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Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial Aluna: Leticia Alamino Alves Orientadora: Hebe Olga

Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

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Trabalho final de graduação do curso de arquitetura e urbanismo, desenvolvido pela aluna Leticia Alamino Alves e orientadora Hebe Olga. Este trabalho teve como avaliadores o Arquiteto Marcelo Aflalo e a Arquiteta Katia Teixeira, resultando em nota máxima (dez) por unanimidade na banca avaliadora.

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Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Aluna: Leticia Alamino Alves

Orientadora: Hebe Olga

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Fonte: Caco Galhardo (www.blogdogalhardo.zip.net)

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Sumário

1 Introdução 2

1.1. Agradecimentos

1.2. Resumo

3

4

1.2. Metodologia 5

1.3. Justificativa 6

2 O Bairro 8

2.1. História do bairro 9

2.2. O bairro de hoje 13

2.3. Plano de Bairro da Vila Madalena 16

3 Referencias conceituais 19

3.1. Seminário da noite paulistana 20

3.2. Jan Gehl 21

3.3. SP 2040 24

4 Estudos de caso 25

4.1. Plano de bairro de Perus 26

4.2. Projeto Bairro Alto e Bica - Lisboa 28

4.3. Prospect Park West, 1st e 2nd Avenues 31

5 O recorte 34

6 Diagnóstico 38

6.1. Uso do solo 39

6.2. Gabarito 41

6.3. Áreas verdes 42

6.4. Sistema Viário 44

6.5. Sistema hidrografico 48

7 Problemáticas da área 50

8 Programa de necessidades 52

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 01

9 Projeto 56

9.1 Apresentação da proposta

9.2 Reordenação do viário

9.2.1 Sentido das vias

9.2.2 Ciclovia

9.2.3 Linhas de ônibus alternativas e estruturais

9.2.4 Estacionamentos

9.3 A vila dos pedestres

9.3.1 Parque linear – Drenagem e áreas verdes

9.3.2 Requalificação de calçadas e passeios públicos

9.3.3 Faixas de pedestres elevadas

9.3.4 Requalificação da iluminação urbana

9.4 Drenagem

9.5 Equipamentos públicos

57

58

58

59

61

63

75

76

80

86

88

91

93

9.6 Áreas a adensar 98

9.7 Zonas de eventos (fechamento de vias) 99

10

11

Resultados

Anexos

100

105

10.1. Entrevista Roberta Tasseli - Portal Vila Mundo 106

10.2. Entrevista pesquisa de campo + resultados 107

11 Referências bibliograficas 111

Page 4: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

1. Introdução

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 02

Page 5: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

1. Introdução

1.1. Agradecimentos

Primeiramente, agradeço a minha família, que é meu alicerce e o motivo de

minha existência e convicções. À minha mãe Patrícia, heroína qυе mе dеυ apoio, incentivo nаs

horas difíceis, de desânimo е cansaço e, que mesmo com os problemas de saúde que passou

durante este ano, me deu forças para seguir em frente. Ao mеυ pai qυе deu apoio financeiro

para minha formação e, apesar das dificuldades, me deu palavras de força nos momentos em

que fraquejei. E às minhas irmãs Karina e Gisele, que nоs momentos dе minha ausência em

que estava dedicada аоs projetos universitários, sempre fizeram entender qυе о futuro é feito а

partir dа constante dedicação nо presente.

Obrigada ao Guilherme, que me apoiou em noites de projeto, na elaboração de

maquetes, me amparou e socorreu com dedos cortados e fobia a sangue, além de entender

minha falta de paciência depois de noites mal dormidas. Também foi aquele que me fez refugio

nas horas livres e quem eu quero ter ao meu lado por toda a vida.

Agradeço àqueles que tornaram possível minha formação e a elaboração deste trabalho

no âmbito docente. À minha orientadora Hebe Olga, pelo auxilio na escolha do tema deste

trabalho, além de sua paciência e incentivo durante аs orientações. Também a todo corpo

docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Judas Tadeu, que foram tão

importantes em minha vida acadêmica. À SPTrans, CET-SP e ao Vila Mundo pelo suporte

prestado nas questões referentes ao bairro da Vila Madalena, além daqueles que responderam

a pesquisa de campo que subsidiou o desenvolvimento deste trabalho.

Por fim, a todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеυ

muito obrigada.

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 03

Page 6: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

1.2. Resumo

O presente trabalho tem como objeto de estudo o recorte da Vila Madalena

compreendido entre a Rua Wizard, Rua Harmonia, Rua Original, Rua Cipriano Juca, Rua

Patápio Silva, Rua Luís Murat, Rua Inácio Pereira da Rocha e Rua Morás, com área total de

0,45 km².

Visa a partir área de estudo investigar o comportamento de áreas de uso misto quanto

ao desenvolvimento urbano e o recente processo de especulação imobiliária paulista, em

especial no bairro da Vila Madalena, por este apresentar vocação singular na cidade de São

Paulo, caracterizando-se como reduto boêmio.

Dada tal investigação e diagnóstico, observa-se problemáticas urbanas relacionadas a

falta de qualificação nos caminhos de bicicleta e pedestres, problemas nos espaços de

transição entre os ambientes públicos e privados, verticalização sem regras, trânsito, falta de

espaços para parada e estacionamento de carros, ausência de áreas verdes, canalização de

córregos e os consequentes pontos de alagamento, além da ausência de espaços públicos

de lazer e cultura em um bairro com grande expressividade na arte contemporânea, através

de muros e escadarias grafitadas.

A partir do levantamento de tais problemáticas, objetiva-se neste trabalho a elaboração

de propostas para requalificação urbana do recorte em estudo, concedendo-lhe qualidades

para funcionar como a essência de seu desenvolvimento: um bairro multiespacial – pela sua

diversidade de usos – e multitemporal – pelas diferentes cenas urbanas que se pode

enquadrar ao longo do dia.

As estratégias para que a requalificação aconteça são baseadas em uma nova

organização do espaço a partir de uma requalificação urbana fundamentada na melhoria dos

deslocamentos, dos espaços de permanência e da drenagem.

A proposta para a área tem como ordenamento de prioridades os

transportes sustentáveis – pedestres e ciclistas -, seguidos pelo transporte público e o

reordenamento das linhas de ônibus locais e estruturais, e por fim o transporte individual.

Para os pedestres, são propostos espaços de circulação com

requalificação de calçadas, delimitação de ruas pedonais, interrupção de quadras e melhoria

nas travessias a partir de faixas elevadas, além dos espaços de estar, que se dividem em

parklets, parque linear, praças e coworks.

Quanto aos ciclistas, é proposta uma ciclovia dividida em dois percursos,

interligando as ciclovias já existentes nos bairros próximos. Tais percursos obedecem as

normas de inclinação e largura estabelecidas pelo conselho nacional de trânsito

(CONATRAN).

Para o transporte público a proposta é que as linhas estruturais sejam

deslocadas para vias compatíveis com a escala dos ônibus. Para suprir a demanda de

transporte local, é acrescida uma linha circular com percurso entre os metrôs Vila Madalena

e Faria Lima. Todas estas linhas contarão com baias para parada dos veículos, evitando

conflitos com o transito local.

Também visando melhorar o transito local que tem como maior

problemática o trafego intenso, se propõe a alteração do sentido das vias, com binários nos

eixos com maior entroncamento, eliminação de parte das vagas das ruas - aumentando a

largura das vias e o otimizando o fluxo de veículos -, implantação de vagas rotativas zona

azul nas ruas e acréscimo de baias de carga e descarga de pessoas e mercadorias, evitando

que veículos parem em filas duplas, além da implantação de dois estacionamentos

subterrâneos em substituição das vagas retiradas da rua.

Quanto a drenagem, a proposta é dividida em conduzir, retardar,

armazenar e absorver. A condução é dada a partir do sistema de canaletas, que levarão as

águas pluviais para o destino final do Rio Pinheiros a partir da declividade da região e dos

percursos de córregos existentes. O retardamento será feito a partir de degraus, ou ladders,

que diminuem a velocidade de vazão das águas. A armazenagem é dada a partir da

implantação de um piscinão em área que atualmente é ocupada por trecho do córrego a céu

aberto. Por fim, para absorção é proposto o aumento de áreas permeáveis no bairro, sejam

vegetadas ou com pavimentos drenantes.

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 04

Page 7: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

1.2. Método

Este trabalho se iniciou a partir do estudo acerca do bairro da Vila Madalena,

sua história, sua dinâmica urbana, econômica e populacional, bem como as diretrizes e planos

existentes para a área, que teve como metodologia a utilização de fontes de pesquisas

censitárias, dados geográficos, além de uma pesquisa de campo com a população permanente

e itinerante do bairro.

A partir deste estudo, e principalmente da dinâmica de usos revelada, foi

possível determinar uma área de intervenção com características singulares que se

distinguisse do restante do bairro em sua dinâmica de usos, o que demandou uma

aproximação do recorte em análise para entender suas essências e problemas, dentre elas a

constatação dos usos mistos, a verticalização e o adensamento que se iniciam no bairro, as

demandar por áreas verdes, além dos frequentes problemas com enchentes na região.

Com o diagnóstico elaborado para esta área de estudo, percebeu-se que,

dadas as problemáticas existentes na área, se fazia necessária uma nova organização do

espaço a partir de uma requalificação urbana fundamentada na melhoria dos deslocamentos,

dos espaços de permanência e da drenagem. Esta proposta foi elaborada com enfoques

gerais na área de estudo, além de situação a serem replicadas por este recorte.

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 05

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1.2. Justificativa

A Vila Madalena localiza-se na zona oeste de São Paulo, no perímetro do

centro expandido, dentro dos limites da subprefeitura de Pinheiros, inserindo-se entre os

distritos de Pinheiros e Alto de Pinheiros. Os limites do bairro da Vila Madalena podem ser

observados na mapa 01.

Tais distritos, juntamente com o Itaim Bibi e o Jardim Paulista, são áreas

nobres na cidade, com um crescente aumento na concentração de edifícios residenciais de

alto padrão, apresentando, dentro os distritos da subprefeitura de Pinheiros, rendimentos

domiciliares superiores a média do município de São Paulo, ou seja, acima de 10 salários

mínimos, bem como os níveis de instrução, que apresentam-se em sua maioria da população

com ensino superior completo (tabelas 01 e 02). Além disso, com predomínio de atividades de

comercio e serviços (tabela 03), com edifícios verticais para tais usos.

Mapa 01: Perímetro do bairro da Vila Madalena e os respectivos limites com os bairros vizinhos.

Fonte: Ideias para o desenvolvimento sustentável da Vila.

Disponível em http://issuu.com/vilamundo/docs/plano-de-bairro.

Distritos

Domicílios particulares permanentes

Total (1)

Classes de rendimento nominal mensal domiciliar (salário mínimo) (2)

Até

1/2

Mais

de 1/2

a 1

Mais

de 1

a 2

Mais

de 2

a 5

Mais

de 5

a 10

Mais

de 10

a 20

Mais

de 20

Sem

rendimento (3)

São Paulo 3.574.286 1% 6% 16% 34% 20% 11% 6% 6%

Subprefeitura de

Pinheiros121.422 1% 1% 3% 12% 20% 25% 31% 7%

Alto de

Pinheiros15.408 0% 1% 3% 12% 18% 23% 37% 6%

Itaim Bibi 39.230 0% 2% 3% 12% 19% 26% 31% 7%

Jardim Paulista 39.701 1% 1% 2% 11% 20% 26% 31% 7%

Pinheiros 27.083 0% 2% 4% 14% 22% 25% 26% 7%

Tabela 01: Classes de rendimento mensal domiciliar em domicílios particulares permanentes. Comparação

do município de São Paulo com a subprefeitura de Pinheiros e seus respectivos distritos.

Fonte: IBGE. Censo demográfico 2.010.

(1) Inclusive os domicílios sem declaração de rendimento nominal mensal domiciliar. (2) Salário mínimo

utilizado: R$ 510,00. (3) Inclusive os domicílios com rendimento mensal domiciliar somente em benefícios.

População de 10 Anos ou Mais de Idade, por Nível de Instrução

Unidades

TerritoriaisTotal

Sem

instrução e

fundamental

incompleto

Fundament

al completo

e médio

incompleto

Médio

completo e

superior

incompleto

Superior

completo

Não

determinado

São Paulo 9.783.868 38% 18% 27% 16% 1%

Subprefeitura de

Pinheiros267.592 13% 9% 23% 54% 1%

Alto de Pinheiros 39.507 16% 11% 22% 51% 0%

Itaim Bibi 85.008 12% 9% 23% 56% 1%

Jardim Paulista 82.815 12% 7% 22% 58% 1%

Pinheiros 60.263 16% 10% 23% 51% 1%

Tabela 02: População por nível de instrução. Comparação do município de São Paulo com a subprefeitura

de Pinheiros e seus respectivos distritos.

Fonte: IBGE. Censo demográfico 2.010.

Estabelecimentos Formais por setor

Distrito Comércio Serviços Indústria de

Transformação

Construção Civil

São Paulo 38% 47% 11% 4%

Subprefeitura de

Pinheiros

24% 67% 5% 4%

Alto de Pinheiros 29% 59% 7% 5%

Itaim Bibi 22% 68% 5% 5%

Jardim Paulista 23% 70% 4% 3%

Pinheiros 28% 62% 6% 3%

Tabela 03: Estabelecimentos formais por setor. Comparação do município de São Paulo com a

subprefeitura de Pinheiros e seus respectivos distritos.

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego. Relação Anual de Informações Sociais – Rais.(2011).

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 06

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Ainda assim, mesmo em meio a bairros de edifícios luxuosos, a Vila

Madalena se destaca por sua singularidade na cidade de São Paulo, sendo conhecida e

frequentada por pessoas de todo o país por ser um reduto boêmio – com a presença de

diversos bares e restaurantes e a vida de suas calçadas -, além de contar com lojas e ateliês

de personalidades próprias e muros grafitados, características estas que revelam o espírito

particular do bairro, além da presença ativa de movimento urbano, que refletem em vida

durante o dia e a noite.

Imagem 01 e 02: Bar Jacaré Grill (a esquerda) com as mesas ocupando as calçadas e Bar Pé de manga (à

direita) com destaque para as áreas abertas de estar.

Fonte: http://vejasp.abril.com.br/materia/roteiro-vila-madalena

O bairro tem como característica local, uma população permanente –

moradores - e itinerante – comerciantes e frequentadores – que, apesar da notável diversidade

cultural, se mantém engajada nas melhorias do espaço urbano e da qualidade de vida, sendo

frequentes as mobilizações e os eventos pelo bairro que incentivam o artesanato local, a

educação, a cultura e o planejamento urbano, com a “Feira da Vila”, a ONG Cidade Aprendiz, o

centro cultural Rio Verde, a arte urbana refletida nos becos do Batman e Aprendiz, além do

Plano de Bairro que vem sendo desenvolvido desde o fim de 2012.

Entretanto, mesmo em meio à vocação, vitalidade comercial e engajamento

da população em melhorias para o bairro, a Vila Madalena apresenta problemas que são

reflexos de falta de planejamento urbano e iniciativas públicas - transito, enchentes, ausência

de áreas verdes, espaços de usos públicos e falta de hierarquia viária -, problemáticas estas

que se intensificam com a especulação imobiliária da região e sua consequente elitização.

Se faz necessário, portanto, uma intervenção de modo a requalificar este

espaço sob as diversas cenas do bairro – diurna e noturna; ambiente de trabalho, moradia e

lazer – que serão abordadas como temática neste trabalho final de graduação.

Imagem 04 e 05: Lojas que explicitam a

personalidade e diversidade de usos do bairro.

Fonte: Acervo pessoal (abril / 2014)Imagem 05, 06 e 07: Falta de qualidade de calçadas e paradas de veículos, problemas de enchentes e

especulação imobiliária expressa na verticalização.

Fonte: Acervo pessoal (março / 2014)

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 07

Page 10: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

2. O Bairro

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 08

Page 11: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

2. O Bairro

2.1. História da Vila Madalena

A partir da análise de mapas do início do século XX e dos mapas de

expansão urbana da região metropolitana de São Paulo (ao lado), é possível observar que até

meados da década de 1910, pouco se observava de urbanização na região pertencente à

subprefeitura de Pinheiros e não haviam resquícios ainda do bairro da Vila Madalena, além de

uma prometida linha e estação de bonde, sendo esta área ocupada, até então, por sítios, onde

se prevalecia a característica rural que se prolongou até meados da década de 1920, quando

em 1926 é implantado o cemitério São Paulo entre as ruas Cardeal Arcoverde e Luís Murat.

Como se pode observar nos mapas do recorte histórico da década de 1.930,

o desenvolvimento urbano nesta região e a consequente abertura de vias e o loteamento dos

antigos sítios e chácaras, que eram repassados, em sua maioria, à portugueses, como

descreve Ênio Squeff em seu livro “Vila Madalena: Crônica histórica e sentimental”:

“A Vila Madalena era uma área quase remota. Separada da região chique do Alto de

Pinheiros pela rua Morás (...), de um lado, a Teodoro Sampaio, de outro, e a Pedroso

de Moraes, que por sua vez chegava até a Natingui, a única rua que tinha uma certa

importância, afora a Fradique Coutinho – por onde inflectiam o fim dos trilhos do

bonde – por ser mais ou menos urbanizada, era a Mourato Coelho. Havia uma

espécie de cordão sanitário entre a região que a Companhia City organizou, abrindo

ruas, construindo casas, e as terras que se alongavam para além da Morás; e que a

mesma Companhia praticamente foi repassando a preços baixos a muitos de seus

ex-funcionários, pequenos artesãos, quase todos de origem portuguesa, espanhóis

ou mesmo algumas famílias judias.“ (SQUEFF, 2002, p. 18)

Estes lotes, se transformariam nos anos que seguiram em casas, em geral,

térreas e com edículas aos fundos, mantendo o bairro até a década de 1970 com vocação

residencial, que, apesar do crescimento do bairro, prevalecia com o caráter rural, havendo

apenas pequenas vendas de apoio a essa população.

“Galinhas, porcos, até coelhos faziam parte da cultura de subsistência da Vila. Nada

de transito, até ali, praticamente inexistente, nada de bares.” (SQUEFF, 2002, p. 19)

Distritos atuais

Parques atuais

Referências Urbanas

Corpos d’agua

Limite de área de proteção a mananciais

Área urbanizada anteriormente

Área recém-urbanizada

Limite subprefeitura de Pinheiros

Fonte: Empresa Paulista de Planejamento

Metropolitano – Emplasa

Mapas de expansão da área urbanizada da

região metropolitana de São Paulo, 2002 / 2003

Adaptação: Secretaria Municipal de Planejamento

– SEMPLA / Dipro

Re-adaptação: Letícia Alamino Alves

Mapa 02 - Área urbanizada – 1882 / 1914

Região de Pinheiros ainda sem resquícios de

urbanização.

Mapa 03 - Área urbanizada – 1915 / 1929

Região de Pinheiros em inícios de urbanização, mas

ainda não integralmente no bairro.

Mapa 03 - Área urbanizada – 1930 / 1949

Região de Pinheiros em processo de urbanização,

mas ainda não integralmente no bairro.

Mapa 04 - Área urbanizada – 1950 / 1960

Região de Pinheiros com expansão da urbanização

consolidada. A partir deste momento, a região passa

pelo processo de verticalização.

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 09

Page 12: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Reafirmando a vocação residencial da Vila Madalena, houve a construção

do conjunto residencial Natingui (inaugurado em 1972), financiado pelo Banco Nacional de

Habitação (BNH), que marcou o inicio da verticalização no bairro. Mas foram os estudantes da

Universidade de São Paulo (USP), que, atraídos pelos baixos valores dos alugueis, além da

sua proximidade do centro e à própria USP, atrelado à situação política que se encontrava o

país – ditadura militar que acabou por fechar o CRUSP -, mudaram o rumo do bairro, como

afirma Vanessa Dantas e Ênio Squeff nas citações abaixo.

“Ainda no que refere à moradia, um fator muito importante e que justifica a chegada

dos estudantes na Vila Madalena, foi o fechamento do Conjunto Residencial da

Universidade de São Paulo - CRUSP durante o governo militar, na década de 60,

ocasionando a migração de muitos dos estudantes que ali moravam para a Vila

Madalena. Em geral, alugavam as edículas das casas dos portugueses, e muitas

vezes montavam moradias coletivas, chamadas de “repúblicas”. Na época, esses

estudantes deram um movimento à Vila, principalmente nos bares e botecos já que

sempre se reuniam para beber e conversar.” (DANTAS, 2008, p. 45)

“É muito provável que nos fins dos anos 1970, por obra e graça da oferta de tóxicos –

do álcool à maconha – e dos alugueis baixos, a Vila Madalena reunisse, de fato, em

suas muitas mal dormidas noites, mais comunistas – ou gente de esquerda, ou

anarquistas, ou indiferentes, ou bêbados, ou todo o resto que se possa imaginar – do

que quaisquer outras noites em outros pontos de São Paulo.” (SQUEFF, 2002, p. 93)

O bairro, por se tratar de uma região ainda pouco frequentada e longe do

controle imposto pela ditadura miliar, passou a abrigar o sonho da liberdade de expressão dos

jovens e atrair pessoas de vocações artísticas e alternativas. Havia a necessidade, então, de

ocupar espaços para tais debates, fazendo com que os poucos e pequenos bares do bairro se

multiplicassem.

“A possibilidade da liberdade de expressão era, então, apenas um sonho; mas um

bar, em se tratando da Vila, nem tanto.” (SQUEFF, 2002, p. 179)

Mapa 06: Área em estudo - 1924

Nota-se a existência de urbanização ao sul da Rua

Cardeal Arcoverde (destaque), porém ainda sem

desenvolvimento no atual bairro da Vila Madalena.

Fonte: Secretaria de Estado de Economia e

Planejamento. Instituto Geográfico e Cartográfico -

IGC. Acervo - Tombo: 1162

Mapa 07: Área em estudo - 1930

O viário ainda em consolidação, apesar da ausência

do parcelamento de muitos dos lotes e quadras.

Observa-se a presença do cemitério São Paulo,

fundado em 1926.

Fonte: Mapa Topographico do Municipio de São

Paulo – Sara Brasil – Quadros 49 e 50.

Mapa 08: Área em estudo - 1943

Poucas alterações territoriais no bairro da Vila

Madalena desde o mapeamento Sara Brasil da

década de 1930

Fonte: Secretaria de Estado de Economia e

Planejamento. Instituto Geográfico e Cartográfico -

IGC. Acervo - Tombo: 1156

Mapa 09: Área em estudo - 1951

Parcelamento de quadras mais consolidado, apesar

da presença de área livres e verdes, atualmente

escassas.

Fonte: Secretaria de Estado de Economia e

Planejamento. Instituto Geográfico e Cartográfico -

IGC. Acervo - Tombo: 1171

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 10

Page 13: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Com os usos que o bairro apresentava até então, e o perfil de seus

moradores e frequentadores – em geral estudantes e pessoas de vocação artística, como

músicos e artistas plásticos -, não foi de se estranhar que surgissem em sequência lojas e

ateliês que seguissem esta mesma característica e que valorizassem ainda mais o bairro que

já tinha no inicio da década de 1990 a personalidade de bairro boêmio, havendo uma alta nos

alugueis e a decorrente especulação imobiliária, que substituíam as antigas casas de padrões

portugueses por edifícios verticalizados inicialmente de uso residencial e, posteriormente, de

escritórios.

“Antes de ser o que é, a Vila Madalena era um bairro de casas baixas, com grandes

quintais. O que sobreveio depois foi o de sempre numa cidade de São Paulo: a

verticalização sem muito critério, seguida evidentemente da explosão de um sem-

número de casas comerciais voltadas principalmente para o que é precípuo – a

derrubada sistemática das moradias antigas, substituídas que são por

empreendimentos de todo o tipo.” (SQUEFF, 2002, p. 196)

“No entanto, nem tudo que a Vila hoje tem representa o melhor que ela poderia ter: o

barulho aumentou, a violência também, são poucos os que se cumprimentam na rua,

perguntando pela mulher e os filhos. E o metrô que chegou sob o pomposo nome de

“Estação Vila Madalena” não está propriamente dentro da Vila, mas a muitas quadras

do seu centro, vale dizer, onde as pessoas moram, e onde funciona o melhor de seu

comercio, principalmente noturno. No mais, poucos bairros tem o transito tão intenso

quanto os da Vila.” (2002, SQUEFF, p. 160)

Ainda assim, mesmo com o crescente número de edifícios verticais, além

dos problemas urbanos decorrentes da expansão sem planejamento – como os problemas de

transito, enchentes, falta de qualidade de calçadas, ausência de espaços culturais, entre

outros, melhor discutidos no decorrer desde trabalho – a Vila Madalena continua com o charme

e a personalidade única de um bairro de vocação boêmia e artística.

“E esse talvez seja o mistério da Vila: sua descaracterização como bairro boêmio não

a fez menos atraente (...), há uma aura na Vila que a faz atraente,

independentemente do que foi feito com ela nesses últimos anos.” (SQUEFF, 2002, p.

196)

Mapa 10: Área em estudo - 1958

Nota-se na foto aérea o parcelamento de quadras

completamente consolidado. Ainda há a presença

de áreas verdes e não urbanizadas no entorno do

recorte.

Fonte: Geoportal. Disponível em

http://www.geoportal.com.br Acesso em 31/03/2014

Mapa 11: Área em estudo - 2008

Nota-se já a presença da verticalização no entorno

do recorte, apesar de dentro do perimetro a

volumetria ainda ser de baixo gabarito. Ainda,

observa-se a diminuição das praças e áreas verdes.

Fonte: Geoportal. Disponível em

http://www.geoportal.com.br Acesso em 31/03/2014

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 11

Page 14: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

1.910 1.930 1.950 1.970 1.990 2.010

1974 – Chegada dos

hippies à Vila

Madalena, sendo

estes alunos da

Universidade de São

Paulo que deixavam

os alojamentos do

campus da

universidade, fechado

pelo regime militar.

1978 – Primeira “Feira

de Artes da Vila

Madalena”

1998 – Inauguração

da estação de Metrô

Vila Madalena.1926 – Fundação do

cemitério São Paulo..

1928 – Chegada da

energia elérica ao

bairro.

1910 – Construção

de linha e estações

de bonde na região

da Vila Madalena.

1915 – Primeiro

loteamento na região

(lotes de 10 x 50

metros)

1968 – Construção do

Conjunto Residencial

Natingui (BNH).

2005 – Desapropriação da

favela Djalma Coelho, a única

existente até então na

subprefeitura de Pinheiros.1946 – Fundação da Capela

de Santa Maria Madalena,

que em 1963 se tornaria a

Igreja da Matriz

BAIRRO DOS PORTUGUESES

ESTADO NOVO

ÁREA DE SÍTIOS

POLÍTICA DOS GOVERNADORES

BAIRRO DOS BARES

DIRETAS JÁ

ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA

MANIFESTAÇÕES POPULARES

Imagem 10: 1980 - Casa tipica portuguesa com

comércio no térreo. Nota-se o inicio da

verticalização do bairro ao fundo.

Fonte: Exposição fotográfica “Vila Madalena:

Espaços da Memória”. Fotografia de Eduardo

José Afonso.

Imagem 09: 1960 – Bonde descendo a Rua

Fradique Coutinho, na altura da Rua Aspicuelta.

Fonte: SQUEFF, Ênio. “Vila Madalena: Crônica

Histórica e Sentimental”. São Paulo: Boitempo

Editorial. P. 109.

Imagem 11: 2012 – Rua aspicuelta ocupada

pelos bares e suas mesas nas calçadas.. Observa-

se movimento de carros e massa árborea na

região.

Fonte: Fernando Moraes. Disponivel em

http://vejasp.abril.com.br. Consultado em

08/04/2014

Imagem 08: 1940 – Rua Harmonia ainda com

vocação residencial e não pavimentada.

Fonte: SQUEFF, Ênio. “Vila Madalena: Crônica

Histórica e Sentimental”. São Paulo: Boitempo

Editorial. P. 105.

BAIRRO DOS HIPPIES

DITADURA MILITAR

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 12

Page 15: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

2.2. 2.2. A Vila de hoje

O uso do bairro, população permanente e itinerante.

Como foi visto na linha do tempo da Vila Madalena, o bairro passa pelo processo de

desenvolvimento imobiliário, com as antigas casas portuguesas dando lugar a condomínios de

alto padrão de uso residencial, comercial e misto, mudando a feição de gabarito baixo e

interiorana do bairro. A valorização imobiliária faz com que a região acompanhe seus vizinhos

Pinheiros e Itaim Bibi e comece a se elitizar, não dando mais lugar aos antigos moradores e

abrindo espaço cada vez mais para a instalação de empresas, escritórios e consultórios no

bairro, ocorrendo uma dinâmica de usos bastante diferente de sua formação.

Apesar disso, o bairro continua com personalidade própria, mantendo-se como reduto

boêmio que, apesar do distanciamento dos debates políticos calorosos que existiam nos bares

das décadas de 1970 e 1980, pela alta geração de rendimentos provenientes dos

consumidores jovens de classe média a alta, permanece no bairro mesmo com os preços do

aluguel. É possível observar a partir dos gráficos¹ a seguir que mais de 50% das pessoas

ainda frequenta a Vila Madalena por seus bares e restaurantes, e que os maiores atrativos do

bairro são a qualidade gastronômica e a vida noturna.

Ainda, os comércios locais, com muitas lojinhas e ateliers de característica singular,

além da diversidade de serviços oferecidos, fazem do bairro uma região de vocação mista, o

que também atrai a população. Deve-se considerar também que a vocação cultural da Vila

Madalena é atrativa para parte de seus frequentadores e moradores, contando com feirinhas

gastronômicas e de artesanato e manifestações de arte contemporânea pelos muros dos

becos e escadões do bairro.

¹ Gráficos extraídos de pesquisa realizada pela autora deste trabalho final de graduação em

maio de 2014, com uma amostra de 105 entrevistados , realizada através de preenchimento

online em redes sociais e por e-mail, a partir da ferramenta disponível no Google drive. Os

gráficos são resultados compilados também pela autora a partir dos número obtidos nestas

pesquisas.

Obs.: A pesquisa detalhada encontra-se nos apêndices deste trabalho.

9%

10%

10%

1%

13%

57%

outros

.. mora na Vila Madalena

... trabalha na Vila Madalena

... estuda na Vila Madalena

... faz compras na Vila Madalena

... frequenta os bares e restaurantes naVila Madalena

Você...

9%

22%

20%

12%

12%

11%

12%

3%

Fácil acesso

Noite boêmia

Bons restaurantes

Grafites e manifestações culturais

Lojas e ateliês

Feirinhas e eventos

Diversidade de comércios e serviços

Oferta de emprego

O que te atrai na Vila Madalena

Gráfico 01: Dinâmica de usos pelos frequentadores da Vila Madalena.

Gráfico 02: Principais atrativos do bairro

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 13

Page 16: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Os frequentadores do bairro caracterizam-se em sua maioria por mulheres, entre 18 e

30 anos e das zonas norte, oeste e leste. As hipóteses que podem ser apontadas para o

público predominante ser de mulheres são o fato de que o bairro é voltado para o consumo

feminino – seja de moda, acessórios e estética. A idade que prevalece em maioria, entre 18 e

30 anos, deve-se à atividade noturna dos bares. Já as múltiplas regiões nas quais as pessoas

se deslocam para chegar ao bairro, comprovam a sua unicidade perante aos demais bairros da

cidade, além da falta de equipamentos de lazer noturno nas zonas norte e leste. Tais dados

são apontados nos gráficos¹ a seguir.

Gráfico 03: Frequentadores e moradores divididos por sexo.

Gráfico 06: Principais meios de deslocamento pelo bairro.

69%

31%

Sexo:

Feminino

Masculino

0%

73%

18%

9%

Idade:

Até 17 anos

de 18 a 30 anos

de 31 a 50 anos

Acima de 51 anos

Gráfico 04: Frequentadores e moradores divididos por idade

9%

2%

8%

23%

24%

30%

4%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

Outro municipio

Outro estado

São Paulo - Zona Sul

São Paulo - Zona Norte

São Paulo - Zona Leste

São Paulo - Zona Oeste

São Paulo - Centro

Deslocamento

Gráfico 05: Dinâmica de fluxos para a Vila Madalena.

As pessoas, em sua maioria, chegam e se deslocam pelo bairro principalmente através

de veículos particulares. Uma das causas desse diagnóstico se deve a dificuldade de acesso

por transporte público, a distância da estação de metrô Vila Madalena da área com maior

concentração de usos mistos. Além disso, a ausência de percursos ciclísticos que liguem tais

estações ao bairro também está entre as queixas dos frequentadores e moradores do bairro,

de acordo com entrevistas realizadas em maio de 2014. De acordo com o “Seminário da noite

paulistana”, a vida noturna também não é caracterizada pelo uso de transporte público, já que

este não funciona durante a madrugada.

26%

14%

6%

47%

1% 1%4%

Metrô Ônibus Taxi Veículoparticular

Motocicleta Bicicleta A pé

Locomoção

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 14

Page 17: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Do paradoxo entre as qualidades do bairro e as problemáticas urbanas existentes neste,

surgem uma série de debates pela população do bairro – herdeiros da intelectualidade dos

antigos hippies que o fundaram como reduto boêmio – juntamente com os frequentadores que

tem pela Vila Madalena grande apresso por sua singularidade já descrita. As discussões se

incitam nas mesas dos bares e restaurantes, mas se prolongam para a formalização das ideias

a partir de movimentos a favor do tombamento do bairro, da fundação de ONGs como o SOS

Vila Madalena e o Portal Vila Mundo, e vão para debate público com o desenvolvimento do

“Plano de Bairro da Vila Madalena”.

Na pesquisa de campo realizada durante este trabalho final de graduação foi

perguntado acerca dos problemas e possíveis soluções para o bairro. O gráfico a seguir

mostra as principais problemáticas apontadas e no apêndice deste caderno pode se observar a

descrição completa deste levantamento.

Gráfico 07: Problemáticas urbanas – pesquisa de opinião.

13%

20%

19%

9%

6%

15%

6%

1%

4%

6%

0% 5% 10% 15% 20% 25%

Má qualidade de calçadas (largura, acessibilidade,conservação...)

Falta de vagas de estacionamento público

Trânsito

Dificuldade de acesso por transporte público

Ausência de ciclovias

Alto valor de compra e locação de imóveis

Enchentes

Ausência de espaços culturais e de diversão pública

Escassez de praças e áreas verdes

Precariedade da iluminação noturna

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 15

Page 18: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

adotadas ou propostas apresentadas.

O estudo denominado de “Ideias para o desenvolvimento sustentável da Vila”, inicia-se com as

questões intituladas de “A cidade que queremos” para se chegar “A vila que queremos”,

partindo de premissas sobre aquilo que é desejado contemporaneamente como cidade e que,

ainda, possibilitam manter e incentivar a vocação do bairro, com a diversidade de usos, o

ambiente criativo e espontâneo, o estímulo ao lugar de encontros públicos, além da

diversidade de pessoas, acentuando a personalidade da Vila Madalena a partir da

comprovação técnica por mapeamentos do bairro.

2.3. O bairro de queremos

A história do futuro “Plano de Bairro da Vila Madalena”

A população ativa da Vila Madalena tem em sua personalidade a vontade de

trazer melhorias urbanas e de lutar pela cidade que desejam, além de discutir sistemicamente

as problemáticas do bairro nas diversas ONGs existentes neste, como a Cidade Aprendiz –

que discute os problemas de educação e defende os bairros escolas pela cidade – e o SOS

Vila Madalena – que discute a poluição sonora do bairro gerada pelos bares e pelo trânsito.

Dada à diversidade da população permanente e itinerante do bairro, é evidente que tais ideais

acabem por se confrontar em debates que se tornaram ainda mais frequentes com a

especulação imobiliária e a consequente espoliação urbana e verticalização que passaram a

existir desde 2.000.

Em meio a projetos participativos dos planos de bairros - previstos em lei no

Plano Diretor Estratégico 13.430/2002 e já executado no bairro de Perus – a construtora Idea

Zarvos contratou no ano de 2012 o escritório de arquitetura norte americano “Davis Brody

Bond” para desenvolver um estudo acerca das problemáticas existentes no bairro e a

elaboração de propostas para o futuro do bairro da Vila Madalena.

O estudo preliminar desenvolvido sobre o patrocínio da incorporadora foi

apresentado publicamente em agosto de 2012 com o titulo de “Ideias para o desenvolvimento

sustentável da Vila” e, de acordo com Roberta Tasselli, gestora da área de jornalismo do Portal

Vila Mundo – site pertencente à ONG Cidade Aprendiz, que trata de temas do bairro e esteve

engajada como mediadora dos debates acerca do plano de bairro da Vila Madalena – a

apresentação das ideias não foi bem aceita pelos moradores que desde o início se opuseram

ao patrocínio da incorporadora e a presença destes em algo que deveria ser de interesse da

população. A jornalista se posiciona dizendo que eles, ao menos, demonstraram interesse em

um diálogo com a sociedade, diferente de outras construtoras que nunca se manifestaram.

A Idea Zarvos então se retirou dos debates, assim como o escritório norte

americano, e os debates prosseguiram até o fim de 2013, tendo como agentes de discussão as ONGs,

associações de bairro, moradores e comerciantes. Atualmente, os encontros não acontecem mais,

pois, também de acordo com Roberta Tasselli em entrevista realizada em março/2014, estão

paralisadas devido à revisão do plano diretor estratégico, sendo retomados assim que a revisão foi

publicada oficialmente. Ainda assim, o estudo preliminar desenvolvido para o primeiro debate é de

suma importância ser refletido, pois faz o diagnóstico de questões latentes no bairro e que serão

valiosas ao este projeto, seja nas questões que se referem ao levantamento de problemas, premissas

Mapa 12: Uso do solo presente no estudo “Ideias para o desenvolvimento sustentável da Vila”

Nota-se na imagem a prevalência residencial à norte de e a concentração à sul de usos comerciais, onde

revela-se a diversidade de usos do bairro, além da vida noturna existente a partir de bares e restaurantes.

Fonte: Davis Brody Bond. Estudos Preliminares do projeto “Ideias para um desenvolvimento sustentável da

Vila”. Disponível em http://issuu.com/vilamundo/planodebairro

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 16

Page 19: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Assim, as propostas apresentadas pela arquiteta Anna Dietzsch, diretora da

sede em São Paulo do escritório que elaborou tal estudo e que fez a apresentação para a

população em agosto de 2012, envolveram questões relacionadas à permeabilidade, trânsito e

pedestres, sintetizadas no diagrama 01.

Permeabilidade

Pavimento drenante

em calçadas e ciclovias

Parque linear (drenagem atrelado à cultura e

lazer)

Uso de lotes residuais

(parques e praças)

Coleta seletiva

(diminuição do lixo)

Trânsito

Transporte coletivo

condizente com a escala

do bairro

Estacionamentos público

sob edificações residenciais

Vias cicláveisIncentivo ao

uso de bicicletas

Alteração no sentido das vias (criação de binários)

Redução da velocidade de trafego

(lombo faixas)

Desenho das ruas

Bolsões de estacionam

ento

Alargar calçadas

existentes

Requalificar ruas

estreitas (convivência e encontro)

Calçadões para

pedestres em ruas de

menor circulação

Conexão de quadras

Diagrama 01: Síntese das propostas elaboradas em “Ideias para o desenvolvimento sustentável da Vila”

Diagramas 02, 03 e 04: Comparativos entre situações atuais e propostas.

Fonte: Davis Brody Bond. Estudos Preliminares do projeto “Ideias para um desenvolvimento

sustentável da Vila”. Disponível em http://issuu.com/vilamundo/planodebairro

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 17

Page 20: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Não descartando a necessidade de incorporar algumas das premissas do

estudo desenvolvido pelo escritório Davis Brody Bond ao projeto a ser elaborado neste

caderno, cabe ainda refletir, se as propostas apresentadas com o bairro em seu perímetro

completo podem compreender suas particularidades em diferentes recortes territoriais da Vila

Madalena, além da diversidade de vocações que em uma escala macro que não são

percebidas com tanta precisão. A partir desta conclusão, é possível discutir o estudo do bairro

a partir de setores diferentes, ou seja, recortes que delimitam as diferentes vocações da Vila

Madalena, como a existência de áreas estritamente residenciais, áreas já verticalizadas com

edifícios comerciais e de serviços e, aquela que caberá este trabalho, a Vila dos bares e

ateliês.

Diagramas 05, 06, 07 e 08: Comparativos entre situações atuais e propostas.

Fonte: Davis Brody Bond. Estudos Preliminares do projeto “Ideias para um desenvolvimento sustentável da Vila”.

Disponível em http://issuu.com/vilamundo/planodebairro

Diagramas 09 e 10: Vias pedestrealizadas

Fonte: Davis Brody Bond. Estudos Preliminares do projeto “Ideias para um desenvolvimento sustentável da

Vila”. Disponível em http://issuu.com/vilamundo/planodebairro

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 18

Page 21: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

3. Referências Conceituais

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 19

Page 22: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

3. Referenciais Conceituais

3.1. O “Seminário da noite paulistana” e o Cronourbanismo

O Seminário da noite paulistana foi organizado pelo “Colaboratório”, com o

intuito de refletir acerca da noite urbana e suas demandas e problemáticas econômicas, sociais

e culturais. Tal evento, que aconteceu entre 18 e 21 de março de 2.014, na Biblioteca Mário de

Andrade, contava com convidados internacionais e nacionais, sendo estes envolvidos com a

visão urbana que se relaciona com o tempo e espaço.

Dentre as temáticas debatidas durante o seminário, é possível extrair

conceitos e problemáticas que serão de extrema importância para este trabalho, dada a

diversidade de usos que o bairro da Vila Madalena apresenta, a mudança de cenário deste

espaço ao longo do dia e da semana e a caracterização deste recorte como uma das

centralidades noturnas na metrópole paulista.

Deve-se ressaltar que o que torna o debate ainda mais interessante a este

projeto é a discussão acerca do Cronourbanismo, que trata de como ao longo do dia um

mesmo espaço é utilizados de diferentes formas e a necessidade de na cidade contemporânea

se considerarem os conflitos que ocorrem entre vários modos de apropriação de um mesmo

espaço. O trecho a seguir, extraído do portal do colaboratório, explana a maneira que o

conceito vem sendo discutido no mundo a importância que esta reflexão tem para São Paulo.

“A noite tem se transformado, na última década, em objeto de estudo em várias cidades do

mundo, fazendo parte, inclusive, das estratégias do marketing territorial para atrair empresas, turistas, executivos

e estudantes, tornando-se, por vezes, um elemento central das políticas de transformação urbana.

No caso da cidade de São Paulo, a noite representa o momento de lazer dos moradores e atrai turistas de todo o

Brasil e do mundo que vêm à metrópole para usufruir da diversidade oferecida aqui. Apesar de pujante, a noite

paulistana segue sendo um enigma, com poucos dados disponíveis como estatísticas, métricas e mapas: uma

grande vida urbana ainda não mapeada. Por meio de conhecimentos empíricos e parciais, sabemos que a noite é,

ao mesmo tempo, o período do recolhimento, das apresentações culturais e da boemia, e que movimenta diversos

setores da sociedade, gerando empregos e projetando a imagem de uma cidade criativa com uma pluralidade

cultural única.

Sabemos que as noites de São Paulo são múltiplas. O metabolismo urbano funciona

continuamente. O que é esse funcionamento e como o poder público pode e deveria atuar de modo a manter esse

corpo vivo? Como gerar um funcionamento de acordo com a potência presente? Que políticas podem ser

estabelecidas para conjugar lazer, descanso, segurança, emprego, oportunidades e a pujança econômica para a

outra metade do dia dos 10 milhões de paulistanos que transitam e trabalham na cidade?

Diversas iniciativas têm sublinhado a relevância dessas questões vinculadas às

especificidades da vida noturna nas metrópoles contemporâneas. Há alguns anos, Amsterdã e outras cidades

europeias criaram o cargo de “Prefeito da Noite”. Em 2010, a Prefeitura de Paris realizou um importante Seminário

sobre o “Estado da Noite”. Em 2011, foi realizado em Genebra um evento similar. A economia da noite não para

de se desenvolver e seus atores se organizam. Na Europa, o trabalho noturno corresponde a 18% dos salários.

Os ritmos de nossas vidas e de nossas cidades se transformam sob a influência de

fenômenos concomitantes: individualização do comportamento, eliminação progressiva de grandes ritmos de

urbanização, o surgimento de um tempo global, a internet que não para jamais, a luz que toma conta do espaço

urbano e “diurniza” a noite, permitindo a continuação das atividades e a metamorfose do espaço público, a

ditadura da emergência etc. Essas mudanças têm transformado nossa relação com o espaço e o tempo.

Unificados pela informação, os homens nunca viveram temporalidades tão distintas. Nesse contexto, surge um

conceito que tenderá a aumentar seu significado e a colocar novos desafios aos planejadores: o cronourbanismo.

O cronourbanismo busca a confluência entre as dimensões espacial e temporal da cidade,

evitando processos de segregação temporal e remetendo à necessidade de pensar os espaços para além dos

mapas. Esse é um tema fundamental na valorização da cidade não apenas como espaço de trabalho, como o foi

durante mais de um século, mas enquanto espaço de vários usos. Com ajuda do cronourbanismo, ações

consistentes sobre o espaço e o tempo permitirão melhor organização técnica, social, estética e criativa da cidade

em prol de uma metrópole mais humana e acessível.”

[Texto extraído da pagina http://www.colaboratorio.art.br/seminariodanoite em 12/05/2014]

Problemática noturna

Insegurança

Ausência de movimentação dos corpos no espaço ou necessidade de medidas militares?

Diurnização a partir da iluminação

A cena urbana não é respeitada em sua particularidade e em seu potencial

Carência de mobilidade noturna

As pessoas não usam o transporte publico, pois não há possibilidade de volta

Ausência de rotatividade de espaços

Ocasiona a falta da sustentabilidade dos espaços, ou seja, o uso do espaço em sua máxima capacidade

em relação ao tempo

Privatização da noite

Noite sem espaços públicos e culturais

Conflito entre a cidade que dorme e a cidade que se diverte

Ausência de serviços públicos noturnos

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 20

Page 23: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

3.2. Cidade para pessoas - Jan Gehl

A escolha de Jan Gehl como referência teórica para este trabalho é dada por

este arquiteto ser referência em consultoria de qualidade urbana, tendo diversos livros

publicados acerca dessa temática – como “Life between Buildings” e “New Cities Spaces;

Public Spaces” – além do desenvolvimento de projetos de intervenções urbanas em

Copenhage, Londres, São Francisco e Nova York.

O livro “Cities for People”, ou “Cidade para pessoas”, publicado em 2.009, é importante

fonte de pesquisa e conceituação já que é nele que o arquiteto Jan Gehl expõe sua

experiência na requalificação de diversas cidades, deixando claros os conceitos e ferramentas

necessários para trazer vida aos espaços públicos.

Ao longo de toda a narrativa de “Cidade para pessoas”, Jan Gehl explicita as causas

dos principais problemas urbanos, atribuindo ao carro e ao desenvolvimento das cidades

modernas em função dele. Ainda, não coloca como empecilho os custos e falta de

desenvolvimento financeiro das cidades, para a falta de solução para tal situação. Assim,

propõe como solução a renovação dos espaços urbanos atreladas a espaços com vitalidade e

voltados à escala do pedestre. Podemos notar a argumentativa do autor – problema,

possibilidade e solução - a partir das citações abaixo.

“Nos esforços para lidar com a maré crescente de automóveis, todo espaço

disponível da cidade era simplesmente preenchidos com veículos em movimento e

estacionados. (...) Sempre encontraremos novas formas de aumentar o uso do carro;

construir vias adicionais é um convite direto à aquisição e ao uso de mais automóveis.”

[GEHL, 2009, p. 9]

“Comparado a investimentos sociais – particularmente os de saúde e de

infraestrutura de veículos – o custo de incluir a dimensão humana é tão modesto, que os

investimentos nessa área serão possíveis a cidade no mundo todo, independente do

grau de desenvolvimento e capacidade financeira" [GEHL, 2009, p. 7]

“(...) a renovação de um único espaço, ou mesmo a mudança no mobiliário

urbano e outros detalhes podem convidar as pessoas a desenvolver um padrão de uso

totalmente novo.” [GEHL, 2009, p. 16]

Como dito, o autor acrescenta uma série de conceitos fundamentais para a

compreensão da cidade contemporânea e seus paradoxos, como atividades obrigatórias,

opcionais (recreativas) e sociais, as paradas curtas e longas, o caminhar e o andar e a vida

entre edifícios. Estes conceitos são facilmente associados à Vila Madalena, que apresenta,

dentro de um mesmo recorte na cidade, diferentes atividades - seja de trabalho, lazer ou

social -, além das sensações distintas ao longo do dia e de acordo com o uso desenvolvido,

havendo ritmos diversos em cada cena, causando múltiplas relações entre tempo e espaço.

Diagrama 11 – Atividades e ambientes

‘ Fonte: GEHL, Jan. “Cidade para pessoas. São Paulo: Perspectiva. 2013. P. 27

Também em relação aos ritmos existentes na cidade, o arquiteto pontua as

diferentes escalas entre os meios de locomoção, além das distâncias de comunicação, que

auxiliam no dimensionamento dos espaços e na escolha das sensações que se deseja obter,

melhor explanados no diagrama a seguir.

Diagrama 12 – Queda de observações de detalhes

Nota Compilação de dados elaborada pela autora

Queda da

observação

de detalhes

Modalidade Distância (m)

Intima 0 a 0,45

Pessoal 0,45 a 1,20

Social 1,20 a 3,70

Pública Maior que 3,70

Meio Velocidade

A pé 5 km/h

Bicicleta 12 km/h

Carro 60 km/h

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 21

Page 24: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Jan Gehl ressalta que a cidade como local de encontro pressupõe conceitos

chaves que são a sustentabilidade social, a segurança, a confiança, a democracia e a

liberdade de expressão. Assim, coloca como partido para a construção do espaço urbano a

cidade viva e convidativa, ou seja, aquela utilizada por muitos e diferentes grupos, que

apresentam atividades urbanas e de lazer combinadas, com rotas diretas, lógicas e

compactas, além de espaços de modestas dimensões e uma hierarquia de decisões e

escolhas pelo grau de importância, como se nota na citação abaixo.

“Conquanto a cidade viva e convidativa seja um objetivo em si mesmo, ela

também é um ponto de partido para um planejamento urbano holístico, envolvendo as

qualidades essenciais que tornam uma cidade segura, sustentável e saudável.” [GEHL,

2009, p. 63]

Diagrama 13 – Lista de palavras chave: 12 critérios de qualidade com respeito à´paisagem do pedestre

‘Fonte: GEHL, Jan. “Cidade para pessoas. São Paulo: Perspectiva. 2013. P. 239

‘ Para a construção de uma cidade viva, pressupõe ainda espaços de transição -

zonas por onde as atividades realizadas dentro das edificações podem ser levadas para o espaço

da cidade -, diferenciação entre as atividades que estimulam o movimento e as estacionais,

garantia das necessidades sociais de ver, ouvir e falar, adequação à escala urbana, qualidade do

caminhar e ainda o despertar do senso estético a partir da beleza destes lugares, como os muros

grafitados da Vila Madalena – sendo os dois últimos itens observados abaixo.

“A distancia que a maior parte dos pedestres considera aceitável é de quinhentos

metros, mas ela não é uma verdade absoluta, já que o aceitável sempre é uma

combinação de distancia e qualidade de percurso. Se o conforte for baixo, a caminhada

será curta, ao passo que se o percurso for interessante, rico em experiências e confortável,

os pedestres esquecem a distancia e fruem as experiências que ocorrem.” [GEHL, 2009, p.

127]

“Há sempre algo novo para se olhar, além de muitos comentários surpreendentes e

bem humorados para se descobrir sobre o local, a cidade é a vida contemporânea.”

[GEHL, 2009, p. 179]

Jan Gehl ainda apresenta em seu livro as ferramentas necessárias para a construção do

espaço urbano voltado ao pedestre, que podem ser mais bem exemplificados na citação e nos

diagramas a seguir.

“Princípios de Planejamento

1. Distribuir, cuidadosamente, as funções da cidade para garantir menores distancias entre

elas, além de uma massa critica de pessoas e eventos

2. Integrar varias funções nas cidades para garantir versatilidade, riqueza de experiências,

sustentabilidade social e uma sensação de segurança nos diversos bairros.

3. Projetar o espaço urbano de modo a torna-lo convidativo tanto para o pedestre quanto para

o ciclista.

4. Abrir os espaços de transmissão entre a cidade e os edifícios, para que a vida no interior

das edificações e a vida no espaço urbano funcionem corretamente.

5. Reforçar os convites para permanências mais longas, no espaço publico, porque algumas

pessoas por muito tempo em um local proporcionam a mesma sensação de vitalidade do

que muitas pessoas por pouco tempo. De odos os princípios e métodos disponíveis para

reforçar a vida nas cidades, o mais simples e o mais eficaz é convidar as pessoas a passar

mais tempo no espaço publico. “

[GEHL, 2009, p. 232]

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 22

Page 25: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Imagem 14: Reordenando prioridades, por favor

Fonte: GEHL, Jan. “Cidade para pessoas. São Paulo: Perspectiva. 2013. P. 243 a 245

Diagrama 15:: Principios de planejamento de trafego a

partir do usuário e seu grau de importância.

Fonte: GEHL, Jan. “Cidade para pessoas. São Paulo:

Perspectiva. 2013. P. 235

Nota: A proposta de presente neste trabalho, é baseada

nos últimos dois princípios de planejamento, propiciando

espaços prioritários ou exclusivos para o pedestre quanto

a abertura de vias e transformação de ruas pedonais.

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 23

Page 26: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

3.3. SP2040 – o plano estratégico de longo prazo para São Paulo

Projetos Catalisadores “Cidade de 30 minutos” e “Rios Vivos”

O SP2040 é o plano estratégico de longo prazo para São Paulo, que tem

como objetivo orientar o futuro desejado para a cidade e articular os demais planos e decisões

setoriais vigentes, possibilitando a realização de seu potencial urbano, econômico e social.

O que é de interesse para este Trabalho Final de Graduação quanto ao

Plano SP2040 são os objetivos e propostas – explanados no capitulo 8 “Programa de

Necessidades”, neste trabalho -, bem como os projetos catalizadores “Cidade de 30 minutos” e

“Rios Vivos” – explanados neste subcapítulo e que irão convergir com as possibilidades de

requalificação urbana da Vila Madalena.

Projeto Catalisador “Cidade de 30 minutos”

“O objetivo do “Cidade de 30 minutos” é aproximar, no tempo e no espaço,

as pessoas de suas atividades cotidianas, o que alterará a lógica dos fluxos

intraurbanos, notadamente dos movimentos casa-trabalho-casa, melhorando a

qualidade dos deslocamentos na cidade.” [SP2040, 2012, p. 250]

O projeto visa estimular o desenvolvimento de usos mistos pela cidade, com

adensamento planejado em áreas com oferta de trabalho e diversão, para que se aumente o

transporte a pé, de bicicleta ou via transporte público em percursos que durem tempo inferior a

30 minutos.

Visto que, no caso da Vila Madalena, o adensamento já ocorre nas áreas

residenciais do bairro, destaca-se a importância da criação de linhas de micro ônibus que

saiam da estação vila Madalena e adentrem ao bairro, para que o transporte de alta velocidade

seja acessado por quem mora e frequenta o bairro, além da necessidade de criação de rotas

de bicicleta e da qualificação dos caminhos de pedestres. Assim, o projeto catalisador “Cidade

de 30 minutos” estabelece relação direta com o bairro em estudo, bem como com suas

necessidades melhor explanadas adiante.

“Tais planos urbanos devem ter como premissas: melhorar a acessibilidade a tais

centralidades, tanto em âmbito regional, pela presença das redes de transporte

público, quanto local, melhorando suas conexões com o entorno, seu sistema viário e

suas calçadas; criar estratégias de promoção de adensamento populacional e de

empregos nessas localidades e no seu entorno imediato; melhorar a qualidade e a

oferta de serviços e infraestrutura; e ser compatível com as expectativas e aos

valores das comunidades. Além disso, esses lugares devem ser localização

prioritária para a descentralização de serviços públicos, bem como para programas

de incentivo à localização de empresas.” [SP2040, 2012, p. 250]

Projeto catalisador “Rios Vivos”

O projeto “Rios Vivos” tem como objetivo a integração dos rios e córregos

urbanos à paisagem da cidade, com a intenção de que estas áreas sejam utilizadas para o

convívio, o lazer e a navegabilidade, fazendo necessária a limpeza de tais aguas.

De acordo com o documento oficial do “Plano SP2040”, há atualmente em

São Paulo, políticas e ações setoriais que vem sendo executados para a recuperação das

águas urbanas na cidade (p. 270), como o programa “Córrego Limpo” (SABESP e PMSP),

possibilitando a implementação de parques lineares e equipamentos de lazer nas margens

dos córregos e rios.

Dada à existência de córregos no bairro da Vila Madalena, como o

“Corujas” e o “Rio Verde” - mapeados no capitulo 6 “Diagnóstico”, ítem 6.5 “Sistema

Hidrografico” -, as politicas de limpeza e a possibilidade de execução de parques lineares são

alternativas eficientes tanto para o lazer da população, quanto para a melhoria das situações

de alagamento no bairro.

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4. Estudos de Caso

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4. Estudos de caso

4.1. Plano de bairro de Perus

Objetiva-se ao se analisar este estudo de caso, pesquisar acerca do

parcelamento das áreas de diferentes usos no projeto do bairro, ou seja, quanto à sua

metodologia, não cabendo a este item um estudo completo sobre este.

A partir do livro “Plano de Bairro: no limite do seu bairro, uma experiência

sem limites” - que disserta sobre a metodologia de elaboração do Plano de Bairro de Perus, o

primeiro a ser colocado em prática no município de São Paulo – é possível compreender a

conceituação do Plano de Bairro de Perus em suas diferentes divisões territoriais, que se

resumem em “unidades ambientais de moradia” e centralidades.

De acordo com Elisabeth Salgado e Francisco Salgado, a unidade ambiental

de moradia, conceituada por Cândido Malta como “ilha de tranquilidade”, deve prever um

ambiente que reduza as interferências externas nas residências – como os movimentos

intensos de veículos e comércios -, além de gerar a possibilidade de encontros entre vizinhos

nas ruas e a utilização dos ambientes públicos – como praças e calçadas. Tais unidades

podem ser melhor conceituadas a partir da citação abaixo.

“Assim nasceu o conceito da unidade ambiental de moradia composta por

residências em sua maioria, servidas por ruas com tráfego apenas dos veículos que

se dirigem ao seu interior, configurando uma ilha em relação ao tráfego de passagem

que fica fora dela.” (SALGADO, 2011, p. 12)

Porém, os autores ressaltam que “tão importante quanto morar em um local

tranquilo, é a ideia de morar perto de tudo” (p. 12), havendo a necessidade de comercio e

serviços em locais próximos às áreas residenciais, mas que mantenham a tranquilidade

requeridas para estes recortes da cidade.

Ainda, as centralidades devem ser localizadas em áreas com facilidade de

acesso e circulação já que estes usos vão em busca de movimento e atraem ainda mais

atividade para o local que se insere, acentuando a vocação do espaço e fazendo com que se

Diagrama 16: Ilhas de tranquilidade e malha de ruas internas

Diagrama 17: Nota-se os diferentes níveis de centralidade, ora mais próximos dos bolsões de

tranquilidade como comércios locais, ora mais distantes.

Fonte imagem xx e xx: SALGADO, Elizabeth. SALGADO, Francisco. “Plano de bairro: no limite do seu

bairro, uma experiência sem limites”. São Paulo: Edição do autor. P. 13. [APUD. Candido Malta].

(disponibilizado em contato com o organizador José Police Neto).

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estimule mais comércios e serviços para este local.

Entretanto, Elizabeth Salgado e Francisco Salgado ressaltam que existem

diferentes tipos de centralidade presente no tecido urbano, da mais local – com serviços de

apoio aos moradores – à central – utilizada na escala da cidade.

“Uma cidade pode apresentar vários níveis de centralidades, conforme se

aglutinam o comércio e os serviços, formando ruas ou conjunto de ruas comerciais

que atendem bairros, um conjunto de bairros ou a cidade inteira.” (SALGADO, 2011,

p. 13)

Também é necessário salientar que deve-se conter na unidade ambiental de

moradia os comércios e serviços de apoio à residência, ou seja, aqueles que serão utilizados

no cotidiano da população, como escolas e de comércios de abastecimento alimentar, que não

atrapalham a tranquilidade dos moradores. Os autores ainda enfatizam que as centralidades

também devem contemplar residências para aqueles que aceitem e prefiram morar mais

próximo à agitação

“Nesse modelo de estruturação urbana, o que se tem a fazer é salvaguardar

as ilhas de tranquilidade em meio aos centros assim dispostos. Dessa forma se

garante o “morar tranquilo” e o “morar perto de tudo”. Garante-se também opções de

local de moradia ao cidadão, pois sempre haverá aqueles que preferem morar nos

centros, usufruindo da proximidade dos serviços e não se importando com a

agitação.” (SALGADO, 2011, p. 14)

Dentre os mecanismos utilizados para a regulamentação do sistema viário e

sua movimentação foi prever para as vias de comércio e serviço um fluxo de 600 veículos por

hora por faixa e, para as vias residenciais, 250 veículos por hora por faixa, fazendo com que o

fluxo nas proximidades das unidades ambientais de habitação representasse menos que a

metade das centralidades. De acordo com os autores, este mecanismo foi aprovado por 84%

da população em debate público.

Ainda, a priorização do transporte coletivo em detrimento do transporte

individual foi uma das premissas para que se tornasse harmônico o ordenamento viário entre

das zonas.

“Adotando o conceito da Unidade Ambiental de Moradia, como “ilha de

tranquilidade” o tráfego de passagem deve ficar fora dela, nas ruas e avenidas de

maior alcance. À medida que o tráfego aumente, para que essa situação seja mantida

é necessário que a capacidade dessas vias seja ampliada. Como fazê-lo sem

ocasionar sistemáticas obras de alargamento que se tornam rapidamente ineficazes?

Somente com o transporte coletivo, que transporta muito mais passageiro por veículo,

isso é possível. Por isso, o conceito de unidade ambiental de moradia está

estreitamente ligado à opção pelo transporte coletivo” (SALGADO, 2011, p. 16)

A partir deste estudo de caso, se pode tomar partido do parcelamento do

bairro em diferentes áreas, de acordo com o uso característico do local. Assim, possibilita-se a

análise de cada recorte a partir de suas potencialidades e problemáticas específicas e que

gerem benefícios ao bairro como um todo.

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4.2. Plano Permenor de Reabilitação do Bairro Alto e Bica

Lisboa – Portugal

Assim como a Vila Madalena em São Paulo, o Bairro Alto em Lisboa

caracteriza-se pela diversidade de usos e sua ativa vida noturna e boêmia. O bairro

encontrava-se em situação de degradação, assim como demais áreas do centro histórico

lisboeta, até que no ano de 2010 fosse desenvolvida a proposta do “Plano Pormenor de

Reabilitação Urbana do Bairro Alto e Bica”, que surgiu como uma revisão do “Plano de

Urbanização do Núcleo Histórico do Bairro Alto e Bica” que fora elaborado em 1996.

Esta revisão teve, de acordo com seu termo de referência, o intuito de

articular as novas ferramentas legais para a promoção de uma mais efetiva qualificação do

quadro construído, a necessidade e premência de inverter a tendência de abandono que

permanece uma ameaça nesta área, além da premissa de sustentar a revitalização da função

habitacional, fazendo com que reoriente e aprofunde as antigas disposições previstas no

“Plano de Urbanização do Núcleo Histórico do Bairro Alto e Bica”, objetivando a promoção e o

desenvolvimento do turismo e da economia da região.

O recorte deste plano totaliza em sua área de intervenção 55 hectares, que

englobam as freguesias da Encarnação, Santa Catarina, Mercês e São Paulo.

Ainda de acordo com o “Termo de Referência” do “Plano Pormenor de

Reabilitação Urbana do Bairro Alto e Bica”, a urbanização do Bairro Alto se inicia no século

XVI, quando os jesuítas atraem para o bairro uma população de condição mais elevada, de

burgueses ricos e fidalgos, que construíram os seus palácios. Entretanto, com o Grande Sismo

(Século XVIII), a fisionomia social e econômica do bairro passa a se alterar, havendo abandono

progressivo das casas nobres, transformadas em prédios de alto rendimento. A partir do século

XIX, inicia-se a vocação boêmia do bairro, ainda que caracterizada pela frequência de vadios e

sem valorização urbana, que ocorrerá apenas em meados do século XX, quando o bairro

voltará a ser atrativo turístico da cidade.

Fonte mapa 13 e 14: “Termo de referência” Plano Permenor de Reabilitação do Bairro Alto e Bica.

Disponível em http://www.cm-lisboa.pt/viver/urbanismo/planeamento-urbano/planos-com-termos-de-

referencia-aprovados/plano-de-pormenor-de-reabilitacao-urbana-do-bairro-alto-e-bica [consulturado em

06/05/2014]

Mapa 13: Recorte do “Plano Permenor de Reabilitação do Bairro Alto e Bica.

Escala 1:10.000

Mapa 14: Recorte do “Plano Permenor de Reabilitação do Bairro Alto e Bica” e áreas verdes

Escala 1:10.000

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“O Bairro Alto convertia-se num sítio de boémia e de fado, de rufias e vadios

frequentadores de tabernas. A instalação das redações e tipografias dos mais

relevantes periódicos de oitocentos e de grande parte da centúria seguinte,

contribuíram ainda mais para a animação noturna da zona, tradição, aliás, que

remonta ainda a Setecentos, com a transformação do palácio do conde de Soure em

teatro.” [2010, Termo de Referência, p. 9]

“Nos anos de 1940-50 surgem as casas de fado e os restaurantes típicos,

associadas à revalorização social da canção de Lisboa. As transformações sociais

produzidas após a Revolução dos Cravos (1974) e o incremento do turismo

trouxeram outro tipo de vida nocturna, e as antigas casas de pasto e tabernas, assim

como muitas das lojas de comércio tradicional, progressivamente têm vindo a dar

lugar a pequenos restaurantes, bares e discotecas que, a par de um novo tipo de

comércio e dos estilistas da moda, o transformaram num bairro cosmopolita.” [2010,

Termo de Referência, p. 9]

Dado o histórico da área e a necessidade de requalificação desta, objetiva-

se a partir do plano de urbanização medidas que podem ser esquematizadas nos seguintes

blocos:

Bairro

Equipamentos de

proximidade

Melhoria do espaço

público com aumento das

áreas de pedestres, ou de uso misto

Aproveitamento do

património municipal

(introdução de programas e

atividades inovadoras)

Sustentabilidade Ambiental

Área permeável

global

Estacionamento de

residentes

Vias com velocidade máxima de

30km/h

Aproveitamento e

reutilização de águas

Prevenção de riscos

Redução de risco de incêndio

Redução de risco de

inundação

Redução de risco de

derrocada

Prevenção anti-sísmica

A partir de então, é atribuído pelo documento do termo de referência de tal

proposta a seguinte base programática, na qual estão em destaque os itens que convergem

com as necessidades do bairro da Vila Madalena:

BASE PROGRAMÁTICA

Plano Permenor de Reabilitação do Bairro Alto e Bica

Preservar o conjunto urbano na essência das suas características ambientais e

patrimoniais, onde se destacam a morfologia e traçados urbanos pré-terramoto;

Definir as normas de identificação, protecção e salvaguarda dos elementos de valor

arquitectónico, histórico e arqueológico;

Definir as regras e condições a que devem obedecer as intervenções no edificado,

com o propósito de garantir a preservação do património, o reforço da segurança e a

adaptação a novos usos e condições de conforto;

Conciliar os incentivos à reabilitação com a defesa do património e a sustentabilidade

ambiental no que respeita a manutenção de áreas permeáveis, eficiência energética

e redução da poluição sonora e do ar associada à circulação automóvel;

Eliminar as dissonâncias no ambiente urbano, definindo os critérios e situações a ser

rectificadas de forma a restabelecer o equilíbrio volumétrico e coerência formal do

conjunto onde se inserem;

Satisfazer as necessidades básicas da população residente e das novas gerações,

dotando as habitações de condições de habitabilidade e conforto próximo dos níveis

de exigência actuais;

Prever a introdução de normativa e acções que promovam a redução de riscos de

sinistros associados a incêndios, derrocadas, sismos e deslizamentos;

Promover a revitalização funcional da área de intervenção, definindo a afectação

ponderada dos usos de comércio, habitação, serviços e equipamentos, com vista a

criar condições de atractividade e equilíbrio das várias funções urbanas,

assegurando a mistura de funções;

Recuperar a vocação residencial da área, através da possibilidade de

refuncionalização de edifícios de terciário ou indústria devolutos;

Reordenar o trânsito automóvel e o estacionamento, definindo de forma mais

rigorosa os locais de parqueamento e dando prioridade ao transporte público e à

mobilidade suave, com privilégio da circulação pedonal e em bicicletas, onde se

verifique viável, criando condições para a melhoria da qualidade do ar e diminuição

do ruído;

Criar um conjunto de equipamentos públicos, de carácter cultural e turístico,

potenciadores das características e identidade local;

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Tabela 05 – Desenvolvida pela autora de acordo com o programa presente no “Plano Permenor

de Reabilitação do Bairro Alto e Bica”.

Além de tal base programática, o plano prevê a melhoria de diversos

indicadores, entre eles a manutenção da construção e do traçado urbano, melhorando os

índices de espaços verdes e públicos, o aumento da eficiência energética e introdução de

medidas de regulação climática, a redução da pegada de carbono através do uso de energias

alternativas, a redução de ruído e melhoria da qualidade do ar, a recuperação e valorização do

Património Arquitetônico e a melhoria do ambiente urbano através da qualificação do espaço

público e ordenamento de tráfego. Estes melhorias também estão de acordo com as

necessidades da Vila Madalena e do recorte em estudo.

Assim, o “Plano Permenor de Reabilitação do Bairro Alto e Bica” por

contribuir para este trabalho final de graduação em sua programática de melhorias, que

converge em parte com a Vila Madalena, podendo apontar como causas desta semelhança a

similaridade de usos do espaço – misto e de característica boêmia – e portanto, também as

consequentes problemáticas adjacentes deste tipo de ocupação.

Promover a requalificação e criação de equipamentos públicos de proximidade,

nomeadamente, de ensino, desporto, saúde e sociais em articulação com as

zonas envolventes de forma a satisfazer as necessidades da população;

Recuperar os espaços públicos, tendo em consideração o significado histórico e

ambiental do local, conferindo à zona, em simultâneo, melhores condições de

segurança no que toca a condições de acessibilidade para socorro em caso de

sinistro;

Definir as condições e normas de construção de caves de forma a garantir a

preservação do património arqueológico e hidrogeológico da zona;

Recuperar a rede de infra-estruturas de saneamento básico com vista a eliminar

as estruturas obsoletas com grande recorrência de roturas;

Promover a actualização de redes de infra-estruturas e a eliminação das redes

aéreas de electricidade ou telecomunicações através da realização de valas ou

caleiras técnicas;

Definir as condições e regras de introdução de equipamentos de aproveitamento

de energias renováveis na construção, preservando os valores patrimoniais;

Imagem 12: Bairro Alto em rua não

pedestrealizada e com presença de

pichações nos edificios e a

degradação das fachadas.

Fonte: http://cool-

lisbon.blogspot.com.br/2012/03/bairro-

alto.html [consultado em 06/05/2014]

Imagem 13: Bairro Alto em rua que se

evidencia o uso misto das edificações

e a multidão que se aglomera na

atividade boêmia do bairro.

Fonte:

http://www.publico.pt/local/noticia/baru

lho-nas-ruas-e-bares-do-bairro-alto-e-

cais-do-sodre-vai-ter-redea-curta-

1566036 [consultado em 06/05/2014]

Imagem 14: Rua Diário de Notícias

no Bairro Alto em atividade diurna, no

qual pode se notar um melhor

ordenamento viário, com demarcação

das áreas de mesas e circulação.

Fonte:

http://www.joggingroutes.org/2012/06/l

isbon-bairro-alto-running-route.html

[consultado em 06/05/2014]

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 30

Page 33: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

4.3. Prospect Park West, 1st e 2nd Avenues

DOT – Department of Transportation, Nova York, Estados Unidos

O projeto de requalificação das ruas de Nova York partiu do enfrentamento

das mesmas problemáticas existentes na cidade de São Paulo, o que inclui também o bairro

da Vila Madalena. Entre estes problemas, destacavam-se as dificuldades de mobilidade e suas

relações intermodais no espaço urbano, ou seja, falta de ordenação e qualidade do sistema

viário e de ligação entre os diferentes transportes.

Buscando a resolução de tais problemáticas, foi desenvolvido o PlaNYC com

metas a serem cumpridas até o fim de 2030, que envolvem questões de ambientais e de

qualidade de vida – o que inclui a mobilidade. Acerca das metas deste plano, Mariana Siqueira,

em matéria para a revista AU de fevereiro de 2012, torna mais explicito sua abordagem,

sintetizados na citação abaixo.

“A cidade mais cosmopolita do mundo resolveu investir em suas ruas e as vem

remodelando desde 2007, quando foi lançado o plano de sustentabilidade da cidade,

o PlaNYC. O plano prevê, além dos clássicos plantio de árvores e redução das

emissões de CO2, a criação de políticas para o espaço público, creditando-o como

um dos principais fatores para a estabilidade ambiental e econômica da cidade.”

(SIQUEIRA, 2012, p. 36)

A fim de simplificar este estudo de caso, foram recortados os projetos da

Prospect Park West, 1st e 2nd Avenues, que sintetizam as resoluções desenvolvidas pelo

escritório dinamarquês Gehl Architects, além de manter, em sua iniciativa a partir de

moradores da região afetada, extrema relação com o engajamento da comunidade da Vila

Madalena.

“O Departamento de Transportes foi procurado pelo Conselho Comunitário da região,

que reclamava do abuso de velocidade dos veículos na via e consequentes

acidentes. Propunha, também, melhoria de acesso de ciclistas ao parque.”

(SIQUEIRA, 2012, p. 39)

As respostas podem ser melhor explicitadas nos diagramas ao lado, mas

podem ser resumidas com um termo: reordenação do sistema viário. Tal reordenação gerou

qualidade de passeio com o alargamento de calçadas e afastamento dos veículos desta área,

Imagens 15, 16 e 17: Nota-se nas fotografias, respectivamente, a clareza de ordenamento viário, a faixa

de pedestre elevada para diminuir a velocidade dos veículos e o caminho da calçada e ciclovia

arborizados.

Diagrama 18: Esquema antes x depois da proposta de novas políticas para o espaço público de Nova

York, que tem como objetivo a priorização do pedestre e incentivo ao transporte através do ciclismo.

Fonte: SIQUEIRA, Mariana. Prospect Park West, 1st e 2nd Avenues. Revista AU. São Paulo: Editora PINI.

P. 36. Fevereiro de 2012.

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a partir da implementação de áreas cicláveis entre estas. Ainda, deve se destacar os artifícios

para se melhorar a drenagem nestes espaços a partir da criação de canteiros nas áreas de

proteção – que auxiliam na travessia dos pedestres. No artigo já citado, Mariana Siqueira

sintetiza tais transformações.

“A resposta foi a remoção de uma das três faixas de trânsito ao longo dos 2,8 km da

Prospect Park West e a inserção de uma ciclovia de mão dupla, de 2,40m de largura,

protegida por uma área destinada à estacionamento, de igual medida. [...] Entre

estacionamento e ciclovia, foi locada uma zona de amortecimento de 0,90m, que são

marcas viárias pintadas no asfalto, tecnicamente denominadas canteiro fictício. Além

da facilidade de instalação, o canteiro fictício oferece as vantagens de não obstruir a

drenagem e de se somar à ciclovia para circulação de veículos de emergência,

funcionando, também, como uma área auxiliar na limpeza da rua e nos processos de

carga e descarga." (SIQUEIRA, 2012, p. 39)

O resultado de tais transformações se dá exatamente naquilo que buscava a

comunidade local, a facilidade na intermodalidade do transporte público a partir da

implementação de artifícios urbanos. Prova disso é que, de acordo com Mariana Siqueira¹

(2012), o abuso da velocidade na Prospect Park West teve uma redução drástica, o número de

ciclistas mais que triplicou, e a conectividade em toda a área melhorou, já que a nova ciclovia

está ligada a uma rede já existente modal.

O que se pode aproveitar deste projeto para a cidade de São Paulo e, mais

precisamente, o bairro da Vila Madalena, é a interligação das áreas cicláveis já existentes na

proximidade – Avenida Faria Lima e Henrique Schaumann - com o bairro, além da

possibilidade de se implementar, a partir da requalificação viária, uma rota dá área em recorte

com as estações de metrô.

“Tudo isso, unindo vários modais, e oferecendo ao cidadão a possibilidade de escolhe

e de combinação entre eles, seja bicicleta mais metrô, ou bicicleta mais ônibus e

trens, ou mesmo uma calçada amigável para caminhar até o transporte público mais

próximo.” (SIQUEIRA, 2012, p. 40)

¹ SIQUEIRA, Mariana. Prospect Park West, 1st e 2nd Avenues. Revista AU. São Paulo: Editora

PINI. P. 36 – 41. Fevereiro de 2012.

Diagrama 19, 20, 21 e 22: Prospect Park West e seus cruzamentos. Nota-se a calçada afastada do leito

carroçável a partir da área de ciclovia, com artefatos de transposição entre estas que se assemelham à

Parklets. A área de estacionamento de veículos é delimitada por tais equipamentos, de modo a fazer uma

transição gradual do pedestre, para o ciclista, o veículo parado e o veículo em movimento, trazendo um

afastamento ainda maior do trânsito.

Fonte: SIQUEIRA, Mariana. Prospect Park West, 1st e 2nd Avenues. Revista AU. São Paulo: Editora PINI. P.

39. Fevereiro de 2012.

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Diagrama 23, 24, 25 e 26: Antes e depois da 1st Avenue. Nota-se que a intervenção foi feita apenas em um

dos lados da via, mantendo o corredor de ônibus pré existente. Nestes diagramas, explicita-se a prevalência de

transportes públicos e sustentáveis em detrimento do transporte individual por automóveis. Ainda, neste

esquema é possível notar a transição do ambiente do pedestre para o veículo de maneira gradual.

Fonte: SIQUEIRA, Mariana. Prospect Park West, 1st e 2nd Avenues. Revista AU. São Paulo: Editora PINI. P.

38. Fevereiro de 2012.

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5. O recorte

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5. O recorte

Como foi visto no sub capítulo sobre o Plano de Bairro da Vila Madalena, se

faz necessário a delimitação de recortes no perímetro do bairro para possibilitar o estudo das

especificidades de diferentes áreas, que resultarão em diferentes estratégias de projeto

urbano.

A intenção deste trabalho final de graduação é, como demonstrado desde a

justificativa, estudar a personalidade da Vila Madalena e sua vocação comercial, boêmia e

cultural, que demanda a dinâmica de usos em diferentes horários do dia, fazendo com que

hajam múltiplas cenas urbanas e fluxos de pessoas, como demonstrado no diagrama abaixo.

O estudo parte da delimitação da concentração de tais usos, tendo como

premissa a não invasão do espaço predominantemente residencial – indo de encontro com a

setorização do Plano de Bairro de Perus e o conceito de centralidades e unidades ambientais

de moradia.

Diagramas 27: Dinâmica de usos

Fonte: Davis Brody Bond. Estudos Preliminares do projeto “Ideias para um desenvolvimento sustentável da

Vila”. Disponível em http://issuu.com/vilamundo/planodebairro

Para um levantamento inicial, o Portal Vila Mundo disponibiliza o “Mapa da

Vila”, um aplicativo em que se pode filtrar os atrativos do bairro a partir de seu uso. Com os

filtros “bares” e “baladas” é possível observar o predomínio de tais usos nas proximidades da

Rua Aspicuelta, entre a Rua Harmonia e Fidalga, perpendiculares a esta.

Imagem 18 e 19: Aplicativo “Mapa da Vila” com os filtros “baladas” e “bar” ativados respectivamente,

demonstrando a concentração de tais usos no bairro.

Fonte: Portal Vila Mundo – Mapa da Vila. Disponível em http://vilamundo.org.br/mapadavila. Consultado em

22.02.2014

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Ainda, de acordo com o estudo preliminar realizado pelo escritório de David

Brody Bond que apresenta um levantamento de uso do solo do ano de 2.012, demostra-se que

a centralidade do bairro da Vila Madalena encontra-se predominantemente entre a Rua

Wizard, Rua Aspicuelta e a interligação entre as ruas Luis Murat e Inácio Pereira da Rocha,

como se pode observar no mapa 12, elaborado pelo projeto “A Vila que queremos”

Ao se analisar o mapa de zoneamento disponibilizado no Plano Regional

Estratégico da Subprefeitura de Pinheiros, observa-se que a área com predominância de tais

usos é caracterizada como zona mista de média densidade (ZM-2), o que orienta o desenho do

recorte, juntamente com as características já estudadas.

Na delimitação do perímetro foi considerado também a área do Beco do

Batman, na Rua Gonçalo Afonso, que apesar apresentar o uso residencial e zoneamento ZM-1

(baixa densidade), o espaço tem como vocação o uso cultural que deve ser incorporado à noite

da Vila Madalena, já que não há esse tipo de uso até então.

Portanto, o recorte da centralidade do bairro se dá pelo perímetro

compreendido entre a Rua Wizard, Rua Harmonia, Rua Original, Rua Cipriano Juca, Rua

Patápio Silva, Rua Luís Murat, Rua Inácio Pereira da Rocha e Rua Morás, como demonstrado

na próxima pagina, no mapa xx, representando 24,32% do bairro da Vila Madalena, 1,41% da

área da Subprefeitura de Pinheiros e, apesar da expressividade na significação do recorte para

a cidade, apenas 0,03% da área total do municipio de São Paulo. 0,03% .

Mapa 15: Zoneamento

Fonte: Davis Brody Bond. Estudos Preliminares do projeto “Ideias para um desenvolvimento sustentável da

Vila”. Disponível em http://issuu.com/vilamundo/planodebairro

Imagem 20 e 21: Rua Gonçalo Afonso, conhecida popularmente como Beco do Batoman. A região conta com

muros grafitados e atrai turistas de todo o país para a Vila Madalena.

Fonte: http://vilamundo.org.br

Local Área (km²) % - São Paulo % - Sub. Pinheiros % - Vila Madalena

São Paulo 1.523,00 100% - -

Subprefeitura de Pinheiros 31,70 2,08% 100% -

Vila Madalena 1,85 0,12% 5,84% 100%

Recorte de projeto 0,45 0,03% 1,42% 24,32%

Tabela 06: Oupação do recorte na cidade

Fonte: Tabela elaborada pela autora a partir de dados fornecidos no site do IBGE e Mapa Digital da Cidade

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 36

Page 39: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Mapa 16: Delimitação do perímetro de estudo

Fonte da base: Google Maps

(intervenções da autora)

Norte

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 37

Page 40: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

6. Diagnóstico

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 38

Page 41: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial
Page 42: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Gráfico 08: Uso do solo específico

Fonte: Desenvolvido pela autora a partir do levantamento de uso do solo

Obs.: Utiliza-se neste gráfico também a mesma divisão de usos presente na proposta de Plano de Bairro da Vila

Madalena, “Ideias para um desenvolvimento sustentável da Vila” e no mapa de uso do solo presente neste

trabalho.

A partir deste gráfico nota-se que, apesar do caráter residencial da área em recorte, o uso é consideravelmente

diversificado, fazendo com que o limite objeto de estudo deste trabalho tenha vocação à centralidade, em

especial na área em destaque no mapa de uso de solo.

45,89%

10,65%

12,12%

0,57%

0,90%

11,35%

1,35%5,95%

0,59% 1,25%

0,20%

0,69%

6,19%

1,52% 0,77%

Uso do soloGráfico especifico

Residencial

Comercial

Bar / restaurante

Postos de gasolina

Mercado / padaria

Serviços

Empresas

Estacionamentos

Escolas

Escolas geral

Igrejas

Industria criativa

Misto

Sem uso / não identificado

Praças e áreas verdes

45,89%

24,24%

18,65%

2,05%

0,69%

6,19%

1,52%0,77%

Uso do solo Gráfico geral

Residencial

Comercio

Serviço

Instituições

Industria

Misto

Sem uso / não identificado

Praças e áreas verdes

Gráfico 09: Uso do solo geral.

Fonte: Desenvolvido pela autora a partir do levantamento de uso do solo

Obs.: Considera-se nos usos resultantes as seguintes junções a partir do mapeamento:

Comercio: Comercial, bar / restaurante, postos de gasolina e mercados e padarias

Serviços: Serviços, empresas e estacionamentos

Instituições: Escolas, escola geral e igrejas.

Os usos residencial, industrial, misto, sem uso / não identificado e praças e áreas verdes foram mantidos

como no mapeamento e gráfico 01;

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 40

Page 43: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial
Page 44: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

6.3. Áreas verdes

6.3.1. Praças no entorno

Mapa 21 – Áreas verdes no perímetro e no

entorno de projeto.

Escala 1:10.000

Fonte da base: Mapa digital da cidade

Obs.: Perímetro de escassez de áreas verdes

delimitado no estudos preliminares desenvolvidos pelo

escritório “Davis Brody Bond” em “Ideias para um

desenvolvimento sustentável da Vila.”

42

Norte

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Page 45: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial
Page 46: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

6.4. Diagnóstico sistema viário e de

mobilidade urbana

6.4.1. Viário principal

Mapa 23 – Circulação e viário de escala

metropolitana

Escala 1:10.000

Fonte da base: Mapa digital da cidade

Norte

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 44

Page 47: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Fonte da base: Mapa digital da cidade

Detalhe 01: Rua Deputado Lacerda

Franco, Rua João do Rio e Rua Hermes

Fontes

Escala 1:1.000

Detalhe 02: Cruzamento entre a Rua

Inácio Pereira da Rocha e Rua Mourato

Coelho

Escala 1:1.000

Detalhe 03: Entroncamento da Rua Luís

Murat, Harmônia e Medeiros de

Albuquerque.

Escala 1:1.000

Detalhe 04: Área conhecida

popularmente como Beco do Batman,

situada na Rua Gonçalo Afonso.

Escala 1:1.000

6.4.2. Detalhes do viário do perimetro

Mapa 24 – Localização do detalhamento do

sistema viário

Escala 1:5.000

Localização dos detalhes

Proibição de estacionamento

Guias baixas

Obs.: Não foram identificadas áreas

destinadas a estacionamento a partir da

compra de cartão zona azul, não havendo

portanto áreas com estacionamento

rotativo na rua.

Norte

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 45

Page 48: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Detalhe 05: Rua Wizard na altura da Rua

Luís Anhaia.

Escala 1:1.000

Detalhe 06: Rua Fradique Coutinho nas

proximidades da Rua Filipe de Alcacova.

Escala 1:1.000

Detalhe 07: Rua Filipe de Alcacova e

Rua Fidalga.

Escala 1:1.000

Detalhe 08: Rua Girassol na altura da

Rua Faizão.

Escala 1:1.000

Detalhe 09: Cruzamento entre a Rua

Inácio Pereira da Rocha e Rua Mourato

Coelho

Escala 1:1.000

Detalhe 10: Rua Laboriosa, que apesar

de sem saída, possui grande movimento

devido à parada de veículos para

estacionamento.

Escala 1:1.000

Detalhe 11: Rua Simpatia na altura do

alargamento que atualmente designa-se

a estacionamento.

Escala 1:1.000

Detalhe 12: Rua Medeiros de

Albuquerque, também na altura de seu

alargamento de mesmo uso da Simpatia.

Escala 1:1.000

Detalhe 13: Rua Aspicuelta.

Escala 1:1.000

Detalhe 14: Entroncamento da Rua

Simpatia e Rua Aspicuelta.

Escala 1:1.000

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 46

Page 49: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

6.4.3. Mobilidade

Mapa 25 – Percursos das linhas de ônibus

e ciclovias em escala local.

Escala 1:5.000

Fonte da base: Google Maps

Obs.: Acréscimo de informações de ciclovias e pontos

de retiradas de Bike do programa Bike Sampa (Banco

Itaú) levantadas pela autora para efeito de diagnóstico.

Norte

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 47

Page 50: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

6.5. Sistema Hidrografico

Mapa 26 – Percurso dos corrégos e rios,

áreas com declividade acentuada e pontos

de alagamento no recorte de estudo e em

suas proximidades.

Escala 1:10.000

Fonte da base: Mapa digital da cidade

Fonte de dados:

a) Mapa 01 – Rede estrutural hídrica e ambiental.

Secretaria Municipal de Planejamento Urbano. Plano

Regional Estratégico, Subprefeitura de Pinheiros.

b) Mapa 06 – Saneamento e Hidrografia. Atlas

ambiental do município de São Paulo.

Obs.: Compilação de dados e de informações

elaborados pela autora para efeito de diagnóstico.

Norte

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 48

Page 51: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Levantamento de pontos de enchente no recorte dos últimos três anos (desde o ano de 2011)

a partir de publicações em portais de jornalismo e informação.

A partir do mapa de diagnóstico do sistema hidrico e da tabela com pontos

de enchente no bairro, se pode observar que a maior parte das áreas afetadas por enchente

encontram-se dentro do perímetro de recorte deste projeto.

Dentre as causas de tal problemática, atribui-se a presença de córregos

canalizados, áreas com topografia acentuada que aumentam a velocidade das correntezas de

água pluvial, além da falta de áreas verdes e drenantes e a presença de lixos nas ruas e

obstrução de bocas de lobo. .

Imagem 23 – Enchente em 2014 arrasta carros

pela Rua Harmonia até proximidades da Rua

Luis Murat.

Fonte: G1 – Globo.com

Notícia publicada em 19/03/2014

Disponível em: http://g1.globo.com/sao-paulo/

noticia/2014/03/chuvas-deixam-regiao-de-sao-

paulo-em-estado-de-atencao.html

Data Local Fonte

18/03/2014 Rua Harmonia x Rua Luis Murat G1 - Globo.com

18/03/2014 Beco do Batman - Rua Gonçalo Afonso Cruzeirodosul.inf

18/03/2014 Luis Murat x Rua Belmiro Braga VilaMundo.org

15/02/2013 Rua Harmonia x Rua Luis Murat VilaMundo.org

14/12/2012 Rua dos Pinheiros VilaMundo.org

14/12/2012 Rua Simão Álvares VilaMundo.org

14/12/2012 Rua Belmiro Braga VilaMundo.org

14/12/2012 Beco do Aprendiz VilaMundo.org

14/12/2012 Beco do Batman - Rua Gonçalo Afonso VilaMundo.org

14/12/2012 Rua Joaquim Antunes VilaMundo.org

17/02/2012 Rua Girassol Grupo1info

17/02/2012 Rua Harmonia Grupo1info

17/02/2012 Rua Medeiros de Albuquerque Grupo1info

17/02/2012 Beco do Batman - Rua Gonçalo Afonso Grupo1info

19/11/2011 Rua Harmonia Folha.com

19/11/2011 Beco do Batman - Rua Gonçalo Afonso Folha.com

27/02/2011 Rua Padre João Gonçalves VilaMundo.org

27/02/2011 Rua Medeiros de Albuquerque G1 - Globo.com

16/02/2011 Rua Belmiro Braga VilaMundo.org

16/02/2011 Rua Abegoária Folha.com

16/02/2011 Rua Simpatia Folha.comTabela 07 – Pontos de enchente no bairro da Vila Madalena

Imagem 24 – Registo do ano de 2013 mostra

que enchente traz prejuízos à bares e

comércios da Rua Harmonia.

Fonte: Portal Vila Mundo

Notícia publicada em 15/02/2013

Disponível em: http://vilamundo.org.br/2013/

02/nunca-vi-enchente-como-essa-diz-comercian

te-da-vila-madalena-em-sp/

Imagem 25 – Enchente em 2012 no “Beco do

Aprendiz”, atingido por ser percurso natural

do Corrego do Rio Verde I.

Fonte: Portal Vila Mundo

Notícia publicada em 14/02/2012

Disponível em: http://vilamundo.org.br/2012/12/

pinheiros-enfrenta-tarde-de-chuva-e-

alagamentos/

Imagem 26 – Atingida por enchente em 2011,

área da Rua Belmiro Braga inundada próximo

ao acesso do “Beco do Aprendiz”.

Fonte: Portal Vila Mundo

Notícia publicada em 15/02/2013

Disponível em: http://vilamundo.org.br/2011/04/

um-abaixo-assinado-contra-as-enchentes-na-vila-

madalena/

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 49

Page 52: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

7. Problemáticas da área

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 50

Page 53: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

7. Problemáticas da área

Pedestre

Calçadas sem padronização e manutenção

Travessias desqualificada

s

Escala inadequada

ao transporte a pé

(iluminação e edificações)

Grandes percursos

(Ausência de conexão de

quadras)

Ausência de espaços de

estar (praças e ambientes

culturais) Drenagem

Falta de áreas verdes

Pontos de enchentes (córregos

canalizados e lixo nas ruas)

Densidade de construção

(ausência de pavimentação

permeável)

Mobilidade

Escala do ônibus

inadequada ao sistema

viário

Falta de abrangência do transporte

de escala metropolitana

Ausência de estacionamentos rotativos

Ausência de espaços

adequados ao ciclista

Desenho das ruas

Ruas estreitas

Mesas nas calçadas

Grandes declividades

Edificações

Adensamento e

verticalização

Conflito de usos

Terrenos ociosos

(estacionamentos)

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 51

Page 54: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

8. Programa de Necessidades

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 52

Page 55: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

8. Programa de necessidades

a) Pedestres

b) Sistema viário

Objetivo previsto no “Plano Regional Estratégico”* da

Subprefeitura de PinheirosObjetivo previsto no “Plano SP2040” Proposta de projeto

Estimular o pedestrealismo e a retomada dos espaços

públicos

Promover espaços públicos abertos, convidativos e seguros

“A melhoria das calçadas, a implementação de mobiliário

urbano (por exemplo, bancos de rua, lixeiras, bicicletários e

iluminação pública) e a adaptação de ambos para pessoas

com deficiência, idosos e crianças são ações que qualificam o

espaço público como ambiente convidativo a todos.” [2012,

SP2040, p. 84]

Melhoria nas condições de acessibilidade, com rampas e

faixas de pedestres elevadas.

Recuperação de calçadas, hierarquização e padronização da

pavimentação para as normas municipais.

Instalação de mobiliário urbano adequado ao uso da região,

fazendo que não seja necessária a colocação de mesas nas

calçadas por iniciativa privada - organização do espaço do

pedestre.

Acréscimo de iluminação pública voltada à escala do pedestre

e do ciclista e que valorize as obras de arte urbana do bairro.

Reestudar a questão dos estacionamentos -

Aumento na largura das calçadas em áreas com maior

número de bares em detrimento do espaço do veículo.

Criação de parklets em esquinas e áreas com maior

densidade de ocupação de solo. "Respiro" urbano.

Objetivo previsto no “Plano Regional Estratégico”¹ da

Subprefeitura de PinheirosObjetivo previsto no “Plano SP2040”² Proposta de projeto

Transporte - Mobilidade e acesso dentro da estrutura urbana

da cidade-

Requalificação dos percursos de ônibus dentro do perímetro,

de modo a diminuir a melhorar o nó viário existente entre as

ruas Aspicuelta, Mourato Coelho e Fradique Coutinho com

adequação de escala dos veículos com as ruas do bairro, a

partir da reformulação do trajeto de linhas estruturais e

acréscimo de trajeto de linha circular local.

Trocar o automóvel por modos alternativos de viagem -

Estimular o ciclismo Promover o transporte não motorizado

Desenvolver ligação entre os percursos de ciclismo já

existentes na proximidade do perímetro, obecendo as normais

de inclinação para o conforto do usuário.

Implantação de Bike pontos para retirada de bicicletas

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 53

Page 56: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

d) Cultura e inserção social

d) Uso e ocupação do solo

Objetivo previsto no “Plano Regional Estratégico”¹ da

Subprefeitura de PinheirosObjetivo previsto no “Plano SP2040”² Proposta de projeto

Controle e regulamentação das atividades nos eixos

comerciais-

Delimitação da zona de promoção de eventos, com previsão

de fechamento de ruas, como aconteceu da Copa do Mundo

de Futebol de 2014.

-

Acomodar o crescimento da cidade com qualidade urbanística

nas áreas dotadas de infraestrutura

“O adensamento nas áreas com infraestrutura deverá,

portanto, considerar novos parâmetros de desenho urbano,

nos quais estejam contemplados: o provimento de áreas

verdes e de lazer; a recuperação da ocupação das várzeas; a

criação de espaços públicos seguros e atraentes; e a busca

pela mistura de usos e de classes de renda.” [2012, SP2040,

p. 50]

Delimitação de área a ser estimulado o adensamento,

considerando as medidas de novos parâmetros de desenho

urbano, principalmente quanto ao estimulo ao uso misto no

interior do recorte de projeto, como proposto do Plano Diretor

Estratégico aprovado em 2014

Objetivo previsto no “Plano Regional Estratégico”¹ da

Subprefeitura de PinheirosObjetivo previsto no “Plano SP2040”² Proposta de projeto

Maximizar e ampliar recursos para atender a parcelas de

menor poder aquisitivo ao acesso à cultura a ao lazer

Valorização da diversidade, da memória e do sentimento de

pertencimento à cidade

“Promover a produção e a difusão das produções artísticas e

culturais na cidade, bem como sua integração nos espaços

públicos de interação criativa.” [2012, SP2040, p. 89]

Estimulo as áreas de becos de uso público e voltado à escala

do pedestre, inclusive no período noturno.

Estimulo acesso dos bares pelas ruas com grafite, estimulando

o uso noturno destes espaços

Inclusão cultural a partir de espaços de debates e de acesso à

informação

Regulamentar as feiras de artesanato da região -

Criação espaço para feiras de artesanato - estimulo da

atividade artística presente no bairro – sob as áreas de

estacionamento subterrâneo e ao longo das ruas pedonais e

dos parques lineares

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 54

Page 57: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

e) Infraestrutura e áreas verdes

f) Estacionamentos

¹ Documento “Plano Regional Estratégico”¹ da Subprefeitura de Pinheiros disponível no site http://prefeitura.sp.gov.br/subprefeituras/pinheiros [acessado em março de 2014).

² Documento “Plano SP 2040” disponível no site http://www.habisp.inf.br/theke/documentos/outros/sp2040-acidadequequeremos [acessado em maio de 2014]

Objetivo previsto no “Plano Regional Estratégico”¹ da

Subprefeitura de PinheirosObjetivo previsto no “Plano SP2040”² Proposta de projeto

Melhoria na qualidade de drenagem

Implementar infraestrutura verde e ampliar o sistema de áreas

verdes

“Implementar uma infraestrutura verde, com ênfase nas

intervenções às margens de rios e córregos, por meio da

construção de parques, e também na implementação de

corredores verdes e arborização urbana.” [2012, SP2040, p.

131]

Criação de parques lineares em percurso dos córregos e

pontos de alagamento, respeitando as áreas de preservação

permanente, sendo necessária a remoção de alguns dos lotes

próximos aos córregos, com a intenção de absorver e

armazenar as águas das chuvas

Estimulo ao uso de pavimentos drenantes para absorver as

águas pluviais

Implantar o controle de inundações

“Medidas de recuperação ambiental das bacias hidrográficas

urbanas, inclusive quando não houver outras soluções

técnicas, reassentando moradias de áreas sujeitas à

inundação.” [2012, SP2040, p. 128]

Criação de áreas com ladders, ou degraus, que visam diminuir

as correntezas em dias de chuva, diminuindo a velocidade das

águas pluviais nos trechos de maior declividade, trazendo o

efeito de retardo destas ao seu destino final e evitando as

enchentes.

Implantação de canaletas para condução das águas ao seu

destino final, o Rio Pinheiros.

Objetivo previsto no “Plano Regional Estratégico”¹ da

Subprefeitura de PinheirosObjetivo previsto no “Plano SP2040”² Proposta de projeto

Reestudar a questão dos estacionamentos -

Criação de áreas com estacionamento zona azul, fazendo com

que as paradas sejam mais rotativas do que extensas.

Criação de áreas de estacionamento exclusivo de carga e

descarga, evitando o estacionamento em filas duplas pelo

bairro.

Proibição de estacionamento em ruas estreitas ou com

circulação de ônibus, melhorando o tráfego de veículos.

Planejamento de bolsões de estacionamento, evitando tal uso

de maneira dispersa e compensando as vagas retiradas das

ruas pela proibição.

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 55

Page 58: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

9. Projeto

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 56

Page 59: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 57

Diagrama 01

Ruas pedonais e

Parque Linear

Diagrama 02

Trajeto de

Ciclovias

Diagrama 03

Trajeto de Linhas

Circulares de

Micro-ônibus

Diagrama 04

Trajeto de Linhas

Estruturais

Diagrama 05

Localização de

estacionamento

s subterrâneos

Diagrama 06

Localização

coworks

9.1. Apresentação da Proposta

A partir do estudo da dinâmica de usos da Vila Madalena, foi possível determinar uma

área de intervenção com características singulares que se distingue do restante do bairro em sua

dinâmica de usos. Com o diagnóstico elaborado para este recorte, percebe-se que, dadas as

problemáticas existentes na área, se faz necessária uma nova organização do espaço a partir de uma

requalificação urbana fundamentada na melhoria dos deslocamentos, dos espaços de permanência e da

drenagem.

A proposta para a área tem como ordenamento de prioridades os transportes

sustentáveis – pedestres e ciclistas -, seguidos pelo transporte público e o reordenamento das linhas de

ônibus locais e estruturais, e por fim o transporte individual.

Para os pedestres, são propostos espaços de circulação com requalificação de

calçadas, delimitação de ruas pedonais, interrupção de quadras e melhoria nas travessias a partir de

faixas elevadas, além dos espaços de estar, que se dividem em parklets, parque linear, praças e

coworks.

Quanto aos ciclistas, é proposta uma ciclovia dividida em dois percursos, interligando

as ciclovias já existentes nos bairros próximos. Tais percursos obedecem as normas de inclinação e

largura estabelecidas pelo conselho nacional de trânsito (CONATRAN).

Para o transporte público a proposta é que as linhas estruturais sejam deslocadas

para vias compatíveis com a escala dos ônibus. Para suprir a demanda de transporte local, é acrescida

uma linha circular com percurso entre os metrôs Vila Madalena e Faria Lima. Todas estas linhas

contarão com baias para parada dos veículos, evitando conflitos com o transito local.

Também visando melhorar o transito local que tem como maior problemática o trafego

intenso, se propõe a alteração do sentido das vias, com binários nos eixos com maior entroncamento,

eliminação de parte das vagas das ruas - aumentando a largura das vias e o otimizando o fluxo de

veículos -, implantação de vagas rotativas zona azul nas ruas e acréscimo de baias de carga e descarga

de pessoas e mercadorias, evitando que veículos parem em filas duplas, além da implantação de dois

estacionamentos subterrâneos em substituição das vagas retiradas da rua.

Quanto a drenagem, a proposta é dividida em conduzir, retardar, armazenar e

absorver. A condução é dada a partir do sistema de canaletas, que levarão as águas pluviais para o

destino final do Rio Pinheiros a partir da declividade da região e dos percursos de córregos existentes.

O retardamento será feito a partir de degraus, ou ladders, que diminuem a velocidade de vazão das

águas. A armazenagem é dada a partir da implantação de um piscinão em área que atualmente é

ocupada por trecho do córrego a céu aberto. Por fim, para absorção é proposto o aumento de áreas

permeáveis no bairro, sejam vegetadas ou com pavimentos drenantes.

Diagrama 01 – Sobreposição de sistemas

Escala 1:10.000

Page 60: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial
Page 61: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial
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Page 63: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 61

Percurso micro-ônibus – Linha Circular Faria Lima – Vila Madalena

Remanejamento percurso ônibus – Linhas estruturais existentes

Percurso de ônibus sem remanejamento – Linhas estruturais existentes

Dada a incompatibilidade de escala dos ônibus que

atualmente atravessam o bairro da Vila Madalena, é proposto o remanejamento

das linhas estruturais que cortam o bairro para ruas que comportem a escala

destes veículos, mudando minimamente o percurso e mantendo a origem e

destino de cada uma destes linhas, como demostrado na implantação ao lado

(linhas vermelhas).

A problemática apontada na pesquisa de campo – que pode

ser observada nos anexos deste trabalho - acerca da longa distância entre as

estações de metrô e a área boêmia do bairro, é solucionada com a proposta de

linha circular de menor escala – utilizando a modalidade de micro-ônibus para

circulação – que fazem a ligação entre as estações de metrô Vila Madalena e

Faria Lima, facilitando a chegada no bairro através de metrô e possibilitando a

transferência dos usuários que utilizam atualmente as linhas estruturais que

foram deslocadas da área de estudo, através da baldeação entre os modais, já

que o percurso de tais linhas convergem nas estações de metrô interligadas.

Em contato com a SP Trans com o Eng. João Crozariollo,

responsável pela subprefeitura de Pinheiros e consequentemente pela Vila

Madalena, foi confirmada tal incompatibilidade e informado que há uma série de

reclamações e ocorrências nesta área quanto ao trajeto das linhas. O

engenheiro disse ser inviável a substituição dos modais das linhas estruturais por

micro-ônibus, mas que com a implantação de tal proposta, seria possível o

remanejamento destes percursos sem que prejudique o usuário que desembarca

dentro do perímetro. Hoje, isto não é aplicado, apenas por uma questão

burocrática e financeira do órgão e da Prefeitura do Município de São Paulo.

As baias de ônibus, apresentadas nos detalhes 01, 02 e 03 a

seguir, estão de acordo com o Manual de Projeto Geométrico de Travessias

Urbanas, desenvolvido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de

Transportes, no capítulo que trata de ônibus e baias de ônibus, pagina 156.

9.2.3. Linhas de Ônibus

Trajeto estrutural e circular

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Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 64

Visando o incentivo de estacionamentos rotativos no bairro, no qual

as pessoas estacionem seus carros por apenas uma fração de horas e não ao longo

do dia, são propostas nas ruas de maior dinâmica de usos (principalmente no que diz

respeito a compras e boemia), vagas com cobrança de zona azul.

Ainda, objetiva-se nestas mesmas ruas áreas de carga e descarga,

seja de mercadorias (em suma durante o dia) ou de pessoas (ao longo do dia e

principalmente a noite devido ao uso dos bares). A partir da demarcação destas áreas,

evita-se que hajam filas duplas nas ruas para estas atividades.

Nas ruas mais estreitas ou com maior fluxo de veículos e problemas

com trânsito, o estacionamento fica proibido. Para suprir a demanda por estas vagas

que foram retiradas, são propostos dois estacionamentos subterrâneos detalhados a

seguir.

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Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 65

O estacionamento 01 (sinalizado na implantação ao lado) está

em uma área que atualmente é utilizada por um estacionamento particular no

térreo e não utiliza o subsolo. Este terreno não conta com construção, apenas

elementos de cobertura, guaritas e cancelas.

Já o estacionamento 02 está localizado em um terreno que

atualmente conta com a construção de um galpão de dois pavimentos de uso

para estocagem, o que se diferencia da vocação do bairro, fazendo com que sua

remoção não impacte na dinâmica do recorte.

A localização destes estacionamentos coletivos teve como

estratégia serem implantados nas extremidades do da área em estudo, com um

raio máximo de deslocamento de 500 metros pelo usuário (como demonstrado

na implantação). Este limite de deslocamento é o aconselhado por Gehl, como

descrito do capitulo de referências teóricas, e pode ser prolongado de acordo

com a qualidade do passeio e a dinâmica de usos deste espaço, o que é o

objetivo trazer com este projeto.

Buscando a utilização das áreas térreas pela população e o

afastamento do carro do ambiente do pedestre, as lajes dos estacionamentos

subterrâneos são praças onde pode ocorrer diversos eventos como as feiras de

artesanato que já acontecem hoje pela Vila Madalena, eventos com projeções

nos muros e apresentações artísticas,. Nestas praças, também foram previstos

canteiros que poderão ser cultivados em conjunto pela população, com jardins

ou hortas coletivas, estimulando a população a se apropriar do bairro.

A capacidade de vagas nestes estacionamentos subterrâneos

está descrita na tabela abaixo.

¹Indice de rotatividade das vagas igual a 2

Estacionamentos Subterrâneos

Buscando suprir a demanda por vagas na Vila Madalena, explicitados principalmente na

pesquisa de campo – presente no capitulo de anexos - , na qual ficou constatado que, na opinião dos

usuários do bairro, o maior problema encontrado é a falta de locais adequados de estacionamento, são

propostos dois estacionamentos subterrâneos nas extremidades do local estudado, vizando também a

compensação das áreas com proibição de estacionamento propostas neste trabalho.

Para a escolha dos terrenos a serem implantados os estacionamentos subterrâneos, foi

adotado como pressuposto a busca por lotes ociosos ou de baixo gabarito, para que não impactasse em

remoções de atividades comerciais ou afetasse a dinâmica do bairro.

Área Terreno

(m²)

Área

Construida.

(m²)

Capacidade³

(vagas)

Capacidade x

Rotatividade¹

(vagas)

Terreno 01 2.024,92 6.074,76 224 448

Terreno 02 966,19 2.898,57 110 220

Total 2.991,08 8.973,24 334 668

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9.3.2. Requalificações das calçadas

Situações a serem replicadas pelo bairro

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Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 81

1) Faixas de Serviços: Área onde são colocados os mobiliários urbanos - como árvores, rampas de

acesso para pessoas com deficiência, poste de iluminação, sinalização de trânsito, bancos, floreiras,

telefones, caixa de correio e lixeiras. Esta faixa deve ter no mínimo 0,70 m de largura.

2) Faixa Livre: Área destinada a circulação de pedestres, com no mínimo 1,20 m de largura, sem

desníveis (ver situação 05), obstáculo de qualquer natureza ou vegetação.

3) Faixa de Acesso: Área em frente ao lote, que pode receber vegetação, rampas, toldos, propaganda e

mobiliário móvel como mesas de bar e floreiras, desde que não impeçam o acesso às edificações. Esta

faixa é dispensável em calçadas com menos de 2 m

Obs.: Calçadas com áreas ajardinadas ou com arborização dever ter largura mínima de 2,00 metros e o

espaço de plantio e árvores deve ser previsto com em espaço de no mínimo 0,70 x 0,70 metros.

Regulamentação do dimensionamento das calçadas e faixas descritos pela Prefeitura Municipal de São

Paulo, disponível em http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretari-as/subprefeituras/calcadas/

Materiais utilizados: Tanto nas vias coletoras com comércio, quanto nas vias locais, são propostos

pavimentos permeáveis, já que constatados os problemas de infiltração das águas pluviais em

diagnóstico. De tal modo, a infiltração destas águas será otimizada, juntamente com outros artifícios

descritos adiante no capitulo 9.4. Tais pavimentos devem ter diferenciação de cor para que se destaque as

diferenças entre as faixas de serviço, livre e acesso.

Diagrama: Bloco intertravado drenante com infiltração da

água da chuva

Fonte: Catálogo Braston, 2014, pagina 08.

Imagem: Bloco intertravado drenante com diferenciação de

cores e possibilidade de piso tátil.

Fonte: Catálogo TECPAR Pavimentos, 2014, pagina única.

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Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 82

PARKLETS

Utilizados desde o ano 2.005 em diversas cidades no mundo, os Parklets (extensões

das calçadas destinadas para pessoas) ficaram regularizados na cidade de São Paulo a partir do Decreto

Municipal Nº55.045 / 2014. De acordo com o decreto, estes equipamentos serão mantidos pelo poder

público ou por iniciativa privada, mas terão como premissa serem plenamente acessíveis ao uso público.

Considera-se parklet a ampliação do passeio público, realizada por meio da implantação

de plataforma sobre a área antes ocupada pelo leito carroçável da via pública, equipada com

bancos, floreiras, mesas e cadeiras, guardasóis, aparelhos de exercícios físicos, paraciclos ou

outros elementos de mobiliário, com função de recreação ou de manifestações artísticas.

[Art. 2º do decreto n° 55.045/14]

A proposta para a Vila Madalena é a implantação de Parklets inicialmente nas ruas

Aspicuelta e Fildalga, áreas que concentram uso misto com atividades ao longo do dia e da noite e com

largura de leito suficiente para fazer este tipo de prolongamento. Entretanto, tais equipamentos podem ser

replicados pelo bairro e pela cidade toda, como já vem acontecendo na cidade deste a aprovação do

decreto, como se pode observar nas imagens da pagina a seguir. .

De acordo com o “Manual Operacional para Implantar um Parklet em São Paulo”,

desenvolvido pela Prefeitura Municipal de São Paulo, os parklets devem ocupar a área de duas vagas

para veículo, adotando uma distância de no mínimo 15 metros da esquina e mantendo como dimensões

máximas 2,20 x 10,00 metros, como pode ser observado no diagrama abaixo.

Diagramas ilustrativos para implementação de Parklets ocupando uma vaga de veículo.

Disponivel em: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/manual-de-implementacao-parklets/

Consultado em outubro de 2014.

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Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 83

Parklet localizado na Rua Padre João Manoel, 47 – próximo à

Avenida Paulista.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2014/09/1518236-

conheca-os-parklets-minipracas-instaladas-em-vagas-de-carros.shtml

Consultado em outubro de 2.014.

Parklet localizado na Rua Coronel Oscar Porto, 630 – no bairro da

Vila Mariana.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2014/09/1518236-

conheca-os-parklets-minipracas-instaladas-em-vagas-de-carros.shtml

Consultado em outubro de 2.014.

Parklet localizado na Rua Fidalga na Vila Madalena por iniciativa

privada, mostrando que é possível a mobilização do comércio local.

Fonte: https://catracalivre.com.br/arquitetura/indicacao/na-vila-madalena-

rua-fidalga-ganha-parklet-sp-contara-com-30-ate-o-fim-do-ano

Consultado em outubro de 2.014.

Diagrama de implantação de parklet

Notam-se nesta imagem a síntese dos objetivos na implementação de

equipamentos como os parklets, que são a ampliação da oferta de espaços

públicos, a promoção de convivência nas ruas, o estímulo aos transportes

não motorizados e a criação de novos cenários para as ruas da cidade.

Disponivel em: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/manual-de-

implementacao-parklets/

Consultado em outubro de 2014.

Page 86: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 84

Situação 05 – Readequação da declividade das calçadas com degraus

Situação atual em trecho da Rua Aspicuelta

Situação proposta em trecho da Rua AspicueltaA ) Faixa Livre com declividade continua / B) Ladders para retardo no escoamento das águas da chuva / C) = Faixa de serviços

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Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 85

Situação atual em trecho da Rua Girassol

Situação proposta em trecho da Rua GirassolCalçada com declividade continua, com demarcação que respeite a faixa livre e de serviços.

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Detalhe de sinalização em faixas elevadas a serem replicadas pelo recorte na Vila Madalena.

Fonte: CONATRAN. Resolução Nº495, 5 de junho de 2014 (p. 8).

Disponível em http://www.denatran.gov.br/download/resolucoes/resolucao4952014.pdf

.Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 86

9.3.3. Faixas de pedestres elevadas

As faixas de pedestres elevadas são um modelo a ser replicado pela área

estudada visando melhorar o caminhar do pedestres e diminuir a velocidade dos carros,

trazendo maior segurança aos transportes sustentáveis.

Este modelo teve como base a Resolução N° 495 , DE 5 DE JUNHO DE

2014, desenvolvida pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONATRAN) e apresentada no

Código de Trânsito Brasileiro, no qual estabelece os padrões e critérios para a instalação de

faixa elevada para travessia de pedestres em vias públicas,

Foram consideradas para efeito de inclinação de rampas a altura máxima

de calçadas de 15 cm uma inclinação de 10%. Como largura máxima da faixa de pedestre a

Resolução Nº 495 fixa 7 metros, sendo que a sinalização de faixas deva ser de no mínimo 4

metros. Para este projeto, dada a convergência em alguns pontos das faixas de pedestres e

de ciclistas, fixa fixada uma largura de 5 metros de plataforma, podendo ser prolongada em

trechos de convergência de sistemas, onde se chegará a tal largura máxima fixada pelo

CONATRAN. Tais regras podem ser melhor observadas no corte abaixo, retirado do anexo

da Resolução Nº 495.

Dentre os critérios para instalação de faixa elevada para travessias de

pedestres em vias públicas, também encontra-se a disposição de placas de sinalização que

devem ser previstas na instalação das faixas pelo recorte estudado na Vila Madalena, além

de indicação do sentido das vias pintados no solo e a sinalização nos passeios através de

piso tátil. Também deve se prever grelhas para drenagem de água nas laterais da faixa,

como pode ser observado no desenho de situação a ser replicado.

CORTE AA - Disposições para implantação de faixas elevadas para travessia de pedestres em vias públicas.

Fonte: CONATRAN. Resolução Nº495, 5 de junho de 2014 (p. 5).

Disponível em http://www.denatran.gov.br/download/resolucoes/resolucao4952014.pdf

.

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Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 88

9.3.4. Requalificação da iluminação urbana

Atualmente, a situação da luz urbana na Vila Madalena é insuficiente Nas

ruas de maior fluxo, apesar de existente, a iluminância é baixa e as luminárias com

tecnologia ultrapassada, resultando em uma baixa eficiência energética e luminosa. Em ruas

de menor fluxo, como o Beco do Batman, a iluminação pública é inexistente.

Em comparação com a vocação do bairro, com usos ao longo do dia e da

noite, esse situação revela-se contraditória, já que a vida boêmia do bairro acaba prejudicada

e até inexistente em certos pontos do bairro, como nas galerias de grafite na região dos

becos.

Dado este panorama, verifica-se que um projeto de requalificação da

iluminação pública na recorte é necessário.

Para isso, há dois cenários a serem replicados pelo bairro. O primeiro se

trata da iluminação nas áreas comerciais e de circulação onde há um fluxo intenso no

período noturno com uso boêmio, no qual é necessária uma iluminação funcional para

segurança na locomoção e para o reconhecimento de faces. Já o segundo, nas obras de

arte espalhadas pelos muros do bairro, onde deve-se aplicar uma iluminação arquitetônica,

que favoreça a contemplação dos grafites, sendo necessários equipamentos com um alto

índice de reprodução de cor, e que permita a circulação de pedestres.

O cenário 01 será apresentado em trecho da Rua Aspicuelta entre as

ruas Fradique Coutinho e Fidalga , no qual é possível observar uma diversidade de situação

que podem ser resolvidas pelo bairro, dada a sobreposição de sistemas de mobilidade e

estar desta área, que apresenta Parklets, circulação de pedestres, ciclovias e circulação de

veículos. De acordo com a NBR 5101 / 1992, estabelece-se como parâmetro de iluminância

média mínima para circulação de veículos 30 lux, para circulação de pedestres 20 lux e para

circulação de bicicletas 10 lux, sendo o fator de uniformidade da luz mínimo de 0,30.

O cenário 02 será apresentado em trecho do Beco do Batman, no qual é

possível observar a iluminação nos muros, vegetação e na circulação voltada para os

pedestres. De acordo com a NBR 5101 / 1992, estabelece-se como parâmetro de iluminância

média mínima 10 lux, sendo o fator de uniformidade da luz mínimo de 0,20. Neste caso, a

disposição da luz deverá ser dada de maneira transversal por catenárias, já que os percursos

são estreitos e arborizados.

Para se elaborar o cálculo lumínotécnico destas áreas foi utilizado o

método de cálculos fotométricos, que utiliza a seguinte fórmula:

ΦT = E . S/ η . Ut

Onde:

ΦT = fluxo luminoso total (lm);

Φ1 = fluxo luminoso por luminária

E = iluminância requerida para a área (lux);

S = área a ser iluminada (m2);

η = fator de depreciação;

Ut = coeficiente de utilização.

N = ΦT / Φ1

Onde:

ΦT = fluxo luminoso total (lm);

Φ1 = fluxo luminoso por luminária

N = número de luminárias

Estes cálculos foram feitos, tomando como base as normas da NBR5101

já descritas quanto a iluminancia e coeficiente de utilização. O fator de depreciação adotado

corresponde a luminárias com índice de proteção (IP) 67. Os cálculos foram feitos em

trechos da via que podem ser replicados pelo bairro, sendo consideradas as áreas cotadas

nos desenhos a seguir. O resultado final é um fluxo luminoso mínimo por luminária em cada

ambiente, que deve ser escolhida buscando sistemas eficientes, ou seja, com um baixa

consumo (W) para o fluxo adequado (lumens). As sugestões de luminárias encontram-se no

capítulo 9.5 Equipamentos Públicos – luminárias, na pagina 94.

Page 91: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 89

Cálculo de fluxo luminoso

para áreas de circulação de

veículos

ΦT = 30 . (29 . 8)/ 0,90 . 0,30

ΦT = 6960 / 0,27

ΦT = 25 778 lm

3 = ΦT / Φ1

3 = 25778 / Φ1

Φ1 = 8592 lm (mínimo)

Cálculo de fluxo luminoso

para áreas de circulação de

pedestres

ΦT = 20 (29 . 2,80) / 0,90 . 0,30

ΦT = 1682 / 0,27

ΦT = 6030

N = ΦT / Φ1

3 = 6030 / Φ1

Φ1 = 2010 lm (mínimo)

Cálculo de fluxo luminoso

para áreas de circulação de

ciclistas

ΦT = 10 (29 . 3) / 0,90 . 0,30

ΦT = 870 / 0,27

ΦT = 3222

N = ΦT / Φ1

3 = 3222 / Φ1

Φ1 = 1024 lm (mínimo)

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Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 90

Cálculo de fluxo luminoso para

áreas de circulação de pedestres

ΦT = 10 (147) / 0,90 . 0,20

ΦT = 1470 / 0,27

ΦT = 5445

N = ΦT / Φ1

12 = 5445 / Φ1

Φ1 = 453,75 lm (mínimo)

Page 93: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 91

9.4) Drenagem no bairro

Como pode ser observado no diagnóstico levantado neste trabalho, o

problema da drenagem na Vila Madalena se deve a situação topográfica do bairro e a existência

do córrego Rio Verde que corta a região, o que, potencializado pela falta de áreas verdes e

superfícies permeáveis nas quadras, resulta em pontos de enchente e fortes correntezas em

dias de chuva.

Para solucionar tal problemática, deve-se adotar métodos com a finalidade de

armazenar, absorver, retardar e conduzir as águas pluviais.

águas às áreas mais baixas e evitando a concentração destes e as enchentes na região. Os

ladders podem ser melhor observados na perspectiva na página 85, com a situação 05 que

corresponde a requalificação das calçadas em áreas com inclinações acentuadas, por onde

eles devem ser implantados. Na página a seguir, nota-se a situação destes em planta e a

disposição nas calçadas detalhadamente.

• Armazenar: Como já pode ser observado no item 9.3.1 Parques Lineares - detalhe 02, a

partir da abertura de trecho do Córrego Rio Verde e aumento de suas margens com a

desapropriação de edificações em faixa de 15 metros, propõe-se o armazenamento de

parte das águas pluviais, buscando conduzi-las ao seu destino final, Rio Pinheiros.• Conduzir: O destino das águas pluviais e

fluviais na Vila Madalena é o Rio

Pinheiros, para isso, é necessário criar

canaletas que auxiliem no trajeto em

direção a este ponto, fazendo com que as

águas não fiquem dispersas pelo bairro e

evitando os pontos de alagamento. Para

isso, propõe-se sarjetas que induzam a

este percurso, quando somadas ao

sistema de ladders já proposto para esta

requalificação. Este percurso pode ser

observado na implantação a seguir. É

importante ressaltar que estas propostas

devem ser replicadas pela subprefeitura

de Pinheiros, que possui situação similar

ao bairro da Vila Madalena.

• Retardar: Atualmente, devido a situação

topográfica da Vila Madalena, a vazão da

água das chuvas acontece com uma alta

velocidade, gerando correntezas que

resultam em grandes prejuízos para os

frequentadores da região. Visando

diminuir a velocidade dessa vazão da

água, propõe-se ladders (degraus),

retardando o tempo de chegada das

Canaletas para condução das águas pluviais

Canaletas para condução das águas pluviais

(externas ao recorte)

Áreas com ladders

Page 94: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 92

Absorver

A potencialização da absorção das águas é dada pela criação do

Parque Linear Rio Verde, delimitado no item 9.3.1, além da implantação de

pavimentos drenantes, como pode ser observado no item 9.3.2, “Requalificação das

Calçadas”. A abertura de vias pedonais também com pavimentos permeáveis,

aumenta a superfície de infiltração, melhorando a absorção das águas pluviais.

Além disso, as atuais bocas de lobo serão substituídas por grelhas ou “bocas de

leão”, que possuem maior superfície de vazão, tem uma vida útil mais longa sem

manutenções e dificultam o entupimento quando comparadas as convencionais.

Page 95: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Sala compartilhada do Coworking B4i-HUB - SP

Imagem disponível em http://www.b4i.com.br/

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 93

9.5) Equipamentos Públicos

9.5.1. Coworkings

Buscando atender a demanda da Vila Madalena por espaços de trabalho de

caráter público e compartilhado, e estender as conversas das mesas dos bares para espaços

com vocação coorporativa, sem deixar de lado o ambiente de troca de ideias, é proposto para a

área de estudo a implantação de coworkings, que são espaços para compartilhar experiências

profissionais e desenvolver o trabalho cotidiano em um espaço físico com este vocação.

Estes equipamentos tem como programa espaços de reuniões, pequenos

auditórios, áreas com wi-fi e estações de trabalho. Podem ser geridos por iniciativa pública ou

privada, visando o lucro a partir da locação das estações de trabalho rotativas ou não, e já

estão sendo implantados em diversos países no mundo.

A intenção também é estimular a circulação pedonal ou por ciclovias pelo

bairro, fazendo com que aqueles que moram nas zonas residenciais próximas à área de estudo,

se desloquem para estes equipamentos, deixando os home offices em busca de lugares onde

hajam relação interpessoal. Também foi considerada a vocação do bairro para a implantação de

escritórios e edifícios coorporativos, que, por vezes em pequenas salas não contam com

espaços de reuniões. Assim, estes usuários contarão com estes equipamentos em raios de até

250 metros.

Além da facilidade de acesso aos coworkings a pé ou de bicicleta, eles

também podem ser acessados por transporte público através da linha circular local ou por

transporte individual, deixando o veículo em um dos bolsões de estacionamento.

Assim como no caso da requalificação de calçadas e implantação de parklets

(espaços de convívio e ativação da circulação de pedestres), esta proposta é uma sugestão de

soluções que podem ser replicadas pelo bairro e pela cidade.

Sala de reuniões do Coworking Link2U - SP

Imagem disponível em http://www.link2u.com.br/

Cozinha e sala compartilhada do Coworking Lab e Factory - SP

Imagem disponível em http://www.labfactorysp.com/

Jardim do Coworking Space242 - SP

Imagem disponível em http://www.space242.com.br

SUGESTÃO DE LOCAL DE IMPLANTAÇÃO DOS COWORKINGS

Page 96: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 94

9.5.2. Mobiliário Urbano

Equipamento e localização

Fonte e fornecedor

Imagem do

equipamento

Descrição

Características técnicas

Bancos metálicos sem

encosto

Localização: Calçadões,

parklets e parques lineares

DIEMMEBI Urban Time

http://www.diemmebi.com

Banco metálico sem encosto,

disponível em diversas cores e

módulos, retos ou em curva.

Obs.: A ausência de encosto

favorece diferentes interações se

sentando voltado às edificações

ou à circulação.

Mesas metálicas para

espaços públicos

Localização: Calçadões,

parklets e parques lineares

DIEMMEBI Urban Time

http://www.diemmebi.com

Mesa metálica com bancos com

ou sem encosto, disponível em

diversas cores.

Obs.: Cores criam a atmosfera do

bairro e mesas podem ser

também grafitadas pelos artistas

locais.

Espreguiçadeiras metálicas

Localização: Parques lineares

e praças

DIEMMEBI Urban Time

http://www.diemmebi.com

Espreguiçadeira metálica

disponível em diversas cores.

Cadeira ergonômica, ideal para

leitura e banhos de sol ao ar livre.

Pode ser colocada em áreas

verdes e ajardinadas.

Bicicletário (Bikes Sampa)

Localização: Ao longo de

ciclovias.

Inciativa Privada: Bancos

como Itaú e Bradesco

http://www.mobilicidade.co

m.br/bikesampa.asp

Estações inteligentes, conectadas

a central de operações wifi e

alimentadas por energia solar. Os

clientes cadastrados podem retirar

a bicicleta e devolvê-la na mesma,

ou em outra Estação.

Equipamento e localização

Fonte e fornecedor

Imagem do

equipamento

Descrição

Características técnicas

Bicicletário Público

Localização: Ao longo de

ciclovias junto aos parklets

Z-Black – Cover Bike

http://www.archello.com/en

/product/cover-bike

Feito de bicicletas recicladas, o

suporte comporta até oito

veículos. Possui proteção contra o

sol e é iluminado para as cenas

noturnas a partir de lâmpadas de

LED alimentadas por energia solar.

Canaletas de elevação de

bicicletas

Localização: Escadarias

Fonte: Ciclovia marginal

Pinheiros Ponte Estaiada

Canaletas dispostas nas laterais da

escadaria do Percurso 01 da

ciclovia proposta e detalhada no

item correspondente.

Lixeira com cuba de concreto

subterrâneo¹

Localização: Todas as

quadras, a cada 200 metros.

SOTKON: Coleta Moderna

http://www.sotkon.com/pt

Acoplada a um reservatório

subterrâneo, recebe dejetos

domiciliares e de pedestres, ela

reduz os investimentos em

transporte, pois não obriga as

visitas diárias de caminhões de lixo

aos locais de coleta

¹Guia do sistema de coleta*

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Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 95

9.5.3. Luminárias

Equipamento e

localização

Fonte e fornecedor

Imagem

do equipamento

Descrição

Características técnicas

Grelha Boca de Leão

Padrão PMSP

Localização: Calçadas em

substituição a bocas de

lobo. Em sequencia de no

máximo 3 unidades (não

ultrapassando 3 metros) e

retomada conforme

detalhe em item referente

a drenagem.

FUMINAS

http://www.fuminas.com.b

r

GR135 para bueiros de

capitação de águas de chuva,

evitando a entrada de grandes

objetos, e assim inundações.

Seguindo padrões estabelecidos

pela Prefeitura Municipal de São

Paulo, em ferro fundido nodular

Fe 50007, com resistência CL

C250 articulada e simples e

fechamento por encaixe e pino

anti-furto

Paradas de Ônibus

Padrão High Tech proposto

pela PMSP para Centros

Urbanos, já implantado em

alguns pontos da Avenida

Paulista e Berrine.

Localização: Junto às baias

de ônibus detalhadas na

pagina 62.

Criado pelo designer Guto

Índio da Costa.

Modelos disponíveis em

http://arktetonix.com.br

Ponto de ônibus proposto pela

Prefeitura Municipal de São

Paulo para implantação junto a

consórcios privados, com áreas

destinadas à publicidade.

Os equipamentos possuem

proteção ao sol, iluminação para

noite acoplada, banco para os

usuários, além de painel

eletrônico com horário dos

ônibus e itinerários.

Equipamento e localização

Fonte e fornecedor

Imagem

do equipamento

Descrição

Características técnicas

Luminária para áreas de

circulação de veículos

Localização: Cenário 01 com

altura de instalação igual a 8

metros.

Cálculo do fluxo luminoso

(lm) na página 89)

Schreder – Luminária a LED

77W - LENSOFLEX2 Confort

http://www.schreder.com/

Luminária LENSOFLEX 2 Midi, linha

Confort, com 48 LEDs ,

Temperatura de Cor de 4.000K

(branco neutro), Potência de 77W

e Fluxo Luminoso de 9500 lumens

estimado para corrente de 500mA.

Possui dimming interno para

controle de iluminação ao longo

da tarde e noite, gerando

economia energética e fluxo

adequado. Dimensões: 677 x 276 x

87 mm Em corpo de alumínio com

IP66

Luminária para áreas de

circulação de pedestres e

ciclistas

Localização: Cenário 01 com

altura de instalação igual a 4

metros.

Cálculo do fluxo luminoso

(lm) na página 89)

Schreder – Luminária a LED

26W - LENSOFLEX2 Confort

http://www.schreder.com/

Obs.: Acima do fluxo

estimado pois tecnologia LED

gera altos fluxos.

Luminária LENSOFLEX 2 Mni, linha

Confort, com 16 LEDs ,

Temperatura de Cor de 4.000K

(branco neutro), Potência de 26W

e Fluxo Luminoso de 3100 lumens

estimado para corrente de 500mA.

Possui dimming interno para

controle de iluminação ao longo

da tarde e noite, gerando

economia energética e fluxo

adequado.

Dimensões: 585 x 276 x 87 mm

Em corpo de alumínio com IP66

Page 98: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 96

9.5.4. Pavimentos

Equipamento e

localização

Fonte e fornecedor

Imagem

do equipamento

Descrição

Características técnicas

Luminária para áreas de

circulação de pedestres

Localização: Cenário 02

com altura de instalação

igual a 4 metros em

catenárias.

Cálculo do fluxo luminoso

(lm) na página 90

Philips – MASTER LEDbulb

– 8W

http://www.ecat.lighting.p

hilips.com.br/

Lâmpada a ser fixada em

catenária Philips Master Bulb,

Temperatura de Cor de 3.000K

(branco neutro), Potência de

8W e Fluxo Luminoso de 600

lumens estimado para corrente

de 500mA. Vida útil de 45.000

horas. Pode ser usada com a

maioria dos dimerizadores de

ponta, aumentando ainda mais

a eficiência

Luminária Wall Washer

Localização: Cenário 02 –

Iluminação de muros

Philips - Graze MX

Powercore – high-intensity

illumination of multi-

storey façades and

surfaces

http://www.ecat.lighting.p

hilips.com.br/

Luminária Wall Washer em

corpo de alumínio com pintura

cinza, 12 lâmpadas de LED, com

driver dimerizável embutido, IP

66, Potência por módulo de

15W. Temperatura de cor de

4.000K. IRC 80.

Dimensões de cada módulo

igual a 1210 x 53 x 48 mm.

Equipamento e localização

Fonte e fornecedor

Imagem

do equipamento

Descrição

Características técnicas

Pavimento Drenante – Piso

Intertravado

Localização¹: Calçadas nas

faixas livres e nas Faixas de

pedestres elevadas.

Localização²: Calçadas nas

faixas de serviços

Localização²: Ciclovias

TECPAVI – PAVI TIJOLO

DRENANTE

http://www.tecpavi.com.br/

linhadrenante.htm

Possui alta aderência e alta

resistência ao atrito e por ser de

concreto possui um melhor

conforto térmico em relação a

superfícies asfalticas, ajudando a

combater inundações e

enchentes, permitindo a micro-

drenagem das águas pluviais.

Dimensões: 20 x 10 x 8 cm

Cor¹: Cinza Natural

Cor²: Vermelho

Cor³: Terracota

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Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 97

9.5.5. Vegetação Urbana

Imagem Nome e Origem Descrição

Helicônia-papagaio

Heliconia psittacorum

Árbusto nativo do Brasil. Atinge de 0,90

a 1,20 metros de altura. Com floração

alaranjada que ocorre no verão.

Arbustos baixos para separação entre

o trafego de veículos e tráfego

ciclovia. Localizada entre a faixa

ajardinada de 60 centímetros.

Algodoeiro da Praia

(Hibiscus pernambucensis)

Árvore nativa brasileira, com ocorrência

do nordeste do país até São Paulo.

Atinge 3 metros de altura e tem floração

amarela.

Árvore baixa com floração, presentes

nas praças sobre os bolsões de

estacionamento subterrâneo, nas ruas

pedonais e parque linear.

Fedegoso

(Senna macranthera)

Arvore nativa brasileira, com ocorrência

do Ceará a São Paulo. Atinge 8 metros de

altura e tem floração amarela.

Árvore alta, que garante

sombreamento e qualidade no

caminhar, localizada junto ao parklets,

ruas pedonais, parque linear e na Rua

Gonçalo Afonso, Beco do Batman.

Horta urbana cultivada na cobertura do

Shopping Eldorado, em caixotes

plásticos. Este modelo pode ser

replicado na laje dos estacionamentos

da Vila Madalena.

Hortas urbanas, conforme previsto no

Plano Diretor Estratégico aprovado

em 2.014, a serem implantadas nas

praças sobre os bolsões de

estacionamento subterrâneo.

Informações sobre árvores retiradas de http://www.vivaterra.org.br/arvores_nativas.htm#algodoeiro

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Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 98

9.6. Áreas de adensamento

1* Lotes com área superior a 5.000

m2 podem ter no máximo 25% de

sua testada fechada por muros

2* Os parâmetros mínimos definidos

para os lotes deverão ser aplicados

aos novos parcelamentos.

COTA MÁXIMA

DE TERRENO

POR UNIDADE

HABITACIONAL

INCENTIVOS

PARA USO

MISTO

FRUIÇÃO

PÚBLICA

AMPLIAÇÃO DO

COEFICIENTE DE

APROVEITAMENTO (CA)

FACHADA ATIVA +

PROIBIÇÃO DE MURO

CONTÍNUO*

DESINCENTIVOS

PARA GARAGENS

TAMANHO

DE LOTE

MÍNIMO

LARGURA

MÍNIMA DE

CALÇADA

TAMANHO

MÍNIMO DE

TESTADA*

Elaboração: SMDU, 2014

Diagrama com descrição dos incentivos urbanísticos para os “Eixos de Estruturação

Urbana”, afixados em uma faixa de 150 metros a partir das linhas de ônibus. Este

modelo deve ser incentivado na Vila Madalena, nas áreas propostas no mapa ao

lado, “Delimitação de áreas a adensar”, proposto neste trabalho.

Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo. PMSP. Plano Diretor Estratégico de São

Paulo. Disponível em

http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/PDE_lei_final_aprovada/

EIXOS DE ESTRUTURAÇÃO DA TRANSFORMAÇÃO URBANA

Incentivos e instrumentos de regulação para qualificação urbana

Page 101: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 99

9.7. Demarcação de zonas de eventos para fechamento de vias

Delimitação de área com uso com vocação boêmia de bares e restaurantes,

o que atrai multidões em eventos como Carnaval e Copa do Mundo de Futebol.

GLOBO.COM

VILAMADALENA.COM²

PORTAL VILA MUNDO²GLOBO.COM¹

Adensamento de área com uso com vocação a bares e restaurantes e que já há um histórico em

comportar multidões, como demonstrado nas imagens ao lado, publicadas em site de

conhecimento popular.

¹ Copa do Mundo de Futebol 2014. Disponivel no portal globo.com. ² Copa do Mundo de Futebol 2014, projeções nas

fachadas dos bares. Disponível no portal vilamundo.org.br ³ Multidão no evento “Artesanato da Vila”. Disponível no

portal vilamadalena.com. Imagens consultadas em julho de 2.014.

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10. Resultados

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 100

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Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 101

10. Resultados

GLOBO.COM

38% 62%

Pedestre Carro

100%

Pedestre

Page 104: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 102

GLOBO.COM

42% 58%

Pedestre Carro

45% 18% 37%

Pedestre Ciclista Carro

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Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 103

GLOBO.COM

Page 106: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 104

GLOBO.COM45% 55%

Pedestre Carro

38% 36% 30%

Pedestre Onibus Carro

52% 48%

Pedestre Carro

Page 107: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

11. Anexos

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 105

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10.1. Entrevista Roberta Tasseli – Portal Vila Mundo

Ao conversar com a Mayara no telefone, ela citou que a ONG Aprediz mudou um pouco seu

foco e não é mais um projeto voltado ao bairro-escola. Como este projeto funcionou na Vila

Madalena e por que ele deixou de existir?

O foco da ONG Cidade Aprendiz sempre foi a divulgação de um ensino aberto, que extrapole

os limites da escola em função do bairro. Hoje a ONG faz a divulgação de tais atitudes a partir

de plataformas, além de garantir o acesso à informações acerca da Vila Madalena.

Então qual é o foco agora do projeto aprendiz no bairro e o que ele faz pelo bairro, além do

Portal Vila Mundo? Qual o envolvimento destes programas com a educação, a comunidade e o

bairro?

Hoje o aprendiz colabora com iniciativas de implantação do bairro escola pelo Brasil, como

aconteceu na prefeitura de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro, mas não é mais uma voz ativa

em São Paulo, apenas se for convocada pela prefeitura ou governo.

No site do Vila Mundo diz que sua missão é “valorizar e potencializar elementos que refletem a

riqueza cultural do bairro”. Quais são as iniciativas que o “Vila Mundo” estabelece para que

estes elementos sejam potencializados?

O Vila Mundo colabora com as iniciativas de moradores e frequentadores, com participação

ativa nestas ações, como, por exemplo, a elaboração do plano de bairro participativo. Neste

sábado (29/03), haverá uma ação de revitalização da Praça Belmiro Braga, também chamada

de praça do aprendiz, que era mantida pela ONG até pouco tempo. Abrimos esta praça para

uma contribuição conjunta das pessoas que estão no bairro, sendo discutido o que cada um

quer para um espaço que é de todos.

Entrando um pouco mais na temática do Plano de Bairro, qual é o nível de envolvimento do

Vila Mundo e da ONG Aprendiz com o Plano de Bairro da Vila Madalena?

Acompanhamos os debates públicos desde o inicio do plano de bairro, quando a Idea Zarvos

pediu para que intermediássemos o debate e convocássemos os moradores do bairro. A partir

de então fizemos esta mediação e fomos voz ativa neste processo, mesmo após a Zarvos se

afastar para amenizar os debates...

Qual é o status desse plano de bairro em nível publico? Ainda estão havendo debates

públicos ou isto já está encerrado? Qual a previsão de uma publicação oficial deste plano?

O plano está parado, estamos aguardando a revisão do plano diretor estratégico ser publicada

para darmos continuidade. Vimos que podíamos propor algo que não entraria dentro das

premissas desta lei e decidimos dar uma pausa.

Qual é a relação com a ong tem com a Idea Zarvos? Como as intervenções que a

incorporadora vem fazendo no bairro são encaradas pela comunidade local?

Foi a Idea Zarvos que idealizou o plano e o único documento existente (aquele que te enviei)

foi feito pelo escritório contratado por eles. A população não viu bem a participação da Zarvos

no plano, mas eles – dentre todas as construtoras que estão no bairro – foi a única que quis

estabelecer ao menos um dialogo com a população. Mas eles tiveram que parar de participar

dos debates públicos após a terceira reunião, pois não havia como estabelecer diálogo,

queriam apenas demonizar a zarvos...

Vi que no portal vila mundo há uma matéria sobre o historiador e publicitário Eduardo, que tem

fotos de mesmas cenas na Vila Madalena, em diferentes períodos da história do bairro. Vocês

tem algum material dele? Há algum meio de contato com o fotografo? Ele é acessível?

Tem várias pessoas que fazem o mesmo tipo de trabalho na Vila Madalena, posso te passar o

contato.

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 106

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10.2. Entrevista pesquisa de campo + Resultados

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 107

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10.2. Entrevista pesquisa de campo + Resultados

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 108

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Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 110

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12. Referências Bibliográficas

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Page 114: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

Livros

• GEHL, Jan. “Cidade para pessoas”. São Paulo: Perspectiva, 2013. 263 p.

• GODOY, Plinio, CANDURA, Paulo. Iluminação Urbana: Conceitos e Análises de Casos. São

Paulo: VJ Marketing Institucional Ltda, 2009.

• SALGADO, Elizabeth. SALGADO, Francisco. “Plano de bairro: no limite do seu bairro, uma

experiência sem limites”. São Paulo: Edição do autor.

• SQUEFF, Ênio. “Vila Madalena: Crônica Histórica e Sentimental”. São Paulo: Boitempo;

Editorial.

Publicações

• BOND, Davis Brody. Estudos preliminares do projeto “Ideias para um desenvolvimento

sustentável da Vila”.

Disponivel em http://issu.com/vilamundo/docs/plano-de-bairro. Consultado em março

de 2014

• DANTAS, Vanessa Pinheiro. Vila Madalena: Imagens e representações de um bairro

paulistano. São Paulo: Universidade Anhembi Morumbi. 159 p.

Matérias / periódicos

• SIQUEIRA, Mariana. Prospect Park West, 1st e 2nd Avenues. Revista AU. São Paulo: Editora

PINI. P. 35 a 39. Fevereiro de 2.012.

Documentos Oficiais, leis e normas

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR5101: Iluminação Pública,

Procedimentos. Rio de Janeiro, 1992.

• CONATRAN. Resolução Nº495 / 2014 – Diretrizes para implantação de faixas de pedestres

elevadas.

Disponível em http://www.denatran.gov.br/download/resolucoes/resolucao4952014.pdf

Consultado em outubro de 2014

• Dimensionamento de baias de ônibus e micro-ônibus e imensionamento e inclinações de

ciclovias.

Disponível em

http://www.sinaldetransito.com.br/normas/Manual_Projeto_Geometrico_DNIT.pdf

Consultado em setembro de 2014

• IBGE – Censo Demográfico 2010

Disponivel em http://www.ibge.com.br. Consultado em março de 2014.

• EMPLASA. Mapas de expansão da área urbanizada da região metropolitano de São Paulo,

2002 / 2003. Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano – EMPLASA. Adaptação:

Secretaria Municipal de Planejamento – SEMPLA / Dipro.

Disponível em http://smdu.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/. Consultado em

março de 2014

• PLANO Regional Estratégico da Subprefeitura de Pinheiros

Disponivel em http://subprefeitura.sp.gov.br/subprefeituras/pinheiros . Consultado em

março de 2014.

• PLANO SP2040.

Disponível em http://www.habisp.inf.br/theke/documentos/outros/sp2040-

acidadequequeremos. Consultado em abril de 2014.

• Prefeitura Municipal de São Paulo - Especificações técnicas de calçadas

Disponível em

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/calcadas/index.php?p

=37136

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 112

Page 115: Requalificação Urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial

• Prefeitura Municipal de São Paulo. Manual de Arborização Urbana da Cidade de São Paulo.

Disponível em

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/manual_arborizacao_1253202

256.pdf. Consultado em outubro / 2014

• Prefeitura do Municipio de São Paulo - Guia para implantação de Parklets no município de São

Paulo

Disponível em http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-

content/uploads/2014/04/MANUAL_PARKLET_SP.pdf. Consultado em outubro de

2014.

• TERMO de referência do Plano Permenor de Reabilitação do Bairro Alto e Bica.

Disponível em http://www.cm-lisboa.pt/viver/urbanismo/planeamento-urbano/planos-

com-termos-de-referencia-aprovados/. Consultado em maio de 2014

Sites

• GEOPORTAL. Fotos aéreas de São Paulo 1958 / 2008

Disponivel em http://www.geoportal.com.br. Consultado em março de 2014

• PORTAL Vila Mundo.

http://vilamundo.org.br.

• SEMINÁRIO da noite paulistana.

Informações sobre o evento disponíveis em

http://www.colaboratorio.art.br/seminariodanoite

Requalificação urbana na Vila Madalena: Cronourbanismo em um bairro multitemporal e multiespacial 113