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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Escritório de Prioridades Estratégicas Página 1 de 26 RELATÓRIO TÉCNICO 01/2013 Referência: Concorrência n.º 01/2013 Habilitação das Proponentes - Recursos Objeto: Prestação de serviços especializados de consultoria ao Escritório de Prioridades Estratégicas para formulação do Pacto de Desenvolvimento da Educação Profissional de Minas Gerais 2014-2022, conforme especificações constantes no Termo de Referência do Edital Anexo I. Processo: 1261666 001/2013 Recorrente(s): Ernst & Young Assessoria Empresarial Ltda The Boston Consulting Group Brasil Ltda Recorrida: Comissão Especial de Licitação do Escritório de Prioridades Estratégicas I. RELATÓRIO O Edital de Licitação, modalidade concorrência, tipo técnica e preço, nº 01/2013, foi publicado em Diário Oficial do Estado de Minas Gerais e em Jornal de Grande circulação Nacional, em 15 de Outubro de 2013, período a partir do qual também ficou disponível no portal de compras do Estado de Minas Gerais www.compras.mg.gov.br e site do Escritório de Prioridades Estratégicas, pelo prazo não inferior a 45 dias, em conformidade com que preceitua o inciso I, parágrafo 2º, artigo 21, da Lei federal nº 8.666/93. A referida licitação foi do tipo Técnica e Preço, com entrega dos envelopes “Documentos de Habilitação”, “Proposta Técnica” e “Proposta de Preços” até o dia 29 de novembro de 2013, com sessão de abertura dos envelopes contendo a documentação de habilitação e respectivo julgamento no dia de 02 de dezembro de 2013, às 10 horas. Na data e hora supracitada, foi instalada a sessão de julgamento de licitação na modalidade Concorrência em epígrafe com o credenciamento dos representantes presentes das proponentes e respectivas aberturas dos envelopes contendo a documentação de habilitação das empresas Price Waterhouse Coopers Serviços Profissionais Ltda, Boston Consulting Group, Bain Brasil Ltda, Advisia Consultoria de Gestão Empresarial, Roland Berger Strategy Consultants, Ernst & Young Assessoria

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RELATÓRIO TÉCNICO 01/2013

Referência: Concorrência n.º 01/2013 – Habilitação das Proponentes - Recursos

Objeto: Prestação de serviços especializados de consultoria ao Escritório de

Prioridades Estratégicas para formulação do Pacto de Desenvolvimento da

Educação Profissional de Minas Gerais 2014-2022, conforme especificações

constantes no Termo de Referência do Edital – Anexo I.

Processo: 1261666 001/2013

Recorrente(s): Ernst & Young Assessoria Empresarial Ltda

The Boston Consulting Group Brasil Ltda

Recorrida: Comissão Especial de Licitação do Escritório de Prioridades Estratégicas

I. RELATÓRIO

O Edital de Licitação, modalidade concorrência, tipo técnica e preço, nº

01/2013, foi publicado em Diário Oficial do Estado de Minas Gerais e em Jornal de

Grande circulação Nacional, em 15 de Outubro de 2013, período a partir do qual

também ficou disponível no portal de compras do Estado de Minas Gerais –

www.compras.mg.gov.br e site do Escritório de Prioridades Estratégicas, pelo prazo

não inferior a 45 dias, em conformidade com que preceitua o inciso I, parágrafo 2º,

artigo 21, da Lei federal nº 8.666/93.

A referida licitação foi do tipo Técnica e Preço, com entrega dos envelopes

“Documentos de Habilitação”, “Proposta Técnica” e “Proposta de Preços” até o dia

29 de novembro de 2013, com sessão de abertura dos envelopes contendo a

documentação de habilitação e respectivo julgamento no dia de 02 de dezembro de

2013, às 10 horas.

Na data e hora supracitada, foi instalada a sessão de julgamento de licitação

na modalidade Concorrência em epígrafe com o credenciamento dos representantes

presentes das proponentes e respectivas aberturas dos envelopes contendo a

documentação de habilitação das empresas Price Waterhouse Coopers Serviços

Profissionais Ltda, Boston Consulting Group, Bain Brasil Ltda, Advisia Consultoria de

Gestão Empresarial, Roland Berger Strategy Consultants, Ernst & Young Assessoria

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Empresarial, Mckinsey & Company, Instituto de Comunicação, Accenture Brasil Ltda

e Macroplan Prospectiva Estratégia e Gestão.

Após a análise da documentação de habilitação pela Comissão Especial de

Licitação restaram habilitadas as proponentes Macroplan Prospectiva Estratégia e

Gestão, Roland Berger Strategy Consultants, Accenture do Brasil Ltda, Mckinsey &

Company, Ernst & Young Assessoria Empresarial, Price Waterhouse Coopers

Serviços Profissionais Ltda e Advisia Consultoria de Gestão Empresarial e

inabilitadas as proponentes Bain Brasil Ltda, Boston Consulting Group e Instituto de

Comunicação. O extrato do resultado da sessão de habilitação das proponentes na

licitação foi publicado em Diário Oficial do Estado de Minas Gerais e portal de

compras do Estado de Minas Gerais em 04 de dezembro.

Em 11 de dezembro, as proponentes Ernst & Young Assessoria Empresarial

Ltda e Boston Consulting Group Brasil Ltda, inconformadas com a decisão da

Comissão Especial de Licitação interpuseram, tempestivamente, recurso

administrativo na forma do disposto no item 14 do Edital.

Interpostos os recursos, a Comissão Especial de Licitação deu ciência às

demais proponentes, conforme disposto no item 14.2 do edital, para, caso queiram,

apresentassem impugnações no prazo de 05 (cinco) dias úteis, a contar do dia 12 de

dezembro até o dia 18.

Transcorrido o prazo supracitado, tempestivamente, houve impugnações ao

recurso administrativo da proponente Ernst & Young Assessoria Empresarial Ltda

pelas proponentes Macroplan – Prospectiva, Estratégia e Gestão S/S Ltda, Roland

Berger Strategy Consultants Ltda, Accenture do Brasil Ltda, McKinsey & Company,

Inc. do Brasil Consultoria Ltda, Advisia Consultoria de Gestão Empresarial Ltda e

The Boston Consulting Group Brasil Ltda.

Quanto ao recurso administrativo interposto pela The Boston Consulting

Group Brasil Ltda., não houveram impugnações.

É o relatório.

II. DAS RAZÕES DAS RECORRENTES

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i. Da Ernst & Young Assessoria Empresarial Ltda.

Em recurso interposto, a proponente Ernst & Young Assessoria

Empresarial Ltda. requer que seja mantida a inabilitação das empresas

Bain Brasil Ltda e Boston Consulting Group, bem como seja reformada a

decisão e sejam inabilitadas as empresas Macroplan Prospectiva

Estratégia e Gestão, Roland Berger Strategy Consultants, Advisia

Consultoria de Gestão Empresarial, Accenture do Brasil Ltda; e McKinsey

& Company, Inc. do Brasil Consultoria.

Salienta pela observância dos princípios da legalidade e igualdade, não

se afastando, a administração, da estrita observância ao princípio da

competitividade.

Do julgamento da documentação para fins de habilitação apresentada

pela proponente habilitada Roland Berger Strategy Consultants, alega a

Recorrente que, de acordo com o item 8.2.3 do edital de licitação,

deveriam as licitantes apresentar a prova de regularidade perante as

Fazendas Federal, Estadual e Municipal da sede do licitante e à Fazenda

Estadual de Minas Gerais e que da documentação apresentada, “não se

vislumbra a certidão atestando sua regularidade perante o Estado de sua

sede (SP), mas apenas a certidão da dívida ativa.”

Ainda, é alegado que, para efeito de comprovação do balanço

patrimonial, exigência do item 8.3.2 do Edital, “não se vislumbra na

documentação apresentada o termo de autenticação digital emitido pela

Junta Comercial, por se tratar de sociedade empresarial tributada pelo

lucro real”.

Por fim, no seu entender, a Roland Berger prestou declaração falsa

para fins de atendimento do item 8.4.1.

Do julgamento da documentação para fins de habilitação apresentada

pela proponente habilitada Advisia Consultoria de Gestão Empresarial,

alega a Recorrente que, para cumprimento do item 8.2.3 do edital de

licitação, “não foi apresentada a certidão emitida pela Procuradoria Geral

do Estado de São Paulo, sede da referida licitante, para comprovar a

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regularidade perante a dívida ativa do Estado de SP (sua sede), porém

apenas a sua certidão de dívida ativa”.

Do julgamento da documentação para fins de habilitação apresentada

pela proponente Bain Brasil Ltda, já inabilitada por não atender os itens

8.1.1 do edital, nos termos do item 8.5.2 e 8.3.2, alega também que a

referida deixou de apresentar a certidão emitida pela Procuradoria Geral

do Estado de São Paulo para comprovar a regularidade perante a dívida

ativa do Estado de São Paulo, sua sede, bem como a regularidade

perante a Fazenda Municipal de sua sede, São Paulo, estando a

documentação apresentada em desacordo com o Decreto Municipal n.º

50.691/2009, artigo 1.º, in verbis.

“Artigo 1º - A prova de regularidade fiscal tributária perante a Fazenda Municipal far-se-á mediante a emissão das seguintes certidões: I- Certidão Negativa de Débitos de Tributos Mobiliários, expedida pela Secretaria Municipal de Finanças, quanto aos tributos mobiliários;” II- Certidão Negativa de Débitos de Tributos Imobiliários, expedida pela secretaria Municipal de Finanças, quanto aos tributos imobiliários.

Do julgamento da documentação para fins de habilitação apresentada

pela proponente The Boston Consulting Group, também inabilitada por

não atender os itens 8.1.1 e 8.3.2 do edital, alega a Recorrente que não se

verifica na documentação apresentada a certidão que comprove sua

regularidade perante o cadastro de contribuintes do Estado de São Paulo,

apenas se verifica a certidão negativa de débitos tributários da dívida ativa

do Estado de São Paulo.

Alega ainda que a proponente, para comprovação de sua regularidade

fiscal perante o município de sua sede, deixou de apresentar a certidão

negativa de débitos de tributos imobiliários e a certidão negativa de

tributos mobiliários inscritos em dívida ativa, conforme previsto no Decreto

Municipal (São Paulo) n.º 50.691/2009.

Por fim, manifesta que o balanço patrimonial apresentado pela Boston

foi de forma incompleta, visto que não há termo de abertura, termo de

encerramento, comprovante de envio e termo de autenticação digital.

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Do julgamento da documentação para fins de habilitação apresentada

pela Macroplan Prospectiva Estratégia e Gestão e Accenture do Brasil

Ltda, no entender da Recorrente, para o cumprimento do item 8.4.1, foram

apresentadas declarações falsas, assim contrariando o edital.

E, por fim, do julgamento da documentação para fins de habilitação

apresentada pela McKinsey & Company, não se pôde verificar na

documentação apresentada a certidão negativa de débitos de tributos

imobiliários perante o município de sua sede, São Paulo e a certidão

expedida pela Procuradoria do Município (Certidão negativa de débitos de

tributos mobiliários inscritos em dívida ativa), contrariando, mais uma vez,

o Decreto Municipal n.º 50.691/2009, e para encerrar, a emissão de

declaração falsa para atendimento do item 8.4.1 do Edital, no que tange

ser o porte da proponente ME ou EPP.

ii. Da Boston Consulting Group Brasil Ltda.

A proponente The Boston Consulting Group Brasil Ltda., inabilitada na

sessão por desatendimento aos itens 8.1.1 e 8.3.2 do Edital de Licitação,

diante da supressão das irregularidades apontadas, segundo consta no

recurso apresentado, requer a reconsideração da decisão de sua

inabilitação para julgá-la habilitada.

No entender da Recorrente, “O BCG deve ser habilitado a participar da

Licitação em atenção ao princípio constitucional da mais ampla

competição (art. 37, inc. XXI, Constituição Federal) e ao princípio licitatório

da seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública (art.

3º, Lei de Licitações) – ambos, por sua vez, alicerçados no princípio geral

da supremacia do interesse público”.

Entende a Recorrente que a sua inabilitação deu-se por conta de

meras irregularidades formais que poderiam ter sido sanadas pela

Comissão Especial de Licitação quando da abertura dos envelopes.

Pela não apresentação de documentos de identificação com foto,

motivando-se em sua inabilitação, segundo a Recorrente, “exibiu-se

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procuração outorgada pelo BCG ao Sr. Christian Orglmeister, na qual lhe

foram conferidos poderes para praticar qualquer ato perante a

Administração Pública, o que inclui firmar as propostas comerciais, as

declarações do Anexo III do Edital e a celebração do contrato”.

Alega que “a exigência do item 8.1.1 do Edital (apresentação de

documento de identidade com foto) só se explica no intuito de conferir-se

a assinatura do representante dos licitantes; ou seja, se as assinaturas

constantes dos mencionados documentos que importam especificamente

para o momento da habilitação, efetivamente correspondem à dos

representantes legais dos respectivos licitantes”, que, no seu entender, tal

exigência seria um excesso, particularmente quanto à apresentação do

documento da pessoa responsável pela assinatura do contrato, haja vista

momentos distintos e diferidos para apreciação da documentação e das

propostas, não sendo necessariamente possível antecipar quem será o

representante legal responsável pela assinatura do documento final, que

poderá ou não vir a ser celebrado com a Administração Pública.

Acresce, “ainda que a exigência do item 8.1.1 não fosse excessiva, a

ausência da cópia do documento de identidade no envelope de habilitação

não poderia desencadear a inabilitação do BCG, pois o Sr. Christian

Orglmeister, procurador devidamente constituído e responsável pela

representação da empresa nesta Concorrência, estava presente quando

da abertura dos envelopes” e possível juntada da documentação com foto

não haveria qualquer prejuízo a qualquer outro licitante ou à

Administração, isso na forma do item 8.5.2 do Edital.

Por fim, entende a sua inabilitação neste item por formalismo

exacerbado, que, se “levada a ferro e fogo” [sic], poderá induzir a

Administração Publica a ter de celebrar um contrato mais caro ou

tecnicamente menos qualificado, apenas pela falta da simples cópia do

documento de identidade.

Já quanto ao não atendimento do item 8.3.2, apresentação do balanço

patrimonial para comprovação da boa situação financeira, alega a

Recorrente que a administração tem não só o direito, mas o dever de

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certificar-se das condições do licitante cumprir o contrato a ser

eventualmente celebrado.

Afirma que na apresentação dos documentos para habilitação juntou-

se seu balanço patrimonial, por meio do qual poderia aferir sua

capacidade econômico-financeira de cumprir satisfatoriamente o contrato

a ser celebrado.

Diz que “o balanço veio por um lapso, no entanto, desacompanhado do

Recibo de Entrega do Livro Digital, do Requerimento de Autenticação do

Livro Digital e dos Termos de Abertura e Encerramento (...), mera

irregularidade, perfeitamente sanável sem qualquer prejuízo para a

Administração ou para os demais licitantes” e que os demais documentos

poderiam ser obtidos a qualquer tempo por meio de acesso à internet.

Assim, para encerrar, entende que apresentou o balanço patrimonial

na forma da lei e, de acordo com o edital de licitação, podendo a

comprovação dessa apresentação ser verificada e confirmada mediante

acesso à internet.

III. DAS IMPUGNAÇÕES DOS RECURSOS

Síntese do alegado.

i. Das impugnações do recurso administrativo interposto pela

Ernst & Young Assessoria Empresarial Ltda.

Impugnante Roland Berger Strategy

A impugnante sustenta que todos os itens do Edital foram

integralmente atendidos, motivo pelo qual foi devidamente habilitada.

Em face das alegações da Recorrente que na documentação

apresentada, para atendimento ao item 8.2.3, “não se vislumbra a certidão

atestando sua regularidade perante o Estado de sua sede (SP), mas

apenas certidão de divida ativa”, a impugnante ressalta que a certidão

apresentada trata-se da certidão idêntica à enviada pela Recorrente.

Assevera que, em tal certidão, o Estado de São Paulo confirma a

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inexistência de débitos inscritos em Dívida Ativa de responsabilidade da

Impugnante, assim ficando reconhecida sua regularidade perante a

Fazenda Estadual.

Já quanto à alegação da Recorrente em que não se vislumbra na

documentação apresentada o termo de autenticação digital emitido pela

Junta Comercial, por se tratar de sociedade empresarial tributada pelo

lucro real, é sustentado o cumprimento integral do que foi demandado, foi

apresentado o balanço patrimonial e demonstrações contábeis.

Afirma ainda que não se procede a alegação, pois, segundo seu

entendimento, pela leitura do requisito 8.3.2, “a exigência não inclui,

sequer, documentos acessórios ao Balanço Patrimonial, muito menos o

que foi citado pela Recorrente e a finalidade deste requisito editalício ser a

comprovação da boa situação financeira da empresa”. Acrescenta que

todos os dados referentes ao balanço patrimonial são verdadeiros e foram

devidamente escriturados, de acordo com o “Recibo de Entrega de Livro

Digital” e “Requerimento de Autenticação do Livro Digital”.

Por fim, quanto ao não cumprimento do item 8.4.1 do Edital, alegado

pela Recorrente, a Impugnante afirma que prestou a declaração de acordo

com o modelo do Edital e não retirou o item “2” que se refere às

Microempresas e Empresas de Pequeno Porte porque visava atender

todos os itens do edital.

Por este item, argumenta que “não se constitui em declaração

inverídica, pois sua afirmação contem condicionante na qual ela não se

enquadra” “(aplicável somente para ME e EPP)”.

Assim, em face de todos os argumentos expostos em sua Impugnação

de Recurso Administrativo, pede-se seja desprovido o recurso

apresentado pela Recorrente Ernst & Young Assessoria Empresarial Ltda,

mantendo-se habilitada na licitação.

Impugnante Advisia Consultoria de Gestão Empresarial

A Impugnante sustenta que as alegações recursais contra sua

habilitação não correspondem à realidade e não merecem prosperar.

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Segundo consta em sua impugnação, afirma que a Recorrente se

equivocou, tendo em vista que, para cumprimento do item 8.2.3 do edital,

no que tange a comprovação de regularidade fiscal perante o Estado sede

da proponente, foi apresentada a Certidão Negativa de Débitos Tributários

da Dívida Ativa do Estado de São Paulo, emitida pela Procuradoria Geral

e sem ocorrências de débitos inscritos sob a responsabilidade da

proponente.

Acresce também que apresentou outras declarações de não possuir

inscrição estadual, além de estar absolutamente regular em suas

obrigações tributárias junto ao Estado de São Paulo.

Por fim, ressalta que o edital não traz exigências formais especificas de

demonstração da regularidade fiscal e toda a documentação apresentada

estar absolutamente de acordo com os termos exigidos pelo edital.

Assim, pelos argumentos fáticos e jurídicos apresentados em sua

Impugnação de Recurso Administrativo, punga pela improcedência do

recurso administrativo apresentado pela Ernst & Young Assessoria

Empresarial Ltda, requerendo que seja mantida a decisão nos termos

atuais.

Impugnante The Boston Consulting Group Brasil Ltda

Quanto recurso interposto pela proponente Ernst & Young para que

seja mantida sua inabilitação, não apenas em razão de descumprimento

de itens do edital, apontados pela Comissão Especial de Licitação, como

também pelo desatendimento ao item 8.2.3.

Na Impugnação de Recurso apresentada, demonstra a Impugnante

que o Recurso Administrativo da Ernst &Young não deve prevalecer.

Segundo a Impugnante, a referida Impugnação tem por objetivo de

demonstrar a total impertinência das alegações constantes no recurso

apresentado, bem como requerer o seu não provimento.

Do alegado da não comprovação de regularidade perante a Fazenda

do Estado de São Paulo, sustenta que no espeque do Código Tributário

Nacional, em seu artigo 205, que “a lei poderá exigir que a prova de

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quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão

negativa (...).”

Nesse sentido, sustenta que “a prova de quitação de tributo, por sua

vez, pressupõe crédito tributário constituído pelo lançamento nos termos

do art. 142 do Código Tributário Nacional”. Trazendo a baila, os

ensinamentos de Hugo de Brito Machado.

“se não há lançamento, não há crédito e por isso é induvidoso o direito do contribuinte à certidão negativa”.”

Nessa esteira, é afirmado o posicionamento jurisprudencial de que

somente quando exaurida a instância administrativa é que se configura a

constituição definitiva do crédito.

Assim sendo, afirma que o Estado de São Paulo, por meio de sua

Coordenadoria de Administração Tributária, para atender o que dispõe o

Código Tributário Nacional, editou a Portaria CAT n.º 20/98, que tem por

objetivo estabelecer procedimentos para pedido, emissão e obtenção de

certidão negativa e fixa prazo para validade para os documentos

expedidos, inclusive para fins de participação em licitações públicas.

Demonstra-se que “para emissão de certidões com vistas à

participação em licitações públicas serão pesquisados e informados

SOMENTE os débitos inscritos na dívida ativa”.

E por fim, ainda sob o tema, informa da edição, pela Secretaria da

Fazenda do Estado de São Paulo e Procuradoria Geral, de Resolução

Conjunta SF/PGE n.º 03, de 13 de agosto de 2010 que disciplina a

emissão de certidão negativa de débitos tributários da dívida ativa do

Estado de São Paulo pelo endereço eletrônico

www.dividaativa.pge.sp.gov.br da Procuradoria Geral do Estado – PGE.

Quanto a não comprovação de regularidade perante a Fazenda do

Município de São Paulo, sua sede, mencionando a Lei de Licitações, a

Impugnante alega que a comprovação de regularidade fiscal dar-se-á na

forma da lei e que não se pode exigir que o licitante apresentasse

comprovação que não lhe seja possível obter regularmente e dentro dos

limites legais.

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Nesse sentido, caso possível fosse a emissão da certidão negativa de

tributos imobiliários perante o Município de São Paulo pela Impugnante,

afirma da necessidade de possuir imóvel próprio no município, através do

número de cadastro de contribuinte específico para os proprietários de

imóveis.

Ressalta que comprovou sua regularidade fiscal perante o município

pela apresentação da certidão negativa de tributos mobiliários.

E, por fim, quanto a não apresentação do balanço patrimonial, reitera

os argumentos já apresentados em Recurso Administrativo contra decisão

da Comissão Especial de Licitação que a inabilitou.

Assim, por todo exposto, requer o recebimento e o processamento da

Impugnação ao Recurso Administrativo interposto pela Ernst & Young,

bem como o desacolhimento pela Comissão Especial de Licitação e

autoridade superior.

Impugnante McKinsey & Company

Pela Impugnante, o documento de impugnação ao recurso veio com o

objetivo de apontar equívocos contidos no recurso interposto contra a

decisão da Comissão Especial de Licitação acerca da habilitação da

impugnante.

Segundo consta no documento impugnatório, insurge-se a Recorrente

contra a decisão de habilitação da Impugnante pelas razões abaixo

apresentadas:

“a) suposta não apresentação de “certidão negativa de débitos de tributos imobiliários”; b) suposta não apresentação de “certidão expedida pela Procuradoria do Município (certidão negativa de débitos de tributos mobiliários inscritos em dívida ativa)”. c) suposta apresentação de declaração falsa.”

Da a alegação de não apresentação de certidão negativa de débitos

de tributos imobiliários, alega a Recorrente que não possui imóveis no

Município de São Paulo, assim, afastada a necessidade de apresentar

qualquer certidão negativa de débitos de tributos imobiliários.

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Afirma que “exatamente por não possuir imóveis e não realizar

pagamentos de IPTU ao Município de São Paulo, (...) não está cadastrada

como contribuinte de tributos imobiliários – e tampouco poderia estar –

sendo impossível obter a certidão negativa de débitos de tributos

imobiliários”, assim sendo impossível acumular qualquer débito de

natureza imobiliária frente ao fisco municipal.

Em sua impugnação, informa que o único documento ao qual a

empresa poderá ter acesso, nessa circunstância, é a “Certidão sobre

Tributos Imobiliários – Dados Cadastrais”, não constituindo em certidão

negativa de débitos e também não se tratando de documento exigido para

fins de habilitação na referida licitação ou legislação.

Para corroborar sua informação, apresenta na impugnação o

documento que certifica que não possui imóveis cadastrados em seu

nome, mais uma vez, manifestando pela impossibilidade de uma certidão

que comprovaria a ausência de débitos tributários imobiliários, não haveria

um fato gerador do tributo, assim é o alegado.

Ainda no assunto, acresce ainda em suas argumentações que “na

doutrina e na jurisprudência, alguns julgados vão ainda mais longe no que

diz respeito ao tema, indicando que a exigência de comprovação de

regularidade fiscal municipal relativa a tributos imobiliários é irregular e

não deve ser admitida quando o fato de a licitante possuir imóveis ou não

for irrelevante para a execução do objeto contratado”.

E assim, alega que não descumpriu o Decreto Municipal de São Paulo

n.º 50.691 ou edital.

Quanto à alegação da não apresentação de “certidão expedida pela

Procuradoria do Município (certidão negativa de débitos de tributos

mobiliários inscritos em dívida ativa) alega a Impugnante que “ao contrário

das demais certidões negativas de débitos tributários municipais, tal

certidão não é emitida pela Secretaria Municipal de Finanças, mas sim

pela Procuradoria Geral do Município (Secretaria de Negócios Jurídicos)”.

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Citando o Decreto Municipal de São Paulo n.º 50.691/2009, em seu

artigo 2.º, alega a Impugnante que “a apresentação de tal certidão estará

sempre a exclusivo critério do contribuinte, (...), o que indica sua faculdade

em complementar a Certidão Negativa de Tributos Mobiliários não

inscritos previsto no art. 1º do referido decreto”.

Desta forma, afirma que a Certidão de Tributos Mobiliários, juntada aos

autos (fl. 759), é clara em atestar que a empresa não possui quaisquer

débitos tributários mobiliários com o Município de São Paulo.

E, para encerrar, pela a alegação de suposta apresentação de

declaração falsa a Impugnante manifesta como absurdo a afirmação em

que ela e outras proponentes no certame emitiram declaração falsa para

cumprimento de exigência do edital.

O fato de ter mantido item em que a Recorrente alega como

“declaração falsa”, é tratado como um equívoco de caráter meramente

formal, estritamente ocasionado pelo respeito literal aos itens do edital de

licitação, incapaz de comprometer o regular processamento do

procedimento.

Assim sendo, diante de todo o exposto, requer que o recurso interposto

pela Ernst Young Assessoria Empresarial Ltda. seja integralmente

improvido no que diz ao seu respeito, sendo mantida sua habilitação no

procedimento licitatório.

Impugnante Accenture do Brasil Ltda.

Quanto a alegação que a declaração apresentada pela Impugnante,

em relação ao item 8.4.1 do edital, estaria em desacordo com sua

natureza empresarial, em relação à Lei Complementar n.º 123/2006,

afirma a Impugnante que a declaração apresentada está rigorosamente de

acordo com o modelo constante no edital e somente seria aplicável se a

proponente enquadrasse no porte previsto na referida lei.

Afirma que reproduziu a redação de acordo com o modelo constante no

edital e que não se encaixaria no item 2, pela menção da condicionante

constante no modelo.

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“o enquadramento ao disposto no art. 3º da Lei Complementar Federal nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (aplicável somente para ME e EPP)”.

Assim, em face do exposto, postula pelo não provimento aos recurso

da Recorrente Ernst & Young, uma vez que totalmente descabido, ficando

mantida a decisão da Comissão Especial de Licitação.

Impugnante Macroplan – Prospectiva, Estratégia e Gestão

Inconformada com a alegação de que havia prestado “falsa declaração

para fins de atendimento do item 8.4.1” alega a Impugnante que tal

afirmação não merece prosperar.

Em cumprimento ao item 8.4.1 do edital, a menção do enquadramento

do disposto no art. 3.º da Lei Complementar 123 de 2006, aplicável

somente para ME e EPP, em declaração apresentada conforme modelo

constante no edital, entende a Impugnante como um erro material que não

tem relevância para a modificação da decisão de habilitação das

proponentes.

Assevera que cumpriu todos os requisitos do edital e que a intenção da

Recorrente é restringir a concorrência por meio de frágeis e infundados

argumentos.

Desta forma, diante do exposto, requer o não provimento do recurso

administrativo interposto pela Ernst & Young e mantida sua habilitação.

IV. Da análise de mérito dos recursos e das impugnações

i. Do Recurso Administrativo Interposto pela Ernst & Young

Assessoria Empresarial Ltda. e impugnações interpostas:

a) Para que seja inabilitada a proponente Roland Berger Strategy

Consultants Ltda. pelo não atendimento dos seguintes itens:

Segundo a Recorrente não se verifica nos autos a certidão atestando a

regularidade da Proponente Roland Berger perante o Estado de sua sede

(SP), mas apenas a certidão da dívida ativa.

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Para cumprimento do item 8.2.3, no que tange sua regularidade fiscal

perante a Fazenda Estadual de sua sede, a proponente Roland Berger se

utilizou da Certidão Negativa de Débitos Tributários da Dívida Ativa

do Estado de São Paulo (fl. 604).

O Estado de São Paulo, por meio de sua Coordenadoria de

Administração Tributária, considerando o que dispõe os artigos 205 e 206

do Código Tributário Nacional, a fim de uniformizar procedimentos a serem

observados pelas repartições fiscais e para facilitar o atendimento ao

público em geral, expediu a Portaria CAT n.º 20/98, que estabelece

procedimentos para pedido, emissão e obtenção de certidão negativa e

fixa prazo de validade para os documentos expedidos.

Diante do referido instrumento, pode ser verificado, logo em seu artigo

1.º, que quaisquer interessados, a fim de participar em licitações

públicas ou outras finalidades, poderão solicitar a expedição da Certidão

Negativa de Débitos Inscritos na Dívida Ativa com efeitos de atestar a sua

regularidade perante a Fazenda do Estado de São Paulo, in verbis:

“Art. 1.º - O interessado poderá solicitar a expedição de certidão negativa nos seguintes casos: I- para particição em licitação pública;”

Pelo exposto, por uma simples leitura e compreensão, não há em que

se falar do não cumprimento ao item do edital pela proponente Roland

Berger Strategy Consultants Ltda, pois, sua regularidade perante a

Fazenda Estadual se deu pela apresentação da referida Certidão Negativa

de Débitos Tributários da Dívida Ativa do Estado de São Paulo,

documento em que o Estado de São Paulo disponibiliza e reconhece para

fins de regularidade dos contribuintes em licitações públicas, eis abaixo o

teor do informativo da Secretaria da Fazenda de São Paulo em seu sítio

eletrônico - “Guia do Usuário”:.1

“O interessado poderá solicitar a expedição de certidão negativa de débitos Inscritos na dívida ativa, para participação em licitação pública, para simples conferência ou para outra finalidade, com efeitos de Atestar a Regularidade do requerente perante a

1 www.fazenda.sp.gov.br/guia/certidões/debitos_inscritos.shtm

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Fazenda do Estado de São Paulo (Portaria CAT 20, de 01/04/1998)”

Na oportunidade, vale salientar que é de se estranhar a alegação da

Recorrente, pois, também se utilizou o referido documento para

comprovar a sua regularidade perante ao fisco estadual na

licitação(fl. 677).

Para efeito de comprovação do balanço patrimonial, alega a

Recorrente que não se verifica na documentação apresentada o termo de

autenticação digital emitido pela Junta Comercial.

Para cumprimento do item 8.3.2, pelo o Balanço Patrimonial

apresentado, exercício 2012, gerado pelo Sistema Público de Escrituração

Digital – Sped, foi possível para essa Comissão Especial de Licitação,

auxiliada pelo Contador da Superintendência de Planejamento, Gestão e

Finanças do Escritório de Prioridades Estratégicas, verificar e certificar

pela boa situação financeira da proponente.

Acompanhando o balanço patrimonial, foi apresentado o “Recibo de

Entrega de Livro Digital”, devidamente identificado e assinado pelo

Contador da Proponente e seu Administrador, cuja data de recebimento

pelo agente receptor foi em 26 de junho de 2013, tempestivamente,

segundo prazo limite de entrega estabelecido pela Receita Federal em sua

Instrução Normativa nº 787/2007.

“ IN-RFB 787/2007 - Art. 5º A ECD será transmitida anualmente ao Sped até o último dia útil do mês de junho do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira a escrituração.”

Desta forma, transmitido o livro digital, conforme se verifica acima,

porém ainda sem a sua autenticação perante a junta comercial, no que

que dispõe na Instrução Normativa RFB nº 787, artigo 1.º, não se pode

considerar invalidado o livro encaminhado, ainda que requerida e

aguardada a autenticação.

“Art. 1º Fica instituída a Escrituração Contábil Digital (ECD), para fins fiscais e previdenciários, de acordo com o disposto nesta Instrução Normativa. Parágrafo único. A ECD deverá ser transmitida, pelas pessoas jurídicas a ela obrigadas, ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), instituído pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de

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2007 , e será considerada válida após a confirmação de recebimento do arquivo que a contém e, quando for o caso, após a autenticação pelos órgãos de registro.”

Ademais, para corroborar a situação da proponente, em consulta a

situação de sua escrituração no Sistema Público de Escrituração Contábil

– Sped por essa comissão, pôde se verificar a informação:

“A escrituração encontra-se na base de dados do Sped e será processada pela Junta Comercial”

Ainda que assim não fosse, não seria razoável a inabilitação da

proponente pelo fato de sua escrituração contábil estar na base de dados

do Sped em aguardo da autenticação pela Junta Comercial do Estado de

sua sede, não se pode punir e prejudicar uma proponente em licitação por

fatores alheios a sua vontade e que depende de liberação de outros

órgãos.

Desta forma, em prol do princípio da ampla competitividade, na busca

da proposta mais vantajosa para Administração Pública Estadual, bem

como o interesse público, entendemos que o mens legis do dispositivo

legal que ampara a exigência do edital em que deve ser comprovada a

boa situação financeira das empresas participantes em licitações fora

satisfeita, pois, a proponente, em seu balanço patrimonial, amplamente

detalhado, identificado e assinado pelos responsáveis, demonstra uma

boa situação financeira.

Por fim, para o cumprimento do item 8.4.1 do edital, vale ressaltar que

foi disponibilizado o modelo de declaração para as proponentes

informarem sobre a situação de não empregabilidade de menores em

trabalhos noturnos, perigosos ou insalubres; enquadramento como Micro

ou Pequenas Empresas, nos moldes da Lei Complementar 123/2006; e

Inexistência de fatos impeditivos para licitar ou contratar com a

Administração Pública.

Ocorre que, não só a proponente Roland Berger, bem como outras

proponentes que não se enquadrariam como microempresas ou empresas

de pequeno porte, mantiveram na declaração apresentada o item “2” que

se trata do enquadramento no art. 3º da Lei Complementar Federal nº

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123/2006 dos proponentes, aplicável no caso de somente microempresas

ou empresas de grande porte.

Fato é que nenhuma das proponentes habilitadas são empresas de

porte micro ou pequeno, isso, certificado por esta Comissão Especial de

Licitação nos demais documentos apresentados para a habilitação.

Do equivocado entendimento da Recorrente, pode se presumir que a

menção pelas demais proponentes do referido item poderia ter ocorrido

por série de motivos, podendo ser por uma rígida vinculação ao edital, por

um entendimento da condicionante de efeitos somente para

microempresas ou empresas de pequeno porte ou por até mesmo um

mero descuido, porém, jamais uma tentativa em prestar declaração

falsa.

Por esta situação, não foi constatado e registrado nenhum indício de

obtenção de vantagem na licitação. Ademais, em prol do princípio da

competitividade, razoabilidade, interesse público, dentre outros mais que

norteiam o Direito Administrativo, essa Comissão Especial de Licitação

jamais inabilitaria uma proponente que, por um entendimento equivocado

ou simples descuido, mantivesse um item que não se enquadraria em sua

situação de porte. Alegações de declarações falsas nesta licitação não

devem prosperar.

b) Para que seja inabilitada a proponente Advisia Consultoria de

Gestão Empresarial Ltda. pelo não atendimento do item 8.2.3,

no que tange a regularidade fiscal perante a Fazenda Pública

do Estado de São Paulo.

Alega a Recorrente que não se verifica nos autos a certidão atestando

a regularidade da Proponente Advisia Consultoria perante o Estado de sua

sede (SP), mas apenas a certidão da dívida ativa.

Para cumprimento do item 8.2.3, no que tange sua regularidade fiscal

perante a Fazenda Estadual de sua sede, a proponente Advisia

Consultoria de Gestão Empresarial Ltda. se utilizou da Certidão Negativa

de Débitos Tributários da Dívida Ativa do Estado de São Paulo (fl. 549).

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Sendo o tema já debatido anteriormente, ressalte-se que não

procedem as alegações da Recorrente quanto a não comprovação de

regularidade fiscal perante o Estado sede da proponente Advisia.

De acordo com a Portaria CAT n.º 20/98, a regularidade fiscal perante

o Estado de São Paulo dar-se-á pela Certidão Negativa de Débitos Tributários da

Dívida Ativa.

c) Para que seja mantida a inabilitação da proponente The Boston

Consulting Group Brasil Ltda pelos motivos já expostos por

essa Comissão Especial de Licitação e não atendimento ao

item 8.2.3, no que tange a regularidade fiscal perante o Estado

e Município da sede da Licitante.

Quanto a não comprovação da regularidade da The Boston Consulting

Group Brasil perante a Fazenda Estadual de sua sede, alega a Recorrente

que não se verifica nos autos a certidão atestando a regularidade da

Proponente perante o Estado de sua sede (SP), mas apenas a certidão da

dívida ativa expedida pela Procuradoria Geral do Estado.

Para cumprimento do item 8.2.3, no que tange sua regularidade fiscal

perante a Fazenda Estadual de sua sede, a proponente se utilizou da

Certidão Negativa de Débitos Tributários da Dívida Ativa do Estado de

São Paulo (fl. 459)

Mais uma vez, sendo este tema já ter sido objeto de debate, reiteramos

que, segundo a Portaria CAT n.º 20/98 - SP, a regularidade fiscal perante

o Estado de São Paulo dar-se-á pela Certidão Negativa de Débitos

Tributários da Dívida Ativa, ficando afastadas quaisquer outras alegações

de irregularidades e descumprimento do item do edital, no que tange a

este requisito.

No que tange a não comprovação de regularidade fiscal perante o

município, é alegado pela Recorrente que a proponente The Boston

deixou de apresentar a certidão expedida pela Procuradoria do Município

(certidão negativa de débitos de tributos mobiliários inscritos em dívida

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ativa) e certidões obrigatórias que dispõe o Decreto Municipal nº

50.691/2009.

Como é abordada pela Recorrente, a prova de regularidade fiscal

tributária perante a Fazenda Municipal, far-se-á de acordo com o Decreto

Municipal n.º 50.691/2009, artigo 1.º, mediante a emissão das seguintes

certidões:

I- Certidão Negativa de Débitos de Tributos Mobiliários, expedida

pela Secretária Municipal de Finanças, quanto aos tributos

mobiliários;

II- Certidão Negativa de Débitos de Tributos Imobiliários, expedida

pela Secretária Municipal de Finanças, quanto aos tributos

imobiliários.

Assim então, para comprovação da regularidade fiscal perante o

município de São Paulo, sede da licitante, do mesmo instrumento que a

Recorrente se utilizou para comprovar a sua regularidade municipal, a

proponente impugnante também utilizou, apresentou a Certidão Negativa

de Débitos de Tributos Mobiliários, expedida pela Secretaria Municipal de

Finanças (fl. 458).

Já quanto à ausência da Certidão Negativa de Débitos de Tributos

Imobiliários, expedida pela Secretaria Municipal de Finanças, alega a

Impugnante, por não possuir imóvel próprio no município de São Paulo,

que não há como exigir a comprovação de certidão negativa que não lhe

seja possível obter regularmente e dentro dos estritos limites da lei. A

exigência de certidões comprobatórias de regularidade fiscal quando não

possam ser fornecidas pelo município do licitante é evidentemente

ilegítima.

Sob o tema, no intuito de compreender e comprovar o alegado, em

pesquisa ao sítio eletrônico da Prefeitura Municipal de São Paulo e

contato a “Central de Contribuintes Municipais”, via telefone, protocolo sob

o n.º 2013015567544, essa comissão obteve-se da informação que a

emissão de certidão negativa de débitos de tributos imobiliários dar-se-á

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somente pelo número do contribuinte vinculado ao IPTU, caso contrário,

não seria possível a sua emissão.

Neste sentido, tratando-se de tributos incidentes pela propriedade

imobiliária, como exigir uma negativa de débitos?

“Lei Municipal SP – 6989/1966 - Art. 2º Constitui fato gerador do imposto predial a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel construído, localizado na zona urbana do Município.”

Assim, pelo exposto, pode-se compreender que a regularidade fiscal

perante o município de São Paulo far-se-á da forma do Decreto Municipal

n.º 50.691/2009, mediante as certidões negativas de débitos e observadas

as incidências de cada tributo. Alegações da necessidade de documentos

complementares ou acessórios para atendimento ao edital de licitação

tornam-se totalmente descabidas e contra o edital de licitação e legislação

pertinente.

d) Para que sejam inabilitadas as proponentes Macroplan

Prospectiva, Estratégia e Gestão S/S e Accenture do Brasil

Ltda. pelo não atendimento ao item 8.4.1 - Declaração de

inexistência de trabalho noturno, perigoso ou insalubre por

menores; enquadramento ao disposto no art. 3º da Lei

Complementar Federal 123; e fatos supervenientes ou

impeditivos para participação no processo licitatório e

respectiva contratação.

Conforme foi tratado, nenhuma das proponentes habilitadas são

empresas de porte micro ou pequeno, isso, certificado por esta Comissão

Especial de Licitação nos demais documentos apresentados para a

habilitação.

A menção do item de enquadramento no artigo 3.º da Lei 123 na

declaração apresentada poderia ocorrer por série de motivos que não

prejudicaram ou viciaram a licitação, porém, jamais uma tentativa em

prestar declaração falsa por qualquer dos proponentes, conforme já

abordado.

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Assim, reiteramos que as alegações de declarações falsas nesta

licitação não merecem prosperar.

e) Para que seja inabilitada a proponente McKinsey & Company,

Inc. do Brasil Consultoria Ltda. pelo não atendimento dos

seguintes itens:

8.2.3 – Regularidade Fiscal Perante a Fazenda Municipal da sede da

licitante por suposta não apresentação de tributos imobiliários.

Alega a Recorrente que não se verifica na documentação apresentada

pela Mckinsey & Company a certidão negativa de débitos de tributos

imobiliários e a certidão expedida pela Procuradoria do Município

(Certidão negativa de débitos de tributos mobiliários inscritos em dívida

ativa).

A Impugnante Mckinsey & Company, Inc. do Brasil Consultoria Ltda.

comprovou sua regularidade fiscal perante o município através da

Certidão Negativa de Débitos de Tributos Mobiliários, expedida pela

Secretaria Municipal de Finanças do Município.

Em impugnação, quanto à não apresentação da Certidão Negativa de

Débitos de Tributos Imobiliários perante a Fazenda Municipal, alega a

Impugnante da impossibilidade de sua emissão, uma vez que não possui

imóveis no município de São Paulo, comprovando através de certidão.

Quanto à suposta não apresentação da certidão expedida pela

Procuradoria do Município, citando o Decreto Municipal de São Paulo n.º

50.691/2009, em seu artigo 2.º, alega que “a apresentação de tal certidão

estará sempre a exclusivo critério do contribuinte, (...), o que indica sua

faculdade em complementar a Certidão Negativa de Tributos Mobiliários

não inscritos previsto no art. 1º do referido decreto”.

Conforme já debatido em situação anterior, para a regularidade fiscal

tributária perante a Fazenda Municipal de São Paulo, município sede da

Impugnante, conforme legislação, far-se-á mediante a emissão das

certidões negativas de débitos de tributos mobiliários e imobiliários, este

último, no caso da contribuinte ser proprietária de imóvel no município.

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Assim, exigir que a proponente apresente um documento que não

possa ser emitidos pelo órgão emissor ou tenha sua faculdade prevista em

lei, sendo somente para fins de complementação, seria uma afronta ao

edital e a lei, bem como os princípios norteadores da licitação, inclusive no

que tange a vinculação do instrumento convocatório.

E, por fim, pela suposta apresentação de declaração falsa para

atendimento do item 8.4.1. reiteramos que não foi constatado nenhum

indício de falsidade de documentos, bem como a obtenção de vantagens

por aqueles que deixaram, por qualquer motivo, constar o item de

enquadramento no artigo 3.º da Lei 123/2006 na declaração apresentada.

Para a Impugnante, tratou-se de um equivoco de caráter meramente

formal guiado pelo respeito ao instrumento convocatório, sem prejudicar e

viciar o andamento do procedimento licitatório.

f) Para que seja mantida a inabilitação da proponente Bain Brasil

Ltda pelos motivos já expostos por essa Comissão Especial de

Licitação e não atendimento ao item 8.2.3, no que tange a

regularidade fiscal perante Município da sede da Licitante.

Alega a Recorrente que a referida não apresentou a certidão emitida

pela Procuradoria Geral do Estado de São Paulo para comprovar a

regularidade perante a dívida ativa do Estado de São Paulo, sua sede,

bem como a regularidade perante a Fazenda Municipal de sua sede, São

Paulo (Certidão Negativa de débitos de tributos imobiliários)

Embora a proponente Bain Brasil Ltda. não tenha apresentado

impugnações ao recurso, sendo os motivos alegados já debatidos por

essa Comissão, torna-se improcedente a alegação da Recorrente quanto

ao não atendimento do item 8.2.3 pela proponente Bain Brasil Ltda.

ii. Do Recurso Administrativo Interposto pela The Boston

Consulting Group Brasil Ltda:

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Inconformada com sua inabilitação pela não apresentação de

documento de identificação com foto, exigência do item 8.1.1 do Edital,

alega a Recorrente que “exibiu-se procuração outorgada pelo BCG ao Sr.

Christian Orglmeister, na qual lhe foram conferidos poderes para praticar

qualquer ato perante a Administração Publica, o que inclui firmar as

propostas comerciais, as declarações do Anexo III do Edital e a

celebração do contrato”.

A documentação de identificação com foto e respectiva procuração do

representante da proponente para a prática de atos na licitação que é

citado no recurso foi apresentada somente para credenciamento.

Pelo documento apresentado não se pôde verificar a outorga de

poderes para a celebração de contratos junto à administração pública.

“(...) (i) entregar documentos e envelopes; (ii) assistir à sessão de abertura de propostas e manifestar-se em nome da Outorgante durante a referida sessão e quaisquer outras que sejam realizadas no âmbito da Licitação, seja como referência à documentação ou às propostas técnicas e de preços da Outorgante, conforme disposições do respectivo Edital; (iii) dar declarações; (iv) assinar e rubricar atas e demais documentos; (v) receber intimações; (vi) fazer impugnações, reclamações e protestos; (vii) interpor e renunciar a recursos; (viii) fazer novas propostas, rebaixar preços e conceder descontos; (ix) prestar e levantar caução, assim como receber as importâncias caucionadas ou depositadas; (x) transigir e eventualmente desistir de qualquer fase do procedimento licitatório; (xi) praticar atos perante a Administração Pública, assim como quais outros que sejam pertinentes à Licitação, bem como ao fiel cumprimento deste mandato. ”

Neste sentido, o edital de licitação, em seu item 8.1.1, é claro em exigir

que as proponentes devem apresentar a documentação de identificação

com foto dos responsáveis pela assinatura das propostas comerciais, das

declarações e do contrato.

“Regularidade Jurídica: 8.1.1 Documento de identificação, com foto, do responsável pelas assinaturas das propostas comerciais, das declarações constantes no Anexo III deste Edital e do contrato.”

Na habilitação da proponente na licitação, constatado que nos

documentos que acompanhavam o envelope não se encontrava qualquer

documento de identificação com foto do responsável pela assinatura de

documentos, inclusive o contrato, na tentativa de sanar tal irregularidade e

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manter o licitante habilitado, em prol do princípio da ampla

competitividade, essa Comissão de Licitação recorreu sim aos

documentos utilizados pelo representante em seu credenciamento, porém,

constatou-se que na procuração, conforme já informado e demonstrado,

não se estendia os poderes para o representante celebrar contratos.

O fato de “apenas” faltar este documento, em hipótese alguma, poderia

ser relevado ou considerado, a regra é clara e a vinculação ao edital deve

ser observada para todos, tornando-se descabidas quaisquer alegações

de excesso de formalismo pela Comissão de Licitação.

Não obstante ao já exposto, alegações de tal exigência do edital ser

um excesso também não devem prosperar, pois, caso assim de fato fosse

o entendimento da proponente, deveria ser objeto de impugnação na

devida fase antecessora a abertura dos envelopes.

Também inconformada pela sua inabilitação por não atender o item

8.3.2 do edital – balanço patrimonial e demonstrações contábeis que

comprovem a boa situação financeira da empresa, alega a proponente

que o balanço apresentado, por um lapso, “veio desacompanhado do

Recibo de Entrega do Livro Digital, do Requerimento de Autenticação do

Livro Digital e dos Termos de Abertura e Encerramento”.

Da documentação apresentada para cumprimento do item 8.3.2, em

apenas duas laudas (fls. 452 -453), não foi possível para essa Comissão

Especial de Licitação, auxiliada pelo Contador da Superintendência de

Planejamento, Gestão e Finanças do Escritório de Prioridades

Estratégicas, compreender e certificar que aquilo que era apresentado

comprovasse a boa situação financeira da empresa proponente.

E, por fim, debatendo o alegado que possíveis documentos poderiam

ser obtidos via internet, essa Comissão desconhece quaisquer meios

eletrônicos que os disponibilizasse de forma pública.

V. Conclusão

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Por todo exposto, bem como minuciosa análise nos recursos

apresentados e respectivas impugnações, concluímos que as razões de

recorrer apresentadas pelas Proponentes Ernst & Young Assessoria

Empresarial Ltda. e The Boston Consulting Group Brasil Ltda. não se

mostraram suficientes para conduzir esta Comissão Especial de Licitação

a reformar da decisão atacada.

O rigorismo suscitado na habilitação das proponentes é tudo que se

espera do agente público: vinculação ao texto do edital. O rigor só é

condenável se conduzir a decisões extremadas desamparadas de

razoabilidade.

À consideração superior. Belo Horizonte, 23 de dezembro de 2013.

Frederico Norberto França Caldeira Diogo Sie Carreiro Lima Presidente da CEL Vice Presidente da CEL

Alexandre Magno Leão dos Santos José César Massimo Faria Comissão Especial de Licitação Comissão Especial de Licitação Bárbara Faria Mendes Daniel Felipe Lobue Comissão de Especial de Licitação Contador da SPGF