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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE...desenvolvimento do respectivo território e contribuem para a unidade e integração nacionais. Outros Intervenientes –actuam na promoção dos direitos

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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DA TERRA, AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO RURAL

METODOLOGIA DE DELIMITAÇÃO, REGISTO E REGULARIZAÇÃO DAS

ÁREAS OCUPADAS PELAS COMUNIDADES E POR PESSOAS

SINGULARES NACIONAIS, SEGUNDO AS NORMAS E PRÁTICAS

COSTUMEIRAS OU POR PESSOAS SINGULARES NACIONAIS QUE DE

BOA-FÉ QUE UTILIZAM A TERRA HÁ PELO MENOS 10 ANOS

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ÍNDICE

1 GLOSSÁRIO ...................................................................................................................................... 8

2 ACRÓNIMOS .................................................................................................................................. 11

3 CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................................................... 13

4 Enquadramento Legal ................................................................................................................... 14

5 Princípios Gerais ............................................................................................................................ 15

6 Âmbito........................................................................................................................................... 17

6.1 Principais Intervenientes ...................................................................................................... 17

7 Salvaguardas ................................................................................................................................. 20

7.1 Mecanismo de Diálogo e Reclamações ................................................................................. 22

8 METODOLOGIA DELCOM/RDUAT ................................................................................................. 24

8.1 FASE 1 – PREPARAÇÃO DAS ACTIVIDADES ............................................................................ 26

8.1.1 Lançamento Oficial do Processo de DELCOM/RDUAT .................................................. 26

8.1.2 Capacitação ................................................................................................................... 26

8.1.3 Campanha de Comunicação e Divulgação .................................................................... 27

8.1.4 Apresentação do Provedor de Serviços às Autoridades Locais .................................... 28

8.1.5 Planificação Conjunta .................................................................................................... 29

8.1.6 Reunião de Lançamento a Nível Distrital ...................................................................... 31

8.1.7 Criação e capacitação do Órgão Comunitário ............................................................... 31

8.1.8 Informação e Divulgação .............................................................................................. 33

8.1.9 Avaliação da Prontidão Comunitária ............................................................................ 33

8.2 FASE 2 – LEVANTAMENTOS................................................................................................... 35

8.2.1 Diagnóstico Rural Participativo ..................................................................................... 35

8.2.2 Esboço e sua Memória .................................................................................................. 37

8.2.3 Identificação das Zonas de Domínio Público ................................................................ 39

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8.2.4 Resolução de Conflitos no Âmbito da Delimitação ....................................................... 40

8.2.5 Elaboração dos Instrumentos de Planificação - DELCOM ............................................. 41

8.2.6 Zoneamento .................................................................................................................. 41

8.2.7 Plano e Agenda de Desenvolvimento Comunitário ...................................................... 42

8.2.8 Devolução, Aprovação e Validação do Processo - Delcom ........................................... 43

8.2.9 Levantamento das Ocupações - RDUAT ........................................................................ 43

8.3 FASE 3 – INTRODUÇÃO DE DADOS NO SIGIT ........................................................................ 48

8.3.1 DELCOM ........................................................................................................................ 48

8.3.2 RDUAT ........................................................................................................................... 48

8.4 FASE 4 –VALIDAÇÃO NO CADASTRO NACIONAL DE TERRAS ................................................ 51

8.5 FASE 5 – ENTREGA DA CERTIDÃO E TÍTULO DE DUAT .......................................................... 52

8.5.1 Entrega da Certidão de Delimitação Comunitária ........................................................ 52

8.5.2 Entrega do Título de Duat ............................................................................................. 52

8.6 FASE 6 – GESTÃO DO DUAT................................................................................................... 54

8.6.1 Descrição das Alterações .............................................................................................. 54

8.6.2 Actualização no Cadastro Nacional de Terras ............................................................... 54

8.6.3 Averbamento das Alterações ........................................................................................ 55

9 ASPECTOS TRANSVERSAIS ............................................................................................................. 56

9.1 Controlo de Qualidade .......................................................................................................... 56

9.1.1 Controlo de Qualidade de Dados .................................................................................. 56

9.1.2 Controlo de Qualidade de Processos ............................................................................ 58

9.2 MONITORIA E AVALIAÇÃO .................................................................................................... 60

10 ESTRATÉGIA DE SAÍDA .............................................................................................................. 61

Anexo A: Salvaguardas .......................................................................................................................... 62

Anexo B: Comunicação ......................................................................................................................... 67

Anexo C: DRP ......................................................................................................................................... 83

Anexo D: Introdução de dados no SIGIT (DELCOM) .............................................................................. 84

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Anexo E: Introdução de dados no SiGIT (RDUAT) ................................................................................. 84

Anexo F: Monitoria e Avaliação ............................................................................................................ 85

Anexo G: Modelo da Certidão de Delimitação Comunitária................................................................. 88

Anexo H:Modelo de Título de DUAT ..................................................................................................... 89

Anexo I: Formulário RDUAT .................................................................................................................. 90

Anexo J: Legislação ................................................................................................................................ 93

Anexo K: Capacitação .......................................................................................................................... 100

Anexo L: Codificação dos pontos ........................................................................................................ 107

ANEXO M: CGC .................................................................................................................................... 108

ANEXO N: Formulário de Manifestação de interesse em DELCOM e/ou RDUAT ............................... 114

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Principais intervenientes ....................................................................................................... 18

Figura 2 - Níveis de resolução de reclamações através do MDR (Extra-judicial) .................................. 23

Figura 3 - Fases da metodologia DELCOM/RDUAT ............................................................................... 25

Figura 4 - Vértices medidos a receptor GPS ......................................................................................... 37

Figura 5 - Descrição dos limites da comunidade .................................................................................. 38

Figura 6 - Descrição de servidões.......................................................................................................... 38

Figura 7- Ilustração de zonas de protecção (mapa simulado) .............................................................. 39

Figura 8 - Processo de classificação das imagens de satélite ............................................................... 42

Figura 9 - Fusos cartográficos ............................................................................................................... 46

Figura 10- Sincronização de dados no SiGIT ......................................................................................... 48

Figura 11 - Fluxo de tramitação do RDUAT ........................................................................................... 49

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Principais acções a desencadear no acto do lançamento do Processo DELCOM/RDUAT .... 26

Tabela 2: Principais acções a desencadear na comunicação e divulgação ........................................... 28

Tabela 3: Principais acções a desencadear na apresentação do PS às Autoridades locais .................. 29

Tabela 4: Principais acções a desencadear na planificação conjunta ................................................... 30

Tabela 5: Principais acções a desencadear no lançamento do processo a nível Distrital .................... 31

Tabela 6: Principais acções a desencadear na criação e capacitação dos órgãos comunitários ......... 33

Tabela 7: Acções a desencadear na informação, divulgação e prontidão comunitária ....................... 34

Tabela 8: Acções a desencadear na fase do diagnóstico rural participativo ........................................ 36

Tabela 9: Descrição dos pontos de limite ............................................................................................. 37

Tabela 10: Descrição de linhas limite .................................................................................................... 38

Tabela 11: Descrição de servidões ........................................................................................................ 38

Tabela 12: Acções a desencadear no esboço e sua memória ............................................................... 38

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Tabela 13: Acções a desencadear na identificação das zonas de domínio público .............................. 40

Tabela 14: Acções a desencadear na resolução de conflitos ................................................................ 41

Tabela 15: Acções a desencadear na elaboração de instrumentos de planificação............................. 42

Tabela 16: Acções a desencadear na devolução, aprovação e validação ............................................. 43

Tabela 20: Criação do projecto cadastral ............................................................................................. 44

Tabela 17: Regra de codificação dos blocos cadastrais ........................................................................ 45

Tabela 18: Parâmetros do levantamento topográfico .......................................................................... 47

Tabela 19: Acções a desencadear no levantamento das ocupações .................................................... 47

Tabela 21: Acções a desencadear na introdução de dados no SiGIT .................................................... 50

Tabela 22: Acções a desencadear no lançamento no cadastro nacional de terras .............................. 51

Tabela 23: Acções a desencadear na emissão e entrega da Certidão e título ...................................... 53

Tabela 24: Aspectos a considerar no plano de controlo de qualidade de dados ................................. 57

Tabela 25 Acções a desencadear na monitoria e avaliação.................................................................. 60

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1 GLOSSÁRIO

Sem prejuízo do preceituado na Lei de Terras e respectivo regulamento, os termos e conceitos

constantes da presente metodologia têm o seguinte significado:

Autoridades Comunitárias - Chefes tradicionais, os secretários de bairro, chefe de aldeia e outros

líderes legitimados pelas respectivas comunidades e que actuam como seus representantes;

Certidão de Delimitação – Documento emitido pelos serviços púbicos de cadastro, comprovativo

de DUAT das comunidades locais adquirido por ocupação segundo as práticas costumeiras,

contendo a identificação dos seus limites actualizados no Cadastro Nacional de Terras; Nr 3 art. 9

e art 13 RLT e art. 13 do Anexo técnico;

Comité de Gestão Comunitária - Organizações comunitárias de base (OCBs), constituindo os

representantes das comunidades reconhecidos pelos órgãos locais do Estado, visando defender os

interesses da comunidade;

Comité de Gestão de Recursos Naturais- Organizações comunitárias de base (OCBs), constituindo

os representantes das comunidades reconhecidos pelos órgãos locais do Estado, visando a

protecção, conservação e promoção do uso sustentável de recursos naturais;

Comunidade local- Agrupamento de famílias e indivíduos, vivendo numa circunscrição territorial

de nível de localidade ou inferior, que visa a salvaguarda de interesses comuns através da

protecção de áreas habitacionais, áreas agrícolas, sejam cultivadas ou em pousio, florestas, sítios

de importância sócio-cultural, pastagens, fontes de água e áreas de expansão, áreas potenciais a

exploração dos recursos minerais, petrolíferas e outros;

Delimitação – Identificação dos limites das áreas ocupadas pelas comunidades locais ou pessoas

nacionais, segundo normas e práticas costumeiras ou que estejam a utilizar a terra de boa-fé, há

pelo menos 10 anos, incluindo a actualização da informação no Cadastro Nacional de Terras;

Domínio Público – Áreas destinadas a satisfação do interesse público;

Género: Refere-se aos atributos, expectativas e normas sociais, comportamentais e culturais

associadas a ser home ou mulher.

Grupos Vulneráveis - Grupos de pessoas que apresentam maior risco de pobreza, exclusão social,

discriminação e violência do que a população em geral, incluindo, entre outras, pessoas com

deficiência, pessoas com educação limitada ou analfabetas, idosos, viúvas, mulheres e crianças

chefes de família;

Mecanismo de Diálogo e Reclamações – Sistema que visa mitigar e mediar conflitos e reclamações

resultantes da implementação do processo de registo e regularização de terras;

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Metodologia DELCOM/RDUAT – orienta o processo DELCOM/RDUAT de forma clara, transparente

e objectiva, com a participação efectiva e inclusiva das comunidades locais, bem como de

diferentes intervenientes, de modo a assegurar a constituição e operacionalização do CNT.

Órgãos Locais do Estado – Representam o Estado a nível local para a administração do

desenvolvimento do respectivo território e contribuem para a unidade e integração nacionais.

Outros Intervenientes –actuam na promoção dos direitos da terra e doutros recursos naturais das

comunidades locais particularmente na regularização do DUAT, resolução de conflitos,

sensibilização, capacitação das comunidades locais e advocacia.

Paralegal – Pessoa baseada a nível local, dotada de conhecimentos básicos sobre a legislação ligada

a Administração e Gestão de Terras, que apoia as comunidades locais para defesa dos seus direitos

sobre a terra e outros recursos naturais.

Plano Comunitário de Uso de Terra – Instrumento que detalha o uso da terra aprovado pela

própria comunidade para o desenvolvimento de várias actividades em função das condições

edafoclimáticas;

Prontidão Comunitária – Conjunto de requisitos e conhecimentos que as autoridades

comunitárias, seus representantes, e membros (homens, mulheres, jovens, idosos, etc.) devem

reunir para que sejam capazes de tomar decisões informadas sobre os passos subsequentes de

regularização de posse de terras (DELCOM/RDUAT).

Provedor de Serviços – Pessoa colectiva nacional ou estrangeira (constituída nos termos da

legislação moçambicana ou estrangeira), habilitada para a realização do processo de

implementação e/ou execução dos trabalhos de DELCOM/RDUAT;

RDUAT – Registo e regularização sistemática de DUAT’s adquiridos por pessoas singulares

nacionais segundo as normas e práticas costumeiras ou que de boa-fé ocupam a terra há pelo

menos 10 anos;

Registo – Sumário do conteúdo de documentos legais que descreve o direito de uso e

aproveitamento da terra, organizado segundo o número da parcela, consistindo numa parte

textual e num mapa cadastral, que faz parte do Cadastro Nacional de Terras;

Regularização Sistemática – Campanha nacional de registo e regularização das ocupações de

terras, visando identificar, clarificar e registar os direitos dos detentores e titulares da terra no

meio rural a nível comunitário e individual;

Salvaguardas – Instrumentos de integração de aspectos ambientais e sociais no processo de

tomada de decisões no âmbito do registo e regularização sistemática de DUATs;

Serviços Públicos de Cadastro – Entidade responsável pela implementação e actualização do

Cadastro Nacional de Terras a nível central e local;

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Sistema de Gestão de Informação de Terras – Plataforma electrónica desenvolvida com vista a

informatizar o Cadastro Nacional de Terras;

Titular – Pessoa singular ou colectiva que tem direito do uso e aproveitamento da terra, ao abrigo

duma autorização ou através das normas e usos costumeiros ou ocupação de boa fe;

Título – Documento emitido pelos Serviços Públicos de Cadastro, gerais ou urbanos, comprovativo

de direito de uso e aproveitamento da terra;

Zona de Protecção Parcial - Áreas de Domínio Público, criadas pelo efeito da lei ou por implantação

de infraestruturas públicas.

Zonas de Protecção Total- Áreas destinadas a actividades de conservação ou preservação da

natureza e de defesa e segurança do estado.

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2 ACRÓNIMOS

BR – Boletim da República

CENACARTA – Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção

CGC – Comité de Gestão Comunitária

CGRN – Comité de Gestão de Recursos Naturais

CNT – Cadastro Nacional de Terras

CQ – Controlo de Qualidade

DELCOM – Delimitação de Áreas ocupadas pelas Comunidades

DINAT – Direcção Nacional de Terras

DINOTER – Direcção Nacional de Ordenamento Territorial e Reassentamento

DPTADER – Direcção Provincial de Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural

DRP – Diagnóstico Rural Participativo

DUAT – Direito de Uso e Aproveitamento da Terra

FNDS – Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável

LT – Lei de Terras

LOLE – Lei dos Órgãos Locais do Estado

MAEFP – Ministério da Administração Estatal e Função Pública

MDR – Mecanismo de Diálogo e Reclamação

MITADER – Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural

NUIT – Número Único de Identificação Tributária

OCBs – Organizações Comunitárias de Base

ONG – Organização Não Governamental

OSC- Organizações da Sociedade Civil

PCUT – Plano Comunitário de Uso de Terra

PCQ – Plano de Controlo de Qualidade

PGCQ – Plano Geral de Qualidade

PGQP – Plano Geral de Qualidade do Processo

PRPT – Protocolo de Regularização de Posse de Terras

PS – Provedor de Serviço

RDUAT – Registo e Regularização do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra

RLT – Regulamento da Lei de Terras

RLOLE – Regulamento da Lei dos Órgãos Locais de Estado

SDAE – Serviço Distrital de Actividades Económicas

SDPI – Serviço Distrital de Planeamento e Infraestrutura

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SiGIT – Sistema de Gestão e Informação de Terras

SPC – Serviços Públicos de Cadastro

SPGC – Serviço Provincial de Geografia e Cadastro

ZPP – Zona de Protecção Parcial

ZPT- Zonas de Protecção Total

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3 CONTEXTUALIZAÇÃO

A Política Nacional de Terras aprovada pela Resolução nº 10/95, de 17 de Outubro, do Conselho de

Ministros e a respectiva estratégia de implementação tem como princípio “assegurar os direitos do

povo moçambicano sobre a terra e outros recursos naturais, assim como promover o investimento e o

uso sustentável e equitativo destes recursos”.

A Lei de Terras nº 19/97, de 1 de Outubro e o respectivo Regulamento, aprovado pelo Decreto nº

66/98, de 08 de Dezembro fixam, entre outros, os mecanismos de registo e regularização dos DUAT’s

adquiridos por pessoas singulares nacionais e comunidades locais segundo as normas e práticas

costumeiras ou que de boa-fé ocupam a terra há mais de 10 anos1, tendo sido continuamente

complementado por instrumentos adicionais tais como o Diploma Ministerial nº 29_A/2000, de 17 de

Março, que aprova o Anexo Técnico ao Regulamento da Lei de Terras.

No processo de delimitação de áreas ocupadas pelas comunidades locais verificam-se lacunas no

conhecimento, interpretação e aplicação da legislação, aliados às imperfeições que se registam na

identificação dos limites.

Assim, torna-se necessário desenvolver uma metodologia que visa harmonizar os procedimentos

técnicos, legais e administrativos a serem observados em todos os processos de delimitação, registo

e regularização das áreas ocupadas por pessoas singulares nacionais e comunidades locais segundo as

normas e práticas costumeiras e que de boa-fé que utilizam a terra há pelo menos 10 anos.

A metodologia descreve uma abordagem sistemática, tanto para delimitação das áreas ocupadas

pelas comunidades locais (DELCOM), assim como para registo e regularização sistemática (RDUAT)

dos direitos adquiridos por pessoas singulares nacionais e comunidades locais segundo as normas e

práticas costumeiras e que de boa-fé utilizam a terra há pelo menos 10 anos. Idealmente cobrindo

todo o distrito, tendo em conta os princípios de selecção do distrito alvo, delimitação de áreas

ocupadas pelas comunidades locais e registo do DUAT na comunidade.

1 Alíneas a) e b) do artigo 12 da LT

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4 ENQUADRAMENTO LEGAL

O Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT), constitui um direito Constitucional conferido às

pessoas singulares ou colectivas tendo em conta o seu fim social ou económico, cabendo ao Estado a

determinação dos termos e condições para o seu acesso, uso e aproveitamento, reconhecendo e

protegendo os direitos adquiridos por herança ou ocupação das comunidades locais e das pessoas

singulares nacionais2.

As comunidades locais que residem e ocupam uma determinada área de acordo com as suas normas

e práticas costumeiras, têm o DUAT devidamente reconhecido independentemente de título3, o

direito de acesso aos recursos naturais de que necessitam para o seu consumo, agricultura de

subsistência, habitação e pecuária.

A delimitação de áreas ocupadas pelas comunidades locais tem como resultado a emissão da Certidão

de Delimitação Comunitária4, com efeitos similares aos conferidos pelo Título do DUAT conforme o

previsto no Anexo Técnico aprovado pelo Diploma Ministerial nº 29-A2000, de 17 de Março,

conjugado com o Regulamento da LT aprovado pelo Decreto nº 66/98, de 08 de Dezembro, em nome

da respectiva comunidade que segue o regime de co-titularidade5.

Havendo a necessidade de determinar os procedimentos técnico-legais e administrativos para aferir

os requisitos previstos para cada fase de delimitação no Anexo Técnico6, torna-se necessário

desenvolver uma metodologia detalhada e harmonizada que de forma clara, transparente e objectiva

venha a orientar o processo de delimitação comunitária assegurando a participação efetiva e inclusiva

das comunidades locais (membros e lideranças) e determinar o papel dos diferentes intervenientes

públicos e privados, assegurando igualmente que os dados e informações recolhidas no processo de

delimitação contribuam para a constituição e operacionalização do Cadastro Nacional de Terras

(CNT).

Importa frisar que a legislação inerente a gestão e administração de terras e outras afins pode ser

acessada através do link contstante no Anexo J.

2 Artigos 109 a 111 da Constituição da República de Moçambique 3 Lei nº 19/97, de 1 de Outubro, Lei de Terras e Lei nº 16/14, de 20 de Junho, Lei da Conservação 4 Nº 4 do Artigo 13 do Anexo técnico ao Regulamento da LT 5Artigo 12 do Regulamento da LT 6 Artigo 15 e seguintes do Anexo técnico ao Regulamento da LT

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5 PRINCÍPIOS GERAIS

A delimitação das áreas ocupadas pelas comunidades locais de acordo com as normas e práticas

costumeiras bem como o registo e a regularização sistemática dos direitos de uso da terra das pessoas

singulares nacionais que ocupam terras segundo as normas e práticas costumeiras ou que de boa-fé

utilizam a terra há pelo menos 10 anos, observa os seguintes princípios:

Da Propriedade do Estado sobre a Terra7 – Toda a terra do território nacional, incluindo a

terra ocupada por pessoas singulares nacionais e comunidades locais segundo as normas e

práticas costumeiras ou que de boa-fé utilizam a terra há pelo menos 10 anos, é propriedade

do Estado não podendo, por isso, ser vendida ou por qualquer outra forma alienada,

hipotecada ou penhorada, exceto nos casos previstos na Lei e mediante o cumprimento dos

processos de autorização prescritos na Lei;

Da Necessidade Pública8 – Toda terra do território nacional deve ser cadastrada e registada

para conhecer a situação económica-jurídica, tipos de ocupação, uso e aproveitamento,

incluindo as áreas onde recaia o direito de uso e aproveitamento da terra adquirido por

pessoas singulares nacionais e comunidades locais segundo as normas e práticas

costumeiras ou que de boa-fé utilizam a terra há pelo menos 10 anos;

Da Obrigatoriedade do Cadastro – Os Serviços Públicos de Cadastro enquanto entidades

públicas responsáveis pela operacionalização do Cadastro Nacional de Terras, devem

assegurar o levantamento da totalidade dos dados necessários para o conhecimento da

situação económico-jurídica das terras, tipos de ocupação, uso e aproveitamento de forma

a organizar eficazmente a utilização da terra, sua protecção e conservação;

Da Proteção e Reconhecimento dos Direitos de Ocupação, Uso e Aproveitamento da Terra

pelas Comunidades Locais9 – No processo de regularização sistemática dos direitos

adquiridos por pessoas singulares nacionais incluindo dos membros das comunidades locais

respectivas, devem ser prioritariamente identificados e delimitados os direitos comuns da

respectiva comunidade local;

7 Artigo 109 da Constituição da República e Artigo 3 da LT 8 Artigo 5 da LT 9 Artigo 111 da Constituição da República de Moçambique

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Do Domínio Público – No processo de delimitação das áreas ocupadas pelas comunidades

locais e da regularização sistemática de DUAT’s das pessoas singulares nacionais, devem ser

salvaguardadas as zonas de protecção total e parcial, salvo excepções previstas em legislação

própria10, incluindo as servidões11.

10 Artigo 22 da Lei da Conservação 11 Alínea b) do Artigo14 e Artigo 17 ambos do RLT

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6 ÂMBITO

i. A presente metodologia aplica-se a todos os processos de delimitação, registo e

regularização dos direitos de uso e aproveitamento da terra das áreas ocupadas pelas

comunidades locais de acordo com as normas e práticas costumeiras, nas zonas rurais;

ii. Aplica-se igualmente aos processos de registo e regularização de DUAT’s dos prédios

rústicos e urbanos localizados nas autarquias locais, sem Serviços Públicos de Cadastro,

com as necessárias adaptações tendo em conta a legislação especial e as respectivas

posturas, no que não contrariem a Lei;

iii. Estão sujeitos a presente metodologia as pessoas singulares nacionais e comunidades

locais segundo as normas e práticas costumeiras ou que de boa-fé utilizam a terra há pelo

menos 10 anos12. Deverão observar a presente metodologia todas as entidades públicas

e privadas directa ou indirectamente envolvidas no processo de delimitação, registo e

regularização dos direitos de uso e aproveitamento da terra das áreas ocupadas pelas

pessoas singulares nacionais e comunidades locais segundo as normas e práticas

costumeiras ou que de boa-fé utilizam a terra há pelo menos 10 anos;

iv. Exceptuam-se dos presentes procedimentos os processos de aquisição dos direitos de uso

e aproveitamento da terra pelas pessoas singulares ou colectivas nacionais ou

estrangeiras por autorização do pedido, nos termos da alínea c) do artigo 12 da Lei de

Terras.

6.1 PRINCIPAIS INTERVENIENTES

São principais intervenientes no processo DELCOM/RDUAT o sector público, a comunidade local e seus

membros, autoridades comunitárias, organizações de base comunitária, autoridades administrativas

locais e governos locais, serviços públicos de cadastro a todos os níveis, sector privado e sociedade

civil, conforme a Figura 2.

12 Alínea a) e b) do Artigo 12 LT

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Figura 1 - Principais intervenientes

Comunidade local – participa em todos processos de reconhecimento, planificação, implementação

de políticas e outras acções de promoção do desenvolvimento, gestão dos recursos naturais e

ambiente na sua respectiva área. Intervém ainda, na gestão dos recursos naturais, no processo de

titulação, na identificação dos limites dos terrenos por elas ocupadas, resolução de conflitos com base

nas normas e práticas costumeiras13.

Comités de Gestão Comunitária (CGC) – participam em todos processos de reconhecimento,

planificação, implementação de políticas e outras acções de promoção do desenvolvimento, gestão

dos recursos naturais e ambiente na sua respectiva área, como legítimos representantes dos

interesses da comunidade.

Autoridades Comunitárias14 – garatem a articulação com os órgãos locais do Estado na realização de

actividades que concorram para a consolidação da unidade nacional, produção de bens

materiais e de serviços com vista à satisfação das necessidades básicas de

vida e de desenvolvimento local.

Órgãos Locais do Estado – actuam na implementação dos processos de DELCOM/RDUAT , asseguram

as consultas públicas e comunitárias, integrando nas suas agendas de administração local, a

importância e necessidade da regularização dos direitos sobre a terra, devendo participar na

identificação das áreas de intervenção do DELCOM/RDUAT, locais para a realização das campanhas de

13 Artigo 24 LT 14 Decreto 15/2000 de 20 de Junho

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sensibilização, registo, publicação dos editais, segurança dos equipamentos e das equipas técnicas

envolvidas, manutenção e gestão dos DUAT’s, compreendendo Administradores dos Distritos, Chefes

dos Postos Administrativos e Chefes das Localidades.

Serviços Públicos de Cadastro (SPC) – compreendem todas as instituições envolvidas directamente

na administração e gestão de terras, a destacar:

Direcção Nacional de Terras (DINAT) – responsável pela concepção, planificação,

implementação, controlo, monitoria e avaliação dos programas de administração e gestão de

terras.

Direcção Nacional de Ordenamento Territorial e Reassentamento (DINOTER) – responsável

pela implementação da legislação e dos procedimentos de ordenamento territorial e

reassentamento.

Serviços Provinciais de Geografia e Cadastro (SPGC) – responsável pela execução dos planos

e programas definidos pela entidade que superentende a área de terras e pelo Governo

Provincial.

Serviços Distritais de Planeamento e Infraestruturas (SDPI) – orientam e apoiam as unidades

económicas e sociais dos sectores de actividade no processo de DELCOM/RDUAT.

Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE) – garantem a execução dos programas

e planos no processo de DELCOM/RDUAT.

Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentavel (FNDS) – garante a operacionalização de

programas de gestão ambiental, adaptação e mitigação de mudanças climáticas, gestão

sustentável de florestas, conservação da biodiversidade, administração de terras e

ordenamento do território.

Direcção Nacional de Organização do Território (DNOT) – garante a elaboração e implementação normas sobre a divisão política e administrativa, nomes geográficos, organização do territorial, toponímia e cartografia de base.

Provedor de Serviço (PS) – responsável pela execução dos trabalhos de DELCOM/RDUAT.

Outros intervenientes – realizam actividades de educação cívica, sensibilização, capacitação das

comunidades, mediação, resolução de conflitos, monitoria do processo de DELCOM/RDUAT, podendo

ser defensores públicos.

Paralegais - responsáveis pela advocacia e assistência às comunidades locais na defesa dos seus

direitos sobre a terra, uso e aproveitamento dos recursos naturais, questões ambientais e promoção

da igualdade de género. Podendo também apoiar na mediação e resolução de conflitos decorrentes

no processo de DELCOM/RDUAT.

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7 SALVAGUARDAS

As salvaguardas são mecanismos de integração dos aspectos ambientais e sociais no processo de

tomada de decisões e implementação das atividades no processo DELCOM/RDUAT e contribuem para

abordagens participativas e transparentes para uma maior responsabilidade social. Estes mecanismos

oferecem instrumentos especializados para apoiar o processo de desenvolvimento e melhorar a

qualidade dos resultados. As salvaguardas visam minimizar impactos ambientais e sociais negativos

dos programas e proteger os interesses de beneficiários e terceiros, principalmente os mais

vulneráveis, bem como melhorar a tomada de decisão participada. O processo DELCOM/RDUAT

aderira as salvaguardas estabelecidas no Anexo A, e aos requisitos adicionais relacionados de

parceiros nos processos de regularização.Estas visam reduzir não só o potencial risco de impactos

sociais e ambientais negativos, mas também promover benefícios, para além da mitigação de

conflitos, tais como o aumento da segurança de posse de terra para homens e mulheres e todas a

pessoas sem discriminação ou exclusão, melhoria da governação de terras, o reforço na gestão de

recursos naturais bem como na participação plena e efectiva das partes envolvidas, contribuindo para

a sustentabilidade do processo de regularização de uso e aproveitamento de terra.

Tais mecanismos têm em conta a protecção dos direitos, igualdade do género e vulnerabilidade das

pessoas, através da garantia da posse da terra para famílias chefiadas por mulheres, bem como a

observância da co-titularidade.

Em Moçambique as salvaguardas ambientais e sociais são implementadas através da seguinte

legislação:

Constituição da República (Lei nr. 1/2018, de 12 de Junho)

A Lei de terra (19/97, de 1 de outubro);

A Lei de água (16/91, de 3 de agosto);

A Lei do ordenamento do território (19/2007, de 18 de julho);

A Lei de florestas e fauna bravia (10/99, de 07 de julho);

A Lei de pescas (22/2013, de 1 de novembro);

A Lei de recursos minerais (2072014, de 18 de agosto);

A Lei do ambiente (20/97, de 1 de outubro); e

A Lei de património cultural (10/88, de 22 de dezembro)

A Lei da Família (10/2004, de 25 de Agosto).

Lei sobre a Violência Doméstica praticada contra a Mulher (29/2009, de 29 de setembro)

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Lei de Protecção, Conservação e Uso Sustentável da Diversidade Biológica (5/2017, de 11

de Maio)

O processo de regularização e administração de terras toma em conta a legislação acima referida

assim como os procedimentos e critérios de boas práticas internacionais que se aplicam para os

projectos de registo e regularização de terras para assegurar o respeito aos direitos adquiridos das

comunidades e das pessoas, e mitigar potenciais impactos sociais ou ambientais adversos.

Durante o processo de DELCOM/RDUAT podem ocorrer (i) riscos ambientais bióticos (fragmentação e

degradação da biodiversidade e dos ecossistemas), nas zonas de protecção previstas na legislação de

terras e/ou a elas relacionadas, bem como o uso indiscriminado dos recursos naturais existentes na

comunidade, (ii) riscos sociais decorrentes da realocação entre direitos coletivos e individuais,

conflitos na partilha/uso de terras e recursos, homologação de direitos em detrimento de direitos

contrapostos, perda de acesso a terra, meios de subsistencia e/ou recursos naturais especialmente

por pessoas ou grupos vulneráveis. As medidas de mitigação (salvaguardas) estão integradas nos

aspectos específicos desta metodologia e detalhadaos no Anexo A.

A implementação das salvaguardas concorre para a redução dos potenciais impactos ambientais e

sociais negativos através de:

Garantia da informação e formação sobre a legislação vigente em relação aos recursos

naturais, particularmente a terra, florestas, água e outros recursos de uso comum;

Divulgação dos direitos da posse de terra tanto a nível comunitário, bem como familiar e

individual, com especial atenção à co-titularidade e questões de género;

Capacitação dos representantes da comunidade para a tomada de decisões quanto ao

processo de regularização, a representação da comunidade e a gestão dos recursos

naturais disponíveis localmente;

Verificação da prontidão da comunidade para as etapas do processo inclusive a decisão

da mesma sobre o processo DELCOM/RDUAT;

Identificação de potenciais conflitos em áreas de proteção total ou parcial e

encaminhamento dos mesmos para processos de resolução;

Capacitação dos provedores de serviço, autoridades locais, outros intervenientes no

processo DELCOM/RDUAT, e também dos paralegais, em matéria de salvaguardas e da

Estratégia da Mitigação de Riscos Sociais, e disponibilização dos servicos dos paralegais

para as comunidades e familias dependendo dos recursos disponíveis ;

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Envolvimento de grupos e indivíduos desfavorecidos como os idosos, viúvas, mulheres e

crianças chefes de famílias em todo o processo e;

Disponibilização de mecanismos de diálogo e reclamação (MDR), ligados ao sistema de

informação de salvaguardas (Anexo A: Salvaguardas);

Acompanhamento da implementação das salvaguardas no processo DELCOM/RDUAT.

Os conflitos que surgirem no processo de registo e delimitação física, são resolvidos, em primeira

instância, de acordo com os mecanismos de resolução de conflitos descritos na presente metodologia.

7.1 MECANISMO DE DIÁLOGO E RECLAMAÇÕES

O Mecanismo de Diálogo e Reclamações (MDR) aplica-se em todas as etapas do processo de

regularização, no qual as pessoas são informadas sobre como aceder ao MDR e a quem dirigir suas

queixas ou consultas.

A operacionalização do MDR será feita em coordenação com as autoridades administrativas locais,

que devem ser o ponto focal, para dar entrada e registar todas as consultas e reclamações recebidas

e seu acompanhamento, na plataforma do MDR gerida pelos SPC, conjuntamente, a equipe de

salvaguardas e em coordenação com o provedor de serviços definirão o encaminhamento apropriado

de cada caso.

As comunidades podem solicitar o apoio dos paralegais e/ou dos defensores públicos15 na mediação

e resolução de conflitos.

Em caso de insatisfação do reclamante, o MDR dispõe de 3 niveis de resolução:

Nivel 1: Comunitário (provedor de serviços, autoridades comunitárias, paralegais e/ou defensores

públicos e tribunais comunitarios);

Nivel 2: Técnico (Salvaguardas e Serviços Públicos de Cadastro);

Nivel 3: Independente.

Nos casos em que a insatisfação do reclamante ultrapasse os níveis previstos (extra-juduciais), este

receberá orientação sobre como aceder a via judicial e os mecanismos aplicáveis dos parceiros, em

defesa dos seus direitos. Os reclamantes serão informados em todas as etapas do processo sobre seus

direitos de recorrer a via judicial em qualquer momento.

15 Decreto 15/2013, de 26 de Abril

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Como medidas preventivas, a sensibilização sobre o processo DELCOM/RDUAT será contínua, através

da estratégia de comunicação constante na presente metodologia com o envolvimento da

comunidade e seus representantes.

A Figura 2 mostra os 3 niveis de resolução de conflitos. Para o registo de conflitos e seu

acompanhamento recorre-se aos procedimentos do MDR (Anexo A: Salvaguardas).

Figura 2 - Níveis de resolução de reclamações através do MDR (Extra-judicial)

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8 METODOLOGIA DELCOM/RDUAT

A metodologia consiste no sequenciamento das fases inerentes ao processo de DELCOM/RDUAT,

representada pela figura 1 que apresenta 6 fases do processo.

A fase 1, que é a preparação das actividades, abarca tanto DELCOM, assim como RDUAT e termina

com o consentimento da comunidade sobre os processos de DELCOM ou RDUAT que poderão

decorrer separadamente ou paralelamente, mediante a prontidão e decisão dos beneficiários,

podendo decorrer em cerca de 34 dias. Na fase 2 faz-se o levantamento de dados em campo, que

ocorre em 50 dias para o DELCOM e 13 dias para o RDUAT.

As fases subsequentes (3, 4 e 5) procedem com a introdução/sincronização de dados no SiGIT para

sua validação e tramitação processual, bem como a verificação e correcção dos dados, que ocorrem

num período de 4 dias para o DELCOM e 19 dias para o RDUAT. Ainda nestas fases verifica-se o

cumprimento dos requisitos legais, normas, procedimentos e padrões estabelecidos na presente

metodologia, fazem-se ainda as emissões da certidão de delimitação e/ou títulos de DUAT que

constituem comprovativos de legalidade das ocupações dos beneficiários.

A última fase versa sobre a gestão do DUAT onde se verificam alterações, actualizações e averbamento

do mesmo.

As principais fases são:

Fase 1 – Preparação das actividades;

Fase 2 – Levantamentos de dados;

Fase 3 – Introdução de dados no SiGIT;

Fase 4 – Validação no Cadastro Nacional de Terras (CNT);

Fase 5 – Emissão e entrega da certidão/título de DUAT; e

Fase 6 – Gestão do DUAT.

A metodologia apresentada neste documento segue esta estrutura, para melhor compreensão.

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Figura 3 - Fases da metodologia DELCOM/RDUAT

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A figura mostra as diferentes fases do processo, bem como os responsáveis por cada actividade a

realizar. Na última coluna inclui-se a estimativa de duração de cada actividade. A duração pode ser

variável, dependendo de vários factores, por isso, no fluxo deve ser lida como indicativa.

8.1 FASE 1 – PREPARAÇÃO DAS ACTIVIDADES

Esta fase descreve os aspectos relevantes a serem tomados em consideração para informar tanto os

Provedores de Serviços, outras entidades, bem como os beneficiários sobre as actividades que irão

decorrer, começando pelo lançamento oficial do processo pelos Serviços Públicos de Cadastro até a

informação e divulgação.

8.1.1 Lançamento Oficial do Processo de DELCOM/RDUAT

Os Serviços Públicos de Cadastro realizam inicialmente uma campanha de comunicação através de

rádios comunitárias, peças teatrais e danças, bem como a divulgação de materiais de disseminação da

informação (brochuras, camisetas, bonés, capulanas, sacolas, panfletos, entre outros); e propaganda

do processo através dos órgãos de comunicação social. Após a disseminação da informação é lançado

oficialmente o processo DELCOM/RDUAT onde é dado a conhecer aos principais intervenientes e ao

público em geral sobre as acções a serem desencadeadas no processo, conforme o que consta na

tabela 1.

Tabela 1: Principais acções a desencadear no acto do lançamento do Processo DELCOM/RDUAT

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Efectuar campanhas de comunicação através dos órgãos de comunicação social

DINAT e SPGC Materiais de comunicação divulgados

Organizar o evento (data, local) e convidar/convocar os principais intervenientes no processo

DINAT e SPGC Evento de lançamento realizado

8.1.2 Capacitação

No âmbito do processo DELCOM/RDUAT, serão capacitados os Órgãos Locais do Estado, os Provedores

de Serviço e Paralegais com vista a uniformizar normas e procedimentos definidos para a

implementação das actividades de registo e regularização de DUATs. Esta capacitação será feita pelos

Serviços Públicos de Cadastro. Para as capacitações, foram definidos como entregáveis os módulos e

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respectivos temas, em função do grupo alvo, o resultado esperado e responsabilidades, de acordo

com as tabelas que constam no Anexo K do presente documento.

8.1.3 Campanha de Comunicação e Divulgação

Os Serviços Públicos de Cadastro são responsáveis pela disponibilização de todo o material de

comunicação e divulgação, contendo mensagens alusivas ao processo DELCOM/RDUAT, a ser usado

pelo PS, bem como de outras entidades que advogam pelas comunidades locais. O PS e as outras

entidades, são responsáveis pela reprodução e disseminação nos órgãos de comunicação, nos locais

onde o processo irá decorrer com envolvimento das autoridades administrativas locais e das

comunidades (homens e mulheres, jovens e grupos vulneráveis), para a massificação da informação,

sensibilização, educação pública, assegurando, deste modo, uma maior divulgação e entendimento

do processo do processo e de seus efeitos sobre os direitos da cominidades e das pessoas. Os PS

asseguram que as mensagens da campanha devem ter em conta o grupo alvo e que a sua divulgação

seja feita em português e em línguas locais.

Durante a comunicação e divulgação serão disseminadas mensagens através da distribuição de

brochuras, camisetas, bonés, capulanas, sacolas, panfletos, realização de peças teatrais, danças, uso

de meios de comunicação local (rádios comunitárias, megafones, entre outros), conforme ilustrado

na tabela 2.

Entidades ou outras organizações vocacionadas em advocacia e difusão de mensagens sobre os

direitos das comunidades locais, igualdade do género e resolução de conflitos de terras, através de

MDR, desde que devidamente registadas no país, podem participar no processo de DELCOM/RDUAT,

mediante um acordo/memorando previamente assinado entre estas e as autoridades administrativas

locais.

No acto de lançamento do processo de DELCOM/RDUAT é feito um anúncio público nos principais

órgãos de comunicação social, convidando tais entidades ou organizações a interagirem com as

comunidades que pretendam apoiar, mediante consentimento destas, através das autoridades

comunitárias respectivas. Estas entidades ou organizações poderão inscrever-se junto das

administrações distritais onde irão decorrer processos de DELCOM/RDUAT juntando para o efeito os

documentos legais da sua constituição e existência.

Para uma mesma comunidade local recomenda-se não mais do que uma organização. A organização

selecionada pela comunidade nos termos acima referidos deve assegurar a sua participação em todas

as fases e nas reuniões públicas ligadas ao processo. Deverão ainda colaborar na prestação da

informação relevante à equipa de monitoria, avaliação e de controle de qualidade, devendo no final

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do processo partilhar com a Administração do Distrito as principais constatações e recomendações

julgadas pertinentes.

Os custos das actividades de observação, acompanhamento e sensibilização das comunidades locais

realizadas pelas entidades ou organizações são suportados pelas mesmas ou por seus parceiros.

Os Serviços Públicos de Cadastro, ainda, têm a responsabilidade de conduzir campanhas de

comunicação e divulgação, de forma continua e sistemática em todas regiões e em todas fases do

processo.

Ao longo das campanhas de comunicação e divulgação as comunidades manifestarão por escrito o

interesse em delimitar, regularizar as ocupações individuais ou ambos os processos, sendo para o

efeito preencher o formulário que lhes será disponibilizado (Anexo N).

Mais detalhes sobre comunicação e divulgação constam no Anexo B do presente documento.

Tabela 2: Principais acções a desencadear na comunicação e divulgação

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Definir os conteúdos, produzir e disponibilizar os materiais

DINAT Material e conteúdos disponibilizados

Garantir o envolvimento dos membros das comunidades no processo de DELCOM/RDUAT e que as mensagens são difundidas em português e em línguas locais

SPGC e PS e outros intervenientes

Material e conteúdos disponibilizados e Processo DELCOM/RDUAT divulgado

Efectuar anúncios para que as entidades que advogam pelas comunidades assinem memorandos com os governos locais para poderem assistir as comunidades

SPGC, PS e outros intervenientes

Memorandos de apoio assinados ou evidencia de que a comunidade não deseja apoio

Manifestar interesse nos processos de DELCOM, RDUAT ou ambos

Comunidade Manifestação de interesse entregue

8.1.4 Apresentação do Provedor de Serviços às Autoridades Locais

O provedor de serviços (PS) deve ser apresentado mediante um ofício dos Serviços Públicos de

Cadastro de nível central e através da apresentação em sessão do governo, nível local.

A nível local, as actividades são realizadas envolvendo o Governo do Distrito, Posto Administrativo e

Localidades, incluindo representantes dos serviços públicos de cadastro do nível central e local, outras

entidades ou organizações e Comunidades, compreendendo as intervenções seguintes, conforme

ilustrado na tabela 3:

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Comunicação aos Governos Provinciais e Distritais através de ofícios;

Apresentação e divulgação dos objectivos do programa as autoridades administrativas

locais (formato de reunião a ser definido localmente);

Comunicação aos DPTADER (incluindo objectivos, metas e PS envolvidos);

Realização de reuniões para o arranque dos trabalhos de campo;

Reunião de lançamento do início das actividades de levantamento e registo das ocupações

de terras com as autoridades e comunidades (membros e lideranças) visadas.

Tabela 3: Principais acções a desencadear na apresentação do PS às Autoridades locais

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Comunicar aos Governos Provinciais e Distritais através de ofícios

DINAT

Efectuada a apresentação do Provedor de Serviços

Apresentar e divulgar os objectivos do programa aos Governos Provinciais e Distritais (formato de reunião a ser definido localmente)

DINAT

Comunicar aos DPTADER (incluindo objectivos, metas e PS envolvidos)

SPGC

Realizar reuniões para o arranque dos trabalhos de campo

SPGC e PS

8.1.5 Planificação Conjunta

Este processo envolve os Serviços Públicos de Cadastro, as autoridades locais e o Provedor de Serviço,

para o alinhamento e elaboração do plano de trabalho do Provedor de Serviço, conforme ilustra a

tabela 4, consistindo em:

Divulgação do programa aos membros do governo distrital e autoridades locais;

Sensibilização e mobilização dos líderes comunitários e da comunidade no geral (incluindo

homens, mulheres de todas as idades e outros grupos desfavorecidos) nas actividades do

programa;

Confirmação e divulgação dos limites administrativos existentes e, em caso de

discrepância, efectuar a revisão/actualização de acordo com os procedimentos definidos

pela DNOT do MAEF;

Identificação,definição e divulgação das áreas de intervenção para DELCOM/RDUAT e sua

sequência;

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Levantamento das ocorrências de DELCOM/DUAT e de outros pedidos em tramitação na

área de intervenção e os respectivos estágios;

Levantamento das sobreposições com áreas de protecção parcial ou total, direitos pré-

existentes, pedidos em tramitação, tendo também em conta, a existência de PDUT, outros

planos de uso da terra, cartas topográficas, imagens aéreas/satélite se disponível a serem

facultadas pelos Serviços Públicos de Cadastro;

Elaboração e divulgação do plano de trabalho detalhado com responsabilidades dos

intervenientes e respectivo cronograma;

Definição da composição das equipas técnicas integrando facilitadores e colaboradores

comunitários;

Elaboração do Plano de Controle de Qualidade (PCQ) do PS a ser aprovado pelo SPC.

O plano de trabalho aprovado pelos Serviços Públicos de Cadastro, contendo informação sobre as

comunidades a serem delimitadas, parcelas a serem registadas e regularizadas e o respectivo

calendário de execução das actividades no primeiro ano, será ajustado à medida da sua

implementação.

Tabela 4: Principais acções a desencadear na planificação conjunta

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Divulgar o programa aos membros do governo distrital e autoridades locais

SPGC, SDAE, SDPI e PS Plano de trabalho elaborado e acordado

Confirmar os limites administrativos existentes e identificar áreas para DELCOM/RDUAT

DNOT e SPGC Limites administrativos confirmados no terreno e áreas para DELCOM/RDUAT identificadas

Identificar as sobreposições com áreas de protecção parcial ou total, direitos pré-existentes, pedidos em tramitação ou reservas do estado, tendo também em conta, a existência de PDUT, outros planos de uso da terra e cartas topográficas

SPGC, SDAE, SDPI e PS Sobreposições de áreas de DUAT´s/PDUT e outros planos existentes identificados e mapeados

Elaborar e divulgar o plano de trabalho detalhado com responsabilidades dos intervenientes e respectivo cronograma

PS Plano de trabalho com responsabilidades dos intervenientes e respectivo cronograma elaborado e divulgado

Definir a composição das equipas técnicas integrando facilitadores e colaboradores comunitários

PS Equipas técnicas compostas

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Adquirir e disponibilizar as imagens aéreas/satélite ortorectificadas (depende da disponibilidade de fundos)

CENACARTA Imagens entregues ao Provedor de Serviço

8.1.6 Reunião de Lançamento a Nível Distrital

As actividades de DELCOM/RDUAT iniciam com a realização da reunião de lançamento dirigida pelo

administrador do distrito e deve contar com o envolvimento das entidades públicas e comunitárias e

outros intervenientes no processo. Nesta fase, é feita apresentação do provedor de serviços e da sua

equipa de campo, bem como de outros intervenientes no processo de regularização. Serão também

indicados os locais onde irá decorrer a regularização dos direitos de posse de terra, conforme a tabela

5.

Tabela 5: Principais acções a desencadear no lançamento do processo a nível Distrital

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Apresentar o Provedor de Serviços e sua equipa de campo, bem como outros intervenientes no processo de regularização

DINAT e SPGC PS

Provedor de Serviços e sua equipa de campo apresentados

Indicar os locais onde irá decorrer o processo DELCOM/RDUAT

DINAT, SPGC, SDAE e SDPI Locais da realização do processo DELCOM/RDUAT indicados

8.1.7 Criação e capacitação do Órgão Comunitário

8.1.7.1 Identificação dos CGCs

Antes do início do trabalho de campo, o PS, em articulação com as autoridades administrativas e

autoridades comunitárias locais, identifica os CGCs existentes na comunidade, analisa as suas

atribuições e âmbito territorial de acção, seu estágio organizacional, e avalia a necessidade de criação

de outros CGCs.

8.1.7.2 Criação e Capacitação dos CGCs

No primeiro encontro de trabalho de campo, o PS deve auxiliar na criação do CGC (caso não exista),

devendo: (i) identificar as OCBs existentes e seu estágio organizacional (ii) avaliar as necessidades de

criação de outras novas OCBs (iii) propor, caso se mostre necessário, a criação de CGC, explicando os

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procedimentos e as vantagens de tal criação; iv) apoiar a Comunidade na designação de entre 10 a

20 dos seus membros, que passam a constituir o CGC e que actuam em nome e no interesse da

comunidade local da área geográfica respectiva, regra geral até o nível do regulado de 2 a 3 escalões;

v) apoiar a comunidade na designação dos membros do CGC que irão constituir os órgãos sociais

previstos na Lei n⁰8/91 e demais legislação, nomeadamente o Presidente e o Vice-presidente, o

Secretario, Tesoureiro, vogais e o Conselho fiscal; (vi) apoiar a comunidade na elaboração da acta

constitutiva do Comité.

O PS tem a responsabilidade de capacitar o CGC criado bem como outras organizações de base

comunitária incluindo as lideranças comunitárias. O Anexo K faz menção as principais matérias a

serem ministradas nas capacitações. A capacitação incluirá conceitos de áreas coletivas e direitos e

responsblidades comunitários e individuais, gestão de recursos, e desenvolvimento de capacidades

sobre questões de género, de modo a promover que as delimitações contribuem à igualdade de

género no seio das comunidades rurais.

8.1.7.3 Reconhecimento

Após a sua criação, o CGC deve solicitar o seu reconhecimento através de requerimento dirigido ao

Administrador Distrital ou ao Chefe de Posto, instruído com (i) cópias autenticadas de BI, Cédula

Pessoal, certidão de nascimento ou outro documento de identificação pessoal; (ii) acta constitutiva

do Comité; (iii) proposta dos estatutos do CGC, de acordo com o Anexo M; (iv) declaração de

idoneidade dos membros fundadores, passada pelo Chefe de Localidade. v) visto do Chefe do Posto

Administrativo.

O reconhecimento é condição para que o CGC possa gozar dos seus direitos e contrair obrigações de

acordo com a lei e respectivos estatutos, sendo responsabilidade do PS nesta etapa: i) auxiliar o CGC

na elaboração do pedido e da proposta dos estatutos e na obtenção e junção dos demais documentos

que instruem o pedido, referidos acima (ii) capacitar o CGC para o exercício das suas funções,

(comunicação, sensibilização, legislação, igualdade de género, delimitação e regularização de

ocupação de terras, advocacia e parcerias com investidores, gestão de conflitos, partilha de benefícios

e ordenamento territorial, bem como salvaguardas ambientais e sociais), com base em módulos

elaborados em coordenação com os Serviços Públicos de Cadastro.

A tabela 6 ilustra as acções a serem desencadeadas e os respectivos responsáveis.

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Tabela 6: Principais acções a desencadear na criação e capacitação dos órgãos comunitários

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Realizar levantamento da existência de OCBs, necessidade de criação e/ou capacitação

PS/ Líderes comunitários

CGC identificado/criado e capacitado

Criar, capacitar e reconhecer o CGC PS/Líderes comunitários/ Administrador Distrital ou Chefe de Posto

CGC criado, capacitado e emitido o despacho de reconhecimento da autoridade administrativa competente

Sensibilização e consciencialização das lideranças comunitárias e dos membros da comunidade sobre o processo DELCOM/RDUAT

PS/Paralegais/CGC Lideres comunitários e membros da comunidade sensibilizados e consciencializados sobre o processo DELCOM/RDUAT

8.1.8 Informação e Divulgação

Nesta fase, o Provedor de Serviços inicia a preparação social das comunidades através da

disseminação da informação sobre os processos DELCOM/RDUAT, reforçando a importância da

igualidade do género e promoção da co-titularidade. Isto permite preparar as comunidades e seus

membros para participarem e se apropriarem dos processos de DELCOM/RDUAT, bem como

transmitir conhecimentos sobre os direitos das comunidades (acordos entre comunidades para a

partilha de recursos naturais de uso comum), e igualdade de todos os seus membros sobre a terra e

outros recursos naturais. A tabela 7 mais abaixo apresenta de forma sucinta as principais acções a

serem desencadeadas nesta fase.

8.1.9 Avaliação da Prontidão Comunitária

Nesta fase, as equipas de monitoria (Salvaguardas, Monitoria e Avaliação) realizam uma avaliação

metodológica sobre a prontidão da comunidade para a continuidade ou não das fases subsequentes

do processo. No fim da Fase 2, avalia-se o nível de conhecimento sobre a interpretação dos

instrumentos de planificação produzidos e constante na presente Metodologia.

A avaliação da prontidão permite aferir o nível de envolvimento dos membros da comunidade e seu

consentimento sobre a delimitação da área da comunidade ou, levantamento bem como a

regularização das suas parcelas observando a presente metodologia conforme o plasmado na Tabela

7. Assim, os critérios de avaliação da prontidão da comunidade consideram o seguinte:

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A criação do conhecimento básico sobre os direitos e deveres do uso e aproveitamento

da terra, sensibilização sobre o género, os benefícios da delimitação e organização

comunitária e seu relacionamento com outras entidades (comunidades vizinhas,

instituições do Estado e do Governo, financeiras, organizações da sociedade civil e

independentes, entre outros), bem como as potencialidades da área comunitária

(zoneamento, PCUT, Agenda comunitária e outros instrumentos de gestão comunitária

dos recursos naturais).

Tomada de decisão – A comunidade e/ou seus representantes está devidamente

informada para dialogar, reclamar e decidir sobre os passos futuros do processo.

Os SPC têm a prorrogativa de a qualquer momento aferir o nível de prontidão das comunidades sobre

o processo de DELCOM/RDUAT. Os paralegais jogam um papel importante no processo de preparação

social das comunidades e em todas as fases do processo.

Importa frisar que, na Fase 1, em caso de dúvida, significa que a comunidade ainda não está

devidamente preparada para as fases subsequentes, devendo retornar para a reorganização dos

comités e sua capacitação.

Na Fase 2, a comunidade será avaliada sobre o domínio de direitos, deveres e dos instrumentos de

planificação e seus conteúdos, tais como, mapa de zoneamento, PCUT e agenda de desenvolvimento

comunitário.

Tabela 7: Acções a desencadear na informação, divulgação e prontidão comunitária

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Realizar a preparação social e disseminar a informação do processo DELCOM/RDUAT, seus direitos, deveres e co’titularidade

PS Membros das comunidades devidamente informadas e envolvidas no processo

Durante Fase 1: Avaliar a prontidão da comunidade para prosseguir com o processo DELCOM e/ou RDUAT ou ambos.

DINAT FNDS/Salvaguardas

Comunidade apta para tomada de decisão

Durante Fase 2: Avaliar a prontidão da comunidade para aferir o nível de entendimento e cometimento sobre o processo de DELCOM/RDUAT.

DINAT FNDS/Salvaguardas

Comunidade apta na interpretação dos principais instrumentos de planificação e seus conteúdos (mapa de zoneamento, PCUT e agenda de desenvolvimento comunitário)

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8.2 FASE 2 – LEVANTAMENTOS

O Diagnóstico Rural Participativo, Esboço e sua Memória, a Elaboração de Instrumentos de

planificação, devolução, aprovação e validação do processo e a elaboração do Plano e Agenda de

Desenvolvimento Comunitário, constituem elementos da DELCOM, enquanto que o Levantamento da

Ocupações, definição do Projecto e blocos Cadastrais, levantamento de dados Alfanuméricos e

Geográficos constituem elementos de RDUAT.

8.2.1 Diagnóstico Rural Participativo

No Diagnóstico Rural Participativo (DRP) as comunidades são envolvidas pelo Provedor de Serviços na

recolha/gestão da informação e tomada de decisão sobre o desenvolvimento, oportunidades e seu

perfil no processo DELCOM, conforme a tabela 8. Durante o DRP é preenchido o formulário três do

Anexo Técnico, conforme o Anexo C deste documento, recolhendo informação relacionada com:

Perfil histórico que visa compreender o uso comunitário da terra, bem como de titulares

individuais ao longo do tempo;

Organização Social consiste no relacionamento intra e inter comunitários, com maior

enfoque dos direitos da mulher;

Utilização dos Recursos Naturais descreve a utilização dos recursos usados pela

comunidade, sua abundância ou escassez e distribuição espacial;

Sistemas de Produção descreve a produção agraria e o seu maneio;

Confrontação de limites identifica e define os limites de forma consensual inter e intra

comunitário, bem como, acordos inter e intra comunitários no uso e partilha de áreas

comuns incluindo serviões;

Zonas de protecção total e parcial descreve e reconhece as zonas de domínio público e

sensibiliza a comunidade sobre as implicações da ocupação das referidas áreas.

Dinâmica populacional descreve as migrações populacionais ao longo do tempo, com

vista a identificar: (i) sua representação, (ii) situação actual e (iii) área de gestão;

Mapeamento participativo que consiste no desenho de mapas participativos indicando

os limites entre comunidades;

Cartograma é produzido a partir dos mapas participativos, caracterizando de forma fiel

os limites da comunidade sem obedecer a uma escala métrica;

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Identificação dos conflitos que consiste no levantamento de conflitos existentes,

incluindo os conflitos baseados no género ou envolvendo outros grupos desfavorecidos,

bem como os mecanismos de resolução existentes localmente e em conformidade com a

lei. Podem ser usados diferentes mecanismos desde o costumeiro com envolvimento dos

líderes locais; intermediação ou mitigação através das instituições e defensores públicos;

o MDR com apoio dos Serviços Públicos de Cadastro, os paralegais e parceiros da SC, com

o envolvimento dos tribunais comunitários.

Actividades económicas de carácter empresarial e comunitário que visa identificar a

existência de actividade(s) económica(s) de carácter empresarial e/ou comunitário e a sua

relação das empresas ou associações com a comunidade.

Género, que visa assegurar a adequada participação de mulheres no processo de DRP,

que consiste não apenas em estar presente mas sim compartilhar informações e

contribuir activamente ao processo. Durante o DRP é aconselhável que as equipas do PS

e outros intervenientes trabalharam com grupos de homens e mulheres separadamente

e em conjunto de modo a estimular a activa participação de mulheres. Em príncipio, as

equipas implementando o DRP serão compostas por homens e mulheres.

Tabela 8: Acções a desencadear na fase do diagnóstico rural participativo

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Envolver as comunidades locais na recolha/gestão da informação e tomada de decisão sobre o desenvolvimento, oportunidades e seu perfil no processo DELCOM

PS Comunidades locais envolvidas na recolha/gestão de informação e tomada de decisão e produção ‘respectivas actas

Levantar/registar e mediar conflitos existentes

PS, Líderes Comunitarios, Instituições Públicas (MDR), Paralegais e/ou Defensores Públicos e outros intervenientes

Conflitos levantados/registados e mediados

Preencher o formulário 3 do Anexo Técnico do Regulamento da Lei de Terras

PS Formulário 3 devidamente preenchidos

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8.2.2 Esboço e sua Memória

O Provedor de Serviços, efectua a identificação dos limites e medição da área da comunidade

envolvendo os membros da comunidade, técnicos dos Serviços Públicos de Cadastro e as

comunidades vizinhas. Nesta acção, caso se verifiquem conflitos intercomunitários, estes deverão ser

remetidos à mediação e resolução previstos no MDR que é parte integrante deste documento16.

O esboço e a sua memória contêm as características físicas da área da respectiva comunidade

conforme a Tabela 10 e Tabela 10. É importante medir todos os vértices da área em questão. Os vértices

têm que ser medidos sempre que uma aresta recta do polígono mudar de direcção, ou se juntar a uma

aresta não recta (limites naturais). A Figura 4 - Vértices medidos a receptor GNSS mostra os 5 vértices

que teriam que ser medidos, caso a comunidade tivesse esta distribuição.

Tabela 9: Descrição dos pontos de limite

PONTOS TIPO

(*)

COORD. X COORD. Y COORD. H

1

...

N

Figura 4 - Vértices medidos a receptor GNSS

As descrições das arestas que unem os pontos medidos ajudam a conhecer melhor a comunidade

geograficamente, identificando o que existe entre os pontos. A descrição pode ser um “rio”, uma

“estrada”, um “caminho”, ou simplesmente uma “linha recta”.

A tabela 10 apresenta a descrição dos limites que ajudam a reforçar a localização geográfica,

complementando as coordenadas (5).

16 Ver ponto 7.1.2

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Tabela 10: Descrição de linhas limite

LINHAS DESCRIÇÃO

1 - 5 SEGUE A LINHA DO RIO

1 - 2 LINHA RECTA

2 - 3 SEGUE A ESTRADA Nº X

Figura 5 - Descrição dos limites da comunidade

Nesta fase, faz-se também o mapeamento das principais servidões existentes na área da comunidade.

A Tabela 11 faz uma ilustração de como a informação é preenchida no formulário 417. A Figura 6 ilustra

o exemplo de localização de duas servidões18, importantes para a comunidade.

Tabela 11: Descrição de servidões

LINHA DESCRIÇÃO

A-B ACESSO À ÁGUA

B-C CAMINHO

Figura 6 - Descrição de servidões

As principais acções a desencadear no esboço e sua memória estão ilustradas na tabela 12.

Tabela 12: Acções a desencadear no esboço e sua memória

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Recolher a informação física da área da comunidade, medir e desenhar os vértices e as respectivas arestas

PS Limites da comunidade e áreas definidos

Desenhar as principais servidões na área comunitária

PS Principais servidões na área comunitária desenhadas

17 Artigo 17 do Anexo técnico ao RLT 18 Artigo 17 RLT

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Nota: O esboço a ser disponibilizado para as comunidades e para o Governo deve ser num papel de

formato A0 e laminado.

8.2.3 Identificação das Zonas de Domínio Público

Durante a fase de esboço e sua memória, o Provedor de Serviços identifica, no campo e em gabinete,

as diferentes zonas de protecção, tendo também em consideração as identificações feitas durante o

DRP, com o auxílio de imagens de satélite/aérea ortorectificadas, cartas topográficas e/ou com

recurso a receptores GNSS, que culmina com a produção dos respectivos mapas validados pelas

autoridades administrativas locais, conforme ilustra a Figura 7 (mapa simulado, ilustrativo das zonas

de protecção) e de acordo com a tabela 13. As zonas de protecção, definidas por lei, são mapeadas

em função dos elementos existentes no terreno.

A Lei de Terras19estabelece áreas de proteção total e proteção parcial; nestas áreas não é possível

obter o DUAT, por isso serão delimitadas e excluídas do processo de RDUAT. O acesso e uso pelas

comunidades dessas áreas são definidas em leis específicas e sectoriais20.

Na Figura 7 são representadas as zonas de protecção a vermelho e as parcelas individuais a amarelo.

A sobreposição das duas camadas permite a análise sobre quais as parcelas que estão total ou

parcialmente sobrepostas às zonas de protecção. Isto permite definir quais parcelas poderão ter

DUAT, as que não terão e ainda as que podem estar em situação mista (zona de protecção parcial)

como se apresenta na figura abaixo.

Figura 7- Ilustração de zonas de protecção (mapa simulado)

19 Artigos 7 e 8 da LT 20 Artigo 51 e 52 do decreto lei 43/2007, de 30 de Outubro

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Os impactos sobre os direitos adquiridos e sobre o sustento das pessoas que ocupam essas áreas

devem ser abordados da seguinte forma:

1) Pessoas em áreas de proteção total não possuem DUATs, no entanto, tais parcelas poderão ser

levantadas e lançadas no Cadastro Nacional de Terras sem emitir-se o título de DUAT. Em casos de

conflitos estes serão orientadas para o MDR.

2) Nas situações em que uma parte da área objecto de registo recaia na zona de protecção parcial, a

área elegível para o DUAT será titulada e a remanescente (que recai na zona de proteção) será

excluída. Querendo o titular da área remanescente exercer alguma actividade, este deverá ser

direcionado ao MDR para orientação legal nos termos e condições previstas nas respectivas

legislações sectoriais21.

Tabela 13: Acções a desencadear na identificação das zonas de domínio público

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Mapear as zonas de protecção total e parcial com base na informação existente (mapas temáticos e cartas topográficas)

PS Zonas de protecção total e parcial mapeadas

Validar o mapa das zonas de protecção total e parcial

SDAE, SDPI e autoridades locais

Mapa aprovado e validado

Orientação dos indivíduos em áreas de proteção total ou parcial sobre os seus direitos em conformidade com a lei e aonde dirigir reclamações

PS, SPGC, DINAT, FNDS/Salvaguardas

Indivíduos informados sobre os seus direitos em conformidade com a lei, incluindo sobre os caminhos de reclamações

8.2.4 Resolução de Conflitos no Âmbito da Delimitação

Em caso de conflitos no decurso dos levantamentos de campo, o Provedor de Serviços regista e

canaliza, priorizando o envolvimento dos líderes locais através dos tribunais comunitários e de acordo

com as normas e práticas costumeiras. Caso não tenha sido mitigado ou resolvido segundo as normas

e práticas costumeiras, o Provedor de Serviço solicita a intervenção das autoridades administrativas

locais e/ou instituições independentes, bem como intervenção de paralegais e/ou defensores públicos

para colaborar na resolução do conflito usando o MDR para mediação e conciliação. E em última

instância, caso continue o desentendimento entre as partes ,os conflitos podem ser resolvidos através

da via judicial. A tabela 14, ilustra as principais acções a desencadear na resolução de conflitos.

21 Artigos 7 e 8 da LT 21 Artigo 51 e 52 do decreto lei 43/2007, de 30 de Outubro

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Tabela 14: Acções a desencadear na resolução de conflitos

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Levantar os conflitos decorrentes do processo PS Conflitos levantados e registados no sistema

Resolver os conflitos decorrentes do processo Autoridades locais/tribunais comunitários/paralegais e/ou defensores públicos

Conflitos resolvidos e registados no sistema do gestão do conflitos

Encaminhar para outras instâncias os conflitos não solúveis localmente

PS, autoridades administrativas locais, SPGC e DINAT, FNDS/Salvaguardas.

Conflitos encaminhados e registados no sistema do gestão do conflitos

8.2.5 Elaboração dos Instrumentos de Planificação - DELCOM

Esta fase culmina com a produção de mapas com os usos actuais do solo, bem como o plano

comunitário de uso de terras, constituem os principais elementos de planificação e servem de base

para a elaboração do plano de desenvolvimento comunitário que é o instrumento guia do que são as

principais aspirações da comunidade.

8.2.6 Zoneamento

O Provedor de Serviços efectua a identificação, através de imagens de satélite/aéreas (o mais recente

possível) e o material gerado durante o DRP, das diferentes classes de ocupação do solo, tais como

áreas de ocupação humana, actividade económica, infraestruturas socioeconómicas, zonas de

protecçao total e parcial, conservação, partilha de terra e outros recursos com comunidades vizinhas,

uso comum (domínio publico comunitário), áreas degradadas, recreativo e cultural e outros tipos de

utilização, servidões (vide a Tabela 15). É importante que no zoneamento seja muito bem identificado

e destacado os diferentes sistemas de produção, principalmente as grandes explorações agrícolas.

Com base na interpretação visual da imagem de satélite, elabora-se o mapa de ocupação do solo

composto pelos polígonos que cobrem todo o território da comunidade, como ilustra a Figura 8. Desta

forma, é possível obter estatísticas fiáveis sobre as áreas de cada ocupação numa determinada

comunidade.

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Figura 8 - Processo de classificação das imagens de satélite

Depois de elaborado e aprovado o mapa pelos Serviços Públicos de Cadastro, este será apresentado

à comunidade no acto de devolução.

8.2.7 Plano e Agenda de Desenvolvimento Comunitário

Com base no zoneamento, é elaborado um plano comunitário de uso da terra (PCUT), indicando as

potenciais áreas para o exercício das actividades económicas tais como: a agricultura, pecuária,

silvicultura, turismo, exploração de recursos naturais, restauração de áreas degradadas, áreas de

domínio público comunitário, assim como para implantação de infraestruturas socio-económico e

áreas de domínio público comunitário. O PCUT parmite as comunidades definirem as áreas para

alocação para os potenciais investidores, bem como o estabelecimento de parcerias.

Este plano detalhado, com um quadro ilucidando as dimensões das áreas para diferentes usos deverá

ser apresentado aos Governo dos Distritos e poderá apoiar na elaboração do Plano Económico e Social

do Distrito.

Com base nos elementos do plano comunitário de uso de terra, e de acordo com as necessidades da

respectiva comunidade local pode ser formulada a Agenda de Desenvolvimento Comunitária, a visão,

prioridades e perspectivas da comunidade para o seu próprio desenvolvimento.

Tabela 15: Acções a desencadear na elaboração de instrumentos de planificação

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Levantar as principais classes de uso do solo actual

PS Mapa de zoneamento elaborado

Desenvolver projecções de uso de terra que espelham o seu desenvolvimento

PS e CGC Mapa do plano comunitário de uso de terras elaborado e aprovado

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Elaborar agenda de desenvolvimento comunitário com as aspirações das comunidades para um horizonte de 5 anos

PS e CGC Agenda de desenvolvimento comunitário elaborado

Avaliar a prontidão da comunidade para aferir o nível de entendimento e cometimento sobre o processo de DELCOM/RDUAT.

DINAT/SPGC Comunidade apta na interpretação dos principais instrumentos de planificação e seus conteúdos (mapa de zoneamento, PCUT e agenda de desenvolvimento comunitário)

Nota: O Mapa de Zoneamento bem como do PCUT a ser disponibilizado para as comunidades e para o Governo deve ser num papel de formato A0 e laminado.

8.2.8 Devolução, Aprovação e Validação do Processo - Delcom

O Provedor de Serviços em coordenação com o Comite de Gestão Comunitário realiza uma reunião

pública e comunitária previamente convocada, onde são apresentados os instrumentos de

planificação produzidos na fase anterior, permitindo que a comunidade seja esclarecida sobre os

resultados do processo DELCOM. É neste encontro que são identificados eventuais erros que possam

ter ocorrido entre a recolha de informação no campo e a elaboração do esboço, buscando o

entendimento da comunidade e seus vizinhas e a correcção de eventuais erros. Também são assinados

acordos de entendimento entre a comunidade e seus vizinhos na presença do Administrador do

Distrito ou seu representante, bem como na presença do representante dos Serviços Públicos de

Cadastro. A tabela 16 apresenta acções que tem lugar nesta fase.

Tabela 16: Acções a desencadear na devolução, aprovação e validação

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Convocar e conduzir reunião pública de auscultação dos beneficiários

PS e CGC Reunião pública realizada

Assinar acordos entre comunidades vizinhas sobre limites e partilha de recursos

Líderes comunitários Acordos assinados

8.2.9 Levantamento das Ocupações - RDUAT

No levantamento das ocupações interessa conhecer os limites e as respectivas áreas. Para o efeito, é

necessário conhecer todos os vértices que formam o polígono da parcela. Este processo inicia com a

definição de blocos cadastrais e culmina com o levantamento de dados alfanuméricos e geográficos.

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8.2.9.1 Criação de Projectos e Definição de Blocos Cadastrais

Antes do início do levantamentos das ocupações, os SPGC procedem com a criação do projecto

cadastral e o cadastro do provedor de serviços e seus respectivos inquiridores no SiGIT. O Provedor

de Serviços define os blocos cadastrais de acordo com a Tabela 20 e com base na organização

social/administrativa da comunidade, ocupações existentes, zonas de proteção e de uso sustentável.

Tabela 17: Criação do projecto cadastral

PROVÍNCIA

DISTRITO

LOCALIDADE

PROJECTO CADASTRAL

(ex: 507000000246)

Blocos Cadastrais

(ex: A, B, C, ...)

Este passo consiste na subdivisão da área de trabalho em áreas de registo cadastral, assim, em cada

província, identificado o distrito e o posto administrativo, procede-se à seguinte subdivisão:

Projecto Cadastral: para cada comunidade identificada, cria-se no SiGIT o respectivo projecto

cadastral. Os códigos dos projectos cadastrais são atribuídos automaticamente pelo SiGIT.

Num projecto podemos ter até 99 blocos cadastrais;

Bloco cadastral: No projecto, são criados os blocos cadastrais. Esta divisão tanto pode ser

definida como o limite de uma comunidade, bairro/povoado, como aglomeração de 2 ou 3

povoações, entre outros. O objectivo é ter, dentro de cada bloco cadastral, um número de

parcelas inferior a 999 por causa da codificação da parcela;

O código do bloco cadastral tem que ser único num projecto e são formados números que

correspondem às respectivas letras (Tabela 18).

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Tabela 18: Regra de codificação dos blocos cadastrais

Código Designação

Código Designação

Código Designação

1 A

21 BA

41 DA

2 B

22 BB

42 DB

3 C

23 BC

43 DC

4 D

24 BD

44 DD

… …

… …

… …

No levantamento das ocupações, as equipas preenchem o formulário digital com informação

alfanumérica através do uso de um dispositivo móvel, identificando e representando de forma

sistemática (parcela a parcela) os pontos/vértices (método diferencial-GNSS/interpretação de imagem

satélite/aérea) da área a regularizar.

Esta actividade é realizada na presença da autoridade comunitária, do titular e seu cônjuge e vizinhos

das parcelas adjacentes para efeito de confirmação/testemunho. Este procedimento é realizado

simultaneamente com a equipa de comunicação do provedor de serviço que de forma contínua

transmite as mensagens referentes ao processo, onde é feita menção a co-titularidade.

8.2.9.2 Levantamento de Dados Alfanuméricos

O Provedor de Serviços efectua o levantamento de dados de forma sistemática, onde torna-se

imprescindível a presença do(s) titular(es) da parcela ou seu representante e da autoridade

comunitária. Neste acto é preenchido o formulário contendo os dados do titular e da parcela, atribui-

se o código da mesma é entregue um cartão de identificação da parcela.

No acto da recolha da informação, deve-se ter em atenção os dados pessoais do(s) titular(es), a

finalidade de uso, forma de aquisição e outros dados referentes ao historial, dando ênfase à listagem

de todos os titulares da parcela e dando esclarecimento sobre a co-titularidade.

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8.2.9.3 Levantamento de Dados Geográficos

No início do trabalho de levantamento, são preparados mapas com base nas imagens satélites /aéreas

ortorectificadas, que devem ter resolução espacial submétrica, devendo ser as mais recentes possível,

de forma a permitir uma boa identificação dos elementos. As referidas imagens ortorectificadas serão

facultadas ao PS pelos Serviços Públicos de Cadastro. No levantamento dos limites físicos da parcela,

o Provedor de Serviços faz a medição desta através das coordenadas de todos os vértices que formam

o polígono, obtendo a respectiva área. Na representação dos pontos/vértices a numeração deve

obedecer uma sequência, de modo que o polígono seja gerado de forma automática.

Todos os cantos ou vértices da parcela devem ser medidos, tendo em conta a configuração da mesma,

isto é, em situações de parcelas com formato irregular, é importante recolher toda informação ao

longo do contorno das mesmas por forma a reflectir a real situação destas, devendo ser codificados,

descrevendo o objecto físico, seja vedação, árvore, marco, entre outros, conforme o Anexo L.

Se não houver nenhum objecto visível nos vértices ou cantos, recomenda-se ao titular da parcela a

colocar objectos disponíveis localmente, tais como estacas, pedras, entre outros.

No levantamento de dados é usado o sistema de coordenadas baseado no datum global WGS84 com

a projecção “Universal Transverse Mercator (UTM)”, adoptando-se o zona 36 ou 37, conforme a Figura

9.

Figura 9 - zonas cartográficas

Para garantir a qualidade dos pontos medidos, devem ser observados os seguintes parâmetros:

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Tabela 19: Parâmetros do levantamento topográfico

Elementos para avaliação Critério

PDOP Máximo 6

Inclinação de satélites Mínimo 10o

Número mínimo de satélites 4 (Tempo Real 5)

Modo 3D (Tridimensional)

Correcção Diferencial DGPS

Tabela 20: Acções a desencadear no levantamento das ocupações

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Subdividir a área de trabalho em área de registo cadastral através do projecto cadastral e bloco cadastral

PS Projecto cadastral criado e bloco cadastral definido

Levantar dados das parcelas com base nos dispositivos e com apoio de imagens satélites/aéreas ortorectificadas em cada bloco cadastral na presença dos titulares e seus vizinhos

PS Dados levantados em cada bloco cadastral na presença dos titulares e seus vizinhos

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8.3 FASE 3 – INTRODUÇÃO DE DADOS NO SIGIT

Após o levantamento dos dados no campo, procede-se a introdução/sincronização destes no SiGIT

com vista a sua validação e tramitação processual, bem como a sua verificação e correcção em casos

de inconsistência (vide Anexo L).

8.3.1 DELCOM

No processo de DELCOM, o provedor de serviços efectua a introdução/sincronização no SiGIT dos

dados alfanuméricos, do diagnóstico rural participativo, da representação geográfica da comunidade

e dos dados da Agenda de Desenvolvimento Comunitária para efeitos de tramitação (vide Anexo D).

8.3.2 RDUAT

Segundo a figura 10, os dados recolhidos no campo através do aplicativo móvel (1), nos formatos

numéricos, alfanuméricos, geográficos, entre outros, são sincronizados (2) para interface da DINAT

(3), onde é feita a correção e pré-validação destes. Após a correção e pré-validação dos dados é feita

a sincronização (4) no SiGIT de acordo com o Anexo E.

Figura 10- Sincronização de dados no SiGIT

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8.3.2.1 Exposição de Dados

O Provedor de Serviços faz a exposição de dados (mapas e lista de ocupações), em local público e

acessível a ser definido na fase de informação e divulgação com envolvimento dos líderes e das

autoridades administrativas locais, devolvendo aos titulares das parcelas, os dados recolhidos na fase

de levantamento. Nesta fase, os beneficiários com base no cartão de identificação da parcela,

verificam no mapa e lista nominal, a conformidade dos dados expostos.

A exposição de dados é precedida da comunicação aos beneficiários através de rádios comunitárias

com recurso a línguas locais e outros meios de comunicação de acordo ao público alvo, num período

não inferior a 15 dias.

No acto da verificação dos dados expostos, os beneficiários poderão deparar-se com incongruências

nas suas parcelas, nomes dos titulares, regime de titularidade, conflitos de limites, entre outras.

Nestes casos o Provedor de Serviços tem a responsabilidade de recolher todas as queixas, reclamações

e conflitos registados devendo corrigi-los e/ou encaminhá-los conforme a sua natureza de acordo com

o MDR para as entidades competentes.

8.3.2.2 Elaboração de Proposta de Despacho

Nesta fase os SPC fazem a validação da informação recebida pós exposição de dados e procede com a

análise processual nos termos da legislação de terras ou a ela relacionada. Os passos da tramitação

devem ser seguidos da seguinte forma:

Proposta elaborada pelos SPGC´s, submetida ao Director Provincial;

Submissão ao despacho do Governador.

Figura 11 - Fluxo de tramitação do RDUAT

O despacho do Governador é encaminhado aos SPGC para introdução no SiGIT.

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8.3.2.3 Despacho da Entidade Competente, Actualização no Cadastro Nacional de

Terras

Sob proposta dos SPGC e com o parecer do respectivo Director Provincial uma lista nominal de

titulares de DUAT, com a indicação das suas ocupações em parcelas e coordenadas, geradas pelo SiGIT

é submetida em formato físico para apreciação e despacho do Governador da província.

O Despacho exarado pelo Governador da província em cada uma das folhas é aplicável a todas

constantes da respectiva lista, salvo quando expressamente seja excluído determinado titular ao qual

o despacho deverá fundamentar as razões do seu indeferimento em despacho separado.

O Despacho do Governador deve ser expresso contendo a indicação “Autorizo” ou “Não Autorizo”, a

data, nome, cargo e a respectiva assinatura.

Apenas o Despacho do próprio Governador da província é válido, não sendo lícito que titular doutro

órgão em regime de substituição o faça, salvo e apenas nos casos expressamente admissível nos

termos da Lei.

Do despacho de indeferimento quando o fundamento recaia sobre o titular deve o mesmo ser

comunicado dentro do prazo legal para efeitos de suprir ou recorrer nos termos do procedimento

administrativo. Quando este recaia sobre fundamento cujo suprimento cabe única e exclusivamente

as entidades públicas responsáveis pela tramitação do processo, devem estes oficiosamente,

promover o respectivo suprimento e informar o titular sobre o estágio na tramitação do seu processo,

assim como mecanismos de apoio.

Tabela 21: Acções a desencadear na introdução de dados no SiGIT

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Cadastrar o Provedor de Serviços e seus inquiridores no SiGIT

SPGC Provedor de Serviço e seus inquiridores

cadastrados no SiGIT

Criar projecto cadastral PS Projecto cadastral criado

Lançar os dados alfanuméricos e geográficos da comunidade, DRP e da Agenda Comunitária de desenvolvimento no SiGIT

PS Dados de DELCOM lançados no SiGIT

Validação dos dados alfanuméricos e geográficos da comunidade, DRP e da Agenda Comunitária de desenvolvimento no SiGIT

SPGC Dados de DELCOM validados

Lançar dados das ocupações individuais no SiGIT

PS Dados das ocupações individuais lançados

Expor dados no campo PS Dados expostos no campo

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Corrigir erros caso existam e validar os dados pós exposição

PS e SPGC Erros corrigidos e dados validados

Elaborar e submeter a proposta de despacho ao Director Provincial

SPGC Parecer da proposta emitido

Submeter a proposta de despacho ao Governador da Província

SPGC Despacho assinado

Nota: Na exposição, a lista de ocupações e o mapa ilustrativo deve impresso num papel de formato A0.

8.4 FASE 4 –VALIDAÇÃO NO CADASTRO NACIONAL DE TERRAS

No processo DELCOM, após o despacho pelo Chefe do SPGC, procede-se a validação no Cadastro

Nacional de Terras, seguida da emissão e entrega formal da respectiva Certidão, após a verificação da

conformidade, pela equipa de monitoria dos Serviços Públicos de Cadastro.

Para o efeito, a equipa faz a verificação do cumprimento dos requisitos legais, normas, procedimentos

e padrões estabelecidos na presente Metodologia, observando os passos seguintes:

Visita ao local de implementação das actividades para efeitos de conformidade, por

amostragem;

Observação das principais actividades e processos;

Entrevista aos técnicos do provedor de serviços e outros intervenientes;

Elaboração e aprovação do relatório contendo os documentos e formulários exigidos pelos

SPGCs;

Elaboração da proposta de despacho para actualização da informação no SiGIT dirigida ao

chefe dos SPGCs.

No processo de RDUAT, após o Despacho da entidade competente, os SPGCs procedem com a

validação das ocupações no Cadastro Nacional de Terras. A Tabela 23, apresenta as principais acções

nesta fase.

Tabela 22: Acções a desencadear no lançamento no cadastro nacional de terras

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Gerar o despacho, Certidões e títulos através do SiGIT SPGC

Despacho gerado, certidões e títulos

emitidos

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8.5 FASE 5 – ENTREGA DA CERTIDÃO E TÍTULO DE DUAT

Nesta fase, os SPGC em coordenação com as autoridades administrativas locais procedem a entrega

da certidão e dos títulos de DUAT.

8.5.1 Entrega da Certidão de Delimitação Comunitária

Após a emissão da certidão e verificação de conformidade pelo CGC representante da comunidade, o

PS em coordenação com SPC e a comunidade local acordam o dia, local e hora para a realização da

reunião pública de entrega formal da certidão. A reunião de entrega deve, sempre que possível,

obedecer ao mesmo formato da reunião de lançamento do processo a nível distrital e da reunião de

devolução. A certidão é formalmente entregue pelo Administrador do distrito ou seus representantes

ao líder comunitário de maior escalão presente na reunião, com indicação clara de que o CGC é o

principal guardião deste documento e da gestão do direito de uso e aproveitamento da terra e suas

alterações.

Nesta reunião, os membros das comunidades são devidamente explicados sobre os procedimentos

de manutenção da certidão pelos SPC, bem como dos mecanismos de resolução de conflitos que

eventualmente possam surgir, constituindo assim a finalização do processo.

8.5.2 Entrega do Título de Duat

Após a emissão dos títulos e assinatura pela entidade competente é marcada data, o PS em

coordenação com os SPC e os beneficiários acordam o local, data e hora para a realização da reunião

de entrega formal dos títulos de DUAT.

A reunião de entrega formal dos títulos deve, sempre que possível, obedecer ao mesmo formato

adoptado no lançamento do processo e é presidida pelo Administrador do distrito ou seus

representantes que faz a primeira entrega formal e simbólica do título pertencente ao régulo de maior

escalão presente e outros 3 títulos pertencentes a outros titulares sendo pelo menos duas mulheres.

Os títulos são entregues aos titulares em cujo nome constam, e sendo mais de um e estando presente

apenas um, ao que estiver presente. Os titulares não presentes na reunião deverão ser comunicados

através de anúncio público na reunião e outros meios de comunicação, dos procedimentos para seu

levantamento, junto do Chefe da Localidade ou outra entidade designada pelas autoridades distritais,

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nos 30 dias subsequentes. No acto da entrega, o titular ao receber o título deve assinar/ou efetuar a

impressão digital em folha própria confirmando a recepção.

Findo os 30 dias, o Chefe da Localidade deverá devolver a folha de confirmação das entregas junto ao

Chefe do Posto que fará o encaminhamento para a administração do distrito, e, em caso de títulos

não entregues indicar as possíveis causas.

Tabela 23: Acções a desencadear na emissão e entrega da Certidão e título

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Definir local, data para entrega dos documentos

DINAT/SPGC, autoridade administrativa local e PS

Local e data de entrega dos documentos definidos

Efectuar a entrega dos documentos DINAT/SPGC, Autoridades Administrativas Locais e PS

Títulos e Certidões entregues aos respectivos beneficiários

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8.6 FASE 6 – GESTÃO DO DUAT

Aos titulares de DUAT são lhes reservado nos termos da lei, direitos e deveres para gestão das suas

parcelas. Nesta fase podem verificar-se alterações, actualizações e averbamentos no CNT das parcelas.

8.6.1 Descrição das Alterações

As comunidades locais enquanto que detentoras da Certidão de delimitação comunitária conferida ao

abrigo da presente metodologia asseguram a observância dos direitos e deveres legalmente

conferidos bem como das normas e práticas costumeiras da respectiva comunidade no que não

contrarie a Constituição e a Lei.

As alterações que se refiram aos limites da comunidade constantes na certidão só serão validadas

pelos SPC quando para o efeito tenham seguido o mesmo processo que ditou a sua definição, nos

termos da lei e com a observância dos procedimentos constantes da presente metodologia.

Não estão sujeitos a descrição ou averbamento na certidão as alterações de natureza transitória ou

ligadas a variações de utilização ou de titularidade entre os membros da mesma comunidade local,

sem prejuízo da actualização periódica da lista de co-titulares.

8.6.2 Actualização no Cadastro Nacional de Terras

As alterações que impliquem a mudança do regime de proteção para o regime de utilização ou criação

de uma zona de proteção ou alteração dos limites exteriores da comunidade e que afectem os limites

descritos na certidão, quando acordadas pelas respectivas comunidades e tenham observado os

procedimentos técnicos e legais, são actualizados no CNT pelos SPC e emitido o correspondente

documento actualizado.

Determinadas servidões22/vias de acesso e outras infraestruturas sociais tais como linhas de

transporte de energia, gás e água que constituem por lei zonas de proteção parcial estão sujeitos a

processos de acordo/compensação com os detentores de DUAT nos termos das leis aplicáveis, e

22 As infraestruturas mencionadas, são referentes aos casos onde por motivos de necessidade de utilização de parte de um DUAT, para implantação de infraestruturas de interesse público, urge criar servidões de interesse público, devendo a entidade pública/privada, indeminizar ou compensar ao titular nos termos da legislação aplicável (Artigo 17 do Regulamento da Lei de Terras)

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descrição e consequente registo e averbamento nos instrumentos de DELCOM para posterior

actualização no CNT, pela entidade de tutela das respectivas infraestruturas através dos SPC.

8.6.3 Averbamento das Alterações

A titularidade do DUAT adquirido de acordo com as normas e práticas costumeiras ou por ocupação

de boa-fé, constitui o documento emitido pelos SPC, comprovativo do direito de uso e aproveitamento

da terra e está sujeito a registo na conservatória do registo predial, por iniciativa do respectivo titular

nos termos do previsto na legislação de terras e do Código do Registo Predial aplicável, devendo os

Serviços Públicos de Cadastro, efectuará a sua promoção.

Ao longo da vida do título, o titular ou titulares do DUATs na posse do título podem constituir-se em

co-titularidade do direito de uso e aproveitamento da terra entre pessoas singulares e/ou colectivas

nacionais ou das comunidades locais, ou transmitir-se por via de herança ou outra forma de

transmissão legalmente permitida, devendo tal facto ser averbado no respectivo título e actualização

no CNT pelos SPC. Em principío, estas alterações são feitas por iniciativa do titular ou herdeiros via um

pédido.As construções, benfeitorias e outras infraestruturas de carácter permanente estão, regra

geral, sujeitas a registo predial, antecedido do seu averbamento no título e actualização no CNT pelos

SPC.

A extinção do DUAT ora titulado por motivos de interesse público, precedida do pagamento de justa

indemnização e/ou compensação ou pela renúncia do titular, está sujeito a actualização no CNT pelos

SPC.

Outros factos jurídicos tais como a modificação dos limites da área titulada ou da sua finalidade,

constituição ou a modificação de servidões devem ser autorizados pelos entidades competentes,

averbados no título e posteriormente actualizados no CNT pelos SPC.

Nos casos de transmissão por herança os herdeiros, munidos de documentos comprovativos da sua

qualidade, nomeadamente habilitação ou sentença judicial, podem solicitar à Conservatória de

Registo Predial da respectiva área que proceda o registo da transmissão a seu favor.

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9 ASPECTOS TRANSVERSAIS

9.1 CONTROLO DE QUALIDADE

Os Serviços Públicos de Cadastro e Provedores de Serviço tem a responsabilidade de efectuar o

controlo de qualidade (CQ) de dados e dos processos em todas as fases da Delimitação de áreas

ocupadas pelas comunidades e de Registo e Regularização dos Direitos de posse de terras.

9.1.1 Controlo de Qualidade de Dados

O controlo de qualidade de dados visa garantir a qualidade dos dados e dos produtos a serem

entregues, tendo em conta os padrões e métodos estabelecidos, e acordados contratualmente e será

medido para verificar a conformidade dos aspectos relacionados com a qualidade de dados recolhidos

em campo e processados no SiGIT (alfanuméricos e geográficos).

Os SPC são responsáveis pela elaboração e apresentação do Plano Geral de Controlo de Qualidade

(PGCQ) que contém todos os padrões de qualidade a serem observados, que irão orientar o PS na

elaboração do seu Plano de Controlo de Qualidade (PCQ) para implementação das suas actividades.

O PGCQ deverá ser abrangente e constituirá uma moldura para a abordagem estruturada de gestão e

controlo de qualidade das atividades de modo a garantir a obtenção da qualidade que se pretende

nos resultados, devendo o PS elaborar o seu plano de controlo de qualidade e submeter ao SPC para

sua aprovação antes do início das actividades.

Os planos em apreco deverao ser elaborados tomando como referencia as normas internacionais, ISO

10005:2018, ISO 9001:2015 e outras.

Para cada produto entregue deverá ser acompanhado por um certificado de qualidade emitido pelo

PS, onde consta as características técnicas, descrição da medida de qualidade do produto e a precisão

alcançada, em conformidade com as especificações técnicas acordadas. Caso a entrega não inclua este

certificado, os Serviços Públicos de Cadastro reservam-se ao direito de rejeitar.

Os SPC irão avaliar a qualidade dos dados e informação entregues através de testes/medições dos

atributos, de acordo com os métodos e procedimentos estabelecidos no PGCQ.

Todas as Não Conformidades em dados, produtos, documento ou qualquer outro entregável

identificadas durante o processo de controlo de qualidade do PS serão comunicadas aos Serviços

Públicos de Cadastro em relatórios de controlo de qualidade que incluirão os detalhes dos problemas

encontrados, a sua localização e as medidas de correção que o PS se propõe a tomar.

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O PS deverá entregar os produtos completos acompanhados da respetiva documentação, para

controlo de qualidade e aceitação pelos Serviços Públicos de Cadastro, de acordo com o cronograma

de entregas do projeto.

O produto final só será aceite se os resultados estiverem dentro do intervalo de tolerância, definido

no PGCQ caso contrário, todo o conjunto dos dados será rejeitado.

As Nao Conformidades identificadas deverao ser corrigidas de acordo com as medidas corectivas e

nos prazos perscritos no PGCQ.

A tabela 25 ilustra os itens a serem considerados no controlo de Qualidade de dados. Importa referir

que o Provedor de Serviço deve ter em conta estes itens na elaboracao do seu plano de controlo de

qualidade interno.

Tabela 24: Aspectos a considerar no plano de controlo de qualidade de dados

N.ord

Aspectos a considerar no controlo de qualidade Fase

Responsável

1 Verificação da informação das intervenções anteriores na área de trabalho

1 SPC/PS

2 Verificação dos documentos relevantes do(s) titular(es) recolhidos

2 PS

3 Preenchimento de campos obrigatórios no formulário PS

4 Verificação dos registos em regime de co-titularidade aspectos de género

2 PS

5 Verificação dos Limites Administrativos, que condicionam a migração de parcelas de RDUAT para o SIGIT

2 PS

6 Levantamento dos limites das ocupações (DELCOM/RDUAT) mediante presença dos vizinhos e/ou testemunhas e verificação de registo de conflitos, incluíndo as áreas de Domínio Público

2 PS

7 Levantamento de coordenadas respeitando as precisões estabelecidas (submétricas)

2 PS

8 Verificação de sobreposição de parcelas com DUAT’s de terceiros, incluíndo os conflitos inerentes

2 PS

9 Validação topológica das parcelas antes da sua migração no SiGIT 3 PS

10 Registo correcto dos metadados e atributos básicos 3 PS

11 Conformidade dos dados (DELCOM/RDUAT) expostos no local de levantamento no período estabelecido e verificação de conflitos e encaminhamento (Edital)

3 PS

12 Correcção dos dados pós edital mediante as reclamações da comunidade

3 SPGC e PS

13 Listagem na proposta de todas as ocupações e sua localização

3 SPGC

14 Lançamento do Despacho nos processos aprovados

3 SPGC

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15 Emissão da Certidão/Títulos observando os dados do processo DELCOM/RDUAT

5 SPGC

16 A impressão dos Títulos e Certidões de acordo com os padrões definidos

5 SPGC

17 Confirmação da pessoa constante da lista no acto da entrega do título de DUAT ou Certidão de Delimitação Comunitária com o envolvimento do CGC

5 SPGC/PS

9.1.2 Controlo de Qualidade de Processos

O controlo de qualidade do processo visa garantir a observância de todos aspectos relativos a

componente social e das respectivas salvaguardas, tendo em consideração os padrões e métodos

estabelecidos contractualmente. Este será medido para verificar a conformidade dos seguintes

aspectos:

Prontidão Comunitária;

Cumprimento da Metodologia DELCOM/RDUAT;

Nível de conhecimento e apropriação do processo DELCOM/RDUAT pelos beneficiários;

Implementacao das salvaguardas sociais em comformidade com as leis e as politicas dos

parceiros quando aplicável.

Á semelhança do controlo de qualidade de dados, os SPC são responsáveis pela elaboração e

apresentação do Plano Geral de Qualidade do Processo (PGQP) que contém todos os padrões sociais

de qualidade a serem observados. O PGQP irá nortear a elaboração do Plano de Controlo de Qualidade

do Processo do Provedor de Serviços.

Os SPC podem conduzir directamente o controlo de qualidade do processo, ou tercializar parte ou na

sua totalidade esta acção.

O PS apresentará relatórios periódicos (trimestrais) de Regularização da Posse de Terras contendo

informações sobre o Diagnóstico Rural Participativo e os respectivos instrumentos de Salvaguardas e

de planificação, bem como informações relativas a devolução parcial, aprovação e validação do

processo DELCOM/RDUAT.

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Para aceitação, os SPC irão avaliar o teor dos relatórios com informação segundo o padrão acordado

e realizará visitas de campo por amostragem aos locais onde foram conduzidas as actividades, para

efeitos de confirmação e aceitação dos entregáveis apresentados. As visitas de campo visam aferir o

nível de prontidão comunitária para prosseguir para as fases subsequentes, bem como avaliar o nível

de conhecimento e preparação para desenvolvimento de projectos comunitários.

Todas as Não Conformidades dos documentos e seus conteúdos ou de qualquer outro entregável

identificados durante o controlo de qualidade do processo, serão comunicados aos PS para a sua

correção e/ou repetição de algumas fases do processo em determinada(s) comunidade(s) de acordo

com as medidas corectivas e nos prazos perscritos no Plano Geral de Dontrolo de Qualidade.

A documentação final será aceite se os resultados estiverem dentro dos padrões anteriormente

acordados, caso contrário, todo o conjunto de resultados será rejeitado.

A tabela 26 ilustra os itens a ser considerados no controlo de qualidade de processos a serem

avaliados pelos Serviços Públicos de Cadastro. Importa referir que o Provedor de Serviço deve ter em

conta estes itens no seu controlo interno, bem como na elaboração do plano geral de qualidade, a

semelhança do controlo de qualidade de dados.

Tabela 26: Critérios de controlo de qualidade do processo

N.ord Critérios de controlo de qualidade Fase Responsável

1 Verificação da aplicação do teor da Metodologia Todo

processo DINAT

2 Verificação do material usado na campanha de comunicação e divulgação

1 DINAT/SPGC

3 Informação e divulgação do processo DELCOM/RDUAT Preparação DINAT/SPGC

4 Realização de reunião de lançamento à nível distrital 1 DINAT/SPGC

5 Verificação da qualidade do material de treinamento 1 DINAT

6 Capacitação dos intervenientes no processo DELCOM/RDUAT 1 DINAT

7 Verificação da documentação das reuniões públicas realizadas 1 DINAT

8 Transparência e equidade na selecção dos membros dos CGCs 1 DINAT

9 Avaliação da prontidão comunitária nas fases determinadas e dos acordos e consensos comunitários para continuar com o processo

1 e 2 DINAT

10 Instrumentos de Planificação preparados e devidamente percebidos e interpertados pela comunidade

2 DINAT/SPGC

11 Cumprimento de salvaguardas, incluíndo a mediação e resolução dos conflitos e atenção as questões de género

2 DINAT

12 Execução do MDR e sua coordenação com mecanismos locais relacionados

3 DINAT

13 Entrega da Certidão e de Títulos aos beneficiários 5 DINAT

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9.2 MONITORIA E AVALIAÇÃO

Compete aos SPC monitorar as actividades e avaliar o processo/resultados de DELCOM/RDUAT

desenvolvidas pelo Provedor de Serviços. Estes efectuam o acompanhamento das actividades,

identificando desvios e propondo medidas com vista a assegurar o alcance dos resultados

preconizados. Esta acção ocorre de uma forma contínua e sistemática ao longo do processo, conforme

ilustra a tabela 26.

A avaliação do processo DELCOM/RDUAT é de carácter mensal, trimestral, semestral e anual, para

avaliar o desempenho do provedor de serviço.

O Provedor de Serviço deverá fornecer aos Serviços Públicos de Cadastro as actualizações mensais e

trimestrais de M&A dentro do contexto de relatórios regulares de progresso.

O processo inicia com a elaboração do plano de monitoria e avaliação, incluindo indicadores,

ferramentas de monitoria, cronograma, e a indicação da respectiva equipa. Para cada indicador serão

acordadas metas a serem revistas regularmente, bem como o método de recolha de dados (Anexo F:

Monitoria e Avaliação).

Importa frisar que o Provedor de Serviços deverá efectuar a monitoria internamente, mas com base

no que estiver acordado sobre indicadores e metas e sobre a periodicidade da submissão dos

relatórios, bem como de outros entragáveis pertinentes.

Tabela 25 Acções a desencadear na monitoria e avaliação

Acções a desencadear Responsabilidade Entregáveis

Elaborar o Plano de Monitoria e Avaliação

DINAT Plano de Monitoria e Avaliação elaborado

Definir indicadores e metas DINAT Indicadores e metas definidas

Elaborar ferramentas de monitoria DINAT Ferramentas de monitorias elaboradas

Definir os métodos de recolha da informação e sua periodicidade

DINAT Métodos de recolha de informação e sua prioridade definida

Elaborar Plano de Actividades com metas e cronograma

PS Plano de actividades elaborados

Aprovar o Plano de Actividades do PS

DINAT Plano de actividades aprovado

Elaborar e submeter relatórios PS Relatórios elaborados e submetidos

Aprovar relatórios do PS DINAT Relatório aprovado

Identificar oportunidades de melhoria e áreas que requerem atenção e as medidas correspondentes

DINAT Relatrio semestral de revisão e plano de acao quando necessário.

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10 ESTRATÉGIA DE SAÍDA

Após a conclusão dos trabalhos no distrito, o Serviço Público de Cadastro apresenta os resultados

alcançados numa sessão do Conselho Consultivo do distrito, onde toda a informação inerente as

actividades realizadas é disponibilizada, devendo a mesma servir como suporte na planificação do

distrito, bem como na resolução de prováveis conflitos que suregirem.

Ao nível comunitário disponibilizam-se mapas temáticos, as ADC e os respectivos PCUTs, bem como

toda informação inerente a manutenção/gestão do direito de uso e aproveitamento de terra.

Esta acção visa potenciar tanto as comunidades locais bem como os Governos dos Distritos a se

apropriarem dos instrumentos elaborados durante o processo DELCOM/RDUAT.

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ANEXO A: SALVAGUARDAS

Mitigação dos principais riscos

RISCOS MEDIDAS MITIGATÓRIAS NO ÂMBITO DESTA METODOLOGIA FASE COMENTÁRIOS

Reduzida qualidade dos processos de regularização

● Aplicar salvaguardas para casos específicos;

● Implantar o mecanismo de atendimento a reclamações do programa;

● Sensibilizar a comunidade e os provedores de serviços sobre os temas específicos descritos nesta tabela, treinar facilitadores, para-legais e outros provedores de assistência técnica e legal sobre direitos de terra e os procedimentos do programa.

1

MDR-Mecanismo de Diálogo e Reclamações estabelecido e funcional

De 1 a 5

De 1 a 5

De 1 a 5

Tratamento inadequado dos direitos comunitários

● Regular e monitorar a qualidade do processo de registo e regularização através de uma entidade técnica independente que, entre outras tarefas, verificará a prontidão de cada comunidade para avançar de uma fase de regularização a outra.

● Dividir o processo de registo e regularização em fases para o controle de qualidade mediante critérios de prontidão da comunidade avaliados independentemente antes de prosseguir a fase seguinte: (ver capítulo AVALIAÇÃO DA PRONTIDÃO COMUNITÁRIA)

● Capacitação de comité de gestão comunitária culminando na decisão da comunidade sobre DELCOM

De 1 a 5

Os representantes da comunidade devem concentrar-se nas áreas de clara responsabilidade. As responsabilidades não esclarecidas terão que ser desenvolvidas gradualmente

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e/ou R-DUAT (sensibilização e drp, conformação do grupo que representa a comunidade (CGC) e suas regras preliminares de funcionamento) o RDUAT culminando na devolução (cartograma,

esboço, georreferenciação, etc.) o Com consentimento da comunidade, DELCOM

incluindo a submissão ao SPGC e a distribuição das certidões; e preparação da agenda comunitária; conformação da entidade legal que representa a comunidade e seus estatutos (controle de membros, regras de governação do território, seleção de representantes, rendição de contas)

o Os critérios de prontidão incluirão a documentação da consulta comunitária e da decisão livre sobre a forma de regularização (incluindo a solicitação formal da comunidade ao distrito para ser delimitada) e a designação do grupo que representa a comunidade (CGC) e uma proposta de suas regras de funcionamento. Podendo ser definidos outros critérios com maior detalhe.

o Uniformizar e fortalecer o conteúdo da Certidão de delimitação comunitária para que seja claro sobre o alcance e enquadramento legal dos direitos;

1 Ex: certificação dos direitos descritos na alínea a) do artigo 12 da LT e os da delimitação realizada segundo o artigo 5 e seguintes do Anexo Técnico ao RLT, que estabelece a área sobre qual a comunidade exerce os direitos previstos nas leis aplicáveis

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● Acompanhar a entrega da Certidão de delimitação comunitária de delimitação com a entrega de ferramentas para facilitar o exercício dos direitos

o Mapa georreferenciado da área delimitada mostrando uso actual e áreas de interesse comunitário (instruções sobre como atualizar)

o Resumo dos direitos e obrigações das comunidades em relação a sua área delimitada com referência aos dispositivos legais pertinentes (utilizados juntamente a comunidade no processo de sensibilização)

5

Nota: entrega do resumo de direitos e obrigações juntamente com o r-DUAT

● Assegurar definições técnicas e legais adequadas

o O DUAT familiar ou individual deve reconhecer a terra de ocupação segundo normas costumeiras legitimada pela comunidade independentemente de seu estado de uso;

o A entidade representativa deve ser identificada pela comunidade tomando em conta as estruturas de liderança e governação existentes na comunidade.

o As áreas de uso e interesse comum devem ser mapeadas e não incluídas em r-DUATs, ou se incluídas estar sujeitas a direitos de acesso pela comunidade.

o Lista dos membros da Comunidade (co-titulares) incluindo homens e mulheres maiores de idade e instruções para sua atualizacao.

5

Vulnerabilidade e casos especiais:

A metodologia aborda especificamente (em termos de sensibilização e preparação) os seguintes temas:

● Promoção de igualidade de género

● Promoção da co-titularidade entre cônjuges e outros membros da família.

1 e 2 Aplicação de protocolo de regularização de posse de terras e seus anexos, assinaturas de vizinhos no formulário de levantamento.

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● Orientação de utentes que não sejam de nacionalidade moçambicana (sobre a solicitação de um DUAT)

● Acordos entre comunidades para partilha de recursos em áreas de fronteira ou de uso comum entre seus membros

● Orientação de utentes que desejam formar uma associação produtiva e obter o DUAT correspondente, ou associações existentes que necessitem de solicitar seus DUATs

● Possibilidade de redimensionamento de DUATs em caso de conflitos entre titulares e detentores de DUAT

● Processo viável de resolução de conflitos

● Apoio legal grátis e efetivo a comunidade e seus membros

Zonas de proteção total e parcial

A delimitação das zonas de exclusão excluirá as áreas

afectadas do processo de emissão do R-DUAT. Os direitos

das comunidades nestas áreas estão definidos em leis

sectoriais. Impactos sobre direitos adquiridos e sobre a

subsistência de pessoas ocupando ditas áreas devem ser

acautelados

1) Pessoas em áreas de protecção total não tem DUAT: a) não serão

reassentadas pelo projecto; b) serão orientadas a buscar opções de

assignação de parcelas dentro da comunidade; c) em caso de desalojo

imediato, serão orientadas ao MDR para uma avaliação de

vulnerabilidade e se vulneráveis serão assistidas pelo Distrito.

A Lei de Terras estabelece zonas de proteção total e áreas de proteção parcial. Nestas áreas não é possível a obtenção do DUAT.

Nota: a possibilidade de desalojo e remota já que a regularização não o requer, mas poderia ocorrer caso a moradia se encontre na ZPP e a parcela restante seja inviável

Aplicação de protocolo de regularização de posse de terras e seus anexos, assinaturas de vizinhos no formulário de levantamento.

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2) Pessoas em áreas de protecção parcial receberão: a) um DUAT da área

remanescente elegível excluindo a ZPP; b) acesso ao MDR para

orientação legal sobre suas opções legais.

Conflitos entre detentores de DUATs

● DUATs administrativos serão excluídos do processo de registo e regularização. Portanto a sua relevância será limitada aos casos em que existam ocupações e reclamações de direitos sobre as suas áreas.

● No caso de títulos de DUATs expirados ou inválidos e dá possibilidade de direitos válidos por parte dos titulares, os mesmos receberão apoio legal para apresentar suas reclamações ante as devidas autoridades de forma a estabelecer seus direitos e obter o R-DUAT.

2

Aplicação de protocolo de regularização de posse de terras e seus anexos, assinaturas de vizinhos no formulário de levantamento.

Conflitos entre vizinhos ou outros não são resolvidos; as comunidades ou seus membros perdem direitos no processo devido a falta de orientação legal

● Aplicação do MDR. Este mecanismo será monitorado pelos SPC (DINAT/SPGC) e implementado pelos mecanismos existentes a nível local e até nacional.

● Apoiar as comunidades e provedores de serviços no processo de resolução de conflitos e seuencaminhamento a outras instâncias. Casos mais complexos serão devidamente registados e referidos às instâncias pertinentes.

● Os SPC (DINAT/SPGC) farão o seguimento para reintegrar a área ao programa quando for possível ou para documentar o caso para futuro seguimento pelas autoridades locais. A equipa de paralegais ou semelhante irá prestar o apoio legal necessário às comunidades e seus membros durante todo o processo.

Na 1 e 5

Aplicação de protocolo de regularização de posse de terras e seus anexos, assinaturas de vizinhos no formulário de levantamento.

A comunidade não valoriza o DUAT e/ou a terra e, portanto; não exerce a governação efetiva das áreas e

Capacitar a comunidade desde a fase de comunicação e sensibilização e em todo o processo de preparação devem ser abordados os aspetos seguintes:

● Reforço das mensagens e ferramentas das fases anteriores e dar possibilidades de ligar a comunidade

Na 1 e 2

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recursos comuns; e/ou não consegue negociar acordos efetivos de benefício mútuo com parceiros

com potências fontes de informação, provedores de serviços, OSC e outros parceiros que eventualmente poderiam apoiar na implementação da agenda comunitária.

● Concentração dos esforços na capacitação da entidade que representa a comunidade e outros comités de gestão, com ênfase na gestão de recursos naturais, gestão financeira e processos de prestação de contas.

ANEXO B: COMUNICAÇÃO

Fluxo de comunicação do processo DELCOM/RDUAT

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FASE TEMAS E MENSAGENS ABORDADAS GRUPO ALVO METODOLOGIA

USADA RESPONSÁVEL

MEIOS E

MATERIAL DE

COMUNICAÇÃO

NECESSÁRIOS

1. Apresentação

do projecto a

nível províncial e

distrital.

Objectivos do programa.

RDUAT:

· importância do processo de

regularização dos direitos de terras existentes.

· formas de aquisição do DUAT.

· formas de titulação: titulação individual,

colectiva, co-titularidade.

· direitos de igualdade de oportunidades

dos homens, mulheres, jovens, e grupos

vulneráveis.

· documentos para RDUAT a declaração de

identificação para as pessoas que não têm BI.

· demonstração dos equipamentos,

formulários, título de DUAT.

DELCOM

· importância do processo DELCOM.

· finalidade do DELCOM.

· a importância do processo DELCOM.

· oportunidades de desenvolvimento a

nível dos distritos e áreas delimitadas.

· demostração dos produtos da DELCOM

(certidão oficiosa, mapa da comunidade,

zoneamento)

· zonas de uso comum.

Governador da província [1].

Administradores dos

distritos, organizações não

governamentais e da

sociedade civil, instituições

públicas, privadas,

academia/investigação,

técnicos dos sectores

ligados a gestão e

administração de terras e

afins, homens, mulheres,

jovens.

Sessões de

Governo a nível

provincial e

distrital

Comunicação

interpessoal.

50-60

participantes

SPC

Documentos do

projecto. Power

point.

Cópia e coletânea

da legislação

sobre terras.

Dísticos, com

mensagens sobre

o programa.

Equipamentos,

material para

demostração.

Língua:

português.

Jornal, radio

nacional e ou

comunitária, tv

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Temas transversais a DELCOM e RDUAT

· zonas de protecção parcial e total.

· mecanismo de diálogo e reclamações.

· aspectos sociais e de género no uso e

aproveitamento da terra.

· papel dos diferentes intervenientes no

RDUAT e DELCOM

· plano de actividades do projecto.

· o processo de DELCOM e RDUAT no âmbito do projecto é gratuito, não se paga.

2.Apresentação

do projecto e

capacitação a

nível da

comunidade.

Objectivos do programa.

RDUAT:

· importância do processo de

regularização dos direitos de terras existentes.

· formas de aquisição do duat.

· formas de titulação: titulação individual,

colectiva, co-titularidade.

· igualdade de género e direitos de

igualdade dos homens, mulheres, jovens, e

grupos vulneráveis.

· zonas de protecção parcial e total,

restrições de uso, efeitos sobre a titularidade e

canais de esclarecimento de direitos e

obrigaçoes.

· documentos para RDUAT a declaração de

identificação para as pessoas que não têm di.

· demonstração dos equipamentos, do

título de duat.

Líderes comunitários dos

bairros, comunidades e

chefes dos postos

administrativos, de

localidade e de povoação.

Homens, mulheres,

jovens, influentes.

Fundamental a

participação das mulheres.

Reunião de

meio-dia na

área de registo

de terras.

PS em

coordenação

com governo

local/SDPI e

SPGC

Brochura:

regularização da

ocupação de

terras. A base

para o registo do

duat. Guião de

procedimentos

de comunicação

durante os

inquéritos. Lei de

terras. Outros

documentos

referentes ao

projecto.

Camisetes, bonés,

sacolas.

Brochuras/manua

l sobre DELCOM.

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· importância de materializar os cantos das

parcelas, para identificação os limites da

mesma. A materialização pode ser com

qualquer objecto.

DELCOM

· importância do processo DELCOM.

· finalidade do DELCOM.

· a importância e vantagens do processo

DELCOM.

· oportunidades de desenvolvimento a

nível dos distritos e áreas delimitadas.

· zonas de protecção parcial e total.

· importância da participação das

comunidades vizinhas na reunião pública e

confrontação dos limites.

Temas transversais a DELCOM e RDUAT

· princípios básicos de planeamento.

· mecanismo de diálogo e reclamações.

· aspectos socais e de género no uso e

aproveitamento da terra.

· papel dos diferentes intervenientes no

RDUAT e DELCOM

· plano de actividades do projecto.

· importância de comunicação,

sensibilização e educação pública.

· o processo de DELCOM e RDUAT no

âmbito do projecto é gratuito, não se paga.

Lei de terras.

Outro material,

camisetes, bonés,

sacolas, dísticos.

Equipamentos,

material para

demostração.

Língua: português

e local.

Radio

comunitária, tv,

centros

multimédias.

Megafones.

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3. Reunião

pública/

informação e

divulgação

Objetivos do programa.

· importância do DELCOM e RDUAT.

· formas de aquisição do duat.

· formas de titulação: titulação individual,

colectiva, co-titularidade.

· igualdade de género e direitos de

igualdade dos homens, mulheres, jovens, e

grupos vulneráveis.

· zonas de protecção parcial e total.

· documentos para RDUAT a declaração de

identificação para as pessoas que não têm di.

· demonstração dos equipamentos, mapa

da comunidade, zoneamentos, título de duat.

· importância da presença vizinhos e

testemunhos para o RDUAT e DELCOM.

· mecanismo de diálogo e reclamações.

· aspectos socais e de género no uso e

aproveitamento da terra.

· papel da comunidade, líderes

comunitários e outros intervenientes no

RDUAT e DELCOM.

· plano de actividades do projecto.

· identificação, seleção dos colaboradores

e facilitadores comunitários para RDUAT e

DELCOM e comités de gestão dos recursos

naturais.

· identificação de grupos de sensibilização

e educação pública.

· importância de materializar os cantos das

parcelas, para identificação os limites da

Todos membros da

comunidade local

abrangida (homens,

mulheres, jovens, grupos

vulneráveis (viúvas,

crianças chefes de família,

portadores de deficiência),

seus representantes,

influentes, membros das

ocbs, OSC e sociedade civil

e seus representantes.

Autoridades

administrativas e

comunitárias. SDPI, sdae.

Reunião pública

no local de

registo. 1-2

horas dirigida

pelos

administradores

e ou os seus

representantes.

Identificação

pública dos

colaboradores,

facilitadores e

membros dos

CGC.

PS em

coordenação

com governo

local/SDPI e

SPGC

Brochura:

regularização da

ocupação de

terras. A base

para o registo do

duat. Guião de

procedimentos

de comunicação

durante os

inquéritos.

Camisetes,

sacolas, bonés;

cartazes, dísticos,

panfletos, dança,

teatro, cânticos,

usando os grupos

culturais locais.

Mapas,

equipamentos,

material para

demostração

pública.

Língua: português

e local.

Radio

comunitária, tv,

centros

multimédias.

Megafones.

Page 72: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE...desenvolvimento do respectivo território e contribuem para a unidade e integração nacionais. Outros Intervenientes –actuam na promoção dos direitos

Pag 72 de 114

mesma. A materialização pode ser com

qualquer objecto.

· importância da participação das

comunidades vizinhas na reunião pública e

confrontação dos limites.

· o processo de DELCOM e RDUAT no

âmbito do projecto é gratuito, não se paga.

4.

Apresentação

dos

colaboradores,

facilitadores,

membros dos

CGC e líderes

comunitários

· apresentação e legitimação dos

colaboradores, facilitadores, membros dos

CGC e lideres comunitários selecionados.

· papel de cada um destes no âmbito do

projecto.

· importância da participação das

mulheres, jovens e idosos no processo.

apresentação e legitimação dos Paralegais,

ONGs, defensores públicos e outros

assessores nos casos em que eles fazem parte

do processo

Líderes locais, influentes,

autoridades

administrativas e

comunitárias.

Colaboradores,

facilitadores, membros

dos CGRN.

A ser feito a

qualquer

momento

depois da

reunião pública,

para legitimar

os

colaboradores,

facilitadores e

membros dos

CGRN.

PS em

coordenação

com governo

local/SDPI e

SPGC

Lista dos

colaboradores,

facilitadores e

membros dos

cgrn e perfil de

cada um.

Língua: português

e local.

Radio

comunitária.

Megafones.

5.Treinamento

dos

colaboradores,

facilitadores,

membros dos

CGC e líderes

comunitários

1.comité de gestão dos recursos naturais

· importância do processo de DELCOM;

· legislação de terras (política, lei,

regulamento e seu anexo técnico);

· lei de família;

· lei do ambiente, lei de protecção,

conservação e uso sustentável da diversidade

biológica;

· lei de minas, petróleo e gás

· lei de ordenamento do território;

Líderes comunitários dos

bairros, comunidades e

chefes dos postos

administrativos, de

localidade e de povoação

(homens, mulheres,

jovens).

Teórico e

práticos com

texto de apoio.

3 dias incluindo

as simulações e

testagem.

PS em

coordenação

com governo

local/SDPI e

SPGC

Brochura:

regularização da

ocupação de

terras. A base

para o registo do

duat. Guião de

procedimentos

de comunicação

durante os

inquéritos. Lei de

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Pag 73 de 114

· gestão sustentável dos recursos naturais.

· zonas de protecção parcial e total.

· zonas de uso comum.

· princípios básicos de planeamento físico.

· parcerias comunidade-privado- estado;

· organização comunitária na gestão da

terra e de outros recursos naturais.

· mecanismo de diálogo e reclamações.

· aspectos socais e de género no uso e

aproveitamento da terra.

· papel dos diferentes intervenientes no

RDUAT e DELCOM.

· plano de actividades do projecto.

· importância de comunicação,

sensibilização e educação pública.

· o processo de DELCOM e RDUAT no

âmbito do projecto é gratuito, não se paga.

2. Facilitadores

· importância do processo de DELCOM;

· participação das comunidades locais e

seus membros;

· género e diversidade

· gestão sustentável dos recursos naturais.

· zonas de protecção parcial e total.

· princípios básicos de planeamento físico.

· parcerias comunidade-privado- estado;

· zoneamento

· organização comunitária na gestão da

terra e de outros recursos naturais.

· fases do processo de DELCOM.

terras. Outros

documentos

referentes ao

projecto.

Camisetes, bonés,

sacolas.

Língua: português

e local.

Radio

comunitária, tv,

centros

multimédias.

Page 74: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE...desenvolvimento do respectivo território e contribuem para a unidade e integração nacionais. Outros Intervenientes –actuam na promoção dos direitos

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· mecanismo de diálogo e reclamações.

· papel dos diferentes intervenientes no

DELCOM

· plano de actividades do projecto.

· importância de comunicação,

sensibilização e educação pública.

· formulários

· o processo de DELCOM é gratuito, não se

paga.

· importância da participação das

comunidades vizinhas na confrontação dos

limites.

3. Colaboradores

· objectivos do projecto.

· RDUAT:

· importância do processo de

regularização dos direitos de terras existentes.

· formas de aquisição do duat.

· formas de titulação: titulação individual,

colectiva, co-titularidade.

· igualdaded de género e direitos de

igualdade dos homens, mulheres, jovens, e

grupos vulneráveis.

· zonas de protecção parcial e total.

· documentos para RDUAT a declaração de

identificação para as pessoas que não têm di.

· demonstração dos equipamentos, do

título de duat

· fases do processo RDUAT.

· princípios básicos de planeamento.

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· mecanismo de diálogo e reclamações.

· aspectos sociais e de género no uso e

aproveitamento da terra.

· papel dos diferentes intervenientes no

RDUAT e DELCOM

· plano de actividades do projecto.

· importância de comunicação,

sensibilização e educação pública.

· o processo de DELCOM e RDUAT no

âmbito do projecto é gratuito, não se paga.

· importância da colocação de marco para

identificação os limites da parcela.

6. Avaliação da

prontidão

Depois de realizadas as fases acima referidas

as equipas de comunicação deverão avaliar se

a comunidade e seus membros está preparado

e de prontidão para iniciar a regularização do

duat.

· se toda comunidade (homens, mulheres,

jovens, grupos vulneráveis), estrutura

administrativa e tradicional estão informados

sobre o início do DELCOM e RDUAT.

· nível de conhecimento básico em relação

ao projecto.

se a comiunidade estabeleaceu seu CGC e as

normas de funcionamento do mesmo

· retorno sobre mensagens recebidas

durante o processo de comunicação e

sensibilização.

Técnicos de comunicação

em colaboração com

equipa técnica do campo e

autoridades

administrativas e

comunitárias locais.

Elaboração de

um relatório

resumido sobre

a prontidão.

1 dia.

PS em

coordenação

com governo

local/SDPI e

SPGC

Relatório escrito

sobre informação

a preparação.

Português.

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· se já conhece as formas de aquisição,

quem pode ter o título de duat, e aonde pode

ter o titulo.

--se já conhece as suas opcoes sobre o

processo de regularização (não participar,

DELCOM somente/DELCOM e R-DUAT)—

incluindo explicação da governanca

comunitária das áreas com e sem R-DUAT

· se os colaboradores, facilitadores e CGC

treinados estão capazes para conduzir o

processo.

7. Informação

porta a porta

para

preparação do

RDUAT.

· homens e mulheres têm direito de

registar as suas terras.

· o registo e o título de duat no âmbito do

projecto são gratuitos, não se paga.

· importância de estar presente na parcela

para o registo munido de documentos de

identificação pessoal.

· é importante que os vizinhos estejam

presente no momento do levantamento dos

limites da parcela.

· importância de participar no registo

homens e mulheres (casal)

· importância de reunir os documentos

para o RDUAT.

· marcar a hora que a equipa passa no

local.

Colaboradores Interpessoal.

Megafones

PS em

coordenação

com governo

local/SDPI e

SPGC

Língua: português

e local.

Radio

comunitária,

centros

multimédias.

Megafones.

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8.Registo das

ocupações de

terras

RDUAT

· homens e mulheres tem os mesmos

direitos.

· homens e mulheres podem registar o

duat individualmente.

· homens e mulheres podem registar os

seus direitos juntos-co-titularidade.

· as crianças podem registar os seus

direitos desde que tenham os seus

representantes.

· o registo de terras é importante porque

protege a segurança de posse de terras, reduz

os conflitos de terras, ajuda ao governo a gerir

bem a terra, promove o investimento e

desenvolvimento local.

Membros das

comunidades locais

(homens, mulheres, jovens

e grupos vulneráveis:

idosos, viúvas, crianças

chefe de famílias,

mulheres chefes de

famílias, portadores de

deficiência, etc)

Porta a porta.

Contacto

directo no

terreno. 2, 4 ou

mais semanas

dependendo da

complexidade

de cada

comunidade ou

bairro.

Recolha de

histórias sobre

o processo.

PS em

coordenação

com governo

local/SDPI e

SPGC

Brochura de

procedimento de

comunicação.

: regularização da

ocupação de

terras. A base

para o registo do

duat. Guião de

procedimentos

de comunicação

durante os

inquéritos.

Camisetes,

sacolas, bonés;

cartazes, dísticos,

panfletos, dança,

teatro, cânticos,

usando os grupos

culturais locais,

rádio comunitária

9.Pós registo

· explicar procedimentos de correcção de

dados do titular, acréscimo de titular e

mudança [3] de titular.

· esperar a fixação do edital.

· explicar a importância do edital.

· dar a conhecer o local de fixação do

edital.

Beneficiários, membros da

comunidade local (homens

e mulheres e grupos

vulneráveis).

Porta, porta,

nos locais

públicos onde

decorreu o

registo de terras

PS em

coordenação

com governo

local/SDPI e

SPGC

Rádio

comunitária;

colaboradores,

líderes

comunitários.

Dança, teatro,

cartazes,

brochuras,

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· dar a conhecer o período de fixação do

edital.

· o que é necessário para consultar o edital

(senha de registo, documentos de

identificação durante o registo).

· homens e mulheres tem os mesmos

direitos.

· homens e mulheres podem registar o

duat individualmente.

· homens e mulheres podem registar os

seus direitos juntos-co-titularidade.

(vantagens)

· as crianças podem registar os seus

direitos desde que tenham os seus

representantes.

dísticos. Feira

sobre terras.

10.Exibição de

edital do

RDUAT/

devolução do

esboço do

DELCOM,

zoneamento,

conteúdo da

agenda de

desenvolvimen

to comunitário

RDUAT

· verificar com atenção se os dados no

edital estão correctos.

· legitimar o registo da ocupação no edital.

· explicar procedimentos de correcção de

dados do titular, acréscimo de titular e

mudança de titular.

Beneficiários, membros da

comunidade local (homens

e mulheres e grupos

vulneráveis).

No local de

registo, durante

15 dias.

Recolha de

histórias sobre

o processo.

Lições

apreendidas

PS em

coordenação

com governo

local/SDPI e

SPGC

Rádio

comunitária;

colaboradores,

lideres

comunitários.

Dança, teatro,

cartazes,

brochuras,

dísticos, dança,

teatro, cânticos,

usando os grupos

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· homens e mulheres tem os mesmos

direitos.

· homens e mulheres podem registar o

duat individualmente.

· homens e mulheres podem registar os

seus direitos juntos-co-titularidade.

· as crianças podem registar os seus

direitos desde que tenham os seus

representantes.

DELCOM

· explicar as fases do processo DELCOM e

as opções de titularidade individial,

compartilhada e coletiva. .

· verificar se o esboço e sua memória

corresponde a informação pela comunidade

alvo e vizinhas.

· explicar a importância e validar o

zoneamento.

· explicar a importância da gestão

sustentável dos recursos naturais, conservação

das zonas de protecção parcial e total.

· zonas e uso comum.

· apresentar e validar os conteúdos da

agenda de desenvolvimento comunitário.

PS, SDAE/SDPI,

SPGC, governo

do distrito[5].

culturais locais,

fotografias,

mapas. Feira

sobre terras.

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11.Pós edital

Explicar procedimentos para o registo de

titulares ausentes durante o processo de

RDUAT. Reforçar a informação sobre o tempo

limitado para este registo adicional, (uma

semana).

· homens e mulheres tem os mesmos

direitos.

· homens e mulheres podem registar o

duat individualmente.

· homens e mulheres podem registar os

seus direitos juntos-co-titularidade.

· as crianças podem registar os seus

direitos desde que tenham os seus

representantes.

Beneficiários, membros da

comunidade local (homens

e mulheres e grupos

vulneráveis).

Nos locais de

exibição dos

editais.

PS em

coordenação

com governo

local/SDPI e

SPGC

Radio

comunitária,

dança, teatro,

cartazes,

brochuras,

dísticos,

fotografias. Feira

sobre terras.

Megafones.

12.Entrega de

título de

duat/certidão

oficiosa

· o título de duat reforça a segurança da

posse da terra para (homens, mulheres,

grupos vulneráveis), titulares de boa-fé e

práticas costumeiras. Explicação da razão de

alguns titulares não terem recebido os títulos

por vários motivos:

· ocupação de zonas de protecção total e

parcial, a necessidade de proteger estas áreas,

o direito dos membros da comunidade local

Beneficiários, membros da

comunidade local (homens

e mulheres e grupos

vulneráveis).

Na reunião

pública no local

de registo ou

entrega

sistemática nos

locais de

registo.

Administradore

s ou seus

representantes.

Recolha de

histórias sobre

PS em

coordenação

com governo

local/SDPI e

SPGC

Dança, teatro,

cartazes,

brochuras,

dísticos,

camisetes,

capulanas,

chapéus,

fotografias,

mapas. Feira

sobre terras,

megafones.

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usar a terra e outros recursos naturais com

base em normas e práticas costumeiras e em

regime de licenciamento especial nestas zonas.

· parcelas cujos titulares se encontram em

conflito de terras.

DELCOM

· a certidão oficiosa, reforça o

reconhecimento do duat da comunidade.

· com certidão a comunidade conhece

muito bem os seus limites de terras ocupadas.

· com certidão a comunidade conhece os

recursos que estão dentro dos limites.

· com certidão significa que a comunidade

já conhece as suas prioridades para o

desenvolvimento.

· com a certidão significa que a

comunidade não tem conflitos com

comunidades vizinhas e pode atrair

investidores e parcerias com interessados a

utilizar os recursos existentes.

o processo.

Lições

apreendidas.

Língua: português

e local.

Radio

comunitária, TV,

centros

multimédias.

Page 82: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE...desenvolvimento do respectivo território e contribuem para a unidade e integração nacionais. Outros Intervenientes –actuam na promoção dos direitos

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13.Pós entrega

de títulos de

duat /certidão

oficiosa

· explicar os procedimentos de correcção

dos títulos de duat.

· explicar a importância de guardar e

conservar bem o titulo de duat e a certidão

oficiosa.

· orientar e explicar os membros dos CGC

a necessidade da capacitação da comunidade

para capitalizar as oportunidades identificadas

durante o processo de DELCOM.

Beneficiários, membros da

comunidade local (homens

e mulheres e grupos

vulneráveis).

Membros do CGC,

facilitadores

Nos locais de

registo.

Nos

aglomerados

populacionais.

Recolha de

histórias sobre

o processo

RDUAT e

DELCOM.

Governo

local/SDPI e

SPGC,

facilitadores/c

olaboradores

membros do

comité de

gestão

Língua: português

e local.

Radio

comunitária, TV,

centros

multimédias.

Page 83: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE...desenvolvimento do respectivo território e contribuem para a unidade e integração nacionais. Outros Intervenientes –actuam na promoção dos direitos

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ANEXO C: DRP

Formulário 3 do Anexo Técnico

PRODUTO

ACTIVIDADE RELATÓRIOS MAPAS DATA DOCUMENTO

EM ANEXO

(√)

PARTICIPANTES

(HOMENS,

MULHERES, LÍDERES,

OUTROS)

FACILITADOR (ES)

DA EQUIPE DE

TRABALHO

PERFIL HISTÓRICO

ORGANIZAÇÃO SOCIAL

UTILIZAÇÃO DOS

RECURSOS NATURAIS

OCUPAÇÃO ESPACIAL

DINÂMICA

POPULACIONAL

MAPA PARTICIPATIVO 1

MAPA PARTICIPATIVO 2

OUTROS MAPAS

CARTOGRAMA

IDENTIFICAÇÃO DOS

CONFLITOS**

MECANISMOS DE

RESOLUÇÃO DE

CONFLITOS

ACTIVIDADES

ECONÓMICAS DE

CARÁCTER EMPRESARIAL

(*)

OUTROS

EMPREENDIMENTOS

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ANEXO D: INTRODUÇÃO DE DADOS NO SIGIT (DELCOM)

Sequência de tarefas para introdução de dados no SiGIT para DELCOM

Ordem Dados Informação a Introduzir Fonte Responsável

1 Comunidade Nome, Localização,

Representantes

Formulário SPGC

2 Informação e

divulgação

Data de Realização, Número

de Participantes/Género

Formulário SPGC

3 Diagnóstico rural

participativo

Data de Realização, Número

de Participantes/Género

Formulário SPGC

4 Agenda de

desenvolvimento

comunitária

Data de Realização, Número

de Participantes/Género

Formulário SPGC

5 Representação

geográfica da

comunidade

Coordenadas Mapa de

Localização

SPGC

ANEXO E: INTRODUÇÃO DE DADOS NO SIGIT (RDUAT)

Sequência de tarefas para a introdução de dados no SiGIT para o RDUAT Ordem Dados Informação a Introduzir Fonte Responsável

1 Projecto cadastral Indicar o Código e Nome;

Interface SPGC

2 Bloco Cadastral Desenhar o bloco Cadastral Interface/ Lista de Coordenadas

PS

3 Registar os Titulares (finalidade, dados da consulta, documentos de titulares, )

sincronizar dados do ocupante e outros Anexar os documentos apresentados pelo titular e outros titulares

Interface/ Formulário

PS

4 Levantar dados espaciais da Parcela

Sincronizar as coordenadas dos vértices da parcela e seus atributos

Interface/Lista de Coordenadas

PS

5 Registar conflitos Inserir o tipo de conflito e as partes envolvidas, se houver

Formulário PS

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ANEXO F: MONITORIA E AVALIAÇÃO

Matriz de indicadores

Indicador Unidade Fonte de dados/Metodologia de

recolha dados

Frequência de

Recolha de Dados

Linha de

Base Meta

Responsável pelo recolha de

dados

Comunidades delimitadas com

certificadas e registadas no SiGIT

Numero Os dados serão colhidos do SiGIT onde

os certificados estão registados e

comparado as informações fornecidas

pelos Provedores de Serviço

contratados para o DELCOM/RDUAT

Trimestral Equipa de M&A com dados

fornecidos pela DINAT

provenientes do SiGIT

Plano de macrozoneamento

registado no SiGIT

Campanha de conscientização e

comunicação da comunidade

implementada

Percentagem Avaliação de acordo com a

metodologia e plano harmonizados

que descrevem as actividades mínimas

de comunicação e conscientização

Trimestral Equipa de M&A do projecto

com a revisão externa pelo

MTR

Mulheres que participam no

processo de consulta

Percentagem Evidências do processo de consulta e

participantes

Trimestral

Beneficiários que receberam o

DUAT gerado no SiGIT

Numero Os dados serão obtidos através do

Sistema de Informação da Terra

(SiGIT), onde os DUATs são

registrados, e comparados com as

informações fornecidas pelas

empresas contratadas para realizar

DELCOM/RDUAT

Trimestral Equipa de M&A com dados

fornecidos pela DINAT

provenientes do SiGIT

Mulheres que receberam um

DUAT gravado no SiGIT em seu

nome ou como Co-titular

Percentagem Trimestral

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Satisfação dos beneficiários do

DUAT no que diz respeito à

regularização sistemática da

posse da terra (RDUAT)

Percentagem Pesquisas serão realizadas em

comunidades certificadas e com DUAT

foram emitidos.

Um índice será desenvolvido levando

em consideração as percepções dos

beneficiários sobre: Comunicação,

consultas, delimitação, gestão de

conflitos, emissão de DUAT.

Semestral Equipa de M&A do projecto

com apoio de um consultor

Redução do custo para registrar

um DUAT no SiGIT sob um

processo sistemático de

regularização

Custo em USD Indicador medido de acordo com o

custo dos contratos com provedores

de serviço e os custos institucionais da

DINAT.

Linha de base MTR e

Final

Equipa de M&A do projecto

com apoio de um consultor

com dados do SiGIT

SIGIT actualizado, operacional e

disponível para uso, incluindo

um portal da Web que permite o

acesso público aos dados do

cadastro nacional.

Percentagem Avaliação do progresso na conclusão

do SiGIT com base na conclusão dos 5

módulos do sistema, além da proposta

de redesenho

Linha de base MTR e

Final

Equipa de M&A do projecto

com a DIANAT

DUATs regularizados e

registados no SiGIT

Numero Os dados serão obtidos através do

SiGIT

Trimestral Equipa de M&A com dados

fornecidos pela DINAT

provenientes do SiGIT

Usuários que receberam

treinamentos para o uso do SiGIT

Numero Numero de certificados entregues pela

DINAT

Trimestral Equipa de M&A com dados

fornecidos pela DINAT

Actores da Sociedade Civil e

governo local oficialmente

treinados em aspectos legais e

de salvaguardas relacionados ao

processo de regularização

Numero Número de certificados entregues

pelas entidades privadas responsáveis

pela formação

Trimestral Equipe de M & A do projeto

com base no relatório da

entidade

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Distritos onde a regularização de

terras esta finalizado

Percentagem Relatório do SPGC sobre o número de

comunidades que concluíram o

processo em relação aos processos

iniciados. Um distrito é considerado

concluído quando pelo menos 90% da

área sujeita à regularização for

coberta.

Trimestral Equipa de M&A com base na

informação do SiGIT

Conflitos de terra identificados

abordados no mecanismo de

resolução de conflitos

estabelecido pela DINAT

Percentagem Relatório de estado da resolução de

conflitos no sistema;

Três avaliações externas durante o

ciclo de vida do projeto.

Trimestral Equipa de M&A com base no

sistema da DINAT e apoio de

Consultores

Pesquisa domiciliar de Linha de

base, meio termo e fim do

projecto

Numero Ficheiros do projecto,, relatórios e

pesquisa final

Linha de base, meio

termo e fim do

projecto

Equipa de M&A e revisão do

MTR

Titulares de DUATs e

comunidades com capacidade

fortalecida na gestão dos

recursos naturais;

Percentagem Relatório dos Provedores de Serviços;

Entrevista aos Governos Distritais;

Semestral Equipe de M & A do projeto

com base no relatório da

entidade

Comités de Gestão Comunitária

criados e capacitados;

Numero Visita as comunidades beneficiarias;

Relatório dos Provedores de Serviços;

Processos formados nos SPGCs;

Lista de participantes nas capacitações

Mensal Equipe de M & A do projeto

com base no relatório da

entidade

Agendas comunitárias

desenvolvidas;

Sim/Não Mensal Equipe de M & A do projeto

com base no relatório da

entidade

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ANEXO G: MODELO DA CERTIDÃO DE DELIMITAÇÃO COMUNITÁRIA

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ANEXO H:MODELO DE TÍTULO DE DUAT

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ANEXO I: FORMULÁRIO RDUAT

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ANEXO J: LEGISLAÇÃO23

Consultar o link do FNDS: http://www.fnds.gov.mz/index.php/pt/documentos/legislacao

A base fundamental do regime jurídico de acesso e utilização da terra está consagrada na Constituição

da República de Moçambique, que estabelece, entre outros, que (i) a terra é propriedade do Estado,

não podendo ser vendida, ou por qualquer outra forma alienada, nem hipotecada ou penhorada; (ii)

a terra é o meio universal de criação da riqueza e do bem-estar social; (iii) o uso e aproveitamento da

terra é um direito de todo o povo; (iv) são sujeitos do direito de uso e aproveitamento da terra as

pessoas singulares e colectivas; (v) o direito de uso e aproveitamento de terra pode ser adquirido por

ocupação ou por herança.

Considerando que o “Estado determina as condições de uso e aproveitamento da terra”, e

impulsionada pela Política Nacional de Terras, aprovada pelo Conselho de Ministros através da

Resolução n.º 10/95, de 17 de Outubro, a Lei n.º 19/97, de 1 de Outubro, estabelece “os termos em

que se opera a constituição, exercício, modificação e extinção do direito de uso e aproveitamento da

terra”, sublinhando-se: (i) a previsão das zonas de protecção total e parcial, relativamente às quais se

veda a aquisição do direito de uso e aproveitamento de terra; (ii) indicação dos sujeitos do direito de

uso e aproveitamento de terra, quer nacionais quer estrangeiros, quer pessoas singulares, quer

pessoas colectivas e comunidades locais, quer mulheres e quer homens; (iii) fixação dos modos de

aquisição do DUAT, designadamente por ocupação por pessoas singulares e pelas comunidades

segundo normas e práticas costumeiras, ocupação de boa fé por pessoas singulares há pelo menos

dez anos; (iv) define-se o quadro de competências no domínio da atribuição do direito de uso e

aproveitamento da terra, desde o Governo Provincial, Ministro que superintende a área da Terra e o

Conselho de Ministros, conforme a dimensão da área a atribuir. Contudo, admite-se que os

Administradores de Distrito e os Presidentes dos Conselhos Autárquicos possam atribuir DUAT´s nas

áreas cobertas por planos de urbanização e desde que tenham serviços públicos de cadastro; (v)

sujeita o direito de uso e aproveitamento ao registo, reconhecendo, entretanto, que a ausência de

registo não prejudica o direito de uso e aproveitamento da terra adquirido por ocupação; (vi) fixa-se

prazos para o exercício do direito de uso e aproveitamento de terra, excepto tratando-se de direitos

adquiridos pelas comunidades locais, destinados à habitação própria e destinado à exploração familiar

exercida por pessoas singulares; (vii) consagra os fundamentos para a extinção do direito de uso e

aproveitamento da terra; (viii) exige-se o pagamento de taxas de autorização e anual e se estabelece

23www.fnds.gov.mz/documentos/legislação

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os critérios para a sua fixação; (ix) prevê-se a gratuitidade do uso e aproveitamento de terra para

determinados casos, entre os quais quando a terra se destina às explorações familiares, às

comunidades locais e pessoas singulares que as integram.

No que toca às comunidades locais como sujeitos do direito de uso e aproveitamento da terra, a Lei

de Terras lhes reconhece o DUAT independentemente de título e o direito de acesso aos recursos

naturais de que necessitam para o seu consumo, agricultura de subsistência, habitação e pecuária. E

lhes confere a prerrogativa de participar da gestão de recursos naturais, na resolução de conflitos, no

processo de titulação e na identificação e definição dos limites de terrenos.

Entretanto, a Lei de Terras remete para lei específica a definição dos mecanismos de representação

e actuação das comunidades no que respeita ao direito de uso e aproveitamento da terra. E, não tendo

ainda a lei específica sido aprovada, subsidiariamente são aplicáveis: (i) as normas relativas aos

Conselhos Locais de Gestão de Recursos aplicáveis no âmbito das florestas, (ii) as normas gerais

relativas à articulação dos órgãos locais do Estado com as autoridades comunitárias (Decreto n.º

15/2000, de 20 de Junho) (iii) e articulação dos órgãos das Autarquias Locais com as autoridades

comunitárias (Diploma Ministerial n.º 80/2004, de 14 de Maio) entre outros instrumentos; com efeito,

estes instrumentos reconhecem a gestão da terra como área de actuação das autoridades

comunitárias.

Paralelamente, e em especial no que respeita aos conflitos decorrentes do processo de titulação,

podem ser acionados os Tribunais Comunitários, previstos na Lei n.⁰ 4/92, de 6 de Maio, os quais

buscam a reconciliação entre as partes em conflito e, caso não alcancem a reconciliação, julgam de

acordo com a equidade, o bom senso e a justiça. Sem prejuízo da possibilidade de se recorrer aos

meios jurisdicionais e outros previstos na lei em vigor.

Relativamente ao regime das zonas de protecção total previsto na Lei de Terras, importa ter-se em

consideração o disposto na Lei n.º 5/2017, de 11 de Maio, que: (i) preconiza a coexistência das

comunidades locais com outros interesses e valores a conservar, embora reconhecendo que nalgumas

situações a presença das comunidades seja incompatível com o estatuto jurídico da área de

conservação ou impeça o seu bom maneio”, caso em que se recorre ao reassentamento; (ii) assim,

em função do estatuto jurídico da área de conservação ou do seu maneio, admite implicitamente a

existência de DUAT das comunidades locais sobre área de conservação comunitária e a existência de

DUAT, sobre fazenda do bravio.

Complementam o regime das zonas de protecção parcial (i) a Lei n.º 16/91, de 3 de Agosto, Lei de

Águas, que aborda sobre o domínio público hídrico do Estado e clarifica alguns aspectos previstos na

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Lei de Terras com relação a águas interiores (ii) a Lei n.º 20/2014, de 18 de Agosto, Lei de Minas, que

refere que aos direitos sobre recursos minerais prevalecem sobre os direitos sobre a terra e prevê a

possibilidade de declarar que a terra na qual os recursos minerais estão localizados seja reservada

para fins de preservação para pedidos de títulos mineiros (iii) a Lei n.º 3/90, de 26 de Setembro, Lei

de Pescas que clarifica aspectos previstos na Lei de Terras atinentes às águas interiores (iv) a Lei n.º

19/2007, de 18 de Julho, Lei do Ordenamento do Território, que aborda a necessidade de estabelecer

e respeitar espaços socialmente úteis, designadamente para implantação de infraestruturas sociais e

económicas, sendo regulamentada pelo Decreto n⁰23/2008, de 1 de Julho.

No domínio do registo predial, foi recentemente publicado o Decreto-Lei n. 2/2018, de 23 de Agosto,

que aprova o Código de Registo Predial. Destaca-se (i) o ter-se tornado obrigatório o registo dos factos

jurídicos que importem a constituição, o reconhecimento, a modificação ou a transmissão dos direitos

de uso e aproveitamento da terra ou a cessão de exploração total ou parcial de prédios rústicos ou

urbanos, (ii) a obrigatoriedade dos Serviços Provinciais de Geografia e Cadastro promoverem o registo

dos DUAT´s cujos títulos tenham sido emitidos nas suas áreas territoriais , (iii) e a possibilidade de, por

despacho do Ministro da Justiça se isentar do pagamento de emolumentos atendendo à capacidade

financeira dos sujeitos e ou no interesse público e nas zonas rurais.

Por forma a tornar mais precisos os termos em que se aplica a Lei n.º 19/97, de 1 de Outubro, o

Regulamento da Lei de Terras, aprovado pelo Decreto n.º 66/98, de 8 de Dezembro, que se aplica “as

zonas não abrangidas pelas áreas sob jurisdição dos Municípios que possuam serviços Municipais de

Cadastro”, estabelece (i) excepções à aquisição do DUAT por ocupação pelas comunidades e pelas

pessoas singulares, os direitos e deveres dos titulares dos DUAT’s, (ii) regula as transações relativas a

prédios rústicos, (iii) consagra as servidões de interesse público e o correspondente dever de

indemnizar pela não utilização da parte afectada, (iv) consagra algumas normas sobre o processo de

extinção, registo e titulação, (v) dispõe sobre a actividade de fiscalização; (vi) operacionaliza o regime

jurídico das taxas de autorização e anual, dispondo inclusive sobre a consignação das taxas e isenção

temporária e fixando os valores a fixar; regime de taxas este que viria a ser complementado pelo

Decreto n.º 77/99, de 15 de Outubro, que fixa taxas para terrenos destinados a actividades de criação

de gado bovino, repovoamento da fauna bravia através do estabelecimento de fazendas do bravio e

culturas permanentes.

O Regulamento da Lei de Terras foi sujeito a três revisões pontuais, designadamente: (i) a primeira,

através do Decreto n.º 1/2003, de 18 de Fevereiro, que visava compatibilizar os procedimentos e

metodologias do Cadastro Nacional de Terras e do Registo Predial, com vista a agilizar o acesso à terra

e garantir a segurança do direito de uso e aproveitamento da terra; (ii) a segunda, através do Decreto

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n.º 50/2007, de 16 de Outubro, que alterou os requisitos relativos ao Processo de Titulação do Direito

de Uso e Aproveitamento da Terra adquirido por ocupação pelas comunidades; (iii) a terceira, através

do Decreto n.º 43/2010, de 20 de Outubro, que visava incluir os Conselhos Consultivos locais na

consulta às comunidades locais.

Complementarmente, pelo Diploma Ministerial n.º 29-A/2000, de 17 de Março, foi aprovado o Anexo

Técnico ao Regulamento da Lei de Terras, que estabelece procedimentos técnicos relativos à

delimitação das áreas ocupadas pelas comunidades locais e por pessoas singulares e demarcação

daquelas mesmas áreas e ainda de áreas relativamente às quais foi apresentado um pedido de

aquisição do direito de uso e aproveitamento da terra.

Assim, de acordo com o anexo técnico, (i) a delimitação das áreas ocupadas pelas comunidades

sujeita-se a várias fases, nomeadamente Informação e Divulgação, Diagnóstico Participativo, Esboço

e sua memória, Devolução, Lançamento no Cadastro Nacional de Terras, (ii) as fases de delimitação

desenvolvem-se assentes na participação das comunidades e com observância da igualidade do

género, etária e sócio-económica; (iii) são definidas como prioritárias para delimitação as áreas onde

haja conflitos, onde haja pretensão do Estado ou de outros actores de desenvolver iniciativas de

desenvolvimento ou a pedido das comunidades, custos da delimitação.

Através do Diploma Ministerial n.º 158/2011, de 15 de Junho, adotou-se procedimentos específicos

para a consulta às comunidades locais no âmbito da titulação do direito de uso e aproveitamento da

terra, decorrente de pedido. Assim, a consulta passa a compreender duas fases, indica os participantes

do processo e impõe o depósito de caução pelo requerente previamente ao início do processo.

O processo de titulação no âmbito da regularização massiva de DUAT’S sujeita-se às garantias de

respeito aos valores ambientais, sociais e culturais vigentes no país em geral e nas comunidades

afectadas em particular. Assim, o processo de delimitação, demarcação e titulação respeita (i) a Lei n.

20/97, de 1 de Outubro, Lei do Ambiente, com vista a acautelar e evitando-se impactos nefastos sobre

o ambiente (ii) a Lei n.º10/2004, de 25 de Agosto, Lei da Família, assegurando igualdade de tratamento

entre os filhos e entre os cônjuges e reconhecendo os efeitos das diferentes modalidades de

matrimónio e da união de facto (iii) a Lei n.º 10/88, de 22 de Dezembro, que determina a protecção

dos bens materiais e imateriais do património cultural moçambicano (iv) a Lei n. 10/99, de 7 de Julho,

Lei das Florestas e Fauna Bravia, que aborda sobre a exploração de recursos florestais e faunísticos

pelo titular do DUAT que incide sobre a área, prevê conselhos locais de gestão de recursos (v) e a Lei

n.º 5/2017, de 11 de Maio, Lei de Protecção, Conservação e Biodiversidade, a qual define o que são

áreas de conservação e o regime da sua conservação e maneio pelas pessoas singulares e pelas

comunidades.

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Quer a Lei do Ambiente quer a Lei de Florestas e Fauna Bravia são operacionalizadas por normas

regulamentares, aprovados respectivamente pelo Decreto n.⁰ 54/2015, de 31 de Dezembro e pelo

Decreto nº 12/2002, de 6 de Junho e suas actualizações.

Visando actualizar as taxas, foi aprovado o Diploma Ministerial n.º 144/2010, de 24 de Agosto, que

estabelece a tabela em vigor para as taxas de autorização provisória e autorização definitiva, taxa

anual e taxas relativa a terrenos destinados a actividades específicas.

LISTA DE LEGISLAÇÃO

Constituição

Lei n.º 1/2018, de 12 de Junho. Lei da Revisão Pontual da Constituição da República.

Boletim da República no115, 2⁰ Suplemento, I Série, 2018.

Leis

Lei n.º 10/88, de 22 de Dezembro. Determina a protecção legal dos bens materiais e imateriais

do património cultural moçambicano. Boletim da República n.º51, 3º Suplemento, I Série,

1988.

Lei n.º 3/90, de 26 de Setembro. Aprova a Lei das Pescas. Boletim da República no39, 2⁰

Suplemento, I Série, 1990.

Lei n.º 16/91, de 3 de Agosto. Aprova a Lei de Águas. Boletim da República no31, 2⁰

Suplemento, I Série, 1991.

Lei n.º 4/92, de 6 de Maio. Cria os Tribunais Comunitários e define as suas competências.

Boletim da República no19, Suplemento, I Série, 1992.

Resolução no10/95, de 17 de Outubro. Aprova a Política de Terras e as respectivas Estratégias

de Implementação. Boletim da República no9, Suplemento, I Série, 1996.

Lei n.º 19/97, de 1 de Outubro. Aprova a Lei de Terras. Boletim da República no40, I Série,

1997.

Lei n.º 20/97, de 1 de Outubro. Aprova a Lei do Ambiente. Boletim da República no40, I Série,

1997.

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Lei n.º 10/99, de 7 de Julho. Estabelece os princípios e normas básicos sobre a protecção,

conservação e utilização sustentável dos recursos florestais e faunísticos. Boletim da

República no27, I Série, 4oSuplemento, 1999.

Lei n.º 10/2004, de 25 de Agosto. Aprova a Lei da Família e revoga o Livro IV do Código Civil.

Boletim da República no27, I Série, Suplemento, 2004.

Lei n.º 19/2007, de 18 de Julho. Aprova a Lei do Ordenamento do Território. Boletim da

República no29, I Série, 2007.

MOÇAMBIQUE. Lei n.º 20/2014, de 18 de Agosto. Lei de Minas. Boletim da República no66, I

Série, 2⁰Suplemento, 2014.

Lei n.º 5/2017, de 11 de Maio. Altera e Republica a Lei no16/2014, de 20 de Junho, Lei de

Protecção, Conservação e Uso Sustentável da Diversidade Biológica. Boletim da República

no73, I Série, 2017.

Decretos-Lei

Decreto-Lei n.º 2/2018, de 23 de Agosto. Aprova o Código de Registo Predial e Cria o Sistema

Integrado de Registo Predial, abreviadamente designado por SIRP. Boletim da República

no166, I Série, 2018.

Decretos

Decreto n.º 66/98, de 8 de Dezembro. Aprova o Regulamento da Lei de Terras, e revoga o

Decreto no16/87, de 15 de Julho. Boletim da República no48, 3oSuplemento, 1998.

Decreto n.º 77/99, de 15 de Outubro. Aprova taxas para terras destinadas para actividades

específicas, 1999.

Decreto no 15/2000, de 20 de Junho. Estabelece as Formas de articulação dos Órgãos Locais

Estado com as autoridades comunitárias. Boletim da República no24, Suplemento, 2000.

Decreto no12/2002, de 6 de Junho. Aprova o Regulamento da Lei no10/99, de 7 de Julho, Lei

de Florestas e Fauna Bravia. Boletim da República no22, 2oSuplemento, I Série, 2002.

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Decreto n.º 1/2003, de 18 de Fevereiro. Altera os artigos 20 e 39 do Regulamento da Lei de

Terras, aprovado pelo Decreto no66/98, de 8 de Dezembro. Boletim da República no7,

2oSuplemento, 2003.

Decreto no11/2003, de 25 de Março. Altera o n⁰5 do artigo 20, a alínea g) do n⁰1 do artigo 21

e alínea e) do artigo 29 do Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia, aprovado pelo

Decreto n⁰ 12/2002, de 6 de Junho. Boletim da República no13, I Série, 2003.

Decreto n.º 23/2008, 1 de Setembro. Regulamento da Lei do Ordenamento Territorial.

Boletim da República no 26, I Série, 3⁰ Suplemento, 2008

Decreto n.º 50/2007, de 16 de Outubro. Altera o artigo 35 do Regulamento da Lei de Terras.

Boletim da República no 41, I Série, 8⁰ Suplemento, 2007.

Decreto n.º 43/2010, de 20 de Outubro. Altera o artigo 27 do Regulamento da Lei de Terras.

Boletim da República no 42, I Série, 2010.

Decreto n.º 25/2011, de 15 de Junho. Aprova o Regulamento Sobre o Processo de Auditoria

Ambiental. Boletim da República no 24, I Série, 2011

Decreto n.º 31/2012, de 08 de Agosto. Aprova o Regulamento Sobre o Processo de

Reassentamento Resultante de Actividades Económicas. Boletim da República no 32, I Série,

2012.

Decreto n.º 31/2015, de 31 de Dezembro. Aprova o Regulamento da Lei de Minas. Boletim da

República no 104, I Série, Suplemento, 2015.

Decreto n.º 54/2015, de 31 de Dezembro. Aprova o Regulamento Sobre o Processo de

Avaliação do Impacto Ambiental. Boletim da República no 104, I Série, 28⁰ Suplemento, 2015.

Resoluções do Conselho de Ministros

Resolução n.º 10/95, de 17 de Outubro. Aprova Nacional de Terras. Boletim da República no9,

I Série, Suplemento, 1995.

Resolução n.º 18/2007, de 30 de Maio. Aprova a Política de Ordenamento do Território.

Boletim da República no22, I Série, 2007.

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Diplomas Ministeriais

Diploma Ministerial n.º 29-A/2000, de 19 de Março. Aprova o Anexo do Regulamento da Lei

de Terras. Boletim da República no11, I Série, 2000.

Diploma Ministerial nº 80/2004, de 14 de Maio. Aprova o Regulamento de Articulação das

Autarquias Locais com as autoridades comunitárias. Boletim da República no19, Suplemento,

2004.

Diploma Ministerial no144/2010, de 24 de Agosto. Actualiza os valores das taxas a pagar pelos

requerentes e titulares do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra. Boletim da República

no33, 4oSuplemento, I Série, 2010.

Diploma Ministerial n.º 158/2011, de 15 de Junho. Adopta procedimentos específicos para a

consulta às comunidades locais no âmbito da titulação do direito de uso e aproveitamento da

terra. Boletim da República no24, I Série, 2011.

ANEXO K: CAPACITAÇÃO

Módulo 1: Comunicação e Sensibilização e Procedimentos de Campo

Tema Resultado esperado Grupo Alvo Responsável

COMUNICAÇÃO & SENSIBILIZAÇÃO

Serviços Públicos de

Cadastro

Comunicação/sensibilização no processo de DELCOM/RDUAT (objectivos e importância)

Perceber como a comunicação/sensibilização contribui para a materialização de DELCOM/RDUAT

OSC, PS, Órgãos locais do estado, Serviços SPGC, Paralegais

Momentos chave da comunicação/sensibilização

Fluxograma de trabalho da comunicação/sensibilização estabelecido

OSC, PS, Órgãos locais do estado, Serviços SPGC, Paralegais

Materiais e Meios usados Conhecidos os materiais e meios usados

OSC, PS, Órgãos locais do estado, Serviços SPGC, Paralegais

Mensagens mais importantes a divulgar

Conhecidas as mensagens chave

OSC, PS, Órgãos locais do estado,

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Serviços SPGC, Paralegais

Comunicação/sensibilização no processo de DELCOM/RDUAT (objectivos e importância)

Perceber como a comunicação/sensibilização pode apoiar o processo de DELCOM/RDUAT

CGC, OSC e outros membros da comunidade

Provedor de Serviços

Momentos chave da comunicação/sensibilização

Fluxograma de trabalho da comunicação/sensibilização estabelecido

CGC, OSC e outros membros da comunidade

Materiais e Meios usados Conhecidos os materiais e meios usados

CGC, OSC e outros membros da comunidade

Mensagens mais importantes a divulgar

Conhecidas as mensagens chave

CGC, OSC e outros membros da comunidade

PROCEDIMENTOS DE CAMPO

Serviços Públicos de

Cadastro

Equipas de campo (Objectivos e Importância)

Perceber a relevância das equipas de campo no contexto de DELCOM/RDUAT

Paralegais, PS, SPGC

Postura da Equipa de Campo

Dar boas práticas sobre como agir em campo.

Paralegais, PS, SPGC

Atividades de preparação em comunidades / meios de comunicação

Conhecer instrumentos que facilitem a divulgação de comunicação nas comunidades

Paralegais, PS, SPGC

Línguas/ Tradução

Necessidade de ter um tradutor. Conhecer palavras-chaves do processo nas várias línguas

Paralegais, PS, SPGC

Conflitos Identificação e encaminhamento de conflitos

Paralegais, PS, SPGC

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Módulo 2: Legislação e Documentação envolvida

Tema Resultado esperado Grupo Alvo Responsável

LEGISLAÇÃO

Serviços Públicos de

Cadastro

Principal legislação envolvida

Conhecida a legislação mais relevante no processo de DELCOM/RDUAT, incluindo sobre os direitos da mulheres a terra; igualdade de gênero e co-titularidade de DUATs

Paralegais, Outros intervenientes, PS, SPGC, órgãos locais do estado

Principais artigos relacionados com o processo

Identificados os artigos chave para DELCOM/RDUAT

Paralegais, Outros intervenientes, PS, SPGC, órgãos locais do estado

Casos práticos

Conhecidas algumas situações reais do processo DELCOM/RDUAT, incluindo casos involvindos direitos da mulheres a terra e co-titularidade

Paralegais, Outros intervenientes, PS, SPGC, órgãos locais do estado

DOCUMENTAÇÃO ENVOLVIDA

Documentos envolvidos no processo (Objectivos e Importância)

Conhecer e estar confortável com a documentação do processo de DELCOM/RDUAT

Paralegais, Outros intervenientes, PS, SPGC, órgãos locais do estado

LEGISLAÇÃO

Provedor de Serviços

Principal legislação envolvida Conhecida a legislação mais relevante no processo de DELCOM/RDUAT

CGC, OSC e outros membros da comunidade

Principais artigos relacionados com o processo

Identificados os artigos chave para DELCOM/RDUAT

CGC, OSC e outros membros da comunidade

Casos práticos Conhecidas algumas situações reais do processo DELCOM/RDUAT

CGC, OSC e outros membros da comunidade

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Módulo 3: Diagnóstico Rural Participativo e Instrumentos de Planificação

Tema Resultado esperado Grupo Alvo Responsável

Diagnóstico Rural Participativo

DINAT / DINOTER /

Provedor de Serviços

Formação de CGC Conteúdos da formação dos comités dominados

CGC, OSC e outros membros da comunidade

Relevância e enquadramento legal do DRP

DRP conhecido CGC, OSC e outros membros da comunidade

Instruções de execução das fases do DRP

Fases do DRP clarificados CGC, OSC e outros membros da comunidade

Uniformização dos resultados do DRP

Relatórios e produtos do DRP harmonizados

CGC, OSC e outros membros da comunidade

INSTRUMENTOS DE PLANIFICAÇÃO

Zoneamento Elaboração de mapas temáticos conhecido

CGC, OSC e outros membros da comunidade

Planeamento comunitário de uso da terra

Conhecidos instrumentos sobre o PCUT

CGC, OSC e outros membros da comunidade

Agenda de desenvolvimento comunitário

ADC conhecido CGC, OSC e outros membros da comunidade

DOCUMENTAÇÃO ENVOLVIDA

Documentos envolvidos no processo (Objectivos e Importância)

Conhecer e estar confortável com a documentação do processo de DELCOM/RDUAT

CGC, OSC e outros membros da comunidade

Módulo 4: Tecnologias

Tema Resultado esperado Grupo Alvo Responsável

TECNOLOGIAS Serviços

Públicos de Cadastro Aplicativo móvel

Aplicativo mobile e sincronização da

Provedores de serviço, Serviços SPGC

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informação com o SiGIT conhecido

SiGIT Uso do SiGIT, (da gestão à impressão dos DUAT’s) conhecido

Provedores de serviço, Serviços SPGC

Geoportal Conhecido o uso e consulta do Geoportal para apoio ao trabalho

Provedores de serviço, Serviços SPGC

Georreferenciamento

Conhecidas técnicas de georreferenciamento de imagens de satélite e o respectivo controlo de qualidade

Provedores de serviço, Serviços SPGC

PAINEL DE CONTROLO

Importância do painel de controlo

Perceber por que é que deve ser feito o painel de controlo

SPGC, provedor de serviços

Uniformização dos indicadores

Clarificação sobre os indicadores

SPGC, provedor de serviços

Criar rotinas de actualização e partilha do painel de controlo a nível nacional

Saber a quem enviar, em que formato e com que frequência

SPGC, provedor de serviços

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Módulo 5: Gestão do DUAT

Responsável Provedor de Serviços Serviços Públicos de

Cadastro

Tema Resultado esperado

Grupo Alvo Grupo Alvo

Gestão no contexto da

DELCOM

Descrição das alterações conhecida

Comunidade local & Autoridades comunitárias

Órgãos locais do Estado, SPGC, provedor de serviços, outros intervenientes, paralegais

Validação das alterações no CNT dominado

Comunidade local & Autoridades comunitárias

Órgãos locais do Estado, SPGC, provedor de serviços, outros intervenientes, paralegais

Actualização de dados no CNT conhecido

Comunidade local & Autoridades comunitárias

Órgãos locais do Estado, SPGC, provedor de serviços, outros intervenientes, paralegais

Gestão no contexto do

RDUAT

Averbamento das alterações conhecido

Comunidade local & Autoridades comunitárias

Órgãos locais do Estado, SPGC, provedor de serviços, outros intervenientes, paralegais

Validação das alterações no CNT conhecido

Comunidade local & Autoridades comunitárias

Órgãos locais do Estado, SPGC, provedor de serviços, outros intervenientes, paralegais

Actualização no CNT dominado

Comunidade local & Autoridades comunitárias

Órgãos locais do Estado, SPGC, provedor de serviços, outros intervenientes, paralegais

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Módulo 6: Salvaguardas Sociais e Ambientais

Tema Resultado esperado Grupo Alvo Responsável

SALVAGUARDAS

Serviços Públicos de

Cadastro

Instrumentos de Salvaguardas

Clarificados sobre as salvaguardas

Serviços Públicos de Cadastro, provedor de serviço, comunidades, CGC Outro intervenientes, paralegais, ONGs

Mecanismos de Diálogo e Reclamações

MDR e sua divulgação conhecido

Serviços Públicos de Cadastro, provedor de serviço, comunidades, CGC Outro intervenientes, paralegais, ONGs

Consulta Comunitária Conhecidos os instrumentos da realização de consulta comunitária

Serviços Públicos de Cadastro, provedor de serviço, comunidades, CGC Outro intervenientes, paralegais, ONGs

Instrumentos Complementares de Salvaguardas - Protocolos

Identificação e encaminhamento de conflitos dominado

Serviços Públicos de Cadastro, provedor de serviço, comunidades, CGC Outro intervenientes, paralegais, ONGs

Assuntos de género

Conhecidos os mecanismos de inclusão de género e respeito respeito dos direitos das mulheres à terra

Serviços Públicos de Cadastro, provedor de serviço, comunidades, CGC Outro intervenientes, paralegais, ONGs

Assessoria legal e de governanca e desenvolvimento

Comunidades e grupos ou indivíduos desfavorecidos mais bem informados de seus direitos legais e opções para resolução de conflitos e proteção de seus direitos

Serviços Públicos de Cadastro, CGC e comunidades, grupos desfavorecidos, provedor de serviço

Paralegais, defensores públicos, NGOs

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Comunidades informadas e capacitadas para tomar decisões e desenvolver e / ou proteger seus recursos

ANEXO L: CODIFICAÇÃO DOS PONTOS

NÚMERO DESCRIÇÃO CÓDIGO DE CAMPO

NÚMERO DESCRIÇÃO CÓDIGO DE CAMPO

1 Canto do muro CM 13 Fundo de Vala FV

2 Árvore AV 14 Base de vedação de areia BA

3 Marco de concreto MC 15 Topo de vedação de areia TA

4 Estaca de madeira EM 16 Poste PO

5 Estaca de ferro (metálica) EF 17 Cruzamento de caminhos CR

6 Vedação de vegetação VV 18 Pedras/Rochas PR

7 Vedação de caniço VC 19 Margem de linha de água MA

8 Vedação de bambu VB 20 Não materializado NM

9 Vedação de ferro (metálica) VF 21 Ponto de controlo PC

10 Vedação de madeira VM 22 Verificar VER

11 Canto da casa CC 23 Delete DEL

12 Topo de Vala TV 24 Ausência AUS

25 Conflito CON

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ANEXO M: CGC

Comités de Gestão Comunitária

Decreto - Lei n.º 2/2006, de 03 de Maio

Estatuto - tipo

Nome: Comité de Gestão Comunitária de ......................................................

Área de actuação:

o Regulado de ...............................de .......escalão

o Povoado de ..........................

o Localidade de ......................

o Posto administrativo de ................

o Distrito de ................................

o Província de ..............................

Sede:

o Casa do Sr.(a)...............

o Regulado de ..... escalão

o Povoado de ..........................

o Localidade de ......................

Nomes de todos os membros da comunidade (todos os membros da comunidade com idade

superior a 15 anos a data do pedido de reconhecimento)

1. ....

2. .....

3. .....

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4. .....

5. .....

6. ......

7. .....

8. .....

9. .....

10. .....

11. ....

12. .....

Nomes dos membros honorários/ conselheiros do Comité

1. Chefe da povoação (nome)......

2. Régulo (nome)....

3. Líder comunitário (nome)....

4. Líder religioso (nome)...

5. Outras pessoas de merecido mérito comunitário (nome)....

6. .....

7. ....

8. ....

9. ....

10. .....

Assembleia geral:

É a reunião anual realizada entre Janeiro a Março de todos os membros do Comité, composto

por todos os residentes na área de actuação desta Comunidade Local, maiores de 15 anos a data

da realização da reunião da Assembleia geral e inscritos no livro do Comité.

A Assembleia geral é o órgão supremo do CGC e as suas deliberações, quando tomadas em

conformidade com a lei e os presentes Estatutos, são obrigatórias e vinculativas para toda a

Comunidade Local:

1. A reunião da Assembleia geral extraordinária, pode ser feita a qualquer altura do ano a

pedido de mais de metade dos membros da Comunidade local;

2. Compete à Assembleia Geral:

Eleger, por um período de quatro anos os órgãos do Comité assegurando 50%

homens e 50% mulheres, entre jovens, adultos e idosos em todos os órgãos do

CGC;

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Destituir os órgãos eleitos do CGC previstos nos presentes estatutos. A Assembleia

geral de destituição dos órgãos deve ser a mesma a eleger os órgãos substitutos e

respectiva tomada de posse;

Os órgãos da Associação tomam posse em Assembleia Geral que os elege, perante

o Chefe de localidade ou o Posto Administrativo respectivo;

Aprovar o plano das principais actividades da Comunidade Local e o plano de accão

dos órgãos eleitos;

Aprovar a alocação e utilização dos fundos e outros benefícios consignados à

Comunidade Local;

Delegar poderes específicos ao Coletivo de Direção para assinar actas e/ou acordos

e contratos com entidades públicas ou privadas que impliquem a cedência de

direitos sobre a terra, acessos, recursos naturais que carecem do acordo ou

consentimento da Comunidade local;

Deliberar sobre quaisquer outros assuntos para que tenha sido devidamente

convocada e que sejam da sua competência.

3. As decisões da reunião da Assembleia geral são tomadas por maioria dos membros,

apurada de acordo com as normas e praticas costumeiras;

4. As decisões sobre a transferência de direitos de uso aproveitamento da terra, ou que

impliquem a cedência de recursos naturais ou restrições de acesso pelos membros da

comunidade são tomadas por consenso;

5. A acta da Assembleia Geral do CGC deve ser assinada por pelo menos ¼ dos membros

presentes e escritos no livro da comunidade local;

6. Compete ao presidente convocar a Assembleia Geral com a antecedência mínima de

um mês, através da comunicação verbal ou escrita, casa a casa ou em eventos

colectivos, utilização de outros mecanismos e de normas e práticas costumeiras que

assegurem o conhecimento e a participação da comunidade, tendo como pontos de

Agenda:

Inclusão de novos membros (os que passaram a viver na área da sua autuação ou

que atingiram os 15 anos de idade);

Eleição dos órgãos de direção;

Decisão sobre transferecnia ou cedência de direitos;

Apreciação de acordos de parceria;

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Decisão sobre utilização de valores recebidos pela comunidade no âmbito da

exploração e/utilização dos seus recursos naturais;

Balanço do plano de actividades;

Aprovação do Relatório de contas; e

Aprovação do Plano de actividades do ano a que diz respeito.

7. A reunião da Assembleia geral é dirigida por uma Mesa da Assembleia geral composta

por um mínimo de 3 membros maiores de 18 anos (mulher e homem) eleitos por maioria

dos membros sendo uma delas o Régulo da área ou outro líder comunitário membro

honorário ou conselheiro nos termos destes Estatutos.

8. As eleições dos órgãos do Comité são realizadas de acordo com as normas e práticas

costumeiras da respectiva comunidade, desde que não restrinjam o exercício dos

direitos legalmente protegidos dos membros.

9. Não é permitido aos membros candidatarem se ou serem propostos a órgãos de direção

do Comité por mais de 2 mandatos consecutivos.

10. Os cargos dos órgãos do Comité não são remunerados sem prejuízo do pagamento pelo

Comité dos custos sobre as despesas que o titular de cargo deve fazer no exercício das suas

funções aprovadas pela Assembleia Geral.

11. O Comité é representado por um Colectivo de Direcção composto por 10 a 15

membros, maiores de 18 anos, eleitos por maioria dos membros sendo metade homens

e metade mulheres, e que fazem a gestão das actividades do Comité, por um período de

quatro anos e reúne uma vez por mês, sendo convocado com antecedência mínima de

15 dias de acordo com as normas e práticas costumeira da comunidade.

12. O Colectivo de Direcção tem as seguintes tarefas/responsabilidades:

Representar a comunidade local nos domínios de gestão e administração da terra

e dos recursos florestais e faunísticos e minerais nas suas respectivas áreas;

Colaborar com as entidades públicas em acções de fiscalização e protecção da

terra e doutros recursos naturais;

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Representar e defender os membros da comunidade local nos domínios do

objecto do comité de gestão;

Promover e participar na resolução dos conflitos de terra ou relativos ao acesso

uso e exploração dos recursos naturais na área da comunidade;

Integrar-se em outras organizações, tais como Conselhos de Gestão, Conselhos

Consultivos nos termos previstos na legislação aplicável;

Participar no processo de planificação e outros fóruns de tomada de decisão

sobre as matérias que afectem diretamente a comunidade local representada;

Divulgar informações e legislações com impacto na vida das comunidades

locais representadas;

Promover serviços de assistência técnica aos membros da comunidade;

Representar o CGC em juízo e fora dela, bem como constituir mandatários;

Submeter à Assembleia Geral, para aprovação, as linhas gerais de actuação do

CGC;

Gerir os fundos do Comité;

Executar e fazer cumprir as disposições legais e estatutárias, as deliberações da

Assembleia Geral;

Negociar e celebrar acordos de parcerias e outros compromissos de carácter

social, bem como quaisquer acordos com terceiros, no âmbito dos poderes que

lhe são atribuídos pela Assembleia geral;

Apresentar à Assembleia Geral o seu relatório anual e de contas;

Receber e inscrever novos membros da Assembleia geral e apresenta-los na

Reunião da Assembleia gerai imediatamente a seguir; e

Nomear comissões para o estudo dos problemas da Associação e das actividades

nelas representadas.

13. O Colectivo de Direcção é dirigido por um Presidente, um Vice-presidente e um

Secretário, maiores de 18 anos, eleitos de entre os membros do Colectivo de Direcção

por maioria dos membros presentes por um período de 4 anos.

14. Os cargos de Presidente e Vice-presidente devem ser ocupados separativamente por

homem e mulher.

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15. A fiscalização das actividades do Conselho de Direção é feita por um Conselho Fiscal,

que reúne mensalmente e é composto por 6 membros (homens e mulheres) maiores de

18 anos, sendo um deles o Régulo e os outros eleitos por maioria por um período de 4

anos.

16. Compete ao Chefe de fiscalização:

Examinar a escrita e a documentação do Comité;

Velar pela correcta gestão dos fundos do Comité;

Emitir pareceres sobre o Relatório, Balanço e Contas do exercício, Plano de

actividades e Orçamento para o ano seguinte;

Requerer a convocação extraordinária da Assembleia Geral quando julgue

necessário; e

Verificar o cumprimento dos estatutos e demais legislação aplicável.

17. O Conselho fiscal decide por votação dos seus membros, devendo constar da acta as

matérias submetidas a votação e o respectivo resultado.

18. A qualidade de membro do Comité cessa com a mudança de domicilio do membro

podendo ser comunicada pelo membro ou constatada por qualquer membro e

comunicada ao Conselho fiscal que levará a aprovação pela Assembleia geral.

19. A qualidade de membro do Comité cessa pela sua exclusão por decisão de consenso da

Assembleia geral nos casos de prática de actos graves e que prejudiquem os objectivos

e interesses da comunidade.

20. O Comité de Gestão Comunitária é constituído por tempo indeterminado sendo

indissolúvel, salvo nos casos legalmente fixados.

21. O Secretário deve assegurar o arquivo de uma cópia dos presentes Estatutos na sede da

localidade, posto administrativo e do distrito, para ser consultado por qualquer membro

da comunidade ou interessado e submeter a todas as instituições cujo objecto do Comité

requere coordenação e articulação.

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ANEXO N: FORMULÁRIO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE EM DELCOM E/OU RDUAT

Manifestação de interesse em delimitação comunitária e/ou registo e regularizção

sistemática das ocupações de terra

Visto do Administrador

Distrital

.....................................................

Província: ................................................ Distrito: ....................................................

Localidade: .............................................. Comunidade: ..........................................

a. Marque com X a opção escolhida.

A Delimitação Comunitária e Registo e regularização sistematica das ocupações de terra

B Delimitação Comunitária

C Registo e regularização sistematica das ocupações de terra

b. Declaração de manifestação de interesse em delimitação comunitaria e/ou registo e regularização sistematica das ocupações de

terra.

A comunidade ........................................................................................... declara que ela entende o

processo e as consequencias de delimitação das sua terras e/ou registo e regulariza sistemática das

ocupações de terra e o seu lançamento no Cadastro Nacional de Terras. Esta delimitação e/ou registo

e regularização sistemática das ocupações de terra será feita na base da Legislação de Terras, como

transmitido na campanha de comunicação e divulgação.

Representação da comunidade Equipa de trabalho

1. .................................................................. ..................................................................

2. ..................................................................

3. ..................................................................

4. ..................................................................

5. ..................................................................

6. ..................................................................

7. ..................................................................

8. ..................................................................

9. ...................................................................