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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
RENATA DOS SANTOS
MALETA DO BOM GOURMET
Balneário Camboriú
2008
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UM NOVO PRODUTO: A MALETA DO BOM GOURMET
Balneário Camboriú
2008
Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – ênfase em Marketing, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador: Prof. MSc. Marcio Daniel Kiesel
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RENATA DOS SANTOS
UM NOVO PRODUTO: A MALETA DO BOM GOURMET
Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel
em Administração e aprovada pelo Curso de Administração – ênfase em
marketing da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário
Camboriú.
Área de Concentração: novo produto
Balneário Camboriú, 02 de dezembro de 2009.
_________________________________
Prof. MSc. Márcio Daniel Kiesel
Orientador
___________________________________
Prof. MSc. Manuel Carlos Pinheiro da Gama
Avaliador
___________________________________
Prof. MSc. Lorena Schroder
Avaliadora
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EQUIPE TÉCNICA
Estagiário(a): Renata dos Santos
Área de Estágio: Marketing
Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder
Supervisor da Empresa: Aliomar Luciano dos Santos
Professor(a) orientador(a): Márcio Daniel Kiesel
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DADOS DA EMPRESA
Razão Social: Gráfica Mercúrio Ltda
Endereço: Rua João Luiz Gonzaga, 125 – Centro – Brusque - SC
Setor de Desenvolvimento do Estágio: Desenvolvimento de novo produto
Duração do Estágio: 240 horas
Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Aliomar Luciano dos Santos –
Proprietário Presidente
Carimbo do CNPJ da Empresa:
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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA
Balneário Camboriú, 02 de dezembro de 2008.
A Empresa Gráfica Mercúrio Ltda, pelo presente instrumento, autoriza a
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de
Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pela
acadêmica Renata dos Santos.
___________________________________
Responsável pela Empresa
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"Obstáculos são aqueles perigos que você vê
quando tira os olhos de seu objetivo."
Henry Ford
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus e a minha família por estarem sempre juntos ao meu lado.
Pai, Mãe obrigada por existirem, obrigada por me fazerem que eu sou e quem
eu serei, minha meta na vida é orgulha-los!
Obrigada ao meu namorado, Edu, que soube como ninguém me acalmar nos
momentos de insegurança com seu amor e compreensão.
A todos os professores que compuseram esta linda música de quatro anos de
muito estudo e aprendizado. Em especial a Professora Lorena e Manuel que
aceitaram me avaliar neste momento decisivo, obrigada!
Ao meu Orientador Márcio por sempre me apoiar nas minhas opiniões e por
saber me dizer quando estive errada. Entre as gargalhadas sempre presentes
em cada orientação, teu apoio foi de muita importância.
Noelminha podes ter certeza que cada conversa e cada risada estão no meu
coração pra sempre.
Obrigada à minha amiga-alma-gêmea Nay pelo constante apoio, pela tua
paciência comigo e principalmente pela tua amizade recíproca. Não posso te
chamar de amiga, porque o que sinto por ti é amor de irmã. Desculpa Diana,
mas vais ter que dividir comigo! Força na peruca, acelera o carrão automático e
vamos ser felizes, sempre amigas, sempre irmãs.
Agradeço também a amizade de todos que formaram essa turma maravilhosa,
em especial a Flavinha que me formei no colégio e agora vou me formar na
faculdade contigo nega! Que privilégio é ser tua amiga! Jan, sempre quietinha
mas uma amiga e tanto! Day, Sandrinha, como foram boas as risadas com
vocês! Estarão no meu coração, nas minhas lembranças e espero que no meu
dia-a-dia pra sempre.
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RESUMO
Seguindo o aumento expressivo no interesse amador pela gastronomia, estão sendo desenvolvidos cada vez mais novos produtos que atendam a este público muito específico. A Maleta do Bom Gourmet é um bom exemplo de adaptação das necessidades deste público a um novo produto, para um mercado também relativamente novo que busca praticidade na realização do seu hobby. Estuda-se neste trabalho a viabilidade de mercado e as perspectivas daqueles que têm na culinária um lazer. Através das pesquisas realizadas obtiveram-se resultados e informações com expressiva contribuição ao que ora é apresentado como produto novo no mercado. Cada etapa para a realização deste projeto é descrita de maneira detalhada, desde a idealização até a execução, finalizando com as preferências dos pesquisados e sugestões para adaptar o produto ao seu público da melhor maneira possível. Palavras-chaves: Lazer, maleta, gastronomia.
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ABSTRACT
Following the significant increase in interest by amateur cooking, are being increasingly developed new products that serve this very specific public. The Good Gourmet´s Briefcase is a good example of adaptation needs of the public to a new product, to a market that is also relatively new for who search for practicality to carrying out their hobby. It is studying the feasibility of market and the prospects of those who are in a culinary pleasure, and is endorsed the concept of a new product, to take theoretical bases in the implementation of the project. Through researches could be obtained results and information with significant contribution to what now appears as the final product. Each step in the realization of this project is described in details, since the idealization to the execution, ending with the preferences of those who responded the questions and suggestions to adapt the product to its audience the best way. Key words: Leisure, briefcase, gastronomy.
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LISTA DE FIGURAS / TABELAS / QUADROS
Figura 1 Espiral do Desenvolvimento dos Produtos 21
Figura 2 Estágio de Ciclo de Vida do Produto 23
Figura 3 Etapas para o desenvolvimento de um novo produto 25
Figura 4 Fatores internos e externos que influenciam na decisão sobre preços.
31
Figura 5 Canais de Distribuição 32
Figura 6 Processo de Seleção do Marketing Direcionado 37
Figura 7 Estratégias de Marketing 39
Figura 8 Influências que a situação tem sobre o comportamento do consumidor
42
Figura 9 Levantamentos prévios ao lançamento de um novo produto 42
Figura 10 Diferenças entre Publicidade e Promoção de Vendas
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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 13 1.1 Tema.................................................................................................. 14 1.2 Problema............................................................................................ 15 1.3 Objetivo Geral .................................................................................... 15 1.3.1 Objetivos Específicos.................................................................. 15 1.4 Justificativa......................................................................................... 15 1.5 Contexto do ambiente de estágio....................................................... 16 1.6 Organização do trabalho.................................................................... 17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................ 19 2.1 Processo criativo................................................................................ 19 2.2 Novo Produto ..................................................................................... 21 2.2.1 Gerenciamento de novos produtos ............................................. 23 2.3 Desenvolvimento de produto.............................................................. 25 2.4 Precificação........................................................................................ 29 2.4.1 Formação de preços ................................................................... 30 2.5 Distribuição ........................................................................................ 33 2.6 Valor de Mercado............................................................................... 35 2.7 Mercado-alvo ..................................................................................... 36 2.8 Comportamento do Consumidor ........................................................ 40 2.9 Lançamento de Novo Produto............................................................ 43 2.10 Comercialização................................................................................. 46 3 METODOLOGIA ....................................................................................... 49 3.1 Tipologia de pesquisa ........................................................................ 49 3.2 Sujeito de estudo ............................................................................... 50 3.2.1 Focus Group ............................................................................... 50 3.2.2 Entrevistas .................................................................................. 50 3.3 Instrumentos de pesquisa .................................................................. 51 3.3.1 Focus Group ............................................................................... 51 3.3.2 Entrevistas .................................................................................. 53 3.4 Análise e apresentação...................................................................... 54 3.5 Limitações da pesquisa...................................................................... 55 4 RESULTADOS.......................................................................................... 56 4.1 Grupo de Foco ................................................................................... 56 4.2 Entrevistas ......................................................................................... 61 4.3 Análise dos dados.............................................................................. 64 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................... 67 6 REFERÊNCIAS......................................................................................... 69
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1 INTRODUÇÃO Um novo produto não precisa ser algo totalmente inédito, mas deve sim,
corresponder às expectativas do cliente quanto a sua utilidade e
funcionalidade. Se este produto não for adequado o bastante e não ser
reconhecido pelo consumidor, pode fracassar.
Com uma idéia bem construída e aprovada, faz-se um estudo árduo quanto ao
desenvolvimento do produto. Ulrich & Eppinger apud Takahashi (2007, p. 41),
diz que o “processo de desenvolvimento de produtos é uma seqüência de
passos ou atividades que uma empresa emprega para conceber, projetar e
comercializar um produto”. Ao se desenvolver um produto, são estudadas
todas as tendências atuais, o que o consumidor pede e quais seus desejos em
relação a esta necessidade. Para a maleta Bom Gourmet foram unidos os
utensílios básicos de cozinha com os temperos mais variados possíveis, para
que quando o usuário for cozinhar fora de sua casa, tenha em mãos, de forma
organizada, tudo que possa precisar.
O caso desta maleta e de muitos outros novos produtos é que não é apenas
uma mercadoria na prateleira. O preço exerce papel fundamental quanto a este
objetivo, principalmente porque é definida como um produto especial, que além
do preço, têm um valor agregado alto. Para que a formação dos preços seja
eficaz, deve-se analisar tanto os fatores externos, quanto os internos,
considerando os custos que a organização emprega para a fabricação do
produto. Saber quais são as expectativas do consumidor em relação ao preço
deste produto e ter certeza de que este preço suprirá as necessidades da
empresa no que diz respeito aos seus custos fixos e variáveis são também
desafios a serem considerados no mercado.
Como próximo passo, a estratégia de distribuição a partir do segmento que
esta mercadoria pertence. A escolha do canal correto de distribuição é também
um fator decisivo para o sucesso do negócio.
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Um produto certo no mercado certo é determinante para o sucesso. Neste
processo, é definido primeiramente o público que se quer atingir e aí estudar
quais são o seu comportamento e atitudes, ou seja, definir o seu perfil. Existe
uma variável que influencia diretamente no comportamento do mercado que é
o estilo de vida do consumidor, que envolve todas as suas atitudes na vida
social, cultural, pessoal e psicológica. Com estas informações as empresas que
colocam suas idéias e crenças no mercado, devem zelar tanto por sua marca
como por seus produtos. Um mercado é escolhido por suas características
compatíveis com o que o produto almeja, e um laço desfeito quanto a isso,
pode ser o fim de uma idéia magnífica. Por isso, Keegan (2005, p. 268) explica
que quando um produto é colocado nas prateleiras pode sofrer influências
humanas, mecânicas ou até mesmo químicas que são o potencial de
incompatibilidade.
Como em todo projeto há dificuldades a serem superadas. No caso do
presente trabalho, sabe-se que para se lançar um novo produto no mercado há
de se ter cuidado com o que se vai comercializar. Só ser aceito no mercado
não é garantia de sucesso, há de se considerar as etapas subseqüentes como
o custo e preço e a forma de comercialização já que ambos requerem
estratégias para o mercado.
1.1 Tema
No Brasil, acadêmicos e administradores não exploram como deveriam a
inovação, levando ainda em conta apenas o antigo jargão “nada se cria, tudo
se copia”. Atitudes e pensamentos desta natureza tendem a retardar o
mercado de inovações, deixando as lacunas dos desejos dos consumidores em
aberto para empresas e mentes mais arrojadas.
A maleta é uma idéia surgida no meio usuário, que reclama de um
equipamento funcional, portátil, para o exercício do prazer de cozinhar seja
onde conveniente for. Dá-se a este projeto a conotação científica, para que o
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processo de comercialização seja feito de forma coerente e sensata, respeitada
a necessidade demonstrada pelos possíveis consumidores.
1.2 Problema
É a Maleta do Bom Gourmet um produto com boas perspectivas de uso
pelo público a quem se destina?
1.3 Objetivo Geral
Identificar a viabilidade preliminar de lançamento da Maleta do Bom
Gourmet.
1.3.1 Objetivos Específicos
Avaliar a percepção dos potenciais consumidores
Definir com o público alvo a composição do produto.
Perceber a aceitação do preço e canais de distribuição.
1.4 Justificativa
A idéia nasceu há mais de vinte anos, através de um amigo da família e ex-
prefeito da cidade de Brusque, o Sr. Ciro Gevaerd, que tinha na culinária um
hobby. Ocorreu que, durante visita em sua casa, uma conversa sobre a Maleta
que Sr. Ciro fabricou para uso próprio, e comentando que muitas pessoas lhe
pediam para produzir em série um kit que contivesse os equipamentos e
temperos necessários para uma boa gastronomia, fez surgir a idéia de criar
uma maleta culinária. A partir desta conversa foi sugerido que a idéia tomasse
forma e continuidade. Alguns anos se passaram, e foi montada uma parceria
para colocar a maleta no mercado, e assim abrirmos um novo negócio para a
família.
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Hoje, a maleta é um sonho que deve se tornar realidade, e é por isso que este
trabalho está sendo realizado. Antes de tudo, a maleta corresponde a uma
necessidade pessoal, e após a decisão de dar andamento ao projeto, foram
feitas pesquisas prévias e informais. Com estas conversas, foi então, detectada
a necessidade de equipá-la para aqueles que têm na culinária a sua diversão.
A partir do resultado positivo, não poderia, de forma alguma, lançar um produto
deste porte sem conhecer o seu mercado e saber o que realmente se quer e
precisa. Além do produto em si, é necessário conhecer e compreender todas
as etapas que o levam ao mercado, desde seu desenvolvimento e estipulação
de preços até a comercialização.
1.5 Contexto do ambiente de estágio
Têm-se como patrocinadora do projeto da Maleta do Bom Gourmet a Gráfica
Mercúrio que foi adquirida pela atual administração em 1966, sendo a terceira
empresa do ramo na cidade de Brusque a atuar no mercado gráfico atendendo
as empresas do vale do Itajaí no fornecimento de impressos em geral. No
início, localizada na Rua Hercílio Luz, no centro da cidade de Brusque, a
empresa era presidida por Wilson Erasmo Quintino dos Santos. Nesta época a
Gráfica Mercúrio contava com maquinário tipográfico e como principal produto,
eram impressos documentos, tais como: notas promissórias, notas ficais, guias
de recolhimentos fiscais e livros fiscais.
Agora sob a direção de Aliomar Luciano dos Santos, a Gráfica Mercúrio
ampliou seu parque fabril, substituindo a tecnologia de tipografia pela
tecnologia de impressão offset, o que proporcionou à empresa abrir novos
mercados possibilitando, além de continuar a fornecer os impressos até então
produzidos, ampliar seu leque de produtos, entrando no ramo de catálogos e
encartes, sempre prezando a maior qualidade. A carteira de clientes da Gráfica
Mercúrio chega a 500 (quinhentos) empresas e pessoas físicas utilizando
nossos serviços continua ou esporadicamente.
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O parque fabril da empresa conta com seis impressoras offset e emprega 20
(vinte) funcionários diretos, e cerca de 15 (quinze) indiretos, atendendo todo o
mercado de Brusque e Vale do Itajaí. Atualmente, a empresa vem iniciando sua
atuação no mercado de sacolas de papel, buscando maior participação neste
mercado, possibilitando assim, um aumento no leque de clientes. Para este
crescimento, a Gráfica Mercúrio investiu na compra de uma máquina GTO
otimizando o tempo de impressão, e continua investindo na compra de outras
duas máquinas para modernizar a empresa e atender ainda melhor os clientes.
1.6 Organização do trabalho
O trabalho engloba um estudo sobre a viabilidade de lançamento de um novo
produto no mercado chamado Maleta do Bom Gourmet. Na introdução,
destacamos o contexto onde este produto se encaixa e quais os seus objetivos
no mercado, destacando a importância do preço em um produto considerado
especial. Como justificativa deste projeto, cita-se a história que gira em torno
da idéia do produto, bem como sua realização, ressaltando a importância de se
ter um embasamento teórico e prático, necessitando opiniões externas para
melhorar o produto cada vez mais.
Na fundamentação teórica, foram utilizados autores como: Berkowitz, Bernardi,
Blackwell, Churchill, Crocco, Gobe, Godoi, Griffin, Kotler, Ruediger, Urbany,
entre outros. Baseando-se nestas teorias, este capítulo foi dividido nas fases
que antecedem o lançamento efetivo de um produto envolvendo o processo
criativo, conceituação de novo produto, gerenciamento e desenvolvimento dos
mesmos, precificação e formação de preços, distribuição, valor de mercado,
mercado-alvo, comportamento do consumidor, o lançamento de novos
produtos e a comercialização.
Na metodologia foi adotado como forma de pesquisa o Grupo de Foco, ou
Focus Group, caracterizado como um instrumento qualitativo exploratório, onde
foram reunidas nove pessoas para coleta de informações e contribuições a
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respeito dos quesitos mais diversos, que respondessem aos objetivos
estipulados.
A análise de dados foi feita através da transcrição das informações e
manifestações obtidas no grupo de foco e nas entrevistas com varejistas.
Dessa forma pode-se observar de uma forma mais clara as visões tanto do
consumidor potencial quanto das lojas que poderiam disponibilizar a Maleta do
Bom Gourmet para venda.
Nas considerações finais foram apresentadas conclusões das pesquisas onde
ficou provado que o produto deve se adaptar ao público que almeja, mas sem
perder sua identidade e diferencial. A Maleta do Bom Gourmet foi considerada
completa e de acordo com as informações obtidas supre a necessidade de
muitos daqueles que vêem na culinária um prazer que pode ser melhor
satisfeito se tiver ao seu dispor produtos que tragam maior praticidade conforto
na sua atividade.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Processo criativo
Sabe-se que o ambiente externo à empresa tende a mudar rapidamente no que
diz respeito à tecnologia, mercado e sociedade.
A empresa necessita realizar um esforço constante para adaptar-se a essas alterações do meio ambiente, gerando idéias e implantando ações, que promovam as mudanças necessárias na linha de produtos e na administração da empresa (GURGEL, 2001, p. 89).
E esta geração de idéias, nada mais é que a criatividade humana que Dualibi &
Simonsen (2000) definem como a “técnica de resolver problemas”, ou seja,
descobrir novos caminhos através da consideração do conhecimento como um
meio de se atingir este objetivo e não como um fim (p. XVI e XVII).
Baseado em seu próprio conceito do processo criativo Gurgel (2001, p. 93)
ainda explicita a realidade quanto à capacidade criativa do ser humano
colocando que “as pessoas podem ser altamente criativas em determinadas
categorias de assuntos e podem ser pouco criativas em outros temas. Em
princípio, todo mundo é criativo no que é sua especialidade”. Assim, ele explora
a chamada “mente criativa” externando a idéia de que a personalidade dirigida
tende a definir únicas soluções para o mesmo problema, ao contrário da
divergente que é flexível quanto à geração de idéias e com múltiplas
alternativas igualmente válidas.
Para que o processo criativo seja melhor exemplificado, é citado na literatura
de Dualibi & Simonsen (2000, p. 24) os sete passos para colocar a criatividade
a serviço de uma empresa:
- Desejo: querer criar algo novo.
- Preparação: tornar o que é estranho em algo familiar, estudar sobre o
problema identificado.
- Manipulação: juntar conceitos aparentemente não-relacionados, tornando o
estranho algo familiar.
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- Incubação: É o inconsciente do processo criativo, acumulando dados diretos
e indiretos.
- Antecipação: É um sentimento de premonição, ou seja, o problema está
prestes a ser resolvido.
- Iluminação: O resultado esperado.
- Verificação: Se a solução é viável ou não.
Todas as mudanças do mercado devem ser baseadas no estímulo, verificando
o que estimula a geração de idéias novas e aproveitáveis, onde são estudados
os fundamentos psicológicos da liberação da criatividade e por fim a realidade,
mostrando como transformar estas boas idéias em inovação. E inovação não é
algo simples; exige muita visão da realidade, esforço e dedicação (GURGEL,
2001, p. 89 e 90).
A partir desta constatação devem-se fazer algumas perguntas essenciais a
respeito dos critérios de avaliação das idéias para dar andamento no projeto,
que são:
- Os clientes se importam?
Como os clientes são beneficiados?
Quantos clientes se beneficiam?
- Nós nos importamos?
Relevância, fatia de mercado potencial
Isso criará valor para os acionistas?
- Podemos fazê-lo?
Infra-estrutura e tecnologia
Custo/lucros
- Podemos tomar a dianteira ou emparelhar com a concorrência?
(GRIFFIN, 2001, p. 246)
Depois destas considerações, entram as preferências do consumidor, a
realidade: eles fazem suas compras e preferem alguns produtos por razões
determinadas, especialmente quando encontram neste uma solução para
algum problema ou necessidade.
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21
O primeiro passo para a venda é identificar ou reconhecer a necessidade não atendida. Embora pareça elementar, muitas vezes as empresas iniciam o processo de desenvolvimento de produtos baseando-se naquilo que são capazes de fazer ou vender e não na satisfação das necessidades e aspirações dos clientes” (BLACKWELL, 2001, p. 49).
Para que esta meta seja atingida, é preciso que o conhecimento das atitudes
do consumidor potencial vá além do comportamento de compras, e explore
como compram e todas as emoções que possam estar envolvidas neste ato.
2.2 Novo Produto
Partindo do conceito publicado por Semenik et al apud Gobe (2004, p. 64) de
que produto “é um conjunto de atributos tangíveis e intangíveis, que
proporciona benefícios reais ou percebidos, com a finalidade de satisfazer as
necessidades e desejos do consumidor”, conclui-se que para se definir um
novo produto deve-se incluir o consumidor no projeto, sempre verificar se será
de preferência de quem se quer alcançar, levando-se em conta as
características deste público. O conceito restrito de que um novo produto é
apenas algo totalmente inédito ou original é algo ultrapassado nos dias de hoje,
partindo-se da ótica de que:
Não importa se a tecnologia é originalíssima ou surpreendente ou quantos dólares promocionais são gastos para convencer os clientes a comprarem algo; produtos e serviços que não resolvem problemas do consumidor fracassam (BLACKWELL, 2001, p. 50)
A partir do momento um produto inicial seja desenvolvido e colocado no
mercado, os concorrentes podem introduzir produtos que melhoram o
desempenho. Com o passar do tempo, tornam-se disponíveis novas
tecnologias que resolvem os problemas dos consumidores que antes não eram
cobertos pela primeira geração do produto. Estes fatos requerem que as
empresas possam gerenciar o desenvolvimento dos produtos como uma
espiral constante, como representado na figura abaixo (GRIFFIN, 2001, p.
235):
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22
Capacidade Tecnológica
Entendimentodas Necessidades
Fluxo de novos produtos
Figura 1 – Espiral do Desenvolvimento dos Produtos Fonte: GRIFFIN (2001, p. 235).
Com isto, consideramos também que para um novo produto, um dos aspectos
mais importantes é o design, que vai muito além de sua aparência. Gobe
(2004, p. 72) coloca este termo como uma junção de vários processos, entre
eles: planejamento, configuração e produção de bens. Com isso, significa dizer
que o design é mais um diferencial entre as marcas que estão disponíveis no
mercado.
No quesito empresarial, uma idéia criativa é muito mais do que apenas um
produto novo no mercado, é também um novo negócio. As empresas em sua
maioria são soluções que foram encontradas para cessar uma angústia gerada
por algum problema. Os empresários vêem na necessidade não satisfeita ou
mal satisfeita uma oportunidade para obter um resultado, uma recompensa
(DUALIBI & SIMONSEN, 2000, p. 02)
Na literatura de Berkowitz (2003, p. 4 e 5) os produtos em geral são
classificados de duas diferentes formas: Através do grau de tangibilidade e
através do tipo de usuário. O grau de tangibilidade é mostrado classificando os
produtos como não duráveis, como alimentos e combustível, e como duráveis
que têm um número maior de utilizações. Nesta classificação entram também
os serviços como um caso a parte, e são definidos como atividades ou
benefícios oferecidos a venda.
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23
A próxima classificação exposta por Berkowitz (2003, p. 5 e 6) é através do tipo
de usuário. Neste modo de classificar os produtos são divididos entre bens de
consumo e bens industriais. Os bens de consumo são os produtos que são
adquiridos pelo próprio consumidor final, já os industriais são comprados pelos
agentes transformadores, sendo usados na fabricação de outros produtos.
2.2.1 Gerenciamento de novos produtos
O significado de Novo Produto varia muito, já que há várias formas corretas
para o termo. Um produto pode ser novo para o mundo, para o mercado, para
o fabricante ou para o vendedor ou ainda pode ser uma combinação disso.
Existem seis categorias de novos produtos, que são:
Produtos novos para o mundo: São produtos que criam um mercado
totalmente novo, antes inexistente.
Novas linhas de produtos: São produtos que entram em mercados já
estabelecidos e que a empresa apenas não oferecia antes.
Acréscimos a linha de produtos existentes: São produtos
complementares a linhas de produtos estabelecidas anteriormente.
Melhorias de produtos existentes: São produtos que já existem mas
sofreram um processo de melhora e por isso dizem que são “novos e
melhorados”.
Produtos reposicionados: São produtos que também já existem mas que
em certo momento são direcionados para outros mercados ou
segmentos deles.
Produtos com preços baixos: São produtos que oferecem desempenho
semelhante aos de outras marcas, mas com preços mais baixos. (LAMB,
2004, p. 326 e 327).
“Produtos, como pessoas, têm um ciclo de vida. O conceito de ciclo de vida do
produto descreve os estágios que um novo produto atravessa no mercado:
introdução, crescimento, maturidade e declínio”. A seguir “existem duas curvas
mostradas nessa figura, a receita total de vendas da indústria e o lucro total da
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24
indústria, que representam a soma da receita de vendas e de lucros de todas
as empresas que produzem o produto” (BERKOWITZ, 2003, p. 32).
E stágio do ciclo de vida do p rodu toIntrodução Crescimento Maturidade Declínio
Rec
eita
de
vend
as o
u lu
cro
0+
-
Receita totalde vendas da
indústria Lucro total daindústria
Objetivo de marketing
Obterconhecimentoda marca
Destacar a diferenciação
Manter a lealdade de marca
Exploração final,eliminação
Concorrência Nenhuma Crescente Muita Reduzida
Produto Um Mais versões Linha completado produto
Mais vendidos
Preço Skimming oupenetração
Ganharparticipação,negociar
Defenderparticipação,lucro
Permanecer lucrativo
Promoção Informar,educar
Destacardiferençascompetitivas
Orientandopara a lembrança
Promoçãomínima
Distribuição Limitada Mais lojas Máximo de lojas
Menos lojas
Figura 2 – Estágio de Ciclo de Vida do Produto Fonte: BERKOWITZ; ERIC (2003, p. 33).
Ainda de acordo com Berkowitz (2003, p. 41 a 43), uma empresa deve prestar
muita atenção ao gerenciar os seus produtos durante os estágios do seu ciclo
de vida. Esta função cabe ao gerente de produto e existem três maneiras de
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25
realizar esta gerência com sucesso: modificar o produto, modificar o mercado e
reposicionar o produto.
Modificar o produto: alterar alguma característica do produto, como qualidade,
desempenho ou desing, para tentar prolongar as suas vendas.
Modificar o mercado: criar novas situações de uso, para assim encontrar novos
clientes para o mesmo produto.
Reposicionar o produto: modificar o lugar que o produto ocupa na mente do
seu consumidor atual em relação a concorrência. Isto pode ser feito
modificando um ou mais dos quatro elementos do mix de marketing.
O processo introdutório com certeza é um dos passos mais importantes ao se
gerenciar um novo produto, já que este representa o lançamento efetivo, a
colocação do produto no mercado. Lamb (2004, p. 338) define este estágio
como “o lançamento em ampla escala de um novo produto no mercado”, e
sendo assim o autor acredita que esta fase do ciclo de vida de um produto é a
mais custosa no quesito marketing. Isto porque, são exigidas margens altas
para os revendedores e altos incentivos para fazer com que os potenciais
consumidores experimentem este novo produto. A publicidade se torna cara, já
que esta ferramenta é usada para educar os consumidores quanto a esta
mercadoria. Geralmente produtos de compra comparada necessitam deste tipo
de publicidade educacional e com vendas pessoais voltadas ao consumidor
final. Da mesma maneira os custos de produção são altos, porque devem ser
preparados para rombos vindos de falhas de fabricação que devem ser
identificadas e rapidamente corrigidas.
2.3 Desenvolvimento de produto
Abaixo estão exemplificadas as principais etapas no desenvolvimento de um
novo produto, necessárias para que se tenham informações e dados completos
para colocação do produto no mercado:
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Geração deIdéias
Seleção deIdéias
Desenvolvimentoe testes do
conceito
Estratégiade Marketing
Análise doNegócio
Desenvolvimentodo Produto
Teste deMercado Comercialização
Figura 3 – Etapas para o desenvolvimento de um novo produto Fonte: KOTLER; ARMSTRONG (2003, p. 239).
Sabe-se que existe uma série de complexidade e riscos ao se desenvolver um
novo produto. É preciso uma série de análises minuciosas além de
considerarem-se apenas as idéias e experiências dos executivos de uma
empresa (GOBE, 2004, p. 140). Seguindo este princípio o autor coloca em
voga algumas informações que devem ser levadas em consideração durante o
processo de desenvolvimento de um novo produto e que estão listadas abaixo:
- Informação sobre vendas: Incluem análises sobre dados de vendas de
produtos da empresa e da concorrência. Os primeiros são adquiridos em
abundância internamente, mas é difícil obter informações sobre vendas de
produtos concorrentes.
- Informações sobre aceitação de produtos: Essas informações mostram
tendências de uso e consumo dos produtos e revelam o momento em que o
produto necessita de mudanças físicas ou mesmo nas estratégias de
marketing.
- Informações sobre inovações de concorrentes: Saber o que o concorrente
oferece é primordial para saber qual o melhor momento para lançar um novo
produto, levando em conta a percepção dos consumidores.
Além de todos estes procedimentos citados, antes de se constituir efetivamente
o produto estuda-se também a visão das necessidades da sociedade, senso
para saber escolhe-las, conhecimento sobre a trajetória e atual condição dos
concorrentes e sobre as tecnologias que estão sendo desenvolvidas e
colocadas no mercado. (GOBE, 2004, p. 65)
A decisão de ser feito um lançamento da novidade, demanda, por parte da
empresa, a escolha de alternativas e análise das possíveis conseqüências em
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27
termos de competitividade em seu segmento de atuação. Neste momento,
quando a empresa busca ampliar o seu composto de produtos, deve considerar
várias alternativas, destacando-se as seguintes:
Desenvolvimento interno: É a forma mais arriscada e mais demorada
porque a realização de todas as etapas do processo de desenvolvimento
do produto são feitas sob responsabilidade da empresa.
Desenvolvimento externo: A empresa tem a opção de contratar
consultores, pesquisadores, institutos de pesquisa, elaborar contratos ou
convênios com universidades e/ou institutos de pesquisa. Com a
experiência de pessoal externo à empresa, os riscos poderão ser
reduzidos, principalmente nas atividades em que a empresa não tem
profissionais adequados.
Compra de patentes: Com a compra de uma patente a empresa elimina
a fase de gerar uma idéia e desenvolve-la para daí lança-la no mercado.
A compra pode ser de um produto já idealizado e desenvolvido, que
carece apenas de um melhor desenvolvimento para se transformar em
produto.
Licença ou franquia: A empresa adquire a licença para produzir o
produto incluindo toda a sua tecnologia de produção, conhecimentos
sobre custos, comportamento de mercado e outras orientações. Com
esta opção muitos fatores de risco são eliminados ou minimizados em
troca do pagamento da taxa de licenciamento ou franquia.
Compra de produtos / marcas de terceiros: Aquisição de
produtos/marcas ou linha de produtos/marcas já existentes no mercado
e que pertencem a outras empresas.
Compra de outra empresa: Sendo a opção menos arriscada, comprar
outra empresa elimina um concorrente e oferece a vantagem de faturar
e lucrar com os produtos.
A decisão a respeito do desenvolvimento de novos produtos poderá ter feições diferentes quando estamos projetando uma nova empresa ou quando pretendemos incluir o produto na linha que a empresa vem produzindo e comercializando normalmente (...) trabalhando sob encomenda, a indústria estará em condições de produzir qualquer unidade que for solicitada dentro da limitação de seus equipamentos (GOBE, 2004, p. 68).
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28
Este tipo de produto está incluído no que é chamado de “produto especial” que
Gobe (2004, p. 68) define como aqueles que trazem benefícios a quem os
consome e que facilmente podem ser benefícios subjetivos e cita ainda que
este produtos requerem um esforço adicional dos consumidores porque eles
pagam mais para tê-los, esperam, ou têm de procurá-los. A aquisição de um
produto dito especial, também pode relacionar a idéia de exclusividade.
Além do produto especial também complementam a lista de produtos de
consumo os de conveniência, de compra comparada, os produtos não
procurados e serviços. Em todas as variações apresentadas deve-se levar em
consideração com afinco a questão da qualidade que Gobe (2004, p. 71)
coloca na perspectiva organizacional como o que diz respeito “ao grau,
negativo ou positivo, de excelência”. Este tema é amplamente discutido por ser
a grande diferença entre os concorrentes e além de tudo mostra se o produto
cumpriu suas funções como deveria.
Durante todo o desenvolvimento do produto, após todas as pesquisas
oportunas, devem ser levadas em consideração todas as tendências de
mercado no momento. Hill (2003) cita em sua obra seis tendências relevantes
para a criação de novos produtos ou serviços que são:
Tendências econômicas e geopolíticas: Uma pequena modificação pode
ter conseqüências econômicas ou políticas, que são difícil de ser
dominadas. Quando estas conseqüências são superadas, novos
negócios crescem e se reproduzem no fértil segmento econômicos que
ficou para trás (p.29).
Tendências tecnológicas: “Na maior parte do tempo, nós procuramos
tendências tecnológicas do laboratório para fora, uma tecnologia pura
começando sua trajetória em busca do seu mercado” (p. 67).
Tendências sociológicas: É a reação às tendências mais amplas, às
mudanças que ocorrem com a nossa sociedade para lidar com as
pressões externas (p. 119).
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29
Tendências dos consumidores: São tendências que influenciam alguns
dos consumidores, geralmente um segmento em particular, e que
afetam a maneira como eles compram (p. 167).
Tendências de negócios: Há muitas tendências de negócios. Entre elas
existe uma gama enorme de jornalistas e consultores pelo mundo
brigando para conseguirem algum negócio novo ou para descobrirem e
promoverem o próximo grande negócio (p. 215).
Tendências do local de trabalho: São tendências que afetam
profundamente os colaboradores de uma empresa, já que o trabalho é
algo fundamental em suas vidas (p. 265).
2.4 Precificação
No processo de administração de produtos leva-se em conta que ao
desenvolver um novo produto, deve-se avaliar o seu valor de mercado e o seu
custo industrial, e “é necessário que se estabeleça desde o início um custo
objetivo para ser despendido nele” (GURGEL, 2001, p. 466). Neste mesmo
pensamento de valor vê-se que “estratégias de marketing e políticas de preço
eficazes têm como princípios e filosofia a criação de valor ao produto e serviço”
(BERNARDI, 2004, p. 123).
O conceito de preço, trabalhado por Urbany (2001, p. 428), diz que ele é “uma
unidade de valor entregue por uma parte em troca de alguma coisa recebida de
outra parte”, e Bernardi (2004) explica ainda que o preço é a definição de um
valor do produto e não apenas para o produto, então a empresa usa a política
de preços com o principal objetivo de traçar um ponto de equilíbrio entre o
preço e o valor do produto. Pode-se afirmar que os objetivos mais comuns em
relação a preços são: o retorno sobre o investimento, a parcela de mercado e o
caixa. O mais almejado é o retorno do investimento, este muitas vezes
altíssimo para o desenvolvimento e colocação de um produto no mercado. Por
mais simples que seja a mercadoria, sempre demanda de uma boa quantidade
de dinheiro entre a idéia e a distribuição para o mercado.
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Por isso, Bernardi (2004, p. 122) cita o composto de marketing: produto, praça,
promoção e preço como itens interdependentes e complementares que devem
ser equilibrados. “Nesse contexto, o preço e sua competitividade são
dependentes dos demais elementos, porque agregam valor”. E é neste passo
que entra a concorrência que o autor coloca como um auxílio na formação de
preços, já que avaliar o que a concorrência usa como política de preços, auxilia
a fixação dos mesmos, nunca tornando este dado uma paranóia e sempre se
preocupar primeiro com o mercado e não enfocar apenas a concorrência (p.
129).
O impacto que a demanda faz sobre a formação de preços é inegável
na maioria das vezes são correlacionados negativamente, ou seja, se o preço sobe, a demanda tende a cair ou vice-versa. Na prática, em determinadas circunstâncias de conjuntura econômica, o aquecimento da demanda nem sempre faz o preço cair, ao contrário (BERNARDI, 2004, p. 128).
Com esta colocação, o autor mostra o que afeta a demanda e a sensibilidade
que são os seguintes fatores:
Desejos e necessidades;
Produtos substitutivos;
Número de alternativas similares;
Peso do valor no orçamento do comprador;
Benefícios;
Qualidade e durabilidade;
Disponibilidade;
Relação preço-qualidade;
Relação preço-valor.
2.4.1 Formação de preços
Historicamente, os preços eram em geral definidos por um grupo de compradores e vendedores barganhando entre si. Os vendedores pediam um preço mais elevado do que esperavam obter e os compradores ofereciam menos do que esperavam pagar. Por meio de
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barganhas, eles chegavam a um preço aceitável. Os compradores individuais pagavam preços diferentes pelos mesmos produtos, dependendo de suas necessidades e habilidades em barganhar (KOTLER; ARMSTRONG, 2003, p. 263)
Sabe-se que hoje em dia não funciona mais assim, já que atualmente os
vendedores definem um preço para todos os consumidores. O preço é o único
composto do marketing que produz receita, enquanto todos os outros
representam custos para a organização. Mesmo com o visível desenvolvimento
da política de preços no mundo, hoje em dia ainda existem empresas que
cometem vários erros neste processo e não lidam bem com os seus preços
(KOTLER; ARMSTRONG, 2003, p. 263).
Na ótica do marketing, existem alguns passos para a formação dos preços dos
produtos a serem lançados no mercado, tais como: Objetivos, segmento,
custos, concorrência, políticas de preço, etc. Bernardi (2004 p. 125)
complementa esta lista com: a definição dos objetivos do preço, e a análise das
condições internas e externas da organização.
Estas condições internas e externas citadas por Bernardi também são expostas
por Sartori (2004) que explica que os fatores internos se preocupam mais com
os custos da empresa e não leva em consideração o mercado e sua força,
portanto não considera quanto os consumidores vão pagar e como isto pode
interferir na sua relação com eles (p. 82). Os preços influenciados pelos fatores
internos são formados baseados no custo pleno, no custo variável ou no
retorno sobre o capital investido (p. 85).
Já os fatores externos são plenamente baseados na demanda, já que
entende-se que a demanda de mercado mostra quanto os consumidores
estariam dispostos a pagar por um determinado produto. Através deste
conceito “coloca-se mais ênfase na influência das necessidades e interesses
do consumidor do que na influência dos custos, lucros ou forças competitivas”
(p. 93). Mas há também quem coloca seus preços baseados na concorrência,
que é um dos mais fortes fatores externos (p. 93 e 94).
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Kotler e Armstrong (2003, p. 263) representam estes dois fatores da seguinte
maneira:
Fatores Internos:
* Objetivos de marketing* Estratégias de mix de marketing* Custos* Organização para definição de preços
Fatores Externos:
* Natureza do mercado e da demanda* Concorrência* Outros Fatores ambientais (economia, revendedores, governo)
Decisõessobre preços
Figura 4 – Fatores internos e externos que influenciam na decisão sobre preços. Fonte: KOTLER;ARMOSTRONG (2003, p. 263).
Segundo Bernardi (2004, p. 124 e 125), quando se fala em preços é comum
que haja reações e incidentes no processo de precificação e isto se dá de
várias formas:
Redução de preços;
Produtos mais baratos;
Produtos de prestígio;
Melhoria de atendimento e serviços;
Reduções no custo de produzir;
Imitação;
Adaptação.
Há duas maneiras mais comuns de se determinar preços com base nos custos.
Uma é usar uma margem padrão (mark-up) e outra maneira é formar o preço
somando o custo por unidade e o lucro desejado, este último o mais utilizado. A
definição do preço lucrativo não leva em consideração a sensibilidade dos
preços, concorrência ou competição, apesar de serem estas características
essenciais na formação de preços eficazes. Além disso, a definição de preços
encima dos custos envolve custos fixos por unidade, ou seja, os tratam
também como custos variáveis, embora os fixos não se alterem com o número
de unidades vendidas (URBANY, 2001, p. 429 e 430).
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2.5 Distribuição
“A distribuição (ou canais ou, segundo a tendência atual, canais de marketing) compreende o processo, a estrutura e a gestão da disponibilização dos produtos (bens, serviços e etc.) para trocas. Portanto a administração da distribuição envolve a estrutura e o gerenciamento das atividades dos agentes presentes no(s) canal (is), as operações de atacado e varejo, a distribuição física (incluindo aspectos logísticos de planejamento, transporte e armazenagem), entre outras variáveis associadas ao processo de ligação entre produção e consumo” (CROCCO, 2006, p. 155).
Do composto de marketing, certamente a distribuição é a mais afetada pelos
fatores externos (ambiente externo) tidos, como variáveis incontroláveis.
Levando em consideração todo este conjunto de fatores, é preciso que seja
feita uma avaliação minuciosa dos aspectos da distribuição de produtos para o
consumo. Cabe a empresa, decidir estrategicamente dentre os cinco canais
comuns para produtos e serviços destinados ao consumidor final:
Fabricante Fabricante Fabricante Fabricante
Agente
Atacadista
Varejista
ConsumidorConsumidorConsumidorConsumidor
VarejistaVarejista
Atacadista
Figura 5 – Canais de Distribuiçao Fonte: BERKOWITZ, ERIC (2003, p. 148).
Para a escolha do melhor canal, deve-se levar em consideração alguns
aspectos, tais como: tipo de produto, capacidade dos intermediários, mercado,
recursos da própria empresa, etc.
Apesar de todas as possibilidades, o apropriado nem sempre é o que a
realidade da empresa permite, por isso:
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a dinâmica dos mercados obriga as organizações a buscarem o equilíbrio constante entre o conceito ideal de distribuição e o que é possível ser praticado dentro de certos padrões econômicos. Muitas vezes, os custos de aplicação de um modelo de distribuição extrapolam o nível economicamente viável para uma organização (GOBE, 2004, p. 168).
Complementando estas colocações quanto aos valores disponíveis para
logística, Harrison e Van Hoeck (2003) fazem uma análise de como os custos
logísticos podem ser representados:
Fixos/Variáveis: Considera-se o volume de atividade.
* Custos fixos: “Tendem a permanecer iguais à medida que o volume de
atividade se altera ou, pelo menos, permanecem os mesmos dentro de uma
determinada faixa de volume” (p. 89).
* Custos variáveis: “Se alteram conforme o volume da atividade se
altera” (p. 89).
Diretos/Indiretos: Custos que podem ser ou não alocados a
determinados produto.
* Custos diretos: “Podem ser associados a produtos específicos. Os
exemplos mais óbvios são mão-de-obra direta e materiais diretos. Assim,
podemos alocar o custo das peças compradas exatamente aos produtos nos
quais elas são montadas” (p. 92).
* Custos indiretos: “São o que resta depois de os custos diretos terem
sido alocados. Os custos indiretos também são chamados de “overhead” ou
“custos administrativos” e incluem tudo, do salário do diretor-gerente às taxas
de aluguel pagas ao centro de distribuição, ou seja, tudo aquilo que não pode
ser alocado diretamente em um determinado produto” (p. 92).
Sistemáticos/Discricionários: Representa a facilidade ou dificuldade de
alocar o produto.
* Custos sistemáticos: “Possuem um claro relacionamento
entrada/saída. Em outras palavras, a vantagem de determinado custo é
mensurável. Por exemplo, se leva dez horas para produzir dez caixas do
produto A na fábrica, então temos um claro benefício de saída (uma caixa) pelo
custo de cada hora de entrada” (p. 96).
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* Custos discricionários: “Não possuem um claro relacionamento
entrada/saída. Aqui, o custo de entrada está claro, mas o benefício de saída
não está. Por exemplo, o custo de contratar faxineiros para limpar a fábrica
está claro, mas o benefício que eles produzem não é facilmente quantificável”
(p. 96).
2.6 Valor de Mercado
O marketing voltado para o valor é descrito como “uma filosofia empresarial
que se concentra em desenvolver e entregar um valor superior para os clientes
como modo de alcançar os objetivos da organização” (CHURCHILL, 2000, p.
10). Já o valor para o cliente é colocado, ainda por Churchill (2000, p. 13),
como “a diferença entre as percepções do cliente quanto aos benefícios e
quanto aos custos da compra e uso de produtos e serviços”.
O marketing voltado para o valor tem também como base o fato de que os
consumidores levam em conta todos os benefícios e o custo, ao tomarem uma
decisão de compra (CHURCHILL, 2000, p. 14). Existem várias maneiras de
criar valor para o cliente, e uma delas e através da embalagem. Mesmo sendo
um custo a mais agregado ao produto, a embalagem é essencial porque
propicia benefícios para o fabricante, o varejista e o consumidor final. A
embalagem se torna importante porque contém informações como orientação
para o uso, conteúdo e composição. Tais elementos e muitos outros, são de
apresentação obrigatória por vários órgãos brasileiros. Mas outros aspectos
que hoje em dia, são frequentemente levados em conta é o design incluindo
cores e desenhos, na maioria das vezes seguindo as tendências atuais de
mercado (BERKOWITZ, 2003, p. 53 a 55).
Nesta mesma linha de pensamento Churchill e Peter (2000, p. 279) citam o
caso dos rótulos ecológicos como tendo um efeito imenso sobre o sucesso de
um produto. Hoje em dia os rótulos que dão ao consumidor informações como
conteúdo de gordura ou possíveis efeitos colaterais podem ajudar ou atrapalhar
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uma compra. Agindo assim, os rótulos agregam valor para os consumidores
porque proporcionam informações que os ajudam a fazer compras inteligentes.
2.7 Mercado-alvo
Crocco (2006, p. 114) diz que a segmentação “consiste em identificar grupos
de consumidores que demandam produtos distintos (ou compostos de
marketing diferenciados) entre si”. Sabendo disto, ao criar uma novidade no
mercado, deve-se definir o público que se deseja atingir, que na maioria das
vezes concentra-se em um grupo de pessoas com perfis semelhantes e que de
acordo com esta personalidade define-se o segmento de mercado para quem o
trabalho de divulgação e aperfeiçoamento do produto será direcionado. Assim,
Gurgel (2001, p. 108) coloca que o novo produto deve ser elaborado “de
maneira sofisticada, agregando-se aspectos conceituais e de serviço que o
tornam mais expandido”, tudo para que as necessidades dos consumidores
selecionados sejam atendidas. Ser os clientes e observá-los criticamente pode
ser armas poderosas para juntar dados consistentes e detalhados sobre seus
problemas, já que gravações podem alterar seus comportamentos e
observações interpretativas varia de acordo com o entendimento do observador
(GRIFFIN, 2001, p. 241).
Sabe-se que com o passar do tempo o comportamento do consumidor sofre
mudanças, adquirindo particularidades que devem ser observadas e
consideradas pelo marketing. Isto porque, no seu dia-a-dia o comprador se vê
diante de várias opções do mesmo produto e deve fazer uma escolha entre
eles (GOBE, 2004, p. 42). E aí entra o marketing, precisando analisar por que o
consumidor escolhe marca A ao invés de marca B. Para isso, deve-se saber
que:
Monitorar o modo de vida e dados demográficos do consumidor está intimamente associado ao desenvolvimento de cadeias de demanda. Às vezes observamos a formação de mudança desde o início, enquanto outras vezes lemos sobre ela. De qualquer forma, líderes consumidor-mercado usam essas informações para formularem estratégias que permitam às cadeias de demanda capitalizar essas oportunidades recentemente identificadas (BLACKWELL, 2001, p. 117).
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A partir disto, podemos confrontar estas idéias com a colocação de Gobe
(2004, p. 43) na qual diz que durante o processo de compra, há alguns fatores
que podem influenciar nas decisões, e estas são os fatores sociais, culturais,
pessoais e psicológicos como os mais importantes, sendo que “a maior parte
do comportamento humano é aprendida por meio de grupos sociais e de
experiências individuais”. Além disso, as pessoas compram em função de suas
crenças e atitudes. O autor ainda coloca que existem algumas variáveis físicas
que influenciam na segmentação do mercado e cita:
Localização geográfica: “regiões, estado, cidade etc. a localização pode
ser responsável por diferenças substanciais na demanda de produtos.
Por exemplo, nos estados do Sul do Brasil, consomem-se produtos para
inverno que não encontram mercado nas regiões Norte e Nordeste”.
Características demográficas: “idade, sexo, estado civil, tamanho da
família, escolaridade, ocupação, grupo étnico, entre outras. Esses
fatores estão entre os mais usados nos processos de segmentação,
porque podem claramente definir hábitos de consumo”.
Complementando estes fatores, aparecem também os comportamentais:
Características de uso: “referem-se ao volume de produtos consumido”.
Estilo de vida: “leva em conta o modo de viver e as preferências de certo
grupo de consumidores”.
Benefícios procurados: “consumidores que compram com base nos
benefícios proporcionados pelos produtos. Esse é um fator primordial,
que precede preço, beleza estilo nas decisões de compra” (p. 54).
É sabido que não se pode satisfazer todos os consumidores em um dado
mercado ou, pelo menos, de uma mesma forma. Existem vários tipos de
consumidores, com diferentes tipos de necessidades e desejos. Algumas
empresas são focadas em servir certos segmentos, devem estudar o mercado
e fazer uma escolha entre os segmentos aos quais pode servir com lucro.
Baseado nisto, Simpson (2001, p. 200) explica que o processo de selecionar,
analisar e definir um perfil de um determinado mercado para melhor atingi-lo
com as ferramentas do marketing, consiste no processo de seleção do
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mercado alvo, que a autora exemplifica através de oito tarefas inter-
relacionadas como pode ser observado na figura abaixo:
Processo de Seleção do Marketing Direcionado
Identificar o mercado total
Determinar anecessidade
de segmentação
Determinar asbases da
segmentação
Avaliar a Lucratividadepotencial de cada
segmento e selecionarsegmentos para se direcionar
Desenvolver eimplementar um
composto demarketing adequado
Monitorar,avaliar econtrolar
Traçar o perfil decada segmento
selecionado
Selecionar aestratégia de
posicionamento
Figura 6 – Processo de Seleção do Marketing Direcionado Fonte: SIMPSON, PENNY (2001, p. 201).
O mercado-alvo, também conhecido como target market, é definido graças à
dados sociodemográficos e com base nestas informações é feita também a
escolha da mídia correta para atingir o público definido. Apesar de os dados
desta natureza ainda serem precários, precisa-se de informações cada vez
mais detalhadas (KARSAKLIAN, 2000, p. 40). Complementando esta
afirmação, Crocco (2006, p. 132) diz que a seleção do mercado-alvo se dá de
acordo com as potencialidades de crescimento e lucratividade de cada
segmento, juntamente com a capacidade da empresa de atender um ou vários
ao mesmo tempo.
O autor ainda coloca que para que o processo de seleção do mercado-alvo
seja concluído com sucesso deve-se levar em consideração algumas variáveis
importantes:
Mensurabilidade: o mercado deve ser mensurável do ponto de vista do
retorno potencial, total e da empresa. Se o mercado escolhido for
rentável e a empresa puder suportar os custos de divulgação para ele,
esta condição está acertada.
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Acessibilidade: Procurar veículos de comunicação que atinjam o
mercado-alvo com eficácia e com custos compatíveis aos objetivos da
empresa.
Substancialidade: Um segmento nunca pode ser pequeno demais e com
baixo poder de compra. Mesmo que este traga lucros para a empresa,
este lucro será muito pequeno, neste caso o seu grau de
substancialidade é baixo, afastando a possibilidade de ser atingido.
Acionabilidade: Capacidade da empresa de atender os requisitos que o
seu mercado-alvo pede. Muitas vezes é pedido uma mudança de layout
da empresa, em função de novas linhas de produtos. Um exemplo
seriam empresas com roupas direcionadas para crianças da classe B e
C, atingir um propósito de fazer roupas para a classe A.
As ferramentas de marketing a serem utilizadas ao seu mercado-alvo podem
não ser exclusivamente diferenciadas. As empresas podem optar por utilizar o
marketing indiferenciado, ou de massa. Nesta abordagem, deve-se encontrar
mais necessidades comuns à maior parte dos consumidores, do que suas
diferenças. Além destas duas alternativas, a empresa pode divulgar seu
produto através do marketing concentrado ou de nicho. Neste, a empresa se
especializa em uma parte ainda menor do que o mercado-alvo, chamado de
nicho de mercado. As estratégias são diferenciadas da seguinte maneira:
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Marketing indiferenciado (ou de massa)
Marketing-Mixúnico
Mercado A:Todos os
segmentos
Marketing diferenciado (ou segmentado)
Marketing-Mix 1
Marketing-Mix 2
Segmento 1
Segmento 2
Marketing concentrado (ou de nicho)
Marketing-Mixúnico
Nicho demercado
Figura 7 – Estratégias de Marekting Fonte: CROCCO (2006, p. 119). 2.8 Comportamento do Consumidor
De acordo com Sheth (2001, p.138) “comportamento do consumidor é a
atividade mental e física realizada por consumidores domésticos e comerciais,
que resulta em decisões e ações de pagar, comprar e usar produtos”. Ainda de
acordo com autor, entende-se por consumidor os compradores, os pagantes e
os usuários, no caso de presentes, por exemplo. Na elaboração de um produto
ou mesmo na sua segmentação, não se pode ignorar nenhum deles, isto pode
fazer com que a empresa perca o consumidor. O papel considerado importante
no próprio projeto do produto é o do usuário, porque são suas características
que o produto deve ter e suas necessidades que deve atender.
No processo de decisão de compra, os consumidores passam por vários
diferentes estágios de aprendizagem. O marketing entra para ajudar os clientes
a passarem por estes estágios, diminuindo seus riscos na compra de um novo
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produto. Os estágios que os consumidores passam durante a adoção de um
novo produto, de acordo com Griffin (2001, p. 251) são:
Consciência: ver que existe um produto com novas utilidades e/ou
características.
Conhecimento: Mostrar ao consumidor exatamente para que serve o
produto e como utiliza-lo.
Afeição: Extrair sentimentos positivos do consumidor em relação ao
produto.
Preferência: Que no ato da compra o consumidor prefira o novo produto
colocado a sua disposição ao invés de qualquer outro.
Compra: Consumar a decisão de compra.
Para que todos estes passos sigam no seu rumo natural, os fatores que
influenciam o comportamento do consumidor são plenamente considerados e
são eles: fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos. Nos fatores
culturais estão a cultura do consumidor em si, e sua classe social. O fator
social engloba seus grupos de referência, família e papéis ou posições perante
a sociedade. Já o fator pessoal, que é aquele que leva em consideração desde
o estilo e ciclo de vida e idade até suas condições econômicas e
personalidade. Por fim, tem-se o fator psicológico, onde entram a motivação,
percepção, aprendizagem, crenças e atitudes (KOTLER; ARMSTRONG, 2003,
p. 119).
Ainda de acordo com Kotler e Armstrong (2003, p. 125), dentre todas as suas
colocações, sem dúvida o estilo de vida do cliente é o mais importante no que
diz respeito à segmentação de mercado. Isto porque é o estilo de vida que dita
quais são as atividades do mercado alvo, seus interesses e opiniões. Este
quesito mostra mais que apenas a classe social, envolve todo um padrão de
ações e atitudes perante o mundo.
Complementando, Blackwell (2001, p. 101) nos mostra que os interesses e
atividades dos consumidores devem e são facilmente observadas e analisadas
ao contrário das opiniões e crenças das pessoas que são mais difíceis de
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medir, forçando o profissional de marketing a abordar os consumidores de
forma detalhada no que diz respeito a estes quesitos mais íntimos. Se essa
linha for seguida, os produtos atuais tendem a ser aprimorados sempre, de
acordo com o que os consumidores vêm pedindo. Quando as empresas
dominarem este conceito de agradar e satisfazer os seus clientes, há uma
maior possibilidade de desenvolvimento da empresa e de mercado.
Para que haja essa conscientização, as empresas devem ter uma maior noção
da imagem de seu produto, zelar por sua marca. É chamada imagem a
percepção que o consumidor tem de um produto, uma empresa, uma pessoa
ou uma idéia. E assim pode ser medida a comparação feita entre um produto e
outro durante decisão de compra do consumidor. Daí entra a posição que a
empresa deve ocupar no mercado (KARSAKLIAN, 2000, p. 181 e 182).
Ao se posicionar uma marca, Crocco (2006, p. 124) expõe que é muito difícil
encontrar um segmento de mercado totalmente inexplorado e sem
concorrências, na maioria dos casos há concorrentes e é tarefa básica da
empresa saber posicionar o seu produto de maneira correta na mente do seu
consumidor potencial. O autor coloca a definição de posicionamento publicada
por Cobra, como a “arte de configurar a imagem da empresa e o valor
oferecido do produto em cada segmento, de forma que os clientes possam
entender e apreciar o que a empresa proporciona em relação à concorrência”.
Na área administrativa, Karsaklian (2000, p. 211) cita que:
A abordagem situacional, oferece ao empresário uma perspectiva interessante tanto para ajudá-lo a compreender a estrutura de seus mercados (preocupação estratégica) quanto para melhor alcança-los (preocupação tática). No plano estratégico, a tomada de decisão das situações de compra representa ao mesmo tempo uma nova forma de segmentar o mercado e uma nova linguagem para posicionar marcas.
A autora continua a análise do comportamento do consumidor, colocando que
com o grande número de produtos com os mesmo objetivos e características, o
consumidor define ocasiões ou situações para que cada um deles seja
utilizado. Ou seja, dependendo da situação, ele escolhe um ou outro. Com isto
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em mente as empresas podem investir na situação que o seu produto melhor
se adequou e assim, montar sua estratégia. A seguir, pode-se analisar um
quadro com as influências que a situação tem sobre o comportamento do
consumidor:
PRODUTO
Característicasfuncionais
Característicassimbólicas
SITUAÇÃO
Ambientefísico
Ambientesocial
Ambientetemporal
Ambientede função
2
CONSUMIDOR
Percepção
Interpretação
Avaliação
2
COMPORTAMENTO
Compra
Consumo
Informação
1
1 – Abordagem objetiva e relação direta entre os componentes e o
comportamento do consumidor.
2 – Aqueles que levam em consideração o impacto da situação, tal como ela é
percebida, interpretada e avaliada, tomam decisões relativas ao estado
subjetivo do consumidor. Figura 8 - Influências que a situação tem sobre o comportamento do consumidor Fonte: KARSAKLIAN (2000, p. 207).
2.9 Lançamento de Novo Produto
Gobe (2004) cita em sua literatura os levantamentos prévios ao lançamento de
novos produtos que sem dúvida devem ser o ponto de partida:
Fator
Inconveniente
Questão
Oportunidade O produto é necessário atualmente? Qual é o tamanho do mercado, em volume e
monetariamente? O mercado vem crescendo ou diminuindo nos últimos anos? Qual a participação de mercado possível para o novo
produto? O volume esperado é suficiente? O novo produto pode ser considerado superior aos
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concorrentes atuais?
Consumidores Quais as tendências de consumo dessa categoria de produto?
Qual o perfil do público-alvo? Quais as suas necessidades atuais? Qual a quantidade de consumidores potenciais? Quais as suas percepções em relação ao novo produto? Que hábitos de compra afetam o novo produto?
Concorrência Existem muitos produtos nessa categoria? Quais são esses produtos, quem os fabrica, quais são seus
preços e a política de marketing adotada? Os produtos concorrentes podem ser melhorados e
relançados? Outros fabricantes podem lançar rapidamente um produto
semelhante ao novo produto? Produção O novo produto pode ser adequadamente ajustado à
produção, com custo competitivo? O novo produto se enquadra no atual modelo de produção? Quais os investimentos de produção necessários? Devem-se fabricar todos os componentes do novo produto
ou comprar parte deles? Existem disponibilidade e opções de compra para todos os
componentes do novo produto? Propriedades
Patenteáveis O novo produto possui alguma propriedade que possa ser
patenteada? Está protegido por marca registrada? Existe algum limitador do crescimento de mercado do novo
produto, como um royalty, por exemplo? Distribuição O novo produto se enquadra no sistema de distribuição
atual? Pode ser vendido pelos canais atuais? A atual estrutura de vendas e distribuição é adequada? Quais os investimentos necessários em estrutura de
distribuição e vendas? Qual a opinião dos intermediários e distribuidores sobre o
novo produto? Finanças Qual a estimativa de custo unitário da fabricação?
Qual a estimativa de custo unitário com vendas e distribuição?
Qual a estimativa de custo unitário com propaganda e outras ações de marketing?
Os consumidores estão dispostos a pagar o preço pretendido?
A margem de lucro proporcionada é compatível com os padrões da empresa?
O nível de qualidade do produto é compatível com os
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padrões da empresa? Que estoque do produto deverá ser mantida? Quanto tempo demora para o produto chegar às mãos dos
consumidores após a produção? Qual é o prazo de retorno de investimento? Qual é a previsão de lucro no longo prazo?
Figura 9 – Levantamentos prévios ao lançamento de um novo produto Fonte: GOBE (2004, p. 141e 142).
“A eficácia com que as organizações introduzem novos produtos varia muito. Por maior que seja o esforço, porém, muitos novos produtos falham no mercado. De acordo com as estimativas, as taxas de fracassos para novos produtos variam de 33% a 90%” (CHURCHILL, 2000, p. 278).
Depois do produto lançado, resta saber como será seu real desempenho no
mercado. A partir disto, tem-se a informação de que são necessárias 3 mil
idéias para se produzir um único novo produto de sucesso comercial. Se
conclui então, que muitos são os fatores críticos a partir do lançamento de um
novo produto, e alguns dos motivos de marketing para o fracasso de novos
produtos são descritos por Berkowitz (2003, p. 10 e 11) como:
Ponto de diferenciação insignificante: O ponto de diferenciação é
considerado fator imprescindível para que o produto vença os seus
concorrentes no mercado, através de características próprias que
tragam benefícios ao consumidor.
Definição incompleta do mercado e do produto anterior ao início do
desenvolvimento do produto: Um produto precisa de um protocolo. Antes
de tudo deve-se ter definido claramente qual seu mercado-alvo, quais as
necessidades e desejos do mercado, o que o produto será e fará. Sem
estas condições pré definidas o projeto se torna algo vago, onde será
desperdiçado muito dinheiro.
Atratividade de mercado muito baixa: Todo lançamento de um novo
produto visa um grande mercado-alvo, com probabilidade de
crescimento e a necessidade real do consumidor. Se o produto não
apresentar estas características, principalmente se as ações forem
focadas a um nicho de mercado, ele tende a fracassar.
Execução deficiente do mix de marketing: Falhas na comunicação com o
seu foco é uma falha crucial.
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Baixa qualidade do produto em pontos fundamentais: Mesmo que a
qualidade em geral do produto seja alta, um só quesito falho pode matar
o produto.
Momento errado: Deve-se prestar atenção ao momento de lançar um
novo produto. Analisar se não é cedo ou tarde demais, ou se os
consumidores não estão passando por uma das suas constantes
mudanças.
O Outro lado da moeda, segundo Churchill e Peter (2000, p. 280), é quando a
empresa que está desenvolvendo o novo produto enfatiza dentre outros
processos: o planejamento, a organização e a cooperação entre os
departamentos. Neste caso, o produto será facilmente bem sucedido no
mercado.
Para se definir o objeto estudado neste trabalho, podemos resumir tudo em
duas palavras: praticidade e utilidade. A Maleta do Bom Gourmet é direcionada
para aqueles que têm na gastronomia um hobby, e que para realizar suas
atividades, seja em casa ou nos amigos, têm a necessidade de levar seus
utensílios e temperos. O produto une temperos e todos os utensílios
necessários para a prática amadora da gastronomia. Inclui neste kit: 25
temperos secos, faca de legumes, faca média, faca grande, amolador (shira),
garfo, espátula quadrada, espátula redonda, dois tipos de raladores, pinça,
moedor de pimenta, tábua de corte, avental e livro de receitas. Todo o material
usado para montar a maleta será que primeira qualidade, resultando em um
custo alto, conseqüentemente o preço final do produto também será alto.
2.10 Comercialização
Após todos os quesitos essenciais – mercado-alvo, preços e canais de
distribuição – definidos, chega o momento em que o produto vai para a mão do
consumidor. Para isto, existe um grande estudo encima da comercialização e
de suas promoções descritas como soluções estratégicas. Churchill (2000, p.
271) alerta que não é preciso mergulhar de cabeça no mercado, quando se fala
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de comercializar o novo produto. Especialmente quando um produto requer um
alto custo de comercialização, a empresa pode optar por inseri-lo gradualmente
no mercado, servindo cidade por cidade ou região por região.
Nesse estágio as empresas têm muito cuidado, porque esta é a etapa mais
cara para novos produtos e ainda hoje, com o advento do marketing, as
pessoas confundem a publicidade com a promoção de vendas, segue abaixo a
diferença entre elas: PROMOÇÃO DE VENDASPUBLICIDADE
Propaga
Temática
Mais solta e criativa
Conscientiza
É mais arte
Subjetiva
Está mais para adjetivos
Feições e percepções
Guerra
Alma do negócio
Trabalha com os aspectos positivos
Trabalha com mídia
Está mais perto do mundo e dascomunicações
Cria a mensagem, o meio paradivulgá-la já existe
Leva o comprador ao produto
Atua onde está o consumidor e o dinheiro
Voltada para a cabeça do cliente
Está mais para a arquitetura
Promove
Esquemática
Mais presa, descritiva e informativa
Ativa
É mais técnica/ciência
Objetiva
Está mais para substantivos
Feitos e fatos
Guerrilha
Arma do negócio
Trabalha também com aspectos negativos
Trabalha mais com
Mais perto das vendas
Cria a mensagem e o meio para divulgá-la
Leva o produto ao comprador
Atua onde está o consumidor, o dinheiro e o produto
Voltada para as mãos do cliente
Está mais para a engenharia
non media
Figura 10 – Diferenças entre Publicidade e Promoção de Vendas Fonte: De Simoni apud PINHO (2001, p. 50 e 51).
Como visto, a promoção de vendas faz parte do composto de marketing e uma
boa comunicação, têm um grande efeito no processo de persuasão e de
estímulo à venda e à compra de produtos ou serviços. A promoção evoluiu de
um instrumento de emergência, para uma ferramenta abrangente e eficiente.
Entre algumas vantagens que esta forma de comunicação apresenta, estão:
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Estímulo e aumento no tráfego no ponto de vendas, incentivo ao consumidor a
comprar, atenuar a competição, facilidade de introdução de produtos novos ou
novos usos do produto e estímulo da força de vendas (PINHO, 2001, p. 55).
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3 METODOLOGIA
Sabe-se que para qualquer pesquisa, é necessário que se tenha escolhido o
método de aplicação. Para isto, deve ser analisado o conteúdo que se deseja
pesquisar e que resposta se quer obter. Considerando o conteúdo deste
trabalho, foi vista a necessidade da aplicação do focus group com os clientes
potenciais e entrevistas com proprietários e/ou gerentes de lojas que poderiam
comercializar este produto.
3.1 Tipologia de pesquisa
A pesquisa aplicada neste trabalho tem como base o método qualitativo, com
abordagem exploratória através do método de focus group e também
entrevistas.
As pesquisas em geral têm objetivos diferentes para pessoas diferentes, mas
dentre todas as definições que se possam cogitar, incluem-se as que são de
consenso: A pesquisa consiste em perguntar e investigação; É sistemática e metódica; A pesquisa aumenta o conhecimento. (HUSSEY; COLLIS,
2005, p. 15)
Segundo Merriam (2007 apud Godoi 2007, p. 91), “pesquisa qualitativa é um
conceito ‘guarda-chuva’, que abrange várias formas de pesquisa e nos ajuda a
compreender e explicar o fenômeno social com o menos afastamento possível
do ambiente natural”. Os resultados são obtidos a partir da lógica e razões
expostas pelos sujeitos ouvidos e assim compreender o que os levou a agir
como agiram. A pesquisa qualitativa ainda pode ser definida como um tipo de
pesquisa que não utiliza materiais que dêem resultados estatísticos na analise
de dados, e “este tipo de análise tem por base conhecimentos teórico-
empíricos que permitem atribuir-lhe cientificidade” (VIEIRA, 2007, p. 17).
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Denzin e Lincoln (2006, p. 23) apresentam de forma clara a diferença entre a
pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa. Os pesquisadores quantitativos
ressaltam a relação íntima entre ele e o que é estudado e as limitações
situacionais que podem limitar a investigação. Neste tipo de pesquisa é
ressaltado o modo como a experiência social é criada e adquire significado. Já
para os pesquisadores quantitativos o que importa é o ato de medir e
quantificar dados para daí analisá-los entre variáveis e não processos. Aqueles
que utilizam desta ferramenta ressaltam que o trabalho é feito a partir de um
esquema de valores.
Para a abordagem exploratória utiliza-se por base de que para esta análise de
dados “técnicas são aplicadas a dados como parte de uma análise preliminar
ou até uma análise completa, se não for exigido grande rigor estatístico ou os
dados não a justificarem” (HUSSEY; COLLIS, 2005, p. 187).
3.2 Sujeito de estudo
3.2.1 Focus Group
A pesquisa será feita com a participação de 9 pessoas, convidadas de acordo
com seu perfil, sempre determinados pelos objetivos da pesquisa, que
discutem o tema de estudo de forma semi-estruturada e guiada por um
profissional de moderação (RUEDIGER; RICCIO, 2007, p. 155).
Os sujeitos de estudo foram as pessoas que têm na gastronomia um hobby e
que pertencem às classe A e B.
3.2.2 Entrevistas
Serão realizadas três entrevistas com os proprietários e/ou gerentes de três
lojas que tem como foco comercializar produtos de alto valor agregado,
principalmente produtos diferenciados para cozinha, casa e bar. Serão dois
estabelecimentos da cidade de Brusque e um de Balneários Camboriú.
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51
3.3 Instrumentos de pesquisa
Entre os métodos existentes de pesquisas quantitativas, foi adotado o focus
group ou grupo focal e a entrevista.
3.3.1 Focus Group
O focus group tem origem na sociologia, mas hoje é amplamente utilizado no
marketing e popular em muitas outras áreas. Este instrumento é um tipo de
entrevista profunda feita com um ou mais grupos de pessoas que tem
características comuns ao assunto estudado. As respostas das idéias
propostas e colocações estimuladas pelo moderador são transcritas e
acrescidas de anotações do pesquisador ou de possíveis observadores
(OLIVEIRA; FREITAS, 2007, p. 326).
Oliveira e Freitas (2007) ainda apresentam uma lista de vantagens para a
realização do grupo focal:
Comparativamente, é fácil de conduzir;
Habilidade em explorar tópicos e gerar hipótese;
Oportunidade de coletar dados a partir da interação do grupo, o qual se
concentra no tópico de interesse do pesquisador;
Alta validade dos dados (face validity), ou seja, além de o procedimento
medir efetivamente o que se deseja, tem-se plena legitimidade e
convicção ou crença nos dados coletados;
Baixo custo em relação a outros métodos;
Rapidez no fornecimento dos resultados (em termos de evidência da
reunião do grupo);
Permite ao pesquisador aumentar o tamanho da amostra dos estudos
qualitativos.
Segundo Oliveira e Freitas (2007), existem passos básicos para a realização
do focus group, que pode ser divido em: planejamento, condução das
entrevistas e análise de dados.
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52
Planejamento: Nesta fase deve-se definir qual o propósito do focus group e
desenvolver um plano cronológico, envolvendo as atividades de
desenvolvimento das questões, identificação das características dos
participantes, obtenção da lista de potenciais participantes, recrutamento dos
participantes, efetivar as reuniões, analisar o feedback do planejamento,
transcrição, análise e redação do relatório (p. 332 e 333).
Esta fase requer algumas atenções especiais no que diz respeito a:
- Quantidade e tamanho dos grupos: Recomenda-se que os grupos não sejam
maiores que dez pessoas, pois quanto maior o grupo maior e dificuldade e o
envolvimento do mediador, e geralmente quando chega a doze pessoas, o
grupo deve ser dividido para que haja uma maior participação de todos e
facilidade na coleta das informações (p. 333).
- Participantes: A escolha de quem participará das reuniões, dependerá do
intuito da pesquisa. Inicialmente deve ser considerada a possibilidade de dividir
os grupos em categorias incluindo: sexo, localidade geográfica, idade, etc. Para
garantir que este é o melhor caminho, faz-se um pré-teste com os grupos
mistos, se não houver diferenças significativas, não há motivos para separá-
los, porém, isto não quer dizer que os participantes devam ter a mesma
perspectiva sobre o assunto pesquisado, o que tornaria a reunião improdutiva.
Na etapa do recrutamento, deve ser feito um questionário eliminatório de até
seis questões que viabiliza ou não a participação da pessoa na pesquisa, ou
seja, analisar se o candidato tem afinidade e pode contribuir com o assunto
estudado (p. 334 e 335).
- Nível de envolvimento do moderador: “Os pesquisadores devem identificar o
que querem obter com o material das entrevistas e, então, decidir sobre o
envolvimento do moderador segundo seus objetivos”. Quando os objetivos
recaem sobre a pesquisa exploratória ou quando incluem a análise de
conteúdo, é requerido menor envolvimento do mediador. Com isto, tem-se a
vantagem de que é mais fácil de avaliar o interesse dos participantes, mas por
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outro lado é desvantajoso quando se sabe que esses grupos são relativamente
desorganizados e por isto se tornam mais difíceis de analisar (p. 335).
- Conteúdo da entrevista: Deve ser elaborado um guia de tópicos e um roteiro
de questões. Dessa forma a reunião se mostra mais espontânea para os
participantes (p. 336 e 337).
- Seleção do local e coleta de dados: O local deve ser de fácil localização, não
propiciar distrações para os participantes e facilitar a suas disposições. A
gravação da reunião pode ser considerada a principal forma para a obtenção
dos dados já que se pode identificar quem está falando o que e para quem
(Krueger, Morgan e Greenbaun, 2007 apud OLIVEIRA; FREITAS, p. 340).
Condução das sessões do focus group: O moderador não deve exercer uma
posição de poder ou influenciar as respostas dos participantes. Ele deve sim,
encorajar todos os tipos de comentários e nunca manifestar sua opinião. A
pesquisa deve ser conduzida, iniciando pelos desejos de boas vindas aos
participantes, explanação geral do assunto e regras da reunião. Todos os
entrevistados devem saber o porquê da entrevista e também da gravação da
mesma. Um coquetel antes do inicio das atividades pode auxiliar no que diz
respeito a descontração dos participantes, propiciando uma maior integração
(p. 340 e 341).
Análise dos dados obtidos com o focus group: A análise deve ser sistemática,
de possível verificação e focada no assunto e objetivo da pesquisa. No
processo de analise dos dados, deve-se considerar os significados das
palavras, o contexto em que foram ditas a freqüência e extensão dos
comentários e a especificidade das respostas. O relatório final é, geralmente,
composto por citações, resumo das discussões e, se necessário, tabelas e
mapas facilitando a compreensão dos resultados (p. 342 e 343).
3.3.2 Entrevistas
A entrevista é um método disponível para obtenção de dados de maneira que
se possa gerar uma conversação entre entrevistado e entrevistador sobre um
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tópico específico, previamente acordado. As entrevistas fornecem informações
com base nas biografias, experiências e opiniões daqueles de quem se está
retirando os dados em questão (MAY, 2004, p. 145).
May (2004, p. 146) ainda explica que existem quatro tipos de entrevistas:
Estruturadas, semi-estruturadas, não estruturada e entrevista de grupo. No
presente trabalho, será utilizada a segunda opção, a entrevista semi-
estruturada, onde o autor conceitua da seguinte forma: “As perguntas são
normalmente especificadas, mas o entrevistador está mais livre para ir além
das respostas de uma maneira que pareceria prejudicial para as metas de
padronização e comparabilidade” (p. 148).
Quatro critérios devem ser seguidos para o planejamento de um roteiro de
entrevista semi-estruturada e a condução desta: o não direcionamento, a
especificidade, o espectro, além da profundidade e do contexto pessoal
revelados pelo entrevistado.
Não direcionamento: define-se o assunto concreto, deixando a resposta
em aberto.
Especificidade: a entrevista deve focar nos elementos específicos que
determinam o significado daquelas informações para o entrevistado, de
modo que seja perceptível a importância entre as informações.
Espectro: visa a segurança de que todos os tópicos pré estabelecidos
sejam mencionados e questionados durante a entrevista.
Profundidade: garantir o máximo de informações sobre o assunto
pesquisado, não parando em respostas monossilábicas, e sim em
respostas completas e repletas de informações relevantes (FLICK, 2004,
p. 90 e 91).
3.4 Análise e apresentação
A apresentação dos dados coletados será feita através da transcrição do grupo
de foco e das entrevistas realizadas.
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3.5 Limitações da pesquisa
Foram poucas as limitações encontradas para a realização desta pesquisa.
Durante a realização do focus group, instrumento principal de coleta de dados,
houve a participação de uma chef de cozinha que era integrante da confraria
pesquisada, esta presença resultou em informações que foram
desconsideradas, pois eram visivelmente opiniões de uma profissional da área
gastronômica, que não é considerado público alvo do produto pesquisado.
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4 RESULTADOS
No presente capítulo está relatado o resultado das pesquisas efetuadas tanto
em forma de Grupo de Foco quanto de Entrevistas. Por ser qualitativa, os
dados serão apresentados em forma de texto e em seguida será apresentada a
análise feita sobre as manifestações do publico pesquisado.
4.1 Grupo de Foco Para que a coleta de dados fosse confiável e atingisse o público correto, foi
realizado um Focus Group, de acordo com a metodologia estabelecida. O
grupo formado foi de nove pessoas, com idades entre 25 e 55 anos, todos
integrantes de uma confraria, que se encontra mensalmente para preparação
de pratos diferenciados em meio a muita descontração. Dando início à coleta
de informações, pude constatar que todos os participantes tinham como hobby
a atividade de cozinhar, e que inclusive fazem isso no seu dia-a-dia ou para
amigos. Antes de o produto ser colocado a disposição do grupo, foi
questionado aos presentes sobre o que cada um considerava indispensável na
hora de cozinhar e as informações obtidas foram a de utensílios como estes
listados abaixo:
Uma boa faca;
Fouet;
Garfos;
Tesoura;
Uma espátula de raspar resíduos das panelas, feita de silicone e
popularmente chamada de Pão Duro;
Tábua de corte;
Recipientes;
Afiador de facas.
Os participantes consideram que no mercado culinário de hoje, faltam
equipamentos para descascar alimentos específicos como castanhas e pinhão,
além do já conhecido e pouco utilizado amassador e descascador de alho. Foi
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citado também o moedor de pimenta que pudesse ser de acrílico na parte onde
os grãos são armazenados e inox no local onde a máquina de moer se
encontra, dizendo que dessa forma poderia ver o grão que estava dentro do
utensílio e este estaria livre de ferrugens por ser de inox, e protegeria a
maquina. Da mesma maneira um bom moedor de sal é difícil de encontrar no
mercado, de acordo com alguns participantes, que acham esta maneira de usar
o sal mais confortável.
Depois dessas informações colhidas, a mediadora coloca a maleta a
disposição dos participantes, e logo no momento da abertura do produto, uma
participante relata que ficou surpresa com a maleta, achou a idéia ótima e
muito prática para o seu dia-a-dia. Todos os integrantes então, interagiram com
o produto e puderam ver todo o seu conteúdo e a primeira observação veio de
um participante do sexo masculino, que percebeu que o fouet era todo de inox,
e ressaltou a importância de que este fosse de silicone ou plástico, para evitar
possíveis arranhões ou danos às panelas de teflon. Neste momento cita uma
experiência própria, que o fez comprar o de plástico para evitar novos danos às
suas panelas. Outra participante comenta que o fouet presente na maleta é
melhor que o de plástico, mas tem este revés de estragar panelas com tal
revestimento. Por esta razão algumas pessoas sugeriram que estivesse
presente no produto os dois tipos do utensílio, um de inox e outro de plástico.
Foi aberta então, uma questão muito importante que seria do conteúdo do
produto, se os participantes sentiam falta de algo de acordo com os seus
costumes na cozinha. Houveram algumas sugestões, ressaltadas de que
seriam apenas para agregar opções e não necessariamente que seriam
indispensáveis. Neste estágio, uma participante observou que haviam colheres
de madeira, e esta informou que hoje em dia, este tipo de utensílio deve ser
substituído por bambu ou nylon, já que estes não são porosos e não agregam
resíduos como acontece com a madeira. Mais uma observação feita, reiterando
o cuidado com as panelas, é colocar a pinça de inox, com sua ponta protegida
com silicone. Dois participantes sentiram a falta de uma pedra de amolar já que
no kit está presente apenas uma Shira, que de acordo com uma integrante do
grupo apenas acerta o corte, enquanto a pedra amola. E foi observado também
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que faltavam colheres de medidas, vindo a ser uma opinião comum a todos os
participantes que concordam que seria interessante, mediante o uso de livros
de receitas, que quase todos eles seguem em sua rotina culinária. Avaliando o
estojo interno, uma participante sugeriu que este tivesse o seu material (tecido)
substituído por couro ou vinil, por considerar estes mais higiênicos.
Seguindo com as informações coletadas, pôde-se constatar que muitas das
pessoas ali presentes se preocupavam com a segurança e higiene na hora de
manusear um produto daquele tipo, onde estavam presentes facas afiadas.
Sobre este fato um participante ressaltou a importância de se ter cuidado no
guardar as facas, e sugeriu uma capinha protetora para as lâminas, para evitar
possíveis cortes.
Já sobre o compartimento diferencial do produto, onde estão concentrados os
temperos, uma pessoa observou que em sua opinião haviam muitos temperos,
ocupando muito espaço, e que deveriam estar presentes apenas os temperos
básicos, já que no seu dia-a-dia na cozinha prefere utilizar temperos frescos ao
invés de desidratados como apresentado na maleta. Em resposta houve a
manifestação, de que temperos são muito pessoais, o que é básico para um,
pode não ser para outro e vice-versa. Foi de comum acordo de que os
temperos são úteis, porém deveriam ocupar menos espaço. Quando indagados
sobre o fato de ter alguma coisa desnecessária na maleta, todos concordam
que não tirariam nada, tudo foi considerado útil. Apenas uma participante falou
que compraria a maleta por achar completa, mas que talvez tirasse alguns
temperos para abrir espaço para outros utensílios que ela julga importantes no
seu dia-a-dia na cozinha.
Todos os participantes concordaram que a marca dos utensílios influencia
muito na decisão de compra. Como a Tramontina é uma marca de qualidade já
comprovada, uma participante cita, que esta marca é bem vista pelo público, o
que ajuda na certeza de que o produto tem qualidade, e com segurança passa
a informação de que este quesito influencia muito na decisão de compra. Neste
momento, a mediadora questiona sobre a possibilidade de oferecer o kit com
facas da mesma marca, porem de uma linha inferior, com objetivo de baixar o
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preço, o que foi negado por todos os participantes, já que na opinião deles, a
qualidade de todo o produto seria prejudicada.
Outro questionamento foi quanto à necessidade de ofertar derivações da
maleta, e suas respostas foram as mais diversas. Uma participante falou que
poderia ser feita uma apenas para doces, mas observou que talvez pudessem
faltar alguns utensílios, pois são muitos os utilizados. Outro integrante achou
que seria uma boa idéia a maleta específica para culinária oriental, observando
que as mudanças seriam completas, desde as facas até os temperos que são
diferentes dos utilizados na culinária geral. Como foram sugeridas todas estas
derivações a mediadora então passa para a questão da praticidade e todos os
participantes concordam que o equipamento é pratico, e foi relatada uma
experiência própria, dizendo que quando precisa cozinhar em outro lugar, ela
compõe uma bolsa com tudo que precisa e corre risco de cortar a mão quando
vai pegar suas facas que estão soltas neste meio de transportar, além de esta
ser muito grande e não haver forma alguma de organização. Por causa deste
relato, um participante, espontaneamente, observa que a idéia do kit é viável,
pois todos que tem este hobby querem os seus utensílios organizados e
quando abrir a sua maleta não faltar nada que lhe é útil. Ele pensa que a
maleta apresenta todo o equipamento necessário para cozinhar qualquer prato.
Até porque, ainda em sua opinião, ninguém vai cozinhar profissionalmente que
precise de muitas outras coisas. Outro participante complementa, dizendo que
se alguém sentir falta de alguma coisa, pode agregar na maleta no estojo de
utensílios. Durante os relatos, surge uma opinião bastante inusitada, onde um
participante relata que sempre que vai cozinhar, ele costuma se cortar, então
sugere um pequeno espaço para colocar curativos e pomada para queimadura,
ressaltando que não deve sair disso, para não perder o foco do equipamento.
Foi levantada, então, a questão sobre os meios de venda. Todos concordam
que preferem comprar este tipo de equipamento nas lojas, tendo a
possibilidade de ver e tocar nos objetos. Outro participante sugere que seja
feito um pequeno programa de venda no estilo dos que já são apresentados
em rede nacional de televisão, mostrando os utensílios e cada detalhe da
maleta. Foi observado então que, como conhece dos utensílios, já viu ou
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utilizou, esta integrante do grupo de pesquisa compraria também pela internet,
mediante boas fotos e explicações de todo o conteúdo. Foi observado que em
todos os canais de vendas, internet, lojas ou direto ao consumidor a maleta
deve manter o mesmo preço. Um participante disse que não compraria a
maleta por telefone, sendo complementado por outro que citou a internet, já
que não tem o hábito de utilizá-la como meio de compra por motivos de
segurança. Os outros participantes apenas concordaram com o telefone, e
disseram que comprariam pela internet, na loja, ou pela televisão, desde que
fosse bem explicado.
Houve uma observação de que, quem gosta de cozinhar como eles, querem ter
uma maleta dessas. Algumas pessoas quando iniciam o seu hobby por
cozinhar, montam o seu acervo pessoal de utensílios conforme suas
necessidades, mas no produto apresentado, todos eles já vêm reunidos, o que
dispensa a necessidade de o consumidor ter que se deslocar até as lojas de
varejo para montar o seu próprio kit, podendo correr o risco de este não ser o
suficiente. Observou também, que alem de comprar para si, compraria de
presente para outro membro da família, para que este não utilizasse as suas
facas, já que não gosta de compartilhar seus instrumentos.
Quando perguntados quem compraria esta maleta, todos os pesquisados
afirmaram que sim, comprariam para uso próprio e para presente. Foi
levantada a possibilidade de oferecer a maleta sem o utensílio que o
consumidor já possui, caracterizando uma oferta de customização do produto.
Durante a discussão foi levantada a questão do preço, e antes que a
mediadora pudesse revelar este dado, os participantes da pesquisa deram
vários palpites, foi quando um participante afirmou que a pessoa consumidora
de um produto como este, não vai olhar o preço que está pagando, se este
produto suprir as suas necessidades como amante da culinária. Outro
participante complementa que não seria um gasto, e sim um investimento.
Neste momento então, o preço final para o consumidor de R$ 950,00
(novecentos e cinqüenta reais) é revelado e de acordo com os palpites
anteriores, pôde-se constatar que este valor estaria um pouco além do que
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61
imaginavam, mesmo entendendo e citando os valores dos utensílios ali
presentes se adquiridos no varejo individualmente. Dos nove integrantes, três
afirmaram que comprariam o produto por este preço e outros dois ficaram em
dúvida, mas acham que depois de analisar bem as suas necessidades,
acabariam adquirindo.
Nenhum dos presentes viu ou adquiriu algo parecido no mercado. Apenas a
oferta de uma maleta para guardar utensílios, mas estes devem ser adquiridos
individualmente pelo consumidor, em nenhum momento a possibilidade de
temperos foi levantada, já que nunca foi visto no mercado uma maleta que
oferecesse além dos utensílios, as ervas e condimentos.
4.2 Entrevistas
Como complemento de pesquisa, além do Grupo de Foco, foi utilizado o
método de entrevistas. Estes dados foram colhidos através de uma conversa
com gerentes e proprietários de três lojas que atuam no mesmo segmento.
Abaixo estão listadas as informações dadas pelos entrevistados baseados nas
seguintes questões feitas pela entrevistadora:
a) O que achou do produto?
b) Colocaria em sua loja para venda?
c) Julga os utensílios, tamanho e praticidade bons o bastante para
comercialização?
d) O preço é comercializável de acordo com a sua realidade de varejista?
1ª entrevista – Contemporânea Artes e Presentes
A proprietária da loja foi convidada a analisar o produto à sua frente e teve
liberdade de expressar suas opiniões sobre ele. A primeira manifestação foi a
afirmação de que a maleta apresentada tem muita variedade em todos os
sentidos, tanto nos temperos quanto nos utensílios. Expôs também a opinião
de que para as pessoas que tem a culinária como um hobby, o que a maleta
apresenta é o suficiente, achando apenas que poderia ter uma colher maior de
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inox. Quando questionada se a idéia é comercializável em lojas como a dela, a
proprietária informou que sim, colocaria em sua loja para vender como
presente de casamentos, pessoas que tem esta prática como hobby ou mesmo
para aqueles que gostam de viajar e organizar passeios em campings.
Considera o produto com tamanho e peso bons, e o considera com muitas
utilidades, não apenas as citadas acima, elogia também o visual da maleta e
sugere harmonizar todos os utensílios com cores neutras e coordenadas, tudo
para não poluir o visual interno do produto. Manifesta a vontade de ter este
produto em sua loja de maneira diferente, podendo colocar a sua logomarca na
tampa e nos bordados dos componentes internos.
Entrando em contato com o caderno de anotações, onde também são
apresentados os usos de cada tempero, sugere que seja colocado além da
utilidade, um breve histórico de cada um, para que além de útil, se torne
informativo. Quanto ao preço de R$ 950,00 pensa que para a loja comprar a
este preço seria mais difícil por causa do mark-up que deveria empregar. Se
este valor baixasse para R$ 750,00 seria melhor para o comerciante e diz que
em sua loja venderia a maleta por até R$ 1.300,00 já que destaca que as
formas de pagamento deste tipo de produto geralmente são parceladas em
cartão de crédito ou boleto, o que gera mais custo para o comerciante.
2ª entrevista
Entrevista – Loja Elo Z – Simone (Gerente)
Inicia a entrevista, ressaltando que esta maleta é para quem não é profissional
na área da gastronomia e todos os utensílios ali presentes servem para
cozinhar qualquer coisa. Esta informação é complementada pelo fato de que
não são todos os que sabem para que serve uma faca chef, e muitos vão à loja
pedindo apenas uma faca que possa ser usada para tudo. Olhando o produto
como cliente, a entrevistada considera que com todas as facas presentes no kit
ela consegue suprir qualquer necessidade onde ela se encaixe. Acha a idéia do
produto ótima, e considera completa para pessoas que tem a culinária como
hobby, não profissionais.
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Ela colocaria para vender em sua loja, considerando que há muito público para
este tipo de produto, já que na convivência com os clientes, ela nota que
cozinhar em casa ou nos amigos está em voga, e a tendência é aumentar este
costume. São muitos os interessados por produtos de cozinha tanto homens
quanto mulheres. Acha que a maleta esta um pouco grande, mas não acha
pesada e considera que não perde a praticidade por este motivo. Ressalta que
além de utilizar em ocasiões especiais, ela usaria e indicaria para usar em
casa, já que tem um visual legal, podendo deixar exposta na cozinha e ser
usada no dia-a-dia.
Passa a informação que se vendida por R$950,00 para a loja, ela teria que ser
encarecida para a venda, e isso seria um problema na comercialização.
Pondera que o valor investido em um produto como este, depende muito do
consumidor e do uso que este fará da maleta. Relata que os interessados e
praticantes de cursos e confrarias, chegam em sua loja para comprar produtos
culinários e não olham o preço, sempre procuram o que há de melhor e mais
diferenciado. Quando indagada sobre a possibilidade de a loja vender o
produto por R$950,00, ela afirma que o preço esta ótimo para venda no varejo,
é completamente comercializável de acordo com o seu público. Mas não
conseguiria aumentar o preço, acha que seria mais difícil e observa que
oferece em sua loja, um kit da Tramontina com 5 peças que sai ao preço de
R$500,00 e a venda é ótima. Então comparando os utensílios e o custo-
benefício, afirma que o preço de R$950,00 seria mais receptivo para o público.
3ª entrevista
Loja Caballero
Foi formado um grupo de três pessoas entre proprietários e gerentes para
responder as questões feitas pela entrevistadora. Quando questionados sobre
o produto e sua comercialização a gerente afirmou que produtos voltados para
a gastronomia tem muita saída, sendo adquiridos principalmente por homens
que recentemente vem adquirindo o gosto pela cozinha e por cozinhar. Neste
momento é feita a questão sobre os utensílios, quando questionados se os
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componentes eram suficientes, os entrevistados afirmaram que sim, que nas
suas opiniões a maleta está completa e só substituiriam as colheres de bambu
pelas de silicone. O proprietário informa que a loja Caballero não comercializa
itens para profissionais da gastronomia, mas trabalha bem com kits de facas
amadoras. Quanto ao preço a informação passada é de que se a loja pudesse
vender a R$ 950,00 não seria um valor exorbitante para os consumidores
daquela loja. Porem, como trabalham com kits de facas a partir de R$ 70,00,
notaram que a saída de itens mais profissionais é dificultada pelo preço, já que
a loja tem uma gama de clientes diferenciados entre si. Existem muitos que
pedem por algo diferenciado, com qualidade e preço baixo, assim como outros
que chegam pedindo pelo diferenciado sem se importar muito com o preço a
ser pago.
4.3 Análise dos dados
A Maleta do Bom Gourmet esta inserida no contexto de novos produtos,
visando um mercado já existente, porém carente deste tipo de oferta. Um novo
produto anteriormente foi caracterizado como aquele projeto que inclui o
consumidor na sua execução levando em conta todas as características que
possam ser relevantes para a colocação efetiva deste produto no mercado.
Hoje, novos produtos não precisam ser totalmente inéditos, basta atingir o
público certo, da maneira correta.
Através das informações e manifestações obtidas no grupo de foco e nas
entrevistas, pôde-se constatar que o público-alvo da Maleta do Bom Gourmet é
realmente aqueles que têm na culinária um hobby, e gostam de cozinhar
ocasionalmente ou diariamente como distração ou lazer. Devem ser excluídos
da gama de mercado-alvo todos aqueles que são profissionais da área
gastronômica, pois para estes, foi constatado através da limitação de pesquisa
apresentada, a participação de uma chef, que faltariam muitos instrumentos e
equipamentos em relação ao que um amador necessita na sua vida cotidiana.
Desta maneira, foram obtidas diversas contribuições quanto a composição do
produto, sendo estas direcionadas estritamente aos utensílios. Foram dadas
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sugestões de complementos para o arsenal já existente e substituição de
alguns utensílios que poderiam estar presentes na forma de outros materiais,
zelando pelo cuidado e durabilidade dos mesmos.
Foi estabelecida então a seguinte composição do produto:
Maleta em alumínio revestida com EVA e tampa em Couro;
3 facas Gourmet Tramontina (Chef, Filetar e Legumes)
Pinça para frituras;
Shira Tramontina;
Garfo Trinchante Tramontina
Colher e espátula de Bambu (devidamente substituídas de acordo com
sugestão da pesquisa);
25 frascos rotulados e preenchidos com diferentes tipos de temperos;
5 frascos vazios;
Caderno de anotações e com histórico e informações sobre o uso de
cada tempero (conforme sugestão);
Avental;
Toalha de copa;
Moedor de pimenta de acrílico no corpo e madeira na base (conforme
sugestão);
Ralador Tramontina;
Descascador de legumes Tramontina;
Acendedor Cricket;
Pincel de silicone (conforme sugestão);
Abridor de latas e garrafas Tramontina;
Saca-rolhas Tramontina;
Fouet em alumínio Tramontina;
Luva de forno;
Tábua de corte de Polietileno (conforme sugestão).
O preço de venda estabelecido foi considerado satisfatório de acordo com os
relatos dos pesquisados. Para o fabricante, o valor não poderia ser menor que
os R$ 950,00 que está sendo ofertado, da mesma maneira que para o
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consumidor que se quer atingir, o valor não poderá ser maior, já que foi obtida
a informação de que este está no limite do que o público-alvo pesquisado está
disposto a desembolsar.
Chegando a uma conclusão quanto ao canal de distribuição que deve ser
utilizado, levou-se em consideração o que os consumidores potenciais
gostariam e o que foi obtido de informações dos varejos pesquisados. De
acordo com o público-alvo, o produto em questão deveria ser vendido em
varejos convencionais por motivos de segurança, já que é um produto de valor
expressivo e seus materiais devem ser de boa qualidade, em algumas opiniões
este meio valorizaria o produto. Foram dadas sugestões que deram conta da
possibilidade de venda via internet e televisão, meios estes, não
desconsiderados, pois acompanham a atual tendência do e-commerce,
atingindo também um maior número de consumidores pontenciais
simultaneamente. Os varejistas foram claros quanto à possibilidade real de
venda da Maleta do Bom Gourmet em seus estabelecimentos. De acordo com
os mesmos, há mercado para o conceito e para o produto, sendo uma maneira
mais pessoal de chegar ao cliente, mostrando e deixá-lo interagir com o
produto, podendo ter orientações a respeito de seu uso e manutenção.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após todo o embasamento teórico em volta do problema estabelecido para o
presente trabalho, que é se a Maleta do Bom Gourmet tem boas perspectivas
de uso pelo público a quem se destina, pôde-se concluir que o produto em
questão teve boa aceitação do público escolhido para pesquisas, provando que
teria campo tanto para consumidores finais quanto organizacionais.
Mesmo com a boa aceitação, houveram manifestações que englobam a
composição do produto, o que responde a um dos objetivos traçados no início
do projeto que se refere exatamente ao conteúdo que este produto deveria
apresentar a quem o for adquirir. Das opiniões expostas, ficou claro que o
conteúdo era suficiente para o que a maleta se propõe, apenas alguns dos
utensílios ali presentes deveria sofrer algumas adaptações ou alterações de
material. Alguns dos depoimentos sugeriram utensílios que talvez não
coubessem tanto no conceito, caso do kit de primeiros socorros, quanto do
espaço físico do produto, como por exemplo, o kit de medidores, que não cabe
no estojo destinado para utensílios. A atenção, de acorod com a pesquisa,
deve ainda, estar voltada para o layout da maleta e harmonização dos
utensílios no que diz respeito à sua disposição no kit.
O público-alvo definido no início deste projeto continuou sendo o mesmo, e foi
assim confirmado com os profissionais da área de varejo com quem foram
feitas as entrevistas e nas quais uma das questões se referia a isto. O mercado
então ficou definido como aqueles que adotaram a culinária e a arte de
cozinhar como um hobby e que não tem medo de investir neste prazer, desde
que o equipamento que esteja adquirindo supra suas necessidades básicas na
cozinha. Entre os amantes da gastronomia presentes neste público podemos
envolver os que estão apenas começando no hábito e aqueles que, de forma
amadora, seguem e se atualizam constantemente neste lazer.
A questão preço foi, talvez, a mais problemática, uma vez que lojistas não
podem adquirir este produto com o valor estabelecido para venda, o
consumidor final ache que está no limite e o fabricante não possa baixar este
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valor para o lojista, pelo fato de seus custos serem extremamente altos. Mas
também houve uma boa informação por parte dos varejistas desta área que
colocaram o fato de que o preço de R$ 950,00 seria bem aceito pelo público
com quem trabalham. Esta informação também complementou a que já havia
sido manifestada pelos participantes do Focus Group de que quem conhece
este tipo de equipamento, sabe que o seu conteúdo tem um valor elevado no
mercado, então a praticidade conta tanto quanto o preço.
Como sugestão futura, devido ao baixo orçamento para investimentos, pode-se
investir no mundo virtual para o lançamento do produto, já que crescem na
rede sites no estilo de Blogs que cultuam a culinária, e nem sempre como
profissão, e sim como lazer. Através do Blog da Maleta do Bom Gourmet,
pode-se disponibilizar detalhadamente cada componente do produto, suas
utilidades, bem como receitas e dicas culinárias. Sua divulgação seria feita
através de outros Blogs, acessando a cada um individualmente e divulgando o
produto e o Blog para o dono do mesmo. O objetivo maior aqui, é fazer as
pessoas conhecerem, se interessarem e proliferarem a existência do produto.
Para esta proliferação a pesquisa constatou a eficiência da internet, já que foi
citada por todos os participantes do Focus Group.
Sugere-se também que futuramente, a pesquisa seja ampliada e sejam feitos
novos estudos baseados no produto para que ele seja melhorado ou para suas
derivações.
Este trabalho foi de suma importância para a acadêmica, que com ele pôde
colocar em prática um projeto que há anos vinha sendo desenvolvido, porém
sem embasamento teórico e nem opiniões externas em forma de pesquisas
formais. Com certeza, esta pesquisa é o grande responsável pela entrada da
Maleta do Bom Gourmet no mercado neste ano de 2008.
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