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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 3○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Relatório de Gestão 2009

Embrapa Mandioca eFruticultura Tropical

Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical

Cruz das Almas, BA

Agosto, 2010

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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Relatório de Gestão 20094○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:

Embrapa Mandioca e Fruticultura TropicalRua Embrapa, s/n°,44380-000, Cruz das Almas, BahiaCaixa Postal 007Fone: (75) 3312-8000Fax: (75) 3312-8097Homepage: http://www.cnpmf.embrapa.brE-mail: [email protected]

Comitê Local de PublicaçõesPresidente: Aldo Vilar TrindadeVice-Presidente: Ana Lúcia BorgesSecretária: Maria da Conceição Pereira Borba dos SantosMembros: Carlos Alberto da Silva Ledo

Carlos Estevão Leite CardosoDavi Theodoro JunghansEliseth de Souza VianaLuiz Francisco da Silva SouzaMarilene FancelliAbelmon da Silva Gesteira (suplente)

Supervisão editorial: Aldo Vilar TrindadeRevisão de texto: Léa Ângela Assis CunhaFicha Catalográfica: Sônia Maria Sobral CordeiroTratamento de ilustrações: Saulus Santos da SilvaProjeto editorial: Saulus Santos da SilvaEditoração eletrônica: Saulus Santos da Silva

1a edição1a impressão (2010): 500 exemplares

© Embrapa 2010

Todos os direitos reservadosA reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ouem parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei n°

9.610).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical

Embrapa Mandioca e Fruticultura TropicalRelatório de gestão 2009 Embrapa Mandioca e Fruticultura

Tropical / Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. − Cruzdas Almas : Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, 2010.60 p. : il. ; 30 cm.

1. Relatório. 2. Administração. 3. Agricultura - Pesquisa.I. Título.

CDD 651.78 (21. ed.)

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 5○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Sumário

Parte 1Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação ....... 6Desenvolvimento tecnológico na Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical

Programação de PD&I

Prêmios

Ações internacionais

Metas estratégicas desenvolvidas

Objetivo 1: Garantir a competitividade e sustentabilidade da agricultura brasileira

Objetivo 2: Intensificar o desenvolvimento de tecnologias para o uso sustentáveldos biomas e integração produtiva das regiões brasileiras

Objetivo 3: Contribuir para o avanço da fronteira do conhecimento e incorporar novastecnologias, inclusive as emergentes

Principais avanços técnico-científicos em 2009 no âmbito das demais contribuições

Parte 2Administração ....... 46Evolução do quadro de pessoal

Gestão orçamentária e financeira

Perspectivas

Parte 3Comunicação, Negócios e Apoio ....... 50Comunicação externa

Comunicação interna

Transferência de tecnologia

Negócios tecnológicos

Tecnologia da informação

Destaque do ano

Perspectivas

7

8

11

13

14

15

33

39

43

47

48

49

51

53

53

56

57

59

60

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Relatório de Gestão 20096○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Parte 1

Pesquisa eDesenvolvimento

Parte 1

Pesquisa eDesenvolvimento

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 7○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Desenvolvimento Tecnológico naEmbrapa Mandioca e FruticulturaTropical

A Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical vem alinhando suas ações com

base no Plano Diretor da Unidade (PDU) 2008-2011, no qual estão estipuladas

suas principais contribuições tecnológicas para atender a diversos segmentos

da sociedade.

A Unidade tem como missão “viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento

e inovação para a sustentabilidade da agricultura, com foco em mandioca e

fruteiras tropicais, em benefício da sociedade brasileira”.

A inovação efetiva, em que o desenvolvimento tecnológico e a busca de

soluções para os diferentes tipos de problemas e demandas das cadeias

produtivas sejam atendidos, somente será alcançada quando o paradigma da

produção científica, como indicador primário de atendimento à sociedade,

for superado, revisto ou modificado. Portanto, o desenvolvimento tecnológico

e seus impactos devem compor o real aferidor de produtividade em prol da

sociedade.

Para implementar a estratégia de ter no desenvolvimento tecnológico a

atividade fim, a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical conta com uma

estrutura de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) constituída por

uma chefia adjunta, três Núcleos Tecnológicos, um Núcleo de Apoio a Projetos

(NAP) e um Comitê Técnico Interno (CTI), que coordena a análise dos projetos

submetidos. A partir de 2010, essa estrutura foi enriquecida com a definição

de articuladores de equipes de culturas. Para ampliar suas ações num país

continental, a Unidade lança mão de Campos Avançados com pesquisadores

alocados em regiões estratégicas para o desenvolvimento tecnológico de

fruteiras e mandioca. Atualmente, há três campos avançados no Extremo Sul

da Bahia (agricultura familiar), em São Paulo (prioritariamente citros) e no

Centro-Sul do país (mandioca para indústria).

A Unidade está organizada em Núcleos Tecnológicos e Equipes de Produtos.

As equipes estão estruturadas com a participação de profissionais de diversas

áreas, com composição dinâmica, para atender às demandas específicas de

cada cultura quanto à geração, desenvolvimento e transferência de

tecnologias. Os núcleos são estruturas técnico-gerenciais com a participação

dos mesmos profissionais das equipes, mas num arranjo diferente, que prioriza

o desenvolvimento de tecnologias integradas e comuns às diferentes culturas,

considerando os meios ambiente, social e econômico do qual fazem parte.

Assim, estão constituídos três núcleos:

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Relatório de Gestão 20098○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Recursos genéticos e desenvolvimento de variedades (Nugene)

A equipe trabalha em busca do enriquecimento, conservação, caracterização,valoração e uso sustentável dos recursos genéticos em fruteiras tropicais emandioca, com o pré-melhoramento e melhoramento genético, associadosàs novas ferramentas da biotecnologia, e na prospecção e uso de genes comcaracterísticas econômicas e funções biológicas. É o núcleo responsável pelaprogramação de desenvolvimento de variedades.

Sistemas de produção e agregação de valor (Sisagre)

O foco deste núcleo está no desenvolvimento de tecnologias para os sistemasde produção convencional, integrada, orgânica, agroecológica ou de baseagroecológica e sistemas agroflorestais, processamento agroindustrial,engenharia/tecnologia de alimentos, manejo da produção na colheita e pós-colheita e usos alternativos com a visão de agregação de valor.

Manejo de recursos naturais e avaliação de impactosocioeconômico e ambiental (Renai)

A equipe deste núcleo tem como desafio o desenvolvimento de conhecimentose tecnologias nas áreas de uso e manejo da água, manejo e conservação dosolo, manejo integrado de pragas/controle biológico, aproveitamento deresíduos, preservação e otimização de recursos naturais, alelopatia, bio-herbicidas, bioinseticidas e biofungicidas. Também compõem esse núcleo osestudos de cenários futuros climáticos, econômicos e sociais e de impactoambiental e socioeconômico.

As equipes de culturas são: Abacaxi, Banana, Citros, Mamão, Maracujá,Mandioca e Outras Culturas (acerola, manga e umbu-cajá).

Em 2009, a gestão de PD&I priorizou a gestão da informação e doconhecimento, de forma a disponibilizar informações estratégicas, por meioda identificação das tecnologias geradas e da internalização do PDU. Este éum trabalho contínuo, que pode inclusive perpassar a atual gestão, poisenvolve processos de escolhas constantes do que é prioritário para a sociedade

Programação de PD&I

A carteira de projetos da Unidade é ampla, abrangendo as culturas trabalhadase linhas temáticas cada vez mais complexas. A proposição de novos projetos,alinhados com o PDU, é uma atividade estratégica, embora rotineira. Em 2009obteve-se um índice de aprovação de projetos de 38%, incluindo a própria fonteda Embrapa (Figura 1). Como principais fontes externas tem-se: Fundação deAmparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Banco do Nordeste (BNB),ministérios, fundações, organismos internacionais e empresas privadas.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 9○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Figura 1. Submissão e taxade aprovação de projetos

em 2009.

Parte dos projetos realizados tem a liderança de outras Unidades ouinstituições com as quais a Unidade mantém parcerias efetivas e que sãoimportantes para o esforço produtivo e de geração de tecnologias, comouniversidades e escolas de ensino médio/profissionalizante, associações deprodutores, governos federal, estadual e municipal, empresas de pesquisaestaduais, empresas privadas, além das próprias Unidades da Embrapa.

A atuação da Unidade em nível nacional por meio de ações de PD&I etransferência de tecnologia (TT) resulta da intensa demanda em todo oterritório nacional (Figura 2), o que representa um grande desafio, pois exigenovas estratégias de parceria e alocação de pessoal. Em 2009 houve umasignificativa evolução das ações no Centro-Sul do país, especificamente com acultura da mandioca, de grande importância naquela região, em função dapermanência de um pesquisador da Unidade no eixo Paraná/São Paulo/MatoGrosso do Sul.

Figura 2. Distribuiçãopercentual das ações de

P&D e TT no territóriobrasileiro, em 2009.

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Relatório de Gestão 200910○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

A produção científica e técnica atingiu todos as metas previstas, superandoem alguns itens (Tabela 1). É nesta produção que estão registrados os avanços

técnico-científicos e as tecnologias disponibilizadas à sociedade.

Tabela 1. Metas de produção realizadas em 2009.

Foram lançados cinco livros pela Unidade, como editor principal ou co-editor,

com destaque para a publicação sobre espécies regionais e exóticas de fruteiras

tropicais (Figura 3)

Figura 3. Livro FruticulturaTropical, editado pelaEmbrapa Mandioca eFruticultura Tropical.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 11○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Prêmios

Em 2009 a Unidade teve quatro projetos contemplados pela premiação

nacional de equipes da Embrapa nas categorias Criatividade, Parcerias e

Qualidade Técnica:

1. Controle pós-colheita de moscas-das-frutas via indução da modificação da

atmosfera interna dos frutos associado a refrigeração (Criatividade)

2. Procedimentos convencionais e biotecnológicos na criação e seleção de

variedades de citros, com ênfase em porta-enxertos adaptados a estresses

bióticos e abióticos (Parceria)

3. Estratégias para o melhoramento da bananeira (Qualidade Técnica)

4. Melhoramento da mandioca para biofortificação e para a indústria de

farinha e fécula (Qualidade Técnica)

Figura 4. Líderes dosprojetos premiados.

A avaliação local de projetos contemplou as equipes cujos projetos se

destacaram na concepção, geração de bons resultados e captação de mais

recursos.

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Relatório de Gestão 200912○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Tabela 2. Projetos premiados em avaliação local.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 13○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Prêmio de trabalhos apresentados em eventos

“Pre-breeding banana: Identifying genotypes with enhanced functional food

attributes”, desenvolvido pela equipe de melhoramento genético de bananeira

da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical foi o melhor trabalho apresentado

no Promusa 2009, em Guangzhou, China. (Figura 4).

Figura 5. PesquisadorEdson Perito Amorim,

líder do trabalhopremiado na China.

Ações Internacionais

Historicamente a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical tem uma forte

atuação internacional em função de trabalhar com culturas de interesse amplo.

Em 2009 foram realizadas diversas missões a países da Ásia, África e América

Central para estabelecer projetos de cooperação técnica, consultorias e

divulgação de informações técnico-científicas. Além destas ações, foram

concluídos dois treinamentos de pós-doutoramento na Europa, ambos com a

cultura da banana, voltados para o melhoramento e a detecção de patógenos.

Missões específicas

África do Sul: participação no projeto “Desenvolvimento de recursos

genômicos para melhoramento molecular da tolerância à seca em mandioca”;

Angola: Missão técnica para implantação do Centro Nacional de Investigação

de Mandioca, Batata-doce e Amendoim;

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Relatório de Gestão 200914○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Argentina: Participação no XXXII Congresso Argentino de Horticultura e noPrimeiro Simpósio Latino-americano de Fruticultura Tropical;

Chile: Palestra sobre citricultura e visita a centros de pesquisa e regiõescitrícolas;

China: Participação no International ISHS/ProMusa Banana Symposium e noCurso sobre Tecnologia de Produção de Frutas Tropicais;

El Salvador: Reunião sobre a ameaça da raça tropical 4 do mal-do-Panamá eviroses em musáceas;

Haiti: Diagnóstico do sistema de cultivo da mandioca no projeto“Aperfeiçoamento dos sistemas de produção de mandioca no Haiti”;

Jamaica: Assistência técnica em fruticultura tropical, conforme projeto decooperação técnica estabelecido entre Brasil e Jamaica;

Suriname: Cooperação científica e técnica para implementação do projeto“Manejo integrado da mosca-da-fruta no Suriname” e do projeto de Produção

e Processamento de Mandioca.

Metas Estratégicas Desenvolvidas

A Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical gerou em 2009 diversas

tecnologias: variedades, metodologias científicas, práticas agropecuárias,

processos agroindustriais, bases de dados, produtos e coleções biológicas,

dentre outras (Tabela 3). Essas tecnologias foram desenvolvidas por meio de

diferentes projetos em consonância com as metas estabelecidas em consultas

feitas à sociedade e em discussões internas, por ocasião da elaboração do PDU.

Tabela 3. Tecnologias planejadas e realizadas pela Embrapa Mandioca e

Fruticultura Tropical em 2009.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 15○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Até 2011 a Unidade persegue três objetivos estratégicos no âmbito dos

desafios científicos e tecnológicos, que são viabilizados por meio de

contribuições atendidas pela programação de PD&I:

Objetivo 1: Garantir a competitividadee sustentabilidade da agriculturabrasileira

“Desenvolver ou adaptar variedades de mandioca efruteiras tropicais que aumentem a competitividadee sustentabilidade da agricultura”

Como centro de pesquisa de produto, a Embrapa Mandioca e Fruticultura

Tropical tem como uma de suas principais atividades o desenvolvimento ou a

adaptação de variedades de mandioca e fruteiras tropicais que aumentem a

competitividade e sustentabilidade da agricultura. Esta é a primeira

contribuição da Unidade para o período 2008-2011. Em 2009, foram

desenvolvidas/recomendadas cinco variedades que atendem a este propósito:

Lançamento/recomendação de quatro variedades de citros:laranja Pêra D-6, laranja Westin, lima ácida Tahiti 02 e lima ácidaTahiti 2001

A produção de citros no Brasil tem sido orientada para o mercado de suco

concentrado congelado, embora no Nordeste esteja dividida entre o mercado

de frutas frescas e a indústria de suco. A limeira ácida ‘Tahiti’ (Citrus latifolia

Tanaka) é uma importante variedade comercial de citros no Brasil e o limoeiro

‘Cravo’, seu principal porta-enxerto, apresenta suscetibilidade à gomose de

Phytophthora, reduzindo a longevidade das plantas. As limas ácidas Tahiti 2001

Figura 6. Laranja 'WestinCNPMF': nova opçãopara a citricultura de

mesa.

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Relatório de Gestão 200916○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

e Tahiti 02 apresentam caneluras acentuadas do vírus da tristeza dos citros

(VTC), não apresentam sintomas de descamamento eruptivo e estão livres do

viróide da exocorte e de bactéria X. fastidiosa, causadora da clorose variegada

dos citros (CVC). São clones nucelares obtidos na Embrapa Mandioca e

Fruticultura Tropical por semente e avaliados por sucessivos anos nos aspectos

de produtividade e tolerância ao VTC. Atendem ao mercado de fruta in natura,

interno e principalmente externo

Com a recomendação da laranja ‘Westin’ visa-se ampliar a faixa de colheita

dos pomares, atendendo ao abastecimento do mercado interno de fruta fresca

e processamento de suco. A laranjeira Westin não apresenta caneluras de

tristeza nem descamamento eruptivo e está livre do viróide da exocorte e da

bactéria X. fastidiosa.

Lançamento da variedade de abacaxi Ajubá

Foi lançada a variedade de abacaxi Ajubá, um híbrido obtido do cruzamento

de ‘Perolera’ com ‘Smooth Cayenne’. É resistente à fusariose (a mais grave

doença da cultura) e a sua planta tem porte médio e apresenta folha de cor

verde escuro, sem espinho nas bordas. A variedade dispensa a utilização de

fungicida para o controle da fusariose e é recomendada para plantio na região

noroeste do Rio Grande do Sul e especialmente no Vale do Rio Uruguai, onde

foi avaliada durante três ciclos de produção. Os frutos obtidos podem ser

destinados para o mercado de consumo in natura e para a industrialização,

face a suas características sensoriais e físico-químicas.

Figura 7. Abacaxi‘Ajubá’ (centro):variedade resistente àfusariose e adaptada àregião noroeste do RioGrande do Sul.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 17○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

“Gerar, adaptar e validar tecnologias para manejo deirrigação e fertirrigação de mandioca e fruteirastropicais, permitindo economia de água e nutrientes,energia com baixo impacto às propriedades do solo”

Estimativa de potássio na solução do solo e no extrato desaturação em função da condutividade elétrica da solução dosolo ou do extrato de saturação

A metodologia consiste em fazer, na área fertirrigada, uma coleta de dados de

condutividade elétrica da solução do solo e do extrato de saturação e repetir

essa coleta para diferentes condições iônicas do solo. Determina-se a

concentração de potássio na solução do solo e no extrato de saturação. Os dados

são usados para otimização do modelo potencial. Com os parâmetros definidos,

torna-se viável estimar a concentração de potássio na solução do solo.

“Desenvolver sistemas de produção para asustentabilidade do agroecossistema”

Sistema de Produção Integrada de Mamão

Foram elaboradas diversas tecnologias em áreas de atuação diferentes. Na

adaptação ou desenvolvimento de novos sistemas de produção, um dos

aspectos importantes é o controle integrado de pragas e doenças. Os projetos

de produção integrada têm atividades intensas de desenvolvimento ou

validação de tecnologias de manejo de pragas, baseado em técnicas de

monitoramento. No Extremo Sul da Bahia, desde 2002, vem sendo realizado

um projeto de produção integrada de mamão que tem como objetivo geral

atender às exigências do mercado consumidor quanto à produção de frutos e

gerir as atividades agrícolas de forma sustentável.

Atividades de monitoramento da pinta preta causada pelo fungo Asperisporium

caricae foram conduzidas em áreas de produção comercial de mamão ‘Sunrise

Solo’, localizadas nos municípios de Itamaraju e Porto Seguro, no Extremo Sul

baiano, selecionadas de acordo com o perfil para adoção do Sistema de

Produção Integrada. É a doença mais comum na cultura e ocorre tanto em

pomares comerciais como domésticos. Para um controle eficiente e com

aplicações em datas corretas é necessário a realização de monitoramentos. A

técnica de monitoramento consistiu na inspeção de três plantas por hectare,

escolhendo-as ao acaso, saindo de um extremo ao outro do talhão e voltando

no sentido inverso, num percurso em ziguezague. Para determinação do índice

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Relatório de Gestão 200918○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

de progresso da pinta preta nas folhas, avaliaram-se as plantas com base em

uma escala diagramática. A tomada de decisão para controle da pinta preta,

em folhas, aconteceu quando o cálculo do índice da doença (ID) atingiu 0,35,

obtida mediante uso de uma formula matemática. Para a incidência nos frutos,

foram contados todos os frutos da planta e todos os frutos com até uma pinta,

considerando zero (0) caso não fosse encontrado fruto manchado, ou o

percentual de frutos atacados em função do número total de frutos. A tomada

de decisão para controle da pinta preta nos frutos aconteceu quando a

incidência alcançou o nível 5%, levando-se em consideração as condições de

clima. Os dados coletados relativos à incidência nas plantas monitoradas foram

anotados em planilhas desenvolvidas pela Embrapa Mandioca e Fruticultura

Tropical e analisados de forma descritiva. Mediante a análise da planilha, definiu-

se o momento de decisão de controle com base no nível limite da incidência

da praga. Todos os dados coletados com referência ao índice de ocorrência e

intensidade das pragas foram correlacionados com dados climatológicos obtidos

de uma estação climatológica de aviso. Mediante a análise da planilha, pôde-

se observar se a doença atingiu o nível de ação e, quando esse nível foi atingido,

adotou-se a aplicação de produtos químicos registrados para o controle da

pinta preta. A análise dos resultados evidencia que o monitoramento das pragas

do mamoeiro, principalmente para a pinta preta, com base na determinação

do índice de incidência, permite um controle químico eficiente com redução

do número de aplicação de agroquímicos em até 50%, diminuindo o impacto

negativo do processo produtivo sobre o meio ambiente.

Figura 8. Monitoramentode pragas em áreas deprodução comercial demamão.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 19○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Recomendações de adubação e calagem

No desenvolvimento de sistemas de produção, o manejo de solo e das culturas

é um ponto-chave e que precisa de adequações e validações em acordo com

os diferentes agrossistemas. Em 2009 a Unidade estabeleceu recomendação

de adubação e calagem para diferentes culturas e agrossistemas ou estados,

em parceria com os órgãos estaduais de pesquisa e extensão.

Recomendação de calagem para bananeira em solos de TabuleirosCosteiros

O cultivo da bananeira em solos de Tabuleiros Costeiros muitas vezes tem

sido inviabilizado pela baixa produtividade e alta relação custo/benefício.

Dentre as causas desse problema está a presença, no solo, de camadas coesas

e de alumínio trocável em subsuperfície, limitando o aprofundamento das

raízes, dificultando o suprimento de água e nutrientes e, consequentemente,

o crescimento e produtividade da planta. Entre as soluções buscadas para

resolver esse problema estão as de natureza química, como o uso de calcário

e gesso em profundidade de até 40 cm. A calagem, por elevar o pH e fornecer

cálcio (Ca) e magnésio (Mg), e a gessagem, por possibilitar o deslocamento

do Ca em profundidade, reduzindo a saturação por alumínio, são práticas

utilizadas para ajudar a resolver ou minimizar essas limitações químicas em

profundidade. O calcário deve ser aplicado a lanço em toda a área. Aplica-se

primeiro a dose recomendada para a profundidade de 20 a 40 cm. Para

incorporar o calcário deve-se realizar uma escarificação com hastes retas para

atingir 30 cm de profundidade. Embora o escarificador não revolva o solo,

como o arado, a água das chuvas deverá conduzir/transportar o calcário

aplicado para a macroporosidade (poros grandes) do solo ampliada pelo

escarificador, atingindo assim uma maior profundidade. Aguardar 10 a 15 dias

e aplicar a dose de calcário recomendada para 0 a 20 cm, seguida de nova

escarificação. Deve-se aguardar mais 15 a 20 dias para realizar o plantio. Caso

não seja possível o uso do escarificador, tanto pela topografia superior a 8%,

quanto pela indisponibilidade do implemento, a incorporação do calcário pode

ser efetuada na época da ceifa ou capina da vegetação natural. Neste caso,

aplica-se apenas a recomendação de 0 a 20 cm.

Adubação com manganês para o controle do “amarelão” damandioca no Extremo Sul da Bahia

Há escassez de informações sobre a deficiência de manganês em mandioca

(Manihot esculenta Crantz). No Extremo Sul da Bahia foram observadas

diversas áreas com plantas que apresentavam as folhas amareladas.

Em Santa Cruz Cabrália (BA), plantas com sintomas do amarelão que receberam

aplicações foliares de soluções de sulfato de manganês a 2 e 4%, repetida

com 15 dias, apresentaram brotações novas sadias, com folhas de coloração

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Relatório de Gestão 200920○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

verde normal, independente da dosagem. Em plantio com a variedade

Caravela, em uma densidade de 16.667 plantas por hectare, foram aplicadas

na cova diferentes doses de sulfato de manganês (26% de Mn), equivalentes

a 0, 2, 4 e 8 g planta-1. As plantas foram adubadas, na cova de plantio, com

superfosfato simples e, em cobertura, com sulfato de amônio e cloreto de

potássio. A adubação com manganês incrementou o número de raízes por

hectare e a produção de raízes e de parte aérea, em 113%, 189% e 146%,

respectivamente. A produtividade sem o uso do manganês ficou estimada

em 6,4 t ha-1, muito inferior à média da região (10 t ha-1), o que torna o cultivo

da mandioca economicamente inviável em solos carentes desse

micronutriente. A produtividade máxima que foi obtida com o sulfato de

manganês (18,6 t ha-1), bem como com os demais insumos, ainda está abaixo

do potencial da cultura. Isso indica que outros fatores devem ser equacionados

para melhorar o desempenho da mandiocultura na área, tais como pousio,

rotação de culturas e eliminação da prática de queima dos restos vegetais,

que é utilizada pelos agricultores como forma de limpeza da área. Em função

desses resultados e de observações de campo, os agricultores têm usado a

dosagem de 1,7 g planta-1 de sulfato de manganês (30 kg ha-1) em áreas com

sintomas de deficiência deste micronutriente. No caso de se observar o

amarelecimento das folhas das plantas em campo, recomenda-se a aplicação

foliar de uma solução de 20 g de sulfato de manganês por litro de água (2%),

repetida com 15 dias.

Recomendação de calagem e adubação para a mandioca para oestado do Maranhão

O Maranhão é o quarto plantador de mandioca do Brasil, mas apresenta o

pior rendimento médio. Essa cultura é importante para a agricultura familiar,

sendo opção que quase nunca fracassa, além de ser fonte de carboidratos

para a alimentação humana e animal e matéria-prima em inúmeros produtos

industriais. O cultivo ocorre em solos frágeis, de textura arenosa a média,

com teores muito baixos de matéria orgânica, fósforo, cálcio, magnésio,

potássio, manganês e zinco, e em sistema de capoeiras, sem a utilização de

adubos. O preparo da área consiste na derrubada e queima da vegetação

nativa, sendo praticamente impossível mais de um cultivo na mesma área,

pois a produtividade cai muito. Trabalhos de validação no Maranhão permitem

recomendar, para terras não adubadas, 500 kg de calcário dolomítico e 300 kg

de superfosfato simples por hectare. No caso de adubos orgânicos (estercos),

recomenda-se 8 t por hectare, podendo-se dispensar ou reduzir a adubação

química; uma alternativa a esses é plantar leguminosas com a mandioca, no

período mais chuvoso, fazendo-se a roçagem no início da floração e deixando

a massa na superfície do solo, como cobertura morta; uma alternativa favorável

seria o feijão caupi, que também produz alimento. No caso de mais de três

cultivos de mandioca seguidos na mesma área, recomenda-se aplicar 60 kg

de cloreto de potássio por hectare. Em terras adubadas é indispensável a

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 21○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

análise do solo. É comum o aparecimento de reboleiras com plantas amareladas

no mandiocal, devido à deficiência de zinco e/ou manganês, as quais

desaparecem após as chuvas. O calcário dolomítico é aplicado a lanço em toda

a área e incorporado ao terreno, ao cavar as covas ou durante as capinas. O

superfosfato simples é sempre aplicado no fundo das covas, cobrindo com

pequena camada de terra, para evitar queimar a maniva. Os estercos são

aplicados nas covas de plantio, misturando-se à terra. O cloreto de potássio é

aplicado em cobertura de 30 a 60 dias após a brotação das manivas.

Recomendação de calagem e adubação para a mandioca para oestado da Bahia

A mandioca tem grande importância econômica na Bahia, sendo cultivada

em todo o estado, geralmente em solos que apresentam limitações químicas

para o desenvolvimento da cultura. Assim, a recomendação de calagem e

adubação com base em análises químicas do solo é uma importante

ferramenta tanto para agentes de assistência técnica quanto para produtores.

A recomendação de calcário em mandioca para o Estado da Bahia é

estabelecida a partir do resultado da análise química do solo. Após os cálculos,

deve-se utilizar a maior quantidade de calcário determinada pelas fórmulas,

aconselhando-se o máximo de uma tonelada de calcário por hectare, ainda

que tenha sido encontrada quantidade mais elevada, pelo fato de a mandioca

apresentar tolerância à acidez do solo. As quantidades máximas recomendadas

para a aplicação dos insumos (calcário dolomítico, uréia, superfosfato simples

e cloreto de potássio) é estimada em 1.000 , 67, 300 e 67 kg/ha,

respectivamente. Realizando-se a calagem e a adubação nas doses, épocas e

modos de aplicação recomendados e usando-se de forma adequada as demais

práticas de cultivo, estima-se um rendimento médio de 20 toneladas de raízes

por hectare. Há que se ressaltar que a média nacional é de cerca de 13

toneladas de raízes por hectare.

Figura 9. Área deprodução com aplicação

de calcário dolomítico.

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Relatório de Gestão 200922○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Recomendação de calagem e adubação para a mandioca para oestado de Sergipe

A mandioca tem grande importância econômica em Sergipe, sendo cultivada

em todo o estado, geralmente em solos que apresentam limitações químicas

para o desenvolvimento da cultura. Assim, a recomendação de calagem e

adubação com base em análises químicas do solo é uma importante

ferramenta tanto para agentes de assistência técnica quanto para produtores.

Experimentos de adubação com as principais culturas no Estado de Sergipe

foram conduzidos, mas as informações estavam dispersas e disponíveis em

artigos científicos, dificultando o acesso do público-alvo. A sistematização das

informações na tabela de recomendação de adubação para a mandioca,

realizada em parceria com a Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju – SE),

facilitou a consulta e favorecerá o sistema de produção da mandioca. A

validação da tabela foi feita pelos pesquisadores da Embrapa Tabuleiros

Costeiros, por meio de reuniões com agentes da Empresa de Desenvolvimento

Agropecuário de Sergipe (Emdagro) de diversos municípios. A recomendação

considerou principalmente as variedades Kiriris, Aramaris, Caravela, Jarina e

Poti Branca, recomendadas pela Embrapa principalmente as duas primeiras,

por apresentarem resistência à podridão de raízes, além de alta produtividade

e qualidade, plantadas no espaçamento de 1,00 x 0,60 m (16.666 plantas/ha).

Para a calagem considerou-se a elevação da saturação por bases para 60%,

aconselhando-se o limite máximo de 1 tonelada de calcário dolomítico por

hectare. As doses de fósforo e potássio recomendadas variam de 20 a 60 kg

de P2O

5 e/ou de K

2O, a depender do resultado da análise química do solo,

devendo ser aplicados no sulco ou na cova por ocasião do plantio. A quantidade

de N recomendada é de 20 kg de N/ha, aplicando-se em cobertura, de 30 a 60

dias após a brotação das manivas; os adubos orgânicos são preferidos, mas,

devido à pouca disponibilidade e ao elevado custo deles, recomenda-se a

associação com leguminosas, o que supriria também a necessidade de cobrir

o solo para evitar a erosão.

“Desenvolver metodologias de monitoramento depragas, doenças e inimigos naturais e determinar e/ou adequar níveis de controle para subsidiar atomada de decisão no manejo de pragas e doenças”

A realização de monitoramento de pragas e doenças nos pomares é uma

condição para se estabelecer o momento e a forma de controle, otimizando o

manejo. Para isto, é necessário se estabelecer metodologias de

monitoramento que resultem em informação segura. Em 2009 a Unidade

estabeleceu duas metodologias de monitoramento de pragas.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 23○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Metodologia para biomonitoramento e supressão populacionalde brocas da haste da mandioca Sternocoelus (Coleoptera,Curculionidae) utilizando armadilha CNPMF “Telha de Barro”

No Brasil, o gênero Sternocoelus tem se destacado por causar danos em

cultivos familiares e comerciais na região Nordeste e em outras regiões do

país. No entanto, as informações sobre as brocas da mandioca são escassas e

não há, até o presente momento, técnicas de baixo custo que possam ser

utilizadas pelos produtores (familiares e outros) para detecção, coleta,

delimitação, levantamento e monitoramento populacional das brocas da haste

na cultura da mandioca. Em campo, a detecção da presença e a coleta de

adultos da broca é difícil, pois são besouros pequenos, de coloração marrom,

que medem de 5 a 10 mm de comprimento. Para a realização do

monitoramento são requeridos sistemas de armadilhas e atraentes sensíveis

capazes de detectar a presença do inseto-praga na área de produção. O

princípio da armadilha CNPMF “Telha de Barro” baseia-se no fornecimento

de abrigo e atrativo alimentar para os adultos das espécies de broca da haste

Sternocoelus manihoti (Marshall) e Sternocoelus sp. (Coleoptera,

Curculionidae) que ocorrem associadas à cultura da mandioca. A armadilha

CNPMF “Telha de Barro” propicia fácil detecção e coleta dos adultos, pois

exerce atração provavelmente devido aos odores das raízes das variedades

suscetíveis, que atuariam como cairomônios, sinalizadores moleculares que

uma espécie animal produz e que são identificados por outra. A armadilha

fornece proteção, abrigo, alimentação e possibilidade de acasalamentos e isso

contribui para a detecção da praga e a coleta de adultos diretamente na

armadilha. Na confecção da armadilha CNPMF “Telha de Barro”, raízes de

variedades suscetíveis são cortadas no sentido longitudinal e colocadas sob

uma telha de barro, para servirem de sítios de alimentação e acasalamento

para os adultos da broca. A rede de armadilhas deve ser instalada próxima à

haste da planta de mandioca e protegida da ação do sol, por meio da colocação

de capim seco sobre a telha. A inspeção da armadilha poderá ser realizada a

cada dois ou três dias, realizando-se a quantificação e remoção, da área de

produção, dos adultos da broca capturados na armadilha.

Ficha de amostragem de pragas e doenças do mamoeiro

Esta ferramenta foi desenvolvida por pesquisadores da Embrapa Mandioca e

Fruticultura Tropical, envolvendo áreas de pesquisas como Entomologia,

Fitopatologia e Acarologia. A ficha permite calcular automaticamente as

médias, porcentagens e número de plantas atacadas por diferentes pragas da

cultura transformando estes dados em resultado que possibilita a tomada de

decisão de controle. Para a criação da ficha foi utilizado o programa Microsoft

Excel, com o intuito de automatizar os cálculos necessários, de forma a

padronizá-los e minimizar erros. A ficha possui campos gerais para informar

data da amostragem, horário de início e fim do monitoramento, propriedade

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Relatório de Gestão 200924○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

onde o monitoramento é realizado, responsável pelo monitoramento e talhão

que está sendo avaliado. No primeiro quadro existe um campo para digitação

do tamanho do talhão, em hectares, o que permitirá a quantificação do número

de frutos no talhão e o número total de frutos afetados pela pinta preta, doença

que causa depreciação dos frutos e impedem a exportação dos mesmos. Esta

quantificação é baseada na média de frutos por mamoeiro, no número de

plantas por hectare (1650 plantas no espaçamento 2 x 3). As anotações obtidas

em campo são transferidas para a planilha base que, após renomeada com a

data do monitoramento, irá se constituir num documento de comprovação

da necessidade de controle. Para cada praga monitorada existe um campo de

anotação e um procedimento de cálculo. As pragas monitoradas são:

cochonilha, Phytophthora, cigarrinha, ácaro rajado, pinta preta ou varíola,

Corynespora, mosca branca, ácaro branco, Phoma, mancha chocolate e os

inimigos naturais de algumas pragas.

“Quantificar a vulnerabilidade, ampliar ozoneamento de risco e definir zonas favoráveis àprodução de mandioca e fruteiras tropicais, diantedos cenários de mudanças climáticas”

Em parceria com a Embrapa Informática Agropecuária (Campinas - SP), a

Unidade estabeleceu metodologias para estabelecimento do risco climático

para diferentes culturas e consórcios, em diferentes regiões.

Na determinação da aptidão climática para o cultivo do mamoeiro no Estado

da Bahia foram utilizadas as variáveis climatológicas temperatura média (Tm),

temperatura média máxima (Tx), umidade relativa do ar (UR) e déficit hídrico

anual acumulado (DEF) como parâmetros para definir as zonas de aptidão.

Locais com Tm abaixo de 18oC foram consideradas inaptas ao cultivo do

mamoeiro, entre 18oC e 21oC com aptidão moderada, acima de 21oC com

aptidão elevada e Tx > 31oC consideradas limitantes para o cultivo de mamoeiro

do grupo Solo. UR abaixo de 60% foi considerada inapta para o cultivo.

Localidades apresentando valores acumulados de DEF superiores a 150 mm

foram consideradas inaptas ao cultivo sem irrigação e moderada para DEF entre

75 e 150 mm. A deficiência hídrica foi a variável mais limitante para produção

de mamoeiro em condições de sequeiro (90% da área) sendo que, nas regiões

cujo o regime hídrico foi moderado (4%) não houve restrição térmica ou de

umidade do ar. Apenas 14% do território apresenta limitações térmicas máximas

para o mamoeiro do grupo solo, sendo que para UR foi de 4,5 %. Com relação

ao limite térmico inferior, não houve áreas significativas com insuficiência

térmica (Tm<18ºC), porém 4,5 % da área apresentou moderada aptidão (18oC<

Tm<20oC) associada à elevada altitude das localidades.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 25○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Metodologia para elaboração de zoneamento de riscosclimáticos para o sistema de produção mandioca consorciadocom caupi ou com feijão

O consórcio de culturas é prática utilizada principalmente entre os pequenos

produtores no Brasil, que buscam redução dos riscos devido às irregularidades

climáticas, maior aproveitamento da propriedade e maior retorno econômico.

Além disso, constitui alternativa altamente viável para aumentar a oferta de

alimentos. Dentre as associações de espécies de culturas anuais em uso nas

diferentes regiões no país, destacam-se os consórcios, tais como: algodão-caupi,

milho-caupi, sorgo-caupi, mamona-caupi, mandioca-caupi, milho-feijão,

mandioca-feijão, café-feijão e café-milho, os quais merecem atenção especial

no sentido de se buscar estratégias para melhoria da eficiência desses sistemas

de cultivo. Este trabalho apresenta a metodologia para elaboração de

zoneamento de riscos climáticos para o sistema de produção mandioca

consorciado com caupi de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento, que por sua vez, utiliza os resultados das metodologias na

concessão de crédito através do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária

(Proagro), Proagro Mais e subvenção federal ao prêmio do seguro rural.

“Selecionar e recomendar práticas de uso, manejo econservação do solo mais eficientes e sustentáveis,de forma a evitar/prevenir/minimizar a degradaçãoambiental”

Uso do capim vetiver (Chrysopogon zizanioides) no sistema decultivo de mandioca

A mandioca apresenta crescimento inicial lento e o solo fica, nos primeiros

cincos meses, desprotegido e sujeito a agentes erosivos (impacto de chuva,

vento, escorrimento superficial, lixiviação etc.), principalmente em áreas

declivosas. Práticas agrícolas como a aplicação de cobertura morta do solo e

implantação de cordão de contenção seguindo a curva de nível apresentam-

se como alternativas viáveis para o manejo da erosão do solo, evitando perdas

de camadas superficiais e, consequentemente, de sua fertilidade. O vetiver,

em regiões que favoreçam seu crescimento vegetativo, tem-se apresentado

como alternativa para o uso de cobertura morta e, principalmente, barreira

vegetal. A planta apresenta inviabilidade de germinação de suas sementes,

sendo propagada vegetativamente, mas com crescimento lateral limitado,

características que não o qualificam como planta infestante. Tolera podas e

apresenta alto volume de raízes. O capim vetiver tem sido observado

contornando paralelamente as áreas de declividade, evitando a perda de solo

por erosão e o acúmulo de umidade. O aumento excessivo de umidade no

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Relatório de Gestão 200926○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

solo torna a área não agricultável para a mandioca, pois favorece a ocorrência

de podridão radicular. Portanto, faz-se o estabelecimento do vetiver na área

antes do plantio da mandioca. De plantas de vetiver estabelecidas para as

ações anteriores ou contornando a área da propriedade, pode-se podar a parte

aérea e utilizá-la como cobertura morta, sobre a superfície do solo nas

entrelinhas da cultura da mandioca. A primeira poda, em torno de 15 a 20 cm

do solo, deverá ocorrer após o estabelecimento da planta, entre os cinco e

seis meses do plantio. As podas subseqüentes poderão ocorrer de duas a três

vezes ao ano. A prática de podar o vetiver é essencial para a própria planta,

pois promove o crescimento de novos perfilhos, reduz o volume de folhas

velhas e evita o aparecimento de doenças.

Conservação do solo para a mandioca para o Estado doMaranhão

O Maranhão é o quarto plantador de mandioca do Brasil, mas apresenta o

pior rendimento médio. Essa cultura é importante alternativa para a agricultura

familiar, sendo opção que quase nunca fracassa, além de ser importante fonte

de carboidratos para a alimentação humana e animal e matéria-prima em

inúmeros produtos industriais. O cultivo ocorre em solos frágeis, de textura

arenosa a média, com teores muito baixos de fósforo, cálcio, magnésio e

potássio. A topografia geralmente é plana a suave ondulada. A maior parte

do cultivo ocorre em sistema de capoeiras, sem a utilização de adubos, e o

preparo da área consiste na derrubada e queima da vegetação nativa. Não é

realizado mais de um cultivo na mesma área, pois a produtividade cai bastante

já no segundo cultivo. Como a mandioca é cultura esgotante do solo pela

erosão e/ou pela exportação de nutrientes, na busca de um cultivo sustentável

deve-se: 1) Evitar queimar a vegetação natural; 2) Analisar o solo para aplicar

calcário dolomítico e adubos de forma correta; 3) Preparar o solo e fazer o

plantio sempre “cortando” as águas; 4) Semear uma leguminosa para adubação

verde, se o solo necessitar ficar algum tempo descoberto, aguardando a época

de plantio adequada; 6) Fazer a rotação da mandioca com outras culturas

(leguminosas); 7) Plantar a mandioca em fileiras duplas, em consórcio com

culturas como arroz, milho, feijão, amendoim etc., para melhorar a cobertura

do solo; 8) Em áreas enladeiradas, preparar o solo e plantar no sentido

“cortando as águas” e em consórcio; 9) Plantar em camalhão ou leirão,

“cortando as águas”; 10) Combinar faixas de mandioca com faixas de outras

culturas (arroz, milho, feijão, amendoim etc.); 11) Enleirar os restos culturais

no sentido “cortando as águas”; 12) Cobrir o solo com vegetação morta,

sempre que houver disponibilidade de resíduos vegetais; 13) Usar sistema de

capinas alternadas; e 14) Utilizar linhas de vegetação cerrada “cortando as

águas”, plantadas com capim vetiver, por exemplo.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 27○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

“Desenvolver variedades de mandioca e fruteirastropicais com maior valor nutricional adequado àsexigências do mercado”

Lançamento da variedade Jari

Para mandioca, foi disponibilizada a variedade Jari, desenvolvida para fornecer

uma fonte de amido enriquecida com maiores teores de carotenóides, que

são precursores da vitamina A. A carência de vitamina A é um problema que

afeta parte da população brasileira, principalmente de baixa renda, causando

cegueira noturna. Os trabalhos de biofortificação para esta vitamina

contemplam a mandioca, num projeto liderado pela Embrapa Agroindústria

de Alimentos (Rio de Janeiro - RJ) e com financiamento internacional. Em 2009

foi lançada a variedade Jari, de polpa amarelada, para consumo de mesa.

A cultivar BRS Jari foi gerada no ano de 2003, em campos de cruzamentos

controlados, tendo como parental feminino a cultivar BGM 1721 (Abóbora) e

masculino a cultivar BRS Dourada. Para teores de carotenóides totais e de

betacaroteno nas raízes, a BRS Jari destacou-se dos demais com teores de

carotenóides total na raiz de 10,47 μg.g-1 e de betacaroteno de 8,73 μg.g-1, o

dobro daquele apresentado pelas cultivares BRS Dourada e BRS Gema de Ovo,

lançadas em 2005. Com relação às características qualitativas, apresentou 46

ppm de ácido cianídrico nas raízes cruas e o tempo máximo de cozimento foi de

25 min. A massa cozida apresentou coloração amarelo intenso, ausência de fibras

e consistência plástica. Em experimentos avançados de produtividade,

conduzidos em Cruz das Almas, Bahia, nos anos de 2005 e 2006, a BRS Jari

produziu 15 t.ha-1 aos 10 meses de idade e os teores de amido variaram de 27%

Figura 10. BRS Jari:Variedade rica em

carotenóides.

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Relatório de Gestão 200928○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

a 31,6%. Os experimentos foram estabelecidos em blocos ao acaso, com quatro

repetições. Em experimentos de provas participativas realizados com agricultores

de Santo Amaro (BA), apresentou rendimentos de raiz de 16,5 t.ha-1 e teor de

amido de 28%, aos 12 meses de idade. Em Umbaúba (SE), o rendimento de

raízes alcançou 32 t.ha-1 e o teor de amido foi de 26%, aos 12 meses de idade.

Em Pacajus (CE), o rendimento médio de raízes aos 18 meses de idade foi de

16,2 t.ha-1 e o teor de amido, de 26,6%. Em Araripina (PE), o rendimento máximo

de raízes alcançado foi de 4,4 t.ha-1 e o teor de amido foi de 28%. Em todos

estes locais, a BRS Jari apresentou boas características para o consumo de mesa.

Houve variação em termos de rendimento de raízes entre locais, observando-

se que, em Araripina, a cultivar BRS Jari apresentou rendimentos abaixo da média

local, não sendo indicada para cultivo nesta região.

“Desenvolver tecnologias e processos visando aobtenção de produtos com maior valor agregado,mais nutritivos e para novos usos”

Em 2009 a Unidade lançou novos produtos e processos por meio do

aproveitamento da biodiversidade, do uso de técnicas de transformação/

conservação de alimentos e valorização de mercado de frutas oriundas da

produção integrada.

Técnica para micropropagação de híbrido de abacaxiornamental

A necessidade de um elevado número de plantas do híbrido selecionado para

as diversas avaliações a serem realizadas aumenta significativamente o tempo

para a obtenção do híbrido final, visto que a propagação do abacaxizeiro é

lenta e produz poucas mudas por planta matriz. A micropropagação de plantas

por meio da cultura de tecidos é uma técnica usada para a produção em larga

escala de plantas sadias e vem sendo aplicada, com êxito, para as principais

variedades comercializadas de abacaxi (Araujo et al., 2008). No entanto,

trabalhos realizados com variedades silvestres do gênero Ananas mostraram

uma resposta diferenciada, com taxas de multiplicação mais baixas e presença

de bactérias endógenas, evidenciando a necessidade de ajuste nos protocolos

testados. Os híbridos obtidos no programa de melhoramento genético em

andamento na Embrapa, voltado para abacaxi ornamental, são oriundos de

cruzamentos entre variedades silvestres, demandando, portanto, estudos

semelhantes. Foi conduzido um estudo visando avaliar os efeitos de

reguladores de crescimento sintéticos em meio de cultura líquido e gelificado,

objetivando a produção de mudas de abacaxi ornamental em larga escala. Os

resultados mostraram que a adição de BAP (6-benzilaminopurina) foi

fundamental para a indução satisfatória de brotações in vitro dos híbridos

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 29○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

micropropagados. Houve resposta diferenciada entre os híbridos avaliados

para as características estudadas. O meio de cultura MS em estado líquido

suplementado com 2,68 μM ANA + 2,22 μM BAP foi o que apresentou as

maiores taxas de multiplicação, enquanto que a ausência de BAP favoreceu o

enraizamento e o maior crescimento das plantas regeneradas, porém sem

formação de brotos.

Figura 11.Micropropagação do

abacaxizeiro.

Técnica de micropropagação e conservação in vitro deNeoglaziovia variegata (Arr. Cam.) Mez, uma bromeliáciabrasileira produtora de fibra

Neoglaziovia variegata é uma Bromeliaceae nativa da Caatinga, usada para

extração de fibras na região Nordeste. A atividade antrópica coloca esta espécie

entre as ameaçadas. O estudo objetivou estabelecer uma metodologia de

propagação e conservação in vitro de caroá. Foram cultivadas sementes em

meio MS na presença ou ausência de luz. Plântulas germinadas in vitro foram

multiplicadas em meio MS suplementado com as combinações de 0,05 e 0.50

μM de NAA e 2.2 e 4.4 μM de BAP e KIN. Foram obtidas as melhores

porcentagens de germinação com sementes incubadas na presença de luz. A

taxa de multiplicação mais alta foi obtida no tratamento NAA (0,5 μM) + BAP

(4,4 μM) e o número de raízes, com NAA (0.5 μM) + KIN (2.2 μM). A

aclimatização das plantas apresentou resultados diferenciados em relação aos

substratos testados. Ao final do trabalho foi possível a obtenção de um número

elevado de mudas de caroá que respondeu bem ao processo de aclimatização,

caracterizando, dessa forma a possibilidade de usar esse método para a

produção de plantas de caroá em larga escala.

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Relatório de Gestão 200930○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

A área de tecnologia de alimentos tem grande demanda pela geração de novos

produtos, com maior valor agregado. Em 2009 a Unidade lançou dois

processos, um com mandioca e outro com umbu-cajá.

Compota de umbu-cajá

A umbu-cajazeira (Spondias SP.) é uma planta arbórea, da família Anacardiácea.

Presume-se ser resultante do cruzamento natural entre o cajá (Spondias

mombin) e o umbu (S. tuberosa). Assim como a cajazeira e o umbuzeiro, a

umbu-cajazeira é uma frutífera tropical nativa do Nordeste brasileiro. Os frutos

são drupas com epicarpo liso, pouco espesso e de coloração variando de

amarela até verde-amarelada. Possui fácil propagação. Por ser um fruto pouco

explorado pelas agroindústrias, o estudo dessa cultura vem sendo estimulada.

Atualmente o umbu-cajá é consumido principalmente in natura, como refresco

e sorvete. A adequação de tecnologias convencionais e o desenvolvimento

de novas tecnologias de processamento permitem um aproveitamento mais

rentável dessa cultura, pois permite agregar valor a esse produto. Neste estudo

foi desenvolvido um novo produto alimentício, a compota de umbu-cajá, como

parte da tese de mestrado de Gleize Fiaes, estudante do curso de Ciências

Agrárias da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

Produção Integrada de Citros na Bahia

A fruta Selecta Brasil é o resultado de uma prática agropecuária estabelecida

pelo manejo de produção integrada. Em 2009 o produto passou a ser

comercializado nos supermercados e foi realizado um estudo de aceitação pelo

consumidores. A maioria dos entrevistados (96,3%) aprovou a qualidade das

frutas Selecta Brasil e 97,3% deles pagariam um preço mais alto por uma fruta

de melhor qualidade e com procedência (rastreabilidade). A pesquisa revelou

ainda que 97,9% dos consumidores entrevistados consideram importante e

muito importante levar para casa um alimento seguro e produzido preservando

o meio ambiente; 96,1% indicariam as frutas Selecta Brasil para outros

consumidores e 98,5% consideram muito importante o fato de as frutas Selecta

Brasil serem produzidas sem causar danos ao meio ambiente e à saúde do

trabalhador. Quanto a importância de saberem que essas frutas têm

quantidades mínimas de agrotóxicos, 98,8% afirmaram que é muito importante

essa informação. Saber a procedência (rastreabilidade) da fruta consumida é

importante para 97,5% dos consumidores. Outro dado muito interessante

mostra que 97% consideram importante e muito importante consumir frutas

certificadas e garantidas pelo governo brasileiro e pelo Instituto Nacional de

Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), como credenciador

do organismo de avaliação da conformidade (OAC). Quando abordados sobre

quais atributos levam em consideração ao adquirir uma fruta, as respostas

mostraram que 73,1% deles consideram que a aparência é determinante; para

61,6% deles o sabor é fundamental; 18,6% consideram a procedência; 9,1%

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 31○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

consideram o nível de agrotóxicos e para 5% dos entrevistados apenas o preço

é considerado para a tomada de decisão. Apesar de a campanha ser

desenvolvida apenas no ponto de venda, a iniciativa foi inovadora e

proporcionou excelente retorno sobre a percepção do consumidor em adquirir

uma fruta certificada. Além disso, sinalizou como uma ação muito importante

para o futuro do programa de Produção Integrada do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento, pois reflete a tendência de um novo nicho de

mercado no cenário nacional, por atender a uma demanda da sociedade

brasileira em relação ao consumo de alimentos seguros, contribuindo

significativamente para um diferencial de competitividade.

“Ampliar a coleta e disponibilizar germoplasma demandioca e fruteiras tropicais caracterizado comobase para a exploração de novos caracteres edesenvolvimento de novas variedades”

A biodiversidade é hoje reconhecida como uma das maiores riquezas naturais

disponíveis para uso, desde que conservada adequadamente. A Unidade

trabalha com diferentes culturas e tem na manutenção e organização dos

bancos de germoplasma uma importante atividade da parte de recursos

genéticos. Mas, além de manter e organizar, há necessidade de disponibilizar

informações à sociedade, para permitir intercâmbio.

Figura 12.Comercialização de frutas

Selecta Brasil.

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Relatório de Gestão 200932○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Base de dados dos Bancos Ativos de Germoplasma (BAGs)

A sobrevivência de uma espécie, seja sob condições naturais ou criadas pelo

homem, apresenta estreita dependência de sua variabilidade genética, pois

esta, numa relação direta com sua magnitude, lhe confere o valor adaptativo

necessário à sua manutenção frente a mudanças ambientais. Em razão disto,

a preservação da variabilidade genética disponível de plantas cultivadas,

mediante a constituição de bancos de germoplasma, é de suma importância

tanto sob o ponto de vista de sua conservação biológica como pelo de seu

melhoramento genético. Nesse sentido, é importante a formação de um banco

de dados das espécies trabalhadas, principalmente com informações básicas

como dados de passaporte, de caracterização, avaliação e disponibilidade para

intercâmbio, além da disponibilidade do banco de dados na internet, realizada

por meio do Sistema Brasileiro de Informações em Recursos Genéticos

(Sibrargen), coordenado pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

(Brasília - DF). O sistema foi desenvolvido para integrar as informações geradas

e processadas na área de recursos genéticos vegetais (RGV) da coleção de

base da Embrapa, do inventário geral da Embrapa e das informações obtidas

com as coleções de fruteiras (abacaxi, acerola, banana, citros, mamão, manga,

maracujá) e mandioca, conservadas nos BAGs e pesquisadas pelas unidades

descentralizadas da Embrapa. Espera-se, em um futuro próximo, a adesão de

outras instituições de pesquisa coordenadoras de BAGs fortalecendo assim, a

cadeia produtiva. A base de dados dos BAGs da Unidade visa armazenar e

tornar acessíveis informações sobre dados de passaporte, caracterização e

avaliação dos recursos genéticos vegetais das culturas conservadas e

pesquisadas.

Figura 13. Frutos dobanco ativo degermoplasma de citros.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 33○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

OBJETIVO 2: Intensificar odesenvolvimento de tecnologias para ouso sustentável dos biomas eintegração produtiva das regiõesbrasileiras

Em 2009 a Unidade desenvolveu tecnologias para atender à seguinte

contribuição:

“Desenvolver tecnologias de manejo de pragas edoenças, alternativas ao emprego de agrotóxicos,mediante substituição de insumos, manipulação doambiente e incremento da biodiversidade funcional”

Inoculação de Beauveria bassiana para colonização endofíticade banana

A broca-do-rizoma da bananeira Cosmopolites sordidus (Germ.) (Coleoptera,

Curculionidae) é a principal praga da cultura. A larva faz galerias no rizoma

com consequente redução na produtividade dos bananais e maior

suscetibilidade aos tombamentos, principalmente em plantas com cacho.

Mudas de bananeira infestadas têm sido apontadas como a principal forma

de disseminação do inseto. O controle desse inseto tem sido normalmente

realizado por meio de inseticidas de amplo espectro e longo período residual.

Como alternativa de baixo impacto ambiental, a utilização do fungo

entomopatogênico Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. destaca-se no manejo da

praga. Portanto, vários pontos críticos devem ser melhor compreendidos para

o aprimoramento do controle biológico de C. sordidus mediante uso do fungo

B. bassiana. Considerando que os danos são causados pelas larvas e que o

material de propagação constitui-se na principal forma de dispersão do inseto,

a possibilidade de utilização de B. bassiana em mudas de bananeira é uma

alternativa promissora no manejo desta praga. Desta forma, o objetivo deste

trabalho foi avaliar o potencial de B. bassiana para colonização endofítica de

mudas de bananeira, visando aplicação no controle de C. sordidus. As

metodologias de inoculação das cepas (imersão, injeção e no solo) foram

adaptadas com base em informações da literatura. As variáveis avaliadas foram

referentes às mudas (altura, diâmetro do pseudocaule, número de folhas e

sobrevivência) e à B. bassiana (porcentagem de colonização). Devido à maior

simplicidade, o método de inoculação pela imersão das mudas em suspensão

de conídios de B. bassiana é promissor.

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Relatório de Gestão 200934○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

“Desenvolver sistemas de produção para asustentabilidade do agroecossistema”

Monitoramento da fusariose em unidade de produção integradade abacaxi no Tocantins

O Manejo Integrado de Pragas e Doenças (MIP) é uma das práticas mais

importantes na implementação do sistema de Produção Integrada. O

monitoramento, parte integrante do MIP, possibilita o uso racional de

agrotóxicos na cultura do abacaxizeiro, haja vista que a tomada de decisão

quanto à necessidade de adotar o controle químico depende da intensidade

de ataque da doença. Tal procedimento minimiza o impacto da aplicação de

agrotóxicos sobre o meio ambiente, um dos pilares de sustentação da

Produção Integrada de Abacaxi. Adicionalmente, contribui também para a

produção de frutos sem resíduo de agrotóxicos e para a melhoria da qualidade

do produto final. Realizado a partir do terceiro mês após o plantio e em

freqüência mensal, o monitoramento obedece à seguinte metodologia: em

plantios de até cinco hectares são avaliadas dez amostras, cada uma delas

constituída de 50 plantas seguidas na mesma linha para o caso de plantio em

fileiras simples ou, naqueles em fileiras duplas, 25 plantas seguidas em cada

linha de plantio (totalizando 50 plantas por amostra). Assim sendo, para

plantios de até cinco hectares, a amostragem compreende um total de 500

plantas. Em plantios com área superior a cinco hectares, o número de amostras

avaliadas sobe para 20, o que eleva para 1.000 o número de plantas avaliadas

por plantio. A técnica do monitoramento permite disponibilizar aos produtores

a informação necessária para a tomada de decisão sobre o momento e a

intensidade do controle químico da fusariose. O monitoramento realizado de

abril a setembro permitiu a recomendação da adoção do controle químico

durante o desenvolvimento das inflorescências.

Figura 14. Monitoramentoda fusariose em unidadede produção integrada deabacaxi no Tocantins.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 35○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

A identificação de pragas e doenças e a proposição do uso de técnicas de

Manejo Integrado de Pragas são fortes aliados da implantação da Produção

Integrada de Abacaxi. O criterioso monitoramento das pragas permite a adoção

de práticas fitossanitárias menos agressivas ao ambiente, mediante o uso

racional de agrotóxicos na cultura do abacaxizeiro, minimizando o impacto na

microbiota benéfica, fundamental no sistema da Produção Integrada do

Abacaxi, possibilitando a melhoria na qualidade dos frutos produzidos e a

preservação ambiental. Os procedimentos estabelecidos para o

monitoramento de plantas com sintomas de fusariose são: em plantios de

até cinco hectares, deve-se amostrar 10 pontos por hectare, caminhando-se

em ziguezague, avaliando-se 50 plantas seguidas na linha em cada ponto, num

total de 500 plantas/ha. Em plantios com área superior a cinco hectares, deve-

se amostrar 20 pontos avaliando-se 50 plantas seguidas na linha em cada

ponto, num total de 1.000 plantas por plantio. O ponto de partida do

monitoramento é definido pelo pragueiro. As avaliações, com freqüência

mensal, devem ser iniciadas no segundo mês após o plantio e continuar até o

tratamento da indução floral. A necessidade de efetuar, ou não, o controle

químico é fundamentada no monitoramento. Detectando-se cinco plantas ou

mais com sintoma de fusariose na área de até 5 ha ou pelo menos 10 plantas

ou mais em áreas acima de 5 ha, deve-se iniciar o controle químico. O registro

da ocorrência de planta com fusariose é feito na ficha de campo.

Posteriormente os resultados são anotados no caderno de campo, que é objeto

de fiscalização das comissões avaliadoras das conformidades.

“Desenvolver sistemas de produção, processamento,usos e comercialização voltados para o atendimentodas necessidades da agricultura de base familiar, quecontribuam para garantir maior retorno econômico,reduzir impactos ambientais e incluir mulheres ejovens”

Processamento mínimo de mandioca

A conservação pós-colheita das raízes de mandioca tem sido uma preocupação

de indústrias e produtores, devido ao curto tempo de estocagem e á alta

perecibilidade das raízes. Dois fenômenos são apontados como responsáveis

pela deterioração das raízes, sendo um de ordem fisiológica ou enzimática

(deterioração primária) e outro de ordem microbiológica (secundária). A

primária pode ocorrer em torno de 48 horas após a colheita. É provocada pela

descoloração e pelo aparecimento de estrias ou veias azuladas no sistema

vascular da polpa e é a causa inicial da perda de aceitabilidade de raízes in

natura nos mercados. A segunda, que segue à primária, é provocada por uma

gama de microrganismos que ocasionam a decomposição do produto. Manter

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Relatório de Gestão 200936○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

a qualidade das raízes por maior tempo tem sido um grande desafio para a

indústria de alimentos. A associação dos conhecimentos da tecnologia de

processamento e de fisiologia pós-colheita tem levado ao crescimento do

segmento de produtos minimamente processados. A tecnologia de

processamento mínimo surgiu no mercado como resposta à demanda por

produtos de fácil preparo e maior conveniência e representa uma alternativa

para o prolongamento da vida útil deste produto. A produção de mandioca

minimamente processada pode ampliar o período de oferta da raiz e

disponibilizar um alimento mais prático para ser utilizado.

Nova época de plantio do abacaxi Pérola no Extremo Sul daBahia, região costeira, para deslocamento da colheita paraperíodos de entressafra

A indução floral é uma prática cultural de grande importância no cultivo do

abacaxizeiro. O florescimento natural é favorecido por temperatura e insolação

baixas e por condições extremas de umidade, o que limita o plantio em

determinadas épocas do ano. Na região Extremo Sul da Bahia a ocorrência de

florescimento natural do abacaxizeiro em junho/julho resulta na concentração

da colheita dos frutos no final do ano, época de preços baixos. A escolha da

época adequada para o plantio visa evitar a concentração da safra e conseguir

deslocar a produção para épocas de preços mais altos. Unidades de observação

foram estabelecidas em maio de 2001, no município de Porto Seguro e, em

março de 2002, no município de Santa Cruz Cabrália, em plantio sob sequeiro,

no espaçamento em fileiras duplas de 0,90 x 0,40 x 0,40 m e adubação realizada

conforme a análise de solo. As plantas apresentaram crescimento satisfatório

e atingiram porte adequado para a indução floral aos dez meses após o plantio.

A colheita dos frutos foi realizada aos 16 meses após o plantio. Entre 52% e

57% dos frutos se enquadraram na classificação 3 (1,5 a 1,8 kg) e 4 (1,8 a 2,1

kg) enquanto 3,3% a 5,3% ficaram na classe refugada (<0,9 kg). Dessa forma,

em plantios estabelecidos nos meses de março e maio, as induções foram

viáveis a partir de fevereiro do ano seguinte, de forma que as colheitas podem

ser programadas para os meses de julho a outubro, período de preços

superiores ou equivalentes à média anual nos mercados local e nacional. Nesse

período de colheita, caracterizado por insolação menos intensa que no verão,

são poucas as perdas por queima dos frutos. Por outro lado, especial atenção

deve ser dada ao controle da fusariose, pois as florações induzidas em períodos

mais frios e chuvosos propiciam condições mais favoráveis para o

desenvolvimento da doença.

Aproveitamento multiuso de resíduos de sisal: artesanato alémda fibra - Comunidade de Boa Fé (São Domingos - BA)

Este processo foi construído no âmbito do projeto “Fortalecimento da

agricultura familiar do semiárido baiano mediante a implementação de práticas

agregadoras de valor e adequadas às condições socioambientais”, com foco

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 37○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

na melhoria das condições de processamento de mandioca e das frutas

regionais, na organização da produção e da comercialização e na introdução

de alternativas de diversificação da produção com fruteiras ornamentais. O

projeto atendeu a demanda das mulheres da comunidade de Boa Fé (São

Domingos - BA, Território do Sisal) que se ressentiam da falta de alternativas

de geração de renda, principalmente para a população jovem. Na execução

do trabalho, percebeu-se que partes da planta de sisal (Agave sisalana Perrine),

não aproveitadas após o tempo útil de cultivo, poderiam ser transformadas

em artefatos ornamentais de alto valor agregado, gerando emprego e renda

para a população rural. Verificando essa possibilidade, agricultores da

comunidade, integrantes do projeto, foram sensibilizados, especialmente

mulheres e jovens. Além da capacitação dos agricultores, o trabalho analisou

a viabilidade econômica da produção de cachepôs e suportes para cultivo de

orquídeas, obtidos a partir dos resíduos de sisal abandonados no campo. A

análise foi realizada em condições determinísticas, o que possibilitou identificar

os componentes de maior impacto na determinação da rentabilidade

econômica. Os resultados das simulações revelaram que a produção de suporte

de orquídeas apresenta-se como atividade de menor risco e com maior

probabilidade (85,4%) de uma receita positiva. Levantamento preliminar

realizado em floriculturas da capital e municípios de maior porte mostrou

enorme potencial dos materiais nesse mercado tão exigente de novidades.

Durante a execução do projeto foi possível acompanhar as mudanças no

comportamento da comunidade em relação ao trabalho e à proposta inicial,

observando-se um forte estímulo em usar a criatividade para dar conta desse

desafio, além de se organizar para comercializar os produtos.

Figura 15. Reunião naComunidade de Boa Fé,

São Domingos, BA.

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Relatório de Gestão 200938○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

“Colaborar na organização dos produtores, comoforma de reduzir a assimetria de informação e ainstabilidade de mercado de mandioca e fruteirastropicais”

A Unidade trabalhou na geração de bases de dados com informações

necessárias às escolhas e tomadas de decisão.

“Inserção e competitividade do agricultor familiar do ExtremoSul da Bahia no agronegócio da mandioca e do abacaxi” e“Cultivo orgânico de mandioca e abacaxi em unidades deprodução familiar do Extremo Sul da Bahia”

A organização de produtores, principalmente daqueles de baixo porte, é

importante sob vários aspectos, para o próprio interesse e para ter acesso às

tecnologias. Em 2009 a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical

disponibilizou diferentes bases de dados, principalmente na região do Extremo

Sul da Bahia, onde desenvolve projeto de aporte tecnológico sustentável para

pequenos produtores de frutas e mandioca. As bases compõem dados

econômicos e de consumo de frutos in natura de abacaxi e de mandioca e

seus derivados na rede hoteleira, de bares e restaurantes, supermercados e

feiras livres de Santa Cruz Cabrália. A formação do presente banco de dados

teve como objetivo apoiar as ações dos projetos “Inserção e competitividade

do agricultor familiar do Extremo Sul da Bahia no agronegócio da mandioca e

do abacaxi” e “Cultivo orgânico de mandioca e abacaxi em unidades de

produção familiar do Extremo Sul da Bahia”. Além dos aspectos econômicos/

financeiros, para participar dos mercados competitivamente, os agricultores

familiares devem conhecer amplamente todas as informações a respeito das

características do mercado-alvo, como centros fornecedores dos produtos,

ou seja, concorrentes; comportamento sazonal e determinantes da formação

dos preços; canais de comercialização; identificação das preferências dos

consumidores (atributos) e razões do consumo, segundo as classes de renda;

locais de compra preferenciais, segundo as classes de renda; e outras

informações inerentes à dinâmica do mercado e à definição das estratégias

para conquistá-lo. Dessa forma, objetivou-se gerar informações que

contribuam para o acesso, de forma competitiva, dos agricultores familiares

do Extremo Sul da Bahia, ao mercado de abacaxi.

A coleta de dados no município de Santa Cruz Cabrália (BA) foi iniciada em

2007, por meio de entrevistas realizadas nos diferentes segmentos da cadeia.

Para a elaboração dos questionários utilizou-se o método de survey (Malhotra,

2006) e foram realizados pré-teste e treinamento dos entrevistadores. Foi

formada uma base de dados onde utilizou-se o software Sphinx Léxica®

(Sphinx, 2005) no tratamento dos dados.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 39○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

OBJETIVO 3: Contribuir para o avançoda fronteira do conhecimento eincorporar novas tecnologias, inclusiveas emergentes

“Identificar e caracterizar promotores, genes emarcadores genéticos relacionados à resistência/tolerância a fatores bióticos e abióticos limitantespara mandioca e fruteiras tropicais visando odesenvolvimento de novas cultivares de mandioca efruteiras tropicais”

Em 2009 foram desenvolvidas duas metodologias científicas:

Identificação de linhagens de mamoeiro por seleção assistidapor marcadores microssatélites

O desenvolvimento de linhagens de mamoeiro pode levar vários anos, tendo

em vista o ciclo relativamente longo da cultura (dois anos) e a necessidade de

várias gerações de autofecundação para atingir um nível desejável de

homozigosidade. O objetivo do trabalho foi utilizar a seleção assistida por

marcadores microssatélites para reduzir o tempo na obtenção destas

linhagens. Assim, utilizaram-se 83 supostas linhagens selecionadas do ponto

de vista agronômico em populações segregantes e em acessos de

germoplasma do mamoeiro, com 27 locos de microssatélites. Foram

identificadas 11 linhagens com coeficiente de endogamia igual a 1 que serão

utilizadas para obtenção de híbridos e avaliação per se para uso como

variedades.

Uso de descritores multicategóricos para detecção devariabilidade genética no germoplasma de mamoeiro

Os descritores multicategóricos são comumente utilizados na caracterização

de germoplasma visando a valoração dos recursos genéticos. Entretanto, estas

informações também podem ser utilizadas para a estruturação da variabilidade

genética da coleção. O presente trabalho teve como objetivo a determinação

da variabilidade genética presente em 32 acessos de germoplasma de

mamoeiro utilizando-se 11 descritores multicategóricos. Observou-se alta

variabilidade genética entre os acessos de mamoeiro, com distância mínima

de 0,25 e 0,33, entre os acessos CMF008 e CMF056, e CMF008 e CMF040,

respectivamente. Esta observação ainda foi corroborada quando procedeu-

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Relatório de Gestão 200940○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

se a estruturação da variabilidade genética, onde foram formados seis grupos,

contendo 2, 4, 6, 6, 5 e 9 acessos. Portanto, a análise de variáveis

multicategóricas demonstrou ter um grande potencial de uso na caracterização

e o manejo de bancos de germoplasma.

“Desenvolver e incorporar métodos para detecção,monitoramento e controle de pragas de importânciaeconômica e quarentenária em mandioca e fruteirastropicais”

Para isto, em 2009 a Unidade desenvolveu as seguintes tecnologias:

Avaliação do índice de potencial de inóculo de PhytophthoraSpp em solos cultivados com mamoeiro

Dentre as doenças que infecta o mamoeiro destaca-se a podridão de raízes e

frutos também conhecida como podridão do pé ou podridão-de-Phytophthora,

causada pelos patógenos Phytophthora palmivora ou P. Parasitica. Sendo um

pseudofungo habitante do solo, pouco se conhece das interações entre planta,

solo e hospedeiro, sendo necessário determinar os fatores que influenciam o

potencial de inoculo do patógeno no solo. Esta metodologia permite estimar

o índice de potencial de inóculo em solos infectados com o agente causal da

doença de raízes do mamoeiro. Foram retiradas amostras de dois tipos de

solo denominados CMF143 e CMF165 que apresentavam histórico da presença

de pseudofungos do gênero Phytophthora nas quais foram realizadas diluições

em série, desde uma parte de solo contaminado para uma parte de solo estéril

até uma parte de solo contaminado para trinta e duas partes de solo estéril.

Pesaram-se 300 gramas de solo de cada amostra, sendo 150 gramas colocados

em um pote que correspondeu à diluição 1:1 e 150 gramas misturados a 150

gramas de solo autoclavado, totalizando 300 gramas de solo, o qual foi

misturado e dele retirados 150 gramas, colocando em outro pote,

correspondendo à amostra 1:2. Os outros 150 gramas foram misturados

novamente a 150 gramas de solo autoclavado para obter a amostra 1:4 e

assim sucessivamente até 1:32. Em seguida, as amostras foram peneiradas,

homogeneizadas e depositadas em potes de 300 ml, adicionando-se 100 ml

de água autoclavada, suficiente para formar uma camada líquida sobre o solo,

sendo aí colocados frutos de mamão de peso variando entre 250 e 300 gramas,

que funcionaram como isca atrativa dos propágulos do pseudofungo. Os

resultados mostraram que ambas as amostras apresentaram a presença do

patógeno, podendo ser determinado o índice de potencial de inóculo (IPI) de

cada uma delas. A comparação dos IPIs dos dois solos mostrou que o solo dos

acessos CMF143 é três vezes maior do que o IPI dos solos do acesso CMF165.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 41○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Diagnóstico do definhamento precoce/pinta verde domaracujazeiro

A cultura do maracujazeiro é afetada por inúmeras doenças, dentre as quais a

pinta verde ou definhamento precoce, com etiologia viral e ainda pouco

conhecida por parte de produtores e técnicos. Atualmente, o diagnóstico da

doença é feito com base em sintomas, microscopia eletrônica de transmissão

(MET) ou por meio da transmissão do vírus por ácaros vetores. No entanto,

essas metodologias não são específicas para o diagnóstico da doença, além

de serem demoradas (como a transmissão), caras (como a MET) ou pouco

confiáveis (como a sintomatologia). Em função disso, existia a necessidade de

desenvolver um método de diagnóstico rápido, específico e confiável da

doença. Essa demanda foi atendida por meio de RT-PCR usando iniciadores

que amplificam regiões específicas do vírus causador do definhamento precoce

ou pinta verde. Com o uso dessa metodologia, foi possível também confirmar

a suspeita de que definhamento precoce (relatado na Bahia e em alguns outros

estados) e pinta verde do maracujazeiro (relatada em São Paulo e outros

estados) são dois nomes da mesma doença, causada pelo mesmo vírus.

Monitoramento de doenças nas plantas básicas de citros daEmbrapa Mandioca e Fruticultura Tropical

Foram monitoradas cerca de cem espécies e variedades de citros para a

presença de sintomas de doenças. Para tanto, foi realizado o monitoramento

visual de sintomas na copa e porta-enxerto, buscando encontrar sintomas de

greening, leprose, cancro cítrico, clorose variegada dos citros, clorose zonada,

morte súbita, tristeza severa, do descamamento tipo bahia bark scaling, do

declínio e aqueles causados por viróides. Não foram observados sintomas das

doenças citadas mas de descamamento típico da infecção por viróides no

pomelo Star Ruby, clorose zonada em acessos de laranjas doces e clorose

internerval em tangelos e tangors, além de sorose na laranja Hamilin02. A

avaliação para presença e intensidade de sintomas de caneluras causados por

vírus da tristeza dos citros (CTV ) foi realizada mediante leitura da presença e

intensidade de sintomas de caneluras nos ramos, com base em uma escala de

notas de 1 a 5. A maioria dos acessos avaliados mostrou-se tolerante às estirpes

locais de CTV. Os que apresentaram maior intensidade de caneluras foram

aqueles já descritos como de maior sensibilidade a esse vírus, como alguns

clones de laranja ´Pêra‘, pomelos e lima ácida ´Tahiti‘. Para avaliar a presença

e intensidade de descamamento eruptivo foi utilizada uma escala de notas (0

a 3) e a maioria apresentou sintomas, que foram mais frequentes nos pomelos

e laranjas doces. Na lima ácida Tahiti, limão Cravo e lima-da-Pérsia foram

observados, pela primeira vez, sintomas semelhantes ao do descamamento

eruptivo. Testes de transmissão para plantas indicadoras serão realizados no

sentido de confirmar ou não a presença de patógenos conhecidos que também

poderiam ser indutores destes sintomas, como os viróides dos citros. Foi

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Relatório de Gestão 200942○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

realizado o monitoramento de 50 plantas de limão Cravo do BAG para a

presença de descamamento e a maioria apresenta sintomas, com exceção

apenas daquelas de origem nucelar.

“Disponibilizar tecnologias básicas para oaproveitamento de resíduos gerados na propriedadeagrícola, na agroindústria, assim como resíduosurbanos, industriais e de mineração, para adubaçãoem sistemas de produção de fruteiras tropicais,melhorando a nutrição dessas plantas, a renda doprodutor e também minimizando o impactoambiental negativo gerado pela disposiçãoinadequada de resíduos”

O longo título pode ser resumido no desenvolvimento tecnológico para o

aproveitamento racional de diferentes tipos de resíduos.

Utilização da manipueira e do bagaô como alternativas para aadubação da mandioca no Estado do Maranhão

Manipueira como adubo: a) No solo – Diluir com água na proporção de 1:1

(por exemplo, 50 litros de manipueira para 50 litros de água); com auxílio de

um regador ou similar, aplicar 6 litros por metro quadrado ou no mínimo dois

litros por metro corrido de sulco; deixar o solo tratado em repouso, durante

no mínimo 8 dias; abrir as covas ou sulcos para plantio; e b) Foliar – Diluir com

água na proporção de 1:6 até 1:8 (uma parte de manipueira para seis a oito

partes de água); realizar de seis a dez pulverizações com esse material, com

intervalos semanais.

Bagaô como adubo: O bagaô é o resíduo que sobra no alambique depois da

destilação da tiquira. Embora não existam resultados de pesquisa que

permitam recomendar a quantidade de bagaô a ser aplicada, alguns produtores

têm utilizado esse resíduo como adubo, misturando com a terra da cova de

plantio, apresentando bom resultado.

Figura 15. Bagaôdepositado no ambiente.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 43○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Principais avanços técnico-científicosem 2009 no âmbito das demaiscontribuições

A Unidade coordena diversos projetos de produção integrada que contribuem

para o desenvolvimento “de sistemas de produção e processamento que

garantam maior segurança alimentar e alimento seguro”. Em 2009 foram quatro

projetos: citros (dois), abacaxi e mandioca. Além destes está sendo realizado o

projeto “Aprimoramento do sistema de liberação do fungo Beauveria bassiana

para controle de Cosmopolites sordidus em áreas de Produção Integrada de

Banana. Estes projetos estão baseados no manejo integrado de pragas e

doenças, manejo de solo e ações de transferência de tecnologia. Em 2009 foi

lançado o selo Selecta Brasil para identificar as frutas oriundas deste tipo de

sistema, que já estão nas gôndolas dos supermercados, com o consumo

estimulado e medido por meio de campanhas locais. Os levantamentos

realizados durante o ano, em supermercados de Salvador, indicaram que houve

maior procura de frutas do tipo Selecta, tendo com referência a média histórica

da demanda. O volume comercializado considerando-se a cota de 50% para as

frutas Selecta Brasil ultrapassou em todos os meses de duração da campanha

a cota estabelecida pelo varejista, chegando a mais de 100% para o mamão

Formosa e laranja ‘Pera’, admitindo-se que houve um considerável aumento

da procura por essas frutas em função da sua qualidade, sabor, procedência e

segurança para o consumo (Figura 16).

Figura 16. Participaçãopercentual de mercado

para o mamão FormosaSelecta Brasil,

considerando-se a cota de50% para essa fruta

definida pelo varejista e amédia histórica mensal

comercializada peloHiperideal da Pituba emSalvador, BA. Agosto de

2009.

Uma das contribuições da Unidade para o período 2008-2011 prevê a

“superação de entraves para a transferência e adoção de tecnologias que

aumentem a competitividade dos sistemas, com baixos impactos, sem

exclusão social do ponto de vista de gênero e de geração”. O projeto

“Transferência de tecnologia para pequenos produtores de mandioca do Baixo

Jequitinhonha no Estado de Minas Gerais” atua nesta linha, com unidades de

validação, treinamentos e dias de campo.

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Relatório de Gestão 200944○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

A Unidade participa do esforço para “Avaliar os impactos do aumento da

concentração de dióxido de carbono (CO2) atmosférico e de alterações da

temperatura sobre problemas fitossanitários das culturas da mandioca e

fruteiras tropicais”, desenvolvendo um projeto liderado pela Embrapa

Informática Agropecuária. As ações abrangem o impacto da concentração de

CO2 e temperatura sobre nematóides, desenvolvimento do agente causal da

sigatoka amarela, broca do rizoma de banana, mosca-das-frutas e ácaro verde

da mandioca.

Visando “Consolidar e validar metodologias para estabelecer índices de

qualidade de solos utilizados na Caatinga, agricultura de sequeiro e agricultura

irrigada”, a Unidade está participando de dois projetos, sendo um liderado

pela Embrapa Tabuleiros Costeiros, no qual se busca estabelecer indicadores

microbiológicos e bioquímicos do solo que sejam fortemente correlacionados

com o processo de degradação e recuperação deste solo. O outro projeto

objetiva analisar a mudança do uso do solo ocorrida no Platô de Irecê (BA)

entre 1980 e 2007 e suas implicações no teor de carbono orgânico e na

qualidade física dos solos, buscando atingir os seguintes resultados: consolidar

e validar metodologia para quantificar a variação do estoque de carbono

orgânico no solo e a redução das áreas com Caatinga na região, ocorridas

entre 1980 e 2007; selecionar atributos físicos como indicadores de qualidade

do solo; consolidar e validar metodologia para estabelecer índice de qualidade

física de solos utilizados com Caatinga, agricultura de sequeiro e agricultura

irrigada no Platô de Irecê; selecionar e recomendar práticas de uso, manejo e

conservação do solo mais eficientes e sustentáveis, de forma a evitar/prevenir/

minimizar a degradação ambiental que vem ocorrendo em Irecê, inclusive

com riscos de desertificação.

A geração de “conhecimentos e tecnologias de integração de sistemas de

produção” é um das contribuições e desafios para a Unidade que em 2009

atuou no projeto “Avaliação de fruteiras adaptadas ao Semi-Árido em sistema

agroflorestal”. Este projeto tem como base 10 variedades de umbu-cajazeira,

selecionadas pela Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical a partir de coletas

de germoplasma realizadas em diversos municípios baianos, principalmente

do semi-árido, quatro variedades de umbuzeiro, selecionadas e fornecidas

pela Embrapa Semiárido (Petrolina - PE), e quatro variedades de cajueiro,

adaptadas a condições de sequeiro, selecionadas e fornecidas pela Embrapa

Agroindústria Tropical (Fortaleza - CE) e pela Empresa Baiana de

Desenvolvimento Agrícola S/A (EBDA). Essas fruteiras vêm sendo implantadas,

segundo um sistema agroflorestal de manejo, nos municípios de Cabaceiras

do Paraguaçu, Ichu, Itaberaba, Ribeira do Pombal, Santa Bárbara, Serrinha e

Tanquinho, em áreas não irrigadas pertencentes a produtores ou associações

de produtores de base familiar.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 45○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Para “ampliar e disponibilizar conhecimentos e tecnologias relacionadas a

aplicação de microrganismos benéficos para o biocontrole de pragas e doenças

de fruteiras e mandioca”, a Unidade está executando diversos projetos, sendo

um deles o de “Indução do enraizamento de mudas micropropagadas de

bananeira e biocontrole do mal-do-Panamá (Fusarium oxysporum f. sp.

cubense) pela interação com rizobactérias e fungos micorrízicos arbusculares”.

Em 2009 foram isoladas cerca de 300 rizobactérias, conforme meta

estabelecida para formação da coleção de antagonistas. Em torno de 200

isolados já se encontram preservados em ultrafreezer. Dentre os ensaios para

seleção dos isolados com as características desejáveis para atuação na fase

posterior, foi iniciada a busca por rizobactérias produtoras de fosfatases.

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Relatório de Gestão 200946○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Parte 2

Administração

Parte 2

Administração

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 47○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Evolução do Quadro de Pessoal

Em 2009, além das vagas liberadas pelos doze empregados que aderiam ao

Programa de Desligamento Incentivado – PDI da Embrapa e por dois que se

aposentaram, a UD teve seu limite de quadro de pessoal aumentado de 213

para 226 vagas. Com essa ampliação, foram realizadas as últimas convocações

do concurso de 2006 e já estão sendo providenciadas as convocações do

concurso de 2010, levando-se em consideração as contratações previstas no

IV Plano Diretor da Unidade .

Somente em 2009 foram contratados 16 novos empregados, conforme segue:

Sete assistentes para o Setor de Campos Experimentais – SCE;

Um assistente para o Setor de Informação – SIN;

Um assistente para o Setor de Gestão de Pessoas – SGP;

Um assistente para o Setor de Veículos e Transportes – SVT;

Um assistente de laboratório;

Três analistas de laboratório;

Um analista para a Área de Comunicação e Negócios – ACN;

Um pesquisador na área de entomologia.

Em 2010, já foram contratados cinco novos empregados: um assistente para

o SCE, um assistente para o SGP, um analista (bibliotecário) para o SIN e um

analista (jornalista) para a Área de Comunicação Integrada. Está sendo

providenciada a convocação de mais 13 pesquisadores e 11 analistas para as

áreas de transferência de tecnologia, negócios, laboratórios, campos

experimentais, manutenção e serviços, gestão da inovação, gestão de pessoas

e gestão estratégica.

Na tabela 4, é possível observar a evolução quantitativa e a distribuição de

vagas e cargos entre 2004 e 2010, com significativa ampliação do número de

analistas, reforçando as áreas de suporte à pesquisa. Outro aspecto importante

a ser considerado é a recomposição do quantitativo de pesquisadores que

acontecerá ainda em 2010 com as novas contratações.

Tabela 4. Evolução do quadro de empregados (2004 – 2010).

Fonte: SGP / CNPMF, Jul. 2010.

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Relatório de Gestão 200948○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Gestão Orçamentária e Financeira

Na tabela 5 e na figura 16 pode-se visualizar, entre 2004 e 2009, em valores

nominais, a tendência crescente na execução orçamentária e as proporções

entre as categorias de despesas. Tal comportamento reflete a retomada dos

investimentos da Embrapa e, principalmente, o esforço da equipe técnico-

científica na ampliação e diversificação da sua carteira de projetos de P&D, TT

e de desenvolvimento institucional.

Tabela 5. Evolução da execução orçamentária (2004/2009).

Figura 17. Evolução daexecução orçamentária(2004/2009).

Fonte: SOF / CNPMF (SIAFI): Abr. 2010.

Fonte: SOF / CNPMF (SIAFI): Abr. 2010.

Perspectivas

Para o ano de 2010 diversas ações na área da Chefia de Administração já estão

planejadas ou mesmo em andamento.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 49○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Ações previstas para todos os setores da área administrativa:

Implantar os sensos da qualidade;

Elaborar, avaliar, revisar e aprovar os Procedimentos Operacionais Padrão -

POPs prioritários dos setores, com o apoio da Unidade de Gerência de

Qualidade - UGQ;

Implementar as ações gerenciais previstas no IV PDU e no Plano de Melhoria

de Gestão - PMG da UD.

Setor de Serviços Auxiliares – SSA:

Aprimorar o sistema informatizado de atendimento aos clientes internos

(no informativo eletrônico dia@dia);

Atuar em conjunto com o Setor de Informação - SIN na implantação do

sistema de pool de impressão;

Atuar em conjunto com o SCE na execução de melhorias na operação da

rede de abastecimento de água.

Setor de Patrimônio e Material – SPM:

Elaborar, avaliar, revisar e aprovar o POP do processo de compras, com vistas

à certificação ISSO 9001:2008;

Adequação da infraestrutura e reorganização das áreas de estoque do

almoxarifado;

Regularização das não-conformidades do inventário patrimonial.

Setor de Orçamento, Contabilidade e Finanças – SOF:

Ampliar o número de projetos extra-tesouro com prestações de contas

apoiadas pelo setor;

Atuar em conjunto com o SVT na informatização dos processos de requisição

de veículos e de autorizações de viagem;

Elaborar estudo para subsidiar a proposta de ampliação do repasse de

orçamento para pagamento das despesas fixas e de gestão/rotina.

Setor de Veículos e Transportes – SVT:

Aprimorar o processo de manutenção preventiva e corretiva da frota de

veículos;

Aprimorar o processo de transporte dos empregados, bolsistas e estagiários;

Informatizar o processo de requisição de veículos;

Atuar em conjunto com o SPM para leiloar os veículos que estão fora de

operação.

Setor de Gestão de Pessoas – SGP:

Coordenar a execução do plano de capacitação 2010;

Implementar as ações previstas no plano de melhoria do clima

organizacional e de qualidade de vida no trabalho.

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Relatório de Gestão 200950○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Parte 3

Comunicação,

Negócios e Apoio

Parte 3

Comunicação,

Negócios e Apoio

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 51○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Comunicação Externa

A comunicação é um dos pilares do trabalho da Embrapa, visto que o grande

negócio da empresa é gerar conhecimento na forma de tecnologias, produtos

e serviços. Esse conhecimento gerado é a grande demanda da sociedade para

a Embrapa. Por esse motivo, qualificar e organizar a informação, dando a ela

conteúdo e formato adequados aos diferentes públicos, faz parte do cotidiano

da empresa.

São diversos os parceiros na área da comunicação, a exemplo da imprensa.

Em 2009, a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical teve 665 matérias

publicadas em veículos locais, regionais e nacionais, numa média mensal de

55 notícias sobre os trabalhos da Unidade. Podem ser citadas matérias

publicadas na revista Globo Rural e nos jornais O Estado de S. Paulo e Valor

Econômico.

A relação da Embrapa com seu público é feita também pelo jornal impresso

Raiz & Fruto (quadrimensal) e pelo informativo eletrônico quinzenal Raiz &

Fruto Online. Além disso, a Unidade também publica em sites voltados para o

agronegócio: são cerca de dez textos jornalísticos sobre trabalhos da Unidade

colocados em diferentes sites por mês.

A Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical evidencia-se também como uma

das Unidades da Embrapa que mais participam dos programas institucionais

de comunicação como o “Prosa Rural” e o “Dia de Campo na TV”. Em 2009,

foram quatro participações no Prosa Rural (Controle biológico da larva

minadora dos citros, Produção de abacaxi na entressafra, Escolha de mudas

sadias de banana e Produção de sementes de mamão) e duas no Dia de Campo

na TV (Mandioca – da raiz à tapioca na mesa e Cultivo de aipim orgânico).

Serviço de Atendimento ao Cidadão - SAC

Nos últimos anos, a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical tem sido uma

das Unidades da empresa mais demandadas pelos cidadãos, ocupando, em

2008, a primeira colocação entre todas as Unidades da empresa. Em 2009, o

nível de atendimento nesse importante canal de contato com a sociedade

brasileira manteve-se elevado, sendo:

SAC telefone: 4.560 ligações atendidas - média de 380/mês

SAC eletrônico (e-mail): 2.122 atendimentos - média de 176/mês

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Relatório de Gestão 200952○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Demais ações em Comunicação Externa

Ainda com relação a comunicação externa, o folder “Embrapa de A a Z” foi o

destaque de 2009 por apresentar uma visão geral das tecnologias, produtos e

processos gerados na Unidade.

Figura 18. FolderEmbrapa de A a Z.

A organização de eventos é outro ponto forte no contato da Embrapa com a

sociedade. Em 2009, foram realizados, sob a coordenação da Unidade, 32

eventos. Participamos ainda de 15 feiras/exposições em todo país, entre elas:

Tecnoshow Comigo - 31/03 a 04/04 - Rio Verde - GO

XIV Congresso Brasileiro de Mandioca - 14 a 16/07 - Botucatu - SP

Fenagri - 15 a 18/07 - Juazeiro - BA

Semiárido Show - 05 a 08/10 - Petrolina - PE

Feira do Empreendedor - 15 a 18/10 - Salvador-BA

Fenagro 2009 - 28/11 a 06/12 - Salvador - BA

Colóquio Brasil-África - 26 e 27/10 - Salvador - BA

Bahiatec - 18 a 20/11- Salvador - BA

A juventude é também prioridade da Embrapa Mandioca e Fruticultura

Tropical. No programa Embrapa & Escola foram atendidas 12 escolas,

totalizando 353 alunos do ensino fundamental e 103 do ensino médio. O

estande da Unidade na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (em Salvador)

foi visitado por cerca de 6 mil alunos de 120 escolas das redes pública e privada.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 53○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Comunicação Interna

Um dos principais públicos atendidos pela Embrapa é o próprio público interno,

o primeiro a saber das notícias e estratégias da empresa para incorporá-las e

entender perfeitamente a importância das atividades por ele desenvolvidas.

No informativo eletrônico interno dia@dia foram postadas, em 2009, 362

notícias de interesse de empregados e colaboradores, numa média de 30

notícias por mês. A Unidade conta ainda com outras ferramentas de

comunicação interna como murais, painéis de cartazes e caixas de sugestões.

Transferência de Tecnologia

A transferência de tecnologia é outra das prioridades da Embrapa Mandioca e

Fruticultura Tropical. Nesse sentido, a Unidade vem desenvolvendo suas

atividades em praticamente todos os estados do Brasil, levando tecnologias,

produtos e serviços por ela gerados.

Figura 19. Dia de campoem área de produtor.

Entre as ações de transferência de tecnologia podem ser citados cursos

nacionais e internacionais, dias de campo, palestras e instalação de Unidades

de Observação (UO) e Unidades Demonstrativas (UD).

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Relatório de Gestão 200954○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Cursos nacionais: 84 cursos realizados em 13 estados, abrangendo um público

de 2700 pessoas treinadas;

Cursos internacionais: quatro cursos realizados para 20 técnicos de oito

diferentes países, totalizando mais de 300 horas/aula;

Palestras: foram realizadas 206 palestras em 19 estados, abrangendo um

público de 6403 participantes;

Unidades de Observação e Demonstrativas: Estão instaladas 212 UOs e UDs

em 16 estados;

Dias de campo: Foram realizados 62 dias de campo nos mais variados estados

do país.

O ano de 2009 foi também marcado por grande captação de recursos para

transferência de tecnologia por meio de programas como o Programa de

Aceleração do Crescimento da Embrapa voltado para transferência de

tecnologia (PAC Embrapa TT) e o Mais Alimentos, do Ministério de

Desenvolvimento Agrário - MDA.

Foram captados, pelo PAC Embrapa TT, cerca de 209 mil reais para ações em

transferência de tecnologia. Alguns destaques são:

“Sistema de produção e material de plantio - Abacaxi, banana e mandioca”:

transferiu tecnologias de produção de abacaxi para agricultores familiares do

extremo sul da Bahia;

“Transferência de tecnologia de irrigação para fruticultura em nível de

agricultura familiar em assentamentos do semiárido”: transferir práticas de

irrigação de baixo custo e específicas para agricultura familiar, com consumo

de água racionalizado;

“Manejo integrado de pragas em sistema de produção integrada do mamoeiro:

estabelecer impactos positivos nos aspectos econômicos da cultura do

mamoeiro com a redução de custos na aplicação de produtos químicos sem

diminuir a produtividade ou a qualidade dos frutos;

“Sistema de produção de material de propagação de fruteiras (umbu, umbu-

cajá e manga)”: divulgar o cultivo de fruteiras tropicais aumentando a oferta

de material básico propagativo e capacitando homens, mulheres e jovens em

técnicas de propagação e manejo das culturas em áreas de projeto de

assentamento da Bahia.

“Sistema de produção e processamento de mandioca (convencional e

orgânico) aproveitando resíduos na alimentação animal e variedades para

indústria”: divulgar o cultivo da mandioca em sistema convencional utilizando-

se tecnologias de práticas de cultivo melhoradas e alternativas de uso

sustentável de energia e resíduo em indústria de mandioca.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 55○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

“Sistema agroflorestal com fruteiras adaptadas ao semiárido: umbu-cajazeira,

umbuzeiro e cajueiro”: disponibilizar clones selecionados tendo-se em vista a

predominância da exploração extrativista dessas fruteiras e promover a

capacitação de técnicos e agricultores quanto à exploração de fruteiras adaptadas

ao semiárido, em conformidade com sistemas agroflorestais de cultivo.

“Sistema de produção integrada de mandioca”: a aplicação das boas práticas

agrícolas na produção de mandioca e derivados vai gerar ganhos efetivos em

sustentabilidade e possibilitar, pela rastreabilidade e melhoria de imagem, o

fortalecimento do mercado interno e a adequação para as exigências do

mercado externo.

Por meio do programa Mais Alimentos do MDA foram captados mais de 230 mil

reais para atividades de transferência de tecnologia e suporte que visam atingir

mais de 1700 agricultores familiares da região do Recôncavo da Bahia, mais

especificamente, e do Nordeste brasileiro em geral, com ações voltadas para:

Instalação de unidades demonstrativas para dar apoio às atividades de

transferência de tecnologias voltadas para a difusão de novas variedades de

mandioca, mais produtivas e resistentes a pragas e doenças. Para cada unidade

demonstrativa implantada são realizados dias de campo para validação/difusão

de variedades melhoradas;

Instalação de unidades demonstrativas para dar apoio às atividades de

transferência de tecnologias voltadas ao manejo adequado da adubação na

cultura da mandioca, seguida de dias de campo para validação/difusão dos

sistemas mais adequados de manejo;

Reforma dos viveiros de produção de mudas da Embrapa Mandioca e

Fruticultura Tropical, permitindo a produção de mudas frutíferas de alta

qualidade para todo o país;

Figura 20. Viveiros deprodução de mudas.

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Relatório de Gestão 200956○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Curso sobre verticalização da produção na cadeia de mandioca, que leva ao

agricultor alternativas de agregação de valor a sua produção;

Curso sobre boas práticas de fabricação de derivados da mandioca, voltado

para oferecer aos pequenos agricultores alternativas de produtos gerados a

partir das raízes da cultura;

Curso sobre produção de mudas de citros de qualidade, que vem tratar de um

dos temas fundamentais para o crescimento da citricultura brasileira,

especialmente a nordestina que é a produção de mudas de alta qualidade.

Negócios Tecnológicos

Como Unidade de produto, a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical tem como

um dos seus maiores negócios o lançamento de variedades de mandioca e

fruteiras tropicais. Dessa forma é de fundamental importância as ações da Área

de Negócios para Transferência de Tecnologia (ACN) na preparação de planos de

marketing, que dão sustentabilidade ao lançamento de novos materiais gerados

pelos programas de melhoramento genético para o agronegócio brasileiro.

Somente em 2009 foram elaborados oito planos de marketing:

Para mandioca: Variedades Caipira, Sempre Verde e Tapioqueira;

Para fruteiras: Variedade de bananeira Princesa; Variedade de abacaxizeiro

Ajubá; Variedade de citros Laranja Pêra D-6, Laranja Westin, Lima Ácida Tahiti

2001 e Lima Ácida Tahiti 02.

Outro grande destaque foi a disponibilização de tecnologias geradas pela Unidade

no site do Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Novas Empresas de Base

Tecnológica Agropecuária e Transferência de Tecnologia (Proeta) que são:

Mandiocas “chips e palito”: têm menor teor de absorção de gordura, podem

ser congelados, aumentando o prazo para comercialização, e têm maior valor

agregado.

Jardins in vitro: arranjos com bromélias nativas (incluindo híbridos de abacaxi)

e componentes não vegetais, como seixos de quartzo, argila, areias e palhas.

Formados a partir de plantas micropropagadas, os jardins in vitro podem se

constituir num produto inovador no mercado de flores e plantas ornamentais,

pois não existe concorrente.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 57○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Tecnologia da Informação

Tecnologia de Informação como Apoio à Ação Gerencial

A Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical vem focando suas ações no campo

da tecnologia da informação no desenvolvimento de novas ferramentas

gerenciais que permitam aos gestores uma visão ampla do ambiente da

instituição, facilitando a tomada de decisões. Essa política de desenvolvimento

de novos softwares ou adaptação de programas já desenvolvidos em outras

Unidades da empresa vem mostrando resultados com o lançamento de novas

ferramentas como o Sistema de Acompanhamento de Relatórios de Viagem

– Sisav, que armazena informações, faz o mapeamento e o acompanhamento

das atividades externas, o Sistema de Planejamento Interno – SIP, que facilita

o planejamento, acompanhamento e avaliação das atividades dos empregados

em apoio ao Sistema de Acompanhamento e Avaliação de Desempenho (Saad),

e o Sistema Gestor de Publicações – SGP, que gerencia o fluxo de publicações

da Unidade, esses três já em funcionamento.

Figura 21. Imagem datela inicial do Sisav.

Alta prioridade vem também sendo dada às atividades e aos meios relacionados

à organização e à disponibilização de informações, num esforço de torná-las

acessíveis ao público de forma rápida e precisa, conforme indicado a seguir:

SAC Inteligente: permite uma total interação entre o cliente e a base de

conhecimento disponível na homepage, facilitando a acesso a informação

técnica de qualidade ao público externo;

Gerenciamento de informação técnico-científica e rotinas de empréstimo

adequadas às normas do Manual de Informação e Documentação da Embrapa,

com disponibilização online de textos completos de sua produção científica.

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Relatório de Gestão 200958○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Outras atividades relevantes relacionadas à tecnologia da informação vêm

sendo desenvolvidas como:

Implantação do serviço Voip (voz sobre IP), que permite a conexão gratuita

via telefone digital com o Brasil e o mundo. ADICIONAR FOTO

Implantação do Quiosque de Inclusão Digital no Setor de Campos

Experimentais – SCE: Dois computadores com acesso à internet, instalados

em um balcão de atendimento.

Figura 22. Funcionáriosdo Setor de CamposExperimentais utilizandoos terminais do Quiosquede Inclusão Digital.

Higienização de obras raras do acervo da biblioteca, com o objetivo de

preservar obras de grande valor histórico não só para a Unidade como também

para o país.

Investimentos na Infraestrutura da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical

nas áreas de Administração, Campos Experimentais, Laboratórios e Tecnologia

da Informação (TI)

Os investimentos efetivamente aplicados na infraestrutura da Unidade, em

2009, com dotações orçamentárias da Embrapa, do Programa de Aceleração

do Crescimento (PAC Embrapa) e de outros convênios, no montante de R$

1.367.018,60, contribuíram para a melhoria das instalações tanto nas

estruturas administrativas como nos campos experimentais, laboratórios e

na área de tecnologia da informação.

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 59○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Somente em 2009 foram realizadas diversas obras de recuperação das

instalações e construção de novas estruturas, cujos destaques foram:

Finalização das reformas do Setor de Patrimônio e Material – SPM, tornando

suas instalações mais modernas, com mobiliário ergonômico e novo sistema

de ar refrigerado;

Finalização das obras de reforma do Laboratório de Gerenciamento de

Resíduos (Gerelab), que permitiu a adequação às normas de gerenciamento

de resíduos e do Sistema de Gestão da Qualidade na UD;

Aquisição e instalação de sistema de purificação de água por osmose reversa

para atender toda a UD, de acordo com o previsto no IV Plano Diretor, que prevê

o compartilhamento de equipamentos por vários laboratórios, reduzindo custos

de aquisição e de operação, como os de energia elétrica e consumo de água.

A Unidade concluiu a reforma do galpão do Setor de Campos Experimentais e do

Prédio de Beneficiamento de Mudas e Sementes e comprou e instalou mobiliário

especializado, capelas e lavadores de gases para os laboratórios de Solos e Nutrição

de Plantas e de Microbiologia do Solo e Resíduos Orgânicos. Foram adquiridos

ainda cinco veículos, sendo quatro de passeio e uma van com 16 lugares.

Destaque do Ano

Uma das grandes conquistas da Unidade em 2009 foi a formatura de sete

empregados inscritos no programa de elevação de escolaridade, que

completaram o curso de nível médio: Amaro Duda, Benedito Conceição, Getúlio

Vieira, José Braga, José Magalhães, Maria das Graças Vieira e Milton de Jesus.

Figura 23. Formandos doprograma de elevação de

escolaridade, 2009.

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Relatório de Gestão 200960○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Perspectivas

Comunicação

Reforçar a equipe de comunicação com a contratação de novos profissionais;

Elaborar o Planejamento Estratégico da Comunicação da Unidade, visando

atender aos públicos interno e externo;

Desenvolver, em parceria com o SIN, a agenda de eventos eletrônica da

Unidade externa (na homepage) e interna (na intranet - dia@dia);

Desenvolver, em parceria com o SIN, o SAC Inteligente: armazenamento e

indexação de perguntas e respostas, provendo mecanismos eficientes de

busca, de modo a promover melhorias;

Realizar os eventos comemorativos dos 35 anos da Unidade;

Reestruturação dos veículos existentes e criação de novos veículos/espaços

de comunicação interna e externa;

Avaliação da efetividade da comunicação (pesquisa de opinião).

Transferência de Tecnologia

Criação do Núcleo de Transferência de Tecnologia e Negócios Tecnológicos –

NTT, em consonância com a política de transferência de tecnologia da Embrapa

Sede;

Reforçar a equipe de transferência de tecnologia com a contratação de

profissionais com formação na área;

Investir em projetos estruturantes com a Rede de Transferência de Tecnologia

do Nordeste, a Rede Norte Nordeste de Fruticultura – Renofrut e a Rede de

Validação e Transferência de Tecnologias para Culturas de Base Alimentar para

o Nordeste Brasileiro.

Negócios Tecnológicos

Investir em projetos estruturantes no campo da inovação e de propriedade

intelectual como o projeto “Gestão da Inovação na Embrapa Mandioca e

Fruticultura Tropical” financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do

Estado da Bahia (Fapesb);

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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 61○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Formar massa crítica em propriedade intelectual;

Avaliar tecnologias, produtos e processos atuais e potenciais;

Elaborar plano de negócios voltado ao lançamento de variedades;

Qualificar as tecnologias desenvolvidas e em desenvolvimento de forma a

compor o portfólio de tecnologias;

Tecnologia da Informação

Serviços

Desenvolver o Sistema de Informações Estratégicas – SIE (gestão de projetos

associada às metas do PDU/PDE);

Desenvolver o SAC Inteligente;

Desenvolver o Sistema de Controle de Irrigação;

Desenvolver o Sistema de Controle de Comercialização de Tecnologias, Serviços

e Produtos do Núcleo de Transferência de Tecnologia (NTT);

Desenvolver istema para disponibilização de resultados online de análise de

solo e emissão de recomendações para adubação.

Infraestrutura

Implantar a rede de internet sem fio (wireless);

Reestruturar e ampliar a rede corporativa nos prédios Sede, SPM, Biblioteca,

SVT, SCE e laboratórios;

Implantar a rede corporativa nos prédios do Gerelab, do Laboratório de

Irrigação e da Casa da Saúde;

Implantar o pool de impressão.

Campos Experimentais e Laboratórios

Serviços

Lançar o espaço Gerelab no informativo dia@dia com banco de dados, modelos

de rótulos, formulários e POPs para controle de entrada, saída e pré-

tratamento de resíduos no Gerelab;

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Relatório de Gestão 200962○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Elaborar a cartilha informativa sobre resíduos de campos experimentais;

Iniciar o processo de licenciamento ambiental;

Efetivar o novo processo de compras de reagentes.

Infraestrutura

Elaborar e executar os projetos de reforma do Laboratório de Ciência e

Tecnologia de Alimentos (LCTA) para adequação à norma BPL;

Elaborar e executar o projeto de construção do centro de biotecnologia e

recursos genéticos;

Prosseguir com as reformas na rede de distribuição de energia elétrica de alta

e baixa tensão;

Adequar a rede de distribuição de água e de captação de efluentes para

laboratórios e sanitários.

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