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RR\1122202PT.docx PE595.766v02-00 PT Unida na diversidade PT Parlamento Europeu 2014-2019 Documento de sessão A8-0139/2017 31.3.2017 RELATÓRIO sobre a correta combinação de financiamentos para as regiões da Europa: equilibrar os instrumentos financeiros e as subvenções na política de coesão da UE (2016/2302(INI)) Comissão do Desenvolvimento Regional Relator: Andrey Novakov Relatora de parecer (*): Eider Gardiazabal Rubial, Comissão dos Orçamentos (*) Comissão associada artigo 54.º do Regimento

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PT Unida na diversidade PT

Parlamento Europeu 2014-2019

Documento de sessão

A8-0139/2017

31.3.2017

RELATÓRIO

sobre a correta combinação de financiamentos para as regiões da Europa:

equilibrar os instrumentos financeiros e as subvenções na política de coesão da

UE

(2016/2302(INI))

Comissão do Desenvolvimento Regional

Relator: Andrey Novakov

Relatora de parecer (*):

Eider Gardiazabal Rubial, Comissão dos Orçamentos

(*) Comissão associada – artigo 54.º do Regimento

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PT

PR_INI

ÍNDICE

Página

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU.......................................... 3

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS .................................................................................................. 13

PARECER DA COMISSÃO DOS ORÇAMENTOS (*) ........................................................ 18

PARECER DA COMISSÃO DA AGRICULTURA E DO DESENVOLVIMENTO RURAL

.................................................................................................................................................. 24

INFORMAÇÕES SOBRE A APROVAÇÃO NA COMISSÃO COMPETENTE QUANTO À

MATÉRIA DE FUNDO ........................................................................................................... 31

VOTAÇÃO NOMINAL FINAL NA COMISSÃO COMPETENTE QUANTO À MATÉRIA

DE FUNDO .............................................................................................................................. 32

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PT

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU

sobre a correta combinação de financiamentos para as regiões da Europa: equilibrar os

instrumentos financeiros e as subvenções na política de coesão da UE

(2016/2302(INI))

O Parlamento Europeu,

– Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia e, mais

especificamente, o seu Título XVIII,

– Tendo em conta o Artigo 349.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia,

– Tendo em conta o Regulamento (EU) n.º 1303/2013 do Parlamento Europeu e do

Conselho, de 17 de dezembro de 2013, que estabelece disposições comuns relativas ao

Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, ao Fundo Social Europeu, ao Fundo de

Coesão, ao Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural e ao Fundo Europeu

dos Assuntos Marítimos e das Pescas, que estabelece disposições gerais relativas ao

Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, ao Fundo Social Europeu, ao Fundo de

Coesão e ao Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas, e que revoga o

Regulamento (CE) n.º 1083/2006 do Conselho (RDC)1, e os atos delegados e de

execução a que se referem os artigos relevantes do referido Regulamento,

– Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 1301/2013 do Parlamento Europeu e do

Conselho, de 17 de dezembro de 2013, relativo ao Fundo Europeu de Desenvolvimento

Regional e que estabelece disposições específicas relativas ao objetivo de investimento

no crescimento e no emprego, e que revoga o Regulamento (CE) n.º 1080/20062,

– Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 1304/2013 do Parlamento Europeu e do

Conselho, de 17 de dezembro de 2013, relativo ao Fundo Social Europeu e que revoga o

Regulamento (CE) n.º 1081/2006 do Conselho3,

– Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 1300/2013 do Parlamento Europeu e do

Conselho, de 17 de dezembro de 2013, relativo ao Fundo de Coesão e que revoga o

Regulamento (CE) n.º 1084/2006 do Conselho4,

– Tendo em conta o Regulamento (UE) 2015/1017 do Parlamento Europeu e do

Conselho, de 25 de junho de 2015, que cria o Fundo Europeu para Investimentos

Estratégicos, a Plataforma Europeia de Aconselhamento ao Investimento e o Portal

Europeu de Projetos de Investimento e que altera os Regulamentos (UE) n.º 1291/2013

e (UE) n.º 1316/2013 – Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos5,

– Tendo em conta a sua resolução, de 13 de setembro de 2016, sobre a Cooperação

1 JO L 347 de 20.12.2013, p. 320. 2 JO L 347 de 20.12.2013, p. 289. 3 JO L 347 de 20.12.2013, p. 470. 4 JO L 347 de 20.12.2013, p. 281. 5 JO L 169 de 1.7.2015, p. 1.

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PT

Territorial Europeia - melhores práticas e medidas inovadoras (2015/2280(INI)1,

– Tendo em conta a sua resolução, de 28 de outubro de 2015, sobre a política de coesão e

a revisão da Estratégia Europa 20202,

– Tendo em conta a sua resolução, de 9 de setembro de 2015, sobre o investimento no

crescimento e no emprego: promover a coesão económica, social e territorial da União

(2014/2245(INI))3,

– Tendo em conta o parecer da Comissão do Desenvolvimento Regional sobre o relatório

da Comissão do Controlo Orçamental intitulado «Relatório Anual 2014 do Banco

Europeu de Investimento (BEI)»4,

– Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 14 de dezembro de 2015, intitulada

«Investir no emprego e no crescimento – maximizar o contributo dos Fundos Europeus

Estruturais e de Investimento» (COM(2015)0639),

– Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 26 de novembro de 2014, intitulada

«Um Plano de Investimento para a Europa» (COM(2014)0903),

– Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 22 de janeiro de 2014, intitulada

«Orientações relativas aos auxílios estatais que visam promover os investimentos de

financiamento de risco» (2014/C 19/04)5,

– Tendo em conta o sexto relatório da Comissão sobre a coesão económica, social e

territorial, de 23 de julho de 2014, intitulado «Investimento no crescimento e no

emprego - Promover o desenvolvimento e a boa governação nas regiões e cidades da

UE» (COM(2014)0473),

– Tendo em conta o relatório de síntese da Comissão, de agosto de 2016, intitulado «Ex

post evaluation of Cohesion Policy programmes 2007-2013, focusing on the European

Regional Development Fund (ERDF), the European Social Fund (ESF) and the

Cohesion Fund (CF)» [Avaliação ex post dos programas da Política de Coesão 2007-

2013, com particular incidência no Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional

(FEDER), no Fundo Social Europeu (FSE) e no Fundo de Coesão (FC)],

– Tendo em conta o relatório da Comissão, de 30 de outubro de 2014, intitulado

«Instrumentos financeiros apoiados pelo orçamento geral, em conformidade com o

artigo 140.º, n.º 8, do Regulamento Financeiro, até 31 de dezembro de 2013»

(COM(2014)0686),

– Tendo em conta as orientações da Comissão, de 26 de novembro de 2015, destinadas

aos Estados-Membros sobre o artigo 42.º, n.º 1, alínea d), do RDC – Custos e taxas de

gestão elegíveis,

1 Textos aprovados, P8_TA(2016)0321. 2 Textos aprovados, P8_TA(2015)0384. 3 Textos aprovados, P8_TA(2015)0308. 4 Textos aprovados, P8_TA(2016)0200. 5 JO C 19 de 22.1.2014, p. 4.

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PT

– Tendo em conta as orientações da Comissão para os Estados-Membros sobre o RDC,

artigo 37.º, n.ºs 7,8 e 9 – Combinação de apoio de um instrumento financeiro com

outras formas de apoio, de 10 de agosto de 2015,

– Tendo em conta as orientações da Comissão destinadas aos Estados-Membros, de 27 de

março de 2015, sobre o artigo 37.º, n.º 2, do RDC – Avaliação ex ante,

– Tendo em conta o guia de referência para as autoridades de gestão, de 2 de julho de

2014, intitulado «Financial instruments in ESIF programmes 2014-2020» [Instrumentos

financeiros nos programas FEIE de 2014-2020],

– Tendo em conta o relatório de síntese da Comissão, de novembro de 2016, intitulado

«Instrumentos financeiros no âmbito dos Fundos Europeus Estruturais e de

Investimento. Resumos dos dados do progresso relativo ao financiamento e à execução

dos instrumentos financeiros para o período de programação 2014-2020 de acordo com

o artigo 46.º do Regulamento (EU) n.º 1303/2013 do Parlamento Europeu e do

Conselho»,

– Tendo em conta o relatório de síntese da Comissão, de dezembro de 2015, intitulado

«Summary of data on the progress made in financing and implementing financial

engineering instruments for the programming period 2014-2020 in accordance with

Article 46 of Regulation (EU) No 1303/2013 of the European Parliament and of the

Council» [Síntese dos progressos registados no financiamento e na execução dos

instrumentos de engenharia financeira para o período de programação 2014-2020, nos

termos do artigo 46.º do Regulamento (UE) n.º 1303/2013 do Parlamento Europeu e do

Conselho],

– Tendo em conta o relatório de síntese da Comissão, de setembro de 2014, intitulado

«Síntese dos progressos registados no financiamento e na execução dos instrumentos de

engenharia financeira comunicados pelas autoridades de gestão, nos termos do artigo

67.º, n.º 2, alínea j), do Regulamento (CE) n.º 1083/2006 do Conselho»,

– Tendo em conta o documento de trabalho dos serviços da Comissão, de 13 de novembro

de 2015, intitulado «Atividades relativas aos instrumentos financeiros, que acompanha

o documento Relatório da Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho relativo aos

instrumentos financeiros apoiados pelo orçamento geral, em conformidade com o artigo

140.º, n.º 8, do Regulamento Financeiro, em 31 de dezembro» (SWD(2015)0206),

– Tendo em conta o Relatório Especial n.º 19/2016 do Tribunal de Contas Europeu,

intitulado «Execução do orçamento da UE através de instrumentos financeiros –

Ensinamentos a retirar do período de programação de 2007-2013»,

– Tendo em conta o Relatório Especial n.º 5/2015 do Tribunal de Contas Europeu,

intitulado «Os instrumentos financeiros são mecanismos bem-sucedidos e promissores

no domínio do desenvolvimento rural?»,

– Tendo em conta o Relatório Especial n.º 16/2014 do Tribunal de Contas intitulado

«Eficácia da combinação de subvenções das facilidades de investimento regionais com

empréstimos concedidos pelas instituições financeiras para apoiar as políticas externas

da UE»,

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PT

– Tendo em conta o Relatório Especial n.º 2/2012 do Tribunal de Contas intitulado

«Instrumentos financeiros de apoio às PME cofinanciados pelo Fundo Europeu de

Desenvolvimento Regional»,

– Tendo em conta o parecer do Comité das Regiões, de 14 de outubro de 2015, intitulado

«Instrumentos financeiros em prol do desenvolvimento territorial»,

– Tendo em conta o relatório final do Banco Europeu de Investimento, de março de 2013,

intitulado «Instrumentos Financeiros: exercício de avaliação em preparação para o

período de programação de 2014-2020»,

– Tendo em conta o estudo, de outubro de 2016, intitulado «Instrumentos financeiros para

o período de programação de 2014 a 2020: primeiras experiências dos Estados-

Membros», encomendado pela Direcção-Geral das Políticas Internas do Parlamento,

Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão,

– Tendo em conta o estudo, de março de 2016, intitulado «Revisão do papel do Grupo

BEI no âmbito da política de coesão da UE», encomendado pela Direcção-Geral das

Políticas Internas do Parlamento, Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de

Coesão,

– Tendo em conta a nota informativa, de maio de 2016, intitulada «Desafios da política de

coesão da UE: questões relativas à próxima reforma pós-2020», Serviço de Estudos do

Parlamento Europeu,

– Tendo em conta a ficha técnica, de setembro de 2015, intitulada «A implementação da

política de coesão na UE28», Serviço de Estudos do Parlamento Europeu,

– Tendo em conta o artigo 52.º do seu Regimento,

– Tendo em conta o relatório da Comissão do Desenvolvimento Regional e os pareceres

da Comissão dos Orçamentos e da Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento

Rural (A8-0139/2017),

A. Considerando que dada a análise/revisão do Quadro Financeiro Plurianual (QFP) e o

facto de o período de programação de 2014-2020 estar a aproximar-se da avaliação

intercalar deram origem a um debate sobre a combinação de subvenções e de

instrumentos financeiros a investir através do orçamento da UE durante o período pós-

2020;

B. Considerando que a proposta Omnibus representa a única oportunidade para introduzir

um amplo leque de melhorias a médio prazo no sistema que rege o atual período de

programação;

C. Considerando que a designação «instrumentos financeiros» abrange uma variedade de

instrumentos e que a respetiva avaliação e as decisões sobre a sua utilização requer uma

análise constante e pormenorizada, caso a caso, ligada a uma avaliação das necessidades

específicas das economias locais e regionais ou de um determinado grupo alvo;

Período de programação 2007-2013 – investimentos fiáveis através de subvenções e de

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PT

instrumentos financeiros

1. Reconhece que, apesar de os instrumentos financeiros terem sido concebidos antes da

crise financeira e económica e não terem sido os mais convenientes numa conjuntura de

crise económica, os relatórios da Comissão apresentam provas sólidas de que os

investimentos ao abrigo dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI)

através de subvenções e de instrumentos financeiros tiveram um impacto considerável e

resultados visíveis mediante o recurso a investimentos nas regiões da UE que

ascenderam a 347,6 mil milhões de euros, excluindo o cofinanciamento nacional e os

recursos suplementares mobilizados pelo efeito de alavanca;

2. Congratula-se com as atuais operações do Banco Europeu de Investimento (BEI) no

âmbito da política de coesão constantes dos relatórios anuais e setoriais, as quais

revelam o seu impacto nas PME e nas empresas de média capitalização, nas

infraestruturas, na investigação e na inovação, no ambiente, na energia e na agricultura;

conclui que, de acordo com as estimativas, os empréstimos de apoio à política de coesão

concedidos pelo BEI durante o período 2007-2013 ascendem a 147 mil milhões de

euros, o que representa cerca de 38 % de todos os empréstimos concedidos na UE;

Período de 2014-2020 — uma nova página no investimento a título dos FEEI

3. Regozija-se com o facto de, entre 2014 e 2020, a UE pretender investir 454 mil milhões

de euros a título dos FEEI, um montante que, com o cofinanciamento nacional de

investimentos na forma de subvenções e de instrumentos financeiros, pode atingir os

637 mil milhões de euros;

4. Reconhece que se registou um aumento, tanto no volume, como na qualidade dos

instrumentos financeiros (na forma de microcréditos, empréstimos, garantias, capitais

próprios e de risco), no âmbito de um regime de gestão partilhada da política de coesão;

destaca as duas principais razões para esta tendência, nomeadamente, o facto de o

período 2007-2013 ter proporcionado uma experiência e ensinamentos inestimáveis em

matéria de execução dos FEEI através de subvenções e de instrumentos financeiros, e

de o QFP 2014-2020 refletir a necessidade de instrumentos financeiros suplementares

devido às limitações orçamentais decorrentes da crise;

5. Observa que, de acordo com as estimativas, as dotações dos IF no âmbito do Fundo

Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), do Fundo de Coesão (FC) e do Fundo

Social Europeu (FSE) praticamente duplicaram entre 2007 e 2013, período em que

atingiram os 11,7 mil milhões de EUR, e 2014-2020, altura em que deverão elevar-se a

20,9 mil milhões de EUR; constata que os IF representam, portanto, cerca de 6 % da

dotação total de 351,8 mil milhões de EUR afetada à política de coesão no período de

2014-2020, em comparação com 3,4 % da dotação de 347 mil milhões de EUR afetada

em 2007-2013;

6. Faz notar que as dotações do FC ascendem a cerca de 75 mil milhões de EUR, o que

corresponde a 11,8% da dotação total dos IF no período de 2014-2020; congratula-se

com o aumento do montante de 70 mil milhões de EUR atribuído durante o período

2007-2013 para 75 mil milhões de EUR no período 2014-2020; salienta que a verba

afetada ao FC não deve ser reduzida, tendo em conta que cerca de 34 % da população da

UE vive em regiões que beneficiam da ajuda do FC;

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PT

7. Toma nota do volume total de 5 571,63 milhões de EUR de contribuições dos

programas operacionais afetados aos IF pelos 21 Estados-Membros até 31 de dezembro

de 2015 no âmbito do atual quadro financeiro plurianual (QFP), dos quais 5 005,25

milhões de EUR proveem do FEDER e do FC;

8. Regozija-se com facto de as profundas alterações regulamentares no âmbito da

programação, da execução e da gestão dos instrumentos financeiros, nomeadamente a

ligação direta aos 11 objetivos temáticos, a obrigatoriedade da avaliação ex ante que

permite identificar as deficiências do mercado, a criação de instrumentos financeiros

personalizados e simplificados, bem como de mecanismos de comunicação

imediatamente disponíveis, poderem ter um impacto positivo na atratividade e na

velocidade de execução da política de coesão, através da resolução de incertezas

jurídicas surgidas durante o período de 2007-2013; apela, no entanto, a que sejam

envidados esforços para garantir que as alterações em causa não afetam a atratividade e

a velocidade de execução dos instrumentos financeiros;

Subvenções e instrumentos financeiros – a lógica de intervenção determina a sua

combinação

9. Salienta que, apesar de apoiarem os mesmos objetivos da política de coesão, as

subvenções e os instrumentos financeiros ao abrigo dos FEEI, que não constituem um

fim em si, no quadro de um regime de gestão partilhada têm lógicas e abordagens de

intervenção diferentes para poderem responder às necessidades de desenvolvimento

territorial, às necessidades setoriais ou de mercado;

10. Reconhece que, em função do tipo de projeto, as subvenções têm diversas vantagens em

relação aos instrumentos financeiros: apoiam projetos que não geram necessariamente

receitas, concedendo financiamento a projetos que, por diversas razões, não podem

atrair financiamento público ou privado, visam beneficiários, prioridades e problemas

regionais específicos e o seu funcionamento é menos complexo devido à experiência

adquirida e às capacidades existentes; reconhece que, em alguns casos, as subvenções

apresentam igualmente limitações: dificuldades em garantir a qualidade e a

sustentabilidade dos projetos, risco de substituir o financiamento público a longo prazo

e de afastar potenciais investimentos privados, mesmo no caso de projetos de natureza

renovável, e a capacidade de gerar receitas para pagar um financiamento baseado em

empréstimos;

11. Reconhece que os instrumentos financeiros oferecem vantagens, como, por exemplo, os

efeitos de alavanca e de renovação, a atração de capital privado e a cobertura de

deficiências específicas de investimento através de projetos financiáveis de elevada

qualidade, para maximizar a eficiência e a eficácia da aplicação da política regional;

reconhece que os instrumentos financeiros apresentam igualmente algumas

desvantagens suscetíveis de entrar em conflito com instrumentos nacionais ou regionais

mais atrativos, nomeadamente: execução mais lenta em algumas regiões, maior

complexidade, efeito de alavanca dos instrumentos financeiros a título do FEEI inferior

ao esperado, bem como, em alguns casos, custos de execução e de gestão mais

elevados; observa que as subvenções representam modalidades de investimento

preferenciais em certos domínios de intervenção, como determinados tipos de

infraestruturas públicas, serviços sociais, políticas de investigação e inovação ou, de um

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PT

modo geral, projetos que não geram receitas;

12. Salienta que a lógica de intervenção não constitui uma linha de demarcação, mas sim

um ponto de encontro para estabelecer condições equitativas entre as subvenções e os

instrumentos financeiros, de forma a que a política de coesão possa oferecer uma

melhor cobertura aos beneficiários e colmatar as lacunas em matéria de investimento

através de diferentes medidas; salienta que a lógica de intervenção na programação dos

FEEI assenta numa abordagem ascendente e que os Estados-Membros e as regiões

devem continuar a ter em conta a opção mais adequada ao fixarem livremente a

percentagem de instrumentos financeiros ou de subvenções, enquanto ferramentas de

execução que contribuem para as prioridades selecionadas nos respetivos programas

operacionais, tendo em conta que as autoridades locais e regionais participam e têm um

papel crucial a desempenhar; recorda que cabe às autoridades de gestão decidir

voluntariamente sobre o tipo de instrumento financeiro mais adequado para a sua

execução;

Desempenho dos instrumentos financeiros – desafios

13. Reconhece a importância de recorrer a instrumentos financeiros nas operações da

política de coesão; congratula-se com facto de os relatórios de execução de

instrumentos financeiros em 2015 revelarem progressos, apesar do arranque tardio do

atual período de programação; observa, no entanto, que os progressos realizados na

execução dos instrumentos financeiros dos FEEI são muito díspares, não só entre os

Estados-Membros, mas também a nível de cada Estado-Membro; recorda que a

experiência e o impacto positivos na utilização de instrumentos financeiros durante o

período de programação de 2007-2013 foram acompanhados de um conjunto de

problemas em termos de desempenho: arranque tardio das operações, análises de

mercado imprecisas, absorção regional divergente, taxas de desembolso reduzidas em

termos gerais, efeito de alavanca reduzido, renovação problemática, custos e encargos

de gestão elevados e dotações excessivas; recorda que, até 2015, depois de a Comissão

ter alargado determinados prazos de execução para os instrumentos financeiros,

algumas deficiências observadas foram atenuadas através de medidas específicas;

14. Assinala que os atrasos de execução dos FEEI podem ter um impacto negativo nas taxas

de desembolso, bem como nos efeitos de renovação e de alavanca, devendo este último

assentar numa definição e em metodologias utilizadas por organizações internacionais

como a OCDE e estabelecer uma clara distinção entre as contribuições públicas e

privadas, com uma indicação precisa do nível do efeito de alavanca possível

proporcionado por cada um dos instrumentos financeiros, discriminados por país e por

região; recorda que os atrasos observados no período de 2007-2013 contribuíram, de

forma irreversível, para que os níveis de desempenho dos instrumentos financeiros do

FEDER e do FSE tenham ficado aquém do desejável; salienta que os atrasos de

execução, que podem ser atribuídos ao arranque tardio do período de programação,

podem prejudicar o desempenho dos instrumentos financeiros dos FEEI, o que pode

conduzir a conclusões de avaliação imprecisas no final do período; apela, por

conseguinte, a que os Estados-Membros adotem todas as medidas necessárias para

atenuar os efeitos negativos decorrentes dos atrasos de execução, em particular no que

diz respeito ao risco de utilização e de impacto limitados dos instrumentos financeiros;

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PT

15. Manifesta-se profundamente preocupado com a forte possibilidade de repetição dos

atrasos acumulados em faturas por liquidar na segunda metade do atual QFP, pois tal

poderá afetar seriamente outras políticas financiadas pela UE;

16. Regista as diferenças significativas existentes em toda a UE na penetração de

instrumentos financeiros, designadamente os FEEI e o Fundo Europeu para

Investimentos Estratégicos (FEIE), nos primeiros resultados destes fundos e no efeito de

alavanca esperado de recursos adicionais, bem como de outros instrumentos financeiros

financiados pela UE nas economias com melhor desempenho na União,

comprometendo, assim, os objetivos da política de coesão; salienta que o êxito global

destes instrumentos depende da sua facilidade de utilização e da capacidade de os

Estados-Membros gerirem os investimentos através desses instrumentos, para o que são

necessários indicadores diferenciados e precisos, de molde a permitir uma avaliação do

seu impacto real na política de coesão;

Simplificação, sinergias e assistência técnica – soluções

17. Congratula-se com as ações desenvolvidas pela Comissão para otimizar a

regulamentação e reduzir a burocracia; sublinha que, apesar das melhorias registadas, o

sistema continua a ser complexo e certos problemas, como a duração do lançamento dos

instrumentos financeiros e os encargos administrativos para os beneficiários, constituem

desincentivos à utilização desses instrumentos; insta a Comissão a trabalhar em estreita

colaboração com o BEI, o FEI e as autoridades de gestão, de forma a combinar mais

facilmente os FEEI, os microcréditos, os empréstimos, as garantias, os capitais próprios

e de risco, assegurando, simultaneamente, o mesmo nível de transparência, controlo

democrático, prestação de contas e controlo;

18. Regista a existência de disposições específicas que limitam a flexibilidade nas

operações com instrumentos financeiros; destaca que as normas em matéria de auxílios

estatais parecem ser particularmente onerosas, em especial quando combinam

subvenções com instrumentos financeiros; insta a Comissão a garantir um quadro

adequado de auxílios estatais e a explorar outras opções para simplificar o cumprimento

dos auxílios estatais aos três níveis: autoridades de gestão, fundos de financiamento e

intermediários financeiros; exorta a que sejam criadas condições de concorrência

equitativas nas normas de auxílios estatais relativamente a todos os instrumentos

financeiros, para evitar um tratamento preferencial de determinadas fontes de

financiamento em detrimento de outras, em particular no domínio do apoio às PME;

19. Destaca a importância de auditar o desempenho dos instrumentos financeiros,

nomeadamente as operações do Grupo BEI em matéria de política de coesão; regista

que as atividades de auditoria abrangem o acesso ao ciclo completo dos FEEI; insta a

Comissão e as autoridades nacionais a identificarem as possibilidades de simplificação e

de sinergias através do processo de auditoria; exorta, por conseguinte, a Comissão a

concentrar-se numa análise comparativa das subvenções e dos instrumentos financeiros,

bem como a reforçar as capacidades, a metodologia de auditoria e as orientações para os

processos de auditoria, que não devem aumentar os encargos financeiros e

administrativos para os beneficiários;

20. Sublinha que a combinação de subvenções e de instrumentos financeiros oferece um

potencial inexplorado; salienta que, para além de assegurar a orientação às autoridades,

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PT

é também necessário simplificar e reforçar a harmonização das normas relativas à

articulação entre os diferentes FEEI e das normas relativas à articulação dos FEEI com

instrumentos como o programa Horizonte 2020 e o FEIE; solicita uma melhor

regulamentação sob a forma de regras claras, coerentes e objetivas destinadas a atenuar

a carga regulamentar, que facilitem a referida combinação das dotações provenientes de

mais do que um programa para o mesmo instrumento financeiro e permitam

combinações de instrumentos de microfinanciamento nas operações do FSE, bem como

a simplificar ainda mais a contratação pública na seleção dos intermediários financeiros

e de parcerias público-privadas; apela a uma maior coerência entre as diferentes

estratégias; sublinha que a combinação de subvenções e de instrumentos financeiros dos

FEEI com outras fontes de financiamento pode tornar a estrutura de financiamento mais

atraente para os beneficiários, bem como para os investidores públicos e privados,

devido a uma melhor partilha de riscos e a um melhor desempenho dos projetos e, deste

modo, contribuir para que os instrumentos proporcionem um potencial de crescimento a

longo prazo;

21. Regista que a absorção dos instrumentos financeiros pode ser melhorada através de

parcerias de investimento e que as parcerias público-privadas melhoram as sinergias

entre fontes de financiamento e mantêm o equilíbrio necessário entre interesses públicos

e privados; salienta que a utilização de instrumentos financeiros no contexto do

desenvolvimento promovido pelas comunidades locais (CLLD) e das iniciativas de

investimento territorial integrado (ITI) deve igualmente ser incentivada;

22. Congratula-se com as atuais práticas de assistência técnica levadas a cabo pela

Comissão e pelo Grupo BEI, através da plataforma «Fi-Compass»; lamenta que os

serviços de apoio no terreno para as autoridades e, em especial, para os beneficiários

dos instrumentos financeiros, incluindo o FEIE, sejam limitados, com muitos órgãos do

poder local e regional a deparar-se com dificuldades técnicas e uma falta de capacidade

e de conhecimentos para utilizar instrumentos financeiros de forma eficaz; solicita a

prestação de assistência técnica, que deverá visar essencialmente os agentes locais e

regionais, bem como todos os parceiros envolvidos, mas que não deve ser utilizada para

financiar as atividades das autoridades nacionais; solicita, além disso, um plano

conjunto de assistência técnica pela Comissão e pelo BEI, que inclua as atividades de

aconselhamento financeiro e não financeiro, em especial no que respeita aos grandes

projetos, bem como o reforço das capacidades, a formação, o apoio e o intercâmbio de

conhecimentos e experiências; apela ainda a uma combinação de conhecimentos

especializados (designadamente aconselhamento jurídico) sobre a regulamentação em

matéria de política de coesão, produtos financeiros, auxílios estatais e contratos

públicos, orientados para as autoridades nacionais, os gestores de fundos e os

beneficiários, destacando, em simultâneo, a importância de evitar a duplicação de

estruturas;

23. Insta a Comissão a aumentar a visibilidade dos investimentos dos Fundos EIE e deixar

mais claro que está envolvido o financiamento da UE; exorta, além disso, a uma

informação e a uma comunicação adequadas e pormenorizadas sobre as oportunidades

de financiamento da UE, o que pode incentivar os setores público e privado a

recorrerem a tais oportunidades e visar potenciais beneficiários e, em especial, os

jovens;

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PT

Para uma combinação adequada do financiamento para o período pós-2020 e o futuro da

política de coesão

24. Reconhece que desafios como as migrações e a segurança ou os acontecimentos

políticos presentes e futuros na UE não devem ter um impacto negativo nos

investimentos a título da política de coesão, nem tão pouco nas suas ambições e nos

resultados esperados, especialmente após o atual período de programação;

25. Reconhece que, se por um lado as subvenções e os instrumentos financeiros

desempenham uma função específica no quadro da política de coesão, por outro, ambos

partilham o mesmo propósito que os onze objetivos temáticos, isto é, a consecução dos

cinco grandes metas da Estratégia Europa 2020 para um crescimento inteligente,

sustentável e inclusivo; destaca a necessidade de assegurar que os instrumentos

financeiros não substituam as subvenções enquanto principal instrumento da política de

coesão e salienta, igualmente, que cumpre manter a natureza renovável dos fundos

disponibilizados para reinvestimento em função dos setores e das ações que podem

apoiar;

26. Salienta que os instrumentos financeiros têm um melhor desempenho em regiões e áreas

metropolitanas bem desenvolvidas, nas quais os mercados financeiros estão mais

desenvolvidos, ao passo que as regiões ultraperiféricas e as regiões com elevadas taxas

de desemprego harmonizadas e baixa densidade populacional têm dificuldades em atrair

o investimento, visando as subvenções, por seu turno, problemas regionais de ordem

estrutural e um financiamento regional equilibrado; faz notar que o sucesso dos

instrumentos financeiros depende de vários fatores e que não se podem tirar conclusões

gerais com base num só critério; assinala que a existência de metas vinculativas para a

utilização de instrumentos financeiros na política de coesão pós-2020 não pode ser

considerada uma opção viável; observa que o aumento da percentagem de instrumentos

financeiros não deve influenciar a concessão de subvenções não reembolsáveis, uma

vez que tal comprometeria o equilíbrio; sublinha que, no que toca a certas políticas

públicas, as subvenções têm de assumir um maior peso, podendo os instrumentos

financeiros desempenhar um papel complementar, em plena consonância com uma

avaliação ex ante adequada e uma análise do mercado; apela a uma maior promoção dos

instrumentos financeiros nos programas Interreg, para os tornar mais coerentes com os

objetivos da cooperação territorial europeia;

27. Recorda que a experiência com a implementação dos FEEI sugere que a combinação de

financiamentos provenientes de subvenções e de instrumentos financeiros oferece uma

resposta às realidades específicas de cada país e às lacunas ao nível da coesão social,

económica e territorial; salienta que a combinação de financiamento não pode conduzir

a uma solução única, devido a uma série de fatores: região geográfica, domínio de

intervenção, tipo e dimensão do beneficiário, capacidade administrativa, condições de

mercado, existência de instrumentos concorrentes, ambiente empresarial e orientações

em matéria orçamental e económica;

°

° °

28. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão

e aos parlamentos nacionais dos Estados-Membros.

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PT

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

Definições, programação e implementação dos instrumentos financeiros (IF)

Os métodos de implementação da política de coesão da UE consistem, essencialmente, na

combinação de subvenções e de instrumentos financeiros (microfinanciamento, empréstimos,

garantias, capitais próprios e de risco), investidos através dos FEEI no quadro de uma gestão

partilhada (com a participação das autoridades nacionais e de intermediários) ou de uma

gestão centralizada, pela Comissão e pelo Grupo BEI.

De acordo com o artigo 2.º, alínea p), do Regulamento Financeiro, «Instrumentos financeiros»

são «medidas de apoio financeiro adotadas pela União e financiadas pelo orçamento a título

complementar, destinadas a realizar um ou mais objetivos específicos da União. Esses

instrumentos podem revestir a forma de investimentos em capitais próprios ou quase-capital,

empréstimos, garantias ou outros instrumentos de partilha de riscos, e, se adequado, podem

ser conjugados com subvenções».1

Período de programação 2007-2013

O desempenho da política de coesão, em plena turbulência financeira e económica após 2008,

deu provas sólidas da capacidade de a UE apoiar os esforços de recuperação e as metas de

crescimento. De acordo com os dados fornecidos pela Comissão Europeia, a implementação

da política de coesão sob a forma de subvenções e de instrumentos financeiros teve os

seguintes resultados: cerca de 15 milhões de participantes nos projetos e nas medidas do FSE,

400 000 investimentos diretos nas PME e apoio a 121 400 empresas em fase de arranque,

criação de 41 600 novos postos de trabalho de longa duração no domínio da investigação e

financiamento de 94 955 novos projetos de investigação, construção de 4900 km de estradas e

renovação de 28 500 km de estradas existentes, criação de 1100 km de vias férreas e

renovação de 4000 km de vias férreas existentes, produção de 3855 MW de energia a partir de

fontes renováveis, ligação de mais de 8,3 milhões de cidadãos da UE à banda larga e mais de

6,8 milhões de cidadãos da UE passaram a beneficiar de projetos de tratamento de águas

residuais2.

No âmbito do último período de programação, foram mobilizados instrumentos financeiros

através do FEDER e do FSE, tendo 25 Estados-Membros beneficiado desses instrumentos. No

total, foram estabelecidos 1025 instrumentos financeiros através do FEDER e do FSE na UE

e, em 2014, aproximadamente 16 mil milhões de euros provenientes de programas

operacionais existentes foram direcionados para os instrumentos disponíveis. A par dos

instrumentos financeiros dos FEEI, o orçamento da UE contribuiu para 21 instrumentos

financeiros geridos direta ou indiretamente pela Comissão. No período 2007-2013, do

montante global afetado aos 21 instrumentos financeiros, cerca de 5,5 mil milhões de euros

foram atribuídos a domínios como a investigação, as PME e a indústria, a educação e a

cultura, etc.3

1 http://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:32012R0966&from=pt 2 http://ec.europa.eu/regional_policy/sources/docgener/evaluation/pdf/expost2013/wp1_synth_report_en.pdf 3 http://www.eca.europa.eu/Lists/ECADocuments/SR16_19/SR_FIN_INSTRUMENTS_PT.pdf

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PT

Período de programação de 2014-2020

O período de programação atual apresenta um conjunto de melhorias. O Regulamento

Disposições Comuns (RDC) introduziu melhorias na implementação dos FEEI através de

subvenções e de instrumentos financeiros e permitiu o desenvolvimento de instrumentos

financeiros também através do Fundo de Coesão (FC), do Fundo Europeu Agrícola de

Desenvolvimento Rural (FEADER) e do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das

Pescas (FEAMP)1.

O RDC possibilita a implementação da gestão partilhada através de vários métodos. O

artigo 38.º, n.º 1, alíneas a) e b), do RDC prevê a atribuição de contribuições financeiras a

instrumentos financeiros a nível da União, mas também a instrumentos financeiros a nível

nacional, regional, transnacional ou transfronteiras. O artigo 38.º, n.º 3, alínea a), introduz

instrumentos de disponibilização imediata, isto é, condições normalizadas para diferentes

produtos (empréstimos às PME, garantias ou instrumentos de capital próprio) concedidas por

entidades encarregadas da execução. O artigo 38.º, n.º 4, alínea a), permite o investimento no

capital (ações) de entidades existentes ou recentemente criadas cuja atividade vise a aplicação

dos instrumentos financeiros aos beneficiários finais. Entidades como o BEI, instituições

financeiras internacionais ou instituições financeiras dos Estados-Membros são elegíveis para

as ações de execução. O artigo 38.º, n.º 4, alínea c), permite a concessão de empréstimos ou

de garantias diretamente através das autoridades de gestão.2

O RPC abre também um novo capítulo relativamente ao papel e à participação do BEI na

política de coesão, nomeadamente na concessão de empréstimos, na prestação de consultoria

e de assistência técnica, no reforço das capacidades e competências de gestão. Através de

empréstimos, o BEI cofinancia projetos no quadro da política de coesão. Esses empréstimos

incluem empréstimos diretos, empréstimos globais e empréstimos-quadro e empréstimos

destinados aos programas estruturais. Para além da concessão de empréstimos, o BEI fornece

igualmente aconselhamento aos Estados-Membros no processo de elaboração de programas

operacionais. Além do cofinanciamento direto através dos FEEI, os empréstimos concedidos

pelo BEI, ao reduzir os riscos, contribuem para atrair outros investidores a participarem em

projetos em regiões menos favorecidas. O BEI contribui de forma significativa para a gestão e

a execução de instrumentos à escala da UE, tais como o FEIE, o COSME, o INNOVFIN e o

MIE, o que representa um apoio complementar à consecução dos objetivos da política de

coesão. O BEI desempenha igualmente um papel consultivo importante no apoio às

autoridades nacionais e locais, o que ajuda a melhorar a qualidade dos projetos, especialmente

no âmbito de investimentos em capitais próprios, empréstimos e garantias de empréstimo em

diversos setores, como o desenvolvimento regional, a renovação urbana e o ambiente.3

Desempenho dos instrumentos financeiros

O desempenho dos instrumentos financeiros no âmbito da política de coesão suscitou longos

debates. Os dados do último período de programação sugerem que esses instrumentos

contribuíram de forma positiva para a execução da política de coesão e proporcionaram

múltiplos benefícios, nomeadamente, a possibilidade de os instrumentos financeiros

1 http://www.eca.europa.eu/Lists/ECADocuments/SR16_19/SR_FIN_INSTRUMENTS_PT.pdf 2 http://eur-lex.europa.eu/eli/reg/2013/1303/oj 3 http://www.europarl.europa.eu/RegData/etudes/STUD/2016/563410/IPOL_STU(2016)563410_EN.pdf

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PT

aumentarem o impacto dos FEEI e permitirem a mobilização de recursos, o facto de os

instrumentos terem uma natureza renovável melhora a eficácia e a eficiência das operações

que beneficiam de investimentos da UE, o facto de os projetos apresentarem uma qualidade

superior (projetos financiáveis), uma vez que os investimentos têm de ser reembolsados no

futuro, uma maior flexibilidade graças a uma vasta gama de instrumentos de execução das

políticas e a participação do setor privado na forma de investimentos conjuntos e de

competências.1

Para além dos resultados e benefícios incontestáveis, a experiência demonstra que os

instrumentos financeiros são igualmente vulneráveis e foram afetados por alguns problemas

no passado recente. No período 2007-2013, um número considerável de instrumentos

financeiros do FEDER e do FSE estava sobredimensionado, tendo-se registado taxas de

desembolso reduzidas. No período de programação 2014-2020, esta questão é atenuada pelo

RDC. Durante o último período de programação, os instrumentos financeiros em regime de

gestão partilhada tiveram dificuldades em atrair capital privado. Os instrumentos financeiros

financiados através de programas operacionais do FEDER e do FSE também não tiveram

bons resultados no que respeita à concessão de apoio financeiro renovável. A rentabilidade

está dependente dos custos de gestão (despesas com a atração de investidores, serviços

jurídicos e de auditoria) e dos encargos de gestão (remuneração pela prestação dos serviços).

A experiência do período de programação 2007-2013 revelou que os custos e os encargos

com a gestão atingiram níveis elevados, especialmente tendo em conta os desembolsos

efetivos aos beneficiários finais. De acordo com dados da Comissão, os custos e os encargos

com a gestão representaram 12 % dos pagamentos aos beneficiários. No atual período de

programação, esses custos foram reduzidos para metade. Outra questão relacionada com

instrumentos financeiros prende-se com a valorização demasiado elevada dos IF nos

mercados em 2007-2013. No período 2014-2020, este problema foi resolvido através de uma

avaliação ex ante obrigatória e detalhada dos investimentos em regime de gestão partilhada.

No período 2007-2013, os instrumentos financeiros no âmbito do FEDER e do FSE estavam

fragmentados e tinham uma dimensão muito mais reduzida do que os fundos geridos a nível

central ou os fundos de investimento privados. O cálculo do efeito de alavanca após os

investimentos efetuados através de instrumentos financeiros tornou-se outro fator a ter em

consideração, devido à inclusão do cofinanciamento nacional na alavanca global, um

elemento que distorce o rácio. 2

Os dados agregados da Comissão do final de 2015 revelaram a existência de problemas

adicionais no processo de execução dos instrumentos financeiros. Registaram-se

discrepâncias significativas na mobilização de instrumentos financeiros no interior da UE. Ao

mesmo tempo que alguns Estados-Membros ainda não tinham concluído as avaliações ex

ante, outros davam início à segunda renovação dos investimentos. O desempenho dos

Estados-Membros no que respeita à avaliação ex ante e à assinatura do acordo de

financiamento foi muito desigual no território da UE, oscilando entre 26 e 637 dias. Não há

dados atualizados sobre a evolução desses problemas e as incoerências registadas no âmbito

da comunicação de informações demonstra a necessidade de introduzir melhorias nesta

matéria. A Comissão tomou medidas no sentido de melhorar a comunicação de informações

no período de programação em curso, mas até agora não há registo de melhorias

1 http://ec.europa.eu/regional_policy/sources/thefunds/fin_inst/pdf/fi_esif_2014_2020.pdf 2 http://www.eca.europa.eu/Lists/ECADocuments/SR16_19/SR_FIN_INSTRUMENTS_PT.pdf

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PT

significativas.1

Sinergias entre as subvenções e os instrumentos financeiros dos FEEI e combinações de

ambos

O Parlamento Europeu tem, persistentemente, solicitado um melhor enquadramento das

sinergias entre os FEEI e outros investimentos através do orçamento da UE. Para o atual

período de programação, o artigo 37.º, n.º 7, do RDC prevê a combinação de instrumentos

financeiros, apoio técnico, bonificações de juros e contribuições para prémios de garantias no

âmbito de uma operação única. O artigo 37.º, n.º 8, do RDC permite que os beneficiários

finais combinem instrumentos financeiros com outros programas dos FEEI ou outros

instrumentos financeiros.2

Ao nível dos beneficiários finais, as regras aplicáveis preveem quatro possibilidades,

nomeadamente, a possibilidade de um instrumento financeiro ser combinado com uma

subvenção do mesmo programa no quadro dos FEEI ou de um programa diferente (IF FEEI +

subvenção FEEI); a possibilidade de um instrumento financeiro no quadro dos FEEI ser

combinado com um instrumento financeiro do mesmo ou de outro programa no quadro dos

FEEI; a possibilidade de um instrumento financeiro de um programa no quadro dos FEEI ser

combinado com uma subvenção financiada pela União (IF FEEI + subvenção não FEEI); a

possibilidade de um instrumento financeiro de um programa no quadro dos FEEI ser

combinado com outro instrumento financeiro apoiado pela União (IF FEEI + IF não FEEI).3

No contexto das sinergias, as referidas combinações simplificam os processos. Todavia, por

enquanto não é possível tirar conclusões, uma vez que é demasiado cedo para avaliar a

eficácia e o nível de encargos para as autoridades e os beneficiários.

A vasta gama de oportunidades proporcionadas pelos FEEI, sob a forma de subvenções,

instrumentos financeiros e sinergias, requerem a prestação de aconselhamento, nomeadamente

de assistência técnica, através de seminários, intercâmbio de experiências, orientação,

formação e recursos em linha, serviços de assistência, conferências e seminários. No período

de programação 2007-2013, registaram-se alguns entraves à prestação de assistência técnica.

Entre as razões para o fraco desempenho dos serviços de aconselhamento, destacam-se as

seguintes: falta de tempo, ausência de consenso relativamente às necessidades, inexistência de

operadores, falta de reconhecimento das necessidades ou indisponibilidade de fundos

públicos.4

No caso das subvenções, as autoridades de gestão prestam esse apoio, enquanto os

investimentos a título dos FEEI assegurados através de instrumentos financeiros utilizam a

plataforma fi-compass. Esta plataforma foi introduzida pela primeira vez para o período de

programação 2014-2020, a fim de apoiar as autoridades de gestão dos FEEI. A plataforma

tem por objetivo a prestação de assistência técnica em nome da Comissão aos

Estados-Membros. Se, por um lado, a fi-compass presta auxílio a todos os Estados-Membros e

tipos de IF através da disponibilização de melhores práticas, plataformas de trabalho em rede

1 http://ec.europa.eu/regional_policy/sources/thefunds/fin_inst/pdf/summary_data_fi_1420_2015.pdf 2 http://ec.europa.eu/regional_policy/sources/thefunds/fin_inst/pdf/guidance_combination_support_en.pdf 3 http://ec.europa.eu/regional_policy/sources/thefunds/fin_inst/pdf/combination_support_en.pdf 4 http://www.eib.org/attachments/documents/jessica_stocktaking_final_report_en.pdf

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PT

e orientações, por outro, responde às propostas das partes interessadas, nomeadamente a

avaliação ex ante dos IF.1

1 https://www.fi-compass.eu/

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PT

27.3.2017

PARECER DA COMISSÃO DOS ORÇAMENTOS (*)

dirigido à Comissão do Desenvolvimento Regional

sobre a correta combinação de financiamentos para as regiões da Europa: equilibrar os

instrumentos financeiros e as subvenções na política de coesão da UE

(2016/2302(INI))

Relatora de parecer (*): Eider Gardiazabal Rubial

(*) Comissão associada – artigo 54.º do Regimento

SUGESTÕES

A Comissão dos Orçamentos insta a Comissão do Desenvolvimento Regional, competente

quanto à matéria de fundo, a incorporar as seguintes sugestões na proposta de resolução que

aprovar:

1. Sublinha que os instrumentos financeiros (IF) intervêm em situações de falência do

mercado ou de insuficiência do investimento, permitindo mobilizar financiamento para

projetos que não conseguem obter um apoio adequado por parte do mercado; observa que

estes instrumentos completam o financiamento através de subvenções, a fim de responder

eficazmente aos objetivos das políticas da UE e agir como catalisador de novos

investimentos; observa que, no período de programação 2014-2020, pode ser concedido

apoio pelos IF no âmbito da política de coesão para todos os objetivos temáticos e todos

os fundos estruturais e de investimento; salienta que os IF não têm a mesma finalidade que

os sistemas de subvenções nem podem financiar os mesmos investimentos de forma

eficaz; insiste em que, para alcançar com êxito os objetivos da estratégia Europa 2020, os

IF apoiados pela UE devem não só ser economicamente sustentáveis, como também

contribuir para uma UE mais inteligente, mais verde e mais inclusiva; recorda, além disso,

que o desempenho dos IF não pode ser avaliado unicamente do ponto de vista do seu

impacto financeiro;

2. Salienta que é indispensável que o Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE)

não substitua os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI), mas seja uma

forma adicional e complementar de concretizar os objetivos da estratégia Europa 2020

através da criação de empregos de qualidade e da promoção de um crescimento inclusivo

e sustentável da economia real e de um mercado de trabalho dinâmico na Europa, bem

como para reduzir as disparidades regionais e reforçar a coesão;

3. Observa que, de acordo com as estimativas, as dotações para IF provenientes do Fundo

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PT

Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), do Fundo de Coesão (FC) e do Fundo

Social Europeu (FSE) terão praticamente duplicado no período 2014-2020, devendo

elevar-se a 20,9 mil milhões de EUR, em relação ao período 2007-2013, em que atingiram

os 11,7 mil milhões de EUR; constata que os IF deverão, assim, representar cerca de 6 %

da dotação total de 351,8 mil milhões de EUR afetada à política de coesão no período de

2014-2020, face aos 3,4 % da dotação de 347 mil milhões de EUR atribuída no período

2007-2013;

4. Observa que as dotações do FC ascendem a cerca de 75 mil milhões de EUR, o que

corresponde a 11,8 % da dotação total dos IF no período de 2014-2020; congratula-se com

o facto de o montante de 70 mil milhões de EUR atribuído durante o período 2007-2013

ter sido aumentado para 75 mil milhões de EUR no período 2014-2020; salienta que a

verba afetada ao FC não deve ser reduzida, tendo em conta que cerca de 34 % da

população da UE vive em regiões que beneficiam da ajuda do FC;

5. Assinala que, em 31 de dezembro de 2015, apenas um Estado-Membro tinha comunicado

a sua intenção de combinar o apoio de IF com subvenções com base no artigo 37.º do

Regulamento que estabelece disposições comuns (RDC) e que a intenção dos

Estados-Membros de contribuir para os IF, ao abrigo dos artigos 38.º, n.º 1, e 39.º, era

muito reduzida; observa que a correta implementação dos IF ainda coloca dificuldades

devido à incoerência das regras (política de coesão, auxílios estatais, legislação relativa

aos contratos públicos) e entende que há margem para mais sinergias entre a utilização de

IF e outros tipos de apoio; insta, neste contexto, a Comissão a estudar novas formas de

colaboração com os Estados-Membros e com as autoridades regionais e locais, com o

objetivo de aumentar as taxas de absorção e permitir uma utilização mais fácil e mais

transparente dos IF;

6. Toma nota do volume total de 5 571,63 milhões de EUR de contribuições dos programas

operacionais afetadas aos IF pelos 21 Estados-Membros até 31 de dezembro de 2015 no

âmbito do atual quadro financeiro plurianual (QFP), dos quais 5 005,25 milhões de EUR

provêm do FEDER e do FC;

7. Manifesta a sua apreensão com os atrasos consideráveis registados na execução dos

programas operacionais da política de coesão no quadro das atuais perspetivas financeiras;

insta a Comissão a identificar as causas destes atrasos e os Estados-Membros a eliminá-las

rapidamente, em especial no que se refere à designação das autoridades de gestão, de

certificação e de auditoria; manifesta-se profundamente preocupado com a forte

possibilidade de repetição dos atrasos acumulados em faturas por liquidar na segunda

metade do atual QFP, pois tal poderá afetar seriamente outras políticas financiadas pela

UE; entende que desafios como as migrações e a segurança ou as evoluções políticas

atuais e futuras na União, como, por exemplo, as repercussões do Brexit, não deveriam ter

uma incidência negativa nos investimentos efetuados no âmbito da política de coesão;

salienta que devem ser adotadas todas as medidas necessárias para atenuar os efeitos

negativos decorrentes dos atrasos na execução, em particular no que diz respeito ao risco

de uma utilização e impacto limitados dos IF; insta a Comissão a prestar uma assistência

técnica específica às autoridades regionais e locais dos Estados-Membros que procuram

formas eficazes de simplificar os sistemas de gestão financeira e de controlo e de melhorar

a eficácia e a rentabilidade dos IF;

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PT

8. Saúda as medidas tomadas pela Comissão para otimizar a regulamentação; sublinha que,

apesar das melhorias registadas, o sistema continua a ser complexo e certos problemas,

como a longa preparação dos instrumentos financeiros e os encargos administrativos para

os beneficiários, constituem desincentivos à utilização desses instrumentos; exorta a

Comissão a cooperar estreitamente com o BEI e o FEI para que o acesso a microcréditos,

empréstimos, garantias, capitais próprios e de risco do FEEI seja tão fácil quanto o recurso

a subvenções;

9. Convida a Comissão a continuar a apresentar relatórios anuais com informações concretas

sobre o financiamento e a execução dos instrumentos financeiros para o período de

programação de 2014-2020, salientando os aspetos que necessitam de ser melhorados e

propondo recomendações em tempo útil em função da evolução do programa;

10. Salienta a necessidade de os grupos de peritos da Comissão, como o Grupo de Peritos

sobre os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (EGESIF), realizarem mais

sessões de informação para as autoridades de gestão, para garantir uma melhor cobertura

dos dados no quadro da comunicação de informações, prestar aconselhamento sobre o

tratamento das questões que causam atrasos significativos na execução dos programas,

facilitar o intercâmbio de experiências e encorajar as boas práticas na execução do

programa, no intuito de evitar uma grande acumulação de faturas por liquidar na segunda

metade do QFP para 2014-2020;

11. Salienta que a utilização dos IF, assim como a aplicação das normas que os regem a nível

local, exige a salvaguarda do controlo democrático, nomeadamente pelo Parlamento

Europeu, bem como a oportunidade e a transparência da comunicação de informações e da

prestação de contas; salienta a necessidade de uma maior harmonização das normas

aplicáveis à combinação dos diferentes FEEI e à articulação dos FEEI com instrumentos

como o programa Horizonte 2020 e o FEIE; considera que a revisão do Regulamento

Financeiro e do «Regulamento omnibus» poderia ser uma oportunidade para racionalizar a

comunicação de informações sobre os IF, criando assim uma melhor base para avaliar a

adicionalidade e a complementaridade entre as diferentes formas de apoio da UE, em

especial entre os fundos de coesão e os FEEI; salienta a importância de uma utilização

ativa e eficiente do orçamento da UE, razão por que saúda todas as medidas que visem

evitar sobreposições entre os instrumentos da UE e garantir a total coerência e sinergia;

12. Solicita à Comissão que, quando elaborar a proposta relativa ao próximo QFP, proceda a

uma análise aprofundada da utilização dos instrumentos financeiros desde o início do

atual período de programação; realça que, ao avaliar um instrumento financeiro, a

dimensão do efeito de alavanca não pode ser o único critério de avaliação; está

firmemente convicto de que a possibilidade de combinar vários recursos da UE ao abrigo

de normas de gestão harmonizadas ajudaria a otimizar as sinergias entre as fontes

disponíveis ao nível da UE; encoraja a Comissão a refletir sobre um equilíbrio adequado

entre subvenções e IF nas próximas Perspetivas Financeiras e sublinha que a utilização

acrescida dos instrumentos financeiros não deve traduzir-se numa redução no orçamento

da União;

13. Salienta que as sinergias e a complementaridade entre o FEIE e os FEEI são essenciais

para explorar todo o potencial de ambos, assim como para maximizar o impacto dos

investimentos nos Estados-Membros e nas respetivas regiões; regista as orientações da

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PT

Comissão para a combinação do FEIE com os FEEI, mas sublinha as dificuldades

persistentes, associadas aos critérios de elegibilidade, ao calendário para a apresentação de

relatórios e à aplicação das regras em matéria de auxílios estatais, que impedem a sua

utilização combinada; congratula-se com as possibilidades de uma melhor abordagem

destes problemas proporcionadas pelas propostas da Comissão para a revisão do

Regulamento Financeiro e para o FEIE 2.0;

14. Recorda que a convergência social e económica das regiões da UE deve continuar a ser

uma prioridade para a política de coesão; salienta que a avaliação da correta combinação

de financiamentos deve também incluir uma análise da forma como os diferentes

instrumentos contribuem para o objetivo de reduzir as desigualdades entre as regiões.

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PT

RESULTADO DA VOTAÇÃO FINAL NA COMISSÃO ENCARREGADA DE EMITIR PARECER

Data de aprovação 6.3.2017

Resultado da votação final +:

–:

0:

28

2

1

Deputados presentes no momento da

votação final

Jonathan Arnott, Jean Arthuis, Richard Ashworth, Reimer Böge,

Lefteris Christoforou, Gérard Deprez, José Manuel Fernandes, Eider

Gardiazabal Rubial, Esteban González Pons, Ingeborg Gräßle, Monika

Hohlmeier, Bernd Kölmel, Vladimír Maňka, Siegfried Mureşan, Liadh

Ní Riada, Jan Olbrycht, Paul Rübig, Jordi Solé, Patricija Šulin, Indrek

Tarand, Tiemo Wölken, Stanisław Żółtek

Suplentes presentes no momento da

votação final

Jean-Paul Denanot, Anneli Jäätteenmäki, Andrey Novakov, Tomáš

Zdechovský

Suplentes (art. 200.º, n.º 2) presentes no

momento da votação final

Inés Ayala Sender, Olle Ludvigsson, Ulrike Rodust, Birgit Sippel,

Kathleen Van Brempt

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PT

VOTAÇÃO NOMINAL FINAL NA COMISSÃO ENCARREGADA DE EMITIR PARECER

28 +

ALDE Jean Arthuis, Gérard Deprez, Anneli Jäätteenmäki

ECR Bernd Kölmel

GUE/NGL Liadh Ní Riada

PPE Reimer Böge, Lefteris Christoforou, José Manuel Fernandes, Esteban González Pons, Ingeborg Gräßle,

Monika Hohlmeier, Siegfried Mureşan, Andrey Novakov, Jan Olbrycht, Paul Rübig, Patricija Šulin, Tomáš

Zdechovský

S&D Inés Ayala Sender, Jean-Paul Denanot, Eider Gardiazabal Rubial, Olle Ludvigsson, Vladimír Maňka, Ulrike

Rodust, Birgit Sippel, Kathleen Van Brempt, Tiemo Wölken

Verts/ALE Jordi Solé, Indrek Tarand

2 -

EFDD Jonathan Arnott

ENF Stanisław Żółtek

1 0

ECR Richard Ashworth

Legenda dos símbolos utilizados:

+ : a favor

- : contra

0 : abstenções

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PT

1.3.2017

PARECER DA COMISSÃO DA AGRICULTURA E DO DESENVOLVIMENTO RURAL

dirigido à Comissão do Desenvolvimento Regional

sobre a correta combinação de financiamentos para as regiões da Europa: equilibrar os

instrumentos financeiros e os subsídios na política de coesão da UE

(2016/2302(INI))

Relator de parecer: Miguel Viegas

SUGESTÕES

A Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural insta a Comissão do

Desenvolvimento Regional, competente quanto à matéria de fundo, a incorporar as seguintes

sugestões na proposta de resolução que aprovar:

A. Considerando a importância do segundo pilar da Política Agrícola Comum

(desenvolvimento rural), elemento fundamental para a preservação e o reforço da coesão

social e territorial que deve, por conseguinte, ser prosseguido além de 2020, bem como

protegido e reforçado na próxima reforma da PAC;

B. Considerando que as zonas rurais estão, frequentemente, isoladas e têm limitações que

prejudicam o desenvolvimento de infraestruturas e da produção agrícola; considerando

que devem ser tidas em conta as especialidades, características e diferenças de cada

região, bem como a necessidade de tornar as pequenas e médias explorações mais

competitivas e viáveis, a fim de fomentar o empreendedorismo, a criação de emprego e

limitar o despovoamento e o envelhecimento da população nas zonas rurais;

C. Considerando a importância de valorizar e apoiar o modelo tradicional de produção

europeu na sua transição para métodos de produção inovadores, eficientes em termos de

recursos e adaptados às alterações climáticas, assentes na pequena e média agricultura

familiar como garante da viabilidade e da sustentabilidade social e ambiental da

agricultura;

D. Considerando que, em algumas regiões, como nas zonas de montanha e insulares, a

agricultura é a principal atividade económica e o seu desenvolvimento é fundamental para

se atingirem os objetivos de coesão territorial;

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PT

E. Considerando que a política de coesão da UE tem um papel importante a desempenhar na

concretização da coesão social, económica e territorial e no desenvolvimento de uma

agricultura multifacetada;

F. Considerando que a atual crise do setor agrícola, a ausência de rentabilidade, com quebras

de rendimentos, e o agravamento da instabilidade dos preços resultante da desigualdade de

rendimentos ao longo da cadeia alimentar levaram ao desaparecimento de 2,4 milhões de

explorações agrícolas na UE entre 2005 e 2010, a maior parte das quais são pequenas

explorações, o que causou a perda de um grande número de postos de trabalho nas zonas

rurais;

G. Considerando que este setor requer uma maior reestruturação, que melhore a posição

negocial dos agricultores na cadeia de abastecimento, promova e reforce a produção

adaptada às alterações climáticas e consentânea com os imperativos ambientais, que, por

sua vez, melhore a qualidade dos solos, preserve a biodiversidade e, consequentemente,

garanta a segurança alimentar a longo prazo da Europa;

H. Considerando que, além do apoio dos dois pilares (desenvolvimento rural e pagamentos

diretos), o setor necessita de uma conjugação de diferentes instrumentos, incluindo

instrumentos financeiros e subsídios;

I. Considerando que, apesar de haver quem defenda que os instrumentos financeiros devem

ser utilizados, em especial, nas regiões menos desenvolvidas, a fim de contribuir para

desbloquear o seu potencial de desenvolvimento, na realidade, a vontade de participação

do setor privado é bastante reduzida devido à falta de projetos financeiramente viáveis

nessas regiões;

1. Destaca o papel e as vantagens potenciais oferecidas às micro, pequenas e médias

empresas agrícolas e rurais pelos instrumentos financeiros disponíveis a título do Fundo

Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER), seja ao nível dos empréstimos,

de garantias ou de fundos de capitais, melhorando assim o acesso ao crédito, sem perder

de vista as regras de prudência que devem nortear a concessão de empréstimos;

2. Observa, porém, que ainda não foram concretizados todos os potenciais benefícios que

estes instrumentos oferecem;

3. Assinala que, em muitas situações, a ausência de rentabilidade e de acesso à terra, a par da

falta de acesso ao crédito, representa um entrave ao investimento, em particular ao nível

dos jovens agricultores, dos pequenos agricultores e dos novos agricultores, bem como

das PME rurais, seja devido aos elevados custos, seja ao nível das garantias exigidas pelo

sistema financeiro, prejudicando a inovação e a competitividade das explorações e da

economia rural em geral;

4. Sublinha que é necessária uma coordenação eficaz dos instrumentos financeiros e dos

subsídios para estimular o investimento, especialmente no setor da inovação na

agricultura, e preconiza a adoção de políticas que facilitem o acesso ao crédito por parte

dos jovens agricultores e das pequenas explorações agrícolas;

5. Regista que o nível de utilização dos instrumentos financeiros no quadro da PAC foi, até

hoje, reduzido, pelo que apela a uma reflexão sobre novas ações para garantir que as

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PT

oportunidades oferecidas por estes instrumentos estejam mais bem adaptadas ao setor

agrícola e acarretem uma maior simplificação dos procedimentos; considera, contudo, que

não devemos perder de vista os empréstimos consideráveis que os agricultores já

contraíram para complementar os fundos recebidos ao abrigo do segundo pilar;

6. Observa que a existência de regras complexas diminui o interesse pelo financiamento no

setor agrícola e destaca a importância da condicionalidade razoável para evitar encargos

administrativos desnecessários;

7. Considera, por conseguinte, que a informação e a formação no domínio dos instrumentos

financeiros deveriam ser asseguradas a nível regional, a fim de reforçar a sensibilização

para estas opções financeiras, e salienta que os Estados-Membros e as autoridades

regionais têm um papel importante a desempenhar na comunicação destas opções às

comunidades rurais, aos agricultores e às PME rurais, encorajando paralelamente o

intercâmbio de melhores práticas;

8. Defende uma maior participação das autoridades regionais e locais na distribuição e

utilização dos fundos, o que é fundamental para melhorar a situação dos agricultores, e

reitera a importância do programa LEADER neste contexto;

9. Assinala as diferentes vantagens e desvantagens oferecidas pelos subsídios e pelos

instrumentos financeiros e o seu significado para o setor em termos de acessibilidade, de

complexidade, risco, de custos de implementação e da respetiva utilidade para fazer face a

desafios específicos ou a objetivos mais abrangentes de desenvolvimento;

10. Sublinha o caráter complementar destes instrumentos em relação aos apoios ao

rendimento e alerta para a necessidade de evitar que os primeiros se substituam aos

segundos, o que seria profundamente nefasto para a agricultura e o meio rural; salienta

que o financiamento por meio de subsídios continuará a ser essencial para a concretização

dos objetivos do FEADER, o que significa que os subsídios e os instrumentos financeiros

devem ser utilizados conjuntamente de forma equilibrada no quadro da política de

desenvolvimento rural a fim de contribuir para valorizar os resultados dos projetos;

11. Sublinha a importância de continuar a combinar subsídios, instrumentos financeiros e

ajuda reembolsável como uma forma eficaz e eficiente de apoiar a competitividade e a

coesão nas zonas rurais;

12. Solicita à Comissão e aos Estados-Membros que garantem que serão evitados atrasos nos

pagamentos a que os agricultores têm direito ao abrigo da PAC;

13. Destaca o papel desempenhado pelo Banco Europeu de Investimento (BEI) no

desenvolvimento de instrumentos financeiros e constata que o BEI começou a trabalhar

em colaboração com estabelecimentos de crédito em alguns Estados-Membros na

promoção da renovação geracional no setor agrícola;

14. Destaca a importância de informar melhor os agricultores, bem como as administrações

regionais e locais, sobre o papel fundamental do BEI no apoio e no desenvolvimento da

economia rural e sobre as possibilidades existentes para tirar partido dos instrumentos

financeiros inovadores que já se encontram disponíveis no quadro dos planos nacionais de

desenvolvimento rural para facilitar o acesso ao crédito por parte dos jovens agricultores;

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PT

15. Solicita a criação, por parte do BEI, de uma plataforma de investimento multirregional

para a agricultura, que possa beneficiar de financiamento do programa de

desenvolvimento rural;

16. Solicita que estes instrumentos sejam aplicados de forma a apoiar projetos individuais,

coletivos e específicos por região destinados a financiar infraestruturas fundamentais no

domínio do regadio, do transporte, da transformação, do armazenamento, da

comercialização, da horticultura e do desenvolvimento florestal, incluindo o

desenvolvimento de produtos florestais lenhosos e não lenhosos, bem como de projetos

transfronteiriços, de cadeias de abastecimento curtas, dos ciclos fechados de produção e

de medidas de comercialização levadas a cabo por agricultores e respetivas cooperativas,

com instrumentos de financiamento de maturidades consentâneas com a realidade

económica de cada projeto;

17. Solicita a adoção de medidas de apoio públicas e europeias que promovam a utilização do

financiamento para projetos de investimento relacionados com as alterações climáticas nas

zonas rurais com vista a concretizar os objetivos ambientais da UE, bem como o acesso a

esse financiamento;

18. Questiona a dependência proposta de empréstimos num contexto de dívidas extremas dos

agricultores, que frequentemente não têm muitas hipóteses de saldar essas dívidas;

19. Refere a difícil situação financeira em que se encontram os agricultores como resultado

dos constantes preços baixos dos alimentos, em contraste com os preços em todos os

outros setores da economia;

20 Constata, em particular, que a média das receitas anuais agrícolas na União ao longo da

última década estagnou, tendo inclusivamente diminuído em alguns casos, em

comparação com o contínuo incremento dos custos de produção e com o aumento das

dívidas agrícolas;

21. Solicita à Comissão e aos Estados-Membros que encarem seriamente a necessidade de

preços remunerativos para produtos;

22. Considera que, em vez de reduzir as obrigações das autoridades em matéria de avaliação,

é necessário recolher mais dados e realizar mais análises para justificar a utilização de

instrumentos financeiros e evitar a sua utilização para fins não determinados ou sem

controlo;

23. Salienta que um dos pré-requisitos para promover, ou mesmo solicitar, um aumento da

utilização de instrumentos financeiros deve ser a melhoria significativa da base factual;

24. Salienta que a política de coesão da UE e os respetivos instrumentos financeiros e

subvenções devem continuar a apoiar a política de promoção da criação de infraestruturas,

escolas e faculdades, instalações de cuidados de saúde, de cuidados sociais e de

acolhimento de crianças, do acesso de alta velocidade à Internet e do estabelecimento e

desenvolvimento de pequenas e médias empresas (PME) nas zonas rurais;

25. Observa que, na realidade, o desenvolvimento rural é uma política europeia cujo objetivo

é ajudar as zonas rurais da União Europeia a ultrapassarem as desvantagens e, por

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PT

conseguinte, é um elemento fundamental da coesão europeia; considera, por conseguinte,

que o desenvolvimento rural, como segundo pilar da Política Agrícola Comum, também

deve continuar a existir após 2020 e que deve receber financiamento adequado da UE, o

que significa que esse financiamento deve aumentar;

26. Refere que as organizações ativas no domínio do desenvolvimento rural (como os grupos

de ação local) podem enfrentar dificuldades no acesso a garantias bancárias, que são um

pré-requisito para beneficiar de pagamentos antecipados relativos a custos operacionais e

a custos decorrentes de atividades de animação; considera, por conseguinte, que seria

benéfico existir um programa de garantias sobre esses pagamentos antecipados;

27. Reitera a diferença entre, por um lado, a utilização de fundos públicos para bens públicos

ou em benefício das comunidades no seu conjunto ou da sociedade como um todo e, por

outro, o investimento em infraestruturas em propriedades privadas;

28. Assinala a complexidade administrativa relacionada com a concessão de empréstimos,

bem como com a cobrança de dívidas, a um coletivo ou grupo de agricultores; sugere, por

conseguinte, a utilização de uma abordagem simplificada;

29. Considera que os empréstimos não são adequados para alguns tipos de medidas de

desenvolvimento rural, por exemplo, quando os beneficiários são comunidades no seu

conjunto, como no caso do desenvolvimento local de base comunitária ou da iniciativa

LEADER, ou quando o beneficiário é a sociedade em geral, como no caso de medidas

agroambientais;

30. Assinala a diferença entre os projetos de infraestruturas de grande escala financiados pelos

Fundos Estruturais e de Coesão, por um lado, e os investimentos de pequena escala e as

subvenções concebidas para melhorar infraestruturas imateriais, por outro, como a

regeneração dos solos; observa que os investimentos de pequena escala podem ser tão ou

mais eficazes e menos dispendiosos e que esta abordagem foi adotada em outros domínios

relacionados da despesa, como a ajuda ao desenvolvimento e a proteção contra

inundações;

31. Lamenta o reduzido grau de utilização da reserva de crise, devido, sobretudo, às regras

orçamentais, nomeadamente à regra da anualidade, e à margem discricionária de que a

Comissão dispõe no que se refere à libertação de fundos da reserva; solicita, por

conseguinte, que a reserva de crise seja constituída fora do orçamento da UE e sirva de

fonte de financiamento para os instrumentos de gestão de crises.

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PT

RESULTADO DA VOTAÇÃO FINAL NA COMISSÃO ENCARREGADA DE EMITIR PARECER

28.2.2017

Resultado da votação final +:

–:

0:

33

0

6

Deputados presentes no momento da

votação final

John Stuart Agnew, Clara Eugenia Aguilera García, Eric Andrieu, José

Bové, Daniel Buda, Nicola Caputo, Matt Carthy, Viorica Dăncilă,

Michel Dantin, Paolo De Castro, Jean-Paul Denanot, Albert Deß, Jørn

Dohrmann, Herbert Dorfmann, Luke Ming Flanagan, Beata Gosiewska,

Martin Häusling, Anja Hazekamp, Esther Herranz García, Jan Huitema,

Peter Jahr, Ivan Jakovčić, Jarosław Kalinowski, Elisabeth Köstinger,

Zbigniew Kuźmiuk, Mairead McGuinness, Ulrike Müller, James

Nicholson, Marijana Petir, Laurenţiu Rebega, Bronis Ropė, Czesław

Adam Siekierski, Tibor Szanyi, Marc Tarabella, Marco Zullo

Suplentes presentes no momento da

votação final

Franc Bogovič, Michela Giuffrida, Norbert Lins, Florent Marcellesi,

Anthea McIntyre, Sofia Ribeiro, Miguel Viegas

Suplentes (art. 200.º, n.º 2) presentes no

momento da votação final

Pilar Ayuso

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PT

VOTAÇÃO NOMINAL FINAL NA COMISSÃO ENCARREGADA DE EMITIR PARECER

33 +

ALDE Jan Huitema, Ulrike Müller

ECR Beata Gosiewska, Zbigniew Kuźmiuk, Anthea McIntyre, James Nicholson

EFDD Marco Zullo

GUE/NGL Matt Carthy, Luke Ming Flanagan, Miguel Viegas

PPE Franc Bogovič, Daniel Buda, Michel Dantin, Albert Deß, Herbert Dorfmann, Esther Herranz García, Peter

Jahr, Jarosław Kalinowski, Elisabeth Köstinger, Mairead McGuinness, Marijana Petir, Sofia Ribeiro, Czesław Adam Siekierski

S&D Clara Eugenia Aguilera García, Eric Andrieu, Nicola Caputo, Paolo De Castro, Jean-Paul Denanot, Viorica

Dăncilă, Michela Giuffrida, Susanne Melior, Tibor Szanyi, Marc Tarabella

0 -

6 0

EFDD Agnew John Stuart

ENF Rebega Laurentiu

GUE/NGL Hazekamp Anja

VERTS/ALE Bové José, Martin Häusling, Bronis Ropė

Chave dos símbolos:

+ : a favor

- : contra

0 : abstenção

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PT

INFORMAÇÕES SOBRE A APROVAÇÃO NA COMISSÃO COMPETENTE QUANTO À MATÉRIA DE FUNDO

Data de aprovação 21.3.2017

Resultado da votação final +:

–:

0:

29

2

2

Deputados presentes no momento da

votação final

Pascal Arimont, Franc Bogovič, Andrea Cozzolino, Rosa D’Amato,

Krzysztof Hetman, Marc Joulaud, Constanze Krehl, Andrew Lewer,

Louis-Joseph Manscour, Martina Michels, Iskra Mihaylova, Jens

Nilsson, Andrey Novakov, Mirosław Piotrowski, Stanislav Polčák,

Liliana Rodrigues, Fernando Ruas, Monika Smolková, Ruža Tomašić,

Ramón Luis Valcárcel Siso, Matthijs van Miltenburg, Lambert van

Nistelrooij, Derek Vaughan, Kerstin Westphal

Suplentes presentes no momento da

votação final

Andor Deli, Josu Juaristi Abaunz, Ivana Maletić, Tomasz Piotr Poręba,

Julia Reid, Davor Škrlec, Damiano Zoffoli, Milan Zver

Suplentes (art. 200.º, n.º 2) presentes no

momento da votação final

Luigi Morgano

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PT

VOTAÇÃO NOMINAL FINAL NA COMISSÃO COMPETENTE QUANTO À MATÉRIA DE FUNDO

29 +

ALDE Iskra Mihaylova, Matthijs van Miltenburg

ECR Andrew Lewer, Mirosław Piotrowski, Tomasz Piotr Poręba, Ruža Tomašić

PPE Pascal Arimont, Franc Bogovič, Andor Deli, Krzysztof Hetman, Marc Joulaud, Ivana Maletić, Andrey

Novakov, Stanislav Polčák, Fernando Ruas, Ramón Luis Valcárcel Siso, Milan Zver, Lambert van Nistelrooij

S&D Andrea Cozzolino, Constanze Krehl, Louis-Joseph Manscour, Luigi Morgano, Jens Nilsson, Liliana

Rodrigues, Monika Smolková, Derek Vaughan, Kerstin Westphal, Damiano Zoffoli

Verts/ALE Davor Škrlec

2 -

EFDD Rosa D'Amato, Julia Reid

2 0

GUE/NGL Josu Juaristi Abaunz, Martina Michels

Key to symbols:

+ : a favor

- : contra

0 : abstenção