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04 MAIO NECTAR Reportagens PARA DAR A CONHECER AS NOVAS EDIÇÕES do Pêra-Manca, a equipe técnica da Adega da Car- tuxa, juntamente com o Frei Antão e o Frei Prior (dois monges cartuxos que raramente saem à rua), receberam na manhã do dia 7 de Abril, à entrada do Convento, alguns jornalistas que se deslocaram de Lisboa a Évora. O local foi esco- lhido como “uma espécie de regresso às ori- gens”, como referiu o administrador-delegado Luís Rosado, “uma vez que é aqui que se si- tuam as primeiras caves usadas pela Cartuxa para produzir os seus vinhos, no Convento, bem como a adega, localizada a cerca de Fundação Eugénio de Almeida CARTUXA APRESENTA NOVAS COLHEITAS Um dos mais antigos e emblemáticos vinhos topo de gama portugueses - o Pêra-Manca - tem duas novas colheitas: o tinto 2005 e o branco 2007. A apresentação decorreu no dia 7 de Abril, no exterior do Convento Santa Maria Scala Coeli, em Évora, a escassos metros das antigas caves, com cerca de 500 anos, e perto da adega, instalada na Quinta Valbom, no antigo posto jesuíta integrado nos Bens Nacionais em 1755. REPORTAGEM PATRICK NEVES 600 metros, na Quinta Valbom, no antigo posto jesuíta onde, em 1776, já funcionava um lagar de vinho”. Pelo facto de incluir mu- lheres, a comitiva foi impedida de entrar no inte- rior do Convento pois o regime monástico proí- be de vê-las, sendo o contacto dos monges com o mundo exterior muito reduzido, pois vivem num mundo de clausura, espiritualidade e per- manente oração. Os técnicos optaram então por apresentar os vinhos no exterior, junto ao cen- tenário e enorme poço, paredes-meias com as antigas caves, e ao som dum quarteto de cordas que tocou trechos de Mozart, Bethoven e Bach. Representando 30% das exportações da Adega da Cartuxa, o Pêra-Manca tem como principais mercados o Brasil e os EUA, embora ganhe cada vez mais terreno no centro da Europa; Macau e Angola. Cartuxa, Foral de Évora e EA são os outros vinhos produzidos

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04 MAIO NECTAR

Reportagens

PARA DAR A CONHECER AS NOVAS EDIÇÕES doPêra-Manca, a equipe técnica da Adega da Car-tuxa, juntamente com o Frei Antão e o Frei Prior(dois monges cartuxos que raramente saem àrua), receberam na manhã do dia 7 de Abril, àentrada do Convento, alguns jornalistas que sedeslocaram de Lisboa a Évora. O local foi esco-lhido como “uma espécie de regresso às ori-gens”, como referiu o administrador-delegadoLuís Rosado, “uma vez que é aqui que se si-tuam as primeiras caves usadas pela Cartuxapara produzir os seus vinhos, no Convento,bem como a adega, localizada a cerca de

Fundação Eugénio de Almeida

CARTUXA APRESENTANOVAS COLHEITAS Um dos mais antigos e emblemáticos vinhos topo de gama portugueses - o Pêra-Manca - tem duas novas colheitas: o tinto 2005 e o branco 2007. A apresentação decorreu no dia 7 de Abril, no exterior do Convento Santa Maria ScalaCoeli, em Évora, a escassos metros das antigas caves, com cerca de 500 anos, e perto da adega, instalada na Quinta Valbom, no antigo posto jesuíta integrado nos Bens Nacionais em 1755.R E P O R T A G E M P A T R I C K N E V E S

600 metros, na Quinta Valbom, no antigoposto jesuíta onde, em 1776, já funcionavaum lagar de vinho”. Pelo facto de incluir mu-lheres, a comitiva foi impedida de entrar no inte-rior do Convento pois o regime monástico proí-be de vê-las, sendo o contacto dos monges como mundo exterior muito reduzido, pois vivemnum mundo de clausura, espiritualidade e per-manente oração. Os técnicos optaram então porapresentar os vinhos no exterior, junto ao cen-tenário e enorme poço, paredes-meias com asantigas caves, e ao som dum quarteto de cordasque tocou trechos de Mozart, Bethoven e Bach.

Representando 30% das exportações da Adega da Cartuxa, o Pêra-Manca tem como principais mercados o Brasil e os EUA, embora ganhe cada vez mais terreno no centro da Europa; Macau e Angola. Cartuxa, Foral de Évora e EA são os outros vinhos produzidos

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Cartuxa • Reportagem

NECTAR MAIO 05

>

Pêra-Manca Tinto 2005 e Branco 2007

Com origem em parcelas de vinha com maisde 25 anos criteriosamente seleccionadas, oDOC Alentejo-Évora Pêra Manca Tinto é pro-duzido apenas em anos excepcionais a partirde castas alentejanas, consagradas e reco-mendadas para a região. Da responsabilidadedo enólogo Pedro Baptista, a colheita de 2005advém, como habitualmente, das castas Trin-cadeira e Aragonez, dando origem a um vinhoencorpado, complexo e elegante, com aromasa passa de uva e notas da madeira onde esta-giou 18 meses. Iniciado o processo de desen-

gace e esmagamento, seguiu-se a fermen-tação do mosto em cubas de aço inox comtemperatura controlada e maceração pós-fer-mentiva prolongada. Após o estágio em ma-deira, realizou-se outro de 24 meses em gar-rafa nas caves do Convento.

Lançado anualmente e elaborado a partirdas castas Antão Vaz e Arinto, o Pêra-MancaBranco caracteriza-se em 2007 pela cor citri-na, aroma frutado e paladar fino, complexo epersistente. Após a colheita, parte das uvasfermentaram a temperatura controlada emdepósito de aço inox e as restantes em barri-cas de carvalho francês (90% fabricadas naBorgonha), seguindo-se a fermentação e umestágio de 12 meses sobre borras finas combatonage. Por fim, o vinho beneficiou de umestágio final em garrafa que se prolongou por6 meses.

Segundo José Ginó, director comercial, “em2007, devido ao clima suave que tem assola-do a região, as maturações das uvas brancasforam bastantes lentas, com diferentes com-portamentos de talhão para talhão, apesarde terem respeitado os ciclos de cada castabem como os solos e a exposição das plan-

>

O Pêra-Manca Tinto 2005 resultadum ano vitícola extremamentedifícil do ponto de vista climatérico,pois foi muito quente e seco,precedido dum 2004 também compluviosidade reduzida em Évora epoucas reservas hídricas ao níveldo solo e barragens que alimentamas vinhas da Fundação

O ano de 2004 registouapenas 140 ml/m2 de

chuva em Évora durante ociclo de desenvolvimento

vegetativo das plantas quedão origem aos vinhos

Pêra-Manca. Comoprecaução, entre Abril e

Maio, a área foliar expostadas plantas foi controlada

e reduzida

Foram produzidas 32000garrafas de Pêra-MancaTinto 2005 (35% desti-nadas ao mercado externo), distribuídas com um PVP recomendado de 49 euros

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06 MAIO NECTAR

Reportagem • Cartuxa

tações”. Daí resultou um vinho “elegante eharmonioso do qual foram produzidas60.000 garrafas, que estarão disponíveis paravenda na distribuição normal e na loja daAdega com um PVP entre os 16 e os 18 euros”.Ao servir deverá ser decantado pois apesar dese tratar dum branco, “responde muito bemdo ponto de vista aromático ao contactocom o ar e o oxigénio”.

Visita às caves do Convento

e almoço na Adega

Após a apresentação do vinho, os presentesforam convidados a visitar as antigas caves doConvento, com cerca de 500 anos de existên-cia e localizadas por baixo dos dormitórios dosmonges, tendo uma única porta de acesso e,no tecto, típicas abóbadas em tijolo de barro.Aqui repousam em contentores identificadosas garrafas de Pêra-Manca, Cartuxa Reserva,Cartuxa Colheita e Scalla Coelli, que são asmais afamadas marcas da Fundação.

O percurso terminou com um almoço de sa-bores tradicionais alentejanos na QuintaValbom, no antigo posto jesuíta recentementeremodelado e no qual se podem ver grandestonéis de madeira, pipas em estágio, alguns

artefactos do vinho (como as talhas em barro)e, nos tectos, reminiscências de antigos fres-cos ainda por restaurar.

Como entrada, e a acompanhar o vinho demesa Foral de Évora Branco 2007, a Casa daComida serviu Rolinhos de salmão, Espetadasde camarão, ananás e molho de chuttney, Es-pargos com presunto e Presunto com Pêra Ro-cha, seguindo-se uma refeição casada com osnovos Pêra-Manca digna dum domingo pas-cal: Tiborna, Sopa Marinheira de garoupa egambas, Cabrito assado no forno, batatinha,cebolinha assada e legumes perfumados comcoentros, Queijos de Évora, Sopa dourada das

A Adega da Cartuxa prevê ter em breve um percurso enoturístico que envolve visita às antigas caves e passagem pela actual adega, com loja de vinhos incluída.

O azeite extra virgem topo de gama produzido pelaAdega recebeu o nome Lagar Cartuxa, havendo aindao São Bruno (em homenagem ao patrono dos monges)e o Azeite dos Álamos (vendido em pequenas latas)

Presentes em Évora desde1522, os monges cartuxos só se estabeleceram oficialmente no Convento em 1604

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O almoço decorreu ao som da guitarra portuguesa de Jaime Santos na sala de estágio dos vinhos em barricas, a mais emblemática da Adega, com tectos em abóbada feitos em tijolo de burroinstalado em espinha

freiras de Santa Clara com ananás e Queijadasde Évora. Destaque para o azeite extra virgemservido no início, da responsabilidade da Ade-ga, e o original Bom Bom de Azeite, apresen-tado com o café.

Percurso enoturístico para breve

Um dos atractivos que a Adega da Cartuxaprevê ter em breve é um percurso enoturísticoque envolve visita às antigas caves e passagempela actual adega, com loja de vinhos incluída.Actualmente na primeira fase de elaboração,o projecto prevê a disponibilização de infor-mação durante a visita suportada em meiosaudiovisuais, prova de vinhos e explicaçõesadicionais acerca dos vinhedos e do processoprodutivo. O objectivo é que comece a fun-cionar em Julho deste ano, aguardando-se du-rante os dois primeiros anos a visita de 30000pessoas, número que deverá tendencialmenteaumentar com o passar do tempo. •

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08 MAIO NECTAR

Reportagem • Globa l W ines /Dão Su l

PARA A APRESENTAÇÃO DOS VINHOSbrancos de 2008 da Global Wines no no-vo restaurante do Paço dos Cunhas deSantar, a distribuidora nacional Vinalda,reuniu um grupo de jornalistas especiali-zados que se deslocou de Lisboa a Nelas.Após o check in no atraente Hotel Ur-geiriça, onde a comitiva pernoitou, o en-genheiro agrário e enólogo Carlos Lucas,acompanhado da técnica Liliana Castilho(da ArqueoHoje), recebeu os convidados

Global Wines/Dão Sul

MANJAR DE NOBRES NO PAÇO DOSCUNHAS DE SANTAR

no Paço, que é um dos maiores pontos deinteresse da pequena e graciosa vila. Àporta, a breve explicação dada pela técni-ca acerca das origens do edifício foi apre-sentada com um welcome drink - um es-pumante bruto Quinta de Cabriz 2005 -seguindo-se uma visita aos jardins de bux-os e centenários cedros que circundam oPaço (ao som de dois intérpretes de cor-das de música clássica), uma passagempelas vinhas e paragem frente à Casa do

A Global Wines, antiga Dão Sul

Sociedade Vitivinícola, apresentou

no dia 5 de Maio no Paço dos Cunhasde Santar, em Nelas,

as colheitas de 2008 dos seus

vinhos brancos. Para os acompanhar,organizou um jantar

elaborado por 4 afamados chefs,

no qual participaramjornalistas que se

deslocaram de Lisboaao vigoroso coração

do Dão.R E P O R T A G E M

P A T R I C K N E V E S

Casa do Soito

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Soito que, futuramente, será um peque-no hotel de charme, com 10 quartos evista privilegiada para os jardins.

O percurso foi interrompido pelo co-nhecido chef Vítor Sobral que, em con-junto com José Júlio Vintém, Bertílio Go-mes e Diogo Rocha, preparou um manjardigno de nobres, animado pelos enólogosTiago Macena e Lúcia Freitas, bem comopor uma dupla de actores portuenses quebrindou os convidados com uma curta maspujante encenação.

O menu e as novas colheitasApós a degustação do espumante bair-

radino Baga/Arinto Encontro Grande Cu-veé 2005, foi servido como amuse bou-che Petinga albardada, Mimo de ostras,Alhada de camarão e Polvo de meio fu-mo, assistido do vinho regional Estrema-dura Cortello 2008. A acompanhar a en- >

Junto ao Paço,as vinhas foram plantadaspela Dão Sul, através daempresa Casa do Agricultordas Beiras. Adiante, a Casado Soito, que pertenceu noséculo XIX ao governadorcivil de Viseu, tem aindapor recuperar quartos,salas, cozinha e biblioteca,sendo um marco na históriaantifascista portuguesa e não tendo, o que é rarona região, nenhuma capelaanexada.

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10 MAIO NECTAR

Reportagem • Nome

trada fria de Carpaccio de bacalhau comgeleia de salsa e crocante de milho esteveo vinho regional alentejano Monte da CalAntão-Viognier 2008 e o Cabriz Encru-zado 2008, da região do Dão. A entradaquente de Cação de coentrada escoltou ovinho de lote Casa de Santar Reserva 2008,obtido com 50% de Encruzado, maisCercial e Bical, seguido do requintado vi-nho de topo Condessa de Santar 2008 quefaz um tributo a D. Teresa. Os pratos prin-cipais, Robalo corado com emulsão deberbigão e migas soltas de coentros (VítorSobral) e Bacalhau à Zé do Pipo à minhamaneira (Bertílio Gomes), assistiram o Vi-nha do Contador 2008 e o Encontro 12008, terminando o repasto com Cremequeimado de pinhão e fava de Tonka como Moscatel de 2004 Quinta do Sabugal

(Douro) e uma surpresa: o vinho do PortoVintage 2007 Quinta das Tecedeiras.

400 anos de produção de vinhos de qualidade

Considerada património histórico da re-gião do Dão, a pitoresca vila de Santar viuser construído no início do século XVII oPaço dos Cunhas, propriedade que contacom 400 anos de tradição na produçãode vinhos de qualidade. Trata-se duma vas-ta construção ao estilo renascentista ita-liano, mandado erigir em 1609 por D. Pe-dro da Cunha que, no final da guerra en-tre Portugal e Espanha, foi adquirido pelafamília Amaral dos Reis à Junta dos TrêsEstados. Em 1641 a linhagem perde o di-reito à casa e a todas as suas posses, per-manecendo em Espanha do lado filipino,recuperando o domínio somente em 1722,através de cordão régio, mas nunca paravoltar. Mais tarde, seria edificada na mes-ma pertença a Casa do Soito, datada doséculo XVIII e com uma grande quintaanexa, onde decorreram as obras de res-tauração do Paço, reaberto em Setembrode 2008. Segundo Carlos Lucas, “o ob-jectivo é transformar a propriedadenum destino de excepção, com restau-rante, loja e espaço multiusos, apto à re-alização de eventos ou, simplesmente, àdegustação duma simples refeição, in-undada pelos testemunhos históricos daregião do Dão”.

Sala dos contadores e mesa especial para grupos

Após o jantar, que decorreu no restau-rante no meio de seculares peças de arte,mobiliário e os antigos brasões e armas,os convidados tiveram a oportunidade deconhecer, no primeiro andar, a sala doscontadores, que possui lareira, dois mó-veis que deram nome a um dos vinhosGlobal Wines (Vinha do Contador) e amesa especial para jantares de grupo, in-stalada a preceito. A viagem culminou noHotel Urgeiriça, de 4 estrelas, a escassosquilómetros de Santar, onde os jornalistaspernoitaram após aquela que foi, de fac-to, uma apresentação inesquecível. •

O factode não sofrer

grandes intervençõesdesde 1722,

permitiu que o Paçomantivesse uma

linguagem maneirista,rara em Portugal,

citada em obras de história de arte.

As pedras cilhadas eas marcas de

canteiros na antigaadega lembram

origens que remontamao século XV.

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12 MAIO NECTAR

Fundador da Global Wines em 1990, Carlos Lucas (em cima à direita)

engarrafou seis anos depois o seu primeiro vinho em Santar, vendendo-o ainda sem rótulo.

Actualmente ainda estão por recuperar algumas vinhas.

NECTAR MAIO 11

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12 MAIO NECTAR

Reportagem • Carmim

PREPARADO PELA EMPRESA de catering ClubeCasa de Campo e servido com os vinhos demesa Reguengos DOC Tinto 2007 e DOCBranco 2008, o almoço juntou cerca de 900sócios e familiares que não quiseram faltar àcomemoração do 38º aniversário da Carmim.Segundo José Canita, director geral, “este éum número recorde de adesão a um even-to que se realiza há já 10 anos, comemo-rando a actividade duma empresa que es-tá presente em Portugal mas também em25 países da União Europeia”.

Após servirem as entradas, constituídas por

38.º aniversário da Carmim

ALMOÇO REÚNE 900 SÓCIOSCerca de 900 sócios da Carmim - Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz reuniram-se no almoço anual de confraternização, realizado no dia 29 de Março no pavilhãoprincipal, para comemorar o 38º aniversário.R E P O R T A G E M P A T R I C K N E V E S

produtos típicos alentejanos, Manuel Montei-ro, presidente da direcção, dirigiu-se à plateiasaudando os presentes e agradecendo a suaparticipação na actividade da empresa. Subli-nhou a importância da aquisição, há um ano,da empresa distribuidora de vinhos e deriva-dos Monsaraz Vinhos S.A. (sedeada em PaioPires, na margem sul do Tejo), bem como o re-forço dos quadros comerciais mediante a con-tratação de três novos elementos para vendasnas zonas da grande Lisboa, Setúbal e Algarve.Disse ainda ser “com apostas fortes” que aCarmim vai superar a crise, devendo para tal

Misto de doce e frutas foi degustadoantes de cortar o bolo comemorativo do 38º aniversário da empresa

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continuar a “manter a sua posição a nívelnacional e internacional, com esforço, tra-balho e dedicação”. “Estamos no bom ca-minho e assim queremos continuar no fu-turo sem dispensar a ajuda de todos”.

“A Carmim é um exemplo

a nível nacional”

Convidado para a ocasião, Capoulas Santos,ex-ministro da Agricultura, disse ser “comimensa satisfação” que participa há já al-guns anos nestas reuniões anuais. “A Car-mim é um exemplo a nível nacional queparte dos pequenos agricultores que seorganizaram e souberam criar uma gran-de empresa, competitiva e organizada, queaposta na qualidade e conseguiu conquis-tar o mercado, mesmo neste momento decrise, continuando a progredir e a aumen-tar a sua facturação”, referiu. Quanto àpolítica agrícola nacional, afirmou existir “umorçamento aprovado no quadro comuni-tário de apoio que está em vigor até 2013,que é preciso negociar e garantir para que semantenha até 2020 duma forma mais crite-riosa na sua repartição pelos estados mem-bros da Europa, que cada vez são mais”.

Visivelmente emocionado, o presidente daautarquia de Reguengos de Monsaraz, VítorMartelo, lembrou que antes da Adega começara funcionar foi “um dos seus maiores activis-tas, contribuindo para a sua constituição”.Explicou que, no próximo ano, irá deixar a au-tarquia mas que continuará a apoiar o progres-so, como sócio honorário, quer da Carmim co-mo de Reguengos de Monsaraz.

O evento fechou com a distribuição do enor-me bolo de aniversário e a degustação deAguardente Terras d'El Rei e Abafado Re-guengos. •

Caldo verde, Feijoada de marisco e Carne de porco à alentejana foram os pratos principais servidos

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14 MAIO NECTAR

Reportagem • Fructus

A ABERTURA DO VII FESTIVAL das Sopas eMerendas de Alenquer, que decorreu junto àsinstalações da Adega Cooperativa da Labru-geira no último fim-de-semana de Março, con-tou com o lançamento do novo vinho tinto re-gional da Estremadura Fructus Alicante Bous-chet+Caladoc, da colheita de 2008. Presentesna iniciativa estiveram Álvaro Pedro, presiden-te da autarquia de Alenquer, Luís Rema, ve-reador responsável pelo pelouro das Activida-

Adega Cooperativa da Labrugeira

NOVO FRUCTUS A Adega Cooperativa da Labrugeira engalanou-se para acolher, no dia 28 de Março, a inauguração do VII Festival das Sopas e Merendas de Alenquer, cuja programação incluiu o lançamento do novo vinho tinto Fructus Alicante Boushet+Caladoc.R E P O R T A G E M P A T R I C K N E V E S

des Económicas, representantes dos 12 parti-cipantes do Festival e membros dos órgãos so-ciais da Adega. Após o Hastear da Bandeira aosom da Banda Filarmónica dos Bombeiros Vo-luntários de Alenquer, os autarcas entregaramos diplomas de participação aos organismosque se associaram ao Festival, distribuindo-ospelos doze stands instalados no exterior da Ade-ga. Depois, na sala de convívio, participaramno almoço de lançamento do novo vinho.

“A sopa é um sustento quase divino”

Antes da apresentação do vinho, José Ma-nuel, membro da Adega, referiu-se ao Festivalcomo sendo de “grande valor patrimoniale histórico”, salientando que a “a sopa éum alimento básico” que, nos dias em que

Com nariz muito rico e commuitos aromas sugestivos porexplorar. Com muita cor, está bom para beber no momento com pratos fortes como cozido à portuguesaou assados mas também pode ser guardado 2 a 3 anos.

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Nome • Reportagem

NECTAR MAIO 15

vivemos, reforça “a esperança numa vidamelhor” e “é um sustento quase divinopara alcançar o dia de amanhã”. Explicouainda a importância da parceria que a Adegatem com a câmara municipal na defesa e ho-menagem de “tão nobre alimento”, que“constitui as delícias dos ricos e o confor-to dos pobres”, devendo ser “preservado edignificado”.

Álvaro Pedro lembrou “o tom de brin-cadeira com que foi lançado, há 7 anospela Adega, o desafio de fazer o Festival”,agradecendo aos expositores a “atitude e be-leza” demonstradas.

Vinhos da Adega presentes

nos 4 cantos do mundo

Antes de dar a provar o vinho ao presidente,José Santos, director comercial, evidenciou o“esforço de adaptação ao mercado que temvindo a ser desenvolvido, ao longo dos úl-timos anos, pela Adega Cooperativa daLabrugeira que tem colocado os seus vi-nhos em países da Europa mas também noterceiro mundo”. “Estamos presentes comdiversas marcas nos EUA, Dinamarca,Suécia, Noruega e Finlândia, fazendo umenorme esforço para manter os vitivinicul-tores da região e levar o nome de Alen-quer além fronteiras, mas exportamostambém para Angola, que foi o melhormercado da Adega em 2008 comprando800 mil garrafas, Macau e China”.

Novo tinto Fructus

Segundo José Santos o novo Fructus Ali-cante Bouschet+Caladoc da colheita de 2008é o segundo vinho produzido na região doOeste com a casta Caladoc, sendo o primeiroda responsabilidade do enólogo José NeivaCorreia, da DFJ. Resulta do esforço da Adegana separação das uvas (60% Caladoc e 40%Alicante Bouschet), tendo sido produzidos 60mil litros e colocadas agora no mercado 40 milgarrafas.

As uvas são vindimadas mecanicamente eaquando a recepção na Adega são desen-gaçadas na totalidade para serem esmagadas.A fermentação alcoólica decorre em cubas deinox, de remontagem automática, com a aju-

da de leveduras seleccionadas a uma tempe-ratura de 24ºC, durante 6 dias. O vinho é de-pois trasfegado para cascos de carvalho ame-ricano nos quais se realiza a fermentação ma-lolática.

Apresentado com um novo rótulo de corvioleta, é acondicionado em garrafa bordalesaprestigie 0,75 l, possuindo um teor alcoólicode 13,5 vol. e um PVP de 3 euros.

Nas palavras da enóloga responsável, SofiaCatarro, o projecto deste vinho nasceu “comalguns agricultores da região de Alenquerque tinham na sua produção Caladoc eAlicante Bouschet e pensou-se fazer umduo engraçado com as duas castas france-sas”. “A recepção das uvas fez-se numa úni-ca vasilha num casamento extremamentepositivo e bem elaborado”, daí resultando“muita cor, bastante aroma” e um vinho“com nariz muito rico e com muitos aro-mas sugestivos por explorar”. “Com muitacor, está bom para beber no momento compratos fortes como cozido à portuguesaou assados mas também pode ser guarda-do 2 a 3 anos”, referiu a técnica. •<

Dos 18 vinhos produzidos pela Adega, o Fructus AlicanteBouschet+Caladoc é a 4ª referência da gama, possuindo um rótulo violeta que a diferencia