REPÚBLICA VELHA (APOSTILA)

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REPBLICA VELHA (1889-1930)O primeiro perodo da Repblica Brasileira ficou conhecido por Repblica Velha (18891930). Esse primeiro perodo da Repblica foi marcado por trs fases polticas: Governo Provisrio (1889-1891), Repblica da Espada (1891-1894) e Repblica das Oligarquias ou do Caf-Com-Leite (1894-1930).

GOVERNO PROVISRIOAssim que o Imprio foi derrubado, foi proclamada a Repblica, no dia 15 de novembro de 1889, formando-se um Governo Provisrio cuja chefia coube ao Marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891). O novo regime herdou do Imprio um sistema econmico financeiro catico. As dvidas externa e interna eram altssimas. A economia era de base agrria e os gastos com importaes, especialmente de produtos industrializados, eram enormes. Diante desse quadro econmico financeiro, Rui Barbosa, que na poca exercia o cargo de Ministro da Fazenda, tomou algumas visando reverter a situao. O primeiro passo dado pelo Ministro foi em direo elevao das tarifas alfandegrias, com o objetivo de proteger a indstria nacional da concorrncia externa. Em seguida, realizou uma ampla reforma bancria, com a criao da vrios bancos, com poderes de emitir papel-moeda. Essas emisses estimuladas pelo governo no teriam lastro em ouro, mas sim em ttulos da dvida pblica. Com essas emisses, o governo pretendia promover a expanso do crdito para estimular o processo de industrializao. A poltica emissionista do governo resultou num verdadeiro fracasso. A emisso de papel-moeda foi muito superior produo interna, o que acabou por provocar uma inflao desenfreada. As facilidades para a obteno de crdito oferecidas pelo governo forma responsveis pelo surgimento de empresas fantasmas e pelo lanamento de aes sem nenhum valor no mercado. Essa reforma financeira ficou conhecida como Encilhamento. Diante do tamanho fracasso da reforma financeira, Rui Barbosa renunciou em janeiro de 1981. Durante a fase do Governo Provisrio, outras medidas forma tomadas, entre elas: Fim do controle do Estado sobre a Igreja: a Igreja deixou de ser subordinada ao Estado; Instituio do casamento civil; Transformao das provncias em estados; A facilidade de naturalizao, que permitia aos estados estrangeiros obter cidadania brasileira; Criao de uma nova bandeira para o Brasil. A Constituinte Em 1980 forma convocadas eleies para formao da Assemblia Nacional Constituinte. Nessas eleies forma eleitos os representantes para o Congresso Constituinte, formado por republicanos, monarquistas, militares, cafeicultores e positivistas. Em 24 de fevereiro de 1981, foi promulgada a primeira Constituio Republicana do Brasil, marcada por forte influencia da Constituio dos Estados Unidos e pelos ideais do positivismo francs de Augusto Comte. Principais Determinaes da Constituio de 1891 Forma de governo: Repblica, Federativa, Presidencialista e Representativa; Independncia entre os poderes Executivo, Legislativo e Judicirio;

Direito de voto aos maiores de 21 anos, alfabetizados e do sexo masculino. Voto de Cabresto, isto , aberto. Mandato presidencial de 4 anos, Cmara dos Deputados com 3 anos de mandato e Senado com mandato de 9 anos.

REPBLICA DA ESPADAO governo de Deodoro da Fonseca (1891) Manuel Deodoro da Fonseca era natural de Alagoas. Seu vice-presidente era Floriano Vieira Peixoto, nascido na Vila de Ipioca (AL). Aps a promulgao da Constituio, a Assemblia Nacional Constituinte transformou-se em Congresso Nacional. A nova Constituio estabelecia que a primeira eleio presidencial seria indireta, cabendo ao Congresso Nacional eleger o presidente da Repblica e o vice-presidente. A ameaa de golpe militar pressionou o Congresso a eleger Deodoro da Fonseca, e Floriano Peixoto vice-presidente. O breve governo de Deodoro da Fonseca teve durao de apenas nove meses, marcados por forte crise econmica e ferrenha oposio poltica. A hostilidade do Congresso ao governo levou Deodoro a dissolv-lo em 03/11/1891, fato que acirrou ainda mais a oposio poltica. No plano econmico, o pas ainda vivia sob forte impacto do encilhamento. Alm disso, o poder estava com os militares, mas o poder econmico continuava nas mos das oligarquias. Parte dos militares eram contrrios ao governo de Deodoro, entre eles o ContraAlmirante Custdio de Melo, que liderou a primeira Revolta Armada, em que ameaava bombardear a cidade do Rio de Janeiro, caso Deodoro no renunciasse. Diante dos fatos, Deodoro da Fonseca renunciou ao cargo de Presidente da Repblica. O governo de Floriano Peixoto (1891-1894) Com a renncia de Deodoro da Fonseca, o governo do pas foi assumido pelo vicepresidente, Floriano Peixoto, de forma inconstitucional. De acordo com a Constituio, artigo 42, deveria ser convocada nova eleio. Se o caso de vaga, por qualquer causa, a Presidncia ou Vice-Presidncia no houverem transcorridos dois anos do perodo presidencial, proceder-se nova eleio. No plano poltico, Floriano teve que enfrentar vrios movimentos armados de reao ao seu governo: A Revoluo Federalista (RS), A Segunda Revolta Armada (RJ) e a Revoluo dos Treze Generais do Exrcito (SC). A Revoluo Federalista teve incio em 1893, a e sua causa foi a disputa poltica envolvendo fazendeiros gachos. Ideologicamente, a luta era contra os castilhistas, seguidores de Jlio de Castilhos, mas na verdade, tratava-se de uma disputa poltica pelo controle da regio, envolvendo PicaPaus e Maragatos. Os Maragatos defendiam um governo federal forte e a adoo do parlamentarismo. Os Pica-Paus tinham respaldo de Floriano Peixoto, fato que fez com que os Maragatos ficassem contra o Governo Federal. A Revoluo Federalista s seria pacificada definitivamente em 1895, no governo de Prudente de Morais. A Segunda Revolta Armada, liderada novamente pelo contra-almirante Custdio de Melo, exigia a realizao de eleies, conforme determinava a Constituio. Aps ser derrotado no Rio de Janeiro, Custdio de Melo partiu par o Sul, unindo-se aos federalistas. Em Santa Catarina, Floriano teve que enfrentar as Revoltas dos Fortes de Santa Cruz e Lages, alm de um manifesto de 13 generais que exigiam a realizao de novas eleies. O lder da Revolta do Forte de Santa Cruz foi fuzilado e os 13 generais foram exonerados por ordem de Floriano Peixoto.

No plano poltico, Floriano suspendeu a dissoluo do Congresso Nacional e deps todos os governadores que apoiaram o golpe de Deodoro da Fonseca. Para satisfazer parte das necessidades das baixas camadas, Floriano determinou o tabelamento dos preos dos alimentos e baixou o valor dos aluguis.

A REPBLICA DAS OLIGARQUIAS OU DO CAF-COM-LEITE (18941930)Prudente de Moraes (1894-1898) Em 1894, assumiu a presidncia o paulista e civil Prudente Jos de Moraes Barro, Prudente de Moraes foi eleito pelo voto direto, tendo como vice-presidente Vitorino Pereira (BA). O governo de Prudente de Moraes foi marcado por uma grave crise econmica. Em 1823 a saca de caf era 4,09 libras para exportao, passou para 2,91 libras em 1986 e chegou a 1,48 libras em 1897. No plano poltico, a anistia dada aos federalistas do Rio Grande do Sul levou Prudente a sofrer forte oposio por parte dos militares e do governador gacho Jlio de Castilhos. Diante da forte oposio militar, o presidente decretou o fechamento do Clube Militar. O governo de Prudente de Moraes foi marcado pelas disputas de fronteiras, como a Questo do Territrio das Palmas ou das Misses, a invaso francesa ao Amap e a invaso na ilha de Trindade. A questo do territrio das Palmas ou das Misses envolveu Brasil e Argentina. A questo foi colocada sob a arbitragem do presidente norte-americano Cleveland, que julgou a causa favorvel ao Brasil. Quanto invaso da Ilha de Trindade, o presidente determinou a retirada dos ingleses do local. O presidente Prudente de Moraes tambm enfrentou o Movimento de Canudos, na Bahia, entre 1896 e 1897.

O Movimento de Canudos O Lder Antnio Vicente Mendes Maciel, o Antnio Conselheiro, como era conhecido, nasceu em Quixeramobim (CE), em 13 de maro de 1830. Sua fama se estendeu na Bahia, a partir de 1877, por suas andanas e pregaes. Em 1893 ocorreu o primeiro confronto entre Antnio Conselheiro e o governo. Nesse ano, o beato Antnio Conselheiro mandou arrancar e queimar vrios editais de cobrana de impostos e fez reservas crticas ao governo republicano. A partir da, Conselheiro passou a ser acusado pelo governo de monarquista, sendo obrigado a fugir para o serto. Nesse mesmo ano, Antnio Conselheiro e seus seguidores iriam se estabelecer em Belo Monte (BA), na fazenda de Canudos. A Formao de Canudos A formao de Canudos ocorreu em 1893. A fazenda abandonada de Canudos ficava s margens do Rio Vaza-Barris. O nome de Canudos tinha ligao com um bambu fino existente na beira do rio, e que era utilizado pela populao que ali vivia para fazer cachimbos. Canudos comeou com uma populao de aproximadamente 25 pessoas, chegando a abrigar, em 1896, uma populao de 25 mil pessoas.

As causas de Canudos O movimento de Canudos teve com causa a luta contra o latifndio, a seca, as injustias sociais, o descaso do governo em relao aos problemas da populao sertaneja e os pesados impostos cobrados da populao pelo governo local. A vida de Canudos No interior de Canudos, a terra e a produo eram de uso coletivo. Os sertanejos cultivavam milho, feijo, abbora, mandioca e melancia. A produo tinha por finalidade principal o consumo interno, sendo somente o excedente comercializado em localidades vizinhas. Algumas ferramentas como foices e faces tambm eram produzidas. O alcoolismo e a prostituio eram proibidos. Os Inimigos de Canudos Antnio Conselheiro conseguiu reunir um nmero grande fiis, fazendo com que a Igreja os perdesse. Os fazendeiros da regio perderam grande parte da mo-de-obra farta e barata, antes disponvel. Alm disso, temiam que o sucesso de Canudos viesse a estimular novas invases de terras. O governo federal, os governos estaduais e municipais viam os seguidores de Conselheiro como fanticos e seu lder com subversivo, uma ameaa Repblica recminstaurada. A Guerra Em 1896 e 1897 foram enviadas quatro expedies contra Canudos. A primeira expedio foi comandada pelo Tenente Manoel da Silva Pires Ferreira. Os sertanejos, armados de faces, foices e velhas armas de fogo, conseguiram resistir aos invasores, obrigando a expedio partir em retirada. A segunda expedio foi comandada pelo Major Febrnio de Brito. Essa expedio era composta de seiscentos homens, dois canhes e duas metralhadoras. As tticas de guerrilha empregada pelos sertanejos fizeram com que esta questo tambm viesse a fracassar. A terceira expedio foi comandada pelo Coronel Antnio Moreira Csar o cortacabea como ficou conhecido no combate Revoluo Federalista. Essa expedio era composta de 1.200 homens e farta munio. Em Angico, a expedio de dividiu, ficando a segunda coluna sob o comando do Coronel Pedro Nunes Tamarindo. As tropas do governo sofreram derrota desastrosa, que culminou com a morte de Moreira Csar. A quarta expedio foi comandada pelo General Artur Oscar, sendo composta de 8 mil homens. No final dos combates, todas as habitaes foram queimadas e todos os sobreviventes mortos. Antnio Conselheiro, que havia falecido dias antes da queda final de Canudos, teve seu corpo desenterrado, a cabea cortada e o resto do queimado com querosene. Era o fim de Canudos. Canudo no se rendeu. Exemplo nico em toda a histria, resistiu at o esgotamento completo. Expugnado palmo a palma, na preciso integral do termo, caiu no dia 5 (outubro de 1897), ao entardecer, quando caram seus ltimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criana, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados. Caiu o arraial a 5. No dia 6 acabaram de destruir desmanchando-lhe as casas, 5.200, cuidadosamente contadas.. (Euclides da Cunha, Os Sertes)

Logo aps a queda de Canudos, quando passava em revistas as tropas vitoriosas na campanha contra o arraial, Prudente de Moraes sofreu um atentado. O incidente ocorreu a 5 de novembro de 1987, quando Marcelino Bispo, um sub-oficial do exrcito, atirou contra o presidente. O tiro atingiu o Ministro de Guerra, Marechal Carlos Machado Bittencourt, que acabou falecendo, enquanto o presidente saia ileso. Campos Sales (1898-1902) Manuel Ferraz de Campos Sales era paulista e civil, sendo eleito presidente em 1898, tendo como vice-presidente Francisco Assis Rosa e Silva (PE). Assim que tomou posse, Campos Sales embarcou para Londres, na busca de emprstimos. Esse acordo feito com os banqueiros por meio de Funding-loan, pelo qual os banqueiros forneceram um novo emprstimo ao Brasil e aceitaram uma moratria de trs anos no pagamento de nossas dvidas. No entanto, exigiram do governo brasileiro o compromisso de reduzir a inflao e cortar gastos pblicos, e oferecimento das recitas da Estrada de Ferro Central do Brasil, do servio de abastecimento de gua do Rio de Janeiro e das alfndegas do porto do Rio de Janeiro como garantias para o pagamento da dvida. Para equilibrar as finanas e pr em prtica as determinaes dos credores, Campos Sales nomeou o mdico e farmacutico Joaquim Murtinho como Ministro da Fazenda. Para equilibrar as finanas, o Ministro aumentou impostos, congelou salrios, paralisou vrias obras pblicas e desincentivou a produo industrial. Essa poltica agradava diretamente aos banqueiros ingleses, porm, internamente, trouxe fortes conseqncias negativas, como o aumento do custo de vida e do desempregado, alm de vrias falncias de indstrias. No plano poltico, Campos Sales idealizou a poltica dos governadores que consistia numa troca de favores entre o Governo Federal e as oligarquias estaduais e municipais, Cabia s oligarquias estaduais e municipais evitar a oposio ao Governo Federal, fazendo com que somente deputados federais e senadores da situao fosse eleitos em seus estados e municpios. Em troca, essas oligarquias eram agraciadas pelo Governo Federal. Nessa poca, o voto era de Cabresto (aberto), o que facilitava aos coronis impor aos eleitores os candidatos de sua preferncia. Os eleitores eram conduzidos pelos coronis at os currais eleitorais, onde recebiam as papeletas e os nomes dos candidatos em que deviam votar. O coronel, por sua vez, era generoso com os eleitores, oferecendo-lhes em troca cachaa, comida e roupas. Essa manipulao exercida sobre a massa de eleitores pelos coronis ficou conhecida como coronelismo. A poltica dos governadores, idealizada por Campos Sales tambm contribuiu para a consolidao da poltica do caf-com-leite, que consistia no revezamento entre as maiores oligarquias do pas, a paulista e a mineira, no Governo Federal. Durante o governo de Campos Sales foi resolvida definitivamente a Questo do Amap. Envolvendo Brasil e Frana. O rbitro da questo foi Walter Hauer, da Sua, que deu ganho de cauda ao Brasil. Ficou determinado que o rio Oiapoque seria o marco divisor entre o Brasil e a Guiana Francesa. Rodrigues Alves (1902-1906) O paulista e civil Francisco de Paula Rodrigues Alves foi eleito presidente em 1902, tendo como vice-presidente Francisco Silvino de Almeida Brando (MG). Porm Francisco Silviano faleceu antes de posse, sendo substitudo por Afonso Pena (MG). Durante o governo de Rodrigues Alves, a cidade do Rio de Janeiro passou por forte processo de modernizao e saneamento. O presidente assinou a lei de reogarnizao administrativa do Distrito Federal, dando amplos poderes ao prefeito Pereira Passos para modernizar e sanear a capital. Na poca, os cortios existentes na capital foram demolidos e a populao foi expulsa para

reas em grandes avenidas, praas foram construdas, a lagoa Rodrigo de Freitas foi saneada e calades a beira mar forma construdos. Para conter as epidemias de febre amarela, varola e peste bubnica, o mdico sanitarista Osvaldo Cruz foi nomeado diretor da Sade Pblica. Para conter a febre amarela, os matadores de mosquitos procuravam dizimar os focos de insetos transmissores da doena. Para conter a peste bubnica, o governo passou a oferecer uma certa quantia em dinheiro populao por cada rato abatido. Em poucos dias, 70 mil ratos foram abatidos pela populao. Na poca, muitos aproveitadores passaram a criar ratos em casa para ganhar dinheiro do governo. No combate Varola, foi lanada a Campanha da Vacina Obrigatria, que gerou forte reao popular. A violncia policial praticada contra a populao, obrigandoa vacinao, provocou distrbios, destruio, com mortos e feridos de ambas as partes. Esse episdio teve incio no dia 10 de novembro de 1904, e ficou conhecido como a Revolta da Vacina. Alm da oposio popular, a Campanha da Vacina contou com a oposio poltica, com destaque para Rui Barbosa, e de militares florianistas, contrrios ao governo de Rodrigues Alves. No governo de Rodrigues Alves foi resolvida a Questo do Acre, resolvendo um conflito de fronteira entre Brasil e Bolvia. Em novembro de 1903, foi assinado o Tratado de Petrpolis, pelo qual o Baro do Rio Branco encerrava a questo diplomaticamente. Ficou determinado que o Brasil pagaria 2 milhes de libras esterlinas Bolvia, construiria a Estrada de Ferro Madeira-Mamor, para que os bolivianos tivessem acesso ao Atlntico por territrio brasileiro e pagaria mais 126 mil libras esterlinas para que o grupo anglo-americano desistisse de suas reivindicaes visando explorao da borracha no Acre. No final do governo de Rodrigues Alves, em 1906, So Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro firmaram o Convnio de Taubat, pelo qual obrigavam o Governo Federal a comprar sobras de caf existentes no mercado. Esse acordo visava socializar as perdas com a queda nas exportaes, reduzir estoques e manter o preo do caf estvel. Era bom para os cafeicultores e pssimo para a populao: benefcio para poucos e prejuzo para muitos. Afonso Pena (1906-1909) O mineiro e civil Afonso Augusto Moreira Pena foi eleito presidente em 1906, tendo como vice-presidente Nilo Procpio Peanha (RJ). Durante a presidncia de Afonso Pena, foi colocado em prtica o Convnio de Taubat. Tambm foi criada a Caixa de Converso, outra medida do governo para beneficiar as exportaes do caf. Essa nova medida do governo consistia em novos emprstimos para o caf e na desvalorizao da moeda, para tornar o caf mais competitivo no mercado externo. As perdas nas exportaes com a desvalorizao da moeda eram compensadas internamente com emprstimos do governo aos cafeicultores. O governo de Afonso Pena tambm foi marcado pelo incentivo imigrao; seu lema era governar para povoar. Em 1908, desembarcou no porto de Santos o navio Kasato Maru, com 168 famlias a bordo, num total de 781 pessoas. Em 1909, Afonso Pena, faleceu, vitima da febre amarela, sendo substitudo pelo vice-presidente, Nilo Peanha. Nilo Peanha (1910) O governo de Nilo Peanha foi marcado por forte crise poltica. Para eleio presidencial de 1910, houve o rompimento temporrio da poltica do caf-com-leite: So Paulo apoiou a candidatura de Rui Barbosa, enquanto Minas Gerais apoiou a candidatura do Marechal Hermes da Fonseca. Neste ano, Rui Barbosa lanou a campanha civilista, na qual percorreu grande parte do pas, com o objetivo de impedir a eleio de um

militar para a presidncia da Repblica, ou seja, tentar impedir a vitria de Hermes da Fonseca. Apesar do grande empenho, Rui Barbosa foi derrotado de forma contundente. O Marechal Hermes da Fonseca obteve 400 mil votos, contra 200 mil de Rui Barbosa. Durante a presidncia de Nilo Peanha, destacou-se a figura do Marechal Cndido Mariano da Sila Rondon, que demarcou fronteiras, procurou integrar o pas por meio das comunicaes, erguendo milhares de postes telegrficos de norte a sul do pas e criando o SPI (Servio de Proteo ao ndio). Sua obra de pacificao do ndio era resumida no lema Morrer se preciso, matar nunca. Hermes da Fonseca (1910-1914) O gacho e militar Hermes Rodrigues da Fonseca foi eleito presidente em 1910, tendo como vice-presidente o civil Venceslau Brs Pereira Gomes (MG). Em seu governo foi criada a Poltica das Salvaes, pela qual o presidente destitua as oligarquias dos estados que nas eleies de 1910 apoiaram a candidatura de Rui Barbosa e as substitua por outras que o haviam apoiado. A Revolta de Juazeiro (CE-1911) Em 1911, eclodiu no Cear a Revolta de Juazeiro, liderada por Ccero Romo Batista, o padre Ccero. Essa revolta foi uma reao direta Poltica das Salvaes, que retirou a famlia Accioli do poder, no Cear, colocando em seu lugar o coronel Franco Rabelo. O padre Ccero, que era amigo da famlia Accioli, deu incio a Revolta de Juazeiro, cujo objetivo era forar o presidente a colocar a famlia Accioli de volta no poder. O padre Ccero era um importante poltico no Cear, tendo sido prefeito de Juazeiro, Deputado Federal e vice-governador do Cear. Seu prestgio junto aos coronis era imenso, fazendo dele o O Coronel dos Coronis do Cariri. Em 1872 tornou-se vigrio de Juazeiro. Sua fama de milagreiro de deu em 1889, quando supostamente, durante uma de suas missas, a hstia dada por ele beata Maria de Arajo teria se transformado no sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, e escorrido pelo canto de sua boca. O padre Ccero foi obrigado a ir Roma, onde negou o suposto milagre, sendo suspenso de suas funes sacerdotais pelo Vaticano. Mesmo assim, sua Fama de milagreiro no foi afetada. Ainda hoje, o culto ao padre Ccero rene um grande nmero de fiis. Uma explicao para isso provavelmente a manuteno da misria no Nordeste, que, aliada ao atraso cultural, faz com que muitos vivam espera de um novo milagre vindo do padre Ccero. A Revolta da Chibata (1910) Em 1910, eclodiu a Revolta da Chibata. Essa revolta foi liderada pelo marinheiro Joo Candido. Os castigos corporais pelo regime da chibata e a m alimentao fornecida aos marinheiros forma causas da revolta. O estopim da revolta foi o castigo aplicado ao marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes, punido com duzentas e cinqenta chibatadas. Os marinheiros liderados por Joo Cndido assumiram o controle dos navios Minas Gerais, So Paulo e Bahia e ameaaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro, caso o governo no retirasse a humilhao da chibata e no melhorasse a alimentao. O Congresso Nacional aprovou a anistia aos rebeldes e o fim da chibata. O no cumprimento das determinaes dos congressistas por parte do governo fez explodir outra revolta dos marinheiros, desta vez nas Ilhas das Cobras. Essa nova revolta teve um fim trgico para os marinheiros. Muitos foram presos, outros enviados para a Amaznia. Joo Cndido foi colocado numa solitria, sendo solto dois anos mais tarde, porque as autoridades acreditavam que ele havia enlouquecido.

A Guerra Santa do Contestado (PR/SC 1912-1916) Entre 1912 e 1916, ocorreu a Guerra Santa do Contestado, na fronteira entre Paran e Santa Catarina. A causa dessa guerra foi a luta da populao sertaneja pela posse da terra. A luta comeou quando a rea ocupada pelos sertanejos foi em grande parte concedida companhia norte-americana de Percival Farqhuar, a Brazil Railway Company, para a construo da ferrovia So Paulo Rio Grande, cortando a rea do Contestado. O principal lder dos sertanejos foi o monge Jos Maria, morto no combate dos Campos de Irani. Em 1914, os ataques contra a populao sertaneja, de aproximadamente 30 mil pessoas, foram intensificados pelo governo. Em 1915, o general Fernando Setembrino de Carvalho liderou um grupo de 8 mil soldados, cercando toda a rea do Contestado. Os sertanejos foram sendo vencidos pela fome e pela sede. Em 1916, a rea foi totalmente retomada pelo governo. A Questo do Contestado tambm envolvia disputas territoriais entre o Paran e Santa Catarina. Durante o governo de Venceslau Brs, ficou estabelecido que o Paran ficaria com vinte mil quilmetros quadrados da rea, e Santa Catarina com vinte e oito mil quilmetros quadrados. A rea do Contestado foi pacificada tendo a questo um final quase feliz. Saram ganhando a Brazil Railway Company, os estados do Paran e de Santa Catarina; menos a populao sertaneja. Venceslau Brs (1914-1918) O mineiro e civil Venceslau Brs Pereira Gomes foi leito presidente em 1914, tendo como vice-presidente Urbano Santos da Costa Arajo (MA). A eleio de Venceslau Brs contou com o apoio do Partido Republicano Paulista, o que significou o restabelecimento da poltica do caf-com-leite. Na poca em que Venceslau Brs assumiu a presidncia, eclodia na Europa a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O Brasil manteve-se neutro na guerra at 1917, porm o torpedeamento de alguns navios brasileiros por submarinos alemes fez com que o presidente pedisse ao Congresso Nacional a autorizao da declarao de guerra a Trplice Aliana, liderada pela Alemanha. O Brasil participou modestamente da guerra, contribuindo para o patrulhamento da costa africana e enviando alguns oficiais do exrcito e mdicos Europa. No plano econmico, a presidncia de Venceslau Brs foi marcada por um significativo surto industrial. Com a ecloso da guerra na Europa, o Brasil passou a ter dificuldades para importara produtos industrializados, levando o governo a adotar uma poltica de substituio das importaes. Entre 1915 e 1919 foram criados cinco mil novecentos e trinta e seis estabelecimentos industriais, destacando-se os setores txtil, alimentcio, de bebidas, de calados e de vesturio. Alm das dificuldades de importao, o crescimento industrial tambm foi favorecido pela acumulao de capitais do setor cafeeiro e pelos investimentos estrangeiros. Em 1914, o imperialismo ingls at ento presente no Brasil passou a ser gradativamente substitudo pelo imperialismo norte-americano . Entre 1912 e 1929, entraram no pas mais de 30 grandes empresas norte-americanas. Foi nessa poca tambm que ocorreu o declnio do ciclo da borracha no Brasil. De 1900 a 1909 o Brasil manteve-se na liderana mundial da produo de borracha. A retirada da hevea brasiliensis do Brasil e seu posterior cultivo na sia (Malsia e Ceilo) pelos ingleses causou o declnio da extrao e exportao da borracha brasileira. Veja os dados a seguir: BRASIL SUDESTE DA SIA

1900-1904 1905-1909 1910-1914 1915-1919 1920-1924 1925-1929

146.758 (t) 184.076 187.141 156.572 100.463 11.649

4.572 (t) 23. 876 193.040 1.046.480 1.761.236 3.144.012

O governo de Venceslau Brs tambm foi marcado pela ecloso de vrias greves operrias, com destaque para a Greve Geral de 1917. Nesse ano, uma tecelagem de So Paulo decretou o prolongamento do trabalho noturno, provocando forte reao por parte dos operrios. Porm o estopim da greve foi a morte de um jovem anarquista, aps a interveno da Fora Pblica no interior de uma fabrica em greve. No enterro desse jovem compareceram aproximadamente 10 mil pessoas. Aps o enterro, ocorreram vrios atos de violncia, paralisao de vrias tecelagens, paralisao dos transportes urbanos e ferrovias, alm de vrios saques contra padarias e armazns. Os operrios eram na maioria imigrantes e descendentes de imigrantes (italianos e alemes), liderados por anarquistas e socialistas. Nessa greve, assim como nas demais, os operrios reivindicavam a reduo na jornada de trabalho, melhores salrios, a proibio do trabalho infantil nas fabricas e a proibio do trabalho feminino noturno. Durante a Repblica Velha, os movimentos operrios eram tratados pelos governantes como caso de policia. Tropas da Fora Pblica reprimiram de forma violenta os movimentos operrios. Em junho de 1917 foi homologada a chapa de Rodrigues Alves e Delfim Moreira para sucesso presidencial. Rodrigues Alves, eleito o novo presidente, no chegou a tomar posse, pois, vitimado pela gripe espanhola, veio a falecer. O vice-presidente, Delfim Moreira, em respeito Constituio convocou nova eleio. Em 1919, Rui Barbosa e Epitcio Pessoa foram lanados candidatos sucesso presidencial. Para impedir a vitria de Rui Barbosa, So Paulo e Minas Gerais definiram uma candidatura de conciliao em apoio ao paraibano Epitcio Pessoa. Ficou acertado ainda que o prximo presidente seria um mineiro e seu sucessor um paulista. Epitcio Pessoa (1919-1922) O paraibano e civil Epitcio da Silva Pessoa foi eleito presidente em 1919, tendo como vice-presidente Francisco lvaro Bueno de Paiva (MG). Durante o governo de Epitcio Pessoa, o dlar passou a ser o padro internacional de converso da nossa moeda, aumentando ainda mais a influencia norte-americana no pas. O presidente recorreu a novos emprstimos no exterior, contribuindo para o aumento do endividamento externo. Parte desse dinheiro foi empregada para satisfazer as determinaes do Convenio de Taubat e no combate aos efeitos da seca no Nordeste. Em 1922 eclodiu a primeira Revolta Tenentista da Repblica Velha, a Revolta do Forte de Copacabana ou a Revolta dos 18 do Forte. Os movimentos tenentistas abalaram significamente o regime oligrquico, culminada com a revoluo de 1930, no fim da Repblica Velha. Esses movimentos eram compostos por jovens militares e civis, que defendiam a derrubada das oligarquias do poder, o fim do voto de cabresto e a moralizao do exrcito. A Revolta do Forte de Copacabana foi uma reao a priso do Marechal Hermes da Fonseca e ao fechamneto do Clube Militar, determinados pelo presidente Epitcio Pessoa. Em choque com as tropas do governo, dos 18 participantes da Revolta do Forte de Copacabana, apenas dois sobreviveram Siqueira Campos e Eduardo Gomes.

Em 1922, entre os dias 13 a 18 de fevereiro, foi realizado a Semana da Arte Moderna. Esse evento reuniu vrios artistas do Rio de Janeiro e de So Paulo, no Teatro Municipal de So Paulo. Dele participaram Mrio de Andrade, Anita Malfatti, Di Cavalcanti , Villa-Lobos, Menotti del Picchia, entre outros. Esse movimento visava criar uma identidade cultural para o pas, em especial a valorizao de temas regionais e nacionais. Em 1922 foi fundado o Partido Comunista do Brasil. No ms de julho de 1922, pouco depois de sua fundao, o PCB foi declarado ilegal, retornando novamente legalidade somente em janeiro de 1927. Artur Bernardes (1922-1926) O mineiro e civil Artur da Silva Bernardes foi eleito presidente em 1922, tendo como vice-presidente Epitcio de Albuquerque Coimbra (PE). O governo de Artur Bernardes foi marcado por forte crise social, com a ecloso de vrios movimentos tenentistas. Seu governo ocorreu sob estado de stio, fato que o levou a dizer mais tarde que como presidente no passava de um chefe de polcia. Em 1924 ocorreram duas revoltas tenentistas, uma em So Paulo e outra no Rio Grande do Sul. Em abril de 1925, tenentes de So Paulo e do Rio Grande do Sul se encontraram no Paran Era o incio da Coluna Prestes. A Coluna Prestes (1925-1927) era comandada pelos tenentes Luis Carlos Prestes e Miguel Costa. A Coluna percorreu uma longa marcha de 25 mil quilmetros pelo pas, do Rio Grande do Sul ao Maranho. Seu objetivo era obter apoio de vrios quartis para fortalecer a marcha. Sem atingir o objetivo, seus membros, j cansados, refugiaram-se na Bolvia. Em 1926, o presidente, com apoio do Congresso Nacional, realizou uma reforma na Constituio de 1891, cujo objetivo principal era o de fortalecer o poder Executivo. Principais destaques da reforma Regulamentao da expulso de estrangeiros considerados nocivos ordem scio-poltica; Direito ao Executivo de vetar parcialmente os projetos do Legislativo; Ampliao dos limites de interveno federal nos estados. Washington Lus (1926-1930) O fluminense e civil Washington Lus Pereira de Souza foi eleito presidente em 1926, tendo como vice-presidente Fernando de Melo Viana (MG). Durante seu governo foi aprovada a Lei Celerada, que restringia a liberdade de imprensa. Sua poltica social foi de total descaso em relao aos problemas sociais, em especial a causa operaria, Certa vez, o presidente chegou a dizer que a questo social era um caso de polcia . No plano poltico administrativo, Washington Lus procurou investir na construo de estradas. Seu lema era: Governar abrir estradas. Em seu governo forma construdas as rodovias Rio-So Paulo e Rio-Petrpolis. No plano econmico, a economia brasileira foi duramente afetada pela quebra da Bolsa de Nova Iorque, ocorrida em 24 de outubro de 1929. Na poca, mais de 80 do caf brasileiro ficou estocado por falta de compradores. A sombra gigantesca de caf levou o governo a romper o Convnio de Taubat. Alm da crise econmica, o apoio do presidente ao candidato paulista Jlio Prestes rompendo com o acordo da poltica de caf-com-leite gerou uma forte crise poltica

no pas. Para sucesso presidencial, Washington Lus deveria dar apoio ao mineiro Antnio Ribeiro de Andrada. Em seguida, Minas gerais aliou-se aos estados do Rio Grande do Sul e da Paraba, e juntos formaram a Aliana Liberal, uma chapa de oposio ao presidente Washington Lus. A Aliana Liberal lanou as candidaturas de Getlio Vargas, para presidente, e de Joo Pessoa, para vice-presidente. Nas eleies de 1930 saram vitoriosos Jlio Prestes (presidente) e Vital Soares (vice-presidente). No entanto, a Aliana Liberal, derrotada nas urnas, alegava fraude. No dia 26 de julho de 1930, Joo Pessoa foi assassinado em Recife. A associao desses fatos agravou seriamente o quadro poltico da poca, provocando a ecloso da Revoluo de 1930. Em 24 de outubro de 1930, Washington Lus foi deposto da presidncia por um Junta Militar. Essa Junta era composta por Augusto Tasso Fragoso, Joo de Deus Mena Barreto e Jos Isaias de Noronha. Em novembro de 1930, a Junta Militar entregou a presidncia do pas a Getlio Vargas. Era ao fim do longo perodo da Repblica Velha (1889-1930).

REPBLICA ATUAL (1930 AT OS DIAS ATUAIS)A ERA VARGAS OU A REPBLICA NOVA (1930-1945) Introduo A Revoluo de 1930 ps fim ao longo perodo da Repblica Velha (1889-1930). Durante grande parte desse perodo (1894-1930), o poder poltico do pas esteve concentrando na mos das grandes oligarquias do sudeste, especialmente de So Paulo e Minas Gerais. No dia 24 de outubro de 1930, uma Junta Militar formada pelos generais Augusto Tasso Fragoso, Joo de Deus Mena Barreto e pelo contra-almirante Jos Isaas de Noronha convenceu o presidente Washington Lus a deixar o cargo. Em seguida Washington Lus partiu para seu exlio na Europa. Em 3 de novembro de 1930, a Junta Militar entregou a presidncia do pas a Getlio Vargas. De 1930 a 1945, o governo de Vargas assumiu trs fases polticas: Governo Provisrio (1930-1934); Governo Constitucional Indireto (1934-1937); e Estado Novo (1937-1945). O Governo Provisrio Logo aps a posse, Getlio Vargas dissolveu o Congresso Nacional e deps os governadores estaduais, que foram substitudos por interventores fiis ao novo governo. Em seguida, criou o Ministrio do Trabalho e nomeou delegados para comandar os sindicatos. No plano econmico, Vargas adotou uma nova poltica para o caf, comprando e destruindo as sobras, para recuperar seu preo no mercado externo, fazendo o mesmo com os ps de caf, para desestimular sua produo internamente. Em julho de 1932 eclodiu em So Paulo a Revoluo Constituinte. Os paulistas grandes perdedores com a Revoluo de 1930, exigiam eleies para formao e um novo Congresso Nacional, a elaborao de uma nova Constituio para o pas e a substituio do tenente Joo Alberto Lins de Barros um pernambucano nomeado interventor de So Paulo por Vargas por um civil paulista. Em pouco mais de 3 meses, os paulistas, que lutavam isolados, forma totalmente derrotados pelas tropas do governo. Apesar da derrota, os paulistas tiveram atendidas suas reivindicaes. Para evitar novos conflitos, e sabendo da importncia de So Paulo para o pas, que na poca era responsvel por aproximadamente 70% das exportaes brasileiras. Vargas nomeou o paulista e civil Armando Sales de Oliveira como interventor

de So Paulo, marcando eleies para o ano de 1933. Os deputados federais e senadores eleitos vieram a compor uma Assemblia Constituinte com o objetivo de elaborar uma nova Constituio. Em junho de 1934 a nova Carta Magna foi promulgada, com os seguintes destaques: Mandato presidencial de 4 anos e extino do cargo de vice-presidente; Eleies diretas e secretas, voto obrigatrio para maiores de 18 anos e alfabetizados e direito de voto para as mulheres; Representaes classistas (sindicatos de patres e empregados) poderiam eleger seus prprios candidatos; O nmero de deputados deveria ser proporcional ao nmero de habitantes em cada estado; As empresas estrangeiras eram obrigadas a ter, no mnimo, dois teros de empregados brasileiros; O governo Constitucional Indireto Apesar da Constituio determinar eleies diretas, Vargas foi eleito indiretamente presidente pelo congresso Nacional. Nessa nova fase de seu governo, Vargas sofreu forte oposio poltica, tanto da extrema direita, representada pela Ao Integralista Brasileira, como por parte da extrema esquerda, representada pela Aliana Nacional Libertadora. Os integralistas da AIB eram liderados por Plnio Salgado e fortemente influenciados pelo nazi-fascismo. Seu programa visava instalao de um governo totalitrio e ultranacionalista, na defesa da propriedade privada e no combate aos partidos e inimigos poltico, em especial aos comunistas, e no combate aos sindicatos. Os comunistas que integravam a ANL eram liderados por Lus Carlos Prestes. O programa da ANL defendia um governo popular para o pas: a realizao de uma ampla reforma agrria, a nacionalizao de empresas estrangeiras e o no pagamento da dvida externa. O rpido crescimento da Aliana Nacional Libertadora, com 1.600 pequenos ncleos e com aproximadamente 50.000 participantes, fez com que os comunistas acreditassem na possibilidade de um levante armado para a instalao de um governo do proletariado no Brasil. Lus Carlos Prestes elaborou um manifesto incentivando a populao a pegar e armas para derrubar Vargas do pode. Diante desse fato, o Congresso Nacional promulgou a Lei de Segurana Nacional, dando ao governo amplos poderes para reprimir as aes dos comunistas. A Aliana Nacional Libertadora teve sua sede invadida pela a policia, que apreendeu vrios de seus lideres. A ala radical comunistas, inconformada com a ao do governo, organizou a Intentona Comunista, um movimento desorganizado que visava tomada de quartis para um levante armado contra Vargas. Em poucas horas a Intentona Comunista foi desmantelada pelas tropas do governo. Vrios comunistas foram mortos, ou presos ou exilados. Em 1937, alguns integralistas e pessoas ligadas ao governo forjaram o Plano Cohen, um falso documento que atribua aos comunistas a preparao de um golpe para assinar as principais lideranas polticas do pas e a tomada do poder. Na verdade, tudo no passava uma farsa para justificar o golpe de Estado, que manteve Getlio Vargas no poder. No dia 10 de novembro de 1937 o golpe foi oficializado, consolidando o governo ditatorial de Vargas. No mesmo dia, o governo decretou o fechamento do Congresso Nacional e anunciou a outorgao de uma nova Constituio. A nova Constituio foi elaborada pelo jurista Francisco de Campos e teve como modelo a Constituio fascista da Polnia. Em novembro de 1937 foi outorgada a nova Constituio, que estabelecia:

Centralizao absoluta dos poderes Executivo, Legislativo e Judicirio nas mos de Getlio Vargas; Supresso da autonomia dos estados; Controle do governo sobre as Foras Armadas; Continuidade da extino do cargo de vice-presidente; Restrio s liberdades individuais. O Estado Novo O Estado Novo teve incio no dia 10 de novembro de 1937. No plano poltico, Vargas passou a controlar sindicatos dissolveu o Congresso Nacional e extinguiu os partidos polticos, inclusive a Ao Integralista Brasileira. Inconformados com essa ltima medida, os integralistas atacaram o Palcio do Catete, que era a sede presidencial, com o objetivo de assinar o presidente. No entanto, a tentativa resultou em fracasso, com a priso de vrios integralistas e com a expulso de Plnio Salgado do pas, que foi deportado para Portugal. Para controlar o servio pblico, Vargas criou o DASP (Departamento de Administrao do Servio Pblico) e o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), responsvel pela censura e pela propaganda do governo. Com o DIP foi criada a Hora do Brasil, um programa de rdio de propaganda do governo. No plano econmico, Vargas adotou uma poltica nacionalista e intervencionista, de estimulo criao das indstrias de base, de restries s importaes e de incentivo s exportaes. Nessa poca, foram criadas a Companhia Siderrgica Nacional e a Companhia Vale do Rio Doce. A poltica econmica nacionalista e industrializada de Vargas foi fortemente favorecida pela ecloso da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que criou condies para o fortalecimento do mercado interno e para a expanso do mercado externo. No plano social, foi promulgada a CLT Consolidao das Leis Trabalhistas, em 1943. A partir da, vrias leis trabalhistas forma consolidadas, entre elas: Frias e finais de semana remunerados; Salrio mnimo obrigatrio; Carteira de Trabalho obrigatria; Estabilidade no emprego; Indenizao por dispensa sem justa causa; Jornada diria de trabalho de 8 horas; Regulamentao do trabalho feminino e do menor. A participao do Brasil na Segunda Guerra Mundial A Segunda Guerra Mundial teve incio em 1 de setembro de 1939, com a invaso da Polnia pela Alemanha. Inicialmente, o Brasil se manteve neutro no conflito, optando em 1942 pelo apoio aos pases Aliados (EUA, Inglaterra, Frana e Unio Sovitica), que lutavam contra os pases do Eixo (Alemanha, Itlia e Japo). Em troca do apoio aos Aliados, os EUA forneceram dinheiro ao Brasil, que foi investido na construo da Companhia Siderrgica Nacional. Alm do apoio aos Aliados, Vargas tambm permitiu a instalao de uma base militar norte-americana em Natal, Rio Grande do Norte. Em 1944, tropas da FEB (Fora Expedicionria Brasileira) e da FAB (Fora Area Brasileira) foram enviadas Europa, onde participaram de vrias batalhas na Itlia. Em 1945, as tropas Aliadas venceram definitivamente as tropas do Eixo, finalizando a Segunda Guerra Mundial. A vitria das tropas Aliadas provocou uma tremenda reviravolta no Brasil. A ditadura exercida por Vargas passou a ser questionada e a ser combatida pelos militares e pela sociedade, que, a exemplo do que ocorria no

exterior, passaram a exigir a imediata redemocratizao do pas. Cedendo s presses, Vargas fez uma srie de concesses, entre elas: Concedeu anistia ampla, libertou os comunistas e os presos polticos e permitiu a volta dos exilados ao pas; Aprovou eleies diretas em todo o pas; Permitiu a formao de partidos, como UDN (Unio Democrtica Nacional), o PSD (Partido Social Democrtico), o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), o PSP (Partido Social Progressista) e a Legalizao do PCB (Parido Comunista Brasileiro). O PSD e o PTB foram criados por Getlio Vargas. Durante a campanha eleitoral foi lanado um movimento favorvel continuidade de Vargas no poder, o movimento Queremista, que dizia: Queremos Getlio. Na poca muitos polticos e militares concluram que o queremismo era, na verdade, mais uma manobra poltica de Vargas para permanecer no poder. Diante dos fatos, os generais Gis Monteiro e Eurico Gaspar Dutra depuseram Vargas do poder. Em seguida o poder foi entregue provisoriamente a Jos Linhares, que era presidente do Supremo Tribunal Federal.

REPBLICA POPULISTA (1945-1964)Aps a deposio de Vargas e o fim do Estado Novo foram confirmadas as eleies para o ano de 1945. Nas eleies presidenciais saiu vitorioso o candidato Eurico Gaspar Dutra. Os deputados federais e os senadores eleitos formaram o novo Congresso Nacional, responsveis pela elaborao de uma nova Constituio, que foi promulgada em setembro de 1946, com as seguintes determinaes: Eleies diretas e secretas; Mandato presidencial de 5 anos e retorno do cargo de vice-presidente; Autonomia dos trs poderes: Executivo, Legislativo e Judicirio; Liberdade de expresso, partidria e sindical; Direito de greve. O GOVERNO DE EURICO GASPAR DUTRA (1946-1951) Com Eurico Gaspar Dutra teve incio a Repblica Liberal Populista. Eurico Gaspar Dutra nasceu em Cuiab. Foi eleito presidente, em 1945, pela aliana ente o Partido Social Democrtico (PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Teve como vice-presidente Nereu Ramos, natural de Lages, Santa Catarina. No plano poltico, Dutra adotou o alinhamento do Brasil com os interesses norteamericanos, rompeu relaes diplomticas com a Unio Sovitica e em 1947 decretou a cassao do Partido Comunista Brasileiro. No plano econmico, foi adotada uma poltica econmica liberal, com a libertao das importaes. Com isso, os 70 milhes de dlares que havia de reservas foram quase todos os gastos em importaes. Diante do agravamento nas finanas, o governo passou a controlar as importaes, aumentando as tarifas alfandegrias sobre produtos que entravam no pas. O GOVERNO DE GETLIO VARGAS (1951-1954) Getlio Vargas foi eleito presidente, em 1951, com expressiva votao popular. Seu segundo mandato teve incio em 31 de janeiro de 1951, chegando ao fim em 24 de agosto de 1954, com o seu suicdio. Seu vice-presidente era Joo Caf Filho, natural de Natal, Rio Grande Norte. Na eleio presidencial de 1950, a vitria coube a Getlio Vargas, que pela primeira vez assumiu a presidncia sendo eleito pelo voto direto e secreto. Seu retorno ao poder significou a volta do nacionalismo econmico e a prioridade criao das

indstrias da base. Em 1953 foi criada a Petrobrs, ficando estabelecido o monoplio estatal sobre a extrao e o refino de petrleo no Brasil. A criao da Petrobrs foi marcada por uma intensa campanha nacional, cujo lema era: O petrleo nosso. A poltica nacionalista de Vargas - com nfase no capital nacional de restries s importaes e remessa de lucros para p exterior, sofria forte oposio por parte de alguns militares e de empresrios nacionais e estrangeiros. A Unio Democrtica Nacional, liderada por Carlos Lacerda, fazia forte oposio poltica econmica de Vargas, alm de acus-lo de aproximao com os comunistas e de ter responsabilidade com prticas de corrupo. No dia 5 de agosto, Lacerda sofreu um atentado, mas a vtima foi o seu segurana particular, o major Rubens Fiorentino Vaz. O crime da Rua Tonoleros, como ficou conhecido, agravou ainda mais a oposio a Vargas, pois Lacerda passou a acus-lo de ser o autor desse atentado. A oposio a Vargas tornou-se insuportvel. No dia 22 de agosto de 1954, alguns oficiais da aeronutica lanaram uma manifesto exigindo a sua renncia. No dia seguinte, vrios generais do exrcito lanaram um outro manifesto nao, tambm exigindo a sua renncia. Na madrugada de 24 de agosto de 1954 Vargas suicidou-se com um tiro no peito. Aps o suicdio de Vargas a presidncia do pas foi assumida pelo vice-presidente Joo Caf Filho, que aps quinze meses de mandato pediu afastamento, alegando problemas de sade. Com isso, o poder foi entregue ao presidente da Cmara dos Deputados, Carlos Luiz, que foi deposto aps 48 horas de sua posse. Na eleio presidencial de 1955 saiu vitorioso o candidato Juscelino Kubitschek de Oliveira. Carlos Luiz, que era forte opositor de Juscelino, tentou evitar sua posse, levando o general Henrique Teixeira Lott afast-lo da presidncia. Em seguida, o poder foi entregue a Nereu Ramos, o presidente do Senado Federal. Em janeiro de 1956, o poder foi entregue definitivamente a Juscelino Kubitschek e ao vice-presidente Joo Goulart. OBSERVAO: Joo Caf Filho exerceu a presidncia de 24 de agosto de 1954 a 9 de novembro de 1955; Carlos Coimbra da Luz era natural de Trs Coraes, Minas Gerais. Seu mandato foi de 9 de novembro de 1955 a 11 de novembro de 1955; Nereu de Oliveira Ramos era natural de Lages, Santa Catarina. Seu mandato foi de 11 de novembro de 1955 a 31 de janeiro de 1956. O GOVERNO DE JUSCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA (1956-1961) Juscelino Kubitschek de Oliveira nasceu em Diamantina, Minas Gerais. Foi eleito presidente em 1955, pela aliana PTB-PSD. Seu vice-presidente era Joo Goulart. O presidente Juscelino Kubitschek deu nfase a uma poltica econmica desenvolvimentista e industrialista atravs de um audacioso plano econmico, o Plano de Metas. Aps dez dias de sua posse, foi criado o Conselho de Desenvolvimentista, visando levantar recursos para o seu programa econmico. Entre os projetos do governo, constava a busca de recursos estrangeiros para a construo de rodovias, hidreltricas, refinarias de petrleo, fbricas de automveis, maquinaria pesada, equipamentos eltricos e outros. No plano industrial, destacou-se a indstria automobilstica, com nfase nas empresas europias, como a Volkswagen alem, a Simca francesa, a Vemag, de tecnologia sueca e capital nacional, que abriram filiais no Brasil. Entre 1957 e 1960 forma fabricados 32.100 veculos, e a indstria de auto-peas passou de 700 fbricas para 1.200. O potencial energtico do pas foi elevado com a construo das hidreltricas de Furnas e Trs Marias.

As rodovias forma ampliadas, com destaque para a construo da Belm-Braslia. Em 1956, o presidente solicitou ao Congresso Nacional a autorizao para a construo de Braslia. Apenas trs anos e dez meses depois, em 21 de abril de 1960, a nova capital era inaugurada. A poltica econmica de JK contribuiu para elevar os ndices de inflao e para o aumento da dvida externa. Em 1960 os emprstimos obtidos dos EUA somavam 587 milhes de dlares. Internamente, especialmente os udenistas criticavam a poltica econmica de JK. Externamente, o Fundo Monetrio Internacional fazia forte presso para que o governo reduzisse os incentivos ao desenvolvimento econmico. Em 1959 foi criada a Superintendncia do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), com o objetivo de combater a seca do nordeste. O GOVERNO DE JNIO QUADROS (1961) A eleio presidencial de 1960 deu a vitria ao candidato Jnio de Silva Quadros, que tinha como vice-presidente Joo Goulart. Jnio Quadros era natural de Campo Grande, na poca, Mato Grosso. Seu vice-presidente era Joo Goulart. O breve governo de Jnio Quadros foi marcado por forte crise poltica, econmica e social. Seu temperamento instvel e avesso conciliao gerou a oposio por parte do legislativo. As medidas de combate inflao, com a desvalorizao artificial do cruzeiro e o congelamento dos salrios, provocaram forte reao por parte dos sindicalistas. Diante desse clima agitado, o presidente procurava-se preocupar com questes insignificantes, como a proibio de brigas de galo, uso de biqunis nas praias e de mais nos concursos de misses. No plano externo, Jnio Quadros procurou adotar uma poltica independente e contrria aos interesses norte-americanos, condecorando o lder guerrilheiro Ernesto Che Guevara, reatando relaes diplomticas com a Unio Sovitica, buscando aproximao com a China Comunista e negando apoio aos EUA na invaso a Cuba. Em 25 de agosto de 1961, Jnio Quadros renunciou ao cargo de presidente. O GOVERNO DE JOO GOULART (1961-1964) Joo Belchior Marques Goulart nasceu em So Borjas, Rio Grande do Sul. Seu Governo foi de 7 de setembro de 1961 a 1 de abril de 1964. Aps a renncia de Jnio Quadros, o pas viveu uma crise sucessria, pois os ministros militares eram contrrios posse do vice-presidente Joo Goulart. No Rio Grande do Sul, Leonel Brizola criava a Rede da Legalidade, incentivando a populao a pegar em armas para garantir a posse de Goulart. A soluo para o impasse veio com a aprovao da emenda pelo Congresso Nacional. Assim, Joo Goulart tornava-se presidente sob o regime parlamentarista, que dava ao legislativo maiores poderes para controlar o executivo. Durante a fase parlamentarista (1961-1963), o poder executivo foi exercido por trs ministros: Tancredo Neves (1961); Francisco da Rocha (1962); e Hermes Lima (1963). No dia 5 de setembro de 1961, Joo Goulart assumia o cargo de presidente sob intensa agitao poltica e social. A ala radical do PTB agitou inmeras greves trabalhistas 105 greves em 1961, 128 greves, em 1962, e 149 em 1963. Em 1962 a UNE (Unio Nacional dos Estudantes) realizou uma intensa manifestao reivindicando a participao de estudantes nos rgos diretivos das universidades e a ampliao da educao pblica em todo o pas. No campo, as Ligas Camponesas, lideradas pelo advogado Francisco Julio, lutava por reforma agrria. Em 1963 foi realizado um plebiscito nacional na qual os eleitores optaram pelo retorno do regime presidencialista no pas, conferindo plenos poderes ao presidente Joo Goulart.

Em seguida, o Ministro do Desenvolvimento Econmico, Celso Furtado, lanou o Plano Trienal, com a finalidade de conter a inflao e recuperar a economia. O plano no teve a aprovao do Congresso Nacional, resultando em fracasso. O prximo passo foi a formulao das Reformas de Base, implicando nas seguintes medidas: Desapropriao dos latifndios improdutivos para fins da reforma agrria; Nacionalizao progressiva das indstrias e dos bancos; Controle sobre remessa de lucros para o exterior e sobre a entrada do capital estrangeiro no pas; Reforma tributria, com o objetivo de redistribuir proporcionalmente os tributos; Elevao de 100% sobre o salrio mnimo. As reformas pretendidas pelo presidente contrariavam os interesses dos latifundirios, das empresas nacionais e estrangeiras, e foram duramente atacadas pelos congressistas conservadores. No meio militar, tambm houve forte reao s reformas de base. Os generais Golbery do Couto e Silva, Ernesto Geisel e o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, articularam um esquema para combat-las. No final de 1963, Joo Goulart, incentivado pelo movimento sindical, aceitou participar de um comcio a ser realizado no Rio de Janeiro, para pressionar o Congresso a aprovar as Reformas de Base. O comcio foi realizado no dia 13 de maro de 1964. Entre os temas apresentados, destacou-se a reforma agrria. O comcio causou forte reao no pas. A unio Cvica Feminina associou-se ala conservadora da Igreja para organizar a Marcha da Famlia com Deus pela Liberdade. No dia 19 de maro de 1964 foi realizada uma passeata em So Paulo com o apoio e participao do governador Ademar de Barros. Cerca de 500.000 pessoas participaram dessa marcha, gritando slogans anticomunistas. Esse clima de agitao fortaleceu os militares contrrios s Reformas de Base. Na madrugada de 31 de maro de 1964, o general Mouro Filho determinou o deslocamento de suas tropas, sediadas em Minas Gerais, para o Estado de Guanabara. Prevendo o que viria pela frente, o presidente Joo Goulart abandonou o Palcio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, e partiu para Porto Alegre. Estava consumado o Golpe Militar. No dia 4 de abril, Joo Goulart, j deposto da presidncia pelos militares, exilou-se no Uruguai, sendo seu cargo ocupado por Raineri Mazzilli, presidente da Cmara dos Deputados. O golpe militar de 1964 no Brasil, como os demais ocorridos na Amrica Latina, nas dcadas de 1960 e 1970, foram fortemente influenciados e financiados pelos Estados Unidos. OBSERVAO: Raineri Mazzili nasceu em Caconde, So Paulo. Como Presidente da Cmara dos Deputados ocupou inteiramente a presidncia da Repblica vrias vezes: 1960 Por ocasio da visita do presidente Juscelino Kubitschek a Portugal; 1961 Por ocasio da renncia do presidente Jnio Quadros; 1964 Por ocasio da deposio do presidente Joo Goulart.

O REGIME MILITAR (1964-1985)O GOVERNO DE HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO (1964-1967)

Castelo Branco nasceu em Necejana, Ceara. Sei vice-presidente era Jos Maria Alkmin, natural de Bocaiva, Minas Gerais. No dia 2 de abril de 1964, o poder poltico do Brasil foi assumido por uma Junta Militar, responsvel pela edio do Ato Institucional n. 1. Principais Determinaes do AI-1 Cassao de mandato de polticos de esquerda, especialmente aqueles ligados ao governo de Joo Goulart; Escolha do presidente pelo Congresso Nacional. Os militares e o Congresso Nacional indicaram o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco como presidente do Brasil. Em 15 de abril de 1964, Castelo Branco foi empossado na presidncia. Em agosto de 1964 foi lanado o primeiro plano econmico do regime militar, o PAEG (Plano de Ao Econmica do Governo), de autoria do ministro do Planejamento, Roberto Campos. Principais Determinaes do PAEG: Corte nos gastos pblicos; Congelamento dos salrios; Reduo na importao de petrleo; Auxilio iniciativa privada. Nas eleies para governadores de 1965, candidatos da oposio venceram em cinco estados, entre os quais a Guanabara e Minas Gerais. Insatisfeitos com alguns resultados nas eleies, militares da linha dura pressionaram Castelo Branco a editar o Ato Institucional n. 2, pondo fim ao pluripartidarismo e implantando o bipartidarismo. No lugar dos partidos extintos, surgiram a Arena (Aliana Renovadora Nacional), da situao e do MDB (Movimento Democrtico Brasileiro), de oposio. Em 1966 forma decretados os Atos Institucionais 3 e 4, que entre outras medidas estenderam as eleies indiretas tambm para governadores. As determinaes dos Atos Institucionais 1, 2, 3 e 4 forma confirmadas na Constituio de 1967. Em 1967 foi criada a SUDAM (Superintendncia para o Desenvolvimento da Amaznia), com qual, por meio de incentivos fiscais, o governo pretendia promover o desenvolvimento da Regio Norte. Outro destaque do governo Castelo Branco foi a criao do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Servio), colocando fim estabilidade de emprego. O GOVERNO DE ARTUR DA COSTA E SILVA (1967-1969) Artur da Costa e Silva nasceu em Taquari, Rio Grande do Sul. Seu vice-presidente era Pedro Aleixo, natural de Mariana, minas Gerais. Com a posse de Costa e Silva, entrou em vigor a Constituio de 1967, que alm de manter as determinaes dos Atos Institucionais, determinava rgida censura imprensa, e a priso, mesmo sem provas, de pessoas suspeitas de crimes polticos. No plano econmico, o Ministro da Fazenda, Antonio Delfim Netto, elaborou o PED (Plano Econmico de Desenvolvimento), um plano antiinflacionrio, desenvolvimentista e de forte inflamao e de forte interveno do Estado na economia. No final de 1967, Delfim Netto recorreu a novos empresrios junto ao Banco Mundial. Com esses recursos, o governo ampliou a Petrobrs e a Companhia Vale do Rio Doce, e investiu em projetos para a construo de hidreltricas e rodovias. Dessa forma, o governo e as multinacionais uniram-se, transformando o Brasil num importante plo de produo industrial para exportao. As empresas estrangeiras entravam com capital, tecnologia e eram beneficiadas pela abundncia de matria-prima e mo-de-

obra barata, enquanto que o governo brasileiro investia na ampliao da infra-estrutura interna (hidreltricas, rodovias e portos). Em dezembro de 1968, o governo editou o Ato Institucional n. 5, o mais repressivo do regime militar. Na poca, o pas era marcado por movimentos estudantis, que frequentemente organizavam manifestaes contrarias ao regime militar. Em maro de 1968, o estudante Lus de Lima e Souto foi morto durante uma passeata no Rio de Janeiro. Parte da esquerda, estudantis, operrios, polticos e militares menos graduados deram incio organizao de movimentos terroristas armados, como o MR-8, a Vanguarda Popular Revolucionria e o VAR-Palmares, cujas aes visavam a assaltos a bancos e ao seqestro de polticos - com o objetivo de conseguir dinheiro para a compra de armas e trocar refns por integrantes presos pelo regime militar. O ano de 1968 foi marcado por uma srie de movimentos estudantis contra a sociedade considerada repreensiva. Essa onda de contestao se manifestou nos Estados Unidos, na Frana e na Alemanha. Principais Determinaes do AI-5: Fechamento do Congresso Nacional; Interveno Federal nos Estados e Municpios; Eleio dos governadores pelas Assemblias Legislativas Estaduais; Indicao dos prefeitos das grandes capitais pelo presidente da Repblica; Direito aos militares de cassao de mandatos polticos; Fim do habeas-corpus. O GOVERNO DA JUNTA MILITAR (31/08/69 A 30/10/69) Composio: Augusto Hamamn Rademaker Grunewald, natural do Rio de Janeiro. Era almirante e Ministro da Marinha; Aurlio Lyra Tavares, natural de Joo Pessoa, Paraba. Era General e Minisro de Guerra. Mrcio de Souza e Melo natural de Florianpolis, Santa Catarina. Era Brigadeiro e Ministro da Aeronutica. O GOVERNO DE EMLIO GARRASTAZU MDICI (1969-1974) Emlio Garrastazu Mdici nasceu em Bag, Rio Grande do Sul. Foi eleito presidente pelo Congresso Nacional, a 25/10/1969 tendo como vice-presidente o almirante Augusto Rodemaker. Com o afastamento do presidente Costa e Silva por motivo de doena, a presidncia deveria ser assumida pelo vice-presidente, o civil Pedro Aleixo. No entanto, os ministros militares impediam a sua posse e formaram uma Junta Militar (1969) que assumiu o poder provisoriamente. Em 1969, a junta militar elaborou uma emenda constitucional determinando a pena de morte para atos terroristas e subversivos e a ampliao do mandato presidencial de 4 para 5 anos. Essa mesma Junta Militar indicou o general Emlio Garrastazu Mdici para presidente da Repblica. O governo de Mdici foi marcado por forte agitao da esquerda. No ano de 1970 a Vanguarda Popular Revolucionria e a Ao Libertadora Nacional seqestraram os embaixadores da Alemanha e da Sua e o cnsul do Japo. Para reprimir as aes terroristas da esquerda, o governo criou o Departamento der Operaes Internas (DOI) e os Centros de Operao de Defesa Interna (CODI), levando mortes muitos guerrilheiros, como o ex-capito do exrcito Carlos Lamarca, morto no interior da Bahia, em 1971. Alm dos DOI-CODIS, foram criados a Operao Bandeirante (OBAN) e o Esquadro da Morte.

No plano econmico, o governo tratou de consolidar os setores bsicos da economia. Em conjunto com empresas japonesas, como o Nippon Steel e Kawassaki Steel, forma criadas novas usinas siderrgicas. Em 1974, foi descoberta a bacia submarina de Campos, no Rio de Janeiro, hoje responsvel por 50 de petrleo extrado no pas. Em conjunto com o Paraguai, foi assinado o acordo bicolateral para a construo de Itaipu, em 1973. Na regio Norte foi construda a Rodovia Transamaznica, desenvolvido o Projeto Carajs (extrao de minrios) e o projeto Jar, do milionrio norte-americano Daniel Keith. Destaque-se tambm a construo da Ponte Rio-Niteri e da Usina de Ilha Solteira, no rio Paran. O Brasil vivia sob clima do Milagre Brasileiro, slogans repreensivos e populistas marcaram o perodo, como: Brasil ame-o ou deixe-o e Esse um pas que vai pra frente. A conquista do tricampeonato mundial de futebol pela seleo brasileira, em 1970, no Mxico, teve grande contribuio para a poltica repressiva, demaggica e populista do governo Mdici, contribuindo para a exaltao do esprito nacionalista. Em 1973, o chamado milagre econmico brasileiro chegava ao fim, vitimado pela alta do preo do barril do petrleo no mercado internacional. Com a alta no preo do petrleo e diante da necessidade do pas de importar o produto, grande parte das reservas do governo foram gastas, comprometendo os investimentos internos, em especial o da infra-estrutura interna. O GOVERNO DE ERNESTO GEISEL (1974-1979) Em 1974, o General Ernesto Geisel foi indicado pelos comandantes militares como sucessor do general Emlio Garrastazu Mdici. Ernesto Geisel. Ernesto Geisel nasceu em Bento Gonalves, Rio Grande do Sul. Foi eleito presidente pelo Congresso Nacional em 15/1/1974. Seu vice-presidente era Adalberto Pereira dos Santos, nascido em Taquara, Rio Grande do Sul. Ao assumir o poder Geisel prometeu iniciar uma abertura poltica lenta e gradual. Em 1975, o chefe do Departamento de Jornalismo da TV Cultura, Wladimir Herzog, foi morto, vtima de torturas numa priso do DOI-Codi. Esse acontecimento levou o presidente a controlar os rgos de segurana. Alguns presos polticos foram libertos e a liberdade de imprensa foi ampliada. Em 1977, o presidente imps restries ao processo de abertura, ao estabelecer a Lei Falco e o Pacote de Abril. Nas eleies para o Senado, em 1974, senadores do MDB foram eleitos em alguns estados importantes, como Minas Gerai, So Paulo, Rio Grande do Sul e Pernambuco. Diante desse fato, foi criado o Pacote de Abril, em 1977. Temendo uma nova vitria da esquerda nas eleies para o Senado, em 1978, ficou determinado que um tero dos senadores seriam escolhidos indiretamente, com isso, o governo procurava garantir maioria no Senado Federal. A Lei Falco, tambm de 1977, restringia a propaganda eleitoral dos candidatos oposicionistas. Em 1978, o presidente decretou o fechamento do Congresso Nacional, e em seguida a extino do Ato Institucional n. 5. Na poltica externa, o presidente rompeu com o antigo acordo de alinhamento com os Estados Unidos, diversificando acordos diplomticos com a China e Angola. Em 1975, Geisel assinou com a Alemanha Ocidental a compra de usinas nucleares. No plano econmico interno, foi institudo o Pr-lcool (Programa Nacional do lcool). Pelo qual o Brasil passava desenvolver uma fonte de energia alternativa gasolina o lcool. Apesar dos esforos do governo, a economia manteve-se estagnada, marcado por forte recesso econmica, desemprego, aumento do endividamento externo e forte processo inflacionrio.

O GOVERNO DE JOO BATISTA DE OLIVEIRA FIGUEREIDO (1979-1985) Joo Figueredo foi nomeado por Ernesto Geisel, assumindo o cargo de presidente em maro de 1979. Em seu discurso de posse, Joo Figueredo prometeu aprofundar o processo de abertura poltica e realizar a transio poltica. Joo Baptista de Oliveira Figueredo era natural do Rio do Rio de Janeiro (RJ). Foi eleito presidente pelo Colgio eleitoral, em 1978. Seu vice-presidente era Antnio Chaves de Mendona, natural de Trs Coraes. Em 1980, forma revogados os Atos Institucionais 2 e 3, e foi aprovada a Lei da Anistia. Com o fim do bipartidarismo, o governo extinguiu o MDB e a ARENA, que foram substitudos pelo PMDB e PDS. O pluripartidarismo fez surgir o PDT, o PT, e ressurgir o PTB. A anistia, por sua vez, permitiu a libertao de presos polticos e o retorno de exilados ao pas, como Leonel Brizola, Lus Carlos Prestes, Miguel Arraes, Fernando Gabeira, entre outros. Em 1983, sob a liderana do Partido dos Trabalhadores, teve incio em So Paulo, a campanha pelas diretas-j. No ano seguinte, o deputado do PMDB Dante de Oliveira elaborou uma emenda que pedia eleies diretas para a escolha do novo presidente do Brasil. A emenda Dante de Oliveira, como era chamada, no teve a aprovao do Congresso Nacional, pois vrios congressistas, pressionados pelos militares, no compareceram votao. Em 1984, o PDS sofreu uma ciso, fazendo com que polticos dissidentes do partido formassem o PFL. Em 1985, a Aliana Democrtica formada pelo PMDB e PFL elegeu Tancredo Neves para presidente e Jos Sarney para vice-presidente. Os candidatos forma eleitos indiretamente por um Colgio Eleitoral. A vitria do Civil Tancredo Neves encerrou os vinte e um anos de regime militar no Brasil.

REPBLICA (PS-1985)Um dia antes de tomar posse, o que deveria ocorrer em 15 de maro de 1985, Tancredo Neves foi hospitalizado. Depois de ser submetido a seis cirurgias, Tancredo Neves faleceu no dia 21 de abril de 1985. Com a morte de Tancredo, a presidncia do Brasil foi entregue ao vice-presidente, Jos Sarney. O GOVERNO DE JOS SARNEY (1985-1990) Jos Ribamar Ferreira de Arajo Costa Nasceu em Pinheiro, Maranho. Em 15/01/85 foi eleito vice-presidente de Tancredo Neves, por um Colgio Eleitoral. Diante da morte de Tancredo Neves, assumiu oficialmente a presidncia, em 15/03/85. Os planos econmicos e as tentativas de conter a inflao Em, 1986, a inflao girava em torno de 25% ao ms. Em 28 de fevereiro de 1986, o ministro de Fazenda, Dlson Funaro, apresentou nao seu plano de estabilizao econmica, o Plano Cruzado. Esse plano estabelecia o congelamento dos preos e dos salrios, o tabelamento de uma srie de produtos, principalmente alimentcios. Foi lanada uma nova moeda, o Cruzado, em substituio ao Cruzeiro: foi institudo o gatilho salarial, que reajustava automaticamente os salrios, toda vez que a inflao acumulasse 20%. O uso poltico do plano pelo PMDB e PFL impediu que o ministro Funaro realizasse ajustes s medidas estabelecidas pelo plano, contribuindo para seu fracasso. O boicote praticado por empresrios e grandes comerciantes com a cobrana do gio Lucro

sobre a diferena de valor da moeda provocou a crise do desabastecimento. A liberao dos saques na caderneta de poupana pelo governo despejou uma grande soma de dinheiro no mercado, contribuindo para a especulao e a volta da inflao. Sem condies de salvar o plano, Dlson Funaro pediu demisso do cargo, e para seu lugar foi nomeado o economista Lus Bresser Pereira. O ministro Bresser Pereira tratou imediatamente de elaborar um plano econmico o Plano Bresser. O novo plano tambm estabeleceu o congelamento de preos e salrios, e props reduzir os gastos do governo. O ministro Bresser Pereira no obteve apoio por parte do governo, vindo a deixar o cargo. Com a sada de Bresser Pereira, coube a Malson da Nbrega assumir o ministrio da Fazenda. Malson elaborou o Plano Vero, que tambm determinou o congelamento de preos e salrios. Foi adotada uma nova forma de reajuste salarial, os juros bancrios forma elevados para conter o consumo, e o Cruzado foi substitudo pelo Cruzado Novo. O Plano Vero tambm resultou em fracasso. De fevereiro de 1989 at fevereiro de 1990, a inflao acumulada atingiu 1,200%. A CONSTITUIO DE 1988 Em fevereiro de 1987 foi instalado uma Assemblia Nacional que ao longo de um ano e meio tratou da elaborao da nova Constituio. Em 5 de outubro de 1988, a Constituio foi promulgada., apresentando as seguintes determinaes: Direito de voto aos analfabetos (facultativo) Voto facultativo dos 16 aos 18 anos, e obrigatrio dos 18 aos 70 anos; Reduo da jornada de trabalho semanal para 44 horas; Licena gestante de 120 dias; Licena paternidade de 5 dias; A prtica do racismo constitui crime inafianvel e imprescritvel, sujeito pena de recluso, nos termos da lei; Garantia aos ndios a posse da terra que j ocupam tradicionalmente, competindo Unio demarc-las. O GOVERNO DE FERNADO COLLOR DE MELO (1990-1992) Fernando de Collor Mello foi eleito presidente da Repblica em 17de dezembro de 1989, vencendo o candidato Luiz Incio Lula da Silva no segundo turno das eleies. Nasceu na cidade do rio de Janeiro (RJ). Seu vice-presidente foi Itamar Franco, natural de Minas Gerais. A presidncia de Collor teve curta durao: de 15 de maro de 1990 a 2 de outubro de 1992. No incio do seu governo foi elaborado um novo plano econmico, o Plano Collor. Esse plano foi acompanhado de um programa de privatizao das empresas estatais e de grande abertura do mercado brasileiro s importaes e entrada do capital estrangeiro no pas. Essas medidas significaram o incio e a consolidao do neoliberalismo no pas. O plano foi responsvel ainda por uma nova troca na moeda, com a substituio do Cruzado Novo pelo Cruzeiro Novo, e pelo confisco, realizado pelo Banco Central, pelo perodo de 18 meses, de todos os saldos depositados em conta corrente, caderneta de poupana e outras aplicaes financeiras superiores a cinqenta Cruzeiros Novos. Em 1991, a imprensa comeou a divulgar reportagens sobre atos de corrupo envolvendo pessoas ligadas ao governo, entre eles Paulo Csar Farias, o tesoureiro da campanha presidencial de Collor. Em pouco tempo veio a pblico o esquema PC, cujas investigaes concluram tratar-se de uma empresa de Paulo Csar para qual empresrios pagavam propinas, para ganhar a concorrncia de obras pblicas. O dinheiro arrecadado pelo esquema PC era movimentado por meio de contas fantasmas e

servia para pagar contas particulares do presidente, de sua mulher, alm de rechear contas particulares no exterior. Em dezembro de 1992, o senado Federal decidiu pelo impeachment do presidente, que foi afastado do cargo e teve seus direitos polticos cassados por 8 anos. Fernando Collor havia renunciado em setembro, justamente para escapar da cassao, mas de nada adiantou. Com o afastamento de Collor da presidncia, o Congresso Nacional empossou o vice, Itamar Franco, como novo presidente do pas. O GOVERNO DE ITAMAR FRANCO (1992-1994) Itamar Franco natural de Minas Gerais. Assumiu a presidncia da Repblica em carter definitivo no dia 29 de dezembro de 1992, deixando-a em 1 de janeiro de 1995. No dia 21 de abril de 1993 foi realizado um plebiscito nacional, j previsto pela Constituio de 1988. Nele a sociedade foi convocada a escolher a forma de governo repblica ou monarquia e o regime de governo presidencialismo ou parlamentarismo. O povo optou pela repblica presidencialista. Em maio de 1993, Fernando Henrique Cardoso assumiu o ministrio da Fazenda. O novo ministro da fazenda elaborou um novo plano econmico, o Plano Real, que foi introduzido definitivamente em 1 de julho de1994. Esse plano estabeleceu as seguintes medidas: Continuidade de abertura do mercado brasileiro s importaes e ao capital estrangeiro; Continuidade da poltica de privatizao de estatais; Dolarizao da economia; Elevao das taxas de juros; Criao de uma nova moeda, o Real. Na eleio presidencial de 1994, Fernando Henrique Cardoso foi eleito presidente no primeiro turno, vencendo Luiz Incio Lula da Silva. O GOVERNO DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1994-1998) E (1998-2002) Fernando Henrique Cardoso natural do Rio de Janeiro (RJ). Foi eleito presidente duas vezes, ambas no primeiro turno, vencendo o candidato da oposio, Luiz Incio Lula da Silva. Seu vice-presidente foi Marcos Maciel, natural de Pernambuco. Seu primeiro mandato teve incio em 1 de janeiro de 1995 e o segundo em 1 de janeiro de 1999, encerrando-o em 1 de janeiro de 2003. No governo, Itamar Franco ocupou o Ministrio das Relaes Exteriores e o Ministrio da Fazenda. DESTAQUES: Aprovao da Emenda Constitucional que permitiu a reeleio para cargos do Executivo presidente da Repblica, governadores e prefeitos (1997); Aprovao da quebra do monoplio exercido pela Petrobrs sobre a extrao e refino de petrleo (1995); Privatizao do sistema de distribuio de energia da Companhia Vale do Rio Doce e Telebrs; Aprovao da reforma da Previdncia, eliminado a estabilidade de emprego de servidores, e da nova lei de aposentadoria, que passou a ser por tempo de contribuio 35 anos para homens e 30 para mulheres; O plano de estabilidade do governo, o Plano Real, passou por srias dificuldades, motivadas por fatores internos e externos; FATORES EXTERNOS: Crise Asitica, Russa, Mexicana, Argentina e os atentados de 11 de setembro, em 2001;

FATORES INTERNOS: Crise energtica, entre setembro de 2001 a fevereiro de 2002, queda nas exportaes entre 1994 e 2000. A crise energtica foi responsvel pela queda do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto as exportaes foram duramente prejudicadas pela paridade entre o Real e o Dlar (1994-1999). LUIZ INCIO LULA DA SILVA O presidente Luiz Incio Lula da Silva tomou posse em 1 de janeiro de 2003. natural de Pernambuco. Foi leito presidente em 2002, derrotando seu adversrio, Jos Serra (PSDB), no segundo turno. Seu vice-presidente Jos Alencar (PL), natural de Minas Gerais. Nesse incio de governo, Luiz Incio Lula da Silva vem concentrando esforos para realizao de reformas na Previdncia e na rea tributria, As propostas apresentadas por Lula encontraram forte resistncia, at mesmo dentro do Partido dos Trabalhadores. A senadora Helosa Helena, o deputado federal Joo Batista Oliveira de Arajo, o Bab, e a deputada federal Luciana Genro, considerados os radicais do PT, foram os primeiros a manifestar reao contrarias s reformas. Outra prioridade do governo Lula a implantao do Programa Fome Zero, cujo objetivo dar assistncia alimentar s famlias mais carentes, tambm ampliar o programa de reforma agrria e combater o analfabetismo no pas. Foi reeleito a presidncia em 2004.