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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo Foto de atendimento realizado no 1º Mutirão da Cidadania em São Paulo RELATÓRIO DE ATUAÇÃO DA PRDC/SP 3º Relatório Semestral Período: 01/04/2010 a 30/09/2010 São Paulo 2010

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo

Foto de atendimento realizado no 1º Mutirão da Cidadania em São Paulo

RELATÓRIO DE ATUAÇÃODA PRDC/SP

3º Relatório Semestral Período: 01/04/2010 a 30/09/2010

São Paulo2010

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PROCURADOR-REGIONAL DOS DIREITOS DO CIDADÃOJefferson Aparecido Dias

PROCURADOR REGIONAL DOS DIREITOS DO CIDADÃO SUBSTITUTOPedro Antonio de Oliveira Machado

PROCURADOR REGIONAL DOS DIREITOS DO CIDADÃO SUBSTITUTOperíodo 25/07/2010 a 01/08/2010

Carlos Roberto Diogo Garcia

EQUIPE DA PRDC EM SÃO PAULOMarcos Antonio Mancuso

Paulo Antonio Martins CoelhoAndré da Cruz Pereira

Paulo Henrique Ledo PeixotoLygia Costa de Araújo Pereira

Conrado Machado SimãoAriane Lemes Guerra

EQUIPE DA PRDC EM MARÍLIAJosé Rubens Plates

Josiane Aparecida Rodrigues

COLABORADORESMariana Rodrigues Gehre Chagas

Angélica Tiemi Sinohara SyguedomiAndré Luis Toshiyuki S. de CastroDanielle Alves Lavanhini Martinez

Márcio TairaTatiane Cristine da Silva Monge

Aline Aparecida Caivano BorguettiSuellen Daiane Carlos Alves

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA PR/SPMarcelo Oliveira

Fred FerreiraLuana Pequeno

Camila ZanforlinJackson Viapiana

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PREFÁCIO

Conforme apresentado no relatório anterior, o trabalho da PRDC/SP tem se pautado pela observância de um roteiro de visibilizar-desestabilizar-transformar aplicado nos processos de luta pela dignidade humana, a partir das lições de Joaquín Herrera Flores.

Neste aspecto, como exemplo de transformação, uma das maiores conquistas da PRDC/SP foi a realização das duas edições do Mutirão da Cidadania em São Paulo, a primeira delas na Praça 14 Bis e a segunda na Praça Princesa Izabel, nas proximidades da região conhecida como “cracolândia”.

Os dados de tais edições constam do presente relatório e a foto que ocupa a sua capa foi tomada na primeira edição. Tal foto é bastante representativa da transformação que se busca com o Mutirão da Cidadania, pois um “morador de rua” que dificilmente teria acesso a órgãos públicos foi normalmente atendido e a sua demanda, bastante fundamentada, está prestes a ser atendida.

Esperamos que nos próximos meses possamos continuar lutando pela dignidade humana, mais uma vez concebida como o acesso igualitário, não previamente hierarquizado, aos bens necessários para uma vida digna de ser vivida, segundo as lições do maestro Joaquín.

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Mais uma vez dedicamos este relatório a todos os colaboradores da PRDC sem a ajuda dos quais a luta pelos direitos humanos não seria possível, bem como agradecemos a todos que não mediram esforços para apoiar as nossas lutas pela dignidade humana.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO................................................................................................................. 6

1) MOVIMENTAÇÃO PROCESSUAL..................................................................................8

a) Entradas................................................................................................................. 8

b) Saídas.....................................................................................................................8

c) Saldo.......................................................................................................................9

2) RECOMENDAÇÕES ...................................................................................................10

3) AÇÕES CIVIS PÚBLICAS.............................................................................................12

4) RELEASES DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO........................................................ 14

ANEXOS....................................................................................................................... 15

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INTRODUÇÃO

Neste terceiro semestre da atual gestão da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, os Procuradores da Republica Jefferson Aparecido Dias e Pedro Antonio de Oliveira Machado exerceram as suas funções de Procurador Regional dos Direitos do Cidadão titular e substituto no Estado de São Paulo, cumulativamente, com as funções de Procuradores da República nos Municípios de Marília e Bauru, respectivamente.

Dentre as funções desempenhadas cumulativamente com as da Procuradoria Regional dos Diretos do Cidadão, merecedoras de destaque são aquelas atinentes às edições do Mutirão da Cidadania realizadas na zona Sul do município de Marília, no município de Pompéia, bem como as duas edições ocorridas na Capital, cujas informações constam dos releases do Anexo 06. e no relatório do Anexo 07.

No referido trimestre, diante da colidência das férias dos Procuradores acima mencionados, exerceu a função de PRDC-Substituto, no período de 25/07/2010 a 01/08/2010, o Procurador da Republica em Ribeirão Preto, Carlos Roberto Diogo Garcia, nos termos da Portaria PGR nº 363, de 28/07/2010.

Cumpre destacar que, no período em que substituiu Jefferson Aparecido Dias, Carlos Roberto Diogo Garcia também instaurou as Peças Informativas nº 1.34.001.008249/2010-08, a fim de apurar a discriminação contra pessoas ateias perpetrada pelo apresentador do Programa Brasil Urgente, no dia 27/07/2010.

Pedro Antonio de Oliveira Machado assumiu a titularidade da função de PRDC no período de 03/08/2010 a 05/08/2010.

Por fim, merece destaque um novo sistema de classificação dos arquivamentos que passou a ser adotado pela PRDC/SP a partir de 10/09/2010. Nesta nova sistemática, os arquivamentos são classificados segundo os seguintes critérios:

- Recomendação atendida;- Existência de ACP;- Ausência de dano;- Objetivo atingido;- Perda do objeto.

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Com isso, o que se pretende, é dar maior transparência à atuação da PRDC/SP e, também, demonstrar efetivamente os resultados práticos de sua atuação.

No período compreendido neste relatório foram arquivados 06 (seis) procedimentos, assim classificados:

a) 05 - Ausência de danob) 01 - Recomendação atendidac) 01 - Existência de ACP

Esperamos que no próximo relatório seja possível uma análise ainda mais aprofundada da atuação da PRDC/SP.

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1. MOVIMENTAÇÃO PROCESSUAL

Neste terceiro semestre de atuação da atual gestão da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão ocorreram as seguintes movimentações processuais.

a) Entradas

Ao remanescente do segundo semestre de atuação da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, foram acrescidos 73 (sessenta e três) procedimentos administrativos, consoante pode ser observado da relação constante do Anexo 01.

Equivocadamente os procedimentos administrativos nº's 1.34.001.003925/2006-62, 1.34.001.006347/2003-73 e 1.34.001.007656/2007-94 ainda constam da estatística do sistema ARP como distribuídos para a atual gestão da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, haja vista que da consulta ao referido sistema resta constatado que os dois primeiros estão localizados com o Dr. Sérgio Gardenghi Suiama e o último foi encaminhado à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.

b) Saída

Houve o decréscimo de 40 (quarenta) procedimentos administrativos dos anteriormente descritos, conforme pode ser observado do Anexo 01.

Do referido decréscimo, 36 (trinta e seis) são atinentes a promoções de arquivamento, conforme pode ser constatado da relação, e das ementas do Anexo 02, por meio da qual se pode observar as datas que os procedimentos administrativos foram encaminhados à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, com as referidas promoções encartadas.

Nas Peças Informativas nºs 1.34.001.005339/2010-39, 1.34.001.009139/2009-11, 1.34.001.004256/2010-22, 1.34.001.008914/2009-11 e 1.34.001.004007/2010-37 foram ajuizadas, respectivamente, as Ações Civis Públicas nºs 0018014-94.2010.4.03.6100, 0009033-76.2010.4.03.6100, 0018373-44.2010.4.03.6100, 0018915-62.2010.4.03.6100 e 0019558-20.2010.4.03.6100.

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c) Saldo

Após todas as movimentações processuais anteriormente mencionadas, permanece tramitando no âmbito da Procuradoria Regional dos Diretos do Cidadão um total de 77 (setenta e sete) procedimentos dentre Inquéritos Civis Públicos, Peças Informativas e Procedimentos Preparatórios, consoante pode ser observado da relação constante do Anexo 03.

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2. RECOMENDAÇÕES

Neste terceiro semestre de atuação da atual gestão da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, foram expedidas as seguintes Recomendações:

A de nº 17/2010, 14 de maio de 2010, ao Sr. Jean Thomas Bernardini, Diretor-Presidente da “Imovision – Reserva Nacional Distribuidora de Filmes Ltda.”, para que promovesse as medidas necessárias para que a referida empresa não mais exibisse filme nos cinemas brasileiros, ainda que fosse em pré-estreia, sem que antes tivesse sido divulgada no Diário Oficial da União a classificação indicativa, dada pelo Ministério da Justiça, para o respectivo filme.

A de nº 03/2010, datada de 22 de junho de 2010, ao Secretário-Geral das Relações Exteriores, para que em sua atuação perante o Conselho de Direitos Humanos da ONIT, o Brasil, independentemente de outros mecanismos de efetivação, se abstivesse de adotar posições que, direta ou indiretamente isentassem qualquer membro da referida Organização de suas obrigações e responsabilidades em matéria de direitos humanos.

A de nº 23/2010, de 06 de julho de 2010, aos representantes legais da empresa “Porta Fria Com Dispenser Ltda.” (domínio: www.papodehomem.com.br), para que não publicassem artigos, textos ou matérias que estimulassem ou fomentassem a violência ou a discriminação de qualquer gênero contra as mulheres.

A de nº 25/2010, datada de 12 de julho de 2010, ao Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, para que tomasse as providências necessárias no sentido de normalizar a distribuição e abastecimento de preservativos e materiais educativos sobre DST/AIDS aos presos de todas as unidades prisionais do Estado de São Paulo ou, caso não fosse da sua atribuição, que determinasse que os delegados responsáveis pelo DEMACRO, DEINTERS e DECAP assim o fizessem

A de nº 26/2010, de 16 de julho de 2010, ao Diretor do Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN, para que suspendesse os efeitos da Resolução nº 277/2008, até a entrada em vigor das Resoluções Específicas sobre veículos de transporte coletivo, de aluguel, de transporte autônomo de passageiro (táxi), veículos escolares e demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t.

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A de nº 37/2010, datada de 09 de setembro de 2010, ao Sr. Fábio Luiz Rodrigues da Silva, representante legal do site “www.morroida.com.br”, para que fossem retiradas do site as publicações que possuíssem conteúdo discriminatório e ofensivo às mulheres, fomentando a violência de gênero. Bem como para que não publicassem artigos, textos ou matérias que estimulassem ou fomentassem a violência ou a discriminação de qualquer gênero contra as mulheres.

A de nº 39/2010, de 13 de setembro de 2010, ao Ministro das Relações Exteriores para que em sua atuação perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, o Brasil, independentemente de outros mecanismos de efetivação, se abstivesse de adotar posições que, direta ou indiretamente, isentassem qualquer membro da referida Organização de suas obrigações e responsabilidades em matéria de direitos humanos.

Seus textos podem ser apreciados na integralidade no Anexo 04.

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3. AÇÕES CIVIS PÚBLICAS

A primeira delas foi proposta em 22 de abril de 2010, em desfavor da UNIVERSIDADE BANDEIRANTES DE SÃO PAULO – UNIBAN e da União, por não ter a primeira observado os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, nos casos em que entender necessária a aplicação de sanções disciplinares a seus alunos, e a segunda por não ter procedido a efetiva fiscalização e punição da UNIBAN nos casos em que a universidade não cumprir os preceitos constitucionais e legais que garantem os referidos princípios. Recebeu o nº 0009033-76.2010.4.03.6100 e foi distribuída à 20 ª Vara Cível da Seção da Justiça Federal em São Paulo.

A União foi intimada e os autos encontram-se conclusos ao juízo.

A segunda foi proposta em face da União, em 25 de agosto de 2010, para compeli-la, por meio de seu órgão regulador de trânsito, o CONTRAN, a regulamentar, ainda que de forma educativa e temporária, o uso de dispositivos de retenção para crianças nos veículos de transporte coletivo, de aluguel, de transporte autônomo de passageiro (táxi), veículos escolares e demais veículos com peso total bruto superior a 3,5t, excepcionados no § 3º do art. 1 da Resolução CONTRAN nº 277/2008.

Mencionada ação, por estarem presentes os requisitos do fumus bonis iuris e do periculum in mora, também foi ajuizada com pedido de tutela antecipada, para que o provimento jurisdicional possuísse efetividade.

Neste caso, a ação recebeu o nº 0018014-94.2010.4.03.6100, foi distribuída a 22ª Vara Seção da Justiça Federal em São Paulo. Tal ação, contudo, teve seu pedido de liminar indeferido, pois o juiz entendeu que é indispensável regulamentar e estabelecer efetivas condições de segurança para o transporte de crianças em todos os tipos de veículos utilizados no país, de forma a impedir quaisquer riscos à vida e à saúde das crianças transportadas, porém, não vislumbrou a alegada omissão na regulamentação da questão do transporte para os veículos excepcionados.

O Ministério Público Federal tomou ciência da decisão anteriormente descrita e atualmente os autos encontram-se com carga para a Advocacia Geral da União.

A terceira ação foi movida em 30 de agosto de 2010, contra a Ordem dos Músicos do Brasil – OMB, para que se abstenha de, em todo o

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território nacional, praticar qualquer ato tendente a impedir ou atrapalhar a realização de eventos musicais e religiosos nos templos, igrejas e ambientes congêneres, bem como aplicar multas, mediante exigência de inscrição dos membros dessas instituições nesse Conselho.

A referida ação, por estarem presentes os pressupostos do fumus bonis iuris e o periculum in mora, também foi proposta com pedido de tutela antecipada, para que o provimento jurisdicional possuísse efetividade.

Neste caso, a ação recebeu o nº 0018373-44.2010.4.03.6100 e foi distribuída à 1ª Vara Cível da Seção da Justiça Federal em São Paulo. Encontra-se conclusa ao juiz para deliberação.

A quarta ação foi ajuizada na data de 09 de setembro de 2010, em desfavor da União e do Estado de São Paulo, a fim de compeli-los a fornecerem os medicamentos e insumos necessários ao adequado tratamento do diabetes em crianças e adolescentes, quais sejam a insulina Glargina, as agulhas curtas (5 mm) e as canetas aplicadoras de insulina, uma vez que proporcionarão uma melhor qualidade de vida à coletividade alvo da tutela jurisdicional visada na presente ação, pois tratam-se de cidadãos protegidos prioritariamente pela ordem constitucional e a legislação brasileira.

A ação em questão foi proposta com pedido de tutela antecipada, recebeu o nº 00189015-62.2010.4.03.6100 e foi distribuída à 8ª Vara Cível da Seção da Justiça Federal em São Paulo. Encontra-se conclusa ao juízo.

Por fim, foi proposta, em 20 de setembro de 2010, em face da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – EBCT, a fim de obrigá-la a repassar ao Fundo Nacional Antidrogas – FUNAD todos os valores recebidos a título de tarifa postal, quando não houver a efetiva prestação do serviço postal em decorrência da apreensão de drogas.

Aludida ação recebeu o nº 0019558-20.2010.4.03.6100, foi distribuída à 24ª Vara Cível da Seção da Justiça Federal em São Paulo e houve a citação da empresa ré.

A relação de todas as Ações Civis Públicas em tramitação sob a responsabilidade da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, bem como o teor da inicias das Ações Civis Públicas propostas no segundo semestre pela presente gestão e podem ser observadas no Anexo 05.

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4. RELEASES DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Neste terceiro semestre a atuação da PRDC/SP permaneceu com a mesma repercussão na mídia dos demais semestres de gestão, graças a uma atuação eficiente da Assessoria de Comunicação da PR/SP, que elaborou e divulgou releases sobre os temas.

No Anexo 06 constam todos os releases elaborados pela equipe da Assessoria de Comunicação da Procuradoria da República do Estado de são Paulo.

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ANEXOS

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ANEXO 01

Movimentação Processual

Processos Recebidos

Seq Tipo de PA Nº do PA Distribuição1 Peças Informativas 1.34.001.004248/2010-86 19/04/20102 Peças Informativas 1.34.001.005293/2010-58 22/04/20103 Peças Informativas 1.34.001.005297/2010-36 26/04/20104 Inquérito Civil 1.34.001.005300/2010-11 26/04/20105 Peças Informativas 1.34.001.005339/2010-39 28/04/20106 Peças Informativas 1.34.001.005312/2010-46 28/04/20107 Inquérito Civil 1.34.005.000111/2009-89 28/04/20108 Inquérito Civil 1.34.009.000296/2009-91 28/04/20109 Procedimento Preparatório 1.34.012.000770/2009-26 28/04/201010 Peças Informativas 1.34.022.000332/2009-42 28/04/201011 Peças Informativas 1.34.024.0004132009-29 28/04/201012 Peças Informativas 1.34.025.000098/2009-20 28/04/201013 Peças Informativas 1.34.002.000281/2009-93 29/04/201014 Peças Informativas 1.34.028.000087/2009-10 29/04/201015 Peças Informativas 1.34.029.000138/2009-01 29/04/201016 Peças Informativas 1.34.001.005374/2010-58 10/05/201017 Peças Informativas 1.34.001.005773/2010-19 19/05/201018 Peças Informativas 1.34.008.100035/2009-81 20/05/201019 Peças Informativas 1.34.014.000224/2009-75 20/05/201020 Peças Informativas 1.34.001.004256/2010-22 25/05/201021 Peças Informativas 1.34.015.000490/2009-98 27/05/201022 Peças Informativas 1.26.000.001148/2010-46 27/05/201023 Inquérito Civil 1.34.010.000443/2009-94 07/06/201024 Inquérito Civil 1.34.001.005933/2010/20 07/06/201025 Peças Informativas 1.34.001.005949/2010-32 09/06/201026 Peças Informativas 1.34.001.005964/2010-81 11/06/2010

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Seq Tipo de PA Nº do PA Distribuição27 Peças Informativas 1.34.001.005965/2010-25 11/06/201028 Inquérito Civil 1.34.010.000211/2010-70 15/06/201029 Peças Informativas 1.34.001.006002/2010-49 16/06/201030 Peças Informativas 1.34.001.006005/2010-82 17/06/201031 Inquérito Civil 1.34.001.006013/2010-29 21/06/201032 Peças Informativas 1.34.001.006019/2010-04 22/06/201033 Peças Informativas 1.34.001.006012/2010-84 22/06/201034 Peças Informativas 1.34.001.006031/2010-19 25/06/201035 Peças Informativas 1.34.001.006030/2010-66 25/06/201036 Peças Informativas 1.34.001.006041/2010-46 06/07/201037 Peças Informativas 1.34.001.006057/2010-59 06/07/201038 Peças Informativas 1.34.001.006017/2010-15 07/07/201039 Peças Informativas 1.34.001.005969/2010-11 08/07/201040 Peças Informativas 1.34.001.006067/2010-94 08/07/201041 Peças Informativas 1.34.001.006072/2010-05 14/07/201042 Inquérito Civil 1.34.001.006079/2010-19 15/07/201043 Inquérito Civil 1.34.001.007266/2010-10 15/07/201044 Peças Informativas 1.34.001.007276/2010-55 20/07/201045 Procedimento Preparatório 1.34.001.007279/2010-99 20/07/201046 Peças Informativas 1.34.001.007286/2010-91 22/07/201047 Inquérito Civil 1.34.003.000220/2010-16 19/07/201048 Peças Informativas 1.30.901.002323/2010-70 27/07/201049 Inquérito Civil 1.34.001.007303/2010-90 29/07/201050 Peças Informativas 1.34.001.007332/2010-51 05/08/201051 Inquérito Civil 1.34.001.007354/2010-11 06/08/201052 Peças Informativas 1.34.001.007357/2010-55 09/08/201053 Procedimento Preparatório 1.34.023.000327/2009-26 09/08/201054 Peças Informativas 1.16.000.002075/2010-90 16/08/201055 Inquérito Civil 1.34.001.008248/2010-55 19/08/201056 Peças Informativas 1.34.001.008249/2010-08 19/08/201057 Peças Informativas 1.34.001.008261/2010-12 23/08/2010

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Seq Tipo de PA Nº do PA Distribuição58 Procedimento Preparatório 1.34.004.200151/2009-39 25/08/201059 Peças Informativas 1.34.001.008267/2010-81 26/08/201060 Peças Informativas 1.30.901.004514/2010-76 30/08/201061 Peças Informativas 1.34.001.008306/2010-41 03/09/1062 Peças Informativas 1.34.001.009368/2009-36 03/09/1063 Peças Informativas 1.34.001.008318/2010-75 08/09/1064 Peças Informativas 1.34.001.008331/2010-24 14/09/1065 Peças Informativas 1.34.001.008341/2010-60 14/09/1066 Peças Informativas 1.34.001.008343/2010-59 15/09/1067 Peças Informativas 1.34.001.008346/2010-92 15/09/1068 Peças Informativas 1.34.001.008523/2010-31 20/09/1069 Peças Informativas 1.34.001.008520/2010-05 20/09/1070 Peças Informativas 1.25.006.000928/2010-90 20/09/1071 Peças Informativas 1.34.001.008521/2010-41 21/09/1072 Peças Informativas 1.34.016.000242/2010-71 24/09/1073 Peças Informativas 1.34.001.008553/2010-47 29/09/10

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Saída

Seq Tipo de PA Nº do PA Distribuição1 Peças Informativas 1.34.001.001692/2010-40 05/04/102 Inquérito Civil 1.34.008.000150/2004-41 06/04/103 Inquérito Civil 1.34.001.006221/2007-22 16/04/104 Peças Informativas 1.34.001.004185/2010-68 20/04/105 Inquérito Civil 1.34.001.009139/2009-11 23/04/106 Inquérito Civil 1.34.001.004212/2009-69 18/05/107 Peças Informativas 1.34.001.005494/2009-11 18/05/108 Inquérito Civil 1.34.001.001177/2009-26 19/05/109 Peças Informativas 1.34.001.001255/2010-26 19/05/1010 Peças Informativas 1.34.001.009369/2009-81 19/05/1011 Inquérito Civil 1.34.001.004768/2006-11 26/05/1012 Inquérito Civil 1.34.001.005587/2009-46 01/06/1013 Inquérito Civil 1.34.001.005214/2007-11 01/06/1014 Inquérito Civil 1.34.001.005548/2009-49 17/06/1015 Inquérito Civil 1.34.001.006850/2009-14 17/06/1016 Peças Informativas 1.34.001.004248/2010-86 17/06/1017 Inquérito Civil 1.34.001.001748/2010-66 24/06/1018 Peças Informativas 1.34.001.003981/2010-83 24/06/1019 Inquérito Civil 1.34.015.000490/2009-98 29/06/1020 Peças Informativas 1.34.001.009113/2009-73 12/07/1021 Peças Informativas 1.34.001.005300/2010-11 12/07/1022 Peças Informativas 1.34.001.005374/2010-58 12/07/1023 Peças Informativas 1.34.001.006019/2010-04 12/07/1024 Inquérito Civil 1.34.001.004135/2009-47 15/07/1025 Inquérito Civil 1.34.001.004006/2010-92 23/07/1026 Inquérito Civil 1.34.001.007660/2007-52 16/08/1027 Inquérito Civil 1.34.001.005679/2007-64 16/08/1028 Inquérito Civil 1.34.001.007516/2008-05 18/08/1029 Inquérito Civil 1.34.001.005339/2010-39 25/08/10

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Seq Tipo de PA Nº do PA Distribuição30 Peças Informativas 1.34.001.001224/2010-75 26/08/1031 Peças Informativas 1.34.001.004256/2010-22 31/08/1032 Peças Informativas 1.34.001.006057/2010-59 31/08/1033 Peças Informativas 1.34.001.003982/2010-28 13/09/1034 Peças Informativas 1.34.001.007332/2010-51 13/09/1035 Inquérito Civil 1.34.001.004007/2010-37 20/09/1036 Peças Informativas 1.16.000.002075/2010-90 23/09/1037 Peças Informativas 1.30.901.002323/2010-70 23/09/1038 Inquérito Civil 1.34.001.005327/2009-71 23/09/1039 Inquérito Civil 1.34.001.007303/2010-90 28/09/1040 Peças Informativas 1.34.001.008523/2010-31 30/09/10

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Anexo 02

Promoções de Arquivamentos e suas ementas

Seq Tipo de PA Nº do PA Distribuição1 Peças Informativas 1.34.001.001692/2010-40 05/04/102 Inquérito Civil 1.34.008.000150/2004-41 06/04/103 Inquérito Civil 1.34.001.006221/2007-22 16/04/104 Peças Informativas 1.34.001.004185/2010-68 20/04/105 Inquérito Civil 1.34.001.004212/2009-69 18/05/106 Peças Informativas 1.34.001.005494/2009-11 18/05/107 Inquérito Civil 1.34.001.001177/2009-26 19/05/108 Peças Informativas 1.34.001.001255/2010-26 19/05/109 Peças Informativas 1.34.001.009369/2009-81 19/05/1010 Inquérito Civil 1.34.001.004768/2006-11 26/05/1011 Inquérito Civil 1.34.001.005587/2009-46 01/06/1012 Inquérito Civil 1.34.001.005214/2007-11 01/06/1013 Inquérito Civil 1.34.001.005548/2009-49 17/06/1014 Inquérito Civil 1.34.001.006850/2009-14 17/06/1015 Peças Informativas 1.34.001.004248/2010-86 17/06/1016 Inquérito Civil 1.34.001.001748/2010-66 24/06/1017 Peças Informativas 1.34.001.003981/2010-83 24/06/1018 Inquérito Civil 1.34.015.000490/2009-98 29/06/1019 Peças Informativas 1.34.001.009113/2009-73 12/07/1020 Peças Informativas 1.34.001.005300/2010-11 12/07/1021 Peças Informativas 1.34.001.005374/2010-58 12/07/1022 Peças Informativas 1.34.001.006019/2010-04 12/07/1023 Inquérito Civil 1.34.001.004135/2009-47 15/07/1024 Inquérito Civil 1.34.001.004006/2010-92 23/07/1025 Inquérito Civil 1.34.001.007660/2007-52 16/08/1026 Inquérito Civil 1.34.001.005679/2007-64 16/08/1027 Inquérito Civil 1.34.001.007516/2008-05 18/08/1028 Peças Informativas 1.34.001.001224/2010-75 26/08/10

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Seq Tipo de PA Nº do PA Distribuição29 Peças Informativas 1.34.001.006057/2010-59 31/08/1030 Peças Informativas 1.34.001.003982/2010-28 13/09/1031 Peças Informativas 1.34.001.007332/2010-51 13/09/1032 Peças Informativas 1.16.000.002075/2010-90 23/09/1033 Peças Informativas 1.30.901.002323/2010-70 23/09/1034 Inquérito Civil 1.34.001.005327/2009-71 23/09/1035 Inquérito Civil 1.34.001.007303/2010-90 28/09/1036 Peças Informativas 1.34.001.008523/2010-31 30/09/10

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Ementas das promoções de arquivamento

Peças Informativas nº 1.34.001.001692/2010-40

IDOSO. Estatuto do Idoso. Bilhete de viagem do idoso. Empresas Reunidas Paulista de Transporte LTDA. Empecilhos. Apuração.

Inquérito Civil nº 1.34.008.000150/2004-41

PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Deficiente auditivo. Obrigatoriedade de legendas em filmes nacionais exibidos no cinema.

Inquérito Civil nº 1.34.001.006221/2007-22

PESSOA COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA. Notícia de que a Central de Atendimento ao Surdo da TIM encontra-se inoperante. Portaria ICP nº 218, de 12 de novembro de 2009.

Peças Informativas nº 1.34.001.004185/2010-68

CIDADANIA. LIVRE EXERCÍCIO PROFISSIONAL. Corretor de imóveis. Apurar suposta cobrança indevida por parte do CRECI - Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 2º Região.

Inquérito Civil nº 1.34.001.004212/2009-69

CRIANÇA E ADOLESCENTE. MEIO DE COMUNICAÇÃO EM MASSA. SBT - Sistema Brasileiro de Televisão. "Programa Silvio Santos. Exposição inadequada da criança Maisa Silva. Inobservância do direito à liberdade, ao respeito e à dignidade da criança como pessoa humana em processo de desenvolvimento. Exploração indevida de imagem e violação de direitos da criança.

Peças Informativas nº1.34.001.005494/2009-11

CIDADANIA. PRDC. Planos de Saúde. Inclusão de companheiro do mesmo sexo como dependente do titular.

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Inquérito Civil nº 1.34.001.001177/2009-26

Programa social Bolsa Família. Acompanhamento da fiscalização. Verificação dos critérios adotados pelos órgãos federais quanto à prestação de contas e das auditorias aos gestores municipais do Programa Bolsa Família. Portaria ICP nº 251, de 17 de dezembro de 2009.

Peças Informativas nº 1.34.001.001255/2010-26

MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA. SBT. Programa " Casos de Família". Classificação indicativa.

Peças Informativas nº 1.34.001.009369/2009-81

DIREITOS HUMANOS. DIREITO DO PRESO. Transferência de penitenciária. Estabelecimento prisional próximo ao domicílio dos familiares. Detenta com filhos menores.

Inquérito Civil nº 1.34.001.004768/2006-11

PRDC. Direito à Igualdade Material. Obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira. Cumprimento do ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, do estado Estado de São Paulo, da Lei Federal n.° 10639/2003.

Inquérito Civil nº 1.34.001.005587/2009-46

CIDADANIA. Dependentes Químicos. Comunidades terapêuticas no Estado de São Paulo. Tratamento inadequado aos internos. Apuração e fiscalização do poder público. Centros de Atenção Psicossocial - CAPS, Serviços Residenciais Terapêuticos, Programa de Volta para Casa, Leitos Psiquiátricos em Hospitais Gerais, Centros de Convivência e Cultura, Iniciativas de Geração de Renda e Hospitais Psiquiátricos. Portaria ICP nº 37, de 26 de janeiro de 2010.

Inquérito Civil nº 1.34.001.005214/2007-11

PRDC. CIDADANIA. INSTITUIÇÕES DE AMPARO AOS IDOSOS. DOCUMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO. BENEFÍCIOS ASSISTENCIAIS E PREVIDENCIÁRIOS. BANCO DE DADOS DE PROCEDIMENTOS E AÇÕES PROPOSTAS PELAS PRM'S.

Inquérito Civil nº 1.34.001.005548/2009-49

CIDADANIA. Saúde Pública. Nova gripe ( "gripe suína"). Vírus influenza

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A/1N1. acompanhamento da atuação do poder público. Tratamento dos casos suspeitos.

Inquérito Civil nº 1.34.001.006850/2009-14

MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA. SAÚDE. " Gripe Suína" - H1N1. Possível divulgação alarmista pela mídia sobre a referida doença. Congestionamento dos sistemas público e privado de saúde.

Peças Informativas nº 1.34.001.004248/2010-86

MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA. SBT - Sistema Brasileiro de Televisão. Programa " QST - Qual é o talento". Exposição de criança a situação vexatória.

Inquérito Civil nº 1.34.001.001748/2010-66

MEIOS DE COMUNICAÇÃO. SAÚDE PÚBLICA. Programa de Prevenção de DST/AIDS. "Big Brother Brasil". Rede Globo de Televisão. Declaração errônea de participante do programa acerca da contração do vírus HIV. Contra propaganda à prevenção.

Peças Informativas nº 1.34.001.003981/2010-83

CRIANÇA E ADOLESCENTE. Classificação indicativa. Filme " Ervas Daninhas". Exibição nos cinemas sem pedido de classificação indicativa no Ministério da Justiça. Apurar possível infração ao disposto no art. 253 do ECA.

Inquérito Civil nº 1.34.015.000490/2009-98

CONSUMIDOR. Apurar possíveis irregularidades referentes à manutenção por parte de operadoras de telefonia móvel, de cadastro sigiloso utilizado em desfavor do consumidor, sem qualquer justificativa razoável.

Inquérito Civil nº 1.34.001.009113/2009-73

ESTRANGEIRO. Substituição de acordo de regularização migratório assinado entre Brasil e Bolívia. Possível prejuízo aos bolivianos residentes no país.

Peças Informativas nº 1.34.001.005300/2010-11

EDUCAÇÃO. Universidade Paulistana. Notícia de demora excessiva na entrega de diploma.

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Peças Informativas nº 1.34.001.005374/2010-58

CIDADANIA. SAÚDE. PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Apurar eventuais irregularidades nos serviços de saúde prestados à pessoa com deficiência.

Peças Informativas nº 1.34.001.006019/2010-04

CIDADANIA. Pedido de providências 2009.10.00.000799-5 do CNJ - Conselho Nacional de Justiça. Necessidade de destinação de 5% das vagas dos estacionamentos dos prédios que abrigam Fóruns e Juizados da Justiça Federal a idosos.

Inquérito Civil nº 1.34.001.004135/2009-47

CIDADANIA. Notícia de cidadãos brasileiros que se encontram em situação de vulnerabilidade morando no Japão. Portaria ICP nº 178, de 23 de outubro de 2009.

Inquérito Civil nº 1.34.001.004006/2010-92

CIDADANIA. SAÚDE PÚBLICA. CENTROS DE REFERÊNCIA Apurar a suficiência e adequação dos serviços prestados pelos Centros de Referência de Saúde às vítimas de violência sexual, no tocante à interrupção de gravidez, no Estado de São Paulo. Portaria ICP nº 192, de 17 de março de 2010.

Inquérito Civil nº 1.34.001.007660/2007-52

Direito à alimentação adequada. Combate à desnutrição. Multimistura. Utilização no Brasil há 34 anos. Aprovação pela Anvisa. Estudos reconhecendo seus benefícios. Prêmios outorgados à Dra. Clara Brandão. Conselho Federal de Nutricionistas e outros órgãos contrários à precrição da multimistura. Apuração.

Inquérito Civil nº 1.34.001.005679/2007-64

PRDC. CONCURSO PÚBLICO DO MPU - Ministério Público da União. Ausência de previsão de isenção de taxas de inscrição aos candidatos economicamente hipossuficientes. PORTARIA Nº 230, 23 de novembro 2009.

Inquérito Civil nº 1.34.001.007516/2008-05

CRIANÇA E ADOLESCENTE. MEIO DE COMUNICAÇÃO EM MASSA.

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Rede TV - programas "TV Fama" e "Supla", com possível conteúdo impróprio para crianças e adolescentes.

Peças Informativas nº 1.34.001.001224/2010-75

MEIO AMBIENTE. Programação televisa do programa " A Fazenda" da Rede Record. Verificação de seu conteúdo. ( Procedimento originador: 1.34.001.005552/2009-15).

Peças Informativas nº 1.34.001.006057/2010-59

MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA. Notícia de possível falta de finalidade ( educativa, cultural e informativa) por canais de televisão. Rede 21, Shop Tour, RBI e CBI - Mix TV. Art 221 da CF.

Peças Informativas nº 1.34.001.003982/2010-28 (Recomendação atendida)

CRIANÇA E ADOLESCENTE. Classificação indicativa. Filme " Astro Boy ". Exibição nos cinemas sem pedido de classificação indicativa no Ministério da Justiça. Apurar possível infração ao disposto no art. 253 do ECA.

Peças Informativas nº 1.34.001.007332/2010-51 (Declínio de atribuição)

DIREITO DO TRABALHADOR. CEF - Caixa Econômica Federal. Serviço prestado pelas lotéricas (pagamento de contas diversas - água, luz, gás, etc), sem que os funcionários das mesmas recebam os mesmos benefícios dos bancários.

Peças Informativas nº 1.16.000.002075/2010-90 (Ausência de dano)

PRDC. Pedido de inclusão em programa de proteção à testemunha, tendo em vista denúncias apresentadas contra autoridades do Estado de São Paulo.

Peças Informativas nº 1.30.901.002323/2010-70 (Ausência de dano)

MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA. Possível inadequação da classificação indicativa. Novela "Ribeirão do Tempo" - Rede Record.

Inquérito Civil nº 1.34.001.005327/2009-71 (Ausência de dano)

SERVIÇOS PÚBLICOS. Órgãos de trânsito. Contran/SP. Possíveis irregularidades em autuações. Radares fotográficos. Verificação da qualidade e eficiência do serviço. Portaria ICP nº 252, de 17 de dezembro de 2009.

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Inquérito Civil nº 1.34.001.007303/2010-90 (Ausência de dano)

MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA. Possível inadequação da classificação indicativa. Filme "A Hora do Pesadelo", exibido pelo Cinemark.

Peças Informativas nº 1.34.001.008523/2010-31 (Existência de ACP)

CIDADANIA. Possível discriminação praticada por Boris Casoy contra garis. Rede Bandeirantes de Televisão.

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Anexo 03

Saldo e Relação dos Procedimentos em curso

Seq Tipo de PA Nº do PA Distribuição

1 Inquérito Civil 1.34.001.004427/2006-37 20/07/062 Inquérito Civil 1.34.001.003527/2007-27 23/05/073 Inquérito Civil 1.34.001.006235/2007-46 28/09/074 Inquérito Civil 1.34.001.001760/2008-56 10/03/085 Inquérito Civil 1.34.001.003936/2008-12 18/06/086 Inquérito Civil 1.34.001.007491/2008-31 19/11/087 Inquérito Civil 1.34.001.002631/2009-66 20/04/098 Inquérito Civil 1.34.001.004134/2009-01 30/04/099 Inquérito Civil 1.34.001.005316/2009-91 05/06/0910 Inquérito Civil 1.34.001.005328/2009-15 12/06/0911 Inquérito Civil 1.34.001.005443/2009-90 29/06/0912 Inquérito Civil 1.34.001.005450/2009-91 01/07/0913 Inquérito Civil 1.34.001.005466/2009-02 02/07/0914 Inquérito Civil 1.34.001.006840/2009-89 13/08/0915 Inquérito Civil 1.34.001.006845/2009-10 14/08/0916 Inquérito Civil 1.34.001.006856/2009-91 19/08/0917 Inquérito Civil 1.34.001.006888/2009-97 03/09/0918 Inquérito Civil 1.34.001.007106/2009-37 29/09/0919 Inquérito Civil 1.34.001.008914/2009-11 05/10/0920 Inquérito Civil 1.34.001.008931/2009-59 14/10/0921 Inquérito Civil 1.34.001.009083/2009-03 20/10/0922 Inquérito Civil 1.34.001.009140/2009-46 09/11/0923 Inquérito Civil 1.34.001.009316/2009-60 17/11/0924 Peças Informativas 1.22.000.000472/2009-96 27/11/0925 Inquérito Civil 1.34.001.009346/2009-76 30/11/0926 Inquérito Civil 1.34.001.001726/2010-04 01/03/10

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Seq Tipo de PA Nº do PA Distribuição

27 Inquérito Civil 1.34.001.001728/2010-95 01/03/1028 Inquérito Civil 1.34.001.003969/2010-79 10/03/201029 Inquérito Civil 1.34.001.003996/2010-41 16/03/1030 Inquérito Civil 1.34.001.004184/2010-13 26/03/1031 Inquérito Civil 1.34.001.004186/2010-11 26/03/1032 Inquérito Civil 1.34.001.004198/2010-37 29/03/1033 Peças Informativas 1.34.001.005293/2010-58 22/04/1034 Peças Informativas 1.34.001.005297/2010-36 26/04/1035 Peças Informativas 1.34.001.005312/2010-46 28/04/1036 Inquérito Civil 1.34.001.005773/2010-19 19/05/1037 Procedimento

Preparatório1.26.000.001148/2009-46 27/05/10

38 Inquérito Civil 1.34.001.005933/2010-20 07/06/1039 Procedimento Preparatório 1.34.001.005949/2010-32 09/06/1040 Inquérito Civil 1.34.001.005964/2010-81 11/06/1041 Inquérito Civil 1.34.001.005965/2010-25 11/06/1042 Inquérito Civil 1.34.001.006002/2010-49 16/06/1043 Peças Informativas 1.34.001.006005/2010-82 17/06/1044 Peças Informativas 1.34.001.006013/2010-29 21/06/1045 Peças Informativas 1.34.001.006012/2010-84 22/06/1046 Peças Informativas 1.34.001.006030/2010-66 25/06/1047 Procedimento Preparatório 1.34.001.006031/2010-19 25/06/1048 Peças Informativas 1.34.001.006041/2010-46 06/07/1049 Peças Informativas 1.34.001.006017/2010-15 07/07/1050 Peças Informativas 1.34.001.005969/2010-11 08/07/1051 Peças Informativas 1.34.001.006067/2010-94 08/07/1052 Peças Informativas 1.34.001.006072/2010-05 14/07/1053 Peças Informativas 1.34.001.007266/2010-10 15/07/1054 Inquérito Civil 1.34.001.006079/2010-19 15/07/1055 Inquérito Civil 1.34.003.000220/2009-16 19/07/10

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Seq Tipo de PA Nº do PA Distribuição

56 Peças Informativas 1.34.001.007276/2010-55 20/07/1057 Procedimento

Preparatório1.34.001.007279/2010-99 20/07/10

58 Peças Informativas 1.34.001.007286/2010-91 22/07/1059 Inquérito Civil 1.34.001.007354/2010-11 06/08/10

60 Peças Informativas 1.34.001.007357/2010-55 09/08/1061 Peças Informativas 1.34.001.008249/2010-08 19/08/1062 Peças Informativas 1.34.001.008261/2010-12 23/08/1063 Peças Informativas 1.34.001.008267/2010-81 26/08/1064 Peças Informativas 1.30.901.004514/2010-76 30/08/1065 Peças Informativas 1.34.001.008306/2010-41 03/09/1066 Inquérito Civil 1.34.001.009368/2009-36 03/09/1067 Peças Informativas 1.34.001.008318/2010-75 08/09/1068 Peças Informativas 1.34.001.008331/2010-24 14/09/1069 Peças Informativas 1.34.001.008341/2010-60 14/09/1070 Peças Informativas 1.34.001.008343/2010-59 15/09/1071 Peças Informativas 1.34.001.008346/2010-92 15/09/1072 Peças Informativas 1.35.000.000870/2006-10 15/09/1073 Peças Informativas 1.34.001.008520/2010-05 20/09/1074 Peças Informativas 1.25.006.000928/2010-90 20/09/1075 Peças Informativas 1.34.001.008521/2010-41 21/09/1076 Peças Informativas 1.34.016.000242/2010-71 24/09/1077 Peças Informativas 1.34.001.008553/2010-47 29/09/10

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RELAÇÃO DE PROCEDIMENTOS

4º Ofício/ PRDC – Banca II PROCURADOR DA REPÚBLICA – Dr. Jefferson Aparecido DiasAssessor PRDC-SP – Marcos Antonio Mancuso Secretário PRDC-SP – José Rubens Plates Analista Processual – André da Cruz Pereira

Estagiários - Conrado Machado Simão

Ariane Lemes Guerra

I – ATIVOS …..................................................................Quantidade Inquéritos Civis Públicos......................................... 42

Processos Administrativos ...................................... 36 (consta um pendente na PFDC GT Comunicação Social) Total …..................................................................... 78

RELAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS

INQUÉRITOS CIVIS PÚBLICOS (banca II)

ICP Autuação Distribuição Ementa Observação

1. 1.34.001.004427/2006-37

Portaria nº 189/2009

20/07/2006

23/10/09

17/03/09

Enviada à PFDC

PFDC. Grupo de Trabalho de inclusão de Pessoas com deficiência. Recomendação ao Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Reprodução das ações administrativas junto ao CREA-SP.

01.03.10 resposta encaminhada à PFDC acerca de convênio em vias de ser firmado por esta PRDC com o CREA/SP.

ASSPRDC OK

2. 1.34.001.003527/2007-27

Portaria nº 043/2010

23/05/2007

12/02/10

04/10/2007

Enviada à PFDC

PESSOA COM DEFICIÊNCIA. CEF - Caixa Econômica Federal. Notícia de preconceito e constrangimento a pessoa com deficiência na agência da CEF da São Luca, nº 180.

16.04.2010 Juntada de resposta do Subprefeito Vila Prudente.

Marília

3. 1.34.001.006235/2007-4604.08–Desapensado do principal.

1.34.001.004155/2008-37Portaria nº 250/2009.

28/07/2007

07/01/2010

17/03/09

Enviada à PFDC

PRDC. Pessoa surda ou com deficiência auditiva. Decreto nº 5296/04. Administração Pública Federal. Exigência de 5% de servidores capacitados para uso e interpretação da libras

ASSPRDC OK

VIII Anexos Órgãos Federais

específicos inclusive MPU

4. 1.34.001.001760/2008-5606 Anexos

Portaria nº 221/2009

10/03/2008

12/11/09

26/03/2008

Enviada à PFDC

PRDC. Direito à igualdade material. Educação das relações étnicos-raciais nas instituições de ensino superior. Resolução nº 01/2004 do Conselho Nacional de Educação. .

21/06/2010/- Expedição de ofícios

ASSPRDC OK

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ICP Autuação Distribuição Ementa Observação

5. 1.34.001.003936/2008-12

Portaria nº 217/2009

19/06/2008

12/11/09

17/03/09

Enviada à PFDC

PRDC. Direitos Humanos e superlotação. Sistema prisional e manicômios judiciários.

21/06/2010/- Expedição de ofícios

ASSPRDC OK

6. 1.34.001.007491/2008-31

Portaria nº 224/2009

21/11/2008

23/11/09

17/03/09

Enviado à PFDC

CRIANÇA E ADOLESCENTE. Moção aprovada no XXVI Congresso da Associação Brasileira de Psiquiatria em repúdio a ações da Secretaria de Atenção à Saúde. Possível postura inadequada no ensinamento a crianças e adolescentes de como se relacionarem com as drogas. Possível ofensa ao Estatuto da Criança e do Adolescente.

15/01/2010- Juntada de manifestação de apoio encaminhada pela FAEF - Federação de Amor-Exigente.

Consulta Pública

Marília

7. 1.34.001.002631/2009-66

Portaria nº 177/2009

20/04/09

22/10/09

20/04/09

Enviado à PFDC

PRDC. Reforma agrária. Acompanhamento das ações do INCRA no Estado de São Paulo. Fiscalização dos Programas de Reforma Agrária.

16.07.2010 – Encaminhados para PRDC.

ASSPRDC OK

8. 1.34.001.004134/2009-01

Portaria nº 183/2009

30/04/09

23/10/09

30/04/09

Enviado à PFDC

PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Acessibilidade. Notícia de descumprimento de Lei Federal 10.098 em diversos municípios de São Paulo. Irregularidades no preenchimento das Anotações de Responsabilidade Técnica - ART, por engenheiros.

25.06.2010 – Expedição de ofício à secretaria Municipal de acessibilidade.

Marília

9. 1.34.001.005316/2009-91

Portaria nº 028/2010

05/06/09

18/01/10

05/06/09

Enviado à PFDC

PRDC. Negação de acesso à Justiça. População carente. Defensoria Pública da União. Inadequada estrutura no interior do Estado. Omissão administrativa. - DPU

16/06.2010 – Juntada de resposta da Subseção Judiciária de São Carlos.

ASSPRDC OK

10. 1.34.001.005328/2009-1504.08.Apensação aos autos principais 1.34.001.004155/2008-37.CEF,Bancos,Acessibilidade

Portaria nº 182/2009

12/06/09

23/10/09

12/06/09

Enviado à PFDC

ACESSIBILIDADE. Locais de atendimento bancário. Termo de Ajustamento de Conduta – TAC, MPF, MP-MG, MP-SP, e FEBRABAN, Fiscalização do cumprimento no Estado de São Paulo.

13/09/2010 recebido de Marília.

ASSPRDC OK

11. 1.34.001.005443/2009-90

Portaria nº m038/2010

29/06/09

12/02/10

29/06/09

Enviada à PFDC

CIDADANIA. Saúde mental. Moradores de hospitais psiquiátricos do Estado de São Paulo. Desafios para desinstitucionalização. Acompanhamento de medidas no ano de 2009.

21.06.2010 – Juntada de resposta pela Juiza de Direito da Cidade de Piedade.

ASSPRDC OK

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ICP Autuação Distribuição Ementa Observação

12. 1.34.001.005450/2009-91

Portaria nº 186/2009

01/07/09

23/10/09

01/07/09

Enviado à PFDC

DIREITOS FUNDAMENTAIS. Duração razoável do processo. Juizados Especiais Cíveis do Estado de São Paulo. Verificação de morosidade na prestação jurisdicional.

20/08/2010 - expedido o ofício nº 19.074/2010 Juíza Presidente do Juizado Especial Federal de São Paulo, Dra. Luciana Ortiz Taveres Costa Zanoni.

ASSPRDC OK

13. 1.34.001.005466/2009-02

Portaria nº 027/2010

02/07/09

18/01/10

02/07/09

Enviado à PFDC

MINORIAS ÉTNICAS. Comunidades quilombolas no Estado de São Paulo. Saúde, Educação. Previdência Social. Regularização fundiária. Acompanhamento das políticas públicas no ano de 2009.

12.04.2010- Juntada de convite e notícia sobre a reunião ocorrida na Comunidade Quilombola de caçandoca em Ubatuba.

ASSPRDC OK

14. 1.34.001.006840/2009-89

Portaria nº 196/2009

14/08/09

29/10/09

14/08/09

Enviado à PFDC

PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Exigência de laudo médico para que pessoa com deficiência entre em agência. CEF - Caixa Econômica Federal - Agência da Rua Farjalla Koraicho, 611. Possível descumprimento da legislação.

25.02.2010- Expedição do ofício 3278- ao Superintendente Nacional da Responsabilidade Social.

ASSPRDC OK

15. 1.34.001.006845/2009-10

Portaria nº 076/2010

14/08/09

01.03.10

14/08/09

Enviado à PFDC

CIDADANIA. Direitos à não-discriminação e à proteção contra a violência de gênero. Internet (site: http://papodehomem.com.br). Notícia de página virtual com incitação de violência contra a mulher.

13/07/2010 – expedição do ofício nº 16.063/2010/ MPF/PR/SP/PRDC, aos representantes legais da Empresa "Porta fria Com Dispenser Ltda". .

ASSPRDC OK

16. 1.34.001.006856/2009-91

Portaria nº 66/2010

19/08/09

22/02/10

19/08/09 DIREITO DO PRESO. Apuração de demora na realização de exame criminológico em presos, com consequente aplicação incorreta da lei penal.

26.02.2010 – expedição do ofício 3031 ao Coordenador de Saúde do Sistema Penitenciário de São Paulo.

ASSPRDC OK

17. 1.34.001.006888/2009-97

Portaria nº 117/2009

02/09/09

04/09/09Originador

14/09/09

Enviada à PFDC

DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS. Risco à saúde e à vida dos presos e das visitas intimas. Ausência de política de distribuição de preservativos e material informativo sobre DST/AIDS nas dependências carcerárias do Estado de São Paulo.

25.09.2009 - Expedição de ofício ao Secretário de Seg. Púbica.

ASSPRDC OK

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ICP Autuação Distribuição Ementa Observação

18. 1.34.001.007106/2009-37

Portaria nº 161/2009

29/09/09

29/09/09Originad

or

02/10/09

Enviada à PFDC

DIREITOS À VIDA E À SAÚDE. Risco à saúde e à vida dos pacientes com AVC (acidente vascular cerebral). Interrupção na iniciativa de distribuição do medicamento alteplase pela rede pública de saúde no Estado de São Paulo.

19-10.2009 - Juntada de documentos.

ASSPRDC OK

19. 1.34.001.008914/2009-11

Portaria nº 164/2009.

05/10/09

05/10/09

14/10/09

Enviada à PFDC

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE . Apurar a ausência/insuficiência de medicamentos e insumos para tratamento de crianças e adolescentes com Diabetes no âmbito do Sistema Único de Saúde do estado de São Paulo.

20/05/2010/ enviando para PRM Marília. 02/06/2010- ofícios expedido à Secretaria de Estado da saúde.

Marília

20. 1.34.001.008931/2009-59

Portaria nº 361/2010

14/10/09

14/07/10

14/10/09 DIREITOS HUMANOS E LIBERDADES FUNDAMENTAIS. Participação do Brasil no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Atentado aos direitos humanos e liberdades fundamentais pela Coréia do Norte. Posição conflitante da delegação brasileira que reconhece as reiteradas violações aos direitos humanos. Abstenção de voto em matéria contida em resolução que visa investigar e sanar a situação.

15/09/2010 – Recebido de Marília – expedição de ofício ao PGR com Recomendação ao Ministério das Reações Exteriores.

ASSPRDC OK

21. 1.34.001.009083/2009-03

Portaria nº 176/2009

20/10/09

20/10/09

20/10/09

Enviada à PFDC

REFORMA AGRÁRIA. Hortos Florestais. Extinta RFFSA. Transferência para o INCRA. Apurar a destinação dos hortos florestais da extinta RFFSA pelo INCRA no Estado de São Paulo para fins de reforma agrária.

30.07.2010- Enviado à PRM Marília para elaboração da inicial de ACP,

Marília

22. 1.34.001.009140/2009-46

Portaria nº 216/2009fBolívia

09/11/09

11/11/09

09/11/09

Enviada à PFDC

"CIDADANIA. ACESSIBILIDADE. PESSOAS COM DEFICIÊNCIA. Acompanhamento de avaliação e implementação de condições de acessibilidade nos prédios utilizados pelo Ministério Público Federal no Estado de São Paulo. Cumprimento às exigências previstas nas Leis 10.048/2000 e 10.098/2000, regulamentadas pelo Decreto 5.296/2004"

15/09/2010 – recebido de Marília expedido o ofício 21553/2010 -Dra. Adriana Scordamaglia.

ASSPRDC OK

35

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ICP Autuação Distribuição Ementa Observação

23. 1.34.001.009316/2009-60

Portaria nº 310/2010

17/11/09

07/07/10

19//11/09

Enviada à PFDC

CIDADANIA. Direito à não-discriminação e à proteção contra a violência de gênero. Internet. Site www.morroida.com.br. Notícia de página virtual com incitação de violência contra a mulher.

Em fase de elaboração de minuta de recomendação.

ASSPRDC OK

24. 1.34.001.009346/2009-76

Portaria nº 309/2010

30/11/09

07/07/10

30/11/09

Enviada à PFDC

DIREITOS HUMANOS. Tráfico de pessoas. Cidadãos bolivianos no Brasil. Oficinas de costura. Casa Verde e Vila Nova Cachoeirinha. Município de São Paulo. Apuração.

26/08/2010 – reunião com representantes de órgãos públicos e sociedade civil organizada.03-09-10 – cópia da ata enviada por e-mail a todos os participantes.

ASSPRDC OK

25. 1.34.003.000220/2009-16 19/07/10 19/07/10 CIDADANIA. Os declarantes reclamam a ausência de assistência judiciária gratuita perante a Justiça Federal - 8ª Subseção Judiciária do Estado de São Paulo. O convênio entre a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Justiça Federal está suspenso por tempo indeterminado e, por conta disso, os declarantes e também um número indeterminado de pessoas que necessitam da assistência judiciária perante a Justiça Federal podem estar, sob esse aspecto, desamparados.

18/08/2010 - abertura do VOLUME II do presente inquérito, acostando o ofício nº 1460/2010-PRM/Bauru, de fls. 262 a 269, enviado pelo Procurador Dr. Pedro Antonio de Oliveira Machado, com cópias de petições e de contratos de honorários advocatícios que demonstram a falta de assistência judiciária aos necessitados, bem como o prejuízo que estes sofrem em razão de cobranças abusivas de honorários advocatícios.

Marília

26. 1.34.001.001726/2010-04

Portaria nº 450/2010

01/03/10

14/09/10

01/03/10

EnviadoPFDC

PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Deficiente auditivo. Notícia de falta de intérprete de LIBRAS na Procuradoria da República em São Paulo.

Convertido em ICP ASSPRDC OK

27. 1.34.01.001728/2010-95

Portaria nº 450/2010

01/03/10

14/09/10

01/03/10

Enviado a PFDC

CRIANÇA E ADOLESCENTE. TELESENA. Notícia de possível deficiência no aviso de proibição de apostas por menores.

Convertido em ICP

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ICP Autuação Distribuição Ementa Observação

28. 1.34.001.003996/2010-41

Portaria nº 188/2010

16/03/10

22/04/10

16/03/10

Enviada à PFDC

CIDADANIA. 1º MUTIRÃO DA CIDADANIA DE SÃO PAULO. Acompanhamento das atividades referentes ao 1º Mutirão da Cidadania de São Paulo. Parceria. Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão e a Rede Social Bela Vista.

22/06/2010 - Sra. Fábia Ferreira Pereira retirou gratuitamente, na PRDC, a 2ª via de sua certidão de nascimento, cuja cópia encontra-se acostada às fls. 704.

ASSPRDC OK

29. 1.34.001.005773/2010-19

Portaria nº 245/2010.

19/05/10 24/05/10 CIDADANIA. ABERTURA DE CONTA PUPANÇA. Apurar a afronta ao princípio da isonomia por parte da Caixa Econômica Federal ao não permitir a abertura de conta poupança para moradores de rua por não possuírem comprovante de residência

21/05/2010 EXPEDIÇÃO de ofício à Gerente de relacionamento da Caixa Econômica Federal, da Agência São bento,

Marília

30. 1.34.001.005933/2010-20

Portaria nº 178/2010.

10/06/10 11/06/10 CIDADANIA. SAÚDE E CONSUMIDOR. Apurar eventual ilegalidade na atividade exercida pela empresa comercializadora do “Cartão de Todos” (cartão de desconto não recomendado pela ANS).

22/06/2010 – devolução pelo Correio do ofício nº 13861/2010 – com registro de mudança do destinatário.

ASSPRDC OK

31. 1.34.001.006079/2010-19

Portaria nº 318/2010.

15/07/10 15/07/10 CIDADANIA. SAÚDE PUBLICA. Verificar a possível nocividade da substância Bisfenol A à vida e à saúde das pessoas, bem como a forma de regulamentação pela ANVISA

01/09/2010 – Encaminhado para Marília (não recebido).

Marília

32. 1.34.001.007266/2010-10

Portaria nº 319/2010.

15/07/10 15/07/10 CIDADANIA. IDOSOS. Apurar a existência de assentos preferenciais para idosos nos terminais aeroportuários e marítimos de passageiros administrados pela União no Estado de São Paulo.

18/08/2010 - juntada aos autos ofício CF nº 19.763/PRPJ/2010, de fls. 17 a 23, enviado pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária – INFRAERO e Em síntese, fora apontado o nº de assentos, sendo indicado o nº de assentos preferenciais, dos aeroportos de São Paulo.

Marília

33. 1.34.001.008341/2010-60Portaria nº

14/09/10

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ICP Autuação Distribuição Ementa Observação

34. 1.34.001.009368/2009-36

Portaria nº 353/2010

16/03/10

10/0910

16/03/10

Enviada à PFDC

CONSUMIDOR. CEF - Caixa Econômica Federal. Notícia de punição imposta pela CEF contra empresas e mutuários que possuam ação judicial contra a mesma. Não contratação.

Expedição de ofícios ASSPRDC OK

35. 1.34.001.003969/2010-79

Portaria n° 577/2010

01/10/10 11/03/10 QUALIDADE NO SERVIÇO PÚBLICO. Delegacia de Polícia Federal. Notícia de demora na expedição de passaportes.

ASSPRDC OK

36. 1.34.001.004184/2010-13

Portaria n° 559/2010

26/03/10 26/03/10 CIDADANIA. PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Acessibilidade. Verificar a situação da acessibilidade das agências e postos do INSS no Estado de São Paulo.

06/07/2010 - Juntada do Ofício nº 014/Serviço de Chefe do Serviço de Engenharia e Patrimônio Imobiliário, do Instituto Nacional do Seguro Social

ASSPRDC OK

37. 1.34.001.004186/2010-11

Portaria n° 560/2010

26/03/10 26/03/10 MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA. CRIANÇA E ADOLESCENTE. Classificação indicativa. Seriado “Sobrenatural”. Sistema Brasileiro de televisão. Apurar possíveis irregularidades quanto ao cumprimento da classificação indicativa do Ministério da Justiça.

ASSPRDC OK

38. 1.34.001.004198/2010-37Portara nº 209/2010

29/03/10 29/03/10 CIDADANIA. ALICIAMENTO ILÍCITO DE TRABALHADORES. TRÁFICO DE JOGADORES DE FUTEBOL PARA O EXTERIOR. Apurar o aliciamento ilícito de atletas de futebol profissionais e não profissionais no Brasil para serem destinados ao exterior.

19/05/2010 – Juntada de resposta do Ministério do Esporte.14/06/2010 – Autos conclusos.

Marília OK

39. 1.34.001.005964/2010-81

Portaria nº

11/06/10 25/06/10 CIDADANIA. SERVIÇOS PÚBLICOS. ANTENDIMENTO A POPULAÇÃO. PROCURADORIA DA REPÚBLICA EM SÃO PAULO. Acompanhamento das medidas administrativas de implementação do atendimento ao público na Procuradoria da República no Estado de São Paulo.

14/07/2010 - Expedição do ofício nº 15.629/2010/MPF/PR/SP/PRDC, cuja cópia encontra-se acostada às fls. 07, à Procuradora-Chefe da Procuradoria da República no Estado de São Paulo, Dra. Adriana Scordamaglia.

ASSPRDC OK

38

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ICP Autuação Distribuição Ementa Observação

40. 1.34.001.005965/2010-25

Portaria nº

11/06/10 25/06/10 CIDADANIA. PROCURADORIA ITINERANTE. ONIBUS DA CIDADANIA. Acompanhamento das medidas administrativas de implementação da "Procuradoria Itinerante - Ônibus da Cidadania" no âmbito da Procuradoria da República no Estado de São Paulo

07/07/2010- Juntada do Ofício de nº 13.897/2010 – PR/SP -GABPC-000895/2010, da Procuradora Chefe da PR/SP Diretor Regional da FIESP, apresenta informações acerca do “Mutirão da Cidadania”, questiona a possibilidade desenvolver projeto de adaptação de ônibus, para o “Mutirão da Cidadania”.

ASSPRDC OK

41. 1.34.001.006002/2010-49

Portaria nº

17/06/10 28/06/10 CIDADANIA. 2º MUTIRÃO DA CIDADANIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. Acompanhamento das atividades referente ao 2º Mutirão da Cidadania do Ministério Público Federal no Município de São Paulo. Parceria. Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão e outros órgãos

ASSPRDC OK

42. 1.34.001.007354/2010-11

Portaria nº

06/08/10 06/08/10 CIDADANIA. IDOSO. Apurar a falta de atendimento preferencial ao idoso em Agência da CEF - Caixa Econômica Federal - Vila Alpina, bem como abuso da Instituição Financeira em relação ao idoso, fornecendo produto/serviço - cartões de crédito - independentemente de sua vontade.

EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO

ASSPRDC OK

39

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PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO (banca II)

PA Autuação Distribuição Ementa Observação

1.30/12/99

1.35.000.000870/2006-10 14/09/10 15/09/10 CONSELHOS DE CLASSE. Conselho Regional dos Despachantes Profissionais Documentalistas do Estado de Sergipe. Funcionamento com inobservância das normas legais.

2. 1.34.001.007656/2007-94

Autos no GT Comunicação Social da PFDC.

26/11/07 PRDC. Sistema Brasileiro de Televisão Digital. Ausência de espaço para canais públicos em São Paulo. Decreto nº5820/2006.

23.01.2008 - expedição do ofício nº 887/2008 à Dra. Ela Wiecko Volkmer de Castilho, encaminhando os presentes autos, solicitando que sejam submetidos à análise técnica pelo GT - Comunicação Social, de modo a subsidiar a condução do procedimento.

PFDC

Consta na nossa distribuição. Não retornaram da PFDC

3. 1.22.000.000472/2009-96

Guardando prazo da decisão da ACP sem andamento

27/11/09 27/11/09 CONSELHOS DE CLASSE. Possível irregularidade na cobrança de anuidade e poder estatal de fiscalização por parte do Conselho Regional dos Despachantes Documentalistas do Estado de Minas Gerais.

16.02.2010 – Certificação do andamento da ACP 2009.61.00.004510-3.

ASSPRDC OK

4. 1.26.000.001148/2009-46

Guardando prazo da decisão da ACP sem andamento

27/05/10 27/05/10 CIDADANIA. Notícia de exercício irregular de poder de polícia sobre os despachantes públicos. Exercido pelos Conselhos Federal e Estadual de Pernambuco.

ACP 2009.61.00.004510-3.

ASSPRDC OK

5. 1.30.901.004514/2010-76 30/08/10 01/09/10 MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA. Rede Record. Programa “Legendários”. Possíveis irregularidades na classificação indicativa do programa.

Para minutar ofício a ser expedido à emissora.

ASSPRDC OK

6. 1.34.001.005293/2010-58 22/04/10 22/04/10 EDUCAÇÃO. FATEC – Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo. Dificuldade na obtenção de diploma.

25/08/2010- expedição de e-mails aos interessados.

ASSPRDC OK

7. 1.34.001.005297/2010-36 26/04/10 26/04/10 CIDADANIA. Instalação de câmeras de vídeo no Tribunal Regional Eleitoral. Possível irregularidade no monitoramento excessivo de servidores.

ASSPRDC OK

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PA Autuação Distribuição Ementa Observação

8. 1.34.001.005312/2010-46 28/04/10 28/04/10 CIDADANIA. Notícia de Possível discriminação a aluna grávida. UNICID – Universidade da Cidadão de São Paulo.

12/08/2010 – Juntada de resposta da Sra, Natália, com base nas informações prestadas pela UNICID.

Marília OK

9. 1.34.001.005949/2010-32 09/06/10 09/06/10 PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Cinema. Deficiente Auditivo. Ausência de legendas em filmes nacionais. Autos instaurados exclusivamente para acompanhar atuação do GT Acessibilidade na PFDC no ano de 2010.

ASSPRDC OK

10. 1.34.001.005969/2010-11 08/07/10 08/07/10 CIDADANIA. Notícia de construção de moradias populares com recursos de Programa Minha Casa Minha Vida, mesmo com processo de reintegração de posse em andamento. Área ocupada no bairro Jardim Helena, em Taboão da Serra.

28/07/2010 – Expedição de ofícios.

ASSPRDC OK

11. 1.34.001.006005/2010-82 17/06/10 17/06/10 CIDADANIA. IDOSO. Passe livre insterestadual. Dificuldade em conseguir passagem gratuita insterestadual. perante as empresas que realizam transporte interestadual.

22/07/2010 – juntada da resposta ao ofício nº 14.827/2010/MPF/PR /SP/ PRDC da ANTT informando que além de informações disponíveis no site, no tocante a cartilha do idoso, realiza fiscalizações nos terminais rodoviários, bem como disponibiliza postos de atendimento em alguns terminais rodoviários e também telefone para reclamações.

ASSPRDC OK

12. 1.34.001.006012/2010-84 21/06/10 22/06/10 CIDADANIA. Violência praticada pela Polícia Militar do Estado de São Paulo. Omissão do Governo do Estado de São Paulo. Atentado com dignidade da pessoa humana.

14/09/2010 - Expedição do Ofício 21558/2010

ASSPRDC OK

13. 1.34.001.006013/2010-29 21/06/10 21/06/10 CRIANÇA E ADOLESCENTE. Notícia de que o neto da representante, Guilherme estaria sendo afetado psicologicamente pelo comportamento de sua mãe, Sra. Graciane.

ASSPRDC OK

41

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PA Autuação Distribuição Ementa Observação

14. 1.34.001.006017/2010-15 07/07/10 07/07/10 CIDADANIA. Pedido de realização de Multirão da Cidadania em área ocupada no Bairro Jardim Helena, em Taboão da Serra.

28/07/2010 – Expedição de ofício.

ASSPRDC OK

15. 1.34.001.006030/2010-66 25/06/10 25/06/10 PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Deficiente mental. Notícia de falta de tratamento inclusivo para acompanhamento em curso do Instituto Federal São Paulo, antigo CEFET. Tatiana Cristina Arruda Vieira.

12/08/2010 - expedição de ofícios

ASSPRDC OK

16. 1.34.001.006031/2010-19 25/06/10 25/06/10 PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Deficiência. Deficiente auditivo. Falta de acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva (surdas) em programação das emissoras de televisão. Legenda oculta, audiodescrição e dublagem.

ASSPRDC OK

17. 1.34.001.006041/2010-46 06/07/10 06/07/10 MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA. CRIANÇA. Rede Record. Programa "Legendários". Possível participação indevida de menor em um bar com modelos desnudas, durante jogo da Copa do Mundo 2010.

15/07/2010- Expedição de Ofício.

ASSPRDC OK

18. 1.34.001.006067/2010-94 08/07/10 08/07/10 CIDADANIA. Acesso de pessoas portadoras de marcapasso em agências bancárias. Normatização a ser editada pelo Banco Central e Caixa Econômica Federal.

28/07/2010 – Expedição de ofício.

Marília

19. 1.34.001.006072/2010-05 14/07/10 14/07/10 CRIANÇA E ADOLESCENTE. Atos do Governo Estadual que estariam afetando o tratamento prestado na área da saúde mental para os adolescentes e jovens internos em cumprimento de medida socio-educativa, cuja natureza foi descaracterizada com a extinção, pela Fundação Casa, da UES - Unidade Experimental de Saúde.

27/07/2010 – Expedição de ofícios

ASSPRDC OK

20. 1.34.001.007276/2010-55 20/07/10 20/07/10 PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Acessibilidade. CBTM - Confederação Brasileira de Tênis de Mesa. Notícia de falta de acessibilidade e descaso com jogadores paraolímpicos.

ASSPRDC OK

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PA Autuação Distribuição Ementa Observação

21. 1.34.001.007279/2010-99 20/07/10 20/07/10 CIDADANIA. EDUCAÇÃO. MST- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Apurar eventuais irregularidades nas escolas destinadas ao ensino dos moradores do Assentamento Reunidas, em Promissão - SP.

28/07/2010 – expedição de ofício.

ASSPRDC OK

22. 1.34.001.007357/2010-55 09/08/10 09/08/10 MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA. Prática abusiva de aumentar o volume nos intervalos comerciais, em diversas emissoras de televisão.

ASSPRDC OK

23. 1.34.001.008249/2010-08 19/08/10 19/08/10 MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA. TV Bandeirantes. Prática de atitudes preconceituosas contra pessoas atéias. Programa Brasil Urgente do apresentador Luiz Datena.

ASSPRDC OK

24. 1.34.001.008261/2010-12 23/08/10 23/08/10 PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA. Instrução Normativa - IN nº 25/2010. Desobrigatoriedade dos planos de saúde de cobrirem o implante coclear bilateral.

ASSPRDC OK

25. 1.34.001.008267/2010-81 26/08/10 26/08/10 PRDC. Falta de atendimento na Defensoria Pública da União. Impossibilidade de defesa contra ataques por funcionários do Correios.

ASSPRDC OK

26. 1.34.001.008306/2010-41 03/09/10 03/09/10 CIDADANIA. PROGRAMA 0068. AÇÃO: 2060 do Relatório 01544. ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL. AÇÕES SOCIOEDUCATIVAS E DE CONVIVÊNCIA PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUACAO DE TRABALHO. Ação referente ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI, destinada ao oferecimento de atividades socioeducativas com o fim de garantir o direito ao não trabalho às crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos e que se encontram em situação de trabalho conforme identificado pelo Cadastro Único do Governo Federal.

Instaurado de ofício pelo Dr. José Roberto Pimenta Oliveira. Coordenador da Tutela Coletiva.

ASSPRDC OK

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PA Autuação Distribuição Ementa Observação

27. 1.34.001.008318/2010-75 08/09/10 08/09/10 DIREITOS HUMANOS. PRESAS ESTRANGEIRAS. Apurar eventual violação de direitos humanos no tratamento de presas estrangeiras no Estado de São Paulo.

15/09/2010 Autos recebidos na ASSPRDC

ASSPRDC OK

28. 1.34.001.008331/2010-24 14/09/10 15/09/10 CIDADANIA. PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS. ACESSIBILIDADE. Apurar notícia de falta de acessibilidade aos portadores de necessidades especiais na Radiooficina Cursos de Comunicação.

15/09/2010 Autos recebidos na ASSPRDC

ASSPRDC OK

29. 1.26.000.001148/2009-46 27/05/10 27/05/10 CIDADANIA. Notícia de exercício irregular de poder de polícia sobre os despachantes públicos. Exercido pelos Conselhos Federal e Estadual de Pernambuco.

30. 1.34.001.008343/2010-59 15/09/10 15/09/10 CIDADANIA. SERVIDOR PÚBLICO. Apurar eventuais irregularidades em ato administrativo praticado pelo TRT/2ª Região que não concedeu readaptação funcional para servidora pública.

ASSPRDC OK

31. 1.34.001.008346/2010-92 15/09/10 15/09/10 CIDADANIA. CRIANÇA E ADOLESCENTE. Uso não autorizado da imagem. Apurar suposto uso indevido de imagem de adolescente pela empresa MICROSOFT.

ASSPRDC OK

32. 1.34.001.008520/2010-05 20/09/10 20/09/10 CONCURSO PÚBLICO. Ministério Público da União. Questões iguais em gabaritos diferentes. Aplicação de provas com questões iguais em dias diferentes. Questões 129, 130 e 131 da prova aplicada no dia 11/09/10 - Cargo de Analista em Desenvolvimento de Sistemas - idênticas às questões 99,100 e 101 da prova aplicada no dia 12/09/10 para o cargo de Técnico de Informática

ASSPRDC OK

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PA Autuação Distribuição Ementa Observação

33. 1.25.006.000928/2010-90 20/09/10 20/09/10 CIDADANIA. PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS. Apurar dificuldade de aquisição de obras jurídicas em formato digital, especialmente as necessárias à preparação para concurso de procurador do Ministério Público do Trabalho.

ASSPRDC OK

34. 1.34.001.008521/2010-41 21/09/10 21/09/10 PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA. Deficiente monocular. Renovação de carteira de motorista. Necessidade de renovação a cada 2 (dois) anos em razão da deficiência.

ASSPRDC OK

35. 1.34.016.000242/2010-71 24/09/10 24/09/10 DIREITO DO PRESO. Delegado de polícia federal em Sorocaba informa que naquela DPF não há condições nem local para abrigar de forma temporária os presos, mas está sendo obrigado a custódiá-los com escolta dos policiais federais prejudicando-os por falta de descanso fisiológico, não pagamento de verbas fora a periculosidade a que ficam sujeitas pois não há camas nem sanitários nas celas, sendo assim várias vezes tem que acompanhar os presos até o banheiro e no caso que muitas e muitas horas à fio, chegam até a custear a alimentação do preso - pois o centro de detenção provisória de Sorocaba não está recebendo presos durante o período noturno nem em finais de semana ou feriados.

ASSPRDC OK

36. 1.34.001.008553/2010-47 29/09/10 29/09/10 CIDADANIA. Dificuldades na obtenção de visto permanente brasileiro para sua companheira Nailma Elmasri.

ASSPRDC OK

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Anexo 04

Recomendações

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Ref. Procedimento Administrativo nº 1.34.001.003981/2010-83 Resumo: CRIANÇA E ADOLESCENTE. Classificação indicativa. Filme "Ervas Daninhas". Exibição nos cinemas sem pedido de classificação indicativa no Ministério da Justiça. Apurar possível infração ao disposto no art. 253 do ECA.

RECOMENDAÇÃO Nº 17/2010

CONSIDERANDO que dispõe o artigo 129, inciso II, da Constituição Federal ser função institucional do Ministério Público: “zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia”;

CONSIDERANDO que dispõe o artigo 5º, incisos III e IV, da Lei Complementar nº 75/93, ser função institucional do Ministério Público da União: “III - a defesa dos seguintes bens e interesses: (...) e) os direitos e interesses coletivos, especialmente das comunidades indígenas, da família, da criança, do adolescente e do idoso; IV - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da União, dos serviços de relevância pública e dos meios de comunicação social aos princípios, garantias, condições, direitos, deveres e vedações previstos na Constituição Federal e na lei, relativos à comunicação social”;

CONSIDERANDO que dispõe o artigo 6º, inciso XX, da Lei Complementar nº 75/93, competir ao Ministério Público da União: “expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção das providências cabíveis”;

CONSIDERANDO que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu art. III proclama que “Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”;

CONSIDERANDO que a Constituição Federal, em seu art. 1º, incisos II e III, estabelece a cidadania e a dignidade da pessoa humana como fundamentos da República Federativa do Brasil, além de prever, em seu artigo 3º, inciso IV, como objetivo fundamental do Brasil, a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação;

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALProcuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Estado de São Paulo

CONSIDERANDO que, em seu artigo 220, § 3º, inciso I, a Constituição Federal estabelece que “compete à lei federal regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada;

CONSIDERANDO que o Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 253, prevê que não é permitido “anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não se recomendem”;

CONSIDERANDO que a Portaria nº 796/2000 do Ministério da Justiça dispõe em seu artigo 6º que “a classificação indicativa, atribuída em portaria do Ministério da Justiça, será publicada no Diário Oficial da União”;

CONSIDERANDO que, em seu artigo 3º, a Portaria 1.220/2007 do Ministério da Justiça dispõe que “a classificação indicativa possui natureza informativa e pedagógica, voltada para a promoção dos interesses de crianças e adolescentes, devendo ser exercida de forma democrática, possibilitando que todos os destinatários da recomendação possam participar do processo, e de modo objetivo, ensejando que a contradição de interesses e argumentos promovam a correção e o controle social dos atos praticados” (Destaque nosso);

CONSIDERANDO que, de acordo com o ofício nº 05/2010/COCIND-DEJUS-SNJ-MJ, oriundo da Coordenação de Classificação Indicativa do Ministério da Justiça, o filme denominado “Ervas Daninhas” foi exibido em cinemas de algumas capitais brasileiras antes da devida publicação de sua classificação indicativa pelo Diário Oficial;

CONSIDERANDO que, ao exibir um filme sem a classificação indicativa, a distribuidora de filmes, bem como o responsável por sua exibição infringe o que é determinado em lei, podendo acarretar prejuízos aos interesses de crianças e adolescentes;

CONSIDERANDO que, oficiada, a empresa “Imovision – Reserva Nacional Distribuidora de Filmes Ltda.” informou que devido a falha de um funcionário, a data da publicação da classificação etária do filme se deu posteriormente à exibição deste em alguns cinemas;

CONSIDERANDO que, principalmente as crianças, nem sempre possuem maturidade suficiente para separar o que é realidade do que é ficção, e uma falha na classificação de um filme pode influenciar de forma negativa o seu desenvolvimento, já que atualmente todos os meios de comunicação exercem grande influência na vida das pessoas;

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL RESOLVE RECOMENDAR ao Sr. Jean Thomas Bernardini, Diretor-Presidente da “Imovision – Reserva Nacional Distribuidora de Filmes Ltda.”, que promova as medidas necessárias para que a referida empresa não mais exiba filme nos cinemas brasileiros, ainda que

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seja em pré-estreia, sem que antes tenha sido divulgada no Diário Oficial da União a classificação indicativa, dada pelo Ministério da Justiça, para o respectivo filme.

Fica fixado, nos termos do artigo 6º da Lei Complementar nº 75/93, o prazo de 30 (trinta) dias para que a empresa “Imovision – Reserva Nacional Distribuidora de Filmes Ltda.”, por meio de seu responsável legal, informe sobre a postura perfilhada em face da presente recomendação, esclarecendo quais as providências adotadas para alcançar o recomendado.

FICA DETERMINADO AINDA:

Seja dada publicidade à presente Recomendação, no portal eletrônico do MPF, conforme estabelece o art. 23 da Resolução nº 87/2006, do CSMPF.

São Paulo, 14 de maio de 2010.

JEFFERSON APARECIDO DIASProcurador Regional dos Direitos do Cidadão

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALProcuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Estado de São Paulo

Ref. Peças Informativas nº 1.34.001.008931/2009-59 (Volume I) Resumo: DIREITOS HUMANOS E LIBERDADES FUNDAMENTAIS. Participação do Brasil no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Atentado aos direitos humanos e liberdades fundamentais pela Coréia do Norte. Posição conflitante da delegação brasileira que reconhece as reiteradas violações aos direitos humanos. Abstenção de voto em matéria contida em resolução que visa investigar e sanar a situação.

RECOMENDAÇÃO Nº 03/2010

CONSIDERANDO que dispõe o art. 129, inciso II, da Constituição Federal ser função institucional do Ministério Público: “zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia”;

CONSIDERANDO que dispõe o art. 6º, incisos VII e XIV, da Lei Complementar nº 75/93, competir ao Ministério Público da União: “VII - promover o inquérito civil e a ação civil pública para: a) a proteção dos direitos constitucionais; (...) d) outros interesses individuais indisponíveis, homogêneos, sociais, difusos e coletivos; (...) XIV - promover outras ações necessárias ao exercício de suas funções institucionais, em defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, especialmente quanto: a) ao Estado de Direito e às instituições democráticas";

CONSIDERANDO que dispõe o art. 6º, inciso XX, da Lei Complementar nº 75/93, competir ao Ministério Público da União: “expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção das providências cabíveis”;

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALProcuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Estado de São Paulo

CONSIDERANDO o que dispõe o art. 1º, inciso III, da Constituição Federal: "A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) III - a dignidade da pessoa humana";

CONSIDERANDO o que dispõe o art. 4º, inciso II, da Constituição Federal: "Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: (...) II - prevalência dos direitos humanos";

CONSIDERANDO que o artigo XXX da Declaração Universal de Direitos Humanos, adotada pela Assembléia Geral da ONU em 10 de dezembro de 1948, estabelece: "Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos";

CONSIDERANDO que desde o ano de 2005, vem sendo noticiadas à comunidade internacional e ao Brasil violações sistemáticas e persistentes aos direitos humanos por parte da Coréia do Norte;

CONSIDERANDO que na 10ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, em março de 2009, o Brasil se abstivera de votar na Resolução A/HRC/RES/10/16, cujo objeto era renovar o mandato do Relator Especial sobre a situação de direitos humanos na Coréia do Norte;

CONSIDERANDO que esta Secretaria, por meio do Oficio nº 07 DDH/DAOC II/DNU/SHUM HRC CORN, justificou a abstenção de voto do Brasil, no caso, devido à abertura de uma "janela de oportunidade" para que a Coréia do Norte cooperasse com o Sistema ONU, por meio do mecanismo de Revisão Periódica Universal;

CONSIDERANDO que, em dezembro de 2009, a Coréia do Norte se submeteu à Revisão Periódica Universal, tendo lhe sido dirigida 167 recomendações dos países membros da ONU, as quais foram recusadas pelo país, demonstrando, assim, seu desinteresse em cooperar com o sistema global de proteção de direitos humanos;

CONSIDERANDO que, em março de 2010, por ocasião da 13ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, o Brasil mudou seu entendimento, votando favoravelmente à Resolução A/HRC/13/14, que renova o mandato do Relator Especial;

CONSIDERANDO que o primeiro posicionamento da República Federativa do Brasil, externado na 10ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, contraria os dispositivos legais acima transcritos, bem como a hígida efetivação dos direitos humanos;

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALProcuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Estado de São Paulo

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL RESOLVE RECOMENDAR AO SECRETÁRIO-GERAL DAS RELAÇÕES EXTERIORES:

a) que em sua atuação perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, o Brasil, independentemente de outros mecanismos de efetivação, se abstenha de adotar posições que, direta ou indiretamente, isentem qualquer membro da referida Organização de suas obrigações e responsabilidades em matéria de direitos humanos;

b) comunique, no prazo de 30 (trinta) dias, esta Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão acerca das medidas adotadas para cumprimento da presente Recomendação, sob pena de adoção das medidas judiciais cabíveis.

FICA DETERMINADO AINDA:

Seja dada publicidade à presente Recomendação, no portal eletrônico do MPF, conforme estabelece o art. 23 da Resolução nº 87/2006, do CSMPF.

Marília, 22 de junho de 2010.

JEFFERSON APARECIDO DIAS Procurador Regional dos Direitos do Cidadão

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALProcuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Estado de São Paulo

Ref. Inquérito Civil nº 1.34.001.006845/2009-10 (Volume I) Resumo: CIDADANIA. Direitos à não-discriminação e à proteção contra a violência de gênero. Internet ( site: http://papodehomem.com.br). Notícia de página virtual com incitação de violência contra a mulher.

RECOMENDAÇÃO Nº 23/2010

CONSIDERANDO que dispõe o art. 129, inciso II, da Constituição Federal ser função institucional do Ministério Público: “zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia”;

CONSIDERANDO que dispõe o art. 6º, incisos VII e XIV, da Lei Complementar nº 75/93, competir ao Ministério Público da União: “VII - promover o inquérito civil e a ação civil pública para: a) a proteção dos direitos constitucionais; (...) XIV - promover outras ações necessárias ao exercício de suas funções institucionais, em defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, especialmente quanto: ";

CONSIDERANDO que dispõe o art. 6º, inciso XX, da Lei Complementar nº 75/93, competir ao Ministério Público da União: “expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção das providências cabíveis”;

CONSIDERANDO o que dispõe o art. 1º, inciso III, da Constituição Federal: "A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) III - a dignidade da pessoa humana";

CONSIDERANDO o que estabelece o art. 3º, inciso IV, da Constituição Federal: "Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: (...) IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.";

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALProcuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Estado de São Paulo

CONSIDERANDO o que dispõe o art. 5º, inciso I, da Constituição Federal: "Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição";

CONSIDERANDO o que dispõe o art. 6º da Convenção de Belém do Pará de 1994 (Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher), promulgada pelo Brasil através do Decreto Presidencial nº 1.973/1996: "Artigo 6º O direito de toda mulher a ser livre de violência abrange, entre outros: a. o direito da mulher a ser livre de todas as formas de discriminação; e b. o direito da mulher a ser valorizada e educada livre de padrões estereotipados de comportamento e costumes sociais e culturais baseados em conceitos de inferioridade ou subordinação.";

CONSIDERANDO que o sítio eletrônico registrado sob o domínio "http://www.papodehomem.com.br", sob responsabilidade da empresa "Porta Fria com Dispenser Ltda." publicou, em 19 de janeiro de 2009, um artigo intitulado "Tapa na cara durante o sexo: por que muitas mulheres gostam?" com conteúdo discriminatório e ofensivo às mulheres, fomentando a violência de gênero;

CONSIDERANDO que tal espécie de publicação, apesar de já ter sido retirada da página, viola frontalmente os direitos das mulheres à igualdade e à não-discriminação acima elencados;

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL RESOLVE

RECOMENDAR AOS RESPONSÁVEIS LEGAIS PELA EMPRESA "PORTA FRIA COM DISPENSER LTDA." (domínio: www.papodehomem.com.br):

a) que não publiquem artigos, textos ou matérias que estimulem ou fomentem a violência ou a discriminação de qualquer gênero contra as mulheres;

b) comunique, no prazo de 30 (trinta) dias, esta Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão acerca das medidas adotadas para cumprimento da presente Recomendação, sob pena de adoção das medidas judiciais cabíveis.

FICA DETERMINADO AINDA:

Seja dada publicidade à presente Recomendação, no portal eletrônico do MPF, conforme estabelece o art. 23 da Resolução nº 87/2006, do CSMPF.

Marília, 06 de julho de 2010.

JEFFERSON APARECIDO DIAS Procurador Regional dos Direitos do Cidadão

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Ref. Tutela Coletiva – Inquérito Civil nº 1.34.001.006888/2009-97 Resumo: DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS. Risco à Saúde e vida dos presos e das visitas íntimas. Ausência de política de distribuição de preservativos e material informativo sobre DST/AIDS nas dependências carcerárias do Estado de São Paulo.

RECOMENDAÇÃO Nº 25/2010

CONSIDERANDO que dispõe o art. 129, inciso II, da Constituição Federal ser função institucional do Ministério Público: “zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia”;

CONSIDERANDO que dispõe o art. 5º, incisos III e IV, da Lei Complementar nº 75/93, ser função institucional do Ministério Público da União: “III - a defesa dos seguintes bens e interesses: (...) e) os direitos e interesses coletivos, especialmente das comunidades indígenas, da família, da criança, do adolescente e do idoso; IV - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da União, dos serviços de relevância pública e dos meios de comunicação social aos princípios, garantias, condições, direitos, deveres e vedações previstos na Constituição Federal e na lei, relativos à comunicação social”;

CONSIDERANDO que dispõe o art. 6º, inciso XX, da Lei Complementar nº 75/93, competir ao Ministério Público da União: “expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção das providências cabíveis”;

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CONSIDERANDO que a Constituição Federal, em seu art. 1º, inciso III, estabelece a dignidade da pessoa humana como fundamento da República Federativa do Brasil;

CONSIDERANDO que o Texto Maior, em seu art. 5º, caput, consagra que “Todos são iguais perante à lei, sem qualquer distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:”;

CONSIDERANDO que a Carta Magna, em seu art. 196, prevê que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”;

CONSIDERANDO que estabelece o art. 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal ser: “assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”;

CONSIDERANDO o disposto no art. 14 da Lei nº 7.210/84 (Lei de Execuções Penais): “A assistência à saúde do preso e do internado, de caráter preventivo e educativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico;

CONSIDERANDO que no Procedimento Preparatório nº 1.34.001.005176/2003-65, objeto de promoção de arquivamento submetida à apreciação da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, restou apurada a ausência de política de distribuição de preservativos e material educativo sobre DST/AIDS nas carceragens do Estado de São Paulo;

CONSIDERANDO que a ausência de distribuição de preservativos implica no risco à saúde e à vida das pessoas presas em carceragens, ameaçando, ainda, os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres que realizam visitas íntimas;

CONSIDERANDO que a Secretaria de Administração Penitenciária informou que todas as unidades prisionais sob sua responsabilidade contam com equipes para o desenvolvimento de ações para prevenção e controle de DST/HIV/AIDS;

CONSIDERANDO que na tramitação do referido Procedimento ficou estabelecido acordo para distribuição de preservativos e material de orientação entre o Centro de Referência e Treinamento de DST/AIDS da Secretaria de Estado da Saúde e o Departamento de Polícia Judiciária da Capital – DECAP;

CONSIDERANDO que por ser necessário acompanhar a efetiva distribuição de preservativos e material informativo sobre DST/AIDS entre as

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unidades policiais vinculadas não só ao DECAP (Capital), mas também ao DEMACRO (Grande São Paulo) e aos DEINTER's (Interior do Estado) foi instaurado o Inquérito Civil Público nº 1.343001.006888/2009-97;

CONSIDERANDO que em resposta a ofício encaminhado ao Secretario de Segurança Pública de São Paulo, solicitando informações sobre a distribuição de preservativos e materiais educativos para os presos das unidades policiais vinculadas ao DEMACRO e aos DEINTERS, obteve-se como resposta esclarecimentos prestados pela Assessoria Prisional e órgãos da Polícia Civil do Estado dando conta de que os preservativos e os materiais educativos não são distribuídos a todos os Distritos Policiais;

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL RESOLVE RECOMENDAR ao Secretario de Segurança Pública do Estado de São Paulo, que tome as providências necessárias no sentido de normalizar a distribuição e abastecimento de preservativos e materiais educativos sobre DST/AIDS aos presos de todas as unidades prisionais do Estado de São Paulo ou, caso não seja de sua atribuição, que determine que os delegados responsáveis pelo DEMACRO, DEINTERS e DECAP assim o façam.

FICA DETERMINADO AINDA:

Seja dada publicidade à presente Recomendação, no portal eletrônico do MPF, conforme estabelece o art. 23 da Resolução nº 87/2006, do CSMPF.

Marília, 12 de julho de 2010.

JEFFERSON APARECIDO DIAS Procurador Regional dos Direitos do Cidadão

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Ref. Tutela Coletiva – Inquérito Civil nº 1.34.001.005339/2010-39 Resumo: CIDADANIA. TRANSPORTE DE CRIANÇAS. Apurar a ilegalidade da Resolução nº 277/2008, na parte em que excepciona alguns tipos de veículos da necessidade dos dispositivos de retenção crianças com até sete anos e meio de idade.

RECOMENDAÇÃO Nº 26/2010

CONSIDERANDO que dispõe o art. 129, inciso II, da Constituição Federal ser função institucional do Ministério Público: “zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia”;

CONSIDERANDO que dispõe o art. 5º, incisos III e IV, da Lei Complementar nº 75/93, ser função institucional do Ministério Público da União: “III - a defesa dos seguintes bens e interesses: (...) e) os direitos e interesses coletivos, especialmente das comunidades indígenas, da família, da criança, do adolescente e do idoso; IV - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da União, dos serviços de relevância pública e dos meios de comunicação social aos princípios, garantias, condições, direitos, deveres e vedações previstos na Constituição Federal e na lei, relativos à comunicação social”;

CONSIDERANDO que dispõe o art. 6º, inciso XX, da Lei Complementar nº 75/93, competir ao Ministério Público da União: “expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção das providências cabíveis”;

CONSIDERANDO que o art. 6º, inciso VII, da Lei Complementar nº 75/93 estabelece competir ao Ministério Público da União “promover o inquérito civil e a ação civil pública, para proteção: i) dos direitos constitucionais; ii) do patrimônio público e social, do meio ambiente, dos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; iii) dos interesses individuais indisponíveis, difusos e coletivos, relativos às comunidades indígenas, à família, à criança, ao adolescente, ao idoso, às minorias étnicas e ao consumidor; e v) outros interesses individuais indisponíveis, homogêneos, sociais, difusos e coletivos”;

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CONSIDERANDO que o §2º do art. 1º Código de Trânsito Brasileiro estabelece: "O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito";

CONSIDERANDO que o 64 do Código de Trânsito Brasileiro estabelece: "As crianças com idade inferior a dez anos devem ser transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções regulamentadas pelo CONTRAN.";

CONSIDERANDO que o art. 65 do citado Código preceitua: "É obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e passageiros em todas as vias do território nacional, salvo em situações regulamentadas pelo CONTRAN.";

CONSIDERANDO que os citados dispositivos foram regulamentados pela Resolução CONTRAN nº 277, de 28 de maio de 2008, que dispôs sobre o transporte de menores de 10 anos e a utilização do dispositivo de retenção para o transporte de crianças em veículos;

CONSIDERANDO o que estabelece o §3º do art. 1º da citada Resolução: "As exigências relativas ao sistema de retenção, no transporte de crianças com até sete anos e meio de idade, não se aplicam aos veículos de transporte coletivo, aos de aluguel, aos de transporte autônomo de passageiro (táxi), aos veículos escolares e aos demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t";

CONSIDERANDO que a citada exceção, ao dispensar o sistema de retenção para o transporte de crianças com até sete anos e meio de idade, foi editada sem qualquer razão lógica ou jurídica, colocando em risco a vida das crianças passageiras dos citados veículos;

CONSIDERANDO que o DENATRAN, por meio do Ofício nº 933/2010/GAB/DENATRAN, reconheceu implicitamente sua omissão, e tentou justificar a exceção referida (veículos de transporte coletivo, de aluguel, de transporte autônomo de passageiro (táxi), veículos escolares e demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t), afirmando, em síntese, que deixou a regulamentação para resoluções específicas, haja vista ainda estar em fase de início os respectivos estudos;

CONSIDERANDO que a Deliberação CONTRAN Nº 95, de 07 de junho de 2010, alterou a sobredita Resolução, dispondo que a mesma passará a ser fiscalizada pelos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito a partir de 1º de setembro de 2010;

CONSIDERANDO que a matéria já regulamentada pela citada Resolução deve entrar em vigor em conjunto com as situações ainda sob estudos técnicos do DENATRAN (exceções estabelecidas), sob pena de total afronta à isonomia e à segurança jurídica, bem como risco à saúde e à vida das crianças transportadas nesses outros veículos;

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O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL RESOLVE RECOMENDAR AO DIRETOR DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO - DENATRAN QUE:

A) regulamente de forma específica o uso de dispositivos de retenção para crianças nos veículos de transporte coletivo, de aluguel, de transporte autônomo de passageiro (táxi), veículos escolares e demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t, excepcionados no §3º do art. 1º da Resolução CONTRAN nº 277/2008, antes do início de produção de efeitos desse ato normativo (1º de setembro de 2010);

B) comunique, impreterivelmente, até o dia 15 (quinze) de agosto, esta Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão acerca das medidas adotadas para o cumprimento da presente Recomendação, sob pena das medidas judiciais cabíveis.

FICA DETERMINADO AINDA:

Seja dada publicidade à presente Recomendação, no portal eletrônico do MPF, conforme estabelece o art. 23 da Resolução º 87/2006, do CSMPF.

Marília, 16 de julho de 2010.

JEFFERSON APARECIDO DIAS Procurador Regional dos Direitos do Cidadão

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Ref. Inquérito Civil nº 1.34.001.009316/2009-60 (Volume I) Resumo: CIDADANIA. Direitos à não-discriminação e à proteção contra a violência de gênero. Internet. Site: http://morroida.com.br. Notícia de página virtual com incitação de violência contra a mulher.

RECOMENDAÇÃO Nº 37/2010PR/SP-ASSPRDC- 000988/2010

CONSIDERANDO que dispõe o art. 129, inciso II, da Constituição Federal ser função institucional do Ministério Público: “zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia”;

CONSIDERANDO que dispõe o art. 6º, incisos VII e XIV, da Lei Complementar nº 75/93, competir ao Ministério Público da União: “VII - promover o inquérito civil e a ação civil pública para: a) a proteção dos direitos constitucionais; (...) XIV - promover outras ações necessárias ao exercício de suas funções institucionais, em defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, especialmente quanto: ";

CONSIDERANDO que dispõe o art. 6º, inciso XX, da Lei Complementar nº 75/93, competir ao Ministério Público da União: “expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção das providências cabíveis”;

CONSIDERANDO o que dispõe o art. 1º, inciso III, da Constituição Federal: "A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) III - a dignidade da pessoa humana";

CONSIDERANDO o que estabelece o art. 3º, inciso IV, da Constituição Federal: "Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: (...) IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.";

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CONSIDERANDO o que dispõe o art. 5º, inciso I, da Constituição Federal: "Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição";

CONSIDERANDO o que dispõe o art. 6º da Convenção de Belém do Pará de 1994 (Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher), promulgada pelo Brasil através do Decreto Presidencial nº 1.973/1996: "Artigo 6º O direito de toda mulher a ser livre de violência abrange, entre outros: a. o direito da mulher a ser livre de todas as formas de discriminação; e b. o direito da mulher a ser valorizada e educada livre de padrões estereotipados de comportamento e costumes sociais e culturais baseados em conceitos de inferioridade ou subordinação.";

CONSIDERANDO que o sítio eletrônico registrado sob o domínio "http://www.morroida.com.br", sob responsabilidade de Fábio Luiz Rodrigues da Silva, publicou, em 18 de junho 2009, o artigo “Obama e a mosca”, contendo as seguintes frases:

“Sim, porque veja bem, uma mulher que entra pro PETA é ainda mais desgraçada que o cara (sic).”

“...O problema é que ela é tão insuportavelmente chata que nem pra ser comdia ela serve, e por isso ela vira lésbica porque não tem mais opção a náo ser dar pras outras integrantes do PETA, e por isso ela gosta de buceta (sic)”.

CONSIDERANDO que no mesmo sítio eletrônico, em 24 de julho de 2009, Fábio Luiz Rodrigues da Silva, publicou a seguinte frase, em resposta a uma pergunta de um internauta:

“Não há mulher que resista a um belo tapa na bunda e as carinhosas palavras 'minha putinha'”

CONSIDERANDO que tais espécies de publicações, ainda não retiradas da página, violam frontalmente os direitos das mulheres à igualdade e à não-discriminação acima elencados;

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL RESOLVE

RECOMENDAR AO SR. FÁBIO LUIZ RODRIGUES DA SILVA, RESPONSÁVEL LEGAL PELO SITE “www.morroida.com.br”, que :

a) sejam retiradas do site as publicações acima mencionadas, nas quais constam conteúdo discriminatório e ofensivo às mulheres, fomentando a violência de gênero;

b) que não publiquem artigos, textos ou matérias que estimulem ou 62

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fomentem a violência ou a discriminação de qualquer gênero contra as mulheres;

c) comunique, no prazo de 30 (trinta) dias, esta Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão acerca das medidas adotadas para cumprimento da presente Recomendação, sob pena de adoção das medidas judiciais cabíveis.

FICA DETERMINADO AINDA:

Seja dada publicidade à presente Recomendação, no portal eletrônico do MPF, conforme estabelece o art. 23 da Resolução nº 87/2006, do CSMPF.

São Paulo, 09 de setembro de 2010.

JEFFERSON APARECIDO DIAS Procurador Regional dos Direitos do Cidadão

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RECOMENDAÇÃO Nº 39/2010

Ref. Peças Informativas nº 1.34.001.008931/2009-59 (Volume I) Resumo: DIREITOS HUMANOS E LIBERDADES FUNDAMENTAIS. Participação do Brasil no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Atentado aos direitos humanos e liberdades fundamentais pela Coréia do Norte. Posição conflitante da delegação brasileira que reconhece as reiteradas violações aos direitos humanos. Abstenção de voto em matéria contida em resolução que visa investigar e sanar a situação.

CONSIDERANDO que dispõe o art. 129, inciso II, da Constituição Federal ser função institucional do Ministério Público: “zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia”;

CONSIDERANDO que dispõe o art. 6º, incisos VII e XIV, da Lei Complementar nº 75/93, competir ao Ministério Público da União: “VII - promover o inquérito civil e a ação civil pública para: a) a proteção dos direitos constitucionais; (...) d) outros interesses individuais indisponíveis, homogêneos, sociais, difusos e coletivos; (...) XIV - promover outras ações necessárias ao exercício de suas funções institucionais, em defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, especialmente quanto: a) ao Estado de Direito e às instituições democráticas";

CONSIDERANDO que dispõe o art. 6º, inciso XX, da Lei Complementar nº 75/93, competir ao Ministério Público da União: “expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção das providências cabíveis”;

CONSIDERANDO o que dispõe o art. 1º, inciso III, da Constituição Federal: "A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) III - a dignidade da pessoa humana";

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CONSIDERANDO o que dispõe o art. 4º, inciso II, da Constituição Federal: "Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: (...) II - prevalência dos direitos humanos";

CONSIDERANDO que a dignidade da pessoa humana entre os primeiros princípios elencados na Constituição Federal de 1988, e, sendo o ser humano o centro motivador da existência e da aplicação de todo o sistema jurídico, e tendo como legítimos a liberdade e o direito à vida, entre outros preceitos, e havendo aderido a tratados internacionais e dispondo-se a defendê-los, não é permissível que o Brasil se afaste dos preceitos a eles intrínsecos.

CONSIDERANDO que eventual decisão discricionária a ser adotada sem a prevalência dos preceitos contidos na Constituição da República Federativa do Brasil, especialmente o relacionado à liberdade da pessoa humana, em contraposição à necessária vinculação, põe em risco a supremacia dos direitos fundamentais e fragiliza a estabilidade do Estado de Direito.

CONSIDERANDO que o artigo XXX da Declaração Universal de

Direitos Humanos, adotada pela Assembléia Geral da ONU em 10 de dezembro de 1948, estabelece: "Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos";

CONSIDERANDO que ao Ministério das Relações Exteriores compete, nos termos do Decreto nº 5.979/20061, auxiliar o Presidente da República na formulação da política exterior do Brasil, assegurar sua execução e manter relações com Estados estrangeiros, organismos e organizações internacionais;

CONSIDERANDO que desde o ano de 2005, vem sendo noticiadas à comunidade internacional e ao Brasil violações sistemáticas e persistentes aos direitos humanos por parte da Coréia do Norte;

CONSIDERANDO que na 10ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, em março de 2009, o Brasil se abstivera de votar na Resolução A/HRC/RES/10/16, cujo objeto era renovar o mandato do Relator Especial sobre a situação de direitos humanos na Coréia do Norte;

1"Anexo I - Art. 1o

O Ministério das Relações Exteriores, órgão da administração direta, tem como área de competência os seguintes assuntos: I - política internacional;II - relações diplomáticas e serviços consulares;III- participação nas negociações comerciais, econômicas, técnicas e culturais com governos e entidades estrangeiras;IV - programas de cooperação internacional e de promoção comercial; eV - apoio a delegações, comitivas e representações brasileiras em agências e organismos internacionais e multilaterais.Parágrafo único. Cabe ao Ministério auxiliar o Presidente da República na formulação da política exterior do Brasil, assegurar sua execução e manter relações com Estados estrangeiros, organismos e organizações internacionais."

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CONSIDERANDO que o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Oficio nº 07 DDH/DAOC II/DNU/SHUM HRC CORN, justificou a abstenção de voto do Brasil, no caso, devido à abertura de uma "janela de oportunidade" para que a Coréia do Norte cooperasse com o Sistema ONU, por meio do mecanismo de Revisão Periódica Universal;

CONSIDERANDO que, em dezembro de 2009, a Coréia do Norte se submeteu à Revisão Periódica Universal, tendo lhe sido dirigida 167 recomendações dos países membros da ONU, as quais foram recusadas pelo país, demonstrando, assim, seu desinteresse em cooperar com o sistema global de proteção de direitos humanos;

CONSIDERANDO que, em março de 2010, por ocasião da 13ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, o Brasil mudou seu entendimento, votando favoravelmente à Resolução A/HRC/13/14, que renova o mandato do Relator Especial;

CONSIDERANDO que o primeiro posicionamento da República Federativa do Brasil, externado na 10ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, contraria os dispositivos legais acima transcritos, bem como a hígida efetivação dos direitos humanos;

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL RESOLVE

RECOMENDAR AO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES:

a) que em sua atuação perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, o Brasil, independentemente de outros mecanismos de efetivação, se abstenha de adotar posições que, direta ou indiretamente, isentem qualquer membro da referida Organização de suas obrigações e responsabilidades em matéria de direitos humanos;

b) comunique, no prazo de 30 (trinta) dias, esta Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão acerca das medidas adotadas para cumprimento da presente Recomendação, sob pena de adoção das medidas judiciais cabíveis.

FICA DETERMINADO AINDA:Seja dada publicidade à presente Recomendação, no portal eletrônico

do MPF, conforme estabelece o art. 23 da Resolução nº 87/2006, do CSMPF.

Marília, 14 de setembro de 2010.

JEFFERSON APARECIDO DIAS Procurador Regional dos Direitos do Cidadão

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Anexo 05

Iniciais das Ações Civis Públicas

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA __ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO

O Ministério Público Federal, pelo Procurador Regional dos Direitos do Cidadão infra signatário, comparece perante Vossa Excelência para, com fundamento no art. 129, III, da Constituição Federal de 1988, art. 6º, VII, b, da Lei Complementar nº 75/93, e art. 1º, V, da Lei nº 7.347/85, propor a presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICAcom pedido de tutela antecipada,

em face da UNIVERSIDADE BANDEIRANTES DE SÃO PAULO - UNIBAN, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 01.016.989/0001-94, com representação legal na Rua Américo Brasiliense, nº 1.664, Morumbi, São Paulo/SP;

da UNIÃO, pessoa jurídica de direito público, a qual poderá ser citada por intermédio de seus advogados, na Avenida Paulista, 1804 – 20º andar – Cerqueira César, São Paulo-SP, pelas razões de fato e direito que passo a expor:

I - DO OBJETO DA AÇÃO

A presente ação tem por escopo compelir a ré UNIBAN a observar os princípios do devido processo legal, contraditório e da ampla defesa, nos casos em que entender necessária a aplicação de sanções disciplinares a seus alunos, bem como compelir a União a proceder com a efetiva fiscalização da UNIBAN, suspendendo a autorização da referida universidade no caso de não cumprimento dos preceitos constitucionais, conforme o art. 209, inciso II, da Constituição da República.

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II – DA FUNDAMENTAÇÃO FÁTICA

Foi instaurado na Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão de São Paulo, o Inquérito Civil Público nº 1.34.001.009139/2009-11, em anexo, a fim de apurar a ilegalidade do ato de expulsão da aluna Geyse Arruda, do primeiro ano do Curso de Turismo da UNIBAN de São Bernardo do Campo, sem a observância dos princípios do devido processo legal, contraditório e ampla defesa, em razão da utilização de traje supostamente inadequado durante as atividades acadêmicas.

Consta dos autos que no dia 22 de outubro de 2009, a estudante Geyse Villa Nova Arruda foi à UNIBAN com um vestido rosa e, após ser alvo de gracejos por parte de alguns alunos, passou a ser hostilizada, ofendida e agredida moralmente, por centenas de alunos, numa situação de barbárie que exigiu a intervenção da Polícia Militar para escoltá-la e garantir a sua integridade física.

Vários alunos gravaram as cenas e as disponibilizaram na internet, principalmente no site “youtube”, em imagens que ganharam o mundo em poucos dias (uma das versões dessas imagens constam do CD juntado aos autos na fl. XX).

A situação já se revestia de grande gravidade, mas a UNIBAN conseguiu piorá-la, ao fazer publicar, no dia 08 de novembro de 2009, nos principais jornais do Estado de São Paulo, informe publicitário no qual informava que a aluna Geyse tinha sido expulsa de seu quadro discente por suposto flagrante desrespeito aos princípios éticos, à dignidade acadêmica e à moralidade.

Esta Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão tentou o contato por inúmeras vezes com o Reitor da Universidade, Sr. Heitor Pinto Filho, por meio de ofícios (Ofício nº 25.487/2009, nº 26.567/2009) e correspondência eletrônica (e-mail), solicitando informações sobre o ocorrido, bem como cópias da suposta sindicância instaurada para fins de instruir o referido inquérito civil. Contudo, não houve resposta alguma.

Assim, exarou-se despacho para realização de diligência até a universidade para obtenção de cópia da referida sindicância.

Em razão da inércia do reitor da UNIBAN foi enviada cópia dos autos inquérito civil supramencionado para instauração e devida instrução das Peças Informativas (autos nº 1.34.001.000295/2010-51) que apuram o cometimento de crime previsto no art. 10, da Lei nº 7.347/85.

Quando da diligência na UNIBAN, os servidores designados receberam de Décio Lencioni Machado, presidente do Conselho Jurídico da UNIBAN, tão somente cópia do regimento interno da instituição e quanto aos autos da suposta sindicância, o representante alegou que o escritório de advocacia contratado estava na posse dos autos e assim que possível encaminhariam cópia a esta Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão.

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Consta, ainda, que o Ministério da Educação e Cultura (MEC) ao tomar ciência dos fatos, procedeu a instauração de procedimento administrativo para apurar o ocorrido, todavia, após a readmissão da aluna, o mesmo foi arquivado sumariamente (fls. 34/35).

Assim, verifica-se que a efetiva fiscalização e adoção de medidas a fim de salvaguardar os direitos constitucionais e sancionar a UNIBAN não foram tomadas, em especial, por não ter observado os princípios constitucionais do devido processo legal, contraditório e ampla defesa.

Diante dos fatos, não resta alternativa a esse Ministério Público senão socorrer-se ao Poder Judiciário, a fim de obter o devido provimento jurisdicional.

III - DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL

O art. 22, inciso XXIV, da Constituição Federal, dispõe que “compete privativamente à União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional”. Ainda, o art. 9º, inciso IX, da Lei nº 9.394/96 dispõe que “à União incumbir-se-à de autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino”.

Assim, figurando a União no pólo passivo, cabe a atuação do Ministério Público Federal e, portanto, a competência para o processamento e julgamento da demanda é da Justiça Federal (art. 109, da Constituição Federal), fato que não merece maiores delongas.

IV - DA LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

A Constituição Federal atribui ao Ministério Público a função institucional de promover a ação civil pública para a proteção de interesses difusos e coletivos, inclusive no que diz respeito às medidas que visem assegurar o efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados na Constituição (art. 129, II e III).

No mesmo sentido, a Lei Complementar nº 75, de 20 de maio de 1993, estabelece que é função institucional do Ministério Público da União defender os interesses sociais e os interesses individuais indisponíveis (art. 5º, I ), bem como os direitos e interesses coletivos dos idosos (art. 5º, III, “e”), promovendo a ação civil pública para a proteção destes direitos (art. 6º, VII, “c”).

No caso em comento, observa-se a lesão a um direito coletivo, isto é, o direito de toda a comunidade acadêmica que tem os direitos e garantias

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fundamentais assegurados pela Constituição Federal tolhidos, em especial, o contraditório e ampla defesa, em razão dos atos praticados pela aludida universidade.

O direito da comunidade acadêmica é considerado coletivo, pois

temos uma relação de um grupo com a UNIBAN. Isso é o que se extrai do magistério de Pedro Lenza ao afirmar que são “direitos coletivos aqueles dos quais há uma relação jurídica que liga um determinado grupo à parte contrária.”.2

Nesse sentido, caminha a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:

“A Constituição Federal confere relevo ao Ministério Público como instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127). Por isso mesmo detém o Ministério Público capacidade postulatória, não só para a abertura do inquérito civil, da ação penal pública e da ação civil pública para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente, mas também de outros interesses difusos e coletivos (CF, art. 129, I e III). Interesses difusos são aqueles que abrangem número indeterminado de pessoas unidas pelas mesmas circunstâncias de fato e coletivos aqueles pertencentes a grupos, categorias ou classes de pessoas determináveis, ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base.A indeterminidade é a característica fundamental dos interesses difusos e a determinidade a daqueles interesses que envolvem os coletivos. Direitos ou interesses homogêneos são os que têm a mesma origem comum (art. 81, III, da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990), constituindo-se em subespécie de direitos coletivos. Quer se afirme interesses coletivos ou particularmente interesses homogêneos, stricto sensu, ambos estão cingidos a uma mesma base jurídica, sendo coletivos, explicitamente dizendo, porque são relativos a grupos, categorias ou classes de pessoas, que conquanto digam respeito às pessoas isoladamente, não se classificam como direitos individuais para o fim de ser vedada a sua defesa em ação civil pública, porque sua concepção finalística destina-se à proteção desses grupos, categorias ou classe de pessoas[...]”3- grifo nosso

Assim, a legitimidade ativa desse Parquet Federal justifica-se ante ao desrespeito aos direitos e garantiras individuais fundamentais de todos os membros da comunidade acadêmica da UNIBAN, uma vez que a instituição de ensino superior não assegurou o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa em processos administrativos.

V - DA LEGITIMIDADE PASSIVA DAS RÉS

A legitimidade passiva da ré UNIBAN decorre da lesão ocasionada aos seus discentes, tendo em vista a prática de aplicar sanções disciplinares sem a observância dos princípios do devido processo legal, contraditório e ampla

2 LENZA, Pedro. Teoria Geral da Ação Civil Pública, São Paulo: RT, 2003, pp. 100/101.3 STF, RE 163231-3/SP. Plenário. Rel. Ministro MAURÍCIO CORRÊA. Decisão: 26/02/1997.

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defesa.

Já a União, por seu turno, tem legitimidade passiva por ser responsável pela fiscalização do ensino superior (art. 9º, IX e art. 10, IV, da Lei 9.424/96) e não ter efetivamente cumprido seu papel ao permitir que a ré UNIBAN aplicasse sanções disciplinares em descompasso com a Lei e a Constituição Federal, ao não contemplar o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa. Além disso, apesar de ter instaurado procedimento para apurar as circunstâncias em que a aluna Geyse Arruda, a União o arquivou sumariamente, pelo simples fato da expulsão ter sido revogada, o que não impede que novos fatos semelhantes voltem a ocorrer.

Ante o exposto, resta demonstrada a legitimidade passiva das rés nessa demanda.

VI – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

A pretensão desse Ministério Público Federal está embasada nos seguintes fundamentos jurídicos:

a) Do devido Processo Legal: contraditório e ampla defesa

A Constituição Federal em seu art. 5º, LV, prevê uma das garantias elementares do Estado de Direito que é o devido processo legal, com os desdobramentos do contraditório e da ampla defesa. Por esses fundamentos, qualquer indivíduo que esteja em meio a um processo administrativo ou judicial terá a seu favor o direito de defender-se de todos os fatos que lhe são imputados, contando para isso com todos os meios de prova legalmente admitidos.

Com efeito, os princípios do contraditório e da ampla defesa decorrem do devido processo legal – due processo of law. O devido processo legal é aquele em que todas as formalidades são observadas, sendo o réu ouvido pela autoridade competente, assegurando-lhe a ampla defesa incluindo o contraditório e todos os meios de prova admitidos juridicamente.

O contraditório é princípio que garante uma dualidade ao processo, pois tanto um parte quanto a outra tem o direito de responder às alegações da parte contrária. Tal direito é garantido, pela ampla defesa que corresponde ao uso de todos os meios admitidos em direito para que a parte possa defender-se das alegações feitas.

Segundo entendimento de Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery, contraditório e ampla defesa:

“São manifestações da cláusula devido processo legal, em sentido processual, garantir aos litigantes: acesso à justiça (direito de ação e de defesa), igualdade de tratamento, publicidade dos atos processuais, regularidade do procedimento, contraditório e ampla defesa, realização de

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provas [...]”4

Assim, a ré UNIBAN vedou tal garantia constitucional a todos os membros da comunidade acadêmica quando expulsou sumariamente a aluna Geyse Arruda sem dar-lhe direito de defesa, pautando sua atuação no regimento interno, conforme publicação no Diário Oficial UNIBAN, de 31 de outubro de 2008 (fl. 28).

Salienta-se que pela análise do regimento interno, o art. 218 enuncia que à universidade cabe o direito de aplicar “suspensão preventiva do membro da comunidade universitária quando seu afastamento for necessário para averiguação dos fatos que lhe são imputados”.

Eis que a universidade aplica a suspensão preventiva, sem dar qualquer chance de resposta ao membro da comunidade acadêmica, do mesmo modo como ocorreu com a discente Geyse que foi expulsa da instituição sem direito de resposta.

Em relação ao objeto dessa ação, a Jurisprudência pátria já enfrentou o tema e deparou-se com casos semelhantes de expulsão sumária de alunos. Assim, temos o entendimento do Tribunal Regional Federal da 1ª Região a respeito:

“CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. EXPULSÃO DE ALUNO DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO SEM OBSERVÂNCIA AO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DO CONTRADITÓRIO E DE AMPLA DEFESA. IMPOSSIBILIDADE. 1. A expulsão de aluno de uma instituição de ensino consiste em punição muito grave, que só pode ser aplicada após a instauração de um processo administrativo em que sejam observados os princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. 2. Remessa oficial desprovida.” 5(grifo nosso)

Outrossim, esse também é o entendimento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região:

“ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. ENSINO SUPERIOR. DESLIGAMENTO. INQUÉRITO ADMINISTRATIVO. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO. O inquérito administrativo que culminou com a expulsão da impetrante do curso de Fonoaudiologia não preencheu os requisitos legais, eis que foi apenas convidada para depor, sendo desligada sem que lhe fosse oportunizado o direito de defesa. Só o conhecimento da existência de processo administrativo disciplinar não supre a necessidade das formalidades mínimas a garantir o devido processo legal. O trancamento de matrícula requerido pela impetrante não interfere no julgamento, pois isso não significa que a apelante pretenda desistir do curso em questão. Apelação provida.”6 (grifo nosso).

O Código Civil de 2002, em seu art. 57, com nova redação dada

4NERY JÚNIOR, Nelson e; NERY, Rosa Maria de Andrade, Constituição Federal Comentada e Legislação Constitucional, São Paulo: RT, 2006.5 TRF1, REOMS nº 199901000953434, 3ª Turma, Rel. Juiz Federal Wilson Alves de Souza (conv.),

V.U., d.j. 18/11/2004, d.p. 16/12/2004 6 TRF4, AMS nº 9504350984, 4ª Turma, Rel. Silvia Maria Gonçalves Goraieb, V.U., d.j.

23/06/1998, d.p. 22/07/1998.

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pela Lei nº 11.127/2005, dispõe que:

Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto

Ora, verifica-se a unidade do ordenamento jurídico pátrio ao assegurar em mais um dispositivo legal, de modo expresso, o direito ao contraditório e ampla defesa.

O artigo do Código Civil faz menção à associações, todavia, se o legislador pretendeu garantir tal direito aos membros de uma associação, não poderia deixar de abranger casos como o de um regimento interno de uma universidade, pois aqui temos uma relação entre a instituição e a comunidade acadêmica.

Portanto, entende-se que por analogia, o direito à defesa e aos recursos devem ser resguardados na pendência de qualquer procedimento administrativo instaurado na referida instituição de ensino superior, tornando, pois o art. 218 do Regimento Interno inaplicável, devendo ser procedida a sua expurgação.

Destarte, essa medida adotada pela UNIBAN caracterizasse como manifestamente ilegal e inconstitucional, contrariando toda a ordem jurídica vigente. Há, assim, lesão a toda comunidade acadêmica ao suprimir direitos inerentes à pessoa humana, ferindo inclusive sua dignidade, uma vez que sanções disciplinares foram aplicadas sem a observância dos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.

Por derradeiro, exporemos trecho de decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, no voto do Relator Desembargador Altair Patitucci que contemplou parte do texto da fundamentação do Ministério Público daquele Estado:

“O agente do parquet de segundo grau, por sua vez, é taxativo:'Assim, acreditando exercer sua autoridade, contra aluno que demonstrava indisciplina, o Sr. Diretor houve por bem expulsá-lo. Todavia, olvidou-se por completo o princípio constitucional de amplitude de defesa. Agora, como se sabe, a Constituição Federal de 05 de outubro de 1988, assegurou a defesa do acusado, em todas as instâncias inferiores (artigo 5º, inciso LV, da CF). A novidade está, pois, na obrigatoriedade de se assegurar ampla defesa em meros expedientes administrativos. Vale dizer, as formalidades rígidas, cabíveis em processos comuns, deverão da mesma forma, existir na instância inferior. A novidade, aliás, não é nova, pois já os antigos romanos diziam: nemo debet inauditus damnari. Ninguém deverá ser processado, muito menos sofrer condenação, sem exercer o direito de defesa. Os marcos, portanto, do cabimento da impetração, da existência de ato violador de direito líquido e certo, estão presentes. A comprovação de plano espanca de dúvidas o conhecimento do writ. O ato violador de direito substancia na expulsão do impetrante do colégio. Logo, como diriam os italianos, o sviamento di potere é evidente. Logo o deslinde não poderia ser outro."Em conclusão, a r. sentença submetida ao duplo grau de jurisdição, enseja mantida, pelos seus próprios e jurídicos fundamentos, assim, negando-se provimento ao reexame necessário.”7

7 Reex Nec nº 38.904-4, TJ-PR, 1ª Vara Cível, Rel. Altair Patitucci, dj. 25/06/97

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b) Da Fiscalização deficiente da Administração Pública

Todos os entes da Administração Pública, nos dizeres do art. 37, da Constituição Federal, são regidos pelos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Em relação ao último teceremos alguns comentários.

Gilmar Ferreira Mendes tem o seguinte entendimento acerca da eficiência:

“Introduzido no texto da Constituição de 1988 pela Emenda nº 19/98 esse princípio consubstancia a exigência de que os gestores públicos não economizem esforços no desempenho de seus encargos, de modo a otimizar o empregos dos recursos que a sociedade destina para a satisfação das suas múltiplas necessidades; numa palavra que pratique a 'boa administração', de que falam os publicitas italianos”.8

Desse modo, a administração pública deve-se procurar sempre exercer suas atividades da melhor forma possível, o que no caso não ocorreu, pois faltou o empenho da administração em fiscalizar devidamente a instituição de ensino superior, pois diante ao simples recuar da ação da universidade o Poder Público optou pelo arquivamento do procedimento, encerrando o caso.

Não obstante, a Administração além de reger-se pelo princípio da estrita Legalidade tem ao seu favor o denominado “Poder de Polícia” que, segundo Odete Medauar visa “propiciar a convivência social mais harmoniosa possível, para evitar ou atenuar conflitos no exercício dos direito e atividades dos indivíduos entre si e ante o interesse de toda a população”9

Ora, por essa prerrogativa, o Estado deve fiscalizar as atividades desenvolvidas pelos particulares a fim de garantir uma convivência mais harmoniosa, permitindo o efetivo desenvolvimento de toda a sociedade.

Ademais, a União, por força do art. 9º, inciso IX, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), está obrigada a fiscalizar, credenciar, supervisionar e avaliar todas as instituições de ensino superior.

Dessa feita, em vista do princípio de legalidade, a União tem o dever de seguir os preceitos legais, sob pena de ser compelida a fazê-lo, garantindo assim a eficiência da atividade administrativa perante os administrados.

Logo, a autorização de funcionamento de uma universidade que crie um regimento interno contrário aos princípios fundamentais, constitui ato de má administração perante à sociedade, pois o direito à educação de qualidade é a viga mestra para o desenvolvimento social de qualquer Estado, pois por meio dela é possível atingir os objetivos da República estampados no art. 3º, da Constituição

8 MENDES, Gilmar Ferreira, Curso de Direito Constitucional, 3ª ed., p. 8369 MEDAUAR, Odete, Direito Administrativo Moderno, 7ª ed., São Paulo; RT, 2003, p. 362.

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Federal, como a construção de uma sociedade mais livre, justa e solidária; desenvolvimento nacional; a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais;

A atuação dos órgãos da Administração Pública ficam caracterizados como atentatórios aos princípios administrativos mencionados, uma vez que a readmissão da aluna Geyse Arruda, não é razão para dá-lo por encerrado e arquivá-lo, sendo incumbência do Poder Público apurar os fatos de forma efetiva, tendo em vista a lesão gerada à sociedade, pois não é só os direitos de um aluno que estão em xeque, mas de toda a comunidade acadêmica que se vê prejudicada ante o cerceamento de defesa e falta de contraditório e ampla defesa.

Em suma, evidente está o direito lesado da comunidade acadêmica pela não observância do contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV) e, também verifica-se a fiscalização deficiente por parte da União, pois houve a instauração de procedimento administrativo, mas em vista da revogação da expulsão fora arquivado sem a devida averiguação dos fatos.

VII - DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

O instituto da tutela antecipada visa o resguardo de um direito que se encontra em risco de ser afetado de forma letal, sendo impossível a sua reparação. Antecipa-se a tutela no intuito de se assegurar a manutenção do objeto de petição do autor, zelando para que o curso do processo não seja lesivo ao que se pretende na ação.

O professor Cândido Rangel Dinamarco traduz a alma do instituto supracitado:

"O novo art. 273 do Código de Processo Civil, ao instituir de modo explícito e generalizado a antecipação dos efeitos da tutela pretendida, veio com o objetivo de ser uma arma poderosíssima contra os males corrosivos do tempo no processo.”10

Justifica-se o pedido de antecipação dos efeitos da tutela inicial quando existe probabilidade de que as alegações feitas pelo autor sejam verdadeiras, isto é, resultantes da conjugação dos requisitos prova inequívoca e verossimilhança da alegação, presentes no caput do art. 273, do Código de Processo Civil. Neste sentido são os ensinamentos de Cândido Rangel Dinamarco:

“O art. 273 condiciona a antecipação da tutela à existência de prova inequívoca suficiente para que o juiz se convença da verossimilhança da alegação a dar peso ao sentimento literal do texto. Seria difícil interpretá-lo satisfatoriamente porque prova inequívoca é prova tão robusta que não permite equívocos ou dúvidas, infundindo no espírito do Juiz o sentimento de certeza e não mera verossimilhança. Convencer-se da verossimilhança, ao contrário, não poderia significar mais do que imbuir-se do sentimento de que a realidade fática pode ser como descreve o autor. Aproximadas as duas

10DINAMARCO, Candido Rangel, A Reforma do Código de Processo Civil, 2ª. ed, rev. e ampl., São Paulo, Malheiros Editores, 1995

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locuções formalmente contraditórias contidas no artigo 273, do Código de Processo Civil (prova inequívoca e convencer-se da verossimilhança), chega-se ao conceito de probabilidade, portador de maior segurança do que a mera verossimilhança.”11

Nessa esteira, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria Andrade Nery, em seu Código de Processo Civil Comentado, aduzem:

“3. Antecipação da tutela. Pelo CPC 273 e 461, §3º, com a redação dada pela L 8952/94, aplicáveis à ACP (LACP 19), o juiz pode conceder a antecipação da tutela de mérito, de cunho satisfativo, sempre que presentes os pressupostos legais. A tutela antecipatória pode ser concedida quer nas ações de conhecimento, cautelares e de execução, inclusive de obrigação de fazer. V. comente. CPC 273, 461, §3º e CDC 84, §3º”12

A plausibilidade do alegado é mais do que contundente em face de tudo quanto foi exposto e provado nesta exordial, figurando clara a necessidade de que as rés reparem os danos causados à comunidade acadêmica imediatamente e mediatamente à sociedade.

Destes fatos decorre a verossimilhança da alegação do MPF de que a demandada UNIBAN não tem observado na aplicação de sanções disciplinares a seus alunos os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV) descumprindo assim um direito fundamental.

Além do requisito acima demonstrado, é necessário evidenciar – como fundamento do pedido da antecipação de tutela – a existência de fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. Isso fica evidente no presente caso, dado que a conduta abusiva das rés, ao não respeitar a Constituição e demais dispositivos infraconstitucionais, gera uma situação de insegurança jurídica e lesão a toda comunidade acadêmica da universidade, pois a qualquer momento novos processo administrativos podem ser instaurados, gerando expulsões, sem dar o direito de resposta ao averiguado.

Assim, presentes os requisitos necessários à concessão da tutela antecipada, requer o Ministério Público Federal, com fulcro no art. 12 da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, o seu deferimento, inaudita altera pars, com a cominação de multa diária para caso de descumprimento da decisão liminar, no valor de R$ 20.000,00 ( vinte mil reais), para o fim de determinar que, no prazo de 30 (trinta) dias:

a) determinar que a UNIBAN, ao instaurar sindicâncias ou processos administrativos para aplicação de sanções administrativas a seus alunos, observe os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa;

b) determinar que a UNIÃO, por meio do Ministério da

11Ibidem.

12NERY JÚNIOR, Nelson e, NERY, Rosa Maria de Andrade, Código de Processo Civil Comentado e Legislação Extravagante, 3.ª edição, revista e ampliada, Revista dos Tribunais, 1997, p. 1.149.

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Educação e Cultura, reabra o procedimento instaurado para investigar as circunstâncias nas quais a aluna Geyse Arruda foi expulsa e os demais alunos envolvidos nos fatos foram punidos, sem a observância dos princípios acima mencionados.

VIII - DO PEDIDO

Ante todo o exposto, o Ministério Público Federal vem requerer a Vossa Excelência:

a) a citação de todas as rés para, querendo, responderem a presente ação, sob pena de revelia;

b) a confirmação/ratificação, por sentença definitiva de mérito, do pedido de antecipação de tutela;

c) a dispensa do pagamento das custas, emolumentos e outros encargos, em vista do disposto no art. 18, da Lei n.° 7.347/85;

d) a condenação, em caso de descumprimento das obrigações contidas no provimento final, com fulcro no art. 11, da Lei n.° 7.347/85, em multa a ser fixada pelo prudente arbítrio desse MM. Juízo Federal;

e) embora já tenha apresentado o Ministério Público Federal prova pré-constituída do alegado, protesta, outrossim, pela produção de prova documental, testemunhal, pericial e, até mesmo, inspeção judicial, que se fizerem necessárias ao pleno conhecimento dos fatos, inclusive no transcurso do contraditório que se vier a formar com a apresentação de contestação;

f) a condenação das rés nos eventuais ônus de sucumbência cabíveis.

Atribui-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Termos em que,pede deferimento.

São Paulo, 19 de abril de 2010.

JEFFERSON APARECIDO DIASProcurador Regional dos Direitos do Cidadão

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA __ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO

O Ministério Público Federal, pelo Procurador Regional dos Direitos do Cidadão infra signatário, comparece perante Vossa Excelência para, com fundamento no art. 129, III, da Constituição Federal de 1988, art. 6º, VII, d, da Lei Complementar nº 75/93, propor a presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICA em face da

UNIÃO, pessoa jurídica de direito público, a qual poderá ser citada na Rua da Consolação nº 1875, 3º ao 5º andar, Cerqueira César, São Paulo (SP), pelas razões de fato e direito que passo a expor:

I - DO OBJETO DA AÇÃO

A presente ação tem por objeto a condenação da UNIÃO, através de seu órgão regulador do trânsito (Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN), na obrigação de fazer consistente em regulamentar, ainda que de forma educativa e temporária, o uso de dispositivos de retenção para crianças nos veículos de transporte coletivo, de aluguel, de transporte autônomo de passageiro (táxi), veículos escolares e demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t, excepcionados no §3º do art. 1º da Resolução CONTRAN nº 277/2008.

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II – DA FUNDAMENTAÇÃO FÁTICA

Instaurou-se, por meio da Portaria nº 231, de 31 de março de 2010, na Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão de São Paulo, o Inquérito Civil nº 1.34.001.005339/2010-39, em anexo, a fim de apurar a ilegalidade da Resolução CONTRAN nº 277, de 28 de maio de 2008, que dispôs sobre o transporte de menores de 10 anos e a utilização do dispositivo de retenção para o transporte de crianças em veículos.

A citada Resolução, conforme mencionado num de seus considerandos, visa estabelecer as condições mínimas de segurança para o transporte de passageiros com idade inferior a dez anos em veículos. Nesse propósito, regulamentou a utilização do cinto de segurança bem como de sistema de retenção nos veículos (fls. 02/05).

Ocorre que o art. 1º, §3º, da citada Resolução estabelece, inexplicavelmente, a seguinte exceção:

"As exigências relativas ao sistema de retenção, no transporte de crianças com até sete anos e meio de idade, não se aplicam aos veículos de transporte coletivo, aos de aluguel, aos de transporte autônomo de passageiro (táxi), aos veículos escolares e aos demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t"

Tendo em vista a falta de regulamentação da questão para todos os tipos de veículos, esta Procuradoria Regional oficiou ao Presidente do DENATRAN, que também preside o CONTRAN13, buscando as razões dessa falta (fl. 06).

Em resposta, o dirigente do DENATRAN, por meio do Ofício nº 933/2010/GAB/DENATRAN, reconheceu implicitamente a omissão e tentou justificar a exceção referida (veículos de transporte coletivo, de aluguel, de transporte autônomo de passageiro (táxi), veículos escolares e demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t), afirmando, em síntese, que deixou a regulamentação para resoluções específicas, haja vista ainda estar em fase de início os respectivos estudos (fls. 41/48).

Em decorrência disso, em 16 de julho de 2010, o Ministério Público Federal expediu a Recomendação nº 26/2010, para que o Presidente do DENATRAN regulamentasse de forma específica o uso de dispositivos de retenção para crianças nos veículos de transporte coletivo, de aluguel, de transporte autônomo de passageiro (táxi), veículos escolares e demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t, excepcionados no §3º do art. 1º da Resolução CONTRAN nº 277/2008, antes do início de produção de efeitos desse ato normativo, ou seja, em 1º de setembro de 2010 (fls. 54/56).

O órgão destinatário da citada Recomendação respondeu, apresentando as mesmas "justificativas" anteriormente apresentadas, ou seja, reiterou os termos do Ofício nº 933/2010/GAB/DENATRAN acima mencionado (fl. 58).

13 Código de Trânsito Brasileiro: "Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, com sede no Distrito Federal e presidido pelo dirigente do órgão máximo executivo de trânsito da União, tem a seguinte composição."

Decreto Presidencial nº 4.711/2003: "Art. 2o O Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, órgão

integrante do Sistema Nacional de Trânsito, presidido pelo dirigente do Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN, órgão máximo executivo de trânsito da União, é composto por um representante de cada um dos seguintes Ministérios:"

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Dessa forma, a norma expedida pelo CONTRAN está omissa, uma vez que não contempla todos os tipos de veículos utilizados no país. Tal situação acarreta afronta à isonomia e à segurança jurídica, bem como risco à saúde e à vida das crianças transportadas.

Como se exemplifica no relato de fl. 60, os usuários dos veículos não estão esclarecidos acerca da segurança no transporte de crianças nesses outros veículos, o que compromete sobremaneira a vida e a segurança das mesmas.

Além disso, entidades e ONG's especializadas na proteção da vida e saúde das crianças já demonstraram preocupação com a omissão da norma, repudiando, sobretudo, a falta de previsão de dispositivos de segurança para o transporte escolar.

Diante dos fatos, e da omissão do CONTRAN, não resta alternativa a esse Ministério Público Federal senão socorrer-se ao Poder Judiciário, a fim de obter o devido provimento jurisdicional para que sejam assegurados os direitos aqui tutelados.

III - DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO E COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL

O CONTRAN é órgão da Administração Direta da União, vinculado ao Ministério das Cidades14. Tem suas atribuições fixadas no Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/97). Confira-se:

"Art. 12. Compete ao CONTRAN:I - estabelecer as normas regulamentares referidas neste Código e as diretrizes da Política Nacional de Trânsito;(...)VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das normas contidas neste Código e nas resoluções complementares;"

Desse modo, incumbe ao CONTRAN regulamentar a questão omitida em sua própria Resolução, ora combatida. Além disso, por estar integrado na estrutura do Ministério das Cidades, não detém personalidade jurídica própria, razão pela qual não pode estar autonomamente no lado passivo da lide.

Desse modo, verifica-se que a União é que deve situar-se no polo

passivo do feito. Desse modo, faz-se aplicável o art. 109, I, da Constituição Federal que dispõe competir à Justiça Federal julgar: "I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;" (g.n)

Assim, figurando a União no polo passivo, cabe a atuação do Ministério Público Federal e, portanto, a competência para o processamento e julgamento da demanda é da Justiça Federal.

14Decreto Presidencial nº 4.711/2003: "Art. 1o Compete ao Ministério das Cidades a coordenação máxima do Sistema Nacional de Trânsito."

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IV - DA LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

A Constituição Federal atribui ao Ministério Público a função institucional de promover a ação civil pública para a proteção de interesses difusos e coletivos, inclusive no que diz respeito às medidas que visem garantir o efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados na Constituição (art. 129, II e III).

Nesse sentido, a Lei Complementar nº 75, de 20 de maio de 1993, estabelece que é função institucional do Ministério Público da União defender os interesses sociais e os interesses individuais indisponíveis (art. 5º, I), bem como zelar pelo patrimônio público e social (art. 5º, III, “b”), promovendo a ação civil pública para a proteção destes direitos (art. 6º, VII, “b”).

Confira-se o seguinte dispositivo da citada Lei Complementar:

"Art. 6º Compete ao Ministério Público da União:(...)VII - promover o inquérito civil e a ação civil pública para:a) a proteção dos direitos constitucionais;b) a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente, dos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;c) a proteção dos interesses individuais indisponíveis, difusos e coletivos, relativos às comunidades indígenas, à família, à criança, ao adolescente, ao idoso, às minorias étnicas e ao consumidor;d) outros interesses individuais indisponíveis, homogêneos, sociais, difusos e coletivos;"

Desse modo, resta demonstrada a legitimidade ativa do Ministério Público Federal para propositura da presente ação que objetiva tutelar direitos à vida e à segurança das crianças transportadas em determinados tipos de veículos, bem como de seus familiares.

V – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

DIREITO À VIDA E À SEGURANÇA NO TRÂNSITO

A Constituição Federal estabelece no art. 5º: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes".

Já o art. 23, inciso XII, da Constituição Federal dispõe: "É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (...) XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito".

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Estabelecem os seguintes artigos do Código de Trânsito Brasileiro:

"Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código.§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito.(...)§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito darão prioridade em suas ações à defesa da vida, nela incluída a preservação da saúde e do meio-ambiente."

"Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de Trânsito:I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa ambiental e à educação para o trânsito, e fiscalizar seu cumprimento;"

Quanto aos dispositivos de segurança nos veículos, os arts. 64 e 65 do Código estabelecem:

"As crianças com idade inferior a dez anos devem ser transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções regulamentadas pelo CONTRAN.É obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e passageiros em todas as vias do território nacional, salvo em situações regulamentadas pelo CONTRAN".

Cabe lembrar, ainda, o que estabelece o art. 3º do citado Código: "As disposições deste Código são aplicáveis a qualquer veículo, bem como aos proprietários, condutores dos veículos nacionais ou estrangeiros e às pessoas nele expressamente mencionadas".

Tal como acima citado, tais dispositivos foram regulamentados pela mencionada Resolução CONTRAN nº 277, de 28 de maio de 2008.

E o §3º do art. 1º da citada Resolução dispôs que:

"As exigências relativas ao sistema de retenção, no transporte de crianças com até sete anos e meio de idade, não se aplicam aos veículos de transporte coletivo, aos de aluguel, aos de transporte autônomo de passageiro (táxi), aos veículos escolares e aos demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t".

A citada exceção, ao dispensar o sistema de retenção para o transporte de crianças com até sete anos e meio de idade, foi editada sem qualquer razão lógica ou jurídica, colocando em risco a vida das crianças passageiras dos citados veículos.

Além disso, as informações prestadas pelo Presidente do DENATRAN não são justificativas/fundamentos suficientes para embasar a omissão regulamentadora.

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A respeito do direito à segurança no trânsito, confira-se o seguinte julgado:

"INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE. CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO (§ 2º, DO ART. 262 E § ÚNICO, DO ART. 271). LIBERAÇÃO DE VEÍCULO CONDICIONADA AO PAGAMENTO DE MULTA - IMPROPRIEDADE. AFRONTA AO DIREITO DE PROPRIEDADE. 1. É inconstitucional o ditamento legal que condiciona a liberação de veículo apreendido em decorrência de infração de trânsito ao pagamento de penalidade pecuniária, por afronta ao direito de propriedade. 2. A restrição ao direito de propriedade existente no condicionamento, conforme disposto, foge aos princípios norteadores do Código de Trânsito Brasileiro, quais sejam da segurança no trânsito, incolumidade física da pessoa e inviolabilidade do direito à vida. 3. Proclamação de inconstitucionalidade abstraindo dos dispositivos indicados o trecho "despesas com remoção e estada, além de outros encargos previstos na legislação específica". (TRF-4ª Região. Corte Especial, INAG 200304010389211. Rel. DES. CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ. Decisão: 29/09/2005. Publicação DJ: 16/11/2006, pág. 399)

Além disso, a coerência e uniformidade exigidos pelo ordenamento jurídico, impõe que a matéria já regulamentada pela citada Resolução deve entrar em vigor em conjunto com as situações ainda sob estudos técnicos do CONTRAN (exceções estabelecidas).

A desatenção a essa uniformidade da regulação demonstra a ineficiência da Administração Pública que, como é sabido, deve atentar dentre outros princípios para a segurança jurídica dos administrados. A respeito, estabelece o art. 2º da Lei nº 9.784/99: "Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência."

Frise-se que a situação pode ser regulamentada pelo CONTRAN ainda que de forma orientativa e educativa, ou seja, sem coercibilidade, até que se concluam os estudos técnicos pertinentes.

VI - DA TUTELA ANTECIPADA

O objeto da presente ação é buscar a condenação da UNIÃO, por meio do Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, na obrigação de fazer consistente em regulamentar, ainda que de forma educativa e temporária, o uso de dispositivos de retenção para crianças nos veículos de transporte coletivo, de aluguel, de transporte autônomo de passageiro (táxi), veículos escolares e demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t, excepcionados no §3º do art. 1º da Resolução CONTRAN nº 277/2008

Porém, para que o provimento jurisdicional possua utilidade e

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efetividade, presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, além da verossimilhança da alegação e o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, necessária a concessão de tutela antecipada, nos termos do que dispõe o art. 273 do Código de Processo Civil.

O instituto da tutela antecipada trata-se da realização imediata do direito, já que dá ao autor o bem por ele pleiteado. Dessa forma, desde que presentes a prova inequívoca e a verossimilhança da alegação, a prestação jurisdicional será adiantada sempre que haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. No caso em tela, os requisitos exigidos pelo diploma processual para o deferimento da tutela antecipada encontram-se devidamente preenchidos.

Além disto, a existência do fumus boni iuris mostra-se clara, patenteado na fundamentação supra, em que se demonstra o flagrante descumprimento de normas constitucionais e legais que asseguram o direito à vida e à segurança no trânsito.

Vale dizer que a combatida falta de regulamentação para todos os veículos coloca em permanente risco a vida e a saúde das crianças transportadas bem como ocasiona total falta de segurança jurídica para a população.

A urgência, ou periculum in mora salta aos olhos. Primeiro porque a Resolução nº 277/2008 produzirá efeitos a partir de 1º de setembro de 2010, conforme Deliberação CONTRAN Nº 95, de 07 de junho de 2010.

Dessa forma, a questão está regulamentada apenas parcialmente (determinados tipos de veículos), com total afronta à isonomia e à segurança jurídica. O relato de fl. 60 é apenas um demonstrativo das dúvidas e da insegurança da população com o caso.

Devemos citar, também, o caso das crianças que forem transportadas para as escolas. Quando levadas nos carros dos pais estarão, em tese, seguras, haja vista contarem com dispositivos de segurança previstos. Já as crianças que forem levadas nas vans ou peruas escolares não terão sistema de segurança haja vista o órgão responsável não terá regulado a questão.

Assim, presentes os requisitos necessários à concessão da tutela antecipada, requer o Ministério Público Federal, com espeque no art. 12 da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, o seu deferimento, inaudita altera parte, com a cominação de multa diária para caso de descumprimento da decisão liminar, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), para o efeito de impor obrigação de fazer à UNIÃO, por meio do Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, a, no prazo de 30 (trinta) dias, regulamentar, ainda que de forma educativa e temporária, o uso de dispositivos de retenção para crianças nos veículos de transporte coletivo, de aluguel, de transporte autônomo de passageiro (táxi), veículos escolares e demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t, excepcionados no §3º do art. 1º da Resolução CONTRAN nº 277/2008.

VII - DOS PEDIDOS

Depois de apreciada e se espera concedida a tutela antecipada

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requerida, ao final, requer o Ministério Público Federal seja julgado procedente o pedido da presente ação, para o fim de condenar da UNIÃO, por meio do Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, na obrigação de fazer consistente em, no prazo de 30 (trinta) dias, regulamentar, ainda que de forma educativa e temporária (até que a questão seja normatizada de forma definitiva com a conclusão dos estudos técnicos), o uso de dispositivos de retenção para crianças nos veículos de transporte coletivo, de aluguel, de transporte autônomo de passageiro (táxi), veículos escolares e demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t, excepcionados no §3º do art. 1º da Resolução CONTRAN nº 277/2008.

Requer ainda:

a) a citação da ré para que responda a presente ação, sob pena de serem aplicados os efeitos da revelia;

b) a condenação, em caso de descumprimento das obrigações contidas no provimento final, com fulcro no art. 11, da Lei n° 7.347/85, em multa diária a ser fixada pelo prudente arbítrio desse MM. Juízo Federal, para o qual se sugere o valor de R$ 10.000,00 (mil reais);

c) a dispensa do pagamento das custas, emolumentos e outros encargos, em vista do disposto no art. 18, da Lei n° 7.347/85;

d) embora já tenha apresentado o Ministério Público Federal prova pré-constituída do alegado, protesta, outrossim, pela produção de prova documental, testemunhal, pericial e, até mesmo, inspeção judicial, que se fizerem necessárias ao pleno conhecimento dos fatos, inclusive no transcurso do contraditório que se vier a formar com a apresentação de contestação;

e) a condenação da ré nos eventuais ônus de sucumbência cabíveis.

Atribui-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Termos em que,pede deferimento.

Marília, 24 de agosto de 2010.

JEFFERSON APARECIDO DIASProcurador Regional dos Direitos do Cidadão

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA __ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, pelo Procurador Regional dos Direitos do Cidadão infra signatário, comparece perante Vossa Excelência para, com fundamento no art. 129, III, da Constituição Federal de 1988, art. 6º, VII, 'a', 'c' e 'd', da Lei Complementar nº 75/93, propor a presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, em face do

CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS MÚSICOS DO BRASIL, autarquia federal criada pela Lei nº 3.857/60, com sede no seguinte endereço: SCS - Quadra 04, nº 230 - Bloco A. 3º andar - Edifício Israel Pinheiro, Brasília (DF), pelos seguintes motivos fáticos e jurídicos:

I - DO OBJETO DA AÇÃO

A presente ação civil pública tem por objeto a condenação do Conselho Federal da Ordem dos Músicos do Brasil - OMB, nas obrigações de não-fazer consistentes em se abster de, todo território nacional, (1) praticar qualquer ato tendente a impedir ou atrapalhar a realização de eventos musicais e religiosos nos templos, igrejas e ambientes congêneres, (2) bem como de aplicar multas, mediante a exigência de inscrição dos membros dessas instituições religiosas nesse Conselho Profissional.

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II – DA FUNDAMENTAÇÃO FÁTICA

A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão de São Paulo instaurou as Peças Informativas nº 1.34.001.004256/2010-22, em anexo, a fim de apurar a ilegalidade da fiscalização exercida pela OMB em templos e igrejas de qualquer culto.

Teve início com base em cópia dos autos do Mandado de Segurança nº 2009.61.00.018013-4, impetrado na Justiça Federal de São Paulo, pela Igreja Pentecostal Deus é Amor em face do Conselho Regional da OMB no Estado de São Paulo.

Relata a inicial do writ que (fl. 09):

"Na tarde do dia 07.06.2009 nas dependências de sua Sede Mundial localizada no endereço declinado na qualificação, a Impetrante quando do início da apresentação musical foi surpreendida por uma Fiscal da Impetrada de nome "Fátima" que impediu mediante uma série de ameaças que os músicos e a orquestra amadora executassem o acervo musical, tais ameças além de serem direcionadas para os membros também foram dirigidas para a Impetrante, sendo certo que a referida Fiscal NOTIFICOU a ora Impetrante e pelo menos 04 (quatro) membros conforme comprovam documentos inclusos (docs. 06 a 10).A Impetrante dirigiu-se ao Conselho Regional da Ordem dos Músicos do Brasil - Conselho Regional do Estado de São Paulo e não foi autuada por aquela apresentação impedida pela Fiscal, todavia, foi novamente ameaçada de que se insistir na apresentação musical em suas instalações por músicos não credenciados perante aquela Ordem ela imputaria multa à Igreja alegando ainda que caberia a ora Impetrante fiscalizar se os cantores e músicos estavam ou não associados na AMB (Associação dos Músicos do Brasil)" - destaque nosso

Referido mandado, como era de se esperar, teve a segurança concedida conforme sentença copiada às fls. 90/93.

No decorrer deste apuratório, esta Procuradoria Regional solicitou informações ao Conselho Regional da OMB em São Paulo que, dentre outras coisas, informou que (fl. 128):

"Entretanto, ao contrário do apresentado, os Músicos para determinadas ocasiões (casamentos, batizados, eventos musicais, etc) são profissionais, fazem da música profissão, pelo que se submetem a fiscalização profissional e necessitam de habilitação, o que denota a manifesta intenção de realizarem "confusão" quando aduzem que estar-se-ia interferindo na atividade religiosa, mas que não se confunde em não cumprir a lei e atentar contra a ordem jurídica.Nesse sentido, o ato litúrgico deve ser diverso, não pode se "misturar" com a atividade musical que pode a igreja, missão, casas religiosas, templos, assembléias, quando esses exercem e exploram, através dos seus membros ou a que título pode lhes ser atribuído atividade

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econômica e através de músicos profissionais. Chegam tais entidades a venderem ingressos para os referidos eventos, denotando à saciedade, que não se trata de atividade religiosa e nem a prática de qualquer rito religioso. Na verdade, muitas entidades religiosas realizam "verdadeiros shows musicais" com venda de ingressos aos seus membros ou filiados, como poderá ser provado."

Desse modo, verifica-se que o Conselho Profissional réu procede a fiscalizações e autuações durante apresentações musicais em templos e igrejas, exigindo dos respectivos músicos inscrição no órgão de classe, bem como pagamento da respectiva taxa, com base nos arts. 16 e 17 da Lei nº 3.857/196015.

Importante consignar que em 2005, a Procuradoria da República em São Paulo moveu Ação Civil Pública em face da OMB e da UNIÃO, combatendo a exigência de inscrição para a atividade de músico bem como a cobrança da anuidade por seus membros.

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região, no julgamento da apelação interposta contra a sentença que julgou procedente o pedido da ação (Apelação Cível nº 2005.61.15.001047-2), entendeu que:

"a Lei nº 3.857/60 não exige o registro na OMB de todo e qualquer músico para o exercício da profissão, mas apenas dos que estão sujeitos à formação acadêmica sob controle e fiscalização do Ministério da Educação, e que atuam em áreas nas quais a aferição da habilitação técnica e formação específica seja imprescindível à atividade profissional."

É evidente que não se pode exigir dos músicos e pessoas que se apresentam em cultos de templos, igrejas e outros ambientes congêneres a habilitação técnica e formação específica para suas atividades. Além disso, não se pode interromper ou suspender essas manifestações religiosas sob o argumento de estarem procedendo à fiscalização da atividade dos músicos.

Assim, o proceder combatido na inicial atenta contra os direitos e liberdades fundamentais concernentes à atividade artística e ao livre exercício ao culto religioso.

Diante dos fatos, e da persistente ilegalidade praticada pelo réu, não resta alternativa a esse Ministério Público Federal senão socorrer-se ao Poder Judiciário, a fim de obter o devido provimento jurisdicional para que sejam assegurados os direitos fundamentais das pessoas e restituída na íntegra a força normativa da Constituição Federal.

III - DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA OMB E COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL

A OMB, situada no polo passivo da ação, é pessoa jurídica de direito público, com natureza de autarquia federal, conforme previsto no art. 2º da Lei nº 3.857/60.15 "Art. 16. Os músicos só poderão exercer a profissão depois de regularmente registrados no órgão

competente do Ministério da Educação e Cultura e no Conselho Regional dos Músicos sob cuja jurisdição estiver compreendido o local de sua atividade.

Art. 17. Aos profissionais registrados de acordo com esta lei, serão entregues as carteiras profissionais que os habilitarão ao exercício da profissão de músico em todo o país."

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Trata-se de uma "autarquia corporativa", com regime jurídico especial, tal qual ocorre com a Ordem dos Advogados do Brasil - OAB e Conselhos Profissionais, como Conselho Federal de Medicina, Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura, etc.

Tais instituições legitimam-se na medida em que destinadas a prestar serviços públicos, concernentes em realizar o controle e a fiscalização de profissões regulamentadas, cujo exercício produza reflexos no interesse público. São instituições investidas de poder de polícia em relação a determinadas profissões com atuação em áreas de interesse público, em que o irregular exercício profissional gera prejuízos individuais e coletivos.

Assim, é aplicável o art. 109, I, da Constituição Federal que dispõe competir à Justiça Federal julgar: "I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;" (g.n)

Assim, figurando a OMB no polo passivo, cabe a atuação do Ministério Público Federal e, portanto, a competência para o processamento e julgamento da demanda é da Justiça Federal.

IV - DA LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

O objetivo da presente ação é garantir à coletividade de pessoas que cantam hinos, louvores e cânticos para igrejas, templos e ambientes congêneres o direito à liberdade de expressão artística (direito individual homogêneo). Além disso, pretende imunizar tais instituições do exercício da atividade fiscalizatória e punitiva da ré durante os cultos religiosos (direito difuso).

A Constituição Federal atribui ao Ministério Público a função institucional de promover a ação civil pública para a proteção de interesses difusos e coletivos, inclusive no que diz respeito às medidas que visem garantir o efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados na Constituição (art. 129, II e III).

Nesse sentido, a Lei Complementar nº 75, de 20 de maio de 1993, estabelece que é função institucional do Ministério Público da União defender os interesses sociais e os interesses individuais indisponíveis (art. 5º, I), promovendo a ação civil pública para a proteção destes direitos (art. 6º, VII, “b”).

Confira-se o seguinte dispositivo da citada Lei Complementar:

"Art. 6º Compete ao Ministério Público da União:(...)VII - promover o inquérito civil e a ação civil pública para:a) a proteção dos direitos constitucionais;(...)c) a proteção dos interesses individuais indisponíveis, difusos e coletivos, relativos às comunidades indígenas, à família, à criança, ao

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adolescente, ao idoso, às minorias étnicas e ao consumidor;d) outros interesses individuais indisponíveis, homogêneos, sociais, difusos e coletivos;"

Desse modo, resta demonstrada a legitimidade ativa do Ministério Público Federal para propositura da presente ação que objetiva tutelar os direitos à liberdade de expressão artística e ao livre exercício de cultos religiosos.

V – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

V.1 - DA LIBERDADE ARTÍSTICA

A Constituição Federal estabelece no art. 5º, inciso IX, que:

"Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;".Extrai-se do dispositivo em tela ser direito fundamental a liberdade de

expressão da atividade artística a ser tutelado pelo Estado sob duas formas, de forma negativa (proibição de interferência) e positiva (mediante o fomento da atividade cultural).

Corroborando essa afirmação, estabelece o art. 215 da Constituição Federal: "O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais".

Com efeito, ao impedir que as pessoas cantem hinos, louvores e outros cânticos em seus segmentos religiosos e de crenças por não estarem inscritos em determinado Conselho Profissional consuma-se grave atentado à livre manifestação artística. E, na realidade, se verifica a existência de grandes músicos sem nenhum conhecimento teórico ou formação acadêmica.

A respeito da atuação da OMB e da exigência da inscrição em seus quadros, recentemente o Tribunal Regional Federal da 3ª Região, no julgamento da Apelação Cível já mencionada, decidiu no seguinte sentido:

"DIREITO PROCESSUAL CIVIL. DEFESA PRELIMINAR. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEI Nº 3.857/60. ARTIGOS 16, 17, 18 E 28. ORDEM DOS MÚSICOS DO BRASIL. EXIGÊNCIA DE REGISTRO. EXERCÍCIO DA ATIVIDADE. ALCANCE DA LEI DE REGÊNCIA. VIOLAÇÃO A DIREITO.Não se conhece de agravo convertido em retido, quando deixa o interessado de reiterar o seu exame em razões ou contra-razões de apelação.Rejeição das preliminares argüidas: a de ilegitimidade passiva da UNIÃO porque a Lei nº 3.857/60 expressamente prevê a sujeição de músicos à inscrição em órgão do Ministério da Educação, como

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condição para o exercício da profissão, a revelar que existe, sim, interesse jurídico, legalmente reconhecido, do ente político na causa, em que se pretende questionar a validade de tal exigência; a de ilegitimidade ativa para a ação civil pública porque, conforme consta da jurisprudência da Suprema Corte, o Ministério Público Federal pode e deve defender interesses ou direitos individuais homogêneos, com amparo no artigo 129, II, da Constituição Federal, "quando impregnados de relevante natureza social" (RE-AgR nº 472.489, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJe de 28-08-2008), como ocorre, no caso dos autos, em que se discute o direito ao exercício de atividade profissional e os limites válidos da restrição legalmente fixada; e a de inadequação da via eleita, tanto porque não se veda o exame de questão constitucional com efeitos concretos em ação civil pública, como é possível, no âmbito da ação proposta, o exame da pretensão deduzida, fixando-se os limites materiais da restrição a partir da própria Lei nº 3.857/60, considerada a sua finalidade. A Lei nº 3.857/60 não exige o registro na OMB de todo e qualquer músico para o exercício da profissão, mas apenas dos que estão sujeitos à formação acadêmica sob controle e fiscalização do Ministério da Educação, e que atuam em áreas nas quais a aferição da habilitação técnica e formação específica seja imprescindível à atividade profissional.O músico que atua em bares, restaurantes, festas e ambientes congêneres não desempenha atividade, que exija técnica e habilitação profissional sob controle e fiscalização do órgão profissional que, cabe destacar, não tem função sindical, em prol de seus associados, mas age no interesse público de proteger a sociedade contra o exercício irregular da profissão. Não existe risco social, mesmo em abstrato, no exercício, em casos que tais, da profissão de músico por pessoa, dotada de talento, ainda que sem formação acadêmica, para efeito de justificar a exigência de escolaridade própria, registro profissional e controle da atividade pela OMB, como pretendido, à revelia do espírito e da finalidade da própria Lei nº 3.857/60."(TRF-3ª Região. Terceira Turma, AC 2005.61.15.001047-2. Rel. DES. CARLOS MUTA. Decisão: 1º/10/2009. Publicação DJ: 13/10/2009)

Confira-se, também, o seguinte julgado sobre o direito à livre expressão da atividade artística:

"ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. MÚSICOS DE BANDA. APRESENTAÇÃO. ORDEM DOS MÚSICOS DO BRASIL. INSCRIÇÃO. LEI Nº 3.857/60. NÃO EXIGÊNCIA. I. Não obstante haver previsão legal a amparar a exigência de inscrição de músicos, bem como a obrigatoriedade do porte da carteira de músico, para o exercício da profissão, a aplicação fática desta regra jurídica deve ostentar harmonia com as normas e princípios constitucionais vigentes. II. Consiste em direito constitucionalmente assegurado a liberdade de pensamento, artística, de criação, informação, sendo vedada a censura prévia. A atividade musical, como expressão da arte que é, não pode ser cerceada a pretexto de alegada irregularidade,

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mormente por aquele a quem por lei, incumbe a defesa e garantia dos direitos. III. A exigência de registro, por parte da entidade fiscalizatória, daqueles que, músicos, atuem em atividades específicas, como o magistério (ensino superior), o posto de maestro, dentre outras funções para as quais a diplomação superior é imprescindível, afigura-se proporcional e razoável, sendo esta, indubitavelmente, a correta interpretação na sistemática constitucional, da lei nº 3.857/60, que cria a Ordem dos Músicos do Brasil e dispõe sobre a regulamentação do exercício da profissão de músico. IV. No caso dos autos, em sendo os Apelantes músicos que se apresentam publicamente, em relação aos quais não se exige qualificação técnica ou formação acadêmica, não se obriga aos mesmos, a inscrição profissional na Ordem dos Músicos do Brasil." - destaque nosso(TRF-2ª Região. Sétima Turma Especializada, AMS - 70650. Rel. DES. SERGIO SCHWAITZER. Decisão: 05/03/2008. Publicação DJ: 26/03/2008)

Desse modo, não pode a OMB cercear ou interferir o exercício da atividade musical (verdadeira arte) exercida no âmbito dos diversos segmentos religiosos, sob pena de amesquinhamento ao direito fundamental ora tutelado.

V.2 - DA LIBERDADE DE CULTO RELIGIOSO

Existe, também, outro direito fundamental de igual envergadura que está sendo violado, qual seja, o referente à liberdade de culto religioso. Confiram-se os preceitos constitucionais sobre o assunto:

"Art. 5º (...)VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;"

"Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;"

De igual modo, vale a pena transcrever trecho da sentença copiada às fl. 93:

"Ainda que assim não fosse, mesmo que analisando o caso sob a ótica estritamente infraconstitucional, informa a impetrante que as apresentações musicais que ocorrem em suas instalações têm exclusivamente finalidade religiosa e são realizadas por voluntários, e não por músicos profissionais, e sem nenhuma exploração de atividade econômica, de modo que não se trata de exercício de atividade profissional de músico, prevista no artigo 16 da Lei 3.857/1960, o que afasta a sujeição dessas apresentações da competência fiscalizatória da Ordem dos Músicos do Brasil, nos termos da alínea "c" do artigo 14

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dessa lei.Outro aspecto importantíssimo a considerar, ainda sob a ótica dos direitos constitucionais individuais fundamentais, diz respeito à impossibilidade de imposição de qualquer obstáculo ao livre exercício de cultos religiosos, nos termos do inciso VI do artigo 5º da Constituição do Brasil: "é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias". Condicionar a liturgia ao registro na Ordem dos Advogados do Brasil viola claramente a liberdade de culto religioso."

Confira-se, também, o seguinte entendimento jurisprudencial acerca do tema tratado:

"CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CURSOS DE NATUREZA RELIGIOSA. AUTORIZAÇÃO DO ESTADO. DESNECESSIDADE. 1. O ART. 5º, VI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ESTABELECE A LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA, PREVENDO, TAMBÉM, A LIBERDADE DE EXERCÍCIO DOS CULTOS RELIGIOSOS. 2. A REFERIDA PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL ALBERGA A FORMAÇÃO DE LÍDERES RELIGIOSOS ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA, PARA A QUAL NÃO DEVE HAVER A INGERÊNCIA ESTATAL, DESDE QUE NÃO SE INSIRA NO TERCEIRO GRAU. 3. OS CURSOS DE NATUREZA SECULAR NECESSITAM DE REGULAR AUTORIZAÇÃO GOVERNAMENTAL, NOS TERMOS DA LEI. 4. AGRAVO PARCIALMENTE PROVIDO." - destaque nosso(TRF-5ª Região. Quinta Turma, AG - 46777. Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ ALBERTO GURGEL DE FARIA. Decisão: 12/06/2004. Publicação DJ: 11/08/2004)

Frise-se que a prática fiscalizatória ora combatida pode até mesmo configurar crime de abuso de autoridade, conforme estabelecido no art. 3º da Lei nº 4.898/6516.

Desse modo, verifica-se que a ré não pode, de forma alguma, interromper ou embaraçar as atividades musicais referentes à profissão de fé, sob pena de total menoscabo ao direito do livre exercício de culto religioso.

VI - DA TUTELA ANTECIPADA

O objeto da presente ação é buscar a condenação do Conselho Federal da OMB, nas obrigações de não-fazer consistente em se abster de, em todo território nacional, (1) praticar qualquer ato tendente a impedir ou atrapalhar a realização de eventos musicais e religiosos nos templos, igrejas e ambientes congêneres, (2) bem como de aplicar multas, mediante a exigência de inscrição dos membros dessas instituições religiosas nesse Conselho Profissional.

Porém, para que o provimento jurisdicional possua utilidade e efetividade, presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, além da verossimilhança da 16 "Art. 3º Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: (...) e) ao livre exercício do culto religioso;"

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alegação e o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, necessária a concessão de tutela antecipada, nos termos do que dispõe o art. 273 do Código de Processo Civil.

O instituto da tutela antecipada trata-se da realização imediata do direito, já que dá ao autor o bem por ele pleiteado. Dessa forma, desde que presentes a prova inequívoca e a verossimilhança da alegação, a prestação jurisdicional será adiantada sempre que haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. No caso em tela, os requisitos exigidos pelo diploma processual para o deferimento da tutela antecipada encontram-se devidamente preenchidos. Além disto, a existência do fumus boni iuris mostra-se clara, patenteado na fundamentação supra, em que se demonstra o flagrante descumprimento de normas constitucionais que asseguram o direito à liberdade artística e ao livre exercício do culto religioso.

Frise-se, Excelência, se tratar de coibição à violação a dois direitos fundamentais de grande envergadura.

A urgência, ou periculum in mora salta aos olhos. Primeiro porque o réu confirma que está procedendo a fiscalizações e autuações nos templos e igrejas, conforme informado às fls. 123/133.

Além disso, se a situação de ilegalidade continuar sendo praticada pelo réu, os direitos tutelados nesta ação continuarão sendo lesados. Ainda, exigirá dos lesados novas movimentações da estrutura judiciária mediante a propositura de outras ações, tal como o mandado de segurança copiado às fls. 08/11.

Assim, presentes os requisitos necessários à concessão da tutela antecipada, requer o Ministério Público Federal, com espeque no art. 12 da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, o seu deferimento, inaudita altera parte, com a cominação de multa para caso de descumprimento da decisão liminar, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para cada prática irregular, para o efeito de impor ao Conselho Federal da OMB, as obrigações de não-fazer consistentes em se abster de, em todo território nacional, (1) praticar qualquer ato tendente a impedir ou atrapalhar a realização de eventos musicais e religiosos nos templos, igrejas e ambientes congêneres, (2) bem como de aplicar multas, mediante a exigência de inscrição dos membros dessas instituições religiosas nesse Conselho Profissional.

VII - DOS PEDIDOS

Depois de apreciada e se espera concedida a tutela antecipada requerida, ao final, requer o Ministério Público Federal seja julgado procedente o pedido da presente ação, para o fim de condenar o Conselho Federal da OMB nas obrigações de não-fazer consistentes em se abster de, em todo território nacional, (1) praticar qualquer ato tendente a impedir ou atrapalhar a realização de eventos musicais e religiosos nos templos, igrejas e ambientes congêneres, (2) bem como de aplicar multas, mediante a exigência de inscrição dos membros dessas instituições religiosas nesse Conselho Profissional.

Outrossim, nos termos dos arts. 21 da LACP e 93, inciso II, do Código

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de Defesa do Consumidor, requer que a decisão proferida produza efeitos em âmbito nacional (Nesse sentido: TRF-3º: AC 868738, Rel. Juiz DAVID DINIZ, julgado em 29/07/2008, DJ 20/08/200817).

Requer ainda:

a) a citação do réu para que responda a presente ação, sob pena de serem aplicados os efeitos da revelia;

b) a condenação, em caso de descumprimento das obrigações contidas no provimento final, com fulcro no art. 11, da Lei n° 7.347/85, em multa a ser fixada pelo prudente arbítrio desse MM. Juízo Federal, para o qual se sugere o valor de R$ 10.000,00 (mil reais) para cada prática irregular;

c) a dispensa do pagamento das custas, emolumentos e outros encargos, em vista do disposto no art. 18, da Lei n° 7.347/85;

d) embora já tenha apresentado o Ministério Público Federal prova pré-constituída do alegado, protesta, outrossim, pela produção de prova documental, testemunhal, pericial e, até mesmo, inspeção judicial, que se fizerem necessárias ao pleno conhecimento dos fatos, inclusive no transcurso do contraditório que se vier a formar com a apresentação de contestação; e e) a condenação da ré nos eventuais ônus de sucumbência cabíveis.

Atribui-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Termos em que,pede deferimento.

São Paulo, 30 de agosto de 2010.

JEFFERSON APARECIDO DIASProcurador Regional dos Direitos do Cidadão

17 "III - Os efeitos da sentença em ação civil pública têm seu alcance segundo a extensão do dano verificado, podendo ter abrangência nacional, regional ou local. No caso vertente, o objeto da ação envolve indivíduos domiciliados em todo o território nacional, de modo que os efeitos da sentença deverão ter abrangência nacional. O art. 16 da Lei n. 7.347/85, com redação dada pelo art. 1º da Lei n. 9.494/97 não limitou os efeitos da decisão ao local correspondente à competência territorial do órgão prolator, porquanto não se confunde a discussão de mérito que possui eficácia erga omnes, atingindo todos aqueles que se encontram na situação descrita na inicial, com questão referente a critérios de fixação de competência, que é a matéria efetivamente tratada pelo aludido dispositivo legal."

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA __ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO (SP)

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, pelo Procurador Regional dos Direitos do Cidadão que esta subscreve, no exercício das suas atribuições constitucionais e legais, com fulcro nos arts. 127, caput, 129, inciso III, 203, inciso I, da Constituição Federal, no art. 31 da Lei nº 8.742/1993, e no art. 6º, inciso VII, alíneas “a” e “c”, e XII da Lei Complementar nº 75/1993 propor a presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICAcom pedido liminar,

em face da

UNIÃO, pessoa jurídica de direito público, a qual poderá ser citada na Rua da Consolação nº 1875, 3º ao 5º andar, Cerqueira César, São Paulo (SP) e;

ESTADO DE SÃO PAULO, pessoa jurídica de direito público, representado pela Procuradoria Geral do Estado, na Rua Pamplona, nº 227, Jardim Paulista, São Paulo (SP), pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos.

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DO OBJETO DA AÇÃO

A presente ação tem por escopo a proteção dos direitos à vida, à saúde e à dignidade humana de todas as crianças e adolescentes portadores de diabetes mellitus no Estado de São Paulo, por meio da obtenção de decisão judicial que obrigue o Estado de São Paulo e a União a fornecerem insulina Glargina, agulhas com 05 (cinco) milímetros de comprimento e canetas aplicadoras de insulina.

DOS FATOS

Chegou ao conhecimento da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, por meio de representação ofertada pela Organização Não-Governamental “Pró-Crianças e Jovens Diabéticos”, que alguns medicamentos e insumos necessários para o tratamento da diabetes em crianças e adolescentes encontram-se insuficientes ou ausentes no âmbito do Sistema Único de Saúde de São Paulo.

Visando melhores informações, foi instaurado o Inquérito Civil nº 1.34.001.008914/2009-11, que segue em anexo, com o escopo de apurar possíveis irregularidades quanto ao fornecimento de insumos e medicamentos pelos Entes Federados responsáveis.

Oficiada, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos informou, em síntese, às fls. 28/30:

1) A insulina Asparte corresponde à insulina Bolus e sua função é limitar a hiperglicemia após as refeições; esta insulina não é disponibilizada pelo SUS, sendo que o órgão dispõe da insulina Regular, que apresenta uma ação rápida e um tempo de ação curto. Informa ainda que a insulina Asparte tem sua ação mais rápida, porém seu tempo de ação é mais curto em relação à insulina Regular;

2) A insulina Glargina corresponde à insulina Basal, que tem a função de suprimir a produção de glicose entre as refeições e à noite. Esta insulina também não é fornecida pelo SUS, sendo que a insulina disponibilizada por este órgão é a NPH, que possui início de ação rápida e tempo de duração intermediário. A insulina Glargina também apresenta ação rápida, mas seu tempo de duração é longo (maior que 24 horas). Informa ainda que duas doses da insulina NPH equivalem a uma dose da insulina Glargina e;

3) A Lei nº 11.347/06 determina o fornecimento de forma gratuita, através do SUS, dos medicamentos e materiais necessários à aplicação e monitoramento aos portadores de diabetes, sendo que ao Ministério da Saúde cabe o fornecimento desses medicamentos e materiais, e aos Municípios, aos Estados e ao Distrito Federal, o fornecimento dos insumos complementares, conforme disposto na Portaria nº 3.237/07.

Já a Secretaria de Estado da Saúde, em resposta a ofício, informou, em síntese, que tem atendido adequadamente os portadores de diabetes (fls. 35/37).

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Visando elucidar possíveis dúvidas quanto ao tamanho das agulhas disponibilizadas pelo SUS e ao fornecimento de canetas aplicadoras de insulina, foi enviado novo ofício à Secretaria de Estado da Saúde (fl. 63), a qual informou que as agulhas fornecidas variam entre 8 (oito) e 12 (doze) milímetros de comprimento, dependendo da prescrição médica, bem como informou que, quando demonstrada real necessidade de saúde, a Secretaria fornece medicamentos e insumos não padronizados pelo Ministério da Saúde, as canetas inclusive (fls. 74/76).

De acordo com informações extraídas do site “Brasil Diabetes” (fl. 78), ao usar uma agulha longa, acima de 8 milímetros de comprimento, em crianças e adolescentes magros, a insulina pode ser aplicada no músculo, causando hipoglicemia logo após a aplicação, resultando em suores, tremedeiras, tontura, sensação de fraqueza, bem como hiperglicemia tardia, além de sangramento e dor.

Ocorre que todas as crianças, ainda que sejam bebês, e adolescentes do Estado de São Paulo estão sendo obrigados a fazer suas aplicações de insulina através de seringas acopladas a agulhas longas, fato este que prejudica a convivência desse grupo de pessoas com a doença que os acometem, além de contribuir para maiores complicações, como os exemplos citados acima.

Diante disso, não existe outra alternativa senão socorrer-se ao Poder Judiciário a fim de alcançar a devida proteção legal às crianças e adolescentes que se encontram nas condições supracitadas, para que tenham seus direitos efetivamente garantidos com o fornecimento de insulina Glargina, agulhas curtas e canetas aplicadoras de insulina.

DOS ASPECTOS TÉCNICOS

A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, sendo que esse hormônio é necessário para que a glicose chegue até as células e seja transformada em energia para o corpo. O diabetes, por sua vez, causa a destruição ou a diminuição na produção da insulina, ou a diminuição na capacidade de regularizar o metabolismo do açúcar, ou ainda, uma resistência à ação da insulina pelo organismo.

De acordo com informações do “Caderno de Atenção Básica” nº 16, do Ministério da Saúde, existem três tipos mais frequentes de diabetes: o diabetes do tipo I (ou diabetes mellitus), o diabetes do tipo II e o diabetes gestacional.

O tratamento, no caso do diabetes mellitus, é feito com a reposição da insulina destruída e, por ser a insulina uma proteína, não deve ser tomada via oral, pois assim seria rapidamente destruída, ou seja, é necessário que a insulina seja aplicada através de agulhas, por injeções ou canetas aplicadoras.

Em crianças e adolescentes é mais comum o surgimento do diabetes mellitus, sendo necessário o início imediato de aplicações de injeções de insulina nesses pacientes. A quantidade de injeções aplicadas varia entre 1 (uma) e 4 (quatro) por dia.

Uma pessoa portadora de diabetes precisa fazer o tratamento adequado para que possa levar sua vida de maneira saudável, sem maiores complicações, já que, se não for tratada, a doença pode causar diversas consequências, como, por exemplo, problemas na visão, no coração, cegueira, infecções, amputações e até mesmo um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

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Conforme aduzido nos fatos, o Estado, apesar de oferecer o tratamento para o controle do diabetes, tem se restringido a fornecer as insulinas Regular e NPH, bem como as seringas acopladas a agulhas que variam entre 8 (oito) e 12 (doze) milímetros de comprimento.

No entanto duas doses da insulina NPH equivalem a uma dose da insulina Glargina e, em relação às seringas e agulhas compridas, tais insumos não são suficientes para proporcionar às crianças e aos adolescentes uma maior autonomia no tratamento da doença, bem como não atendem por completo as necessidades de obtenção de uma melhor qualidade de vida para esses doentes, conforme demonstrado acima.

Importante destacar que a dieta alimentar das pessoas portadoras de diabetes mellitus precisa ser controlada à risca, o que torna a vida de uma criança ainda mais complicada, pois, não bastasse ter uma doença tão séria e perigosa, ainda são obrigadas a abdicar de balas, chocolates e demais guloseimas preferidas pelo paladar infantil.

Deste modo, fica evidente que tratar o diabetes mellitus é uma tarefa árdua para os seus portadores, principalmente quando estes são crianças e adolescentes, já que precisam se adaptar a uma dieta alimentar diferenciada, bem como a aplicações diárias de insulina. Essa realidade torna-se ainda mais lamentável quando o portador de diabetes é um recém-nascido, ou um bebê de poucos meses de idade, pois, assim como os demais portadores da doença, ele também precisa de aplicações diárias de insulina.

No caso específico destes autos, conforme informado pela Secretaria de Estado da Saúde, a agulha fornecida pelo SUS para a aplicação de insulina pode ser de 8 (oito) ou 12 (doze) milímetros de comprimento. Porém, o tamanho de agulha recomendado pela ONG “Pró-Crianças e Jovens Diabéticos” é de 5 (cinco) à 8 (oito) milímetros, no máximo, sendo que para bebês, crianças e adolescentes magros é mais adequada a agulha de 5 (cinco) milímetros, dada a fragilidade da estrutura corpórea deles.

Assim, essa ausência ou insuficiência de insumos necessários para uma melhor qualidade de vida das crianças fere o princípio constitucional do direito à vida e à dignidade humana, pois diante de tal fato, os menores nas condições informadas deixam de receber agulhas curtas e canetas aplicadoras de insulina devido a conclusão precipitada de que basta ao Estado propiciar a sobrevivência das crianças e adolescentes portadores de diabetes, sem, contudo, preocupar-se com a qualidade de vida que levam.

Conforme informado pelo próprio Ministério da Saúde, por sua Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, a insulina Glargina tem tempo de duração maior que a insulina NPH, distribuída pelo SUS, sendo que o seu fornecimento proporcionará menor sofrimento para crianças e adolescentes insulino-dependentes, em virtude da menor quantidade de aplicações.

O fornecimento de agulhas curtas para crianças e adolescentes com diabetes evitará a ocorrência de danos aos organismos destes, uma vez que a utilização de agulhas longas no tratamento do diabetes pode levar à aplicação da insulina em local diverso do recomendado, conforme já demonstrado.

Além das agulhas curtas, o uso das canetas aplicadoras de insulina ajudará na convivência das crianças e adolescentes com o diabetes, já que são menos dolorosas, proporcionam maior autonomia e causam menor impacto emocional que as

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seringas, tão temidas pelas crianças.

Importante destacar que a procedência da presente ação garantirá o respeito à dignidade humana de milhares de crianças e adolescentes portadores de uma doença grave, se adotarmos o conceito pelo qual dignidade humana é o acesso igualitário aos bens necessários para uma vida digna, conforme leciona Joaquín Herrera Flores3, pois, no presente caso, o acesso a melhores condições de manutenção da saúde, que é um bem imprescindível para uma vida digna de ser vivida, está previamente diminuído, uma vez que o SUS disponibiliza apenas as insulinas Regular e NPH, esta última com o tempo de ação bem menor que a insulina Glargina, agulhas de 8 (oito) e 12 (doze) milímetros de comprimento para aplicação de insulina, e, em relação às canetas aplicadoras, apenas as disponibilizam quando receitadas pelo médico como extremamente necessária.

DO DIREITO

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, ideal comum a ser alcançado por todos os povos e nações, proclama em seu art. III o direito à vida como um dos direitos fundamentais da pessoa humana.

“Art. III. Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.” - destaque nosso.

Seguindo os passos traçados na Declaração Universal, a Constituição Federal do Brasil em seu art. 5º, “caput”, alocado no Título nominado “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”, tutela, entre outros, o direito à vida, declarando a sua inviolabilidade.

“Art. 5º Todos são iguais perante à lei, sem qualquer distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:” - destaque nosso.

O direito à vida é o mais fundamental entre todos os direitos, pois nenhuma valia teriam estes se aquele não fosse garantido ao ser humano. Além do mais, toda a gama de normas jurídicas constitucionais tem como finalidade máxima a realização plena do direito à vida.

Acerca do direito constitucional à vida, leciona André Ramos Tavares (in Curso de Direito Constitucional – São Paulo: Ed. Saraiva, 2006, pág. 491):

“É o mais básico de todos os direitos, no sentido de que surge como verdadeiro pré-requisito da existência dos demais direitos consagrados constitucionalmente. É, por isto, o direito humano mais sagrado. O conteúdo do direito à vida assume duas vertentes. Traduz-se, em

3“Entenda-se por dignidade não o simples acesso aos bens, mas que tal acesso seja igualitário e não esteja hierarquizado “a priori” por processos de divisão do fazer que coloquem alguns, na hora de ter acesso aos bens, em posições privilegiadas, e outros em situação de opressão e subordinação. Mas, cuidado! Falar de dignidade humana não implica fazê-lo a partir de um conceito ideal ou abstrato. A dignidade é um fim material. Trata-se de um objetivo que se concretiza no acesso igualitário e generalizado aos bens que fazem com que a vida seja “digna” de ser vivida.” HERRERA FLORES, Joaquín. A Reinvenção dos direitos humanos. Florianópolis : IDHID : Fundação Boiteux, 2009, p. 31.

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primeiro lugar, no direito de permanecer existente, e, em segundo lugar, no direito a um adequado nível de vida.”

O direito à vida deve ser interpretado de forma ampla, não apenas como garantia de existência orgânica do ser humano, mas acima de tudo como garantia de uma vida plena e digna, principalmente quando se tratam de crianças e adolescentes, pois são ampla e prioritariamente protegidos pela legislação brasileira.

Sobre os direitos da criança e do adolescente, a Constituição Federal dispõe:

“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” - destaque nosso.

Ainda, o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA prevê em seu art. 3º que “a criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana”, sendo-lhes garantidas “todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade”.

Além disso, o art. 7º dispõe:

“Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.”

Dessa forma, os direitos das crianças e dos adolescentes são colocados à frente de todos os demais direitos pela própria Constituição Federal, que estabelece total prioridade a eles.

Visando concretizar o mandamento constitucional, o legislador estabeleceu preceitos que tutelam e garantem o direito à saúde. Nesse sentido, a Lei nº 8.212/91 dispõe que:

“Art. 1º A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social.(...)

Art. 2º A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.Parágrafo único. As atividades de saúde são de relevância pública e

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sua organização obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes:a) acesso universal e igualitário;b) provimento das ações e serviços através de rede regionalizada e hierarquizada, integrados em sistema único;c) descentralização, com direção única em cada esfera de governo;” - destaque nosso.

A Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, estabelece:

“Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.(...)Art. 4°. O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das funções mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde – SUS.” - destaque nosso.

O art. 7.° da citada lei estabelece que as ações e serviços públicos que integram o SUS serão desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198, da CF, obedecendo, ainda, aos seguintes princípios:

“Art. 7° (...)I – universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;II - integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo de serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;III – preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;IV – igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; (...)XI – conjugação de recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na prestação de serviços de assistência à saúde da população” - destaque nosso.

Verifica-se, dessarte, que a própria norma disciplinadora do SUS elenca como princípio a integralidade de assistência, definindo-a como um conjunto articulado e contínuo de serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema.

Por sua vez, o § 2º, do art. 1º, da Lei nº 11.347/06, que dispõe sobre a

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distribuição de medicamentos e materiais necessários para o tratamento de diabetes, regulamenta:

“Art. 1º Os portadores de diabetes receberão, gratuitamente, do Sistema Único de Saúde - SUS, os medicamentos necessários para o tratamento de sua condição e os materiais necessários à sua aplicação e à monitoração da glicemia capilar.§ 1º O Poder Executivo, por meio do Ministério da Saúde, selecionará os medicamentos e materiais de que trata o caput, com vistas a orientar sua aquisição pelos gestores do SUS.§ 2º A seleção a que se refere o § 1º deverá ser revista e republicada anualmente ou sempre que se fizer necessário, para se adequar ao conhecimento científico atualizado e à disponibilidade de novos medicamentos, tecnologias e produtos no mercado. - destaque nosso.[...]”

A Lei nº 10.782/2001 dispõe o que segue:

“Artigo 1º - O Sistema Único de Saúde - SUS prestará atenção integral à pessoa portadora de diabetes em todas as suas formas assim como dos problemas de saúde a ele relacionados, tendo como diretrizes:I - a universalidade, a integralidade, a eqüidade, a descentralização e a participação da sociedade na definição e no controle das ações e dos serviços de saúde, nos termos da Constituição Federal, da Constituição Estadual e do Código de Saúde do Estado de São Paulo e suas leis reguladoras;II - a ênfase nas ações coletivas e preventivas, na promoção da saúde e qualidade de vida, na multidisciplinaridade e no trabalho intersetorial em equipe;[...]V - o direito à medicação e aos instrumentos e materiais de auto-aplicação e auto-controle, visando a maior autonomia possível por parte do usuário.[...]” - destaque nosso.

Ainda, a Portaria nº 2.583/07, que define os insumos e medicamentos que deverão ser disponibilizados pelo SUS, dispõe em seu art. 3º, inciso III:

“Art. 3º Os usuários portadores de diabetes mellitus insulinodependentes devem estar inscritos nos Programas de Educação para Diabéticos, promovidos pelas unidades de saúde do SUS, executados conforme descrito:[...]III – as ações devem ter como objetivos o desenvolvimento da autonomia para o autocuidado, a construção de habilidades e o desenvolvimento de atitudes que conduzam à contínua melhoria do controle sobre a doença, objetivando o progressivo aumento da qualidade de vida e a redução das complicações do diabetes mellitus.”- Destaque nosso.

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Não há dúvida, pois, quanto ao dever do Poder Público de fornecer os medicamentos para o tratamento de toda e qualquer enfermidade dos cidadãos, em especial no caso de medicamentos e insumos que melhorem a qualidade de vida de crianças e adolescentes portadores de diabetes, porque não há como, limitando-se ao texto constitucional, estabelecer que a obrigação de fornecer medicamentos está adstrita à medicação básica, sem contudo levar em consideração as condições de vida destas pessoas.

Esse fato demonstra a real necessidade de se oferecer a insulina Glargina, que possibilita uma menor quantidade de aplicações diárias, além de agulhas mais curtas às crianças e adolescentes diabéticas, a fim de se evitar sofrimento no momento da aplicação, bem como fornecer as canetas aplicadoras de insulina, que permite o resgate da autonomia no tratamento da doença, já que, na maioria dos casos, a aplicação de insulina por meio de seringas precisa ser feita pelos pais ou responsáveis. Assim, o fornecimento do medicamento e dos insumos em questão permitirá uma melhor adaptação física e psicológica dessas crianças e adolescentes e uma melhor aceitação da doença, assegurando a qualidade de vida desse grupo específico de pessoas e evitando o distanciamento da vida social.

Vejamos o que se extrai de julgados recentes dos Tribunais:

“DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO ADMINISTRATIVO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. UNIÃO FEDERAL. FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO. LEGITIMIDADE. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. DIABETES TIPO 1. FAMÍLIA QUE NÃO DISPÕE DE CONDIÇÕES FINANCEIRAS PARA OFERECER À CRIANÇA DOENTE OS CUIDADOS NECESSÁRIOS. DIREITO À SAÚDE. DIREITO À VIDA. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. ARTIGO 196 E SEGUINTES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LEI Nº 8.080/90. 1. Tanto a União Federal quanto a Fazenda do Estado de São Paulo são partes legítimas para integrarem o pólo passivo da demanda em face da responsabilidade solidária dos entes federativos que compõe o Sistema Único de Saúde - SUS, podendo, em razão disso, quaisquer deles integrar referida posição processual na demanda em que se pretende o fornecimento de medicamentos ou de tratamento médico. 2. Quanto ao mérito da causa, trata-se a autora de pessoa menor impúbere, com onze anos de idade, portadora de diabetes infantil do tipo 1, tornando-se dependente de insulina, fitas de glicosímetro para controle da glicemia, e demais medicamentos de custo elevado, além de necessitar de uma alimentação especial, baseada em alimentos naturais e dietéticos, também onerosos. 3. Com efeito, restou provado, por meio de documentos e de laudo técnico, que a autora necessita de medicamentos especiais e onerosos para manter a sua saúde, sendo certo que tais remédios demandam condição financeira que a sua família não ostenta. 4. Ora, a ordem social erigida pela Constituição Federal de 1988 tem como objetivo o bem-estar de todos, encontrando fundamento no sumo princípio da dignidade humana, decorrendo daí a preocupação do legislador constituinte originário em dispor que a saúde é direito de todos e dever do Estado (art. 196) e, com relação à criança e ao adolescente, ordena, de forma incisiva, no artigo 227, que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, dentre outros, o direito à

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vida, à saúde. 5. Anote-se que além de o direito à vida e à saúde encontrarem-se capitulados entre os direitos fundamentais do homem, foi editada a Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. 6. Assim, tais diretrizes ganharam força e operatividade com a vigência do referido diploma legal, assegurando, pois, o acesso igualitário e universal aos serviços de saúde, bem como à integralidade da assistência, dispondo a lei que a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício (art. 2º), sendo objetivo do Sistema Único de Saúde, entre outros, a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas (art. 5º, III), além de prever que está incluída no campo de atuação do SUS a execução de ações de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica (art. 6º, I, d). 7. Ora, se é dever da família, da sociedade e do Estado, garantir à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida e à saúde, no caso em tela, não dispondo a família da apelada de meios para fazê-lo, compete à sociedade e ao Estado a viabilização dos recursos para garantir a referida proteção. Frise-se, o comando constitucional assevera que se trata de dever que goza de absoluta prioridade, não podendo a Administração descurar quando instada a oferecer meios adequados e razoáveis, segundo a necessidade e as circunstâncias do caso concreto. 8. Cabe registrar, ainda, que o artigo 1º, da Lei Paulista 10.782/2001 prevê que "O Sistema Único de Saúde - SUS prestará atenção integral à pessoa portadora de diabetes em todas as suas formas assim como dos problemas de saúde a ele relacionados, tendo como diretrizes (art. 1º): a universalidade, a integralidade, a equidade, a descentralização e a participação da sociedade na definição e no controle das ações e dos serviços de saúde, nos termos da Constituição Federal, da Constituição Estadual e do Código de Saúde do Estado de São Paulo e suas leis reguladoras (inc. I); bem como o direito à medicação e aos instrumentos e materiais de auto-aplicação e autocontrole,visando a maior autonomia possível por parte do usuário (inciso V). [...](TRF 3ª Região – Terceira Turma – Apelação Cível nº 1477812/SP, Relator: Juiz Convocado Valdeci dos Santos, Data do Julgamento: 19/07/2010) – destaque nosso.

Com base no acima exposto, resta cristalino o dever da União e do Estado de São Paulo consubstanciado no fornecimento dos medicamentos e insumos necessários ao adequado tratamento do diabetes em crianças e adolescentes, quais sejam a insulina Glargina, as agulhas curtas (5 mm) e as canetas aplicadoras de insulina, uma vez que proporcionarão uma melhor qualidade de vida à coletividade alvo da tutela jurisdicional visada na presente ação, pois tratam-se de cidadãos protegidos prioritariamente pela ordem constitucional e a legislação brasileira.

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DA LEGITIMIDADE PASSIVA DOS RÉUS

A legitimidade passiva dos réus União e Estado de São Paulo decorre, inicialmente, da Constituição Federal:

“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

A Lei nº 8.080/90, por sua vez, disciplina a organização, direção e gestão do SUS, nos seguintes moldes:

“Art. 9o - A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do artigo 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente” - destaque nosso.

Depreende-se, destarte, que o SUS ramifica-se, sem, contudo, perder sua unicidade, de modo que de qualquer de seus gestores podem/devem ser exigidas as “ações e serviços” necessários à promoção, proteção e recuperação da saúde pública.

Da jurisprudência, por seu turno, sobre o dever constitucionalmente imposto a cada um dos entes federativos de garantir e promover a saúde, extrai-se do Egrégio Supremo Tribunal Federal:

“O preceito do artigo 196 da Carta da República, de eficácia imediata, revela que ‘a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação’. A referência, contida no preceito, a ‘Estado’ mostra-se abrangente, a alcançar a União Federal, os Estados propriamente ditos, o Distrito Federal e os Municípios. Tanto é assim que, relativamente ao Sistema Único de Saúde, diz-se do financiamento, nos termos do artigo n° 195, com recursos do orçamento, da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. Já o caput do artigo informa, como diretriz, a descentralização das ações e serviços públicos de saúde que devem integrar rede regionalizada e hierarquizada, com direção única em cada esfera de governo. Não bastasse o parâmetro constitucional de eficácia imediata, considerada a natureza, em si, da atividade, afigura-se-me como fato incontroverso, porquanto registrada, no acórdão recorrido, a existência de lei no sentido da obrigatoriedade de se fornecer os medicamentos excepcionais, como são os concernentes à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA/AIDS), às pessoas carentes. O município de Porto alegre surge

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com responsabilidade prevista em diplomas específicos, ou seja, os convênios celebrados no sentido da implantação do Sistema Único de Saúde, devendo receber, para tanto, verbas do Estado. Por outro lado, como bem assinalado no acórdão, a falta de regulamentação municipal para o custeio da distribuição não impede fique assentada a responsabilidade do Município. Decreto visando-a não poderá reduzir, em si, o direito assegurado em lei. Reclamam –se do Estado (gênero) as atividades que lhe são precípuas, nos campos da educação, da saúde e da segurança pública, cobertos, em si, em termos de receita, pelos próprios impostos pagos pelos cidadãos. É hora de atentar-se para o objetivo maior do próprio Estado, ou seja, proporcionar vida gregária segura e com o mínimo de conforto suficiente para atender ao valor maior atinente à preservação da dignidade do homem.(...)” (Voto do Min. Marco Aurélio, proferido no RE 271.286-8-RS) – destaque nosso.

Os demandados, portanto, como integrantes e gestores do SUS, figuram como partes passivas legítimas, uma vez que a decisão postulada projetará efeitos diretos sobre suas respectivas esferas jurídicas.

DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

O objeto da presente ação é buscar a tutela jurisdicional para que os réus, União e Estado de São Paulo, sejam condenados a fornecerem a insulina Glargina e os insumos necessários ao tratamento médico estabelecido para crianças e adolescentes portadores de diabetes mellitus, quais sejam as agulhas curtas de 5 (cinco) milímetros de comprimento e as canetas aplicadoras de insulina, que deles necessitem e não tenham condições de comprá-los, devendo o Poder Público garantir os meios necessários e menos dolorosos para o tratamento da doença, haja vista que a simples situação de menores impúberes já os tornam amplamente protegidos pela legislação devido a fragilidade física e psicológica dessas pessoas.

Porém, para que o provimento jurisdicional possua utilidade e efetividade, presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, além da verossimilhança da alegação e o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, necessária a concessão de tutela antecipada para compelir os réus a fornecerem a insulina Glargina, bem como as agulhas curtas e as canetas aplicadoras de forma gratuita a fim de prosseguir com os tratamentos indicados pelos respectivos médicos.

O art. 273 do Código de Processo Civil, possibilita a antecipação dos efeitos da tutela pretendida no pleito inicial:

“Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:I – haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ouII – fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.”

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Sobre o tema em tela, os ilustres processualistas Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart aduzem:

“A tutela antecipatória pode ser concedida no curso do processo de conhecimento, constituindo verdadeira arma contra os males que podem ser acarretados pelo tempo do processo, sendo viável não apenas para evitar um dano irreparável ou de difícil reparação (art. 273, I, CPC), mas também para que o tempo do processo seja distribuído entre as partes litigantes na proporção da evidência do direito do autor e da fragilidade da defesa do réu (art. 273, II e § 6º, CPC).Em última análise, é correto dizer que a técnica antecipatória visa apenas a distribuir o ônus do tempo do processo. É preciso que os operadores do direito compreendam a importância do novo instituto e o usem de forma adequada. Não há motivos para timidez no seu uso, pois o remédio surgiu para eliminar um mal que já está instalado, uma vez que o tempo do processo sempre prejudicou o autor que tem razão. É necessário que o juiz compreenda que não pode haver efetividade sem riscos. A tutela antecipatória permite perceber que não só a ação (o agir, a antecipação) que pode causar prejuízo, mas também a omissão.” (in “Manual do Processo de Conhecimento”, pág. 234, 3.ª edição, Editora Revista dos Tribunais).

Por conseguinte, trata-se o instituto da tutela antecipada da realização imediata do direito, já que dá ao autor o bem por ele pleiteado. Dessa forma, desde que presentes a prova inequívoca e a verossimilhança da alegação, a prestação jurisdicional será adiantada sempre que haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.

Araken de Assis, em sua obra “Aspectos Polêmicos da Antecipação de Tutela”, Editora Revista dos Tribunais, pág. 30, assevera que “a verossimilhança exigida no dispositivo se cinge ao juízo de simples plausibilidade do direito alegado em relação à parte adversa. Isso significa que o juiz proverá com base em cognição sumária”.

Assim, o juízo de verossimilhança reside num juízo de probabilidade, resultante da análise dos motivos que lhe são favoráveis e dos que lhe são desfavoráveis. Se os motivos favoráveis são superiores aos desfavoráveis, o juízo de probabilidade aumenta.

Nessa esteira, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria Andrade Nery, em seu monumental Código de Processo Civil Comentado, comenta:

“3. Antecipação da tutela. Pelo CPC 273 e 461, §3º, com a redação dada pela L 8952/94, aplicáveis à ACP (LACP 19), o juiz pode conceder a antecipação da tutela de mérito, de cunho satisfativo, sempre que presentes os pressupostos legais. A tutela antecipatória pode ser concedida quer nas ações de conhecimento, cautelares e de execução, inclusive de obrigação de fazer. V. comente. CPC 273, 461, §3º e CDC 84, §3º” (3.ª edição, revista e ampliada, Revista dos Tribunais, 1997, pág. 1.149).

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No caso em tela, os requisitos exigidos pelo diploma processual para o deferimento da tutela antecipada encontram-se devidamente preenchidos.

Além disto, a existência do fumus boni iuris mostra-se clara, patenteado na fundamentação supra, em que se demonstra o descumprimento de princípios constitucionais e legais.

A urgência, ou periculum in mora, consiste no fato das crianças e adolescentes ficarem privados dos meios que necessitam para garantir, além da saúde e da vida, o seu direito de uma vida digna.

Cabe ressaltar que o valor dispensado com os medicamentos e com os insumos é irrisório frente aos recursos anuais destinados a União e ao Estado de São Paulo, além de acarretar benefícios excepcionais à saúde e ao bem-estar das crianças e adolescentes que deles necessitarem.

Assim, presentes os requisitos necessários à concessão da tutela antecipada, requer o Ministério Público Federal, com espeque no art. 12 da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, o seu deferimento, inaudita altera parte, sob pena de multa diária para caso de descumprimento da decisão liminar, no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), a cada um dos requeridos, para o fim de determinar que o SUS forneça, gratuitamente, no prazo máximo de 15 (quinze) dias a contar da respectiva solicitação, as agulhas de 5 (cinco) milímetros de comprimento e as canetas aplicadoras de insulina, bem como a insulina Glargina para todas as crianças e adolescentes que, sem ter condições de adquiri-los, deles necessitem para garantir suas vidas e saúde.

DO PEDIDO

Ante todo o exposto, o Ministério Público Federal vem requerer a Vossa Excelência:

a) a citação dos réus para, querendo, responderem a presente ação, sob pena de revelia;

b) a confirmação/ratificação, por sentença de mérito, do pedido de antecipação de tutela;

c) a dispensa do pagamento das custas, emolumentos e outros encargos, em vista do disposto no artigo 18, da Lei n° 7.347/85;

d) a condenação, em caso de descumprimento das obrigações contidas no provimento final, com fulcro no art. 11, da Lei n° 7.347/85, em multa diária a ser fixada pelo prudente arbítrio desse MM. Juízo Federal.

e) embora já tenha apresentado o Ministério Público Federal prova pré-constituída do alegado, protesta, outrossim, pela produção de prova documental, testemunhal, pericial e, até mesmo, inspeção judicial, que se fizerem necessárias ao pleno conhecimento dos fatos, inclusive no transcurso do contraditório que se vier a formar com a apresentação de contestação.

f) a condenação dos réus nos eventuais ônus de sucumbência cabíveis.

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Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais).

Termos em que,pede deferimento.

Marília, 09 de setembro de 2010.

JEFFERSON APARECIDO DIASProcurador Regional dos Direitos do Cidadão

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, pelo Procurador Regional dos Direitos do Cidadão infra signatário, comparece perante Vossa Excelência para, com fundamento no art. 129, III, da Constituição Federal de 1988, art. 6º, VII, b, da Lei Complementar nº 75/93 e art. 1º, V, da Lei nº 7.347/85, propor a presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

em face da EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – EBCT, CNPJ nº 34.028.316/0001-03, empresa pública prestadora do serviço postal por outorga legal, a qual pode ser citada na Diretoria Regional dos Correios São Paulo Metropolitana, na Rua Mergentales, nº 592 – 23º andar – Bloco II, CEP 05311-900, São Paulo/SP, pelas razões de fato e direito que passo a expor:

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I - DO OBJETO DA AÇÃO

A presente ação tem por objeto a condenação da EBCT na obrigação de fazer consistente em repassar ao Fundo Nacional Antidrogas - FUNAD todos os valores recebidos a título de tarifa postal, quando não houver a efetiva prestação do serviço postal em decorrência da apreensão de drogas. Por consequência, deve ficar a empresa autorizada a descontar o valor do serviço efetivamente realizado.

II – DA FUNDAMENTAÇÃO FÁTICA

Instaurou-se, por meio da Portaria nº 194, de 18 de março de 2010, na Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão de São Paulo, o Inquérito Civil nº 1.34.001.004007/2010-37, em anexo, a fim de apurar a destinação dada às tarifas pagas aos Correios pelos remetentes de drogas após a apreensão dessas por parte dos órgãos fiscalizadores no Estado de São Paulo.

Verifica-se que é prática recorrente adotada pela EBCT a retenção de todos os valores recebidos a título de tarifa postal nos casos de apreensão de entorpecentes enviados pela via postal.

Instada sobre a questão, a empresa-ré alegou que “a tarifa postal paga pelo remetente de correspondências tem a finalidade de custear as despesas da empresa” (fl. 21).

Outrossim, aduz que independentemente de ter tido dispêndio com o envio de encomenda, os valores são retidos, sendo devidos, pois o serviço só não fora concluído por culpa exclusiva do usuário que utilizou indevidamente o serviço postal ao enviar drogas.

Alegou que, por se tratar de conduta tipificada, não se poderia falar em perdimento em favor da União, conforme o art. 60 da Lei nº 11.343/2006, uma vez que o valor não se configura como instrumento de crime ou proveito auferido com a prática delituosa (fls. 21/22).

A empresa-ré informa que seu posicionamento tem respaldo judicial, conforme a decisão procedente proferida em sede de Mandado de Segurança (nº 2009.03.00.028667-0) impetrado em face do MM. Juiz da 10ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária de São Paulo.

Por fim, a empresa-ré sustenta que “os valores das tarifas pagas pelos remetentes de drogas por correspondências, constituem tarifa pública, instituída por lei, […] para o custeio, expansão e melhoramento dos serviços postais sendo essenciais à sua continuidade.” (fl. 23).

Indagada, a Polícia Federal de São Paulo informou, em resumo, que (fl. 40):

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"a fiscalização em correspondências no Centro de Distribuição dos Correios é realizada por Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil que compõem Equipe de Despacho Aduaneiro nos Correios, da Inspetoria da Receita Federal em São Paulo.Uma vez identificada uma correspondência suspeita, os servidores lavram o chamado Termo de Apreensão de Substâncias Entorpecentes e Drogas Afins, ou simplesmente TASEDA."

A Superintendência da Receita Federal em São Paulo inquirida sobre os fatos, informou ter efetuado no ano de 2009, 887 (oitocentos e oitenta e sete) apreensões de objetos a serem exportados, os quais continham substâncias entorpecentes, conforme planilha anexada às fls. 45/58.

Oficiada à 10ª Vara Federal Criminal de São Paulo, esta informou o procedimento adotado por aquele Juízo em casos análogos (fls. 64/66):

"Acolhida a promoção ministerial de arquivamento dos inquéritos policiais, é decretado o perdimento do valor pago para a remessa postal, em favor do FUNAD, nos termos do art. 63, §1º, da Lei nº 11.343/2006, bem como é determinado que se oficie à empresa responsável pela postagem, para que efetue o recolhimento devido, ficando autorizado o desconto do valor do serviço efetivamente realizado, devendo esta encaminhar o respectivo comprovante de depósito ao Juízo.Havendo recusa por parte da empresa em efetuar o recolhimento do valor devido em favor do FUNAD, é determinada a expedição de ofício visando à comunicação do fato à Advocacia Geral da União, para adoção das providências cabíveis."

Diante dos fatos, da quantia envolvida e do posicionamento defendido pela EBCT, não resta alternativa a esse Ministério Público Federal senão socorrer-se ao Poder Judiciário, a fim de obter o devido provimento jurisdicional para que seja assegurada a correta aplicação da Constituição Federal e da lei no que concerne à destinação dos recursos ao FUNAD para a prevenção do uso indevido de drogas, a atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito.

III - DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL

O art. 21, X, da Constituição Federal, enuncia que compete à União “manter o serviço postal e o correio aéreo nacional.”.

Contudo, o serviço postal é exercido pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – EBCT que o exerce sob outorga legal da União, consoante o art. 2º, da Lei nº 6.538/78 “O serviço postal e o serviço de telegrama são explorados pela União, através de empresa pública vinculada ao Ministério das Comunicações”.

Verifica-se, pois, que a ré é uma empresa pública federal. Desse modo, o art. 109, I, da Constituição Federal dispõe que compete à Justiça Federal julgar "I

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- as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;" (g.n)

Assim, figurando a EBCT no polo passivo, uma vez que se trata de empresa pública federal, cabe a atuação do Ministério Público Federal e, portanto, a competência para o processamento e julgamento da demanda é da Justiça Federal.

IV - DA LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

A Constituição Federal atribui ao Ministério Público a função institucional de promover a ação civil pública para a proteção de interesses difusos e coletivos, inclusive no que diz respeito às medidas que visem garantir o efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados na Constituição (art. 129, II e III).

Nesse sentido, a Lei Complementar nº 75, de 20 de maio de 1993, estabelece que é função institucional do Ministério Público da União defender os interesses sociais e os interesses individuais indisponíveis (art. 5º, I), bem como zelar pelo patrimônio público e social (art. 5º, III, “b”), promovendo a ação civil pública para a proteção destes direitos (art. 6º, VII, “b”).

Ainda, a Lei nº 11.343/2006 dispõe acerca do Sistema Nacional sobre Políticas Públicas sobre Drogas assegurando em seu art. 4º princípios como: “I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade;” e “III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados;”.

Outrossim, o mesmo diploma legal traça em seu art. 5º objetivos a serem perseguidos como: “I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;”.

Conforme o disposto no art. 63 da Lei nº 11.343/06, os valores ou bens apreendidos que estejam relacionados às práticas tipificadas na Lei de Tóxicos devem ser perdidos em favor da União para sua posterior destinação ao Fundo Nacional Antidrogas.

Sabe-se que o tráfico de entorpecentes constitui um mal que assola a sociedade, haja vista dar sustentáculo ao vício às drogas, levando o ser humano à condições degradantes, indignas, as quais prejudicam toda a sociedade, pois o vício incontrolável resulta na destruição das relações sociais e familiares. Além disso, o tráfico de drogas dá subsídio à expansão de outras práticas criminosas, tais como lavagem de capitais, contrabando, extorsão etc.

Portanto, os objetos e valores apreendidos, uma vez perdidos em favor da União, serão revertidos ao FUNAD onde serão usados para a prevenção do uso

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indevido de drogas, a atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito, sendo que todas essas finalidades relacionam-se diretamente com o respeito à dignidade da pessoa humana, pois serão revertidos em programas que visem a recuperação dos dependentes químicos, reinserindo-os na sociedade, bem como cumprem alguns dos objetivos da República, quais sejam, a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais (art. 3º, inciso III, da CRFB).

Ademais, tutela-se o patrimônio público, visto que os valores apreendidos devem ser destinados ao FUNAD e não serem revertidos à EBCT a título de tarifa postal. Do contrário haverá um prejuízo ao patrimônio público e à sociedade que deixará de receber quantias as quais serão usadas em programas sociais.

Diante de todo o exposto, resta justificada a legitimidade ativa desse Parquet Federal ante a função de preservar a dignidade da pessoa humana, garantindo programas que combatam o uso de drogas no país, bem como seja dada destinação dos valores arrecadados pela EBCT ao FUNAD, a fim de investir-se em programas sociais.

V - DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA RÉ

A EBCT tem legitimidade passiva para figurar nessa demanda, em razão de ser a responsável pelo serviço postal no país, sendo que as condutas criminosas de remessa de entorpecentes são praticadas mediante o uso da via postal.

Dessa forma, a empresa-ré retém os valores pagos a título de tarifa postal pelos remetentes de drogas, deixando de repassar ao FUNAD, sob pretexto de que a tarifa cobrirá as despesas com a utilização do serviço, independentemente da encomenda ser entorpecente ou não e ter sido entregue ou não.

Ante o exposto, está demonstrada a legitimidade passiva da ré na presente demanda.

VI – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

a)Da natureza dos valores

Em primeiro lugar, cabe mencionar que os valores cobrados pela EBCT para postagem e envio de encomendas tem natureza jurídica de preço público, visto que decorrem da relação contratual entre o ente público ou quem lhe faça as vezes e o particular que paga pela prestação de um serviço.

No entendimento de Rodrigo Costa Barbosa: “O preço público e a tarifa são a remuneração paga pelo usuário por utilizar um serviço público divisível e específico, regido pelo regime contratual de direito público. É a contraprestação pecuniária”.18

18 BARBOSA, Rodrigo Costa, Taxa, Tarifa e Preço Público: distinção e aplicabilidade prática.Disponível em http://www.juspodivm.com.br/i/a/%7BA359D605-2221-45F9-A18E-

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Portanto, como a EBCT exerce o serviço postal, sob outorga legal da União, lhe é reservado o direito de cobrar do particular a realização do referido serviço, consoante os arts. 32 e 33, § 1º, da Lei nº 6.538/78.

b) Envio de entorpecentes ao exterior

No caso em comento, o serviço postal é utilizado com a única finalidade de remeter entorpecentes ao exterior, conforme se verifica pela lista da Receita Federal de fls. 45/58.

A conduta “exportar” constitui um dos 18 (dezoito) verbos-núcleo do tipo que compõem o crime de tráfico de entorpecentes, previsto no art. 33, “caput”, da Lei nº 11.343/06. Assim, ao tentar enviar a encomenda ao exterior o agente consuma o delito, o que permite a prisão em flagrante pelos agentes policiais (art. 302, do Código Processo Penal).

c)Da não prestação do serviço postal

Segundo as normas que regem os negócios jurídicos, o serviço postal como tal, será válido quando estiverem presentes os requisitos essenciais elencados no art. 104 do Código Civil, ou seja, deve o agente ser capaz, o objeto ser lícito, possível e determinado ou determinável e a forma não ser prescrita ou defesa em lei.

O envio de entorpecentes pela via postal, de plano, acarreta a nulidade da prestação de serviço postal, uma vez que o objeto é ilícito (entorpecentes) e essa conduta é vedada em lei, já que constitui crime (art. 33, “caput”, Lei nº 11.343/06).

Além disso, o serviço postal para ser efetivo deve observar a regra do art. 7º da Lei nº 6.538/78 - recebimento, expedição, transporte e entrega – ou seja, somente quando a encomenda é entregue no seu destino o serviço terá sido prestado e, consequentemente, o valor da tarifa será devido à EBCT.

Dessa forma, a apreensão de drogas na encomenda enviada acarreta a interrupção do respectivo serviço, conforme se observa dos seguintes dispositivos da Lei nº 6.538/78:

"Art. 10º - Não constitui violação de sigilo da correspondência postal a abertura de carta:(...)III - que apresente indícios de conter valor não declarado, objeto ou substância de expedição, uso ou entrega proibidos;IV - que deva ser inutilizada, na forma prevista em regulamento, em virtude de impossibilidade de sua entrega e restituição.Parágrafo único - Nos casos dos incisos II e III a abertura será feita obrigatoriamente na presença do remetente ou do destinatário.(...)

B6DB73DE6B68%7D_7.pdf. Acesso em 31 de maio de 2010, às 15h01.117

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Art. 13º - Não é aceito nem entregue:(...)III - cocaína, ópio, morfina, demais estupefacientes e outras substâncias de uso proibido; (...)IX - objeto cuja circulação no País, exportação ou importação, estejam proibidos por ato de autoridade competente.§ 1º - A infringência a qualquer dos dispositivos de que trata este artigo acarretará a apreensão ou retenção do objeto, conforme disposto em regulamento, sem prejuízo das sanções penais cabíveis."

Não obstante, os fatos trazidos à baila mostram que a fiscalização e consequente apreensão por parte da Receita Federal do Brasil e da Polícia Federal ocorre no momento da postagem, ou logo após ela. O que permite dizer, sem dúvidas, que o serviço postal não chega sequer a ser prestado.

d)Do enriquecimento ilícito

O art. 884 e seguintes do Código Civil tratam do instituto do enriquecimento ilícito que consiste no acréscimo ao patrimônio de alguém com o consequente empobrecimento de outrem, sem que entre as ações haja o nexo de causalidade.

De acordo com Dicionário Jurídico da Academia Brasileira de Letras Jurídicas, enriquecimento ilícito é "o acréscimo de bens que, em detrimento de outrem, se verificou no patrimônio de alguém, sem que para isso tenha havido fundamento jurídico".19

Assim, verifica-se um acréscimo ao patrimônio da EBCT, haja vista receber os valores pagos a título de tarifa postal, mesmo não prestando o respectivo serviço e, concomitantemente, um prejuízo da União (FUNAD), que realiza a fiscalização das correspondências, por meio da Polícia Federal e da Receita Federal.

Cabe mencionar que o serviço postal caracteriza-se como um contrato de transporte, desse modo o art. 750 do Código Civil é expresso: “A responsabilidade do transportador, limitada ao valor constante do conhecimento, começa no momento em que ele, ou seus prepostos, recebem a coisa; termina quando é entregue ao destinatário, ou depositada em juízo, se aquele não for encontrado”.

Nesse sentido, observa-se que não pode a EBCT apoderar-se do valor integral das tarifas, sob pena de enriquecimento ilícito, haja vista não ter realizado o serviço postal até o seu exaurimento.

19 SIDOU, J. M. Othon. Dicionário Jurídico: Academia Brasileira de Letras Jurídicas. 4. Ed. – Rio de Janeiro : Forense Universitária, 1997.

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Portanto, a União (FUNAD) é a legítima destinatária dos valores ante a competência que a Lei de Tóxicos lhe deu para adquirir a propriedade dos bens, valores e objetos usados nas práticas criminosas.

Aponta-se que a quantia revertida aos cofres da EBCT é significativa, tendo em vista o dado supracitado das apreensões da Superintendência da Receita Federal em São Paulo acerca das 887 apreensões realizadas no ano de 2009.

f)Do perdimento em favor da União e da destinação ao FUNAD

Por força do aludido art. 63 da Lei nº 11.343/06, o Juiz, em sentença de mérito, decidirá sobre o perdimento em favor da União dos produtos, bens ou valores apreendidos, sequestrado ou declarado indisponível, em razão da prática de crimes, devendo os mesmos, consoante o § 1º desse artigo, após a decretação do perdimento serem revertidos diretamente ao FUNAD.

Frise-se que tal disposição normativa tem fundamento constitucional expresso. Confira-se o teor do art. 243, parágrafo único, da Constituição Federal:

"Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias."

Desse modo, os valores com os quais são pagos a tarifa postal, decorrentes de crime previsto na Lei nº 11.343/06, nos casos em que o serviço postal não se completou, não são devidos à EBCT, sob pena de enriquecimento ilícito.

Esses valores devem ser perdidos em favor da União para que possam ser destinados ao FUNAD, a fim de cumprir com o programa de Política Nacional Antidrogas, permitindo a prevenção de drogas, a reinserção de usuários de drogas na sociedade, bem como o combate ao tráfico e crimes correlatos, de acordo como art. 64, da mesma Lei.

Neste sentido é o entendimento jurisprudencial consolidado para casos análogos (passagens aéreas):

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"PENAL. PROCESSO PENAL.TRÁFICO INTERNACIONAL DE ENTORPECENTES. CONDENAÇÃO. ARTIGO 12, "CAPUT" C.C. O ARTIGO 18, INCISO I, AMBOS DA LEI Nº 6.368/76. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. PERDÃO JUDICIAL. APELAÇÃO DA DEFESA QUE SE INSURGE CONTRA A PENA DE PERDIMENTO DE BENS E PAGAMENTO DAS CUSTAS PROCESSUAIS. PERDÃO JUDICIAL QUE NÃO AFASTA A PENA DE PERDIMENTO DE BENS E VALORES. EFEITO SECUNDÁRIO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 91, INCISO II, ALÍNEA "B", DO CÓDIGO PENAL.PRODUTOS DO CRIME. FALTA DE DEMONSTRAÇÃO DA REGULAR PROPRIEDADE DOS BENS. ISENÇÃO DAS CUSTAS PROCESSUAIS.AUSÊNCIA DE CONDIÇÕES FINANCEIRAS NÃO DEMONSTRADA. APELAÇÃO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1.A sentença recorrida condenou o acusado à pena de 04 (quatro) anos de reclusão e ao pagamento de 66 (sessenta e seis) dias-multa como incurso nas penas do artigo 12, "caput", c.c.18, inciso I, da Lei nº 6.368/76, concedendo-lhe o perdão judicial e declarando extinta a punibilidade, com fundamento no artigo 107, inciso IX, do Código Penal c.c. o artigo 13 da Lei nº 9.807/99, bem como decretou a perda, em favor da União, do valor referente à passagem aérea e do numerário apreendidos em poder do apelante e o condenou ao pagamento das custas processuais. 2. As passagens aéreas estão diretamente ligadas ao crime de tráfico, tendo em vista que esse meio de transporte seria utilizado para levar a droga ao exterior, enquanto que o numerário apreendido se destinava a cobrir as despesas que surgiriam durante a empreitada criminosa, tratando-se, pois, de instrumentos e objetos utilizados para a prática do crime, sendo de rigor a perda de perdimento.3.O apelante sequer demonstrou que os bens não são produtos do crime, porquanto não colacionou aos autos o contrato de câmbio da quantia apreendida, tampouco o comprovante de compra da passagem aérea, mas, ao revés, ao ser interrogado em Juízo, afirmou ter recebido a quantia apreendida de terceira pessoa na véspera da viagem ao exterior. 4.A sentença proferida é de natureza condenatória, ainda que concedido o perdão judicial e a perda de perdimento em favor da União do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do crime consubstancia um dos efeitos da condenação disposto no artigo 91, inciso II, alínea "b", do Código Penal. 5. Ausência de demonstração da alegada dificuldade financeira para a isenção do pagamento das custas processuais. O apelante constituiu defensor, o que sugere, na falta de prova em contrário, ter recursos para o pagamento das despesas processuais, não se podendo presumir o contrário na ausência de provas. 6. Negado provimento ao recurso."(TRF-3ª Região, Segunda Turma, ACR 31002, Rel. Des. Federal

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HENRIQUE HERKENHOFF, Decisão: 08/07/2009, Publicação: 06/08/2009, pág. 36)

"PENAL - PROCESSO PENAL - HABEAS CORPUS PREVENTIVO - PACIENTE: DIRETOR DA EMPRESA AÉREA ALITÁLIA LINEE AEREE ITALIANA - ORDEM JUDICIAL DETERMINATIVA DE DEPÓSITO DE VALOR PARCIAL DE PASSAGENS AÉREAS - AMEAÇA DE PRÁTICA DE CRIME DE DESOBEDIÊNCIA. I - O valor do trecho de passagem aérea apreendida em poder de delinquentes presos por tráfico internacional de substância entorpecente, pertence à União Federal para programas de cunho assistencial, conforme a Constituição Federal e lei reguladora ordinária. II - As passagens aéreas nestes casos são consideradas como meio utilizado para a prática do delito previsto na Lei nº 6.368/76, independentemente do tipo da passagem. Aplicação do art. 91 do CP. III - Impossibilidade, entretanto, de se estender a condenação criminal, onde foi decretado o perdimento das passagens aéreas, para compelir a terceiros, que não os condenados, a submeterem-se ipso facto, aos efeitos da condenação. IV - Necessidade de processo de execução, na órbita civil, para a cobrança dos valores correspondentes à parte não utilizáveis das passagens aéreas, munida a União Federal do título executivo judicial: a sentença condenatória. V - Ilegalidade caracterizada pela ameaça de crime de desobediência. violação do princípio constitucional do due process of law. VI - Ordem concedida, parcialmente, para desobrigar o depósito, em favor da União Federal, dos valores correspondentes aos bilheres aéreos. VII - unânime."(TRF-2ª Região, Primeira Turma, HC 9602266635, Rel. Des. Federal NEY FONSECA, Decisão: 25/09/1996, Publicação: 06/08/2009, pág. 36)

Portanto, sendo pacífico o entendimento acerca da decretação de perdimento das passagens aéreas no caso de tráfico transnacional de drogas, não existe razão para não ser decretada a mesma medida no caso das tarifas postais (ubi eadem ratio ibi idem jus).

g) Considerações finais

Verifica-se que a alegação de que os valores pagos pelo remetente de drogas devam ficar com a EBCT não merece prosperar, diante do fato que a Lei de Drogas tem normas expressas sobre a apreensão de valores e objetos que estejam relacionados à prática criminosa.

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Por fim, para que os valores pagos pudessem ser devidos à EBCT necessário se faz a total prestação do serviço postal, o que não se observa neste caso.

VII - DO PEDIDO

Ante todo o exposto, o Ministério Público Federal vem requerer a Vossa Excelência:

a) a citação da EBCT para que responda a presente ação, sob pena de serem aplicados os efeitos da revelia;

b) a intimação da União para que, querendo, manifeste interesse em ingressar no polo ativo da presente demanda;

c) condenação da EBCT na obrigação de fazer consistente em, todo o território nacional, repassar ao Fundo Nacional Antidrogas - FUNAD os valores recebidos a título de tarifa postal, quando não houver a efetiva prestação do serviço postal em decorrência da apreensão de drogas, ficando a empresa autorizada, por conseguinte, a descontar o valor do serviço efetivamente realizado;

d) a condenação, em caso de descumprimento das obrigações contidas no provimento final, com fulcro no art. 11 da Lei n° 7.347/85, em multa a ser fixada pelo prudente arbítrio desse MM. Juízo Federal, para o qual se sugere o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), para cada tarifa não repassada ao FUNAD;

e) a dispensa do pagamento das custas, emolumentos e outros encargos, em vista do disposto no art. 18 da Lei n° 7.347/85;

f) embora já tenha apresentado o Ministério Público Federal prova pré-constituída do alegado, protesta, outrossim, pela produção de prova documental, testemunhal, pericial e, até mesmo, inspeção judicial, que se fizerem necessárias ao pleno conhecimento dos fatos, inclusive no transcurso do contraditório que se vier a formar com a apresentação de contestação; e

g) a condenação da ré nos eventuais ônus de sucumbência cabíveis.

Atribui-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais).

Termos em que,pede deferimento.

Marília, 20 de setembro de 2010.

JEFFERSON APARECIDO DIASProcurador Regional dos Direitos do Cidadão

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Relação das Ações Civis Públicas

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Número Data da proposi-tura

Local Procurador Objeto Última movimentação processual

2003.61.00.026412-10026412-74.2003.4.03.6100

18/09/03 10a. Vara

Eugênia Augusta Gonzaga Favero

Marlon Alberto Weichert

SBT. Suspensão exibição Domingo Legal.

17/09 – Carga AGU. 14/09 - “Manifeste-se a União Federal, no prazo de 5 (cinco) dias. Após, venham os autos conclusos para sentença.”

2005.61.11.000327-40000327-47.2005.4.03.6111

01/02/05 9a. Vara

Jefferson Aparecido Dias

Conselho Regional de Contabilidade do Estado de SP. Não exigência de inscrição auditor fiscal da receita federal e da previdência social.

06/08 – Arquivamento dos autos. Recebimento da guia 443/2010: PACOTE: 40105

2006.61.00.015990-90015990-35.2006.4.03.6100

24/07/06 22a. Vara

Sérgio Gardenghi Suiama e

Adriana da Silva Fernandes

TV Record e União Federal. Programação Inadequada. Imagens de crianças e adolescentes.

30/07 – Arquivamentos dos autos. Recebimento da guia 487/2010: PACOTE: 106278.

2006.61.00.015992-20015992-05.2006.4.03.6100

24/07/06 19a. Vara

Sérgio Gardenghi Suiama e

Adriana da Silva Fernandes

SBT. Programação inadequada.

01/09 – Juntada petição.

27/07 - “ Suspendo o feito pelo prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da protocolização da petição (04.05.2010). Decorrido esse prazo, não havendo manifestação, voltem os autos conclusos para sentença. Int.”

2007.61.00.010459-70010459-31.2007.4.03.6100

21/05/07 14a. Vara

Sergio Gardenghi Suiama e

Fernando de Almeida Martins

União Federal/Anatel. Autorização funcionamento rádios comunitárias

15/06 – Conclusos para sentença.

2007.61.00.031449-00031449-43.2007.4.03.6100

14/11/07 10a. Vara

Inês Virgínia Prado Soares

U.Federal. Sistema Nacional de Trânsito. Suspensão atividade remunerada a condutores de veículos adaptados. Res. 80/98 do CONTRA

07/05 – Conclusos para sentença.

2008.61.00.007983-20007983-83.2008.4.03.6100

02/04/08 22a. Vara

Jefferson Aparecido Dias

Embratel . Serviços delegados a terceiros. Fornecimento prazo 24 horas dados cadastrais.

05/04- Conclusos ao relator

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Número Data da proposi-tura

Local Procurador Objeto Última movimentação processual

2008.61.00.029505-00029505-69.2008.4.03.6100

01/12/08 6a. Vara

Adriana da Silva Fernandes

TV Ômega Ltda. Entrevista ao vivo de adolescente sem aut jud. Programa Superpop.

30/08 – Juntada petição do MPF. 06/08 – Trânsito em julgado06/08 – Devolução dos autos.29/07- Carga MPF.01/07- “Vistos. Homologo por sentença a transação efetuada entre as partes, tendo em vista a petição do autor, MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, às fls. 216/218, para que se produzam os efeitos de direito, julgando EXTINTO O FEITO, COM JULGAMENTO DO MÉRITO, nos termos do artigo 269, III, do Código de Processo Civil. Custas ex lege. Oportunamente ao arquivo, observadas as formalidades legais. P.R.I.C”.

2009.61.00.012542-10012542-49.2009.4.03.6100

28/05/09 6a. Vara

Pedro Antônio de Oliveira Machado

OAB/SP. Correção recursos a tempo de realizar a segunda fase do exame.

26/01 – Conclusos à Des. Salette Nascimento

2009.61.00.016526-10016526-41.2009.4.03.6100

17/07/09 10a. Vara

Defensoria Pública da União X UF. Admissão, entrada, permanência, saída de estrangeiros. Lei 11961/09

17/09 – Juntada decisão de agravo de instrumento nº 0031531-70.20094030000.

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Número Data da proposi-tura

Local Procurador Objeto Última movimentação processual

2009.61.00.004510-30004510-55.2009.4.03.6100

16/02/09 10a. Vara

Adriana da Silva Fernandes

Conselho Federal Despachantes Documental do Brasil.

03/09 – Devolução dos autos e juntada de petição

20/08 – Carga MPF

19/08 – Juntado mandado cumprido.

18/08 – Devolução dos autos e juntada de petição.

12/08 – Carga DPU

03/08 - “Tendo em vista a decisão proferida pelo Eminente Desembargador Federal Márcio Moraes (fls. 983/986), abra-se vista dos autos ao Ministério Público Federal para se manifestar sobre a contestação do Conselho Regional dos Despachantes Documentalistas no Estado de São Paulo (fls. 989/1068), bem como para que especifique as provas que pretende produzir, no prazo de 10 (dez) dias. No mesmo prazo acima assinalado, as partes também deverão especificar as provas pretendidas, justificando a pertinência. Ante a renúncia dos advogados do Conselho Regional dos Despachantes Documentalistas no Estado de São Paulo (fls. 980/982), intime-se pessoalmente o referido órgão para ciência desta decisão, bem como para regularizar a sua representação processual, consituindo novo advogado. Int.”

2009.61.00.005800-60005800-08.2009.4.03.6100

05/03/09 9a. Vara

Adriana da Silva Fernandes

Rádio e Televisão Record S.A. e Fundação Cásper Líbero. Programas ofensivos religião Afro Brasileira

19/07 – Baixa definitiva para outro juízo.

2009.61.00.017604-00017604-70.2009.4.03.6100

31/07/09 3a. Vara

Jefferson Aparecido Dias

União Federal. Liberdade religiosa em repartições públicas.

17/09 – Intimações: HENRY SOBEL, DANIEL CHECCIO, SHEIKH TALEB, JAMIL RACHID, CARDEAL ODILIO, DANIEL SOTTOMAIOR e SAMUEL GOMES DE LIMA.

2009.61.00.017914-40017914-76.2009.4.03.6100

05/08/09 14a. Vara

Jefferson Aparecido Dias

Viação Novo Horizonte e ANTT. Estatuto do Idoso. 2 vagas gratuitas.

10/09 – Conclusos para sentença.

2009.61.00.020172-10020172-59.2009.4.03.6100

08/09/09 10 ª Vara

Jefferson Aparecido Dias

INPI e Min. Com. Ext. Registro de propriedade industrial

10/09 – Autos remetidos à Proc. Reg. Fed. da 3ª região.

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Número Data da proposi-tura

Local Procurador Objeto Última movimentação processual

2009.61.00.023133-60023133-70.2009.4.03.6100

22/10/09 3a. Vara

Jefferson Aparecido Dias

Transbrasiliana Transportes e Turismo e ANTT. Estatuto do Idoso. 2 vagas gratuitas.

02/09 - “ Ante a concordância do Autor, defiro a habilitação da ANTT como litisconsorte ativa. Encaminhem-se os autos ao SEDI para as alterações necessárias.2. À requerida Transbrasiliana para ciência dos documentos apresentados pela ANTT e para que especifique eventuais provas a serem produzidas. Nada sendo requerido em cinco dias, façam-me os autos conclusos para prolação de sentença.Int.”

2009.61.00.023505-60023505-19.2009.4.03.6100

29/10/09 7a. Vara

Jefferson Aparecido Dias

União Federal. Concurso Juiz TRT.

17/05- ARQUIVAMENTO DOS AUTOS. Recebimento da guia: 343/2010. PACOTE: 13110.

2009.61.00.024482-30024482-11.2009.4.03.6100

16/11/09 20a. Vara

Jefferson Aparecido Dias

ANS e Omint ServSaúde Ltda. Inclusão do companheiro como dependente em plano de saúde.

02/07 – Conclusos para sentença.

23/06 – Juntada petição do autor.

23/06 – “ fl.227. Vistos, em decisão. Petição do réu de fls. 223/225: Dê-se ciência ao Ministério Público Federal, do teor da petição de fls. 223/225. São Paulo, data supra. Anderson Fernandes Vieira. Juiz Federal Substituto no exercício da titularidade plena.”

2009.61.00.025857-30025857-47.2009.4.03.6100

07/12/09 Secretaria

Jefferson Aparecido Dias

CEF. Obras de acessibilidade. Dec 6949/09.

26/02 – Arquivamento dos autos. Recebimento da guia 70/2010: PACOTE: 4793.

2010.61.00.002478-30002478-43.2010.4.03.6100

05/02/10 25a. Vara

Pedro Antonio de Oliveira Machado

União Federal/CEF. Programa Minha Casa Minha Vida. acessibilidade

16/08 - BAIXA DEFINITIVA AO ARQUIVO conf. Guia n.290/2010.

0005313-04.2010.4.03.6100

10/03/10 15a. Vara

Jefferson Aparecido Dias

AACD. Luvas sintéticas sem látex. Anvisa e Inmetro

31/08 – Autos conclusos para despacho.

0006642-51.2010.4.03.6100

Ação Cautelar Preparatória

23/03/10 3a. Vara

Jefferson Aparecido Dias

Programa “BBB” - Rede Globo de Televisão . Informação destituída de caráter científico sobre as formas de contaminação pelo HIV. Prejuízo aos programas oficiais de prevenção.

16/09 - “ Assim sendo, considerando a manifestação das partes, reconheço a perda superveniente do interesse processual e JULGO EXTINTO o processo, sem julgamento do mérito, com fundamento no artigo 267, VI.Custas ex lege.Uma vez transitada em julgado esta decisão e tomadas as providências necessárias, arquivem-se os autos.Publique-se. Registre-se e Intime-se. “

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Número Data da proposi-tura

Local Procurador Objeto Última movimentação processual

0009033-76.2010.4.03.6100

22/04/10 20ª Vara

Jefferson Aparecido Dias

Penalidades Disciplinares – Ensino Superior – Serviços Administrativos. Exigência de sindicância ou de proc. adm. C/ proc legal/ contraditório/ampla defesa.

03/09 – Devolução dos autos.

12/07 – Carga AGU.

06/07 - “Vistos, em despacho. Prossiga-se, considerando a manifestação do Ministério Público Federal, às fls. 123/182. Intime-se a União, nos termos do art. 2º, da Lei nº 8.437/97.Após, voltem-me conclusos. Int.”

0018014-94.2010-4.03.6100

25/08/10 22ª Vara

Jefferson Aparecido Dias

Sistema Nacional de Trânsito - Serviços - Administrativos Regulam Uso Disposit Retenção p/ Crianças Veics Transp Colet (Res CONTRAN 277/08)

17/09 – Carga AGU.

16/09 - “...Desta forma, considerando-se as particularidades dos tipos de transportes excepcionados pela Resolução CONTRAN 277/2008, entendo pela necessidade desse prévio estudo técnico para a regulamentação da questão, em tempo necessário para tanto, evitando-se assim que a boa prestação do serviço público de transporte de passageiros possa ser comprometida, caso se determine a regulamentação ora requerida, antes da conclusão dos estudos que estão sendo efetuados. Ressalto, por fim, que em sede de audiência de conciliação, se necessário, será possível o estabelecimento de um termo de ajuste de conduta, com a finalidade de se estabelecer um prazo razoável para a conclusão da regulamentação do transporte de crianças em todos os tipos de veículos, não parecendo prudente ao juízo a fixação desse prazo sem a prévia oitiva das autoridades administrativas envolvidas. Diante do exposto, INDEFIRO O PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. Cite-se a ré. Dê-se ciência ao Ministério Público Federal.São Paulo, JOSÉ HENRIQUE PRESCENDO Juiz Federal.”

0018373-44.2010.4.03.6100

30/08/10 1ª Vara

Jefferson Aparecido Dias

Registro/Exercício profissional – Conselhos fiscais e afins – Entidafes administrativas/ Administração Pública - Administrativo Abstenção Restrição Eventos Musicias e Religiosos/Multas por Exig Reg.

14/09 – Carga MPF.

09/09 - “1- Postergo, ad cautelam, a análise do pedido de tutela para depois da vinda da contestação, porquanto necessita este juízo de maiores elementos que eventualmente, poderão ser oferecidos pela ré. 2- Cite-se.”

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Número Data da proposi-tura

Local Procurador Objeto Última movimentação processual

0018915-62.2010-4.03.6100

09/09/10 8ª Vara

Jefferson Aparecido Dias

Tratamento Médico - Hospitalar e/ou Fornecimento de Medicamentos - Saúde - Serviços - Administrativo FORNEC Gratuito Agulhas curtas/canetas/insulina glargina p/criança/adolescente Atut

23/09 – Carga MPF

17/09 – Devolução dos autos.

10/09 – Carga MPG.

10/09 – Intimação: AGU e Estado de São Paulo.

0019558-20.2010.4.03.6100

20/09/10 Jefferson Aparecido Dias

CONTRATOS/CIVIL/COMERCIAL/ECONOMICO E FINANCEIRO - CIVIL REPASSE VALS TARIFAS PAGAS PELOS REMETENTES DROGAS AO FUNAD-FUNDO NAC ANTIDROG

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Anexo 06

RELEASES DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

08/04/10 – Mutirão da Cidadania realiza 242 atendimentos na zona sul de Marília

Evento continua amanhã; CEF foi o órgão mais procurado

Um total de 242 atendimentos foram realizados pelos mais de 20 órgãos públicos que participaram do primeiro dia da 6ª edição do Mutirão da Cidadania, no bairro Nova Marília, na zona sul da cidade. O evento, organizado pela Procuradoria da República no Município de Marília e a ONG Marília Transparente, continua amanhã, a partir das 9h, na Associação dos Moradores do Núcleo Nova Marília, na rua Nair Rosílio Gutierres, 65, próximo à igreja de Santa Rita de Cássia.

O órgão público mais procurado pelos cidadãos foi a Caixa Econômica Federal, que realizou 54 atendimentos, a maioria para a emissão de CPF ou 2ª via do documento. Foi o caso do mecânico Luiz Adriano Barboza dos Santos, de 30 anos. No horário do almoço, com a roupa de trabalho, ele foi ao mutirão e saiu com o protocolo da 2ª via de seu CPF em menos de 10 minutos. “Aqui é perto do meu trabalho e foi super prático”,disse.

Em segundo lugar ficou o INSS, com 26 atendimentos. O oftalmologista Oswaldo Campanari atendeu 25 pessoas, o Hemocentro, 24 pessoas, e a Defensoria Pública do Estado, 20. Para o procurador da República Jefferson Aparecido Dias, um dos idealizadores do evento, esta é a função dos órgãos públicos: “o papel dos órgãos públicos não é a prestação de favores, mas, sim, serviços públicos de qualidade”

Desde que teve início, em maio de 2009, o Mutirão percorreu diversos bairros de Marília. No total foram realizados 2142 atendimentos e feito o cadastramento de 168 doadores de medula óssea. Uma das edições anteriores foi realizada em Garça, em parceria com a Faculdade de Ciências Jurídicas e Gerenciais de Garça (Faeg). Naquela ocasião, foram realizados 154 atendimentos.

Durante a ação, a comunidade recebe orientações sobre problemas ligados a questões previdenciárias, saúde, educação, direitos do consumidor, documentos e registros civis. O MPF, por sua vez, recebe notícias sobre esses temas, o que já pautou ações do MPF em Marília, como a que propôs o fim da cobrança pela emissão do CPF naquela região do Estado.

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Participam da edição de Nova Marília do Mutirão da Cidadania, além do MPF, o Cartório de Registro de Imóveis, o Cartório de Registro Civil, a Caixa Econômica Federal, o Ciretran, a Controladoria Geral da União, o Daem, a Delegacia da Mulher, a Defensoria Pública Estadual, o Hemocentro, o INSS, a Justiça Federal, o Ministério Público do Trabalho, a Prefeitura, o Procon, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, a Procuradoria Federal Especializada e as receitas Estadual e Federal.

Novas edições do Mutirão serão realizadas no município de Pompeia, dia 27 de abril, e São Paulo, em maio.

09/04/10 – Sexta edição do Mutirão da Cidadania bate recorde e realiza 1050 atendimentos em Marília

O mutirão atendeu moradores do bairro Nova Marília e arredores. Número cresceu devido a presença de novos parceiros, como os estudantes da Faculdade de Medicina de Marília

Um total de 1050 atendimentos foram realizados pelas 20 instituições que participaram dos dois dias de atividades da 6ª edição do Mutirão da Cidadania, no bairro Nova Marília, na zona sul da cidade.

O evento, organizado pela Procuradoria da República no Município de Marília e a ONG Marília Transparente, contou desta vez com a parceria da Faculdade de Medicina de Marília, que realizou 455 atendimentos nos dois dias de mutirão, o que contribuiu para o número recorde de atendimentos na história do evento, realizado desde maio de 2009. As estatísticas finais da faculdade foram entregues hoje à organização do evento e se somaram, enfim, ao total global.

Os cidadãos que foram até a Associação dos Moradores do Núcleo Nova Marília foram atendidos em duas frentes pelos estudantes de medicina, que realizaram 125 aferições de pressão arterial e 330 abordagens de orientação sobre DSTs e distribuição de preservativos nos dois dias de evento.

Já o órgão público mais procurado pelos cidadãos nos dois dias de mutirão foi a Caixa Econômica Federal, que realizou um total de 130 atendimentos, a maioria para atender pessoas que queriam a segunda via ou emitir o CPF. O INSS ficou em segundo lugar, prestando 74 atendimentos, a maioria sobre contagem do tempo de serviço. A Defensoria Pública Estadual atendeu 72 pessoas, seguida pela Receita Estadual, que prestou informações e orientações a 62 pessoas.

Desde que teve início, em maio de 2009, o Mutirão percorreu diversos bairros de Marília e realizou um total de 2950 atendimentos aos cidadãos. Uma das edições anteriores foi realizada em Garça, em parceria com a Faculdade de

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Ciências Jurídicas e Gerenciais de Garça (Faeg). Naquela ocasião, foram realizados 154 atendimentos.

Durante a ação, a comunidade recebe orientações sobre problemas ligados a questões previdenciárias, saúde, educação, direitos do consumidor, documentos e registros civis. O MPF, por sua vez, recebe notícias dos cidadãos sobre esses temas, o que já pautou ações do MPF em Marília, como a que propôs o fim da cobrança pela emissão do CPF naquela região do Estado.

Participaram da edição de Nova Marília do Mutirão da Cidadania, além do MPF, o Cartório de Registro de Imóveis, o Cartório de Registro Civil, a Caixa Econômica Federal, o Ciretran, a Controladoria Geral da União, o Daem, a Delegacia da Mulher, a Defensoria Pública Estadual, o Hemocentro, o INSS, a Justiça Federal, o Ministério Público do Trabalho, a Prefeitura, o Procon, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, a Procuradoria Federal Especializada, as receitas Estadual e Federal, o oftalmologista Oswaldo Campanari e a Faculdade de Medicina de Marília.

Novas edições do Mutirão serão realizadas no município de Pompeia, dia 27 de abril, e em São Paulo, em maio.

14/04/10 - MPF abre inquérito para apurar aliciamento e expatriação de jogadores de futebol

Ofício será enviado a CBF para pedir que sejam remetidos ao MPF os atos normativos que regulam transferência de jogadores, e a relação de pessoas e empresas credenciadas

A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo instaurou um Inquérito Civil Público para apurar o aliciamento ilícito de jogadores profissionais e não profissionais de futebol no Brasil para serem enviados para o exterior.

O procedimento de autoria do Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias, vai apurar informações junto a Confederação Brasileira de Futebol e ao Ministério do Esporte, que devem justificar como têm lidado com a cooptação de jogadores para envio a outros países.

O MPF tomou conhecimento do problema e recebeu documentos referentes ao assunto durante Seminário Regional sobre Tráfico de Pessoas e Exploração Sexual, realizado pela Embaixada da Suécia e o Ministério da Justiça. Durante o evento, o assunto foi abordado pelos participantes.

O MPF enviará à CBF um ofício cobrando o envio dos atos normativos da

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confederação que regulam a transferência de jogadores para fora do país, assim como a relação das pessoas e empresas que atuam neste ramo do esporte.

De acordo com o artigo 206 do Código Penal, o recrutamento de trabalhadores, mediante fraude, com o objetivo de enviá-los para outro país é crime passível de pena de 1 a 3 anos de detenção.

22/04/10 - MPF-SP move ação para que Uniban respeite processo legal em casos de expulsão

Ação pede ainda que o MEC reabra procedimento para apurar circunstâncias da expulsão da aluna Geyse Arruda e das punições aos outros alunos envolvidos no episódio do vestido rosa

O Ministério Público Federal em São Paulo ingressou hoje com uma ação civil pública contra a Universidade Bandeirantes de São Paulo (Uniban) para que a universidade respeite os princípios do devido processo legal nos casos em que entender necessária a aplicação de sanções disciplinares a seus alunos.

A ação, de autoria do Procurador Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, Jefferson Aparecido Dias, tem também como ré a União. Para o MPF, o Ministério da Educação deve fiscalizar e punir a Uniban nos casos em que a universidade não cumprir preceitos constitucionais e legais em seus processos disciplinares.

O MPF instaurou em novembro passado um procedimento para apurar as circunstâncias da sindicância que resultou na expulsão da primeiranista de Turismo Geyse Arruda, do campus São Bernardo do Campo, e em punições disciplinares a outros alunos da mesma unidade da Uniban, acusados de a ofender. Tanto a expulsão, quanto as sanções, foram revogadas logo em seguida pelo reitor da Uniban.

No dia 22 daquele mês, Geyse foi à faculdade com um vestido rosa, considerado curto por alguns alunos e alunas. Após ser alvo de gracejos por parte dos universitários, a jovem passou a ser hostilizada, ofendida e agredida moralmente por centenas de alunos, tendo que se trancar em uma sala de aula até que a Polícia Militar interviesse e a escoltasse para garantir sua integridade.

Depois do episódio, involuntariamente, Geyse tornou-se uma espécie de celebridade, com a discussão gerada pelo caso, uma vez que vários vídeos do episódio foram postados no YouTube e ganharam o mundo em poucos dias.

“A situação já se revestia de grande gravidade, mas a Uniban conseguiu piorá-la,

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ao fazer publicar, no dia 08 de novembro de 2009, nos principais jornais do Estado de São Paulo, informe publicitário no qual informava que a aluna Geyse tinha sido expulsa de seu quadro discente por suposto flagrante desrespeito aos princípios éticos, à dignidade acadêmica e à moralidade”, afirma Dias na ação.

Após a expulsão, o MPF instaurou o procedimento e tentou, por várias vezes, contatar o reitor da Uniban, Heitor Pinto Filho, a quem foram requisitadas informações, entre elas, cópia da suposta sindicância instaurada pela Uniban, que resultou na expulsão de Geyse, mas a universidade não respondeu.

DILIGÊNCIA – Diante da falta de respostas da Uniban, Dias determinou a realização de uma diligência na universidade, para obter a cópia da suposta sindicância e solicitou a abertura de investigação para apurar o crime de desobediência.

Os servidores do MPF que foram à Uniban foram recebidos pelo presidente do Conselho Jurídico da Uniban, Décio Lencioni Machado, que os entregou apenas uma cópia do regimento interno da instituição e disse que os autos da suposta sindicância estavam com o escritório de advocacia contratado para defender a faculdade.

Até hoje, o MPF não recebeu cópia da suposta sindicância e não foi possível obter qualquer prova da real existência de que tenha havido um processo disciplinar que tivesse norteado a decisão da instituição de ensino superior de expulsar Geyse e punir outros alunos.

O Ministério da Educação, ao tomar ciência dos fatos, procedeu a instauração de procedimento administrativo para apurar o ocorrido, mas após a revogação das sanções aplicadas o caso foi arquivado.

Para o MPF, isso denota que “não ocorreu a efetiva fiscalização e adoção de medidas a fim de salvaguardar os direitos constitucionais e sancionar a UNIBAN por não ter observado os princípios do devido processo legal, contraditório e ampla defesa”.

Para Dias, o fato de a Uniban ter revogado a expulsão e as demais sanções não resolve o problema, pois “ainda há a possibilidade de que a universidade expulse alunos a esmo, sem observar os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa”. Já a União, acredita o procurador, ao arquivar o procedimento omitiu-se no seu dever de buscar a estabilidade e a segurança jurídica dos estudantes do ensino superior.

A Uniban, afirma o MPF na ação, “atuou de forma manifestamente ilegal e

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inconstitucional, contrariando toda a ordem jurídica vigente. Há, assim, lesão a toda comunidade acadêmica ao suprimir direitos inerentes à pessoa humana, ferindo inclusive sua dignidade”.

Já a União, segundo Dias, ao arquivar o caso, deixa de cumprir seu papel “pois não são só os direitos de um aluno que estão em xeque, mas de toda a comunidade acadêmica que se vê prejudicada ante o cerceamento de defesa e falta de contraditório e ampla defesa”.

A ação recebeu o nº0009033-76.2010.4.03.6100

27/04/10 - MPF-Marília realiza 7º Mutirão da Cidadania na cidade de Pompéia

A Procuradoria da República no Município de Marília, em parceria com a Prefeitura de Pompéia, realiza hoje, das 10h às 18h, o 1º Mutirão da Cidadania na cidade. A ação será realizada Arena de Esportes e Eventos, na rua Presidente Eurico Gaspar Dutra, s/n

Desde que teve início, em maio de 2009, o Mutirão percorreu diversos bairros de Marília. No total foram realizados 3000 atendimentos e feito o cadastramento de mais de 170 doadores de medula óssea. Uma das edições anteriores foi realizada em Garça, em parceria com a Faculdade de Ciências Jurídicas e Gerenciais de Garça (Faeg). Naquela ocasião, foram realizados 154 atendimentos.

Durante a ação, a comunidade recebe orientações sobre problemas ligados a questões previdenciárias, saúde, educação, direitos do consumidor, documentos e registros civis. O MPF, por sua vez, recebe notícias sobre esses temas, o que já pautou ações do MPF em Marília, como a que propôs o fim da cobrança pela emissão do CPF naquela região do Estado.

Participam da edição de Pompéia do Mutirão da Cidadania, além do MPF, Cartório de Registro Civil, Caixa Econômica Federal, Defensoria Pública Estadual, INSS, OAB, Prefeitura e Procon.

11/05/10 - MPF em SP promove dia 15 de maio o 1º Mutirão da Cidadania na capital

Evento terá a participação de treze órgãos públicos e entidades civis

A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal em São Paulo, em parceria com a Rede Social Bela Vista, realiza no próximo dia 15 de maio (sábado), das 9h às 17h, o “Mutirão da Cidadania – Bela Vista”, na

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praça 14 Bis, na Bela Vista (Bixiga). O objetivo do evento é levar à comunidade prestação de serviços, sanar dúvidas e solucionar problemas relacionados aos serviços públicos ligados às questões da previdência, saúde e educação.

A proposta da iniciativa visa levar os cidadãos a terem um contato maior com os órgãos públicos e solucionar rapidamente alguns problemas. No dia de atendimento, o MPF receberá denúncias sobre atos lesivos ao patrimônio público e social, crimes federais e dará orientações sobre direitos humanos.

Além do MPF, participam do Mutirão os seguintes órgãos federais: o Ministério Público do Trabalho, a Justiça Federal, a Caixa Econômica Federal e o INSS.

No guichê da Secretaria do Estado da Fazenda, os cidadãos também terão a oportunidade de resolver problemas relativos ao IPVA, ICMS e Nota Fiscal Paulista. O Tribunal de Justiça também participará, através do Setor de Conciliação Cível, e a Defensoria Pública Estadual atenderá e orientará cidadãos.

A Secretaria de Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, por meio do Centro de Referência de Assistência Social da Bela Vista, também estará presente ao evento e disponibilizará à comunidade assessoria psicossocial, informações sobre o Bolsa Família, além de oficinas de inserção produtiva. A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente também participa.

Também está confirmada a presença da Associação da Medula Óssea (Ameo), que fará cadastramento de doadores de medula óssea. O Serviço Social da Indústria (Sesi) e a Rede Social Bela Vista prestarão serviços de saúde, lazer, esportes, alimentação, cultura e geração de renda aos cidadãos que forem ao evento.

MUTIRÕES - Os Mutirões da Cidadania tiveram início em 2009, na cidade de Marília, onde é lotado o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, Jefferson Aparecido Dias, idealizador do evento. Dias considera o Mutirão uma forma de os cidadãos conhecerem os órgãos públicos e conhecerem seus direitos, sem intermediários. "Muitos direitos, já previstos na Constituição, ainda são violados e muitas vezes as pessoas não sabem a quem recorrer", observa.

Sete edições do Mutirão da Cidadania já foram realizadas, cinco delas em Marília, uma em Garça e a sétima e última em Pompéia. A maior edição até agora foi a sexta, realizada em abril e durou dois dias. Um total de 1050 atendimentos foram realizados pelas 20 instituições que participaram do evento, realizado no bairro Nova Marília.

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A maioria das pessoas atendidas é simples, como o mecânico Luiz Adriano Barboza dos Santos, de 30 anos. No horário do almoço, com a roupa de trabalho, ele foi ao mutirão e saiu com o protocolo da 2ª via de seu CPF em menos de 10 minutos.

Na primeira edição na capital paulista, além do MPF, participam os seguintes órgãos públicos e entidades de direito privado: Ministério Público do Trabalho, Tribunal de Justiça (Setor de Conciliação Cível), Caixa Econômica Federal, Defensoria Pública Estadual, Defensoria Pública da União, INSS, Justiça Federal, Secretaria da Fazenda, 4º Cartório de Registro de Imóveis, 17º Cartório de Registro Civil, Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente e Secretaria Municipal de Assistência, Desenvolvimento Social – CRAS-Eis Bela Vista, SESI e Rede Social Bela Vista.

13/05/10 - Justiça Federal concede liminar e qualquer cidadão pode registrar patente ou marcas no Inpi

Decisão garante o livre acesso a todos os cidadãos para registrar marcas e patentes no Inpi sem exigência de habilitação especial

A juíza titular da 10ª Vara Federal Cível de São Paulo, Leila Paiva Morrison, concedeu liminar em ação civil pública movida pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, e determinou que o Instituto Nacional de Patente Industrial (Inpi) permita que todo e qualquer cidadão possa atuar junto aos seus registros de marcas e concessão de patentes, independentemente da exigência de “habilitação especial”.

O Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias, autor da ação, sustentou que a exigência do agente de propriedade intelectual, como intermediário, é ilegal, uma vez que qualquer atividade profissional deve ser regulamentada por lei. Apenas decretos e portarias regulam a atuação do agente de propriedade industrial (Decreto-Lei no 8.933/46, da Portaria nº 32/98, das Resoluções no 194/08, 195/08 e 196/08).

Em sua decisão, a magistrada ressaltou que a Constituição determina que as qualificações profissionais devem ser as que a lei exigir. “Não existem, portanto, fundamentos que possam oferecer suporte jurídico válido a qualquer espécie de produção normativa elaborada pelo Inpi com o objetivo de fixar qualificações profissionais para o exercício do ofício de agente da propriedade industrial. De modo que as Resoluções INPI nº 194/08, 195/08 e 196/08, ao estabelecerem restrições ao direito do livre exercício profissional, extrapolam, em muito, os limites da legalidade e constitucionalidade”, afirmou a juíza em sua sentença.

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Em outro trecho da decisão, a magistrada rechaça a argumentação do Inpi na qual o instituto afirma que a elaboração de um pedido de patente é cercado de detalhamentos que exigem conhecimentos técnicos."Porém, é alarmante um País carente de uma sólida base atinente à propriedade industrial, que acarreta o pagamento ao exterior de vultosas quantias em royalties, se dê ao luxo de perder patentes, sim, porque não é somente o inventor que as perde, mas o Brasil que perde. Tudo por causa de regramentos legais de caráter formal que não são suficientemente divulgados e, por essa razão, estão a dar suporte para a "criação" de uma profissão ao arrepio da lei.", ressaltou a juíza.

Até hoje, a pessoa física que desejasse registrar uma marca ou uma patente tinha três possibilidades: comparecer pessoalmente à sede do Inpi, no Rio de Janeiro, contratar um advogado, ou contratar um “agente de propriedade industrial” – profissional habilitado por meio de concurso que está sujeito a pagamento de anuidade e controle de ética profissional.

17/05/10 – 1º Mutirão da Cidadania na Capital realiza mais de 6 mil atendimentos ao público

MPF recebe denúncia de morador de rua e vai apurar não-remuneração de conta social

O 1º Mutirão da Cidadania na Capital, organizado em parceria pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal em São Paulo, em parceria com a Rede Social Bela Vista, realizou 6308 atendimentos ao público presente ao evento.

Os 11 órgãos públicos presentes: INSS, Defensoria Pública Estadual, Defensoria Pública da União, Justiça Federal, Tribunal de Justiça (conciliação), Caixa Econômica Federal, Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Cartório Civil, Cartório de Registro de Imóveis e a Secretaria da Fazenda do Estado de S. Paulo realizaram 535 atendimentos.

Os três órgãos mais procurados foram a CEF (130), cujos serviços mais pedidos foram 2ª Via de CPF e informações sobre o Feirão da Casa Própria; a Secretaria do Estado da Fazenda (124), especialmente informações sobre a Nota Fiscal Paulista; e o INSS (108).

O MPF realizou 19 atendimentos. Um dos casos já gerou a abertura de Inquérito Civil Público pelo Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias. O MPF foi procurado no evento por um morador de rua. Dono de uma conta especial Caixa Fácil há dois anos, o cidadão juntou uma pequena quantia na conta, mas apesar do saldo positivo, o valor nunca foi remunerado pelo banco.

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Após questionar a CEF sobre o assunto, o cidadão foi informado que esse tipo de conta não tem remuneração por juros ou correção monetária. Diante da informação, o morador tentou migrar sua conta Caixa Fácil para uma poupança, mas teve o pedido negado pelo banco, sob a alegação de que isso não seria possível, vez que ele não possui residência fixa, por ser morador de rua. Para Dias, é um caso claro de violação de direitos constitucionais.

A maior parte dos outros 5773 atendimentos do 1º Mutirão da Cidadania foi realizada pelo Sesi, que prestou 4231 atendimentos, divididos entre Saúde, Saúde Bucal, oficina de geração de renda e avaliação física. A Vai-Vai, que tem um trabalho social no Bixiga, onde fica sua sede, atendeu 550 pessoas. A Secretaria de Assistência Social deu 30 orientações sobre programas de transferência de renda e a Secretaria do Verde e do Meio-Ambiente distribuiu mudas de plantas e deu aulas de conscientização ambiental.

Também participaram do 1º Mutirão da Cidadania na Capital a Ameo (Associação da Medula Óssea), que cadastrou 81 doadores de medula, a Comunidade Evangélica do Bixiga, alunos da GV-Law, que divulgaram a campanha da mediação de conflitos e o Senac, que prestou orientação profissional. Foram realizadas também 49 audiometrias.

SAIBA MAIS - A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal em São Paulo realizou o 1º Mutirão da Cidadania na Capital em parceria com a Rede Social Bela Vista, no último dia 15 de maio, na praça 14 Bis, na Bela Vista (Bixiga). O evento leva à comunidade prestação de serviços, tira dúvidas e soluciona problemas relacionados aos serviços públicos participantes do evento.

Os Mutirões da Cidadania tiveram início em 2009, na cidade de Marília, onde é lotado o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, Jefferson Aparecido Dias, idealizador do evento. Dias considera o Mutirão uma forma de os cidadãos conhecerem os órgãos públicos e conhecerem seus direitos, sem intermediários. "Muitos direitos, já previstos na Constituição, ainda são violados e muitas vezes as pessoas não sabem a quem recorrer", observa.

Oito edições do Mutirão da Cidadania já foram realizadas, cinco delas em Marília, uma em Garça, outra em Pompéia e esta última na Capital, a maior realizada até agora. A próxima edição será no município de Marília, nos dias 23 e 24 de junho. Mais uma edição do Mutirão deve ser realizada na Capital no próximo semestre.

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08/06/10 - MPF instaura inquérito para apurar falhas em norma do Contran sobre o uso de cadeirinhas

O Inquérito Civil vai apurar ilegalidade na Resolução do Contran que obriga o transporte de crianças de até sete anos e meio em dispositivos de segurança e exclui alguns tipos de veículos da obrigatoriedade

O Ministério Público Federal instaurou, no último dia 31 de maio, um Inquérito Civil Público (ICP) para apurar a ilegalidade da Resolução do Conselho Nacional de Trânsito nº 277, de 28 de maio de 2008, que exclui alguns tipos de veículos da necessidade dos dispositivos de segurança para crianças com até sete anos e meio de idade.

Na Resolução do Contran, que passa a valer efetivamente no dia 9 de junho, o uso de equipamentos de segurança para transporte de crianças com até sete anos e meio de idade se tornou obrigatório em veículos de passeio, mas essas exigências não se aplicam aos veículos de transporte coletivo, aos de aluguel, aos de transporte autônomo de passageiro (táxis), aos veículos escolares e aos demais veículos com peso bruto total superior a 3,5t.

O Código de Trânsito Brasileiro estabelece que “o trânsito em condições seguras, é um direito de todos”, e que “crianças com idade inferior a dez anos devem ser transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções regulamentadas pelo Contran”.

“Essas exceções foram editadas sem qualquer razão lógica ou jurídica, e coloca em risco a vida das crianças passageiras desses veículos excluídos da obrigatoriedade do uso da cadeirinha de segurança”, explica o procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias.

O MPF cobra uma explicação do Contran sobre essas exceções fixadas na resolução no prazo de 20 dias após o recebimento do ofício. Caso as explicações não sejam convincentes, o procurador pode fazer uma recomendação para que o Contran inclua na Resolução o transporte escolar, ou até mesmo propor medidas judiciais.

Inquérito Civil Público nº 1.34.001.005339/2010-39

17/06/10 – ANS determina que planos de saúde aceitem parceiro homossexual como dependente

ANS determina que homossexuais devem ser incluídos nos planos de saúde de

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seus companheiros, reconhecendo pedido formulado em ação do MPF contra a Omint

Após a ANS publicar uma súmula na qual entende que pessoa do sexo oposto ou do mesmo sexo pode ser companheiro de beneficiário titular, o Ministério Público Federal requereu a extinção da Ação Civil Pública nº 2009.61.00.024482-3, que determinava a inclusão de companheiros homossexuais como dependentes do titular nos planos de saúde da Omint.

A ação foi protocolada no dia 16 de novembro de 2009, visando garantir direitos aos homossexuais, previstos na Constituição Federal e na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Na época, a Omint alegava que não incluía o companheiro do mesmo sexo como beneficiário dependente do titular do plano por “falta de previsão legal”.

Em dezembro de 2009, a Justiça Federal de São Paulo concedeu liminar determinando que a empresa Omint Serviços de Saúde Ltda acatasse em 60 dias as exigências contidas na ação. A decisão determinava também que a Agência Nacional de Saúde (ANS) fiscalizasse o plano Omint para que a liminar fosse cumprida no prazo estipulado.

Após a concessão da Justiça, a ANS publicou a Súmula Normativa nº 12, de 04 de maio de 2010, que entende por companheiro de beneficiário titular de plano privado de assistência à saúde, pessoa do sexo oposto ou do mesmo sexo, considerando os princípios da Constituição Federal, especialmente da igualdade, da proibição de discriminações odiosas, da dignidade da pessoa humana, da liberdade e da proteção da segurança jurídica.

“Com a publicação da súmula, que é vinculativa, e que deve ser seguida por todos os planos, verifica-se que a ANS reconheceu juridicamente o pedido formulado pelo MPF. Diante disso, o MPF requer a extinção do processo”, explica o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão no Estado de São Paulo, Jefferson Aparecido Dias, autor da ação.

14/07/10 - MPF recomenda que Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo distribua preservativos a presos

A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão apurou que não há uma política de distribuição de preservativos e material educativo sobre DST/AIDS nas unidades prisionais do Estado de São Paulo

O Ministério Público Federal, pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, recomendou à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) que tome as providências necessárias para normalizar a distribuição e

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abastecimento de preservativos e materiais educativos sobre DST/AIDS aos recolhidos das unidades prisionais sob a responsabilidade do órgão no Estado de São Paulo.

Caso não tenha atribuição para adotar as providências, a SSP deverá determinar aos delegados responsáveis pelo Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (DEMACRO), pelos Departamentos de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (DEINTER's) e pelo Departamento de Polícia Judiciária da Capital (DECAP) que procedam conforme o recomendado.

O MPF havia apurado, em Procedimento Preparatório, que não existe uma política de distribuição de preservativos e material educativo sobre DST/AIDS nas carceragens da SSP no Estado de São Paulo. Nas carceragens da SSP, a maioria localizada nas sedes dos distritos policiais, ficam os presos provisórios da Justiça Estadual. Os presos condenados, em tese, devem todos ser recolhidos em unidades da Secretaria da Administração Penitenciária.

Para o MPF, a ausência de distribuição de preservativos gera riscos à saúde e à vida dos presos, além de ameaçar os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres que realizam visitas íntimas aos detentos.

Na época do procedimento preparatório foi estabelecido um acordo para a distribuição de preservativos e material de orientação entre o Centro de Referência e Treinamento de DST/AIDS da Secretaria de Estado da Saúde e o DECAP.

Por julgar necessário acompanhar a efetiva distribuição desses materiais entre as unidades policiais vinculadas não apenas ao DECAP , mas também ao DEMACRO e aos DEINTER's, o MPF instaurou um Inquérito Civil Público.

Em resposta a um ofício encaminhado à SSP, no qual o MPF solicitava informações sobre a distribuição de preservativos e materiais educativos para os presos das unidades policiais vinculadas ao DEMACRO e aos DEINTER's, a Assessoria Prisional e órgãos da Polícia Civil do Estado informaram apenas que os materiais não são distribuídos a todas as unidades prisionais sob a responsabilidade da Secretaria.

Autor da recomendação, o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias, também recomendou que a SSP informe ao MPF, dentro de um prazo de 30 dias, as medidas adotadas para o cumprimento das referidas exigências, sob pena de serem tomadas medidas judiciais cabíveis.

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19/07/10 - MPF instaura Inquérito para apurar os riscos da substância “Bisfenol A” à saúde

Substância utilizada na produção de garrafas plásticas, mamadeiras e outros produtos de plástico é suspeita de causar doenças e já foi proibida em outros países

O Ministério Público Federal, pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, instaurou Inquérito Civil Público (ICP) para apurar os eventuais efeitos nocivos à vida e à saúde das pessoas gerados pela substância "Bisfenol A" (BPA), bem como a forma de regulamentação de seu uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Na Portaria em que foi publicada a instauração do ICP, o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias, determinou que seja solicitado à Anvisa informações sobre a regulamentação da utilização da referida substância, além de eventuais estudos existentes sobre seus aspectos nocivos.

A preocupação sobre os riscos que o BPA pode causar à saúde e à vida se sustenta em recentes pesquisas divulgadas por uma universidade norte-americana. A substância já foi proibida em outros países, como Canadá, Dinamarca e Costa Rica, e em alguns Estados norte-americanos.

Para muitos cientistas, a substância seria causadora de algumas doenças, como o câncer de mama, os distúrbios cardíacos, a obesidade e a hiperatividade. Mas a atenção é especial com as grávidas e as crianças pequenas. A substância pode prejudicar as funções endócrinas e alterar o funcionamento do hormônio feminino estrogênio.

No Brasil, o "Bisfenol A" é utilizado na produção de garrafas plásticas, mamadeiras, copos para bebês, entre outros produtos, a maioria de plástico.

19/07/10 - MPF recomenda que seja regulamentado o uso de cadeirinhas em veículos excluídos pela resolução do Contran

Contran deve estudar veículos excluídos de norma e fazer regulamentações específicas para entrarem em vigor junto com a Resolução, em setembro

O Ministério Público Federal recomendou ao diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), que preside o Contran, que regulamente de forma específica o uso de dispositivos de retenção (cadeirinhas de segurança) para crianças nos veículos excluídos da Resolução do Conselho Nacional de Trânsito nº 277, de 28 de maio de 2008, antes da data em que esse ato normativo entra

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em vigor.

Na Resolução do Contran, o uso de equipamentos de segurança para transporte de crianças com até sete anos e meio de idade se tornou obrigatório em veículos de passeio, mas essas exigências não se aplicam aos veículos de transporte coletivo, aos de aluguel, aos de transporte autônomo de passageiro (táxis), aos veículos escolares e aos demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 toneladas.

INQUÉRITO - No mês de junho, o MPF instaurou um Inquérito Cívil Público cobrando uma explicação do Contran sobre essas exceções fixadas na resolução. Em resposta, o Contran disse que estava em fase de estudo e análise específica sobre o uso de cadeirinhas nos veículos excluídos da Resolução 277.

A Resolução 277 deveria ter começado a valer no dia 9 de junho, data na qual os veículos passariam a ser fiscalizados pelos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, mas através da Deliberação Contran nº 95, de 07 de junho de 2010, a resolução começará a ser aplicada dia 1º de setembro.

O Código de Trânsito Brasileiro estabelece que “o trânsito em condições seguras, é um direito de todos”, e que “crianças com idade inferior a dez anos devem ser transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções regulamentadas pelo Contran”.

“O Contran deve fazer estudos técnicos sobre as exceções existentes em sua Resolução, antes que a mesma entre em vigor. Caso contrário, será uma afronta à isonomia e à segurança jurídica, bem como um risco à saúde e à vida das crianças transportadas nesses outros veículos”, explica o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias, responsável pelo caso.

O diretor do Denatran deve informar ao MPF até o dia 15 de agosto quais as medidas adotadas para cumprir a Recomendação.

20/07/10 - Mutirão da Cidadania do Centro leva cidadania à Cracolândia

No próximo dia 24, MPF e parceiros levam serviços públicos à população de rua e aos moradores do centro de SP; também haverá programação social e cultural

O Ministério Público Federal realiza, no próximo dia 24 de julho (sábado), o Mutirão da Cidadania do Centro, a segunda edição do Mutirão da Cidadania na cidade de São Paulo. O evento, realizado em parceria com a Rede Social Centro, acontecerá na praça Princesa Isabel, bairro de Campos Elíseos, no centro da cidade, das 14h às 21h, e será focado na população moradora de rua.

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A praça Princesa Isabel é localizada na região da Capital conhecida como Cracolândia, muito procurada também à noite por moradores de rua em busca de alimentos distribuídos por entidades assistenciais, daí o evento ser realizado à tarde e terminar à noite.

Nesta edição, assim como nas ações realizadas em Marília e na que foi realizada no bairro da Bela Vista, em São Paulo, em maio, haverá a participação de órgãos públicos com o objetivo de prestar serviços de qualidade à população paulistana. Além disso, haverá intensa programação cultural e social durante todo o evento.

Entre os serviços públicos, a novidade desta edição será o funcionamento de uma unidade móvel do Juizado Especial Federal, por meio de uma parceria celebrada entre a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, a Procuradoria da República no Estado de São Paulo, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região, o Juizado Especial Federal e o Conselho Nacional de Justiça.

Além do Juizado Especial Federal e do MPF, participam do evento o Cartório Postal, a Caixa Econômica Federal, a Defensoria Pública Estadual, a Defensoria Pública da União, o INSS e a Secretaria de Segurança Pública, que vai emitir RG´s.

Confira aqui a lista dos serviços que serão prestados pelos órgãos públicos.

Também participam e apoiam o evento a Prefeitura de São Paulo, por meio das Secretarias de Saúde, Assistência Social e Coordenação de Subprefeituras, a Cruz Vermelha Brasileira, o Sindeepres, o Conseg – SSP/SP, a Polícia Militar e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

No primeiro Mutirão da Cidadania na Capital, realizado no dia 15 de maio, foram realizados 6.308 atendimentos ao público. O objetivo desta edição é, ao menos, repetir esse número.

28/07/10 – Mutirão da Cidadania do Centro realiza 5346 atendimentos aos cidadãos

Inúmeros serviços públicos e atendimentos médicos e sociais foram prestados aos participantes, especialmente a moradores de rua

O Mutirão da Cidadania do Centro, segunda edição do Mutirão da Cidadania na Capital, voltou-se para a população de rua, especialmente a que circula pela região da Cracolândia, no centro de São Paulo. O evento ofereceu serviço

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público gratuito e atendimento médico e social aos interessados. Ao todo, foram realizados 5346 atendimentos aos cidadãos durante o evento, realizado no último sábado (24/07). Veja a estatística completa do evento aqui.

O início do evento estava marcado para as 14h, mas antes do horário previsto, a população já se aglomerava próxima às barracas dos órgãos públicos e a triagem começou a atender os cidadãos antes do horário previsto.

Estavam a disposição dos cidadãos os seguintes órgãos prestadores de serviços públicos: Ministério Público Federal, Caixa Econômica Federal, Defensoria Pública Estadual, Defensoria Pública da União, INSS, Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daudt, da Secretaria de Segurança Pública do Estado, responsável pela emissão de RGs, e a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo, que intermediará a obtenção de segundas vias de certidão de nascimento, documento fundamental para a obtenção do RG.

Na área da Cidadania, um dos destaques foram os 56 atendimentos feitos pelo Juizado Especial Federal, os quais geraram seis processos, dos quais em cinco jouve resolução, com a concessão de liminares para três pedidos de auxílio-doença e dois pedidos de benefício assistencial.

Para emitir ou obter a segunda via do RG, por exemplo, o uso da palavra mutirão foi perfeito. O IIRGD tomou as impressões digitais e fez o protocolo para o documento. As fotos 3x4 eram feitas na barraca das Defensorias Públicas, por um laboratório patrocinado pelo Hospital Sírio Libanês, e as cópias dos documentos necessárias para dar entrada no documento eram feitas no estande do Ministério Público Federal. Ao todo, o IIRGD fez 702 atendimentos.

ATENDIMENTO MÉDICO E SOCIAL - Além desses órgãos, os cidadãos também receberam atendimentos médicos e sociais, prestados pela Prefeitura de São Paulo (Secretarias da Saúde e da Assistência Social), serviços que também foram prestados por entidades privadas e filantrópicas, como a Cruz Vermelha Internacional e a Secretaria Geral de Missões.

Era possível, por exemplo, cortar o cabelo, fazer exames médicos, passar em consulta com clínico geral e dentista, receber informações sobre benefícios sociais e prevenção à saúde. Durante todo o evento, atrações musicais e artistas circenses se apresentaram no palco do evento.

O pedreiro desempregado, José Carlos da Silva, 59 anos, morador de rua, foi manter em dia seus documentos. “Vim tirar o CPF porque fui roubado e preciso manter meus documentos em dia”, disse. José não conseguia esconder a satisfação e abriu um sorriso ao ser entrevistado.

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O Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias, idealizador do Mutirão da Cidadania, realizado por seis vezes na região de Marília antes da primeira edição paulistana, disse que a ideia de focar a segunda edição nos moradores de rua partiu da Rede Social Centro, parceira desta edição.

Para Dias, “os moradores de rua não têm acesso aos seus direitos básicos, e esta edição dá uma atenção mais especial a essa população, até pelo local escolhido”, afirmou. E completou: “É importante que a pessoa obtenha esses documentos para que possa exercer sua cidadania”.

O autônomo Mário Pereira da Silva, de 71 anos, passava pela região e parou para fazer um exame de diabetes e medir a pressão na barraca da Cruz Vermelha, onde foram realizados outros 629 atendimentos como o dele. “Achei uma ideia formidável. Deveriam ter sempre encontros assim para ajudar a população carente”, afirmou.

Enquanto isso, Fabiana da Silva, 31 anos, dona de casa, convencia seus vários filhos a passarem por atendimento médico sem estardalhaço. Ela mora nos arredores, estava de passagem e resolveu aproveitar os serviços oferecidos no Mutirão. “Eu gostei que aqui você tem serviços gratuitos e ainda tira os documentos bem rápido”, disse.

Representantes de três clínicas para recuperação de dependentes de drogas participaram do evento e ofereceram vagas para moradores de rua viciados. Todas as clínicas atendem aos que manifestam vontade em se livrar do vício. Foi o caso de 33 pessoas, todas encaminhadas para clínicas de reabilitação e recuperação de dependentes químicos.

17/08/10 - MPF abre consulta pública sobre política de redução de danos para o tratamento de jovens dependentes

Em novembro de 2009 foi instaurado inquérito civil público para averiguar a adequação da estratégia adotada pelo Ministério da Saúde

O Ministério Público Federal, pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, abriu uma Consulta Pública intitulada “Política de redução de danos para tratamento de crianças e adolescentes dependentes de drogas”, com o objetivo de colher contribuições, tanto de setores especializados, quanto da sociedade em geral, sobre a eficácia da estratégia de tratamento de dependentes.

Essa estratégia foi estabelecida no item 4.3.5.3, do Anexo I, da Portaria nº 340, de 14 de julho de 2004, do Secretário de Atenção à Saúde, do Ministério da

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Saúde, e no item 3.2.12 da Resolução GSIPR/CH/CONAD nº 3, de 27 de outubro de 2005, do Conselho Nacional Antidrogas.

Entretanto, em outubro de 2008, a Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP aprovou moção de repúdio às ações de redução de danos destinadas a crianças e adolescentes dependentes. A entidade sustenta, em síntese, que essa forma de tratamento dos menores não tem eficácia científica comprovada e que, além disso, contraria todos os direitos preconizados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Tal entendimento é adotado, também, por outras instituições.

Questionado sobre o assunto, o Ministério da Saúde informou que "foi necessário ampliar as estratégias de saúde pública para o grupo de pessoas que usam drogas e não conseguem parar de usá-las" e, também, que "Ao trabalharmos com crianças e adolescentes, devemos pensar em direitos, deveres e privilégios para esse grupo de pessoas, de forma que possam usufruir das respostas sociais e de saúde que objetivem reduzir tanto o consumo de drogas quanto os danos sociais e de saúde decorrentes dos diferentes usos das diversas drogas."

Em novembro do ano passado, o MPF havia instaurado um inquérito civil público para apurar a adequação da política de redução de danos adotada pelo Ministério da Saúde no tratamento de crianças e adolescentes viciados em drogas. Agora o órgão abre consulta pública diante da divergência de posicionamentos sobre o tema.

Para dar sua contribuição à consulta pública, escreva ou envie seu material para o e-mail [email protected]. As informações também podem ser enviadas por carta para o endereço rua Peixoto Gomide, 768, São Paulo, CEP 01.409-904, com o assunto “Consulta pública – Redução de danos” escrito no envelope.

25/08/10 - MPF ajuíza ação para que Contran regulamente norma das “cadeirinhas” em vans escolares

Norma que entra em vigor em setembro exclui táxis, veículos escolares, veículos de aluguel e com peso superior a 3,5 toneladas; MPF quer, pelo menos, norma provisória e educativa até a conclusão de estudos

O Ministério Público Federal em São Paulo ajuizou ação civil pública hoje, com pedido de liminar, para que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) seja obrigado a regulamentar, ainda que de forma educativa e temporária, o uso de dispositivos de retenção para crianças ou outros mecanismos de proteção nos veículos de transporte coletivo, de aluguel, táxis, veículos escolares e demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t, excepcionados no §3º do art. 1º da

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Resolução Contran nº 277/2008.

A ação, de autoria do Procurador Regional dos Direitos do Cidadão de São Paulo, Jefferson Aparecido Dias, é o resultado do inquérito instaurado em junho para apurar a ilegalidade, por omissão, da Resolução do Conselho Nacional de Trânsito nº 277, de 28 de maio de 2008, que exclui alguns tipos de veículos da obrigatória instalação e utilização de dispositivos de segurança para crianças com até sete anos e meio de idade.

Durante a investigação, o MPF cobrou uma explicação do Contran sobre essas exceções fixadas na resolução. Em resposta, o Contran disse que estava em fase de estudo e análise específica sobre o uso de cadeirinhas nos veículos excluídos da Resolução 277. Em resposta, o órgão reconheceu, implicitamente, a omissão e disse que deixou as regulamentações para resoluções específicas futuras.

RECOMENDAÇÃO - Em julho deste ano, o MPF recomendou ao Denatran que regulamentasse de forma específica o uso das cadeirinhas para crianças nos veículos excluídos da Resolução nº 277/08 antes que a norma começasse a valer em primeiro de setembro de 2010.

Em resposta à recomendação, o Denatran apresentou a mesma resposta enviada quando solicitadas informações no curso do inquérito civil: reconheceu implicitamente a omissão e tentou justificar a ausência de normativos para uma série de veículos alegando que em futuras resoluções específicas o tema seria resolvido, mas não apresentou uma data ou cronograma para tal.

Segundo Dias, ao dispensar o uso de cadeirinhas para transporte de crianças com até sete anos e meio de idade sem nenhuma razão lógica ou jurídica, coloca-se em risco a vida das crianças passageiras nos veículos excluídos.

“Não há sentido na alegação de que não foi possível concluir os estudos para regulamentar a matéria no caso dos veículos excluídos, principalmente as vans escolares, uma vez que a norma que agora entra em vigor foi editada em 2008, ou seja, há mais de dois anos e, neste período, aparentemente nada foi feito pelo Contran para proteger a vida das crianças que fazem uso dos veículos excluídos da norma”, afirma o procurador.

“A questão regulamentada pela metade é uma afronta à segurança jurídica e à isonomia. Uma criança transportada no carro dos pais estará, em tese, segura, pois contará com a cadeirinha, mas a mesma criança transportada em uma van escolar não contará com a mesma segurança, pois o órgão responsável se omitiu”, diz Dias.

ACP nº 0018014-94.2010.4.03.6100 distribuída à 22ª Vara Federal Cível de SP

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31/08/10 - MPF pede à Justiça que Ordem dos Músicos do Brasil não interfira em atividades musicais religiosas

Fiscalização da OMB em eventos religiosos vai contra direito à livre expressão artística e ao livre exercício religioso

O Ministério Público Federal, pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, propôs uma ação civil pública, com pedido de liminar, para a Justiça condenar o Conselho Federal da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB) a não mais praticar qualquer ato, em todo o território nacional, que possa impedir ou atrapalhar a realização de eventos musicais e religiosos nos templos, igrejas e outros ambientes similares, bem como aplicar multas, mediante a exigência de inscrição dos membros dessas instituições religiosas no Conselho.

O MPF apurou a ilegalidade da fiscalização exercida pela OMB em templos e igrejas de outros cultos a partir de uma cópia dos autos do Mandado de Segurança nº 2009.61.00.018013-4, impetrado na Justiça Federal de São Paulo pela Igreja Pentecostal Deus é Amor, contra Conselho Regional da OMB no Estado de São Paulo.

Segundo consta no documento, em junho de 2009, na Sede Mundial da referida Igreja, a banda que participava dos cultos foi surpreendida por uma fiscal da OMB, que impediu, mediante uma série de ameaças, que os músicos e a orquestra amadora executassem o repertório musical. A Igreja dirigiu-se ao Conselho Regional da OMB em São Paulo e não foi autuada pela apresentação impedida pela fiscal.

No entanto, a Igreja foi novamente ameaçada de que, caso insistisse na apresentação musical em suas instalações por músicos não credenciados perante a OMB, seria obrigada a pagar multa. A Igreja ainda foi incumbida de fiscalizar se os cantores e músicos estavam ou não associados na OMB. No caso em questão, o mandado de segurança foi julgado procedente pela Justiça.

O MPF solicitou informações à OMB sobre as fiscalizações nos templos religiosas, que respondeu que as bandas que se apresentam em atos religiosos estariam promovendo shows disfarçados de atividades e ritos religiosos. A alegação confirma a acusação de que o Conselho Profissional procede com fiscalizações e autuações durante apresentações musicais em templos e igrejas, exigindo dos respectivos músicos a inscrição junto ao órgão da classe, assim como o pagamento da respectiva taxa, conforme os artigos 16 e 17 da Lei nº 3.857/1960.

Para o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão Jefferson Aparecido Dias, autor da ação, é flagrante o “descumprimento de normas constitucionais que

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asseguram o direito à liberdade artística e ao livre exercício do culto religioso”. O procurador ressalta ainda de tratar-se de uma “ Violação a dois direitos fundamentais de grande envergadura”.

O MPF também requer que, em caso de descumprimento de suas obrigações, a OMB seja multada em valor sugerido de R$10 mil reais a cada prática regular, a partir do deferimento do pedido de liminar.

AÇÃO EM 2005 - Na peça, o procurador ressalta que, em 2005, a Procuradoria da República em São Paulo moveu Ação Civil Pública contra a OMB e a União, combatendo a exigência de inscrição para a atividade de músico e a cobrança da anuidade por seus membros.

Na ocasião, a Justiça julgou procedente o pedido da ação, quando entendeu que a Lei nº 3.857/60 não exige registro do músico para o exercício de sua profissão quando as apresentações ocorrem em bares, lanchonetes, restaurantes e assemelhados, não mencionando os templos religiosos. O registro é obrigatório apenas nas áreas que se exige habilidade técnica e formação específica para a atividade profissional.

Nos casos abrangidos pela ação atual, a exigência seria abusiva. Segundo Dias, “é evidente que não se pode exigir dos músicos e pessoas que se apresentam em cultos de templos, igrejas e outros ambientes congêneres a habilitação técnica e formação específica para suas atividades”.

Para o MPF, ao impedir que as pessoas cantem hinos, louvores e outros cânticos em seus segmentos religiosos e de crenças, por não estarem inscritos em determinado Conselho Profissional, consuma-se grave atentado à livre manifestação artística e religiosa.

ACP nº 0018373-44.2010.4.03.6100, distribuído à 1ª Vara Federal Civil de SP.

10/09/10 - MPF-SP ajuiza ação para que Estado e União forneçam insumos e medicamentos menos agressivos a crianças diabéticas

Material fornecido obriga crianças a tomarem mais doses e podem causar hipoglicemia; Canetas aplicadoras e insulina Glargina permitem maior autonomia e menos sofrimento

O Ministério Público Federal em São Paulo ajuizou ação civil pública, com pedido de liminar, para que o Estado de São Paulo e a União forneçam insulina Glargina, agulhas de 05 milímetros de comprimento e canetas aplicadoras de insulina às crianças e adolescentes que necessitem e não tenham condições de comprá-los, garantindo meios necessários e menos dolorosos para o tratamento

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de diabetes mellitus.

Em 2009, o MPF instaurou um Inquérito Civil Público para apurar as possíveis irregularidades quanto ao fornecimento de insumos e medicamentos necessários para o tratamento de diabetes em crianças e adolescentes pelo Sistema Único de Saúde de São Paulo.

Apesar de oferecer tratamento para o controle de diabetes, o Estado tem se restringido a fornecer as insulinas Regular e NPH e agulhas de 8 a 12 mm e tais insumos não são suficientes para proporcionar às crianças e aos adolescentes uma maior autonomia no tratamento da doença, e tampouco, melhor qualidade de vida.

O uso da agulha longa, acima de 8 milímetros de comprimento, em crianças e adolescentes magros, pode fazer com que a insulina seja aplicada no músculo, causando hipoglicemia logo após a aplicação, resultando em suores, tremedeiras, tontura, sensação de fraqueza, bem como hiperglicemia tardia, além de sangramento e dor. O mais adequado é o uso da agulha de 5 mm, dada a fragilidade da estrutura corpórea destes pacientes.

Além das agulhas curtas, o uso das canetas aplicadoras de insulina são menos dolorosas e proporcionam maior autonomia e causam menor impacto emocional que as seringas, tão temidas pelas crianças.

O SUS dispõe da insulina NPH, que tem a função de suprimir a produção de glicose entre as refeições e à noite e que possui ação rápida, mas tempo de duração intermediário. A insulina correspondente, Glargina, também apresenta ação rápida, no entanto seu efeito no organismo é superior a 24 horas e, uma dose desta insulina corresponde a duas doses da NPH. O fornecimento da Glargina proporcionaria menor sofrimento à essas crianças e adolescentes, em virtude da menor quantidade de aplicações.

Na ação, o MPF defende que a obrigação de fornecer medicamentos deve levar em conta também a condição de vida de cada pessoa. “Ao fornecer a insulina Glargina, que possibilita menor quantidade de aplicações diárias, e as canetas aplicadoras, que evitam o sofrimento no momento da aplicação, há a possibilidade de uma melhor adaptação física e psicológica dessas crianças e adolescentes e uma melhor aceitação da doença, assegurando a qualidade de vida e evitando o distanciamento da vida social”, explica o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, Jefferson Aparecido Dias, autor da ação.

Para o procurador, a ausência ou insuficiência de insumos necessários para uma melhor qualidade de vida das crianças fere o princípio constitucional do direito à vida e à dignidade humana. “O direito à vida deve ser interpretado não só como

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garantia de existência orgânica do ser humano, mas acima de tudo como garantia de uma vida plena e digna, principalmente quando se tratam de crianças e adolescentes, que são prioritariamente protegidos pela legislação brasileira”, declara.

O diabetes causa a destruição ou a diminuição na produção da insulina, hormônio necessário para que a glicose seja transformada em energia para o corpo. No caso do diabetes mellitus, um dos três tipos mais frequentes de diabetes, é feita a reposição da insulina destruída por meio de aplicação através de agulhas, injeções ou canetas aplicadoras. A quantidade de injeções aplicadas varia entre 1 e 4 por dia.

O MPF requer que seja determinado ao SUS que forneça, gratuitamente, no prazo máximo de 15 dias, as agulhas de 5 mm de comprimento e as canetas aplicadoras de insulina, como também a insulina Glargina.

ACP nº 0018915-62.2010.4.03.6100, distribuída à 8ª Vara Federal Cível de São Paulo.

20/09/10 - MPF move ação para que Correios repasse ao fundo antidrogas arrecadação com correspondências contendo drogas

Em 2009, foram feitas 887 apreensões de correspondências contendo entorpecentes; valores recebidos a título de tarifa postal são retidos pela empresa

O Ministério Público Federal ajuizou uma ação civil pública contra a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT), requerendo à Justiça que a condene a repassar ao Fundo Nacional Antidrogas (Funad) os valores arrecadados com a tarifa postal, quando correspondências não forem entregues por conta da apreensão de drogas, ficando a empresa autorizada a descontar apenas o valor do serviço efetivamente realizado.

A ação surge após a abertura do inquérito civil nº 1.34.001.004007/2010-37, instaurado em março pelo MPF, que apurou o destino das tarifas pagas aos Correios pelos remetentes de drogas, após o material ilegal ser apreendido por parte dos órgãos fiscalizadores no Estado de São Paulo.

O MPF apurou que os Correios ficam com todos os valores recebidos a título de tarifa postal, nos casos de apreensão de entorpecentes enviados pela via postal.

Caso a ação seja julgada procedente e os Correios não repassem o valor da tarifa paga pelos remetentes de encomendas e cartas apreendidas com drogas ao Funad, o MPF requer a aplicação de multa de R$ 1 mil para cada tarifa não repassada pela empresa ao Funad.

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INQUÉRITO CIVIL PÚBLICO – Ao longo do inquérito, os Correios, ao serem questionados sobre o caso, alegaram que os valores pagos pelos remetentes de drogas são utilizados para cobrir as despesas com a utilização do serviço, independentemente da encomenda ser entorpecente ou não e ter sido entregue ou não.

Segundo afirmam, “os valores das tarifas pagas pelos remetentes de drogas por correspondências, constituem tarifa pública, instituída por lei, […] para o custeio, expansão e melhoramento dos serviços postais sendo essenciais à sua continuidade.”

Procurada pelo MPF, a Superintendência da Receita Federal em São Paulo informou ter efetuado, no ano passado, 887 apreensões de objetos a serem exportados, os quais continham substâncias entorpecentes.

ENRIQUECIMENTO ILÍCITO – Para o MPF, o recebimento das tarifas pelos Correios constitui enriquecimento ilícito, pois a empresa recebe sem ter prestado o serviço e, simultaneamente, gera um prejuízo à União, que realiza a fiscalização das correspondências, por meio da Polícia Federal e da Receita Federal.

Segundo o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, Jefferson Aparecido Dias, autor da ação, “os Correios não podem apoderar-se do valor integral das tarifas, sob pena de enriquecimento ilícito, uma vez que não realizou o serviço postal até o fim”.

De acordo com o parágrafo único, do art. 243 da Constituição Federal, “todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias."

Para o MPF, para que os valores pagos pudessem ser devidos aos Correios, seria necessária a total prestação do serviço postal, o que não se observa no caso em análise.

Com a ação, o MPF requer “a correta aplicação da Constituição Federal e da lei no que concerne à destinação dos recursos ao Funad para a prevenção do uso indevido de drogas, a atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito”.

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Dias afirma ainda que “os valores apreendidos devem ser destinados ao Funad e não aos Correios a título de tarifa postal. Do contrário, haverá um prejuízo ao patrimônio público e à sociedade que deixará de receber quantias que seriam utilizadas em programas sociais.”

ACP nº 0019558-20.2010.4.03.6100

22/09/10 – MPF realiza 9ª edição do Mutirão da Cidadania na região de Marília

Pela primeira vez, evento terá recreação para crianças, enquanto pais são atendidos pelos órgãos públicos

O Ministério Público Federal em Marília e a ONG Marília Transparente realizam nos próximos dias 23 e 24 de setembro, das 9h às 16h, a nona edição do Mutirão de Cidadania na região de Marília, levando serviços públicos de qualidade diretamente ao cidadão.

O evento será realizado no salão paroquial da Igreja Santa Antonieta, na zona norte da cidade. Esta é a sétima edição na cidade de Marília. Na mesma região, foi realizada uma edição em Garça e outra em Pompéia. Idealizado pelo procurador da República Jefferson Aparecido Dias, evento com o mesmo espírito e outros parceiros já foi realizado também duas vezes na Capital.

Além do MPF, participarão desta edição os seguintes órgãos públicos: Cartório de Notas, Cartório de Registro Civil, Caixa Econômica Federal, Departamento de Água e Esgotos de Marília, Defensoria Pública Estadual, Defensoria Pública da União, INSS, Justiça Federal, Posto de Atendimento ao Trabalhador da Secretaria Regional do Trabalho, Prefeitura de Marília, Procon e Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (confira aqui a relação de serviços que serão prestados por cada uma das instituições).

A Faculdade de Medicina de Marília (Famema) prestará atendimentos médicos e nesta edição realizará demonstrações de Ressuscitação Cardio Pulmonar (RCP).

Nesta edição haverão duas novas atrações: uma tenda de recreação, com material educativo fornecido pelo SESI, terá profissionais que cuidarão das crianças enquanto pais e mães são atendidos pelos órgãos públicos e a participação de estudantes de Direito do Centro Universitário Erípedes de Marília (Univem), que trabalharão como voluntários no processo de triagem do público.

A nona edição do evento será prestigiada em seu primeiro dia pela Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão, Gilda Pereira de Carvalho, que coordena a

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atuação do Ministério Público Federal em todo o país em busca da garantia dos direitos sociais dos cidadãos, na defesa das minorias, idosos e crianças e adolescentes, que vem conhecer pessoalmente o projeto.

24/09/10 – 9ª edição do Mutirão da Cidadania em Marília realiza mais de 430 atendimentos

O serviço mais procurado foi o de regularização da documentação de imóveis, feita pelo MPF em Marília

Um total de 435 atendimentos foram realizados pelas 13 instituições que participaram dos dois dias de atividades da 9ª edição do Mutirão da Cidadania, na zona norte da cidade de Marília.

É a sétima vez que o evento, organizado pelo Ministério Público Federal em Marília e a ONG Marília Transparente, acontece na região, que também abrigou edições em Garça e Pompéia. Idealizado pelo procurador da República Jefferson Aparecido Dias, evento com o mesmo espírito e outros parceiros já foi realizado também duas vezes na Capital.

O Mutirão contou com a participação, além do MPF, dos seguintes órgãos públicos: Cartório de Notas, Cartório de Registro Civil, Caixa Econômica Federal, Departamento de Água e Esgotos de Marília, Defensoria Pública Estadual (DPE), Defensoria Pública da União (DPU), INSS, Justiça Federal, Posto de Atendimento ao Trabalhador da Secretaria Regional do Trabalho, Prefeitura de Marília, Procon e Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.

O serviço mais procurado nesta edição foi a regularização de documentação de imóveis. O MPF em Marília possui um procedimento sobre o assunto e atendeu moradores que tinham dúvidas a respeito. A DPE foi o segundo órgão que mais atendeu, sendo os principais casos: usucapião e cobrança de IPTU suplementar.

Entre as pessoas atendidas, houve um caso inusitado. Um senhor que não consegue tirar a 2ª via do RG porque suas digitais foram corrompidas pelo cimento, devido ao seu trabalho como pedreiro. Ao se dirigir a delegacia para tirar as digitais, ele foi instruído a fazer um tratamento dermatológico, a fim de recuperar suas digitais e ficar afastado de suas atividades por aproximadamente 30 dias. O MPF atendeu o cidadão durante o Mutirão da Cidadania e irá oficiar a Secretaria de Segurança Pública solicitando esclarecimentos sobre o caso.

A nona edição do evento foi prestigiada ontem pela Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão, Gilda Pereira de Carvalho, que coordena a atuação do Ministério Público Federal em todo o país em busca da garantia dos direitos

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sociais dos cidadãos, na defesa das minorias, idosos e crianças e adolescentes, que veio conhecer o projeto pessoalmente.

“É um exercício de cidadania. As pessoas carentes entendem que, juntas, podem reivindicar justos direitos”, disse Gilda sobre o evento. “São mais de dez órgãos públicos com o mesmo foco, a efetivação dos diretos do cidadão”, afirmou a procuradora. Para ela, a presença dos órgãos públicos “é uma lição de direito”, pois “mostram para a população os direitos que ela tem e que estão disponíveis para servir”.

27/09/10 – MPF cobra judicialmente R$ 42 milhões da Caixa por falta de acessibilidade em 105 unidades do banco em SP

CEF aderiu a acordo, assinado em 2008, entre a Febraban e o MPF, mas, passados nove meses do prazo para conclusão das obras, 11% de suas unidades em todo o país ainda não foram adaptadas para pessoas com deficiência

O Ministério Público Federal em São Paulo ingressou hoje com uma ação de execução contra a Caixa Econômica Federal, exigindo o pagamento de R$ 42.012.555,90 de multa por atraso na conclusão de obras de acessibilidade para pessoas com deficiência. As adaptações são parte das obrigações que o banco assumiu ao aderir ao acordo de acessibilidade assinado pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) com o MPF em outubro de 2008.

A cláusula sexta do termo de ajustamento de conduta firmado pela Febraban com o MPF previa que as adaptações das agências e postos de atendimento bancário seriam realizadas, em todo o país, em três etapas, ao longo de quinze meses. O prazo se encerrou em janeiro deste ano e, segundo perícia realizada pelo MPF, 80 agências (dados de junho de 2010) e 25 PAB´s (dados de março de 2010) ainda não estão completamente acessíveis para pessoas com deficiência em todo o Estado de São Paulo.

O TAC previa multa de R$ 5 mil diários para cada unidade que não fosse adaptada com obras de acessibilidade para pessoas com deficiência física. Peritos da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão (Patrimônio Público e Social), da Procuradoria Geral da República, calcularam que a multa devida pela Caixa somente em relação às agências cujas adaptações não foram concluídas em São Paulo é de R$ 42.012.555,90.

A CEF foi notificada três vezes pelo Grupo de Trabalho Inclusão da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, que a informou sobre o descumprimento do TAC. Segundo resposta da CEF, de 08 de julho de 2010, 88,89% das suas unidades estavam adaptadas.

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Para o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, Jefferson Aparecido Dias, as justificativas apresentadas pela CEF para os atrasos não devem ser levadas em consideração pela Justiça Federal, uma vez que a adaptação de agências bancárias surgiu como imposição legal com o decreto 5.296, de dezembro de 2004, “editado, portanto, bem antes da celebração do TAC ora executado”. Na ação, o procurador informa que, tão logo terminados os cálculos, o MPF executará a Caixa pelo descumprimento de outras cláusulas do acordo.

Na ação, o MPF requer a citação da ré e que ela seja condenada a pagar, em três dias, a multa estipulada e que, em 30 dias, cumpra integralmente a sexta cláusula do TAC, sob pena de a Justiça determinar a sua execução por terceiros às custas da CEF, como prevê o Código de Processo Civil.

Em cada Estado, está investigando o descumprimento do TAC pela Caixa. Já há outra ação proposta, cobrando R$ 2,7 milhões da CEF em Sergipe. Nos estados do Pará e Tocantins há apurações avançadas sobre o assunto. O MPF cobra o cumprimento do acordo da CEF, que é um banco federal. Eventuais atrasos no cumprimento do acordo por outros bancos é de atribuição dos ministérios públicos estaduais.

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Anexo 07

RELATÓRIO PARCIAL

MUTIRÃO DA CIDADANIA

Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão - PR/SP

27 de julho de 2010

O Mutirão da Cidadania é uma iniciativa do Ministério Público Federal, que visa à promoção de ações de atendimento gratuito à população, aproximando os órgãos públicos da comunidade. A Procuradoria da República em Marília já realizou oito edições do Mutirão da Cidadania, sendo seis na cidade de Marília/SP, em parceria com a ONG MATRA – Marília Transparente, a quinta edição, na cidade de Garça/SP, em parceria com a FAEF/FAEG-Faculdade de Ciências Gerenciais de Garça, e, a sétima edição do evento, na cidade de Pompéia/SP, em parceria com a Prefeitura dessa cidade.

Nessas edições do Mutirão da Cidadania foram realizados 3.340 atendimentos, cadastrados 213 doadores de medula óssea, bem como foram realizados 1.039 atendimentos na área da saúde.

Em decorrência do grande sucesso do evento em Marília e região, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão decidiu levar o Mutirão da Cidadania para cidade de São Paulo em caráter experimental.

Assim, no dia 15 de maio do ano corrente, foi realizado o “1.º Mutirão da Cidadania do Ministério Público Federal de São Paulo”, organizado pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, em parceria com a Rede Social Bela Vista (www.redesocialbelavista.com.br), na Praça 14 Bis, em São Paulo.

O evento novamente foi um sucesso, sendo realizados 6.309 atendimentos, assim distribuídos:

ÓRGÃO TOTALAssociação da Medula Óssea 82Caixa Econômica Federal 130Cartório de Registro Civil 50Cartório de Registro de Imóveis 15Centro de Referência de Assistência Social 30Comunidade Evangélica do Bexiga 162

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Defensoria Pública Estadual 54Defensoria Pública da União 15Escola de Samba VAI-VAI 550Fundação Getúlio Vargas 50INSS 108Justiça Federal 04Medical Corp 49Ministério Público do Trabalho 10Ministério Público Federal 19Secretaria da Fazenda 124Secretaria do Verde e do Meio Ambiente 500SENAC 120SESI 4.231Tribunal de Justiça 06TOTAL 6.309

Depois da realização desse evento e de contato com a Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região, analisou-se a necessidade de levar o Mutirão da Cidadania para o centro da cidade de São Paulo, para fins de prestar atendimento especialmente aos moradores de rua.

Com isso, foi realizado, no dia 24 de julho de 2010, na Praça Princesa Isabel, “1.º Mutirão da Cidadania do Centro”, na cidade de São Paulo, que contou com a participação dos seguintes parceiros:

1. Coordenadoria Estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança - CONSEGs

2. Secretaria do Estado da Justiça e da Cidadania3. Prefeitura do Município de São Paulo 4. Sub-Prefeitura da Sé 5. Comando da Polícia Militar da Área Centro da Capital 6. Secretaria Municipal da Assistência Social 7. Associação Viva o Centro 8. Renas - Rede Nacional de Assistência Social -SP 9. Jeame 10. Missão Cena 11. Projeto Retorno 12. Rede Ibab 13. Comunidades Terapêutica parceiras 14. Comunidade Evangélica do Bixiga 15. Comunidade Evangélica Nova Aliança

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16. Igreja Edificando em Cristo 17. PM's de Cristo 18. Sala São Paulo 19. CET 20. GCM21. Caixa Econômica Federal22. Justiça Federal23. Ministério Público Federal24. Defensoria Pública da União 25. Defensoria Pública Estadual 26. INSS

As atividades oferecidas para os cidadãos que compareceram ao evento foram as seguintes:

1) Cidadania - setor com órgãos públicos e privados para garantir o exercício da cidadania (tirar documentos, informação de auxílios, orientação jurídica etc.).

2) Cultural – palco com apresentações musicais;3) Apoio Social – setor com entidades para dar apoio social (psicólogos, dentistas,

enfermeiros, médicos, casas de recuperação de dependentes químicos, agentes comunitários de saúde, agentes de proteção e redução de danos, técnico de farmácia, cuidados pessoais e etc.) e atividades lúdicas com crianças;

4) Conservação e limpeza - também será realizado um grande mutirão de varreção e limpeza pelos voluntários nos arredores da Cracolândia.

No evento foram realizados 5.213 atendimentos, assim distribuídos:

ÓRGÃO TOTALCaixa Econômica Federal 176Clínicas de Recuperação - encaminhamento 33Cristolândia 172Cruz Vermelha 631Defensoria Pública da União 6Defensoria Pública Estadual 19Hospital Sírio Libanês 320Igreja Família 465INSS – Instituto Nacional do Seguro Social 90Juizado Especial Federal 56Ministério Público Federal 117Porto Seguro 99Registro Civil 141

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Sapataria Campos Elíseos 15Secretaria de Segurança Pública 702Secretaria Geral de Missões 60Secretaria Municipal de Assistência Social 206Secretaria Municipal de Saúde 1.905TOTAL 5.213

Mereceu destaque o fato do evento conseguir atingir o público-alvo, que eram os moradores de rua.

Na área da Cidadania, cabe destacar que dos 56 (cinquenta e seis) atendimentos feitos pelo Juizado Especial Federal, foram gerados 6 (seis) processos, sendo que em 05 (cinco) processos foram concedidos os pedidos de antecipação de tutela (3 pedidos de auxílio-doença e 2 pedidos de benefício assistencial).

No setor social o destaque foi para o encaminhamento de 33 (trinta e três) pessoas para clínicas de reabilitação e recuparação de dependentes químicos.

Com isso, o balanço é o mais positivo possível, principalmente tendo em vista que se tratou do primeiro evento que teve como público-alvo o atendimento de moradores de rua promovido pela Procuradoria da República Regional dos Direitos do Cidadão no Estado de São Paulo.

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