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Opções amigáveis

Reportagem - Óleos e Derivados

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O mercado de tintas tem o privilégio de poder optar por soluções

ecologicamente corretas. Entre as várias substâncias não agressivas ao

ambiente que compõem a tinta, o óleo vegetal é um item que contribui com

esse importantíssimo fator, além de ser fonte renovável.

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entre os impor-

tantes benefí-

cios que a utili-

zação dos óleos

vegetais propicia

à formulação das

tintas, existe um fator principal:

a preocupação com o ambiente.

Em outras palavras, o uso desses

insumos proporciona às indús-

trias de tintas produtos de ori-

gens vegetais, não agressivos ao

ambiente e de fontes totalmente

renováveis. “Esse aspecto é de

suma importância, principalmen-

te numa indústria onde a maioria

das matérias-primas é altamente

tóxica e agressiva à natureza”,

salienta José Morales, diretor da

A.Azevedo.

Os óleos e derivados, também

conhecidos como oleoquímicos,

são utilizados na formulação de

determinadas resinas para dife-

rentes tipos de tintas, esmaltes e

vernizes. Suas principais caracte-

rísticas de desempenho nas tintas

são brilho, aderência a alguns

substratos, plasticidade, resistên-

cia a intempéries, velocidade de

secagem e endurecimento rápido

da película.

Os óleos podem ser aplicados em

diversos tipos de tintas, como

tintas flexográficas, tintas gráfi-

cas, tintas de alumínio, vernizes

para secagem a estufa ou ao

ar, vernizes sanitários, tintas

tipográficas, lacas nitrocelulose,

esmaltes sintéticos termoplásti-

cos e termofixos para uso indus-

trial em geral.

Avanços

O aperfeiçoamento do conhe-

cimento técnico e os benefícios

concebidos pelos óleos e deriva-

dos são dois fatores importantís-

simos para o mercado, pois estão

contribuindo para um aumento

significativo da qualidade das

tintas e resinas. “Nos últimos

anos, verificamos grandes avan-

ços na agricultura, nas áreas de

desenvolvimento de sementes,

técnicas de plantio, que visam

aumento da produtividade e do

rendimento das oleaginosas, o

que possibilita às empresas um

fornecimento regular dos óleos

vegetais”, declara Priscila Melo,

gerente da unidade de negócios da

Aboissa.

Morales, da A.Azevedo, destaca

que os óleos vegetais nas tintas

agem como plastificantes e pro-

porcionam elasticidade, além de

um acabamento mais “aveludado”.

Em uma comparação, por exem-

plo, entre ácidos graxos e óleos na

preparação de resinas alquídicas,

Anselmo França, representante

técnico da D’Altomare, destaca

as seguintes vantagens do oleo-

químico. “As características mais

relevantes são menor tempo de

processamento; maior liberdade

na escolha de poliálcoois; possibi-

lidade de uso de uma determinada

mistura de ácidos graxos; elimina-

ção das reações secundárias que

ocorrem durante a alcoólise, como

a transformação de glicerina na

acroleína; melhor controle de

poliesterificação; possibilidade de

obtenção de polímeros com maior

Por Lucélia Monfardini

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peso molecular médio, associado

a uma distribuição mais estreita”,

lista.

França ainda comenta sobre a

porcentagem de óleo que pode

variar em uma formulação de-

pendendo do tipo de tinta e uso

específico. “A porcentagem de óleo

é variável, pois o tipo e a quan-

tidade de óleos e derivados utili-

zados na preparação das resinas

determinam a aplicação destes

polímeros nas diferentes espécies

de tintas, esmaltes e vernizes. Por

exemplo, para uma resina alquí-

dica curta em óleo, geralmente

se utiliza 30% em peso de ácido

graxo”, explica.

Eduardo Oliva, coordenardor da

UniAmerica Brasil, afirma que

existem pesquisas com a finalida-

de de melhorar o aproveitamento

da utilização dos óleos vegetais

nesse setor. “Em alguns casos, em

substituição a produtos petro-

www.paintshow.com.br88 Julho 2007 PAINT & PINTURA

José Morales, diretor da A.Azevedo

Eduardo Oliva, coordenador da UniAmerica Brasil

químicos, um exemplo que

podemos citar é o óleo de

soja, por suas aplicações

industriais que substitui

produtos petroquímicos.

Este tipo de desenvolvi-

mento está sendo realiza-

do também com os deri-

vados dos óleos vegetais,

onde buscam o melhor

aproveitamento deles nas

atuais aplicações”.

Tipos de óleos

A atuação da Aboissa no

setor de tintas se estendeu

para outros países, além

do mercado brasileiro.

“Atualmente atendemos

distribuidores de matérias-

primas e fábricas de tintas na

Europa, Estados Unidos, México,

Argentina e Colômbia. Há um ano

representamos com exclusividade

a Ibraquimica, que fabrica diver-

sos derivados de óleos vegetais

para este setor”, conta Priscila,

antecipando que a empresa estará

pela primeira vez expondo seus

produtos na Abrafati/2007.

A Aboissa disponibiliza vários

tipos de óleos e derivados para

o mercado de tintas, entre eles

estão o ácido graxo destilado de

coco, ácido graxo destilado de

mamona, ácido graxo destilado de

linhaça, ácido graxo destilado de

soja, glicerina vegetal bi-destili-

dada, lecitina de soja, líquido da

casca de castanha de caju, óleo

de algodão semi-refinado, óleo de

linhaça bruto, óleo de linhaça oxi-

dado, óleo de linhaça polimeriza-

do Z2Z3, óleo de linhaça refinado,

óleo de oiticica, óleo de mamona

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desidratado GH, óleo de mamona

desidratado e polimerizado, óleo

de mamona oxidado, óleo de ma-

mona tipo 1, óleo de soja oxidado,

óleo de soja polimerizado, óleo de

soja refinado, óleo de tungue.

Já a D’Altomare, além da varie-

dade de ácidos graxos destilados

e fracionados, os quais variam de

C8 a C22, também possui ácidos

diméricos, indicados para utili-

zação na fabricação de resinas

baseadas em poliamidas e nas

formulações de tintas de impres-

são, que conferem interessantes

propriedades nas mesmas.

França destaca que a D’Altomare

amplia a cada ano sua equipe

de consultores e técnicos para o

segmento de tintas, bem como a

linha de especialidades oferecidas.

“Nosso suporte técnico é muito

importante para o esclarecimento

de quaisquer dúvidas relacionadas

à utilização dos nossos produtos

como dispersantes, resinas, an-

tiespumantes e aditivos, ajudando

nossos clientes em formulações e

processos produtivos”.

A A.Azevedo tem em seu portfólio

de produtos os principais tipos de

óleos para o mercado de tintas,

como óleo de linhaça, óleo de ma-

mona, óleo de mamona hidrogena-

do, óleo de soja, óleo de coco baba-

çu, óleo de pinho, entre outros.

Oliva, da UniAmerica, afirma que

a empresa fornece ao mercado

vários tipos de óleos, entre eles,

óleo de soja refinado, óleo de soja

hidrogenado, óleo de tungue, óleo

de linhaça refinado, óleo de oitici-

da, óleo de mamona nº 1, óleo de

mamona desidratado, ácido graxo

de babaçu, LCC-Líquido da casta-

nha de caju, ácido graxo de soja,

lecitina de soja, óleo de mamona

hidrogenado, óleo de linhaça po-

limerizado, óleo de babaçu refina-

do, óleo de mamona epoxidado.

Mercado

Na visão de Morales, da

A.Azevedo, o consumo de óleos

vegetais no mercado de tintas

está apresentando um importante

crescimento. “Existe um aumento

no consumo, principalmente, de

PAINT & PINTURA Junho 2007 89www.paintshow.com.br

Priscila Melo, gerente da unidade de negócios da Aboissa

Anselmo França, representante técnico da D’Altomare

produtos mais estruturados, não

somente em óleos in-natura, mas

também em óleos de soja, ma-

mona, coco e linhaça”. Ele ainda

alerta sobre algumas dificuldades

que o setor está enfrentando. “A

maior dificuldade encontrada

para o desenvolvimento desse seg-

mento é a sonegação de impostos.

Empresas sem nenhum tipo de

histórico industrial estão prati-

cando preços altamente agres-

sivos, canibalizando o mercado

e diminuindo a possibilidade de

empresas sérias aumentarem in-

vestimentos em pesquisa e desen-

volvimento”.

Para Machado, da D’Altomare,

esse mercado vem crescendo, pois

oferece produtos de origem reno-

vável, como plantas oleaginosas.

“Outro fator que justifica esse

aumento é o incentivo do gover-

no federal para a produção de

biodiesel no País. A oferta destes

óleos no mercado tende a aumen-

tar, diminuindo assim o custo; ou

também pode ocorrer o contrá-

rio, a produção se concentrará

na fabricação de biodiesel, o que

acarretará a falta de alguns itens

no mercado”, prevê.

Já Priscila, da Aboissa, nota que o

desenvolvimento de novas tec-

nologias de resinas e tintas tem

causado um impacto de redução

no consumo de óleos vegetais ano

a ano, principalmente no caso

de tintas decorativas. “Porém

em outros segmentos de tintas

industriais e de diferentes apli-

cações essas tecnologias não se

tornam eficientes, de maneira que

o consumo se mantém constante”,

analisa. P&P

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