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REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS E NORMAS GERAIS DE DIREITO ... · E NORMAS GERAIS DE DIREITO URBANÍSTICO. ... direito tributário, financeiro, penitenciário, ... estabelecer normas

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REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS

E NORMAS GERAIS DE DIREITO URBANÍSTICO

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O Desenvolvimento Urbano e a Constituição FederalAS COMPETÊNCIAS DA UNIÃO

Art. 21. Compete à União:XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,saneamento básico e transportes urbanos;

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicípios:IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condiçõeshabitacionais e de saneamento básico;

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentementesobre:I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;.............................................................................................................................................§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á aestabelecer normas gerais.

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O Desenvolvimento Urbano e a Constituição Federal

AS COMPETÊNCIAS ESTADUAIS

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis queadotarem, observados os princípios desta Constituição.§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas poresta Constituição........................................................................................................................................§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiõesmetropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas poragrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, oplanejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

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O Desenvolvimento Urbano e a Constituição Federal

AS COMPETÊNCIAS MUNICIPAIS

Art. 30. Compete aos Municípios:I - legislar sobre assuntos de interesse local;IV - criar, organizar e suprimir Distritos, observada a legislação estadual;

V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, osserviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que temcaráter essencial;

............................................................................................................................................

VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, medianteplanejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

............................................................................................................................................

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Direito Urbanístico:Principais Lei Federais

• Lei nº 10.257, de 2001 - Estatuto da CidadeRegulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.

• Lei nº 6.766, de 1979 - Lei do Parcelamento do Solo UrbanoDispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências.

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Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001

(ESTATUTO DA CIDADE)

Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras

providências.

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ESTRUTURA DA LEI

• Capítulo I - Diretrizes Gerais• Capítulo II - Dos Instrumentos da Política Urbana

• Capítulo III - Do Plano Diretor

• Capítulo IV - Da Gestão Democrática da Cidade

• Capítulo V - Disposições Gerais

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Dos Instrumentos da Política Urbana

• Subdivisões do Capítulo IISeção I - Dos instrumentos em geralSeção II - Do parcelamento, edificação ou utilização compulsóriosSeção III - Do IPTU progressivo no tempoSeção IV - Da desapropriação com pagamento em títulosSeção V - Da usucapião especial de imóvel urbanoSeção VI - Da concessão de uso especial para fins de moradia (vetada)Seção VII - Do direito de superfícieSeção VIII - Do direito de preempçãoSeção IX - Da outorga onerosa do direito de construir (solo criado)Seção X - Das operações urbanas consorciadasSeção XI - Da transferência do direito de construirSeção XII - Do estudo de impacto de vizinhança

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Seção IIDo parcelamento, edificação ou utilização compulsórios

Características gerais do instrumento e de sua aplicação:

• Demanda lei municipal específica que determine, para área incluída noplano diretor, o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsóriosdo solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado.

• A referida lei municipal deve fixar as condições e os prazos paraimplementação da obrigação imposta.

• O EC considera subutilizado o imóvel cujo aproveitamento seja inferiorao mínimo definido no plano diretor ou em legislação dele decorrente.

• O EC traz os procedimentos e condições a serem cumpridos (forma denotificação, prazos, etc).

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Seção IIIDo IPTU progressivo no tempoCaracterísticas gerais do instrumento e de sua aplicação:

• Deve ser aplicado em caso de descumprimento das condições e dosprazos previstos para o parcelamento, a edificação ou a utilizaçãocompulsórios.

• O Município procederá à aplicação do IPTU progressivo no tempo,mediante a majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos.

• O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado na mesma leiespecífica que determinou o parcelamento, a edificação ou a utilizaçãocompulsórios e não excederá a duas vezes o valor referente ao anoanterior, respeitada a alíquota máxima de quinze por cento.

• Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não esteja atendida emcinco anos, o Município manterá a cobrança pela alíquota máxima, atéque se cumpra a referida obrigação, garantida a prerrogativa de promovera desapropriação.

• É vedada a concessão de isenções.

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Seção IVDa desapropriação com pagamento em títulos

Características gerais do instrumento e de sua aplicação:• Após cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha

cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Municípiopoderá proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívidapública.

• Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação pelo Senado Federal e serãoresgatados no prazo de até dez anos, em prestações anuais, assegurados o valorreal da indenização e os juros legais de seis por cento ao ano.

• O EC traz regras para o cálculo do valor da indenização e veda a utilização dostítulos para pagamento de tributos.

• O Município tem prazo de cinco anos para proceder ao adequado aproveitamentodo imóvel, contado o prazo a partir da incorporação do imóvel ao patrimôniopúblico.

• O aproveitamento do imóvel poderá ser feito diretamente pelo Poder Público oupor meio de alienação ou concessão a terceiros, mediante o devido procedimentolicitatório e mantidas, para o adquirente, as obrigações parcelamento, edificaçãoou utilização.

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Seção VDa usucapião especial de imóvel urbano

Características gerais do instrumento e de sua aplicação:• Aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até 250 m², por cinco

anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de suafamília, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvelurbano ou rural.

• O título de domínio será conferido ao homem ou à mulher, ou a ambos,independentemente do estado civil.

• O direito à usucapião especial não será reconhecido ao mesmo possuidor mais deuma vez.

• O EC reconhece o direito de o herdeiro legítimo continuar a posse de seuantecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão.

• O EC também reconhece a possibilidade de aplicação da usucapião especial deforma coletiva, em áreas urbanas com mais de 250 m², ocupadas por população debaixa renda nas mesmas condições descritas acima, onde não for possívelidentificar os terrenos ocupados por cada possuidor.

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CAPÍTULO IIIO PLANO DIRETORCaracterísticas gerais do instrumento e de sua aplicação:• Fica definido, em consonância com a CF, que a propriedade urbana cumpre sua

função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidadeexpressas no PD, assegurando o atendimento das necessidades dos cidadãosquanto à qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividadeseconômicas, respeitadas as diretrizes previstas no art. 2º do próprio EC.

• O PD, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política dedesenvolvimento e expansão urbana, sendo parte integrante do processo deplanejamento municipal.

• O PD deverá englobar o território do Município como um todo e será revisto,pelo menos, a cada dez anos, sendo garantida a participação social nos seusprocessos de elaboração, revisão e implementação.

• O PD é obrigatório para cidades que se enquadrem em uma dos seguintes casos:população acima de 20 mil habitantes; integrantes de regiões metropolitanas eaglomerações urbanas ou de áreas de especial interesse turístico; inseridas na áreade influência de empreendimentos ou atividades com significativo impactoambiental regional ou nacional; ou ainda onde o Poder Público municipalpretenda utilizar os instrumentos do § 4º do art. 182 da CF.

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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA LEI

• Os capítulos trazem parâmetros mínimos necessários à aplicação de cadainstrumento (normas gerais), não entrando em detalhes, pois o ordenamentodo território e do uso do solo urbano é competência municipal (art. 30, VIII,da CF).

• O EC é uma lei eminentemente municipal, pois a utilização, ou não, de cadainstrumento depende da vontade do Poder Público local, manifestada naedição de leis específicas para cada caso.

• É uma lei que privilegia a participação social na gestão urbana, a ponto dededicar um capítulo ao tema.

• O Capítulo das Disposições Gerais prevê (art. 52) as hipóteses nas quais, pordescumprimento a disposições do EC, o Prefeito Municipal incorre emimprobidade administrativa.

• No mesmo capítulo, o art. 53 alterou a Lei 7.347/1985, para prever apossibilidade de ação civil pública por dano à ordem urbanística (a MP 2.108-35/2001 revogou o artigo, mas manteve seu conteúdo.

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Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979

(Lei do Parcelamento do Solo Urbano)

Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências.

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ESTRUTURA DA LEI

• Capítulo I - Disposições Preliminares• Capítulo II - Dos Requisitos Urbanísticos para Loteamento• Capítulo III - Do Projeto de Loteamento• Capítulo IV - Do Projeto de Desmembramento• Capítulo V - Da Aprovação do Projeto de Loteamento e

Desmembramento• Capítulo VI - Do Registro do Loteamento e Desmembramento• Capítulo VII - Dos Contratos• Capítulo VIII - Disposições Gerais• Capítulo IX - Disposições Penais• Capítulo X - Disposições Finais

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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA LEI• Principal norma federal de direito urbanístico.• Traz um conjunto sucinto de requisitos quanto à admissibilidade

de parcelamentos do solo que, se cumpridos, poderiam evitaralgumas tragédias urbanas.

• Defasada pelo tempo, face à Constituição Federal de 1988, aonovo Código Civil, à legislação de proteção ao consumidor, àlegislação ambiental e ao próprio EC.

• Pontos que precisam ser tratados:• necessidade de disciplina para a implementação de condomínios urbanísticos, que

não podem ser tratados como loteamentos, o que tem permitidoempreendimentos sem qualquer regramento;

• definição quanto à infraestrutura básica a ser exigida nos empreendimentos equanto à responsabilidade por sua implantação e manutenção;

• adequação da Lei 6.766 à legislação ambiental federal nos dispositivos referentesàs áreas nas quais não se admite parcelamento do solo, em particular quanto aosditames do Código Florestal;

• adequação ao novo Código Civil e ao Código de Proteção e Defesa doConsumidor no que tange aos contratos.

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PROPOSTA DE REVISÃO DA LEIProjeto de Lei nº 3.057/2000 (com cerca de 20 apensos)

• Pretende instituir uma nova norma federal sobre o parcelamento do solourbano, já denominada Lei da Responsabilidade Territorial Urbana.

• A proposta logrou aprovação, em Comissão Especial, na forma desubstitutivo de autoria do então relator, Dep. Renato Amary (pronto para apauta do Plenário desde 2007).

• O substitutivo contém 138 artigos e foi elaborado a partir de inúmerassugestões ao longo de quase oito anos de debate.

• Entre as principais inovações está a responsabilização do administradorpúblico nos casos de negligência ou de má gestão relacionada à ocupação dosolo.

• O texto cria a figura do município de gestão plena, que pode assumirdeterminadas responsabilidades no licenciamento ambiental deempreendimentos.

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Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009

Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) e regularização fundiária de assentamentos

localizados em áreas urbanas• Na MP que deu origem à lei, o governo federal aproveitou, quase

que integralmente, a parte do texto do substitutivo ao PLnº3.057/2000 que tratava de regularização fundiária.

• Fora do contexto da Lei de Responsabilidade Fiscal, a novanorma parece truncada.

• A preocupação em facilitar os processos de regularizaçãofundiária, presente na referida Lei assim como na recente MP nº514/2009, que a modificou, pode, em seu extremo, levar àconsolidação de situações de risco.