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Religiosidade e Aspecto Valorativo na Cosmovisão do Barroco Português Wellington Freire Machado Universidade Federal do Rio Grande – FURG Segundo José Guilherme Merquior, em "Os estilos históricos na literatura ocidental"(1991:47-48), o Barroco é con- siderado um período de reintegração, que busca resolver tensões dilacedoras a partir de uma enérgica síntese, afirmando e con- solidando o espírito moderno. Logo, não é raro perceber – a partir da observação da produção cultural realizada nesse período – que o caráter reintegracionista assumido por essa escola literária caracteriza-se por carregar em si não só ideais distintos, mas sim por buscar um resgate cultural das pro- duções anteriores, realizando uma “fecunda simbiose de teocentrismo e racionalismo” (MERQUIOR, 1991:47-48). Dessa forma, é possível encontrar na poesia seiscentista verdadeiras odes a figuras consagradas pela religião coexistindo com outras dedicadas a temas de caráter mundano. Assim, neste artigo serão analisados de forma comparativa dois poemas que datam do século XVI: “Al nacimiento de nuestro señor”, de André Nunes da Silva e “A uma crueldade formosa”, de Jerónimo Baía. Ao serem comparados, estes dois poemas se ca- racterizam como exemplos cabais da descen- tralidade constituinte da cosmovisão bar- roca de mundo, pois ambos enfocam ob- jetos de louvação completamente distintos, sem deixar de transparecer as característi- cas comumente presentes na poesia deste período. Segundo Roger Samuel, em “Ma- nual da Teoria Literária” (1984:140) o estilo barroco surgiu a partir da crise dos valores renascentistas, que por sua vez se caracteri- zavam pela forte presença do racionalismo e do antropocentrismo (ABDALA, 1990:48) Para Christopher Hill, historiador inglês: A Igreja, durante toda a Idade Mé- dia, guiava todos os movimentos do homem, do batismo ao serviço fúnebre. A Igreja educava as crian- ças; o sermão do pároco era a principal fonte de informação so- bre os acontecimentos e proble- mas comuns. A paróquia consti- tuía uma importante unidade de governo local, coletando e dis- tribuindo as esmolas que os po- bres recebiam. Como os homens ficavam atentos aos sermões, era frequente o governo dizer aos pre- gadores exatamente o que deviam pregar. (HILL, 2000:40) Ou seja, a própria instituição religiosa de- terminava desde os valores familiares até os

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Religiosidade e Aspecto Valorativo na Cosmovisão doBarroco Português

Wellington Freire MachadoUniversidade Federal do Rio Grande – FURG

Segundo José Guilherme Merquior,em "Os estilos históricos na literaturaocidental"(1991:47-48), o Barroco é con-siderado um período de reintegração, quebusca resolver tensões dilacedoras a partirde uma enérgica síntese, afirmando e con-solidando o espírito moderno. Logo, nãoé raro perceber – a partir da observação daprodução cultural realizada nesse período– que o caráter reintegracionista assumidopor essa escola literária caracteriza-se porcarregar em si não só ideais distintos, massim por buscar um resgate cultural das pro-duções anteriores, realizando uma “fecundasimbiose de teocentrismo e racionalismo”(MERQUIOR, 1991:47-48). Dessa forma,é possível encontrar na poesia seiscentistaverdadeiras odes a figuras consagradas pelareligião coexistindo com outras dedicadas atemas de caráter mundano.

Assim, neste artigo serão analisados deforma comparativa dois poemas que datamdo século XVI: “Al nacimiento de nuestroseñor”, de André Nunes da Silva e “A umacrueldade formosa”, de Jerónimo Baía. Aoserem comparados, estes dois poemas se ca-racterizam como exemplos cabais da descen-tralidade constituinte da cosmovisão bar-roca de mundo, pois ambos enfocam ob-

jetos de louvação completamente distintos,sem deixar de transparecer as característi-cas comumente presentes na poesia desteperíodo. Segundo Roger Samuel, em “Ma-nual da Teoria Literária” (1984:140) o estilobarroco surgiu a partir da crise dos valoresrenascentistas, que por sua vez se caracteri-zavam pela forte presença do racionalismo edo antropocentrismo (ABDALA, 1990:48)

Para Christopher Hill, historiador inglês:

A Igreja, durante toda a Idade Mé-dia, guiava todos os movimentosdo homem, do batismo ao serviçofúnebre. A Igreja educava as crian-ças; o sermão do pároco era aprincipal fonte de informação so-bre os acontecimentos e proble-mas comuns. A paróquia consti-tuía uma importante unidade degoverno local, coletando e dis-tribuindo as esmolas que os po-bres recebiam. Como os homensficavam atentos aos sermões, erafrequente o governo dizer aos pre-gadores exatamente o que deviampregar. (HILL, 2000:40)

Ou seja, a própria instituição religiosa de-terminava desde os valores familiares até os

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hábitos e modos que deveriam ser adotadospelas famílias. No soneto “Al nacimiento denuestro señor”, percebe-se o enaltecimentoabsoluto à figura inspiradora da filosofiacatólica, Jesus Cristo. Essa louvação ocorrea partir da exaltação de valores, eviden-ciando sempre em primeiro plano as quali-dades deste messias – amoroso, pobre, bon-doso, educado, dedicado – para então enfati-zar a sua enorme popularidade, justificando-a graças a sua postura humanamente exem-plar.

Logo, ao utilizar este recurso que enfa-tiza atitudes polidas, como o amor – sen-timento considerado mais nobre de todos–, o discurso cristão a partir do sonetode André Nunes da Silva toma proporçõesdoutrinárias, de maneira que, ao atrelar va-lores consideravelmente positivos à figuravista como exemplo comportamental, tornapor condicionar os indivíduos a adotar omesmo tipo de comportamento. Dessaforma, a Igreja através dos seus aparente-mente despretensiosos sermões doutrináriosacerca da vida não-carnal, passou gradual-mente a assumir um caráter moderador, derestaurador da ordem social, pois a partir domomento em que as pessoas deixassem delado características rudes, egocêntricas, vio-lentas e egoístas e passassem a adotar novasiniciativas que colaborassem para o bem es-tar da sociedade da qual estavam inseridas –como seguir as orientações dos dez manda-mentos, por exemplo, não matar, não roubar,amar ao próximo, etc –, a própria institui-ção religiosa passaria a se beneficiar comessa mudança coletiva, e assim estaria esta-belecida a ordem social, como afirma MarioAliguiero Manacorda, em “História da Edu-cação” a respeito das iniciativas educativasadotadas pela Igreja:

Pode-se dizer, considerando as ini-ciativas educativas do clero se-cular e do clero regular, que mu-daram os conteúdos, e que dosclássicos da tradição helenístico-romana passou-se para os clássi-cos da tradição bíblico-evangélica(MANACORDA, 2000:122).

Assim, se por um lado encontra-se noBarroco uma abundante oferta de poemasantiterrenos e teocêntricos, por outro tam-bém se percebe a coexistência do espírito re-nascentista e racionalista, como afirma Ben-jamin Abadala Júnior em “História Social daLiteratura portuguesa” (1990:53). E é jus-tamente na contramão dos mandamentos dareligião cristã, que aponta o eixo-temáticodo poema “A uma crueldade formosa”, deJerônimo Baía. Diferentemente do poemaanteriormente mencionado, neste o enfoqueé completamente antropocêntrico, pois o ob-jeto de louvor do eu – lírico é a figura femi-nina.

Dessa forma, a partir do próprio título osupracitado poema já sugere traços dualís-ticos (crueldade/beleza) comumente aponta-dos por estudiosos da Literatura portuguesacomo um recurso naturalmente utilizado emtextos barrocos. Neste poema, o eu – líricoelenca uma série de características negativasda amada – ingratidão, crueldade, dureza,desdém –, associando-as a beleza que estadama possui, como se o conjunto consti-tuísse os dois lados de uma mesma moeda,o bem e o mal. Essa junção é conside-rada por Massaud Moisés uma “fusão har-mônica” (1981:141), pois é constituída porpólos opostos que – inseridos no contextodeste poema – reafirmam a tese de BenjaminAbadala Júnior (1990:61) de a poesia bar-

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roca em determinados momentos expressara extrema valorização da matéria, de modoque os prazeres se opõem à contrição reli-giosa.

E é a partir da paralelização entre os doissonetos (valores espirituais contra atributosfísicos), que se percebe que o eu – lírico dopoema “A uma crueldade formosa” sequerexpressa algum temor ou sinal de contrição,de temência ao divino, por estar apaixona-do por uma pessoa tão distante dos valo-res morais e religiosos considerados fun-damentais aos indivíduos de caráter indu-bitável. Desse modo, a ausência dos valo-res presentes no primeiro poema atribuídosa Cristo e prescritos aos humanos sequer in-comodam ou causam arrependimento mentalao eu – lírico do segundo poema, pois ape-sar de reconhecer a ausência de boas quali-dades morais na amada, para ele o que defato o mantém apaixonado é o físico, e não ocaráter.

Logo, outra questão – vista a partir deuma ótica católica e, por conseguinte teocên-trica comum no medievo – que influi direta-mente no caráter e na reputação do indivíduoé a situação financeira deste. Esta afirmaçãose confirma a partir da observação do versocinco do poema “Al nacimiento de nuestroseñor”, em que o eu lírico afirma – a partirde uma junção de opostos tipicamente bar-roca em que a pobreza absoluta significa en-riquecimento – que “Desnudo el que los cie-los enriquece”, ou seja, que Jesus é pobre eque enriquece aos céus. Neste contexto a ex-pressão “desnudo” é utilizada como alusãoà imagem dos derradeiros momentos pelosquais passou o messias católico, o que sugereuma situação absoluta de pobreza e desapegomaterial.

Segundo uma recente edição do Informa-tivo Oficial da Congregação Monástica deSanta Cecília, grupo ligado a Igreja Católica:

O desprendimento dos bens mate-riais é parte essencial da pobrezaevangélica dos religiosos. Vivendoem comunidade tudo o que é de umtambém o é de outro. O Religiosonunca deve dizer isto é meu. Cor-reto é dizer: isto é nosso. O nossohábito, a nossa máquina, a nossacaneta; enfim deve abrir espaçosisentar-se da posse mesmo daquiloque esteja em seu uso particularpara dar abertura ao direito comumde quem nada tem e tudo o quepossui não lhe pertence. (2007:01)

Logo, ao realizar uma ponte relacional en-tre o verso cinco do poema com a citaçãoacima referida, percebe-se uma perfeitaalusão ao voto de pobreza ao qual devemse submeter os sacerdotes ligados ao catoli-cismo e ao qual são orientados a seguir osfiéis que seguem esta doutrina religiosa. Issotudo sugere que, para os indivíduos que op-taram guiar-se por uma visão teocêntrica demundo embasada pela cosmovisão cristã, oque importa de fato é o labor com o qual oindivíduo deve dedicar a lapidagem do es-pírito, e neste processo não há lugar para ariqueza nem a ostentação material.

Desse modo, essa mesma linha de pensa-mento teocêntrica que mal vê a fortuna mate-rial também é perceptível na constituição dacosmovisão do eu-lírico do poema "A umacrueldade formosa"no momento em que esteexpõe objetos de cobiça (ouro, prata, rubis,perlas, mármore polido, jaspe, metais e pe-dras preciosas) e os correlaciona a caracterís-ticas físicas da amada, traçando um paralelo

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entre beleza e frieza. Essa descrição associa-tiva conduz a crer que o rico está associadoao belo e, assim, consequentemente ao mau,pois no poema apesar de se perceber atravésda meticulosa descrição uma beleza eston-teante, o caráter da amada é exposto de umaforma negativa.

Este aspecto comum aos dois poemasaponta para uma questão neutralizada nopensamento de ambos os eu-líricos ao selevar em consideração as condições de pro-dução – ou a influencia religiosa na so-ciedade portuguesa do século XVI – em queestes foram realizados: a propriedade a par-tir de uma ótica teocêntrica. Essa questão étratada a priori – como já foi mencionadoanteriormente – de modo que é a partirdos próprios manuais instrutivos, como abíblia em que os sacerdotes embasavam seussermões, que se vê a orientação explícitaem relação à noção de propriedade que ocristão deve ter claramente entendida. As-sim, concebe-se que a impregnação destaideologia refletida na produção literária bar-roca teve início a partir dos próprios princí-pios dogmáticos impostos pela religião. EmIntroduction to Christian Worship – James F.White faz uma afirmação a respeito do sacra-mento na religião cristã:

Em Decreto para os Armêniospublicado pelo Concílio de Flo-rença em 1439 principia-se rela-cionando aquilo que até ali setornara a lista convencional dossete sacramentos, a tratá-los demaneira demasiado jurídica e a en-fatizar em excesso a questão davalidade. (1990:140-141)

Assim, percebe-se no simbolismo dospróprios sacramentos uma relação de pro-

priedade aquém de valores financeiros. Se-gundo o livro doutrinário Catecismo daIgreja Católica: edição típica vaticana, ossete sacramentos são: batismo, confirmação,eucaristia, penitencia, unção dos enfer-mos, ordem e matrimônio (VARIOS, 1999).Dessa forma, a noção de propriedade se fazpresente a partir do batismo, primeiro sacra-mento em que o homem religioso passa a serparte integrante da Igreja. O mesmo ocorrecom o casamento, que é simbolizado pelaaliança, que significa – segundo a RevistaEclesiástica Brasileira (1968) – o acordopermanente de duas almas, ou a materializa-ção da propriedade de um indivíduo sobre ooutro, e também com a extrema unção – aentrega da alma do homem para Deus.

Logo, concebe-se que a visão teocêntricaacerca da propriedade é comum aos doispoemas, pois é neles que se percebe o quantoa influencia religiosa refletiu na sociedade ena produção literária criada naquele períodopós-classicista, em que os ideais antropocên-tricos de propriedade tão comuns no classi-cismo, passaram a estar sob ameaça de ine-xistir diante da dominação ideológica a quala sociedade portuguesa e espanhola foramsubmetidas. Essa comum concordância en-tre eu-líricos com enfoques tão diferentespode ser justificada pela afirmação de Ben-jamin Abdala Junior (1990:123) de que operíodo barroco foi marcado pela presençaconstante do Tribunal da Santa Inquisição,que perseguia as idéias que se opunham aosseus dogmas e aos livros que feriam seus pre-ceitos.

Assim, a partir da contraposição de valo-res realizada percebe-se perfeitamente aquestão doutrinária evidente nas poesias bar-roca analisadas, pois o enaltecimento ao re-ligioso e o estabelecimento do juízo de valo-

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res atrelado às características ligadas a elesão vistas como modelo comportamental,como o ideal a ser seguido, de modo queessa sobreposição – Jesus no céu, mulherna terra – complementa a corrente ideoló-gica presente na época. A ideologia a par-tir de um estabelecimento valorativo tipica-mente maniqueísta explicita que, o que estáno plano inferior – mulher, dinheiro – nãoé bom e não faz bem ao espírito, como sepercebe no verso cinco do poema “A umacrueldade formosa” de Jerônimo Baía, parteem que o eu - lírico afirma chorar e suspirar,estando desfeito em lágrimas e cinzas.

Em vista disso, é inegável afirmar que asociedade da época colaborou diretamentepara o julgamento de valores e a constitui-ção da cosmovisão barroca portuguesa, poisno período seiscentista percebeu-se um com-plexo empenho por parte do clero para tentardesvincular os ideais de universalismo e in-dividualidade, que se herdara do classicismo.Desse modo, a igreja, que entendia a lite-ratura como uma ciência capaz de perpassaro tempo e pressupostamente perpetuar ideo-logias buscou, – a partir de atitudes repres-sivas como a Santa Inquisição – evitar o de-clínio do teocentrismo, que era consideradaa base ideológica do período medieval.

Referências

ABDALA, Benjamin. História social da li-teratura portuguesa. São Paulo: Ática,1990

A BREVE HISTÓRIA DO CRISTIA-NISMO. Disponível em: <www.vivos.com.br/86.htm> Acesso em: 09/10/2009

BARROCO NA EUROPA E NO BRASIL.Disponível em: <www.coladaweb.com

/literatura/barroco-na-europa-e-no-brasil> Acesso em: 07/10/2009

BÍBLIA SAGRADA ONLINE. Disponívelem: <www.bibliaon.com/jesus_alimenta_cinco_mil_homens/> Acesso em:10/10/2009

CAVEIRO, D. O. Português-EspañolEspañol-Portugués. Barcelona: RomanSopera, 1995

FRANCISCANS, P. B. Revista EclesiásticaBrasileira. São Paulo: Vozes, 1985.Disponível em: <http://books.google.com/books?id=h2VXAAAAMAAJ&dq> Acesso em 10/11/2009

HILL, Christopher. A revolução inglesa de1640 apud PETTA, N. “História: Umaabordagem Integrada”. SP: Moderna,2000.

LIMA. Aldo de. A metáfora da analogia àtécnica de fusão de opostos. Disponívelem: <www.ufpe.br/pgletras/Investigacoes/Volumes/Vol.18.N.1_2005_ARTIGOSWEB/A-metafora-da-analogia-a-tecnica-de-fusao-de-opostos_ALDO-DE-LIMA.pdf> Acesso em: 10/10/2009

JORNAL CECILIANO. A pobreza. Dis-ponível em: <www.ordemdesantacecilia.org/pastoral_vocacional_044.html>Acesso em: 01/10/2010

MANACORDA, Mario Alighiero. Históriada educação: da antiguidade aos nos-sos dias. 8a ed. São Paulo: Cortez,2000.

MERQUIOR, José. Guilherme. "Os estiloshistóricos na literatura ocidental". In:

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6 Wellington Freire Machado

Portela, E (org). Teoria literária. Rio deJaneiro: Tempo Brasileiro: 1991 apudNETO, M. O. O Sagrado à Deriva: Ar-caísmo e Modernidade da Literatura.Brasília: UnB, 2008

MOISES, Massaud. A literatura por-tuguesa. São Paulo: Cultrix, 1960.Disponível em: <books.google.com.br/books?id=xcQYSXj0xN0C&dq>Acesso em: 09/10/2009

REVISTA ECLESIÁSTICA BRASILEI-RA. São Paulo: California, 1968

SAMUEL. R. – Manual de teoria literária.São Francisco: Vozes,1984

VARIOS, Catecismo da Igreja Católica:edição típica vaticana. São Paulo: Loy-ola, 1999

WHITE, James. F. Introduction to Chris-tian worship. Disponível em: <books.google.com.br/books?id=GC8DN2qwlcC&dq> – Acesso em 09/11/2009

ANEXO 1

AL NACIMIENTO DE NUESTRO SEÑORANDRÉ NUNES DA SILVA1

Humilde el que los orbes enoblece,En un portal el que domina el cielo,El que al fuego dá ser, temblando al yelo,Desnudo el que los cielos enriquece;

Por libertar al mundo que pereceEn el golfo mortal de su recelo,Con amor, con fineza y con desvelo,Al decreto del Padre hoy obedece.

A dar al mundo vida nace al mundoDe Dios el Hijo, el Verbo soberano,En todas sus acciones peregrino.

Oh prodígio de amor sábio y profundo,Que para hacer divino el ser humanoVelo humano le cubra el ser divino!

(*Poesias várias, p. 6)

1 Disponível em: <www.leitura.gulbenkian.pt/boletim_cultural/files/HALP_29.pdf>

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ANEXO 2

A UMA CRUELDADE FORMOSAJERÓNIMO BAÍA2

MADRIGAL

A minha bela ingrataCabelo de ouro tem, fronte de prata,De bronze o coração, de aço o peito;São os olhos luzentes,Por quem choro e suspiro,Desfeito em cinza, em lágrimas desfeito,Celestial safiro;Os beiços são rubins, perlas os dentes:A lustrosa gargantaDe mármore polido;A mão de jaspe, de alabastro a planta.Que muito, pois, Cupido,Que tenha tal rigor tanta lindeza,As feições milagrosas,Para igualar desdéns a formosuras,De preciosos metais, pedras preciosas,E de duros metais, de pedras duras?

(*Fénix, III, p. 216)

2 Disponível em: <www.leitura.gulbenkian.pt/boletim_cultural/files/HALP_29.pdf>

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