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RELATÓRIO DE CONJUNTURA:
INDICADORES DE CONJUNTURA MACROECONÔMICA
Agosto de 2008
Nivalde J. de Castro
Bernardo Mattos Santana
PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS–FINANCEIRAS DO SETOR ELÉTRICO
PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES
SOBRE O SETOR ELÉTRICO
RELATÓRIO MENSAL
INDICADORES DE CONJUNTURA MACROECONÔMICA
AGOSTO de 2008
Nivalde J. de Castro Bernardo Mattos Santana
2
PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS – FINANCEIRAS DO SETOR
ELÉTRICO
Índice
1- SUMÁRIO EXECUTIVO ............................................................................................... 4 2- INFLAÇÃO ...................................................................................................................... 5
2.1 – IGP-M (FGV) ............................................................................................................ 5 2.2 - IPC (Fipe):.................................................................................................................. 6 2.3 - IPCA (IBGE):............................................................................................................. 6
3 – FINANCIAMENTO ....................................................................................................... 8
3.1 – BNDES ...................................................................................................................... 8
4- CÂMBIO ........................................................................................................................... 9 5- JUROS............................................................................................................................... 9 6- BALANÇA COMERCIAL............................................................................................ 11 7- PRODUÇÃO INDUSTRIAL......................................................................................... 12
7.1 – IBGE........................................................................................................................ 12 7.2 - CNI......................................................................................................................... 122 7.3 – FGV ......................................................................................................................... 13
7.4 – FIESP…………...............................................................................................……13 8 - PIB .................................................................................................................................. 15 9- EMPREGO E RENDA .................................................................................................. 17
3
Relatório Mensal de Indicadores de Conjuntura Econômica(1)
Nivalde J. de Castro(2) Bernardo Mattos Santana(3)
1 - SUMÁRIO EXECUTIVO (*)
No mês de agosto, o IGP-M registrou deflação, variando –0,32%; índice 2,08
pontos percentuais menor que o mês anterior
O IPCA teve alta de 0,53%, ante 0,74% em junho No acumulado em 12 meses a
inflação registra alta de 6,36%.
A média mensal para a cotação dólar no mês de agosto foi de R$ 1,6115 para
compra e R$ 1,6123 para venda.
A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 2,269 bi, em agosto. O
resultado foi 36% menor que o registrado em agosto do ano passado. No acumulado do
ano até agosto, a balança registrou saldo positivo de US$ 16,907 bi, resultado 39,5%
inferior ao registrado no mesmo período de 2007.
Os desembolsos totais do BNDES em junho foram de R$ 5,82 bilhões;
encerrando no período de 12 meses em R$ 78,77 bilhões, batendo novamente recorde
nos desembolsos anualizados
A produção industrial em junho cresceu 2,8% em relação a maio, com ajuste
sazonal, e 6,4% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo o IBGE.
A taxa de desemprego aumentou para 8,1% da população economicamente ativa
(PEA) em julho, segundo o IBGE. (1) Participaram da elaboração deste relatório como pesquisadores Roberto Brandão, Bruna de Souza Turques, Rafhael dos Santos Resende, Diogo Chauke de Souza Magalhães, Débora de Melo Cunha e Luciano Análio Ribeiro. (2) Professor do Instituto de Economia - UFRJ e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico. (3) Assistente de Pesquisa do GESEL-IE-UFRJ (*)Este Relatório faz parte do Projeto Provedor de Informações Econômica – Financeira do Setor Elétrico desenvolvido para a Diretoria Financeira da ELETROBRAS. Sua base metodológica está assentada em pesquisa diária, coleta e sistematização de informações disponíveis em periódicos e sites. As informações aqui apresentadas não expressando posição da ELETROBRAS.
4
2- INFLAÇÃO
2.1 – IGP-M (FGV)
No mês de agosto, o IGP-M registrou deflação, variando –0,32%; índice 2,08
pontos percentuais menor que o mês anterior. No acumulado em 12 meses o IGP-M
apresenta inflação de 13,63%. É a primeira vez que o indicador cai desde abril de 2006.
O IPA teve inflação de –0,74 %, contra 2,2% no mês passado. O índice referente
aos Bens finais subiu 0,32%. Em relação aos Bens Intermediários ocorreu variação de
1,28% e para Matérias-Primas Brutas a variação foi de –4,71%.
O IPC subiu 0,23%, contra 0,65% no mês anterior. Os grupos Alimentação e
Vestuário tiveram queda, respectivamente, de –0,46% e –0,16%. O grupo Habitação e
Despesas Diversas tiveram as maiores altas, respectivamente de 0,82% e 0,84%.
O INCC subiu 1,27%, abaixo dos 1,42% de julho. O grupo Mão-de-Obra
avançou 0,25% contra 1,27% do mês passado. O índice referente a Materiais e Serviços
subiu 2,18% contra 1,56% em julho.
Tabela 1 Brasil. Evolução dos Índices de Inflação. Setembro 2007 a Agosto 2008.
(em %) Mês IGP-M IPA IPC INCC
setembro 07 1,29 1,83 0,21 0,51 outubro 07 1,05 1,42 0,28 0,51
novembro 07 0,69 0,97 0,04 0,36 dezembro 07 1,76 2,36 0,67 0,59
janeiro 08 1,09 1,24 0,96 0,38 fevereiro 08 0,53 0,64 0,26 0,4
março 08 0,74 0,96 0,19 0,66 abril 08 0,69 0,65 0,76 0,87 maio 08 1,61 2,01 0,68 2,02 junho 08 1,98 2,27 0,89 2,67 julho 08 1,76 2,2 0,65 1,42
agosto 08 -0,32 -0,74 0,23 1,27 Fonte: FGV
5
2.2 - IPC (Fipe):
A inflação no município de São Paulo registrou 0,96% em junho, 0,27 ponto
percentual abaixo do que em maio. Na 1ª quadrissemana apresentou 1,3%, 0,62 pontos
percentuais acima dos 0,68% de maio. Na 2ª quadrissemana, o índice subiu para 1,26%,
0,37 pontos percentuais acima do analisado em maio. Na 3ª quadrissemana o índice
atingiu 1,06%, 0,02 pontos percentuais abaixo do registrado no mês anterior.
No mês, a maior alta foi no grupo Saúde (0,82%), que apresentou 0,23 pontos
percentuais a mais que no mês anterior.O índice referente a Alimentação apresentou
2,87% nos preços, 0,3 ponto percentual abaixo do índice de maio. Habitação caiu para
0,3%. No grupo de Educação o índice atingiu 0,08%, 0,04 pontos percentuais acima do
índice relativo ao mês anterior. Transporte apresentou inflação de 0,15%, 0,01 pontos
percentuais abaixo do valor estimado em maio deste mesmo grupo. Despesas Pessoais
apresentou 0,8% de inflação. Vestuário (0,55%) caiu 1,0 ponto percentual em relação ao
mês anterior.
Tabela 2 Brasil. Evolução do IPC da Fipe. Quadrissemanas de Junho de 2008
(em %) Período IPC-Fipe
1a quadrissemana 1,3 2a quadrissemana 1,26 3a quadrissemana 1,06
Mês 0,96 Fonte: Fipe
2.3 - IPCA (IBGE):
Em agosto foi divulgado o IPCA de julho de 2008. O índice teve alta de 0,53%,
ante 0,74% em junho. A inflação foi 0,29 ponto percentual maior que a de julho de
2007. No acumulado em 12 meses a inflação registra alta de 6,36%.
A maior alta foi a do grupo Alimentação, registrando 1,05%, apesar da queda em
relação a junho que havia registrado 2,11% . Vestuário e Educação foram as maiores
quedas apresentando inflação de –0,03% e –0,02%, respectivamente. Comparado a
6
julho de 2007 os grupos Transporte (de –0,08% para 0,46%) e Habitação (de -0,74%
para 0,6%) foram os grupos que variaram acima de 0,5 ponto percentual, tanto positivo
como negativamente.
Por regiões; Belém (1,01%), Fortaleza (0,7%) e Curitiba (0,72%) foram as
maiores altas da inflação. Recife (0,19%) teve a menor alta.
Tabela 3 Brasil. Evolução do IPCA. Agosto 2007 a Julho 2008
(em %) Mês IPCA
agosto 07 0,47 setembro 07 0,18 outubro 07 0,3
novembro 07 0,38 dezembro 07 0,74
janeiro 08 0,54 fevereiro 08 0,49
março 08 0,48 abril 08 0,55 maio 08 0,79 junho 08 0,74 julho 08 0,53
Fonte: IBGE
7
3 – FINANCIAMENTO
3.1 – BNDES
Os desembolsos totais do BNDES em junho foram de R$ 5,82 bilhões;
encerrando no período de 12 meses em R$ 78,77 bilhões, batendo novamente recorde
nos desembolsos anualizados e 34% superior comparado ao mesmo período anterior .
As aprovações somaram em junho R$ 8,73 bilhões e R$ 111,8 bilhões considerando os
últimos 12 meses, com alta de 30% na mesma base de comparação. Os enquadramentos
e as consultas ficaram, respectivamente, em R$ 128 bilhões (alta de 21%) e R$ 146,57
bilhões (alta de 19%), ambas as cifras referentes aos 12 meses anteriores encerrado em
junho e comparadas com o período anterior.
No primeiro semestre, o Banco desembolsou R$ 3 bilhões para o segmento de
energia elétrica, montante 42% maior que os seis primeiros meses do ano de 2007. Em
12 meses, o setor elétrico recebeu R$ 7,3 bilhões, alta de 85,5% em relação ao período
passado.
Em agosto, o BNDES aprovou crédito de R$ 132,3 milhões para a empresa
Vista Alegre Açúcar e Álcool Ltda construir unidade industrial para a produção de
açúcar e álcool em Maracaju (MS), a co-geração de energia terá capacidade de 30 MW.
O apoio do Banco representa 61% do valor total do projeto.
A Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Santa Luzia Alto, em Santa Catarina no
Rio Chapecó, contará com o apoio do Banco que aprovou o financiamento de R$ 91,3
milhões, o correspondente a 67% do total da obra que está a cargo do grupo Gomes
Lourenço. A potência instalada desta PCH será de 28,5 MW.
Também em agosto, foi aprovado o financiamento da construção das usinas
Hidrelétricas Salto e Salto do Rio Verdinho, ambas em Goiás. O financiamento por
parte do BNDES será de R$ 540 milhões, estas obras fazem parte do PAC e somarão
201 MW de potência instalada e 122 MW médios ao Sistema Interligado Nacional.
8
4- CÂMBIO
Gráfico 1 Taxa de câmbio – R$/US$ Compra e Venda. Agosto 2008
1,51,521,541,561,581,6
1,621,641,661,681,7
1/8/20
08
3/8/20
08
5/8/20
08
7/8/20
08
9/8/20
08
11/8/
2008
13/8/
2008
15/8/
2008
17/8/
2008
19/8/
2008
21/8/
2008
23/8/
2008
25/8/
2008
27/8/
2008
29/8/
2008
Compra Venda
Fonte: Ipea
Em agosto, a cotação do dólar oscilou bastante, apresentando fortes flutuações
ao longo do período e tendências de alta em relação aos meses anteriores. A cotação
máxima foi de R$ 1,6381 para compra e R$ 1,6389 para venda, no dia 12; enquanto o
mínimo, ocorreu no dia 1º, foi de R$ 1,5585 a compra e R$ 1,5593 a venda. A moeda
americana abriu o mês em sua cotação mínima para agosto e encerrou, no dia 29, em R$
1,6336 para a compra e R$ 1,6344 a venda. A média mensal foi de R$ 1,6115 para
compra e R$ 1,6123 para venda.
5- JUROS
9
No mês passado, o Copom do BC decidiu, de forma unânime, elevar a Selic em
0,75 ponto percentual para 13% ao ano, sem viés. Foi o terceiro aumento seguido na
taxa neste ano, os outros dois aumentos foram de 0,5 ponto percentual, após um longo
período de manutenção da mesma em 11,25% ao ano. A principal razão para estes
aumentos na taxa Selic é a contenção da inflação. Em setembro, uma nova reunião para
o Copom está marcada e nela será definida a nova taxa juros.
Em ata divulgada pelo Copom no último mês, afirma-se “que a política
monetária deverá atuar vigorosamente, enquanto o balanço dos riscos para a dinâmica
inflacionária assim o requerer". Henrique Meirelles, presidente do Banco Central,
afirma que “deixar a inflação sair de controle teria efeitos perversos sobre o PIB”.
Em recente pesquisa realizado pelo BC, analistas do mercado financeiro
projetam um novo aumento de 0,75 ponto percentual na taxa Selic por parte da
Autoridade Monetária em setembro. Para o final de 2008 a expectativa é que a taxa de
juros encerre em 14,75% ao ano.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) elogiou a ação do Copom do BC de
elevar a taxa Selic em julho para 13 % ao ano. Em comunicado o Fundo afirma que
"Conter a demanda doméstica logo no começo vai aumentar a credibilidade da política
(monetária) e elevar o grau de flexibilidade para responder a um possível crescimento
da deterioração do ambiente global".
10
6- BALANÇA COMERCIAL
Em agosto, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 2,269 bi, O
resultado foi 36% menor que o registrado em agosto do ano passado.
Na primeira semana do mês, com apenas um dia útil, registrou-se saldo
negativo de US$ 43 milhões.
Na segunda semana, o país apresentou saldo positivo de US$ 496 milhões.
Na terceira semana a balança registrou superávit de US$ 1,666 bi, foi a maior
média por dia útil do mês, US$ 333,2 milhões por dia.
Na quarta semana o saldo foi negativo de US$ 840 milhões, apresentando a
menor média por dia útil do mês.
Na quinta e última semana, com 5 dias úteis, o superávit na balança comercial
foi de US$ 990 milhões.
O mês de agosto contou com 21 dias úteis, teve um total de US$ 19,747 bi de
exportações e US$ 17,478 bi de importações. Foi o maior resultado de importação no
ano e o segundo menor de exportação.
No acumulado do ano até agosto, a balança registrou saldo positivo de US$
16,907 bi, resultado 39,5% inferior ao registrado no mesmo período de 2007.
11
7- PRODUÇÃO INDUSTRIAL
7.1 – IBGE
A produção industrial em junho cresceu 2,8% em relação a maio, com ajuste
sazonal, e 6,4% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. No primeiro
semestre de 2008, a atividade das indústrias registrou salto de 6,2% em relação ao
semestre inicial do ano de 2007, maior nível desde 2004; resultado considerado forte,
porém mais fraco que os últimos seis meses do ano passado, e dentro das expectativas
projetadas por economistas na faixa de 5,6% e 6,7%. Na base dos últimos 12 meses o
crescimento foi de 6,7%. Aparentemente, as sucessivas altas na taxa básica de juros da
economia por parte do BC, iniciado em abril, não afetaram os resultados da atividade
industria, segundo o coordenador de indústria do IBGE.
Das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE, 3 apresentaram queda na produção
industrial comparado a junho de 2007, foram elas: Nordeste (-0,7%), Bahia (-1,3%) e
Santa Catarina (-2%). Por outro lado; Goiás (16,6%), Paraná (12,7%), São Paulo
(10,3%) e Espírito Santos (11,4%) registraram expansão maior que 10% na mesma base
de comparação.
Na comparação com maio, 4 regiões apresentaram retração na produção, foram
elas: Nordeste (-0,6%), Bahia (-2,9%), Espírito Santos (-2,9%) e Paraná (-1%). As
regiões que apresentaram as maiores expansões na atividade com a mesma base de
comparação foram: Rio Grande do Sul (6,5%), Goiás (3,9%), São Paulo (2,8%) e Ceará
(5,7%).
Juntamente a expansão da indústria neste mês, a categoria de Bens de capital
teve um crescimento bastante forte. Registrou-se, para essa categoria, o maior índice
desde 2004 não só para o mês de junho, que comparado ao mesmo mês do ano passado
expandiu em 21,2%, como também para o primeiro semestre do ano, eu comparado a
igual período de 2007 cresceu 17,3%. Comparado a maio, houve um aumento de 8,2%
na produção de bens de capital no país.
12
7.2 - CNI
Em julho, a oferta de vagas de trabalho na indústria cresceu 0,6% em julho na
comparação com junho, na série livre de influências sazonais.Este é o trigésimo
segundo mês consecutivo de alta no nível de emprego. No acumulado do ano a
expansão é de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Por setores, outros
equipamentos de transporte e máquinas e equipamentos registraram as maiores
expansão com, respectivamente, 21,5% e 13%. O faturamento da indústria cresceu 0,2%
em julho ante o mês anterior na serie dessazonalizada, na comparação com julho de
2007 o avanço foi de 13,2%. No acumulado do ano, as empresas faturaram 9% acima
que o mesmo período do ano anterior, o maior resultado desde 2003. Os salários
subiram 3,5% em relação a junho.
A indústria operou, em julho, com 83,5% da capacidade instalada frente a 83,3% em
junho, na série dessazonalizada. É o maior nível alcançado pelo indicador desde 2003.
Os setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, metalurgia básica, outros
equipamentos de transportes, veículos automotores e edição e impressão foram os que
mais ampliaram o uso da capacidade instalada. Na percepção da entidade o ritmo forte
exercicido pela indústria no início deste semestre se deve ao fato da demanda interna
estar muito aquecida.
A valorização do real frente ao dólar provocou uma perda de mercado pelas indústrias
brasileiras, é o que mostra.uma sondagem especial, divulgada pela CNI. Segundo o
levantamento, duas em cada três empresas que concorrem com produtos importados
perderam participação no mercado doméstico e metade das empresas exportadoras
deixou de exportar ou perdeu participação no mercado internacional nos últimos 12
meses. O levantamento da confederação informa ainda que nos setores de têxteis,
calçados, vestuário e equipamentos hospitalares a competição com importados é mais
intensa e levou 75% das empresas a perderem participação no mercado doméstico.
7.3 - FGV
No mês de julho, a indústria de transformação no Estado de São Paulo apresentou sinais
de estabilização no desempenho crescendo apenas 0,1%, informou a FGV por meio do
Sinalizador da Produção Industrial (SPI). Apesar da fraca expansão no mês, 2,7 pontos
13
percentuais abaixo do registrado no mês passado, a indústria ainda está em expansão
forte. No acumulado em 12 meses, encerrado em julho, a produção apresentou avanço
de 9,3% contra 8,9% registrado no índice anualizado encerrado em junho.
A confiança do produtor industrial cresceu de julho para agosto, é o que mostra o Índice
de Confiança da Indústria (ICI). O índice calculado pela FGV, registra elevação de
1,1% entre julho e agosto, passando de 121,5 para 122,8 pontos. È o segundo maior
índice da série iniciada em 2005, patamar abaixo apenas do registrado em outubro de
2007.
O Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) calculado pela FGV registrou em
agosto, sem ajuste sazonal, aumento de 0,4 ponto percentual comparado a julho,
passando de 86,1% para 86,5%. Comparado a agosto de 2007 o avanço foi de 0,8 ponto
percentual. Esse patamar de utilização da capacidade instalada, sem ajuste sazonal, é o
maior registrado em todo o ano de 2008.
7.4 – FIESP
O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista cresceu 2,8% em julho
comparado a junho, sem ajuste sazonal, o melhor resultado para este mês nos últimos 3
anos, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Com ajuste
sazonal, a expansão foi de apenas 1,4% em relação ao mês passado. Na comparação
com julho de 2007, a atividade industrial cresceu 9,4%.. No ano, o INA já acumula alta
de 8,9% e, em doze meses, o avanço é de 8,4%. Entre os setores, destacaram-se o de
papel e celulose e edição e impressão, que registraram, respectivamente, incremento de
4,3% e 5,3% com ajuste sazonal comparado ao mês passado.
O Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) da indústria de
transformação do Estado São Paulo calculado pela FIESP bateu recorde. Passou de
82,9% em junho, para 84% em julho, com ajuste sazonal, o maior valor da série
histórica iniciada em 2001.
14
8 – PIB
O resultado do PIB foi de R$ 665,5 bilhões no primeiro trimestre, um
crescimento de 5,8% em relação a igual período do ano passado, divulgou IBGE. No
período de um ano terminado em março, o crescimento também foi de 5,8%. O
principal destaque foi a indústria, cujo PIB cresceu 6,9% no primeiro trimestre em
relação aos três primeiros meses de 2007, a maior alta na comparação com trimestre de
ano anterior desde o segundo trimestre de 2004. Os investimentos, ou Formação Bruta
de Capital Fixo (FBCF), cresceram 15,2% no primeiro trimestre deste ano em relação
ao mesmo período de 2007. Este foi o 17º crescimento consecutivo nessa base de
comparação. A taxa de investimento ficou em 18,3% no primeiro trimestre deste ano. A
taxa de investimento foi superior à do primeiro trimestre de 2007 (16,7%).
A economia brasileira cresceu no maior ritmo dos últimos 12 anos em um ano.
E, mesmo com exportações em queda, o PIB avançou mais no primeiro trimestre do que
em 2007, quando as vendas externas ainda eram positivas. Os economistas, contudo,
tratam com ar de despedida os números divulgados pelo IBGE.
O consumo no país continuou a liderar o crescimento do PIB junto com os
investimentos, no primeiro trimestre deste ano. De acordo com dados divulgados pelo
IBGE, o consumo das famílias cresceu 6,6% na comparação com igual período do ano
passado e 0,3% em relação ao trimestre anterior, o quarto do ano passado. O aumento
do consumo das famílias em relação ao primeiro trimestre do ano passado ficou
próximo ao aumento em todo o ano de 2007, que foi de 6,5%. Já o consumo do governo
subiu 5,8% ante o primeiro trimestre do ano passado e 4,5% em relação ao quarto
trimestre de 2007. Em todo o ano de 2007, o consumo do governo tinha crescido 3,1%.
O crescimento de 6,6% no consumo das famílias representou a 18ª expansão
consecutiva na comparação com igual trimestre de ano anterior.
A expectativa para a participação do investimento no PIB para o segundo
trimestre do ano é que ele cresça, impulsionado pela importação e produção de
máquinas e equipamentos e pela expansão da construção civil. Economistas acreditam
15
que, pelo menos a médio prazo, os investimentos cresçam bem acima do avanço do PIB
e do consumo, o que garante mais oferta para atender a demanda.
A baixa participação da indústria no PIB faz com que o Brasil se distancie de
seus pares emergentes em relação ao estágio de desenvolvimento econômico.
Atualmente essa proporção é de 17,8%, e já chegou a 15,7% em 1998, de acordo com o
consultor Júlio Gomes de Almeida, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento
Econômico (Iedi). "A indústria brasileira está aquém do necessário para os padrões de
um país em desenvolvimento", diz, afirmando que essa parcela deveria estar próxima de
30% do produto.
16
9- EMPREGO E RENDA
A taxa de desemprego aumentou para 8,1% da população economicamente ativa (PEA)
em julho. Em relação a julho, a taxa de desocupação apresentou crescimento de 0,3
ponto percentual, apesar do incremento na taxa, o IBGE avalia que a variação não é
significativa estatisticamente. Segundo ainda o próprio IBGE, o atual desempenho do
mercado de trabalho está contrariando o seu comportamento observado nos últimos
anos, quando a taxa subia no começo do ano e começava a recuar no segundo semestre.
Em 2008, o desemprego começou a cair ainda nos primeiros meses. Já na comparação
com o mesmo mês de 2007, a redução foi de 1,4 ponto percentual, foi o menor índice de
desemprego registrado para um mês de julho desde o início da série histórica em 2002.
O rendimento médio real habitualmente recebido pelos ocupados, em
contrapartida, apresentou melhora comparado a junho registrando R$ 1224,40 ante os
R$ 1223,00 no mês passado. Apesar da melhora, é o terceiro pior mês do ano em termos
de rendimentos médios reais, perdendo pra janeiro e junho. Por outro lado, levando-se
em conta julho de 2007, houve um incremento de 3% na renda do trabalhador e o
segundo maior desde 2002, início da série.
Em junho, o emprego na indústria cresceu 2,5% em relação ao mesmo mês do
ano passado, resultando assim no vigésimo quarto mês seguido de crescimento nesta
base de comparação e encerrando o semestre com um avanço de 2,7%, a maior já
apurado desde o ínicio da série histórica em 2002. Na comparação com maio o aumento
no pessoal ocupado na indústria foi de 6,2% e 5,9%, respectivamente sem e com ajuste
sazonal. O setor de máquinas e equipamentos foi o que mais empregou em junho,
seguido dos setores de produtos químicos e fabricação de meios de transporte., todos
cresceram mais de 9% na comparação de junho de 2007. Nos últimos 12 meses
encerrados em junho o incremento no nível de emprego industrial foi de 2,9%, o maior
índice desde julho de 2005.
A folha de pagamento real por trabalhador da indústria cresceu em 4,1% em
junho em relação ao mesmo mês de 2007. Os setores de minerais não metálicos e
extrativistas foram os que apresentaram maior aumento no índice; enquanto máquinas e
equipamentos, produtos químicos e papel e gráfica apresentaram retração. Na base
17
anualizada e comparado a maio a folha de pagamento real por trabalhdor cresceu,
respectivamente, 3,4% e 7,5%.
A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou
em 14,6% em julho, mesmo nível do mês anterior. Segundo pesquisa divulgada pela
Fundação Seade e Dieese, esta foi a menor taxa para o mês de julho desde 1998. Na
comparação com julho passado, a população economicamente ativa (PEA) cresceu em
3,8%, enquanto o número de desempregados diminuiu em 3,6%. O total de
desempregados nas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre,
Salvador, Recife e Distrito Federal subiu para 2,933 mi. Os 119 mil postos de trabalho
criados no mês não foram suficientes pra atender as 153 mil pessoas que ingressaram no
mercado de trabalho criando, conseqüentemente um contingente de 53 mil pessoas
desempregadas. O total de ocupados nas seis regiões foi estimado em 17,123 mi.
A população ocupada cresceu 5,2% ante o mesmo mês de 2007, e os setores que
mais contribuíram para esse aumento foi o de Construção Civil e Comércio, que
expandiram em 10% e 6,1%, respectivamente. Em contrapartida, os setores de Serviços
(4,9%), Indústria (4,7%) e Outros (3,5%) cresceram abaixo da média. Comparado a
junho, Construção Civil foi o setor que mais expandiu, apresentando a taxa de 2,3%,
enquanto Indústria teve menor crescimento, registrando 0,2%.
Por regiões metropolitanas, Recife e Salvador apresentaram os maiores índices
de desempregados, respectivamente, 21,6% e 20,4%; a primeira, porém, apresentou
aumento de 1,3 ponto percentual da população desocupada em relação a julho de 2007,
enquanto a outra região apresentou queda de 1,1 ponto percentual na mesma base de
comparação. Belo Horizonte e Porto Alegre, por outro lado apresentaram os menores
índices de desocupados, respectivamente, 9,6% e 11,9%. Distrito Federal (15,8%) e São
Paulo (14,1%) ficaram próximas à média; a primeira.
Em junho, o rendimento médio real dos ocupados diminuiu 0,7% ante maio, e
passou a corresponder a R$ 1.154,00, porém, comparado a junho de 2007, houve um
incremento de 3,8% nas regiões pesquisadas, os maiores aumentos ficaram por conta de
Belo Horizonte (9%) e Salvador (5,6%), enquanto os piores desempenhos foram
registrados em São Paulo(2,5%) e em Recife (-0,6%).
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O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho registrou a
abertura de 203.218 empregos com carteira assinada no País, o melhor resultado para o
mês na série histórica, iniciada em 1992. O resultado, divulgado pelo Ministério do
Trabalho, é 60,02% superior ao verificado em julho de 2007, quando foram abertas
126.992 vagas. No período de janeiro a julho de 2008, o Caged registra abertura de
1.564.606 empregos formais, também recorde para o período. Esse número é 28% maior
do que o verificado em igual período de 2007, quando 1.222.495 empregos formais
foram criados. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, atribuiu o novo recorde ao
"crescimento econômico generalizado".
A maior oferta de empregos no setor formal, que vem batendo recordes este ano,
é a principal razão para explicar o crescimento da classe média, segundo Marcelo Neri,
da FGV. Neri destaca como positivo o fato de os indicadores de geração de emprego,
aumento da renda e queda da desigualdade terem continuado com tendências positivas
nos últimos dois anos.
A principal razão levantada por Marcelo Neri, da FGV, para explicar o
crescimento da classe média é a oferta de empregos no setor formal, que vem batendo
recordes neste ano. Ele destaca como positivo o fato de os indicadores de geração de
emprego, aumento da renda e queda da desigualdade terem continuado com tendências
positivas nos últimos dois anos, período em que o mundo atravessa crises como a
inflação alimentar e o desaquecimento da economia americana."É surpreendente que
esse movimento da economia brasileira continue mesmo num contexto internacional
desfavorável. Antes, o mundo ia bem e no Brasil só se falava em crise. Parece que está
ocorrendo o contrário".
A valorização cambial do real frente ao dólar está sendo atribuída como
responsável por desemprego no país, segundo José Augusto de Castro, vice-presidente
da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Castro afirma que “com esta taxa
de câmbio” não se consegue “ter preço competitivo no mercado internacional”, e
portanto, deixa-se de exportar. Setores industriais tradicionalmente afeitos à exportação
já sentem os efeitos. Áreas mais sensíveis às variações cambiais, entre elas a de madeira
processada, estimam que, de maio a julho, as demissões atingiram 15 mil trabalhadores.