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www.a4ai.org RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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Page 1: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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Temos o prazer de apresentar a nova ediccedilatildeo do Relatoacuterio de Acessibilidade ndash uma iniciativa de pesquisa anual produzida pela Alianccedila para a Internet Acessiacutevel O Relatoacuterio representa parte de nossos esforccedilos contiacutenuos para entender porquecirc alguns paiacuteses tiveram ecircxito em tornar o acesso a Internet universal e a preccedilos mais acessiacuteveis e o que os outros podem fazer para recuperarem rapidamente O Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-

16 lanccedilado em Fevereiro de 2016 olha para as poliacuteticas incentivos e investimento

em infra-estrutura realizados em 51 paiacuteses em desenvolvimento

e emergentes e avalia ateacute que ponto estatildeo a ser

implementados para expandir o acesso

agrave banda larga a preccedilos

acessiacuteveis O Relatoacuterio

considera como os

efeitos da

pobreza e da desigualdade no rendimento e a disparidade de geacutenero no acesso estatildeo a ocultar o verdadeiro estado da acessibilidade da Internet Que medidas devemos de tomar para ultrapassar barreiras e atingir o acesso universal Esperamos que vocecirc goste do relatoacuterio deste ano e que as conclusotildees sejam uacutetil para o seu trabalho Tambeacutem encorajamos tods a visitar o nosso portal on-line dedicado ao Relatoacuterio de Acessibilidade em wwwa4aiorgaffordability-report onde vocecirc pode encontrar um explorador de dados interactivo abrangendo todos os 51 paiacuteses Para se atingir a nova meta global de acesso agrave Internet acessiacutevel e universal ateacute 2020 e necessario uma accedilatildeo corajosa e coletiva para propor a adoccedilatildeo de um novo objetivo de acessibilidade ldquo1 por 2rdquo desenvolver planos nacionais de banda larga na perspectiva de geacutenero e dar prioridade agraves soluccedilotildees de acesso puacuteblico Esperamos que se junte a noacutes esforccedilos para trazer os benefiacutecios associados com o acesso agrave Internet acessiacutevel a milhares de milhotildees mais em todo o mundo

Sonia N JorgeDiretora Executiva A4AI

BEM-VINDO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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RESUMO EXECUTIVO 4 ndash 6

1 INTRODUCcedilAtildeO 7 ndash 10

2 O Iacutendice dos Motores de Acessibilidade (ADI) 11

21 Paiacuteses latino-americanos no topo do iacutendice 15 pelo segundo ano consecutivo

22 O Fim da Tabela 16

23 Subida nas classificaccedilotildees 16 myanmar meacutexico amp marrocos

24 Acessibilidade nos paiacuteses menos 18 desenvolvidos do mundo

25 O longo caminho para a melhoria da 20 acessibilidade da banda larga

26 Aumentar a acessibilidade desenvolvendo 21 poliacuteticas em consonacircncia com as melhores praacuteticas

27 Abordagem abrangente para a elaboraccedilatildeo 22 de poliacuteticas

3 Pobreza Desigualdade De Rendimentos 23 E O Caso De Acessibilidade

31 O efeito da pobreza 25

32 O efeito distorcido da desigualdade de renda 26

33 Ansiosos por dados 28

34 O longo caminho para o acesso universal nos 29 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo

35 Superar os desafios da pobreza e da 30 desigualdade de rendimentos

4 Disparidade de geacutenero exacerbar dos 31 desafios de acessibilidade

41 Mulheres e o acesso agrave internet de 32 ndash 33 baixo custo o quadro actual

42 Usar uma poliacutetica inteligente para colmatar 34 o fosso digital entre os sexos e alcanccedilar o acesso universal com igualdade

5 Recomendaccedilotildees Poliacuteticas 37

51 Redefinir acessibilidade com as desigualdades de rendimento e de geacutenero em vista 38

52 Reduce the cost of devices 39

53 Dar prioridade agraves facilidades de acesso 39 ndash 40 puacuteblico

54 Desenvolver planos nacionais de banda 40 ndash 42 larga na perspectiva de geacutenero

55 Abordagem integrada agraves poliacuteticas para 43 internet de banda larga acessiacutevel

ANEXOS 44

Agradecimentos 44

ANEXO A Metodologia 44 ndash 47

ANEXO B iacutendice dos motores de acessibilidade ndash 48 paiacuteses emergentes

ANEXO C iacutendice dos motores de acessibilidade 48 ndash paiacuteses em desenvolvimento

ANEXO D Comparaccedilatildeo das classificaccedilotildees no 49 adi e preccedilo como do pib per capita para banda larga moacutevel

IacuteNDICE

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Atingir esta meta requer acccedilatildeo arrojada e imediata Na nossa actual trajectoacuteria a A4AI prevecirc que atinjamos esta meta soacute em 2042 ndash 22 anos depois da data limite definida pela comunidade global Sem uma reforma urgente em 2020 veremos apenas 16 da populaccedilatildeo nos paiacuteses mais pobres do mundo e 53 em todo o mundo conectada Natildeo soacute natildeo vamos atingir a meta como vamos ficar muito longe dela Este atraso na conectividade vai prejudicar o desenvolvimento global em todos os aspectos contribuindo para a perda de oportunidades de crescimento econoacutemico e negando a centenas de milhotildees de pessoas o acesso ao ensino e serviccedilos de sauacutede em linha uma voz poliacutetica e muito muito mais

Com a finalidade a contribuir para ajudar os liacutederes a colocarem-nos no caminho certo para atingir esta meta o Relatoacuterio de Acessibilidade de 2015-16 olha para o ambiente da acessibilidade em 51 paiacuteses considera os efeitos da pobreza e da desigualdade no rendimento e olha de perto para a disparidade de geacutenero no acesso

ldquoTodos devem ter acesso a Internetrdquo Esta foi a conclusatildeo dos 193 estados membro das Naccedilotildees Unidas ao acordarem o novo conjunto de Metas para o Desenvolvimento Sustentaacutevel (SDGs) em Setembro de 2015 Sublinhando o potencial da Internet para contribuir para o desenvolvimento e empoderamento global a meta 9c das SDG convoca ao acesso universal a preccedilos acessiacuteveis nos paiacuteses menos desenvolvidos do mundo ateacute 2020

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

RESUMO EXECUTIVO

5 Mais Ranking Geral do ADI 5 Mais Paiacuteses Menos DesenvolvidosColocircmbia Ruanda

Costa Rica Uganda

Malaacutesia Gacircmbia

Turquia Myanmar

Peru Tanzacircnia

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RESUMO EXECUTIVO

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O Iacutendice dos Motores de Acessibilidade

O nosso Iacutendice de Motores da Acessibilidade (ADI) olha para as poliacuteticas incentivos e investimento em infra-estrutura realizados em 51 paiacuteses em desenvolvimento e emergentes e avalia ateacute que ponto estatildeo a ser implementados Inclui poliacuteticas que cremos que guiem o progresso para uma Internet mais acessiacutevel Os paiacuteses que se saem bem no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos embora o ADI natildeo meccedila directamente os preccedilos

O nosso Iacutendice de Motores da Acessibilidade (ADI) olha para as poliacuteticas incentivos e investimento em infra-estrutura realizados em 51 paiacuteses em desenvolvimento e emergentes e avalia ateacute que ponto estatildeo a ser implementados Inclui poliacuteticas que cremos que guiem o progresso para uma Internet mais acessiacutevel Os paiacuteses que se saem bem no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos embora o ADI natildeo meccedila directamente os preccedilos

A Colocircmbia e a Costa Rica encontram-se novamente no topo dos rankings com pontuaccedilotildees que reflectem melhoria nos indicadores de infra-estrutura e de acesso O Myanmar deu o maior salto no ranking do ADI subindo nove lugares ateacute a 27ordf posiccedilatildeo graccedilas a abertura com ecircxito do anterior mercado de telecomunicaccedilotildees estatal para novas operadoras (2013) e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) No entanto como um todo as classificaccedilotildees no ADI satildeo baixas significando que temos agrave nossa frente muito trabalho aacuterduo para os paiacuteses criarem o ambiente certo para fazer baixar os preccedilos e aumentar as taxas de conexatildeo

Pobreza e Desigualdade

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu a meta de acessibilidade de 5 para quem vive na pobreza Natildeo se trata de um problema que afecta apenas pequenos grupos de pessoas ndash 19 mil milhotildees de pessoas nos paiacuteses abrangidos pelo ADI vivem na pobreza (isto eacute menos de $310 por dia)

A desigualdade no rendimento tambeacutem desempenha um papel e pode fazer com que o progresso aparente ser mais raacutepido do que eacute Embora 25 dos 51 paiacuteses tenham atingido a meta de

acessibilidade de 5 definido pelas NU para quem tenha o rendimento nacional meacutedio apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 de pessoas com rendimentos mais baixos O que significa que milhotildees de pessoas continuam a ser excluiacutedas da revoluccedilatildeo digital nos paiacuteses que atingiram a meta de 5 No entanto quando os custos descem para 2 ou menos dos rendimentos mensais o acesso tende a ser acessiacutevel para todos os grupos de rendimento

Embora o relatoacuterio natildeo considere em detalhe os custos dos dispositivos nota que o custo de compra de um telefone com Internet pode desempenhar um grande papel na determinaccedilatildeo de quem consegue pagar para estar conectado Quando acrescentamos o preccedilo hipoteacutetico de US$48 de um smartphone de baixo custo ao preccedilo do pacote de 500MB de banda larga a populaccedilatildeo total de quase todos os paiacuteses que realmente consegue pagar um pacote de banda larga e um smartphone de baixo custo desce 20 Tambeacutem notamos que 500MB por mecircs oferece apenas oportunidades muito limitadas para uso significativo da Internet

A Disparidade de Geacutenero no Acesso

A dura realidade do retrato da acessibilidade para quem vive na pobreza e na base da piracircmide de rendimento o custo da conexatildeo eacute ainda mais alto para as mulheres nestes grupos A disparidade de rendimento entre os sexos diminui a capacidade das mulheres ndash em particular das famiacutelias lideradas por mulheres ndash conseguirem pagar o acesso a Internet Recente estudo da Web Foundation mostra que as mulheres pobres em zonas urbanas tecircm 50 menos probabilidade de se conectarem a Internet do que homens do mesmo grupo etaacuterio com niacuteveis de ensino e rendimento similar

As metas 9c (acesso universal a preccedilos acessiacuteveis) e 5b (aperfeiccediloamento do uso de ICT para promover o empoderamento da mulher) da SDG podem ser encontrados sob diferentes metas abrangentes mas estatildeo inextricavelmente interligadas O acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos e focados para conectar as mulheres a Internet tal como a igualdade de geacutenero plena natildeo pode ser alcanccedilada sem facilitar o acesso da mulher a uma Internet acessiacutevel aberta e segura O acesso a oportunidades de ensino capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo eacute crucial para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerada e integrada como parte de uma estrateacutegia abrangente

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RESUMO EXECUTIVO

Recomendaccedilotildees

1 Desenvolver e trabalhar para uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Propomos uma nova meta ldquo1 a 2rdquo 1GB de dados com preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal

2 Reduzir o custo dos telemoacuteveis e aparelhos ICT Os governos devem trabalhar para reformar os regimes fiscais e patentes para que os custos dos aparelhos ICT possam baixar Tambeacutem vatildeo precisar de incentivar o sector privado para desenvolver smartphones de alta qualidade e baixo custo

3 Aumentar o investimento e disponibilidade de acesso puacuteblico subsidiado Existem sempre grupos que seratildeo excluiacutedos pelo mercado e para os quais os custos do acesso permaneceratildeo fora do alcance O acesso puacuteblico atraveacutes de bibliotecas centros comunitaacuterios e sistemas de WiFi municipal ndash financiados por Fundos de Serviccedilo e Acesso Universal bem geridos ndash eacute crucial para trazer acesso a estas populaccedilotildees

4 Criar metas especiacuteficas com prazos definidos para colmatar a disparidade digital entre os sexos Em grande parte do mundo em desenvolvimento ao fosso no uso de Internet

entre os sexos eacute desconcertante ndash por exemplo em Kampala no Uganda haacute apenas uma mulher em linha para cada trecircs homens Os governos devem definir metas concretas para alcanccedilar a igualdade de geacutenero na adopccedilatildeo habilidades e empoderamento digital e suportaacute-las com programas especiacuteficos e alocaccedilotildees orccedilamentais Os dados desagregados por geacutenero devem ser recolhidos para monitorar o progresso O que deve ser feito atraveacutes de planificaccedilatildeo nacional de banda larga sensiacutevel ao geacutenero

5 Abordagem integrada para decisatildeo poliacutetica Trazer acesso internet para todos requer poliacuteticas equilibradas que respondem a procura e tambeacutem a oferta regulamento aleacutem de concorrecircncia banda larga fixa e moacutevel acesso puacuteblico e assinaturas individuais Os ministros do governo e outros devem encabeccedilar os esforccedilos para reunir todos os actores e desenvolver um plano claro e coerente para sequenciar as reformas e estimular os investimentos necessaacuterios para permitir custos reduzidos e acesso disseminado Doadores e agecircncias de ajuda devem juntar-se a festa com apoio financeiro e praacutetico

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ldquoTODOS DEVEM TER ACESSO Agrave INTERNETrdquo

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1INTRODUCcedilAtildeO

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ldquoTodos deveriam ter acesso agrave Internetrdquo Foi assim acordado em Setembro de 2015 quando os 193 estados membros das Naccedilotildees Unidas acordaram um novo conjunto de Metas para o Desenvolvimento Sustentaacutevel (SDGs) que definiu a agenda para o desenvolvimento global para os proacuteximos 15 anos A SDG 9c explicita como meta o acesso universal a custos acessiacuteveis por todos os Paiacuteses Menos Desenvolvidos do Mundo (PMDLDCs) ateacute 2020 implicitamente pressupondo custos e a universalidade de forma acessiacutevel a niacutevel global ndash acesso para todos em toda a parte ateacute 2020 Contudo de acordo com a evoluccedilatildeo actual os PMDs demoraratildeo quase 30 anos para atingir esta meta1

Atingir esta meta requer uma acccedilatildeo arrojada A menos que aceleremos dramaticamente o progresso apenas 16 da populaccedilatildeo dos paiacuteses mais pobres e 53 do mundo todo estaratildeo conectados ateacute 2020 Este desfasamento na conectividade natildeo soacute iraacute resultar numa enorme perda de crescimento econoacutemicomdash como tambeacutem iraacute privar centenas de milhotildees de pessoas de terem acesso agrave educaccedilatildeo serviccedilos de sauacutede expressatildeo poliacutetica e oportunidades de emprego atraveacutes da internet

Este relatoacuterio identifica barreiras criacuteticas que devem ser superadas em apenas quatro anos de forma a atingir a meta de conectividade da SGD e estabelece os passos que as organizaccedilotildees Governamentais Entidades Reguladoras Empresas e Sociedade Civil devem dar agora

O Status Quo

Hoje mais de quatro mil milhotildees de pessoasmdash cerca de 56 da populaccedilatildeo mundial mdash ainda natildeo tecircm acesso agrave Internet Esta populaccedilatildeo ldquoofflinerdquo compreende maioritariamente mulheres A maioria vive nos PMDs e outros paiacuteses em desenvolvimento5

Um dos obstaacuteculos que a maioria dos paiacuteses enfrenta na corrida para expandir o acesso eacute a acessibilidade mdash a grande maioria das pessoas sem acesso agrave Internet hoje em dia estatildeo ldquoofflinerdquo simplesmente porque natildeo tecircm recursos para pagar a conexatildeo baacutesica Para os Noruegueses acesso constante a banda larga raacutepida

e ilimitada custa pouco mais do que um latte que muitos compram todos os dias no caminho para o escritoacuterio Para os Nigerianos apenas 500MB de dados moacuteveis preacute-pagos podem custar mais do que eles gastam na educaccedilatildeo dos seus filhos

A Comissatildeo da ONU para banda larga define como banda larga acessiacutevel quando um pacote inicial (500MB) estaacute disponiacutevel a 5 ou menos do rendimento miacutenimo mensal (ou seja PIB per capita) Contudo em 2014 o custo meacutedio de um pacote preacute-pago 500MB foi de 152 do PIB per capita em PDMs e de 65 em todos os paiacuteses em desenvolvimento

Os preccedilos da Internet aparentam estar a descer e a acessibilidade conforme definido pela ONU estaacute a aumentar mdash no ano passado a UIT informou que 67 dos 116 paiacuteses em desenvolvimento tinham de facto conseguido atingir a meta de acessibilidade de 5 imposta pela ONU Entatildeo porque eacute que o crescimento da utilizaccedilatildeo da Internet acabou por diminuir O uso em todo o mundo cresceu 74 in 2014 mas apenas 69 em 2015

O que estaraacute a atrasar o progresso

Este relatoacuterio alega que o atraso no crescimento da conectividade deve-se ao fracasso dos decisores poliacuteticos em enfrentar os efeitos conjuntos da pobreza e da desigualdade de rendimentos

Enquanto a pobreza global no geral estaacute a diminuir (tanto em nuacutemeros absolutos como em percentagem da populaccedilatildeo) ainda haacute mais de dois mil milhotildees de pessoas a viver na pobreza absoluta em todo o mundo em desenvolvimento (ou seja com menos de US$310dia) Para estas pessoas o acesso agrave Internet continua a ser uma realidade muito distante

O crescimento econoacutemico nos paiacuteses em desenvolvimento natildeo tem sido distribuiacutedo de forma equitativa De acordo com a ONU mais de 75 das famiacutelias nos paiacuteses em desenvolvimento vivem hoje em sociedades onde o rendimento eacute distribuiacutedo de forma mais desigual do que era na deacutecada de 90 Quando algumas pessoas ganham muito enquanto outros

1 INTRODUCcedilAtildeO

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1 Para efeitos deste relatoacuterio definimos ldquoacesso universalrdquo como taxa de 90 de penetraccedilatildeo da Internet Esta definiccedilatildeo incrementa a declaraccedilatildeo WSIS que define acesso universal como ldquoAcesso universal omnipresente equitativo e acessiacutevel a infra-estrutura e serviccedilos ICTrdquo

2 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 3 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 4 Ao longo deste relatoacuterio todas as mediccedilotildees do preccedilo de planos de 500MB satildeo para planos moacuteveis preacute-pagos (a menos que notado o contraacuterio) Todas as

mediccedilotildees de preccedilos para 1GB satildeo planos proacutes-pagos para computador (a menos que notado o contraacuterio)

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ganham muito pouco a ldquomeacutediardquo de rendimento per capita mdash o valor de referecircncia que a ONU utiliza para avaliar a acessibilidade mdash seraacute muito maior do que aquilo que a maioria das pessoas realmente ganha Na Aacutefrica do Sul por exemplo o rendimento meacutedio eacute de US$6800 (PIB per capita 2014) mas 60 da populaccedilatildeo na realidade recebe menos de metade desse valor Na praacutetica isto significa que para quase metade da populaccedilatildeo sul-africana uma conexatildeo de internet moacutevel aparentemente acessiacutevel (preccedilo de cerca de 15 do rendimento ldquomeacutediordquo mensal) na verdade custa em qualquer lugar entre7-15 do seu rendimento A ideia de um rendimento ldquomeacutediordquo nacional eacute ainda mais distorcida pela desigualdade salarial em termos de geacutenero

Como resultado dessas desigualdades um paiacutes pode cumprir a meta de acessibilidade da ONU a um niacutevel superior mas ainda vecirc uma grande quantidade de pessoas sem capacidade para pagar uma ligaccedilatildeo agrave internet Superar os obstaacuteculos colocados por estas desigualdades seraacute fundamental para a expansatildeo do acesso a preccedilos acessiacuteveis e para trazer o acesso universal ateacute 2020 dentro da esfera da possibilidade

O tempo de agir eacute agora

O tempo eacute curto De forma a por ldquoonlinerdquo cerca de quatro mil milhotildees de pessoas em menos de cinco anos deveremos agir agora a uma escala e rapidez nunca antes vistas Governos o sector privado doadores e sociedade civil deveratildeo unir-se para tomar corajosamente as medidas necessaacuterias que permitiratildeo aos que estatildeo ldquoofflinerdquo ter acesso e pagar uma Internet livre e ilimitada

A exclusatildeo digital significa exclusatildeo por pobreza e geacutenero O custo mais elevado dos dados moacuteveis e dispositivos atinge com maior dureza quem tem rendimentos mais baixos em particular mulheres e a populaccedilatildeo rural A menos que medidas especiacuteficas sejam tomadas para tornar a Internet acessiacutevel e disponiacutevel a estes grupos as iniciativas de cobertura para ldquoconectar todosrdquo pode ter o risco de aprofundar as disparidades homemmulher e urbanorural existentes

Alcanccedilar o acesso universal e os custos acessiacuteveis sugeridos pela SDG 9c exigiraacute medidas urgentes e especiacuteficas para superar as barreiras apresentadas pela desigualdade de rendimentos e pobreza Estas incluem

1 Desenvolver e trabalhar para uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Para alcanccedilar o acesso universal devemos impulsionar os preccedilos bem abaixo dos actualmente estabelecidos para uma meta a niacutevel do pacote inicial (ou seja 500MB) de banda larga com preccedilos de 5 ou menos do valor de rendimento meacutedio mensal Propomos uma nova meta de ldquo1 para 2rdquo 1GB de dados moacuteveis ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal

2 Reduzir o valor dos telemoacuteveis e dispositivos ICT Para que o acesso agrave Internet seja acessiacutevel aos que actualmente estatildeo excluiacutedos devido ao preccedilo eacute importante reduzir os custos dos dispositivos Os preccedilos dos telemoacuteveis e outros dispositivos podem ser inflacionados pelos elevados impostos de importaccedilatildeo e taxas excessivas de patentes e ldquoroyaltiesrdquo Os governos devem trabalhar para reforma tributaacuteria e dos regimes de patentes para que os custos do dispositivo de ICT possam descer e seraacute necessaacuterio incentivar o sector privado a desenvolver smartphones de alta qualidade e de baixo custo

3 Aumentar o investimento e disponibilidade puacuteblica com acesso subsidiado Um mercado de banda larga forte e competitivo pode ir longe no sentido de conduzir os preccedilos para um valor mais baixo mdash em conjunto com dispositivos mais baratos mdash conectando os desconectados No entanto existem sempre grupos que seratildeo excluiacutedos do Mercado e aqueles a quem os custos de acesso permaneceratildeo inacessiacuteveis O acesso puacuteblico atraveacutes das bibliotecas centros comunitaacuterios e sistemas de WiFi municipais mdash financiados por fundos para serviccedilo universal e de acesso bem administrados mdash satildeo fundamentais para melhorar o acesso a essas populaccedilotildees

1 INTRODUCcedilAtildeO

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5 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 6 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 7 World Bank (2015) Poverty Overview httpwwwworldbankorgentopicpovertyoverview

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1 INTRODUCcedilAtildeO ONTINUED

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 Criar metas especiacuteficas com prazos para eliminar a exclusatildeo digital com base no geacutenero Em grande parte do mundo em desenvolvimento as disparidades de geacutenero na utilizaccedilatildeo da Internet satildeo impressionantes mdash em Kampala Uganda por exemplo haacute apenas uma mulher online por cada trecircs homens online Ainda assim o reconhecimento dessa diferenccedila digital com base no geacutenero eacute praticamente invisiacutevel nos planos nacionais de banda larga e nas estatiacutesticas oficiais Os governos devem definir metas concretas para alcanccedilar a equidade de geacutenero na adopccedilatildeo de competecircncias digitais e de capacitaccedilatildeo e devem apoiar estas metas com programas especiacuteficos e dotaccedilotildees orccedilamentais Devem ser recolhidos dados desagregados por geacutenero para monitorar o progresso

5 Uma abordagem integrada agrave formulaccedilatildeo de poliacuteticas Por todos online exige poliacuteticas equilibradas que respondam a toda agrave procura e agrave oferta regulamentos e concorrecircncia banda larga fixa e moacutevel acesso puacuteblico e acessibilidade do consumidor Exigem cooperaccedilatildeo entre os ministeacuterios entre as unidades geograacuteficas (local estadual e nacional) e entre actores do sector privado cujos interesses comerciais podem diferir bastante O governo (ou seja os ministeacuterios das comunicaccedilotildees ou o gabinete do chefe de estado) deve assumir a lideranccedila na convocaccedilatildeo desses actores e desenvolver um plano claro e coerente para reformas sequenciadas mobilizando os investimentos necessaacuterios Governos e agecircncias doadoras devem apoiar este processo intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como em habilidades digitais conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico

A HORA DE AGIR Eacute AGORA

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2O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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Superar o desafio de acessibilidade eacute fundamental para alcanccedilar o acesso universal A tecnologia para fornecer acesso a baixo custo estaacute amplamente disponiacutevel com novos avanccedilos tecnoloacutegicos a surgindo constantemente No entanto poliacuteticas desactualizadas ou mal concebidas que aumentam artificialmente os custos mdash por exemplo inibindo a concorrecircncia ou a imposiccedilatildeo de requisitos de licenciamento complicados mdash contribuem para que os preccedilos continuem teimosamente elevados

Esforccedilos para expandir o acesso agrave internet devem ser conduzidos por um conjunto de poliacuteticas flexiacuteveis e progressivas e regulamentos que permitam que os preccedilos ao consumidor desccedilam drasticamente e de forma raacutepida Quais satildeo as poliacuteticas quem as estabelece e como estatildeo a funcionar

O nosso Iacutendice dos Motores da Acessibilidade (ADI) analisa as poliacuteticas incentivos e ambiente infraestrutural local em 51 paiacuteses emergentes e em desenvolvimento incluindo poliacuteticas que acreditamos levar a um progresso para uma Internet mais acessiacutevel Em seguida avalia ateacute que ponto essas poliacuteticas estatildeo a

ser implementadas O ADI deliberadamente natildeo avalia directamente os preccedilos mdash mas existe uma correlaccedilatildeo entre as melhores pontuaccedilotildees no ADI e os preccedilos de banda larga mais baixos em relaccedilatildeo agrave renda Em resumo os paiacuteses bem posicionados no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos e satildeo susceptiacuteveis de serem capazes de reduzir os preccedilos cada vez mais e de forma acelerada no futuro

Embora no ano passado tenha havido algum progresso marginal na frente da acessibilidade os resultados normalmente baixos em linha com o ADI mostram o quanto ainda temos de percorrer para alcanccedilar o acesso universal Na nossa trajectoacuteria actual natildeo chegaremos nem perto de alcanccedilar a meta de acesso universal ateacute 2020 Reforma poliacutetica eacute um primeiro passo fundamental e necessaacuterio para a expansatildeo do acesso

Nesta secccedilatildeo olhamos com mais detalhe aquilo que os paiacuteses estatildeo a fazer para tornar o acesso agrave Internet mais acessiacutevel para grande parte da sua populaccedilatildeo e qual das poliacuteticas usadas estatildeo a funcionar

Este ano o Iacutendice de Acessibilidade A4AI foi chamado Iacutendice dos Motores de Acessibilidade (ADI) Porquecirc Achamos que este nome descreve com mais precisatildeo aquilo que o Iacutendice estaacute a avaliar mdash ou seja a combinaccedilatildeo de medidas de poliacutetica e outros factores vitais que determinam como um paiacutes seraacute capaz de reduzir os preccedilos da banda larga

O ADI examina os factores atraveacutes de sub-iacutendices de duas aacutereas mdash infraestrutura e acesso

1 O sub-iacutendice de infraestrutura avalia a extensatildeo actual de implantaccedilatildeo de infraestrutura e operaccedilotildees juntamente com as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor de forma a incentivar e permitir o investimento rentaacutevel na expansatildeo de infraestruturas futuras As variaacuteveis incluiacutedas neste sub-iacutendice incluem por exemplo a quantidade de banda larga disponiacutevel em um determinado paiacutes e uma avaliaccedilatildeo da poliacutetica do espectro da naccedilatildeo

2 O Sub-iacutendice de acesso mede taxas actuais de adopccedilatildeo da banda larga e as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor para incentivar o crescimento e garantir a oferta de acesso agrave Internet de forma acessiacutevel e equitativa Este sub-iacutendice inclui variaacuteveis como as taxas actuais de infiltraccedilatildeo da Internet e uma avaliaccedilatildeo da eficaacutecia dos Fundos de Serviccedilo Universal de um paiacutes

Cada paiacutes eacute classificado atraveacutes de uma gama de variaacuteveis dentro de cada sub-iacutendice e eacute entatildeo classificado contra os outros paiacuteses do ADI tendo como classificaccedilatildeo mais elevada o paiacutes que receber uma pontuaccedilatildeo de 100 e pontuaccedilatildeo zero para o menor classificado (Nota Embora tenhamos recolhido dados de 88 paiacuteses incluindo paiacuteses desenvolvidos apenas analisamos paiacuteses emergentes e em desenvolvimento eacute por

isso que a Colocircmbia o paiacutes mais bem classificado no ADI este ano apenas pontuou 65 e natildeo 100) Classificaccedilotildees mais elevadas indicam a existecircncia de uma combinaccedilatildeo de factores que contribuem para uma reduccedilatildeo de custos da induacutestria e preccedilos de banda larga mais baixos incluindo a elevada infiltraccedilatildeo de banda larga infra-estruturas suficientes e ainda poliacuteticas e regulamentos eficazes (Para mais detalhes sobre a metodologia usada para o ADI consulte o Apecircndice 1)

Com efeito uma pontuaccedilatildeo mais elevada no ADI estaacute correlacionada com uma Internet de banda larga mais acessiacutevel Ilustrado na Figura 1 que mostra como a classificaccedilatildeo de um paiacutes no ADI aumenta o preccedilo de um plano de dados de 500MB em relaccedilatildeo agrave reduccedilatildeo do rendimento meacutedio Esta relaccedilatildeo tambeacutem acontece em relaccedilatildeo a um plano maior de 1GB (Figura 2)

O ADI deste ano cobre os mesmos 51 paiacuteses incluiacutedos no nosso iacutendice de 2014-15 e usa a mesma metodologia usada no ano passado No entanto enquanto todas as fontes de dados foram as mesmas noacutes natildeo realizaacutemos um novo conjunto de inqueacuteritos poliacuteticos em 2015 Com base no pressuposto que os ambientes poliacuteticos e normativos tendem a mudar lentamente e foi confirmado por consulta as respostas a inqueacuteritos por vaacuterios especialistas em poliacutetica que participaram no inqueacuterito em 2014 (veja o Anexo A) Assim as actualizaccedilotildees das classificaccedilotildees do ADI baseiam-se apenas em novos dados secundaacuterios

O QUE Eacute O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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Figura 2 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano de computador poacutes-pago de 1GB (como do PIB per capita 2014)

70

Pric

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Figura 1 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano moacutevel preacute-pago de 500MB (como do PIB per capita 2014)

Pric

e of

mob

ile b

road

band

(500

MB)

as

of G

NI p

c 2

014

ADI SCORE

10 16 22 10 34 40 46 52 58 64 70

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Emerging Developing

ADI SCORE Emerging Developing

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Posiccedilatildeo 2015

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Infraestruturas

Resultado de Contagem do ADI

Posiccedilatildeo 2014

1 Colocircmbia 6945 6085 6532 22 Costa Rica 7888 5000 6460 13 Malaacutesia 6957 5669 6328 44 Turquia 6585 5860 6235 35 Peru 6193 6148 6182 56 Brasil 5928 6035 5990 67 Marrocos 6167 4932 5551 128 Mauriacutecias 6558 4481 5520 79 Meacutexico 5668 5105 5385 1410 Argentina 5716 4958 5335 911 Ruanda 5442 5190 5313 1012 Nigeacuteria 5783 4793 5285 1113 Tailacircndia 6072 4413 5239 1314 Jamaica 5902 4279 5084 1615 Ecuador 5399 4735 5060 816 Uganda 5653 4244 4940 1517 Rep Dominicana 5307 4163 4723 1818 Tuniacutesia 4680 4711 4683 1719 Africa do Sul 5457 3859 4644 2020 Gacircmbia 4912 4281 4582 2121 Queacutenia 5200 3927 4548 1922 China 4799 4182 4474 2323 Botswana 4882 4054 4451 2424 Vietname 5674 3233 4437 2225 Paquistatildeo 4360 4497 4411 2526 Gana 4715 3892 4284 2627 Myanmar 3188 5367 4257 3628 Filipinas 4783 3707 4224 2929 Indoneacutesia 4570 3909 4219 2730 Repuacuteblica da 4390 4038 4193 2831 Iacutendia 3785 4288 4012 3032 Egipto 3276 4684 3955 3233 Bangladesh 3373 4504 3913 3334 Namiacutebia 5156 2676 3890 3135 Zacircmbia 4166 3444 3777 3536 Mali 3645 3721 3653 4037 Cazaquistatildeo 4416 2945 3650 3438 Benim 3294 3787 3508 4139 Venezuela 4112 2839 3442 3740 Jordacircnia 4636 2302 3436 3841 Senegal 3708 2865 3250 3942 Nepal 3533 2447 2948 4443 Moccedilambique 3830 1875 2809 4244 Camarotildees 3110 2179 2597 4345 Zimbabueacute 3348 1912 2583 4546 Burkina Faso 2974 1499 2182 4647 Malawi 2477 1650 2006 4748 Etioacutepia 3107 000 1488 4849 Serra Leoa 1706 1169 1370 4950 Haiti 1488 1322 1336 5051 Ieacutemen 000 181 000 51

Tabela 1 201516 ADI Pontuaccedilotildees e Classificaccedilotildees

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Paiacuteses Latino-americanos mais uma vez dominam o ranking do ADI com seis paiacuteses da regiatildeo entre os primeiros 10 Para a maioria dos 10 primeiros paiacuteses no ADI as mudanccedilas de posiccedilotildees foram o resultado de mudanccedilas graduais nos indicadores subjacentes que compotildeem o iacutendice Em alguns casos estas alteraccedilotildees foram mais acentuadas e foram o resultado de melhorias nas pontuaccedilotildees do sub-iacutendice das infraestruturas Foi o caso da Malaacutesia que registou um aumento significativo na velocidade de banda larga fixa e banda larga internacional por usuaacuterio no Peru onde a banda larga internacional por usuaacuterio quase duplicou e no Meacutexico que registou um aumento significativo na velocidade da banda larga fixa

Colocircmbia e Costa Rica novamente no topo da classificaccedilatildeo com resultados que refletem uma melhoria dos indicadores de infraestruturas e acessos Os dois paiacuteses tecircm abordado o desenvolvimento e a implementaccedilatildeo da nova poliacutetica da ICT de uma forma abrangente melhorando a acessibilidade nos dois paiacuteses mdash o preccedilo de um plano de 500MB na Colocircmbia caiu para pouco mais de 3 do RNB per capita e apenas 1 do RNB per capita na Costa Rica Ambos fizeram da melhoria do acesso agrave Internet uma prioridade nacional e estabeleceram parcerias com o sector privado para construir e compartilhar a infra-estrutura de modo a garantir um Mercado sustentaacutevel e saudaacutevel Cada paiacutes enfrenta os mesmos desafios globais agrave conectividade encontrados em grande parte do mundo incluindo a pobreza e grandes populaccedilotildees rurais e tecircm mantido o objectivo claro de permitir a conectividade a estes grupos marginalizados com habilidades digitais e programas de formaccedilatildeo e investimento em TIC no conteuacutedo criado localmente

ColocircmbiaGrande parte do sucesso da Colocircmbia ateacute agora tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo na implementaccedilatildeo de poliacuteticas eficazes e na criaccedilatildeo de parcerias no sector do TIC A taxa de 53 de infiltraccedilatildeo de Internet na Colocircmbia estaacute entre as mais elevadas de todos os paiacuteses abrangidos neste relatoacuterio Pode ser explicado em parte pela estrateacutegia diversificada do governo para melhorar a acessibilidade e os custos acessiacuteveis no paiacutes Esta estrateacutegia foi delineada na primeira fase do ldquoPlano Viva Digitalrdquo lanccedilado em 2010 e foi descrito no nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

bull Alguns dos factores por traacutes do sucesso desta primeira fase do plano incluem

bull A melhoria na utilizaccedilatildeo da banda larga atraveacutes de um aumento de certificaccedilatildeo e formaccedilatildeo em cultura digital suporte para teletrabalho e melhoria dos serviccedilos electroacutenicos do governo

bull Incentivos melhores para a adesatildeo agrave banda larga a todos os niacuteveis (tais como a eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e IVA sobre a compra de PCs subsiacutedios para computadores e tarifas especiais subsidiados para acesso agrave Internet em domiciacutelios de baixa renda)

bull Promover o desenvolvimento do sector das TIC atraveacutes de empreacutestimos especiais para estudar domiacutenios na aacuterea das TIC uma rede de laboratoacuterios puacuteblicos para a criaccedilatildeo de conteuacutedo uma rede corporativa (programa de estaacutegios para a comercializaccedilatildeo e desenvolvimento de aplicaccedilotildees) e alianccedilas com os governos regionais para desenvolver a induacutestria de TI local

bull Medidas reguladoras como a promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas desenvolvimento de regras mais claras para os operadores de redes moacuteveis virtuais (MVNO) esforccedilos para enfrentar o domiacutenio do mercado e eliminaccedilatildeo de claacuteusulas de permanecircnciafidelizaccedilatildeo (nas quais eacute exigido aos clientes ter um certo nuacutemero de meses em seus contratos)

Em 2014 o governo Colombiano lanccedilou uma segunda fase do seu plano de banda larga mdash ldquoPlano Viva Digital IIrdquo Dois dos principais objectivos do novo plano incluem (1) fazer da Colocircmbia um liacuteder mundial no desenvolvimento de aplicaccedilotildees do TIC para reduccedilatildeo da pobreza e (2) tornar o governo o ldquomais eficiente e transparente do mundordquo no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das TIC A atenccedilatildeo expliacutecita do plano para melhorar a vida dos mais pobres eacute um modelo de como as poliacuteticas de TIC podem ser direccionados para o benefiacutecio de grupos especiacuteficos da populaccedilatildeo

Costa RicaTal como com a Colocircmbia grande parte do sucesso da Costa Rica tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo Na Costa Rica esta vontade poliacutetica a alto niacutevel decorre de um compromisso juriacutedico para com

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21 PAIacuteSES LATINO-AMERICANOS NO TOPO DO IacuteNDICE PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

as TIC como instrumento de luta contra a pobreza promoccedilatildeo dos direitos humanos e da participaccedilatildeo democraacutetica A Costa Rica possui uma das maiores taxas de adesatildeo contractual de banda larga moacutevel (44) de todos os paiacuteses constantes no relatoacuterio e tambeacutem tem o mais acessiacutevel plano de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB) ao preccedilo de pouco mais de 1 do PIB per capita Aproximadamente 50 do paiacutes estaacute conectado agrave Internet

O trabalho do Fundo Nacional de Telecomunicaccedilotildees (FONATEL) tambeacutem tem sido crucial para acabar com a exclusatildeo digital do paiacutes Os esforccedilos da FONATEL tecircm-se centrado especificamente em (1) conectar

comunidades (por exemplo atraveacutes de escolas e centros comunitaacuterios) (2) conectar famiacutelias (incluindo famiacutelias seniores mulheres de empresaacuterios pessoas com deficiecircncia etc) (3) conectar organizaccedilotildees do sector puacuteblico e (4) estabelecer redes WiFi locais

O novo Plano de Desenvolvimento das Telecomunicaccedilotildees (Plan Nacional de Desarrollo de las Telecomunicaciones) desenvolvido atraveacutes de ampla consulta visa aumentar a utilizaccedilatildeo da Internet para a meacutedia encontrada no interior dos paiacuteses da OCDE e melhorar a velocidade de banda larga de pelo menos 80 da populaccedilatildeo com a taxa meacutedia encontrada em paiacuteses da OCDE

O fim do ADI deste ano eacute muito similar ao final do nosso iacutendice de 2014-15 Enquanto muitos dos 10 paiacuteses com classificaccedilatildeo mais baixa estiveram melhor em vaacuterios indicadores os mesmos natildeo melhoraram o suficiente para aumentar a sua classificaccedilatildeo global em relaccedilatildeo aos outros paiacuteses

Para a maior parte estes paiacuteses fizeram mais progressos no sub-iacutendice de acesso No Nepal por exemplo a taxa de adesatildeo aacute Internet aumentou dois pontos percentuais e a adesatildeo agraves conexotildees de banda larga moacutevel aumentou cerca

de cinco pontos percentuais (bem abaixo do aumento meacutedio de todo o iacutendice de 67 pontos percentuais)

Para paiacuteses como a Etioacutepia e Burkina Faso melhorias modestas no sub-iacutendice de acesso foram prejudicadas por quedas ou quaisquer alteraccedilotildees nos indicadores relacionados com a sub-indexaccedilatildeo de infra-estrutura (por exemplo banda larga internacional e velocidades de banda larga fixa) Esta falta de progresso deriva em parte do facto de importantes reformas poliacuteticas e regulatoacuterias necessaacuterias em ambos os paiacuteses estarem ainda em curso

O Myanmar deu o maior salto na classificaccedilatildeo do ADI subindo nove posiccedilotildees para 27 (vigeacutesima seacutetima) posiccedilatildeo Esta mudanccedila veio como resultado da abertura bem-sucedida do mercado de telecomunicaccedilotildees anteriormente detida pelo estado a novos operadores (2013)e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) (Ver caixa abaixo intitulada Myanmar para uma discussatildeo mais detalhada sobre as mudanccedilas recentes na regiatildeo) Esperamos que o Myanmar continue a melhorar no ADI uma vez que mudanccedilas raacutepidas na adesatildeo e utilizaccedilatildeo satildeo reflectidas em anaacutelise futura

Marrocos e Meacutexico entraram ambos no top 10 este ano cada um com um aumento de cinco pontos no ranking ADI deste ano O Meacutexico comeccedilou a ver os frutos das alteraccedilotildees agraves suas poliacuteticas e praacuteticas do sector do TIC

muitas das quais estatildeo alinhadas com as melhores praacuteticas descritas pela A4AI Apoacutes a aprovaccedilatildeo de uma nova lei de telecomunicaccedilotildees em 2014 o Meacutexico introduziu um licenciamento de serviccedilo e tecnologia neutra aumentou a consulta puacuteblica no processo de regulamentaccedilatildeo e pretende lanccedilar uma rede de 700MHz de acesso aberto em 2018 A subida do Marrocos nas classificaccedilotildees foi em grande parte devido agrave melhoria das infra-estruturas e resultados de reformas que comeccedilaram haacute duas deacutecadas Estas reformas institucionais iniciais incluiacuteram a criaccedilatildeo do regulador a Agecircncia Nacional Reguladora das Telecomunicaccedilotildees (ANRT) e um plano para a liberalizaccedilatildeo do sector Isto levou agrave eventual privatizaccedilatildeo da Marrocos Telecom (a concessionaacuteria estatal) o lanccedilamento precoce de serviccedilos 3G e a entrada de duas novas operadoras (Meditel e INWI)

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22 O FIM DA TABELAFOR THE SECOND YEAR RUNNING

23 SUBIDA NAS CLASSIFICACcedilOtildeES MYANMAR MEacuteXICO amp MARROCOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

no mercado Estes eventos ocorreram bem antes da outros paiacuteses no Oriente Meacutedio e Norte da Aacutefrica (MENA)

Na verdade Marrocos tem um dos sistemas reguladores de telecomunicaccedilotildees mais avanccedilados e eficazes na Regiatildeo MENA O paiacutes tem implementado um regime de licenciamento razoavelmente transparente que permite opccedilotildees de licenciamento adicionais aumentando assim a concorrecircncia a diferentes niacuteveis de serviccedilo Em 2012 o governo lanccedilou um Plano Nacional de Banda Larga de dez anos com o objectivo de garantir o acesso agrave banda larga fixa ou moacutevel para toda a populaccedilatildeo ateacute 2022 O plano de banda larga tambeacutem inclui orientaccedilotildees especiacuteficas sobre a atribuiccedilatildeo de espectro para os serviccedilos de banda larga sem fio com e sem licenccedila Um ano apoacutes o lanccedilamento do novo plano de banda larga o ANRT

estabeleceu um novo plano nacional de frequecircncias que aborda a migraccedilatildeo e a atribuiccedilatildeo de espectro para novas aplicaccedilotildees de banda larga Em 2015 a questatildeo ART requer novas licenccedilas de 4G utilizando espectro disponiacutevel Ateacute o final de 2015 aproximadamente 19 da populaccedilatildeo era assinante de banda larga moacutevel12

Enquanto o dispositivo moacutevel continua a ser a forma dominante de acesso agrave banda larga em 2015 a ART decidiu incentivar a concorrecircncia na banda larga fixa Atualmente o mercado de banda larga fixa em Marrocos eacute principalmente controlado por uma empresa a Maroc Telecom A nova decisatildeo da ANRT iraacute permitir que outros prestadores de serviccedilos possam oferecer serviccedilos de banda larga fixos directamente aos clientes utilizando a infra-estrutura do operador encarregado

Muito tem sido feito apoacutes as tremendas mudanccedilas no sector de telecomunicaccedilotildees em Myanmar desde a aprovaccedilatildeo da Lei de Telecomunicaccedilotildees de 2013 passando o paiacutes de um monopoacutelio estatal para um mercado competitivo As reformas associadas incluem a futura criaccedilatildeo de um regulador independente e o desenvolvimento de regras claras e transparentes para o sector recentemente liberalizado com base em melhores praacuteticas internacionais

Em 2014 dois novos operadores de Telecomunicaccedilotildees do sector privado (Telenor and Ooredoo) entraram no mercado Desde entatildeo tecircm havido reduccedilotildees significativas nos preccedilos dos serviccedilos de banda larga com o preccedilo de um cartatildeo SIM passando de cerca de US$150 em 2013 para apenas US$150 em 20158

O processo de licitaccedilatildeo realizado pelo governo para seleccionar as duas novas operadoras de comunicaccedilotildees moacuteveis foi considerado como transparente e um exemplo de boas praacuteticas internacionais O governo garantiu compromissos das duas novas operadoras a investir fortemente no desenvolvimento de infra-estrutura de telecomunicaccedilotildees no paiacutes A Ooredoo por exemplo comprometeu-se a investir 15 mil milhotildees de doacutelares durante o periacuteodo de licenccedila de 15 anos e a Telenor delineou planos para investir mais de mil milhotildees de doacutelares no seu primeiro ano a explorar sozinho9 O provedor dos serviccedilos estatais encarregado da Myanmar Correios e Telecomunicaccedilotildees (MPT) tambeacutem firmou uma parceria com a empresa Japonesa KDDI-Sumitomo para melhorar as operaccedilotildees e as infra-estruturas de forma a expandir o serviccedilo

A Lei das Telecomunicaccedilotildees permite que as empresas independentes desenvolvam torres e infra-estrutura de fibra de modo a que os encargos de desenvolvimento de infra-estrutura natildeo sejam apenas da responsabilidade

das operadoras moacuteveis e do governo A partilha de torres aumentou e os custos desceram

A entrada tardia de Myanmar para o sector do TIC permitiu-lhe beneficiar da experiecircncia adquirida noutros paiacuteses As empresas de telecomunicaccedilatildeo saltaram as tecnologias obsoletas e optaram por usar e investir em tecnologia 3G desde o iniacutecio enquanto o governo tem adoptado poliacuteticas progressistas como um quadro de licenciamento unificado e promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas por parte dos operadores

Tudo isso levou a um mercado altamente competitivo e vibrante O sector de telecomunicaccedilotildees tornou-se alvo de investimento estrangeiro atraente perdendo somente para o sector da energia Myanmar tem testemunhado um aumento sem precedentes no nuacutemero de assinantes de banda larga provocado em parte pela disponibilidade de smartphones mais acessiacuteveis No final de 2013 o nuacutemero total do nuacutemero de conexotildees de banda larga moacutevel foi de 17 milhotildees ateacute o final de 2015 este nuacutemero havia crescido mais de 800 para 156 milhotildees10

Apesar deste progresso dramaacutetico o nuacutemero de conectados agora representam apenas 18 da populaccedilatildeo Ainda haacute muito a ser feito Prioridades devem incluir um papel de relevo nas infra-estruturas durante os proacuteximos anos enfrentar o alcance limitado da rede eleacutectrica melhorar o controlo do cumprimento das licenccedilas aumentar a partilha de infra-estruturas e melhorar a capacidade humana e institucional do paiacutes para enfrentar esses desafios A Coligaccedilatildeo dos Multi-actores da A4AI-Myanmar estaacute a trabalhar para informar o novo Plano Principal de Telecomunicaccedilotildees do governo e para manter o ritmo visto ao longo dos uacuteltimos anos para melhoria da acessibilidade e expansatildeo do acesso

MYANMAR RAacutePIDAS MUDANCcedilAS NUM MERCADO EMERGENTE

8 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf9 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf10 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)11 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

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Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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20

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

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41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

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MB)

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10

8

14

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16

Mozambique

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Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 2: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

2

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Temos o prazer de apresentar a nova ediccedilatildeo do Relatoacuterio de Acessibilidade ndash uma iniciativa de pesquisa anual produzida pela Alianccedila para a Internet Acessiacutevel O Relatoacuterio representa parte de nossos esforccedilos contiacutenuos para entender porquecirc alguns paiacuteses tiveram ecircxito em tornar o acesso a Internet universal e a preccedilos mais acessiacuteveis e o que os outros podem fazer para recuperarem rapidamente O Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-

16 lanccedilado em Fevereiro de 2016 olha para as poliacuteticas incentivos e investimento

em infra-estrutura realizados em 51 paiacuteses em desenvolvimento

e emergentes e avalia ateacute que ponto estatildeo a ser

implementados para expandir o acesso

agrave banda larga a preccedilos

acessiacuteveis O Relatoacuterio

considera como os

efeitos da

pobreza e da desigualdade no rendimento e a disparidade de geacutenero no acesso estatildeo a ocultar o verdadeiro estado da acessibilidade da Internet Que medidas devemos de tomar para ultrapassar barreiras e atingir o acesso universal Esperamos que vocecirc goste do relatoacuterio deste ano e que as conclusotildees sejam uacutetil para o seu trabalho Tambeacutem encorajamos tods a visitar o nosso portal on-line dedicado ao Relatoacuterio de Acessibilidade em wwwa4aiorgaffordability-report onde vocecirc pode encontrar um explorador de dados interactivo abrangendo todos os 51 paiacuteses Para se atingir a nova meta global de acesso agrave Internet acessiacutevel e universal ateacute 2020 e necessario uma accedilatildeo corajosa e coletiva para propor a adoccedilatildeo de um novo objetivo de acessibilidade ldquo1 por 2rdquo desenvolver planos nacionais de banda larga na perspectiva de geacutenero e dar prioridade agraves soluccedilotildees de acesso puacuteblico Esperamos que se junte a noacutes esforccedilos para trazer os benefiacutecios associados com o acesso agrave Internet acessiacutevel a milhares de milhotildees mais em todo o mundo

Sonia N JorgeDiretora Executiva A4AI

BEM-VINDO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2

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3

RESUMO EXECUTIVO 4 ndash 6

1 INTRODUCcedilAtildeO 7 ndash 10

2 O Iacutendice dos Motores de Acessibilidade (ADI) 11

21 Paiacuteses latino-americanos no topo do iacutendice 15 pelo segundo ano consecutivo

22 O Fim da Tabela 16

23 Subida nas classificaccedilotildees 16 myanmar meacutexico amp marrocos

24 Acessibilidade nos paiacuteses menos 18 desenvolvidos do mundo

25 O longo caminho para a melhoria da 20 acessibilidade da banda larga

26 Aumentar a acessibilidade desenvolvendo 21 poliacuteticas em consonacircncia com as melhores praacuteticas

27 Abordagem abrangente para a elaboraccedilatildeo 22 de poliacuteticas

3 Pobreza Desigualdade De Rendimentos 23 E O Caso De Acessibilidade

31 O efeito da pobreza 25

32 O efeito distorcido da desigualdade de renda 26

33 Ansiosos por dados 28

34 O longo caminho para o acesso universal nos 29 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo

35 Superar os desafios da pobreza e da 30 desigualdade de rendimentos

4 Disparidade de geacutenero exacerbar dos 31 desafios de acessibilidade

41 Mulheres e o acesso agrave internet de 32 ndash 33 baixo custo o quadro actual

42 Usar uma poliacutetica inteligente para colmatar 34 o fosso digital entre os sexos e alcanccedilar o acesso universal com igualdade

5 Recomendaccedilotildees Poliacuteticas 37

51 Redefinir acessibilidade com as desigualdades de rendimento e de geacutenero em vista 38

52 Reduce the cost of devices 39

53 Dar prioridade agraves facilidades de acesso 39 ndash 40 puacuteblico

54 Desenvolver planos nacionais de banda 40 ndash 42 larga na perspectiva de geacutenero

55 Abordagem integrada agraves poliacuteticas para 43 internet de banda larga acessiacutevel

ANEXOS 44

Agradecimentos 44

ANEXO A Metodologia 44 ndash 47

ANEXO B iacutendice dos motores de acessibilidade ndash 48 paiacuteses emergentes

ANEXO C iacutendice dos motores de acessibilidade 48 ndash paiacuteses em desenvolvimento

ANEXO D Comparaccedilatildeo das classificaccedilotildees no 49 adi e preccedilo como do pib per capita para banda larga moacutevel

IacuteNDICE

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Atingir esta meta requer acccedilatildeo arrojada e imediata Na nossa actual trajectoacuteria a A4AI prevecirc que atinjamos esta meta soacute em 2042 ndash 22 anos depois da data limite definida pela comunidade global Sem uma reforma urgente em 2020 veremos apenas 16 da populaccedilatildeo nos paiacuteses mais pobres do mundo e 53 em todo o mundo conectada Natildeo soacute natildeo vamos atingir a meta como vamos ficar muito longe dela Este atraso na conectividade vai prejudicar o desenvolvimento global em todos os aspectos contribuindo para a perda de oportunidades de crescimento econoacutemico e negando a centenas de milhotildees de pessoas o acesso ao ensino e serviccedilos de sauacutede em linha uma voz poliacutetica e muito muito mais

Com a finalidade a contribuir para ajudar os liacutederes a colocarem-nos no caminho certo para atingir esta meta o Relatoacuterio de Acessibilidade de 2015-16 olha para o ambiente da acessibilidade em 51 paiacuteses considera os efeitos da pobreza e da desigualdade no rendimento e olha de perto para a disparidade de geacutenero no acesso

ldquoTodos devem ter acesso a Internetrdquo Esta foi a conclusatildeo dos 193 estados membro das Naccedilotildees Unidas ao acordarem o novo conjunto de Metas para o Desenvolvimento Sustentaacutevel (SDGs) em Setembro de 2015 Sublinhando o potencial da Internet para contribuir para o desenvolvimento e empoderamento global a meta 9c das SDG convoca ao acesso universal a preccedilos acessiacuteveis nos paiacuteses menos desenvolvidos do mundo ateacute 2020

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

RESUMO EXECUTIVO

5 Mais Ranking Geral do ADI 5 Mais Paiacuteses Menos DesenvolvidosColocircmbia Ruanda

Costa Rica Uganda

Malaacutesia Gacircmbia

Turquia Myanmar

Peru Tanzacircnia

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RESUMO EXECUTIVO

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O Iacutendice dos Motores de Acessibilidade

O nosso Iacutendice de Motores da Acessibilidade (ADI) olha para as poliacuteticas incentivos e investimento em infra-estrutura realizados em 51 paiacuteses em desenvolvimento e emergentes e avalia ateacute que ponto estatildeo a ser implementados Inclui poliacuteticas que cremos que guiem o progresso para uma Internet mais acessiacutevel Os paiacuteses que se saem bem no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos embora o ADI natildeo meccedila directamente os preccedilos

O nosso Iacutendice de Motores da Acessibilidade (ADI) olha para as poliacuteticas incentivos e investimento em infra-estrutura realizados em 51 paiacuteses em desenvolvimento e emergentes e avalia ateacute que ponto estatildeo a ser implementados Inclui poliacuteticas que cremos que guiem o progresso para uma Internet mais acessiacutevel Os paiacuteses que se saem bem no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos embora o ADI natildeo meccedila directamente os preccedilos

A Colocircmbia e a Costa Rica encontram-se novamente no topo dos rankings com pontuaccedilotildees que reflectem melhoria nos indicadores de infra-estrutura e de acesso O Myanmar deu o maior salto no ranking do ADI subindo nove lugares ateacute a 27ordf posiccedilatildeo graccedilas a abertura com ecircxito do anterior mercado de telecomunicaccedilotildees estatal para novas operadoras (2013) e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) No entanto como um todo as classificaccedilotildees no ADI satildeo baixas significando que temos agrave nossa frente muito trabalho aacuterduo para os paiacuteses criarem o ambiente certo para fazer baixar os preccedilos e aumentar as taxas de conexatildeo

Pobreza e Desigualdade

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu a meta de acessibilidade de 5 para quem vive na pobreza Natildeo se trata de um problema que afecta apenas pequenos grupos de pessoas ndash 19 mil milhotildees de pessoas nos paiacuteses abrangidos pelo ADI vivem na pobreza (isto eacute menos de $310 por dia)

A desigualdade no rendimento tambeacutem desempenha um papel e pode fazer com que o progresso aparente ser mais raacutepido do que eacute Embora 25 dos 51 paiacuteses tenham atingido a meta de

acessibilidade de 5 definido pelas NU para quem tenha o rendimento nacional meacutedio apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 de pessoas com rendimentos mais baixos O que significa que milhotildees de pessoas continuam a ser excluiacutedas da revoluccedilatildeo digital nos paiacuteses que atingiram a meta de 5 No entanto quando os custos descem para 2 ou menos dos rendimentos mensais o acesso tende a ser acessiacutevel para todos os grupos de rendimento

Embora o relatoacuterio natildeo considere em detalhe os custos dos dispositivos nota que o custo de compra de um telefone com Internet pode desempenhar um grande papel na determinaccedilatildeo de quem consegue pagar para estar conectado Quando acrescentamos o preccedilo hipoteacutetico de US$48 de um smartphone de baixo custo ao preccedilo do pacote de 500MB de banda larga a populaccedilatildeo total de quase todos os paiacuteses que realmente consegue pagar um pacote de banda larga e um smartphone de baixo custo desce 20 Tambeacutem notamos que 500MB por mecircs oferece apenas oportunidades muito limitadas para uso significativo da Internet

A Disparidade de Geacutenero no Acesso

A dura realidade do retrato da acessibilidade para quem vive na pobreza e na base da piracircmide de rendimento o custo da conexatildeo eacute ainda mais alto para as mulheres nestes grupos A disparidade de rendimento entre os sexos diminui a capacidade das mulheres ndash em particular das famiacutelias lideradas por mulheres ndash conseguirem pagar o acesso a Internet Recente estudo da Web Foundation mostra que as mulheres pobres em zonas urbanas tecircm 50 menos probabilidade de se conectarem a Internet do que homens do mesmo grupo etaacuterio com niacuteveis de ensino e rendimento similar

As metas 9c (acesso universal a preccedilos acessiacuteveis) e 5b (aperfeiccediloamento do uso de ICT para promover o empoderamento da mulher) da SDG podem ser encontrados sob diferentes metas abrangentes mas estatildeo inextricavelmente interligadas O acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos e focados para conectar as mulheres a Internet tal como a igualdade de geacutenero plena natildeo pode ser alcanccedilada sem facilitar o acesso da mulher a uma Internet acessiacutevel aberta e segura O acesso a oportunidades de ensino capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo eacute crucial para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerada e integrada como parte de uma estrateacutegia abrangente

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RESUMO EXECUTIVO

Recomendaccedilotildees

1 Desenvolver e trabalhar para uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Propomos uma nova meta ldquo1 a 2rdquo 1GB de dados com preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal

2 Reduzir o custo dos telemoacuteveis e aparelhos ICT Os governos devem trabalhar para reformar os regimes fiscais e patentes para que os custos dos aparelhos ICT possam baixar Tambeacutem vatildeo precisar de incentivar o sector privado para desenvolver smartphones de alta qualidade e baixo custo

3 Aumentar o investimento e disponibilidade de acesso puacuteblico subsidiado Existem sempre grupos que seratildeo excluiacutedos pelo mercado e para os quais os custos do acesso permaneceratildeo fora do alcance O acesso puacuteblico atraveacutes de bibliotecas centros comunitaacuterios e sistemas de WiFi municipal ndash financiados por Fundos de Serviccedilo e Acesso Universal bem geridos ndash eacute crucial para trazer acesso a estas populaccedilotildees

4 Criar metas especiacuteficas com prazos definidos para colmatar a disparidade digital entre os sexos Em grande parte do mundo em desenvolvimento ao fosso no uso de Internet

entre os sexos eacute desconcertante ndash por exemplo em Kampala no Uganda haacute apenas uma mulher em linha para cada trecircs homens Os governos devem definir metas concretas para alcanccedilar a igualdade de geacutenero na adopccedilatildeo habilidades e empoderamento digital e suportaacute-las com programas especiacuteficos e alocaccedilotildees orccedilamentais Os dados desagregados por geacutenero devem ser recolhidos para monitorar o progresso O que deve ser feito atraveacutes de planificaccedilatildeo nacional de banda larga sensiacutevel ao geacutenero

5 Abordagem integrada para decisatildeo poliacutetica Trazer acesso internet para todos requer poliacuteticas equilibradas que respondem a procura e tambeacutem a oferta regulamento aleacutem de concorrecircncia banda larga fixa e moacutevel acesso puacuteblico e assinaturas individuais Os ministros do governo e outros devem encabeccedilar os esforccedilos para reunir todos os actores e desenvolver um plano claro e coerente para sequenciar as reformas e estimular os investimentos necessaacuterios para permitir custos reduzidos e acesso disseminado Doadores e agecircncias de ajuda devem juntar-se a festa com apoio financeiro e praacutetico

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ldquoTODOS DEVEM TER ACESSO Agrave INTERNETrdquo

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1INTRODUCcedilAtildeO

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ldquoTodos deveriam ter acesso agrave Internetrdquo Foi assim acordado em Setembro de 2015 quando os 193 estados membros das Naccedilotildees Unidas acordaram um novo conjunto de Metas para o Desenvolvimento Sustentaacutevel (SDGs) que definiu a agenda para o desenvolvimento global para os proacuteximos 15 anos A SDG 9c explicita como meta o acesso universal a custos acessiacuteveis por todos os Paiacuteses Menos Desenvolvidos do Mundo (PMDLDCs) ateacute 2020 implicitamente pressupondo custos e a universalidade de forma acessiacutevel a niacutevel global ndash acesso para todos em toda a parte ateacute 2020 Contudo de acordo com a evoluccedilatildeo actual os PMDs demoraratildeo quase 30 anos para atingir esta meta1

Atingir esta meta requer uma acccedilatildeo arrojada A menos que aceleremos dramaticamente o progresso apenas 16 da populaccedilatildeo dos paiacuteses mais pobres e 53 do mundo todo estaratildeo conectados ateacute 2020 Este desfasamento na conectividade natildeo soacute iraacute resultar numa enorme perda de crescimento econoacutemicomdash como tambeacutem iraacute privar centenas de milhotildees de pessoas de terem acesso agrave educaccedilatildeo serviccedilos de sauacutede expressatildeo poliacutetica e oportunidades de emprego atraveacutes da internet

Este relatoacuterio identifica barreiras criacuteticas que devem ser superadas em apenas quatro anos de forma a atingir a meta de conectividade da SGD e estabelece os passos que as organizaccedilotildees Governamentais Entidades Reguladoras Empresas e Sociedade Civil devem dar agora

O Status Quo

Hoje mais de quatro mil milhotildees de pessoasmdash cerca de 56 da populaccedilatildeo mundial mdash ainda natildeo tecircm acesso agrave Internet Esta populaccedilatildeo ldquoofflinerdquo compreende maioritariamente mulheres A maioria vive nos PMDs e outros paiacuteses em desenvolvimento5

Um dos obstaacuteculos que a maioria dos paiacuteses enfrenta na corrida para expandir o acesso eacute a acessibilidade mdash a grande maioria das pessoas sem acesso agrave Internet hoje em dia estatildeo ldquoofflinerdquo simplesmente porque natildeo tecircm recursos para pagar a conexatildeo baacutesica Para os Noruegueses acesso constante a banda larga raacutepida

e ilimitada custa pouco mais do que um latte que muitos compram todos os dias no caminho para o escritoacuterio Para os Nigerianos apenas 500MB de dados moacuteveis preacute-pagos podem custar mais do que eles gastam na educaccedilatildeo dos seus filhos

A Comissatildeo da ONU para banda larga define como banda larga acessiacutevel quando um pacote inicial (500MB) estaacute disponiacutevel a 5 ou menos do rendimento miacutenimo mensal (ou seja PIB per capita) Contudo em 2014 o custo meacutedio de um pacote preacute-pago 500MB foi de 152 do PIB per capita em PDMs e de 65 em todos os paiacuteses em desenvolvimento

Os preccedilos da Internet aparentam estar a descer e a acessibilidade conforme definido pela ONU estaacute a aumentar mdash no ano passado a UIT informou que 67 dos 116 paiacuteses em desenvolvimento tinham de facto conseguido atingir a meta de acessibilidade de 5 imposta pela ONU Entatildeo porque eacute que o crescimento da utilizaccedilatildeo da Internet acabou por diminuir O uso em todo o mundo cresceu 74 in 2014 mas apenas 69 em 2015

O que estaraacute a atrasar o progresso

Este relatoacuterio alega que o atraso no crescimento da conectividade deve-se ao fracasso dos decisores poliacuteticos em enfrentar os efeitos conjuntos da pobreza e da desigualdade de rendimentos

Enquanto a pobreza global no geral estaacute a diminuir (tanto em nuacutemeros absolutos como em percentagem da populaccedilatildeo) ainda haacute mais de dois mil milhotildees de pessoas a viver na pobreza absoluta em todo o mundo em desenvolvimento (ou seja com menos de US$310dia) Para estas pessoas o acesso agrave Internet continua a ser uma realidade muito distante

O crescimento econoacutemico nos paiacuteses em desenvolvimento natildeo tem sido distribuiacutedo de forma equitativa De acordo com a ONU mais de 75 das famiacutelias nos paiacuteses em desenvolvimento vivem hoje em sociedades onde o rendimento eacute distribuiacutedo de forma mais desigual do que era na deacutecada de 90 Quando algumas pessoas ganham muito enquanto outros

1 INTRODUCcedilAtildeO

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1 Para efeitos deste relatoacuterio definimos ldquoacesso universalrdquo como taxa de 90 de penetraccedilatildeo da Internet Esta definiccedilatildeo incrementa a declaraccedilatildeo WSIS que define acesso universal como ldquoAcesso universal omnipresente equitativo e acessiacutevel a infra-estrutura e serviccedilos ICTrdquo

2 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 3 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 4 Ao longo deste relatoacuterio todas as mediccedilotildees do preccedilo de planos de 500MB satildeo para planos moacuteveis preacute-pagos (a menos que notado o contraacuterio) Todas as

mediccedilotildees de preccedilos para 1GB satildeo planos proacutes-pagos para computador (a menos que notado o contraacuterio)

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ganham muito pouco a ldquomeacutediardquo de rendimento per capita mdash o valor de referecircncia que a ONU utiliza para avaliar a acessibilidade mdash seraacute muito maior do que aquilo que a maioria das pessoas realmente ganha Na Aacutefrica do Sul por exemplo o rendimento meacutedio eacute de US$6800 (PIB per capita 2014) mas 60 da populaccedilatildeo na realidade recebe menos de metade desse valor Na praacutetica isto significa que para quase metade da populaccedilatildeo sul-africana uma conexatildeo de internet moacutevel aparentemente acessiacutevel (preccedilo de cerca de 15 do rendimento ldquomeacutediordquo mensal) na verdade custa em qualquer lugar entre7-15 do seu rendimento A ideia de um rendimento ldquomeacutediordquo nacional eacute ainda mais distorcida pela desigualdade salarial em termos de geacutenero

Como resultado dessas desigualdades um paiacutes pode cumprir a meta de acessibilidade da ONU a um niacutevel superior mas ainda vecirc uma grande quantidade de pessoas sem capacidade para pagar uma ligaccedilatildeo agrave internet Superar os obstaacuteculos colocados por estas desigualdades seraacute fundamental para a expansatildeo do acesso a preccedilos acessiacuteveis e para trazer o acesso universal ateacute 2020 dentro da esfera da possibilidade

O tempo de agir eacute agora

O tempo eacute curto De forma a por ldquoonlinerdquo cerca de quatro mil milhotildees de pessoas em menos de cinco anos deveremos agir agora a uma escala e rapidez nunca antes vistas Governos o sector privado doadores e sociedade civil deveratildeo unir-se para tomar corajosamente as medidas necessaacuterias que permitiratildeo aos que estatildeo ldquoofflinerdquo ter acesso e pagar uma Internet livre e ilimitada

A exclusatildeo digital significa exclusatildeo por pobreza e geacutenero O custo mais elevado dos dados moacuteveis e dispositivos atinge com maior dureza quem tem rendimentos mais baixos em particular mulheres e a populaccedilatildeo rural A menos que medidas especiacuteficas sejam tomadas para tornar a Internet acessiacutevel e disponiacutevel a estes grupos as iniciativas de cobertura para ldquoconectar todosrdquo pode ter o risco de aprofundar as disparidades homemmulher e urbanorural existentes

Alcanccedilar o acesso universal e os custos acessiacuteveis sugeridos pela SDG 9c exigiraacute medidas urgentes e especiacuteficas para superar as barreiras apresentadas pela desigualdade de rendimentos e pobreza Estas incluem

1 Desenvolver e trabalhar para uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Para alcanccedilar o acesso universal devemos impulsionar os preccedilos bem abaixo dos actualmente estabelecidos para uma meta a niacutevel do pacote inicial (ou seja 500MB) de banda larga com preccedilos de 5 ou menos do valor de rendimento meacutedio mensal Propomos uma nova meta de ldquo1 para 2rdquo 1GB de dados moacuteveis ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal

2 Reduzir o valor dos telemoacuteveis e dispositivos ICT Para que o acesso agrave Internet seja acessiacutevel aos que actualmente estatildeo excluiacutedos devido ao preccedilo eacute importante reduzir os custos dos dispositivos Os preccedilos dos telemoacuteveis e outros dispositivos podem ser inflacionados pelos elevados impostos de importaccedilatildeo e taxas excessivas de patentes e ldquoroyaltiesrdquo Os governos devem trabalhar para reforma tributaacuteria e dos regimes de patentes para que os custos do dispositivo de ICT possam descer e seraacute necessaacuterio incentivar o sector privado a desenvolver smartphones de alta qualidade e de baixo custo

3 Aumentar o investimento e disponibilidade puacuteblica com acesso subsidiado Um mercado de banda larga forte e competitivo pode ir longe no sentido de conduzir os preccedilos para um valor mais baixo mdash em conjunto com dispositivos mais baratos mdash conectando os desconectados No entanto existem sempre grupos que seratildeo excluiacutedos do Mercado e aqueles a quem os custos de acesso permaneceratildeo inacessiacuteveis O acesso puacuteblico atraveacutes das bibliotecas centros comunitaacuterios e sistemas de WiFi municipais mdash financiados por fundos para serviccedilo universal e de acesso bem administrados mdash satildeo fundamentais para melhorar o acesso a essas populaccedilotildees

1 INTRODUCcedilAtildeO

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5 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 6 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 7 World Bank (2015) Poverty Overview httpwwwworldbankorgentopicpovertyoverview

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1 INTRODUCcedilAtildeO ONTINUED

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 Criar metas especiacuteficas com prazos para eliminar a exclusatildeo digital com base no geacutenero Em grande parte do mundo em desenvolvimento as disparidades de geacutenero na utilizaccedilatildeo da Internet satildeo impressionantes mdash em Kampala Uganda por exemplo haacute apenas uma mulher online por cada trecircs homens online Ainda assim o reconhecimento dessa diferenccedila digital com base no geacutenero eacute praticamente invisiacutevel nos planos nacionais de banda larga e nas estatiacutesticas oficiais Os governos devem definir metas concretas para alcanccedilar a equidade de geacutenero na adopccedilatildeo de competecircncias digitais e de capacitaccedilatildeo e devem apoiar estas metas com programas especiacuteficos e dotaccedilotildees orccedilamentais Devem ser recolhidos dados desagregados por geacutenero para monitorar o progresso

5 Uma abordagem integrada agrave formulaccedilatildeo de poliacuteticas Por todos online exige poliacuteticas equilibradas que respondam a toda agrave procura e agrave oferta regulamentos e concorrecircncia banda larga fixa e moacutevel acesso puacuteblico e acessibilidade do consumidor Exigem cooperaccedilatildeo entre os ministeacuterios entre as unidades geograacuteficas (local estadual e nacional) e entre actores do sector privado cujos interesses comerciais podem diferir bastante O governo (ou seja os ministeacuterios das comunicaccedilotildees ou o gabinete do chefe de estado) deve assumir a lideranccedila na convocaccedilatildeo desses actores e desenvolver um plano claro e coerente para reformas sequenciadas mobilizando os investimentos necessaacuterios Governos e agecircncias doadoras devem apoiar este processo intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como em habilidades digitais conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico

A HORA DE AGIR Eacute AGORA

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2O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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Superar o desafio de acessibilidade eacute fundamental para alcanccedilar o acesso universal A tecnologia para fornecer acesso a baixo custo estaacute amplamente disponiacutevel com novos avanccedilos tecnoloacutegicos a surgindo constantemente No entanto poliacuteticas desactualizadas ou mal concebidas que aumentam artificialmente os custos mdash por exemplo inibindo a concorrecircncia ou a imposiccedilatildeo de requisitos de licenciamento complicados mdash contribuem para que os preccedilos continuem teimosamente elevados

Esforccedilos para expandir o acesso agrave internet devem ser conduzidos por um conjunto de poliacuteticas flexiacuteveis e progressivas e regulamentos que permitam que os preccedilos ao consumidor desccedilam drasticamente e de forma raacutepida Quais satildeo as poliacuteticas quem as estabelece e como estatildeo a funcionar

O nosso Iacutendice dos Motores da Acessibilidade (ADI) analisa as poliacuteticas incentivos e ambiente infraestrutural local em 51 paiacuteses emergentes e em desenvolvimento incluindo poliacuteticas que acreditamos levar a um progresso para uma Internet mais acessiacutevel Em seguida avalia ateacute que ponto essas poliacuteticas estatildeo a

ser implementadas O ADI deliberadamente natildeo avalia directamente os preccedilos mdash mas existe uma correlaccedilatildeo entre as melhores pontuaccedilotildees no ADI e os preccedilos de banda larga mais baixos em relaccedilatildeo agrave renda Em resumo os paiacuteses bem posicionados no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos e satildeo susceptiacuteveis de serem capazes de reduzir os preccedilos cada vez mais e de forma acelerada no futuro

Embora no ano passado tenha havido algum progresso marginal na frente da acessibilidade os resultados normalmente baixos em linha com o ADI mostram o quanto ainda temos de percorrer para alcanccedilar o acesso universal Na nossa trajectoacuteria actual natildeo chegaremos nem perto de alcanccedilar a meta de acesso universal ateacute 2020 Reforma poliacutetica eacute um primeiro passo fundamental e necessaacuterio para a expansatildeo do acesso

Nesta secccedilatildeo olhamos com mais detalhe aquilo que os paiacuteses estatildeo a fazer para tornar o acesso agrave Internet mais acessiacutevel para grande parte da sua populaccedilatildeo e qual das poliacuteticas usadas estatildeo a funcionar

Este ano o Iacutendice de Acessibilidade A4AI foi chamado Iacutendice dos Motores de Acessibilidade (ADI) Porquecirc Achamos que este nome descreve com mais precisatildeo aquilo que o Iacutendice estaacute a avaliar mdash ou seja a combinaccedilatildeo de medidas de poliacutetica e outros factores vitais que determinam como um paiacutes seraacute capaz de reduzir os preccedilos da banda larga

O ADI examina os factores atraveacutes de sub-iacutendices de duas aacutereas mdash infraestrutura e acesso

1 O sub-iacutendice de infraestrutura avalia a extensatildeo actual de implantaccedilatildeo de infraestrutura e operaccedilotildees juntamente com as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor de forma a incentivar e permitir o investimento rentaacutevel na expansatildeo de infraestruturas futuras As variaacuteveis incluiacutedas neste sub-iacutendice incluem por exemplo a quantidade de banda larga disponiacutevel em um determinado paiacutes e uma avaliaccedilatildeo da poliacutetica do espectro da naccedilatildeo

2 O Sub-iacutendice de acesso mede taxas actuais de adopccedilatildeo da banda larga e as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor para incentivar o crescimento e garantir a oferta de acesso agrave Internet de forma acessiacutevel e equitativa Este sub-iacutendice inclui variaacuteveis como as taxas actuais de infiltraccedilatildeo da Internet e uma avaliaccedilatildeo da eficaacutecia dos Fundos de Serviccedilo Universal de um paiacutes

Cada paiacutes eacute classificado atraveacutes de uma gama de variaacuteveis dentro de cada sub-iacutendice e eacute entatildeo classificado contra os outros paiacuteses do ADI tendo como classificaccedilatildeo mais elevada o paiacutes que receber uma pontuaccedilatildeo de 100 e pontuaccedilatildeo zero para o menor classificado (Nota Embora tenhamos recolhido dados de 88 paiacuteses incluindo paiacuteses desenvolvidos apenas analisamos paiacuteses emergentes e em desenvolvimento eacute por

isso que a Colocircmbia o paiacutes mais bem classificado no ADI este ano apenas pontuou 65 e natildeo 100) Classificaccedilotildees mais elevadas indicam a existecircncia de uma combinaccedilatildeo de factores que contribuem para uma reduccedilatildeo de custos da induacutestria e preccedilos de banda larga mais baixos incluindo a elevada infiltraccedilatildeo de banda larga infra-estruturas suficientes e ainda poliacuteticas e regulamentos eficazes (Para mais detalhes sobre a metodologia usada para o ADI consulte o Apecircndice 1)

Com efeito uma pontuaccedilatildeo mais elevada no ADI estaacute correlacionada com uma Internet de banda larga mais acessiacutevel Ilustrado na Figura 1 que mostra como a classificaccedilatildeo de um paiacutes no ADI aumenta o preccedilo de um plano de dados de 500MB em relaccedilatildeo agrave reduccedilatildeo do rendimento meacutedio Esta relaccedilatildeo tambeacutem acontece em relaccedilatildeo a um plano maior de 1GB (Figura 2)

O ADI deste ano cobre os mesmos 51 paiacuteses incluiacutedos no nosso iacutendice de 2014-15 e usa a mesma metodologia usada no ano passado No entanto enquanto todas as fontes de dados foram as mesmas noacutes natildeo realizaacutemos um novo conjunto de inqueacuteritos poliacuteticos em 2015 Com base no pressuposto que os ambientes poliacuteticos e normativos tendem a mudar lentamente e foi confirmado por consulta as respostas a inqueacuteritos por vaacuterios especialistas em poliacutetica que participaram no inqueacuterito em 2014 (veja o Anexo A) Assim as actualizaccedilotildees das classificaccedilotildees do ADI baseiam-se apenas em novos dados secundaacuterios

O QUE Eacute O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Figura 2 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano de computador poacutes-pago de 1GB (como do PIB per capita 2014)

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Figura 1 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano moacutevel preacute-pago de 500MB (como do PIB per capita 2014)

Pric

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mob

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ADI SCORE

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Emerging Developing

ADI SCORE Emerging Developing

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Posiccedilatildeo 2015

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Infraestruturas

Resultado de Contagem do ADI

Posiccedilatildeo 2014

1 Colocircmbia 6945 6085 6532 22 Costa Rica 7888 5000 6460 13 Malaacutesia 6957 5669 6328 44 Turquia 6585 5860 6235 35 Peru 6193 6148 6182 56 Brasil 5928 6035 5990 67 Marrocos 6167 4932 5551 128 Mauriacutecias 6558 4481 5520 79 Meacutexico 5668 5105 5385 1410 Argentina 5716 4958 5335 911 Ruanda 5442 5190 5313 1012 Nigeacuteria 5783 4793 5285 1113 Tailacircndia 6072 4413 5239 1314 Jamaica 5902 4279 5084 1615 Ecuador 5399 4735 5060 816 Uganda 5653 4244 4940 1517 Rep Dominicana 5307 4163 4723 1818 Tuniacutesia 4680 4711 4683 1719 Africa do Sul 5457 3859 4644 2020 Gacircmbia 4912 4281 4582 2121 Queacutenia 5200 3927 4548 1922 China 4799 4182 4474 2323 Botswana 4882 4054 4451 2424 Vietname 5674 3233 4437 2225 Paquistatildeo 4360 4497 4411 2526 Gana 4715 3892 4284 2627 Myanmar 3188 5367 4257 3628 Filipinas 4783 3707 4224 2929 Indoneacutesia 4570 3909 4219 2730 Repuacuteblica da 4390 4038 4193 2831 Iacutendia 3785 4288 4012 3032 Egipto 3276 4684 3955 3233 Bangladesh 3373 4504 3913 3334 Namiacutebia 5156 2676 3890 3135 Zacircmbia 4166 3444 3777 3536 Mali 3645 3721 3653 4037 Cazaquistatildeo 4416 2945 3650 3438 Benim 3294 3787 3508 4139 Venezuela 4112 2839 3442 3740 Jordacircnia 4636 2302 3436 3841 Senegal 3708 2865 3250 3942 Nepal 3533 2447 2948 4443 Moccedilambique 3830 1875 2809 4244 Camarotildees 3110 2179 2597 4345 Zimbabueacute 3348 1912 2583 4546 Burkina Faso 2974 1499 2182 4647 Malawi 2477 1650 2006 4748 Etioacutepia 3107 000 1488 4849 Serra Leoa 1706 1169 1370 4950 Haiti 1488 1322 1336 5051 Ieacutemen 000 181 000 51

Tabela 1 201516 ADI Pontuaccedilotildees e Classificaccedilotildees

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Paiacuteses Latino-americanos mais uma vez dominam o ranking do ADI com seis paiacuteses da regiatildeo entre os primeiros 10 Para a maioria dos 10 primeiros paiacuteses no ADI as mudanccedilas de posiccedilotildees foram o resultado de mudanccedilas graduais nos indicadores subjacentes que compotildeem o iacutendice Em alguns casos estas alteraccedilotildees foram mais acentuadas e foram o resultado de melhorias nas pontuaccedilotildees do sub-iacutendice das infraestruturas Foi o caso da Malaacutesia que registou um aumento significativo na velocidade de banda larga fixa e banda larga internacional por usuaacuterio no Peru onde a banda larga internacional por usuaacuterio quase duplicou e no Meacutexico que registou um aumento significativo na velocidade da banda larga fixa

Colocircmbia e Costa Rica novamente no topo da classificaccedilatildeo com resultados que refletem uma melhoria dos indicadores de infraestruturas e acessos Os dois paiacuteses tecircm abordado o desenvolvimento e a implementaccedilatildeo da nova poliacutetica da ICT de uma forma abrangente melhorando a acessibilidade nos dois paiacuteses mdash o preccedilo de um plano de 500MB na Colocircmbia caiu para pouco mais de 3 do RNB per capita e apenas 1 do RNB per capita na Costa Rica Ambos fizeram da melhoria do acesso agrave Internet uma prioridade nacional e estabeleceram parcerias com o sector privado para construir e compartilhar a infra-estrutura de modo a garantir um Mercado sustentaacutevel e saudaacutevel Cada paiacutes enfrenta os mesmos desafios globais agrave conectividade encontrados em grande parte do mundo incluindo a pobreza e grandes populaccedilotildees rurais e tecircm mantido o objectivo claro de permitir a conectividade a estes grupos marginalizados com habilidades digitais e programas de formaccedilatildeo e investimento em TIC no conteuacutedo criado localmente

ColocircmbiaGrande parte do sucesso da Colocircmbia ateacute agora tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo na implementaccedilatildeo de poliacuteticas eficazes e na criaccedilatildeo de parcerias no sector do TIC A taxa de 53 de infiltraccedilatildeo de Internet na Colocircmbia estaacute entre as mais elevadas de todos os paiacuteses abrangidos neste relatoacuterio Pode ser explicado em parte pela estrateacutegia diversificada do governo para melhorar a acessibilidade e os custos acessiacuteveis no paiacutes Esta estrateacutegia foi delineada na primeira fase do ldquoPlano Viva Digitalrdquo lanccedilado em 2010 e foi descrito no nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

bull Alguns dos factores por traacutes do sucesso desta primeira fase do plano incluem

bull A melhoria na utilizaccedilatildeo da banda larga atraveacutes de um aumento de certificaccedilatildeo e formaccedilatildeo em cultura digital suporte para teletrabalho e melhoria dos serviccedilos electroacutenicos do governo

bull Incentivos melhores para a adesatildeo agrave banda larga a todos os niacuteveis (tais como a eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e IVA sobre a compra de PCs subsiacutedios para computadores e tarifas especiais subsidiados para acesso agrave Internet em domiciacutelios de baixa renda)

bull Promover o desenvolvimento do sector das TIC atraveacutes de empreacutestimos especiais para estudar domiacutenios na aacuterea das TIC uma rede de laboratoacuterios puacuteblicos para a criaccedilatildeo de conteuacutedo uma rede corporativa (programa de estaacutegios para a comercializaccedilatildeo e desenvolvimento de aplicaccedilotildees) e alianccedilas com os governos regionais para desenvolver a induacutestria de TI local

bull Medidas reguladoras como a promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas desenvolvimento de regras mais claras para os operadores de redes moacuteveis virtuais (MVNO) esforccedilos para enfrentar o domiacutenio do mercado e eliminaccedilatildeo de claacuteusulas de permanecircnciafidelizaccedilatildeo (nas quais eacute exigido aos clientes ter um certo nuacutemero de meses em seus contratos)

Em 2014 o governo Colombiano lanccedilou uma segunda fase do seu plano de banda larga mdash ldquoPlano Viva Digital IIrdquo Dois dos principais objectivos do novo plano incluem (1) fazer da Colocircmbia um liacuteder mundial no desenvolvimento de aplicaccedilotildees do TIC para reduccedilatildeo da pobreza e (2) tornar o governo o ldquomais eficiente e transparente do mundordquo no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das TIC A atenccedilatildeo expliacutecita do plano para melhorar a vida dos mais pobres eacute um modelo de como as poliacuteticas de TIC podem ser direccionados para o benefiacutecio de grupos especiacuteficos da populaccedilatildeo

Costa RicaTal como com a Colocircmbia grande parte do sucesso da Costa Rica tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo Na Costa Rica esta vontade poliacutetica a alto niacutevel decorre de um compromisso juriacutedico para com

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21 PAIacuteSES LATINO-AMERICANOS NO TOPO DO IacuteNDICE PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

as TIC como instrumento de luta contra a pobreza promoccedilatildeo dos direitos humanos e da participaccedilatildeo democraacutetica A Costa Rica possui uma das maiores taxas de adesatildeo contractual de banda larga moacutevel (44) de todos os paiacuteses constantes no relatoacuterio e tambeacutem tem o mais acessiacutevel plano de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB) ao preccedilo de pouco mais de 1 do PIB per capita Aproximadamente 50 do paiacutes estaacute conectado agrave Internet

O trabalho do Fundo Nacional de Telecomunicaccedilotildees (FONATEL) tambeacutem tem sido crucial para acabar com a exclusatildeo digital do paiacutes Os esforccedilos da FONATEL tecircm-se centrado especificamente em (1) conectar

comunidades (por exemplo atraveacutes de escolas e centros comunitaacuterios) (2) conectar famiacutelias (incluindo famiacutelias seniores mulheres de empresaacuterios pessoas com deficiecircncia etc) (3) conectar organizaccedilotildees do sector puacuteblico e (4) estabelecer redes WiFi locais

O novo Plano de Desenvolvimento das Telecomunicaccedilotildees (Plan Nacional de Desarrollo de las Telecomunicaciones) desenvolvido atraveacutes de ampla consulta visa aumentar a utilizaccedilatildeo da Internet para a meacutedia encontrada no interior dos paiacuteses da OCDE e melhorar a velocidade de banda larga de pelo menos 80 da populaccedilatildeo com a taxa meacutedia encontrada em paiacuteses da OCDE

O fim do ADI deste ano eacute muito similar ao final do nosso iacutendice de 2014-15 Enquanto muitos dos 10 paiacuteses com classificaccedilatildeo mais baixa estiveram melhor em vaacuterios indicadores os mesmos natildeo melhoraram o suficiente para aumentar a sua classificaccedilatildeo global em relaccedilatildeo aos outros paiacuteses

Para a maior parte estes paiacuteses fizeram mais progressos no sub-iacutendice de acesso No Nepal por exemplo a taxa de adesatildeo aacute Internet aumentou dois pontos percentuais e a adesatildeo agraves conexotildees de banda larga moacutevel aumentou cerca

de cinco pontos percentuais (bem abaixo do aumento meacutedio de todo o iacutendice de 67 pontos percentuais)

Para paiacuteses como a Etioacutepia e Burkina Faso melhorias modestas no sub-iacutendice de acesso foram prejudicadas por quedas ou quaisquer alteraccedilotildees nos indicadores relacionados com a sub-indexaccedilatildeo de infra-estrutura (por exemplo banda larga internacional e velocidades de banda larga fixa) Esta falta de progresso deriva em parte do facto de importantes reformas poliacuteticas e regulatoacuterias necessaacuterias em ambos os paiacuteses estarem ainda em curso

O Myanmar deu o maior salto na classificaccedilatildeo do ADI subindo nove posiccedilotildees para 27 (vigeacutesima seacutetima) posiccedilatildeo Esta mudanccedila veio como resultado da abertura bem-sucedida do mercado de telecomunicaccedilotildees anteriormente detida pelo estado a novos operadores (2013)e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) (Ver caixa abaixo intitulada Myanmar para uma discussatildeo mais detalhada sobre as mudanccedilas recentes na regiatildeo) Esperamos que o Myanmar continue a melhorar no ADI uma vez que mudanccedilas raacutepidas na adesatildeo e utilizaccedilatildeo satildeo reflectidas em anaacutelise futura

Marrocos e Meacutexico entraram ambos no top 10 este ano cada um com um aumento de cinco pontos no ranking ADI deste ano O Meacutexico comeccedilou a ver os frutos das alteraccedilotildees agraves suas poliacuteticas e praacuteticas do sector do TIC

muitas das quais estatildeo alinhadas com as melhores praacuteticas descritas pela A4AI Apoacutes a aprovaccedilatildeo de uma nova lei de telecomunicaccedilotildees em 2014 o Meacutexico introduziu um licenciamento de serviccedilo e tecnologia neutra aumentou a consulta puacuteblica no processo de regulamentaccedilatildeo e pretende lanccedilar uma rede de 700MHz de acesso aberto em 2018 A subida do Marrocos nas classificaccedilotildees foi em grande parte devido agrave melhoria das infra-estruturas e resultados de reformas que comeccedilaram haacute duas deacutecadas Estas reformas institucionais iniciais incluiacuteram a criaccedilatildeo do regulador a Agecircncia Nacional Reguladora das Telecomunicaccedilotildees (ANRT) e um plano para a liberalizaccedilatildeo do sector Isto levou agrave eventual privatizaccedilatildeo da Marrocos Telecom (a concessionaacuteria estatal) o lanccedilamento precoce de serviccedilos 3G e a entrada de duas novas operadoras (Meditel e INWI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

22 O FIM DA TABELAFOR THE SECOND YEAR RUNNING

23 SUBIDA NAS CLASSIFICACcedilOtildeES MYANMAR MEacuteXICO amp MARROCOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

no mercado Estes eventos ocorreram bem antes da outros paiacuteses no Oriente Meacutedio e Norte da Aacutefrica (MENA)

Na verdade Marrocos tem um dos sistemas reguladores de telecomunicaccedilotildees mais avanccedilados e eficazes na Regiatildeo MENA O paiacutes tem implementado um regime de licenciamento razoavelmente transparente que permite opccedilotildees de licenciamento adicionais aumentando assim a concorrecircncia a diferentes niacuteveis de serviccedilo Em 2012 o governo lanccedilou um Plano Nacional de Banda Larga de dez anos com o objectivo de garantir o acesso agrave banda larga fixa ou moacutevel para toda a populaccedilatildeo ateacute 2022 O plano de banda larga tambeacutem inclui orientaccedilotildees especiacuteficas sobre a atribuiccedilatildeo de espectro para os serviccedilos de banda larga sem fio com e sem licenccedila Um ano apoacutes o lanccedilamento do novo plano de banda larga o ANRT

estabeleceu um novo plano nacional de frequecircncias que aborda a migraccedilatildeo e a atribuiccedilatildeo de espectro para novas aplicaccedilotildees de banda larga Em 2015 a questatildeo ART requer novas licenccedilas de 4G utilizando espectro disponiacutevel Ateacute o final de 2015 aproximadamente 19 da populaccedilatildeo era assinante de banda larga moacutevel12

Enquanto o dispositivo moacutevel continua a ser a forma dominante de acesso agrave banda larga em 2015 a ART decidiu incentivar a concorrecircncia na banda larga fixa Atualmente o mercado de banda larga fixa em Marrocos eacute principalmente controlado por uma empresa a Maroc Telecom A nova decisatildeo da ANRT iraacute permitir que outros prestadores de serviccedilos possam oferecer serviccedilos de banda larga fixos directamente aos clientes utilizando a infra-estrutura do operador encarregado

Muito tem sido feito apoacutes as tremendas mudanccedilas no sector de telecomunicaccedilotildees em Myanmar desde a aprovaccedilatildeo da Lei de Telecomunicaccedilotildees de 2013 passando o paiacutes de um monopoacutelio estatal para um mercado competitivo As reformas associadas incluem a futura criaccedilatildeo de um regulador independente e o desenvolvimento de regras claras e transparentes para o sector recentemente liberalizado com base em melhores praacuteticas internacionais

Em 2014 dois novos operadores de Telecomunicaccedilotildees do sector privado (Telenor and Ooredoo) entraram no mercado Desde entatildeo tecircm havido reduccedilotildees significativas nos preccedilos dos serviccedilos de banda larga com o preccedilo de um cartatildeo SIM passando de cerca de US$150 em 2013 para apenas US$150 em 20158

O processo de licitaccedilatildeo realizado pelo governo para seleccionar as duas novas operadoras de comunicaccedilotildees moacuteveis foi considerado como transparente e um exemplo de boas praacuteticas internacionais O governo garantiu compromissos das duas novas operadoras a investir fortemente no desenvolvimento de infra-estrutura de telecomunicaccedilotildees no paiacutes A Ooredoo por exemplo comprometeu-se a investir 15 mil milhotildees de doacutelares durante o periacuteodo de licenccedila de 15 anos e a Telenor delineou planos para investir mais de mil milhotildees de doacutelares no seu primeiro ano a explorar sozinho9 O provedor dos serviccedilos estatais encarregado da Myanmar Correios e Telecomunicaccedilotildees (MPT) tambeacutem firmou uma parceria com a empresa Japonesa KDDI-Sumitomo para melhorar as operaccedilotildees e as infra-estruturas de forma a expandir o serviccedilo

A Lei das Telecomunicaccedilotildees permite que as empresas independentes desenvolvam torres e infra-estrutura de fibra de modo a que os encargos de desenvolvimento de infra-estrutura natildeo sejam apenas da responsabilidade

das operadoras moacuteveis e do governo A partilha de torres aumentou e os custos desceram

A entrada tardia de Myanmar para o sector do TIC permitiu-lhe beneficiar da experiecircncia adquirida noutros paiacuteses As empresas de telecomunicaccedilatildeo saltaram as tecnologias obsoletas e optaram por usar e investir em tecnologia 3G desde o iniacutecio enquanto o governo tem adoptado poliacuteticas progressistas como um quadro de licenciamento unificado e promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas por parte dos operadores

Tudo isso levou a um mercado altamente competitivo e vibrante O sector de telecomunicaccedilotildees tornou-se alvo de investimento estrangeiro atraente perdendo somente para o sector da energia Myanmar tem testemunhado um aumento sem precedentes no nuacutemero de assinantes de banda larga provocado em parte pela disponibilidade de smartphones mais acessiacuteveis No final de 2013 o nuacutemero total do nuacutemero de conexotildees de banda larga moacutevel foi de 17 milhotildees ateacute o final de 2015 este nuacutemero havia crescido mais de 800 para 156 milhotildees10

Apesar deste progresso dramaacutetico o nuacutemero de conectados agora representam apenas 18 da populaccedilatildeo Ainda haacute muito a ser feito Prioridades devem incluir um papel de relevo nas infra-estruturas durante os proacuteximos anos enfrentar o alcance limitado da rede eleacutectrica melhorar o controlo do cumprimento das licenccedilas aumentar a partilha de infra-estruturas e melhorar a capacidade humana e institucional do paiacutes para enfrentar esses desafios A Coligaccedilatildeo dos Multi-actores da A4AI-Myanmar estaacute a trabalhar para informar o novo Plano Principal de Telecomunicaccedilotildees do governo e para manter o ritmo visto ao longo dos uacuteltimos anos para melhoria da acessibilidade e expansatildeo do acesso

MYANMAR RAacutePIDAS MUDANCcedilAS NUM MERCADO EMERGENTE

8 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf9 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf10 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)11 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

23

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

24

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

29

34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

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41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

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10

8

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18

16

Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

49

Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 3: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

3

RESUMO EXECUTIVO 4 ndash 6

1 INTRODUCcedilAtildeO 7 ndash 10

2 O Iacutendice dos Motores de Acessibilidade (ADI) 11

21 Paiacuteses latino-americanos no topo do iacutendice 15 pelo segundo ano consecutivo

22 O Fim da Tabela 16

23 Subida nas classificaccedilotildees 16 myanmar meacutexico amp marrocos

24 Acessibilidade nos paiacuteses menos 18 desenvolvidos do mundo

25 O longo caminho para a melhoria da 20 acessibilidade da banda larga

26 Aumentar a acessibilidade desenvolvendo 21 poliacuteticas em consonacircncia com as melhores praacuteticas

27 Abordagem abrangente para a elaboraccedilatildeo 22 de poliacuteticas

3 Pobreza Desigualdade De Rendimentos 23 E O Caso De Acessibilidade

31 O efeito da pobreza 25

32 O efeito distorcido da desigualdade de renda 26

33 Ansiosos por dados 28

34 O longo caminho para o acesso universal nos 29 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo

35 Superar os desafios da pobreza e da 30 desigualdade de rendimentos

4 Disparidade de geacutenero exacerbar dos 31 desafios de acessibilidade

41 Mulheres e o acesso agrave internet de 32 ndash 33 baixo custo o quadro actual

42 Usar uma poliacutetica inteligente para colmatar 34 o fosso digital entre os sexos e alcanccedilar o acesso universal com igualdade

5 Recomendaccedilotildees Poliacuteticas 37

51 Redefinir acessibilidade com as desigualdades de rendimento e de geacutenero em vista 38

52 Reduce the cost of devices 39

53 Dar prioridade agraves facilidades de acesso 39 ndash 40 puacuteblico

54 Desenvolver planos nacionais de banda 40 ndash 42 larga na perspectiva de geacutenero

55 Abordagem integrada agraves poliacuteticas para 43 internet de banda larga acessiacutevel

ANEXOS 44

Agradecimentos 44

ANEXO A Metodologia 44 ndash 47

ANEXO B iacutendice dos motores de acessibilidade ndash 48 paiacuteses emergentes

ANEXO C iacutendice dos motores de acessibilidade 48 ndash paiacuteses em desenvolvimento

ANEXO D Comparaccedilatildeo das classificaccedilotildees no 49 adi e preccedilo como do pib per capita para banda larga moacutevel

IacuteNDICE

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4

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Atingir esta meta requer acccedilatildeo arrojada e imediata Na nossa actual trajectoacuteria a A4AI prevecirc que atinjamos esta meta soacute em 2042 ndash 22 anos depois da data limite definida pela comunidade global Sem uma reforma urgente em 2020 veremos apenas 16 da populaccedilatildeo nos paiacuteses mais pobres do mundo e 53 em todo o mundo conectada Natildeo soacute natildeo vamos atingir a meta como vamos ficar muito longe dela Este atraso na conectividade vai prejudicar o desenvolvimento global em todos os aspectos contribuindo para a perda de oportunidades de crescimento econoacutemico e negando a centenas de milhotildees de pessoas o acesso ao ensino e serviccedilos de sauacutede em linha uma voz poliacutetica e muito muito mais

Com a finalidade a contribuir para ajudar os liacutederes a colocarem-nos no caminho certo para atingir esta meta o Relatoacuterio de Acessibilidade de 2015-16 olha para o ambiente da acessibilidade em 51 paiacuteses considera os efeitos da pobreza e da desigualdade no rendimento e olha de perto para a disparidade de geacutenero no acesso

ldquoTodos devem ter acesso a Internetrdquo Esta foi a conclusatildeo dos 193 estados membro das Naccedilotildees Unidas ao acordarem o novo conjunto de Metas para o Desenvolvimento Sustentaacutevel (SDGs) em Setembro de 2015 Sublinhando o potencial da Internet para contribuir para o desenvolvimento e empoderamento global a meta 9c das SDG convoca ao acesso universal a preccedilos acessiacuteveis nos paiacuteses menos desenvolvidos do mundo ateacute 2020

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

RESUMO EXECUTIVO

5 Mais Ranking Geral do ADI 5 Mais Paiacuteses Menos DesenvolvidosColocircmbia Ruanda

Costa Rica Uganda

Malaacutesia Gacircmbia

Turquia Myanmar

Peru Tanzacircnia

5

RESUMO EXECUTIVO

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O Iacutendice dos Motores de Acessibilidade

O nosso Iacutendice de Motores da Acessibilidade (ADI) olha para as poliacuteticas incentivos e investimento em infra-estrutura realizados em 51 paiacuteses em desenvolvimento e emergentes e avalia ateacute que ponto estatildeo a ser implementados Inclui poliacuteticas que cremos que guiem o progresso para uma Internet mais acessiacutevel Os paiacuteses que se saem bem no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos embora o ADI natildeo meccedila directamente os preccedilos

O nosso Iacutendice de Motores da Acessibilidade (ADI) olha para as poliacuteticas incentivos e investimento em infra-estrutura realizados em 51 paiacuteses em desenvolvimento e emergentes e avalia ateacute que ponto estatildeo a ser implementados Inclui poliacuteticas que cremos que guiem o progresso para uma Internet mais acessiacutevel Os paiacuteses que se saem bem no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos embora o ADI natildeo meccedila directamente os preccedilos

A Colocircmbia e a Costa Rica encontram-se novamente no topo dos rankings com pontuaccedilotildees que reflectem melhoria nos indicadores de infra-estrutura e de acesso O Myanmar deu o maior salto no ranking do ADI subindo nove lugares ateacute a 27ordf posiccedilatildeo graccedilas a abertura com ecircxito do anterior mercado de telecomunicaccedilotildees estatal para novas operadoras (2013) e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) No entanto como um todo as classificaccedilotildees no ADI satildeo baixas significando que temos agrave nossa frente muito trabalho aacuterduo para os paiacuteses criarem o ambiente certo para fazer baixar os preccedilos e aumentar as taxas de conexatildeo

Pobreza e Desigualdade

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu a meta de acessibilidade de 5 para quem vive na pobreza Natildeo se trata de um problema que afecta apenas pequenos grupos de pessoas ndash 19 mil milhotildees de pessoas nos paiacuteses abrangidos pelo ADI vivem na pobreza (isto eacute menos de $310 por dia)

A desigualdade no rendimento tambeacutem desempenha um papel e pode fazer com que o progresso aparente ser mais raacutepido do que eacute Embora 25 dos 51 paiacuteses tenham atingido a meta de

acessibilidade de 5 definido pelas NU para quem tenha o rendimento nacional meacutedio apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 de pessoas com rendimentos mais baixos O que significa que milhotildees de pessoas continuam a ser excluiacutedas da revoluccedilatildeo digital nos paiacuteses que atingiram a meta de 5 No entanto quando os custos descem para 2 ou menos dos rendimentos mensais o acesso tende a ser acessiacutevel para todos os grupos de rendimento

Embora o relatoacuterio natildeo considere em detalhe os custos dos dispositivos nota que o custo de compra de um telefone com Internet pode desempenhar um grande papel na determinaccedilatildeo de quem consegue pagar para estar conectado Quando acrescentamos o preccedilo hipoteacutetico de US$48 de um smartphone de baixo custo ao preccedilo do pacote de 500MB de banda larga a populaccedilatildeo total de quase todos os paiacuteses que realmente consegue pagar um pacote de banda larga e um smartphone de baixo custo desce 20 Tambeacutem notamos que 500MB por mecircs oferece apenas oportunidades muito limitadas para uso significativo da Internet

A Disparidade de Geacutenero no Acesso

A dura realidade do retrato da acessibilidade para quem vive na pobreza e na base da piracircmide de rendimento o custo da conexatildeo eacute ainda mais alto para as mulheres nestes grupos A disparidade de rendimento entre os sexos diminui a capacidade das mulheres ndash em particular das famiacutelias lideradas por mulheres ndash conseguirem pagar o acesso a Internet Recente estudo da Web Foundation mostra que as mulheres pobres em zonas urbanas tecircm 50 menos probabilidade de se conectarem a Internet do que homens do mesmo grupo etaacuterio com niacuteveis de ensino e rendimento similar

As metas 9c (acesso universal a preccedilos acessiacuteveis) e 5b (aperfeiccediloamento do uso de ICT para promover o empoderamento da mulher) da SDG podem ser encontrados sob diferentes metas abrangentes mas estatildeo inextricavelmente interligadas O acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos e focados para conectar as mulheres a Internet tal como a igualdade de geacutenero plena natildeo pode ser alcanccedilada sem facilitar o acesso da mulher a uma Internet acessiacutevel aberta e segura O acesso a oportunidades de ensino capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo eacute crucial para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerada e integrada como parte de uma estrateacutegia abrangente

6

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RESUMO EXECUTIVO

Recomendaccedilotildees

1 Desenvolver e trabalhar para uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Propomos uma nova meta ldquo1 a 2rdquo 1GB de dados com preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal

2 Reduzir o custo dos telemoacuteveis e aparelhos ICT Os governos devem trabalhar para reformar os regimes fiscais e patentes para que os custos dos aparelhos ICT possam baixar Tambeacutem vatildeo precisar de incentivar o sector privado para desenvolver smartphones de alta qualidade e baixo custo

3 Aumentar o investimento e disponibilidade de acesso puacuteblico subsidiado Existem sempre grupos que seratildeo excluiacutedos pelo mercado e para os quais os custos do acesso permaneceratildeo fora do alcance O acesso puacuteblico atraveacutes de bibliotecas centros comunitaacuterios e sistemas de WiFi municipal ndash financiados por Fundos de Serviccedilo e Acesso Universal bem geridos ndash eacute crucial para trazer acesso a estas populaccedilotildees

4 Criar metas especiacuteficas com prazos definidos para colmatar a disparidade digital entre os sexos Em grande parte do mundo em desenvolvimento ao fosso no uso de Internet

entre os sexos eacute desconcertante ndash por exemplo em Kampala no Uganda haacute apenas uma mulher em linha para cada trecircs homens Os governos devem definir metas concretas para alcanccedilar a igualdade de geacutenero na adopccedilatildeo habilidades e empoderamento digital e suportaacute-las com programas especiacuteficos e alocaccedilotildees orccedilamentais Os dados desagregados por geacutenero devem ser recolhidos para monitorar o progresso O que deve ser feito atraveacutes de planificaccedilatildeo nacional de banda larga sensiacutevel ao geacutenero

5 Abordagem integrada para decisatildeo poliacutetica Trazer acesso internet para todos requer poliacuteticas equilibradas que respondem a procura e tambeacutem a oferta regulamento aleacutem de concorrecircncia banda larga fixa e moacutevel acesso puacuteblico e assinaturas individuais Os ministros do governo e outros devem encabeccedilar os esforccedilos para reunir todos os actores e desenvolver um plano claro e coerente para sequenciar as reformas e estimular os investimentos necessaacuterios para permitir custos reduzidos e acesso disseminado Doadores e agecircncias de ajuda devem juntar-se a festa com apoio financeiro e praacutetico

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ldquoTODOS DEVEM TER ACESSO Agrave INTERNETrdquo

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1INTRODUCcedilAtildeO

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ldquoTodos deveriam ter acesso agrave Internetrdquo Foi assim acordado em Setembro de 2015 quando os 193 estados membros das Naccedilotildees Unidas acordaram um novo conjunto de Metas para o Desenvolvimento Sustentaacutevel (SDGs) que definiu a agenda para o desenvolvimento global para os proacuteximos 15 anos A SDG 9c explicita como meta o acesso universal a custos acessiacuteveis por todos os Paiacuteses Menos Desenvolvidos do Mundo (PMDLDCs) ateacute 2020 implicitamente pressupondo custos e a universalidade de forma acessiacutevel a niacutevel global ndash acesso para todos em toda a parte ateacute 2020 Contudo de acordo com a evoluccedilatildeo actual os PMDs demoraratildeo quase 30 anos para atingir esta meta1

Atingir esta meta requer uma acccedilatildeo arrojada A menos que aceleremos dramaticamente o progresso apenas 16 da populaccedilatildeo dos paiacuteses mais pobres e 53 do mundo todo estaratildeo conectados ateacute 2020 Este desfasamento na conectividade natildeo soacute iraacute resultar numa enorme perda de crescimento econoacutemicomdash como tambeacutem iraacute privar centenas de milhotildees de pessoas de terem acesso agrave educaccedilatildeo serviccedilos de sauacutede expressatildeo poliacutetica e oportunidades de emprego atraveacutes da internet

Este relatoacuterio identifica barreiras criacuteticas que devem ser superadas em apenas quatro anos de forma a atingir a meta de conectividade da SGD e estabelece os passos que as organizaccedilotildees Governamentais Entidades Reguladoras Empresas e Sociedade Civil devem dar agora

O Status Quo

Hoje mais de quatro mil milhotildees de pessoasmdash cerca de 56 da populaccedilatildeo mundial mdash ainda natildeo tecircm acesso agrave Internet Esta populaccedilatildeo ldquoofflinerdquo compreende maioritariamente mulheres A maioria vive nos PMDs e outros paiacuteses em desenvolvimento5

Um dos obstaacuteculos que a maioria dos paiacuteses enfrenta na corrida para expandir o acesso eacute a acessibilidade mdash a grande maioria das pessoas sem acesso agrave Internet hoje em dia estatildeo ldquoofflinerdquo simplesmente porque natildeo tecircm recursos para pagar a conexatildeo baacutesica Para os Noruegueses acesso constante a banda larga raacutepida

e ilimitada custa pouco mais do que um latte que muitos compram todos os dias no caminho para o escritoacuterio Para os Nigerianos apenas 500MB de dados moacuteveis preacute-pagos podem custar mais do que eles gastam na educaccedilatildeo dos seus filhos

A Comissatildeo da ONU para banda larga define como banda larga acessiacutevel quando um pacote inicial (500MB) estaacute disponiacutevel a 5 ou menos do rendimento miacutenimo mensal (ou seja PIB per capita) Contudo em 2014 o custo meacutedio de um pacote preacute-pago 500MB foi de 152 do PIB per capita em PDMs e de 65 em todos os paiacuteses em desenvolvimento

Os preccedilos da Internet aparentam estar a descer e a acessibilidade conforme definido pela ONU estaacute a aumentar mdash no ano passado a UIT informou que 67 dos 116 paiacuteses em desenvolvimento tinham de facto conseguido atingir a meta de acessibilidade de 5 imposta pela ONU Entatildeo porque eacute que o crescimento da utilizaccedilatildeo da Internet acabou por diminuir O uso em todo o mundo cresceu 74 in 2014 mas apenas 69 em 2015

O que estaraacute a atrasar o progresso

Este relatoacuterio alega que o atraso no crescimento da conectividade deve-se ao fracasso dos decisores poliacuteticos em enfrentar os efeitos conjuntos da pobreza e da desigualdade de rendimentos

Enquanto a pobreza global no geral estaacute a diminuir (tanto em nuacutemeros absolutos como em percentagem da populaccedilatildeo) ainda haacute mais de dois mil milhotildees de pessoas a viver na pobreza absoluta em todo o mundo em desenvolvimento (ou seja com menos de US$310dia) Para estas pessoas o acesso agrave Internet continua a ser uma realidade muito distante

O crescimento econoacutemico nos paiacuteses em desenvolvimento natildeo tem sido distribuiacutedo de forma equitativa De acordo com a ONU mais de 75 das famiacutelias nos paiacuteses em desenvolvimento vivem hoje em sociedades onde o rendimento eacute distribuiacutedo de forma mais desigual do que era na deacutecada de 90 Quando algumas pessoas ganham muito enquanto outros

1 INTRODUCcedilAtildeO

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1 Para efeitos deste relatoacuterio definimos ldquoacesso universalrdquo como taxa de 90 de penetraccedilatildeo da Internet Esta definiccedilatildeo incrementa a declaraccedilatildeo WSIS que define acesso universal como ldquoAcesso universal omnipresente equitativo e acessiacutevel a infra-estrutura e serviccedilos ICTrdquo

2 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 3 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 4 Ao longo deste relatoacuterio todas as mediccedilotildees do preccedilo de planos de 500MB satildeo para planos moacuteveis preacute-pagos (a menos que notado o contraacuterio) Todas as

mediccedilotildees de preccedilos para 1GB satildeo planos proacutes-pagos para computador (a menos que notado o contraacuterio)

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ganham muito pouco a ldquomeacutediardquo de rendimento per capita mdash o valor de referecircncia que a ONU utiliza para avaliar a acessibilidade mdash seraacute muito maior do que aquilo que a maioria das pessoas realmente ganha Na Aacutefrica do Sul por exemplo o rendimento meacutedio eacute de US$6800 (PIB per capita 2014) mas 60 da populaccedilatildeo na realidade recebe menos de metade desse valor Na praacutetica isto significa que para quase metade da populaccedilatildeo sul-africana uma conexatildeo de internet moacutevel aparentemente acessiacutevel (preccedilo de cerca de 15 do rendimento ldquomeacutediordquo mensal) na verdade custa em qualquer lugar entre7-15 do seu rendimento A ideia de um rendimento ldquomeacutediordquo nacional eacute ainda mais distorcida pela desigualdade salarial em termos de geacutenero

Como resultado dessas desigualdades um paiacutes pode cumprir a meta de acessibilidade da ONU a um niacutevel superior mas ainda vecirc uma grande quantidade de pessoas sem capacidade para pagar uma ligaccedilatildeo agrave internet Superar os obstaacuteculos colocados por estas desigualdades seraacute fundamental para a expansatildeo do acesso a preccedilos acessiacuteveis e para trazer o acesso universal ateacute 2020 dentro da esfera da possibilidade

O tempo de agir eacute agora

O tempo eacute curto De forma a por ldquoonlinerdquo cerca de quatro mil milhotildees de pessoas em menos de cinco anos deveremos agir agora a uma escala e rapidez nunca antes vistas Governos o sector privado doadores e sociedade civil deveratildeo unir-se para tomar corajosamente as medidas necessaacuterias que permitiratildeo aos que estatildeo ldquoofflinerdquo ter acesso e pagar uma Internet livre e ilimitada

A exclusatildeo digital significa exclusatildeo por pobreza e geacutenero O custo mais elevado dos dados moacuteveis e dispositivos atinge com maior dureza quem tem rendimentos mais baixos em particular mulheres e a populaccedilatildeo rural A menos que medidas especiacuteficas sejam tomadas para tornar a Internet acessiacutevel e disponiacutevel a estes grupos as iniciativas de cobertura para ldquoconectar todosrdquo pode ter o risco de aprofundar as disparidades homemmulher e urbanorural existentes

Alcanccedilar o acesso universal e os custos acessiacuteveis sugeridos pela SDG 9c exigiraacute medidas urgentes e especiacuteficas para superar as barreiras apresentadas pela desigualdade de rendimentos e pobreza Estas incluem

1 Desenvolver e trabalhar para uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Para alcanccedilar o acesso universal devemos impulsionar os preccedilos bem abaixo dos actualmente estabelecidos para uma meta a niacutevel do pacote inicial (ou seja 500MB) de banda larga com preccedilos de 5 ou menos do valor de rendimento meacutedio mensal Propomos uma nova meta de ldquo1 para 2rdquo 1GB de dados moacuteveis ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal

2 Reduzir o valor dos telemoacuteveis e dispositivos ICT Para que o acesso agrave Internet seja acessiacutevel aos que actualmente estatildeo excluiacutedos devido ao preccedilo eacute importante reduzir os custos dos dispositivos Os preccedilos dos telemoacuteveis e outros dispositivos podem ser inflacionados pelos elevados impostos de importaccedilatildeo e taxas excessivas de patentes e ldquoroyaltiesrdquo Os governos devem trabalhar para reforma tributaacuteria e dos regimes de patentes para que os custos do dispositivo de ICT possam descer e seraacute necessaacuterio incentivar o sector privado a desenvolver smartphones de alta qualidade e de baixo custo

3 Aumentar o investimento e disponibilidade puacuteblica com acesso subsidiado Um mercado de banda larga forte e competitivo pode ir longe no sentido de conduzir os preccedilos para um valor mais baixo mdash em conjunto com dispositivos mais baratos mdash conectando os desconectados No entanto existem sempre grupos que seratildeo excluiacutedos do Mercado e aqueles a quem os custos de acesso permaneceratildeo inacessiacuteveis O acesso puacuteblico atraveacutes das bibliotecas centros comunitaacuterios e sistemas de WiFi municipais mdash financiados por fundos para serviccedilo universal e de acesso bem administrados mdash satildeo fundamentais para melhorar o acesso a essas populaccedilotildees

1 INTRODUCcedilAtildeO

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5 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 6 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 7 World Bank (2015) Poverty Overview httpwwwworldbankorgentopicpovertyoverview

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1 INTRODUCcedilAtildeO ONTINUED

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 Criar metas especiacuteficas com prazos para eliminar a exclusatildeo digital com base no geacutenero Em grande parte do mundo em desenvolvimento as disparidades de geacutenero na utilizaccedilatildeo da Internet satildeo impressionantes mdash em Kampala Uganda por exemplo haacute apenas uma mulher online por cada trecircs homens online Ainda assim o reconhecimento dessa diferenccedila digital com base no geacutenero eacute praticamente invisiacutevel nos planos nacionais de banda larga e nas estatiacutesticas oficiais Os governos devem definir metas concretas para alcanccedilar a equidade de geacutenero na adopccedilatildeo de competecircncias digitais e de capacitaccedilatildeo e devem apoiar estas metas com programas especiacuteficos e dotaccedilotildees orccedilamentais Devem ser recolhidos dados desagregados por geacutenero para monitorar o progresso

5 Uma abordagem integrada agrave formulaccedilatildeo de poliacuteticas Por todos online exige poliacuteticas equilibradas que respondam a toda agrave procura e agrave oferta regulamentos e concorrecircncia banda larga fixa e moacutevel acesso puacuteblico e acessibilidade do consumidor Exigem cooperaccedilatildeo entre os ministeacuterios entre as unidades geograacuteficas (local estadual e nacional) e entre actores do sector privado cujos interesses comerciais podem diferir bastante O governo (ou seja os ministeacuterios das comunicaccedilotildees ou o gabinete do chefe de estado) deve assumir a lideranccedila na convocaccedilatildeo desses actores e desenvolver um plano claro e coerente para reformas sequenciadas mobilizando os investimentos necessaacuterios Governos e agecircncias doadoras devem apoiar este processo intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como em habilidades digitais conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico

A HORA DE AGIR Eacute AGORA

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2O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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Superar o desafio de acessibilidade eacute fundamental para alcanccedilar o acesso universal A tecnologia para fornecer acesso a baixo custo estaacute amplamente disponiacutevel com novos avanccedilos tecnoloacutegicos a surgindo constantemente No entanto poliacuteticas desactualizadas ou mal concebidas que aumentam artificialmente os custos mdash por exemplo inibindo a concorrecircncia ou a imposiccedilatildeo de requisitos de licenciamento complicados mdash contribuem para que os preccedilos continuem teimosamente elevados

Esforccedilos para expandir o acesso agrave internet devem ser conduzidos por um conjunto de poliacuteticas flexiacuteveis e progressivas e regulamentos que permitam que os preccedilos ao consumidor desccedilam drasticamente e de forma raacutepida Quais satildeo as poliacuteticas quem as estabelece e como estatildeo a funcionar

O nosso Iacutendice dos Motores da Acessibilidade (ADI) analisa as poliacuteticas incentivos e ambiente infraestrutural local em 51 paiacuteses emergentes e em desenvolvimento incluindo poliacuteticas que acreditamos levar a um progresso para uma Internet mais acessiacutevel Em seguida avalia ateacute que ponto essas poliacuteticas estatildeo a

ser implementadas O ADI deliberadamente natildeo avalia directamente os preccedilos mdash mas existe uma correlaccedilatildeo entre as melhores pontuaccedilotildees no ADI e os preccedilos de banda larga mais baixos em relaccedilatildeo agrave renda Em resumo os paiacuteses bem posicionados no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos e satildeo susceptiacuteveis de serem capazes de reduzir os preccedilos cada vez mais e de forma acelerada no futuro

Embora no ano passado tenha havido algum progresso marginal na frente da acessibilidade os resultados normalmente baixos em linha com o ADI mostram o quanto ainda temos de percorrer para alcanccedilar o acesso universal Na nossa trajectoacuteria actual natildeo chegaremos nem perto de alcanccedilar a meta de acesso universal ateacute 2020 Reforma poliacutetica eacute um primeiro passo fundamental e necessaacuterio para a expansatildeo do acesso

Nesta secccedilatildeo olhamos com mais detalhe aquilo que os paiacuteses estatildeo a fazer para tornar o acesso agrave Internet mais acessiacutevel para grande parte da sua populaccedilatildeo e qual das poliacuteticas usadas estatildeo a funcionar

Este ano o Iacutendice de Acessibilidade A4AI foi chamado Iacutendice dos Motores de Acessibilidade (ADI) Porquecirc Achamos que este nome descreve com mais precisatildeo aquilo que o Iacutendice estaacute a avaliar mdash ou seja a combinaccedilatildeo de medidas de poliacutetica e outros factores vitais que determinam como um paiacutes seraacute capaz de reduzir os preccedilos da banda larga

O ADI examina os factores atraveacutes de sub-iacutendices de duas aacutereas mdash infraestrutura e acesso

1 O sub-iacutendice de infraestrutura avalia a extensatildeo actual de implantaccedilatildeo de infraestrutura e operaccedilotildees juntamente com as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor de forma a incentivar e permitir o investimento rentaacutevel na expansatildeo de infraestruturas futuras As variaacuteveis incluiacutedas neste sub-iacutendice incluem por exemplo a quantidade de banda larga disponiacutevel em um determinado paiacutes e uma avaliaccedilatildeo da poliacutetica do espectro da naccedilatildeo

2 O Sub-iacutendice de acesso mede taxas actuais de adopccedilatildeo da banda larga e as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor para incentivar o crescimento e garantir a oferta de acesso agrave Internet de forma acessiacutevel e equitativa Este sub-iacutendice inclui variaacuteveis como as taxas actuais de infiltraccedilatildeo da Internet e uma avaliaccedilatildeo da eficaacutecia dos Fundos de Serviccedilo Universal de um paiacutes

Cada paiacutes eacute classificado atraveacutes de uma gama de variaacuteveis dentro de cada sub-iacutendice e eacute entatildeo classificado contra os outros paiacuteses do ADI tendo como classificaccedilatildeo mais elevada o paiacutes que receber uma pontuaccedilatildeo de 100 e pontuaccedilatildeo zero para o menor classificado (Nota Embora tenhamos recolhido dados de 88 paiacuteses incluindo paiacuteses desenvolvidos apenas analisamos paiacuteses emergentes e em desenvolvimento eacute por

isso que a Colocircmbia o paiacutes mais bem classificado no ADI este ano apenas pontuou 65 e natildeo 100) Classificaccedilotildees mais elevadas indicam a existecircncia de uma combinaccedilatildeo de factores que contribuem para uma reduccedilatildeo de custos da induacutestria e preccedilos de banda larga mais baixos incluindo a elevada infiltraccedilatildeo de banda larga infra-estruturas suficientes e ainda poliacuteticas e regulamentos eficazes (Para mais detalhes sobre a metodologia usada para o ADI consulte o Apecircndice 1)

Com efeito uma pontuaccedilatildeo mais elevada no ADI estaacute correlacionada com uma Internet de banda larga mais acessiacutevel Ilustrado na Figura 1 que mostra como a classificaccedilatildeo de um paiacutes no ADI aumenta o preccedilo de um plano de dados de 500MB em relaccedilatildeo agrave reduccedilatildeo do rendimento meacutedio Esta relaccedilatildeo tambeacutem acontece em relaccedilatildeo a um plano maior de 1GB (Figura 2)

O ADI deste ano cobre os mesmos 51 paiacuteses incluiacutedos no nosso iacutendice de 2014-15 e usa a mesma metodologia usada no ano passado No entanto enquanto todas as fontes de dados foram as mesmas noacutes natildeo realizaacutemos um novo conjunto de inqueacuteritos poliacuteticos em 2015 Com base no pressuposto que os ambientes poliacuteticos e normativos tendem a mudar lentamente e foi confirmado por consulta as respostas a inqueacuteritos por vaacuterios especialistas em poliacutetica que participaram no inqueacuterito em 2014 (veja o Anexo A) Assim as actualizaccedilotildees das classificaccedilotildees do ADI baseiam-se apenas em novos dados secundaacuterios

O QUE Eacute O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Figura 2 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano de computador poacutes-pago de 1GB (como do PIB per capita 2014)

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Figura 1 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano moacutevel preacute-pago de 500MB (como do PIB per capita 2014)

Pric

e of

mob

ile b

road

band

(500

MB)

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ADI SCORE

10 16 22 10 34 40 46 52 58 64 70

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Emerging Developing

ADI SCORE Emerging Developing

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Posiccedilatildeo 2015

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Infraestruturas

Resultado de Contagem do ADI

Posiccedilatildeo 2014

1 Colocircmbia 6945 6085 6532 22 Costa Rica 7888 5000 6460 13 Malaacutesia 6957 5669 6328 44 Turquia 6585 5860 6235 35 Peru 6193 6148 6182 56 Brasil 5928 6035 5990 67 Marrocos 6167 4932 5551 128 Mauriacutecias 6558 4481 5520 79 Meacutexico 5668 5105 5385 1410 Argentina 5716 4958 5335 911 Ruanda 5442 5190 5313 1012 Nigeacuteria 5783 4793 5285 1113 Tailacircndia 6072 4413 5239 1314 Jamaica 5902 4279 5084 1615 Ecuador 5399 4735 5060 816 Uganda 5653 4244 4940 1517 Rep Dominicana 5307 4163 4723 1818 Tuniacutesia 4680 4711 4683 1719 Africa do Sul 5457 3859 4644 2020 Gacircmbia 4912 4281 4582 2121 Queacutenia 5200 3927 4548 1922 China 4799 4182 4474 2323 Botswana 4882 4054 4451 2424 Vietname 5674 3233 4437 2225 Paquistatildeo 4360 4497 4411 2526 Gana 4715 3892 4284 2627 Myanmar 3188 5367 4257 3628 Filipinas 4783 3707 4224 2929 Indoneacutesia 4570 3909 4219 2730 Repuacuteblica da 4390 4038 4193 2831 Iacutendia 3785 4288 4012 3032 Egipto 3276 4684 3955 3233 Bangladesh 3373 4504 3913 3334 Namiacutebia 5156 2676 3890 3135 Zacircmbia 4166 3444 3777 3536 Mali 3645 3721 3653 4037 Cazaquistatildeo 4416 2945 3650 3438 Benim 3294 3787 3508 4139 Venezuela 4112 2839 3442 3740 Jordacircnia 4636 2302 3436 3841 Senegal 3708 2865 3250 3942 Nepal 3533 2447 2948 4443 Moccedilambique 3830 1875 2809 4244 Camarotildees 3110 2179 2597 4345 Zimbabueacute 3348 1912 2583 4546 Burkina Faso 2974 1499 2182 4647 Malawi 2477 1650 2006 4748 Etioacutepia 3107 000 1488 4849 Serra Leoa 1706 1169 1370 4950 Haiti 1488 1322 1336 5051 Ieacutemen 000 181 000 51

Tabela 1 201516 ADI Pontuaccedilotildees e Classificaccedilotildees

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Paiacuteses Latino-americanos mais uma vez dominam o ranking do ADI com seis paiacuteses da regiatildeo entre os primeiros 10 Para a maioria dos 10 primeiros paiacuteses no ADI as mudanccedilas de posiccedilotildees foram o resultado de mudanccedilas graduais nos indicadores subjacentes que compotildeem o iacutendice Em alguns casos estas alteraccedilotildees foram mais acentuadas e foram o resultado de melhorias nas pontuaccedilotildees do sub-iacutendice das infraestruturas Foi o caso da Malaacutesia que registou um aumento significativo na velocidade de banda larga fixa e banda larga internacional por usuaacuterio no Peru onde a banda larga internacional por usuaacuterio quase duplicou e no Meacutexico que registou um aumento significativo na velocidade da banda larga fixa

Colocircmbia e Costa Rica novamente no topo da classificaccedilatildeo com resultados que refletem uma melhoria dos indicadores de infraestruturas e acessos Os dois paiacuteses tecircm abordado o desenvolvimento e a implementaccedilatildeo da nova poliacutetica da ICT de uma forma abrangente melhorando a acessibilidade nos dois paiacuteses mdash o preccedilo de um plano de 500MB na Colocircmbia caiu para pouco mais de 3 do RNB per capita e apenas 1 do RNB per capita na Costa Rica Ambos fizeram da melhoria do acesso agrave Internet uma prioridade nacional e estabeleceram parcerias com o sector privado para construir e compartilhar a infra-estrutura de modo a garantir um Mercado sustentaacutevel e saudaacutevel Cada paiacutes enfrenta os mesmos desafios globais agrave conectividade encontrados em grande parte do mundo incluindo a pobreza e grandes populaccedilotildees rurais e tecircm mantido o objectivo claro de permitir a conectividade a estes grupos marginalizados com habilidades digitais e programas de formaccedilatildeo e investimento em TIC no conteuacutedo criado localmente

ColocircmbiaGrande parte do sucesso da Colocircmbia ateacute agora tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo na implementaccedilatildeo de poliacuteticas eficazes e na criaccedilatildeo de parcerias no sector do TIC A taxa de 53 de infiltraccedilatildeo de Internet na Colocircmbia estaacute entre as mais elevadas de todos os paiacuteses abrangidos neste relatoacuterio Pode ser explicado em parte pela estrateacutegia diversificada do governo para melhorar a acessibilidade e os custos acessiacuteveis no paiacutes Esta estrateacutegia foi delineada na primeira fase do ldquoPlano Viva Digitalrdquo lanccedilado em 2010 e foi descrito no nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

bull Alguns dos factores por traacutes do sucesso desta primeira fase do plano incluem

bull A melhoria na utilizaccedilatildeo da banda larga atraveacutes de um aumento de certificaccedilatildeo e formaccedilatildeo em cultura digital suporte para teletrabalho e melhoria dos serviccedilos electroacutenicos do governo

bull Incentivos melhores para a adesatildeo agrave banda larga a todos os niacuteveis (tais como a eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e IVA sobre a compra de PCs subsiacutedios para computadores e tarifas especiais subsidiados para acesso agrave Internet em domiciacutelios de baixa renda)

bull Promover o desenvolvimento do sector das TIC atraveacutes de empreacutestimos especiais para estudar domiacutenios na aacuterea das TIC uma rede de laboratoacuterios puacuteblicos para a criaccedilatildeo de conteuacutedo uma rede corporativa (programa de estaacutegios para a comercializaccedilatildeo e desenvolvimento de aplicaccedilotildees) e alianccedilas com os governos regionais para desenvolver a induacutestria de TI local

bull Medidas reguladoras como a promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas desenvolvimento de regras mais claras para os operadores de redes moacuteveis virtuais (MVNO) esforccedilos para enfrentar o domiacutenio do mercado e eliminaccedilatildeo de claacuteusulas de permanecircnciafidelizaccedilatildeo (nas quais eacute exigido aos clientes ter um certo nuacutemero de meses em seus contratos)

Em 2014 o governo Colombiano lanccedilou uma segunda fase do seu plano de banda larga mdash ldquoPlano Viva Digital IIrdquo Dois dos principais objectivos do novo plano incluem (1) fazer da Colocircmbia um liacuteder mundial no desenvolvimento de aplicaccedilotildees do TIC para reduccedilatildeo da pobreza e (2) tornar o governo o ldquomais eficiente e transparente do mundordquo no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das TIC A atenccedilatildeo expliacutecita do plano para melhorar a vida dos mais pobres eacute um modelo de como as poliacuteticas de TIC podem ser direccionados para o benefiacutecio de grupos especiacuteficos da populaccedilatildeo

Costa RicaTal como com a Colocircmbia grande parte do sucesso da Costa Rica tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo Na Costa Rica esta vontade poliacutetica a alto niacutevel decorre de um compromisso juriacutedico para com

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21 PAIacuteSES LATINO-AMERICANOS NO TOPO DO IacuteNDICE PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

as TIC como instrumento de luta contra a pobreza promoccedilatildeo dos direitos humanos e da participaccedilatildeo democraacutetica A Costa Rica possui uma das maiores taxas de adesatildeo contractual de banda larga moacutevel (44) de todos os paiacuteses constantes no relatoacuterio e tambeacutem tem o mais acessiacutevel plano de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB) ao preccedilo de pouco mais de 1 do PIB per capita Aproximadamente 50 do paiacutes estaacute conectado agrave Internet

O trabalho do Fundo Nacional de Telecomunicaccedilotildees (FONATEL) tambeacutem tem sido crucial para acabar com a exclusatildeo digital do paiacutes Os esforccedilos da FONATEL tecircm-se centrado especificamente em (1) conectar

comunidades (por exemplo atraveacutes de escolas e centros comunitaacuterios) (2) conectar famiacutelias (incluindo famiacutelias seniores mulheres de empresaacuterios pessoas com deficiecircncia etc) (3) conectar organizaccedilotildees do sector puacuteblico e (4) estabelecer redes WiFi locais

O novo Plano de Desenvolvimento das Telecomunicaccedilotildees (Plan Nacional de Desarrollo de las Telecomunicaciones) desenvolvido atraveacutes de ampla consulta visa aumentar a utilizaccedilatildeo da Internet para a meacutedia encontrada no interior dos paiacuteses da OCDE e melhorar a velocidade de banda larga de pelo menos 80 da populaccedilatildeo com a taxa meacutedia encontrada em paiacuteses da OCDE

O fim do ADI deste ano eacute muito similar ao final do nosso iacutendice de 2014-15 Enquanto muitos dos 10 paiacuteses com classificaccedilatildeo mais baixa estiveram melhor em vaacuterios indicadores os mesmos natildeo melhoraram o suficiente para aumentar a sua classificaccedilatildeo global em relaccedilatildeo aos outros paiacuteses

Para a maior parte estes paiacuteses fizeram mais progressos no sub-iacutendice de acesso No Nepal por exemplo a taxa de adesatildeo aacute Internet aumentou dois pontos percentuais e a adesatildeo agraves conexotildees de banda larga moacutevel aumentou cerca

de cinco pontos percentuais (bem abaixo do aumento meacutedio de todo o iacutendice de 67 pontos percentuais)

Para paiacuteses como a Etioacutepia e Burkina Faso melhorias modestas no sub-iacutendice de acesso foram prejudicadas por quedas ou quaisquer alteraccedilotildees nos indicadores relacionados com a sub-indexaccedilatildeo de infra-estrutura (por exemplo banda larga internacional e velocidades de banda larga fixa) Esta falta de progresso deriva em parte do facto de importantes reformas poliacuteticas e regulatoacuterias necessaacuterias em ambos os paiacuteses estarem ainda em curso

O Myanmar deu o maior salto na classificaccedilatildeo do ADI subindo nove posiccedilotildees para 27 (vigeacutesima seacutetima) posiccedilatildeo Esta mudanccedila veio como resultado da abertura bem-sucedida do mercado de telecomunicaccedilotildees anteriormente detida pelo estado a novos operadores (2013)e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) (Ver caixa abaixo intitulada Myanmar para uma discussatildeo mais detalhada sobre as mudanccedilas recentes na regiatildeo) Esperamos que o Myanmar continue a melhorar no ADI uma vez que mudanccedilas raacutepidas na adesatildeo e utilizaccedilatildeo satildeo reflectidas em anaacutelise futura

Marrocos e Meacutexico entraram ambos no top 10 este ano cada um com um aumento de cinco pontos no ranking ADI deste ano O Meacutexico comeccedilou a ver os frutos das alteraccedilotildees agraves suas poliacuteticas e praacuteticas do sector do TIC

muitas das quais estatildeo alinhadas com as melhores praacuteticas descritas pela A4AI Apoacutes a aprovaccedilatildeo de uma nova lei de telecomunicaccedilotildees em 2014 o Meacutexico introduziu um licenciamento de serviccedilo e tecnologia neutra aumentou a consulta puacuteblica no processo de regulamentaccedilatildeo e pretende lanccedilar uma rede de 700MHz de acesso aberto em 2018 A subida do Marrocos nas classificaccedilotildees foi em grande parte devido agrave melhoria das infra-estruturas e resultados de reformas que comeccedilaram haacute duas deacutecadas Estas reformas institucionais iniciais incluiacuteram a criaccedilatildeo do regulador a Agecircncia Nacional Reguladora das Telecomunicaccedilotildees (ANRT) e um plano para a liberalizaccedilatildeo do sector Isto levou agrave eventual privatizaccedilatildeo da Marrocos Telecom (a concessionaacuteria estatal) o lanccedilamento precoce de serviccedilos 3G e a entrada de duas novas operadoras (Meditel e INWI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

22 O FIM DA TABELAFOR THE SECOND YEAR RUNNING

23 SUBIDA NAS CLASSIFICACcedilOtildeES MYANMAR MEacuteXICO amp MARROCOS

17

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

no mercado Estes eventos ocorreram bem antes da outros paiacuteses no Oriente Meacutedio e Norte da Aacutefrica (MENA)

Na verdade Marrocos tem um dos sistemas reguladores de telecomunicaccedilotildees mais avanccedilados e eficazes na Regiatildeo MENA O paiacutes tem implementado um regime de licenciamento razoavelmente transparente que permite opccedilotildees de licenciamento adicionais aumentando assim a concorrecircncia a diferentes niacuteveis de serviccedilo Em 2012 o governo lanccedilou um Plano Nacional de Banda Larga de dez anos com o objectivo de garantir o acesso agrave banda larga fixa ou moacutevel para toda a populaccedilatildeo ateacute 2022 O plano de banda larga tambeacutem inclui orientaccedilotildees especiacuteficas sobre a atribuiccedilatildeo de espectro para os serviccedilos de banda larga sem fio com e sem licenccedila Um ano apoacutes o lanccedilamento do novo plano de banda larga o ANRT

estabeleceu um novo plano nacional de frequecircncias que aborda a migraccedilatildeo e a atribuiccedilatildeo de espectro para novas aplicaccedilotildees de banda larga Em 2015 a questatildeo ART requer novas licenccedilas de 4G utilizando espectro disponiacutevel Ateacute o final de 2015 aproximadamente 19 da populaccedilatildeo era assinante de banda larga moacutevel12

Enquanto o dispositivo moacutevel continua a ser a forma dominante de acesso agrave banda larga em 2015 a ART decidiu incentivar a concorrecircncia na banda larga fixa Atualmente o mercado de banda larga fixa em Marrocos eacute principalmente controlado por uma empresa a Maroc Telecom A nova decisatildeo da ANRT iraacute permitir que outros prestadores de serviccedilos possam oferecer serviccedilos de banda larga fixos directamente aos clientes utilizando a infra-estrutura do operador encarregado

Muito tem sido feito apoacutes as tremendas mudanccedilas no sector de telecomunicaccedilotildees em Myanmar desde a aprovaccedilatildeo da Lei de Telecomunicaccedilotildees de 2013 passando o paiacutes de um monopoacutelio estatal para um mercado competitivo As reformas associadas incluem a futura criaccedilatildeo de um regulador independente e o desenvolvimento de regras claras e transparentes para o sector recentemente liberalizado com base em melhores praacuteticas internacionais

Em 2014 dois novos operadores de Telecomunicaccedilotildees do sector privado (Telenor and Ooredoo) entraram no mercado Desde entatildeo tecircm havido reduccedilotildees significativas nos preccedilos dos serviccedilos de banda larga com o preccedilo de um cartatildeo SIM passando de cerca de US$150 em 2013 para apenas US$150 em 20158

O processo de licitaccedilatildeo realizado pelo governo para seleccionar as duas novas operadoras de comunicaccedilotildees moacuteveis foi considerado como transparente e um exemplo de boas praacuteticas internacionais O governo garantiu compromissos das duas novas operadoras a investir fortemente no desenvolvimento de infra-estrutura de telecomunicaccedilotildees no paiacutes A Ooredoo por exemplo comprometeu-se a investir 15 mil milhotildees de doacutelares durante o periacuteodo de licenccedila de 15 anos e a Telenor delineou planos para investir mais de mil milhotildees de doacutelares no seu primeiro ano a explorar sozinho9 O provedor dos serviccedilos estatais encarregado da Myanmar Correios e Telecomunicaccedilotildees (MPT) tambeacutem firmou uma parceria com a empresa Japonesa KDDI-Sumitomo para melhorar as operaccedilotildees e as infra-estruturas de forma a expandir o serviccedilo

A Lei das Telecomunicaccedilotildees permite que as empresas independentes desenvolvam torres e infra-estrutura de fibra de modo a que os encargos de desenvolvimento de infra-estrutura natildeo sejam apenas da responsabilidade

das operadoras moacuteveis e do governo A partilha de torres aumentou e os custos desceram

A entrada tardia de Myanmar para o sector do TIC permitiu-lhe beneficiar da experiecircncia adquirida noutros paiacuteses As empresas de telecomunicaccedilatildeo saltaram as tecnologias obsoletas e optaram por usar e investir em tecnologia 3G desde o iniacutecio enquanto o governo tem adoptado poliacuteticas progressistas como um quadro de licenciamento unificado e promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas por parte dos operadores

Tudo isso levou a um mercado altamente competitivo e vibrante O sector de telecomunicaccedilotildees tornou-se alvo de investimento estrangeiro atraente perdendo somente para o sector da energia Myanmar tem testemunhado um aumento sem precedentes no nuacutemero de assinantes de banda larga provocado em parte pela disponibilidade de smartphones mais acessiacuteveis No final de 2013 o nuacutemero total do nuacutemero de conexotildees de banda larga moacutevel foi de 17 milhotildees ateacute o final de 2015 este nuacutemero havia crescido mais de 800 para 156 milhotildees10

Apesar deste progresso dramaacutetico o nuacutemero de conectados agora representam apenas 18 da populaccedilatildeo Ainda haacute muito a ser feito Prioridades devem incluir um papel de relevo nas infra-estruturas durante os proacuteximos anos enfrentar o alcance limitado da rede eleacutectrica melhorar o controlo do cumprimento das licenccedilas aumentar a partilha de infra-estruturas e melhorar a capacidade humana e institucional do paiacutes para enfrentar esses desafios A Coligaccedilatildeo dos Multi-actores da A4AI-Myanmar estaacute a trabalhar para informar o novo Plano Principal de Telecomunicaccedilotildees do governo e para manter o ritmo visto ao longo dos uacuteltimos anos para melhoria da acessibilidade e expansatildeo do acesso

MYANMAR RAacutePIDAS MUDANCcedilAS NUM MERCADO EMERGENTE

8 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf9 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf10 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)11 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

19

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

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Mozambique

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Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

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ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 4: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

4

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Atingir esta meta requer acccedilatildeo arrojada e imediata Na nossa actual trajectoacuteria a A4AI prevecirc que atinjamos esta meta soacute em 2042 ndash 22 anos depois da data limite definida pela comunidade global Sem uma reforma urgente em 2020 veremos apenas 16 da populaccedilatildeo nos paiacuteses mais pobres do mundo e 53 em todo o mundo conectada Natildeo soacute natildeo vamos atingir a meta como vamos ficar muito longe dela Este atraso na conectividade vai prejudicar o desenvolvimento global em todos os aspectos contribuindo para a perda de oportunidades de crescimento econoacutemico e negando a centenas de milhotildees de pessoas o acesso ao ensino e serviccedilos de sauacutede em linha uma voz poliacutetica e muito muito mais

Com a finalidade a contribuir para ajudar os liacutederes a colocarem-nos no caminho certo para atingir esta meta o Relatoacuterio de Acessibilidade de 2015-16 olha para o ambiente da acessibilidade em 51 paiacuteses considera os efeitos da pobreza e da desigualdade no rendimento e olha de perto para a disparidade de geacutenero no acesso

ldquoTodos devem ter acesso a Internetrdquo Esta foi a conclusatildeo dos 193 estados membro das Naccedilotildees Unidas ao acordarem o novo conjunto de Metas para o Desenvolvimento Sustentaacutevel (SDGs) em Setembro de 2015 Sublinhando o potencial da Internet para contribuir para o desenvolvimento e empoderamento global a meta 9c das SDG convoca ao acesso universal a preccedilos acessiacuteveis nos paiacuteses menos desenvolvidos do mundo ateacute 2020

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

RESUMO EXECUTIVO

5 Mais Ranking Geral do ADI 5 Mais Paiacuteses Menos DesenvolvidosColocircmbia Ruanda

Costa Rica Uganda

Malaacutesia Gacircmbia

Turquia Myanmar

Peru Tanzacircnia

5

RESUMO EXECUTIVO

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O Iacutendice dos Motores de Acessibilidade

O nosso Iacutendice de Motores da Acessibilidade (ADI) olha para as poliacuteticas incentivos e investimento em infra-estrutura realizados em 51 paiacuteses em desenvolvimento e emergentes e avalia ateacute que ponto estatildeo a ser implementados Inclui poliacuteticas que cremos que guiem o progresso para uma Internet mais acessiacutevel Os paiacuteses que se saem bem no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos embora o ADI natildeo meccedila directamente os preccedilos

O nosso Iacutendice de Motores da Acessibilidade (ADI) olha para as poliacuteticas incentivos e investimento em infra-estrutura realizados em 51 paiacuteses em desenvolvimento e emergentes e avalia ateacute que ponto estatildeo a ser implementados Inclui poliacuteticas que cremos que guiem o progresso para uma Internet mais acessiacutevel Os paiacuteses que se saem bem no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos embora o ADI natildeo meccedila directamente os preccedilos

A Colocircmbia e a Costa Rica encontram-se novamente no topo dos rankings com pontuaccedilotildees que reflectem melhoria nos indicadores de infra-estrutura e de acesso O Myanmar deu o maior salto no ranking do ADI subindo nove lugares ateacute a 27ordf posiccedilatildeo graccedilas a abertura com ecircxito do anterior mercado de telecomunicaccedilotildees estatal para novas operadoras (2013) e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) No entanto como um todo as classificaccedilotildees no ADI satildeo baixas significando que temos agrave nossa frente muito trabalho aacuterduo para os paiacuteses criarem o ambiente certo para fazer baixar os preccedilos e aumentar as taxas de conexatildeo

Pobreza e Desigualdade

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu a meta de acessibilidade de 5 para quem vive na pobreza Natildeo se trata de um problema que afecta apenas pequenos grupos de pessoas ndash 19 mil milhotildees de pessoas nos paiacuteses abrangidos pelo ADI vivem na pobreza (isto eacute menos de $310 por dia)

A desigualdade no rendimento tambeacutem desempenha um papel e pode fazer com que o progresso aparente ser mais raacutepido do que eacute Embora 25 dos 51 paiacuteses tenham atingido a meta de

acessibilidade de 5 definido pelas NU para quem tenha o rendimento nacional meacutedio apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 de pessoas com rendimentos mais baixos O que significa que milhotildees de pessoas continuam a ser excluiacutedas da revoluccedilatildeo digital nos paiacuteses que atingiram a meta de 5 No entanto quando os custos descem para 2 ou menos dos rendimentos mensais o acesso tende a ser acessiacutevel para todos os grupos de rendimento

Embora o relatoacuterio natildeo considere em detalhe os custos dos dispositivos nota que o custo de compra de um telefone com Internet pode desempenhar um grande papel na determinaccedilatildeo de quem consegue pagar para estar conectado Quando acrescentamos o preccedilo hipoteacutetico de US$48 de um smartphone de baixo custo ao preccedilo do pacote de 500MB de banda larga a populaccedilatildeo total de quase todos os paiacuteses que realmente consegue pagar um pacote de banda larga e um smartphone de baixo custo desce 20 Tambeacutem notamos que 500MB por mecircs oferece apenas oportunidades muito limitadas para uso significativo da Internet

A Disparidade de Geacutenero no Acesso

A dura realidade do retrato da acessibilidade para quem vive na pobreza e na base da piracircmide de rendimento o custo da conexatildeo eacute ainda mais alto para as mulheres nestes grupos A disparidade de rendimento entre os sexos diminui a capacidade das mulheres ndash em particular das famiacutelias lideradas por mulheres ndash conseguirem pagar o acesso a Internet Recente estudo da Web Foundation mostra que as mulheres pobres em zonas urbanas tecircm 50 menos probabilidade de se conectarem a Internet do que homens do mesmo grupo etaacuterio com niacuteveis de ensino e rendimento similar

As metas 9c (acesso universal a preccedilos acessiacuteveis) e 5b (aperfeiccediloamento do uso de ICT para promover o empoderamento da mulher) da SDG podem ser encontrados sob diferentes metas abrangentes mas estatildeo inextricavelmente interligadas O acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos e focados para conectar as mulheres a Internet tal como a igualdade de geacutenero plena natildeo pode ser alcanccedilada sem facilitar o acesso da mulher a uma Internet acessiacutevel aberta e segura O acesso a oportunidades de ensino capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo eacute crucial para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerada e integrada como parte de uma estrateacutegia abrangente

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RESUMO EXECUTIVO

Recomendaccedilotildees

1 Desenvolver e trabalhar para uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Propomos uma nova meta ldquo1 a 2rdquo 1GB de dados com preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal

2 Reduzir o custo dos telemoacuteveis e aparelhos ICT Os governos devem trabalhar para reformar os regimes fiscais e patentes para que os custos dos aparelhos ICT possam baixar Tambeacutem vatildeo precisar de incentivar o sector privado para desenvolver smartphones de alta qualidade e baixo custo

3 Aumentar o investimento e disponibilidade de acesso puacuteblico subsidiado Existem sempre grupos que seratildeo excluiacutedos pelo mercado e para os quais os custos do acesso permaneceratildeo fora do alcance O acesso puacuteblico atraveacutes de bibliotecas centros comunitaacuterios e sistemas de WiFi municipal ndash financiados por Fundos de Serviccedilo e Acesso Universal bem geridos ndash eacute crucial para trazer acesso a estas populaccedilotildees

4 Criar metas especiacuteficas com prazos definidos para colmatar a disparidade digital entre os sexos Em grande parte do mundo em desenvolvimento ao fosso no uso de Internet

entre os sexos eacute desconcertante ndash por exemplo em Kampala no Uganda haacute apenas uma mulher em linha para cada trecircs homens Os governos devem definir metas concretas para alcanccedilar a igualdade de geacutenero na adopccedilatildeo habilidades e empoderamento digital e suportaacute-las com programas especiacuteficos e alocaccedilotildees orccedilamentais Os dados desagregados por geacutenero devem ser recolhidos para monitorar o progresso O que deve ser feito atraveacutes de planificaccedilatildeo nacional de banda larga sensiacutevel ao geacutenero

5 Abordagem integrada para decisatildeo poliacutetica Trazer acesso internet para todos requer poliacuteticas equilibradas que respondem a procura e tambeacutem a oferta regulamento aleacutem de concorrecircncia banda larga fixa e moacutevel acesso puacuteblico e assinaturas individuais Os ministros do governo e outros devem encabeccedilar os esforccedilos para reunir todos os actores e desenvolver um plano claro e coerente para sequenciar as reformas e estimular os investimentos necessaacuterios para permitir custos reduzidos e acesso disseminado Doadores e agecircncias de ajuda devem juntar-se a festa com apoio financeiro e praacutetico

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ldquoTODOS DEVEM TER ACESSO Agrave INTERNETrdquo

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1INTRODUCcedilAtildeO

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ldquoTodos deveriam ter acesso agrave Internetrdquo Foi assim acordado em Setembro de 2015 quando os 193 estados membros das Naccedilotildees Unidas acordaram um novo conjunto de Metas para o Desenvolvimento Sustentaacutevel (SDGs) que definiu a agenda para o desenvolvimento global para os proacuteximos 15 anos A SDG 9c explicita como meta o acesso universal a custos acessiacuteveis por todos os Paiacuteses Menos Desenvolvidos do Mundo (PMDLDCs) ateacute 2020 implicitamente pressupondo custos e a universalidade de forma acessiacutevel a niacutevel global ndash acesso para todos em toda a parte ateacute 2020 Contudo de acordo com a evoluccedilatildeo actual os PMDs demoraratildeo quase 30 anos para atingir esta meta1

Atingir esta meta requer uma acccedilatildeo arrojada A menos que aceleremos dramaticamente o progresso apenas 16 da populaccedilatildeo dos paiacuteses mais pobres e 53 do mundo todo estaratildeo conectados ateacute 2020 Este desfasamento na conectividade natildeo soacute iraacute resultar numa enorme perda de crescimento econoacutemicomdash como tambeacutem iraacute privar centenas de milhotildees de pessoas de terem acesso agrave educaccedilatildeo serviccedilos de sauacutede expressatildeo poliacutetica e oportunidades de emprego atraveacutes da internet

Este relatoacuterio identifica barreiras criacuteticas que devem ser superadas em apenas quatro anos de forma a atingir a meta de conectividade da SGD e estabelece os passos que as organizaccedilotildees Governamentais Entidades Reguladoras Empresas e Sociedade Civil devem dar agora

O Status Quo

Hoje mais de quatro mil milhotildees de pessoasmdash cerca de 56 da populaccedilatildeo mundial mdash ainda natildeo tecircm acesso agrave Internet Esta populaccedilatildeo ldquoofflinerdquo compreende maioritariamente mulheres A maioria vive nos PMDs e outros paiacuteses em desenvolvimento5

Um dos obstaacuteculos que a maioria dos paiacuteses enfrenta na corrida para expandir o acesso eacute a acessibilidade mdash a grande maioria das pessoas sem acesso agrave Internet hoje em dia estatildeo ldquoofflinerdquo simplesmente porque natildeo tecircm recursos para pagar a conexatildeo baacutesica Para os Noruegueses acesso constante a banda larga raacutepida

e ilimitada custa pouco mais do que um latte que muitos compram todos os dias no caminho para o escritoacuterio Para os Nigerianos apenas 500MB de dados moacuteveis preacute-pagos podem custar mais do que eles gastam na educaccedilatildeo dos seus filhos

A Comissatildeo da ONU para banda larga define como banda larga acessiacutevel quando um pacote inicial (500MB) estaacute disponiacutevel a 5 ou menos do rendimento miacutenimo mensal (ou seja PIB per capita) Contudo em 2014 o custo meacutedio de um pacote preacute-pago 500MB foi de 152 do PIB per capita em PDMs e de 65 em todos os paiacuteses em desenvolvimento

Os preccedilos da Internet aparentam estar a descer e a acessibilidade conforme definido pela ONU estaacute a aumentar mdash no ano passado a UIT informou que 67 dos 116 paiacuteses em desenvolvimento tinham de facto conseguido atingir a meta de acessibilidade de 5 imposta pela ONU Entatildeo porque eacute que o crescimento da utilizaccedilatildeo da Internet acabou por diminuir O uso em todo o mundo cresceu 74 in 2014 mas apenas 69 em 2015

O que estaraacute a atrasar o progresso

Este relatoacuterio alega que o atraso no crescimento da conectividade deve-se ao fracasso dos decisores poliacuteticos em enfrentar os efeitos conjuntos da pobreza e da desigualdade de rendimentos

Enquanto a pobreza global no geral estaacute a diminuir (tanto em nuacutemeros absolutos como em percentagem da populaccedilatildeo) ainda haacute mais de dois mil milhotildees de pessoas a viver na pobreza absoluta em todo o mundo em desenvolvimento (ou seja com menos de US$310dia) Para estas pessoas o acesso agrave Internet continua a ser uma realidade muito distante

O crescimento econoacutemico nos paiacuteses em desenvolvimento natildeo tem sido distribuiacutedo de forma equitativa De acordo com a ONU mais de 75 das famiacutelias nos paiacuteses em desenvolvimento vivem hoje em sociedades onde o rendimento eacute distribuiacutedo de forma mais desigual do que era na deacutecada de 90 Quando algumas pessoas ganham muito enquanto outros

1 INTRODUCcedilAtildeO

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1 Para efeitos deste relatoacuterio definimos ldquoacesso universalrdquo como taxa de 90 de penetraccedilatildeo da Internet Esta definiccedilatildeo incrementa a declaraccedilatildeo WSIS que define acesso universal como ldquoAcesso universal omnipresente equitativo e acessiacutevel a infra-estrutura e serviccedilos ICTrdquo

2 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 3 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 4 Ao longo deste relatoacuterio todas as mediccedilotildees do preccedilo de planos de 500MB satildeo para planos moacuteveis preacute-pagos (a menos que notado o contraacuterio) Todas as

mediccedilotildees de preccedilos para 1GB satildeo planos proacutes-pagos para computador (a menos que notado o contraacuterio)

9

ganham muito pouco a ldquomeacutediardquo de rendimento per capita mdash o valor de referecircncia que a ONU utiliza para avaliar a acessibilidade mdash seraacute muito maior do que aquilo que a maioria das pessoas realmente ganha Na Aacutefrica do Sul por exemplo o rendimento meacutedio eacute de US$6800 (PIB per capita 2014) mas 60 da populaccedilatildeo na realidade recebe menos de metade desse valor Na praacutetica isto significa que para quase metade da populaccedilatildeo sul-africana uma conexatildeo de internet moacutevel aparentemente acessiacutevel (preccedilo de cerca de 15 do rendimento ldquomeacutediordquo mensal) na verdade custa em qualquer lugar entre7-15 do seu rendimento A ideia de um rendimento ldquomeacutediordquo nacional eacute ainda mais distorcida pela desigualdade salarial em termos de geacutenero

Como resultado dessas desigualdades um paiacutes pode cumprir a meta de acessibilidade da ONU a um niacutevel superior mas ainda vecirc uma grande quantidade de pessoas sem capacidade para pagar uma ligaccedilatildeo agrave internet Superar os obstaacuteculos colocados por estas desigualdades seraacute fundamental para a expansatildeo do acesso a preccedilos acessiacuteveis e para trazer o acesso universal ateacute 2020 dentro da esfera da possibilidade

O tempo de agir eacute agora

O tempo eacute curto De forma a por ldquoonlinerdquo cerca de quatro mil milhotildees de pessoas em menos de cinco anos deveremos agir agora a uma escala e rapidez nunca antes vistas Governos o sector privado doadores e sociedade civil deveratildeo unir-se para tomar corajosamente as medidas necessaacuterias que permitiratildeo aos que estatildeo ldquoofflinerdquo ter acesso e pagar uma Internet livre e ilimitada

A exclusatildeo digital significa exclusatildeo por pobreza e geacutenero O custo mais elevado dos dados moacuteveis e dispositivos atinge com maior dureza quem tem rendimentos mais baixos em particular mulheres e a populaccedilatildeo rural A menos que medidas especiacuteficas sejam tomadas para tornar a Internet acessiacutevel e disponiacutevel a estes grupos as iniciativas de cobertura para ldquoconectar todosrdquo pode ter o risco de aprofundar as disparidades homemmulher e urbanorural existentes

Alcanccedilar o acesso universal e os custos acessiacuteveis sugeridos pela SDG 9c exigiraacute medidas urgentes e especiacuteficas para superar as barreiras apresentadas pela desigualdade de rendimentos e pobreza Estas incluem

1 Desenvolver e trabalhar para uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Para alcanccedilar o acesso universal devemos impulsionar os preccedilos bem abaixo dos actualmente estabelecidos para uma meta a niacutevel do pacote inicial (ou seja 500MB) de banda larga com preccedilos de 5 ou menos do valor de rendimento meacutedio mensal Propomos uma nova meta de ldquo1 para 2rdquo 1GB de dados moacuteveis ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal

2 Reduzir o valor dos telemoacuteveis e dispositivos ICT Para que o acesso agrave Internet seja acessiacutevel aos que actualmente estatildeo excluiacutedos devido ao preccedilo eacute importante reduzir os custos dos dispositivos Os preccedilos dos telemoacuteveis e outros dispositivos podem ser inflacionados pelos elevados impostos de importaccedilatildeo e taxas excessivas de patentes e ldquoroyaltiesrdquo Os governos devem trabalhar para reforma tributaacuteria e dos regimes de patentes para que os custos do dispositivo de ICT possam descer e seraacute necessaacuterio incentivar o sector privado a desenvolver smartphones de alta qualidade e de baixo custo

3 Aumentar o investimento e disponibilidade puacuteblica com acesso subsidiado Um mercado de banda larga forte e competitivo pode ir longe no sentido de conduzir os preccedilos para um valor mais baixo mdash em conjunto com dispositivos mais baratos mdash conectando os desconectados No entanto existem sempre grupos que seratildeo excluiacutedos do Mercado e aqueles a quem os custos de acesso permaneceratildeo inacessiacuteveis O acesso puacuteblico atraveacutes das bibliotecas centros comunitaacuterios e sistemas de WiFi municipais mdash financiados por fundos para serviccedilo universal e de acesso bem administrados mdash satildeo fundamentais para melhorar o acesso a essas populaccedilotildees

1 INTRODUCcedilAtildeO

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5 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 6 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 7 World Bank (2015) Poverty Overview httpwwwworldbankorgentopicpovertyoverview

10

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1 INTRODUCcedilAtildeO ONTINUED

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 Criar metas especiacuteficas com prazos para eliminar a exclusatildeo digital com base no geacutenero Em grande parte do mundo em desenvolvimento as disparidades de geacutenero na utilizaccedilatildeo da Internet satildeo impressionantes mdash em Kampala Uganda por exemplo haacute apenas uma mulher online por cada trecircs homens online Ainda assim o reconhecimento dessa diferenccedila digital com base no geacutenero eacute praticamente invisiacutevel nos planos nacionais de banda larga e nas estatiacutesticas oficiais Os governos devem definir metas concretas para alcanccedilar a equidade de geacutenero na adopccedilatildeo de competecircncias digitais e de capacitaccedilatildeo e devem apoiar estas metas com programas especiacuteficos e dotaccedilotildees orccedilamentais Devem ser recolhidos dados desagregados por geacutenero para monitorar o progresso

5 Uma abordagem integrada agrave formulaccedilatildeo de poliacuteticas Por todos online exige poliacuteticas equilibradas que respondam a toda agrave procura e agrave oferta regulamentos e concorrecircncia banda larga fixa e moacutevel acesso puacuteblico e acessibilidade do consumidor Exigem cooperaccedilatildeo entre os ministeacuterios entre as unidades geograacuteficas (local estadual e nacional) e entre actores do sector privado cujos interesses comerciais podem diferir bastante O governo (ou seja os ministeacuterios das comunicaccedilotildees ou o gabinete do chefe de estado) deve assumir a lideranccedila na convocaccedilatildeo desses actores e desenvolver um plano claro e coerente para reformas sequenciadas mobilizando os investimentos necessaacuterios Governos e agecircncias doadoras devem apoiar este processo intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como em habilidades digitais conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico

A HORA DE AGIR Eacute AGORA

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2O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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Superar o desafio de acessibilidade eacute fundamental para alcanccedilar o acesso universal A tecnologia para fornecer acesso a baixo custo estaacute amplamente disponiacutevel com novos avanccedilos tecnoloacutegicos a surgindo constantemente No entanto poliacuteticas desactualizadas ou mal concebidas que aumentam artificialmente os custos mdash por exemplo inibindo a concorrecircncia ou a imposiccedilatildeo de requisitos de licenciamento complicados mdash contribuem para que os preccedilos continuem teimosamente elevados

Esforccedilos para expandir o acesso agrave internet devem ser conduzidos por um conjunto de poliacuteticas flexiacuteveis e progressivas e regulamentos que permitam que os preccedilos ao consumidor desccedilam drasticamente e de forma raacutepida Quais satildeo as poliacuteticas quem as estabelece e como estatildeo a funcionar

O nosso Iacutendice dos Motores da Acessibilidade (ADI) analisa as poliacuteticas incentivos e ambiente infraestrutural local em 51 paiacuteses emergentes e em desenvolvimento incluindo poliacuteticas que acreditamos levar a um progresso para uma Internet mais acessiacutevel Em seguida avalia ateacute que ponto essas poliacuteticas estatildeo a

ser implementadas O ADI deliberadamente natildeo avalia directamente os preccedilos mdash mas existe uma correlaccedilatildeo entre as melhores pontuaccedilotildees no ADI e os preccedilos de banda larga mais baixos em relaccedilatildeo agrave renda Em resumo os paiacuteses bem posicionados no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos e satildeo susceptiacuteveis de serem capazes de reduzir os preccedilos cada vez mais e de forma acelerada no futuro

Embora no ano passado tenha havido algum progresso marginal na frente da acessibilidade os resultados normalmente baixos em linha com o ADI mostram o quanto ainda temos de percorrer para alcanccedilar o acesso universal Na nossa trajectoacuteria actual natildeo chegaremos nem perto de alcanccedilar a meta de acesso universal ateacute 2020 Reforma poliacutetica eacute um primeiro passo fundamental e necessaacuterio para a expansatildeo do acesso

Nesta secccedilatildeo olhamos com mais detalhe aquilo que os paiacuteses estatildeo a fazer para tornar o acesso agrave Internet mais acessiacutevel para grande parte da sua populaccedilatildeo e qual das poliacuteticas usadas estatildeo a funcionar

Este ano o Iacutendice de Acessibilidade A4AI foi chamado Iacutendice dos Motores de Acessibilidade (ADI) Porquecirc Achamos que este nome descreve com mais precisatildeo aquilo que o Iacutendice estaacute a avaliar mdash ou seja a combinaccedilatildeo de medidas de poliacutetica e outros factores vitais que determinam como um paiacutes seraacute capaz de reduzir os preccedilos da banda larga

O ADI examina os factores atraveacutes de sub-iacutendices de duas aacutereas mdash infraestrutura e acesso

1 O sub-iacutendice de infraestrutura avalia a extensatildeo actual de implantaccedilatildeo de infraestrutura e operaccedilotildees juntamente com as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor de forma a incentivar e permitir o investimento rentaacutevel na expansatildeo de infraestruturas futuras As variaacuteveis incluiacutedas neste sub-iacutendice incluem por exemplo a quantidade de banda larga disponiacutevel em um determinado paiacutes e uma avaliaccedilatildeo da poliacutetica do espectro da naccedilatildeo

2 O Sub-iacutendice de acesso mede taxas actuais de adopccedilatildeo da banda larga e as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor para incentivar o crescimento e garantir a oferta de acesso agrave Internet de forma acessiacutevel e equitativa Este sub-iacutendice inclui variaacuteveis como as taxas actuais de infiltraccedilatildeo da Internet e uma avaliaccedilatildeo da eficaacutecia dos Fundos de Serviccedilo Universal de um paiacutes

Cada paiacutes eacute classificado atraveacutes de uma gama de variaacuteveis dentro de cada sub-iacutendice e eacute entatildeo classificado contra os outros paiacuteses do ADI tendo como classificaccedilatildeo mais elevada o paiacutes que receber uma pontuaccedilatildeo de 100 e pontuaccedilatildeo zero para o menor classificado (Nota Embora tenhamos recolhido dados de 88 paiacuteses incluindo paiacuteses desenvolvidos apenas analisamos paiacuteses emergentes e em desenvolvimento eacute por

isso que a Colocircmbia o paiacutes mais bem classificado no ADI este ano apenas pontuou 65 e natildeo 100) Classificaccedilotildees mais elevadas indicam a existecircncia de uma combinaccedilatildeo de factores que contribuem para uma reduccedilatildeo de custos da induacutestria e preccedilos de banda larga mais baixos incluindo a elevada infiltraccedilatildeo de banda larga infra-estruturas suficientes e ainda poliacuteticas e regulamentos eficazes (Para mais detalhes sobre a metodologia usada para o ADI consulte o Apecircndice 1)

Com efeito uma pontuaccedilatildeo mais elevada no ADI estaacute correlacionada com uma Internet de banda larga mais acessiacutevel Ilustrado na Figura 1 que mostra como a classificaccedilatildeo de um paiacutes no ADI aumenta o preccedilo de um plano de dados de 500MB em relaccedilatildeo agrave reduccedilatildeo do rendimento meacutedio Esta relaccedilatildeo tambeacutem acontece em relaccedilatildeo a um plano maior de 1GB (Figura 2)

O ADI deste ano cobre os mesmos 51 paiacuteses incluiacutedos no nosso iacutendice de 2014-15 e usa a mesma metodologia usada no ano passado No entanto enquanto todas as fontes de dados foram as mesmas noacutes natildeo realizaacutemos um novo conjunto de inqueacuteritos poliacuteticos em 2015 Com base no pressuposto que os ambientes poliacuteticos e normativos tendem a mudar lentamente e foi confirmado por consulta as respostas a inqueacuteritos por vaacuterios especialistas em poliacutetica que participaram no inqueacuterito em 2014 (veja o Anexo A) Assim as actualizaccedilotildees das classificaccedilotildees do ADI baseiam-se apenas em novos dados secundaacuterios

O QUE Eacute O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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Figura 2 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano de computador poacutes-pago de 1GB (como do PIB per capita 2014)

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Figura 1 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano moacutevel preacute-pago de 500MB (como do PIB per capita 2014)

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Posiccedilatildeo 2015

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Infraestruturas

Resultado de Contagem do ADI

Posiccedilatildeo 2014

1 Colocircmbia 6945 6085 6532 22 Costa Rica 7888 5000 6460 13 Malaacutesia 6957 5669 6328 44 Turquia 6585 5860 6235 35 Peru 6193 6148 6182 56 Brasil 5928 6035 5990 67 Marrocos 6167 4932 5551 128 Mauriacutecias 6558 4481 5520 79 Meacutexico 5668 5105 5385 1410 Argentina 5716 4958 5335 911 Ruanda 5442 5190 5313 1012 Nigeacuteria 5783 4793 5285 1113 Tailacircndia 6072 4413 5239 1314 Jamaica 5902 4279 5084 1615 Ecuador 5399 4735 5060 816 Uganda 5653 4244 4940 1517 Rep Dominicana 5307 4163 4723 1818 Tuniacutesia 4680 4711 4683 1719 Africa do Sul 5457 3859 4644 2020 Gacircmbia 4912 4281 4582 2121 Queacutenia 5200 3927 4548 1922 China 4799 4182 4474 2323 Botswana 4882 4054 4451 2424 Vietname 5674 3233 4437 2225 Paquistatildeo 4360 4497 4411 2526 Gana 4715 3892 4284 2627 Myanmar 3188 5367 4257 3628 Filipinas 4783 3707 4224 2929 Indoneacutesia 4570 3909 4219 2730 Repuacuteblica da 4390 4038 4193 2831 Iacutendia 3785 4288 4012 3032 Egipto 3276 4684 3955 3233 Bangladesh 3373 4504 3913 3334 Namiacutebia 5156 2676 3890 3135 Zacircmbia 4166 3444 3777 3536 Mali 3645 3721 3653 4037 Cazaquistatildeo 4416 2945 3650 3438 Benim 3294 3787 3508 4139 Venezuela 4112 2839 3442 3740 Jordacircnia 4636 2302 3436 3841 Senegal 3708 2865 3250 3942 Nepal 3533 2447 2948 4443 Moccedilambique 3830 1875 2809 4244 Camarotildees 3110 2179 2597 4345 Zimbabueacute 3348 1912 2583 4546 Burkina Faso 2974 1499 2182 4647 Malawi 2477 1650 2006 4748 Etioacutepia 3107 000 1488 4849 Serra Leoa 1706 1169 1370 4950 Haiti 1488 1322 1336 5051 Ieacutemen 000 181 000 51

Tabela 1 201516 ADI Pontuaccedilotildees e Classificaccedilotildees

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Paiacuteses Latino-americanos mais uma vez dominam o ranking do ADI com seis paiacuteses da regiatildeo entre os primeiros 10 Para a maioria dos 10 primeiros paiacuteses no ADI as mudanccedilas de posiccedilotildees foram o resultado de mudanccedilas graduais nos indicadores subjacentes que compotildeem o iacutendice Em alguns casos estas alteraccedilotildees foram mais acentuadas e foram o resultado de melhorias nas pontuaccedilotildees do sub-iacutendice das infraestruturas Foi o caso da Malaacutesia que registou um aumento significativo na velocidade de banda larga fixa e banda larga internacional por usuaacuterio no Peru onde a banda larga internacional por usuaacuterio quase duplicou e no Meacutexico que registou um aumento significativo na velocidade da banda larga fixa

Colocircmbia e Costa Rica novamente no topo da classificaccedilatildeo com resultados que refletem uma melhoria dos indicadores de infraestruturas e acessos Os dois paiacuteses tecircm abordado o desenvolvimento e a implementaccedilatildeo da nova poliacutetica da ICT de uma forma abrangente melhorando a acessibilidade nos dois paiacuteses mdash o preccedilo de um plano de 500MB na Colocircmbia caiu para pouco mais de 3 do RNB per capita e apenas 1 do RNB per capita na Costa Rica Ambos fizeram da melhoria do acesso agrave Internet uma prioridade nacional e estabeleceram parcerias com o sector privado para construir e compartilhar a infra-estrutura de modo a garantir um Mercado sustentaacutevel e saudaacutevel Cada paiacutes enfrenta os mesmos desafios globais agrave conectividade encontrados em grande parte do mundo incluindo a pobreza e grandes populaccedilotildees rurais e tecircm mantido o objectivo claro de permitir a conectividade a estes grupos marginalizados com habilidades digitais e programas de formaccedilatildeo e investimento em TIC no conteuacutedo criado localmente

ColocircmbiaGrande parte do sucesso da Colocircmbia ateacute agora tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo na implementaccedilatildeo de poliacuteticas eficazes e na criaccedilatildeo de parcerias no sector do TIC A taxa de 53 de infiltraccedilatildeo de Internet na Colocircmbia estaacute entre as mais elevadas de todos os paiacuteses abrangidos neste relatoacuterio Pode ser explicado em parte pela estrateacutegia diversificada do governo para melhorar a acessibilidade e os custos acessiacuteveis no paiacutes Esta estrateacutegia foi delineada na primeira fase do ldquoPlano Viva Digitalrdquo lanccedilado em 2010 e foi descrito no nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

bull Alguns dos factores por traacutes do sucesso desta primeira fase do plano incluem

bull A melhoria na utilizaccedilatildeo da banda larga atraveacutes de um aumento de certificaccedilatildeo e formaccedilatildeo em cultura digital suporte para teletrabalho e melhoria dos serviccedilos electroacutenicos do governo

bull Incentivos melhores para a adesatildeo agrave banda larga a todos os niacuteveis (tais como a eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e IVA sobre a compra de PCs subsiacutedios para computadores e tarifas especiais subsidiados para acesso agrave Internet em domiciacutelios de baixa renda)

bull Promover o desenvolvimento do sector das TIC atraveacutes de empreacutestimos especiais para estudar domiacutenios na aacuterea das TIC uma rede de laboratoacuterios puacuteblicos para a criaccedilatildeo de conteuacutedo uma rede corporativa (programa de estaacutegios para a comercializaccedilatildeo e desenvolvimento de aplicaccedilotildees) e alianccedilas com os governos regionais para desenvolver a induacutestria de TI local

bull Medidas reguladoras como a promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas desenvolvimento de regras mais claras para os operadores de redes moacuteveis virtuais (MVNO) esforccedilos para enfrentar o domiacutenio do mercado e eliminaccedilatildeo de claacuteusulas de permanecircnciafidelizaccedilatildeo (nas quais eacute exigido aos clientes ter um certo nuacutemero de meses em seus contratos)

Em 2014 o governo Colombiano lanccedilou uma segunda fase do seu plano de banda larga mdash ldquoPlano Viva Digital IIrdquo Dois dos principais objectivos do novo plano incluem (1) fazer da Colocircmbia um liacuteder mundial no desenvolvimento de aplicaccedilotildees do TIC para reduccedilatildeo da pobreza e (2) tornar o governo o ldquomais eficiente e transparente do mundordquo no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das TIC A atenccedilatildeo expliacutecita do plano para melhorar a vida dos mais pobres eacute um modelo de como as poliacuteticas de TIC podem ser direccionados para o benefiacutecio de grupos especiacuteficos da populaccedilatildeo

Costa RicaTal como com a Colocircmbia grande parte do sucesso da Costa Rica tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo Na Costa Rica esta vontade poliacutetica a alto niacutevel decorre de um compromisso juriacutedico para com

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21 PAIacuteSES LATINO-AMERICANOS NO TOPO DO IacuteNDICE PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

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as TIC como instrumento de luta contra a pobreza promoccedilatildeo dos direitos humanos e da participaccedilatildeo democraacutetica A Costa Rica possui uma das maiores taxas de adesatildeo contractual de banda larga moacutevel (44) de todos os paiacuteses constantes no relatoacuterio e tambeacutem tem o mais acessiacutevel plano de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB) ao preccedilo de pouco mais de 1 do PIB per capita Aproximadamente 50 do paiacutes estaacute conectado agrave Internet

O trabalho do Fundo Nacional de Telecomunicaccedilotildees (FONATEL) tambeacutem tem sido crucial para acabar com a exclusatildeo digital do paiacutes Os esforccedilos da FONATEL tecircm-se centrado especificamente em (1) conectar

comunidades (por exemplo atraveacutes de escolas e centros comunitaacuterios) (2) conectar famiacutelias (incluindo famiacutelias seniores mulheres de empresaacuterios pessoas com deficiecircncia etc) (3) conectar organizaccedilotildees do sector puacuteblico e (4) estabelecer redes WiFi locais

O novo Plano de Desenvolvimento das Telecomunicaccedilotildees (Plan Nacional de Desarrollo de las Telecomunicaciones) desenvolvido atraveacutes de ampla consulta visa aumentar a utilizaccedilatildeo da Internet para a meacutedia encontrada no interior dos paiacuteses da OCDE e melhorar a velocidade de banda larga de pelo menos 80 da populaccedilatildeo com a taxa meacutedia encontrada em paiacuteses da OCDE

O fim do ADI deste ano eacute muito similar ao final do nosso iacutendice de 2014-15 Enquanto muitos dos 10 paiacuteses com classificaccedilatildeo mais baixa estiveram melhor em vaacuterios indicadores os mesmos natildeo melhoraram o suficiente para aumentar a sua classificaccedilatildeo global em relaccedilatildeo aos outros paiacuteses

Para a maior parte estes paiacuteses fizeram mais progressos no sub-iacutendice de acesso No Nepal por exemplo a taxa de adesatildeo aacute Internet aumentou dois pontos percentuais e a adesatildeo agraves conexotildees de banda larga moacutevel aumentou cerca

de cinco pontos percentuais (bem abaixo do aumento meacutedio de todo o iacutendice de 67 pontos percentuais)

Para paiacuteses como a Etioacutepia e Burkina Faso melhorias modestas no sub-iacutendice de acesso foram prejudicadas por quedas ou quaisquer alteraccedilotildees nos indicadores relacionados com a sub-indexaccedilatildeo de infra-estrutura (por exemplo banda larga internacional e velocidades de banda larga fixa) Esta falta de progresso deriva em parte do facto de importantes reformas poliacuteticas e regulatoacuterias necessaacuterias em ambos os paiacuteses estarem ainda em curso

O Myanmar deu o maior salto na classificaccedilatildeo do ADI subindo nove posiccedilotildees para 27 (vigeacutesima seacutetima) posiccedilatildeo Esta mudanccedila veio como resultado da abertura bem-sucedida do mercado de telecomunicaccedilotildees anteriormente detida pelo estado a novos operadores (2013)e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) (Ver caixa abaixo intitulada Myanmar para uma discussatildeo mais detalhada sobre as mudanccedilas recentes na regiatildeo) Esperamos que o Myanmar continue a melhorar no ADI uma vez que mudanccedilas raacutepidas na adesatildeo e utilizaccedilatildeo satildeo reflectidas em anaacutelise futura

Marrocos e Meacutexico entraram ambos no top 10 este ano cada um com um aumento de cinco pontos no ranking ADI deste ano O Meacutexico comeccedilou a ver os frutos das alteraccedilotildees agraves suas poliacuteticas e praacuteticas do sector do TIC

muitas das quais estatildeo alinhadas com as melhores praacuteticas descritas pela A4AI Apoacutes a aprovaccedilatildeo de uma nova lei de telecomunicaccedilotildees em 2014 o Meacutexico introduziu um licenciamento de serviccedilo e tecnologia neutra aumentou a consulta puacuteblica no processo de regulamentaccedilatildeo e pretende lanccedilar uma rede de 700MHz de acesso aberto em 2018 A subida do Marrocos nas classificaccedilotildees foi em grande parte devido agrave melhoria das infra-estruturas e resultados de reformas que comeccedilaram haacute duas deacutecadas Estas reformas institucionais iniciais incluiacuteram a criaccedilatildeo do regulador a Agecircncia Nacional Reguladora das Telecomunicaccedilotildees (ANRT) e um plano para a liberalizaccedilatildeo do sector Isto levou agrave eventual privatizaccedilatildeo da Marrocos Telecom (a concessionaacuteria estatal) o lanccedilamento precoce de serviccedilos 3G e a entrada de duas novas operadoras (Meditel e INWI)

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22 O FIM DA TABELAFOR THE SECOND YEAR RUNNING

23 SUBIDA NAS CLASSIFICACcedilOtildeES MYANMAR MEacuteXICO amp MARROCOS

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no mercado Estes eventos ocorreram bem antes da outros paiacuteses no Oriente Meacutedio e Norte da Aacutefrica (MENA)

Na verdade Marrocos tem um dos sistemas reguladores de telecomunicaccedilotildees mais avanccedilados e eficazes na Regiatildeo MENA O paiacutes tem implementado um regime de licenciamento razoavelmente transparente que permite opccedilotildees de licenciamento adicionais aumentando assim a concorrecircncia a diferentes niacuteveis de serviccedilo Em 2012 o governo lanccedilou um Plano Nacional de Banda Larga de dez anos com o objectivo de garantir o acesso agrave banda larga fixa ou moacutevel para toda a populaccedilatildeo ateacute 2022 O plano de banda larga tambeacutem inclui orientaccedilotildees especiacuteficas sobre a atribuiccedilatildeo de espectro para os serviccedilos de banda larga sem fio com e sem licenccedila Um ano apoacutes o lanccedilamento do novo plano de banda larga o ANRT

estabeleceu um novo plano nacional de frequecircncias que aborda a migraccedilatildeo e a atribuiccedilatildeo de espectro para novas aplicaccedilotildees de banda larga Em 2015 a questatildeo ART requer novas licenccedilas de 4G utilizando espectro disponiacutevel Ateacute o final de 2015 aproximadamente 19 da populaccedilatildeo era assinante de banda larga moacutevel12

Enquanto o dispositivo moacutevel continua a ser a forma dominante de acesso agrave banda larga em 2015 a ART decidiu incentivar a concorrecircncia na banda larga fixa Atualmente o mercado de banda larga fixa em Marrocos eacute principalmente controlado por uma empresa a Maroc Telecom A nova decisatildeo da ANRT iraacute permitir que outros prestadores de serviccedilos possam oferecer serviccedilos de banda larga fixos directamente aos clientes utilizando a infra-estrutura do operador encarregado

Muito tem sido feito apoacutes as tremendas mudanccedilas no sector de telecomunicaccedilotildees em Myanmar desde a aprovaccedilatildeo da Lei de Telecomunicaccedilotildees de 2013 passando o paiacutes de um monopoacutelio estatal para um mercado competitivo As reformas associadas incluem a futura criaccedilatildeo de um regulador independente e o desenvolvimento de regras claras e transparentes para o sector recentemente liberalizado com base em melhores praacuteticas internacionais

Em 2014 dois novos operadores de Telecomunicaccedilotildees do sector privado (Telenor and Ooredoo) entraram no mercado Desde entatildeo tecircm havido reduccedilotildees significativas nos preccedilos dos serviccedilos de banda larga com o preccedilo de um cartatildeo SIM passando de cerca de US$150 em 2013 para apenas US$150 em 20158

O processo de licitaccedilatildeo realizado pelo governo para seleccionar as duas novas operadoras de comunicaccedilotildees moacuteveis foi considerado como transparente e um exemplo de boas praacuteticas internacionais O governo garantiu compromissos das duas novas operadoras a investir fortemente no desenvolvimento de infra-estrutura de telecomunicaccedilotildees no paiacutes A Ooredoo por exemplo comprometeu-se a investir 15 mil milhotildees de doacutelares durante o periacuteodo de licenccedila de 15 anos e a Telenor delineou planos para investir mais de mil milhotildees de doacutelares no seu primeiro ano a explorar sozinho9 O provedor dos serviccedilos estatais encarregado da Myanmar Correios e Telecomunicaccedilotildees (MPT) tambeacutem firmou uma parceria com a empresa Japonesa KDDI-Sumitomo para melhorar as operaccedilotildees e as infra-estruturas de forma a expandir o serviccedilo

A Lei das Telecomunicaccedilotildees permite que as empresas independentes desenvolvam torres e infra-estrutura de fibra de modo a que os encargos de desenvolvimento de infra-estrutura natildeo sejam apenas da responsabilidade

das operadoras moacuteveis e do governo A partilha de torres aumentou e os custos desceram

A entrada tardia de Myanmar para o sector do TIC permitiu-lhe beneficiar da experiecircncia adquirida noutros paiacuteses As empresas de telecomunicaccedilatildeo saltaram as tecnologias obsoletas e optaram por usar e investir em tecnologia 3G desde o iniacutecio enquanto o governo tem adoptado poliacuteticas progressistas como um quadro de licenciamento unificado e promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas por parte dos operadores

Tudo isso levou a um mercado altamente competitivo e vibrante O sector de telecomunicaccedilotildees tornou-se alvo de investimento estrangeiro atraente perdendo somente para o sector da energia Myanmar tem testemunhado um aumento sem precedentes no nuacutemero de assinantes de banda larga provocado em parte pela disponibilidade de smartphones mais acessiacuteveis No final de 2013 o nuacutemero total do nuacutemero de conexotildees de banda larga moacutevel foi de 17 milhotildees ateacute o final de 2015 este nuacutemero havia crescido mais de 800 para 156 milhotildees10

Apesar deste progresso dramaacutetico o nuacutemero de conectados agora representam apenas 18 da populaccedilatildeo Ainda haacute muito a ser feito Prioridades devem incluir um papel de relevo nas infra-estruturas durante os proacuteximos anos enfrentar o alcance limitado da rede eleacutectrica melhorar o controlo do cumprimento das licenccedilas aumentar a partilha de infra-estruturas e melhorar a capacidade humana e institucional do paiacutes para enfrentar esses desafios A Coligaccedilatildeo dos Multi-actores da A4AI-Myanmar estaacute a trabalhar para informar o novo Plano Principal de Telecomunicaccedilotildees do governo e para manter o ritmo visto ao longo dos uacuteltimos anos para melhoria da acessibilidade e expansatildeo do acesso

MYANMAR RAacutePIDAS MUDANCcedilAS NUM MERCADO EMERGENTE

8 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf9 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf10 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)11 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)

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A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

19

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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20

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

29

34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

A M

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(500

MB)

PLA

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CAP

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0

2

4

6

10

8

14

12

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16

Mozambique

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Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

34

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

35

Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 5: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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RESUMO EXECUTIVO

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O Iacutendice dos Motores de Acessibilidade

O nosso Iacutendice de Motores da Acessibilidade (ADI) olha para as poliacuteticas incentivos e investimento em infra-estrutura realizados em 51 paiacuteses em desenvolvimento e emergentes e avalia ateacute que ponto estatildeo a ser implementados Inclui poliacuteticas que cremos que guiem o progresso para uma Internet mais acessiacutevel Os paiacuteses que se saem bem no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos embora o ADI natildeo meccedila directamente os preccedilos

O nosso Iacutendice de Motores da Acessibilidade (ADI) olha para as poliacuteticas incentivos e investimento em infra-estrutura realizados em 51 paiacuteses em desenvolvimento e emergentes e avalia ateacute que ponto estatildeo a ser implementados Inclui poliacuteticas que cremos que guiem o progresso para uma Internet mais acessiacutevel Os paiacuteses que se saem bem no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos embora o ADI natildeo meccedila directamente os preccedilos

A Colocircmbia e a Costa Rica encontram-se novamente no topo dos rankings com pontuaccedilotildees que reflectem melhoria nos indicadores de infra-estrutura e de acesso O Myanmar deu o maior salto no ranking do ADI subindo nove lugares ateacute a 27ordf posiccedilatildeo graccedilas a abertura com ecircxito do anterior mercado de telecomunicaccedilotildees estatal para novas operadoras (2013) e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) No entanto como um todo as classificaccedilotildees no ADI satildeo baixas significando que temos agrave nossa frente muito trabalho aacuterduo para os paiacuteses criarem o ambiente certo para fazer baixar os preccedilos e aumentar as taxas de conexatildeo

Pobreza e Desigualdade

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu a meta de acessibilidade de 5 para quem vive na pobreza Natildeo se trata de um problema que afecta apenas pequenos grupos de pessoas ndash 19 mil milhotildees de pessoas nos paiacuteses abrangidos pelo ADI vivem na pobreza (isto eacute menos de $310 por dia)

A desigualdade no rendimento tambeacutem desempenha um papel e pode fazer com que o progresso aparente ser mais raacutepido do que eacute Embora 25 dos 51 paiacuteses tenham atingido a meta de

acessibilidade de 5 definido pelas NU para quem tenha o rendimento nacional meacutedio apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 de pessoas com rendimentos mais baixos O que significa que milhotildees de pessoas continuam a ser excluiacutedas da revoluccedilatildeo digital nos paiacuteses que atingiram a meta de 5 No entanto quando os custos descem para 2 ou menos dos rendimentos mensais o acesso tende a ser acessiacutevel para todos os grupos de rendimento

Embora o relatoacuterio natildeo considere em detalhe os custos dos dispositivos nota que o custo de compra de um telefone com Internet pode desempenhar um grande papel na determinaccedilatildeo de quem consegue pagar para estar conectado Quando acrescentamos o preccedilo hipoteacutetico de US$48 de um smartphone de baixo custo ao preccedilo do pacote de 500MB de banda larga a populaccedilatildeo total de quase todos os paiacuteses que realmente consegue pagar um pacote de banda larga e um smartphone de baixo custo desce 20 Tambeacutem notamos que 500MB por mecircs oferece apenas oportunidades muito limitadas para uso significativo da Internet

A Disparidade de Geacutenero no Acesso

A dura realidade do retrato da acessibilidade para quem vive na pobreza e na base da piracircmide de rendimento o custo da conexatildeo eacute ainda mais alto para as mulheres nestes grupos A disparidade de rendimento entre os sexos diminui a capacidade das mulheres ndash em particular das famiacutelias lideradas por mulheres ndash conseguirem pagar o acesso a Internet Recente estudo da Web Foundation mostra que as mulheres pobres em zonas urbanas tecircm 50 menos probabilidade de se conectarem a Internet do que homens do mesmo grupo etaacuterio com niacuteveis de ensino e rendimento similar

As metas 9c (acesso universal a preccedilos acessiacuteveis) e 5b (aperfeiccediloamento do uso de ICT para promover o empoderamento da mulher) da SDG podem ser encontrados sob diferentes metas abrangentes mas estatildeo inextricavelmente interligadas O acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos e focados para conectar as mulheres a Internet tal como a igualdade de geacutenero plena natildeo pode ser alcanccedilada sem facilitar o acesso da mulher a uma Internet acessiacutevel aberta e segura O acesso a oportunidades de ensino capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo eacute crucial para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerada e integrada como parte de uma estrateacutegia abrangente

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RESUMO EXECUTIVO

Recomendaccedilotildees

1 Desenvolver e trabalhar para uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Propomos uma nova meta ldquo1 a 2rdquo 1GB de dados com preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal

2 Reduzir o custo dos telemoacuteveis e aparelhos ICT Os governos devem trabalhar para reformar os regimes fiscais e patentes para que os custos dos aparelhos ICT possam baixar Tambeacutem vatildeo precisar de incentivar o sector privado para desenvolver smartphones de alta qualidade e baixo custo

3 Aumentar o investimento e disponibilidade de acesso puacuteblico subsidiado Existem sempre grupos que seratildeo excluiacutedos pelo mercado e para os quais os custos do acesso permaneceratildeo fora do alcance O acesso puacuteblico atraveacutes de bibliotecas centros comunitaacuterios e sistemas de WiFi municipal ndash financiados por Fundos de Serviccedilo e Acesso Universal bem geridos ndash eacute crucial para trazer acesso a estas populaccedilotildees

4 Criar metas especiacuteficas com prazos definidos para colmatar a disparidade digital entre os sexos Em grande parte do mundo em desenvolvimento ao fosso no uso de Internet

entre os sexos eacute desconcertante ndash por exemplo em Kampala no Uganda haacute apenas uma mulher em linha para cada trecircs homens Os governos devem definir metas concretas para alcanccedilar a igualdade de geacutenero na adopccedilatildeo habilidades e empoderamento digital e suportaacute-las com programas especiacuteficos e alocaccedilotildees orccedilamentais Os dados desagregados por geacutenero devem ser recolhidos para monitorar o progresso O que deve ser feito atraveacutes de planificaccedilatildeo nacional de banda larga sensiacutevel ao geacutenero

5 Abordagem integrada para decisatildeo poliacutetica Trazer acesso internet para todos requer poliacuteticas equilibradas que respondem a procura e tambeacutem a oferta regulamento aleacutem de concorrecircncia banda larga fixa e moacutevel acesso puacuteblico e assinaturas individuais Os ministros do governo e outros devem encabeccedilar os esforccedilos para reunir todos os actores e desenvolver um plano claro e coerente para sequenciar as reformas e estimular os investimentos necessaacuterios para permitir custos reduzidos e acesso disseminado Doadores e agecircncias de ajuda devem juntar-se a festa com apoio financeiro e praacutetico

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ldquoTODOS DEVEM TER ACESSO Agrave INTERNETrdquo

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1INTRODUCcedilAtildeO

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ldquoTodos deveriam ter acesso agrave Internetrdquo Foi assim acordado em Setembro de 2015 quando os 193 estados membros das Naccedilotildees Unidas acordaram um novo conjunto de Metas para o Desenvolvimento Sustentaacutevel (SDGs) que definiu a agenda para o desenvolvimento global para os proacuteximos 15 anos A SDG 9c explicita como meta o acesso universal a custos acessiacuteveis por todos os Paiacuteses Menos Desenvolvidos do Mundo (PMDLDCs) ateacute 2020 implicitamente pressupondo custos e a universalidade de forma acessiacutevel a niacutevel global ndash acesso para todos em toda a parte ateacute 2020 Contudo de acordo com a evoluccedilatildeo actual os PMDs demoraratildeo quase 30 anos para atingir esta meta1

Atingir esta meta requer uma acccedilatildeo arrojada A menos que aceleremos dramaticamente o progresso apenas 16 da populaccedilatildeo dos paiacuteses mais pobres e 53 do mundo todo estaratildeo conectados ateacute 2020 Este desfasamento na conectividade natildeo soacute iraacute resultar numa enorme perda de crescimento econoacutemicomdash como tambeacutem iraacute privar centenas de milhotildees de pessoas de terem acesso agrave educaccedilatildeo serviccedilos de sauacutede expressatildeo poliacutetica e oportunidades de emprego atraveacutes da internet

Este relatoacuterio identifica barreiras criacuteticas que devem ser superadas em apenas quatro anos de forma a atingir a meta de conectividade da SGD e estabelece os passos que as organizaccedilotildees Governamentais Entidades Reguladoras Empresas e Sociedade Civil devem dar agora

O Status Quo

Hoje mais de quatro mil milhotildees de pessoasmdash cerca de 56 da populaccedilatildeo mundial mdash ainda natildeo tecircm acesso agrave Internet Esta populaccedilatildeo ldquoofflinerdquo compreende maioritariamente mulheres A maioria vive nos PMDs e outros paiacuteses em desenvolvimento5

Um dos obstaacuteculos que a maioria dos paiacuteses enfrenta na corrida para expandir o acesso eacute a acessibilidade mdash a grande maioria das pessoas sem acesso agrave Internet hoje em dia estatildeo ldquoofflinerdquo simplesmente porque natildeo tecircm recursos para pagar a conexatildeo baacutesica Para os Noruegueses acesso constante a banda larga raacutepida

e ilimitada custa pouco mais do que um latte que muitos compram todos os dias no caminho para o escritoacuterio Para os Nigerianos apenas 500MB de dados moacuteveis preacute-pagos podem custar mais do que eles gastam na educaccedilatildeo dos seus filhos

A Comissatildeo da ONU para banda larga define como banda larga acessiacutevel quando um pacote inicial (500MB) estaacute disponiacutevel a 5 ou menos do rendimento miacutenimo mensal (ou seja PIB per capita) Contudo em 2014 o custo meacutedio de um pacote preacute-pago 500MB foi de 152 do PIB per capita em PDMs e de 65 em todos os paiacuteses em desenvolvimento

Os preccedilos da Internet aparentam estar a descer e a acessibilidade conforme definido pela ONU estaacute a aumentar mdash no ano passado a UIT informou que 67 dos 116 paiacuteses em desenvolvimento tinham de facto conseguido atingir a meta de acessibilidade de 5 imposta pela ONU Entatildeo porque eacute que o crescimento da utilizaccedilatildeo da Internet acabou por diminuir O uso em todo o mundo cresceu 74 in 2014 mas apenas 69 em 2015

O que estaraacute a atrasar o progresso

Este relatoacuterio alega que o atraso no crescimento da conectividade deve-se ao fracasso dos decisores poliacuteticos em enfrentar os efeitos conjuntos da pobreza e da desigualdade de rendimentos

Enquanto a pobreza global no geral estaacute a diminuir (tanto em nuacutemeros absolutos como em percentagem da populaccedilatildeo) ainda haacute mais de dois mil milhotildees de pessoas a viver na pobreza absoluta em todo o mundo em desenvolvimento (ou seja com menos de US$310dia) Para estas pessoas o acesso agrave Internet continua a ser uma realidade muito distante

O crescimento econoacutemico nos paiacuteses em desenvolvimento natildeo tem sido distribuiacutedo de forma equitativa De acordo com a ONU mais de 75 das famiacutelias nos paiacuteses em desenvolvimento vivem hoje em sociedades onde o rendimento eacute distribuiacutedo de forma mais desigual do que era na deacutecada de 90 Quando algumas pessoas ganham muito enquanto outros

1 INTRODUCcedilAtildeO

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1 Para efeitos deste relatoacuterio definimos ldquoacesso universalrdquo como taxa de 90 de penetraccedilatildeo da Internet Esta definiccedilatildeo incrementa a declaraccedilatildeo WSIS que define acesso universal como ldquoAcesso universal omnipresente equitativo e acessiacutevel a infra-estrutura e serviccedilos ICTrdquo

2 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 3 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 4 Ao longo deste relatoacuterio todas as mediccedilotildees do preccedilo de planos de 500MB satildeo para planos moacuteveis preacute-pagos (a menos que notado o contraacuterio) Todas as

mediccedilotildees de preccedilos para 1GB satildeo planos proacutes-pagos para computador (a menos que notado o contraacuterio)

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ganham muito pouco a ldquomeacutediardquo de rendimento per capita mdash o valor de referecircncia que a ONU utiliza para avaliar a acessibilidade mdash seraacute muito maior do que aquilo que a maioria das pessoas realmente ganha Na Aacutefrica do Sul por exemplo o rendimento meacutedio eacute de US$6800 (PIB per capita 2014) mas 60 da populaccedilatildeo na realidade recebe menos de metade desse valor Na praacutetica isto significa que para quase metade da populaccedilatildeo sul-africana uma conexatildeo de internet moacutevel aparentemente acessiacutevel (preccedilo de cerca de 15 do rendimento ldquomeacutediordquo mensal) na verdade custa em qualquer lugar entre7-15 do seu rendimento A ideia de um rendimento ldquomeacutediordquo nacional eacute ainda mais distorcida pela desigualdade salarial em termos de geacutenero

Como resultado dessas desigualdades um paiacutes pode cumprir a meta de acessibilidade da ONU a um niacutevel superior mas ainda vecirc uma grande quantidade de pessoas sem capacidade para pagar uma ligaccedilatildeo agrave internet Superar os obstaacuteculos colocados por estas desigualdades seraacute fundamental para a expansatildeo do acesso a preccedilos acessiacuteveis e para trazer o acesso universal ateacute 2020 dentro da esfera da possibilidade

O tempo de agir eacute agora

O tempo eacute curto De forma a por ldquoonlinerdquo cerca de quatro mil milhotildees de pessoas em menos de cinco anos deveremos agir agora a uma escala e rapidez nunca antes vistas Governos o sector privado doadores e sociedade civil deveratildeo unir-se para tomar corajosamente as medidas necessaacuterias que permitiratildeo aos que estatildeo ldquoofflinerdquo ter acesso e pagar uma Internet livre e ilimitada

A exclusatildeo digital significa exclusatildeo por pobreza e geacutenero O custo mais elevado dos dados moacuteveis e dispositivos atinge com maior dureza quem tem rendimentos mais baixos em particular mulheres e a populaccedilatildeo rural A menos que medidas especiacuteficas sejam tomadas para tornar a Internet acessiacutevel e disponiacutevel a estes grupos as iniciativas de cobertura para ldquoconectar todosrdquo pode ter o risco de aprofundar as disparidades homemmulher e urbanorural existentes

Alcanccedilar o acesso universal e os custos acessiacuteveis sugeridos pela SDG 9c exigiraacute medidas urgentes e especiacuteficas para superar as barreiras apresentadas pela desigualdade de rendimentos e pobreza Estas incluem

1 Desenvolver e trabalhar para uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Para alcanccedilar o acesso universal devemos impulsionar os preccedilos bem abaixo dos actualmente estabelecidos para uma meta a niacutevel do pacote inicial (ou seja 500MB) de banda larga com preccedilos de 5 ou menos do valor de rendimento meacutedio mensal Propomos uma nova meta de ldquo1 para 2rdquo 1GB de dados moacuteveis ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal

2 Reduzir o valor dos telemoacuteveis e dispositivos ICT Para que o acesso agrave Internet seja acessiacutevel aos que actualmente estatildeo excluiacutedos devido ao preccedilo eacute importante reduzir os custos dos dispositivos Os preccedilos dos telemoacuteveis e outros dispositivos podem ser inflacionados pelos elevados impostos de importaccedilatildeo e taxas excessivas de patentes e ldquoroyaltiesrdquo Os governos devem trabalhar para reforma tributaacuteria e dos regimes de patentes para que os custos do dispositivo de ICT possam descer e seraacute necessaacuterio incentivar o sector privado a desenvolver smartphones de alta qualidade e de baixo custo

3 Aumentar o investimento e disponibilidade puacuteblica com acesso subsidiado Um mercado de banda larga forte e competitivo pode ir longe no sentido de conduzir os preccedilos para um valor mais baixo mdash em conjunto com dispositivos mais baratos mdash conectando os desconectados No entanto existem sempre grupos que seratildeo excluiacutedos do Mercado e aqueles a quem os custos de acesso permaneceratildeo inacessiacuteveis O acesso puacuteblico atraveacutes das bibliotecas centros comunitaacuterios e sistemas de WiFi municipais mdash financiados por fundos para serviccedilo universal e de acesso bem administrados mdash satildeo fundamentais para melhorar o acesso a essas populaccedilotildees

1 INTRODUCcedilAtildeO

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5 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 6 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 7 World Bank (2015) Poverty Overview httpwwwworldbankorgentopicpovertyoverview

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1 INTRODUCcedilAtildeO ONTINUED

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 Criar metas especiacuteficas com prazos para eliminar a exclusatildeo digital com base no geacutenero Em grande parte do mundo em desenvolvimento as disparidades de geacutenero na utilizaccedilatildeo da Internet satildeo impressionantes mdash em Kampala Uganda por exemplo haacute apenas uma mulher online por cada trecircs homens online Ainda assim o reconhecimento dessa diferenccedila digital com base no geacutenero eacute praticamente invisiacutevel nos planos nacionais de banda larga e nas estatiacutesticas oficiais Os governos devem definir metas concretas para alcanccedilar a equidade de geacutenero na adopccedilatildeo de competecircncias digitais e de capacitaccedilatildeo e devem apoiar estas metas com programas especiacuteficos e dotaccedilotildees orccedilamentais Devem ser recolhidos dados desagregados por geacutenero para monitorar o progresso

5 Uma abordagem integrada agrave formulaccedilatildeo de poliacuteticas Por todos online exige poliacuteticas equilibradas que respondam a toda agrave procura e agrave oferta regulamentos e concorrecircncia banda larga fixa e moacutevel acesso puacuteblico e acessibilidade do consumidor Exigem cooperaccedilatildeo entre os ministeacuterios entre as unidades geograacuteficas (local estadual e nacional) e entre actores do sector privado cujos interesses comerciais podem diferir bastante O governo (ou seja os ministeacuterios das comunicaccedilotildees ou o gabinete do chefe de estado) deve assumir a lideranccedila na convocaccedilatildeo desses actores e desenvolver um plano claro e coerente para reformas sequenciadas mobilizando os investimentos necessaacuterios Governos e agecircncias doadoras devem apoiar este processo intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como em habilidades digitais conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico

A HORA DE AGIR Eacute AGORA

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2O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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Superar o desafio de acessibilidade eacute fundamental para alcanccedilar o acesso universal A tecnologia para fornecer acesso a baixo custo estaacute amplamente disponiacutevel com novos avanccedilos tecnoloacutegicos a surgindo constantemente No entanto poliacuteticas desactualizadas ou mal concebidas que aumentam artificialmente os custos mdash por exemplo inibindo a concorrecircncia ou a imposiccedilatildeo de requisitos de licenciamento complicados mdash contribuem para que os preccedilos continuem teimosamente elevados

Esforccedilos para expandir o acesso agrave internet devem ser conduzidos por um conjunto de poliacuteticas flexiacuteveis e progressivas e regulamentos que permitam que os preccedilos ao consumidor desccedilam drasticamente e de forma raacutepida Quais satildeo as poliacuteticas quem as estabelece e como estatildeo a funcionar

O nosso Iacutendice dos Motores da Acessibilidade (ADI) analisa as poliacuteticas incentivos e ambiente infraestrutural local em 51 paiacuteses emergentes e em desenvolvimento incluindo poliacuteticas que acreditamos levar a um progresso para uma Internet mais acessiacutevel Em seguida avalia ateacute que ponto essas poliacuteticas estatildeo a

ser implementadas O ADI deliberadamente natildeo avalia directamente os preccedilos mdash mas existe uma correlaccedilatildeo entre as melhores pontuaccedilotildees no ADI e os preccedilos de banda larga mais baixos em relaccedilatildeo agrave renda Em resumo os paiacuteses bem posicionados no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos e satildeo susceptiacuteveis de serem capazes de reduzir os preccedilos cada vez mais e de forma acelerada no futuro

Embora no ano passado tenha havido algum progresso marginal na frente da acessibilidade os resultados normalmente baixos em linha com o ADI mostram o quanto ainda temos de percorrer para alcanccedilar o acesso universal Na nossa trajectoacuteria actual natildeo chegaremos nem perto de alcanccedilar a meta de acesso universal ateacute 2020 Reforma poliacutetica eacute um primeiro passo fundamental e necessaacuterio para a expansatildeo do acesso

Nesta secccedilatildeo olhamos com mais detalhe aquilo que os paiacuteses estatildeo a fazer para tornar o acesso agrave Internet mais acessiacutevel para grande parte da sua populaccedilatildeo e qual das poliacuteticas usadas estatildeo a funcionar

Este ano o Iacutendice de Acessibilidade A4AI foi chamado Iacutendice dos Motores de Acessibilidade (ADI) Porquecirc Achamos que este nome descreve com mais precisatildeo aquilo que o Iacutendice estaacute a avaliar mdash ou seja a combinaccedilatildeo de medidas de poliacutetica e outros factores vitais que determinam como um paiacutes seraacute capaz de reduzir os preccedilos da banda larga

O ADI examina os factores atraveacutes de sub-iacutendices de duas aacutereas mdash infraestrutura e acesso

1 O sub-iacutendice de infraestrutura avalia a extensatildeo actual de implantaccedilatildeo de infraestrutura e operaccedilotildees juntamente com as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor de forma a incentivar e permitir o investimento rentaacutevel na expansatildeo de infraestruturas futuras As variaacuteveis incluiacutedas neste sub-iacutendice incluem por exemplo a quantidade de banda larga disponiacutevel em um determinado paiacutes e uma avaliaccedilatildeo da poliacutetica do espectro da naccedilatildeo

2 O Sub-iacutendice de acesso mede taxas actuais de adopccedilatildeo da banda larga e as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor para incentivar o crescimento e garantir a oferta de acesso agrave Internet de forma acessiacutevel e equitativa Este sub-iacutendice inclui variaacuteveis como as taxas actuais de infiltraccedilatildeo da Internet e uma avaliaccedilatildeo da eficaacutecia dos Fundos de Serviccedilo Universal de um paiacutes

Cada paiacutes eacute classificado atraveacutes de uma gama de variaacuteveis dentro de cada sub-iacutendice e eacute entatildeo classificado contra os outros paiacuteses do ADI tendo como classificaccedilatildeo mais elevada o paiacutes que receber uma pontuaccedilatildeo de 100 e pontuaccedilatildeo zero para o menor classificado (Nota Embora tenhamos recolhido dados de 88 paiacuteses incluindo paiacuteses desenvolvidos apenas analisamos paiacuteses emergentes e em desenvolvimento eacute por

isso que a Colocircmbia o paiacutes mais bem classificado no ADI este ano apenas pontuou 65 e natildeo 100) Classificaccedilotildees mais elevadas indicam a existecircncia de uma combinaccedilatildeo de factores que contribuem para uma reduccedilatildeo de custos da induacutestria e preccedilos de banda larga mais baixos incluindo a elevada infiltraccedilatildeo de banda larga infra-estruturas suficientes e ainda poliacuteticas e regulamentos eficazes (Para mais detalhes sobre a metodologia usada para o ADI consulte o Apecircndice 1)

Com efeito uma pontuaccedilatildeo mais elevada no ADI estaacute correlacionada com uma Internet de banda larga mais acessiacutevel Ilustrado na Figura 1 que mostra como a classificaccedilatildeo de um paiacutes no ADI aumenta o preccedilo de um plano de dados de 500MB em relaccedilatildeo agrave reduccedilatildeo do rendimento meacutedio Esta relaccedilatildeo tambeacutem acontece em relaccedilatildeo a um plano maior de 1GB (Figura 2)

O ADI deste ano cobre os mesmos 51 paiacuteses incluiacutedos no nosso iacutendice de 2014-15 e usa a mesma metodologia usada no ano passado No entanto enquanto todas as fontes de dados foram as mesmas noacutes natildeo realizaacutemos um novo conjunto de inqueacuteritos poliacuteticos em 2015 Com base no pressuposto que os ambientes poliacuteticos e normativos tendem a mudar lentamente e foi confirmado por consulta as respostas a inqueacuteritos por vaacuterios especialistas em poliacutetica que participaram no inqueacuterito em 2014 (veja o Anexo A) Assim as actualizaccedilotildees das classificaccedilotildees do ADI baseiam-se apenas em novos dados secundaacuterios

O QUE Eacute O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Figura 2 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano de computador poacutes-pago de 1GB (como do PIB per capita 2014)

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Figura 1 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano moacutevel preacute-pago de 500MB (como do PIB per capita 2014)

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mob

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Posiccedilatildeo 2015

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Infraestruturas

Resultado de Contagem do ADI

Posiccedilatildeo 2014

1 Colocircmbia 6945 6085 6532 22 Costa Rica 7888 5000 6460 13 Malaacutesia 6957 5669 6328 44 Turquia 6585 5860 6235 35 Peru 6193 6148 6182 56 Brasil 5928 6035 5990 67 Marrocos 6167 4932 5551 128 Mauriacutecias 6558 4481 5520 79 Meacutexico 5668 5105 5385 1410 Argentina 5716 4958 5335 911 Ruanda 5442 5190 5313 1012 Nigeacuteria 5783 4793 5285 1113 Tailacircndia 6072 4413 5239 1314 Jamaica 5902 4279 5084 1615 Ecuador 5399 4735 5060 816 Uganda 5653 4244 4940 1517 Rep Dominicana 5307 4163 4723 1818 Tuniacutesia 4680 4711 4683 1719 Africa do Sul 5457 3859 4644 2020 Gacircmbia 4912 4281 4582 2121 Queacutenia 5200 3927 4548 1922 China 4799 4182 4474 2323 Botswana 4882 4054 4451 2424 Vietname 5674 3233 4437 2225 Paquistatildeo 4360 4497 4411 2526 Gana 4715 3892 4284 2627 Myanmar 3188 5367 4257 3628 Filipinas 4783 3707 4224 2929 Indoneacutesia 4570 3909 4219 2730 Repuacuteblica da 4390 4038 4193 2831 Iacutendia 3785 4288 4012 3032 Egipto 3276 4684 3955 3233 Bangladesh 3373 4504 3913 3334 Namiacutebia 5156 2676 3890 3135 Zacircmbia 4166 3444 3777 3536 Mali 3645 3721 3653 4037 Cazaquistatildeo 4416 2945 3650 3438 Benim 3294 3787 3508 4139 Venezuela 4112 2839 3442 3740 Jordacircnia 4636 2302 3436 3841 Senegal 3708 2865 3250 3942 Nepal 3533 2447 2948 4443 Moccedilambique 3830 1875 2809 4244 Camarotildees 3110 2179 2597 4345 Zimbabueacute 3348 1912 2583 4546 Burkina Faso 2974 1499 2182 4647 Malawi 2477 1650 2006 4748 Etioacutepia 3107 000 1488 4849 Serra Leoa 1706 1169 1370 4950 Haiti 1488 1322 1336 5051 Ieacutemen 000 181 000 51

Tabela 1 201516 ADI Pontuaccedilotildees e Classificaccedilotildees

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Paiacuteses Latino-americanos mais uma vez dominam o ranking do ADI com seis paiacuteses da regiatildeo entre os primeiros 10 Para a maioria dos 10 primeiros paiacuteses no ADI as mudanccedilas de posiccedilotildees foram o resultado de mudanccedilas graduais nos indicadores subjacentes que compotildeem o iacutendice Em alguns casos estas alteraccedilotildees foram mais acentuadas e foram o resultado de melhorias nas pontuaccedilotildees do sub-iacutendice das infraestruturas Foi o caso da Malaacutesia que registou um aumento significativo na velocidade de banda larga fixa e banda larga internacional por usuaacuterio no Peru onde a banda larga internacional por usuaacuterio quase duplicou e no Meacutexico que registou um aumento significativo na velocidade da banda larga fixa

Colocircmbia e Costa Rica novamente no topo da classificaccedilatildeo com resultados que refletem uma melhoria dos indicadores de infraestruturas e acessos Os dois paiacuteses tecircm abordado o desenvolvimento e a implementaccedilatildeo da nova poliacutetica da ICT de uma forma abrangente melhorando a acessibilidade nos dois paiacuteses mdash o preccedilo de um plano de 500MB na Colocircmbia caiu para pouco mais de 3 do RNB per capita e apenas 1 do RNB per capita na Costa Rica Ambos fizeram da melhoria do acesso agrave Internet uma prioridade nacional e estabeleceram parcerias com o sector privado para construir e compartilhar a infra-estrutura de modo a garantir um Mercado sustentaacutevel e saudaacutevel Cada paiacutes enfrenta os mesmos desafios globais agrave conectividade encontrados em grande parte do mundo incluindo a pobreza e grandes populaccedilotildees rurais e tecircm mantido o objectivo claro de permitir a conectividade a estes grupos marginalizados com habilidades digitais e programas de formaccedilatildeo e investimento em TIC no conteuacutedo criado localmente

ColocircmbiaGrande parte do sucesso da Colocircmbia ateacute agora tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo na implementaccedilatildeo de poliacuteticas eficazes e na criaccedilatildeo de parcerias no sector do TIC A taxa de 53 de infiltraccedilatildeo de Internet na Colocircmbia estaacute entre as mais elevadas de todos os paiacuteses abrangidos neste relatoacuterio Pode ser explicado em parte pela estrateacutegia diversificada do governo para melhorar a acessibilidade e os custos acessiacuteveis no paiacutes Esta estrateacutegia foi delineada na primeira fase do ldquoPlano Viva Digitalrdquo lanccedilado em 2010 e foi descrito no nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

bull Alguns dos factores por traacutes do sucesso desta primeira fase do plano incluem

bull A melhoria na utilizaccedilatildeo da banda larga atraveacutes de um aumento de certificaccedilatildeo e formaccedilatildeo em cultura digital suporte para teletrabalho e melhoria dos serviccedilos electroacutenicos do governo

bull Incentivos melhores para a adesatildeo agrave banda larga a todos os niacuteveis (tais como a eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e IVA sobre a compra de PCs subsiacutedios para computadores e tarifas especiais subsidiados para acesso agrave Internet em domiciacutelios de baixa renda)

bull Promover o desenvolvimento do sector das TIC atraveacutes de empreacutestimos especiais para estudar domiacutenios na aacuterea das TIC uma rede de laboratoacuterios puacuteblicos para a criaccedilatildeo de conteuacutedo uma rede corporativa (programa de estaacutegios para a comercializaccedilatildeo e desenvolvimento de aplicaccedilotildees) e alianccedilas com os governos regionais para desenvolver a induacutestria de TI local

bull Medidas reguladoras como a promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas desenvolvimento de regras mais claras para os operadores de redes moacuteveis virtuais (MVNO) esforccedilos para enfrentar o domiacutenio do mercado e eliminaccedilatildeo de claacuteusulas de permanecircnciafidelizaccedilatildeo (nas quais eacute exigido aos clientes ter um certo nuacutemero de meses em seus contratos)

Em 2014 o governo Colombiano lanccedilou uma segunda fase do seu plano de banda larga mdash ldquoPlano Viva Digital IIrdquo Dois dos principais objectivos do novo plano incluem (1) fazer da Colocircmbia um liacuteder mundial no desenvolvimento de aplicaccedilotildees do TIC para reduccedilatildeo da pobreza e (2) tornar o governo o ldquomais eficiente e transparente do mundordquo no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das TIC A atenccedilatildeo expliacutecita do plano para melhorar a vida dos mais pobres eacute um modelo de como as poliacuteticas de TIC podem ser direccionados para o benefiacutecio de grupos especiacuteficos da populaccedilatildeo

Costa RicaTal como com a Colocircmbia grande parte do sucesso da Costa Rica tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo Na Costa Rica esta vontade poliacutetica a alto niacutevel decorre de um compromisso juriacutedico para com

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21 PAIacuteSES LATINO-AMERICANOS NO TOPO DO IacuteNDICE PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

as TIC como instrumento de luta contra a pobreza promoccedilatildeo dos direitos humanos e da participaccedilatildeo democraacutetica A Costa Rica possui uma das maiores taxas de adesatildeo contractual de banda larga moacutevel (44) de todos os paiacuteses constantes no relatoacuterio e tambeacutem tem o mais acessiacutevel plano de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB) ao preccedilo de pouco mais de 1 do PIB per capita Aproximadamente 50 do paiacutes estaacute conectado agrave Internet

O trabalho do Fundo Nacional de Telecomunicaccedilotildees (FONATEL) tambeacutem tem sido crucial para acabar com a exclusatildeo digital do paiacutes Os esforccedilos da FONATEL tecircm-se centrado especificamente em (1) conectar

comunidades (por exemplo atraveacutes de escolas e centros comunitaacuterios) (2) conectar famiacutelias (incluindo famiacutelias seniores mulheres de empresaacuterios pessoas com deficiecircncia etc) (3) conectar organizaccedilotildees do sector puacuteblico e (4) estabelecer redes WiFi locais

O novo Plano de Desenvolvimento das Telecomunicaccedilotildees (Plan Nacional de Desarrollo de las Telecomunicaciones) desenvolvido atraveacutes de ampla consulta visa aumentar a utilizaccedilatildeo da Internet para a meacutedia encontrada no interior dos paiacuteses da OCDE e melhorar a velocidade de banda larga de pelo menos 80 da populaccedilatildeo com a taxa meacutedia encontrada em paiacuteses da OCDE

O fim do ADI deste ano eacute muito similar ao final do nosso iacutendice de 2014-15 Enquanto muitos dos 10 paiacuteses com classificaccedilatildeo mais baixa estiveram melhor em vaacuterios indicadores os mesmos natildeo melhoraram o suficiente para aumentar a sua classificaccedilatildeo global em relaccedilatildeo aos outros paiacuteses

Para a maior parte estes paiacuteses fizeram mais progressos no sub-iacutendice de acesso No Nepal por exemplo a taxa de adesatildeo aacute Internet aumentou dois pontos percentuais e a adesatildeo agraves conexotildees de banda larga moacutevel aumentou cerca

de cinco pontos percentuais (bem abaixo do aumento meacutedio de todo o iacutendice de 67 pontos percentuais)

Para paiacuteses como a Etioacutepia e Burkina Faso melhorias modestas no sub-iacutendice de acesso foram prejudicadas por quedas ou quaisquer alteraccedilotildees nos indicadores relacionados com a sub-indexaccedilatildeo de infra-estrutura (por exemplo banda larga internacional e velocidades de banda larga fixa) Esta falta de progresso deriva em parte do facto de importantes reformas poliacuteticas e regulatoacuterias necessaacuterias em ambos os paiacuteses estarem ainda em curso

O Myanmar deu o maior salto na classificaccedilatildeo do ADI subindo nove posiccedilotildees para 27 (vigeacutesima seacutetima) posiccedilatildeo Esta mudanccedila veio como resultado da abertura bem-sucedida do mercado de telecomunicaccedilotildees anteriormente detida pelo estado a novos operadores (2013)e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) (Ver caixa abaixo intitulada Myanmar para uma discussatildeo mais detalhada sobre as mudanccedilas recentes na regiatildeo) Esperamos que o Myanmar continue a melhorar no ADI uma vez que mudanccedilas raacutepidas na adesatildeo e utilizaccedilatildeo satildeo reflectidas em anaacutelise futura

Marrocos e Meacutexico entraram ambos no top 10 este ano cada um com um aumento de cinco pontos no ranking ADI deste ano O Meacutexico comeccedilou a ver os frutos das alteraccedilotildees agraves suas poliacuteticas e praacuteticas do sector do TIC

muitas das quais estatildeo alinhadas com as melhores praacuteticas descritas pela A4AI Apoacutes a aprovaccedilatildeo de uma nova lei de telecomunicaccedilotildees em 2014 o Meacutexico introduziu um licenciamento de serviccedilo e tecnologia neutra aumentou a consulta puacuteblica no processo de regulamentaccedilatildeo e pretende lanccedilar uma rede de 700MHz de acesso aberto em 2018 A subida do Marrocos nas classificaccedilotildees foi em grande parte devido agrave melhoria das infra-estruturas e resultados de reformas que comeccedilaram haacute duas deacutecadas Estas reformas institucionais iniciais incluiacuteram a criaccedilatildeo do regulador a Agecircncia Nacional Reguladora das Telecomunicaccedilotildees (ANRT) e um plano para a liberalizaccedilatildeo do sector Isto levou agrave eventual privatizaccedilatildeo da Marrocos Telecom (a concessionaacuteria estatal) o lanccedilamento precoce de serviccedilos 3G e a entrada de duas novas operadoras (Meditel e INWI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

22 O FIM DA TABELAFOR THE SECOND YEAR RUNNING

23 SUBIDA NAS CLASSIFICACcedilOtildeES MYANMAR MEacuteXICO amp MARROCOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

no mercado Estes eventos ocorreram bem antes da outros paiacuteses no Oriente Meacutedio e Norte da Aacutefrica (MENA)

Na verdade Marrocos tem um dos sistemas reguladores de telecomunicaccedilotildees mais avanccedilados e eficazes na Regiatildeo MENA O paiacutes tem implementado um regime de licenciamento razoavelmente transparente que permite opccedilotildees de licenciamento adicionais aumentando assim a concorrecircncia a diferentes niacuteveis de serviccedilo Em 2012 o governo lanccedilou um Plano Nacional de Banda Larga de dez anos com o objectivo de garantir o acesso agrave banda larga fixa ou moacutevel para toda a populaccedilatildeo ateacute 2022 O plano de banda larga tambeacutem inclui orientaccedilotildees especiacuteficas sobre a atribuiccedilatildeo de espectro para os serviccedilos de banda larga sem fio com e sem licenccedila Um ano apoacutes o lanccedilamento do novo plano de banda larga o ANRT

estabeleceu um novo plano nacional de frequecircncias que aborda a migraccedilatildeo e a atribuiccedilatildeo de espectro para novas aplicaccedilotildees de banda larga Em 2015 a questatildeo ART requer novas licenccedilas de 4G utilizando espectro disponiacutevel Ateacute o final de 2015 aproximadamente 19 da populaccedilatildeo era assinante de banda larga moacutevel12

Enquanto o dispositivo moacutevel continua a ser a forma dominante de acesso agrave banda larga em 2015 a ART decidiu incentivar a concorrecircncia na banda larga fixa Atualmente o mercado de banda larga fixa em Marrocos eacute principalmente controlado por uma empresa a Maroc Telecom A nova decisatildeo da ANRT iraacute permitir que outros prestadores de serviccedilos possam oferecer serviccedilos de banda larga fixos directamente aos clientes utilizando a infra-estrutura do operador encarregado

Muito tem sido feito apoacutes as tremendas mudanccedilas no sector de telecomunicaccedilotildees em Myanmar desde a aprovaccedilatildeo da Lei de Telecomunicaccedilotildees de 2013 passando o paiacutes de um monopoacutelio estatal para um mercado competitivo As reformas associadas incluem a futura criaccedilatildeo de um regulador independente e o desenvolvimento de regras claras e transparentes para o sector recentemente liberalizado com base em melhores praacuteticas internacionais

Em 2014 dois novos operadores de Telecomunicaccedilotildees do sector privado (Telenor and Ooredoo) entraram no mercado Desde entatildeo tecircm havido reduccedilotildees significativas nos preccedilos dos serviccedilos de banda larga com o preccedilo de um cartatildeo SIM passando de cerca de US$150 em 2013 para apenas US$150 em 20158

O processo de licitaccedilatildeo realizado pelo governo para seleccionar as duas novas operadoras de comunicaccedilotildees moacuteveis foi considerado como transparente e um exemplo de boas praacuteticas internacionais O governo garantiu compromissos das duas novas operadoras a investir fortemente no desenvolvimento de infra-estrutura de telecomunicaccedilotildees no paiacutes A Ooredoo por exemplo comprometeu-se a investir 15 mil milhotildees de doacutelares durante o periacuteodo de licenccedila de 15 anos e a Telenor delineou planos para investir mais de mil milhotildees de doacutelares no seu primeiro ano a explorar sozinho9 O provedor dos serviccedilos estatais encarregado da Myanmar Correios e Telecomunicaccedilotildees (MPT) tambeacutem firmou uma parceria com a empresa Japonesa KDDI-Sumitomo para melhorar as operaccedilotildees e as infra-estruturas de forma a expandir o serviccedilo

A Lei das Telecomunicaccedilotildees permite que as empresas independentes desenvolvam torres e infra-estrutura de fibra de modo a que os encargos de desenvolvimento de infra-estrutura natildeo sejam apenas da responsabilidade

das operadoras moacuteveis e do governo A partilha de torres aumentou e os custos desceram

A entrada tardia de Myanmar para o sector do TIC permitiu-lhe beneficiar da experiecircncia adquirida noutros paiacuteses As empresas de telecomunicaccedilatildeo saltaram as tecnologias obsoletas e optaram por usar e investir em tecnologia 3G desde o iniacutecio enquanto o governo tem adoptado poliacuteticas progressistas como um quadro de licenciamento unificado e promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas por parte dos operadores

Tudo isso levou a um mercado altamente competitivo e vibrante O sector de telecomunicaccedilotildees tornou-se alvo de investimento estrangeiro atraente perdendo somente para o sector da energia Myanmar tem testemunhado um aumento sem precedentes no nuacutemero de assinantes de banda larga provocado em parte pela disponibilidade de smartphones mais acessiacuteveis No final de 2013 o nuacutemero total do nuacutemero de conexotildees de banda larga moacutevel foi de 17 milhotildees ateacute o final de 2015 este nuacutemero havia crescido mais de 800 para 156 milhotildees10

Apesar deste progresso dramaacutetico o nuacutemero de conectados agora representam apenas 18 da populaccedilatildeo Ainda haacute muito a ser feito Prioridades devem incluir um papel de relevo nas infra-estruturas durante os proacuteximos anos enfrentar o alcance limitado da rede eleacutectrica melhorar o controlo do cumprimento das licenccedilas aumentar a partilha de infra-estruturas e melhorar a capacidade humana e institucional do paiacutes para enfrentar esses desafios A Coligaccedilatildeo dos Multi-actores da A4AI-Myanmar estaacute a trabalhar para informar o novo Plano Principal de Telecomunicaccedilotildees do governo e para manter o ritmo visto ao longo dos uacuteltimos anos para melhoria da acessibilidade e expansatildeo do acesso

MYANMAR RAacutePIDAS MUDANCcedilAS NUM MERCADO EMERGENTE

8 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf9 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf10 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)11 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

23

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

24

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

29

34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

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41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

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10

8

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18

16

Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 6: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

6

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RESUMO EXECUTIVO

Recomendaccedilotildees

1 Desenvolver e trabalhar para uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Propomos uma nova meta ldquo1 a 2rdquo 1GB de dados com preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal

2 Reduzir o custo dos telemoacuteveis e aparelhos ICT Os governos devem trabalhar para reformar os regimes fiscais e patentes para que os custos dos aparelhos ICT possam baixar Tambeacutem vatildeo precisar de incentivar o sector privado para desenvolver smartphones de alta qualidade e baixo custo

3 Aumentar o investimento e disponibilidade de acesso puacuteblico subsidiado Existem sempre grupos que seratildeo excluiacutedos pelo mercado e para os quais os custos do acesso permaneceratildeo fora do alcance O acesso puacuteblico atraveacutes de bibliotecas centros comunitaacuterios e sistemas de WiFi municipal ndash financiados por Fundos de Serviccedilo e Acesso Universal bem geridos ndash eacute crucial para trazer acesso a estas populaccedilotildees

4 Criar metas especiacuteficas com prazos definidos para colmatar a disparidade digital entre os sexos Em grande parte do mundo em desenvolvimento ao fosso no uso de Internet

entre os sexos eacute desconcertante ndash por exemplo em Kampala no Uganda haacute apenas uma mulher em linha para cada trecircs homens Os governos devem definir metas concretas para alcanccedilar a igualdade de geacutenero na adopccedilatildeo habilidades e empoderamento digital e suportaacute-las com programas especiacuteficos e alocaccedilotildees orccedilamentais Os dados desagregados por geacutenero devem ser recolhidos para monitorar o progresso O que deve ser feito atraveacutes de planificaccedilatildeo nacional de banda larga sensiacutevel ao geacutenero

5 Abordagem integrada para decisatildeo poliacutetica Trazer acesso internet para todos requer poliacuteticas equilibradas que respondem a procura e tambeacutem a oferta regulamento aleacutem de concorrecircncia banda larga fixa e moacutevel acesso puacuteblico e assinaturas individuais Os ministros do governo e outros devem encabeccedilar os esforccedilos para reunir todos os actores e desenvolver um plano claro e coerente para sequenciar as reformas e estimular os investimentos necessaacuterios para permitir custos reduzidos e acesso disseminado Doadores e agecircncias de ajuda devem juntar-se a festa com apoio financeiro e praacutetico

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ldquoTODOS DEVEM TER ACESSO Agrave INTERNETrdquo

7

1INTRODUCcedilAtildeO

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8

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ldquoTodos deveriam ter acesso agrave Internetrdquo Foi assim acordado em Setembro de 2015 quando os 193 estados membros das Naccedilotildees Unidas acordaram um novo conjunto de Metas para o Desenvolvimento Sustentaacutevel (SDGs) que definiu a agenda para o desenvolvimento global para os proacuteximos 15 anos A SDG 9c explicita como meta o acesso universal a custos acessiacuteveis por todos os Paiacuteses Menos Desenvolvidos do Mundo (PMDLDCs) ateacute 2020 implicitamente pressupondo custos e a universalidade de forma acessiacutevel a niacutevel global ndash acesso para todos em toda a parte ateacute 2020 Contudo de acordo com a evoluccedilatildeo actual os PMDs demoraratildeo quase 30 anos para atingir esta meta1

Atingir esta meta requer uma acccedilatildeo arrojada A menos que aceleremos dramaticamente o progresso apenas 16 da populaccedilatildeo dos paiacuteses mais pobres e 53 do mundo todo estaratildeo conectados ateacute 2020 Este desfasamento na conectividade natildeo soacute iraacute resultar numa enorme perda de crescimento econoacutemicomdash como tambeacutem iraacute privar centenas de milhotildees de pessoas de terem acesso agrave educaccedilatildeo serviccedilos de sauacutede expressatildeo poliacutetica e oportunidades de emprego atraveacutes da internet

Este relatoacuterio identifica barreiras criacuteticas que devem ser superadas em apenas quatro anos de forma a atingir a meta de conectividade da SGD e estabelece os passos que as organizaccedilotildees Governamentais Entidades Reguladoras Empresas e Sociedade Civil devem dar agora

O Status Quo

Hoje mais de quatro mil milhotildees de pessoasmdash cerca de 56 da populaccedilatildeo mundial mdash ainda natildeo tecircm acesso agrave Internet Esta populaccedilatildeo ldquoofflinerdquo compreende maioritariamente mulheres A maioria vive nos PMDs e outros paiacuteses em desenvolvimento5

Um dos obstaacuteculos que a maioria dos paiacuteses enfrenta na corrida para expandir o acesso eacute a acessibilidade mdash a grande maioria das pessoas sem acesso agrave Internet hoje em dia estatildeo ldquoofflinerdquo simplesmente porque natildeo tecircm recursos para pagar a conexatildeo baacutesica Para os Noruegueses acesso constante a banda larga raacutepida

e ilimitada custa pouco mais do que um latte que muitos compram todos os dias no caminho para o escritoacuterio Para os Nigerianos apenas 500MB de dados moacuteveis preacute-pagos podem custar mais do que eles gastam na educaccedilatildeo dos seus filhos

A Comissatildeo da ONU para banda larga define como banda larga acessiacutevel quando um pacote inicial (500MB) estaacute disponiacutevel a 5 ou menos do rendimento miacutenimo mensal (ou seja PIB per capita) Contudo em 2014 o custo meacutedio de um pacote preacute-pago 500MB foi de 152 do PIB per capita em PDMs e de 65 em todos os paiacuteses em desenvolvimento

Os preccedilos da Internet aparentam estar a descer e a acessibilidade conforme definido pela ONU estaacute a aumentar mdash no ano passado a UIT informou que 67 dos 116 paiacuteses em desenvolvimento tinham de facto conseguido atingir a meta de acessibilidade de 5 imposta pela ONU Entatildeo porque eacute que o crescimento da utilizaccedilatildeo da Internet acabou por diminuir O uso em todo o mundo cresceu 74 in 2014 mas apenas 69 em 2015

O que estaraacute a atrasar o progresso

Este relatoacuterio alega que o atraso no crescimento da conectividade deve-se ao fracasso dos decisores poliacuteticos em enfrentar os efeitos conjuntos da pobreza e da desigualdade de rendimentos

Enquanto a pobreza global no geral estaacute a diminuir (tanto em nuacutemeros absolutos como em percentagem da populaccedilatildeo) ainda haacute mais de dois mil milhotildees de pessoas a viver na pobreza absoluta em todo o mundo em desenvolvimento (ou seja com menos de US$310dia) Para estas pessoas o acesso agrave Internet continua a ser uma realidade muito distante

O crescimento econoacutemico nos paiacuteses em desenvolvimento natildeo tem sido distribuiacutedo de forma equitativa De acordo com a ONU mais de 75 das famiacutelias nos paiacuteses em desenvolvimento vivem hoje em sociedades onde o rendimento eacute distribuiacutedo de forma mais desigual do que era na deacutecada de 90 Quando algumas pessoas ganham muito enquanto outros

1 INTRODUCcedilAtildeO

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1 Para efeitos deste relatoacuterio definimos ldquoacesso universalrdquo como taxa de 90 de penetraccedilatildeo da Internet Esta definiccedilatildeo incrementa a declaraccedilatildeo WSIS que define acesso universal como ldquoAcesso universal omnipresente equitativo e acessiacutevel a infra-estrutura e serviccedilos ICTrdquo

2 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 3 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 4 Ao longo deste relatoacuterio todas as mediccedilotildees do preccedilo de planos de 500MB satildeo para planos moacuteveis preacute-pagos (a menos que notado o contraacuterio) Todas as

mediccedilotildees de preccedilos para 1GB satildeo planos proacutes-pagos para computador (a menos que notado o contraacuterio)

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ganham muito pouco a ldquomeacutediardquo de rendimento per capita mdash o valor de referecircncia que a ONU utiliza para avaliar a acessibilidade mdash seraacute muito maior do que aquilo que a maioria das pessoas realmente ganha Na Aacutefrica do Sul por exemplo o rendimento meacutedio eacute de US$6800 (PIB per capita 2014) mas 60 da populaccedilatildeo na realidade recebe menos de metade desse valor Na praacutetica isto significa que para quase metade da populaccedilatildeo sul-africana uma conexatildeo de internet moacutevel aparentemente acessiacutevel (preccedilo de cerca de 15 do rendimento ldquomeacutediordquo mensal) na verdade custa em qualquer lugar entre7-15 do seu rendimento A ideia de um rendimento ldquomeacutediordquo nacional eacute ainda mais distorcida pela desigualdade salarial em termos de geacutenero

Como resultado dessas desigualdades um paiacutes pode cumprir a meta de acessibilidade da ONU a um niacutevel superior mas ainda vecirc uma grande quantidade de pessoas sem capacidade para pagar uma ligaccedilatildeo agrave internet Superar os obstaacuteculos colocados por estas desigualdades seraacute fundamental para a expansatildeo do acesso a preccedilos acessiacuteveis e para trazer o acesso universal ateacute 2020 dentro da esfera da possibilidade

O tempo de agir eacute agora

O tempo eacute curto De forma a por ldquoonlinerdquo cerca de quatro mil milhotildees de pessoas em menos de cinco anos deveremos agir agora a uma escala e rapidez nunca antes vistas Governos o sector privado doadores e sociedade civil deveratildeo unir-se para tomar corajosamente as medidas necessaacuterias que permitiratildeo aos que estatildeo ldquoofflinerdquo ter acesso e pagar uma Internet livre e ilimitada

A exclusatildeo digital significa exclusatildeo por pobreza e geacutenero O custo mais elevado dos dados moacuteveis e dispositivos atinge com maior dureza quem tem rendimentos mais baixos em particular mulheres e a populaccedilatildeo rural A menos que medidas especiacuteficas sejam tomadas para tornar a Internet acessiacutevel e disponiacutevel a estes grupos as iniciativas de cobertura para ldquoconectar todosrdquo pode ter o risco de aprofundar as disparidades homemmulher e urbanorural existentes

Alcanccedilar o acesso universal e os custos acessiacuteveis sugeridos pela SDG 9c exigiraacute medidas urgentes e especiacuteficas para superar as barreiras apresentadas pela desigualdade de rendimentos e pobreza Estas incluem

1 Desenvolver e trabalhar para uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Para alcanccedilar o acesso universal devemos impulsionar os preccedilos bem abaixo dos actualmente estabelecidos para uma meta a niacutevel do pacote inicial (ou seja 500MB) de banda larga com preccedilos de 5 ou menos do valor de rendimento meacutedio mensal Propomos uma nova meta de ldquo1 para 2rdquo 1GB de dados moacuteveis ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal

2 Reduzir o valor dos telemoacuteveis e dispositivos ICT Para que o acesso agrave Internet seja acessiacutevel aos que actualmente estatildeo excluiacutedos devido ao preccedilo eacute importante reduzir os custos dos dispositivos Os preccedilos dos telemoacuteveis e outros dispositivos podem ser inflacionados pelos elevados impostos de importaccedilatildeo e taxas excessivas de patentes e ldquoroyaltiesrdquo Os governos devem trabalhar para reforma tributaacuteria e dos regimes de patentes para que os custos do dispositivo de ICT possam descer e seraacute necessaacuterio incentivar o sector privado a desenvolver smartphones de alta qualidade e de baixo custo

3 Aumentar o investimento e disponibilidade puacuteblica com acesso subsidiado Um mercado de banda larga forte e competitivo pode ir longe no sentido de conduzir os preccedilos para um valor mais baixo mdash em conjunto com dispositivos mais baratos mdash conectando os desconectados No entanto existem sempre grupos que seratildeo excluiacutedos do Mercado e aqueles a quem os custos de acesso permaneceratildeo inacessiacuteveis O acesso puacuteblico atraveacutes das bibliotecas centros comunitaacuterios e sistemas de WiFi municipais mdash financiados por fundos para serviccedilo universal e de acesso bem administrados mdash satildeo fundamentais para melhorar o acesso a essas populaccedilotildees

1 INTRODUCcedilAtildeO

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5 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 6 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 7 World Bank (2015) Poverty Overview httpwwwworldbankorgentopicpovertyoverview

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1 INTRODUCcedilAtildeO ONTINUED

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 Criar metas especiacuteficas com prazos para eliminar a exclusatildeo digital com base no geacutenero Em grande parte do mundo em desenvolvimento as disparidades de geacutenero na utilizaccedilatildeo da Internet satildeo impressionantes mdash em Kampala Uganda por exemplo haacute apenas uma mulher online por cada trecircs homens online Ainda assim o reconhecimento dessa diferenccedila digital com base no geacutenero eacute praticamente invisiacutevel nos planos nacionais de banda larga e nas estatiacutesticas oficiais Os governos devem definir metas concretas para alcanccedilar a equidade de geacutenero na adopccedilatildeo de competecircncias digitais e de capacitaccedilatildeo e devem apoiar estas metas com programas especiacuteficos e dotaccedilotildees orccedilamentais Devem ser recolhidos dados desagregados por geacutenero para monitorar o progresso

5 Uma abordagem integrada agrave formulaccedilatildeo de poliacuteticas Por todos online exige poliacuteticas equilibradas que respondam a toda agrave procura e agrave oferta regulamentos e concorrecircncia banda larga fixa e moacutevel acesso puacuteblico e acessibilidade do consumidor Exigem cooperaccedilatildeo entre os ministeacuterios entre as unidades geograacuteficas (local estadual e nacional) e entre actores do sector privado cujos interesses comerciais podem diferir bastante O governo (ou seja os ministeacuterios das comunicaccedilotildees ou o gabinete do chefe de estado) deve assumir a lideranccedila na convocaccedilatildeo desses actores e desenvolver um plano claro e coerente para reformas sequenciadas mobilizando os investimentos necessaacuterios Governos e agecircncias doadoras devem apoiar este processo intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como em habilidades digitais conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico

A HORA DE AGIR Eacute AGORA

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2O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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Superar o desafio de acessibilidade eacute fundamental para alcanccedilar o acesso universal A tecnologia para fornecer acesso a baixo custo estaacute amplamente disponiacutevel com novos avanccedilos tecnoloacutegicos a surgindo constantemente No entanto poliacuteticas desactualizadas ou mal concebidas que aumentam artificialmente os custos mdash por exemplo inibindo a concorrecircncia ou a imposiccedilatildeo de requisitos de licenciamento complicados mdash contribuem para que os preccedilos continuem teimosamente elevados

Esforccedilos para expandir o acesso agrave internet devem ser conduzidos por um conjunto de poliacuteticas flexiacuteveis e progressivas e regulamentos que permitam que os preccedilos ao consumidor desccedilam drasticamente e de forma raacutepida Quais satildeo as poliacuteticas quem as estabelece e como estatildeo a funcionar

O nosso Iacutendice dos Motores da Acessibilidade (ADI) analisa as poliacuteticas incentivos e ambiente infraestrutural local em 51 paiacuteses emergentes e em desenvolvimento incluindo poliacuteticas que acreditamos levar a um progresso para uma Internet mais acessiacutevel Em seguida avalia ateacute que ponto essas poliacuteticas estatildeo a

ser implementadas O ADI deliberadamente natildeo avalia directamente os preccedilos mdash mas existe uma correlaccedilatildeo entre as melhores pontuaccedilotildees no ADI e os preccedilos de banda larga mais baixos em relaccedilatildeo agrave renda Em resumo os paiacuteses bem posicionados no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos e satildeo susceptiacuteveis de serem capazes de reduzir os preccedilos cada vez mais e de forma acelerada no futuro

Embora no ano passado tenha havido algum progresso marginal na frente da acessibilidade os resultados normalmente baixos em linha com o ADI mostram o quanto ainda temos de percorrer para alcanccedilar o acesso universal Na nossa trajectoacuteria actual natildeo chegaremos nem perto de alcanccedilar a meta de acesso universal ateacute 2020 Reforma poliacutetica eacute um primeiro passo fundamental e necessaacuterio para a expansatildeo do acesso

Nesta secccedilatildeo olhamos com mais detalhe aquilo que os paiacuteses estatildeo a fazer para tornar o acesso agrave Internet mais acessiacutevel para grande parte da sua populaccedilatildeo e qual das poliacuteticas usadas estatildeo a funcionar

Este ano o Iacutendice de Acessibilidade A4AI foi chamado Iacutendice dos Motores de Acessibilidade (ADI) Porquecirc Achamos que este nome descreve com mais precisatildeo aquilo que o Iacutendice estaacute a avaliar mdash ou seja a combinaccedilatildeo de medidas de poliacutetica e outros factores vitais que determinam como um paiacutes seraacute capaz de reduzir os preccedilos da banda larga

O ADI examina os factores atraveacutes de sub-iacutendices de duas aacutereas mdash infraestrutura e acesso

1 O sub-iacutendice de infraestrutura avalia a extensatildeo actual de implantaccedilatildeo de infraestrutura e operaccedilotildees juntamente com as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor de forma a incentivar e permitir o investimento rentaacutevel na expansatildeo de infraestruturas futuras As variaacuteveis incluiacutedas neste sub-iacutendice incluem por exemplo a quantidade de banda larga disponiacutevel em um determinado paiacutes e uma avaliaccedilatildeo da poliacutetica do espectro da naccedilatildeo

2 O Sub-iacutendice de acesso mede taxas actuais de adopccedilatildeo da banda larga e as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor para incentivar o crescimento e garantir a oferta de acesso agrave Internet de forma acessiacutevel e equitativa Este sub-iacutendice inclui variaacuteveis como as taxas actuais de infiltraccedilatildeo da Internet e uma avaliaccedilatildeo da eficaacutecia dos Fundos de Serviccedilo Universal de um paiacutes

Cada paiacutes eacute classificado atraveacutes de uma gama de variaacuteveis dentro de cada sub-iacutendice e eacute entatildeo classificado contra os outros paiacuteses do ADI tendo como classificaccedilatildeo mais elevada o paiacutes que receber uma pontuaccedilatildeo de 100 e pontuaccedilatildeo zero para o menor classificado (Nota Embora tenhamos recolhido dados de 88 paiacuteses incluindo paiacuteses desenvolvidos apenas analisamos paiacuteses emergentes e em desenvolvimento eacute por

isso que a Colocircmbia o paiacutes mais bem classificado no ADI este ano apenas pontuou 65 e natildeo 100) Classificaccedilotildees mais elevadas indicam a existecircncia de uma combinaccedilatildeo de factores que contribuem para uma reduccedilatildeo de custos da induacutestria e preccedilos de banda larga mais baixos incluindo a elevada infiltraccedilatildeo de banda larga infra-estruturas suficientes e ainda poliacuteticas e regulamentos eficazes (Para mais detalhes sobre a metodologia usada para o ADI consulte o Apecircndice 1)

Com efeito uma pontuaccedilatildeo mais elevada no ADI estaacute correlacionada com uma Internet de banda larga mais acessiacutevel Ilustrado na Figura 1 que mostra como a classificaccedilatildeo de um paiacutes no ADI aumenta o preccedilo de um plano de dados de 500MB em relaccedilatildeo agrave reduccedilatildeo do rendimento meacutedio Esta relaccedilatildeo tambeacutem acontece em relaccedilatildeo a um plano maior de 1GB (Figura 2)

O ADI deste ano cobre os mesmos 51 paiacuteses incluiacutedos no nosso iacutendice de 2014-15 e usa a mesma metodologia usada no ano passado No entanto enquanto todas as fontes de dados foram as mesmas noacutes natildeo realizaacutemos um novo conjunto de inqueacuteritos poliacuteticos em 2015 Com base no pressuposto que os ambientes poliacuteticos e normativos tendem a mudar lentamente e foi confirmado por consulta as respostas a inqueacuteritos por vaacuterios especialistas em poliacutetica que participaram no inqueacuterito em 2014 (veja o Anexo A) Assim as actualizaccedilotildees das classificaccedilotildees do ADI baseiam-se apenas em novos dados secundaacuterios

O QUE Eacute O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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Figura 2 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano de computador poacutes-pago de 1GB (como do PIB per capita 2014)

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Figura 1 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano moacutevel preacute-pago de 500MB (como do PIB per capita 2014)

Pric

e of

mob

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band

(500

MB)

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ADI SCORE

10 16 22 10 34 40 46 52 58 64 70

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Emerging Developing

ADI SCORE Emerging Developing

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Posiccedilatildeo 2015

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Infraestruturas

Resultado de Contagem do ADI

Posiccedilatildeo 2014

1 Colocircmbia 6945 6085 6532 22 Costa Rica 7888 5000 6460 13 Malaacutesia 6957 5669 6328 44 Turquia 6585 5860 6235 35 Peru 6193 6148 6182 56 Brasil 5928 6035 5990 67 Marrocos 6167 4932 5551 128 Mauriacutecias 6558 4481 5520 79 Meacutexico 5668 5105 5385 1410 Argentina 5716 4958 5335 911 Ruanda 5442 5190 5313 1012 Nigeacuteria 5783 4793 5285 1113 Tailacircndia 6072 4413 5239 1314 Jamaica 5902 4279 5084 1615 Ecuador 5399 4735 5060 816 Uganda 5653 4244 4940 1517 Rep Dominicana 5307 4163 4723 1818 Tuniacutesia 4680 4711 4683 1719 Africa do Sul 5457 3859 4644 2020 Gacircmbia 4912 4281 4582 2121 Queacutenia 5200 3927 4548 1922 China 4799 4182 4474 2323 Botswana 4882 4054 4451 2424 Vietname 5674 3233 4437 2225 Paquistatildeo 4360 4497 4411 2526 Gana 4715 3892 4284 2627 Myanmar 3188 5367 4257 3628 Filipinas 4783 3707 4224 2929 Indoneacutesia 4570 3909 4219 2730 Repuacuteblica da 4390 4038 4193 2831 Iacutendia 3785 4288 4012 3032 Egipto 3276 4684 3955 3233 Bangladesh 3373 4504 3913 3334 Namiacutebia 5156 2676 3890 3135 Zacircmbia 4166 3444 3777 3536 Mali 3645 3721 3653 4037 Cazaquistatildeo 4416 2945 3650 3438 Benim 3294 3787 3508 4139 Venezuela 4112 2839 3442 3740 Jordacircnia 4636 2302 3436 3841 Senegal 3708 2865 3250 3942 Nepal 3533 2447 2948 4443 Moccedilambique 3830 1875 2809 4244 Camarotildees 3110 2179 2597 4345 Zimbabueacute 3348 1912 2583 4546 Burkina Faso 2974 1499 2182 4647 Malawi 2477 1650 2006 4748 Etioacutepia 3107 000 1488 4849 Serra Leoa 1706 1169 1370 4950 Haiti 1488 1322 1336 5051 Ieacutemen 000 181 000 51

Tabela 1 201516 ADI Pontuaccedilotildees e Classificaccedilotildees

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Paiacuteses Latino-americanos mais uma vez dominam o ranking do ADI com seis paiacuteses da regiatildeo entre os primeiros 10 Para a maioria dos 10 primeiros paiacuteses no ADI as mudanccedilas de posiccedilotildees foram o resultado de mudanccedilas graduais nos indicadores subjacentes que compotildeem o iacutendice Em alguns casos estas alteraccedilotildees foram mais acentuadas e foram o resultado de melhorias nas pontuaccedilotildees do sub-iacutendice das infraestruturas Foi o caso da Malaacutesia que registou um aumento significativo na velocidade de banda larga fixa e banda larga internacional por usuaacuterio no Peru onde a banda larga internacional por usuaacuterio quase duplicou e no Meacutexico que registou um aumento significativo na velocidade da banda larga fixa

Colocircmbia e Costa Rica novamente no topo da classificaccedilatildeo com resultados que refletem uma melhoria dos indicadores de infraestruturas e acessos Os dois paiacuteses tecircm abordado o desenvolvimento e a implementaccedilatildeo da nova poliacutetica da ICT de uma forma abrangente melhorando a acessibilidade nos dois paiacuteses mdash o preccedilo de um plano de 500MB na Colocircmbia caiu para pouco mais de 3 do RNB per capita e apenas 1 do RNB per capita na Costa Rica Ambos fizeram da melhoria do acesso agrave Internet uma prioridade nacional e estabeleceram parcerias com o sector privado para construir e compartilhar a infra-estrutura de modo a garantir um Mercado sustentaacutevel e saudaacutevel Cada paiacutes enfrenta os mesmos desafios globais agrave conectividade encontrados em grande parte do mundo incluindo a pobreza e grandes populaccedilotildees rurais e tecircm mantido o objectivo claro de permitir a conectividade a estes grupos marginalizados com habilidades digitais e programas de formaccedilatildeo e investimento em TIC no conteuacutedo criado localmente

ColocircmbiaGrande parte do sucesso da Colocircmbia ateacute agora tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo na implementaccedilatildeo de poliacuteticas eficazes e na criaccedilatildeo de parcerias no sector do TIC A taxa de 53 de infiltraccedilatildeo de Internet na Colocircmbia estaacute entre as mais elevadas de todos os paiacuteses abrangidos neste relatoacuterio Pode ser explicado em parte pela estrateacutegia diversificada do governo para melhorar a acessibilidade e os custos acessiacuteveis no paiacutes Esta estrateacutegia foi delineada na primeira fase do ldquoPlano Viva Digitalrdquo lanccedilado em 2010 e foi descrito no nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

bull Alguns dos factores por traacutes do sucesso desta primeira fase do plano incluem

bull A melhoria na utilizaccedilatildeo da banda larga atraveacutes de um aumento de certificaccedilatildeo e formaccedilatildeo em cultura digital suporte para teletrabalho e melhoria dos serviccedilos electroacutenicos do governo

bull Incentivos melhores para a adesatildeo agrave banda larga a todos os niacuteveis (tais como a eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e IVA sobre a compra de PCs subsiacutedios para computadores e tarifas especiais subsidiados para acesso agrave Internet em domiciacutelios de baixa renda)

bull Promover o desenvolvimento do sector das TIC atraveacutes de empreacutestimos especiais para estudar domiacutenios na aacuterea das TIC uma rede de laboratoacuterios puacuteblicos para a criaccedilatildeo de conteuacutedo uma rede corporativa (programa de estaacutegios para a comercializaccedilatildeo e desenvolvimento de aplicaccedilotildees) e alianccedilas com os governos regionais para desenvolver a induacutestria de TI local

bull Medidas reguladoras como a promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas desenvolvimento de regras mais claras para os operadores de redes moacuteveis virtuais (MVNO) esforccedilos para enfrentar o domiacutenio do mercado e eliminaccedilatildeo de claacuteusulas de permanecircnciafidelizaccedilatildeo (nas quais eacute exigido aos clientes ter um certo nuacutemero de meses em seus contratos)

Em 2014 o governo Colombiano lanccedilou uma segunda fase do seu plano de banda larga mdash ldquoPlano Viva Digital IIrdquo Dois dos principais objectivos do novo plano incluem (1) fazer da Colocircmbia um liacuteder mundial no desenvolvimento de aplicaccedilotildees do TIC para reduccedilatildeo da pobreza e (2) tornar o governo o ldquomais eficiente e transparente do mundordquo no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das TIC A atenccedilatildeo expliacutecita do plano para melhorar a vida dos mais pobres eacute um modelo de como as poliacuteticas de TIC podem ser direccionados para o benefiacutecio de grupos especiacuteficos da populaccedilatildeo

Costa RicaTal como com a Colocircmbia grande parte do sucesso da Costa Rica tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo Na Costa Rica esta vontade poliacutetica a alto niacutevel decorre de um compromisso juriacutedico para com

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21 PAIacuteSES LATINO-AMERICANOS NO TOPO DO IacuteNDICE PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

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as TIC como instrumento de luta contra a pobreza promoccedilatildeo dos direitos humanos e da participaccedilatildeo democraacutetica A Costa Rica possui uma das maiores taxas de adesatildeo contractual de banda larga moacutevel (44) de todos os paiacuteses constantes no relatoacuterio e tambeacutem tem o mais acessiacutevel plano de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB) ao preccedilo de pouco mais de 1 do PIB per capita Aproximadamente 50 do paiacutes estaacute conectado agrave Internet

O trabalho do Fundo Nacional de Telecomunicaccedilotildees (FONATEL) tambeacutem tem sido crucial para acabar com a exclusatildeo digital do paiacutes Os esforccedilos da FONATEL tecircm-se centrado especificamente em (1) conectar

comunidades (por exemplo atraveacutes de escolas e centros comunitaacuterios) (2) conectar famiacutelias (incluindo famiacutelias seniores mulheres de empresaacuterios pessoas com deficiecircncia etc) (3) conectar organizaccedilotildees do sector puacuteblico e (4) estabelecer redes WiFi locais

O novo Plano de Desenvolvimento das Telecomunicaccedilotildees (Plan Nacional de Desarrollo de las Telecomunicaciones) desenvolvido atraveacutes de ampla consulta visa aumentar a utilizaccedilatildeo da Internet para a meacutedia encontrada no interior dos paiacuteses da OCDE e melhorar a velocidade de banda larga de pelo menos 80 da populaccedilatildeo com a taxa meacutedia encontrada em paiacuteses da OCDE

O fim do ADI deste ano eacute muito similar ao final do nosso iacutendice de 2014-15 Enquanto muitos dos 10 paiacuteses com classificaccedilatildeo mais baixa estiveram melhor em vaacuterios indicadores os mesmos natildeo melhoraram o suficiente para aumentar a sua classificaccedilatildeo global em relaccedilatildeo aos outros paiacuteses

Para a maior parte estes paiacuteses fizeram mais progressos no sub-iacutendice de acesso No Nepal por exemplo a taxa de adesatildeo aacute Internet aumentou dois pontos percentuais e a adesatildeo agraves conexotildees de banda larga moacutevel aumentou cerca

de cinco pontos percentuais (bem abaixo do aumento meacutedio de todo o iacutendice de 67 pontos percentuais)

Para paiacuteses como a Etioacutepia e Burkina Faso melhorias modestas no sub-iacutendice de acesso foram prejudicadas por quedas ou quaisquer alteraccedilotildees nos indicadores relacionados com a sub-indexaccedilatildeo de infra-estrutura (por exemplo banda larga internacional e velocidades de banda larga fixa) Esta falta de progresso deriva em parte do facto de importantes reformas poliacuteticas e regulatoacuterias necessaacuterias em ambos os paiacuteses estarem ainda em curso

O Myanmar deu o maior salto na classificaccedilatildeo do ADI subindo nove posiccedilotildees para 27 (vigeacutesima seacutetima) posiccedilatildeo Esta mudanccedila veio como resultado da abertura bem-sucedida do mercado de telecomunicaccedilotildees anteriormente detida pelo estado a novos operadores (2013)e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) (Ver caixa abaixo intitulada Myanmar para uma discussatildeo mais detalhada sobre as mudanccedilas recentes na regiatildeo) Esperamos que o Myanmar continue a melhorar no ADI uma vez que mudanccedilas raacutepidas na adesatildeo e utilizaccedilatildeo satildeo reflectidas em anaacutelise futura

Marrocos e Meacutexico entraram ambos no top 10 este ano cada um com um aumento de cinco pontos no ranking ADI deste ano O Meacutexico comeccedilou a ver os frutos das alteraccedilotildees agraves suas poliacuteticas e praacuteticas do sector do TIC

muitas das quais estatildeo alinhadas com as melhores praacuteticas descritas pela A4AI Apoacutes a aprovaccedilatildeo de uma nova lei de telecomunicaccedilotildees em 2014 o Meacutexico introduziu um licenciamento de serviccedilo e tecnologia neutra aumentou a consulta puacuteblica no processo de regulamentaccedilatildeo e pretende lanccedilar uma rede de 700MHz de acesso aberto em 2018 A subida do Marrocos nas classificaccedilotildees foi em grande parte devido agrave melhoria das infra-estruturas e resultados de reformas que comeccedilaram haacute duas deacutecadas Estas reformas institucionais iniciais incluiacuteram a criaccedilatildeo do regulador a Agecircncia Nacional Reguladora das Telecomunicaccedilotildees (ANRT) e um plano para a liberalizaccedilatildeo do sector Isto levou agrave eventual privatizaccedilatildeo da Marrocos Telecom (a concessionaacuteria estatal) o lanccedilamento precoce de serviccedilos 3G e a entrada de duas novas operadoras (Meditel e INWI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

22 O FIM DA TABELAFOR THE SECOND YEAR RUNNING

23 SUBIDA NAS CLASSIFICACcedilOtildeES MYANMAR MEacuteXICO amp MARROCOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

no mercado Estes eventos ocorreram bem antes da outros paiacuteses no Oriente Meacutedio e Norte da Aacutefrica (MENA)

Na verdade Marrocos tem um dos sistemas reguladores de telecomunicaccedilotildees mais avanccedilados e eficazes na Regiatildeo MENA O paiacutes tem implementado um regime de licenciamento razoavelmente transparente que permite opccedilotildees de licenciamento adicionais aumentando assim a concorrecircncia a diferentes niacuteveis de serviccedilo Em 2012 o governo lanccedilou um Plano Nacional de Banda Larga de dez anos com o objectivo de garantir o acesso agrave banda larga fixa ou moacutevel para toda a populaccedilatildeo ateacute 2022 O plano de banda larga tambeacutem inclui orientaccedilotildees especiacuteficas sobre a atribuiccedilatildeo de espectro para os serviccedilos de banda larga sem fio com e sem licenccedila Um ano apoacutes o lanccedilamento do novo plano de banda larga o ANRT

estabeleceu um novo plano nacional de frequecircncias que aborda a migraccedilatildeo e a atribuiccedilatildeo de espectro para novas aplicaccedilotildees de banda larga Em 2015 a questatildeo ART requer novas licenccedilas de 4G utilizando espectro disponiacutevel Ateacute o final de 2015 aproximadamente 19 da populaccedilatildeo era assinante de banda larga moacutevel12

Enquanto o dispositivo moacutevel continua a ser a forma dominante de acesso agrave banda larga em 2015 a ART decidiu incentivar a concorrecircncia na banda larga fixa Atualmente o mercado de banda larga fixa em Marrocos eacute principalmente controlado por uma empresa a Maroc Telecom A nova decisatildeo da ANRT iraacute permitir que outros prestadores de serviccedilos possam oferecer serviccedilos de banda larga fixos directamente aos clientes utilizando a infra-estrutura do operador encarregado

Muito tem sido feito apoacutes as tremendas mudanccedilas no sector de telecomunicaccedilotildees em Myanmar desde a aprovaccedilatildeo da Lei de Telecomunicaccedilotildees de 2013 passando o paiacutes de um monopoacutelio estatal para um mercado competitivo As reformas associadas incluem a futura criaccedilatildeo de um regulador independente e o desenvolvimento de regras claras e transparentes para o sector recentemente liberalizado com base em melhores praacuteticas internacionais

Em 2014 dois novos operadores de Telecomunicaccedilotildees do sector privado (Telenor and Ooredoo) entraram no mercado Desde entatildeo tecircm havido reduccedilotildees significativas nos preccedilos dos serviccedilos de banda larga com o preccedilo de um cartatildeo SIM passando de cerca de US$150 em 2013 para apenas US$150 em 20158

O processo de licitaccedilatildeo realizado pelo governo para seleccionar as duas novas operadoras de comunicaccedilotildees moacuteveis foi considerado como transparente e um exemplo de boas praacuteticas internacionais O governo garantiu compromissos das duas novas operadoras a investir fortemente no desenvolvimento de infra-estrutura de telecomunicaccedilotildees no paiacutes A Ooredoo por exemplo comprometeu-se a investir 15 mil milhotildees de doacutelares durante o periacuteodo de licenccedila de 15 anos e a Telenor delineou planos para investir mais de mil milhotildees de doacutelares no seu primeiro ano a explorar sozinho9 O provedor dos serviccedilos estatais encarregado da Myanmar Correios e Telecomunicaccedilotildees (MPT) tambeacutem firmou uma parceria com a empresa Japonesa KDDI-Sumitomo para melhorar as operaccedilotildees e as infra-estruturas de forma a expandir o serviccedilo

A Lei das Telecomunicaccedilotildees permite que as empresas independentes desenvolvam torres e infra-estrutura de fibra de modo a que os encargos de desenvolvimento de infra-estrutura natildeo sejam apenas da responsabilidade

das operadoras moacuteveis e do governo A partilha de torres aumentou e os custos desceram

A entrada tardia de Myanmar para o sector do TIC permitiu-lhe beneficiar da experiecircncia adquirida noutros paiacuteses As empresas de telecomunicaccedilatildeo saltaram as tecnologias obsoletas e optaram por usar e investir em tecnologia 3G desde o iniacutecio enquanto o governo tem adoptado poliacuteticas progressistas como um quadro de licenciamento unificado e promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas por parte dos operadores

Tudo isso levou a um mercado altamente competitivo e vibrante O sector de telecomunicaccedilotildees tornou-se alvo de investimento estrangeiro atraente perdendo somente para o sector da energia Myanmar tem testemunhado um aumento sem precedentes no nuacutemero de assinantes de banda larga provocado em parte pela disponibilidade de smartphones mais acessiacuteveis No final de 2013 o nuacutemero total do nuacutemero de conexotildees de banda larga moacutevel foi de 17 milhotildees ateacute o final de 2015 este nuacutemero havia crescido mais de 800 para 156 milhotildees10

Apesar deste progresso dramaacutetico o nuacutemero de conectados agora representam apenas 18 da populaccedilatildeo Ainda haacute muito a ser feito Prioridades devem incluir um papel de relevo nas infra-estruturas durante os proacuteximos anos enfrentar o alcance limitado da rede eleacutectrica melhorar o controlo do cumprimento das licenccedilas aumentar a partilha de infra-estruturas e melhorar a capacidade humana e institucional do paiacutes para enfrentar esses desafios A Coligaccedilatildeo dos Multi-actores da A4AI-Myanmar estaacute a trabalhar para informar o novo Plano Principal de Telecomunicaccedilotildees do governo e para manter o ritmo visto ao longo dos uacuteltimos anos para melhoria da acessibilidade e expansatildeo do acesso

MYANMAR RAacutePIDAS MUDANCcedilAS NUM MERCADO EMERGENTE

8 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf9 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf10 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)11 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)

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18

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

19

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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20

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

A M

OBI

LE B

ROAD

BAND

(500

MB)

PLA

N AS

O

F GN

I PER

CAP

ITA

0

2

4

6

10

8

14

12

18

16

Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

34

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 7: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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1INTRODUCcedilAtildeO

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ldquoTodos deveriam ter acesso agrave Internetrdquo Foi assim acordado em Setembro de 2015 quando os 193 estados membros das Naccedilotildees Unidas acordaram um novo conjunto de Metas para o Desenvolvimento Sustentaacutevel (SDGs) que definiu a agenda para o desenvolvimento global para os proacuteximos 15 anos A SDG 9c explicita como meta o acesso universal a custos acessiacuteveis por todos os Paiacuteses Menos Desenvolvidos do Mundo (PMDLDCs) ateacute 2020 implicitamente pressupondo custos e a universalidade de forma acessiacutevel a niacutevel global ndash acesso para todos em toda a parte ateacute 2020 Contudo de acordo com a evoluccedilatildeo actual os PMDs demoraratildeo quase 30 anos para atingir esta meta1

Atingir esta meta requer uma acccedilatildeo arrojada A menos que aceleremos dramaticamente o progresso apenas 16 da populaccedilatildeo dos paiacuteses mais pobres e 53 do mundo todo estaratildeo conectados ateacute 2020 Este desfasamento na conectividade natildeo soacute iraacute resultar numa enorme perda de crescimento econoacutemicomdash como tambeacutem iraacute privar centenas de milhotildees de pessoas de terem acesso agrave educaccedilatildeo serviccedilos de sauacutede expressatildeo poliacutetica e oportunidades de emprego atraveacutes da internet

Este relatoacuterio identifica barreiras criacuteticas que devem ser superadas em apenas quatro anos de forma a atingir a meta de conectividade da SGD e estabelece os passos que as organizaccedilotildees Governamentais Entidades Reguladoras Empresas e Sociedade Civil devem dar agora

O Status Quo

Hoje mais de quatro mil milhotildees de pessoasmdash cerca de 56 da populaccedilatildeo mundial mdash ainda natildeo tecircm acesso agrave Internet Esta populaccedilatildeo ldquoofflinerdquo compreende maioritariamente mulheres A maioria vive nos PMDs e outros paiacuteses em desenvolvimento5

Um dos obstaacuteculos que a maioria dos paiacuteses enfrenta na corrida para expandir o acesso eacute a acessibilidade mdash a grande maioria das pessoas sem acesso agrave Internet hoje em dia estatildeo ldquoofflinerdquo simplesmente porque natildeo tecircm recursos para pagar a conexatildeo baacutesica Para os Noruegueses acesso constante a banda larga raacutepida

e ilimitada custa pouco mais do que um latte que muitos compram todos os dias no caminho para o escritoacuterio Para os Nigerianos apenas 500MB de dados moacuteveis preacute-pagos podem custar mais do que eles gastam na educaccedilatildeo dos seus filhos

A Comissatildeo da ONU para banda larga define como banda larga acessiacutevel quando um pacote inicial (500MB) estaacute disponiacutevel a 5 ou menos do rendimento miacutenimo mensal (ou seja PIB per capita) Contudo em 2014 o custo meacutedio de um pacote preacute-pago 500MB foi de 152 do PIB per capita em PDMs e de 65 em todos os paiacuteses em desenvolvimento

Os preccedilos da Internet aparentam estar a descer e a acessibilidade conforme definido pela ONU estaacute a aumentar mdash no ano passado a UIT informou que 67 dos 116 paiacuteses em desenvolvimento tinham de facto conseguido atingir a meta de acessibilidade de 5 imposta pela ONU Entatildeo porque eacute que o crescimento da utilizaccedilatildeo da Internet acabou por diminuir O uso em todo o mundo cresceu 74 in 2014 mas apenas 69 em 2015

O que estaraacute a atrasar o progresso

Este relatoacuterio alega que o atraso no crescimento da conectividade deve-se ao fracasso dos decisores poliacuteticos em enfrentar os efeitos conjuntos da pobreza e da desigualdade de rendimentos

Enquanto a pobreza global no geral estaacute a diminuir (tanto em nuacutemeros absolutos como em percentagem da populaccedilatildeo) ainda haacute mais de dois mil milhotildees de pessoas a viver na pobreza absoluta em todo o mundo em desenvolvimento (ou seja com menos de US$310dia) Para estas pessoas o acesso agrave Internet continua a ser uma realidade muito distante

O crescimento econoacutemico nos paiacuteses em desenvolvimento natildeo tem sido distribuiacutedo de forma equitativa De acordo com a ONU mais de 75 das famiacutelias nos paiacuteses em desenvolvimento vivem hoje em sociedades onde o rendimento eacute distribuiacutedo de forma mais desigual do que era na deacutecada de 90 Quando algumas pessoas ganham muito enquanto outros

1 INTRODUCcedilAtildeO

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1 Para efeitos deste relatoacuterio definimos ldquoacesso universalrdquo como taxa de 90 de penetraccedilatildeo da Internet Esta definiccedilatildeo incrementa a declaraccedilatildeo WSIS que define acesso universal como ldquoAcesso universal omnipresente equitativo e acessiacutevel a infra-estrutura e serviccedilos ICTrdquo

2 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 3 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 4 Ao longo deste relatoacuterio todas as mediccedilotildees do preccedilo de planos de 500MB satildeo para planos moacuteveis preacute-pagos (a menos que notado o contraacuterio) Todas as

mediccedilotildees de preccedilos para 1GB satildeo planos proacutes-pagos para computador (a menos que notado o contraacuterio)

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ganham muito pouco a ldquomeacutediardquo de rendimento per capita mdash o valor de referecircncia que a ONU utiliza para avaliar a acessibilidade mdash seraacute muito maior do que aquilo que a maioria das pessoas realmente ganha Na Aacutefrica do Sul por exemplo o rendimento meacutedio eacute de US$6800 (PIB per capita 2014) mas 60 da populaccedilatildeo na realidade recebe menos de metade desse valor Na praacutetica isto significa que para quase metade da populaccedilatildeo sul-africana uma conexatildeo de internet moacutevel aparentemente acessiacutevel (preccedilo de cerca de 15 do rendimento ldquomeacutediordquo mensal) na verdade custa em qualquer lugar entre7-15 do seu rendimento A ideia de um rendimento ldquomeacutediordquo nacional eacute ainda mais distorcida pela desigualdade salarial em termos de geacutenero

Como resultado dessas desigualdades um paiacutes pode cumprir a meta de acessibilidade da ONU a um niacutevel superior mas ainda vecirc uma grande quantidade de pessoas sem capacidade para pagar uma ligaccedilatildeo agrave internet Superar os obstaacuteculos colocados por estas desigualdades seraacute fundamental para a expansatildeo do acesso a preccedilos acessiacuteveis e para trazer o acesso universal ateacute 2020 dentro da esfera da possibilidade

O tempo de agir eacute agora

O tempo eacute curto De forma a por ldquoonlinerdquo cerca de quatro mil milhotildees de pessoas em menos de cinco anos deveremos agir agora a uma escala e rapidez nunca antes vistas Governos o sector privado doadores e sociedade civil deveratildeo unir-se para tomar corajosamente as medidas necessaacuterias que permitiratildeo aos que estatildeo ldquoofflinerdquo ter acesso e pagar uma Internet livre e ilimitada

A exclusatildeo digital significa exclusatildeo por pobreza e geacutenero O custo mais elevado dos dados moacuteveis e dispositivos atinge com maior dureza quem tem rendimentos mais baixos em particular mulheres e a populaccedilatildeo rural A menos que medidas especiacuteficas sejam tomadas para tornar a Internet acessiacutevel e disponiacutevel a estes grupos as iniciativas de cobertura para ldquoconectar todosrdquo pode ter o risco de aprofundar as disparidades homemmulher e urbanorural existentes

Alcanccedilar o acesso universal e os custos acessiacuteveis sugeridos pela SDG 9c exigiraacute medidas urgentes e especiacuteficas para superar as barreiras apresentadas pela desigualdade de rendimentos e pobreza Estas incluem

1 Desenvolver e trabalhar para uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Para alcanccedilar o acesso universal devemos impulsionar os preccedilos bem abaixo dos actualmente estabelecidos para uma meta a niacutevel do pacote inicial (ou seja 500MB) de banda larga com preccedilos de 5 ou menos do valor de rendimento meacutedio mensal Propomos uma nova meta de ldquo1 para 2rdquo 1GB de dados moacuteveis ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal

2 Reduzir o valor dos telemoacuteveis e dispositivos ICT Para que o acesso agrave Internet seja acessiacutevel aos que actualmente estatildeo excluiacutedos devido ao preccedilo eacute importante reduzir os custos dos dispositivos Os preccedilos dos telemoacuteveis e outros dispositivos podem ser inflacionados pelos elevados impostos de importaccedilatildeo e taxas excessivas de patentes e ldquoroyaltiesrdquo Os governos devem trabalhar para reforma tributaacuteria e dos regimes de patentes para que os custos do dispositivo de ICT possam descer e seraacute necessaacuterio incentivar o sector privado a desenvolver smartphones de alta qualidade e de baixo custo

3 Aumentar o investimento e disponibilidade puacuteblica com acesso subsidiado Um mercado de banda larga forte e competitivo pode ir longe no sentido de conduzir os preccedilos para um valor mais baixo mdash em conjunto com dispositivos mais baratos mdash conectando os desconectados No entanto existem sempre grupos que seratildeo excluiacutedos do Mercado e aqueles a quem os custos de acesso permaneceratildeo inacessiacuteveis O acesso puacuteblico atraveacutes das bibliotecas centros comunitaacuterios e sistemas de WiFi municipais mdash financiados por fundos para serviccedilo universal e de acesso bem administrados mdash satildeo fundamentais para melhorar o acesso a essas populaccedilotildees

1 INTRODUCcedilAtildeO

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5 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 6 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 7 World Bank (2015) Poverty Overview httpwwwworldbankorgentopicpovertyoverview

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1 INTRODUCcedilAtildeO ONTINUED

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 Criar metas especiacuteficas com prazos para eliminar a exclusatildeo digital com base no geacutenero Em grande parte do mundo em desenvolvimento as disparidades de geacutenero na utilizaccedilatildeo da Internet satildeo impressionantes mdash em Kampala Uganda por exemplo haacute apenas uma mulher online por cada trecircs homens online Ainda assim o reconhecimento dessa diferenccedila digital com base no geacutenero eacute praticamente invisiacutevel nos planos nacionais de banda larga e nas estatiacutesticas oficiais Os governos devem definir metas concretas para alcanccedilar a equidade de geacutenero na adopccedilatildeo de competecircncias digitais e de capacitaccedilatildeo e devem apoiar estas metas com programas especiacuteficos e dotaccedilotildees orccedilamentais Devem ser recolhidos dados desagregados por geacutenero para monitorar o progresso

5 Uma abordagem integrada agrave formulaccedilatildeo de poliacuteticas Por todos online exige poliacuteticas equilibradas que respondam a toda agrave procura e agrave oferta regulamentos e concorrecircncia banda larga fixa e moacutevel acesso puacuteblico e acessibilidade do consumidor Exigem cooperaccedilatildeo entre os ministeacuterios entre as unidades geograacuteficas (local estadual e nacional) e entre actores do sector privado cujos interesses comerciais podem diferir bastante O governo (ou seja os ministeacuterios das comunicaccedilotildees ou o gabinete do chefe de estado) deve assumir a lideranccedila na convocaccedilatildeo desses actores e desenvolver um plano claro e coerente para reformas sequenciadas mobilizando os investimentos necessaacuterios Governos e agecircncias doadoras devem apoiar este processo intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como em habilidades digitais conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico

A HORA DE AGIR Eacute AGORA

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2O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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Superar o desafio de acessibilidade eacute fundamental para alcanccedilar o acesso universal A tecnologia para fornecer acesso a baixo custo estaacute amplamente disponiacutevel com novos avanccedilos tecnoloacutegicos a surgindo constantemente No entanto poliacuteticas desactualizadas ou mal concebidas que aumentam artificialmente os custos mdash por exemplo inibindo a concorrecircncia ou a imposiccedilatildeo de requisitos de licenciamento complicados mdash contribuem para que os preccedilos continuem teimosamente elevados

Esforccedilos para expandir o acesso agrave internet devem ser conduzidos por um conjunto de poliacuteticas flexiacuteveis e progressivas e regulamentos que permitam que os preccedilos ao consumidor desccedilam drasticamente e de forma raacutepida Quais satildeo as poliacuteticas quem as estabelece e como estatildeo a funcionar

O nosso Iacutendice dos Motores da Acessibilidade (ADI) analisa as poliacuteticas incentivos e ambiente infraestrutural local em 51 paiacuteses emergentes e em desenvolvimento incluindo poliacuteticas que acreditamos levar a um progresso para uma Internet mais acessiacutevel Em seguida avalia ateacute que ponto essas poliacuteticas estatildeo a

ser implementadas O ADI deliberadamente natildeo avalia directamente os preccedilos mdash mas existe uma correlaccedilatildeo entre as melhores pontuaccedilotildees no ADI e os preccedilos de banda larga mais baixos em relaccedilatildeo agrave renda Em resumo os paiacuteses bem posicionados no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos e satildeo susceptiacuteveis de serem capazes de reduzir os preccedilos cada vez mais e de forma acelerada no futuro

Embora no ano passado tenha havido algum progresso marginal na frente da acessibilidade os resultados normalmente baixos em linha com o ADI mostram o quanto ainda temos de percorrer para alcanccedilar o acesso universal Na nossa trajectoacuteria actual natildeo chegaremos nem perto de alcanccedilar a meta de acesso universal ateacute 2020 Reforma poliacutetica eacute um primeiro passo fundamental e necessaacuterio para a expansatildeo do acesso

Nesta secccedilatildeo olhamos com mais detalhe aquilo que os paiacuteses estatildeo a fazer para tornar o acesso agrave Internet mais acessiacutevel para grande parte da sua populaccedilatildeo e qual das poliacuteticas usadas estatildeo a funcionar

Este ano o Iacutendice de Acessibilidade A4AI foi chamado Iacutendice dos Motores de Acessibilidade (ADI) Porquecirc Achamos que este nome descreve com mais precisatildeo aquilo que o Iacutendice estaacute a avaliar mdash ou seja a combinaccedilatildeo de medidas de poliacutetica e outros factores vitais que determinam como um paiacutes seraacute capaz de reduzir os preccedilos da banda larga

O ADI examina os factores atraveacutes de sub-iacutendices de duas aacutereas mdash infraestrutura e acesso

1 O sub-iacutendice de infraestrutura avalia a extensatildeo actual de implantaccedilatildeo de infraestrutura e operaccedilotildees juntamente com as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor de forma a incentivar e permitir o investimento rentaacutevel na expansatildeo de infraestruturas futuras As variaacuteveis incluiacutedas neste sub-iacutendice incluem por exemplo a quantidade de banda larga disponiacutevel em um determinado paiacutes e uma avaliaccedilatildeo da poliacutetica do espectro da naccedilatildeo

2 O Sub-iacutendice de acesso mede taxas actuais de adopccedilatildeo da banda larga e as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor para incentivar o crescimento e garantir a oferta de acesso agrave Internet de forma acessiacutevel e equitativa Este sub-iacutendice inclui variaacuteveis como as taxas actuais de infiltraccedilatildeo da Internet e uma avaliaccedilatildeo da eficaacutecia dos Fundos de Serviccedilo Universal de um paiacutes

Cada paiacutes eacute classificado atraveacutes de uma gama de variaacuteveis dentro de cada sub-iacutendice e eacute entatildeo classificado contra os outros paiacuteses do ADI tendo como classificaccedilatildeo mais elevada o paiacutes que receber uma pontuaccedilatildeo de 100 e pontuaccedilatildeo zero para o menor classificado (Nota Embora tenhamos recolhido dados de 88 paiacuteses incluindo paiacuteses desenvolvidos apenas analisamos paiacuteses emergentes e em desenvolvimento eacute por

isso que a Colocircmbia o paiacutes mais bem classificado no ADI este ano apenas pontuou 65 e natildeo 100) Classificaccedilotildees mais elevadas indicam a existecircncia de uma combinaccedilatildeo de factores que contribuem para uma reduccedilatildeo de custos da induacutestria e preccedilos de banda larga mais baixos incluindo a elevada infiltraccedilatildeo de banda larga infra-estruturas suficientes e ainda poliacuteticas e regulamentos eficazes (Para mais detalhes sobre a metodologia usada para o ADI consulte o Apecircndice 1)

Com efeito uma pontuaccedilatildeo mais elevada no ADI estaacute correlacionada com uma Internet de banda larga mais acessiacutevel Ilustrado na Figura 1 que mostra como a classificaccedilatildeo de um paiacutes no ADI aumenta o preccedilo de um plano de dados de 500MB em relaccedilatildeo agrave reduccedilatildeo do rendimento meacutedio Esta relaccedilatildeo tambeacutem acontece em relaccedilatildeo a um plano maior de 1GB (Figura 2)

O ADI deste ano cobre os mesmos 51 paiacuteses incluiacutedos no nosso iacutendice de 2014-15 e usa a mesma metodologia usada no ano passado No entanto enquanto todas as fontes de dados foram as mesmas noacutes natildeo realizaacutemos um novo conjunto de inqueacuteritos poliacuteticos em 2015 Com base no pressuposto que os ambientes poliacuteticos e normativos tendem a mudar lentamente e foi confirmado por consulta as respostas a inqueacuteritos por vaacuterios especialistas em poliacutetica que participaram no inqueacuterito em 2014 (veja o Anexo A) Assim as actualizaccedilotildees das classificaccedilotildees do ADI baseiam-se apenas em novos dados secundaacuterios

O QUE Eacute O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Figura 2 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano de computador poacutes-pago de 1GB (como do PIB per capita 2014)

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Figura 1 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano moacutevel preacute-pago de 500MB (como do PIB per capita 2014)

Pric

e of

mob

ile b

road

band

(500

MB)

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of G

NI p

c 2

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ADI SCORE

10 16 22 10 34 40 46 52 58 64 70

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Emerging Developing

ADI SCORE Emerging Developing

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Posiccedilatildeo 2015

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Infraestruturas

Resultado de Contagem do ADI

Posiccedilatildeo 2014

1 Colocircmbia 6945 6085 6532 22 Costa Rica 7888 5000 6460 13 Malaacutesia 6957 5669 6328 44 Turquia 6585 5860 6235 35 Peru 6193 6148 6182 56 Brasil 5928 6035 5990 67 Marrocos 6167 4932 5551 128 Mauriacutecias 6558 4481 5520 79 Meacutexico 5668 5105 5385 1410 Argentina 5716 4958 5335 911 Ruanda 5442 5190 5313 1012 Nigeacuteria 5783 4793 5285 1113 Tailacircndia 6072 4413 5239 1314 Jamaica 5902 4279 5084 1615 Ecuador 5399 4735 5060 816 Uganda 5653 4244 4940 1517 Rep Dominicana 5307 4163 4723 1818 Tuniacutesia 4680 4711 4683 1719 Africa do Sul 5457 3859 4644 2020 Gacircmbia 4912 4281 4582 2121 Queacutenia 5200 3927 4548 1922 China 4799 4182 4474 2323 Botswana 4882 4054 4451 2424 Vietname 5674 3233 4437 2225 Paquistatildeo 4360 4497 4411 2526 Gana 4715 3892 4284 2627 Myanmar 3188 5367 4257 3628 Filipinas 4783 3707 4224 2929 Indoneacutesia 4570 3909 4219 2730 Repuacuteblica da 4390 4038 4193 2831 Iacutendia 3785 4288 4012 3032 Egipto 3276 4684 3955 3233 Bangladesh 3373 4504 3913 3334 Namiacutebia 5156 2676 3890 3135 Zacircmbia 4166 3444 3777 3536 Mali 3645 3721 3653 4037 Cazaquistatildeo 4416 2945 3650 3438 Benim 3294 3787 3508 4139 Venezuela 4112 2839 3442 3740 Jordacircnia 4636 2302 3436 3841 Senegal 3708 2865 3250 3942 Nepal 3533 2447 2948 4443 Moccedilambique 3830 1875 2809 4244 Camarotildees 3110 2179 2597 4345 Zimbabueacute 3348 1912 2583 4546 Burkina Faso 2974 1499 2182 4647 Malawi 2477 1650 2006 4748 Etioacutepia 3107 000 1488 4849 Serra Leoa 1706 1169 1370 4950 Haiti 1488 1322 1336 5051 Ieacutemen 000 181 000 51

Tabela 1 201516 ADI Pontuaccedilotildees e Classificaccedilotildees

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Paiacuteses Latino-americanos mais uma vez dominam o ranking do ADI com seis paiacuteses da regiatildeo entre os primeiros 10 Para a maioria dos 10 primeiros paiacuteses no ADI as mudanccedilas de posiccedilotildees foram o resultado de mudanccedilas graduais nos indicadores subjacentes que compotildeem o iacutendice Em alguns casos estas alteraccedilotildees foram mais acentuadas e foram o resultado de melhorias nas pontuaccedilotildees do sub-iacutendice das infraestruturas Foi o caso da Malaacutesia que registou um aumento significativo na velocidade de banda larga fixa e banda larga internacional por usuaacuterio no Peru onde a banda larga internacional por usuaacuterio quase duplicou e no Meacutexico que registou um aumento significativo na velocidade da banda larga fixa

Colocircmbia e Costa Rica novamente no topo da classificaccedilatildeo com resultados que refletem uma melhoria dos indicadores de infraestruturas e acessos Os dois paiacuteses tecircm abordado o desenvolvimento e a implementaccedilatildeo da nova poliacutetica da ICT de uma forma abrangente melhorando a acessibilidade nos dois paiacuteses mdash o preccedilo de um plano de 500MB na Colocircmbia caiu para pouco mais de 3 do RNB per capita e apenas 1 do RNB per capita na Costa Rica Ambos fizeram da melhoria do acesso agrave Internet uma prioridade nacional e estabeleceram parcerias com o sector privado para construir e compartilhar a infra-estrutura de modo a garantir um Mercado sustentaacutevel e saudaacutevel Cada paiacutes enfrenta os mesmos desafios globais agrave conectividade encontrados em grande parte do mundo incluindo a pobreza e grandes populaccedilotildees rurais e tecircm mantido o objectivo claro de permitir a conectividade a estes grupos marginalizados com habilidades digitais e programas de formaccedilatildeo e investimento em TIC no conteuacutedo criado localmente

ColocircmbiaGrande parte do sucesso da Colocircmbia ateacute agora tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo na implementaccedilatildeo de poliacuteticas eficazes e na criaccedilatildeo de parcerias no sector do TIC A taxa de 53 de infiltraccedilatildeo de Internet na Colocircmbia estaacute entre as mais elevadas de todos os paiacuteses abrangidos neste relatoacuterio Pode ser explicado em parte pela estrateacutegia diversificada do governo para melhorar a acessibilidade e os custos acessiacuteveis no paiacutes Esta estrateacutegia foi delineada na primeira fase do ldquoPlano Viva Digitalrdquo lanccedilado em 2010 e foi descrito no nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

bull Alguns dos factores por traacutes do sucesso desta primeira fase do plano incluem

bull A melhoria na utilizaccedilatildeo da banda larga atraveacutes de um aumento de certificaccedilatildeo e formaccedilatildeo em cultura digital suporte para teletrabalho e melhoria dos serviccedilos electroacutenicos do governo

bull Incentivos melhores para a adesatildeo agrave banda larga a todos os niacuteveis (tais como a eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e IVA sobre a compra de PCs subsiacutedios para computadores e tarifas especiais subsidiados para acesso agrave Internet em domiciacutelios de baixa renda)

bull Promover o desenvolvimento do sector das TIC atraveacutes de empreacutestimos especiais para estudar domiacutenios na aacuterea das TIC uma rede de laboratoacuterios puacuteblicos para a criaccedilatildeo de conteuacutedo uma rede corporativa (programa de estaacutegios para a comercializaccedilatildeo e desenvolvimento de aplicaccedilotildees) e alianccedilas com os governos regionais para desenvolver a induacutestria de TI local

bull Medidas reguladoras como a promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas desenvolvimento de regras mais claras para os operadores de redes moacuteveis virtuais (MVNO) esforccedilos para enfrentar o domiacutenio do mercado e eliminaccedilatildeo de claacuteusulas de permanecircnciafidelizaccedilatildeo (nas quais eacute exigido aos clientes ter um certo nuacutemero de meses em seus contratos)

Em 2014 o governo Colombiano lanccedilou uma segunda fase do seu plano de banda larga mdash ldquoPlano Viva Digital IIrdquo Dois dos principais objectivos do novo plano incluem (1) fazer da Colocircmbia um liacuteder mundial no desenvolvimento de aplicaccedilotildees do TIC para reduccedilatildeo da pobreza e (2) tornar o governo o ldquomais eficiente e transparente do mundordquo no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das TIC A atenccedilatildeo expliacutecita do plano para melhorar a vida dos mais pobres eacute um modelo de como as poliacuteticas de TIC podem ser direccionados para o benefiacutecio de grupos especiacuteficos da populaccedilatildeo

Costa RicaTal como com a Colocircmbia grande parte do sucesso da Costa Rica tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo Na Costa Rica esta vontade poliacutetica a alto niacutevel decorre de um compromisso juriacutedico para com

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21 PAIacuteSES LATINO-AMERICANOS NO TOPO DO IacuteNDICE PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

as TIC como instrumento de luta contra a pobreza promoccedilatildeo dos direitos humanos e da participaccedilatildeo democraacutetica A Costa Rica possui uma das maiores taxas de adesatildeo contractual de banda larga moacutevel (44) de todos os paiacuteses constantes no relatoacuterio e tambeacutem tem o mais acessiacutevel plano de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB) ao preccedilo de pouco mais de 1 do PIB per capita Aproximadamente 50 do paiacutes estaacute conectado agrave Internet

O trabalho do Fundo Nacional de Telecomunicaccedilotildees (FONATEL) tambeacutem tem sido crucial para acabar com a exclusatildeo digital do paiacutes Os esforccedilos da FONATEL tecircm-se centrado especificamente em (1) conectar

comunidades (por exemplo atraveacutes de escolas e centros comunitaacuterios) (2) conectar famiacutelias (incluindo famiacutelias seniores mulheres de empresaacuterios pessoas com deficiecircncia etc) (3) conectar organizaccedilotildees do sector puacuteblico e (4) estabelecer redes WiFi locais

O novo Plano de Desenvolvimento das Telecomunicaccedilotildees (Plan Nacional de Desarrollo de las Telecomunicaciones) desenvolvido atraveacutes de ampla consulta visa aumentar a utilizaccedilatildeo da Internet para a meacutedia encontrada no interior dos paiacuteses da OCDE e melhorar a velocidade de banda larga de pelo menos 80 da populaccedilatildeo com a taxa meacutedia encontrada em paiacuteses da OCDE

O fim do ADI deste ano eacute muito similar ao final do nosso iacutendice de 2014-15 Enquanto muitos dos 10 paiacuteses com classificaccedilatildeo mais baixa estiveram melhor em vaacuterios indicadores os mesmos natildeo melhoraram o suficiente para aumentar a sua classificaccedilatildeo global em relaccedilatildeo aos outros paiacuteses

Para a maior parte estes paiacuteses fizeram mais progressos no sub-iacutendice de acesso No Nepal por exemplo a taxa de adesatildeo aacute Internet aumentou dois pontos percentuais e a adesatildeo agraves conexotildees de banda larga moacutevel aumentou cerca

de cinco pontos percentuais (bem abaixo do aumento meacutedio de todo o iacutendice de 67 pontos percentuais)

Para paiacuteses como a Etioacutepia e Burkina Faso melhorias modestas no sub-iacutendice de acesso foram prejudicadas por quedas ou quaisquer alteraccedilotildees nos indicadores relacionados com a sub-indexaccedilatildeo de infra-estrutura (por exemplo banda larga internacional e velocidades de banda larga fixa) Esta falta de progresso deriva em parte do facto de importantes reformas poliacuteticas e regulatoacuterias necessaacuterias em ambos os paiacuteses estarem ainda em curso

O Myanmar deu o maior salto na classificaccedilatildeo do ADI subindo nove posiccedilotildees para 27 (vigeacutesima seacutetima) posiccedilatildeo Esta mudanccedila veio como resultado da abertura bem-sucedida do mercado de telecomunicaccedilotildees anteriormente detida pelo estado a novos operadores (2013)e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) (Ver caixa abaixo intitulada Myanmar para uma discussatildeo mais detalhada sobre as mudanccedilas recentes na regiatildeo) Esperamos que o Myanmar continue a melhorar no ADI uma vez que mudanccedilas raacutepidas na adesatildeo e utilizaccedilatildeo satildeo reflectidas em anaacutelise futura

Marrocos e Meacutexico entraram ambos no top 10 este ano cada um com um aumento de cinco pontos no ranking ADI deste ano O Meacutexico comeccedilou a ver os frutos das alteraccedilotildees agraves suas poliacuteticas e praacuteticas do sector do TIC

muitas das quais estatildeo alinhadas com as melhores praacuteticas descritas pela A4AI Apoacutes a aprovaccedilatildeo de uma nova lei de telecomunicaccedilotildees em 2014 o Meacutexico introduziu um licenciamento de serviccedilo e tecnologia neutra aumentou a consulta puacuteblica no processo de regulamentaccedilatildeo e pretende lanccedilar uma rede de 700MHz de acesso aberto em 2018 A subida do Marrocos nas classificaccedilotildees foi em grande parte devido agrave melhoria das infra-estruturas e resultados de reformas que comeccedilaram haacute duas deacutecadas Estas reformas institucionais iniciais incluiacuteram a criaccedilatildeo do regulador a Agecircncia Nacional Reguladora das Telecomunicaccedilotildees (ANRT) e um plano para a liberalizaccedilatildeo do sector Isto levou agrave eventual privatizaccedilatildeo da Marrocos Telecom (a concessionaacuteria estatal) o lanccedilamento precoce de serviccedilos 3G e a entrada de duas novas operadoras (Meditel e INWI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

22 O FIM DA TABELAFOR THE SECOND YEAR RUNNING

23 SUBIDA NAS CLASSIFICACcedilOtildeES MYANMAR MEacuteXICO amp MARROCOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

no mercado Estes eventos ocorreram bem antes da outros paiacuteses no Oriente Meacutedio e Norte da Aacutefrica (MENA)

Na verdade Marrocos tem um dos sistemas reguladores de telecomunicaccedilotildees mais avanccedilados e eficazes na Regiatildeo MENA O paiacutes tem implementado um regime de licenciamento razoavelmente transparente que permite opccedilotildees de licenciamento adicionais aumentando assim a concorrecircncia a diferentes niacuteveis de serviccedilo Em 2012 o governo lanccedilou um Plano Nacional de Banda Larga de dez anos com o objectivo de garantir o acesso agrave banda larga fixa ou moacutevel para toda a populaccedilatildeo ateacute 2022 O plano de banda larga tambeacutem inclui orientaccedilotildees especiacuteficas sobre a atribuiccedilatildeo de espectro para os serviccedilos de banda larga sem fio com e sem licenccedila Um ano apoacutes o lanccedilamento do novo plano de banda larga o ANRT

estabeleceu um novo plano nacional de frequecircncias que aborda a migraccedilatildeo e a atribuiccedilatildeo de espectro para novas aplicaccedilotildees de banda larga Em 2015 a questatildeo ART requer novas licenccedilas de 4G utilizando espectro disponiacutevel Ateacute o final de 2015 aproximadamente 19 da populaccedilatildeo era assinante de banda larga moacutevel12

Enquanto o dispositivo moacutevel continua a ser a forma dominante de acesso agrave banda larga em 2015 a ART decidiu incentivar a concorrecircncia na banda larga fixa Atualmente o mercado de banda larga fixa em Marrocos eacute principalmente controlado por uma empresa a Maroc Telecom A nova decisatildeo da ANRT iraacute permitir que outros prestadores de serviccedilos possam oferecer serviccedilos de banda larga fixos directamente aos clientes utilizando a infra-estrutura do operador encarregado

Muito tem sido feito apoacutes as tremendas mudanccedilas no sector de telecomunicaccedilotildees em Myanmar desde a aprovaccedilatildeo da Lei de Telecomunicaccedilotildees de 2013 passando o paiacutes de um monopoacutelio estatal para um mercado competitivo As reformas associadas incluem a futura criaccedilatildeo de um regulador independente e o desenvolvimento de regras claras e transparentes para o sector recentemente liberalizado com base em melhores praacuteticas internacionais

Em 2014 dois novos operadores de Telecomunicaccedilotildees do sector privado (Telenor and Ooredoo) entraram no mercado Desde entatildeo tecircm havido reduccedilotildees significativas nos preccedilos dos serviccedilos de banda larga com o preccedilo de um cartatildeo SIM passando de cerca de US$150 em 2013 para apenas US$150 em 20158

O processo de licitaccedilatildeo realizado pelo governo para seleccionar as duas novas operadoras de comunicaccedilotildees moacuteveis foi considerado como transparente e um exemplo de boas praacuteticas internacionais O governo garantiu compromissos das duas novas operadoras a investir fortemente no desenvolvimento de infra-estrutura de telecomunicaccedilotildees no paiacutes A Ooredoo por exemplo comprometeu-se a investir 15 mil milhotildees de doacutelares durante o periacuteodo de licenccedila de 15 anos e a Telenor delineou planos para investir mais de mil milhotildees de doacutelares no seu primeiro ano a explorar sozinho9 O provedor dos serviccedilos estatais encarregado da Myanmar Correios e Telecomunicaccedilotildees (MPT) tambeacutem firmou uma parceria com a empresa Japonesa KDDI-Sumitomo para melhorar as operaccedilotildees e as infra-estruturas de forma a expandir o serviccedilo

A Lei das Telecomunicaccedilotildees permite que as empresas independentes desenvolvam torres e infra-estrutura de fibra de modo a que os encargos de desenvolvimento de infra-estrutura natildeo sejam apenas da responsabilidade

das operadoras moacuteveis e do governo A partilha de torres aumentou e os custos desceram

A entrada tardia de Myanmar para o sector do TIC permitiu-lhe beneficiar da experiecircncia adquirida noutros paiacuteses As empresas de telecomunicaccedilatildeo saltaram as tecnologias obsoletas e optaram por usar e investir em tecnologia 3G desde o iniacutecio enquanto o governo tem adoptado poliacuteticas progressistas como um quadro de licenciamento unificado e promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas por parte dos operadores

Tudo isso levou a um mercado altamente competitivo e vibrante O sector de telecomunicaccedilotildees tornou-se alvo de investimento estrangeiro atraente perdendo somente para o sector da energia Myanmar tem testemunhado um aumento sem precedentes no nuacutemero de assinantes de banda larga provocado em parte pela disponibilidade de smartphones mais acessiacuteveis No final de 2013 o nuacutemero total do nuacutemero de conexotildees de banda larga moacutevel foi de 17 milhotildees ateacute o final de 2015 este nuacutemero havia crescido mais de 800 para 156 milhotildees10

Apesar deste progresso dramaacutetico o nuacutemero de conectados agora representam apenas 18 da populaccedilatildeo Ainda haacute muito a ser feito Prioridades devem incluir um papel de relevo nas infra-estruturas durante os proacuteximos anos enfrentar o alcance limitado da rede eleacutectrica melhorar o controlo do cumprimento das licenccedilas aumentar a partilha de infra-estruturas e melhorar a capacidade humana e institucional do paiacutes para enfrentar esses desafios A Coligaccedilatildeo dos Multi-actores da A4AI-Myanmar estaacute a trabalhar para informar o novo Plano Principal de Telecomunicaccedilotildees do governo e para manter o ritmo visto ao longo dos uacuteltimos anos para melhoria da acessibilidade e expansatildeo do acesso

MYANMAR RAacutePIDAS MUDANCcedilAS NUM MERCADO EMERGENTE

8 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf9 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf10 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)11 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

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Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

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3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

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Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

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41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

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Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

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PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

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51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 8: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

8

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ldquoTodos deveriam ter acesso agrave Internetrdquo Foi assim acordado em Setembro de 2015 quando os 193 estados membros das Naccedilotildees Unidas acordaram um novo conjunto de Metas para o Desenvolvimento Sustentaacutevel (SDGs) que definiu a agenda para o desenvolvimento global para os proacuteximos 15 anos A SDG 9c explicita como meta o acesso universal a custos acessiacuteveis por todos os Paiacuteses Menos Desenvolvidos do Mundo (PMDLDCs) ateacute 2020 implicitamente pressupondo custos e a universalidade de forma acessiacutevel a niacutevel global ndash acesso para todos em toda a parte ateacute 2020 Contudo de acordo com a evoluccedilatildeo actual os PMDs demoraratildeo quase 30 anos para atingir esta meta1

Atingir esta meta requer uma acccedilatildeo arrojada A menos que aceleremos dramaticamente o progresso apenas 16 da populaccedilatildeo dos paiacuteses mais pobres e 53 do mundo todo estaratildeo conectados ateacute 2020 Este desfasamento na conectividade natildeo soacute iraacute resultar numa enorme perda de crescimento econoacutemicomdash como tambeacutem iraacute privar centenas de milhotildees de pessoas de terem acesso agrave educaccedilatildeo serviccedilos de sauacutede expressatildeo poliacutetica e oportunidades de emprego atraveacutes da internet

Este relatoacuterio identifica barreiras criacuteticas que devem ser superadas em apenas quatro anos de forma a atingir a meta de conectividade da SGD e estabelece os passos que as organizaccedilotildees Governamentais Entidades Reguladoras Empresas e Sociedade Civil devem dar agora

O Status Quo

Hoje mais de quatro mil milhotildees de pessoasmdash cerca de 56 da populaccedilatildeo mundial mdash ainda natildeo tecircm acesso agrave Internet Esta populaccedilatildeo ldquoofflinerdquo compreende maioritariamente mulheres A maioria vive nos PMDs e outros paiacuteses em desenvolvimento5

Um dos obstaacuteculos que a maioria dos paiacuteses enfrenta na corrida para expandir o acesso eacute a acessibilidade mdash a grande maioria das pessoas sem acesso agrave Internet hoje em dia estatildeo ldquoofflinerdquo simplesmente porque natildeo tecircm recursos para pagar a conexatildeo baacutesica Para os Noruegueses acesso constante a banda larga raacutepida

e ilimitada custa pouco mais do que um latte que muitos compram todos os dias no caminho para o escritoacuterio Para os Nigerianos apenas 500MB de dados moacuteveis preacute-pagos podem custar mais do que eles gastam na educaccedilatildeo dos seus filhos

A Comissatildeo da ONU para banda larga define como banda larga acessiacutevel quando um pacote inicial (500MB) estaacute disponiacutevel a 5 ou menos do rendimento miacutenimo mensal (ou seja PIB per capita) Contudo em 2014 o custo meacutedio de um pacote preacute-pago 500MB foi de 152 do PIB per capita em PDMs e de 65 em todos os paiacuteses em desenvolvimento

Os preccedilos da Internet aparentam estar a descer e a acessibilidade conforme definido pela ONU estaacute a aumentar mdash no ano passado a UIT informou que 67 dos 116 paiacuteses em desenvolvimento tinham de facto conseguido atingir a meta de acessibilidade de 5 imposta pela ONU Entatildeo porque eacute que o crescimento da utilizaccedilatildeo da Internet acabou por diminuir O uso em todo o mundo cresceu 74 in 2014 mas apenas 69 em 2015

O que estaraacute a atrasar o progresso

Este relatoacuterio alega que o atraso no crescimento da conectividade deve-se ao fracasso dos decisores poliacuteticos em enfrentar os efeitos conjuntos da pobreza e da desigualdade de rendimentos

Enquanto a pobreza global no geral estaacute a diminuir (tanto em nuacutemeros absolutos como em percentagem da populaccedilatildeo) ainda haacute mais de dois mil milhotildees de pessoas a viver na pobreza absoluta em todo o mundo em desenvolvimento (ou seja com menos de US$310dia) Para estas pessoas o acesso agrave Internet continua a ser uma realidade muito distante

O crescimento econoacutemico nos paiacuteses em desenvolvimento natildeo tem sido distribuiacutedo de forma equitativa De acordo com a ONU mais de 75 das famiacutelias nos paiacuteses em desenvolvimento vivem hoje em sociedades onde o rendimento eacute distribuiacutedo de forma mais desigual do que era na deacutecada de 90 Quando algumas pessoas ganham muito enquanto outros

1 INTRODUCcedilAtildeO

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1 Para efeitos deste relatoacuterio definimos ldquoacesso universalrdquo como taxa de 90 de penetraccedilatildeo da Internet Esta definiccedilatildeo incrementa a declaraccedilatildeo WSIS que define acesso universal como ldquoAcesso universal omnipresente equitativo e acessiacutevel a infra-estrutura e serviccedilos ICTrdquo

2 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 3 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 4 Ao longo deste relatoacuterio todas as mediccedilotildees do preccedilo de planos de 500MB satildeo para planos moacuteveis preacute-pagos (a menos que notado o contraacuterio) Todas as

mediccedilotildees de preccedilos para 1GB satildeo planos proacutes-pagos para computador (a menos que notado o contraacuterio)

9

ganham muito pouco a ldquomeacutediardquo de rendimento per capita mdash o valor de referecircncia que a ONU utiliza para avaliar a acessibilidade mdash seraacute muito maior do que aquilo que a maioria das pessoas realmente ganha Na Aacutefrica do Sul por exemplo o rendimento meacutedio eacute de US$6800 (PIB per capita 2014) mas 60 da populaccedilatildeo na realidade recebe menos de metade desse valor Na praacutetica isto significa que para quase metade da populaccedilatildeo sul-africana uma conexatildeo de internet moacutevel aparentemente acessiacutevel (preccedilo de cerca de 15 do rendimento ldquomeacutediordquo mensal) na verdade custa em qualquer lugar entre7-15 do seu rendimento A ideia de um rendimento ldquomeacutediordquo nacional eacute ainda mais distorcida pela desigualdade salarial em termos de geacutenero

Como resultado dessas desigualdades um paiacutes pode cumprir a meta de acessibilidade da ONU a um niacutevel superior mas ainda vecirc uma grande quantidade de pessoas sem capacidade para pagar uma ligaccedilatildeo agrave internet Superar os obstaacuteculos colocados por estas desigualdades seraacute fundamental para a expansatildeo do acesso a preccedilos acessiacuteveis e para trazer o acesso universal ateacute 2020 dentro da esfera da possibilidade

O tempo de agir eacute agora

O tempo eacute curto De forma a por ldquoonlinerdquo cerca de quatro mil milhotildees de pessoas em menos de cinco anos deveremos agir agora a uma escala e rapidez nunca antes vistas Governos o sector privado doadores e sociedade civil deveratildeo unir-se para tomar corajosamente as medidas necessaacuterias que permitiratildeo aos que estatildeo ldquoofflinerdquo ter acesso e pagar uma Internet livre e ilimitada

A exclusatildeo digital significa exclusatildeo por pobreza e geacutenero O custo mais elevado dos dados moacuteveis e dispositivos atinge com maior dureza quem tem rendimentos mais baixos em particular mulheres e a populaccedilatildeo rural A menos que medidas especiacuteficas sejam tomadas para tornar a Internet acessiacutevel e disponiacutevel a estes grupos as iniciativas de cobertura para ldquoconectar todosrdquo pode ter o risco de aprofundar as disparidades homemmulher e urbanorural existentes

Alcanccedilar o acesso universal e os custos acessiacuteveis sugeridos pela SDG 9c exigiraacute medidas urgentes e especiacuteficas para superar as barreiras apresentadas pela desigualdade de rendimentos e pobreza Estas incluem

1 Desenvolver e trabalhar para uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Para alcanccedilar o acesso universal devemos impulsionar os preccedilos bem abaixo dos actualmente estabelecidos para uma meta a niacutevel do pacote inicial (ou seja 500MB) de banda larga com preccedilos de 5 ou menos do valor de rendimento meacutedio mensal Propomos uma nova meta de ldquo1 para 2rdquo 1GB de dados moacuteveis ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal

2 Reduzir o valor dos telemoacuteveis e dispositivos ICT Para que o acesso agrave Internet seja acessiacutevel aos que actualmente estatildeo excluiacutedos devido ao preccedilo eacute importante reduzir os custos dos dispositivos Os preccedilos dos telemoacuteveis e outros dispositivos podem ser inflacionados pelos elevados impostos de importaccedilatildeo e taxas excessivas de patentes e ldquoroyaltiesrdquo Os governos devem trabalhar para reforma tributaacuteria e dos regimes de patentes para que os custos do dispositivo de ICT possam descer e seraacute necessaacuterio incentivar o sector privado a desenvolver smartphones de alta qualidade e de baixo custo

3 Aumentar o investimento e disponibilidade puacuteblica com acesso subsidiado Um mercado de banda larga forte e competitivo pode ir longe no sentido de conduzir os preccedilos para um valor mais baixo mdash em conjunto com dispositivos mais baratos mdash conectando os desconectados No entanto existem sempre grupos que seratildeo excluiacutedos do Mercado e aqueles a quem os custos de acesso permaneceratildeo inacessiacuteveis O acesso puacuteblico atraveacutes das bibliotecas centros comunitaacuterios e sistemas de WiFi municipais mdash financiados por fundos para serviccedilo universal e de acesso bem administrados mdash satildeo fundamentais para melhorar o acesso a essas populaccedilotildees

1 INTRODUCcedilAtildeO

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5 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 6 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 7 World Bank (2015) Poverty Overview httpwwwworldbankorgentopicpovertyoverview

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1 INTRODUCcedilAtildeO ONTINUED

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 Criar metas especiacuteficas com prazos para eliminar a exclusatildeo digital com base no geacutenero Em grande parte do mundo em desenvolvimento as disparidades de geacutenero na utilizaccedilatildeo da Internet satildeo impressionantes mdash em Kampala Uganda por exemplo haacute apenas uma mulher online por cada trecircs homens online Ainda assim o reconhecimento dessa diferenccedila digital com base no geacutenero eacute praticamente invisiacutevel nos planos nacionais de banda larga e nas estatiacutesticas oficiais Os governos devem definir metas concretas para alcanccedilar a equidade de geacutenero na adopccedilatildeo de competecircncias digitais e de capacitaccedilatildeo e devem apoiar estas metas com programas especiacuteficos e dotaccedilotildees orccedilamentais Devem ser recolhidos dados desagregados por geacutenero para monitorar o progresso

5 Uma abordagem integrada agrave formulaccedilatildeo de poliacuteticas Por todos online exige poliacuteticas equilibradas que respondam a toda agrave procura e agrave oferta regulamentos e concorrecircncia banda larga fixa e moacutevel acesso puacuteblico e acessibilidade do consumidor Exigem cooperaccedilatildeo entre os ministeacuterios entre as unidades geograacuteficas (local estadual e nacional) e entre actores do sector privado cujos interesses comerciais podem diferir bastante O governo (ou seja os ministeacuterios das comunicaccedilotildees ou o gabinete do chefe de estado) deve assumir a lideranccedila na convocaccedilatildeo desses actores e desenvolver um plano claro e coerente para reformas sequenciadas mobilizando os investimentos necessaacuterios Governos e agecircncias doadoras devem apoiar este processo intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como em habilidades digitais conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico

A HORA DE AGIR Eacute AGORA

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2O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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12

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Superar o desafio de acessibilidade eacute fundamental para alcanccedilar o acesso universal A tecnologia para fornecer acesso a baixo custo estaacute amplamente disponiacutevel com novos avanccedilos tecnoloacutegicos a surgindo constantemente No entanto poliacuteticas desactualizadas ou mal concebidas que aumentam artificialmente os custos mdash por exemplo inibindo a concorrecircncia ou a imposiccedilatildeo de requisitos de licenciamento complicados mdash contribuem para que os preccedilos continuem teimosamente elevados

Esforccedilos para expandir o acesso agrave internet devem ser conduzidos por um conjunto de poliacuteticas flexiacuteveis e progressivas e regulamentos que permitam que os preccedilos ao consumidor desccedilam drasticamente e de forma raacutepida Quais satildeo as poliacuteticas quem as estabelece e como estatildeo a funcionar

O nosso Iacutendice dos Motores da Acessibilidade (ADI) analisa as poliacuteticas incentivos e ambiente infraestrutural local em 51 paiacuteses emergentes e em desenvolvimento incluindo poliacuteticas que acreditamos levar a um progresso para uma Internet mais acessiacutevel Em seguida avalia ateacute que ponto essas poliacuteticas estatildeo a

ser implementadas O ADI deliberadamente natildeo avalia directamente os preccedilos mdash mas existe uma correlaccedilatildeo entre as melhores pontuaccedilotildees no ADI e os preccedilos de banda larga mais baixos em relaccedilatildeo agrave renda Em resumo os paiacuteses bem posicionados no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos e satildeo susceptiacuteveis de serem capazes de reduzir os preccedilos cada vez mais e de forma acelerada no futuro

Embora no ano passado tenha havido algum progresso marginal na frente da acessibilidade os resultados normalmente baixos em linha com o ADI mostram o quanto ainda temos de percorrer para alcanccedilar o acesso universal Na nossa trajectoacuteria actual natildeo chegaremos nem perto de alcanccedilar a meta de acesso universal ateacute 2020 Reforma poliacutetica eacute um primeiro passo fundamental e necessaacuterio para a expansatildeo do acesso

Nesta secccedilatildeo olhamos com mais detalhe aquilo que os paiacuteses estatildeo a fazer para tornar o acesso agrave Internet mais acessiacutevel para grande parte da sua populaccedilatildeo e qual das poliacuteticas usadas estatildeo a funcionar

Este ano o Iacutendice de Acessibilidade A4AI foi chamado Iacutendice dos Motores de Acessibilidade (ADI) Porquecirc Achamos que este nome descreve com mais precisatildeo aquilo que o Iacutendice estaacute a avaliar mdash ou seja a combinaccedilatildeo de medidas de poliacutetica e outros factores vitais que determinam como um paiacutes seraacute capaz de reduzir os preccedilos da banda larga

O ADI examina os factores atraveacutes de sub-iacutendices de duas aacutereas mdash infraestrutura e acesso

1 O sub-iacutendice de infraestrutura avalia a extensatildeo actual de implantaccedilatildeo de infraestrutura e operaccedilotildees juntamente com as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor de forma a incentivar e permitir o investimento rentaacutevel na expansatildeo de infraestruturas futuras As variaacuteveis incluiacutedas neste sub-iacutendice incluem por exemplo a quantidade de banda larga disponiacutevel em um determinado paiacutes e uma avaliaccedilatildeo da poliacutetica do espectro da naccedilatildeo

2 O Sub-iacutendice de acesso mede taxas actuais de adopccedilatildeo da banda larga e as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor para incentivar o crescimento e garantir a oferta de acesso agrave Internet de forma acessiacutevel e equitativa Este sub-iacutendice inclui variaacuteveis como as taxas actuais de infiltraccedilatildeo da Internet e uma avaliaccedilatildeo da eficaacutecia dos Fundos de Serviccedilo Universal de um paiacutes

Cada paiacutes eacute classificado atraveacutes de uma gama de variaacuteveis dentro de cada sub-iacutendice e eacute entatildeo classificado contra os outros paiacuteses do ADI tendo como classificaccedilatildeo mais elevada o paiacutes que receber uma pontuaccedilatildeo de 100 e pontuaccedilatildeo zero para o menor classificado (Nota Embora tenhamos recolhido dados de 88 paiacuteses incluindo paiacuteses desenvolvidos apenas analisamos paiacuteses emergentes e em desenvolvimento eacute por

isso que a Colocircmbia o paiacutes mais bem classificado no ADI este ano apenas pontuou 65 e natildeo 100) Classificaccedilotildees mais elevadas indicam a existecircncia de uma combinaccedilatildeo de factores que contribuem para uma reduccedilatildeo de custos da induacutestria e preccedilos de banda larga mais baixos incluindo a elevada infiltraccedilatildeo de banda larga infra-estruturas suficientes e ainda poliacuteticas e regulamentos eficazes (Para mais detalhes sobre a metodologia usada para o ADI consulte o Apecircndice 1)

Com efeito uma pontuaccedilatildeo mais elevada no ADI estaacute correlacionada com uma Internet de banda larga mais acessiacutevel Ilustrado na Figura 1 que mostra como a classificaccedilatildeo de um paiacutes no ADI aumenta o preccedilo de um plano de dados de 500MB em relaccedilatildeo agrave reduccedilatildeo do rendimento meacutedio Esta relaccedilatildeo tambeacutem acontece em relaccedilatildeo a um plano maior de 1GB (Figura 2)

O ADI deste ano cobre os mesmos 51 paiacuteses incluiacutedos no nosso iacutendice de 2014-15 e usa a mesma metodologia usada no ano passado No entanto enquanto todas as fontes de dados foram as mesmas noacutes natildeo realizaacutemos um novo conjunto de inqueacuteritos poliacuteticos em 2015 Com base no pressuposto que os ambientes poliacuteticos e normativos tendem a mudar lentamente e foi confirmado por consulta as respostas a inqueacuteritos por vaacuterios especialistas em poliacutetica que participaram no inqueacuterito em 2014 (veja o Anexo A) Assim as actualizaccedilotildees das classificaccedilotildees do ADI baseiam-se apenas em novos dados secundaacuterios

O QUE Eacute O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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Figura 2 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano de computador poacutes-pago de 1GB (como do PIB per capita 2014)

70

Pric

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mob

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(1GB

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16 22 10 34 40 46 52 58 64

Figura 1 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano moacutevel preacute-pago de 500MB (como do PIB per capita 2014)

Pric

e of

mob

ile b

road

band

(500

MB)

as

of G

NI p

c 2

014

ADI SCORE

10 16 22 10 34 40 46 52 58 64 70

0

10

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30

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Emerging Developing

ADI SCORE Emerging Developing

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Posiccedilatildeo 2015

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Infraestruturas

Resultado de Contagem do ADI

Posiccedilatildeo 2014

1 Colocircmbia 6945 6085 6532 22 Costa Rica 7888 5000 6460 13 Malaacutesia 6957 5669 6328 44 Turquia 6585 5860 6235 35 Peru 6193 6148 6182 56 Brasil 5928 6035 5990 67 Marrocos 6167 4932 5551 128 Mauriacutecias 6558 4481 5520 79 Meacutexico 5668 5105 5385 1410 Argentina 5716 4958 5335 911 Ruanda 5442 5190 5313 1012 Nigeacuteria 5783 4793 5285 1113 Tailacircndia 6072 4413 5239 1314 Jamaica 5902 4279 5084 1615 Ecuador 5399 4735 5060 816 Uganda 5653 4244 4940 1517 Rep Dominicana 5307 4163 4723 1818 Tuniacutesia 4680 4711 4683 1719 Africa do Sul 5457 3859 4644 2020 Gacircmbia 4912 4281 4582 2121 Queacutenia 5200 3927 4548 1922 China 4799 4182 4474 2323 Botswana 4882 4054 4451 2424 Vietname 5674 3233 4437 2225 Paquistatildeo 4360 4497 4411 2526 Gana 4715 3892 4284 2627 Myanmar 3188 5367 4257 3628 Filipinas 4783 3707 4224 2929 Indoneacutesia 4570 3909 4219 2730 Repuacuteblica da 4390 4038 4193 2831 Iacutendia 3785 4288 4012 3032 Egipto 3276 4684 3955 3233 Bangladesh 3373 4504 3913 3334 Namiacutebia 5156 2676 3890 3135 Zacircmbia 4166 3444 3777 3536 Mali 3645 3721 3653 4037 Cazaquistatildeo 4416 2945 3650 3438 Benim 3294 3787 3508 4139 Venezuela 4112 2839 3442 3740 Jordacircnia 4636 2302 3436 3841 Senegal 3708 2865 3250 3942 Nepal 3533 2447 2948 4443 Moccedilambique 3830 1875 2809 4244 Camarotildees 3110 2179 2597 4345 Zimbabueacute 3348 1912 2583 4546 Burkina Faso 2974 1499 2182 4647 Malawi 2477 1650 2006 4748 Etioacutepia 3107 000 1488 4849 Serra Leoa 1706 1169 1370 4950 Haiti 1488 1322 1336 5051 Ieacutemen 000 181 000 51

Tabela 1 201516 ADI Pontuaccedilotildees e Classificaccedilotildees

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Paiacuteses Latino-americanos mais uma vez dominam o ranking do ADI com seis paiacuteses da regiatildeo entre os primeiros 10 Para a maioria dos 10 primeiros paiacuteses no ADI as mudanccedilas de posiccedilotildees foram o resultado de mudanccedilas graduais nos indicadores subjacentes que compotildeem o iacutendice Em alguns casos estas alteraccedilotildees foram mais acentuadas e foram o resultado de melhorias nas pontuaccedilotildees do sub-iacutendice das infraestruturas Foi o caso da Malaacutesia que registou um aumento significativo na velocidade de banda larga fixa e banda larga internacional por usuaacuterio no Peru onde a banda larga internacional por usuaacuterio quase duplicou e no Meacutexico que registou um aumento significativo na velocidade da banda larga fixa

Colocircmbia e Costa Rica novamente no topo da classificaccedilatildeo com resultados que refletem uma melhoria dos indicadores de infraestruturas e acessos Os dois paiacuteses tecircm abordado o desenvolvimento e a implementaccedilatildeo da nova poliacutetica da ICT de uma forma abrangente melhorando a acessibilidade nos dois paiacuteses mdash o preccedilo de um plano de 500MB na Colocircmbia caiu para pouco mais de 3 do RNB per capita e apenas 1 do RNB per capita na Costa Rica Ambos fizeram da melhoria do acesso agrave Internet uma prioridade nacional e estabeleceram parcerias com o sector privado para construir e compartilhar a infra-estrutura de modo a garantir um Mercado sustentaacutevel e saudaacutevel Cada paiacutes enfrenta os mesmos desafios globais agrave conectividade encontrados em grande parte do mundo incluindo a pobreza e grandes populaccedilotildees rurais e tecircm mantido o objectivo claro de permitir a conectividade a estes grupos marginalizados com habilidades digitais e programas de formaccedilatildeo e investimento em TIC no conteuacutedo criado localmente

ColocircmbiaGrande parte do sucesso da Colocircmbia ateacute agora tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo na implementaccedilatildeo de poliacuteticas eficazes e na criaccedilatildeo de parcerias no sector do TIC A taxa de 53 de infiltraccedilatildeo de Internet na Colocircmbia estaacute entre as mais elevadas de todos os paiacuteses abrangidos neste relatoacuterio Pode ser explicado em parte pela estrateacutegia diversificada do governo para melhorar a acessibilidade e os custos acessiacuteveis no paiacutes Esta estrateacutegia foi delineada na primeira fase do ldquoPlano Viva Digitalrdquo lanccedilado em 2010 e foi descrito no nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

bull Alguns dos factores por traacutes do sucesso desta primeira fase do plano incluem

bull A melhoria na utilizaccedilatildeo da banda larga atraveacutes de um aumento de certificaccedilatildeo e formaccedilatildeo em cultura digital suporte para teletrabalho e melhoria dos serviccedilos electroacutenicos do governo

bull Incentivos melhores para a adesatildeo agrave banda larga a todos os niacuteveis (tais como a eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e IVA sobre a compra de PCs subsiacutedios para computadores e tarifas especiais subsidiados para acesso agrave Internet em domiciacutelios de baixa renda)

bull Promover o desenvolvimento do sector das TIC atraveacutes de empreacutestimos especiais para estudar domiacutenios na aacuterea das TIC uma rede de laboratoacuterios puacuteblicos para a criaccedilatildeo de conteuacutedo uma rede corporativa (programa de estaacutegios para a comercializaccedilatildeo e desenvolvimento de aplicaccedilotildees) e alianccedilas com os governos regionais para desenvolver a induacutestria de TI local

bull Medidas reguladoras como a promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas desenvolvimento de regras mais claras para os operadores de redes moacuteveis virtuais (MVNO) esforccedilos para enfrentar o domiacutenio do mercado e eliminaccedilatildeo de claacuteusulas de permanecircnciafidelizaccedilatildeo (nas quais eacute exigido aos clientes ter um certo nuacutemero de meses em seus contratos)

Em 2014 o governo Colombiano lanccedilou uma segunda fase do seu plano de banda larga mdash ldquoPlano Viva Digital IIrdquo Dois dos principais objectivos do novo plano incluem (1) fazer da Colocircmbia um liacuteder mundial no desenvolvimento de aplicaccedilotildees do TIC para reduccedilatildeo da pobreza e (2) tornar o governo o ldquomais eficiente e transparente do mundordquo no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das TIC A atenccedilatildeo expliacutecita do plano para melhorar a vida dos mais pobres eacute um modelo de como as poliacuteticas de TIC podem ser direccionados para o benefiacutecio de grupos especiacuteficos da populaccedilatildeo

Costa RicaTal como com a Colocircmbia grande parte do sucesso da Costa Rica tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo Na Costa Rica esta vontade poliacutetica a alto niacutevel decorre de um compromisso juriacutedico para com

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21 PAIacuteSES LATINO-AMERICANOS NO TOPO DO IacuteNDICE PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

as TIC como instrumento de luta contra a pobreza promoccedilatildeo dos direitos humanos e da participaccedilatildeo democraacutetica A Costa Rica possui uma das maiores taxas de adesatildeo contractual de banda larga moacutevel (44) de todos os paiacuteses constantes no relatoacuterio e tambeacutem tem o mais acessiacutevel plano de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB) ao preccedilo de pouco mais de 1 do PIB per capita Aproximadamente 50 do paiacutes estaacute conectado agrave Internet

O trabalho do Fundo Nacional de Telecomunicaccedilotildees (FONATEL) tambeacutem tem sido crucial para acabar com a exclusatildeo digital do paiacutes Os esforccedilos da FONATEL tecircm-se centrado especificamente em (1) conectar

comunidades (por exemplo atraveacutes de escolas e centros comunitaacuterios) (2) conectar famiacutelias (incluindo famiacutelias seniores mulheres de empresaacuterios pessoas com deficiecircncia etc) (3) conectar organizaccedilotildees do sector puacuteblico e (4) estabelecer redes WiFi locais

O novo Plano de Desenvolvimento das Telecomunicaccedilotildees (Plan Nacional de Desarrollo de las Telecomunicaciones) desenvolvido atraveacutes de ampla consulta visa aumentar a utilizaccedilatildeo da Internet para a meacutedia encontrada no interior dos paiacuteses da OCDE e melhorar a velocidade de banda larga de pelo menos 80 da populaccedilatildeo com a taxa meacutedia encontrada em paiacuteses da OCDE

O fim do ADI deste ano eacute muito similar ao final do nosso iacutendice de 2014-15 Enquanto muitos dos 10 paiacuteses com classificaccedilatildeo mais baixa estiveram melhor em vaacuterios indicadores os mesmos natildeo melhoraram o suficiente para aumentar a sua classificaccedilatildeo global em relaccedilatildeo aos outros paiacuteses

Para a maior parte estes paiacuteses fizeram mais progressos no sub-iacutendice de acesso No Nepal por exemplo a taxa de adesatildeo aacute Internet aumentou dois pontos percentuais e a adesatildeo agraves conexotildees de banda larga moacutevel aumentou cerca

de cinco pontos percentuais (bem abaixo do aumento meacutedio de todo o iacutendice de 67 pontos percentuais)

Para paiacuteses como a Etioacutepia e Burkina Faso melhorias modestas no sub-iacutendice de acesso foram prejudicadas por quedas ou quaisquer alteraccedilotildees nos indicadores relacionados com a sub-indexaccedilatildeo de infra-estrutura (por exemplo banda larga internacional e velocidades de banda larga fixa) Esta falta de progresso deriva em parte do facto de importantes reformas poliacuteticas e regulatoacuterias necessaacuterias em ambos os paiacuteses estarem ainda em curso

O Myanmar deu o maior salto na classificaccedilatildeo do ADI subindo nove posiccedilotildees para 27 (vigeacutesima seacutetima) posiccedilatildeo Esta mudanccedila veio como resultado da abertura bem-sucedida do mercado de telecomunicaccedilotildees anteriormente detida pelo estado a novos operadores (2013)e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) (Ver caixa abaixo intitulada Myanmar para uma discussatildeo mais detalhada sobre as mudanccedilas recentes na regiatildeo) Esperamos que o Myanmar continue a melhorar no ADI uma vez que mudanccedilas raacutepidas na adesatildeo e utilizaccedilatildeo satildeo reflectidas em anaacutelise futura

Marrocos e Meacutexico entraram ambos no top 10 este ano cada um com um aumento de cinco pontos no ranking ADI deste ano O Meacutexico comeccedilou a ver os frutos das alteraccedilotildees agraves suas poliacuteticas e praacuteticas do sector do TIC

muitas das quais estatildeo alinhadas com as melhores praacuteticas descritas pela A4AI Apoacutes a aprovaccedilatildeo de uma nova lei de telecomunicaccedilotildees em 2014 o Meacutexico introduziu um licenciamento de serviccedilo e tecnologia neutra aumentou a consulta puacuteblica no processo de regulamentaccedilatildeo e pretende lanccedilar uma rede de 700MHz de acesso aberto em 2018 A subida do Marrocos nas classificaccedilotildees foi em grande parte devido agrave melhoria das infra-estruturas e resultados de reformas que comeccedilaram haacute duas deacutecadas Estas reformas institucionais iniciais incluiacuteram a criaccedilatildeo do regulador a Agecircncia Nacional Reguladora das Telecomunicaccedilotildees (ANRT) e um plano para a liberalizaccedilatildeo do sector Isto levou agrave eventual privatizaccedilatildeo da Marrocos Telecom (a concessionaacuteria estatal) o lanccedilamento precoce de serviccedilos 3G e a entrada de duas novas operadoras (Meditel e INWI)

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22 O FIM DA TABELAFOR THE SECOND YEAR RUNNING

23 SUBIDA NAS CLASSIFICACcedilOtildeES MYANMAR MEacuteXICO amp MARROCOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

no mercado Estes eventos ocorreram bem antes da outros paiacuteses no Oriente Meacutedio e Norte da Aacutefrica (MENA)

Na verdade Marrocos tem um dos sistemas reguladores de telecomunicaccedilotildees mais avanccedilados e eficazes na Regiatildeo MENA O paiacutes tem implementado um regime de licenciamento razoavelmente transparente que permite opccedilotildees de licenciamento adicionais aumentando assim a concorrecircncia a diferentes niacuteveis de serviccedilo Em 2012 o governo lanccedilou um Plano Nacional de Banda Larga de dez anos com o objectivo de garantir o acesso agrave banda larga fixa ou moacutevel para toda a populaccedilatildeo ateacute 2022 O plano de banda larga tambeacutem inclui orientaccedilotildees especiacuteficas sobre a atribuiccedilatildeo de espectro para os serviccedilos de banda larga sem fio com e sem licenccedila Um ano apoacutes o lanccedilamento do novo plano de banda larga o ANRT

estabeleceu um novo plano nacional de frequecircncias que aborda a migraccedilatildeo e a atribuiccedilatildeo de espectro para novas aplicaccedilotildees de banda larga Em 2015 a questatildeo ART requer novas licenccedilas de 4G utilizando espectro disponiacutevel Ateacute o final de 2015 aproximadamente 19 da populaccedilatildeo era assinante de banda larga moacutevel12

Enquanto o dispositivo moacutevel continua a ser a forma dominante de acesso agrave banda larga em 2015 a ART decidiu incentivar a concorrecircncia na banda larga fixa Atualmente o mercado de banda larga fixa em Marrocos eacute principalmente controlado por uma empresa a Maroc Telecom A nova decisatildeo da ANRT iraacute permitir que outros prestadores de serviccedilos possam oferecer serviccedilos de banda larga fixos directamente aos clientes utilizando a infra-estrutura do operador encarregado

Muito tem sido feito apoacutes as tremendas mudanccedilas no sector de telecomunicaccedilotildees em Myanmar desde a aprovaccedilatildeo da Lei de Telecomunicaccedilotildees de 2013 passando o paiacutes de um monopoacutelio estatal para um mercado competitivo As reformas associadas incluem a futura criaccedilatildeo de um regulador independente e o desenvolvimento de regras claras e transparentes para o sector recentemente liberalizado com base em melhores praacuteticas internacionais

Em 2014 dois novos operadores de Telecomunicaccedilotildees do sector privado (Telenor and Ooredoo) entraram no mercado Desde entatildeo tecircm havido reduccedilotildees significativas nos preccedilos dos serviccedilos de banda larga com o preccedilo de um cartatildeo SIM passando de cerca de US$150 em 2013 para apenas US$150 em 20158

O processo de licitaccedilatildeo realizado pelo governo para seleccionar as duas novas operadoras de comunicaccedilotildees moacuteveis foi considerado como transparente e um exemplo de boas praacuteticas internacionais O governo garantiu compromissos das duas novas operadoras a investir fortemente no desenvolvimento de infra-estrutura de telecomunicaccedilotildees no paiacutes A Ooredoo por exemplo comprometeu-se a investir 15 mil milhotildees de doacutelares durante o periacuteodo de licenccedila de 15 anos e a Telenor delineou planos para investir mais de mil milhotildees de doacutelares no seu primeiro ano a explorar sozinho9 O provedor dos serviccedilos estatais encarregado da Myanmar Correios e Telecomunicaccedilotildees (MPT) tambeacutem firmou uma parceria com a empresa Japonesa KDDI-Sumitomo para melhorar as operaccedilotildees e as infra-estruturas de forma a expandir o serviccedilo

A Lei das Telecomunicaccedilotildees permite que as empresas independentes desenvolvam torres e infra-estrutura de fibra de modo a que os encargos de desenvolvimento de infra-estrutura natildeo sejam apenas da responsabilidade

das operadoras moacuteveis e do governo A partilha de torres aumentou e os custos desceram

A entrada tardia de Myanmar para o sector do TIC permitiu-lhe beneficiar da experiecircncia adquirida noutros paiacuteses As empresas de telecomunicaccedilatildeo saltaram as tecnologias obsoletas e optaram por usar e investir em tecnologia 3G desde o iniacutecio enquanto o governo tem adoptado poliacuteticas progressistas como um quadro de licenciamento unificado e promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas por parte dos operadores

Tudo isso levou a um mercado altamente competitivo e vibrante O sector de telecomunicaccedilotildees tornou-se alvo de investimento estrangeiro atraente perdendo somente para o sector da energia Myanmar tem testemunhado um aumento sem precedentes no nuacutemero de assinantes de banda larga provocado em parte pela disponibilidade de smartphones mais acessiacuteveis No final de 2013 o nuacutemero total do nuacutemero de conexotildees de banda larga moacutevel foi de 17 milhotildees ateacute o final de 2015 este nuacutemero havia crescido mais de 800 para 156 milhotildees10

Apesar deste progresso dramaacutetico o nuacutemero de conectados agora representam apenas 18 da populaccedilatildeo Ainda haacute muito a ser feito Prioridades devem incluir um papel de relevo nas infra-estruturas durante os proacuteximos anos enfrentar o alcance limitado da rede eleacutectrica melhorar o controlo do cumprimento das licenccedilas aumentar a partilha de infra-estruturas e melhorar a capacidade humana e institucional do paiacutes para enfrentar esses desafios A Coligaccedilatildeo dos Multi-actores da A4AI-Myanmar estaacute a trabalhar para informar o novo Plano Principal de Telecomunicaccedilotildees do governo e para manter o ritmo visto ao longo dos uacuteltimos anos para melhoria da acessibilidade e expansatildeo do acesso

MYANMAR RAacutePIDAS MUDANCcedilAS NUM MERCADO EMERGENTE

8 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf9 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf10 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)11 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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20

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

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41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

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MB)

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10

8

14

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16

Mozambique

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Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 9: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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ganham muito pouco a ldquomeacutediardquo de rendimento per capita mdash o valor de referecircncia que a ONU utiliza para avaliar a acessibilidade mdash seraacute muito maior do que aquilo que a maioria das pessoas realmente ganha Na Aacutefrica do Sul por exemplo o rendimento meacutedio eacute de US$6800 (PIB per capita 2014) mas 60 da populaccedilatildeo na realidade recebe menos de metade desse valor Na praacutetica isto significa que para quase metade da populaccedilatildeo sul-africana uma conexatildeo de internet moacutevel aparentemente acessiacutevel (preccedilo de cerca de 15 do rendimento ldquomeacutediordquo mensal) na verdade custa em qualquer lugar entre7-15 do seu rendimento A ideia de um rendimento ldquomeacutediordquo nacional eacute ainda mais distorcida pela desigualdade salarial em termos de geacutenero

Como resultado dessas desigualdades um paiacutes pode cumprir a meta de acessibilidade da ONU a um niacutevel superior mas ainda vecirc uma grande quantidade de pessoas sem capacidade para pagar uma ligaccedilatildeo agrave internet Superar os obstaacuteculos colocados por estas desigualdades seraacute fundamental para a expansatildeo do acesso a preccedilos acessiacuteveis e para trazer o acesso universal ateacute 2020 dentro da esfera da possibilidade

O tempo de agir eacute agora

O tempo eacute curto De forma a por ldquoonlinerdquo cerca de quatro mil milhotildees de pessoas em menos de cinco anos deveremos agir agora a uma escala e rapidez nunca antes vistas Governos o sector privado doadores e sociedade civil deveratildeo unir-se para tomar corajosamente as medidas necessaacuterias que permitiratildeo aos que estatildeo ldquoofflinerdquo ter acesso e pagar uma Internet livre e ilimitada

A exclusatildeo digital significa exclusatildeo por pobreza e geacutenero O custo mais elevado dos dados moacuteveis e dispositivos atinge com maior dureza quem tem rendimentos mais baixos em particular mulheres e a populaccedilatildeo rural A menos que medidas especiacuteficas sejam tomadas para tornar a Internet acessiacutevel e disponiacutevel a estes grupos as iniciativas de cobertura para ldquoconectar todosrdquo pode ter o risco de aprofundar as disparidades homemmulher e urbanorural existentes

Alcanccedilar o acesso universal e os custos acessiacuteveis sugeridos pela SDG 9c exigiraacute medidas urgentes e especiacuteficas para superar as barreiras apresentadas pela desigualdade de rendimentos e pobreza Estas incluem

1 Desenvolver e trabalhar para uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Para alcanccedilar o acesso universal devemos impulsionar os preccedilos bem abaixo dos actualmente estabelecidos para uma meta a niacutevel do pacote inicial (ou seja 500MB) de banda larga com preccedilos de 5 ou menos do valor de rendimento meacutedio mensal Propomos uma nova meta de ldquo1 para 2rdquo 1GB de dados moacuteveis ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal

2 Reduzir o valor dos telemoacuteveis e dispositivos ICT Para que o acesso agrave Internet seja acessiacutevel aos que actualmente estatildeo excluiacutedos devido ao preccedilo eacute importante reduzir os custos dos dispositivos Os preccedilos dos telemoacuteveis e outros dispositivos podem ser inflacionados pelos elevados impostos de importaccedilatildeo e taxas excessivas de patentes e ldquoroyaltiesrdquo Os governos devem trabalhar para reforma tributaacuteria e dos regimes de patentes para que os custos do dispositivo de ICT possam descer e seraacute necessaacuterio incentivar o sector privado a desenvolver smartphones de alta qualidade e de baixo custo

3 Aumentar o investimento e disponibilidade puacuteblica com acesso subsidiado Um mercado de banda larga forte e competitivo pode ir longe no sentido de conduzir os preccedilos para um valor mais baixo mdash em conjunto com dispositivos mais baratos mdash conectando os desconectados No entanto existem sempre grupos que seratildeo excluiacutedos do Mercado e aqueles a quem os custos de acesso permaneceratildeo inacessiacuteveis O acesso puacuteblico atraveacutes das bibliotecas centros comunitaacuterios e sistemas de WiFi municipais mdash financiados por fundos para serviccedilo universal e de acesso bem administrados mdash satildeo fundamentais para melhorar o acesso a essas populaccedilotildees

1 INTRODUCcedilAtildeO

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5 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 6 ITU (2015) Measuring the Information Society Report 2015 httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx 7 World Bank (2015) Poverty Overview httpwwwworldbankorgentopicpovertyoverview

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1 INTRODUCcedilAtildeO ONTINUED

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 Criar metas especiacuteficas com prazos para eliminar a exclusatildeo digital com base no geacutenero Em grande parte do mundo em desenvolvimento as disparidades de geacutenero na utilizaccedilatildeo da Internet satildeo impressionantes mdash em Kampala Uganda por exemplo haacute apenas uma mulher online por cada trecircs homens online Ainda assim o reconhecimento dessa diferenccedila digital com base no geacutenero eacute praticamente invisiacutevel nos planos nacionais de banda larga e nas estatiacutesticas oficiais Os governos devem definir metas concretas para alcanccedilar a equidade de geacutenero na adopccedilatildeo de competecircncias digitais e de capacitaccedilatildeo e devem apoiar estas metas com programas especiacuteficos e dotaccedilotildees orccedilamentais Devem ser recolhidos dados desagregados por geacutenero para monitorar o progresso

5 Uma abordagem integrada agrave formulaccedilatildeo de poliacuteticas Por todos online exige poliacuteticas equilibradas que respondam a toda agrave procura e agrave oferta regulamentos e concorrecircncia banda larga fixa e moacutevel acesso puacuteblico e acessibilidade do consumidor Exigem cooperaccedilatildeo entre os ministeacuterios entre as unidades geograacuteficas (local estadual e nacional) e entre actores do sector privado cujos interesses comerciais podem diferir bastante O governo (ou seja os ministeacuterios das comunicaccedilotildees ou o gabinete do chefe de estado) deve assumir a lideranccedila na convocaccedilatildeo desses actores e desenvolver um plano claro e coerente para reformas sequenciadas mobilizando os investimentos necessaacuterios Governos e agecircncias doadoras devem apoiar este processo intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como em habilidades digitais conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico

A HORA DE AGIR Eacute AGORA

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2O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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Superar o desafio de acessibilidade eacute fundamental para alcanccedilar o acesso universal A tecnologia para fornecer acesso a baixo custo estaacute amplamente disponiacutevel com novos avanccedilos tecnoloacutegicos a surgindo constantemente No entanto poliacuteticas desactualizadas ou mal concebidas que aumentam artificialmente os custos mdash por exemplo inibindo a concorrecircncia ou a imposiccedilatildeo de requisitos de licenciamento complicados mdash contribuem para que os preccedilos continuem teimosamente elevados

Esforccedilos para expandir o acesso agrave internet devem ser conduzidos por um conjunto de poliacuteticas flexiacuteveis e progressivas e regulamentos que permitam que os preccedilos ao consumidor desccedilam drasticamente e de forma raacutepida Quais satildeo as poliacuteticas quem as estabelece e como estatildeo a funcionar

O nosso Iacutendice dos Motores da Acessibilidade (ADI) analisa as poliacuteticas incentivos e ambiente infraestrutural local em 51 paiacuteses emergentes e em desenvolvimento incluindo poliacuteticas que acreditamos levar a um progresso para uma Internet mais acessiacutevel Em seguida avalia ateacute que ponto essas poliacuteticas estatildeo a

ser implementadas O ADI deliberadamente natildeo avalia directamente os preccedilos mdash mas existe uma correlaccedilatildeo entre as melhores pontuaccedilotildees no ADI e os preccedilos de banda larga mais baixos em relaccedilatildeo agrave renda Em resumo os paiacuteses bem posicionados no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos e satildeo susceptiacuteveis de serem capazes de reduzir os preccedilos cada vez mais e de forma acelerada no futuro

Embora no ano passado tenha havido algum progresso marginal na frente da acessibilidade os resultados normalmente baixos em linha com o ADI mostram o quanto ainda temos de percorrer para alcanccedilar o acesso universal Na nossa trajectoacuteria actual natildeo chegaremos nem perto de alcanccedilar a meta de acesso universal ateacute 2020 Reforma poliacutetica eacute um primeiro passo fundamental e necessaacuterio para a expansatildeo do acesso

Nesta secccedilatildeo olhamos com mais detalhe aquilo que os paiacuteses estatildeo a fazer para tornar o acesso agrave Internet mais acessiacutevel para grande parte da sua populaccedilatildeo e qual das poliacuteticas usadas estatildeo a funcionar

Este ano o Iacutendice de Acessibilidade A4AI foi chamado Iacutendice dos Motores de Acessibilidade (ADI) Porquecirc Achamos que este nome descreve com mais precisatildeo aquilo que o Iacutendice estaacute a avaliar mdash ou seja a combinaccedilatildeo de medidas de poliacutetica e outros factores vitais que determinam como um paiacutes seraacute capaz de reduzir os preccedilos da banda larga

O ADI examina os factores atraveacutes de sub-iacutendices de duas aacutereas mdash infraestrutura e acesso

1 O sub-iacutendice de infraestrutura avalia a extensatildeo actual de implantaccedilatildeo de infraestrutura e operaccedilotildees juntamente com as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor de forma a incentivar e permitir o investimento rentaacutevel na expansatildeo de infraestruturas futuras As variaacuteveis incluiacutedas neste sub-iacutendice incluem por exemplo a quantidade de banda larga disponiacutevel em um determinado paiacutes e uma avaliaccedilatildeo da poliacutetica do espectro da naccedilatildeo

2 O Sub-iacutendice de acesso mede taxas actuais de adopccedilatildeo da banda larga e as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor para incentivar o crescimento e garantir a oferta de acesso agrave Internet de forma acessiacutevel e equitativa Este sub-iacutendice inclui variaacuteveis como as taxas actuais de infiltraccedilatildeo da Internet e uma avaliaccedilatildeo da eficaacutecia dos Fundos de Serviccedilo Universal de um paiacutes

Cada paiacutes eacute classificado atraveacutes de uma gama de variaacuteveis dentro de cada sub-iacutendice e eacute entatildeo classificado contra os outros paiacuteses do ADI tendo como classificaccedilatildeo mais elevada o paiacutes que receber uma pontuaccedilatildeo de 100 e pontuaccedilatildeo zero para o menor classificado (Nota Embora tenhamos recolhido dados de 88 paiacuteses incluindo paiacuteses desenvolvidos apenas analisamos paiacuteses emergentes e em desenvolvimento eacute por

isso que a Colocircmbia o paiacutes mais bem classificado no ADI este ano apenas pontuou 65 e natildeo 100) Classificaccedilotildees mais elevadas indicam a existecircncia de uma combinaccedilatildeo de factores que contribuem para uma reduccedilatildeo de custos da induacutestria e preccedilos de banda larga mais baixos incluindo a elevada infiltraccedilatildeo de banda larga infra-estruturas suficientes e ainda poliacuteticas e regulamentos eficazes (Para mais detalhes sobre a metodologia usada para o ADI consulte o Apecircndice 1)

Com efeito uma pontuaccedilatildeo mais elevada no ADI estaacute correlacionada com uma Internet de banda larga mais acessiacutevel Ilustrado na Figura 1 que mostra como a classificaccedilatildeo de um paiacutes no ADI aumenta o preccedilo de um plano de dados de 500MB em relaccedilatildeo agrave reduccedilatildeo do rendimento meacutedio Esta relaccedilatildeo tambeacutem acontece em relaccedilatildeo a um plano maior de 1GB (Figura 2)

O ADI deste ano cobre os mesmos 51 paiacuteses incluiacutedos no nosso iacutendice de 2014-15 e usa a mesma metodologia usada no ano passado No entanto enquanto todas as fontes de dados foram as mesmas noacutes natildeo realizaacutemos um novo conjunto de inqueacuteritos poliacuteticos em 2015 Com base no pressuposto que os ambientes poliacuteticos e normativos tendem a mudar lentamente e foi confirmado por consulta as respostas a inqueacuteritos por vaacuterios especialistas em poliacutetica que participaram no inqueacuterito em 2014 (veja o Anexo A) Assim as actualizaccedilotildees das classificaccedilotildees do ADI baseiam-se apenas em novos dados secundaacuterios

O QUE Eacute O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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Figura 2 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano de computador poacutes-pago de 1GB (como do PIB per capita 2014)

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Figura 1 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano moacutevel preacute-pago de 500MB (como do PIB per capita 2014)

Pric

e of

mob

ile b

road

band

(500

MB)

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ADI SCORE

10 16 22 10 34 40 46 52 58 64 70

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Emerging Developing

ADI SCORE Emerging Developing

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Posiccedilatildeo 2015

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Infraestruturas

Resultado de Contagem do ADI

Posiccedilatildeo 2014

1 Colocircmbia 6945 6085 6532 22 Costa Rica 7888 5000 6460 13 Malaacutesia 6957 5669 6328 44 Turquia 6585 5860 6235 35 Peru 6193 6148 6182 56 Brasil 5928 6035 5990 67 Marrocos 6167 4932 5551 128 Mauriacutecias 6558 4481 5520 79 Meacutexico 5668 5105 5385 1410 Argentina 5716 4958 5335 911 Ruanda 5442 5190 5313 1012 Nigeacuteria 5783 4793 5285 1113 Tailacircndia 6072 4413 5239 1314 Jamaica 5902 4279 5084 1615 Ecuador 5399 4735 5060 816 Uganda 5653 4244 4940 1517 Rep Dominicana 5307 4163 4723 1818 Tuniacutesia 4680 4711 4683 1719 Africa do Sul 5457 3859 4644 2020 Gacircmbia 4912 4281 4582 2121 Queacutenia 5200 3927 4548 1922 China 4799 4182 4474 2323 Botswana 4882 4054 4451 2424 Vietname 5674 3233 4437 2225 Paquistatildeo 4360 4497 4411 2526 Gana 4715 3892 4284 2627 Myanmar 3188 5367 4257 3628 Filipinas 4783 3707 4224 2929 Indoneacutesia 4570 3909 4219 2730 Repuacuteblica da 4390 4038 4193 2831 Iacutendia 3785 4288 4012 3032 Egipto 3276 4684 3955 3233 Bangladesh 3373 4504 3913 3334 Namiacutebia 5156 2676 3890 3135 Zacircmbia 4166 3444 3777 3536 Mali 3645 3721 3653 4037 Cazaquistatildeo 4416 2945 3650 3438 Benim 3294 3787 3508 4139 Venezuela 4112 2839 3442 3740 Jordacircnia 4636 2302 3436 3841 Senegal 3708 2865 3250 3942 Nepal 3533 2447 2948 4443 Moccedilambique 3830 1875 2809 4244 Camarotildees 3110 2179 2597 4345 Zimbabueacute 3348 1912 2583 4546 Burkina Faso 2974 1499 2182 4647 Malawi 2477 1650 2006 4748 Etioacutepia 3107 000 1488 4849 Serra Leoa 1706 1169 1370 4950 Haiti 1488 1322 1336 5051 Ieacutemen 000 181 000 51

Tabela 1 201516 ADI Pontuaccedilotildees e Classificaccedilotildees

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Paiacuteses Latino-americanos mais uma vez dominam o ranking do ADI com seis paiacuteses da regiatildeo entre os primeiros 10 Para a maioria dos 10 primeiros paiacuteses no ADI as mudanccedilas de posiccedilotildees foram o resultado de mudanccedilas graduais nos indicadores subjacentes que compotildeem o iacutendice Em alguns casos estas alteraccedilotildees foram mais acentuadas e foram o resultado de melhorias nas pontuaccedilotildees do sub-iacutendice das infraestruturas Foi o caso da Malaacutesia que registou um aumento significativo na velocidade de banda larga fixa e banda larga internacional por usuaacuterio no Peru onde a banda larga internacional por usuaacuterio quase duplicou e no Meacutexico que registou um aumento significativo na velocidade da banda larga fixa

Colocircmbia e Costa Rica novamente no topo da classificaccedilatildeo com resultados que refletem uma melhoria dos indicadores de infraestruturas e acessos Os dois paiacuteses tecircm abordado o desenvolvimento e a implementaccedilatildeo da nova poliacutetica da ICT de uma forma abrangente melhorando a acessibilidade nos dois paiacuteses mdash o preccedilo de um plano de 500MB na Colocircmbia caiu para pouco mais de 3 do RNB per capita e apenas 1 do RNB per capita na Costa Rica Ambos fizeram da melhoria do acesso agrave Internet uma prioridade nacional e estabeleceram parcerias com o sector privado para construir e compartilhar a infra-estrutura de modo a garantir um Mercado sustentaacutevel e saudaacutevel Cada paiacutes enfrenta os mesmos desafios globais agrave conectividade encontrados em grande parte do mundo incluindo a pobreza e grandes populaccedilotildees rurais e tecircm mantido o objectivo claro de permitir a conectividade a estes grupos marginalizados com habilidades digitais e programas de formaccedilatildeo e investimento em TIC no conteuacutedo criado localmente

ColocircmbiaGrande parte do sucesso da Colocircmbia ateacute agora tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo na implementaccedilatildeo de poliacuteticas eficazes e na criaccedilatildeo de parcerias no sector do TIC A taxa de 53 de infiltraccedilatildeo de Internet na Colocircmbia estaacute entre as mais elevadas de todos os paiacuteses abrangidos neste relatoacuterio Pode ser explicado em parte pela estrateacutegia diversificada do governo para melhorar a acessibilidade e os custos acessiacuteveis no paiacutes Esta estrateacutegia foi delineada na primeira fase do ldquoPlano Viva Digitalrdquo lanccedilado em 2010 e foi descrito no nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

bull Alguns dos factores por traacutes do sucesso desta primeira fase do plano incluem

bull A melhoria na utilizaccedilatildeo da banda larga atraveacutes de um aumento de certificaccedilatildeo e formaccedilatildeo em cultura digital suporte para teletrabalho e melhoria dos serviccedilos electroacutenicos do governo

bull Incentivos melhores para a adesatildeo agrave banda larga a todos os niacuteveis (tais como a eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e IVA sobre a compra de PCs subsiacutedios para computadores e tarifas especiais subsidiados para acesso agrave Internet em domiciacutelios de baixa renda)

bull Promover o desenvolvimento do sector das TIC atraveacutes de empreacutestimos especiais para estudar domiacutenios na aacuterea das TIC uma rede de laboratoacuterios puacuteblicos para a criaccedilatildeo de conteuacutedo uma rede corporativa (programa de estaacutegios para a comercializaccedilatildeo e desenvolvimento de aplicaccedilotildees) e alianccedilas com os governos regionais para desenvolver a induacutestria de TI local

bull Medidas reguladoras como a promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas desenvolvimento de regras mais claras para os operadores de redes moacuteveis virtuais (MVNO) esforccedilos para enfrentar o domiacutenio do mercado e eliminaccedilatildeo de claacuteusulas de permanecircnciafidelizaccedilatildeo (nas quais eacute exigido aos clientes ter um certo nuacutemero de meses em seus contratos)

Em 2014 o governo Colombiano lanccedilou uma segunda fase do seu plano de banda larga mdash ldquoPlano Viva Digital IIrdquo Dois dos principais objectivos do novo plano incluem (1) fazer da Colocircmbia um liacuteder mundial no desenvolvimento de aplicaccedilotildees do TIC para reduccedilatildeo da pobreza e (2) tornar o governo o ldquomais eficiente e transparente do mundordquo no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das TIC A atenccedilatildeo expliacutecita do plano para melhorar a vida dos mais pobres eacute um modelo de como as poliacuteticas de TIC podem ser direccionados para o benefiacutecio de grupos especiacuteficos da populaccedilatildeo

Costa RicaTal como com a Colocircmbia grande parte do sucesso da Costa Rica tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo Na Costa Rica esta vontade poliacutetica a alto niacutevel decorre de um compromisso juriacutedico para com

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21 PAIacuteSES LATINO-AMERICANOS NO TOPO DO IacuteNDICE PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

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as TIC como instrumento de luta contra a pobreza promoccedilatildeo dos direitos humanos e da participaccedilatildeo democraacutetica A Costa Rica possui uma das maiores taxas de adesatildeo contractual de banda larga moacutevel (44) de todos os paiacuteses constantes no relatoacuterio e tambeacutem tem o mais acessiacutevel plano de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB) ao preccedilo de pouco mais de 1 do PIB per capita Aproximadamente 50 do paiacutes estaacute conectado agrave Internet

O trabalho do Fundo Nacional de Telecomunicaccedilotildees (FONATEL) tambeacutem tem sido crucial para acabar com a exclusatildeo digital do paiacutes Os esforccedilos da FONATEL tecircm-se centrado especificamente em (1) conectar

comunidades (por exemplo atraveacutes de escolas e centros comunitaacuterios) (2) conectar famiacutelias (incluindo famiacutelias seniores mulheres de empresaacuterios pessoas com deficiecircncia etc) (3) conectar organizaccedilotildees do sector puacuteblico e (4) estabelecer redes WiFi locais

O novo Plano de Desenvolvimento das Telecomunicaccedilotildees (Plan Nacional de Desarrollo de las Telecomunicaciones) desenvolvido atraveacutes de ampla consulta visa aumentar a utilizaccedilatildeo da Internet para a meacutedia encontrada no interior dos paiacuteses da OCDE e melhorar a velocidade de banda larga de pelo menos 80 da populaccedilatildeo com a taxa meacutedia encontrada em paiacuteses da OCDE

O fim do ADI deste ano eacute muito similar ao final do nosso iacutendice de 2014-15 Enquanto muitos dos 10 paiacuteses com classificaccedilatildeo mais baixa estiveram melhor em vaacuterios indicadores os mesmos natildeo melhoraram o suficiente para aumentar a sua classificaccedilatildeo global em relaccedilatildeo aos outros paiacuteses

Para a maior parte estes paiacuteses fizeram mais progressos no sub-iacutendice de acesso No Nepal por exemplo a taxa de adesatildeo aacute Internet aumentou dois pontos percentuais e a adesatildeo agraves conexotildees de banda larga moacutevel aumentou cerca

de cinco pontos percentuais (bem abaixo do aumento meacutedio de todo o iacutendice de 67 pontos percentuais)

Para paiacuteses como a Etioacutepia e Burkina Faso melhorias modestas no sub-iacutendice de acesso foram prejudicadas por quedas ou quaisquer alteraccedilotildees nos indicadores relacionados com a sub-indexaccedilatildeo de infra-estrutura (por exemplo banda larga internacional e velocidades de banda larga fixa) Esta falta de progresso deriva em parte do facto de importantes reformas poliacuteticas e regulatoacuterias necessaacuterias em ambos os paiacuteses estarem ainda em curso

O Myanmar deu o maior salto na classificaccedilatildeo do ADI subindo nove posiccedilotildees para 27 (vigeacutesima seacutetima) posiccedilatildeo Esta mudanccedila veio como resultado da abertura bem-sucedida do mercado de telecomunicaccedilotildees anteriormente detida pelo estado a novos operadores (2013)e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) (Ver caixa abaixo intitulada Myanmar para uma discussatildeo mais detalhada sobre as mudanccedilas recentes na regiatildeo) Esperamos que o Myanmar continue a melhorar no ADI uma vez que mudanccedilas raacutepidas na adesatildeo e utilizaccedilatildeo satildeo reflectidas em anaacutelise futura

Marrocos e Meacutexico entraram ambos no top 10 este ano cada um com um aumento de cinco pontos no ranking ADI deste ano O Meacutexico comeccedilou a ver os frutos das alteraccedilotildees agraves suas poliacuteticas e praacuteticas do sector do TIC

muitas das quais estatildeo alinhadas com as melhores praacuteticas descritas pela A4AI Apoacutes a aprovaccedilatildeo de uma nova lei de telecomunicaccedilotildees em 2014 o Meacutexico introduziu um licenciamento de serviccedilo e tecnologia neutra aumentou a consulta puacuteblica no processo de regulamentaccedilatildeo e pretende lanccedilar uma rede de 700MHz de acesso aberto em 2018 A subida do Marrocos nas classificaccedilotildees foi em grande parte devido agrave melhoria das infra-estruturas e resultados de reformas que comeccedilaram haacute duas deacutecadas Estas reformas institucionais iniciais incluiacuteram a criaccedilatildeo do regulador a Agecircncia Nacional Reguladora das Telecomunicaccedilotildees (ANRT) e um plano para a liberalizaccedilatildeo do sector Isto levou agrave eventual privatizaccedilatildeo da Marrocos Telecom (a concessionaacuteria estatal) o lanccedilamento precoce de serviccedilos 3G e a entrada de duas novas operadoras (Meditel e INWI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

22 O FIM DA TABELAFOR THE SECOND YEAR RUNNING

23 SUBIDA NAS CLASSIFICACcedilOtildeES MYANMAR MEacuteXICO amp MARROCOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

no mercado Estes eventos ocorreram bem antes da outros paiacuteses no Oriente Meacutedio e Norte da Aacutefrica (MENA)

Na verdade Marrocos tem um dos sistemas reguladores de telecomunicaccedilotildees mais avanccedilados e eficazes na Regiatildeo MENA O paiacutes tem implementado um regime de licenciamento razoavelmente transparente que permite opccedilotildees de licenciamento adicionais aumentando assim a concorrecircncia a diferentes niacuteveis de serviccedilo Em 2012 o governo lanccedilou um Plano Nacional de Banda Larga de dez anos com o objectivo de garantir o acesso agrave banda larga fixa ou moacutevel para toda a populaccedilatildeo ateacute 2022 O plano de banda larga tambeacutem inclui orientaccedilotildees especiacuteficas sobre a atribuiccedilatildeo de espectro para os serviccedilos de banda larga sem fio com e sem licenccedila Um ano apoacutes o lanccedilamento do novo plano de banda larga o ANRT

estabeleceu um novo plano nacional de frequecircncias que aborda a migraccedilatildeo e a atribuiccedilatildeo de espectro para novas aplicaccedilotildees de banda larga Em 2015 a questatildeo ART requer novas licenccedilas de 4G utilizando espectro disponiacutevel Ateacute o final de 2015 aproximadamente 19 da populaccedilatildeo era assinante de banda larga moacutevel12

Enquanto o dispositivo moacutevel continua a ser a forma dominante de acesso agrave banda larga em 2015 a ART decidiu incentivar a concorrecircncia na banda larga fixa Atualmente o mercado de banda larga fixa em Marrocos eacute principalmente controlado por uma empresa a Maroc Telecom A nova decisatildeo da ANRT iraacute permitir que outros prestadores de serviccedilos possam oferecer serviccedilos de banda larga fixos directamente aos clientes utilizando a infra-estrutura do operador encarregado

Muito tem sido feito apoacutes as tremendas mudanccedilas no sector de telecomunicaccedilotildees em Myanmar desde a aprovaccedilatildeo da Lei de Telecomunicaccedilotildees de 2013 passando o paiacutes de um monopoacutelio estatal para um mercado competitivo As reformas associadas incluem a futura criaccedilatildeo de um regulador independente e o desenvolvimento de regras claras e transparentes para o sector recentemente liberalizado com base em melhores praacuteticas internacionais

Em 2014 dois novos operadores de Telecomunicaccedilotildees do sector privado (Telenor and Ooredoo) entraram no mercado Desde entatildeo tecircm havido reduccedilotildees significativas nos preccedilos dos serviccedilos de banda larga com o preccedilo de um cartatildeo SIM passando de cerca de US$150 em 2013 para apenas US$150 em 20158

O processo de licitaccedilatildeo realizado pelo governo para seleccionar as duas novas operadoras de comunicaccedilotildees moacuteveis foi considerado como transparente e um exemplo de boas praacuteticas internacionais O governo garantiu compromissos das duas novas operadoras a investir fortemente no desenvolvimento de infra-estrutura de telecomunicaccedilotildees no paiacutes A Ooredoo por exemplo comprometeu-se a investir 15 mil milhotildees de doacutelares durante o periacuteodo de licenccedila de 15 anos e a Telenor delineou planos para investir mais de mil milhotildees de doacutelares no seu primeiro ano a explorar sozinho9 O provedor dos serviccedilos estatais encarregado da Myanmar Correios e Telecomunicaccedilotildees (MPT) tambeacutem firmou uma parceria com a empresa Japonesa KDDI-Sumitomo para melhorar as operaccedilotildees e as infra-estruturas de forma a expandir o serviccedilo

A Lei das Telecomunicaccedilotildees permite que as empresas independentes desenvolvam torres e infra-estrutura de fibra de modo a que os encargos de desenvolvimento de infra-estrutura natildeo sejam apenas da responsabilidade

das operadoras moacuteveis e do governo A partilha de torres aumentou e os custos desceram

A entrada tardia de Myanmar para o sector do TIC permitiu-lhe beneficiar da experiecircncia adquirida noutros paiacuteses As empresas de telecomunicaccedilatildeo saltaram as tecnologias obsoletas e optaram por usar e investir em tecnologia 3G desde o iniacutecio enquanto o governo tem adoptado poliacuteticas progressistas como um quadro de licenciamento unificado e promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas por parte dos operadores

Tudo isso levou a um mercado altamente competitivo e vibrante O sector de telecomunicaccedilotildees tornou-se alvo de investimento estrangeiro atraente perdendo somente para o sector da energia Myanmar tem testemunhado um aumento sem precedentes no nuacutemero de assinantes de banda larga provocado em parte pela disponibilidade de smartphones mais acessiacuteveis No final de 2013 o nuacutemero total do nuacutemero de conexotildees de banda larga moacutevel foi de 17 milhotildees ateacute o final de 2015 este nuacutemero havia crescido mais de 800 para 156 milhotildees10

Apesar deste progresso dramaacutetico o nuacutemero de conectados agora representam apenas 18 da populaccedilatildeo Ainda haacute muito a ser feito Prioridades devem incluir um papel de relevo nas infra-estruturas durante os proacuteximos anos enfrentar o alcance limitado da rede eleacutectrica melhorar o controlo do cumprimento das licenccedilas aumentar a partilha de infra-estruturas e melhorar a capacidade humana e institucional do paiacutes para enfrentar esses desafios A Coligaccedilatildeo dos Multi-actores da A4AI-Myanmar estaacute a trabalhar para informar o novo Plano Principal de Telecomunicaccedilotildees do governo e para manter o ritmo visto ao longo dos uacuteltimos anos para melhoria da acessibilidade e expansatildeo do acesso

MYANMAR RAacutePIDAS MUDANCcedilAS NUM MERCADO EMERGENTE

8 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf9 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf10 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)11 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)

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18

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

19

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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20

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

A M

OBI

LE B

ROAD

BAND

(500

MB)

PLA

N AS

O

F GN

I PER

CAP

ITA

0

2

4

6

10

8

14

12

18

16

Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

34

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 10: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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1 INTRODUCcedilAtildeO ONTINUED

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 Criar metas especiacuteficas com prazos para eliminar a exclusatildeo digital com base no geacutenero Em grande parte do mundo em desenvolvimento as disparidades de geacutenero na utilizaccedilatildeo da Internet satildeo impressionantes mdash em Kampala Uganda por exemplo haacute apenas uma mulher online por cada trecircs homens online Ainda assim o reconhecimento dessa diferenccedila digital com base no geacutenero eacute praticamente invisiacutevel nos planos nacionais de banda larga e nas estatiacutesticas oficiais Os governos devem definir metas concretas para alcanccedilar a equidade de geacutenero na adopccedilatildeo de competecircncias digitais e de capacitaccedilatildeo e devem apoiar estas metas com programas especiacuteficos e dotaccedilotildees orccedilamentais Devem ser recolhidos dados desagregados por geacutenero para monitorar o progresso

5 Uma abordagem integrada agrave formulaccedilatildeo de poliacuteticas Por todos online exige poliacuteticas equilibradas que respondam a toda agrave procura e agrave oferta regulamentos e concorrecircncia banda larga fixa e moacutevel acesso puacuteblico e acessibilidade do consumidor Exigem cooperaccedilatildeo entre os ministeacuterios entre as unidades geograacuteficas (local estadual e nacional) e entre actores do sector privado cujos interesses comerciais podem diferir bastante O governo (ou seja os ministeacuterios das comunicaccedilotildees ou o gabinete do chefe de estado) deve assumir a lideranccedila na convocaccedilatildeo desses actores e desenvolver um plano claro e coerente para reformas sequenciadas mobilizando os investimentos necessaacuterios Governos e agecircncias doadoras devem apoiar este processo intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como em habilidades digitais conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico

A HORA DE AGIR Eacute AGORA

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2O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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Superar o desafio de acessibilidade eacute fundamental para alcanccedilar o acesso universal A tecnologia para fornecer acesso a baixo custo estaacute amplamente disponiacutevel com novos avanccedilos tecnoloacutegicos a surgindo constantemente No entanto poliacuteticas desactualizadas ou mal concebidas que aumentam artificialmente os custos mdash por exemplo inibindo a concorrecircncia ou a imposiccedilatildeo de requisitos de licenciamento complicados mdash contribuem para que os preccedilos continuem teimosamente elevados

Esforccedilos para expandir o acesso agrave internet devem ser conduzidos por um conjunto de poliacuteticas flexiacuteveis e progressivas e regulamentos que permitam que os preccedilos ao consumidor desccedilam drasticamente e de forma raacutepida Quais satildeo as poliacuteticas quem as estabelece e como estatildeo a funcionar

O nosso Iacutendice dos Motores da Acessibilidade (ADI) analisa as poliacuteticas incentivos e ambiente infraestrutural local em 51 paiacuteses emergentes e em desenvolvimento incluindo poliacuteticas que acreditamos levar a um progresso para uma Internet mais acessiacutevel Em seguida avalia ateacute que ponto essas poliacuteticas estatildeo a

ser implementadas O ADI deliberadamente natildeo avalia directamente os preccedilos mdash mas existe uma correlaccedilatildeo entre as melhores pontuaccedilotildees no ADI e os preccedilos de banda larga mais baixos em relaccedilatildeo agrave renda Em resumo os paiacuteses bem posicionados no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos e satildeo susceptiacuteveis de serem capazes de reduzir os preccedilos cada vez mais e de forma acelerada no futuro

Embora no ano passado tenha havido algum progresso marginal na frente da acessibilidade os resultados normalmente baixos em linha com o ADI mostram o quanto ainda temos de percorrer para alcanccedilar o acesso universal Na nossa trajectoacuteria actual natildeo chegaremos nem perto de alcanccedilar a meta de acesso universal ateacute 2020 Reforma poliacutetica eacute um primeiro passo fundamental e necessaacuterio para a expansatildeo do acesso

Nesta secccedilatildeo olhamos com mais detalhe aquilo que os paiacuteses estatildeo a fazer para tornar o acesso agrave Internet mais acessiacutevel para grande parte da sua populaccedilatildeo e qual das poliacuteticas usadas estatildeo a funcionar

Este ano o Iacutendice de Acessibilidade A4AI foi chamado Iacutendice dos Motores de Acessibilidade (ADI) Porquecirc Achamos que este nome descreve com mais precisatildeo aquilo que o Iacutendice estaacute a avaliar mdash ou seja a combinaccedilatildeo de medidas de poliacutetica e outros factores vitais que determinam como um paiacutes seraacute capaz de reduzir os preccedilos da banda larga

O ADI examina os factores atraveacutes de sub-iacutendices de duas aacutereas mdash infraestrutura e acesso

1 O sub-iacutendice de infraestrutura avalia a extensatildeo actual de implantaccedilatildeo de infraestrutura e operaccedilotildees juntamente com as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor de forma a incentivar e permitir o investimento rentaacutevel na expansatildeo de infraestruturas futuras As variaacuteveis incluiacutedas neste sub-iacutendice incluem por exemplo a quantidade de banda larga disponiacutevel em um determinado paiacutes e uma avaliaccedilatildeo da poliacutetica do espectro da naccedilatildeo

2 O Sub-iacutendice de acesso mede taxas actuais de adopccedilatildeo da banda larga e as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor para incentivar o crescimento e garantir a oferta de acesso agrave Internet de forma acessiacutevel e equitativa Este sub-iacutendice inclui variaacuteveis como as taxas actuais de infiltraccedilatildeo da Internet e uma avaliaccedilatildeo da eficaacutecia dos Fundos de Serviccedilo Universal de um paiacutes

Cada paiacutes eacute classificado atraveacutes de uma gama de variaacuteveis dentro de cada sub-iacutendice e eacute entatildeo classificado contra os outros paiacuteses do ADI tendo como classificaccedilatildeo mais elevada o paiacutes que receber uma pontuaccedilatildeo de 100 e pontuaccedilatildeo zero para o menor classificado (Nota Embora tenhamos recolhido dados de 88 paiacuteses incluindo paiacuteses desenvolvidos apenas analisamos paiacuteses emergentes e em desenvolvimento eacute por

isso que a Colocircmbia o paiacutes mais bem classificado no ADI este ano apenas pontuou 65 e natildeo 100) Classificaccedilotildees mais elevadas indicam a existecircncia de uma combinaccedilatildeo de factores que contribuem para uma reduccedilatildeo de custos da induacutestria e preccedilos de banda larga mais baixos incluindo a elevada infiltraccedilatildeo de banda larga infra-estruturas suficientes e ainda poliacuteticas e regulamentos eficazes (Para mais detalhes sobre a metodologia usada para o ADI consulte o Apecircndice 1)

Com efeito uma pontuaccedilatildeo mais elevada no ADI estaacute correlacionada com uma Internet de banda larga mais acessiacutevel Ilustrado na Figura 1 que mostra como a classificaccedilatildeo de um paiacutes no ADI aumenta o preccedilo de um plano de dados de 500MB em relaccedilatildeo agrave reduccedilatildeo do rendimento meacutedio Esta relaccedilatildeo tambeacutem acontece em relaccedilatildeo a um plano maior de 1GB (Figura 2)

O ADI deste ano cobre os mesmos 51 paiacuteses incluiacutedos no nosso iacutendice de 2014-15 e usa a mesma metodologia usada no ano passado No entanto enquanto todas as fontes de dados foram as mesmas noacutes natildeo realizaacutemos um novo conjunto de inqueacuteritos poliacuteticos em 2015 Com base no pressuposto que os ambientes poliacuteticos e normativos tendem a mudar lentamente e foi confirmado por consulta as respostas a inqueacuteritos por vaacuterios especialistas em poliacutetica que participaram no inqueacuterito em 2014 (veja o Anexo A) Assim as actualizaccedilotildees das classificaccedilotildees do ADI baseiam-se apenas em novos dados secundaacuterios

O QUE Eacute O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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Figura 2 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano de computador poacutes-pago de 1GB (como do PIB per capita 2014)

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Figura 1 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano moacutevel preacute-pago de 500MB (como do PIB per capita 2014)

Pric

e of

mob

ile b

road

band

(500

MB)

as

of G

NI p

c 2

014

ADI SCORE

10 16 22 10 34 40 46 52 58 64 70

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30

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Emerging Developing

ADI SCORE Emerging Developing

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Posiccedilatildeo 2015

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Infraestruturas

Resultado de Contagem do ADI

Posiccedilatildeo 2014

1 Colocircmbia 6945 6085 6532 22 Costa Rica 7888 5000 6460 13 Malaacutesia 6957 5669 6328 44 Turquia 6585 5860 6235 35 Peru 6193 6148 6182 56 Brasil 5928 6035 5990 67 Marrocos 6167 4932 5551 128 Mauriacutecias 6558 4481 5520 79 Meacutexico 5668 5105 5385 1410 Argentina 5716 4958 5335 911 Ruanda 5442 5190 5313 1012 Nigeacuteria 5783 4793 5285 1113 Tailacircndia 6072 4413 5239 1314 Jamaica 5902 4279 5084 1615 Ecuador 5399 4735 5060 816 Uganda 5653 4244 4940 1517 Rep Dominicana 5307 4163 4723 1818 Tuniacutesia 4680 4711 4683 1719 Africa do Sul 5457 3859 4644 2020 Gacircmbia 4912 4281 4582 2121 Queacutenia 5200 3927 4548 1922 China 4799 4182 4474 2323 Botswana 4882 4054 4451 2424 Vietname 5674 3233 4437 2225 Paquistatildeo 4360 4497 4411 2526 Gana 4715 3892 4284 2627 Myanmar 3188 5367 4257 3628 Filipinas 4783 3707 4224 2929 Indoneacutesia 4570 3909 4219 2730 Repuacuteblica da 4390 4038 4193 2831 Iacutendia 3785 4288 4012 3032 Egipto 3276 4684 3955 3233 Bangladesh 3373 4504 3913 3334 Namiacutebia 5156 2676 3890 3135 Zacircmbia 4166 3444 3777 3536 Mali 3645 3721 3653 4037 Cazaquistatildeo 4416 2945 3650 3438 Benim 3294 3787 3508 4139 Venezuela 4112 2839 3442 3740 Jordacircnia 4636 2302 3436 3841 Senegal 3708 2865 3250 3942 Nepal 3533 2447 2948 4443 Moccedilambique 3830 1875 2809 4244 Camarotildees 3110 2179 2597 4345 Zimbabueacute 3348 1912 2583 4546 Burkina Faso 2974 1499 2182 4647 Malawi 2477 1650 2006 4748 Etioacutepia 3107 000 1488 4849 Serra Leoa 1706 1169 1370 4950 Haiti 1488 1322 1336 5051 Ieacutemen 000 181 000 51

Tabela 1 201516 ADI Pontuaccedilotildees e Classificaccedilotildees

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Paiacuteses Latino-americanos mais uma vez dominam o ranking do ADI com seis paiacuteses da regiatildeo entre os primeiros 10 Para a maioria dos 10 primeiros paiacuteses no ADI as mudanccedilas de posiccedilotildees foram o resultado de mudanccedilas graduais nos indicadores subjacentes que compotildeem o iacutendice Em alguns casos estas alteraccedilotildees foram mais acentuadas e foram o resultado de melhorias nas pontuaccedilotildees do sub-iacutendice das infraestruturas Foi o caso da Malaacutesia que registou um aumento significativo na velocidade de banda larga fixa e banda larga internacional por usuaacuterio no Peru onde a banda larga internacional por usuaacuterio quase duplicou e no Meacutexico que registou um aumento significativo na velocidade da banda larga fixa

Colocircmbia e Costa Rica novamente no topo da classificaccedilatildeo com resultados que refletem uma melhoria dos indicadores de infraestruturas e acessos Os dois paiacuteses tecircm abordado o desenvolvimento e a implementaccedilatildeo da nova poliacutetica da ICT de uma forma abrangente melhorando a acessibilidade nos dois paiacuteses mdash o preccedilo de um plano de 500MB na Colocircmbia caiu para pouco mais de 3 do RNB per capita e apenas 1 do RNB per capita na Costa Rica Ambos fizeram da melhoria do acesso agrave Internet uma prioridade nacional e estabeleceram parcerias com o sector privado para construir e compartilhar a infra-estrutura de modo a garantir um Mercado sustentaacutevel e saudaacutevel Cada paiacutes enfrenta os mesmos desafios globais agrave conectividade encontrados em grande parte do mundo incluindo a pobreza e grandes populaccedilotildees rurais e tecircm mantido o objectivo claro de permitir a conectividade a estes grupos marginalizados com habilidades digitais e programas de formaccedilatildeo e investimento em TIC no conteuacutedo criado localmente

ColocircmbiaGrande parte do sucesso da Colocircmbia ateacute agora tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo na implementaccedilatildeo de poliacuteticas eficazes e na criaccedilatildeo de parcerias no sector do TIC A taxa de 53 de infiltraccedilatildeo de Internet na Colocircmbia estaacute entre as mais elevadas de todos os paiacuteses abrangidos neste relatoacuterio Pode ser explicado em parte pela estrateacutegia diversificada do governo para melhorar a acessibilidade e os custos acessiacuteveis no paiacutes Esta estrateacutegia foi delineada na primeira fase do ldquoPlano Viva Digitalrdquo lanccedilado em 2010 e foi descrito no nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

bull Alguns dos factores por traacutes do sucesso desta primeira fase do plano incluem

bull A melhoria na utilizaccedilatildeo da banda larga atraveacutes de um aumento de certificaccedilatildeo e formaccedilatildeo em cultura digital suporte para teletrabalho e melhoria dos serviccedilos electroacutenicos do governo

bull Incentivos melhores para a adesatildeo agrave banda larga a todos os niacuteveis (tais como a eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e IVA sobre a compra de PCs subsiacutedios para computadores e tarifas especiais subsidiados para acesso agrave Internet em domiciacutelios de baixa renda)

bull Promover o desenvolvimento do sector das TIC atraveacutes de empreacutestimos especiais para estudar domiacutenios na aacuterea das TIC uma rede de laboratoacuterios puacuteblicos para a criaccedilatildeo de conteuacutedo uma rede corporativa (programa de estaacutegios para a comercializaccedilatildeo e desenvolvimento de aplicaccedilotildees) e alianccedilas com os governos regionais para desenvolver a induacutestria de TI local

bull Medidas reguladoras como a promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas desenvolvimento de regras mais claras para os operadores de redes moacuteveis virtuais (MVNO) esforccedilos para enfrentar o domiacutenio do mercado e eliminaccedilatildeo de claacuteusulas de permanecircnciafidelizaccedilatildeo (nas quais eacute exigido aos clientes ter um certo nuacutemero de meses em seus contratos)

Em 2014 o governo Colombiano lanccedilou uma segunda fase do seu plano de banda larga mdash ldquoPlano Viva Digital IIrdquo Dois dos principais objectivos do novo plano incluem (1) fazer da Colocircmbia um liacuteder mundial no desenvolvimento de aplicaccedilotildees do TIC para reduccedilatildeo da pobreza e (2) tornar o governo o ldquomais eficiente e transparente do mundordquo no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das TIC A atenccedilatildeo expliacutecita do plano para melhorar a vida dos mais pobres eacute um modelo de como as poliacuteticas de TIC podem ser direccionados para o benefiacutecio de grupos especiacuteficos da populaccedilatildeo

Costa RicaTal como com a Colocircmbia grande parte do sucesso da Costa Rica tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo Na Costa Rica esta vontade poliacutetica a alto niacutevel decorre de um compromisso juriacutedico para com

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21 PAIacuteSES LATINO-AMERICANOS NO TOPO DO IacuteNDICE PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

as TIC como instrumento de luta contra a pobreza promoccedilatildeo dos direitos humanos e da participaccedilatildeo democraacutetica A Costa Rica possui uma das maiores taxas de adesatildeo contractual de banda larga moacutevel (44) de todos os paiacuteses constantes no relatoacuterio e tambeacutem tem o mais acessiacutevel plano de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB) ao preccedilo de pouco mais de 1 do PIB per capita Aproximadamente 50 do paiacutes estaacute conectado agrave Internet

O trabalho do Fundo Nacional de Telecomunicaccedilotildees (FONATEL) tambeacutem tem sido crucial para acabar com a exclusatildeo digital do paiacutes Os esforccedilos da FONATEL tecircm-se centrado especificamente em (1) conectar

comunidades (por exemplo atraveacutes de escolas e centros comunitaacuterios) (2) conectar famiacutelias (incluindo famiacutelias seniores mulheres de empresaacuterios pessoas com deficiecircncia etc) (3) conectar organizaccedilotildees do sector puacuteblico e (4) estabelecer redes WiFi locais

O novo Plano de Desenvolvimento das Telecomunicaccedilotildees (Plan Nacional de Desarrollo de las Telecomunicaciones) desenvolvido atraveacutes de ampla consulta visa aumentar a utilizaccedilatildeo da Internet para a meacutedia encontrada no interior dos paiacuteses da OCDE e melhorar a velocidade de banda larga de pelo menos 80 da populaccedilatildeo com a taxa meacutedia encontrada em paiacuteses da OCDE

O fim do ADI deste ano eacute muito similar ao final do nosso iacutendice de 2014-15 Enquanto muitos dos 10 paiacuteses com classificaccedilatildeo mais baixa estiveram melhor em vaacuterios indicadores os mesmos natildeo melhoraram o suficiente para aumentar a sua classificaccedilatildeo global em relaccedilatildeo aos outros paiacuteses

Para a maior parte estes paiacuteses fizeram mais progressos no sub-iacutendice de acesso No Nepal por exemplo a taxa de adesatildeo aacute Internet aumentou dois pontos percentuais e a adesatildeo agraves conexotildees de banda larga moacutevel aumentou cerca

de cinco pontos percentuais (bem abaixo do aumento meacutedio de todo o iacutendice de 67 pontos percentuais)

Para paiacuteses como a Etioacutepia e Burkina Faso melhorias modestas no sub-iacutendice de acesso foram prejudicadas por quedas ou quaisquer alteraccedilotildees nos indicadores relacionados com a sub-indexaccedilatildeo de infra-estrutura (por exemplo banda larga internacional e velocidades de banda larga fixa) Esta falta de progresso deriva em parte do facto de importantes reformas poliacuteticas e regulatoacuterias necessaacuterias em ambos os paiacuteses estarem ainda em curso

O Myanmar deu o maior salto na classificaccedilatildeo do ADI subindo nove posiccedilotildees para 27 (vigeacutesima seacutetima) posiccedilatildeo Esta mudanccedila veio como resultado da abertura bem-sucedida do mercado de telecomunicaccedilotildees anteriormente detida pelo estado a novos operadores (2013)e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) (Ver caixa abaixo intitulada Myanmar para uma discussatildeo mais detalhada sobre as mudanccedilas recentes na regiatildeo) Esperamos que o Myanmar continue a melhorar no ADI uma vez que mudanccedilas raacutepidas na adesatildeo e utilizaccedilatildeo satildeo reflectidas em anaacutelise futura

Marrocos e Meacutexico entraram ambos no top 10 este ano cada um com um aumento de cinco pontos no ranking ADI deste ano O Meacutexico comeccedilou a ver os frutos das alteraccedilotildees agraves suas poliacuteticas e praacuteticas do sector do TIC

muitas das quais estatildeo alinhadas com as melhores praacuteticas descritas pela A4AI Apoacutes a aprovaccedilatildeo de uma nova lei de telecomunicaccedilotildees em 2014 o Meacutexico introduziu um licenciamento de serviccedilo e tecnologia neutra aumentou a consulta puacuteblica no processo de regulamentaccedilatildeo e pretende lanccedilar uma rede de 700MHz de acesso aberto em 2018 A subida do Marrocos nas classificaccedilotildees foi em grande parte devido agrave melhoria das infra-estruturas e resultados de reformas que comeccedilaram haacute duas deacutecadas Estas reformas institucionais iniciais incluiacuteram a criaccedilatildeo do regulador a Agecircncia Nacional Reguladora das Telecomunicaccedilotildees (ANRT) e um plano para a liberalizaccedilatildeo do sector Isto levou agrave eventual privatizaccedilatildeo da Marrocos Telecom (a concessionaacuteria estatal) o lanccedilamento precoce de serviccedilos 3G e a entrada de duas novas operadoras (Meditel e INWI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

22 O FIM DA TABELAFOR THE SECOND YEAR RUNNING

23 SUBIDA NAS CLASSIFICACcedilOtildeES MYANMAR MEacuteXICO amp MARROCOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

no mercado Estes eventos ocorreram bem antes da outros paiacuteses no Oriente Meacutedio e Norte da Aacutefrica (MENA)

Na verdade Marrocos tem um dos sistemas reguladores de telecomunicaccedilotildees mais avanccedilados e eficazes na Regiatildeo MENA O paiacutes tem implementado um regime de licenciamento razoavelmente transparente que permite opccedilotildees de licenciamento adicionais aumentando assim a concorrecircncia a diferentes niacuteveis de serviccedilo Em 2012 o governo lanccedilou um Plano Nacional de Banda Larga de dez anos com o objectivo de garantir o acesso agrave banda larga fixa ou moacutevel para toda a populaccedilatildeo ateacute 2022 O plano de banda larga tambeacutem inclui orientaccedilotildees especiacuteficas sobre a atribuiccedilatildeo de espectro para os serviccedilos de banda larga sem fio com e sem licenccedila Um ano apoacutes o lanccedilamento do novo plano de banda larga o ANRT

estabeleceu um novo plano nacional de frequecircncias que aborda a migraccedilatildeo e a atribuiccedilatildeo de espectro para novas aplicaccedilotildees de banda larga Em 2015 a questatildeo ART requer novas licenccedilas de 4G utilizando espectro disponiacutevel Ateacute o final de 2015 aproximadamente 19 da populaccedilatildeo era assinante de banda larga moacutevel12

Enquanto o dispositivo moacutevel continua a ser a forma dominante de acesso agrave banda larga em 2015 a ART decidiu incentivar a concorrecircncia na banda larga fixa Atualmente o mercado de banda larga fixa em Marrocos eacute principalmente controlado por uma empresa a Maroc Telecom A nova decisatildeo da ANRT iraacute permitir que outros prestadores de serviccedilos possam oferecer serviccedilos de banda larga fixos directamente aos clientes utilizando a infra-estrutura do operador encarregado

Muito tem sido feito apoacutes as tremendas mudanccedilas no sector de telecomunicaccedilotildees em Myanmar desde a aprovaccedilatildeo da Lei de Telecomunicaccedilotildees de 2013 passando o paiacutes de um monopoacutelio estatal para um mercado competitivo As reformas associadas incluem a futura criaccedilatildeo de um regulador independente e o desenvolvimento de regras claras e transparentes para o sector recentemente liberalizado com base em melhores praacuteticas internacionais

Em 2014 dois novos operadores de Telecomunicaccedilotildees do sector privado (Telenor and Ooredoo) entraram no mercado Desde entatildeo tecircm havido reduccedilotildees significativas nos preccedilos dos serviccedilos de banda larga com o preccedilo de um cartatildeo SIM passando de cerca de US$150 em 2013 para apenas US$150 em 20158

O processo de licitaccedilatildeo realizado pelo governo para seleccionar as duas novas operadoras de comunicaccedilotildees moacuteveis foi considerado como transparente e um exemplo de boas praacuteticas internacionais O governo garantiu compromissos das duas novas operadoras a investir fortemente no desenvolvimento de infra-estrutura de telecomunicaccedilotildees no paiacutes A Ooredoo por exemplo comprometeu-se a investir 15 mil milhotildees de doacutelares durante o periacuteodo de licenccedila de 15 anos e a Telenor delineou planos para investir mais de mil milhotildees de doacutelares no seu primeiro ano a explorar sozinho9 O provedor dos serviccedilos estatais encarregado da Myanmar Correios e Telecomunicaccedilotildees (MPT) tambeacutem firmou uma parceria com a empresa Japonesa KDDI-Sumitomo para melhorar as operaccedilotildees e as infra-estruturas de forma a expandir o serviccedilo

A Lei das Telecomunicaccedilotildees permite que as empresas independentes desenvolvam torres e infra-estrutura de fibra de modo a que os encargos de desenvolvimento de infra-estrutura natildeo sejam apenas da responsabilidade

das operadoras moacuteveis e do governo A partilha de torres aumentou e os custos desceram

A entrada tardia de Myanmar para o sector do TIC permitiu-lhe beneficiar da experiecircncia adquirida noutros paiacuteses As empresas de telecomunicaccedilatildeo saltaram as tecnologias obsoletas e optaram por usar e investir em tecnologia 3G desde o iniacutecio enquanto o governo tem adoptado poliacuteticas progressistas como um quadro de licenciamento unificado e promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas por parte dos operadores

Tudo isso levou a um mercado altamente competitivo e vibrante O sector de telecomunicaccedilotildees tornou-se alvo de investimento estrangeiro atraente perdendo somente para o sector da energia Myanmar tem testemunhado um aumento sem precedentes no nuacutemero de assinantes de banda larga provocado em parte pela disponibilidade de smartphones mais acessiacuteveis No final de 2013 o nuacutemero total do nuacutemero de conexotildees de banda larga moacutevel foi de 17 milhotildees ateacute o final de 2015 este nuacutemero havia crescido mais de 800 para 156 milhotildees10

Apesar deste progresso dramaacutetico o nuacutemero de conectados agora representam apenas 18 da populaccedilatildeo Ainda haacute muito a ser feito Prioridades devem incluir um papel de relevo nas infra-estruturas durante os proacuteximos anos enfrentar o alcance limitado da rede eleacutectrica melhorar o controlo do cumprimento das licenccedilas aumentar a partilha de infra-estruturas e melhorar a capacidade humana e institucional do paiacutes para enfrentar esses desafios A Coligaccedilatildeo dos Multi-actores da A4AI-Myanmar estaacute a trabalhar para informar o novo Plano Principal de Telecomunicaccedilotildees do governo e para manter o ritmo visto ao longo dos uacuteltimos anos para melhoria da acessibilidade e expansatildeo do acesso

MYANMAR RAacutePIDAS MUDANCcedilAS NUM MERCADO EMERGENTE

8 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf9 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf10 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)11 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)

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18

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

19

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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20

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

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MB)

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0

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18

16

Mozambique

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Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

34

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

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51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 11: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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2O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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Superar o desafio de acessibilidade eacute fundamental para alcanccedilar o acesso universal A tecnologia para fornecer acesso a baixo custo estaacute amplamente disponiacutevel com novos avanccedilos tecnoloacutegicos a surgindo constantemente No entanto poliacuteticas desactualizadas ou mal concebidas que aumentam artificialmente os custos mdash por exemplo inibindo a concorrecircncia ou a imposiccedilatildeo de requisitos de licenciamento complicados mdash contribuem para que os preccedilos continuem teimosamente elevados

Esforccedilos para expandir o acesso agrave internet devem ser conduzidos por um conjunto de poliacuteticas flexiacuteveis e progressivas e regulamentos que permitam que os preccedilos ao consumidor desccedilam drasticamente e de forma raacutepida Quais satildeo as poliacuteticas quem as estabelece e como estatildeo a funcionar

O nosso Iacutendice dos Motores da Acessibilidade (ADI) analisa as poliacuteticas incentivos e ambiente infraestrutural local em 51 paiacuteses emergentes e em desenvolvimento incluindo poliacuteticas que acreditamos levar a um progresso para uma Internet mais acessiacutevel Em seguida avalia ateacute que ponto essas poliacuteticas estatildeo a

ser implementadas O ADI deliberadamente natildeo avalia directamente os preccedilos mdash mas existe uma correlaccedilatildeo entre as melhores pontuaccedilotildees no ADI e os preccedilos de banda larga mais baixos em relaccedilatildeo agrave renda Em resumo os paiacuteses bem posicionados no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos e satildeo susceptiacuteveis de serem capazes de reduzir os preccedilos cada vez mais e de forma acelerada no futuro

Embora no ano passado tenha havido algum progresso marginal na frente da acessibilidade os resultados normalmente baixos em linha com o ADI mostram o quanto ainda temos de percorrer para alcanccedilar o acesso universal Na nossa trajectoacuteria actual natildeo chegaremos nem perto de alcanccedilar a meta de acesso universal ateacute 2020 Reforma poliacutetica eacute um primeiro passo fundamental e necessaacuterio para a expansatildeo do acesso

Nesta secccedilatildeo olhamos com mais detalhe aquilo que os paiacuteses estatildeo a fazer para tornar o acesso agrave Internet mais acessiacutevel para grande parte da sua populaccedilatildeo e qual das poliacuteticas usadas estatildeo a funcionar

Este ano o Iacutendice de Acessibilidade A4AI foi chamado Iacutendice dos Motores de Acessibilidade (ADI) Porquecirc Achamos que este nome descreve com mais precisatildeo aquilo que o Iacutendice estaacute a avaliar mdash ou seja a combinaccedilatildeo de medidas de poliacutetica e outros factores vitais que determinam como um paiacutes seraacute capaz de reduzir os preccedilos da banda larga

O ADI examina os factores atraveacutes de sub-iacutendices de duas aacutereas mdash infraestrutura e acesso

1 O sub-iacutendice de infraestrutura avalia a extensatildeo actual de implantaccedilatildeo de infraestrutura e operaccedilotildees juntamente com as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor de forma a incentivar e permitir o investimento rentaacutevel na expansatildeo de infraestruturas futuras As variaacuteveis incluiacutedas neste sub-iacutendice incluem por exemplo a quantidade de banda larga disponiacutevel em um determinado paiacutes e uma avaliaccedilatildeo da poliacutetica do espectro da naccedilatildeo

2 O Sub-iacutendice de acesso mede taxas actuais de adopccedilatildeo da banda larga e as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor para incentivar o crescimento e garantir a oferta de acesso agrave Internet de forma acessiacutevel e equitativa Este sub-iacutendice inclui variaacuteveis como as taxas actuais de infiltraccedilatildeo da Internet e uma avaliaccedilatildeo da eficaacutecia dos Fundos de Serviccedilo Universal de um paiacutes

Cada paiacutes eacute classificado atraveacutes de uma gama de variaacuteveis dentro de cada sub-iacutendice e eacute entatildeo classificado contra os outros paiacuteses do ADI tendo como classificaccedilatildeo mais elevada o paiacutes que receber uma pontuaccedilatildeo de 100 e pontuaccedilatildeo zero para o menor classificado (Nota Embora tenhamos recolhido dados de 88 paiacuteses incluindo paiacuteses desenvolvidos apenas analisamos paiacuteses emergentes e em desenvolvimento eacute por

isso que a Colocircmbia o paiacutes mais bem classificado no ADI este ano apenas pontuou 65 e natildeo 100) Classificaccedilotildees mais elevadas indicam a existecircncia de uma combinaccedilatildeo de factores que contribuem para uma reduccedilatildeo de custos da induacutestria e preccedilos de banda larga mais baixos incluindo a elevada infiltraccedilatildeo de banda larga infra-estruturas suficientes e ainda poliacuteticas e regulamentos eficazes (Para mais detalhes sobre a metodologia usada para o ADI consulte o Apecircndice 1)

Com efeito uma pontuaccedilatildeo mais elevada no ADI estaacute correlacionada com uma Internet de banda larga mais acessiacutevel Ilustrado na Figura 1 que mostra como a classificaccedilatildeo de um paiacutes no ADI aumenta o preccedilo de um plano de dados de 500MB em relaccedilatildeo agrave reduccedilatildeo do rendimento meacutedio Esta relaccedilatildeo tambeacutem acontece em relaccedilatildeo a um plano maior de 1GB (Figura 2)

O ADI deste ano cobre os mesmos 51 paiacuteses incluiacutedos no nosso iacutendice de 2014-15 e usa a mesma metodologia usada no ano passado No entanto enquanto todas as fontes de dados foram as mesmas noacutes natildeo realizaacutemos um novo conjunto de inqueacuteritos poliacuteticos em 2015 Com base no pressuposto que os ambientes poliacuteticos e normativos tendem a mudar lentamente e foi confirmado por consulta as respostas a inqueacuteritos por vaacuterios especialistas em poliacutetica que participaram no inqueacuterito em 2014 (veja o Anexo A) Assim as actualizaccedilotildees das classificaccedilotildees do ADI baseiam-se apenas em novos dados secundaacuterios

O QUE Eacute O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Figura 2 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano de computador poacutes-pago de 1GB (como do PIB per capita 2014)

70

Pric

e of

mob

ile b

road

band

(1GB

) as

of G

NI p

c 2

014

10

0

10

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90

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110

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150

16 22 10 34 40 46 52 58 64

Figura 1 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano moacutevel preacute-pago de 500MB (como do PIB per capita 2014)

Pric

e of

mob

ile b

road

band

(500

MB)

as

of G

NI p

c 2

014

ADI SCORE

10 16 22 10 34 40 46 52 58 64 70

0

10

20

30

40

Emerging Developing

ADI SCORE Emerging Developing

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Posiccedilatildeo 2015

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Infraestruturas

Resultado de Contagem do ADI

Posiccedilatildeo 2014

1 Colocircmbia 6945 6085 6532 22 Costa Rica 7888 5000 6460 13 Malaacutesia 6957 5669 6328 44 Turquia 6585 5860 6235 35 Peru 6193 6148 6182 56 Brasil 5928 6035 5990 67 Marrocos 6167 4932 5551 128 Mauriacutecias 6558 4481 5520 79 Meacutexico 5668 5105 5385 1410 Argentina 5716 4958 5335 911 Ruanda 5442 5190 5313 1012 Nigeacuteria 5783 4793 5285 1113 Tailacircndia 6072 4413 5239 1314 Jamaica 5902 4279 5084 1615 Ecuador 5399 4735 5060 816 Uganda 5653 4244 4940 1517 Rep Dominicana 5307 4163 4723 1818 Tuniacutesia 4680 4711 4683 1719 Africa do Sul 5457 3859 4644 2020 Gacircmbia 4912 4281 4582 2121 Queacutenia 5200 3927 4548 1922 China 4799 4182 4474 2323 Botswana 4882 4054 4451 2424 Vietname 5674 3233 4437 2225 Paquistatildeo 4360 4497 4411 2526 Gana 4715 3892 4284 2627 Myanmar 3188 5367 4257 3628 Filipinas 4783 3707 4224 2929 Indoneacutesia 4570 3909 4219 2730 Repuacuteblica da 4390 4038 4193 2831 Iacutendia 3785 4288 4012 3032 Egipto 3276 4684 3955 3233 Bangladesh 3373 4504 3913 3334 Namiacutebia 5156 2676 3890 3135 Zacircmbia 4166 3444 3777 3536 Mali 3645 3721 3653 4037 Cazaquistatildeo 4416 2945 3650 3438 Benim 3294 3787 3508 4139 Venezuela 4112 2839 3442 3740 Jordacircnia 4636 2302 3436 3841 Senegal 3708 2865 3250 3942 Nepal 3533 2447 2948 4443 Moccedilambique 3830 1875 2809 4244 Camarotildees 3110 2179 2597 4345 Zimbabueacute 3348 1912 2583 4546 Burkina Faso 2974 1499 2182 4647 Malawi 2477 1650 2006 4748 Etioacutepia 3107 000 1488 4849 Serra Leoa 1706 1169 1370 4950 Haiti 1488 1322 1336 5051 Ieacutemen 000 181 000 51

Tabela 1 201516 ADI Pontuaccedilotildees e Classificaccedilotildees

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Paiacuteses Latino-americanos mais uma vez dominam o ranking do ADI com seis paiacuteses da regiatildeo entre os primeiros 10 Para a maioria dos 10 primeiros paiacuteses no ADI as mudanccedilas de posiccedilotildees foram o resultado de mudanccedilas graduais nos indicadores subjacentes que compotildeem o iacutendice Em alguns casos estas alteraccedilotildees foram mais acentuadas e foram o resultado de melhorias nas pontuaccedilotildees do sub-iacutendice das infraestruturas Foi o caso da Malaacutesia que registou um aumento significativo na velocidade de banda larga fixa e banda larga internacional por usuaacuterio no Peru onde a banda larga internacional por usuaacuterio quase duplicou e no Meacutexico que registou um aumento significativo na velocidade da banda larga fixa

Colocircmbia e Costa Rica novamente no topo da classificaccedilatildeo com resultados que refletem uma melhoria dos indicadores de infraestruturas e acessos Os dois paiacuteses tecircm abordado o desenvolvimento e a implementaccedilatildeo da nova poliacutetica da ICT de uma forma abrangente melhorando a acessibilidade nos dois paiacuteses mdash o preccedilo de um plano de 500MB na Colocircmbia caiu para pouco mais de 3 do RNB per capita e apenas 1 do RNB per capita na Costa Rica Ambos fizeram da melhoria do acesso agrave Internet uma prioridade nacional e estabeleceram parcerias com o sector privado para construir e compartilhar a infra-estrutura de modo a garantir um Mercado sustentaacutevel e saudaacutevel Cada paiacutes enfrenta os mesmos desafios globais agrave conectividade encontrados em grande parte do mundo incluindo a pobreza e grandes populaccedilotildees rurais e tecircm mantido o objectivo claro de permitir a conectividade a estes grupos marginalizados com habilidades digitais e programas de formaccedilatildeo e investimento em TIC no conteuacutedo criado localmente

ColocircmbiaGrande parte do sucesso da Colocircmbia ateacute agora tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo na implementaccedilatildeo de poliacuteticas eficazes e na criaccedilatildeo de parcerias no sector do TIC A taxa de 53 de infiltraccedilatildeo de Internet na Colocircmbia estaacute entre as mais elevadas de todos os paiacuteses abrangidos neste relatoacuterio Pode ser explicado em parte pela estrateacutegia diversificada do governo para melhorar a acessibilidade e os custos acessiacuteveis no paiacutes Esta estrateacutegia foi delineada na primeira fase do ldquoPlano Viva Digitalrdquo lanccedilado em 2010 e foi descrito no nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

bull Alguns dos factores por traacutes do sucesso desta primeira fase do plano incluem

bull A melhoria na utilizaccedilatildeo da banda larga atraveacutes de um aumento de certificaccedilatildeo e formaccedilatildeo em cultura digital suporte para teletrabalho e melhoria dos serviccedilos electroacutenicos do governo

bull Incentivos melhores para a adesatildeo agrave banda larga a todos os niacuteveis (tais como a eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e IVA sobre a compra de PCs subsiacutedios para computadores e tarifas especiais subsidiados para acesso agrave Internet em domiciacutelios de baixa renda)

bull Promover o desenvolvimento do sector das TIC atraveacutes de empreacutestimos especiais para estudar domiacutenios na aacuterea das TIC uma rede de laboratoacuterios puacuteblicos para a criaccedilatildeo de conteuacutedo uma rede corporativa (programa de estaacutegios para a comercializaccedilatildeo e desenvolvimento de aplicaccedilotildees) e alianccedilas com os governos regionais para desenvolver a induacutestria de TI local

bull Medidas reguladoras como a promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas desenvolvimento de regras mais claras para os operadores de redes moacuteveis virtuais (MVNO) esforccedilos para enfrentar o domiacutenio do mercado e eliminaccedilatildeo de claacuteusulas de permanecircnciafidelizaccedilatildeo (nas quais eacute exigido aos clientes ter um certo nuacutemero de meses em seus contratos)

Em 2014 o governo Colombiano lanccedilou uma segunda fase do seu plano de banda larga mdash ldquoPlano Viva Digital IIrdquo Dois dos principais objectivos do novo plano incluem (1) fazer da Colocircmbia um liacuteder mundial no desenvolvimento de aplicaccedilotildees do TIC para reduccedilatildeo da pobreza e (2) tornar o governo o ldquomais eficiente e transparente do mundordquo no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das TIC A atenccedilatildeo expliacutecita do plano para melhorar a vida dos mais pobres eacute um modelo de como as poliacuteticas de TIC podem ser direccionados para o benefiacutecio de grupos especiacuteficos da populaccedilatildeo

Costa RicaTal como com a Colocircmbia grande parte do sucesso da Costa Rica tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo Na Costa Rica esta vontade poliacutetica a alto niacutevel decorre de um compromisso juriacutedico para com

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21 PAIacuteSES LATINO-AMERICANOS NO TOPO DO IacuteNDICE PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

as TIC como instrumento de luta contra a pobreza promoccedilatildeo dos direitos humanos e da participaccedilatildeo democraacutetica A Costa Rica possui uma das maiores taxas de adesatildeo contractual de banda larga moacutevel (44) de todos os paiacuteses constantes no relatoacuterio e tambeacutem tem o mais acessiacutevel plano de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB) ao preccedilo de pouco mais de 1 do PIB per capita Aproximadamente 50 do paiacutes estaacute conectado agrave Internet

O trabalho do Fundo Nacional de Telecomunicaccedilotildees (FONATEL) tambeacutem tem sido crucial para acabar com a exclusatildeo digital do paiacutes Os esforccedilos da FONATEL tecircm-se centrado especificamente em (1) conectar

comunidades (por exemplo atraveacutes de escolas e centros comunitaacuterios) (2) conectar famiacutelias (incluindo famiacutelias seniores mulheres de empresaacuterios pessoas com deficiecircncia etc) (3) conectar organizaccedilotildees do sector puacuteblico e (4) estabelecer redes WiFi locais

O novo Plano de Desenvolvimento das Telecomunicaccedilotildees (Plan Nacional de Desarrollo de las Telecomunicaciones) desenvolvido atraveacutes de ampla consulta visa aumentar a utilizaccedilatildeo da Internet para a meacutedia encontrada no interior dos paiacuteses da OCDE e melhorar a velocidade de banda larga de pelo menos 80 da populaccedilatildeo com a taxa meacutedia encontrada em paiacuteses da OCDE

O fim do ADI deste ano eacute muito similar ao final do nosso iacutendice de 2014-15 Enquanto muitos dos 10 paiacuteses com classificaccedilatildeo mais baixa estiveram melhor em vaacuterios indicadores os mesmos natildeo melhoraram o suficiente para aumentar a sua classificaccedilatildeo global em relaccedilatildeo aos outros paiacuteses

Para a maior parte estes paiacuteses fizeram mais progressos no sub-iacutendice de acesso No Nepal por exemplo a taxa de adesatildeo aacute Internet aumentou dois pontos percentuais e a adesatildeo agraves conexotildees de banda larga moacutevel aumentou cerca

de cinco pontos percentuais (bem abaixo do aumento meacutedio de todo o iacutendice de 67 pontos percentuais)

Para paiacuteses como a Etioacutepia e Burkina Faso melhorias modestas no sub-iacutendice de acesso foram prejudicadas por quedas ou quaisquer alteraccedilotildees nos indicadores relacionados com a sub-indexaccedilatildeo de infra-estrutura (por exemplo banda larga internacional e velocidades de banda larga fixa) Esta falta de progresso deriva em parte do facto de importantes reformas poliacuteticas e regulatoacuterias necessaacuterias em ambos os paiacuteses estarem ainda em curso

O Myanmar deu o maior salto na classificaccedilatildeo do ADI subindo nove posiccedilotildees para 27 (vigeacutesima seacutetima) posiccedilatildeo Esta mudanccedila veio como resultado da abertura bem-sucedida do mercado de telecomunicaccedilotildees anteriormente detida pelo estado a novos operadores (2013)e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) (Ver caixa abaixo intitulada Myanmar para uma discussatildeo mais detalhada sobre as mudanccedilas recentes na regiatildeo) Esperamos que o Myanmar continue a melhorar no ADI uma vez que mudanccedilas raacutepidas na adesatildeo e utilizaccedilatildeo satildeo reflectidas em anaacutelise futura

Marrocos e Meacutexico entraram ambos no top 10 este ano cada um com um aumento de cinco pontos no ranking ADI deste ano O Meacutexico comeccedilou a ver os frutos das alteraccedilotildees agraves suas poliacuteticas e praacuteticas do sector do TIC

muitas das quais estatildeo alinhadas com as melhores praacuteticas descritas pela A4AI Apoacutes a aprovaccedilatildeo de uma nova lei de telecomunicaccedilotildees em 2014 o Meacutexico introduziu um licenciamento de serviccedilo e tecnologia neutra aumentou a consulta puacuteblica no processo de regulamentaccedilatildeo e pretende lanccedilar uma rede de 700MHz de acesso aberto em 2018 A subida do Marrocos nas classificaccedilotildees foi em grande parte devido agrave melhoria das infra-estruturas e resultados de reformas que comeccedilaram haacute duas deacutecadas Estas reformas institucionais iniciais incluiacuteram a criaccedilatildeo do regulador a Agecircncia Nacional Reguladora das Telecomunicaccedilotildees (ANRT) e um plano para a liberalizaccedilatildeo do sector Isto levou agrave eventual privatizaccedilatildeo da Marrocos Telecom (a concessionaacuteria estatal) o lanccedilamento precoce de serviccedilos 3G e a entrada de duas novas operadoras (Meditel e INWI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

22 O FIM DA TABELAFOR THE SECOND YEAR RUNNING

23 SUBIDA NAS CLASSIFICACcedilOtildeES MYANMAR MEacuteXICO amp MARROCOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

no mercado Estes eventos ocorreram bem antes da outros paiacuteses no Oriente Meacutedio e Norte da Aacutefrica (MENA)

Na verdade Marrocos tem um dos sistemas reguladores de telecomunicaccedilotildees mais avanccedilados e eficazes na Regiatildeo MENA O paiacutes tem implementado um regime de licenciamento razoavelmente transparente que permite opccedilotildees de licenciamento adicionais aumentando assim a concorrecircncia a diferentes niacuteveis de serviccedilo Em 2012 o governo lanccedilou um Plano Nacional de Banda Larga de dez anos com o objectivo de garantir o acesso agrave banda larga fixa ou moacutevel para toda a populaccedilatildeo ateacute 2022 O plano de banda larga tambeacutem inclui orientaccedilotildees especiacuteficas sobre a atribuiccedilatildeo de espectro para os serviccedilos de banda larga sem fio com e sem licenccedila Um ano apoacutes o lanccedilamento do novo plano de banda larga o ANRT

estabeleceu um novo plano nacional de frequecircncias que aborda a migraccedilatildeo e a atribuiccedilatildeo de espectro para novas aplicaccedilotildees de banda larga Em 2015 a questatildeo ART requer novas licenccedilas de 4G utilizando espectro disponiacutevel Ateacute o final de 2015 aproximadamente 19 da populaccedilatildeo era assinante de banda larga moacutevel12

Enquanto o dispositivo moacutevel continua a ser a forma dominante de acesso agrave banda larga em 2015 a ART decidiu incentivar a concorrecircncia na banda larga fixa Atualmente o mercado de banda larga fixa em Marrocos eacute principalmente controlado por uma empresa a Maroc Telecom A nova decisatildeo da ANRT iraacute permitir que outros prestadores de serviccedilos possam oferecer serviccedilos de banda larga fixos directamente aos clientes utilizando a infra-estrutura do operador encarregado

Muito tem sido feito apoacutes as tremendas mudanccedilas no sector de telecomunicaccedilotildees em Myanmar desde a aprovaccedilatildeo da Lei de Telecomunicaccedilotildees de 2013 passando o paiacutes de um monopoacutelio estatal para um mercado competitivo As reformas associadas incluem a futura criaccedilatildeo de um regulador independente e o desenvolvimento de regras claras e transparentes para o sector recentemente liberalizado com base em melhores praacuteticas internacionais

Em 2014 dois novos operadores de Telecomunicaccedilotildees do sector privado (Telenor and Ooredoo) entraram no mercado Desde entatildeo tecircm havido reduccedilotildees significativas nos preccedilos dos serviccedilos de banda larga com o preccedilo de um cartatildeo SIM passando de cerca de US$150 em 2013 para apenas US$150 em 20158

O processo de licitaccedilatildeo realizado pelo governo para seleccionar as duas novas operadoras de comunicaccedilotildees moacuteveis foi considerado como transparente e um exemplo de boas praacuteticas internacionais O governo garantiu compromissos das duas novas operadoras a investir fortemente no desenvolvimento de infra-estrutura de telecomunicaccedilotildees no paiacutes A Ooredoo por exemplo comprometeu-se a investir 15 mil milhotildees de doacutelares durante o periacuteodo de licenccedila de 15 anos e a Telenor delineou planos para investir mais de mil milhotildees de doacutelares no seu primeiro ano a explorar sozinho9 O provedor dos serviccedilos estatais encarregado da Myanmar Correios e Telecomunicaccedilotildees (MPT) tambeacutem firmou uma parceria com a empresa Japonesa KDDI-Sumitomo para melhorar as operaccedilotildees e as infra-estruturas de forma a expandir o serviccedilo

A Lei das Telecomunicaccedilotildees permite que as empresas independentes desenvolvam torres e infra-estrutura de fibra de modo a que os encargos de desenvolvimento de infra-estrutura natildeo sejam apenas da responsabilidade

das operadoras moacuteveis e do governo A partilha de torres aumentou e os custos desceram

A entrada tardia de Myanmar para o sector do TIC permitiu-lhe beneficiar da experiecircncia adquirida noutros paiacuteses As empresas de telecomunicaccedilatildeo saltaram as tecnologias obsoletas e optaram por usar e investir em tecnologia 3G desde o iniacutecio enquanto o governo tem adoptado poliacuteticas progressistas como um quadro de licenciamento unificado e promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas por parte dos operadores

Tudo isso levou a um mercado altamente competitivo e vibrante O sector de telecomunicaccedilotildees tornou-se alvo de investimento estrangeiro atraente perdendo somente para o sector da energia Myanmar tem testemunhado um aumento sem precedentes no nuacutemero de assinantes de banda larga provocado em parte pela disponibilidade de smartphones mais acessiacuteveis No final de 2013 o nuacutemero total do nuacutemero de conexotildees de banda larga moacutevel foi de 17 milhotildees ateacute o final de 2015 este nuacutemero havia crescido mais de 800 para 156 milhotildees10

Apesar deste progresso dramaacutetico o nuacutemero de conectados agora representam apenas 18 da populaccedilatildeo Ainda haacute muito a ser feito Prioridades devem incluir um papel de relevo nas infra-estruturas durante os proacuteximos anos enfrentar o alcance limitado da rede eleacutectrica melhorar o controlo do cumprimento das licenccedilas aumentar a partilha de infra-estruturas e melhorar a capacidade humana e institucional do paiacutes para enfrentar esses desafios A Coligaccedilatildeo dos Multi-actores da A4AI-Myanmar estaacute a trabalhar para informar o novo Plano Principal de Telecomunicaccedilotildees do governo e para manter o ritmo visto ao longo dos uacuteltimos anos para melhoria da acessibilidade e expansatildeo do acesso

MYANMAR RAacutePIDAS MUDANCcedilAS NUM MERCADO EMERGENTE

8 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf9 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf10 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)11 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)

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18

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

19

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

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MB)

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0

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16

Mozambique

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Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

34

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

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51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 12: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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Superar o desafio de acessibilidade eacute fundamental para alcanccedilar o acesso universal A tecnologia para fornecer acesso a baixo custo estaacute amplamente disponiacutevel com novos avanccedilos tecnoloacutegicos a surgindo constantemente No entanto poliacuteticas desactualizadas ou mal concebidas que aumentam artificialmente os custos mdash por exemplo inibindo a concorrecircncia ou a imposiccedilatildeo de requisitos de licenciamento complicados mdash contribuem para que os preccedilos continuem teimosamente elevados

Esforccedilos para expandir o acesso agrave internet devem ser conduzidos por um conjunto de poliacuteticas flexiacuteveis e progressivas e regulamentos que permitam que os preccedilos ao consumidor desccedilam drasticamente e de forma raacutepida Quais satildeo as poliacuteticas quem as estabelece e como estatildeo a funcionar

O nosso Iacutendice dos Motores da Acessibilidade (ADI) analisa as poliacuteticas incentivos e ambiente infraestrutural local em 51 paiacuteses emergentes e em desenvolvimento incluindo poliacuteticas que acreditamos levar a um progresso para uma Internet mais acessiacutevel Em seguida avalia ateacute que ponto essas poliacuteticas estatildeo a

ser implementadas O ADI deliberadamente natildeo avalia directamente os preccedilos mdash mas existe uma correlaccedilatildeo entre as melhores pontuaccedilotildees no ADI e os preccedilos de banda larga mais baixos em relaccedilatildeo agrave renda Em resumo os paiacuteses bem posicionados no ADI tambeacutem tendem a ter preccedilos de banda larga mais baixos para os seus cidadatildeos e satildeo susceptiacuteveis de serem capazes de reduzir os preccedilos cada vez mais e de forma acelerada no futuro

Embora no ano passado tenha havido algum progresso marginal na frente da acessibilidade os resultados normalmente baixos em linha com o ADI mostram o quanto ainda temos de percorrer para alcanccedilar o acesso universal Na nossa trajectoacuteria actual natildeo chegaremos nem perto de alcanccedilar a meta de acesso universal ateacute 2020 Reforma poliacutetica eacute um primeiro passo fundamental e necessaacuterio para a expansatildeo do acesso

Nesta secccedilatildeo olhamos com mais detalhe aquilo que os paiacuteses estatildeo a fazer para tornar o acesso agrave Internet mais acessiacutevel para grande parte da sua populaccedilatildeo e qual das poliacuteticas usadas estatildeo a funcionar

Este ano o Iacutendice de Acessibilidade A4AI foi chamado Iacutendice dos Motores de Acessibilidade (ADI) Porquecirc Achamos que este nome descreve com mais precisatildeo aquilo que o Iacutendice estaacute a avaliar mdash ou seja a combinaccedilatildeo de medidas de poliacutetica e outros factores vitais que determinam como um paiacutes seraacute capaz de reduzir os preccedilos da banda larga

O ADI examina os factores atraveacutes de sub-iacutendices de duas aacutereas mdash infraestrutura e acesso

1 O sub-iacutendice de infraestrutura avalia a extensatildeo actual de implantaccedilatildeo de infraestrutura e operaccedilotildees juntamente com as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor de forma a incentivar e permitir o investimento rentaacutevel na expansatildeo de infraestruturas futuras As variaacuteveis incluiacutedas neste sub-iacutendice incluem por exemplo a quantidade de banda larga disponiacutevel em um determinado paiacutes e uma avaliaccedilatildeo da poliacutetica do espectro da naccedilatildeo

2 O Sub-iacutendice de acesso mede taxas actuais de adopccedilatildeo da banda larga e as poliacuteticas e quadros regulamentares em vigor para incentivar o crescimento e garantir a oferta de acesso agrave Internet de forma acessiacutevel e equitativa Este sub-iacutendice inclui variaacuteveis como as taxas actuais de infiltraccedilatildeo da Internet e uma avaliaccedilatildeo da eficaacutecia dos Fundos de Serviccedilo Universal de um paiacutes

Cada paiacutes eacute classificado atraveacutes de uma gama de variaacuteveis dentro de cada sub-iacutendice e eacute entatildeo classificado contra os outros paiacuteses do ADI tendo como classificaccedilatildeo mais elevada o paiacutes que receber uma pontuaccedilatildeo de 100 e pontuaccedilatildeo zero para o menor classificado (Nota Embora tenhamos recolhido dados de 88 paiacuteses incluindo paiacuteses desenvolvidos apenas analisamos paiacuteses emergentes e em desenvolvimento eacute por

isso que a Colocircmbia o paiacutes mais bem classificado no ADI este ano apenas pontuou 65 e natildeo 100) Classificaccedilotildees mais elevadas indicam a existecircncia de uma combinaccedilatildeo de factores que contribuem para uma reduccedilatildeo de custos da induacutestria e preccedilos de banda larga mais baixos incluindo a elevada infiltraccedilatildeo de banda larga infra-estruturas suficientes e ainda poliacuteticas e regulamentos eficazes (Para mais detalhes sobre a metodologia usada para o ADI consulte o Apecircndice 1)

Com efeito uma pontuaccedilatildeo mais elevada no ADI estaacute correlacionada com uma Internet de banda larga mais acessiacutevel Ilustrado na Figura 1 que mostra como a classificaccedilatildeo de um paiacutes no ADI aumenta o preccedilo de um plano de dados de 500MB em relaccedilatildeo agrave reduccedilatildeo do rendimento meacutedio Esta relaccedilatildeo tambeacutem acontece em relaccedilatildeo a um plano maior de 1GB (Figura 2)

O ADI deste ano cobre os mesmos 51 paiacuteses incluiacutedos no nosso iacutendice de 2014-15 e usa a mesma metodologia usada no ano passado No entanto enquanto todas as fontes de dados foram as mesmas noacutes natildeo realizaacutemos um novo conjunto de inqueacuteritos poliacuteticos em 2015 Com base no pressuposto que os ambientes poliacuteticos e normativos tendem a mudar lentamente e foi confirmado por consulta as respostas a inqueacuteritos por vaacuterios especialistas em poliacutetica que participaram no inqueacuterito em 2014 (veja o Anexo A) Assim as actualizaccedilotildees das classificaccedilotildees do ADI baseiam-se apenas em novos dados secundaacuterios

O QUE Eacute O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Figura 2 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano de computador poacutes-pago de 1GB (como do PIB per capita 2014)

70

Pric

e of

mob

ile b

road

band

(1GB

) as

of G

NI p

c 2

014

10

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

16 22 10 34 40 46 52 58 64

Figura 1 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano moacutevel preacute-pago de 500MB (como do PIB per capita 2014)

Pric

e of

mob

ile b

road

band

(500

MB)

as

of G

NI p

c 2

014

ADI SCORE

10 16 22 10 34 40 46 52 58 64 70

0

10

20

30

40

Emerging Developing

ADI SCORE Emerging Developing

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Posiccedilatildeo 2015

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Infraestruturas

Resultado de Contagem do ADI

Posiccedilatildeo 2014

1 Colocircmbia 6945 6085 6532 22 Costa Rica 7888 5000 6460 13 Malaacutesia 6957 5669 6328 44 Turquia 6585 5860 6235 35 Peru 6193 6148 6182 56 Brasil 5928 6035 5990 67 Marrocos 6167 4932 5551 128 Mauriacutecias 6558 4481 5520 79 Meacutexico 5668 5105 5385 1410 Argentina 5716 4958 5335 911 Ruanda 5442 5190 5313 1012 Nigeacuteria 5783 4793 5285 1113 Tailacircndia 6072 4413 5239 1314 Jamaica 5902 4279 5084 1615 Ecuador 5399 4735 5060 816 Uganda 5653 4244 4940 1517 Rep Dominicana 5307 4163 4723 1818 Tuniacutesia 4680 4711 4683 1719 Africa do Sul 5457 3859 4644 2020 Gacircmbia 4912 4281 4582 2121 Queacutenia 5200 3927 4548 1922 China 4799 4182 4474 2323 Botswana 4882 4054 4451 2424 Vietname 5674 3233 4437 2225 Paquistatildeo 4360 4497 4411 2526 Gana 4715 3892 4284 2627 Myanmar 3188 5367 4257 3628 Filipinas 4783 3707 4224 2929 Indoneacutesia 4570 3909 4219 2730 Repuacuteblica da 4390 4038 4193 2831 Iacutendia 3785 4288 4012 3032 Egipto 3276 4684 3955 3233 Bangladesh 3373 4504 3913 3334 Namiacutebia 5156 2676 3890 3135 Zacircmbia 4166 3444 3777 3536 Mali 3645 3721 3653 4037 Cazaquistatildeo 4416 2945 3650 3438 Benim 3294 3787 3508 4139 Venezuela 4112 2839 3442 3740 Jordacircnia 4636 2302 3436 3841 Senegal 3708 2865 3250 3942 Nepal 3533 2447 2948 4443 Moccedilambique 3830 1875 2809 4244 Camarotildees 3110 2179 2597 4345 Zimbabueacute 3348 1912 2583 4546 Burkina Faso 2974 1499 2182 4647 Malawi 2477 1650 2006 4748 Etioacutepia 3107 000 1488 4849 Serra Leoa 1706 1169 1370 4950 Haiti 1488 1322 1336 5051 Ieacutemen 000 181 000 51

Tabela 1 201516 ADI Pontuaccedilotildees e Classificaccedilotildees

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Paiacuteses Latino-americanos mais uma vez dominam o ranking do ADI com seis paiacuteses da regiatildeo entre os primeiros 10 Para a maioria dos 10 primeiros paiacuteses no ADI as mudanccedilas de posiccedilotildees foram o resultado de mudanccedilas graduais nos indicadores subjacentes que compotildeem o iacutendice Em alguns casos estas alteraccedilotildees foram mais acentuadas e foram o resultado de melhorias nas pontuaccedilotildees do sub-iacutendice das infraestruturas Foi o caso da Malaacutesia que registou um aumento significativo na velocidade de banda larga fixa e banda larga internacional por usuaacuterio no Peru onde a banda larga internacional por usuaacuterio quase duplicou e no Meacutexico que registou um aumento significativo na velocidade da banda larga fixa

Colocircmbia e Costa Rica novamente no topo da classificaccedilatildeo com resultados que refletem uma melhoria dos indicadores de infraestruturas e acessos Os dois paiacuteses tecircm abordado o desenvolvimento e a implementaccedilatildeo da nova poliacutetica da ICT de uma forma abrangente melhorando a acessibilidade nos dois paiacuteses mdash o preccedilo de um plano de 500MB na Colocircmbia caiu para pouco mais de 3 do RNB per capita e apenas 1 do RNB per capita na Costa Rica Ambos fizeram da melhoria do acesso agrave Internet uma prioridade nacional e estabeleceram parcerias com o sector privado para construir e compartilhar a infra-estrutura de modo a garantir um Mercado sustentaacutevel e saudaacutevel Cada paiacutes enfrenta os mesmos desafios globais agrave conectividade encontrados em grande parte do mundo incluindo a pobreza e grandes populaccedilotildees rurais e tecircm mantido o objectivo claro de permitir a conectividade a estes grupos marginalizados com habilidades digitais e programas de formaccedilatildeo e investimento em TIC no conteuacutedo criado localmente

ColocircmbiaGrande parte do sucesso da Colocircmbia ateacute agora tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo na implementaccedilatildeo de poliacuteticas eficazes e na criaccedilatildeo de parcerias no sector do TIC A taxa de 53 de infiltraccedilatildeo de Internet na Colocircmbia estaacute entre as mais elevadas de todos os paiacuteses abrangidos neste relatoacuterio Pode ser explicado em parte pela estrateacutegia diversificada do governo para melhorar a acessibilidade e os custos acessiacuteveis no paiacutes Esta estrateacutegia foi delineada na primeira fase do ldquoPlano Viva Digitalrdquo lanccedilado em 2010 e foi descrito no nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

bull Alguns dos factores por traacutes do sucesso desta primeira fase do plano incluem

bull A melhoria na utilizaccedilatildeo da banda larga atraveacutes de um aumento de certificaccedilatildeo e formaccedilatildeo em cultura digital suporte para teletrabalho e melhoria dos serviccedilos electroacutenicos do governo

bull Incentivos melhores para a adesatildeo agrave banda larga a todos os niacuteveis (tais como a eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e IVA sobre a compra de PCs subsiacutedios para computadores e tarifas especiais subsidiados para acesso agrave Internet em domiciacutelios de baixa renda)

bull Promover o desenvolvimento do sector das TIC atraveacutes de empreacutestimos especiais para estudar domiacutenios na aacuterea das TIC uma rede de laboratoacuterios puacuteblicos para a criaccedilatildeo de conteuacutedo uma rede corporativa (programa de estaacutegios para a comercializaccedilatildeo e desenvolvimento de aplicaccedilotildees) e alianccedilas com os governos regionais para desenvolver a induacutestria de TI local

bull Medidas reguladoras como a promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas desenvolvimento de regras mais claras para os operadores de redes moacuteveis virtuais (MVNO) esforccedilos para enfrentar o domiacutenio do mercado e eliminaccedilatildeo de claacuteusulas de permanecircnciafidelizaccedilatildeo (nas quais eacute exigido aos clientes ter um certo nuacutemero de meses em seus contratos)

Em 2014 o governo Colombiano lanccedilou uma segunda fase do seu plano de banda larga mdash ldquoPlano Viva Digital IIrdquo Dois dos principais objectivos do novo plano incluem (1) fazer da Colocircmbia um liacuteder mundial no desenvolvimento de aplicaccedilotildees do TIC para reduccedilatildeo da pobreza e (2) tornar o governo o ldquomais eficiente e transparente do mundordquo no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das TIC A atenccedilatildeo expliacutecita do plano para melhorar a vida dos mais pobres eacute um modelo de como as poliacuteticas de TIC podem ser direccionados para o benefiacutecio de grupos especiacuteficos da populaccedilatildeo

Costa RicaTal como com a Colocircmbia grande parte do sucesso da Costa Rica tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo Na Costa Rica esta vontade poliacutetica a alto niacutevel decorre de um compromisso juriacutedico para com

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21 PAIacuteSES LATINO-AMERICANOS NO TOPO DO IacuteNDICE PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

as TIC como instrumento de luta contra a pobreza promoccedilatildeo dos direitos humanos e da participaccedilatildeo democraacutetica A Costa Rica possui uma das maiores taxas de adesatildeo contractual de banda larga moacutevel (44) de todos os paiacuteses constantes no relatoacuterio e tambeacutem tem o mais acessiacutevel plano de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB) ao preccedilo de pouco mais de 1 do PIB per capita Aproximadamente 50 do paiacutes estaacute conectado agrave Internet

O trabalho do Fundo Nacional de Telecomunicaccedilotildees (FONATEL) tambeacutem tem sido crucial para acabar com a exclusatildeo digital do paiacutes Os esforccedilos da FONATEL tecircm-se centrado especificamente em (1) conectar

comunidades (por exemplo atraveacutes de escolas e centros comunitaacuterios) (2) conectar famiacutelias (incluindo famiacutelias seniores mulheres de empresaacuterios pessoas com deficiecircncia etc) (3) conectar organizaccedilotildees do sector puacuteblico e (4) estabelecer redes WiFi locais

O novo Plano de Desenvolvimento das Telecomunicaccedilotildees (Plan Nacional de Desarrollo de las Telecomunicaciones) desenvolvido atraveacutes de ampla consulta visa aumentar a utilizaccedilatildeo da Internet para a meacutedia encontrada no interior dos paiacuteses da OCDE e melhorar a velocidade de banda larga de pelo menos 80 da populaccedilatildeo com a taxa meacutedia encontrada em paiacuteses da OCDE

O fim do ADI deste ano eacute muito similar ao final do nosso iacutendice de 2014-15 Enquanto muitos dos 10 paiacuteses com classificaccedilatildeo mais baixa estiveram melhor em vaacuterios indicadores os mesmos natildeo melhoraram o suficiente para aumentar a sua classificaccedilatildeo global em relaccedilatildeo aos outros paiacuteses

Para a maior parte estes paiacuteses fizeram mais progressos no sub-iacutendice de acesso No Nepal por exemplo a taxa de adesatildeo aacute Internet aumentou dois pontos percentuais e a adesatildeo agraves conexotildees de banda larga moacutevel aumentou cerca

de cinco pontos percentuais (bem abaixo do aumento meacutedio de todo o iacutendice de 67 pontos percentuais)

Para paiacuteses como a Etioacutepia e Burkina Faso melhorias modestas no sub-iacutendice de acesso foram prejudicadas por quedas ou quaisquer alteraccedilotildees nos indicadores relacionados com a sub-indexaccedilatildeo de infra-estrutura (por exemplo banda larga internacional e velocidades de banda larga fixa) Esta falta de progresso deriva em parte do facto de importantes reformas poliacuteticas e regulatoacuterias necessaacuterias em ambos os paiacuteses estarem ainda em curso

O Myanmar deu o maior salto na classificaccedilatildeo do ADI subindo nove posiccedilotildees para 27 (vigeacutesima seacutetima) posiccedilatildeo Esta mudanccedila veio como resultado da abertura bem-sucedida do mercado de telecomunicaccedilotildees anteriormente detida pelo estado a novos operadores (2013)e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) (Ver caixa abaixo intitulada Myanmar para uma discussatildeo mais detalhada sobre as mudanccedilas recentes na regiatildeo) Esperamos que o Myanmar continue a melhorar no ADI uma vez que mudanccedilas raacutepidas na adesatildeo e utilizaccedilatildeo satildeo reflectidas em anaacutelise futura

Marrocos e Meacutexico entraram ambos no top 10 este ano cada um com um aumento de cinco pontos no ranking ADI deste ano O Meacutexico comeccedilou a ver os frutos das alteraccedilotildees agraves suas poliacuteticas e praacuteticas do sector do TIC

muitas das quais estatildeo alinhadas com as melhores praacuteticas descritas pela A4AI Apoacutes a aprovaccedilatildeo de uma nova lei de telecomunicaccedilotildees em 2014 o Meacutexico introduziu um licenciamento de serviccedilo e tecnologia neutra aumentou a consulta puacuteblica no processo de regulamentaccedilatildeo e pretende lanccedilar uma rede de 700MHz de acesso aberto em 2018 A subida do Marrocos nas classificaccedilotildees foi em grande parte devido agrave melhoria das infra-estruturas e resultados de reformas que comeccedilaram haacute duas deacutecadas Estas reformas institucionais iniciais incluiacuteram a criaccedilatildeo do regulador a Agecircncia Nacional Reguladora das Telecomunicaccedilotildees (ANRT) e um plano para a liberalizaccedilatildeo do sector Isto levou agrave eventual privatizaccedilatildeo da Marrocos Telecom (a concessionaacuteria estatal) o lanccedilamento precoce de serviccedilos 3G e a entrada de duas novas operadoras (Meditel e INWI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

22 O FIM DA TABELAFOR THE SECOND YEAR RUNNING

23 SUBIDA NAS CLASSIFICACcedilOtildeES MYANMAR MEacuteXICO amp MARROCOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

no mercado Estes eventos ocorreram bem antes da outros paiacuteses no Oriente Meacutedio e Norte da Aacutefrica (MENA)

Na verdade Marrocos tem um dos sistemas reguladores de telecomunicaccedilotildees mais avanccedilados e eficazes na Regiatildeo MENA O paiacutes tem implementado um regime de licenciamento razoavelmente transparente que permite opccedilotildees de licenciamento adicionais aumentando assim a concorrecircncia a diferentes niacuteveis de serviccedilo Em 2012 o governo lanccedilou um Plano Nacional de Banda Larga de dez anos com o objectivo de garantir o acesso agrave banda larga fixa ou moacutevel para toda a populaccedilatildeo ateacute 2022 O plano de banda larga tambeacutem inclui orientaccedilotildees especiacuteficas sobre a atribuiccedilatildeo de espectro para os serviccedilos de banda larga sem fio com e sem licenccedila Um ano apoacutes o lanccedilamento do novo plano de banda larga o ANRT

estabeleceu um novo plano nacional de frequecircncias que aborda a migraccedilatildeo e a atribuiccedilatildeo de espectro para novas aplicaccedilotildees de banda larga Em 2015 a questatildeo ART requer novas licenccedilas de 4G utilizando espectro disponiacutevel Ateacute o final de 2015 aproximadamente 19 da populaccedilatildeo era assinante de banda larga moacutevel12

Enquanto o dispositivo moacutevel continua a ser a forma dominante de acesso agrave banda larga em 2015 a ART decidiu incentivar a concorrecircncia na banda larga fixa Atualmente o mercado de banda larga fixa em Marrocos eacute principalmente controlado por uma empresa a Maroc Telecom A nova decisatildeo da ANRT iraacute permitir que outros prestadores de serviccedilos possam oferecer serviccedilos de banda larga fixos directamente aos clientes utilizando a infra-estrutura do operador encarregado

Muito tem sido feito apoacutes as tremendas mudanccedilas no sector de telecomunicaccedilotildees em Myanmar desde a aprovaccedilatildeo da Lei de Telecomunicaccedilotildees de 2013 passando o paiacutes de um monopoacutelio estatal para um mercado competitivo As reformas associadas incluem a futura criaccedilatildeo de um regulador independente e o desenvolvimento de regras claras e transparentes para o sector recentemente liberalizado com base em melhores praacuteticas internacionais

Em 2014 dois novos operadores de Telecomunicaccedilotildees do sector privado (Telenor and Ooredoo) entraram no mercado Desde entatildeo tecircm havido reduccedilotildees significativas nos preccedilos dos serviccedilos de banda larga com o preccedilo de um cartatildeo SIM passando de cerca de US$150 em 2013 para apenas US$150 em 20158

O processo de licitaccedilatildeo realizado pelo governo para seleccionar as duas novas operadoras de comunicaccedilotildees moacuteveis foi considerado como transparente e um exemplo de boas praacuteticas internacionais O governo garantiu compromissos das duas novas operadoras a investir fortemente no desenvolvimento de infra-estrutura de telecomunicaccedilotildees no paiacutes A Ooredoo por exemplo comprometeu-se a investir 15 mil milhotildees de doacutelares durante o periacuteodo de licenccedila de 15 anos e a Telenor delineou planos para investir mais de mil milhotildees de doacutelares no seu primeiro ano a explorar sozinho9 O provedor dos serviccedilos estatais encarregado da Myanmar Correios e Telecomunicaccedilotildees (MPT) tambeacutem firmou uma parceria com a empresa Japonesa KDDI-Sumitomo para melhorar as operaccedilotildees e as infra-estruturas de forma a expandir o serviccedilo

A Lei das Telecomunicaccedilotildees permite que as empresas independentes desenvolvam torres e infra-estrutura de fibra de modo a que os encargos de desenvolvimento de infra-estrutura natildeo sejam apenas da responsabilidade

das operadoras moacuteveis e do governo A partilha de torres aumentou e os custos desceram

A entrada tardia de Myanmar para o sector do TIC permitiu-lhe beneficiar da experiecircncia adquirida noutros paiacuteses As empresas de telecomunicaccedilatildeo saltaram as tecnologias obsoletas e optaram por usar e investir em tecnologia 3G desde o iniacutecio enquanto o governo tem adoptado poliacuteticas progressistas como um quadro de licenciamento unificado e promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas por parte dos operadores

Tudo isso levou a um mercado altamente competitivo e vibrante O sector de telecomunicaccedilotildees tornou-se alvo de investimento estrangeiro atraente perdendo somente para o sector da energia Myanmar tem testemunhado um aumento sem precedentes no nuacutemero de assinantes de banda larga provocado em parte pela disponibilidade de smartphones mais acessiacuteveis No final de 2013 o nuacutemero total do nuacutemero de conexotildees de banda larga moacutevel foi de 17 milhotildees ateacute o final de 2015 este nuacutemero havia crescido mais de 800 para 156 milhotildees10

Apesar deste progresso dramaacutetico o nuacutemero de conectados agora representam apenas 18 da populaccedilatildeo Ainda haacute muito a ser feito Prioridades devem incluir um papel de relevo nas infra-estruturas durante os proacuteximos anos enfrentar o alcance limitado da rede eleacutectrica melhorar o controlo do cumprimento das licenccedilas aumentar a partilha de infra-estruturas e melhorar a capacidade humana e institucional do paiacutes para enfrentar esses desafios A Coligaccedilatildeo dos Multi-actores da A4AI-Myanmar estaacute a trabalhar para informar o novo Plano Principal de Telecomunicaccedilotildees do governo e para manter o ritmo visto ao longo dos uacuteltimos anos para melhoria da acessibilidade e expansatildeo do acesso

MYANMAR RAacutePIDAS MUDANCcedilAS NUM MERCADO EMERGENTE

8 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf9 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf10 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)11 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)

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18

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

19

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

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MB)

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0

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16

Mozambique

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Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

34

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

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51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

49

Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 13: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

13

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Figura 2 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano de computador poacutes-pago de 1GB (como do PIB per capita 2014)

70

Pric

e of

mob

ile b

road

band

(1GB

) as

of G

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150

16 22 10 34 40 46 52 58 64

Figura 1 Relaccedilatildeo entre a pontuaccedilatildeo ADI e o preccedilo de um plano moacutevel preacute-pago de 500MB (como do PIB per capita 2014)

Pric

e of

mob

ile b

road

band

(500

MB)

as

of G

NI p

c 2

014

ADI SCORE

10 16 22 10 34 40 46 52 58 64 70

0

10

20

30

40

Emerging Developing

ADI SCORE Emerging Developing

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Posiccedilatildeo 2015

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Infraestruturas

Resultado de Contagem do ADI

Posiccedilatildeo 2014

1 Colocircmbia 6945 6085 6532 22 Costa Rica 7888 5000 6460 13 Malaacutesia 6957 5669 6328 44 Turquia 6585 5860 6235 35 Peru 6193 6148 6182 56 Brasil 5928 6035 5990 67 Marrocos 6167 4932 5551 128 Mauriacutecias 6558 4481 5520 79 Meacutexico 5668 5105 5385 1410 Argentina 5716 4958 5335 911 Ruanda 5442 5190 5313 1012 Nigeacuteria 5783 4793 5285 1113 Tailacircndia 6072 4413 5239 1314 Jamaica 5902 4279 5084 1615 Ecuador 5399 4735 5060 816 Uganda 5653 4244 4940 1517 Rep Dominicana 5307 4163 4723 1818 Tuniacutesia 4680 4711 4683 1719 Africa do Sul 5457 3859 4644 2020 Gacircmbia 4912 4281 4582 2121 Queacutenia 5200 3927 4548 1922 China 4799 4182 4474 2323 Botswana 4882 4054 4451 2424 Vietname 5674 3233 4437 2225 Paquistatildeo 4360 4497 4411 2526 Gana 4715 3892 4284 2627 Myanmar 3188 5367 4257 3628 Filipinas 4783 3707 4224 2929 Indoneacutesia 4570 3909 4219 2730 Repuacuteblica da 4390 4038 4193 2831 Iacutendia 3785 4288 4012 3032 Egipto 3276 4684 3955 3233 Bangladesh 3373 4504 3913 3334 Namiacutebia 5156 2676 3890 3135 Zacircmbia 4166 3444 3777 3536 Mali 3645 3721 3653 4037 Cazaquistatildeo 4416 2945 3650 3438 Benim 3294 3787 3508 4139 Venezuela 4112 2839 3442 3740 Jordacircnia 4636 2302 3436 3841 Senegal 3708 2865 3250 3942 Nepal 3533 2447 2948 4443 Moccedilambique 3830 1875 2809 4244 Camarotildees 3110 2179 2597 4345 Zimbabueacute 3348 1912 2583 4546 Burkina Faso 2974 1499 2182 4647 Malawi 2477 1650 2006 4748 Etioacutepia 3107 000 1488 4849 Serra Leoa 1706 1169 1370 4950 Haiti 1488 1322 1336 5051 Ieacutemen 000 181 000 51

Tabela 1 201516 ADI Pontuaccedilotildees e Classificaccedilotildees

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Paiacuteses Latino-americanos mais uma vez dominam o ranking do ADI com seis paiacuteses da regiatildeo entre os primeiros 10 Para a maioria dos 10 primeiros paiacuteses no ADI as mudanccedilas de posiccedilotildees foram o resultado de mudanccedilas graduais nos indicadores subjacentes que compotildeem o iacutendice Em alguns casos estas alteraccedilotildees foram mais acentuadas e foram o resultado de melhorias nas pontuaccedilotildees do sub-iacutendice das infraestruturas Foi o caso da Malaacutesia que registou um aumento significativo na velocidade de banda larga fixa e banda larga internacional por usuaacuterio no Peru onde a banda larga internacional por usuaacuterio quase duplicou e no Meacutexico que registou um aumento significativo na velocidade da banda larga fixa

Colocircmbia e Costa Rica novamente no topo da classificaccedilatildeo com resultados que refletem uma melhoria dos indicadores de infraestruturas e acessos Os dois paiacuteses tecircm abordado o desenvolvimento e a implementaccedilatildeo da nova poliacutetica da ICT de uma forma abrangente melhorando a acessibilidade nos dois paiacuteses mdash o preccedilo de um plano de 500MB na Colocircmbia caiu para pouco mais de 3 do RNB per capita e apenas 1 do RNB per capita na Costa Rica Ambos fizeram da melhoria do acesso agrave Internet uma prioridade nacional e estabeleceram parcerias com o sector privado para construir e compartilhar a infra-estrutura de modo a garantir um Mercado sustentaacutevel e saudaacutevel Cada paiacutes enfrenta os mesmos desafios globais agrave conectividade encontrados em grande parte do mundo incluindo a pobreza e grandes populaccedilotildees rurais e tecircm mantido o objectivo claro de permitir a conectividade a estes grupos marginalizados com habilidades digitais e programas de formaccedilatildeo e investimento em TIC no conteuacutedo criado localmente

ColocircmbiaGrande parte do sucesso da Colocircmbia ateacute agora tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo na implementaccedilatildeo de poliacuteticas eficazes e na criaccedilatildeo de parcerias no sector do TIC A taxa de 53 de infiltraccedilatildeo de Internet na Colocircmbia estaacute entre as mais elevadas de todos os paiacuteses abrangidos neste relatoacuterio Pode ser explicado em parte pela estrateacutegia diversificada do governo para melhorar a acessibilidade e os custos acessiacuteveis no paiacutes Esta estrateacutegia foi delineada na primeira fase do ldquoPlano Viva Digitalrdquo lanccedilado em 2010 e foi descrito no nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

bull Alguns dos factores por traacutes do sucesso desta primeira fase do plano incluem

bull A melhoria na utilizaccedilatildeo da banda larga atraveacutes de um aumento de certificaccedilatildeo e formaccedilatildeo em cultura digital suporte para teletrabalho e melhoria dos serviccedilos electroacutenicos do governo

bull Incentivos melhores para a adesatildeo agrave banda larga a todos os niacuteveis (tais como a eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e IVA sobre a compra de PCs subsiacutedios para computadores e tarifas especiais subsidiados para acesso agrave Internet em domiciacutelios de baixa renda)

bull Promover o desenvolvimento do sector das TIC atraveacutes de empreacutestimos especiais para estudar domiacutenios na aacuterea das TIC uma rede de laboratoacuterios puacuteblicos para a criaccedilatildeo de conteuacutedo uma rede corporativa (programa de estaacutegios para a comercializaccedilatildeo e desenvolvimento de aplicaccedilotildees) e alianccedilas com os governos regionais para desenvolver a induacutestria de TI local

bull Medidas reguladoras como a promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas desenvolvimento de regras mais claras para os operadores de redes moacuteveis virtuais (MVNO) esforccedilos para enfrentar o domiacutenio do mercado e eliminaccedilatildeo de claacuteusulas de permanecircnciafidelizaccedilatildeo (nas quais eacute exigido aos clientes ter um certo nuacutemero de meses em seus contratos)

Em 2014 o governo Colombiano lanccedilou uma segunda fase do seu plano de banda larga mdash ldquoPlano Viva Digital IIrdquo Dois dos principais objectivos do novo plano incluem (1) fazer da Colocircmbia um liacuteder mundial no desenvolvimento de aplicaccedilotildees do TIC para reduccedilatildeo da pobreza e (2) tornar o governo o ldquomais eficiente e transparente do mundordquo no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das TIC A atenccedilatildeo expliacutecita do plano para melhorar a vida dos mais pobres eacute um modelo de como as poliacuteticas de TIC podem ser direccionados para o benefiacutecio de grupos especiacuteficos da populaccedilatildeo

Costa RicaTal como com a Colocircmbia grande parte do sucesso da Costa Rica tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo Na Costa Rica esta vontade poliacutetica a alto niacutevel decorre de um compromisso juriacutedico para com

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21 PAIacuteSES LATINO-AMERICANOS NO TOPO DO IacuteNDICE PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

as TIC como instrumento de luta contra a pobreza promoccedilatildeo dos direitos humanos e da participaccedilatildeo democraacutetica A Costa Rica possui uma das maiores taxas de adesatildeo contractual de banda larga moacutevel (44) de todos os paiacuteses constantes no relatoacuterio e tambeacutem tem o mais acessiacutevel plano de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB) ao preccedilo de pouco mais de 1 do PIB per capita Aproximadamente 50 do paiacutes estaacute conectado agrave Internet

O trabalho do Fundo Nacional de Telecomunicaccedilotildees (FONATEL) tambeacutem tem sido crucial para acabar com a exclusatildeo digital do paiacutes Os esforccedilos da FONATEL tecircm-se centrado especificamente em (1) conectar

comunidades (por exemplo atraveacutes de escolas e centros comunitaacuterios) (2) conectar famiacutelias (incluindo famiacutelias seniores mulheres de empresaacuterios pessoas com deficiecircncia etc) (3) conectar organizaccedilotildees do sector puacuteblico e (4) estabelecer redes WiFi locais

O novo Plano de Desenvolvimento das Telecomunicaccedilotildees (Plan Nacional de Desarrollo de las Telecomunicaciones) desenvolvido atraveacutes de ampla consulta visa aumentar a utilizaccedilatildeo da Internet para a meacutedia encontrada no interior dos paiacuteses da OCDE e melhorar a velocidade de banda larga de pelo menos 80 da populaccedilatildeo com a taxa meacutedia encontrada em paiacuteses da OCDE

O fim do ADI deste ano eacute muito similar ao final do nosso iacutendice de 2014-15 Enquanto muitos dos 10 paiacuteses com classificaccedilatildeo mais baixa estiveram melhor em vaacuterios indicadores os mesmos natildeo melhoraram o suficiente para aumentar a sua classificaccedilatildeo global em relaccedilatildeo aos outros paiacuteses

Para a maior parte estes paiacuteses fizeram mais progressos no sub-iacutendice de acesso No Nepal por exemplo a taxa de adesatildeo aacute Internet aumentou dois pontos percentuais e a adesatildeo agraves conexotildees de banda larga moacutevel aumentou cerca

de cinco pontos percentuais (bem abaixo do aumento meacutedio de todo o iacutendice de 67 pontos percentuais)

Para paiacuteses como a Etioacutepia e Burkina Faso melhorias modestas no sub-iacutendice de acesso foram prejudicadas por quedas ou quaisquer alteraccedilotildees nos indicadores relacionados com a sub-indexaccedilatildeo de infra-estrutura (por exemplo banda larga internacional e velocidades de banda larga fixa) Esta falta de progresso deriva em parte do facto de importantes reformas poliacuteticas e regulatoacuterias necessaacuterias em ambos os paiacuteses estarem ainda em curso

O Myanmar deu o maior salto na classificaccedilatildeo do ADI subindo nove posiccedilotildees para 27 (vigeacutesima seacutetima) posiccedilatildeo Esta mudanccedila veio como resultado da abertura bem-sucedida do mercado de telecomunicaccedilotildees anteriormente detida pelo estado a novos operadores (2013)e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) (Ver caixa abaixo intitulada Myanmar para uma discussatildeo mais detalhada sobre as mudanccedilas recentes na regiatildeo) Esperamos que o Myanmar continue a melhorar no ADI uma vez que mudanccedilas raacutepidas na adesatildeo e utilizaccedilatildeo satildeo reflectidas em anaacutelise futura

Marrocos e Meacutexico entraram ambos no top 10 este ano cada um com um aumento de cinco pontos no ranking ADI deste ano O Meacutexico comeccedilou a ver os frutos das alteraccedilotildees agraves suas poliacuteticas e praacuteticas do sector do TIC

muitas das quais estatildeo alinhadas com as melhores praacuteticas descritas pela A4AI Apoacutes a aprovaccedilatildeo de uma nova lei de telecomunicaccedilotildees em 2014 o Meacutexico introduziu um licenciamento de serviccedilo e tecnologia neutra aumentou a consulta puacuteblica no processo de regulamentaccedilatildeo e pretende lanccedilar uma rede de 700MHz de acesso aberto em 2018 A subida do Marrocos nas classificaccedilotildees foi em grande parte devido agrave melhoria das infra-estruturas e resultados de reformas que comeccedilaram haacute duas deacutecadas Estas reformas institucionais iniciais incluiacuteram a criaccedilatildeo do regulador a Agecircncia Nacional Reguladora das Telecomunicaccedilotildees (ANRT) e um plano para a liberalizaccedilatildeo do sector Isto levou agrave eventual privatizaccedilatildeo da Marrocos Telecom (a concessionaacuteria estatal) o lanccedilamento precoce de serviccedilos 3G e a entrada de duas novas operadoras (Meditel e INWI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

22 O FIM DA TABELAFOR THE SECOND YEAR RUNNING

23 SUBIDA NAS CLASSIFICACcedilOtildeES MYANMAR MEacuteXICO amp MARROCOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

no mercado Estes eventos ocorreram bem antes da outros paiacuteses no Oriente Meacutedio e Norte da Aacutefrica (MENA)

Na verdade Marrocos tem um dos sistemas reguladores de telecomunicaccedilotildees mais avanccedilados e eficazes na Regiatildeo MENA O paiacutes tem implementado um regime de licenciamento razoavelmente transparente que permite opccedilotildees de licenciamento adicionais aumentando assim a concorrecircncia a diferentes niacuteveis de serviccedilo Em 2012 o governo lanccedilou um Plano Nacional de Banda Larga de dez anos com o objectivo de garantir o acesso agrave banda larga fixa ou moacutevel para toda a populaccedilatildeo ateacute 2022 O plano de banda larga tambeacutem inclui orientaccedilotildees especiacuteficas sobre a atribuiccedilatildeo de espectro para os serviccedilos de banda larga sem fio com e sem licenccedila Um ano apoacutes o lanccedilamento do novo plano de banda larga o ANRT

estabeleceu um novo plano nacional de frequecircncias que aborda a migraccedilatildeo e a atribuiccedilatildeo de espectro para novas aplicaccedilotildees de banda larga Em 2015 a questatildeo ART requer novas licenccedilas de 4G utilizando espectro disponiacutevel Ateacute o final de 2015 aproximadamente 19 da populaccedilatildeo era assinante de banda larga moacutevel12

Enquanto o dispositivo moacutevel continua a ser a forma dominante de acesso agrave banda larga em 2015 a ART decidiu incentivar a concorrecircncia na banda larga fixa Atualmente o mercado de banda larga fixa em Marrocos eacute principalmente controlado por uma empresa a Maroc Telecom A nova decisatildeo da ANRT iraacute permitir que outros prestadores de serviccedilos possam oferecer serviccedilos de banda larga fixos directamente aos clientes utilizando a infra-estrutura do operador encarregado

Muito tem sido feito apoacutes as tremendas mudanccedilas no sector de telecomunicaccedilotildees em Myanmar desde a aprovaccedilatildeo da Lei de Telecomunicaccedilotildees de 2013 passando o paiacutes de um monopoacutelio estatal para um mercado competitivo As reformas associadas incluem a futura criaccedilatildeo de um regulador independente e o desenvolvimento de regras claras e transparentes para o sector recentemente liberalizado com base em melhores praacuteticas internacionais

Em 2014 dois novos operadores de Telecomunicaccedilotildees do sector privado (Telenor and Ooredoo) entraram no mercado Desde entatildeo tecircm havido reduccedilotildees significativas nos preccedilos dos serviccedilos de banda larga com o preccedilo de um cartatildeo SIM passando de cerca de US$150 em 2013 para apenas US$150 em 20158

O processo de licitaccedilatildeo realizado pelo governo para seleccionar as duas novas operadoras de comunicaccedilotildees moacuteveis foi considerado como transparente e um exemplo de boas praacuteticas internacionais O governo garantiu compromissos das duas novas operadoras a investir fortemente no desenvolvimento de infra-estrutura de telecomunicaccedilotildees no paiacutes A Ooredoo por exemplo comprometeu-se a investir 15 mil milhotildees de doacutelares durante o periacuteodo de licenccedila de 15 anos e a Telenor delineou planos para investir mais de mil milhotildees de doacutelares no seu primeiro ano a explorar sozinho9 O provedor dos serviccedilos estatais encarregado da Myanmar Correios e Telecomunicaccedilotildees (MPT) tambeacutem firmou uma parceria com a empresa Japonesa KDDI-Sumitomo para melhorar as operaccedilotildees e as infra-estruturas de forma a expandir o serviccedilo

A Lei das Telecomunicaccedilotildees permite que as empresas independentes desenvolvam torres e infra-estrutura de fibra de modo a que os encargos de desenvolvimento de infra-estrutura natildeo sejam apenas da responsabilidade

das operadoras moacuteveis e do governo A partilha de torres aumentou e os custos desceram

A entrada tardia de Myanmar para o sector do TIC permitiu-lhe beneficiar da experiecircncia adquirida noutros paiacuteses As empresas de telecomunicaccedilatildeo saltaram as tecnologias obsoletas e optaram por usar e investir em tecnologia 3G desde o iniacutecio enquanto o governo tem adoptado poliacuteticas progressistas como um quadro de licenciamento unificado e promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas por parte dos operadores

Tudo isso levou a um mercado altamente competitivo e vibrante O sector de telecomunicaccedilotildees tornou-se alvo de investimento estrangeiro atraente perdendo somente para o sector da energia Myanmar tem testemunhado um aumento sem precedentes no nuacutemero de assinantes de banda larga provocado em parte pela disponibilidade de smartphones mais acessiacuteveis No final de 2013 o nuacutemero total do nuacutemero de conexotildees de banda larga moacutevel foi de 17 milhotildees ateacute o final de 2015 este nuacutemero havia crescido mais de 800 para 156 milhotildees10

Apesar deste progresso dramaacutetico o nuacutemero de conectados agora representam apenas 18 da populaccedilatildeo Ainda haacute muito a ser feito Prioridades devem incluir um papel de relevo nas infra-estruturas durante os proacuteximos anos enfrentar o alcance limitado da rede eleacutectrica melhorar o controlo do cumprimento das licenccedilas aumentar a partilha de infra-estruturas e melhorar a capacidade humana e institucional do paiacutes para enfrentar esses desafios A Coligaccedilatildeo dos Multi-actores da A4AI-Myanmar estaacute a trabalhar para informar o novo Plano Principal de Telecomunicaccedilotildees do governo e para manter o ritmo visto ao longo dos uacuteltimos anos para melhoria da acessibilidade e expansatildeo do acesso

MYANMAR RAacutePIDAS MUDANCcedilAS NUM MERCADO EMERGENTE

8 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf9 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf10 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)11 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

19

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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20

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

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2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

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Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

A M

OBI

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BAND

(500

MB)

PLA

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CAP

ITA

0

2

4

6

10

8

14

12

18

16

Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 14: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Posiccedilatildeo 2015

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Infraestruturas

Resultado de Contagem do ADI

Posiccedilatildeo 2014

1 Colocircmbia 6945 6085 6532 22 Costa Rica 7888 5000 6460 13 Malaacutesia 6957 5669 6328 44 Turquia 6585 5860 6235 35 Peru 6193 6148 6182 56 Brasil 5928 6035 5990 67 Marrocos 6167 4932 5551 128 Mauriacutecias 6558 4481 5520 79 Meacutexico 5668 5105 5385 1410 Argentina 5716 4958 5335 911 Ruanda 5442 5190 5313 1012 Nigeacuteria 5783 4793 5285 1113 Tailacircndia 6072 4413 5239 1314 Jamaica 5902 4279 5084 1615 Ecuador 5399 4735 5060 816 Uganda 5653 4244 4940 1517 Rep Dominicana 5307 4163 4723 1818 Tuniacutesia 4680 4711 4683 1719 Africa do Sul 5457 3859 4644 2020 Gacircmbia 4912 4281 4582 2121 Queacutenia 5200 3927 4548 1922 China 4799 4182 4474 2323 Botswana 4882 4054 4451 2424 Vietname 5674 3233 4437 2225 Paquistatildeo 4360 4497 4411 2526 Gana 4715 3892 4284 2627 Myanmar 3188 5367 4257 3628 Filipinas 4783 3707 4224 2929 Indoneacutesia 4570 3909 4219 2730 Repuacuteblica da 4390 4038 4193 2831 Iacutendia 3785 4288 4012 3032 Egipto 3276 4684 3955 3233 Bangladesh 3373 4504 3913 3334 Namiacutebia 5156 2676 3890 3135 Zacircmbia 4166 3444 3777 3536 Mali 3645 3721 3653 4037 Cazaquistatildeo 4416 2945 3650 3438 Benim 3294 3787 3508 4139 Venezuela 4112 2839 3442 3740 Jordacircnia 4636 2302 3436 3841 Senegal 3708 2865 3250 3942 Nepal 3533 2447 2948 4443 Moccedilambique 3830 1875 2809 4244 Camarotildees 3110 2179 2597 4345 Zimbabueacute 3348 1912 2583 4546 Burkina Faso 2974 1499 2182 4647 Malawi 2477 1650 2006 4748 Etioacutepia 3107 000 1488 4849 Serra Leoa 1706 1169 1370 4950 Haiti 1488 1322 1336 5051 Ieacutemen 000 181 000 51

Tabela 1 201516 ADI Pontuaccedilotildees e Classificaccedilotildees

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Paiacuteses Latino-americanos mais uma vez dominam o ranking do ADI com seis paiacuteses da regiatildeo entre os primeiros 10 Para a maioria dos 10 primeiros paiacuteses no ADI as mudanccedilas de posiccedilotildees foram o resultado de mudanccedilas graduais nos indicadores subjacentes que compotildeem o iacutendice Em alguns casos estas alteraccedilotildees foram mais acentuadas e foram o resultado de melhorias nas pontuaccedilotildees do sub-iacutendice das infraestruturas Foi o caso da Malaacutesia que registou um aumento significativo na velocidade de banda larga fixa e banda larga internacional por usuaacuterio no Peru onde a banda larga internacional por usuaacuterio quase duplicou e no Meacutexico que registou um aumento significativo na velocidade da banda larga fixa

Colocircmbia e Costa Rica novamente no topo da classificaccedilatildeo com resultados que refletem uma melhoria dos indicadores de infraestruturas e acessos Os dois paiacuteses tecircm abordado o desenvolvimento e a implementaccedilatildeo da nova poliacutetica da ICT de uma forma abrangente melhorando a acessibilidade nos dois paiacuteses mdash o preccedilo de um plano de 500MB na Colocircmbia caiu para pouco mais de 3 do RNB per capita e apenas 1 do RNB per capita na Costa Rica Ambos fizeram da melhoria do acesso agrave Internet uma prioridade nacional e estabeleceram parcerias com o sector privado para construir e compartilhar a infra-estrutura de modo a garantir um Mercado sustentaacutevel e saudaacutevel Cada paiacutes enfrenta os mesmos desafios globais agrave conectividade encontrados em grande parte do mundo incluindo a pobreza e grandes populaccedilotildees rurais e tecircm mantido o objectivo claro de permitir a conectividade a estes grupos marginalizados com habilidades digitais e programas de formaccedilatildeo e investimento em TIC no conteuacutedo criado localmente

ColocircmbiaGrande parte do sucesso da Colocircmbia ateacute agora tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo na implementaccedilatildeo de poliacuteticas eficazes e na criaccedilatildeo de parcerias no sector do TIC A taxa de 53 de infiltraccedilatildeo de Internet na Colocircmbia estaacute entre as mais elevadas de todos os paiacuteses abrangidos neste relatoacuterio Pode ser explicado em parte pela estrateacutegia diversificada do governo para melhorar a acessibilidade e os custos acessiacuteveis no paiacutes Esta estrateacutegia foi delineada na primeira fase do ldquoPlano Viva Digitalrdquo lanccedilado em 2010 e foi descrito no nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

bull Alguns dos factores por traacutes do sucesso desta primeira fase do plano incluem

bull A melhoria na utilizaccedilatildeo da banda larga atraveacutes de um aumento de certificaccedilatildeo e formaccedilatildeo em cultura digital suporte para teletrabalho e melhoria dos serviccedilos electroacutenicos do governo

bull Incentivos melhores para a adesatildeo agrave banda larga a todos os niacuteveis (tais como a eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e IVA sobre a compra de PCs subsiacutedios para computadores e tarifas especiais subsidiados para acesso agrave Internet em domiciacutelios de baixa renda)

bull Promover o desenvolvimento do sector das TIC atraveacutes de empreacutestimos especiais para estudar domiacutenios na aacuterea das TIC uma rede de laboratoacuterios puacuteblicos para a criaccedilatildeo de conteuacutedo uma rede corporativa (programa de estaacutegios para a comercializaccedilatildeo e desenvolvimento de aplicaccedilotildees) e alianccedilas com os governos regionais para desenvolver a induacutestria de TI local

bull Medidas reguladoras como a promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas desenvolvimento de regras mais claras para os operadores de redes moacuteveis virtuais (MVNO) esforccedilos para enfrentar o domiacutenio do mercado e eliminaccedilatildeo de claacuteusulas de permanecircnciafidelizaccedilatildeo (nas quais eacute exigido aos clientes ter um certo nuacutemero de meses em seus contratos)

Em 2014 o governo Colombiano lanccedilou uma segunda fase do seu plano de banda larga mdash ldquoPlano Viva Digital IIrdquo Dois dos principais objectivos do novo plano incluem (1) fazer da Colocircmbia um liacuteder mundial no desenvolvimento de aplicaccedilotildees do TIC para reduccedilatildeo da pobreza e (2) tornar o governo o ldquomais eficiente e transparente do mundordquo no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das TIC A atenccedilatildeo expliacutecita do plano para melhorar a vida dos mais pobres eacute um modelo de como as poliacuteticas de TIC podem ser direccionados para o benefiacutecio de grupos especiacuteficos da populaccedilatildeo

Costa RicaTal como com a Colocircmbia grande parte do sucesso da Costa Rica tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo Na Costa Rica esta vontade poliacutetica a alto niacutevel decorre de um compromisso juriacutedico para com

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21 PAIacuteSES LATINO-AMERICANOS NO TOPO DO IacuteNDICE PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

as TIC como instrumento de luta contra a pobreza promoccedilatildeo dos direitos humanos e da participaccedilatildeo democraacutetica A Costa Rica possui uma das maiores taxas de adesatildeo contractual de banda larga moacutevel (44) de todos os paiacuteses constantes no relatoacuterio e tambeacutem tem o mais acessiacutevel plano de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB) ao preccedilo de pouco mais de 1 do PIB per capita Aproximadamente 50 do paiacutes estaacute conectado agrave Internet

O trabalho do Fundo Nacional de Telecomunicaccedilotildees (FONATEL) tambeacutem tem sido crucial para acabar com a exclusatildeo digital do paiacutes Os esforccedilos da FONATEL tecircm-se centrado especificamente em (1) conectar

comunidades (por exemplo atraveacutes de escolas e centros comunitaacuterios) (2) conectar famiacutelias (incluindo famiacutelias seniores mulheres de empresaacuterios pessoas com deficiecircncia etc) (3) conectar organizaccedilotildees do sector puacuteblico e (4) estabelecer redes WiFi locais

O novo Plano de Desenvolvimento das Telecomunicaccedilotildees (Plan Nacional de Desarrollo de las Telecomunicaciones) desenvolvido atraveacutes de ampla consulta visa aumentar a utilizaccedilatildeo da Internet para a meacutedia encontrada no interior dos paiacuteses da OCDE e melhorar a velocidade de banda larga de pelo menos 80 da populaccedilatildeo com a taxa meacutedia encontrada em paiacuteses da OCDE

O fim do ADI deste ano eacute muito similar ao final do nosso iacutendice de 2014-15 Enquanto muitos dos 10 paiacuteses com classificaccedilatildeo mais baixa estiveram melhor em vaacuterios indicadores os mesmos natildeo melhoraram o suficiente para aumentar a sua classificaccedilatildeo global em relaccedilatildeo aos outros paiacuteses

Para a maior parte estes paiacuteses fizeram mais progressos no sub-iacutendice de acesso No Nepal por exemplo a taxa de adesatildeo aacute Internet aumentou dois pontos percentuais e a adesatildeo agraves conexotildees de banda larga moacutevel aumentou cerca

de cinco pontos percentuais (bem abaixo do aumento meacutedio de todo o iacutendice de 67 pontos percentuais)

Para paiacuteses como a Etioacutepia e Burkina Faso melhorias modestas no sub-iacutendice de acesso foram prejudicadas por quedas ou quaisquer alteraccedilotildees nos indicadores relacionados com a sub-indexaccedilatildeo de infra-estrutura (por exemplo banda larga internacional e velocidades de banda larga fixa) Esta falta de progresso deriva em parte do facto de importantes reformas poliacuteticas e regulatoacuterias necessaacuterias em ambos os paiacuteses estarem ainda em curso

O Myanmar deu o maior salto na classificaccedilatildeo do ADI subindo nove posiccedilotildees para 27 (vigeacutesima seacutetima) posiccedilatildeo Esta mudanccedila veio como resultado da abertura bem-sucedida do mercado de telecomunicaccedilotildees anteriormente detida pelo estado a novos operadores (2013)e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) (Ver caixa abaixo intitulada Myanmar para uma discussatildeo mais detalhada sobre as mudanccedilas recentes na regiatildeo) Esperamos que o Myanmar continue a melhorar no ADI uma vez que mudanccedilas raacutepidas na adesatildeo e utilizaccedilatildeo satildeo reflectidas em anaacutelise futura

Marrocos e Meacutexico entraram ambos no top 10 este ano cada um com um aumento de cinco pontos no ranking ADI deste ano O Meacutexico comeccedilou a ver os frutos das alteraccedilotildees agraves suas poliacuteticas e praacuteticas do sector do TIC

muitas das quais estatildeo alinhadas com as melhores praacuteticas descritas pela A4AI Apoacutes a aprovaccedilatildeo de uma nova lei de telecomunicaccedilotildees em 2014 o Meacutexico introduziu um licenciamento de serviccedilo e tecnologia neutra aumentou a consulta puacuteblica no processo de regulamentaccedilatildeo e pretende lanccedilar uma rede de 700MHz de acesso aberto em 2018 A subida do Marrocos nas classificaccedilotildees foi em grande parte devido agrave melhoria das infra-estruturas e resultados de reformas que comeccedilaram haacute duas deacutecadas Estas reformas institucionais iniciais incluiacuteram a criaccedilatildeo do regulador a Agecircncia Nacional Reguladora das Telecomunicaccedilotildees (ANRT) e um plano para a liberalizaccedilatildeo do sector Isto levou agrave eventual privatizaccedilatildeo da Marrocos Telecom (a concessionaacuteria estatal) o lanccedilamento precoce de serviccedilos 3G e a entrada de duas novas operadoras (Meditel e INWI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

22 O FIM DA TABELAFOR THE SECOND YEAR RUNNING

23 SUBIDA NAS CLASSIFICACcedilOtildeES MYANMAR MEacuteXICO amp MARROCOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

no mercado Estes eventos ocorreram bem antes da outros paiacuteses no Oriente Meacutedio e Norte da Aacutefrica (MENA)

Na verdade Marrocos tem um dos sistemas reguladores de telecomunicaccedilotildees mais avanccedilados e eficazes na Regiatildeo MENA O paiacutes tem implementado um regime de licenciamento razoavelmente transparente que permite opccedilotildees de licenciamento adicionais aumentando assim a concorrecircncia a diferentes niacuteveis de serviccedilo Em 2012 o governo lanccedilou um Plano Nacional de Banda Larga de dez anos com o objectivo de garantir o acesso agrave banda larga fixa ou moacutevel para toda a populaccedilatildeo ateacute 2022 O plano de banda larga tambeacutem inclui orientaccedilotildees especiacuteficas sobre a atribuiccedilatildeo de espectro para os serviccedilos de banda larga sem fio com e sem licenccedila Um ano apoacutes o lanccedilamento do novo plano de banda larga o ANRT

estabeleceu um novo plano nacional de frequecircncias que aborda a migraccedilatildeo e a atribuiccedilatildeo de espectro para novas aplicaccedilotildees de banda larga Em 2015 a questatildeo ART requer novas licenccedilas de 4G utilizando espectro disponiacutevel Ateacute o final de 2015 aproximadamente 19 da populaccedilatildeo era assinante de banda larga moacutevel12

Enquanto o dispositivo moacutevel continua a ser a forma dominante de acesso agrave banda larga em 2015 a ART decidiu incentivar a concorrecircncia na banda larga fixa Atualmente o mercado de banda larga fixa em Marrocos eacute principalmente controlado por uma empresa a Maroc Telecom A nova decisatildeo da ANRT iraacute permitir que outros prestadores de serviccedilos possam oferecer serviccedilos de banda larga fixos directamente aos clientes utilizando a infra-estrutura do operador encarregado

Muito tem sido feito apoacutes as tremendas mudanccedilas no sector de telecomunicaccedilotildees em Myanmar desde a aprovaccedilatildeo da Lei de Telecomunicaccedilotildees de 2013 passando o paiacutes de um monopoacutelio estatal para um mercado competitivo As reformas associadas incluem a futura criaccedilatildeo de um regulador independente e o desenvolvimento de regras claras e transparentes para o sector recentemente liberalizado com base em melhores praacuteticas internacionais

Em 2014 dois novos operadores de Telecomunicaccedilotildees do sector privado (Telenor and Ooredoo) entraram no mercado Desde entatildeo tecircm havido reduccedilotildees significativas nos preccedilos dos serviccedilos de banda larga com o preccedilo de um cartatildeo SIM passando de cerca de US$150 em 2013 para apenas US$150 em 20158

O processo de licitaccedilatildeo realizado pelo governo para seleccionar as duas novas operadoras de comunicaccedilotildees moacuteveis foi considerado como transparente e um exemplo de boas praacuteticas internacionais O governo garantiu compromissos das duas novas operadoras a investir fortemente no desenvolvimento de infra-estrutura de telecomunicaccedilotildees no paiacutes A Ooredoo por exemplo comprometeu-se a investir 15 mil milhotildees de doacutelares durante o periacuteodo de licenccedila de 15 anos e a Telenor delineou planos para investir mais de mil milhotildees de doacutelares no seu primeiro ano a explorar sozinho9 O provedor dos serviccedilos estatais encarregado da Myanmar Correios e Telecomunicaccedilotildees (MPT) tambeacutem firmou uma parceria com a empresa Japonesa KDDI-Sumitomo para melhorar as operaccedilotildees e as infra-estruturas de forma a expandir o serviccedilo

A Lei das Telecomunicaccedilotildees permite que as empresas independentes desenvolvam torres e infra-estrutura de fibra de modo a que os encargos de desenvolvimento de infra-estrutura natildeo sejam apenas da responsabilidade

das operadoras moacuteveis e do governo A partilha de torres aumentou e os custos desceram

A entrada tardia de Myanmar para o sector do TIC permitiu-lhe beneficiar da experiecircncia adquirida noutros paiacuteses As empresas de telecomunicaccedilatildeo saltaram as tecnologias obsoletas e optaram por usar e investir em tecnologia 3G desde o iniacutecio enquanto o governo tem adoptado poliacuteticas progressistas como um quadro de licenciamento unificado e promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas por parte dos operadores

Tudo isso levou a um mercado altamente competitivo e vibrante O sector de telecomunicaccedilotildees tornou-se alvo de investimento estrangeiro atraente perdendo somente para o sector da energia Myanmar tem testemunhado um aumento sem precedentes no nuacutemero de assinantes de banda larga provocado em parte pela disponibilidade de smartphones mais acessiacuteveis No final de 2013 o nuacutemero total do nuacutemero de conexotildees de banda larga moacutevel foi de 17 milhotildees ateacute o final de 2015 este nuacutemero havia crescido mais de 800 para 156 milhotildees10

Apesar deste progresso dramaacutetico o nuacutemero de conectados agora representam apenas 18 da populaccedilatildeo Ainda haacute muito a ser feito Prioridades devem incluir um papel de relevo nas infra-estruturas durante os proacuteximos anos enfrentar o alcance limitado da rede eleacutectrica melhorar o controlo do cumprimento das licenccedilas aumentar a partilha de infra-estruturas e melhorar a capacidade humana e institucional do paiacutes para enfrentar esses desafios A Coligaccedilatildeo dos Multi-actores da A4AI-Myanmar estaacute a trabalhar para informar o novo Plano Principal de Telecomunicaccedilotildees do governo e para manter o ritmo visto ao longo dos uacuteltimos anos para melhoria da acessibilidade e expansatildeo do acesso

MYANMAR RAacutePIDAS MUDANCcedilAS NUM MERCADO EMERGENTE

8 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf9 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf10 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)11 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

23

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

24

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

29

34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

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41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

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10

8

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18

16

Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 15: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Paiacuteses Latino-americanos mais uma vez dominam o ranking do ADI com seis paiacuteses da regiatildeo entre os primeiros 10 Para a maioria dos 10 primeiros paiacuteses no ADI as mudanccedilas de posiccedilotildees foram o resultado de mudanccedilas graduais nos indicadores subjacentes que compotildeem o iacutendice Em alguns casos estas alteraccedilotildees foram mais acentuadas e foram o resultado de melhorias nas pontuaccedilotildees do sub-iacutendice das infraestruturas Foi o caso da Malaacutesia que registou um aumento significativo na velocidade de banda larga fixa e banda larga internacional por usuaacuterio no Peru onde a banda larga internacional por usuaacuterio quase duplicou e no Meacutexico que registou um aumento significativo na velocidade da banda larga fixa

Colocircmbia e Costa Rica novamente no topo da classificaccedilatildeo com resultados que refletem uma melhoria dos indicadores de infraestruturas e acessos Os dois paiacuteses tecircm abordado o desenvolvimento e a implementaccedilatildeo da nova poliacutetica da ICT de uma forma abrangente melhorando a acessibilidade nos dois paiacuteses mdash o preccedilo de um plano de 500MB na Colocircmbia caiu para pouco mais de 3 do RNB per capita e apenas 1 do RNB per capita na Costa Rica Ambos fizeram da melhoria do acesso agrave Internet uma prioridade nacional e estabeleceram parcerias com o sector privado para construir e compartilhar a infra-estrutura de modo a garantir um Mercado sustentaacutevel e saudaacutevel Cada paiacutes enfrenta os mesmos desafios globais agrave conectividade encontrados em grande parte do mundo incluindo a pobreza e grandes populaccedilotildees rurais e tecircm mantido o objectivo claro de permitir a conectividade a estes grupos marginalizados com habilidades digitais e programas de formaccedilatildeo e investimento em TIC no conteuacutedo criado localmente

ColocircmbiaGrande parte do sucesso da Colocircmbia ateacute agora tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo na implementaccedilatildeo de poliacuteticas eficazes e na criaccedilatildeo de parcerias no sector do TIC A taxa de 53 de infiltraccedilatildeo de Internet na Colocircmbia estaacute entre as mais elevadas de todos os paiacuteses abrangidos neste relatoacuterio Pode ser explicado em parte pela estrateacutegia diversificada do governo para melhorar a acessibilidade e os custos acessiacuteveis no paiacutes Esta estrateacutegia foi delineada na primeira fase do ldquoPlano Viva Digitalrdquo lanccedilado em 2010 e foi descrito no nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

bull Alguns dos factores por traacutes do sucesso desta primeira fase do plano incluem

bull A melhoria na utilizaccedilatildeo da banda larga atraveacutes de um aumento de certificaccedilatildeo e formaccedilatildeo em cultura digital suporte para teletrabalho e melhoria dos serviccedilos electroacutenicos do governo

bull Incentivos melhores para a adesatildeo agrave banda larga a todos os niacuteveis (tais como a eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e IVA sobre a compra de PCs subsiacutedios para computadores e tarifas especiais subsidiados para acesso agrave Internet em domiciacutelios de baixa renda)

bull Promover o desenvolvimento do sector das TIC atraveacutes de empreacutestimos especiais para estudar domiacutenios na aacuterea das TIC uma rede de laboratoacuterios puacuteblicos para a criaccedilatildeo de conteuacutedo uma rede corporativa (programa de estaacutegios para a comercializaccedilatildeo e desenvolvimento de aplicaccedilotildees) e alianccedilas com os governos regionais para desenvolver a induacutestria de TI local

bull Medidas reguladoras como a promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas desenvolvimento de regras mais claras para os operadores de redes moacuteveis virtuais (MVNO) esforccedilos para enfrentar o domiacutenio do mercado e eliminaccedilatildeo de claacuteusulas de permanecircnciafidelizaccedilatildeo (nas quais eacute exigido aos clientes ter um certo nuacutemero de meses em seus contratos)

Em 2014 o governo Colombiano lanccedilou uma segunda fase do seu plano de banda larga mdash ldquoPlano Viva Digital IIrdquo Dois dos principais objectivos do novo plano incluem (1) fazer da Colocircmbia um liacuteder mundial no desenvolvimento de aplicaccedilotildees do TIC para reduccedilatildeo da pobreza e (2) tornar o governo o ldquomais eficiente e transparente do mundordquo no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das TIC A atenccedilatildeo expliacutecita do plano para melhorar a vida dos mais pobres eacute um modelo de como as poliacuteticas de TIC podem ser direccionados para o benefiacutecio de grupos especiacuteficos da populaccedilatildeo

Costa RicaTal como com a Colocircmbia grande parte do sucesso da Costa Rica tem sido impulsionado pela lideranccedila do governo Na Costa Rica esta vontade poliacutetica a alto niacutevel decorre de um compromisso juriacutedico para com

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21 PAIacuteSES LATINO-AMERICANOS NO TOPO DO IacuteNDICE PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

as TIC como instrumento de luta contra a pobreza promoccedilatildeo dos direitos humanos e da participaccedilatildeo democraacutetica A Costa Rica possui uma das maiores taxas de adesatildeo contractual de banda larga moacutevel (44) de todos os paiacuteses constantes no relatoacuterio e tambeacutem tem o mais acessiacutevel plano de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB) ao preccedilo de pouco mais de 1 do PIB per capita Aproximadamente 50 do paiacutes estaacute conectado agrave Internet

O trabalho do Fundo Nacional de Telecomunicaccedilotildees (FONATEL) tambeacutem tem sido crucial para acabar com a exclusatildeo digital do paiacutes Os esforccedilos da FONATEL tecircm-se centrado especificamente em (1) conectar

comunidades (por exemplo atraveacutes de escolas e centros comunitaacuterios) (2) conectar famiacutelias (incluindo famiacutelias seniores mulheres de empresaacuterios pessoas com deficiecircncia etc) (3) conectar organizaccedilotildees do sector puacuteblico e (4) estabelecer redes WiFi locais

O novo Plano de Desenvolvimento das Telecomunicaccedilotildees (Plan Nacional de Desarrollo de las Telecomunicaciones) desenvolvido atraveacutes de ampla consulta visa aumentar a utilizaccedilatildeo da Internet para a meacutedia encontrada no interior dos paiacuteses da OCDE e melhorar a velocidade de banda larga de pelo menos 80 da populaccedilatildeo com a taxa meacutedia encontrada em paiacuteses da OCDE

O fim do ADI deste ano eacute muito similar ao final do nosso iacutendice de 2014-15 Enquanto muitos dos 10 paiacuteses com classificaccedilatildeo mais baixa estiveram melhor em vaacuterios indicadores os mesmos natildeo melhoraram o suficiente para aumentar a sua classificaccedilatildeo global em relaccedilatildeo aos outros paiacuteses

Para a maior parte estes paiacuteses fizeram mais progressos no sub-iacutendice de acesso No Nepal por exemplo a taxa de adesatildeo aacute Internet aumentou dois pontos percentuais e a adesatildeo agraves conexotildees de banda larga moacutevel aumentou cerca

de cinco pontos percentuais (bem abaixo do aumento meacutedio de todo o iacutendice de 67 pontos percentuais)

Para paiacuteses como a Etioacutepia e Burkina Faso melhorias modestas no sub-iacutendice de acesso foram prejudicadas por quedas ou quaisquer alteraccedilotildees nos indicadores relacionados com a sub-indexaccedilatildeo de infra-estrutura (por exemplo banda larga internacional e velocidades de banda larga fixa) Esta falta de progresso deriva em parte do facto de importantes reformas poliacuteticas e regulatoacuterias necessaacuterias em ambos os paiacuteses estarem ainda em curso

O Myanmar deu o maior salto na classificaccedilatildeo do ADI subindo nove posiccedilotildees para 27 (vigeacutesima seacutetima) posiccedilatildeo Esta mudanccedila veio como resultado da abertura bem-sucedida do mercado de telecomunicaccedilotildees anteriormente detida pelo estado a novos operadores (2013)e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) (Ver caixa abaixo intitulada Myanmar para uma discussatildeo mais detalhada sobre as mudanccedilas recentes na regiatildeo) Esperamos que o Myanmar continue a melhorar no ADI uma vez que mudanccedilas raacutepidas na adesatildeo e utilizaccedilatildeo satildeo reflectidas em anaacutelise futura

Marrocos e Meacutexico entraram ambos no top 10 este ano cada um com um aumento de cinco pontos no ranking ADI deste ano O Meacutexico comeccedilou a ver os frutos das alteraccedilotildees agraves suas poliacuteticas e praacuteticas do sector do TIC

muitas das quais estatildeo alinhadas com as melhores praacuteticas descritas pela A4AI Apoacutes a aprovaccedilatildeo de uma nova lei de telecomunicaccedilotildees em 2014 o Meacutexico introduziu um licenciamento de serviccedilo e tecnologia neutra aumentou a consulta puacuteblica no processo de regulamentaccedilatildeo e pretende lanccedilar uma rede de 700MHz de acesso aberto em 2018 A subida do Marrocos nas classificaccedilotildees foi em grande parte devido agrave melhoria das infra-estruturas e resultados de reformas que comeccedilaram haacute duas deacutecadas Estas reformas institucionais iniciais incluiacuteram a criaccedilatildeo do regulador a Agecircncia Nacional Reguladora das Telecomunicaccedilotildees (ANRT) e um plano para a liberalizaccedilatildeo do sector Isto levou agrave eventual privatizaccedilatildeo da Marrocos Telecom (a concessionaacuteria estatal) o lanccedilamento precoce de serviccedilos 3G e a entrada de duas novas operadoras (Meditel e INWI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

22 O FIM DA TABELAFOR THE SECOND YEAR RUNNING

23 SUBIDA NAS CLASSIFICACcedilOtildeES MYANMAR MEacuteXICO amp MARROCOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

no mercado Estes eventos ocorreram bem antes da outros paiacuteses no Oriente Meacutedio e Norte da Aacutefrica (MENA)

Na verdade Marrocos tem um dos sistemas reguladores de telecomunicaccedilotildees mais avanccedilados e eficazes na Regiatildeo MENA O paiacutes tem implementado um regime de licenciamento razoavelmente transparente que permite opccedilotildees de licenciamento adicionais aumentando assim a concorrecircncia a diferentes niacuteveis de serviccedilo Em 2012 o governo lanccedilou um Plano Nacional de Banda Larga de dez anos com o objectivo de garantir o acesso agrave banda larga fixa ou moacutevel para toda a populaccedilatildeo ateacute 2022 O plano de banda larga tambeacutem inclui orientaccedilotildees especiacuteficas sobre a atribuiccedilatildeo de espectro para os serviccedilos de banda larga sem fio com e sem licenccedila Um ano apoacutes o lanccedilamento do novo plano de banda larga o ANRT

estabeleceu um novo plano nacional de frequecircncias que aborda a migraccedilatildeo e a atribuiccedilatildeo de espectro para novas aplicaccedilotildees de banda larga Em 2015 a questatildeo ART requer novas licenccedilas de 4G utilizando espectro disponiacutevel Ateacute o final de 2015 aproximadamente 19 da populaccedilatildeo era assinante de banda larga moacutevel12

Enquanto o dispositivo moacutevel continua a ser a forma dominante de acesso agrave banda larga em 2015 a ART decidiu incentivar a concorrecircncia na banda larga fixa Atualmente o mercado de banda larga fixa em Marrocos eacute principalmente controlado por uma empresa a Maroc Telecom A nova decisatildeo da ANRT iraacute permitir que outros prestadores de serviccedilos possam oferecer serviccedilos de banda larga fixos directamente aos clientes utilizando a infra-estrutura do operador encarregado

Muito tem sido feito apoacutes as tremendas mudanccedilas no sector de telecomunicaccedilotildees em Myanmar desde a aprovaccedilatildeo da Lei de Telecomunicaccedilotildees de 2013 passando o paiacutes de um monopoacutelio estatal para um mercado competitivo As reformas associadas incluem a futura criaccedilatildeo de um regulador independente e o desenvolvimento de regras claras e transparentes para o sector recentemente liberalizado com base em melhores praacuteticas internacionais

Em 2014 dois novos operadores de Telecomunicaccedilotildees do sector privado (Telenor and Ooredoo) entraram no mercado Desde entatildeo tecircm havido reduccedilotildees significativas nos preccedilos dos serviccedilos de banda larga com o preccedilo de um cartatildeo SIM passando de cerca de US$150 em 2013 para apenas US$150 em 20158

O processo de licitaccedilatildeo realizado pelo governo para seleccionar as duas novas operadoras de comunicaccedilotildees moacuteveis foi considerado como transparente e um exemplo de boas praacuteticas internacionais O governo garantiu compromissos das duas novas operadoras a investir fortemente no desenvolvimento de infra-estrutura de telecomunicaccedilotildees no paiacutes A Ooredoo por exemplo comprometeu-se a investir 15 mil milhotildees de doacutelares durante o periacuteodo de licenccedila de 15 anos e a Telenor delineou planos para investir mais de mil milhotildees de doacutelares no seu primeiro ano a explorar sozinho9 O provedor dos serviccedilos estatais encarregado da Myanmar Correios e Telecomunicaccedilotildees (MPT) tambeacutem firmou uma parceria com a empresa Japonesa KDDI-Sumitomo para melhorar as operaccedilotildees e as infra-estruturas de forma a expandir o serviccedilo

A Lei das Telecomunicaccedilotildees permite que as empresas independentes desenvolvam torres e infra-estrutura de fibra de modo a que os encargos de desenvolvimento de infra-estrutura natildeo sejam apenas da responsabilidade

das operadoras moacuteveis e do governo A partilha de torres aumentou e os custos desceram

A entrada tardia de Myanmar para o sector do TIC permitiu-lhe beneficiar da experiecircncia adquirida noutros paiacuteses As empresas de telecomunicaccedilatildeo saltaram as tecnologias obsoletas e optaram por usar e investir em tecnologia 3G desde o iniacutecio enquanto o governo tem adoptado poliacuteticas progressistas como um quadro de licenciamento unificado e promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas por parte dos operadores

Tudo isso levou a um mercado altamente competitivo e vibrante O sector de telecomunicaccedilotildees tornou-se alvo de investimento estrangeiro atraente perdendo somente para o sector da energia Myanmar tem testemunhado um aumento sem precedentes no nuacutemero de assinantes de banda larga provocado em parte pela disponibilidade de smartphones mais acessiacuteveis No final de 2013 o nuacutemero total do nuacutemero de conexotildees de banda larga moacutevel foi de 17 milhotildees ateacute o final de 2015 este nuacutemero havia crescido mais de 800 para 156 milhotildees10

Apesar deste progresso dramaacutetico o nuacutemero de conectados agora representam apenas 18 da populaccedilatildeo Ainda haacute muito a ser feito Prioridades devem incluir um papel de relevo nas infra-estruturas durante os proacuteximos anos enfrentar o alcance limitado da rede eleacutectrica melhorar o controlo do cumprimento das licenccedilas aumentar a partilha de infra-estruturas e melhorar a capacidade humana e institucional do paiacutes para enfrentar esses desafios A Coligaccedilatildeo dos Multi-actores da A4AI-Myanmar estaacute a trabalhar para informar o novo Plano Principal de Telecomunicaccedilotildees do governo e para manter o ritmo visto ao longo dos uacuteltimos anos para melhoria da acessibilidade e expansatildeo do acesso

MYANMAR RAacutePIDAS MUDANCcedilAS NUM MERCADO EMERGENTE

8 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf9 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf10 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)11 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)

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18

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

19

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

A M

OBI

LE B

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(500

MB)

PLA

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F GN

I PER

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0

2

4

6

10

8

14

12

18

16

Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

34

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

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51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

49

Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

wwwa4aiorgAlliance for Affordable Internet | 1110 Vermont Ave NW Suite 500 Washington DC 20005 USA

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 16: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

as TIC como instrumento de luta contra a pobreza promoccedilatildeo dos direitos humanos e da participaccedilatildeo democraacutetica A Costa Rica possui uma das maiores taxas de adesatildeo contractual de banda larga moacutevel (44) de todos os paiacuteses constantes no relatoacuterio e tambeacutem tem o mais acessiacutevel plano de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB) ao preccedilo de pouco mais de 1 do PIB per capita Aproximadamente 50 do paiacutes estaacute conectado agrave Internet

O trabalho do Fundo Nacional de Telecomunicaccedilotildees (FONATEL) tambeacutem tem sido crucial para acabar com a exclusatildeo digital do paiacutes Os esforccedilos da FONATEL tecircm-se centrado especificamente em (1) conectar

comunidades (por exemplo atraveacutes de escolas e centros comunitaacuterios) (2) conectar famiacutelias (incluindo famiacutelias seniores mulheres de empresaacuterios pessoas com deficiecircncia etc) (3) conectar organizaccedilotildees do sector puacuteblico e (4) estabelecer redes WiFi locais

O novo Plano de Desenvolvimento das Telecomunicaccedilotildees (Plan Nacional de Desarrollo de las Telecomunicaciones) desenvolvido atraveacutes de ampla consulta visa aumentar a utilizaccedilatildeo da Internet para a meacutedia encontrada no interior dos paiacuteses da OCDE e melhorar a velocidade de banda larga de pelo menos 80 da populaccedilatildeo com a taxa meacutedia encontrada em paiacuteses da OCDE

O fim do ADI deste ano eacute muito similar ao final do nosso iacutendice de 2014-15 Enquanto muitos dos 10 paiacuteses com classificaccedilatildeo mais baixa estiveram melhor em vaacuterios indicadores os mesmos natildeo melhoraram o suficiente para aumentar a sua classificaccedilatildeo global em relaccedilatildeo aos outros paiacuteses

Para a maior parte estes paiacuteses fizeram mais progressos no sub-iacutendice de acesso No Nepal por exemplo a taxa de adesatildeo aacute Internet aumentou dois pontos percentuais e a adesatildeo agraves conexotildees de banda larga moacutevel aumentou cerca

de cinco pontos percentuais (bem abaixo do aumento meacutedio de todo o iacutendice de 67 pontos percentuais)

Para paiacuteses como a Etioacutepia e Burkina Faso melhorias modestas no sub-iacutendice de acesso foram prejudicadas por quedas ou quaisquer alteraccedilotildees nos indicadores relacionados com a sub-indexaccedilatildeo de infra-estrutura (por exemplo banda larga internacional e velocidades de banda larga fixa) Esta falta de progresso deriva em parte do facto de importantes reformas poliacuteticas e regulatoacuterias necessaacuterias em ambos os paiacuteses estarem ainda em curso

O Myanmar deu o maior salto na classificaccedilatildeo do ADI subindo nove posiccedilotildees para 27 (vigeacutesima seacutetima) posiccedilatildeo Esta mudanccedila veio como resultado da abertura bem-sucedida do mercado de telecomunicaccedilotildees anteriormente detida pelo estado a novos operadores (2013)e a recente introduccedilatildeo de serviccedilos de banda larga (2014) (Ver caixa abaixo intitulada Myanmar para uma discussatildeo mais detalhada sobre as mudanccedilas recentes na regiatildeo) Esperamos que o Myanmar continue a melhorar no ADI uma vez que mudanccedilas raacutepidas na adesatildeo e utilizaccedilatildeo satildeo reflectidas em anaacutelise futura

Marrocos e Meacutexico entraram ambos no top 10 este ano cada um com um aumento de cinco pontos no ranking ADI deste ano O Meacutexico comeccedilou a ver os frutos das alteraccedilotildees agraves suas poliacuteticas e praacuteticas do sector do TIC

muitas das quais estatildeo alinhadas com as melhores praacuteticas descritas pela A4AI Apoacutes a aprovaccedilatildeo de uma nova lei de telecomunicaccedilotildees em 2014 o Meacutexico introduziu um licenciamento de serviccedilo e tecnologia neutra aumentou a consulta puacuteblica no processo de regulamentaccedilatildeo e pretende lanccedilar uma rede de 700MHz de acesso aberto em 2018 A subida do Marrocos nas classificaccedilotildees foi em grande parte devido agrave melhoria das infra-estruturas e resultados de reformas que comeccedilaram haacute duas deacutecadas Estas reformas institucionais iniciais incluiacuteram a criaccedilatildeo do regulador a Agecircncia Nacional Reguladora das Telecomunicaccedilotildees (ANRT) e um plano para a liberalizaccedilatildeo do sector Isto levou agrave eventual privatizaccedilatildeo da Marrocos Telecom (a concessionaacuteria estatal) o lanccedilamento precoce de serviccedilos 3G e a entrada de duas novas operadoras (Meditel e INWI)

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

22 O FIM DA TABELAFOR THE SECOND YEAR RUNNING

23 SUBIDA NAS CLASSIFICACcedilOtildeES MYANMAR MEacuteXICO amp MARROCOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

no mercado Estes eventos ocorreram bem antes da outros paiacuteses no Oriente Meacutedio e Norte da Aacutefrica (MENA)

Na verdade Marrocos tem um dos sistemas reguladores de telecomunicaccedilotildees mais avanccedilados e eficazes na Regiatildeo MENA O paiacutes tem implementado um regime de licenciamento razoavelmente transparente que permite opccedilotildees de licenciamento adicionais aumentando assim a concorrecircncia a diferentes niacuteveis de serviccedilo Em 2012 o governo lanccedilou um Plano Nacional de Banda Larga de dez anos com o objectivo de garantir o acesso agrave banda larga fixa ou moacutevel para toda a populaccedilatildeo ateacute 2022 O plano de banda larga tambeacutem inclui orientaccedilotildees especiacuteficas sobre a atribuiccedilatildeo de espectro para os serviccedilos de banda larga sem fio com e sem licenccedila Um ano apoacutes o lanccedilamento do novo plano de banda larga o ANRT

estabeleceu um novo plano nacional de frequecircncias que aborda a migraccedilatildeo e a atribuiccedilatildeo de espectro para novas aplicaccedilotildees de banda larga Em 2015 a questatildeo ART requer novas licenccedilas de 4G utilizando espectro disponiacutevel Ateacute o final de 2015 aproximadamente 19 da populaccedilatildeo era assinante de banda larga moacutevel12

Enquanto o dispositivo moacutevel continua a ser a forma dominante de acesso agrave banda larga em 2015 a ART decidiu incentivar a concorrecircncia na banda larga fixa Atualmente o mercado de banda larga fixa em Marrocos eacute principalmente controlado por uma empresa a Maroc Telecom A nova decisatildeo da ANRT iraacute permitir que outros prestadores de serviccedilos possam oferecer serviccedilos de banda larga fixos directamente aos clientes utilizando a infra-estrutura do operador encarregado

Muito tem sido feito apoacutes as tremendas mudanccedilas no sector de telecomunicaccedilotildees em Myanmar desde a aprovaccedilatildeo da Lei de Telecomunicaccedilotildees de 2013 passando o paiacutes de um monopoacutelio estatal para um mercado competitivo As reformas associadas incluem a futura criaccedilatildeo de um regulador independente e o desenvolvimento de regras claras e transparentes para o sector recentemente liberalizado com base em melhores praacuteticas internacionais

Em 2014 dois novos operadores de Telecomunicaccedilotildees do sector privado (Telenor and Ooredoo) entraram no mercado Desde entatildeo tecircm havido reduccedilotildees significativas nos preccedilos dos serviccedilos de banda larga com o preccedilo de um cartatildeo SIM passando de cerca de US$150 em 2013 para apenas US$150 em 20158

O processo de licitaccedilatildeo realizado pelo governo para seleccionar as duas novas operadoras de comunicaccedilotildees moacuteveis foi considerado como transparente e um exemplo de boas praacuteticas internacionais O governo garantiu compromissos das duas novas operadoras a investir fortemente no desenvolvimento de infra-estrutura de telecomunicaccedilotildees no paiacutes A Ooredoo por exemplo comprometeu-se a investir 15 mil milhotildees de doacutelares durante o periacuteodo de licenccedila de 15 anos e a Telenor delineou planos para investir mais de mil milhotildees de doacutelares no seu primeiro ano a explorar sozinho9 O provedor dos serviccedilos estatais encarregado da Myanmar Correios e Telecomunicaccedilotildees (MPT) tambeacutem firmou uma parceria com a empresa Japonesa KDDI-Sumitomo para melhorar as operaccedilotildees e as infra-estruturas de forma a expandir o serviccedilo

A Lei das Telecomunicaccedilotildees permite que as empresas independentes desenvolvam torres e infra-estrutura de fibra de modo a que os encargos de desenvolvimento de infra-estrutura natildeo sejam apenas da responsabilidade

das operadoras moacuteveis e do governo A partilha de torres aumentou e os custos desceram

A entrada tardia de Myanmar para o sector do TIC permitiu-lhe beneficiar da experiecircncia adquirida noutros paiacuteses As empresas de telecomunicaccedilatildeo saltaram as tecnologias obsoletas e optaram por usar e investir em tecnologia 3G desde o iniacutecio enquanto o governo tem adoptado poliacuteticas progressistas como um quadro de licenciamento unificado e promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas por parte dos operadores

Tudo isso levou a um mercado altamente competitivo e vibrante O sector de telecomunicaccedilotildees tornou-se alvo de investimento estrangeiro atraente perdendo somente para o sector da energia Myanmar tem testemunhado um aumento sem precedentes no nuacutemero de assinantes de banda larga provocado em parte pela disponibilidade de smartphones mais acessiacuteveis No final de 2013 o nuacutemero total do nuacutemero de conexotildees de banda larga moacutevel foi de 17 milhotildees ateacute o final de 2015 este nuacutemero havia crescido mais de 800 para 156 milhotildees10

Apesar deste progresso dramaacutetico o nuacutemero de conectados agora representam apenas 18 da populaccedilatildeo Ainda haacute muito a ser feito Prioridades devem incluir um papel de relevo nas infra-estruturas durante os proacuteximos anos enfrentar o alcance limitado da rede eleacutectrica melhorar o controlo do cumprimento das licenccedilas aumentar a partilha de infra-estruturas e melhorar a capacidade humana e institucional do paiacutes para enfrentar esses desafios A Coligaccedilatildeo dos Multi-actores da A4AI-Myanmar estaacute a trabalhar para informar o novo Plano Principal de Telecomunicaccedilotildees do governo e para manter o ritmo visto ao longo dos uacuteltimos anos para melhoria da acessibilidade e expansatildeo do acesso

MYANMAR RAacutePIDAS MUDANCcedilAS NUM MERCADO EMERGENTE

8 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf9 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf10 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)11 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

23

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

24

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

29

34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

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41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

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Mozambique

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Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

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PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 17: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

no mercado Estes eventos ocorreram bem antes da outros paiacuteses no Oriente Meacutedio e Norte da Aacutefrica (MENA)

Na verdade Marrocos tem um dos sistemas reguladores de telecomunicaccedilotildees mais avanccedilados e eficazes na Regiatildeo MENA O paiacutes tem implementado um regime de licenciamento razoavelmente transparente que permite opccedilotildees de licenciamento adicionais aumentando assim a concorrecircncia a diferentes niacuteveis de serviccedilo Em 2012 o governo lanccedilou um Plano Nacional de Banda Larga de dez anos com o objectivo de garantir o acesso agrave banda larga fixa ou moacutevel para toda a populaccedilatildeo ateacute 2022 O plano de banda larga tambeacutem inclui orientaccedilotildees especiacuteficas sobre a atribuiccedilatildeo de espectro para os serviccedilos de banda larga sem fio com e sem licenccedila Um ano apoacutes o lanccedilamento do novo plano de banda larga o ANRT

estabeleceu um novo plano nacional de frequecircncias que aborda a migraccedilatildeo e a atribuiccedilatildeo de espectro para novas aplicaccedilotildees de banda larga Em 2015 a questatildeo ART requer novas licenccedilas de 4G utilizando espectro disponiacutevel Ateacute o final de 2015 aproximadamente 19 da populaccedilatildeo era assinante de banda larga moacutevel12

Enquanto o dispositivo moacutevel continua a ser a forma dominante de acesso agrave banda larga em 2015 a ART decidiu incentivar a concorrecircncia na banda larga fixa Atualmente o mercado de banda larga fixa em Marrocos eacute principalmente controlado por uma empresa a Maroc Telecom A nova decisatildeo da ANRT iraacute permitir que outros prestadores de serviccedilos possam oferecer serviccedilos de banda larga fixos directamente aos clientes utilizando a infra-estrutura do operador encarregado

Muito tem sido feito apoacutes as tremendas mudanccedilas no sector de telecomunicaccedilotildees em Myanmar desde a aprovaccedilatildeo da Lei de Telecomunicaccedilotildees de 2013 passando o paiacutes de um monopoacutelio estatal para um mercado competitivo As reformas associadas incluem a futura criaccedilatildeo de um regulador independente e o desenvolvimento de regras claras e transparentes para o sector recentemente liberalizado com base em melhores praacuteticas internacionais

Em 2014 dois novos operadores de Telecomunicaccedilotildees do sector privado (Telenor and Ooredoo) entraram no mercado Desde entatildeo tecircm havido reduccedilotildees significativas nos preccedilos dos serviccedilos de banda larga com o preccedilo de um cartatildeo SIM passando de cerca de US$150 em 2013 para apenas US$150 em 20158

O processo de licitaccedilatildeo realizado pelo governo para seleccionar as duas novas operadoras de comunicaccedilotildees moacuteveis foi considerado como transparente e um exemplo de boas praacuteticas internacionais O governo garantiu compromissos das duas novas operadoras a investir fortemente no desenvolvimento de infra-estrutura de telecomunicaccedilotildees no paiacutes A Ooredoo por exemplo comprometeu-se a investir 15 mil milhotildees de doacutelares durante o periacuteodo de licenccedila de 15 anos e a Telenor delineou planos para investir mais de mil milhotildees de doacutelares no seu primeiro ano a explorar sozinho9 O provedor dos serviccedilos estatais encarregado da Myanmar Correios e Telecomunicaccedilotildees (MPT) tambeacutem firmou uma parceria com a empresa Japonesa KDDI-Sumitomo para melhorar as operaccedilotildees e as infra-estruturas de forma a expandir o serviccedilo

A Lei das Telecomunicaccedilotildees permite que as empresas independentes desenvolvam torres e infra-estrutura de fibra de modo a que os encargos de desenvolvimento de infra-estrutura natildeo sejam apenas da responsabilidade

das operadoras moacuteveis e do governo A partilha de torres aumentou e os custos desceram

A entrada tardia de Myanmar para o sector do TIC permitiu-lhe beneficiar da experiecircncia adquirida noutros paiacuteses As empresas de telecomunicaccedilatildeo saltaram as tecnologias obsoletas e optaram por usar e investir em tecnologia 3G desde o iniacutecio enquanto o governo tem adoptado poliacuteticas progressistas como um quadro de licenciamento unificado e promoccedilatildeo da partilha de infra-estruturas por parte dos operadores

Tudo isso levou a um mercado altamente competitivo e vibrante O sector de telecomunicaccedilotildees tornou-se alvo de investimento estrangeiro atraente perdendo somente para o sector da energia Myanmar tem testemunhado um aumento sem precedentes no nuacutemero de assinantes de banda larga provocado em parte pela disponibilidade de smartphones mais acessiacuteveis No final de 2013 o nuacutemero total do nuacutemero de conexotildees de banda larga moacutevel foi de 17 milhotildees ateacute o final de 2015 este nuacutemero havia crescido mais de 800 para 156 milhotildees10

Apesar deste progresso dramaacutetico o nuacutemero de conectados agora representam apenas 18 da populaccedilatildeo Ainda haacute muito a ser feito Prioridades devem incluir um papel de relevo nas infra-estruturas durante os proacuteximos anos enfrentar o alcance limitado da rede eleacutectrica melhorar o controlo do cumprimento das licenccedilas aumentar a partilha de infra-estruturas e melhorar a capacidade humana e institucional do paiacutes para enfrentar esses desafios A Coligaccedilatildeo dos Multi-actores da A4AI-Myanmar estaacute a trabalhar para informar o novo Plano Principal de Telecomunicaccedilotildees do governo e para manter o ritmo visto ao longo dos uacuteltimos anos para melhoria da acessibilidade e expansatildeo do acesso

MYANMAR RAacutePIDAS MUDANCcedilAS NUM MERCADO EMERGENTE

8 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf9 A4AI (2015) Caso de Estudo Entregar Internet acessiacutevel em Myanmar httpa4aiorgwp-contentuploads201503Myanmar-Case-Studypdf10 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)11 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

19

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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20

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

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41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

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MB)

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10

8

14

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16

Mozambique

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Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 18: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

A classificaccedilatildeo geral ADI apresentada acima agrupa todos os 51 paiacuteses juntos independentemente de seus diversos contextos econoacutemicos Este ano dada

a atenccedilatildeo expliacutecita da ODM sobre os paiacuteses menos desenvolvidos do mundo noacutes escolhemos dar uma olhada mais de perto neste grupo de paiacuteses13

O Ruanda tem a melhor classificaccedilatildeo LDC no ADI deste ano O seu sucesso em parte deve-se agraves poliacuteticas ambiciosas que o paiacutes estaacute a seguir O SMART Rwanda Master Plan 2015-2020 baseia-se no anterior plano Nacional de Infra-estruturas de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (NICI) e coloca as TIC ndash especialmente de banda larga ndash no centro da agenda nacional de desenvolvimento socioeconoacutemico O plano destaca parcerias puacuteblico-privadas como um meio para atingir estes objectivos e estabelece propostas para melhorar a implementaccedilatildeo monitoramento e avaliaccedilatildeo do programa

Desenvolvimentos recentes do mercado no Ruanda parecem promissores Em Novembro de 2014 Olleh Rwanda Networks (uma parceria entre o Governo e a Korea Telecom Corporation) lanccedilou um acesso aberto da rede 4G LTE usando esta rede Airtel Ruanda foi capaz de comeccedilar a oferecer serviccedilos 4G LTE para os clientes no mesmo mecircs

O Ruanda estaacute a estimular os esforccedilos de TIC para irem mais longe a niacutevel regional e sub-regional O governo estaacute a conduzir e a hospedar o Secretariado da Smart Africa Alliance mdash uma iniciativa para promover o TIC como

um motor de crescimento socioeconoacutemico em todo o continente Ruanda eacute tambeacutem um co-liacuteder do agrupamento Northern Corridor Integration Projects de TIC que reuacutene os governos de Ruanda Uganda Queacutenia e Sudatildeo do Sul para colaborar no desenvolvimento da regiatildeo

Para a maioria dos outros paiacuteses menos desenvolvidos ainda existem vaacuterios problemas Aleacutem do Myanmar (veja a tabela acima para obter mais detalhes sobre Myanmar) que tem registado mudanccedilas raacutepidas no sector fruto de reformas poliacuteticas ao longo dos uacuteltimos dois anos os ganhos obtidos pelos paiacuteses menos desenvolvidos foram comparativamente menores resultando em pouco ou nenhum movimento no iacutendice Algumas das razotildees para este movimento limitado incluem a legislaccedilatildeo existente que muitas vezes natildeo estaacute em consonacircncia com as boas praacuteticas internacionais e da reforma regulamentar limitada ou ausente Enquanto vaacuterios paiacuteses menos desenvolvidos tecircm abordado problemas de longa data em torno de uma banda internacional limitada e tecircm atraiacutedo mais investimentos em infra-estruturas eles estatildeo a atrasar as reformas essenciais que podem levar a custos mais baixos do sector e preccedilos em uacuteltima anaacutelise mais baixos

Paiacutes Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice de Acessibilidade

Pontuaccedilatildeo Sub-Iacutendice das Infraestruturas

Resultado de Con-tagem do ADI Classificaccedilatildeo ADI 2015

Ruanda 5442 5190 5313 11

Uganda 5653 4244 4940 16

Gambia 4912 4281 4582 20

Myanmar 3188 5367 4257 27

Tanzacircnia 4390 4038 4193 30

12 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)13 A ONU revecirc periodicamente quais paiacuteses podem ser classificados como um LDC com base em vaacuterios factores socioecoacutenomicos Actualmente satildeo cerca de 48 paiacuteses 18

dos quais estatildeo incluiacutedos no ADI (com base na disponibilidade de dados)14 GSMA (2015) ldquoThe Mobile Economy 2015rdquo httpwwwgsmamobileeconomycomGSMA_Global_Mobile_Economy_Report_2015pdf15 GSMA Base de dados de inteligecircncia (2015)16 Perante este cenaacuterio o smartphone acrescentaria $ 4 doacutelares mecircs ao custo total dos utilizadores16 TechCentral (13 Fevereiro 2014) ldquoMTNrsquos R499 Revisatildeo dos Smartphone Steppardquo httpwwwtechcentralcozamtn-steppa-review4641018 Overcart (20 Marccedilo2015) ldquo Telemoacuteveis Firefox satildeo um desastre na Indiardquo httpwwwovercartcomblogfirefox-phones-are-a-disaster-in-india19 Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) The Smartphone Royalty Stack Surveying Royalty Demands for the Components Within Modern Smartphones

httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf 20 Note-se que pouca ou nenhuma melhoria na acessibilidade entre 2013 e 2014 pode ser explicada em parte por decliacutenios na meacutedia do PIB per capita em quase todas as regiotildees (excepto

na Europa e na CEI) No entanto os preccedilos meacutedios (em PPP) tambeacutem aumentaram neste periacuteodo principalmente para o plano de 1GB em Aacutefrica e Estados Aacuterabes 21 Estes inqueacuteritos foram concluiacutedos para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 2 Pontuaccedilotildees ADI mais altas entre os Paiacuteses Menos Desenvolvidos (LDCs)

24 ACESSIBILIDADE NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

19

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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20

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

24

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

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MB)

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ITA

0

2

4

6

10

8

14

12

18

16

Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 19: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Enquanto o nosso debate ateacute agora tem-se centrado em torno do custo dos planos de dados de banda larga existem outras grandes despesas associadas ao acesso agrave Internet incluindo o custo de compra e manutenccedilatildeo de um dispositivo habilitado para Internet e o custo da electricidade necessaacuteria para carregar esses dispositivos

Os telemoacuteveis representam o dispositivo mais barato com acesso agrave Internet disponiacutevel no mercado e consequentemente a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento teratildeo sua primeira experiecircncia de banda larga num smartphone e utilizaratildeo um telemoacutevel como seu dispositivo principal para aceder agrave Internet A GSMA estima que ateacute 2020 63 das conexotildees a niacutevel mundial seraacute atraveacutes de um smartphone

No entanto o custo relativamente elevado de smartphones continua a impedir muitas pessoas de obter acesso agrave internet Contudo a nossa anaacutelise ADI natildeo examina directamente os custos de dispositivos reduzindo o custo de dispositivos moacuteveis o que seraacute um aspecto criacutetico da expansatildeo de acesso e permitindo que milhares de milhotildees de usuaacuterios com baixo rendimento paguem tanto por um dispositivo e por um pacote de dados de banda larga

O custo de smartphones nos paiacuteses em desenvolvimento diminuiu nos uacuteltimos anos mdash desde 2008 os preccedilos diminuiacuteram cerca de 30 na Aacutesia 25 na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas e 20 em Aacutefrica14 Apesar disso o custo de um smartphone comum ainda permanece fora do alcance de muitos A GSMA recomenda que os dispositivos tenham preccedilos entre 25-50 doacutelares para que a maioria das pessoas nos paiacuteses em desenvolvimento os considerem a preccedilos acessiacuteveis ainda assim os smartphones em meacutedia custam duas vezes mais do que recomendaram o sweet spotrdquo15 A maioria dos smartphones ainda eacute vendida a US$100 ou mais nos paiacuteses em desenvolvimento ndash o equivalente a cerca de 9 do rendimento anual (ou sobre a renda de um mecircs inteiro) para uma pessoa que vive em situaccedilatildeo de pobreza (ou seja em menos de US$310 dia)

Mesmo que as pessoas consigam pagar um smartphone elas podem natildeo ter a capacidade de suportar os custos adicionais associados a um plano de dados (como evidenciado por pelo menos um grupo de telefones moacuteveis em Aacutefrica) Quando adicionamos o preccedilo de um hipoteacutetico smartphone de baixo custo a $ 48 doacutelares para o preccedilo de um plano de banda larga de 500MB descobrimos que a populaccedilatildeo total em quase todos os paiacuteses que realmente pode pagar tanto um plano de banda larga como um smartphone de baixo custo cai 20 (quando comparado com o percentual que pode pagar o plano de banda larga apenas)16 Para alguns paiacuteses como a Iacutendia e o Paquistatildeo a acessibilidade cai ateacute 60 quando os custos do dispositivo estatildeo incluiacutedos

Nos uacuteltimos anos uma seacuterie de fabricantes de dispositivos (por exemplo Mozilla Google Android One Gionee Huawei ZTE) lanccedilaram smartphones de baixo custo em paiacuteses em desenvolvimento incluindo alguns que custam tatildeo pouco quanto $ 25 doacutelares As operadoras em mercados de menores rendimentos tambeacutem tecircm tomado medidas para tornar os smartphones mais acessiacuteveis (por exemplo MTN na Aacutefrica do Sul)17 No entanto muitos desses esforccedilos tecircm tido menos sucesso do que o esperado18 Para alguns pretensos consumidores o preccedilo dessas opccedilotildees de baixo custo permanecem fora de alcance para outros os smartphones de baixo custo disponiacuteveis no mercado natildeo tecircm a funcionalidade e qualidade necessaacuteria para persuadir os utilizadores a comprarem o dispositivo

Os esforccedilos do sector privado para trazer smartphones de baixo custo desejaacuteveis para o mercado deve ser aplaudida apesar dos resultados contraditoacuterios Eacute claro poreacutem que muito pode ser feito especialmente no que diz respeito aos custos associados com direitos de patentes acumuladas Integraccedilatildeo de direitos autorais ndash onde a empresa deve pagar muacuteltiplos direitos porque o seu dispositivo ou os componentes do seu dispositivo podem infringir uma patente existente ndash eacute um desafio significativo na induacutestria de smartphones Anaacutelises recentes sugerem que os direitos de patentes contribuam tanto quanto $ 124 doacutelares para o custo total de $ 400 doacutelares de um smartphone ndash um nuacutemero que aparece ainda mais desproporcional quando se considera que os componentes fiacutesicos de um telemoacutevel geralmente custam entre $ 120- $ 150 doacutelares Isto evidencia uma clara oportunidade para tornar os smartphones mais acessiacuteveis Na verdade direitos de integraccedilatildeo na induacutestria de smartphones prejudicam a concorrecircncia o investimento a inovaccedilatildeo e reduccedilatildeo de custos necessaacuterios para tornar os dispositivos acessiacuteveis para a maioria das pessoas19

Os governos tambeacutem tecircm um papel a desempenhar Uma grande parcela do custo total de um smartphone resulta de taxas de importaccedilatildeo e de vendas que incidem sobre os dispositivos Os governos de alguns paiacuteses ndash principalmente na Aacutefrica onde os custos de dispositivos diminuiacuteram menos a partir de 2008 ndash tecircm reconhecido que a reduccedilatildeo desses impostos pode levar a receitas fiscais futuras mais elevadas ao impulsionar o crescimento econoacutemico No iniacutecio deste ano o governo da Costa do Marfim por exemplo tomou a corajosa decisatildeo de reduzir a tributaccedilatildeo em smartphones de 26 para 66 Eacute imperativo que outros governos tomem estas medidas e desempenhem o seu papel na proliferaccedilatildeo de smartphones acessiacuteveis

TRABALHAR PARA A REDUCcedilAtildeO DO CUSTO DOS DISPOSITIVOS

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20

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

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(500

MB)

PLA

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ITA

0

2

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6

10

8

14

12

18

16

Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

34

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 20: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

20

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2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

Apesar de alguns progressos alcanccedilados durante o ano passado continua a existir espaccedilo para melhorias em todos os paiacuteses da ADI Isto tambeacutem se aplica aos paiacuteses que se movimentaram mais no iacutendice incluindo o Myanmar Marrocos e Meacutexico Onde a acessibilidade

da banda larga moacutevel (conforme medido pelo preccedilo em percentagem do PIB per capita) tem melhorado fizeram-no apenas marginalmente em algumas regiotildees a banda larga moacutevel tornou-se menos acessiacutevel especialmente para um plano de 1GB20

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2012 2013 2014

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 4 Preccedilo meacutedio de um 1GB (poacutes-pago com base em computador) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 1GB AS A OF GNI PC (2014) 2012 2013 2014

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 10 10 30 40 50 60

Fonte ITU Relatoacuterios de Mediccedilatildeo da Information Society (2013-2015)

Figura 3 Preccedilo meacutedio de um 500MB (preacute-pago moacutevel) plano de banda larga como do PIB per capita por regiatildeo

PRICE OF 500MB AS A OF GNI PC (2014)

AFRICA

CIS

ASIA amp THE PACIFIC

AMERICAS

ARAB STATES

EUROPE

REGION

0 5 10 15 20 25 30 35 40

25 O LONGO CAMINHO PARA A MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DA BANDA LARGA

22 Note that little or no improvement in affordability between 2013 and 2014 can be explained in part by declines in average GNI per capita across almost all regions (except Europe and the CIS) However average prices (in PPP) also increased in this period most notably for the 1GB plan in Africa and the Arab States

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

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Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

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3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

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Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

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41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

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Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

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PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

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51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

47

ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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48

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

49

Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 21: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

21

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

O ADI avalia os progressos que os paiacuteses estatildeo a fazer na implementaccedilatildeo de poliacuteticas informada por um conjunto de melhores praacuteticas poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo Na construccedilatildeo do iacutendice estas variaacuteveis de poliacutetica satildeo agrupadas em cinco grupos com base em semelhanccedilas temaacuteticas

1 Poliacuteticas e regulamentaccedilatildeo para a concorrecircncia2 Planeamento de banda larga a niacutevel nacional3 Acesso Universal4 Partilha de Infra-estrutura5 Poliacuteticas para espectro

Enquanto o ADI fornece uma indicaccedilatildeo do progresso global que um paiacutes estaacute a fazer na promoccedilatildeo da acessibilidade tambeacutem pode ser uacutetil olhar em mais detalhe em que aglomerado de paiacuteses a poliacutetica estaacute a fazer bem e quais aglomerados exigem mais trabalho A figura 5 demonstra as pontuaccedilotildees para paiacuteses seleccionados com base em uma seacuterie de inqueacuteritos realizados por especialistas em poliacuteticas em 2014 As poliacuteticas eram pontuadas em uma escala de 0 a 10 sendo 10 indicativo de que a poliacutetica estava em linha com as boas praacuteticas internacionais e estava a ser implementada em larga escala

O graacutefico acima destaca os vaacuterios domiacutenios de intervenccedilatildeo onde os paiacuteses estatildeo a funcionar relativamente bem assim como aqueles que exigem mais atenccedilatildeo A Colocircmbia por exemplo pontou perto de oito para as poliacuteticas que suportam a atribuiccedilatildeo do espectro o acesso universal e adesatildeo agrave banda larga ndash bem acima da pontuaccedilatildeo meacutedia (de 46) para todos os paiacuteses do ADI No entanto a Colocircmbia ainda tem muito trabalho a fazer para melhorar as suas poliacuteticas em torno de partilha de infra-estrutura e concorrecircncia onde ele soacute pontou cerca de seis

Em outros paiacuteses as diferenccedilas entre as poliacuteticas de aglomerados satildeo muito maiores A Jamaica por exemplo tem taxas acima da meacutedia no espectro e poliacuteticas de acesso universal mas precisa melhorar a poliacutetica em torno da partilha infra-estrutura Para os paiacuteses nos niacuteveis mais baixos das classificaccedilotildees do ADI as pontuaccedilotildees para cada aglomerado satildeo mais baixas em toda a linha Embora o Malawi seja classificado um pouco abaixo da meacutedia para poliacutetica de atribuiccedilatildeo de espectro ele precisa urgentemente de melhorar o seu planeamento nacional de banda larga

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Figura 5 Meacutedia de Resultados de poliacuteticas de grupos de paiacuteses seleccionados (2014)

22 These surveys were completed for the 2014-15 Affordability Report

Figura 5 Average Clustered Policy Scores for Select Countries (2014)

POLI

CY S

CORE

S

Poliacuteticas para a concorrecircncia Poliacuteticas de banda larga Acesso universal Partilha de Infra-estrutura Poliacuteticas para espectro

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Colombia

Jamaica

Thailand

Benin

Philippines

Malawi

26 AUMENTAR A ACESSIBILIDADE DESENVOLVENDO POLIacuteTICAS EM CONSONAcircNCIA COM AS MELHORES PRAacuteTICAS

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

23

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

24

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

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MB)

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0

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10

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18

16

Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

34

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

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51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

49

Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 22: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

22

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27 ABORDAGEM ABRANGENTE PARA A ELABORACcedilAtildeO DE POLIacuteTICAS

A nossa avaliaccedilatildeo demonstra que nenhum domiacutenio de poliacutetica teve maior influecircncia do que o preccedilo como uma proporccedilatildeo do PIB per capita Isto sugere que as reformas e ou investimentos em apenas um domiacutenio natildeo satildeo suficientes para efectuar a mudanccedila a longo prazo Os paiacuteses devem desenvolver poliacuteticas e investimentos que iratildeo trabalhar em conjunto na construccedilatildeo de um ambiente de Internet acessiacutevel

Centrar na oferta ignorando a demanda por exemplo eacute uma receita para o fracasso Embora as limitaccedilotildees de recursos normalmente signifiquem que nem todas as poliacuteticas podem ser implementadas de uma soacute vez as poliacuteticas devem ser desenvolvidas com o objectivo final em mente e devem manter uma ideia da visatildeo geral e como todas as partes se encaixam

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

2 O IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE (ADI)

23

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

24

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

29

34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

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41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

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MB)

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0

2

4

6

10

8

14

12

18

16

Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 23: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

23

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3POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

A M

OBI

LE B

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(500

MB)

PLA

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F GN

I PER

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0

2

4

6

10

8

14

12

18

16

Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

34

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

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51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

49

Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 24: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

24

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Em 2011 a Comissatildeo da ONU para Banda Larga definiu uma meta para a acessibilidade de banda larga pacote inicial de banda larga baacutesica (definida como 500 MB de dados moacuteveis) ao preccedilo de 5 ou menos do rendimento meacutedio nacional (medido pelo PIB per capita) No iniacutecio de 2015 de acordo com o ITU 111 paiacuteses ndash incluindo todos os paiacuteses desenvolvidos do mundo e 60 dos paiacuteses em desenvolvimento ndash tinham alcanccedilado esta meta

A nossa proacutepria anaacutelise aponta para progressos alcanccedilados durante o ano passado O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade de 2014-15 constatou que 23 dos 51 paiacuteses conseguiram atingir a meta do preccedilo de 5 estabelecido pela ONU este ano 25 paiacuteses atingiram este objectivo conforme ilustrado na tabela abaixo Dos 26 paiacuteses que ainda tecircm que atingir a meta 16 satildeo PMA

Paiacutes Banda larga moacutevel com base em telefone preacute-pago (500 MB) como do PIB per capita

Inserccedilatildeo no mercado assinantes uacutenicos (banda larga moacutevel)

Cazaquistatildeo 057 1549Turquia 095 2804Malaacutesia 099 3082Costa Rica 103 3908Brasil 113 3547Indoneacutesia 113 1382Paquistatildeo 131 325Tailacircndia 138 3867Mauriacutecias 143 2524Aacutefrica do Sul 148 3252Tuniacutesia 168 1841Peru 202 1781Jordacircnia 205 3004Filipinas 247 1976India 248 513Venezuela 261 2339Namiacutebia 262 1798Egipto 27 1539Meacutexico 272 1874Colocircmbia 324 1084Bangladesh 349 313Jamaica 363 2378Equador 443 972Gana 448 1307Marrocos 473 1410Botswana 517 1920Nigeacuteria 54 1045Queacutenia 589 908Moccedilambique 628 704Republica Dominicana 646 1530Vietname 731 1636Nepal 745 447Gacircmbia 1007 1090Tanzacircnia 1054 1154Senegal 1157 886Zacircmbia 1189 719Ieacutemen 1219 338Benim 123 243Ruanda 1402 942Uganda 154 371Etioacutepia 1692 712Mali 1704 742Burkina Faso 243 089Malawi 244 208Serra Leoa 2474 662Zimbabueacute 2793 1280Haiti 328 657Ethiopia 3107 000Sierra Leone 1706 1169Haiti 1488 1322Ieacutemen 000 181

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 3 Acessibilidade e a utilizaccedilatildeo de banda larga moacutevel (2014)

Fontes ITU 2015 and GSMA Intelligence 2015

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

29

34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

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Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

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41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

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Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 25: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

25

No entanto enquanto no ano passado se viu uma diminuiccedilatildeo dos preccedilos de banda larga como uma percentagem da renda meacutedia estes preccedilos reduzidos natildeo tecircm traduzido um raacutepido aumento das taxas de conectividade Em meacutedia em 15 dos 25 paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 apenas uma em cada cinco

pessoas (ou menos) satildeo assinantes de banda larga moacutevel Um olhar atento para os niacuteveis de pobreza e desigualdade de rendimento no paiacutes ajuda a explicar as razotildees para o crescimento da lenta conectividade apesar da queda dos preccedilos

Entre os 51 paiacuteses abrangidos no nosso relatoacuterio existem 19 milhotildees de pessoas que vivem na pobreza absoluta (isto eacute sob nova mediccedilatildeo da pobreza do Banco Mundial cerca de $ 310 doacutelares dia) 835 milhotildees delas vivem em extrema pobreza

(ou seja menos de $ 190 doacutelares dia) Para essas pessoas o preccedilo de uma conexatildeo baacutesica de banda larga representa uma percentagem muito mais elevada de rendimento do que para aqueles que ganham a rendimento meacutedio nacional

Apesar da descida dos preccedilos nenhum dos 51 paiacuteses incluiacutedos na nossa anaacutelise atingiu os 5 da meta de acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza Este natildeo eacute um problema que afecta um pequeno nuacutemero de pessoas ndash nos paiacuteses menos desenvolvidos mais de dois terccedilos da populaccedilatildeo pode estar a viver abaixo da linha de pobreza internacional Embora os paiacuteses no topo da tabela acima apresentem preccedilos relativamente baixos de banda larga para aqueles que vivem na

pobreza altos niacuteveis de pobreza persistem e como resultado as tarifas de assinatura de banda larga moacutevel continuam baixos (por exemplo Paquistatildeo e Bangladesh ambos em torno dos 3 Moccedilambique dos 7) Isto sugere que mesmo com os preccedilos baixos grande parte da populaccedilatildeo nestes paiacuteses necessitaratildeo de meios alternativos incluindo opccedilotildees de acesso puacuteblico para obter conexatildeo aacute Internet

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31 O EFEITO DA POBREZA

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Paiacutes

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que

vivem com menos de $ 310 doacutelares dia ($

94 doacutelares mecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 310

doacutelares por dia (2011 PPP)

Preccedilo do plano de 500MB como do rendimento meacutedio para aqueles que vivem com menos

de $ 190 doacutelaresdia ($ 58 doacutelaresmecircs)

Iacutendice de incidecircncia da pobreza de $ 190 doacutelares

(2011 PPP)

Paquistatildeo 55 4497 89 83

Moccedilambique 66 8754 107 687

Bangladesh 88 7761 143 437

Indoneacutesia 97 4167 157 159

Cazaquistatildeo 117 026 190 004

Iacutendia 120 5801 195 213

Costa Rica 128 395 207 17

Queacutenia 134 218

Tuniacutesia 141 84 229 20

Turquia 152 31 247 03

Brasil 154 906 249 49

Gacircmbia 162 262

Nepal 162 4838 262 150

Tailacircndia 162 123 263 01

Fontes ITU 2015 Banco Mundial ndash Povcalnet 2015

Tabela 4 Paiacuteses onde a banda larga eacute mais acessiacutevel para as pessoas que vivem na pobreza (2014)

26

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

29

34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

33

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

A M

OBI

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(500

MB)

PLA

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CAP

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0

2

4

6

10

8

14

12

18

16

Mozambique

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Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

34

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

35

Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 26: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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Despite falling prices not one of the 51 countries included in our analysis has met the 5 affordability target for those living in poverty This is not an issue affecting small numbers of people ndash in the LDCs over two-thirds of the population may be living beneath the international poverty line Though the countries at the top of the Tabela above have comparatively low broadband prices for those living in poverty high

levels of poverty persist and as a result mobile broadband subscription rates remain low (eg Pakistan and Bangladesh both around 3 Mozambique at 7) This suggests that even with low prices significant populations in these countries will require alternative means including public access options to get online

Desenvolvimento de negoacutecios sustentaacuteveis para fornecer acesso agrave Internet a preccedilos acessiacuteveis para clientes com baixo rendimento pode ser um desafio especialmente em paiacuteses como o Benim onde 75 da populaccedilatildeo vive em condiccedilotildees de pobreza (ou seja com menos de $ 310 dia) Os elevados custos das infra-estruturas por exemplo representam um obstaacuteculo significativo para o fornecimento de cobertura moacutevel em aacutereas rurais e pode reduzir a possibilidade de grandes retornos financeiros sobre o investimento De forma a resolver este problema a MTN Benim e Ericsson assinaram uma parceria com um acordo de cinco anos para fornecer acesso moacutevel a comunidades rurais e

muitas vezes empobrecidas no norte e centro Benim onde a cobertura eacute actualmente inexistente

O projecto lanccedilado em Outubro de 2015 tem contribuiacutedo para expandir a conectividade atraveacutes da implementaccedilatildeo de estaccedilotildees base movidas a energia solar e via sateacutelite para a conectividade de ligaccedilatildeo intermeacutedia Isto implica custos mais baixos do lado da oferta e um modelo de negoacutecio potencialmente sustentaacutevel que pode trazer os benefiacutecios da conectividade para aqueles que mais precisam Como resultado clientes nestas aacutereas recentemente comeccedilaram a usar serviccedilos de moeda moacutevel do MTN Benim

CRIAR SOLUCcedilOtildeES DE NEGOacuteCIOS PARA CLIENTES RURAIS DE BAIXO RENDIMENTO NO BENIM

32 O EFEITO DISTORCIDO DA DESIGUALDADE DE RENDA

Natildeo satildeo apenas os mais pobres entre os pobres que lutam contra as despesas para se conectar As grandes diferenccedilas nos rendimentos dentro de cada um dos paiacuteses tambeacutem podem disfarccedilar a verdadeira imagem da acessibilidade A ONU avalia a acessibilidade comparando os custos de banda larga com uma estimativa do rendimento meacutedio no paiacutes (ou seja PIB per capita) Embora simples e uacutetil este criteacuterio de acessibilidade suaviza a desigualdade de rendimentos acentuadas que existem no terreno em muitos dos paiacuteses abrangidos por este relatoacuterio Para entender verdadeiramente o quadro de acessibilidade eacute necessaacuterio analisar os preccedilos da banda larga como uma percentagem do rendimento dos ricos da classe meacutedia e dos pobres

Entatildeo quatildeo acessiacutevel eacute o acesso agrave Internet quando levamos em conta a desigualdade de rendimentos

num paiacutes Para obter uma imagem mais clara da acessibilidade da populaccedilatildeo total de um paiacutes analisamos o quatildeo caro um pacote de 500MB eacute para grupos com rendimentos diferentes em cada paiacutes (divididas em quintis ou segmentos de 20) Na maioria dos paiacuteses analisados mesmo uma subscriccedilatildeo mensal de dados natildeo eacute acessiacutevel para vastas camadas da populaccedilatildeo ndash uma em cada cinco pessoas satildeo incapazes de suportar uma conexatildeo tatildeo baacutesica em paiacuteses como Brasil e Iacutendia Esta taxa atinge picos elevados sendo de quatro em cada cinco pessoas em paiacuteses como Botswana e Repuacuteblica Dominicana Descobrimos que 20 da populaccedilatildeo com menor rendimento meacutedio soacute poderia pagar um pacote de dados baacutesicos em nove dos 36 paiacuteses (para os quais estavam disponiacuteveis dados sobre a distribuiccedilatildeo de rendimento)

24 Em Moccedilambique 88 da populaccedilatildeo vive com menos de US $ 310 por dia Bangladesh tem 78 na pobreza Gacircmbia tem 68 (Banco Mundial (2015) Dados da Pobreza e Equidade

24 Banco Mundial (2015) Dados de Pobreza e Equidade httppovertydataworldbankorgpovertyhome25 Para mais detalhes veja o Anexo 1

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

A M

OBI

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(500

MB)

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0

2

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8

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16

Mozambique

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Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

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51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

49

Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 27: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

27

34 THE DISTORTING EFFECT OF INCOME INEQUALITY

Noutros 27 paiacuteses um plano baacutesico de banda larga natildeo eacute acessiacutevel para pelo menos um quintil da populaccedilatildeo De particular interesse satildeo os nove paiacuteses ndash Brasil Iacutendia Peru Filipinas Meacutexico Aacutefrica do Sul Colocircmbia Equador e Namiacutebia ndash onde um plano de 500MB aparentemente eacute acessiacutevel usando o rendimento meacutedio nacional (ou seja os paiacuteses que cumpriram ou superaram a meta de 5) mas onde o preccedilo excede a meta de 5 para uma parte da populaccedilatildeo Esta conclusatildeo aponta para a necessidade de uma meta mais baixa que leva as desigualdades de rendimentos do paiacutes em consideraccedilatildeo

Durante a utilizaccedilatildeo de rendimentos por quintil ao inveacutes da meacutedia nacional prevecirc-se uma imagem mais precisa da acessibilidade sendo que estes dados natildeo satildeo actualizados regularmente ou natildeo estatildeo disponiacuteveis para muitos paiacuteses Como resultado o rendimento meacutedio nacional (isto eacute PIB per capita) continua por enquanto a ser a melhor medida de progresso O que seria entatildeo um melhor alvo para preccedilo como proporccedilatildeo do PIB per capita ndash que tornasse o acesso a preccedilos acessiacuteveis para todos

Em paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel a todos os quintis de rendimento o preccedilo em percentagem do PIB per capita eacute inferior a 2 (na Jordacircnia eacute de 205) Isto reflecte-se na Figura 6 onde estes mesmos paiacuteses satildeo encontrados abaixo dos preccedilos que marcam a linha vermelha em 2 ou menos do rendimento meacutedio Noutras palavras quando o

preccedilo a niacutevel nacional eacute mais baixo (por exemplo 2 do PIB per capita) esse preccedilo tambeacutem se torna muito mais acessiacutevel quando consideramos o rendimento meacutedio para cada quintil no seio da populaccedilatildeo

Enquanto continuamos a usar o preccedilo como uma percentagem do PIB per capita para avaliar a acessibilidade precisamos de uma meta mais baixa para superar os efeitos da disparidade de geacutenero e alcanccedilar a acessibilidade mais ampla Esta nova meta deve reflectir a nossa conclusatildeo de que a banda larga de niacutevel baacutesico torna-se acessiacutevel a todas as cinco diferentes classes sociais quando o preccedilo eacute fixado em 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Nesse sentido propomos que a UIT e os seus Estados membros se comprometam a adoptar e a trabalhar em direcccedilatildeo a uma nova e ambiciosa meta de banda larga com preccedilo igual ou inferior a 2 do PIB per capita

26 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

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PRIC

E O

F 50

0MB

AS A

O

F GN

I PC

Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para pelo menos 20

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

dos 20 mais pobres de 2014

Banda larga moacutevel preccedilo de dispositivo baacutesico preacute-pago (500 MB) como do rendimento meacutedio

nacional (RNB per capita) de 2014Costa Rica 485 103Indoneacutesia 281 113Jordacircnia 433 205Cazaquistatildeo 123 057Malaacutesia 384 099Mauriacutecias 324 143Paquistatildeo 253 131Tailacircndia 346 138Turquia 395 095

Tabela 5 Paiacuteses onde um plano de 500MB eacute acessiacutevel para os 20 dos rendimentos mais baixos

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

0

5

10

15

20

25

1000 4020 60 80

Mali

Malawi

2 TARGET

Uganda

Rwanda

BeninZambiaSenegalTanzania

Dominican Repulic

NepalVietnam

Botswana

ColumbiaEquadorNigeria

Namibia Mexico PhilippinesPeru

Bangladesh

TurkeyIndonesiaMalaysiaKazakhstan

PakistanMaritiusJordan

BrazilSouth Africa

Figura 6 Comparaccedilatildeo do preccedilo como do PIB per capita para planos de 500MB e a da populaccedilatildeo que pode pagar esse plano (2014)

TOTAL OF POP THAT CAN AFFORD 500MB AT 5 OF GNI PC

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

29

34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

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MB)

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Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

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51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

49

Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 28: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

28

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33 ANSIOSOS POR DADOS

Enquanto a acessibilidade eacute actualmente avaliada em relaccedilatildeo ao custo de um plano de dados de 500MB a realidade eacute que os utilizadores estatildeo ansiosos por mais dados e o uso significativo da Web assim o exige Com uma provisatildeo de dados de apenas 500MB por mecircs eacute possiacutevel apenas assistir a dois minutos de um viacutedeo de alta qualidade26 ndash natildeo eacute suficiente para permitir a utilizaccedilatildeo regular de informaccedilatildeo relativas agrave aacuterea da sauacutede educaccedilatildeo e de outras ferramentas online Viacutedeo e conteuacutedo de imagem consomem grandes

quantidades de dados e no entanto satildeo exactamente esses recursos que satildeo susceptiacuteveis de ser mais valiosos para as populaccedilotildees pobres marginalizadas e muitas vezes analfabetas que estatildeo actualmente sem conexatildeo agrave Internet Eacute necessaacuteria uma grande oferta de dados para que os usuaacuterios compreendam os benefiacutecios do desenvolvimento da Internet Duplicar o actual criteacuterio de 500MB para 1GB seria um bom comeccedilo

Ao longo dos uacuteltimos anos surgiu uma seacuterie de iniciativas destinadas a aumentar o acesso especialmente entre as populaccedilotildees pobres e outros mal representados Estas iniciativas normalmente giram em torno de planos de serviccedilos de dados que oferecem conteuacutedo especiacutefico e dados a custo zero (ou seja os dados oferecidos aos utilizadores sem nenhum custo associado mas que soacute pode ser usado para aceder a especiacuteficos sites ou aplicativos) Para os defensores estes serviccedilos a custo zero e similares oferecem a promessa de acesso ndash mesmo que limitada (no tempo ou conteuacutedo) ndash para aqueles que natildeo poderiam ter uma oportunidade de estarem conectados Para os criacuteticos este tipo de comportamento oferece aos utilizadores acesso limitado agrave Internet que ameaccedila criar uma Internet de dois niacuteveis ndash uma para os ricos e outra para os pobres Tambeacutem estatildeo a surgir outros modelos que oferecem dados gratuitos em troca de certas etapas (por exemplo ver um anuacutencio preenchimento de um inqueacuterito)

Apesar do perfil de crescimento e debate em torno de outros serviccedilos de dados moacuteveis a custo zero carecemos de evidecircncias empiacutericas sobre a eficaacutecia de tais serviccedilos tornando-se difiacutecil desenvolver

recomendaccedilotildees fundamentadas sobre o seu uso A A4AI iniciou recentemente um projecto de investigaccedilatildeo para descobrir os factos em torno da disponibilidade uso e impacto destes modelos de serviccedilo de dados nos paiacuteses em desenvolvimento Utilizando estudos empiacutericos que iratildeo determinar como o serviccedilo especiacutefico a custo zero e outros novos modelos de serviccedilos de dados de acessibilidade agrave Internet com impacto e uso nos paiacuteses em desenvolvimento iratildeo informar os responsaacuteveis poliacuteticos sobre a melhor forma de abordar esses serviccedilos como parte de sua estrateacutegia geral para melhorar o acesso agrave Internet

O projecto baseia-se em inqueacuteritos aos utilizadores e entrevistas com actores da induacutestria e do governo e vai olhar para a utilizaccedilatildeo e impacto dos serviccedilos em oito paiacuteses em desenvolvimento (Colocircmbia Peru Gana Nigeacuteria Queacutenia Iacutendia Bangladesh e Filipinas) O primeiro informe de estudo examina os tipos de serviccedilos de dados moacuteveis que estatildeo realmente a ser oferecidos nestes paiacuteses mais informes seratildeo publicados continuamente agrave medida que novos dados que satildeo recolhidos e analisados

SERVICcedilOS DE DADOS MOacuteVEIS DESTINADOS A DAR RESPOSTA AgraveS NECESSIDADES DE GRUPOS COM BAIXOS RENDIMENTOS

27 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

29

34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

30

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

32

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

33

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

A M

OBI

LE B

ROAD

BAND

(500

MB)

PLA

N AS

O

F GN

I PER

CAP

ITA

0

2

4

6

10

8

14

12

18

16

Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

34

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

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51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

49

Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 29: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

29

34 O LONGO CAMINHO PARA O ACESSO UNIVERSAL NOS PAIacuteSES MENOS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

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Enquanto o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico teve tendecircncia a baixar em todo o mundo o custo meacutedio nos paiacuteses em desenvolvimento ainda estaacute acima da meta de 5 chegando a uma meacutedia de 65 do RNB per capita27 A situaccedilatildeo eacute ainda mais grave na maioria dos 48 paiacuteses menos desenvolvidos do mundo (PMD) onde cerca de metade da populaccedilatildeo vive na pobreza absoluta28

Embora os preccedilos de banda larga estejam a cair mais depressa nos paiacuteses menos desenvolvidos do que em todos os paiacuteses em desenvolvimento como um todo o custo de um plano baacutesico de banda larga ndash o equivalente em meacutedia a 152 do PIB per capita ndash permanece ou inacessiacutevel a todos os segmentos das populaccedilotildees dos paiacuteses menos desenvolvidos ou a preccedilos acessiacuteveis apenas para os 20 de maior

rendimento (o Bangladesh eacute a excepccedilatildeo consulte a Tabela 6) Em todos os paiacuteses menos desenvolvidos do nosso estudo cerca de 340 milhotildees de pessoas ndash ou 69 da populaccedilatildeo ndash natildeo podem pagar um plano de banda larga moacutevel de 500MB

Para alcanccedilar o acesso universal entre os paiacuteses menos desenvolvidos ateacute 2020 seraacute necessaacuteria uma raacutepida mudanccedila radical A UIT estima que ao ritmo actual apenas 16 das pessoas dos paiacuteses menos desenvolvidos estaratildeo conectados em 2020 A nossa proacutepria anaacutelise mostra que ao ritmo actual os paiacuteses menos desenvolvidos em meacutedia natildeo vatildeo alcanccedilar o acesso universal (ou seja pelo menos 90 de acesso agrave Internet) ateacute 2042 Como podemos acelerar o progresso para consolidar 27 anos no valor de crescimento em apenas cinco anos

PMD

Estimativa da de populaccedilatildeo (com base no nuacutemero de quintis de rendimento) que

pode pagar um plano de banda larga moacutevel

de 500MB

Estimativa da populaccedilatildeo (com base no nuacutemero

de quintis de rendimento) que natildeo pode pagar um plano de banda larga moacutevel

500MB

Banda larga moacutevel preacute-pago com base

em telefone (500 MB) como do rendimento meacutedio nacional (PIB per

capita)

Estimativa do nuacutemero de anos para atingir

90 de taxa de acesso agrave Internet com base

em tendecircncias ao longo dos uacuteltimos

15 anos 51

Bangladesh 80 31815503 349 25

Ruanda 20 9073235 1402 27

Tanzacircnia 20 41458097 1054 30

Zacircmbia 20 12577074 1189 18

Benim 20 8478786 123 35

Senegal 20 11738046 1157 25

Nepal 20 22539779 745 15

Uganda 0 37782971 154 18

Mali 0 17086022 1704 28

Burkina Faso 0 17589198 243 22

Malawi 0 16695253 244 30

Etioacutepia 0 96958732 1692 35

Serra Leoa 0 6315627 40

Haiti 0 10572029 328 30

TOTAL 340680351

Sources ITU 2015 World Bank ndash Povcalnet 2015

28 UNCTAD (2015) ldquoLeast Developed Countries Report 2015rdquo httpunctadorgenpagesPublicationWebflyeraspxpublicationid=139329 ITU (2015) ldquoMeasuring the Information Society 2015rdquo httpwwwituintenITU-DStatisticsPagespublicationsmis2015aspx30 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)31 Dados de origem da ITU World TelecommunicationsIndicadores do Banco de Dados da TIC (2015)32 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)33 Source data from the ITU World TelecommunicationsICT Indicators Database (2015)

Tabela 6 Preccedilos tendecircncias de acessibilidade e de crescimento nos paiacuteses menos desenvolvidos (2014)

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

30

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

31

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

33

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

A M

OBI

LE B

ROAD

BAND

(500

MB)

PLA

N AS

O

F GN

I PER

CAP

ITA

0

2

4

6

10

8

14

12

18

16

Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

34

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

35

Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 30: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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35 SUPERAR OS DESAFIOS DA POBREZA E DA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Como esta anaacutelise mostra temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso baacutesico agrave Internet verdadeiramente acessiacutevel para todos

Considerando que 25 dos 51 paiacuteses haviam atingido a meta de acessibilidade de 5 para aqueles que ganham o rendimento meacutedio nacional apenas nove destes paiacuteses atingiram a meta de acessibilidade para os 20 da sua populaccedilatildeo de menor rendimento Nem um uacutenico paiacutes estudado pode reivindicar ter alcanccedilado para aqueles que vivem na pobreza

Embora os preccedilos continuem a descer e os paiacuteses continuem a atingir a meta de acessibilidade de 5 das Naccedilotildees Unidas a realidade eacute que as desigualdades de rendimento desmentem a verdadeira natureza da acessibilidade no terreno Se os preccedilos de banda larga continuam fora do alcance de grandes camadas da populaccedilatildeo em desenvolvimento e emergentes o acesso universal tambeacutem continuaraacute a ser uma meta inatingiacutevel Enquanto existirem uma pobreza e desigualdades galopantes a meta que define Internet acessiacutevel em 5 do rendimento meacutedio nacional manteraacute mil milhotildees sem acesso agrave economia da informaccedilatildeo

Embora a reduccedilatildeo da desigualdade no seu sentido mais amplo requer esforccedilos fora do acircmbito da Alianccedila podemos trabalhar com os governos e actores em todo o mundo para desenvolver poliacuteticas e iniciativas que nos permitam superar os desafios de acesso colocados pela desigualdade

Pensamos que existam trecircs passos principais que os paiacuteses devem dar

Em primeiro lugar definir uma meta de acessibilidade mais ambiciosa Uma meta de alta linha eacute em muitos aspectos um mal necessaacuterio mdash um nuacutemero para todas as partes interessadas se colocarem atraacutes No entanto a nossa anaacutelise mostrou que a actual meta da banda larga de niacutevel baacutesico ao preccedilo de 5 ou menos do PIB eacute manifestamente insuficiente Nos paiacuteses estudados

os preccedilos caiacuteram apenas uma vez para ou abaixo dos 2 do PIB per capita tornando a banda larga baacutesica verdadeiramente acessiacutevel para todos os grupos de renda incluindo os 20 Como observado anteriormente 500 MB de dados natildeo permite o uso significativo da Internet eacute hora de trazer o padratildeo pelo qual medimos o nosso progresso em acessibilidade mais de acordo com a realidade do uso de dados actual Por isso propomos uma nova definiccedilatildeo de Internet acessiacutevel Um plano de banda larga de 1GB moacutevel preacute-pago ao preccedilo de 2 ou menos do rendimento meacutedio mensal Esta meta de 1 por 2 deve ser adoptada como o novo limite para a acessibilidade

Em segundo lugar ser mais meticulosos na mediccedilatildeo da acessibilidade e captaccedilatildeo em diferentes grupos populacionais O acesso universal requer estrateacutegias especiacuteficas Medir como essas estrateacutegias estatildeo a funcionar requer anaacutelise segmentada Tendo em conta os desafios e restriccedilotildees a recolha de dados e recursos nos paiacuteses menos desenvolvidos este eacute um objectivo a meacutedio prazo para os governos registarem e para os doadores apoiarem

Em terceiro lugar comprometer-se com programas de acesso puacuteblico para alcanccedilar aqueles que o mercado nunca alcanccedilaraacute Mesmo em um niacutevel de 2 do PIB per capita o acesso agrave Internet permaneceraacute fora de alcance para os mais pobres entre os pobres Zonas rurais distantes podem nunca ser rentaacuteveis para as operadoras servirem Estrateacutegias como programas de acesso puacuteblico e prestaccedilatildeo de serviccedilos obrigatoacuteria como uma condiccedilatildeo de licenciamento devem ser incluiacutedas nas poliacuteticas nacionais Melhor aproveitamento pode ser feito do Serviccedilo Universal e acesso a fundos (USAFs) ndash muitas vezes criticado mas muitas vezes eficaz ndash para atingir essas metas

Estas recomendaccedilotildees e outras satildeo consideradas com mais detalhe na Secccedilatildeo 5

3 POBREZA DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS E O CASO DE ACESSIBILIDADE EQUIVOCADA

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41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

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41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

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Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 31: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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4DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

A M

OBI

LE B

ROAD

BAND

(500

MB)

PLA

N AS

O

F GN

I PER

CAP

ITA

0

2

4

6

10

8

14

12

18

16

Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

34

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

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51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 32: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como constatado pelo Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 as mulheres estatildeo entre os mais afectados pelo elevado custo da conexatildeo agrave Internet Uma seacuterie de factores afectam esta realidade incluindo as barreiras culturais ao acesso (por exemplo uma mulher natildeo deve estar conectada) e muitos dos mesmos desafios econoacutemicos discutidos acima (na Secccedilatildeo III) Tatildeo gritante a imagem da acessibilidade para aqueles que vivem na pobreza e na parte inferior da piracircmide de rendimentos eacute muito mais terriacutevel para as mulheres nestes grupos de rendimento que em meacutedia ganham 30-50 menos do que os seus homoacutelogos masculinos Esta lacuna salarial diminui a capacidade das mulheres ndash e dos agregados familiares chefiados por mulheres em particular ndash de pagar o acesso agrave Internet

A necessidade de reflexatildeo especiacutefica sobre geacutenero no desenvolvimento eacute explicitamente reconhecida no ODS Para aleacutem de apelar para o acesso universal a preccedilos acessiacuteveis agrave Internet (meta 9c) o novo conjunto de ODS tambeacutem propocircs atraveacutes de uma meta 5b aumentar o uso de tecnologia que permite em especial a tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo para promover o empoderamento das mulheresrdquo Embora essas duas metas estejam sob objectivos gerais diferentes elas satildeo indissociaacuteveis ndash o acesso universal natildeo pode ser alcanccedilado sem esforccedilos concretos de forma a conectar todas as mulheres bem como a plena igualdade de geacutenero natildeo pode ser alcanccedilada sem permitir o acesso das mulheres a uma Internet acessiacutevel aberta e segura

Um recente estudo feito pela Web Foundation mostra que as mulheres mais pobres das zonas urbanas em dez paiacuteses em desenvolvimento tecircm 50 menos probabilidades de estarem conectadas agrave Internet do que os homens na mesma faixa etaacuteria com niacuteveis semelhantes de educaccedilatildeo e renda familiar Duas grandes barreiras para o acesso on-line das mulheres ndash como constatado pelo estudo da Web Foundation e estudo anterior da GSMA ndash incluem tanto a falta de know-how ou conhecimento teacutecnico bem como o alto custo da conexatildeo Os paiacuteses que tecircm os custos de Internet mais elevados (como proporccedilatildeo do

rendimento meacutedio) natildeo soacute tecircm os menores nuacutemeros de mulheres on-line mas tambeacutem as maiores disparidades de geacutenero no uso da Internet (veja a Figura 7)32 Usando dados recentes sobre o rendimento desagregado por sexo de dez paiacuteses da Ameacuterica Latina e das Caraiacutebas descobrimos que o custo relativo de conexatildeo eacute maior para famiacutelias chefiadas por mulheres mdash talvez natildeo seja surpreendente dada a disparidade salarial de geacutenero encontrada em todo o mundo O alto custo da conexatildeo afecta particularmente as famiacutelias monoparentais chefiadas por mulheres que compotildeem ateacute 25 de todos os agregados nesses paiacuteses

Realmente quero aprender a usar a Internet mas [os dados moacuteveis] continuam caro e na minha zona natildeo haacute acesso Wi-Fi gratuito ndash eu teria

de me deslocar a um centro comercial para obter Wi-Fi

Mulher proprietaacuteria de uma loja em Jacarta Grupo de discussatildeo atraveacutes da ICT Watch paiacutes parceiro para Direitos da Mulher on-line

32 Web Foundation (2015) Direitos das Mulheres Online httpwebfoundationorgaboutresearchwomens-rights-online-2015 Web Foundation (2015)33 Este estudo foi preparado por Ayesha Zainudeen e Helani Galpaya da LIRNEasia com base em resultados de um estudo do GSMA Mulheres-LIRNEasia

Conectadas em telemoacuteveis internet e gecircnero em Mianmarr

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

A M

OBI

LE B

ROAD

BAND

(500

MB)

PLA

N AS

O

F GN

I PER

CAP

ITA

0

2

4

6

10

8

14

12

18

16

Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 33: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

33

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

41 MULHERES E O ACESSO Agrave INTERNET DE BAIXO CUSTO O QUADRO ACTUAL

Como resultado destas barreiras agrave conectividade a GSMA prevecirc que 17 mil milhotildees de mulheres nos paiacuteses de baixa e meacutedia renda natildeo possuam telemoacuteveis O mesmo estudo revela que as mulheres em meacutedia tecircm 14 menos probabilidade do que os

homens de possuir um de telemoacutevel ndash um facto que se traduz numa disparidade de geacutenero de 200 milhotildees na posse de telemoacuteveis Trabalhar para colmatar esta lacuna seraacute um elemento importante no esforccedilo para terminar com a divisatildeo digital global de geacutenero

A DISPARIDADE DE GEacuteNERO NO USO DE TELEMOacuteVEIS NO MYANMAR36

Em marccedilo de 2015 pouco mais de um ano apoacutes a liberalizaccedilatildeo do sector de TIC 40 da populaccedilatildeo de Myanmar com idades entre os 15 e os 65 possuiacutea um telemoacutevel No entanto as mulheres tinham 29 menos probabilidade ter um telemoacutevel do que os homens Para entender os motivos desta disparidade de geacutenero na posse de telemoacutevel a GSMA e a LIRNEasia realizaram um estudo qualitativo entre 91 homens e mulheres em Yangon maior cidade de Mianmar e Pantanaw uma pequena cidade na parte sudoeste do paiacutes

O estudo demonstrou que as mulheres no Myanmar desempenham um papel proeminente na gestatildeo das financcedilas domeacutesticas ndash mesmo que elas natildeo tenham rendimentos ndash e estatildeo frequentemente envolvidas na decisatildeo financeira para compra de um telemoacutevel para a famiacutelia No entanto o acesso das mulheres a esse telemoacutevel da famiacutelia eacute muitas vezes limitado porque o telefone tende a estar fora de casa com a pessoa que eacute considerada quem mais precisa Como as actividades fora de casa satildeo mais frequentemente realizados por homens esta diferenccedila no acesso e no geacutenero do uso moacutevel eacute agravada Como tal a obtenccedilatildeo de um segundo telemoacutevel para o lar (que tem uma maior probabilidade de ficar dentro de casa) parece ser a chave para o aumento do acesso e uso das mulheres

As duas principais razotildees entre as mulheres para natildeo ter um telemoacutevel (falta de acessibilidade e necessidade) estatildeo conectadas Natildeo precisar de um telemoacutevel eacute relativo para a compensaccedilatildeo

de custos-benefiacutecios ao comprar um telefone adicional para o agregado familiar Muitas mulheres sem telemoacutevel dizem que elas natildeo necessitam de um porque natildeo saem de casa para trabalhar ou estudar Embora muitas gostassem de ter o seu proacuteprio telemoacutevel elas sentem que mesmo que comprassem um as recargas seriam incomportaacuteveis porque ou natildeo estatildeo a ganhar um salaacuterio ou estatildeo a ganhar muito menos do que os membros do agregado familiar do sexo masculino A clara preferecircncia por determinadas marcas de uacuteltima geraccedilatildeo de smartphones tambeacutem foi um factor uma vez que muitas mulheres estavam dispostas a adiar a compra ateacute que elas pudessem pagar uma determinada marca

Aleacutem disso muitas mulheres natildeo vecircm os gastos com telemoacuteveis como uma prioridade em comparaccedilatildeo com outras necessidades mais prementes do agregado familiar em parte como resultado de ter pouca experiecircncia com telemoacuteveis Mesmo entre as mulheres que jaacute utilizam ou possuem um telemoacutevel muitas natildeo possuem as habilidades ou conhecimentos para expandir o seu uso actual para serviccedilos de dados potencialmente valiosos e geralmente contam com outras pessoas (principalmente homens) para a instruccedilatildeo

No Myanmar acabar com a disparidade de geacutenero na tecnologia moacutevel e perceber os benefiacutecios sociais e comerciais associados exigiraacute dos actores a concentraccedilatildeo nas duas barreiras principais 1) melhorar a acessibilidade e 2) aumentar a alfabetizaccedilatildeo teacutecnica

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Figura 7 Como os preccedilos da banda larga moacutevel afectam o acesso das mulheres agrave Internet

Fonte Relatoacuterio da Womenrsquos Rights Online (2015)PR

ICE

OF

A M

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(500

MB)

PLA

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I PER

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ITA

0

2

4

6

10

8

14

12

18

16

Mozambique

Columbia

Indonesia

Philippines India

Nigeria

Uganda

Kenya

LEVEL OF INTERNET ACCESS AMONG WOMEN0 40 5020 3010 60 70 80

34

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

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51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 34: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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42 USAR UMA POLIacuteTICA INTELIGENTE PARA COLMATAR O FOSSO DIGITAL ENTRE OS SEXOS E ALCANCcedilAR O ACESSO UNIVERSAL COM IGUALDADE

Os benefiacutecios da conexatildeo agrave Internet para as mulheres satildeo significativos mdash a GSMA estima que Alcanccedilar a paridade na posse e uso entre homens e mulheres em paiacuteses de baixa e meacutedia renda poderia trazer benefiacutecios socioeconoacutemicos tais como a disponibilidade de novas oportunidades de educaccedilatildeo e emprego mais 200 milhotildees de mulheres hellip [e] desbloquear uma oportunidade de mercado estimado em 170000000000 $ doacutelares para a induacutestria moacutevel em 2020rdquo

Da mesma forma o potencial da Internet para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres eacute enorme pode-se ligar as mulheres a oportunidades econoacutemicas expandir redes de capital e de apoio social e ampliar as vozes das mulheres sobre questotildees ciacutevicas Mas a igualdade de geacutenero e emancipaccedilatildeo da mulher atraveacutes de TIC como proposto na meta 5b do SDG natildeo se vai tornar uma realidade ateacute que as TIC se tornem mais acessiacuteveis a niacutevel monetaacuterio e de faacutecil acesso para as mulheres O que poderemos fazer para alcanccedilar isso

Aumentar a cobranccedila e melhorar a disponibilidade de indicadores com base no geacutenero

Maacute compreensatildeo das razotildees para diferenccedilas de geacutenero no acesso adopccedilatildeo e apropriaccedilatildeo da Internet resultam em grande parte de dados limitados sobre o tema Alguns governos consideram indicadores com base no geacutenero no desenvolvimento de pesquisas ou instrumentos de recolha de dados e como resultado poucos recolhem dados desagregados por geacutenero sobre a utilizaccedilatildeo de TIC Isto traduz-se em alguns paiacuteses que consideram o geacutenero na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas tal como ilustrado no Web Foundationrsquos 2014 Web Index poucos paiacuteses tecircm objectivos poliacuteticos concretos e mensuraacuteveis para a igualdade de geacutenero nas suas poliacuteticas de TIC e planos nacionais de banda larga Como um grupo de trabalho de especialistas da ONU recentemente concluiu sobre a mediccedilatildeo de TIC Quando os dados TIC excluem dados sobre as mulheres especificamente as mulheres satildeo ignoradas nos dados e na poliacutetica

Soluccedilotildees poliacuteticas para colmatar a lacuna de geacutenero em TIC e permitir o acesso alargado a banda larga devem estar enraizadas em conhecimento e experiecircncia especiacuteficos de cada paiacutes tendo em conta as realidades sociais e econoacutemicas desse mesmo paiacutes mdash incluindo como as desigualdades de geacutenero determinam a participaccedilatildeo e envolvimento das mulheres com a tecnologia Sabemos que as dimensotildees e determinantes da exclusatildeo digital das mulheres variam muito de paiacutes para paiacutes mas sem os dados que analisam especificamente a forma como as mulheres acedem e interagem com as TIC o desenvolvimento de uma poliacutetica forte eficaz ndash e a capacidade de medir o progresso em direccedilatildeo a objectivos de poliacutetica ndash vai continuar a ser um desafio

A Parceria na mediccedilatildeo do TIC para o Desenvolvimento tem desenvolvido e partilhado orientaccedilotildees para melhorar esses esforccedilos de recolha de dados e garantir que os dados recolhidos possam ser comparados e analisados internacionalmente Todos os paiacuteses devem comprometer-se a recolher dados desagregados por sexo e mais importante a integrar uma perspectiva de geacutenero em todos os esforccedilos de mediccedilatildeo atraveacutes da introduccedilatildeo de indicadores de geacutenero nas suas pesquisas e actividades de recolha de dados

Para aleacutem dos esforccedilos nacionais na melhoria da recolha e mediccedilatildeo de dados tambeacutem eacute importante que as instituiccedilotildees de investigaccedilatildeo e aqueles envolvidos em esforccedilos de pesquisa de geacutenero e TICs colaborem e coordenem os esforccedilos para que os novos esforccedilos de pesquisa evitem duplicaccedilotildees e complementem os esforccedilos de investigaccedilatildeo existentes e em curso Um novo estudo centrado no geacutenero nos permitiraacute desenvolver uma melhor compreensatildeo do acesso e uso da Internet pelas mulheres para criar a poliacutetica necessaacuteria de forma a combater as barreiras ao acesso enfrentadas pelas mulheres

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

49

Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 35: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

35

Desenvolver e implementar planos e poliacuteticas de banda larga nacionais sensiacuteveis ao geacutenero

Apesar dos esforccedilos durante a uacuteltima deacutecada (Por exemplo uma iniciativa inicial da UIT para desenvolver um curriacuteculo da poliacutetica de geacutenero e de telecomunicaccedilotildees e de formar decisores poliacuteticos e reguladores sobre a importacircncia da anaacutelise de geacutenero estudo e trabalho de advocacia poliacutetica realizado pelas agecircncias da ONU e ONGs globais que trabalham em questotildees do geacutenero no domiacutenio das TIC) muito poucos progressos foram feitos para integrar os objectivos da igualdade de geacutenero ao niacutevel da poliacutetica do sector de TIC Mais recentemente o Grupo de Trabalho para o Geacutenero da Comissatildeo de Banda Larga foi bem-sucedido em adicionar uma nova meta de geacutenero mdash igualdade de geacutenero no acesso a banda larga ateacute 2020mdash aos seus esforccedilos de sensibilizaccedilatildeo no entanto este esforccedilo teve apoio praacutetico limitado e consequentemente um impacto limitado

Esta tendecircncia eacute visiacutevel tambeacutem a niacutevel nacional Muito poucos paiacuteses actualmente tecircm abordagens focadas no geacutenero no desenvolvimento de poliacuteticas mdash apenas 10 dos 109 paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Geacutenero de 2013 da Comissatildeo de Grupo de Trabalho da Banda Larga tecircm poliacuteticas que incluem referecircncias a geacutenero Apenas sete de uma pequena amostra de 17 paiacuteses em desenvolvimento analisados com mais detalhe para a nossa proacutepria investigaccedilatildeo de acessibilidade tem planos de banda larga no local e apenas dois (Nigeacuteria e Colocircmbia) tecircm planos que incluem metas especiacuteficas para a equidade de geacutenero TIC com o orccedilamento atribuiacutedo para alcanccedilar estas metas

Sem conotaccedilatildeo especiacutefica sobre as metas de igualdade de geacutenero poliacuteticas e planos nacionais continuaratildeo a natildeo incluir 50 da sua populaccedilatildeo Dadas as lacunas significativas na abordagem de metas de igualdade de geacutenero por meio de poliacuteticas e planos na maioria dos paiacuteses eacute recomendaacutevel que todos os responsaacuteveis poliacuteticos considerem os elementos listados abaixo assim que eles desenvolvam ou actualizem os seus planos de banda larga eou poliacuteticas nacionais de TIC

Elaboraccedilatildeo de poliacuteticas focadas na mulher tornar as poliacuteticas e planos mais sensiacuteveis ao geacutenero

bull Certificar que todas as anaacutelises seratildeo realizadas para fins de desenvolvimento de poliacuteticas e planos de integraccedilatildeo de geacutenero e consideraccedilotildees de geacutenero a partir da anaacutelise de implantaccedilatildeo de rede para estrateacutegias e prioridades de acesso universal34

bull Envolver defensores de geacutenero e especialistas no processo de poliacuteticas e planeamento desde o iniacutecio para garantir o desenvolvimento de poliacuteticas centradas em mulheres

bull Estabelecer metas com prazos para alcanccedilar a igualdade de geacutenero no acesso a todas as aacutereas de poliacuteticas e planos de construccedilatildeo de habilidades para adopccedilatildeo e utilizaccedilatildeo

bull Considerar a atribuiccedilatildeo de uma percentagem dos recursos disponiacuteveis para apoiar as actividades centradas nas mulheres incluindo recursos para promover e apoiar empresaacuterias de TIC formaccedilatildeo em literacia digital das mulheres e raparigas e orientar acesso puacuteblico e outros projectos para apoiar o acesso e uso para mulheres e raparigas

bull Garantir que todos os programas de capacitaccedilatildeo e formaccedilatildeo sejam desenvolvidos considerando as necessidades das mulheres e raparigas em todos os niacuteveis educacionais Estes programas devem considerar que temaacuteticas seriam mais relevantes para os participantes oferecer oportunidades de formaccedilatildeo para todos os niacuteveis desde habilidades baacutesicas ateacute codificaccedilatildeo e design mais avanccedilados considerar a localizaccedilatildeo de programas e o geacutenero dos formadores

bull Definir quotas para garantir a igualdade de participaccedilatildeo de mulheres e outros grupos marginalizados em todos os programas apoiados por poliacuteticas e planos nacionais especialmente as populaccedilotildees rurais e pobres

Programas de educaccedilatildeo apoio e de capacitaccedilatildeo focados na mulher e rapariga

Estudos tecircm demonstrado a importacircncia de uma estrateacutegia de banda larga abrangente mdash e um que considera tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga mdash para aumentar o acesso universal e uso de Internet a preccedilos acessiacuteveis No entanto se essas estrateacutegias de oferta e procura continuarem a ignorar as uacutenicas barreiras enfrentadas pelas mulheres e raparigas elas nunca atingiratildeo as metas de acesso universal a preccedilos acessiacuteveis Para alcanccedilar o acesso universal e igualitaacuterio eacute fundamental que tanto os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas mais amplas de TIC nacionais e internacionais contenham objectivos de geacutenero especiacuteficos tempo-limite e considerem as melhores praacuteticas para superar as barreiras socioculturais e econoacutemicas que as mulheres enfrentam para ficarem conectadas agrave

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4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

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A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

37

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

wwwa4aiorgAlliance for Affordable Internet | 1110 Vermont Ave NW Suite 500 Washington DC 20005 USA

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 36: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Para responder ao fosso digital entre os geacuteneros e assegurar que as mulheres tenham oportunidades de se desenvolverem e serem empresaacuterias bem-sucedidas a Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia realizou recentemente o primeiro de uma seacuterie de campos de treino tecnoloacutegico para as mulheres na Universidade de Dar Es Salaam Tanzacircnia Implementado em parceria com a Faculdade de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (CoICT) na Universidade de Dar Es Salaam Buni Divas e o HelptoHelp o centro de formaccedilatildeo foi projectado para atingir o seguinte

bull Dar a oportunidade a estudantes do sexo feminino para estudarem em institutos de ensino superior na Tanzacircnia capacitaccedilatildeo informaacutetica e uma introduccedilatildeo agraves ferramentas de aprendizagem on-line para atender agraves necessidades das universidades bem como a futuros empregadores

bull Formar jovens mulheres da Tanzacircnia para se tornarem Embaixadoras da Tecnologia podendo ensinar habilidades informaacuteticas baacutesicas aos colegas bem como em suas comunidades de origem e de negoacutecios com foco na expansatildeo para as comunidades rurais

bull Incentivar os empregadores na Tanzacircnia a aumentar a sua quota de contrataccedilatildeo para as mulheres qualificadas e projetar funccedilotildees com base em desafios realistas do local de trabalho

Participantes do ldquoAcampamentordquo receberam formaccedilatildeo e depois submetidas a testes de competecircncias informaacuteticas baacutesicas Foram-lhes apresentados vaacuterios elementos de computaccedilatildeo baacutesica incluindo processamento de texto tecnologias de apresentaccedilatildeo codificaccedilatildeo e desenvolvimento de software e uma percentagem das mulheres foram convidadas a desenvolver e apresentar as suas ideias para potenciais novas empresas ldquostart-uprdquo

TREINAMENTO TECNOLOacuteGICO CAPACITA JOVENS MULHERES NA TANZAcircNIA 35

Internet Sem essa intervenccedilatildeo deliberada baseada numa compreensatildeo cuidadosa das realidades econoacutemicas sociais e culturais de acesso e uso das TIC por mulheres as poliacuteticas correm o risco de abrir ainda mais o fosso digital entre os geacuteneros reproduzir desigualdades de geacutenero off-line e on-line

O acesso agrave educaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo e oportunidades de formaccedilatildeo eacute fundamental para apoiar a participaccedilatildeo efectiva das mulheres numa sociedade digital e deve ser considerado e integrado como parte de uma

estrateacutegia global Vaacuterias iniciativas foram lanccediladas para apoiar o desenvolvimento de competecircncias teacutecnicas das mulheres e raparigas incluindo Take Back the Tech (liderado pela Associaccedilatildeo para Comunicaccedilotildees Progressivas) formaccedilotildees para mulheres pela World Pulse e diversos programas liderados pelo Ghana KACE Os recentes esforccedilos por parte da Fundaccedilatildeo Africana para a Tecnologia (veja a caixa abaixo) servem como um bom exemplo do tipo de actividades e oportunidades que as poliacuteticas devem apoiar integrando esforccedilos educacionais de maior escala

4 DISPARIDADE DE GEacuteNERO EXACERBAR DOS DESAFIOS DE ACESSIBILIDADE

PERMITIR ACESSO E USO SIGNIFICATIVO DA INTERNET PARA AS MULHERES NIGERIANASO Plano Nacional de Banda Larga da Nigeacuteria (2013-2018) prevecirc uma sociedade altamente conectada e vecirc o acesso agrave banda larga como um factor chave na facilitaccedilatildeo do desenvolvimento socioeconoacutemico para o paiacutes e seu povo Compromete o governo a intensificar os esforccedilos para melhorar a alfabetizaccedilatildeo e inclusatildeo digital utilizando recursos nacionais existentes para o acesso da comunidade e defender e demonstrar os benefiacutecios da banda larga dentro do governo e entre a populaccedilatildeo Aleacutem disso o plano aspira colmatar a lacuna de geacutenero no acircmbito das TIC comprometendo-se a monitorar especificamente o nuacutemero de mulheres sem acesso agrave Internet fornecer incentivos para centros educacionais privados e organizaccedilotildees da sociedade civil para formar mais mulheres no uso da Internet e tecircm dedicado centros na sede do governo local para servir como seguros centros de acesso agrave tecnologia para mulheres Cursos sobre a utilizaccedilatildeo segura da Internet para raparigas tambeacutem seratildeo entregue utilizando o TIC

Raparigas e mulheres na Nigeacuteria tecircm 40 menos probabilidades de acesso agrave Internet do que os homens e apoio do sector puacuteblico e privado eacute fundamental para colmatar essa lacuna O programa Meninas em Crescimento e Mulheres na Nigeacuteria (G-WIN) iniciado atraveacutes do Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees e Tecnologia apoia projectos que procuram colmatar a lacuna de geacutenero no acesso digital e capacitaccedilatildeo tais como

bull Mulheres Inteligentes da Nigeacuteria eacute uma rede online de mulheres na Nigeacuteria que recebem informaccedilotildees importantes sobre temas como sauacutede educaccedilatildeo e agricultura atraveacutes de seus telefones moacuteveis Esta iniciativa permitiu que mulheres rurais e menos privilegiadas tivessem acesso a informaccedilotildees para ajudar a satisfazer as suas necessidades soacutecio-econoacutemicas (por exemplo informaccedilotildees sobre sauacutede educaccedilatildeo agricultura etc)

bull Raparigas Digitais ACT concentram-se em desenvolver o interesse em TIC e competecircncias entre as raparigas do ensino secundaacuterio atraveacutes da sua participaccedilatildeo em clubes digitais que incluem a exposiccedilatildeo e formaccedilatildeo de ponta em competecircncias TIC Embora as mulheres representem mais de 50 da populaccedilatildeo da Nigeacuteria elas ocupam menos de 20 dos postos de trabalho do TIC no paiacutes O Clube das Raparigas Digitais incentiva as meninas a abraccedilar o TIC a fim de colmatar o fosso digital existente entre homens e mulheres

bull 1000 Raparigas FMCTHuawei incrementa uma parceria puacuteblico-privada com uma empresa de TIC para formar 1000 raparigas em competecircncias praacuteticas TIC e conhecimentos para aumentar a empregabilidade

35 Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano36 Caacutelculos A4AI com base em Armstrong Anne Joseph H Mueller and Timothy D Syrett (2014) Smartphone Royalty Stack Prospecccedilatildeo de direitos

e demandas para os componentes dentro de modernos smartphones httpswwwwilmerhalecomuploadedFilesShared_ContentEditorialPublicationsDocumentsThe-Smartphone-Royalty-Stack-Armstrong-Mueller-Syrettpdf

37 Figura Santa Luacutecia fornecida pelo Director de Serviccedilos de TI para o governo de Santa Luacutecia em um workshop recente com a presenccedila de um membro do A4AI Preparado com contribuiccedilotildees da Fundaccedilatildeo de Tecnologia Africano

37

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

39

O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 37: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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5RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

39

O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 38: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

38

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Um dos principais desafios para alcanccedilar um acesso acessiacutevel e universal eacute que a actual definiccedilatildeo de acessibilidade natildeo nos permite uma imagem fiel do verdadeiro custo de acesso em todo o mundo Em 2011 a Comissatildeo de Banda Larga da ONU apresentou o que eacute agora a definiccedilatildeo de facto de Internet acessiacutevelrdquo o preccedilo de um plano de banda larga de niacutevel baacutesico deve ser inferior a 5 do rendimento meacutedio mensal nacional (isto eacute o PNB per capita) Diferentes componentes desta definiccedilatildeo valem a pena ser revisitados

a Redefinir niacutevel baacutesico da banda larga como um plano de dados de 1GB

Em primeiro lugar eacute hora de reconsiderar o que se entende por um plano de banda larga de niacutevel baacutesico Como discutimos anteriormente um plano de banda larga moacutevel de 500MB para uso ao longo de um mecircs ndash o equivalente a cerca de 16 MB de dados por dia ndash eacute limitado Agrave medida que os requisitos de dados de aplicaccedilotildees aumentam continuamente o mesmo acontece com a necessidade de pacotes de dados maiores O conteuacutedo mais uacutetil para aqueles actualmente desconectados muitos dos quais satildeo analfabetos ou natildeo tecircm educaccedilatildeo formal eacute muitas vezes o conteuacutedo que exige a maioria dos dados de acesso (aplicativos por exemplo conteuacutedo audiovisual sauacutede e educaccedilatildeo interactiva etc) Para beneficiar e usar a Internet de uma forma significativa eacute muito mais realista avaliar a acessibilidade com base no preccedilo de um plano preacute-pago de 1GB de banda larga moacutevel Enquanto continua a ser um miacutenimo ele fornece um ponto de partida mais relevante

b Definir uma meta de custo mais ambiciosa

Tambeacutem eacute importante considerar o limiar de 5 para acessibilidade A nossa anaacutelise revelou que a este niacutevel os preccedilos de banda larga em muitos paiacuteses parecem ser acessiacuteveis quando na verdade eles satildeo muito caros para uma parcela significativa da populaccedilatildeo Em muitos dos paiacuteses que alcanccedilaram a meta de 5 de banda larga de niacutevel baacutesico (500MB)

ainda eacute muito caro para pelo menos 20 dos escalotildees de rendimento mais baixos no paiacutes e muitas vezes permanece fora do alcance de todos com exceccedilatildeo do grupo de rendimentos mais altos

Usar o rendimento meacutedio nacional como medida da acessibilidade eacute impreciso e disfarccedila os desafios causados pelos altos niacuteveis de desigualdade no rendimento Apesar disso usar o PIB per capita ndash dados que estatildeo prontamente disponiacuteveis ndash como uma ferramenta de mediccedilatildeo para a acessibilidade permaneceratildeo a nossa melhor opccedilatildeo para avaliar os progressos desde que dados mais detalhados (por exemplo dados agregados por quintil de renda) continuem a ser difiacuteceis de encontrar Para ter uma hipoacutetese de alcanccedilar o acesso universal de forma acessiacutevel requerido na SDG 9c devemos levar em conta e superar as barreiras impostas pela pobreza e desigualdades de rendimento e geacutenero Para fazer isso temos de reduzir o limite para o que consideramos ser Internet acessiacutevel

c Adoptar e trabalhar para uma nova meta de ldquo1 por 2rdquo

Propomos definir acessibilidade como um plano de banda larga de niacutevel baacutesico (ou seja o plano de 1GB) ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita Se o crescimento continuar ao ritmo actual a divisatildeo digital continuaraacute a aumentar e alcanccedilar o acesso universal ateacute 2020 seraacute impossiacutevel Na verdade os paiacuteses menos desenvolvidos estatildeo a caminho de alcanccedilar o acesso universal (definido como 90 de adesatildeo agrave Internet) apenas em 2042 Redefinir Internet a preccedilos acessiacuteveis como 1GB de dados ao preccedilo de 2 ou menos do PIB per capita iraacute mover o alvo para um niacutevel em que as mulheres os pobres e outras populaccedilotildees marginalizadas poderatildeo ser capazes de se dar ao luxo de aceder agrave Internet para fazer parte da revoluccedilatildeo digital As organizaccedilotildees internacionais incluindo a Comissatildeo de banda larga da ONU e da UIT bem como os governos nacionais em todo o mundo devem adotar e comeccedilar a trabalhar em direccedilatildeo a esse novo alvo mais ambicioso agora

Os resultados deste ano do Iacutendice dos Motores de Acessibilidade apontam para as aacutereas em que os paiacuteses tecircm realizado ganhos para reduzir os custos de banda larga mais importante eles tambeacutem destacam as aacutereas de melhoria Estas melhorias satildeo fundamentais para atingir a meta global de acesso universal e afirmaram objectivos de

muitos governos para melhorar a acessibilidade e acesso a banda larga No entanto para concretizar estes objectivos os paiacuteses devem superar os obstaacuteculos colocados pelas desigualdades de geacutenero e de rendimento Abaixo noacutes revemos nossas principais recomendaccedilotildees para enfrentar esses desafios e permitir acesso igual para todos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

51 REDEFINIR ACESSIBILIDADE COM AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO E DE GEacuteNERO EM VISTA

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

38 Francisco Proenza (2015) Acesso puacuteblico TIC atraveacutes de culturas httpsmitpressmitedupublic-access-ICT

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O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 39: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

39

O custo adicional de um smartphone ndash ateacute mesmo um smartphone de baixo custo ndash conspiraram para manter muitos desconectados Quando o preccedilo de um dispositivo eacute acrescido ao preccedilo de um plano baacutesico de banda larga o nuacutemero de pessoas em todo quintil de rendimento que podem pagar o acesso reduz drasticamente Permitir que mais pessoas paguem a banda larga exigiraacute reduzir o custo dos smartphones e outros dispositivos de TIC

Para conseguir smartphones mais acessiacuteveis no mercado diferentes actores tecircm papeacuteis importantes a desempenhar Os fabricantes de telemoacuteveis devem continuar a fabricar smartphones de baixo custo alguns tecircm dado passos importantes nesse sentido (por exemplo um programa da Google Android ou produtos Huawei a baixo custo) mas haacute muito mais a ser feito para desenvolver uma ampla gama de telefones dentro da gama de preccedilos que a GSMA prevecirc como acessiacuteveis no desenvolvimento dos paiacuteses (ou seja $ 25-50) Anteriores incursotildees fracassadas no mercado tecircm enfatizado a importacircncia desses telefones que tecircm uma funcionalidade e design comparaacuteveis aos telefones de gama superior de modo a que os consumidores estejam dispostos a compraacute-los Os fabricantes e operadoras de telemoacuteveis tambeacutem devem considerar modelos de negoacutecios que lhes permitam uma parceria de modo a oferecer smartphones com preccedilos mais baixos para os consumidores

O sector privado governo e Universidades devem analisar igualmente os desafios colocados pelos efeitos de integraccedilatildeo de direitos autorais na induacutestria de smartphones Os observadores sugerem que ateacute 31 do custo de um aparelho de $ 400 doacutelares pode ser atribuiacutedo aos direitos de

patentes39 Na verdade em alguns casos o custo associado com direitos de patente para um aparelho representam mais do que o custo dos componentes fiacutesicos do telefone Esta questatildeo requer uma anaacutelise mais aprofundada especialmente porque o pagamento dos direitos actuam como um desincentivo para os novos potenciais participantes que se iniciam no mercado para investir inovar e competir na induacutestria de smartphones ndash todos os preacute-requisitos para smartphones a preccedilos acessiacuteveis e desejaacuteveis

Os governos tambeacutem podem ajudar a reduzir os custos dos dispositivos reduzindo os impostos de importaccedilatildeo sobre os aparelhos e itens relacionados como cartotildees SIM A Alianccedila 4AI-Moccedilambique argumentou num estudo feito sobre o regime de tributaccedilatildeo do TIC existente em Moccedilambique que a reduccedilatildeo de direitos aduaneiros sobre os aparelhos (bem como outros dispositivos e equipamentos) poderia aumentar o PIB em cerca de $ 443 milhotildees de doacutelares ao longo de quatro anos Este crescimento econoacutemico resultaria do aumento da captaccedilatildeo esperado no telemoacutevel e uso do TIC Tais acccedilotildees satildeo urgentes em paiacuteses com altos impostos cobrados sobre as importaccedilotildees e serviccedilos de TIC como em St Lucia onde os direitos de importaccedilatildeo e outros impostos atingem ateacute uns colossais 55 e na Repuacuteblica Dominicana onde os impostos de aparelhos representam 48 do custo total de dispositivos Eacute importante que os governos trabalhem para identificar e implementar um regime de tributaccedilatildeo equilibrado para as TIC e dos aparelhos em particular ndash um que natildeo enfatize as receitas a curto prazo e custos a meacutedio e longo prazo dos impactos econocircmicos

Mesmo quando os custos de dispositivos satildeo reduzidos e os dados se tornam mais acessiacuteveis a falta de rendimento continuaraacute a ser uma barreira iacutengreme ao acesso para alguns grupos marginalizados Iniciativas de acesso puacuteblico satildeo muitas vezes fundamentais para trazer a conectividade a esses grupos mas eles satildeo frequentemente negligenciados ou excluiacutedos das poliacuteticas nos paiacuteses em desenvolvimento tentando alcanccedilar banda larga universal Para atingir a meta de acesso universal da SDG os governos teratildeo de investir muito mais no fornecimento de baixo custo generalizado ou facilidades de acesso puacuteblico gratuito concebido especialmente para alcanccedilar as mulheres os habitantes rurais e aqueles que vivem na pobreza

Facilidades de acesso puacuteblicas ndash incluindo telecentros

centros comunitaacuterios correios bibliotecas e redes Wi-Fi puacuteblicas ndash oferecem ao puacuteblico o acesso acessiacutevel ou gratuito a computadores Tabelats e outros dispositivos de comunicaccedilatildeo com ligaccedilatildeo agrave Internet Estas instalaccedilotildees tambeacutem podem servir como pontos de ancoragem para sistemas Wi-Fi e redes comunitaacuterias que tambeacutem podem chegar agravequelas pessoas que tenham os seus proacuteprios dispositivos moacuteveis e computadores Recentes experiecircncias em redes Wi-Fi puacuteblicas em Sri Lanka e na cidade de Tshwane Aacutefrica do Sul ilustram como os governos estatildeo a patrocinar o acesso puacuteblico e a fornecer um subsiacutedio de dados gratuito para os cidadatildeos Brasil Colocircmbia Moccedilambique Sri Lanka Filipinas e Iacutendia todos oferecem exemplos de iniciativas bem-sucedidas de acesso puacuteblico que natildeo soacute ampliou o acesso mas tambeacutem

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52 REDUCcedilAtildeO DOS CUSTOS DOS APARELHOS

53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLICO

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

39 A4AI (2015) Fundos de acesso e de serviccedilo universal na era da banda larga O Imperativo Investimento Colectivo httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 40: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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53 DAR PRIORIDADE AgraveS FACILIDADES DE ACESSO PUacuteBLIC

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO A disparidade de geacutenero representa um dos desafios mais criacuteticos da nossa era A disparidade de geacutenero no acesso as TIC (evidenciado no relatoacuterio da Fundaccedilatildeo Web da Womens Rights Online) eacute uma desigualdade tal que abordaacute-la seraacute crucial para alcanccedilar tanto o ODM 9c (acesso universal e acessiacutevel) como a SDG 5b (Utilizaccedilatildeo das TIC para capacitar as mulheres) Natildeo podemos alcanccedilar o acesso universal sem conectar as mulheres (metade da populaccedilatildeo do mundo) Da mesma forma o empoderamento das mulheres atraveacutes das TIC natildeo vai acontecer sem permitir agraves mulheres o

acesso a Internet a preccedilos acessiacuteveis Garantir TIC para apoiar a capacitaccedilatildeo das mulheres e ao mesmo tempo colmatar a lacuna de geacutenero no acesso e utilizaccedilatildeo das TIC satildeo objectivos que devem ser explicitamente abordados pelos governos por todo o mundo Apesar de ambas as questotildees de geacutenero e seu impacto em todos os aspectos da vida moderna eles raramente se cruzam ao niacutevel da poliacutetica Como observado anteriormente haacute muito poucos planos de banda larga nacionais que abordem as questotildees de geacutenero Ao mesmo tempo existem poucas poliacuteticas nacionais de

tem fornecido as oportunidades de formaccedilatildeo de competecircncias necessaacuterias para as comunidades locais de forma a beneficiarem deste acesso

Facilidades de acesso puacuteblico oferecem serviccedilos de banda larga mas tambeacutem se apresentam como entidades que oferecem oportunidades de educaccedilatildeo formaccedilatildeo em literacia digital e em muitos casos o desenvolvimento de habilidades e oportunidades de aprendizagem agrave distacircncia Um estudo de muacuteltiplos anos em vaacuterios paiacuteses de baixo e meacutedio rendimento descobriu que maior parte dos utilizadores (62) utilizaram pela primeira vez a Internet em um local de acesso puacuteblico O estudo tambeacutem descobriu que as bibliotecas puacuteblicas satildeo particularmente importantes para garantir o acesso acessiacutevel para grupos

carentes No entanto as bibliotecas puacuteblicas e outras instalaccedilotildees de acesso puacuteblico muitas vezes permanecem subfinanciados ou negligenciados como um mecanismo para fornecer acesso de baixo custo

Um dos principais desafios relativo as iniciativas de acesso puacuteblico eacute uma insuficiente compreensatildeo das estrateacutegias necessaacuterias para criar e manter centros de acesso puacuteblico Algumas potenciais aacutereas de foco para os decisores incluem o enriquecimento do conhecimento nacional e local sobre como criar espaccedilos de acesso puacuteblico sustentaacuteveis oferecendo conteuacutedos e serviccedilos tais como serviccedilos de governo eletroacutenico proporcionando formaccedilatildeo contiacutenua e relevante para o pessoal e utilizadores nestes locais garantindo que as plataformas de acesso puacuteblico tenham opccedilotildees apropriadas de conectividade de banda larga a baixo custo O papel dos telecentros continuaraacute a evoluir agrave medida que a tecnologia muda mas assegurar um crescimento inclusivo vai continuar a exigir esforccedilos conduzidos pelo governo para garantir a disponibilidade de ferramentas digitais para os cidadatildeos marginalizados38

Uma opccedilatildeo chave para responder agraves preocupaccedilotildees de sustentabilidade eacute fortalecer o uso do serviccedilo universal e Fundos de acesso (USAFs) de forma a apoiar a expansatildeo e implantaccedilatildeo bem-sucedida de facilidades de acesso puacuteblico Tal como verificamos em estudos anteriores USAFs podem direcionar o financiamento para onde ele seraacute mais eficaz no encerramento de lacunas digitais e aumentar a demanda que por sua vez iraacute acelerar o ciclo virtuoso de expansatildeo do ecossistema de banda larga Como importantes mecanismos de investimento colectivo os USAFs estatildeo bem posicionados para investir e apoiar facilidades de acesso puacuteblico de forma a tornarem-se de baixo custo ou opccedilatildeo de acesso livre para os desconectados e a utilizaccedilatildeo eficaz desses fundos pode apoiar esses esforccedilos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

INICIATIVAS DE INCLUSAtildeO DIGITALUm nuacutemero de governos comprometeram-se a abordar a inclusatildeo digital especialmente em aacutereas rurais Os exemplos incluem

bull O NBTC da Tailacircndia destinou $ 550 milhotildees de doacutelares do Fundo de Acesso e Serviccedilo Universal (USAF) do paiacutes para estender a conectividade a 70000 aldeias e para conectar 2300 centros de TIC sedeados na comunidade para serviccedilos de banda larga

bull O modelo de telecentro de Fiji promove o uso da Internet nas escolas ndash tanto para os alunos durante o horaacuterio escolar como para as comunidades locais apoacutes o horaacuterio escolar

bull O acesso a banda larga gratuito em todas as bibliotecas puacuteblicas de Western Cape na Aacutefrica do Sul permitiu que estudantes e membros da comunidade que de outra forma natildeo estariam conectados pudessem aceder agrave Internet

bull Em 2015 as Filipinas cederam recursos para estabelecer WiFi gratuito por todo o paiacutes em locais como escolas hospitais aeroportos e parques puacuteblicos em 2016

bull Em Moccedilambique Centros Multimeacutedia Comunitaacuterios apoiam a inclusatildeo digital fornecendo acesso livre e de baixo custo e programas de formaccedilatildeo digitais para as comunidades

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 41: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNEROgeacutenero que discutem o acesso e utilizaccedilatildeo do TIC

No relatoacuterio de acessibilidade de banda larga de 2014-15 demonstramos que estrateacutegias de banda larga eficazes (ou seja as estrateacutegias que consideram tanto a oferta como a procura de serviccedilos de banda larga e que reflectem uma abordagem de parceria para a tomada de decisotildees e implementaccedilatildeo) estavam associados a preccedilos de banda larga mais baixos Tornar essas estrateacutegias mais sensiacuteveis ao geacutenero tem o potencial de melhorar a acessibilidade e acesso agrave banda larga entre as mulheres o que por sua vez pode ajudar a reduzir as disparidades de geacutenero Um plano de banda larga com perspectiva de gecircnero iraacute considerar as lacunas entre homens e mulheres existente em termos de acessibilidade e de acesso e vai propor intervenccedilotildees com o potencial de conduzir a resultados iguais para homens e mulheres

Existem alguns exemplos emergentes de paiacuteses que trabalham para tornar os seus planos nacionais de banda larga mais sensiacuteveis ao geacutenero Coligaccedilotildees

nacionais da A4AI estatildeo a apoiar os esforccedilos da Repuacuteblica Dominicana ndash que estaacute a trabalhar para incluir as questotildees de geacutenero e metas da Agenda Digital do paiacutes (veja quadro acima) ndash e Moccedilambique que estaacute a trabalhar com o apoio do Ceticbr ndash o Centro Regional da UNESCO para estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informaccedilatildeo ndash de forma a recolher mais dados de geacutenero incluindo novos indicadores baseados no geacutenero e questotildees especiacuteficas de geacutenero em novos estudos domeacutesticos sobre TIC no paiacutes A fim de desenvolver um conjunto geral de recomendaccedilotildees para outros paiacuteses noacutes aproveitamos essas experiecircncias e trabalhos anteriores na aacuterea para apresentar uma lista de assuntos que os planos de banda larga nacionais e poliacuteticas setoriais devem incorporar ao procurar fechar a exclusatildeo digital de geacutenero A implementaccedilatildeo desses planos tambeacutem podem ajudar os paiacuteses a atingir as metas internacionais e nacionais para reduzir as disparidades de acesso entre os sexos e capacitar as mulheres

A Repuacuteblica Dominicana recentemente revitalizou os esforccedilos para desenvolver uma agenda nacional Digital e tem o compromisso de desenvolver a agenda com a entrada de uma seacuterie de consultas puacuteblicas A Coligaccedilatildeo da A4AI na Repuacuteblica Dominicana liderou os esforccedilos para garantir que esta Agenda Digital ficaria com perspectiva de geacutenero levando em consideraccedilatildeo as necessidades especiacuteficas das barreiras enfrentadas pelas mulheres no espaccedilo digital Embora o projecto inicial da Agenda Digital reconheceu o Plano de Igualdade de Geacutenero para a Sociedade da Informaccedilatildeo (PIOM-SI) (desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Acccedilatildeo Feminina (CIPAF) em colaboraccedilatildeo com activistas de geacutenero Dominicanas) natildeo integrou as suas recomendaccedilotildees em todas as aacutereas de acccedilatildeo da poliacutetica

Em setembro de 2015 mais de 90 actores de vaacuterias agecircncias do governo da Repuacuteblica Dominicana o sector privado e a sociedade civil reuniram-se em Santo Domingo para um workshop sobre a melhor forma de integrar o geacutenero em todos os cinco pilares da proposta de Agenda Digital mdash (1) infra-estrutura e acessibilidade (2) capacitaccedilatildeo (3) desenvolvimento e inovaccedilatildeo produtivas (4) governo electroacutenico e serviccedilos digitais e (5) Ambiente favoraacutevel Estas ideias foram entatildeo compartilhadas durante uma consulta puacuteblica O workshop e consulta mdash uma colaboraccedilatildeo entre a Comissatildeo Nacional sobre a Sociedade

da Informaccedilatildeo e do Conhecimento (CNSIC) CIPAF Indotel o Ministeacuterio dos Assuntos das Mulheres (Mesa de Gecircnero e Tecnologias) e a A4AI mdash revelaram enorme apoio puacuteblico com maior ecircnfase na igualdade de geacutenero na poliacutetica Tambeacutem recomendado um potencial sexto pilar sobre o geacutenero e inclusatildeo digital com consideraccedilotildees transversais para a igualdade socioeconoacutemica e de geacutenero na sociedade da informaccedilatildeo Os participantes recomendaram que a nova poliacutetica deveria concentrar-se especificamente em

bull Serviccedilos digitais concebidos para as necessidades de informaccedilatildeo das mulheres e raparigas

bull Estrateacutegias de infra-estrutura e acesso que consideram as dificuldades de acesso enfrentadas por mulheres pobres especialmente em zonas rurais ou remotas

bull Desenvolvimento de capacidades e oportunidades educacionais para as mulheres e raparigas em todos os sectores da agricultura ao militar e

bull Construccedilatildeo de apoio para mulheres tecnoloacutegicas

As contribuiccedilotildees e sugestotildees estatildeo a ser integradas no projecto de trabalho da Agenda Digital que deve ser submetido para aprovaccedilatildeo em meados de 2016 Espera-se que a nova Agenda Digital reflita a visatildeo e aspiraccedilatildeo de todos os dominicanos incluindo mulheres e raparigas

CRIACcedilAtildeO DE UMA AGENDA DIGITAL NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO NA REPUacuteBLICA DOMINICANA

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

41 Francisco Proenza (2015) Public Access ICTs Across Cultures httpsmitpressmitedupublic-access-ICT42 A4AI (2015) Universal Access and Service Funds in the Broadband Era The Collective Investment Imperative httpa4aiorgwp-contentuploads201506A4AI-USAF_062015_FINALpdf

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 42: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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No geral Niacutevel de objectivos nacionais para as metas de igualdade de geacutenero em todas as aacutereas-chave do ecossistema de banda larga

Investimento no Sector (pelo sector privado o sector puacuteblico e as parcerias puacuteblico-privadas)

Incentivos ao investimento (por exemplo isenccedilotildees fiscais contribuiccedilatildeo de aces-so universal creacuteditos ) para reduzir os custos globais especialmente em aacutereas rurais e remotas onde uma percentagem significativa dos pobres satildeo mulheres e raparigas que podem beneficiar ao maacuteximo de serviccedilos a preccedilos acessiacuteveis incluindo atraveacutes de facilidades de acesso puacuteblicoObrigaccedilotildees de licenciamento para cobertura nas zonas rurais e suburbanas com foco em mulheres domeacutesticas e pobres (por exemplo fora das principais rotas de transporte)Incentivos poliacuteticos (por exemplo reduccedilotildees fiscais o financiamento do serviccedilo universal) para investimentos compartilhados e operaccedilotildees para o fornecimento de instalaccedilotildees de acesso puacuteblico para atender as mulheres e as populaccedilotildees de baixa rendaOrientaccedilotildees poliacuteticas para aumentar a colaboraccedilatildeo entre todos os prestadores de serviccedilos puacuteblicos (por exemplo telecomunicaccedilotildees transportes energia) e aumentar o acesso a todos os serviccedilos para os mais pobresPromover e incentivar os investimentos em soluccedilotildees tecnoloacutegicas centradas nas mulheres fornecendo acesso de banda larga de qualidade e aplicaccedilotildees a preccedilos acessiacuteveis Investimentos de parcerias puacuteblicas e ou puacuteblico-privadas focadas em preencher a lacuna de acesso de geacutenero em todos os segmentos de mercado

Disponibilidade (Fornecimento)Disponibilidade de serviccedilos focados na mulher e rapariga Se estes natildeo existirem existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de serviccedilos e ofertas direcionadas para atender agraves necessidades das mulheresDisponibilidade de serviccedilos de acesso puacuteblico (por exemplo WiFi comunitaacuterio) de apoio e oferta de acesso a baixo custo ou gratuito para responder agraves necessidades das mulheres e das populaccedilotildees ruraisEstaratildeo as redes e serviccedilos disponiacuteveis em aacutereas onde as mulheres trabalham campos de agricultura ou a gerir os seus negoacutecios

Relevacircncia (Procura)Existe conteuacutedo disponiacutevel que seja relevante para as mulheres e raparigas Se natildeo existem disposiccedilotildees para apoiar o desenvolvimento de conteuacutedos centrados nas mulheres e aplicaccedilotildees de suporte

Estaraacute a poliacutetica a abordar as competecircncias digitais e programas de alfabetizaccedilatildeo digital para apoiar a participaccedilatildeo das mulheres e raparigas no sector do TIC como utilizadores produtores e criadores

AcessibilidadeOs preccedilos de banda larga de niacutevel baacutesico satildeo acessiacuteveis a todas as mulheres no paiacutes (considerando o rendimento e desigualdade de gecircnero) Se natildeo seratildeo os planos e poliacuteticas em vigor suficientes para garantir baixo custo ou livre acesso do puacuteblico a esses grupos populacionais tanto em aacutereas urbanas e ruraisSeraacute que os pacotes de dados acessiacuteveis fornecem dados suficientes para as necessidades de informaccedilatildeo e digitais das mulheres e raparigas Se natildeo existem poliacuteticas em vigor para incentivar planos de dados inovadoras para apoiar o acesso das populaccedilotildees de baixa renda

Medir o progressoDados recolhidos no sentido de medir o progresso de todas as metas de geacutenero

Dados recolhidos para medir a contribuiccedilatildeo e impacto de todo o tipo de poliacuteticas e medidasMelhorar a recolha de dados de TIC desagregados por geacutenero e indica-dores de geacuteneroAplicar as orientaccedilotildees para a recolha de indicadores de geacutenero no sector TIC (comeccedilando com orientaccedilotildees desenvolvidas pela UIT e definiccedilatildeo de indicadores especiacuteficos de cada paiacutes)

Nota Natildeo se trata de uma lista completa mas sim uma lista sugerida por alguns elementos-chave a considerar para garantir poliacuteticas e planos com mais perspectiva de gecircnero Note This is not a complete list but rather a suggested checklist of some key elements to consider to ensure policies and plans are more gender-responsive

54 DESENVOLVER PLANOS NACIONAIS DE BANDA LARGA NA PERSPECTIVA DE GEacuteNERO

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 8 Inclusatildeo Digital no Cerne Uma lista de verificaccedilatildeo para o desenvolvimento de poliacuteticas e planos de banda larga TIC na perspectiva de geacutenero

5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

Page 43: RELATÓRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16...rapidamente. O Relatório de Acessibilidade 2015-16, lançado em Fevereiro de 2016, olha para as políticas, incentivos e investimento em infra-estrutura

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55 ABORDAGEM INTEGRADA AgraveS POLIacuteTICAS PARA INTERNET DE BANDA LARGA ACESSIacuteVELA nossa anaacutelise do desempenho dos paiacuteses no Iacutendice de Motores da Acessibilidade nomeadamente em termos de pontuaccedilatildeo nas poliacuteticas constatou que nenhum conjunto particular de poliacuteticas (por exemplo as poliacuteticas sobre concorrecircncia a partilha de infraestruturas o acesso universal poliacuteticas de espectro etc) tecircm mais probabilidades do que outras de levar a preccedilos de banda larga mais baixos Poliacuteticas em todas estas aacutereas satildeo importantes para reduccedilatildeo dos custos do sector e preccedilos da banda larga Isto aponta para a nossa recomendaccedilatildeo final ndash para resolver muitos dos desafios discutidos acima os governos e os seus parceiros do sector privado e sociedade civil precisam utilizar uma abordagem abrangente para a criaccedilatildeo de Internet de banda larga acessiacutevel

O nosso Relatoacuterio de Acessibilidade 2014-15 ofereceu um mapa para a melhoria da acessibilidade usando uma abordagem multifacetada semelhante que promove a concorrecircncia livre acesso e partilha de infraestruturas o acesso ao espectro e o acesso universal Gostariacuteamos de acrescentar que tambeacutem eacute importante garantir que essas poliacuteticas estejam ligadas a poliacuteticas relacionadas lidando com desafios especiacuteficos tais como a desigualdade de geacutenero desigualdade de rendimento ou pobreza

Isto eacute ainda mais relevante agrave luz do importante papel que a Internet de banda larga desempenha para ajudar a alcanccedilar muitos dos ODS propostos Uma abordagem abrangente pode ultrapassar objectivos sectoriais especiacuteficos e podem fazer parte da agenda mais ampla do desenvolvimento de um paiacutes O Relatoacuterio de Desenvolvimento Mundial 2016 observa que para os paiacuteses atingirem plenamente os objectivos de desenvolvimento apoiados pelas TIC devem tambeacutem investir em iniciativas natildeo TIC relevantes e complementares incluindo poliacuteticas sobre desenvolvimento de competecircncias (por exemplo educaccedilatildeo e formaccedilatildeo) a prestaccedilatildeo de contas (por exemplo a boa governaccedilatildeo) e da concorrecircncia (por exemplo Leis anti-trust) Claro tudo isso exigiraacute um investimento Agecircncias financiadoras e os governos devem prestar apoiar intensificando o investimento em infra-estrutura de banda larga e modelos de conectividade de baixo custo bem como competecircncias digitais desenvolvimento de conteuacutedo local e iniciativas de acesso puacuteblico Uma abordagem global da poliacutetica de banda larga iraacute incorporar as premissas e objectivos de uma seacuterie de outras poliacuteticas e idealmente seraacute parte de um debate multissectorial sobre consecuccedilatildeo de banda larga mais acessiacutevel

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5 RECOMENDACcedilOtildeES POLIacuteTICAS

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

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ANEXOS

AGRADECIMENTOS O estudo e anaacutelise para o Relatoacuterio de Acessibilidade 2015-16 foi liderado por Dhanaraj Thakur O relatoacuterio foi redigido por Dhanaraj Thakur Soacutenia Jorge e Lauran Potter com contribuiccedilotildees de Kojo Boakye Onica Makwakwa Ingrid Brudvig e Shaddy Sadraque Dillon Mann e Anne Jellema a contribuiacuterem com valiosos conselhos e apoio editorial

O inqueacuterito para o iacutendice dos motores de acessibilidade foi realizado por Hania Farhan e Siaka Lounge (Instituto Africano de Ciecircncias Matemaacuteticas) Uma vasta gama de especialistas estavam envolvidos na validaccedilatildeo e anaacutelise do estudo primaacuterio realizado no ano passado e outros ajudaram a desenvolver vaacuterios estudos de caso e exemplos de boas praacuteticas destacados ao longo do

relatoacuterio agradecemos a eles por sua contribuiccedilatildeo

O Grupo de Trabalho da A4AI para acessibilidade ndash composto por representantes de membros da Association for Progressive Communications Cisco DIRSI Ericsson Facebook Google LIRNEasia a Internet Society Microsoft Nokia Omidyar Network Research ICT Africa USAID Pulsar do Mundo e a Fundaccedilatildeo web ndash forneceram entradas e conselhos sobre esboccedilos anteriores valiosos embora quaisquer erros neste projecto permaneccedilam soacute nossos

Por fim estamos gratos pelo apoio dos patrocinadores globais da A4AI ndash Google e USAID ndash e de toda a associaccedilatildeo da Alianccedila

O iacutendice dos motores de acessibilidade (ADI) eacute uma medida composta que resume num uacutenico nuacutemero (meacutedia) uma avaliaccedilatildeo dos motores de acessibilidade agrave Internet em vaacuterios paiacuteses Beneficiando do quadro de estudo estabelecido pelo Iacutendice Web o ADI cobre 51 paiacuteses e centra-se em dois aspectos dos motores de acessibilidade fundamentais infra-estrutura de comunicaccedilotildees e acesso

Metodologia

Dois tipos de dados satildeo utilizados na construccedilatildeo do Iacutendice dados de outras fontes de dados ( dados secundaacuterio) e novos dados obtidos atraveacutes de um inqueacuterito de um investigador especialista em vaacuterios paiacuteses (dados primaacuterios) existentes

O inqueacuterito consiste num conjunto de perguntas ndash classificados numa escala de 0 ndash 10 ndash relativas agrave poliacutetica regulamentaccedilatildeo e vaacuterios outros aspectos do acesso a Internet de banda larga a preccedilos acessiacuteveis As perguntas foram especificamente desenhadas pela Alianccedila para Internet a Preccedilos Acessiacuteveis a Web Foundation e os seus consultores Estes dados primaacuterios baseados e em linha com as Boas Praacuteticas da A4AI tentam avaliar ateacute que ponto os paiacuteses alcanccedilaram um ambiente regulatoacuterio e poliacutetico que reflecte os melhores resultados praacuteticos As perguntas

de estudo foram classificadas com base em criteacuterios preacute-determinados por especialistas nacionais Trecircs especialistas nacionais foram convidados a fornecer elementos de prova e justificaccedilatildeo que suportem cada pontuaccedilatildeo As pontuaccedilotildees foram controladas e verificadas por um nuacutemero de avaliadores regionais

Os inqueacuteritos a poliacuteticas foram concluiacutedos em 2014 Decidimos natildeo conduzir um novo conjunto de inqueacuteritos em 2015 no pressuposto de que as poliacuteticas e os ambientes regulatoacuterios de cada paiacutes mudaram nada ou pouco significativamente durante o uacuteltimo ano para a maioria dos paiacuteses Para certificar que este era o caso pedimos a vaacuterios dos especialistas em poliacuteticas para rever as suas respostas ao inqueacuterito para os seus paiacuteses designados e comparaacute-las aos ambientes regulatoacuterios e agrave poliacutetica nacional em 2015 Na maioria dos casos as respostas foram semelhantes as de 2014 embora alguns tenham observado que novas leis ou regulamentos previsatildeo de conclusatildeo em 2015 e entraratildeo em vigor no proacuteximo ano

Fontes e fornecedores de dados

Utilizamos dados de vaacuterios grandes bancos de dados internacionais para avaliar ou aproximar as dimensotildees em estudo Antes de um indicador ser incluiacutedo no iacutendice ele deve cumprir cinco criteacuterios baacutesicos

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

ANEXO A METODOLOGIA

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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ANEXOSANEXO A METODOLOGIA

1 Os fornecedores de dados tecircm que ser organizaccedilotildees crediacuteveis e fiaacuteveis susceptiacuteveis de continuar a produzir esses dados (ou seja natildeo eacute uma publicaccedilatildeo pontual do conjunto de dados)

2 As publicaccedilotildees de dados devem ser regulares com novos dados divulgados pelo menos de trecircs em trecircs anos

3 Deve haver no miacutenimo dois anos de dados para cada indicador de modo a poder obter estatiacutestica de referecircncia

4 O uacuteltimo ano de dados disponiacuteveis deve ser de menos de trecircs anos poacutes-publicaccedilatildeo

5 A fonte de dados deve cobrir pelo menos dois terccedilos da amostra de paiacuteses de modo a que uma eventual influecircncia ndash introduzida por ter um grande nuacutemero de indicadores de uma fonte que natildeo cobra sistematicamente um terccedilo ou mais dos paiacuteses ndash seja reduzida

Todos os indicadores incluiacutedos no ADI satildeo apresentados na Tabela 8 onde satildeo agrupados por sub-iacutendice e tipo (fontes primaacuterias ou fontes secundaacuterias) Existem dois tipos diferentes de indicadores primaacuterios e secundaacuterios Os indicadores primaacuterios (coacutedigos A1-A13) satildeo recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos poliacuteticos descritas anteriormente As fontes secundaacuterias incluem dados recolhidos pela UIT GSMA Intelligence e o Banco Mundial

Os indicadores utilizados no ADI representam um conjunto abrangente de factores que influenciam a acessibilidade da banda larga No entanto esta natildeo eacute uma lista completa pois podem haver outros factores importantes que natildeo podem ser incluiacutedos porque eles natildeo cumprem os criteacuterios acima Em tais casos realizamos a anaacutelise complementar ao iacutendice como fizemos no relatoacuterio deste ano olhando para renda e igualdade de geacutenero

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Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura

Primaacuterio (A5) Metas claras com prazos do Plano Nacional de Banda Larga para a reduccedilatildeo de custos e aumento da adesatildeo

Primaacuterio (A12) USFs usado para subsidiar o acesso das populaccedilotildees carentes e desfavorecidas

Primaacuterio (A4) Decisotildees regulamentares para TIC informadas por elementos de prova adequados

Primaacuterio (A13) Poliacuteticas especiacuteficas para promover o acesso gratuito ou a baixo custo

Primaacuterio (A11) Em que medida o Acesso Universal Fundos de Serviccedilo (USF) priorizou investimentos de infra-estrutura que iratildeo reduzir custos e aumentar o acesso para comunidades carentes e segmentos de mercado

Primaacuterio (A2) Ateacute que ponto o regulador TIC desempenha as suas funccedilotildees de acordo com as regras publicadas e transparentes com as decisotildees regulamentares TIC influenciados por consultas puacuteblicas

Secundaacuterio (WI) Concentraccedilatildeo de Mercado ndash Iacutendice Herfindahl (HHI)

Secundaacuterio (ITU_K) Existecircncia de Plano Nacional de Banda Larga

Secundaacuterio (ITU_B) Assinantes de banda larga fixa (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_B) Assinantes moacuteveis exclusivos (por cada 100 habitantes)

Secundaacuterio (WI_C) Conexotildees a banda larga moacutevel ( de todas as conexotildees)

Secundaacuterio (WEF_B) O acesso agrave Internet nas escolas

Secundaacuterio (ITU_EYE) Aglomerado de indicadores da UIT (agrupado)

Secundaacuterio (ITU_N) Percentagem de indiviacuteduos que utilizam a Internet

Tipo (Coacutedigo) Indicadores do Sub-Iacutendice de Infra-estrutura Primaacuterio (A1) Quadros de licenciamento TIC Flexiacuteveis neutros em tecnologia amp serviccedilo

Primaacuterio (A8) Orientaccedilotildees especiacuteficas para infra-estrutura puacuteblica financiamento e de subsiacutedios para telecomunicaccedilotildees

Primaacuterio (A9) Prazo do plano do governo para disponibilizar espectro de banda larga para serviccedilos de dados a alta velocidade

Primaacuterio (A10) Processo transparente competitivo e justo para aumentar a disponibilidade de espectro

Primaacuterio (A3) Ateacute que ponto o regulador eou a comissatildeo de concorrecircncia aplica os requisitos e regulamentos TIC do paiacutes de licenciamento

Primaacuterio (A6) Poliacuteticas nacionais em vigor que facilitam o acesso eficiente a direito de passagem puacuteblicas e permissatildeo para localizaccedilatildeo de torres

Primaacuterio (A7) Em que medida o governo facilita a partilha de recursos entre operadoras de telecomunicaccedilotildees

Secundaacuterio (ITU_G) Percentagem da populaccedilatildeo coberta pela rede moacutevel

Secundaacuterio (ITU_A) Banda larga internacional por cada utilizador de Internet (bits s)

Secundaacuterio (ITU_O) Velocidade de banda larga fixa (Mbps)

Secundaacuterio (ITU_L) Investimento por cada subscritor de telecomunicaccedilotildees (meacutedia apoacutes 3 anos)

Secundaacuterio (WB_A) Servidores Internet seguros (por cada 1 milhatildeo de habitantes)

Secundaacuterio (IEAA) Taxa de Electrificaccedilatildeo

Secundaacuterio (PCH) Existecircncia de Pontos de Troca de Traacutefego (IXP)

Tabela 8 Lista de indicadores incluiacutedos no iacutendice dos motores de acessibilidade

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

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ANEXOS

Caacutelculo do iacutendice

Existem vaacuterias etapas no processo de construccedilatildeo de um iacutendice composto Algumas das quais envolvem decidir qual o meacutetodo estatiacutestico a ser usado nos processos de normalizaccedilatildeo e de agregaccedilatildeo Ao chegar a essa decisatildeo levamos em conta vaacuterios factores incluindo a finalidade do Iacutendice o nuacutemero de dimensotildees que eram agregadas e a facilidade de divulgaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de forma compreensiacutevel replicaacutevel e transparente

Os sete passos que se seguem resumem o processo de caacutelculo do iacutendice dos motores de acessibilidade

1 Obter os dados para cada indicador da fonte de dados para os 88 paiacuteses cobertos pela variaccedilatildeo do Iacutendice para o periacuteodo 2007-2014 Digitar os dados em falta por cada indicador secundaacuterio para a amostra de 88 paiacuteses no periacuteodo 2007-2014 Alguns indicadores natildeo foram digitados por natildeo ser loacutegico Nenhum dos indicadores de dados primaacuterios foram digitados Assim o Iacutendice dos motores de acessibilidade 2015-16 eacute muito diferente do Iacutendice de 2007-2014 que pode ser calculado utilizando apenas dados secundaacuterios Em termos gerais a digitaccedilatildeo de dados em falta foi feita utilizando dois meacutetodos para aleacutem da extrapolaccedilatildeo substituiccedilatildeo da meacutedia de um paiacutes se o nuacutemero em falta for a meio do ano (por exemplo ter dados para 2009 e 2011 mas natildeo para 2010) ou tirar meacutedias aritmeacuteticas das taxas de crescimento de ano-para-ano Para os indicadores que natildeo abrangem um determinado paiacutes em qualquer um dos anos nenhuma imputaccedilatildeo foi feita para esse paiacutes indicador

2 Normalizar o conjunto de dados completo (imputada) utilizando pontuaccedilotildees z (z = (x-meacutedios) desvio padratildeo) garantindo que para todos os indicadores um valor alto seja bom e um valor baixo seja mau

3 Quando aplicaacutevel agrupar algumas das variaacuteveis (conforme o esquema no diagrama de aacutervore) considerando a meacutedia dos indicadores de fragmentaccedilatildeo poacutes-normalizaccedilatildeo Para os indicadores agrupados este valor eacute agrupado para ser usado no caacutelculo das componentes do Iacutendice

4 Calcular as duas pontuaccedilotildees dos Sub-Iacutendices utilizando meacutedias aritmeacuteticas usando os valores de fragmentaccedilatildeo quando relevante

5 Calcular os valores miacuten-maacutex para cada valor de pontuaccedilatildeo z dos Sub-Iacutendices pois isso eacute o que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees que contecircm os valores dos sub-iacutendices (no geral eacute mais faacutecil de entender um nuacutemero miacuten-maacutex no intervalo de 0 ndash 100 em vez de um nuacutemero padratildeo agrave base de desvio) A foacutermula para isto [(x ndashmin)(max ndash min)]100

6 Calcular pontuaccedilatildeo global composta pela meacutedia dos sub-iacutendices (a niacutevel de pontuaccedilatildeo z)

7 Calcular os valores miacuten-maacutex (numa escala de 0-100) para cada valor z das pontuaccedilotildees compostas em geral como este que seraacute apresentado na ferramenta de visualizaccedilatildeo e outras publicaccedilotildees contendo as pontuaccedilotildees compostas

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ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

49

Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE

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47

ANEXOSANEXOS

Desigualdade de rendimentos e a acessibilidade

No intuito de melhor compreender como muitas pessoas num determinado paiacutes realmente podem pagar um pacote de banda larga moacutevel podemos usar os rendimentos meacutedios discriminados por segmentos da populaccedilatildeo em vez de uma uacutenica meacutedia nacional Uma abordagem consiste em classificar todos com base em seu rendimento estimado e em seguida agrupar toda a populaccedilatildeo em cinco grupos iguais (ou quintis) Pessoas no quintil superior iriam ganhar em meacutedia mais enquanto aqueles no quintil mais baixo ganham menos em meacutedia

Indicadores do Banco de Dados do Desenvolvimento Mundial fornecem as porccedilotildees de rendimento de todos os quintis para a maioria dos paiacuteses abrangidos no Relatoacuterio de Acessibilidade Com esses dados podemos estimar o rendimento meacutedio de cada quintil e usaacute-los ao inveacutes de uma uacutenica renda meacutedia nacional (uma abordagem semelhante com base em deacutecimas de rendimento feita pela ITU na Mediccedilatildeo para o Relatoacuterio da Sociedade da Informaccedilatildeo 2014 utilizando os dados mais antigos)

A partir desta anaacutelise podemos obter uma aproximaccedilatildeo do nuacutemero total de quantis para o qual um pacote de 500MB estaacute acessiacutevel com base no

limiar de preccedilo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal Para efectuar este procedimento somamos o nuacutemero de quintis (por cada 20 da populaccedilatildeo) onde os preccedilos (em PPP) satildeo de menos de 5 do rendimento meacutedio mensal (em PPP) para o quintil

Como ilustraccedilatildeo na Malaacutesia o preccedilo de um plano preacute-pago de 500 MB de banda larga moacutevel em 2014 foi de $ 856 doacutelares (ou $ 1761 doacutelares PPP) sendo apenas 099 do rendimento mensal meacutedio nacional ndash bem abaixo da meta das Naccedilotildees Unidas de 5 Se olharmos para os rendimentos por quintil este preccedilo aumenta para 385 do rendimento meacutedio mensal das pessoas na parte inferior dos 20 o que significa que eacute acessiacutevel para todos os cinco grupos de rendimento

Devemos salientar que esta anaacutelise soacute pode conduzir a aproximaccedilotildees na melhor das hipoacuteteses sendo eles baseados em estimativas das porccedilotildees de rendimento que vatildeo de 2013 a 2009 Como os nossos dados relativos a rendimento e preccedilos partem de 2014 fazemos a suposiccedilatildeo que as distribuiccedilotildees de rendimento natildeo melhoraram significativamente nos uacuteltimos um a cinco anos

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48

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

49

Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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ANEXO C IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EM DESENVOLVIMENTOClassificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de

comunicaccedilotildeesSub-Iacutendice Acesso e

acessibilidadeIacutendice dos Motores de

Acessibilidade Pontuaccedilatildeo composta geral

1 Marrocos 4932 6167 55512 Ruanda 519 5442 53133 Nigeacuteria 4793 5783 52854 Uganda 4244 5653 4945 Gacircmbia 4281 4912 45826 Queacutenia 3927 52 45487 Vietname 3233 5674 44378 Paquistatildeo 4497 436 44119 Gana 3892 4715 428410 Myanmar 5367 3188 425711 Filipinas 3707 4783 422412 Indoneacutesia 3909 457 421913 Repuacuteblica da Tanzacircnia 4038 439 419314 India 4288 3785 401215 Egipto 4684 3276 395516 Bangladesh 4504 3373 391317 Zacircmbia 3444 4166 377718 Mali 3721 3645 365319 Benim 3787 3294 350820 Senegal 2865 3708 32521 Nepal 2447 3533 294822 Moccedilambique 1875 383 280923 Camarotildees 2179 311 259724 Zimbabwe 1912 3348 258325 Burkina Faso 1499 2974 218226 Malawi 165 2477 200627 Etioacutepia 0 3107 148828 Serra Leoa 1169 1706 13729 Haiti 1322 1488 133630 Ieacutemen 181 0 0

ANEXO B AFFORDABILITY DRIVERS INDEX ndash EMERGING COUNTRIES

Classificaccedilatildeo Paiacutes Sub-Iacutendice Infraestrutura de comunicaccedilotildees

Sub-Iacutendice Acesso e acessibilidade

Iacutendice dos Motores de Acessibilidade Pontuaccedilatildeo

composta geral1 Colocircmbia 6085 6945 65322 Costa Rica 50 7888 6463 Malaacutesia 5669 6957 63284 Turquia 586 6585 62355 Peru 6148 6193 61826 Brasil 6035 5928 5997 Mauriacutecias 4481 6558 5528 Meacutexico 5105 5668 53859 Argentina 4958 5716 533510 Tailacircndia 4413 6072 523911 Jamaica 4279 5902 508412 Equador 4735 5399 50613 Republica Dominicana 4163 5307 472314 Tuniacutesia 4711 468 468315 Africa do sul 3859 5457 464416 China 4182 4799 447417 Botswana 4054 4882 445118 Namiacutebia 2676 5156 38919 Cazaquistatildeo 2945 4416 36520 Venezuela (Republica

Boliviana) 2839 4112 3442

21 Jordacircnia 2302 4636 3436Nota ndash O Banco Mundial agora (a partir de julho de 2015) classifica a Argentina e Venezuela como paiacuteses de renda alta eles permanecem incluiacutedos nesta tabela para

ANEXOS

A4AI RELATOacuteRIO DE ACESSIBILIDADE 2015-16

Tabela 9 Iacutendice de acessibilidade ndash paiacuteses emergentes

Tabela 10 Iacutendice de acessibilidade ndash Paiacuteses em Desenvolvimento

ANEXO B IacuteNDICE DOS MOTORES DE ACESSIBILIDADE ndash PAIacuteSES EMERGENTES

49

Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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Paiacutes Classificaccedilatildeo ADI (2015) Affordability Index

Preccedilo da banda larga moacutevel preacute-pago (500 MB) como do

PIB pc 2014

Preccedilo de plano moacutevel de banda larga poacutes-pago (1GB) como

do PIB pc 2014Cazaquistatildeo 365 057 057Turquia 623 095 1Malaacutesia 633 099 169Costa Rica 646 103 161Brasil 599 113 231Indoneacutesia 422 113 156Paquistatildeo 441 131 1047Tailacircndia 524 138 249Mauriacutecias 552 143 082 Africa do Sul 464 148 118Tuniacutesia 468 168 253Peru 618 202 304Jordacircnia 344 205 342Filipinas 422 247 827India 401 248 313Venezuela RB 344 261 37Namiacutebia 389 262 281Egipto 396 27 155Meacutexico 538 272 226Colocircmbia 653 324 221Bangladesh 391 349 528Jamaica 508 363 519Equador 506 443 444Gana 428 448 448Marrocos 555 473 468Botswana 445 517 1157Nigeacuteria 528 54 946Queacutenia 455 589 1178Moccedilambique 281 628 1313Repuacuteblica Dominicana 472 646 37Vietnam 444 731 392Nepal 295 745 1305Gambia 458 1007 14392Tanzacircnia 419 1054 759Senegal 325 1157 ndashZacircmbia 378 1189 1416Repuacuteblica do Ieacutemen 00 1219 ndashBenim 351 123 2153Ruanda 531 1402 2803Uganda 494 154 2888Etioacutepia 149 1692 3929Mali 365 1704 272Burkina Faso 218 243 162Malawi 201 244 4188Zimbabwe 258 2793 6285Haiti 134 328 328Argentina 533 ndash ndashCamarotildees 260 ndash 113China 447 ndash 149Myanmar 426 ndash ndashSerra Leoa 137 4123

ANEXOS

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ANEXO D COMPARACcedilAtildeO DAS CLASSIFICACcedilOtildeES NO ADI E PRECcedilO COMO DO PIB PER CAPITA PARA BANDA LARGA MOacuteVEL

Nota ndash Espaccedilos em branco significam que natildeo haacute dados disponiacuteveis

Tabela 11 Comparaccedilatildeo das Classificaccedilotildees no ADI e preccedilo como do PIB per capita para banda larga moacutevel

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