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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle Secretaria Federal de Controle Interno Relatório de Avaliação da Integridade em Empresas Estatais nº 201601715 Empresa: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Relatório de Avaliação da Integridade em Empresas Estatais

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle Secretaria Federal de Controle Interno

Relatório de Avaliação da Integridade em Empresas Estatais nº 201601715

Empresa: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

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MINISTÉRIO DA TRANSPARÊNCIA, FISCALIZAÇÃO E CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO – CGU

SAS, Quadra 01, Bloco A, Edifício Darcy Ribeiro

70070-905 – Brasília-DF [email protected]

Wagner de Campos Rosário Ministro Interino da Transparência, Fiscalização e Controle

Antônio Carlos Bezerra Leonel Secretário Federal de Controle Interno

Gilberto Waller Junior Ouvidor-Geral da União

Antônio Carlos Vasconcellos Nóbrega Corregedor-Geral da União

Cláudia Taya Secretária de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas

Apoio Técnico – Auditoria Interna da CAIXA

Charley Miranda de Jesus

Marisa Martins Ribeiro

Fábio Gonçalves da Silva

Brasília, junho/2017.

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Competência da CGU

Assistir direta e imediatamente o Presidente da República no desempenho de suas atribui-ções, quanto aos assuntos e providências que, no âmbito do Poder Executivo, sejam atinentes à defesa do patrimônio público, ao controle interno, à auditoria pública, à correição, à prevenção e ao combate à corrupção, às atividades de ouvidoria e ao incremento da transparência da gestão no âmbito da administração pública federal.

Avaliação da Integridade nas empresas estatais

No exercício de sua missão, a CGU tem incentivado a adoção de medidas de integridade pelas empresas públicas e privadas, reconhecendo boas práticas e buscando o diálogo e a parceria para promover ações voltadas à prevenção, detecção, pronta interrupção e remediação de atos de fraude e corrupção.

Em 2014, entrou em vigor a Lei nº 12.846/2013, a qual estabelece que empresas, fundações e associações passarão a responder civil e administrativamente por atos lesivos praticados em seu interesse ou benefício que causarem prejuízos ao patrimônio público ou infringirem princípios da administração pública ou compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.

A referida norma atribuiu reconhecimento legal à importância da existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria, incentivo à denúncia de irregularidades e apli-cação efetiva de códigos de ética nas instituições.

Esse reconhecimento foi reforçado, ainda, pela aprovação da Lei 13.303/2016, que estabe-lece o estatuto jurídico das empresas estatais, a qual instituiu a obrigatoriedade de adoção de di-versas medidas de integridade por aquelas empresas.

Em consonância com essa evolução do marco jurídico e tendo em vista sua missão de pre-venir e combater a corrupção, bem como de aprimorar a gestão pública, a CGU desenvolveu me-todologia específica para a avaliação da integridade nas empresas estatais.

Por meio da avaliação de integridade, a Controladoria apresenta um diagnóstico acerca do estágio evolutivo das políticas e procedimentos relacionados à ética e integridade nas empresas estatais. Para fins deste trabalho, as políticas e medidas de integridade adotadas pelas empresas são avaliadas sob três aspectos: existência, qualidade e efetividade.

A partir das fragilidades e das oportunidades de melhoria identificadas, a empresa estatal terá elementos necessários para a elaboração de um plano de ação com vistas a promover o apri-moramento de seus mecanismos de integridade. O desdobramento desse plano de ação deverá ser monitorado pela Auditoria Interna da CAIXA e pela CGU.

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Sumário-Executivo

Objetivo da Avaliação

Avaliar as medidas de integridade existentes na CAIXA ECONÔMICA FEDERAL e promover o seu aprimoramento, com a finalidade de diminuir o risco de corrupção e fraudes, bem como aumentar a capacidade de detecção e remediação das irregularidades que venham a ocorrer.

Temas avaliados

O art. 41 do Decreto nº 8.420/2015 definiu que “Programa de Integridade consiste, no

âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanismos e procedimentos internos de

integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidade e na aplicação efetiva de códigos

de ética e de conduta, políticas e diretrizes com objetivo de detectar e sanar desvios, fraudes,

irregularidades e atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou

estrangeira”.

Tomando como referência os parâmetros elencados no artigo 42 do Decreto nº 8.420/2015, constituiu o escopo deste trabalho analisar quinze temas, agrupados em cinco dimensões. Os quinze temas foram avaliados em relação a três aspectos: existência, qualidade e efetividade:

Fonte: Elaborado pela CGU

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1 – Desenvolvimento do Ambiente de Gestão do Programa de Integridade

A dimensão ambiente de gestão do Programa de Integridade engloba as seguintes subdimensões:

I - comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, incluídos os conselhos, evidenciado pelo apoio visível e inequívoco ao programa; e

II - independência, estrutura e autoridade da instância interna responsável pela aplicação do pro-grama de integridade e fiscalização de seu cumprimento.

2 – Análise Periódica de Riscos

Esta dimensão contempla a análise do perfil de risco da empresa estatal necessária à estruturação do Programa de Integridade.

3 – Estruturação e Implantação das Políticas e Procedimentos.

A definição das políticas e procedimentos constitui a essência do Programa de Integridade. Esta dimensão engloba as seguintes subdimensões:

I - padrões de conduta e código de ética aplicáveis a todos os empregados e administradores, in-dependentemente de cargo ou função exercidos;

II - políticas e procedimentos de integridade aplicáveis a todos os empregados e administradores, independentemente de cargo ou função exercidos;

III - registros e controles contábeis que assegurem a pronta elaboração e confiabilidade de relató-rios e demonstrações financeiras da pessoa jurídica;

IV - diligências apropriadas para contratação e, conforme o caso, supervisão, de terceiros, tais como, fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediários e associados;

V – verificações, durante os processos de fusões, aquisições e outras operações societárias, do cometimento de irregularidades ou ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pessoas jurí-dicas envolvidas;

VI - canais de denúncia de irregularidades, abertos e amplamente divulgados a colaboradores.

VII - processo de tomada de decisões.

4 – Comunicação e Treinamento.

Esta dimensão trata dos aspectos relativos aos seguintes itens:

I - treinamentos periódicos e comunicação sobre o programa de integridade; e

II - transparência da pessoa jurídica.

5 – Monitoramento do Programa, medidas de remediação e aplicação de penalidades.

A última parte do modelo adotado consiste nos seguintes itens:

I - monitoramento contínuo do programa de integridade, visando seu aperfeiçoamento na preven-ção, detecção e combate à ocorrência de atos lesivos.

II - procedimentos que assegurem a pronta interrupção de irregularidades ou infrações detectadas e a tempestiva remediação dos danos gerados; e

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III - aplicação de medidas disciplinares em caso de violação do programa de integridade;

Todas essas dimensões deverão contemplar os seguintes atributos: existência (referente à presença, na empresa estatal, de cada elemento que compõe as cinco dimensões); qualidade (refe-rente à sua adequabilidade, de acordo com as melhores práticas) e efetividade (referente ao seu efetivo funcionamento).

Conclusões e Recomendações

Comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, incluídos os conselhos, eviden-

ciado pelo apoio visível e inequívoco ao programa

Apesar da necessidade de alguns ajustes e aprimoramentos, verificou-se a adequação das medidas de integridade existentes na CAIXA. Ficou evidenciado o comprometimento da Alta Ad-ministração por meio do apoio às medidas e à implantação do Programa de Integridade na Em-presa.

Padrões de conduta e código de ética aplicáveis a todos os empregados e administra-dores, independentemente de cargo ou função exercidos

A CAIXA dispõe de Código de Ética e de Código de Conduta aprovados pela alta adminis-tração, que norteiam as ações da Empresa e de terceiros na mitigação dos riscos de corrupção e fraude, abrangem as medidas de integridade e estão acessíveis aos empregados, aos terceiros e ao público externo.

Embora o Código de Ética, o Código de Conduta dos Empregados e o Código de Conduta da VITER (Vice Presidência de Gestão de Ativos de Terceiros) estejam disponíveis na página da CAIXA na Internet, aba “Downloads”, só há o link para o código de Ética na aba “Sobre a CAIXA”/“Ética”.

O Código de Conduta dos Integrantes do Processo Loterias CAIXA, também é mencio-nado, mas não é visualizado na página da CAIXA na Internet, na aba “Sobre a CAIXA”/“Ética”.

O endereço da Intranet “Início > A CAIXA > Código de Ética” possui os links para o Có-digo de Ética da CAIXA.

O Código de Conduta está disponível na Intranet, no endereço “Home > Equipes > Etica > Código de Conduta dos Empregados e Dirigentes da CAIXA”, porém o acesso seria facilitado com link na página inicial.

Face ao exposto, sugere-se criar página específica sobre “Integridade” que incorpore a pá-gina “Ética”, dando-lhe escopo mais amplo e disponibilizando acesso facilitado a partir de links

na página inicial da CAIXA. A nova página pode dar acesso aos diversos documentos ligados ao tema Integridade, tais como:

- “Código de Conduta da Administração Federal”;

- “Código de Ética da CAIXA”;

- “Programa de Integridade CAIXA”;

-“Código de Conduta dos Empregados e Dirigentes da CAIXA”;

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- “Código de Conduta dos Integrantes do Processo de loterias da CAIXA”;

- “Código de Conduta para a Gestão de Ativos de Terceiros”;

- “Código de Conduta dos Empregados e Dirigentes da CAIXA”;

- “Código de Conduta do Fornecedor”;

- “Política anti-corrupção”.

Políticas e procedimentos de integridade aplicáveis a todos os empregados e adminis-tradores, independentemente de cargo ou função exercidos

Com base na avaliação das medidas de integridade existentes na CAIXA, foram elencadas as sugestões de melhorias a seguir:

• Incluir em seus normativos, como condição de admissão/ingresso nos quadros da CAIXA, um item referente à quarentena obrigatória constante do art. 6º, inciso II da Lei 12.813/2013;

• Implantar medidas para prevenir a ocorrência de corrupção no contato dos empregados com agentes públicos de outras instituições públicas (corrupção ativa), tais como:

a) Rotatividade de empregados em cargos que requeiram contato com agentes públicos de outras instituições públicas ou em áreas sensíveis;

b) Evitar que empregados se reúnam sozinhos com agentes públicos de órgãos e de outras entidades.

• Prevenir a ocorrência de corrupção no contato dos empregados com terceiros (corrupção passiva), utilizando-se de rotatividade em áreas sensíveis, como gestão de fornecedo-res/prestadores de serviços;

• Definir o limite de valor para os brindes e presentes que podem ser oferecidos em nome da CAIXA;

• Definir os critérios de quem pode ser beneficiado com os brindes e presentes ofertados pela CAIXA;

• Definir a necessidade de serem registradas as informações sobre os brindes e presentes oferecidos;

• Vedar que patrocínios sejam utilizados como forma de pagamento de vantagem indevida a agente público ou que sejam aplicados em desacordo com a política anticorrupção da em-presa;

• Estabelecer periodicidade para revisão das políticas de comunicação, marketing e patrocí-nios;

• Implantar sistema informatizado para que o processo de Patrocínios permita, dentre outros benefícios, a adequada gestão orçamentária e operacional das ações de marketing.

Treinamentos periódicos e comunicação sobre o programa de integridade

A CAIXA possui estratégias de comunicação e treinamento desenvolvidas e aplicadas para disseminar os assuntos relacionados à ética e à integridade aos colaboradores, dirigentes e parcei-ros.

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Para maior efetividade e celeridade às ações que objetivam comunicar e treinar os empre-gados sobre os assuntos afetos ao Programa de Integridade, foram elencadas como sugestões de melhorias:

• Divulgar amplamente aos empregados, dirigentes, parceiros, fornecedores e público ex-terno o Programa de Integridade da CAIXA e o seu compromisso de cumpri-lo;

• Promover treinamentos voltados prioritariamente para o Programa de Integridade, comu-nicando aos empregados e dirigentes sobre os treinamentos e incentivando-os à participa-ção.

Análise periódica de riscos para realizar adaptações necessárias ao programa de in-tegridade

A CAIXA realiza o gerenciamento dos riscos associados à corrupção, quais sejam, fraudes internas e externas, identificados por meio das avaliações de risco operacional, entretanto, não identificamos o evento “desvio” na Grade de Eventos de Risco Operacional.

Consoante às normas de integridade, sugere-se incluir o evento “desvio” no rol de eventos de risco operacional e, consequentemente, na Grade de Eventos de Risco Operacional.

Registros e controles contábeis que assegurem a pronta elaboração e confiabilidade de relatórios e demonstrações financeiras da pessoa jurídica.

A CAIXA possui mecanismos que possibilitam avaliar os controles internos da empresa, incluídos aqueles relativos às demonstrações contábeis, comunicar as deficiências de controle à alta administração e acompanhar as ações corretivas propostas pelas áreas gestoras. No entanto, devido a lacunas identificadas, sugere-se:

• Instituir programa de educação continuada voltado aos empregados das áreas contábil, financeira e patrimonial que contemple os temas referentes à legislação contábil, com vistas a capacitar e atualizar o conhecimento; e

• Estabelecer mecanismos que possibilitem a identificação de alterações não esperadas dos ativos, passivos, receitas e despesas da CAIXA.

Independência, estrutura e autoridade da instância interna responsável pela aplica-ção do programa de integridade e fiscalização de seu cumprimento

Esse item tem como objetivo verificar se há uma área específica na empresa responsável pela condução do programa de integridade, bem como a adequação dos recursos (humanos, financeiros, espaço físico, materiais, capacitações, etc.) que lhe são disponibilizados, suas competências e a forma e a abrangência de sua atuação. Considerando que o Programa de Integridade da CAIXA está em construção, ainda não há definição da área ou pessoa responsável pela condução do programa.

Canais de denúncia de irregularidades, abertos e amplamente divulgados a funcioná-rios e terceiros, e mecanismos destinados à proteção de denunciantes de boa-fé

A CAIXA disponibiliza ao público interno e externo canais para o registro de elogios, sugestões, denúncias, reclamações e esclarecimento de dúvidas, com previsão em normativos

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internos sobre o anonimato do denunciante e o fluxo do tratamento das ocorrências registradas no SAC, na Ouvidoria e no canal de relacionamento interno.

O questionário revela que os empregados da empresa têm conhecimento dos canais destinados ao registro de denúncia anônima, mas que existe o receio de sofrer retaliação ao denunciar. Os respondentes também apontaram a necessidade de incentivar os empregados a utilizar os canais de denúncia da CAIXA.

Desta forma, com foco na melhoria, sugere-se adotar ações, direcionadas ao corpo funcional, de incentivo à denúncia e de divulgação das medidas específicas para prevenir a retaliação aos denunciantes.

Aplicação de medidas disciplinares em caso de violação do programa de integridade

A CAIXA possui unidade correcional formalmente constituída, cujos mandatos e competências estão previstos em normativos internos, embora os procedimentos referentes à apuração de infrações cometidas por pessoa jurídica não estejam normatizados.

Os indicadores de desempenho da unidade correcional estão sendo elaborados pela Corregedoria (CORED).

Procedimentos que assegurem a pronta interrupção de irregularidades ou infrações detectadas e a tempestiva remediação dos danos gerados

A CAIXA possui mecanismos para interromper as irregularidades e infrações, bem como para remediar os danos gerados.

Diligências apropriadas para contratação e, conforme o caso, supervisão, de terceiros, tais como, fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediários e associados

A Cartilha do Fornecedor contempla as normas de conduta ética e princípios norteadores no relacionamento com fornecedores, contudo, não foram identificadas informações quanto às políticas de prevenção e combate à fraude e à corrupção, provenientes do Programa de Integridade.

Em que pese a CAIXA possuir dispositivos anticorrupção nos seus editais e instrumentos contratuais, constatou-se carência de controles e procedimentos para mensurar e avaliar a exposição dos contratos aos riscos de fraude e corrupção.

Os contratos firmados com terceiros não são classificados de acordo com os riscos envolvidos e não foi identificado monitoramento quanto ao cumprimento de cláusula contratual anticorrupção.

Na amostra contendo 10 contratos auditados no período de 7/2015 a 7/2016, selecionados considerando o critério de materialidade (valor do contrato), há quatro contratos com falhas na verificação da regularidade fiscal, jurídica ou trabalhista, associadas às pesquisas da Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas - CNDT, Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF ou documentos complementares.

Diante da necessidade de aperfeiçoamento da política de prevenção de fraude e corrupção nas contratações de terceiros, sugere-se:

• Instituir classificação de riscos de contratações quanto à integridade, com participação da área responsável pelo Programa; e

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• Reforçar o monitoramento sobre os controles que assegurem a verificação da regularidade fiscal, jurídica ou trabalhista.

Verificação, durante os processos de fusões, aquisições e outras operações societárias, do cometimento de irregularidades ou ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pes-soas jurídicas envolvidas

Não foram identificadas regras e procedimentos específicos estabelecidos nos normativos internos do Conglomerado CAIXA que determinem a aplicação das medidas de integridade nas entidades que compuseram a operação societária, mas são avaliados aspectos relacionados à cor-rupção ou outros tipos de condutas ilegais ou antiéticas nas due diligence contábeis, de ambiente de controle e legal.

Assim, recomenda-se a definição de regras e procedimentos nos normativos internos do Conglomerado CAIXA quanto à aplicação das medidas de integridade nas entidades que compu-serem a operação societária.

Monitoramento contínuo do programa de integridade visando seu aperfeiçoamento na prevenção, detecção e combate à ocorrência de atos lesivos

Considerando que o Programa de Integridade está em fase de implementação, foram obti-das informações sobre como se pretende viabilizar o monitoramento, o que deverá ser alvo de verificação futura por meio do Plano de Ação a ser elaborado pela empresa.

Transparência da pessoa jurídica

No que se refere à transparência ativa, foi constatado que a CAIXA disponibiliza e utiliza a sua página na internet como meio para garantir a ampla divulgação e acesso à informação de interesse coletivo ou geral.

Quanto à transparência passiva, a Empresa disponibiliza, na sua página na internet, SAC, Ouvidoria e rede de atendimento físico espalhada pelo Brasil, como forma de assegurar o acesso à informação de interesse coletivo ou geral.

Assim, conclui-se que a CAIXA adota os procedimentos relacionados à transparência da

informação previstos na legislação, dispondo de meios que garantam a ampla divulgação e acesso à informação de interesse coletivo ou geral.

Processo de tomada de decisões

Em que pese existir projeto em andamento para a utilização do SIATD – Sistema de Apoio à Tomada de Decisão – pelos Conselhos de Administração e Fiscal, Comitês de Auditoria e de Remuneração, esses Colegiados ainda não dispõem de sistema tecnológico de acompanhamento, assessoramento e apoio à tomada de decisão.

Dessa forma, diante da necessidade de aperfeiçoamento do processo de tomada de decisão pela alta direção, sugere-se:

• Implementar em definitivo o Sistema de Apoio a Tomada de Decisão - SIATD para os Conselhos de Administração e Fiscal, Comitês de Auditoria e de Remuneração;

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Sumário

1. Introdução.................................................................................................................................. 2. Cenário corporativo................................................................................................................... 3. Objetivo e escopo da avaliação.................................................................................................. 4. Resultados.................................................................................................................................. 5. Conclusão...................................................................................................................................

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1. Introdução

A adoção de boas práticas corporativas é fator preponderante para diminuir o risco de cor-rupção e fraudes e para aumentar a capacidade de detecção e remediação das irregularidades que venham a ocorrer.

O desenvolvimento de um ambiente íntegro e capaz de prevenir, detectar e sanar fraudes e atos de corrupção no âmbito das empresas estatais vinculadas ao Poder Executivo Federal exige de tais entidades, dentre outras ações, a adoção de medidas e políticas internas de integridade, auditoria, incentivo à denúncia de irregularidades e aplicação efetiva de códigos de ética e de con-duta.

Adicionalmente, as empresas devem se comprometer a divulgar sua legislação anticorrup-ção aos funcionários e colaboradores, a fim de que sejam cumpridas integralmente. Devem, ainda, vedar qualquer forma de suborno e trabalhar pela legalidade e transparência das informações.

Para fins deste relatório, medidas de integridade devem ser entendidas como os mecanis-mos e procedimentos adotados pela empresa para prevenir, detectar e sanar fraudes, atos de cor-rupção e desvios de conduta. Caso tais medidas tenham sido pensadas e implementadas de forma sistêmica, com aprovação da alta direção, e sob coordenação de uma área ou pessoa responsável, tem-se um programa de integridade.

2. Cenário corporativo

A CAIXA Econômica Federal – CAIXA é uma empresa pública, criada em 1861, vinculada ao Ministério da Fazenda, que tem por missão atuar na promoção da cidadania e do desenvolvi-mento sustentável do País, como instituição financeira, agente de políticas públicas e parceira es-tratégica do Estado brasileiro.

A Instituição presta serviços bancários de qualquer natureza, por meio de operações ativas, passivas e acessórias, inclusive de intermediação e suprimento financeiro, sob suas múltiplas for-mas, com foco no incentivo à poupança e fomento ao crédito em todas as regiões do País.

É responsável pela prestação de serviços como empréstimos, FGTS (sendo agente finan-ceiro e operador do Fundo), Programa de Integração Social - PIS, Seguro-Desemprego, crédito educativo (FIES), financiamento habitacional, transferência de benefícios sociais, programas so-ciais do governo, como o Bolsa Família e o Programa Minha Casa Minha Vida. Ademais, admi-nistra, com exclusividade, os serviços das loterias federais e exerce o monopólio das operações de penhor civil, em caráter permanente e contínuo.

A CAIXA é o maior agente nacional de financiamento da casa própria e importante finan-ciadora do desenvolvimento urbano, especialmente do saneamento básico. Destaca-se, também, como o principal agente do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo - SBPE.

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3. Objetivo e escopo da avaliação

O objetivo do trabalho foi avaliar as medidas de integridade existentes na CAIXA Econômica Federal, identificando as deficiências e as oportunidades de melhoria, com a finalidade de diminuir o risco de corrupção e fraudes na companhia, bem como aumentar a capacidade de detecção e remediação das irregularidades que venham a ocorrer.

Para que os resultados fossem alcançados, foram realizadas análises documentais, entre-vistas com gestores da companhia e aplicações de questionários. O trabalho foi realizado de forma conjunta com a Auditoria Interna da CAIXA Econômica Federal, sob supervisão desta Controla-doria.

Foram encaminhados questionários a 7601 (setecentos e sessenta) empregados da CAIXA, no período de 23/08/2016 a 06/09/2016, cujas informações de destinatários e conteúdo das respos-tas são de conhecimento restrito da CGU, com a finalidade de verificar a percepção acerca dos mecanismos de integridade existentes na empresa. Do total de questionários encaminhados, 328 (trezentos e vinte e oito) foram respondidos. Ressalta-se que não foi possível realizar inferência, visto que o percentual de respostas ficou abaixo do mínimo necessário para retratar o universo de colaboradores da Empresa.

Para cada tema foram elaboradas questões de auditoria para avaliar o grau de maturidade quanto às três dimensões: existência, qualidade e efetividade.

4. Resultados

Em 11/8/2015, o Conselho Diretor (CD) da CAIXA autorizou a constituição de Grupo de Trabalho (GT), sob coordenação da Superintendência Nacional de Controles Institucionais (SUCOI), para discutir a existência e suficiência dos parâmetros exigidos na CAIXA para um Programa de Integridade (PI), em consonância com a Lei 12.846/2013, de 01/8/2013 (Lei Anticorrupção), e com o Decreto 8.420, de 18/3/2015, conforme registrado na Ata 2.533, de 11/08/2015, Destaque de Ata nº 04.

O CD solicitou a elaboração de plano de ação para estruturar, implantar, divulgar e eventualmente corrigir o programa e determinou à Corregedoria (CORED) a responsabilidade pelo desenvolvimento, implantação e acompanhamento dos Processos Administrativos de Responsabilização (PAR).

O GT iniciou os trabalhos em 3/9/2015, avaliando inicialmente as políticas existentes na CAIXA, com o objetivo de identificar sua suficiência para tratar, também, dos aspectos voltados à prevenção de atos de corrupção, concluindo, ao fim, pela necessidade de elaboração de uma política específica sobre o tema.

Foi realizada a análise sobre a existência e suficiência dos requisitos definidos no artigo 42 do Decreto 8.420/15, que representam os parâmetros utilizados para a avaliação da existência e aplicabilidade do PI no âmbito da CAIXA, etapa concluída em 27/11/2015.

1 Dados estatísticos: nível de confiança de 95%, intervalo de confiança de 5% e 50% de não-respostas.

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Em 5/1/2016, a Vice-Presidência de Riscos (VICOR), por meio do Informe VICOR/SUCOI 020/2015, de 31/12/2015, levou ao conhecimento do CD as conclusões do GT.

Foi identificado que a CAIXA possui mecanismos e procedimentos exigidos, entretanto existe a necessidade de adequações e ajustes em alguns processos, bem como de aprofundamento na análise de riscos nas atividades.

O relatório final do trabalho definiu as ações e responsáveis pelos ajustes necessários que serão transformados em planos de ação, com detalhamento de ações e prazos e serão acompanhados no escopo do projeto de adequação da Norma Externa, Roteiro Padrão número 8761, cujo objetivo, ao final, é a completa adequação da CAIXA à Lei Anticorrupção.

Na reunião de 5/1/2016, o CD determinou a gestão do Processo Administrativo de Responsabilização (PAR) para a Corregedoria da CAIXA e a conclusão da Política Anticorrupção para submeter à aprovação do CD e do Conselho de Administração (CA) e que, após sua aprovação, a política fosse amplamente divulgada para os empregados da CAIXA.

Por meio da Resolução do CD nº 7.288, de 29/3/2016 e da Resolução do CA nº 304, Ata nº 398, de 5/5/2016, foi aprovada a Política Anticorrupção, consignada no normativo PO047, publicado em 9/6/2016.

A Política Anticorrupção estabelece princípios, diretrizes, indicadores e responsabilidades e tem como objetivos o atendimento aos dispositivos legais e o estabelecimento de regras de prevenção e correição para mitigar o risco de envolvimento dos colaboradores, fornecedores e parceiros do conglomerado CAIXA em atos de corrupção.

Em 30/8/2016 o Conselho Diretor expediu a Resolução nº 7.425, que aprovou o Programa de Integridade do Conglomerado CAIXA e autorizou a realização de dimensionamento dos recursos humanos e da estrutura necessários à gestão do programa.

4.1. Comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, incluídos os conselhos, evidenciado pelo apoio visível e inequívoco ao programa

Neste item, foi avaliado o comprometimento da alta direção da empresa com medidas e políticas de integridade, que se reflete em sua atuação na discussão e aprovação do conteúdo de um programa de integridade, bem como na participação em atividades relacionadas ao programa e na supervisão da aplicação das políticas de integridade. Também foi avaliada a difusão de uma postura ética junto ao público externo. Por fim, buscou-se mensurar a percepção dos colaboradores da empresa a respeito do efetivo comprometimento da alta direção com as medidas de integridade.

Tratando primeiramente do relacionamento da alta direção com o público interno, o Con-selho Diretor determinou, em 25/11/2014, a elaboração de campanha efetiva para a disseminação da cultura de controles internos e de linhas de defesa para conscientização de todos os empregados da CAIXA, surgindo o Programa IDentidade CAIXA, lançado em 02/09/2015. A primeira etapa da campanha de instalação do programa procurou sensibilizar os empregados e dirigentes da em-presa acerca da importância de um ambiente de controle consistente e suficiente, já que o objetivo é sedimentar a cultura de controles internos junto aos empregados e dirigentes e reforçar o com-prometimento com a observação de padrões de conduta na realização dos negócios, com a obser-vância de leis, normas e procedimentos externos e internos.

O Programa IDentidade CAIXA leva aos empregados uma abordagem lúdica sobre temas do cotidiano, sempre abordando condutas relacionadas a situações corriqueiras, muitas vezes não identificadas como inadequadas, visando estimular a reflexão do corpo funcional e proporcionar discussões sobre os temas propostos. Desde setembro de 2015, já foram abordados assuntos como:

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conflito de interesse, informação privilegiada, brindes e presentes, exercício de atividade paralela, segurança da informação, uso do CAIXA-mail, contratação de forma segura, fraude interna e in-formações propositadamente incorretas. As charges são publicadas juntamente com uma matéria jornalística reforçando o tema proposto.

Quanto aos empregados detentores de cargos gerenciais, o programa educacional “Gestão de Bens e Serviços – Eficiência de Gastos” contempla a capacitação deles, no sentido de orientá-los sobre a política de relacionamento profissional com terceirizados de sua Unidade. O Curso 2 – Usuário do Bem ou Serviço, por exemplo, tem uma unidade de conteúdo que trata especificamente desse tema, abordando, entre outros, a ingerência na gestão da empresa contratada, as orientações no sentido de evitar desvio de função e, justamente, como deve ser feita a comunicação com a empresa contratada e seu corpo funcional para a observância das normas internas da CAIXA. Ou-tro exemplo de estímulo para os gerentes da CAIXA realizarem o programa educacional foi o convite enviado para todos os líderes na ocasião da publicação do primeiro curso do programa.

Outra iniciativa, em 28/07/2016, partiu da Vice-Presidência Varejo e Atendimento (VI-VAR), quando promoveu a vídeo streaming "A importância da conduta no sistema bancário e na CAIXA", com a participação da Chefe de Departamento de Supervisão de Conduta do Banco Cen-tral do Brasil, iniciativa que proporcionou esclarecer e disseminar a visão do órgão regulador sobre a importância do tema nas relações com clientes e usuários de produtos e serviços, bem como na prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.

O reporte à alta administração das medidas de combate à fraude e corrupção foi outra di-mensão abordada. Ele é feito semestralmente, por meio de Relatório de Monitoramento do Sistema de Controles Internos, em especial, nos tópicos “Ambiente de Controle” e “Avaliação de cada Princípio e suas respectivas Diretrizes”; Descritivo SIRCI – Sistemas de Controles Internos; e Informe SIRCI.

Por meio do questionário aplicado, foi questionado aos empregados se a alta direção da CAIXA está realmente comprometida com a prevenção, detecção e correção de atos de corrupção ou fraude e, em resposta, 46,04% (151) dos respondentes concordaram totalmente, enquanto 39,02% (128) concordaram parcialmente.

Quanto ao relacionamento com o público externo, outra medida de integridade existente, desde 29/04/2015, é a capacitação à distância “Parceiros CAIXA EAD”, em complemento à etapa presencial, destinada aos Correspondentes CAIXA Aqui (CCA) e às Unidades Lotéricas (UL). Destaca-se na ação de capacitação à distância dos parceiros a abordagem de temas operacionais e de gestão, como a “Prevenção à Lavagem de Dinheiro” e “Ética”, configurando medida preventiva para mitigação de riscos e fragilidades identificadas no âmbito dos canais parceiros. Nas ações de capacitação oferecidas aos empregados da CAIXA que atuam com a Rede Parceira também há conteúdo relacionado à “Prevenção à Lavagem de Dinheiro” e “Ética”. Tal medida atende à Re-solução CMN 3.954/2011, que disciplina a contratação de correspondentes no país.

A observância aos preceitos legais e disposições específicas, relacionadas à confiabilidade das informações e sigilo, conformidade cadastral, além do cumprimento das normas estabelecidas pela CAIXA que orientam a atividade dos parceiros CCA e UL, traduzem-se em obrigação con-tratual e condição tanto para a contratação quanto para a manutenção dos contratos com a CAIXA. No caso das ULs, as condutas permitidas e proibidas são regidas conforme Política de Consequên-cias prevista na Circular CAIXA nº 621/2013, no normativo OR 028, nos demais normativos apli-cáveis e no contrato de adesão para a comercialização das loterias. Para os CCAs, as normas tam-bém estão contempladas nos instrumentos contratuais, e incluem, dentre outros: princípios relaci-onados com a ética e a integridade; definição das condutas permitidas e proibidas; e proibição de práticas de fraude, má-fé e lavagem de dinheiro, com previsão de rescisão contratual.

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Ademais, o acompanhamento, durante a execução do contrato, da observância desses va-lores e princípios de integridade, é realizado com o auxílio da ferramenta “Painel da Rede Parceira - Aba Conformidade”, específica para auxiliar a gestão e controle dos contratados, incluindo o registro das penalidades aplicadas nos casos de irregularidade.

Ainda no relacionamento com o público externo, a CAIXA exige de suas Contratadas/For-necedores que se abstenham de utilizar trabalho degradante, infantil e mão-de-obra análoga à con-dição de escravo. No modelo de edital e de contrato padronizados há previsão, nos termos das Leis 8.666/93 e 10.520/02, de aplicação das penalidades de advertência, multa e suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a CAIXA. Além disso, são previstas as penalidades de impedimento de licitar e contratar com a União ou de declaração de inidoneidade nos casos em que for comprovado que a empresa se comportou de modo inidôneo, fez declaração falsa ou cometeu fraude fiscal.

De forma complementar ao exposto anteriormente, em 2015, foi publicada a Cartilha do Fornecedor, que apresenta meios de promoção do desenvolvimento sustentável, da responsabilidade social e ambiental, da valorização da vida e da diversidade, em observância às dimensões ética, social e ambiental, além da econômica e financeira. A mencionada cartilha se encontra disponível ao público no Portal de Compras da CAIXA e contém orientações aos fornecedores, tais como: as formas de contratar com a CAIXA, normas de conduta e ética com ênfase no combate à corrupção, canais de relacionamento, dentre outros. Também se encontra em processo de elaboração o Código de Conduta do Fornecedor CAIXA, em atenção à Lei nº 12.846/2013.

4.2. Padrões de conduta e código de ética aplicáveis a todos os empregados e administradores, independentemente de cargo ou função exercidos

A avaliação deste item diz respeito aos códigos de ética da empresa, a forma de divulgação e aprovação pela alta direção, acessibilidade e facilidade de compreensão da linguagem em que foram escritos. Também foram avaliados os conteúdos, de modo a verificar se contemplam os temas essenciais que devem trazer estes tipos de documentos.

A CAIXA, dada a sua complexidade, possui diferentes normativos que disciplinam os temas Ética e Conduta. São eles: Código de Ética da CAIXA; Código de Conduta dos Empregados e Dirigentes da CAIXA; Regulamento de Pessoal; Código de Conduta dos Integrantes do Processo Loterias CAIXA; Código de Conduta da Vice-Presidência de Gestão de Ativos de Terceiros (VITER); e Código de Conduta da Vice-Presidência de Riscos (VICOR). Todos os códigos citados constituem normativos próprios, acessíveis aos empregados via Sistema de Manuais Normativos (SISMN), e foram escritos em linguagem apropriada aos públicos a que se destinam, inclusive constando versão em inglês do Código de Ética na internet.

Os Termos de Ciência do Código de Ética da CAIXA, do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, do Código de Conduta dos Empregados e Dirigentes da CAIXA e do Código de Conduta da VITER são assinados eletronicamente pelos empregados no “Portal Integra Mais” e renovados anualmente (quando cabível). Adicionalmente, os empregados e dirigentes da VITER assinam a Declaração de Não Participação Societária, a fim de evitar conflitos de interesse, bem como o Termo de Compromisso para Aquisição de Títulos Privados em Oferta Pública, quando da aquisição de ativos financeiros que possuam condições especiais de compra, resgate ou alienação, havendo monitoramento semestral quanto à posse desses ativos. As ciências do Código de Conduta dos Integrantes do Processo Loterias CAIXA e do Código de Conduta da VICOR são assinadas manualmente.

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Quanto à divulgação, para aprimorar o conhecimento e a observância ao Código de Ética da CAIXA, o gestor da unidade de lotação faz reunião anual para estudo e disseminação da norma junto à equipe, registra em ata, assinada por todos os presentes, e insere no Sistema de Gestão das Ocorrências Éticas (SIETI). Entretanto, foram verificadas falhas pontuais na disponibilização dos códigos citados, tanto na intranet quanto na internet.

Quanto aos códigos citados anteriormente, que possuem termos de ciência eletrônicos, são encontrados no portal da CAIXA na Internet, aba “Downloads”, mas não há links para esses dispositivos na aba “Sobre a CAIXA”/“Ética”, onde são mencionados. Também não consta na área “Sobre a CAIXA”/“Ética” o Código de Conduta dos Integrantes do Processo Loterias CAIXA.

A análise do conteúdo dos códigos vigentes demonstrou adequação e suficiência em relação aos assuntos abordados. O Código de Ética da CAIXA, sob gestão da Corregedoria (CORED), aprovado pela Resolução do Conselho Diretor de 23/07/2002, com versão atual datada de 07/06/2016, expressa o sentimento ético dos dirigentes e empregados da CAIXA, corroborado pela pesquisa interna que validou os seguintes valores: respeito, honestidade, compromisso, transparência e responsabilidade.

O Código de Conduta da CAIXA, também sob gestão da CORED, aprovado pela Resolução do Conselho de Administração, de 25/04/2013, com versão atual datada de 13/04/2016, versa sobre os seguintes padrões gerais de conduta: conflito de interesses; uso, divulgação e sigilo de informações; atividade profissional paralela; participação em eventos externos; redes sociais; brindes e presentes; uso de bens e patrimônio da CAIXA; investimentos pessoais; negociação com clientes, fornecedores e parceiros e nepotismo. Foram encontrados deveres e vedações específicos relacionados à rotina do empregado.

Objetivando dar ampla publicidade aos temas abordados no Código de Conduta dos Empregados e Dirigentes, a CAIXA disponibilizou vídeos com orientação, os quais se encontram publicados no Portal do Empregado na Intranet, estratégia premiada no concurso “Boas Práticas da Comissão de Ética Pública”. Também faz parte da estratégia de divulgação a ação educacional de verificação de conhecimento sobre os Códigos de Ética e de Conduta, constante do portfólio da Universidade CAIXA. Além disso, são realizadas ações de comunicação tanto na página da Universidade CAIXA quanto por meio de protetor de tela, e-mail, etc.

O resultado do questionário aplicado corrobora as informações prestadas pela Empresa, e demonstra que a divulgação interna dos temas Ética e Conduta tem sido efetiva, já que 98,78% dos respondentes afirmaram saber da existência do Código de Conduta da CAIXA; 89,51% disseram conseguir acessá-lo de forma fácil e rápida, e 89,81% confirmaram conhecer seu conteúdo.

Sugestão de Melhoria 4.2.1 Criar página específica sobre “Integridade” que incorpore a página “Ética”, dando-lhe

escopo mais amplo e disponibilizando acesso facilitado a partir de links na página inicial da CAIXA. A nova página pode dar acesso aos diversos documentos ligados ao tema Integridade, tais como:

- “Código de Conduta da Administração Federal”;

- “Código de Ética da CAIXA”;

- “Programa de Integridade CAIXA”;

-“Código de Conduta dos Empregados e Dirigentes da CAIXA”;

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- “Código de Conduta dos Integrantes do Processo de loterias da CAIXA”;

- “Código de Conduta para a Gestão de Ativos de Terceiros”;

- “Código de Conduta dos Empregados e Dirigentes da CAIXA”;

- “Código de Conduta do Fornecedor”;

- “Política anti-corrupção”.

4.3. Políticas e procedimentos de integridade aplicáveis a todos os empregados e administradores, independentemente de cargo ou função exercidos

Nesta seção, foram avaliadas as políticas e procedimentos instituídos pela empresa para responder aos riscos de fraude e corrupção identificados, analisando se tais políticas e procedimentos possuem conteúdo mínimo adequado e estão sendo aplicadas conforme o previsto.

Para fins dessa avaliação, buscou-se observar as políticas sobre os seguintes assuntos:

• Recebimento e oferecimento de hospitalidade, brindes e presentes;

• Prevenção da ocorrência de atos de corrupção (ativa ou passiva) ou fraudes;

• Prevenção do nepotismo na indicação de funções de confiança e cargos comissionados e na contratação de terceiros;

• Realização de patrocínios e doações filantrópicas;

• Prevenção de conflitos de interesse no relacionamento com agentes de órgãos e de outras instituições públicas; e

• Prevenção de conflitos de interesses entre os interesses privados de seus colaboradores e o interesse público.

Recebimento e oferecimento de hospitalidade, brindes e presentes

As regras quanto ao recebimento e ao oferecimento de hospitalidade, brindes e presentes e as vedações aplicáveis estão contempladas no Regulamento de Pessoal e no Código de Conduta dos Empregados e Dirigentes da CAIXA, em consonância com os preceitos da Lei n° 12.813/2013. O tema tem tratamento específico para os integrantes do processo Loterias CAIXA, para os empregados e dirigentes da Vice-Presidência de Gestão de Ativos de Terceiros (VITER) e para os empregados lotados na Vice-Presidência de Riscos (VICOR), de acordo com normativos voltados para cada área.

Os normativos internos da CAIXA proíbem aos seus empregados e dirigentes, em razão de suas atribuições, a percepção de remuneração, presente, comissão, favor ou vantagem de qualquer espécie, para si ou para outrem, oferecidos de forma direta ou indireta, e que possam influenciar decisões, facilitar negócios, beneficiar terceiros ou causar prejuízo de imagem à Empresa. Incluem-se como itens vedados de recebimento os convites de caráter pessoal para viagens, hospedagens e outras atrações.

Do rol de condutas a serem observadas, conforme o Código de Conduta dos Integrantes do Processo Loterias CAIXA, constam:

• Rejeitar favores, entretenimento, refeição, recepção, comissão, dinheiro, presente ou vantagem de qualquer espécie e valor, para si, familiares ou outrem, inclusive convites de

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caráter pessoal para viagens, hospedagens, eventos teatrais ou esportivos e similares, oferecidos por qualquer pessoa, ou empresa, com relacionamento ou interesse comercial com a CAIXA;

• Não oferecer favores, entretenimento, refeição, recepção, comissão, dinheiro, presente ou vantagem de qualquer espécie e valor aos terceiros que negociem com a CAIXA, ressalvados a distribuição de brindes promocionais e os eventos institucionais;

• Solicitar anuência da autoridade competente no assunto para participar de encontros profissionais com pessoas ou instituições que tenham interesses junto à CAIXA, inclusive quanto ao custeio de transporte e hospedagem por terceiros; e

• Solicitar anuência da autoridade competente no assunto para participar de almoço ou jantar de negócios, reuniões, solenidades, seminários ou quaisquer outros encontros patrocinados por contratados, terceiros, investidores ou instituições concorrentes ou não.

O Código de Conduta da VITER, sob gestão daquela Vice-Presidência, veda aos empregados:

• Prometer, oferecer, dar ou receber, direta ou indiretamente, oferta de qualquer tipo de pagamento, comissão, presente, remuneração ou vantagens de qualquer espécie, a quaisquer agentes públicos, empregados ou executivos de empresas privadas ou a terceira pessoa a eles relacionada, extensivo às autoridades, funcionários ou servidores públicos de órgãos e empresas estrangeiras e

• Prometer, oferecer, dar ou receber, direta ou indiretamente, oferta de qualquer tipo de pagamento, comissão, presente, remuneração ou vantagens de qualquer espécie, a quaisquer agentes públicos, empregados ou executivos de empresas privadas ou a terceira pessoa a eles relacionada, extensivo às autoridades, funcionários ou servidores públicos de órgãos e empresas estrangeiras, cuja finalidade seja descumprir suas obrigações na contratação de produtos, serviços ou compra e venda de bens, favorecendo a si próprios, a CAIXA/VITER ou os fundos de investimento e carteiras administradas da CAIXA/VITER frente aos seus concorrentes.

O Código de Conduta da VICOR, sob gestão daquela Vice-Presidência, define que os empregados devem recusar o recebimento para si ou para familiares de: brindes; presentes; gratificação; comissão; doação; favores e vantagens financeiras ou materiais, de pessoas físicas ou jurídicas que tenham relacionamento com a CAIXA, e que possam representar relacionamento impróprio ou prejuízo financeiro ou de reputação para a Empresa.

Aos empregados da VICOR é permitido aceitar brindes ou presentes que não tenham valor comercial, sejam distribuídos por entidades de qualquer natureza a título de cortesia, propaganda, divulgação habitual ou por ocasião de eventos especiais ou datas comemorativas que não ultrapassem o valor unitário de R$ 100,00. É permitido, ainda, que seja recebido brinde em situação protocolar, quando o empregado estiver representando a CAIXA, considerando que o presente é incorporado ao acervo da Empresa.

Embora os Códigos de Conduta dos Integrantes do Processo Loterias CAIXA e da VITER abordem o oferecimento de brindes e presentes pelos empregados vinculados àquelas Unidades, não identificamos nos respectivos normativos os seguintes aspectos:

• A definição do limite de valor para os brindes e presentes que podem ser oferecidos em nome da CAIXA;

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• A definição dos critérios de quem pode ser beneficiado com os brindes e presentes ofertados pela CAIXA; e

• A definição da necessidade de serem registradas as informações sobre os brindes e presentes oferecidos.

De forma a medir a efetividade das políticas e medidas de integridade, foi verificado o volume de demandas recebido pela Comissão de Ética, antes vinculada à Superintendência Nacional Quadro de Pessoas, Remuneração e Benefícios (SURBE), e que migrou suas atividades para a CORED, após a criação dessa área, por meio da Resolução do CD nº 7.068, de 23/06/2015.

A CORED informou que a categorização das deliberações da Comissão de Ética e das ocorrências destinadas ao exame disciplinar é efetuada pelo denunciante e baseada na percepção daquele, sendo sujeita ao seu próprio entendimento, o que não necessariamente corresponde ao teor de seu manifesto. Não houve demandas direcionadas à SURBE e à CORED, no período de julho/2014 a julho/2016, referentes ao recebimento e oferecimento de hospitalidade, brindes e presentes.

Prevenção da ocorrência de atos de corrupção (ativa ou passiva) ou fraudes

A CAIXA possui Política Anticorrupção, publicada em junho de 2016 com o objetivo estabelecer regras de prevenção e correição para mitigar o risco de envolvimento dos colaboradores, fornecedores e parceiros do conglomerado CAIXA em atos de corrupção. Essa política foi estruturada, implementada e atualizada de acordo com as características e riscos das atividades da CAIXA.

A Política Anticorrupção será monitorada por meio dos seguintes indicadores:

• Indicadores de efetividade:

a) inexistência de registro na CGU de Processos Administrativos de Responsabilização (PAR) com envolvimento da CAIXA; e

b) tratamento conclusivo das denúncias de envolvimento em corrupção.

• Indicadores de esforço ou intermediários:

a) atos da alta administração relacionados à promoção de ações anticorrupção;

b) unidades com mapa de exposição ao risco de corrupção elaborado;

c) ações implementadas voltadas à prevenção ou correção das fragilidades registradas no Mapa de Exposição ao risco de corrupção;

d) interrupção dos danos decorrentes de atos de corrupção;

e) ações para recuperação dos valores envolvidos em atos de corrupção e

f) efetiva utilização dos canais de denúncia disponibilizados pela CAIXA.

Além da Política Anticorrupção, há normativo que regulamenta os preceitos para negociação com clientes, fornecedores e parceiros, bem como a prevenção da ocorrência de atos de corrupção. Este tema tem tratamento específico para os integrantes do processo Loterias CAIXA e para os empregados e dirigentes da Vice-Presidência de Gestão de Ativos de Terceiros (VITER).

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O Código de Conduta dos Integrantes do Processo Loterias CAIXA inclui entre as condutas a serem observadas:

• Denunciar, por meio dos canais disponibilizados pela CAIXA, quaisquer atos contrários ao interesse público, condutas antiéticas, comportamentos que revelem indícios de corrupção e situações irregulares que favoreçam conflito de interesses, praticados por superiores hierárquicos, colegas ou contratados;

• Contribuir para que a CAIXA não mantenha vínculos de qualquer natureza com organizações ou clientes cujas condutas sejam incompatíveis com padrões éticos, tais como: a adoção de práticas que caracterizem trabalho escravo, que sejam contrárias ao Estatuto do Idoso e ao Estatuto da Criança e do Adolescente, que causem danos ao meio-ambiente e que, de algum modo, contribuam para a corrupção e a lavagem de dinheiro, inclusive comunicando a irregularidade à autoridade competente para aferição; e

• Fazer-se, preferencialmente, acompanhar por outro empregado, em contato profissional com representantes de contratados (fornecedores), sendo recomendável o registro do assunto tratado em ata ou em outra forma equivalente.

O Código de Conduta da VITER possui tópico sobre anticorrupção e prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo, o qual veda ao empregado:

• Oferecer ou receber remuneração ou vantagens de qualquer espécie, a quaisquer agentes públicos, empregados ou executivos de empresas privadas ou a terceira pessoa a eles relacionada, extensivo a autoridades, funcionários ou servidores públicos de órgãos e empresas estrangeiras; e

• Dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional e outros.

Ademais, o Código de Conduta da VITER reza que o empregado deve observar e monitorar as operações negociadas e/ou realizadas com o objetivo de prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo, reportando os casos que contenham indícios de práticas de ilícitos ou apresentem atipicidade à unidade da CAIXA responsável pelo tema.

De forma a medir a efetividade das políticas e medidas de integridade, foi verificado o volume de demandas recebido pela Comissão de Ética sobre esse tema. No período de julho/2014 a julho/2016, foram recebidas 5 denúncias relativas ao tema corrupção, sendo 1 com conteúdo que não representava a categorização escolhida pelo empregado; 1 teve processo disciplinar instaurado, atualmente na fase de defesa; 1 não foi admitida para tratamento pela Comissão de Ética, por não se caracterizar como ato de corrupção e 2 foram transferidas para outra unidade, tendo em vista a natureza do assunto. Houve, ainda, 1 denúncia sobre suspeita de corrupção, a qual foi encaminhada para tratamento pelo regime disciplinar e que não apresenta informações suficientes para decisão quanto à instauração de Processo Disciplinar. Não foram identificadas demandas quanto à ocorrência de fraude.

Prevenção do nepotismo na indicação de funções de confiança e cargos comissionados e na contratação de terceiros

A prevenção do nepotismo na indicação de funções de confiança e cargos comissionados e na contratação de terceiros é objeto do normativos internos da CAIXA RH 200 e ratificada nos

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normativos RH 184 – Exercício de Função Gratificada/Cargo em Comissão; AD 020 - Solicitação de Contratação para Aquisição de Bens e Prestação de Serviços; AD 028 - Contratação sem Licitação; AD 069 - Licitações na CAIXA e AD 146 - Formalização de Contratos.

Os normativos estabelecem expressamente a vedação ao nepotismo na contratação de terceiros, sendo que essa disposição é observada tanto nos procedimentos de licitação quanto de contratação direta, mediante o preenchimento e a assinatura pelo licitante/contratado da declaração de vedação ao nepotismo, que constitui anexo dos modelos de editais/contratos padronizados pela CAIXA.

De forma a medir a efetividade das políticas e medidas de integridade, foi verificado o volume de demandas recebido pela Comissão de Ética sobre esse tema. No período de julho/2014 a julho/2016, foram recebidas 6 denúncias, sendo que 2 continham conteúdo diverso da categorização escolhida pelo empregado; 2 foram encaminhadas para exame sob o aspecto disciplinar, sendo que em ambas a decisão foi pela não instalação de análise preliminar; 1 foi tratada pela Comissão de Ética, tendo sido emitida recomendação à unidade sobre a situação relatada e 1 foi transferida para outra unidade em virtude da natureza do assunto.

Realização de patrocínios e doações filantrópicas

A política de comunicação, marketing e patrocínios estabelece princípios e diretrizes para as atividades da CAIXA, diretas e contratadas, em todos os aspectos relacionados à comunicação externa, gestão de marcas, propaganda e publicidade, comunicação interna e endomarketing, patrocínio, eventos, distribuição de brindes, merchandising, marketing de incentivos, assessoria de imprensa e relacionamento institucional.

Verificou-se também a existência de normativo que regula o patrocínio de projetos realizados em parceria ou promovidos por terceiros, para fins de divulgação da imagem, marca, produtos e serviços, programas sociais e de bens culturais e históricos da CAIXA, junto a segmento de público identificado como de interesse mercadológico, financeiro/negocial ou institucional.

Preceitua-se que os patrocínios da CAIXA atentem para respeito aos costumes, tradições e valores da sociedade, bem como para preservação do meio ambiente e que o relacionamento com clientes, fornecedores, correspondentes, coligadas, controladas, patrocinadas, associações e entidades de classe seja pautado dentro dos princípios do Código de Ética. Já a política anticorrupção da CAIXA estabelece que a área responsável por patrocínios, além de assegurar que contratos contemplem as diretrizes dessa política, deve estabelecer, implantar e monitorar procedimentos que assegurem o pleno conhecimento dos patrocinados.

Adicionalmente, a CAIXA constituiu o Fundo Socioambiental CAIXA (FSA CAIXA), sob a gestão da Gerência Nacional Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental (GERSA), destinado especificamente a apoiar projetos e investimentos de caráter social e ambiental, que se enquadrem em programas e ações da CAIXA, principalmente nas áreas de habitação de interesse social, saneamento ambiental, gestão ambiental, geração de trabalho e renda, saúde, educação, desportos, cultura, justiça, alimentação, desenvolvimento institucional, desenvolvimento rural, entre outras vinculadas ao desenvolvimento sustentável que beneficiem, prioritariamente, a população de baixa renda, na forma fixada pelo Conselho Diretor (CD). O processo de entrada das propostas para o apoio do FSA CAIXA pode ser feito por meio de seleção pública, apoio a Políticas Internas ou incentivo financeiro a negócios sustentáveis. O termo assinado pelo proponente junto ao FSA CAIXA apresenta cláusula em que a entidade se compromete a observar o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo e Análogo e o Compromisso no Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.

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Outro assunto abordado nesse trabalho da Auditoria Interna foi o SISPA - Sistema Informatizado de Gestão de Patrocínios, considerado insuficiente para garantir o melhor custo-benefício das contratações, mensurar o retorno sobre o investimento e dar transparência ao processo. Foi apontada a falta de respaldo sistematizado e de critérios claros e objetivos para a seleção de ações de patrocínio, que avalie o valor a ser patrocinado frente às contrapartidas propostas, podendo contrariar o princípio da impessoalidade. Desta forma, a Auditoria recomendou à SUPEN envidar esforços para que o processo de Patrocínios tenha sistema informatizado que permita, dentre outros benefícios, a adequada gestão orçamentária e operacional das ações de marketing.

Corrobora, ainda, o entendimento de que se fazem necessárias melhorias no processo de patrocínios o Relatório de Auditoria Anual de Contas nº 201503904 desta CGU, que identificou ausência dos patrocínios a clubes de futebol no Planejamento Estratégico da CAIXA, de forma clara e com objetivos e ações bem definidas, assim como o fato de não existirem mecanismos que efetivamente mensurem os resultados financeiros alcançados. Também foi constatado que havia contratação de patrocínios a clubes de futebol sem a exigência de cumprimento dos mandamentos da Lei do Desporto, o que expunha a CAIXA a riscos de imagem desnecessários. As recomendações da CGU encontram-se pendentes de implementação.

Registre-se, porém, que não foi identificada demanda para tratamento pela Comissão de Ética ou pela CORED relacionada ao tema patrocínio.

Prevenção de conflitos de interesse

Os procedimentos de prevenção a conflitos de interesse no relacionamento com agentes de outras instituições públicas estão relacionados no Código de Ética da CAIXA, que ainda especifica a conduta para os integrantes do processo Loterias CAIXA, e no Código de Conduta dos Empregados e Dirigentes da CAIXA, que estabelece os procedimentos para prevenir conflitos entre os interesses privados dos empregados da CAIXA e o interesse público. O assunto também é tratado no normativo próprio para os empregados e dirigentes da VITER e da VICOR. Na hipótese de conflito de interesses, os empregados e dirigentes devem comunicar sua ocorrência à Comissão de Ética e aos demais membros de órgão colegiado do qual faça parte, abstendo-se de votar ou participar da discussão do assunto caso se trate de decisão coletiva.

Ressalta-se o contido no Código de Conduta dos Integrantes do Processo Loterias CAIXA, que estabelece que, no relacionamento com órgãos governamentais, contratados e terceiros, os dirigentes, a administração e a equipe vinculadas ao Processo Loterias devem esclarecer a existência de eventual conflito de interesses, bem como comunicar qualquer circunstância ou fato impeditivo de sua participação em decisão ou órgão colegiado. O mencionado código afirma que os integrantes do processo Loterias CAIXA devem solicitar o apoio da área jurídica da CAIXA, sempre que necessário, para acompanhamento das ações a serem implementadas, em particular, em acordos comerciais internacionais com outras organizações do ramo de loterias, exigindo atenção às leis, normas e condutas dos países integrantes dessas organizações, bem como observância dos acordos internacionais em vigor.

Em que pese não terem sido identificadas normas sobre a prevenção de fraudes e corrupção na participação da CAIXA como fornecedora em processos licitatórios e na execução de contratos administrativos como contratada, há que se considerar que os negócios da empresa devem ser realizados em conformidade com o arcabouço legal e com os normativos sobre licitações.

As demandas enviadas à Comissão de Ética e à CORED, no período de julho/2014 a julho/2016, totalizaram 23 denúncias sobre conflito de interesses. Deste total, 5 foram transferidas para outra unidade, dada a natureza do assunto; em 5 delas o conteúdo do manifesto não

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representava a categorização escolhida pelo empregado; 1 foi destinada ao tratamento pela Comissão de Ética, a qual foi cancelada por estar em duplicidade; 1 não foi admitida para tratamento pela Comissão de Ética, por não se caracterizar como conflito de interesses; 11 foram direcionadas para o regime disciplinar, sendo 1 processo instaurado e aplicada advertência; 2 foram transferidas para outra área, dada a natureza do assunto; 4 denúncias foram analisadas com decisão pela não instauração; para 1 foram solicitadas informações adicionais e 3 denúncias foram abandonadas quando do pedido de informações adicionais.

A seguir apresenta-se o resultado do questionário aplicado a fim de avaliar o alcance das medidas de integridade junto aos empregados, com percentuais destacados para respostas “sim”:

Perguntas Respostas “sim”

A empresa em que você trabalha realiza campanhas para divulgar o papel e a importância do programa de integridade bem como as políticas de integridade?

68.60%

Você recebe, via e-mail ou em meio físico, as normas de integridade adotadas, bem como as suas atualizações?

59.45%

A partir das campanhas realizadas pela sua empresa, você passou a compreender melhor a importância das políticas de integridade?

84.44%

A sua empresa possui medidas e/ou políticas relacionados a recebimento e oferecimento de brindes e presentes?

90.24%

A sua empresa possui medidas e/ou políticas relacionados à prevenção da ocorrência de atos de corrupção (ativa e passiva)?

85.67%

A sua empresa possui medidas e/ou políticas relacionados à prevenção de nepotismo?

72.56%

A sua empresa possui medidas e/ou políticas relacionados à realização de patrocínios e doações filantrópicas?

72.87%

A sua empresa possui medidas e/ou políticas relacionados à prevenção de conflitos de interesses?

84.76%

Sugestões de Melhoria

4.3.1 Incluir em seus normativos, como condição de admissão/ingresso nos quadros da CAIXA, um item referente à quarentena obrigatória constante do art. 6º, inciso II da Lei 12.813/2013;

4.3.2 Implantar medidas para prevenir a ocorrência de corrupção no contato dos empregados com agentes públicos de outras instituições públicas (corrupção ativa), tais como:

a) Rotatividade de empregados em cargos que requeiram contato com agentes públicos de outras instituições públicas ou em áreas sensíveis;

b) Evitar que empregados se reúnam sozinhos com agentes públicos de órgãos e de outras entidades.

4.3.3 Prevenir a ocorrência de corrupção no contato dos empregados com terceiros (corrupção passiva), utilizando-se de rotatividade em áreas sensíveis, como gestão de fornecedo-res/prestadores de serviços;

4.3.4 Definir o limite de valor para os brindes e presentes que podem ser oferecidos em nome da CAIXA;

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4.3.5 Definir os critérios de quem pode ser beneficiado com os brindes e presentes ofertados pela CAIXA;

4.3.6 Definir a necessidade de serem registradas as informações sobre os brindes e presentes oferecidos;

4.3.7 Vedar que patrocínios sejam utilizados como forma de pagamento de vantagem indevida a agente público ou que sejam aplicados em desacordo com a política anticorrupção da empresa;

4.3.8 Estabelecer periodicidade para revisão das políticas de comunicação, marketing e patro-cínios;

4.3.9 Implantar sistema informatizado para que o processo de Patrocínios permita, dentre outros benefícios, a adequada gestão orçamentária e operacional das ações de marketing.

4.4. Treinamentos periódicos e comunicação sobre o programa de integridade

Com relação à comunicação, foi avaliada a divulgação dos temas relacionados à integridade, para o fomento da postura ética a todos os colaboradores da empresa, a prevenção de situações de conflito de interesses, de corrupção e de fraude. Também foi avaliada a disponibilidade das normas de integridade e suas atualizações para que todos os colaboradores possam consultá-las.

Com relação ao treinamento, enfocaram-se as capacitações sobre temas de ética e integridade aplicadas pela empresa, avaliando quais as capacitações existentes, se há estratégia de estímulo para incentivar a participação dos funcionários nos treinamentos, bem como qual a percepção dos colaboradores sobre esses treinamentos. Avaliou-se, ainda, a existência de mecanismos para assegurar que todos os funcionários e dirigentes sejam alcançados pelas capacitações de conteúdo de interesse geral e que as capacitações específicas alcancem o público de interesse para cada tema.

A estratégia de comunicação utilizada pela CAIXA é basicamente digital, utilizando-se da Universidade CAIXA e da intranet, onde está o Sistema de Manuais Normativos (SISMN), no qual os normativos da Empresa são publicados. Adicionalmente, a Empresa orienta que seus gestores realizem reunião anual para estudar e disseminar o Código de Ética. Evidenciaram tal iniciativa exemplos de mensagens eletrônicas encaminhadas pela Diretoria Executiva Gestão de Pessoas (DEPES) a todas as Unidades da CAIXA, divulgando aos gestores os materiais de apoio para as ações discursivas do Código de Ética e do Código de Conduta.

A Universidade CAIXA adota um plano de capacitação por Escola de Negócio, que se traduz nas ações educacionais à distância disponibilizadas em seu portal, atualmente com 104 ações, e nas ações presenciais disponibilizadas pelas Gerências de Filiais de Gestão de Pessoas (GIPES), atualmente com 48 ações. Os principais treinamentos focados em temas relacionados ao Programa de Integridade são: Finanças Empresariais; Controles Internos; Prevenção à Lavagem de Dinheiro; Risco Operacional; Apuração de Responsabilidade; Prevenção à Fraude Documental; Gestão de Bens e Serviços e Código de Ética da CAIXA. As realizações dos treinamentos são registradas no Sistema de Treinamento, Desenvolvimento e Educação (SITDE), que gera os relatórios com dados da formalização das capacitações.

A Gerência Nacional Desenvolvimento e Capacitação (GEDEC) e a Corregedoria (CORED) são responsáveis pelo planejamento e pela execução dos treinamentos relacionados à ética e à integridade. Nesse contexto, a Escola da Corregedoria contribui com o desenvolvimento

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de soluções educacionais no sentido de minimizar a ocorrência de irregularidades, por intermédio de medidas preventivas e educativas, propagando a transparência e ética nos processos de trabalho.

Embora as tratativas de redimensionamento da área responsável pelo Programa de Integridade estejam em andamento, a Gerência Nacional Compliance e Normas (GENOR) participou do planejamento e da execução das capacitações da UC sobre controles internos e prevenção à lavagem de dinheiro. Ademais, a GENOR é coordenadora do Programa IDentidade CAIXA, anteriormente mencionado, cujo objetivo é sedimentar a cultura de controles internos e o comprometimento dos empregados e dirigentes com os padrões de conduta. A GENOR solicitou à GEDEC a formatação de treinamentos específicos para o Programa de Integridade, conforme evidências obtidas.

O resultado do questionário aplicado demonstrou que a divulgação das medidas e das políticas de integridade tem se mostrado suficiente. Contudo, pergunta específica mostrou que 56,10% informaram nunca ter participado de treinamento do programa de integridade especificamente voltado para sua área de atuação, o que se justifica pelo fato de o Programa não estar implementado à época. Assim sendo, as sugestões de melhoria decorrentes dessa questão visam a difundir o Programa após sua implementação.

Sugestões de melhoria

4.4.1 Divulgar amplamente aos empregados, dirigentes, parceiros, fornecedores e público externo o Programa de Integridade da CAIXA e o seu compromisso de cumpri-lo;

4.4.2 Promover treinamentos voltados prioritariamente para o Programa de Integridade, comunicando aos empregados e dirigentes sobre os treinamentos e incentivando-os à participação.

4.5. Análise periódica de riscos para realizar adaptações necessárias ao programa de integridade

Esta seção traz a avaliação quanto à existência de um gerenciamento de risco voltado para fraude e corrupção, ainda que a Entidade esteja em fase de implementação do Programa de Integridade. Como a tomada de risco é parte essencial do negócio da CAIXA, o sistema utilizado se estrutura em gerenciamento de risco de crédito, de mercado, de liquidez, operacional e demais riscos.

A CAIXA possui a Política de Gerenciamento de Riscos do Conglomerado CAIXA, aprovada pelo Comitê Delegado de Risco e Capital, pelo Conselho Diretor (CD) e pelo Conselho de Administração (CA), contendo princípios e diretrizes para a gestão de riscos no âmbito do Conglomerado. Objetiva promover a gestão do risco de crédito, de mercado, operacional (este disciplinado pela Resolução nº 3.380/2006 do Banco Central), de liquidez e demais riscos relevantes aos quais o conglomerado CAIXA está exposto, visando manter a exposição a esses riscos em níveis considerados aceitáveis pela administração da instituição, assegurando a solvência, liquidez e sustentabilidade da CAIXA.

O normativo interno citado anteriormente versa sobre a revisão periódica de identificação dos riscos. Ratifica que os critérios para definir as exposições relevantes são aprovados pela alta administração e são revisados com o objetivo de compreender suas fontes e identificar formas de reduzi-las ao estritamente necessário para a consecução dos objetivos estratégicos da CAIXA. Os limites são ajustados periodicamente de acordo com a estratégia e o ambiente de negócios, com fatores macroeconômicos e com a capacidade de cada subsidiária de assumir riscos e suportar

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perdas. As políticas e estratégias para o gerenciamento de riscos do conglomerado CAIXA são revisadas no mínimo anualmente, com o objetivo de mantê-las adequadas à natureza, complexidade e dimensão das exposições a riscos e compatíveis com os objetivos estratégicos da CAIXA, conforme consignado no citado normativo.

A Política de Risco Gestão de Ativos de Terceiros tem como objetivo estabelecer princípios e diretrizes relativos ao gerenciamento do risco aos quais os Fundos de Investimento e as Carteiras Administradas estão expostos, em consonância com as regulamentações interna e externa e às melhores práticas de mercado. Essa política é pautada nas seguintes diretrizes:

• A estrutura de gerenciamento de riscos de crédito, de mercado e de liquidez deve permitir identificar, avaliar, monitorar, controlar, propor ações de mitigação e simular a exposição em cenários de normalidade e de estresse, os quais abrangem todas as fontes relevantes dessas categorias de risco; e

• A estrutura de gerenciamento de risco engloba políticas e estratégias, sistemas para medir, monitorar e controlar, considerando a natureza e a complexidade dos produtos, atividades, processos e a dimensão da exposição aos riscos de crédito, de mercado e de liquidez dos Fundos de Investimento e das Carteiras Administradas.

A CAIXA possui a Política de Gerenciamento de Risco de Crédito, de Mercado, de Liquidez e Operacional da Vice-Presidência de Fundos de Governo e Loterias, consolidada no normativo PO 038, com o objetivo de estabelecer princípios e diretrizes que norteiam a gestão dos riscos relacionados aos processos e atividades de gestão, compreendendo as categorias de risco de crédito, de mercado, de liquidez e operacional. Ela adota os princípios gerais da Política de Gerenciamento de Riscos do Conglomerado CAIXA, dentre os quais prudência, tolerância ao risco, segregação das funções, ética, transparência, prestação de contas e acurácia.

De forma complementar, a Política de Controles Internos e Compliance, tem por objetivo promover condições para assegurar a efetividade do Sistema de Controles Internos, e contempla diretrizes para avaliação de risco. Há também a Política de Governança Corporativa da CAIXA e suas Subsidiárias, que tem o objetivo de estabelecer princípios e diretrizes para nortear as práticas de gestão, considerando as partes interessadas e envolvidas na atuação do Conglomerado CAIXA, a qual contempla a gestão estratégica de riscos e controle.

O normativo Estratégia de Linhas de Defesa define que a Primeira Linha de Defesa é composta pelas áreas gestoras de processos/produtos ou das Redes, que gerenciam os riscos como proprietárias dos processos/produtos ou das Redes. A Segunda Linha de Defesa é composta pelas áreas supervisoras de risco em processos/produtos ou nas Redes e áreas gestoras de controle, que supervisionam os riscos de forma independente. A Terceira Linha de Defesa é composta por áreas de avaliação independente, portanto é executada exclusivamente pela Auditoria Interna.

O processo de gestão de risco prevê planos de tratamento de riscos (Planos de Ação) acompanhados pelo Sistema de Auditoria em Unidades (SIAUD) e pelo Sistema de Relatórios de Controles Internos (SIRCI), onde constam todas as ações elaboradas para tratar os riscos apontados pelas avaliações internas realizadas pelas áreas de risco, controle e auditoria, bem como aqueles constatados pelas auditorias externas e órgãos de controle (CGU e TCU) e pelo BACEN. Existe, ainda, o Sistema de Autoavaliação de Riscos (SIAAR) e está em fase de desenvolvimento, o Sistema de Gestão de Risco Operacional (SIGRO). Os riscos são comunicados mensalmente à alta administração por meio de informes ao Comitê Delegado de Risco e de Capital.

Os eventos relativos aos riscos de integridade são basicamente “Fraude com cartão de crédito”, “Fraude em canais de atendimento (Internet Banking CAIXA – IBC)”, “Fraude com

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cartão de débito”, “Fraude em operações e serviços sem envolvimento de empregado - Fraude Documental”, “Furto, roubo sequestro” e “Outros Eventos de Risco Operacional”. Para estes eventos, foram apresentadas soluções já utilizadas e algumas que estão em elaboração.

Sugestão de Melhoria

• 4.5.1 Consoante às normas de integridade, recomendamos incluir o evento “desvio” no rol de eventos de risco operacional e, consequentemente, na Grade de Eventos de Risco Operacional.

4.6. Registros e controles contábeis

A avaliação realizada teve como enfoque a existência de mecanismos (normativos e sistemas) para garantir a fidedignidade das informações contábeis e evitar fraudes, verificando se os controles internos contábeis são periodicamente testados e se abarcam as transações que oferecem maior risco de distorção da demonstração contábil. Também foi verificada a existência de medidas para identificar e investigar mudanças nos padrões de ativos, passivos, receitas ou despesas que possam indicar risco de corrupção ou violação às suas normas de integridade.

A estrutura de controle interno adotada pela CAIXA baseia-se no COSO 2013 e é divulgada por meio do normativo PO 002 005 - Política de Controles Internos e Compliance, que tem por objetivo “promover condições para assegurar a efetividade do sistema de controles internos da CAIXA, de modo a garantir com razoável certeza, o alcance dos objetivos da empresa”.

A certificação dos controles está normatizada no CR 278 003, que tem o objetivo de “disciplinar a atividade de certificação de controles, por meio de metodologia de avaliação aplicada aos processos, atividades, produtos ou serviços da CAIXA, com o registro e documentação dos procedimentos adotados para assegurar confiabilidade, fidedignidade, transparência e uso adequado das informações”. De acordo com esse normativo, o padrão geral de certificação abrange todas as áreas da CAIXA, tem periodicidade semestral, gera índices por área para os indicadores mensuráveis e objetiva avaliar a maturidade do SCI CAIXA, enquanto o padrão específico abrange área, processo, atividade, produto ou serviço, conforme definido pela SUCOR – Superintendência Nacional (SN) Risco Corporativo.

A CAIXA tem em sua estrutura organizacional a SN Contabilidade e Tributos (SUCON), área responsável pela contabilidade do conglomerado CAIXA e de terceiros, cabendo à Gerência Nacional (GN) Controle e Registo Contábil (GECOR), uma de suas gerências nacionais, o registro, a qualificação, a análise e a evidenciação das demonstrações contábeis do conglomerado CAIXA.

O modelo de atuação da auditoria interna da CAIXA é denominado Metodologia de Auditoria de Processo (MAP). Os trabalhos realizados com essa Metodologia são analisados em seis dimensões (estratégia, partes interessadas, legislação e normas, gestão, suporte e desempenho e resultados) e tem por objetivo identificar e recomendar as oportunidades de melhoria para a gestão e o alcance dos objetivos empresariais, a partir da avaliação da governança, do controle interno, do gerenciamento de riscos e dos resultados. Também são planejados, periodicamente, trabalhos na área de controles internos e monitoração da CAIXA para avaliar a atuação da unidade como segunda linha de defesa da empresa.

Em atendimento à Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) nº 2.554, de 1998, a auditoria interna, semestralmente, realiza trabalho de avaliação do SCI, tendo por base as auditorias concluídas no semestre em avaliação e emite parecer endereçado à SN Controle institucional (SUCOI), unidade responsável pela emissão do Relatório de Controles Internos (RCI)

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da CAIXA. Nesse parecer são reportadas as auditorias de processo com a utilização da MAP e os trabalhos realizados em unidades da Matriz da CAIXA que possuam testes com criticidade alta ou extrema. Esse parecer sintetiza os trabalhos nos quais detectou-se falhas ou ausências de controles internos nos segmentos de atuação da CAIXA, inclusive no aspecto contábil. Cópia do citado parecer é encaminhada ao Comitê de Auditoria (COAUD) e integra o RCI CAIXA. Este Relatório contém a consolidação das informações relacionadas aos apontamentos (irregularidades, deficiências ou necessidades de melhorias de controle identificadas nos processos da empresa) considerados relevantes.

Em relação à avaliação da fidedignidade da informação contábil, a auditoria interna realiza auditorias contábeis com o objetivo de avaliar a consistência dos saldos contábeis e operacionais dos balancetes da CAIXA, com variação do escopo dos trabalhos em virtude das subcontas analisadas e das Demonstrações Financeiras elaboradas sob a responsabilidade da Administração. Complementarmente, esses trabalhos abrangem a avaliação da efetividade de medidas adotadas pelas áreas gestoras para solucionar as inconformidades identificadas em auditorias anteriores (follow up).

Os apontamentos relacionados às auditorias contábeis que receberam criticidade alta ou extrema são encaminhados ao Conselho Fiscal (CF) e ao COAUD por meio do Relatório Síntese de Atividades da Auditoria Interna (RS), cuja finalidade é informar os assuntos de maior relevância identificados pela auditoria interna em macroprocessos, produtos e serviços, que devem ser alvo de ações corretivas por parte dos gestores das unidades da CAIXA. No caso do segmento contábil, o RS emitido aborda o pronunciamento da auditoria interna sobre os balancetes mensais e demonstrações contábeis da CAIXA.

Sobre os trabalhos realizados pela auditoria externa, em atendimento à Resolução CMN nº 3.198, de 2004, a auditoria independente emite semestralmente a avaliação da qualidade e adequação do SCI, evidenciando as deficiências identificadas. No relatório emitido em 03/03/2016, os auditores independentes opinaram no sentido de que:

(...) as demonstrações contábeis, que compreendem o balanço patrimonial individual e consolidado em 31/12/2015 e as respectivas demonstrações individuais e consolidadas dos resultados, apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial individual da CAIXA, bem como a posição patrimonial e financeira consolidada da CAIXA e de suas controladas, o desempenho individual e consolidado de suas operações e os seus fluxos de CAIXA individual e consolidado para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil aplicáveis às instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil (Bacen).

Na mesma data, a auditoria independente emitiu o relatório de recomendações para o aprimoramento dos controles internos (RCCI), documento que aborda o sistema de controles internos e o descumprimento de dispositivos legais e regulamentares em conexão com as auditorias das demonstrações contábeis. No relatório está consignado que a auditoria externa não identificou deficiências significativas de controle interno ou descumprimento relevante de dispositivos legais e regulamentares a serem reportados.

Os aspectos aqui expostos são ratificados pelo RT GT Anticorrupção 001/2015, de 21/12/2015, documento extraído do Sistema de Produtos e Serviços CAIXA – Módulo Roteiro Padrão (SIPSC-RP), acessado pelo endereço http://portfolio.CAIXA/. No RT GT Anticorrupção 001/2015, especificamente quanto aos controles internos que asseguram a elaboração e confiabilidade de relatórios e demonstrações financeiros da CAIXA, consta que por meio do monitoramento do SCI é possível avaliar se os registros contábeis apresentam garantia aceitável referente à qualidade e fidedignidade das informações.

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De acordo com o relatório, na elaboração das demonstrações financeiras da CAIXA são realizados controles internos de batimento das informações analíticas dos balancetes contábeis com as informações sintéticas apresentadas nas demonstrações e efetuado um segundo cruzamento de informações, entre as demonstrações financeiras e notas explicativas. Consta ainda que a CAIXA adota procedimentos e controles operacionais visando à mitigação de riscos envolvidos na utilização de eventos, sendo esta atividade premissa básica para qualquer criação de evento contábil. Além disso, está consignado no relatório que as VP Finanças e Controladoria (VIFIC) e Operações Coorporativas (VIOPE) elaboram relatórios mensais da conciliação contábil CAIXA, com menção aos principais registros incoerentes objetos de acompanhamento e monitoramento, bem como das ações para regularização, assegurando que, caso os demais controles não detectem problemas, haja o acompanhamento e a regularização tempestiva.

Atualmente não existe na CAIXA um programa de educação continuada relacionado à aplicação das normas de contabilidade e demais dispositivos legais ou regulatórios que possam alterar de forma relevante as demonstrações contábeis da entidade. Entretanto, no portal da Universidade CAIXA há cursos que abordam temas relacionados a controles internos, finanças, prevenção à lavagem de dinheiro e à fraude, segurança, risco, aspectos estes contemplados pelo Programa de Integridade.

A CAIXA não possui solução estruturada de indicadores (red flags) para identificar alterações anormais (não esperadas) de ativos, de passivos, de receitas e de despesas. Tanto a área de contabilidade quanto a auditoria interna utilizam-se de soluções departamentais, dependentes da análise humana e que são utilizadas no planejamento dos trabalhos de auditoria contábil.

Sugestões de Melhoria

• 4.6.1 Instituir programa de educação continuada voltado aos empregados das áreas contábil, financeira e patrimonial que contemple os temas referentes à legislação contábil, com vistas a capacitar e atualizar o conhecimento de forma a contribuir nas demonstrações contábeis da empresa;

• 4.6.2 Estabelecer mecanismos que possibilitem a identificação de alterações não esperadas dos ativos, passivos, receitas e despesas da CAIXA.

4.7. Independência, estrutura e autoridade da instância interna responsável pela aplicação do programa de integridade e fiscalização de seu cumprimento

Esse item tem como objetivo verificar se há uma área específica na empresa responsável pela condução do programa de integridade, bem como a adequação dos recursos (humanos, financeiros, espaço físico, materiais, capacitações) que lhe são disponibilizados, suas competências e a forma e a abrangência de sua atuação. Considerando que o Programa de Integridade da CAIXA está em construção, ainda não há definição da área ou pessoa responsável pela condução do programa.

4.8. Canais de denúncia de irregularidades, abertos e amplamente divulgados a funcionários e terceiros, e mecanismos destinados à proteção de denunciantes de boa-fé

Foram avaliados os canais disponibilizados pela empresa para o recebimento de denúncias, quanto a sua existência e a sua adequabilidade, bem como a atuação da empresa no incentivo à

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realização de denúncias e na proteção aos denunciantes de boa-fé. Buscou-se mensurar, também, a percepção dos colaboradores sobre a realização de denúncias à empresa.

O Atender. CAIXA é o sistema utilizado para registro, tratamento e resposta de ocorrências feitas pelos clientes (SAC e Ouvidoria) e pelos empregados CAIXA (canal interno). São disponibilizados os sistemas abaixo para que os clientes e empregados façam denúncia, sugestão, elogio e reclamação:

• Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC);

• Ouvidoria;

• E-mail, carta;

• Redes sociais e

• Intranet da CAIXA: https://atender.CAIXA/.

O SAC CAIXA é o canal de atendimento receptivo para informações, dúvidas, sugestões, elogios e reclamações dos clientes em primeira instância, segundo definição constante no normativo AE 045 035 - Serviço de Atendimento ao Consumidor – SAC.

O cliente também tem a opção de atendimento pelo telefone 0800 726 0101, pela internet na opção “Fale Conosco”, acessada por meio do endereço http://fale-conosco.CAIXA.gov.br/wps/portal/faleconosco, pelo e-mail [email protected], por carta ou pelas redes sociais (Facebook, Twitter e Youtube). Esse canal está disponível para o consumidor 24h por dia, sete dias por semana e as ligações são gratuitas.

A Ouvidoria é o canal utilizado pela CAIXA para o recebimento de reclamações em última instância e de denúncias do cliente sobre atendimento, produtos e serviços oferecidos pela Empresa, segundo os dispositivos do normativo Ouvidoria - Atendimento ao Procon e Órgãos de Defesa do Consumidor. As ocorrências advindas de instituições que compõem o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC) e dos controladores CGU e BACEN são direcionadas à Ouvidoria para tratamento. O atendimento desse canal ocorre em dias úteis, das 9h às 18h, por meio do telefone 0800 725 7474, cuja ligação é gratuita.

Para o empregado, o Sistema Atender. CAIXA é o canal de comunicação disponibilizado para o registro de sugestões, elogios, reclamações e denúncias relacionados às suas atividades e ao seu cotidiano na CAIXA, estando disponível também para esclarecimentos de dúvidas sobre ética e comportamento em caráter preventivo. Esse canal de atendimento também possibilita a representação, a denúncia ou qualquer outra demanda relacionada à natureza ética. Os empregados da CAIXA possuem acesso automático ao Sistema.

A tabela de categorização do canal utilizado para o registro de ocorrências internas, atualizada em 13/07/2016, contempla a suspeita de corrupção como um dos motivos possíveis para o enquadramento da ocorrência.

A recepção e o encaminhamento de denúncias na CAIXA, bem como as ocorrências relacionadas a elogio, reclamação, dúvida, sugestão, estão disciplinados nos normativos internos.

O fluxo atual das denúncias divide-se em registro, tratamento e resposta. Na etapa do registro, a demanda é recebida e encaminhada à Ouvidoria para triagem e classificação do conteúdo. Na fase de tratamento, a unidade responsável é determinada com base em critérios como indícios de participação de empregados e prestadores, valores expressivos ou a existência de processo de apuração de responsabilidade. Na primeira hipótese, a denúncia é direcionada à unidade hierarquicamente superior ao denunciado para providências. Nos casos em que a denúncia fizer menção a grandes quantias ou à existência de processo de apuração de responsabilidade, é

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encaminhada à CORED para manifestação e/ou direcionamento. Findo o tratamento, a Ouvidoria encaminha resposta ao denunciante, caso haja informação para contato. Após a resposta ao denunciante, a ocorrência é avaliada quanto à procedência e à resolubilidade. Foi informado que, no tocante às denúncias anônimas, é possível o acompanhamento da demanda pelo denunciante por meio do protocolo de registro, sem a necessidade de identificação pessoal.

Por força do art. 6º, inciso V da Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) nº 4.433, de 2015, a OUVID consolida as informações sobre as denúncias recebidas e publica o Relatório Semestral das Atividades de Ouvidoria. O citado relatório é submetido à auditoria interna, ao Comitê de Auditoria (COAUD), à DE Organização e Estratégia (DEORE) e ao Conselho de Administração da CAIXA (CA). A referida Resolução dispõe sobre a constituição e o funcionamento de componente organizacional de ouvidoria pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Bacen.

Como forma de medir a efetividade dos canais de denúncia existentes, foi verificado o encaminhamento dado a uma amostra aleatória de dez denúncias, constando que foram encaminhadas às áreas competentes e que as respostas foram prestadas aos denunciantes.

A partir do questionário aplicado, quanto ao conhecimento dos canais, observou-se que 85,67% dos respondentes afirmaram que a CAIXA possui canal de denúncias e de esclarecimento de dúvidas. Os canais mais conhecidos são o número telefônico (79,36%), o link da intranet (72,60%) e o endereço de e-mail (37,72%). Ademais, 50,53% dos respondentes concordam totalmente que o canal de denúncias é facilmente acessado. Foi apurado, ainda, que 79,72% afirmaram ter conhecimento dos canais disponíveis para o registro de denúncia e da possibilidade de se fazer denúncia anônima.

Em relação ao funcionamento dos canais, 54,27% dos respondentes afirmaram que teriam segurança de usar os canais, pois acreditam que não há retaliação aos denunciantes na empresa, entretanto 45,73% manifestaram se sentirem inseguros para realizarem a denúncia, por receio de sofrer retaliação. Questionados sobre as medidas específicas para prevenir a retaliação dos denunciantes, 41,77% dos respondentes concordam parcialmente que a CAIXA estabelece tais medidas. Sobre o incentivo ao uso dos canais, 35,98% dos respondentes informaram ter ciência de manifestações da empresa incentivando a realização de denúncias e que acreditam que a direção espera e deseja que estes casos sejam denunciados. Contudo, 40,24% afirmaram não terem visto ou não se lembrarem de ter visto manifestações da empresa incentivando a realização de denúncias, mas acreditam que a direção espera e deseja que estes casos sejam denunciados.

Sugestão de Melhoria

• 4.8.1 Adotar ações, direcionadas ao corpo funcional, de incentivo à denúncia e de

divulgação das medidas específicas para prevenir a retaliação aos denunciantes.

4.9. Aplicação de medidas disciplinares em caso de violação do programa de integridade

Nesta seção, buscou-se avaliar, a partir das normas, políticas e procedimentos de integridade implementados, se a entidade apura indícios de corrupção de forma consistente. É necessário que estejam estabelecidas as medidas disciplinares a serem aplicadas aos colaboradores nos casos de violações, portanto, a avaliação deste tema incluiu a verificação da existência de unidade correcional. Por fim, analisou-se a percepção dos colaboradores com relação à efetiva apuração de denúncias de violações às normas de integridade.

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A Empresa dispõe de arcabouço normativo que trata do regime disciplinar dos empregados, contemplando o fluxo do processo de apuração de responsabilidade, prazos, competências, procedimentos, entre outros aspectos.

A criação da Corregedoria - CORED foi aprovada por meio da Resolução do Conselho Diretor nº 7068/2015, de 23/06/2015. A CORED está subordinada à Presidência da CAIXA e possui os seguintes mandatos:

• Gestão do processo de apuração de responsabilidade disciplinar e civil, compreendendo regras relacionadas ao processo, análise preliminar, instauração e instrução do processo;

• Gestão da ética e do regime disciplinar;

• Prevenção de irregularidades e danos, monitoração do cumprimento de penalidades;

• Gestão dos conselhos disciplinares, planejamento e suporte à gestão desses colegiados, proposição para criação/extinção de instâncias decisórias disciplinares;

• Prospecção, sinalização, recomendações, orientações e prevenção de incidentes mais comuns;

• Sinalização para melhorias de processos e de capacitação, fomento à educação/cultura;

• Controle de ocorrências disciplinares e

• Controle da recuperação de danos/cobrança.

De acordo com as informações prestadas pela CORED, o mandato do cargo de titular da Corregedoria será de 2 anos, renovável por iguais períodos, conforme Resolução do Conselho Diretor nº 7.068, de 23/06/2015. A indicação da atual titular da Corregedoria da CAIXA foi aprovada pelo Conselho Diretor, conforme a Resolução nº 7.097, de 28/07/2015, e pela CGU, de acordo com o Ofício nº 12.508, de 10/06/2016.

No que tange à apuração de ilícito praticado por pessoa jurídica, a Corregedoria (CORED) informou que não foi elaborado normativo para regulamentar o Processo Administrativo de Responsabilização (PAR) que, segundo a Lei nº 12.846/2013, destina-se à apuração de responsabilidade de ilícitos cometidos por pessoa jurídica. Explicou, ainda, que no Voto que criou a área correcional não há previsão de estrutura para a realização das atividades relativas a esse processo, estando a CORED na iminência de publicar a primeira Portaria de PAR instaurado pela CAIXA, e que a partir dela a unidade poderá elencar as eventuais dificuldades, uma vez que o procedimento é novo.

A CORED iniciou a elaboração de indicadores específicos no primeiro semestre de 2016, entre eles os que objetivam analisar qualitativa e quantitativamente a apuração de denúncias encaminhadas para a unidade.

O funcionamento do processo de apuração de responsabilidade tem como uma de suas fases a análise jurídica da instrução, na qual a área competente verifica a regularidade da instrução do processo e propõe o enquadramento legal e normativo. As decisões de primeira e segunda instâncias são tomadas pelos Conselhos Disciplinares, sendo que cada Conselho possui composição distinta. Os Conselhos Disciplinares são órgãos autônomos, com caráter deliberativo e competência disciplinar delegada pela CORED, para analisar e julgar, conforme o caso, os processos de apuração de responsabilidade.

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Por meio de questionário, sobre a apuração das denúncias de possíveis violações às normas da empresa ligadas à ética e integridade, 53,66% dos respondentes sinalizaram acreditar que as denúncias são apuradas pela empresa com bons resultados.

4.10. Procedimentos que assegurem a pronta interrupção de irregularidades ou infrações detectadas e a tempestiva remediação dos danos gerados

Neste item foi analisado se a empresa dispõe de mecanismos destinados à interrupção de irregularidades detectadas, bem como à tempestiva remediação de irregularidades cometidas por colaboradores e à reparação dos danos gerados. Também se avaliou se esses mecanismos estão sendo consistentemente aplicados pela empresa e se as ocorrências são registradas e comunicadas à alta direção. O item também inclui a avaliação dos normativos e protocolos internos da empresa que dizem respeito à investigação de possíveis irregularidades por meio da atuação da auditoria interna e seu acompanhamento pela área responsável pelo Programa de Integridade.

Para que as ações irregulares praticadas por empregados no exercício de suas funções sejam prontamente interrompidas, a CAIXA utiliza-se de seu poder diretivo para afastar preventivamente o empregado envolvido. O normativo Conselhos e Delegação de Competências Disciplinares regula essa medida, adotada nas situações em que a manutenção do empregado no ambiente da empresa representa risco institucional, conforme transcrito a seguir:

“3.16 Afastamento Preventivo

3.16.1 O empregado poderá ser afastado preventivamente nos casos em que sua

manutenção no ambiente da Empresa representa risco institucional em qualquer de

suas formas.

3.16.2 O afastamento preventivo pode se dar por solicitação interna ou mediante

ordem judicial.

3.16.3 No caso de solicitação interna, a CORED decide sobre o afastamento

preventivo.

3.16.4 O afastamento preventivo será aplicado por 60 dias, podendo ser prorrogado

por períodos de 60 dias, mediante requerimento fundamentado, até a decisão de

primeira instância do Processo Disciplinar e Civil – PDC.

3.16.5 Se o afastamento preventivo ocorrer antes da instauração de Processo

Disciplinar e Civil, este deve ser instaurado no Rito Especial, na forma prevista no

MN AE079.”

As medidas corretivas são aplicadas quando da finalização do PDC. A criação da Corregedoria (CORED) faz parte das ações de aprimoramento do controle interno no âmbito da CAIXA.

Verificou-se haver normas e procedimentos aplicáveis à recuperação de prejuízos causados à CAIXA, por empregado, ex-empregado, menor, estagiário ou prestador de serviço, em decorrência de desfalque, diferença para menor de estoque, desvio de numerário, bens e valores e de obrigações pecuniárias provenientes de atos irregulares, ilegais, ilegítimos ou antieconômicos. As medidas utilizadas na recuperação dos prejuízos são: cobrança administrativa; desconto compulsório; cobrança judicial, sem prejuízo do desconto compulsório; instauração de Tomada de Contas Especial (TCE), sem prejuízo da cobrança judicial e do desconto compulsório e protesto em cartório dos títulos executivos provenientes de condenação do TCU em TCE.

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As áreas responsáveis pelo monitoramento do fluxo de interrupção das irregularidades ou infrações observadas, de acordo com as respectivas competências, são a SN Controle Institucional (SUCOI) e a CORED. O processo de apuração de responsabilidade, que estava sob a gestão da auditoria interna, foi transferido para a CORED, unidade criada para gerir esse processo, entre outros mandatos, conforme Resolução do Conselho Diretor nº 7.068/2015, de 23/06/2015. Quanto à Audit, nos programas de auditoria há teste específico para a descrição de situações com indícios de fraudes identificadas durante o trabalho e que permite prestar as informações necessárias à correta apuração dos fatos pela CORED.

Quanto à comunicação à alta direção das medidas adotadas para interromper as irregularidades e remediar danos, foi verificado que, de acordo com o Regimento Interno do Conselho Fiscal, uma das atribuições desse colegiado é “tomar ciência, por intermédio do Comitê de Auditoria em conjunto com o auditor independente e a auditoria interna, quando da identificação de fraudes, falhas ou erros que coloquem em risco a continuidade da CAIXA ou a fidedignidade das demonstrações contábeis (...)”.

Nesse mesmo sentido, o normativo que trata do Regime de Alçadas, que tem o objetivo de “instituir o conjunto de valores definidos como limites atribuídos às autoridades competentes para autorização de lançamentos em resultado, em Apuração de Responsabilidade ou em Ocorrências a Apurar”, define a autoridade competente e a faixa de valor de deliberação de cada instância, alcançando a decisão pelo Conselho Diretor.

Entretanto, consultando outros normativos não foram localizados procedimentos que determinem a comunicação à alta direção das medidas adotadas para interromper as irregularidades e remediar danos.

Quanto à detecção e ao tratamento de irregularidades, a SN Segurança Empresarial (SUSEG) tem como um de seus mandatos a prevenção e combate às fraudes internas, externas e golpes, cabendo à CN Segurança (CESEG), unidade a ela vinculada, a detecção, reação e recuperação de fraudes eletrônicas em canais de atendimento, em canais digitais e em meios de pagamento eletrônico. Os gestores da empresa podem detectar fragilidades e irregularidades nos seus processos a partir do monitoramento do desempenho e dos resultados de seus produtos e serviços, mensurados por meio de indicadores de efetividade.

Quanto à etapa de interrupção, a CAIXA conta com o Portal de Apoio ao Processo de Apuração de Responsabilidade Disciplinar e Civil (APUR), no qual a autoridade competente para instauração do processo efetua a sua abertura e registra as informações referentes à etapa de apuração. Nos casos de fraudes eletrônicas e golpes, a CESEG analisa os alertas gerados pelos sistemas corporativos e no caso de confirmação de desvios, a Centralizadora adota medidas de interrupção, a exemplo do bloqueio de cartão de débito e do cancelamento da transação ou do seu agendamento quando realizada em um equipamento adulterado de forma fraudulenta, entre outras. A auditoria interna utiliza o Sistema de Auditoria de Unidades (SIAUD) como repositório de informações, no qual encontram-se os programas de auditoria e os papéis de trabalho.

A etapa de correção se dá após o julgamento do processo pelos Conselhos Disciplinares, sendo que os dados da resolução com a decisão do Colegiado são registrados no Sistema de Gestão da Ética (SIETI). Exemplos de ações adotadas pela CESEG para correção das irregularidades identificadas são o envio de mensagem automática à agência bancária do cliente envolvido, informando a ocorrência e enviando orientações para tratamento do caso, encaminhamento à GN Segurança Eletrônica e Documental (GESED) das ocorrências de fraude que necessitam de definição de novas diretrizes e padrões de segurança com os gestores de produtos e serviços, a identificação de novo modus operandi de fraude, a identificação de concentração de ocorrências e de novas modalidades de fraude para adoção de medidas preventivas, entre outros.

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4.11. Diligências apropriadas para supervisão de fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediários e associados

Neste tema, foi verificado se a empresa possui regras voltadas para a prevenção de fraude e corrupção nos contratos e acordos firmados com terceiros. A avaliação incluiu, ainda, a verificação quanto ao registro, por parte da estatal, de seu compromisso com a ética e com os padrões de integridade e quanto à exigência de compromisso recíproco do contratado, no ato da contratação. Verificou-se, ainda, se a entidade monitora o cumprimento das cláusulas contratuais relacionadas à integridade. Também é objetivo dessa seção verificar se a entidade classifica seus contratos de acordo com a exposição aos riscos de fraude e corrupção e se adota controles e procedimentos específicos nos contratos com terceiros, levando em consideração a exposição desses contratos a esses riscos.

Em 2015 a CAIXA publicou a Cartilha do Fornecedor, que estabelece como prioridade em seus procedimentos de contratação a garantia dos princípios vinculados às compras públicas sustentáveis e contém informações sobre as normas de conduta ética e princípios norteadores do relacionamento com fornecedores, penalidades previstas em decorrência do não cumprimento de obrigações assumidas pela licitante/contratada e os canais de relacionamento com a Contratante, inclusive o canal para denúncias. Contudo, não identificamos na Cartilha informações quanto às políticas de prevenção e combate à fraude e corrupção, relativas ao Programa de Integridade.

Os normativos, modelos padronizados de editais e contratos contemplam regras que buscam prevenir fraudes e ilícitos, que refletem as disposições da legislação aplicável às licitações e aos contratos administrativos. O normativo sobre Política Anticorrupção estabelece regras de prevenção e correição para mitigar o risco de envolvimento dos colaboradores, fornecedores e parceiros do conglomerado CAIXA em atos de corrupção, em atendimento às disposições legais vigentes. No tocante à habilitação de fornecedores em procedimento licitatório, os requisitos exigidos da licitante para fins de habilitação jurídica, regularidade fiscal e trabalhista e qualificação econômico-financeira estão previstos nos modelos padronizados de editais.

Aos modelos padronizados de editais, que trazem em sua folha de rosto as premissas da Responsabilidade Social Empresarial e os Valores Éticos da Empresa, está anexo o Termo de Compromisso de Combate à Corrupção e ao Conluio entre Licitantes e de Responsabilidade Socioambiental, o qual aborda princípios éticos e morais, e deve ser assinado pela empresa vencedora da licitação e enviado juntamente com a documentação exigida para fins de contratação. Também consta do edital a vedação ao nepotismo, bem como a previsão de consulta a registros do

Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) e Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP).

É boa prática de um modelo de integridade que os contratos firmados com terceiros sejam classificados de acordo com os riscos envolvidos, o que não ocorre atualmente na CAIXA. Entretanto, o Gestor Operacional do contrato, com base no histórico de ocorrências identificadas nas contratações, traça metodologia e plano de fiscalização e acompanhamento da execução contratual, com base nos pontos suscetíveis a descumprimento das obrigações contratuais e/ou ações fraudulentas. Há segregação de funções no acompanhamento dos contratos.

Para verificar se as regras internas de prevenção de fraude e corrupção nos contratos e acordos firmados com terceiros são observadas, selecionamos dez contratos contidos em amostras dos trabalhos de auditoria, realizados no período de 7/2015 a 7/2016, considerando o critério de materialidade (valor do contrato). Para dois dos contratos, quando da contratação do fornecedor, não constaram arquivados nos processos as pesquisas ao SICAF ou documentos complementares para fins de verificação da regularidade jurídica e fiscal. Assim, foi solicitado pela Auditoria Interna da CAIXA que a Gerência de Filial Logística Brasília/DF (GILOG/BR) exija dos

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fornecedores a comprovação da regularidade jurídica e fiscal por meio do SICAF ou apresente os documentos complementares para este fim.

Outra fragilidade identificada para os referidos contratos foi a falta de rotina efetiva para verificar, a cada ateste de pagamento, a regularidade trabalhista da contratada via CNDT, para comprovar a inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho. Nesse sentido, a Auditoria Interna da CAIXA recomendou a criação de rotina de verificação para cada ateste da regularidade trabalhista da empresa contratada via CNDT e arquivamento no processo tipo 2.

Para outros dois contratos, consta consulta ao SICAF com a regularidade fiscal da receita Estadual/Distrital/Municipal vencida, sem a devida comunicação da ocorrência à GILOG/BR – Coordenação Gestão Formal. Assim, a Auditoria Interna da CAIXA recomendou que seja comunicado à GILOG/BR - Coordenação Gestão Formal para as providências devidas caso a contratada apresentar irregularidade no SICAF e não apresentar as certidões de regularidade fiscal.

Em que pese não termos identificado monitoramento quanto ao cumprimento de cláusula contratual anticorrupção, a GN Contratações informou que há segregação entre as atribuições das diversas áreas, como exemplo: gestor operacional (demandante da contratação), contratações (instrui o processo de contratação até a formalização do contrato) e gestor formal (gestão formal propriamente dita e o pagamento), o que contribui para a prevenção da ocorrência de fraudes e corrupção nas licitações.

Além disso, foi aprovada em maio de 2016 a Resolução do Conselho Diretor (RD) nº 7316/2016, que dispõe sobre o processo de segurança bancária e criação do Comitê de Risco Operacional e Segurança, com a finalidade de definir critérios e regras sobre ações de mitigação de risco operacional e de segurança para alinhamento de processos e soluções tempestivas. Nessa RD foi aprovada a constituição de cinco comissões temáticas vinculadas ao Comitê de Risco Operacional e Segurança, com a finalidade de deliberar sobre ações de risco operacional e segurança, visando identificação, proteção, detecção, reação e recuperação relacionadas à segurança e ao risco operacional, comissões essas elencadas a seguir:

a) Comissão de Risco Operacional e Segurança na Originação de Crédito;

b) Comissão de Fraude Eletrônica em Produtos e Serviços;

c) Comissão de Segurança Física em Ambientes, de Pessoas e do Patrimônio;

d) Comissão de Fraude Interna;

e) Comissão de Risco Operacional.

Em que pese a CAIXA possuir dispositivos anticorrupção nos seus editais e instrumentos contratuais, foi identificada carência de controles e procedimentos para mensurar e avaliar a exposição dos contratos aos riscos de fraude e corrupção.

Sugestões de Melhoria

• 4.11.2 Instituir classificação de riscos de contratações quanto à integridade, com participação da área responsável pelo Programa;

• 4.11.3 Reforçar o monitoramento sobre os controles que assegurem a verificação da regularidade fiscal, jurídica ou trabalhista.

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4.12. Verificação, durante os processos de fusões, aquisições e outras operações societárias, do cometimento de irregularidades ou ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pessoas jurídicas envolvidas

Neste item, foram analisadas, quanto à existência e adequação, as regras e procedimentos da empresa relacionados à realização de verificações previamente a fusões, aquisições ou outras operações societárias, objetivando identificar eventual histórico, por parte da empresa alvo (a ser adquirida, com a qual a estatal pretende se fundir, etc), de envolvimento com corrupção ou outros tipos de condutas ilegais ou antiéticas. Avaliou-se, também, se a empresa aplicou essas regras, conforme previsto, em situações de fusões, aquisições ou outras operações societárias, ocorridas desde a criação das regras.

Quanto às regras e procedimentos objetivando verificações prévias às operações societárias, há previsão normativa interna para a gestão e realização de investimentos e contratações no âmbito do Conglomerado CAIXA, abrangendo o relacionamento comercial e a governança entre a CAIXA e as empresas integrantes desse conglomerado. O normativo contempla os princípios e diretrizes para a realização de investimentos e as contratações no âmbito do Conglomerado CAIXA, quais sejam: equilíbrio financeiro em todos os negócios; ética; controle e acompanhamento; similaridade e complementariedade; transparência e governança.

Segundo a SUCOI, o processo de aquisição ou alienação de participações societárias, realizado pela CAIXA Participações S/A (CAIXAPAR), envolve, como regra geral, serviços especializados de assessoria técnica cujos contratados não devem possuir interesses nas empresas a serem avaliadas. As empresas contratadas para essa consultoria são selecionadas por meio de processo administrativo, amplamente divulgado, realizado pela área de contratações da CAIXA, com a possibilidade de participação de todos que satisfaçam as condições estabelecidas em edital. As atividades desenvolvidas por essas empresas contratadas incluem avaliação econômico-financeira, plano de negócios, alocação do preço de compra, realização de due diligence contábil e de ambiente de controle, com parecer de profissional independente, sendo a due diligence legal realizada pela área jurídica da CAIXA.

Em entrevista realizada no dia 26/08/2016, o Gerente Nacional de Compliance e Normas (GENOR) informou que as due diligence contábil, de ambiente de controle e legal avaliam aspectos relacionados à corrupção ou outros tipos de condutas ilegais ou antiéticas. Ao ser questionado sobre a existência de regras e procedimentos de verificações prévias às operações societárias, objetivando identificar histórico de envolvimento com corrupção ou outros tipos de condutas ilegais ou antiéticas, ele informou que, no que se refere às operações societárias, não há nos normativos internos regras e procedimentos específicos sobre o assunto.

Tais informações também foram confirmadas pelos Consultores de Dirigente da CAIXAPAR e pelo Gerente Executivo de Atendimento Jurídico (GEAJU), que reforçaram o posicionamento de que são avaliados aspectos relacionados à corrupção ou outros tipos de condutas ilegais ou antiéticas nas due diligence contábil, de ambiente de controle e legal.

A SUCOI informou que, por meio da Gerência Nacional Controles Internos e Monitoração (GECIM), realiza monitoramento da atuação da Subsidiária Integral (CAIXAPAR), focado na estrutura de Controles Internos da referida empresa, avaliando aspectos como resultados obtidos versus orçado; normatização de rotinas; código de conduta; trabalhos de mapeamento de riscos e de auditoria interna e externa, fragilidades identificadas e ações corretivas realizadas ou em andamento; treinamento e desenvolvimento das equipes e compliance com normas externas.

Apesar de as normas examinadas contemplarem aspectos como ética, código de conduta, governança, transparência e compliance, não identificamos regras e procedimentos estabelecidos

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em normativos internos do Conglomerado CAIXA quanto à realização de verificações previamente a operações societárias, objetivando identificar histórico de envolvimento com corrupção ou outros tipos de condutas ilegais ou antiéticas.

Segundo a CAIXAPAR, o normativo sobre Aquisição, Alienação Total e Modificação de Participação Societária estabelece as normas e procedimentos a serem observados nas negociações conduzidas pela CAIXAPAR, que envolvam operações societárias. Contudo, não foram identificadas regras e procedimentos específicos que determinem a aplicação das medidas de integridade nas entidades que compuseram a operação societária.

Sugestão de Melhoria

• 4.12.1 Definir regras e procedimentos nos normativos internos do Conglomerado CAIXA quanto à aplicação das medidas de integridade nas entidades que compuserem a operação societária.

4.13. Monitoramento contínuo do programa de integridade visando seu aperfeiçoamento na prevenção, detecção e combate à ocorrência de atos lesivos

Considerando que o Programa de Integridade está em fase de implementação, foram obtidas informações sobre como se pretende viabilizar o monitoramento, o que deverá ser alvo de verificação futura por meio do Plano de Ação a ser elaborado pela Empresa.

Para levar a efeito o cumprimento do Programa de Integridade na CAIXA, o monitoramento do programa será implantado em duas frentes distintas. A primeira consiste em monitorar a efetividade do Programa, por meio de indicadores que demonstrem o cumprimento da Política Anticorrupção. A segunda inclui o monitoramento da execução do Programa nos processos críticos da empresa, aqueles mais suscetíveis à prática de atos delituosos contra a Administração Pública, que será executado por meio de indicadores que evidenciem os resultados da aplicação do Programa no âmbito desses processos.

O monitoramento será instituído com base na Política Anticorrupção (normativo PO 047 000) e Política de Controles Internos e Compliance (normativo PO 002 005) da CAIXA e nos requisitos de avaliação do Programa de Integridade, constantes do Art. 42 do Decreto 8.420/15, devendo observar:

• Possíveis desvios de conduta ética por parte de empregados e dirigentes;

• Conduta ética por parte de terceiros, fornecedores, prestadores, agentes intermediários e associados;

• Divulgação e treinamento periódico do programa;

• Avaliação periódica de riscos de corrupção;

• Confiabilidade das demonstrações contábeis;

• Ocorrências de ilícitos em processos licitatórios, execução de contratos ou interação com setor público;

• Ocorrência e tratamento de denúncias de corrupção;

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• Ações de punição das violações;

• Ocorrência de irregularidades ou ilícitos em fusões, aquisições e reestruturações societárias; e

• Grau de eficiência do Programa de Integridade.

O monitoramento mediante indicadores que demonstrem o cumprimento da Política Anticorrupção segue o modelo de Linhas de Defesa, que prevê a criação de três camadas de controles. O monitoramento da Primeira Linha de Defesa tem como foco a correção tempestiva do processo, a mitigação dos riscos envolvidos, com a finalidade de impactar positivamente os resultados. Uma vez validada a existência de controles efetivos e a atuação da Primeira Linha de Defesa, a Segunda Linha de Defesa realiza o monitoramento a partir de amostra estatística com grau de confiança mínimo, sob a perspectiva do controle, com o objetivo de validar a manutenção da eficácia dos mitigadores e/ou controles implementados nos processos. A Terceira Linha de Defesa é independente e pode atuar em todo o processo ou acompanhar o resultado fornecido pelas primeiras Linhas de Defesa.

4.14. Transparência da pessoa jurídica

Foram analisadas as rotinas adotadas pela entidade para divulgação ativa e passiva de informações relevantes ao público interno e externo. Avaliou-se o cumprimento de dispositivos da Lei nº 12.527/2011 e do Decreto nº 7.724/2012, bem como da Resolução CGPAR nº 05/2015.

Para atender aos pedidos de informação do cidadão, em cumprimento ao disposto na Lei 12.527/2011 e no Decreto nº 7.724/2012, quanto à transparência passiva, a CAIXA oferece como canal o sítio da Instituição na internet, com atalho para o Sistema Eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão (e-SIC), disponibilizado pela Controladoria-Geral da União (CGU) para cadastramento dos pedidos de acesso à informação, bem como o SIC físico.

Todo pedido de acesso à informação recebido pelos canais acima deverá ser cadastrado no e-SIC. Assim, se o cidadão apresentar pedido de acesso à informação nas unidades da CAIXA, a solicitação será digitalizada e encaminhada para unidade específica na estrutura da CAIXA para o atendimento, juntamente com os dados necessários para registro no e-SIC.

Em consulta ao sistema e-SIC, gerou-se relatório das demandas destinadas à CAIXA de jan/2014 a out/2016. Foi apurado um total de 12.290 ocorrências. Para fins comparativos, obteve-se junto à Ouvidoria Geral da União o relatório de recursos impetrados junto à CGU quanto a pedidos não atendidos satisfatoriamente pela CAIXA, que totalizaram 246 no mesmo período, sendo apenas 16 com provimento (06 com provimento parcial e 10 com provimento total). Concluiu-se, portanto, que o SIC tem funcionado adequadamente, corroborando as informações obtidas durante a presente auditoria.

Tratando-se da transparência ativa, as informações de interesse coletivo ou geral podem ser acessadas mediante o banner “Acesso à Informação” contido na página inicial do sítio, que contém o rol de informações descrito a seguir:

• Estrutura organizacional, competências, legislação aplicável, principais cargos e seus ocupantes, endereço e telefones das unidades, horários de atendimento ao público;

• Programas, projetos, ações, obras e atividades, principais metas e resultados e, quando existentes, indicadores de resultado e impacto;

• Repasses ou transferências de recursos financeiros;

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• Informações financeiras detalhadas;

• Licitações realizadas e em andamento, com editais, anexos e resultados, além dos contratos firmados;

• Respostas e perguntas mais frequentes da sociedade;

• Contato da autoridade de monitoramento, telefone e correio eletrônico do SIC e

• Programas financiados pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

A divulgação de informações da CAIXA, como empresa pública, em conformidade com o §5º do artigo 7º do Decreto nº 7.724/2012 e, consequentemente do §1º do artigo 5º do Decreto nº 7.724/2012, está submetida às normas pertinentes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a fim de assegurar sua competitividade e governança corporativa.

Em cumprimento à determinação contida na Resolução CGPAR nº 05/2015, a CAIXA divulga as informações determinadas pela Resolução em seu sítio na internet. Ressalta-se que desde 2008 a CAIXA deixou de publicar o seu Balanço Social e passou a publicar o Relatório de Sustentabilidade, seguindo a metodologia Global Reporting Initiative (GRI), modelo mais abrangente de relato de informações sobre Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental, disponível no sítio da CAIXA.

Por ser empresa pública de capital fechado, a CAIXA não divulga fatos relevantes nos moldes estatuídos no art. 157 da Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas) e nem pela Instrução CVM nº 358/2002. No entanto, na qualidade de administradora e gestora de fundos, há publicações sobre fatos relevantes no site da CAIXA, conforme orientações contidas no art. 40 da Instrução CVM nº 359/2002

Em razão de posicionamento estratégico e de governança e por ser a CAIXA empresa pública que exerce atividade econômica de forma concorrencial, informações sobre suas operações ativas e passivas e de seus serviços prestados não podem ser divulgadas ao mercado, ou a quem não esteja legalmente investido de poder de controle governamental.

Conforme a Lei Complementar (LC) nº 105/2001, que regula o sigilo bancário, as informações tratadas nas reuniões da alta direção da CAIXA são sigilosas. Nessas reuniões são analisadas questões relativas às operações ativas, passivas e serviços bancários da CAIXA, amparadas pela previsão do art. 1º da referida lei.

Adicionalmente, foi informado que a CAIXA não está sujeita às normas da CVM, no que se refere à publicação de atas, por não ser empresa de capital aberto.

4.15. Processo de tomada de decisões

Nesse item foi verificado se o processo de tomada de decisão pela alta direção segue regras adequadas e consistentes, é baseado em estudos técnicos e dispõe de mecanismos que visem reduzir a assimetria de informação entre o nível operacional e o decisório. Além disso, esta seção tem como objetivo analisar os parâmetros de governança aplicáveis ao Conselho de Administração da entidade, verificando se ele possui membros com experiência, conhecimento, reputação ilibada e disponibilidade necessária para o cumprimento de suas atribuições, bem como se possui composição multidisciplinar e parcela dos membros independentes, não sendo presidido pelo Diretor-presidente da entidade.

A fixação de alçadas de decisão é de competência do Conselho Diretor, do Conselho de Gestão de Ativos de Terceiros e do Conselho de Fundos Governamentais e Loterias, conforme

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normativo AL 001. Esse e outros normativos internos estabelecem os limites de alçada para a tomada de decisão pelos membros da alta direção e demais níveis hierárquicos, quanto aos diversos negócios da CAIXA.

Quanto à realização prévia de estudos técnicos para subsidiar a tomada de decisão pelos membros da alta direção, é importante ressaltar que os registros e as justificativas da alçada deci-sória competente são instadas através de Votos, Pareceres Sínteses e Resoluções Deliberativas. Para averiguar se há exigência de tais documentos, foram tomados alguns exemplos de operações e verificados os respectivos estudos específicos. As operações verificadas foram as seguintes: Ope-rações Comerciais Pessoa Jurídica Privada; Habitação; Saneamento e Infraestrutura e Operações Comerciais Pessoa Jurídica Pública. Para tais operações, havia uma série de estudos correspon-dentes.

Adicionalmente, com intuito de averiguar as regras quanto à tomada de decisões, foi ela-borada amostra contendo cinco processos de grandes operações submetidos ao Conselho Diretor (CD) no ano de 2015, considerando o critério de materialidade e os diversos setores da economia com os quais a CAIXA transaciona. O resultado obtido foi que a apreciação dessas operações observou os limites de alçadas previstos nos normativos. As várias áreas da empresa se manifes-taram por meio de Votos, Pareceres, Notas Jurídicas e Comunicações Eletrônicas, para subsidiar a tomada de decisão pela alta administração. Foi observada apenas uma divergência, pois o prazo de divulgação da pauta foi inferior aos cinco dias corridos, previamente à Reunião Ordinária do Conselho Diretor, diferente do previsto no normativo OR 084, apenas em um caso da amostra. Em contraponto, auditoria recente desta CGU identificou falha pontual na comunicação à alta direção de dados técnicos relevantes para subsidiar decisão a ser tomada pelo Conselho Diretor à época.

Para que os resultados dos estudos técnicos sejam transmitidos à alta direção, a CAIXA dispõe de normativos internos que estabelecem regras sobre o encaminhamento, a tramitação e o registro dos assuntos a serem decididos nas Reuniões dos Conselhos e Comitês da CAIXA.

Na análise dos normativos que tratam do funcionamento dos comitês e órgãos estatutários colegiados da administração, e dos que tratam das operações analisadas, não foi identificada a definição dos documentos mínimos, tampouco, as áreas que devem obrigatoriamente se manifestar para que o CD disponha de subsídios suficientes para apreciar as operações.

A CAIXA dispõe do Sistema de Acompanhamento, Assessoramento de Decisão (SIAAD), que contém o histórico, o fluxo e toda documentação que suporta a tomada de decisão dos Cole-giados, exceto para os Conselhos de Administração e Fiscal, Comitês de Auditoria e de Remune-ração. A Secretaria Geral (SEGER) informou que está em andamento projeto para a utilização do Sistema de Apoio a Tomada de Decisão (SIATD) em substituição ao SIAAD, que atenderá a todos os Colegiados.

O Conselho de Administração (CA) da CAIXA está em conformidade com o Regimento Interno do Conselho de Administração, Art. 2º, no qual é estabelecido que o Conselho será com-posto por 7 (sete) membros, a saber:

I - quatro Conselheiros indicados pelo Ministro de Estado da Fazenda, dentre eles o Presi-dente do Conselho e seu substituto;

II - o Presidente da CAIXA, que não poderá assumir a Presidência do Conselho de Admi-nistração, mesmo que interinamente;

III - um Conselheiro indicado pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Ges-tão; e

IV - um Conselheiro representante dos empregados, na forma da Lei no 12.353, de 28 de dezembro de 2010 e sua regulamentação.

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Internamente, os membros do Conselho de Administração não exercem outras funções além do cargo de Conselheiro, exceto o Presidente da CAIXA e os representantes dos empregados (titular e suplente), mas que possuem limitações previstas no Estatuto da Empresa. Não há mem-bros do Conselho de Administração representantes de órgãos reguladores, dirigentes estatutários de partidos políticos ou titulares de mandatos no Poder Legislativo. No que tange às disposições contidas na Lei 13.303/2016, Art. 17, salientamos que essa composição é anterior a sua publicação.

Sugestão de Melhoria

4.15.1 Implementar em definitivo o Sistema de Apoio a Tomada de Decisão - SIATD para os Conselhos de Administração e Fiscal, Comitês de Auditoria e de Remuneração;

5. Conclusão

A partir das fragilidades apontadas neste Relatório, bem como considerando as sugestões de melhoria aqui propostas e as providências já adotadas pelo gestor, recomenda-se à CAIXA que:

• Elabore plano de ação contendo as providências que serão adotadas pela empresa com vistas a promover o aprimoramento de seus mecanismos de integridade, con-forme as sugestões feitas pela equipe de auditoria. Além das atividades previstas, o plano deve apresentar um cronograma e os responsáveis por cada atividade. Ressalta-se que os desdobramentos desse plano serão acompanhados periodicamente pela Au-ditoria Interna da CAIXA e pela CGU.