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1 RELATÓRIO FINAL DE PROJETO DE PESQUISA Projeto Agrisus No: 2180/17 Título da Pesquisa: Aprimoramento da integração soja-pastagem de braquiária Interessado (Coordenador do Projeto): Alvadi Antonio Balbinot Junior Instituição: (com endereço, tel e E-mail): Embrapa Soja Endereço: Rodovia Carlos João Strass, sem número, distrito de Warta CEP: 86001-970 Cidade: Londrina Estado: PR Fone: (43) 3371-6058 Cel.: 43 999083642 e-mail: [email protected] Local da Pesquisa: Embrapa Soja, Londrina, PR Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 13.760,00 Vigência do Projeto: 06/09/2017 a 01/09/2018 1. INTRODUÇÃO Sistemas integrados de produção têm se tornado cada vez mais frequentes e importantes diante da necessidade de aumento da competitividade e sustentabilidade do agronegócio brasileiro. A integração lavoura-pecuária (ILP), que alterna na mesma área o cultivo de pastagens anuais ou perenes para alimentação animal e culturas destinadas à produção de grãos é um sistema de produção relevante para o incremento da diversificação das atividades agropecuárias. Diversos benefícios podem ser obtidos pela adoção da ILP, entre os quais se destacam a diversificação da renda, redução de riscos, aumento da renda por área e redução de custos de produção, em função, principalmente, da melhoria da qualidade do solo manejado em Sistema Plantio Direto (SPD). Outro possível benefício da ILP é a redução do uso de agroquímicos, em razão da quebra do ciclo de pragas, doenças e plantas daninhas. Enfatiza-se que um dos programas do Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC) é a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Espécies do gênero Urochloa têm sido amplamente adotadas em sistema ILP conduzido em regiões tropicais, principalmente pela grande capacidade de produção de fitomassa, mesmo em ambientes de baixa fertilidade, proporcionando boa cobertura de solo, alta ciclagem de nutrientes e certa facilidade de dessecação para implantação de culturas em sucessão. Além do grande potencial de produção de forragem, gramíneas desse gênero formam biomassa com alta relação carbono/nitrogênio (C/N) e lignina/N, o que confere maior persistência da palha, característica desejável principalmente em ambientes quentes, em que há rápida decomposição da cobertura de solo. No Brasil, a braquiária brizanta (U. brizantha) é uma espécie amplamente utilizada em sistemas de produção animal com base no pasto e em sistemas integrados com lavouras, especialmente soja e milho. A adubação nitrogenada apresenta papel fundamental na manutenção da produtividade e qualidade das pastagens, visto que a carência de nitrogênio é o principal fator que acarreta o processo de degradação. O nitrogênio (N) determina várias características morfológicas da planta, como a dimensão das folhas e do colmo, bem como o desenvolvimento de perfilhos. A adição de N

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RELATÓRIO FINAL DE PROJETO DE PESQUISA Projeto Agrisus No: 2180/17 Título da Pesquisa: Aprimoramento da integração soja-pastagem de braquiária

Interessado (Coordenador do Projeto): Alvadi Antonio Balbinot Junior Instituição: (com endereço, tel e E-mail): Embrapa Soja Endereço: Rodovia Carlos João Strass, sem número, distrito de Warta CEP: 86001-970 Cidade: Londrina Estado: PR Fone: (43) 3371-6058 Cel.: 43 999083642 e-mail: [email protected] Local da Pesquisa: Embrapa Soja, Londrina, PR Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 13.760,00 Vigência do Projeto: 06/09/2017 a 01/09/2018

1. INTRODUÇÃO

Sistemas integrados de produção têm se tornado cada vez mais frequentes e importantes diante da necessidade de aumento da competitividade e sustentabilidade do agronegócio brasileiro. A integração lavoura-pecuária (ILP), que alterna na mesma área o cultivo de pastagens anuais ou perenes para alimentação animal e culturas destinadas à produção de grãos é um sistema de produção relevante para o incremento da diversificação das atividades agropecuárias. Diversos benefícios podem ser obtidos pela adoção da ILP, entre os quais se destacam a diversificação da renda, redução de riscos, aumento da renda por área e redução de custos de produção, em função, principalmente, da melhoria da qualidade do solo manejado em Sistema Plantio Direto (SPD). Outro possível benefício da ILP é a redução do uso de agroquímicos, em razão da quebra do ciclo de pragas, doenças e plantas daninhas. Enfatiza-se que um dos programas do Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC) é a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.

Espécies do gênero Urochloa têm sido amplamente adotadas em sistema ILP conduzido em regiões tropicais, principalmente pela grande capacidade de produção de fitomassa, mesmo em ambientes de baixa fertilidade, proporcionando boa cobertura de solo, alta ciclagem de nutrientes e certa facilidade de dessecação para implantação de culturas em sucessão. Além do grande potencial de produção de forragem, gramíneas desse gênero formam biomassa com alta relação carbono/nitrogênio (C/N) e lignina/N, o que confere maior persistência da palha, característica desejável principalmente em ambientes quentes, em que há rápida decomposição da cobertura de solo. No Brasil, a braquiária brizanta (U. brizantha) é uma espécie amplamente utilizada em sistemas de produção animal com base no pasto e em sistemas integrados com lavouras, especialmente soja e milho.

A adubação nitrogenada apresenta papel fundamental na manutenção da produtividade e qualidade das pastagens, visto que a carência de nitrogênio é o principal fator que acarreta o processo de degradação. O nitrogênio (N) determina várias características morfológicas da planta, como a dimensão das folhas e do colmo, bem como o desenvolvimento de perfilhos. A adição de N

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na pastagem pode melhorar a qualidade da forragem, aumentando seu teor de proteína bruta. As gramíneas tropicais possuem alto potencial de resposta à adubação nitrogenada, quando comparadas àquelas de clima temperado. Além disso, o maior crescimento de raízes e acúmulo de fitomassa aérea pela pastagem, decorrente da adubação nitrogenada, pode impactar na melhoria da qualidade do solo – atributos físicos, químicos e biológicos – refletindo-se em benefícios à soja cultivada em sucessão. No entanto, esse impacto ainda não foi adequadamente mensurado pela pesquisa. Ou seja, os benefícios agronômicos e econômicos da adubação nitrogenada em pastagens de braquiária, em ILP, podem estar sendo subestimados em razão da desconsideração dos benefícios sobre a soja em sucessão.

Em sistema ILP, a época de dessecação das pastagens também pode influenciar expressivamente na plantabilidade e no desempenho agronômico da soja em sucessão. Dependendo da quantidade de fitomassa, a semeadura da cultura subsequente pode ser dificultada quando realizada logo após a dessecação das pastagens. Grande quantidade de palha na superfície do solo tende a elevar os índices de patinagem do trator ao realizar a semeadura, assim como provocar embuchamento com palha acumulada entre as linhas da semeadora. Um pequeno intervalo entre a dessecação e a semeadura pode se refletir em menor crescimento inicial da cultura em razão do sombreamento das plantas pela palha. Por outro lado, a antecipação da dessecação em relação à semeadura pode reduzir a quantidade de palha no início do ciclo das culturas subsequentes, além de permitir a emergência de plantas daninhas antes das plantas cultivadas, fazendo-se necessária dessecação adicional próximo à semeadura. Além disso, a época de dessecação de braquiária brizanta mais favorável à cultura da soja em sucessão pode variar de acordo com a adubação nitrogenada da pastagem, já que esta pode alterar a quantidade e a qualidade da palha, sobretudo relação C/N. A indicação do melhor momento de dessecação de braquiária brizanta em relação à semeadura da soja em SPD é fundamental para o sucesso dessa modalidade de ILP.

Em SPD o tempo de permanência da palha sobre o solo e a dinâmica de liberação de macro e micronutriente são imprescindíveis para o sucesso do SPD, uma vez que o sistema depende da capacidade de gerar matéria seca suficiente para manter o solo coberto. Na literatura, há carência de informações sobre a dinâmica de decomposição da palha oriunda de pastagem de braquiária brizanta e liberação de nutrientes para o solo em diferentes aportes de N no sistema, bem como em diferentes épocas de dessecação da pastagem em relação à semeadura da soja. Em tese, seria interessante que o pico de liberação de nutrientes pela palha coincidisse com o pico de absorção de nutrientes pela cultura. Esse ajuste tecnológico pode contribuir para aumentar a eficiência de uso de nutrientes pela soja. Enfatiza-se que a marcha de absorção de nutrientes em cultivares modernas de soja já é conhecida.

Nesse contexto, o presente projeto tem como objetivos: 1) avaliar o efeito de épocas de dessecação da pastagem de braquiária brizanta cv. BRS Piatã, cultivada com três doses de N, sobre o desempenho da soja em sucessão. 2) avaliar a persistência da palha e a velocidade de liberação de nutrientes de resíduos vegetais de braquiária brizanta em função de doses de N e épocas de dessecação. 3) Difundir e transferir os conhecimentos e tecnologias geradas via publicações técnicas, palestras, cursos e eventos do programa Treino e Visita da Embrapa.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

O projeto foi realizado em três experimentos na Fazenda Experimental da Embrapa Soja, em Londrina/PR (23°11’ S, 51°11’W e altitude de 620 m), em um Latossolo Vermelho Distroférrico.

Em novembro de 2015, a Urochloa brizantha cv. BRS Piatã foi implantada com linhas espaçadas em 20 cm, em consórcio com a cultura do milho, com densidade de 5 kg ha

-1 de sementes

puras e viáveis. Após a colheita do milho, a área experimental foi dividida em três piquetes, com aproximadamente 1,2 ha, sendo cada piquete um experimento. Cada experimento recebeu uma dose de N em cobertura (0; 150 e 300 kg ha

-1 ano), na forma de ureia (45% de N). A dose total foi

fracionada em duas aplicações, uma em novembro de 2016 e outra em janeiro de 2017. No momento das aplicações havia elevada umidade no solo, reduzindo as perdas de N por volatilização. De setembro de 2016 a julho de 2017 a braquiária foi pastejada em sistema contínuo com lotação

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variável, a fim de manter a pastagem com 30 cm de altura. O pastejo foi realizado por bovinos machos, com peso que varia de 350 a 550 kg de peso vivo.

Em agosto de 2017, em cada piquete foi implantado um experimento em blocos completos casualizados, com cinco repetições, em esquema fatorial 5 x 2. Os tratamentos foram compostos por cinco épocas de dessecação: 60, 45, 30, 15 e 1 dias dias antes da semeadura da soja e duas doses de N-mineral na semeadura da soja (0 e 30 kg ha

-1 ) na forma de nitrato de amônio aplicado a lanço. A

dessecação da pastagem foi realizada com glifosato, na dose de 1.500 g e.a. ha-1

, aplicado por meio de um pulverizador costal pressurizado (CO2), com pressão de 30 psi e a uma velocidade média de 3,6 km h

-1, com volume de calda de 200 L ha

-1.

Na sequencia, foi implantada a cultivar de soja BRS 1010IPRO, com densidade de semeadura de 400 mil sementes viáveis ha

-1 e espaçamento entre fileiras de 50 cm. As sementes de

soja foram tratadas com Carboxina (30 mL i.a 50 kg-1

de sementes) e Tiram (30 mL i.a 50 kg-1

de sementes) e inoculadas com Bradyrhizobium elkanii na concentração de 5 x 10

9 UFC ml

-1 (100 ml

50 kg-1

de sementes). A implantação foi realizada com a semeadora Semeato, modelo SHM 11/13. As parcelas foram compostas por 5m de largura x 8 m de comprimento, totalizando 40 m

2. A

adubação de base foi realizada no sulco, com 350 kg ha-1

do adubo formulado 0:20:20. Avaliações relacionadas ao objetivo 1 do projeto: - Quantidade de palha presente no momento da semeadura da soja; - Densidade de plantas de soja estabelecida; - Componentes de rendimento de grãos: número de vagens por planta, número de grãos por

vagem e massa de mil grãos. Essas avaliações serão realizadas em 20 plantas por parcela; - Produtividade de grãos; e

- Teores de óleo e proteína nos grãos, estimados pela técnica da Espectroscopia do Infravermelho Próximo (NIR), segundo Heil (2010).

Avaliações relacionadas ao objetivo 2 do projeto: Nos três experimentos e nas quatro repetições do campo, foram coletadas amostras de palha

(1m2) por parcela em duas épocas de dessecação (60 e 15 dias antes da semeadura da soja) e em seis

ou sete momentos após a dessecação, respectivamente, totalizando 156 amostras de palha. Após a coleta, as amostras de palha foram secas e pesadas. Nas amostras, está sendo determinados a relação C/N e os teores de macro e micronutrientes. A quantidade de macronutrientes acumulada na palhada será determinada pelo produto da quantidade de massa seca e os teores de nutrientes do resíduo vegetal. De posse desses valores, será calculada a liberação de nutrientes para o solo. Os dados obtidos serão submetidos à análises de variância e regressão polinomial. Aplicando-se a derivada primeira às equações ajustadas aos dados de liberação acumulada de macronutrientes, serão calculadas as taxas diárias de liberação dos nutrientes após o manejo da fitomassa (Rosolem et al., 2003).

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Resultados fitotécnicos Inicialmente, para todas as variáveis avaliadas não houve interação entre a época de dessecação da pastagem de braquiária e a adubação nitrogenada da soja em sucessão. Nos três experimentos conduzidos, o aumento do intervalo entre a dessecação e a semeadura favoreceu o estabelecimento das plantas, refletindo-se em aumento da densidade (Tabela 1). Por outro lado, a época de dessecação não influenciou a produtividade, teores de óleo e proteína nos grãos e os componentes do rendimento (Tabela 1). Isso indica que não há necessidade de dessecações muito antecipadas – como 45 a 60 dias antes da semeadura. Esse resultado é importante porque fundamenta a dessecação mais próxima da semeadura da soja, aumentando o tempo de pastejo no Sistema Integração Lavoura-Pecuária. Outro ponto que merece destaque foram às altas produtividades alcançadas, 5 t ha

-1 em alguns tratamentos, o que demonstra a resposta da cultura da

soja à melhoria da qualidade do solo promovida pela pastagem de braquiária. Tabela 1. Produtividade, densidade de plantas, teores de óleo e proteína nos grãos e componentes primários do rendimento da soja em função de intervalos entre a dessecação da pastagem de braquiária e a semeadura da soja, em três experimentos com doses de N na pastagem (média com e sem N na soja). Londrina, PR, safra 2018/19

Variáveis Intervalos entre a dessecação e a semeadura da soja (dias) Modelos R2 CV(%)

1 15 30 45 60 Experimento com 0 kg de N ha-1 na pastagem

Produtividade (kg ha-1) 4.861 4.947 5.004 4.838 4.910 ns - 7,0 Densidade de plantas (mil ha-1) 453 456 458 470 481 y=449+0,48x 0,91 4,8 Teor de óleo (%) 23,3 23,4 23,5 23,5 23,5 ns - 3,2 Teor de proteína (%) 33,6 33,7 33,9 33,1 33,7 ns - 2,6 Número de vagens por planta 32,1 27,6 31,3 30,2 28,0 ns - 13,4 Número de grãos por vagem 2,45 2,42 2,36 2,40 2,46 ns - 5,0 Massa de mil grãos (g) 163 164 162 161 166 5,6

Experimento com 150 kg de N ha-1 na pastagem Produtividade (kg ha-1) 4.868 4.633 4.768 4.792 4.762 ns - 6,9 Densidade de plantas (mil ha-1) 429 458 471 468 471 y=440+0,64x 0,70 8,0 Teor de óleo (%) 23,0 23,1 22,9 23,3 23,2 ns - 3,5 Teor de proteína (%) 33,8 34,1 33,5 33,4 33,6 ns - 3,5 Número de vagens por planta 28,6 29,7 29,8 30,3 29,8 ns - 16,2 Número de grãos por vagem 2,34 2,41 2,31 2,42 2,36 ns - 7,5 Massa de mil grãos (g) 156 165 172 158 162 ns - 7,4

Experimento com 300 kg de N ha-1 na pastagem Produtividade (kg ha-1) 4.701 4.793 4.712 4.755 4.657 ns - 5,8 Densidade de plantas (mil ha-1) 408 452 473 490 474 y=425+1,14x 0,71 7,3 Teor de óleo (%) 23,2 23,1 23,7 23,4 23,3 ns - 2,9 Teor de proteína (%) 33,8 33,9 33,5 33,6 33,9 ns - 2,6 Número de vagens por planta 31,5 29,9 28,3 27,1 26,7 ns - 14,6 Número de grãos por vagem 2,35 2,33 2,38 2,50 2,52 ns - 9,4 Massa de mil grãos (g) 166 174 166 163 162 ns - 8,9

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De forma geral, a adubação nitrogenada mineral na soja cultivada após a pastagem (30 kg ha

-1 de N na semeadura) não influenciou a produtividade, teores de óleo e proteína e

componentes de rendimento (Tabela 2). Exceção ocorreu no experimento sem aplicação de N na pastagem, em que a adubação nitrogenada na soja provocou redução de produtividade. Nesse sentido, os resultados da presente pesquisa fortalecem o conceito da dispensabilidade de aplicação de N mineral na soja, mesmo considerando a presença de alta quantidade de palha com elevada relação C/N.

Tabela 2. Produtividade, densidade de plantas, teores de óleo e proteína nos grãos e componentes primários do rendimento da soja em função da aplicação ou não de N na semeadura da soja, em três experimentos com doses de N na pastagem que antecedeu a soja (médias de cinco intervalos entre a dessecação da pastagem de braquiária e a semeadura da soja). Londrina, PR, safra 2018/19

Variáveis Adubação com N na soja (kg ha-1) CV (%) 0 30

Experimento com 0 kg de N ha-1 na pastagem Produtividade (kg ha-1) 5.043 a1 4.782 b 7,0 Densidade de plantas (mil ha-1) 461 a 466 a 4,8 Teor de óleo (%) 23,3 a 23,5 a 3,2 Teor de proteína (%) 33,6 a 33,6 a 2,6 Número de vagens por planta 29,4 a 30,2 a 13,4 Número de grãos por vagem 2,41 a 2,43 a 5,0 Massa de mil grãos (g) 164 a 162 a 5,6

Experimento com 150 kg de N ha-1 na pastagem Produtividade (kg ha-1) 4.802 a 4.728 a 6,9 Densidade de plantas (mil ha-1) 452 a 468 a 8,0 Teor de óleo (%) 23,1 a 23,1 a 3,5 Teor de proteína (%) 33,8 a 33,6 a 3,5 Número de vagens por planta 29,8 a 29,4 a 16,2 Número de grãos por vagem 2,35 a 2,39 a 7,5 Massa de mil grãos (g) 165 a 161 a 7,4

Experimento com 300 kg de N ha-1 na pastagem Produtividade (kg ha-1) 4.767 a 4.680 a 5,8 Densidade de plantas (mil ha-1) 463 a 456 a 7,3 Teor de óleo (%) 23,3 a 23,3 a 2,9 Teor de proteína (%) 33,6 a 33,9 a 2,6 Número de vagens por planta 28,3 a 29,1 a 14,6 Número de grãos por vagem 2,44 a 2,39 a 9,4 Massa de mil grãos (g) 165 a 167 a 8,9 1 Médias seguidas pelas mesmas letras nas linhas não diferem entre si pelo teste F a 5% de probabilidade do erro.

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Massa seca da palha após a dessecação Foi avaliada a taxa de decomposição da palha oriunda da pastagem de braquiária durante o ciclo da soja, em duas épocas de dessecação – 60 e 15 dias antes da semeadura e nos três experimentos – 0, 150 e 300 kg ha

-1 de N na pastagem (Figuras 1 e 2). De forma geral, a taxa de

decomposição foi semelhante nos três experimentos, variando de 23 a 29 kg ha-1

de palha decomposta por dia. Outro ponto que merece destaque é que no final do ciclo da soja cultivada em sucessão à pastagem, a quantidade de palha ainda era expressiva – cerca de 2 t ha

-1. Isso demonstra

que a braquiária brizanta BRS Piatã fornece excelente palhada para o Sistema Plantio Direto.

Figura 1. Massa seca da palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na

Dias após a dessecação

A

B

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Mas

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pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Figura 2. Massa seca da palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1 (C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

Mas

sa s

eca

da

pal

ha

(kg h

a-1)

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Teor de Nitrogênio na palha

De forma geral, o teor de N na palha da braquiária não variou significativamente durante o período avaliado (Figuras 3 e 4). A exceção ocorreu na dessecação 60 dias antes da semeadura e ausência de adubação nitrogenada na pastagem, em que o teor de N aumentou durante o período de avaliação. Salienta-se que os teores de N na palha oriunda de pastagem com N (150 ou 300 kg ha

-1

de N) foram substancialmente superiores à ausência de N na pastagem.

Figura 3. Teor de nitrogênio (N) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na

Dias após a dessecação

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N n

a pal

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g -1

)

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pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Figura 4. Teor de nitrogênio (N) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1 (C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

Teo

r de

N n

a pal

ha

(g k

g -1

)

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Nitrogênio liberado da palha para o solo No começo do período avaliado, a quantidade de N presente na palha foi maior nos experimentos em que foi realizada adubação nitrogenada na pastagem (Figuras 5 e 6). Por exemplo, no conjunto de dados obtidos na dessecação 60 dias antes da semeadura, a quantidade de N presente na palha no experimento sem N foi de, aproximadamente, 30 kg ha

-1, enquanto nos experimentos

com 150 e 300 kg ha-1

de N na pastagem foi de 50 e 55 kg ha-1

, respectivamente. Além disso, a taxa diária de liberação de N da palha foi maior nos experimentos em que a pastagem recebeu N. Ao final do período avaliado, os experimentos com N na pastagem liberaram maior quantidade de N para a soja em relação à ausência de N. No entanto, é necessário salientar que, apesar da alta quantidade de palha fornecida pela pastagem, superior a 5 t ha

-1 (Figuras 1 e 2), a quantidade

liberada de N para a soja em sucessão foi relativamente baixa, em função dos baixos teores de N na palha. Outro ponto importante é que a liberação diferenciada de N nos experimentos não se refletiu em alterações na produtividade da soja (Tabelas 1 e 2). Isso ocorre porque a maioria do N assimilado pela cultura é proveniente da fixação biológica do N. Além disso, o solo em que foi desenvolvida a presente pesquisa tem alto teor de argila (70 a 80%) e alto estoque de N, o que, provavelmente, reduziu a influência do N oriundo da palha da braquiária sobre o desempenho da soja.

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Figura 5. Quantidade de nitrogênio acumulada na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja () e liberação acumulada (), em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

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kg h

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Figura 6. Quantidade de nitrogênio acumulada na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja () e liberação acumulada (), em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

N (

kg h

a-1)

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Teor de Fósforo na palha

Houve tendência de redução do teor de P na palha durante o período de decomposição (Figuras 7 e 8). Os teores de P na palha foram semelhantes nos três experimentos, indicando que a adubação nitrogenada na pastagem de braquiária não influencia os teores de P na biomassa produzida.

Figura 7. Teor de fósforo (P) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na

Dias após a dessecação

A

B

Teo

r de

P n

a p

alha

(g k

g -1

)

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14

pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Figura 8. Teor de fósforo (P) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1 (C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

Teo

r de

P n

a p

alha

(g k

g -1

)

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15

Fósforo liberado da palha para o solo A dinâmica de liberação de P da palha da pastagem de braquiária foi semelhante nos três experimentos com doses de N na pastagem (Figuras 9 e 10). A quantidade total liberada pela pastagem variou de 6 a 10 kg ha

-1 de P, valores baixos em relação à demanda da cultura da soja em

sucessão.

Figura 9. Quantidade de fósforo (P) acumulada na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja () e liberação acumulada (), em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1

Dias após a dessecação

A

B

C

P (

kg h

a-1)

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16

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Figura 10. Quantidade de fósforo (P) acumulada na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja () e liberação acumulada (), em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

P (

kg h

a-1)

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17

Teor de Potássio na palha Os teores de K na palha reduziram acentuadamente nos primeiros dias após a dessecação, nas duas épocas de dessecação avaliadas e nos três experimentos com doses de N na pastagem (Figuras 11 e 12). Um ponto muito relevante é que a adubação nitrogenada da pastagem promoveu aumento dos teores de K na palha. Isso indica que a adubação com N pode favorecer a ciclagem de K pela braquiária.

Figura 11. Teor de potássio (K) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na

Dias após a dessecação

A

B

C

Teo

r de

K n

a pal

ha

(g k

g -1

)

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pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Figura 12. Teor de potássio (K) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1 (C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

Teo

r de

K n

a pal

ha

(g k

g -1

)

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Potássio liberado da palha para o solo A quantidade de K liberada pela palha da pastagem foi considerável, sobretudo quando adubada com N (Figuras 13 e 14). No primeiro mês após a dessecação, praticamente todo o K presente na palha havia sido liberado para o solo. Na dessecação 60 dias antes da semeadura, a quantidade de K liberada pela palha oriunda da pastagem sem N foi de, aproximadamente, 60 kg ha

-

1, enquanto na pastagem adubada com N foi de 80 kg ha

-1 (Figura 13). Na dessecação 15 dia antes

da semeadura, a quantidade acumulada de K liberada pela palha da pastagem sem N foi de, aproximadamente, 60 kg ha

-1, enquanto na pastagem adubada com N foi de 100 kg ha

-1 (Figura 14).

Esses resultados indicam claramente o potencial que a adubação nitrogenada na pastagem tem para alavancar a ciclagem de K. Além disso, a dessecação muito antecipada da pastagem pode reduzir o aproveitamento do K pela soja em sucessão, uma vez que a liberação é muito rápida. No contexto da liberação do K para a soja, o interessante seria dessecar a massa da forragem mais próxima à semeadura.

K (

kg h

a-1)

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Figura 13. Quantidade de potássio (K) acumulada na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja () e liberação acumulada (), em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

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21

Figura 14. Quantidade de potássio (K) acumulada na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja () e liberação acumulada (), em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

K (

kg h

a-1)

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Teor de Cálcio na palha

De forma geral, não houve alterações significativas nos teores de Ca na palha da pastagem da braquiária ao longo do período em que foi avaliada a decomposição (Figuras 15 e 16). Adicionalmente, os teores de Ca na palha foram similares nos três experimentos, ou seja, a adubação nitrogenada na pastagem não influenciou os teores desse macronutriente na biomassa da forragem.

Figura 15. Teor de cálcio (Ca) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1 (C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

Teo

r de

Ca

na

pal

ha

(g k

g -1

)

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Figura 16. Teor de cálcio (Ca) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1 (C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

Teo

r de

Ca

na

pal

ha

(g k

g -1

)

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Cálcio liberado da palha para o solo

A dinâmica de liberação de Ca da palha para o solo foi similar nas duas épocas de dessecação da pastagem e nas três doses de N na pastagem (Figuras 17 e 18). Ao final do período de avaliação, a palha da pastagem de braquiária havia liberado cerca de 15 kg ha

-1 de Ca.

Figura 17. Quantidade de cálcio (Ca) acumulada na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja () e liberação acumulada (), em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

B

C

Ca

(kg h

a-1)

A

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Dessecação 15 dias antes da semeadura (DAS) da soja

Figura 18. Quantidade de cálcio (Ca) acumulada na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja () e liberação acumulada (), em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

B

C

Ca

(kg h

a-1)

A

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Teor de Magnésio na palha

Houve tendência de redução dos teores de Mg ao longo do período de avaliação da decomposição da palha, nas duas épocas de dessecação e nas três doses de N na pastagem de braquiária (Figuras 19 e 20).

Figura 19. Teor de magnésio (Mg) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1 (C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

Teo

r de

Mg n

a pal

ha

(g k

g -1

)

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Dessecação 15 dias antes da semeadura (DAS) da soja

Figura 20. Teor de magnésio (Mg) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1 (C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

Teo

r de

Mg n

a pal

ha

(g k

g -1

)

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Magnésio liberado da palha para o solo

A dinâmica de liberação de Mg da palha para o solo foi semelhantes nas duas épocas de dessecação e nas três doses de N na pastagem de braquiária (Figuras 21 e 22). Até o final do ciclo da soja cultivada em sucessão, a quantidade liberada pela palha ficou entre 10 e 15 kg ha

-1 de Mg.

Figura 21. Quantidade de magnésio (Mg) acumulada na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja () e liberação acumulada (), em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

B

C

Mg (

kg h

a-1)

A

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29

Figura 22. Quantidade de magnésio (Mg) acumulada na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja () e liberação acumulada (), em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

B

C

Mg (

kg h

a-1)

A

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Teor de Enxofre na palha

O teor de S na palha da pastagem de braquiária não variou significativamente durante o período de avaliação da decomposição (Figuras 23 e 24).

Figura 23. Teor de enxofre (S) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1 (C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

Teo

r de

S n

a p

alha

(g k

g -1

)

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Figura 24. Teor de enxofre (S) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1 (C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

A

B

C

Teo

r de

S n

a p

alha

(g k

g -1

)

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Enxofre liberado da palha para o solo Observou-se que as pastagens que receberam N produziram palha com menor disponibilização de S. Por exemplo, na dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja, a palha oriunda da pastagem conduzida sem N liberou cerca de 6 kg ha

-1 de S até o final do ciclo da

soja. Por outro lado, a palha das pastagens adubadas com N liberou, aproximadamente, 4 kg ha-1

de S. Essa tendência também foi observada nos dados de dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja.

Figura 25. Quantidade de enxofre (S) acumulada na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja () e liberação acumulada (), em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

B

C

S (

kg h

a-1)

A

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Figura 26. Quantidade de enxofre (S) acumulada na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja () e liberação acumulada (), em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

B

C

S (

kg h

a-1)

A

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Teor de Zinco na palha

Houve tendência de aumento dos teores de Zn durante o período de avaliação da decomposição da palha da pastagem de braquiária (Figuras 27 e 28). É provável que esse resultado seja decorrente da maior contaminação da palha com o solo à medida que palha fica mais decomposta, explicando esse aumento, já que o solo apresenta maior concentração desse micronutriente em relação à palha.

Figura 27. Teor de zinco (Zn) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1 (C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

Teo

r de

Zn n

a pal

ha

(mg k

g -1

)

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Figura 28. Teor de zinco (Zn) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1 (C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

Teo

r de

Zn n

a pal

ha

(mg k

g -1

)

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Zinco liberado da palha para o solo

Em todas as avaliações realizadas, a quantidade de Zn liberada da palha ao solo foi de, aproximadamente, 0,1 kg ha

-1 (Figuras 29 e 30).

Figura 29. Quantidade de zinco (Zn) acumulada na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja () e liberação acumulada (), em

Dias após a dessecação

B

C

Zn (

kg h

a-1)

A

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função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Figura 30. Quantidade de zinco (Zn) acumulada na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja () e liberação acumulada (), em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

B

Zn (

kg h

a-1)

A

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Teor de Manganês na palha

Houve tendência de aumento dos teores de Mn durante o período de avaliação da decomposição da palha da pastagem de braquiária (Figuras 31 e 32). É provável que esse resultado seja decorrente da maior contaminação da palha com o solo à medida que palha fica mais decomposta, explicando esse aumento, já que o solo apresenta maior concentração desse micronutriente em relação à palha.

Figura 31. Teor de manganês (Mn) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1 (C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

Teo

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Mn n

a pal

ha

(mg

kg -1

)

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Figura 32. Teor de manganês (Mn) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1 (C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

Teo

r de

Mn n

a pal

ha

(mg

kg -1

)

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Teor de Cobre na palha

Houve tendência de aumento dos teores de Cu durante o período de avaliação da decomposição da palha da pastagem de braquiária (Figuras 33 e 34). É provável que esse resultado seja decorrente da maior contaminação da palha com o solo à medida que palha fica mais decomposta, explicando esse aumento, já que o solo apresenta maior concentração desse micronutriente em relação à palha.

Figura 33. Teor de cobre (Cu) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1 (C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

Teo

r de

Cu n

a p

alha

(mg k

g -1

)

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Figura 34. Teor de cobre (Cu) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1 (C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

Teo

r de

Cu n

a p

alha

(mg k

g -1

)

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Teor de Boro na palha

Houve tendência de aumento dos teores de B durante o período de avaliação da decomposição da palha da pastagem de braquiária (Figuras 35 e 36). É provável que esse resultado seja decorrente da maior contaminação da palha com o solo à medida que palha fica mais decomposta, explicando esse aumento, já que o solo apresenta maior concentração desse micronutriente em relação à palha.

Figura 35. Teor de boro (B) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 60 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na

Dias após a dessecação

A

B

C

Teo

r de

B n

a p

alha

(mg k

g -1

)

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pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha-1

(C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Figura 36. Teor de boro (B) na palha de pastagem de braquiária após a dessecação realizada 15 dias antes da semeadura da soja, em função do tempo após o manejo, em três doses de N na pastagem: 0 (A); 150 (B); e 300 kg ha

-1 (C). Embrapa Soja, Londrina, PR, safra 2017/18.

Dias após a dessecação

A

B

C

Teo

r de

B n

a p

alha

(mg k

g -1

)

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os intervalos entre a dessecação da pastagem de braquiária brizanta, cultivar BRS Piatã, e a semeadura da soja não influenciaram a produtividade, os teores de óleo e proteína nos grãos e os componentes de rendimento da soja, independentemente da adubação nitrogenada na pastagem ou na oleaginosa em sucessão. No entanto, a dessecação antecipada favoreceu a plantabilidade e a emergência das plantas de soja. A adubação nitrogenada mineral na semeadura da soja (30 kg ha

-1 de N) não influenciou a

produtividade, os teores de óleo e proteína nos grãos e os componentes de rendimento da cultura, independentemente da época de dessecação da pastagem. Nesse trabalho, foi possível modelar a decomposição da palha de pastagem de braquiária, bem como a liberação de nutrientes para a soja em sucessão. A adubação nitrogenada na pastagem de braquiária aumentou a ciclagem de N e K, e, aparentemente reduziu a de S. Outros nutrientes: P, Ca, Mg e micro não foram influenciados pela adubação nitrogenada da pastagem antecedendo a soja. A conciliação de questões de plantabilidade da soja, desempenho da cultura, ciclagem de nutrientes (principalmente K) e aproveitamento da forragem pelos animais, sugere-se que a dessecação seja realizada de 15 a 25 dias antes da semeadura da soja. A dessecação muito antecipada – acima de 30 dias – implica na redução do período de pastejo, possível perda de K e, muitas vezes, necessidade de dessecação adicional. Por outro lado, o sistema desseque/plante pode aumentar os riscos na fase de estabelecimento da soja, prejudicando a plantabilidade. Em 2019, serão formulados dois artigos científicos para a revista Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB), com os resultados ora apresentados, um com os dados fitotécnicos e outro com os dados de decomposição da palha e liberação de macronutrientes. Além disso, os resultados obtidos já vem sendo difundidos em eventos técnicos. O apoio da Fundação Agrisus foi decisivo para o alcance dos resultados ora apresentados, que certamente contribuirão para o aprimoramento da integração de pastagem de braquiária e lavouras de soja.

Londrina, 03 de dezembro de 2018 Alvadi Antonio Balbinot Junior Engenheiro Agrônomo, Dr., Pesquisador da Embrapa Soja