garantir a validação da informação necessária à aplicação do regime económico e financeiro da gestão de resíduos e diligenciar no sentido da implementação do regulamento relativo à aplicação da Taxa de Gestão de Resíduos (TGR);

• definir, implementar e acompanhar as políticas e estratégias nacionais para a gestão de resíduos setoriais;

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RC 2014_28 RC 2014_29

• assegurar a elaboração dos planos e dos programas de gestão de resíduos, acompanhar a sua execução e proceder à respetiva monitorização;

• aprovar os modelos técnicos de gestão de resíduos;

• assegurar uma abordagem integrada de licenciamento das operações de gestão de resíduos, coordenar e harmonizar os critérios a adotar para o licenciamento pelas Autoridades Regionais de Resíduos e acompanhar as auditorias técnico-ambientais ou económico-financeiras à atividade exercida por operadores de gestão de resíduos bem como proceder à análise técnica de processos de candidatura a fundos comunitários relativos a infraestruturas para operações de gestão de resíduos urbanos.

No âmbito do modelo de regulação económica previsto no regulamento tarifário do serviço de gestão de resíduos (RTR), a APA será chamada a dar parecer sobre o alinhamento dos investimentos propostos pelas entidades gestoras que integrarão a base de ativos a remunerar com as políticas nacionais em matéria de resíduos urbanos.

5. Análise económica e financeira

5.1 Volume de negócios

Em 2014, o volume de negócios da VALORLIS foi de 8.154 mil euros (mais 1.229 mil euros face ao ano anterior).

A evolução do volume de negócios para os anos de 2012-2014 apresenta-se de seguida:

Volume de Negócios em 2012-2014 (milhares de euros)

Receção RU

Venda Energia

Venda Recicláveis

2012 2013 2014

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

1.989

7601.294

2.204

1.891

2.773

3.328

3.356

3.478

A receção e tratamento de RSU originou uma receita total de 3.478 mil euros, repartindo-se por resíduos municipais e por RCD inertes entregues quer por empresas particulares, quer pelos Municípios.

A venda de energia elétrica registou uma receita de 1.891 mil euros, mais cerca de 600 mil euros em relação ao ano 2013. A evolução mais significativa regista-se na venda de energia elétrica produzida através do biogás extraído do Aterro Sanitário.

Finalmente, a venda dos produtos recicláveis em 2014 regista um acréscimo de cerca de 500 mil euros face a 2013. Este acréscimo é justificado pela venda de produtos recicláveis recuperados na Central de Valorização Orgânica. A evolução desta componente revela-se muito significativa este ano, em resultado do bom funcionamento do Tratamento Mecânico da central.

A evolução do volume de negócios associado à Central de Valorização Orgânica pode ser observada no gráfico seguinte:

Volume de Negócios da CVO 2012-2014 (milhares de euros)

Venda Energia CVO

Venda Recicláveis CVO

2012 2013 2014

285

472

478

669

464

954

0

500

1.000

1.500

2.000

Em termos reais, verifica-se um aumento significativo nas duas componentes: venda de energia elétrica e venda de recicláveis, na Central de Valorização Orgânica da VALORLIS.

De realçar também que a venda de composto ascendeu os 11.897 €, tendo-se observado um acréscimo de cerca de 8.430 €, correspondendo a 243% face a 2013.

A figura seguinte apresenta a distribuição do Volume de Negócios da VALORLIS por componente, nos anos 2013 e 2014:

Volume de Negócios por componente (%) 2013

Tarifa

Recicláveis

Energia

32%

19%

49%

Volume de Negócios por componente (%) 2014

Tarifa

Recicláveis

Energia

34%

23%

43%

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RC 2014_30 RC 2014_31

Realça-se o decréscimo do peso da tarifa no volume de negócios em 2014 e o aumento do volume de negócios resultante da venda de energia e de recicláveis, ascendendo a 57% a parcela extra tarifária.

A VALORLIS está empenhada em reduzir a dependência da tarifa no volume de negócios da empresa, pelo que tem reunido todos os esforços com vista ao incremento e otimização dos processos de valorização de biogás e de recuperação de recicláveis.

5.2 Estrutura dos gastos e resultados

Em 2014, registou-se um aumento dos gastos operacionais em relação ao ano 2013 (cerca de 497 mil euros).

Gastos operacionais 2012 2013 2014

CEVMC 611.316 553.672 544.632

FSE 1.648.928 2.079.748 2.624.911

G. Pessoal 1.478.544 1.736.926 1.570.839

Amortizações 2.862.175 3.831.007 3.887.322

O. Gastos 103.383 84.267 155.024

Total 6.704.346 8.285.620 8.782.729

O aumento dos gastos operacionais prende-se sobretudo com o acréscimo na rubrica de Fornecimentos e Serviços Externos.

O incremento nos Fornecimentos e Serviços Externos resulta do aumento das rubricas associadas a Trabalho Temporário, Energia, Seguros, Trabalhos Especializados e Conservação e Reparação.

5.3 Parceria para a central de valorização orgânica

Em 2007, foi celebrado um protocolo com a RESIOESTE, atualmente VALORSUL, com vista à definição do enquadramento e das regras de regulação do relacionamento entre as duas partes, na implementação e gestão do projeto de “Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos Biodegradáveis dos Sistemas Multimunicipais da Alta Estremadura e Oeste”.

A Central de Valorização Orgânica por digestão anaeróbia de Resíduos Sólidos Urbanos, objeto principal deste protocolo, foi construída, em conformidade com o Plano Estratégico de Gestão de RSU (PERSUII de novembro de 2007).

No âmbito deste protocolo a RESIOESTE e posteriormente a VALORSUL contribuíram com metade dos gastos diretos e indiretos associados a este projeto.

5.4 Margens e resultados

Como reflexo do anteriormente referido, os resultados operacionais da Empresa foram superiores em 2014, face ao exercício de 2013, em cerca de 742 mil euros.

Os resultados globais foram positivos, tendo o exercício de 2014 sido fechado com um resultado líquido positivo de 922 mil euros.

Resultados operacionais 2012-2014 (milhares euros)

Rendimentos Operacionais

Gastos Operacionais

Resultado Operacional

2012 2013 2014

7.642

6.704

937

8.997

10.236

8.7838.286

7111.454

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

5.5 Tarifário

Apresenta-se, na tabela abaixo, a evolução da tarifa ao longo dos últimos anos, sendo referidos os acontecimentos que deram origem às principais subidas tarifárias.

2002 - Alteração da política de amortização dos bens do imobilizado, por início da aplicação da Diretriz Contabilística n.º 4/91, no final de 2001, com impacto na tarifa de 2002. Início da amortização dos bens futuros.

2003 - Deixou-se de receber Resíduos Industriais Banais (RIB’S) em outubro de 2002, com impacto na tarifa de 2003.

2004 - Investimentos complementares não previstos no Contrato de Concessão e início da aplicação das taxas do Instituto Regulador de Águas e Resíduos.

2005 - Aquisição de terreno.

2006 - Candidatura ao Fundo de Coesão – Central de Valorização Orgânica.

2007 - Atualização do Plano de Investimentos (Propostas CVO/Ajustamento Investimento Futuro).

2011 - Entrada em funcionamento efetivo da Central de Valorização Orgânica.

2012 - Entrada em funcionamento da Estação de Triagem automatizada.

2013 - Entrada em Funcionamento do Tratamento Mecânico, Motogerador do Aterro e Oficina de Manutenção Mecânica.

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RC 2014_32 RC 2014_33

Evolução tarifária (1998-2014)

Anos Tarifas (€/ton.)

1998 14,38

1999 14,67

2000 14,71

2001 14,91

2002 15,80

2003 17,87

2004 18,36

2005 24,41

2006 27,27

2007 30,17

2008 30,50

2009 30,50

2010 30,50

2011 31,95

2012 31,95

2013 32,27

2014 32,27

Verifica-se efetivamente que os saltos tarifários devem-se à aquisição do terreno em dezembro de 2004 destinado à construção do novo Aterro e da Central de Valorização Orgânica e o início do projeto da Central de Valorização Orgânica. Em 2014 a tarifa manteve-se constante face ao ano 2013.

5.6 Investimento

O investimento realizado até 2014 foi de 55.349 milhares de euros.

O gráfico seguinte mostra o investimento total da VALORLIS em 2014:

Investimento total em 2014 (milhares euros)

Do investimento em curso fazem parte a construção da célula C do Aterro Sanitário de Leiria e o Aproveitamento Energético do Biogás para o Aterro Sanitário.

Rédito – serviços de construçãoDe acordo com o IFRIC 12 – Contratos de concessão, o rédito dos serviços de construção deveria ser reconhecido de acordo com o IAS 11 – Contratos de construção.

No entanto, o modelo regulatório e as regras de cálculo das tarifas da VALORLIS não permitem que se expurgue da tarifa em separado, o serviço de construção e o serviço de operação, nem que se determine o justo valor do respetivo rédito com fiabilidade. Salienta-se ainda que a VALORLIS, na fase de construção das infraestruturas, atua como um “agente”, transferindo os riscos e os retornos a um terceiro (que constrói), sem apropriação de qualquer margem.

Assim, e tendo em conta o atrás exposto, os réditos reconhecidos são os que resultam da aplicação das tarifas aprovadas pelo concedente e escrutinadas pelo regulador, bem como outros Rendimentos, Extra-tarifários, em conformidade com o previsto nos contratos de concessão.

Fundo de reconstituição do capital socialNo cumprimento da cláusula 17.ª do Contrato de Concessão procedeu-se ao reforço da anuidade do capital social, respeitante ao exercício de 2014, no montante de 86 mil euros.

Este reforço foi efetuado no final do ano no Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP).

5.7 Fontes de financiamento

As fontes de financiamento da VALORLIS têm duas componentes fundamentais: a longo prazo, os Fundos Comunitários e dois empréstimos: um a 17 anos contraído junto da Caixa Geral de Depósitos para a aquisição do novo terreno e outro contraído junto do BEI fundamentalmente para a construção da Central de Valorização Orgânica.

A Empresa dispõe de uma conta corrente caucionada (com plafond de 2.500.000 euros), junto da Caixa Geral de Depósitos e outra junto do Millennium BCP (com plafond de 50.000 euros).

A VALORLIS contraiu junto do BEI um empréstimo no montante global de 16 milhões de euros. Este contrato foi assinado a 4 de julho de 2008.

A 17 de julho de 2008, foi recebida a 1.ª tranche deste empréstimo no montante de 3 milhões de euros, a uma taxa fixa de 5,279%, revisível a 15 de setembro de 2012.

Durante o ano de 2009 foram recebidas mais duas tranches: uma de 3 milhões a uma taxa de 2,930% e outra de 5 milhões a uma taxa de 2,857%, fixas e revisíveis a 15 de setembro de 2013.

Em novembro de 2010 foi recebida a última tranche deste empréstimo, num montante de 5 milhões de euros a uma taxa fixa de 2,02%, revisível a 15 de setembro de 2014.

Durante o ano de 2011 a empresa começou a amortizar capital referente a este empréstimo, num montante de 800.000 euros.

Em 2012 a VALORLIS amortizou capital de cerca de 1.600.000 euros e a taxa fixa da 1.ª tranche foi revista em 15 de setembro, e fixada em 1,301%.

Em 2013 a empresa amortizou capital associado a este empréstimo em cerca de 1.600.000 euros e optou por taxas variáveis associadas à segunda e terceira tranches, situadas em 0,626%.

Em 2014 a VALORLIS amortizou capital associado a este empréstimo em cerca de 1.600.000 euros e as taxas variáveis situaram-se na ordem dos 0,644%.

A empresa amortizou ainda no ano 2014 553.333 euros referentes ao empréstimo de longo prazo detido junto da CGD e 650.000 euros inerentes à conta corrente caucionada.

5.8 Fundos comunitários

A 19 de janeiro de 2007, a VALORLIS enviou uma reprogramação da candidatura, na sequência da revisão da Estratégia Nacional de Redução de Resíduos Urbanos Biodegradáveis (ENRRUBDA).

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RC 2014_34 RC 2014_35

O valor da despesa elegível máxima aprovada foi de 9.826.775 euros, sendo o montante máximo da comparticipação do fundo de 7.075.278 euros, o que corresponde a uma taxa de comparticipação de 72%.

O Relatório Final desta candidatura foi entregue em 2011.

Durante o ano 2013 a VALORLIS recebeu a tranche final associada a este projeto (1.263.138 euros).

A VALORLIS apresentou ainda candidaturas a financiamentos por fundos Comunitários no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégica Nacional, tendo sido aprovada uma candidatura num montante de financiamento de 2.374 milhares de euros, no âmbito do Programa Operacional de Valorização do Território - Eixo VIII, destinada a financiar o aumento da capacidade prevista da unidade de valorização orgânica de 10.000 para 20.000t/ano, motogeradores de biogás da Central de Valorização Orgânica e outras componentes associadas a este projeto.

Durante 2012 a VALORLIS recebeu cerca de 237 mil euros associados a este projeto.

No decorrer do ano 2011 foi aprovado o financiamento da Automatização da Triagem e do Ecoparque, em 1.800.000 euros e 160.478 euros, respetivamente, no âmbito do MaisCentro, Programa Operacional Regional do Centro. Durante o ano 2012 este projeto passou para o POVT e a VALORLIS recebeu cerca de 1.542.361 euros. Em 2013 a VALORLIS recebeu 173.723 euros associados a esta candidatura.

Em 2013 foi aprovada a candidatura Valorização Energética do Biogás do Aterro Sanitário de Leiria (Células A,B e C), com um investimento elegível de 882.356 euros, financiado em 60%.

Em 2014 a VALORLIS recebeu 1.417.375 euros referentes aos três projetos atrás descritos. Ficaram por receber os 5% relativos às entregas dos Relatórios Finais das candidaturas existentes à data. De realçar que no ano 2014 não foi colocado a financiamento nenhum outro projeto de investimento.

5.9 Dívidas de clientes

Durante o ano de 2014, o Prazo Médio de Recebimentos (PMR) de Clientes foi cerca de 92 dias.

Em 2013 ascendeu a 88 dias.

Não foram debitados juros de mora aos Clientes Municipais por se verificar o cumprimento dos prazos de pagamento por parte dessas entidades.

5.10 Remuneração acionista

De acordo com a alínea l) da cláusula 15.ª do Contrato de Concessão, a remuneração dos capitais próprios corresponde à aplicação ao capital social e reserva legal, de uma taxa correspondente à TBA, acrescida de três pontos percentuais a título de prémio de risco (TBA + 3%).

Em 2014 a TBA média foi de 0,22%, sendo por isso a taxa de remuneração dos capitais próprios de 3,22% (0,22% + 3%). Assim, de acordo com o contratualmente estabelecido, a remuneração dos capitais próprios devida para o ano de 2014 ascende a 71.200 euros

Classe Ações Percentagem Capital Social Reserva legalRemuneração

2014

EGF A/B 204.000 51% 1.020.000 107.708 36.312

Município de Leiria A 76.176 19,04% 380.880 40.219 13.559

Município de Marinha Grande A 23.896 5,97% 119.480 12.617 4.254

Município de Pombal A 38.072 9,52% 190.360 20.101 6.777

Município de Porto de Mós A 17.304 4,33% 86.520 9.136 3.080

Município de Batalha A 9.880 2,47% 49.400 5.216 1.759

Município de Ourém A 30.672 7,67% 153.360 16.194 5.460

Total 400.000 100% 2.000.000 211.192 71.200

31.12.2014

Capital social realizado 2.000.000

Reserva legal 211.192

Base de incidência 2.211.192

Taxa de juro TBA 3,22%

Remuneração acionista do ano 71.200

Excessos/insuficiências tarifáriasTal como descrito no Decreto-Lei que regula a atividade da VALORLIS e no Contrato de Concessão, as tarifas devem ser fixadas anualmente de forma a permitir a recuperação dos Gastos da concessão, remunerar os capitais investidos, e assim, assegurar o equilíbrio económico e financeiro da Concessão.

Atendendo a que ainda não foram aprovados pelas entidades competentes os mecanismos tendentes a apurar e refletir eventuais excessos ou insuficiências tarifárias, a empresa optou por não refletir esta situação nas demonstrações financeiras..

6. Atividade operacional

6.1 Aterro sanitário

Durante o ano 2014, a VALORLIS rececionou para tratamento nas suas instalações 107.478 toneladas de Resíduos Urbanos provenientes da recolha indiferenciada dos 6 Municípios da sua área de intervenção. Este valor representa um aumento, face a ano de 2013, de cerca de 3,5%.

No Aterro Sanitário de Leiria durante o ano de 2014 foram rececionadas e tratadas cerca de 98.630 toneladas de resíduos sólidos, representando um decréscimo de 3,2% face ao ano anterior. Esta diminuição é devida não só ao aumento da disponibilidade da CVO mas também devido à exploração do Tratamento Mecânico daquela instalação. A diminuição da quantidade de resíduos tratados no aterro não implicou uma menor disponibilidade deste, uma vez que a cadência de chegada de resíduos ao aterro se mantém.

A figura seguinte apresenta a variação ao longo dos seis últimos anos do peso das diferentes origens na deposição de resíduos em aterro. No ano 2014, o peso da deposição direta de resíduos provenientes da recolha indiferenciada (RI) foi de 73,2% face aos 94,5% de 2010. Como se pode observar na figura, desde o ano de arranque da CVO, em 2010, a percentagem de resíduos que são depositados diretamente no aterro tem vindo a diminuir, indo ao encontro dos objetivos e ambição da empresa.

Variação da deposição em aterro entre 2009 e 2014

94,5%

81,9% 81,0% 79,9%73,2%

99,7%

0,3% 5,5% 18,1% 19,0% 20,1% 26,8%

20102009 2011 2012 2013 2014

Refugos

Deposição direta

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

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RC 2014_36 RC 2014_37

Durante o ano 2014 foram tratadas no aterro cerca de 25.800 toneladas de refugos provenientes da CVO e da Central de Triagem.

A figura seguinte apresenta a evolução mensal da produção e receção de Resíduos Urbanos na área de intervenção da VALORLIS em 2013 e 2014, por parte dos seis municípios da área de intervenção da VALORLIS.

Produção mensal dos resíduos sólidos em 2013 e 2014 (toneladas)

Da observação do gráfico constata-se que os meses de maior produção de resíduos são os meses de julho e agosto. Tradicionalmente são estes os meses de maior afluência de turistas à região e consequentemente os de maior produção de resíduos.

A figura seguinte apresenta a evolução da produção de resíduos desde o ano 2000.

Evolução da produção de resíduos sólidos desde o ano 2000 (toneladas)

90.000

95.000

100.000

105.000

110.000

115.000

120.000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

A figura seguinte mostra a evolução da distribuição da entrega de resíduos provenientes da recolha indiferenciada por município entre 2013 e 2014, que registou um aumento de 3,53%. Todos os Municípios contribuíram para o aumento da quantidade de resíduos a tratar.

Evolução da quantidade de resíduos entregue por Município em 2013 e 2014 (toneladas)

2013

2014

No Município de Porto de Mós foi onde o aumento foi maior, cerca de 5,3%. Na Marinha Grande foi onde se verificou o menor crescimento, cerca de 1,5%.

Na figura seguinte está representada a repartição, por Município, dos resíduos entregues nas instalações da VALORLIS.

As maiores contribuições são de Leiria e Marinha Grande, 44% e 17% respetivamente, correspondendo a cerca de 61% da Recolha Indiferenciada. Os restantes 39% correspondem aos Municípios servidos pelas 3 Estações de Transferência da VALORLIS.

Repartição da quantidade de resíduos entregue pelos seis municípios da Alta Estremadura em 2014

Leiria

Batalha

P. de Mós

Pombal

Ourém

5%

7%

14%

13%

44%

M.ª Grande 17%

Durante o ano 2014 esteve em exploração a Célula B da Expansão do Aterro Sanitário de Leiria, tendo sido utilizado o segundo e terceiro alvéolo.

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RC 2014_38 RC 2014_39

Aspeto da Célula B do Aterro Sanitário

A rede de captação e drenagem de biogás continuou a ser aumentada à medida que a deposição de resíduos foi evoluindo ao longo do ano.

Durante o ano 2014 a fração pesada dos rejeitados da CVO foi valorizada internamente como terras de cobertura e na construção de acessos no interior do aterro.

No último trimestre do ano foi consignada a empreitada de construção da Célula C da Expansão do Aterro Sanitário de Leiria.

6.2 Estações de transferência e ecocentros

Durante o ano de 2014 foram transportadas das estações de transferência 38.388 toneladas de resíduos sólidos, o que representou um aumento de 3,96% face ao ano de 2013. Durante o ano de 2014 foram transportados cerca de 2.700 contentores entre as Estações de Transferência e as instalações de Leiria.

A figura seguinte apresenta a distribuição mensal dos quantitativos de resíduos sólidos urbanos transportados das estações de transferência durante 2013 e 2014, bem como dos resíduos entregues nos ecocentros.

Resíduos transportados das estações de transferência em 2012 e 2013

2013

2014

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

Durante o ano 2014 houve um aumento dos resíduos transportados face a 2013 em 9 dos meses do ano. Foi durante o mês de setembro que se verificou a maior variação entre 2013 e 2014.

Resíduos transportados de cada uma das Estações de Transferência em 2012 e 2013

Pela observação da figura anterior verifica-se que durante o ano 2014 o aumento da quantidade dos resíduos transportados foi generalizado nas três estações de transferência.

Comparação dos resíduos transportados das três estações de transferência em 2014

Pombal

Ourém

Batalha

29%

34%

37%

Pela observação das figuras anteriores verifica-se que, durante o ano de 2014, foi da estação de Transferência de Pombal, tal como em anos anteriores, que foi transportada a maior quantidade de resíduos.

Na figura seguinte ilustra-se a atividade desenvolvida nas Estações de Transferência e Ecocentros.

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RC 2014_40 RC 2014_41

Visita da ETRS de Pombal

6.3 Valorização energética do biogás do aterro sanitário

Durante o ano de 2014, foram injetados cerca de 10.445 MWh de energia elétrica no Sistema Elétrico Público (SEP), resultante do aproveitamento do biogás como energia renovável.

Para tal foram utilizados os equipamentos existentes nos dois centros eletroprodutores existentes na VALORLIS: um localizado junto do aterro encerrado e outro junto da CVO.

Durante o ano 2014 foram instalados alguns equipamentos que permitem valorizar de uma forma mais eficiente o biogás produzido no aterro, como por exemplo um chiller que permite arrefecer o biogás antes da sua entrada no motogerador e um sistema de descontaminação com carvão ativado.

Equipamento de energia elétrica a partir do biogás gerado no aterro e queimador de apoio

6.4 Recolha seletiva

A rede de pontos de recolha seletiva terminou o ano de 2014 com um total de 1.286 pontos de recolha. Do total, 1.043 correspondem a locais com contentores para a deposição de resíduos das três fileiras, sendo os restantes 243, pontos de recolha que possuem contentores para apenas 1 ou 2 fileiras.

A nível de equipamentos instalados, nestes 1.286 pontos de recolha existem um total de 3.541 contentores, conforme se pode ver na tabela seguinte.

Total de contentores instalados no sistema multimunicipal da Alta Estremadura por fileira

Fileira N.º Contentores

Papel/Car tão 1.115

Embalagens Plásticas/Metálicas 1.108

Vidro 1.318

Total 3.541

Comparativamente com o ano de 2013, o número de pontos de recolha aumentou cerca de 0,3%, sendo que em número absoluto, o ano de 2014 terminou com mais 9 contentores instalados.

Por concelho, os equipamentos instalados estão distribuídos conforme ilustra a tabela seguinte.

Total de pontos de recolha e ecopontos por concelho

Concelho N.º Pontos de Recolha N.º Ecopontos

Batalha 83 68

Leiria 529 425

Marinha Grande 165 146

Ourém 191 152

Pombal 207 167

Porto de Mós 111 85

Total 1286 1043

Os circuitos atualmente estabelecidos são 19 e estão organizados de forma sustentável, exigindo um contínuo e constante trabalho de otimização. Este trabalho, que decorre ao longo do ano, tem sempre em conta o crescimento da população, o número de pontos de recolha e os dados relativos aos enchimentos dos contentores. A diminuição do número de quilómetros a efetuar por circuito, e consequentemente a diminuição do consumo de combustível por parte das viaturas de recolha, tem sido um outro objetivo estabelecido.

As periodicidades de recolha variam ao longo do ano, tendo em conta a sazonalidade e as necessidades verificadas no terreno.

Para melhor ilustrar o exposto segue um mapa realizado em Sistema de Informação Geográfica (SIG) com a distribuição dos pontos de recolha por circuito.

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RC 2014_42 RC 2014_43

Rede de circuitos de recolha seletiva e localização do Aterro Sanitário, Estações de Transferência e Ecocentros

No ano de 2014 foram efetuados um total de 2.696 circuitos de recolha seletiva, que no seu conjunto perfizeram 312.123 quilómetros percorridos. A tabela seguinte permite visualizar os respetivos valores por fileira.

Número de circuitos e quilómetros por fileiraFileira N.º Circuitos km km/Circuito

Papel/Car tão 1.255 139.162 111

Embalagens Plásticas/Metálicas 1.135 131.948 116

Vidro 306 41.013 134

Total 2696 312.123 116

Comparativamente ao ano de 2013, verificou-se um decréscimo de 8,2% no número de circuitos efetuados, o que se traduz numa diminuição de 7,4% em quilómetros percorridos.

A nível operacional a recolha foi efetuada com o recurso de 13 equipas e 9 viaturas.

Viatura de recolha seletiva

Em 2014 os quantitativos recolhidos nos ecopontos foi de 8.849 toneladas (2.960 ton de papel/cartão, 2.102 ton de embalagens plásticas/metálicas e 3.787 ton de vidro). Este valor é inferior ao verificado no ano de 2013, sendo a diminuição total verificada de 2,7%.

Em relação a 2013 houve uma variação de -1,4% na fileira do papel/cartão, -2,5% na fileira das embalagens e -3,9% na fileira do vidro.

Verificou-se uma diminuição dos quantitativos recolhidos nas três fileiras, sendo que para o caso do vidro e do papel/cartão essa tendência de decréscimo já se regista desde 2010.

Os gráficos seguintes permitem visualizar e comparar os dados obtidos entre 2012 e 2014 nas fileiras do papel/cartão, embalagens e vidro.

Comparativo dos quantitativos recolhidos nos ecopontos por fileira entre 2012 e 2014

Papel/Cartão

2012 2013 2014

3.2073.000 2.960

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500-6,5%

-1,4%

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RC 2014_44 RC 2014_45

Embalagens

2.2682.157 2.102

2012 2013 20140

500

1.000

1.500

2.000

2.500-4,9% -2,5%

Vidro

4.014 3.9413.787

2012 2013 20140

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000 -1,8%-3,9%

Com base no sistema de aquisição de dados registados pelas equipas de recolha no decorrer dos circuitos efetuou-se uma estimativa dos quantitativos recolhidos em cada fileira por concelho, obtendo-se os seguintes valores:

Estimativa dos quantitativos recolhidos por fileira em cada concelho em 2014

Concelho Papel/cartão (ton) Embalagens plásticas/metálicas (ton) Vidro

Batalha 143,53 101,52 197,94

Leiria 1.403,33 989,69 1.571,48

Marinha Grande 383,16 262,92 369,64

Ourém 530,69 334,35 709,08

Pombal 358,33 275,72 689,54

Porto de Mós 140,55 137,15 248,85

Total 2.959,60 2.101,34 3.786,52

Todas as fileiras recolhidas seletivamente foram rececionadas nas instalações da VALORLIS. O vidro recolhido dos ecopontos foi recebido e armazenado num dos alvéolos do ecocentro, enquanto o papel/cartão e as embalagens de plástico e de metal foram recebidas na unidade de triagem.

À semelhança de anos anteriores, também em 2014 se procedeu à otimização de circuitos. Trata-se de um processo dinâmico, que sofre regularmente alterações devido a vários fatores, como a instalação de novos pontos de recolha, alterações da localização de ecoponto por motivos de segurança ou por alterações físicas do espaço disponível ou ainda por fracos enchimentos dos contentores.

Os objetivos da otimização de circuitos são sobretudo a redução de quilómetros e tempos de recolha por circuito, conseguindo-se consequentemente uma poupança de combustível e diminuição das emissões gasosas.

A otimização de circuitos é efetuada com recurso a diferentes aplicações, nomeadamente, o SPAR, o qual permite a gestão de dados registados pelas equipas no decorrer do circuito, pelo sistema de localização de viaturas, no qual se pode extrair o percurso efetuado por cada equipa, o Google Earth onde se pode conjugar a localização de ecopontos com o circuito de cada equipa e os enchimentos médios dos contentores, e finalmente um programa de SIG que permite tratar informação geográfica e análise espacial de dados.

As imagens seguintes permitem visualizar as diferentes aplicações utilizadas no auxílio para otimização de circuitos e tratamento de informação geográfica.

Sistema de localização das viaturas

SPAR – Registo e tratamento de dados da recolha seletiva

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RC 2014_46 RC 2014_47

Aplicação do Google Earth – Comparação entre duas equipas no mesmo circuito

Aplicação de SIG

Durante o ano 2014 deu-se continuidade ao projeto de recolha porta a porta, sendo que este tipo de recolha abrange atualmente cerca de 2.100 lares na zona de Picassinos/Comeira, no Concelho da Marinha Grande e Mouratos/Casal do Ralha no Concelho de Leiria.

Em 2014 foram recolhidas 39 ton de papel/cartão e 39 ton de embalagens, o que relativamente a 2013 representa uma diminuição de 7,8% e 12,1% respetivamente.

6.5 Triagem

No ano de 2014 foi dada continuidade ao trabalho realizado no ano anterior, com melhorias nos procedimentos e rotinas, de forma a conseguir processar todos os resíduos recolhidos seletivamente num só horário, e ganhar capacidade para o processamento dos resíduos recicláveis provenientes da CVO. Foi também o primeiro ano completo em que a unidade recebeu a fração rolantes recicláveis provenientes da CVO, o que possibilitou aumentar significativamente os quantitativos processados na unidade.

No total, foram processadas durante este ano 4.050 toneladas de resíduos, das quais 1.636 toneladas eram provenientes do tratamento mecânico da CVO.

Central de Triagem da VALORLIS

Durante o ano de 2014 foram enviados para a indústria recicladora 9.563 ton de materiais recicláveis no âmbito do SIGRE. A origem dos materiais é predominantemente da recolha de ecopontos, no entanto são também significativos os quantitativos provenientes da recolha porta a porta, da recolha em entidades e instituições pertencentes à área de intervenção, e ainda os quantitativos provenientes da entrega de produtores nas instalações da VALORLIS. Comparativamente com 2013 registou-se um aumento de 0,7% de material enviado para reciclagem. Na figura seguinte apresentam-se os valores enviados para reciclagem por tipo de material.

Quantitativos enviados para reciclagem por tipo de material (ton) em 2013 e 2014

A taxa de refugo global na triagem situou-se em 2014 nos 19,2%, tendo diminuído face aos 23,3% registados em 2013.

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RC 2014_48 RC 2014_49

6.6 Valorização orgânica de resíduos urbanos biodegradáveis

Em 2014 foram processados na Central de Valorização Orgânica (CVO) 59.917ton de RU. A matéria orgânica obtida no processamento mecânico dos RU foi valorizada através do processo de digestão anaeróbia, com produção de biogás. Os RU processados na CVO foram entregues pela VALORLIS (34.779ton) e Valorsul (25.135ton).

Entrega de RU da VALORLIS e Valorsul na CVO, acumulada mensalmente, em 2014

Valorlis

Valorsul

Total

0

20.000

30.000

50.000

60.000

10.000

40.000

A construção da linha de Tratamento Mecânico (TM) introduziu algumas alterações na linha de tratamento mecânico inicialmente existente na CVO, o que permitiu aumentar a disponibilidade da central. O ano de 2014 foi o ano cuja quantidade de RU processados na CVO atingiu o valor máximo (59.917ton), aumentando 40% face a 2013.

Quantidade de RU processados na CVO desde o arranque da central em 2010

2010 2011 2012 2013 2014

8.215

29.245

37.315

42.774

59.917

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

A entrada em funcionamento da linha de TM permitiu ainda o aumento do desvio de aterro através do incremento da quantidade de materiais recicláveis enviados para reciclagem. Em 2014 foram expedidos 2.921ton de resíduos para a indústria recicladora, representando essa quantidade 4,9% dos RU processados na CVO.

O biogás produzido na CVO através do processo de digestão anaeróbia foi valorizado energeticamente, o que permitiu a injeção na rede elétrica nacional de 5,729GWh de energia elétrica, quantidade essa que representa um aumento de 38% face ao ano de 2013.

O corretivo orgânico Valorterra, produzido na VALORLIS, está classificado como classe IIA, podendo este ser aplicado em solos destinados a culturas alimentares restringindo-se a sua aplicação a espécies arbóreas e arbustivas, nomeadamente pomares, olivais e vinhas. Durante o ano de 2014 foram expedidas 3.020ton de corretivo orgânico Valorterra para dois tipos de utilizadores: cedências às câmaras municipais do sistema multimunicipal da Alta Estremadura e vendas a particulares. As vendas a particulares representaram 72% das expedições de corretivo orgânico realizadas em 2014, de acordo com a figura abaixo.

Quantidade de corretivo orgânico Valorterra expedido (ton) durante o ano de 2014 por tipo de utilizador

Municípios

Vendas 839

2.182

6.7 Compostagem doméstica

Em 2014, deu-se continuidade ao projeto de Compostagem Doméstica.

A distribuição de compostores foi concluída em 2013, e para dar resposta às várias manifestações de interesse em adquirir um compostor e fazer reciclagem dos resíduos orgânicos foram desenvolvidas ações de sensibilização onde os participantes aprenderam a construir um compostor artesanalmente utilizando paletes, bidons e redes e tomaram conhecimento da forma de valorizar os resíduos orgânicos que produzem, transformando-os num adubo natural.

Foram realizadas 5 ações de sensibilização envolvendo 68 participantes. Nestas ações foram disponibilizados 23 compostores a Escolas, Instituições de Solidariedade Social e Munícipes que se encontravam em lista de espera para adquirir um compostor.

   

Ações de sensibilização

Como resultado de uma mudança de comportamentos aliados ao projeto de compostagem doméstica, surgiu nos utilizadores dos compostores o interesse num modo de agricultura mais natural e mais amiga do ambiente. Deste modo, a VALORLIS cede o seu auditório para a realização de cursos sobre temáticas sustentáveis, e ainda um espaço para a realização de uma pequena horta. Em 2014 foram desenvolvidos 7 workshops: de Bionutrição, Bio-Hortas em Varandas, Ambientadores Naturais, Produção de Cogumelos, Plantas para Tratar outras Plantas, Hortas Sustentáveis e um workshop de Hortas e Jardins Medicinais.

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Workshop de Bio-Hortas em Varandas e Hortas e Jardins Medicinais

Considerando de extrema importância o acompanhamento da população após a receção do compostor, foram realizadas entre fevereiro e setembro, 500 visitas de monitorização, aconselhamento e intervenção junto das famílias detentoras de um compostor.

De acordo com os resultados obtidos, 89% da população participa ativamente no projeto, tendo-se observado uma taxa de desistência de 11%.

 

Visitas de monitorização

As visitas realizadas pelos técnicos da VALORLIS permitiram estabelecer uma relação de proximidade com os munícipes, fazendo com que estes esclareçam dúvidas, deem sugestões e exibam com orgulho as hortas e canteiros onde aplicaram o composto. As visitas de monitorização constituem um incentivo à prática da compostagem, sendo um contributo para que os munícipes não desistam do processo e melhorem o seu desempenho.

Estima-se que com os 8.846 compostores distribuídos no âmbito deste projeto, (2007-2013) se tenham desviado de aterro 18.935 toneladas de resíduos orgânicos por compostagem.

A VALORLIS promoveu ainda o 3.º Encontro de Compostagem Doméstica, uma iniciativa que juntou mais de uma centena de participantes para uma troca de experiências e novas aprendizagens através das apresentações dos oradores convidados e de um conjunto de workshops temáticos.

   

3.º Encontro de Compostagem Doméstica

6.8 Campanhas de sensibilização

A implementação eficaz de um projeto como o da VALORLIS necessita de alteração de hábitos da comunidade onde se insere, assim, o envolvimento da população é imprescindível para alcançar os objetivos definidos em termos de embalagens recolhidas seletivamente.

Consciente desta realidade a VALORLIS tem desde o início da sua atividade uma política de porta aberta, uma transparência de processos e resultados e uma presença viva em inúmeras iniciativas locais, seja em eventos municipais ou atividades nas escolas da região.

Em 2014, a VALORLIS delineou uma Campanha de Sensibilização, com o objetivo de informar e formar a população dos seis concelhos da sua área de intervenção, na temática da separação dos resíduos domésticos para reciclagem, apostando não só no aumento da quantidade de materiais depositados no Ecoponto como na melhoria da qualidade dessa deposição.

A Campanha de 2014 foi especialmente dedicada ao reforço da importância da Reciclagem no dia a dia de cada família, de cada escola ou local de trabalho, sendo para isso trabalhadas todas as fileiras em simultâneo, reforçando a mensagem da importância do “pequeno grande gesto” da separação de resíduos domésticos. Uma preocupação foi criar uma campanha com custos controlados, apostando em ações que, pela sua originalidade, possam mobilizar a população.

Quanto aos instrumentos de informação, foi produzido o panfleto “Passeio de Bicicleta” (250 exemplares) e cartazes A3 “Passeio de Bicicleta – Na Rota das Embalagens” (25 exemplares) para divulgação do passeio de bicicleta VALORLIS alusivo à reciclagem. Foram ainda editados cartazes A2 “Reciclar está a Dar” (500 exemplares) para promoção da campanha de sensibilização nas escolas e instituições da região. Foi ainda editado o desdobrável CVO em inglês (500 exemplares).

Em reforço destas ações foram elaborados 3 anúncios de imprensa, num total de 8 inserções, e foi criado 1 anúncio de rádio, alusivo ao passeio de bicicleta na Rota das Embalagens, difundido em cinco rádios locais, num total de 75 difusões.

Quanto aos instrumentos de comunicação foram realizadas 6 Ações de Sensibilização (196 participantes), envolvendo alunos, professores e funcionários das escolas.

Ao longo do ano a VALORLIS recebeu 70 Visitas de Estudo, envolvendo 1.877 participantes de todas as faixas etárias.

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Distribuição de visitantes por faixa etária

As visitas incluem a passagem pela Estação de Triagem e pelo Aterro Sanitário, permitindo aos participantes visualizar o percurso dos resíduos, e qual a importância do seu gesto de separação em casa, no circuito completo da Reciclagem. São também realizadas visitas à Central de Valorização Orgânica, mas apenas para jovens e adultos.

Visitas à VALORLIS

A página de internet da VALORLIS (www.valorlis.pt) é um excelente modo de divulgação da mensagem do tratamento de resíduos. Em 2014, a informação do Reciclómetro foi atualizada mensalmente na página, assim como foram colocados todos os press releases e divulgadas todas as iniciativas onde a VALORLIS iria estar presente.

Com o objetivo de atualizar e uniformizar a informação relacionada com o tratamento de resíduos e reciclagem, foi iniciada a reestruturação da página net da VALORLIS, estando prevista a sua conclusão no primeiro trimestre de 2015. A página de internet teve 43.519 visualizações durante o ano de 2014.

Consciente da importância das redes sociais, em 2014 a VALORLIS dinamizou a sua página no Facebook, que foi atualizando com mensagens e ideias alusivas à temática da reciclagem e tratamento de resíduos. A página da VALORLIS tem atualmente 1.248 “gostos” sendo a maioria da faixa etária 25-44 anos.

No que se refere ao sistema afetivo, as animadoras da VALORLIS estiveram presentes em 20 dias de Animação de Rua, em escolas, feiras, praias e em eventos comemorativos nos seis concelhos.

Dias de Animação: Dia da Criança Pousos (Leiria), Dia do Ambiente (Ourém), Pinhal das Artes (Marinha Grande), Verão com a VALORLIS (Praia Osso da Baleia, Pombal)

A VALORLIS como empresa socialmente responsável e com o intuito de despertar a população, para a importância da reciclagem, desenvolveu em 2014 uma campanha de sensibilização denominada “Reciclar é que está a dar” onde foi proposto um desafio às escolas, agrupamentos de escuteiros e instituições de solidariedade social, para a promoção da recolha de resíduos domésticos recicláveis.

“Reciclar é que está a dar” é uma campanha de sensibilização e educação ambiental, a qual, através da promoção da recolha de resíduos para reciclagem, visa a doação de material de ação pedagógica, bens materiais ou serviços às escolas, agrupamentos de escuteiros e instituições de solidariedade social dos municípios da Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós.

Participaram na ação 78 instituições de solidariedade social, 56 escolas e 10 agrupamentos de escuteiros, e o seu esforço foi recompensado, em função das quantidades recolhidas, com a aquisição de materiais ou serviços entregues a título de apoio pela VALORLIS às instituições e escolas aderentes.

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Cartaz da Campanha

Concurso: Autocolante “Vamos Reciclar” (vencedores)

No âmbito da campanha “Reciclar é que está a dar” a VALORLIS desafiou toda a população a participar no 4.º Passeio de Bicicleta “Na Rota das Embalagens”, realizado domingo, dia 5 de outubro.

Mais uma vez a adesão superou as expectativas, e o passeio reuniu perto de 200 participantes dos 4 aos 65 anos.

O passeio, com início na VALORLIS, contou com dois percursos, um mais curto de 10 km, e um percurso mais longo de 30 km.

As inscrições tiveram o valor simbólico de seis embalagens de plástico, metal, vidro, cartão ou embalagens de cartão para alimentos líquidos que cada participante depositou no ecoponto colocado na partida. Numa manhã foi possível encher dois embalões.

Este passeio insere-se na política de proximidade e de “portas abertas” que a VALORLIS mantém desde o primeiro dia. Num domingo de manhã foi possível juntar famílias inteiras numa atividade diferente, mas com o objetivo de sempre, alertar para a importância da reciclagem.

Passeio de Bicicleta "Na Rota das Embalagens"

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A VALORLIS lançou o 8.º Concurso de Presépios, feitos a partir de materiais recicláveis, direcionado a todos os lares de idosos e centros de dia dos seus seis concelhos. Neste concurso, idealizado com o objetivo de sensibilizar a população para a reciclagem e reaproveitamento de materiais, todos os presépios foram construídos com materiais recicláveis, aliando também uma forte componente social e recreativa de ocupação de tempos livres. Os 12 trabalhos recebidos revelaram elevada qualidade e originalidade e estiveram em exposição na sede da VALORLIS, onde foram visitados por dezenas de pessoas, entre utentes das instituições e público em geral.

Concurso Presépios Reciclados

Para oferta à população e alunos das escolas, foram produzidos 4 brindes alusivos à campanha “Reciclar é que está a dar”: Saco brinde feito de plástico reciclado (3.000 unidades), estojo escolar (2.500 unidades), autocolantes “Reciclar Está a Dar” (500 unidades), autocolantes vencedores do concurso escolar “Reciclar está a dar” (2.000 unidades), dorsais para bicicleta (200 unidades). Os brindes são entregue aos visitantes da VALORLIS e aos participantes nas ações de sensibilização.

 Saco Brinde (alunos escola EB1 Moita Redonda, Ourém) e estojo escolar

6.9 Monitorização

Ao longo de 2014, a VALORLIS implementou o plano de monitorização do Aterro Sanitário de Leiria, do efluente da Estação de Transferência da Batalha/Porto de Mós e do efluente da Central de Valorização Orgânica, descarregado em emissário, de acordo com o exigido nas licenças e na legislação em vigor.

Todas as análises foram realizadas por laboratórios externos e acreditados.

Monitorização realizada ao Aterro Sanitário de Leiria

Monitorização Periodicidade Parâmetros a Monitorizar

Dados meteorológicos Diário

Volume de precipitação.

Temperatura (mín., máx. 14.00h).

Direção e velocidade do vento.

Evaporação.

Humidade atmosférica (14.00h).

Lixiviados

Diário Volume.

Mensal pH; Condutividade; CQO; Cloretos; Azoto amoniacal.

TrimestralCarbonatos/Bicarbonatos; Cianetos; Arsénio; Cádmio; Crómio total;

Crómio VI; Mercúrio; Chumbo; Potássio; Fenóis.

Semestral

COT, Fluoretos; Nitratos; Nitritos; Sulfatos; Sulfuretos; Alumínio; Bário; Boro; Cobre; Ferro; Manganésio; Zinco; Antimónio; Níquel; Selénio; Cálcio;

Magnésio; Sódio; AOX (Se > 10 mg/l – análise compostos orgânicos clorados); Hidrocarbonetos totais.

Águas residuais pré-tratadas MensalpH; Sólidos Suspensos Totais; CBO5; CQO; Arsénio; Chumbo; Cádmio;

Crómio; Crómio VI; Cobre; Níquel; Mercúrio; Cianetos. Caudal de saída.

Águas superficiais Trimestral

Ph; Oxigénio dissolvido; CBO5; Cianetos; Zinco; Arsénio; Cádmio; Chumbo; Cobre; Crómio Total; Mercúrio; Níquel; Azoto Amoniacal;

Sulfatos; Clorofenois; Cloretos; Hidrocarbonetos aromáticos polinucleares; Substâncias; tensioativas aniónicas; Pesticidas Totais; PCB; Azoto Kjeldhal;

Fósforo Total.

Águas subterrâneas

Mensal pH; Condutividade; Cloretos; Temperatura.

SemestralCOT (Se > 15 mg/l – análise hidrocarbonetos); Cianetos; Antimónio;

Arsénio; Cádmio; Crómio total; Crómio VI; Mercúrio, Níquel, Chumbo, Selénio; Potássio; Fenóis. Nível piezométrico.

AnualCarbonatos/Bicarbonatos; Fluoretos; Nitratos; Nitritos; Sulfatos; Sulfuretos; Alumínio; Azoto amoniacal; Bário; Boro; Cobre; Ferro; Manganésio; Zinco;

Cálcio; Magnésio; Sódio; AOX.

Emissões difusas gases aterro Mensal Metano; Oxigénio; Dióxido de carbono; Azoto; Volume; pressão atmosférica.

Biogás para valorização TrimestralCaudal; Poder calorífico inferior ; Metano; Dióxido Carbono; Oxigénio;

Azoto; Ácido Sulfídrico.

Emissões atmosféricas das fontes

2 vezes/anoMonóxido de carbono; partículas totais; compostos orgânicos voláteis não metânicos; dióxido de carbono; óxidos de azoto; ácido sulfídrico; fluoretos;

cloretos.

Assentamentos e enchimentoTrimestral/

AnualLevantamento topográfico.

Monitorização realizada ao efluente da Estação de Transferência da Batalha/Porto de Mós e ao efluente da Central de Valorização Orgânica

Monitorização Periodicidade Parâmetros a Monitorizar

Efluente da estação de transferência daBatalha/Porto de Mós

Trimestral pH; CBO5; CQO; Sólidos Suspensos Totais.

Efluente da central de valorização orgânica

Mensal pH, CQO, CBO5 e Azoto Kjeldahl.

Trimestral Azoto Total, Sólidos Totais e Sólidos Suspensos Totais.

Ao nível de estudos e relatórios elaborados neste domínio durante o ano 2014 salienta-se:

• Realização do Relatório Ambiental Anual que compilou, ao abrigo da licença ambiental, todo o desempenho da VALORLIS referente ao ano 2013;

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• Inventário PRTR (Registo Europeu das Emissões e Transferências de Poluentes) relativo ao ano 2013.

7. Objetivos de gestão

O grau de cumprimento dos Objetivos de Gestão do ano 2014 encontra-se na tabela seguinte:

Objetivo Indicador Fórmula de Cálculo Modo de avaliação/Meta VALORLIS Grau de Atingimento

Ponder-ação

Eficiência

Plano de Redução de Custos

PRC = (CMVMC+FSE+(GP-I)) /volume negócios

PRC 2014 > 110% PRC 2013 - não atingido

110% PRC 2013 ≥ PRC 2014 > 90% PRC 2013 - atingido

PRC 2014 ≤ 90% PRC 2013 - superado

0,91 2 12%

Receitas de Novos Negócios

Volume de Negócios (contas 71 e 72 SNC/IFRS do Grupo AdP), obtido através de atividades fora âmbito inicial das Concessões

RNN ≤ RNNOPT*90% = não atingido

RNNOPT*90% < RNN < RNNOPT*120% = atingido

RNN ≥ RNNOPT*120% = superado

1,29 3 12%

Financeiros

Dívida comercial de devedores municipais UNR

DCDMR = [(saldo de dívida vencida em 31/dez/14)/(saldo de dívida vencida em 31/12/13)] - Acordos - Processos Judiciais

DCDMR > 100% -não atingido

85% < DCDMR ≤ 100% - atingido

DCDMR ≤ 85% - superado

0,00 3 12%

Degradação de tesouraria de exploração

DTE = [(PMR 2014 - PMP 2014)/(PMR 2013 - PMP 2013)]

DTE > 100% - não atingido

75% < DTE ≤ 100% - atingido

DTE ≤ 75% - superado

0,84 2 12%

ROCE ROCE +/- = 3%

ROCE < 2,5% - não atingido

2,5% ≤ ROCE ≤ 3,5% - atingido

ROCE > 3,5% - Superado

6,23% 3 12%

PEC

endividamento

Variação do stock dívida = Stock dívida 2014/Stock dívida 2013

Aumento > 0% - não atingido

0% ≤ Aumento < -0,5% - atingido

Aumento ≤-0,5% - superado

-16% 3 12%

Margem EBITDA

Variação da Margem EBITDA = Margem EBITDA 2013/Margem EBITDA 2012

Variação Margem EBITDA < 0,75 - não atingido

0,75 ≤ Variação Margem EBITDA ≤ 1 - atingido

Variação Margem EBITDA >1 - superado

1,04 3 12%

Reporte

Prestação de informação e cumprimento de orientações corporativas

Cumprimento dos Prazos de Reporting ao Acionista

Soma dos desvios dos prazos de entrega do Controlo de Gestão mensal + desvios dos prazos de entrega do controlo técnico mensal + desvios na entrega dos OPT e EVEF à EGF

Desvio Prazo ≥ 15 dias utéis no ano - não atingido

0 dias < Desvio prazo <15 dias utéis no ano - atingido

Desvio prazo ≤ 0 dias utéis no ano - superado

3 5%

Cumprimento das Orientações Corporativas = N.º de orientações cumpridas / N.º de orientações emanadas

100% cumprimento - atingido

< 100% cumprimento - não atingido3 6%

Envio de Orçamento para Concedente

OPT entregue antes de 30/setembro – Superado

OPT entregue em 30/setembro – Cumprido

OPT entregue após 30/setembro – Não atingido

3 5%

2,76 Superado

Os valores atingidos foram calculados pela VALORLIS.

Os valores reais de atingimento estão a ser objeto de validação por parte de uma entidade externa, e serão posteriormente apresentados em Assembleia Geral.

8. Cumprimento das orientações legais

A VALORLIS deu cumprimento integral às instruções, despachos e legislação diversa, que a seguir se apresentam.

Cumprimento das Orientações LegaisCumprimento

Quantificação JustificaçãoS N NA

Objetivos de gestão ver ponto 7 Relatório e Contas

Gestão do risco financeiro x

A avaliação deste indicador

é efetuada do ponto de vista consolidado e

é divulgado no Relatório de

Gestão da AdP SGPS.

Limites de crescimento ao endividamento x

Evolução do PMP a fornecedores (dias) x

Atrasos nos pagamentos (Arrears) x

Deveres especiais de informação x

Recomendações do acionista na última aprovação de contas

Recomendação x

Remunerações

Não atribuição de prémios de gestão, nos termos art.º 37.º da Lei 66-B/2012 x

Órgãos sociais - redução remuneratória nos termos da Lei OE x 6.576

Órgãos sociais - redução de 5% por aplicação art.º 12.º da Lei n.º 12 - A/2010 x

Auditor Externo - redução remuneratória nos termos do artº 75.º da Lei 66-B/2012 x

Órgãos sociais - Redução remuneratória nos termos da Lei OE x 23.240

Restantes trabalhadores - proibição de valorizações remuneratórias, nos termos do art.º 35.º da Lei 66-B/2012

x

Artigo 32.º do EGP

Utilização de cartões de crédito x

Reembolso de despesas de representação pessoal x

Contratação pública

Aplicação das normas de contratação pública pela empresa x

Aplicação das normas de contratação pública pelas participadas x

Contratos submetidos a visto prévio do Tribunal de Contas x

Parque automóvel

Var. em 2013 do n.º total de veículos utilizados pela empresa face a 2012 x

Gastos operacionais das empresas públicas (artigo 64.º, da Lei 66-B/2012)

Gastos com pessoal x 1.570.839

Gastos com pessoal x 11%

N.º de trabalhadores x

N.º de cargos dirigentes x

Fornecimentos e serviços externos x

Princípio de unidade de tesouraria x 1.314.254

A VALORLIS por intermédio da AdP, SGPS, aguarda indicações da Tutela sobre o modo de articulação e relato de informação exigida nos termos do Decreto-lei n.º 133/2013, de 3 de outubro, para com a Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial.

Objetivos de gestão (Despacho 155/2011, de 28 de abril; DL 133/2013)Ver Ponto 7.

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RC 2014_60 RC 2014_61

Na sua atividade a Direção de Compras Centralizadas da AdP Serviços tramita anualmente um vasto conjunto de procedimentos de contratação pública estudando o mercado e recorrendo às soluções mais eficientes e adaptadas a cada categoria com benefícios apreciáveis como os que foi possível obter com a realização de um leilão eletrónico para a contratação dos serviços de voz fixa e móvel para o universo do Grupo AdP.

Medidas de redução de gastos operacionaisRelativamente ao cumprimento do Plano de Redução de Gastos, definido para 2014, na Lei do Orçamento de Estado, a avaliação é efetuada em termos consolidados e o seu grau de cumprimento está espelhado e divulgado no relatório de gestão da AdP SGPS.

Cumprimento da Lei n.o 66-B/2012, de 31 de dezembro e Despacho n.o 2424/13 – SET no que diz respeito ao Princípio da Unidade de Tesouraria do EstadoA coordenação e obtenção dos financiamentos à atividade das empresas do grupo AdP são desenvolvidas pela AdP SGPS, no âmbito do seu objeto social, procurando a holding criar os meios necessários para fazer face às necessidades das sociedades que constam do seu portefólio, tendo sempre presente o objetivo de manter o equilíbrio e prudência da estrutura de financiamento e risco de liquidez numa perspetiva consolidada.

A centralização de parte significativa de fundos na AdP SGPS tem permitido gerir, de forma coesa e coerente, as necessidades financeiras do Grupo, com reduzidos impactos na atividade de exploração das suas empresas participadas. Os excedentes permanentes de tesouraria foram aplicados junto do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, mantendo-se os excedentes temporários como caução parcial das linhas de financiamento de curto prazo obtidas. Para este efeito foi solicitada pela AdP SGPS, em nome das empresas do grupo AdP, nos termos do artigo 124.º, n.º 1, da Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro, a dispensa parcial do cumprimento do princípio de unidade de tesouraria do Estado (PUTE). Esta dispensa parcial foi, nos termos da referida lei, conferida às empresas do grupo AdP através do Despacho n.º 2671/14 emitido pela Senhora Secretária de Estado do Tesouro.

% de cash depositado no IGCP

Por tipo de aplicação Total IGCP Outros

Médio e longo prazo 35,26% 80,53% 4,67%

Curto prazo 64,74% 19,47% 95,33%

Total 100,00% 100,00% 100,00%

Recomendações no âmbito de auditorias do Tribunal de Contas Não existem recomendações no âmbito de auditorias do Tribunal de Contas, para além das que já foram divulgadas nos Relatórios e Contas de anos anteriores.

Quadro com informação a constar no site do SEE A divulgação desta informação é efetuada ao nível da AdP SGPS.

Medidas adotadas no que respeita ao Princípio da Igualdade do GéneroO grupo Águas de Portugal rege-se por um conjunto de princípios que promovem a Igualdade de Géneros, através da adoção de práticas evidentes de não discriminação, seja em razão da raça, etnia, sexo, idade, deficiência física, convicção religiosa, opinião ou filiação política. A promoção da igualdade de tratamento e de oportunidades entre homens e mulheres, assim como, a adoção de medidas tendentes a potenciar a conciliação entre a vida pessoal e profissional, são objetivos estratégicos das empresas do Grupo.

O grupo Águas de Portugal tem 38% das suas empresas certificadas em Responsabilidade Social, de acordo com os requisitos da norma SA8000, e está comprometido com o United Nations Global Compact que no seu princípio n.º 6 enuncia a “eliminação da discriminação no emprego e ocupação”. Estes compromissos são um garante adicional do respeito pelo Princípio da Igualdade do Género.

O grupo Águas de Portugal aposta igualmente na mobilidade interna como forma de proporcionar aos colaboradores um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. As oportunidades que em cada momento existam são divulgadas por todo o Grupo permitindo a candidatura dos colaboradores que, fruto das suas motivações, pretendam abraçar outra função na mesma ou noutra empresa.

A possibilidade de trabalhar em regime de horário flexível ou inclusive a tempo parcial permite aos colaboradores ajustar melhor o seu horário de trabalho às necessidades da sua vida familiar.

Gestão do risco financeiro (Despacho 101/2009-SETF; Despacho 155/2011-MEF, de 28 de abril)A avaliação deste indicador é efetuada do ponto de vista consolidado e é divulgada no relatório de gestão da AdP SGPS.

Evolução do prazo médio de pagamento RCM n.o 34/2008, de 22 fevereiro; Despacho n.o 9870/2009, de 13 abril) e divulgação dos atrasos nos pagamentosA evolução do Prazo Médio de Pagamentos (PMP) durante os dois últimos anos encontra-se resumida nas tabelas seguintes:

PMP2013 2014 Var. (%)

4.º T 2014/ 4.º T 20131.º T 2.º T 3.º T 4.º T 1.º T 2.º T 3.º T 4.º T

Prazo (dias) 74 36 39 61 30 40 36 50 -23%

(Euros)

Dívidas Vencidas 0-90 diasDívidas vencidas de acordo com o Art. 1.º DL 65-

90-120 dias 120-240 dias 240-360 dias > 360 dias

Aq. de Bens e Serviços 472.908 0 0 0 0

Aq. de Capital 430.948 0 0 0 0

Total 903.856 0 0 0 0

A VALORLIS tem procurado dar cumprimento à Resolução do Conselho de Ministros n.º 34/2008 de 22 de fevereiro e o Despacho n.º 9870/2009 de 13 de abril; a empresa mantém dois prazos médios de pagamento distintos: um a fornecedores correntes e outro a fornecedores de imobilizado. Aos primeiros paga a 30 dias da data da fatura, no último dia útil de cada mês, sendo que as faturas com data posterior ao dia 25 de cada mês passam para o mês seguinte. Aos fornecedores de investimento, a Empresa paga regra geral a 60 dias (com as mesmas regras dos primeiros).

Determinações sobre remuneraçõesVer Capítulo VI do Relatório do Governo Societário 2014.

Determinações sobre o artigo 32.o do Estatuto do Gestor PúblicoAs determinações sobre o artigo 32.º do Estatuto do Gestor Público estão mencionadas no quadro acima.

Compras; contratação pública; medidas de racionalização de política de aprovisionamento de bens e serviços O grupo AdP dispõe de uma unidade de serviços partilhados - a AdP – Águas de Portugal Serviços Ambientais, S.A. - que funciona como estrutura operacional de centralização, otimização e racionalização da aquisição de bens e serviços no âmbito das atividades a que se dedicam as empresas que integram o Grupo. Neste quadro foi estabelecido um modelo relacional no âmbito do qual se encontra listado um conjunto diferenciado de bens e serviços cuja contratação se opera através da Direção de Compras Centralizadas da AdP Serviços, que funciona como central de compras do Grupo. A existência desta estrutura interna do Grupo justifica-se na medida em que permite tirar partido da escala e sinergias angariadas pelo universo do Grupo e com isso obter condições contratuais mais atrativas para este conjunto de empresas ao mesmo tempo que as liberta da necessidade de tramitarem procedimentos de contratação autónomos com a inerente carga administrativa e financeira associada, acrescentando valor à sua atividade. Acresce que boa parte dos bens e serviços de que as empresas participadas necessitam para desenvolver as suas atividades se revestem de particularidades específicas e relevantes, designadamente os reagentes químicos e os materiais de laboratório usados pelos segmentos de tratamento de água/efluentes e os equipamentos e contentores utilizados pela Unidade de Negócio Resíduos, entre outros.

De entre o universo das categorias contratadas destaque para a energia elétrica, com um conjunto vasto de instalações incluídas na Alta Tensão, Média Tensão, Baixa Tensão Normal e Baixa Tensão Especial, onde a escala proporcionada pelo universo do Grupo tem permitido a obtenção de sinergias muito significativas que têm produzido excelentes resultados ao nível da centralização de aquisições. Outra das categorias relevantes é a relativa à contratação da carteira de seguros do Grupo, adaptada à realidade e às necessidades de um conjunto muito vasto de empresas, com grande número de instalações e com riscos específicos decorrentes da sua atividade, que no contrato agregado são diluídos em resultado da diversificação operada. Neste campo a solução agregada para a cobertura da responsabilidade ambiental constitui um bom exemplo das vantagens decorrentes da contratação centralizada.

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RC 2014_62 RC 2014_63

9. Perspetivas para o futuro

Em 2015 perspetiva-se a conclusão da construção da Célula C do Aterro Sanitário de Leiria e consequentemente o início da sua exploração. Relativamente à Central de Valorização Orgânica, prevê-se a operação de um turno adicional com vista a aumentar a sua capacidade de tratamento e a valorização energética, na unidade de incineração da Valorsul, do refugo gerado.

A VALORLIS implementará ações de reforço na área da Recolha Seletiva para fazer face às novas metas estabelecidas no PERSU 2020. No âmbito destas ações está prevista a aquisição de novas viaturas para a Recolha Seletiva.

Em 2015, será continuado o projeto de compostagem doméstica com a monitorização e acompanhamento do funcionamento dos compostores já distribuídos. A VALORLIS continuará o desenvolvimento das campanhas de sensibilização, com o objetivo de formar e informar a população para a adoção de hábitos e rotinas de correta separação dos resíduos sólidos urbanos com especial ênfase em 2015 no público escolar com a realização de competições associadas à separação de resíduos.

Para 2015 será, ainda, necessário introduzir as alterações organizacionais e administrativas que permitem adaptar a VALORLIS para o novo Regulamento Tarifário, definido pela Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR), que entrará em vigor em 2016.

10. Factos relevantes após o termo do exercício

Não ocorreram factos relevantes após o termo do exercício.

11. Sucursais da sociedade

Não existem sucursais da sociedade.

12. Considerações finais

Ao concluir este relatório, o Conselho de Administração não quer deixar de exprimir uma mensagem de agradecimento às entidades e pessoas que mais o apoiaram na prossecução dos objetivos estabelecidos, nomeadamente:

• Ao Senhor Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e da Energia;

• Ao Senhor Secretário de Estado do Ambiente;

• No âmbito do Ministério do Ambiente, agradecer o apoio recebido pela Agência Portuguesa do Ambiente, Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro e de Lisboa e Vale do Tejo, Programa Operacional de Valorização do Território e Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos;

• Ao Instituto Financeiro para o Desenvolvimento Regional, IP;

• Aos acionistas Câmaras Municipais, um profundo agradecimento pela participação ativa nos diversos aspetos da atividade da Empresa;

• Ao acionista EGF, pelo contínuo apoio que tornou possível a boa execução dos objetivos da Empresa durante o exercício decorrido;

• Ao ROC pela disponibilidade evidenciada;

• Ao Auditor Independente, pela colaboração prestada;

• A todos os colaboradores da Empresa, que com a sua dedicação e competência tornaram possível a concretização dos objetivos definidos.

13. Proposta de aplicação de resultados

Nos termos do disposto na alínea b) do n.º 2 do art.º 18.º dos Estatutos da Sociedade, constantes do Anexo ao Decreto-Lei n.º 116/96 de 6 de agosto, propõe este Conselho de Administração que o resultado líquido positivo do exercício de 922.317,65 euros tenha a seguinte aplicação:

(Euros)

Reserva legal (5% do resultado líquido) 46.115,88

Dividendos 71.200,39

Reserva contratual 402.500,69

Resultados Transitados 402.500,69

922.317,65

A Reserva Contratual Realizada será constituída nos termos do Contrato de Concessão e poderá ser movimentada como uma reserva livre, nos termos do código das sociedades comerciais, após aprovação das entidades competentes.

O Conselho de Administração

Luís Filipe dos Santos Guerreiro Faísca

Rosa Maria Baptista VazquezRaúl Miguel de Castro

Miguel Santiago Aranda da Silva

Luís Diogo Mateus

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RC 2014_64 RC 2014_65

14. Anexo ao relatório

Na tabela seguinte são identificados os acionistas da sociedade, bem como o n.º de ações detido por cada um, em percentagem e em valor.

Classe Ações Percentagem Capital Social

EGF A/B 204.000 51, 00% 1.020.000

Município de Leiria A 76. 176 19,04% 380.880

Município de Marinha Grande A 23.896 5,97% 119.480

Município de Pombal A 38.072 9,52% 190.360

Município de Porto de Mós A 17.304 4,33% 86.520

Município de Batalha A 9.880 2,47% 49.400

Município de Ourém A 30.672 7,67% 153.360

400.000 100,00% 2.000.000

15. Relatório dos administradores não executivos

1. IntroduçãoNos termos da alínea m) do artigo 13.º - A do Decreto-Lei n.º 558/99, de 17 de dezembro, na redação do Decreto-Lei n.º 300/2007, de 23 de agosto, cumpre-nos, na qualidade de administradores não executivos, apresentar um relatório sobre o desempenho do administrador executivo referente ao exercício de 2013.

2. AtividadeNos termos da lei, e das competências que o novo estatuto do gestor público determina, e de outras atribuições decididas pelo Conselho de Administração, acompanhamos a gestão da empresa e o desempenho do administrador executivo.

As nossas funções foram exercidas com independência, sendo nosso juízo, no que se refere ao administrador executivo, livre e incondicionado.

3. ParecerFace ao acima exposto, fazemos uma apreciação de proximidade positiva do seu desempenho global, não perdendo de vista a preocupação do administrador executivo de auscultar as nossas opiniões e juízos de valor sobre as ações de gestão, adotando em muitas ocasiões os conceitos das nossas intervenções mais relevantes que tiveram em vista um melhor rigor na gestão da empresa.

Leiria, 12 de fevereiro de 2014

Os Administradores não executivos

Luís Filipe dos Santos Guerreiro Faísca Rosa Maria Baptista Vazquez

Raúl Miguel de Castro Luís Diogo Mateus

[página em branco]

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RC 2014_66 RC 2014_67

B – Contas do exercício de 2014

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RC 2014_68 RC 2014_69

B – Contas do exercício de 2014

Demonstração da posição financeira

Notas31.12.2014

IFRS31.12.2013

IFRS

Ativos não correntes

Ativos intangíveis 8 20.449.487 23.236. 616

Investimentos financeiros 10 1.398.547 1.314.254

Investimentos em curso 8 486.756 298.782

Impostos diferidos ativos 11 2.105.441 2.110.691

Clientes e outros ativos não correntes 12 4.605.869 4.510.784

Total dos ativos não correntes 29.046.101 31.471.127

Ativos correntes

Inventários 13 110.825 86.652

Clientes 14 2.180.615 1.071.981

Estado e outros entes públicos 15 0 357.832

Outros ativos correntes 16 1.500.876 2.667.628

Caixa e seus equivalentes 17 1.095.503 488.253

Total dos ativos correntes 4.887.819 4.672.346

Total do ativo 33.933.919 36.143.473

Capital próprio dos acionistas maioritários

Capital social 18 2.000.000 2.000.000

Reservas e outros ajustamentos 18 1.353.876 1.320.460

Resultados transitados 18 757.790 730.958

Resultado líquido do exercício 18 922.318 131.677

Total do capital próprio 5.033.984 4.183.096

Passivos não correntes

Provisões 19 30.000 30. 000

Empréstimos 21 12.120.000 14.273.333

Impostos diferidos passivos 11 893.459 1.113.998

Fornecedores e outros passivos não correntes 22

Acréscimos de custos do investimento contratual 23 3.659.418 2.933.311

Subsídios ao investimento 24 7.956.285 8.729.472

Total dos passivos não correntes 24.659.162 27.080.114

Passivos correntes

Empréstimos 21 2.353.115 3.003.115

Fornecedores 25 903.856 971.655

Outros passivos correntes 26 463.693 623.963

Estado e outros entes públicos 15 520.109 281.531

Total dos passivos correntes 4.240.774 4.880.264

Total do passivo 28.899.936 31.960.378

Total do passivo e do capital próprio 33.933.919 36.143.473

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RC 2014_70 RC 2014_71

Demonstração dos resultados

Notas31.12.2014

IFRS31.12.2013

IFRS

Vendas 28 4.675.925 3.498.762

Prestações de serviços 28 3.477.962 3.355.917

Volume de negócios 8.153.887 6.854.679

Custo das vendas/variação dos inventários 29 -544.632 -553.672

Margem bruta 7.609.254 6.301.007

Fornecimentos e serviços externos 30 -2.624.911 -2.079.748

Gastos com pessoal 31 -1.570.839 -1.736.926

Amortiz., depreciações e reversões do exercício 32 -3.887.322 -3.831.007

Provisões e reversões do exercício 33 0 0

Perdas por imparidade e reversões 34 0 0

Subsídios ao investimento 24 1.091.946 1.091.699

Outros gastos e perdas operacionais 35 -155.024 -84.267

Outros rendimentos e ganhos operacionais 36 990.554 1.050.722

Resultados operacionais 1.453.658 711.480

Gastos financeiros 37 -438.624 -681.756

Rendimentos financeiros 38 267.549 234.010

Resultados financeiros -171.076 -447.746

Resultados antes de impostos 1.282.582 263.733

Imposto do exercício 27 -575.553 -293.664

Imposto diferido 11 e 27 215.289 161.608

Resultado líquido do exercício 922.318 131.677

Resultado por ação (básico e diluído) 19 2,31 0,33

O resultado básico é igual ao resultado diluído (normas internacionais).

Demonstração do rendimento integral

31.12.2014 31.12.2013

Resultado líquido do exercício 922.318 131.677

Rendimento integral 922.318 131.677

Demonstração das variações do capital próprio

Capital social

Reserva legal

Resultados transitados

Reserva contratual

Resultado líquido do exercício

Total

Saldo a 31 de dezembro de 2013 IFRS 2.000.000 232.666 730.958 1.087.794 131.677 4.183.095

Dividendos Pagos 71.429 71.429

Aplicação do Resultado líquido do exercício

6.584 26.832 26.832 -60.248 0

Resultado líquido do exercício 779.459 779.459

Saldo a 31 de dezembro de 2014 IFRS 2.000.000 239.250 757.790 1.114.626 922.317 5.033.984

Na coluna Reserva Legal está incluída a Reserva Livre (28.058 €) e a Reserva Legal (211.192 €).

Capital social

Reserva legal

Resultados transitados

Reserva contratual

Resultado líquido do exercício

Total

Saldo a 31 de dezembro de 2012 IFRS 2.000.000 208.508 542.451 899.286 483.157 4.133.403

Dividendos Pagos 81.985 81.985

Aplicação do Resultado líquido do exercício

24.158 188.508 188.508 -401.173 0

Resultado líquido do exercício -32.293 -32.293

Saldo a 31 de dezembro de 2013 IFRS 2.000.000 232.666 730.958 1.087.794 131.677 4.183.095

Na Coluna da Reserva Legal está incluída a Reserva Livre (28.058 €) e a Reserva Legal (204.608 €).

Demonstração dos fluxos de caixa31.12.2014 31.12.2013

Fluxo de caixa das atividades operacionais

Recebimentos de clientes 9.860.139 10.916.721

Pagamentos a fornecedores -4.436.324 -5.946.218

Pagamentos ao pessoal -1.902.437 -1.681.792

Pagamento de IRC -205.412 -91. 295

3.315.966 3.197.416

Fluxo de caixa das atividades de investimento

Recebimentos de investimentos financeiros 63.091 63.091

Recebimentos de ativos fixos tangíveis

Recebimentos de ativos intangíveis

Recebimentos de subsídios de investimento 1.417.375 1.431.003

Recebimentos de juros 2.055 82

Pagamentos de investimentos financeiros -85.922 -85.718

Pagamentos de ativos fixos tangíveis

Pagamentos de ativos intangíveis -902.151 -865.219

494.448 543.239

Fluxo de caixa das atividades de financiamento

Recebimentos de empréstimos obtidos 250.437

Recebimentos de realizações de capital

Pagamentos de empréstimos obtidos -2.803.333 -2.653.333

Pagamentos de juros e gastos similares -328.402 -687.981

Pagamentos de dividendos -71.429 -81.984

-3.203.165 -3.172.861

Variação de caixa e seus equivalentes 607.250 567.794

Caixa e seus equivalentes no início do período 488.253 -79.541

Caixa e seus equivalentes no fim do período 1.095.503 488.253

607.250 567.794

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RC 2014_72 RC 2014_73

Decomposição de caixa e seus equivalentes31.12.2014 31.12.2013

Caixa 1.200 1.200

Depósitos à ordem 1.094.303 487.053

Depósitos a prazo 0 0

1.095.503 488.253

Descobertos bancários 0 0

1.095.503 488.253

O técnico Oficial de Contas O Conselho de Administração

Notas às demonstrações financeiras

1. Atividade económica da VALORLIS – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A.

1.1 IntroduçãoA VALORLIS – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A. foi criada pelo Decreto-Lei n.º 116/96, de 6 de agosto, tendo Contrato de Concessão por 25 anos com o Ministério do Ambiente e os Contratos de Entrega, Receção e Recolha Seletiva com os Municípios envolvidos sido assinados em 20 de dezembro de 1996.

A sua atividade principal é o tratamento e valorização de resíduos sólidos urbanos do Sistema Multimunicipal da Alta Estremadura.

1.2 AtividadeA Empresa tem por objeto, nos termos do artigo 3.º dos seus estatutos a "...promoção do tratamento e valorização de resíduos sólidos, nomeadamente através da promoção direta ou indireta a conceção, construção e exploração de unidades integrantes dos sistemas de transporte, valorização, tratamento e destino final de resíduos sólidos, e a prestação de serviços de gestão, fiscalização, assessoria técnica e administrativa a entidades públicas ou privadas que prossigam total ou parcialmente atividade do mesmo ramo.”

1.3 AcionistasA VALORLIS tem como acionistas a EGF – Empresa Geral do Fomento, S.A. e os Municípios de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós. No quadro seguinte apresenta-se a percentagem de cada acionista no Capital Social da VALORLIS:

Classe Ações Percentagem

EGF A/B 204.000 51, 00%

Município de Leiria A 76. 176 19,04%

Município de Marinha Grande A 23.896 5,97%

Município de Pombal A 38.072 9,52%

Município de Porto de Mós A 17.304 4,33%

Município de Batalha A 9.880 2,47%

Município de Ourém A 30.672 7,67%

Total 400.000 100,00%

A VALORLIS tem vindo a desenvolver-se de forma sustentada, tornando-se uma empresa importante na região em que se insere. Tem vindo a revelar-se geradora de novos postos de trabalho assim como de investimentos constantes, fatores significativos e potenciadores do desenvolvimento socioeconómico da região. Tem igualmente vindo a desempenhar um papel pioneiro em certos domínios da sua atividade: foi uma das primeiras empresas do país a produzir energia a partir do biogás de aterro contribuindo assim positivamente para a diminuição do chamado efeito de estufa e para a redução da dependência externa do país em termos de recursos energéticos.

É, também, preocupação constante da Empresa procurar as tecnologias mais modernas e inovadoras, para o desenvolvimento da sua atividade. A Central de Valorização Orgânica é um claro exemplo disso.

A área geográfica da VALORLIS é de 2.160 km2 e, de acordo as estimativas do Instituto Nacional de Estatística para a população residente em 2011, abrange uma população de cerca de 304.144 habitantes.

1.4 Aprovação das demonstrações financeirasEstas Demonstrações financeiras foram aprovadas pelo Conselho de Administração no dia 12 de fevereiro de 2015.

2. Políticas contabilísticas

As presentes demonstrações financeiras foram preparadas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS) emitidas pelo “International Accounting Standards Board” (“IASB”) e Interpretações emitidas pelo “International Financial Reporting

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RC 2014_74 RC 2014_75

Interpretations Committee” (“IFRIC”) ou pelo anterior “Standing Interpretations Committee” (“SIC”), adotadas pela UE, em vigor para exercícios iniciados em 1 de janeiro de 2011.

As políticas contabilísticas mais significativas utilizadas na preparação destas demonstrações financeiras encontram-se descritas abaixo. Estas políticas foram aplicadas de forma consistente nos períodos comparativos, exceto quando referido em contrário.

2.1 Bases de apresentaçãoOs valores apresentados, salvo indicação em contrário, são expressos em euros (EUR). As demonstrações financeiras da VALORLIS foram preparadas segundo a convenção do custo histórico. A preparação de demonstrações financeiras em conformidade com os IFRS/IAS requer o uso de estimativas e pressupostos que afetam as quantias reportadas de ativos e passivos, assim como as quantias reportadas de rendimentos e gastos durante o período de reporte. Apesar destas estimativas serem baseadas no melhor conhecimento da gestão em relação aos eventos e ações correntes, em última análise, os resultados reais podem diferir dessas estimativas. No entanto, é convicção da gestão que as estimativas e pressupostos adotados não incorporam riscos significativos que possam causar, no decurso do próximo exercício, ajustamentos materiais ao valor dos ativos e passivos.

2.1.1 Novas normas e alteração de políticas1. Alterações voluntárias de políticas contabilísticasDurante o exercício não ocorreram alterações voluntárias de políticas contabilísticas, face às consideradas na preparação da informação financeira relativa ao exercício anterior apresentada nos comparativos.

2. Novas normas, interpretações e alterações, com data de entrada em vigor a partir 01 de janeiro de 2014

Adoção da IFRS 10 Demonstrações financeiras consolidadas, da IFRS 11 Acordos conjuntos e da IFRS 12 Divulgação de interesses noutras entidades, bem como das versões alteradas da IAS 27 Demonstrações financeiras separadas e da IAS 28 Investimentos em associadas e empreendimentos conjuntos (Regulamento n.o 1254/2012, de 11 de dezembro).O objetivo da IFRS 10 é fornecer um modelo de consolidação único, que identifica a relação de controlo como base para a consolidação de todos os tipos de entidades. A IFRS 10 substitui a IAS 27 Demonstrações financeiras consolidadas e separadas e a SIC 12 Consolidação – Entidades com finalidade especial. Um investidor controla uma investida se e apenas se tiver, cumulativamente: (a) poder sobre a investida; (b) exposição ou direitos a resultados variáveis por via do seu relacionamento com a investida; e (c) a capacidade de usar o seu poder sobre a investida para afetar o valor dos resultados para os investidores. As mudanças introduzidas pela IFRS 10 requerem que a Gestão faça um julgamento significativo de forma a determinar que entidades são controladas e consequentemente ser incluídas nas Demonstrações financeiras consolidadas da empresa-mãe.

A IFRS 11 estabelece princípios para o relato financeiro pelas partes em acordos conjuntos e substitui a IAS 31 Interesses em empreendimentos conjuntos e a SIC 13 Entidades conjuntamente controladas – Contribuições não monetárias por empreendedores.

A IFRS 12 combina, reforça e substitui os requisitos de divulgação para as filiais, acordos conjuntos, associadas e entidades estruturadas não consolidadas. Em consequência destas novas IFRS, foi também emitida uma versão alterada da IAS 27 e da IAS 28. A IFRS 12 Divulgação de participações em outras entidades estabelece o nível mínimo de divulgações relativamente a empresas subsidiárias, empreendimentos conjuntos, empresas associadas e outras entidades não consolidadas. Esta norma inclui, por isso, todas as divulgações que eram obrigatórias na IAS 27 Demonstrações financeiras consolidadas e separadas referentes às contas consolidadas, bem como as divulgações obrigatórias incluídas na IAS 31 Interesses em empreendimentos conjuntos e na IAS 28 Investimentos em associadas, para além de novas informações adicionais. O objetivo desta Norma é exigir que uma entidade divulgue informação nas suas demonstrações financeiras que permita que os utentes avaliem: (a) a natureza e os riscos associados aos seus interesses noutras entidades; e (b) os efeitos desses interesses na sua posição financeira, desempenho financeiro e fluxos de caixa. Para isso, uma entidade deve divulgar: (a) os julgamentos e pressupostos significativos nos quais se baseou para determinar a natureza do seu interesse noutra entidade ou acordo e para determinar o tipo de acordo conjunto no qual tem um interesse; e (b) informação sobre os seus interesses em subsidiárias, acordos conjuntos e associadas; e entidades estruturadas que não sejam controladas pela entidade. Para efeitos desta Norma, um interesse noutra entidade refere-se ao envolvimento contratual e não-contratual que expõe uma entidade a uma variabilidade do retorno em função do desempenho da outra entidade. Um interesse noutra entidade pode ser evidenciado, entre outros, pela propriedade de ações ou de instrumentos de dívida, bem como por outras formas de envolvimento como o fornecimento de financiamento, de assistência à liquidez, de aumentos de crédito e de garantias. Isso inclui os meios pelos quais uma entidade tem controlo, controlo conjunto ou influência significativa sobre outra entidade. Uma entidade não tem necessariamente um interesse noutra entidade apenas por via de uma normal relação de cliente-fornecedor.

Emendas à IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas, à IFRS 11 Acordos Conjuntos e à IFRS 12 Divulgação

de Interesses Noutras Entidades (Regulamento n.o 313/2013, de 4 de abril) O objetivo das emendas consiste em clarificar a intenção do IASB quando emitiu pela primeira vez as orientações de transição relativas à IFRS 10. As emendas proporcionam também uma flexibilidade de transição suplementar relativamente à IFRS 10, à IFRS 11 e à IFRS 12, limitando o requisito de prestação de informações comparativas ajustadas apenas ao período comparativo precedente. Além disso, para as divulgações relativas a entidades estruturadas não consolidadas, as emendas suprimem a obrigação de apresentar informações comparativas para os períodos anteriores à aplicação pela primeira vez da IFRS 12.

Emenda IAS 39 Instrumentos financeiros derivadosA emenda cobre as inovações: que resultem da aplicação ou da alteração de leis ou regulamentos nas quais as partes do instrumento de cobertura concordam que uma ou mais contrapartes da compensação substituam as contrapartes originais de forma a tornarem-se as novas contrapartes de cada uma das partes; que não resultem em outras alterações aos termos do contrato original do derivado para além das alterações diretamente atribuíveis à alteração da contraparte para assegurar a compensação. Todas as condições acima referidas devem ser cumpridas para se continuar a contabilidade de cobertura de acordo com esta exceção. A emenda cobre novações efetuadas para contrapartes centrais, bem como para intermediários como sejam membros de câmaras de compensação, ou clientes dos últimos que sejam eles próprios intermediários. Para as novações que não cumpram os critérios da exceção, as entidades devem avaliar as alterações ao instrumento de cobertura à luz das regras de desreconhecimento de instrumentos financeiros e das condições gerais para continuar a aplicação da contabilidade de cobertura.

Emenda à IAS 32 – Instrumentos financeiros derivados (divulgações)A emenda clarifica o significado de “direito legal correntemente executável de compensar” e a aplicação da IAS 32 aos critérios de compensação de sistemas de compensação (tais como sistemas centralizados de liquidação e compensação) os quais aplicam mecanismos de liquidação brutos que não são simultâneos. O parágrafo 42 a) da IAS 32 requer que “um ativo financeiro e um passivo financeiro devem ser compensados e a quantia líquida apresentada no balanço quando, e apenas quando, uma entidade tiver atualmente um direito de cumprimento obrigatório para compensar as quantias reconhecidas”. Esta emenda clarifica que os direitos de compensar não só têm de ser legalmente correntemente executáveis no decurso da atividade normal mas também têm de ser executáveis no caso de um evento de incumprimento e no caso de falência ou insolvência de todas as contrapartes do contrato, incluindo da entidade que reporta. A emenda também clarifica que os direitos de compensação não devem estar contingentes de eventos futuros. O critério definido na IAS 32 para a compensação de instrumentos financeiros requer que a entidade de reporte pretenda ou liquidar numa base líquida, ou realizar o ativo e liquidar simultaneamente o passivo. A emenda clarifica que só os mecanismos de liquidação pelo valor bruto que eliminam ou resultam em riscos de crédito e liquidez insignificantes em que o processo de contas a receber e a pagar é um único processo de liquidação ou ciclo podem ser, de facto, equivalentes a uma liquidação pelo valor líquido, cumprindo com efeito o critério de liquidação líquido previsto na norma.

Alterações à IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas, IFRS 12 Divulgação de Interesses Noutras Entidades e IAS 27 Demonstrações Financeiras Separadas (Regulamento n.o 1174/2013, de 20 de novembro)A IFRS 10 é emendada a fim de refletir melhor o modelo de negócio das entidades de investimento. Exige que essas entidades mensurem as suas filiais pelo justo valor através dos resultados, em vez de procederem à respetiva consolidação. A IFRS 12 é emendada a fim de exigir uma divulgação específica sobre essas filiais das entidades de investimento. As emendas à IAS 27 eliminaram ainda a opção que era dada às entidades de investimento no sentido de mensurarem os seus investimentos em determinadas filiais pelo custo ou pelo justo valor nas suas demonstrações financeiras separadas. As emendas à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27 implicam, por conseguinte, emendas à IFRS 1, IFRS 3, IFRS 7, IAS 7, IAS 12, IAS 24, IAS 32, IAS 34 e IAS 39, a fim de assegurar a coerência entre as normas internacionais de contabilidade.

Alterações à IAS 36 Imparidade de ativos (Regulamento n.o 1374/2013, de 19 de dezembro)As principais alterações envolvem: (i) a remoção do requisito de divulgação da quantia recuperável das unidades geradoras de caixa relativamente às quais não foi reconhecida qualquer imparidade; (ii) introdução do requisito de divulgar informação acerca dos pressupostos-chave, técnicas de avaliação e nível aplicável da hierarquia de justo valor para qualquer ativo individual (incluindo o goodwill) ou para qualquer unidade geradora de caixa relativamente aos quais foram reconhecidas ou revertidas perdas de imparidade durante o período, e para os quais o valor recuperável consiste no justo valor menos custos de vender; (iii) introdução do requisito de divulgação das taxas de desconto que foram usadas no período corrente e em mensurações anteriores das quantias recuperáveis dos ativos em imparidade que tenham sido baseadas no justo valor menos custos de vender usando a técnica do valor presente; (iv) remoção do termo “material”, por se ter considerado desnecessária a referência explícita quando a norma faz referência aos requisitos de divulgações para os ativos (incluindo goodwill) ou unidades geradoras de caixa, para os quais uma perda ou reversão “material” de imparidade tenha sido incorrida durante o período.

Alterações à IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração - Novação de Derivados e Continuação da Contabilidade de Cobertura (Regulamento n.o 1375/2013, de 19 de dezembro)O objetivo das alterações é o de resolver as situações em que um derivado designado como instrumento de cobertura é objeto

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de novação entre uma contraparte e uma contraparte central por razões legais ou regulamentares. A solução prevista permitirá a continuação da contabilidade de cobertura independentemente da novação, o que não seria permitido na ausência destas emendas.

Alterações à IAS 27 Demonstrações financeiras consolidadas e separadas (Revista em 2011)Com a introdução da IFRS 10 e IFRS 12, a IAS 27 limita-se a estabelecer o tratamento contabilístico relativamente a subsidiárias, empreendimentos conjuntos e associadas nas contas separadas.

Alterações à IAS 28 Investimentos em associadas e joint venturesCom as alterações à IFRS 11 e IFRS 12, a IAS 28 foi renomeada e passa a descrever a aplicação do método de equivalência patrimonial também às joint ventures à semelhança do que já acontecia com as associadas.

As alterações e emendas nas normas acima referidas ou não são aplicáveis ou não é expectável que da sua adoção resulte qualquer efeito relevante nas demonstrações financeiras.

3. Novas normas, interpretações e alterações, com data de entrada em vigor em exercícios com início em ou após 01

de janeiro de 2015

Adoção da IFRIC 21 Taxas (Regulamento n.o 634/2014, de 13 de junho) Esta interpretação diz respeito à contabilização de um passivo correspondente ao pagamento de uma taxa caso esse passivo seja abrangido pela IAS 37. Diz igualmente respeito à contabilização de um passivo pelo pagamento de uma taxa cujo calendário e montante são conhecidos. Contudo, esta interpretação não diz respeito à contabilização dos custos decorrentes do reconhecimento de um passivo correspondente ao pagamento de uma taxa. As entidades deverão aplicar outras normas para determinar se o reconhecimento de um passivo correspondente ao pagamento de uma taxa dá origem a um ativo ou a uma despesa, não estando igualmente abrangidas: a) saídas de recursos abrangidas pelo âmbito de aplicação de outras normas (como por exemplo os impostos sobre o rendimento, que são do âmbito da IAS 12 Impostos sobre o rendimento); e b) coimas ou outras sanções aplicadas por infração da legislação. A interpretação esclarece que uma entidade reconhece um passivo para uma taxa quando a atividade que desencadeia pagamento ocorre, tal conforme identificada pela legislação pertinente. Para uma taxa que é desencadeada ao atingir um limiar mínimo, esta interpretação clarifica que nenhuma responsabilidade deve ser antecipada antes do limite mínimo especificado ser atingido. Uma entidade deve aplicar, no relatório financeiro intercalar, os mesmos princípios de reconhecimento de taxas que aplica nas demonstrações financeiras anuais, sendo requerida aplicação retrospetiva.

IAS 19 R – Benefícios de Empregados (Emenda): Contribuições de empregadosEsta emenda aplica-se a contribuições de empregados ou terceiros para planos de benefícios definidos. Simplifica a contabilização das contribuições que sejam independentes do número de anos de prestação de serviço do empregado, como por exemplo, contribuições efetuadas pelo empregado que sejam calculadas com base numa percentagem fixa do salário, que sejam uma quantia fixa ao longo de todo o período de serviço ou uma quantia que dependa da idade do empregado. Tais contribuições passam a poder ser reconhecidas como uma redução dos custo do serviço no período em que o serviço é prestado.

Melhorias anuais relativas ao ciclo 2010-2012Nas Melhorias anuais relativas ao ciclo 2010-2012, o IASB introduziu sete melhorias em sete normas cujos resumos se apresentam de seguida:

IFRS 2 Pagamentos com base em AçõesAtualiza definições, clarifica o que se entende por condições de aquisição e clarifica ainda situações relacionadas com preocupações que haviam sido levantadas sobre condições de serviço, condições de mercado e condições de performance.

IFRS 3 Combinações de NegóciosIntroduz alterações no reconhecimento das alterações de justo valor dos pagamentos contingentes que não sejam instrumentos de capital. Tais alterações passam a ser reconhecidas exclusivamente em resultados do exercício.

IFRS 8 Segmentos OperacionaisRequer divulgações adicionais (descrição e indicadores económicos) que determinaram a agregação dos segmentos. A divulgação da reconciliação do total dos ativos dos segmentos reportáveis com o total de ativos da entidade só é exigida se for também reportada ao gestor responsável, nos mesmos termos da divulgação exigida para os passivos do segmento.

IFRS 13 Mensuração ao Justo valorClarifica que as contas a receber e as contas a pagar sem juro declarado podem ser mensuradas ao valor nominal quando o efeito do desconto é imaterial. Assim, a razão pela qual foram eliminados parágrafos da IAS 9 e IAS 39 nada teve a ver com

alterações de mensuração mas sim com o facto de a situação em concreto ser imaterial e, por esse facto, não ser obrigatório o seu tratamento conforme já previsto na IAS 8.

IAS 16 Ativos fixos tangíveis e IAS 38 Ativos intangíveisNo caso de revalorização a norma passa a prever a possibilidade de entidade poder optar entre proceder ao ajustamento do valor bruto com base em dados observáveis no mercado ou que possa alocar a variação, de forma proporcional, à alteração ocorrida no valor contabilístico sendo, em qualquer dos casos, obrigatória a eliminação das amortizações acumuladas por contrapartida do valor bruto do ativo. Estas alterações só se aplicam a revalorizações efetuadas no ano em que a alteração for aplicada pela primeira vez e ao período imediatamente anterior. Pode fazer a rexpressão para todos os períodos anteriores mas não é obrigada a fazê-lo. Contudo, se não fizer, deverá divulgar o critério usado nesses períodos.

IAS 24 Divulgações de Partes RelacionadasClarifica que uma entidade gestora – uma entidade que presta serviços de gestão – é uma parte relacionada sujeita aos requisitos de divulgação associados. Adicionalmente, uma entidade que utilize os serviços de uma entidade de gestão é obrigada a divulgar os gastos incorridos com tais serviços.

Melhorias anuais relativas ao ciclo 2011-2013Nas Melhorias anuais relativas ao ciclo 2011-2013, o IASB introduziu quatro melhorias em outras tantas normas cujos resumos se apresentam de seguida:

IFRS 1 Adoção pela primeira vez das Normas Internacionais de Relato financeiroClarifica o que se entende por normas em vigor.

IFRS 3 Combinações de NegóciosAtualiza a exceção de aplicação da norma a “Acordos Conjuntos” clarificando que a única exclusão se refere à contabilização da criação de um acordo conjunto nas demonstrações financeiras do próprio acordo conjunto.

IFRS 13 Mensuração ao Justo valorAtualiza o parágrafo 52 no sentido de a exceção ao portfólio passar a incluir também outros contratos que estejam no âmbito ou sejam contabilizados de acordo com a IAS 39 ou a IFRS 9, independentemente de satisfazerem as definições de ativos financeiros ou passivos financeiros nos termos na IAS 32.

IAS 40 Propriedades de InvestimentoClarifica que é à luz da IFRS 3 que se deve determinar se uma dada transação é uma combinação de negócios ou compra de ativos e não a descrição existente na IAS 40 que permite distinguir a classificação de uma propriedade como sendo de investimento ou como sendo propriedade ocupada pelo dono.

As alterações e emendas nas normas acima referidas ou não são aplicáveis ou não é expectável que da sua adoção resulte qualquer efeito relevante nas demonstrações financeiras.

4. Novas normas, interpretações e alterações, ainda não endossadas pela União Europeia, com data de entrada em vigor em exercícios com início em ou após 01 de janeiro de 2015

IFRS 9 Instrumentos financeiros (emitida em 24 de julho de 2014)

IFRS 10 e IAS 28: Venda ou entrega de ativos por um investidor à sua associada ou empreendimento conjunto (Emendas emitidas em 11 de setembro de 2014)

IFRS 10, IFRS 12 e à IAS 28: Entidades de investimento: Aplicação da exceção de consolidação (Emendas emitidas em 18 de dezembro de 2014)

IFRS 11: Contabilização da aquisição de participações em operações conjuntas (Emendas emitidas em de 6 de maio de 2014)

IAS 27: Método da equivalência patrimonial nas demonstrações financeiras separadas (Emenda emitida em 12 de agosto 2014)

IFRS 14 Contas de diferimento relacionadas com atividades reguladas (emitida em 30 de janeiro de 2014)

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IFRS 15 Rédito de contratos com clientes (emitida em 28 de maio de 2014)

IAS 1: Clarificação sobre divulgações no relato financeiro (Emendas emitidas em 18 de dezembro de 2014)

IAS 16 e à IAS 41: Plantas que geram produto agrícola (Emendas emitidas em 30 de junho de 2014)

IAS 16 e à IAS 38: Clarificação sobre os métodos de cálculo de depreciação e amortização permitidos (Emendas emitidas em 12 de maio de 2014)

Melhorias anuais relativas ao ciclo 2012-2014 (emitidas em 25 de setembro de 2014)

IFRS 5 – Ativos não correntes detidos para venda e Operações descontinuadas

IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações

IAS 19 – Benefícios de Empregados

IAS 34 – Relato Financeiro Intercalar

2.2 Participações financeiras sem subsidiárias e associadasNão aplicável.

2.3 Informação por segmentosOs segmentos operacionais são reportados consistentemente com o reporte interno que é produzido e disponibilizado aos órgãos de Gestão, nomeadamente ao Conselho de Administração. Com base nesse reporte, os Órgãos de Gestão avaliam a performance de cada segmento, bem como procedem à alocação dos recursos disponíveis. Um segmento, corresponde a um grupo de ativos e operações envolvidos no fornecimento de produtos ou serviços sujeitos a riscos e benefícios que são diferentes de outros segmentos.

A VALORLIS, S.A. apresenta o relato por segmentos de negócio RU’s, Recolha Seletiva e Triagem, Energia e CVO.

2.4 Conversão cambial2.4.1 Moeda funcional e de apresentaçãoOs itens incluídos nas demonstrações financeiras da VALORLIS, S.A. estão mensurados na moeda do ambiente económico em que a entidade opera (moeda funcional). As demonstrações financeiras da VALORLIS, S.A. e respetivas notas são apresentadas em euros, salvo indicação explícita em contrário.

As transações em moedas diferentes do euro são convertidas na moeda funcional utilizando as taxas de câmbio à data das transações. Os ganhos ou perdas cambiais resultantes da liquidação das transações bem como da conversão pela taxa à data do balanço, dos ativos e dos passivos monetários denominados em moeda estrangeira, são reconhecidos na demonstração dos resultados, exceto quando respeitam a uma extensão do investimento numa operação estrangeira, situação em que serão diferidos em capital próprio de acordo com o IAS 21. Os elementos não monetários valorizados ao justo valor são atualizados pela taxa de câmbio à data da determinação do mesmo, sendo o efeito da variação cambial registado conjuntamente com a variação registada no justo valor desses mesmos elementos. As diferenças cambiais apuradas são assim registadas em resultados do exercício ou em “Outras reservas”, consoante o registo apropriado para o reconhecimento de ganhos ou perdas para o elemento não monetário em causa. A conversão em moeda funcional da VALORLIS de elementos não monetários valorizados ao custo histórico é obtida pela aplicação da taxa de câmbio à data da transação. Não se verificaram no decurso deste ano transações em moedas diferente do euro.

2.5 Atividade concessionada – IFRIC 12 2.5.1 EnquadramentoA IFRIC 12 – “Acordos de concessão de serviço” define os princípios a observar na contabilização dos contratos de concessão de serviço público, atendendo aos serviços a que a concessionária se obriga a prestar e ao controlo que exerce sobre os ativos da concessão.

No âmbito da IFRIC 12 os contratos de concessão de serviço possuem as seguintes características:

• O objetivo do contrato é a prestação de um serviço público aos utilizadores em geral;

• O contrato de concessão regula o tipo e a qualidade dos serviços a serem prestados pelo concessionário;

• O concessionário é responsável pela conceção, desenho e construção/requalificação das infraestruturas necessárias à prestação do serviço público;

• Os preços a praticar (tarifas) são aprovados pelo concedente sob escrutínio do regulador;

• O concedente controla qualquer valor residual das infraestruturas independentemente de quem a construiu ou detêm a titularidade uma vez que (a) o concessionário não pode onerar, alienar ou ceder as infraestruturas da concessão e (b) no final da concessão, as infraestruturas da concessão revertem para o concedente/associação de municípios.

A IFRIC 12 proporciona orientação quanto ao tratamento contabilístico a adotar pelos concessionários de serviços públicos com as características acima identificadas. Quando a IFRIC 12 é aplicada, o concessionário não pode reconhecer nas suas demonstrações financeiras, como ativos fixos tangíveis, os ativos da concessão utilizados na prestação do serviço por não deter o controlo sobre os mesmos, embora retenha o risco de construção e de financiamento.

A IFRIC 12 preconiza dois modelos de contabilização para os serviços de construção consoante os riscos e benefícios assumidos pelo concessionário:

• o modelo do ativo financeiro – se o concedente tem a responsabilidade de pagar ao concessionário pela prestação do serviço de construção, os montantes despendidos constituem um direito a receber;

• o modelo do ativo intangível – se o concessionário tem direito a cobrar consoante a prestação do serviço público aos utilizadores (pagando o utilizador ou o concedente), os montantes despendidos constituem o custo da aquisição do direito de concessão.

O concessionário deve reconhecer um ativo financeiro na medida em que tem um direito contratual de receber dinheiro ou outro ativo financeiro do concedente pelos serviços de construção e o concedente não tem como evitar o pagamento, uma vez que o contrato tem a força de lei. O concessionário tem um direito incondicional de receber dinheiro se o concedente garantir contratualmente esse pagamento ao concessionário que corresponde a (a) um montante especifico, ou (b) à diferença, se existir, entre os montantes recebidos dos utilizadores do serviço público, e outro montante específico, mesmo que o pagamento seja contingente ao facto de o concessionário assegurar que a infraestrutura está de acordo com os requisitos de qualidade e eficiência.

O concessionário deve reconhecer um ativo intangível na medida em que recebe um direito (licença) de cobrar aos utilizadores pela prestação do serviço público. O direito a cobrar aos utilizadores por um serviço público não é um direito incondicional de cobrança, porque os montantes estão condicionados ao facto de os utilizadores utilizarem o serviço.

O concessionário deve reconhecer o rédito e os Gastos relacionados com o serviço de operação da concessão de acordo com o IAS 18 - Rédito.

Nos termos desta interpretação a VALORLIS presta os dois tipos de serviços: o de construção, requalificação e renovação das infraestruturas afetas ao sistema; e o de exploração e gestão do sistema constituído pelas infraestruturas, necessárias à prestação de serviços aos utilizadores, pelo que aplica os princípios da IFRIC 12.

Decorrente da atividade concessionada, a VALORLIS, gestora de um SMM (sistemas multimunicipais), está sujeita à regulação económica em vigor para o serviço público prestado. O maior impacto da regulação sobre a atividade da empresa está no escrutínio que a entidade reguladora (ERSAR - DL 362/98, de 18 de novembro, com as alterações introduzidas pelos DL 151/2002, de 23 de maio, e DL 277/2009, de 2 de outubro) faz da tarifa a aplicar aos serviços prestados aos utilizadores, bem como do respetivo orçamento anual e plano de investimentos.

Classificação da infraestrutura

Resíduos Concessão/Parceria Prazo PeríodoRemuneração Acionista

Taxa Incidência

VALORLIS, S. A. Concessão 25 anos 1996-2021 TBA+3% C. Social+R. Legal

A VALORLIS encontra-se integrada no universo do Grupo AdP, constituindo uma sociedade estabelecida com os Municípios/Associação

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de Municípios para a execução do contrato de concessão prestação do serviço público de valorização e tratamento de resíduos atribuído pelo Estado.

Do ponto de vista dos acionistas da VALORLIS, a concessão assenta num modelo tendente à classificação como ativo financeiro, uma vez que, tendo os acionistas direito a uma remuneração (mínima) anual garantida contratualmente, cujo recebimento pode ser diferido no tempo, na sua perspetiva, não está sujeito a perda de valor.

Contudo, na esfera jurídica da VALORLIS que possui o contrato de concessão de prestação de serviço público, a contabilização de acordo com o modelo do ativo financeiro não se aplica, uma vez que de acordo com a definição de ativo financeiro, estabelecida pelo IAS 32 – Instrumentos financeiros, a VALORLIS não possui um direito presente e incondicional a receber dinheiro ou outro ativo financeiro. De entre os vários mecanismos de reequilíbrio dos contratos de concessão; (i) aumento de tarifas, (ii) indemnização direta do concedente e/ou (iii) extensão do prazo de concessão, esta última não cumpre com os requisitos previstos naquela norma (IAS 32), uma vez que constitui um direito futuro a cobrar aos utilizadores, inviabilizando o reconhecimento do ativo financeiro.

Deste modo, a VALORLIS como concessionária de SMM classifica os montantes incorridos na construção/aquisição das infraestruturas dos sistemas que explora como ativos intangíveis – Direito de concessão.

A formação do custo dos ativos intangíveis (direitos de concessão) compreende o custo de aquisição ou construção, incluindo os Gastos e Rendimentos (líquidos) diretos e indiretamente relacionados com os projetos de construção, que são capitalizados em ativos intangíveis em curso, por permuta com os serviços de construção prestados.

Os encargos financeiros relacionados com empréstimos obtidos para financiamento dos projetos de construção em curso são capitalizados na sua totalidade até à entrada em exploração das infraestruturas do sistema.

Os investimentos adicionais de expansão ou modernização nas infraestruturas da concessão, cuja vida útil se prolongue para além do prazo da concessão, e que apresentem valor residual no termo da concessão, darão lugar a uma indemnização equivalente ao valor ainda não amortizado a essa data, pelo que a VALORLIS procede ao registo, na data da permuta pelo direito de concessão, do valor a receber descontado como um ativo financeiro.

As despesas com grandes reparações e benfeitorias às infraestruturas da concessão (incluindo bens de substituição), por via da regulação económica da concessão, são especificamente remuneradas na medida em que concorrem igualmente para a formação da tarifa (ou seja, têm uma recuperação implícita na aceitação da amortização pelo regulador), sendo desta forma contabilizadas como parte do ativo intangível.

A manutenção e conservação corrente das infraestruturas são contabilizadas em resultados no exercício em que ocorrem.

2.5.2 AmortizaçõesO ativo intangível, direito de concessão, é amortizado numa base sistemática de acordo com o padrão de obtenção dos benefícios económicos associados ao mesmo. No caso da VALORLIS, os benefícios económicos obtidos da exploração do direito de concessão são determinados pela regulação económica e a aceitação dos Gastos de amortização na formação anual das tarifas por parte do regulador. Os investimentos adicionais de expansão ou modernização, cuja vida útil se prolongue para além do prazo da concessão, poderão apresentar valor residual que dará lugar a uma indemnização equivalente ao valor não amortizado a essa data. Estes montantes são classificados como ativos financeiros – valor a receber.

Designação Valor Unidade

Investimento do C. Concessão 31.046.892 Euros

N.º de anos do C. Concessão 25 Anos

Investimento da Concessão revisto 65.687.526 Euros

N.º de anos do C. Concessão 25 Anos

Taxa Média de Amortização do ano de 2014 5,92 %

2.5.3 Acréscimos de gastos por responsabilidades contratuaisEm cumprimento do estipulado no contrato de concessão e com as regras regulatórias, é registada a quota-parte anual dos gastos estimados para fazer face às responsabilidades em investimentos contratuais da concessão. Estes acréscimos são calculados com base no padrão de obtenção dos benefícios económicos associados ao mesmo. No caso da VALORLIS, os benefícios económicos obtidos

são determinados pela regulação económica tendo por base o modelo económico de suporte ao contrato de concessão e são registados em resultados do exercício por contrapartida de passivo não corrente. Na prática estes acréscimos correspondem a uma responsabilidade por reembolso a tarifas futuras.

2.5.4 Rédito – serviços de construçãoDe acordo com o IFRIC 12 – Contratos de concessão, o rédito dos serviços de construção deve ser reconhecido de acordo com o IAS 11 – Contratos de construção. O modelo regulatório e as regras de cálculo das tarifas não permitem que a VALORLIS expurgue da tarifa o serviço de construção e o serviço de operação, e que se determine o justo valor do respetivo rédito com fiabilidade.

Saliente-se ainda que a VALORLIS, na fase de construção das infraestruturas, atua como um “agente”/intermediário, transferindo os riscos e os retornos a um terceiro (que constrói), sem apropriação de qualquer margem, no decurso da sua atividade operacional.

Assim, e tendo em conta a atividade regulada da VALORLIS, o rédito reconhecido é aquele que resulta da aplicação das tarifas aprovadas pelo concedente e escrutinadas pelo regulador.

2.6 Ativos fixos tangíveis2.6.1 Locação financeiraNão Aplicável.

2.7 Ativos intangíveis2.7.1 Direitos de utilização de infraestruturas Ver nota 2.5.1.

2.7.2 Outros ativos intangíveisOs restantes ativos intangíveis são contabilisticamente relevados pelo seu valor de custo líquido de amortizações acumuladas. Estas rubricas são amortizadas pelo período da concessão.

2.8 Ativos e passivos financeirosAs compras e vendas destes investimentos são reconhecidos à data da negociação ou da assinatura dos respetivos contratos de compra e venda, independentemente da sua data de liquidação. No momento inicial, os investimentos são inicialmente registados pelo seu valor de aquisição, que é o justo valor do preço pago, incluindo despesas de transação, exceto para os ativos valorizados ao justo valor através de resultados, em que os Gastos de transação são imediatamente reconhecidos nos resultados. Estes ativos não são reconhecidos quando: (i) expiram os direitos contratuais do Grupo quanto ao recebimento dos seus fluxos de caixa; ou (ii) o Grupo tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua posse, ou o controlo sobre os ativos.

Fundo de Reconstituição do Capital SocialDe acordo com a cláusula 17.ª do Contrato de Concessão, a VALORLIS – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A., encontra-se obrigada a depositar em cada ano o correspondente à anuidade do Capital Social, para a criação do Fundo de Reconstituição do Capital, que será gerido pela concessionária a qual terá o direito ao mesmo, no termo do contrato. Assim, foi contabilizado na rubrica Títulos e Outras Aplicações Financeiras o depósito bancário de carácter permanente efetuado para o efeito.

2.8.1 Classificação de ativos financeirosOs ativos financeiros da VALORLIS são classificados nas categorias que abaixo se descrevem. A classificação depende do objetivo de aquisição do investimento e é determinada no momento de reconhecimento inicial (data da negociação – trade date) dos investimentos e reavaliada em cada data de relato subsequente. O Conselho de Administração determina a classificação dos seus investimentos à data de aquisição e reavalia essa classificação numa base regular. A VALORLIS classifica os seus ativos financeiros nas seguintes categorias:

i) Empréstimos e contas a receber;ii) Investimentos detidos até à maturidade;iii) Investimentos mensurados ao justo valor através de resultados (detido para negociação);iv) Ativos financeiros disponíveis para venda.

2.8.1.1 Empréstimos e contas a receberCorrespondem a ativos financeiros não derivados, com recebimentos fixos ou determináveis para os quais não existe um mercado de cotações ativo. Estes ativos correspondem a duas naturezas:

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(i) Ativos originados do decurso normal das atividades operacionais e outros serviços associados e sobre os quais não existe intenção de negociar ;

(ii) e investimentos efetuados nas empresas com concessões multimunicipais, que de acordo com as condições particulares dos contratos de concessão subjacentes, qualificam como um empréstimo concedido remunerado a uma taxa contratada.

Os empréstimos e contas a receber são registados inicialmente ao justo valor e subsequentemente pelo custo amortizado, com base na taxa de juro efetiva, deduzidos de eventuais perdas de imparidade. As perdas de imparidade são registadas com base na estimativa e avaliação das perdas associadas aos créditos de cobrança duvidosa, na data do balanço, para que reflitam o seu valor realizável líquido.

São registados ajustamentos por imparidade quando existam indicadores objetivos de que a VALORLIS não irá receber todos os montantes que lhe são devidos de acordo com os termos originais dos contratos estabelecidos. Na identificação de situações de imparidade são utilizados indicadores como: análise de incumprimento; incumprimento há mais de 6 meses; dificuldades financeiras do devedor; probabilidade de falência do devedor.

Quando os valores a receber de clientes ou outros devedores se encontrem vencidos, e sejam objeto de renegociação dos seus termos, deixam de ser considerados vencidos e passam a ser tratados como novos créditos.

2.8.1.2 Investimentos detidos até à maturidadeOs investimentos detidos até à maturidade são classificados como investimentos não correntes, exceto se o seu vencimento for inferior a 12 meses da data do balanço, sendo registados nesta rubrica os investimentos com maturidade definida para os quais a VALORLIS tem intenção e capacidade de os manter até essa data. Os investimentos detidos até à maturidade são registados ao custo amortizado, deduzido de eventuais perdas por imparidade.

2.8.1.3 Ativos financeiros mensurados ao justo valor por resultadosEsta categoria engloba: (i) os ativos financeiros de negociação que são adquiridos com o objetivo principal de serem transacionados no corrente; (ii) os ativos financeiros designados no momento do seu reconhecimento inicial ao justo valor com variações reconhecidas em resultados.

Nesta categoria integram-se os derivados que não qualifiquem para efeitos de contabilidade de cobertura.

As alterações de justo valor são reconhecidas diretamente em resultados do exercício, na rubrica de Rendimentos financeiros. Estes ativos são classificados como ativos correntes se forem detidos para venda ou se for expectável a sua realização num período de 12 meses, após a data do balanço.

2.8.1.4 Ativos financeiros disponíveis para vendaOs ativos disponíveis para venda são ativos financeiros não derivados que: (i) a empresa tem intenção de manter por tempo indeterminado; (ii) são designados como disponíveis para venda no momento do seu reconhecimento inicial; ou (iii) não se enquadram nas categorias acima referidas. São apresentados como ativos não correntes, exceto se houver a intenção de os alienar nos 12 meses seguintes à data de balanço.

Após o reconhecimento individual. Os ativos disponíveis para venda são registados ao justo valor por referência ao seu valor de mercado à data do balanço, sem qualquer dedução relativa a Gastos da transação que possam vir a ocorrer até à sua venda, sendo as respetivas variações de justo valor reconhecidas diretamente nos capital próprio, na rubrica de “Reserva de justo valor”, até que os ativos sejam desreconhecidos ou seja identificada uma perda por imparidade, momento em que o valor acumulado dos ganhos e perdas potenciais registados em reservas é transferido para resultados. No caso dos instrumentos de capital um decréscimo significativo ou prolongado do justo valor abaixo do custo é determinante para determinar a existência de imparidade.

Os instrumentos de capital que não sejam participações em empresas filiais, empreendimentos conjuntos ou associadas, são classificadas como ativos financeiros disponíveis para venda, de acordo com a IAS 39. Caso não exista valor de mercado, estes ativos são mantidos ao custo de aquisição, sujeitos a testes de imparidade.

2.8.2 Passivos financeirosOs passivos financeiros são classificados de acordo com a substância contratual, independentemente da forma legal que assumem. O IAS 39 – Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração prevê a classificação dos passivos financeiros em duas categorias: (i) passivos financeiros ao justo valor por via de resultados; (ii) outros passivos financeiros. Os outros passivos financeiros incluem Empréstimos obtidos e Fornecedores e outras contas a pagar.

2.8.2.1 Passivos financeiros mensurados ao justo valor através de resultadosOs passivos financeiros ao justo valor por via de resultados, incluem passivos não derivados com o objetivo de vender no corrente e os instrumentos financeiros derivados que não qualifiquem para efeitos de contabilidade de cobertura, e sejam classificados desta forma no seu reconhecimento inicial. Os ganhos e perdas resultantes da alteração de justo valor de passivos mensurados ao justo valor através de resultados são reconhecidos em resultados do período.

2.8.2.2 Empréstimos bancáriosOs empréstimos são reconhecidos inicialmente ao justo valor deduzidos de Gastos de transação incorridos e subsequentemente são mensurados ao custo amortizado. Qualquer diferença entre o valor de emissão (líquido de Gastos de transação incorridos) e o valor nominal é reconhecido em resultados durante o período de existência dos empréstimos de acordo com o método do juro efetivo. Os empréstimos obtidos são classificados no passivo corrente, exceto se a VALORLIS possuir um direito incondicional de diferir a liquidação do passivo por, pelo menos 12, meses após a data do balanço, sendo neste caso classificado no passivo não corrente.

2.8.2.3 Fornecedores e outras contas a pagarOs saldos de fornecedores e outras contas a pagar são inicialmente registados pelo seu valor nominal, o qual se entende ser o seu justo valor, e subsequentemente são registados ao custo amortizado, de acordo com o método da taxa de juro efetiva. Os passivos financeiros são desreconhecidos quando as obrigações subjacentes se extinguem pelo pagamento, são canceladas ou expiram.

2.9 Clientes e outras contas a receberOs saldos de clientes e outras contas a receber são valores a receber pela venda de mercadorias ou de serviços prestados pela VALORLIS no curso normal das suas atividades. São inicialmente registados ao justo valor e subsequentemente são mensurados ao custo amortizado de acordo com o método da taxa de juro efetivo, deduzidos de provisões para perdas de imparidade.

2.10 InventáriosOs inventários estão valorizados ao mais baixo do custo de aquisição (o qual inclui todas as despesas até à sua entrada em armazém) e do valor realizável líquido. O valor realizável líquido resulta do preço de venda estimado no decurso da atividade normal da empresa, deduzido das despesas variáveis de venda. O método de custeio adotado para a valorização das saídas de armazém é o custo médio.

2.11 Caixa e equivalentes de caixaO caixa e equivalentes de caixa incluem numerário, depósitos bancários, outros investimentos de corrente de liquidez elevada e com maturidades iniciais até três meses e descobertos bancários, sem risco significativo de alteração de valor. Os descobertos bancários são apresentados no Balanço, no passivo corrente, na rubrica “Dívidas a instituições de crédito – corrente”, os quais são também considerados na elaboração da demonstração dos fluxos de caixa.

2.12 Imparidade2.12.1 Imparidade de ativos financeirosO Grupo analisa a cada data de balanço se existe evidência objetiva que um ativo financeiro ou um grupo de ativos financeiros se encontra em imparidade.

Ativos financeiros disponíveis para vendaNo caso de ativos financeiros classificados como disponíveis para venda, um declínio prolongado ou significativo no justo valor do instrumento abaixo do seu custo é considerado como um indicador que os instrumentos se encontram em imparidade. Se alguma evidência semelhante existir para ativos financeiros classificados como disponíveis para venda, a perda acumulada – mensurada como a diferença entre o custo de aquisição e o justo valor atual, menos qualquer perda de imparidade do ativo financeiro que já tenha sido reconhecida em resultados – é removida de capitais próprios e reconhecida na demonstração de resultados. Perdas de imparidade de instrumentos de capital reconhecidas em resultados não são revertidas através da demonstração de resultados.

Clientes, devedores e outros ativos financeirosSão registados ajustamentos para perdas por imparidade quando existem indicadores objetivos que a VALORLIS não irá receber todos os montantes a que tinha direito de acordo com os termos originais dos contratos estabelecidos. Na identificação de situações de imparidade são utilizados diversos indicadores, tais como: (i) análise de incumprimento; (ii) incumprimento há mais de 3 meses; (iii) dificuldades financeiras do devedor; (iv) probabilidade de falência do devedor.

O ajustamento para perdas de imparidade é determinado pela diferença entre o valor recuperável e o valor de balanço do ativo financeiro e é registada por contrapartida de resultados do exercício. O valor de balanço destes ativos é reduzido para o valor recuperável através da utilização de uma conta de ajustamentos. Quando um montante a receber de clientes e devedores é considerado irrecuperável é abatido por utilização da conta de ajustamentos para perdas de imparidade acumuladas. As recuperações

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subsequentes de montantes que tenham sido abatidos são registadas em resultados. Quando valores a receber de clientes ou a outros devedores que se encontrem vencidos são objeto de renegociação dos seus termos, deixam de ser considerados como vencidos e passam a ser tratados como novos créditos.

2.12.2 Imparidade de ativos não financeirosOs ativos da VALORLIS são analisados à data de cada balanço de forma a detetar indicações de eventuais perdas por imparidade. Se essa indicação existir, o valor recuperável do ativo é avaliado. Para Goodwill e outros ativos intangíveis com vida útil indefinida, o valor recuperável é avaliado anualmente à data do balanço. É determinado o valor recuperável dos ativos da VALORLIS para os quais existem indicações de potenciais perdas por imparidade. Sempre que o valor contabilístico de um ativo, ou da unidade geradora de caixa onde o mesmo se encontra inserido, excede a quantia recuperável, é reduzido até ao montante recuperável sendo esta perda por imparidade reconhecida nos resultados do exercício.

Para as unidades geradoras de caixa com atividade iniciada há menos que um certo período de tempo (2 a 3 anos) a VALORLIS efetua uma análise da imparidade, no entanto na medida em que os respetivos negócios não terão atingido ainda maturidade suficiente, são reconhecidas perdas por imparidade quando existam indicadores inequívocos de que a sua recuperabilidade é considerada remota.

Determinação da quantia recuperável dos ativosA quantia recuperável de contas a receber de médio e longo prazo corresponde ao valor atual dos futuros recebimentos esperados, utilizando como fator de desconto a taxa de juro efetiva implícita na operação original. Para os restantes ativos, a quantia recuperável é a mais alta do seu preço de venda líquido e do seu valor de uso. Na determinação do valor de uso de um ativo, os fluxos de caixa futuros estimados são descontados utilizando uma taxa de desconto antes de impostos que reflete as avaliações correntes de mercado do valor temporal do dinheiro e os riscos específicos do ativo em questão. A quantia recuperável dos ativos que por si só não geram fluxos de caixa independentes é determinada em conjunto com a unidade geradora de caixa onde os mesmos se encontram inseridos.

Reversão de perdas por imparidadeUma perda por imparidade reconhecida num valor a receber de médio e longo prazo só é revertida caso a justificação para o aumento da respetiva quantia recuperável assente num acontecimento com ocorrência após a data do reconhecimento da perda por imparidade. Uma perda por imparidade reconhecida relativa a Goodwill não é revertida. As perdas por imparidade relativas a outros ativos são revertidas sempre que existam alterações nas estimativas usadas para a determinação da respetiva quantia recuperável. As perdas por imparidade são revertidas até ao valor, líquido de amortizações, que o ativo teria caso a perda por imparidade não tivesse sido reconhecida.

2.13 CapitalAs ações ordinárias são classificadas no capital próprio. Os Gastos diretamente atribuíveis à emissão de novas ações ou opções são apresentados no capital próprio como uma dedução, líquida de impostos, ao montante emitido.

A VALORLIS constituiu uma reserva contratual realizada ao abrigo do disposto no Contrato de Concessão, que poderá ser movimentada como uma reserva livre, nos termos do código das sociedades comerciais, após aprovação das entidades competentes.

2.14 Dividendos a pagarOs dividendos são reconhecidos como passivo quando declarados.

2.15 Subsídios do governoOs subsídios para investimento são reconhecidos quando existe uma segurança razoável que o subsídio será recebido e que a VALORLIS cumprirá as obrigações inerentes ao seu recebimento. Os subsídios para investimento relativos à aquisição e/ou construção de ativos tangíveis e/ou intangíveis são incluídos nos passivos não-correntes e são creditados na demonstração dos resultados com base no mesmo método da amortização dos ativos subjacentes.

Os restantes subsídios são diferidos e reconhecidos na demonstração dos resultados no mesmo período dos gastos que pretendem compensar.

2.16 Provisões, ativos e passivos contingentesAs provisões apenas são reconhecidas quando existe uma obrigação presente que resulte de eventos passados, para a liquidação da qual seja provável a necessidade de afetação de recursos internos e cujo montante possa ser estimado com razoabilidade. Sempre que um dos critérios não seja cumprido ou a existência da obrigação esteja condicionada à ocorrência (ou não ocorrência) de determinado evento futuro, a VALORLIS divulgará tal facto como um passivo contingente, salvo se a avaliação da exigibilidade da

saída de recursos para liquidação do mesmo seja considerada remota. Quando há um número elevado de obrigações similares, a probabilidade de gerar um ex fluxo de recursos internos é determinada em conjunto. A provisão é reconhecida mesmo que a probabilidade de ex fluxo de recursos internos relativamente a um elemento incluído na mesma classe de obrigações possa ser reduzida.

As provisões são mensuradas ao valor presente, à data do balanço, da melhor estimativa do Conselho de Administração sobre o dispêndio necessário para liquidar a obrigação. A taxa de desconto usada para determinar o valor presente reflete a expectativa atual de mercado para o período do desconto e para o risco da provisão em causa.

Não são reconhecidas provisões para perdas operacionais futuras.

Ativos e passivos contingentesOs ativos e passivos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações financeiras, mas divulgados nas notas anexas. Nos casos em que a possibilidade de um ex fluxo de recursos que incorporem benefícios económicos for remota ou se for pouco provável que ocorra o influxo de benefícios económicos, os respetivos passivos contingentes ou ativos contingentes não são divulgados.

2.17 FiscalidadeO imposto sobre rendimento do período compreende os impostos correntes e os impostos diferidos. Os impostos sobre o rendimento são registados na demonstração dos resultados, exceto quando estão relacionados com itens que sejam reconhecidos diretamente nos capitais próprios. O valor de imposto corrente a pagar é determinado com base no resultado antes de impostos, ajustado de acordo com as regras fiscais.

Os impostos diferidos são reconhecidos usando o método do passivo de balanço, considerando-se as diferenças temporárias provenientes da diferença entre a base fiscal de ativos e passivos e os seus valores nas demonstrações financeiras. O imposto diferido que surja pelo reconhecimento inicial de um ativo ou passivo numa transação que não seja uma concentração empresarial, que à data da transação não afeta nem o resultado contabilístico nem o resultado fiscal, não é registado. Os impostos diferidos ativos são reconhecidos na medida em que seja provável que os lucros tributáveis futuros estarão disponíveis para utilização da diferença temporária ou quando se espera a reversão de um imposto diferido ativo para a mesma altura e com a mesma autoridade.

Os impostos diferidos são calculados com base na taxa de imposto em vigor ou já oficialmente comunicada, à data do balanço e que se estima que seja aplicável na data da realização dos impostos diferidos ativos ou na data do pagamento dos impostos diferidos passivos. As diferenças que possam advir de alterações expectáveis das taxas a que irão reverter as diferenças temporais tributáveis são consideradas na demonstração dos resultados.

São reconhecidos impostos diferidos em diferenças temporárias originadas por investimentos em subsidiárias e associadas, exceto quando a VALORLIS seja capaz de controlar a tempestividade da reversão da diferença temporária e seja provável que a diferença temporária não se reverta no futuro previsível.

Os impostos diferidos são registados no resultado líquido ou em “Outras reservas” consoante o registo da transação ou evento que lhes deu origem.

2.18 RéditoO rédito compreende o justo valor da venda de bens e prestação de serviços, líquido de impostos e descontos e após eliminação das vendas internas. Tal como referido na nota 2.6.3 as empresas concessionárias e reguladas apenas reconhecem o rédito que resulta da aplicação das tarifas aprovadas pelo concedente e escrutinadas pelo regulador. O rédito é reconhecido como segue:

2.18.1 Prestação de serviçosAtividade regulada – Tratamento e valorização de resíduos – indiferenciadosO rédito é reconhecido com base em consumos, ou seja, o rédito regista-se pelo valor do produto entre a tarifa aprovada e os consumos medidos e/ou estimados.

2.18.2 Venda de bensAtividade regulada – Tratamento e valorização de resíduos – vendas de produtosTratamento e valorização de materiais recicláveis: a venda dos produtos obtidos com a valorização de resíduos é registada no momento da transação.

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2.18.3 JurosO rendimento de juros é reconhecido com base na taxa de juro efetiva e são registados no período a que respeitam, de acordo com o princípio da especialização do exercício (ou do acréscimo).

Quando uma conta a receber é ajustada por imparidade, a VALORLIS reduz o seu valor contabilístico para o seu valor recuperável, no entanto os cash-flows futuros estimados continuam a ser descontados à taxa de juro efetiva inicial (antes da imparidade) e a regularização do desconto a ser considerado como um rendimento de juros.

2.19 Trabalhos para a própria empresaNesta rubrica são reconhecidos os Gastos dos recursos diretamente atribuíveis aos ativos intangíveis e tangíveis durante a sua fase de desenvolvimento/construção, quando se conclui que os mesmos serão recuperados através da realização daqueles ativos. São particularmente relevantes os gastos financeiros capitalizados bem como alguns gastos com pessoal. São mensurados ao custo, sendo portanto reconhecidos sem qualquer margem, com base em informação interna especialmente preparada para o efeito (Gastos internos) ou nos respetivos Gastos de compra adicionados de outras despesas a ela inerentes. Os Gastos capitalizados são registados diretamente em balanço sem passarem pela demonstração dos resultados, e estão divulgados no anexo sempre que tal for aplicável. No caso da VALORLIS não há aplicabilidade.

2.20 Gastos e perdasOs gastos e perdas são registados no exercício a que respeitam, independentemente do momento do seu pagamento ou recebimento, de acordo com o regime do acréscimo (especialização do exercício).

2.21 Eventos subsequentesOs eventos ocorridos após a data de balanço que proporcionem informação adicional sobre condições que existiam à data do balanço são refletidos nas demonstrações financeiras. Os eventos após a data do balanço que proporcionem informação sobre condições que ocorram após a data do balanço, se materiais, são divulgados nas notas às Demonstrações financeiras.

3. Políticas de gestão do risco financeiro

3.1 Fatores de riscoAs atividades da VALORLIS estão expostas a uma variedade de fatores de risco financeiro: risco de crédito, risco de liquidez e risco de fluxos de caixa associado à taxa de juro. O Grupo AdP desenvolveu e implementou um programa de gestão do risco que, conjuntamente com a monitorização permanente dos mercados financeiros, procura minimizar os potenciais efeitos adversos na performance financeira da AdP e suas participadas. A gestão do risco é conduzida pelo departamento central de tesouraria com base em políticas aprovadas pela Administração. A tesouraria identifica, avalia e realiza operações com vista à minimização dos riscos financeiros, em estrita cooperação com as unidades operacionais do Grupo AdP. O Conselho de Administração providencia princípios para a gestão do risco como um todo e políticas que cobrem áreas específicas, como o risco cambial, o risco de taxa de juro, risco de crédito, o uso de derivados, outros instrumentos não estruturados e o investimento do excesso de liquidez. O Conselho de Administração tem a responsabilidade de definir princípios gerais de gestão de riscos, bem como limites de exposição. Todas as operações realizadas com instrumentos derivados carecem de aprovação prévia do Conselho de Administração, que define os parâmetros de cada operação e aprova documentos formais descritivos dos objetivos das mesmas.

3.2 Risco de créditoO risco de crédito está essencialmente relacionado com o risco de uma contraparte falhar nas suas obrigações contratuais, resultando uma perda financeira para o Grupo. O grupo Águas de Portugal está sujeito ao risco de crédito nas suas atividades operacionais, de investimento e de tesouraria.

O risco de crédito relacionado com operações está essencialmente relacionado com créditos de serviços prestados a clientes (serviços de água, saneamento e resíduos). Este risco é em teoria reduzido, dadas as características do serviço prestado (a entidades estatais – municípios). No entanto, dada a situação económica e financeira particular do país nos últimos 2 anos, com consequências diretas junto das autarquias locais, o montante de saldos vencidos tem vindo a crescer significativamente (ver notas 16 e 18 - clientes).

Os ajustamentos de imparidade para contas a receber são calculados considerando: i) o perfil de risco do cliente, consoante se trate de cliente institucional ou empresarial; ii) o prazo médio de recebimento, o qual difere de negócio para negócio; e iii) a condição financeira do cliente

O grupo AdP tem vindo a alertar o Governo Central para a insustentabilidade da atual situação de mora junto de alguns municípios,

no sentido de encontrar alternativas que permitam cobrar os valores em dívida. No Orçamento de Estado para 2012, no n.º 1 do artigo 58.º estabeleceu que as autarquias locais que tenham dívidas vencidas às entidades gestoras dos sistemas multimunicipais do setor da água, do saneamento básico e dos resíduos deveriam apresentar até ao dia 15 de fevereiro de 2012, ao ministério da tutela setorial, as condições de regularização dos respetivos débitos.

No Conselho de Ministros de 14 de junho de 2012, foi aprovado o Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), tem por objeto a regularização do pagamento de dívidas dos municípios vencidas há mais de 90 dias, registadas na Direção-Geral das Autarquias Locais até 31 de março de 2012.

O PAEL abrange todos os pagamentos em atraso há mais de 90 dias dos municípios, independentemente da sua natureza comercial ou administrativa, sendo os municípios aderentes autorizados a celebrar um contrato de empréstimo com o Estado nos termos e condições definidos nesta proposta de lei.

Os limites gerais de endividamento de médio e longo prazo, previsto na Lei das Finanças Locais, não prejudicam a contração de empréstimos ao abrigo do presente diploma. O fundo disponível para o financiamento do PAEL é de 1.000.000.000 euros. São 263 municípios que estão em condições de beneficiar do acordo assinado entre o Governo e as autarquias para uma linha de crédito de mil milhões de euros.

O PAEL divide-se em dois programas: o primeiro direcionado para autarquias em situação de desequilíbrio estrutural e com pedido de reequilíbrio financeiro apresentado ao Estado. Nesse caso, o contrato de financiamento pode chegar aos 100 por cento das dívidas. O segundo dirige-se às dívidas em atraso, pelo menos, há 90 dias, e os contratos podem cobrir entre 50 a 90 por cento das dívidas.

Às autarquias que estabeleçam um contrato ao abrigo do PAEL são impostas um conjunto de obrigações, entre as quais multas no caso de existir um aumento do endividamento no período da execução do contrato.

A Administração do Grupo AdP acompanhou de perto (junto das “entidades interessadas”) estas negociações, estando otimista quanto ao desfecho deste processo. Ainda que esta data não seja possível determinar com exatidão as verbas que irão ser pagas ao Grupo AdP SGPS, é expetável que partes significativas das dívidas dos Municípios anteriores a 31 de dezembro de 2011 venham a ser liquidadas quando estes contratos forem assinados e disponibilizada a verba por parte do Governo Central aos Municípios.

A Administração tomou conhecimento que o Tribunal de Contas se encontra a analisar as contas dos vários municípios, para posteriormente dar um parecer ao Governo, assim sendo é expectável por parte da Administração que durante o ano de 2014, estas dívidas venham a ser pagas, no âmbito deste programa de ajuda aos Municípios.

Adicionalmente o Conselho de Administração da AdP SGPS encontra-se a avaliar a adoção de outras medidas que visem assegurar a recuperabilidade dos saldos a receber dos Municípios, entre as quais o acionamento do mecanismo associado ao Privilégio Creditório, o qual incide sobre as dívidas correntes, e o estabelecimento de acordos de pagamento.

Ainda que atendendo à incerteza existente acerca dos prazos em que os clientes Municípios procederão ao cumprimento das suas obrigações, o Conselho de Administração da AdP SGPS continua a entender que sobre esses saldos não existem à data indicadores que conduzam ao reconhecimento de perdas por imparidade.

A seguinte tabela representa a exposição máxima da VALORLIS ao risco de crédito (não incluindo saldos de clientes e de outros devedores) a 31 de dezembro de 2014, sem ter em consideração qualquer colateral detido ou outras melhorias de crédito. Para ativos no balanço, a exposição definida é baseada na sua quantia escriturada como reportada na face do Balanço.

Ativos Financeiros Bancários 31.12.2014

Depósitos à ordem 1.094.303

Fundo de reconstituição do capital social 1.398.547

2.492.850

3.3 Risco de taxa de câmbioA exposição ao risco de câmbio da VALORLIS não é relevante. Este risco consubstancia-se em futuras transações comerciais, ativos e passivos reconhecidos, bem como investimentos líquidos em operações estrangeiras que não foram incorridas ou expressas na moeda funcional.

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3.4 Risco de liquidezA gestão do risco de liquidez implica a manutenção das disponibilidades a um nível razoável, a viabilidade da consolidação da dívida flutuante através de um montante adequado de facilidades de crédito e a habilidade de liquidar posições de mercado. Em virtude da dinâmica dos negócios subjacentes, a tesouraria da VALORLIS pretende assegurar a flexibilidade da dívida flutuante, mantendo para o efeito as linhas de crédito disponíveis. A VALORLIS efetua a gestão do risco de liquidez através da contratação e manutenção de linhas de crédito e facilidades de financiamento com compromisso de tomada firme junto de instituições financeiras nacionais e internacionais de elevada notação de crédito que permitem o acesso imediato a fundos.

Neste último exercício esta prática tem sido altamente condicionada pelas conhecidas dificuldades em aceder aos mercados de crédito em Portugal, bem como pelo crescente aumento das dívidas de clientes.

Tal como o país, o Grupo AdP atravessa uma fase de reduzida liquidez. Face a este problema o Grupo procedeu à análise dos seus compromissos de investimentos, realizando uma re-calendarização dos investimentos do Grupo, efetuando um mapeamento dos mesmos face à sua importância, impacto financeiro, económico, e ambiental, minimizando desta forma todos os riscos associados aos compromissos associados com as diversas entidades.

A tabela abaixo apresenta as responsabilidades da VALORLIS por intervalos de maturidade residual contratual. Os montantes apresentados na tabela são os fluxos de caixa contratuais, não descontados a pagar no futuro (sem os juros a que estão a ser remunerados estes passivos).

< 1 ano 1 a 5 anos > 5 anos

Financiamentos 2.353.115 10.766.665 1.353.335

Fornecedores e outros passivos 1.367.549

A VALORLIS não antevê dificuldades no cumprimento das responsabilidades a curto prazo.

3.5 Risco de fluxos de caixa e de justo valor associado à taxa de juroO risco da taxa de juro da VALORLIS advém, essencialmente, da contratação de empréstimos de longo prazo. Neste âmbito, empréstimos obtidos com juros calculados a taxas variáveis expõem a VALORLIS ao risco de fluxos de caixa e empréstimos obtidos com juros à taxa fixa expõem a VALORLIS ao risco do justo valor associado à taxa de juro. A VALORLIS gere o risco de fluxos de caixa associado à taxa de juro, mediante a contratação de swaps que permitam a conversão de empréstimos com juros calculados à taxa variável em empréstimos com juros calculados à taxa fixa. Igualmente associado à volatilidade das taxas de juro está remuneração garantida dos contratos de concessão, e consequentemente o desvio tarifário.

Análise de sensibilidade à variação de taxa de juro

31.12.2014 31.12.2013

Juros suportados Real 296.355 551.118

Juros suportados tx média +1% 417.154 658.397

Juros suportados tx média -1% 175.555 443.715

3.6 Risco de capitalO objetivo da VALORLIS em relação à gestão de capital, que é um conceito mais amplo do que o capital relevado na face balanço, é manter uma estrutura de capital ótima, através da utilização prudente de dívida que lhe permita reduzir o custo de capital.

O objetivo da gestão do risco do capital é salvaguardar a continuidade das operações do grupo, com uma remuneração adequada aos acionistas e gerando benefícios para todos os terceiros interessados.

A política da VALORLIS é contratar empréstimos com entidades financeiras, ao nível da empresa-mãe, a AdP, SGPS, S.A. (exceção feita aos empréstimos ao investimento), que por sua vez fará empréstimos às suas filiais. Esta política visa a otimização da estrutura de capital com vista a uma maior eficiência fiscal e redução do custo médio de capital.

31.12.2014 31.12.2013

Empréstimos não correntes 12.120.000 14.273.333

Empréstimos correntes 2.353.115 3.003.115

Dívida 14.473.115 17.276.448

Subsídios ao investimento 7.956.285 8.729.472

Total do capital próprio 5.033.984 4.183.096

Capital 12.990.269 12.912.568

Dívida/total do capital 1,11 1,34

O modelo de financiamento da VALORLIS assenta tipicamente em dois tipos. O financiamento bancário remunerado com particular incidência nos financiamentos contraídos junto do BEI e CGD, e no capital próprio e subsídios ao investimento não reembolsáveis.

3.7 Risco regulatórioA regulação é a mais significativa restrição à rendabilidade das atividades económicas desenvolvidas pelo Grupo. O regulador pode tomar medidas com impacto negativo no cash-flow, com todas as consequências adversas que daí resultam. De forma a minimizar estes riscos, o Grupo tem procurado acompanhar mais de perto as atividades do regulador, procurando, assim, antecipar potenciais impactos negativos nas empresas decorrentes das regras emanadas pela ERSAR.

Em 6 de março, foi publicada a Lei n.º 10/2014, que aprovou os novos Estatutos da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR). Esta publicação vem no decurso da Lei n.º 67/2013, de 28 de agosto, que aprovou a lei-quadro das entidades administrativas independentes com funções de regulação da atividade económica dos setores privados, público e cooperativo. De acordo com os novos estatutos, a ERSAR viu aumentada a sua independência de atuação (artigo 2.º), expandido o universo de entidades sujeitas a regulação (artigo 4.º) e reforçados os seus poderes e atribuições sobre as entidades reguladas (artigos 5.º, 9.º, 10.º e 11.º). Em face das alterações em concretização nos setores das águas e dos resíduos, o reforço dos poderes da ERSAR constitui um desafio significativo quer para a entidade reguladora quer para as entidades reguladas. É expectativa do Grupo que, com este reforço de poderes da ERSAR, o setor integre uma agenda consentânea com a fase de desenvolvimento em que se encontra, colocando-se o enfoque na sustentabilidade de forma integrada, nas vertentes económica, social e ambiental.

Durante o ano de 2014, em concretização do novo poder regulamentar da ERSAR, o regulamento tarifário do serviço de gestão de resíduos urbanos, deliberação n.º 928/2014, foi publicado em Diário da República, 2.ª série, de 15 de abril, cuja produção de efeitos se prevê para 1 de janeiro de 2016 (após o processo de privatização). Este regulamento acarreta uma alteração do modelo regulatório em vigor, passando de um modelo de custo de serviço (cost plus) para um modelo de proveitos permitidos (revenue cap), que remunera uma base de ativos ao custo de capital eficiente e permite a recuperação dos gastos operacionais num cenário de eficiência produtiva.

4. Estimativas e julgamentos

As estimativas e julgamentos com impacto nas demonstrações financeiras da VALORLIS são continuamente avaliados, representando à data de cada relato a melhor estimativa da Administração, tendo em conta o desempenho histórico, a experiência acumulada e as expectativas sobre eventos futuros que, nas circunstâncias em causa, se acreditam serem razoáveis. A natureza intrínseca das estimativas pode levar a que o reflexo real das situações que haviam sido alvo de estimativa possam, para efeitos de relato financeiro, vir a diferir dos montantes estimados. As estimativas e os julgamentos que apresentam um risco significativo de originar um ajustamento material no valor contabilístico de ativos e passivos no decurso do exercício seguinte são as que seguem:

4.1 ProvisõesA VALORLIS analisa de forma periódica eventuais obrigações que resultem de eventos passados e que devam ser objeto de reconhecimento ou divulgação. A VALORLIS é parte em diversos processos judiciais em curso para os quais, com base na opinião dos seus advogados, efetua um julgamento para determinar se deve ser registada uma provisão para essas contingências. Os ajustamentos para contas a receber são calculados essencialmente com base na antiguidade das contas a receber, o perfil de risco dos clientes e a situação financeira dos mesmos. As estimativas relacionadas com os ajustamentos para contas a receber diferem de negócio para negócio.

A subjetividade inerente à determinação da probabilidade e montante de ex fluxo de recursos internos necessários para a liquidação das obrigações, poderá conduzir a ajustamentos significativos quer por variação daquele pressuposto quer pelo futuro reconhecimento de provisões anteriormente divulgadas como passivos contingentes.

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RC 2014_90 RC 2014_91

4.2 Ativos tangíveis e intangíveisA determinação das vidas úteis dos ativos bem como o método de depreciação é essencial para determinar o montante de depreciações e amortizações a reconhecer na demonstração dos resultados.

Estes dois parâmetros foram definidos de acordo com a melhor estimativa da Administração para os ativos e negócios em questão, podendo no entanto vir a ser alterados se a prática internacional do setor para situações idênticas apontar para um benchmark diferente.

4.3 ImparidadeA determinação de uma eventual perda por imparidade pode ser despoletada pela ocorrência de diversos eventos, muitos dos quais fora da esfera de influência da VALORLIS, tais como a disponibilidade futura de financiamento, o custo de capital ou a manutenção da atual estrutura regulatória do mercado, bem como por quaisquer outras alterações, quer internas, quer externas à VALORLIS. A identificação dos indicadores de imparidade, a estimativa de fluxos de caixa futuros e a determinação do justo valor de ativos (ou de conjunto de ativos) implicam um elevado grau de julgamento por parte da Administração, no que respeita à identificação e avaliação dos diferentes indicadores de imparidade, fluxos de caixa esperados, taxas de desconto aplicáveis, vidas úteis e valores residuais. No caso específico da VALORLIS os indicadores de imparidade alteram com os crescimentos da rede de infraestruturas assumidos, as alterações de tarifa expectáveis ou as atuais estratégias dos participantes no capital da VALORLIS, que conjuntamente com outros fatores poderão levar a alterações no padrão ou montante dos fluxos de caixa futuros.

À data de emissão das demonstrações financeiras da VALORLIS não é considerada como provável a existência de qualquer situação de imparidade nos ativos reportados. Se por efeito da avaliação atualmente em curso for evidenciado qualquer indício de imparidade, o respetivo valor de balanço do ativo será ajustado por contrapartida de resultados do ano. Além das incertezas acima mencionadas, existem ainda algumas áreas de julgamento cujo impacto se reflete nas demonstrações financeiras. Ainda que não seja expectável virem a provocar uma alteração material no exercício subsequente, poderão ainda assim levar a uma alteração de pressupostos ou de avaliação por parte da Administração da VALORLIS.

5.Adoção pela primeira vez das IFRS

Não aplicável.

6. Instrumentos financeiros por categoria

Empréstimos e contas a

receber

Passivos financeiros

ao custo amortizado

Outros passivos

financeiros

Ativos e passivos não classificados

como instrumentos

financeiros

Total de balanço a

31.12.2014

Ativos intangíveis 20.936.243 20.936.243

Investimentos em curso 0

Investimentos financeiros 1.398.547 1.398.547

Impostos diferidos ativos 2.105.441 2.105.441

Clientes e outros ativos não correntes 0

Inventários 110.825 110.825

Clientes 2.180.615 2.180.615

Outros ativos não correntes 4.605.869 4.605.869

Estado e outros entes públicos 0 0

Outros ativos correntes 1.500.876 1.500.876

Caixa e seus equivalentes 1.095.503 1.095.503

Total do ativo 10.781.410 0 0 23.152.510 33.933.920

Provisões 30.000 30.000

Responsabilidades com pensões 0

Empréstimos não correntes 12.120.000 12.120.000

Impostos diferidos passivos 893.459 893.459

Acréscimos de custos do investimento contratual

3.659.418 3.659.418

Subsídios ao investimento 7.956.285 7.956.285

Empréstimos correntes 2.353.115 2.353.115

Fornecedores 903.856 903.856

Outros passivos correntes 463.693 463.693

Imposto sobre o rendimento do exercício 0

Estado e outros entes públicos 520.109 520.109

Total do passivo 14.473.115 1.887.659 12.539.162 28.899.936

7. Informação por segmentos

Um segmento de negócio é um grupo de ativos e operações envolvidos no fornecimento de produtos ou serviços sujeitos a riscos e benefícios que são diferentes de outros segmentos de negócio. Um segmento geográfico está comprometido no fornecimento de produtos ou serviços num ambiente económico particular que está sujeito a riscos e benefícios diferentes daqueles que influenciam segmentos que operam em outros ambientes económicos.

A VALORLIS apresenta o relato por segmentos de negócio (Tratamento de RSU, Recolha Seletiva e Triagem, Biogás e CVO):

RSU´s RS/T Energia CVOOutros não

alocados31.12.2014

Volume de negócios 3.487.623 1.809.469 1.222.035 1.634.759 0 8.153.887

Custo das vendas/variação dos inventários -228.711 -203.508 -21 -112.393 0 -544.632

Margem bruta 3.258.913 1.605.961 1.222.014 1.522.366 0 7.609.254

Fornecimentos e serviços externos -432.406 -427.358 -110.795 -1.368.818 -285.534 -2.624.911

Gastos com pessoal -124.945 -808.076 -26.049 -390.578 -221.190 -1.570.839

Amortizações, depreciações e reversões do exercício

-1.517.008 -781.277 -172.025 -1.391.334 -25.678 -3.887.322

Subsídios ao investimento 432.410 205.457 48.096 361.232 44.751 1.091.946

Outros gastos e perdas operacionais -72.663 -18.436 0 -22.174 -41.750 -155.024

Outros rendimentos e ganhos operacionais 323.511 0 0 667.043 0 990.554

Resultados operacionais 1.867.811 -223.730 961.241 -622.263 -529.402 1.453.658

Resultados financeiros 0 0 0 0 -171.076 -171.076

Resultados antes de impostos 1.867.811 -223.730 961.241 -622.263 -700.477 1.282.582

Imposto do exercício 0 0 0 0 575.553 575.553

Resultado líquido do exercício 1.867.811 -223.730 961.241 -622.263 -1.276.031 707.029

Imposto diferido 0 0 0 0 -215.289 -215.289

Resultado retido 1.867.811 -223.730 961.241 -622.263 -1.060.742 922.318

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RC 2014_92 RC 2014_93

RSU´s RS/T Energia CVOOutros não

alocados31.12.2013

Volume de negócios 3.355.917 1.740.722 816.609 941.381 6.854.679

Custo das vendas/variação dos inventários -115.287 -308.329 -443 -129.613 -553.672

Margem bruta 3.240.630 1.432.443 816.166 811.768 0 6.301.007

Fornecimentos e serviços externos -393.457 -409.613 -36.678 -1.002.408 -237.592 -2.079.748

Gastos com pessoal -240.980 -829.053 -28.148 -379.060 -259.685 -1.736.926

Amortizações, depreciações e reversões do exercício

-1.141.052 -898.669 -248.750 -1.497.128 -45.408 -3.831.007

Subsídios ao investimento 122.217 244.713 84.271 640.498 1.091.699

Outros gastos e perdas operacionais -55.869 -10.399 -1.400 -16.600 -84.268

Outros rendimentos e ganhos operacionais 202.584 848.138 1.050.722

Resultados operacionais 1.734.073 -470.578 586.861 -579.592 -559.285 711.479

Resultados financeiros -134.646 -280.527 -32.574 -447.746

Resultados antes de impostos 1.599.427 -470.578 586.861 -860.119 -591.859 263.733

Imposto do exercício -29.552 -29.552

Resultado líquido do exercício 1.599.427 -470.578 586.861 -860.119 -562.307 293.285

Imposto diferido 161.608 161.608

Resultado retido 1.599.427 -470.578 586.861 -860.119 -723.915 131.677

8. Ativos intangíveis

8.1 Movimentos do período31.12.2014 31.12.2013

Direitos de utilização de infraestruturas (DUI) 20.449.487 23.236.616

Direitos de utilização de infraestruturas (DUI) Curso 486.756 298.782

20.936.243 23.535.398

8.2 DUI - Movimentos do períodoValor bruto 31.12.2013 Aumentos Abates Alienação Transfer Reclassificação 31.12.2014

DUI 54.892.253 456.516 55.348.769

54.892.253 456.516 0 0 0 0 55.348.769

Valor Bruto 31.12.2013 Aumentos Abates Diminuiç. Transfer Reclassificação 31.12.2014

Direitos de utilização de infraestruturas (DUI)

54.892.253 456.516 55.348.769

Direitos de utilização de infraestruturas DUI_Curso

298.782 187.974 486.756

55.191.035 644.490 0 0 0 0 55.835.525

Amortizações acumuladas 31.12.2013 Aumentos Abates Alienação Transfer Reclassificação 31.12.2014

Direitos de utilização de infraestruturas (DUI)

-31.655.637 -3.108.511 0 0 -52.705 -82.430 -34.899.283

-31.655.637 -3.108.511 0 0 -52.705 -82.430 -34.899.283

O valor do investimento do ano 2014 ascende a 644.491 euros.

Os principais investimentos que concorreram para este valor estão relacionados com o Aterro e o Biogás.

O valor constante da coluna transferência respeita às amortizações dos bens adquiridos ao longo do ano e que constavam do plano de investimentos da concessão.

O valor apresentado na coluna reclassificação reporta-se ao apuramento do valor residual final da Central de Valorização Orgânica conforme divulgado na nota 12 do presente relatório.

9. Propriedades de investimento

Não aplicável.

10. Investimentos financeiros

31.12.2014 31.12.2013

Fundo de Reconstituição 1.398.547 1.314.254

1.398.547 1.314.254

O Fundo de Reconstituição foi remunerado a uma taxa de 2,08% em 2014. A VALORLIS, S.A., nos termos da cláusula 17.ª do Contrato de Concessão, fica obrigada a entregar em cada ano, a partir do início da exploração, o montante correspondente à anuidade de amortização do capital social para a criação de um fundo de reconstituição do capital, que será gerido pela concessionária e a que esta terá direito no termo do presente contrato. A anuidade calculada é de 85.922 euros, estando o valor atual do fundo aplicado em CEDIM (Certificados Especiais de Dívida de Médio e Longo Prazo) junto do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público.

11. Impostos diferidos

Saldo Inicial Reforço Utilização Saldo Final

Taxa de IRC 23% 21% 21% 21%

Taxa de derramas 1,5% 2,5% 2,5% 2,5%

Ativos por impostos diferidos

Atualização de dívida municípios - Subsídio

Atualização de dívida municípios - Juros

Prejuízos reportáveis

Outros

Efeito IFRC 12 (Transição) - Investimento + Subsídio contratual

Efeito IFRC 12 Exercício - Amort IFRC 12 vs Fiscal 613.429 -174.489 438.939

Efeito IFRC 12 Exercício - Investimento contratual 7.557.908 778.812 -471.092,52 7.865.627

Efeito IFIC Exercício - Subsídio. IFRIC 12 vs Fiscal 443.730 -155.570 288.161

Base de incidência 8.615.067 778.812 -801.152 8.592.727

Imposto diferido ativo reconhecido 2.110.691 183.021 -188.271 2.105.441

Taxa de IRC 23% 21% 21% 21%

Taxa de derramas 1,5% 2,5% 2,5% 2,5%

Passivos por impostos diferidos

Reavaliações

Atualização para o custo amortizado

Outros

Efeito IFRC 12 Exercício - Investimento contratual 4.125.427 -515.678 3.609.749

Efeito IFRC 12 Exercício - Sub IFRC 12 vs Fiscal 55.483 -55.483 -

Efeito IFRC 12 Exercício - Subsídio contratual 210.111 -157.188 52.923

Efeito IFRC 12 Exercício - Amort IFRC 12 vs Fiscal 155.907 -210.111 54.204

Base de incidência 4.546.929 0 -938.462 3.608.468

Imposto diferido passivo reconhecido 1.113.998 0 -220.538 893.459

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RC 2014_94 RC 2014_95

Os impostos diferidos ativos foram calculados atendendo às diferenças temporárias que se estimam ser regularizáveis em exercícios futuros. Estas diferenças resultam essencialmente dos acréscimos de gastos por responsabilidades contratuais, não aceites fiscalmente no exercício, mas recuperável quando da passagem do investimento a firme.

O imposto diferido passivo resulta da variação positiva dos ajustamentos de transição. As diminuições resultam, essencialmente, da imputação ao resultado fiscal de 1/10 do ajustamento de transição.

Os impostos diferidos ativos foram calculados atendendo às diferenças temporárias que se estimam ser regularizáveis em exercícios futuros. Estas diferenças resultam essencialmente dos acréscimos de gastos por responsabilidades contratuais, não aceites fiscalmente no exercício, mas recuperável quando da passagem do investimento a firme.

12. Clientes e outros ativos não correntes31.12.2014 31.12.2013

Outros ativos não correntes 4.605.869 4.510.784

4.605.869 4.510.784

Do valor constante desta rubrica 7.108.398 euros respeitam à atualização, pelo método da taxa de juros efetiva (3%), do Valor Residual da Central de Valorização Orgânica, deduzido do respetivo Subsídio Residual, no montante de 2.614.867 euros. No presente exercício o valor líquido ascende a 4.605.869 euros.

13. Inventários

31.12.2014 31.12.2013

Matérias subsidiárias 110.825 86.652

110.825 86.652

A VALORLIS não procedeu à valorização dos seus produtos em vias de fabrico.

Os inventários da VALORLIS, S.A. são constituídos por matérias subsidiárias e de consumo (reagentes, arame, combustíveis e materiais diversos) e pelos stocks de produção de produtos recicláveis.

14. Clientes

Clientes31.12.2014 31.12.2013

Correntes Não Correntes Correntes Não Correntes

Municipais 247.381 298.476

Outros 1.988.496 796.992

Total 2.235.877 0 1.095.467 0

O valor dos Clientes pode ser observado no mapa anterior. Todos os Clientes são correntes e verifica-se um decréscimo da dívida municipal de um ano para o outro.

O acréscimo nos Outros Clientes resulta do acréscimo da atividade da VALORLIS durante o ano 2014.

14.1 Clientes - Municípios

Clientes Correntes 31.12.2014 31.12.2013

Municipal de faturação corrente 247.381 270.775

Município de Leiria 0 -3.110

Município da Marinha Grande 98.251 99.598

Município de Porto de Mós 42.953 40.984

Município de Pombal 49.069 44.832

Município de Ourém 39.738 72.303

Município da Batalha 17.371 16.169

Municipal Juros de Mora 0 27.700

Município de Ourém 0 27.700

Total Municipal 247.381 298.476

Total Clientes 247.381 298.476

14.1.1 Clientes - Municípios - total da dívida (corrente e não corrente) por vencimentoA dívida Municipal é composta da forma que se apresenta. Nenhum dos Municípios, como se pode observar, tem dívida vencida.

Clientes Correntes e não correntesVencidoaté n-2

Vencidoaté n-1

Vencidoaté n

Total Vencido

Valores com

Acordo Pagamento

Não Vencido

Dívida Total

Municipal

Município de Leiria 0 0 0

Município da Marinha Grande 98.251 98.251

Município de Porto de Mós 42.953 42.953

Município de Pombal 49.069 49.069

Município de Ourém 0 39.738 39.738

Município de Batalha 0 17.371 17.371

Total Municipal 0 0 0 0 0 247.381 247.381

Outros Clientes 702.034 87.479 459.405 1.248.918 739.578 1.988.496

Total 702.034 87.479 459.405 1.248.918 0 986.959 2.235.877

15. Estado e outros entes públicos

31.12.2014 31.12.2013

IVA a receber 0 280.794

Imposto Corrente 0 -94.224

Pagamento por Conta 0 150.210

Retenções a 3.ºs 0 21.051

EOEP ativos 0 357.831

IVA a pagar 18.432 0

Imposto corrente 349.385 0

Imposto Apuramento 0 0

Segurança Social 26.662 29.069

Outras tributações - TRH/TGR 115.679 241.178

Imposto corrente 0 0

Pagamento por conta 0 0

Retenções a 3.ºs 0 0

Retenções 9.950 11.283

EOEP passivos 520.109 281.529

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RC 2014_96 RC 2014_97

16. Outros ativos correntes

31.12.2014 31.12.2013

Fundos a receber 226.406 1.325.235

Acréscimo VALORLIS/Valorsul 477.115 611.607

Outros acréscimos de proveitos 589.895 593.198

Ad. Pessoal + Desp. Judiciais 137.081 72.270

Gastos a reconhecer 70.379 65.320

1.500.876 2.667.628

Os valores constantes na rubrica de fundos a receber respeitam a três candidaturas. Uma inerente ao projeto da Central de Valorização Orgânica, outra inerente ao projeto da Automatização da Central de Triagem e finalmente a inerente ao Motogerador para a captação de Biogás do Aterro Sanitário de Leiria, todas financiadas no âmbito do POVT.

Em 2014 continuou a proceder-se à atualização do acréscimo de proveito associado ao protocolo VALORLIS/Valorsul, no montante de 477.115 euros, tendo sido utilizada uma taxa de desconto de 8%.

A rubrica Acréscimo de Proveitos contempla verbas faturáveis no início de 2015 tais como eletricidade, tratamento de efluentes, serviços especializados, etc.

Para além disso inclui a atualização do subsídio residual, que até 2014 ascende a 412.150 euros.

17. Caixa e bancos

31.12.2014 31.12.2013

Caixa 1.200 1.225

Depósitos à ordem 1.094.303 487.028

1.095.503 488.253

A VALORLIS não detém depósitos a prazo.

O montante constante em depósitos à ordem revela-se superior em 2014 em resultado do acréscimo de atividade que permitiu ter mais receitas em 2014.

18. Capital

Classe Ações Percentagem Capital Social Reserva LegalRemuneração

2014

EGF A/B 204.000 51,00% 1.020.000 107.708 36.312

Município de Leiria A 76. 176 19,04% 380.880 40.219 13.559

Município da Marinha Grande A 23.896 5,97% 119.480 12.617 4.254

Município de Pombal A 38.072 9,52% 190.360 20.101 6.777

Município de Porto de Mós A 17.304 4,33% 86.520 9.136 3.080

Município da Batalha A 9.880 2,47% 49.400 5.216 1.759

Município de Ourém A 30.672 7,67% 153.360 16.194 5.460

Total 400.000 100,00% 2.000.000 211.192 71.200

18.1 Resultado por ação

31.12.2014 31.12.2013

Resultado líquido 922.318 131.677

Número médio de ações (5,00Eur/cada) 400.000 400.000

Resultado por ação 2,31 0,33

18.2 Movimentos do período

31.12.2013 Afect. Res. Líquido Dividendos Res. Líquido 31.12.2014

Reservas legais e livres 232.666 6.584 239.250

Reserva contratual 1.087.794 26.832 1.114.626

Resultados transitados 730.958 98.261 -71.429 757.790

Resultado líquido do exercício 131.677 -131.677 922.318 922.318

2.183.095 131.677 -71.429 922.318 3.033.984

Os Resultados Transitados foram reclassificados em 50% para Reserva Contratual Realizada, conforme aprovado em Assembleia Geral.

19. Provisões

31.12.2014 31.12.2013

Provisões 30.000 30.000

30.000 30.000

Em 2014 a empresa manteve ainda a provisão constituída em 2012, prevendo a sua anulação no ano 2015.

20. Provisões para pensões

Não aplicável.

21. Empréstimos

Em 2014 a taxa de juro associada à segunda e terceira tranches do Empréstimo BEI situaram-se nos 0,644% (taxas variáveis).

31.12.2014 31.12.2013

Empréstimos bancários BEI 8.800.000 10.400.000

Empréstimos bancários - banca comercial 3.320.000 3.873.333

Empréstimos - locação financeira 0 0

Empréstimos - empresa-mãe 0 0

Não Correntes 12.120.000 14.273.333

Empréstimos bancários BEI 1.600.000 1.600.000

Empréstimos bancários - banca comercial 753.115 1.403.115

Empréstimos - locação financeira 0 0

Correntes 2.353.115,04 3.003.115

Total de empréstimos 14.473.115 17.276.448

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RC 2014_98 RC 2014_99

21.1 Empréstimos por intervalos de maturidade

31.12.2014 31.12.2013

Até 1 ano 2.353.115 3.003.115

De 1 a 2 anos 2.153.333 2.153.333

De 2 a 3 anos 2.153.333 2.153.333

De 3 a 4 anos 2.153.333 2.153.333

De 4 a 5 anos 2.153.333 2.153.333

Superior a 5 anos 3.506.667 5.660.000

14.473.115 17.276.448

21.2 Justo Valor dos EmpréstimosApresenta-se de seguida o justo valor para os empréstimos detidos pela VALORLIS.

A Taxa para o cálculo do justo valor dos financiamentos de médio e longo prazo é a OT a 10 anos de 3,84%.

Valor Contabilístico 2014

BEI BEI BEI BEI CGD

Empréstimos bancários BEI 1.950.000 3.250.000 1.950.000 3.250.000

Empréstimos bancários – b. comercial - - - - 3.873.333

Justo Valor 2014

BEI BEI BEI BEI CGD

Empréstimos bancários BEI 2.036.026 3.318.988 2.036.026 3.318.988 -

Empréstimos bancários – b. comercial - - - - 4.197.807

21.3 Linhas de crédito contratadas

A empresa detém duas linhas de crédito contratadas, uma com a CGD num montante de 2.500.000 euros, outra com o Millennium BCP, no valor de 50.000 euros.

Em 2014 a empresa amortizou em 650.000 euros a linha de crédito associada à CGD. Ficaram assim por liquidar cerca de 199.782 euros.

A segunda linha de crédito não foi utilizada.

22. Locação financeira

Não existem bens em regime de locação financeira detidos pela VALORLIS.

23. Acréscimos de gastos de investimento contratual não realizado

Investimento Futuro 31.12.2014 31.12.2013

9.852.001 9.716.251

9.852.001 9.716.251

Acréscimos de gastos de investimento contratual 31.12.2014 31.12.2013

Saldo inicial 2.933.311 3.275.745

Passagem para conta 448 -52.705 -1.115.407

Regularizações 0 0

Amortização do ano 778.812 772.973

Saldo final 3.659.418 2.933.311

As anuidades do investimento futuro foram calculadas pela divisão do investimento futuro líquido do acréscimo de custo de investimento contratual pelo período remanescente da concessão. Em 2014 essa anuidade cifrou-se em 778.812 euros.

Durante o ano 2014 refletiu-se a passagem das amortizações de investimento contratual não realizado para amortizações acumuladas no montante de 52.705 euros.

24. Subsídios ao investimento

31.12.2014 31.12.2013

Fundo de coesão 5.107.135 5.603.443

QREN/POVT 2.819.134 3.093.095

Outros subsídios 30.016 32.933

7.956.285 8.729.471

Durante o ano 2014 foram amortizados subsídios num montante global de 1.091.945 euros.

24.1 Movimentos do período

31.12.2013 Resultados Aumentos Transferências 31.12.2014

Fundo de coesão * 4.965.939 637.504 4.328.436

QREN/POVT 3.734.346 450.694 318.758 3.602.410

Outros subsídios 29.187 3.747 25.440

8.729.472 1.091.945 318.758 0 7.956.285

* Inclui todas as candidaturas (QCAII, Chapéu e QCAIII).

25. Fornecedores correntes

31.12.2014 31.12.2013

Fornecedores de investimentos 430.948 782.640

Fornecedores gerais 431.638 155.159

Fornecedores empresas do Grupo 41.270 33.857

903.856 971.655

26. Outros passivos correntes

31.12.2014 31.12.2013

Acréscimo de gastos pessoal 317.149 185.836

Outros acréscimos de gastos 146.545 438.127

463.693 623.963

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RC 2014_100 RC 2014_101

Nos outros passivos correntes são incluídas as rubricas de acréscimos de gastos com pessoal (férias e subsídio de férias), juros e FSE’s. Incluem-se na rubrica de Outros acréscimos de Gastos:

• as cauções a Fornecedores que, em 2014, ascenderam a cerca de 5.172 euros;

• os Acréscimos de Gastos na ordem dos 141.373 euros (Juros, Eletricidade, Conservação e Reparação, Trabalhos Especializados, etc.).

27. Imposto sobre o rendimento

O imposto do exercício ascende a 360.265 euros.

27.1 Imposto do exercícioO imposto do exercício inclui o imposto corrente e o imposto diferido, visíveis na tabela a seguir apresentada:

31.12.2014 31.12.2013

Imposto corrente -575.553 -293.664

Imposto diferido 215.289 161.608

-360.265 -132.056

27.2 Reconciliação entre a taxa normal e a taxa efetiva de imposto

31.12.2014 31.12.2013

Resultado antes de impostos 1.282.582 263.733

Variações patrimoniais positivas 781.273 781.273

Diferenças permanentes 22.716 1.162

Diferenças temporárias 161.131 135.598

Matéria coletável 2.247.703 1.181.766

Taxa de imposto superior a 12.500 euros (n.º 2 artigo 80.º CIRC) 23% 25%

Taxa de derrama municipal 1,50% 1,50%

Taxa de derrama estadual 3,00% 2,50%

Imposto sobre o rendimento 516.972 295.442

Derrama municipal 33.716 17.726

Derrama estadual 22.431 0

Total 573.118 289.533

Tributação autónoma 2.530 4.131

Total do imposto 575.553 293.644

Taxa efetiva de imposto 25,61% 24,85%

As variações patrimoniais positivas respeitam ao ajustamento de transição.

28. Vendas e prestação de serviços

28.1 VendasA evolução positiva das vendas é visível no mapa seguinte:

31.12.2014 31.12.2013

Vendas de recicláveis 2.784.631 2.204.479

Vendas de energia 1.891.294 1.294.283

4.675.925 3.498.762

As vendas de Recicláveis aumentaram em resultado da venda de recicláveis da Central de Valorização Orgânica.

As vendas de energia evoluíram em resultado de uma maior captação do biogás do Aterro Sanitário de Leiria.

28.2 Prestação de serviçosA evolução das prestações de serviços não é tão notável, verificando-se apenas um acréscimo de cerca de 3,5% face ao ano anterior.

31.12.2014 31.12.2013

Prestação de serviços a municípios 3.468.925 3.352.292

Prestação de serviços a particulares 9.037 3.625

3.477.962 3.355.917

29. Custo das vendas

O custo das vendas é composto pela rubrica do custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas deduzido do efeito da variação da produção.

31.12.2014 31.12.2013

CMVMC - Matérias subsidiárias 565.823 581.420

Variação da produção 21.191 27.748

544.632 553.672

30. Fornecimentos e serviços externos

Esta rubrica revela um aumento de cerca de 545.000 euros face ao ano anterior, resultante sobretudo dos acréscimos associados aos subcontratos, energia, seguros e conservação e reparação.

31.12.2014 31.12.2013

Trabalhos especializados 493.954 402.751

Energia 416.031 349.125

Comunicação 27.728 31.290

Outros FSE's 1.687.216 1.296.582

2.624.911 2.079.748

O montante incluído nos Outros FSE’s (1.687.216 euros) é composto essencialmente pelas rubricas de Subcontratos (394.442 euros), Conservação e Reparação (802.764) euros, Vigilância e Segurança (180.341 euros) e Seguros (87.843 euros).

Os trabalhos especializados realizados ao longo do ano 2014 encontram-se refletidos no mapa seguinte:

2014 2013

SAP (Exploração/HR/Microinformática, FORTIS) 66.456 57.757

Outros 11.902 7.307

Caracterização RSU'S/Efluentes 0 40.500

Tratamento de Refugo 16.815 0

Prestação de Serviços 23.900 0

EGF - Assistência Técnica 6.034 25.659

Monitorização 3.953 926

Análises 18.725 12.802

Certificação/SGI 22.466 27.366

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RC 2014_102 RC 2014_103

Na rubrica Outros inclui-se sobretudo a prestação de serviços de trituração do material estruturante utilizado na central de valorização orgânica.

31. Gastos com pessoal

31.12.2014 31.12.2013

Remunerações 1.219.856 1.365.390

Encargos sociais sobre remunerações 246.110 272.484

Outros custos com pessoal 104.872 99.051

1.570.839 1.736.926

Nos outros gastos com pessoal incluem-se rubricas de várias naturezas: gastos de ação social, fardamento, formação, seguros de vida e saúde e indemnizações.

Verifica-se um decréscimo nos gastos de um ano para o outro em resultado da diminuição do número de colaboradores. Para além disso em 2013 foram reconhecidos os valores de férias e subsídio de férias não estimados em 2012.

Não se verificaram ao longo do ano 2014 aumentos salariais e foram efetuados os cortes e imposições inerentes à Lei do Orçamento de Estado.

31.1 Quadro de pessoalO número médio de colaboradores e o número de colaboradores em 2014 são visíveis nos mapas seguintes:

Número médio de colaboradores durante o período 31.12.2014 31.12.2013

Órgãos sociais 5 5

Trabalhadores efetivos e outros 85 88

90 93

Número de colaboradores a 31 de dezembro 31.12.2014 31.12.2013

Órgãos sociais 5 5

Trabalhadores efetivos e outros 82 86

87 91

32. Depreciações, amortizações e reversões do exercício

31.12.2014 31.12.2013

Amortizações de ativos intangíveis 3.887.322 3.831.007

3.887.322 3.831.007

Há um aumento nas amortizações do exercício de um ano para o outro resultante do incremento no investimento. Nas amortizações do ano são incluídas duas variáveis resultantes da utilização da IFRIC 12: o acréscimo de custo do investimento contratual num montante de 778.812 euros e as amortizações dos ativos intangíveis que passam a firme no ano 2014, num montante de 52.705 euros.

33. Provisões e reversões do exercício

Durante o ano 2014 não foram efetuadas quaisquer provisões e/ou reversões.

34. Perdas por imparidade

Durante o ano 2014 não foram reconhecidas quaisquer perdas por imparidade.

35. Outros gastos operacionais

31.12.2014 31.12.2013

Impostos 153.335 66.343

Donativos 245 32

Quotizações 1.277 3.167

Outros gastos operacionais 168 14.725

155.024 84.267

Na rubrica Impostos estão incluídas as taxas pagas à ERSAR e o imposto municipal sobre imóveis que, em resultado da atualização do património sofreu um acréscimo.

36. Outros rendimentos e ganhos operacionais

31.12.2014 31.12.2013

Rendimentos suplementares 990.554 1.050.722

990.554 1.050.722

Os rendimentos suplementares resultam sobretudo da comparticipação da Valorsul na Central de Valorização Orgânica.

37. Gastos financeiros

Verifica-se um decréscimo nos gastos financeiros da empresa em resultado de dois fatores: primeiro pela amortização do capital dos empréstimos detidos e segundo pela revisão das taxas associadas aos empréstimos.

31.12.2014 31.12.2013

Juros suportados 296.355 551.118

Comissões bancárias 107.752 129.710

Outros gastos financeiros 34.518 928

438.624 681.756

38. Rendimentos financeiros

31.12.2014 31.12.2013

Juros de mora -2.482 4.862

Outros juros 270.031 229.147

267.549 234.010

Nos outros juros estão incluídos juros de depósitos, juros do Fundo de Reconstituição do Capital e o rendimento inerente à

Controlo Pragas 7.489 8.617

Tratamento Resíduos 339 339

Levantamentos Topográficos 2.600 7.666

Tratamento de Efluentes 167.853 82.429

Máquina de Controlo Odores 6.016 6.178

Avaliação Qualidade Ruído e Ar, Biogás 6.621 6.815

Estudos/Consultoria 4.000 3.465

Relatórios Técnicos 9.500 19.464

Serviços Higiene e Segurança 24.000 24.000

Fee's Gestão 95.285 71.461

Total 493.954 402.751

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RC 2014_104 RC 2014_105

atualização do Valor Residual da Central de Valorização Orgânica.

De referir que em resultado do pagamento atempado dos municípios pertencentes à área de intervenção da VALORLIS, não houve lugar à cobrança de juros de mora.

39. Transações com entidades relacionadas

De acordo com o exigido pela IAS 24 a VALORLIS procede à divulgação das transações efetuadas com entidades relacionadas durante 2014. Os montantes registados em ativos, em rendimentos, em passivos e em gastos respeitam a atividade regulada - valorização e tratamento de resíduos, conforme definido no contrato de concessão. Ao longo do ano foram efetuadas transações com várias empresas do grupo e com a empresa mãe (Empresa Geral do Fomento, S.A.).

31.12.2014 31.12.2013

Rendimentos Gastos Rendimentos Gastos

ADP SGPS 2.819 -245 3.964

ADP Serviços, S.A. -66.456 -60.912

EGF, S.A. -289.572 -274.782

Simlis -163.855 -86.222

Valorsul 1.195.594 -40.816 1.033.677

Suldouro -7.781 -5.971 10.471 -58.035

Valorminho -1.945 2.594

Resulima -5.836 7.781

Resinorte -16.828 22.438

Resiestrela -3.891 5.188

Amarsul -13.594 18.125

Total 1.148.538 -566.914 1.104.237 -479.951

31.12.2014 31.12.2013

Ativos Passivos Ativos Passivos

ADP SGPS 2.115

ADP Serviços, S.A. -9.153 -2.249

EGF, S.A. -61.260 -53.166

Simlis -10.904,00 -6.485

Valorsul 1.027.528 -19.777 16.889 -21.364

Suldouro -50.039

Valorminho 3.190

Total 1.029.643 -101.094 20.079 -133.303

31.12.2014 31.12.2013

Municípios Rendimentos Gastos Rendimentos Gastos

Leiria 1.520.583 -15 1.463.941 -1.999

Batalha 178.132 174.532

Porto de Mós 240.429 228.271

Marinha Grande 551.276 572.737

Pombal 512.267 492.319

Ourém 435.978 418.446

Total 3.468.664 -15 3.350.247 -1.999

31.12.2014 31.12.2013

Municípios Ativos Passivos Ativos Passivos

Leiria 0 -15 -3.110

Batalha 17.371 16.169

Porto de Mós 42.953 40.984

Marinha Grande 98.251 99.598

Pombal 49.069 44.832

Ourém 39.738 100.003

Total 247.381 -15 298.476 0

40. Compromissos

A Empresa possui assumidos os seguintes compromissos que não se encontram incluídos no Balanço apresentado:

a) Contrato de Concessão

Os investimentos reversíveis incluídos no EVEF perfazem 9.852 milhares de euros.

b) Contratos de Empreitada e Serviços efetuados em 2014:

Empreitada Fornecedor V. Adjudicação

Construção da Célula C Construções Vieira Mendes, Lda. 1.899.147,41€

Fiscalização Célula C Proafa 47.125,00€

41.Garantias prestadas

Não aplicável.

42. Informações exigidas por diplomas legais

Art.o 397.o do Código das Sociedades ComerciaisRelativamente aos seus administradores, a sociedade VALORLIS não lhes concedeu quaisquer empréstimos ou créditos, não efetuou pagamentos por conta deles, não prestou garantias a obrigações por eles contraídas e não lhes facultou quaisquer adiantamentos a remunerações. Também não foram celebrados quaisquer contratos entre a sociedade e os seus administradores, diretamente ou por pessoa interposta.

Art.o 324. o do Código das Sociedades ComerciaisA sociedade VALORLIS não possuiu quaisquer ações próprias e nem efetuou até ao momento qualquer negócio que envolvesse títulos desta natureza.

Art. o 21. o do Decreto-Lei n. o 411/91 de 17 de setembroDeclara-se que não existem dívidas em mora da Empresa ao Setor Público Estatal, nem à Segurança Social, e que os saldos contabilizados em 31 de dezembro de 2014, correspondem à retenção na fonte, descontos e contribuições, referentes a dezembro, e cujo pagamento se efetuará em janeiro do ano seguinte.

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RC 2014_106

43. Rendimento garantido

31.12.2014

Capital social realizado 2.000.000

Reserva legal 211.192

Base de incidência 2.211.192

Taxa de juros TBA 3,22%

Remuneração acionista do ano 71.200No final de 2014 não existiam Dividendos em dívida.

44. Informações relevantes

Através do Decreto-Lei n.º 45/2014, de 20 de março, o Governo aprovou o processo de reprivatização da EGF mediante a alienação de 100% das ações representativas do seu capital social detidas pela AdP - Águas de Portugal, SGPS, S.A. O mesmo diploma determinou ainda que o processo de alienação se faria por concurso público internacional estabelecendo as fases do mesmo bem como o direito de aquisição dos trabalhadores de 5% de capital social da EGF e determinou a opção de venda e direitos de preferência a conceder aos municípios acionistas das entidades gestoras de sistemas multimunicipais nas quais a EGF é acionista. Na Resolução do Conselho de Ministros n.º 30/2014, de 3 de abril, publicada no Diário da República de 8 de abril, o Governo aprovou o caderno de encargos que regula os termos do concurso público de alienação e determinou a sua abertura.

Em 31 de julho de 2014, 4 dos 7 concorrentes convidados à apresentar propostas vinculativas para a aquisição das ações da EGF efetivaram as suas propostas. Através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 55-B/2014, de 19 de setembro, foi selecionado o Agrupamento SUMA, constituído pelas empresas Suma - Serviços Urbanos e Meio Ambiente, S.A., Mota - Engil Ambiente e Serviços, SGPS, S.A, e Urbaser, S.A., como vencedor do concurso público de reprivatização da EGF.

No dia 6 de novembro de 2014 foi assinado o contrato de compra e venda de 95% do capital social da EGF entre a AdP - Águas de Portugal, SGPS, S.A. e a Suma Tratamento, S.A., empresa constituída pelos membros do Agrupamento SUMA. Os restantes 5% do capital estão reservados para aquisição pelos trabalhadores do universo EGF, a ocorrer após a conclusão da transação.

A Suma Tratamento, S.A. notificou a operação de compra das ações da EGF à Autoridade da Concorrência, entidade da qual se aguarda a aprovação final da operação, o que constitui uma condição precedente da sua conclusão, que se concretizará com a transmissão das ações da EGF da AdP - Aguas de Portugal SGPS, S.A. para a Suma Tratamento, S.A.

45. Eventos subsequentes

Não existem.

Relatório e Parecer do Fiscal Único

O técnico Oficial de Contas O Conselho de Administração

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Certificação Legal das Contas

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Relatório de Auditoria

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