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RENASCIMENTO NA ITÁLIA 1. Localização Mapa da Itália. Entre as cidades de Siena e Florença, foi onde o Renascimento se originou, proliferando-se mais tarde por toda

Renascimento na Itália

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Renascimento na Itália

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Page 1: Renascimento na Itália

RENASCIMENTO NA ITÁLIA

1. Localização

Mapa da Itália. Entre as cidades de Siena e Florença, foi onde o Renascimento se originou, proliferando-se mais tarde por toda a Europa.

Florença, Itália.

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2. Contexto Histórico

O termo Renascimento, ou Renascença, faz referência a um movimento intelectual e artístico surgido na Itália, entre os séculos XIV e XVI, e daí difundido por toda a Europa. Jacob Burckhardt, em seu livro “A Cultura do Renascimento na Itália”, escrito em 1867, define claramente o termo “Renascença“, como entendemos hoje. Trata-se de um período de ”descoberta do mundo e do homem“ É nesse período - caracterizado como Baixa Idade Média – que o Ocidente europeu assistiu ai ressurgimento do comércio e das cidades. A criação do eixo comercial – rota com o Oriente, reforçada pelo crescimento demográfico, pelo desenvolvimento da tecnologia agrícola e pelo aumento da produção nos campos europeus, dava origem a novas condições que tendiam a progressivamente, a dissolver o sistema feudal. Além disso, ainda surgiram as casas bancárias, feiras internacionais e o fortalecimento das rotas comerciais terrestres. Como conseqüência a economia de subsistência e de trocas é suplantada pela monetária e a burguesia, procurava de todas as formas conquistar poder político e prestígio social, correspondentes ao poder material que possuíam.

No século XIV, já na Baixa Idade Média, o processo de crescimento entra em colapso. Os fatores principais foram: a Peste Negra, a Guerra dos Cem Anos e as revoltas populares. Essa crise fez com que o feudalismo, que ainda resistia em alguns países, fosse extinto por completo. O movimento renascentista envolveu novas relações sociais em seu cotidiano, na vida urbana, no trabalho, na diversão, no tipo de moradia e nos encontros nas ruas. Isso significa que o Renascimento não foi um movimento de poucos artistas, mas uma nova concepção de vida, que será exaltada e difundida principalmente nas obras de arte. O foco dessa nova ordem social está o indivíduo, sobretudo na sua capacidade criativa. O desenvolvimento de uma nova atitude perante a vida deixava para trás a espiritualidade excessiva da Idade Média e via o mundo material com suas belezas naturais e culturais como um local a ser desfrutado, com ênfase na experiência individual e nas possibilidades latentes do homem. O Renascimento foi período de criação de novas técnicas de exploração agrícola e mineral, de fundição e metalurgia, de construção naval e navegação, de armamentos de guerra. É o momento da invenção da imprensa e de novos tipos de papel e tintas. A invenção da luneta fez Galileu confirmar a teoria do Heliocentrismo, Colombo “descobrir” a América e Fernão de Magalhães fazer a primeira viagem de volta ao mundo. A matematização do tempo, com a invenção do relógio de pulso e a disseminação dos relógios pelas cidades, mudou significativamente a sociedade. Agora as pessoas não mais regulavam o ir e vir e o trabalho pelo ritmo do sol, mas pelo relógio. O tempo tornou-se um artigo de mercado.

O Renascimento é pautado nas seguintes características: Humanismo,Racionalismo, Antropocentrismo, Naturalismo, Hedonismo e o Universalismo. Todas elas conduzem ao pensamento individual e posteriormente servem de embasamento ao capitalismo. A Igreja Católica também passou pelo período de revisão dos valores primeiro com Erasmo de Rotterdam, em sua obra Elogio a Loucura (crítica a postura medieval da Igreja) e posteriormente, com Lutero e Calvino e a Reforma Religiosa e a Contra-reforma. As artes plásticas foram a convergência de todos os conceitos do Renascimento. A arte renascentista

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é uma arte de pesquisa, inovações e aperfeiçoamentos técnicos. Ela acompanha paralelamente as conquistas da física, da matemática, da geometria, da anatomia, da engenharia e da filosofia. A perspectiva matemática linear marca a arte renascentista e foi criada por Brunelleschi, por volta de 1420. Ele instituiu a técnica do olhar fixo, que observa o espaço como que através de um instrumento óptico e define as proporções dos objetos e do espaço entre eles em relação a esse único foco visual. No Renascimento, faz surgir o conceito de decoração conhecido atualmente. Nesse período arte e ciência caminhavam lado a lado. Por exemplo, Dürer escreve um tratado sobre as proporções humanas, após estudos da anatomia. Na Idade Média, o arquiteto era um simples mestre de obras. No Renascimento, o arquiteto, um erudito. Além das maquetes de madeira, o arquiteto teve o domínio de plantas-baixas, cortes e fachadas com a descoberta da perspectiva, abstendo-se da necessidade de supervisionar constantemente a obra e podendo controlar antecipadamente os resultados finais. Retorno à cultura clássica como fonte de inspiração e faz-se uso de proporções matemáticas. A arquitetura é mais equilibrada e serena, busca-se uma ordem, uma disciplina, nega-se eixo longitudinal para utilizar a planta centralizada – criar uma forma ideal sendo ela circular ao redor da cúpula. Há relações do espaço com a escala humana – o homem dita as leis do edifício e não o contrário. É possível afirmar, sem entrar na discussão dos limites cronológicos do renascimento, que os artistas do período se orientam por ideais de perfeição, harmonia, equilíbrio e graça - representados com o auxílio dos sentidos de simetria e proporção das figuras - de acordo com os parâmetros ditados pelo belo clássico.

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3. Momento Político, Econômico, Social e Tecnológico

Vários fatores explicam ter sido a Itália o berço do Renascimento. Em primeiro lugar, as cidades italianas conheceram um extraordinário desenvolvimento comercial a partir do século XII, transformando-se nos principais centros da economia européia. Foi justamente ali que se iniciou o pré-capitalismo e, com ele, a intensificação da vida urbana, que modificaria as bases da sociedade. A vida nas cidades estreitou os contatos entre as pessoas, favorecendo o intercâmbio de idéias, a difusão de conhecimentos e uma nova maneira de ver o mundo.

O Renascimento pode ser considerado como a manifestação cultural dessa nova composição social, na qual o enriquecimento tanto de governantes como de particulares possibilitou a prática do mecenato. Sob a proteção direta de ricos patrocinadores (os mecenas), a vida cultural tendeu a expressar os valores correspondentes aos interesses da classe que emergira com o novo sistema — ou seja, a burguesia. Em suma, o Renascimento é a expressão de uma nova mentalidade, gerada pelo pré-capitalismo. O mecenato funcionava como fator de projeção social, de perpetuação da glória dos mecenas. Num período em que a hierarquia da sociedade ainda obedecia ao critério do nascimento, a burguesia precisava encontrar outra maneira de alcançar o prestígio que o sangue plebeu lhe negava. Assim, o patrocínio de atividades culturais significaria uma elevação do status social. Entretanto, não eram apenas os particulares que praticavam o mecenato. Também os príncipes italianos (governantes hereditários de cidades-Estado), e até mesmo os papas, serviram-se dele para legitimar ou ampliar seu poder.

O foco do Renascimento é o homem – antropocentrismo – e ele tem a possibilidade de escolha. Surge o humanismo - a valorização do homem e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural; além das correntes: platonismo – filosofia do belo – e aristotélica – observação da natureza

Beneficiária.

BURGUESIA

Perdiam espaço

e buscava

m retomá-

lo.

CLERO E NOBREZA

Deixaram a

servidão dos

feudos pelo

trabalho assalaria

do.

CAMPONESES E ARTESÃOS

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juntamente com os experimentos científicos. Com o mecenato, músicos, poetas, filósofos, escultores, pintores, ourives e arquitetos saíram do anonimato imposto pelo período medieval e viram crescer seu nome e sua fama, juntamente com a de seus clientes.

A Itália não possuía unidade política. Nela, a existência de numerosos corpos políticos independentes havia criado uma concepção própria de governo, a qual contrastava com o crescente centralismo dos demais países europeus. Essa fragmentação política, da qual as cidades-Estado eram a expressão típica, fora determinada pelas constantes lutas entre o Papado e o Sacro Império Romano-Germânico. Nenhum desses dois poderes universais, que ao se chocar enfraqueceram-se um ao outro, conseguiu impor-se eficazmente na Península Itálica. Disso resultou o fortalecimento dos poderes locais que, tirando proveito do confronto entre papas e imperadores, puderam conservar sua própria independência. Com Maquiavel, nasceu a idéia da razão de Estado, cuja teoria correspondia aos desejos dos tiranos locais, posto que proporcionava cobertura ideológica a suas ações políticas.

Além da estreita conexão entre fatores econômicos, sociais e políticos que explica o Renascimento, é preciso destacar a presença da Antiguidade Greco-Romana em solo italiano. Os modelos de que os renascentistas necessitavam estavam ali, ao alcance do artista e do intelectual; e não eram apenas os monumentos, as construções e a produção escultórica, mas também as obras literárias da Antigüidade.

Na área científica, o italiano Galileu Galilei desenvolveu instrumentos ópticos, além de construir telescópios para aprimorar o estudo celeste. Este cientista também defendeu a idéia de que a Terra girava em torno do Sol. Este motivo fez com que Galilei fosse perseguido, preso e condenado pela Inquisição da Igreja Católica, que considerava esta idéia como sendo uma heresia. Galileu teve que desmentir suas idéias para fugir da fogueira.A invenção da prensa móvel, feita pelo inventor alemão Gutenberg em 1439, revolucionou o sistema de produção de livros no século XV. Com este sistema, que substituiu o método manuscrito, os livros passaram a ser feitos de forma mais rápida e barata. A invenção foi de extrema importância para o aumento da circulação de conhecimentos e ideias no Renascimento.

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4. Influências Artísticas

O Renascimento foi divido em 3 períodos: Trecento (séc. XIV), Quatrocento(séc. XV) e Cinquecento(séc. XVI) - será abordado no Alto Renascimento.

Os artistas começam a assinar as obras e passam, pela primeira vez, a pintar-se a si mesmos (autoretratos). Na literatura, o que viu foi à unificação lingüistica, através da definição do língua oficial de cada Estado unificado.A literatura moderna teve como marco a Divina Comédia, que ainda possuía características medievais, mas representava a inquietação humana. O teatro foi outra forma de expressão clássica que renasce. O teatro inglês tem forte representatividade na figura de William Shakespeare (1564-1618). O dramaturgo retratava a nova ordem social, mas pontuava a história com elementos próprios do universo popular e medieval.

Trecento (Pré-Renascimento)

Os artistas mais ilustres da fase inicial são: Cimabue (1240–1302), Duccio (1255-1319) e Giotto (1266-1337). Esse período ainda possui fortes elementos medievais, por isso os artistas são considerados góticos e não renascentistas.

Maestà, na Galeria Uffizi, Florença, Itália. Cimabue.

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Maestà, Duccio.

Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis, Úmbria, Itália. Giotto.

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A morte de Giotto e a crise econômica de Florença desencorajou os gastos com a arte e a cultura. Quem compõem o segundo quadro do Trecento é a cidade de Siena. Os artistas de maior destaque foram: Pietro (1285-1348) e Ambrogio Lorenzetti (1290-1348), Tadeo Gaddi (1300-66) e Bernardo Daddi (1280-1348). Esse é um período em que os artistas ainda são considerados artesãos e a pintura uma arte de origem popular.

Alegoria do Bom Governo (1337-39), Palazzo Comunale, Siena, Itália. Ambrogio Lorenzetti.

O Angélico Anúncio aos Pastores (1328-30). Tadeo Gaddi.

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A Crucificação. Bernardo Daddi.

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Quattrocento

Período das grandes realizações do Renascimento. É o período de ascensão dos Médici, grandes patronos das artes. O primeiro dos grandes escultores Renascentistas: Donatello (1386- 1466), que deu as suas obras um sentido de monumentalidade, individualismo e expressão psicológica.

Davi. Donatello.

Maria Magdalena. Donatello.

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O pintor mais importante foi Masaccio (1401-1428). Masaccio pintava as dobras das vestes caindo como se fossem tecidos verdadeiros. Os cenários revelavam um domínio total da perspectiva científica.

Luca Signorelli foi um dos primeiros mestres dos nus. O artista acrescentou a suas figuras humanas a força dramática das contrações dos músculos, do enrugamento das faces, dos gestos retraídos e dedos crispados. Andrea Mantegna marcaria o auge dessa corrente de extremo naturalismo do Quattrocento. O artista explorou ao máximo os recursos e a preocupação rigorosa com a recomposição de cenas históricas.

O Pagamento do Tributo. Masaccio.

Afresco da Catedral Orvieto, Italia. (1499-1505). Luca Signorelli.

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A última corrente de artistas do Quattrocento florentino é coroada com Andrea Del Verrocchio (1435–1488) e Sandro Botticelli (1445-1510). A arte desse período oscila entre a representação naturalista e o artificialismo.

São Jerônimo Penitente no Deserto. Andrea Mantegna.

Davi. Verrocchio.

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Na última metade do século XV e na primeira do XVI, final do Quattrocento, desenvolveu-se uma escola notável de pintores em Veneza, cujos principais representantes são: Giovanni Bellini (1430-1516) e Ticiano (1490-1576). Dados a situação cosmopolita da cidade e os contatos com o oriente, a arte é resultante de inúmeras influências e a incorporação de técnicas estrangeiras. A principal delas foi: a pintura à óleo.

O Nascimento de Vênus (1480). Botticelli. MARCA O RENASCIMENTO DA MITOLOGIA CLÁSSICA

Madona e a criança (1510). Giovanni Bellini.

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Bacchus e Ariadne (1523-24). Ticiano.

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5. Arquitetos e Repercussão na Estética da Arquitetura

Na arquitetura renascentista, assim como na sociedade desse período, o homem é a medida de tudo. A edificação é pensada segundo as exigências materiais, psicológicas e religiosas humanas. A partir do Renascimento, a Arquitetura começa a ser entendida não no âmbito da prática, mas pela virtude matemática. A questão que se levantava não era apenas se a forma era bela e adequada, mas também se era correta. Os arquitetos são convocados na qualidade de peritos. Não existia uma distinção exata entre projetistas e executantes, mas uma hierarquia entre pessoas que tinham cargos de maior ou menor responsabilidade. No Renascimento, cada particularidade do edifício era definida antecipadamente. Isso proporcionou o controle de todas as etapas da obra e de seu resultado final. Surge a figura do mestre condutor e do arquiteto, que idealizava e desenhava.

A arquitetura do Renascimento Italiano é caracterizada pela ênfase na simetria, nas relações matemáticas exatas entre as partes da edificação e um efeito geral de simplicidade e repouso. Igreja de São Sebastião (1459), Mantua, Itália. Alberti. A arquitetura do Renascimento elimina as anomalias e exageros. Cada elemento depende rigorosamente de um esquema geométrico, que permite ao usuário distinguir hierarquicamente todos os pormenores segundo suas particularidades. No Quattrocento os principais arquitetos foram: Filippo Brunelleschi (1377-1446) e Leon Battista Alberti (1404-72).

Brunelleschi é considerado o pai da arquitetura. Após o retorno do período de estudos em Roma, onde estudou a arquitetura clássica e suas medidas exatas, Brunelleschi descobre a perspectiva científica.

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Ficou famoso pela cúpula de Santa Maria Del Fiore, catedral gótica, que tem sua cúpula projetada e construída no Renascimento e é considerada como o marco inicial desse estilo. A cúpula é construída em tijolos dispostos com o padrão de espinha de peixe, e reforçada por nervuras.

Estudo de perspectiva científica de Brunelleschi.

Santa Maria del Fiore. Brunelleschi.

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O primeiro projeto de Brunelleschi que estabeleceu um novo modelo renascentista foi o Hospital dos Inocentes. O projeto tem ênfase na horizontalidade e proporções matemáticas bem definidas.

Alberti foi humanista que se dedicou inicialmente à teoria. Estudou a arte clássica e escreveu os primeiros tratados sobre pintura e escultura. Seu terceiro tratado foi sobre arquitetura. Alberti igualava beleza à geometria pura, acentuada pelo ornamento clássico. Para Alberti, a forma ideal de planta para os edifícios sagrados era a circular, ou outra derivada dela (como o quadrado e o hexágono). Pois o círculo era a única forma perfeita, uma imagem direta da razão divina.

Hospital dos Inocentes. Brunelleschi.

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Na Igreja de Sant’ Andrea, Alberti propôs uma frontaria de templo em estilo clássico à tradicional fachada basilical. Para harmonizar, usou pilastras e não colunas, enfatizando a continuidade da superfície da parede.

Fachada Sant’ Andrea. Alberti.

Sant’ Andrea. Alberti.

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6. Análise da Proporção/Simetria de uma Obra Arquitetônica que Marcou a Época

Obra: Basílica Santa Maria Degli AngeliArquiteto: Fillippo Brunelleschi

Tem uma planta retangular, dividida em uma nave central e duas laterais, rodeadas por 10 capelas laterais, com um transepto. Em um abside semi-circular, destacando a planta.

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O interior é simples mas elegante, com poucas decorações, em claro contraste com as capelas laterais. A nave e os corredores laterais tem estilo dórico neoclássico por Luigi Poletti e a cela que morreu São Francisco, ainda se conserva. Está situada baixo do coro, contra as colunas da direita da cúpula.

As capelas laterais estavam decoradas por grandes artistas de vários períodos, incluindo a Antonio Circignani (todas as pinturas da capela de Santa Ana, 1602-1603), Francesco Appiani (capelas de Santo Antonio e São Pedro no Cárcere, 1756–1760), Ventura Salimbeni (capela do translado do Senhor, 1602).

A igreja tem 126 metros de comprimento, 65m de largura e altura de 75m do chão à cúpula.

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Geometria: na construção da Igreja, Brunelleschi utilizou uma forma geométrica pura: o quadrado.

Brunelleschi introduziu a matemática em seus projetos. Nota-se que a cúpula é totalmente simétrica com a presença do equilíbrio e da harmonia entre os elementos.

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ALTO RENASCIMENTO

Os itens Localização, Contexto Histórico e Momento Político, Econômico, Social e Tecnológico também se referem ao Alto Renascimento, devido a isso, eles não serão colocados neste tema.

1. Influências Artísticas

Cinquecento

O último período do Renascimento italiano é aquele em que as obras artísticas atingiram seu mais elevado grau de elaboração. Esse período é de instabilidade. As cidades italianas perdem o monopólio de comércio de especiarias. O papado em Roma e o último dos Médici, todavia, criam na cidade e em torno do trono papal uma atmosfera de luxo, requinte e sofisticação cultural. Nesse período iniciam-se as obras para a nova Basílica de São Pedro e a decoração do Palácio do Vaticano, atraindo artistas para a cidade. Os artistas de maior destaque foram: Leonardo da Vinci (1452-1519), Michelangelo (1475-1564) e Rafael (1483-1520). Suas obras servem de identificação das artes do Renascimento e alguns autores chegam a chamar toda a produção anterior de primitiva. Cada um desses artistas personificou um aspecto peculiar desse momento: Da Vinci foi o arquétipo do homem renascentista, um gênio solitário que se interessou pelas facetas múltiplas do conhecimento; Michelangelo encarnou o poder criador e concebeu vários projetos inspirando-se no corpo humano como veículo essencial para a expressão de emoções e sentimentos; e Rafael exemplificou o espírito clássico da harmonia, da beleza e da serenidade.

Leonardo da Vinci foi o artista que mais se aproximou do ideal do “homem renascentista”. Era dotado de um espírito versátil, que o tornou capaz de pesquisar e trabalhar em diversos campos do conhecimento humano.

A pintura de Leonardo desenvolve o método de composição através dos jogos de luz e sombra, chamado de chiaroscuro. Começando com tonalidades escuras, ele construiu a ilusão de feições tridimensionais.

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Esse recurso era reforçado pela técnica do esfumaçamento (sfumato), que banhava todo o quadro de uma neblina suave e evocativa, atribuindo uma

Retrato de Cecilia Gallarani (1485). Leonardo da Vinci.

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aura de mistério. Na técnica, as cores vão do claro ao escuro numa graduação continua de tonalidades sutis, sem bordas definidas que as separem. Os objetos e as paisagens mais distantes perdem a definição da silhueta e vão assumindo uma coloração mais diluída e desbotada.

No afresco mural Última Ceia, Leonardo trabalha com as expressões humanas que compõe na história. O uso da perspectiva, com todas as linhas diagonais convergindo para a cabeça de Cristo. Ainda, Leonardo reforça a

Mona Lisa. Leonardo da Vinci.

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profundidade ao trabalhar com detalhes no teto da representação e luz numa das superfícies. Esse recurso além do maior realismo a cena, incorpora o afresco perfeitamente ao refeitório em que está alocado.

Michelangelo foi o maior expoente na arte da escultura. O mistério da representação humana não estava apenas na expressão facial, mas em todo o corpo, nos músculos, rugas e até nas veias sob a pele. Sua técnica consistia na libertação da figura do mármore, esculpindo as peças com um bloco único.

Ultima Ceia (1495-97). Leonardo da Vinci.

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Davi (1504). Michelangelo.

Pietá (1599). Michelangelo.

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Dos artistas do Alto Renascimento,Rafael foi considerado o mais popular. Trabalhou na decoração dos aposentos no Vaticano. Rafael é considerado a síntese de Leonardo e Michelangelo. Trabalha mais suavidade e simplicidade, sem sacrificar nenhum recurso técnico ou efeito emocional.

A criação. Teto da capela Sistina (1508-12). Michelangelo. Vaticano.

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Transfiguração (1518-20). Rafael.

A escola de Atenas (1509). Rafael.

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2. Arquitetos e Repercussão na Estética da Arquitetura

No Cinquecento, o principal arquiteto foi Donato Bramante (1444-1514). Foi considerado o criador da arquitetura no Alto Renascimento em Roma.Bramante tem como característica utilizar a antiguidade não como cópia, mas como ponto de partida, imprimindo um estilo pessoal.

Constrúido a partir de círculos concêntricos, o Tempietto foi modelado sobre o templo romano de Vesta, em Tívoli. Tem ordem dórica, simplicidade e geometria. A altura do templo até a base da cúpula é igual à largura.

Tempietto de San Pietro (1502). Roma, Bramante.

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Para a construção da cúpula da Basílica de São Pedro, Bramante projetou uma cúpula com volumetria mais pesada, que reforçava a solidez do volume total. Michelangelo projetou uma volumetria mais leve, que valoriza as linhas verticais, através do tambor mais alto, dos contrafortes salientes, das nervuras, da curvatura mais elevada da cúpula e da alta clarabóia.

Pátio do Belvedere (1503). Vaticano, Bramante.

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Andrea Palladio é conhecido pelas villas, que eram uma adaptação da velha domus romana. Com sua loggia (galeria) e seus amplos terraços, situa-se no centro de um imenso jardim. Ele praticou a teoria de que os edifícios devem ser estender simetricamente em torno do eixo central, e que cada aposento deve se relacionar com os outros em simples proporções matemáticas. Palladio acrescentou também, fachadas de templos romanos às villas. As villas eram circundadas por campos e vinhedos pertencentes ao proprietário da villa. A propriedade incluía as edificações de serviço, além da villa, onde o proprietário desfrutava da vida no campo no verão. As casas geralmente tinham dois pavimentos e situavam-se numa porção alta do lote. A Villa Rotonda (1566-71), sua obra mais famosa, trata-se de uma casa de campo. O projeto consiste num quadrado encimado por uma cúpula. Todas as fachadas são idênticas e possuem frontarias de templos.

Basílica de São Pedro vista do Castelo de Santo Ângelo.

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Villa Rotonda (1566-71), Palladio, Vicenza.

Villa Rotonda (1566-71), Palladio, Vicenza.

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3. Análise da Proporção/Simetria de uma Obra Arquitetônica que Marcou a Época

Obra: Igreja San Giorgio MaggioreArquiteto: Andrea Palladio

Planta é basilical, com cúpula sobre o cruzeiro.

Vista à distância, fachada, cúpula torres e telhados são pensados para que se unissem numa composição equilibrada. Na qual, a graduação da superfície pode ser percebida pouco a pouco.

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Igreja San Giorgio Maggiore. Andrea Palladio.

A função da igreja é expressa na configuração da planta. Ao entrar, o visitante se encontra em uma sala relativamente alta e comprida. Do lado oposto, um grande arco se abre e demarca com uma cúpula o altar-mor.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Disponível em: http://www.greatbuildings.com/buildings/S._Maria_degli_Angeli.html. Acesso em: 21/11/2012.

Disponível em: http://www.sacred-destinations.com/italy/assisi-maria-degli-angeli-photos/slides/xti_1571p. Acesso em: 21/11/2012.

Disponível em: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=3637. Acesso em: 21/11/2012

PROENÇA, Graça. Descobrindo: a história da arte. 1. ed São Paulo:Ática, 2006. 248 p.

SEVCENKO, Nicolau. O renascimento. 27 ed. São Paulo: Atual, 2003.91 p. (Discutindo a história).

BENEVOLO, Leonardo. Introdução à arquitectura. São Paulo: Edições 70,1987. 241 p.

BURKE, Peter. O homem renascentista. Lisboa: Editorial Presença, 1991. 257p.

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