2
UFSJ, Universidade Federal de São João del Rei – Curso de Letras Disciplina: PC: Cinema em sala de aula Professor: Guilherme Aluna: Francine Oliveira RESENHA do filme “O escafandro e a borboleta” Ao encontro de uma liberdade aprisionada Nos primeiros minutos do filme “O escafandro e a borboleta” o espectador já se sente incomodado com a visão: a focalização vem de um corpo paralisado logo ao acordar de um coma. O rosto do protagonista só é mostrado após quase trinta minutos, através do reflexo, em um vidro – a descoberta é feita, ao mesmo tempo, por quem vê o filme e pelo próprio personagem. A idéia de estar aprisionado em um escafandro é claramente sentida e esse trabalho de câmera torna o longa tão angustiante para quem o vê como deve ser para quem conta a história, o editor da revista Elle, que recupera a consciência três semanas após sofrer um derrame. Mesmo só movimentando os olhos, ele é capaz de ditar um livro, no qual relata toda sua experiência enquanto

resenha O Escafandro e a Borboleta

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Resenha do filme francês "O Escafandro e a Borboleta", baseado em uma história real; para a matéria Cinema em Sala de Aula

Citation preview

Page 1: resenha O Escafandro e a Borboleta

UFSJ, Universidade Federal de São João del Rei – Curso de Letras

Disciplina: PC: Cinema em sala de aula

Professor: Guilherme

Aluna: Francine Oliveira

RESENHA do filme “O escafandro e a borboleta”

Ao encontro de uma liberdade aprisionada

Nos primeiros minutos do filme “O escafandro e a borboleta” o espectador já se

sente incomodado com a visão: a focalização vem de um corpo paralisado logo

ao acordar de um coma. O rosto do protagonista só é mostrado após quase

trinta minutos, através do reflexo, em um vidro – a descoberta é feita, ao

mesmo tempo, por quem vê o filme e pelo próprio personagem. A idéia de estar

aprisionado em um escafandro é claramente sentida e esse trabalho de câmera

torna o longa tão angustiante para quem o vê como deve ser para quem conta

a história, o editor da revista Elle, que recupera a consciência três semanas

após sofrer um derrame. Mesmo só movimentando os olhos, ele é capaz de

ditar um livro, no qual relata toda sua experiência enquanto aprisionado no

escafandro da paralisia. O livro, a liberdade da imaginação e da lembrança,

tornam-se as asas que permitem a esta borboleta voar, ainda que presa ao

corpo limitado.