Resenha Crítica Escafandro e a Borboleta

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Faculdade Pitgoras

Curso Psicologia - 8 perodoDisciplina Psicologia Hospitalar

Marcia Aparecida Lopes Amorim Silva

Anlise Crtica do Filme O Escafandro e a Borboleta

Uberlndia/MG2014

Anlise Crtica do Filme O Escafandro e a Borboleta

Ficha Tcnica:Ttulo Original: Le Scaphandre et le Papillon Gnero: Drama/BibliogrficoTempo de Durao: 112 minutos Ano de Lanamento (Frana / EUA): 2007 Direo: Julian Schnabel Produo: Kathleen Kennedy e Jon KilikSinopseJean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric) tem 43 anos, editor da revista Elle e um apaixonado pela vida. Mas, subitamente, tem um derrame cerebral. Vinte dias depois, ele acorda. Ainda est lcido, mas sofre de uma rara paralisia: o nico movimento que lhe resta no corpo o do olho esquerdo. Bauby se recusa a aceitar seu destino. Aprende a se comunicar piscando letras do alfabeto, e forma palavras, frases e at pargrafos. Cria um mundo prprio, contando com aquilo que no se paralisou: sua imaginao e sua memria.

O escafandro e a borboleta, ttulo dado ao livro que virou filme, apresenta a histria verdica de Jean-Dominique Bauby (editor chefe da Elle francesa) sofreu um acidente vascular cerebral e ficou com o corpo inteiro paralisado, com exceo do olho esquerdo. A sndrome do encarceramento como tambm chamada, uma condio que paralisa o corpo todo, mas mantm as faculdades mentais em perfeito funcionamento, ou seja, o sujeito vive a experincia de aprisionamento no prprio corpo. A histria se desenvolve apontando algumas questes a refletir, como a postura da equipe responsvel por cuidar do protagonista, quando alguns profissionais desprezam o sujeito na sua totalidade, destituindo o de conscincia, desejo, e subjetividade. Por outro lado mostra a sensibilidade e tica profissional da fonoaudiloga que aceitou o paciente de forma plena, e se dispe em acolher e estar com ele, reconhecendo as dificuldades fsicas quanto psicolgicas que ele estava passando naquele momento estabelecendo uma relao de cumplicidade a cada encontro. Ou seja, ela consegue perceber o ser humano como sujeito e no objeto da interveno teraputica.Claude vai facilitar a comunicao de Bauby, criando condies para que ele pudesse se comunicar, expressar seus sentimentos, deixando voar o que no estava paralisado - a sua imaginao e a memria, assim afirmado por Bauby reconhecendo sua responsabilidade sobre o que fazer com a prpria vida: Haver neste cosmo alguma chave para destrancar meu escafandro? Alguma linha de metr sem ponto final? Alguma moeda suficientemente forte para resgatar minha liberdade? preciso procurar em outro lugar. para l que eu vou. A atitude de Bauby frente a nova situao significativa pois demonstra a capacidade do homem de reagir positivamente em situaes de opresses e crise, mantendo-se ntegro no seu sofrimento. Na perspectiva fenomenolgica existencial entender a relao sade-patologia preciso refletir sobre a existncia do sujeito. Para esta abordagem no h a ideia centrada na doena, como se ela desse conta de explicar todas as construes do sujeito. Para a psicopatologia fenomenolgica, o sintoma no d condies de compreender o fenmeno psicopatolgico. Trata-se, no entanto, de compreender a existncia do sujeito na sua complexidade. Diz respeito sua corporeidade, seu projeto de vida, seu modo de estar no mundo. Ao escrever o livro, o protagonista entra em contato com seus valores vivenciais, buscando na memria experincias e vivncias significativas que desse sentido a vida. Assim o protagonista ao relatar sua nova experincia, consegue expressar e entrar em contato com as reaes psicolgicas por ele experimentadas foram desde a raiva at a resignao. No momento em que a vidaparecia perder o sentido, ele encontrou umnovo significado para ela. Sobrevivi me agarrando ao que havia de humano em mim. No tinha escolha. Era tudo o que me restava, da mesma maneira que voc. Agarre-se ao que h de humano dentro de ti e sobreviver Isto foi o que Pierre Roussin, um dos personagens do filme disse a Bauby. Pensar a atuao do psiclogo no contexto hospitalar espera que este atue com disponibilidade para ouvir o paciente, integrando os sentidos que ele atribui sua experincia; captar a experincia do outro como ela vivida; possibilitar ao outro ser ele mesmo e assumir seus prprios caminhos; devolver a pessoa ao cuidado de si mesma. Porm preciso que o profissional tambm se perceba como existente e com realidade de dor, angstia, morte e impotncia que a situao de adoecimento traz.