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Representações Quantitativas – Manifestação Zonal: Método das Pontos de Contagem A representação do aspecto quantitativo em escala zonal considera que as quantidades se estendem por toda área de ocorrência. Nesta representação considera-se o número de pontos, que tem tamanho e formas constantes distribuídos pela área de ocorrência. Método utilizado para representar fenômenos com padrão de distribuição disperso, também é ideal para valores absolutos. No mapa é possível uma dupla percepção: da densidade e da quantidade. Método idealizado por Frère Montizon em 1830, no mapa de distribuição da população da França. Mas, difundiu-se no começo do século XX.

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Representações Quantitativas – Manifestação Zonal: Método das Pontos de Contagem

� A representação do aspecto quantitativo em escala zonal considera que as quantidades se estendem por toda área de ocorrência.

� Nesta representação considera-se o número de pontos, que tem tamanhoe formas constantes distribuídos pela área de ocorrência.

� Método utilizado para representar fenômenos com padrão de distribuiçãodisperso, também é ideal para valores absolutos.

� No mapa é possível uma dupla percepção: da densidade e da quantidade.

Método idealizado por Frère Montizon em 1830, no mapa de distribuição dapopulação da França. Mas, difundiu-se no começo do século XX.

POVEDA, P. 43.

Há dois procedimentos para elaboração de mapas pelo método de contagem:

� Os pontos podem ser distribuídos de forma uniforme e regular em cadaunidade observacional, os pontos podem ser lançados através de um papelmilimetrado;

� Os pontos podem ser implantados no endereço certo, com apoio de mapastopográficos, fotografias aéreas, imagens de radar ou de satélites.

� O valor unitário do ponto dependerá da escala, amplitude e distribuição de valores.

Exemplo:

POVEDA, P. 44.

O tamanho e valor ideais é aquele que permite uma representação que

evite a superposição e, consiga detalhar as áreas fracas de ocorrência.

Exemplo:

1 ponto = 2 1 ponto = 10 1 ponto = 20

Após estabelecido o valor unitário, encontra-se o número de pontos a serem distribuídos na área de ocorrência.

Nessa operação podem haver resíduos, para compensá-los agrupa-se osmais próximos até inteirar o valor de 1 ponto.

Em áreas com forte concentração de símbolos, pode-se usar o pontomúltiplo, valendo cinco ou dez vezes mais que o ponto simples.

Este método permite a leitura em nível local, com relativa precisão.

Congestionamento de Pontos

Tamanho não ideal

MÉTODO DE MAPEAMENTO PONTUAL - Manifestação Zonal Método da Distribuição Regular de Pontos de Tamanho Crescentes

� Possibilita a percepção quantitativa em toda a extensão da superfície

� Considera a variação do tamanho de pontos distribuído regularmente na área.

� Cada ponto ilustrara uma densidade uma quantidade

� Coloca-se uma quadricula regular, cada unidade observada recebe os pontos inerentes a está, com tamanhos de pontos no qual o total equivale ao valor representativo da área.

� Um ponto para cada unidade de área. Ex 1 ponto para 100Km. Fonte: Martinelli, Marcelo, 1991.

Legenda Dupla

Fonte Martinelli, Marcelo, 1991

Limite Inferior

Limite Superior

� Apresenta uma Legenda dupla.

� Apresenta uma série crescente com uma representação gráfica do limite inferior de percepção mínima e aumentando gradativamente multiplicado por um fator de 1,122 ( Valor estipulado por Bertin, 1977).

Método de representação pontual que utiliza símbolos proporcionaise pontos para representar a população urbana e rural.

POVEDA, P. 48.

Representações quantitativas – Manifestação Zonal : MétodoCoroplético

� Método introduzido no início do século XX.

� Representa valores absolutos, porém é mais adequado a valoresrelativos.

� Hoje os softwares de cartografia temática os realizam com extremaversatilidade.

� Dupin (1826), introduziu o método ao propor seu mapa de alfabetização para França.

� Estabeleceu ordem visual crescente, com valores cada vez maisescuros onde havia menos crianças na escola.

� Mostrou a oposição entre o norte do país (letrado) e o sul (iletrado).

Representações Quantitativas –Manifestação Zonal : MétodoCoroplético

� Método estabelece que a ordemcrescente dos valores agrupados em classes com valores visuais também crescentes.

� Pode ser construída com cores (de matizes claros aos escuros, uma das duas metades do espectro vísivel).

� Ou com texturas, que vão das mais claras as mais escuras.

Exemplo de método coroplético:

Exemplos de uso do método coroplético:

� O procedimento para agrupar os dados empregaum método gráfico. Constrói-se um histograma, considerando a freqüência dos dados dentro de intervalos.

� O agrupamento pode ser realizado com um gráfico de dispersão. A ocorrência dos valores émarcada por pontos sobre uma reguá pontuada, que são empilhados formando colunas.

� Pode-se isolar visualmente os agrupamentos queas colunas formam, delimitar classes (devem ser no máximo oito – devido as limitações da percepçãovisual).

�A apresentação das classes de valores númericosdeve assegurar o bom entendimento.

� Recomenda-se a caracterização da sérieestatística.

� Apresentação em classes disjuntas, permiteobservar o conjunto dos dados, e, a variabilidadeinterna em cada classe.

Exemplo:

� Se os dados forem

trabalhados corretamente

associados a composição da

imagem de conjunto.

� essa representação facilita a

comparação entre unidades de

um mesmo mapa, como entre

vários mapas (conforme pode

ser observado no exemplo ao

lado).

Representações quantitativas – Manifestação Zonal : MétodoIsarítmico

� Método ideal para representar fenômenos contínuos comotemperatura, pressão, relevo.

� Representa a partir de medidas obtidas em descontinuidade, restabelendo a continuidade do fenômeno.

� As bases do método isarítmico remontam a meados do sec. XVI, quando foram mapeadas as profundidades oceânicas, atendendo as exigências da navegação comercial e militar.

� Edmond Halley, foi o primeiro a idealizar a isolinha (linha de igualvalor) ao mapear em 1700 as declinações magnéticas no OceanoAtlântico.

� Para representar o relevo buscou-se o método isarítmico, no final do sec. XVI, começou-se a usar curvas de nível (linhas de igualprofundidade) para essa representação.

� Na segunda metade do sec. XVIII, as curvas de nível também foram usadaspara representar o relevo emerso.

�O uso de curvas de nível foi aperfeiçoado um século após com osmapeamentos topográficos, que atendiam as exigências militares e daengenharia para construção de pontes.

� Humboldt (1817) se inspirou para criar as isotermas (linhas de igual valor de temperatura).

� Na construção de um mapa pelo método isarítmico, cada valor exprime a intensidade do fenômeno, tomados em pontos localizados e identificados em(X e Y) sobre a base cartográfica, constitui a terceira dimensão (Z).

� O conjunto de pontos com valor Z são visto como uma superfícietridimensional contínua, representada no plano do mapa pela projeçãoortogonal das linhas.

� As interseções da superfícies com os planos planos paralelos é equidistanteao primeiro.

� Essa superfícietridimensional denomina-se superfície estatística, representada no mapa porisolinhas (linhas que unempontos de mesmo valor). Outros exemplos são isoietas, isotermas, isóbaras etc.

� Já a superfície topográficado relevo é representada porcurvas de nível: isoípsas. O relevo submerso é marcadopor isóbatas.

� Para construção de um mapaisarítmico precisa obter dados referentes aos pontosgeoreferenciados.

� A partir dos valores considera-se quais e quantas isolinhas sãosignificativas, cuidando para ter boa visualização.

� O traçado das isolinhas pode ser feito por procedimentos manuais: processo de avaliação, processográfico e processo de cálculo.

� Ao lado apresenta-se o processomais simples, que é o de avaliação. As isolinhas passam entre os pontos com seus valores, ligados aos pares porlinhas auxiliares evitando oscruzamentos.

� O resultado fica melhor, colocandoos respectivos valores nas isolinhas.

� A representação do relevo

por curvas de nível, acrescidas

de uma ordem visual,

principalmente entre as cores

quentes denomina-se

hipsometria.

� A eficácia da aplicação da

isaritmia a representação dos

fenômenos climáticos depende

da quantidade dos postos de

observação e da consistência

dos dados.

Carta hipsométrica do Município de Jaguariúna

A representação do relevo se consegue fundamentalmente através das curvas de níveis.

Mapa de Relevo de Santa Catarina

Mapa de Relevo do Canadá

Escala:

Mapa de Declividade do Município de Jaguariúna/SP.

Na ilustração a seguir, observa-se uma animação da temperatura na superfície dos

ESTADOS UNIDOS. No mapa, vê-se o uso de uma progressão lógica da cor, com vermelhos

e azuis para desvios positivos e negativos, respectivamente.

� A legenda constituí-se de caixas justapostas,

cujos contatos correspondem as isolinhas

representadas no mapa, encabeçada pela unidade

média usada para avaliar o fenômeno.

� O leitor tem a idéia de declividade, sem ter a noção de elevação da

superfície. Para isso precisará contar as curvas e ler seus valores.

� Para obter imediamente a visão de conjunto da superfície é preciso

preencher os espaços entre as curvas por uma ordem de valores visuais,

do mais claro ao mais escuro.

� A sucessão de cores ou texturas mostra apenas a percepção visual da

ordenação, não expressa quantidade.

Representações Dinâmicas: Considerações Introdutórias

� Do ponto de vista metodológico, as representações dinâmicas constituem um desafio para a cartografia.

� O termo cartografia dinâmica se refere a manipulação interativa dainformação espacial, com visualização em tempo real, reflete os grandesavanços tecnológicos, envolvendo a geomática.

� A animação possibilita observar os fenômenos e processos que mudam no tempo e no espaço.

� A cartografia sob a representação dinâmica se preocupa com os processos emseu conteúdo total.

� No momento presente da história, o tempo tem grande importância, e, no espaço se expressa a materialização do tempo através do trabalho do homem.

� O tempo presente, como real no espaço, expõe momentos que já se foram, expressos como objetos geográficos (formas do presente).

� Conforme Santos (1994) a dimensão tempo em Geografia pode ser apreendida como “tempo como sucessão” e “tempo como simultaneidade”:

�tempo como sucessão – há uma ordem temporal, um fenômeno vem depoisdo outro;

� tempo como simultaneidade – os fenômenos acontecem ao mesmo tempo, como a vida em sociedade.

� Os homens usam o tempo e o espaço de formas diferentes, por isso, a cartografia através de representações dinâmicas pode expressar a realidadecomo interação.

� Pode-se observar o espaço constituído de fixos (casas, fábricas, plantações) e fluxos materiais (produtos, mercadorias, etc) e fluxos não materiais (idéias, ordens, etc).

� Os fixos emitem ou recebem fluxoscomandados pelas ações sociais.

� Toda organização espacial se caracteriza num intervalo de tempo:

� Se o tempo for curto muitosfatores locais determinam suaidentidade;

� Se o tempo for longo os fatoresserão mais duráveis e universais, o conjunto espacial será simples, masvasto.

� No espaço os fenômenos se expressam através de movimento, em relação ao tempo deve-se ter a noção de velocidade e de avaliaçãodo tempo realizar certo percurso. ESRI MAP BOOK – VOL. 20, P. 51.

Representações Dinâmicas - Movimentos no espaço : Método dos fluxos

� Em 1840, Minard propõe uma cartografia econômica aboradando a dinâmica espacial e temporal, através da representação de movimentos no espaço por meio de fluxos.

� Há uma a partir dos gráficos, tendo nas abcissas as distâncias entre oslugares de uma determinada via de transporte, e, nas ordenadas a quantidade transportada.

� O mapa de fluxos resultou da transferência desta representação parauma rede completa de vias de circulação.

� Interessa a Geografia representações que mostrem as posiçõessucessivas do fenômeno em seu deslocamento, materializando suaintensidade, direção e sentido.

� O método de fluxos representa fenômenos como: migrações, propagação de epidemias, intercâmbios comerciais, transporterodoviário, circulação de energia, etc. Deslocamentos materiais(minérios) não materiais (informações).

Exemplo de Representação Dinâmica : Método dos fluxos

� Num mapa de fluxos é preciso dados que significam as quantidadesdeslocadas e uma base cartográfica;

� Identificação dos pontos de partida, chegada e percurso, e, os respectivospontos de coleta de dados.

� O mapa resulta em uma articulação de flexas seguindo o roteiro estipulado.

� A espessura da flexa expressa a intensidade do fenômeno, numa escala de proporcionalidade tal que 1mm N (valor unitário, geralmente dado emuma unidade de tempo).

� Em fluxos integrados, computado nos dois sentidos, as flexas tornam-se faixas sem pontas, com acabamento retangular nas extremidades (nós de redede ligações).

� No mapa de fluxo pode-se alterar a variável visual tamanho, facilitando a resposta visual.

� Pode-se observar:• “qual a intensidade do fluxo?”;• “onde estão os maiores fluxos?”;• “como se agrupam e se articulam no espaço?”

� Pode-se identificar:

• Se há formação de pólos;

• Controlar a estrutura de rede de interligações e relacionamentos;

• Se há um sistema ou vários independentes, etc.

� A representação de movimentos através da espessura das flechas indica interação (grau maior ou menor de relacionamento).

Referências

SIMIELLI, Maria Helena. Geoatlas.São Paulo: Ática, 2001.

MARTiNELLI, Marcello. Mapas da geografia e cartografia temática. São Paulo: Contexto, 2003.

POVEDA, Miguel Ángel Bernabé. Mapas de puntos. Universidade Politécnica de Madrid. 2005. Disponível em: <http://nivel.topografia.upm.es/~mab/apuntes.pdf/> Acesso em: 20 set. 2005