Upload
others
View
4
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
LAZER&INFORMAÇÃO PAGINA 7 • _
DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 1991 A TARDE
COLUNA DO IGUATEMI.
Últimos dios do liquidação e promoção dos carros
Aproveite os últimos dias para comprar barato na Liquidação Premiada do Iguatemi e concorrer ao sorteio dos últimos nove carros. A liquidação termina no dia 9 de março {sábado), mas você só poderá trocar suas notas fiscais no valor de Cr$30 mil por um cupom até as 22 horas do dia 8 de março. Isto porque o sorteio dos Fiat Uno Mille será realizado no dia 9 de março pela Loteria Federal, Entáo corra para a Liquidação Premiada, que tem preços abaixo da labela nas 350 lojas do iguatemi. Além de comprar abaixo do congelamento. você ainda poderá levar para a sua casa um carro zerinho.
Dicas da Liquidação Premiada Iguatemi
E 'Jeito de Viver, 2? Piso Blusa de viscose Cr$1.990,00; conjunlo jeans blusa e
: bermuda Cr$3.990.00. e calça estampada pantalona Cr$3.590,00. 'Impressão Digital, 2? Piso Bermuda de brim várias cores Cr$1.990.00; camiseta de malha Cr$1 690,00; blusa de malha Cr$2.290.00 e biquini CrSI ,990,00. •Adrielle,.^ Pi50. Sapatilha de camurça Cr$1-99O,Ò0; sapatilha de lona Cr$2.500.00; Sandália Melissa 05930,00, e Scarpan New Face e Pára-Raio CrS3,500.00, 'Kosmétfca, 2? Piso, Baton Coty Girl Cr$400.00; shampoo Capi Vida CrS200.00; talco Herbíssimo CrS250.00 e bronzeador
^Califórnia Max Falor Cr$600,00, "'Sandpiper, Alameda das Griffes, 3? Piso,
Camisa de malha com diversas estampas Cr$2:520,00; camisa popeline Cr$4,030.00; camiseta básica Cr$1 750.00 e shorl TacTel Cr$3.770.00. •Crls & Co, 3? Piso, Macacão Cr$3.880.00: blusa de linho Cr$l ,980,00 e conjunto javanesa Cr$9,980,00, 'Espaço Infantil, Alameda Infantil, 3? Piso. Vestido Cotton Lycra Cr$2.550.00; conjunto seia jeans Cr$4,700, e conjunto bermuda de menino Cr$3-900,00,
Bahia. Camaval e Povo: fotos de Tadeu Miranda
€xposições & Lançamento •Bahia, Carnaval e o Povo, Praça Jorge
1 Amado, 1? Piso. Tudo o que aconteceu - ao longo do trecho Campo Grande-Praça I Castro Alves durante o Carnaval foi I registrado pelo fotógrafo Tadeu Miranda ; para esta exposição. Fantasias originais, i blocos de trios e afros, foliões de todos I os tipos, enfim, todos os detalhes da folia 1 estão retratados em diversas fotografias ; que compõem esta mostra. Nesta exposição, quem se interessar pelas fotografias também poderá comprá-las.
•Fotografia na Tela, Praça Clemenlino Fraga, 3? Piso. Exposição do fotógrafo Osmar Souto Gomes, que mostra sua técnica de fototelas. São fotografias em telas semelhantes a uma pintura.
,'Abstração Geométrica, 1? Piso, junto ;ao busto de Jorge Amado. Exposição de Irabalhos contemporâneos do artista plástico Antõnio Salles, que, através de jeores fortes, utiliza uma linguagem ;espacial em primeiro plano.
/Dever de Rua... Uma Rebelião [Pedagógica. Título do 11? livro do professor Geraldo Soares, que será jjançado nesta quinta-feira (07/03). a partir •de 18 horas, na Praça Gal Cosia, 1? Piso.
i r. O SHOPPING QA BAHIA
a quinta-leira, 14 de teve-|TT| relro, os trios elétricos aln-L kJ da não tinham dado os primeiros acordes do Carnavai de 1991, quando um grupo de pessoas de diversas profissões e de idades que variavam de 22 a 57 anos deu os primeiros passos de uma caminhada que era também um desafio: percorrer 130km, a pé, da Praia do Forte até Mangue Seco, iá onde o Rio Real dá um ponto final à fronteira norte do estado da Bahia.
Os andarilhos ou trekkistas praticantes de longas caminhadas) teriam seis dias para vencer as distâncias e as dificuldades próprias da empreitada: o caior, o soi forte do Verão, as areias que ampliavam os esforços, a travessia dos rios, distensões musculares e bolhas nos pés, alérn, é claro, dos imprevistos que todos sabiam serem próprios desse tipo de aventura. Enfim, eles trocavam as multidões e o barulho ensurdecedor das avenidas por horizontes de céu, mar e siiénclo; a agitação peia serenidade e o risco pelo risco — uma expe^ riência inesquecível, construída com os laços fortes do companheirismo e da solidariedade.
REPÓRTER L&l CARLOS RIBEIRO
Aventura sobre os pés
mais, alargados às vezes pelo fascínio, às vezes pela dor. De repente, cada pessoa se percebia como comandante e marinheiro do seu próprio barco navegando no seu próprio oceano.
Augusto Faria, 25 anos, professor de Inglês (um dos nove que conseguiram fazer todo o percurso a pé), chegou a Mangue Seco às 20h30min, da Quarta-Feira de Cinzas, com passos de múmia (fortes dores nos músculos da perna esquerda impediam-no de dobrá-la), mas com uma felicidade contagiante. "É muito importante pra mim pensar que eu conheço todo aquele litoral, centímetro por centímetro, que eu andei por aqueles espaços amplos, e eu vi aquele mar imenso que parecia não ter fim, e que eu cheguei ao fim do caminho que eu
»• w*. • V -n iii.
^ .âf íkãÊà
1
Hexpedição, organizada pelos jornalistas Ney Sá, Carlos Ribeiro e peta terapeuta Lúcia'Barreto, exi
giu alguns meses de esludo da região e das necessidades que os participantes teriam para superar as dificuldades. Assim, o percurso entre cada ponto de apoio, bem como os horários adequados para a caminhada, foram calculados com base em distâncias médias de 20km diários e na tábua de maré. Para cumprir o objetivo inicial de conhecer uma das mais belas regiões do litoral brasileiro sem sacrificar os participantes com esforços desnecessários, optou-se de, porque essa história de caminhar pela inclusão de um microônibus que • não é só caminhar; é uma terapia, às faria o percurso por terra, transportando vezes dolorosa, mas sempre válida. É barracas, água e alimentos, além das eventuais "baixas" no grupo, ató os locais onde seriam feitas as pernoites. O andarilho levaria na mochila, durante a caminhada, apenas o essencial: uma ração diária de alimentos balanceados, protetor solar, medicamentos e cantil com água. Um facão foi também um instrumento valioso para a obtenção de água e comida abundantes nos coqueirais que margeiam todo o caminho.
AMPLIANDO OS HORIZONTES
No decorrer da caminhada, logo cedo, o grupo percebeu que o objetivo inicial de conhecimento das paradisíacas praias do litoral norte era apenas um ponto do partida. De repente, cada pessoa divisava uma paisagem interior cujos horizontes se ampliavam mais e
um proporciona uma reflexão sobre a própria vida. num sentido mais amplo. Isso está ligado estritamente ao ato de caminhar, que é um ato individual. Os veículos modernos igualam as potencialidades humanas, A caminhada, no entanlo, coloca as pessoas diante das suas próprias possibilidades, que sâo diferentes para cada uma. A pessoa se depara com o cansaço, com a dor física, com o meio ambiente praticamente sem nenhum abrigo, sem nenhuma proteção artificial. Então você tem que sintonizar o seu ritmo com o ritmo da natureza e com o próprio ciclo vital dos dias e das noites, da Lua. do Sol. das marés. Você experimenta contalos individuais profundos e partilha isso com outras pessoas, o que leva a um entendimento da solidariedade. Uma coisa é certa: nin-
docaeminho guérT1 v o l , a d a maneira que . foram foi
apesaras Na caminhada, a solida-dificuldades, nedade e a vitória podem
ser vividas de (ormas diferentes e lerem um significado às vezes diversos para cada pessoa Para Lucrécia Ribeiro, 32 anos. que desistiu de seguir a pé logo após o primeiro trecho, da Praia do Forte a Porto Sauí-pe, a satisfação maior foi prestar uma valiosa colaboração, no grupo de apoio, para que os demais (incluindo ai o seu marido. José Ribeiro Cosia. 43 anos) tivesse todas as facilidades possíveis para alcançar o objetivo de chegar caminhando ao destino final.
Para Valmór Pereira da Mata, 36 anos, fotógrafo e funcionário do Pólo Pelroquímico, dono de um Inveja» vel preparo físico, a recompensa maior foi a gratidão dos companheiros mais estropiados, os últimos da fila, aos quais preslou um imprescindível apoio físico e moral. Por outro lado, Júlio Danlas Filho, 39 anos. administrador de empresas, preferia chegar primeiro aos pontos de apoio e ajudar nos preparativos para receber os que chegavam depois. Júlio foi o primeiro a chegar a Mangue Seco e era um dos que maia se preocupavam com a segurança no trajeto. Retornou paracasasãoesalvo, sem queixar-se da menor dor. Na manhã seguinte (sexta-feira 14) foi atropelado quando corria na Avenida Anlônio Carlos Magalhães, em frente ao Parque da Cidade. Morreu quando dava enlrada no Hospilal Geral do Estado — uma lacuna dolorosa e pungente no grupo, que durante uma semana compartilhou a dor e a alegria de um desafio.
"É estranho isso", diz Vilor Luís Curvelo Sarno, 22 anos, estudante de Economia. "A gente faz um percurso de 130 km de risco, de perigo e nào aconlece nada, lodos voltam felizes da vida, E, no enlanto, aqui na cidade, a genle dá dois passos e morre, Enlão, não é uma coisa tão absurda, esquisita, fazer uma aventura daquela. Arriscado é viver".
Participaram da caminhada:
Luiz Trinchâo, Eneida Barreto Leite, Ana Maria Vieira, Nilton Ribeiro Coulinho, Júlio Dantas Filho, Lyn Browne de Moraes Ribeiro, Lucrécia Ribeiro Costa, José Ribeiro Costa, Sérgio Luiz Souza Sanlos, Gilvan-dro de Almeida Rosa. Neusa Dias Andrade, Valmôr Pereira da Mala. Vilor Luis
Curvelo Sarno, Simone de Souza Campos, Auguslo Fana. Ivone Gazoli Davi, Albano Davi, Márcia Araujo. Alexandre Castanho. Alexandre Castanho Filho, Lúcia Barreto, Ney Sá e Carlos Ribeiro
OUTRAS CAflfllNHADAS
Considerado um dos exercícios mais completos e saudáveis, o trekkmg pode ser também uma lorma eficaz e barata de conhecimenlo da natureza e, sobretudo, de auloconhecimento. Com o objetivo de eslimular e difundir essa prática, de forma organizada e enaliva, os jornalistas Carlos Ribeiro e Ney Sá criaram em Salvador o Núcleo de Expedições Veredas. Dentre as-atividades previstas para o primeiro semesire deste ano estão rogramados o l Curso de Sobrevivência em Ambientes Selvagens, incursões ao Vale do Rio das Almas. Cachoeira da Fumaça por baixo. Vale do Paly. Tabuleiro da Pedra Branca. Gruta dos Brejôes e Vale do Jequmçá, entre outras. O núcleo realiza também atividades científicas de conhecimento de ecossistemas através do Clube de Observadores de Aves. além de palestras, apresentação de slides e trabalhos educativos em escolas, universidades e instituições diversas Os interessados podem entrar em contato com o núcleo através dos telefones 240-1785 e 230-6043 ' ou na Rua do Paraíso, 37. sala 5, Centro. .
CARLOS RIBEIRO f> /omalista e colaborador'
"Iree-lancer do
Qualquer embarcação serviu para cruzar os rios, na árdua tarefa de percorrer I30km a pé.
me propus chegar. Eu absorvi aquela plenitude; a nalureza me ensinando a viver com ela e como conviver com pessoas em momentos de dificuldade. Voltei com uma carga nova para viver, embora não saiba ainda como vou colocar isso na prática".
Simone de Souza Campos, 28 anos, veterinária, foi oulra que conseguiu chegar ao destino a duras penas, mas com o coração leve. Para se ter uma ideia do seu humor, no último Irecho da caminhada, afirmou quo. caso sobrevivesse e esta, criaria uma agência de excursões; a Calos & Bolhas Cia. Ltda. 'Pra mim foi uma transformação muilo gran-
quando a gente descobre qualidades e supera defeitos; é quando a gente descobre que pode viver com muito menos do que a gente vive no nosso dia-a-dia. O importanle é cumprir o objelivo que a gente se dispôs a cumprir com alegria e solidariedade: lodo mundo em torno daquela história de chegar andando. É um sentimento compartilhado que passa a ser uma experiôncia coletiva. Enfim, voltei outra pessoa, não sou mais a mesma. Ainda bem: as mudanças não me desagradam, muilo pelo contrário".
VITÓRIA
Ney Sá. 31 anos. jornalista e um doa organizadores da expedição, entende que a viagem é, antes de tudo. uma experiência de transformação. "Os contalos com os limiles pessoais de cada
• POMTOb Ct PARftCA
• " " ' ITlNERARO