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Relatório
R. GARCIA CONSULTORES
Estudo para Elaboração de um Modelo de Desenvolvimento da Indústria Brasileira de Gás Natural Contrato N°. 7039/03 – ANP – 008.766
Agência Nacional do Petróleo
Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2005
Modelo para a Determinação do Mercado Potencial de Gás Natural no Brasil
Estudo para Elaboração de um Modelo de Desenvolvimento da Indústria Brasileira de Gás Natural Contrato N°. 7039/03 – ANP – 008.766
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ÍNDICE
Índice ............................................................................................................................................. 2 I. INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 3 II. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA DO MODELO ............................................................... 6 III. DETALHAMENTO DA INFORMAÇÃO CARREGADA NO MODELO ........................... 36
III.1. Input para o Cálculo de Demanda de Gás Natural.................................................... 37 III.2. Input para o Cálculo da Oferta de Gás Natural ......................................................... 47
IV. Quantificação do nível de precisão do MODELO.......................................................... 48 V. BIBLIOGRAFIA................................................................................................................... 50
Estudo para Elaboração de um Modelo de Desenvolvimento da Indústria Brasileira de Gás Natural Contrato N°. 7039/03 – ANP – 008.766
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I. INTRODUÇÃO
O presente documento constitui um dos produtos da Fase IV do projeto executado
pela STRAT/RG, conforme previsto no Contrato No. 7039/03 – ANP – 008.766. Sendo
dividido em cinco fases, o “Estudo para Elaboração de um Modelo de
Desenvolvimento da Indústria Brasileira de Gás Natural” realizado pela equipe
STRAT/RG encontra-se na quarta fase, conforme pode ser observado no quadro
abaixo.
Quadro I – Metodologia Geral do Projeto
Fase IFase I Fase IIFase II Fase IIIFase III Fase IVFase IV Fase VFase V
- Estudo de outros processos de transformação
- Diagnóstico do setor do gás natural no Brasil
- Desenho da configuração do setor
- Modelagem do mercado do gás natural
- Resumo Executivo
Con
teúd
oC
onte
údo
Cro
nogr
ama
Cro
nogr
ama
Fase I
Fase II
Fase III
Fase IV
Fase V
Executado
Em andamento
Hoje
Fonte: Elaboração própria STRAT/RG
Os principais objetivos da Fase IV são:
• Projetar a demanda de gás natural no Brasil no período 2005-2014;
• Projetar a oferta de gás necessária no mesmo período;
• Simular o desenvolvimento da infra-estrutura que permitira acompanhar o
desenvolvimento do mercado; e
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• Quantificar o impacto econômico das projeções sobre os diferentes elos da cadeia
do gás.
Nesse sentido, o presente relatório foi desenhado para acompanhar o modelo
matemático de simulação do mercado do gás desenvolvido pela STRAT/RG.
Pretende-se através desse documento detalhar a estrutura de cálculo utilizada na
elaboração do modelo, além de apresentar e interpretar os resultados obtidos. Cabe
ainda apresentar de forma clara os recursos utilizados ao longo do desenvolvimento
do modelo.
O presente documento está estruturado em seis capítulos, incluindo a introdução e a
conclusão:
I. Introdução;
II. Descrição da Metodologia do Modelo;
III. Detalhamento da Informação Carregada no Modelo;
IV. Quantificação do nível de precisão do modelo;
V. Bibliografia; e
VI. Anexos.
No capítulo II, pretende-se, inicialmente, fazer uma descrição da metodologia geral
empregada no modelo. Em seguida, com um maior detalhe, será apresentada a
metodologia de escolha das variáveis e a utilização dos parâmetros de input1. Com
esse mesmo nível de detalhe será apresentada a metodologia utilizada para a
elaboração do cálculo da demanda e oferta de gás natural, da infra-estrutura e a
receita gerada ao longo da cadeia.
A descrição do detalhe da informação carregada no modelo será apresentada no
capítulo III. Pretendem-se apresentar, para cada variável de input, os valores
carregados, as fontes utilizadas para sua obtenção, a metodologia de processamento
de cada informação, além das hipóteses de cálculo geradas pela equipe STRAT/RG.
1 Input: informações de entrada.
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Reserva-se para o capítulo IV, o cálculo do nível de precisão do modelo, constituído
pela soma do nível de precisão dos dados de input e dos algoritmos de simulação do
mercado escolhido;
As referências bibliográficas serão apresentadas no capítulo V e, finalizando o
documento, no capítulo VI, encontram-se os anexos.
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Cálculo da evolução
da demanda
Cálculo da evolução
da demanda
Cálculo da evolução da oferta
Cálculo da evolução da oferta
Simulação do desenvolvimento da infra-estrutura
Simulação do desenvolvimento da infra-estrutura
Definição do cenário
de projeção
Definição do cenário
de projeção
Simulação da receita econômica e do investimento
dos agentes
Simulação da receita econômica e do investimento
dos agentes
• Cenário macroeconômico • Nova estrutura da
indústria de gás natural • Preço de gás natural e de
combustíveis concorrentes
• Estrutura tributária• Parâmetros gerais
• Demanda • Industrial • Comercial • Residencial • Veicular • Geração elétrica • Co-geração
• Otimização das alternativas de fornecimento de gás para cada área de concessão em função do preço
• Projeção da oferta nacional de gás • Requerimento de importação de gás
• Projeção dos requerimentos de desenvolvimento da infra-estrutura de transporte e distribuição em função da oferta e demanda
• Receita e investimento da atividade de Exploração e Produção
• Receita e investimento da atividade de Transporte • Receita e Investimento da atividade de Distribuição • Arrecadação tributária
2 3
4
5
1
6
II. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA DO MODELO
Com a intenção de compreender a totalidade dos objetivos da Fase IV, a metodologia
do modelo matemático de simulação do mercado de gás natural no Brasil foi
estruturada pela STRAT/RG em cinco blocos de cálculo interdependentes, segundo
apresentado no Quadro II.1.
Quadro II.1 – Diagrama de blocos do modelo de simulação do mercado de gás no
Brasil (2005-2014)
Fonte: Elaboração própria STRAT/RG
Com a intenção de cumprir com os requisitos solicitados pela ANP sobre:
• A necessidade de que o modelo possa ser operado por um usuário não
especializado na utilização de ferramentas informáticas;
• A necessidade de que o modelo possa ser modificado nas suas funções básicas
pelo usuário, sem a necessidade de que este seja programador ou especialista no
software de simulação; e
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• A necessidade de que o modelo possa ser operado sobre computadores pessoais
com hardware e software genérico do mercado;
o modelo de simulação foi desenhado e programado sobre a plataforma Microsoft
Excel.
Do mesmo modo, para facilitar a interface com o usuário final, foi desenhada uma
estrutura de menus interativos de caráter intuitivo que conduzem ao usuário a aquela
parte do modelo onde deve trabalhar para efetuar a operação solicitada.
Também com o objetivo de simplificar a operação, foi definido um código de cores que
permite distinguir facilmente o conteúdo de cada célula do modelo:
• As células completadas com letra preta contêm fórmulas de cálculo (e, por isso,
não devem ser modificadas pelo usuário);
• As células com letra azul contêm valores das variáveis de input (e, por isso, podem
ser modificadas pelo usuário final); e
• As células completadas com letra vermelha contêm valores que constituem
hipóteses de cálculo (e também podem ser modificadas pelo usuário final).
Com o objetivo de que o usuário do modelo conheça minuciosamente a metodologia
detrás de cada resultado gerado pelo modelo, a seguir se detalham um a um os
passos da metodologia empregada em cada bloco de cálculo.
Definição do cenário de projeção
O primeiro passo na metodologia do modelo é a preparação da estrutura de planilhas
que permitirá ao usuário definir os valores correspondentes aos parâmetros e variáveis
necessárias para efetuar os cálculos posteriores (input do modelo). Neste sentido,
cabe destacar que a diferença entre parâmetros e variáveis reside essencialmente na
freqüência com que tais valores serão modificados pelo usuário final. Isto é, são
considerados parâmetros aqueles valores que serão modificados com pouca
freqüência (por exemplo, o poder calorífico do gás natural e seus combustíveis
competidores), enquanto que são consideradas variáveis aquelas que serão
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modificadas com maior freqüência por corresponder ao cenário de projeção definido
para cada corrida do modelo (por exemplo, a projeção do crescimento do PIB).
Neste sentido, os principais parâmetros que alimentam o modelo para seus cálculos
posteriores são os seguintes:
• Para cada tipo de usuário potencial de gás:
o Nível de consumo de cada tipo de combustível;
o Custo de conversão a gás natural;
o Critério de decisão para a conversão (medido como o período de recuperação
do investimento necessário para que o usuário opte pela conversão);
o Potenciais mudanças na eficiência energética do processo depois da eventual
conversão;
• Quantidade de usuários potenciais de gás (para cada tipo de usuário e para cada
município estudado);
• Penetração atual de gás natural em seu mercado potencial;
• Cenário de reservas de gás existentes em cada bacia do Brasil, assim como na
Bolívia e Argentina (provadas, prováveis e possíveis);
• Descrição da infra-estrutura de transporte existente (definição de gasodutos e
trechos, capacidade de cada trecho, comprimento, etc.);
• Propriedades dos combustíveis (poder calorífico e densidade); e
• Equivalências entre unidades físicas energéticas.
Do mesmo modo, as principais variáveis empregadas no cálculo são as seguintes:
• Evolução do PIB;
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• Evolução da inflação brasileira (representada pelo IPCA);
• Evolução da inflação nos Estados Unidos (representada pelo Índice de Preços do
Consumidor – CPI);
• Taxa de câmbio nominal (R$/US$);
• Taxa de juros (representada pela Taxa SELIC);
• Evolução anual do preço ao consumidor final do gás natural (para cada tipo de
usuário);
• Evolução anual do preço em boca de poço para cada bacia de gás;
• Estrutura de remuneração da capacidade de transporte (eleição entre um sistema
de tarifa postal ou por distância, e definição dos valores absolutos das tarifas);
• Estrutura tributária;
• Evolução anual do preço ao consumidor final de cada um dos combustíveis que
coexistem no mercado junto com o gás natural;
• Cenário hidrológico (nível de chuvas registrado anualmente); e
• Crescimento da população.
Todos estes parâmetros e variáveis serão empregados em alguma instância posterior
de cálculo do modelo. O modo em que são consideradas nos cálculos
correspondentes será explicado na descrição da metodologia de cada um dos quatro
blocos restantes.
Cálculo da evolução da demanda
O cálculo da evolução da demanda é um dos blocos de cálculo que constituem o
núcleo do modelo de simulação. Com a intenção de representar de modo realista o
funcionamento do mercado, a metodologia foi adaptada às particularidades de cada
um dos seis potenciais segmentos de demanda:
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• Industrial;
• Veicular;
• Comercial;
• Residencial;
• Geração termelétrica; e
• Co-geração.
A seguir, é detalhada a metodologia empregada para cada um de tais segmentos,
assim como algumas considerações metodológicas gerais que merecem ser
ressaltadas inicialmente.
Considerações metodológicas gerais
Com a intenção de representar a demanda de gás natural sob uma hipótese de
racionalidade econômica dos potenciais consumidores, se definiu uma metodologia
que simula a conveniência econômica da conversão à gás de uma série de usuários
potenciais diferentes. Em função disso, se assumiu que aqueles usuários para os
quais a conversão resulte economicamente favorável (comparada contra um critério de
decisão determinado pelo usuário) se converterão, enquanto que o resto permanecerá
consumindo os combustíveis que utiliza atualmente. A eleição de uma metodologia
deste estilo (que vai desde o particular ao geral) frente a uma que avance do geral ao
particular apresenta as seguintes vantagens:
• O nível de detalhe dos resultados é ilimitado, ou seja, depende exclusivamente da
validez estatística dos dados que se utilize para alimentar o modelo;
• Permite calcular estatisticamente o nível de precisão dos resultados simulados
pelo modelo através da comparação entre os dados históricos do mercado e dados
simulados para o mesmo período a partir do carregamento no modelo dos dados
de input correspondentes;
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• Permite localizar potenciais desvios dos resultados do modelo com relação à lógica
do mercado com certa facilidade, já que o cálculo é segmentado por tipo de
usuário, por ano e por unidade geográfica.
Do mesmo modo, a aplicação de uma metodologia deste estilo apresenta três
implicações:
• É necessário definir um critério de classificação dos potenciais usuários;
• É necessário quantificar as características dos consumidores médios de cada
categoria; e
• É necessário classificar quantitativamente ao universo de potenciais usuários em
função da classificação definida anteriormente, ou seja, definir quantos usuários
potenciais de cada categoria existem em cada unidade geográfica estudada pelo
modelo.
Logicamente, foram definidos critérios de classificação diferentes para cada segmento
de demanda. Estes critérios serão explicados detalhadamente nas seções
correspondentes a cada segmento.
Em função da metodologia escolhida, foi necessário definir com que unidades
geográficas trabalharia o modelo (regiões, áreas de concessão ou municípios). Para
melhorar o nível de precisão dos cálculos e obter resultados para as 30 áreas de concessão mais confiáveis, a STRAT/RG decidiu que o modelo operasse todos os
cálculos em nível municipal. Entretanto, com a intenção de manter dentro de limites
razoáveis o volume de cálculos do modelo (o qual redunda em velocidade de
operação e menores requisitos mínimos de trabalho do modelo), foi necessário definir
uma mostra representativa dos 5.560 municípios existentes no Brasil. Para isto, se
definiu cinco critérios de seleção dos municípios que deveriam ser contemplados pelo
modelo, segundo apresentado no Quadro II.2.
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Quadro II.2 – Critérios para selecionar os municípios incluídos no modelo de
simulação
Critério 1Concentração da
população urbana
Critério 2Demanda industrial de combustíveis líquidos
Universo de municípios no Brasil
Critério 3Proximidade aos gasodutos de transporte
Critério 4Municípios atualmente com infra-estrutura de
distribuição
Critério 5Municípios com
usinas termelétricas existentes ou
projetadas
Fonte: Elaboração própria STRAT/RG
Critério 1 – Concentração da população urbana
A análise da concentração da população urbana por município (conforme dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE) revela que os 294 municípios
com população urbana superior a 75.000 habitantes concentram 64,8% da população
urbana brasileira total. Ou seja, 5,3% dos municípios concentram 64,8% da população
urbana, o que pode ser observado no Quadro II.3.
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Quadro II.3 – Concentração da população urbana por município (em %) – Ano 2004
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
100%
64,8%
294 (5,3%)
Quantidade de municípios
Fonte: IBGE
Critério 2 – Demanda industrial de combustíveis líquidos
Quanto ao Critério 2, ou seja, a demanda industrial de combustíveis líquidos, foram
analisadas informações fornecidas pela SCM/ANP. Como pode se apreciar no Quadro
II.4, a análise revela que apenas os principais 172 municípios (3,1% do total) agrupam
80,1% da demanda industrial.
Quadro II.4 – Concentração da demanda industrial de combustíveis líquidos (em %) –
Ano 2002
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
100%
80,1%
172 (3,1%)
Quantidade de municípios
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Fonte: SCM/ANP
Critério 3 – Proximidade aos gasodutos de transporte
Mesmo considerando os municípios dos Critérios 1 e 2, existe a necessidade de incluir
aqueles municípios que não são suficientemente relevantes em termos de demanda
potencial como para formar parte dos critérios 1 ou 2, mas estejam geograficamente
posicionados em regiões onde possivelmente passem futuros gasodutos de transporte
ou distribuição.
Nesse contexto, foram considerados todos os municípios cujas sedes estão dentro de
uma área circular de 20 quilômetros entorno de cada ponto de entrega do sistema
atual de gasodutos do Brasil. A distância de 20 quilômetros surge como conseqüência
de uma análise detalhada dos projetos de investimento em rede de uma importante
distribuidora. Nessa análise, a conclusão foi que para as margens de distribuição
médias atuais (aproximadamente R$ 0,27 por m3) e uma rentabilidade de 12% anual,
um projeto de implantação de rede de distribuição só seria rentável se fornecesse ao
menos 1.332.000 MBTU/ano de gás natural, ou seja, 36.000.000 m3/ano. Essa
quantidade é 4 vezes maior que a demanda industrial de gás natural do menor
município não incluído no critério 2. O Quadro II.5 ilustra o resultado da análise.
Quadro II.5 – Análise da rentabilidade de projetos de gasodutos de distribuição em
função da margem de distribuição e do volume de gás natural a fornecer
Margem Requerida - x - Volume (VP)
Margin Média
0.00
0.10
0.20
0.30
0.40
0.50
0.60
0.70
0.80
0.90
1.00
500,000 1,000,000 1,500,000 2,000,000 2,500,000 3,000,000 3,500,000Demanda para Gás (m3/mês)
Mar
gem
da
Dist
ribui
dora
(R$/
m3 )
10 km 20 km 30 km 40 km 50 km Margin Média
Fonte: Elaboração própria STRAT/RG com base em informações da PSR/Mercados
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O critério 3 contribuiu com mais 255 municípios a serem considerados.
Critério 4 – Municípios atualmente com infra-estrutura de distribuição
Os 174 municípios que atualmente têm infra-estrutura de distribuição de gás natural
canalizado também foram incluídos no estudo.
Critério 5 – Municípios com usinas termelétricas existentes ou projetadas
Além dos critérios já contemplados, a STRAT/RG incorporou os municípios onde
existem usinas termelétricas ou projetos de instalação das mesmas.
Conclusões da seleção dos municípios
Dado que alguns municípios estão incluídos dentro das listas resultantes de mais de
um dos critérios considerados, é de se esperar que a lista de municípios resultante da
consideração simultânea dos cinco critérios totalize uma quantidade menor que a
resultante da soma algébrica dos critérios por separado. De fato, se obteve uma lista
final de 607 municípios que se inclui no Anexo. Todos os cálculos do modelo são
reproduzidos para cada um desses 607 municípios da amostra e para cada um dos 10
anos da projeção.
Dado que em tal lista está se considerando uma quantidade de municípios
originalmente não inclusos em cada um dos critérios considerados individualmente, o
nível de representatividade final da lista é de:
• 69,4% da população urbana, e
• 88,2% da demanda industrial de combustíveis líquidos.
Embora a unidade geográfica mínima de cálculo no modelo seja o município, é
importante ressaltar que os resultados só têm validade estatística para as áreas de
concessão.
Demanda industrial
Considerando a natureza hídrica do sistema elétrico brasileiro, assim como a baixa
relevância dos setores comercial e residencial em termos de potencial de consumo de
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gás natural, um aspecto importante do modelo de simulação reside na metodologia
escolhida para a análise da demanda industrial.
Para tal efeito, o consórcio STRAT/RG tem escolhido trabalhar com base na
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), adotada oficialmente pelo
IBGE, a qual classifica as atividades industriais conforme 3 níveis de detalhe:
• 23 divisões industriais;
• 99 grupos industriais; e
• 268 classes industriais.
A análise da experiência internacional demonstra que a demanda industrial de gás
natural (incluindo o gás utilizado como matéria prima) se encontra geralmente
agrupada em uma quantidade relativamente reduzida de setores industriais, conforme
pode se apreciar nos Quadros II.6, II.7 e II.8. Embora não se espera que a estrutura da
demanda industrial brasileira de gás natural siga necessariamente com precisão a
distribuição de outros países, resultou pertinente utilizar uma metodologia que
classificasse as atividades econômicas em função da sua demanda potencial de gás e
analisasse com maior detalhamento as atividades cujo potencial de demanda é maior.
Quadro II.6 – Participação na demanda industrial de gás natural por setor nos Estados
Unidos (em %) – Ano 1998
Química36,5%
Refino de petróleo & coquerias
13,6%
Metalurgia primaria12,6%
Papel7,9%
Alimentos7,7%
Produtos de minerais nao metálicos
6,0%
Produtos metálicos3,3%
Equipamentos de transporte
2,9%
Outras9,5%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
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Fonte: Elaboração própria STRAT/RG com base em informações da Manufacturing Energy Consumption
Survey 1998 – Department of Energy
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Quadro II.7 – Participação na demanda industrial de gás natural por setor na União
Européia (em %) – Ano 2001
Química30,9%
Produtos de minerais nao metálicos
14,9%
Alimentos, bebidas e produtos de fumo
12,2%
Ingenharia e outras indústrias metálicas
10,6%
Siderurgia9,8%
Celulose, papel e impressao
8,4%
Indústria têxtil, do couro e confecçao
3,7%
Metalurgia nao ferrosa2,6%
Outras7,0%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Fonte: Elaboração própria STRAT/RG com base em informações da Infostat
Quadro II.8 – Participação na demanda industrial de gás natural por setor na Argentina
(em %) – Ano 2002
Refino de petróleo23,1%
Química18,9%
Alimentos e bebidas15,8%
Siderurgia13,9%
Produtos de minerales nao metálicos
9,2%
Metalurgia nao ferrosa5,9%
Celulose e papel3,7%
Outros9,5%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Fonte: Elaboração própria STRAT/RG com base em informações da Enargas
Em função da experiência internacional, é pertinente sugerir uma metodologia que dê
prioridade àqueles setores que apresentam maior potencial de consumo. Em
particular, se propõe analisar os 34 setores industriais mais representativos, incluindo
todas aquelas atividades industrias que contribuem ao menos com 80% da demanda
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Versão Preliminar
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industrial dos três casos internacionais mencionados previamente. A lista destes 34
setores constitui o Quadro II.9.
Quadro II.9 – Lista dos setores industriais analisados no modelo Código
no modelo Nome do Grupo
Código da CNAE
IND-01 Abate e preparação de produtos de carne e de pescado 15.1
IND-02 Processamento, preservação e produção de conservas de frutas, legumes e outros vegetais 15.2
IND-03 Produção de óleos e gorduras vegetais e animais 15.3
IND-04 Laticínios 15.4
IND-05 Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de rações balanceadas para animais 15.5
IND-06 Fabricação e refino de açúcar 15.6
IND-07 Torrefação e moagem de café 15.7
IND-08 Fabricação de outros produtos alimentícios 15.8
IND-09 Fabricação de bebidas 15.9
IND-10 Beneficiamento de fibras têxteis naturais /
Fiação
17.1 /
17.2
IND-11 Tecelagem - inclusive fiação e tecelagem 17.3
IND-12 Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado – exclusive móveis 20.2
IND-13 Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel 21.1
IND-14 Fabricação de papel, papelão liso, cartolina e cartão /
Fabricação de embalagens de papel ou papelão
21.2 /
21.3
IND-15 Refino de petróleo 23.2
IND-16 Fabricação de produtos químicos inorgânicos 24.1
IND-17 Fabricação de produtos químicos orgânicos 24.2
IND-18 Fabricação de resinas e elastômeros 24.3
IND-19 Fabricação de fibras, cabos e filamentos contínuos artificiais e sintéticos 24.4
IND-20 Fabricação de produtos farmacêuticos 24.5
IND-21 Fabricação de defensivos agrícolas 24.6
IND-22 Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza e artigos de perfumaria 24.7
IND-23 Fabricação de artigos de borracha 25.1
IND-24 Fabricação de vidro e produtos do vidro 26.1
IND-25 Fabricação de cimento 26.2
IND-26 Fabricação de produtos cerâmicos 26.4
IND-27 Siderúrgicas integradas /
Fabricação de produtos siderúrgicos – exclusive em siderúrgicas integradas
27.1 /
27.2
IND-28 Fabricação de tubos - exclusive em siderúrgicas integradas 27.3
IND-29 Fundição 27.5
IND-30 Fabricação de eletrodomésticos 29.8
IND-31 Fabricação de lâmpadas e equipamentos de iluminação 31.5
IND-32 Fabricação de automóveis, caminhonetas e utilitários 34.1
IND-33 Fabricação de caminhões e ônibus 34.2
IND-34 Construção, montagem e reparação de aeronaves 35.3
IND-35 Reserva -
IND-36 Reserva -
IND-37 Reserva -
IND-38 Reserva -
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IND-39 Reserva -
IND-40 Reserva -
Fonte: Elaboração própria STRAT/RG
Resulta importante ressaltar que as categorias de usuários industriais IND-35 a IND-40
foram incluídas deliberadamente como setores de reserva. Estes setores têm sido
carregados no modelo com valores iguais a zero, de tal modo que se o usuário do
modelo deseja efetuar corridas em que novos setores industriais sejam incorporados
ao cálculo, somente seja necessário completar os valores que descrevam tal tipo de
usuários potenciais, sem necessidade de modificar as fórmulas do modelo. Este
mesmo critério de deixar categorias de reserva nas diferentes classificações das
variáveis que fazem parte do modelo foi empregado para todas as variáveis, o qual
outorga um interessante grau de flexibilidade ao modelo.
A seguir, descreve-se passo a passo a metodologia utilizada para o cálculo da
demanda industrial de gás natural. Inicialmente, o cálculo se desenvolverá para os
usuários potenciais de tipo IND-01 do Acre (por ser a primeira área de concessão por
ordem alfabética). Logo, a mesma metodologia será repetida para as restantes 29
áreas de concessão até completar o cálculo correspondente aos usuários IND-01.
Finalmente, o mesmo ciclo será repetido para os restantes tipos de usuários
potenciais, até os IND-40. Ao término de tal ciclo, terão sido efetuados os cálculos
para todos os tipos de usuários industriais, para todos os anos do cenário de projeção
e para todas as áreas de concessão.
• Passo 1:
o Para o ano 2004, o modelo multiplica a quantidade de usuários potenciais do
tipo IND-01 na área de concessão do Acre pela penetração do mercado de gás
natural para usuários desse tipo nessa área. Em função disso, pode se saber
quantos usuários totais IND-01 existentes no Acre já tem se convertido à gás
natural e quantos não.
• Passo 2:
o O modelo calcula o período de recuperação do investimento em conversão à
gás natural (medido em anos) para usuários potenciais IND-01 do Acre no ano
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2005 (primeiro ano da projeção). Para isso, necessitará de alguns dos dados
de input que foram definidos:
O preço final do gás natural para usuários industriais no ano 2005;
O preço final para usuários industriais de cada um dos combustíveis a ser
eventualmente substituído por gás natural;
O consumo anual de cada combustível para um usuário IND-01;
O montante de investimento necessário para que cada usuário IND-01 se
converta a gás natural (comumente denominado “custo de conversão”); e
A existência de potenciais mudanças na eficiência térmica dos processos
consumidores de energia frente à eventual conversão.
o A fórmula para o cálculo do período de recuperação é a seguinte:
Período de recuperação = (Custo de conversão) / (Custo anual de
abastecimento dos combustíveis originais – Custo anual de abastecimento
de gás natural), onde
O custo anual de abastecimento dos combustíveis originais é a soma do
produto entre o preço de cada combustível no ano 2005 e a quantidade de
tal combustível consumido pelos usuários do tipo IND-01; e
O custo anual de abastecimento de gás natural é o produto entre o preço
do gás natural para usuários industriais no ano 2005 e o consumo potencial
de gás natural para um usuário IND-01. Tal consumo é calculado através
do poder calorífico dos diferentes combustíveis já consumidos e das
potenciais mudanças na eficiência térmica dos processos envolvidos.
• Passo 3:
o O período de recuperação obtido no passo 2 é comparado contra o critério de
decisão definido como input para os usuários IND-01. Em função de tal
resultado:
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Se o período de recuperação é maior que o critério de decisão, o que
implica que não seria economicamente conveniente que os usuários IND-
01 do Acre se converteram no ano 2005, então o modelo define que os
usuários que ainda não haviam se convertido a gás natural ao término do
ano anterior (2004), junto com os novos usuários que surgiram com o
crescimento industrial do ano 2005, tampouco se converteram durante o
ano 2005. Essa massa de usuários não convertidos no ano 2005, junto com
os novos que apareçam durante o ano de 2006 como resultado do
crescimento industrial, serão incorporados a conta do ano 2006, e assim
sucessivamente.
Se, pelo contrário, o período de recuperação do investimento resulta menor
que o critério de decisão, então o modelo assume que aqueles usuários
qual ao final do ano 2004 não haviam se convertido a gás natural, o farão
durante o ano de 2005, junto com aqueles novos usuários que surjam pelo
crescimento industrial.
• Passo 4:
o Em função dos resultados do passo 3, o modelo calcula:
A demanda projetada de gás natural para o setor industrial IND-01 do ano
2005 por município;
A quantidade projetada acumulada de usuários do setor IND-01 convertidos
até o 2005 (inclusive) por município.
A demanda potencial de gás natural para o setor industrial IND-01 do ano
2005 por município; e
A quantidade potencial de usuários do setor industrial IND-01 do ano 2005;
A seqüência de cálculo descrita anteriormente para os usuários potenciais do setor
industrial IND-01 do Estado do Acre é repetida para cada uma das restantes áreas de
concessão, e logo para cada um dos restantes setores industriais, até completar o
universo de potenciais consumidores industriais de gás natural.
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Este processo permite obter os dados resultantes do cálculo da demanda industrial
com o formato de 8 gráficos dinâmicos, os quais podem ser acessados através da
estrutura de menus de navegação do modelo.
Demanda veicular
A metodologia de cálculo da demanda veicular de gás natural é similar à descrita para
o segmento industrial. A única diferença substancial reside nas variáveis elegidas para
segmentar aos diferentes usuários potenciais do segmento. Neste caso, a frota
veicular foi classificada através de três variáveis:
• Tipo de veículo:
o Veículos leves;
o Veículos semi-pesados;
o Veículos pesados;
o Ônibus; e
o Táxis.
• Combustível utilizado:
o Gás Natural;
o Gasolina;
o Óleo Diesel; ou
o Álcool hidratado.
• Nível de utilização:
o Alto;
o Médio; e
o Baixo.
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Deste modo, a estrutura de classificação da frota veicular utilizada pelo modelo
matemático é a que aparece detalhada no Quadro II.10.
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Quadro II.10 – Classificação da frota veicular utilizada pelo modelo
Código no modelo Tipo de veículo Combustível utilizado Nível de utilização
VEI-01 Leve Gasolina Médio
VEI-02 Leve Gasolina Baixo
VEI-03 Leve Gasolina Alto
VEI-04 Leve Álcool Médio
VEI-05 Leve Álcool Baixo
VEI-06 Leve Álcool Alto
VEI-07 Semi-pesado Gasolina Médio
VEI-08 Semi-pesado Álcool Médio
VEI-09 Semi-pesado Diesel Médio
VEI-10 Pesado Diesel Médio
VEI-11 Ônibus Diesel Médio
VEI-12 Ônibus Diesel Médio
VEI-13 Táxi Gasolina Médio
VEI-14 Táxi Álcool Médio
VEI-15 Reserva - -
VEI-16 Reserva - -
VEI-17 Reserva - -
VEI-18 Reserva - -
VEI-19 Reserva - -
VEI-20 Reserva - -
Fonte: Elaboração própria STRAT/RG
Neste sentido, existe uma diferença que merece ser destacada entre o cálculo
empregado para a demanda industrial e o empregado para a demanda veicular. O fato
de que no segundo caso se tem escolhido como variável de classificação da frota o
tipo de combustível, implica que necessariamente a penetração do gás natural sobre
estes setores de demanda será de 0% (a diferença do que sucede com os setores
industriais). Isto é assim pelo fato de que os veículos que já consomem gás no final do
ano 2004 formam parte de uma categoria de veículos distinta daqueles que não.
Devido esta razão, o modelo não permitirá ao usuário modificar a penetração do gás
natural sobre o segmento de mercado veicular.
Demanda comercial
A metodologia de cálculo da demanda comercial de gás natural é similar à descrita
para o segmento industrial, só que neste caso a classificação dos usuários utilizada é
a descrita no Quadro II.11.
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Quadro II.11 – Classificação dos usuários comerciais utilizada pelo modelo
Código no modelo Tipo de comércio Código da CNAE
COM-01 Padarias 52.2
COM-02 Hotéis 55.1
COM-03 Restaurantes 55.2
COM-04 Hospitais 85.1
COM-05 Tinturarias e lavanderias 93.0
COM-06 Shoppings -
COM-07 Reserva -
COM-08 Reserva -
COM-09 Reserva -
COM-10 Reserva -
Fonte: Elaboração própria STRAT/RG
Demanda residencial
No caso da demanda residencial, a metodologia empregada também é idêntica a do
segmento industrial. Neste caso, a classificação das residenciais foi efetuada em
função da sua faixa de renda, obtendo-se as categorias apresentadas no Quadro II.12.
Quadro II.12 – Classificação dos usuários residenciais utilizada pelo modelo
Código no modelo Renda mínima Renda máxima
RES-01 0 salários mínimos 2 salários mínimos
RES-02 2 salários mínimos 5 salários mínimos
RES-03 5 salários mínimos 10 salários mínimos
RES-04 10 salários mínimos infinito
RES-05 Reserva Reserva
RES-06 Reserva Reserva
RES-07 Reserva Reserva
RES-08 Reserva Reserva
Fonte: Elaboração própria STRAT/RG
Demanda de gás para geração térmica
Neste segmento, a evidente vinculação entre a demanda de gás natural para a
geração termelétrica e a projeção da demanda elétrica implicou que seria necessário
desenvolver um modelo de complexidade similar ao presente, com o exclusivo fim de
projetar a demanda elétrica que seria logo utilizada para calcular a demanda de gás
para geração. Conseqüentemente, foi acordado que esse bloco de demanda seria
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encomendado a um consultoria especializada em simulação do setor elétrico, e depois
seria acrescentado ao resto do modelo com uma interface única e homogênea para o
usuário.
Para simular o despacho hidrotérmico, foi utilizado o modelo SDDP® desenvolvido
pela consultoria PSR/Mercados. O SDDP representa em detalhe as características
físicas, operativas e comerciais do sistema brasileiro, como por exemplo:
• Detalhes operativos das usinas hidrelétricas;
• Detalhes das usinas termelétricas ("commitment", restrições de geração por grupo,
curvas de custo, manutenção, consumo de combustível, térmicas bi ou tri-
combustíveis, restrições de transporte de combustível, etc.);
• Aspectos de incerteza hidrológica: representação estocástica de vazões para
representar as características hidrológicas do sistema (sazonalidade, dependência
temporal e espacial das vazões, secas etc.) ou as seqüências históricas;
• Detalhes do sistema de transmissão: leis de Kirchhoff, limites de fluxo de potência
em cada circuito, perdas, restrições de segurança, limites de exportação e
importação por área elétrica, etc.; e
• A variação da demanda por patamar de carga e por barra do sistema ao longo dos
estágios mensais ou semanais (estudos de médio ou longo prazo) ou em nível
horário (estudos de curto prazo).
O SDDP vem sendo utilizado há vários anos em estudos do Sistema Interligado
brasileiro, tanto para investidores (avaliação de empresas, interconexões
internacionais, análise de novos projetos hidrelétricos e termelétricos) como em
estudos de dimensionamento de interconexões e fronteiras de sub-mercados,
realizados com o ONS3. A metodologia de solução é a programação dinâmica
estocástica dual (PDDE), desenvolvida originalmente pela PSR, e que foi também
incorporada no modelo computacional NEWAVE, utilizado pelo ONS. A diferença está
na representação do sistema: o NEWAVE utiliza uma representação agregada dos
reservatórios e dos intercâmbios; o SDDP, por sua vez, representa de maneira
detalhada tanto as usinas como a rede de transmissão. Isto permite que o SDDP
tenha uma funcionalidade para estudos de longo, médio e curto prazo que abrange a
cadeia completa de modelos atualmente em fase de implementação no ONS
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(NEWAVE, DECOMP, DESSEM e PREDESP). Esta funcionalidade permite que o
modelo seja utilizado para estudos prospectivos de preços, representando não só a
regulamentação atual do sistema como a transição para o ambiente definitivo nos
próximos anos.
A participação da PSR/Mercados através da operação deste modelo consistiu
fundamentalmente no fornecimento das projeções de demanda de gás para geração
termelétrica do modelo. Neste sentido, foram efetuadas projeções com cenários que
surgiram da combinação de duas variáveis: a projeção de crescimento do PIB e a
configuração do cenário hidrológico.
Para isto, foram efetuadas corridas do modelo para 2 cenários de crescimento do PIB
e para 80 cenários hidrológicos diferentes. Cada cenário corresponde a um nível de
chuva determinado de modo tal que a probabilidade de ocorrência de cada cenário
seja 1,25% maior que a probabilidade de ocorrência do anterior. Esta estrutura permite
obter resultados para os 160 cenários que surgem da combinação de ambas variáveis.
Finalmente, vale a pena destacar que, para cada cenário, o nível de detalhe dos
resultados obtidos permite conhecer a demanda de gás para cada ano e para cada
central térmica do sistema.
Demanda de gás para co-geração
Por último, para o segmento de co-geração se definirão 4 casos paradigmáticos de
potenciais projetos de instalação de plantas de co-geração:
• Instalação de turbina a gás para consumidores elétricos com tarifa A4 (meia
voltagem) – 4,6 MWe / 10 Mj/s - Esta configuração é típica do setor têxtil ou de
produtores de papel de pequeno porte;
• Instalação de motor a gás para consumidores elétricos abastecidos com tarifa A4 –
5,2 MWe / 2 MJ/s + 600 TR – Esta classe de projetos de co-geração é típica do
setor de plásticos ou de consumidores de comerciais de grande porte, tais como
shopping centers;
• Instalação de turbina a gás de ciclo simples – 10,5 MWe / 20 MJ/s – Esta
configuração é correspondente a consumidores com tarifa elétrica A2 (alta
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voltagem), tipicamente plantas de substâncias químicas ou plantas de acabamento
de papel de porte médio;
• Instalação de ciclos combinados – 48 MWe / 29 MJ/s – Apropriado para certos
usuários industriais tais como IPP ou complexos petroquímicos abastecidos com
alta voltagem (tarifa A2).
Para cada um desses casos foi definido um balanço energético otimizado, foram
comparados seus custos sem co-geração e foi estimado o investimento necessário.
Isto permitiu construir um fluxo de caixa descontado, através do qual se calculou a
Taxa Interna de Retorno do projeto e se efetuaram análises de sensibilidade ao preço
do gás.
Logo, se associou a cada setor industrial um dos quatro tipos de projetos potenciais de
co-geração já mencionados (em função do perfil de demanda de cada setor),
resultando a lista detalhada no Anexo. Deste modo, se adaptou o fluxo de caixa do
projeto de co-geração correspondente a cada setor de demanda à dimensão dos
estabelecimentos médios destes setores.
Este processo permitiu obter um fluxo de caixa correspondente ao projeto de co-
geração mais apropriado para cada tipo de consumidor potencial. Logicamente, tal
fluxo de caixa utiliza com input os preços de gás natural, os preços da energia elétrica,
o nível de consumo de cada tipo de usuário, e uma série de fatores externos com
influência sobre a decisão do potencial investimento no projeto de geração:
• A existência de um ambiente regulatório favorável;
• A disponibilidade de financiamento (tanto para a compra de equipamentos
nacionais como importados);
• A existência de um ambiente econômico favorável;
• Um nível de preço de energia de stand-by2 favorável;
• O desenvolvimento de um mercado com capcidade de compra para a energia
excedente; e
2 Preço da energia stand-by: preço da energia empregada quando a planta de co-geração se encontra fora de serviço.
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• A existência de um preço atrativo de compra de tal energia excedente (maior que
3,5 vezes o preço do gás).
Dado um cenário determinado, cada fluxo de caixa correspondente a um setor de
consumo permite calcular sua taxa interna de retorno que, comparada com uma taxa
de corte, definirá se os projetos de plantas de co-geração desse setor serão
efetivamente construídos ou não. O produto da quantidade de projetos de co-geração
operativos em cada ano pelo volume de gás demandado por cada um deles permite
obter a demanda anual de gás para co-geração.
Cálculo da evolução da oferta / Simulação do desenvolvimento da infra-estrutura
O cálculo da evolução da oferta de gás e a simulação do desenvolvimento da infra-
estrutura (particularmente de transporte) são blocos do modelo que necessariamente
devem estar entrelaçados. Isto é devido a que, logicamente, só terá sentido construir
gasodutos de transporte a partir de bacias ricas em reservas de gás natural e,
eficientes com relação ao custo de extração.
Para simular o funcionamento do mercado neste aspecto, se utilizou a seguinte
metodologia:
• Passo 1:
o Mapeou-se a rede de gasodutos existente atualmente no Brasil. Este trabalho
implicou caracterizar cada trecho de cada gasoduto em função de sua origem,
destino, extensão e capacidade. Do mesmo modo, se definiu um código que é
utilizado pelo modelo para denominar inequivocamente cada segmento de
cada gasoduto (ver Anexo).
• Passo 2:
o Para cada área de concessão, se definiu o posicionamento de seu principal city
gate3, que funcionará como o ponto em que se comparará o preço do gás
proveniente de diferentes origens com o objetivo de otimizar o custo de
abastecimento do gás por parte da distribuidora da região.
3 City gate: ponto no qual finaliza a rede de transporte e começa a rede de distribuição. Este é o ponto onde se efetua a transferência do gás da transportadora à distribuidora.
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• Passo 3:
o Para cada área de concessão, se definiram até 4 potenciais alternativas de
abastecimento de gás até o city gate correspondente. A definição de tais
alternativas implica detalhar:
A bacia de origem de gás (podendo tratar-se de bacias no Brasil, Bolívia e
Argentina);
Os gasodutos através dos quais esse gás deverá ser transportado para
chegar até o city gate correspondente; e
Os segmentos de cada um desses gasodutos pelo qual o gás deverá ser
transportado.
• Passo 4:
o Em função do preço do gás em boca de poço em cada bacia, do esquema de
remuneração da infra-estrutura de transporte, e das alíquotas tributárias
definidas como input, o modelo calcula automaticamente o preço city gate do
gás proveniente de cada uma de tais alternativas de abastecimento.
• Passo 5:
o Em função do objetivo do usuário, o modelo pode operar sob duas
modalidades:
Manual: o modelo prioriza para cada city gate o gás mais barato, sem
considerar como restrição a possibilidade de ter gargalos na infra-estrutura
de transporte. Neste sentido, o modelo poderá entregar como resultado um
nível de ocupação dos trechos dos gasodutos superior a 100%. Neste caso,
o usuário deverá carregar manualmente as expansões da capacidade da
rede de transporte (para cada segmento para cada ano). Desta forma, cada
city gate poderá continuar utilizando o gás natural mais conveniente, sem
considerar as limitações na capacidade de transporte das malhas;
Automático: o modelo prioriza para cada city gate o gás mais barato, mas
quando a capacidade dessa rota de transporte esgota, passa para a
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seguinte alternativa com capacidade disponível. Neste sentido, o único
caso no qual o modelo pode entregar como resultado um nível de ocupação
de um segmento de gasoduto superior a 100% (operando sob esta
modalidade) seria se para algum city gate as 4 rotas de transporte ficassem
esgotas. Sob esta modalidade, o modelo minimiza o investimento
necessário, com o conseqüente incremento no preço do gás no city gate.
o Qualquer um desses mecanismos (tanto o automático quanto o manual)
permite configurar a estrutura de abastecimento de gás do Brasil, ou seja, de
que origem será o gás consumido em cada city gate, e através de que
segmentos de gasodutos deve ser transportado para chegar ao seu destino.
Esta matriz constitui a base para o cálculo do desenvolvimento da infra-
estrutura de transporte.
• Passo 6:
o Em função da demanda de cada um dos city gates que serão abastecidos com
gás de cada bacia (e conhecendo as reservas disponíveis em cada uma delas),
o modelo calcula a produção de gás necessária em cada bacia em cada ano.
• Passo 7:
o Similarmente, conhecendo a capacidade de cada gasoduto e o volume
transportado ano por ano, o modelo calcula o nível de ocupação de cada
segmento da malha de infra-estrutura de transporte.
o Vale a pena mencionar que o modelo possui suficiente flexibilidade como para
que o usuário possa incluir novos gasodutos ou mudar as características dos já
existentes (capacidade e extensão) através de procedimentos simples e sem
necessidade de modificar as fórmulas.
• Passo 8:
o Por último, o modelo atualiza o cálculo das reservas disponíveis para o ano
posterior ao que foi calculado.
o Para isto, o modelo foi preparado para operar com três hipóteses diferentes (a
escolha do usuário):
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Zero descobrimento de reservas de gás no período 2005-2014: nesta
modalidade, o modelo trabalha exclusivamente com as reservas existentes
ao final do ano 2014.
Reservas estáveis em valor absoluto: com esta alternativa, o modelo
trabalha assumido que em cada ano haverá descobrimentos de reservas
iguais à produção do ano em curso, de modo tal que as reservas se
mantenham constantes em valor absoluto (em bilhões de metros cúbicos).
Relação de reservas a produção estável: neste caso, o modelo trabalha
assumindo que a relação de reservas a produção (R/P) se mantém
constante, o que implica que a medida que a produção cresça, haverá
descobrimentos até fazer com que as reservas cresçam na mesma
proporção.
• Passo 9:
o Finalmente, o modelo simula o desenvolvimento da infra-estrutura de
transporte, através da estimação de uma curva típica de (km de rede /
quantidade de usuários) versus quantidade de usuários. Esta curva foi
construída a partir de dados históricos reais do desenvolvimento das
distribuidoras existentes no Brasil, e permite determinar aproximadamente qual
será o comprimento da rede de distribuição necessária (para cada área e para
cada ano) para abastecer de gás à quantidade de usuários que foram
calculados no bloco de projeção demanda.
Cálculo da receita econômica e do investimento dos agentes do setor
Uma vez calculadas a evolução da demanda, a oferta e a evolução da infra-estrutura,
o modelo avança na quantificação econômica do investimento que receberão os
diferentes elos da cadeia de valor do gás natural. Para isso, segue a seguinte
metodologia:
• Passo 1:
o Conhecendo a produção de cada bacia e o preço do gás em boca de poço
para cada uma delas, o modelo calcula a receita por produção de gás para
cada bacia e para cada ano.
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• Passo 2:
o Similarmente, conhecendo a estrutura de remuneração da infra-estrutura de
transporte e o nível de utilização de cada gasoduto, o modelo calcula o receita
recebida pela operação de cada segmento de gasoduto.
• Passo 3:
o Do mesmo modo, o modelo quantifica a receita de cada uma das
distribuidoras, multiplicando o volume distribuído pelo preço final do gás.
• Passo 4:
o Por último, o modelo quantifica a arrecadação tributária dos diferentes
impostos que incidem sobre o gás natural (Imposto de Importação, PIS,
COFINS e ICMS).
Do mesmo modo, o modelo estima o investimento necessário em cada elo da
cadeia de valor:
• Passo 1:
o Tomando como parâmetro o investimento necessário para aumentar as
reservas de cada bacia em um bilhão de metros cúbicos (input do modelo), o
sistema calcula o investimento necessário para desenvolver as reservas em
função da modalidade com a qual está sendo operado.
o Note-se que no caso de que o modelo esteja operando na modalidade de zero
descobrimento de reservas, então logicamente o investimento em exploração
será nulo.
o Similarmente, utilizando como input de produção de gás de cada bacia no ano
2004 (input do usuário), o modelo pode calcular o investimento em
desenvolvimento produtivo de cada bacia sob duas modalidades diferentes:
Manual: o modelo deixa que o usuário digite manualmente o incremento
anual da capacidade produtiva de cada bacia.
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Automático: o modelo desenvolve automaticamente as bacias na medida
em que seja requerido que elas produzam uma quantidade maior de gás do
que a sua capacidade inicial.
• Passo 2:
o Do mesmo modo, o modelo utiliza a definição por parte do usuário de quanto é
necessário investir para expandir a capacidade de cada segmento de gasoduto
em 1 milhão de metros cúbicos por dia, e a multiplica pelas expansões
requeridas até obter o montante de investimento necessário para a expansão
da rede de transporte.
• Passo 3:
o Similarmente, o modelo calcula o investimento necessário para expandir a rede
de distribuição, através do produto entre o aumento do comprimento da rede
para cada ano, e o investimento marginal necessário para colocar em operação
cada quilômetro adicional de rede.
• Passo 4:
o Por último, o modelo calcula o investimento necessário para a conversão de
usuários, ou seja, o somatório para todos os tipos de usuários do produto entre
seu custo de conversão e os usuários efetivamente convertidos no ano em
questão.
Deste modo, a metodologia eleita para a operação do modelo permite simular o
comportamento do mercado de gás natural de forma íntegra, quantificando em termos
operativos e econômicos o funcionamento das etapas de exploração e produção,
transporte, distribuição e arrecadação tributária do mercado.
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III. DETALHAMENTO DA INFORMAÇÃO CARREGADA NO MODELO
O presente capítulo pretende descrever, para cada dado de input carregado no
modelo, as fontes que foram utilizadas na sua obtenção, além de apresentar a
metodologia de processamento de cada informação e as hipóteses de cálculo
utilizadas. É preciso destacar que todos os valores de input carregados na elaboração
do modelo serão apresentados no capítulo referente aos Anexos.
Como os dados de entrada – input – são a base para a elaboração do modelo
matemático, torna-se imprescindível a utilização de dados confiáveis. Neste sentido, o
modelo foi carregado pela equipe STRAT/RG com os melhores dados públicos
disponíveis. Aquelas tabelas que devam ser carregadas com informações
confidenciais foram deixadas em branco para serem preenchidas pela equipe da ANP.
Desse modo, a equipe STRAT/RG entende que é importante para o usuário ter o
perfeito conhecimento de toda a informação carregada no modelo matemático.
Neste sentido, o presente capítulo se dividirá em dois blocos, que representam os
dados de input utilizados para o bloco de demanda e da oferta de gás natural. Na
parte referente a demanda, serão apresentados os dados específicos carregados para
cada segmento demandante, assim como os dados de caráter geral e o preço do gás
e dos combustíveis concorrentes. No bloco correspondente à oferta, serão incluídos as
informações do carregamento dos dados referentes às bacias e reservas analisadas,
além de informações sobre a infra-estrutura de transporte, e a remuneração gerada ao
longo da cadeia de gás.
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III.1. Input para o Cálculo de Demanda de Gás Natural
Para a elaboração dos cálculos referentes à demanda de gás natural presente no
modelo matemático, foi necessário obter informação para seis segmentos distintos.
Dentre estes segmentos de demanda estão: o industrial; o comercial; o veicular; o
residencial; a co-geração e o termelétrico.
Para cada segmento, foram utilizadas fontes de fornecimento de dados específicos.
Como as informações públicas disponíveis nem sempre alcançavam o nível de detalhe
desejado para a elaboração do modelo, também se tornou necessário o
desenvolvimento de algumas hipóteses de cálculo até atingir o nível de detalhe
necessário, conforme será apresentado.
Variáveis econômicas com influência sobre o modelo completo
As variáveis econômicas utilizadas como input são: Produto Interno Bruto (PIB), taxa
de inflação (IPCA), taxa de câmbio nominal, inflação nos EUA, taxa de juros (SELIC) e
crescimento populacional. Para o Produto Interno Bruto, a equipe STRAT/RG
desenvolveu dois cenários de projeção que foram classificados por PIB A e PIB B,
conforme pode ser observado no Quadro III.1.1. Para as outras variáveis
macroeconômicas , a projeção foi realizada para um cenário único.
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Quadro III.1.1 – Projeções Macroeconômicas 2005-2014 (base 100 = 2004)
PIB A PIB B IPCA Inflação nos EUA
Taxa de Câmbio Nominal
Taxa de Câmbio Real
Taxa de juros
2004 5,1% 5,1% 7,4% 1,5% -9,3% -6,7% -22,5%2005 3,5% 3,0% 5,8% 1,5% -0,3% -4,4% 3,2%2006 3,0% 4,0% 5,1% 1,5% 5,5% 1,9% -12,6%2007 2,5% 4,0% 4,8% 1,5% 3,9% 0,6% -9,4%2008 2,5% 4,0% 4,6% 1,5% 3,4% 0,3% -5,0%2009 3,0% 4,0% 5,1% 1,5% -5,5% -8,7% 6,1%2010 3,5% 4,0% 5,1% 1,5% 0,0% -3,4% 5,6%2011 4,0% 4,0% 5,1% 1,5% 0,0% -3,4% 0,0%2012 4,0% 4,0% 5,1% 1,5% 0,0% -3,4% 0,0%2013 4,0% 4,0% 5,1% 1,5% 0,0% -3,4% 0,0%2014 4,0% 4,0% 5,1% 1,5% 0,0% -3,4% 0,0%
Fonte: Elaboração própria STRAT/RG
Para a elaboração das projeções do nível de atividade industrial, tornou-se necessária
à realização, por parte da equipe STRAT/RG, da análise de alguns setores
individualmente, devido sua importância no consumo de gás natural. Dentre os setores
analisados individualmente se encontram: alimentos e bebidas, têxtil, papel e celulose,
petróleo e gás, químico, minerais não-metálicos, metalurgia e automotivo.
Para cada um desses setores, foram desenvolvidas regressões lineares múltiplas
resultado de testes com diversas combinações de séries de variáveis econômicas,
com o objetivo de se obter o melhor resultado. Através dos coeficientes gerados pelas
regressões múltiplas e a aplicação das projeções macroeconômicas observadas no
quadro acima, foi possível desenvolver as projeções do nível de atividade para cada
um desses 8 setores. Para os outros setores que não fizeram parte da análise
individual, o crescimento de sua atividade acompanhou a variação anual PIB. Desse
modo, todos os níveis industriais estão diretamente relacionados com o cenário
macroeconômico escolhido.
Os Quadros III.1.2 e III.1.3 apresentam os resultados das projeções do nível de
atividade industrial com a utilização do cenário de PIB A e PIB B, respectivamente,
com base igual a 100 no ano 2004.
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Versão Preliminar
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Quadro III.1.2 – Projeções dos Níveis de Atividades Industriais – PIB A (base 100 =
2004)
0,00
40,00
80,00
120,00
160,00
200,00
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
A limento s e bebidas T êxtil
P apel e celulo se P etróleo e gás
Química M inerais não -metálico s
M etalúrgica A uto mo tivo
Outro s seto res
Fonte: Elaboração própria STRAT/RG
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Versão Preliminar
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Quadro III.1.2 – Projeções dos Níveis de Atividades Industriais – PIB B (base 100 =
2004)
0
40
80
120
160
200
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Alimentos e Têxti
Papel e Petróleo e
Químic Minerais não-
Metalúrgi Automotiv
Outros
Fonte: Elaboração própria STRAT/RG
Segmento industrial
Dentre os dados de input necessários para o desenvolvimento do modelo de projeção
para o segmento industrial se encontram: a quantidade de estabelecimentos
industriais, o consumo energético para cada setor e o custo de conversão à gás
natural para uma planta industrial padrão. A lista de setores industriais analisados
parte de uma seleção dos 34 setores com maior consumo de gás natural, conforme
pôde ser observado no capítulo II do presente documento.
Para o cálculo dos usuários potenciais por município para o segmento industrial,
referente ao ano de 2004, utilizou-se como base, dados oficiais fornecidos pelo IBGE,
através de seu banco de dados agregados, o SIDRA (Sistema IBGE de Recuperação
Automática). Estes dados estimam a quantidade de estabelecimentos industriais por
setor, para cada município. Para a indústria química, os dados foram fornecidos pela
Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM).
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Versão Preliminar
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Os dados de input para o cálculo do consumo anual de energia por tipo de
combustível foram obtidos através de pesquisa do mercado potencial de gás natural,
realizada nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Os resultados são
representativos da análise do perfil de consumo energético de 590 estabelecimentos
industriais, conforme pode ser observado no quadro abaixo. Através da obtenção
desses dados, foi possível construir o consumo médio de cada energético substituível
por gás natural de uma planta industrial padrão.
Quadro III.1.3 – Quantidade de estabelecimentos industriais analisados no Rio e em
São Paulo
Código STRAT
Quantidade de Companhias
Analisadas (RJ)
Quantidade de Companhias Analisadas
(SP)
IND-01 2 3 IND-02 1 1 IND-03 0 1 IND-04 3 9 IND-05 3 1 IND-06 1 1 IND-07 7 2 IND-08 15 43 IND-09 18 6 IND-10 0 4 IND-11 33 52 IND-12 0 5 IND-13 0 7 IND-14 6 15 IND-15 1 1 IND-16 10 22 IND-17 7 33 IND-18 1 8 IND-19 0 1 IND-20 17 16 IND-21 0 1 IND-22 8 5 IND-23 2 14 IND-24 9 17 IND-25 5 0 IND-26 1 57 IND-27 5 5 IND-28 1 6 IND-29 37 34 IND-30 0 5 IND-31 1 3 IND-32 5 9 IND-33 1 1 IND-34 0 2
Total geral 200 390
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Versão Preliminar
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Fonte: Elaboração própria STRAT/RG
Para se obter os melhores resultados possíveis, os dados foram testados através da
comparação entre os valores fornecidos pelo Balanço Energético Nacional 2003
(BEN). Desse modo, a equipe STRAT/RG calculou o total consumido por cada grupo
industrial apresentado no BEN, através da multiplicação do perfil de consumo de uma
planta industrial padrão pelo total de plantas da indústria correspondente. O quadro
abaixo apresenta os testes realizados com os principais segmentos. Neste quadro
podemos observar que os valores obtidos pela equipe STRAT/RG giraram em torno de
18% acima dos dados fornecidos pelo BEN.
Quadro III.1.4 – Comparação entre os dados da STRAT e do BEN
STRAT (A) (MBTU/ano)
B E N (B) (MBTU/ano) (A-B)/B
Papel e celulose 6.689.707.310 9.677.612.700 -31% Cimento 3.455.136.000 3.455.136.000 0% Alim. e bebidas 32.893.559.697 23.164.592.220 42% Químico 8.105.357.264 6.830.440.998 19% Têxtil 1.293.676.725 1.148.253.094 13% Total 52.437.436.996 44.276.035.013 18%
Fonte: Elaboração própria STRAT/RG com base nos dados do BEN
O cálculo do custo de conversão de uma planta à gas natural foi desenvolvido a partir
de uma pesquisa de mercado efetuada no Estado de São Paulo com base em uma
amostra de 127 estabelecimentos industriais.
Segmento veicular
Para a elaboração do modelo para o segmento veicular, a equipe STRAT/RG
necessitou como input os dados de quantidade de veículos por município, perfil de
consumo energético veicular, e custo de conversão.
Os dados de quantidade de veículos por município utilizados são os valores fornecidos
pela DENATRAN. Como o modelo necessitava de uma abertura por tipo de veículo e
combustível utilizado, a equipe STRAT desagregou esses dados, com base nas
informações de produção de veículos por combustíveis, divulgadas pela ANFAVEA.
Para a realização do cálculo do consumo energético veicular, utilizou-se como dado de
base as informações disponíveis no Balanço Energético Nacional 2003 (BEN). Através
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Versão Preliminar
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do BEN, obteve-se a quantidade de combustível utilizada para o transporte rodoviário.
A partir desses dados, o perfil de cada tipo de veículo foi calculado de modo particular,
de acordo com as informações disponíveis.
Os perfis de consumo para os veículos pesados e leves foram calculados através de
informações geradas no estudo elaborado pela Economia e Energia onde são
apresentadas as equivalências entre consumo de veículos pesados e leves. Para o
perfil de consumo dos táxis, utilizou-se a informação fornecida pela Associação das
Empresas de Táxi de Frota do Município de São Paulo (ADETAXI), referente ao perfil
de consumo médio retirado de uma amostra de 4.030 veículos. Para os ônibus
interurbanos, utilizaram-se as informações fornecidas pela Associação Brasileira de
Transportes Interurbanos (ABRATI) sobre a quilometragem anual e consumo
específico, referentes a uma amostra de 12.844 veículos.
O cálculo do custo de conversão à gás natural para o segmento veicular foi realizado a
partir de informações comerciais das instaladoras do kit de conversão.
Segmento comercial
Dentre os setores comerciais presentes na modelagem, encontram-se: padarias,
hospitais, restaurantes, hotéis, lavanderias e tinturarias, além dos shoppings. Desse
modo, foi preciso carregar o modelo com dados de input referentes a quantidade de
quantidade de estabelecimentos por município, o perfil de consumo energético e o
custo de conversão.
Com exceção dos shoppings centers, os dados de quantidade de estabelecimentos
por município foram obtidos através de dados oficiais fornecidos pelo IBGE. Já os
dados relativos à quantidade de shoppings centers, foram elaborados a partir de
dados fornecidos pela Associação Brasileira de Shopping Centers (ABRASCE).
Para o desenvolvimento do perfil de consumo energético, os dados foram obtidos
através de uma pesquisa de mercado, realizada no Rio de Janeiro, com base em uma
amostra de 70 estabelecimentos comerciais. Dentro desta amostra, foram
pesquisados o perfil de consumo de 13 hospitais, 14 hotéis, 19 restaurantes, 20
lavanderias e tinturarias e 4 shoppings. Como pôde ser observada, a pesquisa não
incluiu as padarias. Isso porque, a fonte de informação para a elaboração do perfil das
padarias foi o estudo elaborado pela CTGás (2004).
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Versão Preliminar
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Devido à dificuldade para se obter dados sobre o custo de conversão para o segmento
comercial, tornou-se necessária a utilização de uma metodologia de cálculo inverso.
Para isso, carregou-se o modelo matemático com os dados referentes ao ano de
2004, realizando-se testes para diferentes valores de custo de conversão, até alcançar
os valores próximos aos da realidade. Esse cálculo foi elaborado a partir da
comparação dos resultados obtidos no modelo para o ano de 2004 contra os
resultados reais do mesmo ano, fornecidos pela Brasil Energia.
Segmento residencial
O carregamento do modelo referente ao consumo potencial de gás natural para o
segmento residencial, segue a divisão do segmento por níveis de renda, conforme
definida pela equipe STRAT/RG. Dentre os dados de input necessários, encontram-se
a quantidade de residências por faixa de renda para cada município, o perfil de
consumo energético e o custo de conversão.
A fonte utilizada para obtenção de dados sobre quantidade de residências por faixa de
renda foi diretamente o IBGE.
Já os dados de consumo energético anual de energia elétrica e GLP, por cada tipo de
residência, foram retirados do documento “Análise da Estrutura de Consumo de
Energia pelo Setor Residencial Brasileiro”. Esta foi a Tese apresentada para o
Programa de Mestrado em Ciências em Planejamento Energético realizada pela Carla
da Costa Lopes Achão, em março de 2003. O consumo energético de lenha foi
calculado a partir dos dados do BEN 2003.
Da mesma forma que aconteceu com o segmento comercial, a obtenção dos dados de
custo de conversão foram realizados a partir da metodologia inversa, conforme
descrito no tópico acima.
Dados comuns para ambos segmentos
Dentre os dados que são calculados para ambos segmentos se encontram os
seguintes: o cálculo da penetração do gás natural, o critério de decisão para
conversão, as propriedades dos combustíveis e as equivalências das unidades físicas.
Como não havia dados públicos disponíveis sobre a penetração do mercado atual de
gás natural para todos os segmentos de demanda, foram realizadas hipóteses de
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Versão Preliminar
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cálculo desenvolvidas pela equipe STRAT/RG, utilizando-se como base os últimos
dados de consumo de gás natural por tipo de segmento e distribuidora divulgados pela
Brasil Energia.
Neste sentido, a equipe STRAT/RG identificou, primeiramente, os municípios que já
consomem gás natural. Em seguida, calculou-se o total consumido em cada um
desses municípios, através dos dados de quantidade de estabelecimentos e consumo
energético médio já descrito. Com isso, pôde-se obter o consumo potencial total de
cada área de concessão. Para se obter o valor da penetração de gás natural em cada
segmento, dividiu-se o consumo atual pelo consumo potencial.
Da mesma forma, os dados de critério de decisão foram obtidos a partir de hipóteses
de cálculo realizadas pela equipe STRAT/RG e depois testados no modelo.
Finalmente, do Balanço Energético Nacional foram retirados os dados de
equivalências de unidades físicas e os dados de propriedades dos combustíveis.
Preços do gás natural e dos combustíveis concorrentes
Dentre os dados de preços utilizados como input, foram necessários carregar o
modelo com o preço final do gás natural, preço do gás em boca de poço, além dos
preços dos combustíveis concorrentes. Neste caso, além dos preços atuais, o modelo
também necessitava desses valores carregados para todo o período da projeção. Do
mesmo modo para os dados referentes às remunerações da cadeia do gás natural,
que compreendem as tarifas de transporte e os tributos incidentes ao longo da cadeia.
Para as projeções de preços finais do gás natural foram utilizados os últimos preços
de gás natural cobrados pela Comgás. Esses valores foram repetidos para todos os
anos da projeção. Como não existem dados públicos disponíveis detalhados de preço
de boca de poço a equipe STRAT/RG sugere à ANP a realização do cálculo Net Back,
onde o valor seria obtido através do resultado da subtração entre o preço city gate do
gás natural pelo custo de transporte e tributos.
As projeções de preços para os outros combustíveis foram desenvolvidas conforme
descrito no quadro abaixo.
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Versão Preliminar
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Quadro III.3 – Descrição da Metodologia utilizada para o cálculo da projeção
Combustível Descrição da metodologia para a projeção de preços
Álcool Regressão linear simples em função do preço do WTI Bagaço de cana Preço zero por ser um resíduo (hipótese) Carvão mineral Preço médio dos últimos dez anos Carvão vegetal Preço médio dos últimos dez anos Coque de carvão Preço médio dos últimos dez anos Coque de petróleo Preço médio dos últimos dez anos Coque mineral Preço médio dos últimos dez anos Energia elétrica Preços anuais, segundo a ANEEL Gás de refinaria Hipótese de preço fixo em US$ 5/MBTU Gasolina Regressão linear simples em função do preço do WTI GLP Regressão linear simples em função do preço do WTI Lenha Preço médio dos últimos dez anos Óleo combustível A (leve) Regressão linear simples em função do preço do WTI Óleo combustível A (pesado) Regressão linear simples em função do preço do WTI Óleo combustível B (leve) Regressão linear simples em função do preço do WTI Óleo combustível B (pesado) Regressão linear simples em função do preço do WTI Óleo diesel Regressão linear simples em função do preço do WTI
Fonte: Elaboração própria STRAT/RG
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Versão Preliminar
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III.2. Input para o Cálculo da Oferta de Gás Natural
A oferta de gás natural é dada, principalmente, pelo volume de gás presente nas
bacias localizadas no Brasil n a Bolívia e na Argentina. A infra-estrutura de transporte
do gás também é um limitador da oferta, assim como o preço do gás. Dentro deste
contexto, estes serão os temas abordados nesta seção.
Dados de input sobre reservas de gás e infra-estrutura de transporte
Os dados referentes a reservas de gás por bacias foram obtidos de diferentes fontes,
de acordo com o país onde a bacia está localizada. Para as bacias nacionais, as
informações foram obtidas através da Gasnet, e sobre dados originais da ANP e da
Petrobras. Os dados referentes às reservas das bacias localizadas na Bolívia foram
obtidos através do web site de Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos. Para as
bacias localizadas na Argentina, os dados foram obtidos através da Secretaria de
Energia.
Para a infra-estrutura de transporte existente no Brasil foram utilizadas duas fontes de
informação. A lista dos gasodutos existentes no Brasil e a definição da origem e
destino de cada segmento desses gasodutos foram obtidas através de informação
disponibilizada à STRAT/RG pela SCM/ANP. Os dados de comprimento dos
gasodutos e a respectiva capacidade de transporte foram obtidos parte através da
SCM/ANP e parte pela Gasnet.
Remunerações da cadeia de gás natrural
Para se obter os dados referentes à estrutura tributária incidente na cadeia de gás
natural no Brasil, utilizou-se a Nota Técnica ANP No 12.
Para as tarifas de transporte utilizou-se a seguinte metodologia: para o Gasbol, a
equipe STRAT/RG utilizou o valor de tarifa postal real aplicado no terceiro
quadrimestre de 2003, disponibilizado pela TBG. A taxa variável por trecho para o
Gasbol é zero. Para os outros gasodutos, dividiu-se o valor da tarifa postal pelo
comprimento do Gasbol e aplicou-se esse valor no cálculo de tarifa por distância.
Neste caso, as taxas fixas de entrada no gasoduto e por trecho são zero.
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IV. QUANTIFICAÇÃO DO NÍVEL DE PRECISÃO DO MODELO
O cálculo do erro gerado no modelo tem como objetivo apresentar ao usuário uma
forma de medir a qualidade dos resultados obtidos nas projeções. Com isso, o usuário
poderá avaliar até que ponto os resultados obtidos se distanciam da realidade. É
preciso destacar que este teste torna-se necessário apenas para os resultados da
demanda de gás natural. Isto porque, todos os outros resultados são derivados dos
dados gerados pelo bloco de demanda. Neste caso, deverão ser testados os
resultados gerados para os seguintes segmentos de demanda: industrial, comercial,
veicular e residencial. Coube a equipe STRAT/RG a escolha da melhor forma para a
realização desse cálculo.
Dado que o preço de gás natural foi carregado no modelo com valores idênticos para
todas as áreas de concessão, a metodologia utilizada para o cálculo do erro presente
no modelo definida pela equipe STRAT/RG foi comparar o resultado da projeção de
consumo de gás natural para cada área de concessão gerada no modelo para o ano
de 2004, com os dados reais disponibilizados pela Brasil Energia para o mesmo
período. Através dessa metodologia, o resultado total obtido – quer dizer, o quanto
representa a diferença entre o total do consumo projetado e o consumo real, sobre o
total realmente consumido pelos segmentos de demanda – corresponde a uma
diferença de 9,67% entre os valores gerados no modelo e os dados reais, conforme
pode ser observado no quadro abaixo. Esse erro é resultado de, no mínimo, dois
fatores independentes: o erro da metodologia e o erro dos dados de input.
Quadro IV.1.1 – Cálculo do erro total gerado pelo modelo (em mil m3/ano)
Segmentos de Demanda Consumo Industrial do Modelo
2005
Consumo de Gás
2005
Industrial 20.155 20.209 Comercial 396 472 Veicular 4.947 4.231 Residencial 979 598 TOTAL 26.477 29.310 Diferencia % -9,67%
Fonte: Elaboração própria STRAT/RG
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Do mesmo modo, esse cálculo pode ser realizado discriminadamente para cada
segmento de demanda.
O resultado obtido no modelo para o segmento industrial representa uma diferença de
12,01% entre os dados gerados pelo modelo e os dados reais, constituindo um erro
que pode ser considerado moderado. Para o desenvolvimento do modelo, conforme
pôde ser observado no capítulo II, foram analisados 34 setores industriais, com base
em uma amostra de mais de 500 companhias.
O segmento de demanda veicular apresenta um nível de erro razoável, representando
uma diferença de 4%. A maior abertura na análise desses segmentos e o tamanho da
amostra utilizada como base são as responsáveis pela geração de um nível de erro
tão baixo.
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V. BIBLIOGRAFIA
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Versão Preliminar
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