Relatório de Atividades e de Contas - Associação Abraço...E-mail: [email protected] | Website: O número de sócios ordinários é semelhante a 2017. O aumento de receita (cerca

Associação de Apoio a Pessoas com VIH/SIDA

Pessoa colectiva n.º 503 170 151 | Registo de IPSS n.º 12/93 do Livro de Instituições com Fins de Saúde

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Relatório de Atividades e de Contas

2018

Direção Executiva

04-03-2019

A atual Direção da ABRAÇO espelha as atividades desenvolvidas ao longo do ano 2018 e os

resultados financeiros alcançados.

Gonçalo Lobo Cristina Sousa Filipa B. Ferreira

(Presidente) (Vice-presidente) (Vogal)






Índice

I. Relatório de Atividades 3

1. Sócios e Voluntários 3

2. Recursos Humanos 4

3. Eventos 5

3.1. Peditório Nacional 5

3.2. Gala ABRAÇO 5

3.3. Baile Solidário 6

3.4. Recolhas Alimentares 6

3.5. Outros Eventos 6

4. Projetos, Respostas e Atividades 6

4.1. Projetos | Ministério da Saúde 7

4.2. Projetos | M. Solidariedade, Emprego e S. Social 9

4.3. Projetos Desenvolvidos pela ABRAÇO 12

II. Análise da Situação Financeira 15

1. Evolução de proveitos 16

2. Evolução de custos 18

3. Investimentos 21

III. Resultado do Exercício de 2018 22






I. Relatório de Atividades

Optou-se por uma divisão bipartida entre as atividades desenvolvidas e o exercício de contas.

Estes dois grandes tópicos são depois subdivididos nas suas diferentes áreas entre projetos e

outras atividades. Assim, a representação da atividade da associação faz-se da seguinte forma:

1. Sócios e Voluntários

A associação continua a apresentar números francamente baixos para a projeção e dimensão

que tem. Deverá ser uma área a investir nos próximos anos.

Apresentam-se assim os resultados em termos de números totais de sócios, número de quotas

pagas e as receitas provenientes das mesmas:

Tabela 1 - Sócios Inscritos

Sócios 2015 2016 2017 2018 Var.18/17

Ordinários 119 110 103 103 0,0 %

Beneméritos 7 6 4 4 0,0 %

Voluntários 30 35 40 40 0,0 %

Total: 156 151 147 147 0,0 %

Tabela 2 - Sócios pagantes

Sócios 2015 2016

Variaç

% 2017

Variaç

% 2018

Variaç

%

Ordinários 111 106 24,7 % 92 -4,5 % 96 4,3 %

Beneméritos 6 6 20,0 % 3 20,0 % 3 0,0 %

Total: 117 112

24,5 % 95

24,5 % 99

4,2 %

Tabela 3 -Receitas provenientes de quotas

Sócios 2016 2017

Variaç %

2018

Variaç %

Ordinários 4.024 € 3.488 € -13,3% 4.845 € 38,9%

Beneméritos 2.640 € 1.980 € -25,0% 1.980 € 0,0%

Total: 6.664 € 5.468 € 6.825 €






O número de sócios ordinários é semelhante a 2017. O aumento de receita (cerca de 1.250 €)

corresponde à regularização de quotas em atraso de 103 sócios. Assim, em termos de receita

proveniente das quotas, efetivou-se um total de 6.825 €, o que representa um aumento de

cerca de 40% face ao ano anterior.

Durante o ano transato, a ABRAÇO contou com a colaboração de 40 voluntários (não sócios).

2. Recursos Humanos

No final de 2018, havia um total de 46 pessoas com contrato de trabalho e 32 em regime de

prestação de serviços, sendo que a grande maioria dos honorários corresponde às ajudantes

familiares de Lisboa e Porto que prestam apoio domiciliário aos nossos utentes no âmbito dos

respetivos projetos de apoio domiciliário. Foram também aprovados estágios profissionais

financiados pelo IEFP, um no Porto e um em Lisboa.

Em termos de contratos de trabalho, o número é semelhante ao do final do ano 2017, tendo

apenas ocorrido algumas substituições de pessoal e aumento de duas pessoas que passaram de

prestadores de serviços a Contrato de Trabalho. Nos prestadores de serviço, houve um

decréscimo em Lisboa de 2 pessoas, em consequência de reestruturações de projetos.

Geograficamente, e por serviços, a distribuição do pessoal foi a seguinte:

Tabela 4 - Distribuição de pessoal

TOTAL Lisboa Porto Funchal

Direção Técnica 3 2 1 0

Angariação Fundos 1 1 0 0

C.A.A.P. 14 8 3 3

C. A. D. Lisboa 19 19 0 0

Centro João Carlos 21 0 21 0

P. Passo a Passo 2 0 2 0

Prevenção/+Abraço 6 1 5 0

Refeitório Social 2 2 0 0

P. Ser Criança 10 0 0 10

78 33 32 13






Há semelhança de anos anteriores, a ABRAÇO continuou a proporcionar a realização de

estágios curriculares/académicos a alguns alunos, cuja formação encontra-se interligada com

o âmbito da atividade da Associação.

Por outro lado, diversos colaboradores estiveram presentes em congressos, seminários,

colóquios e workshops, o que permitiu a constante atualização e aquisição de novos

conhecimentos nas áreas da prevenção, rastreio e tratamento do VIH e Sida, outras IST e

hepatites virais.

Importa realçar que a ABRAÇO segue com rigor as obrigações decorrentes dos serviços de

segurança, higiene e saúde no trabalho, para todos os funcionários, sob regime de contrato

individual de trabalho ou de prestação de serviços.

3. Eventos

Nesta seção não se encontram retratadas as atividades de prevenção em contexto festivo ou

comunitário visto que, para esse fim, encontra-se reservada outra seção.

Assim, assume-se, de acordo com este carácter, os seguintes eventos realizados em 2018:

3.1. Peditório Nacional

Pelo 23.º ano consecutivo realizou-se o peditório nacional da ABRAÇO, entre 26 de

novembro e 2 de dezembro de 2018. Com o empenho de escolas, voluntários e outras

entidades públicas e privadas foi possível angariar 922 €.

3.2. Gala ABRAÇO - S. Luiz Teatro Municipal | Lisboa

Como tem sido habitual ao longo de 26 anos dinamizou-se, no dia 1 de dezembro de 2018, a

26.ª Gala da ABRAÇO, com a participação de variadíssimos artistas. A gala manteve como

principal enfoque o concurso para a eleição da melhor atuação transformista da noite tendo

este espetáculo permitido angariar uma receita de 7.207 €.






3.3. Baile Solidário

Realizou-se, também no dia 1 de dezembro no Porto, um jantar solidário “Baile Vermelho”,

no Palácio do Freixo, onde se conseguiu angariar uma receita de 6.495 €.

3.4. Recolhas alimentares

Outra das formas que a ABRAÇO encontra para aumentar as receitas é através da angariação

de donativos em espécie. Com dois refeitórios a funcionar todos os dias úteis e com a

distribuição de cabazes mensais bem como de cabazes de Natal nas várias delegações, as

recolhas alimentares representam uma importante fonte de financiamento. Ao longo de 2018

realizaram-se no Funchal, duas recolhas alimentares (Março e Novembro), o que se traduz em

quatro dias de iniciativa, correspondendo a cerca de 15 mil toneladas angariadas.

3.5. Outros eventos

Para além de todos os eventos já espelhados realizaram-se as habituais festas de Natal nas

delegações de Lisboa, Porto e Funchal, organizadas especialmente para os nossos

beneficiários.

4. Projetos, respostas e atividades

A ABRAÇO tem em funcionamento diversas valências, respostas e projetos em território

nacional (Continente e Região Autónoma da Madeira) sendo estes suportados e apoiados por

diferentes fontes de financiamentos públicas e privadas. Apresenta-se nesta seção os

diferentes projetos/respostas subordinados aos respetivos organismos/entidades financiadoras,

com apresentação de cada respetivo projeto, uma breve síntese das atividades desenvolvidas

ao longo do ano de 2018, financiamento aprovado e autofinanciamento, nos casos aplicáveis.






4.1 Projetos | Ministério da Saúde

Junto do Ministério da Saúde, a ABRAÇO encontra financiamento para cinco dos seus

projetos, o que representa o maior número e dimensão da atividade da associação. Num total

de 684.410 €, dois projetos, Lisboa e Porto, são financiados a 100%, outros dois a 90%

(Porto) e um a 80% (Porto), o que em termos de autofinanciamento representa um valor de

21.041 €.

a. Centro de Apoio Domiciliário Dr. José Luís Champalimaud

Esta resposta social financiada a 100% presta, na área metropolitana de Lisboa, serviços de

apoio domiciliário permanentes, contínuos e, por vezes, paliativos às pessoas infetadas pelo

VIH e SIDA que, após alta hospitalar, se encontram impossibilitados, temporária ou

definitivamente, de realizarem de forma autónoma atividades decorrentes da vida diária.

Durante o ano de 2018, foram apoiadas 68 pessoas. Tendo em vista a melhoria contínua dos

serviços prestados são ministradas ações de formação no âmbito de uma formação contínua

das ajudantes familiares com o intuito de renovar e atualizar as práticas e conhecimentos que

integram as tarefas da prestação dos seus serviços diretos aos beneficiários.

Tabela 5 - Financiamento CAD Lisboa

Designação do Projeto Financiamento

aprovado % Financiamento

Centro de Apoio Domiciliário Dr.

José Luís Champalimaud – Lisboa 245.000 € 100%

b. Centro João Carlos

O Centro João Carlos financiado a 80%, devido aos elevados recursos que acarreta e à falta de

atualização de valores por parte da DGS, funciona de uma forma integrada contemplando 3

respostas sociais: (1) Aconselhamento e Acompanhamento Psicossocial - partindo de um

processo estruturado e meticuloso de reavaliação e estabelecimento de objetivos e

intervenções que se vão moldando e adaptando às necessidades dos utentes, o CAAP presta

atualmente apoio social e psicológico, em média a 100 utentes e 115 agregados residentes,






maioritariamente, no distrito do Porto, com carências biopsicossociais diversas, encaminhadas

pelas instituições/serviços da comunidade e/ou por iniciativa própria;

(2) Serviço de Apoio Domiciliário - com capacidade para 30 utentes foi possível apoiar 45

pessoas, abrangendo um total 90 agregados familiares; (3) Unidade Residencial - sediada no

Porto, manteve a lotação máxima de apoio a 8 utentes através da prestação de cuidados extra-

hospitalares, de higiene e conforto. Este serviço destina-se essencialmente a pessoas em

situações de elevada dependência física e/ou grave vulnerabilidade social.

Tabela 6 - Financiamento Centro João Carlos – Porto


aprovado Autofinanciamento % Financiamento

Centro João Carlos –

Porto 280.000 € 55.000 € 80%

c. +ABRAÇO AVEIRO

O projeto +Abraço Aveiro, financiado a 90%, foi renovado pela DGS por mais dois anos, até

novembro de 2019, pelo que a associação irá continua a promover a realização de testes

rápidos, agora alargado a todo o distrito de Aveiro. Em 2018 foram abrangidas pelo projeto

1910 pessoas, 798 em sessões de rastreio e 1112 em contexto outreach, com recurso a uma

unidade móvel. Foram realizados um total de 1.948 testes: 798 VIH, 766 Sífilis, 320 Hepatite

C e 64 Hepatite B.

Tabela 7 - Financiamento +ABRAÇO Aveiro



Projeto

+Abraço Aveiro 73.489 € 7.349 € 90%

d. +ABRAÇO Centro Comunitário

O Centro Comunitário, também financiado a 90%, foi renovado pela DGS por mais 1 ano, até

setembro de 2019. Como forma de responder ao aumento da procura da população a este

serviço, a ABRAÇO investiu no alargamento e renovação de espaço, no centro da cidade do

Porto, na Rua da Torrinha, 254D. O Centro comunitário distingue-se por ser dirigido a uma






população-alvo, os homens que tem sexo com homens, e conta com diversas parcerias que

permitem um melhor encaminhamento, sinalização de casos para rastreio e devido

encaminhamento para tratamento, com a ARS Norte, CAD Porto, Centro Hospitalar, CM

Porto, ILGA, Rede Ex Aequo e Rede Rastreio Comunitária. Em 2018 foram realizados um

total de 2923 testes: 991 VIH, 848 sífilis, 958 hepatite C e 126 de hepatite B. Um total de 187

pessoas foram referenciadas para os Cuidados de Saúde Primários, 116 para consulta PrEP e

foram realizadas 71 sessões de consulta de Psicologia Clínica.

Tabela 8 - Financiamento +ABRAÇO C. Comunitário



Projeto +Abraço

Centro Comunitário 60.921 € 6.092 € 90%

e. Passo-a-passo (SICAD)

Com financiamento a 80%, o Projeto Passo a Passo em Vila Nova de Gaia, existe desde

Janeiro de 2014 e tem visto a sua renovação de dois em dois anos tendo, uma vez mais,

recebido aprovação de continuidade por parte do SICAD, entidade cofinanciadora, mantendo

atividade até Janeiro de 2020.

Este projeto destina-se a consumidores de substâncias psicoativas, lícitas ou ilícitas,

residentes no concelho de Vila Nova de Gaia, visando a reinserção dos indivíduos nas suas

diferentes dimensões. Durante o ano transato, o projeto apoiou 30 utentes.

Tabela 9 - Financiamento Passo-a-Passo

Designação do

Projeto

Financiamento

aprovado anual Autofinanciamento % Financiamento

Projeto

Passo a Passo 25.000 € 6.250 € 80%

4.2 Projetos | Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social

Quanto aos três projetos que acolhem a aceitação do MSESS, estes destacam-se por serem

protocolos plurianuais de avaliação contínua e trimestral. Representam a segunda maior






dimensão da atividade da ABRAÇO, num total de 399.908 €, sendo um projeto financiado a

100% e os outros a 80%. Em termos de autofinanciamento representam um total de 72.996 €.

a. Centro de Atendimento e Acompanhamento Psicossocial (CAAP)

O CAAP tem como principal objetivo contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sua

população-alvo – infetados e afetados pelo VIH e Sida, outras IST e Hepatites Virais –

promovendo a autonomia através do desenvolvimento de competências sociais, pessoais e

profissionais que se reflitam na (re)estruturação de projetos de vida. Ao longo do ano de 2018

foram apoiados 217 utentes correspondendo a 212 agregados familiares.

Entre Julho de 2017 e Julho de 2018 decorreu a implementação do projeto VIHva’SIDAde,

com o financiamento da Câmara Municipal de Lisboa, tendo como objetivo impulsionar as

condições de empregabilidade da população infetada e afetada com VIH e Sida, em situação

de exclusão social, através de uma abordagem multidimensional. Durante a sua execução, 51

pessoas foram apoiadas, sendo que 39 pessoas participaram nas diferentes componentes do

projeto e 8 pessoas fizeram dropout. À data do término do projeto, 14 pessoas estavam

empregadas e 7 pessoas estavam integradas em formação profissional. Foram realizados 241

atendimentos, representando a realização de 71,5% do total de atendimentos agendados com

os participantes. Foram dinamizados 10 workshops com diferentes temáticas, duas sessões de

cuidados de imagem e duas sessões fotográficas. Após o término de financiamento, avaliou-se

positivamente a implementação do Projeto VIHva’SIDAde, considerando-se relevante a

continuidade de um programa de promoção da empregabilidade no CAAP.

Entre agosto e dezembro de 2018 inscreveram-se 11 novos participantes, perfazendo

um total de 18 pessoas apoiadas nesse período, das quais 6 já integraram postos de trabalho e

um integrou formação profissional. Realizaram-se 109 atendimentos individuais e um

Workshop.

De salientar ainda que o projeto VIHva’SIDAde foi apresentado em Madrid na “Jornada

Internacional sobre el VIH y el mundo del trabajo (lecciones aprendidas y experiencias de

éxito)” da Plataforma “Trabajando en Positivo”. Em outubro de 2018, a ABRAÇO integrou

a Rede São Domingos Emprega e iniciou uma parceria com o projeto Gabinete de Emprego

Apoiado da Rede Emprega Lisboa.






Tabela 10 - Financiamento CAAP



CAAP Lisboa 194.612 € 38.922 € 80%

b. Projeto ABC – Ser Criança

O projeto ABC-Ser Criança consiste no apoio psicossocioeducativo de 87 crianças e jovens,

infetadas e afetadas pelo VIH e Sida, cuja tónica de intervenção assenta no apoio a esta

população nas várias etapas das suas vidas sendo, para isso criadas as condições necessárias

para a construção de um percurso de desenvolvimento pessoal e social gratificante e estável.

De salientar que a par desta intervenção com as crianças são ainda apoiados 89 utentes o que

corresponde a um total de 70 agregados familiares. Com um financiamento aprovado a 80%,

este projeto requere um autofinanciamento de 34.073 €.

Tabela 11 - Financiamento ABC-Ser Criança



Projeto

ABC-Ser Criança 170.366 € 34.073 € 80%

c. Programa de Emergência Alimentar – Qantina ABRAÇO

Em funcionamento desde Setembro de 2013, o Refeitório Social serviu, durante o ano

transato, um total de 16.253 refeições o que representa uma média mensal de 1.355 refeições.

O protocolo existente com o MSESS engloba a comparticipação das refeições não só para os

dias úteis como também para os fins-de-semana e tem sofrido, nos últimos dois anos, cortes

drásticos, o que tem forçado a ABRAÇO a comparticipar, com fundos próprios, os pedidos

extra protocolo que continuam a surgir, através de fontes de financiamento alternativas como

a prestação de serviço de catering a empresas. Esta resposta é dirigida aos utentes do CAAP

com carências económicas e, consequentemente, alimentares com vista ao reforço/equilíbrio

alimentar desta população. O número de utentes apoiados foi de 45 o que corresponde a uma






média de 40 agregados familiares. Ao longo do ano foram também realizadas um total de 121

consultas de acompanhamento nutricional aos utentes deste projeto.

Tabela 12 - Financiamento Qantina ABRAÇO



Qantina ABRAÇO 34.930 € 6.986 € 80%

4.3 Projetos Desenvolvidos pela ABRAÇO

Dado que a atividade da associação extravasa o âmbito de atuação dos projetos financiados

pelo estado da forma supra descrita, a ABRAÇO canaliza esforços no sentido de encontrar

para estes, outras alternativas de financiamento, nomeadamente ao nível das autarquias locais,

onde os mesmos se encontram, mecenas ou através do estabelecimento de parcerias. O

objetivo é conseguir que os mesmos funcionem com a qualidade e rigor necessários e que

estejam na sua plena atividade.

a. Centro Médico Dentário

Há vários anos que a ABRAÇO não encontra financiamento junto das entidades competentes

para a execução total deste projeto ainda que a sua importância e inovação ao nível da

recuperação da Saúde Oral das pessoas infetadas pelo VIH e Sida seja fundamental. Em 2018,

para além das comparticipações das consultas, a ABRAÇO teve aprovação do apoio

financeiro do BPI Solidário para as próteses dentárias aos utentes, cobrindo ainda assim

apenas 50% dos custos, sendo que a possibilidade de execução e continuidade deste projeto

deve-se graças ao corpo clínico do CMD, constituído por cerca de 40 Médicos Dentistas,

Estomatologistas e Higienistas Orais, que voluntariamente asseguram os melhores e mais

adequados cuidados de saúde oral a esta população. Durante o ano de 2018, foram realizadas

1971 consultas, das quais 441 de Dentisteria, 287 de Cirurgia, 415 de Prostodontia, 192 de

Medicina Dentária Preventiva, 92 de Endodontia, 73 de Ortodontia, 34 de Periodontologia e

344 de outros tratamentos dentários, incluindo 103 triagens e 237 consultas de reavaliação. Os

números apresentados correspondem a um total de 387 utentes atendidos por este serviço.






Tabela 8 - Financiamento CMD

Projetos não financiados Custos Comparticipação Financiamento

comparticipações

Gabinete Médico-Dentário 13.000 € 6.540 € 50%

b. Prevenção

Na ótica da ABRAÇO, a prevenção e informação são áreas primordiais para o sucesso do

trabalho desenvolvido pela Associação, apesar de nem sempre ser possível assegurar

financiamento por parte das entidades competentes para as diversas solicitações.

b1. Em meio escolar

Durante o ano letivo 2017/2018 realizaram-se um total de 229 sessões o que corresponde a

915 horas de formação, em 1142 entidades nacionais (escolas básicas, secundárias, ensino

superiores, estabelecimentos prisionais, bibliotecas municipais, outras associações),

abrangendo cerca de 14200 pessoas, maioritariamente jovens.

Tabela 9 - Financiamento Prevenção Escolas

Projetos não financiados Custos Comparticipação Financiamento

comparticipações

Prevenção Escolas 4.800 € 1.440 € 30%

b2. Em contexto festivo

Considera-se que a ocorrência de comportamentos de risco é propiciada pelo seu contexto.

Atenta a esta influência, a ABRAÇO continua a apostar a sua ação na prevenção em contextos

festivos tais como a Queima das Fitas no Porto e outras festas temáticas. Este trabalho só tem

sido possível através do trabalho voluntário por parte dos técnicos da ABRAÇO e pela ajuda

de diversos parceiros.

c. Testes Rápidos

Ainda que sem financiamento garantido, em setembro de 2017, a ABRAÇO decidiu iniciar na

sua sede em Lisboa, os rastreios de testes rápidos. Durante o ano transato foram realizados um

total de 664 testes: 664 ao VIH, 533 a Hepatite C, 410 a Sífilis, 76 a Hepatite B, 17 a






Gonorreia e 16 a Clamídia, o que corresponde a 704 pessoas abrangidas pelo rastreio.

Brevemente a ABRAÇO espera finalmente iniciar o projeto Teste@casa, serviço de rastreio

ao VIH, disponível 24 h/dia, 7 dias/semana, com solicitação online, de forma anónima e

gratuita, cuja colheita de sangue é realizada pelo próprio utilizador no domicílio. Por fim,

segue de forma resumida, a representação gráfica da distribuição dos 1076 utentes apoiados

ao longo do ano de 2018 pelas diferentes valências, projetos e respostas da ABRAÇO:

Ilustração 2 – Distribuição utentes por valência






II. Análise da Situação Financeira

Desde 2014 que a responsabilidade da contabilidade está a cargo da própria estrutura da

Associação ABRAÇO sob forma não só de aproveitamento dos recursos humanos existentes

bem como da facilidade de acesso por parte da Direção à informação financeira

permanentemente atualizada. As contas apresentadas são assinadas pelo Técnico Oficial de

Contas, funcionário da Associação, e auditadas pela empresa BDO que, anualmente, analisa

as demonstrações financeiras e apresenta o respetivo Relatório de Auditoria.

As demonstrações financeiras foram elaboradas no pressuposto da continuidade das operações

a partir dos livros e registos contabilísticos da Entidade e de acordo com o Sistema de

Normalização Contabilística aprovado pelo Decreto-Lei nº 158/2009, de 13 de Julho (alterado

e republicado pelo Decreto-Lei nº 98/2015, de 2 de Junho), em particular com os modelos de

Demonstrações Financeiras e código de contas aplicáveis a Entidades do Setor Não Lucrativo

e com a Norma Contabilística e de Relato Financeiro para as entidades do Setor Não

Lucrativo (NCRF-ESNL).

Para o ESNL, o Sistema de Normalização Contabilística é composto pelos seguintes

instrumentos:

Bases para a Apresentação das demonstrações Financeiras (BADF);

Modelos de demonstrações Financeiras (MDF) - Portaria n.º 220/2015, de 24 de Julho;

Código de Contas (CC) - Portaria n.º 218/2015, de 23 de Julho;

NCRF-ESNL - Aviso n.º 8259/2015, de 29 de Julho;

Normas Interpretativas (NI).

A situação financeira da ABRAÇO em 2018 reflete uma melhoria na angariação de fundos

próprios, fruto da procura de fontes alternativas e inovadoras de financiamento, embora se

mantenha uma grande dependência de financiamentos públicos.






1. Evolução de Proveitos

Comparativamente com o ano de 2017, verifica-se uma diminuição -7,1% em termos de

proveitos da Associação, cerca de 1,5 milhões de euros e, comparativamente ao orçamento

aprovado para 2018, apresentam também um desvio negativo de -7,0 %. Esta diferença é

explicada essencialmente pela descida dos donativos em espécie e, em particular, das

campanhas de outdoor que baixaram substancialmente em 2018.

Comparativamente às previsões para 2018 e com o real de 2017 as justificações factuais dos

desvios são:

1. As vendas em 2018 apresentam um aumento muito significativo visto a Associação

vender serviços, nomeadamente de catering e organização de eventos, ultrapassando

largamente o que tinha estimado para 2018. A dinamização da Galeria deu os seus

frutos com o aumento das vendas de obras de arte doadas e em regime de consignação.

No que toca às vendas de material continuamos a ter dificuldade em escoar o material

promocional mais antigo, embora tenha havido um aumento derivado das vendas da

Agenda Solidária para 2019: “Super Heróis”.

2. O valor dos donativos em espécie (que se refletem, por igual valor, nos custos, não

tendo portanto, impacto significativo nas contas da associação) baixou

significativamente, engloba essencialmente as campanhas de prevenção/informação

realizadas através de Outdoors em espaços de rua, com um custo que ronda

normalmente os 100.000 €. Engloba também os donativos em vestuários, alimentação

e outros, para serem canalizados para os nossos utentes.

3. Apresentamos um desvio negativo de cerca de 11% na angariação de fundos em

relação ao orçamentado. Uma vez que são difíceis de estimar optamos por alguma

cautela em relação a esta previsão e, na realidade, ficámos acima dos valores de 2017,

em mais 10%. Continuamos a contar com importantes donativos de empresas, como a

MAC Fundation, Gilead, BPI e Delta Cafés e continuamos também a verificar um

importante aumento dos donativos provenientes de particulares.






4. Relativamente aos apoios governamentais mantiveram-se equilibrados de um ano para

o outro. Por um lado, os apoios financeiros do Ministério da Saúde tiveram um ligeiro

aumento, fruto da atualização de valores e, por outro lado, os do Ministério da

Segurança Social diminuíram ligeiramente, fruto da diminuição ao longo do ano da

comparticipação para o Programa de Emergência Social.

Os outros subsídios aumentaram devido ao financiamento aprovado por parte da C. M.

Funchal para apoio ao projeto do Ser Criança, no Funchal.

5. Existiu um ligeiro aumento do nº de sócios com as quotas em dia, o que se refletiu

numa diferença de receitas relativamente a 2017 de 25%. Como referido

anteriormente, espera-se um aumento do número de associados, fruto da dinamização

de eventos para esse efeito.

Tabela 15 - Quadro comparativo das receitas

RECEITAS Real Real 18 / Orçamento Real 18/ Real

Descrição 2018 Orç. 18 2018 Real 2017 2017

Quotas dos Sócios 6.825 € -25,7% 9.180 € 24,8% 5.468 €

Venda de Material e Serviços 75.361 € 78,2% 42.300 € 68,5% 44.720 €

Subsídios Estado e outros entes públicos 1.118.843 € 2,4% 1.092.554 € -1,0% 1.129.924 €

M. do Trabalho e da Seg. social 399.908 € -2,2% 408.929 € -3,9% 416.318 €

Ministério da Saúde 659.092 € 0,5% 655.543 € 0,3% 657.132 €

Outros (E.P.s, autarquias, IEFP) 59.843 € 113,1% 28.082 € 6,0% 56.474 €

Donativos 233.873 € -47,9% 448.900 € -39,9% 389.376 €

Donativos em Dinheiro 175.925 € -11,4% 198.500 € 9,7% 160.314 €

Donativos em Espécie 57.949 € -76,9% 250.400 € -74,7% 229.062 €

Outros Proveitos e ganhos 60.835 € 292,5% 15.500 € 48,9% 40.855 €

TOTAL 1.495.737 € -7,0% 1.608.434 -7,1% 1.610.342

De referir que os donativos angariados, tanto em dinheiro como em espécie, servem para

colmatar as percentagens a descoberto de alguns projetos, para financiamento de projetos não

comparticipados e para outras despesas gerais.






Em termos gráficos a comparação anual das principais rubricas será a seguinte:

Ilustração 3 - Comparação anual das principais rúbricas (receita)

2. Evolução de custos

Em termos de custos estes apresentam valores superiores aos verificados em 2017 e ao

orçamentado, um aumento de 1% relativamente a 2017 e de 2% se comparado com o

orçamento para 2018.

Devido ao equilíbrio financeiro alcançado, depois de recuperar de anos de pagamentos de

dívidas que existiam em atraso, foi possível realizar algumas despesas e investimentos que

tinham sido sucessivamente adiados. Foi finalmente possível recrutar algum pessoal

necessário e fazer uma atualização geral dos salários.

Embora continuemos a seguir um rigoroso programa de contenção, rigor e controlo das

despesas gerais que continua a possibilitar poupanças em rubricas de custos discricionários

incluídos nos Fornecimentos e Serviços de Terceiros, não foi possível conseguir o mesmo na

área de Pessoal embora esteja previsto uma diminuição para 2019.






Tabela 16 - Quadro comparativo dos custos

CUSTOS Real Real 18 / Orçamento Real 18/ Real

Descrição 2018 Orç. 18 2018 Real 2017 2017

Recursos Humanos

Quadro de Pessoal 818.020 € 14,2% 716.216 € 20,1% 680.965 €

Honorários 302.443 € -6,5% 323.495 € 0,7% 300.216 €

Fornecimentos e serviços

Trabalhos especializados 59.709 € 194,8% 20.257 € 22,1% 48.920 €

Electr. Agua, Combustível 44.568 € -9,6% 49.295 € -5,3% 47.054 €

Mat. Desgaste rápido e de

Escritório 9.052 € 11,9% 8.090 € -45,4% 16.564 €

Comunicação, rendas, seguros 87.619 € 12,1% 78.139 € -5,4% 92.666 €

Deslocações e transporte 67.030 € 68,2% 39.849 € 59,5% 42.017 €

Publicidade 292 € -99,8% 132.120 € -99,8% 131.807 €

Apoio e encargos com Utentes 159.214 € 6,1% 150.003 € -2,2% 162.792 €

Outros Forn. e Serviços de 3ºs 20.063 € 120,7% 9.090 € 55,3% 12.920 €

Custos das vendas 7.219 € 44,4% 5.000 € -58,6% 17.430 €

Amortizações e Provisões 22.164 € -26,8% 30.264 € 9,3% 20.274 €

Outros gastos e perdas 20.847 € 236,2% 6.200 € 104,8% 10.178 €

TOTAL 1.618.242 € 3,2% 1.568.018 € 2,2% 1.583.802 €

Relativamente às rubricas com diferenças mais significativas, têm a seguinte explicação:

- Nos Recursos Humanos existiu um aumento de custos de cerca de 20% resultado de 4 novas

contratações para novos projetos e custos na reestruturação de outros, no decorrer de 2018 ou

que tinham iniciado no final de 2017. A média de pessoal com Contrato de Trabalho passou

de 42 em 2017 para 46 em 2018. Para 2019 espera-se uma diminuição de custos fruto da

reestruturação de projetos e financiamento dos que não estão em parte cobertos de momento.

- As principais rubricas de fornecimento de serviços diminuíram de um ano para o outro, dado

o trabalho de revisão constante dos contratos de prestação de serviços e a procura de

fornecedores mais competitivos.






- Relativamente à rúbrica de Deslocações e Transportes teve um aumento fruto dos projetos

internacionais em que a Abraço está envolvida, sendo as deslocações financiadas pela

Comissão Europeia ou outros.

- O aumento nas rubricas de Trabalhos Especializados e outros deve-se a obras de

conservação que foi necessário realizar no Porto e o projeto arquitetónico da Clínica.

- As rubricas de apoio direto ao utente mantiveram-se com valores aproximados ao previsto

para 2018, 5,00 % acima e um pouco abaixo do registado em 2017, -3 % fruto da diminuição

de apoio realizado pela menor cobertura do apoio do Programa de Emergência Social.

Não estão contabilizados aqui os honorários das ajudantes familiares, que representam uma

fatia importante dos prestadores de serviços, como anteriormente referido.

- Finalmente, o aumento de Outros Gastos deve-se ao pagamento de taxas da ERS que

existiam em atraso e que foram regularizadas de modo a Associação poder estar registada e

ter as licenças de funcionamento atualizadas.

Em termos gráficos a comparação anual das principais rúbricas será a seguinte:

Ilustração 4 - Comparação anual das principais rúbricas (custos)






3. Investimentos

Foram realizados alguns investimentos em equipamento informático e mobiliários para as

instalações das delegações da Associação.

Tabela 17 - Quadro comparativo dos investimentos

INVESTIMENTOS Real Real 18 / Orçamento Real 18/ Real

2018 Orç. 18 2018 Real 2017 2017

Edificios e construções 17.958 € -84,4% 115.000 € 0 €

Equipamento Administrativo 8.725 € -9,1% 9.600 € 245,0% 2.528 €

TOTAL 26.683 € -78,6% 124.600 € 4827,8% 2.528 €

Foi realizado o investimento em obras de beneficiação do novo espaço para o Centro

Comunitário do Porto, inaugurado em Novembro de 2018, um espaço renovado e alargado

onde passará a funcionar o projeto.

A Câmara Municipal de Lisboa cedeu dois espaços à Associação Abraço, situados junto à

sede, também no Largo José Luís Champalimaud, nos números 60 e 62, para a instalação de

uma creche para bebés/crianças até aos 3 anos. O financiamento para reestruturação do espaço

é também da C. M. Lisboa, cujo início está previsto para este ano.

Por fim, de referir que todo este trabalho se deve à equipa da ABRAÇO, colaboradores e

voluntários, sendo que todos contribuem para o bom desempenho da gestão e controlo interno

da Associação.






III. Resultado do Exercício de 2018

O Resultado Líquido da ABRAÇO transitou de um saldo de positivo de 25.611,23 € em

2017, para um saldo negativo de -122.504,36 € em 2018.

Assim, coloca-se o presente documento à consideração dos sócios, em Assembleia-Geral

de 27 de Março de 2019, e propõe-se que o resultado do exercício seja considerado em

Resultados Transitados.

Lisboa, 4 de Março de 2019

A Direção,

Gonçalo Lobo Cristina Sousa Filipa B. Ferreira

(Presidente) (Vice-presidente) (Vogal)

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Relatório de Atividades e de Contas - Associação Abraço...E-mail: [email protected] | Website: O número de sócios ordinários é semelhante a 2017. O aumento de receita (cerca