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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA PLANIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO MINISTÉRIO DAS FINANÇAS Orientações e Metodologia para a Elaboração das Propostas de: Plano Económico e Social e Orçamento do Estado Para o Ano de 2012 Maputo, Maio de 2011

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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DA PLANIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS

Orientações e Metodologia para a Elaboração das Propostas de:

Plano Económico e Social e Orçamento do Estado

Para o Ano de 2012

Maputo, Maio de 2011

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I. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................3 II. ORIENTAÇÕES GERAIS...........................................................................................................4 III. PRIORIDADES NA AFECTAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS ................................................6 IV. PRESSUPOSTOS BÁSICOS DE PROGRAMAÇÃO..................................................................6

4.1. ASPECTOS GERAIS ....................................................................................................................6 4.2 REFORÇO DA VERTENTE TERRITORIAL NO PROCESSO DE PLANIFICAÇÃO ............................................7 4.3 PLANO ECONÓMICO SOCIAL (PES) ...............................................................................................7

4.3.1 Estrutura do PES ...............................................................................................................7 4.3.2 Formato de Apresentação das Acções...............................................................................8 4.3.3 Conteúdo da Matriz do PES...............................................................................................9 4.3.4 Assuntos Transversais.......................................................................................................9 4.3.5 Avaliação e Projecção dos Indicadores Sócio-Económicos ..............................................10

4.4 ORÇAMENTO DO ESTADO (OE) ...................................................................................................13 4.4.1 Condicionantes do OE 2012.............................................................................................14 4.4.2 Os Programas Sectoriais Integrados (PSI’s).....................................................................14 4.4.3 Os Limites orçamentais para a elaboração do OE 2012 ...................................................15 4.4.4. Despesas de Funcionamento..........................................................................................16 4.4.5 Despesas de Investimento...............................................................................................16

V. ASPECTOS GERAIS A CONSIDERAR NA PROGRAMAÇÃO ................................................17 5.1 LEGALIDADE .............................................................................................................................18 5.2 CONSISTÊNCIA ENTRE OS OBJECTIVOS E A META FINANCEIRA........................................................18 5.3 IMPOSTOS E TAXAS ...................................................................................................................18 5.4 INSCRIÇÃO DE NOVOS PROJECTOS DE INVESTIMENTO ...................................................................18 5.5 CLASSIFICAÇÃO RIGOROSA DAS DESPESAS...................................................................................19 5.6 RECRUTAMENTO DE PESSOAL ....................................................................................................19 5.7 AQUISIÇÃO DE MEIOS DE TRANSPORTE........................................................................................19 5.8 RECEITAS PRÓPRIAS E RECEITAS CONSIGNADAS..........................................................................19

VI. INSTITUIÇÕES AUTÓNOMAS, EMPRESAS PÚBLICAS E AUTARQUIAS .............................20 6.1 INSTITUIÇÕES AUTÓNOMAS ........................................................................................................20 6.2 EMPRESAS PÚBLICAS ................................................................................................................20 6.3 AUTARQUIAS.............................................................................................................................21

VII. INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA NA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DO ORÇAMENTO DO ESTADO ..........................................................................................................................................21 VIII. ANEXO: MATRIZ DE INTEGRAÇÃO DOS ASSUNTOS TRANSVERSAIS..........................22

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I. INTRODUÇÃO 1. As orientações e metodologia que o presente documento apresenta

visam apoiar os Órgãos e Instituições Públicas na elaboração das respectivas propostas de Plano Económico e Social (PES) e Orçamento do Estado (OE) para o exercício económico de 2012.

2. De acordo com a Constituição da República, o Plano Económico e Social (PES) tem como objectivo orientar o desenvolvimento económico e social e tem sua expressão financeira no Orçamento do Estado (OE).

3. A elaboração das propostas do PES e OE deve assentar nas prioridades definidas no Programa do Governo para 2010-2014 e no Cenário Fiscal de Médio Prazo 2012-14. Refira-se no entanto, que no que refere ao objectivo de combate á pobreza, estas prioridades estão expressas e em linha com o Plano de Acção para a Redução da Pobreza 2011-2014.

4. Conforme previsto no Artigo 18 da Lei do SISTAFE, o PES e OE deverão ser elaborados por programa. Assim, o PES Programa representa uma verdadeira reforma metodológica e de gestão que permitirá maior racionalidade e transparência do processo de afectação e utilização dos recursos públicos melhorando deste modo a sua qualidade e do OE, bem como a sua a total integração entre estes instrumentos operacionais a todos os níveis com os instrumentos de médio e longo prazos, em particluar o Programa Quinquenal do Governo 2010-2014.

5. A implementação da Metodologia da Planificação e Orçamentação por Programas1 (POP) como instrumento de planificação permitirá a melhoria da qualidade do PES e do OE e a sua total integração entre si e de ambos com o CFMP 2012-14, que já foi elaborado observando a metodologia referida.

6. Para efeitos da programação orçamental 2012, foi revisto a nível do Módulo de Elaboração Orçamental (MEO) o classificador programático, para garantir coerência com as prioridades e objectivos estratégicos delineados no PQG 2010-14.

7. Com o PES e OE elaborados pela abordagem POP pretende-se: Uma melhor qualidade das acções a incluir nas propostas do PES

procurando garantir a consistência entre objectivos, actividades metas e recursos, bem como assegurar uma maior transparência, abrangência, rigor e disciplina na gestão e execução de fundos públicos;

1 Vide o Art, 18 da Lei 9/2002 – Lei do SISTAFE.

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Uma melhor harmonização das opções de desenvolvimento sectoriais e territoriais, através de um processo coordenado de decisão e de consulta entre os órgãos e instituições aos diferentes níveis.

II. ORIENTAÇÕES GERAIS 8. O presente documento define o formato e os procedimentos que devem

constituir o processo de preparação das propostas do Plano Económico Social (PES) e do Orçamento de Estado para 2012 a serem elaboradas pelos órgãos e instituições do Estado de nível central, provincial e distrital, incluindo instituições autónomas.

9. Neste processo, deve-se ter presentes as normas e os procedimentos definidos pela Lei do Sistema da Administração Financeira do Estado (SISTAFE), e na sua regulamentação, em particular no que respeita à Metodologia de Planificação e Orçamentação por Programas, para que as propostas do Plano Económico e Social e do Orçamento do Estado traduzam as directrizes nela contidas e expresse, clara e precisamente, a ligação dos instrumentos de planificação evidenciados no PES com os instrumentos de programação do OE.

10. Ainda não está disponível um Módulo de Planificação integrado no ambiente do E-SISTAFE para efeitos de planificação, pelo que para a elaboração da proposta do PES para 2012, deverá se tomar como base a estrutura actual de planificação contida na base de dados do MEO (Módulo de Elaboração Orçamental do Orçamento), tendo em conta os programas, os objectivos dos programas, as acções e as metas, incluindo os beneficiários, em conformidade com a Matriz apresentada no ponto 4.3. deste documento.

11. Em última análise, esta estrutura contribuirá para uma melhor integração dos documentos de planificação e orçamento: PQG, PARP, CFMP, PES e OE.

12. Na elaboração das Respectivas Propostas do PES e do OE, os órgãos e instituições do Estado deverão assegurar:

13. Uma melhor adequação às prioridades do PQG e do PARP, tomando as lições resultantes da avaliação anual e direccionar para a implementação as melhores práticas nas áreas sob sua responsabilidade.

14. Uma melhor qualidade das acções de Governo a incluir nas propostas do PES e do OE (receitas e despesas do Estado), procurando garantir a consistência entre objectivos específicos das acções de Governo (actividades e projectos orçamentais) com os objectivos intermédios dos subprogramas do Governo e com os objectivos estratégicos dos programas do Governo.

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15. Através do Módulo de Elaboração Orçamental (MEO) todas as Unidades Gestoras Beneficiárias (UGB) dos sectores centrais, provinciais e distritais devem observar rigorosamente os programas, subprogramas e as acções (projectos e actividades orçamentais) do Governo a realizar no exercício de 2012 estruturados a partir do trabalho realizado em conjunto com o MPD e com o MF durante a elaboração do CFMP 2009-2011, do OE2009 e do CFMP 2010-2012.

16. Uma especial atenção à elaboração de cada Meta Física, constituída, basicamente, por um Produto, uma Unidade de Medida de Produto e uma Quantidade (meta) associada a uma Acção de Governo (actividade ou projecto orçamental).

17. O MEO disponibilizará uma extensa lista de produtos e unidades de medidas de produto padronizados para selecção. As propostas de metas físicas devem ter uma relação estreita com os objectivos específicos das acções de Governo a que estiverem associadas. São de preenchimento obrigatório para os projectos orçamentais e de preenchimento opcional para as actividades orçamentais específicas. Para a actividade geral “000-0000-OF00 – Despesas Gerais de Funcionamento” não deve ser criada qualquer Meta Física. A criação da Meta Física visa dar maior transparência aos produtos que o Governo planeia disponibilizar aos cidadãos e assegurar uma maior transparência, abrangência, rigor e disciplina na gestão, bem como permitir a prestação de contas dos produtos efectivamente realizados, a monitoria e a avaliação da execução físico-financeira por ocasião do Balanço do PES-OE;

18. Prosseguimento da consolidação da integração dos distritos (Secretarias Distritais) como Unidades Gestoras Beneficiárias (UGB), promovendo a sua participação directa e activa na definição do seu plano e do respectivo orçamento;

19. Uma melhor harmonização das opções de desenvolvimento sectoriais e territoriais, na elaboração do PES e do OE, através de um processo coordenado de decisão e consulta entre os órgãos e instituições aos diferentes níveis;

20. A integração, nas propostas de PES e de OE, dos programas, subprogramas e das acções do Governo prioritárias no combate a pobreza absoluta, considerando os assuntos transversais (HIV/SIDA; Género; Segurança Alimentar e Nutrição; Ambiente; Redução do impacto da vulnerabilidade às Calamidades e Desenvolvimento Rural) como essenciais no processo de desenvolvimento. A orientação prioritária das acções de desenvolvimento às zonas rurais, com destaque para as acções de criação de postos de trabalho, geração da renda e produção de alimentos; aquelas com impacto sobre a mulher, promovendo assim o desenvolvimento dos distritos e a redução dos desequilíbrios regionais e de género;

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21. A promoção e implementação de acções visando uma maior transparência, abrangência, rigor e disciplina na gestão e na execução do OE.

III. PRIORIDADES NA AFECTAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS 22. A afectação de recursos à Despesa Pública - de funcionamento e

de investimento - para o exercício de 2012 apresenta-se bastante restrito e baseado num cenário de adopção de medidas de racionalização e contenção da despesa para fazer face ao impacto da conjuntura económica actual sobre a Planificação e o Orçamento do Estado, conforme definido no CFMP 2012-142.

23. Assim, as propostas devem ser limitadas estritamente aos limites indicativos fixados e as propostas de despesas acima do limite (excesso ao limite) devem ser limitadas a casos excepcionais, relacionados com a correção de eventual distorção no valor do limite atribuído ao órgão ou instituição, ou com situações emergenciais, devidamente fundamentadas no MEO.

24. Nesse sentido, sob esta orientação restritiva, as propostas do Plano Económico e Social e do Orçamento do Estado para o ano de 2012 deverão focar, prioritariamente, os objectivos definidos no Programa Quinquenal do Governo (PQG) para 2010-2014 e no PARP 2011-2014 (Matriz Estratégica), devendo privilegiar acções que contribuem para a redução da pobreza e para a promoção do desenvolvimento socio-económico sustentável.

IV. PRESSUPOSTOS BÁSICOS DE PROGRAMAÇÃO 4.1. Aspectos Gerais

25. Dos últimos progressos do sistema de planificação em Moçambique são de realçar os seguintes:

i. O desenvolvimento do planificação estratégico de médio e longo prazo, através da adopção de instrumentos tais como a Agenda 2025, o Programa Quinquenal do Governo, o PARP (incluindo a Matriz Estratégica), o CFMP, Planos Estratégicos Sectoriais, Provinciais e Distritais e da sua harmonização;

ii. A articulação dos planos de desenvolvimento nacionais com as políticas e planos estratégicos sectoriais e territoriais;

2 Tomando com referência os respectivos planos ou estratégias nacionais como por exemplo o Plano Nacional Para o Avanço da Mulher 2010-2014, o Plano Estratégico Nacional de Resposta ao HIV e SIDA 2010-2014 etc

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iii. O aprimoramento da Metodologia da Planificação e Orçamentação por Programas (POP) visando melhorar a programação e gestão orçamental;

iv. A planificação mais participativa das instituições públicas (centrais, provinciais, distritais e autárquicas) e da sociedade civil na definição das opções estratégicas de desenvolvimento;

v. O desenvolvimento de metodologias para assegurar a integração dos assuntos transversais no processo de planificação;

vi. O reforço da articulação entre o Governo e os Parceiros de Cooperação e a respectiva simplificação de procedimentos na programação e execução orçamental, em particular através do Apoio Directo ao Orçamento do Estado.

4.2 Reforço da vertente territorial no processo de planificação 26. O sistema de planificação deve promover o reforço da

participação dos órgãos e instituições provinciais e distritais, garantindo a inclusão dos seus programas e subprogramas do Governo e respectivas acções orçamentais e não orçamentais no PES e das acções orçamentais no OE.

27. Deve ser assegurado o incremento das acções do Governo visando o reforço e a expansão do processo de planificação distrital participativo e o estabelecimento de regras, procedimentos e rotinas visando a operacionalização do PES e do Orçamento Distritais, na perspectiva do desenvolvimento socioeconómico local sem prejuízo das prioridades nacionais.

4.3 Plano Económico Social (PES)

28. As orientações constantes neste documento não esgotam todos os aspectos metodológicos, e visam uniformizar conteúdos e procedimentos em matérias consideradas cruciais para uma planificação orientada para resultados.

4.3.1 Estrutura do PES 29. Tendo como base os elementos a seguir descritos, o PES deverá

obecer a seguinte estrutura: I. NOTA INTRODUTÓRIA II. BREVE DESCRIÇÃO DO CONTEXTO/DETERMINANTES DO

AMBIENTE ECONÓMICO E SOCIAL III. PRINCIPAIS OBJECTIVOS DO PES DO SECTOR IV. AVALIAÇÃO E PROJECÇÃO DOS INDICADORES SÓCIO

ECONÓMICOS IV.1. PRODUÇÃO GLOBAL

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IV.2. FINANÇAS PÚBLICAS V. PRINCIPAIS ACÇÕES A DESENVOLVER POR PROGRAMAS

4.3.2 Formato de Apresentação das Acções

30. A secção V da proposta que consiste na apresentação do programa, os objectivos do programa, indicador de resultado do Programa, as actividades/acções que concorrem para o alcance do objectivo, as metas físicas do produto da intervenção e a sua localização tendo em conta o universo beneficiário da acção, deverá ser apresentada em forma de matriz, devendo obedecer o modelo de matriz seguinte, a ser elaborado em folha de Excell.

Nº de Ordem Actividade/Acção Meta Física

Localização (Incluindo o nº de beneficiários desagregados por sexo)

Indicador de Resultado do Programa:

Programa:Objectivo do Programa:

Sector:

31. Refira-se que, para efeitos de elaboração de Balanço do PES,

deverá ser incluída uma coluna à direita com a indicação do ponto de situação do plano no Iº semestre e/ou o balanço anual das actividades.

32. Neste caso, o ponto de situação refere-se as acções realizadas,

devendo-se incluir as reais metas atingidas, os beneficiários e localização da acção.

Nº de Ordem Actividade/Acção Meta Física

Localização (Incluindo o nº de beneficiários desagregados por sexo)

Ponto de Situação

Sector:Programa:Objectivo do Programa: Indicador de Resultado do Programa:

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4.3.3 Conteúdo da Matriz do PES

33. Programa – Referem-se os programas definidos no CFMP que concorram para a materialização dos objectivos do Programa do Governo 2010-2014. O Programa definido deve ser usado a todos os níveis, salvaguardando as respectivas competências no âmbito da descentralização e desconcetração.

Objectivo do Programa – deve responder ao objectivo estratégico do sector.

Indicador de Resultado - o indicador de resultado exprime o alcance do objectivo estratégico do programa.

Actividades/acção/Produto e meta física/Localização e Impacto – deverão apenas ser consideradas as actividades que concorrem para o alcance do objectivo do programa, tendo ou não impacto directo no orçamento do programa. Deve-se incluir as acções relacionadas aos assuntos transversais e explicar o impacto que se espera das acções sobre homens e mulheres.

As acções devem ser devidamente localizadas e quantificadas, sempre que possível, (definição da meta física) devendo indicar o número de beneficiários directos tendo em conta a questão de Género através da desagregação dos dados por sexo..

As acções a inscrever por programa não devem exceder o número de 10.

4.3.4 Assuntos Transversais 34. No processo de elaboração das propostas de PES e de OE, os

órgãos e instituições do Estado deverão assegurar a integração dos assuntos transversais (HIV/SIDA; Género; Segurança Alimentar e Nutrição; Ambiente; Desenvolvimento Rural; Calamidades Naturais; Desminagem; Ciência e Tecnologia), nos seus planos, tendo em conta que estes são essenciais para o processo de desenvolvimento, devendo ser enfatizados os objectivos, indicadores e metas a alcançar no período de programação.

35. O princípio de integração pressupõe igualmente a alocação de recursos. É importante destacar que não se tratam de recursos adicionais aos sectores implementadores pois as acções relacionadas aos assuntos transversais fazem parte das responsabilidades de cada sector ou contribuem para o sucesso dos programas dos mesmos. Assim as acções devem ser inscritas no programa do sector a que dizem respeito.

36. O critério de inscrição das actividades nos programas é de que estas devem contribuir para um objectivo do PQG 2010-2014/PARP 2011-2014. Refira-se que os objectivos destes macro-instrumentos

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encontram-se definidos no CFMP 2012-2014 e determinam os programas que guiam o processo de planificaçao e orçamentação anual no PES e OE.

37. As prioridades e acções específicas a serem considerdos na elaboração do PES e OE constam das Matrizes em anexo.

4.3.5 Avaliação e Projecção dos Indicadores Sócio-Económicos No PES

38. A apresentação dos indicadores económicos deve ser em série, cobrindo um mínimo de 3 anos, definido com referência ao ano económico do Plano (ano n+1). Assim, no caso do Plano Económico e Social de 2012, por exemplo, o Ano n+1 refere-se a 2012, Ano n a 2011 e Ano-1 a 2010.

39. De acordo com as etapas de elaboração do PES, o Plano do ano seguinte (n+1) é elaborado e depositado na Assembleia da República até 30 de Setembro do ano em curso (ano n); o que equivale dizer que o Plano 2012 é elaborado numa altura em que não existem resultados finais do ano 2011.

40. Na ausência dos resultados finais do ano 2011, os valores apresentados são previsões ou estimativas dos resultados a alcançar até ao fim do ano 2011. Esta previsão deve ser baseada no Balanço do ano n-1 (2010); e nas informações ou tendências identificadas no decurso do ano n (2011).

41. As previsões visam dar o suporte para a programação do ano seguinte, e não implicam uma actualização ou revisão do Plano; pelo que o Balanço do PES a ser elaborado, deve sempre ser avaliado em relação ao Plano e não à previsão.

42. A elaboração dos indicadores deve ser coordenada entre o Ministério de tutela e as instituições territoriais, para que os valores de nível central espelhem o desempenho das províncias.

43. Visando a harmonização da informação quantitativa e permitir a monitoria e avaliação, todos os indicadores sectorias (nível central) devem ser apresentados com a respectiva desagregação por província, e por sua vez os de nível provincial devem ser desagregados por distrito. Esta orientação é extensiva aos indicadores da produção global. Refira-se que caso a informação esteja disponível, a mesma poderá ser desagregada até ao nível mais descentralizado.

44. As taxas de crescimento do plano (2012) são calculadas com base na previsão de 2011, e são apuradas em percentagem através da seguinte fórmula simplificada:

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45. As taxas de crescimento podem ser positivas ou negativas e devem ser devidamente fundamentadas. No caso específico dos indicadores de produção, estes devem ser avaliados a preços constantes de 2003, que é no momento o ano de referência para a produção estatística nacional dos indicadores de desempenho produtivo.

46. A utilização do ano base visa apurar indicadores que avaliam a capacidade real da produção, dissociando deste modo, os efeitos resultantes das flutuações de preços que induzem a uma leitura irrealista da evolução da produção. Assim, os preços correntes (preços de cada ano) só poderão ser utilizados para avaliar os rendimentos que advém da produção, por via da comercialização.

47. Assim, para o cálculo das taxas de crescimento o plano para o Ano n+1 assim como a previsão do ano n em curso, reporta o somatório (∑) dos valores obtidos pela multiplicação das quantidades planificadas ou previstas com o preço de 2003, ao nível de cada produto.

48. Conforme se pode depreender, a taxa de crescimento é o resultado (out put) do cálculo pelo que não pode ser inputado para gerar as quatidades reais produzidas.

49. Note-se que nos casos em que a produção não pode ser directamente contabilizada (semestralmente ou anualmente) por estar dependente de inquéritos, o valor do plano pode ser estimado a partir do comportamento de indicadores, cuja tendência permite estimar o comportamento da variável que se pretende medir. Para o efeito, a Produção do ano n+1 pode ser obtida pela multiplicação da previsão com a taxa de crescimento descrita pelo indicador; onde a Taxa expressa em percentagem compreende o intervalo (0 a 100%):

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50. Nos casos em que as 2 fórmulas apresentadas anteriormente não

podem ser aplicadas em virtude de a produção ser previamente reportada em valor corrente (caso da indústria), os valores reportados nas diversas divisões do ramo industrial deverão ser deflacionados do seguinte modo:

51. O deflactor visa extrair do valor de produção avaliado a preços de cada ano (corrente) a componente que deriva das flutuações dos preços, com vista a sua conversão para preços do ano 2003, e é calculado da seguinte forma:

52. Os indicadores de produção devem ser apresentados em quadros, obedecendo a classificação das actividades económicas de Moçambique.

No Balanço do PES

53. Os procedimentos de cálculo dos indicadores económicos

anteriormente descritos para o plano são igualmente observáveis para efeitos de balanço.

54. Conforme a prática de planificação no país, os relatórios de balanço são produzidos numa base infra-anual e anual, sendo que os Relatórios Trimestrais são apresentados de forma cumulativa: o relatório do primeiro trimestre refere ao período de Janeiro a Março, do segundo trimestre de Janeiro a Junho, do terceiro trimestre de Janeiro a Setembro. Assim, os valores para o quarto trimestre cobrem todo o ano económico. Refira-se que a legislação impõe ao Governo a apresentação do Balanço no fim de cada Semestre á Assembleia da República.

55. O balanço deve ser reportado em relação ao plano, e deve reflectir o desempenho real da economia. Deste modo, a produção não pode ser projectada em função da capacidade teórica de produção, por

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exemplo em função da área cultivada e produtividade média dos insumos, mas sim, deve reflectir o que foi efectivamente produzido.

56. Assim, os quadros de avaliação dos indicadores económicos devem:

57. Primero: Apurar a taxa de realização (em percentagem) em relação ao plano, através da fórmula:

58. A realização de valores acima do planificado serão reflectidos em taxas de realização acima de 100%. Em contrapartida, a realização de valores inferiores ao planificado serão reflectidos em taxas de realização inferiores a 100%.

59. Segundo: Comparar o desempenho com o do ano anterior. 60. As taxas de crescimento de produção são calculadas a preços

constantes e devem obedecer as fórmulas e procedimentos descritos nas orientações para o Plano.

61. Os indicadores quantitativos quer de natureza económica ou social permitem o diagnóstico e melhoria do processo de formulação e implementação de políticas e devem ser desagregados por sexo sempre que for feita referência a beneficiários.

62. As medidas e acções de política do PES devem sempre ser suportadas por indicadores, mas a sua apresentação não requer quadros estatísticos, devendo ser apresentados em forma de matriz.

63. Em relação aos assuntos transversais o balanço deve fazer referência ao progresso da implementação das respectivas acções e sobre o impacto ou sua contribuição na redução dos desequilíbrios de género.

4.4 Orçamento do Estado (OE) 64. O Orçamento do Estado é o documento no qual estão previstas

as receitas a arrecadar e fixadas as despesas a realizar num determinado exercício económico e tem por objecto a prossecução da política financeira do Estado3.

65. Assim, o OE é o instrumento anual de gestão do Governo, no qual são estabelecidas as previsões de recursos financeiros (receitas

3 Artigo 12, da Lei do SISTAFE

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do Estado, donativos e créditos) e onde são fixadas as despesas a serem financiadas por esses recursos, constituindo um instrumento de operacionalização do PES e que visa o alcance dos objectivos económicos e sociais num determinado exercício económico.

66. A elaboração do OE deve ter em conta as determinações do Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE) que entre outros estabelece, as regras e os procedimentos de previsão de recursos financeiros e de programação das despesas públicas, de modo a permitir o seu uso eficaz e eficiente.

67. As previsões para receitas e despesas devem ser equilibradas de acordo com um dos princípios básicos do Orçamento.

68. Na elaboração do OE 2010, através da Metodologia da Orçamentação por Programas os órgãos e/ou instituições deverão assegurar a sua consistência e harmonização com a sua planificação estratégica evidenciada na proposta do PES e estes deverão estar em consonância com CFMP 2010/12. Deve se assegurar a afectação de recursos a acções relacionadas aos assuntos transversais. Deverão igualmente ter em consideração a planificação estratégica sectorial e territorial assegurando a compatibilização destas com o OE.

4.4.1 Condicionantes do OE 2012 69. Para o ano de 2012, as previsões indicam a continuidade de

restrições de recursos, não obstante o comportamento positivo da economia moçambicana e o incremento das receitas do Estado como resultado dos esforços do Governo na implementação das reformas em curso.

70. A despesa do OE 2012 continuará a enfrentar fortes pressões determinadas pela conjuntura macroeconómica actual, caracterizada pelo aumento do preço internacional de alimentos e combustíveis, face às necessidades de melhoria e desenvolvimento dos serviços públicos e do desenvolvimento socioeconómico do País.

71. A programação da despesa continuará a decorrer num quadro restritivo, devendo procurar-se assegurar a concretização de programas consistentes e coerentes que visam a redução da pobreza, nos termos das prioridades estabelecidas no Programa do Governo e no PARP.

4.4.2 Os Programas Sectoriais Integrados (PSI’s) 72. Alguns sectores vêm implementando PSI’s que representam uma

abordagem estratégica coerente no que respeita à programação, execução e controlo da despesa pública a nível sectorial. Estes Programas, definem os objectivos, as estratégias e as acções a serem desenvolvidas pelos sectores, bem como os níveis de recursos necessários à sua implementação, concretizando as políticas do Governo para o sector, e definindo as prioridades no uso dos recursos e

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os compromissos de afectação de fundos numa perspectiva de médio prazo.

73. Assim, as propostas do OE a apresentar pelos sectores que implementam PSI’s, deverão incluir para o exercício económico objecto de programação, a previsão de implementação das acções neles incluídas, em cada um dos âmbitos e de acordo com o nível de responsabilidade (central, provincial, distrital e autárquico).

4.4.3 Os Limites orçamentais para a elaboração do OE 2012 74. Nos termos do artigo 14 da Lei nº9/2002, de 12 de Fevereiro (Lei

do SISTAFE), todos os órgãos e/ou instituições do Estado, devem prever o volume de recursos monetários ou em espécie, seja qual for a sua fonte ou natureza, que tenham sido estabelecidas por lei, sob pena de, não estando inscritas no OE, não as poderem cobrar e, consequentemente não as aplicar.

75. Assim, todas as receitas, próprias e consignadas, deverão ser previstas e devidamente classificadas, para que possam ser incluídas na proposta do OE, mencionando o dispositivo legal que a estabelece.

76. Nos termos da Lei do SISTAFE, os montantes de receita inscritos no Orçamento do Estado constituem limites mínimos a serem cobrados no correspondente exercício.

77. A atribuição de recursos financeiros às diversas instituições centrais, provinciais e aos Governos Distritais para o ano 2012, tem como suporte os seguintes elementos:

78. A necessidade do aumento da cobertura e da qualidade dos serviços públicos;

79. A disponibilidade e priorização de recursos prevista no CFMP 2012-2014;

80. O reforço do Governo Distrital como unidade orçamental e envolvimento dos cidadãos homens e mulheres no processo de priorização, programação e implementação de acções destinadas à redução da pobreza absoluta e redução de desequilibrios.

81. O Anexo 1 apresenta o quadro global dos limites financeiros a considerar na programação do OE para o exercício económico de 2010. Estes limites são indicativos e poderão ser ajustados em função do cenário macroeconómico que venha a ser apurado.

82. Os limites indicativos das Despesas de Funcionamento e das de Investimento fixados para cada órgão e/ou instituição de âmbito central, provincial e para os Governos Distritais, poderão sofrer ajustamentos em função das alterações do quadro global dos recursos e da qualidade das propostas do PES e do OE submetidas. Assim, na programação orçamental os sectores devem respeitar os limites indicativos atribuídos, detalhando-os adequadamente às suas necessidades de

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execução. As necessidades adicionais devem ser detalhadas e obrigatoriamente fundamentadas tendo em conta as actividades previstas no Plano Económico e Social do sector.

83. A Elaboração Orçamental será realizada “online”, através do MEO – Módulo de Elaboração Orçamental, devendo a apresentação da proposta do OE obedecer à Metodologia para a elaboração das propostas do OE para 2012, à qual poderá ser anexada informação adicional, que o órgão e/ou instituição do Estado considere pertinente, entre outros, para melhor fundamentar a proposta que apresenta.

4.4.4. Despesas de Funcionamento 84. Os recursos para o funcionamento de cada órgão e/ou instituição

do Estado são atribuídos tomando em consideração as necessidades financeiras para o pagamento de Salários e Remunerações do pessoal existente e outras para o seu funcionamento normal no contexto de restrições orçamentais, durante o exercício económico.

85. São definidos limites financeiros para três grupos de despesas, nomeadamente:

Despesas com o Pessoal - inclui-se nesta categoria de despesas, recursos para o pagamento de Salários e Remunerações, e Outras Despesas com o Pessoal.

Bens e Serviços - recursos para o pagamento de bens adquiridos e serviços.

Outros - para os restantes encargos das despesas de funcionamento (excepto despesas com pessoal e bens e serviços)

86. Para o OE 2012, os Governos Distritais deverão prever, a totalidade de recursos para o seu funcionamento (Secretarias Distritais e cada um dos respectivos Serviços Distritais);

87. As Direcções Provinciais com representação distrital, deverão assegurar a assistência técnica aos serviços distritais respectivos e, com base nos limites fixados, coordenar a formulação das propostas do PES e do OE com os Governos Distritais por forma a garantir a descentralização das acções previstas nos respectivos programas sectoriais.

4.4.5 Despesas de Investimento 88. São estabelecidos limites financeiros indicativos para os recursos

internos para cada órgão e/ou instituição do Estado. Em relação ao financiamento externo, os limites a considerar na proposta orçamental dependerão, para além da pertinência dos projectos orçamentais a desenvolver, da documentação comprovativa do acordo de financiamento, que seja apresentada.

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89. Recomenda-se a necessária harmonização entre os órgãos e instituições do Estado nos diferentes níveis incluindo os Governos Distritais, na elaboração das respectivas propostas.

90. Para facilitar a harmonização os sectores ao nível central deverão informar às províncias e distritos o que se prevê em cada um destes níveis para o exercício económico de 2012. Esta informação facilitará a elaboração do plano pelo distrito, harmonizando com a província e com o nível central. A referida informação deverá ser providenciada aos distritos e províncias até 30 de Junho do ano em curso.

91. No que respeita às despesas de investimento de iniciativa local, os Governos Distritais deverão promover os Conselhos Consultivos a assumir a sua responsabilidade na selecção de projectos que promovem e aceleraram o desenvolvimento distrital, priorizando a aplicação de recursos para a promoção de projectos visando o fomento da produção alimentar e geração de renda e de emprego nos distritos tendo em atençao a questão de género.

92. Para efeitos de aferição e confirmação dos projectos orçamentais e dos montantes de financiamento externo propostos pelos sectores, serão sempre que necessário consultados os parceiros de cooperação que os financiam e a Base de Dados ODAMoz (www.odamoz.org.mz).

93. No processo de elaboração da respectiva proposta, cada órgão e/ou instituição do Estado, central, provincial e distrital, deverá proceder à reavaliação e redefinição da pertinência, ou não, da continuidade dos projectos orçamentais em curso, em execução há mais de cinco anos e dos projectos de gastos correntes incluídos nas despesas de investimento.

94. Os novos projectos orçamentais serão objecto de apreciação específica. Assim, ao se pretender inscrever, pela primeira vez, uma nova acção orçamental, projecto ou actividade, no OE, é obrigatório, para além dos requisitos metodológicos estabelecidos, anexar a documentação relativa ao estudo do projecto, evidenciando a sua viabilidade ao nível económico e social, assim como do respectivo acordo de financiamento externo, se aplicável.

V. ASPECTOS GERAIS A CONSIDERAR NA PROGRAMAÇÃO 95. A formulação do PES e OE, deve ter em perspectiva a

consolidação da implementação do SISTAFE, em particular no que se refere ao equilíbrio e à racionalidade da afectação de recursos, à consistência e à coerência internas dos programas sectoriais, provinciais e distritais.

96. Assim, na elaboração do OE de 2012 deverão ser considerados os seguintes aspectos:

Valeria
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5.1 Legalidade 97. A Lei do Sistema de Administração Financeira do Estado -

SISTAFE (Lei n.º09/2002, de 12 de Fevereiro) e demais dispositivos regulamentares e normativos em vigor sobre a matéria, estabelecem que nenhuma despesa pública deve ser realizada sem que esteja inscrita no Orçamento do Estado, mesmo no caso em que seja exclusivamente financiada por recursos externos.

98. Assim, a inscrição no OE de projectos orçamentais de investimento público financiados por fontes externas é a condição básica para que o Estado possa suportar os encargos relativos às obrigações fiscais, tais como os direitos alfandegários, a taxa de serviços aduaneiros, o IVA devidos na importação e os honorários pelos serviços de despacho.

5.2 Consistência entre os Objectivos e a Meta Financeira 99. A despesa proposta e a consequente previsão de recursos no

Orçamento do Estado de 2010 serão avaliadas a partir dos objectivos para os quais a despesa concorre. Nesta base, as propostas orçamentais deverão estar fundamentadas no PES do órgão e/ou instituição, onde constam os objectivos a serem atingidos e as acções a realizar, e coerentes com a priorização definida para o Programa do Governo.

5.3 Impostos e Taxas 100. As obrigações fiscais domésticas (IVA e outras taxas internas),

isto é, as que resultem da aquisição de bens e serviços no mercado interno e da execução de obras de empreitadas públicas, correm por responsabilidade dos órgãos e/ou instituições e devem ser consideradas nos respectivos limites de despesa estabelecidos e classificados na correspondente categoria, nos termos definidos pela Metodologia.

101. No caso dos projectos sob financiamento externo, dos órgãos e/ou instituições do Estado de nível central, provincial e distrital para os quais se prevêem importações de bens, o valor dos encargos aduaneiros e os impostos indirectos devidos pela importação, é mantido centralizado ao nível do MF.

5.4 Inscrição de Novos Projectos de Investimento 102. Os novos projectos orçamentais de investimento público serão

objecto de avaliação antes da sua inscrição no Orçamento do Estado. A sua inscrição só será efectivada quando os recursos financeiros para a implementação estiverem garantidos no ano orçamental e, nos anos subsequentes, quando se trate de projectos plurianuais.

103. Para a sua inscrição no OE, os novos projectos orçamentais deverão cumprir com as seguintes exigências:

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104. Avaliação dos projectos (antigos) em curso com a especificação das razões do atraso da sua conclusão.

105. Ter enquadramento nas prioridades definidas no Programa Quinquenal do Governo e no PARP;

106. Ser sustentável, económica e financeiramente, assegurando a cobertura dos respectivos gastos recorrentes;

107. Cumprir com as especificações definidas na fase de desenho do projecto técnico.

5.5 Classificação rigorosa das despesas 108. Apenas pela aplicação rigorosa dos classificadores orçamentais é

possível o conhecimento do conteúdo das despesas o que, por sua vez, permite a análise objectiva do OE. Assim, a qualidade da classificação das despesas será um critério de sancionamento da pertinência das propostas, quer nas despesas de funcionamento quer nas despesas de investimento.

5.6 Recrutamento de Pessoal 109. O recrutamento de pessoal no aparelho do Estado está sujeito à

existência de vagas no quadro do pessoal do órgão e/ou instituição, bem como à disponibilidade orçamental. Devem sr tomados em conta os aspectos de equidade de género.4

5.7 Aquisição de Meios de Transporte 110. A aquisição de meios de transporte pelas instituições do Estado,

financiada pela componente interna do Orçamento do Estado é centralizada pela Direcção Nacional do Património do Estado. Assim, os sectores e Governos Provinciais (órgãos provinciais e distritais) e devem encaminhar as necessidades em meios de transporte àquela Direcção, que as analisará e globalizará e as apresentará, com base nos limites estabelecidos.

111. Ao apresentar-se a proposta de aquisição de veículos automóveis deverá igualmente apresentar-se a relação de todos os veículos automóveis actualmente existentes, indicando a marca, a matrícula, o ano de aquisição e o seu estado de funcionamento.

5.8 Receitas Próprias e Receitas Consignadas 112. As instituições que possuam receitas próprias e receitas

consignadas deverão na altura da elaboração do OE, apresentar uma informação detalhada sobre cada uma delas, bem como das respectivas despesas, nos termos estabelecidos pela Metodologia, anexando todos os elementos que as fundamentam (legislação etc.). As

4 Tendo em conta a Estretégia de Género da Função Pública

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instituições deverão, por outro lado, apresentar a distribuição da receita prevista, nos termos estabelecidos pela legislação.

113. A informação sobre as receitas próprias e sobre as receitas consignadas será analisada e compatibilizada entre a Autoridade Tributária de Moçambique (AT), a Direcção Nacional do Orçamento e o órgão ou instituição gestora do facto gerador da receita.

114. De forma a evitar constrangimentos na execução da receita e da despesa, deve assegurar-se a inscrição orçamental de todas as receitas e das correspondentes despesas, bem como o necessário equilíbrio na programação de cada fonte de recursos (entre cada receita e cada despesa).

VI. INSTITUIÇÕES AUTÓNOMAS, EMPRESAS PÚBLICAS E AUTARQUIAS

115. O nº. 4 do artigo 24 da Lei 9/2002, de 12 de Fevereiro (Lei do SISTAFE), estabelece que o Governo apresenta ainda a Assembleia da República, com a proposta do OE, todos os elementos necessários à justificação da política orçamental incluindo a apresentação da relação de todos os órgãos e instituições do Estado, assim como de todas as instituições autónomas, empresas públicas e autarquias. Note-se que, na apresentação da proposta do OE à Assembleia da República, o Governo deverá apresentar igualmente a proposta de orçamento dos organismos com autonomia administrativa e financeira, autarquias e empresas do Estado.

6.1 Instituições Autónomas 116. As instituições autónomas são organismos públicos, responsáveis

por áreas específicas de desenvolvimento e dotadas de autonomia administrativa e financeira, obrigando-se à competente prestação de contas ao Ministério das Finanças e ao Tribunal Administrativo.

117. Nos termos do nº 2, do artigo 6 da Lei nº 9/2002, de 12 de Fevereiro, os órgãos e instituições do Estado só poderão dispor de autonomia administrativa e financeira quando esta se justifique para a sua adequada gestão e, cumulativamente, as suas receitas próprias atinjam o mínimo de dois terços das respectivas despesas totais.

118. As Instituições Autónomas podem receber recursos do Estado apenas dirigidos para a cobertura dos défices dos seus orçamentos, no limite de um terço do valor das suas receitas próprias, ou para a realização de um programa, projecto ou acção de interesse do Estado.

6.2 Empresas Públicas 119. Os programas das Empresas Públicas financiam-se por recursos

próprios e por créditos internos obtidos junto do sistema bancário. As condições de utilização do financiamento externo pelas empresas

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públicas são determinadas caso a caso pelo Estado, através do Ministério das Finanças.

120. A dimensão das despesas (correntes e de investimento) de cada Empresa Publica é determinada pela capacidade de financiamento da respectiva Empresa, nos termos da legislação em vigor.

6.3 Autarquias 121. O regime financeiro, orçamental e patrimonial das autarquias

locais e o Sistema Tributário Autárquico, é determinado pela Lei n.º 1/2008, de 16 de Janeiro. Note-se que esta lei substitui a anterior (Lei n.11/97, de 31 de Maio) que foi revogada.

122. Considerando que as Autarquias são órgãos com autonomia administrativa e financeira, a expansão da despesa destas, deve ser assegurada, fundamentalmente, pelo aumento de receitas próprias.

123. Para permitir que as Autarquias apresentem as suas propostas orçamentais de modo que sejam incluídas na proposta do OE a ser submetida à AR, em cumprimento do que estabelece a alínea f) do número 4. do artigo 24 da Lei nº. 9/2002, de 12 de Fevereiro, o MPD informará às Autarquias os montantes indicativos do Fundo de Compensação Autárquica (FCA) e do Fundo de Investimento de Iniciativa Autárquica (FIIA), cuja distribuição obedecerá os critérios em vigor.

124. Adicionalmente, e integrado no Programa Estratégico para a Redução da Pobreza Urbana (PERPU), foi estabelecido em 2011 o fundo destinado à redução da Pobreza Urbana – Geração de Oportunidades de Emprego para homens e mulheres, destinado à promoção da geração de rendimentos para a satisfação das necessidades básicas dos indivíduos, famílias e comunidades residentes nas zonas urbanas dos Municípios Capitais Provinciais e das cidades da Matola e de Maputo.

125. As Autarquias devem enviar ao MPD até o dia 31 de Julho a informação necessária para a elaboração do OE, nos termos da metodologia.

VII. INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA NA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DO ORÇAMENTO DO ESTADO

126. Considerando o estabelecido pelo Regulamento do SISTAFE, as propostas de orçamento sectoriais devem, obrigatoriamente, conter:

127. O balancete do primeiro semestre do exercício em curso, por fonte de recursos;

128. Os Mapas de execução orçamental do primeiro semestre do ano em curso e apresentação do progresso físico das acções pelo mesmo período;

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129. Os Mapas de previsão da execução orçamental até à data de encerramento do exercício em curso e do progresso físico das acções pelo mesmo período;

130. A fundamentação da proposta e os respectivos anexos numéricos, contempla a discriminação das receitas e das despesas e respectiva justificação.

VIII. ANEXO: MATRIZ DE INTEGRAÇÃO DOS ASSUNTOS TRANSVERSAIS