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VIII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
Londrina de 05 a 07 novembro de 2013 - ISSN 2175-960X
3780
REPRESENTAÇÕES DOCENTES ACERCA DA INCLUSÃO DE ALUNOS COM
DEFICIÊNCIA VISUAL NO ENSINO REGULAR
Marta Cristina RODRIGUES1
Universidade Nove de Julho - São Paulo
Introdução
A presente pesquisa é resultado da dissertação de Mestrado em Educação do Programa de
Educação da Universidade Nove de Julho.
A pesquisa teve como objeto a representação do professor sobre a inclusão de alunos com
deficiência visual nas classes regulares.
Os objetivos principais foram identificar, no discurso do professor, a sua construção e a sua
tradução acerca da inclusão de alunos com deficiência visual na classe regular.
A problematização em questão foi: Qual conceito de deficiência visual está em cena? Qual a
representação de professores regentes de classes de Ensino Fundamental II e Ensino Médio,
que já tiveram ou têm em suas turmas alunos com deficiência visual, sobre a inclusão de
alunos com deficiência visual na classe regular?
Método
Foram selecionadas, para esta pesquisa, duas instituições educacionais que têm salas de
recursos especializadas na deficiência visual e pertencentes à rede pública da cidade de São
Paulo.
A primeira instituição, Escola Estadual Lasar Segall, reporta-se à Diretoria de Ensino Centro-
Sul e foi escolhida por ter permitido a presença da pesquisadora em suas dependências e por
dispor de uma sala de recursos especializada em deficiência visual há dezesseis anos, além de
a diretora ter anuído que os professores da escola participassem da pesquisa. A segunda
instituição, Escola Estadual Dr. Edmundo de Carvalho, pertence à Diretoria de ensino Centro-
Oeste e também foi escolhida por ter permitido a presença da pesquisadora em suas
dependências e por possuir uma sala de recursos especializada em deficiência visual há onze
anos.
Foram entrevistados quatro professores de cada escola que lecionam ou, em algum momento
de sua carreira, já lecionaram para alunos com deficiência visual, seja baixa visão ou cegueira.
A escolha teve como pano de fundo a experiência do fazer educacional, por estabelecer
relações diretas com as representações. Isto quer dizer que as ações expressam as percepções.
1 Pedagoga Especializada em Educação Especial na área da Deficiência Visual pela Universidade Estadual Paulista Unesp- Marília, Mestre
em Educação pela Universidade Nove de Julho e Docente do curso de Pedagogia da Universidade Nove de Julho – SP.
Email:[email protected]
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Com o objetivo de permitir aos participantes desta pesquisa a livre expressão de suas
representações, optamos pela entrevista intitulada por Morin (2007c) como
entrevista em profundidade, na qual se pode introduzir o encontro não
dirigido (Rogers) desenvolvido no campo psicossocial, mas que não se
limita somente ao método não dirigido. A entrevista em profundidade
é utilizada nas pesquisas de motivação, porém pode ter numerosas
aplicações. (p. 65)
Esse tipo de entrevista tem como objetivo “destacar a percepção do indivíduo. Não é,
contudo, um encontro livre, levado pela improvisação da conversa. Exige uma disciplina
rígida da parte do entrevistador, no não comentário e não intervenção, e também uma
disponibilidade enfática” (Ibid., p. 70).
Para a aplicação desse instrumento, formulou-se uma pergunta norteadora – Como é ser
professor tendo em sua turma alunos com deficiência visual? – que deu início ao diálogo entre
pesquisadora e entrevistados, permitindo que os docentes expressassem suas representações
acerca da inclusão de alunos com deficiência visual na escola regular. Para Bardin (2010),
temos
uma fala relativamente espontânea, com um discurso falado, que uma
pessoa – o entrevistado – orquestra mais ou menos à sua vontade.
Encenação livre daquilo que a pessoa viveu, sentiu e pensou a
propósito de alguma coisa. A subjetividade está muito presente: uma
pessoa fala. Diz “eu” com o seu próprio sistema de pensamentos, os
seus processos cognitivos, os seus sistemas de valores e de
representações, as suas emoções, a sua afetividade e a afloração do
seu inconsciente. (p. 89)
Não foi estabelecido limite de tempo para as entrevistas, que ocorreram nos horários
escolhidos pelos participantes, na própria sala de aula, após o término de suas atividades. Elas
foram realizadas na semana de 20 de agosto a 6 de setembro de 2011.
Resultado
As entrevistas foram transcritas, lidas e relidas, com a intenção de identificar as temáticas
correspondentes aos objetivos desta pesquisa, utilizando como plano a análise de conteúdo,
que Bardin (2010) define como
um conjunto de técnicas de análises das comunicações visando obter
por procedimentos sistemáticos e objectivos de descrição do conteúdo
das mensagens indicadores (quantitativos ou não) que permitam a
inferência de conhecimentos relativos às condições de
produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens. (p. 44)
Para compreender os relatos dos entrevistados, assim como suas representações, foram
destacados trechos desses relatos, buscando-se neles ideias em comum. A organização da
análise baseou-se nas quatro etapas a seguir, assim descritas por Giorgi (1985, apud DIAS,
1995):
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a) O sentido do todo.
b) Discriminação das unidades de significado numa perspectiva
psicológica, focalizando o fenômeno que está sendo pesquisado.
c) Transformação das expressões cotidianas dos sujeitos para uma
linguagem psicológica com ênfase ao fenômeno pesquisado.
d) Síntese das unidades de significado dentro de uma afirmação
consistente. (p. 9-22)
Uma mesma unidade de significado pode ser encontrada em vários momentos de uma mesma
entrevista ou repetir-se em diferentes entrevistas. A presença e frequência dessa ocorrência
podem ser significativas para o objetivo escolhido.
O termo ‘expressões significativas’ é utilizado por Dias (1995) para identificar algumas frases
presentes no discurso que estão contidas nas unidades de significado. Essa verificação é
realizada utilizando-se diferentes técnicas, que almejam conhecer outros pontos de vista,
aspectos, fatores e situações que se encontram implícitos nos diálogos, assim como identificar
possíveis erros de análise.
Discussão
Apresento neste capítulo, trechos significativos da entrevista nº 1. Os aspectos destacados
serão examinados com o objetivo de identificar, no discurso do professor, suas percepções
e/ou representações a respeito da inclusão do aluno com deficiência visual na classe regular.
Esses trechos (ressaltados em negrito itálico) serão analisados e discutidos com base no
pensamento complexo, principalmente nos complexos imaginários, nos princípios de
inclusão/exclusão e nos princípios operadores. A seguir, será apresentada a análise de trechos
das entrevistas do total de oito professores entrevistados.
Optei por inserir no texto apenas alguns trechos da análise devido ao limite de páginas
exigido pelas normas de elaboração do trabalho.
Entrevista 1
Professora A
Como é ser professora tendo em sua turma um aluno com deficiência visual?
Este trecho do discurso da professora: “Desde a minha infância eu sonhei ser professora, e
minhas brincadeiras infantis eram sempre de escolinha e eu sempre queria ser a
professora. Fiz o ensino médio no período noturno e paralelamente, durante o dia, cursei
o magistério (na época tinha duração de três anos). No segundo ano de magistério
comecei a fazer estágio em escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental I”
inicialmente projeta uma identidade profissional que se concretiza na vida adulta,
sinalizando uma possível transferência de estados psíquicos subjetivos para o exterior, como
indicam Pena-Vega et al. (2003). Esses estados manifestam-se precocemente e revelam a
apreensão de elementos socioculturais que constituirão o sujeito. Houve uma provável
identificação com os docentes na infância, com as funções por eles exercidas e com o
significado do papel de professor, forte o suficiente para encaminhar à escolha profissional
específica e, de algum modo, à realização de um sonho.
Entrevista 2
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Professor B
Como é ser professor tendo em sua turma um aluno com deficiência visual?
O professor, no início de sua fala, declara: “Aos 16 anos, comecei a me interessar pela
educação, quando, no primeiro ano do Ensino Médio, tive um professor de Física chamado
Raul. Esse professor era diferente dos demais que havia tido até aquele momento. Minha
crítica aos professores se dava pelo fato de esses não darem muita atenção aos problemas
particulares dos alunos. Com esse professor foi diferente. Ele se mostrava amigo, se
importava com os alunos, o que fez com que eu me tornasse seu amigo pessoal. Eu, que
nunca tinha tido aula de Física, me apaixonei por aquela matéria e comecei a sonhar em
um dia também ser educador”. Essa fala comporta os complexos imaginários, que são a
projeção/identificação/transferência. Ao se identificar com o seu professor de Física, o
docente projetou-se também como um futuro profissional da sala de aula e transferiu para si a
profissão docente, realizando seu sonho ao se tornar também professor.
Entrevista 3
Professora C
Como é ser professora tendo em sua turma alunos com deficiência visual?
A educadora contradiz-se ao afirmar: “Sinceramente, não sou a favor da inclusão. Esses
alunos têm a vida inteira para se adaptar à sociedade, e não é na fase mais importante de
suas vidas, que é a fase da escolarização, que eles devem se desenvolver e aprender que eles
estarão com os sem deficiência, tendo uma escolarização deficiente que não consegue
atingi-los.” No entanto, em outros momentos, salienta: “fui percebendo que incluir um
aluno com baixa visão não era tão complicado como eu imaginava. Ao longo do ano, nas
provas, eu fazia a prova com um tamanho de letra maior, com caneta porosa. Naquela
época fazia manuscrita mesmo, e era tranquilo. Essa experiência foi bem significativa e, no
final, tive a sensação de missão cumprida.” Percebe-se uma ambiguidade em sua concepção
de inclusão, pois ora exclui o aluno com deficiência visual da escola regular e defende sua
escolarização em escolas especiais, ora considera positiva a sua inclusão, após a experiência
vivenciada com um aluno com baixa visão. Identifica-se uma dialogicidade em seu discurso
que é natural ao ser humano, podendo ao mesmo tempo ser altruísta (a professora esforça-se
para incluir de forma positiva o aluno com baixa visão) ou egocêntrico (a professora revela
que não é a favor da inclusão e acredita que os alunos com deficiência visual têm toda a vida
para serem incluídos na sociedade, por isso esse processo não precisa acontecer justamente no
momento em que isso interfere na sua profissão).
Entrevista 4
Professor D
O professor D projeta e transfere ao aluno com deficiência visual a sua não identificação com
a inclusão, ao afirmar: “Hoje em dia percebo que todos os alunos falam com eles. Mas eles
ficam mais quietos. Parece que eles só se sentem bem na sala de recursos, por se
identificarem com os demais com a mesma deficiência, ou porque a professora da sala de
recursos, que é especialista naquilo, entende mais a maneira deles agirem.” Será que não é
ele, professor, que não se identifica com a inclusão em sala de aula do aluno que possui
deficiência visual? E confirma sua representação nesta fala: “Eu acho que os outros alunos
realmente se distanciam deles. É tipo assim, tratam bem, mas por obrigação, porque no
fundo têm preconceito.”
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A subjetividade do professor destaca-se no seu discurso e parece impulsionar, a todo
momento sua objetividade, como forma de se sobrepor ao preconceito, simplesmente
afirmando que ocorre discriminação por parte dos alunos sem deficiência.
Entrevista 5
Professora E
A representação sobre a inclusão do aluno com deficiência visual apresentada pela professora
no início da carreira docente é baseada em sentimentos de dó, piedade e compaixão, conforme
observamos nesta fala: “quando eu me deparei para começar a dar aula para aluno cego
meu sentimento era ter dó. Aí eu comecei a trabalhar com a minha cabeça, porque do meu
ponto de vista ele iria passar de ano, ele deveria passar de ano, independente de ter
aprendido o conteúdo mínimo ou não. Na minha cabeça ele deveria passar de ano por ser
um aluno diferente e com dificuldades. Eu demorei uns dois ou três anos para aceitar que
ele era um aluno normal e que a deficiência dele não poderia fazer com que eu sentisse
pena do aluno, dó, etc.”
Assim, vê a necessidade de oferecer igualdade de oportunidades ao aluno com deficiência
visual, porém predetermina que, por possuí-la, não aprenderá e não se desenvolverá como os
demais alunos, tornando-se então necessário que os professores o ajudem a “passar de ano” e
lhe atribuam boas notas, o que para ela constitui uma forma de demonstrar afeto para o aluno
com deficiência visual. Morin (2006) afirma: “O sujeito sente a vitalidade do princípio
altruísta de inclusão e o apelo à solidariedade em relação aos seus, à comunidade, além de
diversas formas de dever” (p. 92).
Entrevista 6
Professor F
Para o professor F, a representação do papel do professor de sala regular que tem alunos a
visual parece antagônica, pois afirma: “eu acho ótimo ter alunos com deficiência visual em
minha sala de aula, aprendo muito com eles, porque o convívio com esses alunos faz com
que o nosso preconceito, que muitas vezes é inconsciente, vá diminuindo.” Nesta fala,
revela ter preconceito, porém acredita que a convivência em sala de aula com alunos com
deficiência visual pode levar à diminuição ou erradicação desse preconceito preestabelecido,
por falta de conhecimento suficiente sobre as suas causas. Segundo Morin (2007), as ações
dos indivíduos podem levar ao erro e à ilusão do conhecimento.
Quando o professor diz: “Aqui nesta escola tem uma vantagem, que é o fato de termos
rampas. Mas acho que deveria se pensar mais no acesso e na mobilidade do aluno cego
dentro do ambiente escolar”, demonstra desconhecer as especificidades e reais necessidades
educacionais especiais do aluno com deficiência visual, já que a locomoção desse aluno
baseia-se no aprendizado da orientação e mobilidade e no uso da bengala longa, não sendo
necessárias rampas para ele se locomover. Evidencia-se assim a real necessidade de
implantação de cursos de formação continuada para os professores das classes regulares, com
o objetivo de capacitá-los para que sua ação docente possa promover de fato o
desenvolvimento educacional do aluno com deficiência visual.
Entrevista 7
Professora G
As situações objetivas e materiais negativas vivenciadas pela professora em outras
experiências com alunos que possuíam alguma deficiência influenciaram seus sentimentos e
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suas representações acerca da inclusão de alunos com deficiência visual na classe regular:
“Olha, moça, meu ponto de vista sobre a inclusão não é muito positivo, não, eu já passei
por experiências estressantes com alunos de inclusão em minhas turmas.” A representação
dessa docente é hologramática, porque generaliza a inclusão dos alunos com deficiência.
Trata-os como se todos se desenvolvessem da mesma forma e possam causar-lhe problemas
ou situações de estresse e experiências negativas. Desconsidera as especificidades pertinentes
à deficiência visual, diferentes das de outras deficiências sensoriais.
Percebe-se a presença do egocentrismo em sua motivação pedagógica, quando a professora
declara: “Na verdade, eu tinha uma postura em sala de aula de que todos diziam: essa
professora adora o que faz, realmente nasceu para ensinar. Mas eu estou chegando a um
processo de exaustão. Eu não estou mais aguentando.” Assim, ao projetar na sua profissão a
motivação para ser uma excelente professora, admirada por todos, parece mais centrada no
seu eu (subjetivo) do que em sua objetivação educacional. Porém, para ela, o fato de gostar de
ensinar e identificar-se com a docência não justifica que tenha que dar aulas para alunos com
deficiência. Essa ‘obrigatoriedade’ provoca revolta e desgaste, e a consequência é a exaustão da
docente.
O determinismo está presente na fala dessa professora, pois ela considera que o aluno
deficiente visual não tem condições para se desenvolver em termos educacionais e aprender
de forma significativa: “Quando eles não podem visualizar algo que foi dito, eles demoram
para entender a explicação. Eles pegam o assunto, mas pegam depois.” Observa-se uma
visão reducionista, que considera a falta de visão fator determinante para a aprendizagem
tardia ou a dificuldade de compreensão do conteúdo/matéria.
Entrevista 8
Professora H
A representação da professora sobre a inclusão do aluno com deficiência visual fica evidente
em: “Eu faço tudo em função deles. Eu acho que a gente tem que tratá-los com um carinho
a mais. Por outro lado, eu acho que, se você separar esses alunos, só trabalhar com eles,
parece que é algo preconceituoso, né? Existe uma discriminação, não é verdade? Porque
acredito que eles sejam pessoas como nós que enxergamos, e por isso têm o direito de estar
entre nós, sociedade dos videntes, por isso, ao mesmo tempo acho que a gente deve
trabalhar com eles junto com os videntes, normalmente”. Para ela, sua ação docente resume-
se ao ato de ajudar, de cuidar, de proteger o aluno com deficiência visual. Esse relato
confirma a subjetividade da professora interferindo na sua ação docente junto aos alunos com
deficiência visual.
A professora declara: “Todos os professores precisam ter a preocupação com os alunos de
inclusão, porque eles são seres humanos como outro qualquer e podem desempenhar a
mesma função, né? Mas acontece que eles não acompanham com a mesma facilidade que
o vidente. Então o professor tem que se preparar e deve se preocupar, inclusive.” Percebe-
se no seu discurso uma tendência a atribuir ao aluno com deficiência visual estereótipos como
o de que não consegue aprender nem assimilar o conteúdo das aulas com a mesma facilidade
que os demais alunos.
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Conclusão
As expressões significativas que se destacaram a partir da leitura das entrevistas
possibilitaram estabelecer as relações dos elementos do texto em si com os objetivos deste
estudo:
Exclusão na inclusão
O professor tenta eximir-se da responsabilidade de uma inclusão escolar que não oferece
condições físicas e pedagógicas que promovam o desenvolvimento integral do aluno com
deficiência visual o qual, em seu processo educativo, mediante o plano legal, está incluído,
mas sofre todas as formas de exclusão em sala de aula.
Projeção, identificação e transferência
A partir da representação do professor sobre a inclusão de um aluno com deficiência visual, ele
projeta, identifica e transfere sua concepção, muitas vezes discriminatória e preconceituosa, para
esse aluno, apropriando-se, muitas vezes, de afirmações deterministas ao se referir a ele, utilizando
termos que geram estigmas, como inferior ao aluno sem deficiência, não eficiente, incapaz e até
mesmo problemático.
Sentimento de incapacidade
Mediante um processo de inclusão que não capacita o professor de modo adequado e não lhe
oferece suporte para que possa desenvolver uma ação docente inclusiva de fato, abrangendo
assim toda a diversidade da sala de aula e as necessidades educacionais específicas de todos
os alunos, o docente experimenta os sentimentos de frustração e incapacidade, por não
conseguir atingir o seu objetivo como profissional do ensino, que é permitir ao aluno
desenvolver-se intelectual e educacionalmente.
Sentimento de indignação
Ao receber um aluno com deficiência em sua sala de aula sem ter capacitação adequada ou
orientação sobre como lidar com ele, o professor experimenta sentimentos de injustiça,
indignação, revolta em relação ao sistema, percebendo-se mesmo como vítima dele, por
impor uma inclusão forçada sem prepará-lo para tal.
Esta pesquisa veio corroborar os achados das demais investigações, apresentadas no item Um
breve olhar pela literatura especializada, no que diz respeito às representações/concepções
docentes sobre a inclusão educacional de alunos com deficiências em nosso país.
O discurso do professor caracteriza-se por uma contradição, quando se refere à inclusão do aluno
com deficiência visual na classe regular, devido à influência de estereótipos e preconceitos
enraizados em sua subjetividade. Identificamos representações preconceituosas e discriminatórias,
que veem o aluno com deficiência visual como inferior aos alunos sem deficiência, assim como
representações que destacam o sentimento do professor que não se vê preparado para lidar com o
aluno deficiente visual. Dessa forma, o professor idealiza o aluno ideal. Ao deparar com a limitação
física ocasionada pela deficiência visual, pode ter uma expectativa negativa quanto ao desempenho
desse aluno.
Os professores entrevistados revelaram que não se sentem preparados para atuar junto aos
alunos com deficiência visual e afirmaram que sua formação profissional (graduação e
formação continuada) deficiente não lhes garantiu conhecimento suficiente para que possam
atender às peculiaridades apresentadas por esses alunos. Tentam eximir-se da sua
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responsabilidade pela aprendizagem significativa do aluno com deficiência visual e atribuem
a exclusão dele em sala de aula a fatores externos.
Existem postulados legais, como a Declaração Mundial sobre Educação para Todos (Unesco,
1990), aprovada pela Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em
Jomtiem, na Tailândia, no ano de 1990; a Declaração de Salamanca (Unesco, 1994), firmada
na Espanha em 1994; a Constituição Federal de 1988, art. 208, inciso III; o Plano Decenal de
Educação para Todos, 1993–2003 (MEC, 1993); a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional 9.694/96 (Capítulo V); e os Parâmetros Curriculares Nacionais (MEC, 1999). Esses
documentos defendem e asseguram o direito de todos à educação, mas a realidade da inclusão
educacional em nossas escolas ainda está muito distante do que postulam quando se trata de
oferecer condições para que todos os alunos consigam desenvolver-se integralmente.
Acreditamos que uma educação inclusiva deva basear-se nas relações humanas, partindo de
um paradigma complexo que possa ver as diversidades em sala de aula como positivas,
descartando a possibilidade de exclusão. Conforme Morin (2001), a educação do futuro
deverá ter como objetivo central a formação humana, valorizando a diversidade, que é
inerente ao ser humano.
Nesse sentido, é necessária uma reforma do ensino que proporcione a religação dos
conhecimentos e a reforma do pensamento, de maneira que se supere o pensamento linear
cartesiano que fragmentou os saberes e ocasionou a hiperespecialização (especialização que
se fecha sobre si mesma, sem permitir sua integração na problemática global).
É necessário pensar a inclusão educacional de alunos com deficiência visual na classe regular
partindo de um pressuposto que evite os reducionismos, os quais simplificam e reduzem as
multidimensões desse fenômeno complexo, por meio da transformação das práticas
educativas, de modo que enfrentem as incertezas, reconheçam e valorizem as individualidades
e respeitem as diferenças.
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