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Relatório de Sustentabilidade 2011

Relatório de Sustentabilidade - Vale. · PDF filee carvão alcançou recorde histórico, alémde a produção de níquel e cobre ter atingido os patamares mais ... Ao longo deste

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Relatório de Sustentabilidade 2011

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Missão Transformar recursos naturais em prosperidade e desenvolvimento sustentável

Visão Ser a empresa de recursos naturais global número um em criação de valor de longo prazo, com excelência, paixão pelas pessoas e pelo planeta

Valores A vida em primeiro lugar Valorizar quem faz a nossa empresa Cuidar do nosso planeta Agir de forma correta Crescer e

evoluir juntos Fazer acontecer

Capa Da esquerda para a direita, Lidiane Fernandes, na Vale desde 2012; Luciana Rocha de Oliveira e Silva, na Vale desde 2011; e Tatiane Gouveia, na Vale desde 2010

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Relatório de Sustentabilidade 2011

Visão estratégica Criação de valor

Cadeia de valor 105

Valor adicionado 113

Planeta

Introdução 63

Mudanças climáticas e energia 65

Água 79

Território 85

Pessoas

Gente 27

Comunidades 45

11 1036125

Perfil e atuação global 02Mensagem do Conselho de Administração 03 Mensagem do Presidente 04

Diretoria Executiva 06Para ler este relatório 07 Materialidade 08

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Ao longo deste relatório, o leitor encontrará compromissos, posicionamentos, resultados e planos da Vale a respeito dos temas materiais. A empresa convida a todos, por meio da utilização dos canais de comunicação, para participar da implementação dos novos Missão, Visão e Valores da Vale. Esse é um grande desa� o para a empresa e, ao mesmo tempo, a rea� rmação de seu compromisso com a conservação do planeta e a valorização das pessoas

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Referência GRI

Per� l: 1.1

Ricardo Flores,presidente do Conselho de Administração

Mensagem do Conselho de AdministraçãoA Vale vem trabalhando para gerar prosperidade, com responsabilidade social e respeito ao meio ambiente

O compromisso da Vale com o desenvolvimento sustentável, fortalecido por suas novas Missão e Visão, orienta suas atividades e investimentos. Ciente da importância de seu legado, a empresa vem trabalhando para gerar prosperidade, com responsabilidade social e respeito ao meio ambiente. Compromissos assumidos com as suas partes interessadas direcionam a atuação da empresa rumo

ao estabelecimento das melhores práticas, seja em relação à gestão ambiental, ao enfrentamento dos desa� os das mudanças climáticas, à valorização das pessoas e das comunidades.

Os resultados de 2011 mostram que a produção de minério de ferro, pelotas e carvão alcançou recorde histórico, além de a produção de níquel e cobre ter atingido os patamares mais elevados desde 2008. Os investimentos, excluindo aquisições, atingiram US$ 18 bilhões, 42% superiores aos de 2010. São indicadores que comprovam o enorme potencial da empresa do ponto de vista de geração de valor para as suas partes interessadas.

Os gastos sociais e ambientais, em 2011, totalizaram US$ 1,5 bilhão, um aumento de 36% em relação aos de 2010. A empresa também ampliou em 150%

os investimentos em projetos de melhorias voltados para a implantação dos Requisitos de Atividades Críticas (RACS) para a eliminação de acidentes fatais, o que representou, em 2011, cerca de US$ 250 milhões.

A Vale obteve, pelo sexto ano consecutivo, a certi� cação de controles internos previstos pela Lei Sarbanes-Oxley, conforme as exigências às empresas de capital aberto com American Depositary Receipts (ADRs) listadas na Bolsa de Nova York. E, pelo segundo ano consecutivo, foi selecionada para compor o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa.

Ao longo deste relatório, que demonstra o alinhamento com os Princípios para o Investimento Responsável (PRI), a Vale revela não apenas os resultados de 2011 de seus indicadores de sustentabilidade, mas também desa� os, posicionamentos e compromissos assumidos pela empresa diante de temas relevantes para ela e para suas partes interessadas.

Em nome do Conselho de Administração da Vale e de todos os acionistas, reitero a satisfação com a evolução desse processo. Agradeço à Diretoria e a cada um dos empregados e parceiros da Vale pelos resultados obtidos em 2011, com a plena convicção de que os caminhos desta empresa e do desenvolvimento sustentável serão cada vez mais fortalecidos, se planejados conjuntamente. Desejo uma boa leitura.

O compromisso da Vale com o desenvolvimento sustentável, fortalecido por suas novas Missão e Visão, orienta suas atividades e investimentos. Ciente da importância de seu legado, a empresa vem trabalhando para gerar prosperidade, com responsabilidade social e respeito ao meio ambiente. Compromissos assumidos com as suas partes interessadas direcionam a atuação da empresa rumo

ao estabelecimento das melhores práticas, seja em relação à gestão ambiental, ao enfrentamento dos desa� os das mudanças climáticas, à valorização das pessoas e das comunidades.

Os resultados de 2011 mostram que a produção de minério de ferro, pelotas e carvão alcançou recorde histórico, além de a produção de níquel e cobre ter atingido os patamares mais elevados desde 2008. Os investimentos, excluindo aquisições, atingiram US$ 18 bilhões, 42% superiores aos de 2010. São indicadores que comprovam o enorme potencial da empresa do ponto de vista de geração de valor para as suas partes interessadas.

Os gastos sociais e ambientais, em 2011, totalizaram US$ 1,5 bilhão, um aumento de 36% em relação aos de 2010. A empresa também ampliou em 150%

Referência GRI

Per� l: 1.1

Ricardo Flores,presidente do Conselho de Administração

Mensagem do Conselho de AdministraçãoA Vale vem trabalhando para gerar prosperidade, com responsabilidade social e respeito ao meio ambiente

os investimentos em projetos de melhorias voltados para a implantação dos Requisitos de Atividades Críticas (RACS) para a eliminação de acidentes fatais, o que representou, em 2011, cerca de US$ 250 milhões.

A Vale obteve, pelo sexto ano consecutivo, a certi� cação de controles internos previstos pela Lei Sarbanes-Oxley, conforme as exigências às empresas de capital aberto com American Depositary Receipts (ADRs) listadas na Bolsa de Nova York. E, pelo segundo ano consecutivo, foi selecionada para compor o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa.

Ao longo deste relatório, que demonstra o alinhamento com os Princípios para o Investimento Responsável (PRI), a Vale revela não apenas os resultados de 2011 de seus indicadores de sustentabilidade, mas também desa� os, posicionamentos e compromissos assumidos pela empresa diante de temas relevantes para ela e para suas partes interessadas.

Em nome do Conselho de Administração da Vale e de todos os acionistas, reitero a satisfação com a evolução desse processo. Agradeço à Diretoria e a cada um dos empregados e parceiros da Vale pelos resultados obtidos em 2011, com a plena convicção de que os caminhos desta empresa e do desenvolvimento sustentável serão cada vez mais fortalecidos, se planejados conjuntamente. Desejo uma boa leitura.

3Vale Relatório de Sustentabilidade 2011Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Referência GRI

Per� l: 2.1, 2.2, 2.3, 2.4, 2.5, 2.6, 2.7, 2.8

Per� l e atuação global

8

7

2

5

9

18 2021

22

19

28

26

27

23

24

33

25

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31

32

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34

35

38

37

17

16

1011

13

12

15

1

6

4

3

14

A Vale S.A. é uma empresa de capital aberto, com sede no Rio de Janeiro e presença global. Suas ações são negociadas nas bolsas de São Paulo, Nova York, Hong Kong, Paris e Madrid.

A empresa é a maior produtora mundial de minério de ferro e pelotas e a segunda maior produtora de níquel. A Vale também produz cobre, carvão metalúrgico e térmico, manganês,

Operações

Escritórios

Joint ventures

Exploração mineral/ projetos em desenvolvimento

Américas

1 Brasil Sede mundial da Vale

2 Colômbia

3 Chile

4 Argentina

5 Peru

6 Paraguai

7 Canadá

8 Estados unidos

9 Barbados

África

10 Angola

11 Zâmbia

12 Moçambique

13 Malawi

14 Guiné

15 África do Sul

16 República Democrática do Congo

17 Libéria

Europa

18 França

19 Noruega

20 Suíça

21 Áustria

22 Reino Unido

Ásia e Oceania

23 Índia

24 China

25 Mongólia

26 Omã

27 Emirados Árabes Unidos

28 Cazaquistão

29 Japão

30 Coreia do sul

31 Taiwan

32 Filipinas

33 Tailândia

34 Malásia

35 Cingapura

36 Indonésia

37 Austrália

38 Nova Caledônia

Posição em abril de 2012

ferroligas, fertilizantes, cobalto e metais do grupo da platina e atua nos setores de logística, siderurgia e energia.

Os materiais produzidos pela Vale são utilizados na indústria siderúrgica, na fabricação de aeronaves, automóveis e materiais de construção e na produção de alimentos, entre outros elementos que estão presentes no cotidiano das pessoas, colaborando para sua qualidade de vida.

Em 2011, sua Missão, sua Visão e seus Valores foram revistos, de forma a garantir o devido foco no desenvolvimento sustentável de seus negócios.

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4 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

Mensagem do PresidenteNosso objetivo é desenvolver nossos negócios em bases sólidas, numa relação respeitosa com as pessoas e com o planeta, compartilhando valor com a sociedade

Não quero que haja qualquer dúvida de que, nesta empresa, a vida é mais importante do que a produção. Se tivermos que escolher, devemos escolher a vida

Na abertura deste Relatório de Sustentabilidade 2011, gostaria de  me dirigir a cada um de vocês, leitores interessados em compreender como a Vale está se preparando para uma nova economia — aquela que deixará um mundo melhor para as próximas gerações.

Ao assumir o cargo de Diretor-presidente da Vale, comprometi-me a fazê-lo desde que guardasse uma relação profunda com os valores nos quais acredito: respeito pela vida e pelo planeta.

insere. Nos últimos anos, crescemos muito. Hoje, estamos presentes em 38 localidades, cujas culturas nortearão o nosso caminho.

A trajetória que pretendo trilhar com cada um dos que se relacionam com a Vale é desa� adora por de� nição, mas imbuída de respeito e de con� ança na capacidade de promovermos o desenvolvimento sustentável, priorizando o valor da vida e dos direitos humanos.

Vejo que temos hoje o desa� o e a oportunidade de modi� car as estatísticas relacionadas a saúde e segurança na mineração. Não abriremos mão da meta de dano zero, pois ela é a única meta aceitável e representa, hoje, nossa prioridade número um. Não podemos a� rmar que somos uma empresa verdadeiramente bem-sucedida se não demonstrarmos a mesma excelência nos resultados de saúde e segurança que já demonstramos nos resultados de negócio. Não quero que haja qualquer dúvida de que, nesta empresa, a vida é mais importante do que a produção. Se tivermos que escolher, devemos escolher a vida.

A Vale se empenha para entregar seus produtos e serviços com qualidade e e� ciência. Sem sombra de dúvidas, tivemos em 2011 resultados empresariais dos quais podemos nos orgulhar. Por exemplo, a receita operacional foi 30% maior do que no ano anterior. Estamos também avançando na implantação deuma agenda de sustentabilidade

Olhando para o futuro, promovemos a revisão de nossos “Missão, Visão e Valores”, uma nova jornada que chegará ao seu destino quando tudo o que está ali expresso estiver re® etido no comportamento de cada um, tendo como objetivo contínuo trabalharmos todos juntos para uma Vale cada vez mais robusta e consciente do novo mundo em que se

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estruturada. Em 2011, o Plano de Ação em Sustentabilidade alcançou todas as operações da empresa, estabelecendo metas para indicadores fundamentais, como consumo de água e de energia.

Também em 2011, passamos a compor o seleto grupo de empresas do Pacto Global Lead, das Nações Unidas, iniciativa que visa disseminar práticas sustentáveis a partir da iniciativa de empresas líderes. Por meio do nosso envolvimento, buscamos mobilizar a cadeia de valor para a adoção de medidas de respeito irrestrito aos direitos humanos, de combate rigoroso à corrupção e de transparência a respeito de sua gestão, entre outras. A Vale encoraja seus

parceiros a se engajarem ao Pacto Global e a respeitarem seus princípios, pois entendemos nosso papel no desenvolvimento sustentável da nossa cadeia de valor.

Ao desenvolvermos nossas atividades, sabemos que impactamos e transformamos as regiões onde atuamos, tanto positiva quanto negativamente. Ao longo deste relatório, � z questão de que fôssemos muito claros quanto a esses impactos, bem como aos desa� os que a Vale enfrenta. Para crescermos em bases sólidas, sabemos que é preciso fundamentar as relações no diálogo, essencial para um processo de a� rmação da con� ança com a sociedade e da nossa licença para operar.

Nesse sentido, estamos trazendo neste documento nossas posições e compromissos sobre assuntos de interesse global, como o combate às mudanças climáticas, a diversi� cação da matriz energética e a preservação da biodiversidade, entre outros.

Nosso objetivo é desenvolver nossos negócios em bases sólidas, numa relação respeitosa com as pessoas e com o planeta, compartilhando valor com a sociedade. Desejo a todos uma excelente leitura e rea� rmo nosso interesse em promover discussões construtivas acerca dos temas aqui abordados.

Murilo Ferreira,Diretor-presidente

Referência GRI

Per� l: 1.1

Hoje, estamos presentes em 38 localidades, cujas culturas nortearão o nosso caminho

5Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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6 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

Diretoria Executiva

Movimentações Saída

Eduardo Bartolomeo Diretor Executivo de Fertilizantes e Carvão maio/12

Eduardo Ledsham Diretor Executivo de Exploração, Energia e Projetos nov./11

Guilherme Cavalcanti Diretor Executivo de Finanças e Relações com Investidores nov./11

Mário Barbosa Diretor Executivo de Fertilizantes nov./11

Murilo Ferreira Diretor-presidente

Galib ChaimDiretor Executivo de Implantação de Projetos de Capital

José Carlos MartinsDiretor Executivo de Ferrosos e Estratégia

Humberto FreitasDiretor Executivo de Logística e Pesquisa Mineral

Vania SomavillaDiretora Executiva de Recursos Humanos, Saúde e Segurança, Sustentabilidade e Energia

Tito MartinsDiretor Executivo de Finanças e Relações com Investidores

Roger DowneyDiretor Executivo de Fertilizantes e Carvão

Peter PoppingaDiretor Executivo de Metais Básicos e Tecnologia da Informação

Referência GRI

Per� l: 1.2, 3.1, 3.2, 3.3, 3.43.5, 3.13, 4.16, 4.17

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Para ler este relatórioBaseado na matriz de materialidade da Vale, o relatório é estruturado a partir da Visão da empresa e atende as diretrizes da GRI

Pelo quinto ano consecutivo, a Vale publica o seu relatório de sustentabilidade de acordo com as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI) , versão G3, incluindo o Suplemento Setorial de Mineração e Metais. Esta edição refere-se a 2011, e, quando aplicável, é apresentada a evolução de 2009 a 2011.

O relatório também atende os princípios do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês) e do Pacto Global das Nações Unidas, iniciativas internacionais das quais a Vale é signatária, e desempenha a função de instrumento de comunicação de progresso (COP) do Pacto Global. O índice remissivo (disponível no conteúdo online) orienta a localização das informações que respondem aos princípios desses compromissos.

O relatório 2011 atinge o nível de aplicação A+ da GRI, que estabelece o relato de todos os itens de per� l, de informações sobre a forma de gestão e de indicadores de desempenho essenciais e do Suplemento Setorial de Mineração e Metais, seguindo o princípio de materialidade conforme estabelecido pela GRI.

Esta versão foi elaborada com o objetivo de expressar o posicionamento e os resultados da empresa em relação às demandas de suas principais partes interessadas frente aos temas destacados na matriz de materialidade. Na versão online estão os conteúdos complementares, destacados ao longo deste relatório com o símbolo .

A forma de organização dos capítulos do relatório permite o acompanhamento dos posicionamentos e resultados alcançados pela Vale nas três principais linhas de orientação propostas pela Visão da empresa: Pessoas, Planeta e Criação de Valor. Essas seções são antecedidas por um capítulo que explica a visão estratégica da empresa, a partir de seus novos Missão, Visão e Valores e de sua Política de Desenvolvimento Sustentável.

A metodologia de de� nição do escopo do relatório (limite) foi a mesma adotada nos relatórios de sustentabilidade dos anos anteriores (disponível no conteúdo online).

As informações das empresas adquiridas nos últimos anos, como os ativos da área de fertilizantes e os novos projetos que entraram em operação, foram integradas aos indicadores de desempenho 1 reportados, conforme a abordagem progressiva adotada.

Veri� cação externa

As informações do Relatório de Sustentabilidade 2011 foram veri� cadas pela empresa de auditoria independente KPMG, conforme declaração disponível no conteúdo online. O escopo da veri� cação incluiu a aderência à metodologia GRI, a asseguração das informações sobre itens de per� l, forma de gestão e desempenho e a declaração do nível de aplicação. Além disso, houve veri� cação em relação às diretrizes do ICMM, conforme declaração disponível no conteúdo online.

Ao todo, a Vale reportou 88 indicadores, sendo 49 essenciais, 28 adicionais e 11 do Suplemento Setorial de Mineração e Metais. Parte desses indicadores foi selecionada para a versão impressa.

Os conteúdos complementares estão relatados na versão online.

No que diz respeito às formas de gestão, a Vale prossegue com a globalização de processos e documentos corporativos, que considera a diversidade de culturas e as dinâmicas de cada negócio, além de investir tempo e capacitação das equipes envolvidas.

Materialidade

A Vale conduziu, em 2011/2012, um processo robusto para validar sua matriz de materialidade. O trabalho consistiu na identi� cação de questões que re® etem impactos econômicos, sociais e ambientais signi� cativos da empresa, bem como daquelas que in® uenciam as principais decisões de suas partes interessadas em diversos países, consideradas questões materiais.

Com o apoio da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), a Vale mapeou os assuntos de maior relevância na ótica da alta administração da empresa e de suas partes interessadas externas, representadas por especialistas em temas-chave: mudanças climáticas, ® orestas, comunidades, recursos humanos e educação, entre outros.

Avaliação e contato

Para mais informações de sustentabilidade, acesse o endereço eletrônico www.vale.com e entre em contato por meio do canal Fale Conosco, na seção Sustentabilidade.

+ conteúdo online Saiba mais sobre os temas abordados neste capítulo na versão online do Relatório de Sustentabilidade 2011 www.vale.com/rs2011

1 As eventuais diferenças na somatória de dados e porcentagens, nos grá� cos e tabelas, devem ser atribuídas ao arredondamento desses valores, adotado para melhor visualização das informações.

7Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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8 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

“Os problemas educacionais da Vale vão além da educação básica. Tenho certeza de que a empresa está sendo desa� ada por questões educacionais extremamente so� sticadas, já que é empresa com grande grau de modernidade e, por isso, necessita de mão de obra quali� cada.”

“Não existe possibilidade de a Vale resolver o problema da educação por meios exclusivamente próprios. A empresa precisa buscar competência para melhor interagir com gestão pública da educação. Se ela quer ser alavanca do desenvolvimento sustentável, ela não pode deixar de ser alavanca educacional onde atua.”

Rosiska Darcy de OliveiraEscritora e jornalista. Presidente do Movimento Rio Como Vamos

“A Vale precisa desenvolver a ideia de construir junto. É necessário criar mecanismos formais para que o diálogo seja constituído intraempresa e da empresa para com os seus múltiplos stakeholders.”

Tasso AzevedoEngenheiro ® orestal. Consultor em sustentabilidade

“A Vale tem história em mudanças climáticas e energia pela elaboração da Carta de Mudanças Climáticas. Mas ela precisa internalizar essa questão como fator de competitividade e assumir compromisso público, metas, de redução das emissões de GEE.”

“É necessário que a Vale assuma seu papel de ator relevante e se comprometa a promover boas práticas para que Belo Monte seja um projeto sustentável. O que hoje é custo, com uma gestão de excelência, pode se tornar um retorno positivo.”

Sérgio BessermanEconomista e ecologista. Professor do Departamento de Economia da PUC–RJ

“A Vale pode impactar a matriz energética do país, estabelecendo parcerias que promovam maior presença de renováveis.”

“Se hoje mudanças climáticas é a bola da vez, biodiversidade é a bola de amanhã. Assim, faz-se necessário que a Vale se posicione nessa temática, de� nindo estratégia de atuação e buscando deixar impacto líquido positivo.”

Marina GrossiEconomista. Presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)

“Água será o recurso limitante mais rapidamente percebido e sentido, e isso será agravado pelas mudanças climáticas. Esse é um tema que nunca poderá deixar de ser central para a Vale.”

MaterialidadeGrupo de especialistas trouxe a visão das partes interessadas acerca de temas materiais para a Vale

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“A Vale precisa criar um elo de con� ança e melhorar cada vez mais o seu relacionamento com as comunidades.”

Celso CastilhoConsultor da Vale que trabalhou 28 anos na empresa

“O tema energia é muito associado às mudanças climáticas. Assim, a Vale precisa de� nir suas escolhas: vai se posicionar frente às energias mais limpas? O que está fazendo para tornar o uso de energia mais e� ciente?”

“A licença social para operar é essencial para a Vale. Para isso, a empresa precisa ter compromisso de longo prazo com o desenvolvimento das comunidades locais, garantindo investimentos em educação e fomento a atividades produtivas sustentáveis.”

Beto VeríssimoEngenheiro agrônomo. Pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon)

“Dé� cit educacional extrapola a Vale. Não adianta o empregado ter acesso à educação, se a comunidade na qual está inserido não tem essa possibilidade. Educação passa a ser questão também para as comunidades.”

Relevância para os negócios da Vale

Rele

vânc

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ssad

as

ComunidadesMudanças climáticas

Pessoas

Saúde e segurança

Cadeia de valor

Território

Globalização

Biodiversidade

Cultura do consumo

Energia

Água

A matriz acima indica o grau de relevância dos temas-chave para a Vale e para suas partes interessadas.

Matriz de materialidade

Alta Média Baixa

Inovação

Resíduos

EducaçãoGoverno

9Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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US$ 1,5 bifoi o total de gastos sociais e ambientais da Vale em 2011

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Veja neste capítulo

Governança

Plano de Ação em Sustentabilidade (PAS)

Pesquisa e inovação

Gestão integrada de riscos

Conformidade legal

Ética

Combate à corrupção

Direitos humanos

Parcerias institucionais

Políticas públicas

10%é o quanto o desempenho em saúde e segurança representa do total da remuneração variável das áreas operacionais da Vale

Visão estratégica

Crescer e compartilhar valor, respeitando os limites do planeta

José Assis de Souza, operador de instalação de equipamentos, há 22 anos na Vale

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Desenvolvimento sustentável

para a Vale, é captar as inúmeras oportunidades de crescimento, reconhecendo os limites físicos do planeta

94%das metas do Plano de Ação em Sustentabilidade (PAS) foram alcançadas ou superadas em 2011

5510 é o número de projetos relacionados à sustentabilidade que estão em andamento por meio da cooperação do Instituto Tecnológico Vale com universidades e instituições de pesquisa

é o número de princípios do Pacto Global das Nações Unidas e do ICMM, iniciativas das quais a Vale é signatária

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Visão estratégica

Desenvolvimento sustentável

Em 2011, a Vale passou por uma mudança na alta administração. A empresa revisou sua orientação estratégica e de� niu um novo posicionamento, re� etido na sua Missão, na Visão e nos Valores, buscando maior alinhamento com a agenda do desenvolvimento sustentável. Esse processo foi concluído ao � nal de 2011, e o seu desdobramento está em construção, representando um importante desa� o para a Vale nos próximos anos.

A Vale é uma empresa transformadora – do meio ambiente onde opera, do meio social no qual se instala, do meio econômico em que gera atividade. O que signi� ca para a Vale desenvolvimento sustentável? Signi� ca captar as inúmeras oportunidades de crescimento, reconhecendo os limites físicos do planeta. A consequência imediata desse reconhecimento é trabalhar com a realidade de que os recursos naturais são � nitos, e a empresa se compromete a praticar e promover o seu uso e� ciente, investir em uma matriz energética limpa e atuar para mitigar a contribuição de suas operações para as mudanças climáticas. Além disso, o conceito de desenvolvimento sustentável, para a Vale, contempla o compartilhamento de oportunidades e a repartição de benefícios com a sociedade, notadamente com as comunidades que são direta e indiretamente impactadas, os governos e as instituições locais que acolhem a atividade da empresa.

Para isso, é fundamental que a empresa mensure e reporte adequadamente os impactos positivos e negativos de suas atividades, de forma a reconhecê-los. Somente a partir dessa abordagem, poderá de� nir e gerar o legado que quer deixar para seus públicos de interesse.

Ao longo deste relatório, e como fruto do processo de materialidade, a Vale assume diversos compromissos com suas partes interessadas, entre os quais se destacam:

Pessoas – Desenvolver pessoas, garantindo educação, saúde e segurança, construindo um relacionamento de con� ança e qualidade;

Comunidades – Promover o desenvolvimento local, com educação, saúde e segurança, deixando um legado positivo nas regiões onde atua;

Cadeia de valor – Incentivar a agenda de sustentabilidade entre fornecedores e clientes, buscando a garantia da não violação de direitos humanos na cadeia de

Fachada do edifício Barão de Mauá, prédio sede da Vale, no Rio de Janeiro, Brasil

13Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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valor e o desenvolvimento de fornecedores nas regiões onde opera;

Governo – Atuar na promoção do desenvolvimento sustentável junto aos governos por meio da participação em políticas públicas e do valor econômico gerado e distribuído.

Engajamento

Para implementar os compromissos apresentados, bem como reforçar sua licença para operar, mas também para crescer, faz-se necessário adotar uma nova forma de engajamento com as partes interessadas, desenvolvendo mecanismos e� cazes de escuta e resposta às demandas recebidas e tratando questões sensíveis à sociedade. Nesse sentido, por meio do aperfeiçoamento da sua capacidade de ouvir e do aprimoramento do relacionamento com seus públicos de interesse, a Vale pretende fortalecer elos de con� ança utilizando mecanismos e canais de engajamento, tais como pesquisas de satisfação, encontros com comunidades e participação em comitês relacionados a assuntos socioambientais, entre outros.

Para garantir que a estrutura de governança da empresa tenha conhecimento dos pontos de vista dos diversos públicos a respeito da atuação da empresa, a Vale vem desenvolvendo mecanismos de comunicação e oferecendo a esses públicos canais para a sua manifestação.

A alta administração da empresa está comprometida com a nova visão estratégica, que prioriza as pessoas e o planeta. Permitindo-se dialogar com a sociedade, a Vale espera ter elementos su� cientes para entender e atender as aspirações apresentadas por ela.

A visão estratégica em sustentabilidade repousa, como se viu, em um conjunto de compromissos com o planeta e com as pessoas e no relacionamento com públicos de interesse.

Como fazer com que esse modelo funcione em uma empresa que está, hoje, em todas as partes do mundo? Como atuar diante da diversidade cultural? Esses talvez estejam entre os maiores desa� os da empresa, aos quais a alta administração está atenta e responde por meio da implantação de um sistema de governança alinhado às melhores práticas.

Canais de comunicação com partes interessadas

Público-alvo Ferramentas de comunicação

Público em geral

– Relatório de Sustentabilidade Vale – Canal de Denúncias (descrito em www.vale.com) – Fale Conosco (disponível em www.vale.com) – Site da Vale (www.vale.com) – Pesquisa de reputação, imagem e opinião 1

– Campanhas de comunicação

Acionistas, debenturistas e investidores

– Relatórios Form 20-F, press releases, fatos relevantes, convocação e atas da Assembleia Geral de Acionistas, relatórios � nanceiros trimestrais (ITR), formulário de referência – Visitas às operações da Vale – Encontros com investidores – Correio eletrônico: [email protected] – Telefone de contato do Departamento de Relações com Investidores: 55-21-3814-4540

Clientes

– Campanhas – Eventos especiais – Visitas e encontros na Vale – Pesquisas de satisfação

Empregados

– Publicações internas – Portal Vale (intranet), portal Vale Global – Pesquisa do empregado e pesquisa de reputação, imagem e opinião I

– Eventos especiais, campanhas internas e comunicação direta

Fornecedores – Visitas e encontros na Vale – Programas de intercâmbio – Reuniões estruturadas

Comunidades

– Diagnósticos socioeconômicos – Encontros para consulta prévia – Entrevistas – Grupos focais e visitas às unidades – Programa Encontro com Lideranças – Publicação externa — Notícias

Governos e sociedade civil – Participação em associações e entidades – Encontros para consulta prévia – Entrevistas

I A pesquisa de imagem Vox Populi passou a ser anual. A pesquisa de reputação foi desenvolvida em 2008 e aconteceu em junho de 2011.

Meta

Fortalecer elos de con� ança com as partes interessadas por meio de mecanismos e canais de engajamento

14 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Para permitir que a governança da empresa siga padrões internacionais de gestão em sustentabilidade, a Vale conta com um conjunto de políticas globais. A Política de Desenvolvimento Sustentável 1, criada em 2009, orienta a atuação da Vale baseada em três pilares: Operador Sustentável, Catalisador do Desenvolvimento Local e Agente Global de Sustentabilidade.

Essa política se somou à Política de Mudanças Climáticas, criada em 2008, e, desde então, a Vale estabeleceu outras políticas globais diretamente relacionadas à sustentabilidade, como a Política de Direitos Humanos, a Norma de Responsabilidade de Saúde, Segurança e Meio Ambiente e a Política de Saúde e Segurança, entre outras.

Um dos maiores desa� os que a Vale enfrenta hoje é fazer com que suas principais políticas sejam implementadas no mesmo ritmo de crescimento da empresa, respeitando, também, especi� cidades

Governança

O que viabilizará a implantação dessa visão estratégica é uma estrutura de governança que busca apoiar a administração da empresa, promover seus valores e seguir referências internacionais de gestão. O Conselho de Administração da Vale conta com um Comitê de Assessoramento dedicado a assuntos de governança e sustentabilidade. A Diretoria Executiva de Recursos Humanos, Saúde e Segurança, Sustentabilidade e Energia é responsável pela condução de temas de sustentabilidade e conta com diretorias corporativas dedicadas ao tema.

Os ajustes organizacionais promovidos em 2011 tiveram o intuito de aprimorar a gestão de questões-chave para a organização, tais como saúde e segurança, que passaram a contar com uma Diretoria Global de Saúde e Segurança Ocupacional. Quanto ao relacionamento com comunidades, foi criado o Departamento de Relações com Comunidades, com o objetivo de aperfeiçoar a relação com as pessoas que vivem nas regiões onde a empresa atua.

1 O texto integral da Política de Desenvolvimento Sustentável da Vale está disponível no site www.vale.com, na seção Sustentabilidade.

Referência GRI

Per� l: 4.1, 4.4, 4.14, 4.16

Estrutura de Governança

Assembleia Geral

Conselho de Administração

Diretor-presidente

Conselho FiscalComitês de Assessoramento

– Controladoria– Desenvolvimento

Executivo– Estratégico– Governança e

Sustentabilidade– Financeiro

Auditoria Interna

Diretoria Executiva de Ferrosos e Estratégia

Diretoria Executiva de Logística e Pesquisa Mineral

Diretoria Executiva de Metais Básicos e Tecnologia da Informação

Diretoria Executiva de Implantação de Projetos de Capital

Diretoria Executiva de Finanças e Relações com Investidores

Diretoria Executiva de Recursos Humanos, Saúde e Segurança, Sustentabilidade e Energia

Diretoria Executiva de Fertilizantes e Carvão

15Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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sustentabilidade da Vale, o PAS passou, em 2011, a abranger as operações, de carvão, níquel, caulim e fertilizantes, que se somaram às unidades de minério de ferro, pelotização, logística, manganês, cobre e potássio, incluídas em 2010, cobrindo todas as operações da empresa nas diferentes localidades em que a Vale atua.

Os indicadores selecionados pelo Plano são vinculados a temas como energia, água, resíduos, fechamento de mina, desenvolvimento local e recursos humanos. Para esses indicadores, foram estabelecidas metas, absolutas ou relativas. Tais metas contribuem direta ou indiretamente para melhorar o desempenho da Vale nesses temas. No PAS, as metas de energia (EN3 e EN4) contribuem indiretamente para a redução das emissões de gases do efeito estufa. Veja mais em Mudanças Climáticas e Energia, no capítulo Planeta.

A tabela das páginas 18 e 19 apresenta os resultados relacionados à remuneração variável de 2011 e os desa� os estabelecidos para a remuneração variável de 2012. Na classi� cação utilizada pela Vale, a chamada “Meta alcançada” corresponde ao nível 3 da meta, e o“Desa� o alcançado” representa a superação do nível 3 da meta.

Dos resultados em 2011, a maior parte, 25 no total, representa “Desa� os alcançados”, sete correspondem a “Metas alcançadas”, e apenas dois, a “Metas não alcançadas”. As justi� cativas para as metas não alcançadas estão descritas a seguir:

EN3 (Redução de consumo especí� co de combustível) – Na área de cobre, no Brasil, o crescimento do consumo de diesel ocorreu em função das maiores distâncias médias de transporte, decorrentes da maior profundidade da mina. Por esse motivo, a meta não foi atingida. Para 2012, a meta foi desenhada de forma a levar em conta essa questão.

EN22 (Redução da geração especí� ca de resíduos perigosos oleosos) – Na área de cobre, no Brasil, houve maior geração do resíduo “areia e solo contaminados com óleo e graxa”, em consequência do carregamento de solo para a área de lavagem de equipamentos e da realização de manutenção de equipamentos em áreas não pavimentadas. A área

locais. Tais políticas são desdobradas em sistemas de gestão e monitoradas por meio de indicadores, que impactam a avaliação de desempenho de negócios, além da remuneração variável dos empregados.

O desempenho da empresa em saúde e segurança representou 10% da remuneração variável dos empregados de áreas operacionais e 5% dos de áreas corporativas da Vale em 2011, visando reforçar uma atitude preventiva e consciente. Adicionalmente, as metas do Plano de Ação em Sustentabilidade (PAS)

— no quadro de metas — que também estão diretamente ligadas ao pagamento da remuneração variável representaram 5% da remuneração variável de todos os empregados em 2011. Isso reitera o compromisso da empresa com o progresso dos resultados e com o avanço da gestão da sustentabilidade da Vale.

Plano de Ação em Sustentabilidade (PAS)

Um dos maiores desa� os da Vale é garantir que as operações, em todas as partes do mundo, entendam e pratiquem a visão estratégica da empresa. O Plano de Ação em Sustentabilidade (PAS) é uma das ferramentas com papel de impulsionar a concretização da nova Visão em práticas operacionais e benefícios tangíveis.

Voltado para a padronização e a melhoria de desempenho em indicadores de

Desa� o

Implementar suas principais políticas no mesmo ritmo de crescimento da empresa, respeitando, também, as especi� cidades locais

16 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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de negócio implementou medidas mitigadoras, aplicadas às suas fontes de geração, bem como decidiu iniciar o reaproveitamento do resíduo, classi� cando-o como subproduto.

Todos os indicadores, tendo metas e desa� os atingidos ou não em 2011, possuem planos de melhoria dentro do PAS, os quais são desenvolvidos a partir de visitas técnicas, diagnósticos e reuniões com os responsáveis pelos temas (água, resíduos, treinamentos, compras locais e outros) nas áreas operacionais e corporativas.

Foram investidos mais de US$ 100 milhões em 270 ações para a melhoria no desempenho da sustentabilidade, com ênfase nos temas resíduos perigosos, recursos hídricos e energia direta e indireta. Esses investimentos são gerenciados por cada diretoria operacional. No mesmo ano, todos os indicadores passaram a ser acompanhados mensalmente, nas reuniões de gestão de desempenho de cada diretoria da Vale.

Para 2012, além dos indicadores de 2011, o PAS está incluindo um indicador de recuperação de áreas degradadas,

com metas de desempenho a serem gerenciadas ao longo do ano. 2

Pesquisa e inovação

A Vale busca desenvolver sua estratégia de tecnologia e inovação por meio do Instituto Tecnológico Vale (ITV). Entre os seus principais objetivos está o de contribuir para o desenvolvimento econômico de base tecnológica no Brasil por meio da intensi� cação da produção de pesquisas cientí� cas, de forma a gerar e difundir novos conhecimentos para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental e para a cadeia da mineração sustentável.

O ITV coloca em prática o que a Vale preconiza como valor: o estabelecimento de parcerias, visando à colaboração mútua para um propósito comum — o desenvolvimento sustentável.

Por meio de uma atuação colaborativa, em 2011, o ITV promoveu diversos seminários junto à Comunidade de Ciência e Tecnologia nacional e internacional para discutir a mineração do futuro e as perspectivas tecnológicas do setor. Os seminários reuniram docentes pesquisadores de instituições acadêmicas e cientí� cas do Brasil e de vários países. Mudanças climáticas e fenômenos naturais, produção e utilização energética, planejamento e gestão integrada de recursos, além de práticas sustentáveis na cadeia produtiva, foram alguns dos assuntos de pesquisas destacados pelos docentes pesquisadores que estiveram nos encontros.

Ainda por meio da cooperação do ITV com universidades e instituições de pesquisa, encontram-se em andamento 55 projetos relacionados a meio ambiente, saúde, segurança e outros aspectos de sustentabilidade. Os projetos estão em fase de desenvolvimento e possuem potencial de contribuir para a melhoria do desempenho social, ambiental e econômico da Vale. Exemplos de algumas iniciativas são tratados nas páginas 34, 56 e 88.

Foram investidos mais de US$ 100 milhões em 270 ações para melhoria no desempenho da sustentabilidade

Sustentabilidade é hoje um dos pilares da estratégia da Vale. Sabemos que só há desenvolvimento sustentável quando empresas e sociedade trabalham juntas. Para nós, compartilhar valor é tão importante quanto gerá-lo

Vania Somavilla, Diretora Executiva de Recursos Humanos, Saúde e Segurança, Sustentabilidade e Energia

2 O indicador de recuperação de áreas degradadas faz parte da remuneração variável de ferrosos em 2012.

Referência GRIReferente à tabela da próxima página

Indicadores: EN5, EN7

17Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Quadro de metas PAS 2011

Unidade de negócio

Métrica (consumo especí� co)

Desa� o 2011(variação média em relação a 2010)

Resultado médio 2011

Desa� o 2012(valor da meta ou variação média em relação a 2011)

EN3 Objetivo: reduzir o consumo especí� co de combustível

Minério de ferro e pelotas

litros/tonelada movimentada Redução de 1,8%. Não terá meta em 2012. IV

Potássio m³/tonelada produzida Redução de 1,7%. Manter o resultado de 2011 (10 m3/t).

Cobre (Brasil) litros/tonelada movimentada Redução de 1,8%. Proposta de consumo médio de 0,72 litro/ton. movimentada.

Fertilizantes m³/tonelada produzida II Primeiro ano de implantação do PAS. III Proposta de redução de 6% em sete operações (0,03% do indicador total da Vale).

Carvão (Austrália) litros/tonelada movimentada Primeiro ano de implantação do PAS. III Proposta de consumo médio de 0,83 litro de diesel/ton. movimentada.

Níquel (Canadá e Indonésia)

GJ/tonelada produzida II Primeiro ano de implantação do PAS. III Executar o plano de ação e de� nir metas quantitativas.

EN4 Objetivo: reduzir o consumo especí� co de energia elétrica

Minério de ferro e pelotas

MWh/tonelada produzida Redução de 3,5% para duas das operações de minério de ferro (29% do indicador do negócio).

Não terá meta em 2012. IV

Manganês (Brasil) MWh/tonelada produzida Redução de 5,3%. Não terá meta em 2012. IV

Potássio MWh/tonelada de minério desmontado

Redução de 1,9% em relação ao consumo de energia elétrica de 2009.

Proposta de consumo médio de 78 mil kWh/ton. desmontada, pela alteração no cenário da operação, com redução do volume de minério desmontado.

Cobre (Brasil) MWh/tonelada produzida Redução de 5%. Proposta de consumo médio, em relação a 2011, de 30,24 kWh/ton. alimentada.

Fertilizantes MWh/tonelada produzida II Primeiro ano de implantação do PAS. III Proposta de redução de 2% em oito operações (6,9% do indicador total da Vale).

Carvão (Austrália) MWh/tonelada movimentada Primeiro ano de implantação do PAS. III Proposta de consumo médio de 0,004 MWh de eletricidade /ton. movimentada.

Níquel (Canadá) MWh/tonelada produzida II Primeiro ano de implantação do PAS. III Executar o plano de ação e de� nir metas quantitativas.

EN8 Objetivo: reduzir o consumo especí� co de água

Minério de ferro e pelotas

m³/tonelada produzida Redução de 4,8% para uma das operações de minério de ferro (3% do indicador do negócio).

Não terá meta em 2012. IV

Logística m³/MTKB (ferrovia)m³/tonelada movimentada (portos e navegação)

Redução de 7,5% para três das operações de logística (60% do indicador do negócio).

Proposta de redução de 1,1% em cinco operações (1% do indicador total da Vale).

Manganês (Brasil) m³/tonelada produzida— IV

Proposta de redução de 1% em três operações (0,1% do indicador total da Vale).

Cobre (Brasil) m³/tonelada produzida Redução de 2% em relação ao consumo especí� co de 2009.

Proposta de consumo médio, em relação a 2011, de 16,53 m3/ton. produzida.

Fertilizantes m³/tonelada produzida Primeiro ano de implantação do PAS. III Proposta de redução de 4,2% em cinco operações (19,5% do indicador total da Vale.)

Carvão (Austrália) m³/tonelada movimentada Primeiro ano de implantação do PAS. III Proposta de consumo médio de 0,079 m³/ton. movimentada.

Níquel (Canadá e Indonésia)

m³/tonelada produzida II Primeiro ano de implantação do PAS. III Executar o plano de ação e de� nir metas quantitativas.

18 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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EN10 Objetivo: aumentar o percentual de reúso/recirculação de água

Minério de ferro e pelotas %

Aumento de 5,3% para duas das operações de minério de ferro (13% do indicador do negócio).

Proposta de aumento de 1,8% em uma operação (1,5% do indicador total da Vale).

Logística— — IV —

Proposta de aumento de 64,8% em três operações (0,1% do indicador total da Vale).

Manganês (Brasil)%

Aumento de 3,6% para uma das duas operações de manganês (98% do indicador do negócio). III

Não terá meta em 2012. IV

Cobre (Brasil) % — IV Não terá meta em 2012. IV

EN20 Objetivo: reduzir as emissões de material particulado SOx e NOx 

Níquel (Canadá e Indonésia) % Primeiro ano de implantação do PAS. III Executar o plano de ação

e de� nir metas quantitativas.

EN22 Objetivo 2010: reduzir a geração especí� ca de resíduos perigosos oleosos / Objetivo 2011: reduzir a geração de resíduos perigosos totais

Minério de ferro e pelotas

t/Mt movimentada Redução de 7,9% de resíduos perigosos totais para três das operações de minério de ferro (43% do indicador do negócio).

Proposta de redução média de 3,6% em duas operações (7,6% do indicador total da Vale).

Logística t/MTKB (ferrovia)t/tonelada movimentada (portos e navegação)

Redução de 13% de resíduos perigosos totais para três das operações de logística (93% do indicador do negócio).

Proposta de redução média de 1% em quatro operações (4,1% do indicador total da Vale).

Manganês (Brasil) t/Mt movimentada — IV Não terá meta em 2012. IV

Potássio t/milhão de tonelada desmontada — IV Manter resultado de 2011 (1.000,07 ton./

milhão ton. desmontada).

Cobre (Brasil) t/Mt movimentada Redução de 5,9% de resíduos perigosos totais.

Não terá meta em 2012. IV

Níquel (Indonésia) t Primeiro ano de implantação do PAS. III Executar o plano de ação e de� nir metas quantitativas.

EN22 Objetivo: aumentar a reciclagem, a compostagem e o rerre� no de resíduos

Todas as unidades de negócio do Brasil

% de resíduos destinados para reúso/rerre� no, reprocessamento/reciclagem e compostagem

Redução de 5,5% (73,2% dos resíduos destinados nas categorias reciclagem, compostagem e rerre� no de resíduos).

Manter resultado de 2011 (73,2% dos resíduos destinados nas categorias reciclagem, compostagem e rerre� no de resíduos).

LA10 Objetivo: aumentar as horas dedicadas a treinamento

Todas as unidades de negócio do Brasil

2010: % de supervisores formados2011: % de horas treinadas com relação às horas trabalhadas

Meta de 2,4% de horas treinadas por horas trabalhadas por empregado.

Esse indicador está sendo reestruturado para a melhor gestão do tema.

EC6 Objetivo: aumentar o percentual de compras locais

Centro de Serviços Compartilhados (CSC)

% de compras realizadas no estado onde a operação está inserida

Meta de 59,1% de compras locais, em termos de valores monetários, nos estados do Pará, Maranhão, Espírito Santo e Minas Gerais, no Brasil.

Manter o resultado de 2011 (60,8% de compras locais nos principais estados do Brasil, como Pará, Maranhão, Espírito Santo e Minas Gerais).

MM10 Objetivo: aumentar o percentual de operações com plano de fechamento de mina

Todas as unidades de negócio do Brasil com atividade de mineração —

Todas as unidades deverão se adaptar para concluir o Plano Conceitual baseado no Termo de Referência para Elaboração do Plano de Fechamento de Mina até o � nal de 2013.

As unidades de negócios de ferrosos darão prosseguimento a esse plano, tendo em vista o prazo para o atendimento do Termo de Referência. As outras unidades de negócio estão em processo de � nalização dos planos.

I As operações de logística já possuem meta operacional de e� ciência energética, por isso não foram consideradas no PAS para os indicadores EN3 e EN4.II As métricas podem variar de acordo com o tipo de operação e com a relevância do indicador para cada operação.

III No primeiro ano do PAS, as unidades possuem meta de implantação, que compreende um plano de ação para o início do processo de melhoria.IV Nas áreas que não possuem metas apresentadas no quadro de metas, foram sugeridas metas de referência ou para manter o desempenho atual por causa de diversos fatores operacionais (ambas não associadas à remuneração variável).

Meta alcançada Desa� o alcançado Meta não alcançada

19Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Ética

Como foi dito, a Vale tem uma Visão Estratégica desa� adora. Para implementá-la, é necessário agir de forma correta, conforme os valores da empresa. A Vale conta com instrumentos importantes para a gestão da ética de suas atividades, como o Código de Conduta Ética, também disponível em versões especí� cas para fornecedores e mercado � nanceiro (veja em www.vale.com), a Certi� cação Sarbanes-Oxley (Certi� cação SOX, desde 2006) e um Canal de Denúncias para o recebimento de reportes e informações. Por meio desse canal, podem ser encaminhados reportes sobre possíveis irregularidades ou impropriedades contábeis ou quaisquer outras questões de natureza contábil, assuntos de auditoria e aqueles relacionados a controles internos, ética, direitos humanos e meio ambiente. Saiba mais sobre como a empresa lida com casos de discriminação no capítulo Pessoas.

Combate à corrupção

Agir de forma correta signi� ca também não tolerar a corrupção. A Vale segue as melhores práticas de mercado, prevenindo perdas e apurando casos que indiquem a incidência de fraudes, desvios e atos ilícitos. Os casos identi� cados e devidamente fundamentados com fatos e dados são tratados com rigor e proporcionalidade aos danos incorridos ou evitados. As pessoas comprovadamente envolvidas em tais situações são responsabilizadas e punidas por meio de desligamento e interpelação judicial. As empresas com envolvimento e participação comprovada em atos ilícitos têm seus contratos rescindidos, são excluídas do cadastro Vale e multadas proporcionalmente.

Em 2011, foram apurados 47 casos de fraude, conforme pode ser visto no grá� co acima. O foco da Vale é a realização de avaliação de riscos de corrupção e prevenção de perdas, com ênfase na cadeia de suprimentos, na execução de contratos em áreas operacionais, nas análises de pleitos de fornecedores e nos trabalhos de prevenção de perdas em projetos de investimentos de capital e correntes. Também enfoca as ações

Gestão integrada de riscos

De forma alinhada com seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, a Vale entende que o gerenciamento de risco é fundamental para apoiar seu plano de crescimento, planejamento estratégico e ® exibilidade � nanceira, assim como para proporcionar uma visão integrada dos riscos aos quais está exposta.

Conformidade legal

Em 2011, a Vale registrou a existência de 293 processos, sendo 136 judiciais e 157 administrativos relevantes 3. Nesse período, não foi realizado nenhum pagamento de multa nem aplicada nenhuma sanção de caráter não monetário 4. Entre os processos judiciais, 69 estão relacionados a ações civis sobre a legalidade da privatização da Vale, e em 52 ações tributárias a Vale contesta exigências indevidas de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). Essa última questão também concentra a maior ocorrência de processos administrativos (145).

201120102009

105

49 47

I Foram realizadas apresentações dos casos aos administradores da empresa e aos responsáveis pelas áreas atingidas, desdobrando-se em 120 ações de mitigação dos riscos de fraude, noti� cações, glosas e multas aplicadas com o apoio do Departamento Jurídico.II Nos casos de corrupção, o número de empregados demitidos/punidos foi de 83, em 2009; 23, em 2010; e, 20, em 2011. No último, as principais causas de demissão em casos de corrupção foram con® ito de interesse e trá� co de in® uência (45%), falsi� cação (25%) e utilização indevida de meios corporativos (10%).

2009 2010 2011

Casos relacionados a outras medidas I 58 24 29

Casos de contratos não renovados 24 10 6

Casos com demissão ou punição II 23 15 12

Total 105 49 47

3 Os processos são considerados relevantes com base nos seguintes critérios: a) em razão do valor, incluindo pedidos de indenizações e aplicação de multas; b) em razão de tema de interesse da empresa ou de repercussão no público em geral, independentemente de valor; c) os decorrentes de sanções não monetárias.4 Neste relatório, a Vale continua expressando os casos existentes e que se encaixam no critério de relevância. Entretanto, a empresa passou a divulgar apenas os valores que apresentam uma quantia certa reconhecida como devida ou já paga, para melhor atender ao escopo do indicador SO8 da GRI e para evitar eventuais distorções com relação à realidade de processos administrativos e judiciais que, por estarem ainda pendentes de decisão � nal, normalmente não apresentam de� nição ou precisão quanto aos valores monetários em discussão. De qualquer forma, encontra-se disponível, no Relatório Form 20-F da Vale, uma estimativa de provisão de valores, conforme critérios contábeis.

Casos de corrupção

20 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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nenhuma situação de corrupção (ativa ou passiva) de funcionários públicos ou de representantes de governo pelos empregados foi registrada no período.

Para atuar preventivamente nesse tema, a Vale realiza treinamentos presenciais regulares e disponibiliza cursos online de combate à fraude (Curso Online de Ética Empresarial da Valer

— Educação Vale). Em 2011, 1% dos empregados realizaram o curso presencial ou o curso online. O desa� o tem sido a ampliação, o mais rapidamente possível, do acesso a esse conhecimento pelos empregados, e, para vencê-lo, a Vale se compromete a centrar esforços para engajar as suas equipes nessa temática.

Direitos humanos

A Vale estabelece diretrizes e princípios para sua atuação no que se refere ao respeito aos direitos humanos em seus projetos e operações, ao longo do ciclo de vida das suas atividades e em sua cadeia produtiva, nas regiões onde está presente. Assume, ainda, o importante desa� o da difusão dos direitos humanos junto às partes interessadas — entre seus empregados

de inteligência, em parceria com outros departamentos, como no aproveitamento de dados existentes no Centro de Serviços Compartilhados (CSC) para a identi� cação de oportunidades de prevenção de perdas nas áreas operacionais e o atendimento de pontos detectados em trabalhos realizados pela Auditoria Interna da empresa.

Os casos registrados referem-se às medidas tomadas especi� camente com relação a fraude contra a empresa. Nenhum dos casos diz respeito a possíveis irregularidades ou impropriedades nos registros contábeis da empresa ou de seus controles internos. Além disso,

As atividades de avaliação de riscos de corrupção baseiam-se em documentos normativos que regulamentam a Política de Segurança Empresarial

Pesquisa: empregados trabalham em laboratório do Centro de Desenvolvimento Mineral (CDM), em Santa Luzia (MG), Brasil

Referência GRI

Indicadores: SO2, SO3, SO4 e SO8

21Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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(com os quais exerce in® uência direta), nas comunidades e países onde opera, além de clientes, parceiros, fornecedores e demais públicos de relacionamento.

Desde 2009, a Política de Direitos Humanos da Vale estabelece diretrizes e princípios para sua atuação. A Vale segue as leis trabalhistas locais e é signatária do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM) e do Pacto Global das Nações Unidas (ONU), bem como parceria de outras instituições que adotam como princípio o respeito aos direitos humanos.

Além da Política, o Guia de Direitos Humanos rati� ca a postura da empresa acerca do tema. Em 2011, o Guia foi revisado, e a segunda edição traz orientações que ajudam não só os empregados, mas também os demais públicos a compreender e a respeitar os direitos humanos. O guia aborda assuntos como: respeito à diversidade; conscientização sobre assédio; relacionamento com empregados, clientes, parceiros, fornecedores, comunidades, governos e sociedade; trabalho infantil e forçado; e mineração artesanal, entre outros. Veja o conteúdo do Guia de Direitos Humanos em www.vale.com, na seção Sustentabilidade/Direitos Humanos.

Parcerias institucionais

A Vale reconhece que enfrenta desa� os e busca em parcerias institucionais a troca de experiências e as melhores práticas globais, tais como com ICMM, Pacto Global das Nações Unidas, World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) e Business for Social Responsibility (BSR), entre outras.

A Vale também participa ativamente de entidades e fóruns como o Earth Moving Equipment Safety Round Table (Emerst), o Green Building Council (GBC), o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, entre outros, com o intuito de participar de discussões globais sobre temas como saúde e segurança, economia verde, mudanças climáticas etc.

Em linha com sua Visão Estratégica, a Vale entende que não basta respeitar os direitos humanos: é preciso contribuir para sua promoção ao longo de toda esfera de in¡ uência da empresa

Empregado na sala de controle das operações em Goro, na Nova Caledônia

Referência GRI

Indicadores: SO5, SO6Per� l: 4.12

22 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Como exemplo da sua atuação em políticas públicas, em 2011 a Vale foi convidada pelo Ministério de Minas e Energia do Brasil a participar da elaboração do Plano Setorial da Mineração para a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE), num desdobramento da Política Nacional de Mudanças Climáticas. A empresa apoiou a iniciativa, junto com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e de outras entidades, tendo o Plano sido concluído e entregue ao Ministério do Meio Ambiente em 2012.

A Vale busca manter total imparcialidade no que diz respeito às atividades político-partidárias, agindo com observância integral das leis de cada país onde atua. Os empregados, como indivíduos e cidadãos, têm liberdade para participar dessas atividades, devendo, todavia, manter em suas eventuais manifestações públicas a devida separação entre suas opiniões pessoais e o posicionamento da empresa. A Vale S.A. não faz doações para campanhas eleitorais, mas outras empresas do grupo não estão impedidas de fazê-lo. Doações realizadas por essas empresas podem ser encontradas em relatórios públicos das instituições o� ciais responsáveis por eleições nos países e regiões onde a Vale atua.

Políticas públicas

A Vale mantém um diálogo contínuo com as autoridades, nos diversos níveis de governo, nos países em que está presente. Considerando que a mineração é um setor fortemente regulado, a atuação da Vale é voltada a assegurar que os pontos de vista da empresa sejam compreendidos e considerados nos processos de formulação de políticas públicas.

O objetivo é desenvolver um diálogo construtivo, que permita alcançar o consenso entre os envolvidos na formulação de políticas de desenvolvimento sustentável e as várias partes interessadas do setor de mineração, pautado na transparência, na con� ança e na clareza dos objetivos.

Em 2011, foi realizado um workshop interno, com duração de dois dias, voltado para relações político-institucionais, que contou com a participação de empregados que atuam na área de Relações Institucionais. O workshop permitiu que os participantes tivessem a oportunidade de entender o processo de formulação das políticas públicas e ampliassem seus conhecimentos sobre o funcionamento dos poderes públicos constituídos, além de buscar uma atuação coerente e harmoniosa com os membros dos governos Federal e estaduais, bem como com representantes da sociedade civil.

As relações da Vale com autoridades governamentais e organizações da sociedade civil são norteadas pelo Código de Conduta Ética, pela Visão, pela Missão e pelos Valores da empresa

+ conteúdo online Saiba mais sobre os temas abordados neste capítulo na versão online do Relatório de Sustentabilidade 2011 www.vale.com/rs2011

Para promovermos o desenvolvimento sustentável, precisamos reconhecer a � nitude dos recursos naturais do planeta, tornar nossas operações mais e� cientes e trabalhar construtivamente com as partes interessadas

Giane Zimmer, Diretora de Desenvolvimento Sustentável

23Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Monica Pilar Silva Souza, operadora de equipamentos, há 12 anos na Vale

80foram as ações consideradas boas práticas de saúde e segurança e que foram compartilhadas entre as áreas operacionais e projetos em 2011

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Veja neste capítulo

GenteSaúde e Segurança

Educação

Direitos humanos

Relacionamento e con� ança

Respeito às diferenças

Remuneração e avaliação pro� ssional

Rotatividade

Liberdade de associação e negociação

Benefícios

Previdência

ComunidadesDimensionamento de impactos

Promoção do desenvolvimento

Remoção involuntária

Fundação Vale

Recursos aplicados

Contratação local

Ouvidoria e diálogo

Saúde e segurança na comunidade

Preservação da identidade

cultural e étnica

62%foi o percentual de contratação de mão de obra local em 2011

Pessoas

O ser humano sempre em primeiro lugar

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** Correspondem a 98% do total de empregados reportados (LA1)

Compromisso

Investir em pessoas e construir um relacionamento de qualidade e con� ança levarão a Vale a ser uma das melhores empresas para se trabalhar

Desenvolver pessoas, assim como elas desenvolvem os negócios da empresa, garante a continuidade do crescimento e bons resultados

187,7 mil

US$250 mi

é o número de empregados da Vale, entre

próprios e terceiros

Empregados — composição por gênero**

foi o total de investimentos da Vale em projetos de melhorias em

saúde e segurança

87,7%12,3%

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O sucesso da Vale depende fundamentalmente de pessoas. O capital humano quali� cado é essencial para garantir a expansão das operações e, portanto, a estratégia de crescimento da empresa. A expectativa é de que a demanda por pro� ssionais continue a crescer de forma signi� cativa nos próximos anos, o que se traduz em um grande desa� o para a Vale, já que suas atividades se dão em regiões distantes dos centros urbanos, com escassez de mão de obra quali� cada.

Valorizar quem faz a empresa é um princípio da Vale, o que signi� ca buscar a construção de um relacionamento de qualidade e con� ança com empregados e terceiros 1. A empresa reconhece que existe um caminho a trilhar para atingir esse objetivo, especialmente pela diversidade cultural em que a Vale se insere. Para isso, investe em educação interna, oferece benefícios alinhados às melhores práticas de mercado, avalia a satisfação dos empregados por meio de pesquisa de clima organizacional e assume compromisso irrevogável com a saúde e a segurança.

Per� l das Pessoas na Vale

Em 2011, a Vale possuía 187,7 mil empregados, entre próprios (com contrato de trabalho por prazo indeterminado) e terceiros (prestadores de serviço em atividades permanentes e em projetos). Isso representou um aumento de 13,6 mil pessoas (7,8%), na comparação com 2010. A empresa conta ainda com 3,2 mil empregados próprios com contrato por prazo determinado (aumento de 15% em relação a 2010). Aproximadamente 78% do total de empregados da Vale atuam no Brasil.

Pessoas

Gente

Empregados durante operação em píer do Terminal Marítimo de Tubarão, Vitória (ES), Brasil

1 Os empregados terceirizados, em geral, trabalham nas obras de reforma, de expansão e de novos empreendimentos e nos contratos de manutenção, limpeza e segurança patrimonial, entre outros tipos de prestação de serviços. As atividades da Vale encontram-se em expansão em todo o mundo, e, portanto, 28% dos empregados da Vale são terceiros alocados em projetos.

Referência GRI

Indicador: LA1

27Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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201120102009

140,6

174,1187,7

Quadro de pro� ssionais Em milhares

2009 2010 2011

Terceiros 80,6 103,3 108,1

Empregados próprios 60,0 70,8 79,6

Total 140,6 174,1 187,7

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I Empregados próprios e terceiros apresentados no grá� co correspondem a 100% do total de empregados reportados (LA1). O per� l de distribuição regional dos empregados variou de 2010 para 2011, principalmente no estado do Pará, em função da venda do negócio de alumínio (Companhia de Alumina do Pará, Alunorte, Albras e Mineração Paragominas S.A.). Globalmente, a entrada em operação do projeto Bayovar, no Peru, resultou em um aumento de empregados próprios nessa localidade.

78%

6%

5%

3%

2%

6%

Distribuição dos empregados próprios e terceiros por região (2011) I

Países %

Brasil 78%

Canadá 6%

Indonésia 5%

Moçambique 3%

Nova Caledônia 2%

Outros 6%

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Para a Vale, a vida está em primeiro lugar. A única meta aceitável é o dano zero. Isso signi� ca, para a empresa, que todos os seus empregados e contratados retornem para casa, todos os dias, íntegros e saudáveis. A Vale também acredita que famílias e comunidades seguras e saudáveis são essenciais para uma empresa igualmente segura e saudável.

Para atingir a meta mais sensível para todos, de dano zero, a estratégia da Vale é promover a cultura de saúde e segurança por meio do envolvimento e do comprometimento da liderança, bem como do desenvolvimento contínuo das pessoas, buscando instaurar a cultura da prevenção. Os principais focos de atuação da empresa são o engajamento permanente de seus líderes na condução da mudança cultural, a implementação do sistema global de gestão de saúde e segurança, incluindo os padrões de prevenção de riscos fatais, e a implementação da abordagem de saúde integrada (saúde ocupacional, promoção da saúde e saúde da comunidade). A Vale fomenta a inovação tecnológica de processos e de procedimentos por meio de benchmarking e da implementação de melhores práticas.

Em 2011, a promoção da cultura da saúde e segurança foi feita por meio de ações como o Diálogo Comportamental, o Dia de Re® exão de Saúde e Segurança e eventos de discussão do tema, como o I Fórum Global de Saúde e segurança.

A Vale conta também com os Requisitos de Atividades Críticas (RACs) para a eliminação de acidentes fatais. Essas ferramentas, essenciais para a gestão de saúde e segurança no dia a dia da empresa, exigem a adoção de normas, procedimentos, treinamentos e investimentos em infraestrutura para garantir segurança na execução das 11 atividades que, historicamente, representam 84,5% das fatalidades 2.

Pessoas

Saúde e segurança

2 São consideradas atividades críticas as que envolvem trabalho em altura; eletricidade; veículos automotores; equipamentos móveis; bloqueio e sinalização; movimentação de carga; espaço con� nado; proteção de máquinas; estabilização de taludes; explosivos e detonação; e produtos químicos.

O tema saúde e segurança está acima de qualquer atividade ou prioridade na empresa, é um compromisso permanente de todos

Galib Chaim, Diretor Executivo de Implantação de Projetos de Capital

29Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Estamos realizando grandes investimentos em saúde e segurança e construindo uma cultura de prevenção e gerenciamento de risco na nossa empresa. Todas as fatalidades, ferimentos e doenças podem ser prevenidos, e nossa meta é dano zero

Jennifer Hooper, Diretora Global de Saúde e Segurança

Referência GRI

Indicador: LA7

Taxa de acidentes com afastamento I

Número de acidentes com afastamento / HHT × 1 MM III

201120102009

1,00,9

0,8

Taxa de lesões I

Número de lesões II / HHT × 1 MM III

201120102009

5,7

3,93,3

I Os dados dos grá� cos consideram empregados próprios e terceiros. II Inclui lesões com ou sem afastamento. O cálculo das taxas não inclui doenças ocupacionais. Os dados do grá� co não incluem atendimento de primeiro socorros. Para a Vale Brasil, as taxas de saúde e segurança são calculadas com base na HHT mensal estimada pelo número de efetivos. Incluem dados das empresas de pesquisa mineral, inclusive as internacionais. Para a Vale Canada e subsidiárias, Vale Australia e Projeto Moatize, utiliza-se HHT real.III HHT = homens-horas trabalhadas / 1 MM = 1 milhão

Investimentos superiores a US$ 250 milhões, que representaram um aumento de 150% em projetos de melhorias, contribuíram consistentemente para que a Vale superasse os resultados na implantação dos RACs nas operações e projetos. Isso inclui áreas internacionais e cobre aproximadamente 84% de todas as atividades da empresa.

A média total de atendimento aos RACs, em 2011, representa um avanço de aproximadamente 60% em relação a 2008, o primeiro ano de sua implementação, em que obteve uma média de aproximadamente 52%.

O ano de 2011 foi o primeiro em que a Vale realizou auditoria de forma global. Os RACs e os requisitos legais foram auditados por Bureau Veritas e Accenture. Ao todo, 130 operações e projetos no Brasil e nas áreas internacionais e 13 fornecedores críticos foram auditados em 2011.

30 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Campanha

“Por trás de uma vida existem muitas outras”Para implementar a estratégia de promoção da cultura de saúde e segurança na Vale, a empresa realizou, em 2011, o Dia de Re ̧exão de Saúde e Segurança, em que os empregados da Vale em todo o mundo se reuniram para conversar sobre o tema. Foi a primeira vez que uma mobilização ”em cascata” ocorreu globalmente na Vale, tendo os líderes como os grandes protagonistas da iniciativa. Ao todo, mais de 138 mil empregados participaram das conversas, realizadas em 25 localidades. Como resultado dos debates, cada área fez uma análise crítica do que pode ser melhorado em saúde e segurança e gerou um plano de ação de melhoria. Foram levantadas em torno de mil ações em todo o mundo, que compõem planos de trabalho que estão sendo desenvolvidos por cada área.

Outra iniciativa desenvolvida em 2011, com o mesmo intuito, foi uma campanha global para o público interno e externo, veiculada em todo o Brasil, em jornais, revistas e televisão. Os objetivos foram apresentar ao mundo a importância de saúde e segurança para a Vale e também fomentar a mudança de cultura de saúde e segurança em toda a cadeia de valor. Inspirada em um diagnóstico interno do "Orgulho de ser Vale", o resultado da campanha foi positivo, sobretudo por não ser uma prática do setor abordar o tema externamente. Além disso, a ação reforçou a importância da saúde e segurança como um dos pilares do desenvolvimento sustentável.

Infelizmente, apesar de todos os esforços, houve a ocorrência de 15 fatalidades em 11 eventos, em 2011, causadas por:

– colisão de trem, na Colômbia (dois empregados);

– queda de veículo de limpeza do píer no mar, no Brasil (um contratado);

– diagnóstico de malária, na Guiné (um contratado);

– queda de material, no Brasil (um empregado);

– liberação descontrolada de pedras e minério na passagem de minério da mina subterrânea, no Canadá (dois empregados);

– acidente com veículo, no Brasil (dois contratados);

– atingido por um trem, no Brasil (um empregado);

– atingido por um ônibus, no Brasil (um contratado);

– queda de veículo de compactação da beira de um declive, em Moçambique (um contratado);

– queda de veículo a um nível inferior da mina subterrânea, no Canadá (um empregado);

– colapso e queda da viga de suporte da construção do porto no mar, no Brasil (dois contratados).

Todos os eventos envolveram empregados próprios e contratados na execução de suas atividades em operações e projetos.

A Vale prestou todo o apoio às famílias e conduziu investigações para identi� car as causas-raízes de cada evento, com as

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Lesões e fatalidades no ambiente de trabalho são inaceitáveis para a Vale, independentemente de suas causas

� nalidades de analisar todos os riscos envolvidos e intensi� car os esforços para promover a cultura de prevenção.

Lesões e fatalidades no ambiente de trabalho são inaceitáveis para a Vale, independentemente de suas causas. A meta da Vale é o dano zero, e o foco principal da empresa é em ações estruturadas em:

– análise de riscos; – empregados e liderança; – treinamento; – disciplina operacional; – inovação; – gerenciamento de mudança.

Em 2012, a Vale está focada no desdobramento do sistema de gestão global de saúde e segurança e na priorização de áreas que reduzam o potencial de fatalidades.

Como re® exo do comprometimento da empresa com saúde e segurança, a nova administração estabeleceu um departamento exclusivo de Saúde

Empregados durante operação em mina de ferro em Itabira (MG), Brasil

Referência GRI

Indicador: LA8

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Ações voltadas para empregados e familiares

Público Educação/treinamento AconselhamentoPrevenção/controle de riscos Tratamento médico

Empregados O� cinas sobre dependência química e abuso de substâncias; palestras e treinamento sobre equidade de gêneros; campanhas de prevenção de câncer e diabetes; campanhas de prevenção da transmissão do HIV/Aids; grupo de apoio a diabéticos, hipertensos e pessoas com riscos cardiovasculares; palestras sobre qualidade de vida e promoção de saúde; treinamentos sobre prevenção da malária, perda auditiva provocada por ruído e assuntos diversos de ergonomia.

O Programa de Assistência ao Empregado oferece aconselhamento jurídico, � nanceiro, interpessoal e de assuntos diversos de saúde, como uso de medicamentos, distúrbios psicossociais e outras doenças. Aconselhamento pré-viagem para empregados enviados a operações internacionais.

Controles primário, secundário e terciário da malária; inspeções para controle de dengue e febre amarela; ações direcionadas a promoção da saúde (como prevenção e tratamento da dependência química e fadiga e melhoria da qualidade de vida) e ergonomia; vacinações de rotina, como gripe, HPV e outras recomendadas de acordo com o destino, quando da realização de viagens.

Atendimentos ambulatorial, de emergência e assistencial.

Familiares Campanhas de prevenção de câncer e diabetes; grupo de apoio a diabéticos, hipertensos e pessoas com riscos cardiovasculares; campanhas de prevenção de HIV/Aids e malária; palestras sobre abuso de substâncias e dependência química.

Aconselhamento jurídico, � nanceiro, psicossocial e de assuntos diversos de saúde. Acompanhamento de assistência social a familiares de empregados com doenças psiquiátricas e dependentes químicos.

Vacinações diversas; inspeções para prevenção de dengue, febre amarela e malária.

Atendimento assistencial.

e Segurança com âmbito global. Isso permitirá que a estratégia e as iniciativas da empresa sejam implementadas de modo mais efetivo em todas as culturas nas quais a Vale opera.

A Vale tem sempre como objetivo a redução das taxas de acidente e a superação de índices considerados de referência na indústria da mineração, como a redução das taxas de acidentes totais e de acidentes com afastamento.

Estratégia Saúde Integrada

Uma iniciativa marcante, em 2011, foi a criação da estratégia Saúde Integrada, que de� ne a saúde como um componente estratégico para a Vale, fundamentado em três pilares, que norteiam os programas e iniciativas da empresa no tema: Saúde Ocupacional, Saúde Pessoal (Assistencial) e Saúde da Comunidade.

A estratégia Saúde Integrada foi desenvolvida em linha com os direcionamentos estratégicos da empresa

na área de saúde e com a estratégia de saúde e segurança, que visam zerar o número de acidentes e promover a vida saudável na Vale.

Ações diferenciadas em saúde e segurança

A diversidade das condições de saúde e culturais dos locais onde a empresa opera faz com que a Vale busque ações diferenciadas, que respondam a essas peculiaridades. Por isso, em 2011 foram desenvolvidos programas de treinamento, aconselhamento, prevenção e controle de risco e tratamento médico para atender as demandas de saúde dos empregados e seus familiares e se adequar aos per� s das comunidades onde a Vale atua, visando à promoção da saúde e ao estímulo a atitudes preventivas.

Na tabela acima, constam algumas das ações realizadas para os empregados e familiares. As ações voltadas à comunidade estão detalhadas na página 55.

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Aprendizado organizacional

Para tornar acessível o aprendizado organizacional na área de saúde e segurança, promovendo a melhoria de processos e a prevenção de acidentes, a Vale compartilha boas práticas em fóruns presenciais, materiais impressos, reuniões periódicas e em outros meios de comunicação.

Em 2011, foram compartilhadas aproximadamente 80 ações consideradas boas práticas entre as áreas operacionais e projetos. Como exemplo dessas iniciativas, destacam-se a criação de dez subcomitês temáticos para debate e uni� cação dos procedimentos de saúde e segurança, a formação de auditores internos no tema e a promoção do Diálogo Comportamental, entre outras ações.

Prêmio

Pela sexta vez nos últimos sete anos, a Vale recebe o troféu John T. Ryan, concedido pelo Instituto Canadense de Mineração (CIM), em Montreal. A premiação se deve ao desempenho das minas T-1 e Birchtree, que apresentaram a menor frequência de acidentes pessoais por 200 mil homens-horas trabalhadas no Canadá.

Inovação A partir de um acordo inédito com as Fundações de Amparo à Pesquisa, o Instituto Tecnológico Vale (ITV) está fomentando o desenvolvimento de projetos de pesquisa. Entre os diversos estudos, destaca-se o Conexões de Saberes sobre Trabalho: Saúde e Segurança na Mineração, realizado em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O objetivo da iniciativa, que está em fase de implantação, é estabelecer procedimentos e metodologias de análise das situações de trabalho e dos saberes dos trabalhadores, formando quadros técnicos com competências e habilidades para a pesquisa sobre o trabalho humano em todas as suas dimensões.

Com previsão de encerramento no segundo semestre de 2013, o projeto pretende criar grupos focais para realizar diálogos entre pesquisadores das áreas de medicina, engenharia, educação e psicologia e empregados da Vale.

Desa� os

Alcançar dano zero

Eliminar o dé� cit educacional

Criar relacionamento de qualidade e con� ança

34 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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A Vale assume o desa� o de eliminar as de� ciências de educação básica entre seus empregados próprios de nível técnico-operacional. A empresa mapeou, em 2011, cerca de 4.800 3 empregados no Brasil, que correspondem a cerca de 8% do total no país, ainda sem o certi� cado de conclusão dos ensinos fundamental e/ou médio. A Vale tem a meta de reduzir esses números a zero nos próximos anos. Para isso, são ofertadas, em parceria com instituições de educação locais, aulas para os empregados que não tiveram essa oportunidade.

Outro grande desa� o no crescimento da empresa é garantir mão de obra quali� cada em suas operações, a maior parte em áreas distantes dos grandes centros e de difícil acesso.

Num esforço de promoção do engajamento dos gestores da empresa na causa da quali� cação dos seus empregados, as metas de capacitação, que até o ano passado eram concentradas na Valer — Educação Vale (universidade corporativa), passarão, em 2012, a ser compartilhadas com todos os gestores da Vale.

A Vale reconhece o quanto esse desa� o é signi� cativo. Por isso, a estratégia de educação desenvolvida pela empresa contempla a formação de todos os seus pro� ssionais a partir dos modelos educacionais:

Pessoas

Educação

Trilhas Técnicas, Trilha de Gestão e Liderança, Mapa de Desenvolvimento e Competências Transversais.

A Vale mantém como prática a oferta de cursos internos e, em casos mais especí� cos, o apoio � nanceiro para capacitação externa, com foco no desenvolvimento de competências técnicas críticas para os negócios da empresa.

Foco na educação

Em 2011, os investimentos em educação no Brasil foram de US$ 68,6 milhões. Desse total, 92% foram aplicados em cursos no país, o que viabilizou que 78.342 pro� ssionais fossem treinados, um crescimento de aproximadamente 27%, comparado a 2010. Os 8% restantes foram aplicados em cursos fora do país. Um resultado relevante decorrente desse investimento é o elevado percentual (90%) de aproveitamento interno no preenchimento das posições gerenciais.

3 Empregados que atuam no Brasil com contrato por tempo indeterminado.

Meta

Garantir que os empregados de nível técnico-operacional possuam certi� cado de conclusão dos ensinos fundamental e/ou médio

35Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Comunidades indígenas

A Vale reconhece que a quali� cação da área operacional é uma das ações mais estratégicas da empresa para antever problemas e mitigar con® itos judiciais com as comunidades indígenas. Por esse motivo, a Vale ampliou o quadro de pro� ssionais que atuam na gerência de relacionamento com comunidades tradicionais e realizou capacitações e seminários internos.

Todos os pro� ssionais da Vale que atuam na área se encontraram no Seminário Internacional sobre Relacionamento Vale e Povos Indígenas, realizado em novembro de 2011. O evento, pioneiro na empresa, permitiu a troca de experiências e boas práticas entre os empregados, além de alinhar uma gestão global para o tema.

A média de horas de treinamento na Vale apresentou aumento de 39% (53 horas anuais), em decorrência do reforço na orientação da empresa para o foco na capacitação de seus empregados e do desenvolvimento do Sistema Global de Gestão de Treinamento, que facilitou e aperfeiçoou o registro das informações em uma base única de dados.

Direitos humanos

Para disseminar as orientações do Guia de Direitos Humanos, em 2011, a Vale iniciou um ciclo de treinamentos para os empregados debaterem e discutirem as questões ligadas aos riscos de violações de direitos humanos. Inicialmente, foram realizadas turmas de capacitação para as equipes regionais de maior interface com o tema (em especial, as áreas de Recursos Humanos, Jurídica, Segurança e Relações com Comunidades).

Em 2012, além de novas turmas no Brasil e no exterior, está previsto o lançamento de um curso online para apoiar a disseminação dos direitos humanos na Vale.

Segurança empresarial

Desde 2008, a Vale realiza, anualmente, treinamentos sobre segurança e direitos humanos para as equipes de segurança empresarial e, a cada dois anos, promove reciclagem no tema para esse público. Essa ação faz parte da Política Global de Direitos Humanos da empresa.

Em 2011, mais de 4.030 pro� ssionais de segurança empresarial contratados e mais 230 empregados próprios concluíram o treinamento. Esse total representa 80% dos pro� ssionais de segurança mundialmente treinados. No Brasil, o número de pro� ssionais treinados corresponde a 89,5% do efetivo. Os cursos foram realizados no Canadá, França, Noruega, Moçambique, Taiwan, Japão, Nova Caledônia, Peru, Paraguai e Brasil.

Um desa� o da área de segurança empresarial da Vale é ampliar cada vez mais os treinamentos nas unidades fora do Brasil e promover o respeito aos direitos humanos em culturas tão diversi� cadas.

Referência GRI

Indicadores: LA10, HR3, HR8Per� l: 4.16

Horas de treinamento

201120102009

I A média de horas anuais é calculada pela divisão do total das horas de treinamento pelo número de empregados. Empregados próprios apresentados no grá� co correspondem a 95% (2009), 87% (2010) e 98% (2011) do total de empregados reportados (LA1).II Na categoria Liderança estão sendo considerados supervisores, gerentes de área e coordenadores, gerentes gerais, diretores e diretores executivos.

4439 37

63

3841

45

34

59

53

46

54

Média Vale I

Liderança II

Especialistas Técnicos-operacionais

36 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Relacionamento e con� ança

A Vale reconhece que ainda está em andamento o processo de integração cultural entre suas operações em diversas regiões no mundo. Trata-se de um assunto sensível para os empregados. A empresa sabe que existe uma distância signi� cativa entre ter operações em várias localidades e ser global culturalmente. Um dos desa� os da Vale, atualmente, é compreender, respeitar e conquistar a con� ança dos empregados de todas as partes do mundo.

A empresa assume o compromisso de buscar ativamente o engajamento de todo o público interno, criando um relacionamento de qualidade e con� ança, que propicie de fato praticar o valor "Crescer e evoluir juntos".

Trabalhando nesse compromisso, a Vale realizou, em 2011, a primeira pesquisa global de empregados, administrada para toda a organização (em oito línguas), em formulários impressos e online 4.

O número de participantes foi de 56.445 empregados, e a empresa obteve um resultado � nal de 84% de índice de engajamento. Apesar do percentual alcançado, a Vale continuará buscando resultados mais positivos.

Para garantir que todos os pontos a melhorar sejam tratados e resolvidos, todos os líderes da Vale reuniram suas equipes para a interpretação dos resultados e a elaboração de planos de ação. Com isso, mais de 3.500 ações já foram desenvolvidas e registradas em uma ferramenta online, tais como ampliação do diálogo entre departamentos da empresa; melhor estruturação da relação e das demandas entre áreas corporativas (a maioria no Brasil) e áreas de negócios; melhor orientação dada aos empregados sobre sua performance; e desenvolvimento de um sistema de coleta de sugestões dos empregados, entre outras. O próximo ciclo da pesquisa global de empregados está planejado para fevereiro de 2013.

Como empresa brasileira de atuação global, a Vale assume o compromisso de respeitar as particularidades locais. No

4 Até 2010, eram realizadas apenas pesquisas locais.

Ao investir em pessoas e identi� car talentos em todos os níveis, a empresa está se preparando para os desa� os futuros

Maria Gurgel, Diretora Global de Recursos Humanos e Governança

Canadá, onde a participação na pesquisa global de empregados foi de 56%, e na Indonésia, de 84%, a Vale reconhece que vivenciou di� culdades, mas está trabalhando para a sua solução.

Respeito às diferenças

A Vale não tolera a discriminação, seja por etnia, origem, sexo, orientação sexual, crença religiosa, condição de sindicalização, convicção política e ideológica, classe social, de� ciência, estado civil ou idade.

É importante destacar ainda que a Vale busca, sempre que possível, contratar mão de obra local (veja mais sobre as práticas de contratação local da Vale em Comunidade, na página 52), respeitando e incentivando a diversidade e a igualdade no seu quadro de empregados.

O compromisso com a diversidade se re® ete também na sua política de benefícios, que admite como

A Política de Direitos Humanos e o Código de Conduta Ética da Vale reforçam a posição da empresa de não tolerar a discriminação

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dependentes companheiros do mesmo sexo. Nesse e em outros temas, esse compromisso se estende e busca dialogar com a cultura de cada país.

Em 2011, a Vale avançou frente ao desa� o de aumentar a participação feminina na força de trabalho da empresa, o que representa uma conquista no setor de mineração, com o per� l de mão de obra predominantemente masculina. O número de mulheres no quadro funcional da empresa aumentou 28%, elevando a participação feminina para 12,3% do total de empregados.

A maior parte das mulheres, 48%, ocupa cargos técnicos (operacionais e administrativos), seguida pelo grupo de especialistas (analistas, engenheiras, geólogas etc.), com 45%. Nos cargos de supervisão e gerenciais (gerentes e coordenadores), a participação das mulheres manteve-se estável em 3%.

Os altos órgãos de governança da empresa — Diretoria Executiva, Conselho de Administração e Conselho Fiscal 5 — são compostos por 36 pessoas, sendo 35 homens e uma mulher. De seus membros, 12 estão na faixa entre 30 e 50 anos e 24 têm idade acima de 50 anos.

De acordo com a Política de Remuneração e com o Código de Conduta Ética da

5 Posição em 2011.

Proporção de salário-base entre mulheres e homens, por categoria funcional I

2009 2010 2011

0,940,85

0,910,99 0,94 0,920,94

1,00 1,040,96 0,93 0,940,96 0,98 0,981,02

1,17

0,86

I Empregados próprios apresentados no grá� co correspondem a 97% (2009), 96% (2010) e 98% (2011) do total de empregados reportados (LA1).

Diretores Gerentes gerais Gerentes de área e coordenadores Supervisores Especialistas Técnicos-operacionais

Vale, não há diferenciação de salário-base entre mulheres e homens que ocupam as mesmas funções. A variação salarial registrada ocorre em função dos diferentes níveis de senioridade e maturidade dos empregados dentro da sua categoria funcional.

Diversidade

As pessoas possuem talentos únicos e apresentam a mesma capacidade para buscar desenvolvimento, tanto pessoal quanto pro� ssional. Alcançar uma efetiva diversidade é uma forma de criar valor de longo prazo.

No contexto do esforço da empresa pelo aumento da diversidade, o Programa de Inclusão de Pessoas com De� ciência da Vale é uma ação criada em 2004, para cumprir a Lei nº 8.213 (25 de julho de 1991), que prevê a reserva de vagas para pessoas com de� ciência. Coordenado pela Valer — Educação Vale e pelas áreas regionais de Recursos Humanos, o programa tem a meta de contratar, anualmente, 140 pro� ssionais.

Em 2011, foram contratadas 185 pessoas com de� ciência, cumprindo o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público. Além da oportunidade de acesso ao mercado de trabalho, os pro� ssionais tiveram uma formação pro� ssional teórica e prática inteiramente � nanciada pela Vale.

Reconhecer e promover o talento e a capacidade da mulher, diminuindo a discrepância histórica e cultural de acesso a oportunidades, é uma das formas de atingir a visão da Vale

Referência GRI

Indicadores: LA13, LA14

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Após consulta aos gestores, equipes de recursos humanos e aos próprios empregados com de� ciência, a Vale percebeu novas oportunidades, revisou o programa e ampliou o escopo de atuação das pessoas com de� ciência, estendendo sua atividade a outras funções da empresa, além das operacionais e administrativas.

Os objetivos são desenvolver e aproveitar ainda mais o potencial individual e praticar o valor da Vale "Crescer e evoluir juntos". Atualmente, nas operações e escritórios no Brasil, 62% dos empregados com de� ciência exercem atividades operacionais, e 38%, atividades administrativas e de cargos especialistas.

A próxima meta do programa é eliminar as barreiras físicas. Já está em estudos uma política de acessibilidade, que será lançada em 2012. Ela será adotada em todos os planos e projetos de infraestrutura e construção da Vale, garantindo que as medidas de acessibilidade para as pessoas com de� ciência estejam contempladas em todas as operações globais da empresa. Espera-se que os primeiros resultados já possam ser percebidos em 2013.

Equidade de gênero

Em 2011, a Vale criou um projeto que tem como objetivo a promoção da re® exão sobre o tema, de forma participativa e gerando ações sustentáveis. Por meio de workshops, diagnósticos, rodas de conversa, exibição de � lmes com posterior debate e exposição de fotos em que homens e mulheres desempenham a mesma função na empresa, foi possível coletar a percepção dos empregados sobre o assunto. Dessa forma, a empresa acredita que será possível conduzir suas iniciativas, indicadores, ações estruturantes e estratégias de maneira alinhada às reais necessidades de mulheres e homens, e valorizar quem faz a empresa.

Desde sua criação, o projeto já realizou ações em 24 localidades do Brasil, com a participação de cerca de 1.200 empregados. Um comitê formado por representantes da liderança da Vale é responsável por multiplicar o tema e promover o debate e a re® exão sobre ele, além de propor e validar ações que causem impacto positivo na empresa.

Integração

Reengajando os empregados no CanadáOs resultados da pesquisa de engajamento dos empregados não foram tão positivos no Canadá quanto em outras regiões. A Vale aceita esses resultados e reconhece que a integração de suas operações no Canadá, ao longo dos últimos anos, resultou em mudanças signi� cativas para quem trabalha lá. A empresa também reconhece a importância de reforçar a sua compreensão da cultura e das realidades locais, especialmente durante mudanças.

Hoje, a Vale está muito atenta à necessidade de restaurar a con� ança e quer restabelecer completamente os canais de comunicação entre empresa, empregados e representantes sindicais. Ela sabe que isso pode levar algum tempo e está totalmente comprometida.

A Vale tem planos de investimento relevantes para o Canadá e acredita que é essencial construir relações de con� ança e engajar continuamente os empregados.

Empregado no Big Nickel em Sudbury, Ontario, Canadá

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Combate à discriminação

Em 2011, foram registrados 62 casos de discriminação, sendo 34 casos no Canadá e 28 no Brasil. Entende-se que o aumento de 23% do número de casos em relação ao ano passado se deve à melhoria dos canais de denúncia.

No Canadá, apenas um caso de discriminação ainda não teve sua resolução concluída, pois o empregado deverá cumprir um programa de orientação durante seis meses. Em todas as outras situações, foram tomadas medidas em decorrência dos casos de discriminação identi� cados, envolvendo investigação, orientação, treinamentos e medidas disciplinares.

No Brasil, 14 casos foram apurados e tratados, e os demais ainda estão em processo. Em alguns deles, inclusive, ocorreram desligamentos dos empregados. A Vale conta com um Canal de Denúncias associados também a direitos humanos.

Remuneração e avaliação pro� ssional

Parte signi� cativa da satisfação dos empregados deriva de uma remuneração justa. Anualmente, a Vale realiza pesquisa salarial nas localidades onde atua para que o pacote de remuneração se mantenha atrativo e competitivo, comparado ao mercado local. A Vale respeita o salário-mínimo legal em cada localidade. A metodologia e a � loso� a de remuneração são aplicadas de forma padronizada em todas as regiões, baseadas em desempenho, e não em tempo de serviço.

A � loso� a de Remuneração Total da empresa tem como objetivo fornecer aos seus empregados um pacote de recompensas competitivas, composto de remuneração, benefícios e uma experiência de trabalho que permite atrair e reter os melhores talentos.

Para fortalecer uma cultura de busca constante por resultados, o pacote de remuneração de cada empregado contempla também o pagamento de remuneração variável. Nesse programa, o empregado é boni� cado de acordo com o desempenho individual, de sua equipe, do seu departamento e da empresa,

Mulheres em Sohar, Omã onde a Vale possui operações

Referência GRI

Indicadores: HR4, EC5, LA2

A Vale sabe que trabalhar em diversos países e culturas é um desa� o, mas que, ao mesmo tempo, representa uma oportunidade, pela riqueza que uma força de trabalho diversa representa

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incluindo questões de sustentabilidade, tais como saúde e segurança e as metas do Plano de Ação em Sustentabilidade (PAS), como descrito no capítulo Visão Estratégica, nas páginas 16 a 19.

Rotatividade em queda

O indicador de rotatividade é muito importante, pois seu resultado ajuda a avaliar a satisfação dos empregados. A tendência de retenção de mão de obra própria na empresa é con� rmada pela queda da taxa de rotatividade (turnover 6) global em 2011, que foi de 4,7%, quando comparada aos 6% de 2010.

A Vale mantém uma política de retenção de talentos baseada em programas de apoio ao desenvolvimento da infraestrutura local (saúde, educação, habitação e lazer), educação continuada, gestão da performance e carreira e sucessão. Este último é baseado em mecanismos de envolvimento e feedback do gestor para o empregado quanto aos resultados alcançados. Por meio da avaliação de competências, desempenho e das aspirações de carreira individuais, a empresa quer ter a pessoa certa na função certa.

A taxa de rotatividade entre as mulheres (5%) foi similar à dos homens (4,7%), e a sua representatividade (13%) no total de empregados desligados segue a participação das mulheres no total da Vale (12,3%).

Na Austrália, houve aumento da taxa de turnover de 9,5% (2010) para 19,1% (2011), em função de o mercado de trabalho na região estar extremamente aquecido, gerando escassez de mão de obra e desequilíbrio entre a oferta e a demanda. Os resultados do Relatório de Análise de Rotatividade na Indústria de Recursos Naturais (RITA, na sigla em inglês), de abril de 2011, mostram que o turnover no setor cresceu de 13,8% para 20,9% ao ano em apenas seis meses. Na Nova Caledônia também ocorreu crescimento da taxa de rotatividade, por causa da contratação, seguida de desmobilização, de pro� ssionais necessários à fase de testes que precede o início da operação do projeto.

Para concretizar o objetivo de se tornar uma das melhores empresas para se trabalhar, elevando a qualidade de vida e reduzindo a rotatividade, a Vale iniciou, em 2012, um conjunto de ações que visam estimular os empregados no equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. A primeira iniciativa foi uma campanha interna com informações sobre a importância do descanso, das férias, da prática de esportes e de uma alimentação saudável.

6 Taxa de turnover corresponde à soma de empregados que deixaram a organização voluntariamente ou não (incluindo aposentados), dividida pelo número de empregados próprios.

Atuamos em diferentes localidades, com etnias e culturas diversas, e isso deve ser aproveitado para sermos uma empresa melhor

Tito Martins, Diretor Executivo de Finanças e Relações com Investidores

41Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Liberdade de associação e negociação

A Vale respeita a liberdade de associação e negociação de seus empregados. Além disso, o bom relacionamento com as entidades sindicais é uma prioridade para a Vale, e a celebração de acordos de longa duração demonstra o amadurecimento nessa relação.

O diálogo social com os sindicatos, federações e centrais sindicais tem pautado a relação da Vale com seus empregados. Ao longo dos últimos três anos, a Vale ampliou a agenda de eventos que compõem o diálogo social com praticamente todas as representações de trabalhadores no Brasil.

Trabalho decente

Desde 2007, a Vale é signatária do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), além de respeitar a legislação dos países onde atua e as oito convenções fundamentais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), conforme a tabela na página seguinte. Também participa de grupos de trabalho globais para garantir o cumprimento dos princípios e convenções fundamentais da OIT, como as de abolição do trabalho forçado, � m da discriminação e do trabalho infantil.

Em 2012, o objetivo é levar essa prática a todas as categorias, dentro e fora do Brasil.

O percentual de empregados abrangidos por acordos coletivos de trabalho, em 2011, foi de 95%, mantendo-se igual ao dos dois anos anteriores 7. Nas operações em países como Canadá 8, Austrália, Peru e Noruega, os empregados abrangidos por acordo coletivo são aqueles que optam pela sindicalização. Na Vale Austrália, 72% dos empregados estão cobertos por acordos

coletivos. Por causa das mudanças na legislação local, os acordos individuais existentes estão sendo substituídos por coletivos, que, nesse ano, foram � rmados com vigência de três anos.

Em 2011, um marco importante foi a agenda de trabalho da empresa com os sindicatos representantes dos empregados no Canadá 9.

Trabalho com sindicatos traz avanços em saúde e segurança

A Vale não medirá esforços para aprimorar signi� cativamente o quadro de saúde e segurança. As mortes ocorridas são inaceitáveis. A empresa adotou uma série de iniciativas e vem trabalhando para aperfeiçoar as práticas, visando a ganhos tangíveis. Entre elas, está a busca por envolver os sindicatos em assuntos relacionados à área de saúde e segurança. Medidas especí� cas recentemente adotadas já apontam para a direção de buscar o dano zero.

O diálogo com os sindicatos e seu engajamento levam em consideração as preocupações e os pontos de vista dos representantes dos empregados, que de� nem mecanismos e requisitos para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, como treinamentos em instrumentos, fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPI), realização

7 Empregados próprios deste indicador (LA4) correspondem a 97% (2009), 96% (2010) e 95% (2011) do total de empregados reportados (LA1).8 Na Vale Canada e suas subsidiárias, 78% dos empregados foram abrangidos por negociações coletivas (em 2010, o percentual foi de 80% e, em 2009, de 81%).9 Em 2011, não foi registrado novo movimento de greve ou locaute. A greve em Sudbury, no Canadá, se encerrou em julho de 2010; no entanto, os trabalhadores da unidade de Voisey's Bay só retornaram ao trabalho no início de 2011.

Referência GRI

Indicadores: HR5, MM4, EC3LA3, LA4, LA9

Empregado durante operação na mina de Tete, em Moçambique

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de vistorias periódicas e manutenção de comitês conjuntos de saúde e segurança. É assegurado o direito de recusa ao trabalho inseguro, reforçado por meio da Instrução para Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (INS-37).

Em 2011, foram realizados dois workshops com todos os sindicatos que representam os empregados da Vale no Brasil, com o objetivo de garantir um ambiente transparente e de con� ança, visando à melhoria contínua. O planejamento para 2012 mantém e amplia essa discussão.

Benefícios

A Vale oferece benefícios que, além de complementar a remuneração total, buscam oferecer maior proteção e segurança aos seus empregados e suas famílias. O objetivo é atrair e manter bons pro� ssionais em seu quadro.

O ano de 2011 marcou a aprovação e a divulgação da Norma Global de Benefícios,

que tem como � nalidade garantir que esses benefícios sejam oferecidos, de forma consistente, nas diversas localidades onde a empresa está presente. Além disso, a norma busca articular os objetivos estratégicos do negócio em cada localidade, a � loso� a e a diretriz corporativa de recursos humanos e o respeito às exigências legais do país, considerando as condições locais de mercado.

A Vale oferece os benefícios de assistência médica e seguro de vida a 100% dos seus empregados próprios. Já os benefícios de seguro contra acidentes pessoais, previdência privada, auxílio-transporte, formação educacional, refeição no trabalho e/ou auxílio-alimentação e o Programa Apoiar são oferecidos para parte signi� cativa dos empregados (91%).

Previdência

A Vale oferece aos seus empregados previdência complementar privada, com o objetivo de auxiliar que assegurem uma renda adicional após a aposentadoria, em atendimento à Norma Global de Benefícios.

Convenções da OIT

Nº 29 Trabalho Forçado, 1930.

Nº 87 Liberdade de Associação e Proteção ao Direito Sindical, 1948.

Nº 98 Direito de Sindicalização e Negociação Coletiva, 1949.

Nº 100 Remuneração Equânime, 1951.

Nº 105 Abolição do Trabalho Forçado, 1957.

Nº 111 Discriminação, Emprego e Ocupação, 1958.

Nº 138 Idade Mínima, 1973.

Nº 182 Piores Formas de Trabalho Infantil, 1999.

+ conteúdo online Saiba mais sobre os temas abordados neste capítulo na versão online do Relatório de Sustentabilidade 2011 www.vale.com/rs2011

A Vale busca a ampliação dos benefícios para todas as localidades onde atua, considerando as especi� cidades de cada região

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+7,9 milunidades habitacionais começaram a ser construídas, fruto da aprovação de projetos de prefeituras apoiadas pela Fundação Vale

US$165 mifoi o total aplicado no controle e redução de

emissões atmosféricas

21é o numero total de comunidades tradicionais com as quais a Vale interagiu em 2011

Compromisso

Respeitar e compreender as comunidades próximas a suas operações e projetos, incluindo sua diversidade cultural, e apoiar o seu desenvolvimento, deixando para elas um legado positivo

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A Vale atua, com frequência, em regiões distantes dos grandes centros urbanos, muitas vezes carentes de infraestrutura e de mão de obra quali� cada. Nesse contexto, ouvir as aspirações e investir no desenvolvimento socioeconômico das comunidades, respeitando suas necessidades, é o que se espera de uma empresa comprometida com a sustentabilidade. A experiência da Vale con� rma que a “licença social para operar” tem importância semelhante às licenças ambientais e exerce papel fundamental para permitir o crescimento das operações e o desenvolvimento das comunidades.

A cada ano, a empresa busca aprimorar o processo de engajamento com as comunidades, na tentativa de estabelecer elos de con� ança. Para isso, ela estabelece canais de diálogo, identi� ca seus impactos (positivos e negativos) e gera planos de ação para melhorar sua atuação nessas localidades, por meio de investimentos em saúde, segurança, educação, geração de renda, infraestrutura e preservação da diversidade étnica e cultural.

A presença da Vale no território

A Vale realiza estudos e diagnósticos socioeconômicos para compreender melhor os territórios onde está presente. Nesses diagnósticos, são identi� cadas as necessidades e potencialidades de

cada território e a participação da Vale nas dinâmicas dessas regiões. Os diagnósticos socioeconômicos são a base para a elaboração dos Planos de Gestão dos Investimentos Sociais (PGIS).

Os diagnósticos já foram realizados em operações no Brasil, Moçambique, Omã, Peru, Guiné, Libéria, Austrália e Indonésia. A partir dos diversos estudos, observou-se que a presença da Vale no território pode gerar uma série de impactos positivos e negativos, conforme listados na tabela da página 47.

Emissões atmosféricas e ruídos

A Vale reconhece que suas atividades geram emissões atmosféricas, ruídos e vibrações, os quais podem impactar a qualidade de vida das comunidades vizinhas às suas operações. A empresa compromete-se a manter tais impactos em níveis adequados, buscando a melhoria contínua dos processos de controle por intermédio de tecnologias mais e� cientes. Assim, em 2011, a Vale aplicou US$ 165 milhões (16% do total de recursos empregados na área ambiental) em gestão e melhorias no controle e redução de emissões atmosféricas.

A empresa acredita que, ao fazer a coisa certa e obter sua “licença social para operar”, pode bene� ciar não só a si mesma, mas todos aqueles a ela relacionados, por meio do compartilhamento dos benefícios, proporcionando a almejada prosperidade e o desenvolvimento sustentável, conforme a sua Missão

Referência GRI

Indicadores: SO1, EN29

Pessoas

Comunidades

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Com o objetivo de levar suas emissões ao mínimo possível, a Vale toma diversas medidas, a começar pela criação, em 2011, da gerência de emissões atmosféricas, ruído e vibração, com os objetivos de dar suporte a projetos de controle de emissões, estimular a pesquisa, desenvolver alternativas tecnológicas, participar de fóruns nacionais e internacionais e contribuir na formulação de instrumentos regulatórios.

Outro grupo importante instituído pela Vale em 2011 foi o Subcomitê de Emissões Atmosféricas. Ele facilita a interface entre as áreas corporativa e operacionais e a troca de experiências e cria documentos normativos que sustentam a estratégia da empresa para a gestão de emissões atmosféricas. Como exemplo, há o Padrão Gerencial de Sistemas (PGS), que estabelece diretrizes e orientações, no Brasil, para a gestão de emissões atmosféricas, e a Instrução Global, prevista para 2012, que visa aperfeiçoar a gestão de emissões atmosféricas em todas as áreas operacionais, em consonância com as legislações de cada país onde a Vale opera.

A empresa relata as emissões de material particulado (MP) de fontes � xas pontuais, óxidos de nitrogênio (NOx) e óxidos de enxofre (SOx). Essas substâncias não têm efeito global, e seus impactos implicam a alteração da qualidade do ar nas regiões onde se dão as operações.

Importantes iniciativas vêm sendo implementadas para otimizar o gerenciamento e o controle de emissões de material particulado provenientes de fontes difusas, considerado pela Vale um dos seus maiores desa� os. Um exemplo é a conclusão da implantação das wind fences 1 nos pátios de estocagem do Complexo de Tubarão (Vitória-ES), tecnologia também adotada na planta de pelotização em Omã. Nessas unidades, foram implantados sistemas de enclausuramento em todas as torres de transferência de correias transportadoras, para redução da geração de poeira.

A empresa atua também no desenvolvimento de produtos supressores de poeira, em parceria com empresas especializadas, com vistas à redução de emissões difusas nas operações de estocagem, manuseio e transporte de materiais.

Case

Projeto Clean AER busca redução de emissões de SO2 e material particuladoDiminuir as emissões de dióxido de enxofre (SO2) e material particulado para a atmosfera está diretamente ligado ao compromisso da Vale com as pessoas e com o planeta. Por isso, a empresa investe no Projeto Clean AER (Redução de Emissões Atmosféricas), em Sudbury, no Canadá.

Com investimento de US$ 2 bilhões, o projeto tem por objetivo reduzir em 70% as emissões de dióxido de enxofre (SO2) no processo de fundição do níquel, chegando a 45 mil toneladas ao ano. O Clean AER colocará a Vale bem abaixo dos limites regulamentados pelo governo federal canadense e pelo governo de Ontário, de 66 mil toneladas por ano, que entrarão em vigor em 2015.

Nos últimos quatro anos, foram investidos no projeto cerca de US$ 100 milhões em pesquisas e inovação tecnológica. Com término estimado para o � nal de 2015, o Clean AER também reduzirá as emissões de poeira e de metais em 35% a 40%.

O investimento ambiental é considerado um dos maiores da história da província de Ontário e o mais importante de Sudbury. Além do dispêndio para equipar e readaptar o complexo de fundição, a Vale estima que as obras mobilizarão 1.300 trabalhadores durante o pico da construção.

As reduções propostas nesse projeto são uma continuidade das ações da Vale no Canadá, que, desde 1970, se esforça para mitigar suas emissões de óxidos de enxofre, já tendo registrado um índice de redução de cerca de 90%.

Autores do case: Dave Marshall, Brian Macnamara, Dave Stefanuto, Sue Tessier, Ed Cocchiarella

1 Barreiras que têm como objetivo diminuir a velocidade do vento.

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Na unidade de Ouro Preto da Vale Manganês S.A., há um projeto em implantação para a redução de emissões atmosféricas em forno de fabricação de ferroligas. O projeto é pioneiro por utilizar sistema de despoeiramento tipo � ltro de mangas em forno fechado, em vez do sistema de lavador de gases convencional. Essa alternativa reduz o consumo de água, evita o tratamento do e® uente gerado e reduz a geração de resíduo do processo. O pó de despoeiramento � ltrado nas mangas é de fácil manuseio, se comparado com a lama gerada no lavador de gases. O investimento estimado é de US$ 17 milhões, e o seu início está previsto para 2012.

Nas unidades de níquel em Sudbury, no Canadá, o projeto Clean AER contará com investimento de cerca de US$ 2 bilhões e prevê, até 2015, redução de até 40% das emissões de material particulado e de 70% das emissões de SO2. Veja mais informações no case na página ao lado.

Material particulado, SOx e NOx

Em 2011, foram emitidas 9,5 mil toneladas de material particulado, geradas principalmente nas unidades de pelotização, níquel e fertilizantes. Esse valor representa um aumento de 43%, comparado ao ano anterior, e deve-se principalmente ao aumento de produção das pelotizações e à inclusão das unidades de fertilizantes fosfatados e nitrogenados, reportadas a partir de 2011. A Vale também monitora as emissões de SOx e Nox 2.

Referência GRI

Indicadores: EC9, EN20, EN29

Potenciais impactos

Indiretos

– Geração de empregos indiretos – Aumento da massa salarial – Atração de fornecedores (veja mais em Compras Locais)

– Desenvolvimento de fornecedores locais (veja mais em Compras Locais)

– Atração de investimentos de esferas públicas e privadas

– Melhoria da infraestrutura local – Dinamização de outros setores econômicos

– Desenvolvimento econômico

Indiretos

– Especulação imobiliária em áreas remotas – Demanda por infraestrutura e serviços públicos

– Alteração da qualidade do ar – Re ̧exo sobre o bem-estar da comunidade, causado por impactos ambientais

– Geração do efeito de vazamento econômico pela contratação de fornecedores e empregados de outras regiões, por falta de especialização local

A partir do conhecimento detalhado dos impactos dos projetos e operações e do alinhamento com as comunidades, buscamos reduzir os impactos negativos e maximizar os positivos

Isis Pagy, Diretora do Departamento de Relações com Comunidade

2 As emissões de material particulado, NOx e SOx provenientes dos ativos de fertilizantes fosfatados e nitrogenados, que foram incorporados à Vale durante o ano de 2010, foram reportadas a partir de 2011.

Diretos

– Geração de empregos (veja mais em Contratação Local)

– Quali� cação pro� ssional (veja mais em Capacitação Interna e Externa)

– Contratação de produtos e serviços locais (veja mais em Compras Locais)

– Investimentos em serviços e infraestrutura (veja mais em Investimentos Sociais)

– Aumento da arrecadação pública (veja mais em Valor Adicionado)

Diretos

– Interferência no uso da terra (veja mais em Território)

– Impactos ambientais: emissões (veja mais em Emissões Atmosféricas e Ruídos)

– Ruídos (veja mais em Emissões Atmosféricas e Ruídos)

– Riscos de acidentes (veja mais em Saúde e Segurança)

47Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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201120102009

6,6

5,2

9,5 2009 2010 2011

Níquel 3,0 3,3 3,6

Pelotização 1,0 2,1 3,6

Alumínio 1,0 0,9 –

Manganês 0,1 0,1 0,3

Fertilizantes 0,1 0,2 2,0

Total 5,2 6,6 9,5

I As emissões de carvão e cobre não foram consideradas signi� cativas.

Remoções involuntárias

(2011)

Nome do projeto de implantação/expansão

Local onde houve deslocamento involuntário Estado/País

Número de domicílios deslocados

Complexo de Itabira Bairro Vila Paciência Minas Gerais/Brasil 69

Onça Puma Projetos de Assentamentos Campos Altos e Tucumã Pará/Brasil 12

Projeto Carvão Moatize Bwamimba Tete/Moçambique 7

Potássio Rio Colorado Cañadón Amarillo Província de Mendoza/Argentina 5

Esse documento descreve a metodologia, � xa as diretrizes para a remoção das famílias e tem como � nalidades servir de apoio à implantação dos projetos e garantir a oferta de alternativas de atendimento às famílias, levando em consideração as particularidades de cada caso, com a melhoria ou a manutenção das condições de vida.

Em consonância com este procedimento, em 2011, foram realizadas 93 remoções involuntárias, a maior parte no Brasil, nas diferentes modalidades: reassentamento, indenização assistida e indenização simples.

Questões sobre o reassentamento em Moçambique

A Vale Moçambique realizou um programa de reassentamento das famílias

Os números relativos às emissões de material particulado foram obtidos a partir de dados de monitoramento realizado nas chaminés das unidades produtivas ou por aplicação de fatores de emissão calculados a partir de parâmetros operacionais. As fontes difusas ou fugitivas não foram consideradas por não existir metodologia reconhecida para cálculo ou mensuração.

Conformidade ambiental

No que se refere à conformidade ambiental, a Vale realiza a gestão do tema embasada no monitoramento e na avaliação permanentes de suas operações. A busca por soluções mais ágeis para eventuais ocorrências também é uma constante na empresa.

Promoção do desenvolvimento

A Vale reconhece a necessidade não só de prover suporte para apoiar as suas operações, mas principalmente de desenvolver as localidades para uma vida independente da mineração.

Por isso, procura estimular o uso dos recursos oriundos do investimento da mineração, como maior arrecadação de impostos, geração de empregos, aumento da massa salarial e da renda familiar, para proporcionar novas oportunidades nas respectivas regiões, dependendo de suas vocações produtivas ou de serviços. A redução dos dé� cits locais, com foco na quali� cação dos trabalhadores e fornecedores e na diversi� cação da economia, faz parte desse trabalho.

Remoção involuntária

A remoção involuntária, muitas vezes, é inevitável nas atividades de mineração e de logística. Sabendo dos transtornos que provoca e para minimizar os impactos negativos para as famílias afetadas, a Vale elaborou um documento normativo, com aplicação no Brasil e utilizado como referência para os demais locais onde a empresa atua, denominado Procedimento de Gerenciamento Social para Remoção Involuntária, que estabelece procedimentos para o gerenciamento do processo de remoção involuntária das famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Emissões de materiais particulados I

Em mil toneladas

Referência GRI

Indicadores: MM9, EN28

48 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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que viviam nas áreas de lavra e industriais do projeto Carvão Moatize. Esse programa, que contou com diálogo com o governo e comunidades, foi � nalizado em 2010, com a realocação de 1.365 famílias.

Com base em diversos estudos realizados, duas áreas foram de� nidas para receber as famílias: Cateme, com características rurais, e 25 de Setembro, com características urbanas.

O processo de elaboração do Plano de Ação de Reassentamento contou com amplo engajamento e participação pública, consistindo em três audiências públicas, 20 apresentações teatrais na língua local predominante (nyungwe), 110 reuniões com a comunidade e seus líderes, utilizando ferramentas lúdicas, como material ilustrado, 4.927 visitas domiciliares para mobilização e atendimento social (famílias e líderes) e 639 atendimentos realizados no plantão social até o início do reassentamento.

Como parte do processo de implantação do projeto Carvão Moatize, em Cateme e 25 de Setembro, além das casas, foram construídas ou reformadas as seguintes estruturas para a comunidade: escola primária, biblioteca, casas de professores, casa para diretor, escola secundária, sala de informática, laboratório, posto de saúde e maternidade, posto policial, ruas e instalação de energia elétrica nas vias principais.

No Bairro de Cateme, por exemplo, a Vale construiu duas escolas, que são administradas pelo Departamento Distrital da Educação. Uma delas é a Escola Primária de Cateme, com capacidade para cerca de 1.200 alunos, 18 salas de aula e uma biblioteca. A Escola Secundária Armando Emílio Guebuza, por sua vez, tem capacidade para cerca de 650 alunos e conta com infraestrutura formada por doze salas de aula, uma biblioteca e um centro de internato para 270 alunos, além de sala de informática e um hectare que foi doado pela Fazenda Modelo para aulas práticas de horticultura, compostagem e processamento de farinha de mandioca.

A Vale Moçambique reconhece que há melhorias a serem feitas nas infraestruturas dos reassentamentos e está empenhada no desenvolvimento de ações de apoio a essas famílias, em conjunto com as esferas governamentais, para atender às demandas das comunidades reassentadas.

Para solucionar as questões levantadas, a Vale já iniciou o processo de reparo das casas, manutenção de drenagens e vias públicas, melhorias no sistema de abastecimento de águas, ampliação da rede de energia elétrica, construção de estrutura desportiva, investimentos em saúde 3, investimentos em agricultura 4 e desenvolvimento de soluções de apoio ao transporte público. Além dessas, vêm sendo também desenvolvidas ações para o estabelecimento de alternativas de geração de renda, como aviários, criação de abelhas, capacitações agrícolas e cursos pro� ssionalizantes, dentre outras.

A Vale Moçambique continua atenta a formas de aprimorar o seu relacionamento com as autoridades e comunidades, a � m de dar continuidade aos investimentos sociais que visem ao desenvolvimento sustentável local.

3 Entrega do Centro de Saúde de 25 de Setembro, compra de ambulância e infraestrutura de saúde para atendimento a questões de HIV/Aids.4 Entrega de área adicional para o cultivo agrícola e doação de mudas de árvores frutíferas e sementes.

Desa� os

Compartilhar valor

Deixar legado positivo

A Vale busca aprimorar, constantemente, o processo de engajamento com as comunidades

49Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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sociais estruturantes e sustentáveis em curto, médio e longo prazos.

Os acordos de parceria são celebrados em forma de protocolos de intenção com cada município, permitindo um planejamento integrado com as prefeituras, o estabelecimento de objetivos comuns e a potencialização dos investimentos sociais.

A Fundação Vale tem atuado nos eixos de Apoio à Gestão Pública e Desenvolvimento Humano. No primeiro eixo, a Fundação atua em duas modalidades de apoio, que incluem capacitação e assessoria técnica, e nas frentes de ação descritas a seguir.

Fortalecimento Institucional – O objetivo é contribuir para a modernização administrativa das prefeituras nas áreas de planejamento e gestão, visando melhorar o atendimento ao cidadão, atualizar a base de cadastros imobiliários e capacitar os servidores municipais, entre outras atividades importantes para a integração das políticas públicas locais.

Planejamento Urbano – O objetivo é priorizar iniciativas que fortaleçam a capacidade dos municípios de planejar ações integradas na promoção da habitação e do saneamento básico (abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem).

A Fundação Vale

A Fundacão Vale tem como missão contribuir para o desenvolvimento integrado — econômico, social e ambiental — dos territórios onde a Vale atua, articulando e potencializando os investimentos sociais, fortalecendo o capital humano nas comunidades e respeitando as identidades culturais locais.

Com estratégia baseada em investimento social estruturante, alinhada às políticas públicas, construída em parceria com a sociedade civil e voltada a uma perspectiva de médio e longo prazos, a Fundação Vale se diferencia e se torna referência em termos de articulação e parceria entre poder público e iniciativa privada, potencializando recursos locais.

Parceria social público-privada

A estratégia de atuação da Fundação Vale é baseada no conceito de parceria social público-privada (PSPP).

O objetivo principal é a promoção do desenvolvimento dos territórios a partir da união de esforços, recursos e conhecimentos de governos, setor privado e sociedade civil em torno de uma visão comum. Com essa união, são gerados, nos territórios, resultados

A licença social é fundamental para a Vale desenvolver suas atividades e construir um relacionamento de con� ança com as comunidades

Peter Poppinga, Diretor Executivo de Metais Básicos e Tecnologia da Informação

50 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Nessas duas frentes de trabalho, a Vale, via Fundação, realiza projetos relacionados a:

habitação – Planos de Habitação de Interesse Social; formação e aperfeiçoamento dos conselhos e fundos municipais; regularização fundiária;

saneamento – Planos Municipais de Saneamento e Planos de Resíduos Sólidos (incluindo coleta seletiva e alternativas de destino � nal); regulamentação de novos instrumentos de gestão.

Sete municípios brasileiros foram bene� ciados, em 2011, pela atuação da empresa nesse eixo, com apoio para o desenvolvimento de projetos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), realizado pelo governo brasileiro, na promoção de melhorias em infraestrutura e habitação. As prefeituras tiveram 59 projetos aprovados, e 29 estão em obras, abrangendo um total de 7.954 unidades habitacionais (2% do total do PAC2, em 2011) e US$ 337,5 milhões em volume de recursos captados (6% do total do PAC2, em 2011).

No que se refere ao eixo Desenvolvimento Humano, a Fundação Vale tem atuado nas áreas de educação, saúde, esporte e cultura.

Em 2011, os programas sociais sob a gestão da Fundação Vale totalizaram um investimento de US$ 78,3 milhões.

Recursos aplicados na área social

Em 2011, a Vale aplicou US$ 457,2 milhões em ações de infraestrutura, educação, esporte, cultura, geração de renda, saúde e estímulo ao fortalecimento do capital social, por meio de programas da Fundação Vale, parcerias com o poder público, patrocínios e doações, no Brasil e no exterior. Do total aplicado em 2011, 89% são voluntários e 11%, obrigatórios.

Desse total, US$ 41,2 milhões (9%) foram destinados à melhoria de infraestrutura, conforme grá� co de distribuição na próxima página.

Os gastos sociais da Vale em 2011 foram de US$ 457,2 milhões

GOVERNO

PROMOVER O DESENVOLVIMENTO

TERRITORIAL SUSTENTÁVEL

EMPRESA SOCIEDADECIVIL

Parceria social público – privada

UNIÃO DE ESFORÇOSRECURSOS, CONHECIMENTO E APOIO TÉCNICO

VISÃO COMUM

AÇÕES ESTRUTURANTESMÉDIO E LONGO PRAZOS

FOR

TALE

CIM

ENTO

DA

S

POLÍTICAS

PÚB

LIC

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TIM

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O DA GESTÃO

POTENCIALIZA O

INV

EST

IMEN

TO

SOCIAL PRIVA

DO

E O DESENVOLVIMENTO HUMANO

PROMOVE A QUALIDADE DE VIDA

Governo Empresa Sociedade Civil

51Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Recursos aplicadosem infraestruturaUS$ milhões

2009 2010 2011

Por tipo IApoio a serviços públicos 60% 19% 49%

Realização de obras 40% 81% 51%

Por forma II

Pro bono 1% 1% 0%

Engajamento comercial III 26% 20% 35%

Materiais/serviços IV 73% 80% 64%

Total 31,4 52,6 41,2

201120102009

200,9

398,5

457,2

Recursos aplicados na área socialUS$ milhões

Eixo de atuação Vale 2011

Desenvolvimento Humano e Econômico 90,0

Diagnóstico Socioeconômico/PGIS 8,2

Doação para a Fundação Vale 115,3

Gestão de Impacto 99,6

Gestão Pública 3,8

Infraestrutura 41,2

Patrocínio 87,1

Relacionamento Institucional Corporativo 12,0

Total 457,2

A Fundação Vale também reverteu em infraestrutura US$ 9,2 milhões das doações recebidas pela Vale.

Contratação local

Buscando ativamente a prática do valor "Crescer e evoluir juntos", a Vale investe na capacitação e contratação de mão de obra local, no esforço de promover o desenvolvimento socioeconômico nos locais onde está presente. Essa ação também pode gerar benefícios para a própria empresa, pois tende a reduzir a rotatividade de empregados.

Em 2011, o percentual de contratação local 5 da Vale foi de 62% 6, e o de membros da alta gerência provenientes da comunidade local foi de 34%. Comparados com 2010, ambos os percentuais (79% e 50%, respectivamente) apresentaram reduções. Essa diminuição deve-se ao volume de novas aquisições ocorridas em 2011. O crescimento da empresa aumenta a demanda por líderes em áreas especí� cas, e, muitas vezes, a realidade da localidade de operação não consegue suprir a necessidade desses pro� ssionais quali� cados a tempo para a execução dos projetos.

Em Moçambique, por exemplo, a Vale desenvolve programas de quali� cação na comunidade local (veja mais informações em Programas de portas de entrada, na página ao lado). Na região, o percentual de empregados contratados localmente, em 2011, foi de 80,6%, e de membros da alta gerência provenientes da comunidade local, de 27,4%.

A Vale reconhece que há um longo caminho a avançar no sentido de promover signi� cativo desenvolvimento das regiões onde atua e assume o desa� o de respeitar as realidades locais e suas necessidades, bem como o de identi� car e implementar iniciativas mais e� cazes, considerando as especi� cidades e vocações regionais.

5 Apesar de o cálculo do indicador ter considerado local o estado de nascimento dos empregados, a prática de contratação adotada pela Vale, quando aplicável, prioriza residentes no estado, e não necessariamente os naturais dele.6 Empregados próprios deste indicador (EC7) correspondem a 99% (2011) do total de empregados reportados (LA1).

I Apoio a serviços públicos, realizado por meio de pagamento de serviços, como os custos de contratação de enfermeiros e professores, ou a realização de obras de pavimentação e de construção de escolas e hospitais.II Pro bono, destinado a atividades desenvolvidas em benefício público, com a alocação de pessoas com funções de� nidas em atividades, durante o tempo previsto de trabalho, com recursos da empresa.III Atividade que gera benefício público, mas que primariamente representa retorno econômico ou de investimento para a empresa.IV Investimento em infraestrutura em espécie por provisão de serviços ou pela entrega de um produto.

Referência GRI

Indicadores: EC7, EC8

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Programas de portas de entrada

No processo de capacitação de pessoas para trabalhar em suas operações, especialmente as das comunidades em que a Vale se estabelece, a empresa mantém os programas de portas de entrada, que consistem em um conjunto de ações e cursos com objetivos especí� cos, voltados à capacitação de diferentes pro� ssionais para prepará-los a fazer parte do quadro da empresa.

Para especializar os pro� ssionais graduados disponíveis no mercado, a Valer — Educação Vale, em parceira com instituições locais, oferece, desde 2008,

alguns programas de pós-graduação, com maior destaque aos programas apresentados a seguir.

Recrutamento para projetos de capital – Com aplicação no Brasil, o programa tem por objetivo contratar, aperfeiçoar e fomentar engenheiros do mercado de trabalho para atuação na implantação de projetos, dando sustentação aos projetos de capital da Vale.

Pós-graduação em Portos, pós--graduação em Engenharia Ferroviária e Especialização em Mineração – Com abrangência nacional e internacional, o programa visa desenvolver engenheiros e geólogos nas localidades onde a Vale atua, contribuindo para o suprimento da demanda por pro� ssionais especializados. Esse programa possui foco nas áreas de mineração, ferrovia e porto.

Já para o público técnico-operacional, o Programa de Formação Pro� ssional (PFP), desenvolvido pela Valer — Educação Vale, em parceria com os núcleos de RH regionais de educação, corresponde, atualmente, à principal porta de entrada para os jovens atuarem em cargos operacionais e técnicos da empresa.

O Programa de Formação Pro� ssional tem como objetivo promover a quali� cação de mão de obra, além de incentivar o desenvolvimento local por meio do acesso a ensino, emprego e renda

Empregado em locomotiva da Vale na Estrada de Ferro Vitória a Minas, em Vitória (ES), Brasil

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Oferecido pela Vale desde 2004, tem como objetivo promover a quali� cação de mão de obra, além de incentivar o desenvolvimento local por meio do acesso a ensino, emprego e renda. O programa quali� ca técnicos, mecânicos e operadores. Seu impacto nas comunidades em que atua é signi� cativo, representando um aumento de até 60% na renda familiar dos bene� ciados, durante o processo de formação.

Em 2011, houve um aumento de 40,5% no número de trainees técnicos--operacionais e trainees operacionais treinados pelo PFP em relação a 2010. Foram 3.066 participantes, frente aos 2.182 do ano anterior.

A média de efetivação dos participantes do PFP no Brasil, nas turmas de 2011, foi de 76,9%. Esse número representa o total de alunos efetivados após o encerramento dos contratos da turma inteira.

No Rio de Janeiro, um dos estados brasileiros em que o programa foi realizado, 27 pessoas participaram da turma de 2011, com um nível de efetivação que chegou a 81% do total. Essa experiência foi reconhecida com o prêmio Ser Humano, concedido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos seção Rio de Janeiro (ABRH-RJ). O prêmio valoriza as práticas de sucesso que tenham ocorrido em processos de gestão com pessoas, apresentando resultados quantitativos e qualitativos.

Em outra ação do programa, 75 jovens de Moçambique viajaram ao Brasil para realizar treinamentos on the job nas operações da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). O PFP foi oferecido a todos os pro� ssionais técnicos da Vale em Moçambique, onde a empresa está investindo na melhoria da qualidade do ensino nas províncias em que mantém suas operações. A atuação da Vale se dá em parceria com o governo, com o objetivo de quali� car os moradores da região.

Para enfrentar o desa� o de crescer e, ao mesmo tempo, contar com mão de obra quali� cada, a Vale reconhece a importância de investir na capacitação de pro� ssionais para atuar no setor.

Participação em programas de portas de entrada

Programa Objetivo AbrangênciaParticipações

em 2011

Formação Pro� ssional Formar jovens para o primeiro emprego em atividades operacionais e administrativas da Vale

Brasil 3.066

Estágio Desenvolver estudantes de ensino técnico e superior por meio de experiência prática na Vale

Brasil 1.988

Especialização Pro� ssional Formar especialistas em cursos de pós-graduação em Mineração, Ferrovia, Portos e Pelotização

Brasil 200

Recrutamento para projetos Especializar engenheiros para atuação na área de implantação de projetos de capital da Vale

Global 147

Trainee Desenvolver recém-graduados para posições de liderança na Vale

Global 40

Inclusão de Pessoas com De� ciência

Formar pessoas com de� ciência para exercerem atividades operacionais e administrativas na Vale

Brasil 168

Total 5.609

A Valer – Educação Vale oferece, no segmento de educação externa, diversos programas, além do Programa de Formação Pro� ssional (PFP), que, em 2011, abrangeram 5.609 pessoas

Referência GRI

Indicador: SO1

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Ouvidoria e diálogo

No esforço de incentivar o desenvolvimento socioeconômico das localidades onde atua, a Vale reconhece que é necessário ouvir para promover um relacionamento honesto e de con� ança com as comunidades. A empresa apoia projetos para construção, estruturação e manutenção do relacionamento com as populações, tais como a ampliação da metodologia do Diálogo Social.

Uma meta importante da Vale é ampliar e solidi� car essa metodologia, que estabelece canais de comunicação com as comunidades e permite que questionamentos e solicitações cheguem mais rápido ao conhecimento da empresa, mitigando possíveis con® itos. Essas ferramentas têm como objetivo a melhoria do relacionamento entre a empresa e a comunidade, além de contribuir para a gestão de impactos sociais.

Um exemplo bem-sucedido é o Grupo de Referência, modelo já implantado no estado de Minas Gerais, no Brasil. Trata-se de um comitê que promove reuniões periódicas dos integrantes de diversas áreas da empresa com a comunidade e o poder público para discutir os temas importantes para a sociedade local. A partir de 2012, a Vale passa a gerenciar o seu relacionamento com comunidades por meio da Ferramenta de Gestão de Relações com Comunidades. A ferramenta permite o acompanhamento do tratamento de todas as manifestações e demandas das comunidades, buscando aprimorar a gestão da resposta e do atendimento a elas.

Saúde e segurança na comunidade

Com a crença de que famílias seguras e saudáveis são essenciais para uma empresa igualmente segura e saudável, a Vale leva para as comunidades onde está presente o valor "A vida em primeiro lugar" (veja mais sobre o compromisso da Vale com saúde e segurança em Pessoas, página 29).

Com o objetivo de promover a saúde e o estímulo a atitudes preventivas junto às comunidades em que está presente, a Vale desenvolve ações de

Case

Educação que transformaA Vale entende que, na adoção do valor "Crescer e evoluir juntos", a educação tem um papel primordial. O conhecimento compartilhado tem poder transformador. Um exemplo é o Projeto Escola Modelo, no Pará, que visa contribuir para o desenvolvimento educacional e pro� ssional de adolescentes.

No Projeto, os alunos estudam o conteúdo pedagógico previsto, com aulas regulares em um período. No contraturno da escola, eles ganham reforço escolar para desenvolverem as atividades. A partir do segundo ano, a grade escolar é ampliada com curso técnico pro� ssionalizante. Durante o curso, os alunos recebem bolsa de estudos, uniforme e material didático, além da cobertura das despesas com alimentação e transporte.

Mensalmente, a empresa se reúne com as escolas participantes para acompanhar a gestão do projeto, o andamento das aulas e o desempenho dos alunos. Além das atividades em sala, existem atividades extraclasse, como, por exemplo, o Bate-Papo Pro� ssional, em que os gestores da Vale falam sobre mercado de trabalho e carreira. Os estudantes também têm a oportunidade de conhecer de perto as operações da empresa, durante visitas técnicas.

Em 2011, 160 alunos das localidades de Parauapebas, Canaã dos Carajás e Ourilândia do Norte, no Brasil, foram atendidos, número que dobrou no começo de 2012. Com isso, a Vale contribui para a formação e a cidadania dos jovens e ainda garante a formação de mão de obra quali� cada para trabalhar em suas unidades ou em outras atividades econômicas.

Autoras do case: Janaína Pinheiro e Paula Eller

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educação tais como campanhas de prevenção de malária, dengue e febre amarela. Além disso, a Vale também conta com o Programa Ação Saúde, realizado pela Fundação Vale, já implantado no estado do Maranhão, Brasil, visando ao fortalecimento da saúde materno-

-infantil, com ações de capacitação de pro� ssionais de saúde, educadores e lideranças comunitárias e ações coordenadas com os serviços públicos locais, sociedade civil organizada e instituições de ensino superior.

Além de campanhas de prevenção de HIV/Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, a empresa também desenvolve programas voltados à prevenção e ao controle de risco, como o Programa de Educação Afetivo-Sexual (Vale Juventude — desenvolvido pela Fundação Vale), com orientação sobre vida sexual e ações de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis.

Mineração artesanal e de pequena escala

A Vale é ciente da importância que a mineração artesanal e de pequena escala possui para a geração de trabalho e renda de diversas famílias ao redor do mundo. A ocorrência dessa prática é mais signi� cativa nas atividades de extração de ouro e diamantes. No entanto, também foram identi� cados casos em outras atividades de extração mineral, como cobre e cobalto, seja em áreas internas ou adjacentes às operações da empresa.

Em 2011, foi identi� cada a ocorrência de mineração artesanal e/ou de pequena escala nas proximidades de três operações da Vale: Indonésia, Chile e Itabira (MG) 7. Ao veri� car a existência de garimpagem ilegal em terras adjacentes às suas atividades, o Guia de Direitos Humanos da Vale determina o acionamento dos órgãos governamentais para incitar a regularização da prática e, se necessário, a sua devida realocação. Isso porque a mineração artesanal ilegal pode ser prejudicial ao desenvolvimento econômico, social e ambiental de determinadas localidades, além de apresentar riscos à vida de quem a exerce.

É necessário estabelecer agenda social efetiva, positiva, monitorando e garantindo geração de legado

Gleuza Jesué, Diretora do Departamento de Meio Ambiente

Referência GRI

Indicadores: MM5, MM8Per� l: 4.16

Pesquisa Para estudar a história, a cultura e a socioeconomia das comunidades tradicionais que habitam as margens do rio Capim, no nordeste paraense, abrangendo os municípios de São Domingos do Capim, Ipixuna e Aurora do Pará, o Instituto Tecnológico Vale está realizando uma pesquisa multidisciplinar com o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). O levantamento está sendo conduzido por meio do estudo da vegetação e da ® ora onde as populações vivem e de quais as plantas que são manejadas para o seu sustento.

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A Vale busca exercer diálogo quali� cado e convívio positivo com as comunidades indígenas que vivem em locais próximos às operações da empresa, para que haja harmonia de interesses e estímulo ao etnodesenvolvimento

Preservação da identidade cultural e étnica

A Vale adota uma lógica de relacionamento pautada no etnodesenvolvimento e reconhece a oportunidade de valorizar culturas e preservar identidades locais.

A empresa realiza ações que evitam, mitigam ou compensam possíveis impactos nessas populações. Nesse sentido, assume o compromisso de pactuar acordos e adotar uma visão integrada de desenvolvimento de longo prazo para as comunidades tradicionais próximas às suas operações, com os propósitos de evitar a judicialização do relacionamento e promover a resolução de con® itos.

Ações conduzidas pela empresa, em 2011, bene� ciaram, no Brasil, mais de 10 mil pessoas, de oito etnias diferentes.

Em 2011, a Vale interagiu com 21 comunidades tradicionais, considerando todos os negócios da empresa, como as ferrovias, complexos e projetos. Desse total, 12 comunidades estão localizadas no Brasil; duas, na Austrália; seis, no Canadá; e uma, na Nova Caledônia. Foram estabelecidos acordos formais com 15 desses grupos 8.

A Política de Relacionamento com Comunidades Indígenas e Quilombolas, em fase de validação, aborda a necessidade de uma avaliação prévia dos impactos que as operações da Vale podem causar às populações indígenas em todos os países onde possui atividades. O documento também

7 A Vale não calcula o percentual de unidades próximas à atividade de mineração artesanal, visto que não há uma de� nição padrão de unidades de negócio.8 Em 2011, nenhum desses acordos incluiu o pagamento pelo uso da terra.

Crianças durante intercâmbio cultural entre índios Xikrin do Cateté e empregados da Vale e seus familiares. Ourilândia do Norte (PA), Brasil

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Case

Preservar a históriaNa área do Projeto Salobo, no estado do Pará, que produzirá cobre a partir da maior jazida desse mineral já descoberta no Brasil, foram encontrados vários sítios arqueológicos, que abrigam vestígios de povos que habitaram as margens do rio Itacaiúnas e seus a ̧uentes há pelo menos seis mil anos.

Para preservar esse patrimônio cultural, está sendo desenvolvido o Programa de Educação Patrimonial, em parceria com o Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG) e a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp). Iniciado em 2005, o programa tem por objetivo proporcionar a socialização de conhecimentos cientí� cos relacionados à Amazônia originados nas pesquisas arqueológicas, contribuindo para a ampliação e o aprofundamento desse tema nos conteúdos escolares. Outras metas eram o desenvolvimento de práticas artesanais autossustentáveis e a quali� cação dos artesãos locais a partir do conhecimento sobre a produção de artesanato em cerâmica com referências decorativas relativas a artefatos arqueológicos.

Moradores da vila Paulo Fonteles, crianças e adolescentes da vila Sansão e um grupo de artesãos de Parauapebas participaram das o� cinas. Os cursos atenderam também donas de casa, pequenos agricultores, professores e estudantes das escolas locais.

Como desdobramento do programa, um grupo de artesãs de Parauapebas se articulou e montou a associação Mulheres de Barro, produzindo biojoias, peças de decoração em cerâmica e utensílios domésticos baseados no gra� smo arqueológico indígena.

O programa já possui um acervo de 2 mil peças produzidas e será encerrado em 2012, com a produção de um livro, um catálogo bilíngue dos produtos artesanais com referência dos vestígios arqueológicos locais; o lançamento do jornal Diálogos; e a realização de exposição de resultados e lançamento de todos os produtos.

A política de relacionamento com comunidades indígenas e quilombolas pretende formalizar e orientar o exercício de aproximação com as comunidades tradicionais, já em prática pela área operacional

Autora do case: Cláudia Lopes

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Ações em 2011

A quali� cação da área operacional é uma das ações mais estratégicas para que a Vale possa assumir o desa� o de antever problemas e mitigar con® itos judiciais com as comunidades indígenas.

Acompanhamento de situações judicializadas

Em 2011, houve dez casos envolvendo direitos de povos indígenas em áreas próximas às operações da Vale. Todos estão sendo tratados de forma a respeitar e avaliar as respectivas demandas, num processo cuidadoso para que as partes possam chegar ao entendimento, de forma a gerar benefícios para todos.

+ conteúdo online Saiba mais sobre os temas abordados neste capítulo na versão online do Relatório de Sustentabilidade 2011 www.vale.com/rs2011

Compromisso

Após compreender as necessidades das comunidades, a Vale busca contribuir para a melhoria das condições de vida das populações, fortalecer o relacionamento e a comunicação, minimizar os impactos negativos de sua atuação, respeitar as culturas locais, realizar ações estruturantes e potencializar os investimentos sociais

pretende servir de base para consulta dos pro� ssionais que atuam nos processos de licenciamento ambiental.

Atualmente, os enunciados das diretrizes do Guia de Boas Práticas — Mineração e Povos Indígenas, elaborado pelo Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM), e do Guia Interno de Direitos Humanos manifestam o posicionamento da Vale em relação ao tema.

Uma meta para os próximos anos é o apoio ao fortalecimento institucional e à capacitação em gestão das comunidades. Essa ação viabilizará o maior protagonismo dos povos indígenas na gestão dos recursos repassados pela Vale. Parte desse relacionamento se dá nos processos de licenciamento ambiental, em que é necessário metodologias adequadas para a realização de estudos de impacto e proposição de programas em conjunto com as comunidades. Nesse sentido, foram realizadas capacitações internas em que a temática indígena foi apresentada e debatida.

Referência GRI

Indicador: HR9

59Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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20%da matriz energética da Vale vêm de fontes renováveis

US$ 1 bifoi o valor aplicado pela Vale em meio ambiente, em 2011

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Veja neste capítulo

IntroduçãoMudanças climáticas e energiaÁguaTerritório

Biodiversidade

Área impactada e restaurada

Áreas protegidas

Áreas operacionais

Con® itos pelo uso da terra

Fechamento das operações

Rejeitos e resíduos

Derramamentos

Planeta

Praticar o uso e� ciente dos recursos naturais

Projeto Biopalma, no Brasil. O óleo de palma é matéria-prima para a fabricação de biodiesel

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70%83foi a proporção de água reaproveitada pela Vale em 2011

foi o total de fornecedores

capacitados para elaborar seus inventários de

emissão de GEE

Planeta

No capítulo Planeta, os temas de maior destaque são Mudanças Climáticas e Energia, Água e Território

25,2 km2

é o tamanho da área recuperada pela Vale em 2011. Equivale a 2,5 vezes o tamanho do Stanley Park, em Vancouver, o maior parque urbano do Canadá

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Planeta

Introdução

Valor

Barragens, diques e pilhas de estéril 298,4

Emissões atmosféricas 164,9

Gestão ambiental 143,3

Recursos hídricos 90,2

Fechamento de mina 82,7

Recuperação de áreas degradadas 63,7

Resíduos 61,5

Outros 125,7

Para honrar os compromissos com o meio ambiente, a Vale conta com uma série de políticas corporativas e procedimentos estabelecidos , embasados pelo Sistema da Gestão Ambiental (SGA) — modelo de gestão ambiental global, com ênfase na mitigação dos potenciais impactos ambientais e na prevenção dos riscos associados às suas operações.

Recursos aplicados na área ambiental

A Vale registrou dispêndio para controle e proteção ambiental superior a US$ 1 bilhão em 2011, um acréscimo de 40% em relação ao de 2010. Do total, 70% (US$ 721 milhões) foram destinados às atividades no Brasil, e, US$ 309 milhões, para os demais países onde a Vale atua. Desse total, 15% representam dispêndios voluntários, e 85%, custos associados a requisitos legais. Dentre os dispêndios voluntários, a maior parte (94%) destinou-se à gestão ambiental.

201120102009

580

737

1.030

Recursos aplicados na área ambientalUS$ milhões

Recursos aplicados por categoria 2011Total = US$ 1.030 milhões

2009 2010 2011

Investimento 319 461 661

Custeio 261 276 369

Total 580 737 1.030

Referência GRI

Indicador: EN30

29%

16%

14%9%

8%

6%

6%

12%

63Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Compromisso

Reduzir em 5% as emissões de gases de efeito estufa projetadas para 2020 e in¡ uenciar a cadeia de valor para que siga o mesmo caminho

Investir em fontes renováveis de energia, e� ciência energética e inovação tecnológica

17% 2005foi o aumento, com relação ao

ano anterior, doconsumo de biomassa, um

combustível renovável

foi o ano em que a Vale começou a fazer o inventário das emissões de GEE

A Vale tem a meta de, até 2015, alcançar o nível de 20% de biodiesel na mistura do biocombustível utilizado nas operações brasileiras

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Planeta

Mudanças climáticas e energia

Em 2011, foram investidos mais de US$ 10 milhões em projetos de e� ciência energética e projetos corporativos na área de mudanças climáticas. Além disso, a empresa estabeleceu, em 2012, uma meta de redução de emissões, de forma a reforçar seu compromisso. A meta determina que a Vale reduzirá em 5% as emissões projetadas para 2020, adotando metodologia semelhante à dos planos setoriais desenvolvidos no Brasil, a partir das orientações da Política Nacional de Mudanças Climáticas. As emissões da linha de base são calculadas a partir de dados do planejamento estratégico da Vale, em um cenário de business as usual chegando a 33 milhões de toneladas de CO2 equivalente em 2020. A referência a partir da qual as emissões passam a ser projetadas é uma média entre os anos de 2008, 2010 e 2011. O ano de 2009 não foi considerado por revelar coe� cientes de emissão distorcidos em função da

Como empresa que utiliza energia de forma signi� cativa e produz carvão, a Vale reconhece seus impactos sobre as mudanças climáticas, bem como sua exposição aos riscos por elas gerados , sejam estes regulatórios, econômicos (taxação de carbono e aumento no preço da energia) ou físicos (eventos extremos e aumento na temperatura). Tais riscos podem afetar os negócios da empresa e sua competitividade.

A Vale preocupa-se com o potencial destrutivo das mudanças climáticas sobre o planeta. De acordo com o relatório especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC na sigla em inglês) sobre a gestão de riscos de eventos extremos e desastres para o avanço da adaptação às mudanças climáticas, seus impactos já estão ocorrendo, como pode-se observar com o derretimento de geleiras, aumento do nível do mar, chuvas intensas e enchentes drásticas, entre outros. A Vale reconhece que esses efeitos podem vir a afetar a integridade de ecossistemas e o bem-estar das populações.

Nesse contexto, a Vale assume o desa� o de agir proativamente. A empresa atua no tema por meio de avaliação de riscos às suas operações, minimização de vulnerabilidades, maximização de oportunidades, tais como inovação tecnológica para redução do consumo de combustíveis fósseis e investimento em matriz energética limpa, e desenvolvimento de estratégias de adaptação aos riscos de impactos físicos.

Ipê-rosa na Floresta Nacional de Carajás, Brasil, uma das áreas que a Vale ajuda a proteger

65Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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crise econômica. A metodologia utilizada reconhece a realidade de países e empresas em crescimento e pressupõe revisões da meta, caso o exercício anual de planejamento estratégico da Vale se re® ita em mudanças signi� cativas nas projeções de emissões.

Carvão A Vale reconhece que a produção e a queima do carvão para a geração de energia acarretam emissões signi� cativas de gases de efeito estufa (GEE). No entanto, o carvão é uma fonte energética necessária e importante; por isso, a empresa mantém operações que produzem e utilizam o carvão. A Vale possui mecanismos de redução de emissão de metano nas minas de carvão e compromete-se a investir em projetos de pesquisa e desenvolvimento para captura e armazenamento de carbono, bem como em fontes alternativas de energia.

Estratégia em mudanças climáticas

Num processo que teve início em 2011 e se encerrou em 2012, a Vale atualizou sua Política Global de Mudanças Climáticas. Desde a sua primeira versão, de 2008, o tema evoluiu signi� cativamente, bem como os compromissos e ações da Vale. A nova Política, inclui o compromisso de estabelecimento de uma meta global de redução de emissões na empresa e reforça seu papel de mobilização da cadeia de valor para o combate às mudanças climáticas de forma integrada, entre outros compromissos. A meta foi estabelecida em 2012 (mais informações na página 65).

O Programa Carbono Vale é parte integrante das Diretrizes Corporativas sobre Mudanças Climáticas e constitui um conjunto de ações, coordenadas globalmente, para promover a estratégia de redução de emissões de GEE por meio de novas tecnologias e processos menos intensivos em carbono.

O programa é baseado em cinco pilares:

– avaliação estratégica do impacto da mudança do clima nos negócios e na capacitação da empresa para atuar no novo ambiente competitivo;

Referência GRI

Indicador: EC2

Desa� os

Cumprir meta global de redução de gases do efeito estufa

Investir em matriz energética limpa

Engajar a cadeia de valor

Investir em pesquisa e desenvolvimento para projetos de captura e armazenamento de carbono

66 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Principais riscos relacionados às mudanças climáticas associados aos negócios da Vale

Riscos regulatórios Riscos físicos Oportunidades

Receita – Em 2011, diversos compromissos globais foram estabelecidos. No Brasil, houve o desenvolvimento da Política Nacional de Mudanças Climáticas, que inclui o Plano de Mineração e o Plano Indústria. Tais planos podem provocar mudanças nos padrões de consumo, no médio prazo.

– Alterações (positivas ou negativas) no volume e na origem da produção, por causa dos impactos físicos regionais das mudanças climáticas.

– Potencial impacto (positivo ou negativo) nos serviços de logística, causado por alterações na produção em áreas de in® uência.

– Potencial impacto (positivo ou negativo) de uma maior demanda por produtos � nais com menor intensidade de carbono, com in® uência por toda a cadeia de valor.

– Desenvolvimento de projetos de créditos de carbono no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, em processos industriais e projetos ® orestais.

– Desenvolvimento de projetos de créditos de carbono no âmbito dos mercados voluntários de carbono, em processos industriais e projetos ® orestais.

– Desenvolvimento de projetos no âmbito de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD).

Investimento – É possível que a empresa precise fazer investimentos para adaptações em processos de produção.

– Investimentos adicionais em adaptação (infraestrutura), no médio e no longo prazos.

– Revisão de prazos para a implementação de projetos, por causa do aumento da ocorrência de eventos climáticos extremos.

– Realização de análise de riscos associados à mudança do clima no desenvolvimento de projetos de capital.

– Desenvolvimento de novos negócios em energias renováveis.

– Pesquisa e desenvolvimento para geração de energia mais limpa pela Vale.

– Desenvolvimento de novos negócios ® orestais.

Custo – Impactos potenciais (positivos ou negativos) nos custos, dependendo da maneira como forem instituídos os programas de redução.

– Introdução de metas de emissão obrigatórias pode impactar diretamente a produção da empresa.

– Potencial imposição de taxas de ajuste alfandegárias, de forma a evitar vantagens competitivas a países sem taxação.

– Potencial demanda adicional por ações sociais e ambientais nas áreas de in® uência.

– Custos adicionais de seguros das instalações de produção.

– Potencial impacto (positivo ou negativo) nos serviços de logística, causados pelos impactos físicos regionais das mudanças climáticas.

– Potenciais incentivos � nanceiros para a geração de energia mais limpa.

– Potencial para a descoberta de exploração de recursos até então não explorados, em virtude de características do clima que impediam a sua extração.

– Projetos de e� ciência energética e redução de emissões de GEE.

– Melhor compreensão do tema pode levar a melhores práticas, reduzindo os custos da empresa. Essa realidade é reconhecida pela Vale, com a criação de seus institutos tecnológicos, um deles focado em sustentabilidade.

– suporte e indução de iniciativas de redução de emissões de GEE e sequestro de dióxido de carbono;

– cooperação e parcerias para a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias e para a implementação de ações de mitigação e adaptação nos territórios onde a Vale atua;

– engajamento com governos e setores produtivos para monitoramento e contribuição na elaboração dos marcos regulatórios necessários para o enfrentamento das mudanças climáticas;

– transparência e aprimoramento contínuos no reporte das emissões.

Ao reconhecer que as mudanças climáticas representam riscos aos seus negócios, a Vale monitora permanentemente os mais relevantes, conforme quadro acima.

O aperfeiçoamento da gestão de mudanças climáticas nos negócios e a execução de mecanismos para a redução de emissões de GEE são as principais estratégias da Vale para alinhar segurança energética a uma economia de baixo carbono. Essa postura, em parte, é uma resposta à iminente expansão do consumo de energia, prenunciada com a entrada e a ampliação de operações.

Desde 2005, a Vale realiza o diagnóstico do per� l de suas emissões por meio de seu inventário de gases do efeito estufa, o que permitiu a criação de estratégias e planos para seguir um modelo de desenvolvimento baseado em uma economia de baixo carbono.

67Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Em 2011, as emissões totais de GEE da Vale, de� nidas como a soma das emissões de escopo 1 1 e escopo 2 2, foram de 16,9 milhões de toneladas de CO2 equivalente 3, representando uma redução de 15% em relação a 2010, conforme indicado no grá� co ao lado.

A redução das emissões totais absolutas deve-se basicamente à venda das operações de alumínio da Vale e ao encerramento das atividades da unidade Ferro Gusa Carajás. A produção de alumina e alumínio primário representava uma parcela de aproximadamente 30% das emissões totais da Vale.

As principais inclusões no escopo de inventário de emissões de 2011 foram a entrada da produção de uma nova pelotizadora em Omã, o início da produção de ferroníquel no Pará (Onça Puma) e de potássio em Bayovar, no Peru, e o crescimento da frota de navios, responsável pelo escoamento dos produtos.

Fazendo uma análise comparativa das emissões de GEE de 2011 em relação às emissões recalculadas para o ano-base 4 2010 5, as emissões totais de GEE da Vale cresceram pelo fato de a empresa ter alcançado recorde de produção de minério de ferro, pelotas e carvão, diretamente associado ao aumento do consumo de combustíveis e de insumos nos processos industriais.

Aproximadamente 62% das emissões totais da Vale são resultantes do uso de combustíveis para � ns energéticos (em atividades de lavra e transporte interno nas minas, serviços de logística, geração de energia termelétrica, produção de vapor e aquecimento de fornos); 28%, dos processos industriais (produção); 4%, de

1 Escopo 1: emissões diretas de uma organização, abrangendo as emissões pelo uso de combustível e por processos produtivos.2 Escopo 2: emissões indiretas de uma organização, abrangendo as emissões pela compra de energia elétrica e de vapor de processo.3 CO2 equivalente: unidade de medida de emissão de gases de efeito estufa. Essa medida considera a conversão de todos os tipos de GEE, com base nos seus potenciais de aquecimento global. 4 Ano-base é o ano de referência para uma comparação consistente das emissões de GEE ao longo do tempo. Re® ete mudanças estruturais ou metodológicas signi� cativas, como, por exemplo, aquisições, fusões e desinvestimentos.5 Excluindo as emissões das operações retiradas e incluindo as investidas e as novas fontes de emissões.

Emissão por fonte 2011 I

Total de 16,9 milhões de toneladas de CO2e

Consumo de combustível Produção Consumo de eletricidade Mineração do carvão Uso de rocha fosfáltica

I As emissões de HFCs e relacionadas ao uso de explosivos na mineração não foram consideradas signi� cativas.

62%

5%4%1%

28%

Produção 28%

Pelota queimada 13%

Níquel e coprodutos 4%

Ferroligas 5%

Amônia e ureia 4%

Ácido nítrico 2%

Ferro-gusa 1%

201120102009

12,9

20,0

16,9

Emissões de gases de efeito estufaEscopos 1 e 2 – milhões de toneladas de CO2e

2009 2010 2011

Escopo 1 12,1 18,7 16

Escopo 2 0,8 1,3 0,9

Total 12,9 20,0 16,9

Referência GRI

Indicadores: EN16, EN17, EN29

68 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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emissões fugitivas (mineração do carvão); e 5%, de compra de eletricidade e vapor.

Dentre os 28% de emissões de processo industrial, destacam-se a produção de pelotas e a produção de níquel. O grá� co da página ao lado ilustra a distribuição das emissões totais (escopos 1 e 2) da Vale de acordo com os diferentes tipos de fontes.

As atividades da empresa consomem grande quantidade de energia elétrica renovável, pois a maior parte das operações da Vale está localizada no Brasil, onde a matriz elétrica é aproximadamente 85% renovável, o que re® ete em emissões indiretas (escopo 2) baixas.

Alinhada com o quarto pilar do Programa Carbono, a Vale ampliou, pelo segundo ano consecutivo, o seu inventário de outras emissões indiretas (escopo 3), que inclui sua cadeia de valor, conforme mostra o grá� co ao lado.

Com a publicação da versão � nal do documento Corporate Value Chain (Scope 3) Accounting and Reporting Standard, foram incluídas no inventário da Vale novas categorias de escopo 3, e as categorias existentes tiveram seu escopo ampliado consideravelmente. As categorias mais relevantes na cadeia de valor da Vale são:

I o processamento do produto da Vale, no caso minério de ferro e manganês, na siderurgia;

II a compra de materiais e serviços, no caso a compra dos insumos de processo;

III a compra de insumos energéticos, relacionados ao uso de combustíveis.

Além da gestão das emissões, faz parte da estratégia da empresa conscientizar e engajar sua cadeia de valor, focando em seus fornecedores. Como continuidade do trabalho de diagnóstico da gestão de GEE desenvolvido em 2010, em 2011 a Vale treinou 83 fornecedores da América Latina de forma a capacitá-los a elaborar seus inventários de emissão de GEE com qualidade, segurança e robustez (veja mais no case na página 72).

Para 2012, está previsto um novo encontro, para acompanhar a evolução de cada fornecedor e compartilhar boas práticas.

2009

0,6

2010

91,2

2011

308,7

Emissões indiretas de GEE II

Escopo 3 – milhões de toneladas de CO2e

Processamento de minério Compras de materiais e serviços Compras de insumos energéticos Uso de produto da Vale (carvão térmico) Uso de produto da Vale (fertilizantes) Fonte móvel contratada Outros III

Processamento de minério 77%

Minério de ferro 73%

Manganês 3%

Níquel 1%

Emissões indiretas de GEE 2011Escopo 3 — Total de 308,7 milhões de toneladas de CO2e

77%

5% 2%

1%

6%

9%

II Os aumentos re® etem as consecutivas ampliações do escopo do inventário de outras emissões indiretas, abrangendo a cadeia de valor da Vale.

III O item “Outros”, que se refere às categorias de compra de bens de capital, processamento de cobalto e cobre, viagens comerciais, perdas do sistema elétrico e fontes móveis contratadas, não apresentou emissões signi� cativas.

69

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Com essa iniciativa, a Vale tem como objetivo ampliar e melhorar a qualidade da gestão das emissões indiretas.

A empresa continua apoiando a mobilização conjunta de organizações setoriais, governos e empresas na busca de soluções para as mudanças climáticas. Em 2011, a Vale participou da elaboração do Plano Setorial para Redução de Emissões de GEE na Mineração Brasileira, junto do Ministério de Minas Energia (MME) e do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), entre outros atores.

Também participou de grupos de trabalho empresariais de instituições como Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Instituto Ethos, Fundação Getulio Vargas e Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês), entre outros, para a elaboração de estudos e pesquisas, tais como o estudo sobre adaptação às mudanças climáticas realizado pela Câmara Temática de Energia e Clima do CEBDS.

Na trilha de uma economia de baixo carbono

A Vale contribui para a promoção do desenvolvimento sustentável, buscando cada vez mais a sua inserção numa economia de baixo carbono, estruturando projetos para a redução de emissões de GEE e captura de CO2 em suas operações. Nessa linha, projetos importantes foram desenvolvidos em 2011. Veja mais em “S11D e Carnalita: projetos sustentáveis”, na página 76, e outras iniciativas no relatório online.

O Plano de Ação em Sustentabilidade (PAS) também estabelece, anualmente, metas de redução de consumo especí� co de combustível e de energia elétrica.  Ambas as reduções contribuem para a diminuição das emissões de GEE da Vale, considerando as emissões da queima de combustíveis e certas fontes de energia elétrica. Leia mais informações sobre o PAS na página 16.

Referência GRI

Indicadores: EN3, EN4, EN18

Como somos grandes consumidores de combustível em nossas ferrovias, precisamos investir em tecnologia e na diversi� cação da nossa matriz energética

Humberto Freitas, Diretor Executivo de Logística e Pesquisa Mineral

70 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Gestão da energia

Como visto anteriormente (na página 68), 62% das emissões totais da Vale são resultantes do uso de combustíveis para � ns energéticos. Ainda que, em 2011, tenha sido registrada uma redução no consumo, a gestão do recurso se faz cada vez mais necessária, uma vez que a previsão é de expandir a demanda de energia nos próximos anos.

Por essa razão, a empresa trabalha para garantir um fornecimento con� ável de energia, a custo competitivo, que viabilize projetos respeitando a disponibilidade de recursos e as políticas energéticas dos países onde atua.

É estratégico para a Vale investir em autoprodução, buscando soluções energéticas especí� cas para cada operação e considerando, inclusive, adequação e reforços na infraestrutura de cada região. A iniciativa gera benefícios tanto para a empresa quanto para as localidades, garantindo a expansão da capacidade de geração de energia e promovendo o desenvolvimento econômico e social nos territórios onde atua.

Energia consumida

Em decorrência do encerramento de atividades eletrointensivas como a produção de alumínio, o consumo de energia direta, em 2011, foi aproximadamente 10% menor que em 2010, fechando o ano com 179 mil TJ, conforme apresentado no grá� co acima, à esquerda.

Entretanto, ao se fazer a análise comparativa com conceito de ano-base (desconsiderando o efeito da venda do negócio alumínio), observa-se que o consumo de combustíveis aumentou. O consumo de carvão energético, por exemplo, aumentou 53% devido à entrada em operação da nova pelotizadora de Omã e ao início de produção de ferroníquel em Onça Puma. Além disso, o consumo de gás natural apresentou um aumento de 30%, também devido à entrada de Omã e a uma maior utilização desse combustível na re� naria de níquel, no Japão.

Do total de energia direta consumida, 8% são de fontes renováveis. Entre os combustíveis renováveis, destacam-se os aumentos de 17% na biomassa e de 13% no biodiesel puro (B100). O uso de diesel (B10) foi seis vezes maior que em 2010, por causa do aumento da demanda na mina de carvão de El Hatillo, na Colômbia.

Garantir o suprimento energético das operações é uma das principais estratégias para a continuidade dos negócios da Vale

201120102009

127

199179

Consumo consolidadode energia diretaEm mil TJ/ano

2009 2010 2011

Renovável 11 12 13

Não renovável 116 186 166

Total 127 199 179

201120102009

14,9 TWh

53,9

19,0 TWh

68,512,4 TWh

44,7

Consumo consolidado de energia indiretaEm mil TJ/ano

2009 2010 2011

Renovável 40 52,2 31

Não renovável 13,9 16,3 13,7

Total 53,9 68,5 44,7

71Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Case

Incentivo à redução de emissões de GEEComprometida a diminuir o impacto das mudanças climáticas e criar valor de longo prazo, a Vale desenvolveu o programa Gestão de Emissão de Gases de Efeito Estufa na Cadeia de Valor, com o objetivo de engajar seus fornecedores nesses esforços.

Para isso, a Vale promove a capacitação de empresas fornecedoras para que realizem seu inventário de emissões. A iniciativa pretende auxiliar essas empresas a buscar melhorias no gerenciamento de suas emissões, a desenvolver ações de mitigação e a aperfeiçoar as já existentes.

Em 2011, ano em que o projeto foi iniciado, cerca de 138 fornecedores estratégicos na América Latina foram convidados a participar do treinamento, destes, 83 foram capacitados. Em 2012, será feito um novo convite, direcionado a fornecedores de outros continentes.

A ação está atrelada ao Programa Carbono Vale, que integra as Diretrizes Corporativas sobre Mudanças Climáticas e Carbono da empresa e reúne diferentes frentes de atuação preventivas em relação ao aquecimento global.

O consumo de energia indireta (compra de eletricidade e vapor), em 2011, foi de 12,4 TWh e também apresentou redução em relação ao consumo de 2010, da ordem de 35%, in® uenciada pela saída dos negócios de alumínio e alumina.

Inovações em e� ciência energética

Com o propósito de buscar o equilíbrio entre segurança energética e mudanças climáticas, algumas importantes frentes de atuação estão em curso na Vale. Entre elas, destacam-se o mapeamento e a implantação de oportunidades de redução de consumo de energia tanto em operações existentes quanto em projetos de capital, o desenvolvimento de ferramentas de informação de consumo de energia, a revisão e a elaboração de documentos técnicos com foco no uso racional do recurso e a formação de grupos técnicos de e� ciência energética nas operações.

Garantir o suprimento energético das operações é uma das principais estratégias para a continuidade dos negócios da Vale. Para isso, a empresa investe em autoprodução, e� ciência e na diversi� cação de sua matriz energética, com a diretriz de ampliar a participação das fontes renováveis em suas atividades, o que resulta, principalmente, em redução de emissões de GEE.

Por exemplo, em Clydach, no Reino Unido, existe um projeto em curso para o uso de resíduos domésticos, com geração de aproximadamente 10 MW de eletricidade

Autoras do case: Vivian Mac Knight, Cristina Matos, Miranda Braga e Laura Albuquerque

72 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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A atuação da Vale tem o propósito de buscar o equilíbrio entre a necessidade de segurança energética e a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas

por meio de pirólise (decomposição dos resíduos em altas temperaturas). Mesmo com uma expectativa de aumento da demanda média de 4,5 MW para 5,3 MW, a planta vai gerar excedente de energia, que será vendido no mercado local. O projeto tem previsão de conclusão em 2012.

Diversi� cação da matriz energética

A Vale tem investido em pesquisas, desenvolvimento e inovação de tecnologias de geração de energia,

com foco em maior e� ciência, redução de custos e minimização de emissões de GEE. Conforme apresentado no grá� co Matriz Energética Consolidada 2011 (acima), 20% da matriz energética da Vale são de fonte renovável (energia direta e indireta). O propósito é ampliar a utilização deste tipo de fonte, como hidrelétrica, eólica, biomassa, solar e biocombustíveis. Projetos nessas áreas estão em avaliação pela empresa.

Em 2011, entraram em operação quatro das oito unidades geradoras da Usina Hidrelétrica (UHE) de Estreito (Maranhão), com capacidade instalada de 1.087 MW, atendendo parte da demanda de energia da Vale no Norte do Brasil. A Vale detém 30% de participação no consórcio administrador do empreendimento. Em julho de 2011, também entrou em operação a Usina de Karebbe, na Indonésia, com capacidade instalada de 130 MW, para atender parte da demanda das operações de níquel naquele país.

Referência GRI

Indicador: EN7

20%

80%

Matriz energética consolidadaTotal = 224 mil TJ (2011)

Renovável 20%

Eletricidade comprada – renovável I 14%

Hidrelétricas 4%

Biomassa 1%

Biodiesel (B100) e etanol 1%

Não renovável 80%

Diesel 22%

Gás natural 16%

Óleo combustível 12%

Carvão mineral 9%

Combustíveis de navegação II 6%

Eletricidade comprada – outros III 6%

Outros IV 9%

I Hidrelétricas e biomassa.II IFO e MGO.III Nuclear e térmica.IV Querosene, GLP/propano, gasolina, coque, CO rich gas, residual oil, metanol, jet fuel, gás de purga (oÒ gas), HLR e carvão vegetal.

73Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Biodiesel

Apostando em combustíveis renováveisUma das primeiras empresas a incluir o biodiesel em suas operações, a Vale está investindo, inicialmente, US$ 633 milhões na produção e expansão do uso de biocombustível em seu maquinário e em seu sistema logístico. Em 2011, a Vale adquiriu o controle acionário da Biopalma da Amazônia S.A., empresa com a qual formou um consórcio, no ano anterior, para a produção da principal matéria-prima para o biodiesel, o óleo de palma.

A decisão de investir na produção de biodiesel faz parte da estratégia da empresa de diversi� car a matriz energética e ser um agente de sustentabilidade global. Do ponto de vista ambiental, é um projeto que permitirá a redução de emissões de gases de efeito estufa, além de recuperar áreas impactadas.

Com o acordo, a Vale assumiu 70% da empresa, que será responsável por 80 mil hectares cultivados com palma, nas regiões de Moju, Tomé-Açu, Abaetetuba, Acará e Concórdia, no estado do Pará, sendo 20 mil hectares de agricultura familiar, contando com a participação de 2 mil famílias até 2013.

Em 2011, o total de área plantada chegava a 35 mil hectares, e os objetivos são de ter, até o � nal de 2012, um total de 60 mil hectares plantados e de chegar aos 80 mil hectares em 2013. Essas atividades acontecem em regiões impactadas no bioma amazônico, locais antes cultivados com pastagens e que se encontravam abandonados.

Além das recuperações dessas áreas com o plantio da palma, mais de 70 mil hectares serão destinados a reserva legal e área de preservação permanente.

O investimento na produção sustentável de palma e biodiesel já é reconhecido internacionalmente. No início de 2012, a Vale recebeu o prêmio Sustainable Biofuels, concedido pelo World Biofuels Markets.

Além disso, outra fatia da demanda será atendida a partir do primeiro semestre de 2015, com o início do funcionamento da UHE Belo Monte (Pará).

Por que a UHE Belo Monte faz sentido para a Vale? A estratégia de crescimento da Vale pressupõe investimentos em projetos de geração de energia, como a participação na hidrelétrica de Belo Monte. A Vale está consciente de que o empreendimento desperta reações controversas quanto aos impactos sociais e ambientais e ao bem-estar das comunidades indígenas da região nas etapas de construção e de operação. A Vale acredita que esse projeto deixará um legado positivo para a região. A Vale atua proativamente com base nas melhores práticas, em especial nos assuntos ligados à sustentabilidade.

Segundo o Plano Decenal de Expansão Energética (PDEE-EPE) do governo brasileiro, a demanda de energia elétrica do país aponta para um crescimento médio de 4,7% ao ano, ao longo da próxima década, passando dos atuais 59 GW para 88 GW, em 2020.

O sistema elétrico brasileiro é atendido fundamentalmente por geração hidrelétrica (80%), complementado por usinas térmicas e fontes de energia eólica e de biomassa. Considerando todas as fontes energéticas disponíveis para a geração de energia elétrica, a hidroeletricidade é a que oferece condições mais favoráveis para fazer

Plantação de palma para a produção de biodiesel no Brasil

74 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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A Vale agrega à UHE Belo Monte a experiência na implantação de grandes projetos

frente ao crescimento socioeconômico previsto para os próximos anos, em termos de custo (competitividade econômica), viabilidade ambiental, baixo índice de emissão de gases de efeito estufa e con� abilidade do suprimento.

Como grande consumidora, o investimento em ativos de geração de energia, como a aquisição da participação em Belo Monte, é consistente com a estratégia de crescimento da Vale e com sua contribuição para o desenvolvimento dos países onde está presente, também em consonância com o compromisso brasileiro de redução de emissões de gases de efeito estufa.

A implantação da UHE Belo Monte adicionará 4.571 MW médios de energia ao sistema elétrico brasileiro, energia su� ciente para abastecer 40% do consumo residencial de todo o país. Trata-se, portanto, de um empreendimento estruturante para a política nacional de expansão energética, trazendo uma contribuição importante para que a energia

elétrica disponível para a sociedade brasileira nos próximos anos satisfaça o imperativo da modicidade tarifária e da segurança energética.

As controvérsias do projeto

A Vale reconhece que a opção de investimento em usinas hidrelétricas desperta reações controversas quanto aos seus impactos na região. Antes de se associar ao projeto, a empresa se preocupou em analisar cuidadosamente o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), o Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (RIMA) e o Plano Básico Ambiental, para se certi� car de que Belo Monte é um projeto sustentável em todos os seus aspectos.

O conjunto de impactos foi o fator gerador de um Programa de Gestão Ambiental bastante amplo, subdividido em planos, programas e projetos, derivados dos pareceres e das condicionantes, que tem como principais objetivos:

– a adequação às expectativas dos acionistas, colaboradores, comunidade local e sociedade em geral no sentido de minimizar os impactos associados à implantação do empreendimento, mantendo essas partes interessadas continuamente informadas, com a devida transparência, a respeito dos resultados alcançados quanto ao tratamento desses impactos;

– o desenvolvimento sustentável e a utilização dos recursos naturais renováveis na área de implantação

A grande oportunidade para a Vale é o investimento em energia por meio de projetos em energias renováveis, e� ciência energética e inovação tecnológica

João Coral, Diretor Global de Energia

75Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Projetos sustentáveis

S11D e Carnalita: inovação e tecnologiaA aplicação de inovação e tecnologia na produção de minérios em dois novos projetos da Vale, Ferro Carajás S11D, no Pará, e Carnalita, em Sergipe, reforçam a paixão da Vale pelas pessoas e pelo planeta.

O Projeto S11D, que ampliará a produção de minério de ferro na região de Carajás em até 90 milhões de toneladas métricas por ano, foi projetado visando à conservação da biodiversidade e à manutenção da organização social das comunidades onde está inserido. O projeto contempla o deslocamento da usina de bene� ciamento do minério e das pilhas de estéril para uma área antropizada (com interferência do ser humano) e fora dos limites da Floresta Nacional de Carajás, onde está situado o corpo mineral.

O processo de tratamento do minério será inteiramente a seco, proporcionando a redução de 93% do consumo de água em relação ao processo convencional. Além disso, 86% da água captada serão reutilizados. A operação do sistema de lavra de mina será, basicamente, sem o uso de caminhões, os quais serão substituídos por um sistema que utiliza tecnologia In-Pit Crushing and Conveying e é conhecido como Sistema Truckless. A Substituição de caminhões por correias transportadoras proporcionará signi� cativa redução no consumo de óleo diesel, emissão de particulados e geração de resíduos, como pneus, � ltros e lubri� cantes, entre outros. Esse sistema implicará a redução de emissões de GEE em cerca de 118 mil toneladas de CO2 equivalentes por ano.

O projeto Carnalita, de produção de cloreto de potássio granulado, localizado em Sergipe, foi projetado para produzir 1,2 milhão de toneladas métricas de cloreto de potássio por ano, com início de operações previsto para 2016. Instalado em área de plantio de cana–de-açúcar, o projeto tem impacto zero na supressão de vegetação nativa e também não gera a necessidade de remoção de famílias. Além disso, será autossu� ciente quanto à geração de energia elétrica e utilizará água do mar, dispensando a captação de poços de água doce do lençol freático.

da UHE Belo Monte, aqui se subentendendo a contínua atenção aos limites identi� cados para a capacidade de suporte desses recursos frente às novas demandas con� guradas direta ou indiretamente pelo empreendimento;

– a proteção da saúde humana, do patrimônio cultural e da biodiversidade, incluindo, no âmbito desta última, espécies tidas como ameaçadas e ecossistemas sensíveis;

– o respeito ao modo de vida e ao patrimônio imaterial das populações que habitam, em especial, a área diretamente afetada (ADA) e a área de in® uência direta (AID) do empreendimento, com ênfase nas comunidades tradicionais e indígenas;

– o fortalecimento da imagem pública e da reputação do empreendedor, em função de posturas proativas na busca da melhoria contínua da qualidade dos atributos ambientais dos ecossistemas na região de inserção do empreendimento, assim como dos atributos sociais afetos aos colaboradores envolvidos na implementação e aos atingidos pela UHE Belo Monte.

O que a Vale agrega ao projeto

Desde 1995, a Vale já investiu mais de US$ 1,3 bilhão em geração de energia elétrica no Brasil. Atualmente, a empresa  possui nove UHEs e quatro Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) em operação para atender à demanda de energia das operações da Vale no Brasil, além de parques eólicos e projetos de biomassa em desenvolvimento.

Nos últimos seis anos, a Vale investiu mais de US$ 80 bilhões em projetos em suas diversas áreas de negócio, tendo desenvolvido, com isso, um moderno sistema de governança e de gestão de implantação de projetos de capital.

A decisão de aportar essa experiência, em especial a da construção e operação de 21 usinas hidrelétricas em todo o mundo, objetiva contribuir para que esse projeto transcorra de forma adequada, garantindo o retorno que a sociedade, os acionistas e os parceiros esperam de tal investimento.

76 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Autoprodução

Em relação à energia direta consumida pela Vale em 2011, aproximadamente 7 TWh foram gerados pelas suas próprias usinas hidrelétricas (Brasil, Canadá e Indonésia) e térmicas, localizadas em unidades isoladas.

Com isso, a Vale atingiu 49% de autoprodução no Brasil, sendo 96% de sua energia procedentes de hidrelétricas.

Ainda que a empresa utilize signi� cativamente fontes renováveis, a vale reconhece seu papel fundamental de perseguir ativamente o aumento da utilização de fontes mais limpas de energia em sua matriz. Nesse sentido, a empresa trabalha para a substituição do diesel pelo biodiesel em suas operações. Especi� camente no Brasil, a meta é atingir 20% de biodiesel na mistura do biocombustível até 2015, hoje da ordem de 5%. A Vale detém 70% de participação na empresa Biopalma (veja mais informações na página 74), no Pará, que produz, por meio do bioprocessamento da palma de dendê, o óleo de palma utilizado na produção do biodiesel.

+ conteúdo online Saiba mais sobre os temas abordados neste capítulo na versão online do Relatório de Sustentabilidade 2011 www.vale.com/rs2011

Usina Hidrelétrica de Karebbe, na Indonésia, que fornece energia para as operações da Vale no país

A Vale reconhece seu papel fundamental de perseguir ativamente o aumento da utilização de fontes mais limpas de energia em sua matriz

77Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Compromisso

Utilizar os recursos hídricos de forma sustentável, garantindo sua conservação, proteção e qualidade

1,5×é quantas vezes,

aproximadamente, os 953 bilhões de litros economizados

pela Vale através do reúso da água no processo produtivo

superam o consumo anual da cidade do Rio de Janeiro

O Subcomitê de Recursos Hídricos atua no intercâmbio de informações sobre uso da água e melhores práticas dentro da Vale

O plano de monitoramento de vazão identi� ca oportunidades de otimização do uso de água e de melhorias nos sistemas de utilização e medição

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Planeta

Água

Os recursos hídricos são insumos de absoluta relevância para os processos da Vale. A empresa também reconhece a importância do recurso para a subsistência das comunidades. Assim, a Vale busca otimizar o uso da água por meio da redução de sua demanda nas operações, da prática de reúso e da minimização da geração de e® uentes. Além disso, tem por objetivo conhecer e se antecipar aos potenciais con® itos pelo uso do recurso, por meio de prognósticos, desenvolvimento tecnológico e engajamento e conscientização junto às principais partes interessadas.

O maior uso da água nas operações 1 ocorre nas atividades de rebaixamento de nível d’água para lavra em zonas saturadas 2; nas usinas, onde a água é utilizada para tratamento de minério e resfriamento; na limpeza e aspersão de vias de acessos e pátios de matérias-primas e produtos. Também utiliza-se água nos processos de pelotização, transporte de minério e lavagem de equipamentos e peças.

Diretrizes

A Vale reconhece a necessidade de estar sempre criando novas ferramentas que contribuam para a gestão e� caz da água na empresa por isso formulou, em 2011, sua Instrução de Recursos Hídricos, em fase de aprovação. Ela estabelece os princípios e diretrizes relativos ao tema e de� ne responsabilidades e as principais ferramentas e estruturas necessárias para o adequado gerenciamento dos

recursos hídricos, em consonância com regulamentações e referências técnicas internacionais. Além dessa instrução, a empresa possui outros 15 documentos especí� cos, de caráter orientativo, aplicáveis às unidades operacionais.

A Instrução foi resultado da atuação conjunta do Comitê de Líderes Ambientais (CLA) e do Subcomitê de Recursos Hídricos da empresa. O CLA é composto por representantes de diretorias (corporativa e operacionais) que se reúnem periodicamente para tratar de temas relevantes e prioritários da área ambiental.

O Subcomitê foi criado em 2011 e é constituído por representantes das diversas áreas de negócios da empresa, responsáveis pelo tema nas respectivas áreas. Ligado ao CLA e com reuniões a cada dois meses, atua como uma instância de intercâmbio de informações sobre uso da água e melhores práticas, subsidiando a elaboração de diretrizes corporativas.

Em 2011, a Vale investiu aproximadamente US$ 90 milhões na gestão dos recursos hídricos, cerca de 9% do total de investimentos ambientais, incluindo iniciativas de inovação tecnológica,

1 Todas as operações são licenciadas e possuem outorga de captação de água.2 Zona hidrológica na qual todos os interstícios entre as partículas do material geológico ou todas as fendas, fraturas ou canais de dissolução em uma unidade de rocha consolidada são preenchidos com água sob pressão maior que a atmosférica.

Espessador da usina de bene� ciamento de minério de ferro, em Carajás, Brasil

79Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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nesse contexto foi a sua participação na construção da Política Nacional de Recursos Hídricos e da Política Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais.

Pesquisa O Instituto Tecnológico Vale, em conjunto com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), está realizando um projeto para otimizar o monitoramento da qualidade das águas da Bacia do Rio São Francisco. Por meio de métodos estatísticos, o estudo tem o objetivo de avaliar as tendências dos parâmetros de qualidade da água, além de propor uma metodologia para análise e disponibilização dos dados pesquisados.

A Vale também possui iniciativas de educação voltadas para os públicos interno e externo, para conscientização e melhor uso do recurso. Um exemplo é o Atitude Ambiental, programa que procura difundir os princípios de sustentabilidade por meio de ações educacionais voltadas ao público interno — empregados e contratados — e às comunidades e escolas vizinhas aos seus empreendimentos, e que tem a água como um de seus principais temas.

Monitoramento do uso da água

Nas etapas de desenvolvimento dos projetos, são realizados estudos de disponibilidade hídrica, levando em conta os demais usuários, com a � nalidade de contribuir para a conservação do recurso. Em 2011, a área de Recursos Hídricos revisou o controle do uso da água e o plano de monitoramento de vazão 3 em unidades operacionais selecionadas em função de uma maior demanda ou pelo fato de estarem localizadas em regiões de estresse hídrico. 4

Esse plano também visa à identi� cação de oportunidades de otimização do uso de água, reavaliação dos pontos de medição de vazão para veri� car a necessidade de adequações técnicas, substituição de equipamentos e instalação de novos medidores em pontos estratégicos.

projetos de diagnósticos e equipamentos, entre outras. A Vale conta ainda, desde 2011, com uma gerência dedicada ao tema, na área corporativa, com atuação em todas as unidades da Vale, cujas responsabilidades são traçar diretrizes e realizar estudos de tecnologia visando à melhoria de processos e práticas.

Engajamento e educação ambiental

A Vale busca atuar de forma ativa em fóruns de discussão sobre o gerenciamento do recurso hídrico e o estabelecimento de padrões junto à comunidade. No Brasil, onde a preocupação com o tema é explicitada na Política Nacional de Recursos Hídricos, a empresa participa de mesas de discussão em colegiados como as Câmaras Técnicas do Conselho Nacional de Recursos Hídricos e os comitês de Bacia dos rios Paraopeba, Velhas, Doce, Piranga, Piracicaba e Santo Antônio, todos em áreas onde a Vale tem atuação. Esses encontros promovem o diálogo e buscam identi� car e gerenciar riscos associados à competição pelo uso da água e à disponilidade hídrica. Um resultado relevante da atuação da Vale

3 Apresenta maior detalhamento e aumento da con� abilidade dos dados reportados.4 Demanda elevada em relação à capacidade de produção do manancial, podendo gerar um cenário de competição pelo uso da água.

Desa� os

Garantir a convivência harmônica com as partes interessadas quanto ao uso da água

Reduzir a demanda de água nova nas operações por meio de tecnologias novas ou correntes

Referência GRI

Indicadores: EN9

80 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Como resultado desse diagnóstico, a área corporativa elabora projetos que estabelecem premissas e conceitos que poderão ser desenvolvidos pelas áreas operacionais, customizados às necessidades de cada unidade. Com base nesse levantamento, a Vale realizou projetos para a instalação e adequação de medidores de vazão nas unidades de Carajás, São Luís e Vitória. Para 2012, está previsto o mesmo trabalho nas unidades de Itabiritos, Paraopeba e Manganês do Azul, no Brasil.

Em São Luís, foram implantados medidores em cerca de 90% dos principais pontos de consumo e monitoramento do uso da água na área da o� cina central. Esse investimento permite a análise detalhada de captação e consumo de água. Essa unidade passou a contar também com um sistema de acompanhamento contínuo que permite o aprimoramento da gestão das áreas consumidoras, garantindo o uso racional, sem desperdício, e o acompanhamento dos indicadores de uso de água nova.

Com melhor compreensão sobre a quantidade de água utilizada e reutilizada, também se tornou possível que 16 diretorias operacionais assumissem metas de redução de consumo e nove unidades adotassem metas para o aumento da recirculação de água. Tais metas foram contempladas no Plano de Ação em Sustentabilidade (PAS) de 2011. Leia mais sobre o PAS, na página 16, no capítulo Visão Estratégica.

Case

Reaproveitamento de água A Vale está implantando novas instalações industriais em Carajás, entre elas, o Projeto Adicional 40Mtpa que vai intensi� car a produção no Sistema Norte, o qual engloba as unidades de Carajás, a Estrada de Ferro Carajás e o porto de São Luís.

A realização das obras dos empreendimentos contempla a aplicação de práticas sustentáveis de utilização dos recursos naturais, como reaproveitamento e reciclagem de água.

Uma das atividades que merecem destaque é o reaproveitamento de água para as atividades de fabricação de concreto e lavagem dos caminhões betoneiras, que demandam uso expressivo do recurso.

A água resultante da limpeza dos caminhões, carregada de sedimentos, é direcionada para um tanque de decantação, onde começa o processo de reciclagem, subdividido em seis seções. Em seguida, o insumo é reinserido no processo de concretagem da construção das novas unidades e novamente na lavagem de caminhões. O reaproveitamento da água da limpeza é de 100%. A Vale investiu US$ 24 mil no sistema, que envolve rampas, tanques, bomba, tubulação e caixas d’água em � bra.

São necessários 20 mil litros de água para a produção de 100 metros cúbicos de concreto. Até o � nal do projeto, em 2013, serão produzidos 96 mil metros cúbicos de concreto, que demandarão 19,2 milhões de litros de água. É estimado um reúso total de 8,4 milhões de litros durante todo o processo de construção, ou seja, 44% do total de água demandada. Somente em 2011, houve uma economia da ordem de 3,2 milhões de metros cúbicos de água graças ao processo de reúso na concretagem.

Autores do case: Fernanda Carneiro Neves e Leno Brabo

81Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Otimização do uso da água

Em relação aos projetos de identi� cação de oportunidades de otimização do uso de água, foram estudadas, em 2011, seis operações no Brasil e uma no Peru. Como resultado dessa iniciativa, iniciada em 2010, foram desenvolvidos planos para 12 unidades operacionais de diferentes áreas de negócio (mina e bene� ciamento de ferro, pelotização e porto, mina e bene� ciamento de manganês, mina e bene� ciamento de fertilizantes), que atendem aos casos mais críticos e representativos da empresa, como, por exemplo, locais de baixa disponibilidade hídrica no Peru, onde os projetos desenvolvidos geram uma otimização de água estimada em 7,3 milhões de metros cúbicos ao ano (1,7% do total de água captada pela Vale em 2011) e possuem uma estimativa de investimento de US$ 5,8 milhões.

Captação, reúso e descarte

A mudança de escopo no reporte (venda de alumínio e incorporação de unidades que não reportavam anteriormente, como Vale Fertilizantes) in® uenciou signi� cativamente o resultado � nal dos indicadores relacionados ao uso de água no ano de 2011. Considerando o escopo comum entre os reportes de 2010 e 2011 (sem ativos de alumínio e unidades incorporadas), observa-se que a demanda total por água e a geração de e® uentes apresentaram aumento de 5% e 16%, respectivamente. Essa variação ocorreu em função do crescimento da produção na maioria das unidades operacionais e da maior abrangência do reporte de algumas áreas, que vêm aprimorando seus processos de monitoramento. Parte desse incremento na demanda foi suprida por água de reúso.

201120102009

Total de água captada por tipo de captação Em bilhões de litros/ano

292,4 294,3

420,6

2009 2010 2011

Captação subterrânea 115,2 112,3 101,0

Captação super� cial 128,7 132,2 251,1

Outros I 48,5 49,8 68,6

Total 292,4 294,3 420,6

I Captação de águas pluviais, água fornecida por empresas de abastecimento/concessionárias ou proveniente de outras organizações. Aquela de fonte super� cial ou subterrânea, que é captada exclusivamente para uso de terceiros, também está contabilizada nesta categoria.

201120102009

Volume total de água reaproveitadaI e captadaII

Em bilhões de litros/ano

I Reutilizada e recirculada.II Para o cálculo do percentual de água reaproveitada neste indicador, o volume total de captação de água desconsidera captação para terceiros. Por isso, o valor é diferente do apresentado no grá� co acima que registra o total de água captada por tipo de captação.

2009 2010 2011

Água de reúso 913 (76%) 998 (79%) 953 (70%)

Água nova 288 (24%) 269 (21%) 400 (30%)

Total 1.201 1.267 1.353

1.201 1.267 1.353

Referência GRI

Indicadores: EN8, EN10EN21, EN25

82 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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2011

2011

2011

2010

2010

2010

2009

2009

2009

114,0

76,1

109,2 2009 2010 2011

E� uentes líquidos industriais 102,5 64,2 84,1

E� uentes líquidos oleosos 1,5 0,9 0,7

E� uentes líquidos que não demandam tratamento I

10,1 11,1 24,4

Total 114,0 76,1 109,2

Descarte total de e¼ uentes líquidos gerados por tipo de destinaçãoEm %

2009 2010 2011

Oceano 10% 19% 14%

Rios, reservatórios e barragens 85% 76% 77%

Outros II 4% 5% 9%

1.298,8

787,6

1.032,3

Volume total de e¼ uentes líquidos gerados por tipoEm bilhões de litros

I Referem-se a águas utilizadas em processos de resfriamento e outros processos que não alteram as características qualitativas a ponto de demandar tratamento antes do descarte. As unidades PT Vale Indonésia Tbk e Thompson, no Canadá, da área de negócio Níquel, não tiveram

Descarte total de SST III gerados por tipo de destinação Em mil quilogramas

2009 2010 2011

Oceano 77,9 383,6 90,4

Rios, reservatórios e barragens 1.209,3 386,3 903,2

Outros II 11,7 17,7 38,7

Total 1.298,8 787,6 1.032,3

os dados de e® uentes gerados reportados em 2011, em função da identi� cação da necessidade de uma adequação na metodologia de coleta de dados utilizada por essas unidades.II Lagos, lagoas, pântanos, solo e terceiros.III Sólidos em suspensão totais.

Em 2011, com escopo de reporte completo, a Vale reaproveitou 70% da água consumida em seus processos produtivos. Com essa economia, a Vale deixou de captar em fontes naturais 953 bilhões de litros de água.

O maior impacto na queda do percentual da taxa de reúso deveu-se à venda das unidades de alumínio, que tinham um índice de reúso de 92,3%. Da queda de nove pontos percentuais (79% para 70%) desse índice, sete são em consequência dessa alteração.

Com relação à geração de e® uentes, notou-se que a incorporação, no escopo de 2011, de empreendimentos de novas áreas de negócio (Vale Fertilizantes) e algumas operações (Vale Colombia, Porto San Nicolás, Transbarge Navegacion, Usina Vargem Grande, Taiwan Nickel Re� ning, Vale Japan e Bayovar), que tem per� l de geração de e® uentes diferente, foi fundamental para o acréscimo do volume total de e® uentes gerados e, principalmente, para o aumento da geração de e® uentes que não demandam tratamento.

Esse aumento do volume de e® uentes gerados também proporciona um aumento na carga de sólidos em suspensão totais.

Observa-se, ainda, que, apesar do acréscimo no volume total, a maior parte dos e® uentes é tratada em sistemas físico-químicos, sistemas mais completos, que melhoram a qualidade para descarte, reduzindo os impactos nos corpos hídricos receptores.

+ conteúdo online Saiba mais sobre os temas abordados neste capítulo na versão online do Relatório de Sustentabilidade 2011 www.vale.com/rs2011

83Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Compromisso

Exercer a gestão integrada dos territórios, buscando a geração de impacto líquido positivo1 e o compartilhamento de valor com as regiões onde atua

US$ 64 mi73%foi o quanto a Vale aplicou na recuperação de áreas degradadas em 2011. Esse valor equivale a 6% do total de gastos ambientais

foi a porcentagem de resíduos reciclados em 2011. A meta era de 70%

é quanto a área que a Vale protege ou ajuda a proteger supera o total de sua área operacional

3,5×

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Um dos principais desa� os da Vale é buscar a gestão integrada dos territórios onde atua, trabalhando os aspectos de forma conjunta, como gestão da biodiversidade, fechamento de mina e gestão de resíduos e rejeitos. Os focos são fomentar essas regiões e envolver os diversos atores locais relevantes no tema.

A atuação da Vale ocorre em regiões no mundo onde existem signi� cativas reservas de ® orestas naturais. Apesar de supressão da vegetação fazer parte, em muitos casos, da atividade mineral, a empresa reconhece a necessidade de trabalhar continuamente para a minimização dos impactos. A compensação de tal supressão ocorre via mecanismos legalmente instituídos ou voluntários e atuando proativamente como agente de conservação da biodiversidade, não apenas nos territórios onde estão suas operações. Essa atuação é evidenciada pelo fato de a Vale proteger ou ajudar a proteger uma área 3,5 vezes maior do que a área ocupada pelas suas operações, que, em muitas situações, localizam-se em áreas já alteradas por atividades antrópicas ou destinadas a � ns industriais (veja mais na página 88).

A Vale entende que se trata de um compromisso desa� ador e de longo prazo. Ela está centrando esforços em aprimorar o engajamento com atores relevantes no tema, como governos, instituições especializadas e comunidades, buscando in® uenciar o alinhamento da governança dos territórios com metas de sustentabilidade. A Vale acredita que isso não só irá melhorar sua atuação

local, como aprimorará o relacionamento com diversos atores, reforçando o elo de con� ança com a comunidade.

Na linha do engajamento com atores relevantes para promoção da sustentabilidade, o Fundo Vale atua em parceria com instituições públicas e organizações do terceiro setor em projetos que visam à conservação dos recursos naturais, seu uso sustentável e à melhoria da qualidade de vida nos territórios onde atua.

Os projetos apoiados pelo Fundo Vale têm colaborado para a redução do desmatamento na Amazônia por meio de ações como: monitoramento estratégico do bioma, incentivo à melhoria da gestão ambiental e ao desenvolvimento de economias municipais sustentáveis (municípios verdes) e apoio à conservação de áreas protegidas e sua biodiversidade.

Planeta

Território

1 Quando os resultados das ações realizadas pela empresa superam os efeitos negativos de suas operações.

Arara-azul na Floresta Nacional de Carajás, Brasil, uma das áreas que a Vale ajuda a proteger

85Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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destinadas à prevenção e à minimização dos impactos sobre o território. Além disso, busca parcerias e o engajamento de seus públicos internos e externos.

Impactos

As operações da Vale acarretam impactos nos territórios onde ela atua, resultando em alterações na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos. Eles são intrínsecos ao tipo de atividade realizada pela empresa e estão relacionados, principalmente, às alterações nos componentes do meio físico, que funcionam como suporte para os seres vivos. Esses impactos causam alterações na qualidade do ambiente, podendo afetar a biodiversidade local, sobretudo de forma indireta.

Os impactos signi� cativos diretos sobre a biodiversidade estão relacionados especialmente à supressão da vegetação, que pode ser necessária na fase de implantação dos empreendimentos e/ou de desenvolvimento das atividades operacionais (expansão das áreas a serem mineradas, por exemplo).

Área impactada e restaurada

A área total impactada pela Vale durante o ano de 2011, considerando os empreendimentos sob responsabilidade

Entre outros desdobramentos, esses projetos contribuíram para a redução de 40% na taxa de desmatamento no estado do Pará, entre 2009 e 2011. Nesse período, a área de ® oresta que deixou de ser suprimida equivale a 1.000 km². Para mais informações sobre o Fundo Vale, acesse o conteúdo online ou www.fundovale.org.

Biodiversidade

A Vale reconhece que a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos têm papel fundamental no equilíbrio do planeta. Respeitá-los é um compromisso da empresa.

Além disso, a Vale assume que conservar e utilizar os serviços ecossistêmicos de forma sustentável são ações essenciais também para a continuidade do seu negócio, uma vez que vários processos dependem de produtos e/ou serviços fornecidos por eles (por exemplo, água e energia), e para a manutenção da qualidade de vida das comunidades vizinhas às suas operações. Por isso, a empresa propõe se tornar referência, entre as empresas do setor de mineração, na gestão e utilização sustentável dos recursos dos territórios em que atua.

Para alcançar esse objetivo, a Vale investe em inovações tecnológicas, estabelece sistemas de controle e aplica ações

A Vale é uma empresa brasileira com atuação global. As diretrizes em relação ao desenvolvimento sustentável buscam compartilhar o valor criado em nossas atividades com as comunidades onde atuamos, com os países onde estamos inseridos e com toda a sociedade

José Carlos Martins, Diretor Executivo de Ferrosos e Estratégia

Referência GRI

Indicadores: EN12, EN13, EN14

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da empresa, foi de 17,2 km². No mesmo período, foram iniciadas atividades para a recuperação de 25,2 km². Dentre as áreas em recuperação estão aquelas classi� cadas como em recuperação permanente (29%) e em recuperação provisória (71%).

O total de áreas destinadas à recuperação (permanente e provisória), em 2011, foi superior ao tamanho da área total impactada durante o ano, diferentemente do observado em 2009 e em 2010. A Vale aplicou, em 2011, US$ 64 milhões na recuperação de áreas degradadas, o que representa 6% do total dos dispêndios ambientais da empresa.

Saldo de abertura e fechamento

Em 2011, contabilizando apenas as atividades de produção ou uso extrativista para mineração, foram impactados 15,1 km2. Por outro lado, foram iniciadas atividades para recuperação permanente em 7,3 km2, resultando em um saldo de fechamento de 592,6 km2.

O saldo de abertura, em 2011, foi menor do que o saldo de fechamento do ano anterior, por causa da venda dos ativos relacionados às operações de alumínio, que correspondiam a 157,1 km² de áreas a serem recuperadas pela Vale.

Impactos signi� cativos sobre a biodiversidade decorrentes das operações

Aspecto ambiental Impactos potenciais

Recursos naturaisRemoção da cobertura vegetal(supressão de vegetação)

– Danos à ̧ora e à faunaPerda de indivíduos e perda e/ou redução do habitat

GeomorfologiaMovimentação de solo super� cial e subterrâneo Geração de áreas lavradas, formação de pilhas de estéril, formação de barragens etc.

– Alteração da paisagem

Resíduos sólidosGeração de resíduosEstéril, rejeitos e sedimentos da mineração

– Alteração da paisagem – Assoreamento de cursos d’água

Resíduos sólidosGeração de resíduosDoméstico, oleoso, misto e outros resíduos

– Alteração da qualidade da água – Alteração da qualidade do solo

Recursos hídricosConsumo de água e geração de e® uentes industriais

– Redução da disponibilidade hídrica – Alteração da qualidade da água – Alteração da qualidade do solo

Emissões atmosféricasGases de combustão e material particulado

– Alteração da qualidade do ar

Área impactada e em recuperação pela Vale I

em km2

AnoÁrea impactada Área em recuperação

Permanente Provisória Total

2009 39,4 29,7 5,4 35,1

2010 30,6 8,0 6,5 14,5

2011 17,2 7,3 17,9 25,2

Total 87,2 45,0 29,8 74,8

I A recuperação de áreas degradadas é um processo gradativo e que demanda ações de médio e longo prazos, sendo adotado o termo “em recuperação” para indicar as áreas nas quais as atividades foram iniciadas e se encontram em andamento (recuperação inicial de algumas funções ecossistêmicas e gradativo incremento de espécies, objetivando o retorno da vegetação a um estado o mais próximo possível do original). O termo “em recuperação permanente” corresponde a áreas que não serão mais afetadas pelas atividades da empresa, e “em recuperação provisória” compreende aquelas que podem vir a ser novamente empregadas em atividades operacionais.

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Inovação Com o intuito de contribuir para minimizar os impactos da mineração sobre a paisagem, o solo e a vegetação, o Instituto Tecnológico Vale (ITV), em parceria com a Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, desenvolve um estudo que avalia o potencial de utilização de gramíneas tropicais na recomposição vegetal. A escolha de espécies adequadas, com signi� cativa tolerância e de rápido crescimento, garante o sucesso do trabalho e inicia um processo natural de sucessão ecológica em áreas de extração desativadas, depósitos de estéreis e/ou rejeitos.

Em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), o ITV está desenvolvendo um projeto para sequestro de carbono e recuperação das ® orestas desmatadas de mangue na península de Ajuruteua, no município de Bragança, no Pará. O principal objetivo do projeto é restaurar as áreas degradadas de manguezal, promovendo, ao mesmo tempo, a participação e a conscientização das comunidades ribeirinhas do entorno.

Saldo de abertura e saldo de fechamento das atividades de produção ou extração de minérios realizadas pela Vale I

em km2

AnoÁreas impactadas saldo de abertura

Áreas impactadas ano de referência

Áreas em recuperação permanenteano de referência

Áreas impactadas saldo de fechamento

2009 524,6 39,1 29,6 534,1

2010 719,4 30,4 8,0 741,8

2011 584,7 15,1 7,2 592,6 Áreas protegidas

As áreas destinadas à conservação e proteção da biodiversidade cumprem um papel importante no desenvolvimento sustentável e no bem-estar humano. Elas contribuem para a manutenção de ecossistemas, protegendo e disponibilizando recursos naturais que permitem a subsistência das comunidades e o crescimento econômico da sociedade.

As reservas naturais protegem fontes de recursos hídricos que abastecem cidades e, em muitos casos, contribuem para a formação de reservatórios de usinas hidrelétricas, participando do processo de geração de energia; protegem o solo contra a erosão e a degradação; auxiliam na manutenção de estoques de carbono; protegem remanescentes de vegetação nativa contra o desmatamento e suas consequências (como a emissão de gases causadores do efeito estufa, por exemplo); e guardam espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção, protegendo também seus sítios de reprodução (ninhais de aves e berçários de peixes, por exemplo).

Essas áreas, muitas vezes, também são reservas importantes de plantas com propriedades medicinais e farmacológicas, bem como de outros produtos de interesse econômico (� bras, madeira, resinas etc.), contribuindo para a geração de benefícios para a comunidade.

Todos esses fatores contribuem, direta ou indiretamente, para a diversi� cação e o desenvolvimento da economia local, participando da realização de outras atividades, como, por exemplo, turismo e exploração sustentável de produtos advindos da natureza 2.

I Saldo de abertura anual representa a situação no início do ano em relação à quantidade total de terras a serem recuperadas. Saldo de fechamento representa a situação ao � nal do ano em relação à quantidade total de terras a serem recuperadas. Não inclui operações logísticas, sendo consideradas apenas as atividades de lavra, bene� ciamento e transformação mineral. As áreas em recuperação provisória não são computadas, sendo consideradas apenas aquelas em processo de recuperação permanente.

Referência GRI

Indicadores: EN11, EN13, MM1

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Case

Recuperação de áreas degradadas na IndonésiaNa Indonésia, a empresa estabeleceu um planejamento para a recuperação da região onde é realizada a produção de níquel. Implementado por meio de programas de reabilitação pós-mina, o projeto prevê ações para diminuir o impacto e contribuir para a recuperação da área utilizada. A iniciativa ganhou, por quatro anos consecutivos, o prêmio de melhor programa de reabilitação de minas, concedido pelo governo da Indonésia, e pode servir como referência em outros planos de recuperação da Vale ao redor do mundo.

As preocupações começam com a melhor maneira de dispor a terra movimentada durante o processo, priorizando o controle de escoamento de água e a disposição do material mais fértil nas áreas de recuperação e revegetação. Com a gestão do solo e o controle da erosão e revegetação, diminui-se a erosão do terreno e, ao mesmo tempo, se garante um crescimento apropriado para a vegetação que será plantada ali, num intervalo entre três e cinco anos após a utilização do terreno.

Além disso, o projeto mantém um berçário com capacidade para mais de 700 mil árvores, que serão utilizadas para a revegetação dos terrenos com espécies nativas e também para outros propósitos.

O investimento da Vale na recuperação de áreas mineradas na Indonésia, em 2010 e 2011, chegou a US$ 8,9 milhões. Como resultado, em 2011 foram restaurados cerca de 200 hectares (2 km2), com o plantio de vegetação nativa, o que representa a repetição da quantidade de 2010.

O programa também busca contribuir para o legado social visando garantir um futuro para a região pós-mineração, com oportunidade de geração de empregos.

Atualmente, a Vale protege quase 13,7 mil km2 de áreas naturais, incluindo unidades de conservação em parceria com os governos locais (97%) e sítios de propriedade da empresa (3%). Esse total é 3,5 vezes maior que a área total de operações da Vale, de 3,9 mil km2.

As áreas sob proteção da Vale abrangem territórios nos biomas Floresta Amazônica (64%), Mata Atlântica (25%), Wallacea (9%), Cerrado (2%), Florestas Boreais (< 1%) e Nova Caledônia (< 0,1%). A empresa acredita na importância das áreas protegidas para a conservação de espécies e ecossistemas, bem como dos serviços ecossistêmicos prestados por estes.

Áreas operacionais

As unidades operacionais sob responsabilidade da Vale, em 2011, abrangeram 3.846 km2 3, que representam uma área menor do que a Floresta Nacional de Carajás, no Pará, que possui 4.119 km² e conta com a ajuda da Vale para sua proteção. Da área total das unidades operacionais da empresa, 99,5%estão relacionados às operações em superfície, e 0,5%, às subterrâneas.

Do total de área operacional da empresa, 4% estão localizados dentro de áreas legalmente protegidas (unidades de conservação) e 43% encontram-se inseridos em áreas de alto índice de biodiversidade (fora de áreas protegidas)

2 As atividades realizadas no interior de áreas protegidas dependem do tipo de uso permitido, e este é de� nido com base na categoria de proteção de cada unidade.3 Em 2011, foram realizadas melhorias nos procedimentos de coleta de dados (maior precisão na delimitação das unidades operacionais e preparação de dados georreferenciados) e ajustados os critérios de inclusão de projetos futuros (inserção apenas das unidades com licença de implantação emitida).

Autores do case: Em pé: Arif Yasin Laduri, Malunto Yusran, Viktor Kristian Podandi, Erlin Harry, Harun Tandioga, Ismul Ausam, Yohan Lawang. Embaixo: Hendra Syamsu, Aris Ambodo, A. Nur Taslim, Erwien Rusli

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em hotspots). As operações presentes nos biomas Amazônia (Brasil), Desertos Árabes (Omã), Floresta Boreal (Canadá e Noruega) e Pantanal (Brasil), por sua vez, estão associadas às regiões classi� cadas como wilderness areas (totalizam 77% da área total considerada).

Apesar disso, em muitos casos, os projetos da empresa são implantados em locais que se encontram ambientalmente alterados e biologicamente descaracterizados pela existência de atividades antrópicas anteriores (exploração madeireira e pecuária, por exemplo) ou em áreas que se destinavam exclusivamente às atividades industriais (tais como distritos industriais municipais). Isso se aplica a todos os tipos de operação, especialmente às ® orestas industriais, que estão, em sua totalidade, associadas a áreas anteriormente alteradas. A área ocupada por essa atividade representa cerca de 70% do total da área operacional sob responsabilidade da Vale.

Independentemente do estado de conservação inicial da área, as operações da Vale são planejadas e executadas de forma a causar o menor impacto ambiental possível, e as ações ambientais realizadas paralelamente às operações

de� nidas pelos governos de cada país. Considerando as operações localizadas no entorno (adjacências 5) de áreas sensíveis, aproximadamente 10% da área total das unidades operacionais está associada a áreas legalmente protegidas e 8% está relacionada a áreas de alto índice de biodiversidade em âmbito nacional 6.

As áreas reportadas estão relacionadas à extração de minérios e às atividades de produção industrial (processamento/bene� ciamento) e transporte dos produtos (ferrovias e portos), bem como às operações relacionadas ao plantio de ® orestas industriais. Foram inseridas, no reporte de 2011, as unidades operacionais paralisadas da área de Ferrosos, o Projeto Ferro Simandou e os plantios para bioenergia (Biopalma). Em virtude da venda das operações de alumínio, os dados dessas operações não foram considerados no reporte de 2011.

Grande parte das regiões onde a Vale atua são classi� cadas, em um contexto global, como de signi� cativa relevância natural: 3.586 km2 das unidades operacionais estão inseridos em hotspots ou wilderness areas 7, o que equivale a 93% da área total das operações da empresa.

Entre os hotspots, citam-se as operações localizadas nos biomas Cerrado (Brasil), Floresta da Costa Leste Africana (Moçambique), Florestas da Guiné (Guiné), Mata Atlântica (Brasil) e Wallacea (Indonésia), somadas àquelas situadas no Japão e na Nova Caledônia (16% da área operacional total da Vale está localizada

4 Funções desempenhadas pelos ecossistemas e pelas espécies e que permitem a manutenção das condições de vida no planeta, incluindo a provisão de recursos e serviços de suporte e de regulação. 5 Para o cálculo da área adjacente, foi considerado um bu� er de 10 quilômetros, gerado a partir dos limites externos das áreas protegidas e das áreas de alto índice de biodiversidade (entorno), e avaliada sua sobreposição em relação à área da unidade operacional. Quando uma unidade operacional estava associada a mais de uma área protegida ou área de alto índice de biodiversidade, foi considerada a interseção dos bu� ers nos trechos de sobreposição de áreas. Os territórios relacionados a terras indígenas não foram considerados nas análises.6 Dados estimados.7 Hotspots e wilderness areas são grandes áreas geográ� cas consideradas importantes para a conservação da ® ora e da fauna mundiais, que funcionam como categorias complementares de importância para a biodiversidade, sendo o� cialmente reconhecidas por diversas organizações internacionais. Os hotspots são áreas mais ameaçadas e de grande riqueza biológica no planeta, possuindo grande número de espécies de plantas vasculares endêmicas e apresentando-se reduzidas a 30% ou menos de sua cobertura vegetal original. As wilderness areas, por sua vez, constituem grandes extensões de área (mais de 1 milhão de hectares cada) com biodiversidade representativa e atualmente pouco ou não modi� cadas (áreas selvagens), possuindo mais de 70% da área original intacta e densidade humana menor ou igual a cinco pessoas por km2.

Compromisso

Contribuir para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos 4 e promover o engajamento com comunidades, governos e atores relevantes

Referência GRI

Indicador: EN12

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Case

Mantas ecológicasA Vale utiliza mantas ecológicas, também conhecidas como biomantas, 100% confeccionadas com � bras vegetais naturais, a taboa e a � bra de coco, entrelaçadas e incorporadas por redes degradáveis de algodão e de polipropileno, no processo de recuperação das áreas degradadas pelas suas atividades de mineração, em Corumbá e Carajás (nos estados brasileiros de Mato Grosso do Sul e Pará, respectivamente).

Ambas as ações são voltadas à mitigação dos impactos socioeconômicos e ambientais na região. Com isso, garante-se a estabilidade do solo e o retorno da vegetação próxima à que era antes de ocorrer a intervenção. A biomanta reduz a possibilidade de processos erosivos, promovendo maior equilíbrio do ambiente, permitindo a germinação, o estabelecimento da vegetação e ainda evitando o carreamento de sedimentos para corpos hídricos.

O projeto de Corumbá é realizado em parceria com a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e com a comunidade ribeirinha do bairro Cervejaria. Para a implantação e o uso das biomantas, foi necessária a formação de equipes comunitárias do bairro, que foram capacitadas para o manejo de espécie vegetal e a manufatura das mantas ecológicas.

Em Carajás, as biomantas foram aplicadas a 35 quilômetros da sede do município de Parauapebas, na divisa com o município de Marabá. Funcionando junto dos retentores de sedimentos e insumos para o rápido crescimento de plantas, as biomantas colaboraram para a sustentação da comunidade aquática dos córregos que drenam o Projeto Furnas e ainda resolveram os problemas de uso de água da comunidade local.

A aplicação dessa técnica poderá ser replicada em outras regiões que necessitem de conservação dos recursos hídricos e recuperação de áreas vegetais.

contribuem de forma positiva para a manutenção e a conservação dos ecossistemas locais. A partir dessa atuação, a empresa reforça seu respeito pela biodiversidade, reconhece seus impactos e se compromete a atuar de forma condizente com seus valores.

Como membro do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM na sigla em inglês), a Vale se compromete a não iniciar a exploração em áreas classi� cadas como sítios naturais do patrimônio mundial, estabelecidos pela Unesco, que são regidos pela Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, de 1972. Eles constituem áreas de notável valor global e são assumidos como áreas de veto pela Vale.

Planos de gestão em biodiversidade

A empresa de� ne como necessária a aplicação de ações para gestão da biodiversidade em todas as operações que acarretam impactos negativos sobre as espécies e os serviços ecossistêmicos. Essas ações constituem o Plano de Gestão da Biodiversidade e são de� nidas para cada unidade operacional individualmente, de acordo com suas particularidades.

Metas Para fortalecer seu compromisso com a conservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais, a Vale iniciou, em 2011, o estudo de metodologias para mensuração dos impactos causados por suas operações. A partir da análise e da ponderação dos efeitos negativos e positivos de sua atuação sobre a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos, a empresa assumirá um posicionamento global calcado em metas para que suas operações resultem em um impacto líquido positivo. O planejamento é que, em 2012, seja de� nida a metodologia a ser aplicada emtoda a Vale.

Governança e engajamento

A Vale reconhece a complexidade do tema biodiversidade e, mais especi� camente, da recuperação ambiental, que representa uma ação fundamental para a minimização dos principais impactos diretos da mineração sobre as espécies, os serviços

Autores do case — Equipe Corumbá: Anderson Polarini, Marcia Hindi, Jane de Arruda, Cinthia Maria Pereira, Benjamina Sorrilha de Moraes, Marconi dos Anjos, Rosilene Silva, Túlio Nascimento (acima). Equipe Projeto Carajás: Pedro Araújo e Arthur Cardoso (esquerda).

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– investimentos em conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos;

– promoção de intercâmbio de informações e cooperação técnica e cientí� ca.

Para desenvolver suas atividades, a Vale segue regulamentos governamentais em vigência nos países onde atua e elabora requisitos internos, adotando a legislação brasileira como parâmetro de atuação em países nos quais inexiste regulamentação especí� ca ou esta é menos restritiva.

Ações em 2011

Para apoiar a de� nição de sua estratégia em biodiversidade, a Vale realizou, em 2011, em parceria com a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), uma ação de engajamento e consulta que envolveu partes interessadas estratégicas para a empresa, incluindo representantes de organizações brasileiras e de outros países.

Como resultado dessa iniciativa, a Vale reconheceu lacunas e oportunidades de atuação, sobretudo no que se refere à necessidade de aperfeiçoar a divulgação das iniciativas em curso e de manter clareza quanto aos seus impactos.

Outra iniciativa importante no ano, realizada em parceria com a Conservação Internacional do Brasil (CI-Brasil), foi o desenvolvimento do Plano de Gestão Integrada das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) mantidas pela Vale no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, Brasil. Esse plano teve como objetivo principal desenvolver uma estratégia para a gestão ambiental integrada das RPPNs, com abordagem territorial, visando maximizar as sinergias entre as unidades e sua interação com as áreas vizinhas, potencializando sua contribuição à conservação da biodiversidade. O plano foi desenhado para um panorama de cinco anos, iniciando-se em 2012.

Uma terceira iniciativa relevante em 2011, desenvolvida em parceria com a Accenture, foi a elaboração do Plano Diretor do Centro de Pesquisa e Educação para Conservação da Biodiversidade. Seus objetivos são o melhor desenvolvimento

ecossistêmicos e o território. A partir de 2011, a empresa passou a contar com uma gerência para abordar exclusivamente a recuperação de áreas degradadas e mineradas, cujos objetivos são normatizar, estabelecer indicadores, desenvolver pesquisas e buscar e difundir as melhores práticas em curso dentro e fora da Vale.

Além da efetiva incorporação do tema biodiversidade ao Sistema de Gestão Ambiental (SGA), um documento normativo global especí� co está sendo preparado para orientar a gestão da biodiversidade na Vale. A norma está em fase de validação, e uma das principais metas para o ano de 2012 é a sua aprovação para aplicação global.

Esse documento esboça a estratégia para gestão da biodiversidade na empresa e, como premissa, destaca a importância do uso sustentável dos recursos naturais, estando baseado em cinco diretrizes:

– conhecimento da biodiversidade presente nas áreas de interesse e nos locais onde a Vale opera;

– avaliação, prevenção, controle e minimização dos riscos e impactos das operações sobre a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos;

– monitoramento contínuo dos efeitos das operações sobre a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos;

Desa� os

Minimizar os impactos no uso da terra

Conservar e recuperar territórios

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tornou um sítio do patrimônio mundial. A Vale atua de forma alinhada com os compromissos assumidos junto ao ICMM, buscando continuamente a melhoria e o aperfeiçoamento dos seus processos e da sua atuação.

Em 2002, por exemplo, com a � nalização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) de uma das unidades, houve questionamentos a respeito dos programas ambientais propostos, e, por isso, avaliações complementares foram conduzidas por entidades governamentais independentes, como o Institut National de L’Environnement Industriel et des Risques (Ineris), o Centre Européen de Recherche et d’Enseignemant des Géosciences de l’Environnement (Cerege) e o Ministério do Meio Ambiente da França.

Essas avaliações resultaram em mais de 50 recomendações adicionais, que foram devidamente implantadas e que se encontram monitoradas e analisadas criticamente, propiciando a melhoria contínua da gestão ambiental e da biodiversidade local pela VNC. Um exemplo de ação complementar foi a implantação da bacia de sedimentação no a® uente norte do Rio Kwe, para prevenir o carreamento de sólidos por meio desse rio, que ® ui para a Reserva Merlet, incidente que ocorreu em 2006.

O engajamento com as partes interessadas locais 9 é outra atividade relevante da gestão socioambiental da VNC. Há um arcabouço que estrutura esse relacionamento, conforme o Pacto de Desenvolvimento Sustentável do

“Grande Sul”, � rmado em 2008.

O Pacto engloba o Comitê Consultivo Indígena Ambiental, uma fundação corporativa com o intuito de fomentar e apoiar projetos socioculturais, ambientais e econômicos da região e a Associação para Re® orestamento, com o objetivo

e a potencialização da vocação da Reserva Natural Vale, área protegida própria mantida pela Vale em Linhares, no Espírito Santo, Brasil. Esse documento estabelece o conceito, a missão, os valores e os objetivos do Centro, de� nindo as linhas de atuação em educação e pesquisa, bem como as diretrizes de gestão, incluindo o estabelecimento de parcerias no Brasil e em diversos países. O início da implementação do Centro ocorrerá na Reserva Natural Vale, em 2012.

Em 2011, a Vale deu continuidade às parcerias para recuperação ambiental de áreas importantes para a conservação da biodiversidade e para comunidades locais.

Respeito à biodiversidade na Nova Caledônia

A Vale Nouevelle-Calédonie ou Vale Nova Caledônia (VNC) 8 está localizada na Província Sul do território neocaledonense, caracterizada por abrigar um ecossistema de singular importância, em virtude de sua biodiversidade única. Em reconhecimento à importância natural da região, essa província abriga um dos sítios do patrimônio mundial estabelecidos pela Unesco, conhecido como “Lagoons of New Caledonia: Reef Diversity and Associated Ecosystems”. As operações da Vale são adjacentes a essa área, sendo desenvolvidas de forma compatível com a manutenção do valor que a

8 Empresa na qual a Vale é majoritária desde 2006, embora as operações tenham sido iniciadas na região em 1969.9 Autoridades ambientais locais da Província Sul, Association for Observatory and Information on Environment (Oiel), Convenção pela Conservação da Biodiversidade e Departamento de Minas e Energia da Nova Caledônia (Dimenc).

Vista aérea da Floresta Nacional de Carajás, no estado do Pará, Brasil, uma das areas que a Vale ajuda a proteger

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empresa quanto das comunidades e procura basear sua atuação no respeito.

A empresa lamenta tais con® itos e tem atuado no sentido de ouvir e estabelecer uma comunicação mais e� caz com a sociedade em geral, conforme apresentado no capítulo Visão Estratégica. A construção dessa relação positiva é uma via de mão dupla, e a empresa conta com a participação, nesse processo, de todos os interessados em um resultado favorável ao planeta e às pessoas.

Fechamento de mina

A Vale entende que desde a idealização de um projeto de mineração se deve começar a de� nir diretrizes para o seu fechamento, ainda que sua vida útil atravesse décadas.

Isso se deve ao fato de que ao encerramento das atividades de uma mina estão associados potenciais impactos sociais, ambientais e econômicos, que devem ser previamente identi� cados e avaliados, buscando o planejamento de ações que permitam a efetiva mitigação e a construção de um legado positivo no território de atuação.

A concepção de um projeto de mineração deve incorporar o conceito de uso futuro da área minerada, consideradas as aptidões e vocações da região, o aproveitamento sustentável dos recursos, a proteção da qualidade do meio ambiente e as tendências socioeconômicas locais e regionais.

Para orientar esse processo, a Vale possui um conjunto de princípios e procedimentos em vigor, alguns deles expressos em sua Política de Desenvolvimento Sustentável. O Guia de Fechamento de Mina e o Termo de Referência para Elaboração de Planos de Fechamento de Mina são importantes norteadores para o tema. O primeiro, mais conceitual, contém as diretrizes e melhores práticas adotadas para orientar os pro� ssionais envolvidos direta ou indiretamente com o tema; o segundo apresenta o conteúdo que precisa ser contemplado em um plano de fechamento de mina, servindo como apoio às unidades.

A empresa possui o Procedimento para Desmobilização de Ativos e Critérios para o Desembolso Financeiro, que orienta o

de coordenar a reabilitação de sítios relevantes para a comunidade.

As atividades são desenvolvidas com a participação de representantes das lideranças comunitárias adjacentes às operações e autóctones, de órgãos da administração pública e de organizações não governamentais, para assegurar a coerência da integração de seus projetos com a Rhéébù Nùù.

Esse processo de engajamento reitera os compromissos da VNC de compreender as necessidades e expectativas locais e propiciar a transparência das suas informações de desempenho em sustentabilidade. Esse diálogo contribui para o estabelecimento de um relacionamento cada vez mais respeitoso e de con� ança, potencializando os resultados positivos da empresa para a região e fortalecendo a licença social para operar.

Con� itos pelo uso da terra

Em 2011, a Vale foi envolvida em 23 casos, que foram considerados signi� cativos por se tratarem de ações judicializadas (nove casos) ou envolverem paralisações de projetos e operações ou bloqueio de acesso a eles (14 casos). A Vale reconhece o desa� o de buscar soluções que atendam aos interesses tanto da

Referência GRI

Indicadores: EN12, MM6MM7, MM10

Vista aérea das operações da Vale em Voisey’s Bay no Canadá

94 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Case

Fechamento das Minas no CanadáO fechamento de uma mina tem impactos signi� cativos e de longo prazo, tanto para o meio ambiente quanto para as pessoas e a empresa. Ciente desse fato, a Vale atua progressivamente na reabilitação de propriedades ativas e no monitoramento de locais recuperados dentro de suas operações no complexo de Sudbury, no Canadá.

Com a aquisição da canadense Inco, em 2006, a Vale se tornou responsável por várias propriedades, dentre as quais a mina de Whistle, em Sudbury, e a mina de Shebandowan, em Ontário, que estão iniciando o processo de descomissionamento. Parte da pilha de escória do smelter de Copper CliË estava progressivamente em estágio de recuperação, um projeto já iniciado enquanto o local ainda estava em operação.

Várias pesquisas e estudos foram realizados, com o acompanhamento do governo local, especialistas ambientais e comunidades indígenas da região, na preparação e posterior encerramento das duas minas.

Os locais das minas de Whistle e Shebandowan que já encerraram suas atividades serão monitorados pelos próximos 15 a 20 anos. O trabalho em 2011 concentrou-se na coleta de amostras de solo e água para monitoramento e inspeções de segurança. Já a recuperação da pilha de escória do smelter continuará pelos próximos cinco a sete anos.

Em 2011, a Vale investiu mais de US$ 10 milhões, recuperando 994 hectares. No local do fechamento da mina Whistle, foram realizadas reuniões regulares com a comunidade, inclusive os aborígenes Wahnapitae First Nations, que vivem a cerca de três quilômetros da mina.

Como resultado desse diálogo, o projeto original foi modi� cado para atender o interesse das comunidades, que queriam que a área da mineração fosse devolvida o mais próximo possível de seu estado “pré-mina”.

cálculo de estimativas de custo para o fechamento de mina. Os valores estimados para provisão são revisados anualmente e apresentados nas demonstrações contábeis da empresa. Em 2011, foi estimado um total de US$ 1,77 bilhão para desmobilização de ativos na Vale. De acordo, com os dados de dispêndios ambientais (página 63), foram gastos, no ano de 2011, US$ 82 milhões em iniciativas voltadas para o fechamento de minas.

A percepção da dimensão de uma operação de fechamento tem evoluído ao longo do tempo dentro da empresa. Com a elaboração dos planos de fechamento para todas as minas, eles se tornam importantes ferramentas de gestão, permitindo gerar alternativas que, ao serem implantadas ao longo do ciclo de vida da mina, poderão minimizar riscos de impactos negativos e maximizar as potencialidades locais das comunidades e da região.

Para as operações no Brasil, o plano de metas plurianual prevê a conclusão dos planos de fechamento até 2013. No caso de minas em outras áreas onde a Vale atua, a adequação às distintas legislações implica a adaptação dos procedimentos elaborados para as operações no Brasil.

Para tanto, está em curso na Vale a elaboração de uma norma global que contemple as diferentes situações em que se enquadram suas operações em todo o mundo e que contribua para a geração de legados positivos para a sociedade, por meio da promoção da sustentabilidade.

Rejeitos e resíduos

A Vale aplicou, em 2011, US$ 298 milhões (29% do total de dispêndios ambientais) em ações relacionadas a barragens, diques e pilhas de estéril e US$ 61 milhões (6% do total de dispêndios ambientais) em resíduos não minerais, de forma a reduzir seus impactos relacionados a geração e disposição de ambos os tipos de resíduos.

A Vale tem a preocupação de diminuir a geração dos resíduos não minerais produzidos por suas atividades. Parte desse material também é passível de reciclagem, o que abre a possibilidade de que se agregue valor a ele, criando oportunidades de geração de renda para as comunidades próximas.

Autores do case: Lisa Lanteigne e Quentin Smith

95Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Os resíduos de origem mineral e metalúrgica, como rejeito, estéril e escória, possuem características diferentes e são tratados de maneira apropriada.

Rejeitos da mineração e bene� ciamento mineral

A geração de resíduos das atividades de mineração, tais como rejeitos e estéril, é intrínseca ao processo e ocorre devido ao não aproveitamento de parte dos materiais minerados. Estes são dispostos nas chamadas barragens (rejeitos, água e sedimentos) e pilhas (de estéril e rejeito). A Vale também desenvolve atividades metalúrgicas nos negócios de manganês e níquel, em que são geradas as escórias, que correspondem à parcela não aproveitada do processo e que são dispostas em pilhas.

A Vale realiza projetos de reaproveitamento de rejeito e escória, para que possam ser usados em outros processos industriais, como, por exemplo, na produção de cimento, cerâmica e outros agregados.

A sistematização da informação proporcionada pelo Sistema de Gestão de Barragens e Pilhas (SGBP), implantado em 2009, permitiu consolidar os dados sobre as estruturas geotécnicas, criando indicadores e planilhas de risco ao negócio para as áreas operacionais e corporativas. O SGBP é uma importante ferramenta de gestão online para a tomada de decisão em relação a investimentos em novas estruturas e a estratégias de aumento de produção.

A gestão das barragens e pilhas de estéril inclui a realização de auditoria técnica de segurança corporativa a cada três anos. Em 2011, ocorreu a quarta fase de auditorias corporativas nas operações brasileiras da Vale, nas atuais 241 barragens e 173 pilhas, rea� rmando o compromisso com a segurança de suas instalações e de seus controles ambientais. Além das auditorias técnicas, o processo de gestão é avaliado periodicamente, por auditorias especí� cas, no que se refere à conformidade aos requisitos de controle previstos na Lei Sarbanes-Oxley.

Em 2011, houve um crescimento de aproximadamente 19% na geração de rejeitos e estéril, para 867 milhões de toneladas, em função do aumento na produção. Em relação especi� camente

Case

Inovação no reaproveitamento de minério de ferroComprometida em reduzir os impactos ambientais de suas atividades nos territórios onde atua, a Vale investe no reaproveitamento do � no de minério de ferro depositado nas barragens de Carajás, após o processo de bene� ciamento. O sistema de recuperação de � nos é operado em duas das barragens do Complexo Minerador de Carajás, localizado em Parauapebas, no sudeste do Pará, Brasil.

A iniciativa prevê o reaproveitamento de sedimentos e rejeitos do processo de bene� ciamento como produto por conta do seu teor de ferro. Com a tecnologia adotada, a Vale está reprocessando esse material e incorporando-o à produção mineral. Além do ganho econômico, a técnica diminui o impacto ao meio ambiente, pois reduz a área destinada a barragens.

O processo de recuperação do minério das barragens é um procedimento simples, de baixo custo, não gera resíduo e requer basicamente o uso de dragas (uma embarcação com um sistema de bombeamento para desassoreamento), baias (onde o minério é depositado temporariamente para retirada do excesso de água) e uma planta de repeneiramento (para a retirada de material orgânico). Na barragem do Geladinho, em Carajás, foram mais de 2 milhões de toneladas de minério de ferro recuperadas.

A barragem da mina do Azul teve a reserva certi� cada de 4,5 milhões de toneladas de � nos de manganês com teor médio de 23,5% Mn no ROM (antes de bene� ciado); destas, já foram recuperadas mais de 0,2 milhão de toneladas de � nos de manganês. Os trabalhos renderam à mina a certi� cação internacional, pela empresa Pincock & Runge, de primeira mina do Brasil a ter sua barragem de rejeitos reconhecida como reserva mineral. No total, já são aproximadamente 2,5 milhões de toneladas de � nos reprocessados.

Autores do case: Geraldo do Vale e José Moura Farias

96 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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ao minério de ferro, houve um decréscimo de 13% na geração de estéril, proporcionalmente à produção, por causa das características geológicas atuais de algumas minas, assim como do aprimoramento nos processos de bene� ciamento do minério.

A melhoria contínua da produtividade nas usinas de bene� ciamento de minério de ferro gera maior recuperação dos rejeitos de algumas de suas barragens.

Com relação às escórias geradas nos processos metalúrgicos, a empresa vem trabalhando no desenvolvimento de novas aplicações, tais como para construção civil, pavimentação e indústria de fertilizantes.

Resíduos não minerais

A atividade de mineração também gera resíduos não minerais. Assim como no caso dos resíduos minerais, a Vale tem uma preocupação e um compromisso com a redução dos não minerais, buscando agregar valor ao material.

A estratégia de gestão é investir em melhoria de processos, recuperação, reúso e reciclagem, garantindo o descarte adequado para atingir o objetivo de manter a integridade do meio ambiente e a qualidade de vida das comunidades próximas às operações da Vale.

Visando agregar valor ao resíduo, a Vale vê a oportunidade de incentivar o desenvolvimento da economia local, gerando emprego e renda com a reutilização e a reciclagem desses materiais.

Com os objetivos de incentivar a reciclagem e reduzir a geração de resíduo perigoso, todas as áreas de negócio do Brasil, exceto Fertilizantes, tiveram metas para aumentar o percentual de reciclagem e para reduzir a geração de resíduos perigosos em 2011, dentro do Plano de Ação em Sustentabilidade (PAS).

Projetos desenvolvidos pela Vale visam tornar possível o reaproveitamento dos rejeitos da mineração como matéria-prima em outros processos industriais

20112010

Total de resíduos minerometalúrgicosEm milhões de toneladas

598

726

867 2009 2010 2011

Minério de ferroRejeito 53 75 67

Minério de ferroEstéril 360 461 401

Outras áreas de negócio I 185 190 399

Total 598 726 867

I Incluem estéril e rejeito da mineração de níquel, potássio, manganês, carvão e cobre, escória (liga de manganês), lama vermelha (alumina) e RGC (alumínio).

2009

Referência GRI

Indicador: MM3

97Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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88%

12%

Geração por tipo de resíduoTotal = 686 mil toneladas (2011)

Não perigosos (604 mil toneladas) 88%

Resíduos mistos(ex.: eletroeletrônicos, � os, EPIs etc.) 25%

Resíduos metálicos 21%

Resíduos domésticos 11%

Areia, brita e entulho de obra 10%

Madeira 6%

Borracha e pneus 3%

Outros resíduos não perigosos 12%

Perigosos (82 mil toneladas) 12%

Lodos e borras 6%

Óleos, graxa e resíduos contaminados com óleos e graxa 1%

Outros resíduos perigosos 5%

Referência GRI

Indicador: EN22

98 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Case

Resíduos que geram valorNa re� naria de níquel de Clydach, no Reino Unido, o projeto Redução de Resíduos por meio do Engajamento dos Empregados e da Inovação trouxe resultados importantes nessa área. Em 2011, 85% dos resíduos produzidos (incluindo os perigosos) foram recuperados ou reciclados. A meta da re� naria é que 100% dos resíduos sejam reusados, reciclados ou enviados para produção de energia renovável nos próximos cinco anos.

Essa iniciativa reduz a disposição de resíduos em aterros ou outros locais, estimulando a economia local e conscientizando todos os empregados. Todo material que tenha algum valor é vendido, gerando um lucro médio de 55 mil libras esterlinas, ou seja, cerca de US$ 88 mil. Os recursos são utilizados para custear as despesas de manutenção da unidade de tratamento, que, em 2011, teve 60% de seu custo pagos por essa receita.

Em operação desde 1902, a re� naria de Clydach está localizada em uma pequena vila de mesmo nome, a aproximadamente 300 quilômetros a oeste de Londres, e tem cerca de 200 empregados e 100 contratados. Certi� cada pelos padrões internacionais ISO 14001 e 9001 e OHSAS 18001, a unidade adotou a estratégia da melhoria contínua, em diversas áreas, em termos de gerenciamento de resíduos, alinhando a operação com os valores da Vale de responsabilidade econômica e ambiental.

Antes de o projeto começar, em 2009, os resíduos eram separados em quatro tipos: metais, madeira, especial e geral. Um aperfeiçoamento desse sistema era necessário para melhorar a qualidade do manejo de resíduos da produção de níquel. Então, decidiu-se por um projeto que envolvesse todos os empregados, voltado à promoção de uma mudança cultural por meio de treinamento e do apoio de uma equipe de consultoria.

A meta de 70% de reciclagem em relação à quantidade total destinada foi superada, tendo-se alcançado 73% de resíduos reciclados, fruto do trabalho conjunto entre as áreas operacionais e as áreas de serviços da empresa. Das diretorias operacionais que adotaram metas de redução de geração de resíduos perigosos, cerca de 80% as alcançaram.

Regiões com di� culdade de logística e falta de tecnologia de destinação de resíduos são os maiores desa� os para a gestão do tema, o que demanda da empresa investimentos para adequação de estocagem, otimização de transporte, desenvolvimento tecnológico e, principalmente, construção de parcerias locais alinhadas com suas culturas e padrões de desenvolvimento.

Para enfrentar os principais riscos e di� culdades, a Vale atua em pesquisa, educação ambiental, desenvolvimento de projetos de tecnologia e construção de parcerias, o que proporciona a criação de novas cadeias de negócios.

A Vale apoia seus fornecedores para desenvolverem pesquisas que ofereçam soluções tecnológicas para a gestão de resíduos, contribuindo também para o desenvolvimento de renda e geração de emprego local. Os projetos de aproveitamento de materiais buscam uma simbiose com outras indústrias, para que os resíduos sejam utilizados como matérias-primas.

Resíduos perigosos e não perigosos

Em 2011, a Vale gerou um total de 686 mil toneladas de resíduos, sendo 88% não perigosos e 12% perigosos. Os principais geradores são as áreas de ferro e níquel, correspondendo a aproximadamente 75% da geração total.

Autor do case: Paul Davies

99Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Considerando apenas as unidades presentes no escopo do relatório de 2010, observa-se um aumento de aproximadamente 48% na geração de resíduos. As principais razões para esse crescimento foram o aumento signi� cativo da geração do negócio níquel com a incorporação de novos processos geradores e o aumento da geração de resíduos inerente ao aumento da produção.

A ampliação do escopo, com a entrada dos dados das operações de Moçambique, Peru, Omã, Nova Caledônia e das unidades da Vale Fertilizantes no Brasil, contribuiu para o aumento da geração total de resíduos.

Em contrapartida, as áreas de ferro e manganês, principais geradoras de resíduos perigosos na Vale, não apresentaram aumento na geração, apesar do incremento da produção de minério, o que denota o aumento do aproveitamento dos materiais. Aproximadamente 99% dos resíduos perigosos gerados na área de manganês estão relacionados ao pó e à lama gerados nos sistemas de � ltros de mangas e lavadores de gases, dispositivos de controle de emissão.

As principais unidades geradoras de resíduos perigosos são as empresas Vale Manganese Norway e Vale Manganèse France, por causa das diferentes

metodologias de classi� cação de resíduos em relação à legislação brasileira.

Conforme os outros anos, o per� l de destinação dos resíduos se mantém privilegiando a reciclagem e o aproveitamento dos materiais: somente 40% da destinação são para aterro/pilha.

Derramamentos

Em 2011, foram registradas oito ocorrências envolvendo vazamento de produtos perigosos, que foram classi� cadas como acidentes críticos 10 de acordo com a matriz de relevância da Vale. Comparado aos anos de 2009 (cinco derramamentos) e 2010 (nenhum derramamento), houve um aumento desse tipo de ocorrência.

Em razão de os derramamentos poderem gerar impactos ambientais, a empresa conta com planos efetivos de atendimento a emergência. Todas as unidades atuaram para a remediação dos impactos ocorridos e a investigação dessas oito ocorrências, com o objetivo de evitar

10 Derramamento signi� cativo da GRI corresponde à de� nição de acidente crítico usada pela Vale, ou seja, aquele que ultrapassa os limites de propriedade da unidade operacional e apresenta impacto residual sobre o meio ambiente e/ou a saúde e a segurança, dentro ou fora da unidade operacional, após a conclusão dos procedimentos de mitigação.

Operação de espessador na usina de bene� ciamento de minério de ferro, em Carajás, no Brasil

Referência GRI

Indicadores: EN23, EN26

100 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Princípio da prevenção

Processo Prática implantada Ganhos ambientais

Pelotas/carvão Controle de geração de poeira

Redução de material particulado

Cobre Controle de umidade

Potássio e fosfatados Utilização de aditivo para recobrimento de fertilizantes

Logística Coleta de água de chuvas e reúso de água

Redução de uso de recursos hídricos naturais

Cobre Utilização de armazéns fechados

Redução de contaminação de solo e água

Com essa abordagem, a empresa substitui matérias-primas e insumos, aprimora processos tecnológicos, estabelece boas práticas de fabricação e propõe ações de controle e de melhorias na ecoe� ciência dos processos.

Pode-se citar o processo inovador de peneiramento de minério de Carajás. Uma vez extraído, o minério é peneirado, agregando valor aos diversos produtos decorrentes desse processo. Mas, para peneirar o minério de ferro, sempre foi fundamental o uso de água. Uma nova tecnologia, totalmente desenvolvida pela Vale, permite que o peneiramento seja feito a partir da umidade da própria mina.

Além de economizar o equivalente a um ano de consumo de uma cidade de 430 mil habitantes (19,7 bilhões de litros anuais), a tecnologia também reduz o consumo de energia em mais de 18 mil MW/ano e evita a construção de barragens de rejeitos.

Em relação ao controle e à redução da toxicidade dos insumos produtivos, a Vale, em conformidade com a legislação, não utiliza substâncias classi� cadas como organopersistentes, que não se degradam no meio ambiente ou que possuam benzeno em sua composição acima de uma determinada concentração. Ao mesmo tempo, segue diretrizes vedando o uso de substâncias cujos testes de toxicidade, aguda ou crônica, superem os valores especi� cados.

A Vale trabalha ainda na frente de inovação tecnológica buscando alternativas para a redução dos resíduos minerais e industriais, com estudos para a utilização dos � nos de minérios das barragens e de energias mais limpas e e� cientes em sua matriz energética, entre outras iniciativas.

Um exemplo concreto se dá em Moatize, em Moçambique, onde o rejeito das minas de carvão será aproveitado para a geração de energia elétrica, que abastecerá as operações da Vale e também contribuirá para aumentar a segurança energética e prover energia para a população da região.

novos derramamentos. Os procedimentos foram tomados e estão de acordo com a legislação. Os derramamentos não resultaram em nenhum dano irreversível.

Prevenção

As áreas de negócio da Vale adotam os princípios da prevenção da poluição nos processos operacionais por meio da implantação de uma estratégia integrada. As operações conduzem balanços de massa e energia que identi� cam aspectos ambientais signi� cativos envolvidos e a quanti� cação das perdas por meio da geração de resíduos e emissões.

+ conteúdo online Saiba mais sobre os temas abordados neste capítulo na versão online do Relatório de Sustentabilidade 2011 www.vale.com/rs2011

As prioridades na gestão de resíduos continuam sendo a redução da geração de resíduos perigosos, a maximização do aproveitamento de resíduos gerados nas unidades da Vale e a minimização da disposição em solo

101Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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42%foi o quanto cresceu o total de investimentos em relação a 2010

Vista geral do Porto de Tubarão, Vitória (ES), Brasil

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Veja neste capítulo

Cadeia de valorDesenvolvimento de fornecedores locais

Clientes

Valor adicionado

86%é o índice de participação de fornecedores locais nas compras da Vale

Criação de valor

O desa� o de ser uma empresa transformadora

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Compromisso

Promover a agenda de sustentabilidade entre fornecedores e clientes. Isso signi� ca, em particular, não compactuar com a violação de direitos humanos em sua cadeia de valor e promover o desenvolvimento de fornecedores nas regiões onde atua

380US$ 418,1 miforam as empresas

capacitadas pelo programa Inove desde

sua criação em 2008

é o total de créditos e � nanciamentos concedidos

pelo programa Inove nos últimos três anos

US$18 bilhõesfoi o valor que a Vale investiu em 2011

Referência GRI

Indicadores: HR1, HR6, HR7

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Criação de valor

Cadeia de valor

A Vale depende de sua cadeia de suprimentos e de seus clientes. O desa� o está em replicar a agenda da sustentabilidade da empresa junto a esses públicos, notadamente nas questões relacionadas a trabalho infantil e escravo, bem como em temas ambientais. A oportunidade, como empresa global, é a de ser um agente multiplicador das melhores práticas, potencializando o processo de mudança rumo ao desenvolvimento sustentável.

Orientada por suas políticas de Direitos Humanos e de Desenvolvimento Sustentável, a Vale procura estabelecer um relacionamento com fornecedores, parceiros e clientes que compartilhem dos mesmos princípios e valores, promovendo a conscientização e a prática dos direitos humanos e aprimorando, continuamente, a avaliação de riscos de violação. A empresa reconhece esse grande desa� o e sabe que ainda não atingiu o objetivo maior de garantir o engajamento de todos os elos da cadeia na agenda do desenvolvimento sustentável. Por isso, compromete-se a tomar medidas proativas, de forma a fortalecer seu papel de agente transformador.

Em relação ao trabalho infantil, à exposição de jovens a trabalhos perigosos e a incidentes de trabalho forçado ou análogo ao escravo, o risco interno pode ser avaliado como inexistente. Leia mais detalhes sobre Direitos Humanos no capítulo Visão Estratégica. Há, porém, maior possibilidade de esses riscos ocorrerem

na cadeia de valor, especi� camente em determinados setores, como o de carvão vegetal e o de produção de ferro-gusa no Brasil, setores reconhecidamente críticos em relação ao tema.

Para prevenir esses riscos, a empresa avalia constantemente os contratos e a situação de seus fornecedores e clientes. Desde 2008, foram incluídas cláusulas nos contratos � rmados com clientes no Brasil que permitem a rescisão dos contratos de fornecimento de minério de ferro, caso seja evidenciado o descumprimento de obrigações relacionadas à proteção ambiental e à proibição da utilização de trabalho infantil e/ou escravo.

No que tange às análises dos processos de fusão e novas aquisições 1, os aspectos sociais possuem extrema relevância para a tomada de decisões estratégicas, considerando possíveis riscos e impactos sociais. Entre os temas avaliados, estão o comprometimento com os direitos humanos e a análise

1 Em todos os casos de aquisições em 2011 (concretizadas ou não), foram avaliadas questões de direitos humanos.

Empregados no Terminal Marítimo de Tubarão, Vitória (ES), Brasil

105Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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de possíveis violações, os processos de reassentamento, a identi� cação de povos indígenas nas proximidades, os impactos sociais gerados pela operação e o foco dos investimentos sociais.

Todas as operações da Vale realizam análises de risco de trabalho infantil ou de jovens expostos a trabalhos perigosos, de forma sistemática.

No Brasil, existe um mecanismo de monitoramento, baseado na lista publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que identi� ca casos de empresas e/ou indivíduos denunciados por possíveis ocorrências de trabalho forçado. Com base nessa listagem, a Vale realiza uma veri� cação dos cadastros dos fornecedores, para garantir que nenhum deles, seja empresa ou proprietário, esteja envolvido com essas questões. Em caso de desrespeito aos direitos humanos devidamente comprovado por autoridades governamentais e por instrumentos previstos na legislação, o fornecedor/parceiro ou cliente é noti� cado para que possa tomar as

A Vale exige que toda a cadeia produtiva (fornecedores e clientes) respeite a convenção 105 da OIT, relativa à abolição do trabalho forçado

devidas medidas corretivas. Caso contrário, a relação comercial é suspensa.

Foco na transformação da cadeia do ferro-gusa

Em 2011, clientes de minério de  ferro da Vale, produtores de ferro-gusa, foram acusados por ONGs de compra de carvão ilegal 3. A Vale foi noti� cada pelo Ibama e suspendeu tanto a venda do minério de ferro como seu transporte para três empresas.

Frente a esses acontecimentos, e por não compactuar com o desmatamento e a utilização de carvão ilegal nem com a violação de direitos humanos, a Vale mobilizou atores relevantes no tratamento do tema para o desenvolvimento de um

Desa� os

Desenvolver fornecedores nas regiões onde a Vale atua

Contribuir para a erradicação do trabalho infantil, forçado ou análogo ao escravo em sua cadeia de valor

Referência GRI

Indicador: HR2

Ferro-gusa As atividades relacionadas à produção de gusa no Brasil envolvem mais de 30 mil pessoas, com empregos diretos e indiretos, e US$ 360 milhões em geração de renda anual 2. Há grandes questionamentos sobre a cadeia do gusa relacionados ao desmatamento, à origem ilegal do carvão e à violação de direitos humanos. A Vale reconhece que o problema existe e assume o compromisso de mobilizar os atores relevantes no encaminhamento de soluções sobre essa questão.

2 Consultoria Phorum — considerando efeito multiplicador de 2,5 para emprego e renda, com base em dados de 2012 do Instituto Brasileiro de Geogra� a e Estatística (IBGE).3 Fonte: Relatório sobre a Sustentabilidade na Cadeia do Gusa, Instituto Observatório Social, Repórter Brasil, Papel Social e Instituto Ethos.

106 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Programa de Engajamento e Veri� cação na Cadeia do Ferro-gusa.

Os objetivos do programa são promover a sustentabilidade na cadeia do aço, engajar e avaliar os produtores de ferro-gusa quanto à adoção de práticas socioambientais sustentáveis e induzir o aumento da oferta de matéria-prima (madeira e carvão vegetal) de origem renovável e legal, para atender a demanda do setor.

A primeira etapa do programa será de capacitação e terá por objetivo orientar as empresas que serão veri� cadas pelo programa, bem como sugerir planos de ação para a sua adequação em quesitos em que serão avaliadas. A segunda, de veri� cação, terá caráter de pontuação e classi� cação e será feita anualmente.

A partir da implementação do programa, a Vale pretende garantir o fornecimento de minério de ferro apenas para produtores sustentáveis.

É importante ressaltar que, enquanto o programa está em desenvolvimento, a empresa já oferece bônus de sustentabilidade para empresas que utilizam mais de 80% do carvão de ® orestas próprias, o que já ocorre em dois de seus clientes: Queiroz Galvão e Plantar.

Os processos de seleção e cadastro de fornecedores da Vale são orientados pelo atendimento de requisitos relacionados às políticas de Direitos Humanos e de Desenvolvimento Sustentável e também de critérios de natureza jurídica, � scal, tributária, de saúde e segurança e de meio ambiente. O cadastro é atualizado com a veri� cação periódica do cumprimento dessas exigências.

Desenvolvimento de fornecedores locais

A Vale prioriza a contratação de fornecedores locais para colaborar com a dinamização da economia nas regiões em que atua, bem como quali� car e desenvolver empresas para atuar em um mercado cada vez mais competitivo.

Alinhado à estratégia de sustentabilidade da empresa, a Vale desenvolve, desde 2008, o Programa Inove (www.vale.com.br/inove), com o propósito de fortalecer fornecedores de

Boas práticas devem ser reproduzidas em toda a cadeia de valor. Se a sustentabilidade é um valor interno, a Vale tem o dever de ser um agente multiplicador entre seus fornecedores e clientes

Ricardo Piquet, Diretor de Responsabilidade Social Corporativa e da Fundação Vale

Correia transportadora de ferro-gusa no Cais de Paul. Porto de Vitória, Vitória (ES), Brasil.

107Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Percentual de compras locais em termos de valores monetários — outros países(2011)

Austrália Canadá Indonésia

Percentual médio de compras realizadas no país 100% 81% 49%

Percentual médio de compras nas principais províncias/estados 74% 65% 9%

IndonésiaCanadáAustrália

100% 81% 49%74% 65% 9%

Percentual de compras locais em termos de valores monetários — Brasil I

2009 2010 2011

Percentual médio de compras realizadas no Brasil 84% 89% 91%

Percentual médio de compras nos principais estados 44% 51% 50%

I O percentual médio de compras realizadas nos estados considera as compras realizadas pelas principais operações no Espírito Santo, no Maranhão, em Minas Gerais e no Pará.

201120102009

84% 44% 51% 50%89% 91%

201120102009

71% 43% 48% 48%84% 86%

Percentual de compras locais em termos de valores monetários — resultados globais

2009 2010 2011

Percentual médio de compras no país 71% 84% 86%

Percentual médio de compras no estado / região 43% 48% 48%

108 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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oportunidades de aprimoramento na gestão. Resultados desse trabalho e do esforço da Vale em desenvolver a economia local contribuíram para que a participação de fornecedores brasileiros nas compras da Vale superasse o índice de 90% em 2011.

A gestão do relacionamento da Vale com seus fornecedores engloba três etapas: quali� cação com base nos valores da empresa, avaliação de cumprimento de obrigações legais e contratuais e monitoramento do desenvolvimento e da saúde econômico-� nanceira das empresas.

Saúde e segurança com os fornecedores

A Vale procura in® uenciar sua cadeia de valor no tema saúde e segurança, incentivando a adoção de medidas de segurança, campanhas de conscientização, inspeções e auditorias.

Em 2011, aconteceram reuniões de alinhamento, troca de práticas e experiências com aproximadamente 20 das principais empresas fornecedoras de equipamentos e novas tecnologias. Também foram realizadas reuniões com 22 dos principais fornecedores de serviços gerais, com o mesmo objetivo. Nelas formulou-se um plano de ação, que será acompanhado em 2012.

A empresa auditou e acompanhou o aperfeiçoamento dos 13 fornecedores que têm apresentado desempenho inferior às expectativas da empresa e necessitam aprimorar os seus resultados de saúde e segurança em itens como sistema de gestão, requisitos de atividades críticas (RACs) e cumprimento legal. Com foco na melhoria da gestão das contratadas, revisou-se, em 2011, o Procedimento de Gestão de Contratadas, com o envolvimento de representantes das partes interessadas da Vale.

Como dito anteriormente, a Vale não tolera as perdas de vidas relacionadas às atividades da empresa. O desa� o é grande, e a empresa sabe que não será atingido no curto prazo, mas a Vale se compromete a perseguir com prioridade máxima a meta de dano zero, envolvendo a sua cadeia de valor nesse esforço.

suas unidades no Brasil, considerados agentes de desenvolvimento sustentável nas áreas onde atuam. O Inove busca desenvolver os fornecedores locais por meio de capacitação, disponibilização de linhas de crédito e incentivo à realização de negócios, tornando-os mais competitivos no mercado. Em três anos, desde sua criação, já foram liberados em � nanciamentos e concedidos em créditos cerca de US$ 418,1 milhões, e as iniciativas de capacitação presencial e à distância foram utilizadas por 380 empresas.

Em 2011, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Nacional), foram realizados diagnósticos em cerca de mil micro e pequenas empresas, para identi� car

Reunião de trabalho, em Sohar, Omã

A expectativa é de que as ações da Vale para o desenvolvimento de fornecedores locais gerem impactos positivos cada vez maiores em médio e longo prazos

Referência GRI

Indicador: EC6

109Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Clientes

A Vale percebe que a implementação bem--sucedida da agenda de sustentabilidade signi� cará competitividade no longo prazo. Por isso, buscar excelência operacional para melhorar a qualidade dos próprios produtos, fortalecer o relacionamento de longo prazo com os clientes e encontrar soluções que atendam suas necessidades e seus negócios, de forma a minimizar impactos e potencializar valor, é a estratégia da Vale para conquistar novos mercados e retê-los. A mesma abordagem é adotada em relação aos diferentes elos da cadeia de valor, como fornecedores de matérias-primas e prestadores de serviços.

A avaliação do fornecimento e do desempenho do produto é realizada em reuniões e missões técnicas aos clientes, que geralmente ocorrem com as equipes das áreas Comercial, de Marketing, de Pesquisa e Desenvolvimento, de Planejamento e Desenvolvimento e de Pelotização. Visitas técnicas, entrevistas, conferências telefônicas, feiras de negócios, exposições, central de atendimento e pesquisas de satisfação periódicas são outras maneiras pelas quais se dá o relacionamento da Vale com os clientes e outros públicos.

Soluções voltadas para o atendimento das necessidades dos clientes agregam valor aos produtos, desenvolvem os negócios e garantem um relacionamento duradouro

Especial atenção é dada às informações ao cliente relacionadas a impactos do produto em questões de saúde e segurança (manuseio e uso). Existem procedimentos normatizados para o tratamento de casos de reclamação procedente do cliente sobre performance do produto. Dependendo da complexidade do problema, recursos de P&D podem ser utilizados para o estudo e a melhoria do produto no que tange a saúde e segurança, como emissões atmosféricas e perigo à saúde, entre outros aspectos.

Algumas das operações da Vale possuem programas que propiciam o gerenciamento dos riscos a segurança, saúde e meio ambiente ao longo dos seus ciclos de vida, conforme as utilizações previstas e a e� cácia esperada dos seus materiais e

Empregado trabalha na limpeza de placas de cobre, em Tres Valles, em Salamanca, no Chile

110 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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produtos. Esses programas consideram as diversas etapas de concepção, produção, distribuição e utilização e buscam, constantemente, a redução dos eventuais impactos indiretos sobre a saúde das pessoas e do meio ambiente.

Para mais informações sobre o transporte marítimo de � nos de minério de ferro, acesse o relatório 20F, no site www.vale.com, seção Investidores.

A análise do ciclo de vida (ACV) é outra ferramenta aplicada pela Vale para proporcionar ganhos relevantes na ecoe� ciência dos seus produtos. Nesse processo, os impactos ambientais são determinados considerando, principalmente, os seguintes aspectos: consumo de energia, emissões atmosféricas e de gases de efeito estufa (GEE), consumo de água, geração de e® uentes, toxicidade e risco potenciais.

Os processos produtivos da Vale, quando apropriado, identi� cam o produto ao longo do seu processo produtivo, propiciando a sua rastreabilidade. Esse procedimento proporciona o controle e a identi� cação única dos registros de monitoramento e medição do produto. As unidades da Vale Manganês Barbacena, Simões Filho e Ouro Preto contam, atualmente, com tal procedimento.

Já nas operações de níquel e cobalto gerenciadas pela Vale Canada, foi criada, recentemente, uma gerência geral de ciência e responsabilidade do produto, que conta com especialistas na gestão de riscos e reforça a preocupação da empresa com o tema. Ao mesmo tempo, a área de Marketing possui papéis e responsabilidades especí� cos sobre a gestão de produtos, seja na disseminação de informações junto aos clientes, seja na identi� cação de necessidades ou expectativas ambientais especí� cas, como, por exemplo, na declaração ambiental do produto.

Reforçando esse posicionamento, a Vale Canada iniciou, em 2011, o desenvolvimento do seu Sistema de Gestão da Responsabilidade pelo Produto, com o objetivo de aprimorar as suas políticas e procedimentos, passando pela de� nição de papéis, responsabilidades e autoridades sobre o tema.

A Vale mantém canais abertos e formais de comunicação técnica com seus

clientes, com a participação de equipes multidepartamentais, sendo inúmeros os casos de acordo de cooperação técnica ou, em inglês, Technical Cooperation Agreement (TCAs), missões e consultorias técnicas para suporte junto aos clientes, visando mitigar impactos ambientais no pós-venda do produto.

A compilação sistemática do número absoluto de redução de emissões de gases de efeito estufa no uso e pós-venda dos produtos ferrosos da Vale é di� cultada pela própria abrangência de sua carteira de clientes e produtos e, em muitos casos, até mesmo por critérios de con� dencialidade no tratamento de informações entre a Vale e seus clientes.

A Vale também procura se adequar a todas as normas e legislações vigentes nos países em que opera. Em 2011, do ponto de vista das regulações, não houve registro de casos de não conformidade ou multas relacionadas a patrocínio, publicidade e promoção dos produtos da Vale, tampouco problemas relativos ao fornecimento e uso de produtos e serviços.

Referência GRI

Indicadores: PR1, PR2, PR5, PR6, PR7, PR9, MM11Per� l: 4.16

O desenvolvimento sustentável é fundamental para os nossos negócios, desde a responsabilidade social e ambiental até a geração de maiores retornos aos acionistas

Roger Downey, Diretor Executivo de Fertilizantes e Carvão

111Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Outra atividade realizada em 2011 foi a revisão do procedimento corporativo de gestão de produtos perigosos, principalmente para a inclusão do sistema United Nations Globally Harmonized System (GHS) de classi� cação e rotulagem de produtos químicos.

Esse procedimento compreende também a descrição dos riscos associados aos produtos, através dos registros Material Safety Data Sheet (MSDS). Os documentos fornecem aos clientes todas as informações necessárias sobre as propriedades físico-

-químicas, toxicológicas e ecotoxicológicas, além de procedimentos para o uso do produto de forma segura.

Em 2011, a Vale concluiu a avaliação de riscos e os requisitos necessários ao registro de todas as substâncias químicas exportadas ou produzidas na Comunidade Europeia, conforme Regulamento CE 1.907/2006 (Reach), e vem exercendo, desde então, o gerenciamento dos possíveis desdobramentos do processo de registro, especialmente junto aos clientes, visando ao uso seguro dos seus produtos.

Além da análise do ciclo de vida, estão em andamento outras iniciativas para estimar e monitorar as emissões, com a implantação de projetos como o que mede a Pegada de Carbono

+ conteúdo online Saiba mais sobre os temas abordados neste capítulo na versão online do Relatório de Sustentabilidade 2011 www.vale.com/rs2011

Recuperadora de minério no pátio de estocagem do Terminal Marítimo de Tubarão, Vitória (ES), Brasil

112 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Criação de valor

Valor adicionado

Em um ano de grandes desa� os, a Vale entregou cinco novos projetos de produção , que proporcionarão emprego e renda para milhares de pessoas.

A mineração é um setor da economia visto, muitas vezes, sob o ponto de vista de seus impactos negativos. A Vale reconhece esses impactos e também que precisa trabalhar permanentemente para que possa atuar como agente transformador da sociedade no sentido do desenvolvimento sustentável. Os compromissos assumidos ao longo deste relatório re® etem esse reconhecimento.

A Vale defende o importante papel do setor mineral para a produção de insumos fundamentais para o desenvolvimento tecnológico da humanidade, o qual propiciará sua sustentabilidade.

Valor econômico gerado e distribuído em 2011 IEm US$ milhões

  BrasilAmérica do Sul II Canadá

América do Norte III

Austrália e Ásia Europa África TOTAL

Valor econômico gerado

Receitas 52.774 623 5.100 — 2.221 370 19 61.107

Valor econômico distribuído

Custos operacionais 17.939 758 4.105 — 2.583 271 383 26.039

Salários e benefícios de empregados 2.949 57 974 — 452 51 34 4.517

Pagamentos para provedores de capital 8.886 — — 2.579 — — — 11.465

Pagamentos ao governo 8.442 — 634 645 449 — — 10.170

Recursos aplicados na comunidade 408 4 20 0 18 1 6 457

Total 38.624 819 5.733 3.224 3.502 323 423 52.648

Valor econômico gerado menos valor econômico distribuído 14.150 (196) (633) (3.224) (1.281) 47 (404) 8.459

O valor econômico gerado e distribuído pela empresa em 2011 foi de US$ 8,5 bilhões. O lucro líquido atribuído aos acionistas controladores foi de US$ 22,9 bilhões, e a receita operacional foi de US$ 60,4 bilhões, 30% acima da registrada no ano anterior.

Cinco novos projetos entraram em operação em 2010 e 2011 — Omã, Moatize, Onça Puma, Estreito e Karebbe — e seis deles ainda estão em ramp-up, o que signi� ca que a maior parte de seu potencial de crescimento e criação de valor se materializará ao longo de 2012 e 2013. Mais informações sobre os resultados da Vale, inclusive incentivo � scal, em www.vale.com, na seção Investidores no Relatório 20F.

Referência GRI

Indicadores: PR2, PR3, EC1

I O padrão contábil utilizado é o USGAAP, considerando alguns ajustes, conforme estabelecido pela metodologia GRI: além da receita operacional bruta, as receitas na tabela incluem os resultados � nanceiros e os provenientes de venda de ativos.

II Exceto Brasil.III Exceto Canadá.

113Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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72%

14%

6%

3%3%

2%

Receita por produtoTotal = US$ 60,4 bilhões (2011)

Ferrosos Metais básicos Fertilizantes Serviços de logística Carvão Outros

Ferrosos 72%

Minério de ferro e pelotas 71%

Manganês e ferroligas 1%

Metais básicos 14%

Níquel 9%

Cobre 4%

Alumínio 1%

Receita por destino Total = US$ 60,4 bilhões (2011)

54,5%

25,2%

18,9%

1,4%

Ásia 54,5%

China 32,4%

Oriente Médio 1,8%

Restante da Ásia 20,3%

Américas 25,2%

Brasil 18,1%

Restante das Américas 7,1%

Ásia Américas Europa Resto do mundo

Investimentos por tipoUS$ bilhões

201220112010

12,7

18,0

21,4 I 2010 2011 2012

Manutenção das operações existentes 26% 25% 29%

Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) 9% 10% 11%

Execução de projetos 65% 65% 60%

Total 12,7 18,0 21,4 I

I Valor de Investimento Orçado Estimado.

114 Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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2010 2011

Minério de ferro 296.995 311.785

Pelotas 36.291 39.027

Carvão térmico 3.833 4.506

Carvão metalúrgico 3.059 2.766

Cobalto (toneladas) 1.066 2.675

Minério de manganês 1.841 2.556

Prata (milhares de onças troy) 1.492 2.535

Potássio 662 625

Ferroligas 451 436

Cobre 207 302

Paládio (milhares de onças troy) 60 248

Níquel 179 242

Ouro (milhares de onças troy) 42 182

Platina (milhares de onças troy) 35 174

Volume de produção I

Em mil toneladas métricas (a menos que informado)

2010 2011

Fosfatados

Rocha fosfática 5.256 7.359

Superfosfato simples (SSP) 2.240 2.638

Fosfato monoamônico (MAP) 898 823

Superfosfato triplo (TSP) 788 811

Fosfato bicálcico (DCP) 491 580

Nitrogenados

Ureia 511 628

Amônia 508 619

Ácido nítrico 454 468

Nitrato de amônio 447 458

Tais resultados econômicos representam a competência da empresa em transformar recursos em prosperidade. A Vale reconhece, ao longo de todo o relatório, que há trabalho pela frente. Os posicionamentos apresentados revelam que a empresa assume o compromisso de transformar realidades, compartilhar valor e promover a agenda do desenvolvimento sustentável em todas as regiões onde atua.

A Vale se posiciona dessa maneira porque ela acredita que, ao direcionar esforços para a plena prática de seus novos Missão, Visão e Valores, é possível alcançar os resultados esperados pela sociedade. A Vale convida os leitores a utilizar os canais disponíveis e a participar desse processo de construção coletiva da sua Visão: ser a empresa de recursos naturais global número um em criação de valor de longo prazo, com excelência, paixão pelas pessoas e pelo planeta.

+ conteúdo online Saiba mais sobre os temas abordados neste capítulo na versão online do Relatório de Sustentabilidade 2011 www.vale.com/rs2011

Multiplicando valor

Em 2011, os investimentos da Vale — excluindo aquisições — atingiram US$ 18 bilhões, um aumento signi� cativo de 42% sobre os US$ 12,7 bilhões investidos em 2010, ainda que abaixo do orçado por causa de obstáculos na execução de projetos.

Do total investido, US$ 11,7 bilhões foram alocados no desenvolvimento de projetos; US$ 1,7 bilhão, em pesquisa e desenvolvimento (P&D); e US$ 4,6 bilhões, na sustentação das operações existentes.

Os gastos sociais e ambientais atingiram US$ 1,5 bilhão; US$ 1 bilhão foram destinados à proteção ambiental, e US$ 457 milhões, a projetos sociais.

Cinco projetos foram entregues em 2011: Onça Puma, a primeira operação de ferroníquel no Brasil; duas plantas de pelotização e um centro de distribuição na zona industrial de Sohar, em Omã; Moatize, o primeiro projeto de carvão green� eld, bem como o primeiro projeto da Vale na África, na província de Tete, em Moçambique; duas plantas hidrelétricas, sendo uma em Karebbe, na Indonésia, e outra em Estreito, no Brasil.

A Vale reconhece, neste relatório, que ainda há muito trabalho a ser feito para alcançar os resultados esperados pela sociedade

Referência GRI

Indicador: EC1Per� l: 2.7

I Os volumes referentes às coligadas não foram considerados.

115Vale Relatório de Sustentabilidade 2011

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Projeto grá� co, diagramação e produção grá� caReport Sustentabilidade

CapaMarcio Dantas Valença

Família tipográ� caPMN CaeciliaPeter Matthias Noordzij, 1990Myriad PRORobert Slimbach e Carol Twombly, 1992

Coordenação geralDepartamento de Desenvolvimento Sustentável

Apoio EditorialDepartamento de Comunicação Corporativa

Apoio operacionalCSC Computer Sciences Brasil S.A.

Veri� cação externaKPMG

Consultoria GRI, redação e ediçãoReport Sustentabilidade

RevisãoAssertiva Produções Editoriais

TraduçãoBatata ComunicaçõesMark Beresford

Fotogra� aAgência Na Lata pp. 10–11, 24–25, 32Anísio Eduardo Silva p. 91Andreza dos Santos Ribeiro p. 96Aris Prio Ambodo p. 89Cícera Marinheiro Santos p. 57Dario Zalis p. 53Edu Simões pp. 102–103Eduardo Perini p. 65Felipe Duarte p. 94Flávio Santos p. 107Francisco Antonio da C. Souza p. 55Glen Watson p. 95Gunawan Nading p. 77Ilzon Antônio Climaco p. 91James Hodgins p. 46João Marcos Rosa / Nitro pp. 85, 93Leonardo Ferreira pp. 22, 40, 42, 109Laura Peiter p. 58Lídice Oliveira p. 55Lucas Lenci pp. 21, 27, 105Lucas Pupo p. 39Luciana Tancredo p. 13Octávio Cardoso pp. 60–61, 74Olegário Reis Júnior pp. 79, 100Paul Davies p. 99Pedro Paiva p. 72Ricardo Ortiz p. 110Rosivaldo de Assis V. da Silva p. 81Vantoen Pereira Jr. pp. 3, 6, 112

Expediente

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