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RELATÓRIO E CONTAS 2017
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE S. TEOTÓNIO, CRL
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I - Convocatória da Assembleia Geral ..........................................................................05
II – Mensagem do Conselho Administração e Proposta de Aplicação de Resultados...07
1. Mensagem do Conselho de Administração...........................................................................08
2. Proposta de Aplicação do Resultado do Exercício.................................................................10
3. Proposta de Incorporação de Reserva Especial em Capital....................................................11
III – Relatório de Gestão ..............................................................................................13
1. Estrutura e Prática de Governo Societário das CCAM´S.........................................................14
1.1. Estrutura de Governo Societário.......................................................................................14
1.2. Organograma Geral da Caixa de Crédito Agrícola...............................................................14
1.3. Assembleia Geral…………………………………………………….......................................................15
1.3.1. Composição da Mesa da Assembleia Geral .……………......................................................15
1.3.2. Competência da Assembleia Geral……………………………….................................................15
1.4. Conselho de Administração…………………………………….........................................................16
1.4.1. Composição do Conselho de Administração…………..........................................................16
1.4.2. Competências do Conselho de Administração………..........................................................16
1.4.3. Reuniões do Conselho de Administração.........................................................................17
1.4.4. Distribuição de Pelouros pelos Membros do Conselho de Administração............................17
1.5. Órgãos de Fiscalização……………………………………...............................................................17
1.5.1. Conselho Fiscal…………..................................................................................................17
1.5.1.1. Composição do Conselho Fiscal…………………................................................................17
1.5.1.2. Reuniões do Conselho Fiscal ..…………….……................................................................18
1.5.2. Revisor Oficial de Contas……………………….……………………………………….............................18
2. Políticas de Remuneração de Órgãos de Administração e de Fiscalização................................19
2.1. Política de Remuneração de Colaboradores………………………………........................................27
3. Enquadramento Económico……….........................................................................................29
3
3.1. Economia Internacional..................................................................................................29
3.2. Economia Nacional…......................................................................................................32
3.3. Mercado Bancário Nacional.............................................................................................35
3.4. Mercados Financeiros.....................................................................................................39
3.5. Principais Riscos e Incertezas para 2018..........................................................................43
4. Crédito Agrícola: Evolução Recente. ..................................................................................45
4.1. Resultado E Balanço...........................................................................................,...........45
5. Evolução da Actividade Comercial da CCAM........................................................................55
5.1. Evolução dos Recursos...................................................................................................55
5.2. Evolução das Aplicações.................................................................................................56
5.3. Resultado Liquido do Exercício........................................................................................58
5.4. Capitais Próprios............................................................................................................60
IV – Contas e Anexo às Contas.....................................................................................61
1. Balanço...........................................................................................................................63
2. Demonstração de Resultados............................................................................................67
3. Demonstração de Fluxos de Caixa.....................................................................................69
4. Anexo às Contas..............................................................................................................71
V – Certificação Legal de Contas................................................................................153
VI - Parecer do Conselho Fiscal ................................................................................163
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Convocatória da Assembleia Geral
Nos termos do nº 2 do artigo 22º e dos artigos 23º e 24º dos estatutos da Caixa de Crédito Agrícola
Mútuo de S. Teotónio, C.R.L., pessoa colectiva nº 501 145 370, com sede na Rua 25 de Abril, nº 6
matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Odemira sob o mesmo número, com o capital
social realizado de € 17 838 450 (variável), convoco todos os Associados no pleno gozo dos seus
direitos, a reunirem-se, em Assembleia Geral Ordinária, no dia 29 de Março de 2018, pelas 13h30m, na
sede da Instituição, em S. Teotónio, para discutir e votar as matérias da seguinte:
ORDEM DE TRABALHOS
1. Discussão e votação do Relatório de Gestão e das Contas da Caixa Agrícola relativo ao exercício de
2017 e respectivo Parecer do Conselho Fiscal.
2. Deliberação sobre a Proposta de Aplicação de Resultados.
3. Apreciação geral sobre a Administração e Fiscalização da Caixa Agrícola.
4. Apresentação e apreciação do relatório com os resultados da avaliação anual das políticas de
remuneração praticadas na Caixa Agrícola.
5. Discussão de outros assuntos com interesse para a Caixa Agrícola.
Se, à hora marcada, não se encontrar presente mais de metade dos Associados, a Assembleia Geral
reunirá, em segunda convocatória, uma hora depois, com qualquer número.
Nota: Não será admitido nesta Assembleia Geral o voto por correspondência, nem o voto por
representação, por força do disposto no nº 1 do Artigo 42º e do nº 1 do Artigo 43º do Código
Cooperativo, aprovado pela Lei nº 119/2015, de 31 de Agosto.
Todas as informações preparatórias da Assembleia Geral encontram-se à disposição dos Associados,
nas Agências da CCAM, nos 15 dias anteriores à Assembleia Geral.
São Teotónio, 02 de Março de 2018
A Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Ana Paula Lopes António Vasques
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1. MENSAGEM DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
No cumprimento da Lei e dos Estatutos, vem a Administração apresentar aos Exmos Associados o
Relatório de Gestão e as Contas referentes ao Exercício de 2017.
2017 foi um ano histórico para o Grupo Crédito Agrícola, que registou o seu melhor Resultado
Consolidado de sempre, no montante de 150 Milhões Euros.
A CCAM de S. Teotónio, por sua vez, terminou o Exercício com um lucro de 1 702 149,58 €, que
representa o fim de um ciclo de resultados mais modestos, embora sempre positivos, coincidentes
com a crise do sistema financeiro após 2008.
Este resultado fica a dever-se, essencialmente, aos seguintes factores:
- Excelente desempenho dos nossos Colaboradores que conduziu a um aumento importante da
Actividade Comercial, traduzido no aumento dos Depósitos no montante de 8.679 mil euros, do
Crédito a Clientes no montante de 5.623 mil euros, e da Carteira de Seguros no montante de 222 mil
euros, que teve particular importância na obtenção dum comissionamento total de 458 mil euros dos
quais se destaca o valor de 82 mil euros referente ao extra comissionamento que permeia a
ultrapassagem dos objectivos fixados para o período.
- Redução do crédito vencido no montante de 2.787 mil euros.
- Mais-valias na venda de activos detidos para venda no montante de 188 mil euros.
- Manutenção do Rácio de Eficiência equilibrado na ordem dos 63,5%.
Foi assim possível acomodar as subidas que se verificaram nos Custos com Pessoal e nos Gastos
Gerais Administrativos, o primeiro dos quais influenciado pela admissão de novos colaboradores, pelo
aumento do número de Administradores e pela adopção do Estatuto Remuneratório vinculativo para o
SICAM, e no caso dos gastos gerais administrativos, por uma opção de gestão que levou a
contabilizar em custos, os melhoramentos efectuados na Sede da Caixa.
Congratulamo-nos pelo facto do desempenho de 2017 ter permitido manter todas as pequenas
contribuições, que tradicionalmente encaminhamos para apoiar a tarefa dos agentes do
Desenvolvimento Local, e por, para além disso, ter sido possível oferecer uma ambulância a cada
uma das Associações Humanitárias dos Bombeiros Voluntários de Odemira, Vila Nova de Milfontes e
Aljezur, no montante global de 150 000€.
8
NOTA FINAL
Os nossos agradecimentos a todos quantos, de uma forma directa ou indirecta, contribuíram para a
obtenção dos resultados alcançados e para a valorização desta Instituição:
- Uma palavra especial para os Srs. António Novais Henrique e José Manuel Guerreiro que
saíram do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, respectivamente, por razões da sua vida
particular.
- A todos os associados e restantes clientes, que vêem na Caixa Agrícola, um parceiro, e que
exigem, com o seu sentido crítico, que esta acompanhe as suas necessidades com soluções práticas e
eficazes;
- Aos nossos colaboradores, pela dedicação demonstrada, e aos nossos órgãos sociais pela
cooperação e dedicação evidenciadas, sempre com total disponibilidade;
- Aos Serviços Públicos dos nossos concelhos, a todas as Entidades Privadas que connosco
têm colaborado, às Associações Locais, a todas as Empresas do Grupo Crédito Agrícola, são
igualmente devidos os nossos agradecimentos.
Na certeza que cumprimos, com fidelidade e empenho, as funções para que fomos eleitos,
apresentamos à Assembleia-Geral, para apreciação e votação, o presente relatório e contas.
O Conselho de Administração
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2. PROPOSTA DE APLICAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Nos termos da legislação em vigor e dos Estatutos que regem a actividade, vem o Conselho de
Administração da CCAM, propor à Digníssima Assembleia-Geral a seguinte aplicação dos Resultados
Líquidos do Exercício no montante de 1.702.149,58 euros:
Reservas Legais................................. 330.429,58€
Reservas Especiais………………………….. 1.361.620,00€
Distribuição de Excedentes................. 10.000,00€
A distribuição de excedentes será efectuada pelos sócios detentores de títulos de capital da CCAM,
em 2018, de acordo com o previsto no artigo 73º do Código Cooperativo, nos Estatutos da CCAM e
demais Legislação aplicável, à taxa de remuneração de 1%.
Caso a proposta de aplicação seja aprovada as contas da Situação Líquida da CCAM passa a ser a
seguinte:
Capital Social……..................................... 17.933.510,00€
Reservas de Reavaliação……………………….
Reservas Legais……................................
484.922,24€
5.425.694,06€
Reservas Especiais………………………......... 3.357.357,64€
Outras Reservas + Resultados Transitados….......... 142.847,70€
Total da Situação Líquida... 27.344.331,64€
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3. PROPOSTA DE INCORPORAÇÃO DE RESERVA ESPECIAL EM CAPITAL
Quando o Conselho de Administração julgar oportuno, de acordo com a legislação em vigor, propõe a
Exma. Assembleia-Geral que autorize a incorporação, total ou parcial, da reserva especial em capital.
O Conselho de Administração
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1. ESTRUTURA E PRÁTICA DE GOVERNO SOCIETÁRIO DAS CCAM’S
1.1. Estrutura de Governo Societário
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de S. Teotónio, CRL adopta o modelo de governação vulgarmente
conhecido como “latino reforçado”, constituído pelo Conselho de Administração, Conselho Fiscal e
Revisor Oficial de Contas.
Os membros dos órgãos sociais e da Mesa da Assembleia Geral são eleitos pela Assembleia Geral,
para um mandato de três anos.
1.2. Organograma Geral da Caixa de Crédito Agrícola
Assembleia Geral
Conselho Fiscal
Conselho de
Administração
ROC
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1.3. Assembleia Geral
A Mesa da Assembleia Geral é constituída por um Presidente, um Vice-Presidente e um Secretário.
1.3.1. Composição da Mesa da Assembleia Geral
Presidente: Ana Paula Lopes António Vasques
Vice-Presidente: Astregildo Marreiros Regino
Secretário: Fernando da Costa Cabecinha
1.3.2. Competência da Assembleia Geral
A Assembleia Geral delibera sobre todos os assuntos para os quais a Lei e os Estatutos lhe
atribuam competências, competindo-lhe, em especial:
Eleger, suspender e destituir os titulares dos cargos sociais, incluindo os seus
Presidentes;
Votar a proposta de plano de actividades e de orçamento da Caixa Agrícola para o
exercício seguinte;
Votar o relatório, o balanço e as contas do exercício anterior;
Aprovar a fusão, a cisão e a dissolução da Caixa Agrícola;
Aprovar a associação e a exoneração da Caixa Agrícola da CAIXA CENTRAL e de
organismos cooperativos de grau superior;
Fixar a remuneração dos titulares dos órgãos sociais da Caixa Agrícola;
Decidir do exercício do direito de acção cível ou penal contra o revisor oficial de contas,
administradores, gerentes, outros mandatários ou membros do Conselho Fiscal e da
Mesa da Assembleia Geral;
Decidir da alteração dos Estatutos.
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1.4. Conselho de Administração
O Conselho de Administração é composto por um número ímpar de membros efectivos, no mínimo
de cinco, três executivos e dois não executivos e de um suplente.
Actualmente o Conselho de Administração é composto por 5 membros, com mandato para o triénio
2016/ 2018.
1.4.1. Composição do Conselho de Administração
Presidente: António Manuel Nobre Louçã
Vogal: Carlos Manuel Valentim Tomás
Vogal: António Fernando Guerreiro Bernardino
Vogal: Augusto da Silva Oliveira
Vogal: Rogério António Marques Rosa
Suplente: António Jacinto de Oliveira Galego (aguarda registo BP)
1.4.2. Competências do Conselho de Administração
As competências do Conselho de Administração decorrem da Lei, competindo-lhe, em especial
e de acordo com os Estatutos:
Administrar e representar a Caixa Agrícola;
Elaborar, para votação pela Assembleia Geral, uma proposta de plano de actividades e
de orçamento para o exercício seguinte;
Elaborar, para votação pela Assembleia Geral, o relatório e as contas relativos ao
exercício anterior;
Adoptar as medidas necessárias à garantia da solvabilidade e liquidez da Caixa Agrícola;
Decidir das operações de crédito da Caixa Agrícola.
Fiscalizar a aplicação dos capitais mutuados;
Promover a cobrança coerciva dos créditos da Caixa Agrícola, vencidos e não pagos;
Organizar, dirigir e disciplinar os serviços.
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1.4.3. Reuniões do Conselho de Administração
O Conselho de Administração reúne, pelo menos, 1 vez por semana, tendo realizado um total
de 85 reuniões em 2017.
1.4.4. Distribuição de Pelouros pelos Membros do Conselho de Administração
A gestão corrente da CCAM fica a cargo dos Administradores Executivos, em particular a área
financeira e de recursos humanos é de responsabilidade do Presidente António Louçã, a área
de risco e recuperação de crédito fica a cargo do administrador Carlos Tomás e a área
comercial fica a cargo do administrador António Bernardino.
1.5. Órgãos de Fiscalização
A fiscalização da Caixa de Crédito Agrícola compete a um Conselho Fiscal e a um Revisor Oficial de
Contas ou uma Sociedade de Revisores Oficiais de Contas.
As competências dos órgãos de fiscalização são as que decorrem da lei, competindo, ainda, ao
Conselho Fiscal, de acordo com os Estatutos, emitir parecer sobre a proposta de plano de actividade
e de orçamento.
1.5.1. Conselho Fiscal
O Conselho Fiscal é composto por três membros efectivos e, pelo menos, um suplente.
1.5.1.1. Composição do Conselho Fiscal
Presidente: Livónia Cristina Cravinho Xavier
Vogal: Patrícia Palácios Castanheira
Vogal: José Manuel Guerreiro Felizardo
Suplente: José Guerreiro da Silva Cortes (aguarda registo BP)
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1.5.1.2. Reuniões do Conselho Fiscal
O Conselho Fiscal reúne, por regra, 1 vez por trimestre, tendo realizado, em 2017, um total
de 6 reuniões.
1.5.2. Revisor Oficial de Contas
O mandato actual do Revisor Oficial de Contas é de 2016 a 2018, encontrando-se designados
para o cargo:
Efectivo: Diz & Associados - SROC, Lda
Suplente: Rui Manuel Tavares Leitão
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2. POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃO Em 18 de Dezembro de 2016 a Assembleia Geral Ordinária da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de
S. Teotónio, CRL apreciou e aprovou a Declaração sobre Política de Remuneração dos Órgãos de
Administração e de Fiscalização da Instituição, em cumprimento do disposto no art. 2º, nº 1, da
Lei nº 28/2009, de 19 de Junho.
Nos termos e para os efeitos de nº 4 do art.16º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011,
reproduz-se na presente sede a política de remuneração, nos exactos termos em que foi
aprovada pelos Associados da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo:
POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃO DA
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE S. TEOTÓNIO, CRL
Nos termos do número 4 do Art. 115º-C do Regime Geral das Instituições de Crédito e
Sociedades Financeiras (RGICSF), aprovado pelo Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro, na
redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei nº 157/2014, de 24 de Outubro, e dos Arts. 7º,
número 3, e 20º, número 4, do Estatuto Remuneratório do Sistema Integrado do Crédito Agrícola
Mútuo, vem o Conselho de Administração da CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE
S.TEOTÓNIO, CRL (doravante CAIXA AGRÍCOLA), submeter à aprovação da Assembleia Geral a
Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da CAIXA
AGRÍCOLA para o ano de 2017.
Propõe-se que a Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de
Fiscalização da CAIXA AGRÍCOLA para o ano de 2017 seja aprovada nos seguintes termos:
1. INTRODUÇÃO
Em cumprimento do normativo aplicável, a Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de
Administração e de Fiscalização da CAIXA AGRÍCOLA foi definida e elaborada de modo a reflectir
adequada e proporcionalmente a dimensão, a organização interna e a natureza da Instituição, o
âmbito e a complexidade da actividade por si desenvolvida, a natureza e a magnitude dos riscos
19
assumidos e a assumir e o grau de centralização e delegação de poderes estabelecido no seio da
mesma Instituição.
A mesma Política de Remuneração, atento o facto do Banco de Portugal não ter ainda aprovado
qualquer instrumento regulamentar que revogue, altere ou substitua o Aviso nº 10/2011, sendo
que as Instruções nºs 4/2015 e 5/2015, publicadas em 15 de Junho de 2015, referem-se à
matéria das Políticas de Remuneração, mas somente quanto a divulgação de informação
quantitativa a ela atinente, teve em consideração os seguintes instrumentos:
a.O RGICSF;
b.O Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, quanto às normas neste contidas que não sejam
incompatíveis com a actual redacção do RGICSF, atentas as alterações neste introduzidas pelo
Decreto-Lei nº 157/2014 e por diplomas subsequentes, e que não devam, por isso, considerar-se
revogadas em função de tais alterações;
c.A Lei nº 28/2009, de 19 de Junho, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei nº 157/2014;
d.A Directiva nº 2013/36/EU, do Parlamento Europeu e do Conselho (IV Directiva de Requisitos
de Capital);
e.O Regulamento nº 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho (Regulamento de
Requisitos de Capital);
f.As Orientações da Autoridade Bancária Europeia nº EBA/GL/2015/22;
g.O Estatuto Remuneratório do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo.
2. PRINCÍPIOS GERAIS
O regime legal e regulamentar ora em vigor preserva a aplicação do princípio da
proporcionalidade na definição das políticas de remuneração, pelo que se mantém a relevância
dada a elementos como a natureza jurídica de cooperativa da Instituição e a imposição de
restrições de natureza geográfica à actuação da dita Instituição, factores que determinam que a
tais funções correspondam muitas vezes remunerações de valor senão simbólico, pelo menos
inferior ao da média dos Colaboradores da Instituição, sendo por conseguinte tais remunerações
insusceptíveis de qualquer comparação com as que são auferidas no resto do Sector Bancário, tal
como são insusceptíveis de levar à assunção de riscos excessivos ou de pôr em causa os
interesses de longo prazo da Instituição, a sua estabilidade financeira ou a sua base de capital.
20
Nesta perspectiva, para além de se terem que considerar inaplicáveis à CAIXA AGRÍCOLA todas
as disposições do RGICSF, da Lei nº 28/2009 e do Aviso nº 10/2011 (os últimos na medida em
que se considerem compatíveis com o primeiro) que pressuponham que as entidades às mesmas
sujeitas revestem a natureza jurídica de sociedades anónimas, houve que ponderar a aplicação
de muitas das demais normas, sempre por referência ao princípio da proporcionalidade ínsito no
corpo do nº 3 do art. 115º-C do RGICSF.
Consequentemente, o referido princípio da proporcionalidade presidiu à elaboração da presente
Política de Remuneração que, nos termos do RGICSF e dos Arts. 7º, número 4, e 20º, número 5,
do Estatuto Remuneratório do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo, prossegue ainda os
seguintes objectivos:
a.Promover e ser coerente com uma gestão de riscos sã e prudente e não incentivar a assunção
de riscos superiores ao nível de risco tolerado pela Instituição;
b.Ser compatível com a estratégia empresarial da Instituição, os seus objectivos, valores e
interesses de longo prazo e incluir medidas destinadas a evitar conflitos de interesses;
c. Distinguir de forma clara os critérios para a fixação da componente fixa da remuneração,
fundamentados principalmente na experiência profissional relevante e na responsabilidade
organizacional de cada Membro de Órgão de Administração ou de Fiscalização.
3. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Nos termos e para os efeitos do nº 1 do art. 16º do Aviso nº 10/2011, declara-se que:
a) A Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e de Fiscalização é definida pela
Assembleia Geral, sem a intervenção de quaisquer consultores externos, cabendo à mesma revê-
la periodicamente, pelo menos uma vez por ano, em sede da sua aprovação nos termos do nº 4
do art. 115º-C do RGICSF;
b) A presente política não contempla a atribuição de remunerações variáveis;
c) Vistas a natureza e dimensões da Instituição, a inexistência de remunerações variáveis, o valor
das remunerações pagas aos Membros dos respectivos Órgãos de Administração e de
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Fiscalização e o facto de, não sendo a Instituição uma sociedade anónima, lhe ser impossível
pagar qualquer remuneração sob a forma de acções ou instrumentos nos termos do nº 3 do art.
115º-E do RGICSF, não será diferido o pagamento de qualquer parte da remuneração;
d) A Política de Remuneração é propícia ao alinhamento dos interesses dos Membros do Órgão
de Administração com os interesses de longo prazo da Instituição e é igualmente consentânea
com o desincentivo de uma assunção excessiva de riscos, na medida em que preconiza a
atribuição de uma remuneração de valor moderado, compatível com as tradições e com a
natureza específica do Crédito Agrícola;
e) Atenta a natureza cooperativa da CAIXA AGRÍCOLA, o desempenho dos Órgãos de
Administração e de Fiscalização é, em primeira linha, avaliado pelos Associados em sede de
Assembleia Geral, reflectindo tal avaliação não só o desempenho económico da Instituição, mas
também outros critérios directamente relacionados com a sobredita natureza cooperativa,
incluindo a qualidade da relação estabelecida entre Administração e Cooperadores e da
informação prestada aos membros sobre o andamento dos negócios sociais.
4. REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DO ORGÃO DE FISCALIZAÇÃO:
A remuneração dos Membros do Conselho Fiscal, tendo em consideração a natureza da
composição desse Órgão Social, consiste exclusivamente numa componente fixa, paga através de
senhas de presença de valor fixado pela Assembleia Geral, nos termos da lei, dos Estatutos e do
Art. 20º, número 6, do Estatuto Remuneratório do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo,
sem prejuízo das disposições transitórias contidas no mesmo Estatuto.
Acresce a esta remuneração o direito ao reembolso das despesas em que os Membros do
Conselho Fiscal justificadamente incorram no exercício das suas funções.
22
5. REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DO ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO:
5.1. REMUNERAÇÃO DOS ADMINISTRADORES EXECUTIVOS
A remuneração dos Membros executivos do Conselho de Administração consiste exclusivamente
numa componente fixa, paga em montante fixo mensal liquidado em catorze meses, em termos
análogos àqueles em que sejam pagos aos trabalhadores da Instituição os respectivos salários,
subsídios de férias e subsídios de Natal, de valor fixado pela Assembleia Geral, nos termos da lei,
dos Estatutos e do Art. 9º, nº 1, do Estatuto Remuneratório do Sistema Integrado do Crédito
Agrícola Mútuo, sem prejuízo das disposições transitórias contidas no referido Estatuto.
Os Administradores Executivos que sejam oriundos do quadro de pessoal e cujos contratos de
trabalho tenham sido suspensos por consequência da sua eleição para o Conselho de
Administração terão direito a receber uma remuneração fixa cujo valor global seja, pelo menos,
idêntico ao que aufeririam se o referido contrato de trabalho se mantivesse em vigor, sem
prejuízo da possibilidade da sua actualização, nos termos aplicáveis à generalidade dos
trabalhadores da Instituição, bem como a manter os benefícios sociais, incluindo de natureza não
pecuniária, a que teriam direito enquanto trabalhadores, excepto os incompatíveis com a
suspensão do vínculo laboral.
Nos termos da presente Política, os Administradores Executivos oriundos do quadro de pessoal
não têm direito a receber remuneração variável, ainda que esta seja atribuída à generalidade dos
trabalhadores da Instituição.
Para efeitos do Estatuto Remuneratório do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútua, todos
os Administradores Executivos são considerados como Administradores Executivos a tempo
inteiro e com dedicação exclusiva.
Acresce à referida remuneração: i) utilização de viatura de serviço; ii) utilização de telemóvel; iii)
direito ao reembolso de despesas de serviço desde que devidamente justificadas, nos mesmos
termos em que tal é admitido à generalidade dos colaboradores da Instituição; reembolso de
despesas de representação, nomeadamente as referentes a viagens organizadas pela CCAM no
âmbito da política de proximidade com associados e clientes.
23
Nos termos e para os efeitos dos arts. 115º-E e 115º-F do RGICSF e do nº 2 do art. 16º do Aviso
nª 10/ 2011, mais se declara que:
5.1.1 Quanto à avaliação do desempenho
a) O órgão competente para a avaliação do desempenho individual dos Administradores
Executivos é o Órgão de Fiscalização, sem prejuízo da competência da Assembleia Geral, nos
termos acima descritos;
b) A remuneração dos Administradores Executivos não inclui uma componente variável, pelo que
são inaplicáveis os arts. 115º-E e 115º-F do RGICSF e as alíneas b), c), d), e), f), g), h) e i) do
nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011.
5.1.2 Quanto aos mecanismos de malus e clawback
Conforme referido acima, a remuneração dos Administradores executivos não inclui uma
componente variável, pelo que são inaplicáveis as regras constantes do RGICSF quanto à
aquisição do direito à mesma e aos mecanismos de redução (“malus”) ou reversão (“clawback”).
5.1.3 Disposições gerais
a) Uma vez que a remuneração dos Administradores Executivos não inclui uma componente
variável, são inaplicáveis as alíneas b), c), d), e), f), g), h) e i) do nº 2 do art. 16º do Aviso nº
10/2011;
b) No exercício de 2016 não foram pagas nem se mostraram devidas compensações e
indemnizações a Membros do Órgão de Administração devido à cessação das suas funções;
c) A Instituição não celebrou com os Membros do seu Órgão de Administração qualquer contrato
que lhes confira direito a compensações ou indemnizações em caso de destituição, incluindo
pagamentos relacionados com a duração de um período de pré-aviso ou cláusula de não
concorrência, pelo que o direito a tais compensações ou indemnizações se rege exclusivamente
pelas normas legais aplicáveis, sendo desnecessários os instrumentos jurídicos a que alude o art.
10º do Aviso nº 10/2011; de igual modo, não vigora na Instituição qualquer regime especial
24
relativo a pagamentos relacionados com a cessação antecipada de funções, pelo que é
igualmente inaplicável o nº 11 do art. 115º-E do RGICSF;
d) Foram pagas ao Presidente do Órgão de Administração da Instituição remunerações pelas
entidades que abaixo se indicam, com as quais a Instituição se encontra em relação de domínio
ou de grupo: CA SERVIÇOS e CA INFORMÁTICA.
e) Não vigoram na Instituição quaisquer regimes complementares de pensões ou de reforma
antecipada, nem são concedidos benefícios discricionários de pensão;
f) Inexistem outros benefícios não pecuniários relevantes que possam ser considerados como
remuneração.
g) Os Membros do Órgão de Administração não utilizam quaisquer seguros de remuneração ou
responsabilidade, ou quaisquer outros mecanismos de cobertura de risco tendentes a atenuar os
efeitos de alinhamento pelo risco inerentes às suas modalidades de remuneração.
5.2 REMUNERAÇÃO DOS ADMINISTRADORES NÃO EXECUTIVOS
A remuneração dos Membros não executivos do Órgão de Administração é fixada pela
Assembleia Geral, nos termos da lei, dos Estatutos e do Art. 9º, nº 1, do Estatuto Remuneratório
do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo, sem prejuízo das disposições transitórias
contidas no referido Estatuto, consiste exclusivamente numa componente fixa, paga em
montante fixo mensal liquidado em catorze meses, em termos análogos àqueles em que sejam
pagos aos trabalhadores da Instituição os respectivos salários, subsídios de férias e subsídios de
Natal.
Acresce à referida remuneração o direito ao reembolso de despesas de serviço desde que
devidamente justificadas, nos mesmos termos em que tal é admitido à generalidade dos
colaboradores da Instituição, bem como o reembolso de despesas de representação,
nomeadamente as referentes a viagens organizadas pela CCAM no âmbito da política de
proximidade com associados e clientes.
25
6. REVISOR OFICIAL DE CONTAS
A remuneração do Revisor Oficial de Contas é estabelecida com base nas práticas de mercado e
definida no âmbito de contrato de prestação de serviços de revisão de contas.
a) No exercício de 2017 as remunerações pagas foram as seguintes:
Remuneração Total Anual
Conselho de Administração
António Manuel Nobre Louça 101.537 Euros
Carlos Manuel Valentim Tomás 76.154 Euros
António Fernando Guerreiro Bernardino 76.154 Euros
Augusto da Silva Oliveira 20.307 Euros
António de Novais Henrique (Demitiu-se em 30/06/2017) 10.154 Euros
Rogério António Marques Rosa (Inicio funções em 01/07/2017) 10.105 Euros
Conselho Fiscal
Livónia Cristina Cravinho Xavier 2.351 Euros
Patrícia Palácios Castanheira 1.612 Euros
José Manuel Reis Guerreiro (Demitiu-se em 23/11/2017) 1.076 Euros
José Manuel Guerreiro Felizardo (Inicio funções em 24/11/2017) 537 Euros
Revisor Oficial de Contas
Pelos serviços prestados na certificação das contas, conforme contracto celebrado com a CCAM e
a Sociedade Diz & Associados – SROC, Lda, durante o ano de 2017, o montante pago foi 16.341
Euros, com IVA incluído.
26
2.1. POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DE COLABORADORES
Dando cumprimento ao disposto no nº 3 do artigo 16º do Aviso do Banco de Portugal nº
10/2011, é prestada a seguinte informação, atinente à política de remuneração de
colaboradores:
Os colaboradores abrangidos pelo nº 2 do artigo 1º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011
auferem uma remuneração fixa paga 14 vezes por ano, de acordo com as condições dispostas no
ACT do Crédito Agrícola, a qual pode ainda integrar um complemento remunerativo mensal fixo,
estabelecido contratualmente ou na sequência de reajustamento remunerativo casuístico.
Também se atribui 1 hora de Isenção de horário de trabalho às funções cujo nível de
responsabilidade e exigência de disponibilidade assim o justifique.
Pode ser atribuída anualmente uma remuneração variável, definida com base num processo de
avaliação de um conjunto de competências críticas para a função, a qual corresponde apenas a
um prémio de desempenho.
A metodologia e critérios de avaliação de desempenho, aprovados pelo órgão de administração,
são divulgados internamente, aprovados e aplicados de forma idêntica, para a generalidade dos
colaboradores da instituição. O órgão de administração valida os resultados finais da avaliação de
desempenho efectuada pela hierarquia directa dos colaboradores.
Para os colaboradores em apreço a componente variável da remuneração tem tido como limite
máximo 650 euros, o que corresponde 1,5% da remuneração total anual (excluindo a majoração
prevista no nº 4 da cláusula 71ª do ACT do Crédito Agrícola), percentagem esta que corresponde
a cerca de 1,5 salário bruto por empregado. O limite e as orientações de atribuição são revistos
anualmente pelo Conselho de Administração.
Quando por decisão do Conselho de Administração é atribuída uma componente variável, são
considerados os resultados de avaliação, tendo em conta os resultados da avaliação de
competências específicas e transversais, que permitem verificar o respeito pelas regras e
procedimentos aplicáveis à actividade, designadamente as regras de controlo interno e as que
são relativas às relações com clientes e investidores.
27
Pretende-se, deste modo, promover a sustentabilidade da instituição e a criação de valor a longo
prazo.
A remuneração variável quando atribuída é sempre paga em numerário tendo por base o
desempenho do ano transacto.
Não é diferida qualquer parte da componente variável da remuneração, porquanto o valor desta
não tem expressividade para que o seu pagamento imediato e de uma só vez possa impedir que
se atinja qualquer um dos objectivos que o diferimento visaria prosseguir.
Atento o disposto no nº 3 do artigo 17º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, em 2017 os
colaboradores abrangidos pelo nº 2 do artigo 1º do mesmo Aviso auferiram as seguintes
remunerações:
Remuneração Total Anual Fixa Anual Variável
COORDENAÇÃO
1 Elemento Coordenador e Acessor C. Administração 55.853 Euros 650 Euros
1 Elemento Coordenador Comercial 34.916 Euros 650 Euros
COMPLIANCE e GESTÃO DE RISCOS
1 Elemento Compliance (Funções até 30-06-2017) 22.376 Euros 0 Euros
1 Elemento Compliance + Gestão Riscos (Funções desde 01-07-2017) 37.715 Euros 650 Euros
AUDITORIA INTERNA
1 Elemento Auditoria Interna 21.835 Euros 650 Euros
TOTAL ANUAL DE REMUNERAÇÕES 172.695 Euros 2.600 Euros
- Durante o ano 2017 a CCAM contratou três colaboradores, para o balcão S. Teotónio e Odemira;
- Não existiu rescisão antecipada de contracto de trabalho com colaboradores, apenas existiu durante
o ano um acordo de Pré-Reforma.
28
3. ENQUADRAMENTO ECONÓMICO
3.1. Economia Internacional
A economia internacional registou um desempenho robusto em 2017, beneficiando da atenuação de
alguns factores de risco de ordem política, de condições financeiras acomodatícias nos principais
blocos desenvolvidos e da retoma do comércio internacional. Destacaram-se pela positiva as
economias europeias – desenvolvidas e emergentes – e também os países asiáticos, regiões onde o
crescimento esperado para 2017 tem sido revisto genericamente em alta. O ritmo de crescimento dos
preços tem vindo a aumentar nos países desenvolvidos, mas aquém do desejado pelas autoridades
monetárias. O Banco Mundial elevou as suas estimativas de crescimento do PIB Mundial para 3% em
2017.
Em 2017, a economia da Zona Euro manteve-se robusta, apoiada pela manutenção das condições
financeiras acomodatícias, baixo preço dos bens energéticos, recuperação da confiança entre os
agentes económicos e redução dos riscos políticos. Ao longo de 2017, a economia ganhou ímpeto à
medida que alguns receios que limitavam o crescimento e optimismo se foram dissipando, sendo que
a procura interna continuou a ser o principal impulsionador do crescimento, mas a recuperação das
exportações, graças à retoma da economia a nível global, permitiu que o contributo da procura
externa fosse igualmente positivo. É de salientar, no campo político, a expectativa gorada dos que
esperavam que o sentimento populista que conduziu à vitória do “Sim” no Brexit e à eleição de
Donald Trump nos EUA os levasse a ganhar as eleições em França e na Holanda, o que acabou por
não acontecer.
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018
29
Os 19 países que compõem a Zona Euro fecharam o ano de 2017 a crescer ao ritmo mais forte em
quase sete anos, ficando o crescimento real do PIB acima dos 2% no conjunto dos países da Área do
Euro. O investimento de capital também apresentou um forte crescimento em resposta à manutenção
das políticas acomodatícias do Banco Central Europeu.
Com as condições económicas favoráveis na Zona Euro, a taxa de desemprego diminuiu, tendo ficado
no final do ano nos 8,7%, valor que não se registava desde Janeiro de 2009. No entanto, a
recuperação do emprego não foi acompanhado por um acréscimo nos salários. Assim, a variação
anual dos preços ao consumidor manteve-se entre 1% e 2% ao longo do ano, tendo encerrado 2017
em 1,4%, valor que se situa ainda abaixo da meta do BCE.
O BCE decidiu manter as principais taxas directoras inalteradas ao longo de todo o ano, em 0% no
caso da taxa principal de refinanciamento, em -0,4% no caso da taxa dos depósitos, e em 0,25% no
caso da taxa de cedência de fundos. Relativamente ao plano de compra de activos, em Abril, os
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018
30
montantes das compras mensais foram reduzidas para 60 mil milhões de euros, menos 20 mil
milhões do que anteriormente. Em Outubro, em resposta às condições económicas favoráveis, o BCE
decidiu cortar o seu programa de compras de obrigações para metade, i.e., 30 mil milhões de euros
mensais a partir de Janeiro de 2018, tendo ficado expresso que este nível seria mantido até
Setembro de 2018.
A economia americana acabou o ano de 2017 num ritmo forte, sendo estimado um crescimento de
2,3% do PIB, aproveitando a continuação de uma dinâmica positiva registada no segundo e terceiro
trimestres do ano, com os números dos mercados de capitais, confiança dos consumidores e de
emprego a apresentarem os melhores resultados dos últimos anos – em alguns casos, de sempre.
A taxa de desemprego ficou nos 4,1% perto do final do ano, sendo este o valor mais baixo em quase
17 anos. Os ganhos no mercado de trabalho foram consistentes e os empregadores estiveram
activamente a recrutar para preencher as vagas em todo o país. Esta dinâmica de recuperação do
mercado de trabalho suportou o consumo privado. Num ambiente de maior confiança quanto à
evolução da procura interna e externa assistiu-se também à recuperação do investimento que, numa
primeira fase, se focou no sector energético, estendendo-se depois a outros sectores, nomeadamente
à actividade industrial.
Em Dezembro, a inflação nos EUA registou a maior subida em 11 meses, com a inflação subjacente a
subir para os 1,8% em termos homólogos, impulsionada pelo sector automóvel, imobiliário e de
transportes.
Já a encerrar o ano, a aprovação da reforma fiscal veio dar suporte à permanência de um cenário de
crescimento em 2018. Os objectivos do plano são estabelecer um conjunto de cortes permanentes de
impostos para empresas e indivíduos e simplificar o regime de deduções e créditos concedidos às
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018
31
famílias e empresas, eliminando ou reduzindo algumas das deduções agora previstas como forma de
financiar a redução de impostos.
A Reserva Federal Americana subiu a sua taxa de benchmark 3 vezes ao longo de 2017, estando esta
actualmente no intervalo entre 1,25 e 1,50%. Donald Trump nomeou Jerome Powell para o cargo de
Governador da Reserva Federal, que sucedeu a Presidente Janet Yellen em Fevereiro de 2018. Apesar
desta mudança na liderança do banco central americano, não são esperadas grandes alterações na
actual política de normalização das taxas de juro americanas.
3.2. Economia Nacional
A economia portuguesa, em 2017, cresceu mais do que o conjunto dos países da Zona Euro (2,60%
versus 2,40%), algo que já não acontecia desde 1999, beneficiando do fortalecimento da procura
interna e do desempenho favorável das exportações associado ao bom momento económico dos
principais parceiros comerciais.
Na procura interna, o consumo privado beneficiou da recuperação do emprego e do rendimento
disponível, tendo registado um crescimento médio anual de 2,2%. Já o investimento beneficiou da
permanência dos baixos custos de financiamento e do fortalecimento da procura global que
contribuiu para a recuperação da capacidade produtiva instalada, a qual se situava em 81,8% no 3º
trimestre de 2017, valor acima dos 80,6% da média de longo prazo. Assim, o investimento registou
um crescimento médio anual de 10,3% nos três primeiros trimestres do ano, depois de, durante o
mesmo período de 2016, ter estagnado, tirando partido do investimento realizado pelo sector
privado. O contributo da procura externa foi positivo, com as exportações nacionais a ficarem acima
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018
32
das importações. As exportações nacionais atingiram os 42% do Produto Interno Bruto em 2017 (que
compara com 39,9% do PIB em 2016), um sinal da resiliência da economia nacional face a uma
evolução na política monetária europeia.
Indicadores macroeconómicos (2015-2017)
2015 2016 2017
Procura Externa tav 3,8 2,0
EUR/USD Taxa de Câmbio 1,09 1,05 1,20
Preço do Petróleo (Brent, USD por barril) 51,2 58,5 66,4
Produto Interno Bruto tav 1,6 1,5 2,6
Consumo Privado tav 2,6 2,1 2,2
Consumo Público tav 0,8 0,6 0,1
Formação Bruta de Capital Fixo tav 4,5 1,6 8,3
Exportações tav 6,1 4,1 7,7
Importações tav 8,2 4,1 7,5
Índice Harmonizado de Preços no Consumidor tav 0,5 0,6 1,6
Taxa de Poupança (%) vma 7,0 5,0 4,4
Taxa de Emprego % 57,5 59,1 61,0
Taxa de Desemprego % 12,4 11,0 9,1
Remunerações por Trabalhador (sector privado) tav 0,4 2,1 2,0
Balança Corrente e de Capital (%PIB) tav 1,7 1,7 1,5
Balança de Bens e Serviços (%PIB) tav 1,8 2,2 1,8
Taxa de referência do BCE (média) % 0,05 0,00 0,00
Euribor 3 meses (média) % 0,00 -0,27 -0,33
Yield das OT Alemãs 10 anos (média) % 0,63 0,20 0,35
Yield das OT Portuguesas 10 anos (média) % 2,52 3,76 1,94
Fonte: Banco de Portugal (Dezembro 2017), Banco Central Europeu (Dezembro 2017) e Bloomberg (Janeiro 2018)
tav: Taxa anual de variação; vma: variação média anual
Os principais indicadores económicos divulgados, no que se refere ao último trimestre do ano,
sugerem um crescimento sólido e superior à Zona Euro que contribui para a redução do gap de
riqueza por habitante entre Portugal e a região da moeda única.
A taxa de desemprego nacional registou um das descidas mais acentuadas entre os países da Europa,
situando-se no final de 2017 perto dos 9,1% (11,0% em 2016).
O ritmo de crescimento dos preços ao consumidor registou, ao longo do ano, um movimento de
gradual aceleração. Esta dinâmica foi particularmente alimentada pela subida dos preços dos bens
33
energéticos, cujo contributo para a taxa de inflação média anual foi ganhando importância ao longo
do ano. O assinalável dinamismo registado no turismo teve impacto nos preços praticados no sector
hoteleiro e, consequentemente, contribuiu para a aceleração da inflação durante o ano. Contudo, em
Dezembro, a taxa estabilizou em 1,5% (1,2% de excluirmos energia e alimentação), tendo-se
verificado maior agravamento de preços nos transportes, restaurantes e hotéis (mais de 3% face ao
mesmo período do ano anterior).
O défice do conjunto das Administrações Públicas fechou o ano de 2017 em 2.574 milhões de euros,
o que se traduziu numa melhoria de 1.607 milhões de euros face a 2016. Apesar da redução do
défice em contabilidade pública entre 2016 e 2017, o seu valor em termos brutos ficou 104 milhões
de euros acima da meta traçada. Em Outubro, aquando da actualização das estimativas para o ano
de 2017 (O. E. 2018), o Governo fixou a meta do défice para 2017 em 1,4%. Posteriormente, o
Governo tem vindo a apontar para objectivos mais ambiciosos, com o primeiro-ministro, António
Costa, a adiantar que o défice do ano de 2017 terá ficado em torno de 1,2% do PIB.
Fonte: Banco de Portugal, Janeiro 2018
34
3.3. Mercado Bancário Nacional
O ano de 2017 ficou marcado pela conclusão de vários processos de reforço de capital e de
reestruturação em alguns dos principais bancos a operar no mercado nacional, realçando-se
mudanças na gestão e nas estruturas de controlo accionista. Em termos sucintos, temos: a operação
de aumento de capital no BCP (1,3 mil milhões de euros) com a entrada de um novo accionista
(Fosun); a conclusão da 2ª fase do plano de recapitalização da CGD, com a injecção de 2,5 mil
milhões de euros no capital do banco público; a conclusão da oferta pública de aquisição lançado pelo
CaixaBank sobre o capital do BPI (adquirindo uma posição maioritária de 84,52%); a conclusão da
alienação de 75% do capital do Novo Banco ao Fundo Lone Star, mantendo-se os restantes 25%
como propriedade do Fundo de Resolução; e o processo de integração do Banco Popular Portugal no
Santander Totta, resultado do processo de resolução e venda do Banco Popular ao Banco Santander.
3.3.1 Evolução do mercado nacional de depósitos (Dezembro 2012 – Dezembro 2017)
Segundo a informação mais recente disponibilizada pelo Banco de Portugal, o volume de depósitos
aumentou 2,8% em 2017 face a Dezembro de 2016. Para essa evolução contribuiu o acentuado
crescimento dos depósitos de empresas em 14,9% (+5,9 p.p. que em 2016), sendo que nos
particulares ocorreu uma estagnação no volume de depósitos 0,0% (-1,0 p.p. que em 2016).
35
3.3.2 Evolução do mercado nacional de crédito (Dezembro 2012 – Dezembro 2017)
Ao invés, o crédito bruto total concedido a clientes registou um decréscimo de 2,8% em Dezembro de
2017 face ao registado no final de 2016, em parte justificado pela alienação de carteiras de crédito
não produtivo (NPL) verificada em várias instituições do sector bancário. A quebra mais significativa
verificou-se no crédito a empresas (-5,5%), mas também foi assinalada uma redução no crédito a
particulares (-1,0%), ambos face a Dezembro de 2016.
De acordo com a informação divulgada pelo Banco de Portugal, entre Dez.2016 e Dez.2017, o crédito
total reduziu 2,8% com uma quebra percentual mais expressiva (de dois dígitos) no segmento das
empresas nos distritos de Portalegre, Guarda e Castelo Branco. Em Lisboa, o crédito a empresas caiu
4,5 mil milhões de euros e, em sentido inverso, no distrito do Porto a concessão de crédito aumentou
0,7 mil milhões de euros, sendo que no país foi registada uma quebra no crédito a empresas global
de 4,2 mil milhões de euros.
36
Valores em milhões de euros
Evolução do crédito total por região - Dez.2017
Particulares Empresas Total Particulares Empresas Total
Aveiro 5.592 2.816 8.408 4,5% 0,0% -0,6% -0,2%
Beja 1.335 409 1.744 0,9% 3,6% -7,3% 0,8%
Braga 6.272 3.430 9.702 5,2% -0,3% -0,7% -0,4%
Bragança 953 237 1.190 0,6% 5,5% -10,2% 2,0%
Castelo Branco 1.451 296 1.747 0,9% 1,0% -26,4% -5,0%
Coimbra 3.856 1.232 5.088 2,7% 0,7% -2,4% -0,1%
Évora 1.725 959 2.684 1,4% 3,0% 7,4% 4,6%
Faro 4.702 1.815 6.517 3,5% 0,9% 4,1% 1,8%
Guarda 916 191 1.107 0,6% 4,2% -29,0% -3,6%
Leiria 4.075 2.394 6.469 3,4% -1,1% -3,3% -1,9%
Lisboa 41.417 38.669 80.086 42,7% -3,0% -10,4% -6,7%
Portalegre 874 198 1.072 0,6% 0,6% -26,4% -5,8%
Porto 17.108 12.917 30.025 16,0% -0,3% 5,7% 2,2%
Santarém 4.017 1.529 5.546 3,0% 0,0% 2,0% 0,5%
Setúbal 9.228 1.741 10.969 5,8% -1,1% -0,6% -1,0%
Viana do Castelo 1.674 524 2.198 1,2% 2,1% 7,4% 3,3%
Vila Real 1.318 301 1.619 0,9% -1,3% -12,2% -3,6%
Viseu 2.582 1.116 3.698 2,0% 2,1% 3,1% 2,4%
Reg. Autónoma Açores 2.721 1.044 3.765 2,0% 4,2% -1,9% 2,4%
Reg. Autónoma Madeira 2.874 1.196 4.070 2,2% -1,9% -9,6% -4,3%
Total 114.689 73.015 187.704 100% -1,0% -5,5% -2,8%
Fonte: Banco de Portugal
Crédito Peso total
%
Var. Homóloga
Analisando detalhadamente o crédito a particulares, verifica-se que o decréscimo se deveu
essencialmente à diminuição do crédito à habitação (-1,4% em Dezembro de 2017 face a Dezembro
de 2016) que representa 81,3% do total do crédito a particulares. Relativamente ao crédito vencido
de clientes particulares, este situou-se nos 3,8%, agravado, principalmente, pelo crédito a outros fins
que, ainda assim, tem vindo a perder peso no agregado de crédito (-13,0% em Dezembro de 2017
face a Dezembro de 2016).
Evolução do mercado de crédito a particulares por tipologia - Dez.2017
Tipologia Volume de crédito (M€) Var. Homóloga Peso total % Crédito vencido %
Habitação 93.216 -1,4% 81,3% 2,1%
Consumo 13.857 11,1% 12,1% 4,6%
Outros fins 7.616 -13,0% 6,6% 22,4%
Total 114.689 -1,0% 100% 3,8%Fonte: Banco de Portugal
37
No caso do crédito a empresas, o decréscimo de 5,5% deveu-se principalmente à redução do crédito
a empresas do sector do transporte e armazenagem, construção, e energia. Nos sectores da
agricultura e pescas, indústrias extractivas, alojamento e restauração e actividades imobiliárias foi
possível verificar um aumento do crédito concedido (3,0%, 7,8%, 1,4% e 4,3%, respectivamente).
Relativamente ao crédito vencido a empresas, este situou-se nos 12,7%, sendo que os sectores com
maior incumprimento continuam a ser o da construção, das actividades imobiliárias e do comércio,
que mantêm elevada representatividade no total do crédito a empresas.
Actividade económica Var. Homóloga Total Crédito Peso %% Crédito
Vencido
Agricultura e Pescas 3,0% 2.357 3,2% 4,4%
Indústrias Extractivas 7,8% 278 0,4% 10,8%
Indústrias Transformadoras -1,0% 12.385 17,0% 7,8%
Energia -18,8% 2.897 4,0% 0,0%
Água e Saneamento -19,2% 1.112 1,5% 2,1%
Construção -7,1% 10.030 13,7% 32,4%
Comércio -2,4% 11.753 16,1% 10,1%
Transporte e Armazenagem -14,0% 5.980 8,2% 4,1%
Alojamento e Restauração 1,4% 4.630 6,3% 9,2%
Actividades Imobiliárias 4,3% 9.573 13,1% 20,6%
Saúde e Apoio Social 2,2% 1.309 1,8% 4,8%
Outros -13,7% 10.711 14,7% 9,2%
Total -5,5% 73.015 100,0% 12,7%
Fonte: Banco de Portugal
Valores em milhões de euros
Evolução do mercado de crédito a empresas por CAE - Dez.2017
38
3.4. Mercados Financeiros
Mercados accionistas
O mercado de acções americano fixou sucessivos máximos históricos ao longo de 2017, com o Dow
Jones a bater pela primeira vez os 20.000 pontos em Janeiro, 21.000 em Março, 22.000 em Agosto e
finalmente 24.000 no último dia de Novembro, tendo terminado o ano nos 24.719,22 pontos. Já o
S&P 500 arrecadou uns impressionantes 62 novos recordes em 2017, encerrando o ano nos 2.673
pontos. Os níveis de confiança das empresas e dos consumidores mantiveram-se em níveis elevados
ao longo do ano. Os líderes deste crescimento foram sem dúvida os grandes nomes do sector
tecnológico como a Amazon, Facebook, Apple, Microsoft e Alphabet.
Com desenvolvimentos políticos favoráveis e dados económicos fortes, o mercado de capitais na
Europa também se valorizou. Os investidores ficaram aliviados em Maio quando Emmanuel Macron
ganhou as eleições francesas, no entanto, mais tarde, as preocupações voltaram com a incerteza
política na Alemanha e em Espanha. O Stoxx 600 encerrou o ano a avançar 7,68%. Na Alemanha,
apesar da incerteza política na segunda metade do ano, o DAX ganhou 12,51%. Nos periféricos, o
PSI 20 encerrou o ano a subir 15,15% e a Borsa Italiana 13,61%. O IBEX 35 teve uma performance
inferior, penalizado pela crise da Catalunha tendo, ainda assim, registado uma valorização de 7,4%.
Mercados monetários - Taxas de câmbio e taxas de juro de referência
No que diz respeito às principais moedas, o ano de 2017 foi um ano de valorização do euro
relativamente às moedas rivais. Ao longo do ano, o euro registou uma apreciação acumulada de
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018
39
14,15% face ao dólar, 9,16% face ao franco suíço, 10% face ao iene japonês e 4% face à libra
esterlina. No início do ano com o EUR/USD nos 1,052 dólares, referia-se como provável a paridade
entre as duas moedas. No entanto, o par fechou o ano a 1,20 dólares, valor que não era verificado
desde 2015. Efectivamente, as expectativas quanto à solidez do crescimento da Zona Euro e quanto à
remoção das medidas monetárias não convencionais levaram à maior procura do euro contra as
restantes moedas.
Segundo o Bank of International Settlements, o dólar continua a ser a moeda dominante em mais de
80% das transacções cambiais. Com as expectativas de maior suporte ao crescimento por parte das
políticas da nova Administração a desvanecerem-se à medida que o tempo ia passando,
nomeadamente com o adiamento dos planos de obras públicas e de introdução de um novo pacote
fiscal, a moeda norte americana foi perdendo força ao longo do ano. Em termos políticos, foi
igualmente significativa a forte oposição do Congresso às medidas prometidas em campanha
eleitoral, como o fim imediato do programa conhecido por Obamacare. Quanto à política monetária, a
Fed prosseguiu o ciclo de subida das taxas de juro que, embora tenha ampliado o diferencial de juros
para o euro, não trouxe uma significativa apreciação da moeda, visto que os movimentos já tinham
sido antecipados pelos mercados e tornaram-se num não-evento.
Apesar do iene japonês se ter desvalorizado em relação ao euro, manteve grande firmeza face ao
dólar. Na maior parte do ano o par USD/JPY variou dentro do intervalo largo compreendido entre 107
e 116, sem tendência. O Banco Central Nipónico defendeu sempre uma maior estabilidade da moeda,
nunca hesitando em fazer intervenções no mercado de forma a evitar movimentos de apreciação da
sua moeda.
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018
40
A libra acabou por ter um comportamento de maior estabilização no segundo semestre do ano,
depois do movimento de depreciação que ocorreu entre Maio e Agosto. Ao longo de 2017, o
comportamento da libra foi condicionado pelo Brexit e os avanços e recuos decorrentes de todo o
processo. Até à data de Março de 2019, data final para o divórcio definitivo do Reino Unido da EU,
será sempre um dos principais factores de mercado.
No mercado monetário, a taxa Euribor a 1 mês apresentou uma tendência de subida encerrando o
ano de 2017 a -0,368% e a Euribor a 1 ano desceu, fechando o ano em -0,186%.
Matérias-primas
O mercado do petróleo teve alguns factores relevantes que condicionaram de forma significativa a
sua evolução ao longo de 2017. Do lado dos produtores, esteve a preocupação para com um maior
equilíbrio entre a oferta e a procura, uma vez que o desfasamento existente estaria a colocar em
risco a evolução dos preços. O petróleo iniciou o ano perto dos $60, com fortes expectativas de
retoma e reforço do consumo ao longo do ano de 2017. No entanto, o ciclo de crescimento em curso
nos vários blocos não iria trazer acréscimos significativos da procura, havendo até, durante algum
tempo, dúvidas em relação ao crescimento da actividade na China. Face à possibilidade de ocorrer
um abrandamento mais expressivo do crescimento chinês, surgiram reacções negativas nos mercados
de commodities. O petróleo chegou a registar um mínimo de $44 no final de Junho. Na segunda
metade do ano houve uma recuperação dos preços do petróleo, com a maior visibilidade nos cortes
de produção na OPEP e com a perspectiva de um aumento do consumo no ano seguinte. Assim, a
tendência de subida dos preços foi surgindo de forma consistente e sistemática, levando o petróleo a
encerrar o ano em torno dos $66.
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018
41
O ouro negociou durante a maior parte do ano dentro do intervalo dos $1.200-$1.300 e encerrou o
ano a valorizar mais de 13% nos $1.302,8. Embora a Fed tenha continuado com o seu processo de
normalização das taxas de juro e dos mercados accionistas terem acelerado, a performance do ouro
foi assinalável.
Mercado obrigacionista
O mercado obrigacionista continuou condicionado pela permanência de políticas monetárias
acomodatícias e baixos níveis de inflação. Estes factores limitaram o movimento de subida das yields
dos principais benchmarks na Zona Euro e EUA que, embora tenham recuperado dos mínimos
registados no ano anterior, se mantiveram em níveis historicamente muito baixos.
Já entre os países da periferia da região da moeda única, foram verificados movimentos mais
significativos, nomeadamente no caso da dívida pública nacional, que beneficiou do facto de duas
agências de notação financeira terem elevado a avaliação do risco, voltando a colocar Portugal na
classe de investimento. Nos 10 anos a yield portuguesa desceu dos 3,76% para os 1,94%, com o
spread face à dívida alemã no mesmo prazo a cair para os 152 pontos.
Contrariamente, Espanha e Itália viram as suas yields subir face ao seu valor de fecho de 2016, tendo
as yields fechado 2017 a 1,56% e 2,29%, respectivamente, no prazo dos 10 anos. Em Espanha, a
instabilidade política decorrente da situação da Catalunha e os receios quanto às consequências
económicas prejudicaram as yields espanholas. Em Itália, os receios concentraram-se em torno das
próximas eleições nacionais onde o Movimento 5 Estrelas tem aparecido bem posicionado nas
sondagens.
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018
42
A yield do Bund alemão a 10 anos transaccionou num intervalo entre 0,18 e 0,60%, continuando
condicionado pelo programa de compra de activos do BCE e também pelo baixo nível de oferta,
reflexo da sua saudável situação fiscal.
3.5. Principais Riscos e Incertezas para 2018
Para 2018, a maior fonte de incerteza está relacionada com o impacto da reversão das políticas
monetárias acomodatícias dos Bancos Centrais na economia mundial e nos índices de confiança dos
agentes económicos, nomeadamente relacionado com a indecisão em torno do término do programa
de compra de activos do Banco Central Europeu e no aumento das taxas de juro da Reserva Federal.
Acresce que a instabilidade geopolítica (oriunda do Brexit e da crise na Catalunha, do resultado das
próximas eleições em Itália, e dos efeitos que poderão advir da nova política expansionista e da
reforma fiscal de Donald Trump) pode constituir um factor determinante em 2018, particularmente
tendo em consideração a crescente tensão entre EUA e China. O panorama do comércio mundial
poderá sofrer alterações em 2018, permanecendo incertos os movimentos no mercado cambial, após
a queda registada no início de 2018 do dólar, a valorização do euro face a uma expectável retoma
das economias europeias, e o interesse potencial de alguns players mundiais na classificação do
Renminbi como a primeira moeda no comércio de petróleo.
Em 2018, o papel da regulação e supervisão adquire uma relevância elevada no sector financeiro, no
panorama europeu, através do Banco Central Europeu e da Autoridade Bancária Europeia, como
também no sistema bancário nacional por intermédio do Banco de Portugal. Esta actuação mais
rigorosa é justificada não apenas pela tentativa de garantir maior resiliência das instituições
financeiras face a futuras crises, mas também pela necessidade de regular o surgimento de novos
players (ex. fintechs) no mercado bancário europeu.
Os maiores desafios da banca nacional para 2018 estão relacionados com:
i.a melhoria da rentabilidade do negócio bancário, por via:
(i)do aumento da eficiência operacional e controlo de custos, nomeadamente através do
esforço de digitalização e robotização das operações;
(ii)da resolução adequada dos stocks de crédito não produtivo; e,
(iii)da revisão da oferta e dos serviços prestados aos clientes.
ii.a pressão sobre o capital e liquidez, por via:
43
(i)da dificuldade na captação de capital privado (apesar dos resultados positivos
apresentados pela banca nacional e a capacidade de geração de resultados via
capital interno) e da dificuldade de implementar, com sucesso, os investimentos e
parcerias necessárias para operar numa indústria com ameaças e em permanente
mutação (ex. digital, regulação); e,
(ii)de compliance, com novas exigências relacionadas com os requisitos de absorção de
risco (ex. Basel IV, MREL), de alavancagem e de liquidez (ex. LCR, NSFR).
iii.a adaptação às novas exigências regulatórias e assegurar a sua observância, os demais requisitos
requeridos às instituições financeiras visam não só a maior defesa dos direitos do consumidor
(ex. GDPR, PSD2, DMIF2), como também assegurar maior prudência e segurança na
condução da actividade bancária (ex. IFRS9, PBC/FT);
iv.a revisão dos modelos de negócio, ajustando-os às novas exigências dos consumidores (ex.
mobile banking, serviço 24/7, procedimento de abertura de conta e concessão de crédito
online) e às alterações de contexto (ex. surgimento das fintechs no contexto do open
banking).
44
4.CRÉDITO AGRÍCOLA: EVOLUÇÃO RECENTE
4.1.Resultado e Balanço
4.1.1.Análise Financeira do Negócio Bancário do Grupo CA (SICAM)
Nota: Os dados económico-financeiros apresentados para o SICAM (Caixa Central e Caixas
Associadas), referentes ao exercício de 2017, constituem valores provisórios e não auditados.
Balanço
Em milhares de euros
Abs. %
Activo
Disponibilidades 415.824 480.485 64.661 15,5%
Aplicações em Instituições de Crédito 6.035 6.957 922 15,3%
Crédito a Clientes (líquido) 7.997.636 8.782.890 785.254 9,8%
Crédito a Clientes (bruto) 8.713.284 9.435.024 721.740 8,3%
Provisões / Imparidades Acumuladas 715.648 652.134 -63.514 -8,9%
Aplicações em Títulos (líquido) 5.311.976 6.031.113 719.138 13,5%
Activos não correntes detidos para venda 395.045 334.274 -60.770 -15,4%
Invest. Filiais, Tangíveis e Intangíveis 320.780 314.505 -6.275 -2,0%
Outros Activos 433.319 486.886 53.567 12,4%
Total Activo 14.880.614 16.437.110 1.556.496 10,5%
Passivo
Recursos de bancos centrais e OIC 1.578.903 1.935.086 356.182 22,6%
Recursos de Clientes 11.770.738 12.638.189 867.451 7,4%
Passivos Subordinados 116.534 106.782 -9.752 -8,4%
Outros Passivos 187.064 312.860 125.796 67,2%
Total Passivo 13.653.239 14.992.916 1.339.677 9,8%
Capitais Próprios 1.227.375 1.444.194 216.819 17,7%
Total do Capital Próprio + Passivo 14.880.614 16.437.110 1.556.496 10,5%
2016 2017Variação
45
Demonstração de Resultados
Em milhares de euros
Abs. %
Juros e rendimentos similares 396.270 407.803 11.534 2,9%
Juros e encargos similares 120.256 118.124 -2.132 -1,8%
Margem Financeira 276.013 289.679 13.666 5,0%
Comissões líquidas 138.192 148.122 9.930 7,2%
Result. de operações financeiras 38.561 79.382 40.821 105,9%
Outros resultados de exploração (*) 21.766 15.473 -6.294 -28,9%
Produto Bancário 474.532 532.655 58.124 12,2%
Custos de Estrutura 313.331 316.435 3.104 1,0%
Custos de pessoal 175.410 176.753 1.343 0,8%
Gastos gerais administrativos 124.682 127.193 2.511 2,0%
Amortizações 13.238 12.488 -750 -5,7%
Provisões e imparidades 56.123 14.563 -41.561 -74,1%
Resultado antes de impostos 105.078 201.658 96.580 91,9%
Impostos, após correc. e diferidos 33.020 54.027 21.006 63,6%
Resultado Líquido 72.057 147.631 75.574 104,9%
Variação2016 2017
(*) Inclui rendimentos de instrumentos de capital, resultados de reavaliação cambial, resultados de alienação de outros
activos e outros resultados de exploração.
Em 2017, o Crédito Agrícola apresentou um resultado líquido proveniente do negócio bancário
(SICAM) de cerca de 147,6 milhões de euros, que representa um aumento de 75,5 milhões de euros
face aos 72,1 milhões de euros alcançados em 2016.
46
Valores em milhões de euros
31-mar-17 30-jun-17 30-set-17 31-dez-17
Caixas Associadas 22,8 41,6 68,5 89,4
Caixa Central 0,8 8,2 46,3 55,2
SICAM (Consolidado) 23,5 43,6 119,3 147,6
Evolução do Resultado Líquido
O resultado líquido registado no SICAM em 2017 é significativamente superior ao do ano anterior, em
parte justificado pelo aumento do produto bancário que verificou um aumento de 58 milhões de euros
(+12,2%). Este aumento resulta de um acréscimo verificado nas principais componentes do Produto
Bancário, designadamente nos resultados de activos financeiros (+105,9%), da margem financeira
(+5,0%) e das comissões líquidas (+7,2%).
Valores em milhões de euros, excepto percentagens
2015 2016 2017 Δ Abs. Δ %
Margem Financeira 245 276 290 14 5,0%
Margem Complementar, da qual: 258 199 243 44 22,4%
Comissões líquidas 130 138 148 10 7,2%
Resultado de operações financeiras 99 38,6 79,4 41 105,9%
Outros resultados de exploração 29 22 15 -6 -28,9%
Produto Bancário 503 475 533 58 12,2%
Decomposição do Produto Bancário - SICAM
A margem financeira do SICAM aumentou 5,0%, passando de 276 milhões de euros em 2016 para 290
milhões de euros em 2017, tendo esta variação positiva sido resultante do efeito da redução das taxas
de remuneração dos novos depósitos e das revisões nas renovações, ainda que este efeito tenha sido
atenuado com o aumento do volume de depósitos face ao período homólogo.
No ano de 2017, as taxas de referência (EURIBOR) mantiveram uma tendência de queda, em
resultado da maior liquidez existente na economia europeia promovida pelas políticas monetárias de
quantitative easing do BCE. Deste modo, a taxa de remuneração dos recursos das Caixas Associadas
na Caixa Central foi ajustada à evolução das taxas praticadas no mercado.
47
Valores em milhões de euros, excepto percentagens
2015 2016 2017 Δ Abs. Δ %
Custos de Estrutura 301 313 316 3 1,0%
Custos de Pessoal 167 175 177 1 0,8%
Gastos Gerais Administativos 121 125 127 3 2,0%
Amortizações 13 13 12 -1 -5,7%
Evolução dos Custos de Estrutura - SICAM
Quanto aos custos de estrutura do SICAM, verificou-se um aumento de 1,0% (3,1 milhões de euros).
Este agravamento justifica-se pelo aumento dos custos com o pessoal em 1,3 milhões de euros
(+0,8%) e dos gastos gerais administrativos em 2,5 milhões de euros (+2,0%).
Valores em milhões de euros, excepto percentagens
2015 2016 2017 Δ Abs. Δ %
Correcção de valor em crédito de clientes 82 -8 -3 4 -57,5%
Imparidade de outros activos 45 64 18 -46 -72,1%
Provisões e imparidades do exercício 127 56 15 -42 -74,1%
Provisões e imparidades (stock) 852 716 652 -64 -8,9%
Rácio de cobertura do crédito vencido 128% 131% 124% -6,68 p.p. -
Evolução das Provisões/Imparidades
Nas contas de 2017, é possível verificar que foram constituídas provisões e imparidades líquidas no
valor de 15 milhões de euros, o que representa uma redução de 42 milhões de euros face a 2016. Em
relação ao rácio de cobertura do crédito vencido registou-se uma redução, passando de 131% em
2016 para 124% em 2017, em linha com a evolução verificada nos parâmetros de risco que
beneficiaram da retoma económica.
Valores em milhões de euros, excepto percentagens
2015 2016 2017 Δ Abs. Δ %
Crédito total sobre clientes 8.430 8.713 9.435 722 8,3%
Crédito e juros vencidos (total) 668 547 525 -22 -4,0%
Relativamente à estrutura de balanço, registou-se um aumento de 10,5% no activo total do SICAM
que passou de 14.881 milhões de euros em 2016 para 16.437 milhões de euros em 2017, contribuindo
para este crescimento do activo líquido o aumento do crédito a clientes de 9,8% (785 milhões de
euros) e o aumento das aplicações em títulos (+696 milhões de euros).
48
O crédito a clientes consolidado aumentou 8,3%, com o crédito a empresas e administração pública a
crescer 11,3% e o crédito a particulares a crescer 4,6% face a 2016.
Valores em milhões de euros, excepto percentagens
2015 2016 2017 Δ Abs. Δ %
Crédito bruto 8.430 8.713 9.435 722 8,3%
Provisões / Imparidades 852 716 652 -64 -8,9%
Crédito líquido 7.578 7.998 8.783 785 9,8%
Evolução do Crédito a Clientes
O passivo total do SICAM aumentou cerca de 1,3 mil milhões de euros, por conta do aumento de
recursos de clientes (867 milhões de euros, i.e. +7,4%) e por via do aumento de recursos em bancos
centrais e outras instituições de crédito (356 milhões de euros, i.e. +22,6%).
Valores em milhões de euros
Activo PassivoCapitais
Próprios
Caixas Associadas 14.757 13.349 1.408
Caixa Central 8.888 8.561 327
SICAM (Consolidado) 16.437 14.993 1.444
É de salientar a evolução positiva do rácio de transformação que, entre 2016 e 2017, registou um
acréscimo de 1,5 p.p. (de 67,9% para 69,5%). Ainda assim, este nível de transformação fica muito
aquém da média do sistema bancário e dos limites regulamentares, sendo apenas justificado pelo
facto do mercado procurar o Crédito Agrícola enquanto banco-refúgio para aforro.
49
Valores em milhões de euros, excepto percentagens
2015 2016 2017 Δ Abs. Δ %
Crédito a Clientes (l íquido) 7.578 7.998 8.783 785 9,8%
Recursos de Clientes 10.970 11.771 12.638 867 7,4%
Rácio de Transformação 69,1% 67,9% 69,5% 1,5 p.p. n.a.
Evolução do crédito e recursos de clientes
4.1.2. Outros Factos Relevantes
O reconhecimento da Marca CA por parte do público, como sendo forte, credível e de confiança; o
prémio obtido, no ano 2017, enquanto “Melhor Banco no Serviço de Atendimento ao Cliente”; e o
facto do SICAM se encontrar entre as instituições menos reclamadas no sistema bancário1, permitem
afirmar o bom desempenho do Crédito Agrícola em 2017.
Este reconhecimento não se restringe ao negócio bancário, estendendo-se às Seguradoras e à Gestora
de Activos do Grupo. Pela sétima vez em dez anos, o terceiro ano consecutivo, a CA Seguros foi
reconhecida como “A Melhor Seguradora Não Vida do seu segmento de dimensão”2. Por seu lado, a CA
Vida foi eleita Empresa Líder, no Índice Nacional de Satisfação do Cliente do ECSI Portugal 2017,
tendo repetido o 1º lugar no Índice de Lealdade do Cliente obtido em 2016 no mesmo estudo. Mais
1 Segundo dados do relatório de supervisão comportamental do Banco de Portugal (1ºS’2017), o Crédito Agrícola (SICAM) apresenta 4 reclamações por
cada 100 mil contas de depósitos à ordem enquanto a média do sistema é de 13.
2 Prémio atribuído pela revista Exame em parceria com a Deloitte e Informa D&B.
50
ainda, os Fundos CA Rendimento e CA Monetário foram os fundos mais rentáveis em 2017, na sua
respectiva classe, e consequentemente elegíveis para a atribuição do prémio APFIPP.
O Crédito Agrícola tem participado e desenvolvido acções de promoção junto de empresas, donde se
destacam:
A 4ª edição do “Prémio Empreendedorismo e Inovação” distinguindo as empresas
empreendedoras no sector agrícola que contribuem para a inovação e competitividade das
fileiras agrícola, agro-indústria e floresta, acentuando o posicionamento de grupo financeiro
que aposta e reconhece o tecido empresarial português;
O Workshop “Cooperar para Exportar” dirigido a empresários e produtores do sector
hortofrutícola;
A homenagem às empresas clientes CA com o estatuto de PME Líder e PME Excelência em 2016,
realizada pelo quarto ano consecutivo, num evento que sublinha o contributo das Empresas,
Clientes do Grupo, para a competitividade e crescimento da economia portuguesa;
O concurso de Vinhos do Crédito Agrícola, que decorreu pelo quarto ano consecutivo, realizado
juntamente com a Associação dos Escanções de Portugal, destinado a Produtores e
Cooperativas de todas as regiões vitivinícolas do país.
O serviço Balcão 24 terminou o ano 2017 com 259 serviços em funcionamento, representando um
crescimento de 1% nos serviços inicializados, face a 2016. O número total de transacções nos B24
registou um crescimento de 7%, face ao período homólogo. A taxa média de transferência das
transacções encontra-se acima dos 42% (mais 4,80 p.p. face a 2016). Na análise da evolução
semestral do volume de transacções – operações e consultas – realizadas no serviço Balcão 24,
verifica-se em 2017, um crescimento de 7% em cada semestre, em comparação com igual período de
2016.
O ano 2017 registou um aumento do parque de ATM do Crédito Agrícola em 1%, passando de 1.520
no final de 2016 para 1.536. Esta situação originou um reforço da quota de mercado do Grupo CA na
rede SIBS de 1 p.p. passando a ter 13% da rede de ATM em Portugal. No que se refere ao número de
transacções em ATM do Crédito Agrícola registou-se uma subida de 5%, efectuando-se mais de 90
milhões de transacções.
51
No ano 2017, o parque de TPA do Crédito Agrícola cresceu 13%, contando com 23.362 TPA activos e
uma subida no número de transacções de 16% face a 2016, registando cerca de 51 milhões de
transacções.
Em termos homólogos, em 2017, verificou-se um aumento da carteira de cartões de pagamento a
débito do Crédito Agrícola de 5,9% e da carteira de cartões de pagamento a crédito do Crédito
Agrícola de 7,3%. Esta evolução originou um incremento da quota de mercado do Crédito Agrícola de
0,4 p.p. nos cartões de débito e um aumento de 1,5 p.p. nos cartões de crédito.
No sentido de dinamizar a actividade comercial das Caixas Associadas, estabeleceram-se protocolos e
parcerias comerciais e de colaboração, tendo sido concretizados acordos e realizadas iniciativas
conjuntas com várias entidades privadas e institucionais, entre as quais se destacam:
ADRAL - Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo;
NERSANT - Associação Empresarial da Região de Santarém;
Grupo Lusiaves - Projecto “LUSITERRA”;
Grupo Agrinda - AgriPro e Agriloja.
No ano de 2017 incentivou-se o acompanhamento e dinamização de campanhas, com o objectivo de
contribuir para um crescente envolvimento de todos os colaboradores com funções comerciais na
comercialização de produtos estratégicos e dirigidos aos segmentos alvo.
Com a utilização das redes sociais facebook, instagram e linkedin, o Crédito Agrícola tem vindo a
reforçar a sua presença junto de um público mais jovem, tendo como exemplo no final de 2017
atingido quase os 100.000 fãs só no facebook.
Desde 2009, o programa de actualidade financeira revela ser uma parceria acertada
para a divulgação da marca Crédito Agrícola junto do público em geral. Em 2017 foi
introduzido um programa “Especial Empresas”, transmitido semanalmente à 6ª feira,
que para além de compilar temas de interesse para as empresas, fez a cobertura de
eventos institucionais do CA, nomeadamente: Apresentação de Resultados do Grupo
CA; Jantar PME Líder e Excelência CA; Jantar de Gala Concurso de Vinhos CA e
Cerimónia de Entrega do Prémio Empreendedorismo e Inovação CA.
52
O Grupo Crédito Agrícola associou-se ao Movimento pela Utilização Digital Activa, o MUDA. Uma
iniciativa que tem como objectivo fomentar a “educação digital” dos portugueses, contribuindo assim
para uma sociedade mais evoluída, inclusiva e participativa, criando desta forma uma economia mais
forte e competitiva.
De modo a divulgar esta iniciativa que teve uma comunicação nos meios de comunicação nacionais
promovida pela organização do MUDA, o Crédito Agrícola efectuou a divulgação desta acção nas suas
Agências, assim como através das redes sociais.
Foi implementado o canal directo de comunicação aos Clientes, o e-mail Marketing. A utilização de
canais digitais para comunicar é, hoje em dia, indispensável para se transmitir informação, divulgar
iniciativas e promover a oferta junto de Clientes e potenciais Clientes.
No âmbito Campanhas de Marketing e de outras Acções realizadas no final do ano 2017, através do
canal de comunicação digital mais directo com os Clientes, o e-mail Marketing, foram implementadas
as diversas acções de comunicação digital.
Foram implementados diversos programas específicos para segmentos prioritários como o CA Nota 20,
que pretende reconhecer o mérito escolar dos alunos do ensino secundário, oferecendo prémios aos
melhores alunos a nível nacional do 7º ao 12º ano. Esta iniciativa que complementa também as
acções de reconhecimento que são feitas localmente pelas Caixas Associadas tem vindo a ter um
número crescente de participantes de ano para ano.
Para o segmento dos jovens dos 12 aos 17 anos foi também lançado o Programa de Fidelização CA
Faz Por ti – School Leader VID, um concurso de produção de vídeos dedicados à temática da
poupança, que são submetidos a concurso num canal específico da rede social YouTube, participando
os 10 videos mais votados numa final que se realiza na Futurália 2018, a feira das profissões e
vocações para os jovens que frequentam o ensino secundário. Este programa foi promovido por dois
youtubers com uma notoriedade elevada no segmento a que se destinou a iniciativa.
Para o segmento dos jovens até aos 12 anos de idade foi também realizadas diversas iniciativas no
âmbito do Clube do Cristas, clube digital para estes jovens e respectivos encarregados de edução, de
que se destacam o lançamento de novos jogos na app do Clube, a agenda cultural e a promoção e
53
oferta a Clientes do segmento do jogo Multipli, que pretende promover o conhecimento da matemática
e foi reconhecido pela Sociedade Portuguesa de Matemática e pela Associação de Professores de
Matemática.
Em 2017, o CA patrocinou o programa televisivo “Os
Extraordinários”, tratando-se do 1º e único programa onde
as competências como a destreza mental e as habilidades
de memória desempenham o papel principal.
Este programa apresentado por Sílvia Alberto, o rosto do
Crédito Agrícola nos últimos anos, contribuiu para
aumentar a notoriedade do Grupo, trazendo-nos
juventude, modernidade, sofisticação, simpatia e reforçando atributos como talento, destreza e
inovação.
Em 2017 o Grupo Crédito Agrícola manteve a sua política de continuidade estratégica de
patrocínios a alguns desportistas, modalidades e eventos, como sejam:
Teresa Almeida, Vice-Campeã Europeia de BodyBoard;
Katlheen Barrigão, Campeã Nacional de Long Board;
Mário Patrão, 3º lugar no Campeonato Nacional de TT e da classe
“Maratona” e 20º lugar no Rali Dakar 2017, em motociclismo;
João Salgadinho, Campeão Nacional Interbancário, em Snooker;
Rui Ramalho, Campeão Nacional de Montanha, em Automobilismo;
Alcobaça Club de Ciclismo, com especial destaque para os ciclistas
Julian Espinoza, Pedro Lopes, Tiago Santos e Guilherme Mota que
foram consagrados vencedor da Taça Nacional – Cadetes,
vencedor da Taça de Portugal – Juniores, vencedor Nacional de
Escolas de Infantis e Campeão Nacional de Fundo,
respectivamente;
CDUL, Campeões Nacionais de Rugby;
Pedro Rilhado, Vice-campeão Nacional de Kart.
54
Ao longo do ano o Crédito Agrícola marcou presença em diversas feiras e eventos, entre os quais, o
Salão Imobiliário de Portugal (SIL), Salão Internacional do Sector Alimentar e Bebidas (SISAB),
Tektónica, Fruit Logistica e Fruit Attraction.
5. EVOLUÇÃO DA ACTIVIDADE COMERCIAL DA CCAM
A actividade comercial da CCAM aumentou 4,90 % de 2016 para 2017, isto é, mais 9.577 mil euros.
Este crescimento foi fortemente influenciado pelo aumento da carteira de Recursos e Fundos de
Investimento ( CA Gest + CA Património Crescente) durante o ano de 2017.
5.1. Evolução dos Recursos
Unidade: Euros
Valor % Valor %
DEPÓSITOS À ORDEM 68.473.335 60.657.483 7.815.852 12,89% 66.304.045 2.169.290 3,27%
DP'S + POUPANÇAS 115.980.458 115.117.103 863.355 0,75%
OUTROS RECURSOS 44.834 2.088 42.746 2047,53%
TOTAL DOS RECURSOS 184.498.627 175.776.673 8.721.954 4,96% 181.498.002 3.000.625 1,65%
Indicadores 2017 2016Variação 17/16 Estimativa
2017
Variação 17/Est.17
115.193.957 831.335 0,72%
Em 2017 registou-se um acréscimo nos recursos da CCAM de cerca de 8.722 mil euros, isto é, 4,96%
acima dos valores verificados em 2016. O valor estimado para 2017 foi efectivamente inferior ao
concretizado, verificando-se um desvio positivo na ordem dos dois por cento.
Contrariando a tendência de evolução negativa durante os anos de 2013 e 2014, a captação de
recursos totais registou uma forte subida a partir de 2015, como se pode ver pelo gráfico seguinte:
55
5.2. Evolução do Crédito
Unidade: Euros
Valor % Valor %
CRÉDITO VIVO 119.087.117 110.677.896 8.409.221 7,60% 119.266.200 -179.083 -0,15%
CRÉDITO VENCIDO 13.428.252 16.214.901 -2.786.649 -17,19% 14.897.282 -1.469.030 -9,86%
CRÉDITO TOTAL 132.515.370 126.892.797 5.622.572 4,43% 134.163.482 -1.648.112 -1,23%
Indicadores 2017Variação 17/16 Variação 17/Est.17Estimativa
20172016
Em 2017, verificou-se um acréscimo no crédito total concedido na ordem dos 4,43% (mais 5.622
mil euros). O desvio face ao valor estimado para 2017 foi negativo e correspondeu a menos 1,23%.
Esta diminuição ficou a dever-se à descida acentuada do crédito vencido em relação ao valor
estimado, o que traduz numa descida favorável.
Com excepção de 2014/2015, o crédito concedido total tem apresentado uma evolução positiva ao
longo dos últimos anos, como se pode verificar pelo gráfico seguinte:
56
O Rácio de Crédito Vencido foi, em 2017, de 10,13% contra os 12,78% de 2016, registando-se uma
diminuição favorável. Considerando a reclassificação de créditos feita pela Administração, para efeitos
de provisionamento, o Rácio de Crédito Vencido Líquido atingiu 4,49% (contra os 1,22% do ano
passado).
Em relação ao crédito em risco por dificuldades financeiras do cliente, apresentamos os seguintes
indicadores, à data 31 de Dezembro de 2017:
RÁCIO DE CRÉDITO = Crédito a Clientes em Risco = 18.917.927 = 14,28%
EM RISCO CréditoTotal 132.515.370
RÁCIO DE CRÉDITO = Crédito a Clientes com
Incumprimento = 13.367.274 = 10,09%
COM INCUMPRIMENTO CréditoTotal 132.515.370
57
A CCAM atingiu um rácio de transformação de recursos em crédito de 74,31%, mais 1,5% do
que em Dezembro de 2016.
Em 31 de Dezembro, a CCAM tinha aplicações financeiras na Caixa Central na ordem dos 76.472
mil euros.
5.3. Resultado Líquido do Exercício
No final de 2017, em resultado da actividade desenvolvida no decurso do ano, a CCAM apresentou um
Resultado Liquido depois de impostos positivo de 1.702.150 Euros.
O mapa apresentado é demonstrativo da evolução das várias rubricas de custos e proveitos, que
conduziram à obtenção desse resultado.
Estimativa
Final 2017 Valor % Valor %
Juros e Rendimentos Similares + 4.417.275 4.610.612 4.502.882 (193.337) -4,2% (85.608) -1,9%
Juros e Encargos Similares - 221.788 399.415 372.728 (177.626) -44,5% (150.940) -40,5%
Margem Financeira = 4.195.486 4.211.197 4.130.154 (15.711) -0,4% 65.332 1,6%
Rendimentos Instrument.Capital + 3 13 16 (10) -76,0% (13) -81,3%
Rendimentos Serviços e Comissões + 2.020.272 1.890.468 2.108.130 129.804 6,9% (87.858) -4,2%
Encargos Serviços e Comissões - 183.093 166.791 220.006 16.302 9,8% (36.913) -16,8%
Result.Activos e Passivos Aval.Justo Valor através result.+ 10.054 10.054
Result.Activos Financ.dispo. Venda +
Result. Reavaliação Cambial + (181) 2.039 1.160 -2.220 -108,9% (1.341) -115,6%
Result. Alienação de Out. Activos + 439.964 251.196 353.988 188.768 75,1% 85.976 24,3%
Outros Resultados de Exploração + 51.823 194.397 169.082 -142.574 -73,3% (117.259) -69,4%
Produto Bancário = 6.534.328 6.382.519 6.542.524 151.809 2,4% (8.196) -0,1%
Custos com Pessoal - 2.230.339 1.956.831 1.955.401 273.508 14,0% 274.939 14,1%
Gastos Gerais Administrativos - 1.716.598 1.501.179 1.584.957 215.419 14,3% 131.642 8,3%
Custos Administrativos - 3.946.937 3.458.010 3.540.357 488.927 14,1% 406.580 11,5%
Amortizações do Exercício - 204.944 229.359 233.230 -24.415 -10,6% (28.286) -12,1%
Provisões Líquid. Repos.e Anulações - (106.193) (106.193) (106.193)
Correcções Valor Assoc. Crédito a
Clientes e Valores Receber Out.
Devedores (Liq.repos.e anulações)
- (293.954) 8.195.747 12.049 -8.489.701 -103,6% (306.003) -2539,6%
Imparidade de Out. Activos
Financeiros Líquida de Reversões e
Recuperações
- 109.284 10 13 109.274 1094930,1% 109.271 815452,2%
Imparidade de Out. Activos Líquida
de Reversões e Recuperações- 438.541 1.474.353 486.876 -1.035.812 -70,3% (48.335) -9,9%
Resultado Antes de Impostos = 2.234.769 -6.974.960 2.269.997 9.209.729 -132,0% (35.228) -1,6%
Impostos Correntes - 550.863 268.235 1.010.377 282.628 105,4% (459.514) -45,5%
Impostos Diferidos - (18.244) (1.730.209) 225.000 1.711.965 -98,9% (243.244) -108,1%
Resultado Líquido = 1.702.150 -5.512.986 1.034.620 7.215.136 -130,9% 667.530 64,5%
2017 2016
Pro-forma
Variação 17/16 Variação 17/Est.17
58
A Margem Financeira da CCAM diminuiu 0,4 por cento face ao valor de 2016, devido ao decréscimo
entre as rubricas correspondentes: Juros a receber contra Juros a pagar. Continuamos a assistir à
enorme redução nas taxas de juro, durante o ano de 2017, mas a CCAM tem conseguido recuperar
positivamente ao longo destes últimos anos, este indicador.
O Produto Bancário aumentou 2,4 por cento face ao valor de 2016, consequência da subida na
rubrica do comissionamento e do aumento dos resultados da alienação de Outros Activos (venda de
imóveis em carteira recebidos em dação).
Em relação às rubricas de rendimentos de instrumento de capital e resultados de reavaliação cambial
verificou-se uma descida em relação ao ano transacto, pagamento de dividendos da participação da
CCAM na Ca Seguros e o resultado entre a compra e venda de moeda estrangeira, são rubricas sem
grande expressão. Quanto aos outros resultados de exploração, também se verificou uma descida pelo
facto de em 2017 registarmos na rubrica de Donativos uma verba 165 mil euros oferecidos a várias
Associações de Solidariedade Social distribuídas entre os Concelhos de Odemira e Aljezur.
Os Custos Administrativos registaram um acréscimo de 14% face a 2016, resultante do aumento
nos Custos com o Pessoal, na ordem dos 273 mil euros, e nos Gastos Gerais Administrativos cerca de
215 mil euros, em valores absolutos.
Da análise verificada entre as várias rubricas de Custos Administrativos, podemos destacar duas ou
três rubricas onde a oscilação mais se acentuou: _na rubrica da Conservação e Reparação do Imóvel
da Sede; _na rubrica dos serviços especializados: -Aumento com os Consultores e auditores Externos
(auditoria externa PWC); -Aumento com Avaliadores Externos, para dar cumprimento às obrigações
legais, foi necessário o aumento do nº de avaliações (avaliações de imóveis de clientes).
Quanto aos Custos com o Pessoal o aumento deve-se essencialmente à admissão de novos
colaboradores, à entrada em vigor do Novo Estatuto Remuneratório do SICAM para os Órgãos Sociais
e na rubrica do prémio de desempenho o C. Administração decidiu especializar uma verba destinada
aos funcionários, em compensação dos resultados comerciais alcançados em 2017.
O Resultado Antes de Imposto foi superior ao registado em 2016, mais 1.569.583 euros. Com a
passagem NCA´S para NIC´S, resultado da entrada em vigor em 1 de Janeiro de 2017 do Aviso nº
5/2015 do Banco de Portugal, ocorreu um grande impacto no nível da diminuição das provisões para
crédito a clientes e garantias, decorrente do reconhecimento de perdas por imparidade apuradas em
59
conformidade com a NIC 39 por substituição do anterior referencial previsto no Aviso nº 3/95 do
Banco de Portugal.
Esta alteração levou à necessidade de “reexpressar” as demonstrações financeiras de 2016, para
efeitos comparativos. Daqui resultou um Resultado Antes de Impostos em 2016 de -6.974.960 euros,
este resultado é explicado pela alteração conta, saiu de uma conta da Demonstração de Resultados e
passou para uma conta de Capitais Próprios do Balanço.
5.4. Capitais Próprios
Os Capitais Próprios da CCAM em 31 de Dezembro de 2017 registavam um acréscimo de cerca de
1.933.628 euros, face a 2016, atingindo os 27.344.332 euros (25.410.704 euros em 2016).
O Aviso nº1/93 do Banco de Portugal determina que as instituições de crédito são obrigadas a manter
o rácio de Solvabilidade (relação Fundos Próprios / Activo Líquido ponderado em função do
respectivo risco) igual ou acima dos 8%. Em 31 de Dezembro de 2017 o rácio de Solvabilidade da
nossa CCAM era de 21,76%.
O capital social passou de 17.838.450 euros para 17.933.510 euros em consequência do aumento
de capital na variação positiva das participações dos sócios no montante de 95.060 euros, efectuado
durante o ano. Este aumento deve-se ao facto de que os resgates solicitados serem inferiores à
entrada de novos associados conforme quadro seguinte:
MOVIMENTO DE SÓCIOS DURANTE O ANO DE 2017
CCAM SÃO TEO TÓ NIO
- Sócios Existentes em 31.12.2016 ……………………………………………… 3.635
………. 185
Soma ……….. 3.820
- Sócios Falecidos ……….. 10
- Sócios Demitidos a seu Pedido ……….. 13
- Sócios Anulados ……….. 0
Soma ………………………………..…………. ……….. 23
SÓCIOS EXISTENTES EM 31.12.2017 3.797
………………………………………………………………..
- Sócios Admitidos durante o ano de 2017 …………………………………..
…………………………………………………………………
………………………………………………
…………………………….
60
CO
NT
AS
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ÀS
CO
NT
AS
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BA
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64
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE S.TEOTÓNIO, C.R.L.
BALANÇO INDIVIDUAL
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2017, 31 DE DEZEMBRO DE 2016 (PRO-FORMA) E 1 DE JANEIRO DE 2016 (PRO-FORMA)
(Montantes expressos em Euros)
31-dez-16
(Pro-forma)
1-jan-16
(Pro-forma)
ACTIVO NotasActivo
Bruto
Provisões,
Imparidades e
amortizações
Activo
Líquido
Activo
Líquido
Activo
LíquidoPASSIVO E CAPITAL Notas 31-dez-17
31-dez-16
(Pro-forma)
1-jan-16
(Pro-forma)
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 4 1.895.685 1.895.685 2.382.117 2.122.557 Recursos de bancos centrais 18 - - -
Disponibilidades em outras instituições de crédito 5 1.766.659 1.766.659 1.277.130 703.507 Outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados 19 - - -
Activos financeiros detidos para negociação 6 2.866.849 2.866.849 - - Recursos de outras instituições de crédito 20 13.113.277 12.155.743 4.384.841
Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados 7 - - - Recursos de clientes e outros empréstimos 21 184.574.362 175.900.449 169.617.266
Activos financeiros disponíveis para venda 8 2.535.714 (109.294) 2.426.420 2.453.990 2.533.279 Responsabilidades representadas por títulos 22 - - -
Aplicações em instituições de crédito 9 76.607.044 76.607.044 74.681.541 60.801.095 Provisões 23 230.749 336.942 223.580
Crédito a clientes 10 132.676.521 (15.629.634) 117.046.887 111.060.222 116.886.186 Passivos por impostos correntes 16 323.910 - 402.717
Investimentos detidos até à maturidade 11 768.654 768.654 10.019 - Passivos por impostos diferidos 16 12.638 13.386 13.800
Activos não correntes detidos para venda 12 8.872.035 (1.871.757) 7.000.277 7.337.999 9.147.177 Instrumentos representativos de capital 24
Outros activos tangíveis 13 9.316.779 (5.170.170) 4.146.609 4.446.234 5.279.496 Outros passivos subordinados 25
Activos intangíveis 14 - - - Outros passivos 26 1.427.372 1.188.078 1.143.740
Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos 15 6.381.603 (5.051) 6.376.552 6.374.052 6.374.052 Total do Passivo 199.682.308 189.594.596 175.785.945
Activos por impostos correntes 16 - 336.629 -
Activos por impostos diferidos 16 2.858.746 2.858.746 2.841.250 1.111.455 Capital 28 17.933.510 17.838.450 17.782.235
Outros activos 17 3.612.568 (346.309) 3.266.259 1.804.119 1.867.061 Prémios de emissão 28
Outros instrumentos de capital 29
Reservas de reavaliação 29 484.922 350.022 490.391
Outras reservas e resultados transitados 29 7.223.750 12.735.217 12.767.296
Lucro do exercício 1.702.150 (5.512.986) -
Dividendos antecipados
Total dos Capitais Próprios 27.344.332 25.410.704 31.039.922
Total do Activo 250.158.856 (23.132.216) 227.026.639 215.005.300 206.825.867 Total do Passivo e dos Capitais Próprios 227.026.639 215.005.300 206.825.867
O CONTABILISTA CERTIFICADO A ADMINISTRAÇÃO
31-dez-17
65
66
DE
MO
NS
TR
AÇ
ÃO
DE
RE
SU
LT
AD
OS
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CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE S.TEOTÓNIO, C.R.L.
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS E DE OUTRO RENDIMENTO INTEGRAL INDIVIDUAL
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2017 E 31 DE DEZEMBRO DE 2016 (PRO-FORMA)
(Montantes expressos em Euros)
Notas 31-dez-1731-dez-16
(Pro-forma )
Juros e rendimentos similares 30 4.417.275 4.610.612
Juros e encargos similares 31 (221.788) (399.415)
Margem financeira 4.195.486 4.211.197
Rendimentos de instrumentos de capital 32 3 13
Rendimentos de serviços e comissões 33 2.020.272 1.890.468
Encargos com serviços e comissões 34 (183.093) (166.791)
Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados 35 10.054 -
Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 36
Resultados de reavaliação cambial 37 (181) 2.039
Resultados de alienação de outros activos 38 439.964 251.196
Outros resultados de exploração 39 51.823 194.397
Produto bancário 6.534.328 6.382.519
Custos com pessoal 40 (2.230.339) (1.956.831)
Gastos gerais administrativos 41 (1.716.598) (1.501.179)
Amortizações do exercício 13/14 (204.944) (229.359)
Provisões líquidas de reposições e anulações 23 106.193 (8.195.747)
Correcções de valor associadas ao crédito a clientes e valores a receber 293.954
de outros devedores (líquidas de reposições e anulações)
Imparidade de outros activos financeiros líquida de reversões e recuperações 23 (109.284) (1.474.363)
Imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações 23 (438.541)
Resultado antes de impostos 2.234.769 (6.974.960)
Impostos
correntes 16 (550.863) (268.235)
diferidos 16 18.244 1.730.209
Resultado líquido do exercício 1.702.150 (5.512.986)
Outro rendimento integral do exercício depois de impostos
Reserva de justo valor
Impostos
Ganhos/(Perdas) actuariais do período
Impostos
Rendimento reconhecido directamente no capital próprio - -
Total do rendimento integral do período 1.702.150 (5.512.986)
O CONTABILISTA CERTIFICADO A ADMINISTRAÇÃO
68
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DE
FL
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OS
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CA
IXA
69
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE S. TEOTÓNIO, C.R.L.
DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2017 E 2016
(Montantes expressos em Euros)
31-dez-17 31-dez-16
FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES OPERACIONAIS:
Recebimentos de juros e comissões 6.483.567 6.501.080
Pagamentos de juros e comissões -454.314 -566.206
Pagamentos ao pessoal e fornecedores -3.833.862 -3.454.393
Contribuições para o fundo de pensões -47.079 -3.617
(Pagamento) / recebimento de imposto sobre o rendimento 109.675 -208.162
Resultados cambiais e outros resultados operacionais 51.641 196.436
Resultados operacionais antes das alterações nos activos e passivos operacionais 2.309.628 2.465.138
(Aumentos) / diminuições de activos operacionais:
Aplicações em instituições de crédito 2.000.000 13.880.446
Activos financeiros detidos para negociação 2.856.794 0
Activos financeiros disponíveis para venda 1.132 -79.279
Créditos a clientes 6.005.602 2.256.421
Investimentos detidos até à maturidade 754.000 10.019
Outros activos 532.625 -923.386
12.150.153 15.144.221
Aumentos (diminuições) de passivos operacionais:
Passivos financeiros detidos para negociação
Recursos de instituições de crédito 958.925 7.770.901
Recursos de clientes e outros empréstimos 8.721.954 6.283.183
Derivados de cobertura 0 0
Outros passivos 188.479 -358.795
9.869.358 13.695.290
Caixa líquida das actividades operacionais 28.834 1.016.207
FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO:
Dividendos recebidos 3 13
Alienações / (aquisições) de filiais e associadas -2.500 0
Alienações / (aquisições) de activos tangíveis e intangíveis -111.138 -66.804
Alienações / (aquisições) de propriedades de investimento
Caixa líquida das actividades de investimento (113.635) (66.792)
FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO:
Aumento / (diminuição) de capital 87.898 56.215
Dividendos pagos
Emissão de dívida titulada e subordinada, liquida de reembolsos
Remuneração paga relativa às obrigações de caixa e outros
Remuneração paga relativa a passivos subordinados
Outros 0 -172.448
Caixa líquida das actividades de financiamento 87.898 (116.233)
Aumento (Diminuição) líquida de caixa e seus equivalentes 3.097 833.182
Caixa e seus equivalentes no início do exercício 3.659.247 2.826.064
Caixa e seus equivalentes no fim do exercício 3.662.344 3.659.247
A Caixa e seus equivalentes no fim do exercício integra:
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 1.895.685 2.382.117
Disponibilidades em outras instituições de crédito 1.766.659 1.277.130
3.662.344 3.659.247
O CONTABILISTA CERTIFICADO A ADMINISTRAÇÃO
70
AN
EX
O À
S C
ON
TA
S
71
1. NOTA INTRODUTÓRIA
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de S. Teotónio, C.R.L. (adiante designada por Caixa ou CCAM
S. Teotónio) é uma instituição de crédito constituída em 26 de Maio de 1911 sob a forma de
Cooperativa de responsabilidade limitada. Constitui objecto da Caixa a concessão de crédito e a
prática dos demais actos inerentes à actividade bancária, nos termos previstos na legislação
aplicável.
A Caixa é parte integrante do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM) o qual é
formado pela Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L. (Caixa Central) e pelas Caixas de
Crédito Agrícola Mútuo suas associadas. Compete à Caixa Central assegurar a orientação,
fiscalização e representação das entidades que fazem parte do Sistema Integrado do Crédito
Agrícola Mútuo.
Em 31 de Dezembro de 2017, a Caixa opera através da sua sede, situada na Rua 25 de Abril n.º
6, em S. Teotónio e através de uma rede de 7 balcões situados nos concelhos de Odemira e
Aljezur.
2. BASES DE APRESENTAÇÃO, COMPARABILIDADE DA INFORMAÇÃO E PRINCIPAIS
POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS
2.1. Bases de apresentação das contas
Até 31 de Dezembro de 2016, as demonstrações financeiras em base individual da Caixa foram
preparadas e apresentadas de acordo com as Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), tal
como imposto pelo Aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal.
As NCA tinham por base as Normas Internacionais de Contabilidade (NIC), tal como adoptadas,
em cada momento, por Regulamento da União Europeia, sendo contudo aplicáveis as
derrogações previstas nos Avisos nº 1/2005 e nº 4/2005 do Banco de Portugal.
Com a publicação do Aviso nº 5/2015 do Banco de Portugal, as entidades sujeitas à supervisão
do Banco de Portugal passaram a estar obrigadas a elaborar as suas demonstrações financeiras
72
em base individual de acordo com as NIC, tal como adoptadas, em cada momento, por
Regulamento da União Europeia.
As NIC incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards
Board (IASB), bem como as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting
Interpretation Committee (IFRIC) e pelos respectivos órgãos antecessores.
Apesar de o Aviso nº 5/2015 ter produzido efeitos a partir do dia 1 de Janeiro de 2016, as
Caixas de Crédito Agrícola Mútuo integradas no Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo
(SICAM) beneficiaram, durante o ano de 2016, do regime transitório previsto no artigo 3º do
referido Aviso, pelo que nestas entidades a adopção das NIC apenas ocorreu no dia 1 de
Janeiro de 2017. De notar que as demonstrações financeiras consolidadas do Grupo Crédito
Agrícola (GCA), o qual inclui o SICAM, já eram preparadas e apresentadas de acordo com as
NIC, pelo que esta adopção em 2017 ocorreu apenas a nível das contas individuais.
As demonstrações financeiras da Caixa apresentadas reportam-se ao ano de 2017, período
findo em 31 de Dezembro, tendo sido já preparadas de acordo com as NIC.
As demonstrações financeiras estão expressas em Euros e foram preparadas de acordo com o
princípio do custo histórico, com excepção dos activos e passivos registados ao justo valor.
De notar que a preparação das demonstrações financeiras de acordo com as NIC requer que a
Caixa efectue julgamentos e estimativas e utilize pressupostos que afectam a aplicação das
políticas contabilísticas e os montantes de proveitos, custos, activos e passivos. Alterações em
tais pressupostos ou diferenças destes face à realidade poderão ter impacto sobre as actuais
estimativas e julgamentos.
Estas demonstrações financeiras foram aprovadas em reunião do Conselho de Administração
de dia 28 de Fevereiro de 2018.
73
2.2. Alterações às políticas contabilísticas e comparabilidade da informação
A entrada em vigor do Aviso nº 5/2015 do Banco de Portugal, impôs a necessidade de a Caixa
elaborar as suas demonstrações financeiras individuais, a partir de 1 de Janeiro de 2017, de
acordo com as NIC, deixando assim de ser aplicadas as NCA.
Com a publicação do referido Aviso, foram revogados os Avisos nº 1/2005 e nº 3/95 do Banco
de Portugal, os quais regulamentavam a constituição de provisões por parte das instituições de
crédito, com as seguintes finalidades: (i) risco específico de crédito, (ii) riscos gerais de crédito,
(iii) encargos com pensões de reforma e sobrevivência, (iv) menos-valias de títulos e
imobilizações financeiras, (v) menos-valias de outras aplicações e (vi) risco-país.
Neste sentido, o crédito concedido, as garantias prestadas e outras operações de natureza
análoga passaram a estar sujeitas ao registo de perdas por imparidades de acordo com os
requisitos da NIC 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, deixando de
se aplicar o modelo de provisionamento previsto no Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal.
Assim, a alteração resultante da revogação das NCA e adopção das NIC para efeitos da
preparação e apresentação das demonstrações financeiras, a partir de 1 de Janeiro de 2017,
teve impacto nomeadamente ao nível da diminuição das provisões para crédito a clientes e
garantias, decorrente do reconhecimento de perdas por imparidade apuradas em conformidade
com a NIC 39 por substituição do anterior referencial previsto no Aviso nº 3/95 do Banco de
Portugal.
De acordo com as NIC, a adopção do novo normativo contabilístico deve ser aplicada
retrospectivamente, pelo que a Caixa ajustou as suas demonstrações financeiras de 2016 para
efeitos comparativos.
Assim, as demonstrações financeiras de 2017 são em todos os aspectos materialmente
relevantes comparáveis com as demonstrações financeiras que se apresentam no presente
documento referentes ao período anterior (ou seja, 2016).
74
Apresenta-se nos quadros abaixo a reconciliação das principais rubricas das demonstrações
financeiras aprovadas em 2016, as quais foram preparadas em base NCA, e as demonstrações
financeiras de 2016, preparadas de acordo com as NIC, reportadas neste documento para
efeitos comparativos:
a) Reconciliação entre o Balanço a 1 de Janeiro de 2016 preparado com base nas NCA e nas NIC
Notas NIC Ajustamentos NCA
Crédito a clientes 10 116.886.186 6.819.888 110.066.298
Activos por impostos diferidos 16 1.111.455 -1.670.136 2.781.591
Outros elementos do activo 4;5;8;9;11;12;13;15;17 88.828.225 88.828.225
Total do Activo 206.825.867 5.149.752 201.676.115
Provisões 23 223.580 -820.258 1.043.838
Outros elementos do passivo 20;21;16;26 175.562.365 175.562.365
Total Passivo 175.785.945 -820.258 176.606.203
Outras reservas e resultados transitados 29 12.767.296 5.970.010 6.797.286
Lucro do exercício - -
Outros elementos do capital próprio 28 18.272.626 18.272.626
Total Capital Próprio 31.039.922 5.970.010 25.069.912
Total do Passivo e Capital Próprio 206.825.867 5.149.752 201.676.115
b) Reconciliação entre o Balanço a 31 de Dezembro de 2016 preparado com base nas NCA e nas NIC
Notas NIC Ajustamentos NCA
Crédito a clientes 10 111.060.222 -648.442 111.708.664
Activos por impostos diferidos 16 2.841.250 2.841.250
Outros elementos do activo 4;5;8;9;11;12;13;15;17 101.103.829 101.103.829
Total do Activo 215.005.300 -648.442 215.653.742
Provisões 23 336.942 -648.442 985.384
Outros elementos do passivo 20;21;16;26 189.257.655 189.257.655
Total Passivo 189.594.596 -648.442 190.243.038
Outras reservas e resultados transitados 29 12.735.217 5.970.010 6.765.207
Lucro do exercício -5.512.986 -5.970.010 457.024
Outros elementos do capital próprio 28 18.188.472 18.188.472
Total Capital Próprio 25.410.704 0 25.410.704
Total do Passivo e Capital Próprio 215.005.300 -648.442 215.653.742
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c) Reconciliação entre a Demonstração dos Resultados a 31 de Dezembro de 2016 preparado com base nas NCA e nas NIC
Notas NIC Ajustamentos NCA
Margem Financeira 4.211.197 4.211.197
Produto bancário 6.382.519 6.382.519
Provisões líquidas de reposições e anulações 23 -8.195.747 -7.640.146 -555.601
Imparidade de outros activos financeiros líquida de reversões e recuperações23 -1.474.363 -1.474.363
Outros proveitos / (custos) que concorrem para o resultado antes de impostos40;41;13/14 -3.687.369 -3.687.369
Resultado antes de impostos -6.974.960 -7.640.146 665.186
Impostos
correntes 16 -268.235 -268.235
diferidos 16 1.730.209 1.670.136 60.073
Resultado líquido do exercício -5.512.986 -5.970.010 457.024
Adicionalmente, ocorreram em 2017 um conjunto de alterações às NIC, as quais apresentamos de
seguida, que não tiveram qualquer impacto nas políticas contabilísticas ou nas demonstrações
financeiras apresentadas a 31 de Dezembro de 2017.
1. Impacto da adopção das alterações às normas que se tornaram efectivas a 1 de Janeiro
de 2017:
a) IAS 7 (alteração), ‘Revisão às divulgações’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1
de Janeiro de 2017). Esta alteração introduz uma divulgação adicional sobre as variações dos
passivos de financiamento, desagregados entre as transacções que deram origem a movimentos de
caixa e as que não, e a forma como esta informação concilia com os fluxos de caixa das actividades
de financiamento da Demonstração do Fluxo de Caixa
b) IAS 12 (alteração), ‘Imposto sobre o rendimento – Reconhecimento de impostos diferidos activos
sobre perdas potenciais’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2017).
Esta alteração clarifica a forma de contabilizar impostos diferidos activos relacionados com activos
mensurados ao justo valor, como estimar os lucros tributáveis futuros quando existem diferenças
temporárias dedutíveis e como avaliar a recuperabilidade dos impostos diferidos activos quando
existem restrições na lei fiscal.
76
2. Normas (novas e alterações) e interpretações publicadas, cuja aplicação é obrigatória
para períodos anuais que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018, mas que a União
Europeia ainda não endossou:
a) IFRS 9 (nova), ‘Instrumentos financeiros’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de
Janeiro de 2018). A IFRS 9 substitui os requisitos da IAS 39, relativamente: (i) à classificação e
mensuração dos activos e passivos financeiros; (ii) ao reconhecimento de imparidade sobre créditos
a receber (através do modelo da perda esperada); e (iii) aos requisitos para o reconhecimento e
classificação da contabilidade de cobertura.
O Grupo Crédito Agrícola, onde se inclui a CCAM, definiu uma estrutura global de trabalho com o
objectivo de adaptar os seus processos internos aos normativos explanados na IFRS 9, de modo a que
estes sejam, simultaneamente, aplicáveis, uniformemente, a todas as CCAM do SICAM e sejam
adaptáveis às características individuais de cada uma.
Relativamente à estrutura de governance do projecto de implementação da IFRS 9, o Grupo criou um
comité com a responsabilidade de acompanhar o projecto mas também de assegurar que estão
envolvidos neste projecto todas as áreas relevantes para o sucesso do mesmo.
O Grupo Crédito Agrícola encontra-se actualmente na fase de implementação dos modelos e requisitos
definidos, com o objectivo de assegurar a eficiente implementação dos normativos previstos na IFRS
9, optimizando os recursos necessários para o desenvolvimento dos requisitos e modelos definidos.
Quando a fase de implementação estiver concluída, o Grupo irá testar os resultados obtidos pelos
modelos implementados através de diversas simulações, por forma a assegurar que a transição para o
novo normativo está de acordo com o estabelecido inicialmente. Esta última fase inclui um cálculo
paralelo do montante de imparidade de acordo com os requisitos previstos na IFRS 9, como
complemento e base de comparação às simulações internas que o Grupo desenvolveu ao longo do
projecto de implementação da IFRS 9.
A CCAM, enquanto parte integrante do Grupo Crédito Agrícola, encontra-se alinhada com o modelo,
calendário e objectivos do Grupo para o projecto de implementação da IFRS 9. À presente data, a
CCAM está a avaliar os efeitos e impactos da plena adopção dos normativos previstos na IFRS 9, pelo
77
que os impactos estimados desta avaliação serão comunicados assim que esteja disponível uma
estimativa razoável dos mesmos.
b) IFRS 15 (nova), ‘Rédito de contratos com clientes’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou
após 1 de Janeiro de 2018). Esta nova norma aplica-se apenas a contratos para a entrega de
produtos ou prestação de serviços, e exige que a entidade reconheça o rédito quando a obrigação
contratual de entregar activos ou prestar serviços é satisfeita e pelo montante que reflecte a
contraprestação a que a entidade tem direito, conforme previsto na “metodologia das 5 etapas”.
c) IFRS 16 (nova), ‘Locações’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de
2019). Esta nova norma substitui o IAS 17, com um impacto significativo na contabilização pelos
locatários que são agora obrigados a reconhecer um passivo de locação reflectindo futuros
pagamentos da locação e um activo de “direito de uso" para todos os contratos de locação, excepto
certas locações de curto prazo e de activos de baixo valor. A definição de um contrato locação
também foi alterada, sendo baseada no "direito de controlar o uso de um activo identificado".
d) IFRS 4 (alteração), ‘Contratos de seguro (aplicação da IFRS 4 com a IFRS 9)’ (a aplicar nos
exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). Esta alteração atribui às entidades que
negoceiam contractos de seguro a opção de reconhecer no Outro rendimento integral, em vez de
reconhecer na Demonstração dos resultados, a volatilidade que pode resultar da aplicação da IFRS
9 antes da nova norma sobre contractos de seguro ser publicada. Adicionalmente é dada uma
isenção temporária à aplicação da IFRS 9 até 2021 às entidades cuja actividade predominante seja
a de seguradora. Esta isenção é opcional e não se aplica às demonstrações financeiras consolidadas
que incluam uma entidade seguradora.
e) Alterações à IFRS 15, ‘Rédito de contratos com clientes’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem
em ou após 1 de Janeiro de 2018). Estas alterações referem-se às indicações adicionais a seguir
para determinar as obrigações de desempenho de um contrato, ao momento do reconhecimento do
rédito de uma licença de propriedade intelectual, à revisão dos indicadores para a classificação da
relação principal versus agente, e aos novos regimes previstos para simplificar a transição.
78
3. Normas (novas e alterações) e interpretações publicadas, cuja aplicação é obrigatória
para períodos anuais que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2017, mas que a União
Europeia ainda não endossou:
3.1 – Normas
a) Melhorias às normas 2014 – 2016 (a aplicar, em geral, nos exercícios que se iniciem em ou
após 1 de Janeiro de 2017). Este ciclo de melhorias afecta os seguintes normativos: IFRS 1, IFRS
12 e IAS 28.
b) IAS 40 (alteração) ‘Transferência de propriedades de investimento’ (a aplicar nos exercícios que se
iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de
endosso pela União Europeia. Esta alteração clarifica que os activos só podem ser transferidos de e
para a categoria de propriedades de investimentos quando exista evidência da alteração de uso.
Apenas a alteração da intenção da gestão não é suficiente para efectuar a transferência.
c) IFRS 2 (alteração), ‘Classificação e mensuração de transacções de pagamentos baseados em
acções’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2018). Esta alteração
ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração clarifica a base de
mensuração para as transacções de pagamentos baseados em acções liquidadas financeiramente
(“cash-settled”) e a contabilização de modificações a um plano de pagamentos baseado em acções,
que alteram a sua classificação de liquidado financeiramente (“Cash-settled”) para liquidado com
capital próprio (“equity-settled”). Para além disso, introduz uma exceção aos princípios da IFRS 2,
que passa a exigir que um plano de pagamentos baseado em acções seja tratado como se fosse
totalmente liquidado com capital próprio (“equity-settled”), quando o empregador seja obrigado a
reter um montante de imposto ao funcionário e pagar essa quantia à autoridade fiscal.
d) IFRS 9 (alteração), ‘Elementos de pré-pagamento com compensação negativa’ (a aplicar nos
exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2019). Esta alteração ainda está sujeita ao
processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração introduz a possibilidade de classificar
activos financeiros com condições de pré-pagamento com compensação negativa, ao custo
79
amortizado, desde que se verifique o cumprimento de condições específicas, em vez de ser
classificado ao justo valor através de resultados.
e) IAS 28 (alteração), ‘Investimentos de longo-prazo em associadas e empreendimentos conjuntos’ (a
aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2019). Esta alteração ainda está
sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração clarifica que os investimentos
de longo-prazo em associadas e empreendimentos conjuntos (componentes do investimento de
uma entidade em associadas e empreendimentos conjuntos), que não estão a ser mensurados
através do método de equivalência patrimonial, são contabilizados segundo a IFRS 9, estando
sujeitos ao modelo de imparidade das perdas estimadas, antes de qualquer teste de imparidade ao
investimento como um todo.
f) Melhorias às normas 2015 – 2017 (a aplicar aos exercícios que se inicies em ou após 1 de
Janeiro de 2019). Este ciclo de melhorias ainda está sujeito ao processo de endosso pela União
Europeia. Este ciclo de melhorias afecta os seguintes normativos: IAS 23, IAS 12, IFRS 3 e IFRS 11.
g) IFRS 17 (nova), ‘Contratos de seguro’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de
Janeiro de 2021). Esta norma ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta
nova norma substitui o IFRS 4 e é aplicável a todas as entidades que emitam contratos de seguro,
contratos de resseguro e contratos de investimento com características de participação
discricionária. A IFRS 17 baseia-se na mensuração corrente das responsabilidades técnicas, a cada
data de relato. A mensuração corrente pode assentar num modelo completo (“building block
approach”) ou simplificado (“premium allocation approach”). O reconhecimento da margem técnica
é diferente consoante esta seja positiva ou negativa. A IFRS 17 é de aplicação retrospectiva.
80
3.2 - Interpretações
a) IFRIC 22 (nova), ‘Operações em moeda estrangeira e contraprestação antecipada’ (a aplicar nos
exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). Esta interpretação ainda está sujeita
ao processo de endosso pela União Europeia. Trata-se de uma interpretação à IAS 21 ‘Os efeitos de
alterações em taxas de câmbio’ e refere-se à determinação da "data da transacção" quando uma
entidade paga ou recebe antecipadamente a contraprestação de contratos denominados em moeda
estrangeira. A “data da transacção” determina a taxa de câmbio a usar para converter as
transacções em moeda estrangeira.
b) IFRIC 23 (nova), ‘Incerteza sobre o tratamento de Imposto sobre o rendimento’ (a aplicar nos
exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2019). Esta interpretação ainda está sujeita
ao processo de endosso pela União Europeia. Trata-se de uma interpretação à IAS 12 – ‘Imposto
sobre o rendimento’, referindo-se aos requisitos de mensuração e reconhecimento a aplicar quando
existem incertezas quanto à aceitação de um determinado tratamento fiscal por parte da
Administração fiscal relativamente a Imposto sobre o rendimento. Em caso de incerteza quanto à
posição da Administração fiscal sobre uma transacção específica, a entidade deverá efectuar a sua
melhor estimativa e registar os cativos ou passivos por imposto sobre o rendimento à luz da IAS 12,
e não da IAS 37 – “Provisões, passivos contingentes e activos contingentes”, com base no valor
esperado ou o valor mais provável. A aplicação da IFRIC 23 pode ser retrospectiva ou retrospectiva
modificada.
2.3. Principais políticas contabilísticas
As políticas contabilísticas mais significativas, utilizadas na preparação das demonstrações
financeiras foram as seguintes:
a) Especialização dos exercícios
A Caixa adopta o princípio contabilístico da especialização de exercícios em relação à
generalidade das rubricas das demonstrações financeiras. Assim, os custos e proveitos são
registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu pagamento ou
81
recebimento.
b) Transacções em moeda estrangeira
Os activos e passivos expressos em moeda estrangeira são convertidos para Euros à taxa de
câmbio em vigor na data do balanço, com excepção dos saldos relativos a notas e moedas
estrangeiras, os quais são convertidos ao câmbio médio do mês indicado pelo Banco de Portugal.
Os proveitos e custos relativos às transacções em moeda estrangeira registam-se no período em
que ocorrem, de acordo com o efeito que as transacções em divisas têm na posição cambial.
Na data da sua contratação, as compras e vendas de moeda estrangeira à vista e a prazo são
registadas na posição cambial.
No quadro abaixo estão indicados os câmbios à data de balanço:
Moeda Descrição da moeda Taxa de Câmbio
AUD Dólar Australiano 1,53493
BRL Real do Brasil 3,97440
CAD Dólar Canadiano 1,50416
CHF Franco Suiço 1,17038
CNY Yuan Renmimbi da China 7,80960
CVE Escudo de Cabo Verde 110,26500
DKK Coroa Dinamarquesa 7,44510
GBP Libra Esterlina 0,88722
JPY Iene Japonês 135,04000
MOP Pataca de Macau 8,45810
NOK Coroa Norueguesa 9,84200
RUB Rublo 69,39390
SCP Libra Escocesa 0,88722
SEK Coroa Sueca 9,84380
USD Dólar Americano 1,19970
ZAR Rand África do Sul 14,82330
c) Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos
As empresas filiais são entidades nas quais a Caixa exerce controlo sobre a gestão das mesmas.
As empresas associadas são entidades nas quais a Caixa exerce influência significativa, mas não
detém o controlo. Como influência significativa entende-se uma participação financeira (directa
ou indirecta) superior a 20% ou o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras
e operacionais da entidade mas sem existir controlo nem controlo conjunto sobre a mesma.
82
A Caixa controla uma entidade quando está exposta a, ou tem direitos sobre, retornos variáveis
do seu envolvimento com a entidade e tem a capacidade de afectar esses retornos, através do
seu poder sobre a entidade.
As empresas filiais e associadas são valorizadas ao custo de aquisição. Estes investimentos são
objectos de análises de perdas por imparidade quando estas participações financeiras registem
deteriorações significativas ao nível da sua posição financeira, sendo registadas perdas por
imparidade quando o valor estimado recuperável é inferior ao valor contabilístico registado.
As participações em empresas filiais e associadas em moeda estrangeira (activos não monetários
valorizados ao custo histórico) são convertidas à taxa de câmbio histórica da data da transacção,
conforme previsto na NIC 21.
Os dividendos são registados nas respectivas contas de resultados quando o direito ao seu
pagamento é estabelecido.
d) Crédito e outros valores a receber
O crédito a clientes abrange os créditos concedidos a clientes e outras operações de empréstimo
tituladas (papel comercial) cuja intenção não é a de venda no curto prazo, os quais são
registados na data em que o montante do crédito é adiantado ao cliente, sendo reconhecidas
pelo valor nominal.
Posteriormente, o crédito e outros valores a receber são registados ao custo amortizado, sendo
submetidos a análises periódicas de imparidade.
A componente de juros, incluindo a referente a eventuais prémios/descontos, é objecto de
relevação contabilística autónoma nas respectivas contas de resultados. Os proveitos são
reconhecidos quando obtidos e distribuídos por períodos mensais. Sempre que aplicável, as
comissões e custos externos imputáveis à contratação das operações subjacentes aos activos
incluídos nesta categoria devem ser, igualmente, reconhecidos ao longo do período de vigência
83
dos créditos, segundo o método da taxa efectiva.
Os juros são reconhecidos de acordo com o princípio da especialização dos exercícios, sendo as
comissões e custos associados aos créditos periodificados ao longo da vida das operações,
independentemente do momento em que são cobrados ou pagos.
A Caixa classifica em crédito vencido as prestações vencidas de capital ou juros decorridos que
sejam 30 dias após o seu vencimento. Os créditos com prestações vencidas são denunciados nos
termos definidos no manual de crédito aprovado, sendo nesse momento considerada vencida
toda a dívida.
O crédito a clientes é desreconhecido do balanço quando (i) os direitos contratuais da Caixa
relativos aos respectivos fluxos financeiros se encontrem expirados, (ii) a Caixa transfira
substancialmente todos os riscos e benefícios associados ao crédito, ou (iii) mesmo que a Caixa
retenha uma parte dos riscos e benefícios associados aos créditos, o controlo sobre os mesmos
tenha sido transferido.
Garantias prestadas e compromissos irrevogáveis
As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas em
rubricas extrapatrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros
proveitos registados em resultados ao longo da vida das operações.
Imparidade
A análise da imparidade do crédito a clientes, bem como das operações de garantias e
compromissos assumidos, é realizada pelo GCA a nível central, sendo aplicado o mesmo modelo
de imparidade a todas as Caixas integradas no SICAM.
Periodicamente, o GCA analisa o crédito a clientes e outros valores a receber para identificar
84
evidências de imparidade. Considera-se que um activo financeiro se encontra em imparidade, se
e só se, existir evidência de que a ocorrência de um evento (ou eventos) tenha um impacto
mensurável nos fluxos de caixa futuros esperados desse activo ou grupo de activos.
Para efeitos de apuramento de imparidade do crédito concedido, o GCA segmenta a sua carteira
da seguinte forma:
- Crédito concedido a empresas;
- Crédito à habitação;
- Crédito ao consumo;
- Crédito concedido através de cartões de crédito a particulares;
- Outros créditos a particulares;
- Extrapatrimoniais.
Adicionalmente, foram incluídas as responsabilidades relativas a papel comercial, operações em
moeda estrangeira e contractos de locação financeira.
De acordo com o modelo de imparidade em vigor no GCA, é analisada a existência de perdas por
imparidade em termos individuais, através de uma análise casuística, e em termos colectivos.
Quando um grupo de activos financeiros é avaliado em conjunto, os fluxos de caixa futuros
desse grupo são estimados tendo por base os fluxos contratuais dos activos desse grupo e os
dados históricos relativos a perdas em activos com características de risco de crédito similares.
Sempre que se entende necessário, a informação histórica é actualizada com base nos dados
correntes observáveis, para reflectirem os efeitos das condições actuais.
Os critérios de selecção dos clientes alvo de análise individual foram os seguintes:
Todos os clientes/ Grupo económico (GER) com responsabilidades superiores a 1.000.000 Euros; Clientes/ GER com crédito vencido (há mais de 90 dias) superior a 50.000 Euros; Clientes/ GER com classificação igual ou superior a indícios e responsabilidades superiores a 500.000 Euros;
85
Clientes/ GER com exposição da conta corrente ou descoberto superior a 500.000 Euros e igual ou superior a 90% do limite contratado nos últimos 18 meses;
Clientes/ GER com responsabilidades superiores a 500.000 Euros sem garantia real associada ou com LTV (loan-To-Value) superior a 80%;
Clientes/ GER com créditos reestruturados e com exposição de créditos reestruturados superior a 500.000 Euros.
A evidência de imparidade de um activo ou grupo de activos definida pela Caixa está relacionada com a observação de diversos eventos denominados “eventos de perda”, entre os quais se destacam:
Situações de incumprimento do contrato, nomeadamente atraso no pagamento do capital e/ou juros; Dificuldades financeiras significativas do devedor;
Alteração significativa da situação patrimonial do devedor;
Ocorrência de alterações adversas, nomeadamente:
o das condições e/ou capacidade de pagamento;
o das condições económicas do sector no qual o devedor se insere, com impacto na capacidade
de cumprimento das suas obrigações.
As perdas por imparidade para os clientes que não revelam indícios de imparidade correspondem
ao produto entre a probabilidade de indícios acumulada a 12 meses (PI), tendo por base o
tempo de permanência em meses no estado de delinquência sem indícios de imparidade, e o
máximo entre zero e a diferença entre o valor de balanço dos respectivos créditos à data de
referência e o valor actualizado dos fluxos de caixas futuros estimados dessas operações. A PI
corresponde à probabilidade de uma operação ou cliente entrar numa situação de indícios de
imparidade durante um período de emergência. Este período equivale ao tempo que decorre
entre a ocorrência de um evento originador de perdas e o momento em que a existência desse
evento é percepcionada pelos Serviços do GCA (Incurred But Not Reported). Para todos os
86
segmentos da carteira, o GCA considerou um período de emergência de 12 meses, e a PI foi
calculada por operação.
Se existir evidência de que qualquer entidade do GCA incorreu numa perda por imparidade em
crédito e outros valores a receber, o montante da perda é determinado pela diferença entre o
valor de balanço desses activos e o valor actual dos seus fluxos de caixa futuros estimados,
descontados à taxa de juro original do activo ou activos financeiros. O valor de balanço do activo
ou dos activos é reduzido pelo saldo da conta de perdas por imparidade.
Para créditos com taxa de juro variável, a taxa de desconto utilizada para determinar qualquer
perda por imparidade é a taxa de juro corrente, determinada pelo contracto. As perdas por
imparidade são registadas por contrapartida de resultados.
Quando num período subsequente se registe uma diminuição do montante das perdas por
imparidade atribuídas a um evento, o montante previamente reconhecido é revertido, sendo
ajustada a conta de perdas por imparidade. O montante da reversão é reconhecido directamente
na demonstração de resultados.
Anulações de capital e juros
Periodicamente, a Caixa abate ao activo, por utilização da imparidade constituída, os créditos
considerados incobráveis após análise específica dos órgãos de estrutura que têm a seu cargo o
acompanhamento e recuperação dos créditos, tendo o respectivo abate que ser igualmente
aprovado pelo Conselho de Administração.
Eventuais recuperações de créditos abatidos ao activo são reflectidas como rendimentos na
demonstração de resultados do exercício em que ocorram.
De acordo com as políticas em vigor no GCA, os juros de créditos vencidos sem garantia real são
anulados três meses após a data de vencimento da operação ou da primeira prestação em
atraso. Os juros não registados, sobre os créditos acima referidos, apenas são reconhecidos no
87
exercício em que venham a ser cobrados.
Os juros de créditos vencidos que se encontrem garantidos por hipoteca ou com outras garantias
reais não são anulados. Não obstante, para os créditos com garantia real e hipotecária com
prestações de capital vencidas e não pagas há mais de seis e doze meses, respectivamente, o
cálculo e o registo de juros sobre o capital vincendo é interrompido.
As recuperações de juros abatidos ao activo são igualmente reflectidos como rendimentos na
demonstração de resultados do exercício em que ocorram.
e) Outros activos e passivos financeiros
Os outros activos e passivos financeiros são reconhecidos e valorizados de acordo com a NIC 39,
sendo registados na data de contratação pelo justo valor.
i) Activos financeiros detidos para negociação e ao justo valor através de resultados, passivos
financeiros detidos para negociação
Os activos financeiros detidos para negociação incluem títulos de rendimento variável
transaccionados em mercados activos, adquiridos com o objectivo de venda ou recompra no
curto prazo, bem como derivados. Os derivados de negociação com valor líquido a receber
(justo valor positivo) são incluídos na rubrica activos financeiros detidos para negociação. Os
derivados de negociação com valor líquido a pagar (justo valor negativo), são incluídos na
rubrica passivos financeiros detidos para negociação.
Os activos financeiros ao justo valor através de resultados incluem os títulos de rendimento fixo
transaccionados em mercados activos que a Caixa optou por registar e avaliar ao justo valor
através de resultados.
Os activos e passivos financeiros detidos para negociação e os activos financeiros ao justo valor
88
através de resultados são reconhecidos inicialmente ao justo valor. Os ganhos e perdas
decorrentes da valorização subsequente ao justo valor são reconhecidos em resultados.
Os juros inerentes aos activos financeiros e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor
nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da taxa de juro efectiva e
reconhecidos em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.
Os dividendos são reconhecidos quando atribuídos ou recebidos. De acordo com este critério, os
dividendos antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua
distribuição.
O justo valor dos activos financeiros detidos para negociação e transaccionados em mercados
activos é o seu “bid-price” ou a cotação de fecho à data do balanço. Se um preço de mercado não
estiver disponível, o justo valor do instrumento é estimado com base em técnicas de valorização,
que incluem modelos de avaliação de preços ou técnicas de “discounted cash-flows”.
Quando são utilizadas técnicas de “discounted cash-flows”, os fluxos financeiros futuros são
estimados de acordo com as expectativas da gestão e a taxa de desconto utilizada corresponde à
taxa de mercado para instrumentos financeiros com características semelhantes. Nos modelos de
avaliação de preços, os dados utilizados correspondem a informações sobre preços de mercado.
ii) Activos financeiros disponíveis para venda
Os activos financeiros disponíveis para venda incluem instrumentos de capital e dívida, que não
sejam classificados como de negociação, designados ao justo valor através de resultados,
activos detidos até à maturidade ou como empréstimos concedidos e contas a receber.
Os activos financeiros disponíveis para venda são registados ao justo valor, com excepção de
instrumentos de capital não cotados num mercado activo e cujo justo valor não possa ser
mensurado com fiabilidade, os quais permanecem registados ao custo. Os ganhos e perdas
relativos à variação subsequente do justo valor são reflectidos em rubrica específica do capital
próprio “reserva de justo valor” até à sua venda (ou até ao reconhecimento de perdas por
89
imparidade), momento em que são transferidos para resultados. Os ganhos ou perdas cambiais
de activos monetários são reconhecidas directamente em resultados do período, enquanto que
os ganhos ou perdas cambiais dos instrumentos de capital próprio são reconhecidos
directamente em reservas.
Os juros inerentes aos activos financeiros e o reconhecimento das diferenças entre o custo de
aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da
taxa de juro efectiva e registados em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.
Os rendimentos de títulos de rendimento variável são reconhecidos em resultados na data em
que são atribuídos ou recebidos. De acordo com este critério, os dividendos antecipados são
registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição.
iii) Investimentos detidos até à maturidade
Os investimentos detidos até à maturidade são activos financeiros não derivados com
pagamentos fixados ou determináveis e maturidades fixadas, relativamente aos quais a
Caixa tem a intenção positiva e a capacidade de deter até à maturidade.
Os investimentos financeiros detidos até à maturidade são registados ao custo de aquisição.
Os juros inerentes aos activos financeiros e o reconhecimento das diferenças entre o custo
de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o
método da taxa de juro efectiva e registados em resultados na rubrica de “Juros e
rendimentos similares”.
iv) Empréstimos concedidos e contas a receber
Nesta rubrica são registados apenas os valores a receber de outras instituições de crédito.
Os valores aqui registados respeitam a activos financeiros com pagamentos fixos ou
determináveis, não cotados num mercado activo e não incluídos em qualquer uma das restantes
categorias de activos financeiros.
90
No reconhecimento inicial, estes activos são valorizados pelo justo valor, deduzido de eventuais
comissões incluídas na taxa efectiva, e acrescido de todos os custos incrementais directamente
atribuíveis à transacção. Subsequentemente, estes activos são valorizados ao custo amortizado,
com base no método da taxa de juro efectiva e sujeitos a testes de imparidade.
Os juros são reconhecidos com base no método da taxa de juro efectiva, que permite calcular o
custo amortizado e repartir os juros ao longo do período das operações. A taxa efectiva é
utilizada para descontar os fluxos de caixa futuros estimados associados ao instrumento
financeiro na data do seu reconhecimento inicial.
v) Operações de venda com acordo de recompra
Considera-se acordo de recompra um acordo para transferir um activo financeiro para uma
outra parte em troca de dinheiro ou de outra retribuição e uma obrigação concorrente de
adquirir o activo financeiro numa data futura por uma quantia igual ao dinheiro, ou a outra
retribuição trocada incluindo juros.
Os títulos vendidos com acordo de recompra são mantidos na carteira onde estavam
originalmente registados. Os fundos recebidos são registados, na data de liquidação, em conta
própria do passivo, sendo periodificados os respectivos juros, através do método da taxa de
juro efectiva.
vi) Operações de compra com acordo de revenda
É considerada compra com acordo de revenda o acordo pelo qual uma instituição compra um
activo financeiro com o compromisso de revender esse activo a um preço pré determinado e
numa determinada data fixada ou em data a fixar.
Os activos financeiros adquiridos com acordo de revenda por um preço fixo ou por um preço
que iguala o preço de compra acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são
reconhecidos no balanço, sendo o custo de aquisição registado como empréstimos a outras
91
instituições de crédito. A diferença entre o valor de compra e o valor de revenda é tratada
como juro e é diferido durante a vida do acordo, através do método da taxa efectiva.
vii) Outros passivos financeiros
Um instrumento é classificado como passivo financeiro quando existe uma obrigação
contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo
financeiro independentemente da sua forma legal.
Os outros passivos financeiros, essencialmente recursos de instituições de crédito, depósitos
de clientes e dívida emitida, são inicialmente valorizados ao justo valor, que corresponde à
contraprestação recebida líquida dos custos de transacção e são posteriormente valorizados
ao custo amortizado.
Conforme previsto no Decreto-Lei n.º 182/87, de 21 de Abril, foi criado o Fundo de Garantia
do Crédito Agrícola Mútuo, cujo funcionamento foi regulamentado pelo Decreto-Lei 345/98,
de 9 de Novembro. Este último visou reconverter o Fundo de Garantia de Crédito Agrícola
Mútuo, por forma a que o mesmo tivesse por objecto (i) garantir o reembolso de depósitos
constituídos na Caixa Central e nas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo suas associadas e (ii)
promover e realizar acções que visem assegurar a solvabilidade e liquidez das referidas
instituições, com vista à defesa do SICAM.
viii) Imparidade em activos financeiros
A Caixa efectua análises periódicas de imparidade aos activos financeiros e outros valores a
receber, conforme referido acima.
Quando existe evidência de imparidade num activo ou grupo de activos financeiros, as perdas
por imparidade registam-se por contrapartida de resultados.
Para títulos cotados e fundos de investimento, considera-se que existe evidência objectiva de
imparidade numa situação de desvalorização continuada ou de valor significativo na cotação
92
dos títulos. Considera-se desvalorização continuada ou de valor significativo, uma depreciação
de valor por tempo superior a 12 meses ou de valor superior a 30%, respectivamente. Para
títulos não cotados, é considerado evidência objectiva de imparidade a existência de eventos
com impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, desde que
possa ser estimado com razoabilidade.
Caso num período subsequente se registe uma diminuição no montante das perdas por
imparidade atribuída a um evento, o valor previamente reconhecido é revertido através de
ajustamento à conta de perdas por imparidade. O montante da reversão é reconhecido
directamente na demonstração de resultados.
No caso de activos financeiros disponíveis para venda, em caso de evidência objectiva de
imparidade, resultante de diminuição significativa e prolongada do justo valor do título ou de
dificuldades financeiras do emitente, a perda acumulada na reserva de reavaliação de justo
valor é removida do capital próprio e reconhecida nos resultados. As perdas por imparidade
registadas em títulos de rendimento fixo podem ser revertidas através de resultados, caso se
verifique uma alteração positiva no justo valor do título resultante de um evento ocorrido após
a determinação da imparidade. As perdas por imparidade relativas a títulos de rendimento
variável não podem ser revertidas, pelo que eventuais mais-valias potenciais originadas após o
reconhecimento de perdas por imparidade são reflectidas na reserva de justo valor. Quanto a
títulos de rendimento variável para os quais tenha sido registada imparidade, posteriores
variações negativas no seu justo valor são sempre reconhecidas em resultados.
ix) Instrumentos financeiros derivados
Os instrumentos financeiros derivados são registados pelo seu justo valor na data da sua
contratação. Adicionalmente, são reflectidos em rubricas extrapatrimoniais pelo respectivo valor
nocional. Subsequentemente, os instrumentos financeiros derivados são mensurados pelo
respectivo justo valor. O justo valor é apurado:
Com base em cotações obtidas em mercados activos (por exemplo, no que respeita a
futuros transaccionados em mercados organizados);
93
Com base em modelos que incorporam técnicas de valorização aceites no mercado,
incluindo cash-flows descontados e modelos de valorização de opções.
Os derivados são registados ao justo valor, sendo os resultados apurados mensalmente
reconhecidos em proveitos e custos do exercício, nas rubricas de "Resultados de activos e
passivos avaliados ao justo valor através de resultados". As reavaliações positivas e negativas
são registadas nas rubricas "Activos financeiros detidos para negociação" e "Passivos
financeiros ao justo valor através de resultados", respectivamente.
A Caixa não possui em balanço instrumentos financeiros derivados de cobertura.
Os derivados que estão embutidos em outros instrumentos financeiros são tratados em
separado do instrumento principal, sempre que: i) as suas características económicas e os seus
riscos não se encontrem relacionados com as características económicas e riscos do
instrumento principal; e ii) o instrumento principal não se encontre mensurado ao justo valor
através de resultados. Tais derivados embutidos são desembutidos, e contabilizados ao justo
valor, sendo as variações de justo valor reconhecidas em resultados.
São considerados derivados de negociação todos os instrumentos financeiros derivados que
não estejam associados a relações de cobertura eficazes de acordo com a NIC 39, incluindo:
Derivados contratados para cobertura de risco em activos ou passivos registados ao
justo valor através de resultados, tornando assim desnecessária a utilização de
contabilidade de cobertura;
Derivados contratados para cobertura de risco que não constituem coberturas eficazes
ao abrigo da NIC 39;
Derivados contratados com o objectivo de “trading”.
Os derivados de negociação são registados ao justo valor, sendo os resultados apurados
diariamente reconhecidos em proveitos e custos do exercício, nas rubricas de “Resultados de
activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados”. As reavaliações positivas e
94
negativas são registadas nas rubricas “Activos financeiros ao justo valor através de
resultados” e “Passivos financeiros ao justo valor através de resultados”, respectivamente.
f) Outros activos tangíveis
Os activos tangíveis utilizados pela Caixa para o desenvolvimento da sua actividade são
contabilisticamente relevados pelo custo de aquisição (incluindo custos directamente
atribuíveis) deduzido das amortizações acumuladas.
A depreciação dos activos tangíveis é registada numa base sistemática ao longo do período de
vida útil estimado do bem:
Anos de
vida útil
Imóveis de serviço próprio 50
Despesas em edifícios arrendados 10
Equipamento informático e de escritório 4 a 10
Mobiliário e instalações interiores 6 a 10
Viaturas 4
As despesas de investimento em obras não passíveis de recuperação, realizadas em edifícios
que não sejam propriedade da Caixa, são amortizadas em prazo compatível com o da sua
utilidade esperada ou do contrato de arrendamento.
Conforme previsto na IFRS 1, os activos tangíveis adquiridos até 1 de Janeiro de 2006 foram
registados pelo valor contabilístico na data de transição para as NCA, que corresponde ao
custo ajustado por reavaliações efectuadas nos termos da lei, decorrentes da evolução de
índices gerais de preços. Uma parcela correspondente a 40% do aumento das amortizações
que resultam dessas reavaliações não é aceite como custo para efeitos fiscais, sendo
registados os correspondentes impostos diferidos passivos.
95
Periodicamente são efectuadas avaliações aos imóveis de modo a apurar perdas por
imparidade.
Activos intangíveis
A Caixa regista nesta rubrica as despesas da fase de desenvolvimento de projectos relativos a
sistemas de informação implementados e em fase de implementação, bem como o custo de
software adquirido, em qualquer dos casos quando o impacto esperado se reflecte para além
do exercício em que são realizados.
Os activos intangíveis são registados ao custo de aquisição, deduzido de amortizações e
perdas por imparidade acumuladas.
As amortizações são registadas como custos do exercício numa base sistemática ao longo da
vida útil estimada dos activos, a qual corresponde a um período de 3 anos.
g) Activos não correntes detidos para venda
A Caixa regista em “Activos não correntes detidos para venda” os imóveis, equipamentos e
outros bens recebidos em dação para pagamento de operações de crédito vencido, quando
estes se encontram disponíveis para venda imediata na sua condição presente e existe a
probabilidade de alienação dos mesmos no período de um ano, sendo registados pelo valor
acordado no contrato de dação, o qual corresponde ao menor dos valores da dívida existente
ou da avaliação do bem, na data da dação. Os imóveis são objecto de avaliações periódicas
(pelo menos de 3 em 3 anos), que dão lugar ao registo de perdas por imparidade sempre que
o valor decorrente dessas avaliações (líquido de custos de venda) seja inferior ao valor por que
se encontram contabilizados. Os activos tangíveis são registados nesta rubrica a partir do
momento da celebração do contrato promessa de dação ou da arrematação.
Encontram-se registados igualmente, nesta rubrica, os activos executados judicialmente.
96
Em excepção ao enquadramento no parágrafo acima referido, os imóveis que apresentem a
existência de “ónus” impeditivo de venda, são enquadrados em “Outros Activos”, de acordo
com o mencionado no parágrafo 7 da IFRS 5 “Activos Não Correntes Detidos para Venda e
Unidades Operacionais Descontinuadas”:
“Para que este seja o caso, o activo (ou grupo para alienação) deve estar disponível para
venda imediata na sua condição presente sujeito apenas aos termos que sejam habituais e
costumeiros para vendas de tais activos (ou grupos para alienação) e a sua venda deve ser
altamente provável.”
A Caixa não reconhece mais-valias potenciais nestes activos.
h) Provisões
Esta rubrica do passivo inclui as provisões constituídas para fazer face a garantias e compromissos
assumidos, riscos fiscais, processos judiciais e outros a riscos específicos decorrentes da
actividade da Caixa, de acordo com a NIC 37.
i) Benefícios de empregados
A Caixa subscreveu o Acordo Colectivo de Trabalho Vertical (ACTV) para o sector bancário, pelo
que os seus empregados ou as suas famílias têm direito a pensões de reforma, invalidez e
sobrevivência. No entanto, uma vez que os empregados estão inscritos na Segurança Social, as
responsabilidades da Caixa com pensões relativamente aos seus colaboradores consistem no
pagamento de complementos face aos níveis previstos no ACTV.
Para cobertura das suas responsabilidades, a Caixa integra o Fundo de Pensões do GCA, o qual
se destina a financiar os complementos de pensões de reforma por velhice ou invalidez e
pensões de viuvez e orfandade efectuadas pela Segurança Social. Estes complementos são
calculados, por referência ao ACTV, de acordo com (i) a pensão garantida à idade presumível de
reforma, (ii) com o coeficiente entre o número de anos de serviço prestados até à data do
cálculo e (iii) o número total de anos de serviço à data de reforma.
97
Este Fundo, cujos benefícios a atribuir pelo Plano de Pensões são os definidos no Acordo
Colectivo de Trabalho Vertical do Crédito Agrícola Mútuo, assume, assim, a natureza de um
Fundo solidário, estando a sua gestão a cargo da Companhia de Seguros CA Vida, SA.
De acordo com os estatutos da Caixa, os membros dos seus órgãos sociais não são abrangidos
pelos benefícios descritos.
Para o cálculo das pensões do ACTV, o tempo de serviço assumido foi calculado a partir das
seguintes datas:
Para as diuturnidades futuras e respectiva evolução automática na carreira, considerou-se a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades;
Para o cálculo das percentagens do anexo V na atribuição das pensões, assumiu-se a data de admissão reconhecida para o Fundo de Pensões. Para a repartição das responsabilidades por serviços passados a cargo do Fundo de Pensões do Crédito Agrícola, admitiu-se o seguinte: Quando a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades é posterior à data de admissão reconhecida para o Fundo de Pensões, é esta última a considerada no cálculo dos tempos de serviço passado e total; Quando a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades é anterior à data de admissão reconhecida para o Fundo de Pensões, é esta última a considerada no cálculo do tempo de serviço passado.
Para o tempo de serviço total, a data a considerar é a utilizada no cálculo do nível e diuturnidades,
uma vez que esta corresponde à da admissão na Banca.
Os métodos de cálculo utilizados foram o do “Projected Unit Credit” para a reforma por velhice e
sobrevivência diferida e o dos Prémios Únicos Sucessivos para a reforma por invalidez e
sobrevivência imediata.
O cálculo da pensão de sobrevivência aplicou-se somente aos participantes efectivamente casados,
admitindo-se como idade do cônjuge a do participante diminuída ou acrescida de três anos,
consoante este seja do sexo masculino ou feminino. O cálculo deste benefício encontra-se em
98
função do nível de remuneração do participante, de acordo com o Anexo VI do ACTV.
A Caixa regista anualmente como custo a contribuição para o Fundo de Pensões que é estimada
pela Companhia de Seguros CA Vida, SA para cada entidade contribuinte em função do número de
trabalhadores inscrito.
O Aviso nº 4/2005 do Banco de Portugal determina a obrigatoriedade de financiamento integral
pelos fundos de pensões das responsabilidades por pensões em pagamento e de um nível mínimo
de financiamento de 95% das responsabilidades com serviços passados de pessoal no activo.
j)Prémios de antiguidade
Nos termos do ACTV, a Caixa assumiu o compromisso de atribuir aos colaboradores no activo que
completem quinze, vinte e cinco e trinta anos de bom e efectivo serviço, um prémio de
antiguidade de valor igual a um, dois ou três meses da sua retribuição mensal efectiva (no ano da
atribuição), respectivamente.
A Caixa determina o valor actual dos benefícios com prémios de antiguidade através de cálculos
actuariais pelo método “Projected Unit Credit”. Os pressupostos actuariais (financeiros e
demográficos) têm por base expectativas para o crescimento dos salários e baseiam-se em tábuas
de mortalidade utilizadas para o apuramento das responsabilidades com pensões. A taxa de
desconto é determinada com base em taxas de mercado de obrigações de empresas de rating
elevado e prazo semelhante ao da liquidação das responsabilidades.
k) Reconhecimento de rendimentos de serviços e comissões
Os rendimentos de serviços e comissões obtidos na execução de um acto significativo, são
reconhecidos em resultados quando o acto significativo tiver sido concluído;
Os rendimentos de serviços e comissões obtidos à medida que os serviços são prestados são
reconhecidos em resultados no exercício a que se referem;
99
Os rendimentos de serviços e comissões que são uma parte integrante da taxa de juro efectiva de
um instrumento financeiro são registados em resultados pelo método da taxa de juro efectiva.
l) Impostos sobre os lucros
A Caixa é tributada individualmente e está sujeita ao regime fiscal consignado no Código do
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (Código do IRC).
O total dos impostos sobre lucros registados em resultados engloba os impostos correntes e os
impostos diferidos.
O imposto corrente é calculado com base no resultado fiscal do exercício, o qual difere do
resultado contabilístico devido a ajustamentos ao lucro tributável resultantes de custos ou
proveitos não relevantes para efeitos fiscais, ou que apenas serão considerados noutros períodos.
Os impostos diferidos correspondem ao impacto no imposto a recuperar / pagar em períodos
futuros resultante de diferenças temporárias entre o valor de balanço dos activos e passivos e a
sua base fiscal, utilizada na determinação do lucro tributável.
Os passivos por impostos diferidos são normalmente registados para todas as diferenças
temporárias tributáveis, enquanto que os impostos diferidos activos só são registados até ao
montante em que seja provável a existência de lucros tributáveis futuros que permitam a
utilização das correspondentes diferenças tributárias dedutíveis ou prejuízos fiscais. No entanto,
não são registados impostos diferidos nas seguintes situações:
Diferenças temporárias resultantes de goodwill;
Diferenças temporárias originadas no reconhecimento inicial de activos e passivos em
transacções que não afectem o resultado contabilístico ou o lucro tributável;
Diferenças tributárias dedutíveis resultantes de lucros não distribuídos por empresas filiais e
associadas, na medida em que a Caixa tenha a possibilidade de controlar a sua reversão e seja
100
provável que a mesma não venha a ocorrer num futuro previsível.
Os impostos diferidos são calculados com base nas taxas de imposto que se antecipa estarem em
vigor à data da reversão das diferenças temporárias, que correspondem às taxas aprovadas ou
substancialmente aprovadas na data de balanço.
Os impostos sobre o rendimento (correntes ou diferidos) são reflectidos nos resultados do
exercício, excepto nos casos em que as transacções que os originaram tenham sido reflectidas
noutras rubricas de capital próprio (por exemplo, no caso da reavaliação de activos financeiros
disponíveis para venda). Nestes casos, o correspondente imposto é igualmente reflectido por
contrapartida de capital próprio, não afectando o resultado do exercício.
m) Caixa e equivalentes de caixa
Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os
valores registados no balanço com maturidade inicial inferior a três meses a contar da data de
aquisição/contratação e não sujeitas a riscos de flutuação de valor, onde se incluem a caixa e as
disponibilidades em Bancos Centrais e outras instituições de crédito. A caixa e equivalentes de
caixa excluem os depósitos de natureza obrigatória realizados juntos de Bancos Centrais.
3. PRINCIPAIS ESTIMATIVAS E INCERTEZAS ASSOCIADAS À APLICAÇÃO DAS POLÍTICAS
CONTABILÍSTICAS
As estimativas e julgamentos com impacto nas demonstrações financeiras separadas da Caixa são
continuamente avaliadas, representando à data de cada relato a melhor estimativa do Conselho
de Administração, tendo em conta o desempenho histórico, a experiência acumulada e as
expectativas sobre eventos futuros que, nas circunstâncias em causa, se acreditam serem
razoáveis.
A natureza intrínseca das estimativas pode levar a que o reflexo real das situações que haviam
sido alvo de estimativa possam, para efeitos de relato financeiro, vir a diferir dos montantes
estimados.
101
A preparação das demonstrações financeiras requer a elaboração de estimativas e a adopção de
pressupostos pela gestão, que podem afectar o valor dos activos e passivos, réditos e custos,
assim como de passivos contingentes divulgados.
O uso de estimativas e pressupostos, por parte da gestão, mais significativas são as seguintes:
Provisões e perdas por imparidade
A Caixa efectua uma revisão periódica da sua carteira de crédito de forma a avaliar a existência de
imparidade.
O processo de avaliação da carteira de crédito de forma a determinar se uma perda por
imparidade deve ser reconhecida é sujeito a diversas estimativas e julgamentos. Este processo
inclui factores como a frequência de incumprimento, notações de risco, taxas de recuperação das
perdas e as estimativas quer dos fluxos de caixa futuros quer do momento do seu recebimento.
A utilização de metodologias alternativas e de outros pressupostos e estimativas poderia resultar
em níveis diferentes das perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos
resultados.
Justo valor dos instrumentos financeiros
O justo valor é baseado em cotações de mercado, sempre que disponíveis. No entanto, e na
ausência de cotação, os instrumentos financeiros são valorizados com base em bids indicativos
calculados por terceiros através de modelos de valorização ou de acordo com metodologias de
valorização considerando essencialmente inputs observáveis em mercado com impacto
significativo na valorização do instrumento.
Benefícios a empregados
As responsabilidades com complemento de pensões de reforma e sobrevivência são estimadas
utilizando pressupostos actuariais e financeiros, nomeadamente no que se refere à mortalidade,
102
crescimento dos salários e das pensões e taxas de juro de longo prazo. Neste sentido, estas
estimativas são sujeitas a incertezas significativas.
Activos por impostos diferidos
São reconhecidos activos por impostos diferidos para prejuízos fiscais não utilizados, na medida
em que seja provável que venham a existir no prazo futuro estabelecido por lei resultados fiscais
positivos. Para o efeito são efectuados julgamentos para determinação do montante de impostos
diferidos activos que podem ser reconhecidos, baseados no nível de resultados fiscais futuros
esperados de acordo com projecções económico-financeiras em condições de incerteza. Caso
estas estimativas não se concretizem, existe o risco de ajustamento no valor do activo por
impostos diferidos em exercícios futuros.
Avaliação de activos imobiliários
O serviço de avaliações é prestado por peritos independentes, registados na CMVM e com
qualificações, reconhecida competência e experiência profissional, adequadas ao desempenho das
respectivas funções.
Os procedimentos de avaliação pressupõem a recolha de informação rigorosa, quer de
documentação actualizada, quer numa inspecção do imóvel e zona envolvente, quer na análise do
mercado, transacções, relação oferta/procura e perspectivas de desenvolvimento. O tratamento da
informação permite a adopção de valores base para o cálculo, por aplicação dos métodos e sua
comparação.
O valor de realização dos activos está dependente da evolução futura das condições do mercado
imobiliário.
Os pontos que se encontram omissos no anexo às Contas não são aplicáveis nesta
CCAM.
103
4. CAIXA E DISPONIBILIDADES EM BANCOS CENTRAIS Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Caixa:
Moedas nacionais 1.890.101 2.359.070
Moedas estrangeiras 5.584 23.047
1.895.685 2.382.117
Depósitos à Ordem no Banco de Portugal - -
Disponibilidades sobre bancos centrais no estrangeiro:
Depósitos à ordem - -
Cheques a cobrar - -
Outras disponibilidades - -
- -
Juros a receber - -
1.895.685 2.382.117
De acordo com o Regulamento nº 2.818/98, de 1 de Dezembro, emitido pelo Banco Central Europeu, as instituições de crédito estabelecidas nos Estados-Membros participantes estão sujeitas à constituição de reservas mínimas em contas junto dos Bancos Centrais Nacionais participantes. O valor das reservas mínimas a cumprir por cada instituição é determinado a partir da aplicação dos coeficientes de reservas à base de incidência, a qual resulta do somatório de um subconjunto de rubricas do passivo do seu balanço. Presentemente, o coeficiente é de 1% para as responsabilidades de prazo igual ou inferior a dois anos. As reservas mínimas exigidas são remuneradas à média das taxas das operações principais de refinanciamento do Sistema Europeu de Bancos Centrais.
104
5. DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Disponibilidades em Instituições de Crédito no País:
Depósitos à ordem 1.481.867 1.076.566
Cheques a cobrar 284.760 200.526
Outras disponibilidades - -
1.766.627 1.277.092
Disponibilidades em Instituições Crédito no Estrangeiro:
Organismos financeiros internacionais
Depósitos à ordem - -
Cheques a cobrar - -
Outras disponibilidades - -
- -
Sucursais de outras instituições de créditos nacionais
Depósitos à ordem - -
Cheques a cobrar - -
Outras disponibilidades - -
- -
Outras instituições de crédito
Depósitos à ordem - -
Cheques a cobrar - -
Outras disponibilidades - -
- -
Juros a Receber 32 38
1.766.659 1.277.130
105
6. ACTIVOS FINANCEIROS DETIDOS PARA NEGOCIAÇÃO Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Títulos
Emitidos por residentes
Instrumentos de dívida 2.866.849 -
Instrumentos de capital - -
Outros - -
Emitidos por não residentes
Instrumentos de dívida - -
Instrumentos de capital - -
Outros - -
Instrumentos financeiros derivados - -
Imparidade - -
2.866.849 -
8. ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Títulos
Emitidos por residentes
Instrumentos de dívida 1.359.132 1.358.000
Instrumentos de capital 1.176.582 1.096.000
Outros - -
Emitidos por não residentes
Instrumentos de dívida - -
Instrumentos de capital - -
Outros - -
Crédito e outros valores a receber - -
Imparidade (109.294) (10)
2.426.420 2.453.990
106
Apresenta-se igualmente abaixo os movimentos do ano na reserva de justo valor em capitas próprios:
31-dez-16 31-dez-17
Reserva Aumentos Diminuições Outras Reserva
de JV de JV de JV variações de JV
Reservas de justo valor
Títulos emitidos por residentes
- Instrumentos de dívida 0
- Instrumentos de capital 80.582 6.271 -86.853 0
- Outros 0
Títulos emitidos por não residentes
- Instrumentos de dívida 0
- Instrumentos de capital 0
- Outros 0
80.582 6.271 - (86.853) -
Movimentos de 2017
Adicionalmente, existem imparidades registadas sobre títulos desta carteira no total de 109.284 Euros, imparidade que variou 22.431 Euros, face ao final do ano anterior mais o que foi transferido da conta de capitais próprios, no montante 86.853 Euros. Sobre este assunto, remetemos para o detalhe apresentado na nota relativa a provisões e imparidades.
A Crédito Agrícola Vida – Companhia de Seguros, S.A., procedeu durante o ano 2015 à emissão de obrigações “OBRIGAÇÕES CRÉDITO AGRÍCOLA VIDA – COMPANHIA DE SEGUROS, S.A.- 1ª EMISSÃO 2015”. Esta emissão é destinada exclusivamente à subscrição pelas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo (CCAM) pertencentes ao Sistema Integrado do Crédito do Crédito Agrícola Mútuo que tenham capacidade financeira para tal, nomeadamente em termos de nível de fundos próprios, ficando vedada a transmissão dos títulos a outro tipo de investidores. Esta CCAM procedeu à aquisição de 1.358 títulos, com um valor unitário de € 1.000,00, com prazo indeterminado, com reembolso, parcial ou total, por iniciativa do emitente, decorridos não menos de cinco anos, com juros semestrais, remunerados á taxa nominal fixa de 3% a.a. no primeiro semestre e, nos semestres subsequentes, à taxa indexada à Euribor a 12 meses, acrescida de um spread de 3 pontos percentuais, sendo que, em qualquer circunstância, a taxa de juro nominal nunca será inferior ao valor do spread ou margem.
Em relação aos instrumentos de capital, a ImoValorCA é um fundo especial de investimento imobiliário fechado que consiste em investir primacialmente em imóveis adquiridos através das Caixas Agrícolas de Crédito Agrícola Mútuo e Caixa Central, imóveis esses integrados no âmbito de operações judiciais e extrajudiciais de recuperação de crédito. Não existe garantia para o participante quanto ao capital investido no Fundo, nem quanto à rentabilidade do investimento, pelo que existe o risco de perda de investimento efectuado ao Fundo.
107
9. APLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Aplicações em Instituições de Crédito no País:
No Banco de Portugal:
Mercado monetário interbancário - -
Depósitos - -
Empréstimos - -
Operações de compra com acordo de revenda - -
Outras aplicações - -
- -
Em outras instituições de crédito:
Mercado monetário interbancário - -
Aplicações a muito curto prazo - -
Depósitos 75.972.475 73.972.475
Empréstimos - -
Operações de compra de acordo com revenda - -
Aplicações subordinadas 500.000 500.000
Outras aplicações - -
76.472.475 74.472.475
Aplicações em Instituições de Crédito no Estrangeiro:
Bancos Centrais:
Aplicações a muito curto prazo - -
Depósitos - -
Empréstimos - -
Operações de compra com acordo de revenda - -
Outras aplicações - -
- -
Organismos financeiros internacionais:
Aplicações a muito curto prazo - -
Depósitos - -
Empréstimos - -
Operações de compra com acordo de revenda - -
Aplicações subordinadas - -
Outras aplicações - -
108
31-dez-17 31-dez-16
Sucursais de outras instituições de crédito nacionais:
Aplicações a muito curto prazo - -
Depósitos - -
Empréstimos - -
Operações de compra com acordo de revenda - -
Aplicações subordinadas - -
Outras aplicações - -
- -
Em outras instituições de crédito:
Aplicações a muito curto prazo - -
Depósitos - -
Empréstimos - -
Operações de compra com acordo de revenda - -
Aplicações subordinadas - -
Outras aplicações - -
- -
Correcções de valor de activos que sejam
objecto de operações de cobertura - -
76.472.475 74.472.475
Provisões - -
Juros a receber 134.569 209.066
76.607.044 74.681.541
Em 31 de Dezembro de 2017 e 31 de Dezembro de 2016, os prazos residuais das aplicações em instituições de crédito apresentavam a seguinte estrutura:
31-dez-17 31-dez-16
Até três meses - -
Entre três meses e um ano 72.050.000 70.050.000
Entre um ano e três anos - -
Entre três e cinco anos - -
Mais de cinco anos 4.422.475 4.422.475
76.472.475 74.472.475
Juros a receber 134.569 209.066
76.607.044 74.681.541
109
10. CRÉDITO A CLIENTES Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16 1-jan-16
Crédito interno
Médio e longo prazos
Empréstimos à habitação bonificado 1.953.026 2.303.865 2.383.808
Empréstimos à habitação regime geral 38.830.088 36.665.642 34.946.669
Empréstimos com garantia real 55.253.726 62.837.035
Empréstimos sem garantia real 8.101.560 3.295.134
Contratos de locação financeira
Clientes - - -
CCAM - - -
Empresas do grupo - - -
Empréstimos subordinados - - -
Curto prazo
Outros créditos
Cartão crédito 486.587 460.000 469.541
Outros créditos 4.773.588 3.879.548 4.207.785
Créditos em conta corrente 3.339.500 3.829.250 3.603.750
Clientes - - -
Empresas do grupo - - -
Descobertos em depósitos à ordem 116.670 64.948 82.435
Empresas do grupo - - -
Outros residentes - - -
118.728.989 110.558.539 111.826.157
Crédito ao exterior
Médio e longo prazo
Empréstimos 104.524 119.347 103.661
Curto prazo
Outros créditos
Descobertos dep.ordem - não residentes - 11 -
Outros créditos a clientes 3.604 - -
108.128 119.358 103.661
Outros Créditos e Valores a Receber (titulados)
Titulos de Dívida
Papel Comercial a desconto-Empresas residentes 250.000 - -
250.000 - -
Juros a receber 378.533 354.481 475.931
Comissões associadas ao custo amortizado:
Despesas com encargo diferido - - -
Receitas com rendimento diferido 217.381 263.468 236.051
217.381 263.468 236.051
Correcções de valor dos activos
que sejam objecto de cobertura - - -
Total crédito não vencido 119.248.269 110.768.911 112.169.697
Crédito e juros vencidos
Crédito vencido 13.339.790 16.088.327 13.164.987
Juros vencidos 88.462 126.574 77.144
Total crédito e juros vencidos 13.428.252 16.214.901 13.242.131
132.676.521 126.983.812 125.411.828
Imparidades e Provisões
Para crédito e juros vencidos (7.448.059) (15.514.531) (5.886.159)
Para crédito de cobrança duvidosa (8.181.576) (409.059) (2.639.483)
(15.629.634) (15.923.590) (8.525.642)
117.046.887 111.060.222 116.886.186
69.229.531
110
Para fazer face aos riscos de recuperação da carteira de crédito concedido, a Caixa sujeita a mesma a análise no âmbito do modelo de imparidade do GCA, conforme se explicou em detalhe na nota 2.3 d) referentes às principais políticas contabilísticas seguidas pela Caixa. Note-se que, por força da publicação do Aviso nº 5/2015 do Banco de Portugal e, consequente, revogação do Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal, a Caixa passou a registar imparidades de acordo com a NIC 39 sobre a sua carteira de crédito, em vez de provisões para risco específico de crédito e risco geral de crédito, conforme sucedeu até 31 de Dezembro de 2016. Porém, os montantes apresentados nas colunas de 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2016 do quadro acima encontram-se ajustados de forma a reflectir a posição de Balanço naquelas datas em conformidade com as NIC. Os ajustamentos realizados em cada data encontram-se apresentados em maior detalhe na nota 2.2 referente à comparabilidade da informação.
Em 31 de Dezembro de 2017 e 31 de Dezembro de 2016, o prazo residual dos créditos a clientes apresenta a seguinte estrutura:
31-dez-17 31-dez-16
Até três meses 4.362.055 3.828.611
Entre três meses e um ano 4.859.225 4.799.629
Entre um ano e três anos - -
Entre três e cinco anos 10.864.890 8.865.633
Mais de cinco anos 112.429.200 109.398.925
132.515.370 126.892.798
Receitas com rendimento diferido 217.381 263.468
Juros a receber 378.533 354.481
132.676.521 126.983.812
111
Em 31 de Dezembro de 2017 e 31 de Dezembro de 2016, a composição de créditos a clientes por sectores de actividade é a seguinte:
-
Vencido Não vencido Total Vencido Não vencido Total
Agricultura 185.139 15.146.652 15.331.791 180.112 14.951.337 15.131.449
Alimentos, bebidas e tabaco 125.928 1.388.794 1.514.722 125.837 1.689.292 1.815.129
Comércio 108.831 9.556.488 9.665.319 108.321 8.232.057 8.340.378
Construção 892.605 6.787.242 7.679.847 2.594.783 4.422.311 7.017.094
Engenharia - - - - - -
Madeira e cortiça - - - - - -
Serviços 1.474.627 9.704.894 11.179.521 1.805.324 8.579.089 10.384.413
Têxtil - - - - - -
Transportes e comunicações 4.597 18.728 23.325 4.560 8.951 13.511
Particulares: - -
Habitação 1.160.994 40.783.114 41.944.108 5.709.240 38.969.507 44.678.747
Consumo 489.519 7.770.003 8.259.523 912.489 6.228.361 7.140.850
Outros 8.986.012 27.931.202 36.917.214 4.774.236 27.596.991 32.371.227
13.428.252 119.087.117 132.515.370 16.214.902 110.677.896 126.892.798
31-dez-17 31-dez-16
112
11. INVESTIMENTOS DETIDOS ATÉ À MATURIDADE Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Titulos detidos até à maturidade:
Títulos cotados:
Títulos emitidos por residentes
Instrumentos de dívida
De dívida pública portuguesa 764.000 10.000
De outros emissores públicos nacionais - -
De outros residentes:
Dívida não subordinada - -
Dívida subordinada - -
Títulos emitidos por não residentes
Instrumentos de dívida
De emissores públicos estrangeiros - -
De organismos financeiros internacionais - -
De outros não residentes
Dívida não subordinada - -
Dívida subordinada - -
Títulos não cotados:
Títulos emitidos por residentes
Instrumentos de dívida
De dívida pública portuguesa - -
De outros emissores públicos nacionais - -
De outros residentes:
Dívida não subordinada - -
Dívida subordinada - -
Títulos emitidos por não residentes
Instrumentos de dívida
De emissores públicos estrangeiros - -
De organismos financeiros internacionais - -
De outros não residentes
Dívida não subordinada - -
Dívida subordinada - -
Outros investimentos detidos até à maturidade
Títulos cotados - -
Títulos não cotados - -
Juros a receber 4.654 19
768.654 10.019
113
Em 31 de Dezembro de 2017, os investimentos financeiros a deter até à maturidade encontram-se registados ao custo amortizado. Os juros inerentes aos activos financeiros e o reconhecimento das diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da taxa de juro efectiva e registados em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”. Em Maio de 2016 a CCAM subscreveu 10.000 euros em Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (“OTRV MAIO 2021”), com valor nominal unitário de €1.000 por cada OTRV, pelo prazo de 5 anos, com pagamentos de juros calculados diariamente na base actual/360 que vencer-se-ão semestral e postecipadamente, a 19 de Maio e a 19 de Novembro de cada ano, até á data de reembolso, á Taxa de Juro Variável, Euribor 6 meses acrescida de 2,20% (Taxa Anual Nominal Bruta), com uma taxa de juros mínima de 2,20% (Taxa Anual Nominal Bruta). O pagamento dos juros ficará sujeito ao regime fiscal em vigor no momento do pagamento, bem como as comissões e outros encargos.
Em Abril de 2017 a CCAM subscreveu 140.000 euros em Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (“OTRV ABRIL 2022”), com valor nominal unitário de €1.000 por cada OTRV, pelo prazo de 5 anos, com pagamentos de juros calculados diariamente na base actual/360 que vencer-se-ão semestral e postecipadamente, a 12 de Abril e a 12 de Outubro de cada ano, até á data de reembolso, á Taxa de Juro Variável, Euribor 6 meses acrescida de 1,90% (Taxa Anual Nominal Bruta), com uma taxa de juros mínima de 1,90% (Taxa Anual Nominal Bruta). O pagamento dos juros ficará sujeito ao regime fiscal em vigor no momento do pagamento, bem como as comissões e outros encargos.
Em Agosto de 2017 a CCAM subscreveu 594.000 euros em Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (“OTRV AGOSTO 2022”), com valor nominal unitário de €1.000 por cada OTRV, pelo prazo de 5 anos, com pagamentos de juros calculados diariamente na base actual/360 que vencer-se-ão semestral e postecipadamente, a 2 de Fevereiro e a 2 de Agosto de cada ano, até á data de reembolso, á Taxa de Juro Variável, Euribor 6 meses acrescida de 1,60% (Taxa Anual Nominal Bruta), com uma taxa de juros mínima de 1,60% (Taxa Anual Nominal Bruta). O pagamento dos juros ficará sujeito ao regime fiscal em vigor no momento do pagamento, bem como as comissões e outros encargos.
Em Dezembro de 2017 a CCAM subscreveu 20.000 euros em Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (“OTRV DEZEMBRO 2022”), com valor nominal unitário de €1.000 por cada OTRV, pelo prazo de 5 anos, com pagamentos de juros calculados diariamente na base actual/360 que vencer-se-ão semestral e postecipadamente, a 5 de Junho e a 5 de Dezembro de cada ano, até á data de reembolso, á Taxa de Juro Variável, Euribor 6 meses acrescida de 1,10% (Taxa Anual Nominal Bruta), com uma taxa de juros mínima de 1,10% (Taxa Anual Nominal Bruta). O pagamento dos juros ficará sujeito ao regime fiscal em vigor no momento do pagamento, bem como as comissões e outros encargos.
114
A carteira de investimentos detidos até à maturidade em 31 de Dezembro de 2017, tem os seguintes prazos contratuais:
À vista Até 3 meses
De 3 meses
a 1 anos Até 5 anos
Indeterminad
o TotalInvestimentos detidos
até à maturidade - 764.000 764.000
Prazos residuais contratuais
31 dez 2017 em milhares de euros
12. ACTIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Activos não correntes detidos para venda:
Imóveis 8.850.961 9.985.305
Equipamento - -
Outros 21.074 21.074
8.872.035 10.006.379
Outros activos não correntes detidos para venda:
Filiais - -
Associadas - -
Outros activos não correntes detidos para venda - -
- -
8.872.035 10.006.379
Imparidade:
Imóveis (1.871.757) (2.668.380)
Equipamento - -
Outros - -
7.000.277 7.337.999
115
O movimento desta rubrica nos exercícios de 2017 e 2016 pode ser apresentado da seguinte forma:
Valor Utilização Dotações Reposições Valor Valor
bruto Imparidade Aquisições Alienações de imparidade de imparidade de imparidade bruto Imparidade líquido
Activos não correntes detidos para venda
Imóveis 9.985.305 (2.668.380) 2270176 -3404520 716406 -207027 287243 8.850.961 (1.871.757) 6.979.203
Equipamento - - - - - - - - - -
Outros 21.074 - - - - - - 21.074 - 21.074
10.006.379 (2.668.380) 2.270.176 (3.404.520) 716.406 (207.027) 287.243 8.872.035 (1.871.757) 7.000.277
Valor Utilização Dotações Reposições Valor Valor
bruto Imparidade Aquisições Alienações de imparidade de imparidade de imparidade bruto Imparidade líquido
Activos não correntes detidos para venda
Imóveis 11.164.509 (2.017.332) 542.203 (1.721.408) 131.031 (967.955) 185.876 9.985.305 (2.668.380) 7.316.925
Equipamento - - - - - - - - - -
Outros - - 21.074 - - - - 21.074 - 21.074
11.164.509 (2.017.332) 563.277 (1.721.408) 131.031 (967.955) 185.876 10.006.379 (2.668.380) 7.337.999
31-dez-16 31-dez-17
31-dez-15 31-dez-16
Nos termos da Instrução nº 4/2016, de 21 de Março, a Caixa tem efectuado pedidos de prorrogação do prazo de detenção e manutenção no seu património, de imóveis adquiridos em reembolso de crédito.
116
13. OUTROS ACTIVOS TANGÍVEIS
O movimento ocorrido nas rubricas de “Outros activos tangíveis” durante os exercícios de 2017 e 2016 foi o seguinte:
Valor Depreciações Depreciações Imparidade Valor Depreciações Valor
Descrição bruto acumuladas Imparidade Aquisições Transferências do exercício do exercício Valor bruto Depreciação Valor bruto Depreciação bruto acumuladas Imparidade líquido
Imóveis:
De serviço próprio:
Terrenos 341.113 - - - - - - - - - - 341.113 - - 341.113
Edificios 6.307.978 (1.928.504) - - - (127.101) (876.527) - - - - 6.307.978 (2.055.605) (876.527) 3.375.847
Outros - - - - - - - - - - - - - - -
Obras em imóveis arrendados - - - - - - - - - - - - - - -
Outros imóveis - - - - - - - - - - - - - - -
6.649.091 (1.928.504) - - - (127.101) (876.527) - - - - 6.649.091 (2.055.605) (876.527) 3.716.960
Equipamento:
Mobiliário e material 250.435 (246.466) - 6.596 - (1.895) - - - - - 257.031 (248.361) - 8.670
Máquinas e ferramentas 380.261 (351.216) - 8.425 - (7.801) - - - - - 388.686 (359.016) - 29.670
Equipamento informático 198.559 (192.639) - 5.051 - (5.510) - - - - - 203.610 (198.150) - 5.460
Instalações interiores 591.964 (483.692) - - - (20.748) - - - - - 591.964 (504.440) - 87.524
Material de transporte 339.886 (269.890) - 73.911 - (7.016) - - - - - 413.798 (276.905) - 136.892
Equipamento de segurança 237.289 (225.225) - - - (3.627) - - - - - 237.289 (228.853) - 8.436
Outro equipamento 436.995 (340.534) - 56.619 - (31.246) - - - - - 493.614 (371.781) - 121.833
2.435.388 (2.109.663) - 150.602 - (77.843) - - - - - 2.585.991 (2.187.506) - 398.485
Equipamento em locação financeira:
Imóveis - - - - - - - - - - - - - - -
Equipamento 53.980 (35.980) - - - - - - - - - 53.980 (35.980) - 18.000
Outros activos em locação financeira - - - - - - - - - - - - - - -
53.980 (35.980) - - - - - - - - - 53.980 (35.980) - 18.000
Outros activos tangíveis:
(…) 14.553 (14.553) - - - - - - - - - 14.553 (14.553) - -
Activos tangíveis em curso 52.629 - - 9.484 (34.868) - - (14.080) - - - 13.165 - - 13.165
9.205.641 (4.088.700) - 160.086 (34.868) (204.944) (876.527) (14.080) - - - 9.316.779 (4.293.643) (876.527) 4.146.609
31-dez-16 31-dez-17
Alienações e abatesRegularizações
117
Valor Depreciações Depreciações Imparidade Valor Depreciações Valor
Descrição bruto acumuladas Imparidade Aquisições Transferências do exercício do exercício Valor bruto Depreciação Valor bruto Depreciação bruto acumuladas Imparidade líquido
Imóveis:
De serviço próprio:
Terrenos 362.187 - - - - - - - - (21.074) - 341.113 - - 341.113
Edificios 6.307.978 (1.801.403) - - - (127.101) (670.708) - - - - 6.307.978 (1.928.504) (670.708) 3.708.766
Outros - - - - - - - - - - - - - - -
Obras em imóveis arrendados - - - - - - - - - - - - - - -
Outros imóveis - - - - - - - - - - - - - - -
6.670.166 (1.801.403) - - - (127.101) (670.708) - - (21.074) - 6.649.091 (1.928.504) (670.708) 4.049.879
Equipamento:
Mobiliário e material 249.562 (244.359) - 873 - (2.108) - - - - - 250.435 (246.466) - 3.969
Máquinas e ferramentas 366.746 (344.683) - 13.515 - (6.533) - - - - - 380.261 (351.216) - 29.045
Equipamento informático 197.785 (182.057) - 774 - (10.582) - - - - - 198.559 (192.639) - 5.919
Instalações interiores 591.964 (462.907) - 0 - (20.785) - - - - - 591.964 (483.692) - 108.272
Material de transporte 339.886 (233.911) - 0 - (35.979) - - - - - 339.886 (269.890) - 69.997
Equipamento de segurança 237.289 (221.518) - 0 - (3.707) - - - - - 237.289 (225.225) - 12.064
Outro equipamento 413.226 (318.137) - 23.768 - (22.397) - - - - - 436.995 (340.534) - 96.460
2.396.458 (2.007.571) - 38.930 - (102.092) - - - - - 2.435.388 (2.109.663) - 325.725
Equipamento em locação financeira:
Imóveis - - - - - - - - - - - - - - -
Equipamento 53.980 (35.980) - - - - - - - - - 53.980 (35.980) - 18.000
Outros activos em locação financeira - - - - - - - - - - - - - - -
53.980 (35.980) - - - - - - - - - 53.980 (35.980) - 18.000
Outros activos tangíveis:
(…) 14.553 (14.386) - - - (166) - - - - - - - - 0
Activos tangíveis em curso 3.681 - - 48.948 - - - - - - - - - - 52.629
9.138.837 (3.859.341) - 87.879 - (229.359) (670.708) - - (21.074) - 9.138.460 (4.074.147) (670.708) 4.446.234
31-dez-15 31-dez-16
Alienações e abatesRegularizações
118
15. INVESTIMENTOS EM FILIAIS, ASSOCIADAS E EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS Em 31 de Dezembro de 2017 e 31 de Dezembro de 2016, a rubrica “investimentos em filiais” tem a seguinte composição:
Participação Valor de Valor de
efectiva (%) balanço balanço
Empresa Sector de actividade Sede 31-dez-17 31-dez-17 31-dez-16
CA INFORMÁTICA SERV. INFORMÁTICA R TEÓFILO BRAGA, LT 63-CAVE_DAMAIA 0,2449% 11.449 11.449
CA SEGUROS SEGURADORA AV ENG.DUARTE PACHECO 19 3º_LISBOA 0,0003% 53 53
CA VIDA SEGURADORA RUA CASTILHO, 233_LISBOA 0,0071% 2.500 -
FENACAM OUT.SERV.INTERMED. MONETÁRIARUA PASCOAL DE MELO, Nº 49_LISBOA 0,0040% 20 20
CAIXA CENTRAL BANCA RUA CASTILHO, 233_LISBOA 2,0963% 6.362.530 6.362.530
(…) (…) (…)
6.376.552 6.374.052
Em 31 de Dezembro de 2017, os dados financeiros mais significativos retirados das demonstrações financeiras destas empresas podem ser resumidos da seguinte forma:
Activo Situação Resultado
Empresa líquido líquida líquido
CA INFORMÁTICA 16.195.104 7.559.474 327.939
CA SEGUROS 214.871.600 45.234.567 2.031.039
CA VIDA 1.607.061.582 110.016.753 6.652.580
FENACAM 8.303.491 5.508.860 547.749
CAIXA CENTRAL 8.887.903.108 327.110.895 55.228.370 Esta rubrica regista uma imparidade total de 5.051 euros, refente ao investimento nas acções da CA Informática e CA seguros.
119
16. IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO
Os saldos de activos e passivos por impostos sobre o rendimento em 31 de Dezembro de 2017, 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2016 eram os seguintes:
31-dez-17 31-dez-16 1-jan-16
Activos por impostos diferidos
Por diferenças temporárias 2.858.746 2.841.250 1.111.455
Por prejuízos fiscais reportáveis - - -
2.858.746 2.841.250 1.111.455
Passivos por impostos diferidos
Por diferenças temporárias 12.638 13.386 13.800
2.871.384 2.854.635 1.125.255
Activos por impostos correntes
Pagamentos por conta - - -
Outros - - -
Imposto sobre o rendimento a recuperar 336.629
- 336.629 -
Passivos por impostos correntes
Imposto sobre o rendimento a pagar 323.910 402.717
323.910 336.629 402.717
Em resultado da adopção das NIC em 2017, a Caixa apurou um impacto ao nível dos impostos diferidos, tal como apresentado no ponto 2.2 relativo à comparabilidade das demonstrações financeiras. Sobre este assunto remetemos para a mencionada nota deste anexo.
120
O detalhe e o movimento ocorrido nos impostos diferidos durante os exercícios de 2017 e 2016 foi o seguinte:
2017
Saldo Adopção Variação Variação Variação Saldo
em das NIC em em Resultados em em
31-dez-16 (Aviso 5/2015) Resultados Transitados Reservas 31-dez-17
. Imparidade em activos tangíveis - - - - - -
. Imparidade em activos intangíveis - - - - - -
. Imparidades em crédito 2.564.863 - (76.034) - - 2.488.829
. Imparidades em garantias e compromissos assumidos 78.579 - (44.019) - - 34.560
. Imparidade em participações financeiras - - - - - -
. Imparidade em devedores e outras aplicações 2.885 68.474 - - 71.359
. Imparidade em ANCDV e outros activos 146.617 - 45.167 - - 191.784
. Provisão para riscos gerais bancários - - - - - -
. Provisão para outros riscos e encargos - - 20.852 - - 20.852
. Benefícios aos empregados
Reformas antecipadas - - 7.634 - - 7.634
Contribuição efectuada - - - - - -
Prémio de antiguidade 48.305 - (4.577) - - 43.727
Encargos com saúde - - - - - -
. Reavaliação de AFT não aceite fiscalmente 13.386 - (747) - - 12.638
. Reserva de justo valor de IFD - - - - - -
. Reserva de justo valor de AFDV - - - - - -
. Prejuízos fiscais reportáveis - - - - - -
(…) - -
2.854.635 - 16.749 - - 2.871.384
2016
Saldo Adopção Variação Variação Variação Saldo
em das NIC em em Resultados em em
1-jan-16 (Aviso 5/2015) Resultados Transitados Reservas 31-dez-16
. Imparidade em activos tangíveis - - - - - -
. Imparidade em activos intangíveis - - - - - -
. Imparidades em crédito 2.639.387 (1.670.136) 1.595.613 - - 2.564.863
. Imparidades em garantias e compromissos assumidos 91.358 - (12.778) - - 78.579
. Imparidade em participações financeiras - - - - - -
. Imparidade em devedores e outras aplicações 4.795 - (1.910) - - 2.885
. Imparidade em ANCDV e outros activos - - 146.617 - - 146.617
. Provisão para riscos gerais bancários - - - - - -
. Provisão para outros riscos e encargos - - - - - -
. Benefícios aos empregados
Reformas antecipadas - - - - - -
Contribuição efectuada - - - - - -
Prémio de antiguidade 46.052 - 2.253 - - 48.305
Encargos com saúde - - - - - -
. Reavaliação de AFT não aceite fiscalmente 13.800 - (415) - - 13.386
. Reserva de justo valor de IFD - - - - - -
. Reserva de justo valor de AFDV - - - - - -
. Prejuízos fiscais reportáveis - - - - - -
(…) -
2.795.392 (1.670.136) 1.729.380 - - 2.854.635
121
Os gastos com impostos sobre lucros registados em resultados, bem como a carga fiscal, medida pela relação entre a dotação para impostos sobre lucros e o lucro do exercício antes de impostos, podem ser apresentados como se segue:
31-dez-17 31-dez-16
Impostos correntes 550.863 268.235
Impostos diferidos
Registo e reversão de diferenças temporárias (18.244) (1.730.209)
Prejuízos fiscais reportáveis - -
(18.244) (1.730.209)
Total de impostos reconhecidos em resultados 532.619 (1.461.974)
Lucro antes de impostos 2.234.769 (6.974.960)
Carga fiscal 23,83% 20,96%
De acordo com a legislação em vigor, as declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correcção por parte da Autoridade Tributária e Aduaneira, regra geral, durante um período de 4 anos. Deste modo, os exercícios de 2014 a 2017 encontram-se ainda abertos para inspecção, podendo ser alvo de liquidações adicionais por parte daquela entidade. Contudo, entende a Administração da Caixa que não é previsível que ocorram correcções com impacto significativo nas demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2017.
122
A reconciliação entre a taxa nominal e a taxa efectiva de imposto a 31 de Dezembro de 2017 e 2016 pode ser demonstrada como segue:
Taxa de Taxa de
imposto Montante imposto Montante
Resultado antes de impostos 2.234.769 (6.974.960)
Imposto apurado com base na taxa geral de IRC 21% 469.301 21% (1.464.742)
Imposto apurado com base na taxa de derrama municipal 0,88% 19.666 0,86% (59.985)
Imposto apurado com base nas taxas de derrama estadual (3% - 7%) 0,99% 22.043 2,35% (164.249)
22,87% 511.010 24,21% (1.688.976)
Gastos relativas a exercícios anteriores 0,18% 4.121 (0,06%) 4.315 Imparidades não dedutíveis (5,73%) (127.993) (22,48%) 1.568.288 Provisões não dedutíveis 4,18% 93.350 (1,32%) 92.099 Ajustamentos relativos a benefícios aos empregados 0,47% 10.601 0,04% (2.722) Contribuição sobre o sector bancário 0,30% 6.709 (0,07%) 5.014 Outros encargos não dedutíveis 3,88% 86.698 (0,31%) 21.595 Eliminação da dupla tributação económica 0,00% - 0,00%Benefícios fiscais (0,53%) (11.774) (0,00%) 10 Outros valores dedutíveis (1,84%) (41.098) (0,25%) 17.312 Dedução de prejuízos fiscais 0,00% - 0,00%Derramas municipal e estadual 0,16% 3.634 (3,35%) 234.006 Tributações autónomas 0,70% 15.605 (0,25%) 17.295 (…)
Impacto do imposto corrente em resultados 24,65% 550.863 (3,85%) 268.235
Impacto do imposto diferido em resultados (0,82%) (18.244) 24,81% (1.730.209)
Custo com imposto do exercício 23,83% 532.619 20,96% (1.461.974)
Correcções de impostos relativas a exercícios anteriores 0,00% - 0,00% -
Total de custo com imposto 23,83% 532.619 20,96% (1.461.974)
31-dez-17 31-dez-16
123
17. OUTROS ACTIVOS Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Outros activos
Outros metais preciosos 203.378 185.020
Outros activos por recuperação crédito 1.505.449 -
Devedores por operações sobre futuros - -
Sector Público Administrativo
IVA a recuperar - -
(…) - -
Despesas a debitar a clientes - -
Bonificações a receber 12.668 5.804
Outros devedores diversos 231.998 466.291
(…) - -
1.953.494 657.114
Despesas com encargo diferido
Fundo de Pensões - -
Seguros 19.101 16.561
(…) - -
Outras 8.498 5.458
27.599 22.019
Valores a regularizar
Operações cambiais a liquidar - -
Operações activas a regularizar 1.360.144 1.137.584
Responsabilidades com pensões e out. 34.713 18.794
Outros juros e rendimentos similares 302.061 -
(…) - -
Outras 1.770 1.977
1.698.688 1.158.355
Receitas com rendimento diferido
Outras Comissões (67.213) -
(67.213) -
Imparidade – Outros activos
Outros devedores diversos (32.023) (33.370)
Outros activos-Prov. p/ imparidade acumulada (314.286) -
(…) - -
(346.309) (33.370)
3.266.259 1.804.119
Em Agosto de 2017, esta CCAM procedeu à transferência contabilística, dos imóveis que estavam registados em Activos Financeiros Disponíveis para Venda para Outros Activos por Recuperação de Crédito, no montante de 1.501.939 euros, pois estes encontram-se onerados por contractos de arrendamento ou impedimento de outra natureza, que não podem ser transaccionados de imediato.
124
20. RECURSOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Recursos de instituições de crédito no país
Mercado monetário interbancário - -
Recursos a muito curto prazo - -
Depósitos 13.111.913 12.152.988
Empréstimos - -
Operações de venda com acordo de recompra - -
Outros recursos - -
13.111.913 12.152.988
Recursos de instituições de crédito no estrangeiro
Organismos financeiros internacionais
Recursos a muito curto prazo - -
Depósitos - -
Empréstimos - -
Operações de venda com acordo de recompra - -
Outros recursos - -
Sucursais de outras instituições de crédito nacionais
Recursos a muito curto prazo - -
Depósitos - -
Empréstimos - -
Operações de venda com acordo de recompra - -
Outros recursos - -
Outras instituições de crédito
Recursos a muito curto prazo - -
Depósitos - -
Empréstimos - -
Operações de venda com acordo de recompra - -
Outros recursos - -
- -
Correcções de valor de activos que sejam objecto
de operações de cobertura - -
Juros a pagar 1.363 2.754
13.113.277 12.155.743
O BCE através das operações de financiamento TLTRO do BCE, coloca á disposição do Crédito Agrícola um limite de financiamento correspondente a 7% da sua carteira de crédito a Sociedades Não Financeiras (SNF) do sector privado e a particulares, excluindo os créditos concedidos para aquisição de habitação, sendo este o critério que rege as avaliações do BCE sobre a evolução da carteira de crédito do Crédito Agrícola, com o objectivo expresso de incentivar o crédito à economia mediante a garantia de financiamento.
125
As operações TLTRO têm vencimento em Setembro de 2018 e são remuneradas a uma taxa fixa até à maturidade, fixando o custo de funding para o período, embora com reembolso antecipado obrigatório em Setembro de 2016 caso a evolução do crédito elegível do SICAM seja inferior ao benchmark/valor de crescimento definido pelo BCE.
21. RECURSOS DE CLIENTES E OUTROS EMPRÉSTIMOS Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Depósitos
À ordem 68.473.335 60.916.495
A prazo 66.278.881 69.712.007
De poupança 49.701.577 45.146.084
Outros recursos de clientes - -
Cheques e ordens a pagar 44.834 2.088
Outros - -
184.498.627 175.776.673
Juros a pagar 75.735 123.776
184.574.362 175.900.449
Em 31 de Dezembro de 2017 e 31 de Dezembro de 2016, os prazos residuais dos recursos de
clientes e outros empréstimos, apresentavam a seguinte estrutura:
31-dez-17 31-dez-16
Até três meses 109.797.549 103.616.912
Entre três meses e um ano 72.246.173 70.623.014
Entre um ano e três anos 1.795.550 1.086.403
Entre três e cinco anos 41.162 91.765
Mais de cinco anos 618.193 358.579
184.498.627 175.776.673
126
23. PROVISÕES E IMPARIDADES O movimento ocorrido nas provisões e imparidades da Caixa durante os exercícios de 2017 e 2016
foi o seguinte:
Saldos em Reposições e Saldos em
31-dez-16 Reforços anulações Utilizações Transferências 31-dez-17
Imparidade para crédito a clientes e aplicações 16.260.531 6.291.975 (6.585.930) - (336.943) 15.629.634
em instituições de crédito
Imparidade em AFDV
- Intrumentos de dívida - - - - - -
- Intrumentos de capital 10 109.284 - - - 109.294
- Outros títulos - - - - - -
10 109.284 - - - 109.294
Imparidade em investimentos em filiais e associadas 5.051 - - - - 5.051
Imparidade em AFT e AI 670.708 272.742 (66.923) - - 876.527
Imparidade em ANCDV 2.668.381 207.027 (287.243) (716.406) - 1.871.758
Imparidade em outros activos 33.370 314.458 (1.519) - - 346.309
Imparidade para garantias e compromissos assumidos - 371.452 (572.946) - 336.943 135.449
Provisões:
- Riscos bancários gerais - - - - - -
- Outros riscos e encargos - 200.000 (150.000) - - 50.000
- Outras provisões - 468.894 (423.594) - - 45.300
- 668.894 (573.594) - - 95.300
19.638.051 8.235.832 (8.088.154) (716.406) - 19.069.323
Saldos em Reposições e Saldos em
1-jan-16 Reforços anulações Utilizações Transferências 31-dez-16
Imparidade para crédito a clientes e aplicações 16.389.367 10.216.630 (9.661.029) (684.437) 16.260.531
em instituições de crédito (Notas 8 e 9)
Imparidade em AFDV (Nota 7)
- Intrumentos de dívida - - - - - -
- Intrumentos de capital - 10 - - - 10
- Outros títulos - - - - - -
- 10 - - - 10
Imparidade em investimentos em filiais e associadas (Nota 17) 29.051 - - (24.000) - 5.051
Imparidade em AFT e AI (Nota 15 e 16) - 731.778 (61.070) - - 670.708
Imparidade em ANCDV (Nota 13) 2.017.333 967.955 (185.876) (131.031) - 2.668.381
Imparidade em outros activos (Nota 19) 42.107 36.145 (14.579) (30.303) - 33.370
Imparidade para garantias e compromissos assumidos - - - - - -
Provisões:
- Riscos bancários gerais - - - - - -
- Outros riscos e encargos - 300.000 (300.000) - - -
- Outras provisões - - - - - -
- 300.000 (300.000) - - -
18.477.858 12.252.517 (10.222.553) (869.771) - 19.638.051
No que respeita à imparidade do crédito, conforme explicado em detalhe na nota 2.2, em resultado da publicação do Aviso nº 5/2015 do Banco de Portugal, a Caixa adoptou com efeitos a 1 de Janeiro de 2017 as NIC, passando a calcular e contabilizar imparidades nos termos da NIC 39, contrariamente ao que sucedia até 31 de Dezembro de 2016, data até à qual vigorou um modelo de provisionamento do crédito nos termos do Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal.
Os impactos contabilísticos resultantes da adopção do novo normativo contabilístico encontram-se devidamente apresentados e explicados na nota 2.2 relativa à comparabilidade da informação.
127
26. OUTROS PASSIVOS Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Credores e outros recursos
Credores por operações sobre futuros - -
Sector Público Administrativo
Retenção de impostos na fonte 93.027 73.242
Contribuições para a Segurança Social 37.169 33.088
Imposto sobre o Valor Acrescentado 2.176 4.501
Cobranças por conta de terceiros 2.405 2.427
Contribuições para outros sistemas de saúde 6.263 6.755
Credores diversos
Contribuições a entregar – Fundo de Pensões - -
Recursos diversos 144.051 64.823
Credores por fornecimento de bens 179.636 171.873
Outros credores 43.047 35.127
Encargos a pagar
Por capitais próprios e equiparados - -
Comissões por operações sobre instrumentos financeiros - -
Por gastos com pessoal
Provisão para férias e subsídio de férias 208.023 225.706
Prémio de antiguidade 199.851 220.973
Subsídio de morte - -
Remunerações variáveis - -
Outros 176.993 68.901
Por gastos gerais administrativos - -
Outros 20.593 23.884
Receitas com rendimento diferido
Comissões sobre garantias prestadas 5.138 2.663
Comissões em operações sindicadas 17.169 635
Outras 67.213 263.468
Valores a regularizar
Posição cambial - -
Operações sobre valores mobiliários a regularizar - -
Outras operações a regularizar 291.831 253.479
1.427.372 1.188.078
128
27. PASSIVOS CONTINGENTES E COMPROMISSOS Os passivos contingentes e compromissos associados à actividade bancária encontram-se
registados em rubricas extrapatrimoniais e apresentam o seguinte detalhe:
31-dez-17 31-dez-16
Garantias prestadas e outros passivos eventuais
Garantias e avales prestados 1.534.495 1.450.421
Aceites e endossos - -
Créditos documentários abertos - -
Outros passivos eventuais - -
Compromissos perante terceiros - -
Contratos a prazo de depósitos - -
Por linhas de crédito
Compromissos irrevogáveis 7.988.500 13.710.714
Compromissos revogáveis 12.732.348 4.493.035
Por subscrição de títulos 2.250.000 -
Responsabilidade potencial para com o Sistema de indemnização aos investidores - -
Responsabilidades por prestação de serviços
Depósito e guarda de valores 38.449 150.575
Valores recebidos para cobrança - 9.806
Valores administrados pela instituição - -
Outras - -
24.543.791 19.814.551
28. CAPITAL E PRÉMIOS DE EMISSÃO
O capital da Caixa é variável, sendo dividido e representado por títulos de capital nominativos com um valor unitário de 5 euros. Nos termos do Decreto-Lei nº 142/2009, de 16 de Junho (Regime Jurídico do Credito Agrícola Mutuo e das Cooperativas de Credito Agrícola Mutuo), o capital da Caixa só pode ser reduzido por amortização dos títulos de capital nos casos de redução da participação do Associado, exoneração do Associado, exclusão do Associado ou falecimento de um Associado desde que os seus sucessores não queiram ou não possam associar-se. A redução da participação do Associado só e permitida ate ao limite mínimo estabelecido nos estatutos ou deliberado em Assembleia-geral. Em 31 de Dezembro de 2017 e 2016, e estrutura de Capital da Caixa é a seguinte:
N º de N º de
acções % acções %
Accionistas:
CAIXA S.TEOTONIO_CAPITAL ORDINÁRIO 11.023 0,31% 11.023 0,31%
CAIXA S.TEOTONIO_INCORPORAÇÃO RESERVAS 3.364.613 93,81% 3.364.613 94,31%
OUTROS ASSOCIADOS 211.066 5,88% 192.054 5,38%
3.586.702 100,00% 3.567.690 100,00%
2017 2016
129
29. RESERVAS, RESULTADOS TRANSITADOS, OUTROS INSTRUMENTOS DE CAPITAL E LUCRO DO
EXERCÍCIO
Em 31 de Dezembro de 2017, 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2016, as rubricas de reservas e resultados transitados têm a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16 1-jan-16
Reservas de reavaliação:
Reservas resultantes da valorização ao justo valor:
De activos financeiros disponíveis para venda
De investimentos em filiais, associadas e emp. conjuntos
(…)
Reservas de reavaliação do imobilizado 144.402 153.082 157.828
Reservas por fundo pensões-ganhos e perdas actuariais 340.520 277.522 334.998
Reservas por impostos diferidos
De activos financeiros disponíveis para venda - (80.582) (2.435)
(…)
484.922 350.022 490.391
Outros instrumentos de capital
Reserva legal 5.095.264 5.003.861 4.966.391
Outras reservas 2.022.672 7.660.812 7.547.772
Resultados transitados 105.814 70.544 65.794
7.223.750 12.735.217 12.579.956
Lucro do exercício 1.702.150 -5.512.986 187.340
9.410.822 7.572.254 13.257.687
Em conformidade com o disposto no Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro, a Caixa constitui
um fundo de reserva até à concorrência do capital ou do somatório das reservas livres constituídas e dos resultados transitados, se superior. Para tal, é anualmente transferida para esta reserva uma fracção não inferior a 10% do resultado líquido do exercício, até perfazer o referido montante.
Esta reserva só pode ser utilizada para a cobertura de prejuízos acumulados ou para aumentar o
capital. Em 2017 foi ainda registado em outras reservas o impacto da adopção das NIC. O detalhe deste
impacto encontra-se apresentado na nota 2.2 relativa à comparabilidade das demonstrações financeiras.
O quadro abaixo é demonstrativo do movimento em contas de capital próprio:
130
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE S.TEOTÓNIO, C.R.L.
DEMONSTRAÇÕES DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2017 E 31 DE DEZEMBRO DE 2016 (PRO-FORMA)
(Montantes expressos em Euros)
Prémios Reservas de Outras Resultados Resultado do Total dos
Capital de emissão reavaliação reservas transitados Total exercício Capitais Próprios
Saldos em 31 de Dezembro de 2015 (NCA) 17.782.235 490.391 6.544.152 65.794 6.609.946 187.340 25.069.912
Impacto da adopção das NIC - Entrada em vigor do Aviso nº 5/2015 -
Imparidades do crédito (NIC 39) 7.640.146 7.640.146 7.640.146
Impostos Diferidos Activos (NIC 12) (1.670.136) (1.670.136) (1.670.136)
Saldos em 1 de Janeiro de 2016 (Pro-forma) 17.782.235 - 490.391 12.514.162 65.794 12.579.956 187.340 31.039.922
Aplicação do resultado do exercício de 2015: -
Transferência para reservas e resultados transitados 160.746 26.594 187.340 (187.340) -
Distribuição de resultados (510) (10.235) (10.235) (10.745)
(…) - -
Aumento de capital 68.815 - 68.815
Reembolso de capital (12.090) - (12.090)
Variações na reserva de justo valor líquidas de imposto (78.147) - (78.147)
Resultado líquido do exercício de 2016 - (5.512.986) (5.512.986)
Outras alterações nos capitais próprios (62.222) (26.594) 4.751 (21.843) (84.065)
Saldos em 31 de Dezembro de 2016 (Pro-forma) 17.838.450 - 350.022 12.638.079 97.139 12.735.218 (5.512.986) 25.410.704
Aplicação do resultado do exercício de 2016: - -
Transferência para reservas e resultados transitados (5.512.986) (5.512.986) 5.512.986 -
Distribuição de resultados (195) (7.162) (7.162) (7.357)
(…) - -
Aumento de capital 105.820 - 105.820
Reembolso de capital (10.565) - (10.565)
Variações na reserva de justo valor líquidas de imposto 80.582 - 80.582
Resultado líquido do exercício de 2017 - 1.702.150 1.702.150
Outras alterações nos capitais próprios 54.318 8.680 8.680 62.998
Saldos em 31 de Dezembro de 2017 17.933.510 - 484.922 7.117.931 105.819 7.223.750 1.702.150 27.344.332
O CONTABILISTA CERTIFICADO A ADMINISTRAÇÃO
Outras Reservas e resultados transitados
131
132
30. JUROS E RENDIMENTOS SIMILARES Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Juros de disponibilidades em bancos centrais
Depósitos à ordem no Banco de Portugal - -
Disponibilidades sobre bancos centrais no estrangeiro - -
Juros de disponibilidades em outras instituições de crédito
Disponibilidades sobre instituições de crédito no país 576 1.210
Disponibilidades sobre instituições de crédito no estrangeiro - -
Juros de outras disponibilidades - -
Juros de aplicações em instituições de crédito
Aplicações em instituições de crédito no país 492.144 700.232
Aplicações em instituições de crédito no estrangeiro - -
Juros de crédito a clientes
Crédito não representado por valores mobiliários
Crédito interno
7904000 Empresas e administrações públicas
Desconto e outros créditos titulados por efeitos - -
Empréstimos 1.287.125 1.218.505
Créditos em conta corrente 161.784 163.459
Descobertos em depósitos à ordem 12.370 20.588
Créditos tomados - factoring - -
79040005 Operações de locação financeira
Mobiliária - -
Imobiliária - -
Operações de compra com acordo de revenda - -
79040008 Outros créditos 480 224
Particulares
7904001 Habitação 568.302 538.449
79040010 Operações de locação financeira - -
Outros créditos - -
Consumo
79040011 Operações de locação financeira - -
Outros créditos 427.398 386.045
790400118 Outras finalidades
Desconto e outros créditos titulados por efeitos - -
Empréstimos 991.832 1.191.754
Créditos em conta corrente 49.699 58.804
Descobertos em depósitos à ordem 17.792 15.277
Operações de locação financeira - -
Outros créditos - -
132
31-dez-17 31-dez-16
Crédito externo
Empresas e administrações públicas
7904010 Desconto e outros créditos titulados por efeitos - -
Empréstimos - -
Créditos em conta corrente - -
Descobertos em depósitos à ordem - -
Créditos tomados - factoring - -
Operações de locação financeira
79040105 Mobiliária - -
Imobiliária - -
Operações de compra com acordo de revenda - -
Outros créditos - -
Particulares
7904011 Habitação
Operações de locação financeira - -
Outros créditos 4.110 332
790401108 Consumo
79040111 Operações de locação financeira - -
Outros créditos 7.623 7.011
790401118 Outras finalidades
Desconto e outros créditos titulados por efeitos - -
Empréstimos 1.329 685
Créditos em conta corrente - -
Descobertos em depósitos à ordem - 717
Operações de locação financeira - -
Outros créditos - -
Outros créditos e valores a receber (titulados)
790480 Emitidos por residentes 2.270 -
790481 Emitidos por não residentes - -
Juros de crédito vencido 342.341 266.900
790630 Juros de activos titularizados não desreconhecidos
7906300 Crédito a clientes - titularizado
79063001 Crédito interno - -
7906308 Crédito ao exterior - -
Outros créditos e valores a receber - titularizados - -
Juros de activos com acordo de recompra - -
7906600 Juros de investimentos detidos até à maturidade
7906601 Títulos de dívida emitidos por residentes 6.210 131
790661 Títulos de dívida emitidos por não residentes - -
Outros investimentos detidos até à maturidade - -
Outros juros e rendimentos similares 43.888 40.287
4.417.275 4.610.612
133
31. JUROS E ENCARGOS SIMILARES Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-17
Juros de recursos de outras instituições de crédito
no país 26.257 28.319
no estrangeiro - -
Juros de recursos de clientes e outros empréstimos 195.532 371.096
Juros de passivos financeiros de negociação
instrumentos financeiros derivados - -
Juros de derivados de cobertura - -
Juros de passivos subordinados - -
Outras comissões pagas:
operações de crédito - -
Outros juros e encargos similares - -
221.788 399.415
32. RENDIMENTOS DE INSTRUMENTOS DE CAPITAL Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Activos financeiros disponíveis para venda
Emitidos por residentes - -
Emitidos por não residentes - -
- -
Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos
No país
Investimentos em filiais 3 13
Investimentos em associadas - -
Investimentos em empreendimentos conjuntos - -
No estrangeiro
Investimentos em filiais - -
Investimentos em associadas - -
Investimentos em empreendimentos conjuntos - -
3 13
Outros instrumentos de capital - -
3 13
134
33. RENDIMENTOS DE SERVIÇOS E COMISSÕES Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Por garantias prestadas
Garantias e avales 26.646 22.201
Fianças e indemnizações (contragarantias) - -
Créditos documentários abertos - -
Outras garantias prestadas - -
26.646 22.201
Por compromissos assumidos perante terceiros
Compromissos irrevogáveis
Linhas de crédito irrevogáveis 112.918 103.539
Subscrição de títulos - -
Outros compromissos irrevogáveis - -
Compromissos revogáveis - -
112.918 103.539
Por operações sobre instrumentos financeiros
Operações de crédito - -
Outras operações sobre instrumentos financeiros - -
- -
Por serviços prestados
Depósito e guarda de valores - -
Cobrança de valores 866 809
Administração de valores - -
Organismos de investimento colectivo em valores mobiliários
Comissão de gestão - -
Comissão de emissão de unidades de participação - -
Comissão de resgate de unidades de participação - -
Transferência de valores 23.920 29.312
Gestão de cartões 753 1.126
Anuidades 145.911 128.184
Montagem de operações 3.802 -
Operações de crédito
Por operações de factoring - -
Outras operações de crédito 341.466 344.336
Outros serviços prestados 911.061 814.179
1.427.779 1.317.946
Por operações realizadas por conta de terceiros
Sobre títulos
Em operações de Bolsa - -
Em operações fora de Bolsa - -
Outras operações realizadas por conta de terceiros - -
- -
Outras comissões recebidas 452.930 446.783
2.020.272 1.890.468
135
34. ENCARGOS COM SERVIÇOS E COMISSÕES Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Por garantias recebidas - -
Por compromissos assumidos por terceiros - -
Por serviços bancários prestados por terceiros
Depósito e guarda de valores 392 45
Operações de crédito - -
Cobrança de valores 318 179
Administração de valores 1.400 -
Outros 156.902 149.917
Por operações realizadas por terceiros 1.397 -
Outras comissões pagas 22.684 16.651
183.093 166.791
35. RESULTADOS DE ACTIVOS E PASSIVOS AVALIADOS AO JUSTO VALOR ATRAVÉS DE RESULTADOS
Esta rubrica tem a seguinte composição:
Ganhos Perdas Líquido Ganhos Perdas Líquido
Activos
Activos financeiros detidos para negociação 20.786 (10.732) 10.054 - - -
Derivados de Cobertura - - - - - -
Outras activos ao justo valor através de resultados - - - - - -
20.786 (10.732) 10.054 - - -
Passivos
Passivos financeiros detidos para negociação - - - - - -
Derivados de cobertura - - - - - -
Outros passivos ao justo valor através de resultados - - - - - -
- - - - - -
31-dez-17 31-dez-16
136
37. RESULTADOS DE REAVALIAÇÃO CAMBIAL Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Operações cambiais à vista (181) 2.039
Operações cambiais a prazo - -
(181) 2.039
38. RESULTADOS DE ALIENAÇÃO DE OUTROS ACTIVOS Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Resultados em activos não financeiros
Outros activos tangíveis 439.964 251.196
(…) - -
Resultados em investimentos em filiais, associadas e
empreendimentos conjuntos - -
439.964 251.196
137
39. OUTROS RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO Estas rubricas têm a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Ganhos em investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos
No país
Investimentos em filiais - -
Investimentos em associadas - -
Investimentos em empreendimentos conjuntos - -
No estrangeiro
Investimentos em filiais - -
Investimentos em associadas - -
Investimentos em empreendimentos conjuntos - -
- -
Ganhos em activos não financeiros
Activos não correntes detidos para venda
Ganhos realizados - -
Ganhos não realizados - -
Propriedades de investimento
Propriedades de investimento em locação financeira - -
Propriedades de investimento em locação operacional - -
Outras propriedades de investimento
Ganhos realizados - -
Ganhos não realizados - -
Outros activos tangíveis
Locação financeira - -
Locação operacional - -
Outros activos tangíveis
Ganhos realizados - -
Ganhos não realizados (reversão de menos valias) - -
Outros activos não financeiros - -
- -
Outros rendimentos de exploração
Rendas de locação operacional - -
Ganhos em operações descontinuadas - -
Reembolso de despesas 2.236 27.683
Recuperação de créditos, juros e despesas
Recuperação de créditos incobráveis 85.612 34.162
Recuperação de juros e despesas de crédito vencido 232.381 169.200
Rendimentos da prestação de serviços diversos 60.728 125.715
Outros 116.780 44.870
497.737 401.629
Outros encargos de exploração
Quotizações e donativos (174.490) (3.466)
Contribuições para o Fundo de Garantia do Crédito Agrícola Mútuo (18.216) (17.642)
Outros encargos e gastos operacionais (183.509) (140.512)
(376.215) (161.620)
Outros Impostos
Impostos directos e indirectos (69.700) (45.613)
51.823 194.397
138
40. CUSTOS COM PESSOAL Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Salários e vencimentos
Órgãos de Gestão e Fiscalização 301.893 100.662
Empregados 1.464.443 1.455.342
Encargos sociais obrigatórios
Fundos de Pensões 47.079 3.617
Encargos relativos a remunerações:
Caixa de Abono de Família - -
Segurança Social 310.599 291.767
SAMS 66.573 68.722
Outros 12.094 13.795
Outros encargos sociais obrigatórios:
Subsídio por morte - -
Outros - -
Outros - -
Encargos sociais facultativos - -
Outros custos com pessoal:
Indemnizações contratuais - -
Outros 27.658 22.925
2.230.339 1.956.831
O número médio de colaboradores da Caixa em 31 de Dezembro de 2017 e 2016 apresenta a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Direcção 3 1
Chefias e gerência 7 7
Quadros técnicos 6 6
Administrativos 27 27
Outros 5 5
48 46
A política de remuneração em vigor para os órgãos de Administração e Fiscalização da Caixa de S. Teotónio encontra-se explicado no relatório de gestão.
139
41. GASTOS GERAIS ADMINISTRATIVOS Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-17 31-dez-16
Com fornecimentos:
Água energia e combustíveis 78.612 81.732
Material de consumo corrente 16.185 19.506
Publicações - -
Material de higiene e limpeza 1.939 3.484
Outros fornecimentos de terceiros 58.288 45.280
155.024 150.002
Com serviços:
Rendas e alugueres 17.065 17.956
Comunicações 111.855 136.954
Deslocações, estadas e representação 41.494 36.080
Publicidade e edição de publicações 57.280 48.549
Conservação e reparação 183.094 72.944
Transportes 51.861 49.498
Formação de pessoal 4.602 3.861
Seguros 50.006 49.480
Serviços especializados:
Avenças e honorários 83.776 74.900
Judiciais contencioso e notariado 5.187 7.865
Informática 488.947 485.371
Segurança e vigilância - -
Limpeza 5.767 6.580
Informações - -
Bancos de dados 3.570 3.350
Mão de obra eventual - -
Outros serviços especializados:
Estudos e consultas - -
Consultores e auditores externos 43.511 13.459
Tratamento de valores 115.371 121.387
Avaliadores externos 57.296 45.528
(…)
Outros serviços de terceiros 240.892 177.416
1.561.574 1.351.177
1.716.598 1.501.179
O valor registado a 31 de Dezembro de 2017 respeitantes aos honorários a facturar pela Sociedade de Revisores Oficiais de Contas ascende a 16.341 Euros.
140
42. ENTIDADES RELACIONADAS
Para além das empresas coligadas e associadas (Nota 17), a Caixa consolida com as Caixas de Crédito Agrícola Mútuo associadas, como outras empresas do Grupo.
No quadro abaixo apresentamos os saldos e transacções, bem como as responsabilidades extrapatrimoniais, entre a Caixa e entidades relacionadas, com referência a 31 de Dezembro de 2017 e ao período comparativo de 31 de Dezembro de 2016.
Associadas ColigadasCaixa
CentralTotal Associadas Coligadas
Caixa
CentralTotal
Activos:
Disponibilidades em outras instituições de crédito - - 1.480.890 1.480.890 - - 1.075.588 1.075.588
Activos financeiros detidos para negociação - 2.866.849 - 2.866.849 - - - -
Activos financeiros disponíveis para venda - 2.426.420 - 2.426.420 - 2.453.990 - 2.453.990
Aplicações em instituições de crédito - - 76.472.475 76.472.475 - - 74.472.475 74.472.475
Crédito a clientes - - - - - - - -
Outros activos - - - - - - - -
Passivos:
Passivos financeiros detidos para negociação - - - - - - - -
Recursos de outras instituições de crédito - - - - - - - -
Recursos de clientes e outros empréstimos - - - - - - - -
Responsabilidades representadas por títulos - - - - - - - -
Passivos subordinados - - - - - - - -
Outros passivos - - - - - - - -
Extrapatrimoniais:
Garantias prestadas e outros passivos eventuais: - - - - - - - -
Garantias recebidas - - - - - - - -
Compromissos perante terceiros - - - - - - - -
Operações cambiais e instrumentos derivados - - - - - - - -
Associadas ColigadasCaixa
CentralTotal Associadas Coligadas
Caixa
CentralTotal
Custos:
Juros e encargos similares - - 8.337 8.337 - - 13.699 13.699
Encargos com serviços e comissões - 1.400 68.888 70.287 - - 74.224 74.224
Resultados de activos e passivos avaliados
ao justo valor através de resultados - - - - - - - -
Gastos gerais administrativos - 893.568 19.386 912.954 - 865.124 36.516 901.641
Proveitos:
Juros e rendimentos similares - - 542.818 542.818 - - 741.861 741.861
Rendimentos de instrumentos de capital - 3 - 3 - 13 - 13
Rendimentos de serviços e comissões - 457.990 40.381 498.371 - 402.645 31.795 434.440
Outros resultados de exploração - 1.980 8.079 10.059 - 5.706 81.923 87.629
31-dez-17 31-dez-16
31-dez-17 31-dez-16
As transacções com entidades relacionadas são efectuadas, por regra, com base nos valores de mercado nas respectivas datas.
141
43. PENSÕES DE REFORMA
Para determinação das responsabilidades por serviços passados da Caixa relativas a empregados no activo e a reformados e pensionistas, foram efectuados estudos actuariais pela Companhia Crédito Agrícola Vida, S.A. Em resultado das alterações introduzidas à NIC 19 – Benefícios aos Empregados (passando a designar-se NIC 19R), as quais entraram em vigor a 1 de Janeiro de 2013, as remensurações, anteriormente denominadas desvios actuariais, passaram a ser reconhecidas em capitais próprios, como “outro rendimento integral”.
A 31 de Dezembro de 2017, encontra-se registada em capitais próprios uma reserva de reavaliação correspondente às remensurações acumuladas de 340.520 Euros. Com as alterações à NIC 19R, passou a ser aplicada uma taxa única às responsabilidades e aos activos do plano, sendo que o impacto em resultados do fundo de pensões passou a corresponder apenas ao custo corrente e aos gastos líquidos de juros. O impacto em resultados encontra-se registado na rubrica de “Custos com pessoal”, ascendendo a 31 de Dezembro de 2017 a 47.079 Euros.
Os pressupostos actuariais e financeiros utilizados a 31 de Dezembro de 2017 e 31 de Dezembro de 2016 foram os seguintes:
142
Em 31 de Dezembro de 2017, o valor das responsabilidades por serviços passados com o pagamento de complementos de reforma e sobrevivência e encargos com cuidados médicos de saúde pós-emprego (SAMS), com trabalhadores no ativo, licenças sem vencimento, pré-reformados e pensões em pagamento, referente à CCAM S. TEOTÓNIO, é o seguinte:
31-12-2017
F.2016 Valor actual das Responsabilidades por serviços
passados
852.985
F.1 Com trabalhadores no ativo e ex-trabalhadores 463.777
F.2 Com licenças sem vencimento 87.445
F.3 Com pré-reformados 24.620
F.4 Com pensões em pagamento 277.143
O acréscimo anual de responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência e cuidados
médicos pósemprego referente à CCAM S. TEOTÓNIO é o que a seguir se apresenta:
G.1 + Custo do serviço corrente 25.930
G.3 + Custo dos juros Líquido “Net Interest” -107
G.4.Ano +/- (Ganhos) e Perdas atuariais -907
G.4.1.Ano Relativos a diferenças entre os pressupostos e os valores
realizados
-907
G.4.2.Ano Relativos a alterações verificadas nos pressupostos e nas
condições dos planos
0
G.5 + Acréscimos de responsabilidades resultantes de reformas
antecipadas
37.594
G.6 = Acréscimo anual de responsabilidades 62.510
143
O movimento ocorrido na quota-parte do fundo de pensões referente à CCAM S.
TEOTÓNIO foi o seguinte:
A.4.2015
(+) Valor da quota-parte do fundo de pensões em 31-12-
2016
817.518
H.1 (+) Contribuições efectuadas 16.338
H.1.1 Pela CCAM S. TEOTÓNIO 0
H.1.2 Pelos empregados 16.338
H.2 (+) Capitais recebidos de seguro 67.137
H.3 (+) Rendimento dos ativos do Fundo de Pensões (liquido) 20.251
H.4 (-) Prémios de seguro pagos 15.557
H.9 (+) Participação de resultados no seguro 10.511
H.5 (-) Pensões pagas pelo fundo de pensões 24.435
H.5.1 Por reformas antecipadas 2.704
H.5.2 Outros 21.731
H.6 (-) SAMS pago pelo fundo de pensões 4.065
H.7.2016 (=) Valor da quota-parte do fundo de pensões em 31-12-
2017
887.699
H.8. Variação do valor da quota-parte do fundo de pensões em
2017
(H.7.2017 – A.4.2016)
70.180
O movimento ocorrido durante o exercício de 2017, relativo ao valor actual das
responsabilidades por serviços passados foi o seguinte:
F.2016 (+) Responsabilidades Totais em 31 de Dezembro de
2016
798.724
G.1 (+) Custo do serviço corrente 25.930
G.1.1 Custo do serviço corrente da Entidade 9.592
H.1.2 Contribuições para o Fundo efectuadas pelos empregados 16.338
144
G.2 (+) Custo dos juros 17.385
G.4.1 (+/-) (Ganhos) e perdas atuariais nas responsabilidades 1.852
G.5 (+) Acréscimos de responsabilidades resultantes de
reforma antecipadas
37.594
H.5 (-) Pensões pagas pelo fundo de pensões 24.435
H.5.1 Por reformas antecipadas 2.704
H.5.2 Outros 21.731
H.6 (-) SAMS pago pelo fundo de pensões 4.065
F.2017 (=) Responsabilidades totais em 31-12-2017 852.985
K. Variação nas responsabilidades em 2017 (F.2017 –
F.2016)
54.261
O nível de cobertura das responsabilidades em 31 de Dezembro de 2017, de acordo com o Aviso
12/2001 do Banco de Portugal, era o seguinte:
F.2017 Valor actual das responsabilidades com serviços passados 852.985
I.1 Valor por amortizar em 31 Dezembro de 2017 (Aviso
7/2008)*
0
I.2 Responsabilidades por serviços passados (Aviso 12/2001) 825.424
I.3 Nível de cobertura (Aviso 12/2001) (%) 108
*Terminou no final do exercício de 2016, o diferimento total do impacto de transição na adopção
da IAS 19.
145
Com a implementação em 1 de Janeiro de 2013 das alterações decorrentes da IAS 19 Revisto,
os desvios atuariais por amortizar apurados à data de 31 de Dezembro de 2012, foram
transferidos para uma rubrica do rendimento integral “reservas de reavaliação”.
No exercício de 2016, o valor dos desvios atuariais existentes e o movimento ocorrido no
exercício no “rendimento integral”, foi o seguinte:
RI.2016 Desvios atuariais em 31-12-2016 277.522
RI.ano Desvios atuariais gerados em 2017 – Ganhos
e perdas atuariais
-4.139
RI.2017 Desvios atuariais em 31-12-2017
Prémios de antiguidade:
A evolução do valor das responsabilidades por serviços passados, com prémios de antiguidade
futuros, com trabalhadores no ativo e licenças sem vencimento, foi a seguinte:
Prémio de Antiguidade 31-12-2016
N.1.2016 Com trabalhadores no ativo 220.973
N.2.2016 Com licenças sem vencimento 0
N.2016 Total 220.973
Prémio de Antiguidade 31-12-2017
N.1.2017 Com trabalhadores no ativo 199.850
N.2.2017 Com licenças sem vencimento 0
N.2017 Total 199.850
Prémio de Antiguidade Variação
O.1. Com trabalhadores no ativo -21.122
O.2. Com licenças sem vencimento 0
O. Total -21.122
146
44. DIVULGAÇÕES RELATIVAS A INSTRUMENTOS FINANCEIROS Risco de Mercado
O risco de mercado reflecte o potencial de perdas eventuais resultantes de uma alteração adversa
do valor de mercado de um instrumento financeiro como consequência da variação, nomeadamente, de taxas de juro, taxas de câmbio, preços de acções, preços de mercadorias, spreads de crédito ou outras variáveis equivalentes.
As regras de gestão do risco de mercado estabelecidas pela Caixa para cada carteira, incluem
limites de risco de mercado e ainda limites quanto à exposição a risco de crédito e de liquidez, rentabilidade exigida, tipos de instrumentos autorizados e níveis de perdas máximas admissíveis.
De modo a mitigar os riscos associados a uma avaliação dos riscos incorridos, encontra-se
implementada uma política de segregação de funções entre a execução das operações de mercado e o controlo do risco incorrido a cada momento decorrente das mesmas.
Eventuais operações de cobertura podem ser propostas tanto pelos gestores das carteiras como
pelos responsáveis pelo controlo do risco, tendo em conta os limites de risco e os instrumentos autorizados.
Risco Cambial O risco cambial surge associado às variações nas taxas de câmbio das moedas, sempre que
existem “posições abertas” nessas mesmas moedas. A Caixa apresenta uma reduzida exposição a este tipo de risco. Efectivamente, o perfil definido
para o risco cambial é bastante conservador e é consubstanciado na política de cobertura seguida. Risco de Taxa de Juro A Caixa incorre em risco de taxa de juro sempre que, no desenvolvimento da sua actividade,
contrata operações com fluxos financeiros futuros cujo valor presente é sensível a variações das taxas de juro.
O risco de taxa de juro agregado suportado deriva de diversos factores, nomeadamente:
diferentes prazos de vencimento ou revisão das taxas dos activos, passivos e elementos extrapatrimoniais (risco de repricing);
alterações da inclinação da curva de taxas de juro (risco de curva);
147
variações assimétricas das diversas curvas de mercado que afectam as distintas massas patrimoniais e extrapatrimoniais (risco de base); e
existência de opções explícitas ou implícitas em muitos produtos bancários (risco de opção).
Risco de Liquidez O risco de liquidez está associado à potencial incapacidade da Caixa financiar o seu activo
satisfazendo nas datas contratadas todas as responsabilidades exigíveis. Refira-se que em matéria de liquidez, o Grupo Crédito Agrícola prossegue uma política
conservadora que se traduz num rácio de transformação em cada uma das suas unidades claramente abaixo da média do rácio de transformação do sistema financeiro nacional.
Os recursos excedentários do Grupo Crédito Agrícola são canalizados para a Caixa Central, onde
são centralmente aplicados em activos de boa qualidade creditícia e liquidez, nomeadamente obrigações de dívida pública de países da Zona Euro e aplicações em obrigações de Instituições de Crédito de referência, nacionais ou internacionais.
O Grupo Crédito Agrícola dispõe de uma sólida implantação no mercado de retalho, distribuída de
forma equilibrada ao longo do país, que se traduz numa rede de 675 balcões e numa base de funding dispersa, estável e com elevada permanência.
Numa óptica de prevenção e de gestão de contingência de risco de liquidez são especialmente tidos em conta e acompanhados os seguintes aspectos:
Controle e contenção de eventuais concentrações de recursos comerciais que, tendendo a desenvolver-se, pudessem vir a concorrer para uma maior permeabilidade da carteira diminuindo a sua estabilidade e permanência. São efectuadas regularmente simulações de impactos ao abrigo de hipóteses conservadoras sobre a estabilidade dos recursos de retalho e sem consideração do concurso de fontes de financiamento adicionais.
Embora sem dependência de tais fontes de financiamento complementares atendendo à posição estrutural de tesouraria do Grupo Crédito Agrícola, manutenção de linhas de financiamento junto de Instituições de Crédito nacionais e internacionais, regularmente testadas;
Lançamento regular de produtos de passivo que concorram para a manutenção dos padrões de permanência dos recursos projectados.
Manutenção de uma almofada de activos com liquidez imediata para fazer face a um qualquer aumento inesperado de saídas de caixa.
148
Risco de Crédito
As actividades desenvolvidas em matéria de gestão de riscos e de capital pretendem habilitar a Caixa para uma gestão do risco de crédito alinhada com as melhores práticas de mercado, através de um conjunto significativo de iniciativas que compreendem uma forte articulação com a vertente tecnológica e exigem o desenvolvimento de competências internas específicas, bem como assegurar o necessário enquadramento com os exigentes desafios de carácter regulamentar vigentes. Relativamente ao crédito a clientes, a Caixa dispõe de um modelo heurístico de rating associado a um processo de workflow, que visa uniformizar o processo de análise do risco de crédito das empresas e de modelos de scoring de aceitação associados ao processo de concessão de crédito a clientes particulares. Deste modo, o Grupo Crédito Agrícola tem vindo a desenvolver e a melhorar a sua capacidade de gestão do risco, com base na adopção de metodologias que permitem obter uma visão mais exacta do perfil de risco da sua carteira.
Justo valor de activos e passivos financeiros
Como previsto na norma IFRS 13 e para efeitos de apresentação, os instrumentos financeiros registados em balanço ao justo valor são classificados com a seguinte hierarquia: Nível 1 – Cotações em mercado activo Neste nível englobam-se os instrumentos financeiros valorizados com base em preços de mercados activos (bids executáveis) divulgados através de plataformas de negociação. Nível 2 – Técnicas de valorização baseadas em dados de mercado Neste nível são considerados os instrumentos financeiros valorizados com recurso a modelos internos que utilizam dados observáveis no mercado, nomeadamente curvas de taxas de juro ou taxas de câmbio. Nível 3 – Técnicas de valorização utilizando inputs não baseados em dados observáveis em mercado Englobam-se neste nível os instrumentos financeiros valorizados de acordo com metodologias de valorização internas considerando essencialmente inputs não observáveis em mercado e com impacto significativo na valorização do instrumento ou valorizados com base em bids indicativos calculados por terceiros através de modelos de valorização.
149
45. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE MEDIAÇÃO DE SEGUROS
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo (CCAM) de São Teotónio está inscrita na Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, com o estatuto de Mediador de Seguros Ligado, de acordo com o artigo 8º, alínea a), subalínea i), do Decreto-Lei nº 144/2006, de 31 de Julho, desenvolvendo a actividade de intermediação em exclusividade com as Seguradoras do Grupo Crédito Agrícola, designadamente, a Crédito Agrícola Seguros – Companhia de Seguros de Ramos Reais, SA (CA Seguros), que se dedica ao exercício da actividade de seguros para todos os Ramos Não Vida e com a Crédito Agrícola Vida – Companhia de Seguros, SA (CA Vida), que se dedica ao exercício da actividade de seguros para o Ramo Vida e Fundos de Pensões. No âmbito dos serviços de mediação de seguros, a Caixa efectua a venda de contratos de seguros e de adesões a Fundos de Pensões, presta apoio pós-venda aos segurados e participa no encaminhamento das participações de sinistros que sejam entregues nas Agências da CCAM. Como contrapartida dos serviços de mediação de seguros prestados às referidas seguradoras, a CCAM recebe remunerações pela mediação de seguros e pela colocação de adesões em Fundos de Pensões as quais estão definidas em Protocolo estabelecido entre a CCAM e as referidas Seguradoras. As remunerações de mediação de seguros são reconhecidas como um rendimento na Demonstração de Resultados, na rubrica de Rendimentos de Serviços e Comissões. Os valores de remunerações a pagar pelas Seguradoras, à data de 31 de Dezembro de cada ano, estão reconhecidas como um activo no Balanço, na rubrica de Outros Activos. Á data de emissão das presentes demonstrações financeiras, as remunerações de mediação que estavam por pagar em 31 de Dezembro de 2017, encontram-se já integralmente pagas pelas referidas Seguradoras. O quadro seguinte evidencia o valor total das remunerações de mediação de seguros auferidas pela CCAM nos últimos 3 anos (valores em euros):
Origem Seguradora 2015 2016 2017% por Origem
2017
Ramos Não Vida CA Seguros 187.276,63 281.733,84 337.548,13 73,70%
Ramo Vida CA Vida 58.734,14 117.751,61 113.264,88 24,73%
Fundos de Pensões CA Vida 602,71 3.159,46 7.177,40 1,57%
Total 246.613,48 402.644,91 457.990,41 100,00%
A CCAM não efectua a cobrança de prémios por conta das seguradoras, nem efectua a movimentação de quaisquer tipos de fundos relativos a contractos de seguros. Desta forma, não há qualquer outro activo, passivo, rendimento ou gasto a reportar, relativo à actividade de mediação de seguros exercida pela CCAM.
150
46. RÁCIOS PRUDENCIAIS A partir de 1 de Janeiro de 2014, a solvabilidade da banca europeia passou a ser avaliada através do rácio Common Equity Tier 1 (CET1), ao abrigo do Acordo de Basileia III. Durante o ano de 2014 encontrou-se em vigor um regime transitório que permite o cálculo do rácio CET1 na forma de implementação “phase in”. No final de 2016, o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (Common Equity Tier 1) situou-se nos 22%, situando-se nos 22% a 31 de Dezembro de 2017. Por seu lado, o rácio de capital total situou-se nos 22%, cumprindo os requisitos mínimos estabelecidos pelo regulador.
FUNDOS PRÓPRIOS E RÁCIO DE SOLVABILIDADE
Em euros 2016 2017
Fundos Próprios totais 24.719.521 25.437.098
Common equity tier 1* 24.719.521 25.437.098
Tier 1* 24.719.521 25.437.098
Rácios de solvabilidade
Common equity tier 1* 22,0% 22,0%
Tier 1 * 22,0% 22,0% 0,0 P.P
Total* 22,0% 22,0% 0,0 P.P
* Incorporando o resultado l íquido do exercício.
---
Δ 16/17
2,9%
---
2,9%
47. EVENTOS SUBSEQUENTES
Tendo em conta o disposto na IAS 10, até à data de autorização para emissão destas demonstrações financeiras, não foram identificados eventos subsequentes que impliquem ajustamentos ou divulgações adicionais.
O RESPONSÁVEL PELA CONTABILIDADE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
151
152
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162
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163
Parecer do Conselho Fiscal
De acordo com o previsto nos Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de São Teotónio, vem o
Conselho Fiscal emitir Parecer sobre o Relatório de Gestão e Contas do período de 2017 da Caixa de
Crédito Agrícola de São Teotónio apresentado pelo Conselho de Administração.
Este Conselho Fiscal, no uso pleno das suas competências, procedeu a uma análise atenta e
preocupada do Relatório de Gestão e Contas relativas ao período de 2017 apresentado pelo Conselho
de Administração da Caixa de Crédito Agrícola de São Teotónio.
Para o efeito da nossa análise e emissão deste parecer contámos com a total disponibilidade e
colaboração, ao longo deste ano, do Conselho de Administração e dos colaboradores da Instituição,
nomeadamente, o responsável pela Auditoria Interna, o responsável pelo Compliance e pela Gestão de
Risco e a Contabilista Certificada, no que concerne à prestação de todos os elementos financeiros e
contabilísticos tidos por necessários. Também obtivemos todos os esclarecimentos necessários por
parte do nosso ROC e da sua equipa.
Deste modo, é do nosso entendimento que o Relatório de Gestão e Contas relativas ao período de
2017 evidenciam de forma clara, precisa e inequívoca, os resultados financeiros alcançados no período
em análise, registando-se um Resultado Líquido positivo na ordem de 1.702.150 euros, valor este
muito superior ao registado no ano transacto.
A actividade comercial da CCAM aumentou 4,90% de 2016 para 2017, isto é, mais 9.577 mil euros o
que representa uma evolução positiva da actividade.
Consideramos também importante registar que em 2017 os Recursos Financeiros da Instituição
cresceram cerca de 8.722 mil euros (4,96% acima dos valores verificados em 2016), o Crédito Total
Concedido aumentou na ordem de 5.622 mil euros (4,43% acima do verificado em 2016) e o Produto
Bancário também aumentou cerca de 152 mil euros (mais 2,4% que em 2016).
164
As peças contabilísticas analisadas por este Conselho Fiscal ao longo do ano em análise, culminadas no
Relatório de Gestão e Contas apresentado, traduzem a imagem verdadeira da realidade económico-
financeira da Instituição.
Por todos os motivos anteriormente enunciados, é decisão unânime deste Conselho Fiscal dar parecer
favorável ao Relatório de Gestão e Contas do período de 2017 e à consequente proposta de aplicação
dos Resultados Obtidos, propondo a sua aprovação à Digníssima Assembleia-geral.
São Teotónio, 07 de Março de 2018.
O Conselho Fiscal
165