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MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER MT PEIXES UHE COLÍDER Relatório Trimestral - 13 1 / 32 LABORATÓRIO DE ICTIOLOGIA DA AMAZÔNIA MERIDIONAL - Rodovia MT 208 Km 147 Caixa Postal 324 CEP: 78580-000 Alta Floresta, MT Fone/Fax: (66) 3521-2041 E-mail: [email protected] RELATÓRIO TRIMESTRAL 13ª COLETA Drª SOLANGE APARECIDA ARROLHO DA SILVA Coordenadora do Monitoramento e Resgate da Ictiofauna UHE Colíder CRBio43528/01 - D ALTA FLORESTA MT DEZEMBRO - 2014

RELATÓRIO TRIMESTRAL 13ª COLETA · NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT PEIXES UHE COLÍDER Relatório Trimestral - 13 2 / 32 LABORATÓRIO DE ICTIOLOGIA

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NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT

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RELATÓRIO TRIMESTRAL

13ª COLETA

Drª SOLANGE APARECIDA ARROLHO DA SILVA Coordenadora do Monitoramento e Resgate da Ictiofauna UHE Colíder

CRBio43528/01 - D

ALTA FLORESTA – MT

DEZEMBRO - 2014

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SUMÁRIO

1. EQUIPE DE TRABALHO: MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES

PIRES, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT 03

2. APRESENTAÇÃO 04

3. ATIVIDADES REALIZADAS 04

4. MATERIAIS E MÉTODOS 04

4.1. Descrição da Área de Estudo 04

4.2. Descrição dos Trechos de Coleta 05

4.3. Materiais (apetrechos utilizados) 10

4.4. Metodologia 10

5. RESULTADOS 14

5.1. Abundância, Riqueza e Diversidade de Peixes 14

5.2. Guildas Tróficas 20

5.3. Processo Reprodutivo 21

5.4. Parasitas 23

5.5. Ovos e Larvas 23

5.6. Captura por Unidade de Esforço (CPUE) 24

5.7. Táxons de Interesse para a Conservação (Espécies Endêmicas, Raras, Ameaçadas e de Especial Interesse)

25

5.8. Níveis de Mercúrio na Ictiofauna 25

6. AVALIAÇÃO GERAL DOS RESULTADOS 25

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 27

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1. EQUIPE DE TRABALHO: MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT Coordenadora: Drª Solange Aparecida Arrolho da Silva Laboratório de Ictiologia da Amazônia Meridional – UNEMAT, Alta Floresta – MT Email: [email protected] Membros da equipe: Drª Aurea Regina Alves Ignácio Laboratório de Morfofisiologia Animal – UNEMAT, Cáceres – MT Email: á[email protected] Dr. Antonio Francisco Malheiros Laboratório de Parasitologia – UNEMAT, Cáceres – MT Email: [email protected] Dr. Claumir Cesar Muniz Laboratório de Ictiologia – UNEMAT, Cáceres – MT Email: [email protected] DrªKelli Aparecida Cristina Munhoz Moreira Laboratório de Ictiologia da Amazônia Meridional – UNEMAT, Alta Floresta – MT Email: [email protected] Especialista Bióloga Andréia Aparecida Franco Laboratório de Ictiologia da Amazônia Meridional – UNEMAT, Alta Floresta – MT Email: [email protected] Especialista Biólogo Reginaldo Carvalho dos Santos Laboratório de Ictiologia da Amazônia Meridional – UNEMAT, Alta Floresta – MT Email: [email protected] Bióloga Vanuza Aparecida Martins Oliveira Laboratório de Ictiologia da Amazônia Meridional – UNEMAT, Alta Floresta – MT Email: [email protected] Auxiliar de Laboratório e Campo Devanir do Espirito Santo Fernandes Laboratório de Ictiologia da Amazônia Meridional – UNEMAT, Alta Floresta – MT Email: [email protected] Assessor para Identificação da Ictiofauna: NOME: Willian Ohara Muesu de Zoologia da USP Email: [email protected]

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2. APRESENTAÇÃO

Este documento contém as informações básicas obtidas através da execução do Subprograma 10.3

do Programa Básico Ambiental de Ictiofauna “Monitoramento e resgate da ictiofauna existente no rio

Teles Pires, na área de influência da Usina Hidrelétrica Colíder (UHE Colíder)”, como parte do

Programa 10 “Monitoramento de Ecossistemas Aquáticos”.

O objetivo do presente relatório é apresentar os resultados da decima terceira coleta de

monitoramento (dezembro/2014) e análise de dados da ictiofauna na área de abrangência da UHE Colíder.

3. ATIVIDADES REALIZADAS

A decima terceira coleta foi realizada no período de 28 de novembro a 08 de dezembro de 2014

conforme resultados apresentados neste relatório.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Descrição da Área de Estudo

Situada entre 7°10’ e 14°45’ de latitude sul e 53°45’ e 58°10’ de longitude oeste, a bacia hidrográfica

do rio Teles Pires abrange setores territoriais dos estados do Pará e principalmente do estado do Mato

Grosso, totalizando uma área de drenagem de 141.905 km2.

A bacia está situada ainda entre as bacias dos rios Juruena, a oeste, e Xingu, a leste. Em conjunto

com o rio Juruena, que também drena importante porção territorial do estado do Mato Grosso, o rio Teles

Pires forma o rio Tapajós, um dos principais afluentes da margem direita do rio Amazonas (Mapa de

Unidades de Relevo do Brasil – IBGE, 2006).

A partir da região das cabeceiras, o rio desenvolve percurso na direção NNW, por cerca de 1.600

km, até a sua confluência com o rio Juruena, em altitude de 95 metros, onde ocorre a formação do rio

Tapajós.

A UHE COLIDER será localizada na região do médio rio Teles Pires, na região norte do estado do

Mato Grosso, aproximadamente 1,5 km à jusante de um ponto do rio conhecido localmente por Estreito.

4.2. Descrição dos Trechos de Coleta

Os trechos foram selecionados de forma a incluir a maior gama possível de ambientes habitados

por peixes, visando atingir toda a área de abrangência da UHE Colíder (as coordenadas geográficas dos

trechos amostrados foram registradas com uso de aparelhos de GPS) e em consonância com os trechos

estabelecidos nos Estudos de Impacto Ambiental (EIA da UHE Colíder). A conectividade dos cursos d’água

foi levada em conta, buscando aumentar a independência das amostras nos diferentes trechos de coleta.

As coletas foram realizadas em 15 trechos (Tabela 1), sendo estes distribuídos de forma o mais

equidistantes possível, cobrindo toda a área de abrangência do futuro reservatório.

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Tabela 1 – Localização dos trechos de coleta de peixes na área de abrangência da UHE Colíder, municípios de Itaúba,

Colíder e Nova Canaã do Norte – MT.

Trecho Local Latitude (S) Longitude (W)

Ictio 001 Canal do Rio Teles Pires – Final reservatório 11° 14' 6,366" 55° 27' 6,384" Ictio 002 Canal do Rio Teles Pires - Poço 11° 8' 4,427" 55° 22' 13,837" Ictio 003 Foz do Rio Renato 11° 5' 12,300" 55° 18' 17,400" Ictio 004 Rio Renato 11° 3' 24,400" 55° 16' 22,100" Ictio 005 Rio Teles Pires – Corredeira ilhas 11° 1' 16,377" 55° 22' 7,123" Ictio 006 Córrego Cruzeiro 11° 2' 59,759" 55° 32' 28,150" Ictio 007 Córrego Cruzeiro 11° 1' 39,404" 55° 32' 45,117" Ictio 008 Foz do Córrego Cruzeiro 11° 0' 38,100" 55° 31' 38,000" Ictio 009 Rio Teles Pires – três ilhas 10° 57' 17,634" 55° 38' 58,137" Ictio 010 Foz igarapé 3º braço 10° 59' 5,500" 55° 40' 56,100" Ictio 011 Foz igarapé 2º braço 10° 59' 14,953" 55° 44' 37,919" Ictio 012 Canal do Rio Teles Pires 10° 58' 5,000" 55° 45' 8,400" Ictio 013 Rio Teles Pires - Barragem 10° 59' 12,600" 55° 46' 15,300" Ictio 014 Rio Teles Pires - jusante 10° 59' 4,497" 55° 49' 25,515" Ictio 015 Ribeirão das águas - Margem esquerda jusante 11° 1' 13,483" 55° 51' 3,608"

Foram marcados dois trechos de coleta de peixes a jusante, um na área da barragem e doze

trechos a montante da área da futura barragem (Figura 1).

Figura 1 – Mapa com 15 trechos de amostragem de peixes na Usina Hidrelétrica Colíder.

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Trechos Ictio 001, 002 e 005 – Rio Teles Pires:

Floresta ombrófila aberta com vegetação ciliar em contato com a água.

Apresenta sinais de antropização, devido a implantação de acampamentos de pesca e fazendas.

Barrancos de até 4 metros entremeados de áreas alagadas.

Ambiente lótico de elevada vazão e alta energia.

Com largura acima de 350 metros e profundidade extremamente variável entre 2 a 8 metros.

Muitas rochas e ilha formando pequena corredeira.

Solo areno-argiloso de cor amarela-acinzentado.

Águas de coloração turva (barrenta) (Figura 2).

Trechos Ictio 003 e 004 – Rio Renato:

Vegetação de floresta ombrófila aberta secundária na foz do rio (trecho 003), o qual na direção da

subida do curso d’água se torna antropizado devido a presença de desmatamento e locais de

acampamento.

Ambiente lótico de média energia.

Troncos caídos ao longo de todo o leito do rio.

Profundidade muito variável de 0,5 a 4 metros e largura entre 5 a 15 metros.

Solo areno-argiloso de cor amarelada.

Água barrenta, provavelmente devido ao carreamento de sedimentos em suas nascentes (Figura 2).

Trechos Ictio 006, 007 e 008 – Córrego Cruzeiro:

Floresta ombrófila aberta típica de áreas alagadas.

Na foz do curso d’água existe barranco de cerca de 1 a 2 metros de altura, sendo que ao longo do

leito a área se torna baixa e a água entra na vegetação ciliar.

Ambiente lótico de média vazão e energia.

Devido às margens estarem inundadas não foi possível medir a largura.

Profundidade entre 1 e 4 metros.

Galhos e troncos caídos no leito do curso d’água.

Solo arenoso de cor amarelada.

Águas de coloração turva (barrenta) (Figura 2).

Trecho Ictio 009 – Rio Teles Pires – três ilhas:

Floresta ombrófila aberta em alguns trechos secundária devido ao processo de regeneração (áreas

anteriormente desmatadas) e presença de fazenda com pastagem até as margens.

Barrancos de até 5 metros entremeados de áreas alagadas.

Ambiente lótico de elevada vazão e alta energia.

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Com largura entre 200 a 400 metros e profundidade variável entre 4 a 12 metros.

Ilhas e rochas formando pequenas corredeiras.

Solo areno-argiloso de cor amarela-acinzentada.

Águas de coloração turva (barrenta) (Figura 3).

Trechos Ictio 010 e 011 – Igarapés:

Floresta ombrófila aberta entremeada com áreas alagadas e presença de palmeiras.

Algumas áreas com barranco de até 2 metros de altura, sendo que ao longo do leito a área se torna

baixa e a água entra na vegetação ciliar.

Ambiente lótico de baixa vazão e energia.

Devido às margens estarem inundadas não foi possível medir a largura.

Profundidade entre 0,5 a 2 metros.

Galhos e troncos caídos no leito do curso d’água.

Solo arenoso de cor amarelada.

Águas de coloração turva (barrenta) (Figura 3).

Trechos Ictio 012, 013A (Jusante), 013B (montante) e 014 – Rio Teles Pires:

Floresta ombrófila aberta com vegetação ciliar em contato com a água.

Apresenta sinais de antropização, devido a implantação de acampamentos de pesca.

Margem direita (Trecho 013) completamente transformada em decorrência da implantação da

barragem, com fechamento da ensecadeira.

Barrancos de até 4 metros entremeados de áreas alagadas.

Ambiente lótico de elevada vazão e alta energia.

Com largura acima de 250 metros e profundidade extremamente variável entre 2 a 10 metros.

Rochas formando pequena corredeira na seca.

Solo areno-argiloso de cor amarela-acinzentada.

Águas de coloração turva (barrenta) (Figura 3).

Trecho Ictio 015 – Ribeirão das Águas (Rio Matrinxã):

Vegetação de floresta ombrófila aberta secundária na foz do rio, ambiente antropizado devido a

presença de desmatamento e locais de acampamento.

Ambiente lótico de alta energia.

Troncos caídos ao longo de todo o leito do rio.

Profundidade muito variável de 5 a 4 metros e largura entre 5 a 15 metros.

Solo areno-argiloso de cor amarelada.

Água barrenta, provavelmente devido ao carreamento de sedimentos em suas nascentes (Figura 3).

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Figura 2: Trechos de amostragem de peixes na área de abrangência da UHE Colíder. Fotos Arrolho, S.

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Figura 3: Trechos de amostragem de peixes na área de influência da UHE Colíder. Fotos Arrolho, S.

4.3. Materiais (apetrechos utilizados)

Coleta com puçás/peneira: Este é um método ativo de coleta de peixes, que geralmente acessa uma

fauna de pequeno porte (<100mm), e visa a captura de exemplares alojados em áreas de vegetação densa,

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folhiço submerso ou nas margens. Esta técnica de captura foi aplicada em todos os trechos, em locais

próximos a vegetação aquática e em contato com a água. Este método foi aplicado em áreas de até 1,5m

de profundidade. O tempo de coleta foi duas horas em cada período (matutino e vespertino).

Coleta com rede de arrasto: Este método foi utilizado por, no mínimo, dois coletores, e buscou acessar

uma fauna mais pelágica e/ou associada ao leito dos corpos d’águas. As redes de arrasto foram aplicadas

manualmente em locais menos profundos até 1,5 metros e com o auxílio do barco em áreas mais profundas

(margens, ilhas e canal do rio).

Coleta com rede de espera e tarrafas: Este método passivo de coleta de peixes foi empregado para a

captura de peixes de maior porte que habitam ou esporadicamente utilizam os igarapés ou as margens do

rio para alguma de suas atividades biológicas. Nos trechos foi empregada uma bateria de redes de

diferentes malhas (2, 3, 4, 5, 10 e 20 cm entre nós opostos), a fim de capturar exemplares de vários

tamanhos e formas. Essa bateria possui entre 10 e 100 metros de extensão e entre 2 e 5 metros de altura.

As redes foram mantidas expostas, paralelamente aos corpos d’água, por até 24 horas e revisadas a cada

seis horas.

Coleta com varas de pesca: No intervalo entre as verificações das redes, foram realizadas coletas com o

uso de material de pesca convencional, ou seja, com varas de fibra de carbono equipadas com carretilha ou

molinete. Este equipamento usa linhas de nylon de capacidade de tensão apropriada para o tipo de peixe

esperado. Foram arremessadas com este equipamento, iscas artificiais de diversos modelos, tamanhos e

formas e iscas naturais (Minhoca, milho, etc), no intuito de capturar os peixes de médio e grande porte.

4.4. Metodologia

Cada corpo d’água teve um trecho demarcado de 150 metros de comprimento por toda largura do

corpo d’água (Figura 4).

Figura 4 – Esquema dos métodos utilizados para o protocolo de peixes. Rede de mão utilizada nas margens; rede de arrasto nos leitos dos corpos d’água; e rede de espera expostas paralelamente ao corpo d’água. Todos os métodos foram empregados ao longo dos 150 metros do trecho.

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Coleta e Observação de Ovos e Larvas

As amostras de ovos e larvas de peixes foram obtidas utilizando-se redes de plâncton do tipo

cônico-cilíndrica (malha 0,5 mm), com comprimento de 1,5 m e área de boca igual a 0,07 m². A rede

permaneceu fixada a um cabo estendido perpendicularmente ao rio, nas margens direita, esquerda

superficialmente e no meio ao fundo, com exposição de 15 minutos contra a correnteza.

As amostras de ovos e larvas de peixes foram acondicionadas em frascos plásticos de 500 ml com

tampa rosqueada e fixadas em formol 4% tamponado com carbonato de cálcio (CaCO3). Em laboratório, os

ovos e larvas de peixes foram analisados sob microscópio estereoscópico e identificados conforme

bibliografia específica.

Fixação e conservação dos espécimes

Cada sequência de amostras (rede, tarrafa, puçá ou vara de pesca) foi devidamente etiquetada, e o

material coletado anestesiado com o uso de Eugenol, conforme Resolução N° 714 do Conselho Federal de

Medicina Veterinária e sequentemente fixado em solução de formalina a 10% no local de coleta.

Para exemplares de proporções corporais maiores, estes foram fixados através de injeções de

formol 10% ao longo de toda a musculatura e no interior da cavidade abdominal. Posteriormente, esses

exemplares foram mergulhados em recipientes contendo formol 10% permanecendo por cinco a sete dias.

Os peixes capturados, depois de fixados, foram transportados para o Laboratório de Ictiologia da

Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, Campus de Alta Floresta, onde foram identificadas e

anotadas as medidas de comprimento total, comprimento padrão e pesados. Foi efetuada incisão abdominal

para determinação de sexo e estádio de maturação gonadal, fotografados in situ, e retirados tratos

digestivos para determinação da dieta alimentar.

Todos os exemplares coletados foram depositados na Coleção de Peixes do Campus de Alta

Floresta – UNEMAT, estando a disposição para visitas técnicas dos órgãos ambientais e pesquisadores

interessados.

Marcação das espécies migratórias

Cada exemplar de espécies de comprovado valor comercial maior de 30 cm capturado, através do

método de pesca, foi marcado através de TAGS de cor laranja na base da nadadeira dorsal (para peixes de

escama ou de couro). Os TAGS tem um número que corresponde às informações obtidas naquele

momento. Todo esse processo demorou menos de 60 segundos, evitando estressar o peixe.

Unidade amostral

Considerou-se uma Unidade Amostral (UA) o resultado do total de exemplares coletados nas

sequências realizadas com cada método (puçá, rede de arrasto ou rede de espera).

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Análises Biológicas

As análises biológicas (reprodução e alimentação) foram realizadas somente com as espécies

coletadas com número amostral maior que 10 indivíduos, para permitir a fidedignidade dos cálculos.

a. Análise Reprodutiva

Os estádios de maturação gonadal utilizados foram: 1 – Imaturo; 2 – Em maturação; 3 – Maturo; e 4

– Esvaziado.

Os pesos das gônadas foram utilizados para estabelecer a relação com o peso dos peixes, por

estádio de maturação, determinando os Índices Gonadossomáticos e as curvas de reprodução. Este

procedimento permite observar a dinâmica da reprodução das diferentes espécies dentro do mesmo período

reprodutivo por tipo de ambiente onde a comunidade é estabelecida.

b. Análise Trófica

A determinação do regime alimentar foi efetuada através da aplicação do índice alimentar proposto

por Kawakami & Vazzoler (1980), segundo a fórmula:

IAi = Fi x Vi / (Fi x Vi) (1) i=1 Sendo:

IAi= índice alimentar;

I = 1,2,...n determinado item alimentar;

Fi = freqüência de ocorrência (%) de determinado item alimentar;

Vi = volume (%) de determinado item alimentar.

A análise da estrutura trófica foi efetuada utilizando os seguintes procedimentos:

Uma guilda trófica foi considerada abundante quando seu valor for maior que o valor médio, dividindo o

número de peixes ou o produto de Nix Pi pelo número de guildas tróficas em cada local de amostragem:

Ni x Pi x 100/ Ni x Pi (2)

Onde Ni será igual ao número de exemplares da espécie i e Pi, o peso da espécie i.

c. Análises Estatísticas

A densidade dos peixes foi calculada através da Captura por Unidade de Esforço (CPUE = (C/E)),

onde,

(3)

Sendo:

CPUEn = captura em número por unidade de esforço;

CPUEb = captura em biomassa (peso corporal) por unidade de esforço;

Nm = número total dos peixes capturados na malha m;

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Bm = biomassa total capturada na malha m;

Epm = esforço de pesca, que representa a área em m² das redes de malha m; e m = tamanho da malha

(entre nós 2, 3, 4, 5, 10 e 20 cm consecutivos).

Deste modo, foram obtidas as seguintes CPUE's:

CPUE(n,b) malha = CPUE, em número e biomassa, por malha de coleta;

CPUE(n,b) espécie = CPUE, em número e biomassa, por espécie.

A constância de ocorrência (C) das espécies foi calculada pela seguinte fórmula: C= p. 100/P,

onde p é o número de coletas contendo as espécies i e P é o número total de espécies, sendo que em

função do valor de C, distinguem as seguintes categorias: Espécies Constantes, presentes em mais de 50%

das coletas; Espécies acessórias, presentes em 25 a 50% das coletas; Espécies acidentais, presentes em

menos de 25% das coletas.

A diversidade foi avaliada utilizando-se o índice de Shannon-Wiener:

H = pi.log pi (4)

Sendo: pi a freqüência de cada uma das espécies e logaritmo na base 10.

A fim de evidenciar diferenças ou semelhanças, aos resultados dos índices de Shannon-Wiener

obtidos foram aplicados testes “t” de significância, onde:

T= H1 – H2 (5)

var. (H1) + var. (H2) Sendo:

H1 é o valor da diversidade no local 1;

H2 é o valor da diversidade no local 2;

var (Hs), a variância do valor da diversidade, calculada como.

Var (Hs)=( pi ln2 pi) – (Hs)

2+ S -1 (6)

N 2N2

Sendo:

S é o número de espécies;

N, o número de indivíduos da biocenose 1;

N2, o número de indivíduos da biocenose 2.

d. Parasitas

Para verificação da incidência de parasitas (ecto e endoparasitas) nos peixes amostrados, são

utilizadas as vísceras retiradas para análises troficas e reprodutivas, brânquias e cavidade visceral, bem

como realizadas observações macroscópicas no muco, pele e partes externas dos exemplares.

A identificação dos parasitas é realizada através de bibliografia especializada.

e. Análise de metais pesados

Para análise de mercúrio foram utilizados exemplares de curimba (Prochilodus nigricans), piau

(Leporinus fridericii) e cachorra (Hydrolicus tatauaia) que foram enviados ao Laboratório de Ictiologia do

Campus de Cáceres – UNEMAT.

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5. RESULTADOS

5.1. Abundância, Riqueza e Diversidade de Peixes

Na décima terceira coleta realizada no mês de dezembro/2014 nos quinze trechos de amostragem

foram registrados 2.025 exemplares de peixes, pertencentes a 4 ordens, 20 famílias, 55 gêneros e 91

espécies (Tabela 2).

Tabela 2 – Lista dos taxons (peixes) coletados em cada trecho de amostragem na área de abrangência da Usina Hidrelétrica Colíder, na decima terceira coleta ( Dezembro/2014). As colunas com numeração de 01 a 15 correspondem aos trechos de coleta da ictiofauna.

Taxons 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 a 13 b 14 15

Ordem Characiformes

Família Acestrorhynchidae

Acestrorhynchus falcatus

4

1

6

Acestrorhynchus microlepis

2

3

2

1

Família Anostomidae

Laemolyta próxima

1

Leporinus brunneus

1

1

Leporinus fasciatus

3

2

Leporinus friderici 1

5

3

1

5

1

Leporinus vanzoi

1 6

1 1 9

4

Schizodon vittatus 1

1

2

1

Família Characidae

Astyanax aff. bimaculatus

2

Astyanax gracilior

1

2

Astyanax multidens

15

3

20

Brachychalcinus copei

8

Brycon falcatus 1

1

1

1

1

Brycon pesu

4

1

Bryconexodon trombetasi

1

2

1

Bryconops transitória

9

7 10

10

4

Colossoma macropomum

1 2

Creagrutus anary

4 9

1

Hemigrammus coeruleus

2

Hemigrammus Levis

5

Hemigrammus ocellifer

1

Hemigrammus geisleri

34 64

1

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PEIXES UHE COLÍDER

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Taxons 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 a 13 b 14 15

Hyphessobrycon aff. heliacus

8

Hyphessobrycon agulha

1

Hyphessobrycon cf. tukunai 2

12 56 29 1 41

3 30

Hyphessobrycon sp. "4 pontes"

1

42 16

12

5

3

Jupiaba acanthogaster 1

4

1 1

1

Jupiaba apenina 2

1 4

1

Jupiaba polylepis 2

3

4

4

1

Jupiaba poranga

1

Knodus heteresthes

6

6

Microschemobrycon elongatus

3 1

1

Moenkhausia ceros 4

2

Moenkhausia lepidura

2

5

Moenkhausia collettii 5

15 10 9 3

19 3 1

Moenkhausia cotinho

2 2

Moenkhausia oligolepis

1

Moenkhausia gr. Grandisquamis

47

Moenkhausia sp. 5

10

11 20

Moenkhausia sp. lepidura longa

3 78 1

7 2

2

2

Myleus schomburgkii

2

1

Myleus setiger 2 2 1

1

1 1

Phenacogaster gr. pectinatus

4 3

Serrapinnus cf. notomelas 1

5

Serrapinnus sp. 1

5

7

Serrasalmus rhombeus

1

1

1 2 1

5

1

Tetragonopterus chalceus

2

5

Thayeria boehlkei

7 3

1

1

Família Chilodontidae

Caenotropus schizodon

1 79 1

5

3

10

Família Ctenoluciidae

Boulengerella cuvieri

1 1

1

2

5

3 2

Família Curimatidae

Curimata inornata

59 15

1

5

87

Cyphocharax spiluropsis

15 1

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Taxons 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 a 13 b 14 15

Família Crenuchidae

Characidium zebra 2

3 11

Família Cynodontidae

Hydrolycus armatus

1 1

3 3

5

Hydrolycus tatauaia 4 6 6 14 4

1 4 1 2

50 2 3 26

Família Erythrinidae

Hoplias Aimara

1

Hoplias malabaricus 1

7 1

1

1

1

Família Hemiodontidae

Argonectes robertsi

5

2

6

1

Hemiodus microlepis

25

3

1

7

Hemiodus sp. "juvenil"

6

Hemiodus sterni

2

Hemiodus unimaculatus

2

1

9

Hemiodus gracilis

71 4

12

Família Prochilodontidae

Prochilodus nigricans 3

2 3

3 2

3

Família Poeciliidae

Pamphorichthys scalpridens

40 3 1

Ordem Gymnotiformes

Família Hypopomidae

Brachyhypopomus brevirostris

1

Família Rhamphichthyidae

Gymnorhamphichthys petiti

1

2

3

Ordem Perciformes

Família Cichlidae

Aequidens epae

18

4

Apistogramma sp. "juvenil"

2

Apistogramma gr. steindachnerina

1

Apistogramma gr. eunotus 1

2

49 7

1

Cichla mirianae

2 2 1

2

1

Crenicichla lepidota 3 4 4 1 3

1 1

Gephagus proximus 2 1 1

1 1

1

Teleocichla prionogenys

1 2

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Relatório Trimestral - 13 17 / 32 LABORATÓRIO DE ICTIOLOGIA DA AMAZÔNIA MERIDIONAL - Rodovia MT 208 Km 147 Caixa Postal 324 – CEP:

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Taxons 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 a 13 b 14 15

Família Sciaenidae

Pachyurus junki

1

Plagioscion squamosissimus

3

Ordem Siluriformes

Família Callichthyidae

Corydoras aff. loretoensis 39 2

11 2 17

1 17 20

Corydoras xinguensis 3

1

Hoplosternum littorale

2

Família Heptapteridae

Imparfinis stictonotus 8

3 13

14

Pimelodella cf. howesi 2

7 23

Família Loricariidae

Hisonotus sp. "manchado"

1 6

Hypostomus sp. "juvenil"

5 1

Hypostomus soniae

1

1

Otocinclus hasemani

3

Família Pimelodidae

Hemisorubim platyrhynchos

5 1

1 2

1

4

1

Pimelodus blochii

4

1

1

2

Pimelodus ornatus

1

Pseudoplatystoma punctifer

1

1

Sorubim trigonocephalus

1

34

9

As 91 espécies amostradas na área de influência da UHE Colíder estão distribuídas da seguinte

forma: Characiformes com 71,43 % da riqueza de espécies (12 famílias, 34 gêneros, 65 espécies e 1621

indivíduos), Siluriformes com 15,38 % (4 família, 11 gênero,14 espécie e 273 indivíduos), Perciformes com

10,99 % (2 famílias, 8 gêneros, 10 espécies e 124 indivíduos) e Gymnotiformes com 2,20 % (2 famílias, 2

gêneros, 2 espécies e 7 indivíduos) (Figura 5).

As ordens Characiformes e Siluriformes juntos somam 86,81% da riqueza de espécies coletadas

confirmando a predominância destas ordens e corroborando com os resultados obtidos nas nove campanhas

anteriores do Subprograma- de Monitoramento da Ictiofauna da UHE Colíder. Resultados semelhantes foram

encontrados por Arrolho et al. (2011) em coletas realizadas no baixo rio Teles Pires, bem como por Smerman

(2007) e Godoi (2008) em afluentes do Rio Teles Pires, evidenciando que as ordens Characiformes e

Siluriformes representam mais de 70% da ictiofauna da região.

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Figura 5 – Porcentagem dos táxons de peixes coletados na área de abrangência da UHE Colíder, no mês d

Dezembro de 2014.

Em trabalho realizado por (Ferreira et al 2011) foram capturadas 271 espécies de peixes,

pertencentes a 183 gêneros, 41 famílias e 12 ordens, a proporção de espécies é similar àquela proposta por

Roberts (1972) com a predominância de Ostariophysi: Characiformes (52,4%), Siluriformes (26,9%) e

Gymnotiformes (5,2%), seguido por Perciformes (9,6%). Centofante & Melo (2012) em trabalho realizado na

bacia do Araguaia, estado de Mato Grosso, afirmam que Characiformes foi a ordem dominante em número de

indivíduos em todas as coletas, com maiores abundâncias na enchente, quando representou 86,94% e na

seca com 86,67% dos espécimes coletados. Os resultados apresentado por estes autores corroboram com

dados do presente trabalho

Com relação a frequência de ocorrência de cada espécie, os resultados confirmam o alto grau de

exclusividade, onde 63,73% delas são classificadas como acidentais (58 espécies), 31,86 % como

acessórias (29 espécies), apenas 4,39 % constantes (4 espécies) (Tabela 3).

Tabela 3 – Lista de Espécies da Ictiofauna da área de abrangência da Usina Hidrelétrica de Colíder, março de

2014. Classificação com base em Reis et al. (2003). Legenda: Ocorrência: Co: Constante; Ace: Acessória;

Aci: Acidental; e Método de Coleta: pc – puçá; ra – rede de arrasto; re – rede de espera; pe – pesca.

Taxons Nome Vulgar

Abundância Biomassa (gramas)

Ocorrência Método

de Coleta

Ordem Characiformes

Família Acestrorhynchidae

Acestrorhynchus falcatus Cachorrinha 11 420,6006 Aci Ra, Re

Acestrorhynchus microlepis Cachorrinha 8 160,1033 Ace Ra, Re

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Taxons Nome Vulgar

Abundância Biomassa (gramas)

Ocorrência Método

de Coleta

Família Anostomidae

Laemolyta proxima Piau 1 23,9460 Aci Re

Leporinus brunneus Piau 2 125,9372 Aci Re

Leporinus fasciatus (Bloch, 1794)

Piau flamenguista

5 2957,8487 Aci Re

Leporinus friderici Piau Três-

pintas 16 3624,1134 Ace

Ra, Re e Pc

Leporinus vanzoi Piau 22 587,7296 Ace Re e Ra

Schizodon vittatus Piau

Cabeça-gorda

5 3050,0000 Ace Re

Família Characidae

Astyanax aff. bimaculatus Lambari 2 1,0955 Aci Pc

Astyanax gracilior Lambari 3 0,8668 Aci Pc

Astyanax multidens Lambari 38 28,6439 Aci Ra e Pc

Brachychalcinus copei Moeda 8 31,5403 Aci Ra

Brycon falcatus Matrinxã 5 3238,4837 Ace Re

Brycon pesu Matrinxã 5 93,3774 Aci Re

Bryconexodon trombetasi Lambari 4 88,3332 Aci Re

Bryconops transitoria Lambari 40 60,9539 Ace Ra

Colossoma macropomum Tambaqui 3 10940,0000 Aci Re

Creagrutus anary Piaba 14 8,0507 Aci Pc

Hemigrammus coeruleus Piaba 2 0,7293 Aci Ra

Hemigrammus levis Piaba 5 4,0741 Aci Ra

Hemigrammus ocellifer Piaba 1 0,1128 Aci Pc

Hemigrammus geisleri Piaba 99 16,4313 Aci Ra e Pc

Hyphessobrycon aff. heliacus Piaba 8 1,8453 Aci Pc

Hyphessobrycon agulha Piaba 1 0,1269 Aci Pc

Hyphessobrycon cf. tukunai Piaba 174 35,6040 Co Ra e Pc

Hyphessobrycon sp. "4 pontes"

Piaba 79 16,9820 Ace Ra e Pc

Jupiaba acanthogaster Piaba 8 6,0632 Ace Ra e Pc

Jupiaba apenina Piaba 8 12,4325 Ace Pc

Jupiaba polylepis Piaba 14 21,6828 Ace Ra e Pc

Jupiaba poranga Piaba 1 16,5310 Aci Re

Knodus heteresthes Piaba 12 1,5887 Aci Ra e Pc

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Taxons Nome Vulgar

Abundância Biomassa (gramas)

Ocorrência Método

de Coleta

Microschemobrycon elongatus

Piaba 5 1,2639 Aci Ra e Pc

Moenkhausia ceros Lambari 6 1,7792 Aci Ra

Moenkhausia lepidura Lambari 7 10,9776 Aci Ra

Moenkhausia collettii Lambari 65 71,4610 Co Ra e Pc

Moenkhausia cotinho Lambari 4 12,1212 Aci Ra

Moenkhausia oligolepis Lambari 1 3,0045 Aci Pc

Moenkhausia gr. grandisquamis

Lambari 47 488,0909 Aci Re

Moenkhausia sp. 5 Lambari 41 17,4628 Aci Ra e Pc

Moenkhausia sp. lepidura longa

Lambari 95 16,8556 Ace Ra e Pc

Myleus schomburgkii Pacu 3 716,2324 Aci Re

Myleus setiger Pacu 8 8559,7892 Ace Re e Ra

Phenacogaster gr. pectinatus Piaba 7 1,7029 Aci Pc

Serrapinnus cf. notomelas Piaba 6 0,7706 Aci Pc

Serrapinnus sp. 1 Piaba 12 3,6715 Aci Ra e Pc

Serrasalmus rhombeus Piranha 12 1143,7988 Ace Re e Pc

Tetragonopterus chalceus Lambari Moeda

7 62,6989 Aci Re

Thayeria boehlkei Piaba 12 6,6822 Ace Ra e Pc

Família Chilodontidae

Caenotropus schizodon Canivete 99 2525,0154 Ace Re

Família Ctenoluciidae

Boulengerella cuvieri Bicuda 15 16865,0000 Ace Re

Família Curimatidae

Curimata inornata Curimbinha 167 6594,3970 Ace Re

Cyphocharax spiluropsis Curimbinha 16 253,8714 Aci Re e Pc

Família Crenuchidae

Characidium zebra - 16 9,5470 Aci Ra e Pc

Família Cynodontidae

Hydrolycus armatus Cachorra 13 17035,0000 Ace Re

Hydrolycus tatauaia Cachorra 123 83924,9093 Co Re

Família Erythrinidae

Hoplias aimara Traira 1 810,0000 Aci Re

Hoplias malabaricus Traira 12 175,9943 Ace Pc, Ra e Re

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Taxons Nome Vulgar

Abundância Biomassa (gramas)

Ocorrência Método

de Coleta

Família Hemiodontidae

Argonectes robertsi Sardinhão 14 5003,6514 Ace Re

Hemiodus microlepis Sardinha 36 971,4304 Ace Re

Hemiodus sp. "juvenil" Sardinha 6 0,6179 Aci Ra e Pc

Hemiodus sterni Sardinha 2 0,4627 Aci Ra

Hemiodus unimaculatus Sardinha 12 278,5870 Aci Re

Hemiodus gracilis Sardinha 87 3111,4994 Aci Re

Família Prochilodontidae

Prochilodus nigricans Curimba 16 9697,0000 Ace Re

Família Poeciliidae

Pamphorichthys scalpridens Barrigudinho 44 3,6447 Aci Ra e Pc

Ordem Gymnotiformes

Família Hypopomidae

Brachyhypopomus brevirostris

Sarapó 1 0,9127 Aci Pc

Família Rhamphichthyidae

Gymnorhamphichthys petiti Tuvira 6 9,6997 Aci Pc e Ra

Ordem Perciformes

Família Cichlidae

Aequidens epae Cará 22 13,2821 Aci Pc

Apistogramma sp. "juvenil" Cará 2 0,1059 Aci Pc

Apistogramma gr. steindachnerina

Cará 1 0,3878 Aci Pc

Apistogramma gr. eunotus Cará 60 25,6514 Ace Pc, Ra e Re

Cichla mirianae Tucunaré 8 4629,4346 Ace Re

Crenicichla lepidota Joaninha 17 136,7731 Ace Re, Ra e Pc

Gephagus proximus Cará 7 50,5522 Ace Ra, Re e Pc

Teleocichla prionogenys Joaninha 3 1,4470 Aci Ra

Família Sciaenidae

Pachyurus junki Curvina amarela

1 521,0000 Aci Re

Plagioscion squamosissimus Curvina branca

3 7225,0000 Aci Re

Ordem Siluriformes

Família Callichthyidae

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Taxons Nome Vulgar

Abundância Biomassa (gramas)

Ocorrência Método

de Coleta

Corydoras aff. loretoensis Tamboatá 109 57,8952 Co Ra e Pc

Corydoras xinguensis Tamboatá 4 4,2342 Aci Pc

Hoplosternum littorale Tamboatá 2 41,9084 Aci Re

Família Heptapteridae

Imparfinis stictonotus Bagrinho da

areia 38 6,7602 Ace Ra e Pc

Pimelodella cf. howesi Mandi 32 37,4491 Aci Ra e Pc

Família Loricariidae

Hisonotus sp. "manchado" Cascudinho 7 1,8797 Aci Ra e Pc

Hypostomus sp. "juvenil" Cascudinho 6 0,7736 Aci Ra e Pc

Hypostomus soniae Cascudo 2 257,9054 Aci Re

Otocinclus hasemani Cascudinho 3 1,1549 Aci Pc

Família Pimelodidae

Hemisorubim platyrhynchos Jurupoca 15 11132,0119 Ace Re

Pimelodus blochii Mandi 8 271,7118 Ace Re

Pimelodus ornatus Mandi 1 208,0000 Aci Re

Pseudoplatystoma punctifer Cachara 2 5045,0000 Aci Re

Sorubim trigonocephalus Chinelo 44 10776,6238 Aci Re

Quando comparados os resultados obtidos nos quinze trechos de amostragem dos valores de

riqueza de espécies e abundância de indivíduos (R = 91; N = 2014) os trechos referentes ao canal do rio

Teles Pires apresentam maior riqueza, porém os trechos correspondentes aos afluentes apresentam

maiores valores de abundância (Tabela 3 – Figura 6), isso se deve pelo incremento de exemplares de

algumas espécies de peixes de pequeno porte, como Hypessobrycon e Moenkhausia.

Tabela 3 – Dados básicos da ictiofauna na área de abrangência da UHE Colíder na coleta de dezembro de

2014. Sendo que os números de 01 a 15 na coluna inicial correspondem aos trechos de coleta de peixes.

Dados Básicos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 13A 13B 14 15

Riqueza 23 17 42 30 24 20 17 4 24 8 28 24 7 5 27

Abundância 93 139 483 205 116 107 210 4 105 77 124 141 15 18 188

Dominance_D 0,198 0,339 0,088 0,136 0,115 0,156 0,162 0,25 0,091 0,457 0,122 0,194 0,156 0,321 0,246

Shannon_H 2,366 1,72 2,869 2,545 2,565 2,34 2,164 1,386 2,703 1,138 2,593 2,238 1,899 1,349 2,103

Margalef 4,854 3,242 6,634 5,448 4,838 4,066 2,992 2,164 4,942 1,611 5,601 4,648 2,216 1,384 4,965

Equitability_J 0,754 0,607 0,767 0,748 0,807 0,781 0,763 1 0,850 0,547 0,778 0,704 0,976 0,837 0,638

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Figura 6: Abundância e Riqueza de espécies de peixes na área de abrangência da UHE Colider, em

dezembro de 2014.

Nesta coleta trechos correspondentes ao Rio Teles Pires apresentaram os valores mais altos de

riqueza de espécies, abundância e diversidade (Trecho 3 - R = 42 e H’ = 2,869; N= 483). Já os valores mais

baixos de riqueza de espécies, abundância e diversidade estão representados na foz do Córrego Cruzeiro

(Trecho 8) (Tabela 3, Figura 7).

Figura 7: Índices de diversidade de peixes na área de abrangência da UHE Colider, para o mês de

Dezembro de 2014.

Não ocorreu amostragem de peixes no trecho 12 devido ao entupimento do canal do igarapé por

restos de vegetação e assim não possibilitar a colocação de redes de emalhar ou a utilização de qualquer

outro apetrecho de coleta.

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As coletas de dezembro foram realizadas no período de cheia do onde o rio inunda sua áreas

marginais desta forma fornecendo uma amplitude de habitats e proteção na floresta alagada assim

dificultando a captura dos peixes. A água das chuvas pode invadir as margens dos rios causando

modificações da qualidade da água e consequentemente influenciando em toda a comunidade aquática

(Vidal et al., 2005), apresentam maior diversidade de habitats e estão em maior contato com o ecótono

terra/água, favorecendo a permanência dos peixes pela maior disponibilidade de recursos alimentares e

refúgios (Smith et al.,2003) e dificultando a coleta de exemplares de pequeno e médio porte que

incrementam a riqueza e diversidade de espécies de uma área (Copatti & Copatti, 2011).

5.2. Captura por Unidade de Esforço (CPUE)

Foram 44 espécies capturadas com rede de espera, com abundância representativa de 41,4320 %

(839 exemplares) e 99 % da biomassa (223,656,87 gramas), que apresentaram comprimento padrão entre

5,5 a 70 cm e peso variando entre 7,37 gramas a 4,6 kilos.

A biomassa total dos peixes capturados na décima terceira coleta no monitoramento da Ictiofauna

da UHE Colíder foi de 224.412,1116 gramas. Como ocorrido nas coletas anteriores a maioria das espécies foi

capturada com puçás e redes de arrasto, sendo estas de pequeno e médio porte, com baixa

representatividade, totalizando 0,3365 % da biomassa total da comunidade (Tabela 4).

Tabela 4 – Métodos de captura, representatividade dos táxons, exemplares capturados e biomassa dos

peixes na área de influência da UHE Colíder, em dezembro/2014

Método de Captura Número de Taxons Número de exemplares

Representatividade do número de

exemplares (%)

Biomassa (%)

Rede de espera 41 839 41,43209877 99,66

Puça - peneirão 42 596 29,43209877 0,20

Rede de arrasto 42 590 29,13580247 0,14

Os resultados obtidos da análise da Captura por Unidade de esforço (CPUE) apenas com redes de

espera (Tabela 5), durante 24 horas continuam baixos confirmando os obtidos nas campanhas anteriores.

Corroborando com os dados obtidos na coleta de dezembro/2013 houve um aumento da biomassa dos

indivíduos nos trechos correspondentes ao canal do Rio Teles Pires a jusante da UHE Colíder.

Tabela 5 – Valores da CPUE, das redes de espera, em número de exemplares capturados e biomassa (g),

por m2 por dia, por período sazonal na área de influência da UHE Colíder, em dezembro/2014.

CPUE – Trecho

T 1 T 2 T 3 T 4 T 5 T 6 T 7 T 8 T 9 T 10 T 11 T 12 T13B T13A T 14 T 15

CPUE (n/m

2/dia)

0,10 0,06 2,76 0,41 0,04 - 0,008 0,03 0,36 0,02 0,13 - 0,12 1,17 0,15 1,50

CPUE (g/m

2/dia)

52,35 60,9 138,7 142,5 61,7 - 0,21 37,0 56,1 10,8 44,8 - 172,5 710,2 100,4 275,3

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Os valores CPUE nos trechos correspondentes á área da UHE Colíder, apontam que houve um

equilíbrio na captura de espécies, sendo que das 44 espécies coletadas com rede de espera, 33 foram

amostradas a jusante (130.313,14 gramas – 58,26% da biomassa) e 37 a montante (93.343,74 gramas –

41,74% da biomassa).

Este fato reforça as observações realizadas desde a formação do canal de desvio para a formação

do vertedouro e construção da UHE Colíder, de que os peixes estão se concentrando na área a jusante da

futura barragem. Segundo Agostinho et. al., (2007) a presença da barragem, juntamente com

procedimentos ligados a construção, dificulta ou impedem a movimentação de peixes para montante,

ocorrendo o adensamento de cardumes a jusante. Situação também registrada por Agostinho et al. (2009)

para as fases de construção e operação do Reservatório de Peixes Angical em Tocantins.

5.3. Guildas Tróficas

Foram realizadas análises dos conteúdos estomacais de 171 exemplares pertencentes a 17

espécies (Biomassa = 149029,000gramas). Registrou se que o maior número de indivíduos analisados

estavam vazios (80,70% 138 exemplares). As análises da dieta das 17 espécies apontam um nível de

especialização alimentar, favorecendo os indivíduos especialistas, com composição específica de 77,78%

de piscívoros, 15,78% de onívoros, e 6,43% de detritívoros (Tabela 6).

Tabela 6 – Guildas tróficas das espécies da ictiofauna da área de abrangência da Usina Hidrelétrica de

Colíder, no mês de dezembro de 2014. Classificação com base em Reis et al. (2003).

Taxons Indivíduos Nome

Comum Guilda Itens Consumidos

Ordem Characiformes

Família Anostomidae

Leporinus fasciatus 3 Piau Onívoro Sementes e insetos

Leporinus friderici 4 Piau-Três-

Pintas Onívoro

semente, sedimento,peixe

Schizodon vittatus 1 Piau Onívoro sedimento,peixe

Família Characidae

Brycon falcatus 2 Matrinxã Onívoro Inseto, resto vegetal,

resto peixe

Colossoma macropomum 3 Tambaqui Onívoro Inseto, resto vegetal,

resto peixe

Myleus schomburgkii 1 Pacu Onívoro Inseto, sedimento

Myleus setiger 3 Pacu Onívoro Inseto, resto vegetal,

semente

Serrasalmus rhombeus 1 Piranha-preta Piscivoro Peixe

Família Ctenoluciidae

Boulengerella cuvieri 7 Bicuda Piscívoro Peixe

Família Cynodontidae

Hydrolycus armatus 9 Cachorra Piscívoro Peixe

Hydrolycus tatauaia 80 Cachorra Piscívoro Peixe

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Taxons Indivíduos Nome

Comum Guilda Itens Consumidos

Família Hemiodontidae

Argonectes robertsi 5 Sardinhão Onívoro Inseto, resto vegetal

Família Prochilodontidae

Prochilodus nigricans 11 Curimba Iliófago Sedimento, detritos

Ordem Perciformes

Família Cichlidae

Cichla mirianae 5 Tucunaré Onívoro Resto vegetal, Peixe

Família Sciaenidae

Pachyurus junki 1 Curvina-amarela

Piscívoro Peixe

Plagioscion squamosissimus 3 Curvina-branca

Piscívoro Peixe

Família Pimelodidae

Hemisorubim platyrhynchos 8 Jurupoca Piscívoro Peixe

Pimelodus ornatus 1 Mandi Piscívoro Peixe

Pseudoplatystoma punctifer 2 Cachara Piscívoro Peixe

Sorubim trigonocephalus 21 Chinelo Piscívoro Peixe

Os itens consumidos pelos peixes analisados foram principalmente de origem autóctone (peixes ou

suas partes, detritos, invertebrados aquáticos, camarões) e material alóctone (partes vegetais, insetos,

sementes e serpente)

5.4. Processo Reprodutivo

Foram analisadas gônadas de 171 indivíduos de 17 espécies (Tabela 5). Os resultados apontam o

mês de Dezembro com 30,99 % dos indivíduos com suas gônadas no estádio reprodutivo 3 (maturo)

correspondendo a 27,48 % sendo fêmeas e 3,50 % sendo machos, os demais espécimes encontravam-se

nos estádios 1, 2 e 4, com (18,71, 43,27 e 7,01% respectivamente). Para esta coleta a proporçao maior foi de

femeas (68,42%) (Figura 7).

Tabela 7 – Espécies da ictiofauna com os estádios de maturação gonadal, da área de abrangência da Usina

Hidrelétrica de Colíder, no mês de dezembro de 2014. Classificação com base em Reis et al. (2003).

Taxons Estádio 1 (A) Estádio 2 (B) Estádio 3 (C) Estádio 4 (D)

Ordem Characiformes F M F M F M F M

Família Anostomidae

Leporinus fasciatus

2

1

Leporinus friderici 1 1 1

1

Schizodon vittatus

1

Família Characidae

Brycon falcatus 1

1

Colossoma macropomum 1 1

1

Myleus schomburgkii

1

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Taxons Estádio 1 (A) Estádio 2 (B) Estádio 3 (C) Estádio 4 (D)

Myleus setiger

2

1

Serrasalmus rhombeus

1

Família Ctenoluciidae

Boulengerella cuvieri

2

2 1 2

Família Cynodontidae

Hydrolycus armatus 1 1 2 4

1

Hydrolycus tatauaia 2 9 17 5 36 2 8 1

Família Hemiodontidae

Argonectes robertsi

5

Família Prochilodontidae

Prochilodus nigricans

3 3 5

Ordem Perciformes

Família Cichlidae

Cichla mirianae

1

4

Família Sciaenidae

Pachyurus junki

1

Plagioscion squamosissimus

1 2

Família Pimelodidae

Hemisorubim platyrhynchos

1 5 1

1

Pimelodus ornatus 1

Pseudoplatystoma punctifer

1 1

Sorubim trigonocephalus

7 13 1

A maioria das espécies analisadas apresentou indivíduos ainda em estágio de desenvolvimento

gonadal inicial, caracterizando assim a presença de indivíduos jovens ou com apenas um ciclo reprodutivo.

Estes dados podem confirmar que a maioria das espécies reproduz-se na época das cheias, com as águas

invadindo as margens dos rios e propiciando alimento e refúgio para as formas juvenis.

Figura 8 – Representação dos estádios de maturação gonadal em porcentagem das espécies de peixes

coletados na área de influência da UHE Colíder, no período de dezembro de 2014.

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Smerman (2007), em estudos realizados em afluentes do rio Teles Pires, indica que o período da

piracema pode variar entre outubro a março o que deve favorecer a coleta de indivíduos em estádio

avançado de maturação gonadal, bem como elevada taxa de indivíduos nas fases iniciais, explicando os

resultados encontrados nesta coleta de março para a área de influência da UHE Colíder.

5.5. Parasitas

Foi registrada para a coleta de dezembro de 2014 a presença de dois tipos de parasitas de peixes.

Um exemplar de Brycon falcatus encontrado Branchiura do gênero Argulus parasitando a nadadeira peitoral

e a cavidade branquial. Níveis de infestação de 27% de parasitos pertencentes ao grupo Nematoda em

cavidade intestinal de Hydrolicus tatauaia.

5.6. Ovos e Larvas

O volume de água filtrada para as coletas de dezembro foi de 2.193 m3. Apesar do intenso volume de

água em todos os trechos de coleta não foram encontradas larvas nem ovos nas amostras.

Confirma-se os resultados das amostragens realizadas até o momento com puçá e redes de arrasto,

onde os trechos de coleta referentes aos pequenos corpos d’água (Renato, Cruzeiro e Matrinxã) e as

margens do rio Teles Pires podem ser locais de preferência para a reprodução, abrigo e crescimento da

maioria das espécies visto que nestes locais foi capturado um número expressivo de juvenis de peixes das

ordens Characiformes, Perciformes e Siluriformes.

5.7. Táxons de Interesse para a Conservação (Espécies Endêmicas, Raras, Ameaçadas e de Especial Interesse)

Dez (38,33%) têm ocorrência em apenas para um trecho. Todas as espécies registradas nesta

coleta já haviam sido capturadas em coletas anteriores. Até o momento não foram coletadas espécies que

pudessem ser consideradas endêmicas para a área de abrangência da UHE Colíder. Também não foram

registradas espécies que se encontram nas listas oficiais de peixes ameaçados.

5.7.1 Espécies Migradoras

Na décima terceira coleta foram marcados 14 exemplares de peixes, sendo 5 de Prochilodus

nigricans, 2 de Pseudoplatystoma punctifer e 7 de Hemisorubim platyrhynchos. Nesta coleta não foram

registradas recaptura de peixes já marcados para área de influência da UHE Colíder.

5.7.2 Espécies Exóticas ou alóctones

Foram registrados dois exemplares de Colossoma macropomum (tambaqui), espécie exótica

altamente adaptada a ambiente lêntico e alvo de criação de pisciculturas em toda a região norte do Estado

de Mato Grosso. Originária da bacia Amazônica, mas sua ocorrência e distribuição são apenas para o baixo

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Rio Teles Pires abaixo da corredeira Sete Quedas. Pode ser um possível competidor por recursos com

espécies do mesmo nicho (pacus, matrinxãs e piaus) ocupando os espaços de outras espécies.

5.8 Níveis de mercúrio na ictiofauna

Os resultados obtidos nas análises de mercúrio nos peixes apontam que a concentração do metal

pesado não ultrapassa os valores de 0,053 mg/kg para a espécie Hydrolicua tatauaia (cachorra) com habito

alimentar piscívoro, 0,018 para Prochilodus nigricans (curimba) e 0,017 para Leporinus fridericii (piau).

6. AVALIAÇÃO GERAL DOS RESULTADOS

A curva de riqueza e abundância obtida com os resultados da décima coleta de peixes nos quinze

trechos da área de abrangência da UHE Colíder aponta que o número de espécies está estabilizado (Figura

9).

Figura 9 – Curva de rarefação de amostras dos trechos de coleta de peixes da área de abrangência da UHE Colíder, MT, no mês dezembro de 2014.

No dendrograma de similaridade dos quinze trechos de coleta de peixes pode-se observar a

existência de fauna específica para com blocos similares, oscilando de 1-60% nos trechos próximos (Figura

10). A distância entre os trechos parece não influenciar na similaridade faunística, visto que apenas os

trechos 11 e 5 apresentam 60% de similaridade, os outros trechos podem apresentar baixa similaridade

faunística devido às características ambientais semelhantes, acentuadas pelo processo de inundação das

margens dos rios e da dificuldade de coleta com puçá e rede de arrasto.

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Figura 10 – Dendograma de similaridade (Índice de Sorensen) em quinze trechos de coleta de peixes na

área de influência da Usina Hidrelétrica Colíder, no mês de dezembro /2014. Agrupamento pela Análise de

Cluster Aglomerativa Hierárquica (CAH).

Os resultados obtidos nas treze coletas são expressivos e permitiram o alcance dos objetivos

planejados para esta fase do Sub-programa de Monitoramento da Ictiofauna da UHE Colider. Desta forma a

equipe avalia que as atividades realizadas foram condizentes com os objetivos e cronograma propostos

para o Subprograma 10.3 do Programa Básico Ambiental de Ictiofauna “Monitoramento e resgate da

ictiofauna existente no rio Teles Pires, na área de influência da Usina Hidrelétrica Colíder (UHE

Colíder)”, como parte do Programa 10 “Monitoramento de Ecossistemas Aquáticos”.

Não foram coletados exemplares de peixes considerados nobres para a pesca (jaú, cachara, etc),

continuam as atividades ilegais pescadores “repassando” vários anzóis de galho, metros de cordas com

espinhel e redes de espera e o registro da captura excessiva de espécies com alto valor comercial

(matrinxã, cachara, tucunaré, trairão e jaú) na área logo a jusante da UHE Colíder, inclusive dentro do canal

do desvio. Está registrado pela equipe ações de pesca predatória na área de abrangência da UHE Colíder

confirmando que toda a região vem sofrendo intensa pressão dos recursos pesqueiros por parte das

diferentes categorias de pesca (amadora ou profissional).

6. BIBLIOGRAFIA DE APOIO

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MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES,

NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT

PEIXES UHE COLÍDER

Relatório Trimestral - 13 31 / 32 LABORATÓRIO DE ICTIOLOGIA DA AMAZÔNIA MERIDIONAL - Rodovia MT 208 Km 147 Caixa Postal 324 – CEP:

78580-000 – Alta Floresta, MT Fone/Fax: (66) 3521-2041 – E-mail: [email protected]

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MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES,

NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT

PEIXES UHE COLÍDER

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78580-000 – Alta Floresta, MT Fone/Fax: (66) 3521-2041 – E-mail: [email protected]

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