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1 O Alienista (Resenha Crítica) Assis, M. O alienista. São Paulo. Editora Martin Claret, 2008, 1ª edição, Brochura. 107 p e complemento de leitura. Joaquim Maria Machado de Assis, ou simplesmente Machado de Assis, nasceu no Rio de Janeiro no dia 21 de julho de 1839. No ano de 1855, publicou a poesia "A palmeira", que foi seu primeiro trabalho, em um jornal chamado Marmota Fluminense. A partir daí vários jornais e revistas colaboraram com algumas interrupções breves. Em 1864, Machado de Assis publicou seu primeiro livro chamado Crisálidas (poesias), onde três anos depois, foi nomeado para o cargo de ajudante do diretor do Diário Oficial. Já no ano de 1869, casou-se com Carolina Augusta Xavier de Novais. Após quatro anos, foi nomeado como primeiro-oficial da Secretaria do Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Suas obras, como ‘Helena’, ‘A Mão e a Luva’, ‘Esaú e Jacó’, ‘Dom Casmurro’ e ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’ tornaram-se marcos da literatura brasileira. Machado de Assis, passou uma temporada, de 1878 à 1879, em Friburgo, por motivo de doença. Passado esse tempo, já em 1881, publicou seu primeiro romance, Memórias póstumas de Brás Cubas, que marcou o início da fase realista de sua obra. Em 1888, foi nomeado Oficial da Ordem da Rosa por decreto imperial. Um ano depois passou a diretor da Diretoria do Comércio. Foi eleito, em 1897, o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras. Após um ano, entrou na direção da Viação. Como passar dos anos, se reverteu como Diretor da Secretaria de Indústria, do Ministério da Viação, como Diretor-Geral de contabilidade. Carolina, sua esposa, faleceu no dia 20 de outubro de 1904 e Machado de Assis em, 29 de setembro de 1908, no Rio de Janeiro. Foi sepultado com o discurso de Rui Barbosa, em nome da Academia Brasileira de Letras. Simão Bacamarte é um médico, que foi para Itaguaí estudar mais a fundo a medicina. Casou-se com D. Evarista com o objetivo de ter filhos sadios, porém não tiveram nenhum filho. Por Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas Curso de Enfermagem Enfermagem em Saúde Mental André Luiz Fidelis Lima

Resenha Crítica

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O Alienista (Resenha Crítica)

Assis, M. O alienista. São Paulo. Editora Martin Claret, 2008, 1ª edição, Brochura. 107 p e

complemento de leitura.

Joaquim Maria Machado de Assis, ou simplesmente Machado de Assis, nasceu no Rio de

Janeiro no dia 21 de julho de 1839. No ano de 1855, publicou a poesia "A palmeira", que foi seu

primeiro trabalho, em um jornal chamado Marmota Fluminense. A partir daí vários jornais e

revistas colaboraram com algumas interrupções breves. Em 1864, Machado de Assis publicou seu

primeiro livro chamado Crisálidas (poesias), onde três anos depois, foi nomeado para o cargo de

ajudante do diretor do Diário Oficial. Já no ano de 1869, casou-se com Carolina Augusta Xavier de

Novais. Após quatro anos, foi nomeado como primeiro-oficial da Secretaria do Estado do

Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Suas obras, como ‘Helena’, ‘A Mão e a Luva’,

‘Esaú e Jacó’, ‘Dom Casmurro’ e ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’ tornaram-se marcos da

literatura brasileira. Machado de Assis, passou uma temporada, de 1878 à 1879, em Friburgo, por

motivo de doença.

Passado esse tempo, já em 1881, publicou seu primeiro romance, Memórias póstumas de

Brás Cubas, que marcou o início da fase realista de sua obra. Em 1888, foi nomeado Oficial da

Ordem da Rosa por decreto imperial. Um ano depois passou a diretor da Diretoria do Comércio.

Foi eleito, em 1897, o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras. Após um ano, entrou

na direção da Viação. Como passar dos anos, se reverteu como Diretor da Secretaria de Indústria,

do Ministério da Viação, como Diretor-Geral de contabilidade. Carolina, sua esposa, faleceu no dia

20 de outubro de 1904 e Machado de Assis em, 29 de setembro de 1908, no Rio de Janeiro. Foi

sepultado com o discurso de Rui Barbosa, em nome da Academia Brasileira de Letras.

Simão Bacamarte é um médico, que foi para Itaguaí estudar mais a fundo a medicina.

Casou-se com D. Evarista com o objetivo de ter filhos sadios, porém não tiveram nenhum filho. Por

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas Curso de Enfermagem

Enfermagem em Saúde Mental André Luiz Fidelis Lima

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esse motivo se aprofundou mais no estudo da medicina, foi assim que começou a se interessar

pelo estudo da mente humana. Teve então uma idéia. Bacamarte, procurou a câmara da cidade e

lhes contou que, queria construir uma casa, com a finalidade de recolher os doidos da cidade, para

que ele pudesse estudar. A câmara aceitou a proposta, já que era para o bem da ciência. Como não

estava estabelecida a linha entre o são e o insano, qualquer pessoa que fizesse algo fora do normal,

era tida como louca. Assim várias pessoas estimadas da cidade foram postas na Casa Verde. Esse

fato revoltou a cidade; assim surgiu cada um em seu momento, dois revolucionários que tentaram

derrubar a Casa Verde, mas não conseguiram, graças ao prestígio de Bacamarte. Vendo que quase

toda a cidade estava na Casa Verde, Bacamarte concluiu que, os seus pacientes, por serem maioria,

seriam a verdadeira face da natureza humana, concluído isso, Bacamarte, decidiu soltar a todos.

Mais seguindo o seu raciocínio, se os que estavam na Casa Verde eram sãos, quem seriam os

insanos? Um tempo depois, Bacamarte, mandou recolher à Casa Verde, todos que antes eram

tidos como sãos. Dessa vez, a câmara deu um prazo de um ano, para que ele testasse sua nova

teoria psicológica. Quase seis meses depois, a Casa Verde já estava vazia e todos da cidade

curados. Não satisfeito, Bacamarte, começou a pensar se, teria sido ele mesmo que os curou ou se

eles já possuíam a cura em sua mente. Depois de muito pensar concluiu que, não havia doidos em

Itaguaí e que, ele próprio seria um belo caso de patologia cerebral para ser estudado. Não

adiantaram lágrimas, súplicas, nada, Bacamarte, se trancou na Casa Verde para estudar-se. Não se

sabe como, mas, ele morre 17 meses depois e é enterrado com todo luxo e pompa que merecia.

O conto o alienista, faz relação com a realidade, devido a vários fatos que ele descreve, e

que até hoje acontecem, entre eles estão: casamento por interesse, promessas políticas não

cumpridas, as mentiras contadas pelos advogados para defender seus clientes e etc. Apesar de Ter

sido escrito no século passado, esses fatos ainda não deixaram de acontecer. O alienista não está

de acordo com a época, porque nela a loucura não era tratada com tanta intensidade. O alienista,

publicado entre outubro de 1881 e março de 1882, faz parte, desde 1882 do volume Papéis

avulsos.

O livro começa de um jeito muito chato, talvez até por ser uma parte mais de apresentação

de personagem, já mais para o final o livro começa a ficar mais interessante, com o desenrolar da

história. Apesar de ser um livro muito antigo, ele nos interessa por tratar de um assunto, a

loucura, que há pouco vem sendo tratado com mais cuidado. A enfermagem tem um papel

importantíssimo nesse contexto, porque tentar buscar a sistematização para possíveis

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diagnósticos dos sintomas apresentados pelos doentes mentais. E com isso desenvolver

intervenções para melhora dos sintomas apresentados por estes pacientes.

O alienista nos deixa conhecer as fronteiras entre a razão e a loucura. A afirmação anterior

retrata exatamente o que ocorrem nos diversos hospitais psiquiátricos, muitas das vezes nossos

pacientes são tratados de forma medicamentosa, esquecendo da sua realidade, da estória de sua

vida e do contexto que os levaram a permanecerem nesses hospitais. Na realidade, ele pretendia

buscar a glória, através de um estudo da patologia cerebral, por exemplo, através de Bacamarte,

Machado de Assis critica os cientistas da época, que, para ele, não tinham os conhecimentos

suficientes e necessários. Esse conhecimento era bazófia (da boca para fora).

A intenção do narrador é a análise do comportamento humano: vai além das aparências e

procura atingir os motivos essenciais da conduta humana, descobrindo, no homem, o egoísmo e a

vaidade. A intencionalidade crítica do narrador não se reflete somente ao ser humano de forma

geral. Ele critica, também, a postura do cientista e do extremo cientificismo do final do século XIX.

Enfim, estudar o comportamento e mente humana, jamais será algo fácil, por mais que se

tenha e obtenha a tecnologia necessária para o esses estudos. Mas a enfermagem, juntamente, com

uma equipe multidisciplinar pode desenvolver estratégias de um ambiente terapêutico, ao ponto

de desencadear melhoras significativas para os doentes que ali se encontram.

Referências Bibliográficas

ASSIS, Machado de. O alienista e outras histórias.Rio de Janeiro: editora Teonoprint S.A.

TERRA, Ernani e NICOLA, José de. Gramática, Literatura e Redação.Primeira Edição. São

Paulo: Editora Scipione. 2001.

FARACO E MOURA. Gramática. 11ª Edição. São Paulo: Editora Ática. 1998. NICOLA, José de.

Literatura brasileira: das origens aos nossos dias. 15ª Edição. São Paulo: Editora Scipione.

1998.

ASSIS, M. O alienista. 1ª Edição. São Paulo: Editora Martin Claret. 2008.